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Guia orientador de meditação bíblica diária
02 – 08 ABR 2012
Comunidade Evangélica no Rio de Janeiro
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Pecados Respeitáveis 1
Confrontando os Pecados que Toleramos–
Toleramos– Parte 18
Dia 02:
Textos para meditação:
“Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça.
Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo
oportuno, vos exalte” 1 Pedro 5.5b-6
“Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.” Tiago 4.6b
“Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos, pecadores;
e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração. Afligi-vos, lamentai e chorai.
Converta-se o vosso riso em pranto, e a vossa alegria, em tristeza. Humilhai-vos
na presença do Senhor, e ele vos exaltará.” Tiago 4.8-10
Onde tudo isto nos leva?
“Se o livro que estamos lendo não nos sacudir como se um martelo nos golpeasse o
crânio, então por que devemos lê-lo? [...] Um livro deve ser como um martelo que rompa
a espessa camada de gelo.” – Franz Kafka
Se não somos, de alguma forma, transformados pelo que estudamos, isto de nada nos
adianta. Então, é fundamental examinarmos a nós mesmos e sermos honestos e
sinceros conosco, com Deus e com os irmãos.
Temos trabalhado com coisas muito ruins. Nós olhamos em detalhe muitos dos pecados
sutis que toleramos em nossas vidas. Por vezes, isso pode ter sido doloroso. Tomara
que tenha sido, porque isso significa que fomos honestos e humildes o suficiente para
admitir a presença de alguns desses pecados em nossas próprias vidas. E nisto, há
esperança. Lembre-se: “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (Tg
4.6b).
As declarações de abertura do Sermão da Montanha (Mt 5.1-7) devem incentivar-nos.
Os pobres de espírito e os que choram são aqueles que são conscientes de sua própria
pecaminosidade. Devido a isso, eles são mansos e misericordiosos em suas atitudes e
ações em relação aos outros, e tem fome e sede da justiça que eles percebem que
ainda não tem atingido. Sua atitude toda é exatamente o oposto do orgulho e sentimento
de superioridade moral que apresenta uma pessoa com justiça própria. No entanto,
Jesus disse que eles (as pessoas sem justiça própria) são os únicos que são
abençoados.
Ao contar Suas parábolas, Jesus criou os personagens para enfatizar os pontos
abordados. Considere a parábola do fariseu e do publicano orando no templo (Lc 18.914). Aos olhos dos judeus, o contraste entre um fariseu e um cobrador de impostos
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Texto extraído e adaptado do livro de Jerry Bridges, “Respectable Sins: Confronting the Sins We
Tolerate” – NavPress: Colorado Springs, 2007, 1ª ed. (Tradução Livre)
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odiado não poderia ser maior. E na parábola do filho pródigo (Lc 15.11-32), as ações
desprezíveis do filho certamente escandalizaram Sua audiência judaica. No entanto, nas
duas parábolas, é o fariseu hipócrita e irmão farisaico que mais recebem uma
condenação implícita de Jesus. Enquanto isso, o cobrador de impostos vai embora
justificado, e o filho pródigo arrependido é recebido com o abraço carinhoso de seu pai.
Isso não nos diz algo sobre o quanto Deus odeia o pecado da justiça própria e como ele
responde graciosamente a um espírito humilde e contrito?
Dia 03:
Textos para meditação:
“Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai, de quem toma o nome toda família,
tanto no céu como sobre a terra, para que, segundo a riqueza da sua glória, vos
conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior;
e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados
em amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o
comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo
entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus.” Efésios 3.14-19
Um afeto novo
Concluímos a folha de estudo anterior com uma referência ao sermão de Thomas
Chalmers “O Poder Expulsivo de um Afeto Novo”. A pergunta surge naturalmente:
“Como podemos crescer nesta nova afeição?” A resposta é que este crescimento
decorre de uma consciência cada vez maior de nosso pecado ainda presente e do amor
de Cristo por nós, ao morrer por causa deste pecado.
No relato de Lucas sobre a mulher pecadora que lavou e ungiu os pés de Jesus (7.3650), Jesus disse: “aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama” (versículo 47). O oposto
também é verdade, como Jesus indica claramente nos versículos 41-43, isto é, aquele
que é muito perdoado, muito ama. Simão o fariseu não sabia o quanto ele era
pecaminoso e o quanto ele precisava ser perdoado, de modo que ele amava pouco, ou
nada. A mulher pecadora percebeu quão pecadora ela era e quanto tinha sido
perdoada, então ela muito amou. O caminho para crescer em nossa nova afeição por
Cristo é crescer em nossa consciência do amor de Cristo por nós, como nos é revelado
no evangelho. O apóstolo Paulo escreveu que é o amor de Cristo por nós que nos
constrange a viver para Ele (2Co 5.14-15). Tal amor por Ele, que nos levará a amar o
mundo, só pode ser uma resposta à percepção de Seu profundo e sincero amor por nós.
Portanto, precisamos ser honestos e humildes o suficiente para admitir nossos pecados
sutis, a fim de experimentar o amor que vem através do perdão dos pecados. Mas
também temos de enfrentá-los, a fim de lidar com eles. O pior pecado de todos, em
termos práticos, é a negação dos pecados sutis em nossas vidas. Não podemos lidar
com eles até que admitamos a sua presença. O primeiro passo para lidar com qualquer
pecado é reconhecê-lo e se arrepender de nossa atitude para com ele. Isso não significa
que vamos fazer um rápido progresso no sentido de expulsar os pecados de nossas
vidas. A carne não desiste tão facilmente. Pelo contrário, para usar o termo de Paulo,
esses pecados sutis devem ser “entregues à morte” (Rm 8.13, Cl 3.5). Além disso,
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desenvolvemos hábitos pecaminosos. Nós desenvolvemos hábitos de pensamento
ímpio: ansiedade, autoindulgência, atitudes críticas, fofocas, e afins. Então, para onde
vamos a partir daqui? Como podemos aplicar a mensagem geral do que temos
estudado?
Dia 04:
Textos para meditação:
“Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Disse: confessarei
ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado.
Sendo assim, todo homem piedoso te fará súplicas em tempo de poder encontrar-te.
Com efeito, quando transbordarem muitas águas, não o atingirão.” Salmos 32.5-6
“O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e
deixa alcançará misericórdia.” Provérbios 28.13
“Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a
verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para
nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não temos
cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós.” 1 João 1.810
Apresentando-se a Deus em oração
À medida que passamos pelos pecados “respeitáveis”, fomos exortados a orar
honestamente sobre cada um deles, pedindo a Deus para nos revelar qualquer
evidência deles em nossas vidas. Mas, neste momento, seria bom fazer uma revisão em
oração. Para facilitar isso, aqui está um esboço do esqueleto dos pecados sutis que
discutimos:
•
Impiedade
•
Ansiedade e frustração
•
Descontentamento
•
Ingratidão
o Gratidão em circunstâncias difíceis
•
Orgulho
o
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o
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•
Justiça própria moral
Orgulho da doutrina correta
Orgulho da realização
Espírito independente
Egoísmo
o Os nossos interesses
o Nosso tempo
o Nosso dinheiro
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o Falta de consideração
•
Falta de domínio próprio
o
o
o
o
Ao comer e beber
Com a paciência de outros
Nas finanças pessoais
Televisão, hobbies, compra por impulso
•
Impaciência e irritabilidade
•
Raiva
o Raiva com relação a Deus
•
As ervas daninhas da raiva
o
o
o
o
•
Ressentimento
Amargura
Inimizade e hostilidade
Rancor e inimizade
Legalismo
o Em função de diferentes convicções
o Em função de discordância doutrinal
o Espírito crítico
•
Inveja, ciúme, e os pecados relacionados
o
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•
Pecados da língua
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o
•
Inveja
Ciúme
Competitividade
Controle / manipulação
Fofoca
Calúnia
Mentira
Palavras duras, sarcasmo, insultos e ridicularização
Mundanismo
o Dinheiro
o Imoralidade vicária
o Idolatria
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À medida que repassar esta lista, continue a pedir a Deus que abra seus olhos para os
pecados que você tem tolerado ou, mesmo, se recusou a reconhecer como estando
presentes em sua vida. Não há nenhum substituto para a humildade e a confissão
honesta de nosso pecado como o primeiro passo para lidarmos com ele.
Lembre-se de que há muitos outros pecados sutis, pois “tudo o que não provém de fé é
pecado” (Rm 14.23b) e “o pecado é a transgressão da lei” (1Jo 3.4b), ou seja, qualquer
transgressão da vontade de Deus é pecado. A lista de pecados que citamos e tratamos
são apenas os mais comuns, na visão de Jerry Bridges. Portanto, esteja aberto a outros
pecados dos quais Deus possa querer tratar em sua vida.
Dia 05:
Textos para meditação:
“Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que
ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos
iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo. Ora,
o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes
sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar.”
1 Pedro 5.8-10
A visão dos que nos cercam
Você já pediu a outros uma avaliação da presença desses pecados sutis em sua vida?
Se não, este seria um bom momento para fazê-lo. Separe um tempo com sua esposa,
seu irmão ou irmã, ou um bom amigo. Peça o seu feedback honesto. Garanta-lhes que
você não vai ficar na defensiva ou questionar a sua avaliação. Ouça somente, sem
responder. Pode pedir-lhes para avaliar você, em cada uma das áreas acima, de acordo
com uma escala parecida com:
•
•
•
•
Não é um problema
Ocasionalmente, é um problema
Frequentemente, é um problema
É uma característica (marca) de sua vida
Mesmo que você não concorde com suas avaliações, considere-as com humildade.
Deus pode estar usando a outra pessoa para abrir áreas que você tenha mantido uma
atitude de negação sobre a sua existência.
Volte atrás e reveja as outras seis orientações sobre como lidar com o pecado
apresentadas na 5ª parte desta série de estudos (21 a 27 de novembro de 2011). E,
caso você esteja sobrecarregado neste momento, preste especial atenção à primeira
orientação de sempre tratar com o seu pecado no contexto do evangelho.
Dia 06:
Textos para meditação:
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“Visto como, pelo seu divino poder, nos tem sido doadas todas as coisas que conduzem
à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua
própria glória e virtude, pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui
grandes promessas, para que por elas vos torneis coparticipantes da natureza divina,
livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo, por isso mesmo, vós, reunindo
toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o
conhecimento; com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio, a
perseverança; com a perseverança, a piedade; com a piedade, a fraternidade; com a
fraternidade, o amor. Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando,
fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de
nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele a quem estas coisas não estão presentes é
cego, vendo só o que está perto, esquecido da purificação dos seus pecados de outrora.
Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e
eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum. Pois desta
maneira é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor
e Salvador Jesus Cristo.” 2 Pedro 1.3-11
Fé, perseverança e humildade
Lembre-se que a nossa santificação progressiva – ou seja, nosso despojar do pecado e
nosso nos revestir da semelhança de Cristo – repousa sobre dois alicerces: a justiça de
Cristo e o poder do Espírito Santo. Sempre olhe para Cristo e Sua justiça perfeita como
base para a sua posição diante de Deus e sua aceitação por Ele. Lembre-se que se
você estiver unido a Cristo, Deus o vê vestido de Sua perfeita justiça. E sempre olhe
para o Espírito Santo como fonte da capacitação para que você possa lidar com o
pecado em sua vida e produzir, em você, o fruto do Espírito.
O mundo à nossa volta nos observa ao mesmo tempo em que ridiculariza os nossos
valores e rejeita a nossa mensagem. Podemos pensar que os nossos pecados sutis são
escondidos da sua vista, mas de alguma forma eles os veem. Eles captam a nossa
justiça própria, a nossa raiva e nosso legalismo. Eles nos consideram pessoas que se
acham “mais-santo-que-os-outros” ou, então, as pessoas nos veem como hipócritas que
não praticam o que pregam. Lidar com os nossos pecados “aceitáveis” em humildade e
honestidade pode exigir um longo caminho para que se dissipe essa imagem.
E lembre-se da postura do rei Josias ao ouvir as palavras do recém-encontrado livro de
Deuteronômio (2Rs 22.10-20) em contraste com a postura de seu filho, o rei Jeoaquim,
ao ouvir as palavras do recém-escrito livro de profecias do profeta Jeremias (Jr 26.2031). Josias ouviu, se humilhou, se arrependeu e obedeceu, pelo que foi elogiado por
Deus. Jeoaquim não ouviu, escarneceu, endureceu o coração e desprezou, pelo que foi
reprovado veementemente por Deus.
“Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (Tg 4.6b).
α–Ω

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