1/8/2008 1a. CadernoC_Cerrado_21_Std
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1/8/2008 1a. CadernoC_Cerrado_21_Std
Jornal de Brasília . Cerrado & Agronegócios BRASÍLIA, SEXTA-FEIRA, 1 DE AGOSTO DE 2008 . 21 Sementes em fase de produção DA TERRA DIVULGAÇÃO/EMBRAPA HORTALIÇAS O repasse da nova tecnologia das novas sementes de alho para os agricultores será feito na medida em que houver disponibilidade de bulbilhos livres de vírus para plantio. Nesse caso, a adoção pode ser imediata, pois o sistema de cultivo é semelhante ao tradicionalmente utilizado. Há somente uma modificação no sistema de produção do alho que será utilizado como semente. As plantas deverão ser multiplicadas em condições onde possa haver um melhor controle fitossanitário e não haja contaminação. As sementes de alho livres de vírus das cultivares Cateto-Roxo e Amarante já foram repassados a agricultores da Bahia, de Minas Gerais, de Goiás e do Paraná, durante o trabalho de validação da tecnologia. Em relação às cultivares de alho nobre como o Chonan e o Quitéria, a transferência será feita por meio de um acordo de cooperação técnica assinado em meados de julho entre a Anapa e a Embrapa Hortaliças. Os bulbilhos de alho-semente livres de vírus serão plantados nas propriedades de produtores indicados pela Anapa e o desenvolvimento da cultura será acompanhado por técnicos da l Na última quarta-feira, o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), Bernard Vallat, comunicou à Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a decisão de reconhecer o estado de Mato Grosso do Sul como livre de febre aftosa com vacinação. Com essa decisão, a área livre de febre aftosa do Brasil abrange, agora, 18 unidades da Federação. Mato Grosso do Sul soma-se aos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Rondônia, Acre, além do Distrito Federal, da região centro-sul do Pará e de dois municípios do Amazonas. I À ESQUERDA, ALHO CONTAMINADO; E À DIREITA, PLANTAS LIVRES DE VÍRUS POR MEIO DA NOVA TECNOLOGIA Embrapa Hortaliças. Este ano, uma pequena área com cerca de mil bulbilhos foi plantada em uma propriedade particular com as cariedades nobres Chonan e Quitéria. Para a safra de 2009, há expectativa de aumento de área e de número de produtores que utilização a nova tecnologia Como o processo de multiplicação das sementes livres de vírus é lento, a expectativa dos pesquisadores é que em cerca de dez anos haverá semente em quantidade suficiente para o plantio de mil hectares. Os produtores que receberão as sementes para plantio ao longo do desenvolvimento do projeto serão designados pela Anapa. FOTOS: DIVULGAÇÃO/MÁRCIO BRAGA Redução de custo Márcio Braga ainda não teve a oportunidade de testar a semente de alho livre de vírus, mas já conhece a tecnologia em vi- l sitas às lavouras de outros produtores "É nítida a diferença entre uma lavoura livre de vírus e uma infectada", constatou. Segundo ele, tanto o produtor e quanto o consumidor só terão a ganhar com a utilização de sementes livres de vírus. Ele considera que, com essa tecnologia, o agricultor conseguira uma redução no custo de produção, devido à diminuição do consumo de adubos e de outros insumos usados na lavoura. Como as sementes são mais saudáveis, as plantas se tornam mais fortes, ocorrendo uma redução no volume de adubo usado e na aplicação de agroquímicos. Conseqüentemente, o consumidor terá também um produto de melhor qualidade. "Só assim, teremos um produto mais competitivo no mercado, até mesmo comparado com o importado da República da China, que tem um preço bem abaixo do nosso, porque o valor pago lá pela mão-de-obra é baixíssimo e a qualidade do produto produzido naquele país também é bem inferior", revelou Márcio, argumentando que é necessário se fazer maior controle da qualidade do alho importado da China. "Hoje, é essencial trabalhar com esta tecnologia de limpeza de vírus no alho. O Brasil precisa fazer um controle fitossanitário mais rigoroso dos produtos agrícolas que entram no País, pois só assim vamos conseguir melhorar a nossa qualidade e produtividade do que produzimos aqui", concluiu Braga. com redução de 20% da produção nacional. Contudo, a situação se agravou no primeiro quadrimestre de 2008, com a queda acentuada do dólar e aumento nas importações. Em maio passado, o Brasil importou o equivalente a todo o alho consumido no País, não restando mercado para o produto nacional. "Nosso segmento enfrenta sérios problemas com a importação ilegal de alho da China. Essa batalha é desleal e as conseqüências podem ser dramáticas podendo, em pouco tempo, desaparecer toda uma cadeia produtiva e o Brasil depender somente de importações", lamentou Corsino. Uma das causas do baixo preço do alho chinês é o GRANDPRIX l TOURO TEM 1 MILHÃO DE DOSES DE SÊMEN VENDIDAS Um dos grandes destaques da bateria da Lagoa, central de genética bovina, integrante da CRV, o touro GrandPrix (Holandês preto e branco), acaba de ultrapassar a marca de 1 milhão de doses de sêmen comercializadas no mercado mundial. Filho de Lord Lily, importante genearca da raça, que também ultrapassou essa marca, GrandPrix é sucesso de vendas de sêmen no Brasil, onde já comercializou 115 mil doses e desfruta de grande prestigiado entre os criadores. Há seis anos como destaque na bateria de touros da Lagoa, na Holanda, o touro possui seu sêmen disponibilizado em tempo real para o mercado brasileiro. Em 2008, duas de suas filhas (foto acima) foram na capa do Anuário Raças Leiteiras da Lagoa, fato que rendeu uma série de homenagens ao animal. EMBRAPA l ENCONTRO SOBRE PIMENTA E PIMENTÃO EM BRASÍLIA No dia 19 de setembro, será realizado em Brasília o III Encontro Nacional do Agronegócio Pimenta e Pimentão. O evento, promovido pela Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) e vai reunir o setor privado, profissionais e pesquisadores para discutir temas sobre produção, comercialização, processamento, mercado consumidor, arranjos produtivos, além de experiências de produtores, cooperativas e empresas que atuam no setor. Mais informações: 3385-9000. SEAPA/DF l I LAVOURAS DE ALHO OCUPAM GRANDE VOLUME DE MÃO-DE-OBRA CADASTRO PARA FORNECIMENTO DE TRATORES A Secretaria de Agricultura do Distrito Federal, por meio da Subsecretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar, está fazendo o cadastramento das associações de produtores rurais que serão contempladas com o fornecimento de tratores em comodato e distribuição de sementes e adubo para este ano. A iniciativa tem o objetivo de cumprir as metas estabelecidas para o atendimento ao pequeno produtor rural, principalmente o agricultor familiar. O uso dos tratores será rotativo, comprazo máximo de dois meses, e cada associação arcará com as despesas referentes a operador e óleo diesel. A Secretaria de Agricultura vai adquirir 4 mil sacos (20 kg) de sementes de feijão tipo carioca, 6,5 mil sacos (20 kg) de sementes de milho tipo BR. 106, 55 mil mudas de banana tipo nanica, 9,5 mil sacos (50 kg) de adubo químico NPK 04.14.08 e sementes de diversos tipos de hortaliças (50 kg de cada espécie). O cadastramento será feito mediante apresentação dos documentos da entidade e e relação dos produtores familiares que serão beneficiados com a ação. FUMO l BRASIL EXPORTA CHARUTOS E CIGARRILHAS I FAZENDA DE MÁRCIO: SELEÇÃO DE BULBILHOS GARANTE PLANTAS VIÇOSAS Importações prejudicam A produção de alho é uma das atividades agrícolas que, proporcionalmente, mais gera empregos no Brasil. "E ela está com seus dias contados", avalia Rafael Jorge Corsino, presidente da Anapa. Ela diz que o alho pode deixar de ser produzido em solo nacional, ocasionando o desemprego de mais de 70 mil pessoas. Essa avaliação foi feita com base nas estatísticas da importação de alho da China e da Argentina. Desde 1996 esse segmento produtivo enfrenta concorrência dessas importações, contudo, nos últimos anos, a situação piorou. Segundo Corsino, houve aumento de 48% nas importações dos dois países, causando sérias consequências no mercado interno, COM VACINAÇÃO MATO GROSSO LIVRE DE FEBRE AFTOSA Rigor sanitário é fundamental Mesmo considerada por muitos como uma cultura que apresenta vários desafios como custo elevado, muita mão-deobra, doenças, pragas e um mercado oscilante, a produção do alho proporciona bom desenvolvimento econômico e social, criando uma cadeia de empregos diretos e indiretos. Foi com essa concepção, que o agricultor e produtor Márcio Braga de Resende decidiu, em 2000, entrar na atividade. Hoje, junto com dois sócios, Márcio administra sua plantação no município de Cristalina (GO), com 80 hectares e produtividade de 16 toneladas/ha. "É uma cultura que, para se aumentar a área plantada, tem de haver um minucioso planejamento em função do custo e de estrutura", explicou o agricultor. Em sua plantação é produzido alho roxo nobre das variedades Caçador, Joanas, Quitéria, Ito e San Valentin, que são comercializados em todo o País. Segundo o produtor, em algumas ocasiões, as sementes de alho já foram contaminadas por doenças. Ele esclarece que isso ocorre antes mesmo do plantio, pois o produto passa por um processo de classificação e seleção, e os bulbilhos que apresentam alguma alteração são descartados, reduzindo a ocorrência de doenças no campo. E l z a Tr o n c o s o I O ALHO NACIONAL TEM MELHOR QUALIDADE QUE O CHINÊS Embora charutos e cigarrilhas baianos enfrentem barreiras políticas e tributárias que dificultam o sucesso das exportações nacionais, o produto brasileiro tem superado estas condições e alcançam continuamente prestígio mundial. A reputação do charuto baiano já alcançou países da Europa e da Ásia. De acordo com o Sindicato da Indústria do Fumo do Estado de São Paulo (Sindifumo-SP), foram produzidos, em 2007, cerca de 14 milhões de charutos e cigarrilhas, sendo que 42% foram vendidos para o exterior. A expectativa para este ano é que a exportação destes produtos seja ainda melhor. De acordo com a entidade, a Grécia será um dos destinos com maior destaque. A estimativa é que haja um aumento de 20% na comercialização de charutos e cigarrilhas. Já o Líbano importará, em relação à 2007, cerca de quatro vezes mais produtos fabricados no Recôncavo Baiano. Uma das marcas nacionais de maior reconhecimento no Brasil e no exterior é a Menendez Amerino. Em 2007, a revista americana Cigar Aficionado, uma espécie de Bíblia de apreciadores de charuto, incluiu o Dona Flor Robusto (uma das versões da marca) entre os cinco melhores do mundo. PRONAF l HOJE, BANCOS COMEÇAM A FINANCIAR CRÉDITO não-pagamento da taxa antidumping, fixado em 1995 pela Câmara do Comércio Exterior. Além além do prejuízo para os produtores brasileiros, Corsino diz que o produto chinês não é confiável, conforme levantamento realizado pela Embrapa e Anapa. Na pes- quisa, constatou-se a existência de pragas quarentenárias que colocam em risco a segurança alimentar dos brasileiros e as lavouras nacionais. ISERVIÇO Anapa: 3204-5300 Embrapa Hortaliças: 3385-9100. A partir de hoje, os bancos que atuam com o crédito rural do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) estarão aptos a iniciar a contratação de operações de financiamento rural do Plano Safra Mais Alimentos 2008/09. O crédito para operações de investimento (compra de máquinas e equipamentos para melhorar a produção), inclusive do Pronaf Mais Alimentos, começarão a ser contratados a partir de 15 de agosto, em função da necessidade de adequação dos sistemas dos agentes financeiros. O Plano Safra Mais Alimentos destina R$ 13 bilhões a financiamentos do Pronaf na safra 2008/2009.