educação judaica - Colégio Israelita Brasileiro

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Conheça mais...
EDUCAÇÃO JUDAICA
Ensino da Língua Hebraica
Cultura Judaica
Literatura Judaica
Seminários alternativos para Séries Finais
Palestras e cursos
Talmud Tora
Campanhas sociais
Parcerias com ONGs e entidades
Voluntariado
Projetos especiais (Tikvá, Tzedaká, Kiruv)
Parcerias com entidades judaicas
Intercâmbio com Colégio Peretz / SP
Leakot das Séries Finais
EDUCAÇÃO JUDAICA
Leaká Chai
Danças para pais e ex-alunos
Projeto E-VRIT
Guia de festividades, eventos e vocabulário básico.
Prezados Pais,
O judaísmo dá ênfase à lembrança, pois é através dela que se
consolida a identidade coletiva de um povo.
Em Israelita, Conheça Mais... falamos sobre eventos e festividades,
apresentamos um vocabulário básico e sugerimos uma bibliografia. Além
disso, disponibilizamos a coordenação e os professores da área judaica para
todos os que desejarem conhecer mais, esclarecer dúvidas, acompanhar
mais de perto o trabalho realizado pela Escola.
Elaboramos esta edição para que todos os pais tenham acesso a
essas importantes informações e possam participar da proposta de
vivência judaica do Israelita.
Sejam todos bem-vindos!
Diretores
Clóvis Soibelmann
Janice Fischmann
Liliana Soibelman
Marcelo Bondar
Marcelo Gus
Marcelo Muller
Sheila Maltz Schul
2
Vice-Presidentes
Isy Helale
Zelig Prikladnicki
Asheri, Michael. O Judaísmo Vivo: as Tradições e as Leis dos Judeus Praticantes. Imago. R.J., 1995.
Ausubel, Nathan. Conhecimento Judaico I e Conhecimento Judaico II in Judaica. A. Koogan Editor,
R.J.,1989.
Barylko, Jaime. Judío, el ser en crisis. Editorial Planeta, Bs.As., 1995.
Blumenfeld, Y.I. Judaísmo: Visão do Universo - A vida, o mundo e o homem segundo a Torah. Imago,
S.P., 1989.
Grupo Bror Chail. Pessach: Um Giro pelas Comemorações do Ano Judaico. Wizo, POA, 1984.
Heschel, A.J. La Democracia y Otros Ensayos. Ediciones Seminário Rabínico, Bs.As., 1987.
Kolatch, Alfred J. Livro Judaico dos Porquês. Sefer, S.P., 1996.
Newman, Yacob y Siván, Gabriel. Judaismo de A Z: Léxico Ilustrado de Términos y Conceptos. Dept.
de Educacion y Cultura Religiosa para la Diáspora de la Organización Sionista Mundial, Jerusalém,
1983.
Pinkus, Fritz (Org.). O Shabat: Antologia de Obras sobre o Dia Santificado do Sábado. Fundação Fritz
Pinkus/CIP, S.P., 1961.
Rosenberg, Shalom & Beckerman, Tzvi. Bar Mitvá: Trece Charlas sobre Judaísmo. Universidad
Abierta de Israel, Tel Aviv, 1984.
Área Judaica
Coordenadora: Ilse Edla B. Wofchuk
E-mail: [email protected]
Mantenedora
Presidente
Ruwin Libermann
BIBLIOGRAFIA
Schlessinger, Hugo. Pequeno ABC do Pensamento Judaico: Síntese de Definições de Valores
Religiosos, Morais e Éticos do Judaísmo. Ed. B'nai B'rith, S.P., 1969.
Superintendência
Mônica Timm de Carvalho
Superintendente Geral
Trepp, Leo. Una Historia de la Experiencia Judia: Fe Eterna, Pueblo Eterno. Ediciones Seminário
Rabinico Latinoamericano, BsAs, 1980.
Unterman, Alan. Dicionário Judaico de Lendas e Tradições. Jorge Zahar Editor, R.J., 1992.
Lizete Wolkind
Superintendente Operacional e Judaica
Roseli Jacoby
Superintendente Administrativo-Financeira
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O CALENDÁRIO JUDAICO (heb. Luach)
Tora
Tanach
Dia de Jerusalém
Muro das lamentações
Ano Novo Judaico
Shofar
Dia do Perdão
Cabanas
Cabana
Festa
Inauguração
Sábado- descanso
Copo
Vinho
Vela
Velas
Pão trançado
Benção
Solidéu
Toalha de mesa
Sinagoga
Tora ( Pentateuco)
Bíblia
Iom Yerushalaim
Kotel hamaaravi
Rosh hashaná
Shofar (chifre de carneiro)
Iom Kipur
Sucot
Sucá
Chag
Chanuká
Shabat
Cós
Iain
Ner
Nerot
Chalá
Brachá
Kipá
Mapa
Beit Haknesset
eu
tu ( masc)
tu ( fem)
nos
vocês
aluno
aluna
alunos
alunas
menino
menina
crianças
professor
professora
professores
silêncio
por favor
desculpe
obrigado
meu nome é...
bom dia
boa tarde
shalom, até logo
tudo em ordem
como vais?
aní
atá
at
anachnu
atem
talmid
talmidá
talmidim
talmidot
ieled
ialdá
ieladim (ieladot)
more
mora
morim (morot)
sheket
bevakasha
slicha
toda
hashem sheli....
boker tov
tzohoraim tovim
shalom, leitraot
hacol besseder
Ma nishmá?
Durante um período considerável da história judaica antiga, a marcação do
tempo entre os judeus era feita tendo como modelo os povos com os quais conviviam.
Assim, os judeus conheceram quase todas as formas de marcar o tempo que foram
utilizadas durante a antigüidade. De todas elas, a mais comum era a que se vinculava com
a questão agrícola, uma vez que a economia da sociedade judaica primitiva era,
principalmente, agrícola.
O calendário judaico consiste em 12 meses lunares organizados no contexto de
um ano solar: Nissan, Iar, Sivan, Tamuz, Av, Elul, Tishrei, Marcheshvan, Kislev, Tevet, Shevat
e Adar. A soma dos tempos que sobram faz com que, a cada 19 anos acontece, por 7
vezes, um mês de 11 dias a mais (Adar Bet).
Este calendário coloca os meses ordenados a partir de Tishrei - data do Ano
Novo Judaico, que é uma comemoração de caráter eminentemente religioso (Criação do
Mundo) ou a partir de Nissan, época do Êxodo do Egito, considerada como a data nacional
de formação do povo judeu.
Cada mês inicia com a lua nova e o 1º dia denomina-se Rosh Chodesh. “De lua
nova a lua nova, e de Shabat a Shabat, toda pessoa deve vir adorar ante Mim, diz o Senhor”
(Ieshaiahu 66: 23) Este versículo é uma das várias indicações bíblicas de que, naquele
tempo, a lua nova era uma festa popular. Embora isto tenha perdido sua importância, ela
continua a indicar o início do mês no calendário judaico até hoje. Isto era impreciso e a
imprecisão necessitou ser superada. Era necessário que se criasse um calendário judaico
fixo, para que a vida religiosa judaica ficasse sincronizada em todos os lugares. A partir do
século IV, aproximadamente, os meses passaram a ser marcados por um cálculo
matemático que é usado até hoje. Imprecisão uma vez que ganha-se um dia a cada 216
anos.
Para os atos religiosos, os judeus adotaram a criação do mundo (Rosh Hashaná)
para marcar o início da contagem do calendário, o que - segundo seus cálculos, baseados
no Tanach - começa 3760 anos antes da Era Comum.
Cada dia inicia com o nascer da 1ª estrela e termina com o mesmo
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acontecimento no período seguinte. Outros povos da antigüidade possuíam o mesmo ciclo
diurno. O (Bereshit) Gênesis indica “E foi tarde e manhã, o dia primeiro” (Gen. 1-5). Uma
semana consiste de sete dias enunciados por contagem consecutiva. Com exceção do
Shabat, eles não têm nome e são apenas numerados. Assim, há o 1º dia (Iom Rishon), o 2º
(Iom Sheni) etc.
AS FESTIVIDADES JUDAICAS (CHAGUIM)
No luach judaico encontramos eventos e festividades que se situam em
categorias diferentes de caracterização e importância.
Há festividades de caráter religioso consideradas principais (Iamim Tovim) e as
outras ditas secundárias. Tudo o que é proibido no Shabat é também proibido num Iom Tov,
exceto carregar algo, cozinhar e preparar comida. Nos dias santos secundários permite-se
tudo o que é permitido em qualquer dia útil, especialmente trabalhar.
Os Iamim Tovim são: Sucót, Shemeni Átzeret, Simchat Tora, Pessach (os dois
primeiros e os dois últimos dias), Shavuot, Rosh Hashaná e Iom Kipur. Destas, três são
consideradas as “Grandes Festas” (Shalosh Regalim) ou “Festas de Peregrinação”. O
Deuteronômio ordenava -“Três vezes a cada ano, todo homem aparecerá diante do Senhor
Teu Deus, no lugar que Ele escolher: na festa dos pães sem fermento, na festa das
semanas e na festa dos Tabernáculos”, ou seja, Pessach, Shavuot e Sucót.
Os dez dias intermediários entre Rosh Hashaná e Iom Kipur são chamados
Iamim Noraim (Os Dias Terríveis) e têm um caráter solene, com muitas obrigações, embora
sem grandes proibições.
Os dias festivos secundários são Rosh Chodesh (o primeiro dia do mês judaico)
Chanuka e Purim. Os dias intermediários de Pessach e Sucót também são secundários ou
Chol Hamoed.
Ao longo do tempo, datas nacionais e históricas e de cunho cultural foram
agregadas a este calendário religioso. Assim, temos Tu B'Shvat, Lag Ba Omer, Iom
Ierushalaim, Iom Hazikaron, Iom Haatzmaut e Iom Há Shoa. Algumas, por mesclarem-se
com características ou eventos religiosos têm referência litúrgica. Outras não.
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A FAMÍLIA
pai
mãe
filho
filha
tio
tia
primo
avô
avó
irmão
irmã
bebê
HAMISHAPACHA
aba
ima
ben
bat
dod
doda
bem dod
saba
savta
ach
achot
tinok
A SALA DE AULA
porta
mesa
cadeira
quadro negro
giz
livro
caderno
lápis
caneta
borracha
mochila, pasta
HAKITÁ
delet
shulchan
kisse
lúach
guir
sefer
machberet
iparon
et
machak
ialkut
CORES
azul
branco
verde
vermelho
cinza
amarelo
aranja
lilas
rosa
marrom
preto
TZVAIM
cachol
lavan
iarok
adom
afor
tzahov
katom
sagol
varod
chum
shachor
OUTRAS EXPRESSÕES
Purim
Purim
Pessach
Pessach
Judeus ( hebreus)
Iehudim ( ivrim)
Escravos
Avadi
Egito
Mitzraim
Hagadá
Hagadá
Prato de Pessach
Queará
Dia da Independência
Iom Haatzmaut
Candelabro
Menorá
Bandeira
Deguel
Estrela de David
Maguen David
Shavuot
Festa das Semanas
(Entrega da Tora)
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NÚMEROS
zero
um
dois
três
quatro
cinco
seis
sete
oito
nove
dez
onze
doze
treze
quatorze
quinze
dezesseis
dezessete
dezoito
dezenove
vinte
28
MISPARIM
efes
achat
shtaim
shalosh
arba
chamesh
shesh
sheva
shmone
tesha
esser
achat esre
shteim esre
shlosh esre
arba esre
chamesh esre
shesh esre
shva esre
shmone esre
tsha esre
esrim
DIAS DA SEMANA
dia
domingo
segunda-feira
terça-feira
quarta-feira
quinta-feira
sexta-feira
sábado
CLIMA
chuva
sol
nuvens
nublado
estrelas
lua
vento
calor
frio
IEMEI HASHAVUA
iom
iom rishon
iom sheni
iom shlishi
iom revii
iom chamishi
iom shishi
iom shabat
MEZEG HAAVIR
gueshem
shemesh
ananim
meunan
cochavim
iareach
ruach
cham
kar
SHABAT
VOCABULÁRIO BÁSICO
Recordarás o Dia do Shabat para
santificá-lo (Êxodo 20:8)
Observarás o Dia de Shabat para
santificá-lo (Deuteronômio 5:12)
O Shabat é uma criação
semítica que nasceu da observação da
natureza, pressupondo a divisão do ciclo
lunar em suas quatro fases.
O Shabat judaico vai do
anoitecer da sexta-feira ao sábado à
noite, por que o dia judaico respeita o
preceito da Tora (Gen. 1:5) ..."E foi a
tarde e a manhã o dia primeiro.” É o dia
que Deus abençoou, ao descansar do
trabalho da Criação que ele realizou em
seis dias. Isto significa que nos é exigido
fazer algo especial no Shabat, a fim de
honrá-lo, e que não podemos trabalhar
neste dia. A proibição de trabalhar é
suspensa, no entanto, quando está
envolvido risco de vida ou assistência
aos enfermos, emergências nacionais e
serviço militar.
O Shabat também é um dia
de celebração e encarado como uma
rainha ou como uma noiva que vem
chegando. A liturgia dá boas vindas à
rainha/noiva e quando o chefe da
família volta do serviço religioso na
sinagoga, é “acompanhado por dois
anjos, que vêm inspecionar se foram
feitos os preparativos para o Shabat.”
A ele, os judeus outorgaram
um duplo significado espiritual, como
denotam as palavras iniciais dos
versículos; observar e recordar.
“Observarás o dia do Shabat para o
santificar” (Ex 20: 8-11). “Guardarás o
dia do Shabat ... recorda-te que escravo
foste na Terra do Egito” (Deut 5:12-15).
É um dia em que se observa o descanso
universal (pois que Deus cessou toda a
Criação, Gen 2:2) e que converte em
realidade o princípio da igualdade entre
amo e escravo, empregador e
empregado, senhor e servo, por um
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lado. Só um povo que conheceu a
servidão é capaz de apreciar toda a
importância do dia do repouso.
Também recorda a Criação Divina e
coloca o homem como seu
administrador, destinando-se a um
descanso semanal do corpo e
oportunizando
revivescência do
espírito através do estudo e da oração.
Assim, o Shabat liberta a mente dos
problemas semanais e permite que o
homem raciocine ampla e livremente.
alma extra. A importância do Shabat é
demonstrada na sua inclusão como o
quarto dos Dez Mandamentos, como a
única de todas as festividades judaicas
que ocupa este espaço e também pelo
fato de que, no calendário semanal
judaico-cristão, os dias se contam a
partir do Shabat. Daí que se deduz que
o Shabat não é apenas um símbolo, ou
uma data festiva; o Shabat é um
conceito, por sua vez permeado de
conceitos.
Por ser não apenas um dia de
alegrias, mas o mais importante de
todos os dias festivos entre os judeus,
no Shabat não há tristeza, nem luto.
Assim, em seu contexto não se
realizam enterros, por exemplo. Ler,
comer, beber, orar, visitar amigos,
brincar com as crianças são as
atividades principais do Shabat.
Costumes: Acende-se as velas na casa e
faz-se um jantar festivo. O serviço
religioso na sinagoga tem uma liturgia
especial e acontece ao entardecer, na
véspera e na manhã e no entardecer do
dia de Shabat, quando ele então
termina. O fim do Shabat é marcado
pela cerimônia da Havdala, (na sinagoga
e/ou no lar) que simboliza a separação
entre o dia sagrado e os demais dias da
semana, ou seja, entre o sagrado e o
profano.
Para os místicos, enquanto
dura o Shabat os judeus recebem uma
6
Mishná: (heb.) Repetição. Código de leis civis e religiosas baseadas na interpretação da Tora,
abrangendo um período de quase 400 anos, compilado em mais ou menos 200 da E.C., por Rabi
Iehuda, Ha Nassi. Constituí a base legal do Talmud, sua 1ª parte. Se organiza através das sentenças
proferidas por uma longa linhagem de analistas e juizes.
Neila: (heb. fechamento) Simboliza o fechamento das portas do céu e encerra as orações de Iom
Kipur.
Rosh Chodesh: (heb. Cabeça do mês) 1º dia do mês/ Lua Nova.
Shabat: (heb.) Sétimo dia da semana na cronologia semanal judaica.
Shabes goy: (iídiche. Gentio de Shabat) Pessoa não judia contratada por família ortodoxa para
executar algumas atividades proibidas aos judeus durante o Shabat.
Shofar: (heb. trompa) Trombeta feita, ritualmente, de chifre de carneiro que se toca sobretudo no
Rosh Hashaná (Ano Novo) e no Iom Kipur (Dia do Perdão). Repete o toque de convocação e/ou aviso
que era feito na antigüidade para indicar eventos importantes e tem vários significados litúrgicos.
Sinédrio: (heb. Sanedrim) Supremo Conselho Judaico, que decidia em matéria legal e ritual. Origem
provável no período dos Hasmoneus (séc. II a.E.C.) durando até 66 d.E.C, quando foi devastado por
Herodes. Era presidido pelo Sumo Sacerdote e composto por 70 membros. Há um Tratado inteiro do
Talmud que se dedica a ele.
Talmud: estudo. contém os trabalhos mentais,opiniões e ensinamentos dos antigos sábios judeus,
acerca das leis religiosas e civis do Tanach, especialmente da Tora. Tais textos cobrem um período de
oito séculos (de 300 a.E.C. a 500 d.E.C.) e está organizado na forma de Halachá (Lei) e Hagadá
(narração). A Halachá reúne os estatutos legais perpetuados pelo direito dos costumes e a Hagadá
ensina por meios de lendas, alegorias e fábulas. O Talmude refere-se a soma da Mishná (texto legal) e
da Guemará (comentário).
Tanach: Bíblia ou antigo Testamento. Do hebraico, é uma sigla que se refere a Tora (Pentateuco), aos
Nevíim (Profetas) e aos Ketuvim (Hagiógrafos). Obra de muitos autores, as partes mais antigas datam
de 1200 a.E.C. e as mais recentes de 100 da E.C.
Tora: (ou Chumash. heb. ensinamento). O Pentateuco ou os Cinco Livros de Moisés que fazem parte
da Bíblia Judaica (Tanach). Em sentido amplo, pode referir-se a toda a tradição judaica. Reza a
tradição que foi entregue por Deus à Moisés no Monte Sinai. Cada pedaço é lido 3ªs, 5ªs e sábados na
sinagoga, durante um ano, de Simchat Tora à Simchat Tora.
Tscholent: (iídiche, do fr. “chaud”) quente, morno/comida especial de shabat, chamada adafina ou
jaquetia em ladino e chamim em hebraico ou judeu-árabe.
Zemirot: Hinos e cânticos religiosos, em hebraico e aramaico, que se entoam durante e depois de
ceias festivas, especialmente no shabat.
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Bet Din: (heb.) Tribunal Rabínico.
Beit Hamikdash: (heb.) Casa do Santuário. Templo de Jerusalém onde se realizava o culto do
sacrifício.
Brachá/ Brachot: (heb.) Benção/bênçãos.
Brit Milá: Circuncisão ritual que simboliza a aliança de Deus com Abrahão.
Chalá: pão de Shabat, em lembrança ao maná recolhido no deserto às vésperas do descanso.
Gola/galut: (heb.) diáspora.
Hagadah: história
Havdalá: (heb.) Separação. Distinção entre o Sacro e o Profano. Cerimônia que marca o fim do
Shabat.
Izkor: (heb. lembra) preces especiais em memória de parentes falecidos. Seu nome deriva da idéia de
abertura ..."lembra, ó Deus, a alma de...” É costume que aqueles que têm pais ainda vivos deixem a
sinagoga na hora do Izkor.
Kapara/Kaparot: (heb. expiação) A reconciliação do homem com Deus era, em tempos antigos, feita
através do sacrifício, especialmente no Iom Kipur. Com o fim do Templo e dos sacrifícios o poder
expiatório do Iom Kipur permanece e é realizado através do arrependimento, da oração, da
hospitalidade e das boas ações. O exílio também é visto como uma forma de expiação. Na Idade
Média foi instituído o rito de circundar a cabeça dos presentes com galinhas que após eram
sacrificadas. Seu sangue era aceito, simbolicamente, como expiação pelos pecados cometidos, mas
com oposição de rabinos importantes que viam este ritual como superstição pagã.
Kasher: (heb.) ritualmente purificado para uso ou ingestão.
Kidush: (heb. Santificação). Consagração do dia de Shabat, pronunciada na véspera do Shabat, sobre
o cálice de vinho, manifestando a gratidão de Israel por Deus ter lhe concedido este dia sagrado,
fazendo uma analogia entre a importância da lembrança da Criação e da saída do Egito.
Kitel: (iídiche. roupa branca) Túnica comprida em forma de sudário.
Machzor: (heb. ciclo ou período) livro de orações específico de cada festa, sendo o mais conhecido o
de Rosh Hashaná e Iom Kipur.
Mashiac: (heb.) Messias.
Meguilat: rolo manuscrito da Tora. Refere-se, principalmente ao rolo de Ruth e ao livro de Esther.
Midrash: Compilação de interpretações da Bíblia. contém a literatura rabínica do período talmúdico.
Mikvá: (heb. coleta de água). Piscina específica para banho ritual de purificação ou o próprio. A água
deve ser de fonte natural ou de rio. Há também prescrições referentes a quantidade de água, ao
tamanho da mikvá a quem realizará o ritual e , como e quando o ritual deve ser realizado.
26
ROSH HASHANÁ
IOM KIPUR
GLOSSÁRIO
Rosh Hashaná (heb. Cabeça
do Ano/Dia do Julgamento) acontece
nos dois primeiros dias do mês de Tishrei
e Iom Kipur (heb. Dia da Expiação/Dia
do Perdão), 10 dias depois. Segundo a
tradição, 10 de Tishrei é o dia em que
Moisés desceu do Monte Sinai com as
Tábuas da Lei pela segunda vez. Essas
festas e os dez dias entre elas são
conhecidas pelo nome de Aseret Iemei
Teshuvá (Os dez dias de penitência ou
arrependimento ou mudança) ou Iamim
Noraim (Os dias terríveis, ou temíveis) e
constituem um só conjunto conceitual.
Segundo a tradição, no 1º dia
do mês de Tishrei comemora-se a
criação do homem e no mesmo dia os
filhos de Israel serão redimidos pela
vinda da Era Messiânica. A ordem da
celebração está em Levítico 23:24 “Fala
aos filhos de Israel, dizendo: no mês
sétimo, ao primeiro do mês, tereis
descanso solene, memorial com toque
de trombetas, santa convocação”.
Nesse dia o homem judeu se
apresenta perante Deus para ser julgado
por seus atos e intenções. O conceito de
justiça envolve o de penitência, para a
qual somos convocados pelo toque do
shofar (Números 29:1). A penitência dá,
ao homem, a possibilidade de apagar o
passado, recomeçar e ser “inscrito no
livro dos justos, ou no livro da vida”. Por
isto os judeus costumam saudar-se com
os dizeres “que sejas inscrito no livro da
vida”.
Um aspecto extremamente
interessante é que Deus julga e perdoa
os atos genéricos ou aqueles que
envolvem votos em relação a própria
divindade. Os atos humanos que ferem
outro ser humano, só podem ser
perdoados por este outro, numa
reafirmação do livre arbítrio e da
responsabilidade que um tem sobre e
para com o outro. Nesta história Deus
não se mete.
7
TISHA BE AV
Há três sons básicos no sopro
do shofar: tekia, uma nota longa e
uniforme; shevarim, três notas
interrompidas seguidas; e teruá, uma
série de notas curtas e agudas. São cem
os toques do shofar na sinagoga na
liturgia de Rosh Hashaná. Em algumas
comunidades toca-se brevemente o
shofar em todas as manhãs do mês de
Elul até Rosh Hashaná, para anunciar
um período de arrependimento e
penitência e no fim do jejum de Iom
Kipur.
Rosh Hashaná recebe, também, os
seguintes nomes: Iom Teruá - dia do
toque do shofar; Iom Hazikaron - dia da
Recordação; Iom Ha Din - dia do
julgamento.
Costumes: os alimentos especiais são
escolhidos por causa de seu simbolismo
positivo, e são arautos de boa sorte no
ano que se inicia, como o mel para um
ano doce. Come-se cabeça de peixe
8
“para ser a cabeça e não a cauda
durante o ano”. Na tarde do primeiro
dia de Rosh Hashaná, numa cerimônia
chamada Tashlich, num rio, jogam-se
fora os pecados. As orações estão
registradas num livro específico, que
também é usado em Iom Kipur e que se
chama Machzor. Manda-se cartões com
votos de um bom ano.
Iom Kipur é o dia mais
sagrado para a religião judaica e, mais
que qualquer outra festividade, segue
sendo observado pelos judeus do
mundo inteiro. É considerado o Shabat
dos Shabatot e sua origem está indicada
no Levítico 25:30. “Porque neste dia se
fará expiação por vós para purificar-vos;
e sereis purificados de todos os vossos
pecados perante o Senhor.” Nele,
realiza-se um jejum de 24 horas. Na
sinagoga, a liturgia do Iom Kipur
começa pelo Kol Nidrei. Rezada três
vezes, a oração constitui-se numa
Nesta festa é costume comer
produtos derivados de queijo e leite.
Várias são as explicações para isto. Uma
refere-se ao Cântico dos Cânticos (4:11)
“tens leite e mel sobre a língua”,
fazendo uma associação com o prazer
que se alcança com as palavras da Tora.
Outra explicação diz que após a entrega
da Tora, os hebreus, ao voltarem para
suas casas, não tiveram tempo de
preparar uma refeição de carne, de
forma a abater o animal dentro do ritual
a fim de torná-lo kasher (puro). Em vez
disso, prepararam uma refeição láctea, o
que se faz mais rapidamente.
O dia 9 de Av lembra a destruição dos
dois Templos, que coincidentemente
aconteceu na mesma data. Em 586
a.E.C. aconteceu a destruição do
Primeiro Beit Ha Mikdash pelos
babilônios e em 70 da nossa era a
destruição do 2º por Tito, em nome do
imperador romano Vespasiano. Outros
acontecimentos históricos trágicos
ocorreram nesta mesma data, como: a
queda da fortaleza de Betar e a morte
de Bar Kochba em 135 d.E.C., a
destruição de Ierushalaim em 136 d.E.C.
e o Édito de expulsão dos Judeus da
Espanha em 1492.
Por tudo isto, este é um dia de
luto lembrado especialmente pelos
judeus mais ortodoxos através do jejum.
25
SHAVUOT
Shavuot é a Festa das
Semanas e sua comemoração está
indicada por vários versículos da Tora.
Mais uma vez, há uma unificação de
caráter religioso, histórico-nacional e
agrícola num mesmo evento.
Esta é mais uma das três
Festas de Peregrinação ao Beit
Hamikdash, por que coincide com as
Primícias. Aliás, Festa das Primícias é
um dos vários nomes pelos quais ela é
conhecida (Chag Habikurim).
No mundo cristão ela é
referida como Pentecostes, palavra
grega que significa 50, indicando os 50
dias, ou 7 semanas, entre a festa de
Pessach medida (Ômer) para a cevada e a colheita dos novos frutos e sua
oferenda ao Templo.
Outra denominação que ela
possui é Chag Hakatzir, literalmente,
24
Festa da Colheita. A oferenda do trigo
era feita assando dois pães e
entregando-os ao Templo. Mas embora
ela seja, originalmente, a festa da
colheita do trigo, ela comemora
principalmente o momento em que o
Decálogo foi revelado a Moshe no
Monte Sinai e entregue aos hebreus. Dai
o nome Chag Matan Tora, ou Festa do
Recebimento da Tora.
Lê-se os dez Mandamentos na
sinagoga. Ela é decorada com flores e
simula-se uma peregrinação ao Templo
com a entrega de bikurim (primícias).
Há um costume muito difundido de se
ficar acordado na noite de Shavuot
estudando a Tora (tikun leil Shavuot).
A Meguilat Rute é lida na
sinagoga, pois a história acontece no
tempo da colheita. Ela conta como Rute
aceitou livremente o judaísmo e se
converteu, exatamente como os judeus
e Rute, que morreu em Shavuot.
declaração de anulação de todos os
votos e promessas anteriores que não
puderam ser cumpridas, feitas entre o
indivíduo e Deus. Isto acaba por se
constituir numa abertura de retorno
para quem, durante o ano, manteve-se
alheio ao Judaísmo.
De acordo com a tradição, o texto foi
utilizado para redimir os marranos que
ficavam obrigados ao ritual cristão.
Muitos se reuniam em segredo para a
cerimônia de Kol Nidrei.
O jejum tem por objetivo
fazer com que o homem sinta o
sofrimento dos pobres e famintos de
todos os dias do ano e, assim, chegue ao
ápice da penitência. Não se constituiu
numa mortificação e não pretende o
alheamento da realidade, nem a sua
mudança. A idéia é somar uma nova
significação a esta mesma realidade.
Costumes: Entre os muito religiosos, o
Iom Kipur é precedido por rituais de
penitência. Além do jejum, durante o dia
os judeus são proibidos de calçar
sapatos de couro, de manter relações
sexuais e de se lavar. Passa-se todo o dia
em orações, rezando Izkor pelos
parentes falecidos, confessando os
pecados, pedindo o perdão divino,
ouvindo a leitura da Tora, do Livro de
Jonas e das prédicas. É parte
importante da liturgia o conjunto de
confissões que é feito no plural, por que
toda a comunidade pede perdão, e antes
disto, o chazan ajoelha-se em nome de
toda a congregação. O dia encerra com
o serviço de Neila, com as Shemot
(profissão de fé judaica) e com um
toque do shofar.
9
Os judeus constroem cabanas
temporárias, de tetos feitos de plantas,
deixando ver o céu e passar a chuva e
para elas transferem sua moradia
durante sete dias, lá comendo,
estudando e fazendo as tarefas diárias.
Tanto a sucá em sí, como a
festa possui uma simbologia
interessante. Lembra a igualdade que
deve haver entre as pessoas, fazendo os
ricos habitarem com os mais pobres.
Filon de Alexandria a via como um
instrumento educativo de nivelamento
democrático porque ensinava “a
igualdade - primeiro princípio e o início
da justiça”.
10
IOM IERUSHALAIM
SUCÓT
SIMCHAT TORA
SHEMENI ÁTZERET
Sucót (heb. tabernáculos/cabanas) tem
por propósito lembrar aos judeus as
cabanas que seus antepassados
habitaram quando estavam no deserto
durante o Êxodo (Lev. 23:43) e inicia
quatro dias depois de Iom Kipur.
Originalmente, era um festival
de colheita muito antigo, ligado a
práticas místicas e mágicas. Na época
do Templo, transformou-se numa das
três grandes festas de peregrinação,
coincidindo com o final da colheita
anual. Quatro espécies (heb. arbaa
minim) representam o mundo agrícola e
são sacudidas juntas, em cada dia da
festa (exceto no shabat) , em preces
especiais. São elas: o ramo da palmeira
(lulav), a fruta cítrica (etrog), o salgueiro
(arava) e a mirta (hadas) e estão
associadas às orações pela chuva nos
últimos dias da festa. Também são
conduzidas em cortejo à volta da
sinagoga a cada dia e sete vezes no
último dia.
Acredita-se que as espécies
representem diferentes tipos de judeus
que constituem uma comunidade. A
palmeira dá o fruto, mas não tem cheiro
Quando os judeus instituíram
o Estado de Israel, a Ierushalaim
histórica - a chamada Cidade Velha ficou sob jurisdição jordaniana. A cidade
toda ficou dividida em duas.
Em 15 de junho de 1967 (28
de Iar de 5727), na Guerra dos Seis Dias
a Cidade Velha foi reconquistada e
Ierushalaim foi reunificada, evento que é
comemorado nesta festa.
Desde 70 d.E.C. - em 9 de Av quando Tito dominou e destruiu a
cidade e o Templo, dando início a 2ª
diáspora judaica, os judeus pretenderam
um retorno a Ierushalaim. Ela é
considerada a capital eterna do povo
judeu e este status está muito bem
caracterizado em toda a literatura
religiosa e laica do período bíblico e do
período posterior, até os dias de hoje.
Os judeus construíram todo a
planta física do sistema político do novo
país na parte ocidental da cidade. Ali se
estabeleceu: a Knesset (o Parlamento), a
Universidade Hebraica e os Ministérios e
em 1950 a elevaram a capital do Estado.
23
SEFIRAT HA OMER
- LAG BA OMER
O período de 50 dias após
Pessach é conhecido como Sefirat Ha
Omer, uma antiga medida agrária
utilizada na colheita da cevada que era
realizada no 2º dia de Pessach. Neste
dia, no Beit Ha Mikdash era feita uma
cerimônia especial na qual se oferecia
um Omer das primeiras espigas de
cevada.
Entre este dia, e o do
recebimento da Tora (Shavuot) conta-se
sete semanas. Em tempos antigos, este
era um período alegre e festivo.
Acontecimentos histór icos o
transformaram numa época de semiluto. Tais acontecimentos são epidemias
que se abateram sobres os discípulos de
Rabi Akiva, as matanças e perseguições
aos judeus durante as Cruzadas, a dupla
queda do Templo de Jerusalém e outros
eventos. Por este motivo não se
celebram casamentos e outras festas
nesta época. No entanto, no 33º dia
desta contagem - Lag Ba Omer - o luto
22
é interrompido. Esta é uma festa
nacional que comemora a revolta de Bar
Kochba e seus homens sobre os
soldados romanos em 132 d.E.C. Este
grupo tinha a liderança espiritual de
Rabi Akiva. Os homens reuniam-se em
grutas do deserto para estudar a Tora e,
ao mesmo tempo, lutavam contra os
romanos numa guerrilha incansável. Em
função da superioridade numérica e
técnica dos romanos esta revolta estava
fadada ao fracasso. A tradição refere
que Rabi Shimon Bar Iochai, místico do
século II solicitou a seus discípulos que a
data fosse guardada com festejos e não
com tristeza. Também evoca o fato de
que, neste mesmo dia - 33º da
contagem do Omer, a epidemia que se
abatera sobre os discípulos de Rabi
Akiva cessou milagrosamente.
Costumes: Faz-se excursões campestres
nas quais se simula a vida dos homens
de Bar Kochba e Akiva, construindo
fogueiras, brincando de arco e flecha e
estudando a Tora.
agradável e representa o judeu que
estuda a Tora mas não cumpre os
mandamentos. A mirta tem cheiro
agradável, mas não dá fruto; o salgueiro
não tem fruto nem cheiro, e o etrog tem
os dois. Assim como todas as quatro
devem ser mantidas juntas, assim deve a
comunidade se unir, pois a força
espiritual pode ajudar aqueles que têm
espírito fraco.
No fim de Sucót há uma festa
especial denominada Shemeni Átzeret
(heb. convocação do 8º dia). Embora
seja um festival independente é
agregado a Sucót como sendo seu
oitavo dia, numa celebração contínua. O
que est a fest a represent ava
originalmente não é muito claro, exceto
quanto a sua vinculação agrícola. Isto
está indicado por um rito especial de
orações que é realizado na sinagoga
neste dia (Gueshem); uma súplica pela
estação de chuvas.
No dia seguinte a Shemeni
Átzeret, celebra-se Simchat Tora (Dia da
alegria da Tora) na Diáspora. Em Israel
as duas comemorações ocorrem no
mesmo dia. Esta festa teve sua origem
em torno dos séculos IX ou X a.E.C. na
Babilônia e assinala a conclusão da
leitura anual e ininterrupta da Tora na
sinagoga. Tradicionalmente, Simchat
Tora é festejada com procissões e
danças com a Tora no interior da
sinagoga. Lê-se, então, a última
passagem e a primeira passagem do
recomeço. Os que têm esta honra
chamam-se “noivos da Tora”. Esta festa
não é mencionada em nenhum tratado
judaico e dela só se tem notícia durante
o cativeiro da Babilônia.
11
IOM HAZIKARON
IOM HAATZMAUT
CHANUKA
Do hebraico dedicação ou
inauguração. Festa das Luzes, do
período pós-bíblico que comemora,
durante oito dias, a retomada do Reino
judeu pelos Hashmonaim (165 a.E.C.)
aos gregos selêucidas, bem com a
reinauguração do Beit Hamikdash
(Templo de Jerusalém). Os selêucidas,
liderados por Antíoco IV, Epifânio
(Epifânio significa o Deus erguido)
haviam imposto a helenização da Judéia
e profanado o Templo sagrado.
Conta a tradição que, após a
vitória, os Macabim limparam o Templo
retirando os vestígios do culto a Zeus e
ao proceder a sua reinauguração só
encontraram azeite de oliva, ritualmente
purificado e selado pelo sumo sacerdote,
em quantidade suficiente para arder um
dia. O milagre divino ocorreu e o azeite
durou oito dias, dando tempo aos
Macabim que produzissem mais óleo
purificado.
12
Em comemoração a este
milagre acende-se uma chanukia - um
candelabro de oito braços, guardado por
um nono. A nona vela, com a qual se
acende todas as outras, é o shamash, ou
guardião. As velas são acesas durante os
oito dias, numa série crescente: uma no
1º dia, duas no 2º, e assim
sucessivamente. As luzes são colocadas
em aberturas como portas ou janelas,
com o objetivo de “divulgar o milagre”.
O acendimento das velas é
acompanhado de brachot (no 1º dia
três), abençoando as luzes de Chanuka,
o fato do milagre ter acontecido naquela
época e o fato de estarmos todos
podendo viver o momento feliz em
conjunto.
No dia 14 de maio de 1948 - 5 de Iar de
1708 - foi declarada a Independência do
Estado de Israel, tendo por 1º Ministro
David Ben Gurion e por 1º Presidente
Chaim Weizman.
Este é um dia festivo em
Israel, por ser a independência do país,
mas também é um dia festivo para os
judeus da gola, uma vez que Israel é a
Pátria Judaica.
Quando neste dia terminou o
Mandato Britânico da Palestina, e os
ingleses “fizeram as malas”, os judeus
não tinham que se preocupar com o
início da construção de uma Pátria
Judaica. Eles tinham que dar
continuidade a esta construção. Ela
vinha sendo desenvolvida desde a
chegada das primeiras aliot (migrações)
de chalutzim (pioneiros) a partir de
1882, e desde os primeiros passos do
Sionismo Político em 1887, com
Theodor Herzl.
O dia anterior é chamado de
Iom Hazikaron - Dia da Recordação. É
um dia de luto em lembrança a todos os
mortos que caíram nas Guerras que
antecederam o estabelecimento do
Estado e que, após, garantiram sua
manutenção e existência, bem como aos
que caíram em função dos sistemáticos
atentados terroristas.
Há uma associação mística
entre o milagre das luzes de Chanuka e
o milagre do fato do pequeno exército
dos Macabim ter vencido o poderoso
A continuidade dest a
construção também teve de ser
garantida. Muitas guerras forjaram o
caminho desta garantia.
21
IOM HÁ SHOA
VE HAGVURÁ
Dia da Recordação do
Holocausto e da Bravura. Esta é uma
data do calendário judaico que não tem
um caráter festivo e foi incorporada a
ele muito recentemente. É um dia de
luto pela morte dos 6 milhões de judeus
sob o jugo nazista na Europa, entre
1933 e 1945 e, simultaneamente, um
dia de honrar aqueles que, com bravura,
de muitas maneiras não se permitiram
subjugar por este nazismo.
É móvel no calendário
judaico, mas tem por referência o dia 19
de abril de 1943, data do Levante do
Gueto de Varsóvia, liderado por
Mordechai Anilevitch. Desde 1942 os
judeus de Varsóvia resistiam aos
nazistas de maneira organizada,
tentando evitar a destruição do Gueto e
a remoção total dos judeus. Esta
resistência era, no entanto, muito
restrita. Na noite de 19 de abril - 1º
20
Seder de Pessach - a rebelião estourou
de maneira ampla.
Apesar da destruição do
gueto ao final do processo, o exemplo
dos combatentes é reverenciado pelos
judeus em todo o mundo. Por estes
episódios esta data também é
conhecida como Iom Ha Gueto.
As comunidades se reúnem,
em geral, em cerimônias públicas de
reverência aos mortos e aos heróis. Um
dos objetivos é manter acesa a memória
da Shoa, sempre na proposição de que
processos desta natureza nunca mais
aconteçam.
exército selêucida. Os judeus se
revoltaram, primeiro não obedecendo
ao rei e, depois, desenvolvendo ações de
guerrilha, seguindo os Macabim (família
líder dos Hashmonaim) - liderados pelo
Sacerdote Matatihau e por seu filho
Iehuda, HaMacabi (O Martelo).
Há também uma associação entre estas
luzes e a vinda do Mashiach.
Embora do ponto de vista
religioso Chanuka tenha uma
significação menor, do ponto de vista
histórico é emblemática. Isto reside no
fato de que, historicamente, os eventos
que a festa comemora marcaram a
independência nacional dos judeus na
Terra de Israel sob o reinado dos
Hashmonaim, bem como a adoção de
leis e valores éticos da Tora como forma
de vida. Esta história é narrada no livro
dos Macabim I e II (apócrifos).
Costumes: Costuma-se comer bolinhos
fritos em azeite e dar dinheiro as
crianças (iídiche: Chanuka guelt) muitas vezes de chocolate - , para que
apostem num pião de quatro faces,
chamado dreidel ou sevivon. Em cada
face deste pião há uma letra do alfabeto
hebraico (nun, guimel, het e shin) que dá
início as palavras da frase Nes Gadol
Haia Sham e que significa “Um Milagre
Aconteceu Lá”.
A música tradicional de
Chanuka é o Maoz Tsur (heb. fortaleza
de rocha). É um hino letrado no século
XIII e com melodia medieval. O hino
conta que Deus redime o Povo de Israel
do sofrimento e da perseguição em
cada época, desde os tempos do Egito
até Chanuka.
13
TU BISHVAT
O mês de Shevat em Israel
corresponde ao início da primavera. É a
época das floradas. Esta festa,
comemorada no dia 15 do mês, não tem
nenhuma justificativa histórica ou
religiosa. Ela apenas evidencia o nexo
entre o povo judeu e a natureza
É importante perceber o
simbolismo das árvores e seus frutos
para o gênero humano. A natureza
sempre foi usada como metáfora do
gênero humano pelos profetas e pelos
sábios posteriores. Mas, originalmente, a
festa está ligada ao dízimo anual pago
pelas primícias.
É costume comer diversos
tipos de frutos, principalmente espécies
da Terra de Israel, como tâmaras, uva,
figos, romã, maça etc. Também plantase árvores nesta época.
14
O sentido educativo desta
data é dos mais importantes, pois as
lições dela extraídas pelos sábios
indicam o caminho da ecologia e
pregam que produzir bons frutos deve
fazer com que deles se originem novos
bons frutos e assim sucessivamente por
toda a eternidade.
presente. Esta brincadeira tem por
função manter as crianças acordadas
até o final do Seder. Este pedaço de
matzá é chamado afikoman, palavra
que vem do grego e significa
sobremesa. Depois de ser encontrado,
ele é comido e é a última coisa que se
ingere no Seder, daí seu nome. Ele
simboliza o cordeiro pascal que, depois
de sacrificado era ingerido nos tempos
antigos. Pela importância da matzá, esta
festa também é denominada Chag
Hamatzot (festa do pão ázimo). Em
função da proibição de utilizar alimentos
com levedo, um dia antes da festa a
casa deve ser limpa de todo o fermento.
resposta a todas elas, dada pelo
oficiante, é a mesma: “...Por que
escravos fomos do Faraó do Egito...”
(Avadim Hainu).
Outro significado do Êxodo
do Egito é a aceitação do monoteísmo
com o ideal básico de povo que se
libertou da escravidão. Esta idéia adquire
sua expressão no 1º dos Dez
Mandamentos: “Eu Sou o Senhor Teu
Deus, que te tirei da escravidão da terra
do Egito”.
Pais e filhos participam da
cerimônia do Seder. O filho mais moço
faz as 4 perguntas que iniciam
“...Porque esta noite é diferente de todas
as outras noites?...” (Ma Nishtaná). E a
19
PURIM
ordem ritual e simbólica muito rígida,
mas, ao mesmo tempo, muito didática.
Na mesa, vestida de branco,
há um prato com símbolos chamado
keará. Nele estão: o maror, raiz amarga
que lembra o amargor da escravidão; o
charosset, mistura de vinho, nozes,
maça e mel que por sua cor lembra a
argamassa com a qual os escravos
judeus trabalhavam no Egito; o zroa,
pedaço de osso que lembra o carneiro
que foi sacrificado para marcar os
umbrais das portas dos judeus na 10ª
praga (ou o sacrifício pascal); mistura de
água e sal na qual se molha uma
verdura - karpás, lembrando as lágrimas
que os judeus vertiam pela escravidão e
o beitsá, ovo que indica que as coisas
não têm início e nem fim e estão
sempre recomeçando.
Na mesa também há vinho e
há um copo separado para Eliahu
18
Hanavi (O Profeta Elias) e durante a
cerimônia abre-se a porta para que o
profeta venha e sirva-se deste vinho.
Também é costume que as pessoas
sentem-se a mesa reclinados, ou de
maneira mais confortável do que nos
dias comuns, por que era de forma
reclinada que os homens livres comiam
nos tempos antigos.
Conta a Tora que, ao sair do
Egito, os judeus não tiveram tempo de
esperar para que o pão que fizeram
fermentasse. Assim, durante os sete dias
de Pessach os judeus não comem
alimentos com fermento (chametz) e
ingerem pão ázimo; a matzá. Na mesa
do Seder três matzot são dispostas,
representando as três castas do povo
judeu: Cohen, Levi e Israel. Depois da
brachá da matzá, a do meio é quebrada
e escondida pelo oficiante. Ao final da
cerimônia as crianças devem procurá-la
e aquela que a encontrar ganhará um
A palavra Purim vem do
persa e significa “Lançar a Sorte”. Esta
festa comemora a história que está
contada na Meguilat Ester, relatando os
episódios ocorridos com os judeus
persas em torno do século V a.E.C.,
durante o reinado do Rei Achashverosh
e seu primeiro ministro Haman.
Conta a Meguilat que Haman
tomou-se de ódio pelo povo judeu que
habitava seu país, ódio este concentrado
na personagem de Mordechai, um
judeu que se recusava a ajoelhar-se
perante o 1º ministro. Haman tramou a
destruição dos judeus junto ao rei e
“Lançou sua Sorte” para ver que dia
seria o mais indicado para essa
destr uição. Os judeus foram
denunciados como os que não
aceitavam a lei da Pérsia, os que não
viam o rei e seus ministros como
autoridades divinas e por terem leis e
preceitos próprios.
Por esta época, o rei - depois
de ter se separado da rainha Vashti desposou Esther, sem saber que ela era
judia e sobrinha de Mordechai. Haman
também tramava a morte do rei e o
próprio Mordechai - judeu a quem
Haman mais odiava - teve oportunidade
de salvar a vida do rei. Ester, contando
isto a Achashverosh, pediu pela vida de
seu tio e pela de todos os judeus da
Pérsia.
Embora haja teorias que
tentem comprovar a historicidade destes
eventos, nenhuma é considerada
completamente verídica. Há relações
estabelecidas com os reis Xerxes I e
Artaxerxes II, há referências ao fato de
que a história é fictícia e há conclusões
de estudiosos de religião comparada
15
PESSACH
que deduzem que a história é uma
“racionalização” com o objetivo de
justificar a adoção, pelos judeus de um
carnaval pagão, numa ligação com o
ano novo babilônico, no qual o Deus
Marduk jogava a sorte (pur) dos
homens.
Costumes:. A celebração inicia na
véspera, com um jejum (Taanit
Ester/Jejum de Ester) em lembrança ao
fato de que todos os judeus, inclusive a
rainha jejuaram naquele dia, invocando
a misericórdia divina. Nas sinagogas, é
realizada a leitura da Meguilat Ester.
Há quatro obrigações na festa: ouvir a
Meguilat, fazer caridade aos pobres,
fazer uma festa e trocar presentes com
vizinhos e amigos (Mishloach Manot).
Estas obrigações acrescentam um
caráter religioso ritual a uma
16
comemoração que é originalmente
carnavalesca.
É costume usar fantasias,
declamar, fazer representações, comer
um doce que chama-se orelha de
Haman. Quando se conta a história de
Purim, ou durante a leitura da Meguilat,
ao pronunciar-se o nome de Haman as
pessoas fazem muito barulho (com
gritos, reco-reco - graguer - e batidas
com os pés e mãos). É como se
estivessem afastando um mau espírito.
A palavra Pessach significa
passagem e esta festa, misto de
comemoração religiosa e históriconacional, tem por referência o Êxodo
judaico do Egito.
A festa de Pessach também é
uma das três Grandes Festas de
Peregrinação ao Beit Hamikdash, numa
referência ao caráter agrícola que ela
tinha. Nos tempos antigos, os judeus assim como outros povos - rendiam
graças a entrada da primavera, fazendo
oferendas em seus templos, pedindo a
Deus boas colheitas. Antes da existência
do Templo, e mesmo antes do período
mosaico, os judeus já realizavam o
sacrifício de um cordeiro - pascal rendendo graças a entrada da
primavera, assim como outros grupos
de pastores semi-nômades o faziam. A
data concentra as duas práticas.
A palavra Pessach (passagem)
tem relação com a passagem do “Anjo
da Morte” sobre as casas dos hebreus,
marcadas com sangue de carneiro em
seus umbrais, quando da 10ª praga - a
morte dos primogênitos egípcios. No
entanto, várias são as passagens
simbólicas na histór ia e na
comemoração propriamente dita: a
passagem da Terra do Egito para a de
Canaã, da escravidão para a liberdade,
de estado tribal para estado nacional.
A comemoração de Pessach
talvez seja a mais didática de todo o
calendário anual judaico, por que tem
início contando a história do Êxodo,
relatada na Hagadah de Pessach. A
Hagadah inicia dizendo ...”E contarás a
teu filho...”
É feita a leitura da Hagadah
na janta festiva - realizada em família e
denominada Seder (ordem). Toda esta
janta, incluindo o relato, as canções e
orações intermediárias, segue uma
17

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