Investigação sobre a Utilização das Essências Florais no Síndrome

Transcrição

Investigação sobre a Utilização das Essências Florais no Síndrome
A TERAPIA FLORAL NO
SÍNDROME DE
ASPERGER
ESTUDO DE CASO
MARIA TERESA P. C. FERREIRA
NOVEMBRO, 2003
1
2
FORMANATUR
A TERAPIA FLORAL NO SÍNDROME DE ASPERGER
MARIA TERESA P. C. FERREIRA
MONOGRAFIA DE FINAL DE CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM
TERAPIA FLORAL
LISBOA
NOVEMBRO DE 2003
3
Agradecimentos
Em primeiro lugar à sabedoria e amor divinos.
À Manuela, o Espírito Santo falou por ela.
Ao meu filho por me ter escolhido e por ser para mim a
evidência do Amor Incondicional das flores.
Ao meu marido, pelo seu envolvimento pessoal neste projecto
e por acreditar.
À Thais, à Kátia e à Fátima, professoras e amigas
empenhadas.
Aos colegas do curso de especialização, pela sua paciência,
disponibilidade e amizade.
Aos meus pais, pela confiança e paciência.
À Sofia pela sua colaboração e amizade.
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To see a world in a gram of sand,
and heaven in a wild flower,
hold infinity in the palm of your hand
and eternity in an hour.
William Blake
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Indice
Agradecimentos ........................................................................... 4
Indice ........................................................................................... 6
Prefácio........................................................................................ 7
Resumo ....................................................................................... 8
Introdução.................................................................................... 9
1. – Medicina Vibracional ........................................................... 10
1.1. - Aura Humana. Corpos subtis e Chacras ....................... 11
1.2. - As emoções e a saúde ................................................. 15
1.2.1. - Consciência ............................................................ 15
1.2.2. - Psiconeuroimunologia............................................. 16
2. - Terapia Floral....................................................................... 17
2.1. – O Amor Incondicional das Flores.................................. 18
2.1.1. – Ressonância e vibração ......................................... 18
2.1.2. – Essências florais .................................................... 19
2.2. - Sistema dos Florais de Bach ......................................... 22
3. - Síndrome de Asperger......................................................... 23
3.1. - Critérios de Diagnóstico ................................................ 23
3.2. - Abordagens comportamentais e comunicativas ............ 26
3.3. - Tratamentos biomédicos e diatéticos ............................ 28
3.4. - Abordagens complementares........................................ 29
3.5. - Abordagem educativa.................................................... 30
3.6. - As essências florais e as crianças................................. 30
4. - Metodologia ......................................................................... 31
4.2. - Local de estudo ............................................................. 33
4.3. - Escolha das Essências.................................................. 33
5. - Procedimento....................................................................... 35
5.1. - Recolha dos dados........................................................ 35
5.2. - Análise dos dados ........................................................ 36
6. - Conclusões ......................................................................... 41
Bibliografia ................................................................................. 45
Apêndices .................................................................................. 47
Apêndice 1 ............................................................................. 48
Apêndice 2 ............................................................................. 51
Anexos....................................................................................... 53
Anexo 1 .................................................................................. 54
Anexo 2 .................................................................................. 59
6
Prefácio
Este trabalho pretende abordar genericamente a
problemática da intervenção educativa e comportamental num
caso de Síndrome de Asperger, uma desordem do espectro
autista. Esta perturbação é caracterizada por padrões de
comportamentos repetitivos e estereotipados e por um défice
qualitativo na interacção social.
A escolha deste tema prende-se com o nosso interesse
pelas
desordens
pervasivas
do
desenvolvimento,
nomeadamente o Autismo e os problemas comportamentais de
interacção social e comunicação que lhe são inerentes.
Será apresentado um estudo de caso, uma criança com
Síndrome de Asperger, em que utilizámos essências florais
como forma de intervenção e com o objectivo de diminuir as
alterações
comportamentais
–
os
comportamentos
estereotipados e a hiperactividade – e minimizar as
dificuldades de aprendizagem. Com esta finalidade escolhemos
e concentrámos num composto cinco essências florais do
sistema inglês que foram utilizadas sob a forma de spray antes
de cada sessão semanal de reabilitação com a criança. No
início e final da intervenção, que teve a duração de quatro
meses, foi utilizado um Inventário de Comportamento
Adaptativo (Área do Comportamento Social e Área do
Comportamento Hiperactivo e Estereotipias) para avaliar as
alterações observadas pela técnica.
O relatório final da avaliação psicopedagógica, só foi
elaborado em Outubro devido ao facto do sujeito de estudo só
ter retomado o apoio nesta altura.
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Resumo
A terapia floral, reconhecida e recomendada pela Organização
Mundial de Saúde – OMS, deve ser incluída no âmbito alargado da
Medicina Vibracional, baseada no paradigma Eisnteiniano segundo
o qual, toda a matéria é uma manifestação de energia.
O Dr. E. Bach, médico e sensitivo, descobriu por volta de
1930, a acção benéfica das flores (das suas vibrações) sobre o
equilíbrio da rede multidimensional energética que liga o corpo
físico e os corpos subtis (corpo emocional, corpo mental e outros).
Estes corpos interagem entre si e qualquer alteração no corpo físico
é sempre precedida por outra em algum dos corpos subtis, sendo a
doença um sintoma da desarmonia ocorrida em algum plano
energético.
O Síndrome de Asperger é uma Perturbação Pervasiva do
Desenvolvimento, caracterizada por uma incapacidade para
compreender como se interage socialmente. Outras características
incluem: movimentos motores descoordenados, interesses
limitados, rotinas repetitivas os rituais, linguagem e discurso
peculiares e problemas de comunicação não verbal.
Este trabalho tem como objectivo identificar as alterações no
comportamento e nas competências académicas, a partir da
utilização das essências florais e das vibrações que consideramos
mais próximas dos padrões vibracionais em desiquilíbrio.
O método utilizado foi a manipulação de um composto de
cinco essências florais em spray, utilizadas na sala de apoio antes
do início de cada sessão semanal, com uma criança de 10 anos
diagnosticada com Síndrome de Asperger. As essências florais
escolhidas fazem parte do Sistema Inglês.
Os resultados encontrados mostram uma melhoria
significativa na perturbação comportamental em todos os contextos,
assim como nas competências académicas.
Como conclusão, referimos a necessidade de uma nova
abordagem holística, em detrimento da farmacoterapia, nas
Perturbações Pervasivas do Desenvolvimento.
Palavras Chave: essências florais, intervenção psicopedagógica,
Síndrome de Asperger, terapia floral.
8
Introdução
A terapia floral, enquanto cura vibracional, utiliza as
essências vibracionais extraídas de flores silvestres, para
ajudar o individuo a reencontrar o seu equilíbrio físico e
emocional.
O caso que apresentamos não se relaciona directamente
com o conceito geral de doença e dos seus sintomas, já que o
diagnóstico de Perturbação Pervasiva de Desenvolvimento,
como é o caso do Síndrome de Asperger, está relacionado com
um distúrbio evolutivo que é raro e que é caracterizado por
uma incapacidade para compreender como se interage
socialmente.
Neste trabalho vamos abordar outras características –
comunicação, comportamento, interacção social e dificuldades
de aprendizagem – inerentes ao diagnóstico diferencial do
Síndrome de Asperger.
Na primeira parte falaremos sobre a Terapia Floral como
método holístico, integrado no novo paradigma da saúde, a
Medicina Vibracional. Neste âmbito, apresentaremos a
contribuição da Física Quântica e da Teoria de Campo para
nos ajudar na compreensão do organismo humano como uma
rede multidimensional de sistemas de energias subtis que se
influenciam reciprocamente e que podem vibrar com
frequências próprias. Quando se verifica qualquer tipo de
desiquilíbrio no fluir da energia através da rede podem
acontecer sintomas patológicas que se manifestam em
quaisquer dos planos físico, emocional, mental e espiritual.
As essências florais contêm vibrações com frequências
determinadas que actuam directamente nos sistemas de
energias subtis e conseguem harmonizar o organismo como
um todo.
Neste capítulo, abordaremos também as qualidades
vibracionais das flores e a sua ressonância com a alma
humana. Incluirá ainda uma secção sobre o sistema inglês,
onde será referido o trabalho pioneiro do Dr. Edward Bach, as
suas 38 essências e em particular, as cinco flores escolhidas
para a intervenção educativa e comportamental a que nos
propomos.
9
Na segunda parte, falaremos sobre o diagnóstico do
Síndrome de Asperger, os critérios definidos como diagnóstico
diferencial, as abordagens comportamentais e comunicativas
assim como os tratamentos biomédicos e diatéticos.
Na terceira parte, apresentaremos a metodologia
escolhida e desenvolvida com especial incidência na
intervenção comportamental – diminuir a componente
hiperactiva e comportamentos esteretipados – por forma a
permitir uma melhoria efectiva na interacção social e na
integração e aprendizagem académica.
1. – Medicina Vibracional
A problemática da doença e da cura só pode ser
abordada a partir de uma visão do ser Humano como um Todo.
Uma Unidade de natureza multidimensional em que não é
possível tratar sintomas e doenças físicas sem avaliar e intervir
em todas as camadas energéticas que compõem o ser
Humano.
Esta nova abordagem, baseada no
einsteiniano, é chamada de Medicina Vibracional.
paradigma
O paradigma einsteiniano mostra a relação entre matéria
e energia e ajuda a compreender porque é que os seres
humanos podem ser considerados sistemas energéticos
dinâmicos(Gerber, 1988). Einstein provou que energia e
matéria são duas manifestações do nível básico energético e é
à arte de curar o corpo através da manipulação deste nível
básico que chamamos de Medicina Vibracional.
A medicina moderna, baseada no modelo mecanicista de
Newton, baseia a sua actuação em processos funcionais que
não possuem significado em si mesmos mas a partir da
interpretação que deles fazemos. É uma visão mecanicista da
vida com abordagens (farmacológica e cirurgica) incompletas
porque ignoram as forças vitais que animam os seres
vivos(Gerber, 1988).
10
Os organismos são mais que a soma das partes,
possuem uma completa rede energética que liga os sistemas
físico, celular e os corpos subtis. Embora a medicina tradicional
tenha alcançado um grande grau de sofisticação, a sua
abordagem baseada sempre na matéria densa não lhe permite
compreender a dimensão do sintoma e a transmutação da
doença.
A doença permite ao cérebro restabelecer o equilíbrio
perdido com a energia envolvida numa vivência de
determinado acontecimento. Compreender o desequilíbrio e
repor a harmonia é o grande desafio e responsabilidade que se
coloca ao ser Humano.
A perda da harmonia (corpo doente) produz-se ao nível
da consciência e só se demonstra no corpo. O corpo é o
veículo da manifestação de todos os processos e mudanças
que se produzem na consciência (Dethlefsen, T. & Dalke, R,
2002).
Através dos sintomas podemos compreender e actuar
sobre o desequilíbrio produzido na consciência e transmutar a
doença. Compreender os sintomas produzidos no corpo físico
ajuda o ser humano, ele próprio, a ‘reparar’ o desequilíbrio na
harmonia da consciência através da compreensão e renovação
das vivências experienciadas na Alma.
A Medicina Vibracional leva à compreensão do
relacionamento entre matéria e energia (Gerber, 1988). A cura
da doença e o desaparecimento definitivo dos sintomas só é
possível se a intervenção se realizar ao nível dos pedrões
energéticos, permitindo ao ser Humano tomar consciência do
que originou o desequilíbrio.
1.1. - Aura Humana. Corpos subtis e Chacras
Barbara Ann Brennan (1987), no seu livro “Mãos de luz”,
refere que podemos definir Campo de Energia Humana, como
todos os campos ou emanações do corpo humano e que
muitos dos seus componentes, electrostáticos, magnéticos,
11
electromagnéticos, sónicos, térmicos e visuais, já foram
medidos em laboratório. Pode ser descrito como um corpo
luminoso que cerca o corpo físico e o penetra, emite uma
radiação característica própria e é habitualmente denominado
de “Aura”.
A aura humana pode ser dividida em diversas camadas,
também chamadas de ‘corpos’. Estes interpenetram-se e à
medida que se afastam do corpo físico (vibração mais densa)
vão apresentando vibrações mais altas. Estes corpos podem
ser definidos pela localização, cor, brilho, forma, densidade,
pela fluidez e pela função (Brennan, 1987).
Corpo etérico
O corpo físico, de vibração mais baixa e onde se revelam
os desequilíbrios das outras camadas, está intimamente ligado
ao corpo etérico e não pode existir sem o fornecimento de
energia e orientação espacial proporcionadas por este. Quando
o corpo físico morre, o corpo etérico também deixa de existir e
retorna à energia livre do universo (Gerber, 1988). O corpo
etérico não está completamente separado do corpo físico,
existem canais específicos de troca de energis que permitem o
fluxo de informação energética entre os dois sistemas.
Os corpos energéticos subtis que se situam além deste
corpo etérico, encontram-se num nível de existência chamado
de não-físico, não-espacial e não-temporal (Gerber, 1988).
Corpo astral ou emocional
Ao contrário do corpo anterior, o corpo emocional segue
os contornos do corpo físico mas não o duplica. O corpo etérico
é um molde energético que nutre e energiza todos os aspectos
do corpo físico. O corpo astral opera como um veículo de
consciência, que embora ligado ao corpo físico, pode existir de
forma independente (Gerber, 1988). O corpo astral está
envolvido na expressão das emoções e qualquer desequilíbrio
12
no fluxo de energia no corpo astral e nos seus chacras pode
causar um desequilíbrio emocional.
Corpo mental
Sede de pensamentos e processos mentais. É o veículo
através do qual a personalidade se manifesta e expressa o
intelecto concreto (Gerber, 1988). No nível mental estão
concentradas as imagens de ideias, conceitos e detalhes
temáticos em que a pessoa está mentalmente envolvida. Uma
harmonização a este nível é mais eficaz e duradoura que uma
harmonização no corpos astral ou etérico (Gerber, 1988).
Corpo causal
Este corpo possui uma vibração mais elevada que os
corpos descritos anteriormente. Este corpo, o nosso Eu
Superior, cria e transmite pensamentos e ideias concretas para
o cérebro para que se possam manifestar no plano físico. O
corpo causal está relacionado com as ideias e conceitos
abstractos.
O corpo mental recebe imagens mentais obtidas pelas
sensações e raciocina de forma analítica a respeito de coisas
concretas. O corpo causal lida com a essência da substância e
com as verdadeiras causas que estão por detrás da ilusão das
aparências. Aqui já não têm lugar as emoções, ideias e
conceitos (Gerber, 1988).
Chacras
«Os chacras são centros de energia especializados,
presentes nos corpos subtis. Cada chacra está associado a um
grande centro nervoso ou glandular do corpo físico. Os chacras
actuam como transformadores que reduzem as energias subtis
e as traduzem em actividade hormonal, nervosa e celular no
corpo físico»(Gerber, 1988)
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Os chacras são centros envolvidos na captação e
transformação
de
energias
superiores, originam-se ao nível do
corpo etérico e estão ligados uns aos
outros e a determinadas partes da
estrutura físico-celular através de
canais energéticos subtis conhecidos
como ‘nádis’ (Gerber, 1988).
Cada chacra está associado a
uma glândula endócrina e a um
plexo nervoso principal. Absorvem a
energia universal, decompõem-na e enviam-na através dos
nádis, para o sistema nervoso, para as glândulas endócrinas e
depois para o sangue. O seu funcionamento psicodinâmico
está relacionado com as interacções físicas, mentais e
emocionais (Brennan, 1987). Desta forma, uma disfunção
patológica ao nível dos chacras e nadis pode ser associada a
alterações patológicas no sistema nervoso (Gerber, 1988).
Foto Kirlian e Holograma
No início dos anos 40, o investigador russo, Semyon
Kirlian, desenvolveu uma técnica – a electrografia – que se
baseia nas observações de um fenómeno conhecido como
descarga em corona (Gerber, 1988). Este termo assemelha-se
ao fenómeno que podemos observar à volta do sol durante os
eclipses. A imagem observada pode apresentar cores e
padrões de centelha. Estes padrões de descarga (observados,
por exemplo, na ponta dos dedos), podem ser afectados por
factores biológicos como a temperatura e a humidade, mas
também por alterações biológicas que revelam a presença de
doenças no corpo do indivíduo (Gerber, 1988).
Pela fotografia dos padrões de descarga verificados em
torno de vários tipos de folhas, podemos observar um
fenómeno denominado de “Efeito da Folha Fantasma” – a parte
superior da folha é cortado mas pela electrografia podemos
verificar a imagem da folha intacta. Esta observação confirma a
14
existência de um Campo de Energia com propriedades
espaciais e organizativas tridimensionais que parecem ser de
natureza holográfica.
Um holograma é uma fotografia especial, tridimensional,
criada por padrões de interferência de energia, que mostra que
cada parte pode ter a essência do todo (Gerber, 1988).
Estudos realizados por Dumitrescu, citado por Gerber,
(1988), acrescentaram novos dados a este Efeito da Folha
Fantasma. Dumitrescu fez um buraco circular numa folha e
através do equipamento electrografico observou uma folha com
um buraco, dentro do buraco circular. Esta simbologia aplicada
ao corpo humano, podemos verificá-la no facto de cada célula
conter uma cópia do DNA do indivíduo, com informações
suficientes para se construir todo o corpo humano a partir do
zero (Gerber, 1988).
Ainda segundo o mesmo autor, na literatura metafísica,
esse Campo de Energia que circunda e impregna os sistemas
vivos tem o nome de corpo etérico. Este parece ser uma réplica
subtil do corpo físico, um pouco semelhante ao Efeito da Folha
Fantasma e com as características de um holograma.
1.2. - As emoções e a saúde
1.2.1. - Consciência
Segundo Damásio (2000), a consciência é a função
biológica crítica que nos permite conhecer a tristeza ou a
alegria, sentir a dor ou o prazer, sentir a vergonha ou o orgulho,
chorar a morte ou o amor que se perdeu.
«A consciência (...) é a certidão que nos permite tudo
conhecer sobre a fome, a sede, o sexo, as lágrimas, o riso, os
murros e os pontapés, o fluxo de imagens a que chamamos
pensamento, os sentimentos, as palavras, as histórias, as
crenças, a música e a poesia, a felicidade e o extase. A
consciência, no seu plano mais simples e básico, permite-nos
reconhecer o impulso irresistível para conservar a vida e
15
desenvolver um interesse por si mesmo. A consciência, no seu
plano mais complexo e elaborado, ajuda-nos a desenvolver um
interesse por outros si mesmos e a cultivar a arte de viver»
(Damásio, 2000).
Também segundo o mesmo autor, a consciência tem que
estar presente para que os sentimentos (que são dirigidos para
o interior e são privados) possam influenciar o sujeito que os
tem. As consequências da emoção (dirigidas ao exterior e
públicas) e sentimentos humanos dependem da consciência.
No entanto, não necessitamos de estar conscientes do
que induz uma emoção da mesma maneira que não as
conseguimos controlar o tempo todo. Podemos estar num
estado de tristeza ou de alegria e não conseguir explicar ou
sequer compreender porque estamos nesse estado. A causa
pode ser a imagem de um acontecimento ou a preocupação
com determinado assunto que não chegou a tornar-se
consciente.
«As emoções podem ser induzidas de uma maneira não
consciente e aparecem ao si consciente como não motivada.»
(Damásio, 2000)
«Podemos educar as nossas emoções, mas não suprimilas completamente e os sentimentos interiores que vamos
tendo são os melhores testemunhos do nosso insucesso»
(Damásio, 2000).
1.2.2. - Psiconeuroimunologia
O cérebro comunica com o sistema imunitário de duas
maneiras:
1) Através do sistema nervoso periférico. Este sistema
autónomo controla a actividade de orgãos como o
coração e o estomago. Também activa orgãos envolvidos
na resposta imunitária como o timo.
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2) Através do sistema endócrino que influencia a fisiologia
do corpo desde o nível de actuação dos genes até ao
funcionamento do sistema nervoso central.
Através do sistema endócrino, os chacras transformam
em manifestações biológicas os inputs vibracionais dos corpos
etérico, astral e outros de dimensões superiores. (Gerber,
1988)
Mechthild Scheffer, 1994, refere algumas das
investigações que demonstram que os sentimentos negativos e
o stress exercem uma influência directa no sistema
imunológico.
A Radiação bioenergética que compõe os seres vivos
(referida nos Corpos Subtis) pode ser visualizada através das
fotografias de elevada frequência (foto Kirlian). Burr, citado por
Gerber, 1988, também desenvolveu experiências neste campo
e em conjunto com Kirlian, descobriram que determinadas
doenças provocavam alterações significativas nos campos
electromagnéticos dos organismos vivos.
Patricia Kaminski, 1998, no seu livro “Flores que curam”,
refere alguns estudos que demonstram o papel crítico que as
emoções, sentimentos e atitudes desempenham na nossa
saúde.
“A terapia com essências florais receberá cada vez mais
reconhecimento pela forma profunda e elegante com que os
estados emocionais básicos são transformados na alma
humana”.
2. - Terapia Floral
A Terapia Floral, reconhecida e recomendada pela
Organização Mundial de Saúde, é um desdobramento da
Medicina Vibracional, que utiliza os florais, essências
vibracionais extraídas de flores silvestres, com frequências
17
adequadas para harmonizar estados mentais, emocionais,
energéticos e físicos, em desequilíbrio.
É um método holístico de cura que harmoniza todos os
níveis que compõem o ser Humano, físico, psíquico e
energético.
«A Terapia Floral é um processo através do qual um
indivíduo, com o auxílio do terapeuta e /ou mobilizado pela
acção das exxências florais, aumenta o seu grau de
autoconhecimento, o que irá auxiliá-lo a resolver ou lidar
melhor com questões emocionais e físicas que lhe são difíceis,
resgatando as qualidades positivas da sua alma»(Delboni)
«A Terapia Floral ajuda a pessoa a reconhecer e tomar
consciência das emoções e pensamentos que possam estar
prejudicando o seu desenvolvimento pessoal, a sua saúde e a
sua vida. Traz uma compreensão mais ampla, ajudando o
indivíduo a perceber o sentido do seu sofrimento, a causa que
está por trás dos sintomas e essa percepção amplia os
caminhos da cura e transformação» (Dutenkefer)
2.1. – O Amor Incondicional das Flores
2.1.1. – Ressonância e vibração
Vibração é sinónimo de frequência. Diferentes frequências
de energia refletem taxas vatiáveis de vibração. Sabemos que
matéria e energia são duas manifestações diferentes da
mesma substância energética primária de que são constituídas
todas as coisas que existem no universo, incluindo os nossos
corpos físico e subtil (Gerber, 1988).
«A taxa vibratória dessa energia universal determina a
densidade da sua manifestação na forma de matéria. A matéria
que vibra numa frequência muito lenta é chamada de matéria
física, aquela que vibra em velocidades maiores que a luz é
chamada de matéria subtil. A matéria subtil é tão real quanto a
matéria densa, a sua taxa vibratória é simplesmente mais
rápida» (Gerber, 1988).
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Cada flor tem a sua assinatura e poder subtil. A sua
vibração única, em contacto com o campo de energia humano
(anteriormente referido neste trabalho) e por ressonância, pode
restabelecer o equilíbrio e a harmonia dos corpos físico e subtil,
restaurando a saúde.
A ressonância ocorre quando um sistema de vibração é
estimulado por uma força externa que combine com a sua
frequência natural de vibração (Kaminski, 1998). Ainda
segundo a mesma autora,
«As essências florais agem de acordo com o princípio da
ressonância. A estrutura e a forma específica da força vital de
cada essência floral ressoam e amplificam qualidades
particulares na alma humana» (Kaminski, 1998).
Daqui advém a maior diferença (quanto a nós) entre a
filosofia da medicina académica e a medicina vibracional: a
primeira perdeu o ser Humano de vista (Dethlsen, T. & Dahlke,
R., 2002), baseando a sua actuação em critérios de
funcionamento e eficácia; a segunda ocupa-se da pessoa e
não da doença.
«A doença é um estado que indica que o indivíduo deixou
de estar em ordem ou harmonia ao nível da sua consciência.
Essa perda de equilíbrio interno manifesta-se ao nível do corpo
sob a forma de sintoma».(Dethlefsen, T, & Dahlke, R., 2002)
«O objectivo da terapia com as essências florais é que
prestemos atenção aos nossos males e aprendamos com eles,
para que continuemos a nos transformar e a evoluir».
(Kaminski, 1998)
2.1.2. – Essências florais
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«Quando um menino perguntou a Strindberg “porque é
que as flores são tão lindas e não cantam como as aves?” dizse que ele respondeu “elas cantam, mas nós não podemos
ouvi-las”».(Scheffer, 1994)
As essências florais são preparados líquidos, naturais,
artesanais, produzidos na época do ápice da floração,
geralmente, de infusões solares de flores silvestres. Pelo facto
de actuarem energicamente sobre os corpos subtis, os seus
efeitos chegam até ao corpo físico.
Gurudas, no seu livro «Essências florais e cura
vibracional», citado por Gerber, 1988, avança uma explicação
de como este processo se verifica:
«As essências florais (...), quando ingeridas ou usadas
como unguento percorrem um caminho específico através dos
corpos físico e subtil. Inicialmente, eles passam pelo sistema
circulatório (a corrente sanguinea). Em seguida, depositam-se
a meio caminho entre os sistemas nervoso e circulatório. Nesse
ponto, a polaridade entre os dois sistemas gera uma corrente
electromagnética. Existe uma ligação entre estes dois
sistemas, a força vital e a consciência. A força vital actua mais
através do sangue, enquanto a consciência actua através do
cérebro e do sistema nervoso, através de determinadas
propriedades. Paralelamente, desloca-se para os meridianos,
saindo destes, penetra nos diversos corpos subtis e chacras ou
retoma directamente para o corpo físico, no nível celular (...).
A força vital do remédio pode reentrar no corpo físico através
do corpo etérico, dos chacras e da pele».
Os florais são preparados por métodos (luz solar ou calor
do fogo) que permitem imprimir na água pura, os padrões
energéticos característicos de cada flor. Esses padrões de
energia, ao entrarem por ressonância nos campos energéticos
do paciente permitem a abertura da consciência para a
compreensão e transformação necessárias ao equilibrio e à
cura. As essências florais utiliza as propriedades de
armazenamento da energia da água para utilizá-la como
veículo de transporte da sua energia subtil.
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Os padrões energéticos subtis das flores, conservadas
nas suas essências florais, reproduzem as qualidades
arquétipas da alma humana – cada uma das partes reproduz e
contribui para a expressão do Todo.
Este processo vivo como lhe chama P. Kaminski, 1998,
não pode ser explicado na sua totalidade, tal como não
conseguimos explicar o que acontece quando algém medita ou
reza.
«Na preparação de uma verdadeira essência floral por
alguém que esteja trabalhando de uma maneira interna, o
arquétipo da planta que ilumina o trabalho, também chamado
de presença angélica, é invocado através da matriz dos quatro
elementos, terra, ar, fogo e água.
Eis porque as plantas são colhidas no momento preciso
do seu florescimento e em condições em que os quatro
elementos estão no seu equilibrio mais harmonioso. Mais do
que tudo, o que se requer nesta maneira de trabalhar com as
plantas é uma certa disposição do coração – uma visão
profunda da essência da planta, respeito e apreciação do seu
centro de criação que ela dá à terra como uma dádiva. É
vendo, ouvindo e falando com a planta que se possibilita que
um especial tipo de remédio seja feito apartir delas.
Embora não conectada com qualquer religião, existe uma
determinada qualidade sacramental nas essências florais, uma
atenção às maneiras antigas de trabalhar com uma substância,
em que o espírito e a alma não estão separados da matéria»
(Brennan, 1987)
Como funcionam?
Segundo indicações da FES (Flower Essence Society), ao
contrário dos químicos que suprimem os sintomas, as
essências florais catalizam a mudança emocional e actuam
estimulando a consciência. Devemos ter em atenção os
estados mentais e emocionais e as mudanças subtis que
ocorrem ao longo do processo.
Quando as essências florais são escolhidas e usadas com
sucesso, deveriamos ser capazes de discernir que a nossa
21
vida está diferente, que alguma coisa mudou no nosso
coração, mente e corpo, Kaminski, 1998.
2.2. - Sistema dos Florais de Bach
Apesar de existirem no mundo diversos sistemas de
essências florais além do sistema dos florais de Bach, a
Terapia Floral tem o seu alicerce na filosofia e trabalho do Dr.
Bach.
Edward Bach, MD (1886-1936)
foi o fundador de um novo sistema de
cura, de transmutação da doença,
utilizando o poder subtil das flores.
Cada uma das flores que assinalou
corresponde directamente a um estudo
da alma.
A sua família era originária de
Wales e Bach praticou medicina
durante mais de 20 anos em Londres,
como patologista e bacteriologista.
Desde cedo compreendeu que não era suficiente ocuparse dos sistemas físicos – o corpo era um reflexo da
perturbação da mente.
Em 1930, abandonou a sua prática e as suas pesquisas e
foi viver no campo. Procurou, no mundo das plantas, os
remédios que pudessem restaurar a vitalidade dos enfermos e
aflitos, permitindo que o paciente supere qualquer
preocupação, medo ou depressão, e com isso, colaborando
com a própria cura (Chancellor, 1971).
Os trinta e oito remédios, escritos por Bach, constituem
um completo sistema de cura, em que cada planta foi escolhida
especificamente para tratar a mente. As trinta e oito flores
correspondem, segundo Bach, aos trinta e oito estados mentais
negativos de que pode sofrer a humanidade. Os estados foram
divididos em sete grupos: medo, indecisão, falta de interesse
22
pelas circunstâncias presentes, solidão, hipersensibilidade a
influências e a opiniões alheias, desalento ou desespero e
preocupação excessiva com o bem estar dos outros.
«Desde tempos imemoriais sabe-se que a Providência
colocou na natureza meios de prevenção e cura de doenças
através de ervas, plantas e árvores divinamente enriquecidas.
Foi dado a esses vegetais o poder curar todos os tipos de
doenças e padecimentos.
Na terapia com esses remédios não se atenta para a
natureza da doença. Trata-se o indivíduo e quando ele fica
bom, a doença desaparece, expulsa pelo fortalecimento da
saúde. A mente, sendo a parte mais delicada e sensível do
corpo, indica o início e o curso da doença de forma muito mais
clara do que o corpo, de modo que é a observação da mente
que orienta a prescrição do remédio ou dos remédios
necessários (...)» Bach citado por Gerber, 1988.
3. - Síndrome de Asperger
3.1. - Critérios de Diagnóstico
O Síndrome de Asperger é uma Perturbação Pervasiva do
Desenvolvimento, de origem biológica e que afecta o
desenvolvimento do cérebro, incluída no espectro autista,
caracterizado por uma incapacidade para compreender como
se interage socialmente. Outras características incluem
movimentos motores descordenados (o chamado trapalhão), a
dificuldades de relacionamento social, interesses limitados e /
ou preocupações pouco vulgares, rotinas repetitivas e rituais,
uma linguagem e discurso peculiares e problemas de
comunicação não verbal. É de salientar que, apesar de
possuirem uma inteligência normal ou superior, apresentam
dificuldades específicas de aprendizagem.
O diagnóstico de Síndrome de Asperger é relativamente
recente. No início dos anos 80, alguns pedopsiquiatras (Klin et
23
al., 2000) mostraram interesse por um sindrome originalmente
descrito por Hans Asperger em 1944. Os indivíduos eram
referidos como tendo um nível intelectual normal, bom ou
mesmo superior mas com algumas perturbações nas funções
descritas no autismo clássico.
O DSM – IV (12) e o ICD – 10 (13), têm os mesmos
critérios de diagnóstico, excepto na facto do DSM – IV incluir
um novo critério “défice clinicamente significativo nas áreas
social, laboral ou outras consideradas importantes para o
funcionamento do sujeito”.
Ambos os manuais requerem que o desenvolvimento da
linguagem precoce seja normal e que a curiosidade sobre o
meio ambiente e as competências de comportamento
adaptativo não estejam afectadas (distinto da interacção
social).
Ao contrário do Sindrome Autista, não há um atraso geral
da linguagem clinicamente significativo (critério D; uso de
palavras simples aos 2 anos de idade, frases comunicativas
aos 3 anos de idade). Também não se observam atrasos
clinicamente significativos no desenvolvimento cognitivo ou no
desenvolvimento das aptidões de auto-ajuda próprias da idade.
O Sindrome de Asperger é diagnosticado de acordo com
o mesmo conjunto de critérios de diagnóstico aplicados ao
autismo, com a excepção da perturbação das competências
comunicativas. No entanto, este critério tem sido objecto de
discussão, devido ao facto de ser extremamente raro encontrar
um indivíduo no espectro autista que tenha um
desenvolvimento da linguagem perfeitamente normal.
Evolução
O Sindrome de Asperger parece ter um início mais tardio
que o Sindrome Autista. O atraso motor ou a lentificação
motora podem ser observados durante o período pré-escolar.
As dificuldades de interacção social com os pares parecem ser
mais evidentes em contexto de vida escolar.
24
É também neste período que podem aparecer, de uma
forma mais declarada, os interesses peculiares circunscritos ou
idiossincráticos (por ex. fascínio pelos horários dos comboios,
das marcas de carros, de telemóveis, ferramentas). Na vida
adulta, os sujeitos evoluem normalmente para uma vida
independente, mas continuam subtilmente em muitos casos,
com dificuldades nas interacções sociais, nomeadamente, na
empatia e na modulação da interacção social.
Elementos comuns nos critérios do DSM – IV para
Sindrome de Asperger e Autismo ( Mesibov et al., s.d):
. Défice qualitativo na interacção social
. Padrões de comportamentos, interesses e actividades
restritos, repetitivos e estereotipados
Diferença de critérios de diagnóstico diferencial do DSM –
IV para Sindrome de Asperger e Autismo, (Mesibov et al.,
s.d):
. Défice qualitativo na comunicação
Diagnóstico diferencial do Síndrome de Asperger, segundo
o DSM – IV e H. Asperger, (Mesibov et al., s.d.)
DSM – IV
Autismo
atraso
no
desenvolvimento
ou ausência de
linguagem;
défice no início
Síndrome de
Asperger
não existe atraso
clínico signficativo na
linguagem (palavras
simples aos dois anos
e usar frases para
H. Asperger
défice na linguagem
pragmática (perturbação nas
características da linguagem
expressiva
que
são
necessárias para a interacção
25
da linguagem ou
dificuldade
em
manter
a
conversação;
linguagem
estereotipada
ou
repetitiva;
ausência de jogo
simbólico
espontâneo.
comunicar
anos).
aos
três
social);
falam de uma maneira
pedante
e
possuem
vocabulário extenso;
falam
com
frases
extensas mas não utilizam a
linguagem
com
propósito
social;
o desenvolvimento do
vocabulário e da estrutura
frásica
são
relativamente
normais
mas
existem
problemas
com
outros
elementos da comunicação: os
padrões do discurso (falam
muito depressa ou muito
devagar), utilizam um discurso
pedante ou inapropriado ou
frases bizarras, interpretam mal
o humor, o sarcasmo e outros
significados não literais da
linguagem fala, falam demais e
não
compreendem
pistas
dadas
pelo
parceiro
da
conversa,
dificuldade
em
manter a conversação.
3.2. - Abordagens comportamentais e comunicativas
Existem vários programas designados especificamente
para a intervenção no Sindrome de Asperger. Muitas
abordagens utilizadas com as pessoas com este Sindrome, são
as mesmas aplicadas às pessoas com Autismo “Altamente
Funcionante”: o Programa “ABA” (Applied Behavioral Analysis);
o Programa TEACCH (Trein and Education of Autistic and
Related Communication Handicapped Children) e o Programa
“Social Stories”.
ABA
Este programa baseia-se na ideia de que um
comportamento recompensado tem mais probabilidade de se
repetir. É um programa aplicado pelo adulto numa relação um26
a-um e tem como alvo comportamentos específicos e
competências comunicativas. O seu objectivo não é só corrigir
determinado
comportamento
mas
também
ensinar
competências, desde as mais básicas como dormir e vestir a
outras mais complexas implicadas, por ex., na interacção
social. É um programa muito intrusivo e exigente para a família,
não só em número de horas de trabalho por semana mas
também no aspecto emocional, já que cada tarefa deve ser
“partida” em pequenos passos ou tentativas e só quando
completamente realizada com sucesso, é oferecida uma
recompensa à criança, reforçando o comportamento ou a
tarefa, (Autism Society of America).
TEACCH
Este Programa é uma abordagem sistemática e
estruturada apoiada nas competências comunicativas e sociais.
Baseia-se na ideia de que o ambiente deve ser adaptado à
criança com autismo e não a criança ao ambiente. Não utiliza
uma técnica específica mas antes um Programa baseado ao
nível de funcionamento da criança. As capacidades da criança
são avaliadas e depois são definidas estratégias de ensino
para promover a comunicação e a interacção, (Autism Society
of America).
Social Stories
O Programa “Social Stories” foi desenvolvido em 1991
por Carol Gray como uma ferramenta para ensinar
competências sociais às crianças com autismo, (Autism Society
of America).
Através de uma história desenvolvida à cerca de um
acontecimento específico, é fornecida o maior número de
27
informação possível à criança para a ajudar a compreender as
respostas esperadas e/ou apropriadas.
Tipicamente, as histórias têm três tipos de afirmações:
afirmações descritivas sobre o onde, quem, o quê e porquê da
situação; afirmação de perspectiva fornecendo alguma
compreensão sobre os pensamentos e emoções de outros e
afirmações directivas sugerindo a resposta.
3.3. - Tratamentos biomédicos e diatéticos
O Sindrome de Asperger faz parte do aspectro autista e
como tal a intervenção não deve ser restrita a um só método.
Medicamentos
Não existem medicamentos, vitaminas ou dietas especiais
que possam corrigir os problemas neurológicos inerentes a
esta situação mas parece haver consenso sobre a utilização de
alguns dos medicamentos utilizados de maneira efectiva
noutras perturbações. Estes actuam sobre alguns aspectos ou
comportamentos associados ao autismo: hiperactividade,
impulsividade, dificuldades de atenção e ansiedade. O
objectivo é reduzir estes comportamentos para permitir ao
indivíduo
usufruir
dos
tratamentos
educativos
e
comportamentais.
A complexidade destes medicamentos, a interacção com
outros, os efeitos secundários e a imprevisibilidade com que
cada indivíduo reage a um medicamento em particular, torna
imprescindível a monotorização sistemática do médico
(Pediatra do Desenvolvimento)
Vitaminas e Minerais
Desde há uma década que vários estudos têm sido
conduzidos de forma a demonstrar que um suplemento de
vitaminas e minerais melhora os sintomas de autismo, de uma
maneira natural.
28
Embora nem toda a comunidade científica esteja de
acordo, muitos médicos e pais têm vindo a notar uma melhoria
significativa nas pessoas com autismo com a utilização de
complementos nutricionais individuais ou combinados.
Os benefícios descritos estão associados à diminuição
dos problemas comportamentais, à melhoria do contacto visual,
aumento do tempo de atenção e melhoria nas capacidades de
aprendizagem.
Este tipo de tratamento necessita de monitorização
constante já que grandes doses de algumas vitaminas e
minerais podem ser prejudiciais e até mesmo tóxicos, (Autism
Society of America).
Intervenções na dieta alimentar
Os indivíduos com autismo podem ter algumas alergias
ou baixa tolerância a determinadas comidas ou químicos, que
embora não causem directamente o autismo, podem contribuir
para os sintomas comportamentais.
Muitos técnicos e pais referem mudanças significativas
quando determinados elementos são eliminados da dieta da
criança.
Também este tipo de intervenção requer cuidado e uma
monitorização constante do gastroenterologista e de um
nutricionista para que a criança não venha a sofrer de
desnutrição. (Autism Society of America).
3.4. - Abordagens complementares
A intervenção educativa precoce parece ser a ferramenta
mais eficaz para melhorar a vida dos indivíduos com Síndrome
de Asperger. No entanto, muitos profissionais e pais
concordam que outras abordagens no tratamento, como por
exemplo, a música, a arte e a terapia com animais, podem
29
ajudar a melhorar as competências comunicativas e reduzir os
sintomas comportamentais associados.
3.5. - Abordagem educativa
As crianças com Sindrome de Asperger são um desafio
para os professores e para os técnicos envolvidos no Programa
de Apoio Psicopedagógico: são competentes na memorização
e recolha de informação factual mas podem ter um défice na
compreensão e uma inflexibilidade cognitiva. É necessário
apoiar a intervenção nas suas competências e interesses para
desenvolver os seus talentos.
A sua capacidade para memorizar informação, fazer
cálculo e para se envolver nos temas, ajuda-os no seu
progresso escolar. No entanto, a perturbação nas
competências sociais, a linguagem peculiar e o comportamento
obsessivo podem tornar-se problemáticos na medida em que
interferem na sua relação com os pares e na sua adaptação ao
ambiente.
As suas dificuldades específicas de aprendizagem
verificam-se ao nível da leitura, da escrita, da motricidade fina,
da atenção e concentração.
3.6. - As essências florais e as crianças
Segundo Judy Howard (1997), as crianças, na sua
maioria, respondem muito mais rápido às essências do que os
adultos, o que faz com que o equilíbrio interior seja
restabelecido mais cedo e com maior facilidade. As suas
defesas são mais permeáveis deixando passar a interferência
vibracional mais facilmente até ao interior.
É necessário estar atento ao que dizem, à maneira como
se comportam em conjunto com os pares, com a família
chegada e socialmente. Como reagem à frustração, às
contrariedades e às novidades.
Na pesquisa efectuada não foi possível encontrar
referências a estudos de caso com utilização de essências
30
florais em crianças com diagnóstico de perturbação dos
espectro autista, nomeadamente no caso em estudo.
Encontrámos referência à utilização de essências florais
em determinadas alterações que podemos encontrar neste
estudo de caso: a hiperactividade, a excessiva concentração
em trivialidades, explosão de temperamento, dificuldades de
aprendizagem, persistência em pensamentos que se tornam
preocupações constantes.
Este estudo tem então como objectivos:
-
-
identificar os comportamentos e
dificuldades
especificas de aprendizagem no caso de Síndrome de
Asperger em estudo, antes da Terapia Floral;
avaliar qualitativamente as mudanças ocorridas no
comportamento e nas dificuldades de aprendizagem
após a terapia floral.
4. - Metodologia
4.1. - Sujeito da pesquisa (a
anamnese foi retirada do relatório de
avaliação psicopedagógica realizado em 2002, por uma Técnica Superior de
Reabilitação e Ensino Especial).
O P,J. é uma criança com onze anos de idade
cronológica, que frequenta o 3º ano de uma Instituição de
Ensino Privado.
Dos dados da sua anamnese destacamos o facto de ter
nascido por cesariana de uma gravidez de risco e de ter sido
dado para adopção pela sua mãe biológica. O P.J. vive com os
seus pais adoptivos e com uma irmã um pouco mais velha.
Relativamente à sua história educativa, referimos o início
do 1º ciclo aos seis anos de idade, tendo ficado retido no 2º
ano. Mudou de escola duas vezes e em 2002, foi mais uma vez
proposta a sua retenção no 3º ano.
Passou por várias consultas médicas e psicológicas e em
Abril de 2002, começou a frequentar as consultas de
pedopsiquiatria.
31
Um dos relatórios (Julho de 2000), referia o seguinte:
“(...) estabelece uma relação adequada, com características
infantis relativamente à idade (...) é uma criança um pouco
insegura, passiva e dependente do apoio exterior (...)
capacidade intelectual normal (...) linguagem insuficientemente
organizada e dificuldades instrumentais, com expressão ao
nível da escrita (...) o seu nível grafomotor é inferior à média de
idade (...) estas dificuldades são potenciadas pelas suas
características emocionais, pessoais, de imaturidade e
insuficiente autonomia psiquica (...) deverá beneficiar de
psicoterapia de apoio (...)”.
Em Outubro de 2002, a consulta de desenvolvimento
diagnosticou Síndrome de Asperger que se manifesta por:
-
estereotipias;
interesse exagerado em determinado assunto;
aderência inflexível a rotinas ou rituais;
preocupação persistente com partes de objectos;
perda de competências adquiridas.
Foi aconselhada medicação com Ritalina.
Nesta altura a mãe descrevia o seu filho como uma
criança:
- meiga;
- muito mexida;
- desatenta;
- com alguma dificuldade em se adaptar a situações novas;
- que expressa as suas necessidades;
- tem interesse especial por armas, espadas e objectos
similares.
Queixas apresentadas pela técnica de apoio psicopedagógico
em Fevereiro de 2003, antes do início da terapia:
- hiperactividade;
32
- perturbação da atenção;
- falta de concentração;
- imaturidade emocional;
- brincadeiras e brinquedos com temática obsessiva;
- obsessão por espadas e objectos similares;
- procura brinquedos e brincadeiras inadequadas para a idade;
- enfabula com objectos quotidianos;
- dificuldades de aprendizagem na área da leitura, escrita e
cálculo.
4.2. - Local de estudo
A intervenção teve lugar na instituição onde a criança
recebe o apoio psicopedagógico.
4.3. - Escolha das Essências
Foi escolhido o Sistema Inglês (Bach) devido ao maior
domínio e identificação pessoal da autora e por ser
considerado um sistema estrutural, que pensamos ser mais
adequado ao estudo em questão.
As essências florais seguintes foram escolhidas de acordo
com as queixas e padrões de desequílibrio acima apresentadas
pela técnica do apoio psicopedagógico:
Chestnut Bud (Aesculus hippocastanum)
Escolhemos esta essência para
ajudar a compreensão e a aprendizagem.
É indicada quando o ritmo de
aprendizagem e de entendimento é lento;
quando os pensamentos são confusos e
repetitivos. É também indicada para:
dificuldades de memorização, rapidez e
fluidez de pensamentos; imaturidade
fisica ou mental; quando o indivíduo
passa rapidamente de uma coisa para outra sem se aprofundar
33
em nenhuma; salta de uma situação para outra sem se ligar à
experiência. (Monari, 1997),(Stern, 1992)
White Chestnut (Aesculus hippocastanum)
É a essência que traz a calma de
pensamentos.
É indicada para os pensamentos mal
direccionados, confusos e obsessivos;
manias ritualisticas e obsessivas que
provocam fixação.
Tal como a essência anterior, é indicada
para a falta de concentração, memória
difícil e cansaço mental. (Monari, 1997)
Crab Apple (Malus pumila)
Esta essência ajuda o White
Chestnut no pensamento muito rígido. É
indicada
para
indivíduos
muito
minuciosos, detalhistas ou mesmo
perfeccionistas. Analizam sempre tudo
e prendem-se a minúcias, perdendo
assim a visão de todo. É também
indicada para indivíduos que desenvolvam tiques e manias ou
têm tendência a desenvolver certos rituais na vida. (Monari,
1997)
Vervain (Verbena officinalis)
É uma essência indicada para as
neuroses em que são comuns os
tiques nervosos ou manias com um
ritualismo patológico que fazem o
indivíduo ficar preso a um ritual
determinado. Ajuda também nos
casos de crianças hiperactivas ou
34
hipercinéticas. (Monari, 1997), (Stern, 1992)
Cherry Plum (Prunus cerasifera)
É
indicada
para
indivíduos
impulsivos, que agem antes de pensar;
ajuda a restaurar um controle mais
racional sobre os impulsos; ajuda a ter
maior controle sobre os pensamentos.
(Howard, 1997), (Stern, 1992)
5. - Procedimento
A terapia com as essências florais foi iniciada em Março
de 2003 e prolongou-se até Junho do mesmo ano.
As cinco essências (Chestnut Bud, Cherry Plum, White
Chestnut, Vervain e Crab Apple) foram colocadas num frasco
com água pura e utilizadas como spray (um frasco novo em
cada sessão) antes do início da sessão de apoio
psicopedagógico.
Durante quatro meses, com a periodicidade semanal, a
técnica espalhou o spray na sala antes de cada sessão de
apoio. A técnica que colaborou no estudo é utilizadora das
essências mas não conhece as flores nem as suas qualidades
e nem foi informada das suas indicações terapêuticas.
5.1. - Recolha dos dados
Procedemos da seguinte forma:
Antes do início da terapia, Fevereiro de 2003:
1) Foram recolhidos os dados da última
psicopedagógica;
avaliação
35
2) A técnica envolvida preencheu um Inventário de
Comportamento
Adaptativo
(ABS),
área
do
Comportamento Hiperactivo e Estereotipias e área do
Comportamento Social (Apêndice 1)
Final da terapia, Junho e Outubro de 2003:
1) A técnica envolvida preencheu o Inventário de
Comportamento
Adaptativo
(ABS),
área
do
Comportamento Hiperactivo e Estereotipias e área do
Comportamento Social (Apêndice 2);
2) Foi pedida uma reavaliação psicopedagógica (Anexo )
5.2. - Análise dos dados
Dos dados da avaliação psicopedagógica realizada em Agosto
de 2002, salientamos:
-
-
Boa colaboração durante a realização das provas,
Nível de atenção variável,
Verbalizou bastante, demonstrando uma grande falta
de auto-confiança, desistindo com facilidade das
tarefas quando estas lhe parecem difíceis.
Velocidade leitora abaixo da média, tendo em conta a
sua idade cronológica e nível de escolaridade;
Quando comete alguns erros de leitura é devido a
desatenção, utilizando o contexto da leitura;
Estes sinais não são reveladores de um quadro de
Dislexia;
Evidencia dificuldades na ortografia, devido a uma não
aplicação de algumas regras de fonologia;
As dificuldades nesta área enquadram-se dentro de
um quadro de Disortografia;
A sua postura não é adequada (cabeça muito
próxima do papel);
Comete alguns erros ortográficos que revelam um não
domínio de alguns casos especiais de escrita;
Revelou pouca criatividade nas suas produções
escritas.
36
Dificuldades nas provas:
-
que exigiam movimentos rápidos e precisos;
de processamento visual, que implicavam a selecção
de sequência de letras de acordo com modelo;
de instruções verbais (que implicavam memória de
trabalho);
na formulação oral de frases com palavras dadas;
vocabulário oral pobre;
provas de linguagem oral (deduzir/inferir informação).
Inventário do Comportamento Adaptativo antes do início
da terapia e depois da terapia
COMPORTAMENTO HIPERACTIVO E ESTEREOTÍPIAS
AVALIAÇÕES
Tem estereotipias
Bate continuamente com os dedos
Bate continuamente com os pés
Tem as mãos constantemente em movimento
Abana partes do corpo repetidamente
Move o corpo para a frente e para trás
Atira o corpo para a frente e para trás
Anda de um lado para o outro
Tem comportamento interpessoal inapropriado
Beija ou lambe os outros
Abraça ou aperta outros
Tem hábitos vocais ou de fala incomodativos
Gargalhadas histéricas
N
FEVEREIRO
O
F
N
MAIO
O
F
0
0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
1
1
1
2
2
2
2
2
2
2
0
0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
1
1
1
2
2
2
2
2
2
2
0
0
1
1
2
2
0
0
1
1
2
2
0
1
2
0
1
2
37
Fala alto ou grita aos outros
Risos inapropriados
Resmunga, murmura ou faz barulhos desagradáveis
Repete uma palavra ou uma frase continuamente
Hábitos orais inaceitáveis
Cospe para o chão
Roi as unhas
Põe tudo dentro da boca
Tem tendências hiperactivas
0
0
0
0
1
1
1
1
2
2
2
2
0
0
0
0
1
1
1
1
2
2
2
2
0
0
0
1
1
1
2
2
2
0
0
0
1
1
1
2
2
2
Fala excessivamente
Não se mantém sentado durante muito tempo
Corre ou salta constantemente dentro da sala
Move-se ou está inquieto constantemente
0
0
0
0
1
1
1
1
2
2
2
2
0
0
0
0
1
1
1
1
2
2
2
2
COMPORTAMENTO SOCIAL
AVALIAÇÕES
Ameaça ou é fisicamente violento
Magoa indirectamente os outros
Morde outros
Pontapeia ou bate noutros
Faz troça de outros
Inventa ou exagera histórias sobre os outros
Faz troça de outros
Manda ou manipula outros
Tenta dizer aos outros o que devem fazer
Provoca brigas entre outras pessoas
Usa linguagem imprópria
Usa linguagem hostil (chama nomes a outros)
Reage mal à frustração
Culpa os outros dos seus próprios erros
Fica aborrecido quando é contrariado
Tem birras quando não faz aquilo que quer
Interrompe as actividade de outros
Está constantemente no caminho
Tira coisas das mãos dos outros
N
FEVEREIRO
O
F
N
MAIO
O
F
0
0
0
1
1
1
2
2
2
0
0
0
1
1
1
2
2
2
0
0
1
1
2
2
0
0
1
1
2
2
0
0
1
1
2
2
0
0
1
1
2
2
0
1
2
0
1
2
0
0
0
1
1
1
2
2
2
0
0
0
1
1
1
2
2
2
0
0
1
1
2
2
0
0
1
1
2
2
Legenda: A tabela só refere os itens pontuados. O inventário completo de cada uma das áreas
encontra-se no anexo 1
Verificamos uma diminuição acentuada dos comportamentos
hiperactivos e das estereotipias:
Fevereiro
8
Maio
4
2
0
7
2
Desaparecimento ou diminuição da repetição de
movimentos corporais e de partes do corpo
Desaparecimento
de
comportamentos
interpessoais inapropriados
Diminuição e em alguns casos, desaparecimento,
de hábitos vocais e de fala incomodativos
38
4
8
29
0
5
11
Desaparecimento de hábitos orais inaceitáveis
Diminuição das tendências hiperactivas
Verificamos uma diminuição acentuada na perturbação do
comportamento social:
Fevereiro
3
Maio
0
2
2
1
2
1
0
4
2
1
0
14
4
Desaparecimento
de
comportamentos
ameaçadores ou fisicamente violentos
Diminuição de comportamentos provocatórios
Mantêm-se os comportamentos de manipulação
de outros
Desaparecimento da utilização de linguagem
imprópria
Melhoria significativa na reacção à frustação
Desaparecimento
dos
comportamentos
de
intromissão nas actividades de outros
Do relatório informal fornecido pela técnica em Junho de 2003:
Mantem-se sentado durante mais tempo sem “mexer”
ansiosamente as pernas;
parece ter mais energia mental e maior tempo de
concentração;
Mostra-se mais esforçado no cumprimento das
actividades;
Senta-se e ouve com atenção.
As professoras do Atelier dos Tempos Livres (ATL)
comentaram com a técnica o facto do menino estar muito mais
calmo. “Come bem e senta-se calmamente a comer, quando
algum tempo atrás ‘arrumava’ muita confusão!”.
Dos dados da avaliação psicopedagógica realizada em
Outubro de 2003 (Anexo 1), salientamos:
1) Avaliação da Escrita:
39
a) Não comete erros significativos de ortografia, tem o
domínio dos casos especiais de escrita;
b) Na escrita livre, revela um nível de realização muito
bom, sendo evidente a facilidade de encadeamento
correcto e criativo de ideias, elaborando frases
complexas e fazendo recurso adequado de
partículas de ligação e pontuação;
c) Apresenta bom controle grafomotor tendo uma
caligrafia regular com a orientação e espaço entre
as letras adequado (ao contrário da avaliação
anterior).
d) Conseguiu desenvolver os mecanismos de atenção
focalizada e de abstracção dos estímulos
irrelevantes para a concretização das tarefas.
2) Cálculo:
(...) conseguiu desenvolver uma capacidade de atenção e
concentração que lhe permitem (ao contrário das
avaliações anteriores: ler, compreender e usar dados de
um problema, ter uma capacidade adequada de raciocínio
lógico (tinha muitas dificuldades na interpretação dos
problemas e precisava de muito apoio para interpretar e
conseguir usar os dados).
3) Área Comportamental
Melhorou consideravelmente a sua capacidade de atenção
e concentração o que condicionou de forma muito positiva
o seu desempenho académico.
O P. melhorou muito a sua auto-estima e o seu autoconceito académico bem como a sua própria representação
comportamental dentro da sala de aula. É uma criança mais
segura e tem confiança no seu desempenho. Continua a
agitar muito as pernas e a ter muitos maneirismos, contudo
este comportamento não se torna disfuncional nem prejudica a
sua prestação (já não se deita na mesa nem tem uma
postura desadequada).
40
4) Resumo das conclusões:
(...) Perante situações de dúvida, é capaz de se manter na
tarefa, solicitando ajuda ou a questão seguinte sem revelar
sinais de ansiedade (...) evolução qualitativa muito significativa
em todos os domínios.
6. - Conclusões
«Não existe uma droga que tenha um efeito específico nas
melhoras do autismo mas existe um papel ocasional
contributivo importante para a farmacoterapia como adjunto às
intervenções psicológica e educacional». (Rutter, s.d.)
«Uma medicação imprudente pode simplesmente sedar uma
criança, pois embora reduza os comportamentos intrusivos,
pode também diminuir a interacção social e a oportunidade
para aprender». (Rutter, s.d.)
«Embora haja muita pesquisa sobre a base neuroquímica do
autismo, a farmacoterapia ainda é largamente baseada em
tentativas clínicas e não extrapolada em dados neuroquímicos
básicos». (Rutter, s.d.)
Os resultados encontrados revestem-se de grande
importância por duas razões:
mostram que é possível modificar os comportamentos
hiperactivos, estereotipias e comportamentos sociais
inadequados, sem a utilização de psicofármacos, num
curto espaço de tempo;
mostram que é possível promover as competências
cognitivas básicas que servem de base à
aprendizagem académica: atenção, concentração,
controlo grafomotor, velocidade e conexão de ideias.
Todas estas estratégias e resultados ajudaram a criança a
aumentar a sua auto-estima e motivação para se envolver no
processo de aprendizagem.
41
O diagnóstico de Sindrome de Asperger é relativamente
recente. Os investigadores e especialistas no diagnóstico e
intervenção no Autismo ainda se questionam sobre a
pertinência do diagnóstico diferencial. Muitos afirmam que o
mais importante será a avaliação da funcionalidade do
indivíduo e do seu comportamento adaptativo dentro do
espectro do autismo e a ciência médica ainda continua a
investigar as bases neurológicas e neuroquímicas desta
sindrome.
Em quatro meses, verificamos uma modificação
extraordinária nas duas áreas em observação –
comportamento hiperactivo e estereotipias e dificuldades
específicas de aprendizagem – o que não tinha acontecido com
a utilização dos psicofarmacos até à altura da sua
administração, Janeiro de 2003.
Em Janeiro de 2003, a medicação foi suspensa sem
resultados sobre os comportamentos e dificuldades descritas.
A terapia floral ocorreu de par com a intervenção
psicopedagógica realizada pela técnica de apoio. Esta tinha
sido iniciada muito antes da introdução das essências e os
resultados tardavam a surgir essencialmente devido à
perturbação comportamental e aos défices de atenção e
concentração.
Ao fim de duas semanas (segunda aplicação do composto
floral), a técnica observou o primeiro sinal de mudança, «Pela
primeira vez, o menino ficou sentado durante a realização de
uma actividade!».
Devemos referir que o apoio psicopedagógico não incluia
a intervenção comportamental (ou qualquer um dos modelos
referidos neste trabalho).
A terapia floral e nomeadamente, esta fórmula com cinco
essências, parece ser uma intervenção mais simples, natural e
a menos intrusiva nesta Perturbação do Desenvolvimento.
Fica em aberto a evolução do caso, a manutenção a
longo prazo das mudanças ocorridas e a compreensão do
42
processo de tomada de consciência por parte do sujeito – a
especificidade do caso não permite a verbalização das
mudanças sentidas pelo próprio.
Como refere Patricia Kaminski, 1998 «(...) a alma faz uma
nova constelação ou reagrupa suas forças psiquícas e a sua
estrutura básica da personalidade. A capacidade da alma se
expandir e de explorar seus horizontes lidando com suas
profundezas é o objectivo supremo da terapia com essências
florais. Este modelo contrasta notavelmente com os dos
métodos de cura convencional, que simplesmente tentam
conter, ajustar ou modificar o comportamento disfuncional de
modo que o corpo possa continuar a trabalhar de acordo com o
comportamento prevalecente ou com a expectativa médica».
43
44
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45
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Apêndices
47
Apêndice 1
48
49
50
Apêndice 2
51
52
Anexos
53
Anexo 1
54
55
56
57
58
Anexo 2
59
Exmos. Encarregados de Educação,
Sou Teresa Ferreira, psicóloga e estou a realizar um estudo
de caso para apresentar no 1º Curso de Especialização em Terapia
Floral.
Gostava de pedir o seu consentimento para utilizar os dados
de avaliação
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