O glorioso sofrimento

Transcrição

O glorioso sofrimento
Apresentação
O Glorioso Sofrimento do Justo é mais que um tema,
é uma realidade para os cristãos em todos os tempos. A
Bíblia inteira ensina esta verdade e o próprio Jesus Cristo
deu-nos o exemplo sofrendo o martírio da cruz.
O sofrimento que é permitido por Deus na vida do
justo tem o objetivo de discipliná-lo e amadurecê-lo, à
medida que a sua fé se torna mais sólida.
Jesus Cristo nos adverte que teremos aflições, enquanto
estivermos no mundo. Portanto, nenhum filho de Deus,
poderá chegar “... à unidade da fé e ao conhecimento do
Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura
completa de Cristo”, (Ef 4.13) sem primeiro ser provado.
Jó é o personagem em evidência nestas lições e o seu
sofrimento é o objeto de estudo neste trimestre, pois
constataremos que, depois do sofrimento, o Senhor
reservou-lhe gloriosa restauração dobrada.
Temos a plena convicção de que, se nos dedicarmos ao
estudo das lições, e aceitarmos a condição do Senhor para o
nosso crescimento, receberemos o mesmo fim glorioso
dispensado ao nosso personagem. “Ouvistes qual foi a
paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque
o Senhor é muito misericordioso e piedoso” (Tg 5.11b).
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ
O GLORIOSO SOFRIMENTO DO JUSTO
“... Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a
paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o
Senhor é muito misericordioso e piedoso” (Tiago 5.11).
SUMÁRIO
LIÇÃO 01 LIÇÃO 02 LIÇÃO 03 LIÇÃO 04 LIÇÃO 05 LIÇÃO 06 LIÇÃO 07 LIÇÃO 08 LIÇÃO 09 LIÇÃO 10 LIÇÃO 11 LIÇÃO 12 LIÇÃO 13 -
O justo não está livre do sofrimento
O justo reconhece que o Senhor dá e pode tomar
O justo está sujeito às doenças
O justo é um ser humano normal
O justo não perde a esperança
O justo sabe o que é ter compaixão
O justo sabe que só Deus pode lhe ajudar
O justo sabe que o ímpio pode gozar prosperidade
O justo sabe que Deus sempre tem razão
O justo experimenta momentos de aridez espiritual
O justo reconhece a grandeza de Deus
O justo acredita na restauração divina
Resumo das lições (Recapitulação)
COMENTÁRIO
Isaias Alves Martins (Pastor)
Benaia Reis de Souza (Professor EBD)
Nilton Félix Batista (Comentarista EBD)
Ana Lúcia de Souza Almeida (Ministra de música)
Eliude Fernandes Silva Félix (Liderança Feminina)
Rita de Cassia C. M. Martins (Ministério de Casais)
Evandro Arruda do Nascimento (Ministro do DEC)
Marisol A. de Castro Carvalho (Professora Infantil)
Maria do Socorro Magaly de O. Santos (Professora Infantil)
Equipe Jovem: Poliana, Lais, Daiane, Gabriela, Lyzanne, Bianca,
Jéssica, Paula, André, Daniel, Ronaldo, Lucas, Eduardo, Júnio e Thiago
EDITORAÇÃO
Kleber Paulo Santana
REVISÃO ORTOGRÁFICA
Antônia B. Costa Carvalho
Danusa Garcia Alves
SUPERVISÃO GERAL
Natanael Nogueira de Sousa
Pastor Presidente
BÍBLIA
Edição Revista e Corrigida
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Oeste do Gama - Área Especial 2/4 - DF
O JUSTO NÃO ESTÁ LIVRE DO
SOFRIMENTO
Versículo Chave
“Bem-aventurado o varão que sofre a
tentação; porque, quando for provado,
receberá a coroa da vida, a qual o
Senhor tem prometido aos que
o amam” (Tiago 1.12)
Lição 01 - 04 de outubro de 2009
Objetivos da Lição
• Mostrar que uma vida reta diante de Deus não nos isenta do sofrimento;
• Ensinar que o cristão deve estar pronto para enfrentar intempéries em
sua vida.
Culto Familiar
Segunda – (1 Coríntios 13.7) – O amor tudo sofre
Terça – (2 Timóteo 2.3) – O bom soldado sofre
Quarta – (2 Timóteo 4.5) – O cristão tem aflições
Quinta – (Tiago 1.12) – É feliz o que sofre por Cristo
Sexta – (1 Pedro 4.13) – Alegrai-vos por sofrer por causa de Jesus Cristo
Sábado – (Jó 1.1-5) – O justo também sofre
SUGESTÃO DE HINOS - 046 - 110 - 302 (Harpa Cristã)
Jó 1.1-5
1 - Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e este era homem
sincero, reto e temente a Deus; e desviava-se do mal.
2 - E nasceram-lhe sete filhos e três filhas.
3 - E era o seu gado sete mil ovelhas, e três mil camelos, e quinhentas
juntas de bois, e quinhentas jumentas; era também muitíssima a gente ao seu
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serviço, de maneira que este homem era maior do que todos os do Oriente.
4 - E iam seus filhos e faziam banquetes em casa de cada um no seu dia;
e enviavam e convidavam as suas três irmãs a comerem e beberem com eles.
5 - Sucedia, pois, que, tendo decorrido o turno de dias de seus banquetes,
enviava Jó, e os santificava, e se levantava de madrugada, e oferecia holocaustos
segundo o número de todos eles; porque dizia Jó: Porventura, pecaram meus
filhos e blasfemaram de Deus no seu coração. Assim o fazia Jó continuamente.
INTRODUÇÃO
A
lguns estudiosos da Bíblia acreditam que Jó tenha vivido no período
dos patriarcas. Assim sendo, não se tem conhecimento de alguém
que tenha sofrido, em sua época, tamanho flagelo.
As lições deste trimestre são baseadas no Livro de Jó. Sabemos que a
sua literatura é poética, por isso tomamos a devida precaução na sua
interpretação.
Esta primeira lição mostrará que o justo pode sofrer, mesmo tendo um
caráter irrepreensível, ainda que possua fortunas e seja praticante da Palavra
de Deus:
I – MESMO TENDO CARATER IRREPREENSÍVEL (V 1)
Ao contrário do que alguns cristãos pensam e ensinam, o servo de Deus
está sujeito ao sofrimento permitido por Ele, inclusive aqueles que têm as
seguintes características:
1. Sendo prudente - “Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era
Jó...” - Pela história de Jó, em todo o seu livro, podemos dizer que se tratava
de um homem prudente. O seu nome significa “pesaroso”, o que sugere alguém
que age com cautela em todas as situações. Oferecia sacrifícios por seus filhos
apenas por precaução. As suas palavras sempre foram comedidas, apesar das
intempéries sofridas. “Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus
falta alguma” (Jó 1.22). E na hora de maior dor, o texto afirma: “... Em tudo
isto não pecou Jó com os seus lábios” (Jó 2.10b).
2. Tendo bom testemunho - “... e este era homem sincero, reto e
temente a Deus” – O nosso personagem era homem de bom testemunho. O
próprio Deus confirma isto, inclusive perante Satanás, o acusador (Jó 1.8; 2.3).
Jó era sincero. No original, esta palavra significa literalmente “completo”.
Também o texto diz que era homem reto, ou seja, íntegro nas palavras,
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pensamentos e atos. Quando o Senhor quis tomar alguém como exemplo
prático de justiça, usou Jó, ao lado de Noé e Daniel. (Ez 14.20; Tg 5.11).
A justiça mencionada aqui é a qualidade que leva os cristãos a agirem
corretamente, de acordo com os mandamentos de Deus: “Ele te declarou,
ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que
pratiques a justiça...” (Mq 6.8a).
3. Fugindo do pecado - “... e desviava-se do mal.” – De acordo com
Provérbios 8.13a, “O temor do Senhor é aborrecer o mal...”. Jó era um
servo temente porque desviava-se do mal. Logo, podemos afirmar que era homem
sábio, pois “o temor do Senhor é o princípio da sabedoria...” (Pv 9.10a).
Diante de nós, temos um personagem que parece uma lenda. No entanto,
foi mencionado no Novo Testamento por Tiago, como um personagem real.
E, como vimos acima, Deus o tomou como referência de justiça humana.
Se este homem, apesar de todas as qualidades vistas, sofreu tamanha
provação, com certeza, todos os cristãos, embora pratiquem a justiça, poderão
sofrer o mesmo (Hb 12.5-10).
II – INDEPENDENTEMENTE DOS BENS QUE POSSUI (Vs 2-4)
Há quem pense que as suas riquezas são sinal de que tudo vai bem no seu
relacionamento com Deus. Alguns acreditam que a pobreza é prova da
ausência divina, no entanto o texto que estamos estudando prova que, tanto
na riqueza como na pobreza, o Senhor poderá estar presente. A Bíblia faz
menção de muitos ricos ímpios e de muitos pobres justos e vice-versa.
Jó, na concepção de alguns “mestres” hodiernos, jamais deveria passar
pelo que passou, pois tinha todas as características de um homem pronto
para habitar o céu. Numa afirmação absurda, alguém sugeriu que Jó passou
por tudo isso, por não ser um dizimista fiel. Nenhuma destas afirmações tem
apoio bíblico. Portanto, vejamos o que Jó possuía:
1. Uma família numerosa - “E nasceram-lhe sete filhos e três filhas.”
– Uma família numerosa, na época dos patriarcas, era sinal da bênção de
Deus. As mulheres estéreis eram vistas como pessoas desprovidas do favor
divino. (Gn 25.21; Êx 23.26; 1Sm 2.5; Sl 113.9). Mical, filha de Saul, recebeu
esta maldição (2Sm 6.20-23).
A família de Jó não era apenas numerosa, mas também rica e feliz. Viviam
continuamente em festas (v 4). Ninguém poderia imaginar que, em pouco
tempo, tudo isto acabaria num terrível flagelo, como veremos nas lições
seguintes.
2. Um patrimônio invejável - “E era o seu gado sete mil ovelhas, e
três mil camelos, e quinhentas juntas de bois, e quinhentas jumentas;
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era também muitíssima a gente ao seu serviço...” – Jó era um grande
fazendeiro. Seu gado chegava a onze mil e quinhentas cabeças. Isto numa época
em que este tipo de investimento era o mais lucrativo, por causa da carne e dos
subprodutos do leite, couro e lã. Além de promover portentoso status na
sociedade, Jó, sem dúvida, era um homem respeitado e invejado pelos bens
materiais que possuía. Mas, apesar de tantos bens, só conhecia a Deus
teoricamente. Foi o sofrimento que o purificou, como se purifica o ouro. Esta
prova de fogo o fez afirmar: “... agora te veem os meus olhos” (Jó 42.1-5).
3. Um nome glorioso - “... de maneira que este homem era maior do
que todos os do Oriente.” – A maioria dos cristãos sonham com este tipo
de benefício alcançado pelo patriarca. Ele possuía riquezas, poder e status.
Aliás, este é o âmago da mensagem dos pregadores da prosperidade, que
nunca mencionam a sinceridade, a retidão e o temor a Deus, virtudes de Jó.
Deus não honra aquele que o desonra, mas a maioria dos cristãos está correndo
atrás de riqueza e honra, enquanto gastam o que têm com o inimigo de Deus,
ou seja, o mundo (Tg 4.1-4).
É difícil imaginar cena tão devastadora, onde o homem mais honrado
daquela região aparece desolado, assentado sobre cinzas, coberto de feridas
e cheirando mal (Jó 2.7,8), e ainda dizendo: “receberemos o bem de Deus
e não receberíamos o mal?” (Jó 2.10).
Quem deseja as riquezas e a glória de Jó, deve estar disposto a aceitar o
seu glorioso sofrimento.
III – APESAR DE PRATICAR BOAS AÇÕES (V 5)
Jó, sem dúvida, era um homem que praticava boas ações. Vejam os
exemplos:
1. Ter zelo familiar - “Sucedia, pois, que, tendo decorrido o turno de
dias de seus banquetes, enviava Jó, e os santificava...” – Apesar de não
ter certeza se seus filhos haviam cometido alguma coisa que desagradasse a
Deus, o temor de Jó era tal que, logo após as festas, santificava-os. Este zelo
familiar é visto em poucos crentes hoje. Queremos bons empregos e boas
faculdades para os nossos filhos, mas pouco nos importamos com o que estão
aprontando por aí. Esquecemos o culto familiar e pouco nos importa se os
nossos filhos leem a Bíblia, se oram ou se buscam o Espírito Santo. Queremos
apenas “declarar” e “profetizar” bênçãos materiais em suas vidas.
2. Exercer o sacerdócio - “... e se levantava de madrugada, e
oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; porque dizia
Jó: Porventura, pecaram meus filhos e blasfemaram de Deus no seu
coração.” – Jó exercia o seu papel sacerdotal no seio da família, oferecendo
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holocaustos pelas madrugadas. Esta atitude revela que era guardião do seu
lar e responsável pelo bem espiritual da sua casa.
Apesar desta virtude, o patriarca teve que ser provado, até ser transformado
em um diamante valioso. Agora, imagine aqueles que nem mesmo chegam a
exercerem sua posição diante do Senhor, deixando de orar e cuidar do seu
lar (1Pe 2.9), qual será o tamanho da prova pela qual terão de passar?
3. Perseverar nas coisas espirituais - “Assim o fazia Jó
continuamente.” – Como se pode entender e aceitar a idéia de um homem
tão “perfeito” passar por tão grande sofrimento? Se aprendem que o justo
não pode sofrer, nem adoecer e nem empobrecer? Que conceitos errôneos
se tem das Escrituras!
A Bíblia revela outra realidade ao afirmar que: “Eis que temos por bemaventurados os que sofreram...” (Tg 5.11). No conceito divino, é uma
felicidade sofrer dentro dos critérios de Deus e para o fim que Ele determinou.
CONCLUSÃO
Esta lição deve mudar o nosso conceito quanto ao sofrimento e às suas
causas. A Bíblia continua sendo o nosso manual e, se queremos acertar o
caminho e glorificar a Deus, devemos consultá-la, ao invés de seguir “vento
de doutrina” (Ef 4.14).
Fica a seguinte exortação bíblica: “Amados, não estranheis a ardente
prova que vem sobre vós, para vos tentar, como se coisa estranha vos
acontecesse; mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das
aflições de Cristo, para que também, na revelação da sua glória, vos
regozijeis e alegreis. Se, pelo nome de Cristo, sois vituperados, bemaventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória de
Deus. Que nenhum de vós padeça como homicida, ou ladrão, ou
malfeitor, ou como o que se entremete em negócios alheios; mas, se
padece como cristão, não se envergonhe; antes, glorifique a Deus nesta
parte” (1Pe 4.12-16).
Para reflexão:
• Você tem um caráter irrepreensível?
• A sua família é uma bênção?
• Que tipo de obras você pode apresentar a Deus?
Questionário para avaliação e debate:
1. O que o crente deve fazer para “desviar-se do mal”?
2. Em que sentido Jó “era maior do que todos os do oriente”?
3. Qual era o papel de Jó na sua família, de acordo com o Tópico III,
Subtópico 2 da lição?
O JUSTO RECONHECE QUE O SENHOR
DÁ E PODE TOMAR
Versículo Chave
“... e disse: Nu saí do ventre de minha mãe
e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu e
o SENHOR o tomou; bendito seja o
nome do SENHOR” (Jó 1.21)
Lição 02 - 11 de outubro de 2009
Objetivos da Lição
• Ensinar que todos os nossos bens vieram de Deus, inclusive a nossa vida;
• Mostrar que o Senhor pode dar e pode tomar o que Ele quiser.
Culto Familiar
Segunda – (Salmos 24) – Do Senhor é o mundo
Terça – (Salmos 89) – Do Senhor é o céu e a terra
Quarta – (Salmos 104) – Do Senhor são as riquezas
Quinta – (Daniel 4.17-32) – O Senhor dá o Seu Reino a quem Ele quer
Sexta – (Ageu 2.8) – Do Senhor é o ouro e a prata
Sábado – (Jó 1.6-22) – O Senhor dá e pode tomar
SUGESTÃO DE HINOS - 075 - 086 - 205 (Harpa Cristã)
Jó 1.6-22
6 - E vindo um dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante
o SENHOR, veio também Satanás entre eles.
7 - Então, o SENHOR disse a Satanás: De onde vens? E Satanás
respondeu ao SENHOR e disse: De rodear a terra e passear por ela.
8 - E disse o SENHOR a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque
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ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero, e reto, e temente a
Deus, e desviando-se do mal.
9 - Então, respondeu Satanás ao SENHOR e disse: Porventura, teme Jó
a Deus debalde?
10 - Porventura, não o cercaste tu de bens a ele, e a sua casa, e a tudo quanto
tem? A obra de suas mãos abençoaste, e o seu gado está aumentado na terra.
11 - Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se
não blasfema de ti na tua face!
12 - E disse o SENHOR a Satanás: Eis que tudo quanto tem está na tua
mão; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença
do SENHOR.
13 - E sucedeu um dia, em que seus filhos e suas filhas comiam e bebiam
vinho na casa de seu irmão primogênito,
14 - que veio um mensageiro a Jó e lhe disse: Os bois lavravam, e as
jumentas pasciam junto a eles;
15 - e eis que deram sobre eles os sabeus, e os tomaram, e aos moços
feriram ao fio da espada; e eu somente escapei, para te trazer a nova.
16 - Estando este ainda falando, veio outro e disse: Fogo de Deus caiu do
céu, e queimou as ovelhas e os moços, e os consumiu; e só eu escapei, para
te trazer a nova.
17 - Estando ainda este falando, veio outro e disse: Ordenando os caldeus
três bandos, deram sobre os camelos, e os tomaram, e aos moços feriram ao
fio da espada; e só eu escapei, para te trazer a nova.
18 - Estando ainda este falando veio outro e disse: Estando teus filhos e
tuas filhas comendo e bebendo vinho, em casa de seu irmão primogênito,
19 - eis que um grande vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos
quatro cantos da casa, a qual caiu sobre os jovens, e morreram; e só eu
escapei, para te trazer a nova.
20 - Então, Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e
se lançou em terra, e adorou,
21 - e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o
SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR.
22 - Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.
INTRODUÇÃO
E
ntão, Jó se levantou, (...) e adorou; e disse: (...) o Senhor o deu e o
Senhor o tomou...”. Mesmo sem conhecer a vontade de Deus, Jó
demonstrou sua submissão ao Criador que tudo dá e que também
pode tirar. Apesar de Deus haver permitido a Satanás que tocasse em tudo o
que Jó possuía, com exceção de sua vida, este servo foi capaz de louvar e
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
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adorá-Lo, pois permaneceu constante na crença de que Deus é bom.
I – DEUS, O CRIADOR, DETÉM TODAS AS COISAS
EM SUAS MÃOS
O Senhor é o Criador de todas as coisas e as sustém com o Seu grande
poder. “Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória,
pois, a ele eternamente. Amém!” (Rm 11.36) (...) “porque nele foram
criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis,
sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades;
tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e
todas as coisas subsistem por ele” (Cl 1.16,17). Portanto vejamos:
1. Deus nos criou e cuida de nós - O propósito de Deus é complexo,
envolve mais do que uma questão de fé (v. 12). Entretanto, quando um justo
é provado, sendo afligido até a alma, a graça de Deus o faz triunfar sobre tal
sofrimento, permanecendo firme e constante na fé.
2. Deus nos criou para a Sua glória - No sofrimento do justo, Deus é
glorificado, conforme aconteceu com Jó (vv.20 e 21), que em submissão à
vontade secreta do Senhor conseguiu declarar com sabedoria que tudo
pertence ao Criador, que tudo dá.
Quando conseguirmos entender que, no sofrimento glorificamos a Deus e
que, no porvir, receberemos glória indizível, aceitaremos, como Moisés: “... ser
maltratado com o povo de Deus do que por, um pouco de tempo, ter o
gozo do pecado; tendo, por maiores riquezas, o vitupério de Cristo do que
os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa” (Hb 11.25,26).
3. Deus nos criou como seres limitados - Deus entende o limite do
justo, pois Ele é o seu Criador. Sendo assim, o povo de Deus deve louvá-Lo,
faça Ele o que fizer com o que lhe pertence. Mas sabemos que o Senhor,
conhecendo as nossas limitações, não deixará que sejamos tentados além da
capacidade de suportar (1Co 10.13).
II – DEUS, O DOADOR, NOS DEU TODAS AS COISAS,
INCLUSIVE A VIDA
A nossa maior gratidão ao Senhor deve ser porque a própria vida que nos
permite existir temporalmente, e no futuro, eternamente, foi por Ele doada
(At 17.28). Jó, apesar de vacilar em algum momento, por causa da grande
dor, reconheceu esta verdade quando disse: “Nu saí do ventre de minha
mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito
seja o nome do Senhor” (Jó 1.21).
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
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1. Deus tem propósitos específicos em nossa vida - Por termos
recebido de Deus, por Sua imensa graça, tudo o que possuímos, Ele permite
que sejamos provados na autenticidade de nossa fé, por meio de aflições a
nós impostas (1Co 10.13). Ele não nos criou por acaso e nem permite que
vivamos sem propósito nesta terra.
2. Deus preserva a nossa vida - Deus não se deixa enganar, embora
Satanás apresente acusações a respeito dos Seus servos (v.11), Ele guarda as
suas vidas, mesmo em meio ao sofrimento, porque ao Senhor pertence todas
as coisas, e pode dar, tomar e restaurar, segundo o seu propósito soberano.
No versículo 8, Deus mostra a Satanás o quanto Ele se compraz na vida
do servo fiel que, mesmo sendo provado, é capaz de adorar e louvá-Lo
porque crê no Seu cuidado, ainda que não seja visto, nem sentido (Sl 125.1,2).
Pois na glória do porvir, haveremos de saber que “... todas as coisas
contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus,
daqueles que são chamados por seu decreto” (Rm 8.28).
III – DEUS ESTABELECE LIMITES NAS
PROVAÇÕES DO JUSTO
Por que Deus, que é justo e amoroso, permitiu que um homem justo
sofresse tanto? O Livro de Jó é constituído de 42 capítulos com profundo
ensino acerca do sofrimento. Ali são revelados as motivações e os meios que
Ele aplica para fazer tudo conforme o Seu desígnio:
1. Determina o tipo do sofrimento - “Somente contra ele não
estendas a tua mão” v. 12. Deus estabeleceu um limite até onde Satanás
poderia ir, podendo tocar nos bens de Jó e na sua família. Com isso foi
possível ver que o que serve a Deus é capaz de amá-Lo pelo que Ele é, e não
apenas por causa de suas dádivas.
2. Determina o tempo do sofrimento - Conhecendo Deus as limitações
de Jó, não o poupou da provação, mas o guardou, considerando seus limites.
Isso significa que, mesmo que o servo de Deus seja provado com grande
aflição, o Senhor não o desampara nem esquece, antes permanece ao seu
redor como um muro de fogo (Zc 2.5), protegendo-o para que Satanás não
lhe roube a vida.
3. Conhece o resultado do sofrimento - “E se lançou em terra e O
adorou” v. 20. A reação de Jó foi imediata e, com humildade, colocou-se na
presença de Deus. Este era um período de trevas e de fé vacilante. No entanto,
Jó não se voltou contra Deus com rebeldia, antes creu no Seu cuidado,
escolhendo perseverar com humildade (Tg 5.10,11).
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
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CONCLUSÃO
Como Jó, os servos de Deus também vacilam em meio às provações da
vida e aflições da alma. Entretanto, o reconhecimento da Sua soberania como
Senhor de nossas vidas e de tudo o que temos e recebemos, torna-nos
verdadeiros adoradores, porque com isso reconhecemos que é o Criador de
tudo e só Ele merece o nosso louvor e adoração.
É necessário que tenhamos guardado com fé em nossos corações, como
a um tesouro precioso, que o Senhor de todas as coisas, inclusive de nossas
vidas, nunca nos deixa solitário e alegra-se em nossa verdadeira devoção.
Para reflexão:
• Você pode enumerar quantas coisas o Senhor já te deu?
• Você se lembra de alguma coisa que o Senhor lhe tirou?
• Você já foi ou está sendo provado?
Questionário para avaliação e debate:
1. O que Jó reconhece quando diz: “O Senhor o deu o Senhor o tomou”?
2. O que Deus ordenou em relação à vida de Jó? (Jó 1.12).
3. “E O adorou” (v 20). Qual é o significado da palavra adoração no contexto
deste versículo?
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O JUSTO ESTÁ SUJEITO ÀS DOENÇAS
Versículo Chave
“ Mas ele lhe disse: Como fala qualquer
doida, assim falas tu; receberemos o bem
de Deus e não receberíamos o mal? Em
tudo isto não pecou Jó com os seus
lábios.” (Jó 2.10)
Lição 03 - 18 de outubro de 2009
Objetivos da Lição
• Ensinar, de acordo com o texto, que o crente fiel e justo também adoece;
• Mostrar que o mais importante é ter uma consciência tranqüila diante
de Deus.
Culto Familiar
Segunda – (2 Reis 13.14) – Eliseu adoeceu
Terça – (Daniel 8.27) – Daniel adoeceu
Quarta – (Filipenses 2.25-27) – Epafrodito adoeceu
Quinta – (1 Timóteo 5.23) – Timóteo adoeceu
Sexta – (2 Timóteo 4.20) – Trófimo adoeceu
Sábado – (Jó 2.1-13) – Jó adoeceu
SUGESTÃO DE HINOS - 004 - 007 - 077 (Harpa Cristã)
Jó 2.1-13
1 - E, vindo outro dia, em que os filhos de Deus vieram apresentar-se
perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles apresentar-se perante
o SENHOR.
2 - Então, o SENHOR disse a Satanás: De onde vens? E respondeu
Satanás ao SENHOR e disse: De rodear a terra e passear por ela.
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
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3 - E disse o SENHOR a Satanás: Observaste o meu servo Jó? Porque
ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero e reto, temente a Deus,
desviando-se do mal, e que ainda retém a sua sinceridade, havendo-me tu
incitado contra ele, para o consumir sem causa.
4 - Então, Satanás respondeu ao SENHOR e disse: Pele por pele, e tudo
quanto o homem tem dará pela sua vida.
5 - Estende, porém, a tua mão, e toca-lhe nos ossos e na carne, e verás se
não blasfema de ti na tua face!
6 - E disse o SENHOR a Satanás: Eis que ele está na tua mão; poupa,
porém, a sua vida.
7 - Então, saiu Satanás da presença do SENHOR e feriu a Jó de uma
chaga maligna, desde a planta do pé até ao alto da cabeça.
8 - E Jó, tomando um pedaço de telha para raspar com ele as feridas,
assentou-se no meio da cinza.
9 - Então, sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa
a Deus e morre.
10 - Mas ele lhe disse: Como fala qualquer doida, assim falas tu;
receberemos o bem de Deus e não receberíamos o mal? Em tudo isto não
pecou Jó com os seus lábios.
11 - Ouvindo, pois, três amigos de Jó todo este mal que tinha vindo sobre
ele, vieram, cada um do seu lugar: Elifaz, o temanita, e Bildade, o suíta, e Zofar,
o naamatita; e concertaram juntamente virem condoer-se dele e consolá-lo.
12 - E, levantando de longe os olhos e não o conhecendo, levantaram a voz e
choraram; e rasgando cada um o seu manto, sobre a cabeça lançaram pó ao ar.
13 - E se assentaram juntamente com ele na terra, sete dias e sete noites;
e nenhum lhe dizia palavra alguma, porque viam que a dor era muito grande.
INTRODUÇÃO
N
o glorioso livro de Jó, vê-se o sofrimento humano retratado em um
homem que era reto, sincero, rico e temente a Deus. Ele realmente
existiu e passou pela experiência narrada, na qual foi acometido de
surpresas, como perda repentina de tudo quanto tinha materialmente e ainda
de sua família, além de ser afrontado por uma enfermidade dolorosa.
O mais incrível de tudo isso é que aconteceu porque Deus permitiu.
Entende-se, portanto, que um justo fiel também pode adoecer. Naquela
época e hodiernamente, pensa-se que a doença é sempre causa do pecado
e que um crente não pode ficar doente, pois o castigo deve ser para os
maus e não para os bons.
Só quem não conhece, ou não entende a grandeza e soberania de Deus, é
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
15
quem ainda afirma tais coisas. Nosso intento é mostrar que o crente fiel
também está sujeito a enfermidades, e que O mesmo que permite a dor é O
que cura, de acordo com sua vontade e propósito. Deste modo, vejamos:
I - O MUNDO FÍSICO E ESPIRITUAL ESTÁ SOB O
CONTROLE DE DEUS (VV 1-6)
“Num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o
Senhor, veio também Satanás entre eles apresentar-se perante o Senhor.
Então o Senhor disse a Satanás: Donde vens? Respondeu Satanás ao
Senhor e, disse: De rodear a terra e passear por ela”.(V.1-2).
Nos acontecimentos no céu, novamente o diabo procura caluniar Jó,
com o fim de causar-lhe mais dores na terra. A inimizade que Satanás tem
pelo justo está sempre sob os cuidados de Deus, é altamente restrita aos
desígnios divinos.
1. Satanás o acusador do justo - “Então, Satanás respondeu ao
Senhor (...). Estende, toca-lhe nos ossos e na carne...” (v. 3).
Satanás desafiou a Deus, dizendo que, se Jó perdesse seus bens,
certamente deixaria de ser fiel ao Senhor. Sabemos que o diabo é o acusador
e adversário do homem e tenta de todas as formas destruí-lo, utilizando-se,
no caso de Jó, de doenças como meio de sofrimento, objetivando que o
mesmo renuncie a Deus (vs. 4,5), visto que o Senhor não dá sua Glória para
ninguém (Is. 42.8), é Ele próprio quem o defende, promovendo a Jó convicção
inabalável que seu sofrimento tem uma finalidade benéfica. Do mesmo modo,
o Senhor age na vida do crente fiel, não permitindo que sofra ou seja tentado
além de suas forças (1Co 10.13).
2. A Vida do justo está nas mãos do Senhor: “Disse o Senhor a
Satanás: Eis que ele está em teu poder; mas poupa-lhe a vida.” (v.6):
Quando Deus disse a satanás que Jó estaria sob seu poder, ordenou-lhe
que lhe poupasse a vida, pois ela, em todos os sentidos, lhe é proveniente. A
vida é um dom de Deus dado aos homens, e comprado por Cristo, para que
eles a vivam abundantemente, e esta se encontra nas mãos do Pai para utilizála segundo sua própria vontade, visto que somente Ele pode tirá-la. (1Sm 2.6).
Sendo assim, nossas vidas são preciosas (At 20.24a), mas para serem
úteis ao reino de Deus. Se alguém quer servir a Cristo somente na bonança
é porque ama a própria vida mais do que a Jesus. (Mt. 10.37).
II - MESMO DEUS AMANDO O JUSTO, ESTE
ADOECE - (VV 7-10)
Deus não quer somente a fé do justo, Ele deseja que o crente, nos momentos
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
16
de dor ou sofrimento utilize-se da paciência, perseverança e submissão à sua
vontade (Tg.5.11. O inimigo é sabedor da fraqueza humana e daí usará de
seus meios para desafiar o servo de Deus. Neste entendimento:
1. Satanás põe à prova a fidelidade do justo - “Então, saiu Satanás
da presença do Senhor e feriu Jó de tumores malignos, desde a planta
do pé até ao alto da cabeça..” (vs.7-8).
Satanás tentou destruir a integridade de Jó, sob a anuência de Deus que
permitiu que a fidelidade deste fosse testada, e isto não porque era alguém
apontado para sofrer danos físicos aleatoriamente, e sim porque era um justo,
escolhido de Deus, para ser preparado e moldado, a fim de se tornar vencedor
na disputa cotidiana com o inimigo. (Ef 6.12).
2. O Bem e o mal vêm de Deus para provar o justo – (vs. 9,10) - Jó,
mesmo sem entender o mal que assolou sua vida, reconheceu que Deus podia
fazer o que quisesse, pois o bem e o mal estão sob o Seu poder.
Por vezes, pensa-se que existem dois deuses brigando entre si para saber
quem vai ser o dono do homem, no entanto existe um só Deus, Rocha nossa,
todo poderoso, dono de todas as coisas, inclusive do próprio homem (Is
44.6-8). E há um anjo caído que tem ações limitadas pelo Pai e, quando
usadas, Ele as transforma para sua glória.
Tanto nas grandes alegrias, como nos grandes sofrimentos, o crente precisa
saber que Deus tem o domínio de tudo o que acontece em sua vida, pois Ele
está presente e pode utilizar a adversidade, bem como a prosperidade, para
abençoar e calar o caluniador de nossas almas.(Rm 8.28).
III - A INTEGRIDADE DO JUSTO DEVE SER MANTIDA
DIANTE DA ENFERMIDADE (VV 10-13)
Jó, diante de todo sofrimento, manteve sua integridade a Deus, mesmo
sem saber que estava sendo posto à prova, pois as provações têm lugar no
plano do Criador. Porém, quando as enfermidades assolam o justo, e este
permanece íntegro, Deus:
1. Providencia pessoas para consolá-lo: “Ouvindo, pois, três amigos
(...) combinaram ir juntamente condoer-se dele e consolá-lo; (...)
Levantando eles de longe os olhos e não o reconhecendo, ergueram a
voz e choraram; e cada um, rasgando o seu manto, lançava pó ao ar
sobre a cabeça” (vs 11,12).
Quando os amigos de Jó souberam de seu sofrimento, foram ter com ele
com o intuito de consolá-lo; não o reconhecendo, devido ao seu estado,
ergueram a voz e choraram ao presenciar a situação na qual se encontrava o
amigo. Mesmo sem entenderem, permaneceram ao lado dele.
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
17
Deus sempre providencia alguém para estar conosco na hora da luta, seja para
orar, jejuar, profetizar ou ficar nos apoiando nas aflições. (2Rs 20.1-11; 2Co 1.5).
Isto acontece porque Ele tem prazer em cuidar dos seus santos (Rm 12.15).
2. Providencia pessoas para compartilhar a dor do que espera NELE
- (v. 13). A luta que sobreveio sobre a vida de Jó foi terrível, seus próprios
amigos reconheceram tamanho padecimento e estiveram ao seu lado por
sete dias e noites – inicialmente - participando da sua amargura. Durante
toda provação, Jó teve pessoas que acompanharam a sua dor, que puderam,
também, contemplar não somente a sua cura, mas a maneira como glorificou
ao Senhor e permaneceu firme em sua fé. (Gl 6.9-10).
Por isso devemos partilhar do sofrimento dos que servem a Deus,
porque seremos prova da Sua fidelidade para com aqueles que Nele
confiam. Assim, a confiança absoluta no triunfo da justiça divina nunca
pode ser apagada do espírito corajoso dos servos fiéis, que devem
permanecer íntegros, amando a Deus independente das circunstâncias
que os rodeiam. (Dn 3.15; 17-18; 26-29).
CONCLUSÃO
É compreensível que o intento do Senhor, ao permitir que Jó passasse por
dolorosa doença e perdas terríveis, tivesse o efeito de aprofundar, enriquecer
e, conseqüentemente, amadurecer sua fé e obediência.
Sendo assim, todos os que são provados, como Jó, devem aceitar no
espírito e confiar na providência de Deus (Jó 6.17,18), visto que, a enfermidade
do justo é para a Sua glória. (Jo 11.4).
Jó, sem qualquer intenção de recuperar a sua saúde, de que previamente
gozava mesmo aflito, tinha sua consciência tranquila de que o pecado não era
a causa de sua enfermidade; levantou-se sobre seus joelhos ensanguentados
para dizer ao mundo que o homem pode servir, sem esperança de recompensa,
ao Deus da Justiça. (Rm.8.18). Por isso, o Senhor em sua infinita grandeza e
misericórdia, restituiu vida saudável ao seu justo; e outras bênçãos que serão
vistas nas lições que se seguem.
Para reflexão:
• Eu posso ficar doente?
• Devo fazer a obra do Senhor mesmo doente?
• Deus sempre cura seus servos fiéis?
Questionário para avaliação e debate:
1. Por que Deus permite à enfermidade na vida do justo?
2. De onde vem o bem e o mal?
3. Qual foi a reação dos três amigos, ao contemplarem a “dor” de Jó? (Jó 2.11,12).
O JUSTO É UM SER HUMANO NORMAL
Versículo Chave
“Elias era homem sujeito às mesmas paixões
que nós e, orando, pediu que não chovesse,
e, por três anos e seis meses, não choveu
sobre a terra” (Tiago 5.17)
Lição 04 - 25 de outubro de 2009
Objetivos da Lição
• Ensinar que é possível o cristão fraquejar no momento da dor, pois é
um ser humano;
• Mostrar que o cristão não é um super-homem. Podendo até vacilar na
hora do sofrimento, mas confia na vitória que vem de Deus.
Culto Familiar
Segunda – (Salmos 6) – A fraqueza do salmista
Terça – (Salmos 38) – O cristão é fraco e quebrantado
Quarta – (Salmos 90) – O cristão tem uma vida terrena passageira
Quinta – (1 Coríntios 2.3) – A fraqueza do apóstolo
Sexta – (2 Coríntios 12.9,10) – O poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza
Sábado – (Jó 3.1-26) – A fraqueza de Jó
SUGESTÃO DE HINOS - 056 - 186 - 261 (Harpa Cristã)
Jó 3.1-26
1 - Depois disto, abriu Jó a boca e amaldiçoou o seu dia.
2 - E Jó, falando, disse:
3 - Pereça o dia em que nasci, e a noite em que se disse: Foi concebido
um homem!
4 - Converta-se aquele dia em trevas; e Deus, lá de cima, não tenha
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cuidado dele, nem resplandeça sobre ele a luz!
5 - Contaminem-no as trevas e a sombra da morte; habitem sobre ele
nuvens; negros vapores do dia o espantem!
6 - A escuridão tome aquela noite, e não se goze entre os dias do ano, e
não entre no número dos meses!
7 - Ah! Que solitária seja aquela noite e suave música não entre nela!
8 - Amaldiçoem-na aqueles que amaldiçoam o dia, que estão prontos
para fazer correr o seu pranto.
9 - Escureçam-se as estrelas do seu crepúsculo; que espere a luz, e não
venha; e não veja as pestanas dos olhos da alva!
10 - Porquanto não fechou as portas do ventre, nem escondeu dos meus
olhos a canseira.
11 - Por que não morri eu desde a madre e, em saindo do ventre, não expirei?
12 - Por que me receberam os joelhos? E por que os peitos, para que mamasse?
13 - Porque já agora jazeria e repousaria; dormiria, e, então, haveria
repouso para mim,
14 - com os reis e conselheiros da terra que para si edificavam casas nos
lugares assolados,
15 - ou com os príncipes que tinham ouro, que enchiam as suas casas de prata;
16 - ou, como aborto oculto, não existiria; como as crianças que nunca
viram a luz.
17 - Ali, os maus cessam de perturbar; e, ali, repousam os cansados.
18 - Ali, os presos juntamente repousam e não ouvem a voz do exator.
19 - Ali, está o pequeno e o grande, e o servo fica livre de seu senhor.
20 - Por que se dá luz ao miserável, e vida aos amargurados de ânimo,
21 - que esperam a morte, e ela não vem; e cavam em procura dela mais
do que de tesouros ocultos;
22 - que de alegria saltam, e exultam, achando a sepultura?
23 - Por que se dá luz ao homem, cujo caminho é oculto, e a quem Deus
o encobriu?
24 - Porque antes do meu pão vem o meu suspiro; e os meus gemidos se
derramam como água.
25 - Por que o que eu temia me veio, e o que receava me aconteceu?
26 - Nunca estive descansado, nem sosseguei, nem repousei, mas veio
sobre mim a perturbação.
INTRODUÇÃO
O
fato de ser justo não significa dizer que o cristão possua um status de
super-homem. O livro de Jó nos ensina isso com muita propriedade.
A despeito de sua conduta irrepreensível, ele possuía todas as
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
20
restrições humanas que possuímos, tais como limitações, fraquezas e inclinação
para o pecado. Neste capítulo, Jó deixou aflorar sua condição de homem
por meio do choro, do atordoamento, da confusão, do desespero, das
lamentações, dos desabafos, enfim, de sua depressão. Mas, mesmo com
uma fé vacilante, ele pôde, num dado momento, declarar: “... eu sei que o
meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra” (Jó 19.25).
Observe, no exemplo de Jó, aspectos que revelam a humanidade do justo.
I – QUE PODE DAR VAZÃO AO PESSIMISMO
As palavras de Jó, ditas no capítulo três, são bem diferentes das que
afirmou anteriormente: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei
para lá; o Senhor o deu e o senhor o tomou; bendito seja o nome do
Senhor” (Jó 1.21). A calamidade em que se encontrava e que muitas vezes
é a nossa realidade, levou-o a expressar-se sem meias palavras, deixando
sobressair o pessimismo próprio do ser humano.
1. Pessimismo que o levou a proferir maldições – “... abriu Jó a boca
e amaldiçoou o seu dia” (v. 1). Jó não era passivo diante da sua aflição.
Transtornado com a sua situação, ele amaldiçoou por completo sua existência,
desde a concepção até aquele momento. É desconfortável vê-lo proferir tão
duras palavras. Mas quem nunca teve reação semelhante? Contudo, Jó não
proferiu nenhuma maldição contra Deus, antes, abriu seu coração diante Dele
com muita sinceridade, demonstrando seus reais sentimentos. Por vezes,
pensamos que, como servos de Deus, temos que ficar mudos diante do
sofrimento, pois de outra maneira, incorreríamos em pecado. Mas, rasgar a
alma diante de Deus, aumenta a nossa intimidade com Ele.
2. Pessimismo que agravou o sentimento de solidão – “Convertase aquele dia em trevas; e Deus, lá de cima, não tenha cuidado dele...”
(v. 4). Jó expressou que as trevas que deveriam ter coberto o seu dia natalício
eram as mesmas daquele momento. Estas palavras não faziam alusão ao
sofrimento físico, mas ao sentimento de que Deus estava distante, que
permanecia em silêncio e que o contato com Ele fora perdido. Era uma
solidão que nem a presença da esposa ou amigos pôde abrandar. Nada do
que Jó perdeu causou mais dor que o sentimento da ausência de Deus.
Quantas vezes nos sentimos assim, sozinhos, achando que o céu é
intransponível e que Deus não pode ser encontrado? Todavia, o Senhor
nos garante: “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres,
porque eu sou o teu Deus; eu te esforço, e te ajudo, e te sustento
com a destra da minha justiça” (Is 41.10).
II – QUE PODE CEDER À DESESPERANÇA
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
21
Com o passar dos dias, o desespero de Jó se agravou, ele percebeu sua fé
desvanecendo, e enxergou a morte como a única opção que lhe restava. Atitude
perfeitamente compreensível, pois os muitos problemas podem nos fazer crer
que não há mais esperança, levando-nos a considerar a morte como solução.
1. Desesperança de quem viu na morte o descanso – “Ali, os maus
cessam de perturbar; e ali repousam os cansados” (v.17). Após
amaldiçoar o dia em que nasceu, Jó passou a desejar o dia da sua morte. É
comum valorizarmos a vida como uma dádiva e considerarmos o fim como
um mal; mas o sofrimento de Jó era tão extremo, que ele inverteu os valores
e ansiou pela morte. Vale ressaltar que em nenhum momento, ele fez menção
de tentar algo contra si mesmo. O que ele sentia era o desejo ardente por
alívio, descanso e o fim de todo seu terrível sofrimento, onde a maldade,
perturbação ou a dor não mais lhe alcançariam. Em muitas situações também
temos os mesmos anseios; seja o de nunca ter nascido, seja o de deixarmos
de existir. É um sentimento perfeitamente compreensível, uma vez que, além
de Jó, outros personagens bíblicos também assim o desejaram.
2. Desesperança de quem viu na morte uma realidade que iguala a
todos – “Ali, está o pequeno e o grande, e o servo fica livre de seu
senhor” (v. 19). A despeito de toda a riqueza que possuía, Jó viu sua sorte
mudar por completo em um único dia, quando passou de homem admirável a
um mais completo miserável. Não encontrando outra forma de alívio, uma
vez mais ele desejou a morte. Entre os viventes, sempre houve distinção de
raças, credos ou condição social. Mas para Jó, na morte todos eram iguais,
independente da classe social que ocupassem. Em seu desespero, desejou
estar na companhia de qualquer pessoa, desde que esse lugar lhe garantisse
alívio. Um lugar onde todos pudessem desfrutar igualmente da paz. Quando
o sofrimento é extremo, tendemos a ter esse mesmo pensamento.
III – QUE PODE RENDER-SE À AFLIÇÃO
O senso comum da época de Jó era o de que um justo não poderia passar
por sofrimento. A pergunta de Elifaz confirmou essa assertiva: “Lembra-te,
agora: qual é o inocente que jamais pereceu? E onde foram os sinceros
destruídos?” (Jó 4.7). Desta forma, Jó, em sua limitação humana, não
conseguia entender porque ele, sendo justo, estava naquela situação. Estas
incertezas aumentavam sua aflição.
1. Aflição que o levou ao desespero – “... antes do meu pão vem o
meu suspiro; e os meus gemidos se derramam como água” (v. 24b). Jó
não conseguia mais se alimentar, embora continuasse sentindo fome. Seu
desespero era total porque, ao invés de vislumbrar qualquer fresta de luz,
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
22
percebia-se afundando cada vez mais em um poço sem fim. Ele se debatia
tentando agarrar-se a um fio de esperança, mas nem isso encontrava. Quantos
de nós já nos encontramos em situação como essa? Ocasiões em que sentimos
nossa energia se esvaindo e nuvens carregadas bloqueando qualquer raio de
esperança. Chorar e gemer nos parece a única saída. Assim, sem forças,
resumimos nossa vida ao lamento.
2. Aflição que levou ao desamparo – “Por que o que eu temia me veio,
e o que receava me aconteceu” (v. 25). Jó expressou o sentimento de que
Deus não se importava mais com ele e nem lhe garantia mais nenhuma proteção.
Abandonado por Deus, ele estava à mercê de todo e qualquer mal. Em seu
lamento, expressou medo, pavor, dor, desespero e indignação. É possível vivermos
esse sentimento de desamparo, principalmente quando à nossa porta batem a
tragédia, a enfermidade e o desemprego. É quando questionamos: Por que eu?
Será que Deus não me ama mais? Por que Ele se afastou de mim? Nesse vacilar
de fé, a circunstância adversa é tudo o que conseguimos vislumbrar. No entanto,
não podemos esquecer de que o fato de sermos cristãos não nos garante que
sempre teremos sabedoria, vigor e preparo para lidar com as adversidades.
CONCLUSÃO
Vários personagens bíblicos foram muito verdadeiros em demonstrarem
sua humanidade quando deixaram transparecer o quadro depressivo em que
se encontravam; momento em que expressaram raiva, perturbações,
inquietações e angústias. Dentre eles, podemos citar Jó, Davi, Jeremias, Elias
e Jonas. Mas, mesmo exteriorizando seu sofrimento, não deixaram de crer
naquilo que Deus é. As palavras duras, mas sinceras, ditas por eles nos levam
a entender que Deus permite os nossos desabafos, pois sabe que eles são
frutos de uma alma amargurada. A psicologia nos ensina que uma das formas
de superar o sofrimento vivenciado é expressando-o por completo. De
qualquer modo, independente da adversidade que venha a nos acometer,
lembremo-nos de que “... as aflições deste tempo presente não são para
comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8.18).
Para reflexão:
• Já houve um dia em sua vida que você desejou apagá-lo da história?
• Você já desejou morrer para descansar de alguma aflição?
• Já te aconteceu o que você mais temia? (Jó 3.25).
Questionário para avaliação e debate:
1. Por que Jó desejou converter o seu dia em trevas (escuridão)?
2. Como é que a morte iguala à grandes e pequenos?
3. Você pode descrever o desespero de Jó no capítulo 3.24a?
O JUSTO NÃO PERDE A ESPERANÇA
Versículo Chave
“pelo qual também temos entrada pela fé a
esta graça, na qual estamos firmes; e nos
gloriamos na esperança da glória de
Deus” (Romanos 5.2)
Lição 05 - 01 de novembro de 2009
Objetivos da Lição
• Ensinar que a esperança do cristão não depende de circunstâncias;
• Mostrar, de acordo com o texto, que em certos momentos parece
que tudo chegou ao fim.
Culto Familiar
Segunda – (Salmos 71) – Deus é a nossa esperança
Terça – (Romanos 4.18) – Devemos crer mesmo quando não há esperança
Quarta – (Tito 2.13) – A bem-aventurada esperança
Quinta – (Hebreus 10.23) – A confissão da nossa esperança
Sexta – (1 Pedro 3.15) – A razão da nossa esperança
Sábado – (Jó 14.1.22) – Há esperança para o cristão
SUGESTÃO DE HINOS - 020 - 126 - 300 (Harpa Cristã)
Jó 14.1-22
1 - O homem, nascido da mulher, é de bem poucos dias e cheio de
inquietação.
2 - Sai como a flor e se seca; foge também como a sombra e não permanece.
3 - E sobre este tal abres os teus olhos, e a mim me fazes entrar em juízo
contigo.
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
24
4 - (Quem do imundo tirará o puro? Ninguém!)
5 - Visto que os seus dias estão determinados, contigo está o número dos
seus meses; e tu lhe puseste limites, e não passará além deles.
6 - Desvia-te dele, para que tenha repouso, até que, como o jornaleiro,
tenha contentamento no seu dia.
7 - Porque há esperança para a árvore, que, se for cortada, ainda se
renovará, e não cessarão os seus renovos.
8 - Se envelhecer na terra a sua raiz, e morrer o seu tronco no pó,
9 - ao cheiro das águas, brotará e dará ramos como a planta.
10 - Mas, morto o homem, é consumido; sim, rendendo o homem o
espírito, então, onde está?
11 - Como as águas se retiram do mar, e o rio se esgota e fica seco,
12 - assim o homem se deita e não se levanta; até que não haja mais céus,
não acordará, nem se erguerá de seu sono.
13 - Tomara que me escondesses na sepultura, e me ocultasses até que a
tua ira se desviasse, e me pusesses um limite, e te lembrasses de mim!
14 - Morrendo o homem, porventura, tornará a viver? Todos os dias de
meu combate esperaria, até que viesse a minha mudança.
15 - Chamar-me-ias, e eu te responderia; afeiçoa-te à obra de tuas mãos.
16 - Mas agora contas os meus passos; não estás tu vigilante sobre o meu
pecado?
17 - A minha transgressão está selada num saco, e amontoas as minhas
iniqüidades.
18 - E, na verdade, caindo a montanha, desfaz-se; e a rocha se remove
do seu lugar.
19 - As águas gastam as pedras; as cheias afogam o pó da terra; e tu fazes
perecer a esperança do homem.
20 - Tu para sempre prevaleces contra ele, e ele passa; tu, mudando o seu
rosto, o despedes.
21 - Os seus filhos estão em honra, sem que ele o saiba; ou ficam
minguados, sem que ele o perceba;
22 - mas a sua carne, nele, tem dores; e a sua alma, nele, lamenta.
INTRODUÇÃO
E
ste capítulo transmite a imagem de um homem física e emocionalmente
ferido, que buscava em Deus os motivos do seu sofrimento. Fazia
parte da resposta de Jó aos seus amigos, que o acusavam de pecar
contra Deus.
Abatido, Jó ainda esperava que o Senhor o revigorasse e lhe concedesse
alívio para seu sofrimento (v. 7). Para ele, Deus representava o juiz dos
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
25
pecados humanos, contudo tinha esperança de uma nova vida (v. 13-16),
mesmo que, para isso, fosse necessário morrer.
I - ESPERANÇA NESTA VIDA
A velha frase “enquanto houver vida, há esperança”, é o retrato da
vida de Jó. Ele perdera tudo, inclusive a própria saúde, porém, continuou
esperando a vontade de Deus. Mesmo questionando seus motivos, aceitou
tudo com humildade e paciência (Jó 2.10).
1. Vida limitada por Deus: vs. 1-5 - O autor reconhece a soberania de
Deus sobre o universo, e declara que todos os dias de vida do homem são
concedidos apenas pela Sua poderosa vontade, é Ele mesmo quem determina
o início e o fim da vida de toda a criação. Com uma atitude, humilde Jó
reconheceu que, se ainda estava vivo, era pela vontade Divina. Suas feridas
ainda não eram suficientes para tirar-lhe a vida e isso não era obra do acaso,
era a vontade do Senhor mantê-lo vivo.
2. Deus dá repouso desta vida: v. 6 - O autor compara a vida do homem
ao dia do jornaleiro, que no fim da jornada de trabalho recebe seu salário e
usufrui dele. Jó questionou várias vezes os motivos de Deus, contemplando-O
como Juiz, porém, seu sofrimento não limitou a esperança de uma nova existência.
Assim como ele, o cristão deve acreditar num descanso maior para sua alma e
que o fim da sua vida não é a morte, mas uma nova vida em Cristo (Jo 5.24).
II - ESPERANÇA NO SOFRIMENTO
A filosofia e as religiões tentam explicar o motivo do sofrimento humano,
alguns chegam a negar a existência de Deus. Mas o Senhor tinha seus motivos
e Jó necessitava entender cada um deles.
1. Alívio no sofrimento físico: vs. 20-22 - De todas as dores sentidas por
Jó, uma não o deixava esquecer sua natureza humana, era a das feridas que
cobriam seu corpo. É necessário relembrar que ele perdera tudo, porém sua
doença era algo presente, dolorido e contínuo. Mesmo que recuperasse toda a
sua fortuna, sem sua saúde física, seria melhor morrer do que continuar sofrendo.
Jó suplicava por alívio, ainda que a própria morte fosse o seu consolo.
2. Fim do sofrimento espiritual: vs. 3, 4, 16 e 17 - O pecado traz sofrimento
à alma humana (Sl 51. 1-4), por isso é necessário confessá-lo e deixá-lo (Pv 28.13).
Jó comparou a natureza humana aos atributos de Deus, onisciente e conhecedor
dos pecados e passos dos seus filhos (v. 16). Declarou-se impuro e pecador, numa
demonstração resignada de impotência diante da supremacia divina. Em Jó 1.8,
Deus fez uma declaração sobre a retidão de Jó, porém, impulsionado pelos seus
amigos, ele assumiu os próprios pecados, esperando a misericórdia divina.
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
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3. Descanso do sofrimento emocional: vs. 13; 19 - Uma das principais
doenças que tem acometido o homem moderno é a depressão. Psicólogos,
sociólogos, teólogos, dentre outros, têm inúmeras teses para explicar esse
problema. Nesses versículos, sem esperança, Jó acreditava que Deus poderia,
com a morte, encerrar seu sofrimento. Assim como Jó, outros homens bíblicos
também estiveram deprimidos, como Elias (1Re 19.4) e Jonas (Jn 4.2,3).
Para todos, Deus entregou uma mensagem justa de ânimo e motivação (1Re
19.18). A morte não é a solução, pelo contrário, Deus ama e cuida do seu
povo, e deseja conceder-lhe vida e saúde emocional (Is 43. 1-4).
III - ESPERANÇA APÓS A MORTE
O “pós morte” sempre foi um mistério para o homem. Inúmeras religiões
e linhas de pensamento surgiram derivadas desse tema. Jó comparou a morte
do homem à de uma árvore, num dos temas mais conhecidos e poetizados
do livro de Jó.
1. A morte produz cura: vs. 14, 15 - O tormento contínuo de Jó eram as
chagas que cobriam seu corpo. Um homem raspando as próprias feridas com
um pedaço de telha (Jó 2.8) é chocante. Ao imaginar essa, cena o leitor entende
a razão do desespero daquele homem. A sua súplica constante pela morte (Jó
7.11-16) tinha o objetivo primordial de aliviar a dor física sentida por ele. Jó
esperava uma nova vida em um novo corpo. Conforme Paulo falou aos Coríntios
(1Co 15.35-44), há esperança para o doente e para todos aqueles que morreram
para o pecado e vivem para Cristo (Jo 5.24-26).
2. A morte produz vida: vs. 7, 8 e 9 - Quando o autor fala sobre a esperança
que a árvore cortada tem, subtende-se uma reflexão sobre a continuidade da
vida, pois a árvore “morta” vive por meio das mudas que produz. “Ao cheiro
das águas”, um último fio de esperança é suficiente para a árvore voltar a viver.
Profeticamente, o autor revela o propósito de Deus para a humanidade, trazê-la
de volta a si, saciando sua sede de salvação. Jesus dá ao homem nova esperança,
levando o sedento à fonte das águas da vida eterna (Jo 4.13,14; Ap 7.14-17).
CONCLUSÃO
A vida de Jó foi uma constante de provações. Deus conhecia o seu servo,
mas deixou que ele fosse atribulado para ser digno do título “sincero e reto” (Jó
1.8). O próprio Jesus também foi provado na terra e deixou aos cristãos uma
mensagem de força e esperança quando venceu a morte (1Co 15.54-58).
Para reflexão:
• A sua esperança em Deus é inabalável?
• Você está sofrendo emocionalmente?
• Você já se viu sem recursos na hora do sofrimento, como Jó? (Jó 2.8).
O JUSTO SABE O QUE É TER
COMPAIXÃO
Versículo Chave
“E, vendo a multidão, teve grande compaixão
deles, porque andavam desgarrados e
errantes como ovelhas que não têm pastor”
(Mateus 9.36)
Lição 06 - 08 de novembro de 2009
Objetivos da Lição
• Mostrar que aquele que sofre consegue detectar melhor a misericórdia
e a compaixão;
• Ensinar que devemos ter compaixão dos que sofrem.
Culto Familiar
Segunda – (Mateus 18.27) – Compaixão com os ofensores
Terça – (Marcos 1.41) – Compaixão com os doentes
Quarta – (Lucas 10.33) – Compaixão com os feridos
Quinta – (Lucas 15.20) – Compaixão com os perdidos
Sexta – (João 6.14) – Compaixão com os aflitos
Sábado – (Jó 16.1-22) – Compaixão com os sofredores
SUGESTÃO DE HINOS - 025 - 193 - 200 (Harpa Cristã)
Jó 16.1-22
1 - Então, respondeu Jó e disse:
2 - Tenho ouvido muitas coisas como estas; todos vós sois consoladores
molestos.
3 - Porventura, não terão fim estas palavras de vento? Ou que te irrita,
para assim responderes?
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
28
4 - Falaria eu também como vós falais, se a vossa alma estivesse em lugar
da minha alma? Ou amontoaria palavras contra vós e menearia contra vós a
minha cabeça?
5 - Antes, vos fortaleceria com a minha boca, e a consolação dos meus
lábios abrandaria a vossa dor.
6 - Se eu falar, a minha dor não cessa; e, calando-me, qual é o meu alívio?
7 - Na verdade, agora me molestou; tu assolaste toda a minha companhia.
8 - Testemunha disto é que já me fizeste enrugado, e a minha magreza já
se levanta contra mim e no meu rosto testifica contra mim.
9 - Na sua ira, me despedaçou, e ele me perseguiu; rangeu os dentes
contra mim; aguça o meu adversário os olhos contra mim.
10 - Abrem a boca contra mim; com desprezo me feriram nos queixos e
contra mim se ajuntam todos.
11 - Entrega-me Deus ao perverso e nas mãos dos ímpios me faz cair.
12 - Descansado estava eu, porém ele me quebrantou; e pegou-me pelo
pescoço e me despedaçou; também me pôs por seu alvo.
13 - Cercam-me os seus flecheiros; atravessa-me os rins e não me poupa;
e o meu fel derrama pela terra.
14 - Quebranta-me com golpe sobre golpe; arremete contra mim como
um valente.
15 - Cosi sobre a minha pele o cilício e revolvi a minha cabeça no pó.
16 - O meu rosto todo está descorado de chorar, e sobre as minhas
pálpebras está a sombra da morte,
17 - apesar de não haver violência nas minhas mãos e de ser pura a minha
oração.
18 - Ah! terra, não cubras o meu sangue; e não haja lugar para o meu clamor!
19 - Eis que também, agora, está a minha testemunha no céu, e o meu
fiador, nas alturas.
20 - Os meus amigos são os que zombam de mim; os meus olhos se
desfazem em lágrimas diante de Deus.
21 - Ah! Se alguém pudesse contender com Deus pelo homem, como o
filho do homem pelo seu amigo!
22 - Porque, decorridos poucos anos, eu seguirei o caminho por onde
não tornarei.
INTRODUÇÃO
A
história de Jó é um exemplo prático de sofrimento e retidão, que nos
mostra que a dor também alcança a vida do servo de Deus.
Aprendemos com esse personagem muitas lições valiosas para vida
do cristão. Embora Jó, diante da sua situação, tivesse oportunidade para
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
29
questionar, reclamar e até acusar Deus, não o fez. Diferentemente dos seus
amigos, ele mostrou que o justo entende a situação alheia. Nesta lição
aprenderemos sobre a postura esperada de um servo de Deus diante do
sofrimento, bem como sobre a importância de se exercer a compaixão.
I - COMO O JUSTO DEVE AGIR MEDIANTE O
SOFRIMENTO DO PRÓXIMO – (VV 1-10)
Podemos observar que as pessoas, de modo geral, agem de diferentes
maneiras com relação àquele que sofre. Alguns sentem pena, outros ignoram,
alguns até querem ajudar, mas não sabem como, e outros até se dispõem a
fazê-lo, contudo de forma incorreta. Mas quando se trata do servo de Deus,
qual a posição correta a ser tomada em relação ao sofrimento do próximo?
Tomando como exemplo o livro de Jó, vemos que seus amigos tiveram a
intenção de ajudá-lo, mas não conseguiram. Sobre essa questão,
discorreremos nos subtópicos seguintes:
1. Compreendendo o sofrimento humano - Só entendemos, de fato, o
sofrimento alheio quando nos colocamos no lugar daquele que sofre;
enxergamos as circunstâncias que o levaram a estar ali; e vemos sua vida
como se fosse a nossa. Assim percebemos a dificuldade de estar em tal
situação. No versículo 4, Jó declarou que só consolar, sem estar disposto a
se envolver com o problema do próximo, implicava em, simplesmente,
amontoar palavras sobre a cabeça do outro. Temos em Neemias um exemplo
de compreensão do sofrimento humano. Pois apesar da sua posição, ele foi
capaz de compreender o sofrimento do seu povo e lutar por aquela causa.
2. Escolhendo fazer a diferença - Na posição de servos de Deus, temos
algo a oferecer ao próximo. Mas nem sempre estamos dispostos a nos
envolver e, infelizmente, não fazemos a diferença, por falta de interesse. Cada
um tem a capacidade de exercer a compaixão, mesmo aqueles a quem não é
dado muito crédito. Um exemplo disso é a parábola do samaritano (Lc 10.3037). O sacerdote e o levita tinham algo a oferecer àquele sofredor, mas
preferiram não se envolver, não comprometer seu tempo, seu dinheiro e nem
suas funções sociais, tiveram sua rotina por mais preciosa que a vida daquele
sofredor que recebe a ajuda de onde menos se esperava, de um que sequer
tinha ‘cargos na igreja’, mas que escolheu fazer a diferença.
3. Consolando e não acusando - Vemos que, no capítulo 16, os amigos
de Jó tomaram a posição de acusar e julgar em lugar de dirigirem a ele palavras
que realmente necessitava ouvir, ou seja, palavras de conforto e não de
acusação. No caso de Jó, não havia motivos para acusação, mas mesmo
quando o sofrimento é fruto do pecado, não é papel do cristão acusar aquele
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
30
que sofre, pois este já está entristecido e esmorecido. Palavras julgadoras
não ajudarão, e sim tornarão a situação mais complicada do que possa estar.
Sendo assim, o sofredor, por conta do pecado ou não, precisa ouvir palavras
amorosas e sábias.
II - PORQUE O JUSTO DEVE EXERCER A
COMPAIXÃO – (VV 11–22)
Através do sofrimento, é possível perceber o valor da compaixão
exercida. Os sofredores, quando acolhidos por atos de compaixão, se
sentem mais motivados a passarem pelas lutas. Todo sofrimento tem seu
propósito determinado, mas muitas vezes o sofredor não compreende o
motivo de sua dor. É papel do justo tornar claro que há propósito em tal
circunstância, mostrando a misericórdia de Deus para que a situação seja
mudada a fim de exaltar a superioridade divina. Entende-se então por
que o justo deve exercer a compaixão.
1. Para explicar que existe propósito no sofrimento - Neste ponto,
Jó ainda não entendia o propósito de tudo o que estava passando, mas
compreendia a grandeza dos planos de Deus em sua vida, embora seus amigos
não enxergassem da mesma forma. Eles atribuíam o sofrimento de Jó ao
pecado, ainda que este continuasse em retidão. As aflições são necessárias
para o crescimento, assim como o vaso de barro precisa ser amassado e
moldado para tomar a forma almejada pelo oleiro (Jr. 18). O justo deve ter a
convicção de que “a nossa leve e momentânea tribulação produz para
nós um peso de glória mui excelente” (2Co 4.17).
2. Para mostrar que a situação do sofredor pode ser mudada Sabemos que o sofrimento é comum a todos os seres humanos, contudo
sofrer com Deus é diferente de sofrer sem Ele. Aqueles que padecem
intensamente, muitas vezes até desacreditam que Deus está com eles, e é
nesse momento que o justo entra em cena para mostrar que aquele que se
submete à vontade do Senhor terá sua situação mudada, de acordo com Seu
propósito e em Seu tempo.
3. Para revelar a superioridade divina no sofrimento - Apesar do
sofrimento, Deus nunca nos deixa só. Pelo contrário, Ele mostra a Sua
compaixão de várias formas, inclusive por meio dos justos que se dispõem a
ajudar ao próximo. Há momentos em que precisamos fazer como Davi no
Salmo 121, nos desprender dos montes que nos cercam para buscar resposta
no Senhor dos céus, não importando para onde a situação aponte. Deus
sempre tem uma resposta em meio à tribulação, mas, às vezes, as dificuldades
nos fazem esquecer de que Deus está presente e que é superior ao sofrimento,
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
31
podendo nos impedir de ouvir Sua voz.
CONCLUSÃO
Aprendemos então que o justo precisa saber o que é ter compaixão e
colocá-la em ação, para que as pessoas que estão sofrendo ao nosso redor
tenham uma resposta que as auxiliem. A esse respeito temos, acima de tudo,
o exemplo de Jesus que, como símbolo maior de compaixão, se colocou no
lugar do réu, ao invés de assumir a posição de juiz.
Independente do motivo que leve alguém a sofrer, Deus sempre tem seus
propósitos e a função do justo é se colocar a serviço do Senhor, assumindo
a posição de instrumento para mostrar ao sofredor o que Deus quer revelar.
Para reflexão:
• Qual é o seu sentimento quando vê o irmão em má situação?
• Qual é a sua atitude em relação ao irmão que sofre?
• Você tem exercido compaixão para com pessoas que estão sofrendo?
Questionário para avaliação e debate:
1. Você é um cristão que “faz a diferença”?
2. Qual é o propósito do sofrimento na vida do justo?
3. Em que sentido Deus é testemunha de Jó no sofrimento? (Cap. 16.19).
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O JUSTO SABE QUE SÓ DEUS PODE
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Versículo Chave
“Porque eu sei que o meu Redentor vive,
e que por fim se levantará sobre a
terra” (Jó 19.25)
Lição 07 - 15 de novembro de 2009
Objetivos da Lição
• Ensinar que as palavras destituídas de amor na hora da dor causam
maior sofrimento;
• Mostrar que o justo pode confiar no seu Redentor em tempos de crise.
Culto Familiar
Segunda – (Deuteronômio 33.1-26) – Ajuda contra os inimigos
Terça – (Salmos 27) – Ajuda na salvação
Quarta – (Salmos 46) – Ajuda na angústia
Quinta – (Salmos 50) – Ajuda quando somos condenados
Sexta – (Romanos 8.26,27) – Ajuda na oração
Sábado – (Jó 19.1-29) – Ajuda nas adversidades
SUGESTÃO DE HINOS - 008 - 058 - 326 (Harpa Cristã)
Jó 19.1-5; 14-26
1 - Respondeu, porém, Jó e disse:
2 -Até quando entristecereis a minha alma e me quebrantareis com palavras?
3 - Já dez vezes me envergonhastes; vergonha não tendes de contra mim
vos endurecerdes.
4 - Embora haja eu, na verdade, errado, comigo ficará o meu erro.
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
33
5 - Se deveras vos levantais contra mim e me argüís pelo meu opróbrio,
14 - Os meus parentes me deixaram, e os meus conhecidos se esqueceram
de mim.
15 - Os meus domésticos e as minhas servas me reputaram como um
estranho; vim a ser um estrangeiro aos seus olhos.
16 - Chamei a meu criado, e ele me não respondeu; cheguei a suplicar
com a minha boca.
17 - O meu bafo se fez estranho a minha mulher; e a minha súplica, aos
filhos do meu corpo.
18 - Até os rapazes me desprezam, e, levantando-me eu, falam contra mim.
19 - Todos os homens do meu secreto conselho me abominam, e até os
que eu amava se tornaram contra mim.
20 - Os meus ossos se apegaram à minha pele e à minha carne, e escapei
só com a pele dos meus dentes.
21 - Compadecei-vos de mim, amigos meus, compadecei-vos de mim,
porque a mão de Deus me tocou.
22 - Por que me perseguis assim como Deus, e da minha carne vos não fartais?
23 - Quem me dera, agora, que as minhas palavras se escrevessem! Quem
me dera que se gravassem num livro!
24 - E que, com pena de ferro e com chumbo, para sempre fossem
esculpidas na rocha!
25 - Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará
sobre a terra.
26 - E depois de consumida a minha pele, ainda em minha carne verei a Deus.
INTRODUÇÃO
D
entre as variáveis que definem o sofrimento do justo como algo
glorioso, uma delas é o fato de Deus conhecer o coração deste (Jó
1.8; Rm 8.27). Assim, ao ver até aonde vai a fé que leva o justo a
reconhecer que só Deus pode lhe ajudar, O Senhor não permite que este
seja tentado acima do que suporta (1Co 10.13).
O capítulo 19 de Jó nos apresenta argumentos que comprovam a afirmação
do tema desta lição. Em seu decorrer, será facilmente identificado os
pormenores desse argumento e o porquê de tal afirmação.
I - POIS NA AÇÃO DO HOMEM SEMPRE HÁ LIMITAÇÃO
Por mais que o homem deseje ajudar seu semelhante, sempre haverá
momentos que o impedirão de ir adiante. O problema é que estas limitações
nem sempre são externas, mas se encontram impregnadas na natureza humana,
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
34
que poderá ser vista, quando o homem não se predispõe a abandonar, tais
limitações, pelo poder de Deus.
1. A limitação é vista nas palavras rudes - Ao se depararem com a
situação de Jó, seus amigos enfrentaram as próprias limitações. Mesmo assim,
o ego e a religiosidade os impulsionaram a lançar sobre o amigo um amontoado
de palavras rudes. Como consequência, ouve-se o brado: “Até quando
entristecereis a minha alma e me quebrantareis com palavras?” (v. 2).
Muitos têm visto seus sofrimentos agravados pela rispidez de pseudos
conselheiros (Mt 27.41-43) e, por incrível que pareça, isso ocorre até mesmo
entre os servos do Senhor (Mc 10.13,14). Nessas horas, por mais doloroso que
seja, você entende que a ajuda não pode vir de nenhum outro, senão de Deus.
2. A limitação é vista na dureza de coração - “... vergonha não tendes
de contra mim vos endurecerdes.” (v. 3b). Com estas palavras, Jó expõe
a dureza de coração daqueles homens e revela o quanto tal atitude comprimia
ainda mais sua autoestima: “Já dez vezes me envergonhastes...” (v. 3a).
A insensibilidade humana faz com que o quadro clínico de um doente piore,
bem mais que a ação da própria doença. Mesmo sabendo disso, muitos preferem
agir indiferentemente, a estender as mãos (Lc 10.25-37). Mas o crente que
tem sua fé firmada em Deus, também tem Nele a certeza de socorro (Sl 121.1,2).
3. A limitação é vista no pré-julgamento - “Se deveras vos levantais
contra mim e me arguís pelo meu opróbrio” (v. 5). A palavra “arguir”
significa: “condenar com argumentos”. Este terrível procedimento, advindo
do orgulho religioso, foi o que bombardeou ainda mais o aflito Jó.
O pré-julgamento é uma atitude que surge não apenas entre os que não
conhecem os planos de Deus (At 28.3-6), mas também entre os seus servos
(Jó 9.1-3). Com esta verdade em mente, em que somos surpreendidos com
as limitações humanas, somos impulsionados a confiar ainda mais na justiça
divina (1Cr 21.13).
II - POIS NA AÇÃO DO HOMEM SEMPRE HÁ DECEPÇÃO
O lado drástico da decepção é que ela só ocorre quando somos
surpreendidos por atos inesperados de conhecidos. Como se sabe, são os
golpes mais duros de suportar. E quando eles advêm nos momentos de
fragilidades, a dor se torna insuportável. Isso é o que você verá a seguir:
1. A decepção é vista entre os auxiliadores – No texto, os auxiliadores
são pessoas responsáveis pelo funcionamento da casa, assim como pelo
cuidado da saúde e conforto de seus moradores. Mesmo com esta
responsabilidade em mãos, tais pessoas viraram as costas para Jó (v. 15,16).
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
35
Por fazer parte de grupos sociais, seja civil, econômico ou religioso, sempre
lhe é assegurado direitos a serem respeitados (Dt 24.17; Lm 3.35,36). No
entanto, o que mais se vê é sua violação. Nessas horas, entendemos que esta
é uma das provas de que só Deus pode nos ajudar.
2. A decepção é vista entre os familiares - Uma das maiores decepções
de Jó foi a rejeição da esposa (v. 17 a), que outrora havia apresentado indícios
da aceitação do que chamamos hoje de eutanásia (Jó 2.9), e o abandono de
seus parentes (v. 14 a). Daí a expressão: “filhos do meu corpo” (v. 17 b); não
por se referir aos seus filhos legítimos, por já estarem mortos (Jó 1.18, 19),
mas ao costume patriarcal de chamar os descendentes de filhos (Ex 3.13-15).
Ainda que um servo de Deus enfrente a decepção de ver os familiares
lhes virarem as costas, ele pode estar confiante de que O Senhor jamais o
abandonará (Is 49.15).
3. A decepção é vista entre os conselheiros - O conselheiro é aquele
que expressa grande estima pelo aconselhado. O objetivo de suas palavras
consiste principalmente no bem-estar e progresso deste. Por ter consciência
disto, Jó agora expõe sua decepção, por meio do grande paradoxo: “Todos
os homens do meu secreto conselho me abominam” (19 a).
Quando um conselheiro já não inspira mais confiança, devido à variação
de seus intentos, os que confiavam nele ficam sem rumo. Nessas horas, o
conselho eterno daquele que não há sombra de variação é o que lhe manterá
firme (Sl 33.11; Tg 1.17).
III - POIS NA AÇÃO DE DEUS SEMPRE HÁ SOLUÇÃO
A Bíblia nos faz a seguinte declaração: “Maldito o homem que confia
no homem” (Jr 17.5). Tais palavras nos ajudam a compreender que, até
mesmo quando a solução vem do homem, não foi por decisão exclusiva
deste, mas de Deus (Jó 42.10-12; 1Rs 17). Assim, o crente precisa entender
que, na hora de Deus, a solução há de vir.
1. A solução é vista na certeza de que O Senhor o redimirá - “Porque
eu sei que o meu Redentor vive” (v. 25). O redentor era um familiar mais
próximo que assegurava os direitos perdidos de um parente (Rt 3.8-13).
Porém, como vimos no versículo 14, Jó já havia perdido esta esperança, por
isso entendemos que ele se valeu desta conhecida expressão da época, para
revelar sua esperança no Deus vivo.
Independente da situação que você se encontra, tenha em Jó prova
concreta de que a esperança é uma dádiva, a certeza de que o Senhor te
socorrerá, pois a Bíblia, Livro das promessas divinas, é a que te garante
esta verdade (Sl 37.25).
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
36
2. A solução é vista na certeza de que O Senhor ressurgirá - Quando
Jó afirmou que o seu Redentor se levantaria sobre a terra (v. 25 b), ele fez uma
declaração de fé que mais adiante se cumpriria (1Co 15.3,4). Assim, revelou a
esperança naquele que nem mesmo a morte conseguiria deter (At 2.24).
Crer na ressurreição de Cristo é um dos atos fundamentais para a salvação
(Rm 10.9), pois foi por ela que Deus nos gerou de novo para uma viva
esperança (1Pe 1.3). Os que creem assim, também podem esperar o
ressurgimento de Cristo como solução para seus sofrimentos.
3. A solução é vista na certeza de que O Senhor o ressuscitará - A
solução dos problemas da humanidade é ter um real encontro com Deus. Por
crer assim, Jó não agiu como se sua existência se resumisse apenas a esta
vida, daí a razão dele declarar que a solução poderia vir até mesmo depois
da morte (v. 26).
É claro que não devemos nos acomodar diante das adversidades, mas
também precisamos crer que, por uma razão desconhecida, o Senhor nos
reservou respostas que não serão entregues nesta vida (Ap 21.4). Por esta
razão, tão importante quanto crermos na ressurreição de Cristo, é crer que
também Deus nos ressuscitará (1Co 6.14; 15.22,23; 2Co 4.14).
CONCLUSÃO
Uma das verdades que vem sendo trabalhada neste trimestre, é que não
há quem esteja isento de passar por provações. Somado a isto, você pôde
ver nesta lição que, em meio as provas, por mais que o homem se predisponha
a te ajudar, sempre haverá momentos que o impedirão de ir adiante.
É claro que Deus não maquinou o seu sofrimento, mas por te conhecer,
Ele assim o permitiu. Portanto, jamais esqueça que Aquele que permitiu que
você passasse pela prova, é o mesmo que conhece os detalhes da trilha e o
momento de livrar você dela.
Para reflexão:
• Você tem honrado a confiança que o Senhor tem em ti?
• Você tem glorificado a Deus nos momentos de provações?
• Você tem buscado auxilio Naquele que pode lhe ajudar?
Questionário para avaliação e debate:
1. Como Jó descreveu a dureza de coração dos seus amigos? (Cap. 19.2).
2. Qual é a sua opinião sobre a eutanásia? (Cap. 2.9).
3. Onde Jó foi achar resposta para o seu sofrimento? (Cap. 19.25).
“Ajuda-me, SENHOR, Deus meu! Salva-me segundo a tua
misericórdia” (Sl 109.26)
O JUSTO SABE QUE O ÍMPIO PODE
GOZAR PROSPERIDADE
Versículo Chave
“Pois eu tinha inveja dos soberbos, ao ver a
prosperidade dos ímpios”
(Salmos 73.3)
Lição 08 - 22 de novembro de 2009
Objetivos da Lição
• Mostrar que os ímpios podem gozar prosperidade;
• Ensinar que riquezas e bem estar não são provas concretas de uma
vida justa.
Culto Familiar
Segunda – (Salmos 37) – Não te indignes por causa do ímpio
Terça – (Salmos 73) – Não tenha inveja da prosperidade do ímpio
Quarta – (Provérbios 11.18) – O ímpio tem salário enganoso
Quinta – (Eclesiastes 9.2) – O mesmo sucede ao justo e ao ímpio
Sexta – (Jeremias 12.2) – O ímpio também prospera
Sábado – (Jó 21.1-34) – O ímpio goza prosperidade
SUGESTÃO DE HINOS - 033 - 271 - 273 (Harpa Cristã)
Jó 21.1-34
1 - Respondeu, porém, Jó e disse:
2 - Ouvi atentamente as minhas razões; e isto vos sirva de consolação.
3 - Sofrei-me, e eu falarei; e, havendo eu falado, zombai.
4 - Porventura, eu me queixo a algum homem? Mas, ainda que assim
fosse, por que se não angustiaria o meu espírito?
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
38
5 - Olhai para mim e pasmai; e ponde a mão sobre a boca,
6 - Porque, quando me lembro disto, me perturbo, e a minha carne é
sobressaltada de horror.
7 - Por que razão vivem os ímpios, envelhecem, e ainda se esforçam em poder?
8 - A sua semente se estabelece com eles perante a sua face; e os seus
renovos, perante os seus olhos.
9 - As suas casas têm paz, sem temor; e a vara de Deus não está sobre eles.
10 - O seu touro gera e não falha; pare a sua vaca e não aborta.
11 - Fazem sair as suas crianças como a um rebanho, e seus filhos andam
saltando.
12 - Levantam a voz ao som do tamboril e da harpa e alegram-se ao som
das flautas.
13 - Na prosperidade gastam os seus dias e num momento descem à
sepultura.
14 - E, todavia, dizem a Deus: Retira-te de nós; porque não desejamos
ter conhecimento dos teus caminhos.
15 - Quem é o Todo-poderoso, para que nós o sirvamos? E que nos
aproveitará que lhe façamos orações?
16 - Vede, porém, que o seu bem não está na mão deles; esteja longe de
mim o conselho dos ímpios!
17 - Quantas vezes sucede que se apaga a candeia dos ímpios, e lhes
sobrevém a sua destruição? E Deus, na sua ira, lhes reparte dores!
18 - Porque são como a palha diante do vento, e como a pragana, que
arrebata o redemoinho.
19 - Deus guarda a sua violência para os filhos deles, e aos ímpios dá o
pago, para que o conheçam.
20 - Seus olhos vêem a sua ruína, e ele bebe do furor do Todo-poderoso.
21 - Porque, que prazer teria na sua casa depois de si, cortando-se-lhe o
número dos seus meses?
22 - Porventura, a Deus se ensinaria ciência, a ele que julga os excelsos?
23 - Um morre na força da sua plenitude, estando todo quieto e sossegado.
24 - Os seus baldes estão cheios de leite, e os seus ossos estão regados
de tutanos.
25 - E outro morre, ao contrário, na amargura do seu coração, não havendo
provado do bem.
26 - Juntamente jazem no pó, e os bichos os cobrem.
27 - Eis que conheço bem os vossos pensamentos; e os maus intentos
com que injustamente me fazeis violência.
28 - Porque direis: Onde está a casa do príncipe e onde a tenda em que
morava o ímpio?
29 - Porventura, o não perguntastes aos que passam pelo caminho e não
conheceis os seus sinais?
30 - Que o mau é preservado para o dia da destruição e arrebatado no
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
39
dia do furor?
31 - Quem acusará diante dele o seu caminho? E quem lhe dará o pago
do que faz?
32 - Finalmente, é levado à sepultura e vigia no túmulo.
33 - Os torrões do vale lhe são doces, e ele arrasta após si a todos os
homens; e antes dele havia inumeráveis.
34 - Como, pois, me consolais em vão? Pois nas vossas respostas só há falsidade.
INTRODUÇÃO
M
uitas são as idéias introduzidas no meio cristão a respeito da
prosperidade. Alguns, como pensavam os judeus, afirmam que as
riquezas são uma consequência de vida espiritual exemplar e por
isso ensinam que, o que chamam de “o melhor da terra”, é um prêmio de
Deus para os mais obedientes. Assim sendo, os ímpios jamais teriam
condições de usufruir prosperidade material. Porém, nesta lição, Jó trouxe
para nós, o ensinamento de que os ímpios também gozam de prosperidade
material, a despeito da distância em que se encontram de Deus.
I – OS ÍMPIOS TAMBÉM SE DESENVOLVEM
NORMALMENTE
No capítulo anterior, Zofar, amigo de Jó, tentou convencê-lo de que os
ímpios jamais gozam de riquezas e alegrias por serem pessoas más. Aqui, no
texto extraído para esta lição, Jó refutou essa idéia, como veremos:
1. Eles envelhecem - São várias as promessas bíblicas de uma vida longa,
por meio da obediência à Palavra de Deus (Dt 6.2, Dt 32.47, Lv 18.5 etc.).
Encontramos em toda a Escritura Sagrada as opções que Deus coloca diante
de nós, seus servos. Sempre há uma proposta de vida, ou de morte, para se
escolher (Dt 30.19). Ainda assim, Jó estava dizendo que os ímpios também
alcançam, em muitos casos, uma vida longa, pois chegam a envelhecer. Como
entender isso? Ora, Jó respondeu (v. 22 a 25) dizendo que Deus, faz segundo
a sua vontade para com cada indivíduo e que o sucesso espiritual para Deus
baseia-se na inclinação do coração e não nas circunstâncias externas.
2. Eles criam seus filhos - Não é incomum encontrarmos na sociedade
de hoje famílias muito bem estruturadas sócio, moral e intelectualmente.
Nossos jovens são sempre bem instruídos para se relacionar com o próximo,
agir sempre com boas maneiras e os estudos estão sempre em alta. Não são
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poucas as famílias não cristãs que alcançam um resultado excelente na criação
de seus filhos, podendo, inclusive, desfrutar do prazer de ter filhos obedientes
e respeitados na sociedade. Não seriam essas as bênçãos que cada pai cristão
desejaria para seus filhos na terra? Por que muitos dos ímpios desfrutam
desse tipo de prosperidade? Lembremo-nos sempre de Jó quando nos ensinou
que, no mundo real em que vivemos, os ímpios, mesmo perversos, também
prosperam.
3. Eles tornam-se poderosos - Eis aqui uma das grandes preocupações
e questionamento do salmista Asafe, enquanto sofria por não entender por
que os ímpios prosperavam (Sl 73). Parece tão fácil para o ímpio adquirir as
riquezas, enquanto o justo se esforça tanto para ser fiel a Deus e nem sempre
usufrui delícias tão convidativas como as riquezas dos ímpios. Como podem
viver com tanto conforto e despreocupação, à medida que somos afligidos
todos os dias? Muitos de nós, como Asafe, fazemos esse tipo de pergunta. É
de extrema importância entendermos que essas riquezas são para os ímpios
apenas um mundo de fantasias, porque não demora e a morte chega. Suas
esperanças e alegrias estavam firmadas nos tesouros terrenos que não podem
ser levados para o outro lado, de modo que, quando acordam, já é tarde
demais (Lc 16.19-31). Mas o justo tem na sua recompensa um valor eterno
e de glória (Rm 8.18). Sua confiança está depositada na presença e controle
absoluto de Deus (Sl 73.23,24) e, no final, seremos ainda ressuscitados para
servi-lo para sempre.
II - OS ÍMPIOS DESPREZAM A DEUS
A Bíblia é clara ao dizer que não temos como servir a dois senhores (Mt
6.24), pois amaremos a um e aborreceremos o outro. Assim, segundo a
Bíblia, é inevitável que os que confiam em suas riquezas não admitam a
dependência de Deus.
1. Pedem a Deus que se mantenha distante - Nas palavras de Jó
(v.14), tais ímpios desejam a maior distância possível de Deus, a ponto de
nem mesmo quererem saber dos seus estatutos. Em seus planos, Deus nunca
está presente e traçam seu próprio destino. São os que passam a vida a se
regalar esplendidamente, desprezando não só aos pobres (Lc 16.19-31),
mas também a Deus, dando as costas aos ensinamentos bíblicos, proclamados
de tantas formas hoje em dia, de maneira que, colocando seus olhos nos
tesouros terrenos, e deles desfrutando, não adquirem os créditos dos tesouros
eternos na conquista das glórias celestes.
2. Dizem que não há vantagem em servir Deus - Ora, que vantagem
haveria para um ímpio confiante em suas riquezas em servir a Deus, quando
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isso implica em fazer a Sua vontade? São exatamente duas vontades distintas
entrando em choque absoluto. As tentações que acercam os que desejam as
riquezas traçam o caminho da perdição e da ruína (1Tm 6.9). Estes jamais
admitem que a vontade de Deus interfira em sua própria vontade, pois se
julgam mais poderosos que o próprio Deus (v. 15). Uma das declarações de
Jesus foi exatamente que é muito difícil um rico entrar no reino de Deus (Mt
19. 23), pois as riquezas transmitem o falso senso de segurança e poder,
além de escravizar a pessoa (Mt 6.21).
3. Para eles, as orações não fazem diferença - Por que somos
orientados por Deus a contar-lhe nossas necessidades quando Ele as bem
sabe e já está no controle de tudo? Por que orar se Deus sabe o que vamos
pedir antes que o façamos? Nós oramos para demonstrar nossa fé em Deus,
que Ele fará assim como prometeu em Sua Palavra, e que abençoará nossas
vidas abundantemente mais do que podemos pedir ou esperar (Ef 3.20).
Assim, demonstramos que nossa confiança está depositada em sua inteira
vontade de nos responder conforme seus próprios planos.
Eis a razão por que um ímpio edificado sobre as riquezas não encontra
razão para fazer orações a Deus.
III – A PROSPERIDADE NÃO SIGNIFICA JUSTIÇA E
SANTIDADE
Caem, então, todas as teologias modernas que projetam uma prosperidade
como recompensa de uma vida pura e completamente submissa à vontade
de Deus. Nos jornais em circulação está estampado que corruptos, ladrões e
enganadores vivem regaladamente e, muitas vezes, são até protegidos. Seria
isso uma injustiça de Deus? Não. Aguardem, e o fim dos que desprezam a
Deus será destruição total (Sl 73).
1. Tudo prospera diante de um compromisso com as Escrituras Conforme o salmista, a vida tem apenas dois caminhos (Sl 1). Um deles leva
à obediência irrestrita aos preceitos do Senhor, tendo como resultado uma
vida próspera, apesar das dificuldades das quais não estamos imunes. Não
se trata de uma garantia de saúde total, felicidade absoluta ou riquezas. Nunca
devemos nos esquecer de que “no mundo passaremos sempre por
aflições”. Outro caminho que a vida oferece é o da rebelião contra os
preceitos divinos, que conduz, inevitavelmente, à destruição. A “moinha”,
descrita no salmo primeiro, é uma alegoria do ímpio que segue a sua vida sob
sua direção própria.
2. Deus não ignora aqueles que dependem Dele - Desde os primórdios
Deus sempre garantiu a sua providência na vida daqueles que confiam em
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seus cuidados. No deserto, desde o maná até a sandália dos pés do seu
povo, nunca faltou nada de que precisassem. Não precisamos nos preocupar
nesse sentido, mesmo nesta era de aflições e incertezas, porque Ele prometeu
tomar todas as providências quanto ao nosso alimento, vestuário e demais
necessidades (Mt 6.30). Resta-nos, é claro, cumprir a nossa parte na aliança
que temos com Deus e deixá-Lo reinar em nossas vidas (Mt 6. 33).
3. A aprovação de Deus basta para o sucesso - Uzias foi rei de Judá
e conseguiu grande sucesso como administrador e general (2Cr 26). Derrotou
os principais inimigos de seu povo, fortaleceu a segurança e favoreceu o
desenvolvimento da economia de seu país. Vemos que isto tudo decorreu de
sua atitude para com Deus. Uzias fez aquilo que agradava a Deus e Ele o
abençoou durante este tempo. O triste desse exemplo é que Uzias perdeu o
primeiro referencial e isso foi fundamental para sua queda: desagradar a Deus.
Enquanto teve este referencial para sua vida, o rei pôde desenvolver seu
trabalho com todo sucesso. Hoje temos muitos referenciais que competem
com este: agradar aos outros, a nós mesmos, o sucesso como aprovação
social etc. Porém, ter a aprovação de Deus é o único referencial eterno e não
podemos abrir mão dele.
CONCLUSÃO
É verdade que Jó estava incerto quanto às razões do seu sofrimento, mas
jamais aceitou a teoria de que as pessoas que não têm nenhum compromisso
com Deus não possam, por isso, desfrutar de alegrias e experimentar das
riquezas no mundo real em que vivem. Jó sabia perfeitamente que as virtudes
do homem, ou as de Deus, não estão embasadas naquilo que as circunstâncias
revelam, mas sim, naquilo que está escondido no coração de cada um. Em
vez de ficarmos desgastados ao ver a prosperidade do ímpio, devemos seguir
confiando em Deus, trabalhando em nós a convicção de que Ele está no
controle de todas as coisas.
Para reflexão:
• Você já sentiu inveja do ímpio por causa da sua prosperidade?
• Em momentos de crise, você já disse que não vale a pena servir a Deus?
• Que tipo de prosperidade você tem buscado em Deus?
Questionário para avaliação e debate:
1. Por que, às vezes, os filhos do ímpio são mais educados e saudáveis que
os filhos do cristão? (Cap. 21.11).
2. Qual é o fim do ímpio, de acordo com o cap. 21.18?
3. Qual é a recomendação do Senhor para o cristão, em relação aos bens
terrenos? (Mt 6.33).
O JUSTO SABE QUE DEUS SEMPRE
TEM RAZÃO
Versículo Chave
“Porque quem compreendeu o intento do
Senhor? Ou quem foi seu conselheiro?
Ou quem lhe deu primeiro a ele, para
que lhe seja recompensado? Porque
dele, e por ele, e para ele são todas
as coisas; glória, pois, a ele
eternamente. Amém!”
(Romanos 11.34-36)
Lição 09 - 29 de novembro de 2009
Objetivos da Lição
• Ensinar que o cristão deve conhecer os planos de Deus para não ficar
confundido;
• Mostrar que, mesmo no sofrimento, o justo pode perceber a mão de
Deus (Pv 3.6).
Culto Familiar
Segunda – (Romanos 9.13) – Em Deus não há injustiça
Terça – (Romanos 11.33) – Deus é possuidor de todas as coisas
Quarta – (1 Coríntios 1.18-25) – A sabedoria é de Deus
Quinta – (Filipenses 2.13) – Do Senhor é tanto o querer como o efetuar
Sexta – (1 Timóteo 6.16) – Deus tem poder eterno
Sábado – (Jó 23.1-17) – Deus sempre tem razão
SUGESTÃO DE HINOS - 010 - 084 - 225 (Harpa Cristã)
Jó 23.1-17
1 - Respondeu, porém, Jó e disse:
2 - Ainda hoje a minha queixa está em amargura; a violência da minha
praga mais se agrava do que o meu gemido.
3 - Ah! Se eu soubesse que o poderia achar! Então me chegaria ao seu tribunal.
4 - Com boa ordem exporia ante ele a minha causa e a minha boca encheria
de argumentos.
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5 - Saberia as palavras com que ele me responderia e entenderia o que
me dissesse.
6 - Porventura, segundo a grandeza de seu poder contenderia comigo?
Não; antes, cuidaria de mim.
7 - Ali, o reto pleitearia com ele, e eu me livraria para sempre do meu juiz.
8 - Eis que, se me adianto, ali não está; se torno para trás, não o percebo.
9 - Se opera à mão esquerda, não o vejo; encobre-se à mão direita, e não
o diviso.
10 - Mas ele sabe o meu caminho; prove-me, e sairei como o ouro.
11 - Nas suas pisadas os meus pés se afirmaram; guardei o seu caminho e
não me desviei dele.
12 - Do preceito de seus lábios nunca me apartei e as palavras da sua
boca prezei mais do que o meu alimento.
13 - Mas, se ele está contra alguém, quem, então, o desviará? O que a
sua alma quiser, isso fará.
14 - Porque cumprirá o que está ordenado a meu respeito e muitas coisas
como estas ainda tem consigo.
15 - Por isso, me perturbo perante ele; e quando isto considero, temo-me dele.
16 - Porque Deus macerou o meu coração, e o Todo-poderoso me
perturbou.
17 - Porquanto não fui desarraigado antes das trevas, nem encobriu a
escuridão o meu rosto.
INTRODUÇÃO
Q
uem é o culpado pelo sofrimento do homem? Por que Deus parece
às vezes tão distante enquanto a dor se agrava e, aparentemente, não
há respostas? Sob a ótica divina, como o justo deve encarar suas
lutas?
Existe louvor no sofrimento? Será que Deus permite e até promove
situações difíceis para no fim reverter em algo para os seus ou para o Seu
Reino? Vejamos as respostas na lição:
I – DEUS JAMAIS PERDE O CONTROLE DA SITUAÇÃO
“... o fundamento de Deus fica firme... o Senhor conhece os que
são seus” (2Tm 2.19). Deus nos ama com amor absoluto e incondicional, e
por mais que o justo seja abatido ou sinta a ausência divina, para livramento,
nunca deve pensar que Ele o abandonou ou não pode livrá-lo.
1. Mesmo que a prova se intensifique – As nossas dores e “gemidos”,
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como os que Jó sentia (v 2), nunca devem ser a conclusão de que o Senhor
perdeu o controle da situação, por mais adversa que seja. Como exemplo
disto, citamos o apóstolo Paulo que, atormentado por Satanás, gemeu com
intensidade aos pés do Senhor por três vezes e o Senhor lhe confortou,
capacitando-o a suportar seu doloroso “espinho” (2Co 12.7,8).
Deus tem suas lições em uma aparente demora de livramento e deseja
que entendamos isso, e que nos alegremos, mesmo nos sofrimentos, pois
assim nos tornaremos co-participantes de Cristo (1Pe 4.12,13).
2. Mesmo que o sentimento da ausência divina se agrave – Nos vs
3,4; 8, e 9 Jó como que nos seus limites, confessa já não poder “encontrar
Deus”. É como se ele não tivesse forças sequer para falar ou argumentar
com o Senhor, mesmo que tentasse.
Os nossos sentimentos podem nos enganar, por isso Jesus advertiu aos
seus sobre a vigilância, naquela noite de horror (Mt 26.41). Em seus últimos
e penosos dias, nosso Senhor declarou, em grande agonia e fé (Jo 12.27),
que o Pai nunca o abandonaria (Jo 8.29). E assim se cumpriu (At 4.10b). Jó
aprendeu a sua lição (Jó 40.4). Atenderemos ao apelo de fé que Deus nos
faz em tempos difíceis? (Sl 50.15).
3. Mesmo quando não temos todas as respostas – No v 5, Jó, que
não tinha explicações para sua agonia, frustrou-se. Não é sempre que
possuímos todas as respostas para o sofrimento. Deus, por vezes, parece
preferir a prova da nossa fé (Tg 1.24). Mas a verdade é que Ele não deseja
que esmoreçamos na oração (Lc 18.1), pois Tiago declarou que foi pela
perseverança de Jó que o Senhor lhe deu a vitória (Tg 5.11).
II – O CONHECIMENTO DO JUSTO DA SITUAÇÃO
Por mais estranho que possa parecer, Deus prova que cuida dos seus,
mesmo em meio às dores e tentações. Isso porque o Senhor não nos permite
sucumbir, antes nos torna participantes da sua santidade, o que nos guarda
de acusações e capacita-nos a resistir no dia mal (Ef 6.13).
1. Ele Sabe que Deus sempre cuida dos seus – Jó descansou na certeza de
que Deus, a qualquer momento, o atenderia (v 6). Ele confiou naquele que lhe
conhecia e lhe salvaria.Assim, você, ainda que venha a sofrer por causa do evangelho,
permaneça firme na convicção de que o Deus em quem você tem crido pode te
guardar e te preservar no poder do Espírito Santo (At 14.22); 2Tm 1.12; 14).
2. Ele conhece sua retidão, a despeito de acusações – Nos vs 10 a
12, Jó refutou o pensamento de seus “amigos” acusadores de que sofria
por ter muitos pecados, e defendeu a sua integridade. Quem está em Cristo
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não deve aceitar nenhuma condenação (Rm 8.1), pois é livre, transformado e
anda em novidade de vida (Jo 8.32; 36; 2Co 5.17; Rm 6.4). Ele sabe que
pode ser perseguido por causa da justiça, mas não por causa de culpa do
pecado (Mt 5.10). Nem o seu próprio coração o condena (1Jo 3.19-22).
3. Ele sabe que Deus permite a tentação – No v 13, Jó, que ainda não
sabia ser o protagonista de uma luta cósmica, afirmou estar Deus contra ele.
De fato, Deus estava naquilo, no sentido de permitir que Satanás o tentasse.
Em primeiro lugar, Deus permitiu que Jó, Jesus e outros fossem tentados por
razões que só a Ele compete saber (Dt 8.2,3; Ap 2.10). Em segundo lugar,
todos nós estamos sujeitos a tais tentações e perseguições, já que este mundo
é mau (1Jo 5.19b) e o diabo está ao nosso derredor (1Pe 5.8), no entanto
Deus nos dará livramento (1Co 10.13). E, em último lugar, devemos pedir a
ajuda divina contra a tentação, fugindo do pecado.
III – A RAZÃO DE TODA SITUAÇÃO
Deus tem “pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que
esperais” (Jr 29.11). A razão de tudo é o “fim”. Pois no fim, “... todas as
coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus,
daqueles que são chamados por seu decreto” (Rm 8.28). Veremos a
seguir a finalidade da perseverança na vida do cristão:
1. Cumprir em nós o bom propósito de Deus – Não teria o Senhor o
direito de usar-nos para seus propósitos específicos, visando a Sua glória?
“Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim...” (Gl 2.20). Jó
aceitou em si mesmo esta verdade (v 14). No final da sua história, foi aprovado
e Deus glorificado.
Como sacrifícios vivos, devemos sempre experimentar e provar o que é
bom, perfeito e agradável a Deus (Rm 12.1,2). Nem sempre será confortável
satisfazer aos propósitos divinos, mas sempre será, aos aprovados, motivo
de glória ao nome de Deus (Jo 12.28; 33).
2. Nos ensinar a perseverança em meio às tribulações – No capítulo
22.11, Elifaz acusou Jó de estar em “trevas que nada vês”. Mas Jó declarou:
“... não fui silenciado pelas trevas” (Jó 22.17 – NVI). Mesmo estando
em grande perturbação e desmaio de coração, Jó não se permitiu silenciar.
Que fé! Jesus é o nosso referencial de fé e vitória encorajadora para tempos
difíceis (Jo 16.33). É por seu exemplo que venceremos (Hb 2.18). Assim,
seja um crente aprovado, pois as lutas são canais de fé, dependência e vitória
em Deus (Hb 12.1-11; Tg 1.2,3).
CONCLUSÃO
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
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Por mais intensa que seja a luta, nossa fé deve estar firmada no Deus que
tudo pode e que é suficientemente amoroso e justo para saber o que está
fazendo. Deus não tem prazer no sofrimento do justo, antes o Seu prazer
está em nos livrar, em nos tornar melhores a cada dia.
Para reflexão:
• Você acredita que Deus tem toda a sua situação sob controle?
• Você está ciente de que Deus permite a tentação em sua vida?
• Você sabe que Deus tem razão em todos os acontecimentos da sua vida?
Questionário para avaliação e debate:
1. O que Jó procurou no capítulo 23.3?
2. Como pôde Jó, vivendo em tal situação, afirmar que Deus cuidava dele?
3. Como Jó encarou o seu sofrimento em relação à vontade soberana de Deus?
COMO CONFIAR EM DEUS:
√ Que o Mestre lhe ensine a contemplar as coisas simples e a navegar
nas águas da emoção;
√ Que o Mestre dos mestres lhe ensine que nas falhas e lágrimas se
esculpe a sabedoria;
√ Que o Mestre da vida lhe ensine a não ter medo de viver e a
superar os momentos difíceis da sua história;
√ Que o Mestre do amor lhe ensine que a vida é o maior espetáculo
no teatro da existência;
√ Que o Mestre inesquecível lhe ensine que fracos julgam e desistem,
enquanto os fortes compreendem e têm esperança;
√ Que o Mestre maior nos mostre que não somos perfeitos;
decepções, frustrações e perdas sempre acontecerão, mas Deus é o
artesão do espírito e da alma humana;
√ Que o Mestre incomparável lhe faça ver que depois da mais longa
noite surgirá o mais belo amanhecer.
Espere-O.
Contribuição: Pastor Edelziro Maciel de Brito
O JUSTO EXPERIMENTA MOMENTOS
DE ARIDEZ ESPIRITUAL
Versículo Chave
“Já os meus ossos se pegam à minha pele, em
virtude do meu gemer doloroso. Sou semelhante ao pelicano no deserto; sou como
um mocho nas solidões. Velo e sou
como o pardal solitário no
telhado” (Salmos 102.5-7)
Lição 10 - 06 de dezembro de 2009
Objetivos da Lição
• Mostrar que o justo passa por muitas intempéries, mas o seu passado
não o condena;
• Mostrar que a felicidade tem origem num estreito relacionamento com Deus.
Culto Familiar
Segunda – (Salmos 9) – O Senhor é um alto retiro para o oprimido
Terça – (Salmos 46) – O Senhor é uma fortaleza no dia da angústia
Quarta – (Salmos 102) – O Senhor nos ajuda na angústia
Quinta – (Salmos 118) – Não morreremos, mas viveremos
Sexta – (Salmos 119.65-71) – Bom é sermos afligidos
Sábado – (Jó 29.1-12) – O justo experimenta aridez espiritual
SUGESTÃO DE HINOS - 017 - 036 - 187 (Harpa Cristã)
Jó 29.1-12
1 - E, prosseguindo Jó em sua parábola, disse:
2 - Ah! Quem me dera ser como eu fui nos meses passados, como nos
dias em que Deus me guardava!
3 - Quando fazia resplandecer a sua candeia sobre a minha cabeça, e eu,
com a sua luz, caminhava pelas trevas;
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
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4 - como era nos dias da minha mocidade, quando o segredo de Deus
estava sobre a minha tenda;
5 - quando o Todo-poderoso ainda estava comigo, e os meus meninos,
em redor de mim;
6 - quando lavava os meus passos em manteiga, e da rocha me corriam
ribeiros de azeite;
7 - quando saía para a porta da cidade e na praça fazia preparar a minha
cadeira.
8 - Os moços me viam e se escondiam; e os idosos se levantavam e se
punham em pé;
9 - os príncipes continham as suas palavras e punham a mão sobre a boca;
10 - a voz dos chefes se escondia, e a sua língua se pegava ao seu paladar;
11 - ouvindo-me algum ouvido, me tinha por bem-aventurado; vendo-me
algum olho, dava testemunho de mim;
12 - porque eu livrava o miserável, que clamava, como também o órfão
que não tinha quem o socorresse.
INTRODUÇÃO
Q
uem nunca passou pelo deserto? Quem nunca experimentou períodos
de esterilidade e sequidão? Além de enfrentar toda sorte de
sofrimentos, o justo passa também por momentos de aridez espiritual.
O deserto, contudo, não é apenas sinônimo de aflição, agonia e dor; o deserto
espiritual é um lugar de reflexão, crescimento e aprendizado contínuos. Muitos
sucumbem nesta experiência e acabam sendo tragados pela areia escaldante.
O justo, entretanto, é fortalecido e sai da prova muito mais preparado para
uma vida com Deus. Para ele, a aridez espiritual tem a finalidade de moldar o
seu caráter cristão, levando-o para mais próximo de Cristo. Observe os sinais
indicativos da aridez espiritual:
I – QUANDO PASSA POR CRISES DE FÉ (VV 2-5)
A crise de fé acontece quando o cristão questiona uma realidade na qual ele
cria antes. Esse fenômeno geralmente ocorre quando enfrentamos grandes desafios,
e a fé tende a vacilar. É o caso de João Batista que, após ter afirmado abertamente
que Jesus era o Cordeiro de Deus (Jo 1.29), estando preso, mandou interrogálo: “Es tu aquele que havia de vir ou esperamos outro?” (Mt 11.3).
1. Ao sentir que Deus o abandonou à sua própria sorte – “Ah! Quem
me dera ser como eu fui nos meses passado, como nos dias em que
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
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Deus me guardava!” (v. 2). Jó tinha convicção de que todo esse mal lhe
sobreveio porque Deus o desamparou. Sua crise de fé não lhe permitia discernir
que, embora ele não fosse o mesmo homem próspero do passado, Deus
continuava guardando e guiando a sua vida. A exemplo de Jó, muitos crentes
convivem hoje com o amargo sentimento de que Deus os ignora
completamente. Por vezes, a aridez espiritual obscurece a mente, de forma
que o cristão não consegue crer na Palavra de Deus. Ela nos adverte que
ainda que uma mãe viesse a esquecer o filho do seu ventre, ainda assim, Deus
jamais se esqueceria de nós (Is 49.15).
2. Ao perceber que a unção de Deus se afastou de si – “Quando
fazia resplandecer a sua candeia sobre a minha cabeça, e eu, com a
sua luz, caminhava pelas trevas” (v. 3). A fé vacilante de Jó não concebia
que aquela unção divina, que guiou os seus passos e dirigiu as suas ações,
ainda estivesse sobre si. Todavia, Deus continuava com ele da mesma forma
como estivera antes. Mas não era assim que ele interpretava a situação. O
que ele percebia era uma ausência total da luz do céu. Muitos cristãos têm se
deixado esmorecer espiritualmente por crer que a unção do Espírito Santo
os abandonou. É verdade que isso acontece com aqueles que deixam de
viver segundo a vontade de Deus (Ex: Saul – 1Sm 16.14). Entretanto, é
possível que se esteja dando demasiada atenção aos pensamentos e ignorando
a verdade bíblica que diz: “Vós tendes a unção do Santo...” (1Jo 2.20).
II – QUANDO ENXERGA QUE SUA BÊNÇÃO FICOU NO
PASSADO (VV 6-10)
Jó olhou para trás com tristeza, pois viu a fartura de outrora em contraste
com a miserabilidade de então. A aridez espiritual é atestada quando se entende
que Deus só proveu no passado, e que Seu braço está deliberadamente
encolhido para não mais abençoar. Observe:
1. Onde Deus proveu generosamente a sua despensa – “Quando
lavava os meus passos em manteiga, e da rocha me corriam ribeiros
de azeite” (v. 6). Jó vivia uma vida sossegada, pois era um homem rico
materialmente, bem como o era espiritualmente. Porém, de uma hora para
outra, tudo lhe é subtraído, e ele passa a viver como um mendigo. Desta
forma, ele não consegue mais enxergar a provisão de Deus. Como Jó, há
cristãos enfrentando a mesma situação. Enxergam um Deus que era provedor
no passado, mas que agora retém a sua bênção. Mas, uma vez que
entendermos que tudo é de Deus, não teremos dificuldade em discernir Sua
bênção sobre nós. Mesmo que Deus nos tire tudo, somos dele e para Ele
vivemos. O mesmo Jó, quando dava os primeiros passos no deserto, disse:
“Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
51
e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1.21).
2. Onde Deus o elevou a uma posição de honra – “Quando saía
para a porta da cidade e na praça fazia preparar a minha cadeira” (v.
7). Jó gozava de uma posição de honra na sua comunidade. Ele se assentava
junto à porta da cidade com os sábios e juízes, e era reconhecido pela sua
sabedoria. Mas tudo isso era passado. Jó não era admirado por mais ninguém.
Ele sentia que Deus já não o abençoava mais. A experiência de Jó é partilhada
com inúmeras outras. A aridez espiritual pode levar o crente, que antes gozava
de certa reputação, a ter a percepção de que é o menor de todos os homens,
uma vez que agora é esquecido e ignorado. Este sentimento não é fruto de
humildade, o que seria totalmente cristão, mas uma errônea percepção de
que Deus está retendo a sua bênção.
III – QUANDO VIVE PERÍODOS DE DESILUSÃO
MINISTERIAL - (VV 11-14)
Muitas são as ocasiões em que um justo enfrenta desilusão quanto à obra
que Deus lhe confiou, e assim não vê condições de continuá-la. Esse
desapontamento é também um indicativo diagnóstico de que se está passando
pelo deserto. Veja de que forma o justo pode sofrer desilusão ministerial:
1. Ao observar que seu testemunho perdeu o impacto – “Ouvindome algum ouvido, me tinha por bem-aventurado; vendo-me algum olho,
dava testemunho de mim” (v. 11). Jó tinha plena consciência de que suas
palavras e ações passadas refletiram de forma benéfica nas pessoas que o
cercaram. Todavia, a situação mudara. Aquele Jó, a respeito do qual nem
mesmo os príncipes ousavam contrariar (v. 9), jazia agora desacreditado e
ignorado. É a mesma situação de muitos cristãos da atualidade, que outrora
se sentiam importantes no Reino, e agora, pensam que Deus não tem mais
prazer em usá-los. Eles se veem como vasos que não tem mais serventia
espiritual, chegando a abrir mão do ministério que Deus lhes confiou. Parece
que tudo o que Deus queria fazer por meio deles já foi feito. Contudo, o
melhor de Deus para a nossa vida ainda está por vir. Basta crer.
2. Ao sentir-se incapacitado de servir ao próximo – “Porque eu livrava
o miserável que clamava, como também o órfão que não tinha quem o
socorresse” (v. 12). Jó foi útil à sua comunidade, mas agora, não se via mais
em condições de servi-la. Não possuía recursos financeiros, sua saúde estava
debilitada e nem tinha ânimo para tal. O crente que passa pela aridez espiritual
experimenta a mesma sensação. Ele não tem entusiasmo para empreender no
Reino, não acredita mais no potencial ministerial que Deus depositou em suas
mãos, e passa a viver uma espécie de aposentadoria espiritual precoce. Age
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
52
como Elias, que ignorando o serviço que ainda devia prestar como profeta,
disse: “Já basta, ó Senhor, toma agora a minha vida, pois não sou melhor
do que meus pais” (I Rs 19.4b). Contudo, aquele que tem posto a mão no
arado não pode, de forma alguma, olhar para trás (Lc 9.62).
CONCLUSÃO
É inegável que há muitos hoje ressequidos de alma porque abandonaram os
princípios cristãos revelados nas Escrituras. Todavia, passar por momentos de
aridez espiritual não significa necessariamente dizer que se está afastado da
comunhão com Deus. A prova disto é que grandes servos e servas de Deus,
que tiveram inclusive seus nomes incluídos no rol dos heróis da fé (Hb 11),
passaram pela experiência ora vivenciada por Jó. Outros tantos, ao longo de
toda a história da humanidade, entraram no deserto e dele saíram muito mais
parecidos com Jesus. Assim, é possível, enquanto justos, passarmos por graves
crises de fé, ou sentirmos que Deus não nos abençoa e nem nos usa mais. O
deserto é o meio pedagógico que Deus se utiliza para nos fazer crescer.
Para reflexão:
• Você já teve o sentimento que Deus te abandonou alguma vez?
• Você, às vezes, pensa que Deus te abençoou só no passado?
• Você se sente incapaz de servir ao próximo?
Questionário para avaliação e debate:
1. O que Jó quis dizer com a frase: “Ah! Quem me dera ser como eu fui
nos meses passados”?
2. Sabendo que o estilo literário do livro de Jó é poético, o que ele quis dizer
com a expressão: “Quando lavava os meus passos em manteiga”?
3. Quantas pessoas você conhece que deixaram de gerar impacto quando
pregam a Palavra de Deus?
No
próximo trimestre
estudaremos o Evangelho
de Lucas sob o Tema:
JESUS O SALVADOR DIVINO.
Meditaremos neste importante assunto
para o nosso enlevo
espiritual.
O JUSTO RECONHECE A GRANDEZA
DE DEUS
Versículo Chave
“Ninguém há semelhante a ti, ó SENHOR;
tu és grande, e grande é o teu nome em
força” (Jeremias 10.6)
Lição 11 - 13 de dezembro de 2009
Objetivos da Lição
• Ensinar que mesmo no momento do sofrimento, podemos ouvir a voz
de Deus;
• Mostrar que a razão das nossas reclamações está na falta de conhecimento da soberania de Deus.
Culto Familiar
Segunda – (Salmos 5) – A grandeza da Sua benignidade
Terça – (Salmos 66) – A grandeza do Seu poder
Quarta – (Salmos 69) – A grandeza da Sua misericórdia
Quinta – (Salmos 79) – A grandeza do Seu braço
Sexta – (Jó 38.1-21) – A grandeza do Seu conhecimento
Sábado – (Jó 40.1-14) – A grandeza da Sua criação
SUGESTÃO DE HINOS - 047 - 400 - 511 (Harpa Cristã)
Jó 38.1-21; 40.1-14
1 - Depois disto, o SENHOR respondeu a Jó de um redemoinho e disse:
2 - Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?
3 - Agora cinge os teus lombos como homem; e perguntar-te-ei, e, tu,
responde-me.
4 - Onde estavas tu quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens
inteligência.
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
54
5 - Quem lhe pôs as medidas, se tu o sabes? Ou quem estendeu sobre ela
o cordel?
6 - Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua
pedra de esquina,
7 - quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os
filhos de Deus rejubilavam?
8 - Ou quem encerrou o mar com portas, quando trasbordou e saiu da madre,
9 - quando eu pus as nuvens por sua vestidura e, a escuridão, por
envolvedouro?
10 - Quando passei sobre ele o meu decreto, e lhe pus portas e ferrolhos,
11 - e disse: Até aqui virás, e não mais adiante, e aqui se quebrarão as tuas
ondas empoladas?
12 - Ou desde os teus dias deste ordem à madrugada ou mostraste à alva
o seu lugar,
13 - para que agarrasse nas extremidades da terra, e os ímpios fossem
sacudidos dela?
14 - Tudo se modela como o barro sob o selo e se põe como vestes;
15 - e dos ímpios se desvia a sua luz, e o braço altivo se quebranta.
16 - Ou entraste tu até às origens do mar, ou passeaste no mais profundo
do abismo?
17 - Ou descobriram-se-te as portas da morte, ou viste as portas da
sombra da morte?
18 - Ou com o teu entendimento chegaste às larguras da terra? Faze-mo
saber, se sabes tudo isto.
19 - Onde está o caminho da morada da luz? E, quanto às trevas, onde
está o seu lugar,
20 - para que as tragas aos seus limites, e para que saibas as veredas da
sua casa?
21 - Decerto, tu o sabes, porque já então eras nascido, e porque é grande
o número dos teus dias!
Jó 40.1-14
1 - Respondeu mais o SENHOR a Jó e disse:
2 - Porventura, o contender contra o Todo-poderoso é ensinar? Quem
assim argúi a Deus, que responda a estas coisas.
3 - Então, Jó respondeu ao SENHOR e disse:
4 - Eis que sou vil; que te responderia eu? A minha mão ponho na minha boca.
5 - Uma vez tenho falado e não replicarei; ou ainda duas vezes, porém
não prosseguirei.
6 - Então, o SENHOR respondeu a Jó desde a tempestade e disse:
7 - Cinge agora os teus lombos como varão; eu te perguntarei a ti, e tu me
responderás.
8 - Porventura, também farás tu vão o meu juízo ou me condenarás, para
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
55
te justificares?
9 - Ou tens braço como Deus, ou podes trovejar com voz como a sua?
10 - Orna-te, pois, de excelência e alteza; e veste-te de majestade e de glória.
11 - Derrama os furores da tua ira, e atenta para todo soberbo, e abate-o.
12 - Olha para todo soberbo, e humilha-o, e atropela os ímpios no seu lugar.
13 - Esconde-os juntamente no pó; ata-lhes os rostos em oculto.
14 - Então, também eu de ti confessarei que a tua mão direita te haverá
livrado.
INTRODUÇÃO
A
s especulações sobre a causa da calamidade que atingira a Jó se
intensificam diante do silêncio divino. Num livro de 42 capítulos, Deus
só se pronuncia a partir do capítulo 38, deixando um rasto de questões
sem respostas.
Por que Deus se cala no momento em que mais necessitamos ouvir a sua
voz? Mas se Ele falasse na hora mais crítica do sofrimento, será que O
ouviríamos? Ou entenderíamos a Sua mensagem?
Veremos nesta lição que, quando o Senhor fala conosco e nos revela os
Seus feitos, entendemos a Sua grandeza:
I – O SENHOR REVELA A SUA GRANDEZA QUANDO
ARGUMENTA CONOSCO
Do capítulo dois até o trigésimo sétimo, temos um monólogo. Jó falou,
mas Deus nada respondeu. Em meio a tudo isso, ouviu as acusações dos
seus três amigos. Porém, as dúvidas do patriarca pareciam chegar ao fim
quando o Senhor fez a Sua argumentação:
1. As suas palavras, às vezes, nos vêm de maneira assustadora –
(vs 1,2) – Aparentemente, o Senhor estava surdo quanto às palavras proferidas
pelo patriarca, no entanto, ouvia tudo enquanto se calava. Subitamente, se
manifestou a Jó “de um redemoinho”, ou seja, no meio de uma tempestade.
Esta é uma maneira inusitada de Deus falar conosco, pois para uma vida
angustiada e atormentada pela dor, só mesmo uma tempestade pode ser
digna de maior atenção. O Salmo 46 mostra um Deus que é nosso refúgio na
angústia, mas que se manifesta mais poderoso que a fúria da natureza, fazendo
a própria terra se derreter, para depois sussurrar em nossos ouvidos:
“Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre as nações;
serei exaltado sobre a terra”.
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
56
2. As suas palavras divinas contrastam com as nossas humanas –
“Agora cinge os teus lombos como homem; e perguntar-te-ei, e, tu,
responde-me” (v 3) – Deus desafiou Jó para um duelo de argumentos, mas
deixou claro: “Eu sou Deus e tu um mero homem”. O Senhor pediu a Jó que
o respondesse na qualidade de homem. Neste momento nos desmoronamos,
pois “... ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura, a coisa
formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?” (Rm 9.20).
3. As suas palavras eternas ironizam os nossos dias efêmeros –
“Decerto, tu o sabes, porque já então eras nascido, e porque é grande
o número dos teus dias!” (v 21) – Deus falou e zombou dos dias do
homem. Por mais que o homem viva sobre a terra, ele não pode saber a
origem das coisas criadas. O patriarca foi humilhado, diante da grandeza
do Criador (Jó 38.4). A partir deste diálogo, começou a entender que o
Senhor é justo nas suas obras, mesmo quando não entendemos o porquê
das coisas.
4. As suas palavras sábias nos fazem silenciar – (Jó 40.3-5) – Enfim,
Jó caiu na realidade, e parou de argumentar contra Deus. Pôde então perceber
que o Senhor sabe o que faz. Na sua reflexão, chegou à conclusão: “sou
vil”. Decidiu não mais falar: “A minha mão ponho na minha boca”.
Quantos de nós já nos sentimos envergonhados pelas reclamações e
murmurações que lançamos diante do Senhor, enquanto nos provava? Depois
ficamos humilhados, ao perceber que o Senhor estava apenas cuidando de
nós, para que não perdêssemos a nossa salvação. O que parecia crueldade,
agora vemos que era misericórdia.
II – O SENHOR REVELA A SUA GRANDEZA QUANDO FALA
DOS SEUS FEITOS
Deus é exaltado, pois está acima de todas as coisas criadas. A Sua posição
elevada é inerente à Sua natureza gloriosa e é perfeitamente compreendida
quando nos leva a contemplar Seus feitos (Sl 19.1-6; 24.1,2; Rm 1.18-20).
Portanto, vejamos:
1. Ninguém pode ignorar suas obras – (Jó 38.4-20) – A exposição
divina quanto às coisas criadas é didática. Tem o propósito de levar Jó a
contemplar algo desconhecido e impossível de se conceber na sua totalidade.
Mas o objetivo é mostrar a pequena e insignificante existência humana,
contraposta à existência daquele que não tem começo e nem fim e que, com
poder, criou todas as coisas e as sustenta e governa.
São perguntas sem respostas que fazem calar o homem mortal: “Quem
lhe pôs as medidas, se tu o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
57
cordel?” (...) “Faze-mo saber, se sabes tudo isto”.
2. Ninguém pode ensiná-Lo – “Respondeu mais o Senhor a Jó e
disse: Porventura, o contender contra o Todo-poderoso é ensinar?
Quem assim argúi a Deus, que responda a estas coisas” (Jó 40.1,2) –
Depois que o Senhor expõe parte das suas obras, faz uma pergunta
desconcertante a Jó, que se vê incapaz de dar respostas a Deus. Afinal,
quem pode ensinar algo àquele que fez todas as coisas com sabedoria? O
Eterno, que é antes e depois de todas as coisas? (Rm 11.33-36).
Mesmo na situação de Jó, o homem não tem direito de questionar Deus, pois
nunca teremos entendimento suficiente para dizer o que é certo e o que é errado.
O que você responderia, se nas suas murmurações e queixumes, o Senhor
lhe dissesse: “... você desafiou a mim, o Deus Todo-Poderoso. Vai desistir
ou vai me dar uma resposta?”
3. Ninguém pode desafiá-Lo – (vs 6-14) – O dilema de Jó estava perto do
fim. Depois de longo tempo questionando a justiça de Deus por deixar que um
homem “bom” sofresse tamanha calamidade, enfim entendeu que o Senhor está
certo em todas as Suas decisões e é justo em todas as Suas obras (Sl 119.137).
Encerramos esta lição com o seguinte texto na linguagem de hoje: “Mostre
agora que é valente e responda às perguntas que lhe vou fazer. Será
que você está querendo provar que sou injusto, que eu sou culpado e
você é inocente? (...) Se você fizer isso, eu serei o primeiro a louvá-lo e
a reconhecer que você venceu pelas suas próprias forças” (vs 7,8; 14).
CONCLUSÃO
A grandeza divina pode ser notada na própria natureza. Cada coisa criada
revela que um Ser divino realizou uma façanha que outro ser não poderia realizar.
A lição que acabamos de estudar nos faz rever os nossos conceitos em
relação ao Deus que servimos. Mesmo quando tivermos que passar por provas
difíceis, como as que assolaram o servo Jó, lembremo-nos que o Senhor é
exaltado sobre as suas obras e ninguém pode contestar a Sua grandeza.
Para reflexão:
• Você já ouviu Deus falando de maneira “tempestuosa”?
• Você já se sentiu humilhado diante da sabedoria de Deus?
• Você tem contemplado as obras de Deus na criação?
Questionário para avaliação e debate:
1. O que significa, no contexto, a expressão: “A minha mão ponho na minha boca”?
2. Descreva alguma maneira errada de orar, onde tentamos ensinar a Deus.
3. Você já desafiou a Deus alguma vez?
O JUSTO ACREDITA NA RESTAURAÇÃO
DIVINA
Versículo Chave
“Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos
teus pensamentos pode ser impedido”
(Jó 42.2)
Lição 12 - 20 de dezembro de 2009
Objetivos da Lição
• Mostrar que todo sofrimento e provação têm um tempo determinado
por Deus;
• Ensinar que após o sofrimento e as perdas vem a restauração e restituição.
Culto Familiar
Segunda – (Esdras 7.19) – Restituição dos bens espirituais
Terça – (Isaias 61.1,2) – Restauração dos contritos
Quarta – (Joel 2.25-32) – Restauração material e espiritual
Quinta – (Marcos 1.40,41) – Restauração da saúde
Sexta – (Lucas 15.11-32) – Restauração do pecador
Sábado – (Jó 42.1-17) – Restauração do sofredor
SUGESTÃO DE HINOS - 077 - 131 - 577 (Harpa Cristã)
Jó 42.1-17
1 - Então, respondeu Jó ao SENHOR e disse:
2 - Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos pode ser
impedido.
3 - Quem é aquele, dizes tu, que sem conhecimento encobre o conselho?
Por isso, falei do que não entendia; coisas que para mim eram
maravilhosíssimas, e que eu não compreendia.
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
59
4 - Escuta-me, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu ensina-me.
5 - Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vêem os meus olhos.
6 - Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza.
7 - Sucedeu, pois, que, acabando o SENHOR de dizer a Jó aquelas
palavras, o SENHOR disse a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra
ti, e contra os teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que era reto,
como o meu servo Jó.
8 - Tomai, pois, sete bezerros e sete carneiros, e ide ao meu servo Jó, e
oferecei holocaustos por vós, e o meu servo Jó orará por vós; porque deveras
a ele aceitarei, para que eu vos não trate conforme a vossa loucura; porque
vós não falastes de mim o que era reto como o meu servo Jó.
9 - Então, foram Elifaz, o temanita, e Bildade, o suíta, e Zofar, o naamatita,
e fizeram como o SENHOR lhes dissera; e o SENHOR aceitou a face de Jó.
10 - E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e
o SENHOR acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía.
11 - Então, vieram a ele todos os seus irmãos e todas as suas irmãs e
todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e
se condoeram dele, e o consolaram de todo o mal que o SENHOR lhe havia
enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e cada um, um
pendente de ouro.
12 - E, assim, abençoou o SENHOR o último estado de Jó, mais do que
o primeiro; porque teve catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas
de bois, e mil jumentas.
13 - Também teve sete filhos e três filhas.
14 - E chamou o nome da primeira, Jemima, e o nome da outra, Quezia,
e o nome da terceira, Quéren-Hapuque.
15 - E em toda a terra não se acharam mulheres tão formosas como as
filhas de Jó; e seu pai lhes deu herança entre seus irmãos.
16 - E, depois disto, viveu Jó cento e quarenta anos; e viu a seus filhos e
aos filhos de seus filhos, até à quarta geração.
17 - Então, morreu Jó, velho e farto de dias.
INTRODUÇÃO
N
o Texto Sagrado observa-se que Jó foi um homem íntegro e reto,
temente a Deus e que se desviava do mal (Jó 1.1). Servo fiel e pai
zeloso que oferecia sacrifícios a Deus em favor de seus filhos, caso
houvessem pecado e blasfemado contra o Senhor em seu coração (Jó 1.5).
Esse homem bom e cuidadoso fez tudo que achava correto, porém passou
por grandes sofrimentos e perdas: destruição de suas propriedades, morte
dos filhos e uma doença terrível que fez com que perdesse a reputação e
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
60
dignidade (Jó 19.9). Mesmo perdendo tudo, não desistiu de Deus, acreditou
em Sua restauração e esperou por Ele (Jó 19.25). Diante de toda aflição, Jó
reconheceu o poderio de Deus, por fim submeteu-se a Ele, que mudou a sua
sorte e lhe acrescentou o dobro de tudo o que possuía (Jó 42).
Semelhantemente, a Igreja do Senhor não está alheia a tais provações e
angústias, e como Jó, tem as mesmas promessas de vitórias e restituições
(1Pe 4.12-13).
I - O SOFRIMENTO E PROVAÇÕES CONTRIBUEM PARA A
RESTAURAÇÃO DIVINA
“Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser
frustrado” (v.2).
Jó se submeteu a Deus, admitiu Sua soberania e declarou que em tudo Ele
tem um propósito. Quando o homem vislumbra a onipotência e onipresença
do Senhor, acredita, também, que tudo o que Ele promete se cumpre. O
sofrimento é um meio utilizado por Deus para cumprir o seu propósito na
vida do justo e na proximidade da restauração a seu tempo. Mediante isto,
pode-se dizer que estas consternações trazem:
1. Confissão e reconhecimento - (vs.3-4). Jó confessou que duvidou
da justiça divina e se arrependeu profundamente por tal ato, concluiu que
Deus é o Todo-Poderoso e, em Sua perfeita sabedoria e vontade, faz o que
desejar. Precisamos ter a postura final de Jó e confiar plenamente no Senhor,
reconhecer que tudo o que Deus faz é perfeito e bom, independentemente da
nossa vontade. (Sl 125)
2. Arrependimento e intimidade - “Eu te conhecia só de ouvir, mas
agora os meus olhos te vêm. Por isso me abomino e me arrependo no
pó e na cinza” (vs.5-6)
Agora Jó entendeu que seu sofrimento produziu intimidade com o TodoPoderoso. Ele pôde desfrutar de um relacionamento mais profundo com o
Pai celestial, descobriu que o Senhor era seu Deus, amigo e salvador, pois a
presença do Senhor abriu-lhe os olhos. O cristão deve buscar essa intimidade
com o Senhor, ver nas lutas do dia a dia a possibilidade de aproximar-se do
Pai, de enxergar sua presença em meio às lutas e secas da vida cotidiana,
pois é no deserto que presenciamos os milagres e desfrutamos da providência
divina. (Sl 25.14)
3. Justiça e perdão – “tendo o Senhor falado estas palavras a Jó
disse também a Elifaz (...) a minha ira se acendeu contra ti e contra
teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que era reto, como
meu servo Jó (...) oferecei holocaustos por vós. O meu servo Jó orará
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
61
por vós porque dele aceitarei a intercessão para que eu vos trate
segundo a vossa loucura (...) e o Senhor aceitou a oração de Jó.”
(vs.7-9):
Os amigos de Jó pensavam, de acordo com a ortodoxia da época, que
eram justos e santos por serem ricos e saudáveis, e que Jó estava em pecado
por ter perdido tudo o que possuía- inclusive os filhos.
Deus, que tudo vê, acompanhou as injustiças sofridas por seu servo.
Quando provados em nossa vida cristã, inúmeras vezes somos julgados por
pessoas que não entendem a razão do sofrimento e acabam defendendo
idéias erradas a respeito de Deus e de nós (1Sm 16.7).
No entanto, a justiça de Deus é fazer com que os que te maldizem recebam
sua oração, para serem alcançados pelo perdão do Senhor, ainda que esses
não tenham te apoiado na hora do sofrimento (Lc 6.27-28).
II - O SOFRIMENTO PRESENTE NÃO SE COMPARA COM A
RESTITUIÇÃO DIVINA
Ao arrepender-se, Jó compreendeu a soberania de Deus e tornou-se
testemunha da recompensa que o Soberano retribui aos que permanecem
fiéis, visto que toda provação tem medida e tempo determinados por Deus
(1Co 10.13) e a excelência do que se vê em Jó é que o próprio Senhor
testemunha acerca de seu servo, assim como já fizera em (Jó 1.8 e 2.3) e
agora faz de novo (42.8). Toda dor e angústia vividas por esse servo
contribuíram para a glorificação do nome do Senhor e mostram que a
confiança em Deus faz com que o justo seja mais que vencedor (Rm 8.37). É
o que se apresenta a seguir:
1. A restituição proporciona bênçãos sem medida àquele que espera
no Senhor - (v 10).
A paciência de Jó é a prova de que sua fé não era superficial, pelo contrário,
a sua confiança e a restituição não esperada demonstram que sua credibilidade
em Deus permaneceu firme, independente do tempo e da vontade do Pai.
Só após ver quão grande foram suas dificuldades, dores e perdas é que
se pode entender mais claramente que ele não buscava nenhum tipo de
recompensa material. Ainda assim, foi agraciado com a duplicidade de bênçãos
sobre seus bens por Deus, visto o ato de permanecer fiel na espera da
manifestação do Grande Redentor. A Bíblia diz que o choro pode durar uma
noite, mas a alegria vem ao amanhecer (Sl 30.5).
2. O sofrimento e as perdas precedem a restituição divina - (v.1112). A sorte de Jó mudou quando reconheceu que as provações eram
permitidas por Deus, que Ele estava no controle da situação e que tudo o que
vivenciou estava sob Seu domínio. A partir desse momento recebeu de volta
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
62
tudo o que havia perdido: família, propriedade, animais, honra e a aprovação
de Deus. Por isso, devemos acreditar que as palavras de Deus que operaram
em Jó trarão, também, uma transformação em nossas vidas que nenhuma
palavra humana conseguirá operar (Pv 15.33).
3. A restituição divina é para ser desfrutada na presença de Deus,
com alegria: (v.13-17). Uma das maiores bênçãos no Antigo Testamento era
o prolongamento da vida dos servos de Deus. Jó foi recebedor de tal benefício
divino, pois foi galardoado com uma vida longa e teve o privilégio de ver seus
netos crescerem, para desfrutar de sua longevidade baseada na restituição
proporcionada por Deus (Sl 91.15-16). Isso é um sinal da efetiva benção do
Pai. Do mesmo modo o Senhor tem para nós, não só vitórias neste mundo,
como a vida eterna no céu (Ap 3.21), após tribulações, lutas e sofrimentos.
CONCLUSÃO
A mensagem de Jó é bem atual, pois todo servo do Senhor é padecedor de
lutas, provações ou sofrimentos. No entanto, jamais devemos desistir do Senhor
por causa de tais intempéries espirituais que acontecem neste mundo mau; ao
contrário, devemos reter a fé em Deus, pois Ele está presente conosco até mesmo
em “nossa leve e momentânea tribulação” ou sofrimento (2Co 4.17).
Sabemos que, nas horas mais difíceis, nos achegamos a Deus e, em meio
às tempestades, juntos com o Pai, temos paz e podemos desfrutar da comunhão
e segurança garantidas por Ele. Nunca podemos nos esquecer: é seguro confiar
no Senhor! (Pv 29.25).
Para reflexão:
• Você tem procurado saber a razão do seu sofrimento?
• Você tem reconhecido a soberania de Deus nos momentos de aflições?
• Você tem agradecido a Deus pelas bênçãos recebidas após as tribulações?
Questionário para avaliação e debate:
1. De que maneira Jó conhecia a Deus?
2. Qual foi o percentual da benção de Deus a Jó, em relação ao primeiro estado?
3. Além dos bens, o que mais o Senhor deu a Jó?
“Deveras, orará a Deus, que se agradará
dele, e verá a sua face com júbilo, e restituirá
ao homem a sua justiça” (Jó 33.26)
RECAPITULAÇÃO
Versículo Chave
“Muitas são as aflições do justo, mas o
SENHOR o livra de todas”
(Salmos 34.19)
Lição 13 - 27 de dezembro de 2009
Objetivos da Lição
• Destacar os principais ensinos ministrados no trimestre;
• Incentivar os alunos a se decidirem diante do que aprenderam.
Culto Familiar
Segunda – (Jó 1.1-5) – O justo também sofre
Terça – (Jó 1.6-22) – O Senhor dá e pode tomar
Quarta – (Jó 14.1.22) – Há esperança para o cristão
Quinta – (Jó 16.1-22) – Compaixão com os sofredores
Sexta – (Jó 21.1-34) – O ímpio goza prosperidade
Sábado – (Jó 42.1-17) – Restauração do sofredor
SUGESTÃO DE HINOS - 131 - 187 - 302 (Harpa Cristã)
Jó 7.1-10
1 - Porventura, não tem o homem guerra sobre a terra? E não são os seus
dias como os dias do jornaleiro?
2 - Como o cervo que suspira pela sombra, e como o jornaleiro que
espera pela sua paga,
3 - assim me deram por herança meses de vaidade, e noites de trabalho
me prepararam.
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
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4 - Deitando-me a dormir, então, digo: quando me levantarei? Mas
comprida é a noite, e farto-me de me voltar na cama até à alva.
5 - A minha carne se tem vestido de bichos e de torrões de pó; a minha
pele está gretada e se fez abominável.
6 - Os meus dias são mais velozes do que a lançadeira do tecelão e
perecem sem esperança.
7 - Lembra-te de que a minha vida é como o vento; os meus olhos não
tornarão a ver o bem.
8 - Os olhos dos que agora me vêem não me verão mais; os teus olhos
estarão sobre mim, mas não serei mais.
9 - Tal como a nuvem se desfaz e passa, aquele que desce à sepultura
nunca tornará a subir.
10 - Nunca mais tornará à sua casa, nem o seu lugar jamais o conhecerá.
INTRODUÇÃO
O
objetivo desta lição é recapitular os ensinos mais importantes
ministrados no semestre, levando os alunos à uma melhor fixação do
conteúdo necessário para o seu desenvolvimento espiritual:
I - O JUSTO NÃO ESTÁ LIVRE DO SOFRIMENTO - (Jó 1.1-5)
1. Mesmo tendo bom testemunho e fugindo do pecado - O nosso
personagem era homem de bom testemunho. O próprio Deus confirma isto,
inclusive perante Satanás, o acusador (Jó 1.8; 2.3). A justiça mencionada
nesta lição refere-se à qualidade que leva os cristãos a agirem corretamente,
de acordo com os mandamentos de Deus (Mq 6.8a).
De acordo com Provérbios 8.13a, “O temor do Senhor é aborrecer o
mal...”. Jó era um servo temente porque se desviava do mal. Logo, podemos
afirmar que era homem sábio, pois “o temor do Senhor é o princípio da
sabedoria...” (Pv 9.10a).
II - O JUSTO RECONHECE QUE O SENHOR DÁ E PODE
TOMAR - (Jó 1.6-22)
1. Deus nos criou e cuida de nós - O propósito de Deus é complexo,
envolve mais do que uma questão de fé (v. 12). Entretanto, quando um justo
é provado, sendo afligido até a alma, a graça de Deus o faz triunfar sobre tal
sofrimento, permanecendo firme e constante na fé.
Deus é glorificado, conforme aconteceu com Jó (vv.20 e 21). Quando
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conseguirmos entender que, no sofrimento glorificamos a Deus e que, no porvir,
receberemos glória indizível, aceitaremos a vontade de Deus (Hb 11.25,26).
III - O JUSTO ESTÁ SUJEITO ÀS DOENÇAS - (Jó 2.1-13)
1. Satanás o acusador do justo - (v. 3). Satanás desafiou a Deus, dizendo
que, se Jó perdesse seus bens, certamente deixaria de ser fiel. O Senhor
defendeu a Jó dando-lhe convicção inabalável. Do mesmo modo, o Senhor
age na vida do crente fiel, não permitindo que sofra ou seja tentado além de
suas forças (1Co 10.13).
IV - O JUSTO É UM SER HUMANO NORMAL - (Jó 3.1-26)
1. Pessimismo que o levou a proferir maldições – (v. 1). Jó não era
passivo diante da sua aflição. Transtornado com a sua situação, ele amaldiçoou
por completo sua existência, desde a concepção até aquele momento. Por vezes,
pensamos que, como servos de Deus, temos que ficar mudos diante do sofrimento,
mas, rasgar a alma diante de Deus, aumenta a nossa intimidade com Ele.
V - O JUSTO NÃO PERDE A ESPERANÇA - (Jó 14.1-22)
1. Alívio no sofrimento físico e emocional. (vs 20-22) - De todas as
dores sentidas por Jó, uma não o deixava esquecer sua natureza humana, era
a das feridas que cobriam seu corpo. Jó suplicava por alívio, ainda que a
própria morte fosse o seu consolo.
Uma das principais doenças que tem acometido o homem moderno é a
depressão. Assim como Jó, outros homens bíblicos também estiveram
deprimidos (1Re 19.4; Jn 4.2,3). Deus ama e cuida do seu povo, e deseja
conceder-lhe vida e saúde emocional (Is 43.1-4).
VI - O JUSTO SABE O QUE É TER COMPAIXÃO - (Jó 16.1-22)
1. Compreendendo o sofrimento humano - Só entendemos, de fato, o
sofrimento alheio quando nos colocamos no lugar daquele que sofre. No
versículo 4, Jó declarou que só consolar, sem estar disposto a se envolver
com o problema do próximo, implicava em, simplesmente, amontoar palavras
sobre a cabeça do outro (Rm 12.25).
Na posição de servos de Deus, temos algo a oferecer ao próximo. Mas nem
sempre estamos dispostos a nos envolver e, infelizmente, não fazemos a diferença,
por falta de interesse. Um exemplo positivo é a do samaritano em Lc 10.30-37.
VII - O JUSTO SABE QUE SÓ DEUS PODE LHE
AJUDAR - (Jó 19.1-5; 14-26)
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1. A solução é vista na certeza de que O Senhor o redimirá - “Porque
eu sei que o meu Redentor vive” (v. 25). Jó já havia perdido a esperança,
mas se valeu desta conhecida expressão da época, para revelar sua esperança
no Deus vivo.
Independente da situação que você se encontra, tenha em Jó prova concreta
de que a esperança é uma dádiva, a certeza de que o Senhor te socorrerá,
pois a Bíblia é a que te garante esta verdade (Sl 37.25).
VIII - O JUSTO SABE QUE O ÍMPIO PODE GOZAR
PROSPERIDADE - (Jó 21.1-34)
1. Eles tornam-se poderosos - Eis aqui uma das grandes preocupações
e questionamento do salmista Asafe, enquanto sofria por não entender por
que os ímpios prosperavam (Sl 73). É de extrema importância entendermos
que essas riquezas são para os ímpios apenas um mundo de fantasias. Suas
esperanças e alegrias estão firmadas nos tesouros terrenos que não podem
ser levados para o outro lado, de modo que, quando acordarem, já será
tarde demais (Lc 16.19-31). Mas o justo tem na sua recompensa um valor
eterno e de glória (Rm 8.18).
IX - O JUSTO SABE QUE DEUS SEMPRE
TEM RAZÃO - (Jó 23.1-17)
1. Ele Sabe que Deus sempre cuida dos seus – Jó descansou na certeza
de que Deus, a qualquer momento, o atenderia (v 6). Assim, você, ainda que
venha a sofrer por causa do evangelho, permaneça firme na convicção de
que o Deus em quem você tem crido pode te guardar e te preservar no poder
do Espírito Santo (At 14.22; 2Tm 1.12; 14).
Deus permitiu que Jó, fosse tentado por razões que só a Ele compete
saber (Dt 8.2,3; Ap 2.10). Todos nós estamos sujeitos a tais tentações e
perseguições, já que este mundo é mau (1Jo 5.19b), no entanto Deus nos
dará livramento (1Co 10.13).
X - O JUSTO EXPERIMENTA MOMENTOS DE ARIDEZ
ESPIRITUAL - (Jó 29.1-12)
1. Ao sentir que Deus o abandonou à sua própria sorte – (v. 2). Jó
tinha convicção de que todo esse mal lhe sobreveio porque Deus o
desamparou. Sua crise de fé não lhe permitia discernir que, embora ele não
fosse o mesmo homem próspero do passado, Deus continuava guardando e
guiando a sua vida. Por vezes, a aridez espiritual obscurece a mente, de
forma que o cristão não consegue crer na Palavra de Deus. Ela nos adverte
que ainda que uma mãe viesse a esquecer o filho do seu ventre, ainda assim,
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Deus jamais se esqueceria de nós (Is 49.15).
XI - O JUSTO RECONHECE A GRANDEZA
DE DEUS - (Jó 38.1-21; 40.1-14)
1. As suas palavras, às vezes, nos vêm de maneira assustadora –
(vs 1,2) – Aparentemente, o Senhor estava surdo quanto às palavras proferidas
pelo patriarca, no entanto, ouvia tudo enquanto se calava. Subitamente, se
manifestou a Jó “de um redemoinho”, ou seja, no meio de uma tempestade.
O Salmo 46 mostra um Deus que é nosso refúgio na angústia.
O patriarca foi humilhado, diante da grandeza do Criador (Jó 38.4). A
partir deste diálogo, começou a entender que o Senhor é justo nas suas obras,
mesmo quando não entendemos o porquê das coisas.
XII - O JUSTO ACREDITA NA RESTAURAÇÃO
DIVINA - (Jó 42.1-17)
1. Confissão e reconhecimento - (vs. 3-4). Jó confessou que duvidou
da justiça divina e se arrependeu profundamente por tal ato, concluiu que
Deus é o Todo-Poderoso e, em Sua perfeita sabedoria e vontade, faz o que
desejar. Precisamos reconhecer que tudo o que Deus faz é perfeito e bom,
independentemente da nossa vontade (Sl 125).
O cristão deve buscar essa intimidade com o Senhor. Enxergar sua presença
em meios às lutas, pois é no deserto que presenciamos os milagres e
desfrutamos da providência divina (Sl 25.14).
CONCLUSÃO
Esperamos que as lições ministradas no semestre tenham contribuído para
o enlevo espiritual da Igreja. Tomemos os exemplos aprendidos e os coloquemos
em prática para que se tornem vívidos na nossa vida.
A seguir, o questionário para avaliação semestral:
QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO E DEBATES
Lição 01
1. Jó “desviava-se do mal”, mesmo assim padeceu enfermidade. Qual
é a relação entre enfermidade e pecado?
2. Qual é a relação entre prosperidade material e espiritualidade?
Lição 02
1. Dê o exemplo de propósito geral e propósito específico.
2. Você pode provar que Deus determina o tempo e a intensidade do sofrimento?
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Lição 03
1. Por que Deus permitiu a Satanás ferir Jó?
2. Qual foi o propósito do sofrimento de Jó?
Lição 04
1. Por que Jó amaldiçoou o seu dia?
2. Já te aconteceu algo que você mais temia que viesse acontecer?
Lição 05
1. Você pode mencionar um texto bíblico que prova que podemos manter
nossa esperança em Deus, mesmo nas adversidades?
2. Dê o testemunho de um acontecimento em sua vida que parecia sem esperança.
Lição 06
1. Você é um crente compassivo?
2. Qual é a sua reação diante do sofrimento do próximo?
Lição 07
1. Na sua opinião, entre os amigos e a esposa de Jó, quem mais o
decepcionou?
2. Por que Jó achou no presente, esperança num redentor que viria só no futuro?
Lição 08
1. Por que os ímpios prosperam, mesmo zombando de Deus?
2. Qual é a maior prova de uma vida espiritual bem-sucedida?
Lição 09
1. Qual foi a reação de Jó diante da acusação dos seus amigos?
2. Leia o capítulo 23.14, e diga o que Jó esperava de Deus?
Lição 10
1. Qual foi o desabafo de Jó no capítulo 29.2? Faça uma comparação
entre a vida de Jó antes e depois do seu sofrimento.
2. De acordo com Jó 29.7, qual era o conceito de Jó na sociedade?
Lição 11
1. Leia o capítulo 38.21 e diga qual foi a verdadeira mensagem de Deus a Jó?
2. Dê o exemplo de um texto bíblico que prove que pela natureza podemos
conhecer a Deus.
Lição 12
1. De acordo com o Tópico da lição o que contribui para a restauração divina?
2. O que o Senhor restituiu a Jó?

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