Esporte - Instituto Arruda Botelho
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Esporte - Instituto Arruda Botelho
I 5i !níz,Castr Fragomeni Esporte Estrelas do taco Os generais entram no jogo para empatar o general Orlando Ribeiro Sampaio, chefe do Centro de Informações do Exercito, bloqueou inesperadamente a passagem do subchefe do Estado Maior do Exército, general Demócrito Cunha, o que exigiu a pronta intervenção do vice-chefe da Agência Central do SNI, general Luiz Pires Ururahy. Mas quem acabou decidindo o impasse foi o chefe Monteiro de Castro, comandante da Academia m i t a r de Agulhas Negras, O empate foi um resultado justo, enquanto o bem-humorado diretor de Cadastro e Avaliação militar, general Emani Correa, lembrava que "não houve baixas, para desgosto da torcida de coronéis, que esperava a abertura de algumas vagas no generalato". VETO A ESQUERDA - Com o processo de motomecsnização da Cavalaria, o Exército se afastou durante os Últimos v o s dos esportes equestres. A tradição hípica, no entanto, vem sendo retomada, i inclusive no p610, um esporte de linhagem nobre, originário da India e disseminado no mundo pelos ingleses. Protegido por um capacete, mintando cav&s de baixa estatura, porém fortes e velozes, o jogador golpeia com um taco uma bola de madeira do tamanho de uma laranja - e, como no futebol, deve fazê-la entrar no gol adversário. Cada equipe tem quatro jogadores e um reserva e o jogo se divide em seis tempos de 7,5 minutos cada um com três minutos de descanso entre eles. Em Agulhas Negras, enfrentaram-se antigos colegas de armas, um time vestido em camisas vermelhas e o outro, em uniformes listrados. No passado, a Comissão Desportiva do Exdrcito, com um grupo de excelentes montadores, chegou a acumular sete títulos de campeã brasileira de p61o. Htí dez anos, porém, não se consegue compor uma equipe com poder de fogo suficiente para vencer os civis, com seus cavalos importados e experiência intemacional. E o caso, por exemplo, da fortíssima equipe civil A Toca, organizada em São Paulo pela família Diniz, do Grupo Pão de Açbcar, que comparece todos OS anos Inglaterra, para disputar o importante torneio Queen's Cup. Os militares prometem uma reação. Por força da portaria do general Walter Pires, ministro do Exército, deverão ser criadas unidades de equitação em cinqüenta unidades militares do país. Entre os hcentivadores do esporte figura o presidente João Figueiredo, um fascinado pelo p610, S6 que o presidente não pode participar de competições. As regras não permitem taquear com a mão esquerda. E Figueiredo é canhoto. MARCIOCHAER,de Resende Brasil e n k dois times-de generais. O jogo aconteceu na Academia Militar de Agulhas Negras, em Resende, Estado do Rio, no dia 18 deste mês, um domingo. O resultado, como era de se prever, foi taticamente equilibrado: um empate de 2 a 2. Segundo o general Kruel, essa partida inova em dois pontos importantes: reuniu 21 estrelas em campo e a soma da idade dos atletas, 51l anos, deve ter superado qualquer marca anterior nesse esporte. Para o general Ramiro O general Unuahy, de camisa vermelha, na disputa com o general ( VEJA, 28 DE JULHO, 1982 55 das de Moscou, outro soviético, Vladirnir Lipitski, teve seu tórax trespassado pelo florete do adversário. A lâmina roçou seu coração, mas Lipitski sobreviveu e voltou a lutar. Desde 1937, quando a arma do mexicano Hara Oliva raspou no coração do francês René Monal que também se recuperou e voltou a lutar -outros quatro esgrimistas ! morreram em combate e cinco foram feridos com alguma gravidade. Co4 mo lutam protegidos por coletes e máscaras de segura a, os esgrimistas% estão quase sempre a salvo de h a da esgrima acidentes, Além disso, as armas, em vez de uma ponta aguda, possuem uma pequena bola na extremidade. Quando o florete se quebra, porém, transforma-se numa arma afiada e perigosa. Quase todos os acidentes acontecem nessas circunstâncias. "O grande problema", lamenta Sidney Romeo, presidente da Federação Italiana de Esgrima, "é que existem absurdas resistências a mudanças para aumentar a segurança nos combates. Se um florete parte em ponta, como ocorreu na luta de Behr com Smirnov, não há máscara capaz de impedir sua penetração." Romeo sugere que as lâminas sejam fabricadas com um ponto de ruptura próximo da empunhadura e que os coletes e máscaras sejam feitos com materiais mais resistentes. Mas tanto os fabricantes de equipamentos esportivos de esgrima quanto os dirigentes esportivos parecem pouco interessados em mudanças. "O problema da segurança na esgrima é grave", adverte Romeo. Essas falhas resultaram na tragédia que envolveu Smirnov, sua mulher e seus dois filhos - que desembarcaram desesperados em Roma, na quinta-feira - e também seu adversário. Ainda em estado de choque, Mathias Behr não consegue livrar-se de uma estranha sensação: sua mão direita parece continuar empunhando a arma que penetrou • no rosto do campeão mundial. 1 m I! 3 Estocadlafatal O florete penetra na cabeça do campeão entre o soviético Vladimir SmirA luta nov, campeão olímpico e mundial de florete, e o alemão ocidental Mathias Behr, na segunda-feira passada, teve um trágico desfecho -e traumatizou o Campeonato Mundial de Esgrima disputado em Roma. Aguardada com ansiedade pelos aficionados do esporte, porque colocaria frente a frente dois dos melhores floretistas do mundo, o combate terminou numa violenta arremetida de Behr. O golpe foi tão forte que a lâmina de aço de seu florete se quebrou ao meio contra o peito do adversário -e o pedaço da arma que ficou em sua mão, com a trajetória desviada para cima, perfurou a máscara de proteção do soviético, penetrou em seu olho e afundou 15 centímetros para dentro do cérebro. Conduzido ao Hospital Policlinico Gemelli em estado de coma profundo, na quinta-feira Srnirnov foi dado como clinicamente morto. Embora não seja particularmente marcada pela violência, a esgrima é uma luta - e acidentes com graves conseqüências não são exatamente uma raridade nesse esporte. Há dois anos, nas Olimpía- VEJA, 28 DE JULHO, 1982