Tarif de publicité 2016

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luxemburgo actualidade
Contacto \\ 27 DE MAIO DE 2015
página quatro
27 DE MAIO DE 2015 \\ Contacto
Referendo de Junho
A FRASE
EDITORIAL
Efeito Francisco
“ Olá ditador!”
Expressão com que o presidente
da Comissão Europeia, JeanClaude Juncker, recebeu na
sexta-feira o primeiro-ministro
húngaro, Viktor Orbán, durante
a chegada dos dirigentes dos 28
países da União Europeia à IV
Cimeira da Parceria Oriental, em
Riga (Letónia). A expressão utilizada por Juncker é uma resposta
ao “Olá Grão-Duque”, expressão
com que Viktor Orbán se dirige
há anos ao luxemburguês.
Contacto
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Os grandes chefes religiosos são admirados, mas
cada vez mais pela vida que
vivem do que pela doutrina que proclamam. Assim
acontece com os ícones do
nosso tempo, o Dalai Lama, o bispo sul-africano
Desmond Tutu e, em vertigem ascensional, o Papa
Francisco. Criam um amPE BELMIRO NARINO
biente de confiança e bondade. As pessoas, mesmo
de ideologias diferentes, sentem que alguém se
interessa por elas, lhes faz companhia, lhes dá
amor e cuidar. O que não acontece com as outras autoridades.
É o halo do carisma. Sentimos que nos introduzem num mundo sagrado, que a Deus nos
levam pela mão.
O ser humano é um barco que navega no Infinito. Mesmo na cidade politeísta de Nínive, o
homem tem saudades da transcendência. Como na aldeia global dos nossos dias.
Alguém disse que, se não houvesse Deus, não
haveria ateus. Marcel Proust falou de outra maneira. “O maior louvor a Deus consiste em ser
negado pelo ateu que encontra a Criação tão
perfeita que não precisa de um criador”. O homem sente-se maior do que o mundo em que
vive. Transcender é ser arrebatado, absorvido
por um vento do céu: é ressurreição e ascensão.
O nosso mundo é uma aldeia global em que
todos somos vizinhos de todos.
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O decreto “Inter Mirifica”, do segundo Concílio Vaticano, sobre os meios de comunicação
de massa, prevê que o futuro da humanidade
será cada vez mais dependente deles e por eles
formado (quando não formatado!). Depois do
sábio uso que deles fizeram João Paulo II e Bento XVI, o Papa Francisco revelou-se “superstar”. Pequenos grandes gestos, como o abraço
que deu, diante do mundo inteiro, a um homem desfigurado.
Na sua primeira visita fora do Vaticano, o Papa Francisco não foi a nenhum santuário famoso, como Assis ou Loreto, mas a uma pequena ilha da Itália, perto da costa africana.
A ilha de Lampedusa, drama da África e
vergonha da Europa. Este gesto de espontânea
misericórdia contagiou todas as almas de
boa vontade. Só a misericórdia de Deus pode
impor limites ao mal: palavras de João Paulo II,
citadas por Bento XVI e assumidas pelo
Papa Francisco como tema do ano jubilar 20152016.
“Este é o tempo da misericórdia”. Ora, não
há misericórdia sem justiça. É preciso clamar,
à sociedade afluente da Europa, que a pobreza
do continente africano é o preço da prosperidade europeia.
Acolher em Lampedusa os sobreviventes do
mal e da injustiça, e da aventura incerta de atravessar o Mediterrâneo, o maior cemitério marítimo do planeta, é uma questão humanitária.
E uma questão de justiça. Não será que a Europa os esbulhou de muito do que lhes permitiria uma vida normal nos seus países? Não será a Europa cúmplice dos maus governos que
por lá ficaram, cada vez mais ricos e povos cada vez mais pobres?
Tão-pouco há misericórdia sem verdade, como diz bem o Cardeal Schönborn de Viena. “Mas
a verdade sem misericórdia é cruel”.
A Igreja atravessou um período escandaloso
de abuso sexual de menores. Ficou em muitos
abalada a fé e a esperança. O maior escândalo
foi a tentativa de ocultar os factos. Com o Papa
Francisco tudo se tornou transparente. Podemos recorrer a Cristo, que disse à mulher adúltera: “Eu também te não condeno”. E a todos
nós: “Sede misericordiosos, como o vosso Pai é
misericordioso”. A atitude do Papa correu os
palcos do mundo inteiro. Atravessou a cidade
de Nínive, que levava três dias a percorrer. Nínive é o nosso mundo. Atrofiados pelos abusos,
muitos profetas da Igreja jogaram ao antiprofeta, refugiados no ventre da baleia. Como Jonas. Estão agora a ir para a rua, como Pedro no
dia do Pentecostes. O novo Jonas é o Papa Francisco. A sua Assembleia é o mundo. Muitos se
deixam mobilizar pelo sabor a Deus dos seus
gestos e palavras.
O “efeito Francisco” é o Ano Santo 2016 e os
ventos da misericórdia, ministros de Deus, que
cheiram a Paraíso. Os pântanos serão jardins;
as fronteiras, centros de acolhimento. O “efeito
Francisco” é a nova Caritas. O recente encontro internacional, em Roma, teve como orador
o padre Gustavo Gutiérrez, o pai da teologia da
libertação, e conheceu mais voluntários que
nunca e doações de maior volume. “Efeito Francisco”. É uma figura holística, um ícone: o que
diz e o que faz formam um todo. Viva o Papa!
GRANDE PLANO
EDITORIALISTA
Pe Belmiro Narino
RESPONSÁVEL DA REDACÇÃO
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REDACÇÃO
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Direito de voto dos estrangeiro
Estrangeiros do CSV querem
facilitar a obtenção da
nacionalidade luxemburguesa
O órgão do CSV que reagrupa os estrangeiros quer facilitar a naturalização luxemburguesa
O CSV Internacional, o órgão dos
cristãos-sociais
luxemburgueses
que reagrupa os estrangeiros, apoia
a estratégia da direcção do partido,
em relação ao voto dos imigrantes
nas eleições legislativas, e diz que
está preocupado com “os efeitos” do
referendo do dia 7 na sociedade do
Luxemburgo.
Em comunicado enviado às redacções, os estrangeiros do CSV não
dizem se estão contra ou a favor do
votos dos estrangeiros nas eleições
legislativas, mas dizem que apoiam
a proposta de lei entregue pela direcção nacional do partido que visa
“facilitar a aquisição da nacionalidade luxemburguesa”.
O CSV, o partido do antigo
primeiro-ministro
Jean-Claude
Juncker, vai votar “não” no referendo luxemburguês do próximo dia
7 de Junho, na questão do voto dos
estrangeiros nas eleições legislativas.
O CSV Internacional diz, no entanto, que “vai trabalhar para reforçar a integração e a participação
de todos” na sociedade luxemburguesa.
O órgão do partido que reúne os
estrangeiros que vivem no Luxemburgo diz ainda que as discussões
à volta da campanha para o referendo têm revelado uma “crispação” entre os apoiantes do “sim” e
do “não”, o que “divide” a sociedade luxemburguesa, em vez de a
Foto: Anouk Antony
“federar para se viver melhor”.
Por tudo isto, o CSV Internacional mostra-se disponível para começar a criar pontes com vista ao
restabelecimento do diálogo interrompido pelo referendo, logo após
a consulta popular. “Vamos retomar um trabalho de informação e
explicação da necessidade da coesão nacional, e das vantagens que
esta oferece tanto aos luxemburgueses como àqueles que são acolhidos no Luxemburgo”, diz o comunicado. “Apoiamos todos os esforços políticos para encontrar soluções que facilitem a integração
dos estrangeiros através da obtenção da nacionalidade”, concluem os
estrangeiros do CSV.
n DM
ADR quer oferecer
nacionalidade luxemburguesa
aos voluntários do exército
SECRETARIADO
CORREIO DOS LEITORES: A Redacção reserva-se o
direito de não devolver as cartas enviadas ao jornal. Devido a imperativos editoriais, serão apenas
publicados as cartas ou os excertos destas considerados pertinentes.
COLABORARAM NESTA EDIÇÃO: Aleida Vieira, Hu-
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Cruzadas), Raúl Reis, Sérgio Ferreira Borges, Vanessa Castanheira
FOTOGRAFIAS: Manuel Dias, Arquivos Wort; Car-
toon: Alexandre Torres
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Luxemburgo tem o pior mapa da rede de autocarros do mundo – O mapa da rede de autocarros da cidade do Luxemburgo não escapa
às críticas dos sites especializados: é o pior do mundo! O mapa foi enviado por um residente do Luxemburgo ao site Transit Map, um site australiano que oferece aos seus usuários os mapas de autocarros, comboios e eléctricos das cidades de todo o mundo. O site, que também avalia os mapas, atribuiu ao mapa da cidade do Luxemburgo a pior classificação possível.“Não há indicações geográficas, apenas nomes dos bairros da cidade. Isso funciona talvez para os locais, mas certamente não para os turistas”, refere o site, concluindo que “é confuso, este mapa parece um bando de vermes emaranhados uns nos outros”. Já o site norteamericano Vox.com vai ainda mais longe ao dizer que este é “o pior mapa de autocarros de sempre”. “Dá a impressão que todos os autocarros do Luxemburgo
vão bater uns contra os outros, especialmente na parte central onde todos os 27 autocarros parecem convergir”. Por fim, o site apresenta uma versão do mapa para as pessoas daltónicas e a conclusão é clara: “É melhor andar de bicicleta ou usar o Google Maps no seu telefone”, diz o site norte-americano.
O partido conservador ADR entregou na semana passada no Parlamento luxemburguês uma proposta de lei que pretende oferecer a nacionalidade luxemburguesa aos voluntários estrangeiros que prestam
serviço no exército luxemburguês.
Para tal basta que os soldados tenham cumprido “um ano de bons
e leais serviços” no exército.
Desde 2003 que o Exército do Luxemburgo acolhe cidadãos dos países comunitários como voluntários.
Os portugueses são a maioria dos
voluntários. Para tal basta que os
jovens voluntários vivam no país há
pelo menos 36 meses e que dominem o luxemburguês.
Se a proposta de lei do ADR passar, os voluntários dos países da UE
vão poder fazer o pedido para obtenção da nacionalidade logo após
o ano de serviço militar voluntário
(o tempo de recruta). O ADR vai
mais longe e diz que desta forma
os soldados estrangeiros poderiam
obter a nacionalidade ao fim de
quatro anos, em vez dos sete exigidos actualmente pela Lei da Nacionalidade de 2008.
O partido mais à direita do espectro político luxemburguês diz
Cristina Branco foi a artista
portuguesa escolhida pela
Philharmonie do Luxemburgo para cantar num
concerto dedicado a Portugal. A fadista subiu ao palco
na passada sexta-feira para
um concerto memorável
onde cantou música popular portuguesa, acompanhada pela Orquestra Filarmónica da Philharmonie.
Na véspera do espectáculo
Cristina Branco deu uma
grande entrevista ao CONTACTO. Uma conversa para
recordar o início da carreira
da fadista, o seu percurso
internacional, mas também
as angústias de uma mãe
que tem que deixar os dois
filhos para cantar, e do
nervosismo que toma conta
de si antes e durante os
primeiros minutos de cada
espectáculo. São os anjos e
os demónios de Cristina
Branco, que perpassam
durante toda a entrevista.
C
ONTACTO – Eu corro um
risco enorme ao fazer esta
entrevista, porque conheço
muito pouco da carreira da Cristina Branco e fiquei em pânico quando percebi que não ia ter tempo para preparar a entrevista.
Cristina Branco – [Risos] Não tem
problema, eu conduzo-o....
CONTACTO – Por isso fale-me da
Cristina Branco. Quem é a Cristina
Branco?
Cristina Branco – Mas eu não sou
especial. A minha carreira tem 18
anos, já tem algum tempo, mas começou de uma forma completamente inusitada. Eu era estudante de Comunicação Social, mas nunca cheguei a estar desse lado, e a música
sempre foi uma coisa que naturalmente fez parte do meu ser. Eu nunca percebi que estava lá, mas a música esteve sempre lá, na realidade.
Até que um dia, depois de uma doença algo grave, que me fez estar na
cama um mês, uma amiga convidoume para ir aos fados. Eu estranhei o
convite e perguntei porquê. Ela disseme que era por eu estar sempre a
cantarolar, o que é verdade, ainda
hoje eu estou sempre a cantarolar. Na
realidade, as pessoas calavam-se
quando eu cantava, e eu interrogavame, “mas porquê é que eles se calam?”. Ficava envergonhada e calavame também. Nesse dia, a minha amiga convidou-me, e eu acabei por ir.
Eu não sabia nem sequer um fado de
cor, e depois ela insistiu muito para
que eu cantasse. Tive que dizer aos
guitarristas que nunca tinha cantado...
CONTACTO – Isso foi em Lisboa?
Cristina Branco – Não, no Ribatejo. Eu nasci em Almeirim, no Ribatejo. Ainda hoje tenho lá a minha
casa.
CONTACTO – E essa aventura,
essa ida aos fados, foi em Almeirim?
Cristina Branco – Não, foi em
Benfica do Ribatejo. Eles pediram-me
para cantar, eu disse que não sabia
nenhum fado e acabei por cantar uma
coisa dos Madredeus, que na altura
estavam a sair com o primeiro disco,
Sérgio Ferreira e Laura Zucolli, da ASTI, estiveram à conversa com Clara Delgado, da Embaixada de Cabo Verde, dirigentes associativos e alguns membros
da comunidade cabo-verdiana
Foto: Aleida Vieira
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que facilitar a obtenção da nacionalidade aos voluntários do exército é o reconhecimento do Estado
pelo trabalho dos soldados estrangeiros que “fazem o seu serviço com
a mesma dedicação e nas mesmas
condições do que os seus camaradas luxemburgueses”.
Desde 2003, o ano em que foram
admitidos os primeiros voluntários
estrangeiros, já passaram pelo exército luxemburguês cerca de 300 sol-
dados estrangeiros, o que representa 10% do total de efectivos.
Recorde-se que em 2008 o ADR
votou contra a Lei da Nacionalidade e agora, em 2015, está contra a
possibilidade de os estrangeiros
poderem votar nas eleições legislativas. O partido conservador, e o
CSV do antigo primeiro-ministro
Juncker, estão a apelar ao voto no
“não” no referendo do próximo dia
7 de Junho.
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13 DE MAIO DE 2015 \\ Contacto
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Contacto \\ 13 DE MAIO DE 2015
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Cristina Branco canta para soltar “os an jos e os demónios” que tem dentro de si
passaporte luxemburguês, o que faz
com que quase metade dos habitantes do Grão-Ducado esteja excluída das decisões do país.
No Luxemburgo, apenas os cidadãos com nacionalidade luxemburguesa podem votar nas legislativas. Caso o “sim” vença no referendo, os estrangeiros vão também
poder votar nas legislativas (mas
não podem ser candidatos) desde
que residam no país há mais de 10
anos e tenham participado nas eleições comunais ou europeias nos últimos dez anos, o que pressupõe a
inscrição nos cadernos eleitorais.
De referir que, segundo a ASTI,
actualmente apenas dois terços da
população cumpre a condição de
residir há mais de 10 anos no país.
Ainda de acordo com os números da associação, 86% dos estrangeiros residentes no Grão-Ducado
provêm da UE, facto que dispensaria a aquisição da nacionalidade
para se poder votar.
“Se com o passaporte da UE temos praticamente os mesmos direitos e oportunidades que um cidadão luxemburguês, de que nos
serve ter a nacionalidade luxemburguesa?”, questionou Laura Zuccoli, explicando que as pessoas não
estão dispostas a abdicar das suas
nacionalidades apenas para ter direito ao voto.
Durante a apresentação foi lançado também um apelo para que a
comunidade cabo-verdiana com
passaporte luxemburguês possa ir
votar e, através do seu “sim”, abrir
caminho para que a restante comunidade possa, ela também, exercer de forma activa o direito à voz
na sociedade.
n Aleida Vieira
A solução de
Entre os jovens recrutados pelo exército do Luxemburgo como voluntários, há
portugueses e cabo-verdianos
Foto: Domingos Martins
em foco
Em entrevista ao CONTACTO
“CSV e ADR jogam
com o medo”, diz ASTI
A Associação de Apoio aos Trabalhadores Imigrantes (ASTI, no acrónimo em francês) diz que os partidos da oposição CSV e ADR estão a
jogar com o medo na questão do direito de voto dos estrangeiros, incluído no referendo de 7 de Junho.
“Esses partidos jogam com o medo das pessoas”, disse o porta-voz
da ASTI, Sérgio Ferreira, em alusão
à vantagem do “não” nas sondagens.
Segundo o porta-voz da ASTI, a
vantagem do “não” nas sondagens
reflecte o aspecto surpresa e a falta
de ponderação por parte dos luxemburgueses.
“Num primeiro reflexo, quando
não percebemos bem as coisas a
tendência é sempre dizer não”, disse Sérgio Ferreira, acrescentado que
teme que os partidos da oposição
CSV e ADR e a própria população
digam “não” apenas para castigar o
governo e não propriamente porque estão contra o direito ao voto
pelos estrangeiros.
As declarações foram feitas durante a recente sessão de informação organizada em parceria com a
Embaixada de Cabo Verde na sede
da associação Amizade Caboverdiana, a 17 de Maio.
Laura Zuccoli, presidente da ASTI, explicou a importância do direito de voto dos estrangeiros: “O
direito de voto é um factor de integração e reforça a vontade dos estrangeiros em se interessarem mais
pelo país e se engajarem mais nos
assuntos internos”, disse, chamando a atenção para a complexidade
da questão do referendo e a forma
como é construída.
Zuccoli lembrou que 40% da população luxemburguesa não possui
Proposta de lei
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e eu estava muito apaixonada pela
música deles. Acabei por cantar sozinha, os músicos não me acompanharam. A partir daí esses músicos
que lá estavam começaram a
convidar-me para eu, de vez em
quando, ir com eles. Isto foi o início.
Eu não tinha nenhuma espécie de
compromisso com a música. Eu ia
porque me apaixonei pela forma como cantar nos devolve qualquer coisa dos outros, e permite que de alguma forma os nossos anjos e os nossos demónios passem todos por
aquele espaço de tempo. Ou seja, para quem é tímido, para quem mal
consegue articular qualquer coisa,
que vai acumulando dentro de si, a
música passou a ser um veículo para
eu dizer aquilo que está bem ou mal.
CONTACTO – É tímida?
Cristina Branco – [Risos] Ainda
hoje. É uma espécie de crivo, na presença dos outros, mas serve especialmente para mim. Por isso, eu digo
muitas vezes que é um acto egoísta.
Claro que é um acto de dádiva, mas
tem muito de egoísmo da minha parte, porque eu faço a minha catarse,
ali...
CONTACTO – Cantar é uma terapia?
Cristina Branco – Sempre foi, ainda que no início fosse de uma forma
inconsciente. Eu sinto-me tão aliviada depois de cantar que percebo que
qualquer resquício de mágoa que
possa ter ficado do dia fica ali em cima daquele palco.
CONTACTO – Isso é fantástico,
porque nem toda a gente tem a possibilidade de fazer essa catarse....
Cristina Branco – Mas é porque
ainda não chegaram lá, porque a música tem essa capacidade. Quando se
está de corpo e alma, quando se ama
muito aquilo que se faz, é tudo mais
fácil. Eu acho que tem muito a ver
com a paixão que se coloca naquilo
que se faz. Nós conseguimos deitar o
lixo todo ali.
CONTACTO – Mas voltando um
pouco atrás, há 18 anos começou a
cantar com esses músicos. Mas como é que nasce a Cristina Branco?
Cristina Branco – Eu estava a estudar Comunicação Social e um colega meu fazia um “part-time” naquele programa do Porto, que na altura era apresentado pelo Manuel
Luís Goucha...
CONTACTO – A “Praça da Alegria”?
Cristina Branco – Eu não sei se
na altura se chamava “Praça da Alegria”, mas era o Goucha. E nessa altura cantei uma coisa do Afonso Lopes Vieira, com um desses músicos,
e com um outro guitarrista, que depois acabou por ser meu marido, o
Custódio Castelo. Esse meu colega
entusiasmou-me muito e dizia ’’Eh
pá, tu cantas muito bem, tens de lá
ir...”. Eu como estava a estudar Comunicação pensei que era uma grande oportunidade: ia poder ver o outro lado das coisas. Fui muito descontraída e cantei. Só que alguém na
Holanda ouviu. Foi em Dezembro –
lembro-me que estávamos perto do
Natal e eu cantei uma coisa que se
chama “Romance”. Em Janeiro
telefona-me essa pessoa da Holanda
a convidar-me para lá ir cantar. Disseme que já lá tinha estado o Camané,
numa sala do Círculo de Cultura Portuguesa, e se eu estaria interessada
em fazer a mesma coisa. Eu não tinha repertório nenhum, era uma estudante, mas achei graça e acabei por
dizer que sim. E pensei: “Que coisa
mais fixe, vou passear à Holanda, que
bom...”, e isto era para celebrar o 25
de Abril na Holanda, numa sala muito pequena que só leva 100 pessoas.
Lá fomos cantar no dia 23 de Abril,
eu já tinha algum reportório ensaiado, alguns originais, e muitas coisas
dicação daquele povo à Cristina
Branco.
CONTACTO – Noventa concertos
por ano, com dois filhos, como é que
gere tudo isso?
Cristina Branco – É a minha ’manager’.
CONTACTO – Os seus filhos, neste momento, estão com quem?
Cristina Branco – O meu marido
está em Portugal, porque ele continua a ser jornalista, e trabalha lá.
Passa muito tempo na Holanda connosco, mas às vezes é difícil conciliar
os horários dele com os meus, como
foi desta vez, e por isso os meus filhos estão com uma ama, uma pessoa que fica com eles.
CONTACTO – É duro?
Cristina Branco – Muito duro.
CONTACTO – Sendo que em Portugal há sempre uma rede familiar,
os avós, os tios e até os amigos que
dão uma ajuda com os filhos, e no
estrangeiro isso não acontece.
Cristina Branco – É outra coisa. E
o cansaço que é arranjar maneira de
marcar aquela longa viagem que temos que fazer para o mês de Agosto,
que é quando eles estão em Portugal, com a família... Isto é um esforço tão grande e provoca um cansaço
tão grande. As pessoas podem pensar que é só chegar, fazer bonitinho
e cantar. Não. Há tanta coisa por detrás que provoca um desgaste imenso.
CONTACTO – E naturalmente,
esse desgaste, as preocupações,
também fazem parte dos concertos?
Cristina Branco – Sim, são os tais
demónios.
Mais fotos em
Cristina Branco cantou num espectáculo de homenagem a Portugal acompanhada pela orquestra da Philharmonie, por Mário
da Amália. Fiz dois concertos: um no
dia 23 e outro no dia 24.
CONTACTO – De que ano?
Cristina Branco – 1997. Depois
eles pediram-me para gravar o concerto, disseram-me que já tinham
feito o mesmo com o Camané, e eu
disse que sim, morta de medo, porque nunca tinha pegado num microfone, nunca tinha visto monitores, pensando sempre que aquilo era
uma brincadeira caseira. Os espectáculos na Holanda correram muito
bem: a sala estava cheia e não era só
de portugueses, havia muitos holandeses curiosos a assistir. Tive sorte, porque isto ocorreu numa altura
em que o fado começou a aparecer
na cena internacional, e também
porque a Holanda não tem música
tradicional. A música deles é uma
coisa muito básica, e por isso têm
muita curiosidade em relação a este
tipo de sonoridades, é uma coisa
quase exótica. Eles fizeram 500
exemplares do disco e vendeu-se tudo, assim de repente, quase tudo num
dia, de tal forma que o “Live in Holland”, é assim que se chama o disco,
é hoje em dia, para quem gosta de
Cristina Branco, uma raridade. No fim
disto tudo voltei para casa tranquila,
para acabar o meu curso. Só que um
mês depois, eles telefonam-me a dizer que achavam que o que se tinha
passado nos concertos, e com a venda do disco na Holanda, era mais sério do que eu podia imaginar.
Disseram-me que as duas edições do
disco esgotaram e que por isso eu deveria pensar em fazer um disco a sério. Entretanto dizem-me que já ti-
nham uma série de pedidos para fazer concertos na Holanda e em França.
CONTACTO – Então a sua carreira de fadista começou por acaso?
Cristina Branco – Completamente por acaso...
CONTACTO – Eu disse “fadista”.
A Cristina Branco é fadista?
Cristina Branco – Sou, quando
canto fado, quando não canto não
sou.
CONTACTO – Porque a Cristina
Branco não canta só fado?
Cristina Branco – Não, não canto
só fado. Há sempre uma parte, se calhar cada vez maior, de fado no meu
concerto, mas há uma parte que não
tem nada a ver com o fado, porque
eu não venho desse universo. Eu venho de ouvir música, muita música,
em minha casa, todos os géneros de
música. O fado só chegou à minha vida aos 18 anos, porque o meu avô
materno insistiu muito que eu ouvisse o fado, porque ele achava que
era muito importante para a minha
vida, para a minha cultura, para o
meu crescimento. Eu achava que
aquilo era uma coisa completamente
caduca, mas ele ofereceu-me um disco da Amália, que se chamava “Rara
e Inédita”, onde a Amália está a cantar standards de outras culturas e coisas originais do Alain Oulman. Eu
acho que ela, naquele disco, nem sequer canta fados. Apaixonei-me imediatamente por aquele tipo de música. Aquilo foi uma coisa que foi borbulhando e cozendo dentro de mim,
mas sem eu imaginar que algum dia
pudesse vir a ser cantora. Olhando
para o meu passado e para essa meia
dúzia de anos até começar a cantar,
tudo indicava que isso ia acontecer.
Os meus trabalhos na Faculdade tinham a ver com ritmo, interpretação. Estava tudo a desenhar-se, e eu
sem saber (estou a arrepiar-me toda), sem saber o que se estava a desenhar dentro de mim. Na verdade tinha que acontecer. Foi uma coisa
completamente silenciosa. Quando
eu lhe digo que a Cristina Branco não
é ninguém, de facto, não é ninguém.
Eu aconteci por acaso [risos].
CONTACTO – E chegou a acabar
o curso de Comunicação?
Cristina Branco – Acabei.
CONTACTO – Mas fez o fim da faculdade a cantar?
Cristina Branco – Sim. No primeiro ano, quando comecei a fazer
concertos, fazia 20 concertos, depois
já eram 50, e foi sempre a aumentar.
CONTACTO – E foi nessa altura
que pensou que se calhar podia vir
a ser fadista.
Cristina Branco – Sim, sabe... Eu
na semana passada falei disto: eu até
determinada altura da minha vida
sempre achei, de uma forma estupidamente orgulhosa, que no dia em
que eu quisesse parar, parava, e dizia isto despudoradamente. Quando
me chateava com alguma coisa, que
eu achava que não estava bem, porque há muita monopolização neste
mercado – e isto não devia ser um
mercado. Eu não canto, nem nunca
cantei, como se fosse uma lata de feijões. Há paixão nisto. E quando começo a perceber que há uma mo-
Laginha ao piano e Miguel Amaral na guitarra portuguesa
nopolização do produto, que sou eu,
fico danada, furiosa, e já disse muitas vezes “acabou”, “não canto mais”.
Mas isso hoje já não é assim. É impossível, porque a determinada altura, mesmo que eu estivesse a achar
com convicção que podia deixar a
música, a verdade é que não posso.
CONTACTO- Porquê?
Cristina Branco – Por vários factores. O primeiro, e não é o mais forte, é que eu gosto profundamente de
cantar, e preciso disso para a tal catarse. Depois, o factor humano é o
que mais me incomoda. São muitas
pessoas a trabalhar comigo, a depender de mim, que eu ande para a
frente, e isso incomoda-me muito.
Não era capaz de deixar de cantar,
além disso penso que ainda tenho
muitas coisas para dizer.
CONTACTO- Mas está a pensar
em deixar de cantar?
Cristina Branco – Hoje em dia já
não tenho o fervor da juventude, mas
há alturas em que eu acho que devia
abrandar um bocadinho, porque faço uma média de 90 concertos por
ano, tenho dois filhos e uma família,
e às vezes é penoso, para mim e para eles.
A VIDA NA HOLANDA
CONTACTO - Actualmente a Cristina vive na Holanda. Porquê?
Cristina Branco – Porque foi lá que
comecei, porque é o país onde eu
mais trabalho. Eu faço uma média de
20 concertos por ano na Holanda.
Parece incrível, num país tão pequeno.
CONTACTO – Há quanto tempo
Foto: Philharmonie
lá vive?
Cristina Branco – Há dois anos.
CONTACTO – Só? Mas já viveu
antes na Holanda?
Cristina Branco – Não, isso é um
mito. Eu sempre vivi em Portugal, e
saí de lá há dois anos. Eu não me sinto nada emigrante. Acho que essa
história da emigração dentro da Europa se diluiu de alguma forma. Durante as férias escolares, os miúdos
vão sempre para Portugal.
CONTACTO – Mas ainda não percebi porque é que emigrou.
Cristina Branco – Primeiro, porque é um país muito central de onde
eu viajo com muita facilidade para
todo o lado, e depois porque culturalmente, educacionalmente, socialmente, economicamente... O nosso
país está em queda livre, e tendo eu
a possibilidade de tirar os meus filhos dali, pelo menos temporariamente, achei que era importante fazêlo. Também como uma forma de
protesto.
CONTACTO – Mas também por
ter começado lá?
Cristina Branco – Muito provavelmente. Também porque eu fiz um
disco de homenagem a um dos maiores poetas holandeses, contemporâneo de Pessoa. Traduziu Pessoa e
Luís Vaz de Camões, e era um apaixonado pela cultura portuguesa, e
tem uma grande parte da sua obra
poética dedicada a Lisboa. Pedi que
me traduzissem dois ou três poemas
que falassem de Portugal ou de Lisboa. E de repente aquilo fez sentido
e fizemos um disco. O disco foi um
êxito. E eu acho que isto explica a de-
O CONCERTO DE
HOMENAGEM A PORTUGAL
CONTACTO – E o concerto de logo
à noite, está nervosa?
Cristina Branco – Muito, mas eu
fico muito nervosa antes de todos os
concertos. Eu vim da Holanda na
segunda-feira, depois de uma ’tournée’ de 15 concertos, e por muito
exaustivo que seja estar sempre a fazer o mesmo reportório, como era o
caso, não consigo deixar de ficar nervosa. Aqueles primeiros dez minutos
são arrasadores.
CONTACTO – E amanhã [sextafeira], vai ser igual?
Cristina Branco - Vai ser pior. São
17 músicas que eu nunca cantei na
minha vida, sendo que uma boa parte do concerto é um repertório
clássico-contemporâneo, de um autor italiano, ou seja, é uma linguagem musical que vai completamente
ao arrepio daquilo que faço todos os
dias.
CONTACTO - Quem é que escolheu este reportório?
Cristina Branco – É uma encomenda. É um projecto que já tem cinco anos. Há cinco anos vieram ter comigo a Portugal e disseram-me que
estavam a pensar fazer um ciclo de
música com quatro países diferentes,
para fazerem uma mostra sobre o
outro lado da música que se faz em
cada um desses países. Eles já tinham o concerto alinhavado: primeiro uma peça duríssima de um autor contemporâneo português, o Emmanuel Nunes, que vai durar 40 minutos. Depois vamos ter um intervalo, e para depois da pausa eu tive
que escolher sete ou oito canções de
todo o repertório das “folk songs” do
Luciano Berio.
CONTACTO – Foram eles que lhe
propuseram Luciano Berio?
Cristina Branco – Sim, e do repertório do Luciano eu vou cantar seis
ou sete canções, ainda não está decidido. Depois o concerto continua
com 10 músicas, uma boa parte são
canções tradicionais portuguesas,
orquestradas pelo Mário Laginha, e
outras que ele já tinha feito para mim.
Há uma canção nova, que vai estrear, e que vai fazer parte do meu próximo disco, que se chama “Quando
eu Canto”. Ainda não conhece, ninguém conhece, e só vai conhecer se
for ao concerto.
CONTACTO – Estou a contar com
isso. Em todo o espectáculo há 17
canções que nunca cantou?
Cristina Branco – Sim, até os fados que eu vou cantar, há fados que
eu nunca cantei.
CONTACTO – Quer dizer que o
concerto do Luxemburgo é uma
grande estreia. É por isso que está
nervosa?
Cristina Branco - Não acha que é
motivo suficiente? Imagina a responsabilidade? É que isto é um trabalho de grupo. Mas nós não somos
dois ou três, como normalmente numa formação de fado. Somos 68. Portanto, a responsabilidade que eu tenho multiplica-se por 67, porque há
a orquestra da Philharmonie.
CONTACTO – Mas já não é a primeira vez que canta acompanhada
por uma orquestra...
Cristina Branco – Sim, mas eu não
leio música, a minha formação não
tem nada a ver com música. Eu não
sei uma nota de música. É tudo instintivo e de ouvido, mais nada. Portanto, com tudo isto, tenho o triplo
ou o quádruplo do trabalho do que
um músico que leia.
CONTACTO – Então o seu trabalho por estes dias aqui no Luxemburgo, os ensaios...
Cristina Branco: – Não, eu já estou a trabalhar há muito tempo, mas
sozinha. E a verdade é que há um salto gigantesco entre trabalhar sozinha
e trabalhar com mais 67 pessoas. De
repente soa tudo diferente. De repente estou no meio de uma orquestra a cantar com eles, que não
são máquinas. Num disco podemos
andar para trás e para a frente. Ali
não. É muito diferente.
CONTACTO – Os ensaios estão a
correr bem?
Cristina Branco – Muito bem, felizmente.
CONTACTO – O que é que o
público pode esperar deste concerto?
Cristina Branco – Eu isso não lhe
sei responder, porque não sei por que
é que as pessoas vêm. Sabe, eu tenho vários projectos, este é o mais
recente, mas tenho um com o pianista João Paulo Esteves da Silva, que
é só Cole Porter, e tenho outro de
música contemporânea, com o Ensemble Modern, em que cantamos
fados da Amália, mas num universo
de música contemporânea. Só que as
pessoas vêem o meu nome e acham
que vai ser fado. Desta vez, eu vou
cantar com a orquestra, e portanto,
este não é o meu concerto, o meu
repertório, e às vezes podem criar-se
alguns equívocos. Vai haver também
fado, para além de muitas coisas. O
concerto tem 40 minutos de música
contemporânea. Até chegarmos à
nossa música, que é o fim do concerto, vai acontecer muita coisa.
Porque as canções do Berio são canções tradicionais, mas foram transformadas numa linguagem clássica.
São cantadas por uma cantora lírica,
e só depois é que vamos chegar às
nossas músicas. As pessoas vão ter
que esperar uma hora e tal para começarem a ouvir aquilo que acham
que é Cristina Branco.
CONTACTO – Mas está satisfeita
com o resultado?
Cristina Branco – Muito. O concerto é muito bonito. Mas podem
criar-se equívocos, porque podem
pensar que vêm ver um concerto da
Cristina Branco, mas não. Para isso
vão ter que esperar.
CONTACTO – Vão ter que a convidar para vir ao Luxemburgo outra vez?
Cristina Branco - Claro.
n Domingos Martins
Bravo,
Cristina Branco!
É provável que o público que se
deslocou na semana passada à Philharmonie se possa sentir um bocadinho enganado. Esperavam um
espectáculo de Cristina Branco que
afinal não era. A artista tinha antecipado na quinta-feira ao CONTACTO o possível equívoco. O concerto que Cristina Branco fez na
Philharmonie estava inserido num
espectáculo em que também estava
Cristina Branco. Os primeiros 40
minutos do concerto da passada
sexta-feira foram preenchidos pelos
músicos da Philharmonie, que executaram “Ruf”, uma obra do compositor português Emmanuel Nunes, que faleceu em 2012. Quarenta
minutos “duríssimos”, segundo
Cristina Branco, pela exigência da
composição e da execução, mas
também porque o público tinha pago para ver a fadista.
Já passava das oito da noite (o espectáculo começou às 19h) quando
Cristina Branco pisou o palco da
Philharmonie. Entra, em passo
apressado, por uma das portas laterais do palco, benze-se, e rapidamente toma o seu lugar ao lado
da batuta do maestro Peter Rundel,
que dirigia a orquestra. Cristina
Branco tinha pela frente sete “folk
songs” do compositor italiano Luciano Berio. A artista portuguesa
reinventou-se e cantou de forma
exemplar músicas que de populares só têm o nome. A fadista deu lugar à cantora lírica, e bem, muito
bem. É verdade que os nervos se
apoderaram de Cristina Branco no
início do espectáculo. A cantora só
se soltou quando começou a cantar
“Ó Laurinda, linda linda”, já com
Mário Laginha ao piano e Miguel
Amaral na guitarra portuguesa, em
palco.
E terá sido nesta altura que o público se reconciliou com o concerto
da Philharmonie. Ouvir Cristina
Branco cantar música tradicional
portuguesa acompanhada por uma
orquestra de 67 músicos é um luxo
a que o público que se deslocou ao
Grande Auditório da Philarmonie
teve direito.
Não foi só o lado fadista de
Cristina Branco a subir ao palco da
sala de espectáculos do Kirchberg,
mas quem lá esteve não pode ter
saído defraudado. Cristina Branco
mostrou toda a gama dos seus recursos: uma voz que canta música
lírica, canta fado e canta música popular. Um espectáculo que lhe assentou que nem uma luva,
porque tal como a artista admitiu
ao CONTACTO, a fadista gosta
de cantar vários géneros de música.
Cristina Branco é tímida mas
conseguiu enfrentar o público que
enchia quase por completo o auditório da Philharmonie. É espontânea, mas reservada, e seguramente deixou no Luxemburgo mais uns
quantos
demónios
que
a
atormentavam antes do espectáculo.
n Domingos Martins
Foto: Rede de autocarros da cidade do Luxemburgo
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