AQUI - Turma 57-BQ

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AQUI - Turma 57-BQ
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TURMA 57-BQ / ASPIRANTES 62
“Por Aspirarmos à Aviação, Somos Todos Aspirantes”
Placa de bronze afixada no Corpo de Cadetes da antiga Escola de Aeronáutica, atualmente, Universidade da Força Aérea
Os Aspirantes de 1962, 40 Anos Depois
A tradicional “fotografia oficial” da Turma no Pátio da Bandeira da antiga Escola de Aeronáutica
Neste número:
Reportagem fotográfica completa sobre a Festa dos 40 Anos do Aspirantado
(Fotografias de Gabriel, o Fotógrafo Quase Oficial da Turma)
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ENCONTRO DE FIM DE ANO
Amaury, o feliz sorteado, recebe, da autora, Veronica,
o seu livro sobre Drummond.
ste ano, o nosso tradicional Encontro de Fim de Ano
incorporou-se às Comemorações dos 40 anos do
Aspirantado. Embora não tenha fugido aos padrões que
vêm orientando a sua organização nos últimos tempos, era
visível o clima de relevância que todos atribuíam ao acontecimento, que perdeu a condição de rotina anual, para se tornar
um dos marcos definidores do aniversário de 40 anos. 40 anos
do início da vida profissional de um grupo de jovens próximos,
que se fizeram mais unidos com o tempo e não esqueceram,
nem esquecerão, jamais, aqueles que desembarcaram mais cedo
do “Trem da Vida” (*), ou que, simplesmente, trocaram de vagão. Nesse último caso, seus lugares estão reservados, e, assim continuarão. Afinal,
E
O Coronel Israel veio de Campo Grande / MS para
aprender a organizar as festas da sua Turma (58-BQ).
Somos Todos Aspirantes de 1962!
João Luís, filho do Mossri, compareceu, ainda em ritmo de comemoração do sucesso nos concursos para o Pedro II e o Colégio Militar.
“Bené, você e a Lúcia não levaram falta. Registramos suas presenças em nossos corações” (**). O Danilo (Cad. 60-124) prestou
homenagem, em nome da Turma, ao Coronel-Aviador Neri do
Nacimento, para nós, o “Tenente” Neri, Instrutor de Vôo e Chefe
da Seção de Educação Física, nos Afonsos. Sendo o Brigadeiro
Danilo Presidente do Clube de Aeronáutica, fez questão de ressaltar que o Cel. Neri é um sócio-amigo da Entidade, ao tempo em que
Esse maravilhoso trio esbanja alegria... e robustez.
Coquetel Dançante
(*)
Ver o excelente artigo O Trem da Vida, de Silvana Duboc,
na Ed. no 5, Set-Out/2002;
(**) Esta reportagem já estava pronta, quando recebemos a dolorosa notícia do passamento do nosso querido companhiro Luiz
Bernardini, no dia 05/02/2003.
O Encontro, mais uma vez, aconteceu no Clube de Aeronáutica.
Na noite de 14 de dezembro, sábado, foi realizado um Coquetel
Dançante, programado como um aquecimento para a Comemoração dos 40 Anos de Aspirantado, no dia seguinte, no Campo dos
Afonsos. A festa foi muito animada. Deu de tudo. Além do excelente bufê, servido pela concessionária do Clube, Sabor & Cia, os
dois músicos - Jorge (teclado) e Josué (saxofone) - garantiram o
sucesso do baile e da apresentação dos cantores da Turma - Cardoso, Seixas, José Nelson e Padrão. Homenagens, saudação natalina, sorteio de brindes, momentos de poesia, show de cantores e
dançarinos, bazar e papo animado tornaram aquela noite muito
agradável e especial.
Homenagens
O José Nelson pediu aos presentes que elevassem o pensamento a Deus, em oração, pela saúde do Bernardini (Al. 57-159), que
se encontrava internado, convalescendo de grave enfermidade. O Seixas canta um pagode, enquanto o Montero tenta acertar o passo.
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O Padrão abocanhou, para interpretar, acompanhado pelos
músicos, canções do seu vasto repertório.
declarou sua grande admiração pelo Instrutor de Vôo do 3º Ano
Aviador, que o preparou para ser Piloto de Caça. Ao nosso homenageado foi entregue uma panóplia com o emblema da Turma
Quase Perfeita. No agradecimento, o “Tenente” Neri afirmou que
se orgulha de ser, até hoje, amigo de todos os Cadetes daquela
época. E contou episódios interessantes de sua carreira. O João
Carlos aproveitou a oportunidade para entregar, também, uma placa ao Presidente do Clube, em reconhecimento pelo esforço da
Administração, no sentido de facultar o agradável ambiente às
dezenas de turmas da grande família aeronáutica que lá se encontram, periodicamente, para recordações e renovação.
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E o Cardoso arrebatou-lhe o microfone para levar um Samba,
mais uma de suas aplaudidíssimas interpretações.
Sorteio de Brindes
A Soninha, esposa do Neri, confeccionou anjinhos para oferecer
aos amigos, neste Natal. Separou três deles para sorteio em nossa
festa. Os premiados, realmente, fizeram uma festa com as lindas
O Pacheco veio de Pirassununga para liderar o Clube do Bolinha.
peças de artesanato. O Clarindo ofereceu três de seus livros para
sorteio – “Memórias de um BQano”, “O Rufião” e “Canavial”, e
sua esposa, a consagrada escritora Maria Veronica Aguilera, também ofereceu seu mais recente livro para completar os brindes.
Momentos de Poesia
O Clarindo assumiu a parte literária da festa, fazendo a apresentação do último livro da jornalista e poeta Veronica, intitulado “Carlos
Drummond de Andrade – A Poesia do Cotidiano”. Esse livro foi
lançado pela Editora Expressão e Cultura, no dia 23 de outubro de
2002, versando sobre o tangenciamento da poesia, com a crônica
de Drummond. O local escolhido foi a Academia Brasileira de Letras, pela importância atribuída à obra nos meios literários. Valendo-se da oportunidade, o Clarindo falou da identidade poéticofilosófica com a Veronica, que os aproximou em 1986, quando a
Cardoso, show no palco, show no salão
Os paulistas adoram a Festa de Fim de Ano, no Rio.
O “Tenente” Neri exibe a panóplia da Turma.
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Zilson, sorteado com um anjinho ofertado pela Sônia (do Neri)
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Ângela (do Brito), também sorteada com um anjinho
conheceu no Sindicato dos Escritores, em que ele exercia o cargo
de Diretor Cultural. Convidou-a a recitar o poema “Floração” e,
logo após, recitou o seu poema “Polinização”, uma resposta poética que os une até hoje. Foram momentos mágicos.
A Butique do Ribamar
Na entrada do salão, o Amorim e o Mossri prepararam às pressas
uma Secretaria / Tesouraria para “recepcionarem” os companheiros, “apresentando-lhes a conta”. E apontavam para uma mesa ao
lado, um bazar improvisado que alguém batizou de Butique do
Ribamar (prenome do Mossri). Bonés com a insígnia de aspirante
eram distribuídos gratuitamente, quer dizer, sem novo desembolso
(custo embutido no valor da adesão). Havia, ainda, uma propaganda curiosa: “Ganhe uma tarjeta (com nome de guerra) e compre uma
A Sueli (do Carneiro) levou um livro do Clarindo.
página atribuída a Carlos Drummond de Andrade, intitulada TORCER. Mas nosso companheiro, o Padrão, com sua voz de locutor
da Rádio PRK-30, pediu licença para ler a seguinte mensagem (diz
ele que foi escalado pelo 40): O QUE DEUS TEM PROMETIDO Deus não tem prometido céu sempre azul, flores espalhadas
pelo caminho da nossa vida. Deus não tem prometido sol sem
chuva, alegria sem tristeza, paz sem dor. Mas Deus tem prometido força para o dia, descanso para o trabalhador, luz para o
caminho, graça para a provação, ajuda para os caídos, infalível
simpatia, imortal AMOR.
Que as alegrias do Natal se renovem durante todos os dias do
ano que se inicia. Amém!
Veronica Aguilera declama um de seus poemas.
camisa pólo” (R$ 15,00); mas as camisas só foram entregues pelo
fabricante, após o término da festa. Outros artigos à venda: CD
“As Bequeanas” (R$ 15,00); Medalhão da Turma (R$ 35,00); Foto
Histórica da TQP, em 1958 (R$ 10,00). Livros do Clarindo citados
(15,00, cada); Livro da Veronica sobre a obra de Drummond (R$28,00).
Alegria, Alegria
O show dos cantores e dançarinos foi motivado pela boa música, com uma dupla de instrumentistas do próprio Clube de Aeronáutica. O papo também foi muito animado, regado às excelentes bebidas servidas: água mineral e refrigerantes (para quem
gosta); drinques coloridos (alguém gosta?); cerveja Bohemia
(muitos gostam); uísque Johnnie Walker Black Label (muitos
gostam); e vinho Marcus James (todo mundo gosta). E as iguarias do bufê? Excelentes! Ouvimos dizer que vão treinar o pessoal da copa para preparar os salgadinhos servidos no deque,
com o mesmo padrão de qualidade. A saudação natalina deste Homenagem da Turma ao Clube de Aeronáutica - João Carlos
ano, publicada em O Con*dor de Nov-Dez, foi inspirada em uma entrega a panóplia ao Presidente, o nosso colega, Brig. Danilo.
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40 ANOS DO ASPIRANTADO DA “TURMA QUASE PERFEIRA”
O Coronel-Aviador Gohn descerra a Placa Comemorativa
dos 40 Anos do Aspirantado.
Homenagem à UNIFA - O Tenente-Brigadeiro Lencastre entrega
a panóplia ao Coronel Tavares, representante do Comando.
Aspirantes de Ontem e de Hoje
M
anhã de sol, 21 de dezembro de 1962 – No cenário do
Campo dos Afonsos, o verde do arvoredo salpicado do
branco de antigas edificações, a Escola de Aeronáutica
engalana-se para entregar à Força Aérea mais uma turma de oficiais – 73 Aviadores e 14 Intendentes. A festa é dos Aspirantes, que
comemoram, com seus familiares, a grande conquista, dedicada,
também a seus companheiros de jornada acadêmica, na Escola
Preparatória e na Escola de Aeronáutica. Manhã de sol, 15 de
dezembro de 2002 – No mesmo cenário, agora acrescido de outros
pontos brancos de novas edificações, muitos dos 318 jovens
idealistas da Turma 57-BQ / Aspirantes 62 – militares e civis –
retornam ao antigo Corpo de Cadetes, para afixar, na sua entrada,
uma placa comemorativa dos 40 anos de formatura. No bronze,
perpetuam sua inabalável amizade. Descerra a placa o Coronel- O “Capitão” O. Lima e o “ Tenente” Gohn, nossos ComandanAviador Hartman Rudi Gohn, o estimado “Tenente” Gohn, prites na 4a Esquadrilha, fizeram uso da palavra.
meiro Comandante da 4ª Esquadrilha, no Campo dos Afonsos.
A singela e emocionante cerimônia reveste-se de absoluta fidelidade ao tema escolhido para o encontro: Somos todos Aspirantes-a-Oficial de 1962. Como ocorre com os maratonistas, existem
dois momentos definitivos em suas carreiras: o representado pela
largada e o definido pela chegada. Quem ingressa em Escolas
Militares vive, também, com muita intensidade, esses momentos.
Temos a consciência “programada” para aceitar as verdades
explicitadas no lema “Mens Sana in Corpore Sano”. Como a dos
maratonistas, a nossa adrenalina vai aos píncaros. A corrida em
busca do ideal tem início. Ao longo do caminho, muitos param,
desistem ou são parados, “desistidos”. Novos atletas são incorporados ao grupo. A corrida continua e o pódio é instalado, no
O Brigadeiro Bhering, Presidente do MUSAL, recepciona
seus colegas de Turma.
nosso caso, na Escola de Aeronáutica, no Campo dos Afonsos.
Menos de um terço consegue chegar. É o ASPIRANTADO. Mas
não há derrotados, já que todos aqueles que não subiram ao pódio
nos Afonsos prosseguiram nas outras provas da maratona da vida
e se tornaram vitoriosos em suas buscas por novos ideais. Quarenta anos depois, após termos reverenciado a partida, em Barbacena,
resolvemos comemorar a chegada e, para tal, em homenagem aos
que foram ficando pelo caminho, cunhamos uma frase que diz bem
da saudade dos que partiram e dos que se afastaram:
O Luís Mauro saúda, em nome da Turma, o Coronel Braga,
seu Instrutor de Vôo, amigo e ídolo - ídolo de todos nós!
Por Aspirarmos à Aviação,
Somos Todos Aspirantes.
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A UNIFA no Contexto
do Campo dos Afonsos
o dizer do Jornalista J. Marcos Montebelo: A história
do Campo dos Afonsos é, a um só tempo, um pedaço da
Grande História do Brasil e a sua síntese. Ela começa
com a terra, a sua posse e as querelas; o meio-ambiente e a sua
descaracterização; as heranças e as ambições; a gente brasileira; os estrangeiros que apenas usufruíram, e aqueles que nos
vieram ajudar; os interesses comerciais versus a abnegação,
díspares, mas convergentes; as ideologias, os idealismos e as
grandes idéias. Termina, repleta e completa, na narrativa temporal da vida e da morte, mas também, da imortalidade – nas obras
do espírito que sobrevivem além da morte. (Extraído do BIP Nº 6,
Fev. 94 – SDIP). Outros autores enriqueceram suas obras com
A Turma no espaço da Esquadrilha da Fumaça, no MUSAL
Vista dos Hagares - Foto nostálgica
O “Capitão” Braga exibe a panóplia da nossa Turma,
a que dedica grande estima.
Pequena pausa na visita para uma foto
exemplos de idealismo e coragem em muitos episódios ocorridos
naquele sítio, chamado de O Berço da Aviação Militar; O Ninho
das Águias; O Legendário Campo dos Afonsos. A preservação
desse patrimônio histórico está a cargo da Universidade da Força
Aérea (UNIFA), sediada nas instalações da antiga Escola de Aeronáutica, acrescidas de outras edificações (modernas, mas de
arquitetura harmoniosa com a dos prédios históricos). Seu Comandante atual é o Brigadeiro-do-Ar Antônio Luiz Rodrigues Dias.
A manutenção dos prédios, alamedas e áreas verdes está a cargo
da Divisão Administrativa, chefiada pelo Coronel-Intendente
Alberto Tavares de Oliveira, que coordenou, com espontaneidade
e eficiência, todas as ações necessárias ao nosso Encontro dos 40
Anos do Aspirantado. Em reconhecimento ao extraordinário trabalho da UNIFA e ao carinho dedicado às turmas que realizam eventos nostálgicos no antigo Corpo de Cadetes, nossa Turma prestou-lhe uma homenagem, materializada com a entrega de uma
panóplia, pelo Tenente-Brigadeiro-do-Ar LENCASTRE (Cad. 60121), ao representante do Comando, o próprio Coronel Tavares,
que, em suas palavras de agradecimento, ressaltou o compromisso dos Administradores
de hoje, em preservar essa parte impor.
tante da História da Aeronáutica brasileira. Fizeram uso da palavra, também, os nossos estimados Comandantes da 4a Esquadrilha, em 1959 – o “Tenente” Gohn e o “Capitão” O. Lima.
Pelo inestimável apoio ao nosso Encontro, transmitimos os agradecimentos da Turma ao Comando da UNIFA. Obrigado, Brigadeiro Dias! Obrigado, Coronel Tavares!
Visita ao Museu Aeroespacial
Quem vai ao Campo dos Afonsos não pode deixar de visitar o
Olhar atento nos armamentos - E dizer que já fabricamos mísseis... Museu Aeroespacial (MUSAL). Fundado há 25 anos, com apro-
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O Horta busca inspiração no
“SI”, de Rudyard Kipling.
veitamento dos hangares da antiga Escola de Aeronáutica, reúne um espetacular acervo, destacando-se: uma centena de aeronaves, dezenas de motores, ar-
Foto oficial do churrasco - A maioria ficou de fora - O “Tenente” Gohn ficou em dúvida.
O Coronel Gohn agradece as homenagens da Turma.
Toque de Rancho! Luiz Ribeiro veio de Brasília, como 1o peru.
mas e outras peças importantes
- algumas, únicas no mundo além de milhares de documentos e fotografias. O MUSAL
conta com uma eficiente equipe de profissionais, divulgando, por meio de exposição ao
público, a História da Aviação
brasileira. O Velho e Lendário
Campos dos. Afonsos, onde, nos
idos de 1909, formou-se o embrião da nossa Força Aérea,
guarda, hoje, esse patrimônio,
conferindo, ao local, ares de
uma beleza nostálgica. E a Turma foi ao Museu relembrar um
pouco da história que, também,
é sua. Seus integrantes foram
recepcionados pelo Diretor, Brigadeiro Bhering, o nosso colega 57-64, na sala da Esquadrilha da Fumaça. Para nossa aleDescontração à sombra das amendoeiras
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O Clã do Ivan - três gerações da TQP
Moraes Rego e Neide, sempre presentes, desta vez, com as filhas
gria, lá estava o Coronel.-Aviador Antonio Arthur Braga, o inesquecível “Capitão” Braga, eterno Comandante da famosa Esquadrilha, que nos brindou com uma exposição sobre o acervo daquela sala e sobre os feitos dos pilotos que encantavam, encantam e continuarão a encantar a juventude de todos os recantos do
Brasil e de muitos outros países. Coube ao Coronel-Aviador Luís
Mauro, 57-04, Aluno do “Capitão” Braga, no 3º Ano Av, a honra
de saudar seu Instrutor e ídolo de todos nós, entregando-lhe uma
panóplia com o emblema da Turma e os seguintes dizeres:
“Capitão” Braga, somos-lhe gratos por despertar, em nossos
corações, a paixão pela Aviação.
A visita prosseguiu por outras dependências, tendo despertado
muito interesse as salas que abrigam o acervo de Santos-Dumont,
do 1º Grupo de Aviação de Caça e dos Simuladores de vôo. Esta
última foi inaugurada no dia 28 de novembro de 2002, com a presença de integrantes da Turma Quase Perfeita. Encontra-se, lá, o
revolucionário Link Trainer, que contribuiu para o preparo de
muitas gerações de pilotos, com vista à difícil navegação por instrumentos, romanticamente chamada, na época, de “vôo cego”.
Após a visita ao Museu, os participantes do encontro deslocaram-se para o aprazível local da churrasqueira, atrás da antiga Biblioteca, hoje ocupada pela Comissão de Desportos da
Aeronáutica (CDA). Mesas e cadeiras haviam sido dispostas
à sombra das amendoeiras, para maior conforto de todos. Entretanto, muitos preferiram ficar em pé, circulando e parando
nas diversas rodas que se formavam, para “botar o papo em
dia”. A alegria e a descontração eram contagiantes, proporcionando um clima de confraternização, talvez, sequer imaginado
pelos organizadores da festa. Nossos repórteres se sentem
incompetentes para fazer esta reportagem, por mais que tentem transmitir aos leitores aquelas incontidas emoções dos
“jovenzinhos” da Turma. Por isso, estão apelando para muitas
fotos coloridas, como coloridos são nossos sonhos (realizados, ou quase...). Uma atração especial, irresistível, mesmo, foi
um bar montado, em que eram servidos drinques dos “anos
dourados”: cuba libre, hi-fi, daiquiri, caipiríssima e
caipiroska. Serviam-se, também, uísque, vinho e a mundialmente famosa caipirinha (de cachaça mesmo). Um barman verdadeiro cuidava do bar, batizado de “parada técnica”, e dois
garções circulavam, servindo cervejas e refrigerantes. O
Crispim, nosso churrasqueiro exclusivo e, portanto, “Quase
Oficial”, caprichou no preparo das carnes e das guarnições
(para todos os gostos). De sobremesa, banana assada, abacaxi
e uma super-torta, feita, especialmente, para a comemoração,
com direito a “parabéns pra você”. A animação ficou por conta
da Lêda (do João Carlos), que levou seu teclado para que os
artistas da Turma o tocassem. “Sobrou pra ela”, pois não se
apresentou nenhum tecladista. A propósito, o João sempre diz:
“inventou, tem de assumir”. Talvez, por isso, ficou ainda mais
animada a brincadeira musical. Os cantores de sempre apareceram para arrebatar o microfone e “arrebentar”... (no bom sentido) – José Nelson, Seixas, Padrão, Ivan e Gabriel, mais uma
vez foram os destaques. O Cardoso, para nossa frustração,
não compareceu aos eventos dos Afonsos, em que, se esperava, iria repetir o show da noite anterior. Em dado instante, o
Churrasco dançante - Arieis atrapalhando...
O Seixas, fora da foto, puxa parabéns pelos 40Anos doAspirantado.
Churrasco de
Confraternização
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Sucupira, grande causídico e aviador de nascimento (a 23 de
outubro) e de cartão de vôo, “pousou” na pista de dança improvisada para saudar o “Tenente” Gohn e proferiu belas palavras, relembrado grandes momentos vividos, há quarenta anos,
naquele local histórico. Surpreendeu o homenageado com mais
um preito, ao entregar-lhe a “tradicional” placa da Turma. Foram momentos muitos agradáveis, como atestaram nossos companheiros vindos de fora: Sucupira, Toledo, Dárcio e suas esposas (de São Paulo); Vasquez (de São José dos Campos);
Pacheco (de Pirassununga); Arieis Santana (de Campo Grande /
MS); Manoel Carlos, Archimedes, Luiz Ribeiro e Malagutti (de
Brasília). Muito felizes estavam os “meio desgarrados” Celso e
Ângela, Tujal, Mário C.O. e Gerson, este Administrador do
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Aeroclube de Maricá, já colocado à disposição para um “encontro de manicacas”, com direito a futebol (idéia do Wilson
Tarugo), cerveja e peixe frito. É importante destacar a participação alegre das esposas, dos filhos e filhas, dos genros e
noras, dos netinhos e netinhas. O Ivan, orgulhosamente, reuniu seu clã, parte vinda de Manaus. Cremos que nossos convidados especiais tenham provado a si mesmos que estão em
boa forma, sobrevivendo a tantas emoções. Obrigado, “Tenente” Neri! Obrigado, “Tenente” Gohn! Obrigado, “Capitão”
O. Lima! Obrigado, “Capitão” Braga! Obrigado, Roberto
Newton! Obrigado por ter vindo e ter trazido a sua família. Seu
pai, José Newton Acioly, está sempre presente, integrando
nossa Esquadrilha.
Até breve, amigos!
O nosso companheiro Luís Mauro voou no Link Trainer - O T-6 do “Capitão” Braga após a recuperação no PAMA-LS E ele ensinava: “Toda vez que um piloto faz força, está errado”... Uma máquina maravilhosa para um piloto extraordinário!
T
odos os companheiros estão
convidados para
os descontraídos encontros da Turma, às terceiras terças-feiras de cada
mês, no deque do Clube
de Aeronáutica. Estas reuniões são o nosso evento
rotineiro mais antigo e,
também, um dos mais simples e agradáveis. Não há
necessidade de comissão
de organizão, emissão de
convites, confirmação de
presença... O único requisito indispensável é o desejo de rever amigos, divertir-se e, sobretudo, de
voltar à adolescência,
em um passe de mágica.
Venham juntar-se aos freqüentadores assíduos
(fotografia ao lado), com
direito a contar muitos
“causos” e piadas.
CONVITE
O Grupo Mais Que Perfeito da Turma - Freqüência de 100 % em todas as reuniões
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NOSSOS HOMENAGEADOS
Universidade da Força Aérea e
o Clube de Aeronáutica são entidades históricas do nosso,
ainda hoje, Ministério da Aeronáutica.
Muito se poderia falar do que representam a UNIFA e o CAERO para a nossa
Turma e para as diversas gerações de homens que ajudaram a construir a História
da Força Aérea Brasileira. Mas optamos
por dedicar este pequeno espaço a três
desses homens, para nós, exemplos de Militar e Cidadão, com os quais tivemos o
privilégio de conviver por mais de quatro
décadas, e, com os quais aprendemos, e
continuamos a aprender, lições que nos
têm sido úteis a vida inteira.
Coronel-Aviador
Hartman Rudi Gohn
Foi o Oficial que recepcionou os Alunos
do 3o Ano da EPCAR que viriam a constituir a 4ª Esquadrilha do Corpo de Cadetes.
Esse gaúcho muito sereno e atencioso,
nosso primeiro Comandante de Esquadrilha no Campo dos Afonsos, fez-nos sentir, totalmente, responsáveis diante de
nossas tarefas cotidianas. Entre as lições
que nos deixou, destaca-se uma que nos
influenciou por toda a vida profissional.
Ele nos mostrou que é possível ser um
bom militar, firme nas atitudes, fiel aos regulamentos e, ao mesmo tempo, tratar com
respeito os subordinados. Com ele, aprendemos que devemos ouvir nossos comandados, que devemos neles confiar, que
devemos ajudá-los na solução dos problemas. O então Tenente Gohn, no pouco
tempo em que nos comandou, devolveunos a humanidade que muitos tentaram
suprimir. O tempo foi pouco, mas o período era muito difícil, talvez por isso, teve
tanta importância e nos calou tão fundo o
exemplo que recebemos. Por sorte nossa,
o sucessor do nosso homenageado no Co. .
mando da 4ª Esquadrilha, outra personalidade extraordinária, finalmente consolidou
o nosso aprendizado. O Coronel Gohn,
para nós “Tenente” Gohn, formou-se em
1953, tendo sido promovido a Coronel em
1977. Ao passar para a Reserva, deixou
uma marca de mais de 6.000 horas de vôo
em diversas aeronaves, destacando-se
nas de emprego em Missões de Patrulha,
incluindo Tática Anti-Submarino e Pouso
em Navio-aeródromo. Além de importantes funções operacionais, exerceu tantas
outras que lhe valeram as medalhas de
todas as Forças Armadas brasileiras e,
também, a da ONU, por haver participado
da Missão de Paz no Congo. Neste Encontro dos 40 Anos de Aspirantado, viemos
resgatar uma dívida de gratidão ao nosso
estimado Comandante da 4ª Esquadrilha.
“Tenente” Gohn, obrigado por nos ajudar a ser mais eficientes e nos ensinar a
tratar bem os nossos subordinados.
Coronel-Aviador Neri do
Nacimento
Igualmente gaúcho, mas da Turma de
Aspirantes de 1955, o Coronel Neri, também, nos recepcionou no Campo dos
Afonsos, desta vez, com muitas “flexões” e “cangurus”. Mas não era trote
de veteranos. Era o Tenente Neri puxando a sessão de Educação Física, à frente de outros instrutores e monitores. Seu
entusiasmo era tanto que nos fez acreditar que seríamos todos atletas campeões. Assumiu a Chefia da Seção de Educação Física, sem prejuízo da instrução
aérea. Vários colegas de Turma tiveram
a sorte de tê-lo como Instrutor no Estágio Avançado, no 3º Ano Aviador. Todos, com aproveitamento. Mas, no esporte, nem todos chegaram a acompanhá-lo, pois o “Tenente” Neri era um
“fominha de bola”, além de praticar, muito bem, outras modalidades de atletismo. Na subida de cordas era imbatível.
Ao longo de sua carreira e até hoje, pratica esportes. Manifesta, ainda, orgulho
ao contar que, na cerimônia de diplomação do Curso de Pára-quedismo Militar, em que se classificou em primeiro
lugar (de uma turma que começou com
44 e terminou com 6 alunos), foi elogiado, em público, pelo General Comandante da Brigada Pára-Quedista, com as seguintes palavras: “Gostaria de que o
Exército Brasileiro tivesse, em seus quadros, homens da estirpe deste Oficial da
Força Aérea.” Como Piloto de Busca e
Salvamento e Pára-quedista Militar,
atuou em muitas missões de misericórdia, tendo obtido, também, o reconhecimento de governos estrangeiros. Além
das medalhas militares, foi condecorado com a P Honoris Causa do Equador,
Post Aé Mil Américas, P Honoris Causa
da Bolívia e Mérito Ouro Cidade de Recife. O Coronel Neri, nosso estimado
“Tenente” Neri, pode ser encontrado
para um papo alegre, todos os dias (ou
quase todos), no Clube de Aeronáutica,
onde é considerado um dos mais assíduos freqüentadores. Sua mesa está
sempre rodeada de amigos, que foram
seus Cadetes nos Afonsos, ou em
Pirassununga.
E nós, da Turma Quase Perfeita, temos
a honra de pertencer a seu enorme círculo de amizades.
Coronel-Aviador
Antonio Arthur Braga
Conhecemos o avião do Capitão Braga
antes de entrarmos para a Força Aérea
Brasileira. Era uma ave metálica de asas
vermelhas que fazia muitas evoluções
no ar, deixando, atrás, um rastro de fumaça branca. Esta e outras quatro aeronaves, mais tarde identificadas como
T-6, North American, ou, simplesmente, NA, constituíam a Esquadrilha da
Fumaça, criada, extra-oficialmente, em
1952, por Instrutores da Escola de Aeronáutica que se adestravam em suas
horas de folga. Aqueles pilotos acreditavam que poderiam despertar, nos jovens das cidades interioranas, a paixão
pela Aviação. Eles e os que os sucederam foram, e continuam sendo, responsáveis pelo ingresso na Força Aérea,
de muitas gerações de pilotos e de outros apaixonados pela arte de voar.
Dentre todos os ases da Fumaça, há
um considerado um MITO VIVO. Trata-se do paulista de Cruzeiro, Antonio
Arthur Braga, para nós, “Capitão” Braga,
o mais famoso Líder da Esquadrilha da
Fumaça, na Fase do T-6. A vocação para
o vôo acrobático o levou a feitos singulares, tendo mais de dez mil horas de
vôo, a grande maioria no nosso querido T-6. As suas acrobacias perfeitas,
suaves, de velocidade de rotação absolutamente uniforme, encantavam o
público de todas as idades, nele incluídos, também, muitos pilotos, que sempre o tomam como exemplo do ideal insistentemente perseguido, mas jamais
alcançado. Nada disso, porém, lhe tirou
outra característica marcante de sua personalidade: a modéstia. Nunca alardeou
as suas virtudes e sistematicamente demonstrou extraordinária paciência com
os alunos, que, muito orgulhosos do seu
Instrutor de Vôo, dele se tornaram eternos amigos e admiradores.
Coronel Braga, nós, os Integrantes da
Turma 57-BQ / Aspirantes 62, guardamos, com carinho, sua imagem de excelente Instrutor de Vôo e ídolo da juventude de todos os tempos. Obrigado pela
participação em nossa Festa dos 40 Anos.
Obrigado por sua amizade.
O COn*DOr n o. 1
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CORRESPONDÊNCIAS
Oração Pelo Bené
Mãe Elogia a Turma
Tal Pai, Tal Matta Filho
Senhor, que és onipresente, tudo sabes,
tudo vês e tudo podes, não precisas, certamente, de testemunhos para exercer tua
Divina Justiça. Recebe, contudo, a prece
dos colegas de Turma do irmão Bernardini e abre para ele a Tua Santa Morada.
Vai, a teu encontro, o servo humilde,
caridoso, praticante do perdão, o pai
amoroso e dedicado, o amigo de permanente alegria, o ombro amigo, querido de
todos. As crianças, que muito o amavam,
não hesitariam em afirmar: ele era do Bem!
Recebe, pois, a nossa prece.
Como o meu filho está pretendendo ser
aviador militar, acompanhei-o em suas
buscas na Internet, atrás de informações.
Procurando em EPCAR, achamos e visitamos páginas de muitas turmas. Há páginas muito bonitas, outras menos, algumas com senha etc. A maioria delas, pelo
que entendi, atende aos objetivos de
cada turma. A página de vocês, entretanto, é singular, logo a partir da frase na
entrada: Uma Turma Quase Perfeita. As
informações de que nós precisávamos
sobre os exames para a EPCAR, encontramos todas, logo, na primeira página.
Navegando, ficamos também sabendo
tudo sobre a Escola e a Cidade de
Barbacena. Vimos que a Escola onde estudaram os deixou unidos ao longo dos
anos e os tornou vencedores e que vocês
são pessoas animadas e alegres, como
se vê no seu jornalzinho (muito bem feito, por sinal). Paulo Cláudio, meu filho,
ficou deslumbrado, como eu, com o que
leu. Como mãe, apesar do nervosismo de
deixar um filho ir para uma profissão bonita, mas de risco como a de vocês, fico
satisfeita por saber que ele estará feliz e
que será bem tratado.
Muito obrigada.
Que surpresa agradável ao ler o boletim
O Con*dor (Nov-Dez/2002), ver a foto
do meu querido pai, Antônio Simão da
Matta Filho, Aluno 57-127, ao lado do
escritor Carlos Drummond de Andrade.
Abraços do
Camofo Voador, Al. 57-XXX
Um companheiro que não se quis identificar visitou HP da Turma e deixou esta
belíssima oração em intenção do nosso
querido e saudoso Bené. Quando a notícia do passamento chegou a O Con*dor
esta edicão já estava fechada. Assim, as
homenagens da Turma ao companheiro
que se foi serão publicadas na edição de
Mar-Abr/2003.
A Redação
O Abraço do Zilson
Um grande abraço aos irmãos da TQP.
Visito-os com muita alegria.
Zilson, Cad. 60-110
Muito bom você aparecer. O nosso
Amorim tem reclamado de que nós não
temos sido assíduos em nos comunicarmos por meio deste livro. Vamos ver se o
movimentamos mais.
Um abraço de todos nós, amigo,
Brasil, Al. 57-18 (Webmaster).
Feliz Natal, do Dalmo
Caros irmãos.
Peço desculpas por não ter comparecido
às reuniões da nossa querida turma.
Estou morando longe, fica um pouco mais
difícil... Desejo a todos um Natal muito
feliz e que em 2003 possamos nos reunir
novamente. Um forte abraço para todos.
Fábio Bastos da Matta.
Prezado Fábio.
Viu como o Matta filho ficou bem ao lado
do poeta? Era nossa intenção propor aos
leitores, como o desafio do Concurso de
O Con*dor desta edição, a identificação
do Aluno da EPCAR que aparecia ao lado
da estátua do Drummond, o seu pai.
Como se pode ver, você fez a extraordinária proeza de ganhar o concurso antes, mesmo, do lançamento. Sendo assim,
vamos pedir a identificação do companheiro que aparece, na foto original, ao
lado do seu pai. E você pode mandar a
sua resposta, que será muito bem-vinda.
Quem sabe, você acerta outra vez! É uma
honra muito grande, Fábio, saber que a
segunda geração da Turma Quase Perfeita é leitora do nosso Boletim.
Um forte abraço.
A Redação
Dia Feliz do Malagutti
Arlette Caros colegas da Quase Perfeita,
Prezados Arlette e Paulo Cláudio,
Bem-vindos à nossa página. Ficamos felizes com a leitura que vocês fizeram de
nossa página. Realmente, ela pretende ser
informativa para os que pretendem ingressar na FAB, especialmente para aqueles que desejam entrar na EPCAr. Mas,
além disso, ela nos procura retratar. Ela é
o nosso retrato tirado por nós mesmos.
O nosso jornalzinho, O Con*dor, divulga
as nossas histórias e é parte desse retrato. Nele, caprichamos ao expor a nossa
alma, os nossos anseios e a nossa
vivência. É bom ver que nossa mensagem de que somos pessoas felizes, foi
entendida por você, Arlette. O menino
será muito feliz na Força Aérea, palavra
de quem lá esteve.
Hoje, para mim, está sendo um dia, particularmente, agradável por dois motivos: primeiro, pelo 23 de outubro, nosso dia de
tantas lembranças - o Dia do Aviador; segundo, pelo feliz recebimento do “O
BQano”, nº 015 (O BQano?!), que me possibilitou ter acesso a esta página tão grata.
Recebam todos um caloroso abraço.
Malagutti, Cad. 60-111
Malagutti,
Não se desculpe. Nós somos seus
amigos e, diferentemente de esposas ou
namoradas, nada cobramos ou exigimos.
Sua ausência não o torna esquecido por
todos nós.
Receba o nosso abraço fraterno.
A Equipe de O Con*dor agradece à
simpática manifestação da Sra. Arlette e
de seu filho, Paulo Cláudio, nosso futuro
colega.
Bem-vindo à página de nossa Turma!
O Dia do Aviador é uma data grata a todos
nós, civis, militares, aviadores, nãoaviadores, qualquer que seja a nossa
atividade, porque neste dia revivemos a
nossa adolescência e os ideais que
tínhamos como pessoas e como brasileiros.
Mesmo a vida nos tendo espalhado por
diversos caminhos, o que nos unia - o amor
pela Força Aérea e o desejo de servir ao
nosso País - permaneceu conosco ao longo
de nossa vida adulta. Acreditamos que, de
tudo o que recebemos da FAB, o que tem
maior valor é a nossa fraternidade e o prazer
de estarmos uns com os outros.
Brasil, Al. 57-18 (Webmaster)
A Redação
Brasil, Al. 57-18 (Webmaster)
Dalmo, Al. 56-32
Prezado Dalmo,
Brasil, Al. 57-18 (Webmaster)
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As Bequeanas e o Processo Decisório da Turma
Queridos Companheros.
Mais uma vez, ouvi “As Bequeanas”. Fiquei lembrando os momentos por que
passamos, “os arteiros”, planejando
como seria feito o trabalho, onde queríamos chegar e para quem estávamos fazendo aquele empreendimento. Desde as
primeiras reuniões no Clube de Aeronáutica, no deque, ou no salão, com sol ou
com chuva, lá estávamos: Seixas, Cardoso, Elson, Neves, Clarindo, Duncan, Ivan,
Horta e Zé Nelson. Ainda contávamos
com o apoio e opiniões do nosso Coordenador Geral, João Carlos e, também, do
Luís Mauro, Editor de O Con*dor e figura importante para esse evento. A seleção das músicas, algumas mudanças nas
letras das paródias (censura?), arrecada-
ção da verba para que pudéssemos ir adiante no nosso sonho. Depois, os ensaios, o coro (o coro mereceria um capítulo
à parte....), as gravações no estúdio do
Tom da Bahia, à base de pãezinhos de
queijo, levados pelo Ivanzinho e, finalmente, satisfação e muito orgulho, pela
maravilha que ficou o CD, com nossas
músicas e nossa história. Tudo o que foi
feito, o foi com a marca principal da Turma: amizade, compreensão, união e o querer fazer para todos, aceitando as idéias
de toda a Turma, colocando-as em consenso. Assim foi feito, e assim deveriam
ser tomadas as decisões referentes a
tudo que diga respeito a nossa Turma.
Lógico que sempre terá um núcleo que
tomará as decisões finais, núcleo esse
muito bem comandado (ele não gosta
desta palavra...) pelo João Carlos. O importante é ouvir as opiniões, debatê-las
e tentar chegar a um ponto de concórdia.
Ninguém é dono, nem senhor absoluto
de nada, e esse nada se refere ao tesoureiro, aos encarregados de eventos, do
jornal, O Con*dor, ou do Escritório da
Turma. Tenho a impressão de que devemos ouvir de novo e mais, muitas vezes
mais, “As Bequeanas”. Com certeza, isso
nos fará muito bem!
Um abraço com todo o carinho que
tenho no coração
Estimadíssimo Zé.
fora do Rio. Não obstante a necessidade
de discussão, não devemos perder de vista que, uma vez que um assunto tenha
sido decidido, trazê-lo de volta, sucessivamente, ao debate, por inconformidade
com o deliberado em reunião anterior, somente cria desgaste e torna, ainda, mais
difícil o trabalho daqueles que querem que
a nossa Turma continue a desfrutar, com
grande intensidade, a convivência fraterna e desinteressada que nos tem caracterizado. As ações da Representação, sempre, se têm pautado por contemplar o interesse do maior número possível de integrantes. Posições personalíssimas, muitas vezes, não podem ser atendidas. Mas,
mesmo assim, esperamos contar com a
compreensão dos companheiros contrariados. Afinal, se não nos conseguimos
enquadrar em um dos projetos, sem dúvi-
da, encontraremos outro que nos satisfaça. O pior seria trabalhar contra os empreendimentos com que não concordemos. Favorecer a destruição de um cometimento com dois anos de maturação e
muito investimento de alguns abnegados
poderia inviabilizar qualquer ação coletiva posterior da nossa Turma, comprometendo-lhe, até, a personalidade não jurídica. Mas isso, não cremos que nenhum
de nós faça, salvo por total inadvertência. Voltando ao seu texto, somos grandes apreciadores da sensibilidade poética com que você se expressa sobre qualquer assunto. Volte sempre, pois ainda
há muito por fazer pela nossa Turma. Nós
precisamos dela demais, mas, também, ela
necessita muitíssimo de nós.
Um forte abraço.
Que conselho maravilhoso, ouvir As
Bequeanas! Mas, infelizmente, também, na
produção do CD, houve discordâncias,
posições vencedoras e vencidas e, pior
ainda, companheiros magoados, conforme você muito bem sabe. No entanto, não
há como evitar, de todo, essas situações,
já que são inerentes à condição humana.
Cumpre-nos, porém, fazer todo o possível
para minimizá-las. Concordamos, inteiramente, em que devamos discutir todos os
projetos da Turma. E o foro principal para
essas discussões são as nossas reuniões das terças-feiras, na sede da Turma.
Outro recurso muito usado é a consulta,
seja por correspondência, seja por telefone, ou seja, ainda, por meio de O Con*dor.
Essas consultas têm a vantagem de, também, ouvir os companheiros que residem
E
Zé Nelson, Al. 56-86
A Redação
ATIVIDADES DA TURMA
vitando-se mencionar a palavra “relatório”, que contém aqueles dados
bem elaborados, eventualmente
manipulados (não, no nosso caso), mas,
sempre, enfadonhos, no estilo dos burocratas, vamos apresentar, sucintamente, as
realizações da Turma em 2002. O Con*dor
foi editado com regularidade, perfazendo os
seis números no ano. As edições de MarAbr e Mai-Jun/2002 foram classificadas
como históricas, com duas vezes e meia o
número de páginas e o dobro da tiragem.
O Acervo Histórico foi enriquecido com a
flâmula da EPCAR, oferecida ao “Capitão”
Dário, em 1958, que retoma a seus comandados, protegida por vidro e emoldurada
em peça de madeira, artisticamente preparada pelo próprio Coronel-Aviador Joaquim
Dário d’Oliveira. Um quadro pintado por J.
Longuiño (Al. 56-30 / Cad.60-115) embeleza
nossa sede. Em “Missão Cumprida”, o artista imortaliza, em óleo sobre tela, uma aeronave T-6 que se acabara de materializar,
depois de um fantástico vôo de 39 anos.
Algumas fotos de Alunos e Cadetes
vibradores foram cedidas pelos companheiros, revelando-se o Horta (57-78) o maior
doador. Quanto aos passeios e eventos
programados, somente não se realizou o
encontro, em Conservatória, com os
seresteiros de Barbacena. Indisponibilidade
de espaço na agenda dos artistas de BQ e
da TQP, na época mais apropriada para visitar a Cidade da Seresta, levou-nos a seu
cancelamento. Foram realizadas todas as
reuniões mensais da Turma, às terceiras
terças-feiras, no deque do Clube de Aeronáutica. Com relação a visitas a organizações da Aeronáutica, em 2002, alguns Representantes foram conhecer o trabalho,
pouco divulgado, da Prefeitura de Aeronáutica do Galeão e do Centro de Documentação e Histórico da Aeronáutica.
Inviabilizou-se qualquer outro evento “em
estudo” (O Con*dor, Jan-Fev/2002, página 3), em razão do grande esforço despen-
dido nas comemorações dos 45 anos de
ingresso na EPCAR, em Barbacena, e dos
40 anos do Aspirantado da Turma, no Campo dos Afonsos. Na parte de produções
artísticas, temos o orgulho de registrar o
lançamento do CD “As Bequeanas”, com
paródias, que se tomaram canções, dedicadas pela “Turma Quase Perfeita” aos bequeanos de todos os tempos. Duas edições do disco já foram produzidas sob a
coordenação artística e empresarial do José
Nelson. A pretensão de se organizar uma
coletânea de crônicas, extraídas de
O Con*dor, teve o adiamento minimizado
pela iniciativa do Brasil de abrir uma página,
no sítio da Turma (http://57-bq.org), com todas as edições do nosso boletim. Os recursos financeiros captados (semestralidades
e doações voluntárias) foram suficientes
para manter as atividades programadas, conforme demonstrativos à disposição de todos,
na Sede da Turma.
A Representação
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CLASSIFICADOS
A
EMPREGOS & OPORTUNIDADES
Turma 57-BQ / Aspirantes 62
está selecionando Executivos
para integrar seu Quadro de
Representantes. O candidato, com qualquer nível de escolaridade, deverá preencher as seguintes condições: 1) Ser
integrante da Turma Quase Perfeita;
2) Ter, no mínimo, 60 anos de idade;
3) Ser criativo, para ficar “bolando coisas” que não desagradem a mais de 2/3
da Turma; 4) Ser bem humorado, permitindo-se perder a esportiva somente
quando estiver mal humorado; 5) Ser
capaz de receber, com elegância, críticas, aleivosias e injustiças, admitindose desconsiderá-las, no máximo, quatro
vezes ao mês; 6) Ter disposição para
dedicar-se a tarefas extremamente enfadonhas, mesmo quando chamado de
burocrata, por julgar necessário elaborar programa de trabalho, planejamento
de ações para realização de eventos,
prestação de contas e outras bobagens
mais; 7) Ser ousado e persistente na organização dos encontros da Turma, a
despeito do desânimo ou da descrença
de alguns, bem como de eventuais boicotes de outros; 8) Ser “cara-de-pau”
para solicitar aos companheiros um “reforço de caixa” destinado a “fechar as
contas” de algum evento, cujo desequilíbrio financeiro tenha sido provocado
pela desistência de 30 % dos que haviam “confirmado presença” (sem contar
os movidos por motivo de alta relevância: batizado, aniversário e diplomação
de netinho); e 9) Ser capaz de sublimar,
N
ainda que com a dignidade ferida, quando ouvidas de algum companheiro coisas do tipo “vocês têm de prever tudo
direitinho”, ou “o cara que organiza eventos na minha empresa pode dar uns
macetes a vocês, como, por exemplo, cobrar tudo antecipadamente”, ou “acho
que esses caras estão dando uma de
agentes de turismo” (seria um elogio, se
o comentário referir-se à eficiência dos
coordenadores; qualquer outra conotação seria uma ofensa...). Se você, companheiro da TQP, se julga capaz de preencher tais condições, você está selecionado por você mesmo. Em contrapartida
aos enobrecedores encargos, você terá
as seguintes prerrogativas: 1) Não será
remunerado, por acreditar em que, na terceira idade, é importante praticar terapia
ocupacional, ou achar que “dinheiro não
faz a felicidade”; 2) Encherá seu coração de alegria pela oportunidade de fazer contribuições mais generosas do que
os demais companheiros, por conta das
viagens precursoras e dos desequilíbrios financeiros na realização de eventos, nas edições de O Con*dor com páginas extras; e nas despesas com o funcionamento da Sede da Turma; 3) Fará
uma salutar dieta quando estiver coordenando uma atividade, por não sobrar
tempo para comer direito; 4) Tornar-seá, também, ultra-moderado na ingestão
de bebidas alcóolicas, pela mesma razão
(cuidado para não se tornar abstêmio);
5) Poderá habilitar-se a freqüentar colunas sociais, ao ser considerado fofo-
queiro quando vazar um comentário feito
a um confidente confiável em momento
de desabafo (próprio da natureza humana); 6) Será de “honras sacaneado” com
o afastamento de alguns amigos que se
sentem ofendidos pelos Representantes,
por meio de palavras escritas (brincadeiras no jornalzinho), ou faladas (discussões idiotas, após muitas cervejas, nos
happy hours), ou pensadas (por eles
mesmos, achando que houve desatenção
ou desconsideração a seus pedidos ou
sugestões); e 7) Finalmente, quando, certo dia, você resolver deixar a Representação por se haver tornado intolerante
com os intolerantes, ao recobrar a lucidez dos seus trinta e nove anos de idade
(o “estalo” se dará quando você se indagar: O que estou fazendo aqui?), então
você terá adquirido vasta experiência para
cuidar de muitas outras coisas interessantes para você mesmo e de que você já
nem se lembrava mais da existência. Naturalmente, depois de um longo recesso
para se refazer do estresse (no popular,
“saco cheio”). Se houver interesse, inscreva-se junto à Sede da Turma, até 19
de abril de 2003, indicando os cargos de
sua preferência. Além dos mencionados
na última página de O Con*dor, poderão
ser criados os seguintes: Administrador
da Sede; Curador do Acervo Histórico;
Médico Geriatra, Médico Psiquiatra e
Ouvidor Geral.
Boa Sorte!
A Representação
(atual, por enquanto)
ATIVIDADES PROGRAMADAS PARA 2003
ão vamos elaborar um programa
de trabalho formal para este ano.
No entanto, algumas atividades
devem ser indicadas como prioritárias.
A ampliação do Acervo Histórico será
perseguida em caráter permanente. A reorganização do cadastro dos integrantes da Turma, contendo outras informações pessoais, está sendo organizada
por alguns companheiros, registrandose uma valiosa contribuição do Brandão
(57-87, Almir, BL). Impõe-se uma atualização do Plano de Comunicação (ou Plano de Reunião; ou outro nome que os
“não-burocratas” queiram dar), que inclua, pelo menos, os endereços eletrônicos. Dos eventos “em estudo”, o que
mais desperta interesse na Turma é a visita à Academia da Força Aérea, em
Pirassununga, com passeios a outras cidades da Região (Holambra, Ribeirão
Preto, preferencialmente). Apresentaramse para coordenar a viagem: Pacheco,
Thedim, Reis e José Nelson. Cremos que
o Ivan e o Maurício Pereira possam, também, ajudar na programação. Se alguém
mais quiser sugerir outro passeio, poderá fazê-lo, pessoalmente, ou por telefone, carta ou correio eletrônico, lembrando-se que a aceitação da coordenadoria do projeto pelo proponente facilitará a sua realização, já que todos os Representantes estão sobrecarregados.
Vale observar que um passeio somente
se viabiliza se houver adesão de, no mínimo, vinte participantes. A única exceção é a Festa de N. Sra. de Achiropita,
que pode receber a adesão de um menor
número de residentes fora de São Paulo,
que se incorporarão ao grupo do
Sucupira. No Rio, o Luís Mauro (que não
perde uma e não gosta de viajar sozinho) sempre se incumbe de divulgar a
Festa e convencer alguns companheiros a acompanhá-lo. O encontro da Turma, no final do ano, de responsabilidade direta da Representação, será divulgado em outubro. Desde já, aceitam-se
sugestões para esse sempre concorrido
e animado evento.
A Representação
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CONCURSO DE O Con*dor
Solução do Concurso Nov-Dez/2002
Com este conto do Tujal, Cad. 57-095, ninguém mais quis competir. Vejam que história fantástica, vivida por três Aspirantes de
nossa Turma. O autor merece ganhar o prêmio de “Um Conto de Réis”. Só falta um patrocinador.
A
MEU PRIMEIRO CARRO
o ler a edição Nov-Dez/2002, mais
especificamente, O Concurso de
O Con*dor, lembrei-me de uma
história interessante que se enquadra no
título proposto, Meu Primeiro Carro, e
resolvi escrevê-la para o nosso Boletim.
Tarefa difícil, até porque meus primeiros
carros não foram propriamente meus, foram “os carros dos amigos”. Fui um Aspirante feliz. Aportei ao Recife junto com
o João Carlos, para servir no Parque, e lá
encontramos mais seis Aspirantes e um
Tenente Dentista, o Tércio, que era mais
Aspirante do que todos nós. Na Escala
de Serviço havia vinte e oito. Melhor, nem
pensar. Logo de saída, fiquei conhecendo o Valmir Pontes, e nos tornamos muito bons amigos. Morávamos atrás do
Clube de Aeronáutica, em uns barracos,
mas tínhamos uma bela praia na nossa
frente. Nossa primeira aventura veio logo
na primeira visita ao Clube, quando conhecemos o Major Miranda S.B.F., Chefe do Pessoal do Parque, o qual logo nos
convidou para tomarmos (ou pagarmos?)
umas cervejinhas com ele. À noite, ele
nos pegou no Clube, colocou-nos em seu
carro (que considero o meu primeiro carro), e nos levou direto para o Pina, onde
tivemos que beber as tais cervejinhas em
quase todas as bibocas que encontrávamos. Era um sai do carro, toma cerveja,
volta para o carro, anda um pouco, torna
a saltar, mais cerveja... Lá pelas tantas, o
João virou para mim e disse: “O soldo já
se foi, agora vamos entrar na ajuda de
custo!” E tome cerveja! Muito mais tarde, meu primeiro carro nos levou até um
bar (?) perto do Aeroporto, onde o Major S.B.F. quase comprou uma briga com
um caminhoneiro, e depois nos deixou
num hotel (?) onde eu e João desmaiamos pelo restinho da noite. Não esqueci,
era um Studbaker. Depois veio a Lambreta
do Valmir, onde eu era o garupa quase
que permanente. Até porque, se trocássemos de posição, descompensava a viatura. Aí, o João comprou um Prefect, cujo
ano de fabricação perdia-se no tempo.
Tudo bem, o carro até andava, mas tinha
um “probleminha” na bomba de gasolina, que era mais sentido. Como a gasolina não chegava ao carburador por vias
normais, arranjamos uma lata de azeite,
adaptamos um tubo de plástico, e fizemos ligação direta. A minha missão era ir
no lugar do carona, segurando a lata do
lado de fora do carro e controlando o ní-
vel de combustível no tanque, quero dizer, na lata. O consumo era grande e a
performance medida em metros / lata. O
carro seguinte foi do Valmir. Era outro
Prefect, ou Citroen, sei lá, de qualquer forma era um outro caixote preto. Logo que o
comprou, o Valmir ficou com um grilo: queria ir caçar, mas, como havia comprado
uma carteira de motorista em Curitiba, pelo
telefone, não se sentia muito seguro em
dirigir no centro do Recife. Com muito tato,
cercou-me, perguntando se eu sabia mesmo dirigir. Eu disse que sim. Se eu já havia
dirigido na cidade? Eu também disse que
sim. Com isso, ele perdeu os últimos receios, pois a vontade de caçar era maior, e me
deu o carro para que eu dirigisse. Assestadas as metralhadoras, fomos, caçamos e
voltamos. Só então, ele soube que eu havia aprendido a dirigir no caminhão do Lixa
D’Água e nem carteira tinha. Berrou que
eu era um irresponsável, por ter arriscado
o seu carro novo (?). Quando eu disse
que só fui porque o carro era dele, pois se
fosse meu também não iria, minha sorte
foi correr mais que ele. O Valmir era inconstante e logo trocou esse carro por um
Austin, conversível. Carrinho lindo, mas
com a capota meio rasgada. Tiramos a dita
para consertar, e nunca mais foi colocada.
Quando chovia, eu, carona perpétuo, tinha de segurar o banco de trás, acima de
nossas cabeças. Da minha, era fácil, da
dele, nem tanto. Uma questão de tamanho
de braço. O carro era vermelho, e a época,
63/64. Mas, para compensar, se você largasse o volante, o “vermeihinho” fazia
uma curva de 90º para a direita, sozinho.
Passei, também, a ser mecânico, isto depois que coloquei, em dois minutos, uma
peça, a qual o Valmir estava tentando colocar já havia umas três horas, suando em
bicas. Perguntei-lhe como, com toda aquela habilidade manual, ele havia aprendido
a escrever, e tive, mais uma vez, que demonstrar meus dotes de corredor. Costumávamos sair, sempre em bando, como
bons Aspirantes. O grupo era sempre o
João, o Valmir, o Tércio e eu. Às vezes,
incluíamos o Nivaldo, mas só quando ele
estava de folga, pois vivia mais preocupado com as freiras de um convento das redondezas. Como eu bebia menos (eles
bebiam trinta garrafas, em média, dependendo do dia do mês, e eu somente vinte
e oito), - dirigir o carro, na volta, sobrava,
quase sempre, para mim. Numa dessas
voltas, essa do Clube Internacional do
Recife, onde o João era amigo do Chefe
dos Garçons (figura importante na hora de
pagar a conta), o Valmir se aboletou no
banco traseiro, com as pernas para fora,
evidentemente, e começou logo a roncar.
No dianteiro, eu, dirigindo, o Tércio, de
bolinha, e o João, na porta. Quatro horas
da manhã, sei lá, mas era verão, muita gente ainda nas ruas (bons tempos), e muitos
casaizinhos agarrados nos portões. O João
não fazia por menos, gritava uma gracinha
para todos que via. Alguns exemplos: Larga o osso! Eta muié feia! Bando de
vagabundos! Vai c.., aí mesmo, ou quer
que embrulhe! Lá pelas tantas, havia um
grupo de uns dez, numa esquina, e, quando nos aproximamos, o João se preparou.
Mas, no que começou a disparar a sua
melhor frase de efeito, eu tive de diminuir
a velocidade e quase parar, devido a um
enorme buraco que havia na rua. O grupo
nos encarou de perto. É nos momentos
críticos que as pessoas se revelam. Nessa
hora, o João deu ampla demonstração de
sua capacidade de improviso, emendou
bem, e a frase saiu assim: “Oi, seussssss...
boas gentes, tudo bem?” A turma acenou
de volta, numa boa. Escapamos dessa, e
as nossas gargalhadas acordaram o Valmir,
que nos deu um trabalhão, até voltar a
dormir. Tinha passado das trinta. Tivemos
muitas aventuras, até caso de namoradas
comunitárias, e, finalmente, eu também
comprei um carro, do Tenente Waldemar
(vendedor emérito de carros velhos). Era
um Javelin, com um motor Morris, adaptado, e se vocês nunca ouviram falar nele,
não estranhem, eu também nunca mais
ouvi. Ele tinha um “probleminha”, como
todos os outros carros anteriores. Para pegar, só na manivela (nada contra o Miguel).
Aliás, logo depois eu casei, e o meu primeiro trabalho foi ensinar a novinha com
ligar as chaves, tirar de marcha, apertar
acelerador (tinha acelerador, viu?), e outros procedimentos necessários para que
eu pudesse virar a tal manivela (não, ainda
não é você, Miguel) em segurança. No final de 1964, eu troquei esse carro por um
Fusca 60, comprado, dessa vez, do Capitão Cardoso (o famoso Morcego), e, com
esse Fusca, no início de 1965, eu e minha
mulher fizemos uma RF-RJ-RF pelas “ótimas” estradas da época.
Mas isso já é outra história.
Cad. 57-095,Tujal, J.J.L.
Aspirante de 1962
O COn*DOr n o. 1
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NOTÍCIAS DE BARBACENA
O
Barbacena Reconhece Carinho da Turma pela Cidade
Jornal Oficial do Município de
Barbacena, em sua edição de
29 de janeiro de 2003, publicou
esta simpática matéria, abaixo transcrita,
em que fala da Escola, da Turma e do
nosso Boletim. É muito gratificante
verificarmos que, da mesma forma como
continuamos a cultuar a Cidade da nossa
juventude, igualmente, continuamos a
merecer de Barbacena as manifestações
carinhosas com que sempre nos brindou.
Mais uma vez,
Obrigado, Barbacena!
(O exemplar do Jornal Oficial foi gentilmente encaminhado à nossa Redação pelo
Professor Edson Carlo Brandão Silva,
Secretário de Comunicação do Município de Barbacena).
BARBACENA É DESTAQUE NA IMPRENSA
Publicações de circulação nacional e estadual destacam a presença da cidade na Cultura, no Turisma e na Economia de Minas Gerais.
Festa das Rosas, Força Aérea e Queijo Mineiro
Os ex-alunos da Escola Preparatória de
Cadetes do Ar - EPCAr - estão por todo
o Brasil e somam perto de 8 mil brasilei-
ros apaixonados pela Cidade que os
recebeu na juventude, e onde muitos
deles iniciaram brilhantes carreiras, seja
Concurso Jan-Fev/2003
A edição de Nov-Dez /2002 ilustrou um artigo atribuído ao poeta
Carlos Drummond de Andrade que serviu de base para a nossa
mensagem de Fim de Ano, com uma imagem muito feliz. Tratavase de uma montagem com um jovem e garboso Aluno da EPCAR,
em pé ao lado da estátua de Drummond, sentado em um banco do
calçadão da Avenida Atlântica. O Aluno era o 57-127, Antonio
Simão da Matta Filho, emprestado de foto vibradora de 1958
(à esquerda). Era nossa intenção, propor, como Concurso de
O Con*dor, a identificação do companheiro que contracenou
com o poeta, mas uma agradável surpresa, a correspondência do
jovem Fábio Bastos da Matta (ver Correspondências, Pág. 13),
filho do nosso colega, antecipou a solução.Desse modo, o concurso consistirá em identificar o elegante Aluno que divide a foto
com o Matta Filho (à direta, amplida, para facilitar).
na Força Aérea, na aviação civil ou em
vários outros segmentos profissionais. Em comum, eles têm o carinho pela
Cidade expresso de muitas formas.
Uma das turmas mais conhecidas na história da EPCAr, a 57-BQ / Aspirantes
62, mantém uma publicação de circulação nacional em cores, O Condor,
que, em sua edição de novembro, destacou a Festa das Rosas 2002. Outra
publicação nacional a se render aos encantos de nossas flores foi a revista Em
Campo - publicação bimestral da empresa New Holland Latino-Americana.
Na sua edição de novembro, também
colorida, a revista destaca não só a Festa das Rosas e suas belezas, como a
participação mais que especial dos tratores da empresa que tracionaram os
maravilhosos carros alegóricos da festa que, segundo a própria revista, impressionam pela magnitude das alegorias. Na mesma edição, uma chamada
de capa destaca o sucesso do produtor
barbacenense Moacir Vidal, que, de uma
fabriqueta caseira de queijos, produz
diariamente 3.200 kg de queijo e fatura
anualmente R$ 5 milhões.
O C On*DOr n o. 1
Página 16
ANIVERSARIANTES
Parabéns aos companheiros
Março
Dia 2 Freitas,
57- 29
Matta Filho,
57-127
Dia 4 Waldomiro,
58-278
Dia 6 Pantoja,
57- 07
Dia 1 1 Oldack,
57-121
Dia 13 Meira,
57-129
Dia 14 Pena,
57-167
Dia 16 José Maria,
56- 39
Dia 17 Ferreira,
57-103
Luiz da Silva,
57-106
Moreira,
59- 56 (Cad.)
Dia 18 Dalmo,
56- 32
Cubas,
58-258
Dia 19 Schneider,
57-171
Dia 20 Cardoso,
57-136
Dia 23 Toledo,
57- 79
Dia 25 Olegário,
59-349
Dia 28 Ungaretti,
57- 98
Dia 30 Salatiel,
58-287
Brival,
59-334
Abril
Dia 1 Perez,
56-124
Dia 7 João Carlos,
57- 40
Dia 9 Longuiño,
56- 30
Horta,
57- 78
Dia 10 Conte,
57-142 (!)
Granha,
57- 75
Dia 11 Martins França, 57-158
Dia 12 Schmitt,
59-344
Lencastre,
60- 121 (Cad.)
Dia 14 Brandão,
56- 21
Dia 15 Vieira,
57- 11
Giovenco,
57- 69
Bernardini,
57-159 (!)
Dia 16 Gilberto,
57- 73
Cordenonsi,
58-275
Dia 18 Telmo,
57- 31
Valporto,
60- 123 (Cad.)
Dia 19 Silveira,
57- 05
Dia 20 Pereira,
57-104
Dia 22 Nunes,
57- 13
Waldir,
59-358
Dia 24 Godoi,
57-134
Dia 26 Bloise,
57- 115 (!)
Dia 28 Perazo,
57- 02
Dia 29 Gavião,
57-162
Dia 30 Silveira,
56-134
Jan-Fev/2003
O ANIVERSÁRIO DO JOÃO LUÍS
R
ecentemente, o jovem João Luís,
filho do nosso estimado colega
Mossri, em clara demonstração de
haver herdado a inteligência do pai, foi aprovado nos concursos de admissão ao Colégio Pedro II e ao Colégio Militar. Como seu
filho aniversariava no período, o Mossri, um
pai muito “coruja”, resolveu fazer um “monumental” churrasco para comemorar os dois
eventos. O lugar escolhido foi uma das
aprazíveis churrasqueiras da Sede Aerodesportiva do Clube de Aeronáutica, na Barra
da Tijuca. E, como não podia deixar de ser, a
Turma Quase Perfeita foi convidada. O comparecimento foi maciço, e quem foi não se
arrependeu. A carne estava ótima e a cerveja, também. Além disso, o ambiente era dos
mais animados, como costuma acontecer
nas reuniões da Turma. Aliás, até aprecia
uma, tal a quantidade de “integrantes” presentes. Havia muito mais amigos dos pais
do que coleguinhas do João Luís. Para satisfação geral, compareceram, até, alguns
companheiros muito queridos de todos,
como o Raposo e o Neves, que estão um
pouco desaparecidos. Um dos momentos
mais pitorescos ocorreu quando o nosso
colega Luís Mauro deu o presente de aniversário ao seu jovem xará de 14 anos. Para
surpresa geral, era um CD com as Sinfonias
.
nos 40 e 41, de Wolfgang Amadeus
Mozart,
na interpretação da Orquestra Sinfônica de
Viena, regida pelo Maestro Herbert von
Karajan.
PENSAMENTO DE
O C On*DOr
“Não estive na Festa dos
40 Anos, por ter ido, naquela data, à diplomação
do meu neto Bruno, que foi
eleito Orador da Turma
Turma..”
Está justificado, Thedim. Nossos
parabéns ao seu netinho pela conclusão do Curso Pré-Escolar.
Compromisso com neto pretere
qualquer outro!
A reportagem de O Con*dor flagrou o exato momento em que o Luís Mauro
entregava o presente de aniversário ao jovem João Luís, filho do Mossri.

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