AQUI - Turma 57-BQ
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Jan-Fev/2003 O COn*DOr n o. 1 Página 1 TURMA 57-BQ / ASPIRANTES 62 “Por Aspirarmos à Aviação, Somos Todos Aspirantes” Placa de bronze afixada no Corpo de Cadetes da antiga Escola de Aeronáutica, atualmente, Universidade da Força Aérea Os Aspirantes de 1962, 40 Anos Depois A tradicional “fotografia oficial” da Turma no Pátio da Bandeira da antiga Escola de Aeronáutica Neste número: Reportagem fotográfica completa sobre a Festa dos 40 Anos do Aspirantado (Fotografias de Gabriel, o Fotógrafo Quase Oficial da Turma) O C On*DOr n o. 1 Página 2 Jan-Fev/2003 ENCONTRO DE FIM DE ANO Amaury, o feliz sorteado, recebe, da autora, Veronica, o seu livro sobre Drummond. ste ano, o nosso tradicional Encontro de Fim de Ano incorporou-se às Comemorações dos 40 anos do Aspirantado. Embora não tenha fugido aos padrões que vêm orientando a sua organização nos últimos tempos, era visível o clima de relevância que todos atribuíam ao acontecimento, que perdeu a condição de rotina anual, para se tornar um dos marcos definidores do aniversário de 40 anos. 40 anos do início da vida profissional de um grupo de jovens próximos, que se fizeram mais unidos com o tempo e não esqueceram, nem esquecerão, jamais, aqueles que desembarcaram mais cedo do “Trem da Vida” (*), ou que, simplesmente, trocaram de vagão. Nesse último caso, seus lugares estão reservados, e, assim continuarão. Afinal, E O Coronel Israel veio de Campo Grande / MS para aprender a organizar as festas da sua Turma (58-BQ). Somos Todos Aspirantes de 1962! João Luís, filho do Mossri, compareceu, ainda em ritmo de comemoração do sucesso nos concursos para o Pedro II e o Colégio Militar. “Bené, você e a Lúcia não levaram falta. Registramos suas presenças em nossos corações” (**). O Danilo (Cad. 60-124) prestou homenagem, em nome da Turma, ao Coronel-Aviador Neri do Nacimento, para nós, o “Tenente” Neri, Instrutor de Vôo e Chefe da Seção de Educação Física, nos Afonsos. Sendo o Brigadeiro Danilo Presidente do Clube de Aeronáutica, fez questão de ressaltar que o Cel. Neri é um sócio-amigo da Entidade, ao tempo em que Esse maravilhoso trio esbanja alegria... e robustez. Coquetel Dançante (*) Ver o excelente artigo O Trem da Vida, de Silvana Duboc, na Ed. no 5, Set-Out/2002; (**) Esta reportagem já estava pronta, quando recebemos a dolorosa notícia do passamento do nosso querido companhiro Luiz Bernardini, no dia 05/02/2003. O Encontro, mais uma vez, aconteceu no Clube de Aeronáutica. Na noite de 14 de dezembro, sábado, foi realizado um Coquetel Dançante, programado como um aquecimento para a Comemoração dos 40 Anos de Aspirantado, no dia seguinte, no Campo dos Afonsos. A festa foi muito animada. Deu de tudo. Além do excelente bufê, servido pela concessionária do Clube, Sabor & Cia, os dois músicos - Jorge (teclado) e Josué (saxofone) - garantiram o sucesso do baile e da apresentação dos cantores da Turma - Cardoso, Seixas, José Nelson e Padrão. Homenagens, saudação natalina, sorteio de brindes, momentos de poesia, show de cantores e dançarinos, bazar e papo animado tornaram aquela noite muito agradável e especial. Homenagens O José Nelson pediu aos presentes que elevassem o pensamento a Deus, em oração, pela saúde do Bernardini (Al. 57-159), que se encontrava internado, convalescendo de grave enfermidade. O Seixas canta um pagode, enquanto o Montero tenta acertar o passo. O COn*DOr n o. 1 Jan-Fev/2003 O Padrão abocanhou, para interpretar, acompanhado pelos músicos, canções do seu vasto repertório. declarou sua grande admiração pelo Instrutor de Vôo do 3º Ano Aviador, que o preparou para ser Piloto de Caça. Ao nosso homenageado foi entregue uma panóplia com o emblema da Turma Quase Perfeita. No agradecimento, o “Tenente” Neri afirmou que se orgulha de ser, até hoje, amigo de todos os Cadetes daquela época. E contou episódios interessantes de sua carreira. O João Carlos aproveitou a oportunidade para entregar, também, uma placa ao Presidente do Clube, em reconhecimento pelo esforço da Administração, no sentido de facultar o agradável ambiente às dezenas de turmas da grande família aeronáutica que lá se encontram, periodicamente, para recordações e renovação. Página 3 E o Cardoso arrebatou-lhe o microfone para levar um Samba, mais uma de suas aplaudidíssimas interpretações. Sorteio de Brindes A Soninha, esposa do Neri, confeccionou anjinhos para oferecer aos amigos, neste Natal. Separou três deles para sorteio em nossa festa. Os premiados, realmente, fizeram uma festa com as lindas O Pacheco veio de Pirassununga para liderar o Clube do Bolinha. peças de artesanato. O Clarindo ofereceu três de seus livros para sorteio – “Memórias de um BQano”, “O Rufião” e “Canavial”, e sua esposa, a consagrada escritora Maria Veronica Aguilera, também ofereceu seu mais recente livro para completar os brindes. Momentos de Poesia O Clarindo assumiu a parte literária da festa, fazendo a apresentação do último livro da jornalista e poeta Veronica, intitulado “Carlos Drummond de Andrade – A Poesia do Cotidiano”. Esse livro foi lançado pela Editora Expressão e Cultura, no dia 23 de outubro de 2002, versando sobre o tangenciamento da poesia, com a crônica de Drummond. O local escolhido foi a Academia Brasileira de Letras, pela importância atribuída à obra nos meios literários. Valendo-se da oportunidade, o Clarindo falou da identidade poéticofilosófica com a Veronica, que os aproximou em 1986, quando a Cardoso, show no palco, show no salão Os paulistas adoram a Festa de Fim de Ano, no Rio. O “Tenente” Neri exibe a panóplia da Turma. O C On*DOr n o. 1 Página 4 Zilson, sorteado com um anjinho ofertado pela Sônia (do Neri) Jan-Fev/2003 Ângela (do Brito), também sorteada com um anjinho conheceu no Sindicato dos Escritores, em que ele exercia o cargo de Diretor Cultural. Convidou-a a recitar o poema “Floração” e, logo após, recitou o seu poema “Polinização”, uma resposta poética que os une até hoje. Foram momentos mágicos. A Butique do Ribamar Na entrada do salão, o Amorim e o Mossri prepararam às pressas uma Secretaria / Tesouraria para “recepcionarem” os companheiros, “apresentando-lhes a conta”. E apontavam para uma mesa ao lado, um bazar improvisado que alguém batizou de Butique do Ribamar (prenome do Mossri). Bonés com a insígnia de aspirante eram distribuídos gratuitamente, quer dizer, sem novo desembolso (custo embutido no valor da adesão). Havia, ainda, uma propaganda curiosa: “Ganhe uma tarjeta (com nome de guerra) e compre uma A Sueli (do Carneiro) levou um livro do Clarindo. página atribuída a Carlos Drummond de Andrade, intitulada TORCER. Mas nosso companheiro, o Padrão, com sua voz de locutor da Rádio PRK-30, pediu licença para ler a seguinte mensagem (diz ele que foi escalado pelo 40): O QUE DEUS TEM PROMETIDO Deus não tem prometido céu sempre azul, flores espalhadas pelo caminho da nossa vida. Deus não tem prometido sol sem chuva, alegria sem tristeza, paz sem dor. Mas Deus tem prometido força para o dia, descanso para o trabalhador, luz para o caminho, graça para a provação, ajuda para os caídos, infalível simpatia, imortal AMOR. Que as alegrias do Natal se renovem durante todos os dias do ano que se inicia. Amém! Veronica Aguilera declama um de seus poemas. camisa pólo” (R$ 15,00); mas as camisas só foram entregues pelo fabricante, após o término da festa. Outros artigos à venda: CD “As Bequeanas” (R$ 15,00); Medalhão da Turma (R$ 35,00); Foto Histórica da TQP, em 1958 (R$ 10,00). Livros do Clarindo citados (15,00, cada); Livro da Veronica sobre a obra de Drummond (R$28,00). Alegria, Alegria O show dos cantores e dançarinos foi motivado pela boa música, com uma dupla de instrumentistas do próprio Clube de Aeronáutica. O papo também foi muito animado, regado às excelentes bebidas servidas: água mineral e refrigerantes (para quem gosta); drinques coloridos (alguém gosta?); cerveja Bohemia (muitos gostam); uísque Johnnie Walker Black Label (muitos gostam); e vinho Marcus James (todo mundo gosta). E as iguarias do bufê? Excelentes! Ouvimos dizer que vão treinar o pessoal da copa para preparar os salgadinhos servidos no deque, com o mesmo padrão de qualidade. A saudação natalina deste Homenagem da Turma ao Clube de Aeronáutica - João Carlos ano, publicada em O Con*dor de Nov-Dez, foi inspirada em uma entrega a panóplia ao Presidente, o nosso colega, Brig. Danilo. Jan-Fev/2003 O COn*DOr n o. 1 Página 5 40 ANOS DO ASPIRANTADO DA “TURMA QUASE PERFEIRA” O Coronel-Aviador Gohn descerra a Placa Comemorativa dos 40 Anos do Aspirantado. Homenagem à UNIFA - O Tenente-Brigadeiro Lencastre entrega a panóplia ao Coronel Tavares, representante do Comando. Aspirantes de Ontem e de Hoje M anhã de sol, 21 de dezembro de 1962 – No cenário do Campo dos Afonsos, o verde do arvoredo salpicado do branco de antigas edificações, a Escola de Aeronáutica engalana-se para entregar à Força Aérea mais uma turma de oficiais – 73 Aviadores e 14 Intendentes. A festa é dos Aspirantes, que comemoram, com seus familiares, a grande conquista, dedicada, também a seus companheiros de jornada acadêmica, na Escola Preparatória e na Escola de Aeronáutica. Manhã de sol, 15 de dezembro de 2002 – No mesmo cenário, agora acrescido de outros pontos brancos de novas edificações, muitos dos 318 jovens idealistas da Turma 57-BQ / Aspirantes 62 – militares e civis – retornam ao antigo Corpo de Cadetes, para afixar, na sua entrada, uma placa comemorativa dos 40 anos de formatura. No bronze, perpetuam sua inabalável amizade. Descerra a placa o Coronel- O “Capitão” O. Lima e o “ Tenente” Gohn, nossos ComandanAviador Hartman Rudi Gohn, o estimado “Tenente” Gohn, prites na 4a Esquadrilha, fizeram uso da palavra. meiro Comandante da 4ª Esquadrilha, no Campo dos Afonsos. A singela e emocionante cerimônia reveste-se de absoluta fidelidade ao tema escolhido para o encontro: Somos todos Aspirantes-a-Oficial de 1962. Como ocorre com os maratonistas, existem dois momentos definitivos em suas carreiras: o representado pela largada e o definido pela chegada. Quem ingressa em Escolas Militares vive, também, com muita intensidade, esses momentos. Temos a consciência “programada” para aceitar as verdades explicitadas no lema “Mens Sana in Corpore Sano”. Como a dos maratonistas, a nossa adrenalina vai aos píncaros. A corrida em busca do ideal tem início. Ao longo do caminho, muitos param, desistem ou são parados, “desistidos”. Novos atletas são incorporados ao grupo. A corrida continua e o pódio é instalado, no O Brigadeiro Bhering, Presidente do MUSAL, recepciona seus colegas de Turma. nosso caso, na Escola de Aeronáutica, no Campo dos Afonsos. Menos de um terço consegue chegar. É o ASPIRANTADO. Mas não há derrotados, já que todos aqueles que não subiram ao pódio nos Afonsos prosseguiram nas outras provas da maratona da vida e se tornaram vitoriosos em suas buscas por novos ideais. Quarenta anos depois, após termos reverenciado a partida, em Barbacena, resolvemos comemorar a chegada e, para tal, em homenagem aos que foram ficando pelo caminho, cunhamos uma frase que diz bem da saudade dos que partiram e dos que se afastaram: O Luís Mauro saúda, em nome da Turma, o Coronel Braga, seu Instrutor de Vôo, amigo e ídolo - ídolo de todos nós! Por Aspirarmos à Aviação, Somos Todos Aspirantes. O C On*DOr n o. 1 Página 6 N Jan-Fev/2003 A UNIFA no Contexto do Campo dos Afonsos o dizer do Jornalista J. Marcos Montebelo: A história do Campo dos Afonsos é, a um só tempo, um pedaço da Grande História do Brasil e a sua síntese. Ela começa com a terra, a sua posse e as querelas; o meio-ambiente e a sua descaracterização; as heranças e as ambições; a gente brasileira; os estrangeiros que apenas usufruíram, e aqueles que nos vieram ajudar; os interesses comerciais versus a abnegação, díspares, mas convergentes; as ideologias, os idealismos e as grandes idéias. Termina, repleta e completa, na narrativa temporal da vida e da morte, mas também, da imortalidade – nas obras do espírito que sobrevivem além da morte. (Extraído do BIP Nº 6, Fev. 94 – SDIP). Outros autores enriqueceram suas obras com A Turma no espaço da Esquadrilha da Fumaça, no MUSAL Vista dos Hagares - Foto nostálgica O “Capitão” Braga exibe a panóplia da nossa Turma, a que dedica grande estima. Pequena pausa na visita para uma foto exemplos de idealismo e coragem em muitos episódios ocorridos naquele sítio, chamado de O Berço da Aviação Militar; O Ninho das Águias; O Legendário Campo dos Afonsos. A preservação desse patrimônio histórico está a cargo da Universidade da Força Aérea (UNIFA), sediada nas instalações da antiga Escola de Aeronáutica, acrescidas de outras edificações (modernas, mas de arquitetura harmoniosa com a dos prédios históricos). Seu Comandante atual é o Brigadeiro-do-Ar Antônio Luiz Rodrigues Dias. A manutenção dos prédios, alamedas e áreas verdes está a cargo da Divisão Administrativa, chefiada pelo Coronel-Intendente Alberto Tavares de Oliveira, que coordenou, com espontaneidade e eficiência, todas as ações necessárias ao nosso Encontro dos 40 Anos do Aspirantado. Em reconhecimento ao extraordinário trabalho da UNIFA e ao carinho dedicado às turmas que realizam eventos nostálgicos no antigo Corpo de Cadetes, nossa Turma prestou-lhe uma homenagem, materializada com a entrega de uma panóplia, pelo Tenente-Brigadeiro-do-Ar LENCASTRE (Cad. 60121), ao representante do Comando, o próprio Coronel Tavares, que, em suas palavras de agradecimento, ressaltou o compromisso dos Administradores de hoje, em preservar essa parte impor. tante da História da Aeronáutica brasileira. Fizeram uso da palavra, também, os nossos estimados Comandantes da 4a Esquadrilha, em 1959 – o “Tenente” Gohn e o “Capitão” O. Lima. Pelo inestimável apoio ao nosso Encontro, transmitimos os agradecimentos da Turma ao Comando da UNIFA. Obrigado, Brigadeiro Dias! Obrigado, Coronel Tavares! Visita ao Museu Aeroespacial Quem vai ao Campo dos Afonsos não pode deixar de visitar o Olhar atento nos armamentos - E dizer que já fabricamos mísseis... Museu Aeroespacial (MUSAL). Fundado há 25 anos, com apro- Jan-Fev/2003 O COn*DOr n o. 1 Página 7 O Horta busca inspiração no “SI”, de Rudyard Kipling. veitamento dos hangares da antiga Escola de Aeronáutica, reúne um espetacular acervo, destacando-se: uma centena de aeronaves, dezenas de motores, ar- Foto oficial do churrasco - A maioria ficou de fora - O “Tenente” Gohn ficou em dúvida. O Coronel Gohn agradece as homenagens da Turma. Toque de Rancho! Luiz Ribeiro veio de Brasília, como 1o peru. mas e outras peças importantes - algumas, únicas no mundo além de milhares de documentos e fotografias. O MUSAL conta com uma eficiente equipe de profissionais, divulgando, por meio de exposição ao público, a História da Aviação brasileira. O Velho e Lendário Campos dos. Afonsos, onde, nos idos de 1909, formou-se o embrião da nossa Força Aérea, guarda, hoje, esse patrimônio, conferindo, ao local, ares de uma beleza nostálgica. E a Turma foi ao Museu relembrar um pouco da história que, também, é sua. Seus integrantes foram recepcionados pelo Diretor, Brigadeiro Bhering, o nosso colega 57-64, na sala da Esquadrilha da Fumaça. Para nossa aleDescontração à sombra das amendoeiras O C On*DOr n o. 1 Página 8 Jan-Fev/2003 O Clã do Ivan - três gerações da TQP Moraes Rego e Neide, sempre presentes, desta vez, com as filhas gria, lá estava o Coronel.-Aviador Antonio Arthur Braga, o inesquecível “Capitão” Braga, eterno Comandante da famosa Esquadrilha, que nos brindou com uma exposição sobre o acervo daquela sala e sobre os feitos dos pilotos que encantavam, encantam e continuarão a encantar a juventude de todos os recantos do Brasil e de muitos outros países. Coube ao Coronel-Aviador Luís Mauro, 57-04, Aluno do “Capitão” Braga, no 3º Ano Av, a honra de saudar seu Instrutor e ídolo de todos nós, entregando-lhe uma panóplia com o emblema da Turma e os seguintes dizeres: “Capitão” Braga, somos-lhe gratos por despertar, em nossos corações, a paixão pela Aviação. A visita prosseguiu por outras dependências, tendo despertado muito interesse as salas que abrigam o acervo de Santos-Dumont, do 1º Grupo de Aviação de Caça e dos Simuladores de vôo. Esta última foi inaugurada no dia 28 de novembro de 2002, com a presença de integrantes da Turma Quase Perfeita. Encontra-se, lá, o revolucionário Link Trainer, que contribuiu para o preparo de muitas gerações de pilotos, com vista à difícil navegação por instrumentos, romanticamente chamada, na época, de “vôo cego”. Após a visita ao Museu, os participantes do encontro deslocaram-se para o aprazível local da churrasqueira, atrás da antiga Biblioteca, hoje ocupada pela Comissão de Desportos da Aeronáutica (CDA). Mesas e cadeiras haviam sido dispostas à sombra das amendoeiras, para maior conforto de todos. Entretanto, muitos preferiram ficar em pé, circulando e parando nas diversas rodas que se formavam, para “botar o papo em dia”. A alegria e a descontração eram contagiantes, proporcionando um clima de confraternização, talvez, sequer imaginado pelos organizadores da festa. Nossos repórteres se sentem incompetentes para fazer esta reportagem, por mais que tentem transmitir aos leitores aquelas incontidas emoções dos “jovenzinhos” da Turma. Por isso, estão apelando para muitas fotos coloridas, como coloridos são nossos sonhos (realizados, ou quase...). Uma atração especial, irresistível, mesmo, foi um bar montado, em que eram servidos drinques dos “anos dourados”: cuba libre, hi-fi, daiquiri, caipiríssima e caipiroska. Serviam-se, também, uísque, vinho e a mundialmente famosa caipirinha (de cachaça mesmo). Um barman verdadeiro cuidava do bar, batizado de “parada técnica”, e dois garções circulavam, servindo cervejas e refrigerantes. O Crispim, nosso churrasqueiro exclusivo e, portanto, “Quase Oficial”, caprichou no preparo das carnes e das guarnições (para todos os gostos). De sobremesa, banana assada, abacaxi e uma super-torta, feita, especialmente, para a comemoração, com direito a “parabéns pra você”. A animação ficou por conta da Lêda (do João Carlos), que levou seu teclado para que os artistas da Turma o tocassem. “Sobrou pra ela”, pois não se apresentou nenhum tecladista. A propósito, o João sempre diz: “inventou, tem de assumir”. Talvez, por isso, ficou ainda mais animada a brincadeira musical. Os cantores de sempre apareceram para arrebatar o microfone e “arrebentar”... (no bom sentido) – José Nelson, Seixas, Padrão, Ivan e Gabriel, mais uma vez foram os destaques. O Cardoso, para nossa frustração, não compareceu aos eventos dos Afonsos, em que, se esperava, iria repetir o show da noite anterior. Em dado instante, o Churrasco dançante - Arieis atrapalhando... O Seixas, fora da foto, puxa parabéns pelos 40Anos doAspirantado. Churrasco de Confraternização Jan-Fev/2003 O COn*DOr n o. 1 Sucupira, grande causídico e aviador de nascimento (a 23 de outubro) e de cartão de vôo, “pousou” na pista de dança improvisada para saudar o “Tenente” Gohn e proferiu belas palavras, relembrado grandes momentos vividos, há quarenta anos, naquele local histórico. Surpreendeu o homenageado com mais um preito, ao entregar-lhe a “tradicional” placa da Turma. Foram momentos muitos agradáveis, como atestaram nossos companheiros vindos de fora: Sucupira, Toledo, Dárcio e suas esposas (de São Paulo); Vasquez (de São José dos Campos); Pacheco (de Pirassununga); Arieis Santana (de Campo Grande / MS); Manoel Carlos, Archimedes, Luiz Ribeiro e Malagutti (de Brasília). Muito felizes estavam os “meio desgarrados” Celso e Ângela, Tujal, Mário C.O. e Gerson, este Administrador do Página 9 Aeroclube de Maricá, já colocado à disposição para um “encontro de manicacas”, com direito a futebol (idéia do Wilson Tarugo), cerveja e peixe frito. É importante destacar a participação alegre das esposas, dos filhos e filhas, dos genros e noras, dos netinhos e netinhas. O Ivan, orgulhosamente, reuniu seu clã, parte vinda de Manaus. Cremos que nossos convidados especiais tenham provado a si mesmos que estão em boa forma, sobrevivendo a tantas emoções. Obrigado, “Tenente” Neri! Obrigado, “Tenente” Gohn! Obrigado, “Capitão” O. Lima! Obrigado, “Capitão” Braga! Obrigado, Roberto Newton! Obrigado por ter vindo e ter trazido a sua família. Seu pai, José Newton Acioly, está sempre presente, integrando nossa Esquadrilha. Até breve, amigos! O nosso companheiro Luís Mauro voou no Link Trainer - O T-6 do “Capitão” Braga após a recuperação no PAMA-LS E ele ensinava: “Toda vez que um piloto faz força, está errado”... Uma máquina maravilhosa para um piloto extraordinário! T odos os companheiros estão convidados para os descontraídos encontros da Turma, às terceiras terças-feiras de cada mês, no deque do Clube de Aeronáutica. Estas reuniões são o nosso evento rotineiro mais antigo e, também, um dos mais simples e agradáveis. Não há necessidade de comissão de organizão, emissão de convites, confirmação de presença... O único requisito indispensável é o desejo de rever amigos, divertir-se e, sobretudo, de voltar à adolescência, em um passe de mágica. Venham juntar-se aos freqüentadores assíduos (fotografia ao lado), com direito a contar muitos “causos” e piadas. CONVITE O Grupo Mais Que Perfeito da Turma - Freqüência de 100 % em todas as reuniões O C On*DOr n o. 1 Página 10 A Jan-Fev/2003 NOSSOS HOMENAGEADOS Universidade da Força Aérea e o Clube de Aeronáutica são entidades históricas do nosso, ainda hoje, Ministério da Aeronáutica. Muito se poderia falar do que representam a UNIFA e o CAERO para a nossa Turma e para as diversas gerações de homens que ajudaram a construir a História da Força Aérea Brasileira. Mas optamos por dedicar este pequeno espaço a três desses homens, para nós, exemplos de Militar e Cidadão, com os quais tivemos o privilégio de conviver por mais de quatro décadas, e, com os quais aprendemos, e continuamos a aprender, lições que nos têm sido úteis a vida inteira. Coronel-Aviador Hartman Rudi Gohn Foi o Oficial que recepcionou os Alunos do 3o Ano da EPCAR que viriam a constituir a 4ª Esquadrilha do Corpo de Cadetes. Esse gaúcho muito sereno e atencioso, nosso primeiro Comandante de Esquadrilha no Campo dos Afonsos, fez-nos sentir, totalmente, responsáveis diante de nossas tarefas cotidianas. Entre as lições que nos deixou, destaca-se uma que nos influenciou por toda a vida profissional. Ele nos mostrou que é possível ser um bom militar, firme nas atitudes, fiel aos regulamentos e, ao mesmo tempo, tratar com respeito os subordinados. Com ele, aprendemos que devemos ouvir nossos comandados, que devemos neles confiar, que devemos ajudá-los na solução dos problemas. O então Tenente Gohn, no pouco tempo em que nos comandou, devolveunos a humanidade que muitos tentaram suprimir. O tempo foi pouco, mas o período era muito difícil, talvez por isso, teve tanta importância e nos calou tão fundo o exemplo que recebemos. Por sorte nossa, o sucessor do nosso homenageado no Co. . mando da 4ª Esquadrilha, outra personalidade extraordinária, finalmente consolidou o nosso aprendizado. O Coronel Gohn, para nós “Tenente” Gohn, formou-se em 1953, tendo sido promovido a Coronel em 1977. Ao passar para a Reserva, deixou uma marca de mais de 6.000 horas de vôo em diversas aeronaves, destacando-se nas de emprego em Missões de Patrulha, incluindo Tática Anti-Submarino e Pouso em Navio-aeródromo. Além de importantes funções operacionais, exerceu tantas outras que lhe valeram as medalhas de todas as Forças Armadas brasileiras e, também, a da ONU, por haver participado da Missão de Paz no Congo. Neste Encontro dos 40 Anos de Aspirantado, viemos resgatar uma dívida de gratidão ao nosso estimado Comandante da 4ª Esquadrilha. “Tenente” Gohn, obrigado por nos ajudar a ser mais eficientes e nos ensinar a tratar bem os nossos subordinados. Coronel-Aviador Neri do Nacimento Igualmente gaúcho, mas da Turma de Aspirantes de 1955, o Coronel Neri, também, nos recepcionou no Campo dos Afonsos, desta vez, com muitas “flexões” e “cangurus”. Mas não era trote de veteranos. Era o Tenente Neri puxando a sessão de Educação Física, à frente de outros instrutores e monitores. Seu entusiasmo era tanto que nos fez acreditar que seríamos todos atletas campeões. Assumiu a Chefia da Seção de Educação Física, sem prejuízo da instrução aérea. Vários colegas de Turma tiveram a sorte de tê-lo como Instrutor no Estágio Avançado, no 3º Ano Aviador. Todos, com aproveitamento. Mas, no esporte, nem todos chegaram a acompanhá-lo, pois o “Tenente” Neri era um “fominha de bola”, além de praticar, muito bem, outras modalidades de atletismo. Na subida de cordas era imbatível. Ao longo de sua carreira e até hoje, pratica esportes. Manifesta, ainda, orgulho ao contar que, na cerimônia de diplomação do Curso de Pára-quedismo Militar, em que se classificou em primeiro lugar (de uma turma que começou com 44 e terminou com 6 alunos), foi elogiado, em público, pelo General Comandante da Brigada Pára-Quedista, com as seguintes palavras: “Gostaria de que o Exército Brasileiro tivesse, em seus quadros, homens da estirpe deste Oficial da Força Aérea.” Como Piloto de Busca e Salvamento e Pára-quedista Militar, atuou em muitas missões de misericórdia, tendo obtido, também, o reconhecimento de governos estrangeiros. Além das medalhas militares, foi condecorado com a P Honoris Causa do Equador, Post Aé Mil Américas, P Honoris Causa da Bolívia e Mérito Ouro Cidade de Recife. O Coronel Neri, nosso estimado “Tenente” Neri, pode ser encontrado para um papo alegre, todos os dias (ou quase todos), no Clube de Aeronáutica, onde é considerado um dos mais assíduos freqüentadores. Sua mesa está sempre rodeada de amigos, que foram seus Cadetes nos Afonsos, ou em Pirassununga. E nós, da Turma Quase Perfeita, temos a honra de pertencer a seu enorme círculo de amizades. Coronel-Aviador Antonio Arthur Braga Conhecemos o avião do Capitão Braga antes de entrarmos para a Força Aérea Brasileira. Era uma ave metálica de asas vermelhas que fazia muitas evoluções no ar, deixando, atrás, um rastro de fumaça branca. Esta e outras quatro aeronaves, mais tarde identificadas como T-6, North American, ou, simplesmente, NA, constituíam a Esquadrilha da Fumaça, criada, extra-oficialmente, em 1952, por Instrutores da Escola de Aeronáutica que se adestravam em suas horas de folga. Aqueles pilotos acreditavam que poderiam despertar, nos jovens das cidades interioranas, a paixão pela Aviação. Eles e os que os sucederam foram, e continuam sendo, responsáveis pelo ingresso na Força Aérea, de muitas gerações de pilotos e de outros apaixonados pela arte de voar. Dentre todos os ases da Fumaça, há um considerado um MITO VIVO. Trata-se do paulista de Cruzeiro, Antonio Arthur Braga, para nós, “Capitão” Braga, o mais famoso Líder da Esquadrilha da Fumaça, na Fase do T-6. A vocação para o vôo acrobático o levou a feitos singulares, tendo mais de dez mil horas de vôo, a grande maioria no nosso querido T-6. As suas acrobacias perfeitas, suaves, de velocidade de rotação absolutamente uniforme, encantavam o público de todas as idades, nele incluídos, também, muitos pilotos, que sempre o tomam como exemplo do ideal insistentemente perseguido, mas jamais alcançado. Nada disso, porém, lhe tirou outra característica marcante de sua personalidade: a modéstia. Nunca alardeou as suas virtudes e sistematicamente demonstrou extraordinária paciência com os alunos, que, muito orgulhosos do seu Instrutor de Vôo, dele se tornaram eternos amigos e admiradores. Coronel Braga, nós, os Integrantes da Turma 57-BQ / Aspirantes 62, guardamos, com carinho, sua imagem de excelente Instrutor de Vôo e ídolo da juventude de todos os tempos. Obrigado pela participação em nossa Festa dos 40 Anos. Obrigado por sua amizade. O COn*DOr n o. 1 Jan-Fev/2003 Página 11 CORRESPONDÊNCIAS Oração Pelo Bené Mãe Elogia a Turma Tal Pai, Tal Matta Filho Senhor, que és onipresente, tudo sabes, tudo vês e tudo podes, não precisas, certamente, de testemunhos para exercer tua Divina Justiça. Recebe, contudo, a prece dos colegas de Turma do irmão Bernardini e abre para ele a Tua Santa Morada. Vai, a teu encontro, o servo humilde, caridoso, praticante do perdão, o pai amoroso e dedicado, o amigo de permanente alegria, o ombro amigo, querido de todos. As crianças, que muito o amavam, não hesitariam em afirmar: ele era do Bem! Recebe, pois, a nossa prece. Como o meu filho está pretendendo ser aviador militar, acompanhei-o em suas buscas na Internet, atrás de informações. Procurando em EPCAR, achamos e visitamos páginas de muitas turmas. Há páginas muito bonitas, outras menos, algumas com senha etc. A maioria delas, pelo que entendi, atende aos objetivos de cada turma. A página de vocês, entretanto, é singular, logo a partir da frase na entrada: Uma Turma Quase Perfeita. As informações de que nós precisávamos sobre os exames para a EPCAR, encontramos todas, logo, na primeira página. Navegando, ficamos também sabendo tudo sobre a Escola e a Cidade de Barbacena. Vimos que a Escola onde estudaram os deixou unidos ao longo dos anos e os tornou vencedores e que vocês são pessoas animadas e alegres, como se vê no seu jornalzinho (muito bem feito, por sinal). Paulo Cláudio, meu filho, ficou deslumbrado, como eu, com o que leu. Como mãe, apesar do nervosismo de deixar um filho ir para uma profissão bonita, mas de risco como a de vocês, fico satisfeita por saber que ele estará feliz e que será bem tratado. Muito obrigada. Que surpresa agradável ao ler o boletim O Con*dor (Nov-Dez/2002), ver a foto do meu querido pai, Antônio Simão da Matta Filho, Aluno 57-127, ao lado do escritor Carlos Drummond de Andrade. Abraços do Camofo Voador, Al. 57-XXX Um companheiro que não se quis identificar visitou HP da Turma e deixou esta belíssima oração em intenção do nosso querido e saudoso Bené. Quando a notícia do passamento chegou a O Con*dor esta edicão já estava fechada. Assim, as homenagens da Turma ao companheiro que se foi serão publicadas na edição de Mar-Abr/2003. A Redação O Abraço do Zilson Um grande abraço aos irmãos da TQP. Visito-os com muita alegria. Zilson, Cad. 60-110 Muito bom você aparecer. O nosso Amorim tem reclamado de que nós não temos sido assíduos em nos comunicarmos por meio deste livro. Vamos ver se o movimentamos mais. Um abraço de todos nós, amigo, Brasil, Al. 57-18 (Webmaster). Feliz Natal, do Dalmo Caros irmãos. Peço desculpas por não ter comparecido às reuniões da nossa querida turma. Estou morando longe, fica um pouco mais difícil... Desejo a todos um Natal muito feliz e que em 2003 possamos nos reunir novamente. Um forte abraço para todos. Fábio Bastos da Matta. Prezado Fábio. Viu como o Matta filho ficou bem ao lado do poeta? Era nossa intenção propor aos leitores, como o desafio do Concurso de O Con*dor desta edição, a identificação do Aluno da EPCAR que aparecia ao lado da estátua do Drummond, o seu pai. Como se pode ver, você fez a extraordinária proeza de ganhar o concurso antes, mesmo, do lançamento. Sendo assim, vamos pedir a identificação do companheiro que aparece, na foto original, ao lado do seu pai. E você pode mandar a sua resposta, que será muito bem-vinda. Quem sabe, você acerta outra vez! É uma honra muito grande, Fábio, saber que a segunda geração da Turma Quase Perfeita é leitora do nosso Boletim. Um forte abraço. A Redação Dia Feliz do Malagutti Arlette Caros colegas da Quase Perfeita, Prezados Arlette e Paulo Cláudio, Bem-vindos à nossa página. Ficamos felizes com a leitura que vocês fizeram de nossa página. Realmente, ela pretende ser informativa para os que pretendem ingressar na FAB, especialmente para aqueles que desejam entrar na EPCAr. Mas, além disso, ela nos procura retratar. Ela é o nosso retrato tirado por nós mesmos. O nosso jornalzinho, O Con*dor, divulga as nossas histórias e é parte desse retrato. Nele, caprichamos ao expor a nossa alma, os nossos anseios e a nossa vivência. É bom ver que nossa mensagem de que somos pessoas felizes, foi entendida por você, Arlette. O menino será muito feliz na Força Aérea, palavra de quem lá esteve. Hoje, para mim, está sendo um dia, particularmente, agradável por dois motivos: primeiro, pelo 23 de outubro, nosso dia de tantas lembranças - o Dia do Aviador; segundo, pelo feliz recebimento do “O BQano”, nº 015 (O BQano?!), que me possibilitou ter acesso a esta página tão grata. Recebam todos um caloroso abraço. Malagutti, Cad. 60-111 Malagutti, Não se desculpe. Nós somos seus amigos e, diferentemente de esposas ou namoradas, nada cobramos ou exigimos. Sua ausência não o torna esquecido por todos nós. Receba o nosso abraço fraterno. A Equipe de O Con*dor agradece à simpática manifestação da Sra. Arlette e de seu filho, Paulo Cláudio, nosso futuro colega. Bem-vindo à página de nossa Turma! O Dia do Aviador é uma data grata a todos nós, civis, militares, aviadores, nãoaviadores, qualquer que seja a nossa atividade, porque neste dia revivemos a nossa adolescência e os ideais que tínhamos como pessoas e como brasileiros. Mesmo a vida nos tendo espalhado por diversos caminhos, o que nos unia - o amor pela Força Aérea e o desejo de servir ao nosso País - permaneceu conosco ao longo de nossa vida adulta. Acreditamos que, de tudo o que recebemos da FAB, o que tem maior valor é a nossa fraternidade e o prazer de estarmos uns com os outros. Brasil, Al. 57-18 (Webmaster) A Redação Brasil, Al. 57-18 (Webmaster) Dalmo, Al. 56-32 Prezado Dalmo, Brasil, Al. 57-18 (Webmaster) O C On*DOr n o. 1 Página 12 Jan-Fev/2003 As Bequeanas e o Processo Decisório da Turma Queridos Companheros. Mais uma vez, ouvi “As Bequeanas”. Fiquei lembrando os momentos por que passamos, “os arteiros”, planejando como seria feito o trabalho, onde queríamos chegar e para quem estávamos fazendo aquele empreendimento. Desde as primeiras reuniões no Clube de Aeronáutica, no deque, ou no salão, com sol ou com chuva, lá estávamos: Seixas, Cardoso, Elson, Neves, Clarindo, Duncan, Ivan, Horta e Zé Nelson. Ainda contávamos com o apoio e opiniões do nosso Coordenador Geral, João Carlos e, também, do Luís Mauro, Editor de O Con*dor e figura importante para esse evento. A seleção das músicas, algumas mudanças nas letras das paródias (censura?), arrecada- ção da verba para que pudéssemos ir adiante no nosso sonho. Depois, os ensaios, o coro (o coro mereceria um capítulo à parte....), as gravações no estúdio do Tom da Bahia, à base de pãezinhos de queijo, levados pelo Ivanzinho e, finalmente, satisfação e muito orgulho, pela maravilha que ficou o CD, com nossas músicas e nossa história. Tudo o que foi feito, o foi com a marca principal da Turma: amizade, compreensão, união e o querer fazer para todos, aceitando as idéias de toda a Turma, colocando-as em consenso. Assim foi feito, e assim deveriam ser tomadas as decisões referentes a tudo que diga respeito a nossa Turma. Lógico que sempre terá um núcleo que tomará as decisões finais, núcleo esse muito bem comandado (ele não gosta desta palavra...) pelo João Carlos. O importante é ouvir as opiniões, debatê-las e tentar chegar a um ponto de concórdia. Ninguém é dono, nem senhor absoluto de nada, e esse nada se refere ao tesoureiro, aos encarregados de eventos, do jornal, O Con*dor, ou do Escritório da Turma. Tenho a impressão de que devemos ouvir de novo e mais, muitas vezes mais, “As Bequeanas”. Com certeza, isso nos fará muito bem! Um abraço com todo o carinho que tenho no coração Estimadíssimo Zé. fora do Rio. Não obstante a necessidade de discussão, não devemos perder de vista que, uma vez que um assunto tenha sido decidido, trazê-lo de volta, sucessivamente, ao debate, por inconformidade com o deliberado em reunião anterior, somente cria desgaste e torna, ainda, mais difícil o trabalho daqueles que querem que a nossa Turma continue a desfrutar, com grande intensidade, a convivência fraterna e desinteressada que nos tem caracterizado. As ações da Representação, sempre, se têm pautado por contemplar o interesse do maior número possível de integrantes. Posições personalíssimas, muitas vezes, não podem ser atendidas. Mas, mesmo assim, esperamos contar com a compreensão dos companheiros contrariados. Afinal, se não nos conseguimos enquadrar em um dos projetos, sem dúvi- da, encontraremos outro que nos satisfaça. O pior seria trabalhar contra os empreendimentos com que não concordemos. Favorecer a destruição de um cometimento com dois anos de maturação e muito investimento de alguns abnegados poderia inviabilizar qualquer ação coletiva posterior da nossa Turma, comprometendo-lhe, até, a personalidade não jurídica. Mas isso, não cremos que nenhum de nós faça, salvo por total inadvertência. Voltando ao seu texto, somos grandes apreciadores da sensibilidade poética com que você se expressa sobre qualquer assunto. Volte sempre, pois ainda há muito por fazer pela nossa Turma. Nós precisamos dela demais, mas, também, ela necessita muitíssimo de nós. Um forte abraço. Que conselho maravilhoso, ouvir As Bequeanas! Mas, infelizmente, também, na produção do CD, houve discordâncias, posições vencedoras e vencidas e, pior ainda, companheiros magoados, conforme você muito bem sabe. No entanto, não há como evitar, de todo, essas situações, já que são inerentes à condição humana. Cumpre-nos, porém, fazer todo o possível para minimizá-las. Concordamos, inteiramente, em que devamos discutir todos os projetos da Turma. E o foro principal para essas discussões são as nossas reuniões das terças-feiras, na sede da Turma. Outro recurso muito usado é a consulta, seja por correspondência, seja por telefone, ou seja, ainda, por meio de O Con*dor. Essas consultas têm a vantagem de, também, ouvir os companheiros que residem E Zé Nelson, Al. 56-86 A Redação ATIVIDADES DA TURMA vitando-se mencionar a palavra “relatório”, que contém aqueles dados bem elaborados, eventualmente manipulados (não, no nosso caso), mas, sempre, enfadonhos, no estilo dos burocratas, vamos apresentar, sucintamente, as realizações da Turma em 2002. O Con*dor foi editado com regularidade, perfazendo os seis números no ano. As edições de MarAbr e Mai-Jun/2002 foram classificadas como históricas, com duas vezes e meia o número de páginas e o dobro da tiragem. O Acervo Histórico foi enriquecido com a flâmula da EPCAR, oferecida ao “Capitão” Dário, em 1958, que retoma a seus comandados, protegida por vidro e emoldurada em peça de madeira, artisticamente preparada pelo próprio Coronel-Aviador Joaquim Dário d’Oliveira. Um quadro pintado por J. Longuiño (Al. 56-30 / Cad.60-115) embeleza nossa sede. Em “Missão Cumprida”, o artista imortaliza, em óleo sobre tela, uma aeronave T-6 que se acabara de materializar, depois de um fantástico vôo de 39 anos. Algumas fotos de Alunos e Cadetes vibradores foram cedidas pelos companheiros, revelando-se o Horta (57-78) o maior doador. Quanto aos passeios e eventos programados, somente não se realizou o encontro, em Conservatória, com os seresteiros de Barbacena. Indisponibilidade de espaço na agenda dos artistas de BQ e da TQP, na época mais apropriada para visitar a Cidade da Seresta, levou-nos a seu cancelamento. Foram realizadas todas as reuniões mensais da Turma, às terceiras terças-feiras, no deque do Clube de Aeronáutica. Com relação a visitas a organizações da Aeronáutica, em 2002, alguns Representantes foram conhecer o trabalho, pouco divulgado, da Prefeitura de Aeronáutica do Galeão e do Centro de Documentação e Histórico da Aeronáutica. Inviabilizou-se qualquer outro evento “em estudo” (O Con*dor, Jan-Fev/2002, página 3), em razão do grande esforço despen- dido nas comemorações dos 45 anos de ingresso na EPCAR, em Barbacena, e dos 40 anos do Aspirantado da Turma, no Campo dos Afonsos. Na parte de produções artísticas, temos o orgulho de registrar o lançamento do CD “As Bequeanas”, com paródias, que se tomaram canções, dedicadas pela “Turma Quase Perfeita” aos bequeanos de todos os tempos. Duas edições do disco já foram produzidas sob a coordenação artística e empresarial do José Nelson. A pretensão de se organizar uma coletânea de crônicas, extraídas de O Con*dor, teve o adiamento minimizado pela iniciativa do Brasil de abrir uma página, no sítio da Turma (http://57-bq.org), com todas as edições do nosso boletim. Os recursos financeiros captados (semestralidades e doações voluntárias) foram suficientes para manter as atividades programadas, conforme demonstrativos à disposição de todos, na Sede da Turma. A Representação O COn*DOr n o. 1 Jan-Fev/2003 Página 13 CLASSIFICADOS A EMPREGOS & OPORTUNIDADES Turma 57-BQ / Aspirantes 62 está selecionando Executivos para integrar seu Quadro de Representantes. O candidato, com qualquer nível de escolaridade, deverá preencher as seguintes condições: 1) Ser integrante da Turma Quase Perfeita; 2) Ter, no mínimo, 60 anos de idade; 3) Ser criativo, para ficar “bolando coisas” que não desagradem a mais de 2/3 da Turma; 4) Ser bem humorado, permitindo-se perder a esportiva somente quando estiver mal humorado; 5) Ser capaz de receber, com elegância, críticas, aleivosias e injustiças, admitindose desconsiderá-las, no máximo, quatro vezes ao mês; 6) Ter disposição para dedicar-se a tarefas extremamente enfadonhas, mesmo quando chamado de burocrata, por julgar necessário elaborar programa de trabalho, planejamento de ações para realização de eventos, prestação de contas e outras bobagens mais; 7) Ser ousado e persistente na organização dos encontros da Turma, a despeito do desânimo ou da descrença de alguns, bem como de eventuais boicotes de outros; 8) Ser “cara-de-pau” para solicitar aos companheiros um “reforço de caixa” destinado a “fechar as contas” de algum evento, cujo desequilíbrio financeiro tenha sido provocado pela desistência de 30 % dos que haviam “confirmado presença” (sem contar os movidos por motivo de alta relevância: batizado, aniversário e diplomação de netinho); e 9) Ser capaz de sublimar, N ainda que com a dignidade ferida, quando ouvidas de algum companheiro coisas do tipo “vocês têm de prever tudo direitinho”, ou “o cara que organiza eventos na minha empresa pode dar uns macetes a vocês, como, por exemplo, cobrar tudo antecipadamente”, ou “acho que esses caras estão dando uma de agentes de turismo” (seria um elogio, se o comentário referir-se à eficiência dos coordenadores; qualquer outra conotação seria uma ofensa...). Se você, companheiro da TQP, se julga capaz de preencher tais condições, você está selecionado por você mesmo. Em contrapartida aos enobrecedores encargos, você terá as seguintes prerrogativas: 1) Não será remunerado, por acreditar em que, na terceira idade, é importante praticar terapia ocupacional, ou achar que “dinheiro não faz a felicidade”; 2) Encherá seu coração de alegria pela oportunidade de fazer contribuições mais generosas do que os demais companheiros, por conta das viagens precursoras e dos desequilíbrios financeiros na realização de eventos, nas edições de O Con*dor com páginas extras; e nas despesas com o funcionamento da Sede da Turma; 3) Fará uma salutar dieta quando estiver coordenando uma atividade, por não sobrar tempo para comer direito; 4) Tornar-seá, também, ultra-moderado na ingestão de bebidas alcóolicas, pela mesma razão (cuidado para não se tornar abstêmio); 5) Poderá habilitar-se a freqüentar colunas sociais, ao ser considerado fofo- queiro quando vazar um comentário feito a um confidente confiável em momento de desabafo (próprio da natureza humana); 6) Será de “honras sacaneado” com o afastamento de alguns amigos que se sentem ofendidos pelos Representantes, por meio de palavras escritas (brincadeiras no jornalzinho), ou faladas (discussões idiotas, após muitas cervejas, nos happy hours), ou pensadas (por eles mesmos, achando que houve desatenção ou desconsideração a seus pedidos ou sugestões); e 7) Finalmente, quando, certo dia, você resolver deixar a Representação por se haver tornado intolerante com os intolerantes, ao recobrar a lucidez dos seus trinta e nove anos de idade (o “estalo” se dará quando você se indagar: O que estou fazendo aqui?), então você terá adquirido vasta experiência para cuidar de muitas outras coisas interessantes para você mesmo e de que você já nem se lembrava mais da existência. Naturalmente, depois de um longo recesso para se refazer do estresse (no popular, “saco cheio”). Se houver interesse, inscreva-se junto à Sede da Turma, até 19 de abril de 2003, indicando os cargos de sua preferência. Além dos mencionados na última página de O Con*dor, poderão ser criados os seguintes: Administrador da Sede; Curador do Acervo Histórico; Médico Geriatra, Médico Psiquiatra e Ouvidor Geral. Boa Sorte! A Representação (atual, por enquanto) ATIVIDADES PROGRAMADAS PARA 2003 ão vamos elaborar um programa de trabalho formal para este ano. No entanto, algumas atividades devem ser indicadas como prioritárias. A ampliação do Acervo Histórico será perseguida em caráter permanente. A reorganização do cadastro dos integrantes da Turma, contendo outras informações pessoais, está sendo organizada por alguns companheiros, registrandose uma valiosa contribuição do Brandão (57-87, Almir, BL). Impõe-se uma atualização do Plano de Comunicação (ou Plano de Reunião; ou outro nome que os “não-burocratas” queiram dar), que inclua, pelo menos, os endereços eletrônicos. Dos eventos “em estudo”, o que mais desperta interesse na Turma é a visita à Academia da Força Aérea, em Pirassununga, com passeios a outras cidades da Região (Holambra, Ribeirão Preto, preferencialmente). Apresentaramse para coordenar a viagem: Pacheco, Thedim, Reis e José Nelson. Cremos que o Ivan e o Maurício Pereira possam, também, ajudar na programação. Se alguém mais quiser sugerir outro passeio, poderá fazê-lo, pessoalmente, ou por telefone, carta ou correio eletrônico, lembrando-se que a aceitação da coordenadoria do projeto pelo proponente facilitará a sua realização, já que todos os Representantes estão sobrecarregados. Vale observar que um passeio somente se viabiliza se houver adesão de, no mínimo, vinte participantes. A única exceção é a Festa de N. Sra. de Achiropita, que pode receber a adesão de um menor número de residentes fora de São Paulo, que se incorporarão ao grupo do Sucupira. No Rio, o Luís Mauro (que não perde uma e não gosta de viajar sozinho) sempre se incumbe de divulgar a Festa e convencer alguns companheiros a acompanhá-lo. O encontro da Turma, no final do ano, de responsabilidade direta da Representação, será divulgado em outubro. Desde já, aceitam-se sugestões para esse sempre concorrido e animado evento. A Representação O C On*DOr n o. 1 Página 14 Jan-Fev/2003 CONCURSO DE O Con*dor Solução do Concurso Nov-Dez/2002 Com este conto do Tujal, Cad. 57-095, ninguém mais quis competir. Vejam que história fantástica, vivida por três Aspirantes de nossa Turma. O autor merece ganhar o prêmio de “Um Conto de Réis”. Só falta um patrocinador. A MEU PRIMEIRO CARRO o ler a edição Nov-Dez/2002, mais especificamente, O Concurso de O Con*dor, lembrei-me de uma história interessante que se enquadra no título proposto, Meu Primeiro Carro, e resolvi escrevê-la para o nosso Boletim. Tarefa difícil, até porque meus primeiros carros não foram propriamente meus, foram “os carros dos amigos”. Fui um Aspirante feliz. Aportei ao Recife junto com o João Carlos, para servir no Parque, e lá encontramos mais seis Aspirantes e um Tenente Dentista, o Tércio, que era mais Aspirante do que todos nós. Na Escala de Serviço havia vinte e oito. Melhor, nem pensar. Logo de saída, fiquei conhecendo o Valmir Pontes, e nos tornamos muito bons amigos. Morávamos atrás do Clube de Aeronáutica, em uns barracos, mas tínhamos uma bela praia na nossa frente. Nossa primeira aventura veio logo na primeira visita ao Clube, quando conhecemos o Major Miranda S.B.F., Chefe do Pessoal do Parque, o qual logo nos convidou para tomarmos (ou pagarmos?) umas cervejinhas com ele. À noite, ele nos pegou no Clube, colocou-nos em seu carro (que considero o meu primeiro carro), e nos levou direto para o Pina, onde tivemos que beber as tais cervejinhas em quase todas as bibocas que encontrávamos. Era um sai do carro, toma cerveja, volta para o carro, anda um pouco, torna a saltar, mais cerveja... Lá pelas tantas, o João virou para mim e disse: “O soldo já se foi, agora vamos entrar na ajuda de custo!” E tome cerveja! Muito mais tarde, meu primeiro carro nos levou até um bar (?) perto do Aeroporto, onde o Major S.B.F. quase comprou uma briga com um caminhoneiro, e depois nos deixou num hotel (?) onde eu e João desmaiamos pelo restinho da noite. Não esqueci, era um Studbaker. Depois veio a Lambreta do Valmir, onde eu era o garupa quase que permanente. Até porque, se trocássemos de posição, descompensava a viatura. Aí, o João comprou um Prefect, cujo ano de fabricação perdia-se no tempo. Tudo bem, o carro até andava, mas tinha um “probleminha” na bomba de gasolina, que era mais sentido. Como a gasolina não chegava ao carburador por vias normais, arranjamos uma lata de azeite, adaptamos um tubo de plástico, e fizemos ligação direta. A minha missão era ir no lugar do carona, segurando a lata do lado de fora do carro e controlando o ní- vel de combustível no tanque, quero dizer, na lata. O consumo era grande e a performance medida em metros / lata. O carro seguinte foi do Valmir. Era outro Prefect, ou Citroen, sei lá, de qualquer forma era um outro caixote preto. Logo que o comprou, o Valmir ficou com um grilo: queria ir caçar, mas, como havia comprado uma carteira de motorista em Curitiba, pelo telefone, não se sentia muito seguro em dirigir no centro do Recife. Com muito tato, cercou-me, perguntando se eu sabia mesmo dirigir. Eu disse que sim. Se eu já havia dirigido na cidade? Eu também disse que sim. Com isso, ele perdeu os últimos receios, pois a vontade de caçar era maior, e me deu o carro para que eu dirigisse. Assestadas as metralhadoras, fomos, caçamos e voltamos. Só então, ele soube que eu havia aprendido a dirigir no caminhão do Lixa D’Água e nem carteira tinha. Berrou que eu era um irresponsável, por ter arriscado o seu carro novo (?). Quando eu disse que só fui porque o carro era dele, pois se fosse meu também não iria, minha sorte foi correr mais que ele. O Valmir era inconstante e logo trocou esse carro por um Austin, conversível. Carrinho lindo, mas com a capota meio rasgada. Tiramos a dita para consertar, e nunca mais foi colocada. Quando chovia, eu, carona perpétuo, tinha de segurar o banco de trás, acima de nossas cabeças. Da minha, era fácil, da dele, nem tanto. Uma questão de tamanho de braço. O carro era vermelho, e a época, 63/64. Mas, para compensar, se você largasse o volante, o “vermeihinho” fazia uma curva de 90º para a direita, sozinho. Passei, também, a ser mecânico, isto depois que coloquei, em dois minutos, uma peça, a qual o Valmir estava tentando colocar já havia umas três horas, suando em bicas. Perguntei-lhe como, com toda aquela habilidade manual, ele havia aprendido a escrever, e tive, mais uma vez, que demonstrar meus dotes de corredor. Costumávamos sair, sempre em bando, como bons Aspirantes. O grupo era sempre o João, o Valmir, o Tércio e eu. Às vezes, incluíamos o Nivaldo, mas só quando ele estava de folga, pois vivia mais preocupado com as freiras de um convento das redondezas. Como eu bebia menos (eles bebiam trinta garrafas, em média, dependendo do dia do mês, e eu somente vinte e oito), - dirigir o carro, na volta, sobrava, quase sempre, para mim. Numa dessas voltas, essa do Clube Internacional do Recife, onde o João era amigo do Chefe dos Garçons (figura importante na hora de pagar a conta), o Valmir se aboletou no banco traseiro, com as pernas para fora, evidentemente, e começou logo a roncar. No dianteiro, eu, dirigindo, o Tércio, de bolinha, e o João, na porta. Quatro horas da manhã, sei lá, mas era verão, muita gente ainda nas ruas (bons tempos), e muitos casaizinhos agarrados nos portões. O João não fazia por menos, gritava uma gracinha para todos que via. Alguns exemplos: Larga o osso! Eta muié feia! Bando de vagabundos! Vai c.., aí mesmo, ou quer que embrulhe! Lá pelas tantas, havia um grupo de uns dez, numa esquina, e, quando nos aproximamos, o João se preparou. Mas, no que começou a disparar a sua melhor frase de efeito, eu tive de diminuir a velocidade e quase parar, devido a um enorme buraco que havia na rua. O grupo nos encarou de perto. É nos momentos críticos que as pessoas se revelam. Nessa hora, o João deu ampla demonstração de sua capacidade de improviso, emendou bem, e a frase saiu assim: “Oi, seussssss... boas gentes, tudo bem?” A turma acenou de volta, numa boa. Escapamos dessa, e as nossas gargalhadas acordaram o Valmir, que nos deu um trabalhão, até voltar a dormir. Tinha passado das trinta. Tivemos muitas aventuras, até caso de namoradas comunitárias, e, finalmente, eu também comprei um carro, do Tenente Waldemar (vendedor emérito de carros velhos). Era um Javelin, com um motor Morris, adaptado, e se vocês nunca ouviram falar nele, não estranhem, eu também nunca mais ouvi. Ele tinha um “probleminha”, como todos os outros carros anteriores. Para pegar, só na manivela (nada contra o Miguel). Aliás, logo depois eu casei, e o meu primeiro trabalho foi ensinar a novinha com ligar as chaves, tirar de marcha, apertar acelerador (tinha acelerador, viu?), e outros procedimentos necessários para que eu pudesse virar a tal manivela (não, ainda não é você, Miguel) em segurança. No final de 1964, eu troquei esse carro por um Fusca 60, comprado, dessa vez, do Capitão Cardoso (o famoso Morcego), e, com esse Fusca, no início de 1965, eu e minha mulher fizemos uma RF-RJ-RF pelas “ótimas” estradas da época. Mas isso já é outra história. Cad. 57-095,Tujal, J.J.L. Aspirante de 1962 O COn*DOr n o. 1 Jan-Fev/2003 Página 15 NOTÍCIAS DE BARBACENA O Barbacena Reconhece Carinho da Turma pela Cidade Jornal Oficial do Município de Barbacena, em sua edição de 29 de janeiro de 2003, publicou esta simpática matéria, abaixo transcrita, em que fala da Escola, da Turma e do nosso Boletim. É muito gratificante verificarmos que, da mesma forma como continuamos a cultuar a Cidade da nossa juventude, igualmente, continuamos a merecer de Barbacena as manifestações carinhosas com que sempre nos brindou. Mais uma vez, Obrigado, Barbacena! (O exemplar do Jornal Oficial foi gentilmente encaminhado à nossa Redação pelo Professor Edson Carlo Brandão Silva, Secretário de Comunicação do Município de Barbacena). BARBACENA É DESTAQUE NA IMPRENSA Publicações de circulação nacional e estadual destacam a presença da cidade na Cultura, no Turisma e na Economia de Minas Gerais. Festa das Rosas, Força Aérea e Queijo Mineiro Os ex-alunos da Escola Preparatória de Cadetes do Ar - EPCAr - estão por todo o Brasil e somam perto de 8 mil brasilei- ros apaixonados pela Cidade que os recebeu na juventude, e onde muitos deles iniciaram brilhantes carreiras, seja Concurso Jan-Fev/2003 A edição de Nov-Dez /2002 ilustrou um artigo atribuído ao poeta Carlos Drummond de Andrade que serviu de base para a nossa mensagem de Fim de Ano, com uma imagem muito feliz. Tratavase de uma montagem com um jovem e garboso Aluno da EPCAR, em pé ao lado da estátua de Drummond, sentado em um banco do calçadão da Avenida Atlântica. O Aluno era o 57-127, Antonio Simão da Matta Filho, emprestado de foto vibradora de 1958 (à esquerda). Era nossa intenção, propor, como Concurso de O Con*dor, a identificação do companheiro que contracenou com o poeta, mas uma agradável surpresa, a correspondência do jovem Fábio Bastos da Matta (ver Correspondências, Pág. 13), filho do nosso colega, antecipou a solução.Desse modo, o concurso consistirá em identificar o elegante Aluno que divide a foto com o Matta Filho (à direta, amplida, para facilitar). na Força Aérea, na aviação civil ou em vários outros segmentos profissionais. Em comum, eles têm o carinho pela Cidade expresso de muitas formas. Uma das turmas mais conhecidas na história da EPCAr, a 57-BQ / Aspirantes 62, mantém uma publicação de circulação nacional em cores, O Condor, que, em sua edição de novembro, destacou a Festa das Rosas 2002. Outra publicação nacional a se render aos encantos de nossas flores foi a revista Em Campo - publicação bimestral da empresa New Holland Latino-Americana. Na sua edição de novembro, também colorida, a revista destaca não só a Festa das Rosas e suas belezas, como a participação mais que especial dos tratores da empresa que tracionaram os maravilhosos carros alegóricos da festa que, segundo a própria revista, impressionam pela magnitude das alegorias. Na mesma edição, uma chamada de capa destaca o sucesso do produtor barbacenense Moacir Vidal, que, de uma fabriqueta caseira de queijos, produz diariamente 3.200 kg de queijo e fatura anualmente R$ 5 milhões. O C On*DOr n o. 1 Página 16 ANIVERSARIANTES Parabéns aos companheiros Março Dia 2 Freitas, 57- 29 Matta Filho, 57-127 Dia 4 Waldomiro, 58-278 Dia 6 Pantoja, 57- 07 Dia 1 1 Oldack, 57-121 Dia 13 Meira, 57-129 Dia 14 Pena, 57-167 Dia 16 José Maria, 56- 39 Dia 17 Ferreira, 57-103 Luiz da Silva, 57-106 Moreira, 59- 56 (Cad.) Dia 18 Dalmo, 56- 32 Cubas, 58-258 Dia 19 Schneider, 57-171 Dia 20 Cardoso, 57-136 Dia 23 Toledo, 57- 79 Dia 25 Olegário, 59-349 Dia 28 Ungaretti, 57- 98 Dia 30 Salatiel, 58-287 Brival, 59-334 Abril Dia 1 Perez, 56-124 Dia 7 João Carlos, 57- 40 Dia 9 Longuiño, 56- 30 Horta, 57- 78 Dia 10 Conte, 57-142 (!) Granha, 57- 75 Dia 11 Martins França, 57-158 Dia 12 Schmitt, 59-344 Lencastre, 60- 121 (Cad.) Dia 14 Brandão, 56- 21 Dia 15 Vieira, 57- 11 Giovenco, 57- 69 Bernardini, 57-159 (!) Dia 16 Gilberto, 57- 73 Cordenonsi, 58-275 Dia 18 Telmo, 57- 31 Valporto, 60- 123 (Cad.) Dia 19 Silveira, 57- 05 Dia 20 Pereira, 57-104 Dia 22 Nunes, 57- 13 Waldir, 59-358 Dia 24 Godoi, 57-134 Dia 26 Bloise, 57- 115 (!) Dia 28 Perazo, 57- 02 Dia 29 Gavião, 57-162 Dia 30 Silveira, 56-134 Jan-Fev/2003 O ANIVERSÁRIO DO JOÃO LUÍS R ecentemente, o jovem João Luís, filho do nosso estimado colega Mossri, em clara demonstração de haver herdado a inteligência do pai, foi aprovado nos concursos de admissão ao Colégio Pedro II e ao Colégio Militar. Como seu filho aniversariava no período, o Mossri, um pai muito “coruja”, resolveu fazer um “monumental” churrasco para comemorar os dois eventos. O lugar escolhido foi uma das aprazíveis churrasqueiras da Sede Aerodesportiva do Clube de Aeronáutica, na Barra da Tijuca. E, como não podia deixar de ser, a Turma Quase Perfeita foi convidada. O comparecimento foi maciço, e quem foi não se arrependeu. A carne estava ótima e a cerveja, também. Além disso, o ambiente era dos mais animados, como costuma acontecer nas reuniões da Turma. Aliás, até aprecia uma, tal a quantidade de “integrantes” presentes. Havia muito mais amigos dos pais do que coleguinhas do João Luís. Para satisfação geral, compareceram, até, alguns companheiros muito queridos de todos, como o Raposo e o Neves, que estão um pouco desaparecidos. Um dos momentos mais pitorescos ocorreu quando o nosso colega Luís Mauro deu o presente de aniversário ao seu jovem xará de 14 anos. Para surpresa geral, era um CD com as Sinfonias . nos 40 e 41, de Wolfgang Amadeus Mozart, na interpretação da Orquestra Sinfônica de Viena, regida pelo Maestro Herbert von Karajan. PENSAMENTO DE O C On*DOr “Não estive na Festa dos 40 Anos, por ter ido, naquela data, à diplomação do meu neto Bruno, que foi eleito Orador da Turma Turma..” Está justificado, Thedim. Nossos parabéns ao seu netinho pela conclusão do Curso Pré-Escolar. Compromisso com neto pretere qualquer outro! A reportagem de O Con*dor flagrou o exato momento em que o Luís Mauro entregava o presente de aniversário ao jovem João Luís, filho do Mossri.
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