Feliz Natal e Bom Ano Novo
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Feliz Natal e Bom Ano Novo
23 de Dezembro de 2004 23 DEZEMBRO 2004 SEMANÁRIO REGIONALISTA Director: ALBERTO GERALDES BATISTA Ano LXXVI – N.º 3820 Bispo de Beja em Mensagem de Natal “Vamos dar as mãos para a construção de um mundo mais justo e com mais paz.” a começar pela própria família. A humanidade dividida pelas diferenças de gerações, de sexo, de meio social, de cultura, de profissão, de religião, de etnia, etc. desafia o cristão a ser obreiro da reconciliação e da comunhão. PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS 2350-999 TORRES NOVAS TAXA PAGA Preço 0,50 € c/ IVA Neste País à beira mar plantado Crise política exige transparência e responsabilidade Página 3 Natal da verdadeira Eucaristia No Advento demos início a um novo ano e começámos a preparar-nos para acolher uma nova vida, o nascimento de Jesus, o Filho de Deus que se faz um de nós, Deus connosco, para n'Ele nos tornarmos também filhos de Deus, nós com Deus. No Natal começa a história de Deus com os homens, que vai possibilitar-nos entrar na eternidade de Deus, quando Jesus na Páscoa se entregar por nós ao Pai e nos comunicar a sua vida na comunhão do seu Corpo e Sangue, para que também nós tenhamos a vida eterna. Mas enquanto houver excluídos da nossa família, o Natal e a Páscoa ainda estão em gestação nas nossas vidas e a nossa celebração da Eucaristia é imperfeita. Por isso temos de continuar a suspirar: Vem, Senhor Jesus! Não tardes, que o mundo está frio! Faz-nos instrumento, do teu amor. Boas festas de Natal e Ano da Eucaristia vigoroso “Adoração dos Magos”, Retábulo de São Bento. Pintura Portuguesa Século XVI. Museu Nacional de Arte Antiga. Eucaristia e Natal A 7 de Outubro de 2004, o Papa João Paulo 11 proclamou um ano da Eucaristia, sacramento central e fundacional da Igreja. Mas a Eucaristia só é possível com a participação de um ministro ordenado, presbítero, ou bispo, pois foi com os Apóstolos que Jesus, durante a última Ceia, fez e ordenou: Tomou o pão, deu graças, partiu-o e distribuíu-o, dizendo: Isto é o meu Corpo, que será entregue por vós; fazei isto em minha memória (Lc 22, 19). Enquanto os três Evangelhos denominados Sinópticos , Mateus, Marcos e Lucas, descrevem do mesmo modo a instituição da Eucaristia durante a última Ceia, o Evangelho de S. João coloca em seu lugar o lava pés dos discípulos, dizendolhes que também eles deveriam fazer o mesmo (cf Jo 13, 4 ss). Este paralelo dá-nos a entender que a vida de Cristo continua a ser oferecida a cada um de nós através do serviço dos Apóstolos e seus sucessores. Mas será através do testemunho do amor mútuo que o mundo reconhecerá os verdadeiros discípulos de Jesus e descobrirá a presença real de Cristo na celebração da Eucaristia (Jo 13, 35). Missão da Igreja A missão da Igreja através dos tempos consiste em fazer chegar a seiva da vida de Cristo a todos os homens, a maior prova do amor de Deus, para que todos sejam um só corpo, uma só familia, como Jesus e o Pai são um só, numa unidade de amor indivisivel e eterna. Enquanto houver excluídos do amor, ainda não está completada a missão da Igreja. Quais os maiores obstáculos à união do género humano em Jesus Cristo? Esta pergunta deve cada um de nós dirigi à sua consciência e bater com a mão no peito, ao constatar um mundo tão dividido, A todos os diocesanos, mesmo aos que não partilham as nossas convicções religiosas, o Bispo de Beja deseja um Santo Natal, em que celebramos o nascimento do Outro, que para os cristãos tem um nome: Jesus, o Salvador, nascido em Belém e que Maria, a Imaculada Conceição, Padroeira de Portugal, deu à luz. Oxalá esta abertura ao Outro nos faça entrar numa comunhão profunda com Deus e uns com os outros, dando-nos as mãos, para a construção dum mundo melhor, mais justo e com mais paz! Aos cristãos apelo para que aos domingos se congreguem na celebração da fé, se possível com comunhão eucarística, para que o novo ano de 2005 seja repleto do vigor que brota da Eucaristia, dom da vida de Jesus Cristo para todos os que n'Ele crêem e estão dispostos a partilhar a sua vida com os irmãos, sobretudo com os mais pobres para que ninguém seja excluído do banquete da vida! António Vitalino, Bispo de Beja Glória a Deus, Paz aos homens Bispos Portugueses sobre as eleições: “Para os cristãos o critério de avaliação é o Evangelho e a doutrina social da Igreja” Página 4 Dia 21, em Lisboa Apresentada ao público a Enciclopédia Católica Popular de D. Manuel Falcão Página 9 “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz...” (Isaías 9, 2-3) IGREJA 2 – Notícias de Beja 23 de Dezembro de 2004 Tradições de Natal O Natal é um tempo como nenhum outro, na vivência comunitária e familiar, tendo gerado um pouco por todo o mundo modos próprios de o celebrar e de lhe apreender o significado. A Noite de Natal na Madeira é preenchida em muitas partes da ilha, principalmente no Norte, por uma representação tradicional, misto de religioso e profano, que transforma a igreja da aldeia num verdadeiro palco para o anúncio do Menino, um auto de sabor bucólico. A representação do nascimento do menino consta, actualmente, de patentear ao público o Deus Menino o que, nalguns lugares, é feito por uma criança vestida de anjo, que entoa uma melodia própria. Segue-se a entrada dos pastores - as “romagens” - em que tomam parte numerosos fiéis de ambos os sexos, aos grupos ou isolados. A quadra natalícia na região do Minho começa a 16 de Dezembro, Dia da Senhora do Ó, com a novena em honra do Menino Jesus, que é organizada e dinamizada por grupos de rapazes e raparigas. Os actos preparatórios terminam na noite de consoada com a missa da Meia Noite, mais conhecida como a missa do Galo. Depois da celebração, as pessoas, com o melhor fato que tinham (fato de ver a Deus), ficavam no adro a conversar muito tempo. O Natal também se celebra em Portugal sem a Missa do Galo. Apesar desta ser o centro de todo o ciclo comemorativo e comandar as demais manifestações, a tradição – muito viva no Alentejo – de representar os chamados “presépios vivos” pode assumir o seu lugar, como acontece na paróquia da Tradições de Natal Trindade, Beja. O que se faz é contar a história toda do nascimento, em verso. Os autos de Natal inseremse na tradição do teatro popular e repre-sentavam-se primariamente ao ar livre, na noite de Natal, das 21h às 06h00. Hoje o auto de Natal continua a demorar horas, mas já é feito no salão paroquial. O Natal nos Açores tem características regionais representadas pelas particularidades religiosas, folclóricas e gastronómicas de cada ilha do arquipélago. Os preparativos para o Natal começam logo no principio do mês de Dezembro, destacando-se a preparação da ceia e do presépio, é uma das tradições mais importantes das terras açorianas. Na ilha de Santa Maria, é costume colocar-se à volta do Menino, pratinhos de trigo grelado a que se chama relvões. Esta tradição também está presente na Madeira, no Alentejo e no Algarve. Celebrar o Natal em muitas localidades do Nordeste Transmontano é regressar às festas da Antiguidade Pagã. Uma vivência com elos de ligação que restam, ao cabo de dois milénios de cristianismo, ao ritual cíclico das festividades agrárias do solstício do Inverno (quando o sol toca o ponto mais a Sul do Equador, altura em que a estação fria principia no hemisfério Norte). Perante estes dados faz todo o sentido o provérbio popular citado na região transmontana: “ande o frio por onde andar, no Natal há-de chegar”. Na zona de Mogadouro, Trás – os – Montes, realiza-se a festa do Velho, Caramono ou Chocalheiro. Uma actividade que tem o seu inicio no dia 24 de Dezembro, com as pessoas a concentraremse à meia noite junto da grande fogueira de Natal, que se acende no largo da aldeia. Antes de se acender o lume, dois rapazes («velho» e «mordomo») percorrem a aldeia para “pedir o cepo” para “a fogueira do menino”. Outro elemento importante nas tradições natalícias são as festas da música tradicional que brota da gaita de foles ou da flauta pastoril, ritmada pelo tamboril e pelo bombo. Nos últimos dias do Advento, tempo litúrgico que precede o Natal, cantam-se, nalgumas Igrejas, as “Novenas do Menino”. Uma tradição peculiar ligada à preparação do Natal são as “Missas do parto”, as novenas em honra de Nossa Senhora, celebradas pela madrugada na Madeira. Estas celebrações que reúnem a população insular pelas madrugadas de 16 a 24 de Dezembro possuem uma estrutura e um objectivo comum a todas as comunidades e fazem parte da tradição do Natal, que remonta certamente, aos primeiros povoadores da Ilha. Na tradição ortodoxa, esta quadra é apenas festejada entre os dias 6 e 7 de Janeiro. Isto porque os ortodoxos russos continuam a seguir o calendário juliano (criado por Júlio César em 46 a. C.) e não o gregoriano. A realidade, a que os portugueses já se vão habituando, surge com a vaga de imigração registada no nosso país durante os últimos anos. Tradições curiosas chegam da Europa em que vivemos: na Áustria, antes da ceia de Natal, preparada com pratos à base de peixe, o chefe da família lê a passagem do Evangelho que relata o nascimento de Jesus. A Finlândia mostra que o espírito de Natal supera todas as limitações: apesar do Inverno rigoroso, na noite da ceia de Natal, as portas das casas são deixadas abertas, para que os que passam possam entrar e sentar-se à mesa. Na Grécia não existe a tradicional árvore de Natal. O costume é enfeitar as casas com ramos de oliveira. Interrogações de Natal – Natal em 25 de Dezembro de cada ano ou dia intemporal de um Natal perene? – Festa dos pobres ou consoada dos ricos? – Noite de Paz ou noite de folclore? – Natal vivo ou presépio de barro? – Noite feliz para todos ou felicidade apenas para alguns? – Criança de Belém ou velho Pai Natal? – Estrela que conduza a Belém ou estrelinhas de natais intermitentes? – Natal consumista da minhá família ou Natal de partilha da família humana? – Nascimento de Jesus ou morte do Natal cristão? – Onde está o Natal de hoje? E onde estamos nós? Festa da Família de Jesus, Maria e José Ano A 26 de Dezembro de 2004 Foi no quadro comum duma família humana que se realizou o mistério da Encarnação, pelo qual Deus feito Homem habita entre os homens. É por isso que, neste clima de Natal, a Igreja honra esta família de obscuro artista de aldeia, em cujo seio decorreram os anos íntimos e silenciosos da infância e da juventude de Jesus e que se tornou modelo de toda afamília e de toda a sociedade. I Leitura Sir 3, 3-7.14-17a A palavra de Deus faz o elogio da vida familiar. 0 Filho de Deus, ao fazer-Se homem, quis nascer e viver numa família humana. Foi ela a primeira família cristã, modelo, a seu modo, de todas as demais. 0 amor de Deus em todos os membros de uma família é condição fundamental para o crescimento, em paz, de todos os que nela nascem e vivem, como no quadro que o sábio nos apresenta nesta leitura. Leitura do Livro de Ben-Sirá Deus quis honrar os pais nos filhos e firmou sobre eles a autoridade da mãe. Quem honra seu pai obtém o perdão dos pecados e acumula um tesouro quem honra sua mãe. Quem honra o pai encontrará alegria nos seus filhos e será atendido na sua oração. Quem honra seu pai terá longa vida, e quem lhe obedece será o conforto de sua mãe. Filho, ampara a velhice do teu pai e não o desgostes durante a sua vida. Se a sua mente enfraquece, sê indulgente para com ele e não o desprezes, tu que estás no vigor da vida, porque a tua caridade para com teu pai nunca será esquecida e converter-se-á em desconto dos teus pecados. Salmo Responsarial Salmo 127 (128) Refrão: Felizes os que esperam no Senhor e seguem os seus caminhos II Leitura Col 3, 12-21 Desde o princípio que os cristãos compreenderam que a sua fé se deve manifestar em toda a sua vida e muito particularmente na vida de família; esta pode ter sempre diante dos olhos a Sagrada Família de Nazaré, que constituiu a melhor experiência do que devem ser as nossas famílias. Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Colossenses Irmãos: Como eleitos de Deus, santos e predilectos, revesti-vos de sentimentos de misericórdia, de bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportai-vos uns aos outros e perdoaivos mutuamente, se algum tiver razão de queixa contra outro. Tal como o Senhor vos perdoou, assim deveis fazer vós também. Acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição. Reine em vossos coraçoes a paz de Cristo, à qual fostes chamados para formar um só corpo. E vivei em acção de graças. Habite em vós com abundância a palavra de Cristo, para vos instruirdes e aconselhardes uns aos outros com toda a sabedoria; e com salmos, hinos e cânticos inspirados, cantai de todo o coração a Deus a vossa gratidão. E tudo o que fizerdes, por palavras ou por obras, seja tudo em nome do Senhor Jesus, dando graças, por Ele, a Deus Pai. Esposas, sede submissas aos vossos maridos, como convém no Senhor. Maridos, amai as vossas esposas e não as trateis com aspereza. Filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto agrada ao Senhor. Pais, não exaspereis os vossos filhos, para que não caiam em desânimo. Evangelho Mt2, 13-15.19-23 A vida da Sagrada Família não foi nada cómoda, mesmo nos seus começos. Aquele que viera ao mundo para morrer na Cruz sentiu logo desde a infância a rejeição dos homens. Mas a mão de Deus estava com Ele. No seu regresso do Egipto retoma a caminhada pascal do antigo povo de Deus, e a sua entrada na Terra Prometida antecipa já o sentido de toda a sua vida: conduzir os homens à Casa do Pai. Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus Depois de os Magos partirem, o Anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: «Levanta-te, toma o Menino e sua Mãe e foge para o Egipto e fica lá até que eu te diga, pois Herodes vai procurar o Menino para 0 matar José levantou-se de noite, tomou o Menino e sua Mãe e partiu para o Egipto e ficou lá até à morte de Herodes.. Assim se cumpriu o que o Senhor anunciara pelo Profeta: «Do Egipto chamei o meu filho». Quando Herodes morreu, o Anjo apareceu em sonhos a José, no Egipto, e disse-lhe: Levanta-te, toma o Menino e sua Mãe e vai para a terra de Israel, pois aqueles que atentavam contra a vida do Menino já morreram José levantou-se, tomou o Menino e sua Mãe e voltou para a terra de Israel. Mas, quando ouviu dizer que Arquelau reinava na Judeia, em lugar de seu pai, Herodes, teve receio de ir para lá. E, avisado em sonhos, retirou-se para a região da Galileia, e foi morar numa cidade chamada Nazaré. Assim se cumpriu o que fora anunciado pelos Profetas: «Há-de chamar-Se Nazareno» NACIONAL 23 de Dezembro de 2004 Neste País à beira mar plantado Crise política actual exige transparência e responsabilidade 1 - Numa concisa e oportuna declaração, o Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa, reunido em Fátima, no dia 14 de Dezembro, apela aos Partidos Políticos, que se vão apresentar às eleições legislativas de 20 de Fevereiro de 2005, para que façam uma campanha digna e escla- recedora, apresentando, sem ambiguidades, as suas propostas de governação do País. Propostas que não devem ser apenas equacionadas em termos meramente económicos, mas têm de ser também explicitação dos estilos de vida, inscritos nos seus programas, que desejam passar à prática na sociedade portuguesa. E lembram ainda os nossos Bispos que ninguém pode ficar à margem desta campanha e das eleições que se aproximam, porque estão em causa valores fundamentais que mexem com o bem estar dos portugueses, com os seus direitos de cidadania, e com princípios básicos do cristianismo, em que a Igreja, fiel ao seu Fundador e à sua missão, não pode ter transigências de nenhuma espécie. 2 - Estamos, pois, num momento histórico em que se joga decisivamente o nosso futuro colectivo e em que uma atitude de apatia dos portugueses, e mais ainda dos cristãos, pode significar traição à Pátria e à Fé. Importa, nesta hora de confusão e perplexidade generalizadas, e num contexto de crise política, económica, social e religiosa, que se poderá agravar, nos tempos mais próximos, sermos todos esclarecidos e esclarecedores, considerarmo-nos parte interessada e indispensável do processo e votarmos, maciçamente, em 20 de Fevereiro, naqueles que estão em melhores condições de governar Portugal, pelas suas propostas realistas, pela sua competência política e pelas provas dadas de dedicação ao serviço público. Na ponderação global daqueles a quem vamos dar o nosso voto, não podem também deixar de estar presentes e ter peso decisivo, os rostos concretos dos que se apresentam ao eleitorado e a sua filosofia sobre problemas existen- ciais e familiares. Precisamos, por exemplo, de saber o que pensam sobre o casamento dos homossexuais os líderes políticos A e B, hipotéticos vencedores das eleições e que podem assumir a governação do País. Um País, reconheça-se, onde a maioria esmagadora da população condena este género de “família”, anti-natura, aberrante, e contra os mais elementares principios da fé cristã. 3 - Pontos igualmente a clarificar, sem subterfúgios manhosos, são ainda: Que política de protecção à família, particularmente crianças, jovens e idosos? Com que meios, materiais e humanos, se compromete cada Partido a criar empregos e a fazer um desenvolvimento integral e harmonioso do País, isto é, onde se vai arranjar dinheiro para se fazer o que se promete: as novas casas, os novos hospitais, os novos postos de trabalho, as novas auto-estradas que faltam em Portugal? Que leis de trabalho, que serviço de saúde, que segurança social, que política fiscal defendem para o nosso País os candidatos a Primeiro-Ministro? E, não menos importante que tudo isto: Que política de Ensino se deseja implementar, que lugar para o Ensino Particular, para a Escola Católica e para o Ensino Religioso nas Escolas Públicas? 4 -Sabendo-se que está em curso em Portugal, na Espanha e noutros países, por esse mundo além, uma ampla ofensiva do laicismo, com uma portentosa máquina mediática a servir-lhe de altifalante, contra os princípios teológicos e morais da Fé, nenhum católico tem o direito de não votar e, mais ainda, de votar contra as orientações da Igreja a que pertence e cujas leis devem estar acima de quaisquer conveniências pessoais e políticas. Temos de ser transparentes, coerentes e decididos. Não esqueçamos, como diz o Evangelho, que “os filhos das trevas são mais espertos que os filhos da luz”. Há hoje uma tentativa clara, mascarada de liberdade, de progresso científico, de evolução histórica, de democracia, e outros eufemismos do género, para banir a Religião, mormente a católica, da vida pública, para a acantonar nos templos ou, quando muito, tolerar os seus actos de culto e uma folclórica e inofensiva religiosidade popular, traduzida em festas, procissões, romarias, que, por sinal, até são expressões da cultura e identidade nacionais e promovem o turismo, fonte substancial de receitas para o Estado. Mas Religião com influência prática nas leis, nos comportamentos sociais, na vida familiar, na escola, é ideia ultrapassada e ridícula, a extirpar da face da terra, para muitos iluminados, que se ufanam do seu laicismo fanático e balofo. Tenha-se em conta que alguns actores da nossa praça política consideravam, ainda há poucos anos, um “defeito”, que muito lamentavam, o facto de um conhecido governante ser católico assumido e, por isso, menos permeável às ideias da “Irmandade” laica, detentora monopolista de toda a verdade deste mundo, só deste mundo, porque, a eternidade está fora das suas crenças dogmáticas e horizontais. 5 - Em tempo de eleições, onde se hipoteca também o nosso futuro cultural e cristão, é preciso alinharmos numa cruzada democrática de esclarecimento e não termos medo de proclamar as nossas convicções cívicas e religiosas. A Igreja em geral e os Bispos em particular não se podem ficar, como às vezes acontece, com discursos redondos, vagos e angélicos. Têm de falar claro e exigir que os Partidos Políticos falem claro, para não nos venderem gato por lebre. Quando, no dia 20 de Fevereiro, votarmos, temos de saber se votamos no Partido A ou no Partido B, e se cada um destes, nos seus programas ou numa previsível Coligação com outros, incluem esquemas económicos, sociais e religiosos compatíveis ou não com a nossa mundovisão cristã. Só um esclarecimento exacto pode e deve determinar um voto consciente e responsável. E do nosso voto podem depender os “amanhãs que cantam” ou dias de borrasca, a prenunciar o naufrágio da nossa pátria. Alberto Batista Notícias de Beja – 3 Hora do milagre Guerras. Desastres. Crimes. Os jornais Todos os dias falam de tristezas. Anúncios negros. Ais. Braços abertos… Fogem crianças que não voltam mais. Falta o pão da alegria em cada mesa. Queima os jardins a poeira dos desertos Dragões de Apocalipse metem medos. Abutres de aço, de asas contra o vento. fazem rugir de horror as amplidões. Almas em transe. Angústias de degredos. Há ainda inferno em tanto pensamento! Há ódio ainda em tantos corações! A vida sabe a esponjas de vinagre. Sabe a cinzas e sangue. É charco e fraga. Nuvem fogo a sufocar os céus, Mas há sempre uma hora de milagre Em que nos salva, nos assombra e afaga A Mão amoríssima de Deus. Tal a hora bendita do Natal Hora de neve e sonho. Hora de luz Em que todos os velhos são meninos. Lobos e tigres não nos fazem mal. Florescem cravos de ouro em cada cruz e tocam no ar azul todos os sinos. Cantam pastores pela noite morta. Descem dos montes nus as pedras nuas, Matando a sede nos vergéis, ao luar. Ao encontro dos pobres, porta em porta, Arcanjos brancos baixam para as ruas e acendem uma estrela em cada olhar. Homem, silêncio! Ajoelha. Curva a face à beira do Presépio. Escuta a aragem que o Mundo espera para ser rosal. Renasce a vida quando é Deus que nasce. Misericórdia! Paz – Eis a Mensagem do Menino que vem. NATAL! NATAL! Moreira das Neves “Presépio” do Museu Nacional de Arte Antiga (séc XVII) SOCIEDADE 4 – Notícias de Beja Bispos portugueses pronunciam-se sobre o momento político presente 1. A delicadeza do actual momento político que o país atravessa sugerir-nos-ia, porventura, que ficássemos em silêncio, para que ninguém pudesse interpretar as nossas palavras como ingerência na política, considerada enquanto legítima actividade partidária em ordem à conquista do poder através do voto dos cidadãos. Não que-remos tomar posição a esse nível. Por outro lado a Hierarquia não se pode desligar do todo da Igreja, composta por todos os crentes e essa faz parte da sociedade, empenha-se em todas as lutas para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna. Fálo também participando nos processos democráticos, sempre, mas de modo particular naqueles momentos em que se discutem e decidem etapas importantes do nosso concelho colectivo. Empenhar-se na construção da comunidade nacional é, para os cristãos, uma forma de exprimirem a sua fidelidade cristã. Dirigimonos, assim, a todos os membros da Igreja em especial, mas também a toda a sociedade de que fazemos parte, no desejo de contribuir para o nosso futuro comum. 2. Aceitamos a actual situação política como um facto, ponto de partida para uma nova etapa, renunciando a comentá-la ou analisála, a julgar as suas causas ou os seus protagonistas. Mas estamos convencidos que os problemas que o País sente não se resumem à presente crise política; esta é, talvez e apenas, o seu efeito e um dos seus sintomas. E por isso a etapa demo-crática que agora começa não pode limitar-se a resolver uma crise política, mas deve enfrentar, com serenidade e lucidez, os problemas de fundo do país, apresentando para eles soluções credíveis e viáveis, a serem escolhidas pelo voto dos portugueses. Temos assistido a um processo contínuo de sublinhar as divergências e as dificuldades, sem surgirem convergências em verdadeiros objectivos nacionais, que os partidos políticos parecem ter dificuldade em definir e propor. O progresso do País precisa do empenhamento generoso de todos, da renúncia a egoísmos pessoais ou grupais, da competência dos agentes económicos, culturais e sociais. É urgente criar uma onda de fundo de entusiasmo por Portugal, em que as legítimas diferenças se transformem em riqueza e não em obstáculo. Os meios de comunicação social, indispensáveis numa sociedade democrática, terão nesta convergência de perspectivas e neste suscitar da esperança, um papel importante. É preciso que o direito à liberdade se afirme na responsabilidade construtiva,em prol do bem comum. 3. Neste quadro, o primeiro dever dos cris-tãos é a participação responsável. Que ninguém se esconda por detrás de desculpas habituais: “estamos cansados dos políticos”, “isto não tem solução”, “para quê votar se é sempre a mesma coisa”, etc. Não esqueçamos que só tem direito de criticar e denunciar quem se empenha generosamente na busca de soluções. Na campanha eleitoral que se aproxima temos todos o dever de nos esclarecermos criteriosamente, passando para além do discurso eleitoralista e apreciando as solu-ções objectivas que nos são pro-postas para o Governo da Nação. Para tal, importa avaliar da sua justiça, da sua viabilidade, da sua consonância com os princípios da dignidade humana, do respeito pela vida, da dimensão social que todas as políticas devem ter. Para os cristãos, o critério de avaliação é o Evangelho e a doutrina social da Igreja. A democracia é o quadro político da liberdade, mas também da res- ponsabilidade. E esta só se exprimirá na busca generosa do bem comum. Não deixemos o futuro do nosso País só nas mãos dos “políticos profissionais”. Ajudemo-los com a nossa consciência crítica e com a nossa escolha responsável. A nossa convivência democrática aprofundar-se-á qualitativamente se votarmos em propostas, mais do que em partidos, motivados pela esperança objectiva que essas propostas suscitam e não tanto pela nossa tradicional simpatia partidária. Forcemos os partidos a porem o acento da sua intervenção na qualidade das propostas que nos fazem, na competência e digni-dade das pessoas e não apenas nos discursos que o ambiente de campanha habitualmente inflama. 4. Para construir este discernimento responsável, é importante uma análise em grupo. As comunidades cristãs podem ser lugar para a discussão crítica das propostas que nos vão ser feitas, ajudandonos uns aos outros naquele esclarecimento que antecede a nossa escolha, na certeza de que não há soluções perfeitas, nem definitivas. Escolhamos aquelas que suscitam mais esperança e aceitemos, depois, contribuir para a sua implementação. Votar é escolher caminhos e escolher é comprometer-se generosamente na sua concretização. E não esqueçamos, em nenhum momento, que a participação política é sempre busca da verdade, expressão do amor fraterno, escolha da honestidade e da generosidade como padrões de comportamento. E nós cristãos sabemos que passa também por aí a construção do Reino de Deus. Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa, Fátima, 14 de Dezembro 23 de Dezembro de 2004 Cristãos hostilizados e sem liberdade O Vaticano criticou a crescente hostilidade contra os cristãos, em diversas partes do mundo, considerando-a uma consequência da propalada “guerra contra o terrorismo”. “A guerra contra o terrorismo, apesar de necessária, teve como efeito colateral a cristianofobia em diversas regiões do mundo onde as estratégias dos países ocidentais são consideradas como fruto do Cristianismo, ou pelo menos ligadas a ele”, disse o arcebispo Giovanni Lajolo, Secretário para as relações com os Estados do Vaticano. O chefe da diplomacia do Vaticano falava aos jornalistas à margem de uma conferência sobre liberdade religiosa, promovida pela Embaixada dos EUA junto da Santa Sé. O arcebispo Lajolo lamentou que a presença e a acção dos cristãos seja, muitas vezes, interpretada como proselitismo ou ingerência nas culturas locais”. “Isto não se passa apenas nos países islâmicos” apontou. A Santa Sé considera mesmo que não há nenhum país no mundo que cumpra totalmente a liberdade religiosa. D. Lajolo frisou que “nalguns países não se reconhece o carácter específico de algumas das suas instituições fundamentais, noutros não se dá o devido reconhecimento ao matrimónio canónico e noutros o sistema escolar não respeita suficientemente o direito dos pais e ainda menos o da Igreja”. Apesar de tudo, D. Giovanni Lajolo disse que, nestas ciscunstâncias, “apesar de uma ou outr limitação particular, a Igreja pode dizer que goza quase sempre de suficiente liberdade, tal como as demais confissões religiosas. Vários responsáveis do vaticano têm sustentado que a Liberdade Religiosa não é uma ameaça à coexistência pacífica, mas um recurso fundamental na batalha contra o terrorismo, destadando que os Credos religiosos devem ser considerados como um valor positivo e não como uma ameaça. A Igreja Católica tem-se manifestado, ainda, contra a tendência de confinar as expressões religiosas a uma esfera puramente privada, que ignora e nega a natureza das autênticas convicções religiosas. Numa era de globalização a Igreja descortina “novas formas de intolerância, religiosa” que ameaçam os direitos das comunidades religiosas na participação pública. NATAL 23 de Dezembro de 2004 Notícias de Beja – 5 O verdadeiro espírito de Natal É Natal! Este facto tem um significado profundo do qual, em Portugal, todos nos apercebemos. Todos, em Portugal, sabemos o que significa e o que se celebra no Natal. O Natal é a comemoração da conquista do 13.º mês!... Ou será a comemoração da Invenção dos centros comerciais? Bem, não interessa! Aliás as duas coisas estão intimamente ligadas. O que interessa é que, em Portugal, todos estamos bem conscientes de que o Natal é a grande festa do consumo e seja celebrando a procura (na figura, veneranda, do 13.º mês), – seja celebrando a oferta (nos símbolos, respeitáveis, dos hipermercados e centros comerciais) - todos os portugueses participam, alegre e empenhadamente, nos ritos e festividades da quadra. Dos lubrificantes às fraldas descartáveis, tudo nos dá as Boas Festas. A nossa geração tem muitos defeitos, injustiças, problemas, mas em nenhuma outra geração da História as pessoas receberam votos de Boas Festas de iogurtes, de cremes para a pele, sapatos de ténis ou depósitos a prazo. É este o verdadeiro espírito de Natal! A segunda tradição essencial do Natal é a generosidade e os presentes. No Natal todas as empresas nos dão presentes. Os supermercados dão-nos descontos se comprarmos em quantidade. E todas estas ofertas não são, de todo em todo, motivadas por propósitos interesseiros ou mesquinhos. Os presentes provêm da generosidade e magnanimidade das nossas empresas. As nossas empresas interessam-se e preocupamse com todos aqueles que gastam uma data de dinheiro a comprar os seus produtos. A nossa geração tem muitos progressos, benefícios e seguranças; mas em nenhuma outra geração da História as pessoas tiveram uma insensibilidade tão grande ao ridículo contínuo e quotidiano. Em tempos passados, civilizações antigas chamaram ao Natal a “festa da família”. O progresso fez-nos ver hoje claramente que o Natal é a “festa da empresa”. São as empresas que ganham com ele e, sobretudo, são as empresas que o vivem verdadeiramente e o fazem viver. Dos “planos poupança-reforma” aos jogos electrónicos, o Natal é pela empresa, com a empresa e na empresa. Mas numa coisa os antigos tinham razão: o Natal é urna festa religiosa. O Natal é a altura de, mais do que em outras, manifestar a nossa adesão pessoal e prestar culto ao deus que fundamenta a nossa existência. É no natal que, mais do que nunca, nós escolhemos, adoramos e divulgamos a nossa fé. A única diferença aqui é que, em gerações anteriores, o homem adorava algo que lhe era superior. É este o verdadeiro espírito de Natal. Eu, infelizmente, este ano como aliás nos anteriores, estarei arredado deste espírito de Natal. A razão é simples: vou estar ocupadíssimo a celebrar uma festa de aniversário que, normalmente e por coincidência, cai todos os anos por altura do Natal. Um Menino, infinitamente maior do que eu, decidiu, há muitos séculos, nascer exactamente no dia de Natal, no dia da celebração do consu-mismo. E como esse Menino não escolheu nascer num centro comercial, mas num curral; e como esse Menino escolheu morrer numa cruz, eu, para celebrar o verdadeiro espírito do Natal de Jesus Cristo, não posso comprar o espírito do Natal que as empresas me vendem. João César das Neves Contos de Natal S erafim da Silva Jerónimo & Filhos, Lda. - Sinos - Órgãos - Relógios de Torre Importação Comércio e Indústria Rua Andrade Corvo, 78 – 4704 - 522 BRAGA Tel. 253 605 770 – Fax 253 605 779 MAESTRO O Computador de Carrilhões de Sinos e Relógio de Torre mais evoluido e inovador Para compôr e executar todos os tipos de toques e melodias Noite de Natal Noite de mil estrelas constelada Luz vinda do Céu, raro esplendor noite dos silêncios, alvorada de cânticos de anjos... doce clamor Noite longa das esperanças desejada de um sonho antigo do Messias Salvador promessa, que se oferece derramada em suprema e pura dádiva de amor Noite santa de todos os louvores noite do mistério revelado no Filho de Deus feito Menino E são agora de paz todas as dores e a presença agora é do Sagrado Palavra feita Carne, dom divino Mário Capa Moura, Natal de 2004 PUBLICIDADE 6 – Notícias de Beja 23 de Dezembro de 2004 Rua de Mértola, 47 - 7800-475 BEJA -Tel.: 284 320 820 Dr. Rui Miguel Conduto CARDIOLOGISTA 30 Desejamos aos nossos Clientes e Amigos um Feliz Natal e Bom Ano Novo ANOS Sábados Rua Heróis Dadra, 5 - Beja – Telef. 284 327 175 Marcações das 17 às 19.30 h., pelo Telef. 284 322 973/914 874 486 Quartas-Feiras UNIMED Campo Grande, 46-A LISBOA Telefone 217 952 997 SEDE, SALÃO DE EXPOSIÇÕES, ESCRITÓRIO, FÁBRICA E ARMAZÉM: Qt.ª da Chã - Est. da Chainha - Canaviais - 266 761 399 . Fax: 266 761 650 Loja 1: Rua da República, 99 a 105 . Tel.: 266 703 870 - 7000 ÉVORA Loja 2: Rua da República, 68 a 105 . Tel.: 266 703 870 - 7000 ÉVORA WWW.localnet.pt/gmsf Desejamos aos nossos Clientes e Amigos um Sextas-Feiras CLÍNICA MÉD. CIRÚRGIA DO MARQUÊS Av. da Liberdade, 242 LISBOA Telef. 213 173 900 C A SA RIBEIRO de: António Manuel Ribeiro & Filhos, Lda Feliz Natal e Bom Ano Novo Artigos de decoração - Alcatifas Móveis de todos os Estilos Grande diversidade de Brinquedos Desejamos aos nossos Clientes e Amigos um Feliz Natal e Bom Ano Novo Desejamos aos seus Clientes e Amigos um Feliz Natal e Bom Ano Novo Rua Capitão João Francisco de Sousa, 29 7800-451 BEJA Tel.: 284 322 986 - Fax: 284 322 803 Rua Infantaria 17 - Telef.: 284 326 056 - 7800-470 BEJA OPINIÃO 23 de Dezembro de 2004 Retalho ... de retalhos Folheando, há dias, uma revista, deparámos, entre outros assuntos, com uma local que nos chamou desde logo a atenção, pela actualidade da mesma. Talvez não só por isso, mas, sobretudo, porque gostamos da frontalidade, de que se chamem as coisas pelo nome, que se vá até ao âmago das questões. Claro que o que vamos focar envolverá excepções mas, infelizmente, o caso andará mais próximo do real que da caricatura. Sem mais delongas, trata-se de jovens a quem se dá o nome de estudantes. Em tempos ainda não muito recuados, a palavra estudantes envolvia prestígio, dignidade e significava e encerrava um conjunto de qualidades ora perdidas, como: esforço, atenção, concentração, trabalho, mérito, afirmação da personalidade e da inteligência. Um jovem que estudava para melhorar o seu mundo mental e melhorar o mundo físico à sua volta. Mas, neste planeta tecnológico, a palavra estudante caiu em desuso. Desapareceu, mudou-se para outras paragens. Hoje em dia, salvo honrosas excepções, só ouvimos falar em estudantes quando um grupelho anda por aí com cartazes e Jeans de marca registada a clamar não ter dinheiro para as propinas, pondo cadeados nos portões das escolas, tentando com isso que a gente trabalhadora os leve a sério. Nos nossos tempos as portas das escolas ou universidades não tinham um carro e contavam-se pelos dedos das mãos os meninos que para elas iam de carrinho. Hoje, é como toda a gente vê. O jovem, logo que atinge a maior Uma nova profissão idade, não pode – exige – um automóvel como, quando mais pequeno, exigiu o telemóvel. Dantes os pais e os professores exigiam que estudassem e se aperfeiçoassem, se não iam trabalhar e deixar de vadiar. Não resistimos a contar, o que se passou com um menino de uma família respeitada e muito digna de Beja. O menino andava no liceu. Mandriou durante todo o ano; entretanto, o pai foi avisando. Fim de ano chegado e o menino reprovado. Logo no dia seguinte, pela manhã, o pai levou-o a uma drogaria, e pediu ao dono para aceitar o filho durante as férias, vestir-lhe um gibão e mandá-lo à estação buscar encomendas, com um carrinho de mão. E sem qualquer compensação no final das mesmas férias.Conclusão: o menino, a partir daí, aprendeu a lição, começou a ser estudante de verdade e hoje, conceituado médico da nossa praça, agradece ao pai a lição que no momento próprio lhe dera, acrescentando que se hoje é o que é, ao correctivo que no momento lhe fora dado, o deve. Mas isso era no tempo dos pais tiranos, porque hoje as coisas inverteram-se. Hoje os filhos pedem, exigem a mesada, a cerveja gelada, sobretudo nas discotecas, o C.D., cama, mesa, pensão de alimentos e roupa lavada e, normalmente, mesada acrescentada a partir do meio do mês! O estudante de café sumiu-se, devorado pela sociedade de consumo, sendo muito raro ver-se passar na rua um rapaz ou uma rapariga carregando uns tantos livros, uma pasta recheada de Notícias de Beja – 7 Discurso actual ou antiquado? papéis, um objecto apenas que o identifique como estudante, e não como comensal da universidade, com direito a cantina e estudo acompanhado. Ah, não esquecer que uma vez ou outra, ainda se identificam, como na recepção aos caloiros e depois na queima das fitas, através de capas e batinas bem recheadas de rótulos de toda a espécie e feitio, com grandiosos projectos de colossais bebedeiras!!! De resto, os livros raro aparecem em cena e os erros em matemática, português, e não só, são mais que muitos! Hoje em dia é tão raro ver alguém a ler um livro no café ou restaurante, é tão raro ver alguém a estudar… Por estas e por outras é que chegamos à conclusão de se estarem a gerar informados e ignorantes, o que não admira, tendo em conta o que neste campo vai por este país. Falando de ignorantes, apenas mais um caso. No feriado de 1 de Dezembro, alguém perguntava a uma jovem o porquê do mesmo. Falouse de restauração, da independência de Portugal, do domínio dos Filipes de Espanha, das batalhas de Valverde e Aljubarrota… Como resposta, zero, nada, coisa nenhuma disto ela tinha conhecimento nem sequer ouvira falar. A dita jovem frequenta o 2.º ano da Universidade!!! E terminamos com um mini diálogo: - Então, amigo, em que é que se ocupa, qual a sua profissão? - Como não estou disposto a fazer nada, tenho a profissão de estudante! É mais uma profissão: estudante!!! Refiro-me ao discurso sobre os valores. Há quem diga que, hoje, falar de valores é querer manter uma ordem moral ultrapassada, remar contra a maré, estar fora do tempo. Assim, se pensa e se diz que se trata de um discurso antiquado. Gente mais atenta à vida, menos superficial e que pensa no mundo das relações e dos comportamentos humanos, na recuperação de valores esquecidos e na defesa daqueles que correm o risco de o serem depressa, entende que o discurso não é só actual, mas urgente e que tem de se fazer contra ventos e marés. Koichiro Matsauura, Director geral da Unesco, uma organização das Nações Unidas dedicada aos problemas da educação e da cultura, escreveu há dias no DN (23.11.2004) um interessante artigo que titulou: “Onde estão os valores? “ Beneficiando de um observatório mundial, faz considerações de muito interesse ao reportar-se a uma obra recente, “0 Futuro dos Valores”, publicada pela Unesco, na sequência das Conversas do Sec. XXI, iniciativa da mesma organização. Falando de um crepúsculo dos valores que muitos teimam em sublinhar, acentua, por seu lado, que estamos longe de podermos considerar o ataque e desprezo pelos valores como um fenómeno universal, pois “ em muitas regiões do mundo as pessoas continuam a confiar nos alicerces de referências tradicionais para dar sentido e ordem às suas vidas como indivíduos e em sociedade.” Mais adiante, escreve: “Podemos também interrogar-nos sobre as consequências das evoluções possíveis dos valores religiosos e espirituais e do surgimento de novos valores políticos. Quando a democracia representativa parece em crise em vários países, a democracia associativa está em grande expansão. Quais são os valores inerentes a estas novas redes de afinidade, aliança e comunicação? Estaremos nós a caminhar na direcção de uma “feminização” dos valores, dado o declínio das estruturas patriarcais? Iremos então assistir ao aparecimento de novos valores que necessitariam de ser transmitidos através de um ensino pluridisciplinar e aberto sobre a pluralidade das culturas?” Há valores de sempre e universais e outros que vão surgindo no evoluir dos tempos e das culturas, mas que consideram a pessoa humana como o valor supremo e indiscutível. Respeitá-los e promovê-los é a garantia de que não estamos a regressar à barbárie dos sem lei nem ordem a que se submetam. O desafio em causa está em não perder o que vale em todas as circunstâncias de lugar e de tempo, e ter discernimento para escolher e integrar o que vai surgindo e ajuda a coesão, a dignificação e a coexistência construtiva. Não sei se a gente da comunicação social lê os jornais. O artigo do Director Geral da Unesco pode ajudar a repensar a razia destruidora de valores fundamentais a que, sobretudo alguns canais televisão para os quais vale tudo e já nada valem nada, sujeitam diariamente, de modo directo ou camuflado, aqueles que ainda os vêem. Abrantes Ferreira António Marcelino, Bispo de Aveiro Estor es - TTolodos olodos - Motorização - Automatismos Estores Portões Seccionados - Grades de Segurança Portas Rápidas - Portas Automáticas e de Vidro MOLA EUROPA Montagem e Reparação de Molas para Viaturas, Lda. 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Vamos a Belém, pode e deve ser a palavra interior pronunciada por cada um de nós, desejando caminhar para o presépio e encontrar-se com Aquele que é a Vida de Deus, o Verbo do Pai encarnado Vamos a Belém, aprender com o Deus Menino, o encanto e o valor da pobreza e da humildade, do despojamento e da simplicidade, para sermos menos orgulhosos, menos soberbos, mais pobres e mais humildes. Vamos a Belém, encontrar-nos com o Salvador, apresentarmo-nos a Ele, fazer-Lhe oferta da nossa vida, do nosso ser, de tudo o que temos e somos, oferecendo, sobretudo, a nossa fragilidade, o nosso pecado. Vamos a Belém, pedir à Senhora que nos dê seu Filho, que nos faça amáLo, que nos dê a graça de nos ensinar a ser como Ele, a aprender com Ele o caminho da simplicidade, da humildade, que nos faz grandes. Vamos a Belém, olhou com encanto o Menino deitado nas palhinhas do presépio, deixar-nos seduzir por Ele, pelo seu projecto de amor e de graça, de salvação e de vida, deixar que Ele nos revele a ternura de Deus. Vamos a Belém, sem medo das exigências que o Natal nos coloca, sem colocarmos resistências à necessidade de conversão, de mudança para acolher Deus, para fazermos em nós verdadeiro presépio. Vamos a Belém, sem preconceitos, sem medos, sem impor condições a Deus, sem repugnâncias pela pobreza, pelo desaconchego, pela miséria do presépio, deixando que o Senhor nos conduza por dentro, para nos fazer renascer. Vamos a Belém, para que o Menino nos lance no amor do Pai, para que saibamos acolher o dom precioso da divindade que vem ao nosso encontro, fazer tenda no meio de nós, para ser Emanuel, o Deus connosco. Vamos a Belém, para aprender com a Sagrada Família, a grandeza da justiça, do amor fraterno, da alegria do dom, do serviço, da entrega generosa, do acolhimento dos outros, da simplicidade e da inocência. Vamos a Belém, pois só lá, com o Menino, com sua Mãe, com S. José, saberemos perceber a grandeza da humildade, entraremos nos mistérios dos gostos de Deus, perceberemos o valor da vida humana. Vamos a Belém, e com os pastores saibamos adorar o Menino, oferecerLhe a nossa vida, o nosso coração, as nossas ofertas, o gosto de estar com Ele, de Lhe fazer companhia, de sermos, de verdade, seus irmãos. Vamos a Belém... Dário Pedroso 1. Alguém proclama em voz alta: Assim diz o profeta lsaías: «Cantai, o Céus, a obra do Senhor! Exultai de alegria, ó profundezas da terra! Saltai de júbilo, vós, montes, e tu, bosque, com todas as tuas árvores, porque o Senhor resgatou o seu povo e manifestou a sua glória! Palavra do Senhor. Todos: Graças a Deus. 2. O Pai ou a Mãe, reza: Nós te louvamos, Senhor, nesta noite, e Te damos graças pela Tua Salvação. Adornámos esta árvore de Natal em honra da Vinda do Teu Filho, que afastou as trevas da Terra e derramou em todos nós a luz e a alegria da nova criação. Todos: Amém. (Acendem-se as luzes da árvore) Oração para Bênção da Ceia de Natal Senhor, reunimo-nos hoje aqui para cear, porque numa noite como esta, há muito tempo, quiseste ser uma criança com nome e apelidos entre as crianças mais pobres da terra. Abençoa a nossa mesa. Ao menos por uma noite, gostaríamos que o Mundo fosse uma grande Família: sem guerras, sem miséria, sem drogas e sem fome, com um pouco mais de música e muita mais justiça. Que ao menos esta casa, Jesus recém-nascido, acolha a Tua palavra de amor e perdão. 3. Canta-se: Ó luz de Deus, ó doce luz, que brilhas nas alturas. Vem, com teu brilho e teu fulgor, trazer ao Mundo o teu calor. Ó luz de Deus, ó doce luz, que brilhas nas alturas. Se não houver presépio, no fim da Ceia canta-se «Noite Feliz» Conserva-nos unidos. Dá-nos pão e trabalho durante todo o ano. Dá-nos força e ternura para sermos pessoas úteis que lutem por um Mundo onde haja dias bons e muitas noites boas como esta em que quiseste nascer entre nós. Senhor, Tu serás sempre bem-vindo a esta casa, até que um dia nos reúnas na tua. DIOCESE 23 de Dezembro de 2004 A Igreja de Beja em marcha Natal na Cadeia e no Seminário Porque não estive envolvido em visitas pastorais, pude marcar presença em algumas das muitas festas de Natal para que estava convidado. No dia 15, estive algum tempo na festa promovida pelo estabelecimento prisional de Beja e pude tomar consciência do que é estar privado do uso da liberdade de movimentos. Por isso apelei ao uso da liberdade interior, que nos vem do facto de sermos filhos de Deus, que a festa de Natal confirma e fortalece no coração de quem aceita Deus na sua vida. Fiquei contente por ver um grupo de visitadores presentes. Depois de uma passagem pelo hospital de Beja, para visitar alguns doentes, e muito especialmente o Pe. José Guerreiro, fui com D. Manuel Falcão participar na festa de Natal do Seminário, que começou com a celebração da Eucaristia, seguida duma ceia festiva e de um pequeno sarau musical. Presentes muitos amigos e colaboradores do Seminário, a quem agradeci a amizade por esta instituição importante na vida da diocese, pois aí se formam os mais directos colaboradores do Bispo. Passei pela Residência Pax do clero e senti de perto o que significa sentir-se debilitado por parte de quem gastou a sua vida a serviço da Igreja. Em vez do encerramento da Visita Pastoral Como noticiei na última crónica, por motivo da doença do pároco, Pe. José Guerreiro, que neste dia em que redijo estas linhas, 20 de Dezembro, ainda se encontra internado no Hospital de Beja, adiei a Visita Pastoral a Vila Nova de S. Bento e a Vila Verde de Ficalho, mas pude preparar as próximas visitas às paróquias confiadas ao Pe. Joaquim Sousa. Igreja de Santo Aleixo Por isso, inesperadamente, fui celebrar a missa dominical a Santo Aleixo, onde encontrei uma pequena comunidade de 29 fiéis, poucos para a imensidão do grandioso templo, mas são os que, fora dos dias de festa ou das Missas com intenções por falecidos, costumavam participar na Eucaristia dominical, já no tempo do saudoso Pe. Agostinho. Em Safara almocei com o pároco e as Irmãs da Divina Providência e elaboramos o programa da próxima Visita Pastoral. O Vigário Geral presidiu à celebração das missas dominicais de Vila Nova de S. Bento e de Ficalho. Agenda dos próximos dias A Missa do Nascimento de Serpa, popularmente chamada Missa do Galo, às 24,00 horas do dia 24, será presidida pelo Bispo, com acompanhamento da Banda e do Grupo Coral de Serpa. No dia 25, ao meio-dia, o Bispo preside à celebração da Sé. De 28 de Dezembro a 1 de Janeiro o Bispo e alguns jovens de Beja participam no encontro de Taizé em Lisboa. No dia 31 de Dezembro faz-se a Vigília pela Paz na igreja do Salvador de Beja, como é tradicional. No dia 1, às 12,00 horas, o Bispo preside à celebração da Eucaristia na Sé. No dia 2 de Janeiro toma posse a nova Mesa da Misericórdia de Santiago do Cacém. No dia 6 de Janeiro, o Bispo vai ainda visitar a escola de Vale dos Mortos e celebrar a Vale do Poço, para depois reunir com a Comissão Fabriqueira de Serpa, dando assim por encerrada a Visita Pastoral às paróquias confiadas ao Pe. José Carvalho, que no dia 7 de Dezembro completou 80 anos de vida intensa, mas ainda cheia do vigor da juventude. No dia 10 de Janeiro começa uma nova ronda de reuniões arciprestais, nas quais queremos incrementar a colaboração interparoquial em alguns sectores, sobretudo da pastoral juvenil e vocacional, da formação cristã dos adultos e administração paroquial. Notícias de Beja – 9 Apresentada ao público a Enciclopédia Católica Popular de D. Manuel Falcão Na passada terça-feira foi apresentada ao público, em sessão na Biblioteca da Universidade Católica de Lisboa, a “Enciclopédia Católica Popular”, do nosso Bispo Emérito D. Manuel Falcão, editada pelas “Paulinas”. Além de familiares e pessoas amigas, estiveram presentes os membros da Comissão Episcopal das Comunicações Sociais, cujo presidente, D. João Alves, Bispo Emérito de Coimbra e colega de seminário de D. Manuel, dele falou no início da apresentação. Falou da obra o investigador Jesué Pinharanda Gomes. No agradecimento e em conversa connosco, D. Manuel Falcão disse que a Enciclopédia resultou da evolução de um vocabulário de termos usados na linguagem da Igreja Católica, pedido por jornalistas e outros comunicadores, pelas dificuldades sentidas ao redigirem ou interpretarem notícias sobre acontecimentos ou realidades da Igreja. O projecto inicial de vocabulário deu depois origem a uma enciclopédia, pelo desenvolvimento com que foram tratadas várias entradas. Consequentemente também se alargou o público visado, que, para além dos profissionais da comunicação social, passou a ser também o clero, catequistas, professores de religião e membros mais empenhados do laicado católico. O Notícias de Beja foi fazendo, ao longo de vários meses, o anúncio da Enciclopédia, pela inclusão de alguns dos seus artigos mais interessantes na secção da sua última página confiada a D. Manuel Falcão. Sabemos que muitos dos nossos assinantes aguardavam com interesse a saída da Enciclopédia. Ela pode ser adquirida nas livrarias católicas e, em Beja, na Livraria Diocesana instalada no Seminário. Obras em igrejas e instituições ligadas à Igreja subsidiados No dia 16, o Secretário de Estado da Administração Local, Dr. José de Almeida Cesário, passou pela diocese a assinar protocolos de projectos de obras que tinham concorrido a co-financiamentos públicos, entre eles o da cobertura do Convento de Santo António de Beja, onde funciona o Patronato, e os das igrejas de S. Pedro de Sólis e de S. João dos Caldeireiros, no concelho de Mértola. Participei pessoalmente na cerimónia do Patronato e fui representado pelo Vigário Geral em Mértola. Afinal o Secretário de Estado cumpriu o que havia prometido aquando da inauguração das obras de restauro da igreja paroquial do Espírito Santo, no concelho de Mértola, de prestar mais atenção aos projectos da diocese de Beja. Comunidades neo-catecumenais No dia 17, à noite, na igreja do Salvador de Beja, presidi ao rito da iniciação à oração de 54 pessoas ligadas às comunidades neo-catecumenais de Beja, de Moura, de Sines e de Vila Real de Santo António. A partir de agora temos mais estes irmãos a rezar com a Igreja a Liturgia das Horas. Dez milhões de estrelas em Beja Nas Portas de Mértola de Beja, local de muito comércio e de passagem de peões, a Caritas Diocesana associou-se à iniciativa internacional denominada Dez Milhões de Estrelas, que convida as pessoas a adquirir uma vela para colocar acesa às janelas das casas, na noite de 24 de Dezembro, como apelo de paz a todos os homens, pensando nos mais indefesos, nas crianças, vítimas das guerras e das injustiças deste mundo. Vários grupos de crianças participaram neste rito festivo, desde crianças de etnia cigana do Bairro da Esperança aos alunos do Colégio de Nossa Senhora da Conceição. Escuteiros, um grupo ucraniano da paróquia de S. João Baptista de Beja, crianças do infantário da paróquia do Salvador e muitas outras alegraram esta parte da cidade e ajudaram a começar a viver a mensagem de Natal, a que aludiu nas palavras de abertura. Encontro Europeu de Jovens Promovido pela Comunidade de Taizé, realiza-se em Lisboa, de 28 de Dezembro de 2004 a 1 de Janeiro de 2005, um encontro ecuménico de oração para jovens de toda a Europa. Os jovens, que são acolhidos nas paróquias da cidade, terão vários momentos de reflexão e celebração nas igrejas e no Parque das Nações. Núcleo museológico de Arte Sacra em Moura Por iniciativa do nosso Departamento do Património Histórico e Artístico e da paróquia de S. João Baptista de Moura, no dia 17, de tarde, abriu, com a presença da Ministra da Cultura, dos autarcas e de muitas pessoas, um novo núcleo museológico na diocese de Beja, na igreja de S. Pedro, que, em tempos, serviu de casa mortuária. Num belo espaço, podem agora ver-se valiosas peças do rico património religioso de Moura, muitas delas do antigo convento do Carmo. Foi um projecto de parceria entre o Estado, a Câmara Municipal de Moura, a paróquia e a diocese, na continuação dos já inaugurados tesouros da Colegiada de Santiago do Cacém, da Basílica Real de Castro Verde e da Igreja de S. Vicente de Cuba. Espera-se para breve a abertura dos restantes núcleos: Seminário de Beja, igreja dos Prazeres de Beja e Senhora das Salas em Sines. Parabéns ao nosso Departamento. † António Vitalino, Bispo de Beja Concerto de Reis na igreja do Carmo de Beja Cumprindo a tradição, o Coro do Carmo de Beja, dirigido pelo Padre António Cartageno, vai assinalar a Festa dos Reis na noite de 6 de Janeiro, às 21.30h, com um concerto inteiramente dedicado à quadra natalícia. Participa também o Coro Infantil da paróquia de São João Batista. Entrada livre. 10 – Notícias de Beja PUBLICIDADE 23 de Dezembro de 2004 CASA SONOTONE Fundada há mais de 70 anos agora com novas instalações Aparelho Intra Digital (todo dentro do ouvido) – A mais antiga e actualizada em Aparelhos Auditivos – Laboratórios de Audiologia – Material Médico Electroacústico O.R.L. – Cabinas Insonoras Pilhas de todas as Voltagens Eng.ª Ilda Carapinha Gerente e Directora Técnica EXAMES GRÁTIS Tel. 21 886 83 52 - 21 882 39 00 Fax 21 887 62 01 Desejamos aos nossos Excelentíssimos E-mail: [email protected] LISBOA: Poço Borratém, 33 S/l - 1100-408 LISBOA R. Arco do Marquês de Alegrete, Loja aberta aos sábados Palácio dos Aboim 1100-034 LISBOA Clientes, Classe Médica e Amigos da Sonotone um Feliz Natal e Bom Ano Novo Desejamos aos nossos Clientes e Amigos um Feliz Natal e Bom Ano Novo Mariano Gaspar & Filhos, Lda. 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Os campos floresceram As árvores formosas engalanadas Vestiam de branco E os seus mantos rendilhados Eram brilhantes imaculados E a neve continuava a cair Cobrindo a terra Que mais parecia um longo sudário De linho branco perfumado Foi numa noite assim Há muitos, muitos anos Que nasceu Jesus! Numa noite de Amor, Paz e Perdão! Hoje e no coração do homem Continua o ódio, a guerra, a morte Caminhamos lado a lado E não nos conhecemos como irmãos E no mundo? Meu DEUS?!... Quanta dor, tristeza e solidão!! E nos corações vazios da humanidade Já não há mais amor para dar. Mas... o SENHOR Continuará a nascer, sempre! Com AMOR Em NOITE BRANCA DE NATAL!... Maria Isabel Lisboa, 2004 Notícias de Beja – 11 Na Mensagem para o Dia Mundial da Paz – 1 de Janeiro Papa condena o recurso à violência e apela à mobilização económica a favor dos países pobres Na Mensagem para o Dia Mundial da Paz, que se celebra a 1 de Janeiro, o Papa João Paulo II condena o recurso à violência para impor a paz nas zonas de conflito e lamenta que o «drama, iraquiano se prolongue». «Para que se consiga o bem da paz, é preciso afirmar com uma consciência lúcida que a violência é um mal inaceitável e que ela nunca resolve os problemas», afirmou o Santo Padre no texto apresentado há dias à imprensa e destinado à meditação nas igrejas católicas no dia de Ano Novo. João Paulo II realça ainda a necessidade de uma mobilização económica a favor dos países pobres, através de um aumento da ajuda pública ao desenvolvimento e de uma redução da dívida. «Para atingir a paz no mundo, hoje mais do que nunca, é preciso considerar como determinante e decisiva a consciência da inter-dependência entre países ricos e países pobres», diz. O Papa acrescenta que «o drama da pobreza aparece ainda estreitamente ligado à questão da dívida externa dos países pobres», um problema para o qual ainda não se encontrou «uma solução apropriada». «Neste contexto, como não pensar no querido continente africano, onde persistem conflitos que fizeram e continuam a fazer milhões de vítimas?», diz João Paulo II. O Papa refere-se ainda à situação na Palestina, «a terra de Jesus», onde tem sido difícil a «compreensão mútua» e o conflito «é alimentado todos os dias de forma preocupante com atentados e vinganças». Sobre a violência terrorista, João Paulo II considera que está a «empurrar o mundo inteiro para um futuro de medo e de angústia» e, referindo-se ao conflito no Iraque, afirma que verifica «com amargura» que se prolongam as «situações de incerteza e de insegurança para todos». «Podemos constatar uma explosão impressionante de múltiplas manifestações sociais e políticas do mal», conclui. Futuro da humanidade passa por África A Santa Sé está convencida de que o futuro da humanidade passa, em larga medida, pela resolução dos problemas no continente africano. «Se se resolver o problema da África, as repercussões benéficas iriam verificar-se em todo o mundo», disse o cardeal Renato Martino, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz (CPJP), durante a apresentação da Mensagem de João Paulo II para o Dia Mundial da Paz/2005. O antigo observador da Santa Sé na ONU, com larga experiência de política internacional, disse que o Papa «tem este continente no coração», chamando a atenção para conflitos como o do Sudão, o do Uganda ou nos Grandes Lagos, onde morreram mais de 3,8 milhões de pessoas desde 1998. «Os conflitos já não se resolvem recorrendo ao tráfico de armas, mas com ajudas para o desenvolvimento e o compromisso para eliminar a dívida dos países pobres», disse D. Martino, citando a Mensagem de João Paulo II. O presidente do CPJP falou ainda do drama dos cinco milhões de crianças que morrem de fome todos os anos, dos mil milhões de meninos e meninas sem infância, por causa da pobreza, da SIDA e outras epidemias. Nesse sentido, o cardeal Martino destacou o facto de João Paulo II ter dedicado a terceira parte da sua mensagem ao tema do uso dos bens da terra, no contexto dos princípios da Doutrina Social da Igreja que se referem ao destino universal dos bens e a cidadania universal. Elídio Ferreira Comércio de Electrónica e Informática, Lda. Ourivesaria Miranda Ementa diária de pratos para fora Wilfrien Behrens J.L.N.M., Lda LINHA VERDE CHAMADA GRÁTIS 800 201 786 Desejamos aos nossos Clientes e Amigos um Feliz Natal e Bom Ano Novo Largo dos Duques, 11 – 7800-143 BEJA Tel. 284 311 490 Fax 284 311 499 Frango Febras Entrecosto Espetadas Costeletas de Porco Costeletas de Novilho Costeletas de Borrego Bife de Novilho Lombinhos Bitoques Hamburgers Bacalhau na Brasa Salsicha Alemã Chocos Grelhados Lulas Grelhadas e Prato do Dia Dr. Rui Miguel Conduto CARDIOLOGISTA Desejamos aos nossos Clientes e Amigos um Feliz Natal e Bom Ano Novo Rua das Portas de Mértola, 32-34 - 36 Telef. 284 323 868 Fax 284 321 909 7800 BEJA Campanha de novos assinantes Computadores / Impressoras Fotocopiadoras / Registadoras Assistência técnica a todas as marcas Desejanos aos nossos Clientes e Amigos um Feliz Natal e Bom Ano Novo Centro Comercial do Carmo, 6/1 – 7800 BEJA 284 326 006 – Fax 284 326 210 MÓVEIS EM TODOS OS ESTILOS E TAPEÇARIAS CONSULTAS: Sábados Rua Heróis Dadra, 5 - Beja – Telef. 284 327 175 Marcações das 17 às 19.30 h., pelo Telef. 284 322 973/914 874 486 Quartas-Feiras UNIMED Campo Grande, 46-A LISBOA Telefone 217 952 997 Sextas-Feiras CLÍNICA MÉD. CIRÚRGIA DO MARQUÊS Av. da Liberdade, 242 LISBOA Telef. 213 173 900 Para chegarmos aos 5.000 precisamos também da sua colaboração. Leia e divulgue o “Notícias de Beja”, semanário regionalista de inspiração cristã. Joaquim António André Nogueira Desejamos aos nossos Clientes e Amigos um Feliz Natal e Bom Ano Novo Rua Camilo Castelo Branco, 15 - Tel. / Fax: 269 822 220 7540 - 148 SANTIAGO DO CACÉM NATAL 12 – Notícias de Beja 23 de Dezembro de 2004 O Natal na Arte e na Literatura Têm sido muitos os artistas e escritores portugueses que, através das suas obras, nos têm mostrado toda a simplicidade encantadora que encerra o Natal. Dentre os artistas é de realçar o trabalho dos barristas, que não hesitaram em imprimir na modelação das suas imagens toda a feição popular de que o presépio se reveste. Assim fizeram os barristas de Estremoz, os mestres Machado de Castro e António Ferreira. Assim fez Rosa Ramalho que, para além dos oitenta e tantos anos e na simplicidade rústica da sua casa em Barcelos, conseguiu modelar figuras “vivas” e populares; ou mestre José Franco, que para os lados de Mafra tem sabido criar um mundo surpreendente de imaginação. Na literatura é vasta a prosa que se ocupa de tão aliciante tema que é o Nascimento de Cristo. António Feliciano de Castilho – um dos introdutores da Escola Romântica – fala-nos assim do Natal: «... Não foi nos palácios não foi em Roma, não foi no Capitólio que o Filho do Senhor de tudo quis nascer: Foi nos campos, na mais rústica pousada; não entre os príncipes, senão entre os pobres: os animais, símbolos da lavoura e do trabalho, lhe fazem corte; os primeiros que o louvam, o beijam, e o querem são os pastores! Os primogénitos do Céu fostes, vós, e soi-los ainda, homens simples e laboriosos. Os Presépio de Maria Amélia Carvalheira, séc. XX das pompas, os da riqueza, os da ciência, virão também prostrar-se, a este Menino que enobrece a tudo quanto se prostra: virão, que o destino dele é a dominação mas só chegarão depois de vos Para vós, bastou um convite melodioso; para eles, será necessária uma revolução nos astros Ei-los enfim – os Reis!!! Noite de Natal, quem te não ama?» Ramalho Ortigão – dotado de grande poder de observação e que pugnou sempre pelo triunfo da virtude - descreve-nos desta maneira o Natal minhoto: O objecto do culto, da admiração, do entusiasmo, do enlevo dos pequenos do meu tempo era velho “presépio” “ tão ingénuo, tão profundamente infantil, tão cheio de coisas risonhas, pito-rescas, festivas, inesperadas.” «Depois celebrava-se a ceia, o mais solene banquete da família minhota Tinham vindo os filhos, as noras, os genros, os netos. Acrescentavase a mesa. Punha-se a toalha grande, os talheres de Cerimónia, os copos de pé, as garrafas doiradas.» «Havia o arrastar das cadeiras, o tinir dos copos e dos talheres, o desdobrar dos guardanapos, o fumegar da terrina. Tomava-se o caldo, bebia-se o primeiro copo de vinho; estava-se ombro com ombro; os pés de um lado tocavam nos pés dos que estavam defronte. Bom aconchego! Belo agasalho! As fisionomias, tomavam uma expressão de contentamento de plenitude. Que diabo! Exigir mais, seria pedir muito. Tudo o que há mais profundo no coração do homem – o amor, a religião, a pátria, a família – estava aí tudo reunido numa doce paz, não opulenta, mas risonhamente remediada e satisfeita. Não é tudo? Não é o primeiro dos convivas que linha o sentimento dessa imperfeição na felicidade era a velhinha sentada ao centro da mesa. Ela, que para nós representava apenas a avó, tinha sido também a filha, tinha sido a irmã, tinha sido a esposa, tinha sido a mãe... No seu pobre coração quantos lutos sobrepostos, quantas saudades acumuladas! Por isso, enquanto os outros riam alegremente, a mão dela emagrecida e rogada tremia de comoção ao tocar no copo; e dos seus olhos cansados despregavam-se silenciosamente duas lágrimas, que ela embebia no guardanapo enquanto a sua boca procurava sorrir e titubear palavras de resignação, de conforto, de felicidade.» Também a poesia popular – genuína criação do povo – se refere ao Nascimento do Deus Menino: Em Belém, à meia noite, Noite de eterna alegria, Da aurora nasceu o sol; Nasceu Jesus e Maria. Em Belém, à meia-noite, Meia-noite de Natal, Nasceu Jesus no Presépio, Maravilha sem igual. Glória a Deus lá nas alturas Diz o Anjo do Senhor, Paz aos homens sobre a Terra, Que nasceu o Redentor Boas Festas, Boas Festas, Festas de muita alegria; Que nasceu o Deus Menino, Filho da Virgem Maria. Francisco Sousa AZULEJOS E PAVIMENTOS DE ESPANHA S.P. - Importação e Exportação, Lda. Agente Oficial das Marcas SANITANA - ROCA DISTRIBUIDOR DAS TINTAS EUROPEX DESEJA A OS AOS SEUS CLIENTES FELIZ NA TAL E... NAT ... UM PRÓSPER O PRÓSPERO ANO NO VO NOV BAIRRO SÃO MIGUEL, LOTE 9 - APT 32 - BEJA TEL.: 284 324 247 - FAX: 284 329 035 NATAL 23 de Dezembro de 2004 Notícias de Beja – 13 Os presépios portugueses Embora saibamos que devem ter sido os franciscanos a introduzir os presépios nas tradições portuguesas, a data exacta do seu aparecimento no nosso país contínua envolvida numa série de mistérios e de estudos contraditórios levados a efeito por alguns presépio quinhentista feito pelo escultor Bastão D. Artiaga para a irmandade dos livreiros em 1558. Durante o século XVI os presépios floresceram nas ordens monásticas e no século seguinte apareceram nas igrejas, para na segunda metade dessa mesma centúria, as casas Conjunto escultórico setecentista do Convento da Madre de Deus, de Guimarães. Encontra-se na Igreja dos Santos Passos. especialistas. Em 1925 Luís Chaves lançou para o domínio público um manuscrito da Biblioteca Nacional de Lisboa (cod; 14-A. 21-4, fl.3) no qual se podia ler que o primeiro presépio de Lisboa se encontrava no Convento do Salvador. Outro estudioso, Diogo Macedo, afirma também que no Convento Dominicano de São Salvador, no século XVI, existia já um presépio, e outro especialista brasileiro, Luís da Câmara Cascudo, afirma que nesse convento as freiras faziam presépios pelo menos desde 1391. As informações são contraditórias, mas o que é certo e que há um particulares da, capital armarem os seus próprios presépios. Durante o século XVI a pintura portuguesa legou-nos uma série de trabalhos onde se imortalizou o nascimento do Menino. Os museus regionais e o Museu de Arte Antiga guardam inúmeros tesouros dos quais destacamos o retábulo do mestre do paraíso com os painéis da Anunciação, Visitação, Natividade, Adoração dos Magos, Apresentação de Jesus no templo e a fuga para o Egipto, hoje no Museu Nacional de Arte Antiga. Merece também referência, adoração dos Magos, apresentação de Jesus no templo e a Fuga para o Egipto, hoje no Museu Nacional de Arte Antiga, e os painéis de Jorge Afonso do Museu Grão Vasco em Viseu e os que se guardam na casa dos Patudos junto de Alpiarça. Na Centúria seguinte tomaram-se famosos os presépios construídos por barristas como Luís Costa ou Manuel Machado, o pai de Machado de Castro. Também os azulejos, que fazem parte da tradição portuguesa. Serviram de suporte à representação do presépio, como os da capela da Senhora do Restelo ou os da Ermida do Socorro perto do Bombarral. O século XVIII é considerado o século de ouro dos presépios portugueses, modelados pelos Franciscanos, Dominicanos e portugueses vindos recentemente de Itália onde tinham estudado por conta de fidalgos. Os frades de Alcobaça e de Mafra, as escolas de Lisboa e do Alentejo, e artistas como Joaquim Machado de Castro e Alexandre Guisti tomaram-se famosos nesta época. O sentido iconográfico das suas obras prenderam-se a um naturalismo e a um certo carácter de raiz popular, ignorando o academismo, o sentido clássico e barroco. Os barristas desta época construíram personagens curiosas colocando as em cenários um pouco exube-rantes onde muitas vezes o estábulo de Belém aparece apenas como uma pequena parte do mundo enorme que ali é representado. Machado de Castro, artista de Coimbra nascido em 173 1, é um dos mais conhecidos escultores de presépios, tendo modelado inúmeros trabalhos deste género, cheios de fantasia, humanismo e imaginação, que hoje podemos encontrar na Sé Catedral de Lisboa, em Campolide ou mesmo na Basílica da Estrela, local onde podemos observar um dos mais famosos presé- Presépio da Basílica da Estrela, em Lisboa. Instalado em 1783 por Machado de Castro e a sua escola, possui cerca de 500 figuras. Apresenta duas cenas centrais: “Adoração dos pastores” e “Cortejo dos Reis Magos”. pios, constituído por 500 figurinhas muito humanas e cheias de sentimentos. António Ferreira foi outro barrista da mesma época que modelou figurinhas cheias de fantasia, que hoje se encontram no convento da Cartuja de Laveiras e no da Madre de Deus em Lisboa. No século XIX as guerras que se fizeram sentir em Portugal fizeram com que não houvesse ambiente para se fazerem presépios. A extinção de conventos levou a que muitos presépios desaparecessem. Em algumas casas particulares nobres, os seus presépios também se perderam, no entanto ficaram frequentemente as figuras principais: o Menino, a Virgem, S. José, o burro e a vaca. No nosso século XX as tradições dos presépios não desapareceram. Os bairros populares, por exemplo, continuam a perpetuar o episódio que se passou há quase dois mil anos em Belém. Recordemo-nos das figuras dos presépios de Estremoz, onde se entrelaça a História Bíblica com o mundo alentejano – o Menino Jesus, os Reis Magos, os pastores com trajes alentejanos... ou observemos as figurinhas de Barcelos profundamente coloridas, com músicos, carros de bois e pastores... onde a imaginação dos artesãos levou a pôr em quase todas as personagens buracos para colocar palitos ou mesmo assobios... REGIONAL 14 – Notícias de Beja 23 de Dezembro de 2004 Novos Assinantes Na Praça da República, em Beja, há coisas que fazem pensar Primeiro foi a remodelação do rectangulo central, abrangido pelo polémico programa Polis. Acabadas as discussões públicas, que a Comunicação Social veiculou durante alguns meses, vamo-nos habituando ao figurino actual, sem que deixemos de sentir e exteriorizar mágoa pela obra infeliz legada pelos arquitectos desta “nova” Praça. Arrumada a questão geográfica e acomodados ao novo visual, há problemas em aberto que urge lembrar e que necessitam de resposta urgente. De todos, o mais gritante é a desertificação desta Praça nobre, outrora sala de visitas de Beja e lugar priveligiado de convívio social e de transacções comerciais. A dilatação da cidade para a peri- feria criou, há alguns anos, novas centralidades, com vida autónoma e comércio diversificado. É um facto, benéfico, que, aliás, ocorreu também em todas as cidades do País. Mas, se queremos fomentar o turismo, não podemos descurar o centro histórico. Na Praça da República e suas imediações, estão os principais monumentos de Beja. Até, por via disso, devem estar serviços de qualidade – comércio diversificado e atractivo, cafés, pastelarias, restaurantes, centros de cultura, que chamem à Praça as pessoas durante o dia, inclusive aos fins de semana. Infelizmente, não é isso que acontece. A Praça está morta, fecharam muitas lojas nos últimos anos e até, há poucos Campanha dos 5.000 dias, a única Residencial aqui existente. Por outro lado, com a proibição de estacionamento em quase toda a área, as pessoas, que já não sabem andar a pé (vícios da civilização), não vêm mesmo à Praça. E, como quase ninguém vem, nem mesmo a Polícia, assiste-se todos os dias a fenómenos espantosos: por exemplo, os automobilistas, ao chegarem à igreja da Misericórdia olham as placas de proibição de marcha à direita, e, se não há policiamento à vista, aí vão eles desarvorados, em transgressão consciente e irresponsável, com perigo até de atropelamentos, pois, em princípio, nenhum carro deveria surgir na faixa desde a rua Abel Viana até ao cruzamento com a rua da Moeda. Outra originalidade é o espectáculo desportivo a que, à tarde, podemos assistir, sob as arcadas da Misericórdia - Monumento Nacional. São jogos de futebol animados e ruidosos de catraios, que, advertidos com frequência pela própria polícia, teimam em repetir estas cenas do triste figura e de lesa-arte. E deixemos, por agora, outros espectáculos ainda mais deploráveis e degradantes, realizados a altas horas da noite, aquando do regresso de certas “capelinhas” de luzes bruxuleantes que proliferam nas ruas e ruelas à volta da Praça da República. O pacato cidadão, que gosta de viver na cidade de Beja e deseja que ela seja cidade de progresso e com qualidade de vida, não pode deixar de estranhar situações bizarras e condenáveis que se verificam e pedir para elas as necessárias providências. Vamos salvar e valorizar a nossa Praça da República. O Centro Histórico de Beja não pode morrer nem ser vandalizado. Alberto Batista “Notícias de Beja” é recebido em muitas centenas de casas do Alentejo e de outras regiões do País, e, segundo testemunhos que nos chegam, com frequência, por escrito e oralmente, é lido com muito agrado e proveito. Mas, porque, também nestas coisas, parar é morrer, e porque quando formos mais, teremos um jornal melhor, temos de apostar seriamente na sua expansão. Todos, a começar pelos que já são assinantes e, particularmente, pelos párocos da Diocese de Beja que, no “Notícias de Beja”, podem ter o melhor coadjutor para o seu trabalho pastoral. Vamos, pois, colaborar nesta campanha dos 5.000. Se em cada paróquia do Alentejo conseguirmos 10 novos assinantes, em breve atingiremos a meta que nos propomos Amigo assinante, seja apóstolo da boa imprensa. Traga-nos um novo assinante. Neste tempo de Natal, ofereça uma assinatura do “Notícias de Beja” a um familiar ou a um amigo. Entretanto, registamos com alegria as novas inscrições: - Aljezur – Pe. José Joaquim Fernandes Campôa - Amarante – Pároco de S. Gonçalo - Balazar – Pe. João Gomes da Cunha - Beja – Gertrudes Martelo Peste, João Francisco Carrujo Dinis, José Fernando Santos, Francisco de Assis Fitas Correia, Maria Matilde Almeida Guerreiro, Augusta MariAna Casadinho Matos, Dr. Luis Manuel Capela, José Carlos Morais Carapinha, Arquitecta Francisca Romão, Jardim Infantil Nossa Senhora da Conceição. - Canadá – Américo Leão - Cuba – José Joaquim Carocinho Cabaça - Costa da Caparica – António Manuel Garcia Falé - Espírito Santo (Mértola) – Ercília Palma Correia Rita - Ferreira do Alentejo – Custódia Mariana Silva Ruivo - Ferreira do Zêzere – Pe. Manuel Pinto Caetano - Infias – Pe. Adelino Sousa Rosas - Lisboa – Vitor Malha, Cónego Francisco Pereira Crespo - Mértola – Cecília Palma - Neves – Florbela de Jesus Neves David -Portalegre – Emília Nazaré Aranha - Porto – Alberto de Magalhães Plácido - S. Miguel do Pinheiro (Mértola) – Carlos Palma - Sines – Arminda Rodrigues Veloso - Vila Nova de Gaia – Pároco de Madalena, Carlos Manuel Silva Luís - Ourique – António de Brito Nobre - Quinta do Conde – Maria da Graça Contreiras Pinto Notícias de Beja regista e agradece Boas Festas Nesta quadra natalícia, foram muitos os amigos que se lembraram do nosso jornal e nos enviaram simpáticas mensagens de Boas Festas e Feliz Ano Novo. Aqui ficam os seus nomes, com os nossos melhores agradecimentos: Bombeiros Voluntários de Beja, Diocese Rosa Costa (Quintos), Cruz Vermelha Portuguesa (Beja), Câmara Municipal de Beja, Associação de Municipios do Distrito de Beja, Reinaldo Rebelo (Laranjeiro), Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Básica de Santa Maria (Beja), Instituto Português da Juventude, D. Florinda Barão Sequeira (Mértola), Cáritas Diocesana de Beja, Bispo de Vila Real, Centro Nacional de Escutas (Beja), Associação de Reformados e Idosos de S. Teotónio, Maria da Luz Vilhena (Alvalade do Sado), Instituto do Desporto de Portugal (Beja), Câmara Municipal de Serpa, Câmara Municipal de Montemor-oNovo, Governo Civil de Beja. Natal na Planície Dourada Região de turismo Planície Dourada - Cante ao Menino, Janeiras e Reis - Igreja Paroquial, Casével (28, 21:30 h) - Exposição de Presépios - Galeria de Arte / Capela de Sto. António Ferreira do Alentejo (2/12-10/01) - Esplendor a Azul e Barnco: A Azulejaria Barroca dos Séculos XVII e XVIII Convento de Nossa Sr.ª da Conceição, Beja Praça da República, 12-1.º 7800 Beja Tel. 284 310150 Fax 284 310151 Email [email protected] PUBLICIDADE 23 de Dezembro de 2004 Notícias de Beja – 15 OPTOMETRIA ÓPTICA OCULAR CONTACTOLOGIA Desejamos aos nossos Clientes e Amigos um Feliz Natal e Bom Ano Novo Sede: Rua da Infantaria 17, nº 3 (junto ao Correio) 7800-470 Beja Filial: Largo D. Nuno Álvares Pereira, nº 5 Ou à PSP) 7800-018 Beja Apartado 93 7801-902 Beja Telefs. SEDE: 284324085; FILIAL: 284324040,284325057; FAX: 284327041 www.mariooculista.pt e-mail: [email protected] SOMEFE SOC. DE METAIS E FUNDIÇÃO, LDA. ÉVORA Tel.: +351. 266. 750 250 Fax.: +351. 266. 750 251 Cristina R. F. & Filhos, Lda. Desejamos aos nossos Clientes e Amigos um Feliz Natal e Bom Ano Novo Produtos Congelados Peixes, Pré-Cozinhados, Mariscos e Vegetais Apart. 31 7002-501 ÉVORA Codex [email protected] TUBOS E ACESSÓRIOS P/ TODOS OS FINS EM FERRO DUCTIL, PVC, GALVANIZADOS, PEAD. PEX, ETC. TAMPAS E GRELHAS CERTIFICADAS (NP EN 124) P/REDES DE ÁGUAS, ESGOTOS, TELECOMUNICÇÕES, SLAT, ETC. CHAPAS DE FIBROCIMENTO - ALGEROSES Rua Abel Viana, 8 - 10 - Telef.: 284 320 862 - Tlm. 967 820 102 - 7800 BEJA Bárbara Dinis TELHAS BETUMINOSAS - PLACAS ISOLANTES ANDAIMES, PRANCHAS E BETONEIRAS DECAPAGEM E METALIZAÇÃO COMERCIALIZAÇÃO DE SUCATAS Desejamos aos nossos Clientes e Amigos um Feliz Natal e Bom Ano Novo Tratamentos de Pele Tratamentos de Corpo THALGO FOTOPAX RETRATOS DE ARTE Reconstituição de Fotografias Antigas Revelação de Filmes em menos de 1 hora Desejamos aos nossos Clientes e Amigos um Feliz Natal e Bom Ano Novo Rua de Mértola, 83 BEJA Tel. 284 322 848 Depilação a frio Maquilhagem Unhas de Gel Manicure Pedicure Respostas às questões da última página 1. Bíblia. David escolheu para seu sucessor seu filho Salomão filho de Betsabé, a mulher do general Urias, que David tomou como sua depois de ter dado a morte ao marido. 2. Vocabulário. a) incunábulo é uma obra impressa dos primeiros anos da imprensa (até 1500). b) oráculo é uma palavra autorizada, por vezes atribuída a Deus ou aos deuses. c) piranha é um peixe carnívoro. d) reciprocidade é a mútua correspondência. d) soco com ó aberto é o mesmo que tamanco; com o ô fechado é o mesmo que murro. Pedras preciosas. Respectivamente: a) safira; b) esmeralda; c) topázio; d) rubi; e) ametista. Aos meus clientes e 23 amigos votos de um Feliz e Santo Natal e Bom Ano Novo O Palma Inácio deseja a todos os clientes e amigos VERDADEIROS um Natal Feliz e um Ano Novo melhor Av. Gago Coutinho 1-B, Letra L Tel.: 283 322 153 ODEMIRA DEZEMBRO 2004 P r o p r i e dade da D i o c e s e d e B e j a Contribuinte Nº 501 182 446 Director: Alberto Geraldes Batista Redacção e Administração: Rua Abel Viana, 2 - 7800-440 Beja Tel. 284 322 268 Fax: 284 322 386 E-mail: [email protected] http://www.ecclesia.pt/noticiasdebeja Assinatura 18 Euros anuais c/IVA Composição e Impressão: Gráfica Almondina - Torres Novas Tel. 249 830 130 - Zona Industrial - Torres Novas Registo N.º 102 028 Depósito Legal N.º 1961/83 Editado em Portugal Tiragem 3.000 ÚLTIMA PÁGINA 23 de Dezembro de 2004 Espaço Ludo-Cultural Recordar é viver Árvore de Jessé (séc. XVII) - Igreja de Santa Maria da Feira, Beja (séc. XV) Bom Natal Feliz Ano Novo Nesta Festa da Família, vai para todos os nossos amigos, assinantes, colaboradores e anunciantes, O que segue foi respigado de números antigos do Notícias de Beja. Há 75 anos (1929). O n.º de Natal, além de dedicar o editorial ao grande acontecimento cristão, inclui notícias sobre os seguintes acontecimentos: a) morte do Marechal Gomes da Costa, a cujo funeral presidiu D. José do Patrocínio Dias na qualidade de antigo chefe de capelães militares; b) entrega do barrete cardinalício pelo Papa ao patriarca de Lisboa D. Manuel Gonçalves Cerejeira: c) celebração do jubileu sacerdotal do Papa Pio XI, há 8 anos à frente da Igreja Universal. Há 50 anos (1954). O jornal noticia que, não tendo havido tempo, ao longo do Ano Mariano, para a Imagem Peregrina de N. Senhora de Fátima visitar todas as paróquias da Diocese, foi já depois do dia 8 de Dezembro que ela esteve em Mértola, onde teve o melhor acolhimento e a presença do venerando Prelado para a cerimónia da despedida. Há 25 anos (1979). 1. O Prémio Nobel da Paz foi entregue à Madre Teresa de Calcutá no dia 10, por ocasião do aniversário a Proclamação Mundial dos Direitos Humanos feita pela ONU; 2. Em resultado de diligências junto do Gabinete da Área de Sines, foi possível encontrar espaços para dois lugares de culto na nova área urbana de Santo André. Foi já entregue pela Diocese o programa para o mais importante dos dois, ficando o GAS de elaborar o respectivo projecto. Para pensar uma saudação cordial com votos ardentes de FEST AS FELIZES FESTAS na Alegria e Paz que irradiam do Presépio de Belém “Não temais! Nasceu-vos um Salvador” «E quando eles ali se encontravam, completaram-se os dias de Ela dar à luz e teve o seu Filho primogénito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoira, por não haver para eles lugar na hospedaria. Na mesma região, encontravam-se uns pastores, que pernoitavam nos campos, guardando os seus rebanhos durante a noite. - O anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor refulgiu em volta deles, e tiveram muito medo. Disse-lhes o anjo: «Não temais, pois vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo povo. Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias, Senhor.» (Lucas 2, 6-11) NATAL CRISTÃO. Para nos mantermos fiéis ao genuíno espírito cristão do Natal, sem nos deixarmos levar pela onda do consumismo e pelas correntes pagãs de que é símbolo a figura grotesca do “Pai Natal”, nada melhor do que ler atentamente os artigos 106 a 123 do “Directório da Piedade Popular e Liturgia” publicado pela Santa Sé em 2001 (de que há duas edições em português). No Natal a Igreja celebra a manifestação de Jesus Cristo, o Filho de Deus nascido virginalmente de Maria na gruta de Belém. A liturgia rodeia o Natal de várias celebrações. A piedade popular envolve o Natal de gestos muito significativos, inspirados pela sensibilidade e cultura de cada povo. Todos eles se inspiram na espiritualidade do dom, na solidariedade de Deus com os homens e destes entre si, no valor sagrado da vida, no clima de paz e de alegria, e na simplicidade e pobreza que irradiam do Presépio. As principais expressões da piedade popular próprias do Natal são: 1) O presépio armado no lar, na igreja ou mesmo noutros lugares (montras de estabelecimentos ou espaços públicos). 2) A árvore de Natal que evoca a “árvore da vida” (Gén 2,9) sempre verde e cheia de frutos, ou mesmo a “árvore da cruz” sobre a qual Jesus nos obteve e salvação e justificação. 3) A troca de prendas como expressão do amor e da caridade de uns para com os outros. 4) A ceia de família tão importante para avivar e consolidar a união dos que estão ligados pelos laços do sangue e da amizade. As expressões da piedade popular relativas ao Natal deram origem às festas que a liturgia celebra nesta quadra. O Directório refere: a festa da Sagrada Família (Domingo na oitava do Natal); a dos Santos Inocentes (28 de Dezembro); a passagem do ano em oração com exame de consciência pelo ano que passou e formulação de propósitos para o novo ano; a solenidade de Maria Mãe de Deus (com os votos próprios do início do novo ano e especialmente a celebração do Dia da Paz, desde 1967); a Epifania (de grande repercussão no Oriente e noutros países cristãos); e a festa da Apresentação do Senhor (2 de Fevereiro), a fazer a ligação do Tempo do Natal com o da Páscoa da Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Coisas e loisas 1. Os EUA e o n.º 13. A América foi descoberta a 13 de Outubro de 1429. A Federação Norte-Americana começou por 13 Estados e a sua bandeira tinha 13 estrelas e 13 listas. A sua divisa “E pluribus unum” tem 13 letras. O seu emblema, a figura da liberdade, tem 13 estrelas a coroar-lhe a fronte. A águia americana aperta numa das garras um ramo de oliveira com 13 folhas e na outra 13 raios; cada uma das suas asas tem 13 penas; e no peito tem 13 raios. 2. “Nó górdio”. A expressão “cortar o nó górdio” tem origem numa velha lenda frígia. O rei Górdio, tendo dedicado o seu carro de bois ao deus Júpiter, atou-o com uma corda cheia de nós impossíveis de desatar. Proclamou então que ficaria rei de todo o Oriente quem a desatasse. Ninguém de facto o conseguia. Foi então que Alexandre o Grande, de passagem, ouviu a história e com a espada cortou o nó dum só golpe. A expressão “cortar o nó górdio” ficou a significar: resolver um problema de maneira eficaz e rápida. 3. Curiosidades. A primeira médica portuguesa foi a Dr.ª Carolina Beatriz Ângelo, nascida na Guarda em 1877, formada em Lisboa em 1897 e falecida com 34 anos em 1911. Afonso de Albuquerque, nos inícios do séc. XVI, enviou ao rei D. Manuel I um magnífico exemplar de rinoceronte oferecido pelo rei de Cambala, o qual encheu Lisboa do maior espanto. O cavalo cresce até aos 5 anos e conserva o seu maior valor até aos 10. O boi cresce até aos 5 anos e alcança o seu maior valor aos 6. O carneiro cresce até aos 2 anos e mantém o seu valor até aos 3. Veja se sabe 1. Bíblia. O rei David teve vários filhos, mas escolheu um para seu sucessor no trono de Israel. Como se chamava? Quem foi sua mãe? 2. Vocabulário. Qual o significado das seguintes palavras: a) incunábulo. b) oráculo. c) piranha. d) reciprocidade. e) soco. 3. Pedras preciosas. Quais as conhecidas pedras preciosas que são respectivamente de cor: a) azul; b) verde; c) amarela; d) vermelha; e) arroxeada? (Ver respostas na penúltima página) Bom humor 1. Em família. Pergunta um adolescente ao pai: «É verdade que os pais são mais inteligentes que os filhos?» «Não vês que são?» «Uhm! Quem descobriu a teoria da relatividade?» «Sabes bem que foi Einstein.» «Então por que não foi o pai dele?...» 2. Primeiros socorros. Na tropa, depois duma aula sobre primeiros socorros, o instrutor põe à prova um dos magalas: «Imagina tu que num combate o teu sargento é ferido na cabeça. Que fazias tu?» «Eu cá punha-lhe um torniquete no pescoço...» 3. Casamentos... Numa agência matrimonial ultra-moderna e computorizada, entra um jovem Fulano. O funcionário pergunta: «Quais as qualidades da pretendida?» «Que seja pequena e graciosa, elegante, amante dos desportos náuticos e da vida em grupo.» O funcionário carrega num botão do computador, e a seguir a um bip-bip, ouve-se: «Case com uma pinguim.» Manuel Falcão “Notícias de Beja” não se publica na próxima semana Por motivo das festas de Natal, o nosso jornal não se publicará no dia 30 de Dezembro. Voltaremos ao convívio dos prezados leitores no dia 6 de Janeiro de 2005. Entretanto, lembramos que o preço da assinatura, no ano de 2005, é de 20 euros. A assinatura deve ser paga adiantadamente.