Feliz Natal e Bom Ano Novo

Transcrição

Feliz Natal e Bom Ano Novo
23 de Dezembro de 2004
23
DEZEMBRO
2004
SEMANÁRIO REGIONALISTA
Director: ALBERTO GERALDES BATISTA
Ano LXXVI – N.º 3820
Bispo de Beja em Mensagem de Natal
“Vamos dar as mãos para a construção
de um mundo mais justo e com mais paz.”
a começar pela própria família. A
humanidade dividida pelas diferenças de gerações, de sexo, de
meio social, de cultura, de profissão, de religião, de etnia, etc.
desafia o cristão a ser obreiro da
reconciliação e da comunhão.
PUBLICAÇÕES
PERIÓDICAS
2350-999 TORRES NOVAS
TAXA PAGA
Preço 0,50 € c/ IVA
Neste País à beira
mar plantado
Crise política
exige
transparência e
responsabilidade
Página 3
Natal da verdadeira Eucaristia
No Advento demos início a um
novo ano e começámos a preparar-nos para acolher uma nova vida,
o nascimento de Jesus, o Filho de
Deus que se faz um de nós, Deus
connosco, para n'Ele nos tornarmos também filhos de Deus, nós
com Deus. No Natal começa a
história de Deus com os homens,
que vai possibilitar-nos entrar na
eternidade de Deus, quando Jesus
na Páscoa se entregar por nós ao
Pai e nos comunicar a sua vida na
comunhão do seu Corpo e Sangue, para que também nós tenhamos a vida eterna. Mas enquanto
houver excluídos da nossa família,
o Natal e a Páscoa ainda estão em
gestação nas nossas vidas e a
nossa celebração da Eucaristia é
imperfeita. Por isso temos de
continuar a suspirar: Vem, Senhor
Jesus! Não tardes, que o mundo
está frio! Faz-nos instrumento, do
teu amor.
Boas festas de Natal e
Ano da Eucaristia vigoroso
“Adoração dos Magos”, Retábulo de São Bento. Pintura Portuguesa Século XVI. Museu Nacional de Arte Antiga.
Eucaristia e Natal
A 7 de Outubro de 2004, o Papa João
Paulo 11 proclamou um ano da
Eucaristia, sacramento central e
fundacional da Igreja. Mas a Eucaristia só é possível com a participação de um ministro ordenado,
presbítero, ou bispo, pois foi com
os Apóstolos que Jesus, durante a
última Ceia, fez e ordenou: Tomou o
pão, deu graças, partiu-o e distribuíu-o, dizendo: Isto é o meu Corpo,
que será entregue por vós; fazei isto
em minha memória (Lc 22, 19).
Enquanto os três Evangelhos denominados Sinópticos , Mateus, Marcos e Lucas, descrevem do mesmo
modo a instituição da Eucaristia
durante a última Ceia, o Evangelho
de S. João coloca em seu lugar o
lava pés dos discípulos, dizendolhes que também eles deveriam
fazer o mesmo (cf Jo 13, 4 ss). Este
paralelo dá-nos a entender que a
vida de Cristo continua a ser
oferecida a cada um de nós através
do serviço dos Apóstolos e seus
sucessores. Mas será através do
testemunho do amor mútuo que o
mundo reconhecerá os verdadeiros
discípulos de Jesus e descobrirá a
presença real de Cristo na celebração da Eucaristia (Jo 13, 35).
Missão da Igreja
A missão da Igreja através dos
tempos consiste em fazer chegar a
seiva da vida de Cristo a todos os
homens, a maior prova do amor de
Deus, para que todos sejam um só
corpo, uma só familia, como Jesus
e o Pai são um só, numa unidade de
amor indivisivel e eterna. Enquanto
houver excluídos do amor, ainda
não está completada a missão da
Igreja. Quais os maiores obstáculos
à união do género humano em Jesus
Cristo? Esta pergunta deve cada um
de nós dirigi à sua consciência e
bater com a mão no peito, ao
constatar um mundo tão dividido,
A todos os diocesanos, mesmo aos
que não partilham as nossas convicções religiosas, o Bispo de Beja
deseja um Santo Natal, em que
celebramos o nascimento do Outro,
que para os cristãos tem um nome:
Jesus, o Salvador, nascido em
Belém e que Maria, a Imaculada
Conceição, Padroeira de Portugal,
deu à luz. Oxalá esta abertura ao
Outro nos faça entrar numa comunhão profunda com Deus e uns com
os outros, dando-nos as mãos,
para a construção dum mundo
melhor, mais justo e com mais paz!
Aos cristãos apelo para que aos
domingos se congreguem na celebração da fé, se possível com
comunhão eucarística, para que o
novo ano de 2005 seja repleto do
vigor que brota da Eucaristia, dom
da vida de Jesus Cristo para todos
os que n'Ele crêem e estão dispostos a partilhar a sua vida com os
irmãos, sobretudo com os mais
pobres para que ninguém seja
excluído do banquete da vida!
António Vitalino, Bispo de Beja
Glória a Deus, Paz aos homens
Bispos Portugueses
sobre as eleições:
“Para os cristãos
o critério de
avaliação é o
Evangelho e a
doutrina social
da Igreja”
Página 4
Dia 21, em Lisboa
Apresentada
ao público a
Enciclopédia
Católica Popular de
D. Manuel Falcão
Página 9
“O povo que andava nas
trevas viu uma grande
luz...”
(Isaías 9, 2-3)
IGREJA
2 – Notícias de Beja
23 de Dezembro de 2004
Tradições de Natal
O Natal é um tempo como nenhum
outro, na vivência comunitária e
familiar, tendo gerado um pouco
por todo o mundo modos próprios
de o celebrar e de lhe apreender o
significado.
A Noite de Natal na Madeira é
preenchida em muitas partes da
ilha, principalmente no Norte, por
uma representação tradicional,
misto de religioso e profano, que
transforma a igreja da aldeia num
verdadeiro palco para o anúncio do
Menino, um auto de sabor
bucólico.
A representação do nascimento do
menino consta, actualmente, de
patentear ao público o Deus
Menino o que, nalguns lugares, é
feito por uma criança vestida de
anjo, que entoa uma melodia própria. Segue-se a entrada dos
pastores - as “romagens” - em que
tomam parte numerosos fiéis de
ambos os sexos, aos grupos ou
isolados.
A quadra natalícia na região do
Minho começa a 16 de Dezembro,
Dia da Senhora do Ó, com a novena
em honra do Menino Jesus, que é
organizada e dinamizada por grupos de rapazes e raparigas. Os
actos preparatórios terminam na
noite de consoada com a missa da
Meia Noite, mais conhecida como
a missa do Galo. Depois da celebração, as pessoas, com o melhor
fato que tinham (fato de ver a Deus),
ficavam no adro a conversar muito
tempo.
O Natal também se celebra em
Portugal sem a Missa do Galo.
Apesar desta ser o centro de todo
o ciclo comemorativo e comandar
as demais manifestações, a
tradição – muito viva no Alentejo
– de representar os chamados
“presépios vivos” pode assumir o
seu lugar, como acontece na
paróquia da Tradições de Natal
Trindade, Beja. O que se faz é contar
a história toda do nascimento, em
verso. Os autos de Natal inseremse na tradição do teatro popular e
repre-sentavam-se primariamente ao
ar livre, na noite de Natal, das 21h
às 06h00. Hoje o auto de Natal continua a demorar horas, mas já é feito
no salão paroquial.
O Natal nos Açores tem características regionais representadas
pelas particularidades religiosas,
folclóricas e gastronómicas de cada
ilha do arquipélago.
Os preparativos para o Natal
começam logo no principio do mês
de Dezembro, destacando-se a
preparação da ceia
e do presépio, é uma das tradições
mais importantes das terras
açorianas.
Na ilha de Santa Maria, é costume
colocar-se à volta do Menino,
pratinhos de trigo grelado a que se
chama relvões.
Esta tradição também está presente
na Madeira, no Alentejo e no
Algarve. Celebrar o Natal em muitas
localidades
do Nordeste Transmontano é regressar às festas da Antiguidade
Pagã. Uma vivência com elos de
ligação que restam, ao cabo de dois
milénios de cristianismo, ao ritual
cíclico das festividades agrárias do
solstício do Inverno (quando o sol
toca o ponto mais a Sul do Equador,
altura em que a estação fria principia
no hemisfério Norte).
Perante estes dados faz todo o
sentido o provérbio popular citado
na região transmontana: “ande o
frio por onde andar, no Natal há-de
chegar”. Na zona de Mogadouro,
Trás – os – Montes, realiza-se a
festa do Velho, Caramono ou Chocalheiro. Uma actividade que tem o
seu inicio no dia 24 de Dezembro,
com as pessoas a concentraremse
à meia noite junto da grande fogueira de Natal, que se acende no
largo da aldeia.
Antes de se acender o lume, dois
rapazes («velho» e «mordomo»)
percorrem a aldeia para “pedir o
cepo” para “a
fogueira do menino”. Outro elemento importante nas tradições
natalícias são as festas da música
tradicional que brota da gaita de
foles ou da flauta pastoril, ritmada
pelo tamboril e pelo bombo. Nos
últimos dias do Advento, tempo
litúrgico que precede o Natal,
cantam-se, nalgumas Igrejas, as
“Novenas do Menino”.
Uma tradição peculiar ligada à
preparação do Natal são as “Missas
do parto”, as novenas em honra de
Nossa Senhora, celebradas pela
madrugada na Madeira. Estas
celebrações que reúnem a população insular pelas madrugadas de
16 a 24 de Dezembro possuem uma
estrutura e um objectivo comum a
todas as comunidades e fazem parte
da tradição do Natal, que remonta
certamente, aos primeiros
povoadores da Ilha.
Na tradição ortodoxa, esta quadra é
apenas festejada entre os dias 6 e 7
de Janeiro. Isto porque os
ortodoxos russos continuam a
seguir o calendário juliano (criado
por Júlio César em 46 a. C.) e não o
gregoriano. A realidade, a que os
portugueses já se vão habituando,
surge com a vaga de imigração
registada no nosso país durante os
últimos anos.
Tradições curiosas chegam da
Europa em que vivemos: na Áustria,
antes da ceia de Natal, preparada
com pratos
à base de peixe, o chefe da família lê
a passagem do Evangelho que
relata o nascimento de Jesus.
A Finlândia mostra que o espírito
de Natal supera todas as limitações:
apesar do Inverno rigoroso, na noite
da ceia
de Natal, as portas das casas são
deixadas abertas, para que os que
passam possam entrar e sentar-se à
mesa.
Na Grécia não existe a tradicional
árvore de Natal. O costume é
enfeitar as casas com ramos de
oliveira.
Interrogações de Natal
– Natal em 25 de Dezembro de cada ano
ou dia intemporal de um Natal perene?
– Festa dos pobres
ou consoada dos ricos?
– Noite de Paz
ou noite de folclore?
– Natal vivo
ou presépio de barro?
– Noite feliz para todos
ou felicidade apenas para alguns?
– Criança de Belém
ou velho Pai Natal?
– Estrela que conduza a Belém
ou estrelinhas de natais intermitentes?
– Natal consumista da minhá família
ou Natal de partilha da família humana?
– Nascimento de Jesus
ou morte do Natal cristão?
– Onde está o Natal de hoje?
E onde estamos nós?
Festa da Família
de Jesus, Maria
e José
Ano A
26 de Dezembro de 2004
Foi no quadro comum duma família humana que se realizou o mistério
da Encarnação, pelo qual Deus feito Homem habita entre os homens.
É por isso que, neste clima de Natal, a Igreja honra esta família de
obscuro artista de aldeia, em cujo seio decorreram os anos íntimos e
silenciosos da infância e da juventude de Jesus e que se tornou modelo
de toda afamília e de toda a sociedade.
I Leitura
Sir 3, 3-7.14-17a
A palavra de Deus faz o elogio da vida familiar. 0 Filho de Deus, ao
fazer-Se homem, quis nascer e viver numa família humana. Foi ela a
primeira família cristã, modelo, a seu modo, de todas as demais. 0
amor de Deus em todos os membros de uma família é condição
fundamental para o crescimento, em paz, de todos os que nela nascem
e vivem, como no quadro que o sábio nos apresenta nesta leitura.
Leitura do Livro de Ben-Sirá
Deus quis honrar os pais nos filhos e firmou sobre eles a autoridade da
mãe. Quem honra seu pai obtém o perdão dos pecados e acumula um
tesouro quem honra sua mãe. Quem honra o pai encontrará alegria nos
seus filhos e será atendido na sua oração. Quem honra seu pai terá
longa vida, e quem lhe obedece será o conforto de sua mãe. Filho,
ampara a velhice do teu pai e não o desgostes durante a sua vida. Se a
sua mente enfraquece, sê indulgente para com ele e não o desprezes, tu
que estás no vigor da vida, porque a tua caridade para com teu pai
nunca será esquecida e converter-se-á em desconto dos teus pecados.
Salmo Responsarial
Salmo 127 (128)
Refrão: Felizes os que esperam no Senhor e seguem os seus caminhos
II Leitura
Col 3, 12-21
Desde o princípio que os cristãos compreenderam que a sua fé se deve
manifestar em toda a sua vida e muito particularmente na vida de
família; esta pode ter sempre diante dos olhos a Sagrada Família de
Nazaré, que constituiu a melhor experiência do que devem ser as nossas
famílias.
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Colossenses
Irmãos: Como eleitos de Deus, santos e predilectos, revesti-vos de
sentimentos de misericórdia, de bondade, humildade, mansidão e
paciência. Suportai-vos uns aos outros e perdoaivos mutuamente, se
algum tiver razão de queixa contra outro. Tal como o Senhor vos perdoou,
assim deveis fazer vós também. Acima de tudo, revesti-vos da caridade,
que é o vínculo da perfeição. Reine em vossos coraçoes a paz de Cristo,
à qual fostes chamados para formar um só corpo. E vivei em acção de
graças. Habite em vós com abundância a palavra de Cristo, para vos
instruirdes e aconselhardes uns aos outros com toda a sabedoria; e com
salmos, hinos e cânticos inspirados, cantai de todo o coração a Deus a
vossa gratidão. E tudo o que fizerdes, por palavras ou por obras, seja
tudo em nome do Senhor Jesus, dando graças, por Ele, a Deus Pai.
Esposas, sede submissas aos vossos maridos, como convém no Senhor.
Maridos, amai as vossas esposas e não as trateis com aspereza. Filhos,
obedecei em tudo a vossos pais, porque isto agrada ao Senhor. Pais,
não exaspereis os vossos filhos, para que não caiam em desânimo.
Evangelho
Mt2, 13-15.19-23
A vida da Sagrada Família não foi nada cómoda, mesmo nos seus
começos. Aquele que viera ao mundo para morrer na Cruz sentiu logo
desde a infância a rejeição dos homens. Mas a mão de Deus estava
com Ele. No seu regresso do Egipto retoma a caminhada pascal do
antigo povo de Deus, e a sua entrada na Terra Prometida antecipa já
o sentido de toda a sua vida: conduzir os homens à Casa do Pai.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Depois de os Magos partirem, o Anjo do Senhor apareceu em sonhos a
José e disse-lhe: «Levanta-te, toma o Menino e sua Mãe e foge para o
Egipto e fica lá até que eu te diga, pois Herodes vai procurar o Menino
para 0 matar José levantou-se de noite, tomou o Menino e sua Mãe e
partiu para o Egipto e ficou lá até à morte de Herodes.. Assim se cumpriu
o que o Senhor anunciara pelo Profeta: «Do Egipto chamei o meu filho».
Quando Herodes morreu, o Anjo apareceu em sonhos a José, no Egipto,
e disse-lhe: Levanta-te, toma o Menino e sua Mãe e vai para a terra de
Israel, pois aqueles que atentavam contra a vida do Menino já morreram
José levantou-se, tomou o Menino e sua Mãe e voltou para a terra de
Israel. Mas, quando ouviu dizer que Arquelau reinava na Judeia, em
lugar de seu pai, Herodes, teve receio de ir para lá. E, avisado em sonhos,
retirou-se para a região da Galileia, e foi morar numa cidade chamada
Nazaré. Assim se cumpriu o que fora anunciado pelos Profetas: «Há-de
chamar-Se Nazareno»
NACIONAL
23 de Dezembro de 2004
Neste País à beira mar plantado
Crise política actual
exige transparência e responsabilidade
1 - Numa concisa e oportuna declaração, o Conselho Permanente da
Conferência Episcopal Portuguesa,
reunido em Fátima, no dia 14 de
Dezembro, apela aos Partidos Políticos, que se vão apresentar às
eleições legislativas de 20 de
Fevereiro de 2005, para que façam
uma campanha digna e escla-
recedora, apresentando, sem ambiguidades, as suas propostas de
governação do País. Propostas que
não devem ser apenas equacionadas em termos meramente económicos, mas têm de ser também
explicitação dos estilos de vida,
inscritos nos seus programas, que
desejam passar à prática na sociedade portuguesa. E lembram ainda
os nossos Bispos que ninguém
pode ficar à margem desta campanha e das eleições que se aproximam, porque estão em causa
valores fundamentais que mexem
com o bem estar dos portugueses,
com os seus direitos de cidadania,
e com princípios básicos do cristianismo, em que a Igreja, fiel ao seu
Fundador e à sua missão, não pode
ter transigências de nenhuma
espécie.
2 - Estamos, pois, num momento
histórico em que se joga decisivamente o nosso futuro colectivo
e em que uma atitude de apatia dos
portugueses, e mais ainda dos
cristãos, pode significar traição à
Pátria e à Fé.
Importa, nesta hora de confusão e
perplexidade generalizadas, e num
contexto de crise política, económica, social e religiosa, que se
poderá agravar, nos tempos mais
próximos, sermos todos esclarecidos e esclarecedores, considerarmo-nos parte interessada e indispensável do processo e votarmos,
maciçamente, em 20 de Fevereiro,
naqueles que estão em melhores
condições de governar Portugal,
pelas suas propostas realistas, pela
sua competência política e pelas
provas dadas de dedicação ao
serviço público.
Na ponderação global daqueles a
quem vamos dar o nosso voto, não
podem também deixar de estar
presentes e ter peso decisivo, os
rostos concretos dos que se apresentam ao eleitorado e a sua
filosofia sobre problemas existen-
ciais e familiares. Precisamos, por
exemplo, de saber o que pensam
sobre o casamento dos homossexuais os líderes políticos A e B,
hipotéticos vencedores das eleições e que podem assumir a governação do País. Um País, reconheça-se, onde a maioria esmagadora da população condena este
género de “família”, anti-natura,
aberrante, e contra os mais elementares principios da fé cristã.
3 - Pontos igualmente a clarificar,
sem subterfúgios manhosos, são
ainda: Que política de protecção à
família, particularmente crianças,
jovens e idosos? Com que meios,
materiais e humanos, se compromete cada Partido a criar empregos
e a fazer um desenvolvimento
integral e harmonioso do País, isto
é, onde se vai arranjar dinheiro para
se fazer o que se promete: as novas
casas, os novos hospitais, os
novos postos de trabalho, as novas
auto-estradas que faltam em Portugal? Que leis de trabalho, que
serviço de saúde, que segurança
social, que política fiscal defendem
para o nosso País os candidatos a
Primeiro-Ministro?
E, não menos importante que tudo
isto: Que política de Ensino se
deseja implementar, que lugar para
o Ensino Particular, para a Escola
Católica e para o Ensino Religioso
nas Escolas Públicas?
4 -Sabendo-se que está em curso
em Portugal, na Espanha e noutros
países, por esse mundo além, uma
ampla ofensiva do laicismo, com
uma portentosa máquina mediática
a servir-lhe de altifalante, contra os
princípios teológicos e morais da Fé,
nenhum católico tem o direito de
não votar e, mais ainda, de votar
contra as orientações da Igreja a que
pertence e cujas leis devem estar
acima de quaisquer conveniências
pessoais e políticas.
Temos de ser transparentes, coerentes e decididos. Não esqueçamos, como diz o Evangelho, que
“os filhos das trevas são mais
espertos que os filhos da luz”.
Há hoje uma tentativa clara, mascarada de liberdade, de progresso
científico, de evolução histórica, de
democracia, e outros eufemismos
do género, para banir a Religião,
mormente a católica, da vida pública, para a acantonar nos templos
ou, quando muito, tolerar os seus
actos de culto e uma folclórica e
inofensiva religiosidade popular,
traduzida em festas, procissões,
romarias, que, por sinal, até são
expressões da cultura e identidade
nacionais e promovem o turismo,
fonte substancial de receitas para o
Estado.
Mas Religião com influência prática nas leis, nos comportamentos
sociais, na vida familiar, na escola,
é ideia ultrapassada e ridícula, a
extirpar da face da terra, para muitos
iluminados, que se ufanam do seu
laicismo fanático e balofo.
Tenha-se em conta que alguns
actores da nossa praça política
consideravam, ainda há poucos
anos, um “defeito”, que muito
lamentavam, o facto de um conhecido governante ser católico assumido e, por isso, menos permeável
às ideias da “Irmandade” laica,
detentora monopolista de toda a
verdade deste mundo, só deste
mundo, porque, a eternidade está
fora das suas crenças dogmáticas e
horizontais.
5 - Em tempo de eleições, onde se
hipoteca também o nosso futuro
cultural e cristão, é preciso alinharmos numa cruzada democrática
de esclarecimento e não termos
medo de proclamar as nossas convicções cívicas e religiosas.
A Igreja em geral e os Bispos em
particular não se podem ficar, como
às vezes acontece, com discursos
redondos, vagos e angélicos.
Têm de falar claro e exigir que os
Partidos Políticos falem claro, para
não nos venderem gato por lebre.
Quando, no dia 20 de Fevereiro,
votarmos, temos de saber se votamos no Partido A ou no Partido B, e
se cada um destes, nos seus
programas ou numa previsível
Coligação com outros, incluem
esquemas económicos, sociais e
religiosos compatíveis ou não com
a nossa mundovisão cristã.
Só um esclarecimento exacto pode
e deve determinar um voto consciente e responsável. E do nosso
voto podem depender os “amanhãs
que cantam” ou dias de borrasca, a
prenunciar o naufrágio da nossa
pátria.
Alberto Batista
Notícias de Beja – 3
Hora do milagre
Guerras. Desastres. Crimes. Os jornais
Todos os dias falam de tristezas.
Anúncios negros. Ais. Braços abertos…
Fogem crianças que não voltam mais.
Falta o pão da alegria em cada mesa.
Queima os jardins a poeira dos desertos
Dragões de Apocalipse metem medos.
Abutres de aço, de asas contra o vento.
fazem rugir de horror as amplidões.
Almas em transe. Angústias de degredos.
Há ainda inferno em tanto pensamento!
Há ódio ainda em tantos corações!
A vida sabe a esponjas de vinagre.
Sabe a cinzas e sangue. É charco e fraga.
Nuvem fogo a sufocar os céus,
Mas há sempre uma hora de milagre
Em que nos salva, nos assombra e afaga
A Mão amoríssima de Deus.
Tal a hora bendita do Natal
Hora de neve e sonho. Hora de luz
Em que todos os velhos são meninos.
Lobos e tigres não nos fazem mal.
Florescem cravos de ouro em cada cruz
e tocam no ar azul todos os sinos.
Cantam pastores pela noite morta.
Descem dos montes nus as pedras nuas,
Matando a sede nos vergéis, ao luar.
Ao encontro dos pobres, porta em porta,
Arcanjos brancos baixam para as ruas
e acendem uma estrela em cada olhar.
Homem, silêncio! Ajoelha. Curva a face
à beira do Presépio. Escuta a aragem
que o Mundo espera para ser rosal.
Renasce a vida quando é Deus que nasce.
Misericórdia! Paz – Eis a Mensagem
do Menino que vem. NATAL! NATAL!
Moreira das Neves
“Presépio” do Museu Nacional de Arte Antiga (séc XVII)
SOCIEDADE
4 – Notícias de Beja
Bispos portugueses pronunciam-se
sobre o momento político presente
1. A delicadeza do actual momento
político que o país atravessa
sugerir-nos-ia, porventura, que
ficássemos em silêncio, para que
ninguém pudesse interpretar as
nossas palavras como ingerência
na política, considerada enquanto
legítima actividade partidária em
ordem à conquista do poder através
do voto dos cidadãos.
Não que-remos tomar posição a
esse nível. Por outro lado a Hierarquia não se pode desligar do todo
da Igreja, composta por todos os
crentes e essa faz parte da sociedade, empenha-se em todas as
lutas para a construção de uma
sociedade mais justa e fraterna. Fálo também participando nos processos democráticos, sempre, mas
de modo particular naqueles momentos em que se discutem e
decidem etapas importantes do
nosso concelho colectivo.
Empenhar-se na construção da
comunidade nacional é, para os
cristãos, uma forma de exprimirem
a sua fidelidade cristã. Dirigimonos, assim, a todos os membros da
Igreja em especial, mas também a
toda a sociedade de que fazemos
parte, no desejo de contribuir para
o nosso futuro comum.
2. Aceitamos a actual situação
política como um facto, ponto de
partida para uma nova etapa, renunciando a comentá-la ou analisála, a julgar as suas causas ou os
seus protagonistas. Mas estamos
convencidos que os problemas que
o País sente não se resumem à
presente crise política; esta é, talvez
e apenas, o seu efeito e um dos seus
sintomas.
E por isso a etapa demo-crática que
agora começa não pode limitar-se a
resolver uma crise política, mas
deve enfrentar, com serenidade e
lucidez, os problemas de fundo do
país, apresentando para eles soluções credíveis e viáveis, a serem
escolhidas pelo voto dos
portugueses.
Temos assistido a um processo
contínuo de sublinhar as divergências e as dificuldades, sem
surgirem convergências em verdadeiros objectivos nacionais, que os
partidos políticos parecem ter
dificuldade em definir e propor. O
progresso do País precisa do
empenhamento generoso de todos,
da renúncia a egoísmos pessoais
ou grupais, da competência dos
agentes económicos, culturais e
sociais. É urgente criar uma onda
de fundo de entusiasmo por Portugal, em que as legítimas diferenças se transformem em riqueza
e não em obstáculo.
Os meios de comunicação social,
indispensáveis numa sociedade
democrática, terão nesta convergência de perspectivas e neste
suscitar da esperança, um papel
importante. É preciso que o direito
à liberdade se afirme na responsabilidade construtiva,em prol do
bem comum.
3. Neste quadro, o primeiro dever
dos cris-tãos é a participação
responsável. Que ninguém se
esconda por detrás de desculpas
habituais: “estamos cansados dos
políticos”, “isto não tem solução”,
“para quê votar se é sempre a
mesma coisa”, etc.
Não esqueçamos que só tem direito
de criticar e denunciar quem se
empenha generosamente na busca
de soluções. Na campanha eleitoral
que se aproxima temos todos o
dever de nos esclarecermos criteriosamente, passando para além do
discurso eleitoralista e apreciando
as solu-ções objectivas que nos
são pro-postas para o Governo da
Nação. Para tal, importa avaliar da
sua justiça, da sua viabilidade, da
sua consonância com os princípios
da dignidade humana, do respeito
pela vida, da dimensão social que
todas as políticas devem ter. Para
os cristãos, o critério de avaliação
é o Evangelho e a doutrina social
da Igreja.
A democracia é o quadro político
da liberdade, mas também da res-
ponsabilidade. E esta só se exprimirá na busca generosa do bem
comum.
Não deixemos o futuro do nosso
País só nas mãos dos “políticos
profissionais”. Ajudemo-los com a
nossa consciência crítica e com a
nossa escolha responsável. A
nossa convivência democrática
aprofundar-se-á qualitativamente
se votarmos em propostas, mais do
que em partidos, motivados pela
esperança objectiva que essas
propostas suscitam e não tanto pela
nossa tradicional simpatia partidária.
Forcemos os partidos a porem o
acento da sua intervenção na
qualidade das propostas que nos
fazem, na competência e digni-dade
das pessoas e não apenas nos
discursos que o ambiente de campanha habitualmente inflama.
4. Para construir este discernimento
responsável, é importante uma
análise em grupo. As comunidades
cristãs podem ser lugar para a
discussão crítica das propostas
que nos vão ser feitas, ajudandonos uns aos outros naquele esclarecimento que antecede a nossa
escolha, na certeza de que não há
soluções perfeitas, nem definitivas.
Escolhamos aquelas que suscitam
mais esperança e aceitemos, depois, contribuir para a sua implementação. Votar é escolher caminhos e escolher é comprometer-se
generosamente na sua concretização.
E não esqueçamos, em nenhum
momento, que a participação política é sempre busca da verdade,
expressão do amor fraterno, escolha da honestidade e da generosidade como padrões de comportamento. E nós cristãos sabemos
que passa também por aí a
construção do Reino de Deus.
Conselho Permanente da
Conferência Episcopal Portuguesa,
Fátima, 14 de Dezembro
23 de Dezembro de 2004
Cristãos hostilizados
e sem liberdade
O Vaticano criticou a crescente hostilidade contra os cristãos, em diversas
partes do mundo, considerando-a uma consequência da propalada “guerra
contra o terrorismo”.
“A guerra contra o terrorismo, apesar de necessária, teve como efeito
colateral a cristianofobia em diversas regiões do mundo onde as estratégias
dos países ocidentais são consideradas como fruto do Cristianismo, ou
pelo menos ligadas a ele”, disse o arcebispo Giovanni Lajolo, Secretário
para as relações com os Estados do Vaticano.
O chefe da diplomacia do Vaticano falava aos jornalistas à margem de uma
conferência sobre liberdade religiosa, promovida pela Embaixada dos EUA
junto da Santa Sé.
O arcebispo Lajolo lamentou que a presença e a acção dos cristãos seja,
muitas vezes, interpretada como proselitismo ou ingerência nas culturas
locais”.
“Isto não se passa apenas nos países islâmicos” apontou.
A Santa Sé considera mesmo que não há nenhum país no mundo que
cumpra totalmente a liberdade religiosa. D. Lajolo frisou que “nalguns
países não se reconhece o carácter específico de algumas das suas
instituições fundamentais, noutros não se dá o devido reconhecimento ao
matrimónio canónico e noutros o sistema escolar não respeita suficientemente o direito dos pais e ainda menos o da Igreja”.
Apesar de tudo, D. Giovanni Lajolo disse que, nestas ciscunstâncias,
“apesar de uma ou outr limitação particular, a Igreja pode dizer que goza
quase sempre de suficiente liberdade, tal como as demais confissões
religiosas.
Vários responsáveis do vaticano têm sustentado que a Liberdade Religiosa
não é uma ameaça à coexistência pacífica, mas um recurso fundamental na
batalha contra o terrorismo, destadando que os Credos religiosos devem
ser considerados como um valor positivo e não como uma ameaça.
A Igreja Católica tem-se manifestado, ainda, contra a tendência de confinar
as expressões religiosas a uma esfera puramente privada, que ignora e
nega a natureza das autênticas convicções religiosas. Numa era de
globalização a Igreja descortina “novas formas de intolerância, religiosa”
que ameaçam os direitos das comunidades religiosas na participação
pública.
NATAL
23 de Dezembro de 2004
Notícias de Beja – 5
O verdadeiro espírito de Natal
É Natal! Este facto tem um significado profundo do qual, em Portugal, todos nos apercebemos. Todos,
em Portugal, sabemos o que significa e o que se celebra no Natal. O
Natal é a comemoração da conquista do 13.º mês!... Ou será a
comemoração da Invenção dos
centros comerciais?
Bem, não interessa! Aliás as duas
coisas estão intimamente ligadas.
O que interessa é que, em Portugal,
todos estamos bem conscientes de que o Natal é a
grande festa do consumo e
seja celebrando a procura (na
figura, veneranda, do 13.º
mês), – seja celebrando a
oferta (nos símbolos, respeitáveis, dos hipermercados
e centros comerciais) - todos
os portugueses participam,
alegre e empenhadamente,
nos ritos e festividades da
quadra.
Dos lubrificantes às fraldas descartáveis, tudo nos dá as Boas Festas.
A nossa geração tem muitos defeitos, injustiças, problemas, mas em
nenhuma outra geração da História
as pessoas receberam votos de
Boas Festas de iogurtes, de cremes
para a pele, sapatos de ténis ou
depósitos a prazo. É este o verdadeiro espírito de Natal!
A segunda tradição essencial do
Natal é a generosidade e os presentes. No Natal todas as empresas nos
dão presentes. Os supermercados
dão-nos descontos se comprarmos
em quantidade.
E todas estas ofertas não são, de
todo em todo, motivadas por propósitos interesseiros ou mesquinhos. Os presentes provêm da
generosidade e magnanimidade das
nossas empresas. As nossas empresas interessam-se e preocupamse com todos aqueles que gastam
uma data de dinheiro a comprar os
seus produtos.
A nossa geração tem muitos progressos, benefícios e seguranças;
mas em nenhuma outra geração da
História as pessoas tiveram uma
insensibilidade tão grande ao
ridículo contínuo e quotidiano.
Em tempos passados, civilizações
antigas chamaram ao Natal a “festa
da família”. O progresso fez-nos ver
hoje claramente que o Natal é a
“festa da empresa”. São as empresas que ganham com ele e, sobretudo, são as empresas que o vivem
verdadeiramente e o fazem viver.
Dos “planos poupança-reforma”
aos jogos electrónicos, o Natal é
pela empresa, com a empresa e na
empresa.
Mas numa coisa os antigos tinham
razão: o Natal é urna festa religiosa.
O Natal é a altura de, mais do que
em outras, manifestar a nossa
adesão pessoal e prestar culto ao
deus que fundamenta a nossa
existência. É no natal que, mais do
que nunca, nós escolhemos, adoramos e divulgamos a nossa fé. A
única diferença aqui é que, em
gerações anteriores, o homem adorava algo que lhe era
superior. É este o verdadeiro
espírito de Natal. Eu, infelizmente, este ano como aliás
nos anteriores, estarei arredado deste espírito de Natal.
A razão é simples: vou estar
ocupadíssimo a celebrar uma
festa de aniversário que,
normalmente e por coincidência, cai todos os anos por altura
do Natal. Um Menino, infinitamente
maior do que eu, decidiu, há muitos
séculos, nascer exactamente no dia
de Natal, no dia da celebração do
consu-mismo. E como esse Menino
não escolheu nascer num centro
comercial, mas num curral; e como
esse Menino escolheu morrer numa
cruz, eu, para celebrar o verdadeiro
espírito do Natal de Jesus Cristo,
não posso comprar o espírito do
Natal que as empresas me vendem.
João César das Neves
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noite dos silêncios, alvorada
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Noite longa das esperanças desejada
de um sonho antigo do Messias Salvador
promessa, que se oferece derramada
em suprema e pura dádiva de amor
Noite santa de todos os louvores
noite do mistério revelado
no Filho de Deus feito Menino
E são agora de paz todas as dores
e a presença agora é do Sagrado
Palavra feita Carne, dom divino
Mário Capa
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6 – Notícias de Beja
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OPINIÃO
23 de Dezembro de 2004
Retalho ... de retalhos
Folheando, há dias, uma revista,
deparámos, entre outros assuntos,
com uma local que nos chamou
desde logo a atenção, pela actualidade da mesma. Talvez não só por
isso, mas, sobretudo, porque gostamos da frontalidade, de que se
chamem as coisas pelo nome, que
se vá até ao âmago das questões.
Claro que o que vamos focar envolverá excepções mas, infelizmente,
o caso andará mais próximo do real
que da caricatura. Sem mais delongas, trata-se de jovens a quem
se dá o nome de estudantes.
Em tempos ainda não muito recuados, a palavra estudantes envolvia
prestígio, dignidade e significava e
encerrava um conjunto de qualidades ora perdidas, como: esforço,
atenção, concentração, trabalho,
mérito, afirmação da personalidade
e da inteligência. Um jovem que
estudava para melhorar o seu
mundo mental e melhorar o mundo
físico à sua volta. Mas, neste
planeta tecnológico, a palavra
estudante caiu em desuso. Desapareceu, mudou-se para outras paragens. Hoje em dia, salvo honrosas
excepções, só ouvimos falar em
estudantes quando um grupelho
anda por aí com cartazes e Jeans de
marca registada a clamar não ter
dinheiro para as propinas, pondo
cadeados nos portões das escolas,
tentando com isso que a gente
trabalhadora os leve a sério.
Nos nossos tempos as portas das
escolas ou universidades não
tinham um carro e contavam-se
pelos dedos das mãos os meninos
que para elas iam de carrinho. Hoje,
é como toda a gente vê.
O jovem, logo que atinge a maior
Uma nova profissão
idade, não pode – exige – um
automóvel como, quando mais
pequeno, exigiu o telemóvel. Dantes os pais e os professores exigiam
que estudassem e se aperfeiçoassem, se não iam trabalhar e deixar
de vadiar.
Não resistimos a contar, o que se
passou com um menino de uma
família respeitada e muito digna de
Beja. O menino andava no liceu.
Mandriou durante todo o ano;
entretanto, o pai foi avisando. Fim
de ano chegado e o menino
reprovado. Logo no dia seguinte,
pela manhã, o pai levou-o a uma
drogaria, e pediu ao dono para
aceitar o filho durante as férias,
vestir-lhe um gibão e mandá-lo à
estação buscar encomendas, com
um carrinho de mão. E sem qualquer
compensação no final das mesmas
férias.Conclusão: o menino, a partir
daí, aprendeu a lição, começou a
ser estudante de verdade e hoje,
conceituado médico da nossa
praça, agradece ao pai a lição que
no momento próprio lhe dera,
acrescentando que se hoje é o que
é, ao correctivo que no momento
lhe fora dado, o deve. Mas isso era
no tempo dos pais tiranos, porque
hoje as coisas inverteram-se. Hoje
os filhos pedem, exigem a mesada,
a cerveja gelada, sobretudo nas
discotecas, o C.D., cama, mesa,
pensão de alimentos e roupa lavada
e, normalmente, mesada acrescentada a partir do meio do mês!
O estudante de café sumiu-se,
devorado pela sociedade de consumo, sendo muito raro ver-se
passar na rua um rapaz ou uma
rapariga carregando uns tantos
livros, uma pasta recheada de
Notícias de Beja – 7
Discurso actual ou antiquado?
papéis, um objecto apenas que o
identifique como estudante, e não
como comensal da universidade,
com direito a cantina e estudo
acompanhado. Ah, não esquecer
que uma vez ou outra, ainda se
identificam, como na recepção aos
caloiros e depois na queima das
fitas, através de capas e batinas
bem recheadas de rótulos de toda
a espécie e feitio, com grandiosos
projectos de colossais bebedeiras!!! De resto, os livros raro
aparecem em cena e os erros em
matemática, português, e não só,
são mais que muitos! Hoje em dia é
tão raro ver alguém a ler um livro
no café ou restaurante, é tão raro
ver alguém a estudar… Por estas e
por outras é que chegamos à
conclusão de se estarem a gerar
informados e ignorantes, o que não
admira, tendo em conta o que neste
campo vai por este país.
Falando de ignorantes, apenas mais
um caso. No feriado de 1 de Dezembro, alguém perguntava a uma
jovem o porquê do mesmo. Falouse de restauração, da independência de Portugal, do domínio dos
Filipes de Espanha, das batalhas de
Valverde e Aljubarrota… Como
resposta, zero, nada, coisa nenhuma disto ela tinha conhecimento
nem sequer ouvira falar. A dita
jovem frequenta o 2.º ano da
Universidade!!!
E terminamos com um mini diálogo:
- Então, amigo, em que é que se
ocupa, qual a sua profissão?
- Como não estou disposto a fazer
nada, tenho a profissão de
estudante!
É mais uma profissão: estudante!!!
Refiro-me ao discurso sobre os valores. Há quem diga que, hoje, falar de
valores é querer manter uma ordem moral ultrapassada, remar contra a
maré, estar fora do tempo. Assim, se pensa e se diz que se trata de um
discurso antiquado. Gente mais atenta à vida, menos superficial e que
pensa no mundo das relações e dos comportamentos humanos, na
recuperação de valores esquecidos e na defesa daqueles que correm o
risco de o serem depressa, entende que o discurso não é só actual, mas
urgente e que tem de se fazer contra ventos e marés.
Koichiro Matsauura, Director geral da Unesco, uma organização das Nações
Unidas dedicada aos problemas da educação e da cultura, escreveu há
dias no DN (23.11.2004) um interessante artigo que titulou: “Onde estão os
valores? “ Beneficiando de um observatório mundial, faz considerações
de muito interesse ao reportar-se a uma obra recente, “0 Futuro dos Valores”,
publicada pela Unesco, na sequência das Conversas do Sec. XXI, iniciativa
da mesma organização.
Falando de um crepúsculo dos valores que muitos teimam em sublinhar,
acentua, por seu lado, que estamos longe de podermos considerar o ataque
e desprezo pelos valores como um fenómeno universal, pois “ em muitas
regiões do mundo as pessoas continuam a confiar nos alicerces de
referências tradicionais para dar sentido e ordem às suas vidas como
indivíduos e em sociedade.” Mais adiante, escreve: “Podemos também
interrogar-nos sobre as consequências das evoluções possíveis dos
valores religiosos e espirituais e do surgimento de novos valores políticos.
Quando a democracia representativa parece em crise em vários países, a
democracia associativa está em grande expansão. Quais são os valores
inerentes a estas novas redes de afinidade, aliança e comunicação?
Estaremos nós a caminhar na direcção de uma “feminização” dos valores,
dado o declínio das estruturas patriarcais? Iremos então assistir ao
aparecimento de novos valores que necessitariam de ser transmitidos
através de um ensino pluridisciplinar e aberto sobre a pluralidade das
culturas?”
Há valores de sempre e universais e outros que vão surgindo no evoluir
dos tempos e das culturas, mas que consideram a pessoa humana como o
valor supremo e indiscutível. Respeitá-los e promovê-los é a garantia de
que não estamos a regressar à barbárie dos sem lei nem ordem a que se
submetam. O desafio em causa está em não perder o que vale em todas as
circunstâncias de lugar e de tempo, e ter discernimento para escolher e
integrar o que vai surgindo e ajuda a coesão, a dignificação e a coexistência
construtiva.
Não sei se a gente da comunicação social lê os jornais. O artigo do Director
Geral da Unesco pode ajudar a repensar a razia destruidora de valores
fundamentais a que, sobretudo alguns canais televisão para os quais vale
tudo e já nada valem nada, sujeitam diariamente, de modo directo ou
camuflado, aqueles que ainda os vêem.
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8 – Notícias de Beja
23 de Dezembro de 2004
Bênção da
Arvore de Natal
Antes ou depois da refeição,
quando resolver inaugurar a sua
árvore, ou no próprio dia de consoada à noite, se em casa não
houver presépio, com toda a
família reunida diante da árvore:
Vamos a Belém
Vamos a Belém, foram as palavras dos pastores, quando ouviram os anjos
a anunciar-lhes o nascimento do Messias, movidos do desejo de ver o
Menino Deus deitado na manjedoira e envolto em panos.
Vamos a Belém, pode e deve ser a palavra interior pronunciada por cada
um de nós, desejando caminhar para o presépio e encontrar-se com Aquele
que é a Vida de Deus, o Verbo do Pai encarnado
Vamos a Belém, aprender com o Deus Menino, o encanto e o valor da
pobreza e da humildade, do despojamento e da simplicidade, para sermos
menos orgulhosos, menos soberbos, mais pobres e mais humildes.
Vamos a Belém, encontrar-nos com o Salvador, apresentarmo-nos a Ele,
fazer-Lhe oferta da nossa vida, do nosso ser, de tudo o que temos e somos,
oferecendo, sobretudo, a nossa fragilidade, o nosso pecado.
Vamos a Belém, pedir à Senhora que nos dê seu Filho, que nos faça amáLo, que nos dê a graça de nos ensinar a ser como Ele, a aprender com Ele
o caminho da simplicidade, da humildade, que nos faz grandes.
Vamos a Belém, olhou com encanto o Menino deitado nas palhinhas do
presépio, deixar-nos seduzir por Ele, pelo seu projecto de amor e de graça,
de salvação e de vida, deixar que Ele nos revele a ternura de Deus.
Vamos a Belém, sem medo das exigências que o Natal nos coloca, sem
colocarmos resistências à necessidade de conversão, de mudança para
acolher Deus, para fazermos em nós verdadeiro presépio.
Vamos a Belém, sem preconceitos, sem medos, sem impor condições a
Deus, sem repugnâncias pela pobreza, pelo desaconchego, pela miséria
do presépio, deixando que o Senhor nos conduza por dentro, para nos
fazer renascer.
Vamos a Belém, para que o Menino nos lance no amor do Pai, para que
saibamos acolher o dom precioso da divindade que vem ao nosso encontro,
fazer tenda no meio de nós, para ser Emanuel, o Deus connosco.
Vamos a Belém, para aprender com a Sagrada Família, a grandeza da justiça,
do amor fraterno, da alegria do dom, do serviço, da entrega generosa, do
acolhimento dos outros, da simplicidade e da inocência.
Vamos a Belém, pois só lá, com o Menino, com sua Mãe, com S. José,
saberemos perceber a grandeza da humildade, entraremos nos mistérios
dos gostos de Deus, perceberemos o valor da vida humana.
Vamos a Belém, e com os pastores saibamos adorar o Menino, oferecerLhe a nossa vida, o nosso coração, as nossas ofertas, o gosto de estar
com Ele, de Lhe fazer companhia, de sermos, de verdade, seus irmãos.
Vamos a Belém...
Dário Pedroso
1. Alguém proclama em voz alta:
Assim diz o profeta lsaías:
«Cantai, o Céus, a obra do Senhor!
Exultai de alegria, ó profundezas da
terra!
Saltai de júbilo, vós, montes, e tu,
bosque, com todas as tuas árvores,
porque o Senhor resgatou o seu
povo e manifestou a sua glória!
Palavra do Senhor.
Todos: Graças a Deus.
2. O Pai ou a Mãe, reza:
Nós te louvamos, Senhor, nesta
noite, e Te damos graças pela Tua
Salvação. Adornámos esta árvore
de Natal em honra da Vinda do Teu
Filho, que afastou as trevas da Terra
e derramou em todos nós a luz e a
alegria da nova criação.
Todos: Amém.
(Acendem-se as luzes da árvore)
Oração para Bênção
da Ceia de Natal
Senhor, reunimo-nos hoje aqui para cear,
porque numa noite como esta, há muito tempo,
quiseste ser uma criança com nome e apelidos
entre as crianças mais pobres da terra.
Abençoa a nossa mesa. Ao menos por uma noite,
gostaríamos que o Mundo fosse uma grande Família:
sem guerras, sem miséria, sem drogas e sem fome,
com um pouco mais de música e muita mais justiça.
Que ao menos esta casa, Jesus recém-nascido,
acolha a Tua palavra de amor e perdão.
3. Canta-se:
Ó luz de Deus, ó doce luz, que
brilhas nas alturas.
Vem, com teu brilho e teu fulgor,
trazer ao Mundo o teu calor.
Ó luz de Deus, ó doce luz,
que brilhas nas alturas.
Se não houver presépio, no fim da
Ceia canta-se «Noite Feliz»
Conserva-nos unidos. Dá-nos pão e trabalho
durante todo o ano. Dá-nos força e ternura
para sermos pessoas úteis que lutem por um Mundo
onde haja dias bons e muitas noites boas
como esta em que quiseste nascer entre nós.
Senhor, Tu serás sempre bem-vindo a esta casa,
até que um dia nos reúnas na tua.
DIOCESE
23 de Dezembro de 2004
A Igreja de Beja em marcha
Natal na Cadeia e no Seminário
Porque não estive envolvido em
visitas pastorais, pude marcar
presença em algumas das muitas
festas de Natal para que estava
convidado. No dia 15, estive algum
tempo na festa promovida pelo
estabelecimento prisional de Beja
e pude tomar consciência do que é
estar privado do uso da liberdade
de movimentos. Por isso apelei ao
uso da liberdade interior, que nos
vem do facto de sermos filhos de
Deus, que a festa de Natal confirma
e fortalece no coração de quem
aceita Deus na sua vida. Fiquei
contente por ver um grupo de
visitadores presentes. Depois de
uma passagem pelo hospital de
Beja, para visitar alguns doentes, e
muito especialmente o Pe. José
Guerreiro, fui com D. Manuel Falcão
participar na festa de Natal do
Seminário, que começou com a
celebração da Eucaristia, seguida
duma ceia festiva e de um pequeno
sarau musical. Presentes muitos
amigos e colaboradores do Seminário, a quem agradeci a amizade por
esta instituição importante na vida
da diocese, pois aí se formam os
mais directos colaboradores do
Bispo. Passei pela Residência Pax
do clero e senti de perto o que
significa sentir-se debilitado por
parte de quem gastou a sua vida a
serviço da Igreja.
Em vez do encerramento da Visita
Pastoral
Como noticiei na última crónica, por
motivo da doença do pároco, Pe.
José Guerreiro, que neste dia em
que redijo estas linhas, 20 de
Dezembro, ainda se encontra internado no Hospital de Beja, adiei a
Visita Pastoral a Vila Nova de S.
Bento e a Vila Verde de Ficalho, mas
pude preparar as próximas visitas
às paróquias confiadas ao Pe.
Joaquim Sousa.
Igreja de Santo Aleixo
Por isso, inesperadamente, fui
celebrar a missa dominical a Santo
Aleixo, onde encontrei uma pequena comunidade de 29 fiéis,
poucos para a imensidão do grandioso templo, mas são os que, fora
dos dias de festa ou das Missas
com intenções por falecidos, costumavam participar na Eucaristia
dominical, já no tempo do saudoso
Pe. Agostinho. Em Safara almocei
com o pároco e as Irmãs da Divina
Providência e elaboramos o programa da próxima Visita Pastoral. O
Vigário Geral presidiu à celebração
das missas dominicais de Vila Nova
de S. Bento e de Ficalho.
Agenda dos próximos dias
A Missa do Nascimento de Serpa,
popularmente chamada Missa do
Galo, às 24,00 horas do dia 24, será
presidida pelo Bispo, com acompanhamento da Banda e do Grupo
Coral de Serpa.
No dia 25, ao meio-dia, o Bispo
preside à celebração da Sé.
De 28 de Dezembro a 1 de Janeiro o
Bispo e alguns jovens de Beja
participam no encontro de Taizé em
Lisboa.
No dia 31 de Dezembro faz-se a
Vigília pela Paz na igreja do Salvador de Beja, como é tradicional.
No dia 1, às 12,00 horas, o Bispo
preside à celebração da Eucaristia
na Sé.
No dia 2 de Janeiro toma posse a
nova Mesa da Misericórdia de
Santiago do Cacém.
No dia 6 de Janeiro, o Bispo vai
ainda visitar a escola de Vale dos
Mortos e celebrar a Vale do Poço,
para depois reunir com a Comissão
Fabriqueira de Serpa, dando assim
por encerrada a Visita Pastoral às
paróquias confiadas ao Pe. José
Carvalho, que no dia 7 de Dezembro completou 80 anos de vida
intensa, mas ainda cheia do vigor
da juventude.
No dia 10 de Janeiro começa uma
nova ronda de reuniões arciprestais, nas quais queremos incrementar a colaboração interparoquial em alguns sectores, sobretudo da pastoral juvenil e vocacional, da formação cristã dos
adultos e administração paroquial.
Notícias de Beja – 9
Apresentada ao público
a Enciclopédia Católica Popular
de D. Manuel Falcão
Na passada terça-feira foi apresentada ao público, em sessão na
Biblioteca da Universidade Católica
de Lisboa, a “Enciclopédia Católica
Popular”, do nosso Bispo Emérito
D. Manuel Falcão, editada pelas
“Paulinas”. Além de familiares e
pessoas amigas, estiveram presentes os membros da Comissão
Episcopal das Comunicações Sociais, cujo presidente, D. João
Alves, Bispo Emérito de Coimbra e
colega de seminário de D. Manuel,
dele falou no início da apresentação. Falou da obra o investigador
Jesué Pinharanda Gomes.
No agradecimento e em conversa
connosco, D. Manuel Falcão disse
que a Enciclopédia resultou da
evolução de um vocabulário de
termos usados na linguagem da
Igreja Católica, pedido por jornalistas e outros comunicadores,
pelas dificuldades sentidas ao
redigirem ou interpretarem notícias
sobre acontecimentos ou realidades da Igreja. O projecto inicial
de vocabulário deu depois origem
a uma enciclopédia, pelo desenvolvimento com que foram tratadas
várias entradas. Consequentemente também se alargou o público
visado, que, para além dos profissionais da comunicação social,
passou a ser também o clero,
catequistas, professores de religião
e membros mais empenhados do
laicado católico.
O Notícias de Beja foi fazendo, ao
longo de vários meses, o anúncio
da Enciclopédia, pela inclusão de
alguns dos seus artigos mais
interessantes na secção da sua
última página confiada a D. Manuel
Falcão. Sabemos que muitos dos
nossos assinantes aguardavam
com interesse a saída da Enciclopédia. Ela pode ser adquirida
nas livrarias católicas e, em Beja,
na Livraria Diocesana instalada no
Seminário.
Obras em igrejas e instituições
ligadas à Igreja subsidiados
No dia 16, o Secretário de Estado
da Administração Local, Dr. José de
Almeida Cesário, passou pela
diocese a assinar protocolos de
projectos de obras que tinham
concorrido a co-financiamentos
públicos, entre eles o da cobertura
do Convento de Santo António de
Beja, onde funciona o Patronato, e
os das igrejas de S. Pedro de Sólis
e de S. João dos Caldeireiros, no
concelho de Mértola. Participei
pessoalmente na cerimónia do
Patronato e fui representado pelo
Vigário Geral em Mértola.
Afinal o Secretário de Estado
cumpriu o que havia prometido
aquando da inauguração das obras
de restauro da igreja paroquial do
Espírito Santo, no concelho de
Mértola, de prestar mais atenção
aos projectos da diocese de Beja.
Comunidades neo-catecumenais
No dia 17, à noite, na igreja do
Salvador de Beja, presidi ao rito da
iniciação à oração de 54 pessoas
ligadas às comunidades neo-catecumenais de Beja, de Moura, de
Sines e de Vila Real de Santo
António. A partir de agora temos
mais estes irmãos a rezar com a
Igreja a Liturgia das Horas.
Dez milhões de estrelas em Beja
Nas Portas de Mértola de Beja, local
de muito comércio e de passagem
de peões, a Caritas Diocesana
associou-se à iniciativa internacional denominada Dez Milhões de
Estrelas, que convida as pessoas a
adquirir uma vela para colocar acesa
às janelas das casas, na noite de 24
de Dezembro, como apelo de paz a
todos os homens, pensando nos
mais indefesos, nas crianças, vítimas das guerras e das injustiças
deste mundo. Vários grupos de
crianças participaram neste rito
festivo, desde crianças de etnia
cigana do Bairro da Esperança aos
alunos do Colégio de Nossa Senhora da Conceição.
Escuteiros, um grupo ucraniano da
paróquia de S. João Baptista de
Beja, crianças do infantário da
paróquia do Salvador e muitas
outras alegraram esta parte da
cidade e ajudaram a começar a viver
a mensagem de Natal, a que aludiu
nas palavras de abertura.
Encontro Europeu de Jovens
Promovido pela Comunidade de
Taizé, realiza-se em Lisboa, de 28
de Dezembro de 2004 a 1 de
Janeiro de 2005, um encontro
ecuménico de oração para jovens
de toda a Europa.
Os jovens, que são acolhidos nas
paróquias da cidade, terão vários
momentos de reflexão e celebração nas igrejas e no Parque das
Nações.
Núcleo museológico de Arte Sacra em Moura
Por iniciativa do nosso Departamento do Património Histórico e
Artístico e da paróquia de S. João
Baptista de Moura, no dia 17, de
tarde, abriu, com a presença da
Ministra da Cultura, dos autarcas e
de muitas pessoas, um novo núcleo
museológico na diocese de Beja, na
igreja de S. Pedro, que, em tempos,
serviu de casa mortuária.
Num belo espaço, podem agora
ver-se valiosas peças do rico
património religioso de Moura,
muitas delas do antigo convento
do Carmo. Foi um projecto de
parceria entre o Estado, a Câmara
Municipal de Moura, a paróquia e
a diocese, na continuação dos já
inaugurados tesouros da Colegiada de Santiago do Cacém, da
Basílica Real de Castro Verde e da
Igreja de S. Vicente de Cuba.
Espera-se para breve a abertura dos
restantes núcleos: Seminário de
Beja, igreja dos Prazeres de Beja e
Senhora das Salas em Sines. Parabéns ao nosso Departamento.
† António Vitalino, Bispo de Beja
Concerto de Reis
na igreja do Carmo de Beja
Cumprindo a tradição, o Coro
do Carmo de Beja, dirigido pelo
Padre António Cartageno, vai
assinalar a Festa dos Reis na
noite de 6 de Janeiro, às 21.30h,
com um concerto inteiramente
dedicado à quadra natalícia.
Participa também o Coro Infantil da paróquia de São João
Batista. Entrada livre.
10 – Notícias de Beja
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23 de Dezembro de 2004
Noite Branca de Natal
Caía a neve mansamente
Sobre a Terra
Fazia frio
Mas a noite estava serena e tão suave!
Milhares de estrelas cintilavam
Multiplicando-se no azul do firmamento
Do Céu desceram os anjos
Anunciando a Boa Nova!
Os campos floresceram
As árvores formosas engalanadas
Vestiam de branco
E os seus mantos rendilhados
Eram brilhantes imaculados
E a neve continuava a cair
Cobrindo a terra
Que mais parecia um longo sudário
De linho branco perfumado
Foi numa noite assim
Há muitos, muitos anos
Que nasceu Jesus!
Numa noite de Amor, Paz e Perdão!
Hoje e no coração do homem
Continua o ódio, a guerra, a morte
Caminhamos lado a lado
E não nos conhecemos como irmãos
E no mundo? Meu DEUS?!...
Quanta dor, tristeza e solidão!!
E nos corações vazios da humanidade
Já não há mais amor para dar.
Mas... o SENHOR
Continuará a nascer, sempre!
Com AMOR
Em NOITE BRANCA DE NATAL!...
Maria Isabel
Lisboa, 2004
Notícias de Beja – 11
Na Mensagem para o Dia Mundial da Paz – 1 de Janeiro
Papa condena o recurso à violência e apela à
mobilização económica a favor dos países pobres
Na Mensagem para o Dia Mundial
da Paz, que se celebra a 1 de Janeiro,
o Papa João Paulo II condena o
recurso à violência para impor a paz
nas zonas de conflito e lamenta que
o «drama, iraquiano se prolongue».
«Para que se consiga o bem da paz,
é preciso afirmar com uma consciência lúcida que a violência é um
mal inaceitável e que ela nunca
resolve os problemas», afirmou o
Santo Padre no texto apresentado
há dias à imprensa e destinado à
meditação nas igrejas católicas no
dia de Ano Novo.
João Paulo II realça ainda a necessidade de uma mobilização económica a favor dos países pobres,
através de um aumento da ajuda
pública ao desenvolvimento e de
uma redução da dívida.
«Para atingir a paz no mundo, hoje
mais do que nunca, é preciso
considerar como determinante e
decisiva a consciência da
inter-dependência entre países
ricos e países pobres», diz.
O Papa acrescenta que «o drama
da pobreza aparece ainda estreitamente ligado à questão da dívida
externa dos países pobres», um
problema para o qual ainda não se
encontrou
«uma
solução
apropriada».
«Neste contexto, como não pensar
no querido continente africano,
onde persistem conflitos que
fizeram e continuam a fazer milhões
de vítimas?», diz João Paulo II.
O Papa refere-se ainda à situação
na Palestina, «a terra de Jesus»,
onde tem sido difícil a «compreensão mútua» e o conflito «é
alimentado todos os dias de forma
preocupante com atentados e vinganças». Sobre a violência terrorista, João Paulo II considera que
está a «empurrar o mundo inteiro
para um futuro de medo e de
angústia» e, referindo-se ao conflito no Iraque, afirma que verifica
«com amargura» que se prolongam
as «situações de incerteza e de
insegurança para todos».
«Podemos constatar uma explosão
impressionante de múltiplas manifestações sociais e políticas do
mal», conclui.
Futuro da humanidade
passa por África
A Santa Sé está convencida de que
o futuro da humanidade passa, em
larga medida, pela resolução dos
problemas no continente africano.
«Se se resolver o problema da
África, as repercussões benéficas
iriam verificar-se em todo o mundo», disse o cardeal Renato
Martino, presidente do Conselho
Pontifício Justiça e Paz (CPJP),
durante a apresentação da Mensagem de João Paulo II para o Dia
Mundial da Paz/2005.
O antigo observador da Santa Sé
na ONU, com larga experiência de
política internacional, disse que o
Papa «tem este continente no
coração», chamando a atenção
para conflitos como o do Sudão, o
do Uganda ou nos Grandes Lagos,
onde morreram mais de 3,8 milhões
de pessoas desde 1998.
«Os conflitos já não se resolvem
recorrendo ao tráfico de armas, mas
com ajudas para o desenvolvimento
e o compromisso para eliminar a
dívida dos países pobres», disse
D. Martino, citando a Mensagem
de João Paulo II.
O presidente do CPJP falou ainda
do drama dos cinco milhões de
crianças que morrem de fome todos
os anos, dos mil milhões de meninos e meninas sem infância, por
causa da pobreza, da SIDA e outras
epidemias.
Nesse sentido, o cardeal Martino
destacou o facto de João Paulo II
ter dedicado a terceira parte da sua
mensagem ao tema do uso dos
bens da terra, no contexto dos
princípios da Doutrina Social da
Igreja que se referem ao destino
universal dos bens e a cidadania
universal.
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NATAL
12 – Notícias de Beja
23 de Dezembro de 2004
O Natal na Arte e na Literatura
Têm sido muitos os artistas e
escritores portugueses que, através das suas obras, nos têm mostrado toda a simplicidade encantadora que encerra o Natal. Dentre
os artistas é de realçar o trabalho
dos barristas, que não hesitaram
em imprimir na modelação das suas
imagens toda a feição popular de
que o presépio se reveste. Assim
fizeram os barristas de Estremoz, os
mestres Machado de Castro e
António Ferreira. Assim fez Rosa
Ramalho que, para além dos oitenta
e tantos anos e na simplicidade
rústica da sua casa em Barcelos,
conseguiu modelar figuras “vivas”
e populares; ou mestre José Franco, que para os lados de Mafra tem
sabido criar um mundo surpreendente de imaginação. Na literatura é vasta a prosa que se ocupa
de tão aliciante tema que é o
Nascimento de Cristo. António
Feliciano de Castilho – um dos
introdutores da Escola Romântica
– fala-nos assim do Natal: «... Não
foi nos palácios não foi em Roma,
não foi no Capitólio que o Filho do
Senhor de tudo quis nascer: Foi
nos campos, na mais rústica pousada; não entre os príncipes, senão
entre os pobres: os animais, símbolos da lavoura e do trabalho, lhe
fazem corte; os primeiros que o
louvam, o beijam, e o querem são
os pastores! Os primogénitos do
Céu fostes, vós, e soi-los ainda,
homens simples e laboriosos. Os
Presépio de Maria Amélia Carvalheira, séc. XX
das pompas, os da riqueza, os da
ciência, virão também prostrar-se,
a este Menino que enobrece a tudo
quanto se prostra: virão, que o
destino dele é a dominação mas só
chegarão depois de vos Para vós,
bastou um convite melodioso; para
eles, será necessária uma revolução
nos astros Ei-los enfim – os Reis!!!
Noite de Natal, quem te não ama?»
Ramalho Ortigão – dotado de
grande poder de observação e que
pugnou sempre pelo triunfo da
virtude - descreve-nos desta maneira o Natal minhoto:
O objecto do culto, da admiração,
do entusiasmo, do enlevo dos
pequenos do meu tempo era velho
“presépio” “ tão ingénuo, tão
profundamente infantil, tão cheio
de coisas risonhas, pito-rescas,
festivas, inesperadas.”
«Depois celebrava-se a ceia, o mais
solene banquete da família minhota
Tinham vindo os filhos, as noras,
os genros, os netos. Acrescentavase a mesa. Punha-se a toalha
grande, os talheres de Cerimónia,
os copos de pé, as garrafas
doiradas.»
«Havia o arrastar das cadeiras, o
tinir dos copos e dos talheres, o
desdobrar dos guardanapos, o
fumegar da terrina. Tomava-se o
caldo, bebia-se o primeiro copo de
vinho; estava-se ombro com ombro; os pés de um lado tocavam nos
pés dos que estavam defronte.
Bom aconchego! Belo agasalho!
As fisionomias, tomavam uma
expressão de contentamento de
plenitude. Que diabo!
Exigir mais, seria pedir muito. Tudo
o que há mais profundo no coração
do homem – o amor, a religião, a
pátria, a família – estava aí tudo
reunido numa doce paz, não opulenta, mas risonhamente remediada
e satisfeita. Não é tudo? Não é o
primeiro dos convivas que linha o
sentimento dessa imperfeição na
felicidade era a velhinha sentada ao
centro da mesa. Ela, que para nós
representava apenas a avó, tinha
sido também a filha, tinha sido a
irmã, tinha sido a esposa, tinha sido
a mãe... No seu pobre coração
quantos lutos sobrepostos, quantas saudades acumuladas! Por isso,
enquanto os outros riam alegremente, a mão dela emagrecida e
rogada tremia de comoção ao tocar
no copo; e dos seus olhos cansados despregavam-se silenciosamente duas lágrimas, que ela
embebia no guardanapo enquanto
a sua boca procurava sorrir e
titubear palavras de resignação, de
conforto, de felicidade.»
Também a poesia popular –
genuína criação do povo – se refere
ao Nascimento do Deus Menino:
Em Belém, à meia noite,
Noite de eterna alegria,
Da aurora nasceu o sol;
Nasceu Jesus e Maria.
Em Belém, à meia-noite,
Meia-noite de Natal,
Nasceu Jesus no Presépio,
Maravilha sem igual.
Glória a Deus lá nas alturas
Diz o Anjo do Senhor,
Paz aos homens sobre a Terra,
Que nasceu o Redentor
Boas Festas, Boas Festas,
Festas de muita alegria;
Que nasceu o Deus Menino,
Filho da Virgem Maria.
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23 de Dezembro de 2004
Notícias de Beja – 13
Os presépios portugueses
Embora saibamos que devem ter
sido os franciscanos a introduzir os
presépios nas tradições portuguesas, a data exacta do seu
aparecimento no nosso país contínua envolvida numa série de mistérios e de estudos contraditórios
levados a efeito por alguns
presépio quinhentista feito pelo
escultor Bastão D. Artiaga para a
irmandade dos livreiros em 1558.
Durante o século XVI os presépios
floresceram nas ordens monásticas
e no século seguinte apareceram
nas igrejas, para na segunda metade dessa mesma centúria, as casas
Conjunto escultórico setecentista do Convento da Madre de Deus, de Guimarães.
Encontra-se na Igreja dos Santos Passos.
especialistas.
Em 1925 Luís Chaves lançou para o
domínio público um manuscrito da
Biblioteca Nacional de Lisboa (cod;
14-A. 21-4, fl.3) no qual se podia ler
que o primeiro presépio de Lisboa
se encontrava no Convento do
Salvador. Outro estudioso, Diogo
Macedo, afirma também que no
Convento Dominicano de São
Salvador, no século XVI, existia já
um presépio, e outro especialista
brasileiro, Luís da Câmara Cascudo,
afirma que nesse convento as
freiras faziam presépios pelo menos
desde 1391.
As informações são contraditórias,
mas o que é certo e que há um
particulares da, capital armarem os
seus próprios presépios.
Durante o século XVI a pintura
portuguesa legou-nos uma série de
trabalhos onde se imortalizou o
nascimento do Menino.
Os museus regionais e o Museu
de Arte Antiga guardam inúmeros
tesouros dos quais destacamos o
retábulo do mestre do paraíso com
os painéis da Anunciação, Visitação, Natividade, Adoração dos
Magos, Apresentação de Jesus no
templo e a fuga para o Egipto, hoje
no Museu Nacional de Arte Antiga.
Merece também referência, adoração dos Magos, apresentação de
Jesus no templo e a Fuga para o
Egipto, hoje no Museu Nacional de
Arte Antiga, e os painéis de Jorge
Afonso do Museu Grão Vasco em
Viseu e os que se guardam na casa
dos Patudos junto de Alpiarça.
Na Centúria seguinte tomaram-se
famosos os presépios construídos
por barristas como Luís Costa ou
Manuel Machado, o pai de Machado de Castro. Também os azulejos,
que fazem parte da tradição portuguesa.
Serviram de suporte à representação do presépio, como os da
capela da Senhora do Restelo ou
os da Ermida do Socorro perto do
Bombarral.
O século XVIII é considerado o
século de ouro dos presépios
portugueses, modelados pelos
Franciscanos, Dominicanos e portugueses vindos recentemente de
Itália onde tinham estudado por
conta de fidalgos.
Os frades de Alcobaça e de Mafra,
as escolas de Lisboa e do Alentejo,
e artistas como Joaquim Machado
de Castro e Alexandre Guisti tomaram-se famosos nesta época. O
sentido iconográfico das suas
obras prenderam-se a um naturalismo e a um certo carácter de raiz
popular, ignorando o academismo,
o sentido clássico e barroco.
Os barristas desta época construíram personagens curiosas colocando as em cenários um pouco
exube-rantes onde muitas vezes o
estábulo de Belém aparece apenas
como uma pequena parte do mundo
enorme que ali é representado.
Machado de Castro, artista de
Coimbra nascido em 173 1, é um dos
mais conhecidos escultores de
presépios, tendo modelado inúmeros trabalhos deste género, cheios
de fantasia, humanismo e imaginação, que hoje podemos encontrar
na Sé Catedral de Lisboa, em
Campolide ou mesmo na Basílica da
Estrela, local onde podemos observar um dos mais famosos presé-
Presépio da Basílica da Estrela, em Lisboa. Instalado em 1783 por Machado de
Castro e a sua escola, possui cerca de 500 figuras. Apresenta duas cenas centrais:
“Adoração dos pastores” e “Cortejo dos Reis Magos”.
pios, constituído por 500 figurinhas muito humanas e cheias de
sentimentos.
António Ferreira foi outro barrista
da mesma época que modelou
figurinhas cheias de fantasia, que
hoje se encontram no convento da
Cartuja de Laveiras e no da Madre
de Deus em Lisboa.
No século XIX as guerras que se
fizeram sentir em Portugal fizeram
com que não houvesse ambiente
para se fazerem presépios.
A extinção de conventos levou a
que muitos presépios desaparecessem.
Em algumas casas particulares
nobres, os seus presépios também
se perderam, no entanto ficaram
frequentemente as figuras principais: o Menino, a Virgem, S. José,
o burro e a vaca.
No nosso século XX as tradições
dos presépios não desapareceram.
Os bairros populares, por exemplo,
continuam a perpetuar o episódio
que se passou há quase dois mil
anos em Belém.
Recordemo-nos das figuras dos
presépios de Estremoz, onde se
entrelaça a História Bíblica com o
mundo alentejano – o Menino
Jesus, os Reis Magos, os pastores
com trajes alentejanos... ou observemos as figurinhas de Barcelos
profundamente coloridas, com
músicos, carros de bois e pastores... onde a imaginação dos artesãos levou a pôr em quase todas
as personagens buracos para
colocar palitos ou mesmo
assobios...
REGIONAL
14 – Notícias de Beja
23 de Dezembro de 2004
Novos Assinantes
Na Praça da República, em Beja,
há coisas que fazem pensar
Primeiro foi a remodelação do
rectangulo central, abrangido pelo
polémico programa Polis. Acabadas
as discussões públicas, que a
Comunicação Social veiculou durante alguns meses, vamo-nos
habituando ao figurino actual, sem
que deixemos de sentir e exteriorizar
mágoa pela obra infeliz legada pelos
arquitectos desta “nova” Praça.
Arrumada a questão geográfica e
acomodados ao novo visual, há
problemas em aberto que urge
lembrar e que necessitam de
resposta urgente.
De todos, o mais gritante é a
desertificação desta Praça nobre,
outrora sala de visitas de Beja e
lugar priveligiado de convívio
social e de transacções comerciais.
A dilatação da cidade para a peri-
feria criou, há alguns anos, novas
centralidades, com vida autónoma
e comércio diversificado.
É um facto, benéfico, que, aliás,
ocorreu também em todas as
cidades do País.
Mas, se queremos fomentar o turismo, não podemos descurar o centro
histórico. Na Praça da República e
suas imediações, estão os principais monumentos de Beja. Até,
por via disso, devem estar serviços
de qualidade – comércio diversificado e atractivo, cafés, pastelarias, restaurantes, centros de
cultura, que chamem à Praça as
pessoas durante o dia, inclusive
aos fins de semana. Infelizmente,
não é isso que acontece. A Praça
está morta, fecharam muitas lojas
nos últimos anos e até, há poucos
Campanha dos 5.000
dias, a única Residencial aqui
existente.
Por outro lado, com a proibição de
estacionamento em quase toda a
área, as pessoas, que já não sabem
andar a pé (vícios da civilização),
não vêm mesmo à Praça. E, como
quase ninguém vem, nem mesmo a
Polícia, assiste-se todos os dias a
fenómenos espantosos: por exemplo, os automobilistas, ao chegarem
à igreja da Misericórdia olham as
placas de proibição de marcha à
direita, e, se não há policiamento à
vista, aí vão eles desarvorados, em
transgressão consciente e irresponsável, com perigo até de atropelamentos, pois, em princípio, nenhum carro deveria surgir na faixa
desde a rua Abel Viana até ao
cruzamento com a rua da Moeda.
Outra originalidade é o espectáculo
desportivo a que, à tarde, podemos
assistir, sob as arcadas da Misericórdia - Monumento Nacional. São
jogos de futebol animados e ruidosos de catraios, que, advertidos
com frequência pela própria polícia,
teimam em repetir estas cenas do
triste figura e de lesa-arte.
E deixemos, por agora, outros
espectáculos ainda mais deploráveis e degradantes, realizados a
altas horas da noite, aquando do
regresso de certas “capelinhas” de
luzes bruxuleantes que proliferam
nas ruas e ruelas à volta da Praça
da República.
O pacato cidadão, que gosta de
viver na cidade de Beja e deseja que
ela seja cidade de progresso e com
qualidade de vida, não pode deixar
de estranhar situações bizarras e
condenáveis que se verificam e
pedir para elas as necessárias
providências.
Vamos salvar e valorizar a nossa
Praça da República.
O Centro Histórico de Beja não
pode morrer nem ser vandalizado.
Alberto Batista
“Notícias de Beja” é recebido em
muitas centenas de casas do
Alentejo e de outras regiões do
País, e, segundo testemunhos que
nos chegam, com frequência, por
escrito e oralmente, é lido com
muito agrado e proveito. Mas,
porque, também nestas coisas,
parar é morrer, e porque quando
formos mais, teremos um jornal
melhor, temos de apostar seriamente na sua expansão. Todos, a
começar pelos que já são assinantes e, particularmente, pelos
párocos da Diocese de Beja que,
no “Notícias de Beja”, podem ter o
melhor coadjutor para o seu trabalho pastoral. Vamos, pois, colaborar
nesta campanha dos 5.000. Se em
cada paróquia do Alentejo conseguirmos 10 novos assinantes, em
breve atingiremos a meta que nos
propomos
Amigo assinante, seja apóstolo da
boa imprensa. Traga-nos um novo
assinante. Neste tempo de Natal,
ofereça uma assinatura do “Notícias de Beja” a um familiar ou a um
amigo.
Entretanto, registamos com alegria
as novas inscrições:
- Aljezur – Pe. José Joaquim
Fernandes Campôa
- Amarante – Pároco de S. Gonçalo
- Balazar – Pe. João Gomes da
Cunha
- Beja – Gertrudes Martelo Peste,
João Francisco Carrujo Dinis, José
Fernando Santos, Francisco de
Assis Fitas Correia, Maria Matilde
Almeida Guerreiro, Augusta MariAna Casadinho Matos, Dr. Luis
Manuel Capela, José Carlos Morais
Carapinha, Arquitecta Francisca
Romão, Jardim Infantil Nossa
Senhora da Conceição.
- Canadá – Américo Leão
- Cuba – José Joaquim Carocinho
Cabaça
- Costa da Caparica – António
Manuel Garcia Falé
- Espírito Santo (Mértola) – Ercília
Palma Correia Rita
- Ferreira do Alentejo – Custódia
Mariana Silva Ruivo
- Ferreira do Zêzere – Pe. Manuel
Pinto Caetano
- Infias – Pe. Adelino Sousa Rosas
- Lisboa – Vitor Malha, Cónego
Francisco Pereira Crespo
- Mértola – Cecília Palma
- Neves – Florbela de Jesus Neves
David
-Portalegre – Emília Nazaré Aranha
- Porto – Alberto de Magalhães
Plácido
- S. Miguel do Pinheiro (Mértola)
– Carlos Palma
- Sines – Arminda Rodrigues
Veloso
- Vila Nova de Gaia – Pároco de
Madalena, Carlos Manuel Silva
Luís
- Ourique – António de Brito Nobre
- Quinta do Conde – Maria da Graça
Contreiras Pinto
Notícias de Beja regista e agradece Boas Festas
Nesta quadra natalícia, foram muitos os amigos que se lembraram do
nosso jornal e nos enviaram simpáticas mensagens de Boas Festas
e Feliz Ano Novo.
Aqui ficam os seus nomes, com os
nossos melhores agradecimentos:
Bombeiros Voluntários de Beja,
Diocese Rosa Costa (Quintos),
Cruz Vermelha Portuguesa (Beja),
Câmara Municipal de Beja,
Associação de Municipios do
Distrito de Beja, Reinaldo Rebelo
(Laranjeiro), Associação de Pais e
Encarregados de Educação da
Escola Básica de Santa Maria
(Beja), Instituto Português da
Juventude, D. Florinda Barão
Sequeira (Mértola), Cáritas Diocesana de Beja, Bispo de Vila Real,
Centro Nacional de Escutas (Beja),
Associação de Reformados e
Idosos de S. Teotónio, Maria da
Luz Vilhena (Alvalade do Sado),
Instituto do Desporto de Portugal
(Beja), Câmara Municipal de Serpa,
Câmara Municipal de Montemor-oNovo, Governo Civil de Beja.
Natal na Planície Dourada
Região de turismo
Planície Dourada
- Cante ao Menino, Janeiras e Reis - Igreja Paroquial, Casével (28, 21:30 h)
- Exposição de Presépios - Galeria de Arte / Capela de Sto. António
Ferreira do Alentejo (2/12-10/01)
- Esplendor a Azul e Barnco: A Azulejaria Barroca dos Séculos XVII e XVIII
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23 de Dezembro de 2004
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Respostas às questões da última página
1. Bíblia. David escolheu para seu sucessor seu filho Salomão filho de
Betsabé, a mulher do general Urias, que David tomou como sua depois
de ter dado a morte ao marido. 2. Vocabulário. a) incunábulo é uma obra
impressa dos primeiros anos da imprensa (até 1500). b) oráculo é uma
palavra autorizada, por vezes atribuída a Deus ou aos deuses. c) piranha
é um peixe carnívoro. d) reciprocidade é a mútua correspondência. d)
soco com ó aberto é o mesmo que tamanco; com o ô fechado é o mesmo
que murro. Pedras preciosas. Respectivamente: a) safira; b) esmeralda;
c) topázio; d) rubi; e) ametista.
Aos meus clientes e
23
amigos votos de um
Feliz e Santo Natal
e Bom Ano Novo
O Palma Inácio deseja
a todos os clientes e amigos VERDADEIROS
um Natal Feliz e um Ano Novo melhor
Av. Gago Coutinho
1-B, Letra L
Tel.: 283 322 153
ODEMIRA
DEZEMBRO
2004
P r o p r i e dade da D i o c e s e d e B e j a
Contribuinte Nº 501 182 446
Director: Alberto Geraldes Batista
Redacção e Administração:
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Assinatura 18 Euros anuais c/IVA
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Registo
N.º 102 028
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Editado em Portugal
Tiragem
3.000
ÚLTIMA PÁGINA
23 de Dezembro de 2004
Espaço
Ludo-Cultural
Recordar é viver
Árvore de Jessé (séc. XVII) - Igreja de Santa Maria da Feira, Beja (séc. XV)
Bom Natal
Feliz Ano Novo
Nesta Festa da Família,
vai para todos
os nossos amigos,
assinantes, colaboradores
e anunciantes,
O que segue foi respigado de
números antigos do Notícias de
Beja.
Há 75 anos (1929). O n.º de Natal,
além de dedicar o editorial ao grande
acontecimento cristão, inclui notícias sobre os seguintes acontecimentos: a) morte do Marechal
Gomes da Costa, a cujo funeral
presidiu D. José do Patrocínio Dias
na qualidade de antigo chefe de
capelães militares; b) entrega do
barrete cardinalício pelo Papa ao
patriarca de Lisboa D. Manuel
Gonçalves Cerejeira: c) celebração
do jubileu sacerdotal do Papa Pio
XI, há 8 anos à frente da Igreja
Universal.
Há 50 anos (1954). O jornal noticia
que, não tendo havido tempo, ao
longo do Ano Mariano, para a
Imagem Peregrina de N. Senhora de
Fátima visitar todas as paróquias
da Diocese, foi já depois do dia 8
de Dezembro que ela esteve em
Mértola, onde teve o melhor acolhimento e a presença do venerando
Prelado para a cerimónia da
despedida.
Há 25 anos (1979). 1. O Prémio
Nobel da Paz foi entregue à Madre
Teresa de Calcutá no dia 10, por
ocasião do aniversário a Proclamação Mundial dos Direitos Humanos feita pela ONU; 2. Em
resultado de diligências junto do
Gabinete da Área de Sines, foi
possível encontrar espaços para
dois lugares de culto na nova área
urbana de Santo André. Foi já
entregue pela Diocese o programa
para o mais importante dos dois,
ficando o GAS de elaborar o
respectivo projecto.
Para pensar
uma saudação cordial
com votos ardentes de
FEST
AS FELIZES
FESTAS
na Alegria e Paz que irradiam
do Presépio de Belém
“Não temais! Nasceu-vos um Salvador”
«E quando eles ali se encontravam, completaram-se os dias
de Ela dar à luz e teve o seu Filho primogénito, que envolveu
em panos e recostou numa manjedoira, por não haver para
eles lugar na hospedaria. Na mesma região, encontravam-se uns pastores, que pernoitavam nos campos, guardando
os seus rebanhos durante a noite. - O anjo do Senhor
apareceu-lhes e a glória do Senhor refulgiu em volta deles, e
tiveram muito medo. Disse-lhes o anjo: «Não temais, pois
vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo povo.
Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que é o
Messias, Senhor.»
(Lucas 2, 6-11)
NATAL CRISTÃO. Para nos
mantermos fiéis ao genuíno espírito
cristão do Natal, sem nos deixarmos
levar pela onda do consumismo e
pelas correntes pagãs de que é
símbolo a figura grotesca do “Pai
Natal”, nada melhor do que ler
atentamente os artigos 106 a 123
do “Directório da Piedade Popular
e Liturgia” publicado pela Santa Sé
em 2001 (de que há duas edições
em português).
No Natal a Igreja celebra a manifestação de Jesus Cristo, o Filho
de Deus nascido virginalmente de
Maria na gruta de Belém. A liturgia
rodeia o Natal de várias celebrações.
A piedade popular envolve o Natal
de gestos muito significativos,
inspirados pela sensibilidade e
cultura de cada povo. Todos eles
se inspiram na espiritualidade do
dom, na solidariedade de Deus com
os homens e destes entre si, no
valor sagrado da vida, no clima de
paz e de alegria, e na simplicidade e
pobreza que irradiam do Presépio.
As principais expressões da piedade popular próprias do Natal são:
1) O presépio armado no lar, na
igreja ou mesmo noutros lugares
(montras de estabelecimentos ou
espaços públicos). 2) A árvore de
Natal que evoca a “árvore da vida”
(Gén 2,9) sempre verde e cheia de
frutos, ou mesmo a “árvore da cruz”
sobre a qual Jesus nos obteve e
salvação e justificação. 3) A troca
de prendas como expressão do amor
e da caridade de uns para com os
outros. 4) A ceia de família tão
importante para avivar e consolidar
a união dos que estão ligados pelos
laços do sangue e da amizade.
As expressões da piedade popular
relativas ao Natal deram origem às
festas que a liturgia celebra nesta
quadra. O Directório refere: a festa
da Sagrada Família (Domingo na
oitava do Natal); a dos Santos
Inocentes (28 de Dezembro); a
passagem do ano em oração com
exame de consciência pelo ano que
passou e formulação de propósitos
para o novo ano; a solenidade de
Maria Mãe de Deus (com os votos
próprios do início do novo ano e
especialmente a celebração do Dia
da Paz, desde 1967); a Epifania (de
grande repercussão no Oriente e
noutros países cristãos); e a festa
da Apresentação do Senhor (2 de
Fevereiro), a fazer a ligação do
Tempo do Natal com o da Páscoa
da Morte e Ressurreição de Jesus
Cristo.
Coisas e loisas
1. Os EUA e o n.º 13. A América foi
descoberta a 13 de Outubro de
1429. A Federação Norte-Americana
começou por 13 Estados e a sua
bandeira tinha 13 estrelas e 13 listas.
A sua divisa “E pluribus unum” tem
13 letras. O seu emblema, a figura
da liberdade, tem 13 estrelas a
coroar-lhe a fronte. A águia americana aperta numa das garras um
ramo de oliveira com 13 folhas e na
outra 13 raios; cada uma das suas
asas tem 13 penas; e no peito tem
13 raios.
2. “Nó górdio”. A expressão “cortar
o nó górdio” tem origem numa
velha lenda frígia. O rei Górdio,
tendo dedicado o seu carro de bois
ao deus Júpiter, atou-o com uma
corda cheia de nós impossíveis de
desatar. Proclamou então que ficaria
rei de todo o Oriente quem a
desatasse. Ninguém de facto o
conseguia. Foi então que Alexandre
o Grande, de passagem, ouviu a
história e com a espada cortou o
nó dum só golpe. A expressão
“cortar o nó górdio” ficou a significar: resolver um problema de
maneira eficaz e rápida.
3. Curiosidades. A primeira médica
portuguesa foi a Dr.ª Carolina
Beatriz Ângelo, nascida na Guarda
em 1877, formada em Lisboa em
1897 e falecida com 34 anos em 1911.
Afonso de Albuquerque, nos
inícios do séc. XVI, enviou ao rei
D. Manuel I um magnífico exemplar
de rinoceronte oferecido pelo rei de
Cambala, o qual encheu Lisboa do
maior espanto.
O cavalo cresce até aos 5 anos e
conserva o seu maior valor até aos
10. O boi cresce até aos 5 anos e
alcança o seu maior valor aos 6. O
carneiro cresce até aos 2 anos e
mantém o seu valor até aos 3.
Veja se sabe
1. Bíblia. O rei David teve vários
filhos, mas escolheu um para seu
sucessor no trono de Israel. Como
se chamava? Quem foi sua mãe?
2. Vocabulário. Qual o significado
das seguintes palavras: a) incunábulo. b) oráculo. c) piranha. d)
reciprocidade. e) soco.
3. Pedras preciosas. Quais as
conhecidas pedras preciosas que
são respectivamente de cor: a) azul;
b) verde; c) amarela; d) vermelha;
e) arroxeada?
(Ver respostas na penúltima página)
Bom humor
1. Em família. Pergunta um adolescente ao pai: «É verdade que os
pais são mais inteligentes que os
filhos?» «Não vês que são?»
«Uhm! Quem descobriu a teoria da
relatividade?» «Sabes bem que foi
Einstein.» «Então por que não foi
o pai dele?...»
2. Primeiros socorros. Na tropa,
depois duma aula sobre primeiros
socorros, o instrutor põe à prova
um dos magalas: «Imagina tu que
num combate o teu sargento é
ferido na cabeça. Que fazias tu?»
«Eu cá punha-lhe um torniquete no
pescoço...»
3. Casamentos... Numa agência
matrimonial ultra-moderna e computorizada, entra um jovem Fulano.
O funcionário pergunta: «Quais as
qualidades da pretendida?» «Que
seja pequena e graciosa, elegante,
amante dos desportos náuticos e
da vida em grupo.» O funcionário
carrega num botão do computador,
e a seguir a um bip-bip, ouve-se:
«Case com uma pinguim.»
Manuel Falcão
“Notícias de Beja”
não se publica na próxima semana
Por motivo das festas de Natal, o nosso jornal não se publicará no dia 30 de Dezembro.
Voltaremos ao convívio dos prezados leitores no dia 6 de Janeiro de 2005.
Entretanto, lembramos que o preço da assinatura, no ano de 2005, é de 20 euros.
A assinatura deve ser paga adiantadamente.

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