Aqui Hoje, Dugongo Amanha! - Marine Megafauna Foundation

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Aqui Hoje, Dugongo Amanha! - Marine Megafauna Foundation
Aqui Hoje, Dugongo Amanha!
Postado por Paul Rose em Explorers Journal em 1º de abril de 2014
Para o mês de abril 2014, a equipe da National Geographic Mares Límpidos embarcará em
uma expedição à costa sul de Moçambique, onde residem algumas das populações de
megafauna mais saudáveis, como arraias-manta, dugongos e tubarões-baleia. O líder da
expedição, Paul Rose, comandará um grupo de cientistas importantes e cinematógrafos em
conjunto com a National Geographic Emerging Explorer Andrea Marshall e a Marine
Megafauna Foundation para explorar, pesquisar e registrar o que esperam ser um dos recifes
mais saudáveis do Leste Africano. Acompanhe aqui no blog de Explorers Journal.
Para aproveitarmos ao máximo estas condições desafiantes, fizemos alguns "mergulhos malucos": Lançamos os nossos barcos à uma parede de areia íngreme de 2,5 metros e uma corrente costeira de alta velocidade, pulsando em direção ao mar por 14,5 quilômetros. As ondas alcançavam 3,5 metros de altura com o vento uivando sobre elas e, por baixo, uma onda imensa que atravessava o Oceano Índico para nos testar. Mesmo a 34 metros de profundidade, aquele poderoso surto oceânico está nos empurrando e nos enviando tempestades de sedimento em uma versão subaquática de uma tempestade de areia do deserto, reduzindo a nossa visibilidade para quase zero. É um trabalho árduo, desconfortável e repleto de aventuras, e nestas horas gosto de parar por um tempo e refletir sobre o nosso progresso, então aproveitei para solicitar uma atualização científica do Doutor Phanor Montoya-­‐Maya, cientista marinho. Aqui está o relatório dele: Um dos objetivos da expedição moçambicana Mares Límpidos é documentar o gradiente de vida do recife; um gradiente que somente a província de Inhambane em Moçambique poderia oferecer. Os primeiros lugares analisados pela equipe científica confirmaram que estamos no caminho certo para realizarmos o nosso objetivo. A expedição analisará uma extensão de 350 km da costa, da Ponta de Závora ao sul até o Arquipélago de Bazaruto ao norte. Esperamos encontrar um gradiente de biodiversidade do recife, conforme nos direcionamos ao norte, da água fria, subtropical, onde os corais moles predominam e as comunidades de corais desenvolvem-­‐se sobre as dunas de areia fossilizada até a água quente, tropical, onde corais duros prevalecem em formações de recifes de corais que são mais conhecidos como a floresta tropical do mar. A expedição começou no sul. Portanto, a natureza dos nossos mergulhos também é subtropical. Em outras palavras, as condições do mar são frias, profundas e bastante tempestuosas. A costa ao sul da África provou não ser para os covardes. Apesar dos ventos fortes, das ondas de 3,5 metros e da visibilidade limitada, a equipe científica conseguiu realizar pesquisas abrangentes dos recifes. A análise preliminar dos dados coletados é bastante motivadora. Em geral, foram documentados muitos peixes, corais, macroalgas e invertebrados marinhos. De acordo com o nosso especialista em peixes, Doutor Alan Friedlander, estes recifes subtropicais aparentam ser bastante diversos, com muitas espécies de peixes que não aparecem nas listas para esta área. Embora alguns tubarões foram vistos, outros predadores principais, como batata-­‐ garoupas (bacalhau), eram bem grandes e mais comuns. Quanto aos corais, os recifes são claramente subtropicais em que são dominados por corais moles dimórficos, de couro e cardo, com alguns corais duros aqui e ali. A predominância de corais achatados e incrustados, ao invés de corais imensos e ramificados, comprova as condições marginais para o crescimento dos corais encontrados nesta área. As análises também confirmaram a presença de uma camada profunda de algas vertebradas nesta região subtropical. As algas são macroalgas de águas frias, encontradas principalmente em ambientes de água fria, portanto a presença delas nesta latitude é bastante estranha. O Doutor Enric Ballesteros, nosso especialista em algas sugere que esta floresta de algas pode ser uma população antiga que sobreviveu à passagem do tempo ou o resultado de recrutamento oportunista favorecido por certas condições oceânicas, como a ocorrência de uma corrente crescente resultando em condições mais amenas para as algas. Ao todo, parece que podemos desmarcar o limite subtropical do nosso gradiente de biodiversidade. Agora, conforme seguimos em direção norte, esperamos encontrar mais fauna tropical. Isto significa mais corais, mais peixes e menos algas! Momentos emocionantes aguardam a nossa equipe científica. Esperamos que o tempo e o mar façam a sua parte e nos apresentem condições de mergulho mais agradáveis. E as esperanças de Phanor aparentam estar se realizando, pois este dia de trabalho ao longo do litoral tem sido mágico: Navegamos com pescadores locais, mergulhamos sob as camadas de ervas marinhas, filmamos os icônicos flamingos cor de rosa e por alguns breves momentos, ainda fomos acompanhados por uma mãe dugongo e seu filhote. Foi um momento rápido demais para que pudéssemos filmar ou mergulhar com eles, mas foi o sinal perfeito das coisas maravilhosas por vir. Leia todos os Mares Límpidos: Moçambique blog posts em Inglês
(URL: http://newswatch.nationalgeographic.com/tag/mozambique-2014/)
A expedição Mares Límpidos: Moçambique é patrocinado pela Blancpain e Davidoff Cool
Water.

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