Entrevista Promoção Exportações Mercados

Transcrição

Entrevista Promoção Exportações Mercados
Jornal da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes e Artigos de Pele e Seus Sucedâneos
2
Notícias
185
fevereiro 2012
Entrevista
Ministro Paulo Portas
em discurso directo
5
Promoção
Calçado português
nas «bocas do mundo»
6
Exportações
Calçado termina
2011 em grande
12
Mercados
Moda portuguesa
com os olhos na China
frederico martins
fevereiro 2012
2
“Só há um caminho:
aumentar as exportações
e diminuir as
importações”
3
entrevista
Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas
Defendeu recentemente que “não há
tempo a perder” e “a
diplomacia económica é uma prioridade
política”. Que grandes
mudanças serão levadas a cabo ao nível da
política externa portuguesa?
Queremos facilitar e
promover a aproximação
entre empresários, consolidar um enquadramento jurídico propício aos
investimentos e melhorar
o conhecimento mútuo
dos mercados. Estes são
objectivos cada vez mais
presentes e importantes
na atividade diplomática
portuguesa.
É com estes objectivos
que o Ministério dos
Negócios Estrangeiros
faz atuar a diplomacia
económica: com força e
eficiência: Força conjugada, articulada e coordenada de todas estas
fontes de ação económica externa. E eficiência
porque queremos obter
mais e melhores resultados e, tendo em conta a
difícil situação financeira
em que o país se encontra, ser também capaz de
evitar a redundância de
despesas e gastos desnecessários.
De que forma deverão
interagir as Embaixadas e as Delegações da
AICEP na promoção
de Portugal e dos produtos portugueses?
As embaixadas e a AICEP estão inteiramente disponíveis para as
empresas portuguesas que
queiram realizar eventos
económicos de promoção
de Portugal, das nossas
marcas, dos nossos produtos, das nossas empresas.
Não deve haver nenhum
problema no relacionamento entre o plano de
trabalho das embaixadas
e o interesse das empresas em contar com o
seu apoio. Isto também
implica que as empresas
portuguesas se passem a
interessar mais por fazerem promoção externa,
com o apoio e a colaboração das missões diplomáticas.
Na sua opinião, que
imagem se tem de
Portugal no mundo?
A imagem de um país antigo, com orgulho na sua
história, no papel de descobrir e construir pontes
e relações com países e
povos em todo o mundo.
A imagem é, também, de
um país que está a passar
dificuldades mas que,
todos nós, os portugueses
estamos a fazer os sacrifícios necessários para
voltar a crescer.
Considerando que o
espaço europeu está
relativamente «saturado» e dever crescer
relativamente pouco
nos dois próximos
anos, que novos mercados deverão, na óptica do Ministro dos
Negócios Estrageiros,
ser prioritários na internacionalização da
economia portuguesa?
De facto, a maior parte
das nossas exportações
ainda vai para os mercados tradicionais (Europa,
EUA, alguns dos nossos
parceiros tradicionais).
E, como diz, parte destes
mercados está também
em crise – apesar de ter
um crescimento, felizmente, superior ao que se
previa. No entanto, aos
poucos, começam a sur-
gir outros mercados nos
nossos horizontes. Países
e regiões que há poucos
anos eram considerados
menos desenvolvidos,
apresentam agora índices
de crescimento económico claramente superiores
ao dos “países desenvolvidos”, cujas economias
estão mais directamente
afectadas pela actual
crise.
E as nossas empresas não
só o perceberam como
imediatamente corresponderam: ao contrário
do que previam os cenários mais pessimistas – e
de acordo com os dados
referentes ao intervalo
entre Novembro de 2010
e Novembro de 2011 – as
exportações portuguesas
cresceram globalmente
15,5% e, nos mercados
que refiro (fora da União
Europeia a 27) cresceram
37%!
Um dos maiores
constrangimentos da
economia portuguesa
reside no défice recorrente da balança comercial. De que modo
pensar ser possível
atenuar este problema
estrutural?
Essa é uma questão
essencial da nossa vida
económica. Trata-se
efectivamente, e como
refere, de um problema
estrutural. A sua resolução constitui o objectivo
final de todas as estratégias económicas, sociais,
empresariais e políticas,
em interacção. E só há
um caminho: aumentar
as exportações e diminuir
as importações. Trata-se
de um binómio exigente
e muito difícil de conjugar. Passa pelo Governo,
pelas instituições, pelas
empresas e pelos cidadãos.
Como se altera esse
cenário?
A chave é o desenvolvimento económico, que
requer gestão, empreendedorismo, produtividade, inovação e competitividade empresarial que
garantam mais e melhores exportações para mais
mercados e, simultaneamente, enfrentem competitivamente no mercado interno os produtos
importados. Do ponto de
vista público é necessário
desenvolver políticas e
serviços que potenciem a
iniciativa privada, designadamente através da
redução dos custos de
contexto à actividade
económica e da disponibilização de instrumentos
de apoio à exportação
e à internacionalização.
Estes instrumentos poderão ter uma componente
financeira, designadamente através do QREN
e das linhas e seguros de
crédito. Mas para além
destes mecanismos – e
talvez não menos importante – o Estado
deve também colocar à
disposição das empresas
portuguesas uma rede de
diplomacia económica
alicerçada nas Representações Diplomáticas de
Portugal no estrangeiro
e na Rede da AICEP,
que poderá disponibilizar
informação sobre os mercados externos e facilitar
o desenvolvimento das
oportunidades desses
mesmos mercados.
É um desafio para todos,
que reclama empenhamento, consciência e
cidadania.
Que opinião tem sobre a indústria portuguesa de calçado?
É um sector exemplar.
A forma como evoluiu
e se reposicionou nos
mercados é um caso incontornável de sucesso.
Soube e conseguiu usar
a estratégia correcta
para enfrentar os grandes desafios da globalização e reagir às novas
condições dos mercados
invadidos por novos
produtores de preços
baixos e imbatíveis.
Combateu, no momento
certo, com as armas da
qualidade, da inovação,
do design e da gestão e
alcançou prestígio internacional em mercados
exigentes, ocupando um
lugar de destaque entre
o sector exportador nacional. O calçado português é hoje uma grande
referência internacional
pelos melhores motivos.
Que papel está reservado aos sectores ditos tradicionais como
o calçado na internacionalização da economia portuguesa?
Estes sectores genericamente estão a cumprir
um papel fundamental
na dinâmica de internacionalização da nossa
economia. Souberam
inovar para competir e
são reconhecidos pela
sua qualidade e pelo seu
prestígio nos mercados
internacionais. Tratando-se de sectores que,
sendo tradicionais por
existirem há muito tempo e fazerem parte da
história económica de
Portugal, são, de pleno
direito, vanguardistas,
pois souberam evoluir
inovando em todos os
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promoção
Campanha “Portuguese Shoes”
elogiada internacionalmente
O calçado português anda, literalmente, nas «bocas do mundo». Nos últimos
meses, a campanha de promoção do
calçado português tem sido uma presença regular na imprensa internacional. Uma das particularidades prende-se com o amplo destaque da campanha
nas redes sociais, onde é mesmo referida como uma das mais bem conseguidas campanhas da actualidade, ao nível
de grandes marcas de prestígio internacional como Armani, Burberry, Dior,
Dolce & Gabbana, Louis Vuitton,
Prada, Valentino ou Versace.
Tendo como grande objectivo
reposicionar a oferta portuguesa na
cena competitiva internacional e
colocar o calçado português na agenda
mediática, a campanha “A indústria
mais sexy da Europa” é uma iniciativa
da APICCAPS e conta com o apoio do
Programa Compete.
No essencial, trata-se de uma campanha verdadeiramente integrada que
procura potenciar o extenso plano de
promoção externa do sector em curso,
com várias acções cirúrgicas directamente vocacionadas, quer para o retalho europeu de moda, quer para a imprensa internacional da especialidade.
Em complemento, são desenvolvidas
várias iniciativas que tendem a chegar
ao consumidor final, em particular a
grande aposta na produção e publicação de editoriais de moda em revistas
de grande prestígio, nomeadamente no
universo Vogue.
Portugal na rota dos grandes investimentos?
Primeiro foram algumas marcas de prestígio internacional
a optarem por Portugal para o
desenvolvimento de calçado de
excelência. Agora, é chegada a
vez de empresas de referência
voltarem a produzir em Portugal. Depois da Louis Vuitton, é
chegada a vez da Ecco.
A multinacional dinamarquesa
Ecco, que chegou a ser a maior
produtora de calçado em Portugal, está a contratar, de novo,
trabalhadores “em grande escala”.
A empresa, que optou em 2009
por concentrar na Ásia a sua
produção, manteve sempre em
Santa Maria da Feira o centro de
investigação e desenvolvimento.
Agora, está de novo a produzir
calçado em Portugal. O objec-
tivo é chegar, rapidamente, aos
450 funcionários.
Nas últimas semanas terá admitido cerca de 150 novos colaboradores, mas nas próximas
semanas poderão ser contratadas mais algumas dezenas.
A contratação de novos
colabores será sempre uma boa
notícia, numa altura em que a
taxa de desemprego em Por-
tugal atingiu valores máximos
históricos. Segundo Fernanda Moreira, do Sindicato de
Trabalhadores de Calçado
de S. João da Madeira é uma
excelente notícia “que numa
conjuntura de aumento generalizado do desemprego, uma
empresa recrute em grande escala”. “O que mais esperamos é
que a decisão seja manter aqui
a produção”, sublinhou.
fevereiro 2012
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comé
“O calçado
português
chegou a 132
países nos
5 continentes”
Frederico Martins
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mércio externo
Calçado português com um dos melhores registos
de sempre
As exportações da indústria portuguesa de calçado cresceram, em 2011,
16% para 1.555 milhões de
euros. Trata-se de um dos
melhores desempenhos
de sempre do sector. De
Janeiro a Dezembro, o
sector colocou mais de
75 milhões de pares de
calçado e chegou mesmo
a mais de 130 países nos 5
continentes.
As exportações portuguesas de calçado estão a
crescer em praticamente todos os mercados,
em especial da União
Europeia como Alemanha (mais 21% para 280
milhões de euros), França
(mais 7% para 397 milhões de euros), Holanda
(mais 17% para 212 milhões de euros) e Espanha
(mais 34% 168 milhões de
euros). Pelo seu simbolismo, destaque ainda para
o bom desempenho em
Itália. Em 2011, Portugal
exportou para Itália 2,8
milhões de pares (mais
11%) no valor de 48
milhões de euros (mais
45%). Pela negativa, e
não obstante os bons
resultados no início do
ano, ficou o mercado britânico, com quebras de
14% em quantidade (para
5,43 milhões de pares), no
valor de 120 milhões de
euros (recuo de 7,6%).
O calçado português está
a crescer de forma sólida
fora do espaço europeu
(mais 31%). Destaque
para os bons desempenhos na Rússia (mais
49% para 16 milhões de
euros), EUA (mais 16%
para 14 milhões de euros), Canadá (mais 49%
para 12 milhões de euros)
e Japão (mais 29% para
9,8 milhões de euros). O
preço médio do calçado
português exportado au-
Seguros de créditos
O seguro de crédito é
uma importante ferramenta de gestão para
as empresas exportadoras, permitindo
transferir para uma
seguradora o risco da
falta de cobrança das
vendas efectuadas a
crédito.
Na conjuntura actual,
os seguros de crédito
ganham uma importância acrescida. Com
efeito, uma das consequências da crise
mentou 4,4 para 19,72€.
O calçado português
reforçou, ainda em 2011,
o estatuto de produto
que mais positivamente
contribui para a balança
comercial portuguesa,
com um saldo positivo
superior a mil milhões
de euros no final do ano.
Com efeito, em 2011, as
exportações cresceram
o triplo das importações
(mais 5,7% para 541 milhões de euros).
Componentes
resistem
Quem não terá conseguido potenciar na plenitude
os bons resultados da
indústria europeia de calçado em 2011 foi o sector
de componentes. Há a
assinalar um decréscimo
das vendas no exterior de
3% para 44 milhões de
euros. Esse desempenho
fica a dever-se, em grande
medida, aos insuficientes
desempenhos na Alemanha (quebra de 1,3%
para 14 milhões de euros)
e, fundamentalmente,
em Espanha (perda de
9% para 7,5 milhões de
euros). Importa registar,
porém, que essa quebra
está estatisticamente
relacionada com a quebra
das exportações de gáspeas (menos 9,6% para 7,7
milhões de euros), já que
as exportações de solas e
saltos registaram um recuo de apenas 2,5% para
25 milhões de euros.
Artigos de pele
disparam
Já o sector de artigos de
pele teve, em 2011, um
dos melhores resulta-
dos nos últimos anos.
As vendas no exterior
aumentaram 40% para
58 milhões de euros.
Em termos absolutos,
o sector de artigos de
pele colocou no exterior
mais 18 milhões de euros
do que no ano anterior.
Os segmentos “Outros
artigos de pele” (mais
102% para 22 milhões de
euros) e “malas e bolsas” (mais 20% para 28
milhões de euros) foram
os grandes impulsionadores deste excelente
desempenho. Por mercados, importa realçar
o bom registo em Espanha (mais 29% para
12 milhões de euros),
França (mais 30% para 6
milhões de euros) e Suíça
(mais 35% para 3 milhões
de euros) e o recuo em
Angola (menos 8% para
5 milhões de euros) e Tunísia (menos 0,7% para 3
milhões de euros).
Cesce lança serviço inovador
financeira iniciada em
2008 foi o aumento do
risco decorrente das
vendas a crédito. O seguro de crédito deixou
de dar resposta à generalidade das empresas,
primeiro pelo aumento
dos prémios cobrados
e, fundamentalmente,
pela redução generalizada dos limites de
crédito atribuídos a
cada devedor.
A Cesce, que oferece os seus serviços
desde 2003, acaba de
apresentar um serviço
inovador. No essencial, deixa de existir
um prémio provisório
calculado pela aplicação de uma taxa única
no volume previsto de
vendas. É apresentado
um prémio estimado, de acordo com as
previsões de vendas
por cliente. Os clientes
são classificados por
grupos de risco, permitindo ao segurado
potenciar as vendas aos
clientes de menor risco, minimizando assim
o custo final da apólice;
Complementarmente,
está previsto para o
segundo semestre de
2012 um acesso privilegiado ao financiamento bancário de curto
prazo nas melhores
condições do mercado.
O segurado pode beneficiar de coberturas até
90%. As vendas para os
clientes de menor risco
são tarifadas a uma taxa
substancialmente mais
baixa que nas restantes
Seguradoras, onde se
aplica uma taxa única
para todos os clientes,
independentemente do
seu risco;
Os seguros de crédito
passaram a ser mais
transparentes e, mais
importante, mais eficazes, configurando hoje
uma ferramenta importante na gestão das
empresas e na criação
de valor.
9
mercados
Calçado reforça presença em feiras internacionais
Düsseldorf, Moscovo,
Milão. Paris. Xangai.
Em Março, o calçado
português vai dar meia
volta ao mundo. No total,
mais de 100 empresas
vão participar em nove
eventos distintos no
exterior. À procura de
conquistar mercados
e potenciar novas
oportunidades.
Numa altura em que se
antevê um abrandamento
generalizado dos
negócios, a indústria
portuguesa de calçado
está a reforçar a
presença em certames
profissionais. Na
MICAM, o certame
profissional de excelência
à escala mundial,
marcarão presença 78
empresas. Mas o grande
destaque recairá na
GDS, com a participação
de 76 empresas.
Relativamente ao ano
anterior, a presença
na feira de Düsseldorf
aumenta 17%.
No essencial, são quatro
os grandes objectivos
da realização desta
ofensiva promocional:
consolidar a posição
relativa do calçado
português nos mercados
externos, diversificar o
destino das exportações,
abordar novos
mercados e possibilitar
que novas empresas
iniciem o processo de
internacionalização.
Várias
estreias
Nota de grande destaque
para a estreia de várias
novas marcas de calçado
em certames profissionais
no decorrer de Março.
É o caso da Ramalhoni,
uma marca de sapatos
de luxo, com sede no
Porto e que nasceu
pela mão de Miguel
Ramalhão. Os sapatos
clássicos começaram
por ser vendidos online,
mas estream-se agora
nos grandes palcos
internacionais .
Em Milão, apresentará a
colecção de Inverno 2013,
produzida em S. João da
Madeira.
O jovem designer
quer distinguir-se pela
qualidade das suas
criações e os novos
modelos estão a ser
feitos com peles de
curtimenta vegetal.
Também a SoulFul e a
3Topnotch têm estreia
marcada para Milão.
Em estreia nos grandes
palcos internacionais
estará, igualmente, a
Shoes Closet, uma marca
criada há pouco mais de
um ano e que apostou
fundamentalmente
no mercado nacional.
“O nosso propósito
passou por criar uma
marca alternativa, 100%
portuguesa, focalizada
na qualidade, no design
e na proximidade com o
consumidor”, defendeu
Miguel Marques.
Em traços genéricos,
a marca define-se
“como um laboratório
de experiência, onde
o closet se transforma
em zona de conforto
e experimentação,
apelando à celebração
artística, cultural e
individual”, revelou o
responsável da empresa.
O ADN da marca assenta
em cinco aspectos
chave: proximidade,
tendências, versatilidade,
conhecimento e
inspiração.
miguel vieira
fly london
silvia rebatto
luis onofre
vudu shoes
nc
coxx borba
felmini
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11
roteiro
Presidente da República visita calçado
no roteiro da Juventude
Luís Onofre e Miguel Vieira. Os dois
criadores portugueses de calçado
receberam a visita do Presidente da
República no âmbito da iniciativa “Os
Jovens nas Indústrias Criativas: inovar
para crescer”.
No total, Cavaco Silva visitou onze
empresas, todas a Norte (Oliveira de
Azeméis S. João da Madeira e Porto),
onze projectos “empreendedores de
excelência”. O objectivo da iniciativa
passou por dar a conhecer exemplos
de sucesso de jovens empresários
portugueses que têm contribuído para
o crescimento económico do país.
Confessando-se “um pouco surpreen-
dido com o nível de 14 por cento de
desemprego e de 35 por cento nos jovens”, Cavaco Silva alertou para a necessidade urgente de “mobilizar todas
as nossas forças, em todos os setores,
para tentar promover a recuperação
económica que só pode ser realizada
pelos empresários, porque são esses
que exportam e inovam”.
O Presidente da República enalteceu
o papel das indústrias criativas que
“podem ser a alavanca da economia
e equilibrar a balança comercial do
País”, sendo um sector que “repousa
sobre os ombros dos jovens empresários”, podendo dar emprego qualificado a muitos portugueses.
Ficha Técnica
Propriedade
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Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos
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Director
Fortunato Frederico - Presidente da APICCAPS
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Execução e Grafismo
Participação Especial
Distribuição
Tiragem
salto alto e laborpress
Frederico Martins (fotografia capa)
Gratuita aos Associados
2 000 exemplares
fevereiro 2012
12
Moda portuguesa com os olhos postos na China
A vez da China. As empresas portuguesas de calçado
já vislumbram a China no
horizonte. Trata-se mesmo
de um mercado estratégico
e que poderá ser visto como
uma prioridade na próxima
década. De 7 a 9 de Março,
oito empresas portuguesas (Beppi, Dom Coletto,
Felmini, Fly London, Nobrand, Sophia Kah, Tattuaggi e Tiffosi) participam
na Novomania, um certame
que nasceu em 2010 e que
contará com a presença de
130 marcas de prestígio, de
20 países distintos.
A Novomania realiza-se
Xangai, o epicentro do mundo dos negócios da China.
Para as empresas portuguesas trata-se de um mercado
em franca expansão, que
apresenta um potencial de
crescimento ímpar a nível
mundial (crescimento médio
anual na próxima década de
9,4%) e que começa a despertar uma importância crescente para a generalidade
dos agentes económicos. Segundo Luís Onofre “trata-se
destinada ao segmento
médio-alto de mercado.
Na edição de Março de
2012 marcarão presença
marcas como Calvin Klein,
Crocs, Gás, Mango ou
Vans, e cerca de 12.000
visitantes profissionais e
300 jornalistas das mais
importantes publicações
asiáticas.
O mercado
chinês
de um mercado com um potencial
extraordinário. Já é chinês o meu
segundo maior cliente”, sublinhou.
Já Fortunato Frederico admite que
“a Fly London começa finalmente a ver resultados comerciais na
China”. Para Joaquim Moreira, da
Felmini, “considera que será um
mercado estratégico para o futuro”.
Sérgio Cunha, da Nobrand, acredita que “o mercado chinês começa
já a ser muito interessante para as
empresas portuguesas”.
Novomania
A Novomania é a plataforma de
negócios mais exclusiva na fileira
da moda na China, e permite “uma
apresentação em alto estilo na economia do mundo que mais cresce”,
sustenta a organização. A Novomania é uma feira de moda jovem,
A China deverá destronar,
em 2012, o Japão como
maior mercado de produtos de luxo. Segundo
a Academia Chinesa de
Ciências Sociais, já no
próximo ano, a China responderá por uma fatia de
27% de todos os produtos
de luxo comercializado à
escala global, o equivalente a 15 mil milhões de
dólares. A China tem hoje
sensivelmente 200 bilionários e pouco menos de um
milhão de milionários, que
investem abundantemente
em artigos de luxo.
Sahoco volta-se para
a América do Sul
Nasceu em 1999 e
especializou-se na
distribuição de marcas
internacionais numa
lógica de crescimento
sustentado. Em 2010,
após uma análise ao
mercado, a Século
XXI Lda criou a marca Sahoco. “Sentimos
a necessidade de criar
uma marca própria
focada numa mulher
moderna, sofisticada,
exigente e informada
de moda, que procura
originalidade e diferenciação”, revelou
Gabriel Marques.
Ao longo de pouco
mais de um ano de
existência, a Sahoco
consolidou a presença
no mercado doméstico
português . “Já come-
çamos a aposta em novos mercados”, sublinhou o responsável da
empresa. Actualmente,
a Sahoco está presente
em alguns mercados
considerados nevrálgicos como Angola,
Espanha, Estados Unidos ou Moçambique:
o próximo desafio passa por alargar a base
exportadora. “Estamos a analisar possíveis parcerias com
países da América do
Sul, como o Brasil, o
Chile, a Colômbia ou
o México. Em simultâneo, a Século XXI
equaciona investir no
sector do retalho, com
a abertura de lojas
monomarca. Passo a
passo. Caminhando.
Um passo de cada vez.
Cindicalfe reforça
capacidade produtiva
A Cindicalfe, empresa criada em 1997 e altamente especializada na produção de calçado de conforto, está a
reforçar a sua capacidade produtiva. Em 2011, investiu
no reforço das infra-estruturas, nomeadamente no
alargamento para o dobro da unidade fabril e armazém, e contratou 30 novos profissionais.
“Acreditamos que os clientes procuram empresas mais
do que as marcas ou produtos”, realçou André Oliveira, responsável da empresa. Por esse motivo, “a Cindicalfe decidiu fazer este melhoramento”. Em simultâneo, a empresa com sede em Pedorido adquiriu novos
equipamentos produtivos ( uma 2.ª linha de montagem; e o alargamento dos equipamentos de corte e
costura), renovou o software de gestão e apostou num
novo show-room. O objectivo da empresa que detém
a marca Flex & Go passa por “combinar a tecnologia
com a tradição, criando assim sapatos que se movem
numa perfeita harmonia de conforto e design”.
13
empresas
Olhamar mais jovem do que nunca aos 40
Vai já na terceira geração e
acaba de celebrar 40 anos.
A Olhamar está, no entanto,
mais jovem do que nunca. Especializou-se na produção de
cintos e outros acessórios de
moda de excelência, nomeadamente para grandes marcas
internacionais, e apresta-se
agora encarar novos desafios.
Com confiança.
“Desde cedo apostámos na
produção de cintos de alto
valor acrescentado”, revelou
Manuel Ramalho, em especial para o mercado domésti-
co português. Actualmente, a
empresa produz por ano mais
de dois mil cintos — em stock existem mais de cinco mil
modelos diferentes — e está
presente em mais de dez mercados distintos. “Começámos
a exportar nos anos oitenta”,
sublinhou. As exportações
aumentaram mesmo 36% em
2011. Números ainda assim
insuficientes. A prioridade
passa, agora, por alargar a
base exportadora e conquistar novos mercados. Para que
isso aconteça, a Olhamar tem
argumentos de peso. “Somos
flexíveis, apostamos muito
forte no desenvolvimento e
temos um serviço irrepreensível”. Por esse motivo, é
chegada igualmente a hora de
investir em outros segmentos de mercado. “Estamos a
aproveitar as competências
internas para desenvolver e
produzir outros acessórios de
moda, como bolas e malas”,
revelou o responsável da empresa. A primeira reacção foi
“excelente, até porque temos
competências internas para
fabricar rapidamente pequenas encomendas”.
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calçado impermeável
A Bo-bell, que participa pela primeira vez em Março na
MICAM, vai lançar uma linha de calçado impermeável
para criança. “Esta linha tem pele de alta qualidade à
prova de água, membrana interna à prova de água e respirável, forro em pêlo natural para manter os pés quentes e palmilha removível para melhor conforto”, revelou
Fernando Lima.
Segundo o responsável da empresa, “a ideia é garantir a
dinâmica, a irreverência das crianças ao ar livre, mesmo
nos dias de chuva ou quem sabe de neve”.
A bo-bell® assume-se como “uma marca de calçado
de criança alegre, colorida, urbana, com estilo, original, dinâmica, irreverente, leve, flexível, extrovertida e
divertida”.
Criada em 2008, a
Dark Collection é
a grande aposta da
Mazoni para surpreender os mercados
internacionais. Segundo Pedro Sampaio,
responsável da empresa, “é uma marca
com imagem jovem e
vanguardista que aposta na qualidade dos
seus produtos e das
suas colecções como
grande mais-valia para conquistar novos mercados e
clientes”. O próximo
desafio passa por conquistar novos mercados.
Em 2012, a imagem da
Dark Colection está a
ser reformulada. “Após
alguns anos de maturação, verificámos que a
imagem não reflectia o dinamismo e
a irreverência das
colecções apresentadas e decidimos
refrescá-la, para
que haja mais identificação do produto à marca”. Assim,
e apesar de estar
já em alguns países
europeus, “o objectivo da marca passa
por reforçar a presença em mercados
ditos tradicionais
como Alemanha,
Dinamarca, Espanha, França e Itália
e penetrar em novos
mercados com enorme
potencial, nomeadamente na Europa de
Leste e Ásia”.
Ainda este ano, a Mazoni planeia também
investir no mercado
nacional. “Apesar das
dificuldades económicas que se sentem em
Portugal e um pouco
por toda a Europa,
decidimos que deveríamos apostar também
em Portugal”, sublinhou Pedro Sampaio.
15
blogosfera
José Cabral,
Alfaiate Lisboeta
Natural. Divertido. Despretensioso. Alfaiate
Lisboeta é um dos principais blogues portugueses de moda. Tem milhares de seguidores e, no final de 2011, venceu mesmo o
“galardão” dos Fashion Awards, na categoria
de melhor comunicação digital. O Jornal da
APICCAPS conversou com o seu mentor,
José Cabral.
-Como nasceu o Alfaiate Lisboeta?
O Alfaiate Lisboeta nasceu, essencialmente,
porque não me sentia realizado profissionalmente e porque, de alguma forma, tinha
vontade de iniciar um projecto pessoal.
-O que torna o seu blogue especial?
Acho que, de forma geral, todos gostamos
de pensar que aquilo que fazemos é especial
ou tem algo de singular. Posto isso, acho que
não sou a pessoa mais indicada para responder a essa pergunta (risos).
-Que significado teve para si o facto de
ter vencido, no final do ano passado, o
prémio Fashion Awards na categoria
“Comunicação Digital”?
Foi um momento especial. No sentido de
ter tido, de uma forma muito concreta, a
percepção de que o meu trabalho merece a
simpatia e o respeito do sector.
-Que opinião tem sobre o sector do
calçado em Portugal?
Muito boa. Altos padrões de qualidade e
marcas cada vez mais interessantes.
-No essencial, acha que o calçado
português tem uma boa imagem?
Os produtos, para o bem ou para o mal,
não valem apenas por si mesmo. O seu
maior ou menor sucesso depende não só
da qualidade, mas também da forma como
processos paralelos como a comunicação
e o marketing são trabalhados.
Portugal, como qualquer outro país, é
uma marca também. E as marcas trans-
portam-nos para imaginários. Falar em sapatos italianos, perfumes franceses ou em
carros alemães tem uma correspondência
muito definida num imaginário colectivo sobre o que representam estes países
e o que por lá se faz. Aquilo que sinto é
que o calçado português é cada vez mais
valorizado e referenciado não só no nosso
país como no estrangeiro. As boas marcas
constroem-se com o tempo. De forma
sustentada. Gosto de pensar que é precisamente isso que tem vindo a acontecer
com o nosso calçado.
-Quais são as suas marcas de calçado
preferidas?
A Carlos Santos tem modelos impressionantes. A Nobrand e a Cohibas são marcas
muito interessantes também. 17
news
Brasil começa
com «pé
esquerdo»
Como será o ano de 2012?
A pergunta não é nova, mas
as previsões continuam difíceis de quantificar. Chegam do Brasil os primeiros
dados. E não são famosos.
Aquele que é o 3.º maior
produtor de calçado do
mundo registou, no primeiro mês do ano, uma quebra
das exportações de 8%.
Em Janeiro, o Brasil exportou 11,2 milhões de pares,
no valor de 99,8 milhões de
dólares (quebra de 17,2%).
O preço médio do calçado
exportado também recuou
9,8% para 8,94 dólares o
par.
Em todo o ano 2011, o Brasil exportou 113 milhões de
pares de calçado, no valor
de 1 300 milhões de euros,
registando quebras de 13%
e 21%, respectivamente.
Croácia a um passo
da União Europeia
Empresas
chinesas
deslocalizam…
para o interior
Várias empresas chinesas
de calçado estão a deslocalizar as produções para o
interior do país. O aumento dos custos laborais a isso
obriga.
Recentemente, a Exceed
Ltd, uma das principais
marcas desportivas da China, anunciou a aquisição
de um terreno de 400.000
metros quadrados em Ruichang, província de Jiangxi,
por um valor total de 31,5
milhões dólares, para construir uma nova unidade
de produção. O objetivo é
produzir por ano 30 milhões de pares de calçado.
A Croácia está a um passo da
União Europeia. Os croatas
pronunciaram-se em Janeiro, em
referendo, a favor da adesão à
União Europeia (UE), com 66%
a dizer “sim”, numa participação
que contou com 47% dos 4,5 milhões de eleitores.
Recorde-se que a Croácia assinou
o Tratado de Adesão à União
Europeia no dia 9 de dezembro,
mas a entrada de facto só acontecerá em julho de 2013, depois de
concluído o processo de ratificação interna.
Ao nível do sector de calçado, a
Croácia é um país sem qualquer
tradição. Segundo o World Footwear Yearbook, produzem-se
anualmente 10 milhões de pares
de calçado, 82% dos quais em
couro. Cerca de 50% da produção
tem como destino os mercados
internacionais. Alemanha, Áustria e Itália são os três parceiros
comerciais por excelência.
A Croácia importa anualmente 19 milhões de pares, tendo a
China uma quota de mercado de 73%.
Seguem-se Itália e Vietname, com uma
fatia de 6% e 5%, respectivamente. O
consumo anual de calçado ascende a 24
milhões de pares de calçado. Feitas as
contas, o consumo per capita na Croácia é de 6 pares/ano, por pessoa.
Radu Razvan (fotolia.com)
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economia
“Portugal está agora em condições muito melhores”
O Ministro da Economia e do
Emprego, Álvaro Santos Pereira, visitou, a convite da Câmara
Municipal de S. João da Madeira
duas empresas de calçado (Evereste e Helsar) no passado dia 28
de Fevereiro. Na circunstância,
garantiu que Portugal está “em
condições muito melhores do
que quando o Governo tomou
posse”, considerando que a “evolução da economia nacional vai
depender” da evolução económica europeia.
Álvaro Santos defendeu que a
boa nota da troika e “os elogios
que têm sido feitos ao Governo
e ao povo português somente
dão mais alento para continuar
o caminho que está a ser feito”.
“O que nós sabemos e isso tem
sido dito não só pela troika,
como pelos nossos parceiros
europeus, é que, primeiro, nós
Álvaro Santos Pereira defendeu
ainda que, para 2013, “a evolução da economia nacional vai
depender, primeiro, da remoção dos obstáculos ao crescimento económico” e “também
a evolução da economia internacional, nomeadamente da
economia europeia”.
estamos em condições muito
melhores do que estávamos
quando tomámos posse porque
estamos altamente e totalmente
empenhados em conseguir uma
consolidação orçamental e uma
diminuição da trajetória da dívida”, garantiu, sublinhando ainda
a convicção que o “programa de
reformas estruturais é fundamental para alterar o estado de
coisas atual”.
Recordando que “a crise da
economia nacional não é uma
crise de dois, três anos” e que
começou “no início desta década”, o Ministro da Economias e
do Emprego afirmou que o que
“a troika vem dizer é exatamente
que gostam de ver o empenho
que o Governo português tem
demonstrado - não é só o Governo, este é um projeto nacional”,
para sair da crise.
Quanto ao flagelo do desemprego, o Ministro realçou que
“a tendência tem vindo a ser de
um aumento do desemprego,
de uma forma crescente e por
isso mesmo temos que, primeiro, eliminar os obstáculos
que têm impedido a economia
nacional de ter crescido nos
últimos 10, 11 anos. E, segundo, temos que atenuar o crescimento do desemprego com
muitas das medidas que estão
consagradas no acordo de concertação social”.
21
breves
Breves
Dr. Martens
A prestigiada marca de calçado Dr. Martens
poderá estar à venda. Os boatos são vários que,
pela primeira vez, a R. Griggs Grupo pondera
negociar os direitos da famosa marca inglesa. O
negócio poderá fazer-se por uma verba a rondar
os 145 milhões de euros.
Bata
Etiópia. Este é o novo alvo da Bata, uma das
poucas marcas ao nível mundial com operações
nos cinco continentes. A Bata comercializa um
milhão de pares de sapatos por dia, emprega
mais de 50.000 pessoas, detém sensivelmente
5.000 lojas em 70 países e possui 27 fábricas no
mundo todo.
Nigéria
Pela Nigéria, o Governo acaba de lançar um
programa para estimular as exportações de
produtos não petrolíferos. A grande aposta
recairá na indústria extractiva e de produção
de matérias-primas de base. Todos os restantes
sectores da economia ficam em risco. Teme-se
a perda de um milhão de postos de trabalho e a
Nigéria vê-se na contingência de ter de importar matérias-primas de primeira necessidade.
Prevê-se mesmo que, por ano, a Nigéria venha
a importar entre 80 a 120 milhões de pares de
calçado.
Daniel Bessa defende aposta
em novos mercados
James Thew (fotolia.com)
A economia portuguesa terá
um crescimento muito moderado na próxima década.
A opinião é de Daniel Bessa,
no decorrer da conferência
“Gestão num cenário de
mudança” uma iniciativa da
Universidade do Minho. Para
o antigo Ministro da Economia Portugal “não conhecerá
crescimento” assinalável nos
próximos dez anos, e terá de
apostar em mercados fora da
Europa se “quiser crescer”.
O professor universitário
assegura que “não adianta iludir” a situação de dificuldade
que o país atravessa. “Há um
preço a pagar por erros que
se cometeram e também por
alteração das circunstâncias
superiores que vieram tornar
tudo mais difícil”, sublinhou.
Na óptica do economista, “a
Europa crescerá muito pouco
e se Portugal quiser crescer
vai ter que se virar para outros destinos “.
23
homenagem
Manuel Teixeira (Pilar)
Está mais pobre a indústria portuguesa de calçado, em particular
a de S. João da Madeira, com a
partida de Manuel Joaquim da
Silva Teixeira, que faleceu, com
74 anos, a 23 de Janeiro último.
Manuel Teixeira sempre foi um
empresário de excelência. Cedo
assumiu o cargo de Administrador da firma Sociedade de
Calçado Pilar, Lda, com sede em
S. João da Madeira, quando a
empresa enfrentava sérias dificuldades de afirmação. Conseguiu
a recuperação da empresa, com
a particularidade de ter feito da
Pilar uma das primeiras empresas
portuguesas a exportar, em especial para os exigentes mercados
da União Europeia. Actualmente, os mercados externos absorvem a totalidade da produção da
empresa.
“Era uma pessoa de fino trato,
que sempre teve uma grande pro-
Opinião – Bagão Felix
Mergulhados na crise
que, aliás, se auto-abastece, relativizamos ou ignoramos
as boas notícias da
nossa depauperada
economia. É o que
acontece com os
esperançosos dados
sobre as exportações.
Aqui destaco um
significativo sector: o
calçado. Em 2011, as
exportações desta indústria aumentaram
16%, o que, no actual
contexto, é notável
e bem superior ao
verificado em 2010
ximidade com todos os colabores
da empresa, que sempre tiveram,
por ele uma grande amizade,
estima e consideração”, recordou
o amigo e cunhado Domingos
Neto, Presidente do Centro
Tecnológico do Calçado de
Portugal. Acresce que se distinguia “por uma enorme discrição
e tratava dos negócios com uma
grande correcção”. Para o Presidente da APICCAPS, Fortunato
Frederico, Manuel Teixeira foi
um pioneiro. “Vislumbrou na Europa um mercado de referência
e teve a ousadia e coragem, de
ir à procura de novos desafios”.
“Foi um exemplo para o sector”,
recordou.
A Sociedade de Calçado Pilar,
Lda emprega actualmente 50
colaboradores, subcontrata com
regularidade várias empresas da
região e é administrada pelo filho, Manuel Teixeira (conhecido
por Mané Teixeira).
O bom exemplo do calçado
(5,2%). O crescimento verificou-se para
todos os mercados,
quer europeus, quer
fora da UE.
Enquanto a taxa
nacional de cobertura das importações
pelas exportações
atingiu 73,53%, neste
sector foi de 301%.
O calçado português é o produto
que mais contribui
positivamente para
a balança comercial
(mais de mil milhões
de euros). Portugal
é o 11º exportador
mundial com uma
quota de 2%.
Este é o resultado da
capacidade de uma
indústria que soube
reverter as dificuldades de um ambiente
concorrencial externo muito desigual e
suportado por baixos
custos laborais e menores exigências ambientais e sociais (a
começar pelo gigante
chinês…), bem como
a deslocalização
de unidades fabris
estrangeiras, algumas
de maior dimensão.
Têm-no feito com
inteligência e determinação. E por via
dos factores dinâmicos e estruturais
de competitividade.
Com uma significativa requalificação
laboral e renovação
geracional, com
maior inovação
tecnológica e comercial, com uma estratégia ligada à moda,
marcas, colecções e
“design” próprios,
com um pioneirismo
em mercados específicos com exigências
ligadas ao conforto,
à saúde, aos idosos
ou ao desporto.
É um excelente
exemplo de que a
adversidade não conduz necessariamente
ao imobilismo paralisante e à indigência
empresarial. Ou à
pedinchice perante
o Estado. Antes pelo
contrário, pode ser
ultrapassada com
sucesso. Não só para
o sector, como para
o País.
Artigo publicado no Jornal de
Negócios de 29 de Fevereiro de 2012

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