Maçonaria

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Maçonaria
Maçonaria
Dr. Paulo Romeiro
I - Introdução
 A Maçonaria se apresenta como uma
sociedade literária, científica e filantrópica.
De acordo com os maçons, o principal
objetivo dessa “sociedade secreta” é
aperfeiçoar intelectual e moralmente os
seus integrantes. Em seguida, estão as
obras sociais.
 No Brasil, a maçonaria continua adquirindo
novos adeptos. O número de maçons
paulistas passou de 44 mil, em 2007, para
48 mil em 2008. No interior do Estado
estão 70% dos adeptos. No Brasil, a
maçonaria conta com 180 mil membros,
enquanto que nos Estados Unidos são
cinco milhões de adeptos. [1]
[1] Jornal Diário de S. Paulo, 22 de junho de 2008, p.
A10.
 Nossas pesquisas têm revelado que não é
possível conciliar os ensinos da Loja
Maçônica com os da fé cristã. Mesmo
assim, muitos cristãos que fazem parte da
maçonaria se recusam a admitir tal
incompatibilidade entre a maçonaria e a fé
bíblica. Por esta razão, é importante
considerar o nosso estudo sob dois
pontos de vista:
 a) Da Bíblia.
 b) Da própria Maçonaria.
 Logo de início surge uma dificuldade:
Quem representa ou fala pela Maçonaria?
Scott Horrell informa: “Admitindo que a
maçonaria não exalta um livro ou líder
como autoridade absoluta e universal,
ainda assim ninguém negaria que as
ordens e lojas reconhecem autoridades - o
que é comprovado pelo fato de que 90%
da maçonaria mundial pertence ao Rito
Escocês Antigo e Aceito, com seus
Supremos Conselhos do 33° Grau.
 Na verdade, existem várias autoridades: (1) os
Landmarks (25 fundamentos absolutos); (2) a
Constituição e os regulamentos gerais das
ordens, determinados pelos Supremos
Conselhos; (3) o Ritual em si - especialmente o
da Loja Azul (os três passos básicos de todos
os Mestres-Maçons de qualquer rito ou ordem);
(4) o Supremo Grande Comendador da Ordem
e o Grão-Mestre da loja; e (5) um fato
patentemente comprovado mediante extensas
pesquisas: há livros reconhecidos e usados no
mundo inteiro.
 Por ordem de preferência nos Estados
Unidos, as três obras mais empregadas
são: Coil's Masonic Encyclopedia
(Enciclopédia Maçônica de Coil”); The
Builders (“Os Construtores”), de Joseph
Fort Newton; e Mackey's Revised
Encyclopedia of Freemasonry
(“Enciclopédia Revisada de Maçonaria de
Mackey”)”. [1]
[1] Maçonaria: Tensões e Perguntas. Artigo publicado
na revista Vox Scripturae 3.1, em março de 1993, p. 73100. Muitas informações aqui foram extraídas deste
artigo do Dr. Scott Horrell.
II - História da Maçonaria.
 Maçom ou franco maçom: pedreiro.
 Início em 24 de junho de 1717, em
Londres, Inglaterra.
 Fundadores: dois pastores - James
Anderson (anglicano) e Jean Theophile
Desaguiliers (huguenote).
III – Sociedade filantrópica (beneficente)
ou sociedade religiosa?
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Os maçons alegam abertamente que a maçonaria
não é uma religião. Entretanto, a maçonaria possui
todos os elementos que constituem uma religião:
templos, ritos, orações, castigos/recompensas e
símbolos sagrados.
Influência esotérica: cabala, numerologia, astrologia,
mitologia (Dt 4:19; 18:9-12).
Religião ecumênica: aceita pessoas e conceitos
doutrinários de crenças as mais variadas: católicos,
evangélicos, muçulmanos, judeus, espíritas e
adeptos de qualquer outra crença. Veja Gn 4:3-7;
Am 3:3.
IV - Ensinos religiosos
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1. O uso da Bíblia.
As três grandes luzes; a da Bíblia, a do esquadro e a do
compasso (Figueiredo, p. 110).
A Bíblia como símbolo da vontade de Deus e objeto de
decoração da loja.
A Bíblia ao lado de livros pagãos: “Nas Lojas maçônicas
cristãs, O V.C.S (Volume da Ciência Sagrada) é formado
pelos Antigo e Novo Testamentos, e nas Lojas judaicas, só
pelo Antigo Testamento; nas maometanas, pelo Corão; na
budistas (sic), pelo Tripitaca; nas indostânicas, pelos Vedas.
Varia segundo a Escritura Sagrada de cada povo”
(Figueiredo, p. 122). Veja 2Tm 3:16 e ITs 2:13.
O uso da Cabala na interpretação da Bíblia.
Cabala: interpretação oculta que os rabinos davam à Bíblia
(2 Co 11:3; Pv 30:5-6).
2. O Deus da maçonaria.
 O Deus maçônico é denominado o Grande
Arquiteto do Universo (G.A.D.U.) - o Ser
Supremo, Criador ou Força Cósmica da
existência e preservação. O Landmark 19
proclama: “A negação da crença do G.A.D.U. é
impedimento absoluto e insuperável para a
iniciação”.[47] Propositadamente, a definição é
ambígua o bastante para englobar todos os
conceitos de Deus sustentados pelas religiões não apenas as teístas (judaica, cristã e islâmica),
mas também as dualistas (taoísta, zoroastriana) e
as panteístas (gnóstica, espírita, hindu e budista).
 G.A.D.U. designa qualquer deus (Tg 2:19)
 O exemplo eclético de Salomão (I Re 11:5-7)
 (Jahbulom). Talvez uma das acusações mais
fortes contra a loja seja a seguinte: no grau do
Real Arco do Rito de York, quando o maçom
supostamente encontra a Arca da Aliança
perdida nas ruínas do templo salomônico,
descobre-se o verdadeiro nome de Deus como
sendo JABULOM. Tal nome, segundo o próprio
H. W. Coil, é uma associação de lahweh (o
Jeová do Antigo Testamento), Ba'al ou Bel (o
deus cananita) e Om (Osiris, o deus-sol do Egito)
 Resposta bíblica: Is 42:8; Sl 115:3, 4.
3. Jesus Cristo
 Embora as reuniões maçônicas incluam a oração,
é absolutamente proibido orar no nome de Jesus.
Eles até mesmo modificaram o calendário
baseado no advento de Cristo, aceito no mundo
inteiro, para um sistema irreligioso: “Os maçons,
ao fixar datas em seus documentos oficiais”, diz
Mackey, “nunca fazem uso da época comum ou
era vulgar, mas têm uma que lhes é peculiar...”
Paradoxalmente, em alguns casos, os mesmos
dicionários que omitem Jesus Cristo contêm
artigos substanciais sobre dezenas de outros
religiosos antigos e modernos - Jonas, Ezequiel,
Orfeu, Pitágoras, Zoroastro, Emmanuel
Swedenborg, Annie Besant, Helena Blavatsky etc.
Isso sugere, no mínimo, a irrelevância de Jesus
Cristo na filosofia maçônica.
 Ao falar sobre a religião e seus líderes, o
Dicionário da Maçonaria declara: “Seus imortais
fundadores foram todos Mensageiros da Verdade
única, que deram à humanidade seu evangelho
de União e Fraternidade, para que através do
Amor as almas se religuem entre si e ao supremo.
Todos eles foram unânimes em proclamar a
Paternidade de Deus e a Fraternidade dos
homens. Tal foi, em essência, a mensagem de
Vyâsa, Hermes Trismegisto, Zarathrusta, Orfeu,
Krishna, Moisés, Pitágoras, Platão, Cristo,
Maomet e outros” (Figueiredo, p. 388).
 Assim, a maçonaria coloca Jesus no
mesmo nível de outros líderes religiosos
ou filosóficos.
 Pregou a mensagem da verdade única:
todos somos filhos de Deus e Deus é o
Pai de todos
 Seu nome é eliminado nas orações e
leituras das Escrituras na loja (Ex. I Pe
2:5; II Ts 3:6; 3:12)
3.1. Resposta bíblica.
 Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro
homem (Jo 1:1; 14; Is. 7:14; Mt 1:21-23)
 O próprio Jesus ensinou que devemos
orar em seu nome (Jo 14:13, 14).
 A maçonaria se envergonha do nome de
Jesus. Este nos mandou pregar o
Evangelho a todas as pessoas e disse
que se alguém se envergonhar dele, ele
também se envergonhará de tal pessoa
(Mt 28:19; Mc 16:15; Mt 10:32, 33).
4. A Ceia Mística
 Realizada na quinta-feira da semana santa
 Participantes: os “irmãos” de 18º a 33º grau
 Forma da sua realização: A mesa em forma de
cruz, sobre a qual há rosas vermelhas, é o lugar
onde o mestre dirige a ceia maçônica, com vinho
e pão: “Comei e dai de comer a quem tem
fome... Bebei e dai de beber a quem tem sede”.
Depois de apagar todas as velas do candelabro,
com exceção de uma, o mestre anuncia a morte
do “Sapientíssimo e Perfeito Mestre” - “Ele está
morto! Lamentai, pranteai e chorai, pois ele se
foi” e apaga a última vela, tudo terminando em
escuridão.
4.1. Resposta bíblica: Mt 26:26-28; I Co
11:23-26.
5. Salvação pelas obras
 Objetivo da maçonaria: “Cavar masmorras
ao vício e levantar templos à virtude”.
 O profano e a cerimônia de iniciação.
 O uso do avental e seus significados
(pureza de vida e conduta, de coração e
consciência).
5.1. Resposta bíblica: Ef 2:8-9; Rm 3:2324; 11:6; Gl 5:4; cf. Rm 10:1-3.
6. Os juramentos. Cada maçom jura ser
leal à fraternidade acima de qualquer
outro grupo (incluindo a igreja), mediante
votos extremamente fortes. Prometendo
solenemente não divulgar os segredos da
maçonaria - nem os crimes de outros
maçons (exceto o homicídio e a traição) o iniciado jura o seguinte, sobre o Livro
Sagrado (a Bíblia, Alcorão ou Vedas,
etc.):
Eu ...juro e prometo, de minha livre vontade, pela
minha honra e pela minha fé, em presença do
Supremo Arquiteto do Universo, que é Deus, e
perante esta assembléia de maçons, solene e
sinceramente, nunca revelar qualquer dos
mistérios da maçonaria que me vão ser
confiados... Se violar este juramento seja-me
arrancada a língua, o pescoço cortado e meu
corpo enterrado nas águas do mar, onde o nuxo
e renuxo me mergulhem em perpétuo
esquecimento, sendo declarado sacrílego para
com Deus e desonrado com os homens. Assim
seja.
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6.1. Objeções a tais juramentos
O juramento é proibido por Jesus (Mt 5:30;
confira Tg 5:12)
Nosso corpo é do Senhor e não pode ser
entregue a uma sociedade secreta (I Co 6:1920).
Esse juramento estabelece uma
sociedade/fraternidade indissolúvel (II Co 6:1417).
Até mesmo no Antigo Testamento já se proibia a
promessa de guardar segredos que ainda se
ignora (Lv 5:4).
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7. Os Landmarks
São considerados como as antigas leis
que regem a Maçonaria universal, três
deles são fundamentais:
A paternidade universal de Deus.
A fraternidade universal dos homens.
A crença na imortalidade da alma.
7.1. Resposta bíblica: A Bíblia ensina que
Deus criou todas as criaturas (Gn 1:26;27),
porém afirma que o privilégio de ser seu
filho é reservado apenas que aceitam a
Jesus Cristo como Salvador (Jo 1:12; Gl
4:4-6; Rm 8:14-16)
V. Considerações Finais
A Maçonaria e a Igreja
 No princípio da obra evangélica no Brasil, a
maçonaria, com seu prestígio político e econômico,
deu apoio e proteção aos primeiros pregadores
protestantes. Esse apoio permitiu ao protestantismo
daquela época a conquistar espaço numa cultura
predominantemente católica romana. Por outro lado,
tal apoio da maçonaria não justifica o envolvimento
de um cristão com a Loja Maçônica em gratidão pelo
o que ela fez. A Bíblia está repleta de exemplos de
como Deus utilizou pessoas incrédulas para o
cumprimento de seus propósitos em relação ao seu
povo. (Is 45:1-4; Jr 25:9; 27:6-8).
 Não é possível ser cristão e maçom ao
mesmo tempo. Existem pelo menos três
razões pelas quais o cristão não deve
tornar-se maçons, ou, em sendo, renunciar
à maçonaria:
 1. Mordomia do tempo.
 2. Mau exemplo (causar escândalo aos
irmãos).
 3. Os ensinos antibíblicos da maçonaria.
Bibliografia
 ANDRADE, Athos Vieira de. O Evangelho e a
Maçonaria: uma parceria que deu certo no
Brasil. Belo Horizonte. 2004. Contato com o
autor: [email protected]
 ANKERBERG, John & WELDON, John. Os
Ensinos Secretos da Maçonaria. São Paulo.
Edições Vida Nova. 1995.
 ______, Os fatos sobre a maçonaria. Porto
Alegre. Editora Chamada da Meia-Noite. 1989.
 BENIMELI, J.A.F. & alli. Maçonaria e Igreja
Católica. São Paulo. Editora Paulus. 2003.
 CAMINO, Rizzardo da. Catecismo Maçônico:
Aprendiz, Companheiro e Mestre. São Paulo.
Madras. 1999.
 FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio de. Dicionário
de Maçonaria. São Paulo. Editora Pensamento.
1998.
 HORRELL, J. Scott. Maçonaria e Fé Cristã. São
Paulo. Editora Mundo Cristão. 1995.
 MOREL, Marco & SOUZA, Françoise Jean de
Oliveira. O poder da maçonaria: a história de
uma sociedade secreta no Brasil. Rio de janeiro.
Nova Fronteira. 2008.

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