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Índice
2
SEGUNDA REVOLUÇÃO VERDE
6
SOJA
Controle seletivo de
lagartas
10
LANÇAMEN
TO
Para assegurar a alimentação da
crescente população mundial
nas próximas décadas
ALGODÃO
Manejo seletivo de
lepidópteros
LANÇAMEN
TO
14
SEMENTES
Tratamento completo
protege numerosas e
importantes culturas
16
MILHO Convencional e Bt
Sementes tratadas elevam
rendimento da cultura
20
MILHO
Soberan mostra eficácia em
todas as regiões produtoras
22
BATATA e TOMATE
Requeima e pinta-preta
exigem cuidados
26
INOVAÇÃO
Inseticida com sistemicidade
completa
LANÇAMEN
TO
Deixamos de publicar a bibliografia da maioria
das matérias desta edição, que permanece à
disposição dos interessados.
Correio - 2009
A revista Correio é uma publicação da Bayer CropScience,
dirigida a engenheiros agrônomos, agricultores, técnicos
agrícolas, faculdades de agronomia, bibliotecas e pessoas
interessadas em agricultura.
Coordenação geral: Comunicação Corporativa
Bayer CropScience
Coordenação técnica: Engenheiros Agrônomos
Paulo Renato Calegaro, Gilmar Franco,
Luiz Weber e Pedro Singer
Jornalista responsável: Fabiana Pinho (MTB 39.353)
Editor: Allen A. Dupré
Editoração: Assessoria de Propaganda Bayer S.A.
Fotos: arquivo Bayer, Dirceu Gassen, Angelo Yoshimura,
Fundecitrus e Keystone
Gráfica: Ultraprint Ltda.
Tiragem: 35.000
Bayer S.A. - Matriz
Rua Domingos Jorge, 1100, Prédio 9504
São Paulo - SP / Fone (0xx11) 5694-5166
www.bayercropscience.com.br
2
CORREIO
“É necessária uma
Os números estão crescendo. Estima-se que em 2012 a população mundial
alcançará a marca de sete bilhões de pessoas, passando em 2025 para oito
bilhões. Esse rápido crescimento ocorrerá quase exclusivamente nos
países em desenvolvimento, onde já vivem mais de 80% da população mundial. E são precisamente esses países os mais atingidos
pela carência de alimentos.
O Banco Mundial calcula que, nesse período, o número de
pessoas famintas no mundo poderia subir dos 850 milhões
atuais para 950 milhões. Enquanto isso, as previsões da
ONU mostram que, em 2050, estarão em condições de uso
para assegurar o suprimento de alimentos per capita
apenas 40% da área que era disponível para a agricultura em 1950.
segunda revolução verde”
CORREIO
3
Garantia de alimentos com menos áreas de produção
Nos cerca de 13 bilhões de hectares de terras que cobrem a superfície terrestre,
aproximadamente 1,5 bilhão de hectares são utilizados para a agricultura e outros
3,5 bilhões de hectares são ocupados por pastagens e campos. Essa área não pode
ser aumentada. Anualmente, cerca de sete milhões de hectares de terra agricultável
são perdidos como resultado de construções, erosão, desertificação e outras
causas. Sem medidas modernas de proteção das lavouras e fertilização, necessitaríamos de uma área agricultável significativamente maior, por volta de quatro
bilhões de hectares. Em consequência do crescimento populacional, a produção
agrícola deve crescer por volta de 2% ao ano para garantir o suprimento de alimentos necessário para nutrir todas as pessoas.
Esse número ainda não leva em conta o aumento da demanda por carne. Na China,
por exemplo, o consumo de carne dobrou nos últimos 15 anos. Para cada quilograma de carne bovina, é necessário produzir mais de sete quilos de ração animal
– o que também eleva as necessidades de alimentos para os animais, aumentando
a competição por terras agricultáveis para a produção de alimentos.
Para culminar, as reservas mundiais de alimentos estão neste momento em seu mais
baixo nível em 30 anos. O principal problema
é que não há praticamente nenhum potencial
para a expansão das áreas de produção de
trigo, arroz ou milho. Em muitas partes da
Ásia, todas as elevações que poderiam ser
aproveitadas já estão cobertas por campos e
terraços de arroz. Da mesma forma, em
muitas regiões da África, é quase impossível
expandir a quantidade de áreas agricultáveis.
Isso se deve em parte ao fato de os solos não
serem adequados e em parte porque a agricultura intensiva levaria esses campos à desertificação.
Fenômenos climáticos
extremos ameaçam lavouras
Outro problema é que os meteorologistas no
mundo inteiro estão registrando eventos extremos com frequência crescente – a falta de
deslocamento de chuvas tropicais assim
como fenômenos anormais de correntes
marítimas. Um exemplo bem conhecido é o
do El Niño: de três a seis anos, chuvas torrenciais devastam áreas inteiras de terra na
América do Sul, enquanto ocorrem secas nas
regiões Sul e Leste da África, na Indonésia e
na Austrália e geadas na Flórida, causando
Bayer CropScience investe fortemente no desenvolvimento de plantas mais resistentes
4
CORREIO
enormes perdas para os produtores rurais.
Mas não são apenas as catástrofes naturais
que provocam a perda de bilhões de dólares
de riqueza agrícola todos os anos: persistentes condições agrícolas desfavoráveis
como falta de água, aumento da salinização
de solos agricultáveis e calor ou frio extremo
são causas primárias de enormes perdas de
colheita. Milho, arroz e trigo já não conseguem suportar as mudanças climáticas
extremas, que se somam aos estresses aos
quais as plantas estão sujeitas, com efeitos
graves. Mesmo com os melhores cuidados
dispensados às suas lavouras, os agricultores
perdem regularmente de 30% a 70% de suas
colheitas.
Produção agrícola deve ser
obtida com sustentabilidade
“Há uma necessidade urgente não só de
tornarmos a produção agrícola mais eficiente,
mas também de fazê-la de forma sustentável”,
afirma o Professor Friedrich Berschauer,
presidente do Conselho da Bayer CropScience.
Um objetivo-chave dos cientistas dedicados à
proteção das plantas é aumentar a produtividade das culturas e tornar as plantas mais resistentes à intensidade de frio, calor, seca ou
exposição ao sol. Estes fatores colocam as
plantas sob enorme estresse, desencadeando
processos que podem até mesmo conduzi-las à
autodestruição: as plantas aumentam seu consumo de energia e, por conseguinte, podem
não mais produzir certas moléculas que transportam energia, as quais, entretanto, são
necessárias para a sobrevivência das células.
Essa perda tem consequências dramáticas para
a planta, que não consegue mais suprir ade-
Uma grande variedade de produtos vegetais é fundamental
quadamente as folhas, os frutos e as hastes de
energia. As células individuais gradualmente
morrem e, no final, morre a própria planta.
Por que é necessária uma
“segunda revolução verde”
Pesquisa busca plantas
tolerantes ao estresse
Para Berschauer, a biotecnologia é uma ferramenta vital para assegurar o suprimento de
alimentos para a população do mundo no futuro. “É necessária uma segunda revolução
verde. Se utilizarmos a biotecnologia em conjunto com as soluções para a proteção das plantas de maneira bem dirigida, poderemos
alcançar avanços significativos em produtividade”, comenta o presidente do Conselho da
Bayer CropScience. Outros especialistas compartilham essa visão: de acordo com as estimativas do Grupo Consultivo em Pesquisa
Agrícola Internacional , somente com a biotecnologia será possível elevar a produção agrícola
em aproximadamente 25%.
Os pesquisadores da Bayer CropScience
estão utilizando um artifício para proteger as
plantas de arroz, por exemplo, contra vários
fatores de estresse. Eles as introduziram em
um programa de fitness. “Nossa ideia foi
colocar as lavouras em forma”, diz Michael
Metzlaff, do Centro de Inovação para Biotecnologia de Plantas da Bayer CropScience,
situado em Gent, na Bélgica. Para conseguir
isso, sua equipe está adotando duas estratégias. Primeiro, os cientistas incorporam gens
em plantas que devem ajudá-los a lidar com o
estresse excessivo causado por condições
secas ou úmidas. Depois, eles apenas desativam os gens individuais que desencadeiam
reações ao estresse excessivo em plantas normais e prejudicam a produtividade. “Nossa
meta é capacitar as plantas para que produzam rendimentos elevados e estáveis por
longo prazo a despeito da flutuação das
condições ambientais”, diz Metzlaff.
revelam que as culturas nas quais foram aplicadas estrobilurinas produzem colheitas melhores do que as protegidas com outros agentes fungicidas”, diz o Dr. Dirk Ebbinghaus,
pesquisador científico da Bayer CropScience.
As culturas protegidas com trifloxystrobin também se desenvolvem melhor do que as não
tratadas em condições de seca. “Nosso ingrediente ativo claramente desencadeia uma série
de diferentes efeitos positivos nas plantas, os
quais resultam em um crescimento do rendimento acima da média”, diz Ebbinghaus.
Os resultados mais recentes da pesquisa também têm demonstrado que determinados ingredientes ativos, como o imidacloprid, da
Bayer CropScience, também podem tornar as
plantas de arroz mais resistentes à flutuação do
teor de sal na água.
Agentes antifungo ajudam
o desenvolvimento do trigo
Compromisso: proteção à
biodiversidade
Pesquisadores da Bayer CropScience no Canadá já estão empregando avanços no cultivo de
sementes que aumentam o rendimento de óleo
de canola em até 30% se comparado com as
variedades convencionais. Além da biotecnologia vegetal, novos agentes de proteção das
lavouras também podem elevar o rendimento
das colheitas. O exemplo mais recente é o ingrediente ativo trifloxystrobin. Agricultores do
mundo inteiro têm utilizado esse agente há anos
para proteger culturas de cereais, hortaliças e
frutas contra doenças fúngicas.
Mas o trifloxystrobin, um agente fungicida pertencente ao grupo das estrobilurinas, pode fazer
mais: também aumenta a capacidade das plantas enfrentarem o estresse. “Ensaios de campo
Uma vez que a demanda por alimentos de alta
qualidade em quantidades adequadas e a preços
acessíveis não pode ameaçar a natureza, a Bayer
CropScience comprometeu-se com um importante princípio: utilizando as mais avançadas
tecnologias, a companhia deseja ajudar tanto os
pequenos quanto os grandes agricultores a
obterem maior produtividade no solo já utilizado para a agricultura. Isso protege os habitats naturais, evitando que sejam transformados
em áreas agrícolas.
Autor: Utz Klages
Mais informações no site
www. bayercropscience.com
para uma nutrição saudável
CORREIO
5
SOJA
Controle seletivo de lagartas
6
CORREIO
O controle químico é extremamente importante em
numerosas situações para complementar a eficácia
do controle biológico
A grande responsável pelo recente crescimento da agricultura brasileira é a soja.
Atualmente, o País é o segundo maior produtor mundial dessa oleaginosa, liderando
as exportações do seu complexo, que compreende grão, farelo e óleo.
A soja é cultivada desde o extremo Sul do
País até as regiões Norte/Nordeste. Na safra
2008/09, ocupou uma área de 21,6 milhões
de hectares, com produção de 57,6 milhões
de toneladas de grãos. Responde por 7% das
exportações brasileiras ou 19,5% das exportações do agronegócio, gerando anualmente US$ 11,4 bilhões em receitas
cambiais. A indústria nacional transforma
por ano 30,7 milhões de toneladas desse
grão, produzindo 5,8 milhões de toneladas
de óleo comestível e 23,5 milhões de
toneladas de farelo protéico, contribuindo
para a competitividade nacional na produção de carnes, ovos e leite (REETZ et al.,
2008).
Ante a enorme escala de produção da soja,
é esperado o surgimento de desafios fitossanitários, que necessitam ser equacionados para preservar a produtividade e a
própria sustentabilidade dessa cultura tão
importante para o Brasil e sua agricultura.
Os insetos-praga que ocorrem na soja
podem reduzir significativamente o rendimento de grãos/sementes da cultura. Dentre
as principais pragas, destacam-se a lagarta
falsa-medideira Pseudoplusia includens e a
lagarta-da-soja Anticarsia gemmatalis.
CORREIO
7
Níveis de ação
Pragas
Praga
Época
Nível de ação
antes do florescimento
20 lagartas maiores que 1,5 cm/m
30% de desfolhamento
após o florescimento
20 lagartas maiores que 1,5 cm/m
15% de desfolhamento
Lagartas desfolhadoras
Fonte: Embrapa Soja, 2008
Lagarta-falsa-medideira
Pseudoplusia includens
Lagarta-da-soja
Anticarsia gemmatalis
Lagarta-falsa-medideira
Apresenta coloração verde claro com uma
série de linhas brancas longitudinais espalhadas sobre o dorso. Tem dois pares de pernas abdominais e no seu deslocamento
ocorre intenso movimento do corpo, parecendo medir palmos. A fase de pupa ocorre
nas folhas, no interior de um abrigo produzido pela lagarta, a qual tem coloração
variando de marrom a verde. A mariposa
apresenta asas dispostas na forma de uma
quilha quando está em repouso, tem cor
marrom ou cinza, com duas manchas
prateadas em cada uma das asas do primeiro
par (DEGRANDE e VIVAN, 2008).
Ciclo de vida
Duração de 46 dias: ovo = 5 dias; lagarta =
20 dias; pupa = 7 dias; adulto = 14 dias;
cada fêmea oviposita cerca de 500 ovos
(DEGRANDE e VIVAN, 2008).
Danos
A lagarta alimenta-se das folhas e não destrói suas nervuras, conferindo-lhes aspecto
rendilhado (DEGRANDE e VIVAN, 2008).
Lagarta-da-soja
Apresenta coloração totalmente verde,
pardo-avermelhada ou preta, com estrias
brancas sobre o dorso e quatro pares de pernas abdominais. Nos estádios iniciais, pendura-se por um fio de seda, tanto para
mudar de lugar na planta, quanto para não
cair ao solo e se comporta como a medepalmo. Entretanto, ao desenvolver-se, perde
8
CORREIO
Duração média de 47 dias: ovo = 3 dias; lagarta = 15 dias; pupa = 9 dias; adulto = 20
dias; cada fêmea oviposita cerca de mil ovos
(DEGRANDE e VIVAN, 2008).
amostragens devem ser realizadas com um
pano de batida de cor branca, com 1 m de
comprimento e 1 m de largura, preso em duas
varas. Esse pano deve ser estendido em uma
fileira de soja, com sua outra parte sobre a
fileira ao lado. As plantas da área compreendida pelo pano (1 m) devem ser sacudidas
vigorosamente sobre este, provocando a
queda dos insetos, que deverão ser contados.
Esse procedimento deve ser repetido em
vários pontos da lavoura, considerando-se
como resultado, a média de todos os pontos
amostrados. Quanto maior for o número de
amostragens realizadas na área, maior será a
segurança de correta avaliação da infestação
de insetos-praga e inimigos naturais. Recomenda-se, para áreas de até 10 ha, realizar
seis amostragens; de 11 a 30 ha, oito amostragens; e de 31 a 100 ha, dez amostragens. Em
áreas maiores, recomenda-se dividi-la em
talhões de 100 ha e realizar dez amostragens (Embrapa-Soja, 2008; DEGRANDE e
VIVAN, 2008).
Danos
Alternativas de controle
Durante a fase mede-palmo (de “fio”), a lagarta inicialmente raspa o tecido foliar.
A partir do terceiro estádio, consome a superfície foliar, inclusive as nervuras e os
pecíolos (ÁVILA et al. 2006; DEGRANDE
e VIVAN, 2008).
Várias são as alternativas para o controle de
lagartas em soja, dentro do Manejo Integrado de Pragas (MIP). O controle biológico
pode ser feito pela ação dos predadores
(hemípteros e coleópteros), parasitóides
(de lagartas e ovos) e patógenos (vírus –
Baculovirus anticarsia; bactérias – Bacillus
thuringiensis; fungos – Nomuraea rileyi).
O controle químico deve ser efetuado por
meio do uso de inseticidas seletivos.
Para a tomada de decisão de controle
químico das lagartas, é importante consi-
o hábito mede-palmo, torna-se ativa e cai no
solo quando incomodada. Em alta população, pode apresentar coloração preta,
mantendo as estrias brancas. Passa por seis
estádios larvais e a fase de pupa ocorre no
solo ou sob restos culturais. O adulto é uma
mariposa de coloração variando entre cinza,
marrom, bege, amarelo ou azul claro, tendo
sempre uma linha transversal unindo as
pontas do primeiro par de asas. O processo
reprodutivo ocorre no período noturno,
sendo os ovos depositados isoladamente no
caule, nos ramos, nos pecíolos e na face inferior das folhas (ÁVILA et al., 2006;
DEGRANDE e VIVAN, 2008).
Ciclo de vida
Amostragem
Para o monitoramento das lagartas e de inimigos naturais presentes na cultura da soja, as
Inimigos Naturais
Calosoma
Calosoma granulatum
encontram-se os inseticidas reguladores
de crescimento – inibidores da síntese de
quitina (ex: triflumuron) e o recém-descoberto grupo químico de inseticidas reguladores de receptor de rianodina, as
diamidas (ex: flubendiamida).
No caso dos reguladores de crescimento,
como o triflumuron, as pulverizações devem
ser realizadas quando as lagartas, em sua
maioria, ainda forem pequenas (menos de
1,5 cm), devido à ação mais lenta (ÁVILA e
GOMEZ, 2007). Já a flubendiamida mostrase eficaz sobre lagartas (Anticarsia, Pseudoplusia e Spodoptera) em qualquer estádio,
mas como sua ação é por ingestão, é prefe-
rível que se aplique, com boa cobertura foliar, também nas primeiras fases de desenvolvimento das lagartas, quando estas ainda
não tiverem causado dano significativo.
Em outras situações, a aplicação de um inseticida de maior efeito de choque pode
tornar-se necessária. Nesse caso, os carbamatos (ex: tiodicarbe) são os indicados
para o controle (BUENO et al., 2007;
Embrapa-Soja, 2008).
Autor: Silvestre Bellettini
Universidade Estadual do Norte do Paraná
(UENP)
Bayer CropScience oferece soluções
adequadas ao MIP da soja
Aranha
derar os hábitos de cada espécie. A lagartafalsa-medideira localiza-se geralmente no
baixeiro e/ou no terço médio das plantas. Os
inseticidas aplicados na cultura normalmente não atingem o local onde está a praga,
principalmente se a cultura estiver fechada,
protegendo o inseto da ação dos produtos.
Assim, as pulverizações de inseticidas
devem ser realizadas com gotas pequenas,
empregando-se preferencialmente bicos tipo
cone (ÁVILA e GOMEZ, 2007).
O controle químico da lagarta falsa-medideira também tem sido mais difícil,
quando comparado ao da lagarta-da-soja,
por ser a primeira uma espécie mais tolerante às doses recomendadas, além do que
muitos ingredientes ativos têm se mostrado
ineficientes no seu controle (ÁVILA et al.,
2006).
Embora o controle biológico seja de extrema
importância, o controle químico é indispensável em muitas situações. Os produtos mais
adequados para utilização do MIP na soja
são aqueles que combinam um bom controle
do alvo biológico com o mínimo impacto
sobre os inimigos naturais. A preservação
dos inimigos naturais é muito importante,
não só no manejo de lagartas, mas também
para os demais insetos-praga na cultura
(BUENO et al., 2007).
Existem diversos inseticidas registrados para
o controle das lagartas (A. gemmatalis e P.
includens) na cultura da soja (ANDREI,
2009). Entretanto, as Comissões de Entomologia da Reunião de Pesquisa de Soja da
Região Sul e Reunião de Pesquisa de Soja
da Região Central do Brasil, em função dos
resultados de pesquisa, indicam os inseticidas mais eficientes no controle de pragas e
que ainda são seletivos aos inimigos naturais. Entre os produtos considerados seletivos para a maioria dos insetos benéficos,
LANÇAMEN
TO
Com o lançamento de Belt (flubendiamida) no Brasil, inseticida com mecanismo de ação
inédito no mercado, como regulador dos receptores de rianodina, agindo nos canais de cálcio das fibras musculares das lagartas, a Bayer CropScience passa a oferecer um programa
de manejo das lagartas desfolhadoras da cultura da soja, seletivo aos inimigos naturais de
pragas e plenamente compatível com o MIP – Manejo Integrado de Pragas.
Para que este programa se torne ainda mais completo, também é importante o tratamento
de sementes com CropStar (em fase de registro para extensão à cultura da soja), que exerce
controle de pragas mastigadoras e sugadoras e evita o ataque dos nematóides ao sistema
radicular, protegendo as plantas de soja nos primeiros dias após a emergência na lavoura.
Desta maneira, por meio da utilização de inseticidas que apresentam tanto seletivididade
ecológica (CropStar*), quanto seletividade fisiológica (Certero, Belt e Larvin), os inimigos
naturais serão preservados desde a emergência até a fase reprodutiva e se tornarão aliados
no manejo integrado das pragas da soja.
Produtos seletivos para a cultura da soja
Nível de dano na fase vegetativa
30% de desfolha ou
20 lagartas/m
Nível de dano na fase reprodutiva
15% de desfolha ou
20 lagartas/m
Manejo de lagartas na soja
Ingrediente Ativo:
Formulação:
Grupo Químico:
Modo de Ação:
Classe Toxicológica:
Flubendiamida
480 SC
Diamidas (grupo 28 do IRAC)
Ingestão
III
CropStar*: no tratamento de sementes, protegendo contra as pragas iniciais que atacam a cultura, inclusive os nematóides de galhas e das lesões.
Certero: Na primeira aplicação, na fase vegetativa, no manejo da lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis).
Belt: em aplicação até o início da fase reprodutiva, no manejo do complexo de lagartas desfolhadoras (Pseudoplusia, Spodoptera e Anticarsia).
Larvin: em aplicações tardias, corretivas e na soja fechada, para o complexo de lagartas.
*em fase de extensão de uso para soja
Autor: Desenvolvimento de Inseticidas - Bayer CropScience
CORREIO
9
ALGODÃO
Manejo e controle seletivo
de lepidópteros
Por sua diversidade, pela capacidade de atacar diferentes estruturas da
planta e pela variedade de danos que causam, os lepidópteros estão entre
as pragas mais nocivas à cultura do algodão
Na cultura do algodão são encontrados inúmeros insetos. Parte deles é constituída por
pragas prejudiciais à planta, que atacam suas
estruturas e causam danos diretos e quantitativos, reduzindo sua produtividade, ou indiretos e qualitativos, depreciando a qualidade
da sua fibra. Por outro lado, há insetos benéficos ao sistema produtivo, predando ou parasitando as pragas.
10 CORREIO
Os insetos que o algodoeiro atrai atacam
as raízes, o caule, as folhas, os botões
florais, as flores, as maçãs e os capulhos, e
nestes, danificam as fibras e as sementes
(Tabela 1).
Dentre os vários insetos que atacam as estruturas do algodoeiro, os lepidópteros se
destacam pela diversidade de espécies, pela
variedade de danos causados por essas
espécies e também pela capacidade de danos
causados em várias estruturas de uma planta
e por uma única espécie, com destaque para
a Spodoptera frugiperda.
As principais lagartas que atacam a cultura do algodão durante a fase vegetativa e
produtiva são: curuquerê, falsa-medideira,
lagarta-rosada, lagarta-das-maçãs e lagartamilitar.
Curuquerê
Lagarta-das-maçãs
A lagarta do curuquerê (Alabama argillacea)
provoca desfolhas que podem ser de grande intensidade, variando de acordo com o
número e o tamanho das lagartas. As lagartas pequenas raspam o parênquima foliar
deixando as folhas translúcidas, enquanto as
lagartas maiores devoram todo o tecido das
folhas, com exceção das nervuras. As desfolhas ocorrem no sentido descendente. Em
altas infestações, podem devorar toda a
planta, incluindo as brácteas das estruturas
produtivas.
O curuquerê deve ser controlado com, no
máximo, 30% dos pontos amostrados com
presença de lagartas e com o mínimo de desfolha. Se necessário, o controle deverá ser
realizado com percentuais menores para
evitar desfolhas.
A lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens) é
muito parecida com a Helicoverpa zea. Algumas diferenças não são percebidas pelos
amostradores durante o monitoramento,
como a presença de microcerdas sobre os
tubérculos do 2° e do 8° segmentos na lagarta da Heliothis virescens, enquanto na
Helicoverpa zea a base do pêlo é lisa.
Porém, nesta, uma placa escura e brilhante,
logo atrás da cabeça, permite a diferenciação. Após a eclosão dos ovos, que são
depositados nos ponteiros, as pequenas lagartas se alimentam da folha expandida mais
jovem da planta, permanecendo ali até o segundo ínstar. A partir do segundo ínstar, a
lagarta ataca as estruturas produtivas da
planta no sentido descendente. Ataca inicialmente o botão floral mais jovem da
planta e, à medida que a lagarta cresce, vai
atacando botões florais maiores, flores e até
maçãs.
Durante toda a fase de lagarta, que dura
aproximadamente 15 dias, uma lagarta ataca
sete estruturas produtivas, sendo em média
cinco a seis botões florais e uma maçã.
Para o controle da lagarta-das-maçãs, deverá
ser considerado um nível de dano econômico (NDE) de 10% de plantas infestadas
com lagartas pequenas (percentual válido
apenas para a primeira infestação) ou 5%
de plantas infestadas com lagartas de
tamanho variado (pequenas e médias). Não
é aceitável a existência de lagartas grandes
na lavoura, devido ao difícil sucesso no controle e aos danos já causados.
Falsa-medideira
A falsa-medideira (Pseudoplusia includens)
é a predominante nas lavouras quando comparada a Trichoplusia ni. Ambas possuem
três pares de patas torácicas, dois pares
de pseudopatas e um par abdominal. Na
Trichoplusia ni as patas torácicas são verdes
enquanto na Pseudoplusia includens são escuras. O ataque nas lavouras de algodão
coincide com a maturação das lavouras de
soja.
A lagarta falsa-medideira também provoca
desfolhas, porém os danos nas folhas são
perfurações circulares entre as nervuras e o
sentido é da desfolha ascendente.
A presença de 20% das plantas com lagartas pequenas determina o momento de controle.
As desfolhas tardias durante o período de
abertura dos capulhos são provocadas por
populações mistas de curuquerê e falsa-medideira e o controle deve ser realizado antes
da deposição de excrementos nas fibras.
Lagarta-rosada
A lagarta-rosada (Pectinophora gossypiella)
poderá ocorrer desde a fase F1 (quando o
primeiro botão floral do primeiro ramo
frutífero se transforma em flor), que ocorre
aos 50 dias, até os 140 dias após a emergência.
Seu monitoramento deverá ser feito por meio
do acompanhamento de capturas de adultos
em armadilhas de atratividade sexual. A captura de quatro mariposas nas armadilhas tipo
Delta (casinha), ou de 15 mariposas nas armadilhas de garrafa em um intervalo de 48
horas, identifica a revoada da praga e determina o momento de controle. Caso haja
capturas constantes de adultos, aplicações
semanais de piretróides em controle simultâneo dos adultos do bicudo resultam em
excelente controle da lagarta-rosada.
Lagarta-militar
A lagarta-militar (Spodoptera eridanea,
Spodoptera cosmioides e Spodoptera
frugiperda) ocorre em praticamente todo o
período vegetativo da lavoura, atacando
praticamente todas as estruturas da planta.
Podem ser encontradas posturas de massas
com aproximadamente 100 ovos na região
intermediária entre os terços superiores e
médios (5ª folha expendida) ou sintomas de
eclosão nas brácteas dos botões florais, das
flores e das maçãs. O ataque da Spodoptera
frugiperda no algodoeiro geralmente está
relacionado com a migração de adultos das
gramíneas forrageiras (sorgo, milheto e
braquiária) nas infestações iniciais ou das
lavouras de milho nas infestações mais tardias.
Para a lagarta-militar, além do percentual de
plantas atacadas com a presença das lagartas, é extremamente importante quantificar a
intensidade do ataque em número de lagartas por planta. Intensidade superior a uma
lagarta por planta ocorre em plantas próximas a eclosões de posturas em massas de
ovos ou em migrações intensas de adultos e
poderá prejudicar a avaliação da eficiência
de um produto aplicado. O controle da la-
Pragas
Lagarta-das-maçãs
Heliothis virescens
Lagarta-militar
Spodoptera sp
garta-militar deverá ser realizado quando for
constatada:
• presença de lagartas pequenas em 10% das
plantas, vistoriando-se botões florais, flores e maçãs;
• presença de lagartas de tamanho variado
(pequenas e médias) em 5% das plantas;
• presença de postura e eclosão de massas de
ovos em 1% das plantas.
O amostrador também deverá observar,
durante o caminhamento entre os pontos
de avaliação, a presença de sintomas de
eclosão e considerar essa informação para
auxiliar na tomada de decisão. Cada lagartamilitar destrói em média seis estruturas produtivas, sendo dois a três botões florais e três
a quatro maçãs, durante um período de
aproximadamente 20 dias que completa o
ciclo larval. Lagartas grandes são de difícil controle e apresentam alta capacidade
destrutiva.
Quando a lagarta-das-maçãs e a lagarta-militar ocorrem separadamente ou em períodos
distintos, são considerados os mesmos valores de referência para o seu controle, já que
os danos provocados por ambas no período
considerado ideal para controle (2° ínstar),
são semelhantes. Quando as duas pragas
ocorrem simultaneamente, deve-se considerar a somatória das espécies para a tomada
de decisão.
Níveis de controle
A tomada de decisão para o controle das
principais lagartas que ocorrem no algodoeiro considera níveis de referência para
intervenção e controle, muitas vezes estabelecidos por experiências e práticas de cada
região ou propriedade. Essas referências, que
em conjunto recebem a denominação de
nível de dano econômico (NDE), são aproximadas e variam de acordo com alguns faCORREIO 11
X
X
X
X
Capulho
X
X
Maçã
Folha
Caule
Flor
X
Raiz
Fase C
Fase F
X
X
X
X
Botão floral
Percevejo-castanho
Lagarta-rosca
Lagarta-elasmo
Broca-da-raiz
Broca-da-haste
Pulgão-do-algodoeiro (*)
Tripes
Cigarrinha
Mosca-branca (*)
Curuquerê (*)
Falsa-medideira (*)
Lagarta-das-maçãs
Spodoptera cosmioides
Spodoptera eridanea
Spodoptera frugiperda
Percevejos migrantes
Percevejo-rajado
Percevejo-manchador (**) (***)
Ácaro-rajado
Ácaro-branco
Bicudo-do-algodoeiro(**)
Lagarta-rosada(**) (***)
Fase B
Pragas
Fase V
Estabelecimento
Tabela 1: Fases e estruturas da planta atacadas pelas pragas do algodoeiro
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
(*) O ataque a outras estruturas provoca danos à qualidade da fibra por deposição de excrementos.
(**) O ataque ao capulho provoca danos à qualidade da fibra por deposição de excrementos e ruptura dos fios.
(***) O ataque ao capulho provoca danos à qualidade da fibra por ruptura dos fios e danos a semente.
Inimigos naturais
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Frankliniella schultzei
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Tetranychus urticae
X
X
X
X
Polyphagotarsonemus latus
X
X
X
X
Percevejos
Eutinobothrus brasiliensis
X
Bemisia tabaci
X
X
X
X
X
X
X
X
Fonte: Bastos & Torres (2003)
12 CORREIO
X
Aphis gossypii
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Anthonomus grandis
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Spodoptera spp
X
Plusias
Heliothis virescens
X
Pectinophora gossypiella
Alabama argillacea
Predadores
Formicidae
Coccinelidae
Anthocoridae
Nabidae
Geocoridae
Asopinae
Reduviidae
Carabidae
Dermaptera
Vespidae
Chrysopidae
Syrphidae
Dolichopodidae
Aranhas
Ácaros
Pássaros
Parasitóides
Trichogramma
Braconidae
Ichneumonidae
Eulophidae
Aphinidae
Aphelinidae
Pteromalidae
Eupelmidae
Tachinidae
Agrotis ipsilon
Tabela 2: Principais inimigos naturais das pragas do algodoeiro
Inimigos
naturais
tores. Destes, os principais são: idade da cultura, sistema de cultivo, tamanho da lavoura,
características da variedade e custo das aplicações.
Idade da cultura - A capacidade de dano de
uma praga não tem a mesma influência na
produtividade quando ocorre em plantas
mais ou menos desenvolvidas ou quando
ocorre em folhas ou estruturas vegetativas
em comparação com estruturas produtivas,
por exemplo.
Sistema de cultivo - A ocorrência de pragas
nas culturas ou vegetações que antecedem o
plantio do algodão atua como fator facilitador de multiplicação e migração de pragas.
Tamanho da lavoura - Considera-se a influência de pragas migratórias e/ou maior exposição das lavouras menores ao avanço
dessas pragas (da bordadura para o centro da
área).
Características da variedade - As pragas
podem ser vetores de doenças, devendo considerar-se o potencial de prejuízo destas para
o algodão.
Custo das aplicações - Consideram-se
doses, combinações e perfil dos produtos
aplicados para o controle do complexo de
pragas ocorrentes, assim como o custo de
aquisição destes produtos.
X
X
X
X
Observação: Pragas citadas na matéria aparecem com fundo laranja
Alguns inimigos naturais atacam predando
ou parasitando pragas específicas, muitas
vezes em períodos também específicos,
porém outros predam ou parasitam pragas
diferentes e em fases diferentes. Na tabela 2
são descritos os principais inimigos naturais
que atacam predando ou parasitando pragas
no sistema produtivo do algodoeiro.
Nesse cenário de lavouras e insetos, surgiu a
necessidade de conhecer as características
das pragas e dos inimigos naturais, as
doenças e o acompanhamento do desenvolvimento vegetativo e das práticas operacionais.
Foi criada então a figura do Amostrador Técnico de Campo, um profissional treinado e
com a responsabilidade de coletar e reunir as
informações que auxiliam na tomada de decisão de controle. Para isso, os amostradores
devem conhecer e identificar os insetospraga e os insetos benéficos, conhecendo sua
capacidade de danos ou suas capacidades
benéficas, quantificando sua ocorrência nas
lavouras, mediante amostragens periódicas.
A boa qualidade da amostragem é fundamental para diminuir os riscos de danos das
pragas e depende do método utilizado, do
período de reavaliação e da representatividade do número de plantas amostradas na
área (por amostragens, por pontos ou por
plantas). O tamanho da área ajuda a definir o
número de amostras. Para isso, a amostra
deve ser considerada em função do tamanho
da área e do intervalo entre amostragens. As
áreas menores, por estarem mais expostas a
Inimigos Naturais
Tabela 3: Amostragens para o monitoramento considerando-se a idade e a área da lavoura
Idade
da
lavoura
< 40 DAE
40 a 80 DAE
> 80 DAE
Área da lavoura
50 ha
Plantas
100
100
100
Plantas
50
50
50
100 ha
Pontos
10
05
03
Total
500
250
150
Plantas
75
75
75
150 ha
Pontos
10
05
03
Total
750
375
225
DAE = Dias após a emergência
Percevejo predador
Nabis sp
Joaninha-vermelha
Cycloneda sanguinea
migrações de pragas, deverão ter amostras
com maior número de plantas vistoriadas individualmente, que são proporcionalmente
mais representativas em comparação com
áreas maiores, nas quais as amostras são obtidas em pontos ao acaso.
Geralmente o número de plantas sugeridas
nas avaliações periódicas é de duas plantas
por hectare, quando a opção for por plantas
ao acaso, ou de cinco plantas por hectare,
quando a opção for por pontos ao acaso (um
ponto de dez plantas cada dois hectares). No
caso de pontos ao acaso, existe a variação do
número de plantas por pontos para idades
diferentes da lavoura. A tabela 3 publicada ao
final deste texto relaciona a área, o número
de pontos e o número de plantas por ponto,
totalizando o número de plantas por área.
Embora a quantidade de plantas monitoradas
por hectare, na opção de monitoramento por
plantas ao acaso, seja menor do que o
número de plantas monitoradas por hectare
na opção por pontos ao acaso, deve-se considerar que cada planta avaliada é um ponto
observado durante o caminhamento. Se, por
um lado, o número de plantas é menor, por
outro lado, o número de pontos visualizados
é bem maior.
O bom Amostrador Técnico de Campo deve
estar atento à identificação e diferenciação
das pragas e dos inimigos naturais durante as
amostragens e observar as características dos
produtos aplicados quanto à eficiência no
controle das pragas e sua seletividade aos
inimigos naturais. Certos produtos possuem
modos de ação específicos a algumas pragas,
tornando-os bastante seletivos aos inimigos
naturais, uma característica importante e
desejável, pois se mostram adequados ao
manejo integrado de pragas.
Autor: Paulo Edimar Saran
Solo e Planta Consultoria
Bayer CropScience oferece
soluções compatíveis com o MIP
LANÇAMEN
TO
O monitoramento regular e o uso de produtos seletivos são premissas básicas para o Manejo
Integrado de Pragas (MIP). Para o controle de lagartas importantes na cultura do algodão,
há uma carência de inseticidas que apresentem seletividade e, ao mesmo tempo, sejam
eficazes. A Bayer CropScience está lançando no mercado o inseticida Belt (flubendiamida),
altamente seletivo, do grupo químico das diamidas. Com Belt, a empresa passa a oferecer
um programa de manejo das principais lagartas do algodão, seletivo aos inimigos naturais
e compatível com MIP.
Para tornar o programa ainda mais completo, está em curso o processo de registro para
extensão de uso de CropStar para algodão, controlando de forma seletiva, por meio do tratamento da semente, as pragas iniciais e protegendo as plântulas nos primeiros dias após a
emergência e, inclusive, evitando o ataque dos nematóides ao sistema radicular.
Desta maneira, por meio do manejo seletivo com os inseticidas da Bayer CropScience,
os inimigos naturais serão preservados no ambiente da cultura, desde a emergência até a
fase reprodutiva, e se tornarão aliados no controle das pragas.
Produtos seletivos para a cultura do algodão
Produtos se-
Manejo de lagartas do algodoeiro
Curuquerê - Alabama argillacea:
Aplicar quando 30% dos pontos amostrados mostrarem dano foliar.
Lagarta-das-maçãs - Heliothis virescens e Lagarta-militar - Spodoptera frugiperda:
Aplicar com 10% de plantas infestadas com lagartas pequenas (percentual válido apenas para a
primeira infestação) ou 5% de plantas infestadas com lagartas de tamanho variado (pequenas e
médias).
Ingrediente Ativo:
Flubendiamida
Grupo Químico:
Diamidas (grupo 28 do IRAC)
Formulação:
480 SC
Modo de Ação:
Ingestão
Classe Toxicológica:
III
CropStar*: no tratamento de sementes, protegendo contra as pragas iniciais que atacam a
cultura, inclusive nematóides de galhas e das lesões.
Certero: conforme monitoramento, no controle de Alabama argillacea.
Belt: seguindo monitoramento, para infestações mistas de Heliothis virescens e Spodoptera
frugiperda.
Larvin: para as aplicações tardias e corretivas, no controle de lagartas.
*Produto em fase de extensão de uso para algodão.
Autor: Desenvolvimento de Inseticidas - Bayer CropScience
CORREIO 13
SEMENTES
Tratamento completo protege
numerosas e importantes culturas
Nas culturas de oleaginosas e cereais, o tratamento de
sementes visando o manejo de pragas iniciais e
nematóides é essencial para proteger o desenvolvimento
e assegurar o potencial produtivo das plantas
Numa agricultura moderna, em que o valor
genético das sementes é cada vez mais elevado, a quantidade destas por área é reduzida
e o uso do solo é intenso, o tratamento adequado das sementes com defensivos adquire
maior importância para o manejo das pragas
iniciais e dos nematóides, que são fatores limitantes da produtividade de grande parte das
culturas anuais. A diversidade de espécies, sua
frequência de aparecimento e sua população
têm aumentado consideravelmente nas últimas safras. Manejar essas pragas é um desafio
constante para os técnicos e produtores ligados a essas culturas. O tratamento de sementes, cada vez mais adotado, é uma prática
eficiente e segura quando se busca implantar
lavouras com alto potencial produtivo. Con14 CORREIO
fere proteção à lavoura no momento crítico,
em que todos os recursos investidos se transformarão em uma lavoura com plantas sadias,
protegidas, com vigor e com estande ideal.
A Bayer CropScience é a empresa que, nos
últimos anos, mais tem investido nesse segmento. Em todos os países em que atua, desenvolve esse mercado, sempre voltada a
atender as necessidades dos produtores.
Assim, percebeu a grande necessidade de se
controlar pragas mastigadoras (como lagartas), pragas sugadoras (como percevejos e
pulgões) e nematóides das culturas anuais
com apenas um produto. Afinal, é cada vez
maior o número de áreas infestadas, ao
mesmo tempo, com esses problemas fitossanitários.
Seguindo sua linha de inovação e busca de
soluções, a Bayer CropScience desenvolveu
CropStar* no Brasil para um grande número
de culturas: algodão, amendoim, arroz, aveia,
cevada, feijão, girassol, mamona, milho, soja,
sorgo e trigo.
Algodão
Com CropStar*, nas doses de 1.500 a
2.400 ml/100 kg de sementes, as plantas ficarão protegidas do ataque das mais importantes pragas iniciais do algodoeiro, que
são o pulgão (Aphis gossypii), o tripes
(Frankliniella schultzei) e a lagarta-elasmo
(Elasmopalpus lignosellus). Na maior dose
(2.400 ml/100 kg), o produto também evita os
Feijão
danos provocados nas raízes das plantas pelo
nematóide-de-galhas (Meloidogyne incognita)
e pelo nematóide-das-lesões (Pratylenchus
brachyurus). Como se vê, trata-se de um produto completo para a proteção da fase inicial
da lavoura de algodão.
Amendoim
Além da mosca-branca (Bemisia tabaci), a
principal praga da cultura e que pode transmitir o vírus do mosaico-dourado para as
plantas, CropStar* controla outras pragas prejudiciais da parte aérea do feijoeiro, como a
cigarrinha-verde (Empoasca kraemeri), que
também se alimenta de seiva, e a vaquinhaverde-amarela (Diabrotica speciosa), que
consome as folhas, diminuindo a área foliar
fotossintética. As doses variam de acordo com
a praga visada (500 a 1000 ml/100 kg de sementes).
Girassol, mamona e sorgo
O tripes-do-bronzeamento (Enneothrips
flavens) vive abrigado nos folíolos fechados,
localizados nos ponteiros das plantas, raspando e sugando a seiva e, com isso, aparecem estrias e deformações nos folíolos,
acarretando expressivos danos na lavoura.
Nas doses de 200 a 400 ml/100 kg de sementes, CropStar* promove uma efetiva proteção contra esta praga na fase inicial da
cultura.
Em populações altas, a lagarta-elasmo
(Elasmopalpus lignosellus) ataca as plantas
novas, provocando falhas nas plantações e reduzindo o estande de plantas. CropStar*,
aplicado nas doses de 700 ml/100kg de sementes em girassol e mamona e de 1.250 a
1.500 ml/100 kg em sorgo, previne esses
danos e proporciona uma densidade de plantas adequada.
Arroz
Milho
A dose recomendada de CropStar* para
as pragas é variável com a espécie a ser
controlada. Se o alvo for o pulgão-da-raiz
(Rhopalosiphum rufiabdominale), praga subterrânea e sugadora de seiva, bastam 250 a
350 ml/100 kg de sementes, enquanto as pragas mastigadoras que habitam o solo - lagartaelasmo (Elasmopalpus lignosellus) e cupim
(Procornitermes triacifer) - exigem doses que
podem chegar a 1.000 ml/100 kg de sementes.
Portanto, o produto apresenta um amplo espectro, controlando diferentes espécies de pragas no arroz.
CropStar está registrado e já é largamente utilizado há três safras em todas as regiões produtoras do Brasil para a proteção do milho
contra o complexo, representado por seis
pragas: lagarta-do-cartucho (Spodoptera
frugiperda), percevejo-barriga-verde
(Dichelops melacanthus), lagarta-elasmo
(Elasmopalpus lignosellus), tripes (Frankliniella
williamsi), pulgão-do-milho (Rhopalosiphum
maidis) e cigarrinha-das-pastagens (Deois
flavopicta). De acordo com o local, a
condição climática e a época de plantio, essas
pragas podem atacar a cultura em sua fase inicial com menor ou maior intensidade, sendo
CropStar, na dose de 300 ml/ha, o tratamento
de sementes mais completo do mercado
brasileiro.
Cereais de inverno
O coró (Phyllophaga cuyabana), larva de besouro que ataca o sistema radicular das plantas de trigo, cevada e aveia, o percevejo-barriga-verde (Dichelops melacanthus)
e os pulgões (Metopolophium dirhodum e
Rhopalosiphum graminum), os quais se alimentam da seiva, podem causar expressivos
prejuízos na fase inicial da lavoura. Na dose
de 300 ml/100 kg de sementes, CropStar*
protege o estande e a parte aérea das lavouras
dos cereais de inverno, controlando várias
espécies de dife-rentes ordens de pragas (coleópteros, hemípteros e homópteros).
(Meloi-dogyne javanica) e o nematóide-daslesões (Pratylenchus brachyurus) atacam as
raízes e causam danos cada vez mais severos às lavouras. Também as perdas de área
foliar provocadas por pequenos besouros,
como a vaquinha-verde-amarela (Diabrotica
speciosa) são consideráveis quando a população é alta. Todas esses problemas fitossanitários podem ser manejados com
CropStar*, utilizando-se as maiores doses
(500 a 700 ml/100 kg sementes) para o manejo
de nematóides e lagarta-elasmo e a menor
(300 ml/100 kg de sementes), para as demais
pragas citadas.
Características favoráveis
Devido às suas propriedades físico-químicas,
CropStar tem estabilidade em diferentes
condições climáticas, sendo absorvido e
translocado rapidamente, protegendo a planta
no momento mais crítico. Como apresenta
amplo espectro de controle, protege a fase inicial da lavoura do ataque de várias espécies
de insetos-praga pertencentes às ordens dos
lepidópteros, hemípteros, homópteros, tisanópteros, isópteros, coleópteros e, também,
dos nematóides, todos eles se alimentando da
seiva ou de órgãos vegetais. CropStar confere
um maior período de proteção e, em virtude
da sua modalidade de aplicação, tem seletividade ecológica para os inimigos naturais,
mostrando-se adequado para o manejo integrado de pragas (MIP). Enfim, áreas tratadas
com CropStar resultam em plantas vigorosas,
com estande normal, uniformes e com potencial produtivo, tanto por seu desempenho
como inseticida-nematicida, quanto pelos
benefícios proporcionados pela Força AntiStress, característica exclusiva que confere às
plantas tolerância adicional ao estresse
abiótico.
*Produto em fase de extensão de uso.
Autor: Desenvolvimento Técnico
Bayer CropScience
Nematóides
Soja
O aumento das pragas na fase inicial da plantação e dos nematóides está se tornado
comum nas lavouras de soja em determinadas
regiões do País. O piolho-de-cobra (Julus
hesperus), as larvas de corós (Phyllophaga
cuyabana e Liogenys sp) e a lagarta-elasmo
(Elasmopalpus lignosellus) têm exigido muita
atenção para evitar a redução do estande de plantas. Já o nematóide-das-galhas
Cropstar* também proporciona proteção às
plantas contra os nematóides
CORREIO 15
MILHO
Convencional e Bt
Sementes tratadas
elevam rendimento da cultura
O tratamento de
sementes do milho
convencional e Bt
com inseticidas
sistêmicos é a
alternativa de menor
custo para o controle
das pragas iniciais
da lavoura
16 CORREIO
O agronegócio brasileiro vem passando, nos
últimos anos, por inúmeras modificações
visando ao aumento da sua competitividade
tanto no âmbito do mercado interno como
no internacional. É visível o ganho de produtividade de várias commodities. Fatores ambientais favoráveis aliados a uma
genética avançada são elementos fundamentais associados ao aumento de produtividade. No entanto, igualmente importante
está o manejo da lavoura, expressão que significa o uso adequado das tecnologias existentes que permitam a expressão máxima do
potencial produtivo da planta, dentro de uma
condição favorável do ambiente. Significa
também, na atualidade, redução no custo da
produção, seja esta financeira ou ambiental.
O milho é um dos componentes importantes
do agronegócio brasileiro. A cada ano,
novos recordes de produtividade são obtidos
em diferentes regiões produtoras. No entanto, ainda podem ser verificadas diferenças significativas na produtividade em
função dos fatores climáticos e do uso
de tecnologias (quantidade, qualidade e
oportunidade).
A presença de espécies de insetos fitófagos
é um fator importante a ser considerado
como possível limitador da produtividade do
milho. Sem a presença de seus inimigos naturais, a população de tais espécies de insetos geralmente atinge o chamado nível de
dano econômico (NDE). Ou seja, os insetos
presentes na planta, se não controlados, irão
ocasionar prejuízos superiores ao valor monetário do custo do controle. Portanto, é fundamental conhecer, além das espécies
fitófagas, o seu nível populacional, para
então, se necessário, utilizar a medida apropriada de controle.
CORREIO 17
Pragas
Adulto de lagarta-do-cartucho
Spodoptera frugiperda
Larva de lagarta-do-cartucho
Spodoptera frugiperda
Pragas que atacam a cultura
Dentro do agroecossistema do milho, muito
já se sabe sobre a dinâmica populacional das
espécies de insetos. Sabe-se também que
algumas das pragas são de difícil controle,
particularmente pela dificuldade de monitoramento. Por exemplo, há as pragas subterrâneas que se alimentam das sementes e
raízes como, por exemplo, as larvas de alguns besouros (bicho-bolo ou coró, larvaarame, larva-angorá, larva-alfinete), cupins,
percevejos (percevejo-castanho e percevejopreto) e, mais recentemente, cochonilhas da
raiz.
A decisão sobre o manejo de tais pragas deve
ser tomada antes do plantio. Pragas que ocorrem logo após a emergência da planta são
também importantes devido ao fato de a
planta, no início de seu desenvolvimento, ser
muito sensível ao dano. Monitoramentos
constantes devem ser realizados para que
sejam tomadas as medidas de controle em
tempo hábil para evitar os danos. Lagartaelasmo, cigarrinha da pastagem, cigarrinha
verde transmissora de doenças, percevejos,
tripes e lagarta-do-cartucho são espécies
geralmente associadas a plantas de milho em
início de desenvolvimento vegetativo. A ação
dessas pragas, sozinhas ou em conjunto com
as pragas de hábito subterrâneo, sem sombra
de dúvida, é responsável pela redução no
número de plantas em condições de produzir
e, portanto, reduzem a produtividade e
rentabilidade do agronegócio.
Lagarta-do-cartucho
Larva-angorá
Astilus variegatus
Percevejo barriga-verde
Dichelops sp
Larva de coró
(bicho-bolo ou pão-de-galinha)
18 CORREIO
A lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) é a espécie de praga mais importante
do milho. Está presente em praticamente em
todas as fases de desenvolvimento da planta.
Ocorre todos os anos e em todas as áreas de
produção. Inicialmente causa um sintoma de
dano muito característico, pelo fato de as lagartas rasparem a folha. Também característico é o sintoma de dano e da presença de
lagartas mais desenvolvidas no cartucho da
planta. Além da grande desfolha, especialmente na região do cartucho da planta, a
praga deixa visível grande quantidade de
fezes, que secas se assemelham a serragem.
A presença marcante da praga e a visibilidade dos danos são condições que geralmente podem levar o agricultor com menor
conhecimento a tomar medidas de controle
da praga. O problema é que, quando tais sintomas de danos são visíveis, a lagarta geralmente já está bem desenvolvida e a planta já
teve seu potencial produtivo reduzido. Portanto, além da queda na produtividade, há o
aumento do custo de produção por meio dos
gastos financeiros com o produto químico e
com a mão-de-obra da aplicação. Como
complicador, o uso continuado de um produto químico nessa situação, por não considerar ao estádio de desenvolvimento da
lagarta, fatalmente leva ao desenvolvimento
de populações resistentes aos inseticidas,
como já bem documentado no Brasil e no exterior. Atualmente, o manejo da lagarta-docartucho tem sido realizado com sucesso
com a utilização, como ferramenta de decisão sobre a época de adotar medidas de
controle, de armadilhas contendo feromônio
sexual sintético para monitorar a presença da
praga numa fase em que há tempo hábil para
o seu controle sem que cause prejuízos.
O desenvolvimento de tecnologias mais
avançadas visando a reduzir os danos especialmente da lagarta-do-cartucho, como a do
milho geneticamente modificado, conhecido
como milho Bt, além de reduzir a população
da praga, traz como grande valor agregado
a diminuição na quantidade de produtos
químicos no ambiente. A melhoria do ambiente traz também, como consequência, a
possibilidade de reequilíbrio no agroecossistema, dando oportunidade para algumas espécies de insetos benéficos (agentes de
controle biológico natural) fazerem parte do
processo de supressão das espécies fitófagas.
Obviamente, o uso da tecnologia do milho
transgênico tem o seu custo. O valor pago
Inimigo Natural
para se usar a semente ainda é bem superior
ao de uma semente convencional. A compensação para o agricultor, logicamente vai
depender de seu dispêndio histórico para o
controle da lagarta-do-cartucho.
O milho Bt é de uso comercial recente no
Brasil. Com o passar do tempo será possível
ter uma informação mais adequada sobre o
seu valor para o agronegócio, considerandose em particular o controle da lagarta-docartucho. Além disso, deve ser considerado
o fato de que outras pragas já mencionadas
não são eficazmente controladas pelo milho
Bt, o que poderá resultar em perdas significativas para o agronegócio do milho.
Tratamento de sementes
O controle de pragas iniciais do milho por
meio do tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos tem sido utilizado
no Brasil com grande benefício para o
agronegócio. Consiste na escolha correta de
um inseticida para o controle das pragas de
hábito subterrâneo e controle daquelas es-
Tesourinha
Doru sp
pécies que atacam a parte aérea da planta
logo após a emergência.
Apesar de ser utilizado aparentemente de
maneira preventiva, seu uso deve-se ao risco
potencial das pragas mencionadas e também
ao custo alto e método muitas vezes impreciso envolvidos na amostragem. O custo
médio do tratamento de semente (inseticida
e mão-de-obra) também é inferior a qualquer outro método utilizado para a mesma
finalidade. Neste caso, além do preço do
produto ainda há o custo da aplicação e o
longo tempo despendido na pulverização.
Adicionalmente há inegavelmente um
grande diferencial relativo à seletividade do
método. A presença de um inseticida utilizado via tratamento de sementes é confinada em uma área ao redor de 55 m 2 em
relação a um hectare (10 mil m2), ou seja,
ocupa apenas 0,55% da área. A pulverização no sulco de plantio como alternativa
ocupa 5% da área. Obviamente, se a opção
for a pulverização, o inseticida estará distribuído em toda a área. Portanto, o uso do
tratamento de sementes visa a controlar as
pragas iniciais do milho, garantindo uniformidade de plantio e preservação do vigor
da planta, reduzindo os riscos na implantação da lavoura. Também propicia a redução no número de pulverizações iniciais.
Considerações finais
O tratamento de sementes com inseticidas
sistêmicos é hoje um dos componentes do
manejo de pragas na cultura do milho.
Devido ao potencial destrutivo das pragas
iniciais, da complexidade de espécies envolvidas, da dificuldade de controle com
outros métodos (necessidade maior no uso
de equipamentos de segurança, necessidade
de pulverizadores e/ou tratores e maior
tempo gasto nas operações) e a relativa
eficácia do método, o tratamento de semente é apropriado para áreas produtivas
independentemente do seu tamanho. Para
áreas de produção com milho transgênico, onde há um grande investimento em
insumos e tecnologias, o tratamento de
sementes também é fundamental, considerando-se o valor econômico da produção.
Autor: Ivan Cruz
Pesquisador - Embrapa Milho e Sorgo
CORREIO 19
Soberan mostra eficácia em
todas as regiões produtoras
Novo ingrediente ativo Tembotrione apresentou o melhor nível
de controle de plantas daninhas entre os herbicidas usualmente
aplicados na lavoura do milho, proporcionando ganhos de
produtividade em todas as regiões de cultivo
A produção de cereais, leguminosas e
oleaginosas na safra 2008/2009, divulgada
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é a segunda maior da
história do país, totalizando cerca de 135
milhões de toneladas. Esse número poderia
ter sido bem maior, constituindo-se em um
novo recorde, não fossem as adversidades
climáticas e a redução de plantio em relação
à safra anterior, calculada em 3,6%. A colheita ficou 7,5% abaixo da maior safra já
colhida no Brasil, de 145,8 milhões de
toneladas, registrada em 2007/2008.
Nesse cenário, o milho continua desempenhando papel preponderante. É, em volume
de produção, a segunda principal cultura do
País, perdendo apenas para a soja. Porém,
por ter sido a mais prejudicada pelo clima,
foi a principal responsável pela frustração
das expectativas de que em 2008/2009 fossem superados os números de 2007/2008.
De acordo com levantamentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a
produção final ficou abaixo de 50 milhões
de toneladas, ante 58,65 milhões de toneladas na safra anterior, com queda de aproximadamente 15%, considerando-se os dois
períodos de plantio.
O comportamento da produção variou de
região para região. No Nordeste, apesar do
excesso de chuvas, a cultura obteve bom desempenho e a colheita foi 6,8% superior à
do ano anterior. Por outro lado, a estiagem
na fase de desenvolvimento vegetativo e floração ocasionou perdas importantes de produtividade média na região Centro-Sul,
calculadas em 6,3%. Para a segunda safra,
20 CORREIO
as estimativas da Conab indicam, reduções
expressivas de áreas em Mato Grosso e
Mato Grosso do Sul, de 9,2% e 8,5%, respectivamente, e, em Minas Gerais, reduções
tanto em área quanto em produtividade,
refletindo os baixos preços praticados pelo
mercado.
Produtividade é essencial
Em circunstâncias marcadas por dificuldades
como as que cercaram a cultura do milho em
2008/2009, proteger a produtividade é medida
fundamental. Nesse particular, de acordo com
dados da Embrapa Milho e Sorgo , o País tem
Soberan proporciona ganhos de produtividade
Em todas as regiões produtoras, as lavouras tratadas com Soberan, de
acordo com as recomendações de uso da Bayer CropScience, apresentaram produtividade superior à das áreas que receberam o tratamento padrão recomendado para a respectiva localidade,
Produtividade
- Soberan (1)
Produtividade
tratamento
padrão
Ganho
(sacas de
60 kg/ha)
Fazenda Agricert
Montevidiu, GO
147,3
138,0 (2)
9,7
Agropecuária Missões
Campo Novo do Parecis, MT
130,9
96,7 (2)
34,2
Propriedade do Sr. José Roberto Figueiredo
Santana da Vargem, MG
159,8
129,9 (2)
29,9
Propriedade da Sra. Marcia Festugato
Cascavel, PR
220,0
209,0 (3)
11,0
Propriedade do Sr. Renor Treméa
Doutor Ricardo, RS
123,0
116,0 (4)
7,0
Propriedade – município, UF
(1) SOBERAN 240 ml/ha + Aureo 1,0 l/ha + Atrazina 2,0 l/ha
(2) Nicosulfuron 500 ml/ha + Atrazina 3,0 l/ha
(3) Atrazina + Simazina
(4) Atrazina + Mesotrione
um espaço enorme a crescer, pois ainda são
observadas disparidades extremas: enquanto
há produtores comerciais altamente tecnificados que, em condições de campo, obtêm mais
de 200 sacas de 60 kg por hectare (mais de
12 t/ha), há agricultores familiares que
colhem menos de 20 sacas por hectare. Isso
explica a baixa produtividade média brasileira, inferior a 4 t/ha (ante 8 t/ha nos Estados Unidos, por exemplo).
A produtividade da cultura do milho é influenciada fortemente por cinco fatores principais: disponibilidade hídrica, fertilidade do
solo, ciclo da cultivar escolhida (há mais
de 300 híbridos registrados, adaptados às
diferentes condições de solo e clima do
Brasil), época de semeadura e densidade de
plantio. No que diz respeito em especial aos
dois primeiros fatores, o aumento da produtividade das lavouras só é possível se forem
adotadas medidas eficazes de proteção contra
fatores adversos, como a ocorrência de plantas daninhas. E estas apresentam alto potencial de desenvolvimento no País, em razão de
sua latitude predominantemente tropical.
Molécula diferenciada
Para atender à necessidade de proteção das
lavouras em relação à infestação de plantas
daninhas, a Bayer CropScience lançou a nova
molécula herbicida Tembotrione (Soberan),
que confirmou em lavouras de milho de todas
as regiões brasileiras, na safra 2008/2009, os
bons resultados mostrados em ensaios de
campo realizados em cinco anos de desenvolvimento no País. Esse novo ingrediente
ativo pertence ao grupo químico das triquetonas. Sua ação herbicida se dá por meio da
inibição da enzima HPPD (hidróxi-fenilpiruvato-dioxigenase), responsável pela síntese de carotenóides nas plantas. A ausência
destes inviabiliza a ação da clorofila no
processo de fotossíntese. Em consequência, as
plantas morrem.
Tembotrione é eficaz contra gramíneas e folhas largas. Considerando-se a diversidade de
fertilidade de solo, clima e espécies de plantas
daninhas que ocorrem nas diferentes regiões
brasileiras, recomenda-se aplicar Soberan em
dose única, associado a Atrazine 500 e Aureo
Depoimentos
(respectivamente 240 ml/ha + 2,0 litros/ha +
1,0 litro/ha). A aplicação deve ser feita em
pós-emergência, no período em que as plantas
daninhas estiverem no estádio precoce (duas a
quatro folhas) e a cultura em torno da quarta
folha totalmente expandida.
Autor: Allen A. Dupré
Controle de plantas daninhas (%)
1. Fazenda Agricert - Montevidiu, GO
2. Agropecuária Missões - Campo Novo do
Parecis, MT
Com Soberan, tivemos um melhor controle das plantas daninhas em comparação com a
área tratada com outros produtos. Economizamos uma aplicação, pois a Atrazina que utilizamos é incompatível com este produto. Conseguimos visualizar o resultado poucos dias
após a aplicação.
Diogo Neves Rocha – Gerente da Agropecuária Missões – Campo Novo do Parecis/MT
Soberan, a tecnologia que deu certo na minha lavoura, pelo melhor custo/benefício do mercado.
Vitor Festa – Veranópolis/RS
Com Soberan obtivemos o melhor resultado em 20 anos de cultivo de milho, sem causar
danos ao produto e ainda permitindo colher a silagem no limpo.
Renato Scherer - Bom Retiro do Sul/RS
Plantamos 280 hectares de milho de diferentes cultivares na safra 2008/2009. Utilizamos
Soberan de acordo com as recomendações para a época de aplicação e a dosagem. Os resultados foram muito bons no controle tanto de folhas largas quanto de folhas estreitas. Em
nossa avaliação, o produto apresentou resultados superiores aos de outros herbicidas que
vínhamos aplicando nessa cultura.
Ivan Crestani - Agropecuária Arciso Crestani – Lagoa Vermelha/RS
Ficamos muito satisfeitos com os resultados obtidos com o conjunto de produtos da
Bayer CropScience (CropStar, Soberan, Larvin e Certero). Plantamos 650 ha na safra e
350 ha na safrinha, esta para silagem. Conseguimos uma produtividade cerca de 15%
maior, com uma silagem isenta de plantas daninhas. Também obtivemos melhor controle de
lagartas tanto de solo, favorecendo o stand da cultura, quanto da parte aérea.
Roberto Hugo Jank - Diretor da Fazenda Santa Rita (Agrindus ) – Descalvado/SP
3. Fazenda de propriedade do Sr. José Roberto
Figueiredo - Santana da Vargem, MG
Usei Soberan por ser um produto inovador e oferecer vários benefícios, entre os quais não
ter lista de híbrido, poder ser aplicado junto com a cobertura e apresentar maior eficiência sobre as plantas daninhas. Aqui enfrento problemas com capim-colchão e pé-degalinha e Soberan teve um ótimo controle sobre estas plantas daninhas. Obtive vários
benefícios: excelente controle, sobre melhor momento para fazer a cobertura, aumento de
30 sacas por hectare e pude fazer a colheita do milho no limpo. Economizei até na dessecação para o próximo plantio. Uso e recomendo.
Pedro Francisco Barreira- Fazenda Barreira - Itaberá/SP
CORREIO 21
BATATA
Requeima e pinta-
22 CORREIO
e TOMATE
-preta requerem cuidados
CORREIO 23
Requeima
A requeima, causada pelo fungo Phytophthora
infestans, e a pinta-preta, causada pelo fungo
Alternaria solani, são as principais doenças
das culturas de batata e tomate, causando a
perdas consideráveis
A requeima ataca as folhas, as hastes e os frutos do tomateiro e as folhas, as hastes e os
tubérculos da batateira. A doença normalmente ataca os tecidos novos nas duas
culturas, comprometendo seriamente a produtividade.
Até o momento não há cultivares de batata e
tomate resistentes ao fungo e a ocorrência das
epidemias é favorecida por fatores como:
- excesso de nitrogênio nas adubações de
plantio;
- plantios mais adensados;
- irrigações noturnas;
- grande produção de esporos por parte do
fungo (esporângios e zoosporângios);
- rápida disseminação dos esporos pelo vento;
- rápida instalação e desenvolvimento da
doença;
- pulverizações com equipamentos desregulados;
- resistência do fungo aos principais fungicidas de ação sistêmica;
- equívocos nas associações e/ou rotações de
fungicidas;
- surgimento de novas raças do fungo;
- desconhecimento, por parte do produtor, do
ciclo da doença.
A ocorrência da requeima sempre foi associada ao clima, como temperaturas baixas e a
ocorrência de chuvas ou garoas. Na prática,
observa-se que os fatores mais importantes são
vento, umidade e temperatura.
Vento: ventos moderados removem os esporângios e zoosporângios das lesões e os distribuem dentro da área ou os transportam para
novas áreas.
Batata
Pinta-preta - Alternaria solani
Requeima - Phytophthora infestans
24 CORREIO
Umidade: a presença de umidade livre sobre
os tecidos (hastes, folhas e frutos) por um
período de três a quatro horas é suficiente para
que tenha início o processo de germinação e
penetração do fungo. Não é preciso chover ou
garoar, basta o sereno para se ter a umidade
ideal para o fungo.
Temperatura: na cultura do tomate, a requeima ataca com temperaturas abaixo de
26° C e na cultura da batata a temperatura
ideal é de 16° C.
Os esporângios ou zoosporângios são carregados pelo vento e atingem o tecido novo da
planta. Em poucos minutos, aderem à superfície e, em menos de três horas, ocorre a
germinação e a penetração. Os primeiros sintomas surgem três a quatro dias depois: são
pequenas manchas de cor verde oliva, muito
discretas e de difícil visualização. Mais três a
quatro dias e as lesões são facilmente visualizadas com a formação dos esporângios e
zoosporângios na face inferior das lesões
(massa pulverulenta de cor branca).
O controle deve ser feito de forma preventiva
e os intervalos entre as aplicações dos fungicidas não deve ser superior a cinco a seis dias
e quando surgirem os primeiros sintomas da
doença os intervalos devem ser entre dois e
três. Os fungicidas de ação sistêmica são mais
facilmente absorvidos pelos tecidos novos das
plantas e, como a requeima também ataca
os tecidos novos das plantas, as aplicações
devem ser feitas quando as plantas forem
jovens, a fim de garantir uma boa proteção
inicial.
Pinta-Preta
A pinta-preta ataca folhas, hastes e frutos no
tomate e as folhas na batata.
A doença ataca com maior intensidade com
temperaturas entre 24º C e 32º C e elevada
umidade relativa do ar. A agressividade tornase maior quando as plantas são submetidas a
um estresse hídrico e/ou nutricional. Os sintomas surgem primeiro nas folhas mais próximas ao solo (baixas) e depois evoluem para as
superiores.
O fungo pode sobreviver no solo por longo
Tomate
Pinta-preta - Alternaria solani
Requeima - Phytophthora infestans
período. Dentro da cultura a doença é disseminada por vento, água, insetos, trabalhadores
e implementos. Com umidade livre sobre as
folhas e temperaturas favoráveis, a germinação
e a penetração ocorrem rapidamente e as
lesões surgem após três a cinco dias.
Na cultura da batata, as plantas se tornam
mais suscetíveis à doença quando entram
na fase de formação dos tubérculos e as
primeiras folhas atingem a maturidade. Entre
35 e 45 dias, começa a tuberização (formação
dos tubérculos). Na cultura do tomate, a
suscetibilidade é maior a partir do desenvolvimento dos primeiros frutos, entre 40 e 45
dias.
Nas duas culturas, a demanda por nutrientes
para a formação dos tubérculos e frutos é
grande e os sintomas de deficiências de magnésio podem surgir nas folhas mais velhas,
tornando-as mais suscetíveis ao ataque do
fungo. A falta de água ou nitrogênio também
pode favorecer o ataque do fungo.
Autor: Angelo Yoshimura
Consultor Técnico
Lançamentos para fungo de difícil controle
Em comparação com os demais fungos que
atacam as culturas agrícolas em geral,
Phytophthora infestans, que causa a requeima, encontra-se entre os de mais difícil
con-trole, devido à patogenicidade, rapidez
de disseminação na lavoura e grande potencial de prejuízos econômicos. Além
disso, é um patógeno considerado como de
alto risco para o desenvolvimento de resistência aos fungicidas, configurando-se
como uma grande ameaça para as culturas
do tomate e da batata e, também, para os
fungicidas destas culturas.
Recentemente, fitopatologistas reportaram
que em importantes países do hemisfério
Norte já não predomina mais o biótipo A1
de Phytophthora infestans na batata, que é
o mais sensível ao controle químico, ou
seja, mais fácil de se controlar. Os especialistas afirmam que na Europa (França,
Alemanha, Holanda, Reino Unido) e nos
EUA, o biótipo dominante na população
agora é o A2, chamado de "blue 13". Esse
novo biótipo da requeima é muito agressivo, apresentando desenvolvimento muito
mais rápido e maior produção de esporos.
Preocupada com esses acontecimentos
e com esta nova realidade de ocorrência da
requeima nos principais países produtores,
a Bayer CropScience decidiu trazer para o
Brasil um novo fungicida para o manejo
dessa doença.
Infinito é o nome desse novo produto,
composto por dois ingredientes ativos
(fluopicolide + propamocarbe), os quais
pertencem a diferentes grupos químicos,
visando a melhor proteção às culturas, bem
como evitar o aparecimento de resistência.
Infinito associa as caracteríticas dos
componentes isolados, tanto pela ação
sistêmica e translaminar nos tecidos da
planta, como também pelos distintos
mecanismos de ação que, somados, agem
em todas as fases do ciclo de vida do
patógeno.
sempenho no controle da doença nas folhas, no caule e também no tubérculo.
Sendo assim, Infinito caracteriza-se como
uma ferramenta-chave dentro do manejo
da requeima. Deve ser utilizado na fase
inicial das culturas da batata e do tomate,
de forma a impedir a entrada da doença.
Após a fase da “amontoa” na cultura da
batata ou “amarrio” na cultura do tomate,
ocorre um intenso desenvolvimento vegetativo, com surgimento e crescimento de
muitas novas folhas. Nesta fase, é importante que o fungicida tenha ação sistêmica
para proteger as folhas novas que não receberam fungicida e controlar todas as
fases do fungo, de forma a evitar que o
inóculo da requeima se instale na lavoura
e traga problemas na fase reprodutiva.
Infinito reúne todas estas características
em apenas um produto.
Outro lançamento: Consento
Como não se deve utilizar apenas um
produto para o manejo da requeima, a
Bayer CropScience lança também o fungicida Consento, dentro de um programa de
alternância, juntamente com o fungicida
Antracol.
Consento é a mistura dos ingredientes
ativos fenamidone e propamocarbe, também muito eficientes para fungos oomicetos como Phytophthora infestans.
Dentro do ciclo da cultura, Consento deve
ser utilizado sempre após as aplicações
de Infinito, de forma a exercer uma
manutenção da proteção às culturas.
Pinta-preta
Para completar o portfólio de fungicidas
para o manejo das principais doenças
nas culturas da batata e tomate, a
Bayer CropScience oferece o fungicida
Nativo, uma mistura de triazol e estobilurina (Tebuconazole & Trifloxystrobin),
que apresenta excelente controle da pintapreta (Alternaria solani), doença importante na fase reprodutiva do tomate e a
partir da fase de formação dos tubérculos
na batata
Autor: Desenvolvimento de Fungicidas
Bayer CropScience
Batata
Tomate
Combinação de características positivas
Infinito é um produto inovador por várias
razões. Em primeiro lugar, é composto por
um novo ingrediente ativo com mecanismo
de ação inédito (fluopicolide) e por outro
ingrediente ativo (propamocarbe) já presente no mercado, porém sem nenhum caso
relatado de resistência até hoje no mundo.
Em segundo lugar, atua nas diferentes fases
de desenvolvimento do fungo, culminando
com efeitos anti-esporulante e esporicida.
Em terceiro lugar, proporciona proteção
(cobertura) mais abrangente da planta, uma
vez que reúne as ações sistêmica e translaminar, possibilitando, com isso, melhor de-
Doses recomendadas:
Infinito: 1,25 L/ha
Consento: 1,70 L/ha
Nativo: 0,75 L/ha
CORREIO 25
INOVAÇÃO
Inseticida com sistemicidade completa
Movento Plus* combina o novo ingrediente ativo espirotetramate
com o imidacloprid, em formulação única, apresentando amplo
espectro de ação contra insetos sugadores de seiva
O Brasil cada vez mais se reafirma como
celeiro do mundo, graças à rápida modernização da sua agricultura. Inovações constantes nos campos da genética, no manejo e
fertilização de solos, no parque de máquinas e
nos insumos usados, geram grandes avanços
de produtividade. Mas as ameaças aos ganhos
em produção e à qualidade das colheitas, as
pragas, doenças e plantas daninhas, também
evoluíram e se alteraram de forma muito acelerada nos últimos anos, exigindo sempre
soluções mais adequadas para o seu manejo,
pois as medidas convencionais de controle não
satisfazem mais os objetivos de proteção das
culturas.
Sempre acreditando na evolução da agricultura
brasileira, a Bayer CropScience tornou-se a
empresa que mais investe no lançamento de
soluções de vanguarda, disponibilizando ferramentas inovadoras para os produtores das
diferentes culturas. Esta inovação significa a
irradiação das descobertas e dos conhecimentos científicos seguros gerados nos laboratórios da empresa para as
l av o u r a s ,
n a
forma de produtos que oferecem
respostas eficazes contra as
pragas e são mais adequados à saúde
humana e ao meio ambiente.
26 CORREIO
Movento Plus* (em fase de registro) será o
próximo lançamento da Bayer CropScience.
É um inseticida que combina o novo ingrediente ativo espirotetramate com imidacloprid
em uma formulação única. São dois mecanismos de ação atuando sinergicamente no controle de pragas que se alimentam da seiva das
plantas.
Com imidacloprid, a Bayer CropScience
lançou no mercado mundial a classe neonicotinóide, com mecanismo de ação dirigido ao
sistema nervoso central dos insetos, agindo como agonista do receptor acetilcolina
nicotílico (grupo 04 da classificação do
IRAC-MOA). Foi uma grande revolução no
campo dos inseticidas, inaugurando uma nova
fase no campo dos defensivos agrícolas no que
tange à eficácia, sistemicidade e toxicologia.
Imidacloprid é sistêmico e age sobre as pragas
por contato e ingestão, atingindo os insetos nas
fases jovens a adulta. Possui amplo espectro
de ação contra um grande número de insetos-praga, principalmente os sugadores,
como mosca-branca, perce-vejos, pulgões,
cigarrinhas, tripes, cigarras, cochonilhas e,
ainda, para muitas espécies de coleópteros.
Seu uso é consagrado no
mundo todo e
sua alta sistemicidade representou uma inovação também nas formas de aplicação. Além
de pulverização na parte aérea das plantas
(Provado), as várias formulações do ingrediente ativo são aplicadas via tratamento de sementes (Gaucho e CropStar) via tronco
(Winner) e via solo em forma de “drench”
(Confidor). É também muito conhecido pela
sua Força Anti-Stress, cientificamente comprovada e também observada pelos produtores.
Já o espirotetramate demonstra novamente a
vocação inovadora da Bayer CropScience.
Será o terceiro ingrediente ativo de uma classe
química de inseticidas-acaricidas genuína da
empresa, os cetoenóis. Depois de Envidor (espirodiclofeno), em 2003, e Oberon (espiromesifeno), em 2005, dentro desta nova classe
química surge agora o espirotetramate, também derivado de ácido tetrâmico. Seu mecanismo de ação inibe a síntese de lipídios nos
processos bioquímicos da lipogênese - LBI
(Grupo 23 da classificação do IRAC-MOA).
Espirotetramate age principalmente por ingestão e, pela importância da síntese de lipídios nos processos de crescimento, atua
fortemente sobre as formas jovens das pragas
e afeta a fecundidade de adultos. Atua contra
um grande número de insetos-praga, principalmente sugadores, como mosca-branca,
pulgões, cochonilhas, psilídeo
Tabela 1: Culturas e pragas controladas por
Movento Plus*
CULTURA
PRAGAS CONTROLADAS
Algodão
Pulgão-do-algodoeiro
Aphis gossypii
Mosca-branca
Bemisia tabaci raça B
Citros
Psilídeo
Diaphorina citri
Cochonilha-Orthezia
Orthezia praelonga
Minadora-das-folhas
Phyllocnistis citrella
Cochonilha-escama-farinha
Pinnaspis aspidistrae
Pulgão-preto
Toxoptera citricida
Cochonilha-farinha
Unaspis citri
cigarrinhas, percevejos, tripes e algumas larvas
minadoras, possuindo ainda efeito supressor
sobre certas espécies de ácaros. Constitui-se
também em uma ferramenta para manejo de resistência de mosca-branca, afídios e psilídios a
outros inseticidas.
É um ingrediente ativo com propriedade única
de sistemicidade em duas vias. Uma vez absorvido pelas folhas, move-se para cima e para
baixo, pelo xilema e pelo floema das plantas,
atingindo pragas escondidas (como pulgões nas
raízes) e protegendo as novas brotações que
surgem após a aplicação do produto, importantes alvos de ataque dos sugadores. É o único
inseticida que apresenta translocação das folhas
já existentes para as brotações novas, oferecendo proteção completa e prolongada contra
as pragas.
Uma outra característica é a sua ação prolongada de controle, conferida por sua afinidade
lipofílica associada a outros fatores como baixa
solubilidade e estabilidade à luz e a temperaturas extremas, o que permite sua aplicação em
todas as estações do ano com o mesmo desempenho.
A combinação destes dois ingredientes ativos,
com características tão especiais, confere a
Movento Plus* um potencial de controle de pragas sugadoras, marcante e destacado, atingindo
as pragas tanto nas fases jovens como os adultos com ação de choque e efeito prolongado.
Para um bom controle da mosca-branca, especialmente, este é um efeito muito desejado, pois
realmente interrompe o ciclo da praga e diminui
a transmissão de viroses.
As características toxicológicas de Movento
Plus* também o tornam um potencial substituto
para produtos de classe toxicológica I em diversas culturas.
O registro do Movento Plus* no Brasil contemplará as nove culturas e 22 pragas relacionadas
na tabela 1.
Autor: Desenvolvimento de Inseticidas
Bayer CropScience
Mosca-negra-dos-citros
Aleurocanthus woglumi
Pragas
Feijão
Mosca-branca
Bemisia tabaci raça B
Cigarrinha-verde
Empoasca kraemeri
Melão
Mosca-branca
Bemisia tabaci raça B
Pulgão-das-inflorescências
Aphis gossypii
Psilídeo
Diaphorina citri
Melancia
Mosca-branca
Bemisia tabaci raça B
Palma
forrageira
Cochonilha-do-carmim
Dactylopius ceylonicus
Pepino
Mosca-branca
Bemisia tabaci raça B
Soja
Percevejo-verde
Nezara viridula
Percevejo-verde-pequeno
Piezodorus guildinii
Mosca-branca
Bemisia tabaci raça B
Percevejo-marrom
Euschistus heros
Mosca-branca
Bemisia tabaci raça B
Tomate
Mosca-branca
Bemisia tabaci raça B
Pulgão-verde
Myzus persicae
Percevejo-marrom
Euschistus heros
Descrição do produto:
Movento Plus*
Pulgão-do-algodoeiro
Aphis gossypii
Ingredientes ativos: Espirotetramate + Imidacloprid
Classes químicas: Ácido tetrâmico (Cetoenol) + neonicotinóide
Formulação: SC 480 (120 g/L de espirotetramate + 360 g/L de
imidacloprid)
Mecanismos de ação: Inibidor da biossíntese de lipídios +
agonista do receptor acetilcolina nicotinílico
Sítios de ação: Mitocôndria + sistema nervoso central
Toxicidade aguda em ratos: LD50 oral e dermal > 2000 mg/kg
* Produto em fase de registro
CORREIO 27
membrana da fibra
Fibra muscular
(célula muscular)
Filamento
de miosina
Filamento
de actina
Miofibrila
Cálcio
Depósito de cálcio
(retículo sarcoplasmático)
Flubendiamida
Receptor
rianodina
Um novo mecanismo de ação
Flubendiamida, o ingrediente ativo do inseticida Belt, age em
um sítio de ação inédito relativamente aos atuais inseticidas em
comercialização. A nova substância (cor amarela) liga-se aos
receptores de rianodina nas miofibrilas dos músculos do inseto.
Em conseqüência, grandes quantidades de cálcio fluem do retículo
sarcoplasmático (depósito de cálcio) para as miofibrilas, onde
fazem com que os filamentos de miosina (em azul) deslizem
(setas) por entre os da actina (em verde). As miofibrilas encurtam-se e o músculo contrai-se permanentemente. Com isso, o inseto morre pela contração muscular irreversível.
www.bayercropscience.com.br

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