O Exército de Alexandre

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O Exército de Alexandre
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O Exército de Alexandre
Documento sem título
Estudos Temáticos de A. B. Bosworth
Tradução e Adaptação de Mário Porto
1 INTRODUÇÃO - O Exército da
Invasão em 334 A.E.C
Na primavera de 334 O exército de
Alexandre foi agrupado em Anfilópolis e uma pequena Força expedicionária já
estava operando na Ásia Menor. O número total das tropas é difícil de estimar
por causa da diversidade de números apresentado pelas fontes, variando desde um máximo
de 43.000 a pé e 5.500 a cavalo a um mínimo de 30.000 a pé e 4.000 à cavalo.
Algumas das discrepâncias podem
ser explicadas pela inclusão da força avançada no total das tropas, já outros
estudiosos a omitem; mas as inconsistências vão além e não podem ser resolvidas
a partir destas hipóteses.
Felizmente, o tamanho e a
composição do contingente macedônico não está seriamente em dúvida. Alexandre
levou com ele 12.000 infantes e deixou o mesmo número com Antípatro, seu
regente na Macedônia (Diod XVII.17.4,5).
Havia também um corpo de
infantaria macedônia, de alguns milhares de homens, servindo na Ásia (Diod.
XVII.7.10). Após Alexandre cruzar o Helesponto o total de sua infantaria
macedônica estava em torno de 15.000. A maioria era disposta em brigadas de
seis divisões de falanges (Arrian normalmente as denomina com o termo taxeias)
que tinham o título coletivo de Companheiros à Pé pezeteros (pezhetairoi). Pelo menos
três destas divisões eram recrutados de principados da Alta Macedônia e eram
denominados asteteros (asthetairoi), uma misteriosa classificação, que não foi ainda
explicada satisfatoriamente. As outras taxeias, aparentemente, não ostentavam
uma nomenclatura distinta, mas podem também ter sido recrutados em uma região
similar (Arr. III.16.11).
A maioria dos componentes da
infantaria macedônica era constituída dos corpos de hipaspistas. Esta força
tinha evoluído do antigo corpo da guarda dos reis macedônicos e seu núcleo, a
agema, ainda atuava como guarda de Alexandre, quando ele lutava à pé. O resto
dos hipaspistas eram organizados em quiliarquias (unidades de 1.000 homens),
talvez em número de três. Eles eram uma elite, selecionada por sua habilidade e
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físico e igualmente experientes no trabalho das falanges em batalhas campais e
em rápidas escaramuças, com infantaria leve e suporte de cavalaria. Nas
batalhas principais eles se alinhavam ao lado das taxeias nas falanges, e não
existe dúvida que seu armamento era o mesmo. Apenas o calibre era maior.
2 - O Exército da Invasão em 334
A.E.C. - Falanges
O equipamento da infantaria
macedônica era uma mistura do armamento de um hoplitas (soldados-cidadãos das
cidades-estado da Antiga Grécia armados principalmente com lanças e escudos.
Sua tática principal eram as falanges) e de um peltast (um tipo de infantaria
leve na Antiga Grécia utilizada como batedores e em escaramuças). A principal
arma ofensiva era a sarissa, uma enorme lança de seis metros de comprimento de
duas pontas e pesando cerca de 7 kg. Tinha uma pequena ponta de ferro em
formato de folha, e uma trava pontiaguda de bronze, na ponta inferior, que
podia ser usado para fixá-lo no solo e resistir às investidas de soldados
inimigos. Esta trava também servia como peso para manter o equilíbrio da lança
durante seu manuseio, bem como uma ponta reserva, a ser utilizada caso a outra
fosse danificada. Como resultado, a arma somente podia ser manipulada usando-se
as duas mãos, o que permitia apenas um escudo pendurado em volta do pescoço
para proteger o ombro esquerdo. Existiam armas secundárias, como uma lança
ortodoxa mais curta e uma espada afiada, mas eram de importância secundária na
batalha campal, pois não se esperava contato direto.
O armamento leve era uma escolha
lógica. Era a linha de sarissas que oferecia a primeira proteção, tornando a
infantaria da falange praticamente invulnerável, exceto para ataques de misseis
(pedras etc) e era, portanto, supérfluo equipá-los com armadura pesada. Se
temporariamente dispensassem a sarissa, tinham a mobilidade compatível com uma
infantaria leve.
As falanges eram organizadas em
unidades básicas de dezesseis (originalmente eram dez, dai o nome técnico de
dekas) as quais eram combinadas em agrupamentos maiores denominados lochoi. Na
sua formação principal, parece que as falanges tinham a profundidade de
dezesseis homens, as dekades implantadas lado a lado, com os homens mais
experientes na frente. Em um engajamento, apenas as três ou quatro primeiras
filas usavam a sarissa em posição de ataque; as demais as mantinham vertical,
como proteção de mísseis e usavam seu peso para aumentar o momento da linha de
frente.
Poderiam acontecer inúmeras
variações possíveis. As dekades poderiam ser dobradas, aumentando a
profundidade da falange para trinta e dois, ou reduzidas à metade para oito; e
a mudança do front podia ser gradual, como aconteceu em Issus, quando a linha
dos macedônios, originalmente com trinta e dois de profundidade, foi
gradualmente se expandindo à medida que a planície abria. Se buracos
acontecesses nas linhas de frentes, o preenchimento com as linhas de trás eram
continuamente transferidos até que a falange fosse finalmente reduzida a oito.
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O desempenho mais impressionante
registrado foi a disposição organizada por Alexandre contra os Ilírios, em 335.
Na ocasião, ele concentrou uma maciça falange de profundidade 120 e efetuou uma
série de mudanças na frente, mudando a direção da marcha e o impulso da sarissa
da esquerda para a direita. Finalmente, ele recuou totalmente o front criando
uma cunha com a ponta para a esquerda (Arr. 1.6.1-3). Estas manobras foram
realizadas em silêncio e a disciplina do desfile no terreno foi imaculada.
O treinamento era orientado para
produzir uma inquebrável e flexiva massa de infantaria. No período
pós-Alexandre a integridade da falange se tornou um fetiche: quebras nas linhas
eram fatais e comandantes não concebiam levar seus homens em terrenos
acidentados ou através de cursos d'água. Os homens de Alexandre eram mais
versáteis. Eles eram conduzidos em linha sobre terreno difícil como em Issus e
lutavam e se engajavam nos rios; e suas linhas foram quebradas em Issus e
Gaugamela sem resultados catastróficos. Os homens do meio podiam, obviamente,
lidar com algum grau de quebras no front, de uma maneira que se tornou
impossível depois, quando a Sarissa era de oito metros ou mais.
Nem todas as ações requeriam o
armamento completo. É pouco provável, por exemplo, que a infantaria envolvida
na caça final a Dario carregasse a sarissa pesada (Arr. III.21.2-7);
provavelmente marcharam apenas com lanças. Mas parece claro que sua arma básica
era a sarissa. Era usada pela guarda macedônia na corte em situações onde era
pesada e inapropriada (Arr. IV.8.8-9); e fomos explicitamente informados que
quando a infantaria macedônia cruzou o Danúbio, em 335, eles carregavam a
sarissa.(Arr. 1.4.1).
Os falangitas, então, eram
essencialmente parte de uma massa corporativa treinada para uma forma muito
especializada de lutar e desfrutando do peso e coesão de um armamento ofensivo
que foi inigualável no mundo contemporâneo.
3 - O Exército da Invasão. Cavalaria Macedônica
A contrapartida da infantaria nas
falanges era a cavalaria macedônica, coletivamente denominada de Companheiros
(hetairoi). No Helesponto eles eram 1.800 fortes cavaleiros divididos em oito
esquadrões (ilai), um dos quais, o ile basilike, defendia o rei quando este
lutava à cavalo, Este esquadrão real formava a elite, provavelmente
compreendendo a maioria dos cortesões, aqueles dos Companheiros que
propriamente não tinham um comando específico. Por outro lado, eram contratados
com base regional.
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Estes esquadrões, cujas origens
estão registradas a partir dos distritos da Trácia onde Filipe tinha
estabelecido seus estabelecimentos militares: Bócia, Anfilópolis,
Apolônia, Antemos. A única exceção era uma misteriosa 'ile legeana' (Arr.
11-9-3) que pode ser uma unidade mais antiga criada antes da instituição do
recrutamento regional.
A cavalaria da Alta Macedônia
(Arr. 1.2.5) era outro grupo regional, mas não existe evidência direta de que
eles foram levados na campanha da Ásia. Eles podem ter sido parte dos 1.500
cavaleiros deixados com o exército em casa com Antipatro (Diod. 17.5), mas é bastante
provável que Alexandre levou tropas de todos os setores do reino para a Ásia,
deixando uma proporção de cada área de recrutamento.
A princípio não existe registro
de nenhuma subdivisão dos ilai; cada esquadrão, aparentemente, lutava sob seu
comandante local; Seu armamento era simples, uma lance de ataque de cornizo com
um estoque de javelins como reserva (lança curta trabalhada com uma das mãos
como se fosse um dardo) e provavelmente uma armadura para o cavalo, juntamente
com uma armadura individual mínima, incluindo o capacete macedônico, a kausia.
Em batalhas campais a cavalaria
era a principal força de ataque de Alexandre. As cargas de cavalaria de tempos
em tempos, usualmente em formação de cunha, exploravam as quebras nas linhas
inimigas. Infelizmente, o número de cada esquadrão é apenas matéria de
suposição. A guarda real pode ter totalizado 300 ao final do reino, mas não
existe indicações de sua força na época do cruzamento do Helesponto. Na
verdade, não sabemos se o número de Diodorus de 1.800 cobre somente os
Companheiros ou inclui outras unidades da cavalaria macedônica.
A questão é complicada pelo
problema dos prodomoi. Estas tropas eram uma divisão de cavalaria regularmente
associada com os Companheiros e os cavalos leves Peônios: e como o seu nome
implica, eles eram usados em missões de reconhecimento. Mas eram também
denominados "portadores de sarissa" (sarisophoroi); e está claro que
eles operaram na vanguarda do assalto em Granico, armados com a sarissa da
cavalaria, que por todas as indicações que possuímos era igual em tamanho à
arma da infantaria. Eles eram divididos em ilai como os Companheiros, e havia
pelo menos quatro delas (Arr. 1.12.7). Usavam a sarissa nas batalhas, e devido
ao fato de que eram habitualmente mencionados por Arrian sem nenhuma
qualificação étnica, sugere-se de que eram nativos da Macedônia, organizados
propriamente separados dos Companheiros mas para serem incluídos na contagem
total de 1.800 de Diodorus, para a
cavalaria macedônica. Parece que cumpriam uma função dupla, rastreamento
avançado (claramente sem a sarissa) e luta anticavalaria. A sarissa que se
projetava mortalmente para frente e para trás do cavalo, não poderia ser usada
em formações fechadas sem perigo mortal para as suas próprias tropas.
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O uso da cavalaria precisava de
amplo espaço ou ser massificada em linhas simples estendidas, caso em que
podiam prover uma efetiva oposição contra o assalto frontal por oponentes mais
levemente armados.(Arr. IV.4.6). Embora exista evidência notável no Mosaico de
Alexandre, que os Companheiros deviam usar a sarissa em certas ocasiões, é
evidente que a arma não podia ser usada com proficiência no assalto com
formação em forma de cunha.
A principal arma dos Companheiros
deve ter sido a lança de ataque curta e seu treinamento visava ataques intensos
em formação fechada e colunas densas, contratando com os prodromoi que eram
designados para operar em condições mais abertas. Ambos eram Macedônios, mas
não temos meios de acessar seus números relativos, e o total dos ilais nos
prodromoi permanece desconhecido.
04.- O Exército da Invasão. Infantaria Leve)
O complemento indispensável das
forças macedônicas era a infantaria leve. Algumas destas unidades eram
oriundas, propriamente, da Macedônia, mas existe pouca evidência explícita.
Arrian menciona ocasionalmente divisões (taxeias) de tropas com armamento leve,
mas raramente fornece uma indicação de suas origens nacionais e nunca designa
nenhuma delas como da Macedônia.
Por outro lado, ele parece
incluir Trácios e Agrinianos entre as taxeias de homens armados com javelin. O
único grupo conhecido de tropas leves que pode ser composto de macedônios é o
contingente de homens armados com javelin, comandados por Balacro; é listado
sem etnia, na descrição de Arrian na linha de Gaugamela, o qual especifica a
origem nacional das outras unidades. Se existia infantaria leve macedônica ela
era, seguramente, não muito numerosa.
Como vimos na postagem 02, a
infantaria das falanges tinham um armamento defensivo relativamente leve, os
mais experientes e mais bem pagos iam à frente e pouco macedônios teriam sido
excluídos do serviço com base na sua pobreza. Alexandre teria sido bem
aconselhado a concentrar sua infantaria nativa nas falanges, deixando seus
vizinhos do norte suprir a infantaria leve. Em geral isto foi o que aconteceu.
O mais importante dos
contingentes leves de Alexandre eram os montanhistas Agrinianos, um corpo
relativamente pequeno de homens armados com javelin vindos do Alto Struma
(Strymon).Eles são atestado algo como trinta vezes, somente em Arrian, usados
em todas as ocasiões que exigiam por movimentos rápidos em terrenos difíceis.
Na época da campanha do Danúbio eles foram empregados com os hipaspistas e com
infantaria selecionada de falanges para,
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particularmente, árduas marchas e na batalha formal eles tomaram parte de uma
proteção defensiva no avanço da linha principal. Seus associados principais
eram os arqueiros.
Uma vez mais, deve ter existido
um corpo de arqueiros da Macedônia (Arr. III.12.2), mas seu número era pequeno.
Caso contrário, os arqueiros se constituíam em grande parte dos Cretanos e dois
atestados comandantes do contingente eram nascidos em Creta. Os arqueiros eram,
evidentemente, um corpo especializado, recrutados fora da Macedônia e como os
Agrianos eles eram utilizados lado a lado com as tropas macedônias, sempre que
táticas de escaramuça eram exigidas. Os Trácios eram ocasionalmente usados no
mesmo papel (Arr. 1.28.4), mas os arqueiros e Agrianos foram mais
frequentemente atestados e Diodorus (XVII.17.4) os relaciona como um corpo
composto, 1.000 no Helesponto. Esta é uma estimativa mínima. Alexandre tinha
implantado duas vezes este número no
norte (Arr.1.6.6) e quando a campanha da Ásia se iniciou eles foram inchados
com reforços. Na metade dos anos do reino havia pelo menos 1.000 fortes
Agrianos e os arqueiros formavam brigadas na quiliarquias (Arr.IV.24.10).Eles
provaram ser unidades chave e eram sistematicamente expandidos.
5.- O Exército da Invasão. Tropas Aliadas
O resto das tropas além das
Falanges, Cavalaria Macedônica e Infantaria Leve, se constituía de tropas
aliadas e mercenários.
Das tropas aliadas o mais
importante contingente era, com certeza, a Cavalaria Tessália, provavelmente em
igual número ao da Cavalaria Macedônica e praticamente do mesmo calibre.
Assim como os Companheiros, ela
era dividida em ilai, dos quais o contingente da Farsália era o mais
prestigioso e numeroso (Arr. III.11.10) e desempenhavam praticamente as mesmas
funções dos Companheiros, protegendo a ala esquerda das falanges nas três
principais batalhas. A estrutura de comando parece ter um paralelo com a da
Cavalaria Macedônia, com ilai basicamente regionais, mas com a liderança de um
comandante macedônio.
O resto da cavalaria aliada,
predominantemente da Grécia central e do Peloponeso, era muito menos importante
e efetiva, poucos em número e menos proeminentes nas ações. Como os Tessálios
eles eram divididos em ilai sob o comando de um oficial macedônio.
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A infantaria dos estados gregos
aliados era mais problemática. Eles formavam um contingente numericamente
forte, 7.000 deles cruzaram o Helesponto em 334, e eram predominantemente
hoplitas, fortemente armados. Porém, uma vez na Ásia eles foram notáveis, principalmente, por sua
ausência. Não existe registro explícito de participarem em nenhuma das batalhas
principais. Em Gaugamela podemos inferir que eles supriram a maior parte do
efetivo reserva para as falanges (Arr. III.12.1), mas nos outros engajamentos
não houve espaço para eles. São apenas mencionados como participantes em
campanhas subsidiárias, usualmente sob comando de Parmênio (na Trôade na
passagem de Anamide, na Frígia na marcha em Pérsia) e nunca aparecem na
entourage de Alexandre. Um contingente de Argos foi despachado para a guarnição
em Sardes (Arr.1.17.8), mas este é o único caso registrado (Já a cavalaria
aliada, entretanto, formou a guarnição original da Alta Síria).
Parte da razão para serem negligenciados
deve ter sido a natureza heterogênea da infantaria aliada, retirada como foi de
uma pletora de diferentes cidades era virtualmente impossível para seus
comandantes macedônios organizá-las como uma unidade única. Havia também a
questão da lealdade. Alexandre pode muito bem ter sido relutante em confiar em
homens, recentemente, conquistados em Queroneia, para fazer frente aos
mercenários helênicos em serviço na Pérsia. Eram muitos parentes contra ele e
seus aliados Gregos e naturalmente, tinham menos estômago para as tarefas do
que seus macedônios nativos.
O outro importante grupo de
infantaria era os 7.000 forte contingente dos Trácios, Tribálios e Ilírios.
Estas tropas eram, no mínimo, mais evasivas do que a infantaria helênica. Os
Tribálios nunca são mencionados na narrativa da campanha e os Ilírios apenas
ganham uma referência de passagem na narrativa de Curtius sobre Gaugamela
(IV.13.31), quando foram associados com a infantaria mercenária.
Os Trácios eram um pouco mais
proeminentes. Sob o príncipe Odísio, Sitalces, eles foram ativos antes e
durante a batalha de Issus e em Sagalassos e Gaugamela eles desempenharam
exatamente as mesmas funções na ala esquerda da linha como os Agrianos na
direita (Arr. 1.28.4, III.12.4). Pode ser apenas casual que não tenhamos ouvido
nada mais sobre ele em ação, mas sua história subsequente sugere que Alexandre
não os considerava, de forma alguma, indispensáveis. Uma grande proporção foi
deixada para trás em 330 para guarnecer as satrapias da Média e Partia. (Arr.
III.19.7: V.20.7). Uns poucos retornaram ao exército principal em 326/5, mas o
contingente inteiro de Trácios foi logo descartado, deixados no não invejado
papel de força de guarnição, no norte da Índia (Arr. i.15.2).
Evidências, tais como estas,
sugerem que os Trácios não eram normalmente empregados como tropas da linha de
frente, mas utilizados em missões secundárias ou em posições onde o peso da
quantidade era mais importante do que a especialização. Foram eles que formaram
a força de ocupação na ilha de Lade com 4.000 outros não macedônios negando
acesso à frota Persa (Arr. 1.18.5) e foram também designados para a construção
de estradas em Panfília (Arr. 1.26.5). Parece claro que Alexandre não tinha
interesse em repatriar nenhum deles e a principal razão de ser deste
contingente Trácio, pode ter sido simplesmente mantê-los fora da Trácia. Sua
ausência significava que o território seria mais facilmente controlado. A mesma
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consideração se aplica até mesmo com mais ênfase aos Ilírios e Tribálios.
A cavalaria Trácia se enquadra na
mesma categoria. Estas tropas eram postadas lado a lado com a cavalaria dos
aliados gregos em Granico e Gaugamela, mas seu emprego era bastante esporádico
e foram designados para a guarnição Média junto com a infantaria. Um posterior
contingente da Cavalaria Trácia que alcançou a Índia, mais tarde em 326 (Curt.
IX.3.21) foi certamente deixada com a força das satrapias do norte da Índia.
A outra cavalaria do norte, os
Peônios, teve uma carreira mais distinguida. Eles eram associados com os
prodromoi e estiveram na vanguarda da luta em Granico e Gaugamela; e eram
suficientemente armados de forma leve para serem denominados batedores, com
todo o direito (Arrt. III.8.1). Mas não são mencionados em nenhuma narrativa
após 331 e não existe registro de terem sido designados para nenhuma força de
guarnição. O seu número deve ter sido pequeno (cerca de 900) e podem ter sido
facilmente amalgamados com outras unidades.
6. O Exército da Invasão. Tropas Mercenárias)
Completando esta descrição das
tropas da Invasão em 334 A.E.C, Alexandre como seu pai fez uso extensivo de
mercenários. Somente 5.000 foram registrados no Helesponto, mas havia
certamente muitos milhares já atuantes na força expedicionária na Ásia Menor,
incluindo toda a cavalaria mercenária.
Um grupo distinto, os
"velhos mercenários", estavam agrupados sob o comando de Cleandro.
Por outro lado, eles parecem ter sido divididos da maneira que cada ocasião
demandava.
A cavalaria mercenária em
Gaugamela estava dividida em dois grupos, sob Menidas e Andrômaco, novamente
ambos macedônios e a divisão de comando persistiu por muito tempo (Arr.
III.25-4).Esta é a única organização com algum grau de permanência que pode ser
traçada. Em geral os mercenários parecem ter sido organizados em uma base bem
mais fluida que o restante do exército. O seu número flutuava constantemente à
medida que novas unidades eram recrutadas e mercenários já em serviço eram
despachados para guarnecer as forças nas satrapias ou, nos últimos anos do
reino, prover colonos nas novas fundações no leste.
Eles eram provavelmente a parte
mais dispensável do exército em termos de luta na linha de frente. Nas batalhas
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principais eram deixados na reserva, exceto pela cavalaria que desenvolveu um
papel importante em Gaugamela; e como a infantaria da Liga Corintiana, eles
tendiam a ficar sob o comando de Parmênio, para serem utilizados em expedições
secundárias.
Nos últimos anos as forças
enviadas para lidar com Satibarzane na Areia e Espitamenes na Sogdiana, eram
quase exclusivamente compostas de mercenários (Curt VII.3.2; Arr. IV.3.7).Na
verdade, exceto a entourage imediata de Alexandre as tropas de lutas através
do império tendiam a ser mercenárias.
No início, devido à necessidade
de pagá-los regularmente e ao fato de que o Grande Rei era um pagador
competidor, o número se manteve baixo. Além dos 300 mercenários tomados da
guarnição de Mileto (Arr. 1.19.6) existiam apenas 4.000 atestados como
recrutados no Peloponeso, por Cleandro e 400 cavaleiros enviados a Menfis por
Antipatro. Isto é admitidamente um registro parcial, mas, vividamente em contraste com a situação depois de 332,
quando os recursos de Alexandre eram praticamente ilimitados. A partir de
então, houve um vasto e contínuo influxo; quase 60.000 recrutas são listados
nas fontes que nos chegaram e muitos mais podem sequer sido registrados.
7.: Evolução e Organização do
Exército: 333-323
Era o núcleo macedônio, talvez
uma infantaria de 15.000 retirada de uma força original totalizando mais de
40.000, que era fundamentalmente importante, a principal força de ataque do
exército e a peça âncora para todas as principais batalhas.
Do ponto de vista da cavalaria,
os macedônios eram menos dominantes, pelo menos eram balanceados pelos
Tessálios, mas ainda eram utilizados muito mais frequentemente por Alexandre
que qualquer outra unidade de cavalaria.
Em termos numéricos seu exército
era enorme, ultrapassando o número total de combatentes em Nemea em 394, mas o
complemento vital macedônio era uma parte relativamente pequena dele. Na
prática, todas as vitórias de Alexandre, exceto talvez em Gaugamela, foram
vencidas com apenas uma fração das forças à sua disposição.
Consequentemente, os primeiros
anos da campanha experimentaram um aumento planejado do tamanho do núcleo
macedônio no exército, à medida que Alexandre se preparava para encontrar a
completa carga do império Persa. Nossas fontes registram um impressionante
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número de reforços da Macedônia entre 333 e 330.
Em Górdio 3.000 homens de
infantaria macedônios e 500 cavaleiros, Macedônios e Tessálios, chegaram para
inchar suas forças (Arr. 1.29.4); a logo antes da entrada na Cilícia mais tarde
naquele verão, um adicional de 5.000 homens de infantaria e 800 cavaleiros
chegaram da Macedônia. Este influxo expandiu a falange original pela metade e
pode não representar o completo total. Curtius indicou que outras forças tinham
chegado ou estavam à caminho na época da luta em Issus (III.124;7.8).
No final de 333 o componente
macedônio do exército alcançou sua maior densidade até então. Os números caíram
no ano seguinte quando os cercos de Tiro e Gaza tiveram seu impacto e no final
de 322 um dos comandante de falanges, foi enviado em uma missão de recrutamento
urgente, através dos gelados mares do Mediterrâneo.
Antes do verão de 331 ele agrupou
uma força de 15.000, um exército em si mesmo, incluindo 6.000 de infantaria
macedônia e 500 cavaleiros. Esta é a última notícia que é ouvida sobre
específico reforço Macedônio. Embora exista amplo registro de novas chegadas
mais tarde, nenhum contingente inclui macedônios nativos; as tropas que vieram
de Antipatro eram Trácios, Ilírios ou mercenários. O próprio Alexandre
requisitou recolocações vindas da Macedônia em 327 (Arr. IV.18.3), mas não
houve aparentemente resposta, e em 324, quando ele desmobilizou os 10.000
veteranos de Opis, insistiu que
Antipatro trouxesse recrutas, principalmente, da Macedônia, para assumir o
lugar deles. Mas Antipatro nunca deixou a Macedônia e os reforços jamais
chegaram.
O país já estava drenado de
homens adequados para a luta, pelas contribuições já enviadas (Diod.
XVIII.12.2), e o exército em casa não podia ser mais enfraquecido. Na verdade,
Antipatro, tinha problemas em erguer um exército em 331/0 e ainda mais depois
da deflagração da Guerra Lamiaca, quando ele ficou seriamente atrapalhado. Com
efeito, os macedônios que estavam no exército em 330, não tiveram reforços até
o final do reino. Mesmo assim seu número era impressionante.
Em Opis no verão de 324, 10.000
macedônios foram desmobilizados e um forte contingente permaneceu, um mínimo de
8.000 na ocasião da morte de Alexandre.
O período crucial em termos de
reforços foi 333-331 A.E.C. Mesmo tendo como base relatórios os precários que
chegaram até nós, está claro que tanto a infantaria macedônia como a cavalaria
foram dobradas e o aumento foi com, provavelmente, ainda maior.
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É improvável que a taxa de
mortalidade fosse menor do que 50%, dadas as circunstâncias de luta e o rigor
das condições físicas encontradas. Neste caso, o número de tropas Macedônios
obtidas de casa totalizou acima de 30,000. o número operacional real alcançou
um pico no final de 333 e novamente no fim de 331, e declinou através do resto
do reino.
O efeito do número adicional é
difícil de rastrear. Não resultou em nenhuma grande mudança na organização.
Naquilo que podemos contar, a vinda de reforços eram divididas entre as
unidades existentes de acordo com suas origens regionais.
Os batalhões de falanges pelo que
sabemos permaneceram seis em número entre Granico e Gaugamela, mesmo que o
complemento de cada batalhão tenha sido bastante aumentado. Mesmo os
massivos reforços trazidos por Amintas foram simplesmente incluídos nas
unidades existentes de acordo com a nacionalidade. Foi somente na ocasião da
invasão da Índia que existe evidências de um sétimo batalhão de falanges, e a
evidência para isto é, na melhor das hipóteses, circunstancial: sete comandantes
aparecem nomeados, simultaneamente, na cabeça das taxeias de falanges, A razão
para uma mudança como esta é totalmente opaca. Um dos batalhões pode ter se
tornado desproporcionalmente grande devido aos reforços e perdas irregulares e
então foi dividido em dois comandos. Isto, entretanto, é especulação. Não
sabemos a razão e não existe indicação de quando a mudança ocorreu e por quanto
tempo durou.
Houve alguma reorganização ao
final de 331 quando os reforços macedônios de Amintas chegaram. Alexandre dividiu
a cavalaria existente ilai em dois lochoi e apontou novos subcomandantes,
promovidos por mérito e não por filiação regional. Foi uma quebra de tradição e
o rei deve ter tido fortes razões para esta ação. Com toda a certeza foi um
primeiro passo na direção de quebrar os
laços entre os comandantes originais e seus homens. Havia agora um nível
intermediário de comando pelo qual não tinham conexão necessária com seus
homens, mas deviam sua nomeação somente ao favor real.
Um desenvolvimento similar pode
ter tido lugar na organização dos hipaspistas. Os detalhes são tristemente
ilegíveis em Curtius (V.2.2-5), mas parece que outro comandante foi introduzido
na hierarquia, os novos oficiais novamente atingiram a preferência somente por
méritos militares. Desta época em diante o corpo de hipaspistas tinham
quiliarquias e Pentarquias, unidade de 1000 e 500 e existia uma nova
categoria de oficiais de status relativamente humilde.
Após 330 a totalidade da cavalaria macedônia parece
ter se reorganizado. A unidade básica
não era mais a ile, mas uma nova formação denominada "Hiparquia".
Estas novas unidade são inicialmente registradas na parte Ptolemaico da
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narrativa de Arrian durante a primavera de 329 e a partir de então as
"hiparquias" são quase invariavelmente a nomenclatura para as
unidades de cavalaria. Quando lemos de ilai, elas aparece, como subdivisões,
cada hiparquia compreendendo um mínimo de duas ilais (Arr. VI.21.3-4, 27.6).
A Ile Real também desaparece como
um título e é substituída pelo termo agema; A Cavalaria e infantaria de
Alexandre agora tinham a mesma nomenclatura, infelizmente, não existe lista de
hiparquias e seus comandantes comparável à lista de ilais em Gaugamela, e
somente podemos inferir seu número por sugestões aleatórias na narrativa da
campanha Parece que era, oito hiparquias em adição à Agema através da campanha
da Índia, mas se era um número constante desde o início é um problema
insolúvel. Ptolomeu, pelo menos, tinha três hiparquias de Companheiros na sua
perseguição de Bessus, e isto era claramente uma fração do total da força. Não
é improvável que existissem oito hiparquias desde o começo de 329.
A outra grande mudança neste
período (333 - 3312) é o aparentemente desaparecimento dos prodromoi. A unidade
não é verificada em ação sob esta denominação após a morte de Dario. Existe uma
referência fugaz a sarissóforo em 329 quando aparentemente ainda estavam
agrupados em ilai (Arr. IV.4.6). Não deviam, todavia, estar divididas em
hiparquias, mas as tropas mercenárias estavam tão organizadas que se poderia
esperar que as tropas macedônias tenham sofrido a mesma transformação. Pode ser
que as ile estivessem sendo utilizadas com um sentido técnico posterior e a
sarisophoroi em 329 estavam mobilizadas em sub grupos contra seus inimigos. Em
todo caso, é a sua última aparição e é uma suposição razoável de que elas tivessem
sido amalgamadas com a cavalaria dos Companheiros e organizadas em hiparquias. Cada
hiparquias, por exemplo, poderia ter uma subdivisão de sarissóforo. Adicionaria
versatilidade quando distante da base e as subunidades poderiam ser
despachadas para serviços especiais durante emergência a a travessia do
Iaxartes.
A força relativa das hiparquias é
desconhecida. Existe uma evidência leve que no período do sucessores o número
da agema era de 300. Com relação ao resto dos companheiros existe apenas a
informação de Arrian de que seriam 1.700 para a tropa embarcada no início da
viagem para o Indus (Arr. VI.14.4), mas não existe indicação que este era o
contingente completo. Perdicas ao menos estava distante em outra missão (Arr.
VI,15,1) e pode não ter sido a única ausência. Tudo o que temos é um número
mínimo que é surpreendentemente grande, quase tão grande como o completo corpo
da cavalaria macedônia no Helesponto. Reforços foram numerosos até 331/0, mas a
taxa de perdas teria sido alta. Se os companheiros somavam um mínimo de 1.700
em 326, existem muitas razões para se acreditar de que eles absorveram os
prodromoi.
As causas da reorganização não
foram registradas, mas eram presumivelmente importantes. Termos técnicos,
especialmente os tradicionais não são mudados para fazer história. A execução
de Filotas foi certamente relacionada com o movimento. Após sua morte Alexandre
se recusou a nomear um novo comandante para a cavalaria toda, mas dividiu os
Companheiros entre Clito, o comandante veterano da ile Real e Hefastion, seu
mais próximo amigo. A divisão foi realizada por questões de segurança (Arr.
III.27.4), e pode ter sido parte de uma reorganização mais geral da cavalaria,
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para diminuir os laços de lealdade pessoal. Quase um ano antes, ele havia
introduzido as suas unidades (lochoi) com comandantes nomeados por mérito.
Existe outra ligeira evidência para essa experiência: sua força na entrada nos
Portões da Pérsia incluía a tetrarquia da cavalaria (Arr. II.18.5), uma unidade
registrada nem antes nem depois.
Alexandre pode ter conscientemente
mudado o equilíbrio da cavalaria, agindo nos laços regionais dos ilai e
objetivando uma força mais homogênea. Podem ter ocorrido também considerações
logísticas. As ilai podem ter ficado desequilibradas no tamanho, devido a
perdas desproporcionais nas batalhas e acréscimos
aleatórios através de reforços, que provavelmente não foram divididos com
equidade matemática entre as área de recrutamento. Algum nivelamento pode ter
sido necessário. Em todo o caso as antigas ilai se foram, como se foram seus
comandantes: apenas Demétrio, filho de Altemenes sabemos que continuou com a
hiparquia. Em seu lugar entraram as novas unidades compostas cujos comandantes
eram da elite da corte de Alexandre.
Nenhuma reorganização foi
verificada para as falanges de infantaria. As divisões entre hipaspistas e
batalhões de falanges persistiram até o final do reino e, exceto pela adição de
um sétimo batalhão, não existe evidências de nenhuma modificação importante.
Houve uma pequena inovação na
nomenclatura. Logo após entrar na Índia, diz-se que Alexandre introduziu
escudos de prata em seu exército e os cunhou com o título argiráspides (Justin
XII.7.5). Este termo novo foi reservado para os hipaspistas e estava
aparentemente em voga no final do reino: mas apenas se tornou próprio após sua
morte. Na ocasião os hipaspistas de Alexandre mantiveram sua identidade
corporativa e insistiam no título de argiráspides, o qual os distinguia dos
vários corpos de hipaspistas formado pelos sucessores. No tempo de Alexandre,
quando não havia competição, hipaspistas parece ter sido o termo geralmente
usado. A unidade manteve o status de elite durante todo o reino e foi presumivelmente
complementada do resto da falange para manter sua composição relativamente
estável.
Após a morte de Alexandre ainda
eram 3.000, todos os seus membros endurecidos veteranos nas batalhas de sua
campanha. Em 317 A.E.C, cada homem destes dizia-se ter acima de 60 anos, uma
afirmação que sem dúvida é exagerada, mas a qual provém de testemunha ocular
contemporânea, Hieronimo de Cardia.
Os hipaspistas compreendiam os
mais experientes da infantaria do reino e deve ter havido uma constante
transferência de homens escolhidos dos batalhões de falanges, que sofriam como
resultado. Após a desmobilização dos 10.000 veteranos em Opis o núcleo das
tropas de falanges, incluindo hipaspistas, caiu abaixo de 10.000 e no final do
reino, Alexandre foi forçado a complementá-los com tropas de infantaria
iranianas. (Arr. VII.23.3-4). Somente quatro homens em cada linha de dezesseis
eram macedônios, estacionados tanto na frente como na retaguarda; a massa da
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formação era agora persa, armados com arcos e dardos javelin.
A falange mista que emergiu foi
projetada somente para ataque frontal e não demonstrava nenhuma flexibilidade
que caracterizava as manobras de infantaria do início do reino. Era uma
improvisação para tirar o máximo na ausência de uma falangite pouco treinada
com a sarissa e superabundante de iranianos destreinados.
Este pequeno número de infantaria
macedônia em 323 explica em grande parte a rápida ascendência da cavalaria no
conflito após a morte de Alexandre. O vasto diferencial entre os dois corpos,
existente no início do reino, tinha gradualmente se reduzido.
8: O Uso de Tropas Orientais Parte 1 (Cavalaria)
O ponto de inflexão na evolução
do exército de Alexandre parece ter sido o ano de 330. Até então, o componente
macedônio foi progressivamente reforçado, atingindo picos antes de Issus e
depois da chegada do grande contingente de Amintas no final de 331.Alexandre
então considerava seguro se despojar de tropas não macedônias.
As forças de infantaria e
cavalaria da Liga de Corinto foram desmobilizadas de Ectabana, na primavera de
330; até mesmo a cavalaria Tessália realistada, foi dispensada em Oxus, menos
de um ano depois (Arr. III.29.5). Alexandre então confiava no núcleo macedônio
para o trabalho da linha de frente e nos mercenários para funções de apoio. Os
últimos eram importantes e foram recrutados em número crescente (veja na
postagem 06, anterior); mas elas foram provavelmente realocadas logo que
chegaram. Os registros parciais das fontes imaginavam que elas contavam 36.000
deixados em forças de ocupação de satrapias ou nas novas cidades fundadas e
havia muitas colônias nas quais o número de mercenários não são fornecidos.
O desperdício era constante e
Alexandre não podia ter um grande número em seu exército de campo, a um dado
momento. Com o complemento helênico de seu exército reduzido a poucos, se
algum, de reforços vindos da Macedônia, o rei mergulhou em três anos de luta de
guerrilha, primeiro no planalto iraniano e depois na Bactria e Sogdiana. Não é
surpresa que ele tenha sido forçado a se voltar, em número crescente, para
tropas orientais.
A data em que este
desenvolvimento começou é difícil de fixar. A partir do final de 330, Alexandre
empregou uma tropa especializada de homens montados com dardos javelin, a qual
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se assume, usualmente, como sendo de origem persa. Esta é uma possibilidade não
atestada em lugar nenhum; e os novos corpos foram imediatamente mobilizados
para prover uma força de guarnição para Areia (Arr. III.25.2), um papel no qual
nenhuma unidade oriental é atestada, mesmo nas satrapias indianas. É igualmente
possível, que a nova unidade fosse
composta de cavalaria europeia. Os Peônios, por exemplo, não são mencionados
após Gaugamela, e como uma cavalaria leve eles poderiam muito bem ter formado o
núcleo da unidade especializada de homens com javelin, a qual é associada nas
ações com os Agrianos, também estes uma tropa da Peônia (Arr. IV.24.4,
VI.17.4).
O primeiro inequívoco uso de
tropas orientais foi no inverno de 328/7. No final da campanha da Sogdiana
cavaleiros locais estavam servindo ao lado das forças macedônias (Arr.IV.17.3).
Alexandre levou mais deles com ele para a Índia e no Hydaspes ele empregou
cavalaria da Arcósia, Parapamisade, Bactria, Sogdiana e dos territórios Saca do
norte (Arr. Vii.3, 12.2). Elas eram complementadas por contribuições de
príncipes indianos amigos até que a força sob seu comando atingiu o fantástico
total de 120.000 (Arr.Ind.19.5), somente uma fração deste total era de
macedônios.
Até agora, a cavalaria oriental
lutava em unidades nacionais separadas, a única exceção sendo o corpo de
arqueiros montados recrutados ao menos em parte dos nômades Dahae, que eram
regularmente alinhados ao lado das tropas da Macedônia. A maioria estava na
mesma categoria dos contingentes de Ilírios e Trácios, em 334, contribuindo
tanto para reduzir a resistência em seus países de origem, como aumentar a
força do exército de Alexandre. Eles aparentemente mantiveram suas identidades
separadas até o retorno para o ocidente, quando aconteceu alguma integração com
a cavalaria macedônia. De acordo com Arrian, uma das queixas em Opis foi a
admissão de orientais selecionados para a unidade de cavalaria dos
Companheiros: quatro hiparquias foram formadas exclusivamente pelos orientais e
havia uma quinta que combinava Macedônios e Iranianos.
Gostaríamos de conhecer mais
sobre a transição, o número de iranianos envolvidos e sua força relativamente
aos Macedônios, mas a linguagem de Arrian é, sistematicamente, elusiva. Tudo o
que podemos dizer é que Alexandre deu a certo número de iranianos o cobiçado
título de Companheiros e formou brigadas deles em hiparquias ao lado dos
Macedônios. Exceto pelos pouco iranianos na
quinta hiparquia mista (e uma quantidade de nobres na Agema) houve pouca
iniciativa de integrar os dois grupos nacionais. Em vez disso, Alexandre
estabeleceu dois grupos de Companheiros lado a lado em um relacionamento
bastante difícil. Em todo caso, os iranianos selecionados que foram admitidos
no posto de Companheiros eram uma pequena minoria de seus contingentes
nacionais, os quais compreendiam a grande maioria da cavalaria presente com
Alexandre nos últimos anos.
9 O Uso de Tropas Orientais Parte 2 (Infantaria)
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A evidência de infantaria
oriental é menos ambígua. Quando Alexandre deixou a Bactria em 327, ele deu
ordens para que 30.000 jovens fossem recrutados e treinados nas armas
macedônias e na disciplina. De acordo com esta orientação, os comandantes de
Satrapias e cidades nas províncias orientais, organizaram uma programação de
treinamento, sem dúvida usando os veteranos estabelecidos nas novas fundações
como instrutores; em no início de 324 as novas falanges se apresentaram em Susa
e protagonizaram uma impressionante parada diante do próprio rei.
Não houve nenhuma tentativa de
misturar este novo corpo com as falanges macedônicas. Era para ser uma formação
rival, uma antitagma como Diodorus a chamava, para ser usada como entidade
diferente.
O sugestivo nome (Epigoni), dado
a estes recrutas, implica que Alexandre os imaginava como herdeiros da falange
macedônica, nesta época quase aposentadas. As novas unidades mantiveram sua
integridade, enquanto as falanges macedônicas, propriamente, foram adulteradas
pela mistura de contribuições de Peucestas da Pérsia.
Até esta época, à medida que os
reforços chegavam da pátria mãe, os Macedônios (com exceção talvez dos
hipaspistas) foram inundados pela infantaria iraniana, indispensáveis na
especialidade, mas numericamente fracos. Por outro lado, iranianos selecionados
eram nesta época especialistas nas técnicas macedônicas e formavam a reserva
com a qual o rei poderia usar no futuro como sua linha de infantaria de frente.
O caráter do exército havia
mudado irrevogavelmente, Os macedônios não desfrutavam mais da supremacia sobre
as outras unidades do exército. Não somente eram ultrapassados em quantidades,
mas eram os contingentes de iranianos que tinham praticamente igual prestígio as novas hiparquias de Companheiros e as Falanges de Epigoni.
A mudança no exército refletia a
própria transição de Alexandre, de rei da Macedônia para rei da Ásia. Seus
macedônios não eram mais a seus olhos uma elite privilegiada, mas súditos no
mesmo nível dos Iranianos.
Ele deixou claro em Opis que, se
necessário, ele guarneceria seus exército e corpo de oficiais com Persas, e seu
novo exército era uma lembrança constante deste fato. Seu futuro, além disso
estava claramente definido. A base de recrutamento tinha sido as satrapias
orientais do império, mas o serviço seria no ocidente, em condições tão
alienígenas, como a Bactria tinha sido para os macedônios.
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Em última análise, ele se
tornaria desenraizado, a única constante seria seu empregador, Alexandre. O
processo ainda iria mais além nas próximas gerações. Alexandre tinha
deliberadamente retido os descendentes de seus veteranos macedônios quando os
desmobilizou, prometendo a treiná-los no estilo macedônico. Seu propósito final
era soldá-los em uma força militar sem ligações com raça ou domicílio, apenas
leais a ele mesmo. A transformação do exército nacional macedônio com suas
unidades regionais, não poderia ser mais completa.
10: A Estrutura de Comando
Pouco se sabe sobre a estrutura
de comando do exército em seus níveis hierárquicos mais baixos embora existam
indicações de uma complexa gradação de postos.
Nas falanges cada fila ou dekas
tinha quatro membros de status superior que eram pagos levando isto em
consideração. Além do líder da fileira (dekadarches) havia dois outros que
recebiam pagamento duplo (dimoiritai) e um terceiro que recebi uma vez e meia o
pagamento (Arr. VII.23.3; Succ F 24.2) Eles serviam em posições proeminentes
particulares e eram pagos de acordo com a expertise. Acima deles havia os
comandantes de lochoi (agrupamentos maiores).
Nada se sabe dos seus números e
não temos um simples nome ou registro, mas eles eram importantes o suficiente
para serem incluídos no conselho de Alexandre após Gaugamela (Arr. III.9.6).
Os hipaspistas tinham uma
organização similar no nível da fileira, mas o único posto intermediários entre
a fila e quiliarquias parece ter sido o pentaquiliarquia, cujos comandantes eram
relativamente obscuros.
As subdivisões da cavalaria dos
Companheiros são um mistério similar. A menor divisão registrada é a
hekatostys, que deveria ter uma força nominal de 100 (embora a analogia dos
dekas na infantaria é um alerta quanto a assumir-se esta quantidade muito
séria); e de 331/0 havia subdivisões maiores de lochoi. Nada se sabe destes
comandos menores e o único nome registrado é o da hiparquia Calines que
interveio brevemente em Opis (Arr. VII.11.6).
As posições na hierarquia que
mais importam eram, naturalmente, os comandos de contingentes individuais, mas
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mesmo no nível elevado havia diferenças de postos que são difíceis de se
elucidar. Antes de Issus, Alexandre reuniu no seu conselho os comandantes da
infantaria, os ilarcas das cavalarias e os comandantes dos aliados (Arr.
II.7.3); e houve uma reunião similar antes do cerco de Tiro que incluiu todo o
corpo dos hetairoi bem como os comandantes de unidades específicas (Arr. II.
16.8).
Estes episódios nos dão meramente
a totalidade do alto comando, não a gradação dos postos dentro dele. Parece,
entretanto, que os comandantes da ilai de cavalaria eram de nível ligeiramente
inferior. Arrian (II.10.2) os associa com os oficiais de infantaria lochoi e os
mais proeminentes oficiais mercenários, abaixo dos oficiais de posto elevado.
Embora os ilarcas sejam
mencionados ocasionalmente pelo nome na narrativa da campanha, não são de
grande distinção (exceto por Clito O negro, comandante da ile real); e eles
nunca tinham comissões independentes. O mesmo parece ser o caso dos oficiais hipaspistas;
os quiliarcas e pentaquiliarcas estavam em um nível mais baixo do que os comandantes
de batalhões das falanges, os propriamente generais (Arr. VII.255.6).
Parece como se o primeiro estrato
do comando abaixo de Parmênio e do rei propriamente compreendia a totalidade
dos comandantes da Cavalaria dos Companheiros e dos hipaspistas (os dois filhos
de Parmênio, Filotas e Nicanor) e os seis generais das taxeias das falanges.
Foram eles que são atestados na liderança de contingentes múltiplos na ausência
do rei e de Parmênio: Filotas, por exemplo, assumiu a cavalaria e três taxeias
de falanges para encontrar a frota Persa em Micale (Arr. 1.19.8) e Cratero e
Perdicas foram deixados responsáveis das operações em Tiro, enquanto Alexandre
fazia campanha no Antilibano (Curt. IV.3.1).
Se havia algum membro deste grupo
que superava os outros nos anos iniciais, este era provavelmente Cratero. que tinha
o comando geral da infantaria na ala esquerda tanto em Issus como em Gaugamela
e tomou conta do campo nos Portões da Pérsia enquanto Alexandre fazia sua
marcha de volta.
Uma posição de certo modo anômala
na hierarquia de comando é aquela dos guarda-costas reais. Este grupo, o
círculo interno dos hetairo, era a relíquia institucionalizada dos antigos
guarda-costas dos nobres e ainda proviam ao rei a entourage imediata. A
associação era incompatível com qualquer posto longe da corte e tanto Balacro e
Menes foram substituídos tão logo foram designados para comados em províncias.
Parece também ser um posto incompatível com comando no exército.
Nos primeiros anos do reino não
existe evidência conhecida de um guarda-costas a quem fora atribuída uma
comissão importante; e, quando Ptolomeu filho de Seleuco assumiu o comando de
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um batalhão de falanges ele parou de exibir o título de guarda-costas. Apesar
disso, guarda-costas individuais foram ocasionalmente verificados em comando de
grupos do exército em uma base ad hoc; outro Ptolomeu, também um guarda-costas.
liderou um força conjunta de hipaspistas
e infantaria leve durante o cerco de Halicarnássio (Arr.I.22.7-7).
Parece que o grupo como um todo gozava do mesmo status que os comandantes de
batalhões de falanges, mas seus membros não tinham posição própria na estrutura
de comando.
O mesmo era verdadeiro para
Parmênio. Ele não tinha comando específico próprio, mas era utilizado
consistentemente por Alexandre como segundo homem em comando, comandou a ala
esquerda nas principais batalhas e a primeira escolha para campanhas
subsidiárias. Como resultado ele era particularmente associado com as forças
aliadas e de mercenários (Diodorus XVII. 17.3 lhe deu o vago comando geral da
infantaria), que normalmente lutavam sob seu comando, mas não havia nenhum
corpo de tropas, permanentemente, associado a ele.
Várias mudanças tiveram lugar no
curso do reino. Em particular os comandos da cavalaria se tornaram mais
importantes, eclipsando largamente, de certa maneira, as posições nas falanges.
Esta era uma decisão política definitiva da parte de Alexandre. Após a execução
de Filotas e o assassinato de Parmênio, Alexandre colocou se contra comandos
únicos grandes e aboliu posições as quais Filotas gozava.
Os Companheiros foram divididos
entre Clito, o Negro, e Hefastion, mas as hiparquias individuais logo se
tornaram entidades importantes, e na época da invasão da Índia os comandantes
de hiparquias pareciam ter status semelhante. Neste momento os mais favorecidos
das taxiarquias das falanges foram transferidos para as hiparquias: Perdicas,
Cratero e depois Clito, o Branco.
Ao mesmo tempo, a separação dos
guarda-costas da estrutura de comando foi gradualmente desmoronando.
Perdicas, que tinha sido elevado
a guarda-costas em 330, tinha o comando de uma hiparquias em 327 e Hefastion
similarmente combinava as duas funções. Havia possivelmente outras combinações.
É bastante provável que Peiton, filho de Crateus, um guarda-costas em 325, seja
o Peiton verificado no comando de um batalhão de falange em 326/5. Mas os guarda-costas
eram principalmente associados com a cavalaria e a associação cresceu mais
forte à medida que a infantaria declinava em número durante os últimos anos de
Alexandre.
Quando Cratero levou seu
contingente de veteranos de Opis em 324, ele tinha com ele pelo menos três
taxiarquias de falanges incluindo o veterano Polipercon. Meleager era o único
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comandante de falange a permanecer em seu posto após a morte de Alexandre e ele
sustentou o motim da infantaria na Babilônia quase que sozinho. Por outro lado,
os oito comandantes que foram listados com a cavalaria eram os mais
distinguidos homens restantes na corte e seis deles foram anteriormente
anotados como guarda-costas.
Isto é uma dramática ilustração
de como o balanço do poder tinha mudado. Os comandos das falanges não tinham
sido rebaixados, mas a cavalaria tinha se tornado muito mais importante à
medida que a fina flor da corte era designada para comandar seus contingentes.
Acima de tudo, quando Alexandre nomeou Hefastion como vizir (quiliarca) ele não
o associou com a infantaria, como parece ter sido o caso com seu predecessor
Aquemênida, mas o deixou a cargo de sua hiparquia. mais tarde conhecida como a
quiliarquia de Hefastion.
A mudança na ênfase é certa, mas
a razão para ela podemos apenas supor. Existe alguma evidência para o aumento
da desilusão entre a infantaria desde o assassinato de Parmênio, culminando em
dois motins no Hifase e Opis, e não teria sido surpresa se Alexandre tivesse,
deliberadamente, almejado o aumento do prestígio e importância da cavalaria.
O outro desenvolvimento
importante na organização militar foi um aumento na mobilidade do comando. A
partir do final de 330, quando a guerra de guerrilhas no leste do Iran
irrompeu, havia uma crescente tendência de dividir o exército entre vários
comandantes, formados para um propósito estratégico específico.
No início de 328, por exemplo,
Alexandre deixou quatro comandantes de falanges na Báctria para controlar a
área ao sul de Opis e então dividiu o restante do exército em cinco colunas separadas,
comandadas por oficiais seniores, três dos quais eram conhecidos guarda-costas
(Arr. IV. 16.1.3).
Estas divisões eram bastante
diferentes das campanhas verificadas no início do reino. Então, Alexandre
tendeu a separar suas tropas aliados e mercenárias, enquanto mantinha as forças
macedônias inteiramente intactas. Neste momento, ele dividia suas forças, mais
ou menos, de forma indiscriminada. Macedônios, mercenários e afins.
Estes comandos separados foram
oferecidos a um numero relativamente pequeno de oficiais: Cratero, Hefastion,
Conus, e Pérdicas tenderam a ser usados como primeira opção e Ptolomeu (filho
de Lagos), Leonato e mais tarde Peiton em colunas secundárias onde necessárias.
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Na marcha em direção à Índia
Hefastion e Perdicas foram enviados na frente para o Indus com uma maciça
força, compreendendo quase metade dos macedônios e todos os mercenários à pé
(Arr. IV.22.7), enquanto Alexandre lutava uma intensa campanha ao longo do vale
Cofen, usando uma multiplicidade de colunas menores, agrupada conforme a
ocasião exigia. Uma das características peculiares destas missões era a
tendência de separar os comandantes de falanges de suas tropas.
No verão de 327, Cratero foi
deixado para pacificar o território ao redor de Andaca junto com o resto dos comandantes
da infantaria, embora esta força contivesse no máximo duas taxeias
(Arr.IV.23.5-24); e no Hidaspes, três comandantes de falanges (Meleanger, Atalo
e Gorgias) foram aparentemente separados de suas taxeias e empregados em táticas
diversionárias com a infantaria e cavalaria mercenárias (Arr. IV.12.1).
Notadamente Coeno, que comandou
um batalhão de falanges de 334 a té sua morte posterior em 326, desempenhou um papel proeminente na
liderança da cavalaria no Hidaspes e lhe foi atribuída uma hiparquia por
Arrian. Este comando posterior foi provavelmente temporário, mas é intrigante,
uma boa ilustração da variabilidade dos postos seniores até o fim do reino.
Não apenas os postos seniores
foram afetados. Quando Nearco, o quiliarca hipaspista, foi enviado numa missão
de reconhecimento em 327, sua tropa era confinada a armamento leve e sua
própria quiliarquia foi atribuída a outro, talvez ao seu colega Antíoco.
As razões para este
desenvolvimento era em certa medida militar. Quanto mais heterogêneas fossem as
operações do exército, mais fluída a estrutura de comando se tornou. Mas havia
também um fator político em voga. Desde a execução de Filotas e mesmo antes
dela, Alexandre estava preocupado com o problema de confiar grandes corpos de
tropas para um comandante apenas. Ele evitava isto de várias maneiras,
interpondo novos níveis de subordinados na hierarquia, transferindo comandos
com maior frequência e despachando oficiais seniores para serviços especiais
fora das suas unidades. O resultado que intencionava e tornar-se, ele próprio,
o único foco da lealdade do exército.
Não haveria sucessor para
Parmênio. Cratero era o mais próximo paralelo no escopo de seu comando e na
devoção que ele inspirava em seus homens, mas mesmo ele não era autorizado a
ser identificado com qualquer grupo específico no exército. Embora um
comandante de cavalaria, ele foi somente uma vez atestado com sua própria
hiparquia (Arr. V.11.3), e a força expedicionária que liderou variava
largamente na composição, usualmente incluindo batalhões de falanges, mas uma
seleção diferente a cada ocasião. Ele não tinha o monopólio sobre qualquer
setor do exército, como também não tinha qualquer outro comandante. Laços
regionais e pessoais tinham se tornado de menor importância. O único fator de
união era somente a pessoa do rei.
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Referências: A. B. Bosworth - Conquest and Empire The Reign of Alexandre The Great e Waldemar Heckel & Ryan
Jones - Macedonian Warrior
Terminologia usada para definir combatentes e armamentos traduzidas da terminologia apresentada em inglês, com
verificações em obras traduzidas como Alexandre o Grande de Johann Gustav Droysen
Primeiramente publicada, em Março de 2014, em Conversando Sobre História, no formato de Série, de 15 postagens.
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