O conhecimento da evolução dos povos e culturas como uma forma

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O conhecimento da evolução dos povos e culturas como uma forma
“O conhecimento da evolução dos povos e culturas
como uma forma de compreender os aspectos que
ligam o ser humano individual e a humanidade
inteira, e sentir-se parte dela.”
Conteúdo:
Resumo da Evolução da Terra até o nosso estado atual.
Transição da Época Atlântida para a nossa Época pós-Atlântida
O desenvolvimento da Humanidade através dos Sete Períodos Culturais
O caminho do Oriente para o Ocidente. Da cultura Índica, Persa, Egípcia, Grecolatina, a atual e futura
Da sabedoria divina à consciência terrena. O surgimento da História.
A Biografia humana como um espelhamento da evolução da humanidade
Os Mitos e Lendas dos diversos povos como ecos verdadeiros dos fatos vividos pela
humanidade
A atuação dos grandes guias e mestres universais ao longo da história
A Antroposofia e o futuro da humanidade
Elaborado por: José Luiz F. Ferreira
1 de abril de 2013
A Evolução conforme “A Ciência Oculta “de Rudolf Steiner
O livro “A Ciência Oculta” descreve os resultados das pesquisas espirituais do autor, de forma
essencial e factual como as causas espirituais subjacentes a “Evolução do Universo e o Homem”.
É desta forma que o autor denomina o capítulo central do livro e sustenta a razão da existência
do livro. Esta evolução é investigada espiritualmente de forma retrospectiva até o momento em
que a matéria começou a existir envolvendo a partir de um elemento espiritual, até então o
único existente. A observação espiritual permite perceber como numa sequencia posterior, este
elemento primordial se condensa parcialmente como que para dar origem à matéria. Para
chegar neste grau a percepção espiritual o autor parte da observação espiritual da vida
espiritual. A ciência externa também busca explicar o início da vida, mas por outro caminho,
não por meio da própria vida em sua essência espiritual, mas sim física.
SATURNO
Polar
SOL
Hiper
Borea
LUA
Lemúria
MERCÚRIO
MARTE
Atlântica
5ª Pós
Atlântica
INDICA CORPO ETÉRICO
VÊNUS
6ª Pós
Atlântica
7ª Pós
Atlântica
7ª
ÉPOCA
GERME DO FUTURO
5750- 8000 dC
7200 – 5000 aC
CORPO ASTRAL
5000 – 2900aC
CONSCIÊNCIA
IMAGINATIVA
3570 – 5750dC
PERSA
ALMA DA SENSAÇÃO
2900 - 750aC
EGIPTO
CALDAICA
ASSÍRIO
BABILONICA
JÚPITER
ALMA DA
CONSCIÊNCIA
1400-3570dC
ALMA DA RAZÃO-ÍNDOLE
750aC-1400dC
6ª ÉPOCA
ATUAL
(Anglo-saxônica)
GRECO
ROMANA
Quando se percorre o capítulo central do livro vê-se o mundo e a nós próprios como que
tecendo a vida de forma indissolúvel. Podemos ver como até chegar ao ponto de o homem
receber um “eu” em sua existência na Terra, percorreu em sentido mais amplo, uma longa
evolução. Esta evolução é então pesquisada desde tempos imemoriais. Retrocedendo chega-se
então a um ponto da evolução em que a matéria passou a existir. Este elemento material resulta
do primeiro grande sacrifício de uma elevadíssima entidade cósmica espiritual. Segue então
uma pormenorizada e detalhada descrição dos processos que resultam de diferentes estágios
de condensação do elemento puramente espiritual primordial, diferençando-se em matéria
mais sutilizada ou menos sutilizada, resultando deste complexo processo aquilo que viria a
formar os constituintes primordiais do ser humano e dos reinos da natureza. Toda a criação é
revelada como substância espiritual nascente da vontade, da sabedoria, dos rimos e das formas
divino-espirituais.
De uma maneira preciosa alcançamos a uma compreensão da máxima: “o ser humano é um
microcosmo dentro do macrocosmo”. Como anuncia Paracelso: Se de todas as coisas que estão à
nossa volta pudéssemos fazer um extrato, teríamos como resultado o ser humano.
Rudolf Steiner fez pouquíssimas menções sobre o futuro, mas neste livro ele denominou o
capitulo final de: “O Futuro da Evolução do Homem e do Universo. Neste capítulo está grifada a
importância única do Mistério do Cristo para a evolução do homem no Universo. Da mesma
forma que a semente contém a flor e todos seus estágios intermediários, o passado contém em
si o futuro. Entretanto na fase terrestre da evolução cabe a humanidade cumprir a tarefa de
tornar a Terra em um Cosmo de Sabedoria e, para lograr êxito em evoluir para um Cosmo de
Amor foi necessário que o grande ideal cósmico do Amor encarnasse como Excelsior Ser do
Elaborado por: José Luiz F. Ferreira
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Cristo. A atuação do impulso Cristico está apenas em seu início e as conseqüências futuras deste
impulso estão inexoravelmente vinculadas ao progresso humano, porém, alcançado com a
força da consciência pensante e livre.
Ao descrever os sucessivos estados planetários a partir de um “estado primordial”, Steiner
atribui a estes estados ou encarnações planetárias o nome que, apenas pelo nome, faz
referência aos planetas originais do nosso sistema solar. Assim ele descreve os seguintes ciclos:
Primeira encarnação planetária - Velho Saturno
É o início da evolução humana: o calor espiritual é a substância primordial da materialidade.
Este calor emana de potencias, de seres, da primeira hierarquia espiritual. Os verdadeiros
criadores do homem.
Deste calor sutil se desenvolve o que viria a ser o corpo físico humano, e o futuro reino mineral
na Terra.
Nível de consciência do reino mineral (estado de transe, semelhante ao coma profundo). Reino
único (criação inicial incluindo tudo). Durante a evolução de Saturno, há uma sucessão de sete
estados de vida e entre cada estado de vida ocorrem pequenos Pralayas (são estados
intermediários entre dois estados de vida).
Ao final dos sete estados de vida o primeiro ciclo planetário (o Saturnino) encontra o seu
termino. Então ocorre um Grande Pralaya cósmico, período que nada se é possível descrever,
pois não há meios de linguagem para tal.
Segunda encarnação planetária - Velho Sol
Agora, nesta nova encarnação planetária, o estado calórico se densifica, ainda num sentido
espiritual, e se acrescenta um estado gasoso espiritual. Neste estado o Homem (a humanidade
germinal) desenvolve o que viria a ser o futuro corpo vital do homem (etérico).
A consciência máxima é semelhante a do reino vegetal (estado de sono profundo sem sonho).
Agora, distinguiram-se dois reinos naturais espirituais, incluindo o homem. Assim como em
Saturno, são sete estados de vida e seis pequenos Pralayas.
Então, no final do ciclo Solar segue-se o Grande Pralaya cósmica.
Terceira encarnação planetária - Velha Lua
Acrescenta-se o estado líquido ainda não físico, mas espiritual. Nesta fase planetária o Homem
coloca em desenvolvimento o seu corpo astral, corpo dos sentimentos e das emoções. A
Consciência é a do reino animal uma semi-consciencia (estado de sonho). Agora destingui-se
três reinos naturais em grau sutil espiritual, incluindo o homem.
Novamente sete estados de vida e seis pequenas Pralayas.
Novamente ocorre o terceiro Grande Pralaya cósmico, ao final do ciclo lunar.
Quarta encarnação planetária – Atual Terra
Acrescenta-se o estado sólido-físico em seu estado primordial. Na Terra o Homem em
desenvolvimento do seu EU próprio. Lentamente a consciência humana, vai adquirindo um
estado de vigília.
Na Terra distingui-se os três reinos naturais inferiores e o reino humano que se coloca como
criador da realidade externa , que interage e intervém nos demais reinos, porém a primeira
vez com consciência de si mesmo.
Assim como nas encarnações planetárias anteriores ocorrem sete estados de vida ou períodos
terrestres, que ainda estamos em meio deles. Ao final de cada período ocorrem grandes
transformações na face terrestre, como resultados de cataclismos de grandes proporções.
Os Estados ou períodos terrestres podem ser descritos como:
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Primeiro período - Polar (recapitulação do velho ciclo de Saturno). Estas repetições
relembram e integram processos ou dinâmicas espirituais, em menor escala que ocorreram no
velho Saturno. É inadequado aproximar-se destes conteúdos com os conceitos físicos que
povoam as nossas mentes burguesas. Nesta fase a Terra não existia como um planeta sólido e
sim como um estado que abrangia todo o espaço cósmico que abrange o sistema solar. Alí todo
o sistema solar estava em estado especial e indiferenciado. No fim, do ciclo solar corpo gasoso
que é o planeta Saturno que conhecemos e que leva 29 anos para circundar o Sol em sua órbita
atual.
Assim como nos estados de vida das encarnações planetárias anteriores ocorrem pequenos
Pralayas.
Segundo período - Hiperbórica (recapitulação do velho Sol). Ali também prevalecem as
mesmas leis cósmicas anteriores. Ao final deste período, ou estado de vida, ocorre as primeiras
diferenciações terminam com a separação do sol, como matéria espiritual mais sutil e deste
separam-se os demais planetas que conhecemos hoje, apenas Marte e Jupter separam-se pouco
antes da separação do Sol.
Terceiro período - Lemúrica (recapitulação do estado planetário equivalente a velha Lua).
Após um pequeno Pralaya, configura-se a Terra mais próximo do que conhecemos hoje. No
meio do período Lemurico ocorreu a separação da lua. Neste período começa a densificação dos
corpos onde somente poucas espécies animais puderam se manifestar. Antes da separação da
Lua porem, as condições na Terra eram cada vez mais inadequadas às almas humana o que
levou a um afastamento das almas humanas para habitarem os demais planetas. Após a
separação da Lua a Terra sofre um repentino adensamento e há o reinício do povoamento
mediante o restabelecimento de condições adequadas a encarnação de almas humanas. O
repovoamento da Terra veio a ocorrer ao longo de todo o período Lemurico e, sobretudo
Atlantico. Ao final da época Lemurica houve intensas mudanças nas condições do planeta
provocadas por atividade vulcânicas e que levou ao fim do Continente Lemurico que existia no
atual local do Oceano Indico, próximo ao Pacifico.
“A Humanidade na Época Lemurica
Na época do Paraíso ainda não havia a Morte. A lama seguia um ritmo de inalação e exalação
cósmica, apenas mudando, de vez em quando de ambiente. A morte tinha, naquele tempo, ainda
mais os traços do seu irmão, o sono. O ritmo era como uma respiração, mas não uma separação,
uma perda. Não havia ainda o tempo no sentido de hoje. Também o Sol, a Lua e a Terra ainda
tinham que estabelecer a relação entre si. Não havia o limiar entre a vida e a morte, e assim se
justifica falarmos de uma duração de vidas de milhares de anos.
Somente depois da separação da Lua e do Pecado Original começou a alei do nascimento e da
morte. Junto com as dores do parto apareceram o sofrimento e o medo da morte. De agora em
diante existe o cadáver, a decomposição.
O desenvolvimento no fim da época Lemúrica é um drama trágico, que se reflete no Mito de
Caim e Abel.
Quarto período - Atlântica. Somente agora podemos falar em evolução propriamente
terrestre. Com o fim do continente Lemurico as imigrações principais, ou seja, dos grupamentos
humanos que iriam formar o caudal das futuras evoluções da Terra, se fixaram mais a oeste em
um faixa de terra que se estendia onde hoje está o Oceano Atlantico. Deste continente resta a
memória contida na corrente quente do oceano Atlantico que é responsável pela condição de
vida com temperatura amena na America do Norte, mas, sobretudo na Europa.
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Apenas no período Atlantico pela primeira vez, e a única em que tal denominação era plena de
sentido, surgiram as raças humanas, vinculadas aos planetas em que tais almas estiveram
durante o período da crise Lemurica, antes do afastamento da Lua.
Havia sete raças básicas:
1. Rmoahais
2. Tiaretis
3. Tolteken
4. Urturanier (Turianos primordiais)
5. Ursemiten (Semitas primordiais)
6. Akkadier (Acadianos)
7. Mongolen (Mongóis)
As condições de vida na Atlantida foram modificando e a partir do quarta época do período
Atlantico. Devido ao diluvio as grandes migrações se iniciaram, sendo que a mais significativa
delas em direção ao leste, ao nascer do Sol.
“A Humanidade na Época Atlantica”
A Bíblia denomina a Arca de Noé e a cestinha (em hebraico, “Caixa”) de Moisés pelo mesmo
nome: Tebah. De fato, entre os dois existe algo em comum. Nos dois casos, trata-se de salvar
uma vida jovem. Numa vez, um indivíduo eleito, Moisés, que foi salvo do infanticídio faraônico,
na outra tribo jovem da Humanidade, eleita para sobrevivência no grande dilúvio. O que mais
tarde torna-se destino individual começa como destino da Humanidade e de um povo.
A arca e o caixão de Osíris e Adônis eram símbolos da morte e ressurreição nos mistérios. As
pinturas nas catacumbas e nos sarcófagos são prova de que até o Cristianismo primitivo tinha
consciência disso. As relações entre o formato da arca e da caixinha de Moisés são muito
parecidas. Sempre aparece Noé, que se eleva como um ressurreto da caixa, parecida com um
caixão. Tanto a caixa de Moisés como a Arca de Noé, significam mais do que um meio para
salvar a vida. Significam uma instituição do destino, que eleva a personalidade pela experiência
da passagem pela morte. O mito do dilúvio é a imagem da iniciação, pelo destino, de todo um
grupo da Humanidade. É a iniciação de um grupo eleito da Humanidade pela força do destino,
num ponto crucial do desenvolvimento. Noé é, nessa iniciação, o grande guia sacerdote e
Hierofante.
O mito do dilúvio existe em todos os povos como lembrança comum. Há mais de 60 lendas do
dilúvio. Em todas há, no centro, uma individualidade que corresponde a Noé, seja Manu dos
Indianos, Deucálion dos Gregos, Xixutros dos Caldeus ou Utnapichtin da epopéia babilônica de
Gilgamesh.
Para compreender a grande mudança que se passou com o Dilúvio, temos que estudar a figura
do grande Manu, conforme o descreve a Ciência Espiritual Antroposófica. Manu era o guia do
mais importante centro esotérico. A maioria dos mistérios da Velha Atlântida não conseguiu
estabelecer um contato com os seres solares, que se tinham separado da Terra, mas que, no
futuro da Humanidade, iriam ligar-se novamente com ela. Os outros mistérios eram mistérios
lunares ou planetários. Somente Manu recebeu a sua iniciação do Sol. Este centro de Manu
estava situado a leste da Velha Atlântida, mais ou menos onde hoje se acha a Irlanda. A cultura
Atlântica era influenciada pelos deuses, através dos mistérios. Com o progresso dessa cultura
surgiram discrepâncias. Ao lado dos mistérios progressivos havia os que se tornaram sempre
mais decadentes.
Aqueles mistérios, que eram ligados à corrente de Enos, abusavam das forças vegetativas da
natureza e do homem. Começou a luta pelo poder.
Os corpos humanos que naquela época ainda eram muito menos endurecidos, podiam
expressar faculdades anímicas. Uma pessoa mais delicada psiquicamente também tinha um
corpo que era estruturado muito mais delicadamente, mais ágil, mais flexível. Uma pessoa
pouco desenvolvida tinha um corpo mais grosseiro, pouco plasmável, pouco ágil. A
progressividade anímica contraia os corpos, enquanto o atraso anímico, as paixões, os instintos
Elaborado por: José Luiz F. Ferreira
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baixos, etc. provocavam um crescimento da substância material, até formas gigantescas. Era o
tempo em que havia, pela descrição da Bíblia, gigantes. Afinal, tudo o que se passava nos
mistérios degenerados, provocou grandes catástrofes. Da mesma forma que o anímico
espiritual agia e se manifestava nos corpos físicos, ele atuava sobre a superfície da Terra. Os
mistérios degenerados da magia negra, o abuso das forças vegetativas, provocaram, afinal, na
atmosfera densa de neblina, em que a água e o ar eram mais próximos do que são hoje, grandes
tempestades que deram origem a grandes catástrofes aquáticas e, assim, provocaram o
desaparecimento de toda a Atlântida. A maior parte da humanidade desapareceu. Só uma
minoria salvou-se por migrações para o leste (Europa e Ásia) ou oeste (América), onde novos
continentes começaram a se formar.
Era tarefa do Manu preparar o futuro e educar uma pequena parte da Humanidade para que
pudesse ser salva, no meio das catástrofes, a fim de formar a semente da Humanidade futura.
Para tal fim, ele cultivou nesses homens a força do pensamento, ou seja, a força que devia
prevalecer na época pós-atlântica.
época lemúrica  instinto
época atlântica  memória
época pós-atlântica  pensamento
Pela força do pensamento, o Homem da época pós-atlântica deveria chegar à liberdade e ao
livre arbítrio. O nome de Manu é expressão disso. A raiz Man significa portador de
pensamentos. Manu já formulava em conceitos as revelações dos mistérios, enquanto que os
outros mistérios tinham que falar por símbolos. Manu ensina aos seus discípulos a
compreender; ele não fala apenas a mando dos deuses, mas ele fala sobre os próprios deuses.
São idôneos para os ensinamentos do Manu aqueles que renunciaram à consciência mágica, que
estava ainda impregnada pelas forças do além. Esses indivíduos tinham disposição do
pensamento, um certo equilíbrio anímico, que os predispunha a escolher e a decidir livremente.
Quando a catástrofe do dilúvio começou, os mistérios do Sol não podiam mais cumprir sua
missão. Manu, com os seus adeptos, começou a migração para o leste, até a Ásia, onde hoje se
acha o deserto de Gobi, para fundar uma cultura da qual sairia à força do pensamento. Num
passado mais remoto, as migrações para oeste tinham salvado os resultados da cultura
lemúrica das catástrofes do fogo. Nessa altura, as migrações de Manu salvaram os frutos da
cultura atlântica. Durante milênios, o grande Manu inspirava os impulsos de diversas culturas,
seja por meio de encarnações próprias ou por intermédio dos seus discípulos, que ele dirigia do
mundo espiritual.
Como primeiros, ele mandou os sete melhores alunos, ou seja, os sete Rishis, os fundadores da
sagrada e antiga cultura indiana. Cada um deles representava um dos mistérios planetários da
época atlântica; eles eram os administradores da herança atlântica. O grau seguinte de
representantes dos mistérios solares era Zaratustra, que fundou a cultura persa. Também os
impulsos para a fundação das culturas egípcio-babilônicas e greco-romanas emanava de
maneira semelhante, do grande Manu. Noé é o nome bíblico para o grande Manu e significa:
quem traz calma. Pela força do pensamento ele implanta a calma na alma do Homem, para
estabelecer o equilíbrio no meio das tempestades. O lugar para onde ele levou seus discípulos
era chamado Manoah, ou seja, lugar do sossego. Na imaginação, esse lugar aparece como sendo
o primeiro dos montes que surge das águas e de cujas oliveiras o pombo trouxe o ramo da paz.
Não só as almas, também o mundo ficou diferente. A Terra toda parecia ter se transformado
num grande Manoah – aquilo que antigamente estava em movimento, foi tomando forma
definitiva. Os seres superiores e elementares deixaram sua obra e se retraíram. Forma-se o
mundo das leis da natureza. Começam a reger a medida, o algarismo, o peso. Tanto na alma do
Homem como na natureza começa o pensamento. A natureza podia ser compreendida da
mesma maneira, como o homem estava adquirindo a capacidade de compreensão. Da natureza
em movimento, dificilmente compreensível e calculável, duas coisas permanecem até hoje: os
fenômenos vulcânicos e as mudanças do tempo. As grandes neblinas, que até lá cobriam o
mundo, se dispersaram. O Sol apareceu no céu azul, com a lua e as estrelas e ficaram visíveis ao
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olho físico. Como símbolo da nova vida do mundo aparece o arco-íris. Noé fez do arco-íris o
símbolo da nova aliança entre Deus e os Homens. Começou então o ritmo regular das estações
do ano, a semeadura e a colheita, o calor e o frio, o verão e o inverno, o dia e a noite. Com esse
ritmo, o Homem passou a adivinhar as leis divinas e humanas e, afinal, a compreendê-las.
A Bíblia indica um segredo importante: Noé foi o primeiro Homem a plantar a videira. A
imagem do primeiro plantio da videira está relacionada com as grandes mudanças nas forças
etéricas durante a catástrofe atlântica.
O dinamismo das forças de reprodução e das forças vegetativas começam a agir de maneira
mais quieta e conforme certas regras. As lendas ainda falam da força titânica do tempo
atlântico. “As mulheres ficavam grávidas durante três dias e logo davam à luz. Alguns falam até
de um dia; as crianças logo pulavam ao redor das mães. Nos tempos do dilúvio, o trigo era do
tamanho dos cedros do Líbano. Não era preciso semear e nem colher; o vento fazia tudo.”
Depois do grande dilúvio, as forças etéricas passaram a agir de uma maneira mais íntima. Na
videira, a força titânica dos elementos é como que captada e virada para dentro. A intensidade e
o fogo agem no interior da ponta e não para fora. O mundo vegetativo aprende, no ponto da
videira, o segredo do amadurecimento vigoroso e lento. As lendas querem indicar que se
encontra na uva um resto do Paraíso. Noé achou uma videira, que provinha do Paraíso; ele
comeu dos frutos e sentiu vontade, em seu coração, de tê-los sempre. Assim, ele os plantou. No
dia em que ele plantou, ele já colheu... e Noé bebeu do vinho.
O efeito do vinho é o de ligar o Ego da personalidade mais profundamente à organização física.
Isso ajudou o Homem a descobrir seu próprio Ego; ele experimenta de maneira extática o
primeiro encontro consigo mesmo. (Mais tarde, o mesmo meio ia conduzir o Homem do futuro,
que já era possuidor de um Ego, à perda do mesmo). Os Titãs são seguidos por Dionísio.
Poderíamos chamar Noé, o Dionísio do Gênesis. “Ele leva o Homem e a natureza a uma vida
interior íntima.”
Quinto período - Pós Atlântica.
As sete Épocas Culturais pós-atlantica.
Em cada um dos períodos estudados anteriormente há uma divisão em sete grandes espocas
menores. Porém é no quinto período, o que estamos, e que focalizaremos em maior detalhe.
Como humanidade e cabe a nós compreender a sua grande tarefa na construção de um cosmo
em que a presença do ser humano está no centro.
Ao aprofundarmos nossas observações sobre a evolução da humanidade, do nosso planeta e do
cosmo, à luz da Antroposofia, surge em nós a forte idéia de que estes diferentes níveis de
evolução de um lado, e a vida do Ser Humano individual, de outro, estão sob as mesmas leis
universais. O micro e o macro guardam entre si as mesmas correspondências, as mesmas leis,
ou melhor, o mesmo arquétipo.
Analisando mais detidamente este grande lapso de tempo, desde o fim das catástrofes que
levaram ao desaparecimento do Continente Atlantico, a compreensão de que de fato existe um
paralelismo entre o ser individual e o Ser Universal.
Porque, ou com que motivo, nós deveríamos olhar para a evolução universal a fim de
compreender a natureza humana? É que o Ser Humano ainda não está pronto e, até por isso,
estamos determinados pelas forças divino-espirituais a retornar sempre de novo. Nós ainda
não estamos prontos. O Ser Humano é em realidade um processo, ele está em processo e
processos ocorrem no tempo. Podemos aceitar sem preconceito que, o que somos hoje é a
soma, o resultado, do que fizemos de nós mesmos ao longo do tempo. Carregamos a nossa
história de quem nós somos, ou do que fizemos de nós mesmos até aqui; gostemos ou não. Aqui
estou eu com toda a minha história. No homem maduro vive o jovem, o adolescente, o menino, a
criança que eu fui. Até mesmo aquilo que eu fui antes, em outras existências. Em tudo isto está
Elaborado por: José Luiz F. Ferreira
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gravada a história do desenvolvimento cósmico. Daí o grande valor em penetrar e se apropriar
da nossa história. A biografia dá sentido à vida humana.
Evoluímos em ciclos que se sucedem e guardam algo do que é essencial entre si, porém, a cada
novo ciclo um novo impulso se faz presente, trazendo uma nova qualidade, uma nova
capacidade que fica disponível potencialmente para todo Ser Humano. E para que isso seja
assim, a condição externa, a natureza, o ambiente também se transforma por ação de forças
espirituais. À medida que, por força da evolução da consciência e em face das novas
capacidades e necessidades, o homem atua interferindo no ambiente externo, cada vez com
maior intensidade. Ele passa a ser um co-criador de realidades, para o bem e para o mal dele
próprio.
Este período em que nos encontramos e que será estudada a diante. Por ora vamos ressaltar
que a missão central da humanidade no quinto período pós atlântico será a de desenvolver em
si as faculdades anímicas que podem ser adquiridas pelas forças intelectuais e afetivas
despertas, não movidas diretamente pelo mundo espiritual, e sim surgidas pelo fato de o
homem observar o mundo sensível, adaptar-se a ele e transforma-lo pelo trabalho. De etapa em
etapa essa conquista progride.
Vê-se que essa missão a qual consistia em conquistar o mundo físico-sensível deveria
necessariamente a aliená-lo do mundo espiritual.
Assim, a grandeza num domínio relaciona-se necessariamente com a decadência em outro.
Neste caminho o homem foi paulatinamente envolvido com a possibilidade do erro e da
decadência por forças que atuam no mundo e almejam o domínio da alma humana. E a chave
para lidar de forma livre e amorosa com tal desafio foi colocada dentro de sua própria alma e a
antroposofia visa oferecer um caminho de conhecimento que se percorre com a força do pensar
próprio, que nasce do verdadeiro querer livre e firme, que é consagrado pela força do coração
acalentado pelo espírito de Cristo. O pensar imaginativo é a capacidade que proporciona a
Consciência Imaginativa que no futuro permitirá a humanidade cumprir sua tarefa como a
décima hierarquia.
Após esta “V” Época se seguirão a “VI” e a “VII” que fechará este período pós atlântico.
Igualmente, após este virão mais dois outros períodos antes que a Terra e a humanidade
tenham cumprido a sua meta perante a criação. Após esta encarnação da Terra haverá ainda
dois ciclos planetários que estão denominados como Júpiter e Venus.
Elaborado por: José Luiz F. Ferreira
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7 épocas
culturais
Proto Índia
Proto Pérsia
Egipto,
Caldaica,
Assirio,
Babilonica.
Greco Romana
Germânica
ou AngloSaxônica
(Eslava)
(“Guerra de
todos contra
todos”)
(Americana)
Período
7227 5067
A.C.
5067 –
2907
A.C.
2907 –
747 A.C.
747 A.C.
– 1413
D.C
1413 –
3573 D.C
3573 –
5733
D.C.
5733 –
7893
D.C.
Sol 20.3
em
O homem
desenvolve
Correspondência
com a vida
individual
Pai Nosso
Carta as 7 igrejas
Apocalipse de
João
Cancêr
Corpo etérico
7 - 14
Nome do Divino
Éfeso – alude ao
nome do Pai
Gêmeos
Corpo astral
14 -21
Reino da Luz
Esmirna –
transformar a
Terra
Touro
Alma do
sentimento
21- 28
Vontade dos
Deuses
Pérgamo – alude
as obras
Áires
Alma do
raciocínio
28 - 35
Pão Nosso de
Cada dia
Tiatira- Deus se
faz carne
Peixes
Alma da
consciência
35 – 42
Perdão de uns
aos outros
Sardes – Fonte
de Amor, fruto
espiritual
Aquário
Manas
42-49
Cair em tentação
Filadélfia –
Liberdade e
Amor fraterno
Capricór
nio
Buddhi
49 -56
Livrai-nos do Mal
Laodicéia –
distinção Joio do
Trigo
Época Proto-Indica.
A cultura índica aflorou como primeiro grande impulsionador do que deveria ser a tarefa do
quinto período pós atlântico.
Podemos encontrar ecos desta cultura contida nos livros sagrados de todos os povos, além dos
Vedas e do Bagavad Gita, escritos muitos milênios após esta cultura ter ocupado o espaço que
teve na evolução humana. Em todos os livros aparecem o nome do Grande iniciado fundador
desta cultura.
“Era tarefa do Manu preparar o futuro e educar uma pequena parte da Humanidade para que
pudesse ser salva, no meio das catástrofes, a fim de formar a semente da Humanidade futura.
Para tal fim, ele cultivou nesses homens a força do pensamento, ou seja, a força que devia
prevalecer na época pós-atlântica.
época lemúrica  instinto
época atlântica  memória
época pós-atlântica  pensamento
Pela força do pensamento, o Homem da época pós-atlântica deveria chegar à liberdade e ao
livre arbítrio. O nome de Manu é expressão disso. A raiz Man significa portador de
pensamentos. Manu já formulava em conceitos as revelações dos mistérios, enquanto que os
outros mistérios tinham que falar por símbolos. Manu ensina aos seus discípulos a
compreender; ele não fala apenas a mando dos deuses, mas ele fala sobre os próprios deuses.
Elaborado por: José Luiz F. Ferreira
1 de abril de 2013
São idôneos para os ensinamentos do Manu aqueles que renunciaram à consciência mágica, que
estava ainda impregnada pelas forças do além. Esses indivíduos tinham disposição do
pensamento, um certo equilíbrio anímico, que os predispunha a escolher e a decidir livremente.
Quando a catástrofe do dilúvio começou, os mistérios do Sol não podiam mais cumprir sua
missão. Manu, com os seus adeptos, começou a migração para o leste, até a Ásia, onde hoje se
acha o deserto de Gobi, para fundar uma cultura da qual sairia à força do pensamento. Num
passado mais remoto, as migrações para oeste tinham salvado os resultados da cultura
lemúrica das catástrofes do fogo. Nessa altura, as migrações de Manu salvaram os frutos da
cultura atlântica. Durante milênios, o grande Manu inspirava os impulsos de diversas culturas,
seja por meio de encarnações próprias ou por intermédio dos seus discípulos, que ele dirigia do
mundo espiritual.
Como primeiros, ele mandou os sete melhores alunos, ou seja, os sete Rishis, os fundadores da
sagrada e antiga cultura indiana. Cada um deles representava um dos mistérios planetários da
época atlântica; eles eram os administradores da herança atlântica. O grau seguinte de
representantes dos mistérios solares era Zaratustra, que fundou a cultura persa. Também os
impulsos para a fundação das culturas egípcio-babilônicas e greco-romanas emanava de
maneira semelhante, do grande Manu. Noé é o nome bíblico para o grande Manu e significa:
quem traz calma. Pela força do pensamento ele implanta a calma na alma do Homem, para
estabelecer o equilíbrio no meio das tempestades. O lugar para onde ele levou seus discípulos
era chamado Manoah, ou seja, lugar do sossego. Na imaginação, esse lugar aparece como sendo
o primeiro dos montes que surge das águas e de cujas oliveiras o pombo trouxe o ramo da paz.
Não só as almas, também o mundo ficou diferente. A Terra toda parecia ter se transformado
num grande Manoah – aquilo que antigamente estava em movimento, foi tomando forma
definitiva. Os seres superiores e elementares deixaram sua obra e se retraíram. Forma-se o
mundo das leis da natureza. Começam a reger a medida, o algarismo, o peso. Tanto na alma do
Homem como na natureza começa o pensamento. A natureza podia ser compreendida da
mesma maneira, como o homem estava adquirindo a capacidade de compreensão. Da natureza
em movimento, dificilmente compreensível e calculável, duas coisas permanecem até hoje: os
fenômenos vulcânicos e as mudanças do tempo. As grandes neblinas, que até lá cobriam o
mundo, se dispersaram. O Sol apareceu no céu azul, com a lua e as estrelas e ficaram visíveis ao
olho físico. Como símbolo da nova vida do mundo aparece o arco-íris. Noé fez do arco-íris o
símbolo da nova aliança entre Deus e os Homens. Começou então o ritmo regular das estações
do ano, a semeadura e a colheita, o calor e o frio, o verão e o inverno, o dia e a noite. Com esse
ritmo, o Homem passou a adivinhar as leis divinas e humanas e, afinal, a compreendê-las.
A Bíblia indica um segredo importante: Noé foi o primeiro Homem a plantar a videira. A
imagem do primeiro plantio da videira está relacionada com as grandes mudanças nas forças
etéricas durante a catástrofe atlântica.
O dinamismo das forças de reprodução e das forças vegetativas começam a agir de maneira
mais quieta e conforme certas regras. As lendas ainda falam da força titânica do tempo
atlântico. “As mulheres ficavam grávidas durante três dias e logo davam à luz. Alguns falam até
de um dia; as crianças logo pulavam ao redor das mães. Nos tempos do dilúvio, o trigo era do
tamanho dos cedros do Líbano. Não era preciso semear e nem colher; o vento fazia tudo.”
Depois do grande dilúvio, as forças etéricas passaram a agir de uma maneira mais íntima. Na
videira, a força titânica dos elementos é como que captada e virada para dentro. A intensidade e
o fogo agem no interior da ponta e não para fora. O mundo vegetativo aprende, no ponto da
videira, o segredo do amadurecimento vigoroso e lento. As lendas querem indicar que se
encontra na uva um resto do Paraíso. Noé achou uma videira, que provinha do Paraíso; ele
comeu dos frutos e sentiu vontade, em seu coração, de tê-los sempre. Assim, ele os plantou. No
dia em que ele plantou, ele já colheu... e Noé bebeu do vinho.
O efeito do vinho é o de ligar o Ego da personalidade mais profundamente à organização física.
Isso ajudou o Homem a descobrir seu próprio Ego; ele experimenta de maneira extática o
primeiro encontro consigo mesmo. (Mais tarde, o mesmo meio ia conduzir o Homem do futuro,
que já era possuidor de um Ego, à perda do mesmo). Os Titãs são seguidos por Dionísio.
Elaborado por: José Luiz F. Ferreira
1 de abril de 2013
Poderíamos chamar Noé, o Dionísio do Gênesis. “Ele leva o Homem e a natureza a uma vida
interior íntima.”
Para a Humanidade na época da antiga Índia a Terra era maia, ilusão, pois ainda traziam
intensa e direta relação com seres e forças espirituais. Carregavam na alma um estado de
pureza e simplicidade que, aliado a forças doadas pelos Santos Rishis, discípulos de Manu,
permaneciam protegidos em suas vidas entre a morte e um novo nascimento das influencias de
Arimã. Carregavam a capacidade de ver as realidades no mundo astral, pois os próprios Santos
Rishis haviam herdados corpos astrais adequados ao impulso que deveriam trazer na época.
Na mesma época havia em certas regiões da Europa e também da Ásia grupos que migraram da
Atlantida e que ainda cultivavam as mesmas práticas espirituais retrógradas que contribuíram
para levar ao fim trágico da Atlantida.
Época proto-Persa.
A humanidade segue sua evolução, ou melhor, a evolução da consciência, que cada vez mais
ligavam o Ser Humano a matéria. Neste caminho o centro da evolução ressurge na região do
Oriente Próximo que hoje compreende grandes áreas próximas ao atual Iran.
Aqui surge pela primeira vez o nome de Zaratustra ou Zoroastro, fundador da cultura persa.
Zaratustra é o oráculo do Sol que, por sua vez, foi instruído e preparado por Manu para esta
primeira grande tarefa na condução da evolução da humanidade.
Na civilização persa não esta mais presente aquela condição anímica protegida da ação das
forças contrárias, pois o ser humano começa a ser confrontado com a capacidade e necessidade
de atuar cultivando e transformando a matéria, os metais, o que poderia levá-los mais
intensamente em direção ao mundo material além do ponto em que suas almas estavam
preparadas. Zaratustra então tinha a tarefa de dirigir esta época no caminho correto e apontava
para o Reino da Luz em contraposição ao reino das trevas que ameaçava em vista do seu
crescente domínio sobre a terra. Surge pela primeira vez a dualidade interna (luz e sombra) e
externamente (as guerras contra o inimigo do norte).
Nesta época a parte da humanidade que, como restos da época atlântica já decadente, haviam
se fixado na Europa oriental. Estes povos descendentes dos antigos Turanianos, que deram
início a cultura xamânica, cultivavam um instinto guerreiro devastador. Por longos períodos os
povos do sul e do norte travaram intermináveis e sangrentas guerras. Lievegoed em seu ultimo
livro afirma que esta foi a primeira de muitas derrotas que as foras orientadas ao progresso da
humanidade derrotaram as forças inspiradas por Arimã.
Zaratustra mostrava aos seus discípulos a aproximação do Grande Ser Solar visível
espiritualmente na esfera solar a quem ele chamava de Aura Mazdao. Nos livros mosaicos há
alusões a este período que permitem aproximarmos dele a partir de imagens grandiosas. O
mesmo se dá por meio do Zen Avesta (500 aC), livro básico que sustenta aquilo que veio a ser o
Zoroastrismo tardio, como religião atribuída ao Zaratustra histórico (1500 aC), contudo o
grande Zaratustra que R. Steiner mostra em sua obra deu início a cultura Persa três milênios
antes.
Época Egipto – Caudaica – Assirio – Babilonica.
A evolução da humanidade agora tem seu palco principal na região que vai da Asia ocidental ao
extremo Nordeste da África. Agora é Hermes Trimegisto, o terceiro grande guia universal,
pertencente a corrente solar da qual Manu foi o primeiro e maior representante ao lado de
Zaratustra, cada qual a seu tempo trouxeram os impulsos que, pela ordem universal tiveram a
tarefa de conduzir a humanidade, trazendo os impulsos fundamentais.
Elaborado por: José Luiz F. Ferreira
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O que antes era visível no elevado nível astral, depois no éter solar, aqui se faz perceptível nos
raios solares, porém nesta época cada vez era menor o número de homens capazes de ter
acesso direto a visão espiritual.
Na Época aqui aludida o homem passa a ser confrontado com a morte como algo que cada vez
mais lhes é assustador. A mumificação é um reflexo desta desafiante tarefa de confrontar a
morte.
A percepção dos ritmos dos tempos passa a prevalecer como um dos fundamentos da vida física
nos fenômenos do nascimento e morte. Cada vez mais se perdia o significado da vida além da
morte. Os ritmos eram marcados por fatos da natureza, representado sobre tudo pelos períodos
de cheia e vazantes do Rio Nilo doador da vida, bem como pelo movimento dos astros.
Conheciam tais movimentos a ponto de medir o tempo dividindo em doze períodos de trinta
dias formando o ano. Surge a escrita e história como conhecemos, sobretudo pela necessidade
de registrar o que era ainda visíveis como verdades espirituais, ou contadas em contos ou
histórias antigas quando deuses ainda falavam diretamente aos homens.
Preparando esta época Hermes deixou uma monumental sabedoria, cujos ecos estão
representados pelo Mito de Isis e Osiris e nas Leis Herméticas.
Eram cada vez menor o números de homens que tinham acesso, e somente em condições
especiais experimentadas nos centros de mistérios, a tais verdades. Nesta época o processo de
iniciação era um segredo que se revelado podia-se pagar com a vida. O iniciado era submetido à
condição especial como se levado a um estado de quase morte e este processo era conduzido
por hierofantes que, no momento certo, podiam trazer o iniciado de volta a vida. Neste
processo eram lhes reveladas leis universais que subjazem os fenômenos físicos.
As pirâmides representam o mundo espiritual, representado pela matemática e pela geometria,
transformado em realidade física. Como se fosse um símbolo da existência do mundo espiritual.
Condição semelhante, porém com qualidades diferentes foram notadas entre os Caldeus,
Sumérios, Assirios e, por fim entre os Hebreus, estes últimos representam um elo entre esta
época e a seguinte que veremos aseguir, simbolizado pelo Exodo do Egito.
Como já mencionado a cima, não se podia ter acesso a seres e fatos espirituais diretamente e
somente as leis espirituais por trás da natureza. Porém ainda foi possível deixar um enorme
legado de conhecimento sobre matemática, astronomia, medicina, enfim em todas as áreas do
saber humanos que nos são válidos ainda hoje. Copernico menciona em sua obra que suas
descobertas apenas foram possíveis pelo legado Egípcio. Outro reflexo deste distanciar do
mundo espiritual e a progressiva aquisição de maior consciência do mundo físico circundante
foi o surgimento da idolatria e dentre estes povos os que mais sentiram este, assim chamado,
crepúsculo dos deuses foi os povos mais a oriente como é possível perceber ainda hoje em dia.
Ainda como uma tentativa de preservar ou preparar os povos egípcios para um monoteísmo de
inspiração solar, foi a atuação de Akhenaton por volta de 1360aC, entretanto foi considerado o
Faraó louco e governou por brevíssimo espaço de tempo.
Época Greco-latina.
Aquelo que já se tornavam decadentes no oriente próximo ressurge de uma nova forma na
Europa meridional e na Asia ocidental. Nessa circunstância, tais povos continham em si o
impulso para criar no mundo sensorial um domínio que expressasse, no físico, o espiritual de
forma perfeita. Deste impulso surgem conseqüências como as artes gregas, a relação com a
perfeição física. R. Steiner diz que foi por meios misteriosos que um tesouro de sabedoria dos
iniciados de toda a Asia e África(acólitos de Zaratustra e adeptos de Hermes), fluíram para
poetas, artistas e pensadores gregos. Os principais sinais destes movimentos foi o surgimento
de importantes centros iniciáticos como: Efesus, Delphi e Samotrácia. (mistérios órficos e
Elaborado por: José Luiz F. Ferreira
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eleusínios). Em tais templos a arte, a poesia e o conhecimento se expressam no caminho
iniciático. Nas escolas filosóficas também estes ensinamentos encontram continuação.
O confronto com a morte é para o grego o pior a ser evitado. A percepção espiritual
praticamente desaparece ao cidadão comum, restando os mitos como herança de uma
realidade incompreensível para eles. Tais conhecimentos, sobre como sobrepujar a morte com
o conhecimento de algo do eterno eram reservados aos iniciados e nada se poderia falar a
respeito sob o risco de condenação a morte. Para o grego comum “mais vale ser um mendigo
nos reino dos vivos do que um príncipe no reino dos mortos”. Neste sentido soam duras as
palavras de Platão: “os não iniciados afundam no lodo, só a atingindo a eternidade quem passa
por uma vida mística”. De fato, Platão ainda extrai a sua filosofia daquilo que recebeu nos
mistérios.
Em Aristóteles a filosofia avança para o domínio do pensar por si a partir de uma nova
capacidade, como prenuncio daquilo que virá a ser possível em época vindoura. Sua ligação
pessoal e sua atuação como orientador de Alexandre, fez deste o difusor da filosofia e,
sobretudo, da ciência aristotélica e helênica. Em suas campanhas, Alexandre levou esta
sabedoria contida, sobretudo no aristotelismo científico, a todo o oriente e norte da Africa. A
ciência aristotélica encontrava no oriente os fundamentos espirituais necessário para sua
compreensão.
Com Aristóteles os mistérios deixam de prevalecer sobre os conteúdos do saber. Um marco
externo nisto está no fato de que no dia do nascimento de Alexandre o templo de Éfeso foi
incendiado.
Aristóteles e Alexandre atuaram em contraposição as potências espirituais demoníacas que
atuaram através de Herostrato ao atear fogo no templo de Efeso. Essas forças não queriam
deixar penetrar na civilização Européia nada que fosse espiritual.
No Egito e na Ásia a antiga sabedoria poderia ser conservada por muito tempo. Nestas
academias alexandrinas os sábios gregos poderiam encontrar refugio.
Nesta mesma época, outro discípulo de Aristóteles, Theofrasto, levou para a Europa somente aquilo que a
Europa poderia suportar, ou seja, seu conteúdo lógico, um aristotelismo pálido, mas sem o qual o
conteúdo científico também fica comprometido em sua compreensão.
No período romano a separação entre o espiritual e o material alcança seu ponto mais baixo, ou
melhor, ultrapassa o nível em que se poderia dizer que a realidade espiritual desaparece da
alma do romano. Resta o culto ao imperador. Julio Cesar é deus os demais Julius que o
sucederam eram para os romanos os filhos de deus. Dentro deste árido ambiente anímico e
físico acontece o mistério do Golgota na Palestina. Aquele que viveu no homem Jesus e que se
fez Cristo ao descer sobre aquele durante o batismo era a manifestação do Deus profetizado,
porém a maioria não percebeu dadas as condições anímicas do seu tempo. O verdadeiro Deus
nasceu em circunstâncias humilde e ao se revelar afirma: daí a Cesar o que é de Cesar e a Deus o
que é de Deus. Este foi o seu crime perante os romanos, não reconhecer Cesar como um deus. O
outro crime, este para os antigos discípulos (fariseus, saduceus e outros) foi o de ter revelado
palavras circunscritas aos templos de iniciação durante o episódio de Lazaro, ao dizer:
“Levanta-te e sai” para aquele que jazia em um sono iniciático decadente.
O Cristianismo, nos três primeiros séculos após aquele monumental fato cósmico espiritual, do
qual nenhum sinal histórico foi deixado, cresceu a partir das Catacumbas levando ao imperador
Constantino estatizar o cristianismo como uma religião do império. Isto ocorreu entre sete e
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oito séculos depois de Alexandre e três ou quatro séculos depois do Mistério do Golgota, o
imperador Constantino estatizou o cristianismo como religião, que faz comparar este ato a
segunda crucificação do Cristo. Surge um cristianismo que não permitiu um a coexistência de
um conteúdo cristão mais autêntico ou mesmo esotérico. Aspectos do platonismo agostiniano
foram usados de forma distorcida como fundamento para o dogmatismo religioso.
A correta leitura de Aristóteles, em seu mais profundo sentido crístico, permitia aos
escolásticos dominicanos contrapor com a compreensão de que a alma humana, elabora em si o
conteúdo do mundo dos pensamentos, até o ponto em que esses conteúdos agem sobre sua
própria corporalidade física desenvolvendo-a, até o ponto em que estes conteúdos são reespiritualizados e oferecido à luz espiritual como fonte de transformação para o futuro.
Pensadores anteriores à escolástica tinham declarado que algo poderia ser verdadeiro do ponto
de vista da teologia e ser falso do ponto de vista da filosofia. Ou seja, O dogma da Santíssima
Trindade, quando refletido profundamente chega-se ao resultado contrário: a doutrina da
dupla verdade.
Coube a Thomas de Aquino promover a harmonia entre a crença religiosa e o conteúdo da
razão. Não procurar por uma possível contradição entre aquilo que a razão pode pensar, com
clareza até um certo limite, e a crença religiosa. O que a razão consegue pensar não deve
contradizer o conteúdo da fé e esta não poderá contradizer a razão.
Thomas de Aquino lançando os fundamentos para compreensão da fé e da pesquisa científica
declarou que, a pesquisa científica (e os cientistas) deveria continuar com toda liberdade, desde
que não declarasse sua própria infalibilidade e uma finalidade contrária aos seus próprios
princípios. E a igreja deveria continuar a se desenvolver e tratar questões não naturais desde
que não alegasse direito de alterar os princípios da fé. Para ele, a pior das mentiras é a que está
muito próxima da verdade.
Thomas de Aquino coloca na alma humana as forças para, no século XX, no período da regência
de Micael, surja na Terra uma espiritualidade que esteja a altura da inteligência própria dos
seres humanos, para que possamos pensar e ser, simultaneamente, seres humanos espirituais:
pois é isto que significa o domínio de Micael.
As qualidades que nos reconduzirão a evolução futura e a uma correta reconexão com os
mundos espirituais, aos quais verdadeiramente pertencemos, somente podem ser encontradas
dentro da alma humana.
Estas forças repousam sobre o nosso pensar. O Ser Humano percebe o mundo e seus
fenômenos e age no mundo em acordo com o que ele percebe. Caso contrário corre o risco de
ser taxado de louco. Normalmente agimos a partir do que percebemos em nossa volta.
O que percebemos do mundo é o que os nossos conceitos confirmam o que os olhos vêm. Não
vemos o que olhamos, mas sim o que o nosso pensamento pensa sobre o que os nossos olhos
vêem. Vemos algo e buscamos em nosso mundo representacional os conceitos que explicam o
que meus olhos vêem.
Para mim, este é o começo de tudo. Temos que trabalhar em nós próprios, começando com o
exercício do olhar os fenômenos (sejam eles sociais, naturais, etc). Nietsche disse que “a
primeira tarefa da educação deveria ser a de ensinar a ver” e E. E. Cummings em determinado
momento da sua vida teria dito: “agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram agora os olhos
dos meus olhos acordaram”.
Steiner fala em sua Filosofia da Liberdade que, o fato de unirmos um conceito à observação é
resultado de uma intuição de primeiro grau. À medida que o nosso pensar é educado, não para
reproduzir meras representações que o hábito e os modelos mentais da cultura de massa
sufocam nossa mente, ele ganha vida. A conquista da capacidade de pensar por si depende do
tipo de conceito que estamos expondo nossa mente. Colocar-se ativamente diante do fenômeno
como observador, logo vem o pensar com seus conceitos vivos ou mortos (podemos escolher se
Elaborado por: José Luiz F. Ferreira
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queremos uma auto-educação do pensar ou não). No momento seguinte podemos conter nosso
pensar e permitir que algo subjacente ao fenômeno se revele então novos conceito muito mais
ricos e vivos acorrem ao nosso pensar. O passo seguinte seria colocar a própria atividade
pensante no foco do pensar, isto chama-se pensar sobre o pensar. Esta atividade realizada de
forma intensificada levaria ao nível da consciência imaginativa que por si só já é uma atividade
puramente espiritual. Esta capacidade de viver com a consciência no nível imaginativo toda a
humanidade deveria alcançar em alguns milênios e viverá plenamente nela na próxima
encarnação planetária.
R. Steiner resgatou de fontes essenciais, tais como essas, uma autêntica sabedoria sobre o
homem (antroposofia). A partir desse ponto, Steiner tornou acessível a qualquer homem sadio,
por meio de uma linguagem apropriada, percorrer o mesmo caminho de conhecimento
inaugurado por Goethe. Um caminho que permite uma vivencia própria da experiência.
Quando no início do século XX Steiner trouxe suas contribuições, o materialismo científicoeconômico já havia se instalado profundamente, porém, suas conseqüências ainda não eram
totalmente conhecidas como começa a ser hoje. Steiner alertou naquela época que uma nova
consciência passaria a ser requerida: “No desenvolvimento da Humanidade, cada um não tem o
direito de se sentir individualidade se não se sentir ao mesmo tempo parte de toda a
Humanidade”.
Ao se percorrer o caminho de conhecimento alinhado a partir de Aristóteles, passando por
Goethe e chegando a Steiner conclui-se que a excepcional maneira de pensar que está contida aí
aponta para um caminho validado pelo senso humano mais acurado, sendo, sobretudo, uma
conquista necessária em nossa época. Um pensar assim alcançado atua como se provindo do
coração.
Ora, vivemos na quinta época cultural, na qual nos cabe desenvolver a Alma da Consciência e,
para tal, temos a tarefa de desenvolver um pensar vivo como germe do pensar imaginativo.
Como falei anteriormente, para desenvolver este pensar, seria preciso primeiro partir da
capacidade de observar atentamente os fenômenos em estado de presença.
“A missão da humanidade pós-atlantica é desenvolver em si as faculdades anímicas que podem
ser adquiridas pelas forças intelectuais e afetivas despertas, não movidas diretamente pelo mundo
espiritual como no passado e sim as surgidas pelo fato de o homem observar o mundo sensível,
adaptar-se a ele e transformá-lo pelo trabalho. Assim, de etapa em etapa essa conquista
progride”. Rudolf Steiner
Elaborado por: José Luiz F. Ferreira
1 de abril de 2013