Agrupamento de Escolas de Mira de Aire e Alvados (Porto de Mós)

Transcrição

Agrupamento de Escolas de Mira de Aire e Alvados (Porto de Mós)
INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO
Avaliação Externa das Escolas
Relatório de escola
Agrupamento de Escolas
de Mira de Aire e Alvados
PORTO DE MÓS
Delegação Regional do Centro da IGE
Datas da visita: 12 a 14 de Abril de 2010
I – INTRODUÇÃO
A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de
avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos
ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a
auto-avaliação e para a avaliação externa.
Após a realização de uma fase-piloto, da responsabilidade de um
Grupo de Trabalho (Despacho Conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio),
a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da
Educação (IGE) de acolher e dar continuidade ao programa nacional
de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no
modelo construído e na experiência adquirida durante a fase-piloto, a
IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada como
sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de
Julho.
O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa do
Agrupamento de Escolas de Mira de Aire e Alvados – Porto de Mós,
realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efectuada
entre 12 e 14 de Abril de 2010.
Os capítulos do relatório – Caracterização do Agrupamento,
Conclusões da Avaliação por Domínio, Avaliação por Factor e
Considerações Finais – decorrem da análise dos documentos
fundamentais do Agrupamento, da sua apresentação e da realização
de entrevistas em painel.
E S C A L A D E A V ALI A Ç Ã O
Níveis de classificação dos
cinco domínios
MUITO BOM – Predominam os
pontos fortes, evidenciando uma
regulação sistemática, com base
em
procedimentos explícitos,
generalizados e eficazes. Apesar
de alguns aspectos menos
conseguidos,
a
organização
mobiliza-se para o aperfeiçoamento contínuo e a sua acção tem
proporcionado um impacto muito
forte na melhoria dos resultados
dos alunos.
BOM – A escola revela bastantes
pontos fortes decorrentes de uma
acção intencional e frequente,
com base em procedimentos
explícitos e eficazes. As actuações
positivas são a norma, mas
decorrem muitas vezes do
empenho e da iniciativa individuais. As acções desenvolvidas
têm proporcionado um impacto
forte na melhoria dos resultados
dos alunos.
Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a autoavaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para o
Agrupamento, constituindo este relatório um instrumento de reflexão
e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos,
bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa
oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos
de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação
com a administração educativa e com a comunidade em que se
insere.
SUFICIENTE – Os pontos fortes e os
A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de
colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na
preparação e no decurso da avaliação.
INSUFICIENTE – Os pontos fracos
O texto integral deste relatório, bem como o contraditório
apresentado pelo Agrupamento, estão disponíveis
no sítio da IGE na área
Avaliação Externa das Escolas 2009-2010
pontos
fracos
equilibram-se,
revelando uma acção com alguns
aspectos positivos, mas pouco
explícita e sistemática. As acções
de aperfeiçoamento são pouco
consistentes ao longo do tempo e
envolvem áreas limitadas da
escola. No entanto, essas acções
têm um impacto positivo na
melhoria dos resultados dos
alunos.
sobrepõem-se aos pontos fortes. A
escola não demonstra uma
prática coerente e não desenvolve
suficientes acções positivas e
coesas. A capacidade interna de
melhoria é reduzida, podendo
existir alguns aspectos positivos,
mas pouco relevantes para o
desempenho global. As acções
desenvolvidas têm proporcionado
um impacto limitado na melhoria
dos resultados dos alunos.
Agrupamento de Escolas de Mira de Aire e Alvados – Porto de Mós
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II – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO
O Agrupamento de Escolas de Mira de Aire e Alvados situa-se no Concelho de Porto Mós, entre a Serra de Aire e
Candeeiros, abrangendo as freguesias de Mira de Aire, Alvados e Alcaria. É constituído por três jardins-deinfância, três escolas do 1.º ciclo, uma escola básica do 2.º ciclo e a Escola Secundária com 3.º Ciclo de Mira de
Aire (Escola-Sede). Os estabelecimentos de educação e ensino oferecem condições adequadas para o
desenvolvimento das actividades escolares, apresentando-se cuidados e devidamente apetrechados.
No presente ano lectivo, o Agrupamento acolhe 578 crianças e alunos: 86 da educação pré-escolar (quatro
grupos), 189 do 1.º ciclo (10 turmas), 86 do 2.º ciclo (quatro turmas), 137 do 3.º ciclo (oito turmas, incluindo
uma do curso de educação e formação de Assistente Administrativo) e 80 do ensino secundário (cinco turmas,
uma das quais do curso profissional de Energias Renováveis). O Centro Novas Oportunidades tem 266
formandos inscritos. Regista-se alguma diversidade linguística, cultural e étnica, sendo que 4,7% da população
escolar é oriunda da Ucrânia, Brasil e França. Recebem auxílios económicos, no âmbito da Acção Social Escolar,
52,1% dos alunos. No ensino básico, 72,0% dos alunos possuem computador e 55,8% têm ligação à Internet.
Os pais e encarregados de educação distribuem-se por sectores profissionais bastante diversificados,
abrangendo os serviços (21,7%), operários, artífices e trabalhadores similares (25,6%), operadores de máquinas
e condutores de veículos (26,4%) e técnicos e profissionais de nível intermédio e superior (22,4%). Na sua
maioria (68,9%), possuem uma habilitação académica igual ou inferior ao 3.º ciclo do ensino básico.
O corpo docente, caracterizado por uma forte mobilidade, compreende 74 educadores e professores, dos quais
41,9% são contratados e 68,0% têm, com o Agrupamento, contacto funcional inferior a cinco anos. O pessoal
não docente é constituído por sete assistentes técnicos, 52 assistentes operacionais e quatro técnicos do
Centro Novas Oportunidades.
III – CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO
1. Resultados
MUITO BOM
O sucesso académico é objecto de acompanhamento e avaliação sistemáticos pelos órgãos de direcção,
administração e gestão e pelas estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica. A reflexão
realizada tem permitido identificar os progressos alcançados e as áreas de menor sucesso, bem como
implementar algumas estratégias consistentes de melhoria.
Nos últimos três anos verificou-se uma evolução positiva das taxas de transição/conclusão no ensino básico e
no ensino secundário, acima das registadas a nível nacional, com excepção das do 2.º ciclo. Nas provas de
aferição e nos exames do 9.º ano e do ensino secundário, a prestação global do Agrupamento tem sido,
também, muito satisfatória. O abandono escolar é residual.
O desenvolvimento cívico das crianças e dos alunos e a regulação dos comportamentos são promovidos de uma
forma consistente, reflectindo-se de modo muito positivo nos baixos níveis de indisciplina, no estado geral de
conservação e limpeza das escolas e num bom ambiente educativo. A sua participação nos conselhos de turma
não tem sido explorada. A divulgação frequente dos resultados escolares e das actividades em que participam
as crianças e os alunos, bem como o reconhecimento sistemático e a distinção pública do seu mérito,
contribuem para o aumento das expectativas na formação ministrada e o reforço progressivo de uma boa
imagem do Agrupamento.
2. Prestação do serviço educativo
BOM
Os departamentos curriculares promovem a coordenação dos docentes, assegurando os aspectos essenciais da
gestão dos programas, bem como a avaliação das actividades e do sucesso alcançados. São desenvolvidas
acções consistentes tendo em vista assegurar a sequencialidade das aprendizagens. A articulação vertical tem
sido pouco explorada enquanto estratégia para inverter resultados mais frágeis. As novas metodologias de
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trabalho implementadas na disciplina de Matemática tiveram um impacto relevante na melhoria da prestação
do Agrupamento nas provas de aferição do 6.º ano e nos exames nacionais.
Existem procedimentos de monitorização do trabalho individual dos docentes com efeitos concretos na
regulação dos processos de ensino e aprendizagem e na confiança da avaliação realizada. Contudo, nalgumas
disciplinas/turmas, as medidas adoptadas não se mostram eficazes na superação das dificuldades dos alunos.
As necessidades de diferenciação pedagógica são adequadamente enquadradas, investindo-se na organização
de estratégias de apoio e de reforço das aprendizagens, no trabalho conjunto entre docentes e famílias, bem
como na rentabilização dos recursos da comunidade. Os planos de recuperação e de acompanhamento são
monitorizados e os seus resultados têm vindo a melhorar.
A oferta educativa diversificada contribui para reforçar a interligação dos saberes de diferentes áreas do
conhecimento e adequa-se às necessidades e interesses mais relevantes da comunidade. As atitudes positivas
face à experimentação e à descoberta são fomentadas através do envolvimento frequente das crianças e dos
alunos em actividades práticas e experimentais.
3. Organização e gestão escolar
MUITO BOM
Os documentos de planeamento estratégico são objecto de discussão interna, estão articulados e apontam um
rumo claro de progresso. O ano é cuidadosa e atempadamente planeado, tendo em conta as linhas de acção
definidas no Projecto Educativo, bem como o balanço do ano anterior.
É realizada uma ponderada gestão dos recursos humanos, incluindo nas componentes da formação e
actualização profissionais mais implicadas nos processos de melhoria. A direcção tem uma estratégia para a
integração dos novos profissionais, procurando assegurar o seu comprometimento com os objectivos do
Agrupamento e com as boas práticas instituídas. A elevada mobilidade do corpo docente afecta de modo
relevante a estabilidade das equipas de docentes por turma, não favorecendo a sequencialidade das
aprendizagens. As instalações, espaços e equipamentos são geridos de forma muito adequada e partilhados
com a comunidade. São desenvolvidas acções sistemáticas de prevenção e segurança. A direcção revela
capacidade de angariação de receitas e dinamismo na renovação e apetrechamento escolar, o que tem tido um
forte impacto na melhoria contínua das condições materiais de prestação do serviço educativo.
O envolvimento dos pais e de outros elementos da comunidade educativa é um objectivo prosseguido através
de uma acção regular e intencional, assente numa adequada divulgação de informação, no incentivo à
participação em diversas actividades, assim como numa estreita colaboração na resolução de problemas.
Porém, os pais não são convidados a participar nas reuniões dos conselhos de turma, o que não é consistente
com os objectivos do Projecto Educativo.
A acção dos profissionais demonstra equidade e justiça, em sintonia com os documentos orientadores,
denotando atenção aos problemas de aprendizagem e de inclusão escolares.
4. Liderança
MUITO BOM
O Agrupamento identificou as suas prioridades e estratégias de acção, tendo em vista o desenvolvimento
organizacional. No entanto, algumas das metas de sucesso académico não se revelam coerentes com os
objectivos de melhoria contidos nos documentos orientadores e no discurso dos responsáveis escolares. A
oferta educativa é determinada por critérios adequados face aos recursos disponíveis e às necessidades da
comunidade.
A direcção revela liderança na capacidade de mobilizar os actores educativos e na abertura à colaboração e
resolução de problemas, visando a persecução dos objectivos traçados. A sua acção, articulada com os
responsáveis pelas estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, mostra-se determinante na
concretização e monitorização dos planos de melhoria, ainda que nem todos estes se revelem eficazes.
A inovação escolar centra-se nas tecnologias de informação e comunicação, com reflexo positivo nas práticas
docentes e na motivação das crianças e dos alunos.
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As parcerias e os projectos em curso alinham-se com os objectivos do Agrupamento e representam um
contributo muito significativo para a melhoria das condições de prestação do serviço educativo, bem como das
oportunidades de aprendizagem. A política de abertura ao meio tem tido um impacto muito positivo na
resolução de problemas, na imagem do Agrupamento e na criação de fortes laços com a comunidade.
5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do Agrupamento
BOM
A auto-avaliação abrange diversas áreas organizacionais e assenta em procedimentos diversificados e
participados, que têm permitido identificar os pontos fracos e os constrangimentos essenciais do Agrupamento.
Este conhecimento tem impulsionado a tomada de decisões visando a melhoria das práticas pedagógicas e
organizacionais, de modo a explorar oportunidades e alcançar melhores resultados.
A continuidade da implementação da CAF (modelo de avaliação desenvolvido para organismos públicos) dará
maior consistência aos mecanismos de avaliação interna, reforçando o seu papel estratégico no dispositivo de
auto-regulação e na sustentabilidade do progresso do Agrupamento.
IV – AVALIAÇÃO POR FACTOR
1. Resultados
1.1 Sucesso académico
Os órgãos de direcção, administração e gestão e as estruturas de coordenação educativa e supervisão
pedagógica analisam um conjunto relevante de indicadores de sucesso académico, organizados por disciplina,
turma, ano e ciclo de ensino. Este trabalho é desenvolvido regularmente e inclui a confrontação das
classificações internas com as obtidas no período lectivo anterior e com as metas fixadas. Os resultados das
provas de aferição e dos exames são, também, objecto de análise, sendo comparados com os nacionais e com
os das escolas próximas, através dos rankings publicados na imprensa. Na educação pré-escolar é realizada a
avaliação das aprendizagens individuais das crianças e organizada informação global relativa ao progresso das
mesmas no Agrupamento. A reflexão realizada tem permitido monitorizar a evolução do sucesso académico,
bem como estabelecer estratégias de melhoria para as áreas mais críticas (p. ex., a atribuição dos tempos do
Estudo Acompanhado aos docentes de Língua Portuguesa e de Matemática nos 2.º e 3.º ciclos).
No último triénio, verificou-se uma melhoria global dos resultados escolares. As taxas de transição/conclusão
alcançaram, em 2008-2009, 98,9% no 1.º ciclo, 88,6% no 2.º ciclo, 90,1% no 3.º ciclo e 90,3% no ensino
secundário (cursos científico-humanísticos) valores que, com excepção dos do 2.º ciclo, se situam acima dos
nacionais (respectivamente 96,3%, 92,0%, 85,1% e 77,4%). Nas provas de aferição dos 4.º e 6.º anos e nos
exames nacionais do 9.º ano, nas disciplinas de Língua Portuguesa e de Matemática, a prestação tem sido,
também, globalmente positiva e acima da nacional. Neste conjunto de resultados não se evidenciam
fragilidades relevantes, destacando-se a Matemática pelo bom desempenho nos exames do 9.º ano, onde o
Agrupamento se distanciou deste mesmo referente (percentagem de classificações de nível três, quatro e cinco:
48,4%, 76,9% e 72,9%, contra, 29,0%, 57,0% e 65,9%) 1. No ensino secundário, nas disciplinas de Português,
Matemática A, Física e Química A e Biologia e Geologia, as classificações médias de exame (1.ª e 2.ª fases),
obtidas nos últimos dois anos, foram todas superiores às nacionais. Salientam-se, em 2008-2009, o Português
e a Matemática, com um resultado superior a dois valores, relativamente ao nacional (respectivamente
13,8/11,4 e 13,8/11,3 valores). O nível de sucesso dos alunos com planos de recuperação e de
acompanhamento (percentagem de alunos com plano que transitaram/concluíram) tem vindo a melhorar,
alcançando, em 2008-2009, respectivamente 71,6% e 100%.
Existe uma actuação preventiva sistemática em relação ao abandono escolar, que envolve a diversificação da
oferta educativa e a articulação estreita com as famílias e os diversos parceiros, com resultados muito positivos
1
Percentagem de classificações de nível três, quatro e cinco.
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(p. ex., Comissão de Protecção de Crianças e Jovens e Centro de Saúde). Em 2008-2009, foi de 0% no ensino
regular (3.º ciclo e ensino secundário) e 3,7% no curso de educação e formação (um aluno).
1.2 Participação e desenvolvimento cívico
É promovida a auscultação das crianças e dos alunos sobre os seus interesses e necessidades, de forma a
integrá-las nos documentos orientadores e na acção educativa. Por exemplo, foram ouvidos, através de
questionários de satisfação, no âmbito do processo de avaliação interna do Agrupamento e o Director reúne
regularmente com os delegados de turma, procurando identificar os problemas dos alunos, debater e transmitir
informações. Os alunos colaboram na gestão quotidiana das actividades do grupo/turma, são responsabilizados
pela realização de diversas tarefas (p. ex., marcação de presenças e distribuição de materiais) e envolvidos no
embelezamento dos espaços escolares (p. ex., pintura decorativa das salas de aula). Os delegados têm funções
específicas sobre segurança e um grupo de alunos criou e gere, de forma autónoma, o clube de dança. Os
representantes dos alunos são regularmente convocados para as reuniões do Conselho Pedagógico e do
Conselho Geral, mas não são chamados a participar nos conselhos de turma intercalares. No corrente ano
lectivo, com o incentivo do Director, foi reactivada a Associação de Estudantes.
A educação para a cidadania constitui uma dimensão muito valorizada, cultivando-se, de uma forma coerente,
atitudes positivas, nomeadamente nos domínios da saúde, do ambiente e da solidariedade. As actividades
desenvolvidas são diversificadas e enquadram-se, quer em projectos nacionais, quer da iniciativa do
Agrupamento (p. ex., Educação para a Saúde, Escola Electrão, Twist, recolha de roupas e livros para S. Tomé e
Príncipe, Corrida Solidária). Elucidativa é, também, a criação de um quadro de mérito solidário. O envolvimento
das crianças e dos alunos nestas acções e a interiorização dos valores que as mesmas perseguem é
significativo e pode ser ilustrado por diversos indicadores, como o estado geral de limpeza e conservação dos
equipamentos, mesmo após um dia intenso de aulas e a conquista de prémios ambientais (p. ex., Geração
Depositrão e Bandeira Verde, do Eco-Escolas).
1.3 Comportamento e disciplina
São implementadas estratégias adequadas de promoção e regulação dos comportamentos das crianças e dos
alunos, que incluem a definição e divulgação dos seus direitos e deveres, assim como das normas de
funcionamento dos diferentes espaços e serviços, ajustadas, quando necessário, às características de cada
grupo/turma. Estas orientações são discutidas e divulgadas (p. ex., na área de Formação Cívica), incluindo aos
encarregados de educação. O Regulamento Interno está disponível na página do Agrupamento na Internet.
Desenvolvem-se iniciativas de sensibilização sobre comportamentos de risco (p. ex., Teatro Debate: Eu e os
Medos, Violência Escolar, Aceitação da Diferença, Regras e Limites).
Nas situações mais problemáticas, recorre-se a medidas específicas, como a elaboração, pelos alunos, de
“contratos de turma”, fixando-se regras a cumprir e formas de responsabilização, ou a reuniões alargadas entre
o conselho de turma e os alunos. O Director mostra-se, também, muito atento às situações de indisciplina,
intervindo de uma forma prática e célere através da promoção da colaboração entre o Agrupamento e os pais,
na análise e resolução dos problemas. A assiduidade e a pontualidade são muito valorizadas, fazendo parte dos
parâmetros de avaliação, velando-se pelo seu cumprimento rigoroso. Para evitar o atraso dos alunos, o bufete
encerra cinco minutos antes do toque de entrada. As crianças e os alunos cumprem, em geral, as regras
estabelecidas. O número de participações de carácter disciplinar diminuiu nos últimos três anos. Não se
verificam situações de violência. O ambiente educativo nas escolas e jardins-de-infância é de serenidade,
evidenciando um bom relacionamento entre todos os elementos da comunidade escolar.
1.4 Valorização e impacto das aprendizagens
São desenvolvidas muitas iniciativas que estimulam as aprendizagens e melhoram as expectativas sobre o
serviço prestado (p. ex., exposições, teatro, dança, provas desportivas, olimpíadas de diversas disciplinas,
concursos de Língua Portuguesa e de Matemática). Algumas procuram maximizar o impacto na comunidade,
sendo abertas a pais (p. ex., festas de Natal e de encerramento do ano lectivo, Jornadas Pedagógicas) e
decorrendo à noite, para facilitar a sua participação (p. ex., palestra sobre “O Meio, os Outros e Eu” e Noite de
Teatro). A colaboração regular no jornal “A voz de Mira de Aire”, a página do Agrupamento na Internet e o blogue
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“No Trilho das Palavras” constituem, também, importantes meios de divulgação do trabalho desenvolvido e dos
resultados alcançados.
O desempenho meritório das crianças e dos alunos é estrategicamente reconhecido. No início do ano lectivo,
com a presença numerosa de pais e encarregados de educação, são entregues certificados e diplomas aos
“finalistas” da educação pré-escolar, aos estudantes que concluíram o 12.º ano e aos adultos das Novas
Oportunidades, bem como distinguidos os alunos dos quadros de mérito e valor, de todos os ciclos. Também os
educadores e professores valorizam, em geral, os sucessos dos discentes, designadamente através da
atribuição de “prendas” e prémios de participação (p. ex., no Dia Mundial da Criança, nos concursos da Língua
Portuguesa, nas Olimpíadas da História, no desfile de Carnaval). A criação dos cursos de educação e formação,
do curso profissional e do Centro de Novas Oportunidades evidenciam a atenção dos responsáveis escolares às
necessidades locais de formação. A comunidade reconhece e valoriza a qualidade do serviço educativo
prestado.
2. Prestação do serviço educativo
2.1 Articulação e sequencialidade
O Projecto Educativo e o Projecto Curricular do Agrupamento identificam a articulação curricular como uma das
prioridades na melhoria das aprendizagens e dos resultados e definem, nesta matéria, orientações para a
construção dos projectos curriculares de grupo/turma. São promovidas diversas reuniões entre os educadores e
os professores dos vários ciclos de ensino, onde se discutem actividades comuns e respectivas metodologias de
concretização. No final do ano lectivo, existe um especial cuidado em registar e transmitir, de forma organizada,
os aspectos essenciais caracterizadores dos alunos (p. ex., contexto familiar, dificuldades, medidas de apoio
implementadas e a implementar) tendo em vista, nomeadamente uma adequada constituição das turmas e a
construção dos respectivos projectos curriculares, reforçando-se, assim, a sequencialidade das aprendizagens.
Nalgumas disciplinas, a articulação entre os docentes dos vários níveis de educação e ensino não é potenciada
para inverter resultados menos conseguidos (p. ex., no Inglês, onde, no ano lectivo transacto, o insucesso nos
7.º e 10.º anos foi, respectivamente, de 25,6% e de 25,0%).
A coordenação intradepartamental abrange a planificação conjunta de actividades e conteúdos programáticos a
longo e a médio prazo, o estabelecimento de critérios de avaliação, a análise global do sucesso, traduzida na
elaboração de relatórios periódicos, detalhados, a elaboração de materiais pedagógicos de apoio ao estudo
autónomo dos alunos (disponibilizados nomeadamente no Moodle), bem como a construção de alguns
instrumentos de avaliação comuns (p. ex., provas de avaliação diagnóstica no 1.º ciclo). A progressiva renovação
das metodologias de ensino e o reforço das práticas de trabalho colaborativo na disciplina de Matemática têm
assegurado um progresso consistente nos resultados da avaliação externa nos 2.º e 3.º ciclos e ensino
secundário.
São desenvolvidas algumas acções de orientação escolar e vocacional e, por vezes, concretizada a participação
dos alunos em eventos de divulgação de cursos e saídas profissionais. A direcção tem em curso a contratação
de um psicólogo visando melhorar o apoio e orientação a alunos e pais.
2.2 Acompanhamento da prática lectiva em sala de aula
Os educadores e os professores planificam as actividades de ensino e aprendizagem de acordo com as
orientações estabelecidas, tendo em conta, também, os resultados da avaliação diagnóstica e as características
de cada grupo/turma. O Conselho Pedagógico, os departamentos curriculares e os conselhos de turma
acompanham o sucesso escolar e as dificuldades de aprendizagem, embora nem sempre adoptem medidas
eficazes para inverter resultados desfavoráveis (p. ex., em 2008-2009, no 9.º B, o insucesso na disciplina de
Ciências Naturais passou de 26,7%, no 1.º período, para 40,0%, no final do ano e, no 10.º LH, na disciplina de
Filosofia, manteve-se nos 35,7%).
O acompanhamento da prática lectiva de cada docente realiza-se através da monitorização regular do
cumprimento das planificações didácticas e da análise dos resultados. As actividades de enriquecimento
curricular, no 1.º ciclo, são acompanhadas continuamente pelos professores titulares de turma, com a
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elaboração de balanços trimestrais. O Plano de Acção para a Matemática introduziu a co-docência nesta
disciplina, o que veio fomentar uma maior partilha de experiências de ensino e constitui, também, um
importante elemento de auto-regulação.
A aplicação de critérios de avaliação comuns, a análise comparativa das classificações obtidas nas diferentes
turmas do mesmo ano, a confrontação com os resultados das provas nacionais e a auto-avaliação dos alunos
constituem os procedimentos mais frequentes de reforço da confiança na avaliação interna. Neste sentido são,
também, usadas questões dos exames nacionais, enquanto elementos de avaliação formativa, e realizados os
testes intermédios do Gabinete de Avaliação Educacional.
2.3 Diferenciação e apoios
As necessidades educativas das crianças e dos alunos são devidamente identificadas pelos docentes que, no
âmbito dos departamentos curriculares e conselhos de turma, estabelecem os respectivos planos de
intervenção, articulando-se, sempre que necessário, com os serviços de educação especial e com as famílias. A
cooperação com diversas instituições tem garantido o apoio técnico no despiste das problemáticas e no
acompanhamento psicossocial e psicopedagógico (p. ex., o Centro de Saúde, a Psicativa e o Instituto de
Psicologia Aplicada e Formação).
São organizadas diversas medidas visando responder às dificuldades de aprendizagem, como aulas de apoio
educativo a várias disciplinas, Português Língua Não Materna e reforços curriculares (meio bloco de oferta de
escola). A elaboração periódica de relatórios individuais dos apoios ministrados favorece a articulação com os
titulares de turma/disciplina. Os programas dos alunos com necessidades educativas especiais são executados
de acordo com as medidas estabelecidas, mobilizando-se os recursos indispensáveis à sua efectiva
concretização (p. ex., apoio no domicílio).
O sucesso dos planos de recuperação e de acompanhamento é monitorizado. A diminuição progressiva do
número de alunos abrangidos por estes mecanismos aponta para uma melhoria das estratégias de
diferenciação desenvolvidas nos tempos curriculares.
2.4 Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem
O planeamento e a acção educativa têm em conta as componentes socioculturais e artísticas, desenvolvidas,
quer através das actividades curriculares (p. ex., nas disciplinas de Oficina de Teatro e Educação Musical no 3.º
ciclo), quer das de enriquecimento do currículo. De entre estas últimas, destaca-se a iniciação ao Ensino do
Inglês, na educação pré-escolar, as Expressões Artísticas, no 1.º ciclo e o Desporto Escolar nos restantes ciclos e
níveis de ensino. Os cursos profissionalmente qualificantes e o Centro Novas Oportunidades criaram alternativas
de formação, qualificação e integração comunitárias, respondem aos interesses e necessidades mais visíveis da
comunidade e põem em evidência o valor dos saberes e das aprendizagens escolares. O contacto com o mundo
laboral, através dos estágios nas empresas, estimula o sentido de responsabilidade dos jovens, que são
confrontados com novas exigências de rigor e de prestação de contas (p. ex., cumprimento de horários, respeito
pela hierarquia).
Os docentes fomentam uma atitude positiva das crianças e dos alunos face à experimentação e à descoberta,
que se traduz na realização frequente de actividades práticas e experimentais, enquadradas nos tempos
curriculares ou em iniciativas de enriquecimento do currículo, como o Clube de Ciência, Ambiente e Tecnologia,
os Laboratórios Abertos e a adesão ao projecto Xperimania. Neste mesmo sentido, sublinha-se a aposta dos
professores do 1.º ciclo na formação nacional nesta área, o que permitiu o apetrechamento das escolas, ainda
que os mesmos, já não leccionem no Agrupamento.
3. Organização e gestão escolar
3.1 Concepção, planeamento e desenvolvimento da actividade
O Projecto Educativo, o Projecto Curricular e Plano Anual de Actividades mostram-se devidamente articulados e
adequados aos objectivos a alcançar. A educação para a cidadania, a melhoria das aprendizagens, a valorização
da Língua Portuguesa e a abertura à comunidade são prioridades que se destacam pelo nível de concretização e
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abrangência. A discussão e a revisão destes documentos são efectuadas nos órgãos e nas estruturas de
coordenação e supervisão, contando com a participação da comunidade educativa. Pais, alunos, professores e
pessoal não docente revelam, em geral, um conhecimento adequado sobre os mesmos.
O planeamento e a gestão do ano escolar têm em conta as metas, as prioridades, bem como as propostas
resultantes da avaliação do ano anterior (p. ex., limitar o número de visitas de estudo a duas, por turma, e
realizá-las em diferentes dias da semana, para evitar prejuízo das mesmas disciplinas). O meio bloco a decidir
pela escola, foi afecto à disciplina de História, no 7.º ano, e à de Física e Química, no 8.º ano, tendo em conta as
dificuldades no cumprimento do currículo. O Estudo Acompanhado é atribuído às disciplinas de menor sucesso
(Língua Portuguesa e Matemática).
3.2 Gestão dos recursos humanos
O pessoal docente e não docente é gerido tendo em conta as necessidades e as suas capacidades pessoais e
profissionais. Existem critérios claros de distribuição de serviço e de atribuição de cargos, como o de director de
turma. A continuidade pedagógica das equipas de docentes por turma é significativamente afectada pela
elevada mobilidade do corpo docente. A afectação dos assistentes técnicos e operacionais procura rentabilizar
as aptidões e formação específicas (p. ex., na área das bibliotecas escolares e da Acção Social Escolar) e,
sempre que possível, atender às preferências dos trabalhadores, visando a sua motivação e empenho.
É realizado o levantamento das necessidades de formação e desenvolvidas, por iniciativa do Agrupamento,
algumas acções orientadas para colmatar as insuficiências identificadas (p. ex., dislexia, epilepsia, quadros
interactivos e Moodle). O envolvimento em projectos como o Programa Nacional do Ensino do Português e o
Novo Programa de Matemática do Ensino Básico constitui, também, uma acção estratégica no sentido de
promover a actualização profissional dos docentes e de responder às prioridades estabelecidas.
Os novos profissionais são devidamente acolhidos e orientados pela direcção e respectivas estruturas, que
garantem a sua integração pessoal e profissional através de diversas acções procurando, intencionalmente,
colmatar os efeitos negativos da grande mobilidade do pessoal (p. ex., reunião geral de professores, com
apresentação do Agrupamento e distribuição de documentação sobre a orgânica e funcionamento dos serviços,
a calendarização de actividades e os procedimentos a ter em conta na sua actuação).
3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros
As instalações, os espaços e os equipamentos apresentam boas condições, encontrando-se limpos e bem
conservados. Os estabelecimentos de educação pré-escolar e do 1.º ciclo estão bem cuidados, tendo sido alvo
de requalificação recente, fruto de esforços conjugados das autarquias, Associação de Pais e Agrupamento.
Com a colaboração de vários parceiros, foi construído um parque infantil na Escola-Sede que, conjuntamente
com os campos de jogos, se mantém aberto aos fins-de-semana, para usufruto da comunidade. A aquisição pela
Associação de Pais de uma carrinha para transporte de crianças e a construção de um auditório, com donativos
de diversas empresas e instituições, ilustram a forma como a direcção procura envolver os diversos parceiros na
resolução de dificuldades materiais e financeiras, quer próprias, quer da comunidade. A segurança é muito
valorizada, assentando em actuações preventivas regulares. São realizados simulacros em todos os
estabelecimentos de educação e ensino, vistorias aos espaços e equipamentos, por equipas que incluem
responsáveis do Município, pais e autoridades de segurança, com elaboração de relatórios detalhados. Foram
colocadas vedações e portões com campainha nos estabelecimentos (excepto no Jardim-de-Infância de Alvados)
e implementado um sistema de cartão magnético, com controlo de entradas e saídas na escola do 2.º ciclo e na
Escola-Sede. Com vista à integração de alunos com mobilidade condicionada, o Agrupamento eliminou barreiras
arquitectónicas, adquiriu equipamentos específicos (p. ex., o tratorino e a plataforma elevatória) e adaptou
alguns espaços físicos (p. ex., casas de banho e eliminação de degraus). Ganhou, neste domínio, o 1.º Prémio no
concurso Escola Alerta, do Governo Civil de Leiria.
A partilha e o acesso aos recursos por todos os estabelecimentos de educação e ensino são garantidos pela
circulação de materiais pedagógicos (p. ex., livros, DVD´s e jogos) e pela atribuição de uma verba anual aos
departamentos. A plataforma GATO (ferramenta de gestão de actividades TIC na educação) permite a requisição
online de equipamentos e salas, facilitando e incentivando a sua utilização. A candidatura e desenvolvimento de
projectos e medidas no âmbito do Programa Operacional do Potencial Humano, da rede de bibliotecas escolares
e a cedência onerosa de instalações, entre outros, asseguram recursos significativos, aplicados, nomeadamente
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na requalificação dos espaços e aquisição de novos equipamentos (p. ex., construção de bancadas no campo de
jogos e renovação de balneários da Escola-Sede).
3.4 Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa
Os pais e encarregados de educação são envolvidos através do convite à participação em reuniões informativas
(p. ex., sobre documentos estruturantes), em actividades lúdicas e de partilha (p. ex., Magusto, Festa de Natal e
palestras), em campanhas de solidariedade (p. ex., Nariz Vermelho e Médicos do Mundo) e na resolução de
problemas (p. ex., construção de uma caixa de areia no Jardim-de-Infância n.º 2 de Mira de Aire). A divulgação
sistemática de actividades nos meios de comunicação social, casas comerciais e através do pároco local
constitui, igualmente, uma forma de atrair a comunidade. Os pais são auscultados acerca da sua satisfação com
o funcionamento dos serviços (p. ex., inquéritos sobre o funcionamento das actividades de enriquecimento
curricular no 1.º ciclo). Integram os órgãos de direcção, administração e gestão, mas não são chamados a
participar nos conselhos de turma intercalares, nem estimulados a contribuir para a construção dos respectivos
projectos curriculares.
Existe uma cooperação estreita com a Associação de Pais e as autarquias. A direcção reúne regularmente com
estes parceiros, incentivando a organização de iniciativas que respondam às necessidades do Agrupamento (p.
ex., “Teatro Debate” sobre os afectos e os comportamentos de risco, organização de um atelier de tempos livres
e actividades de enriquecimento curricular nas férias de Verão). As suas sugestões são tidas em conta na
organização do ano escolar (p. ex., foi ajustado o horário de abertura das escolas do 1.º ciclo).
É visível a satisfação dos pais com a organização e o funcionamento das escolas e jardins-de-infância, com a
abertura da direcção e com o apoio prestado aos seus educandos, expressos, por exemplo, na oferta de um livro
de memórias das actividades que mais marcaram a vida do Agrupamento nos últimos anos.
3.5 Equidade e justiça
Os documentos estruturantes e a actuação dos responsáveis evidenciam uma clara preocupação com a
equidade e a justiça, traduzida na definição e aplicação de critérios de constituição de turmas, elaboração de
horários, distribuição de serviço, atribuição de cargos, entre outros.
Para os alunos com necessidades educativas especiais e com dificuldades de aprendizagem são mobilizados os
recursos e os apoios adequados. São aplicadas medidas de discriminação positiva, para além das previstas no
âmbito da acção social escolar, de forma a compensar situações de carência económica, como suplementos
alimentares, empréstimo de livros e pagamento de visitas de estudo.
4. Liderança
4.1 Visão e estratégia
A definição de prioridades e de acções de melhoria nos Projectos Educativo e Curricular de Agrupamento
constitui uma estratégia para a superação de dificuldades e para a evolução dos resultados escolares. Foram
estabelecidas metas de sucesso académico quantificadas, por disciplina e ano de escolaridade, mas estas, ao
situarem-se, em alguns casos, abaixo dos resultados alcançados no ano anterior, não contribuem para elevar as
expectativas nem se mostram coerentes com os objectivos de melhoria subjacentes aos documentos
estruturantes e ao discurso dos responsáveis escolares.
A oferta educativa é decidida tendo em conta as preferências dos alunos, a rentabilização de recursos e as
necessidades locais, sendo esta, também, uma forma de potenciar a procura (p. ex., os cursos de educação e
formação e o reconhecimento, validação e certificação de competências dos adultos).
Os bons resultados escolares alcançados, a partilha de espaços e recursos com a comunidade (p. ex., na
cedência do refeitório para a festa anual em honra da Nossa Senhora do Amparo, no apoio aos bombeiros
aquando do combate aos incêndios), o envolvimento na resolução dos problemas das colectividades (p. ex., na
angariação de fundos para aquisição de um novo carro dos bombeiros) e a divulgação regular de actividades e
resultados têm vindo a projectar a imagem muito positiva do Agrupamento4.2 Motivação e empenho
Agrupamento de Escolas de Mira de Aire e Alvados – Porto de Mós
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A direcção demonstra capacidade de liderança e mobiliza os diferentes actores para o desempenho eficaz de
competências. Mostra conhecer as suas capacidades e revela abertura para colaborar e resolver problemas. A
motivação dos colaboradores é procurada, também, através do reconhecimento público do empenho e valor, em
reuniões, eventos e na comunicação social.
Os educadores e os professores são assíduos e empenham-se no exercício das suas funções tendo em vista os
objectivos traçados, apesar da multiplicidade de tarefas atribuídas a cada docente, resultante das reduzidas
dimensões do Agrupamento e do seu envolvimento em inúmeros projectos.
O Conselho Geral conta com a participação do Município, dos encarregados de educação, dos alunos e demais
elementos da comunidade e desenvolve as suas competências com dinamismo, emitindo pareceres e
sugestões (p. ex., sobre a elaboração dos horários, a adequação dos transportes escolares e a organização de
visitas de estudo). A actuação do Director e dos responsáveis pelas estruturas de coordenação educativa e
supervisão pedagógica tem sido determinante na monitorização do trabalho das equipas e, nalguns casos, na
melhoria dos resultados.
4.3 Abertura à inovação
O Agrupamento procura resolver problemas persistentes, aderindo a iniciativas inovadoras, como a Escola
Virtual, o Plano Nacional de Leitura e o projecto Sanako. Implementa, também, soluções pedagógicas e de
gestão mais eficientes e estimulantes, como a Joomla (plataforma para aplicação web, assente numa
comunidade de utilizadores e programadores), os quadros interactivos, o GATO e a videovigilância. A aposta na
modernização informática, no âmbito do Plano Tecnológico da Educação e na formação de docentes, alargou a
utilização destes recursos aos contextos de sala de aula e reforçou os mecanismos de apoio ao estudo
autónomo dos alunos.
As iniciativas das bibliotecas escolares (p. ex., concurso nacional de leitura e exposição de fotografia “Olhar Mira
de Aire”), o lançamento de livros escritos pelos alunos (p. ex., “Um livro para o Tiago”), a criação de blogues e de
um Conselho Consultivo, são outros exemplos da abertura à inovação.
4.4 Parcerias, protocolos e projectos
Existe uma rede muito significativa de parcerias e protocolos com diversas instituições. Por exemplo, a Guarda
Nacional Republicana e os Bombeiros colaboram na identificação de situações de risco, na realização de
simulacros e na formação do pessoal; o jornal “A Voz de Mira de Aire” divulga as actividades e as boas práticas
do Agrupamento; o Centro de Competências Entre Mar e Serra organiza formação para pessoal docente e não
docente e presta apoio técnico na área das tecnologias de informação e comunicação; a Associação de Pais e
as autarquias asseguram a componente de apoio à família na educação pré-escolar e no 1.º ciclo. A Câmara
Municipal articula com o Agrupamento o transporte de crianças e alunos, bem como a manutenção das
instalações escolares (p. ex., poda das árvores na Escola-Sede). Destacam-se, ainda, as ligações à comunidade
e às instituições locais através do envolvimento conjunto em múltiplas actividades, como o Desfile de Carnaval,
o Concurso de Presépios, o Dia Mundial da Criança, o Dia do Diploma, o Festival da Canção e o Passeio dos
Velhadas.
5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do Agrupamento
5.1 Auto-avaliação
O Agrupamento desenvolve procedimentos regulares de auto-avaliação no domínio dos resultados académicos e
tem aplicado alguns inquéritos de satisfação ao pessoal docente, não docente, alunos e pais, sobre o
funcionamento e gestão dos jardins-de-infância e das escolas. Existe, também, uma prática de avaliação das
estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica e das acções do plano anual de actividades,
traduzida na apresentação de relatórios periódicos. Estes mecanismos têm possibilitado a identificação das
principais fragilidades, suscitado o debate interno e fundamentado a construção e revisão dos documentos de
orientação educativa, designadamente ao nível das prioridades e estratégias de intervenção.
Agrupamento de Escolas de Mira de Aire e Alvados – Porto de Mós
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De forma a ultrapassar o carácter fragmentário e pouco sistemático de algumas destas práticas e permitir um
conhecimento sustentado dos pontos fortes do Agrupamento, foi constituída, no final de 2009, uma equipa de
avaliação interna, integrando educadores e professores, pais, alunos e pessoal não docente a qual, com o apoio
de uma empresa de consultadoria, está a implementar o modelo de auto-avaliação da CAF. Não há, ainda,
resultados produzidos.
5.2 Sustentabilidade do progresso
A auto-avaliação está orientada para dimensões essenciais do funcionamento e dos resultados do Agrupamento
e tem permitido um conhecimento global e sustentado dos principais pontos fracos (p. ex., ao nível das práticas
de avaliação interna e dos resultados académicos na disciplina de Matemática), bem como de
constrangimentos (p. ex., mobilidade do corpo docente).
Este conhecimento tem levado a actuações consistentes, traduzidas na definição e aplicação de planos de
melhoria (p. ex., implementação da CAF) e no aproveitamento de oportunidades (p. ex., adesão a programas
nacionais de formação de professores).
V – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo, apresenta-se uma selecção dos atributos do Agrupamento de Escolas de Mira de Aire e Alvados
(pontos fortes e fracos) e das condições de desenvolvimento da sua actividade (constrangimentos). A equipa de
avaliação externa entende que esta selecção identifica os aspectos estratégicos que caracterizam o
agrupamento e define as áreas onde devem incidir os seus esforços de melhoria.
Entende-se aqui por:
•
Pontos fortes – atributos da organização que ajudam a alcançar os seus objectivos;
•
Pontos fracos – atributos da organização que prejudicam o cumprimento dos seus objectivos;
•
Constrangimentos – condições ou possibilidades externas à organização que poderão ameaçar o
cumprimento dos seus objectivos.
Os tópicos aqui identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste relatório.
Pontos fortes

Resultados nos exames nacionais do 9.º ano e do ensino secundário, superiores aos nacionais nos
últimos dois anos;


Taxas de transição/conclusão, globalmente acima das nacionais nos últimos três anos;
Promoção do desenvolvimento cívico e da regulação de comportamentos com impacto nos níveis
residuais de indisciplina;

Melhoria das práticas de ensino da Matemática, que possibilitaram uma evolução significativa dos
resultados nas provas de aferição do 6.º ano e nos exames nacionais;

Diversificação da oferta educativa e diferenciação pedagógica, com reflexos assinaláveis na melhoria
global dos resultados académicos e na prevenção do abandono escolar;

Liderança da direcção, traduzida numa boa gestão de recursos, na organização geral do Agrupamento e
na monitorização do trabalho realizado;

Rede de parcerias e desenvolvimento de projectos, que tem tido um forte impacto na melhoria das
condições de prestação do serviço educativo e na multiplicação das oportunidades de aprendizagem;

Abertura à comunidade, com impacto muito positivo na resolução de problemas, na imagem do
Agrupamento e na criação de fortes laços com a mesma.
Agrupamento de Escolas de Mira de Aire e Alvados – Porto de Mós
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Pontos fracos

Falta de implicação dos alunos e dos pais e encarregados de educação nas reuniões dos conselhos de
turma, que não contribui para a valorização do seu papel enquanto vector de desenvolvimento do
Projecto Educativo;

Insuficiente exploração da articulação vertical do currículo, como estratégia para inverter resultados
mais frágeis nalgumas disciplinas;

Ineficácia das medidas adoptadas nalgumas disciplinas/turmas, que não permite a superação de
resultados desfavoráveis da avaliação contínua;

Metas de sucesso abaixo dos resultados do último ano lectivo, o que não contribui para a mobilização
dos profissionais em torno dos objectivos de melhoria do Agrupamento.
Constrangimento

Mobilidade do corpo docente, que não favorece a sequencialidade das aprendizagens.
Este relatório, em função do contraditório apresentado, foi alterado nos seguintes aspectos:
Página 9 – factor 3.3 – onde se lia “A aquisição pela Associação de Pais de uma carrinha para distribuição de
almoços e a construção de um auditório com donativos de diversas empresas e instituições, revela a forma
como a direcção procura envolver os diversos parceiros na resolução de dificuldades materiais e financeiras,
quer próprias, quer da comunidade.”, alterou-se para “A aquisição pela Associação de Pais de uma carrinha
para transporte de crianças e a construção de um auditório, com donativos de diversas empresas e instituições,
ilustram a forma como a direcção procura envolver os diversos parceiros na resolução de dificuldades materiais
e financeiras, quer próprias, quer da comunidade.”
Página 10 – factor 4.1 – onde se lia “Os bons resultados escolares alcançados, a partilha de espaços e recursos
com a comunidade (p. ex., na cedência do refeitório para a festa anual do rancho folclórico, no apoio aos
bombeiros aquando do combate aos incêndios), o envolvimento na resolução dos problemas das colectividades
(p. ex., na angariação de fundos para aquisição de um novo carro dos bombeiros) e a divulgação regular de
actividades e resultados têm vindo a projectar a imagem muito positiva do Agrupamento.”, alterou-se para “Os
bons resultados escolares alcançados, a partilha de espaços e recursos com a comunidade (p. ex., na cedência
do refeitório para a festa anual em honra da Nossa Senhora do Amparo, no apoio aos bombeiros aquando do
combate aos incêndios), o envolvimento na resolução dos problemas das colectividades (p. ex., na angariação
de fundos para aquisição de um novo carro dos bombeiros) e a divulgação regular de actividades e resultados
têm vindo a projectar a imagem muito positiva do Agrupamento”.
Página 11 – factor 4.4 - onde se lia “(…) a Associação de Pais e as autarquias asseguram a componente de
apoio à família na educação pré-escolar e no 1.º ciclo, o transporte de crianças e alunos, bem como a
manutenção das instalações escolares (p. ex., poda das árvores na Escola-Sede).”, alterou-se para “(…) a
Associação de Pais e as autarquias asseguram a componente de apoio à família na educação pré-escolar e no
1.º ciclo. A Câmara Municipal articula com o Agrupamento o transporte de crianças e alunos, bem como a
manutenção das instalações escolares (p. ex., poda das árvores na Escola-Sede).”
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