TCC WILLIAM

Transcrição

TCC WILLIAM
UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA
UNOESC XANXERÊ - SC
WILLIAM MÜLLER VARELLA
PROJETANDO COM MÚSICA: Projeto gráfico editorial de livro sobre o processo de
produção artesanal de violões.
Xanxerê
2010
1
WILLIAM MÜLLER VARELLA
PROJETANDO COM MÚSICA: Projeto gráfico editorial de livro sobre o processo de
produção artesanal de violões.
Monografia de conclusão de Curso, apresentada ao
Curso de Design, como quesito parcial para a obtenção
do título de Bacharel em Design pela Universidade do
Oeste de Santa Catarina - Unoesc Campus de Xanxerê.
Orientador: Carlos Davi Matiuzzi da Silva.
Xanxerê
2010
2
WILLIAM MÜLLER VARELLA
PROJETANDO COM MÚSICA: Projeto gráfico editorial de livro sobre o processo de
produção artesanal de violões.
Monografia de conclusão de Curso, apresentada ao
Curso de Design, como quesito parcial para a obtenção
do título de Bacharel em Design pela Universidade do
Oeste de Santa Catarina - Unoesc Campus de Xanxerê.
Aprovado em________de_____________________de 20____
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________
Prof. Esp. Aleteonir Jose Tomasoni Junior
____________________________________________________
Prof. Esp. Walter Strobel Neto
____________________________________________________
Prof. Esp. Carlos Davi Matiuzzi da Silva
3
Dedico este trabalho a minha família que sempre me
apoiou e me guiou nos momentos bons e difíceis de
minha vida. Grande parte de minha opinião teve sua
influência. Portanto, nada mais justo de que mostrar
o quanto os amo.
4
AGRADECIMENTOS
- Agradeço primeiramente aos meus pais por proporcionar a oportunidade de
ingressar em um curso superior, por sempre me apoiar em todas as decisões que já
tomei, por me ajudar a tornar quem eu sou! Amo vocês mais do que tudo, e por mais
longe que eu esteja, sempre saibam que eu estou pensando em vocês.
- Agradeço aos parentes por sempre de alguma forma me apoiarem e fazer com que
eu siga em frente.
- Agradeço a todos os amigos pelo companheirismo em por todos os momentos que
passamos juntos. Todos são fundamentais para minha felicidade.
- Agradeço a minha namorada Cristina Rieth, por sempre estar me apoiando e
interpretando minhas dificuldades e frustrações. Por entender que a distância não foi
tão crucial para manter-se um namoro. Agradeço por fazer parte da minha vida.
- Ao professor Carlos Davi Mattiuzi, pelos puxões de orelha, conselhos e pela
orientação de um projeto tão importante para minha vida e profissão.
- Aos professores dos quais me passaram seu conhecimento sobre Design e afins.
- Aos colegas de aula, por me aturarem e também me apoiarem nos projetos de aula
e freelas.
- Agradeço a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para eu chegar
neste estágio da minha vida, e me auxiliaram a subir tantos degraus.
5
O trabalho real de um designer de livro não é fazer
as coisas parecerem “legais”, diferentes ou
bonitinhas. É descobrir como colocar uma letra ao
lado da outra de modo que as palavras do autor
pareçam saltar da página. O design de livro não se
deleita com sua própria engenhosidade; é colocado
a serviço das palavras. Um bom design só pode ser
feito por pessoas acostumadas a ler – por aquelas
que perdem tempo em ver o que acontece quando
as palavras são compostas num tipo determinado.
Richard Hendel.
6
RESUMO
O presente trabalho visa o desenvolvimento do projeto gráfico editorial sobre a
produção artesanal de violões. Desta forma busca-se métodos, técnicas e pesquisas
de como utilizar o design gráfico editorial na diagramação de um livro para valorizar
a publicação impressa. A função de designer editorial está voltada para o
planejamento, elaboração e desenvolvimento de projetos visuais do qual cuida da
execução, tratamento e organização da informação visual e de textos buscando a
harmonia e o equilíbrio visual entre os elementos gráficos com o objetivo de incitar a
leitura. O método projetual de design utilizado é de Volnei Antônio Matté que está
voltado para produtos gráfico impressos do qual gera como resultado um projeto
gráfico editorial de um livro de 44 páginas que conterá imagens e textos. A
importância do design editorial na publicação impressa se dá ao fato de estudar
técnicas e procedimentos dos quais auxiliam na diagramação e aumentam as
chances de sucesso do mesmo.
Palavras-chave: Design gráfico, design editorial, diagramação, publicação impressa.
7
ABSTRACT
The present search aims the development of graphic editorial design about the
guitars handmade production. Thus we look for to methods, techniques and research
of how to use graphic design in diagramming editorial of a book to valorize the
printed publication. The editorial designer role faces visual projects planning,
elaboration and development, which handles the implementation, processing and
organization of the visual information and text looking for harmony and visual balance
between the graphic elements aiming the starting reading. The design method used
is from Volnei Antonio Matté which faces towards the printed graphic projects which
generates as a result an editorial graphic project book of 44 pages containing images
and text. The design importance in the editorial printed publication faces to the fact of
studying techniques and procedures which assist in the diagramming and increase
the chances of its success.
Keywords: graphic design, editorial design, diagramming, printed publication.
8
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Zonas de visualização da página................................................................22
Figura 2: Centro geométrico e página simétrica.........................................................23
Figura 3: Centro ótico e página assimétrica...............................................................24
Figura 4: Diagrama de 3 colunas...............................................................................26
Figura 5: Diagrama modular.......................................................................................27
Figura 6: Proporção áurea..........................................................................................28
Figura 7: Sistema de design Modulor.........................................................................29
Figura 8: Anatomia das fontes....................................................................................32
Figura 9: Fonte Garamond.........................................................................................33
Figura 10: Fonte Bodoni.............................................................................................33
Figura 11: Fonte Futura..............................................................................................34
Figura 12: Fonte English............................................................................................34
Figura 13: Alinhamentos de texto...............................................................................35
Figura 14: Hierarquia textual entre título, subtítulo e texto.........................................37
Quadro 1: Algumas complexidades dos produtos gráfico-impressos........................43
Quadro 2: Representação gráfica da metodologia proposta......................................44
Figura 15: Análise 1: capa do livro Pensar com tipos................................................47
Figura 16: Análise 2: páginas do livro Pensar com Tipos..........................................48
Figura 17: Análise 3: páginas do livro Pensar com Tipos..........................................49
Figura 18: Análise 4: páginas do livro Pensar com Tipos..........................................50
Figura 19: Análise 5: páginas do livro Pensar com Tipos..........................................51
Figura 20: Análise 6: páginas do livro Pensar com Tipos..........................................52
Figura 21: Análise 7: capa do livro Como Se Faz......................................................53
Figura 22: Análise 8: lombada do livro Como Se Faz................................................54
Figura 23: Análise 9: sumário da livro Como Se Faz.................................................55
Figura 24: Análise 10: página do livro Como Se Faz.................................................56
Figura 25: Análise 11: página do livro Como Se Faz.................................................57
Figura 26: Análise 12: página do livro Como Se Faz.................................................58
Esquema 1: Público-alvo............................................................................................60
Quadro 3: Formato Internacional de Papel – DIN......................................................62
Quadro 4: Formatos de papéis das séries AA e BB...................................................63
9
Quadro 5: Aproveitamento do papel...........................................................................64
Quadro 6: Impodição de páginas para lombada quadrada........................................67
Esquema 2: Painel semântico....................................................................................71
Esquema 3: Painel imagético.....................................................................................72
Esquema 4: Geração de alternativas de formato.......................................................75
Esquema 5: Testes de posicionamento de imagens e texto......................................76
Figura 27: Definição do grid e colunas.......................................................................77
Figura 28: Uso de imagem e texto na diagramação...................................................77
Figura 29: Uso de título subtítulo e imagem com legenda na diagramação .............78
Figura 30: Uso imagens com legenda diagramação..................................................78
Figura 31: Imagem sangrada na diagramação...........................................................79
Figura 32: Testes de fonte, tamanho, peso, alinhamento e o posicionamento..........79
Figura 33: Testes de fonte, tamanho, peso e o uso de texto nas colunas.................80
Figura 34: Testes de fonte, tamanho, peso, alinhamento na colunas........................80
Figura 35: Posicionamento e dimensionamento das imagens na diagramação .......81
Figura 36: Posicionamento e dimensionamento das imagens na diagramação........81
Figura 37: Teste 1: elementos gráficos em p e b na numeração de páginas............82
Figura 38: Teste 2: elementos gráficos coloridos e numeração de páginas..............78
Figura 39: Teste 3: elementos gráficos coloridos e numeração de páginas..............78
Figura 39: Testes de elementos gráficos coloridos e numeração de páginas...........83
Figura 40: Testes de elementos gráficos e disposição de texto para sumário..........83
Figura 41: Geração alternativas de capas 1 e testes de posicionamento e tipos......84
Figura 42: Geração alternativas de capas 2 e testes de posicionamento e tipos......84
Esquema 6: Tamanho das páginas do livro...............................................................86
Esquema 7: Definição das margens através do grid..................................................87
Esquema 8: definição da mancha gráfica para o projeto...........................................88
Esquema 9: definição dos diagramas por colunas.....................................................89
Quadro 7: Variações de estilo da fonte Futura...........................................................91
Esquema 10: Representação dos caracteres na fonte Futura...................................91
Quadro 8: Variações de estilo da fonte Bookman Old Style......................................92
Esquema 11: Representação dos caracteres na fonte Futura...................................92
Esquema 12: Representação dos caracteres na fonte Futura...................................93
Esquema 13: Representação dos caracteres na fonte Futura...................................94
Esquema 14: Abstração de imagem e seleção de cores...........................................95
10
Esquema 15: Normatização das cores padrão..........................................................95
Esquema 16: Diferenciação dos elementos gráficos editoriais do sumário...............96
Esquema 17: Diferenciação dos elementos gráficos editoriais de página.................96
Esquema 18: Dimensões dos elementos gráficos editoriais de página.....................97
Figura 43: Índice do livro Profissão Luthier…………….………………………………..98
Esquema 19: Representação dos elementos gráficos editoriais da página...............99
Figura 44: Diagramação para capítulos...................................................................100
Figura 45: Diagramação de páginas com imagens e legendas...............................101
Figura 46: Diagramação de páginas com uma imagem sangrada...........................102
Figura 47: Diagramação de páginas com apenas texto...........................................103
Figura 48: Diagramação de páginas com texto e imagem ocupando a mesma
coluna.......................................................................................................................104
Figura 49: Diagramação de páginas com texto e imagem ocupando a mesma
coluna.......................................................................................................................105
Figura 50: Diagramação da capa do livro.................................................................106
Figura 51: Sequência de montagem das folhas.......................................................108
Figura 52: Capa finalizada........................................................................................109
Figura 53: Página interna finalizada.........................................................................109
Figura 54: Apresentação das páginas diagramadas................................................114
11
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13
1.1 TEMA .................................................................................................................. 13
1.2 PROBLEMA ........................................................................................................ 13
1.3 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 13
1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 14
1.5 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 14
1.6 METODOLOGIA DE PESQUISA E DESIGN ...................................................... 15
1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................ 15
2 BASES DO CONHECIMENTO .............................................................................. 17
2.1 DESIGN............................................................................................................... 17
2.2 DESIGN GRÁFICO ............................................................................................. 18
2.2.1 Design editorial .............................................................................................. 20
2.2.2 Diagramação de livros ................................................................................... 21
2.2.2.1 Margens e mancha gráfica ............................................................................ 24
2.2.2.2 Diagramas ..................................................................................................... 25
2.2.2.3 Diagramação por colunas.............................................................................. 26
2.2.2.4 Diagrama áureo e o sistema Modulor............................................................ 27
2.2.3 Tipografia ........................................................................................................ 30
2.2.3.1 Anatomia das fontes ...................................................................................... 31
2.2.3.2 Alinhamento .................................................................................................. 35
2.2.3.3 Hierarquia tipográfica .................................................................................... 36
2.2.4 Capa de livro ................................................................................................... 38
2.2.5 Cores na Publicação Impressa ..................................................................... 39
2.2.6 Imagens ........................................................................................................... 41
3 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE DESIGN .............................................. 42
3.1 METODOLOGIA DO PROJETO DE DESIGN ..................................................... 42
12
3.2 PROJETO DE DESIGN ....................................................................................... 44
3.2.1 Problematização ............................................................................................. 44
3.2.1.1 Programa projetual e contrato ....................................................................... 44
3.2.2 Compreensão do projeto ............................................................................... 45
3.2.2.1 Pesquisa e análise de similares .................................................................... 45
3.2.2.1.1 Análise feita do livro Pensar com tipos de Ellen Lupton. ............................ 46
3.2.2.1.2 Análise do livro Como se faz – 82 técnicas de fabricação para design de
produtos de Chris Lefteri ........................................................................................... 52
3.2.2.2 Aspectos mercadológicos.............................................................................. 58
3.2.2.3 Análise de estruturas materiais e processos produtivos................................ 60
3.2.2.3.1 O suporte.................................................................................................... 60
3.2.2.3.2 Qualidades dos papeis e suas aplicações .................................................. 64
3.2.2.3.3 Impressão................................................................................................... 68
3.2.3 Configuração do projeto ................................................................................ 69
3.2.3.1 Lista de requisitos e hierarquia dos fatores projetuais................................... 69
3.2.3.1 Redefinição do problema............................................................................... 72
3.2.3.2 Modelação inicial ........................................................................................... 73
4 RESULTADO DO PROJETO................................................................................. 87
4.1 MODELAÇÃO FINAL E PLANEJAMENTO GRÁFICO VISUAL .......................... 87
4.1.1 Formato ........................................................................................................... 87
4.1.2 Margens e mancha gráfica ............................................................................ 89
4.1.3 Diagramas ....................................................................................................... 91
4.1.4 Alfabeto padrão .............................................................................................. 92
4.1.5 Título, intertítulo, texto e legenda ................................................................. 94
4.1.6 Elementos gráficos editoriais, cores padrão e numeração de páginas .... 96
4.1.7 Aplicação de textos e imagens ................................................................... 102
4.1.8 Capa do livro ................................................................................................. 108
4.2 NORMATIZAÇÃO ............................................................................................. 109
4.3 SUPERVISÃO ................................................................................................... 112
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................115
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 116
13
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho consiste em desenvolver um projeto gráfico editorial de um livro
sobre o processo artesanal de construções de violões por um luthier1. Busca-se com
este projeto resgatar o processo de produção e documentá-lo, do qual serão
utilizados os recursos gráficos de design editorial para torná-lo funcional e atraente
visualmente e assim poder melhorar a relação entre leitor e leitura.
1.1 TEMA
Realizar um projeto gráfico editorial de livro sobre a valorização do processo
artesanal da produção de violões, resgatando a produção de violões do profissional
luthier.
1.2 PROBLEMA
Como utilizar o design gráfico na diagramação de um livro para resgatar
culturalmente e valorizar a produção artesanal de violões?
1.3 OBJETIVO GERAL
Desenvolver um projeto gráfico editorial de um livro com foco no resgate
cultural da produção artesanal de violões.
1
Luthier: Músico profissional especializado na construção e no reparo de instrumentos de corda com caixa de
ressonância (guitarra, violino, etc.), mas não daqueles dotados de teclado. (HOUAISS, 2009)
14
1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Estudar design editorial, focado especificamente na produção de livros;
 Realizar estudo dos elementos de composição gráfica que farão parte do
projeto gráfico editorial;
 Pesquisar sobre o processo da produção artesanal de violões;
 Investigar as aplicações de imagens em uso de projetos gráficos editoriais de
livros;
 Executar o projeto gráfico editorial do livro de produção artesanal de violões.
1.5 JUSTIFICATIVA
O design editorial vem com o objetivo de melhorar visualmente toda a
estrutura da página diagramada, trazendo uma metodologia de criação e de
organização, da qual formatos, tipografia (fontes), alinhamento, ordem, clareza,
coerência, indução, acuidade visual fazem parte das técnicas utilizadas pelo
designer, fazendo com que o livro fique mais rico graficamente e agregue o seu valor
cultural com o do design gráfico.
A importância da diagramação para a estética e funcionalidade de um livro
pode ser descrita por Collaro (2000, p. 112), “Desenhar uma página significa muito
mais que apenas dispor textos, fotos e ornamentos de papel; é construir, estruturar
elementos
que
irão
compor
uma
mensagem
que
deve
ser
trabalhada
conscientemente.” Para cumprir uma finalidade estética e de valorização de um livro,
um designer pode se munir de técnicas e regras aliadas ao bom senso e
criatividade, do qual um resultado satisfatório poderá ser mais facilmente alcançado.
O interesse pela documentação e divulgação deste projeto surge a partir da
visão da necessidade de documentação desta profissão tão antiga, que acaba se
tornando quase que extinta nos dias atuais por causa da massificação dos
processos industriais. Portanto, realizar este projeto implica em demonstrar através
15
do projeto gráfico editorial de um livro, referenciais sobre a produção artesanal de
violões, resgatando e valorizado aspectos da profissão de luthier.
1.6 METODOLOGIA DE PESQUISA E DESIGN
Neste projeto os métodos de pesquisas trabalhados foram o de pesquisa
bibliográfica aplicada de cunho exploratório e pesquisa documental.
A pesquisa bibliográfica envolve um modo de pesquisa que busca
contribuições dos autores sobre determinado assunto. Seu fundamento visa a
aplicação prática onde seu principal objetivo seria aprimorar idéias ou descobrir
intuições. Este tipo de pesquisa busca referências de materiais do qual podem ser
livros de leitura corrente, livros de referência (dicionários, almanaques), publicações
periódicas (jornais e revistas), impressos diversos ou materiais publicados na
internet. Este tipo de pesquisa traz uma familiaridade maior com o problema, em que
os exemplos analisados podem estimular a compreensão sobre o tema/problema.
Na pesquisa documental, apesar de se assemelhar com a pesquisa
bibliográfica, a natureza de suas fontes não receberam uma análise ou que podem
ainda ser reelaboradas.
O método projetual utilizado para o desenvolvimento deste projeto foi o de
Volnei Antônio Matté, do qual é voltado para produtos gráficos impressos. O
desenvolvimento de produtos gráfico impressos segue uma série de etapas do qual
vai do planejamento do produto até o descarte feito pelo usuário.
1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO
O capítulo 1 apresenta a uma breve introdução sobre o projeto, a definição
de tema, problematização, objetivos e justificativa e metodologia de pesquisa
utilizada.
O capítulo 2 apresenta o referencial teórico estudado em relação a
conhecimentos sobre design, design editorial, os processos de composição de
16
páginas dentre outros fatores do qual são de suma importância para construção de
um projeto gráfico eficaz.
No capítulo 3 pode-se acompanhar o método de design utilizado para
começar a produzir o projeto gráfico editorial e o início de sua aplicação, com
geração de alternativas dos modelos iniciais e intermediários dos produtos.
O capítulo 4 apresenta o resultado final do projeto do qual pode-se
acompanhar a composição projetual da diagramação final das páginas do livro e as
explicações de como e porquê foi trabalhado de tal maneira.
No capítulo 5 apresenta-se as considerações finais segue uma breve
conclusão do projeto e a importância de se utilizar o design editorial para
publicações impressas.
17
2 BASES DO CONHECIMENTO
2.1 DESIGN
Uma breve definição sobre design seria o planejamento de projetos de
produtos (industriais e gráficos) seguindo metodologias e conduzindo projetos com a
finalidade da reprodução seriada do mesmo.
As
áreas
especializações.
e
tarefas
Desde
o
abrangentes
design
de
do
design
produto
variam
(tridimensional)
em
ao
diversas
gráfico
(bidimensional). Por estes cria-se uma ramificação de outras especializações
envolvendo as áreas de moda, websites, interiores, móveis, entre outras. (VILLAS
BOAS, 2000)
De acordo com o site ICSID (2010) define-se design como uma atividade que
engloba diversas faces de objetivos, serviços e sistemas de ciclo de vida de
produtos. O design é inovador e integrador fazendo deste o foco de um processo de
humanização. Mais especificadamente o autor site fala sobre o design:
[...]o design é uma atividade envolvendo uma ampla faixa de profissões, das
quais produtos, serviços, comunicações gráficas, decoração e arquitetura
fazem parte. Juntas, essas atividades deveriam elevar, de um modo
harmônico e orquestrado com outras profissões, o valor da vida.
Pelo fato do designer trabalhar com uma ampla gama de disciplinas, ou seja,
ser multidisciplinar e estar interagindo com essa gama, interdisciplinar, traz um
diferencial onde sua visão é muito mais ampla no fator planejamento, gestão,
comunicação, produção e implantação. Portanto, uma empresa que trabalha com
design pode ser favorecida pelo processo de diferencial competitivo. A competição
entre empresas se tornou algo muito acirrado e diferenciar-se em um mundo onde
as distâncias são tão pequenas se tornou uma tarefa para um profissional
específico. O design traz vantagens competitivas, pois, agrega valor e enriquece e
melhora o posicionamento das marcas e produtos.
18
2.2 DESIGN GRÁFICO
Design gráfico é a atividade profissional e projetual que tem a função de
resolver os problemas gráficos de comunicação visual, referentes a conceitos,
produtos, organizações tornando a comunicação visual original, clara e precisa.
Segundo Hollis (2001) a comunicação visual surgiu na pré-história, quando os
animais deixavam suas pegadas na terra e podiam ser distinguidas pelo homem,
este era um sinal gráfico e passava uma mensagem, uma informação, da mesma
forma o designer gráfico tem o mesmo intuito em seus projetos. Porém a profissão
de designer gráfico só passou a ser reconhecida a partir do século XIX.
Villas-Boas (2000) define o design gráfico como “[...]área de conhecimento e
à prática profissional específicas relativas ao ordenamento estético-formal de
elementos textuais e não textuais que compõem peças gráficas destinadas à
reprodução com objetivo expressamente comunicacional.”
O design gráfico tem a função essencial de comunicar alguma mensagem e
depende dos meios de reprodução desta comunicação, desde meios impressos até
reproduções virtuais como web sites. É por este fato que design se diferencia de
arte, pois a arte não tem o compromisso de comunicar determinada mensagem,
sendo muitas vezes de uma interpretação subjetiva, onde ela mesmo se explica. Na
arte a obra acaba tendo vínculo com os sentimentos do artista. No design, o projeto
se define de acordo com o que é necessário informar, onde os sentimentos do autor
são deixados de lado, mas o seu gosto e estilo estético podem fazer parte do projeto
como apresenta (HOLLIS, 2001).
Sobre a evolução da interpretação das ferramentas de um designer gráfico
Niemeyer (1998 apud FREZZA, 2003. p.14) comenta:
Ao longo do tempo o design tem sido entendido segundo três tipos distintos
de prática e conhecimento. Na primeira o design é visto como atividade
artística, em que é valorizado no profissional o seu compromisso como
artífice, com a fruição de uso. Na segunda entende-se o design como
invento, um planejamento em que o designer tem compromisso prioritário
com a produtividade do processo de fabricação e com a atualização
tecnológica. Finalmente a terceira aparece como coordenação, onde o
designer tem a função de integrar os aportes de diferentes especialistas,
desde a especificação de matéria prima, passando pela produção à
utilização e destino final do produto.
19
Para conseguir reproduzir graficamente algum tipo de comunicação há
planejamento, pesquisa, organização e coordenação das tarefas, ou seja, uma visão
estratégica que segue metodologia e conceitos, desde o início do projeto até sua
implementação. O designer gráfico pode produzir, se especializar e trabalhar em
diversas áreas como criação projetos de identidades visuais, websites, moda,
gestão, design de embalagens, design editorial, sinalização, tipografia entre outras
especializações. Na profissão o designer não tem o papel de somente tornar as
coisas esteticamente bonitas, ou de ilustrar e diagramar uma página, ele alia várias
áreas do conhecimento para formar um conjunto de elementos visuais (textuais e
não textuais). (HOLLIS, 2001).
O exercício do design não é considerado uma prática artística, porque está
ligado a esfera produtiva. Mesmo num mundo contemporâneo onde muitos não tem
uma definição clara sobre o que é e o que não é arte, percebe-se a diferença entre
os dois termos, o design pode utilizar da arte para produzir algo, mas isso não o
torna um artista. O design assume uma posição que se dedica exclusivamente a
produção e reprodução de capital, ou seja, o design é um modo de produção
capitalista. O design surge através da arte, todavia se caracteriza como disciplina e
prática profissional quando ele se desprende do domínio da arte como nos coloca
(VILLAS-BOAS, 2000).
Portanto, percebe-se que o designer gráfico é um profissional que trabalha
com diversas áreas, agregando aspectos psicológicos para passar uma determinada
mensagem envolvendo aspectos visuais. Ao contrário do artista, um projeto gráfico
de design visa a produção em massa ou mecânica. Hoje o design gráfico se mostra
em evidência na agências de design e de publicidade, do qual trabalha diretamente
em equipe com redatores e profissionais de atendimento, em que faz projetos
envolvendo publicidade e corporações, mas foca também no design editorial, do
qual projeta revistas, livros, jornais entre outros.
20
2.2.1 Design editorial
Especialidade do design gráfico, o design editorial envolve a produção
editorial impressa e digital. Sua função, de acordo com Collaro (2000), está voltada
para o planejamento, elaboração e desenvolvimento de projetos visuais, tanto
impressos quanto virtuais. Sobretudo, cuida da execução, tratamento e organização
da informação visual e de textos. Sua área de atuação envolve a criação de jornais,
livros, revistas, folders, cartazes entre outros elementos dos quais há a necessidade
de organização de elementos textuais e não textuais em determinado espaço para
impressão ou divulgação digital. O autor ainda comenta que um dos objetivos do
designer editorial seria buscar a harmonia e equilíbrio visual entre os elementos
gráficos, buscando com que o leitor seja incitado a leitura (visual e textual).
O design editorial é também conhecido como paginação ou diagramação
onde é a atividade prática/profissional de um designer, em que seu papel
fundamental é organizar elementos gráficos em um espaço delimitado para
impressão, como por exemplo, livros, jornais e revistas, mas também podendo atuar
em várias áreas do projeto editorial, desde o planejamento ao acompanhamento e
diagnóstico de impressão final. (FAGGIANI, 2006)
Ao iniciar a diagramação, o designer trabalhará com diversos elementos
gráficos, do qual ele deverá ter o conhecimento da importância e função de cada
um, sendo: formato, mancha gráfica, módulos, medidas, elementos tipográficos
(texto de conteúdo, títulos e suas divisões) imagens, boxes, cor entre outros
elementos são exemplos dos que fazem parte da rotina de um diagramador. Na
diagramação, o profissional conta com algumas técnicas e regras onde se
interpretadas e aliadas ao bom senso estético, podem resultar em um projeto gráfico
satisfatório.
Como a escrita ocidental se detém a um tipo de leitura da esquerda para
direita, algumas partes da página tem maior importância. Portanto sofrem influência
do meio como lemos uma página. Para Hulburt (1999, pg. 94) “[..]o design é um
processo lógico, que basta seguir diversas etapas para alcançar um bom resultado
final.” Conhecer estas etapas e saber utilizar a justaposição dos elementos ajuda a
incitar à leitura.
21
Até meados do século XIX, quem fazia as peças gráficas para sociedade
eram os artistas comerciais. Para Hollis (2001, pg. 2 - 3):
Esses especialistas eram “visualizadores” (artistas de layout), tipógrafos que
faziam o projeto detalhado da chamada e do texto e davam instruções para
composição; ilustradores de todos os tipos, que produziam qualquer coisa,
desde diagramas mecânicos até desenhos de moda; retocadores; letristas e
outros que finalizavam os designs para reprodução. Muitos artistas
comerciais – tais como os designers de pôsteres – reuniam várias dessas
habilidades.
Hollis (2001) ainda comenta que, as peças gráficas eram produzidas
essencialmente em preto e branco e impressas em papel, entretanto, desde aquele
momento as relações de contraste, sobreposição, justaposição e espaços não
impressos, tinham fundamental importância para estética do conjunto. A área não
impressa tem tanta importância quanto a impressa, e todo conjunto como tipo de
papel, formato, cor faz parte do design gráfico.
Atualmente o processo de diagramação e impressão adicionado as novas
tecnologias digitais, se tornou uma tarefa mais ágil, o diagramador trabalha com
programas específicos para editoração, do qual facilitam a maneira de visualizar o
projeto final, antes mesmo da impressão. A evolução, também, dos meios
impressos, trouxe uma série de benefícios para o designer, do qual pode trabalhar
com diversos tipos de acabamentos e cores, melhorando e agregando valor aos
seus impressos.
2.2.2 Diagramação de livros
O livro é uma publicação não periódica que reúne folhas impressas,
organizadas em cadernos grampeados, costurados ou colados, formando um bloco,
ligados a uma capa flexível ou rígida. (RIBEIRO, 1993. p.335).
Nas palavras de Collaro (2000, p.136) “Livro é a apresentação de fatos de
qualquer natureza, através comunicação gráfica impressa, independente de formato,
cor ou assunto.”. O autor ainda comenta que ao projetar um livro o diagramador
deve saber conciliar seus conhecimentos técnicos ao bom gosto para atingir o
22
máximo de legibilidade e criatividade no posicionamento dos elementos textuais
(informacionais) e não-textuais (figurativos).
Ao iniciar a diagramação de um livro, deve-se definir o formato que tal livro
irá adotar. Após isso, se define a mancha gráfica, área delimitada onde se orientará
os elementos compositivos da página (COLLARO, 2000).
Para compor uma página o diagramador deve ter conhecimento da ordem de
leitura e dos pontos principais de uma página onde nela encontram-se 6 pontos
principais do qual são divididos em zonas e Silva (1985) define esses pontos como
“zonas de visualização”. O autor ainda comenta que ao iniciar uma leitura
condiciona-se a focar primeiramente no lado esquerdo superior da página, pelo fato
da nossa escrita ser ocidental e se basear da esquerda para direita. Portanto este
tipo de escrita é que define nosso comportamento de leitura.
As zonas de visualização são divididas em zona principal (primária),
secundária, morta, centro ótico e centro geométrico de acordo com a figura 1 abaixo.
Na zona principal o diagramador deve dispor o elemento principal do texto ou um
elemento que chame a atenção do público leitor, o olhar se desloca da zona
principal para secundária passando pelo centro ótico e geométrico, sem focar
necessariamente nas zonas mortas (por isso do nome). Cabe ao designer interpretar
qual a importância de cada elemento da página e focar em cada uma das zonas de
visualização (SILVA, 1958).
Figura 1: Zonas de visualização da página
Fonte: Adaptado Silva (1985. p.49)
23
Para calcular o centro geométrico Collaro (2000. p.112) comenta que deve-se
traçar “[...] duas diagonais no formato retangular e, no ponto exato de seu
cruzamento, o determinamos.”, pode-se analisar o centro geométrico na figura 2. O
autor ainda ressalta que a partir disto pode-se compor a página e organizá-la
simetricamente.
Figura 2: Centro geométrico e página simétrica
Fonte: Collaro (2000. p.113)
A simetria da composição a define como uma composição estática e
equilibrada, onde o peso visual está distribuído proporcionalmente. Diferente do
utilizado no centro ótico.
O centro ótico, que está localizado um pouco acima do centro geométrico
pode ser calculado de acordo com Collaro (2000. p.113) “traçando-se diagonais
como no centro geométrico, dividindo-se a figura ao meio, traçando-se as diagonais
no novo retângulo e cruzando-se os pontos de intersecção.”, veja de acordo com a
figura 3.
24
Figura 3: Centro ótico e página assimétrica
Fonte: Collaro (2000. p.113)
Para o autor o uso do centro ótico como referência orienta o diagramador a
produzir um layout assimétrico, do qual o mesmo deve saber utilizar das áreas em
branco, inclusive, para equilibrar o peso visual.
2.2.2.1 Margens e mancha gráfica
Para Ribeiro (1993, p.447) margem é “a porção de papel que fica em branco,
entre a parte impressa [...] de uma página e as extremidades da folha.” Em um
projeto gráfico editorial de livro a principal finalidade das margens é estabelecer o
equilíbrio entre o texto com o branco do papel, a fim de adequar a uma boa leitura.
Há processos mecânicos e matemáticos para o estabelecimento das margens, em
que originam a mancha gráfica. Também existe o método livre que não está sujeito a
nenhuma regra, tendo somente por base o bom gosto do diagramador. (RIBEIRO,
1993).
Ribeiro (1993, p.340) cita que,
Há casos em a criação de margens influencia na questão econômica, pois
quando utiliza-se uma área maior de branco muitas vezes confere um
sentido de luxo e conforto ao impresso, embora aumente o número de
páginas. Outrora reduzir a margem e aumentar o campo de composição
diminui o número de páginas da obra e barateia o custo.
25
A mancha gráfica é o espaço a ser utilizado pela composição, ou seja, a parte
impressa em oposição às margens. O equilíbrio entre os claros do papel e a mancha
gráfica valoriza os a composição editorial, melhorando o aspecto estético e funcional
do livro, predispondo a leitura. Ribeiro (1993, p.233), salienta a importância dos
espaços em branco para publicação no seguinte trecho:
As áreas claras têm capital importância na diagramação, tanto como as
impressas; uma é o suporte da outra. Não só os brancos das margens
como, também, os do texto das ilustrações, realçam e valorizam os
elementos da composição.
Portanto saber preparar uma margem e mancha gráfica que esteja condizente
com o projeto gráfico é fundamental para agregar valor estético e funcional ao
impresso, aliando a uma boa diagramação e uso dos elementos gráficos.
2.2.2.2 Diagramas
Diagrama ou grid, é a organização e relação planejada de divisões horizontais
e verticais de uma página onde um diagrama organiza conteúdos dentro de espaços
específicos e pré-determinados. Para Lupton (2006, pg. 113) “Os diagramas dividem
o espaço [...] em unidades regulares. [...] Eles definem sistemas para a disposição
de conteúdo em páginas [...]”.
Os diagramas são utilizados em diversos meios de publicação, tanto nos
meios virtuais como web sites, quanto nos meios impressos como campanhas
publicitárias, catálogos, revistas, livros, sistemas de sinalização entre outros.
(HULBURT, 1999).
Há diversos tipos de grids com números de colunas variáveis, alguns estão
mais propensos para utilização em formatos maiores, outros em formatos menores,
cabe ao designer analisar e perceber qual é o melhor tipo de grid que ele deve
utilizar em um projeto de diagramação, e utilizar de seu bom senso e técnica para
melhor solução gráfica em seu projeto.
Os diagramas tem seu lado positivo e negativo, às vezes, acabam limitando a
capacidade criativa do criador. Hulburt (1999, p.83) comenta sobre os dois lados de
26
um sistema de grids, “Usado com habilidade e sensibilidade, pode produzir layouts
de bom efeito e funcionais.[...] Todavia, nas mãos de um designer não muito
habilidoso pode se converter [...] em layouts duros e de rígido formato.”.
O diagrama facilita a organização dos elementos que compõe uma página.
Seguindo uma estrutura pré-determinada o designer pode se dispor dos espaços
para organizar elementos tipográficos e visuais. Para Hollis (2001, pg.13) “As linhas
de um diagrama [...] juntas com outras linhas, buscam transmitir relações entre
objetos e mostrar conexões de um sistema.”
2.2.2.3 Diagramação por colunas
Um diagrama pode apresentar uma ou mais colunas, no caso quanto maior o
número de colunas maior será a flexibilidade da diagramação. Seu uso pode se
basear na hierarquia de informação, onde é criado várias zonas específicas para
cada conteúdo (LUPTON. 2006). Pode-se analisar a exemplificação de uma página
diagramada por colunas de acordo com a figura 4 a seguir.
Figura 4: Diagrama de 3 colunas
Fonte: Lupton (2006, pg.142)
27
No meio editorial pode-se encontrar diversos tipos de diagramas, além da
diagramação por colunas há a diagramação por módulos, do qual a página é dividida
verticalmente (como na diagramação por colunas) e horizontalmente. Da esquerda
para direita e de cima para baixo, os módulos guiam a justaposição de textos e
imagens em uma página. A figura 5, a seguir exemplifica visualmente a diagramação
modular de uma página. (LUPTON, 2006. pg. 151).
Figura 5: Diagrama modular
Fonte: Lupton (2006, pg.155)
2.2.2.4 Diagrama áureo e o sistema Modulor
Dentro da história do design sempre se visou a busca por padrões, fórmulas e
sistemas que auxiliassem na solução de problemas envolvendo aspecto gráfico. A
seção áurea, que aparece tanto na natureza quanto na arte também pode ser usada
no design por possuir muitas propriedades surpreendentes.
28
A construção do retângulo áureo se relaciona da seguinte fórmula a : b = b :
(a+b), ou seja, o lado a está para o lado b assim como o lado b está para soma de
ambos. (LUPTON, 2006, pg.138).
Figura 6: Proporção áurea
Fonte: Adaptado Lupton (2006, pg.138)
Se um quadrado for retirado de um retângulo áureo, a forma restante será um
novo retângulo áureo. Esse processo pode ser infinitamente repetido para criar uma
espiral.
De acordo com Hulburt (1999) o suíço Charles-Edouard Jeanneret, mais
conhecido como Le Corbusier, inventou um sistema de design baseado na divisão
áurea, do qual tem suma importância para o design editorial, conhecido como
Modulor. Hulburt (1999. p.81) comenta que:
[...] o sistema tem aplicação direta no design da página, embora seja
complicado e tenha tantas e inúmeras variações que tornam seu uso
extremamente reduzido.[...] e esta provavelmente é sua importância maior –
, a maneira como o Modulor pode desenvolver designs assimétricos a partir
de um meio simétrico tem inspirado os designers gráficos na criação de
diagramas e sistemas de design da página impressa.
29
Esse sistema começou a ser aplicado no final da Segunda Guerra Mundial, e
era aplicado tanto nos planos bidimensionais (gráficos) como tridimensionais
(arquitetônicos).
Figura 7: Sistema de design Modulor
Fonte: Hurlburt (1999, pg.80)
A construção do sistema Modulor é feita a partir da anatomia humana do qual
Le Corbusier pega três pontos principais a ponta dos dedos da mãe esquerda, o alto
da cabeça e o plexo solar (localizado atrás do estômago e embaixo do diafragma).
Esses pontos constituem uma média e extrema razão (divisão áurea). (HURLBURT,
1999).
O Modulor contruibiu para o design gráfico pois é um sistema de aplicação
direta no design da página e apartir dele pode-se desenvolver designs assimétricos
a partir de um meio simétrico, desta forma o objetivo do diagrama áureo seria criar
formatos de páginas ou diagramas para criar divisões lógicas dentro dos mesmos.
30
2.2.3 Tipografia
A escrita foi um meio em que o homem buscou diferenciação e teve
constantes evoluções. Apesar de ser um processo lento percebe-se hoje que a
escrita foi um dos passos fundamentais para sobrevivência e evolução da
humanidade.
Para Collaro (2000, pg.15) “[...] os povos só conseguiram se destacar
culturalmente quando assimilaram e deram aos seus membros a possibilidade de
acesso à cultura por meio da palavra escrita.”. O autor ainda comenta que desde
então, a evolução e diferenciação dos meios escritos se tornou algo muito amplo.
Em meados do século XV, os livros ainda eram escritos a mão pelos copistas, então
os artesãos Schweinheim e Pennaztz, fundiram os primeiros caracteres da imprensa
moderna, suas bases eram as letras itálicas, romanas e carolíngias. Posteriormente
os caracteres romanos, foram modificados e aperfeiçoados por tipógrafos do qual
tiveram destaque na produção de fontes - atualmente utilizamos o termo “fonte” para
a definição de uma família de caracteres tipográficos. (FARIAS, 2001, pg.16). - como
Bodoni, Garamond, Didot, Jenson entre outros. Hoje estas fontes carregam a
nomenclatura de seus autores.
Tais caracteres são denominados de “tipos”, na definição de Michaelis (2009,
pg.860) tipo é toda “Letra impressa [...] Peça de metal cujo relevo imprime letra ou
sinal.”. A criação, produção e impressão destes tipos se chama tipografia, onde
atualmente abrange uma série de significados. Farias (1998, pg. 11-12 apud
GRUSZYNSKI, 2000, pg. 26) define tipografia como:
[...] o conjunto de práticas subjacentes à criação e utilização de símbolos
visíveis relacionados aos caracteres ortográficos (letras) e para-ortográficos
(tais como números e sinais de pontuação), para fins de reprodução,
independente ao modo como foram criados (à mão livre, por meios
mecânicos) ou reproduzidos (impressos em papel, gravados em um
documento digital.
Segundo Gruszynski (2000, pg. 26) a tipografia “[...] tratada como elemento
essencial do design gráfico, compreende um problema relativo ao vocabulário. O
termo, em sua origem, equivale à impressão”. Já Hollis (1999, pg.17), define a
31
tipografia como “impressões feitas por matrizes em relevo, como tipos ou fotos
gravadas em chapas metálicas.” Caracterizando esta como a forma mais comum de
impressão até os anos 60.
Os tipos (conhecidos também por caracteres) eram
retangulares, que alinhados, organizados e presos uns aos outros e fixados em uma
base poderiam ser utilizados para impressão.
2.2.3.1 Anatomia das fontes
Embora nem todos percebam, as fontes apresentam características distintas,
do qual podem ser segmentadas para um estudo de fontes. Ao se trabalhar com
fontes deve-se analisar questões como a altura da letra, espaçamento entre linhas,
estilo da fonte entre outros aspectos, definidos de acordo com o tipo de projeto do
qual irá envolver tipografia, visando a legibilidade, melhorando e incitando a leitura.
Para compreender melhor sobre as fontes alguns aspectos devem ser analisados,
como as partes da figura 8 a seguir:
32
Figura 8: Anatomia das fontes
Fonte: Lupton (2006, pg.34)
“A idéia de organizar fontes em famílias combinadas data do século XVI,
quando os impressores começaram a coordenar tipos romanos e itálicos. O conceito
foi formalizado na virada do século XX.” (LUPTON, 2006, pg. 45). Para Cezar (2000)
as fontes podem ser divididas nos seguintes grupos: Tipos antigos, tipos
modernos, tipos sem serifa e manuscritos.
Os tipos antigos para Cezar (2000) são baseados nas letras nos traços das
pessoas que utilizavam a pena como ferramenta de trabalho, como escrivães
públicos, escritores judeus. Os caracteres tem um pequenas variações entre os
33
traços finos e grossos das formas da letra. Caracterizados por possuir serifas, são
aconselhados na utilização de grandes volumes de textos causando maior conforto
visual. Um exemplo clássico de fonte estilo antigo é a Garamond de Claude
Garamond:
Figura 9: Fonte Garamond
Fonte: O autor
As fontes Baskerville, Calson, Century Old Style, Goudy, Times também
são exemplos de fontes do estio antigo.
Já os tipos modernos vieram com a mecanização dos processos. Os tipos
modernos passaram a assumir um tom mais elegante, as serifas passaram a ser
mais suaves com traços mais finos e retos, com uma transição mais forte entre
traços finos e grossos. Diferente dos tipos antigos, em textos longos esse tipo de
fonte não é aconselhado, por possuir um contraste maior entre traços finos e
grossos. Exemplos deste tipo de fonte são as fontes Bodoni, Century Schoolbook,
Tiffany, Times bold, Weiss, Xerox Serif Wide. (CEZAR, 2000, p.166). No exemplo
a seguir representado pela figura 10 a fonte Bodoni de Giambattista Bodoni:
Figura 10: Fonte Bodoni
Fonte: O autor
Caracterizados por possuir um desenho uniforme de peso único em cada
letra, os tipos sem serifa se distinguem pela ausência da junção de traços grossos
e finos na estrutura da fonte. Este tipo de fonte é aconselhado para textos curtos
como títulos ou chamadas. Exemplos de fontes sem serifa são a Futura, Frutiger,
34
Helvética, Impact, Kabel, Lucida Sans, Optima, Univers. A figura 11 abaixo
apresenta características referentes ao estilo sem serifa. Fonte Futura de Paul
Renner: (CEZAR. 2000, pg. 168).
Figura 11: Fonte Futura
Fonte: O autor
Os tipos manuscritos são distintos por imitar os traços feitos a mão,
normalmente tem aparência de tipologias de canetas de tinteiro ou penas. A
utilização deste tipo de fonte é específica e não aconselhada para utilização de
textos corridos. Exemplos de fontes manuscritas são English, Libby Script, Lino
Script, Nuptial Script. No exemplo a seguir, na figura 12, a fonte English (CEZAR.
2000, pg. 168).
Figura 12: Fonte English
Fonte: O autor
Entretanto para Lupton (2006) a classificação dos tipos surgiu no século XIX,
onde “[...] os impressores buscavam analogias entre história da arte e a herança de
seu próprio ofício [...]”. O sistema se define pela distinção de três grupos principais.
As humanistas (letras caligráficas), transacionais e modernas, estas duas possuindo
características menos orgânicas e mais abstraídas. E refletem na ordem dos
períodos renascentista, barroco e iluminista.
35
2.2.3.2 Alinhamento
Para Lupton (2006) alinhamento é a organização da coluna de texto de modo
que o texto siga um padrão visual sendo orientado por bordas duras ou suaves. A
escolha de determinado estilo de alinhamento trás qualidades e prejuízos estéticos
para a página diagramada. Existem 4 tipos comuns de alinhamento, o alinhamento à
esquerda, o alinhamento centralizado, o alinhamento à direita e o alinhamento
justificado.
Figura 13: Alinhamentos de texto
Fonte: O autor
No alinhamento à esquerda o texto é orientado para a margem esquerda e
traz uma margem esquerda dura e a direita suave. O espaço entre as palavras é
sempre o mesmo. O lado positivo do alinhamento a esquerda é a inexistência de
espaços vazios entre as palavras, contudo, sua aparência é desalinhada e
desordenada em sua margem direita causando desconforto visual. (LUPTON, 2006).
No alinhamento à direita o texto se orienta na margem direita, onde da
mesma forma que na esquerda os espaços vazios entre as palavras são
inexistentes, todavia a sua estética fica prejudicada por estar em desalinhamento na
margem esquerda. Seu uso produz boas legendas, barras laterais e notas
marginais, sugerindo uma afinidade entre os elementos da página (LUPTON, 2006).
De acordo com Lupton (2006) no alinhamento centralizado o texto se
orienta por um eixo vertical localizado no centro do texto, do qual as margens direita
36
e esquerda ficam alinhadas pelo tamanho da palavra que a forma, podendo gerar
desproporções e desconforto visual. O texto centralizado pode vir com o sentido de
criar uma forma orgânica que se dá ao fluxo do conteúdo.
O tipo de alinhamento comumente encontrado na diagramação de livros é o
justificado, em que organiza e distribui o texto uniformemente formando margens
regulares na direita e na esquerda da coluna. O alinhamento justificado trás um
aspecto de limpeza para página, recurso do qual é indicado para textos de jornais e
livros de texto longo. Entretanto, esse tipo de alinhamento pode forçar o texto a
caber na área da coluna e trazer vazios nas linhas da página também conhecidos
como caminhos de rato, para evitar este tipo de problema visual, deve-se diminuir o
tamanho dos tipos onde caberão na linha (LUPTON, 2006).
2.2.3.3 Hierarquia tipográfica
Para Lupton (2006) a hierarquia tipográfica indica um sistema em que se
organiza o conteúdo, enfatizando alguns dados e dando menos atenção a outros. A
importância da hierarquia dentro da diagramação vem ao encontro da localização do
leitor dentro do texto. Para tal, usa-se níveis que dos quais correspondem aos níveis
espaciais como o recuo de parágrafo ou de texto, entrelinha do qual remete a
distância entre duas linhas de texto que podem ser aumentadas ou diminuídas e
posicionamento da página que corresponde a uma ordem ou diferenciação de
posição do texto na página se destacando dos demais. Ainda pode-se utilizar os
níveis gráficos que remetem ao tamanho utilizado na fonte, o estilo, a cor ou o tipo
de fonte. Entretanto deve-se saber utilizar dos elementos da hierarquia para
conseguir transpor uma boa diagramação, para isso deve-se enfatizar palavras ou
frase. Geralmente encontra-se a utilização do itálico, mas também outras formas
comuns são encontradas em publicações editoriais como o uso do negrito,
versaletes e mudanças de cor, também aconselha-se variar o estilo da fonte, para
isso deve-se buscar uma família tipográfica que tenha uma gama maior de
variações. Lupton (2006) salienta que deve-se tomar cuidado ao utilizar muitos
sinais gráficos, o que acaba poluindo a composição, é possível criar ênfase com
apenas uma mudança.
37
Figura 14: Hierarquia textual entre título, subtítulo e texto
Fonte: Lupton (2006)
Normalmente em uma página textual o leitor busca a informação
primeiramente através do título, após ele lê o subtítulo (quando existir) e
posteriormente do texto, para tal aconselha-se colocar nesta sequência a fim de
proporcionar a hierarquia e ordem de leitura. Desta forma a figura 14 representa um
exemplo de hierarquia textual, em que utiliza-se de vários níveis espaciais, como
recuo de parágrafo e entrelinha, também usa níveis gráficos como caixa alta e
versaletes.
Explorar a maneira de como apresentar os títulos e subtítulos melhora a
qualidade da diagramação e torna a leitura mais fácil. Deste modo o uso dos sinais
na composição editorial agrega valor e melhora a leitura do impresso, saber
contrastar os elementos de forma que os mesmos ainda tenham harmonia é um
fator preponderante para o prestígio do impresso.
38
2.2.4 Capa de livro
A capa do livro é o primeiro contato que o público tem com o impresso. Há
pessoas que adquirem o livro pelo autor, outros pelo assunto e a maioria pelo poder
sugestivo da boa apresentação gráfica de sua capa. Por isso, a capa de um livro
com um elevado padrão estético tem uma função de venda muito grande. A capa de
livro representa em termos gráficos o conteúdo do livro (RIBEIRO, 1993).
Na diagramação da capa todos os elementos devem ser tratados com a
mesma importância, não só a ilustração em particular, mas também o
posicionamento dos elementos e a escolha do tipo utilizado. O conhecimento técnico
são fundamentais para criar uma capa que seja coerente com o estilo adotado no
livro e seu conteúdo.
Ribeiro (1993. p.340) relata sobre a importância da composição do título em
relação a obra:
Toda primeira capa deve comportar: título; nome do autor; nome ou marca
do editor; ilustração, se convier; e, finalmente, uma cor dominante. A
maneira de distribuição desses elementos é que faz a capa do livro ser boa
ou não. O título da obra, que é o elemento mais importante, deve ocupar um
lugar de primazia; a ser a ele subordinado, inclusive, o nome do próprio
autor. Exceção se faz nos casos em que o nome é do autor que vende a
obra por sua fama e prestígio.
As letras do título devem estar em harmonia com o conteúdo da obra, pois ela
representa a identidade do livro e não pode passar uma mensagem errada para o
público-alvo.
Uma capa pode ser composta com uma parte excedente do qual é
denominada de orelha. A orelha é uma parte da capa que está dobrada para o
interior do livro. Geralmente são impressas, informações gerais sobre a obra, o autor
ou outras edições.
Outra parte do livro que é impresso adjunto a capa é a lombada, definida
como o lado do livro ou revista onde fica a costura das folhas, mantendo as folhas
unidas. Pode ser classificada como canoa ou quadrada. A lombada canoa é usada
em revistas e panfletos do qual é unida através de grampos. A lombada quadrada é
usada em livros de brochura, ou seja, com as páginas coladas ou costuradas. A
lombada parte da capa do qual comporta a dobra para o encaixe das folhas do livro.
39
Habitualmente os dizeres da lombada fiam dispostos no sentido da altura, do qual
devem manter a posição do pé para cabeça, pois sua leitura será facilitada quando o
livro se encontrar alinhado na estante (RIBEIRO, 1993).
2.2.5 Cores na Publicação Impressa
“A sensibilidade do homem é alterada quando exposta às mais variadas
gamas de cores, fato comprovado através de experimentos científicos.” (COLLARO,
2000, pg. 73). Já White (2006. p. 201) define a cor da seguinte maneira:
No âmbito da impressão, a cor não é simplesmente um recurso estético, e
sim uma técnica racional a ser aplicada com objetivos funcionais:
identificação... ênfase... associação... organização... persuasão... e também,
às vezes, para criar beleza intencionalmente, mas em geral como por mais
estimulantes que elas possam ser.
Realizar um estudo sobre cores é de suma importância em um projeto gráfico,
pois, os efeitos psicológicos causados pela cor podem definir a eficácia na
publicação de um impresso.
Todos os estudos que se pode realizar sobre cor não são regras para serem
seguidas nos projetos, pois, tudo depende do contexto e conceito que se quer
passar. Entretanto, algumas cores ou a combinação delas podem trazer sentimentos
de “[...]alegria, tristeza, seriedade, agitação, movimento etc.[...] porém, a cor é um
fator preponderante em comunicação visual.” (COLLARO, 2000, pg. 73).
Collaro (2000) considera que o tipo de aplicação e combinação podem alterar
as sensações em relação as cores. O autor faz um comentário sobre as seguintes
alguns exemplos de cores a seguir:
 Preto: Sugere morte ou luto, entretanto variando sua aplicação para uma
camada brilhante causa elegância e distinção.
 Violeta: Transmite misticismo e meditação, relação com a magia.
 Cinza: Cor neutra, podendo assumir diferentes reações. A tonalidade do cinza
traduz tristeza, desânimo.
40
 Vermelho: Traz sensações de alegria, força e vitalidade. Remete a
masculinidade. Cor quente, do qual pode aumentar o impacto visual quando
usado com grande contraste. No vermelho seus tons claros remetem a
conceitos de jovialidade, já em tons escuros assume reações mais
impactantes.
 Verde: Normalmente associado a estabilidade, cor fria, que ao assumir tons
amarelados assume reações de força ativa, vida. Quando assume tons de
azul pode ser interpretado com seriedade.
 Laranja: Transmite radiação e expansão. Sugere intimidade e calor.
 Azul: Demonstra profundidade. É uma cor feminina, introvertida e discreta.
 Branco: Indica pureza e paz, mas também pode remeter a solidão.
 Rosa: Cor íntima, transmite feminilidade e intimidade.
White (2006) cita que a cor agrega valor fundamental à comunicação,
principalmente a impressa, a cor é melhor percebida onde se dispõe ao olhar do
leitor, como por exemplo em margens externas das páginas. O autor ainda atribui no
maior grau de importância da informação o uso de cores quentes do qual são mais
percebidas aos olhos do observador. Entretanto deve-se tomar cuidado ao usá-las
em áreas maiores, pois acaba sobrecarregando o impresso e agredindo o olhar do
leitor.
A aplicação da cor também pode ser feita em elementos gráficos de
diagramação ou elementos textuais como títulos ou áreas de texto servindo de
hierarquia ou separação dos conteúdos tornando a página organizada e de fácil
localização.
Cada cor pode representar uma reação psicológica característica, portanto
cabe a um designer gráfico saber qual cor utilizar para determinado projeto, e qual a
reação particular que esta irá causar, podendo sofrer variações dependendo do tipo
de combinação cromática que ele utilizar.
41
2.2.6 Imagens
Para White (2006. p.144) “Imagens são a primeira coisa que vemos numa
página. São rápidas, emocionais, instintivas e despertam curiosidade. Elas
introduzem o observador na informação. Devem ser usadas com um propósito
estratégico [...]”.
As imagens nas publicações impressas devem ser escolhidas com o cunho
de gerar deduções e interpretações harmônicas sobre o tema do livro, ou seja,
devem conter significado, e não apenas se guardar ao apelo estético, ajudando o
leitor a compreender a mensagem e se interessar pela leitura.
Ao visualizar um impresso, o leitor observa primeiramente a imagem e sua
forma, depois analisa o restante do conteúdo, por isso deve-se posicionar primeiro a
imagem depois o texto condizente a ela. O autor ressalta que imagens pequenas
devem ser agrupadas em blocos, para ganhar peso e chamar a atenção. Também
uma imagem ser posicionada em duas páginas cruzando a dobra da página, dando
grandiosidade a imagem e despertando o interesse pelo leitor. do com uma imagem
grande faz com que a imagem pareça imensa, atraindo a atenção do leitor. Imagens
colocadas ao longo da parte superior, em cima dos textos atraem os olhos para
dentro da revista (WHITE, 2006).
De acordo com White as imagens podem ser classificadas em três tipos de
fotos e ilustrações. As imagens de clima emocional, as imagens informativas do
qual se acompanha nas figuras e as circunstanciais. Define-se como imagem de
clima emocional as que causam impacto e seduzem o leitor. As imagens
informativas são imagens documentais, factuais e realistas e as circunstanciais
são as imagens que são comumente encontradas, não causam grande impacto ou
polêmica, sua informação é básica e mesmo apresentando um bom aspecto devem
ser tratadas com menos destaque ou tamanho.
No design editorial o uso de imagens pode ser seguido por regras editoriais
colocadas dentro dos grids construtivos, ou podem ser trabalhadas de acordo com o
gosto do diagramador.
42
3 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE DESIGN
3.1 METODOLOGIA DO PROJETO DE DESIGN
O método projetual utilizado para o desenvolvimento deste projeto foi o de
Volnei Antônio Matté2, que é voltado para produtos gráficos impressos. O
desenvolvimento de produtos gráfico impressos segue uma série de etapas em que
vai do planejamento do produto até o descarte feito pelo usuário. Para o autor estes
produtos possuem seus destaques no aspecto informacional (informação e/ou
mensagem) e do qual são inseridos em seu aspecto físico (suporte e/ou meio).
(MATTÉ, 2004)
O autor ainda comenta sobre a complexidade dos produtos gráfico-impressos,
que podem variar em relação ao seu aspecto informacional e físico. No quadro 1, a
seguir, pode-se acompanhar a relação dos cruzamentos de complexidade que neste
projeto objetiva buscar um resultado que busque o equilíbrio entre ambos,
resultando em um projeto de média complexidade.
Quadro 1: Algumas complexidades dos produtos gráfico-impressos
Fonte: MATTÉ, 2004
2
Graduado em Desenho Industrial - Habilitação em Programação Visual, Mestre em Engenharia de
Produção, Doutor em Engenharia do Conhecimento. Professor Titular do Centro de Artes e Letras da
Universidade Federal de Santa Maria – RS.
43
Entretanto, Matté (2004) salienta que a metodologia proposta destina-se ao
estímulo do uso das capacidades cognitivas, afetivas e psicomotoras para o
desenvolvimento do projeto, não garantindo o sucesso do mesmo. Para entender
melhor sobre o método projetual de Matté, pode-se analisar o quadro 2, do qual
apresenta a divisão do método por etapas resumidas.
Quadro 2: Representação gráfica da metodologia proposta.
Fonte: MATTÉ, 2004.
44
O método encontra-se dividido em 3 fases e 8 etapas, em que seguem suas
atividades decorrentes. Na primeira fase a ser seguida o designer deverá se munir
de informações dos quais ele reconhecerá aspectos lógico-informacionais, técnicofuncionais, estético-formais e mercadológicos do produto. Conseguinte, será
concentrada e compreendida toda a informação coletada, do qual iniciará o
desenvolvimento
semântico
e
primeiros
desenhos
do
produto.
Após
o
desenvolvimento inicial, se aprimora o desenho e o prepara para produção.
3.2 PROJETO DE DESIGN
3.2.1 Problematização
Para Matté (2004), o designer gráfico ao expor o problema percebe a sua real
necessidade, onde determina de maneira clara e definida o seu trabalho. Portanto,
o projeto atual visa desenvolver um projeto gráfico editorial de livro sobre a
valorização do processo artesanal da produção de violões, resgatando a produção
artesanal de violões do profissional luthier.
3.2.1.1 Programa projetual e contrato
O propósito deste trabalho é de desenvolver o projeto gráfico editorial para o
livro sobre produção artesanal de violões. O intuito de desenvolver este projeto
partiu pelo interesse da documentação da profissão e também pela percepção da
falta de referenciais sobre o tema. O livro irá servir pra valorizar o profissional luthier
que produz os violões artesanais, além de mostrar o caráter informacional da
profissão, ilustrando sua atividade e a relevância no mercado para o seu público.
.O nome do livro será Profissão Luthier, do qual foca diretamente sobre o
tema, e que busca reconhecimento e destaque também sobre o nome dado ao
profissional que é muitas vezes desconhecido. O conteúdo informacional do livro
não será produzido, pois se trata apenas de um projeto gráfico, entretanto estipula-
45
se possíveis títulos a fim de se trabalhar com um plano fictício de planejamento
gráfico que envolvem aspectos sobre os diferentes tipos de violão, partes dos violão,
produção, colagem, montagem e acabamento. O público alvo correspondente a
profissionais da área de luthieria, marceneiros, músicos e afins na qual buscam o
aprimoramento da parte técnica e cultural em relação a produção de violões.
3.2.2 Compreensão do projeto
Para compreender o projeto, o designer precisa utilizar suas capacidades
mentais, para interpretar o universo que faz parte o produto gráfico, em que farão
parte as etapas de pesquisa e análise.
3.2.2.1 Pesquisa e análise de similares
Para Matté (2004), a etapa da pesquisa e análise de similares é trabalhada de
forma que a pesquisa diacrônica e sincrônica sejam unificadas. Desta forma se faz
uma análise da evolução e o estado-da-arte do produto, considerando o aspecto
informacional e físico dos produtos gráfico-impressos ou semelhantes ao tema
abordado, melhorando a compreensão sobre o tema.
Este tipo de pesquisa visa a coleta de dados em revistas, sites, jornais e
livros. Conforme Matté (2004, p.7) determina de forma clara que também é
necessário pesquisar não apenas produtos idênticos:
Com base na diacronia e na sincronia, verifica-se todo o universo onde está
inserido o projeto passando por toda sua evolução até chegar ao momento
atual. Porém, necessita-se pesquisar não apenas produtos idênticos, mas
todos que possuam alguma relação com o projeto, ou que possuam uma
determinada solução interessante que possa fornecer bases projetuais.
Devido a carência de referenciais de mesmo tema, buscou-se títulos dos
quais envolvam aspectos sobre design e design editorial para análise.
46
3.2.2.1.1 Análise feita do livro Pensar com tipos de Ellen Lupton.
O livro busca a compreensão do tema envolvendo tipos. O mesmo aborda
sobre a diversidade tipográfica envolvendo o passado e presente. Em Pensar com
tipos existem três seções, letra, texto e diagrama, cada seção fala sobre as
questões culturais e teóricas do design tipográfico em diversos meios de
comunicação, mostrando exemplos práticos a respeito do tema.
Figura 15: Análise 1: capa do livro Pensar com tipos
Fonte: Adaptado de Lupton (2006)
A capa do livro, presente na figura 15, apresenta um método de leitura e
visualização diferenciados, onde seu modo de leitura se baseia em forma de N, ou
seja, diferente do método comum de leitura ocidental disposta em Z. Sua estrutura é
composta por apenas tipos, dos quais se tornam a identidade do livro. Os tipos
47
apresentam-se aplicados em sua maioria de maneira vertical, ganhando peso visual
e ordem de leitura. Seu alinhamento e ordem de leitura se baseiam da esquerda pra
direita.
Figura 16: Análise 2: páginas do livro Pensar com Tipos
Fonte: Adaptado de Lupton (2006)
Na figura 16, considera-se a análise de posicionamento de texto e figura. Na
primeira página, trabalha-se somente com texto, onde o mesmo é impresso em cor
preta sobre fundo branco. O texto ocupa praticamente toda estrutura da página, do
qual está diagramada em duas colunas alinhado a esquerda. Seus títulos
apresentam-se diferenciados por contraste de peso e diferenciação de fontes. Na
segunda página, a figura está disposta centralizada na página, do qual apresenta
legenda logo abaixo da mesma. Supõe-se que a figura se posiciona dentro de uma
estrutura de possivelmente 3 ou 4 colunas assimétricas, de acordo com a
distribuição dos elementos, como por exemplo a legenda e os espaços em branco
48
decorrentes na página. A sua legenda encaixa-se dentro de uma destas colunas do
qual o seu texto está alinhado a esquerda. As páginas apresentam numeração
dispostas nos cantos, superior direito para primeira página e superior esquerdo para
segunda página.
Figura 17: Análise 3: páginas do livro Pensar com Tipos
Fonte: Adaptado de Lupton (2006)
A figura 17 apresenta o exemplo de interação de imagem e texto em que a
imagem explica o título da página seguinte. Neste caso a primeira página apresenta
uma figura que ultrapassa o limite disposto pela coluna da página, apresentando
legenda explicativa posicionada a sua direita. Por conseguinte na outra página, vem
um título sobre o assunto da imagem, que apresenta-se em destaque pelo tamanho
e cor. O texto serifado apresenta-se alinhado a esquerda e diagramado na segunda
coluna. A primeira coluna apresenta-se em branco, com o objetivo de melhorar a
leitura diminuindo o cansaço visual e dando o equilíbrio visual para o corpo da
página.
49
Figura 18: Análise 4: páginas do livro Pensar com Tipos
Fonte: Adaptado de Lupton (2006)
Na figura 18 observa-se um exemplo de equilíbrio e contraste por peso e
tamanho do qual a primeira página trás uma imagem explicativa para o título
apresentado na página seguinte. Esta imagem foi aplicada na página de forma
sangrada, do qual perde parte de sua composição. Na segunda página o título é
trabalhado de forma que seu peso visual equilibre com o da primeira página,
alinhado ao meio e centralizado na página.
50
Figura 19: Análise 5: páginas do livro Pensar com Tipos
Fonte: Adaptado de Lupton (2006)
Na figura 19, analisa-se um exemplo aplicação de apenas uma imagem sobre
duas páginas que pode-se perceber que a figura está centralizada entre as duas
páginas, tendo continuidade entre uma página e outra, ou seja, ultrapassando os
limites estabelecidos pelas colunas da página. Na sua direita apresenta-se a
legenda, que está disposta em uma coluna com texto alinhado a esquerda, com uma
tipografia que trás pouco peso visual, para não competir com a imagem
apresentada.
51
Figura 20: Análise 6: páginas do livro Pensar com Tipos
Fonte: Adaptado de Lupton (2006)
A figura 20 apresenta um exemplo de interação entre imagem e texto, do qual
a diagramação se baseia em duas colunas assimétricas, onde o texto e imagens
apresentam-se nas colunas maiores e as legendas das imagens nas colunas de
menor tamanho. O título da página do capítulo encontra-se disposto no canto
superior esquerdo da primeira página. A interação de texto e figura na primeira
página, da qual há um texto corrido e logo após uma imagem disposta na mesma
coluna. Na página seguinte o autor dispõe três imagens na mesma coluna do qual a
primeira imagem ultrapassa os limites estabelecidos pela coluna.
Especificações de materiais:
Papel capa: Duplex Europa 250 gr.
Papel miolo. Couche fosco 150g.
Lobada: quadrada
Número de páginas 182p.
Tipo de impressão: Off set.
52
3.2.2.1.2 Análise do livro Como se faz – 82 técnicas de fabricação para design de
produtos de Chris Lefteri
A próxima análise se desenvolverá sobre o livro que tem uma relação a
fabricação de produtos semelhantes ao conteúdo abordado sobre a fabricação de
violões. O livro “Como se faz – 82 técnicas de fabricação para design de
produtos”, de Chris Lefteri. Este livro busca informar e ilustrar sobre o mundo da
para os designers. Do qual muitos só conhecem, em detalhes, algumas poucas
técnicas de fabricação. Este livro descreve 82 técnicas, inovadoras e tradicionais, de
fabricação de design de produtos, revelando seus processos para alunos e
profissionais da área.
Figura 21: Análise 7: capa do livro Como Se Faz
Fonte: Adaptado Lefteri (2009)
53
A capa deste livro presente na imagem 21, traz uma junção de palavras das
quais definem palavras-chave dos componentes presentes no conteúdo do livro. O
nome do livro se apresenta em destaque centralizado na página, apresentando
contraste por tamanho, peso e cor em relação as outras palavras. Sua cor verde
claro mostra-se contrastante com a cor base rosa escuro da capa, de acordo com
Ribeiro (1993) este tipo de contraste define-se por relações semelhantes as das
cores complementares no círculo cromático. A estrutura da fonte é ultrabold com
serifas grossas e retas de mesmo peso das hastes. O subtítulo apresenta-se em
menor destaque por tamanho e peso apresentando-se em cor branca com peso
light. O nome do autor mostra-se em sentido verticalizado localizado entre as
palavras COMO e SE. As demais palavras-chave estão em pouco destaque apesar
de se apresentarem legíveis e estão intercaladas entre peso, tamanho e cor,
mescladas entre rosa claro e rosa escuro.
Figura 22: Análise 8: lombada do livro Como Se Faz
Fonte: Adaptado Lefteri (2009)
A lombada do livro presente na figura 22 é definida como quadrada em que
mostra na ordem o nome do autor em branco e em peso normal, o título do livro em
ultrabold e na mesma cor presente na capa, algumas palavras-chave a direita do
título dando continuidade a contra capa e capa e a editora do livro na parte final da
lombada. O elemento de maior destaque é o título do livro do qual tem tamanho e
peso superiores aos demais elementos.
54
Figura 23: Análise 9: sumário da livro Como Se Faz
Fonte: Adaptado Lefteri (2009)
O sumário analisado na figura 23, apresenta divisão de conteúdos dispostos
em 3 colunas, além de uma representação gráfica editorial de localização dos
capítulos no canto direito da página, representado por retângulos de variadas cores.
O título principal da página apresenta contraste por tamanho e peso e está disposto
na zona principal da página. Os títulos dos capítulos do livro ganham destaque pois
estão apresentados em fonte bold. A tradução para o inglês do mesmo, aparece em
fonte italic e na cor cinza para não competir com o título em português. Os subtítulos
apresentam-se em fonte light e são iniciados pela numeração da página.
55
Figura 24: Análise 10: de página do livro Como Se Faz
Fonte: Adaptado Lefteri (2009)
Na imagem 24, a página apresenta uma diagramação de três colunas
assimétricas. As fontes apresentadas tem o mesmo estilo, pois apresentam serifa
reta e da mesmo peso das hastes, apresentando ligação com a capa do livro, porém
variando seu peso dependendo do tipo de função (título, subtítulo, corpo de texto,
legenda).
Na primeira página o título está localizado na zona principal da página e está
em bold e de tamanho maior que os outros textos presentes na página, seu subtítulo
se mostra logo abaixo em peso light, ambos alinhados a esquerda da página. Por
conseguinte apresenta-se o título e subtítulo em inglês do qual apresentam-se
dispostos em itálico e com menor peso visual percebido através da sua cor. O texto
56
referente ao conteúdo do livro apresenta-se com fonte serifada em peso normal e
alinhado a esquerda da página.
O retângulo amarelo localizado no canto superior esquerdo da página
representa o elemento gráfico editorial de localização de capítulos por cores através
do sumário. A imagem referente ao tema apresenta-se na coluna da direita da
página não interferindo no espaço do texto. Uma explicação breve sobre o produto,
seu fabricante e afins, apresenta-se no canto inferior esquerdo da página (zonamorta) de forma organizada e uniformemente dividida, seus textos apresentam-se
alinhados a esquerda e de peso light. A numeração da página localiza-se no canto
superior esquerdo.
Figura 25: Análise 11: página do livro Como Se Faz
Fonte: Adaptado Lefteri (2009)
Na figura 25, as colunas são trabalhadas com cor de base amarela,
apresentando destaque a parte das páginas. Na primeira coluna na parte superior
57
esquerda (zona principal) a letra “i” apresenta-se em bold e de tamanho maior em
relação as outras informações contidas na página, oferecendo um peso visual maior
a este canto da página. O restante do texto está dividido por títulos em bold e textos
em light. Alguns detalhes são feitos para tornar a publicação diferenciada como
cortes em determinados pontos da área ocupada pelas colunas dando um tom
particular para página.
Figura 26: Análise 12: página do livro Como Se Faz
Fonte: Adaptado Lefteri (2009)
58
Na figura 26 pode-se analisar um exemplo de diagramação por módulos, do
qual o autor não segue uma seqüência para disposição dos elementos da página. O
autor dispõe as imagens dentro dos módulos do qual posiciona as legendas logo
abaixo das imagens apresentadas. E dispõe de caixas de texto na cor preta
ganhando destaque e peso visual no canto inferior da página.
Especificações de materiais:
Papel capa: Triplex com laminação fosca 250 gr.
Papel miolo. Couchê fosco 150g.
Lobada: quadrada
Número de páginas 240p.
Tipo de impressão: Off set.
3.2.2.2 Aspectos mercadológicos
A pesquisa de aspectos mercadológicos busca reconhecer as características
que envolvem o público-alvo e o processo de comercialização/distribuição do
produto. Para o projeto gráfico editorial deste livro o público-alvo focado é de
homens e mulheres com média de idade de 25 a 50 anos. Dos profissionais
envolvidos na área destacam-se luthieres, marceneiros, músicos, artesões e
pessoas que tenham o interesse sobre o tema da produção artesanal de violões.
Neste público o conhecimento cultural encontra-se no nível médio, pois, buscam o
aprimoramento da parte técnica e cultural em relação à produção de violões. Os
livros serão vendidos em meios virtuais e livrarias, em que a acessibilidade do
público se encontra mais evidente.
59
Esquema 1: Público-alvo
Fonte: O autor
No esquema 1 pode-se observar algumas características em relação ao
público-alvo, como gênero, estilo, profissão, ambiente de trabalho, faixa etária entre
outros aspectos que caracterizam o público. A utilização de imagens definindo o
público facilita a compreensão e entendimento do mesmo, melhorando assim a e
foco e aplicação do projeto gráfico editorial.
60
3.2.2.3 Análise de estruturas materiais e processos produtivos
3.2.2.3.1 O suporte
A qualidade dos impressos está intimamente ligada ao seu suporte. A
importância na escolha do papel influencia diretamente no aspecto final do produto
gráfico, podendo ou não agradar o receptor final e influenciando também em seu
custo.
A definição de formato, cor, textura, gramatura e acabamento são primordiais
para definir se o impresso terá qualidade e valor agregado. Portanto, conhecer os
vários tipos de papéis e as suas qualidades e restrições é necessário para obter um
resultado eficaz em um impresso.
Os papéis são compostos por fibras vegetais, das quais são divididas e
maceradas em água, formando uma massa onde é filtrada, prensada e secada do
qual o resultado é obtido em folhas ou rolos. (COLLARO, 2000). Os papeis são
compostos por pastas que apresentam várias qualidades, das quais misturadas ou
puras definem o tipo de papel, estas podem variar entre pasta mecânica, pasta
química e pasta de trapos.
O papel também recebe colagem do qual é um fator determinante do valor e
espessura do papel, a porção de cola faz com que o papel absorva menos tinta e
suporte melhor a impressão. Em relação à superfície, o papel se diferencia por liso
ou áspero, macio ou acetinado, prensado de um ou dois lados. Em relação a cor o
papel pode variar entre diversos tons, entretanto para o processo de impressão e
fidelidade de cores o melhor papel é o branco. (COLLARO, 2000).
Em relação aos formatos de papel a evolução da indústria trouxe alguns
formatos padronizados. Em 1991, a Associação de Engenheiros Alemães criou um
formato que buscasse a economia de papel e racionalização da mão de obra,
conhecido internacionalmente como “DIN” (Deutsche Industrie Normunque).
61
Quadro 3: Formato Internacional de Papel – DIN
Fonte: Adaptado de Collaro (2000)
No quadro 3, podemos analisar as proporções dispostas nos formatos de
papel, iniciando da folha inteira e seus respectivos aproveitamentos. O formato
inicial seria o A0 (841x1189 mm) e assim sucessivamente a divisão dos próximos
A1, A2, A3...dos quais são obtidos pela metade do anterior e o dobro do seguinte.
62
FORMATO AA
FORMATO BB
Símbolo
Cm
Símbolo
Cm
AA
76x112
BB
66X96
A
56X76
B
48X66
1/2 A
38X56
1/2 B
33X48
1/4 A
28X38
1/4 B
24X33
1/8 A
19X28
1/8 B
16X24
1/16 A
14X19
1/16 B
12X16
1/32 A
9X14
1/32 B
8X12
Quadro 4: Formatos de papéis das séries AA e BB
Fonte: Adaptado de Collaro (2000)
Além dos formatos da série A existem outros formatos, Collaro (2000) explica
que no Brasil os formatos de papéis utilizados com mais frequencia são os da série
AA (76 x 112 cm) e a série BB (66 x 96 cm). O quadro 4 mostra as nomenclaturas
utilizadas e os tamanhos correspondentes dos formatos AA e BB.
Ribeiro (1993) cita que no Brasil o tipo de série mais comum é o formato BB
(66x96cm) e que pode-se utilizar de uma tabela pré-definida com os formatos de
papel para fazer uso do aproveitamento do mesmo, com o mínimo de perda ou sem
perda.
63
Quadro 5: Aproveitamento do papel
Fonte: Ribeiro (1993)
A utilização de um formato pré-definido do qual guie para o melhor
aproveitamento se faz importante, pois o mínimo de perda de papel faz com que os
custos diminuam.
64
3.2.2.3.2 Qualidades dos papeis e suas aplicações
Há diversos tipos de papéis para impressão nos diversos processos de
impressão. Escolher o tipo de papel implica nos custos e no perfil que se dará na
publicação.
Oliveira (2002) destaca os diversos tipos de papel e sua usabilidade em
relação a custos e acabamento a seguir:
Offset: um dos papéis mais utilizados. Papel de aspecto branco,
razoavelmente calandrado, entretanto com textura fosca. Dos papéis branqueados é
o mais barato. Utilizado frequentemente em miolo de livros. A lineatura indicada para
o papel offset é de 133 LPI.
Couché: Papel branqueado que dá um brilho as áreas impressas
apresentando textura lisa, do qual traz valor para impressão. É um papel mais caro
que é utilizado quando exige-se uma excelente apresentação dos impressos.
Suporta lineaturas a partir de 150 LPI.
Couché
fosco:
Apresenta
menos
brilho
que
o
couché
comum,
conseqüentemente é mais barato. Frequentemente é utilizado com aplicação de
verniz localizado, oferencendo um tom sofisticado a publicação. Entretanto exige um
tempo maior de secagem da tinta
Monolúcido: este tipo de papel é definido por apresentar uma das faces lisa.
Geralmente esta superfície é impressa e a outra apresenta-se em branco. Este
termo também é utilizado em um tipo de papel que é semelhante ao offset, porém
apresentando uma das faces fosca e a outra com brilho acetinado e calandrado,
muito utilizado em cartazes e folhetos.
Couché monolúcido: possui uma das faces com acabamento gessado e a
outra fosca, utilizado para cartazes.
Jornal: Papel de baixa qualidade que apresenta bons resultados de impressão
em apenas máquinas rotativas de jornal. Apresenta-se com um baixo custo e é
geralmente fornecido em bobinas. Recomenda-se não ultrapassar a lineatura de 100
LPI.
Imprensa: É um papel jornal com melhor qualidade e bem calandrado, tem um
custo baixo, entretanto pode apresentar problemas com impressão em policromia.
65
Utilizado em folhetos de baixo custo, recibos, missais. Recomenda-se não
ultrapassar lineaturas acima de 120 LPI.
LWC: Reconhecido no mercado brasileiro como o papel utilizado em revistas
de grandes tiragens, tanto semanais quanto quinzenais. Papel de baixo custo
apresentando lisura e brilho apresentando boa impressão em policromia. A lineatura
recomendada não pode ultrapassar de 150 DPI.
Vergé: Papel fosco apresentando uma trama formada por pequenos sulcos,
pode-se encontrar em branco ou em cores pastéis. Apresenta uma diferenciação ao
impresso trazendo tom de sobriedade.
Duplex: Formado por duas camadas de papel, uma branca e a outra lisa,
acetinada, e a outra com pasta não branqueada e asparas. Comumente utilizado em
embalagens.
Triplex: Formado por três camadas de papel. Seu verso apresenta-se
branqueado e mais calandrado. É mais utilizados para embalagens de primeira
linha, capas de livros, cartões postais e artísticos.
3.2.2.3.4 Montagem e acabamento
A montagem de revistas e livros pode variar dependendo da forma como será
a lombada. Em impressos onde a lombada é canoa onde os impressos são
encaixados uns dentro dos outros sendo reunidos por grampos na dobra do formato
aberto, também conhecido como grampo a cavalo. Esta lombada é usada em
revistas e panfletos. O projeto gráfico deste tipo de lombada deve ser elaborado de
acordo com um sistema de encaixe de páginas, assim podendo ser feito um boneco
para facilitar o planejamento. As páginas podem ser encaixadas em unidades totais
de 8, 16, 32, 64 e assim sucessivamente, para poder proporcionar o encaixe e
acasalamento correto das páginas abertas. Após o planejamento do número de
páginas pode ser impresso de acordo com essa numeração, do qual são casadas as
páginas, por exemplo, 1 e 64, 2 e 63, 3 e 62 e assim sucessivamente e
posteriormente grampeada. (COLLARO, 2000).
Em impressos de lombada quadrada ou também denominada brochura de
costura, encontrado em comumente em livros, as páginas são fixadas por cola. A
66
impressão das páginas é seqüencial em frente e verso, as folhas podem apresentarse soltas bastando que o número total de páginas precise ser par. A página após
impressa pode ser refilada e montada seqüencialmente. (COLLARO, 2000).
Quadro 6: Impodição de páginas para lombada quadrada
Fonte: Adaptado de Ribeiro (1993)
No quadro 6 Collaro (2000), exemplifica o método de se trabalhar com o
planejamento de impressão frente e verso das páginas, do qual deve ser trabalhado
com a as colunas 1,3,5 e 7 as páginas ímpares, e nas colunas 2,4,6, e 8 as páginas
pares.
O acabamento é feito após a impressão das folhas, das quase saem em
folhas abertas e são comumente refiladas, dobradas e encadernadas. Refile é o
termo que de acordo com Oliveira (2000) é caracterizado pelos cortes no papel
necessários para finalização do impresso. O refile elimina as margens e marcas de
impressão e define o formato definitivo da página, também para fazer corte linear em
lâminas soltas e separar as diversas unidades impressas.
Após o refile é feita a dobra da página do qual é feito pela dobradeira e sai no
formato previsto para visualização e utilização do usuário, além de dispor a ordem
correta da numeração das páginas.
Além dos processos de colagem e grampo a cavalo pode-se trabalhar com o
de brochagem por costura e cola do qual é aconselhado para impressos de mais de
200 páginas e que destina-se a uma apresentação mais nobre e durável. Também
67
pode-se trabalhar com tela, do qual apresenta o maior custo e resistência, pois este
processo de encadernação as folhas são unidas por costuras, tela e cola para reunir
todos os cadernos. Outro processo comumente utilizado é o mecânico, que tem um
custo relativamente barato e reúne as páginas através de acessórios plásticos ou
metálicos por meio de furos como espirais ou garra dupla.
Em relação ao acabamento dado nas capas existem 3 tipos de capas dos
quais são descritas por Oliveira (2000) como capa brochura, que é composta
geralmente com o mesmo papel do miolo ou um papel mais encorpado, um exemplo
é o papel triplex, 250g/m². Na Capa dura é utilizado um papel mais resistente que o
miolo, adequa-se em publicações que exijam resistência ao manuseio. A Capa
flexível (capa integral) está intermediando a capa dura e a de brochura, sendo mais
viável financeiramente que a capa dura e mais resistente que a capa brochura, esta
capa está adequada para publicações que exijam mais resistência aliadas ao baixo
custo.
Nos acabamentos dos impressos pode-se trabalhar também com a
plastificação que melhora a durabilidade do impresso, onde é aplicado através do
calor e pressão uma película de polietileno. Também pode-se destacar a laminação,
que é um recurso utilizado com intuito semelhante ao da plastificação, porém com
maior aderência e podendo diferir nos tipos de revestimentos com por exemplo a
laminação fosca que traz um tom mais elegante e discreto aliado ao baixo custo. Por
fim, um acabamento muito utilizado é o verniz que também vem com a função de
revestimento, que pode criar um efeito gráfico de destaque, valorizando o impresso
e trazendo a vivacidade das cores onde for aplicado. Existem diversos tipos de
vernizes que podem ser aplicados localmente ou sobre todo o impresso, como o
verniz offset, que consiste na impressão adicional de matriz semelhante à usada
pelas tintas, todavia este tipo de verniz pode amarelar e tem baixa resistência, pois é
um recurso rápido e barato. Além disso, outros vernizes são utilizados como o de
alto brilho, muito utilizado em revestimentos de capas e folhetos de luxo, e também a
o verniz U.V. que necessita de um maquinário especial como estuda de luz ultravioleta. O verniz U.V. é muito utilizado sobreposto localizadamente sobre papel
fosco do qual traz um aspecto de profissionalismo e luxo ao impresso. (OLIVEIRA,
2000).
68
3.2.2.3.3 Impressão
A fase de impressão é conhecida pela qual o projeto é finalmente impresso,
do qual as peças gráficas projetadas são enviadas para as máquinas que
transcrevem e reproduzem no suporte toda a informação que lhe foi enviada.
Oliveira (2000) descreve que embora grande parte dos casos de escolha de tipo de
impressão encontra-se a offset, o designer deve analisar em qual objetivo ele deseja
chegar e estabelecer um custo benefício em relação ao seu produto final. Uma
análise das vantagens e desvantagens dos processos de impressão, a tiragem, o
custo, o seu suporte, oferta de mercado, e usabilidade influenciam no resultado final
de seu projeto.
Para Collaro (2000) o cenário brasileiro atual encontra-se sobre a geração
das máquinas de impressão, das quais podem trabalhar com processos
rudimentares ou computadorizados. A demanda pelos processos sofisticados
aumenta, pois a necessidade da agilidade e qualidade maior dos impressos se faz
presente na situação econômica brasileira, entretanto alguns processos insistem em
prevalecer pois ainda encontram-se em destaque na qualidade e importância ao
longo dos anos.
Hoje pode-se citar uma série de tipos de processos tanto rudimentares quanto
digitais, como os processos planográficos como o offset, offset digital e litografia, os
processos eletrográficos, como a impressão digital, eletrografia e xerografia, e
também podemos encontrar os processos permeográficos que envolvem a
serigrafia. Há outros processos envolvidos também como os processos digitais que
envolvem os plotter de impressões, corte eletrônico, transferência térmica entre
outros. Porém os mais utilizados para impressão de livros e revistas são os
processos planográficos e eletrográficos. (OLIVEIRA, 2000).
O principal processo planográfico mais utilizado desde o século 20 é o offset.
Este processo é originário do processo litográfico do qual é feito sobre impressão
indireta, do qual há um elemento intermediário entre a matriz e o papel, também
conhecido como blanqueta. O processo de impressão offset, garante boa
legibilidade para médias e grandes tiragens aplicado aos diversos tipos de papel,
tanto liso quanto granulado. Oliveira (2000, p.84) recomenda este tipo de processo
para impressos tipo revistas, livros e jornais do qual comparado aos outros é de bom
69
custo benefício para impressão de um livro, do qual apresenta uma tiragem
relativamente grande a uma velocidade incrivelmente rápida, para Oliveira (2000,
p.84) este processo pode obter uma tiragem folha a folha de até 12.000 cópias por
hora. O processo além disso se mostra com uma impressão de qualidade alta que
evidenciando os detalhes das imagens impressas.
3.2.3 Configuração do projeto
A etapa de configuração do projeto mostra-se importante, pois é a etapa da
qual se iniciam as modelações iniciais do projeto gráfico, servindo de guia e de
testes para configuração do projeto final. Neste momento o designer gráfico pode
utilizar das suas habilidades psicomotoras para configuração do projeto. Este projeto
apresentará somente as definições de design do produto em questão, ou seja, a
parte do conteúdo do livro é fictícia.
3.2.3.1 Lista de requisitos e hierarquia dos fatores projetuais
Após as análises das pesquisas de similares e materiais de suporte para a
configuração do projeto, foi concebido um maior entendimento e percepção sobre as
maneiras que se podem desenvolver e definir um projeto gráfico editorial de um livro.
Na análise de similares percebeu-se que o contraste por cores é um fator de
suma importância para o destaque de informação do qual se pretende atingir.
Os textos analisados apresentam serifa do qual é um aspecto importante para
textos longos, pois a serifa proporciona a sensação de continuidade e causa menos
cansaço visual ao leitor. O alinhamento textual sempre é apresentado a esquerda do
qual traz uma assimetria nas colunas, todavia elimina defeitos comuns como
caminhos de rato e escadas.
Os títulos variam entre serifados com estrutura de corpo de texto bold e serifa
da mesma largura da haste do qual, causa impacto para o leitor atraindo a atenção e
destacando a informação, também foram utilizados títulos sem serifa com fontes
70
modernas do qual apresentam contraste por peso e cor, conferindo a atenção
necessária para o leitor.
Nas imagens os autores buscam equilibrá-las com os elementos que compõe
o restante da página como colunas de texto ou legendas, dos quais quando
necessário agregam uma fonte de estilo mais bold para trazer mais peso visual. A
sangria das imagens ou ultrapassagem dos limites estabelecidos pelas colunas se
faz presente, do qual agrega um valor pessoal a publicação.
A predominância de variações nos números das colunas se faz presente
assim como também uma padronização das colunas dividindo a página, todas
apresentam-se assimétricas. Utilizar variação de colunas pode trazer um estilo
diferenciado para o impresso, porém manter uma padronização faz com que o estilo
do impresso se mantenha do qual auxilia o leitor na ordem e continuidade de leitura.
Os materiais apresentam um tipo de papel para o miolo semelhante, couchê
fosco, do qual garante a integridade da impressão e qualidade dos detalhes, sua
gramatura é entre 90g e 150g, da qual trazem um requinte para o livro, na maior
parte das vezes acabamento é feito por lombada quadrada, devido ao número de
páginas acima de 32 unidades.
Esquema 2: Painel semântico
Fonte: O autor
No esquema 2 pode-se analisar o painel semântico do qual representa a lista
de requisitos para o desenvolvimento do projeto. Uma boa diagramação que torne o
71
livro de boa leitura e interpretação se faz necessária, portanto buscar uma forma de
organização e legibilidade que torne o livro mais atrativo para o leitor é
indispensável, além de trazer um bom suporte que represente qualidade e ao
mesmo tempo durabilidade.
Esquema 3: Painel imagético
Fonte: O autor
O esquema 3 referente ao painel imagético em que apresenta imagens que
referem-se a temática do projeto gráfico editorial, do qual são compostas por objetos
e elementos editoriais e de diagramação, exemplos de aplicação tipográfica e de
hierarquia, o violão em questão e ferramentas de produção.
72
3.2.3.1 Redefinição do problema
Após as análises feitas percebeu-se que um livro do qual envolva um
profissional que busque aprimoramento técnico deve ser de boa qualidade e
durabilidade, também deve-se trabalhar com uma diagramação que busque uma
boa leitura e entendimento do conteúdo, portanto a forma com que deve-se
diagramar este livro deve ser envolvente que desperte a curiosidade do leitor e
também uma boa interpretação.
A numeração máxima de páginas definida para o impresso é de 56 páginas
mais capa e contracapa. O livro será dividido por conteúdos em 6 capítulos
referentes a:
 Tipos de violões
 Partes do Violão
 Produção
 Montagem
 Colagem
 Acabamento
Para se fazer um projeto gráfico editorial de um livro que valorize a produção
artesanal de violões define-se alguns requisitos dos quais serão de suma
importância para obtenção de um projeto de sucesso.
Primeiramente busca-se um formato ideal para se trabalhar com uma
diagramação que possa dispor de figuras e textos não comprometendo a legibilidade
e entendimento. Buscar um formato padrão de layout barateia os custos com a
gráfica e assim o valor pode ser revertido em um acabamento melhor para capa e
miolo.
Define-se um grid adequado ao formado do qual podem variar o número de
colunas. A opção de se trabalhar com poucas colunas pode limitar o processo
criativo, portanto busca-se fazer testes de diagramação para interpretar a
necessidade de mostrar a informação. Quando se trabalha com um grid de várias
colunas, as mesmas podem ser unidas em conjuntos maiores do qual se forma uma
73
unidade, ou seja, se a necessidade for trabalhar com uma coluna maior pode-se unir
várias colunas e assim facilitar o processo criativo.
A aplicação de fontes das quais a legibilidade, clareza e conforto visual se faz
necessária, pois em um livro deve-se buscar a melhor maneira de focar a atenção e
entendimento do leitor, melhorando o processo de interpretação e leitura. Trabalhar
com fontes sem serifa e de peso para títulos é uma importante para configuração do
projeto, entretanto se nos testes para diagramar este livro perceber-se que o uso de
fontes serifados é mais adequado ao projeto em questão, se trabalhará de tal
maneira, pois percebeu-se que nas análises de similares feitas anteriormente, o livro
Como Se Faz aplica uma mesma família de fontes serifadas para o livro inteiro,
mudando apenas o tamanho e peso das mesmas.
Em um livro técnico o uso e disposição e aplicação de imagens coloridas que
tragam um melhor entendimento para o leitor é de muita importância, portanto
definições como suporte, formato e acabamento devem ser analisadas para que o
objetivo informacional do livro seja atingido. Trabalhar com imagens sangradas ou
que ocupem duas páginas, pode ser uma maneira eficaz de atingir este objetivo,
também saber dispor do espaço que a folha oferece pode agregar valor estético e
informacional, e buscar um suporte que consiga reproduzir fielmente a gama de
detalhes que uma fotografia traz será essencial pois pode valorizar a publicação e
também o custo/benefício do livro.
3.2.3.2 Modelação inicial
A modelação inicial de um projeto gráfico editorial abrange o estudo de
definições e aplicações para o projeto que vão desde a configuração inicial até
intermediários do produto. Matté (2004) cita que o projetista nesta fase pode utilizar
técnicas e métodos de criatividade quando necessários, e que é comum trabalhar
com várias categorias de modelações para configuração do produto, portanto nesta
fase a liberdade de criação fica restrita na capacidade do profissional, do qual deve
interpretar e decidir qual a melhor solução para se alcançar o resultado planejado.
O estudo inicial da geração de alternativas para este projeto partiu no formato
que será trabalhado, buscou-se trabalhar com 3 formatos diferentes para seleção e
74
adequação, dos quais irão seguir um tamanho que se encaixe a um formato que use
o melhor aproveitamento de papel.
Esquema 4: Geração de alternativas de formato
Fonte: O autor
No formato quadrático apresentado utilizou-se um grid de 6 e 8 colunas. Este
formato dependendo do tamanho da página pode suportar um número maior de
colunas sem que fiquem muito estreitas. Já no formato retangular com orientação
vertical utilizou-se um número menor de colunas, de 4 colunas e 6 colunas, pois a
largura de cada página não suportaria a utilização de muitas colunas quando a
página fosse diagramada com texto e imagens. No formato retangular de orientação
horizontal utilizou-se um número maior de colunas, de 8 e 10 colunas, o sentido da
página permite que possa se trabalhar com um número maior de colunas. Nos 3
tipos de formato utilizou-se um número variado de colunas, porém só poderá ser
constatado o número ideal de colunas após testes de diagramação.
75
Esquema 5: Testes de posicionamento de imagens e texto
Fonte: O autor
Após estudo e análise dos formatos optou por utilizar o formato BB 14, do
qual gera 14 folhas iguais sem perda, resultando em uma folha individual de
17x21,5cm.
76
Figura 27: Definição do grid e colunas
Fonte: O autor
Após análise e estudo dos formatos, busco-use utilizar um formato que se
adapte ao padrão BB (66x96), em que apresenta em sua maioria um formato
retangular como pode-se observar na figura 27.
Figura 28: Uso de imagem e texto na diagramação
Fonte: O autor
77
Na figura 28, para utilização de imagens e títulos buscou-se posicionar a
imagem a esquerda do título explicativo da mesma. Os textos estão posicionados
dentro das colunas assim como a figura.
Figura 29: Uso de título subtítulo e imagem com legenda na diagramação
Fonte: O autor
A figura 29 apresenta outro exemplo de aplicação de título e imagem onde
busca-se equilibrar as duas páginas com textos de peso visual a uma imagem
explicativa. Porém o equilíbrio da página fica desconfigurado pela maneira como as
colunas se apresentam, assim as margens ficam fora de proporção.
78
Figura 30: Uso imagens com legenda diagramação
Fonte: O autor
A figura 30 apresenta o uso de várias imagens nas páginas apresentadas,
priva-se o equilíbrio das mesmas onde a aplicação da primeira página é para uma
imagem que ocupe a área das colunas, e na segunda página o uso de duas imagens
que ocupem também a área das colunas.
79
Figura 31: Imagem sangrada na diagramação
Fonte: O autor
Para exibir o detalhamento máximo de uma imagem busca-se a aplicação da
mesma ocupando a área das duas páginas, de acordo com a figura 31.
Figura 32: Testes de fonte, tamanho, peso, alinhamento e o posicionamento de texto
Fonte: O autor
80
Na figura 32 aplica-se fontes serifadas para o uso em texto longos, também
testa-se o uso de fontes sem serifa para títulos e subtítulos, e a aplicação dos textos
nas colunas da página.
Figura 33: Testes de fonte, tamanho, peso e o uso de texto nas colunas
Fonte: O autor
A figura 33 também é de testes de fontes para aplicação de títulos e textos
longos, porém busca-se a diversificação da aplicação nas colunas e o uso dos
espaços em branco.
81
Figura 34: Testes de fonte, tamanho, peso, alinhamento e o uso de texto nas colunas
Fonte: O autor
Testes de tamanho, peso e alinhamento nas colunas faz-se necessário para a
ideal aplicação dos textos no livro, observa-se também a ocupação dos textos nas
colunas na figura 34.
Figura 35: Posicionamento e dimensionamento das imagens na diagramação
Fonte: O autor
82
Na figura 35, para o uso de diversas imagens em uma só página busca-se a
aplicação da mesma na página da esquerda e o detalhamento com a explicação
técnica na direita, com as mesmas agrupadas para ganhar mais peso visual.
Figura 36: Posicionamento e dimensionamento das imagens na diagramação
Fonte: O autor
A figura 36 mostra os testes de aplicação de imagens ocupando a área das
colunas, buscando a melhor maneira de expor as imagens sem a perda dos detalhes
buscados para este livro.
83
Figura 37: Teste 1: elementos gráficos em preto e branco e numeração de páginas
Fonte: O autor
O uso de elementos gráficos editoriais e paginação faz-se necessário em uma
página facilitando a localização do leitor. Na figura 37, inicia-se os testes dos
mesmos.
Figura 38: Teste 2: elementos gráficos coloridos e numeração de páginas
Fonte: O autor
84
Figura 39: Teste 3: elementos gráficos coloridos e numeração de páginas
Fonte: O autor
Na figura 38 e 39 seguem os testes de aplicação de elementos gráficos de
identificação de páginas e alinhamento da numeração da página, em que o elemento
gráfico editorial deve ser de mesmo tamanho e formato que o do índice.
Figura 40: Testes de elementos gráficos e disposição de texto para sumário
Fonte: O autor
85
Para um melhor detalhamento e localização nas páginas busca-se a
aplicação de imagens e títulos onde encaixa-se os elementos gráficos editoriais de
localização das páginas reforçando a localização do leitor nas páginas de acordo
com a figura 40.
Figura 41: Geração alternativas de capas 1 e testes de posicionamento e tipos
Fonte: O autor
A figura 41 exemplifica os testes de uso de imagens e títulos para capa do
livro, onde busca-se a aplicação e demonstração de uma linguagem coerente com o
conteúdo do livro.
86
Figura 42: Geração alternativas de capas 2 e testes de posicionamento e tipos
Fonte: O autor
A figura 42 apresenta mais exemplos de aplicação de imagens e fontes para a
configuração da capa do livro.
87
4 RESULTADO DO PROJETO
Matté (2004) cita que nesta fase da metodologia aprimora-se os modelos
atingindo o nível máximo de configuração do projeto. A configuração do projeto pode
ser revista por meio das pesquisas feitas anteriormente. Também é nesta fase que o
projeto é preparado para reprodução em série, do qual pode-se utilizar de modelos
fiéis de impressão de alta qualidade ou provas contratuais para a visualização mais
próxima possível o produto gráfico final, e assim reproduzi-lo em série.
4.1 MODELAÇÃO FINAL E PLANEJAMENTO GRÁFICO VISUAL
O presente projeto tem a finalidade do desenvolvimento do projeto gráfico
editorial de um livro sobre a produção artesanal de violões, buscando soluções
editoriais das quais valorizem e promovam a venda do impresso afim de melhorar a
comunicação entre livro e leitor. Neste projeto gráfico estabelece-se definições de
como diagramar o livro, do qual poderá ter sequência na produção futura.
4.1.1 Formato
Neste projeto o formato escolhido foi o formato BB14 (17x21,5cm) que gera
14 partes iguais de papel sem perda. A importância de um formato pré-definido se
dá pelo aproveitamento de papel que viabiliza a questão econômica.
88
Esquema 6: Tamanho das páginas do livro
Fonte: o autor
No esquema 6, pode-se observar duas páginas do livro, do qual cada uma
tem o tamanho de 16x20,5cm. Entretanto para sangra utiliza-se 0,5cm a mais em
cada lado da folha totalizando os 17x21,5cm do formato BB14. O total de páginas
será de 56, para usar o aproveitamento máximo de papel busca-se multiplicar o total
de folhas refiladas em um formato, tentando encaixar um resultado preciso sem
haver desperdício, portanto multiplicando 14 por 4 folhas do formato BB14 resultará
em 56 páginas.
A partir do formato do livro é projetado o restante que irá compor a página
impressa, como mancha gráfica, margens, colunas e outros elementos de
composição gráfica editorial.
89
4.1.2 Margens e mancha gráfica
A margem é a parte que está em branco entre a parte impressa e o extremo
da folha, e sua finalidade é equilibrar os elementos textuais a fim de estabelecer
uma leitura melhor. Pode-se dizer que a partir do momento que se define o tamanho
das margens automaticamente define-se a mancha gráfica. Para Ribeiro (1993) a
mancha gráfica é o espaço a ser utilizado pela composição, ou seja, a parte
impressa em oposição às margens.
Neste projeto as margens foram definidas a partir de módulos de 5x5mm do
qual se encaixam em um grid na página para facilitar o planejamento, diagramação e
orientação dos elementos na página. Para este planejamento define-se as margens
da seguinte maneira:
Superior: 3 módulos = 15mm
Inferior: 4 módulos = 20mm
Externa: 3 módulos = 15mm
Interna: 4 módulos = 20mm
Esquema 7: Definição das margens através do grid
Fonte: o autor
90
Pode-se acompanhar no esquema 7 as projeções de margem da página que
estão definidas por unidades modulares. A página apresenta 32 módulos em sua
largura e 41 módulos em sua altura, que correspondem ao formato definido da
página sem sangra (16x20,5cm).
A importância de definir-se uma margem que apresente harmonia com o
projeto se dá ao fato de estabelecer-se espaços em branco do qual são importantes
tanto para leitura quanto para valorizar a composição. No momento que define-se o
tamanho das margens, automaticamente pode-se calcular o tamanho que assume a
mancha gráfica do livro.
Esquema 8: definição da mancha gráfica para o projeto
Fonte: o autor
No esquema 8 pode-se acompanhar a definição da mancha gráfica do qual
poderá ser assumida pelos elementos gráficos editoriais, textuais e não textuais. A
mancha gráfica está estabelecida em 36 unidades de módulos para sua altura do
qual resulta em 180mm, e 62 unidades de módulos para sua largura
correspondendo 310mm de largura.
91
4.1.3 Diagramas
Os diagramas relacionam as divisões horizontais e verticais de uma página do
qual organizam os espaços para o posicionamento dos conteúdos. Os diagramas
definidos para o projeto gráfico foram de 4 colunas simétricas posicionados dentro
da mancha gráfica em que se enquadram na justaposição das unidades modulares e
assim facilitam a organização e disposição do conteúdo na página.
Esquema 9: definição dos diagramas por colunas
Fonte: o autor
No esquema 9, observa-se a definição do diagrama do qual é composto por 4
colunas em cada página, separadas por um módulo de distância. Cada coluna
assume um valor de 6 unidades modulares para largura resultando em 30mm, e 36
unidades modulares de altura resultando 180mm.
92
4.1.4 Alfabeto padrão
Utilizar um alfabeto de fontes buscando a legibilidade, melhorando e incitando
a leitura e retratando a hierarquia dos elementos textuais do livro é fundamental para
obter-se um resultado satisfatório na composição.
As fontes possuem características particulares das quais em análise seguem
tendências para determinados tipos de texto. Neste projeto gráfico editorial, utilizará
dois tipos de fontes, uma para títulos, intertítulos e legendas e outra para o texto. A
importância da padronização das fontes em um impresso se deve por passar a idéia
de continuidade na leitura facilitando a compreensão do conteúdo do livro, também
estabelece a identidade do livro adquirindo personalidade própria. Portanto a
escolha das fontes adequadas para este projeto potencializará o método de leitura e
assim facilitará o entendimento do conteúdo.
Para Lupton (2006) os tipos antigos do quais possuem serifas e pequenas
variações entre os traços finos e grossos das formas da letra são aconselhados para
o uso em grandes volumes de textos proporcionando maior conforto visual para o
leitor, pois as serifas causam a impressão de linearidade no texto facilitando o
método ocidental de leitura.
Já o uso de fontes sem serifa é aconselhado por Lupton (2006) para uso de
textos curtos como títulos, intertítulos ou legendas. As fontes aserifadas possuem
um desenho uniforme e de peso único em cada caractere do qual se distingue pela
ausência da ligação entre traços finos e grossos na letra e assim facilitam a leitura
rápida de um texto curto.
As tipografias escolhidas para este projeto são a fonte Bookman Old Style
para textos longos e para textos curtos a fonte Futura. A escolha destas fontes se
foi estabelecida após testes do qual as mesmas adquirem a melhor opção para o a
diagramação em questão. As mesmas possuem variações de peso das quais serão
importantes para definição da hierarquização e destaque de palavras.
93
Quadro 7: Variações de estilo da fonte Futura
Fonte: O autor
No quadro 7 pode-se observar a diversidade de variações que a fonte Futura
oferece. Buscar uma fonte aserifada com inúmeras variações facilita a diagramação
e os fatores de hierarquia do mesmo. No Esquema 10 pode-se observar a
exemplificação da fonte nos caracteres.
Esquema 10: Representação dos caracteres na fonte Futura
Fonte: O autor
94
Quadro 8: Variações de estilo da fonte Bookman Old Style
Fonte: O autor
O quadro 8 oferece a variação de estilo para fonte Bookman Old Style, do
qual para textos pode conferir apenas nas variações de normal, itálico e bold. No
esquema 11 pode-se observar a exemplificação da fonte sobre os caracteres.
Esquema 11: Representação dos caracteres na fonte Futura
Fonte: O autor
4.1.5 Título, intertítulo, texto e legenda
O título é o elemento introdutório do qual se refere ao conteúdo que será
apresentado referente ao capítulo, portanto a necessidade de se visualizar
rapidamente e compreender o título é o fator do qual buscou-se o uso de uma fonte
sem serifa com bastante contraste em relação aos outros textos da página.
95
O padrão estabelecido para título neste livro é de uso da fonte Futura Extra
Bold Condensed. Para o intertítulo buscou-se o uso da mesma fonte porém com
uma variação que apresente-se legível e que não compita com o título. Portanto
estabeleceu-se o uso da fonte Futura médium. A fonte utilizada nos textos longos é
a Bookman Old Style, do qual apresentou boa legibilidade e linearidade.
Esquema 12: Representação dos caracteres na fonte Futura
Fonte: O autor
No esquema 12 pode-se visualizar um exemplo de aplicação de fonte para
título, intertítulo e textos longos. Cada elemento está representado pela fonte, sua
variação, alinhamento, tamanho, Tracking (espaçamento entre letras), Kerning
(espaçamento entre um par de letras) e Leading (espaçamento entre linhas).
O padrão estabelecido para legendas uma variação da Futura do qual buscase a aplicação de uma fonte de tamanho pequeno porém legível e que seja apenas
um complemento da imagem não competindo a atenção com a mesma. A variação
aplicada para legendas é a Futura Light Oblique.
96
Esquema 13: Representação dos caracteres na fonte Futura
Fonte: O autor
No esquema 13 pode-se visualizar um exemplo de aplicação de fonte para
legendas, do qual assume postura obliqua e alinhamento a esquerda, a legenda não
leva alinhamento justificado como nos textos longos, pois sua estrutura e tamanho
se encaixam em apenas uma coluna, portanto para não haver caminhos de rato e
hifenização (escadas) alinha-se o texto a esquerda.
4.1.6 Elementos gráficos editoriais, cores padrão e numeração de páginas
Os elementos gráficos editoriais desenvolvidos para este projeto tem duas
funções, a de localização dos conteúdos apresentados no livro e a finalização do
mesmo.
No sumário utiliza-se a identificação de conteúdo por elementos gráficos
editoriais em que cada conteúdo é dividido por cores. Para a representação e
localização do conteúdo na página utiliza-se um elemento editorial de mesma forma
e cor que o do sumário, porém de proporção diferente. A finalização de cada
conteúdo também é representada por um elemento gráfico editorial com a
representação da mesma cor definida para tal conteúdo.
97
Esquema 14: Abstração de imagem e seleção de cores
Fonte: O autor
O esquema 14 representa a abstração das cores a partir de uma imagem do
qual tenha referência com a temática do projeto gráfico. Buscar cores envolventes e
que tenham harmonia e coerência com o projeto é fundamental para construção da
identidade do livro. Após a abstração das cores buscou-se 6 cores de tons
semelhantes para representar a divisão dos capítulos.
Esquema 15: Normatização das cores padrão
Fonte: O autor
98
O esquema 15 representa a normatização das cores padrão que estão
representado nas cores especiais Pantones, cores para Web em RGB e seleção de
cores para impressão em CMYK.
Esquema 16: Diferenciação dos elementos gráficos editoriais do sumário
Fonte: O autor
O esquema 16 identifica e exemplifica a divisão dos conteúdos em cores nos
seus respectivos elementos gráficos editoriais do qual guiam e identificam o
conteúdo da leitura do livro.
Esquema 17: Diferenciação dos elementos gráficos editoriais de página
Fonte: O autor
99
Os elementos gráficos editoriais de localização representados no esquema 17
são representados por um elemento de forma retangular padrão e diferenciado por
cores. A finalização de cada conteúdo é representada por um quadrado do qual se
posicionará no fim de cada capítulo.
Esquema 18: Dimensões dos elementos gráficos editoriais de página
Fonte: O autor
No esquema 18, pode-se observar as dimensões estabelecidas para os
elementos gráficos editoriais deste projeto.
100
As numerações das páginas serão aplicadas nos cantos inferior esquerdo nas
páginas do lado esquerdo e no canto inferior direito nas páginas do lado direito. A
fonte utilizada é a Futura Medium de tamanho 12.
Figura 43: Índice do livro Profissão Luthier
Fonte: O autor
A figura 43 exemplifica o posicionamento e classificação dos conteúdos do
livro, diferindo-os através das cores representadas nos elementos gráficos editoriais.
Também há a representação através de imagens o conteúdo apresentado no
subcapítulo facilitando a localização e leitura. Uma breve descrição e titulação do
conteúdo apresentado é vista logo abaixo de cada imagem, a fonte utilizada para
esta descrição é Futura Medium 10, com leading 12.
Na diagramação da página de índice, posiciona-se as imagens e textos dentro
das colunas da página, a fim de seguir o padrão estabelecido pelo projeto gráfico.
101
Esquema 19: Representação dos elementos gráficos editoriais da página
Fonte: O autor
O esquema 19 representa o posicionamento e distribuição dos elementos
gráficos editoriais, subtítulos, nome do autor e numeração de páginas.
O elemento gráfico editorial muda de cor de acordo com o conteúdo
apresentado no índice. A numeração de página, subtítulo do capítulo e nome do
autor apresentam-se com o mesmo tamanho de fonte (tamanho 12), porém há
variação em seu estilo, a numeração de página apresenta-se em fonte Futura
Medium, já o subtítulo e nome do autor apresentam-se em Futura Book. Aplica-se
esta variação de estilo entre os elementos, pois busca-se evidenciar sutilmente o
subtítulo do capítulo e nome do autor em relação a numeração de página.
102
4.1.7 Aplicação de textos e imagens
A padronização da disposição dos elementos gráfico editoriais, textos e
imagens em um projeto faz com que o conteúdo torne-se uma unidade, do qual é
citado por Collaro (2000), como a escolha de caracteres, ilustrações, formatos
relacionados com a caracterização do projeto. Desta forma segue-se um padrão de
aplicação para imagens e textos, da mesma forma como foi apresentado aos
elementos gráfico editoriais.
Figura 44: Diagramação para capítulos
Fonte: O autor
A figura 44 exemplifica a o posicionamento dos elementos que compõe as
páginas referentes a início de capítulo. Busca-se a idéia de representar com uma
imagem a página da esquerda, posicionada na área das colunas, o conteúdo
proposto na página da direita. Na página da direita aplica-se o título e intertítulo e
texto de acordo com as regras propostas na página 92.
103
Figura 45: Diagramação de páginas com imagens e legendas
Fonte: O autor
A figura 45 representa um exemplo de aplicação para páginas em que utilizase somente imagens. A página da esquerda apresenta uma imagem sangrada com
sua legenda envolvida por um retângulo branco do qual facilita a leitura do mesmo.
A imagem encontra-se sangrada pois busca-se uma maior representatividade dos
detalhes. Na página da direita, justapõe-se duas imagens ocupando as três
primeiras colunas, e suas legendas posicionadas a sua direita ocupando a 4ª coluna
da página.
104
Figura 46: Diagramação de páginas com uma imagem sangrada
Fonte: O autor
O exemplo ilustrado na figura 46 representa a aplicação de uma imagem
sangrada ocupando a área total das duas páginas. A legenda desta imagem
encontra-se posicionada na página da direita legenda envolvida por um retângulo
branco. Para White (2006) utilizar uma imagem sangrada na diagramação expande
o campo visual do leitor, desta forma acompanha-se a riqueza dos detalhes
oferecidos pela imagem.
105
Figura 47: Diagramação de páginas com apenas texto
Fonte: O autor
O exemplo conferido na figura 47 refere-se à diagramação das páginas do
qual utiliza-se somente textos. Na página par o texto ocupará somente três colunas,
a fim de deixar espaços em branco, que de acordo com White (2006) facilitam o
descanso visual. Na página ímpar o texto ocupará toda área disposta pelas colunas.
106
Figura 48: Diagramação de páginas com texto e imagem ocupando a mesma coluna
Fonte: O autor
No exemplo referido a figura 48 diagrama-se a página da forma que na página
da esquerda apenas duas imagens ocupem a página sendo dispostas nas colunas,
porém as duas desrespeitam os limites estabelecidos pelas colunas e vão até os
limites da margem, suas respectivas legendas estão dispostas em apenas uma
coluna, sendo neste caso apenas, a legenda da segunda imagem sendo alinhada à
esquerda, para dar suporte e entendimento à imagem. A primeira legenda será
alinhada de acordo com as normas estabelecidas na página 93.
Na página da direita o texto ocupa duas colunas cada, sendo que uma
imagem ocupe a mesma coluna do texto, podendo se posicionado na altura
desejada, de acordo com a necessidade.
107
Figura 49: Diagramação de páginas com texto e imagem ocupando a mesma coluna
Fonte: O autor
Para White (2006) quando utiliza-se imagens várias imagens pequenas em
uma composição, busca-se agrupá-las a fim de trazer um ponto de atenção para o
bloco de imagens. Desta forma quando houver a necessidade da utilização de várias
imagens e texto aplica-se de acordo com a figura 49, trazendo uma imagem maior
na primeira página ocupando a área das colunas, e na segunda página posiciona-se
as imagens em duas colunas e na sequência uma abaixo da outra. O texto pode vir
antes ou depois de acordo com a necessidade, e este ocupa a mesma coluna que
as imagens correspondentes.
108
4.1.8 Capa do livro
Figura 50: Diagramação da capa do livro
Fonte: O autor
No desenvolvimento da capa do livro Profissão Luthier, buscou-se evidenciar
o título do livro, que de acordo com Ribeiro (2003) deve estar em maior destaque,
portanto de acordo com a figura 50 é utilizado no mesmo a fonte Futura Extra Bold
Condensad, pois a mesma traz um peso maior ao título e ainda pode ser aplicada
em um espaço mais curto, como o posicionamento do layout de página orientado na
posição de retrato. Em seguida foi informado o assunto relacionado ao título,
aplicado com a fonte Futura Medium em caixa-alta, buscando uma maneira de
evidenciar-se, entretanto não competindo com o título principal. A baixo do título do
livro e tema, utilizou-se uma imagem do qual retrata-se o tema, pois para Ribeiro
(1993) a capa de livro representa em termos gráficos o conteúdo do livro, portanto
deve-se trazer uma relação harmônica entre capa e tema. Assim sendo buscou-se
uma cena do cotidiano do Luthier que fosse de fácil entendimento até mesmo para
leigos. O nome do autor é o último da ordem, do qual é trabalhado em caixa-baixa
na fonte Futura Medium.
109
Na lombada utilizou-se na ordem de leitura de baixo para cima, o nome do
autor, o título do livro, com o mesmo peso e textura utilizado na capa, e editora.
Trocou-se a ordem que observa-se na capa, pelo fato do equilíbrio visual não ser
mantido. O título apresenta-se em maior peso visual, portanto orienta-se ele entre o
autor e a editora.
Na contra-capa é sangrada a mesma imagem da capa, do qual é informado
um resumo sobre o conteúdo do livro. Posiciona-se após o texto o código de barras,
site e editora, estabelecendo vínculos com a leitura em forma de Z.
4.2 NORMATIZAÇÃO
De acordo com Matté (2004) “Esta etapa envolve a preparação técnica do
projeto para a produção industrial na qual o projeto é codificado, descrito para a
produção”
Para a definição da normatização utiliza-se a codificação, que é
caracterizada pela transcrição da linguagem gráfica do projeto para a linguagem
técnico-produtiva. Também utiliza-se a descrição técnica de produção que é
definida como as instruções necessárias durante o processo produtivo, estas
informações servem de complemento para a codificação (MATTÉ, 2004).
Nesta etapa busca-se montar a sequência obedecida para impressão das
folhas. Para Collaro (2000) em impressos de lombada quadrada a impressão das
páginas é seqüencial em frente e verso, portanto precisa-se fazer uma esquema
com a disposição das páginas para facilitar o processo de fechamento de arquivo e
montagem.
110
Figura 51: Sequência de montagem das folhas
Fonte: O autor
A figura 51 exemplifica visualmente o esquema da ordem que as folhas
devem estar para impressão. Para fechar corretamente a numeração de páginas
trabalha-se sempre com números pares de folhas.
111
Figura 52: Capa finalizada
Fonte: O autor
Figura 53: Página interna finalizada
Fonte: O autor
112
As figuras 52 e 53 mostram a finalização da capa e das páginas internas, do
qual são adicionadas cruz de corte, marcas de sangria, marcas de refile, marca de
dobra da página e escala de cores. Desta forma o arquivo está apto pra ir para
impressão, do qual deve-se seguir-se as especificações técnicas definidas para
conclusão do mesmo.
Descrição técnica para produção:
Impressão: Off-set
Papel capa: Triplex 300g/m² com plastificação
Cores: 4x0
Papel miolo: Couchê Brilho 150g/m².
Cores: 4x4
Encadernação: Brochura lombada quadrada
Número de páginas 56p.
Formato fechado: 16 x 20,5cm
As descrições dos materiais e processo de impressão escolhidos visam a
busca pela qualidade dos impressos e a durabilidade do mesmo, desta forma buscase um estudo da melhor maneira de aplicar isto associando a redução dos custos,
pois estabelecer o equilíbrio entre custo e benefício valoriza o produto e melhora seu
poder de venda.
4.3 SUPERVISÃO
A etapa da supervisão finaliza o processo metodológico projetual, do qual é
feito um acompanhamento da parte técnica de produção e a implementação do
projeto, entretanto para se concluir esta etapa o projeto já deve ter passado pela
produção em série. A importância desta etapa visa garantir a qualidade planejada
para o projeto
113
A impressão para este projeto gráfico foi orçada para 1000 (mil) cópias na
gráfica Arcus de Chapecó – SC, do qual resultou aproximadamente R$ 4.441,00
Reais, ficando um valor unitário de custo para cada livro de R$ 4,44 Reais.
Para conferência da supervisão deve-se analisar os seguintes requisitos
estipulados na normatização deste capítulo:
Descrição técnica para produção:
Impressão: Off-set
Papel capa: Triplex 300g/m² com plastificação
Cores: 4x0
Papel miolo: Couchê Brilho 150g/m².
Cores: 4x4
Encadernação: Brochura lombada quadrada
Número de páginas 56p.
Formato fechado: 16 x 20,5cm
114
Figura 54: Apresentação das páginas diagramadas
Fonte: O autor
115
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A busca por soluções técnicas, estéticas e funcionais faz parte do cotidiano
do designer gráfico. Ao associar o design editorial na configuração de projetos
gráficos editoriais conceitua-se e valoriza-se o projeto em questão, melhorando
inclusive a venda do mesmo.
Na configuração do projeto buscou-se planejar a real necessidade do projeto
gráfico editorial e determinar os objetivos a serem alcançados. Para embasamento
teórico estudou-se qual o propósito do design editorial, como aplicar a diagramação
em um livro, quais os elementos que fazem parte da diagramação de um livro,
também realizou-se o estudo de tipografia e suas aplicações, o uso das cores na
publicação impressa e de imagens. Porém apenas se munir de embasamento
teórico não é suficiente para realização do projeto em questão, para dar sequência
estudou-se e aplicou-se uma metodologia de design para impressos, em que fora
feita análise de similares e estudos sobre como aplicar o projeto.
Para configuração do projeto gráfico editorial buscou-se o uso primeiramente
do design editorial na publicação impressa e também da legibilidade, boa leitura,
organização dos elementos, estética e a identidade do livro, do qual foram
elaborados através das bases do conhecimento estudadas. Toda definição
estabelecida fora referenciada, desta forma aumenta-se a garantia de sucesso do
projeto.
Na finalização do projeto gráfico editorial para o livro Profissão Luthier,
acredita-se que o objetivo fora alcançado. O estudo teórico envolvendo design
editorial e aplicação da metodologia em questão, fez com que se percebesse o valor
agregado em um livro bem diagramado e assim munido de técnicas e estudos
aplicou-se uma diagramação consistente e original, do qual fora estabelecido um
padrão de aplicação.
116
REFERÊNCIAS
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Edição. São Paulo: Summus, 2000. 181p.
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Thesaurus, 2006. 136p.
FARIAS, Priscila L. Tipografia Digital. O impacto das novas tecnologias. 3ª Edição.
Rio de Janeiro: 2AB, 2001. 108p.
FARINA, Modesto. Psicodinâmica das cores em comunicação. 4ª. Edição. São
Paulo : Edgard Blücher, 1990. 223p.
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Rosari, 2001. 95p.
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<http://www.egr.cce.ufsc.br/cev/comexpvisual/alunos/tcc/arquivos/tcc20022/tcc_cristi
ano.pdf> Data de acesso: 27 de outubro de 2010.
GRUSZYNSKI, Ana Cláudia. Design gráfico: do invisível ao ilegível. Rio de Janeiro:
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2001. 248 p.
HOUAISS, Antonio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Fransisco Manoel de Mello.
Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Instituto Houaiss de Lexicografia. 1ª
Edição. Editora Objetiva, 2009.
HURLBURT, Allen. Layout: o design da página impressa. São Paulo: Nobel, 1999.
160p.
ICSID - International Council of Societies of Industrial Design. O que é Design?
DISPONÍVEL EM:
<HTTP://WWW.DESIGN.UFPR.BR/CURSO/O_QUE_E_O_DESIGN_/O_QUE_E_O_
DESIGN_.HTML>. ACESSO EM: 10 AGO. 2010.
LEFTERI, Chris. Como se faz: 82 técnicas de fabricação para design de produtos.
São Paulo: Editora Bluquer, 2009.
LUPTON, Ellen. Pensar com tipos: guia para designer, escritores, editores e
estudantes. São Paulo: Cosac Naify, 2006. 184p.
117
MATTÉ, Volnei Antônio. Metodologia projetual para produtos gráfico-impressos.
2004.
MEGGS, Philip B; PURVIS, Alston W. História do design gráfico. 4ª Edição. São
Paulo: Cosac Naify, 2009. 720p.
MICHAELIS, Moderno Dicionário Da Língua Portuguesa. 12ª Edição. Editora:
Melhoramentos. 2009. 667p.
OLIVEIRA, Marina. Produção gráfica para designers. 2ª Edição. Rio de Janeiro :
2AB, 2002. 131p.
RIBEIRO, Milton. Planejamento Visual Gráfico. 3ª Edição. Brasília: Linha, 1993.
464p.
SILVA, Rafael Souza. Diagramação: o planejamento visual gráfico na comunicação
impressa. São Paulo: Summus, 1985.
VILLA-BOAS, André. O que é e o que nunca foi design gráfico. Rio de Janeiro:
2AB, ano 2000.
WHITE, Jan V. Edição e Design: para designes, diretores de arte e editores: o guia
clássico para ganhar leitores. São Paulo: JSN Editora, 2006.
WILLIAMS, Robin. Design para quem não é designer: noções básicas de
planejamento visual. São Paulo: Callis, 1995. 144p.

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