Sergio Costa Lima da Silva

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Sergio Costa Lima da Silva
Sergio Costa Lima da Silva
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Memorial
Sergio Costa Lima da Silva
Apresentado à Academia de Medicina do
Rio de Janeiro para concorrer a uma vaga
Rio de janeiro
Sérgio Costa Lima da Silva
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Memorial Explicativo
Em 1965, deixei os bancos colegiais e iniciei minha formação universitária no Rio de
Janeiro. O mês de fevereiro daquele ano foi de muito esforço pessoal: prestei provas
para os vestibulares isolados das faculdades de Medicina do Grande Rio (Nacional,
Fluminense, Ciências Médicas e Medicina e Cirurgia). No final de fevereiro estava
premiado com aprovação nas quatro faculdades, e escolhi a Faculdade Nacional de
Medicina da Universidade do Brasil, hoje, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Quando ainda cursava o segundo ano médico, na antiga Faculdade da Praia Vermelha,
fui selecionado, juntamente com um pequeno grupo de colegas, pelo Diretor do
Instituto de Microbiologia e Imunologia, Professor Paulo de Góis, para frequentar,
durante o período de aulas e de férias, como estagiário, o Laboratório de Imunologia,
sob a orientação dos professores Amadeu Cury e Ítalo Suassuna. Foi esta a primeira
oportunidade que tive de trabalhar, na bancada laboratorial, com equipe de professores
e pesquisadores tão eficiente, o que muito influenciou na escolha para dedicar-me à
alergia e imunopatologia, encaminhando-me, depois, para a Dermatologia como
especialidade.
Ao iniciar o terceiro ano do curso médico, quando já cursava a Cadeira de Clínica
Médica e frequentava a 20a Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia do Rio de
janeiro (serviço do Professor Clementino Fraga Filho), fui generosamente acolhido
pelo Professor Oliveira Lima, em seu Laboratório de Imunologia, onde, em companhia
dele e do Professor Oswaldo Seabra, pude acompanhar os projetos de pesquisa na área
da imunologia e alergia clínica ligados à Dermatologia. E assim foi até o final de meu
quinto ano médico. Concomitantemente, estagiei no Laboratório de Bioquímica do
Departamento de Bioquímica da Escola de Química da Universidade Federal do Rio de
Janeiro sob orientação dos professores José Augusto Rosemberg e Hebe Martelli, onde
aprendi a manipulação de material biológico para dosagens em microquímica e
química fina, incluindo a eletroforese em gel de poliacrilamida e de imunodifusão,
muito úteis para as minhas atividades com o Professor Oliveira Lima, na Santa Casa.
Finalmente, a minha formação médica se completou no internato de um ano que
realizei, em 1970, no Serviço de Dermatologia e Sifilografia (Pavilhão São Miguel) da
Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, sob a orientação dos professores
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Francisco Eduardo Rabello e Sylvio Fraga. Consolidou-se, dessa maneira, o sonho que
nutri desde o meu segundo ano médico, de vir a ser dermatologista.
Em pleno internato, concorri a uma bolsa do CNPq, na categoria de Iniciação
Científica, tendo sido o único aprovado de um grupo de internos de sexto ano em
Dermatologia, das diferentes faculdades de Medicina do Estado do Rio de Janeiro. Tal
projeto, desenvolvido, sob a orientação do grande e saudoso amigo Professor Sylvio
Fraga, versou sobre “Estudos clínico-patológicos das lesões orais na blastomicose sulamericana, Micose de Eutz”, cujos resultados foram temas de publicação e apresentação
em congressos.
Aprovado no Concurso de Residência Médica em Dermatologia da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, continuei no Pavilhão São
Miguel, então, sede da Disciplina de Dermatologia da UFRJ e fui elevado à categoria
de Bolsista em Aperfeiçoamento pelo CNPq, dando andamento ao mesmo projeto que
vinha desenvolvendo desde o tempo de internato. O projeto em apreço era desenvolvido
com os pacientes internados na Enfermaria 11 da Santa Casa da Misericórdia, chefiada
pelo Professor Sylvio Fraga.
Ao terminar a Residência em Dermatologia, prestei, em março de 1973, no Hospital das
Cínicas da Universidade de São Paulo, concurso nacional para obtenção do título de
Especialista em Dermatologia, promovido pela Associação Médica Brasileira e
Sociedade Brasileira de Dermatologia, tendo sido aprovado em segundo lugar. Logo
depois, em maio de 1973, fui o único aprovado num concurso para Professor Assistente
da disciplina de Dermatologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro,
então dirigida também pelo Professor Sylvio Fraga, passando a desempenhar minhas
funções docentes na Policlínica Geral do Rio de Janeiro, cujo Chefe de Serviço de
Dermatologia era, igualmente, o Professor Sylvio Fraga.
No ano seguinte (1974), o Professor Jarbas Anacleto Porto, então Titular de Dermatologia da Escola de Ciências Médicas da Fundação Oswaldo Aranha de Volta
Redonda, recebeu, do Professor Francisco Eduardo Rabello (Catedrático de Dermatologia da Faculdade de Medicina da UFRJ) a indicação de meu nome para a função
de Professor Assistente da Disciplina de Dermatologia da Escola de Ciências Médicas
de Volta Redonda, por ele dirigida. Dessa maneira, passei a me dedicar ao ensino de
Dermatologia em Volta Redonda, onde montei a Clínica Dermatológica de Volta
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Redonda, com a ajuda de minha então esposa, a saudosa. Professora Izamar Milidiú da
Silva, dermatopatologista de escola e autora de renomados livros de sua especialidade.
Por quatro anos, eu, a Profa. Izamar e o Prof. Jurandyr ministramos o Curso de
Dermatologia coordenado pelo Professor Jarbas Porto, até que, com o afastamento
deste, passei a dirigi-lo, na condição de Titular Interino. Logo depois, com a inspeção
efetuada pelo Ministério da Educação na Escola de Ciências Médicas de Volta
Redonda, o MEC aprovou os meus títulos, outorgando-me a Docência como Professor
Titular de Dermatologia. E, em 1992, na vigência de vários concursos públicos para
Professor Titular de várias disciplinas da Escola de Ciências Médicas de Volta
Redonda, submeti-me a um concurso público de Títulos e Provas em Dermatologia,
perante uma banca examinadora constituída pelos professores Jarbas Anacleto Porto,
Tancredo Furtado (MG) e Sylvio Fraga (RJ), tendo sido a minha aprovação referendada
e publicada pelo Ministério da Educação no Diário Oficial da União de 20/08/92.
Desde 1989, sou, também, Professor Titular de Dermatologia do Instituto de PósGraduação Médica Carlos Chagas, título conquistado após aprovação da Congregação
de parecer exarado por comissão constituída pelos professores Ernani Aboim Silva,
Antonio Carlos Pereira Junior e Murilo Drumond e, referendado pela Delegacia
Regional do Ministério de Educação através do Processo 23026000798/2000-13.
Fixei residência em Volta Redonda, no ano de 1974, e passei a exercer atividade clínica
privada e, ao mesmo tempo, a me dedicar ao ensino de Dermatologia na Escola de
Ciências Médicas da Fundação Oswaldo Aranha. Fui, em 1975, convidado pelo
Presidente da Companhia Siderúrgica Nacional, engenheiro Plínio Cantanhede, a
assumir a Direção Geral do Hospital da Companhia Siderúrgica Nacional, fato que, na
opinião do Professor Pedro Carlos Teixeira, em seu livro intitulado “A Universidade
nasce na curva do rio”, foi de grande magnitude para o crescimento da escola, pois,
inteiramente afinado com os rumos da escola, dei início ao efetivo processo de
integração entre as duas entidades, abrindo as portas do Hospital aos professores, que
passaram a juntar atividades assistenciais e de ensino no mesmo local, inaugurando o
tempo integral geográfico em nossa realidade. Os dois programas complementavam-se
e, desse modo, teve inicio uma nova fase na vida da instituição... Com as novas
diretrizes, à frente do HSN, teve inicio, como destacou o mesmo Professor Teixeira,
uma das mais ricas experiências ocorridas nas escolas novas em termos de
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regionalização docente-assistencial, política educacional preconizada pela Reforma e
que consiste no envolvimento das equipes que prestam assistência à população e, ao
mesmo tempo, exercem atividades de ensino, abrindo aos estudantes a oportunidade de
vivenciarem as experiências do dia a dia do processo de saúde.
No curto espaço de tempo de dois anos, o Hospital da Siderúrgica Nacional assimilou
65 professores ao seu quadro efetivo e nada menos do que 18 disciplinas do ciclo
clínico passaram a funcionar em suas dependências, ampliadas as instalações, então
adaptadas ao perfil do Hospital renovado. A instituição partiu como um corpo coeso de
professores e alunos para uma nova etapa em sua vida, que era a da integração entre as
ações de saúde, de ensino e pesquisa clínica - verdadeiro manancial a fertilizar o solo
árido e adubar as novas colheitas que surgiriam através da revista Anais do HSN ECMVR, também fundada por mim, indexada e que durante dez anos divulgou os
trabalhos científicos resultantes de tão fecunda experiência. Em consequência do tempo
integral geográfico, a permanência das equipes no Hospital ampliou-se, cresceu o
número de reuniões científicas, as rotinas de atendimento foram aprimoradas e novas
técnicas de diagnóstico e tratamento introduzidas. Elevou-se o padrão de atendimento e
o Hospital passou a desempenhar um papel de referência regional. Para o coroamento
deste período extraordinário, foram implantados o Internato e a Residência Médica, sob
a chancela da Comissão Nacional de Residência Médica do Ministério de Educação.
Na qualidade de Professor de Dermatologia da Escola de Ciências Médicas de Volta
Redonda, tive a honra de ser eleito pela Congregação, para ocupar o cargo de Diretor
Geral da Escola, cujo mandato foi de 1990 a 1993, tendo sido uma de minhas primeiras
atitudes a de promover o Concurso para Professor Titular nas diferentes disciplinas dos
ciclos Básico e Clínico e a de restabelecer a impressão dos Anais da Escola de Ciências
Médicas de Volta Redonda, numa tiragem de 5000 exemplares ao mês.
A Clínica Dermatológica de Volta Redonda, situada na Vila Santa Cecília (praça
central da cidade de Volta Redonda), em seu 15° ano de funcionamento já congregava
um grupo de especialistas que, sob minha direção, praticava um alto padrão de
assistência médica no Sul fluminense, sendo procurada como Polo de Referência
Regional em Dermatologia. Data, portanto, dessa época (1989) a criação de um Curso
de Pós-Graduação em Dermatologia, sob a chancela do Instituto de Pós-Graduação
Médica Carlos Chagas. Em homenagem à recém-falecida Professora Izamar Milidiú da
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Silva, inspiradora de minhas atividades como Professor de Pós-Graduação, criei, em
1993, o Instituto de Pós-Graduação Dermatológica Izamar Milidiú da Silva
(IPGDIMS), como uma extensão da Clínica Dermatológica de Volta Redonda.
De 1997 a 2001, o Instituto de Pós-Graduação Dermatológica Izamar Milidiú da Silva,
credenciado pela Comissão de Ensino da Sociedade Brasileira de Dermatologia,
ministrou Curso de Especialização em Dermatologia para médicos provenientes de
diversos estados da federação, experiência que me permitiu conhecer com maior
profundidade a realidade do ensino da Dermatologia no território nacional.
A partir de 2001, o Instituto de Pós-Graduação Dermatológica Izamar Milidiú da Silva
vem paulatinamente conquistando prestígio científico, em nível nacional, pela
qualidade de seus professores e pelo excelente desempenho de seus alunos nos
diferentes concursos que realizam os seus egressos, incluindo o concurso para o título
de Especialista em Dermatologia da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Em
consequência disso, vem ampliando a sua atuação, não só em Volta Redonda, mas
também em outras cidades do Estado do Rio de Janeiro e em outras unidades da
federação, tais como Estado de São Paulo e Estado do Maranhão. Assim, em 2002, o
IPGDIMS firmou convênio com o Hospital Municipal do Retiro, em Volta Redonda;
em 2004, também firmou convênio com o Hospital Mário Kröeff, da Associação
Brasileira de Assistência aos Cancerosos, no Rio de Janeiro; em 2006, o IPGDIMS
firmou convênio com a Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro para ministrar
seus cursos no Hospital Nossa Senhora da Saúde (Gamboa) e no Hospital Nossa
Senhora das Dores (Cascadura), ambos a partir de 2006. Também em 2006, o
IPGDIMS instalou-se na cidade de São Paulo (bairro do Pacaembu) e na cidade de São
Luiz do Maranhão (Hospital Carlos Macieira).
Para minha plena realização cientifica e pedagógica, o Curso de Especialização em
Dermatologia Izamar Milidiú da Silva, por mim criado, recebeu a chancela do Instituto
Superior de Ciências da Saúde (Incisa), com sede em Belo Horizonte (Minas Gerais),
através de Portaria do MEC, número 3413, de 08/05/2006, passando a cognominar-se
Curso de Pós-Graduação Dermatológica, modalidade lato sensu, em nível de
Especialização.
E, assim, tenho procurado dedicar-me com afinco e uma boa dose de desprendimento
ao ensino de pós-graduação em Dermatologia, por esses brasis afora, sendo a cidade do
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Rio de Janeiro, meu maior foco de atenção. Meus objetivos se concentram em oferecer
aos jovens médicos a oportunidade de aprendizado eficiente, contratando professores
competentes, ao mesmo tempo em que tenho levado às populações carentes,
circunvizinhas dos hospitais conveniados, um atendimento acadêmico de qualidade,
com a participação de alunos e professores. Penso, assim, estar contribuindo para a
melhoria das condições de saúde da cidade onde nasci, ao mesmo tempo em que
preparo jovens dos mais diferentes rincões brasileiros, para obtenção de um título que
os leve a uma prática médica eficiente.
Na mesma cidade do Rio de Janeiro, tenho convivido com os melhores médicos,
titulados e experientes, das diferentes especialidades e, com eles, tenho tido a
oportunidade de discutir meus projetos pedagógicos e profissionais e - por que não
dizer? - meus projetos de vida. E com esta nata da medicina carioca que desejo estreitar
cada vez mais as relações, permitindo-me enriquecer os sentimentos de abnegação à
ciência, solidariedade aos necessitados e compaixão diante da pobreza. Enfim,
dedicação plena à causa médica.
É, portanto, na Academia de Medicina do Rio de Janeiro, pórtico da cultura médica da
cidade do Rio de Janeiro, que posso encontrar este convívio, motivo pelo qual postulo
uma vaga na seção de Clínica Médica e, para tal, me permito apresentar candidatura,
juntamente com minhas credenciais, e me dispondo a trabalhar ativamente pela
Instituição

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