Papa almoça com líderes judeus no Vaticano

Transcrição

Papa almoça com líderes judeus no Vaticano
MFC - MOVIMENTO FAMILIAR CRISTÃO
29 JANEIRO 2014 - CORREIO MFC BRASIL Nº 351 – 7.200 DESTINATÁRIOS
Papa
almoça com
líderes judeus
no Vaticano
... come kosher, participa do
kidush - benção do vinho, e
canta música em hebraico.
A imagem teve um grande impacto nas
redes sociais em poucos segundos. O excardeal Jorge Bergoglio realizou um almoço
com 15 líderes da comunidade judaica da
Argentina, que desfrutaram de uma
refeição KOSHER e cantaram em hebraico,
na própria residência do Papa em Santa
Marta, no Vaticano. Uma simples mesa
redonda simbolizava um marco na história
do diálogo inter-religioso.
Algo diferente aconteceu na residência do
Papa Francisco. Os quinze líderes da
comunidade judaica argentina, que tiveram
a oportunidade de participar de uma
reunião com o líder maior da Igreja Católica
ficaram simplesmente entusiasmados.
O Papa recebeu-os como seus "irmãos" e
tornou o almoço um momento "histórico".
O ex-cardeal Jorge Bergoglio sentou-se
amigavelmente em uma mesa cercada por
rabinos e líderes da comunidade judaica.
“Nada mais será igual. Na minha vida é algo
inesquecível", disse o presidente de uma
entidade israelita que participou da
reunião. " Teve um significado global da
presença da comunidade judaica com o
Papa."
Alguns dos participantes disseram ter a
certeza de que foi a primeira vez que a
comida Kosher foi servida, e que foi
cantado em hebraico, no Vaticano. Uma
mesa simples e redonda simbolizava um
marco na história do diálogo interreligioso.
"Hine ma tov Uma Naim shevet ahim gam
Yahad" a música que foi cantada com o
Papa, é o fragmento de um Salmo de
David que diz "como agradável e bonito é
irmãos se sentarem juntos."
Talvez o momento mais emocionante, e
que causou a espontaneidade que reflete
esta fotografia tão cativante, foi quando
o vinho de mesa Kosher foi
compartilhado e fez com que todos
brindassem um l'chaim (um brinde à
vida).
Todos os cidadãos e cidadãs têm o direito de dizer algo sobre
sua cidade. As Câmaras de Vereadores, também chamadas
"Casas do Povo”, instaladas em todos os municípios de nosso
país, com raras exceções garantem espaços para que a
comunidade possa expressar, livremente, os problemas que
afligem a sua vida na cidade. Os obstáculos à cidadania e à
manifestação popular que as casas legislativas impõem a seu
povo não constituem importante contradição da própria
democracia?
A comunidade deseja dizer-se!
Nei Alberto Pies*
"O que nos falta é a capacidade de traduzir em proposta aquilo que ilumina a nossa
inteligência e mobiliza nossos corações: a construção de um novo mundo”
(Herbert de Souza, Betinho)
A cidadania precisa de um lugar de fala e de escuta pública. Ao falar do seu lugar, do seu
bairro, da sua realidade, dos seus problemas e de suas conquistas, o povo diz-se a si
mesmo. Deste modo, elabora um jeito de viver a cidade e conviver socialmente. Na
medida em que os agentes políticos oferecem oportunidades para a população dizer-se,
maiores serão as possibilidades de integração social e de resolução dos problemas que
envolvem a coletividade.
Vivemos sob o regime da democracia representativa, mas felizmente uma parcela
significativa da população vê também as Câmaras de Vereadores como um espaço que,
por excelência, deveria acolher as suas demandas, sugestões e reclamações. As Câmaras
de Vereadores, por acolherem a pluralidade das diferentes ideologias partidárias, poderiam
organizar-se para oportunizar espaços de discussão sobre os destinos de uma cidade. Sem
uma interlocução permanente com a população, o legislativo não cumpre com a sua
finalidade de representar as demandas e os interesses desta mesma população.
Depois de eleitos, os vereadores e
vereadoras passam a representar
toda a população de uma cidade.
Infelizmente, muitos destes adotam
posicionamentos direcionados
somente àqueles grupos ou pessoas
que tiveram interesse na sua eleição,
deixando de cumprir sua missão de
homens públicos, eleitos para legislar,
acolher e encaminhar as demandas
da comunidade, fiscalizar e
acompanhar todas as obras públicas
executadas pelo poder executivo.
Por sua condição de homens públicos, suas atitudes, falas e intervenções públicas sempre
são passíveis de questionamento, explicações e responsabilização, por mais que gozem de
"imunidade parlamentar”.
A socióloga Maria Alice Canzi Ames, ao comentar sobre a impossibilidade de manifestação
pública numa das casas legislativas do Rio Grande do Sul afirma que "as ideias e as
opiniões, mesmo sendo divergentes devem circular de forma livre. As pessoas têm direito
dentro de um estado democrático de manifestar livremente a sua palavra”. Manifesta ainda
que a atitude de barrar manifestações numa Câmara de Vereadores fere os princípios da
democracia, que significa a autoridade e a força do povo.
A cidadania preconiza que tenhamos asseguradas possibilidades de todos viverem e
dizerem a cidade da qual são parte. O que nos une, na democracia, são os interesses
coletivos. Na sua cidade há espaços para o povo dizer-se? Os espaços sociais de sua
cidade permitem a construção de uma nova sociedade?
Quando espaços de democracia e participação se abrem, que sejam verdadeiros!
*Nei Alberto Pies, professor e ativista de direitos humanos.
Frases do Padre Arnaldo
"Todo ato amoroso é uma oração".
"O que vale não é o muito rezar, mas o muito amar"
"O ser humano é o sacrário de Deus. Não adianta o sacrário da
igreja ser de ouro..."
"A bondade é o grande guia para a salvação"
"Tudo é ocasião para servir"
"O que é bonito é patrimônio da humanidade"
"Quem se tranca não vive, se prende..."
Ao Povo de Deus e a todas as pessoas de boa vontade
“Justiça e paz se abraçarão”
(Sl 85,11)
Ainda estão vivas em nós a forte emoção e
dor, provocadas pelos últimos
acontecimentos no Estado do Maranhão – a
morte violenta da Ana Clara, criança de seis
anos que faleceu após ter seu corpo
queimado nos ataques a ônibus; os cruéis
assassinatos no Complexo Penitenciário de
Pedrinhas; o clima de terror e medo vivido
na cidade de São Luís.
A nossa sociedade está se tornando cada vez mais violenta. É nosso parecer que essa
violência é resultado de um modelo econômico-social que está sendo construído.
A agressão está presente

na expulsão do homem do campo;

na concentração das terras nas mãos de poucos;

nos despejos em bairros pobres e periferias de nossas cidades;

nos altos índices de trabalhadores que vivem em situações de exploração extrema;

no trabalho escravo;

no extermínio dos jovens;

na auto-destruição pelas drogas;

na prostituição e exploração sexual;

no desrespeito aos territórios de indígenas e quilombolas;

no uso predatório da natureza.
Esta cultura da violência, aliada à morosidade da Justiça e à ausência de políticas
públicas, resulta em cárceres cheios de jovens, em sua maioria negros e pobres. O
nosso sistema prisional não reeduca estes jovens. Ao contrário, a penitenciária transformouse em uma universidade do crime. Não nos devolve cidadãos recuperados, mas pessoas na
sua maioria ainda mais frustradas que veem na vida do crime a única saída para o seu futuro.
Vivemos num Estado que erradicou a febre aftosa do gado, mas que não é capaz de
eliminar doenças tão antigas como a hanseníase, a tuberculose e a leishmaniose.
É verdade que a riqueza no Maranhão aumentou. Está, porém, acumulada em mãos
depoucos, crescendo a desigualdade social. Os índices de desenvolvimento humano
permanecem entre os mais baixos do Brasil.
Não é este o Estado que Deus quer. Não é este o Estado que nós queremos! Como
discípulos missionários de Jesus, estamos comprometidos, junto a todas as pessoas de
boa vontade, na construção de uma sociedade fraterna e solidária, sem desigualdades,
sem exclusão e sem violência, onde a “justiça e a paz se abraçarão” (Sl 85,11 ) .
A cultura do amor e paz, que tanto almejamos, é um dom de Deus, mas é também tarefa
nossa. Nós, bispos do Maranhão, convocamos aos fieis católicos e a todas as pessoas que
buscam um mundo melhor a realizarem um gesto concreto no próximo dia 2 de fevereiro,
como expressão do nosso compromisso com a justiça e a paz.
Neste dia – Festa da Apresentação do Senhor, Luz do mundo, e de Nossa Senhora das
Candeias –, pedimos que se realize em todas as comunidades uma caminhada silenciosa à
luz de velas, por ocasião da celebração. Às pessoas comprometidas com esta causa e às
que não puderem participar da celebração sugerimos que acendam uma vela em frente à sua
residência, como sinal do seu empenho em favor da paz.
Invocando a proteção de Nossa Senhora, Rainha da Paz, rogamos que o Espírito nos oriente
no sentido de assumirmos nossa responsabilidade social e política para construirmos uma
sociedade de irmãs e irmãos que convivam na igualdade, na fraternidade e na paz.
Centro de Formação de Mangabeiras-Pinheiro – MA, 15 de janeiro de 2014
Dom Armando Martin Gutierrez - Dom Carlo Ellena - Dom Élio Rama –
Dom Enemésio Lazzaris - Dom Franco Cuter - Dom Gilberto Pastana de
Oliveira - Dom José Belisário da Silva - Dom José Soares Filho Dom José Valdeci Santos Mendes - Dom Sebastião Bandeira Coêlho
- Dom Sebastião Lima Duarte - Dom Vilsom Basso - Dom Xavier Gilles de
Maupeou d’Ableiges