GEOGRAFIA SAGRADA DO RIO DE JANEIRO Palestra
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GEOGRAFIA SAGRADA DO RIO DE JANEIRO Palestra
1 GEOGRAFIA SAGRADA DO RIO DE JANEIRO Palestra de Franklin Frederick Rio de Janeiro – 30/10/09 (Notas de Marcos Arruda) Acupuntura da Terra Marko Pogachnik, esloveno faz a Acupuntura da Terra – LITOPUNTURA ou GEOPUNTURA. Tem a sensibilidade desenvolvida para localizar os pontos, os chakras do Planeta, e seus meridianos de energias. Todos podemos desenvolver tal sensibilidade. Em Kerpen/Mannheim, Alemanha, a prefeitura o convida a estudar o problema de um Castelo e Parque do século 18 que estavam afundando, por conta das minas de carvão do Ruhr que baixaram o lençol freático prejudicando o castelo e o parque. Em 1986-87, Marko fez um projeto de Litopuntura e a cidade o financiou. Ele o realizou em 1989 e conta a experiência no livro “Curar a Terra”, publicado no Brasil. Hoje o lençou freático continua a existir numa profundidade de 273m, mas o castelo parou de afundar e as árvores centenárias continuam vivas. O vandalismo que campeava no parque começou a diminuir e depois terminou. “Agressão ambiental gera um sentimento de agressão e uma resposta agressiva também. Uma intervenção no “campo emocional”do Parque reduziu e fez desaparecer a violência.” Dortmund, Berlim. Hoje MP atua em 14 países europeus, em áreas públicas, sendo várias atuações em áreas de fronteira. Em 1992, trabalhou na fronteira de Derry e Donegal, entre a Irlanda do Norte e a Irlanda. A Unesco fez um filme sobre este trabalho. Outro, entre a Eslovênia e a Croácia. Os projetos tentam recuperar a função original do lugar (transfronteira). Cosmogramas são gravados nas litopunturas a partir da interpretação da energia do lugar: que a inteligência do lugar recupere sua forma original de existir. A quem se referem personagens como duendes, fadas, gnomos? Eles seriam a representação de células de consciência sensitiva do Planeta. Antes, as tecnologias antigas eram dialogais com o espaço – a nossa é de imposição, movida pela lógica patriarcal de “dominar a Terra”. Não se constroi com a “inteligência do lugar”, mas contra ela. A cultura humana, em consequência, é afetada por isso. Nas guerras antigas os conquistadores atacavam os centros sagrados, centros espirituais do lugar que iam ocupar. MP busca recuperar o fundionamento dessa inteligência do lugar dialogando com ele. Assim, estimula o desenvolvimento da nova cultura de GAIA! MP escreve sobre e pratica a “moderna Geomancia”. (http://www.markopogacnik.com/geomancy.html) 2 Ele a define como a aprendizagem de perceber panoramas e ambientes como compostos de diversos níveis visíveis e invisíveis, e de como nos comportarmos em coerência com eles. MP fala de quatro dimensões: 1. Rede de Energia Vital, composta de centros energéticos (chakras da Terra), canais energéticos (linhas ley, meridianos de acupuntura) e campos energéticos (aura). 2. Consciência dos lugares e cenários, que consistem em inumeráveis unidades de inforamção chamadas espíritos da natureza e seres elementais. Eles incorporam a consciência anímica de Gea1, a Terra. 3. Corpo material, composto de montanhas e mares, vales e rios, plantas e animais, e também seres humanos, incluindo nossa criação cultural. Vendo-`no contexto da pluridimensionalidade, formas diversas de cenários, árvores, rochas, etc. devem ser considerados como a expressão direta do ser da Terra. 4. Templos panorâmicos representam o nível espiritual da Terra, composto de qualidades divinas incorporadas por diferentes lugares e cenários. Para MP, a moderna geomancia pode ser usada na área de proteção da natureza, desenho de cenários, arquitetura, planejamento de estradas e ferrovias, cura da Terra, etc. “Manteuo” em grego quer dizer a arte de interpretar ou de ler um oráculo. Aqui significa a arte de interpretar as dimensões visíveis e invisíveis dos lugares e cenários, a fim de obter uma compreensão holística (pluridimensional ou, diria eu, transdimensional) da sua verdadeira essência. Um dos projetos de MP é o Projeto Estrela dos Alpes, que envolve quatro países – Alemanha, Áustria, Eslovênia e Itália. (http://www.markopogacnik.com/healing.html). Outros megalitos europeus incluem Moscou, Paris... Villach (cidade em que viveu Paracelso), Quito (onde trabalhou durante 3 anos a convite de prefeituras. As linhas ley ou lay2 renovam a energia vita por onde elas passam, renovam a energia usada. Não são linhas abstratas, mas sim energéticas. Quem fica em pé numa delas sente. “Ela empurra”, diz Franklin. Têm um papel importante na organização do espaço urbano. Para a Geomancia, a Terra é um fractal do corpo humano. A cidade também tem um conjunto de chakras: sobretudo o do coração e o coronário. Em cidades antigas, os chakras eram marcados por construções especiais. Um exemplo é Veneza. Durante séculos as construções respondiam a um diálogo com a região. Dois pilares: Ponte de Rialto e Praça San Marco. Numa das torres da Basílica está o Leão de São Marcos, na outra, um dragão de calda reta! A cidade foi duas vezes excomungada pelo Vaticano! A Basílica era privativa do Dogge, a Catedral está fora da cidade. 1 Gea – a pronúncia grega da escrita Gaia é Gea. Em grego, a forma Gaia é poética, e na escrita corrente surgiu a grafia Gn (gama, éta), terra, país, região. Esta grafia reforça a pronúncia corrente do grego antigo como sendo Gea e não Gaia. 2 Ley ou Lay Lines – Ley é uma palavra bretã antiga, que significava canção, poema (leih), ou jogo, esporte (leich). Ley ou Lay ou Lea em inglês medieval quer dizer campo, prado. Aqui eu as chamo de LL. 3 Geografia Sagrada do Rio de Janeiro Franklin colabora com MP desde 1989. Em 1995, MP visitou o Brasil pela primeira vez e fez ao todo cinco visitas ao nosso país. Esteve no Rio, na Bahia e em Minas, onde colocou litopunturas com cosmogramas no Círculo das Águas. Sente a aura dos lugares com as mãos. Encontrou o Brasil energeticamente deprimido! Via os brasileiros pendurados no ar, desconectados, sem raiz. Colocou nove litopunturas em cinco cidades de Minas. Observou que os indígenas não vivem “sobre” a Terra, mas “na” Terra. O sentimento de pertencimento ao seu lugar de origem é profundo. Foram eles que mostraram aos portugueses os lugares de origem das principais cidades. Mantêm uma relação amorosa com a Terra, mas esta relação foi dizimada e não surgiu outra relação com o local. O pertencimento via propriedade privada não cria relação amoroso. Para MP o brasileiro tem forte identidade cultural, mas não telúrica, gáica. A depredação social e ambiental são provas disso. Os lugares também têm seu corpo emocional e sua inteligência. Podem, portanto, ser traumatizados. A colonização foi de fato uma conquista violenta: foi a destruição da Terra, dos Povos Indígenas, e da relação entre ambos – de respeito, cuidado. E não se construiu nenhuma outra relação positiva que substitua aquela. Ficamos flutuando. Ao nos enraizarmos entramos em contato com uma imensa dor coletiva. Danças circulares, rituais permitem a um lugar expressar-se. Oficinas realizam a cura de um lugar: vai-se ao lugar em grupo, faz-se um círculo para 1) sentir; 2) expressar a sensação com som. Houve gente que chorou, no círculo, dizendo: “O choro não é meu, é do lugar!” Aos poucos, muitos grupos fazendo este ritual acabam gerando uma harmonia telúrica. MP afirma que o Rio de Janeiro é porta de entrada da energia feminina para a América do Sul. Sua geografia possui Pedra (masculino) e Água (feminino). A cidade tem 300 rios, hoje canalizados e tornados subterrâneos. Tem lagos, lagoas, pântanos. As grandes elevações são zonas de poder: Corcovado, Pão de Açúcar, Pedra da Gávea, Pedra Bonita. As LL que atravessam a cidade, como mostra o mapa que Franklin nos apresenta3: * uma entra por Guaratiba, passa por Jacarepaguá e pelo Lins. * outra, da Barra da Tijuca, pelo Joá até a Praça 15. Três igrejas em linha: Lampadosa/dos Escravos, onde Tiradentes parou a caminho da forca (onde hoje é o Teatro João Caetano); São Francisco (com duas torres, numa a Rosa dos Ventos, na outra um Dragão, que simboliza a energia da Terra); e a Igreja Nossa Senhora do Carmo, que foi a Catedral, e nela Pedro I foi coroado. * outra entra pelo Leme e passa pelo Horto, * e outra pelo Posto 6 e passa pelo Jardim Botânico. A linha passa sobre a fileira da esquerda de palmeiras imperiais. A Palma Mater está sobre a linha, mas também o pequeno busto de Dom João VI, colocado sobre uma pirâmide grande, 3 Minhas notas são imprecisas, peço ao Franklin cópia do mapa para melhor identificar as linhas e os centros de poder da cidade. 4 desproporcional, que visava, segundo MP, bloquear o fluxo de energia deste canal energético. Para superar este obstáculo foi feita uma oficina em que o grupo circundou a pirâmide, imagina um colchão de luz que o grupo eleva com determinação; depois, cada um se imagina como pássaro de luz que atravessa o obstáculo, desfazendo sua escuridão. Os chakras telúricos do Rio (não urbanos, mas pertencentes à terra em que a cidade está construída): * do Coração: situa-se na esquina da rua do Senado com Gomes Freire (local da ruína de uma cavalariça real); * Coronário (ou foco angélico): no local em que está um muro em frente ao morro de pedra, entrando pela Eduardo Guinle, em Botafogo, fazendo a curva à direita e depois à esquerda. Para MP o Rio sempre foi um lugar de poder. Grupos que desejavam o poder e tinham esses conhecimentos tentam manipular a cidade em seu favor. Proposta Franklin propõe uma nova visita de MP, acompanhado dele, em 2010, para colocar pedras ou mandalas de bronze com os nos chakras do Rio e trabalhar os canais energéticos da cidade. Diz que tem que ser um projeto coletivo, pois é um projeto de cura. O ideal será envolver a população local fazendo um trabalho de consciência. Arquitetos serão benvindos para apresentar projetos relativos ao lugar dos chakras do Coração e coronário da cidade. Gente que tenha carinho pela Terra do Rio de Janeiro. Que deseje curá-lo. Franklin retorna ao Brasil em 3/2/2010. Temos até lá para considerar e implementar estas propostas. Os dois livros publicados por MP no Brasil são: “Curar a Terra” e “Mudanças Planetárias e Destino Humano”. Lista de participantes atuais e potenciais Aline Streb - GS-RJ - [email protected] - 9222 3200 Bia Ferraz - GS-RJ - [email protected] - 2259 4816 e 8777 5018 Denise Calixto - GS-RJ - [email protected] - 2286 5719 e 8886 7008 Donati Caleri - [email protected] – 2179 7050 Franklin Frederick - [email protected] - 2256 4145 e 4133 335 1361 (Suíça) Humbertho Oliveira - GS-RJ - 2286 5719 e 9864 1765 Marcos Arruda – [email protected] – 2210 2125 (Pacs) e 2527 6380 (res.) Rosemarie e Felix Jungen - GS-RJ - [email protected] - 2512 7428