O BOM DONO DE CASA

Transcrição

O BOM DONO DE CASA
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INSTITUTO GNÓSTICO
DE ANTROPOLOGIA
IGA—B RASIL
www.igabrasil.org.br
Editorial
Há sete meses do nosso Evento Maior, o
XXI Congresso Gnóstico Internacional,
achamos que o tempo está passando muito
rápido e não teremos tempo para fazer
quase nada até o Congresso.
Ilusão. O tempo é ilusão, assim como a
nossa vida é Maya.
Até 27/10/2013, teremos mais duas edições
do Maitreya e, com isso, muito trabalho e
muita leitura.
Até o primeiro dia do Congresso, temos 209 dias. O que
podemos fazer além de mais 42 semanas de labor?
Se “o homem é o que é a sua vida” e “nossa vida é nossa
iniciação”, não temos remédio: “Trabalho, Trabalho e mais
Trabalho!”.
Assim, queridos irmãos e leitores, a vocalização diária das
sete vogais deve preencher 60 minutos do nosso dia; as
práticas matinais com as Runas ocupam outros 30 minutos do
nosso tempo; a auto-observação e a recordação de si não nos
dão folga e, presentes a cada momento, nos mostram que
realmente o tempo é ilusão mas a vida é uma benção.
Aproveitemo-la!
SOBRE A FIGURA DA CAPA: A pintura "O Retorno do Filho
Pródigo", que poderia ilustrar a Felicidade e a Liberdade no seu sentido
mais profundo e iniciático, sugere que a peregrinação da alma na geração
animal está destinada à dor, ao sofrimento e à escravidão imposta pelo
desejo, e que somente a Bem-Aventurança, advinda da reconciliação da
Alma com o Espírito, confere verdadeira dita da vida livre em seu
movimento e da felicidade incondicional. (Alberto Carlos Souza).
Maitreya
Revista elaborada pelo Instituto
Gnóstico de Antropologia (IGA Brasil)
para a divulgação dos Ensinamentos
Gnósticos e afins.
Ano V - Nº 019
Trimestral - 200 exemplares
52º Ano da Era de Aquário
Presidentes de Honra:
V.M. Samael Aun Weor e Litelantes
(fundadores das Instituições Gnósticas)
Dir. Mundial: Sr. Osiris Gómez Garro
Dir. Nacional: Roberto Antunes de Lira
Editor: Ricardo Nairo de Souza
Direção de Arte: Alberto Paula de
Souza, Édson Collo e Ricardo Nairo
Jornalista Responsável:
Valdir Demori
Redação: Alberto Souza, Ana Reis,
Antônio Luiz D. Tavares, Jussara,
Leandro Bellio, Ricardo Amâncio,
Ricardo Nairo, Rubens Ribeiro
Rodrigues, Tereza Félix.
Apoio Geral: Ana Paula, Alice
Canella, Mariana Dorigatti, Marisa
Gomes, Marson, Paula Novelino, Profª
Juliana, Selene de Jesus.
Colaboradores: Instrutores e
Estudantes Gnósticos do IGA BRASIL
Capa: "O Retorno do Filho Pródigo"
de Rembrandt
SUMÁRIO
03 Editorial: O tempo é ilusão
13 Praticai! Praticai! Praticai! O Mantra GATE
04 Ensinamento de Samael I
A Felicidade e a Liberdade
14 Sala de Estudos Gnósticos: O Mito de
Quetzalcoatl - I
07 Cabala Esotérica e o Tarôt:
O Regresso– Arcano 22
15 Pilares do Conhecimento - Mística:
Da Nossa Vida - II
09 Perfil Missionário do IGA Brasil: Marcos
Luis Ramos Terra e Kenia Amarante
18 Pilares do Conhecimento - A Arte:
“...e a Natureza”
10 Samael Responde - Respostas a perguntas sobre 21 Ensinamentos de Samael II: O Bom Dono de
a felicidade e a educação formal
Casa
11 Astrologia Esotérica - Touro, Gêmeos e Câncer:
22 Visão Gnóstica: A Alquimia da Felicidade
Práticas Zodiacais
12 XXI Congresso Gnóstico Internacional
Manaus 2013: Mensagem 05
30 Calendário de Atividades do IGA: de abril a
julho de 2013
II ENCONTRO REGIONAL DO IGA MINAS-RIO: 20 E 21 DE ABRIL DE 2013 - CAMPOS DOS GOYTACAZES/RJ
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As pessoas trabalham diariamente, lutam por
sobreviver; querem existir de alguma maneira,
porém não são felizes.
Isso da felicidade está em chinês, como se diz
por aí. O pior é que as pessoas sabem disto,
mas no meio de tantas amarguras, parece que
não perdem as esperanças de alcançar a
felicidade algum dia, sem saber como, nem de
que maneira.
Pobres pessoas! Como sofrem! E, no entanto,
querem viver, temem perder a vida.
Se as pessoas entendessem algo sobre
Psicologia Revolucionária, possivelmente até
pensariam diferente; mas na verdade nada
sabem. Querem sobreviver em meio a sua
desgraça e isso é tudo.
Existem
momentos
prazerosos,
muito
agradáveis, mas isso não é felicidade. As
pessoas confundem o prazer com a felicidade.
Folia, farra, bebedeira, orgia, é prazer bestial,
mas não é felicidade. No entanto, há festinhas
sãs, sem bebedeiras, sem bestialidades, sem
álcool etc., mas isso tampouco é felicidade...
Você é uma pessoa amável? Como se sente
quando dança? Você está enamorado? Ama
de verdade? Como se sente dançando com o
ser querido? Permita que me torne um pouco
cruel, nestes momentos, ao dizer-lhe que isto
também não é felicidade.
Se você está velho e esses prazeres já não
lhe atraem, desculpe-me se lhe digo que seria
diferente se você fosse jovem e cheio de
ilusões.
De todas as maneiras, diga-se o que se diga;
dance ou não dance, namore ou não namore,
tenha ou não isso que se chama dinheiro,
você não é feliz, ainda que pense o contrário.
Passamos a vida buscando
a felicidade por todas as
partes e morremos sem
havê-la encontrado. Na
América Latina são muitos
os que têm esperanças de
ganhar algum dia o prêmio
gordo da loteria, creem que
assim vão conseguir a
felicidade. Alguns até de
verdade o ganham, mas nem por isso
conseguem a tão ansiada felicidade.
Quando somos jovens, sonhamos com a
mulher ideal, uma princesa das "Mil e Uma
Noites", algo extraordinário... Depois vem a
crua realidade dos fatos: mulher, filhos
pequenos para sustentar, difíceis problemas
econômicos etc.
Não há dúvida de que à medida que os filhos
crescem, os problemas também aumentam e
até se tornam impossíveis de serem
resolvidos.
Conforme o menino ou a menina vão
crescendo, os sapatinhos vão sendo cada vez
maiores e o preço também, isso é claro.
Conforme as crianças crescem, a roupa vai
custando cada vez mais e mais cara. Havendo
dinheiro, não há problemas nisso; mas, se não
há, a coisa é grave e se sofre horrivelmente...
Tudo isso seria mais ou menos tolerável, se
ele tivesse uma boa mulher; mas quando o
pobre homem é traído, quando lhe põem
"chifres", de que lhe serve então lutar para
conseguir dinheiro?
Existem casos extraordinários, mulheres
maravilhosas, companheiras de verdade, tanto
na opulência quanto na desgraça, mas para o
cúmulo dos cúmulos, então o homem não sabe
apreciá-la e até a abandona por outras
mulheres que vão lhe amargurar a vida.
Muitas são as mocinhas que sonham com um
"príncipe encantado”. Infelizmente, na verdade,
as coisas se tornam bem diferentes e, no
terreno dos fatos, a pobre mulher casa-se com
um verdugo...
A maior ilusão de uma mulher é chegar a ter
um belo lar e ser mãe; santa predestinação!
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No entanto, ainda que tenha um marido muito
bom, coisa por certo muito difícil, no fim tudo
passa. Os filhos e as filhas se casam, se vão
ou são ingratos com seus pais e o lar termina
definitivamente.
Conclusão: neste mundo cruel em que
vivemos, não existe gente feliz... Todos os
pobres seres humanos são infelizes.
Na vida conhecemos muitos "burros"
carregados de dinheiro, cheios de problemas,
disputas de toda espécie, sobrecarregados de
impostos etc. Não são felizes...
De que serve ser rico se não se goza de boa
saúde? Se não se tem um verdadeiro amor?
Pobres ricos! Às vezes, são mais desgraçados
que qualquer mendigo.
Tudo passa nesta vida! Passam as coisas, as
pessoas, as ideias etc. Os que têm dinheiro
passam e os que não têm também passam...
E ninguém conhece a autêntica felicidade.
Muitos querem escapar de si mesmos por
meio das drogas ou do álcool, mas, em
verdade, não só não conseguem escapar,
mas, o que é pior, ficam presos no inferno do
vício.
Os amigos do álcool, da maconha ou do LSD
etc., desaparecem como por encanto quando
o viciado resolve mudar de vida.
Fugindo do "mim mesmo", do "eu mesmo",
não se alcança a felicidade. Interessante seria
agarrar o "touro pelos chifres". Observar o
"eu", estudá-lo com o propósito de descobrir
as causas da dor.
Quando descobrimos as causas verdadeiras
de tantas misérias e amarguras, é óbvio que
algo pode acontecer...
Se conseguirmos acabar com o "mim mesmo",
com "minhas bebedeiras", "meus vícios",
"meus afetos" que tanta dor me causam no
coração, minhas preocupações que me
destroçam o cérebro e me adoecem etc., é
claro que então advém isso que não é do
tempo; isso que está mais além do corpo, das
emoções e da mente; isso que realmente é
desconhecido para o entendimento e que se
chama felicidade!
Inquestionavelmente, enquanto a consciência
continuar engarrafada, embutida no "mim
mesmo", no "eu mesmo", de nenhuma
maneira se poderá
conhecer a legítima
felicidade.
A felicidade tem um sabor que o "eu mesmo",
o "mim mesmo" jamais conheceu.
O sentido da Liberdade é algo que ainda não
foi entendido pela humanidade.
Sobre o conceito “Liberdade”, apresentado
sempre de forma mais ou menos equivocada,
cometeram-se gravíssimos erros.
Certamente se luta por uma palavra; tiram-se
deduções absurdas; cometem-se atropelos de
toda espécie e se derrama sangue nos
campos de batalha.
A palavra Liberdade fascina todo mundo, mas
ninguém a compreende de verdade. Existe
muita confusão com relação a esta palavra.
Não é possível encontrar uma dezena de
pessoas que defina a palavra Liberdade da
mesma forma e do mesmo modo.
É que o termo Liberdade não poderia, de
nenhuma maneira, ser compreensível para o
racionalismo subjetivo.
Cada pessoa tem ideias diferentes sobre esta
palavra; opiniões subjetivas, desprovidas de
toda realidade objetiva.
Ao se propor a questão Liberdade, existe
incoerência, indefinição, incongruência em
cada mente.
Estou seguro de que nem sequer Immanuel
Kant, o autor da "Crítica da Razão Pura" e da
"Crítica da Razão Prática", jamais analisou
esta palavra para dar-lhe o sentido exato.
Liberdade, linda palavra, belo termo! Quantos
crimes se cometeram em seu nome!
Indiscutivelmente,
o
termo
Liberdade
hipnotizou as multidões. As montanhas e os
vales, os rios e os mares, tingiram-se com
sangue ao conjuro desta mágica palavra.
Quantas bandeiras, quanto sangue e quantos
heróis sucederam-se no curso da história,
cada vez que se colocou a questão da
Liberdade sobre o tapete da vida.
Infelizmente, depois de toda independência, a
tão alto preço alcançada, a escravidão
continua dentro de cada pessoa.
Quem é livre? Quem conseguiu a famosa
Liberdade? Quantos se emanciparam? Ai! Ai!
Ai!
O adolescente anseia por Liberdade. Parece
incrível que, muitas vezes, tendo pão,
agasalho e refúgio, queira fugir da casa
paterna em busca da Liberdade.
É incongruente que o jovenzinho que tem tudo
em casa queira evadir-se, fugir, afastar-se de
sua morada, fascinado pela palavra Liberdade.
É estranho que, gozando do conforto do lar,
queira perder o que tem para viajar por estas
terras do mundo e mergulhar na dor.
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Que o desventurado, o excluído da vida, o
mendigo, queira de verdade afastar-se do
casebre, da choça, com o propósito de obter
alguma mudança para melhor, é correto;
porém, que o jovem de bem, o filhinho da
mamãe busque escapatória, fugir, torna-se
incongruente e até absurdo. Entretanto, assim
acontece; a palavra Liberdade fascina,
enfeitiça, ainda que ninguém saiba defini-la de
forma precisa.
Que a donzela queira Liberdade, que anele
mudar de casa, que deseje casar-se para
escapar do lar paterno e viver uma vida
melhor, é em parte lógico, porque ela tem
direito de ser mãe. No entanto, já na vida de
casada, se dá conta de que não é livre e que,
com resignação, haverá de seguir carregando
as cadeias da escravidão.
O
empregado,
cansado
de
tantos
regulamentos, quer se ver livre e, se consegue
alcançar a independência, encontra-se com o
problema de que continua sendo escravo de
seus próprios interesses e preocupações.
Certamente, cada vez que se luta pela
Liberdade,
encontramo-nos
defraudados
apesar das vitórias.
Tanto sangue derramado inutilmente em nome
da Liberdade e, no entanto, continuamos
sendo escravos de nós mesmos e dos demais.
As pessoas lutam por palavras que nunca
entendem, ainda que os dicionários as
expliquem gramaticalmente.
A Liberdade é algo para se conseguir dentro
de si mesmo. Ninguém pode alcançá-la fora
de si mesmo.
"Cavalgar pelo ar" é uma frase muito oriental
que alegoriza o sentido da genuína Liberdade.
Ninguém poderia realmente experimentar a
Liberdade enquanto sua Consciência continue
engarrafada no mim mesmo, no si mesmo.
Compreender esse eu mesmo, a minha
pessoa, o que eu sou, é urgente, quando se
quer, muito sinceramente, conseguir a
Liberdade.
De modo algum poderíamos destruir os
grilhões da escravidão sem antes haver
compreendido toda esta questão minha, tudo
isto que corresponde ao eu, ao mim mesmo.
Em que consiste a escravidão? O que é isto
que nos mantém escravos? Quais são estas
travas? Tudo isso é o que necessitamos
descobrir.
Ricos e pobres, crentes e descrentes, estão
todos formalmente presos, ainda que se
considerem livres.
Enquanto a Consciência, a Essência, o mais
digno e decente que temos em nosso interior,
continue engarrafada no mim mesmo, no eu
mesmo, em minhas apetências e temores, em
meus desejos e paixões, em minhas
preocupações e violências, em meus defeitos
psicológicos, estaremos em formal prisão.
O sentido de Liberdade só pode ser
compreendido integralmente quando forem
aniquilados os grilhões de nosso próprio
cárcere psicológico.
Enquanto o eu mesmo existir, a Consciência
estará na prisão. Escapar do cárcere só é
possível mediante a aniquilação budista,
dissolvendo o eu, reduzindo-o a cinzas, à
poeira cósmica.
A Consciência livre, desprovida do eu, em
ausência absoluta do mim mesmo, sem
desejos, sem paixões, sem apetências ou
temores, experimenta de forma direta a
verdadeira Liberdade.
Qualquer conceito sobre Liberdade, não é
Liberdade. As opiniões que formemos sobre a
Liberdade estão muito longe de ser a
realidade. As ideias que forjemos sobre o tema
Liberdade, nada têm a ver com a autêntica
Liberdade.
A Liberdade é algo que temos que
experimentar de forma direta e isto só é
possível
morrendo
psicologicamente,
dissolvendo o eu, acabando para sempre com
o mim mesmo.
De nada serviria continuar sonhando com a
Liberdade se de toda maneira prosseguimos
como escravos.
Mais vale ver a nós mesmos, tal qual somos,
observar cuidadosamente todos esses grilhões
da escravidão que nos mantêm em formal
prisão.
Quando nos autoconhecermos e virmos o que
somos interiormente, descobriremos a porta da
autêntica liberdade.
*Capítulos do livro “A
Grande Rebelião”, de
Samael
Aun
Weor.
Editora IGA Fênix.1992.
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Cabala Esotérica e o Tarôt
DESCRIÇÃO DA LÂMINA
Nas águas da vida está a cruz Swástica
simbolizando o chacra muladhara de 4
pétalas.
Uma mulher tocando uma harpa, que
representa a Verdade, está a pulsar a lira
sexual de nove cordas, até encontrar a
nota chave. Na parte superior, os quatro
Deuses da morte: Mestha, Hapi,
Duamutf e Kebhsennut, representam os
quatro elementos: Terra, Água, Fogo e
Ar. Os 4 animais misteriosos da alquimia
sexual.
Sobre os 4 Deuses da Morte encontramos
a “Serpente Sagrada” que ilumina a
esfera de RA, concedida ao adepto
Osiriano, filho da Luz.
SIGNIFICADO ESOTÉRICO DO ARCANO
O arcano nº 22 é a Coroa da Vida, o regresso à luz,
a encarnação da Verdade em nós.
Amados discípulos, precisais de desenvolver cada
um dos «22 Arcanos Maiores do Tarôt» dentro de
vós próprios. Éreis Imitatus, ou seja, outros vos
colocaram na senda do Fio da Navalha.
Esforça-vos para chegar a Adeptus, este é o produto
das suas próprias obras, é aquele que conquista a
Ciência por si mesmo, é o filho do seu próprio
trabalho.
Temos de conquistar o grau de Adeptos, saindo do
estado animal, adquirindo consciência.
A Gnose ensina as três etapas pelas quais tem de
passar todo aquele que trabalha na forja acesa de
Vulcano, estas são:
1º - Purificação,
2º - Iluminação,
3º - Perfeição.
Acontece que os curiosos, ao ingressarem nos
nossos estudos gnósticos, querem imediatamente a
iluminação, o desdobramento, a clarividência, o
magismo prático etc. e quando não conseguem isto,
logo se retiram.
Ninguém pode chegar à iluminação sem que
primeiro se tenha purificado; só quem consegue a
purificação, a santidade, pode entrar na senda da
Iluminação.
Existem, também, muito estudantes que entram nos
nossos estudos por pura curiosidade e querem ser
sábios imediatamente; mas Paulo de Tarso afirma:
«falamos a Sabedoria entre os Perfeitos».
Somente aqueles que chegaram à terceira etapa são
Perfeitos, somente entre eles se pode falar a
Sabedoria Divina.
No velho Egito dos Faraós, dentro da Maçonaria
Oculta, estas três etapas do caminho são:
1º - Aprendizes
2º - Companheiros
3º - Mestres
Os candidatos permaneciam
no grau de Aprendizes
durante sete anos ou mais;
só quando os Hierofantes
estavam já completamente
certos da purificação e da
santidade do adepto, poderia
este então passar à segunda
etapa.
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Realmente, só depois sete anos de aprendiz começa
a Iluminação.
A Coroa da Vida é o nosso resplandecente Dragão
de Sabedoria, o «Cristo Interno».
Do Ain Soph, a Estrela Atómica que sempre nos
sorriu, emana a Trindade Santa.
1 (Mônada) + 3 (Trindade) = 4 (Tetragrammaton).
O arcano 22, cabalisticamente somado dá:2 + 2 = 4
(Tetragrammaton).
O resultado é o Santo Quatro, o misterioso
Tetragrammaton, o Iod-He-Vau-He; Homem,
Mulher, Fogo e Água; Homem, Mulher, Falo e
Útero. Agora compreendemos porque o arcano 22 é
a Coroa da Vida.
O Apocalipse nos diz:
«…não temas nada do que terás
de sofrer. Eis que o demônio fará
meter na prisão alguns de vós a
fim de serem provados, e tereis
tribulação durante dez dias. Sê fiel
até à morte e eu te darei a Coroa
da Vida.» (Apocalipse 2-10).
A prisão é o cárcere da dor e os dez dias são as
tribulações enquanto estejais submetidos à roda dos
retornos e ao carma.
Aquele que recebe a Coroa da Vida liberta-se da
roda dos retornos, da recorrência e do carma.
A Coroa da Vida é tríplice, tem três aspectos:
1º - o Ancião dos Dias,
2º - o Filho Adorável,
3º - o Espírito Santo muito Sábio.
A Coroa da Vida é o Homem-Sol, o Rei-Sol tão
festejado pelo imperador Juliano. A Coroa da Vida
é o nosso incessante Hálito Eterno, para si mesmo
profundamente ignoto, o Raio Particular de cada
homem, o Cristo. A Coroa da Vida é Keter,
Chokmah e Binah (Pai, Filho e Espírito Santo).
Aquele que é fiel até à morte recebe a Coroa da
Vida.
No banquete do Cordeiro, resplandecem como sóis
os rostos de todos aqueles Santos que o encarnaram.
A branca e imaculada toalha do altar está tingida
com o sangue real do Cordeiro Imolado.
«…o que tenha ouvidos ouça o
que o Espírito diz às Igrejas.
Aquele que vencer não receberá o
dano da Segunda
Morte.» (Apocalipse 2-11).
Amado e afundar-se-á no abismo. Aqueles que
entram no abismo passarão pela Segunda Morte. Os
demônios do abismo vão-se desintegrando
lentamente através de muitas eternidades. Essas
almas perderam-se.
Aquele que vencer não receberá o dano da Segunda
Morte.
Quando recebemos a Coroa da Vida, o Verbo faz-se
carne em cada um de nós.
Todo Santo que alcança a iniciação Venusta recebe
a Coroa da Vida.
O nosso Amadíssimo Salvador, Jesus Cristo,
alcançou a iniciação Venusta no Jordão.
«…e o Verbo se fez carne e
habitou entre nós; e nós vimos a
sua glória como de Filho
Unigênito do Pai, cheio de graça e
de verdade.» (João 1:14).
«…a Luz veio às trevas; porém as
trevas não a reconheceram». (João
3:19)
Ele é o Salvador porque nos trouxe a Coroa da Vida
verteu o seu sangue por nós.
Precisamos chegar à suprema aniquilação do Eu
para receber a Coroa da Vida.
Precisamos ressuscitar o Cordeiro dentro de nós
próprios.
Precisamos da Páscoa da Ressurreição.
Texto retirado do capítulo
XXII do livro “Tarôt e
Cabala e Curso Esotérico
de Cabala”, de Samael Aun
Weor. Editora IGA Fênix;
Primeira Edição - 2007.
www.edicoesgnósticas.com.br
Aquele que não vencer divorciar-se-á do Bem
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e o seu despertar.
Mensagem para o povo gnóstico:
Não há outro caminho. Não existe outra forma de
transformação, a não ser a ensinada pelo
Venerável Mestre Samael.
Por mais bonita que seja a teoria, por mais atrativa
que nos pareça, a Gnosis é o único caminho;
porque nos dá todo saber necessário para uma
mudança real e verdadeira em nós e em nossas
vidas. Por que sofremos? Por que tudo nos parece
difícil e complicado? Aqui estão as portas para
uma vida melhor, conosco mesmo e com nossos
semelhantes. E, ao fim e ao cabo, nossa própria
autorrealização íntima. Não profissional ou
pessoal, e sim do Ser. Imutável e perene, real e
verdadeira.
Finalmente, se queremos ser felizes, será somente
com a purificação de nós mesmos, ou seja,
eliminação de nossos eus de caráter psicológico, e
nada mais.
Nome Completo:
Marcos Luis Ramos Terra e Kenia Amarante
Estado Civil: Casado
Missionário de (cidade/grupo): Chapecó
Quando conheceu a Gnosis: em 1985
Como teve contato com este ensinamento?
Havia passado no vestibular e iria ficar um semestre
sem estudar pois só começaria a fazer a faculdade
no segundo semestre. Meu irmão já fazia o curso de
gnosis e falou-me do início de um novo curso o qual
por duas tentativas fui me inscrever, tendo sucesso
na segunda. Continuei o curso e meu irmão desistiu.
Em que ano realizou o Curso de Missionário
Gnóstico?
Em 2010, porém já era missionário desde 1989.
Atividades realizadas no IGA Brasil:
Além de ser Diretor do IGA de Chapecó, sou
responsável pelos Sites* do IGA, Revista Maitreya,
Edições Gnósticas, Curso on-line (como
missionário Marcus Vinícius) e do Congresso de
Manaus, e também estamos desenvolvendo o novo
portal do IGA Brasil.
O que causou impacto em você neste caminho?
O autoconhecimento. A possibilidade do
conhecimento de si mesmo. Isso me atraiu muito,
saber quem realmente sou, por que estou aqui, para
quê estou aqui, a descoberta do eu e da consciência
*Sites
(a partir do alto, sentido horário):
IGA Fênix; IGA Brasil; Congresso
Manaus 2013; Curso Online; Revista
Maitreya.
9
Samael responde!
Publicamos abaixo algumas perguntas que,
provavelmente, já passaram pela nossa
mente e foram uma inquietude, que só o
Mestre pode nos esclarecer.
nos rebeldes sem causa, nos assassinos prematuros,
etc.
Livro: “Educação Fundamental” - Samael Aun
Weor; Capítulo: 24; Página: 132. IGA – 1993.
Pergunta 1: Hoje, como está estruturado nosso
ensino, e claro há muito tempo, valoriza-se
muito, e diremos que é até essencial, “passar de
ano”. Podemos dizer que se mede a inteligência
por este resultado. O que pode nos dizer a este
particular?
SAW: Passar de ano não significa, necessariamente,
ser muito inteligente. Há pessoas que jamais
passaram de ano e que são muito inteligentes.
Há algo mais importante que passar de ano, há algo
mais importante que estudar certas matérias e é,
precisamente, ter plena consciência objetiva, clara e
luminosa, sobre aquelas matérias que estudam.
Necessitamos ser inteligentes, e a inteligência só
desperta em nós quando se desperta a Consciência.
Livro: “Educação Fundamental” - Samael Aun
Weor; Capítulo: 1; Páginas: 9 e 12. IGA – 1993.
Pergunta 4: Os estudos gnósticos ensinam que a
auto-observação íntima de si mesmo é um meio
prático para obter uma transformação radical.
Neste contexto, qual a diferença entre conhecer e
observar?
SAW: Muitos confundem a observação de si com o
conhecer. Temos conhecimento de que estamos
sentados em uma cadeira em uma sala, mas isto não
significa que estamos observando a cadeira.
Conhecemos que, em um dado instante, nos
encontramos em um estado negativo, talvez com
algum problema ou preocupação por este ou aquele
assunto, ou em estado de desassossego ou incerteza
etc., mas isto não significa que o estejamos
observando.
Você sente antipatia por alguém? Não lhe agrada
certa pessoa? Por quê? Você dirá que conhece essa
pessoa... Por favor! Observe-a, conhecer nunca é
observar; não confunda o conhecer com o observar.
A observação de si é cem por cento ativa, um meio
para a transformação de si; enquanto o conhecer é
passivo, não ativo.
Certamente, conhecer não é um ato de atenção. A
atenção dirigida para dentro de “Si mesmo”, para o
que está sucedendo em nosso interior, sim, é algo
positivo, ativo.
Livro: “Tratado de Psicologia Revolucionária” - de
Samael Aun Weor; Capítulo XXI. Página: 139.
Editora: IGA Fênix
Pergunta 2: Qual seria então o verdadeiro
objetivo da educação?
SAW: O verdadeiro objetivo da educação deve ser
acabar com o medo e despertar a consciência.
Livro: “Educação Fundamental” - Samael Aun
Weor; Capítulo: 1; Página: 13. IGA – 1993.
Pergunta 3: Atualmente, a mídia tem divulgado
vários casos de jovens praticando delitos que
assombram, como por exemplo chacinas, e o que
é pior ainda, sem causa aparente, o que deixa a
opinião pública desconcertada. A que podemos
atribuir tais fatos?
SAW: A todas as luzes, é absurdo nutrir a
personalidade infantil com música arrítimica,
desarmônica, vulgar. É estúpido nutrir a
personalidade das crianças com contos de ladrões e
policiais, cenas de vício e prostituição, dramas de
adultério, pornografia, etc.
O resultado de semelhante proceder podemos ver
Envie sua dúvida para a coluna SAMAEL RESPONDE, que nossos colaboradores pesquisarão o assunto nos livros
do Nosso Venerável Mestre Samael Aun Weor e publicaremos a resposta ou enviaremos diretamente para você.
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Astrologia Esotérica
20 de Abril – 19 de Maio – Prática do Signo de Touro
O Venerável Mestre Samael Aun Weor
nos ensina que durante o período de
Touro devemos atuar sobre a garganta, a
laringe criadora, e aprender a utilizar o
Verbo sabiamente.
A mentira degrada a energia do Pai.
É tão mau falar quando se deve calar,
quanto calar quando se deve falar.
Prática: Sente-se em uma cômoda poltrona. Feche os seus olhos. Expulse de sua mente
todos os pensamentos, adormeça um pouco e logo foque a sua mente para o interior,
para o Intimo, orando assim: “Meu Pai, transporta-te à estrela principal de Touro, entra
pelas portas do Templo-Coração, fazendo as saudações que tu sabes e roga ao Gênio
Sideral desta estrela e a seus Anjos a que se dignem a vir até
mim, para que me “preparem” e curem minha laringe.”
Perfume: almecega; Planta: madressilva; Flor: crisântemo;
Planeta: mercúrio; Cores: alaranjada e amarela brilhante;
Elemento: Ar; Palavra-chave: razão; Regente: Rafael.
Região do corpo: braços, ombros, pulmões e todo o
sistema dos brônquios; Metal: mercúrio; Pedra: berilo ouro;
Em seguida, adormeça e imagine a luz acumulada
em sua cabeça descendo agora para a laringe;
então pronuncie o mantra A.O.M. Com a vogal
“A”, imagine a luz descendo da cabeça para a
garganta, com a “O”, imagine a luz Inundando a
garganta, e com a “M”, exale o alento , eliminando
as escórias que residem na garganta. Realize este Mantra 4 vezes.
Cantemos a Vogal “E” diariamente durante este período.
Região do corpo: pescoço, nuca e ouvidos;
Metal: cobre; Pedras: esmeralda e ágata; Perfume:
erva aromática; Planta: bétula; Flor: flor do espinheiro;
Planeta: Vênus; Cor: verde; Elemento: Terra; Palavrachave: amor; Regente: Uriel.
Práticas Zodiacais de Touro, Gêmeos e Câncer
20 de Maio – 20 de Junho – Prática do Signo de Gêmeos
Este signo governa os braços, pulmões e pernas e é de natureza essencialmente
Mercuriana.
Os Senhores de Mercúrio já estão ensinando à humanidade a viajar em Corpo Astral.
Cabe ao discípulo, inevitavelmente, aprender a viajar em Corpo Astral. As autênticas
Escolas de Mistérios se encontram no plano Astral, por isso é necessário que o
discípulo aprenda a “Sair” conscientemente.
Os Senhores de Mercúrio ajudam todo aquele que solicitar ajuda.
Durante a prática de gêmeos, o discípulo deve se deitar em
seu leito, horizontalmente; relaxe seu corpo e faça cinco
inalacões de ar com a intenção de que la Luz penetre agora
em seus brônquios e pulmões.
Abrirá seus braços e pernas com cada
inalação e fechará braços e pernas com cada
exalação. Em seguida, sentado em uma
cômoda poltrona, rogue a seu Intimo que se
traslade à Constelação de Gêmeos para que
traga os Deuses Siderais desses Templos, a
fim de que preparem seu organismo para a
Magia Prática.
(Curso Zodiacal e Tratado Esotérico de Astrologia Hermética – S.A.W)
11
pérola; Perfume: cânfora; Plantas: eucalipto, cerejeira e violeta;
Flor: rosa branca; Planeta: Lua.; Cor: prateada; Elemento: Água;
Palavra-chave: fecundação; Dia: segunda-feira;
Regente: Gabriel.
Região do corpo: estômago; Metal: prata; Pedra:
21 de Junho – 22 de Julho – Prática do Signo de Câncer
Sentado em uma poltrona, feche seus olhos, afaste de sua mente todo
pensamento, foque-a em seu Intimo. Imagine o maravilhoso encontro das
forças cósmicas , formando o Selo de Salomão na glândula Timo.
Absorvidos em profunda
meditação interna ore assim:
“Meu Pai: Tu que és meu
Real Ser, te suplico que te
adentres no TemploCoração da Lua para
que me traga o Anjo
Gabriel. Fazei as
saudações, Senhor meu...
Amem”. Em seguida,
se dirija aos quatro
Pontos Cardeais e faça a
seguinte invocação do
Anjo Gabriel, bendizendo o Norte,
o Sul, o Leste e o Oeste:
Rogue às principais
hierarquias desta
constelação para
que despertem os
poderes in-ternos e tratem
a glândula
timo.
Vocalize o Mantra
“A” durante uma
hora diária.
"Treze mil raios tem o Sol, treze mil raios tem a Lua, treze mil
vezes sejam arrependidos os inimigos que eu tenho".
(Curso Zodiacal e Tratado Esotérico de Astrologia Hermética – S.A.W)
Diretores do Congresso: MENSAGEM-5
À Comunidade Gnóstica Internacional do IGA,
Saudações gnósticas!
Agora faltam apenas oito meses para o início do
grande Congresso Manaus 2013 e anelamos que
todos estejam animados para participar deste
Evento Cósmico, sob o comando dos Mestres
Samael e Litelantes.
A seguir daremos informações práticas muito
importantes sobre o Congresso Manaus 2013:
HOTÉIS OPCIONAIS*
A Organização do Congresso selecionou alguns
Hotéis com preços de diárias mais econômicos em
relação ao Hotel Sede.
Os valores informados são por quarto e em todos os
Hotéis opcionais está incluído o café da manhã.
Esses Hotéis opcionais estão à 10 km distantes do
Hotel Sede. O valor do táxi é de aproximadamente
R$ 40,00 (quarenta reais) ou U$D 20,00 (vinte
dólares americanos). O táxi transporta até 04
pessoas, e a viagem dura uns 20 minutos.
Hoje podemos considerar o câmbio de,
aproximadamente, U$D 1,00 = R$ 2,00.
*Valores das diárias na página 31.
EXCURSÃO PRÉ e PÓS CONGRESSO
Para excursão de apenas um dia, sugerimos entrar
em contato diretamente com a empresa Amazonas
Day Tour.
Sugerimos fazer a excursão TOUR 2 AMAZONAS
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Entrar em contato com Marcos Davilla ou Euler:
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Telefone: +55 92 30868557 / 91775741 / 92549679
ALMOÇOS OPCIONAIS
Quem não optar pelos almoços no Hotel Sede, a
Organização do Congresso disponibilizará ônibus
gratuitos para levar os interessados para
restaurantes mais baratos e depois transladar os
mesmos de volta ao Hotel Sede do Congresso,
porém, evidentemente, o pagamento do almoço
ficará a cargo de cada participante.
Qualquer dúvida comunicar-se, através de
email, com a Organização do Congresso:
[email protected]
Organização do Congresso Manaus 2013
Alberto e Fátima Lima
12
13
Sala de Estudos Gnósticos
O Mito de Quetzalcoatl - I
Ricardo Amâncio
(15ª Aula de Antecâmara)
Do princípio dual, masculino e feminino, emanou todo o
monoteísta de amor para todos os homens. Outra crônica
universo. Segundo os Nahuas, este Deus e esta Deusa
relata que Quetzalcoatl chegou a Tollan através de
tiveram
Pánuco, vindo pelo mar sobre um tronco. Era branco,
Xipetotec,
quatro
filhos,
o
vermelho;
os
quatro
Tezcatlipocas:
Tezcatiploca,
o
negro;
barbado e portava túnica bordada com pequenas cruzes
Quetzacoatl, o branco; Huitzilopochtli, o amarelo. Do
vermelhas.
binário divino e invisível nasceram as quatro cores, das
Como instrutor, os Nahuas representam Quetzalcoatl
quatro raças, que atualmente povoam o mundo.
com mitra de ouro forrada com pele de tigre e plumas de
Os Deuses Santos de Anahuac são homens perfeitos no
quetzalli; sobrepeliz vistosamente adornada, argolas de
sentido
criaturas
turquesa, além de plumas de quetzalli figurando chamas
absolutamente despertas, seres que erradicaram de sua
de fogo; Cactli de pele de tigre, tendo nas largas correias
psique toda possibilidade de sonhar (fantasia, ilusão).
que se cruzavam acima das panturrilhas, pequenos
Quetzalcoatl, o Cristo Mexicano, certamente foi um
caracóis marinhos dependurados; na mão esquerda,
homem cem por cento desperto... Era representado com
escudos com uma estrela de cinco pontas no centro; na
vestido prateado como os raios de Selene, com meia-lua
mão direita, cetro de
no peito e coberto com máscara sagrada; na mão
ouro e pedras preciosas.
esquerda levava o chimalli sobre o qual se desenhava o
Quetzalcoatl
símbolo da Estrela da Manhã; na mão direita, o
lhes a cultivar a terra, a
macuauhuitl que era usado para a luta. Em outra
classificar os animais, a
representação, essa Deidade aparece em meio às nuvens,
talhar
como estrela da Manhã. Leva uma única faixa na cintura
preciosas, a fundir os
e um lenço com duas cruzes de braços iguais nas costas.
metais, e também a arte
Num dos seus hieróglifos aparece com discos na cabeça,
da
argolas de discos nas orelhas, no nariz e nas bochechas,
confecção de cerâmica. Instruiu-lhes sobre a Astronomia
além de discos triplos no meio dos quais são desenhadas
e o uso do calendário; proibiu a guerra, os sacrifícios
duas cruzes de malta.
humanos e de animais. Os sacrifícios deviam ser de pão,
Quetzalcoatl é o Cristo Cósmico Nahua que no ano CE
de flores e de copalli. Proibiu-lhes o homicídio, o roubo,
Acatl (895) encarnou no lugar de Iztacmixcoatl, e
a poligamia e todo o mal entre os homens.
Chimalma, de natureza mística e austera, começou muito
Em Tollan, fundou um templo de mistérios com quatro
jovem a praticar jejum e penitência. Aos trinta anos foi
grandes oratórios, todos em madeira de cedro: o primeiro
nomeado Grande Sacerdote e Monarca de Tollan (Tula,
com adornos verdes; o segundo, com adornos corais; o
Estado de Hidalgo). Outro registro histórico dos
terceiro, com adornos de corais marinhos; o quarto, com
Toltecas diz que, quando foi desterrado de sua pátria,
adornos de plumas de quetzalli. Nos oratórios, ele e seus
retornou a ela depois de muitos anos, trazendo de países
discípulos oravam, jejuavam e praticavam a penitência...
mais
completo
da
palavra,
distantes uma civilização muita adiantada e uma religião
as
ourivesaria
ensinou-
pedras
e
a
(continua na próxima edição da Revista Maitreya)
14
por Antonio Luis. D. Tavares
“A Iniciação é a sua própria vida. Se você quer a
Iniciação, escreva-a sobre uma vara. Quem tiver
entendimento que entenda, porque aqui há
sabedoria”. - Matrimonio Perfeito
“Da nossa vida, em meio à jornada,
Achei-me numa selva tenebrosa
Tendo perdido a verdadeira estrada‘
Divina Comédia – Dante Alighieri
Temos buscado em nossos estudos gnósticos
entender o delineamento do mapa que o V.M.
Samael Aun Weor nos havia deixado; é um mapa de
duro entendimento onde somente os centros
superiores da máquina humana podem nos dar a
resposta e esta mesma resposta se apresenta em três
níveis ou degraus: Imaginação, Inspiração e
Intuição. Por isso, há a necessidade de estarem
ativos os aspectos cognitivos dentro do próprio
aspirante ao saber gnóstico, para se ter uma
compreensão dos desideratos dos aspectos
superiores do Ser Interior Profundo.
A Iniciação é um processo genuíno de Reintegração
do Ser, com suas distintas partes Autônomas, onde
se abre um primor de delícias e de revalorizações
aos aspectos anímicos e espirituais do ente humano.
O V.M. Samael Aun Weor, ao longo de suas obras
mostra estes processos com detalhes que,
anteriormente, nenhum mestre havia mostrado de
forma tão aberta e elucidativa. Podemos ver isto em
sua obra Magna, O Matrimônio Perfeito:
Existem Nove Iniciações de Mistérios Menores e
Cinco importantes Iniciações de Mistérios
Maiores. É a Alma que recebe as Iniciações.
Trata−se de algo muito íntimo, que não se anda
dizendo e nem se deve contar a ninguém.
Todas as iniciações e graus que são conferidos por
muitas escolas do mundo físico não tem realmente
nenhum valor nos Mundos Superiores. Os Mestres
da Loja Branca só reconhecem como verdadeiras
as legítimas Iniciações da Alma. Isso é uma coisa
completamente interna
As informações sobre os Grandes Mistérios são
maravilhosas e profundas ao longo da obra do
venerável, conquanto aos Mistérios Menores,
somente umas poucas informações ele nos deixa.
Eu não falei das Iniciações de Mistérios Menores,
porque as Nove Iniciações Menores são o Kinder,
pertencem aos “discípulos à prova”, e não aos
discípulos aceitos, e como as Três Montanhas são
fundamentais, falei aos “discípulos aceitos”.
As Nove Iniciações de Mistérios Menores é a Senda
Probacionista, é onde se começa o processo de
depuração do candidato aos Mistérios do Fogo. O
Mestre Samael, no início de sua Obra, se dedica a
dar detalhes do que vem a ser esse processo.
(Vide: Matrimonio Perfeito de Kinder)
Aqui o discípulo vive o Drama do Cristo, mas para
isso teremos de purificar nossos veículos, nossa
vontade, tal qual na fabricação de uma espada,
devemos temperá-la no fogo a todo o momento,
devemos martelar com o fito de dar forma elegante
a mesma. Daí advêm as provas esotéricas, os
ginásios psicológicos e os aspectos cármicos do
indivíduo.
Uma das primeiras provas que se apresenta junto ao
candidato é a do Guardião do Umbral, ali este se
confrontara com seus delitos:
O Reflexo do Desejo, o Reflexo dos delitos mentais
e, por fim, o Reflexo de nossa Má Vontade. Este
processo é muito delicado e terrível e é necessário
muito trabalho interno, pois devemos nos identificar
no Amor Divino, em Nossa Bendita Deusa
Kundalini, em nossa Mãe Divina, para que ela nos
fortaleça a fim de que possamos confrontar e
sairmos vitoriosos nesta prova. De qualquer maneira
esta é a diferença dos trabalhos gnósticos com as
demais escolas que tanto abundam e que em sua
maioria são Kinder, pois não ensinam a cristalizar a
alma e o espírito. O Mestre Samael escreveu o
seguinte:
Advertimos os curiosos que o gnosticismo não é
uma escolinha a mais como tantas outras que
conheceram.
Muitos se tornam teósofos e logo se retiram,
passam então à rosa-cruz e também se retiram sem
lhes suceder nada, vivem mariposeando de escola
em escola, andam em contumélia com todos os
malvados dos espiritistas, teósofos, rosa-cruzes,
aquarianos, etc., e nada lhes sucede quando
mudam de escola. Pensam que com a gnosis
podem fazer o mesmo; nós lhes advertimos que o
que entra na gnosis é submetido internamente à
prova terrível do guardião do umbral.
15
O poder hipnótico desta criação é terrível. No livro
Adonai, o autor Dr. Jorge Adoum descreve seu
confronto com o espectro do umbral:
Aquelas formas vivas emanavam cores e odores
que horrorizavam: umas pareciam ganchos,
outras serpentes, lanças; outras assumiam formas
desconhecidas do nosso mundo terrestre. Aquele
fantasma se arrastava como um réptil e ria de
maneira infernal. - Abraçai-nos, Pai nosso, somos
vossos filhos... Por que viestes a nós, se não
quereis prodigalizar-nos o vosso amor e carinho?
Por que temeis vossos queridos filhos? Vós
sacrificastes todos os prazeres para fazer-nos uma
visita. Vinde, Pai, vinde, nosso amor por vós é
grande. Não nos credes, Pai? Pois recordai
conosco, consultai vossa boa memória: somos
entidades vivas, nascidas de vós, e em vós vivemos.
Somos filhos de vossa mente e de vossa vontade.
Somos as sementes oriundas da vossa energia
criadora. Olhai, esta é vossa filha, a fornicação;
este é o egoísmo, aquela é a ira; os outros são o
ódio, o roubo, a gula, a mentira, a hipocrisia, a
paixão... Ultimamente, Pai, nos abandonastes para
rasgar o véu das trevas e agora viestes ao nosso
reino...
O Guardião do Umbral apenas reflete o estado
psicológico do aspirante, e deste confronto ele
deverá decidir se repudia estes elementos que
sempre o acompanharam, desde que se desviou, em
outras vidas, ou se continua como escravo de sua
própria criação, com todas as suas abominações.
Quando passamos esta prova pode se apresentar,
uma e outra vez, em oitavas mais sutis, ao longo do
processo de ascensão do discípulo. Vale saber o
seguinte: a batalha contra os três aspectos do
umbral são terríveis e assustadoras, pois rompemos
o elo que os alimentava, mas não o podemos
destruir em seu aspecto origem, pois ele é um
desdobramento de nossa Mônada Divina. Em cada
um dos aspectos do Guardião do Umbral, quando o
candidato é vitorioso, ele é recebido no Salão dos
Meninos, onde o Colégio de Iniciados o felicita e
ele sai dali fortalecido para as próximas “viagens”.
Os que passam nos mundos internos, são recebidos
e purificados no Salão de Fogo, que purifica os
veículos internos do aspirante (desejo, mental e
vontade).
Agora o candidato foi posto no Caminho Iniciático,
este deverá se purificar nas Provas dos Quatro
Elementos:
“No velho Egito dos Faraós, essas quatro provas
deviam ser defrontadas Valorosamente no mundo
físico”.
“Atualmente, o candidato deve passar as quatro
provas nos Mundos suprassensíveis.”
Aqui, o candidato se torna um Chela (discípulo
aceito) da Loja Branca e recebe um anel com o
raio a que pertence e uma capa que o distingue
como Chela.
Diz, ainda, o V.M. Samael Aun Weor:
Quando o candidato consegue vencer todas as
provas de introdução à Senda, tem pleno direito de
entrar nos Mistérios Menores. Na Consciência
Íntima, recebe cada uma das nove Iniciações de
Mistérios Menores. Se o estudante tiver boa
memória, poderá trazer ao cérebro físico a
recordação dessas Iniciações. Não sendo boa a
memória do candidato, o pobre neófito ignora, no
mundo físico, tudo o que aprende e recebe nos
Mundos Superiores.
Os que não querem ignorar no físico nada do que
lhes sucede na Iniciação, têm que, forçosamente,
desenvolver a memória. O candidato deve
desenvolver urgentemente a sua memória. É
mister também que o candidato aprenda a sair
conscientemente em corpo astral. É urgente que o
candidato desperte a Consciência.
As nove Iniciações de Mistérios Menores
constituem a senda probatória. As nove Iniciações
de Mistérios Menores são para os “discípulos à
prova”. Os discípulos casados que praticam o
Arcano A.Z.F. passam muito rapidamente nestas
nove Iniciações elementares. O discípulo solteiro
que se mantém absolutamente casto passa também
nas nove Iniciações, porém mais lentamente. Os
fornicários não podem receber nenhuma
Iniciação.
A Terra tem nove extratos atômicos e no nono
extrato está o Signo do Infinito. As nove Iniciações
de
Mistérios
Menores
correspondem
escalonadamente, a cada um destes nove extratos
terrestres. Logo, cada Iniciação de Mistérios
Menores nos dá acesso a cada um desses nove
extratos terrestres.
Só aqueles que receberam as nove Iniciações de
Mistérios Menores podem chegar ao coração da
Terra. Cada extrato terrestre está guardado por
terríveis guardiões. Caminhos secretos que
conduzem o discípulo ao coração da Terra.
Para alcançar o céu de cada iniciação, devemos
baixar pelo menos a nossa superfície de nossos
próprios infernos atômicos, pois aqui nos
adiantamos a estados psicológicos que veremos
mais tarde na segunda montanha. Este processo
tem a finalidade de confrontar e erradicar nossas
debilidades, fobias e complexos.
16
Nestes estados, deveremos desenvolver a virtude da
HUMILDADE, devemos desenvolver o arquétipo
de Martha tão bem citado na obra Pistis Sophia
Desvelada,...
“O orgulhoso, o engrandecido, o vaidoso, jamais
poderão se relacionar sabiamente com a Parte
Superior do Ser. Somente Martha, a Humildade,
pode proclamar a solução do Arrependimento de
Sophia”.
Pois será vexatório e humilhante ao ego.
Deveremos nos curvar tal qual, na runa UR, e
suplicar a Ram-Io, Devi Kundalini Shakti, que nos
ajude e fortaleça nossa essência, e somente a
Bendita Deusa de Luz poderá nos guiar nos
labirintos das vias Iniciáticas.
Os Mistérios Menores desenvolvem as capacidades
do homem, enquanto os Mistérios Maiores
desenvolvem as capacidades da natureza. De outra
maneira, seria impossível a um homem mandar
sobre os princípios elementais da natureza quando
não manda em sua própria natureza interior. A
disciplina deve preceder o domínio.
As nove Iniciações de Mistérios Menores
correspondem, escalonadamente, a cada um destes
nove extratos terrestres.
Esta é a descida de Dante Alighieri às regiões
submersas, aos infernos atômicos, as quais ele
alegoriza o seu processo Iniciático, o mesmo que
todos nós teremos de seguir. Estas são as ordálias
que todos os Iniciados, Adeptos e Mestres
passaram, este é o processo regenerativo da
Iniciação: a Descida.
Na autêntica Iniciação, este retorno ao ponto de
partida não é outra coisa que a descida à Nona
Esfera, ato de prova para a suprema dignidade do
grande Hierofante de Mistérios. - Samael Aun Weor
Cada um dos nove extratos é o mesmo círculos
dantesco apresentado pelo Mestre Samael ao longo
de sua obra “Sim, Há inferno, Diabo e Carma”,
ali conheceremos nossos defeitos específicos
conquanto a esfera do extrato como, por exemplo:
Na esfera de Mercúrio, encontramos nossas baixas
paixões tais como a ira, fornicação, luxúria: “é
nesta zona subterrânea o lugar onde vivem os
fornicários, aqueles que gozam extraindo do seu
organismo o esperma sagrado”. Aqui deveremos
compreender a necessidade de não perdemos as
energias da vida, evitarmos todas as formas de
aspectos passionais e tenebrosos destes fundos
animalescos de nossa psique.
Em verdade, esta é uma Verdadeira Via Crúcis que
o Chela deverá empreender e o “discípulo à prova”.
Nos demais níveis se irão apresentar outras e
distintas nuances dos aspectos tenebrosos de nossa
Psique. Neste caminho, devemos começar a nos
manter alertas o máximo possível, como “vigias em
tempo de guerra”, em estado de auto-observação.
Em cada uma das Iniciações, esta distinção da
forma se deve a vários aspectos, do raio em que se
encontra o discípulo, das distintas necessidades do
Ser e a devida preparação do neófito, mas teremos
de cultivar a Paciência, a Humildade, a Castidade, a
Serenidade, a Misericórdia...
Após o processo das Nove Iniciações de Mistérios
Menores, se apresentam ante o Chela, duas provas
mais: a da Justiça, também chamada “Brinco do
Cordeiro”, onde toca ao aspirante viver como
Cristo diante de Pilatos (Demônio da mente) e de
Caifás (Demônio da Má Vontade). O discípulo se
verá acusado por seus próprios amigos mais
queridos e apresentado ante os juízes do tribunal
da justiça e, se protesta, é porque todavia lhe falta
preparação.
A Segunda Prova é a de Direne. Durante essa
prova, o discípulo terá que provar sua castidade ao
máximo, em carne e osso, diante das tentações
mais terríveis.
Novamente, devemos deixar às claras que A Prova
Direne (ou Dhirene) e a Prova da Justiça são para
os “candidatos à prova” (e não mitômanos) que
tenham atravessado o Sendeiro dos Mistérios
Menores e, o principal requisito, que seja casado,
pois o solteiro não chega a essas alturas. Havendo
transmutado as crises provocadas no interior do
candidato, o resultado será o advento do fogo
medular do Kundalini, então se seguem novos
processos, já de caráter superior... Os Mistérios
Maiores.
Bibliografia de Samael Aun Weor:
Mistérios Maiores
O Matrimônio Perfeito de Kinder - A Senda da Iniciação
O Matrimônio Perfeito
A Revolução de Bel
Tratado de Psicologia Revolucionária
Cátedras 1 a 7 volume
As Três Montanhas
Bibliografia de Outros Autores
“Adonai”, “O Batismo da Dor” e as Chaves do Reino
Interno - do Dr. Jorge Adoum.
“O mistérios das Catedrais” e “As Mansões Filosofais” de Fulcanelli.
17
por Ana Reis
“...E então disse o filósofo:
Estamos curiosos. Sendo tão rústica em tuas
montanhas, em teus desertos, em teus mares,
gostaria de saber como te revelas, no entanto, tão
engenhosa em teus animais, em teus vegetais.
Ao que ela respondeu:
- Minha pobre criança, quer que eu te diga a
verdade? É que me foi dado um nome que não me
convinha: chamam-me natureza, mas sou
inteiramente arte.
E (perplexo) o filósofo continuou...
- Essas palavras perturbam todas as minhas ideias.
Como? A natureza não seria senão a arte?
- Sim, sem dúvida. Não sabes que existe uma arte
infinita, nesses mares, nessas montanhas que achas
tão rústicos? Não sabes que todas essas águas
gravitam para o centro da terra, não se elevando
senão por leis imutáveis, que essas montanhas que
cingem a terra são imensos reservatórios das neves
eternas que produzem sem descanso essas fontes,
esses lagos, esses rios, sem os quais meu gênero
animal e meu gênero vegetal pereceriam? E quanto
ao que chamam meus reinos animal, vegetal,
mineral, não vês mais que três; aprende, porém que
eu os tenho aos milhares. Se tu consideras somente
a formação de um inseto, de uma espiga de trigo, o
ouro ou o cobre, tudo te parecerá maravilhas da
arte”.
Este trecho representando um diálogo entre um
ingênuo filósofo e a Mãe Natureza, escrito por
Voltaire, em 1764, foi citado por Margareth da S.
Pereira em um artigo para uma revista de História
da Arte e Arquitetura. É um fragmento de uma
extensa literatura europeia que começa a partir do
século XVII a repensar as relações entre a arte e a
natureza.
Em se tratando da arte da Mãe Natureza é melhor
não discursar (afinal Voltaire já sintetizou sobre tais
maravilhas). Vamos exercitar nossos sentidos para
admirar, fruir, entregando-nos a sentimentos de
elevada categoria, próprios do Centro Emocional
Superior.
“A Mente Superior e a Emoção Superior são os dois
centros do ser humano que não podem ser
controlados pelo eu”. Samael Aun Weor
Ilha Staffa
Entre tantas maravilhas, há muitos mistérios...
Um deles é o intrigante fenômeno que ocorre em
algumas grutas das Hébridas, conjunto de ilhas na
costa oeste da Escócia. Neste arquipélago,
localizado no oceano Atlântico, há uma ilha deserta
chamada Staffa (fig. acima), que abriga uma
caverna conhecida como A Gruta de FIngal (fig.
Abaixo).
Fingal é o nome escocês para um caçador-guerreiro
da mitologia celta - Fionn, termo que significa
“claro”, “branco” ou “brilhante”, como referência à
cor de seus cabelos. Segundo uma lenda do folclore
escocês, com origem céltica, foi ele quem batizou a
gruta com seu nome.
A “arte”: “Toda uma face da
ilha, incluindo a entrada e as
paredes
da
gruta,
são
formadas por colunas de
basalto em formato hexagonal
(fig. ao lado), construídas e
modeladas
apenas
pela
natureza. Em 1772, após uma
visita
exploratória,
o
naturalista
britânico
Sir
Joseph Banks passou a elogiar a beleza natural do
18
lugar e, nos anos seguintes, a ilha recebeu várias
visitas ilustres, como os escritores Sir Walter Scott,
Jules Verne, Robert Louis Stevenson, o pintor
William Turner - autor de um quadro retratando a
gruta e um barco, ao amanhecer – e até mesmo a
Rainha Vitória”. Cueto Jr.
Na descrição de Amancio Cueto Jr.: “A caverna tem
aproximadamente 20 m de altura e 75 m de
profundidade, e seu teto tem um formato de
abóbada, ampliando ainda mais os ecos das ondas
do mar. Isso faz com que a gruta tenha um som
parecido com o de um órgão de catedral. O nome
original em gaélico reforça esta ideia: UamhBinn significa ‘Gruta da Melodia’”.
Segunda a ciência, essas geométricas rochas
formaram-se a partir do resfriamento de um fluxo de
lava ocorrido há 60 milhões de anos. Sugerimos
acessar o vídeo no you tube, apontado no final do
texto, com imagens do entorno da ilha e da entrada
da caverna, o que, em conjunto com o mar
provocam magnífica impressão, devido à beleza e
grandiosidade do local.
A arte que brota da “arte”: Segundo a história,
aos 20 anos um compositor alemão, durante uma
viajem à Escócia, ficou tão impressionado com essa
inigualável caverna que criou uma ouverture com o
mesmo nome; numa carta para a irmã Fanny ele
registra os primeiros compassos da música, que lhe
vieram à mente ao contemplar a beleza do local.
Acessando o vídeo indicado, você poderá apreciar a
obra As Hébridas ou A Gruta de FIngal de
Mendelssohn.
Apesar de ser denominada de “abertura”, esta obra
não introduz outra peça maior, ela é, por si, uma
obra completa. Esta peça não procura descrever a
paisagem, mas expressa a sensação de mistério,
estranhamento, magia e solidão do lugar.
A principal peculiaridade da gruta é o som que é
produzido dentro dela pelo eco das ondas do mar,
comparável aos sons de um órgão de catedral, o que
em certo trecho da música é imitado. Além disso,
há um arco na entrada, um teto em abóboda, e,
como não poderia deixar de ser, inúmeras colunas
de basalto cercam e sustentam este antiquíssimo
templo construído pela inteligência artística da
Bendita Mãe Natureza: um santuário completo,
onde se ouve música!
A arte objetiva: São poucos os momentos na vida
em que podemos experimentar a atuação do Centro
Emocional Superior; um deles é o contato com a
natureza. Isso funciona como uma porta para algo
maior, para a Arte Objetiva que é deste centro
superior e que provém das dimensões superiores.
O que ocorreu com Mendelssohn e com William
Turner diante da Gruta de Fingal? Um fenômeno de
encantamento poético que pode e deve também
ocorrer com todo estudante gnóstico tomado de
mística emoção diante de um cenário natural, de
uma pintura ou de uma música. Até onde isto
poderá nos levar? Se não for até a criação de
verdadeiras obras de arte, nos levará ao encontro
com o nosso Real Ser. Ao estilo do Mestre Samael,
digo-vos que é urgente e impostergável, nos
conectarmos com as partes superiores do Ser,
através da MEDITAÇÃO, DO REFÚGIO A
LOCAIS
AO SEIO DA DIVINA MÃE
NATUREZA
e da ARTE
DO GRANDES
MESTRES.
Aproveitando a música para a meditação. “A
música clássica leva-nos à comunhão com o
inefável, que não é do tempo e que é o eterno!”
Samael Aun Weor
Ela, a música clássica de diferentes épocas e
culturas, através do ritmo, da melodia, harmonia e
dos timbres dos instrumentais, é portadora de
informações que acarretam vivências na consciência
do ser humano; por isso, é muito importante
selecionar momentos para ouvir uma obra em
especial, com o corpo, o sentimento e a mente em
repouso, meditando .
A música selecionada funciona também como uma
ferramenta, como um mantran para atingir a
quietude mental, para sair em astral, para ativar os
chakras, e como toda prática, tem um momento para
começar e outro para terminar. A eficácia de uma
música ou de um mantra acontece quando há a
concentração plena, natural e espontânea.
A
música, como objeto de nossa concentração, auxilia,
no fim, processos de raciocínio e provoca a ação da
consciência.
Outra prática recomendada pelo V.M. Samael, no
livro Las Facultades Superiores del Hombre, para o
desenvolvimento do centro magnético da Igreja de
Sardis, consiste no seguinte: “ Desenvolvendo este
19
centro magnético se adquire a clariaudiência, o
poder de ouvir as criaturas que vivem nas
dimensões superiores da natureza e do cosmos. Esse
poder extraordinário pode se desenvolver quando
nos propusermos: se, durante a madrugada, todos
nos concentrarmos na ‘música das esferas’, com o
propósito de escutá-la, dia chegará em que
poderemos escutar realmente essas melodias
insonoras que ressoam no coral maravilhoso do
infinito”.
“Obviamente, todos os sons que se produzem no
planeta Terra dão uma nota síntese; todos os sons
que se produzem no Planeta Vênus dão também sua
nota síntese; todos os sons que se produzem em
Marte dão sua nota síntese. Portanto, o conjunto de
sons de todos os mundos que povoam o espaço
estrelado forma a ‘música das esferas’ citada por
Pitágoras, o grande filósofo grego”.
O artista: Félix Mendelssohn Bartholdy nasceu em
três de fevereiro de 1809 em Hamburgo, Alemanha.
Foi uma criança prodígio, dotada de excepcionais
capacidades artísticas, assim como a irmã, a qual
provavelmente, não foi incentivada devido aos
conceitos da época de que a arte não era uma
profissão para mulheres. Pertencia a uma família de
ricos banqueiros que, dois anos após seu nascimento
mudou-se para Berlim.
Segundo Pahlen, o nome Félix expressa a vida de
Mendelssohn, “extraordinariamente feliz. Na casa
dos pais, reunia-se o escol espiritual em concertos
semanais; foi numa dessas ocasiões que o rapaz de
dezessete anos dirigiu a sua ouverture de ‘Sonho de
uma Noite de Verão’, de Shakespeare, dando prova
de talento de primeiríssima categoria”.
Félix Mendelssohn empreendeu várias viagens de
estudos pela Europa, das quais resultaram suas
obras musicais e desenhos.
A viagem pela Escócia foi uma das mais frutíferas,
rendendo-lhe a sinfonia “Escocesa”, que registra as
marcantes impressões da sua passagem pelo país, a
sombria paisagem e o Palácio de Holyrood, onde a
infeliz Maria Stuart exalou seu último suspiro, como
também a sonata A Gruta de Fingal.
REFERÊNCIAS:
PAHLEN, Kurt. História Universal da Música. São
Paulo : Melhoramentos.
PEREIRA, Margareth. A Arquitetura Brasileira e o
Mito, in Gávea: Revista de História da arte e
arquitetura. Rio de Janeiro : Puc , 1990.
WEOR, Samael Aun. Las Facultades Superiores
del Hombre. Primeira conferência. México DF :
Edições Gnósticas, 1999.
Curso Esotérico de Cabala - Arcano XV. Editora
IGA FÊNIX, 2007.
A Revolução da Dialéctica. Edições Gnósticas.
Portugal.
http://euterpe.blog.br/analise-de-obra/mendelssohnas-hebridas-a-gruta-de-fingal
http://www.youtube.com/watch?v=GVhmZUdETDo
www.edicoesgnosticas.com.br
ORAÇÃO UNIVERSAL, pelo V.M. Sivananda (Mestres do Século XX)
“Ó Adorável Senhor de Misericórdia e Amor! Saudações e Prostrações diante
de Ti. Tu és Onipresente, Onipotente e Onisciente. Tu és Satchidananda.
Existência, Consciência, Bem-aventurança Absolutas. Tu és o Residente
Interior de todos os seres. Conceda-nos um coração compreensivo, visão
imparcial, mente equilibrada, fé, devoção e sabedoria. Conceda-nos força
espiritual interior para resistir às tentações e controlar a mente. Livra-nos do
egoísmo, do desejo descontrolado, da ganância, do ódio , da raiva e da inveja.
Preencha nossos corações com virtudes divinas. Deixe-nos adorar-Te em
todos esses nomes e formas. Deixe-nos servi-Lo em todos esses nomes e
formas.
Deixe-nos sempre relembrar de Ti. Deixe-nos sempre cantar Tuas Glórias.
Deixe que Teu Nome esteja sempre em nossos lábios. Deixe-nos permanecer
em Ti para sempre e sempre.”
20
O BOM DONO DE CASA
por Samael Aun Weor
Nestes tempos tenebrosos, separarse dos efeitos desastrosos da vida é
certamente muito difícil, mas
indispensável; de outro modo, se é
devorado pela vida.
Qualquer Trabalho que alguém
faça sobre si mesmo, com o
propósito de conseguir um
desenvolvimento
anímico
e
espiritual, relaciona-se sempre
com o isolamento - muito bem
entendido - pois, sob a influência
da vida tal como sempre a
vivemos,
não
é
possível
desenvolver outra coisa que a
personalidade.
chegar a estar hermeticamente
fechado. Isto se refere a algo
íntimo, estreitamente relacionado
com o silêncio.
As pessoas querem que as coisas
lhes saiam bem “simplesmente
porque sim”, porque tudo deve
andar de acordo com seus planos,
mas a crua realidade é diferente;
enquanto alguém não mudar
interiormente, goste ou não goste,
será
sempre
vítima
das
circunstâncias.
A frase vem dos antigos tempos,
quando se ensinava secretamente
uma
Doutrina
sobre
o
desenvolvimento
interior
do
homem, vinculada com o nome de
Hermes.
Falam-se e escrevem-se muitas
idiotices sentimentais sobre a vida,
Se alguém quer que algo real mas este Tratado de Psicologia
cresça em seu interior, é claro que Revolucionária é diferente.
deve evitar o escape de suas
energias psíquicas.
Esta Doutrina vai ao grão, aos
fatos concretos, claros e definiti­
Se alguém tem escapes de energia vos; afirma enfaticamente que o
e não está isolado em sua in­ “Animal Intelectual”, equivocada­
timidade, é inquestionável que não mente chamado homem, é um
poderá conseguir o desenvolvi­ bípede mecânico, inconsciente,
mento de algo real em sua psique. adormecido.
De modo algum tencionamos nos
opor ao desenvolvimento da
personalidade; obviamente esta é
necessária na existência, mas
certamente é algo meramente
A vida ordinária, comum e
artificial, não é o verdadeiro, o real
corrente, quer nos devorar
em nós.
implacavelmente; devemos lutar
Se o pobre mamífero intelectual contra a vida diariamente,
equivocadamente
chamado devemos aprender a nadar contra a
homem não se isola, identificando- correnteza...
“O Bom Dono de Casa” jamais
aceitaria a Psicologia Revolucio­
nária; cumpre com todos os seus
deveres como pai, esposo, etc., e
por isso pensa o melhor de si
mesmo. Entretanto, só serve aos
Este Trabalho vai contra a vida, fins da natureza, e isso é tudo.
trata-se de algo muito diferente do Por outro lado, também existe o
de todos os dias e que, contudo, “Bom Dono de Casa” que nada
devemos praticar de instante a contra a correnteza, que não quer
instante. Refiro-me à Revolução se deixar devorar pela vida; estes
da Consciência.
sujeitos, porém, são muito raros no
se com os acontecimentos da vida
prática, gastando suas forças em
emoções
negativas,
em
autoconsiderações pessoais e em
vão palavreado insubstancial de
conversa ambígua, nada edificante,
nenhum elemento real pode se
desenvolver nele, apenas o que É evidente que se nossa atitude
pertence
ao
mundo
da para com a vida diária é
mecanicidade.
fundamentalmente equivocada, se
acreditamos que tudo deve andar
Certamente, quem quiser de
bem, apenas porque assim o
verdade conseguir em si o
queremos, virão os desenganos...
desenvolvimento da Essência deve
mundo, nunca abundantes.
Quando alguém pensa de acordo
com as ideias deste Tratado de
Psicologia Revolucionária, obtém
uma correta visão da vida. (*Do
livro
Tratado
de
Revolucionária - cap.XIX)
Psicologia
21
Visão Gnóstica: Alquimia
da Felicidade
Por Alberto Carlos A. Souza
Todo mundo quer ser feliz, sem dúvida. Não
conhecemos ninguém que teria dito: “vim ao
mundo com a intenção de ser infeliz e ser um
fracassado”. Claro está que todo mundo busca a
autorrealização e a felicidade. No entanto, existe um
grande equívoco quando se pensa que a felicidade é
um bem que se adquire ou uma meta a ser
perseguida. Muito comum entre as pessoas é
imaginar a felicidade como uma competição,
tamanha é a vida consumista e egocêntrica com
valores materialistas decadentes e insustentáveis da
sociedade capitalista moderna. Mais do que
comprovado está que as aquisições materiais trazem
uma agradável sensação de compensação, no
entanto também está provado que tal satisfação é
fugaz e a escalada do consumo e ânsia de aquisição
e acumulação levam à frustração e ao vazio
existencial quando se tornam um alicerce
psicológico onde estruturamos nossa falsa
segurança. As experiências de prazer, quanto mais
frequentes e repetitivas, nos levam ao fastio, ao
tédio. Segundo as pesquisadoras da psicologia
positiva, como Martin Seligman e Sonja
Lyubomirsky, embora exista uma crença popular de
que o sofrimento impede a alegria, as pesquisas não
confirmaram isso. Elas apontaram apenas uma
correlação moderada entre emoções negativas e
positivas. Uma dose grande de sofrimento diminui a
alegria, mas não nos impede o acesso à felicidade.
O contrário também é verdadeiro, a felicidade não
garante que nunca teremos momentos tristes.
Tal como diz o V.M. Samael, a felicidade está
escrita em chinês. A felicidade, todo mundo quer têla, mas ninguém a entende. A felicidade não é uma
meta, não é condicionada à circunstância nem as
questões relacionadas com a aquisição de bens e
acumulação de tesouros materiais ou morais. A
verdadeira felicidade é citada por Jesus no
Evangelho, é Bem-Aventurança, que significa
felicidade íntima. A felicidade não pertence a este
mundo, e o animal intelectual não tem
predisposição a ser feliz pela simples razão de que,
enquanto estiver fascinado, iludido pela busca da
vida prazerosa, não conseguirá viver a vida boa.
A vida prazerosa está submetida ao dualismo
prazer/dor, ou seja, quanto mais passional é a nossa
vida, mais submissos e vulneráveis nos
encontramos diante das experiências adversas e
sofríveis às quais todos estamos submetidos. Por
sua vez, a vida boa é uma possibilidade para quem
esteja disposto a encarar a vida não como um fim
em si mesmo, mas como um ginásio psicológico,
uma oportunidade contínua de superar a si mesmo
por meio da autoeducação íntima, tal como ensina a
Psicologia Revolucionária preconizada pela gnosis.
Encontra-se na fila de votação do Senado a proposta
de emenda constitucional que, se aprovada, fará
com que no artigo 6º da Constituição figure da
seguinte forma: “são direitos sociais, essenciais à
busca da felicidade, a educação, a saúde, a
alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer a
segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados”. A emenda reflete a relevância que
o tema felicidade vem alcançando nos dias atuais,
em que o indicador FIB (Felicidade Interna Bruta)
vem sendo usado para orientar políticas públicas e
empresariais.
No entanto, fica claro, no texto da referida emenda,
que nenhum governo pode assegurar a conquista da
felicidade a ninguém, tão somente deve se
comprometer a suprir o que se consideram as
condições mínimas para a “busca da felicidade”.
Segundo pesquisas realizadas por cientistas do
Instituto Max Planck de Desenvolvimento Humano,
da Alemanha, os níveis de felicidade podem mudar
no decorrer da vida. Até então acreditava-se que o
nível máximo de felicidade vivenciado por alguém
estaria predeterminado por fatores genéticos e
mesmo havendo oscilação de tais índices em
decorrência de circunstâncias variadas, tais níveis
voltariam ao suposto patamar pessoal. O estudo,
que contou com 150.000 pessoas entrevistadas entre
os anos de 1984 a 2008, verificou que, na maioria
dos voluntários, fatores tais como casamento, foco
na família, religiosidade, trabalho não estressante e
sociabilidade colaboraram para que os índices de
felicidade fossem alterados num nível acima do que
seria o “limite genético”.
À luz da doutrina gnóstica não há dúvida de que o
que denominamos genética - e que conhecemos no
esoterismo como Karma - é determinante em nossa
existência. “A vida atual é nada mais que a vida
22
passada, acrescida de suas consequências boas e
más” afirma o V.M. Samael Aun Weor. A
predisposição para ser feliz, ou melhor, a
capacidade de administrar com mais ou menos
serenidade as situações adversas da vida, já está
determinada pelo capital kármico de cada um, ou
seja, depende do que fomos e fizemos na vida
pretérita. O ego se perpetua na semente de nossos
descendentes, nossos ancestrais serão nossos
descendentes, a árvore genealógica é o roteiro da
peregrinação da alma, onde nos unimos em família
por afinidades cármicas de forma que DNA e
Karma são a mesmíssima coisa. No entanto, o
destino ou karma não é determinismo, não é
fatalismo, sempre há possibilidade de mudar e gerar
uma nova ordem de coisas. A possibilidade de
romper as cadeias do ego, de sair do círculo vicioso
da ação e reação, existe, porém, a mudança concreta
e radical através da qual podemos anular o destino e
reescrever a história de nossa vida “em tempo real”
é trabalhando a essência, permitindo que o Ser se
manifeste em nós, pois somente o Ser pode “fazer”,
e o ego, enquanto atua em nós e determina nossas
ações, nos torna náufragos no oceano das paixões,
onde somos ora levados para um lado ou para outro,
de acordo com as circunstâncias, em virtude da
identificação psicológica e das reações mecânicas.
Apenas para ilustrar, se a felicidade estivesse ligada
à quantidade e intensidade das experiências que
consideramos gratificantes, quem seria o campeão
dessa “competição”? Existe um exemplo de pessoa
intitulada “o homem mais feliz do mundo”, pelo
menos nos sites de internet e na imprensa mundial.
Seu nome é Matthieu Ricard. Ele não é um afamado
ícone da cultura pop, não vive em um palácio, não
tem o mais reluzente carro do ano, nem está no
ranking dos bilionários da Forbes. Trata-se de um
Francês convertido ao budismo, que vive como um
monge e que se tornou amigo direto do Dalai Lama.
"O que aconteceu é que participei de um estudo na
Universidade de Wisconsin, EUA, para medir os
benefícios da meditação. Todos os 12 voluntários
possuíam uma longa experiência, com mais de 10
mil horas de práticas meditativas", afirmou
Matthieu ao ser indagado sobre o seu
reconhecimento como o “mais” feliz. Fica claro que
o distinto monge não ostentou sua condição “mais
feliz”, mas foi incensado pela mídia a partir da
referida pesquisa. No entanto, ficou demonstrado
que para sermos felizes precisamos abraçar o
caminho monástico e viver no Tibet? Claro que
não, apenas confirma que a felicidade é uma
questão interior e que depende da maneira como
tratamos nossas emoções e como nos relacionamos
com o mundo e conosco mesmos. Também indica a
importância da meditação como ferramenta
incondicional para obter o autoconhecimento e
alcançar a autossuperação.
A seguir transcrevemos, na íntegra, a técnica
revolucionária do Venerável Mestre Samael Aun
Weor, a verdadeira “Alquimia da Felicidade”,
através da qual podemos transformar a própria vida
a partir da transformação alquímica das impressões
sensoriais, procedimento mediante o qual podemos
viver a verdadeira felicidade íntima e incondicional.
A TRANSFORMAÇÃO DAS IMPRESSÕES
Este tema está relacionado com a questão da
Transformação de Si Mesmo. Em nossos passados
diálogos, muito dissemos sobre a importância que a
vida em si mesma tem. Dissemos também que um
homem é o que é sua vida e que esta é como um
filme que, ao desencarnarmos, nós levamos para
reviver (de forma retrospectiva) no Mundo Astral, e
que ao retornarmos a trazemos para projetá-la outra
vez sobre o tapete do Mundo Físico.
É claro que a Lei da Recorrência existe e que todos
os acontecimentos se repetem, que tudo volta
realmente a ocorrer tal como aconteceu, mais as
consequências boas e más, e isso é óbvio.
Bem, agora o importante é conseguirmos a
transformação da vida, e isso é possível se nos
propomos, profundamente…
“Transformação” significa que uma coisa muda em
outra coisa diferente. É lógico que tudo está
submetido a mudanças.
Existem transformações muito conhecidas da
matéria; ninguém poderia negar, por exemplo, que
o açúcar se transforma em álcool e que o álcool (por
sua vez) se converte em vinagre pela ação dos
fermentos (esta é a transformação de uma
substância molecular em outra substância
molecular). Sabe-se, pela nova química dos átomos
e elementos, que o Rádio, por exemplo, se
transforma lentamente em chumbo.
Os alquimistas da Idade Média falavam da
“Transmutação do chumbo em ouro”. Sem
embargo, não aludiam sempre à questão metálica
meramente física. Normalmente queriam indicar,
com tais palavras, a transmutação do Chumbo – da
Personalidade – no Ouro do Espírito. Assim, pois,
convém que reflitamos em todas essas coisas…
Nos Evangelhos, a ideia do homem terreno,
23
comparado a uma semente capaz de crescimento,
tem a mesma significação, como tem também a
ideia do renascimento, de um homem que “nasce
outra vez”. Sem embargo, é óbvio que se o grão não
morre a planta não nasce; em toda transformação
existe morte e nascimento, ou morte e ressurreição.
Já se sabe que na Gnosis consideramos o homem
como uma fábrica de três andares que absorve,
normalmente, três alimentos.
O
alimento
comum
normalmente corresponde ao
andar inferior da fábrica (nessa
questão do estômago). O ar,
naturalmente, está no segundo
andar, pois está relacionado
com os pulmões. E as
impressões, indubitavelmente, estão associadas ao
cérebro, o terceiro andar (isso é questão de
“observação”, não é verdade, irmãos?).
O alimento que comemos sofre sucessivas
transformações (isto é inquestionável). O processo
da vida, em si mesma, por si mesma, é a
transformação. Cada criatura do Universo, meus
estimados irmãos, vive mediante a transformação
de uma substância em outra. Um vegetal, por
exemplo, transforma o ar, a água e os sais da terra
em novas substâncias vitais, em elementos úteis
para nós, como, por exemplo, as nozes, as frutas, as
batatas, os limões, os feijões, as ervilhas etc. Assim,
pois, tudo é TRANSFORMAÇÃO.
Pela ação da luz solar obtemos os variados
fermentos da natureza. É inquestionável que o
sensível filme da vida, que normalmente se estende
sobre a face da terra, conduz toda a Força Universal
rumo ao interior do mundo planetário em que
vivemos.
Porém, cada planeta, cada inseto, cada criatura (e o
próprio animal intelectual equivocadamente
chamado homem) absorve, assimila determinadas
forças cósmicas e logo as transforma e retransmite
(inconscientemente) às camadas inferiores do
organismo planetário.
Tais forças, transformadas, estão intimamente
relacionadas com a economia deste organismo
planetário em que vivemos. Cada criatura, segundo
sua espécie, transforma determinadas energias que,
logo, retransmite ao interior da terra, para economia
do mundo. Também as demais criaturas, as distintas
espécies (as plantas etc.), cumprem a mesma
função.
Sim, em tudo existe transformação. Assim, pois, a
epiderme da terra é um órgão em transformação…
Quando comemos o alimento, tão necessário para a
nossa subsistência, este é transformado (é claro,
etapa após etapa) em todos esses elementos vitais,
tão indispensáveis para a nossa própria existência.
O que realmente estamos recebendo, a cada
instante, a cada momento, são meramente
Impressões
Quem realiza dentro de nós esse processo de
transformação das substâncias? O Centro Instintivo!
Quão sábio é esse Centro! Realmente, nos
assombramos com a sabedoria de dito Centro.
A digestão em si mesma, meus estimados irmãos, é
transformação. Todos podem ver que o alimento
ingerido pelo estômago (ou seja, a parte inferior
dessa fábrica de três pisos, que é o organismo
humano) se transforma.
Se um alimento, por exemplo, passasse pelo
estômago e não se transformasse, o organismo não
poderia assimilar seus princípios (suas vitaminas,
suas proteínas). Isso seria, simplesmente, uma
indigestão. Assim, pois, conforme vamos refletindo
nessa questão, chegamos a compreender a
necessidade de passar por uma Transformação.
Está claro que os alimentos físicos se transformam.
Mas há algo que nos convida muito à reflexão: não
existe uma transformação, por exemplo, adequada
das Impressões. Para o propósito da Natureza
propriamente dita, não há nenhuma necessidade de
que o animal intelectual, equivocadamente chamado
homem, transformar realmente as impressões.
Porém, um homem pode transformar suas
impressões por si mesmo se possui, naturalmente, o
conhecimento de fundo, esotérico, e compreende o
porquê dessa necessidade (resultaria magnífico
transformar as impressões).
No terreno da vida prática, a maioria das pessoas
crê que este mundo físico vai lhe dar exatamente o
que anseia e busca, e eis aí, meus estimados irmãos,
um tremendo equívoco. A vida, em si mesma, entra
24
em nós, em nosso organismo, na forma de meras
impressões.
O primeiro que realmente devemos compreender é
o significado deste Trabalho Esotérico, relacionado
intimamente com a questão das impressões. O que
necessitamos para transformar a vida? É verdade! E
não poderia realmente transformar sua vida se não
transformar as impressões que lhe chegam à mente.
É urgente, pois, que os que leiam esta cátedra
reflitam no que aqui estamos dizendo…
Não existe, realmente, tal coisa como a “vida
externa” – e vejam vocês que estamos falando de
algo muito revolucionário, pois todo mundo crê que
o físico é o real, porém se formos um pouquinho
mais a fundo, o que realmente estamos recebendo, a
cada instante, a cada momento, são meramente
IMPRESSÕES.
Vemos uma pessoa
que nos agrada ou
que nos desagrada,
e o primeiro que
obtemos
são
impressões dessa
natureza, não é verdade? Isso não podemos negar.
A vida é, digamos, uma sucessão de impressões (e
não como creem muitos ignorantes ilustrados: uma
coisa sólida, física, de tipo exclusivamente
material): a realidade da vida são suas impressões,
claro está que a ideia que estamos emitindo através
desta gravação resulta certamente difícil de se
capturar, de se apreender. Constitui-se num
trabalhoso ponto de intersecção.
É possível que você que me esteja lendo tenha a
certeza de que vida que têm existe como tal, e não
como suas impressões. Estão tão sugestionados pelo
mundo físico que obviamente pensam assim.
A pessoa que vemos sentada, por exemplo, em uma
cadeira, com tal ou qual traje de cor, aquele que nos
sorri mais além, ou aquele outro que está tão sério
etc., são para nós coisas reais, não é verdade?
Porém se meditamos profundamente em tudo o que
vemos chegaremos à conclusão de que o real são as
impressões.
Estas, como já disse, chegam à mente através, é
claro, das “janelas” dos cinco sentidos. Se não
tivéssemos, por exemplo, olhos para ver ou ouvidos
para ouvir, nem tato para tocar, nem olfato para
cheirar, ou nem sequer paladar para saborear os
alimentos que entram em nosso organismo, por
acaso existiria para nós isso que se chama mundo
físico? Claro que não, absolutamente não!
Então, pois, a vida nos chega na forma de
impressões, e é aí que existe a possibilidade de
trabalhar sobre nós mesmos.
Antes de tudo – se é isso que queremos fazer –,
pois, deve-se compreender o trabalho que devemos
fazer. Se não fizéssemos esse trabalho de forma
correta, como poderíamos conseguir uma
transformação psicológica em nós mesmos? É
óbvio que o trabalho que iremos realizar sobre nós
mesmos deve ser sobre as impressões que estamos
recebendo a cada instante, a cada momento.
E a menos que o apreendamos, que o capturemos
etc., nunca ninguém compreenderia o significado do
que no Trabalho é chamado de PRIMEIRO
CHOQUE CONSCIENTE.
O Choque relaciona-se com essas impressões que
são tudo quanto conhecemos do mundo exterior,
que estamos recebendo, que tomamos como se
fossem as verdadeiras coisas, as verdadeiras
pessoas.
Necessitamos, então, transformar nossa vida, e esta
é INTERNA. Ao querer transformar esses aspectos
psicológicos
de
nossa
vida,
obviamente
necessitamos trabalhar sobre as impressões – que
entram em nós, é claro.
Por que nós chamamos o trabalho sobre a
transformação das impressões de Primeiro Choque
Consciente? Por um motivo, meus queridos irmãos
gnósticos, por um só motivo: porque, simplesmente,
é algo que de nenhuma maneira poderíamos efetuar
de forma meramente mecânica!
Isso jamais acontece mecanicamente. Necessita-se
de um esforço autoconsciente. Está claro que um
aspirante gnóstico que comece a compreender essa
classe de trabalho começa, obviamente, também a
deixar de ser um homem mecânico, que serve
exclusivamente aos interesses da Natureza - uma
criatura
absolutamente
adormecida
que
simplesmente não é mais que um “empregado da
Natureza”, para os fins econômicos da mesma, os
quais não servem, de modo algum, aos interesses de
nossa própria Autorrealização Íntima.
Se vocês começam, agora, a compreender o
significado de tudo quanto lhes está sendo ensinado
neste texto… se pensam, agora, no significado de
tudo quanto lhes é ensinado a fazer, digamos pela
via do esforço próprio (começando com a
OBSERVAÇÃO DE SI MESMOS), sem dúvida
verão, meus queridos irmãos gnósticos, que no lado
25
prático do Trabalho Esotérico tudo se relaciona com
a transformação das impressões e o resultado,
naturalmente, das mesmas.
mais ou menos estereotipada –, não veremos a onde
começa o ponto que realmente possibilita a
mudança, e onde é possível trabalhar.
O trabalho, por exemplo, sobre as emoções
negativas, sobre os estados de humor irritadiços,
sobre a questão da Identificação, sobre a
Autoconsideração, sobre os Eus sucessivos, sobre
as Autojustificativas, sobre as desculpas e sobre os
estados inconscientes em que nos encontramos…
relaciona-se em tudo com a transformação das
impressões e o que resulta disso.
As reações, que formam nossa vida pessoal, são
quase todas de tipo negativo. Então, também nossa
vida será negativa, não será mais que uma série
sucessiva de reações negativas, que se dão como
resposta incessante às impressões que chegam à
mente.
Assim, convém, meus queridos irmãos gnósticos,
que de certo modo o trabalho sobre si mesmo se
comparar com a dissecação, no sentido de que é
uma transformação. Quero que vocês reflitam
profundamente nisso, que compreendam, pois, o
que é o Primeiro Choque Consciente. É preciso
formar um “instrumento de mudança” no lugar de
entrada da impressões; não esqueçam isso.
Se mediante a compreensão do trabalho você pode
aceitar a vida como um Trabalho (realmente
esotérico), então estará em um estado constante de
Recordação de Si Mesmo. Este estado de
consciência de si mesmo o levará, naturalmente, ao
terreno vivente da transformação das impressões, e
assim normalmente (ou supranormalmente, melhor
dizendo) ao de uma vida distinta, no que a você
naturalmente diz respeito.
Ou seja, a vida já não trabalhará mais sobre todos
vocês, meus queridos irmãos, como fazia antes.
Vocês começarão a pensar e a compreender de uma
nova maneira, e este é o começo, naturalmente, de
sua própria transformação. Porque enquanto vocês
seguirem pensando da mesma maneira, tomando a
vida da mesma maneira, é claro que não haverá
nenhuma mudança em vocês.
Transformar as impressões da vida é transformar a
si mesmo, meus queridos irmãos gnósticos, e só
uma maneira de pensar inteiramente nova é que
pode efetuá-la. Todo esse trabalho, pois, dirige-se
rumo a uma forma radical de transformação. Se não
nos transformamos, nada se consegue.
Vocês compreenderão que a vida exige
continuamente uma reação. Todas essas reações
formam nossa vida, nossa vida pessoal. Mudar a
vida não é mudar as circunstâncias meramente
externas. É cambiar realmente as próprias reações.
Porém, se não vemos que a vida exterior nos chega
como meras impressões, que nos obrigam
incessantemente a reagir – de uma forma, digamos,
Logo, nossa tarefa consiste em transformar as
impressões da vida, de modo que não provoquem
esse tipo de reações negativas a que estamos tão
acostumados.
Porém, para consegui-lo, é necessário estarmos nos
AUTO-OBSERVANDO de instante em instante, de
momento em momento. Assim, as impressões não
chegam de um modo mecânico, e isso equivale a
começar a viver mais conscientemente.
Um indivíduo pode permitir,
dar-se ao luxo, que as
impressões lhe cheguem
mecanicamente, porém se não
comete semelhante erro, se
transforma suas impressões,
então começa a viver
conscientemente. Por isso se diz que este é o
Primeiro Choque Consciente.
O
Primeiro
Choque
Consciente
radica,
precisamente, na transformação das impressões que
chegam à mente. Se se consegue transformar as
impressões que chegam à mente, no próprio
momento de sua entrada, sempre se pode trabalhar
no resultado das mesmas. Está claro que ao
transformá-las evitamos que produzam os efeitos
mecânicos que sempre resultam ser desastrosos no
interior de nossa psique.
Um estado de consciência de si mesmo nos levará,
naturalmente, ao terreno vivente da transformação
das impressões
Isso exige um sentimento definido, uma vibração
definida do trabalho, uma valorização do
ensinamento, o que significa que este trabalho
esotérico deve ser levado até o ponto, por assim
dizer, por onde entram as impressões, e desde onde
são distribuídas – mecanicamente – a seu lugar de
costume (pela personalidade), para evocar as
antigas reações.
Quero que vocês vão entendendo um pouco mais.
Vou tratar, digamos, de simplificar, a fim de que
vocês possam entender. Darei um exemplo: se
26
jogamos uma pedra em um lago cristalino, no lago
vemos que se produzem impressões, e é a resposta
às impressões dadas pela pedra (são as reações).
Estas se manifestam em ondas que vão desde o
centro até a periferia, não é verdade? Bem, agora
levem vocês, meus queridos irmãos gnósticos, este
exemplo à mente. Imaginem-se, por um momento,
como um lago. De pronto, aparece a imagem de
uma pessoa e então a mente reage – as impressões
produzem a imagem que chega à mente; as reações
são a resposta a tais impressões.
Se vocês jogam uma bola contra um muro, o muro
recebe a impressão e vem a reação, que consiste em
que, inconscientemente, a bola regresse a quem a
atirou. Bem, pode ser que não chegue diretamente,
porém de qualquer maneira a bola rebate e isso é
reação, correto?
Bem, há impressões que não são muito agradáveis.
Por exemplo, as palavras de um insultador não são,
por certo, muito boas que se diga, não? Claro que
poderíamos, digamos, transformar essas palavras do
insultador.
Porém, sim, as
palavras são como
são, e então o que
poderíamos fazer?
Transformar
as
impressões que tais palavras nos produzem? Sim,
isso é possível, e o ensinamento gnóstico nos ensina
a cristalizar a Segunda Força (ou seja, o Cristo em
nós), mediante um postulado que diz:
“Há que se receber com agrado as manifestações
desagradáveis de nossos semelhantes.”
Eis aqui, pois, o modo de transformar as impressões
que produzem em nós as palavras de um insultador:
“Receber
com
agrado
as
manifestações
desagradáveis de nossos semelhantes”.
Este postulado nos levará, naturalmente, à
cristalização da Segunda Força (ou seja, o Cristo
em nós), fará com que o Cristo venha a tomar forma
em nós. É um postulado sublime, esotérico em
100%.
Agora, se do mundo físico não conhecemos senão
as impressões, então o mundo físico propriamente
não é tão externo como creem as pessoas. Com
justa razão Immanuel Kant disse: “O exterior é o
interior”. Então, pois, se o interior é o que conta,
devemos transformar o interior: as impressões são
interiores.
Assim, todos os objetos, as coisas, tudo o que
vemos, existe em nosso interior na forma de
impressões. Se, por exemplo, não transformamos as
impressões, nada muda em nós. A luxúria, a cobiça,
o ódio, o orgulho etc. existem na forma de
impressões – dentro de nossa psique – e vibram
incessantemente.
O resultado mecânico de tais impressões são todos
esses elementos inumanos que levamos dentro e
que normalmente temos chamado de Eus (os eus,
que em seu conjunto constituem-se no mim mesmo,
no si mesmo, não é?).
Suponhamos que um indivíduo veja uma mulher
provocativa e não transforme suas impressões. O
resultado será que as mesmas – de tipo
naturalmente luxurioso – exigem dele, pois, um
desejo de possuí-la.
Tal desejo vem a ser o resultado mecânico da
impressão recebida, e se plasma, vem a cristalizar, a
tomar uma forma em nossa psique, converte-se em
um agregado mais, ou sja, em um elemento
inumano, em um novo eu de tipo luxurioso que vem
a se agregar à soma já existente de elementos
inumanos que, em sua totalidade, constituem o Ego,
o mim mesmo, o si mesmo.
Porém, vamos seguir refletindo: em nós existem a
ira, a cobiça, a luxúria, a inveja, o orgulho, a
preguiça e a gula: ira por quê? Porque muitas
impressões chegaram a nós, ao nosso interior, e
nunca as transformamos.
O resultado mecânico de tais impressões, pois, foi a
ira, foram os eus que ainda existem, que vivem em
nossa psique, e que constantemente, pois, nos fazem
sentir coragem.
A cobiça: indubitavelmente, muitas coisas
despertaram em nós a cobiça; o dinheiro, as joias,
as coisas materiais de todo tipo etc. Esses objetos
chegaram a nós na forma de impressões.
Nós cometemos o erro de não haver transformado
essas impressões, por exemplo, em outra coisa
diferente: em uma admiração pela beleza, ou em
altruísmo, ou em alegria pelo proprietário de tais
coisas, enfim… e aí? Pois tais impressões não
transformadas, naturalmente, se converteram em
eus de cobiça que agora carregamos em nosso
interior.
No caso da luxúria, já disse que distintas formas de
luxúria nos ferem na forma de impressões, e
surgem, no interior de nossa mente, imagens,
digamos, de tipo erótico, cuja reação foi a luxúria.
27
Como queira que então não transformamos essas
ondas luxuriosas, essas vibrações luxuriosas, essas
impressões, esse sentir luxurioso, esse erotismo
malsão, ou não bem entendido – porque bem
entendido, eu já disse que o erotismo é saudável –,
naturalmente que o resultado não se faz esperar: foi
completamente mecânico, nasceram novos eus
dentro de nossa psique, de tipo mórbido, é claro.
Assim, hoje em dia
nos cabe trabalhar
sobre as impressões
de ira, de luxúria, de
inveja, de orgulho, de
preguiça, de gula etc.
(e outras tantas coisas). Também temos, dentro, os
resultados mecânicos de tais impressões: feixes de
eus briguentos e gritões que agora necessitamos
compreender e ELIMINAR.
Todo o trabalho de nossa vida versa, pois, em saber
transformar as impressões e também em saber
eliminar, digamos, os resultados mecânicos das
impressões não transformadas no passado.
As coisas e as pessoas não são mais que impressões
dentro de nós, dentro de nossa mente.
Se transformamos essas impressões, transforma-se a
vida
O mundo exterior, propriamente, não existe; o que
existe é o interno. As impressões são interiores e as
reações – com tais impressões – são de tipo
completamente interior. Quem poderia dizer que
está vendo uma árvore em si mesma? Não; estará
vendo a “imagem da árvore”, porém não “a” árvore.
A “coisa em si”, como dizia Immanuel Kant,
ninguém vê; vê-se a imagem da coisa, ou seja,
surgem em nós as impressões sobre uma árvore,
sobre uma coisa.
Estas são internas, são de dentro, são da mente. Se
alguém, por exemplo, não faz uma modificação de
suas próprias impressões internas, o resultado
mecânico não se deixa esperar: é o “nascimento de
novos eus” que vêm escravizar ainda mais nossa
Essência, nossa Consciência; que vêm intensificar o
sono em que vivemos.
Quando se compreende que realmente tudo o que
existe dentro de si mesmo (com relação ao mundo
físico) não são mais que impressões, compreende
também a necessidade de transformar essas
impressões, e ao fazê-lo, produz-se uma
transformação total de si mesmo.
Não há coisa que do mais, por exemplo, do que a
calúnia, ou as palavras de um insultador. Porém, se
a pessoa for capaz de transformar as impressões que
são produzidas em alguém por tais palavras, estas
ficam então como um cheque sem fundo.
Certamente, as palavras de um insultador não têm
mais valor que o que lhe dá o insultado. Se o
insultado não dá valor a essas palavras, as mesmas
ficam se valor (repito: ainda que me seja cansativo,
ficam como um cheque sem fundo).
Quando se compreende isso, transforma então as
impressões de tais palavras, por exemplo, em algo
distinto: em amor, em compaixão pelo insultador, e
isso naturalmente significa TRANSFORMAÇÃO.
Assim,
então,
necessitamos
transformar
incessantemente as impressões, não só as presentes,
mas também as passadas. Dentro de nós existem
muitas impressões – que cometemos o erro, no
passado, de não haver transformado – e muitos
resultados mecânicos das mesmas, que são os tais
eus que agora há que desintegrar, aniquilar, a fim de
que a Consciência fique livre e desperta.
Quero que vocês reflitam profundamente no que
estou dizendo: as coisas, as pessoas, não são mais
que impressões dentro de vocês, dentro de sua
mente. Se transformam essas impressões,
transformam a vida de vocês.
Quando há, por exemplo, orgulho, isso tem por base
a ignorância. De que pode sentir orgulho uma
pessoa? De sua posição social, de seu dinheiro ou
do quê? Porém, se a pessoa, por exemplo, pensa que
sua posição social é uma questão meramente
mental, é uma série de impressões que chegaram à
sua mente, impressões sobre seu estado social ou
seu dinheiro.
Quando pensa que tal estado não é mais que uma
questão mental, ou quando analisa a questão do
dinheiro e se dá conta de que isso só existe na
mente, na forma de impressões, as impressões que o
dinheiro produz, é claro.
Se analisamos isso a fundo, se compreendemos
realmente que o dinheiro e a posição social, e
ademais não são mais que impressões internas da
mente, pelo fato de compreeder que são somente
impressões da mente, há transformação das
mesmas. Então, o orgulho cai por si mesmo e nasce
de forma natural, em nós, a humildade.
Continuando com esses processos de transformação
das impressões, direi algo mais. Por exemplo, a
imagem de uma mulher luxuriosa chega à mente,
surge na mente. Tal imagem é uma impressão,
28
obviamente.
Poderíamos
transformar
essa
impressão luxuriosa mediante a compreensão.
Bastaria que pensássemos que a citada imagem é
perecível, que essa beleza é, portanto, ilusória.
Se nos lembrarmos por alguns instantes que essa
mulher vai morrer e que seu corpo se tornará pó no
cemitério; se com a imaginação víssemos seu corpo
em estado de desintegração, dentro da sepultura,
isso seria mais que suficiente para transformar essa
impressão luxuriosa em Castidade. Assim,
transformando-a, não surgiriam na psique mais eus
de luxúria. Então, convém que mediante a
compreensão transformemos as impressões que
surgem na mente.
Creio
que
os
estimados
irmãos
estão
compreendendo que o mundo exterior não é tão
exterior como normalmente se crê. É interior, pois,
tudo o que nos chega do mundo; não são mais que
impressões internas. Ninguém poderia enfiar uma
árvore dentro de sua mente, ou uma cadeira, uma
casa, ou um palácio ou uma pedra.
Ali, tudo, em nossa mente, não é mais que
impressão, e isso é tudo. Impressões de um mundo
que chamamos “exterior”, porém, realmente não é
tão exterior como se pensa. Convém, então, que
todos nós transformemos as impressões mediante a
compreensão.
Outro exemplo: se alguém nos adula. Como
transformaríamos a Vaidade que tal adulador
poderia provocar em nós? Obviamente, os louvores,
as adulações, não são mais que impressões que
chegam à mente, e esta reage na forma de vaidade,
porém se se transformam tais impressões, a vaidade
se faz impossível.
Converte tais impressões, digamos, no que são: pó,
poeira cósmica, porque compreende sua própria
posição.
Já sabemos que nosso planeta Terra é um grão de
areia no espaço. Pensemos na galáxia em que
vivemos, composta de bilhões de mundos… O que
é a Terra? É uma mísera partícula de pó neste
Infinito… E nós, somos o quê? Micro-organismos
dentro dessa partícula… E aí? O que
conseguiríamos com essas reflexões? MUDAR, é
claro, e isso obviamente produziria uma
transformação das impressões que se relacionam
com a lisonja, com a adulação, com o louvor, e não
reagiríamos, como resultado, na forma de orgulho,
não é verdade?
Quanto mais refletirmos nisso, veremos mais e mais
a necessidade de uma transformação completa das
impressões…
Tudo que vemos no externo é interior!
Logo, se não trabalhamos sobre o interior, iremos
pelo caminho do erro, porque não modificaríamos
então nossa vida. Se quisermos ser distintos,
necessitamos nos transformar integralmente, e se
quisermos nos transformar, devemos começar por
transformar as impressões.
Referências Bibliográficas:
A Revolução da Dialéctica; Tratado de
Psicologia Revolucionária; A Grande Rebelião –
V.M. Samael Aun Weor
Como se transformariam, pois, as palavras de um
adulador, essas impressões de louvores, de que
forma? Mediante a Compreensão! Quando se
compreende realmente que não se é mais que uma
infinitesimal criatura em um rincão do universo, de
fato transforma, pois, tais impressões de louvor, ou
de lisonja, em algo distinto.
Contatos com a Direção do IGA ou com os Editores da Revista MAITREYA
INSTITUTO GNÓSTICO DE ANTROPOLOGIA
IGA—BRASIL
www.igabrasil.org.br
[email protected]
Redação da Revista MAITREYA: Ricardo Nairo de Souza ([email protected])
29
Calendário de Atividades do IGA
Abril a Julho de 2013
MÊS
DIA
DATA ESPECIAL
EVENTO / LOCAL
ABRIL
20
Início do Signo de Touro
20 e 21 II Encontro IGA Minas-Rio
De 01 a 30/04/11
Prática com o Mantra E (uma hora diária)
Campos dos Goytacazes/RJ
26
Preparação para o dia 27
Prática da Runa MAN às 23:45h (V.M. Huiracocha)
27
Advento de Samael
Prática da Runa LAF (V.M. Samael)
MAIO
De 01 a 31/05/11
1
Dia do Trabalhador
Local: nosso casa; Prática: Meditação
20
Início do Signo de Gêmeos
Prática: Saída em Astral
26
Preparação para o dia 27
Prática da Runa MAN às 23:45h (V.M. Huiracocha)
27
Advento de Samael
Prática da Runa LAF (V.M. Samael)
Retiro Espiritual: Corpus Christi
Cabo Sto Agostinho/PE: I Centro de Retiro Espiritual
Araucária/PR...............: II Centro de Retiro Espiritual
29 a
02/06
JUNHO
De 01 a 30/06/11
21
Início do Signo de Câncer
Prática da Runa GIBUR
26
Preparação para o dia 27
Prática da Runa MAN às 23:45h (V.M. Huiracocha)
27
Advento de Samael
Prática da Runa LAF (V.M. Samael)
JULHO
23
Início do Signo de Leão
De 01 a 31/07/2011
Prática da Runa AR; Vocalizar Mantra O (1,0h/dia)
26 a 28 Retiro Espiritual: Férias Escolares Cabo Sto Agostinho/PE: I Centro de Retiro Espiritual
27
Advento de Samael
Prática da Runa LAF (V.M. Samael)
MENSAGEM ESPECIAL: “O elevado ensinamento gnóstico busca, por todos os meios, a prática da
magia transcendental e a magia a serviço do Espírito, pois entende que, sem este instrumento, a vida do
homem nunca alcançará sua cabal perfeição. Quem não utiliza as chaves mágicas que foram outorgadas
desde a antiguidade para maior honra e glória de nosso Divino Ser (considerando-se que a oração é um
processo mágico por excelência) estará perdendo, irremissivelmente, as faculdades que lhe foram
outorgadas propositadamente. É como o mendigo que vai caindo pela vida, ignorando que leva no fundo
de sua bolsa as mais preciosas jóias. (Prefácio do livro “Magia Crística Asteca”, de Samael Aun Weor.
Em posição de sentido, com o olhar voltado para o leste, levante os braços sobre sua cabeça até juntar as
palmas das mãos; baixe os braços estendidos formando uma cruz entre eles e o seu corpo. Logo depois
cruze-os sobre o peito e deite-se em decúbito dorsal. Quando for adormecendo, peça a Deus e aos
Mestres, através da oração sincera, que o levem à grande pirâmide de Gizé no Egito.
Imediatamente, após terminar a sua oração, vocalize as seguintes sílabas:
FAAAAAAAAAAAAAA; RAAAAAAAAAAAAAA; ONNNNNNNNNNNNNN
*Prática ensinada em detalhes no capítulo 5 do livro Magia Crística Asteca, de Samael Aun Weor.
30
HOTÉIS OPCIONAIS*
*Informar que é participante do Congresso Gnóstico de Antropologia.
Primeira opção: HOTEL MONACO
Habitacão Single: R$ 75,00
Habitação Doble: R$ 95,00
Habitação Triple: R$ 105,00
Endereço: Rua Silva Ramos, 20 - Centro - Manaus/AM
Central de Reserva:
[email protected]
www.hotelmonacomanaus.com.br
Telefone: (92) 2121-5026
Contato: Érica Cristina
Segunda opção: MANAÓS HOTEL
Habitação Single: R$ 153,00
Habitação Doble: R$ 170,00
Habitação Triple: R$ 188,00
Endereço: Av. Eduardo Ribeiro, 881 - Centro - Manaus/
AM
Central de Reserva: [email protected]
Web: www.hotelmanaos.com.br
Telefone: (92) 3633-5744/3633-6148/32329884/32327328
Contato: gerente Solange
Terceira opção: SOMBRA PLAZA HOTEL MANAUS
Habitação Single: R$ 76,00
Habitação Doble: R$ 90,00
Habitação Triple: R$ 130,00
Endereço: Av. Sete de Setembro, 1325 - Centro - Manaus/ AM
Central de Reserva: [email protected]
Web: www.hotelsombra.com.br
Quarta opção: PLAZA HOTEL MANAUS
Habitação Single: R$ 102,00
Habitação Doble: R$ 121,00
Habitação Triple: R$ 140,00
Endereço: Av. Getulio Vargas, 215 - Centro - Manaus/AM
Central de Reserva: [email protected]
Web: www.grupotajmahal.com.br
Telefone: (92) 3232-7766/3627-3737
Contato: Paulo Moraes
Quinta opção: HOTEL BRASIL MANAUS
Habitação Single: R$ 85,00
Habitação Doble: R$ 100,00
Habitação Triple: R$ 120,00
Endereço: Av. Getulio Vargas, 657 - Centro - Manaus/AM
Central de Reserva: [email protected]
Web: www.hotelrazil.com.br
Telefone: (92) 2101-5000/2101-5011
Contato: Jaqueline Palmério
HOTEL SEDE - HOTEL TROPICAL MANAUS
Habitação Single: R$ 227,00
Habitação Doble: R$ 261,00
Habitação Triple: R$ 326,00
Inclui Café-da-manhã + Hospedagem filho <12anos
Todos as palestras serão realizados no Hotel Sede.
[email protected]
Web: www.grupotajmahal.com.br
31
Telefone: (92) 2123-5045
Contato: informar localizador 91023
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