Apoiando o Fome Zero

Transcrição

Apoiando o Fome Zero
Boletim Informativo Quadrimestral do Comitê de Entidades no Combate à fome e pela vida - COEP
Apoiando o Fome Zero
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Ano I • número 3 • setembro 2003
“Penso que o Brasil deu uma
oportunidade a si mesmo. Não
será um milagre de um presidente da República. Acho que será
um milagre da sociedade brasileira. Se cada entidade empresarial, se cada pessoa que tenha
alma, consciência política, neste
país, resolver adotar essa campanha, o governo não precisa nem
saber, porque não queremos
paternidade do resultado. Se
alguém na sua cidade, se alguém na sua vila, se alguém na
sua comunidade quiser fazer
alguma coisa, pelo amor de
Deus, faça! Não fique esperando
o governo. Faça, porque o que
nós queremos não é ver a cor da
semente, o que nós queremos é
ver o resultado que essa semente vai dar, se a sociedade brasileira assumir para si a responsabilidade de acabar com a fome
no nosso país.”
Luiz Inácio Lula da Silva
Fonte: Cartilha “Programa Fome Zero –
como participar”, de autoria de Frei Betto
“Uma economia só presta, só
faz sentido, só vale, se ela
existir para alimentar, educar e
empregar as pessoas. Todas as
empresas públicas ou privadas,
sejam grandes ou pequenas,
nacionais ou multinacionais, só
prestam, só fazem sentido, só
valem a pena, se elas contribuírem para construir um país
onde todos possam ter o atendimento de suas necessidades
fundamentais.”
Herbert de Souza, Betinho
Editorial
Mobilizar organizações para o combate à fome e a promoção do desenvolvimento social. Foi com essa meta que o sociólogo Herbet de Souza, o Betinho, e o
professor Luiz Pinguelli Rosa viabilizaram a criação do COEP em 1993. Ao
longo dos últimos 10 anos, o COEP se consolidou como uma ampla e singular
Rede Nacional de Mobilização Social que tem na cooperação um valor fundamental. Presente nos 27 estados do país, reúne mais de 700 associadas, entre
instituições públicas e privadas, que ajudam a construir uma sociedade mais
solidária através de iniciativas de combate à pobreza e do incentivo à ação cidadã
voluntária de seus funcionários.
Por meio de estratégias de mobilização, da troca de experiências e da articulação de parcerias entre suas associadas, o COEP tem implementado projetos inovadores, muitos dos quais se tornaram referência e hoje são replicados nas diferentes regiões do país. Essa multiplicação das melhores práticas também é estimulada com a promoção de cursos de capacitação e a disseminação de informações e conhecimentos que ajudam a aperfeiçoar a atuação na área social.
Com o lançamento pelo Governo Federal do Programa Fome Zero, o COEP
foi convocado a participar do mutirão contra a fome. Respaldado na sintonia de
ideais e princípios, somou esforços com o Fome Zero, disponibilizando a capacidade de mobilização, a experiência e a determinação que tem marcado a atuação
de sua rede desde 1993.
Valendo-se dessa capacidade de articular organizações em todo o país em
torno de um mesmo propósito, em março de 2003, o COEP deflagrou um amplo
processo de mobilização das associadas, que teve início na Reunião do Conselho
Deliberativo Nacional, realizada no dia 11 daquele mês, em Furnas, contando
com a presença de Frei Betto, Assessor Especial do Presidente da República, e do
Professor Luiz Pinguelli Rosa, fundador e Presidente de Honra do COEP.
Em reconhecimento a esse efetivo apoio, as associadas ao COEP estarão
recebendo, do Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à
Fome – MESA, a certificação como “Empresa Parceira do Fome Zero.”
Neste número do Jornal Mobilização, apresentamos algumas das realizações
desenvolvidas no âmbito do COEP ao longo desses 10 anos e a trajetória da
parceria do COEP com o Fome Zero – tema central dessa edição.
Com as realizações aqui apresentadas reafirmamos, mais uma vez, de forma
coletiva, o propósito do COEP de somar sua energia a de tantas outras redes,
entidades e pessoas que acreditam ser possível, necessário e urgente, construir
um Brasil sem fome. Respondemos à expectativa depositada pelo Presidente
Lula que, em abril, na reunião com o COEP, afirmou: “Hoje estamos recebendo
as propostas e tenho certeza que na próxima reunião estaremos comemorando os
resultados”.
Ao longo do jornal, mostramos esses primeiros resultados, através de uma
síntese dos depoimentos dos dirigentes das entidades associadas, que fazem um
balanço inicial das ações já implementadas em apoio ao Fome Zero. Esses depoimentos, na íntegra, estão disponíveis no Portal do COEP - www.coepbrasil.org.br.
André Spitz
Presidente do COEP
expediente
Rede Nacional de
Mobilização Social
Mobilização Social é uma publicação do COEP - Comitê de Entidades no Combate à Fome e pela Vida •
Secretaria Executiva: Rua Real Grandeza, 219 - Bl. A - Sl. 1102 CEP 22283-900 Rio de Janeiro - RJ • Tel.:
(21) 2528-5425 / Fax: (21) 2528-4938 / Site: www.coepbrasil.org.br • Edição e Produção: Espalhafato
Comunicação • Fotos: Arquivo COEP
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Em dez anos de realizações COEP mobiliza
organizações em todo o território nacional
Assumindo o compromisso de
construir caminhos para mudar o
Brasil, o COEP envolve neste
esforço toda a sua rede de mais de
700 organizações, distribuídas em
27 estados. Dentre as principais
realizações do COEP destacam-se
a mobilização das associadas
para incorporarem à sua cultura
organizacional a responsabilidade
pelo combate à miséria e a articulação de parcerias para a ação
social, somando esforços e ampliando o impacto dos resultados. O
COEP também implementa projetos inovadores de promoção do
desenvolvimento social. Desenvolve, ainda, atividades de
capacitação visando aprimorar as
práticas sociais no âmbito da rede
e divulga conhecimentos e experiências bem sucedidas. O alcance
do trabalho em rede tem se
confirmado em diferentes
projetos e iniciativas.
Desenvolvimento Integrado
O Programa Xingó foi criado pela Chesf,
no âmbito do COEP, visando utilizar a infraestrutura física e social montada em uma
área de 600 ha para suportar a construção
da UHE Xingó, como fator indutor do desenvolvimento integrado e sustentável do
semi-árido nordestino. Tem como vetor
matricial a realização de ações educacionais, estudos, pesquisas e aplicação de
tecnologias que venham ao encontro das
vocações econômicas e das demandas sociais. Cerca de 30 municípios da região es-
Parceiros: COEP, Companhia Hidrelétrica do
São Francisco (Chesf), Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq), Universidades Federais de Alagoas,
Bahia, Sergipe, Pernambuco, as Universidades
Estaduais da Bahia e Feira de Santana, Escola
Técnica Federal de Alagoas (Eftal), Centro de
Pesquisa de Energia Elétrica (Cepel), Embrapa
e Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE).
Algodão no semi-árido nordestino
Numa tentativa de garantir meios de subsistência para os agricultores do semi-árido nordestino e fixá-los no campo, o COEP
apoiou o inovador projeto de revitalização
do cultivo do algodão. O projeto começou
a ser desenvolvido em 2000. O local escolhido para a implantação da experiência
piloto foi o assentamento de Margarida Maria Alves, localizado no município de Juarez
Távora, na Paraíba, que se multiplicou em
Emprego para cerca de 1,3 mil pessoas
No âmbito do COEP, instituições de
diferentes locais do Brasil se associaram à
Fiocruz para desenvolver um projeto solidário, associativo e comunitário, que ao
final de 1994, deu origem à Cooperativa
dos Trabalhadores Autônomos do Complexo de Manguinhos – COOTRAM. Reunindo inicialmente 300 cooperados, a
COOTRAM é hoje uma importante força econômica, com cerca de 1,3 mil associados que prestam diversos serviços para
a Fiocruz nas áreas de manutenção, limpeza, jardinagem, controle de vetores e
higienização de bibliotecas. A relação de
tão sendo beneficiadas pelas ações desenvolvidas no Programa.
dependência, que caracterizou
o início da Cooperativa, não
existe mais. Com duas fábricas,
uma de corte e costura e outra
de tijolos, a COOTRAM já oferece seus produtos e serviços diretamente ao mercado.
Parcerias: COEP, Fiocruz, Banco
do Brasil, Fundação Banco do Brasil, Coordenação de Programas de
Pós-Graduação em Engenharia da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ).
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cinco outros municípios dos estados da
Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte,
Pernambuco e Alagoas. O primeiro passo
para viabilizar a produção foi a capacitação
maciça dos trabalhadores em novas
tecnologias de cultivo. A seguir, foi implantada uma mini-usina para beneficiamento
do algodão. Os pequenos agricultores, que
antes vendiam o algodão em caroço, puderam passar a entregá-lo em pluma diretamente à indústria, aumentando em até
100% seu rendimento.
Parcerias: COEP, Oficina Social, Embrapa
Algodão, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),
Companhia Hidrelétrica do São Francisco
(Chesf), Coordenação de Programas de PósGraduação em Engenharia da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ),
Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
Canal Saúde
O Canal Saúde foi criado, no âmbito
do COEP, para viabilizar o aperfeiçoamento à distância, via satélite, de profissionais
da área de saúde em todo o Brasil. Através
de sinal aberto, o canal transmite duas
horas diárias de palestras, cursos, conferências e outros materiais de orientação
captados em todo o SUS por antenas parabólicas. Em função da grande repercussão
nacional do canal, a TV Educativa firmou
uma nova parceria para transmitir semanalmente
um programa, voltado para o público em geral, chamado Canal Saúde.
Parcerias: COEP, Fundação Oswaldo Cruz
– Fiocruz, Embratel.
Cadernos da Oficina Social
A série “Cadernos da Oficina
Social”, publicação lançada pelo
COEP em 1999, busca valorizar e
incentivar a geração e o aprimoramento de práticas voltadas para a
melhoria da qualidade de vida da
população brasileira. Os 11 números
já publicados abordam temas como
compromisso social das organizações;
desenvolvimento local, agricultura familiar, planejamento de projetos sociais, cooperativismo etc e divulgam projetos inovadores na área social.
Entretanto, ainda era preciso descobrir
como multiplicar esta experiência. Através da soma de esforços, o COEP firmou
uma parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e a Fundação
Banco do Brasil, criando o PRONINC –
Programa Nacional de Incubadoras de
Cooperativas Populares, que possibilitou
a extensão da experiência da COPPE/
UFRJ para mais seis universidades.
O COEP, em articulação com diferentes redes de ação social, como o
CNBB, Ibase, Conic Fórum Brasileiro de
Segurança Alimentar, está realizando
uma ampla campanha nacional pela aprovação do Projeto de Lei que cria o Dia
Nacional de Mobilização pela Vida, a ser
comemorado em 9 de agosto, data do falecimento de Betinho. O Projeto estabelece que os poderes Executivo, Legislativo
e Judiciário deverão publicar todos os
anos, até o dia 9 de agosto, um Balanço
Social, referente ao ano anterior, que contemple o registro quantitativo e qualitativo de todas as iniciativas de promoção da
cidadania, de valorização da vida e da
dignidade da pessoa humana.
O Projeto de Lei 5.471 está em tramitação
no Congresso Nacional e, para incentivar a
sua aprovação, o COEP está colhendo assinaturas para um abaixo-assinado eletrônico, no
endereço www.coepbrasil.org.br.
Imagens da Oficina Social
Proninc expande cooperativismo nas universidades
Ao desenvolver o projeto COOTRAM, o
COEP observou que a
maior dificuldade era
capacitar a comunidade para trabalhar
num sistema cooperativo, gerindo seu próprio
negócio. Uma parceria da
COPPE/UFRJ com o Banco do Brasil
viabilizou a criação da primeira Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares na universidade. Uma engenhosa
inovação, envolvendo técnicos, pesquisadores e alunos das universidades na economia solidária.
Projeto de Lei do
Compromisso Social
Em setembro de 2003, o Proninc foi
relançado com novas parcerias e um outro
formato. A iniciativa conta agora com o
apoio da Secretária Nacional de Economia Solidária, vinculada ao Ministério do
Trabalho e Emprego, além da FINEP, da
Fundação Banco do Brasil e do Banco do
Brasil. Está sendo negociada também a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O novo programa contará com um Comitê gestor, formado pelas entidades parceiras, que irá analisar os pedidos de apoio
das incubadoras de cooperativas populares interessadas em financiamentos.
Parcerias: COEP, Financiadora de Estudos
e Projetos (Finep), Fundação Banco do Brasil, Oficina Social, Gerência de Negócios
Agroindustriais e Cooperativas do Banco
do Brasil (GCCOP-BB), Coordenação de
Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ), Secretaria de Apoio
Rural e Cooperativismo do Ministério da
Agricultura; Secretaria Executiva do Programa Comunidade Solidária.
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O COEP, complementando e enriquecendo o processo de desenvolvimento e disseminação de conhecimentos e
metodologias de atuação social, lançou em
1999 a série “Imagens da Oficina Social”.
Até o momento foram produzidos 32 vídeos
que divulgam experiências bem sucedidas
realizadas no âmbito do COEP, capacitam
para a gestão de projetos sociais e mobilizam
para ações de combate à pobreza.
Projeto de Lei do
Cooperativismo
A articulação em torno do Projeto de
Lei do Cooperativismo / Associativismo
(nº 1670-A, de 1996) teve origem na experiência da Cooperativa de Manguinhos
(Cootram), desenvolvida no âmbito do
COEP. O projeto de lei dispõe sobre o incentivo a ser prestado pelo Poder Público
à criação, consolidação e capacitação de
cooperativas educacionais e de trabalho,
cujos cooperativados sejam integrantes de
comunidades carentes, ou de associações
voltadas para a formação profissional e a
geração de emprego em zonas de baixa
renda. O COEP elaborou o projeto de lei
e articula sua tramitação. É mais uma iniciativa afinada com a luta do Comitê pela
geração de oportunidade de trabalho para
as classes populares.
Ações
estaduais
crescem no
processo
No conjunto de ações de combate à miséria e de promoção do
desenvolvimento social promovidas pelos COEP estaduais
predominam iniciativas de qualificação profissional para
jovens, programas de geração de renda com apoio à formação
de cooperativas de trabalho, projetos de desenvolvimento comunitário, campanhas para situações emergenciais, dentre outras.
São também desenvolvidas, simultaneamente em todos os
estados, atividades de mobilização, como: Semana Nacional de
Mobilização pela Vida – realizada no mês de agosto, constitui
um amplo movimento de conscientização para a cidadania,
com a promoção de debates, eventos em praça pública, caminhadas cívicas, doação de sangue etc; O COEP nas Asas da
Solidariedade em parceria com a Infraero, nos principais aeroportos do País, busca sensibilizar empresários, políticos, jornalistas e demais pessoas que transitam diariamente nos aeroportos brasileiros na luta contra a fome e a miséria;
Mobilização dos Jovens para o exercício da cidadania: trabalho
em parceria com escolas da rede pública de todo o Brasil, mobilizando os jovens para o enfrentamento dos problemas sociais
do País; Natal pela Vida: visa sensibilizar a sociedade para
ampliar o gesto de doar através do estabelecimento de vínculos
duradouros com a promoção da cidadania; e Dia Mundial da
Alimentação: 16 de outubro vem sendo comemorado no COEP
por meio de campanhas de sensibilização para a grave questão
da fome no País.
Essa agenda permanente do COEP vem sendo ampliada com a
implementação das propostas elaboradas pelos COEP estaduais, em abril, de apoio ao Programa Fome Zero.
Homenagem a jovens participantes
de concurso de cartas
COEP - AM
Rede Nacional de
Mobilização Social
AM
Durante a Semana Nacional de Mobilização pela Vida, que aconteceu em todos os estados, na primeira semana de agosto, o COEP Amazonas premiou os alunos do ensino fundamental participantes do Concurso Nacional de Cartas. Na mesma ocasião, as 10 entidades associadas ao COEP estadual, que participaram mais ativamente das iniciativas do Comitê receberam um certificado de “Entidade-Cidadã”.
Presidente do Conselho – Olavo dos Santos Filho
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Rede Nacional de
Mobilização Social
AC
Rede Nacional de
Mobilização Social
AL
Estados fazem mobilização
contra a fome em aeroportos
COEP -AC,AL,AP,RR
Os 27 COEP estaduais realizaram a quarta Semana Nacional de Mobilização pela Vida,
no período de 3 a 9 de agosto, como uma homenagem ao sociólogo Herbert de Souza, o
Betinho. No período, foram promovidas campanhas, atividades de promoção da cidadania e eventos nos 30 principais aeroportos do País. Nos COEP Acre, Alagoas, Amapá e
Roraima o ponto alto foi evento “O COEP nas Asas da Solidariedade”, no dia 7 de
agosto. Na ocasião, voluntários desses COEP estaduais distribuíram material institucional
e sensibilizaram as pessoas que estavam em trânsito pelos terminais aeroviários para se
engajarem na luta contra a fome e a miséria.
COEP ACRE
Presidente do Conselho – Raimundo Cardoso de Freitas
Secretário Executivo – Gilmar Santos Rodrigues
Rede Nacional de
Mobilização Social
AP
COEP ALAGOAS
Presidente do Conselho – José Expedito Neiva Santos
Secretário Executivo – Josefa Edna Viana Vanderley
COEP AMAPÁ
Presidente do Conselho – João Brazão da Silva
Secretário Executivo – Walter Paixão de Souza
Rede Nacional de
Mobilização Social
RR
COEP RORAIMA
Presidente do Conselho – Armando Freire Ladeira
Secretário Executivo – Itamira Sebastiana Soares
Rede Nacional de
Mobilização Social
BA
Rede Nacional de
Mobilização Social
COEP - BA
CE
COEP - CE
Águas de Março:
esperança em Novos Alagados
Projeto aproveita excedentes
do Ceasa em sopão
Os cerca de 2,5 mil habitantes da comunidade
Novos Alagados, situada no bairro de
Massaranduba, no subúrbio de Salvador, são os
beneficiados do projeto Águas de Março. Realizado pelo COEP-BA, o projeto visa promover a
geração de renda na comunidade, por meio de
oficinas e cursos profissionalizante; ações de promoção da cidadania; combate ao analfabetismo
e estímulo para o retorno aos bancos escolares de
crianças e adultos que abandonaram os estudos.
Para atingir essa meta, alguns moradores estão
sendo treinados para se tornarem agentes de
transformação da própria comunidade.
O COEP-CE está trabalhando desde 1999 no Movimento Interinstitucional de Suprimento Alimentar
(MISA), um projeto de aproveitamento dos excedentes de frutas e verduras da Ceasa. Para viabilizar
a construção da unidade de fabricação de sopa concentrada, a Ceasa cedeu um prédio, que será reformado com apoio do Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Ceará (Sinduscon-CE). A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC)
e o Governo do Estado vão ceder o maquinário. O
objetivo é oferecer diariamente 10 mil litros de sopa
para a população de baixa renda de Fortaleza e da
Região Metropolitana.
Presidente do Conselho – Arminda Santana
Secretário Executivo – Maria das Graças da Silva Paranhos
Presidente do Conselho – Paulo Roberto Meinerz
Secretário Executivo – Maria José Irene Facundo Lima
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Rede Nacional de
Mobilização Social
DF
Rede Nacional de
Mobilização Social
ES
COEP -DF
Distrito Federal escolhe
comunidade para
trabalho social
COEP - ES
“Vem Ser” qualifica jovens
Há três anos, o COEP Espírito Santo desenvolve
o Projeto “Vem Ser”, na Escola EPG Terra Vermelha, uma comunidade de baixa renda situada
em Vila Velha. O objetivo é melhorar o nível educacional dos alunos para que tenham mais chances
de inserção no mercado de trabalho. O projeto
promove atividades complementares ao currículo pedagógico como reforço escolar, educação digital e oficinas de música, além de palestras sobre temas atuais como violência, uso de drogas e
doenças sexualmente transmissíveis.
O COEP-DF escolheu a Vila Estrutural, uma
das mais carentes regiões da Capital Federal, para
implantar seu projeto de desenvolvimento comunitário. Essa ação já teve início por meio de reuniões com as lideranças, visando identificar as
principais demandas da comunidade. A partir daí,
começaram a ser agendadas reuniões com os diversos órgãos da administração e com empresas
parceiras visando criar novas oportunidades para
os moradores da Vila.
Parcerias: COEP-ES, Caixa Econômica Federal,
ONG Moradia e Cidadania, 38º Batalhão de Infantaria e Companhia de Espirito Santense de Saneamento (Cesan).
Presidente do Conselho – Fernando Rodrigues Ferreira Leite
Secretário Executivo – Dulce Tannuri
Presidente do Conselho – Marcus Venicius Monturil Rêgo
Secretário Executivo – Alice de Oliveira Martins
Rede Nacional de
Mobilização Social
GO
COEP - GO
Evento ambiental movimenta
povoado em Goiás
Rede Nacional de
Mobilização Social
MA
COEP - MA
Mãos na Massa dá
nova perspectiva a jovens
O povoado do Veríssimo, no município de
Goiandira, sediou, no dia 23 de agosto, um workshop
visando à preservação ambiental da região. O evento
foi realizado em conjunto pelo COEP-GO, a Embrapa
Arroz e Feijão, o Clube Amigos da Natureza, o
IBAMA e a Agência Goiana do Meio Ambiente e
a Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos
Hídricos. Para fortalecer o trabalho de preservação
que já vem sendo realizado pelos integrantes do Clube Amigos da Natureza no povoado de Veríssimo,
foi firmado convênio entre o IBAMA e o Clube e
instalado um posto de fiscalização da Agência
Goiana do Meio Ambiente no local.
O COEP Maranhão, em parceria com outras
organizações, atende desde 1998 a comunidade Cidade Olímpica, uma das maiores ocupações na área urbana da América Latina, situada na periferia de São Luís. O projeto capacita jovens, entre 17 a 21 anos, na área de
panificação e confeitaria e construiu uma padaria para proporcionar trabalho e renda aos
capacitados.
Presidente do Conselho – José Carlos Nunes Júnior
Secretário Executivo – José de Ribamar Cantanhêde de Araújo
Presidente do Conselho – Pedro Antônio Arraes Pereira
Secretário Executivo – Getúlio Ferreira Brunes
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Rede Nacional de
Mobilização Social
MT
Rede Nacional de
Mobilização Social
MS
COEP - MT
Jovens são estimulados a
promover ações de cidadania
COEP - MS
Campanha beneficia
comunidade de baixa renda
O COEP Mato Grosso, que foi inaugurado em
maio, promoveu pela primeira vez a Semana Nacional de Mobilização pela Vida com diversas atividades de mobilização no estado. Uma das metas foi envolver os jovens em ações de promoção
da cidadania. Para estimulá-los, o COEP-MT realizou três atividades: uma gincana com jovens
incentivando ações de solidariedade; promoção
de palestras, debates e eventos em escolas da rede
pública de Cuiabá; e distribuição de mudas no
Parque Mãe Bonifácia a crianças e jovens para
plantio em áreas desmatadas.
O COEP Mato Grosso do Sul realizou a “Campanha Sucata de Material Escolar Reaproveitável” para arrecadar nas empresas associadas e em algumas escolas do estado sobras de
material escolar. Foram coletados pedaços de
giz, restos de tintas, restos de colas, lápis preto
e de cor, canetinhas, réguas, borrachas, livros,
e papéis diversos como sulfite, cartolina e para
dobraduras. Todo o material foi reaproveitado
e doado ao Projeto Luizinho que atende 247
crianças de baixa renda do Bairro Jardim das
Hortências, comunidade apadrinhada pelo
COEP-MS.
Presidente do Conselho – Dianésio Werner Júnior
Secretário Executivo – Adão Sérgio Gomes
Presidente do Conselho – Luiz Carlos Bonelli
Secretário Executivo – Elsi deOliveira Freire
Rede Nacional de
Mobilização Social
MG
COEP - MG
Bem Viver na maior
favela de BH
Rede Nacional de
Mobilização Social
PA
COEP - PA
Comunidade de Paraíso Verde
é atendida por trabalho social
O COEP Minas Gerais inaugurou este ano o Projeto Bem Viver, para atender à favela Aglomerado
da Serra, a maior de Belo Horizonte. Desenvolvendo ações de saúde, educação e qualificação profissional, o projeto firmou um convênio com a Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG e a
Uniodonto, que resultou na instalação de um consultório odontológico na comunidade. Atualmente, o Projeto promove a revitalização da biblioteca
da comunidade, com a reforma das instalações e a
construção de uma sala para realização de atividades culturais e educativas. O próximo passo é a
implantação do projeto Gutemberg - Restaurando
a Cidadania, que visa capacitar jovens entre 15 e
22 anos da comunidade em técnicas de restauração, conservação e encadernação de livros.
O COEP Pará elegeu a Comunidade Paraíso Verde, localizada na periferia de Belém, para promover um projeto de desenvolvimento comunitário.
Os próprios moradores relacionaram suas principais demandas e potencialidades num relatório
que foi entregue aos integrantes do Comitê. O
COEP-PA já vem desenvolvendo um projeto em
outra comunidade paraense, a Jesus Maria José,
no bairro Curió-Utinga, e agora vai estender as
atividades à população de Paraíso Verde.
Presidente do Conselho – José Roberto de Oliveira Faro
Secretário Executivo – Maria de Nazaré Silva Alves
Presidente do Conselho – Milton Luciano dos Santos
Secretário Executivo – Robinson Machado Damasceno dos Reis
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Rede Nacional de
Mobilização Social
Rede Nacional de
Mobilização Social
PB
PR
COEP - PB
COEP - PR
Cursos preparam jovens para
mercado de trabalho
Mobilização contra a fome
nas estradas
O COEP Paraná está mobilizando suas associadas
para que ajudem a inserir no mercado de trabalho os jovens e adultos que freqüentam os cursos
de capacitação profissional promovidos com apoio
do Comitê. Está sendo negociada uma alternativa para absorção dos alunos pelos programas oficiais do Banco do Brasil e da Caixa destinados à
contratação de adolescentes aprendizes. Como
muitos participantes dos cursos de capacitação não
dispõem de documentos, o que dificulta os processos de contratação para estágio ou emprego, o
COEP-PR ajuda os alunos a obterem documentos
como Carteira de Trabalho e CPF e, por meio de
um convênio com o Instituto de Identificação do
Paraná, viabiliza a expedição de Carteiras de
Identidade, com isenção de taxas.
Durante a Semana Nacional de Mobilização pela
Vida, que foi realizada de 3 a 9 de agosto, o COEP
Paraíba fez uma homenagem aos 75 anos da Polícia
Rodoviária Federal – uma das entidades associadas
à rede – e utilizou seus postos para distribuir mensagens educativas e de conscientização nas estradas
federais que cortam o estado. As mensagens tiveram como temas “Fraternidade” e “Responsabilidade Social”.
Presidente do Conselho – Beatriz Lins de Albuquerque
Ribeiro Teixeira de Carvalho
Secretário Executivo – Marçal José Cavalcanti Silva
Presidente do Conselho – Jorge Argemiro Dias
Secretário Executivo – Conceição de Maria Contin
Rede Nacional de
Mobilização Social
PE
COEP - PE
Projeto Água de Beber
no semi-árido pernambucano
Rede Nacional de
Mobilização Social
COEP - PI
PI
Desenvolvimento comunitário
no semi-árido do Piauí
O Projeto Água de Beber, do COEP-PE, visa dar
suporte estrutural à população rural do semiárido pernambucano, com a construção de cisternas destinadas à captação de água da chuva
para consumo humano e o desenvolvimento de
um conjunto de ações destinadas a dar
sustentabilidade econômica, social e familiar aos
moradores. A expectativa é de que esta iniciativa seja um desencadeador de várias outras intervenções nas comunidades beneficiadas, possibilitando a geração de emprego e renda, agricultura familiar, educação, qualificação profissional,
saúde e preservação do meio ambiente.
O COEP-PI escolheu o município de Anísio de
Abreu, situado no semi-árido piauiense, para a
implantação de um projeto de desenvolvimento
comunitário. Para fazer o diagnóstico da localidade e definir as prioridades da atuação do Comitê foi realizada uma pesquisa no local. O questionário elaborado contempla dados relacionados
ao número de famílias existentes no município, o
grau de escolaridade de seus componentes, número de filhos, renda familiar, pontos fracos e fortes da comunidade entre outros.
Presidente do Conselho – Ronaldo José Gouvea Roggini
Secretário Executivo – Selda Maria Cabral da Silva
Presidente do Conselho – Maria Pinheiro Fernandes Corrêa
Secretário Executivo – Maria das Graças Teixeira de Lira
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Rede Nacional de
Mobilização Social
Rede Nacional de
Mobilização Social
RJ
RN
COEP - RJ
Oficinas de reciclagem
ajudam a preservar
meio ambiente
Comunidade de baixa
renda ganha projeto social
O COEP Rio de Janeiro constituiu uma comissão
para executar o processo de escolha de uma comunidade de baixa renda na qual o Comitê implantará um projeto de desenvolvimento comunitário. A comunidade selecionada é a de
Tubiacanga, na Ilha do Governador. A escolha foi
feita com base em doze critérios, definidos em reuniões plenárias pelos representantes técnicos das
entidades associadas. Esses critérios incluem, por
exemplo, a existência de escola e posto de saúde e
o nível de dificuldade para acesso à comunidade.
O COEP-RN, em parceria com outras organizações, realizou uma oficina de reciclagem com
mães e jovens do Projeto Retiro no Município de
Macaíba, em Natal. Na oficina foram transmitidos conhecimentos de preservação do meio ambiente e confeccionadas lancheiras com material reciclável, que serão recheadas com balas e
doces e distribuídas às crianças envolvidas no
projeto, no dia das crianças.
Presidente do Conselho – Durvalino Francisco Bernardo
Secretário Executivo – Mariédes dos Santos Guimarães
Presidente do Conselho – João Luiz Hanriot Selasco
Secretário Executivo – Henriette Mariacy Krutman
Rede Nacional de
Mobilização Social
RS
COEP -RN
Rede Nacional de
Mobilização Social
RO
COEP - RS
Cooperativa muda vida de
costureiras de Porto Alegre
COEP -RO
Municipalização do
COEP começa em Rondônia
Em 1996, sem perspectivas de obter rendimentos,
35 mulheres costureiras da Vila Nossa Senhora
Aparecida, em Porto Alegre, uniram-se para criar
a Cooperativa de Costureiras Unidas Venceremos
- Univens. Com o apoio do COEP em pareceria
com outras organizações, foi viabilizada a aquisição de novas máquinas de costura e serigrafia para
ampliação da produção. Hoje, além de roupas, a
Univens comercializa uma multimistura utilizada
na alimentação de crianças desnutridas da Vila
e, recentemente, montou uma panificadora, também com o apoio da Oficina Social do COEP.
O COEP Rondônia foi o precursor na instalação
dos COEP municipais. No dia 17 de junho o COEPRO deu o passo inicial na municipalização dos Comitês, criando o COEP Ji-Paraná e, no dia 15 de
agosto, foi instalado o Comitê no município de Ouro
Preto d’ Oeste. Essa iniciativa é muito importante
para o crescimento do COEP estadual e fortalecimento da rede. A proposta é levar a experiência do
COEP estadual para os municípios; como os dois
COEP municipais são muito próximos geograficamente, a idéia inicial é que um fortaleça o outro.
Presidente do Conselho – Olavo Nienow
Secretário Executivo – Maria Helena Cruz Magalhães
Presidente do Conselho – Mário Luis Teza
Secretário Executivo – Dalmira Cristina Lopes
10
Rede Nacional de
Mobilização Social
Rede Nacional de
Mobilização Social
SC
SP
COEP -SC
COEP SP
Alternativa para portadores
de necessidades especiais
Conferência abre espaço
para trabalho do COEP
A Cooperativa de Trabalho A Trama da Arte
(Tramart), criada com apoio do COEP Nacional e
do COEP-SP, produz e comercializa diversos produtos artesanais, utilizando técnicas de mosaico e
tecelagem manual. Apesar da grande concorrência existente no ramo de artesanato, as vendas são
estimuladas pela prática de preços competitivos e,
principalmente, pela criatividade e qualidade dos
produtos. O artesanato é comercializado nas feiras
de arte, mas para viabilizar o sustento dos cooperados e o crescimento do negócio, a Tramart tem buscado incessantemente novas formas de divulgação,
como a participação em exposições.
O COEP-SC foi uma das organizações participantes da mesa redonda “Fome de quê”, durante a II
Conferência de Responsabilidade Social e Desenvolvimento Sustentável do Estado de Santa
Catarina, que foi realizada no Hotel Parthenon
Printz, em Joinville, de 10 a 12 de setembro. O
COEP teve um espaço no evento para expor seus
produtos e as atividades que vem desenvolvendo
no combate à fome e pela promoção da cidadania.
Presidente do Conselho – João Paulo Lajus Strapazzon
Secretário Executivo – Jorge Osvaldo Néris Pereira
Presidente do Conselho – Francisco Prado de Oliveira Ribeiro
Secretário Executivo – Jairo de Oliveira Sérgio
Rede Nacional de
Mobilização Social
SE
Rede Nacional de
Mobilização Social
COEP - SE
TO
Comunidade Pantanal
é atendida por
iniciativa social
Oficina treina
educadores sociais
O COEP-SE escolheu a comunidade Pantanal
para a elaboração de um projeto de desenvolvimento comunitário. A comunidade, que tem
aproximadamente 350 famílias, está localizada no
Distrito Industrial de Aracaju, às margens do Rio
Poxim. Na Semana Nacional de Mobilização pela
Vida, o COEP-SE desenvolveu o Ação Comunitária Local, com corte de cabelo, medição de
pressão arterial, distribuição de informativos sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST),
além de atividades de recreação e pintura.
Os representantes das entidades associadas ao
COEP Tocantins participaram, nos dias 21 e 22
de agosto, de uma oficina de capacitação chamada “Pão e Beleza”, promovida pelo Banco do Brasil, uma das empresas associadas ao Comitê. A proposta foi orientar funcionários das entidades sobre questões como voluntariado e treinar educadores sociais para trabalhar em comunidades de
baixa renda. A oficina, com carga horária de 16
horas, foi realizada em sala cedida pelo Sebrae
Tocantins.
Presidente do Conselho – Milson Leite Barreto Filho
Secretário Executivo – Zoranilde Oliveira de Paula
Presidente do Conselho – Clarice do Prado Paim
Secretário Executivo – Silvana Reis Alencar de Almeida
11
COEP - TO
Coep reafirma
compromisso
com a inclusão
social
Ao somarem forças ao programa nacional que aponta o combate
à fome como prioridade do país, o Comitê de Entidades no
Combate à Fome e pela Vida – COEP e suas associadas
reafirmaram de maneira inequívoca o compromisso de
trabalhar em conjunto pela inclusão social. É com esta
perspectiva que cidadãos, empresas, governos e organizações
vêm investindo na proposta de reduzir desigualdades.
Há dez anos atuando nessa luta em total sintonia com os
programas que vêm sendo implantados pelo governo atual, O
COEP tem identificado possibilidades de integração das ações
previstas pelas diferentes entidades e articulado as parcerias
necessárias. Ao buscar a complementariedade das ações
promove a troca de experiências e a reunião de esforços,
ampliando o impacto dos resultados e os benefícios alcançados.
Foi com esta bagagem que o COEP consolidou em documentos
inéditos entitulados O COEP no mutirão contra a fome mobilização de apoio ao Fome Zero: primeiras propostas e
Propostas de Apoio ao Programa Primeiro Emprego, entregues ao
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao Ministro do Trabalho e
Emprego Jacques Wagner, os projetos de suas entidades
associadas e dos COEP estaduais que já integram o Mutirão
Nacional Contra a Fome.
“Ao buscar a
complementariedade das
ações, o COEP promove a
troca de experiências e a
reunião de esforços,
ampliando o impacto dos
resultados e os benefícios
alcançados”.
Destaca-se, ainda, como importante e inédita iniciativa de
apoio ao Fome Zero, a ampliação do serviço do Banco de Projetos na Área Social – Mobilização, do COEP, aberto para toda a
sociedade e incorporando as áreas de atuação prioritárias do
Programa Fome Zero. A proposta de divulgar um número maior
de idéias e práticas na área social, mostrando o que pode ser
feito e como fazer, busca contribuir para que novas ações voltadas para a redução das desigualdades sociais possam ser desenvolvidas Brasil afora.
12
Interlocução com o novo governo aponta
alternativas concretas de combate à fome
COEP articula as
parcerias necessárias
para implementação de
iniciativas e projetos,
num esforço coletivo de
colocar o combate à
fome como prioridade
nacional.
O COEP, desde sua criação, atua
em permanente processo de
mobilização de suas associadas. Esta
mesma estratégia está sendo utilizada agora para mobilizar o apoio ao
Programa Fome Zero. A apresentação de propostas concretas e viáveis
iniciou uma parceria que vem dando origem a muitas outras iniciativas conjuntas.
Nos primeiros meses de 2003, o
COEP ampliou o processo de
mobilização de suas associadas,
promovendo, em março, reunião
do Conselho Deliberativo Nacional, com a presença do Assessor
Especial do Presidente da República, Frei Betto, do fundador e
Presidente de Honra do COEP,
Professor Luiz Pinguelli Rosa e de
dirigentes de quase a totalidade
das entidades associadas ao COEP
Nacional, Presidentes dos Conselhos Deliberativos e Secretários
Executivos dos 26 COEP estaduais,
representantes técnicos das associadas e convidados.
No encontro, o COEP lançou o
desafio para que se efetivasse o
apoio ao Programa Fome Zero através da elaboração de um conjunto
de propostas de ações. Para incentivar esse engajamento, fundamentado na experiência acumulada das
empresas associadas, o Presidente do
COEP Nacional, André Spitz, apresentou como sugestão um elenco
de iniciativas que poderiam ser
implementadas pelas entidades.
Com a aprovação dos participantes, foi estabelecido um compromisso
coletivo: a primeira quinzena de
abril seria o prazo limite para que as
associadas enviassem suas propostas
para a Secretaria Executiva do
COEP Nacional, que assumiu a responsabilidade de consolidar os planos, segundo as áreas prioritárias do
Programa Fome Zero. O conjunto
das iniciativas/projetos a serem
implementados seria encaminhado
ao Presidente da República, a Frei
Betto e ao Ministro da Segurança
Alimentar, José Graziano da Silva.
Foi proposto, ainda, que o Serpro
apoiasse a iniciativa do COEP no
desenvolvimento de um Portal da
Cidadania, na Internet, com informações sobre os benefícios, direitos
e oportunidades do cidadão. Para
democratizar o acesso a essas informações, cabe ao COEP articular
suas associadas para que
disponibilizem este banco de dados
à população de baixa renda, através de quiosques instalados nos seus
espaços físicos. Considerando a
grande capilaridade das entidades
associadas, esta iniciativa se constitui em mais uma importante contribuição do COEP para a promoção da cidadania.
Após a reunião, Frei Betto não só
parabenizou a intensa mobilização
promovida pelo COEP, reiterando
sua expectativa quanto aos Planos
de Ação das associadas, como confirmou seu interesse em agendar
uma reunião com o Presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e com o Ministro José Graziano da Silva, convidando os dirigentes das entidades
associadas para a entrega do documento consolidado pelo COEP de
apoio ao Programa Fome Zero.
Reunião do Conselho Deliberativo, na Sede de
Furnas, deflagra Mutirão Nacional contra a Fome.
13
Reunião
decisiva
entusiasma
presidente
“Tenho certeza de que
a próxima reunião
já será para
comemorarmos os
resultados obtidos”.
Luiz Inácio Lula da Silva
O encontro das associadas ao
COEP Nacional com o Presidente
Luiz Inácio Lula da Silva para entrega das Propostas de Ação de
Apoio ao Programa Fome Zero, com
a participação de 37 dirigentes,
constituiu-se em uma importante
oportunidade para consolidar o
compromisso da rede com a promoção do bem público.
Entusiasmado com o trabalho
desenvolvido pelo COEP, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
afirmou que estava ainda mais otimista depois de receber as propostas de 39 entidades associadas ao
COEP Nacional e dos 26 COEP
estaduais. Disse, também, que queria que os dirigentes ali presentes
levassem para suas entidades a
mensagem de que em seu governo
“a prioridade ao combate à fome é
mesmo para valer”. O Presidente
concluiu reafirmando otimista: “tenho certeza de que a próxima reunião já será para comemorarmos os
resultados obtidos”.
“A diversidade das iniciativas
apresentadas e a experiência do
Reunião do COEP com
o Presidente da República
14
COEP na articulação de parcerias
possibilitarão a ampliação dos resultados a serem alcançados e confirmarão, mais uma vez, o alcance
de um trabalho em rede”, ressaltou André Spitz, Presidente do
COEP Nacional, ao parabenizar a
rede pelo compromisso, competência e capacidade de mobilização.
“Tudo isso, lembrou Sptiz, só foi
possível devido ao empenho e a
empolgação de todos. O COEP
demonstrou que sua força é resultado de um trabalho conjunto,
onde predominam a cooperação e
a complementariedade das ações”.
Extremamente positiva para o
COEP e para a sociedade brasileira, a reunião obteve significativa
repercussão em diversos segmentos.
Reconhecendo a importância da
mobilização da rede, os Assessores
Especiais da Presidência da República, Frei Betto e Oded Grajew,
encaminharam carta ao COEP lembrando que, no encontro, “ficaram
marcadas as palavras do Presidente Lula de reconhecimento pela
mobilização realizada pelo COEP.”
Entrevista
De que maneira a rede COEP vem contribuindo para a consolidação do Programa Fome Zero?
O Fome Zero é um grande programa social que atua em muitas vertentes. Não é um
programa do governo nem um programa da sociedade, é de ambos. É o interesse
público mobilizando governo e sociedade para zerar as carências sociais do país. Estamos
falando de carências grandes demais, acumuladas durante séculos. Por isso, esta tarefa exige a participação de todos, da sociedade brasileira em seu conjunto, atuando em
parceria ou cada um separadamente. Neste sentido, estamos utilizando todos os recursos disponíveis para superarmos este quadro de carências. Promovendo parcerias e
reunindo recursos tecnológicos, humanos, operacionais, de conhecimento, comunicação e mobilização, entre tantos outros. O COEP dispõe de todos esses recursos. O
COEP reúne quantidade, qualidade, grande visibilidade e a capacidade de chegar a
uma boa parte das casas brasileiras, além da grande extensão geográfica que as entidades que integram o COEP abrangem. E são experiências bem sucedidas, que geram
exemplos e se multiplicam.
O que vem mudando no cenário nacional em termos de responsabilidade social corporativa?
Oded Grajew
Assessor Especial da
Presidência da República
“Responsabilidade
social, hoje, é uma
forma de gestão”.
Várias etapas estão sendo percorridas. No início, as empresas encaravam como responsabilidade social o fato de gerarem empregos e pagarem impostos. Depois veio o exercício da
filantropia, a doação. Na prática, responsabilidade social não existia. Hoje há um outro
quadro e responsabilidade social transforma-se em uma forma de gestão. Responsabilidade
social é gerir a empresa levando em conta princípios e valores, funcionários, fornecedores,
consumidores, governo, acionistas e todos os públicos afetados com os problemas que
envolvem a empresa. E não basta agir de forma ética. Mais do que isso, é fundamental que
as empresas não deixem de fazer o que podem fazer em termos da utilização dos recursos
que dispõem para implementar políticas públicas que venham a melhorar a vida de toda a
comunidade e do país. O que está se construindo é uma nova cultura.
Qual o papel do voluntariado neste novo contexto?
As organizações e empresas quando falam em responsabilidade social, em geral, estão
falando de boa parte de suas ações feitas de forma voluntária, não obrigatória. Na
medida em que vão se tornando mais socialmente responsáveis registram um retorno
imediato dos funcionários e melhores resultados. Desta forma, unem o útil ao agradável.
Cresce entre os funcionários a percepção da democracia participativa com os atos de
cidadania que se sucedem em ações de interesse tanto do funcionário quanto da comunidade. Isso ocorre em todos os grandes movimentos nacionais e internacionais, que
começam com ações voluntárias, crescem e se institucionalizam. Inúmeros são os exemplos. A abolição da escravatura começou assim, com ações de cidadania voluntárias que
foram crescendo em um movimento nacional, assim como outros mais recentes como as
Diretas Já, a Ética na Política, o Impeachment de Collor e tantos outros. Todos começaram com ações de cidadania, com cada um assumindo seu papel na sociedade até a
consolidação como um movimento transformador.
A sociedade, em seu conjunto, vem contribuindo?
Ao contrário do que muitos pensam, o Fome Zero não é um programa de distribuição de
alimentos. No seu âmbito estão incluídos o trabalho, a geração de renda, a agricultura
familiar e todas as esferas que nos permitam zerar as carências históricas do povo brasileiro. De uma maneira geral, por mais que as empresas estejam estimulando o voluntariado,
não temos dúvida que há muito mais a fazer. A proposta é utilizar todos os recursos
disponíveis num movimento nacional. Estamos muito aquém do limite. Proponho a
todos uma reflexão. Se pararmos para pensar veremos que mal começamos.
17
Entrevista
Quais são os maiores desafios a serem vencidos para que as metas estabelecidas pelo
Programa Fome Zero sejam atingidas?
O maior desafio é fazer com que a sociedade e o poder público compreendam o programa Fome Zero. Estamos fazendo algo totalmente inovador e sem precedentes. As pessoas não entendem o Programa com muita facilidade porque se trata de uma questão
complexa, que quebra paradigmas e coloca um novo modelo de desenvolvimento no
centro dos debates. Na minha opinião, essa incompreensão já está diminuindo porque os
resultados do Fome Zero já estão aparecendo. Não se espante se, por exemplo, em
pequenos municípios do semi-árido a mortalidade infantil começar a ficar próxima de
zero. Aí todos vão entender que estamos falando de algo novo e diferente, porque
tratamos o problema da miséria de maneira mais adequada ao atacarmos as causas
estruturais da pobreza.
O Programa Fome Zero contempla ações emergenciais e estruturais. Como essas ações
estão sendo articuladas?
José Graziano da Silva
Ministro Extraordinário da
Segurança Alimentar
“Sem precedentes,
Fome Zero quebra
paradigmas”.
O primeiro passo foi estruturar as ações emergenciais e já estamos atendendo a vários
segmentos sociais que não têm acesso a uma alimentação digna. O Ministério de Segurança Alimentar e Combate à Fome (MESA) distribui, em caráter emergencial, cestas
básicas para grupos específicos, como por exemplo, os acampados que aguardam acesso
à Reforma Agrária, as comunidades indígenas e os quilombolas. Começamos a articular
com vários ministérios algumas das principais ações estruturais. Em Guaribas e Acauã
alfabetizamos quase 600 jovens e adultos. Em parceria com o Ministério da Educação
outros 193 municípios começam a receber cursos de alfabetização a partir de setembro.
Garantimos parte dos recursos para a construção de cisternas em toda a região semi-árida
pela Articulação do Semi-Árido (ASA). Em conjunto com o MEC garantimos os recursos para o aumento da merenda escolar na pré-escola de R$ 0,06 para R$ 0,13 por dia.
Além disso, as creches, que nunca foram atendidas pelos governos anteriores, passaram
a contar com recursos do MESA para a merenda escolar. Vamos atender 17,6 mil creches
e 881 mil alunos.
Como se desenvolve o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar?
Várias ações de apoio à agricultura familiar estão sendo implementadas. A compra
direta da agricultura familiar já está avançando. Estão previstas três ações: compra de
produtos para a reposição de estoques de segurança alimentar, compra local de alimentos, que é feita diretamente de associações e/ou cooperativas de agricultores familiares
para ser distribuída a programas municipais de segurança alimentar (merenda escolar,
creches, hospitais, restaurantes populares e entidades assistenciais) e o programa do leite,
que tem o objetivo de fortalecer a produção do leite dos pequenos produtores que
ordenham até 50 litros diários. Os bancos de alimentos das grandes cidades já são uma
realidade e as ações de microcrédito estão começando a deslanchar. O Programa Fome
Zero proporciona a articulação entre os ministérios e a transversalidade das ações com o
objetivo de ordenar um conjunto de políticas para quem mais precisa: as famílias pobres.
Quais as perspectivas a médio e longo prazo?
Em médio prazo vamos consolidar um efetivo programa de garantia de acesso à alimentação para as famílias pobres. Ações nesse sentido estão sendo desenvolvidas desde o
primeiro dia de existência do MESA. Em longo prazo, vamos consolidar as políticas
estruturais, que vão permitir que as famílias independam de cestas básicas e da ajuda do
governo para a sobrevivência. O que nós queremos mesmo é que nenhum brasileiro
tenha fome e que todos consigam se alimentar pelo menos três vezes ao dia. Esse é o
nosso compromisso e a nossa luta está sendo direcionada para cumprir esse objetivo.
18
Cartilha do Fome
Zero dá destaque à
parceria com COEP
Da esquerda para direita: Frei Betto,
presidente Lula, primeira-dama
Marisa Letícia, Ministro Graziano e
o presidente do COEP, André Spitz.
“A força do COEP é
resultado de um
trabalho conjunto,
onde predominam a
cooperação e a
complementariedade
das ações.”
André Spitz
Presidente do COEP
Banco de Propostas
As sugestões de iniciativas
apresentadas pelas entidades associadas ao COEP em
apoio ao Programa Fome
Zero e ao Programa Primeiro
Emprego estão disponíveis
no Banco de Propostas
(www.coepbrasil.org.br).
A expectativa do Coep Nacional é que a divulgação de um
número maior de idéias e práticas na área social, mostrando o que pode ser feito e como
fazer, venha a contribuir para
que a sociedade brasileira desenvolva cada vez mais ações
voltadas para a redução das
desigualdades sociais.
A segunda edição da cartilha “Programa Fome Zero – como participar”, escrita por Frei Betto, assessor
especial do Presidente da República, destaca, como uma das iniciativas do COEP em apoio ao Programa Fome Zero, a parceria firmada
no Banco de Projetos Mobilização.
Por meio desse acordo, o COEP
abriu sua base de dados para que
toda a sociedade possa encaminhar
projetos sociais, além de ter facilitado a pesquisa de iniciativas bem
sucedidas em diversas áreas.
O Banco de Projetos Mobilização
(www.coepbrasil.org.br) serve de
subsídio para aqueles que desejam
planejar ações de combate à fome
e à miséria. É possível encontrar
muitos projetos, iniciativas e sugestões de ações, alguns dos quais já
estão dando frutos, o que os habilita a serem replicados por outros grupos ou em outras regiões.
Ao longo da publicação, Frei Betto
reforça a idéia de que o mais importante para o Fome Zero não é
arrecadar alimentos, mas criar condições para que os beneficiários venham a se tornar cidadãos conscientes de seus direitos e deveres e
passem a produzir renda.
EXPO FOME ZERO
Brasil Socialmente Responsável
É a grande oportunidade de integrar as organizações engajadas no
Programa Fome Zero e mostrar as iniciativas que vêm desenvolvendo.
Apoiado pelo COEP, o evento é um espaço para a afirmação da responsabilidade
social e um forte estímulo para que muitas outras entidades contribuam com o Programa.
PARTICIPE!
Data: 10 a 13 de fevereiro de 2004 • Local: Expo Center Norte – São Paulo, SP
Reserva de local para exposição: Ana Passoni, telefone: (11) 4191-8188
e-mail: [email protected]
15
Entrevista
Quais as principais conquistas do Programa Fome Zero até o momento?
Para combater a fome e garantir segurança alimentar é necessário atacar as causas
estruturais da pobreza. Isso requer um outro modelo de desenvolvimento, que crie condições para a superação da miséria. É aí que entra o Programa Fome Zero, criando e
apoiando ações que façam com que as comunidades tenham condições de encontrar
seus próprios meios de inserção social. O Programa é composto por um conjunto de ações
que estão sendo implementadas gradativamente pelo Governo Federal. O objetivo é
promover medidas para garantir segurança alimentar e nutricional a todos brasileiros. As
iniciativas envolvem vários ministérios, as três esferas de governo (federal, estadual e
municipal) e a sociedade civil. Garantir segurança alimentar e nutricional à população
significa proporcionar a todos os cidadãos e cidadãs o acesso a uma alimentação digna
com regularidade, qualidade e quantidade suficientes. O Ministério Extraordinário de
Segurança Alimentar e Combate à Fome (MESA), ligado diretamente à Presidência da
República, foi criado em janeiro deste ano para articular e implementar as várias ações
previstas no Programa Fome Zero.
Frei Betto
Assessor Especial do
Presidente da República
“Sem a sociedade
mobilizada o Fome
Zero não terá êxito”.
Como o governo operacionaliza um Programa com esta dimensão?
O governo desenvolve uma série de ações integradas para combater a fome e a pobreza,
divididas entre políticas específicas, estruturais e locais. Uma das primeiras ações do
Fome Zero foi a implantação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
(Consea), expressão máxima no combate à fome, promovendo a necessária participação
ativa da sociedade civil na formulação, execução e acompanhamento de uma Política
de Segurança Alimentar e Nutricional. O Consea assessora o presidente da República
traçando as diretrizes para que o país garanta o direito humano à alimentação. Já foram
instalados 19 Consea estaduais e 40 municipais.
Como se traduz, na prática, as políticas específicas, estruturais e locais?
As Políticas Específicas são implantadas para enfrentar, em caráter emergencial, situações de insegurança alimentar de segmentos da sociedade com dificuldade de acesso
aos alimentos por restrição de renda. As Políticas Estruturais são voltadas para combater
as causas mais profundas da fome e da pobreza, em parceria com estados e municípios.
Finalmente, as Políticas Locais, podem ser adotadas por prefeituras e pela sociedade civil,
nas regiões metropolitanas, nas pequenas e médias cidades e nas áreas rurais. Vários
municípios brasileiros estão adotando políticas locais como a construção de restaurantes
populares, bancos de alimentos, construção de feiras dos produtores, assistência técnica
para aumentar a produção familiar, e obras de infra-estrutura, entre outros.
A partir da parceria do COEP com o Programa Fome Zero, como o senhor vê a
mobilização das associadas ao COEP para se engajarem nessa luta?
O COEP tem tido uma atuação exemplar no Fome Zero. Em abril, o Presidente Lula
recebeu, via COEP, um dossiê com a programação de quase todas as entidades associadas ao Comitê como parceiras do Fome Zero nos próximos quatro anos. Estamos preparando um grande evento em outubro, entre os dias 9 e 19, para mostrar tudo o que o
Fome Zero já fez. O COEP terá papel importante no evento.
Maiores informações, acessar
os sites www.fomezero.gov.br e
www.presidencia.gov.br/mesa ou ligar,
gratuitamente, para 0800 707 2003.
Qual a importância da mobilização da sociedade para a erradicação da fome no país?
Sem a sociedade mobilizada o Fome Zero não terá êxito. É cada vez maior o número de
empresas, escolas, religiões etc participando do combate à fome.
16
A luta pelo
primeiro
emprego
Encontro no Ministério
do Trabalho desenvolve
pauta que contribuirá
para a melhoria da
qualidade de vida de
milhares de jovens
brasileiros.
O esforço conjunto das entidades associadas ao COEP para contribuir com questão tão vital para a
sociedade brasileira quanto o combate à fome, deflagrou imediatamente uma série de movimentos paralelos. A perspectiva do COEP,
mais uma vez, é de buscar reforçar,
na dimensão que ora se coloca, o
compromisso de mobilizar a sociedade na luta contra a exclusão econômica e social.
Em 15 de maio de 2003, no Ministério do Trabalho, reunião sobre
o Programa do Primeiro Emprego
contou com a presença do Secretário de Políticas Públicas de Emprego, Remígio Todeschini, do Assessor
Especial da Presidência da República, Oded Grajew e do prof. Antônio
Almerico Biondi Lima e com maciça participação das entidades associadas ao COEP Nacional. A reunião foi aberta pelo Presidente do
COEP, André Spitz, que ressaltou a
importância da mobilização alcançada
em torno do Programa Fome Zero,
enfatizou que um dos focos principais do COEP tem sido a qualificação de jovens e projetos de geração
de trabalho e renda também para
essa faixa etária.
Oded Grajew, co-responsável
pela convocação da reunião, em
esclarecedora análise da necessidade do envolvimento de toda a socie-
19
dade na mobilização pelo incremento de oportunidades para a juventude brasileira, também fez referência
à importância da mobilização do
COEP em torno do Programa do Primeiro Emprego, tendo em vista a
grande representatividade das entidades associadas e sua capilaridade.
Oded Grajew ressaltou, ainda,
sua expectativa de que a mobilização
do COEP venha se tornar uma referência para os demais segmentos da
sociedade. Remígio Todeschini apresentou a proposta do Programa e solicitou o empenho de todas as entidades associadas ao COEP na sua
implementação e disseminação.
O encontro permitiu, ainda, que
representantes das associadas buscassem esclarecimentos necessários
e informações adicionais, listando
dificuldades e apresentando sugestões para a implementação do programa. A partir destas contribuições, o Presidente do COEP propôs
que, similarmente ao que foi feito
pelo COEP no apoio ao Fome Zero,
cada entidade associada ao COEP
Nacional fizesse uma proposta de
apoio ao Primeiro Emprego. A consolidação das propostas em um único documento do COEP significa
mais que uma contribuição para o
Programa Primeiro Emprego – a expectativa é transformar o documento em uma referência para o país.
A juventude
é prioridade
para o COEP
O COEP contribui para a
integração na sociedade do
jovem de família de baixa
renda, oferecendo um
projeto de vida mais digno,
que possa contemplar suas
expectativas com relação
ao seu futuro e ao futuro de
sua comunidade.
Como resultado dessa mobilização,
no dia 25 de junho, em solenidade no
Ministério do Trabalho, foi entregue ao
Ministro Jacques Wagner um documento com as propostas de apoio ao Programa Primeiro Emprego elaboradas pelas
seguintes associadas ao COEP: Acerp –
Associação de Comunicação Educativa
Roquette Pinto; Banco Central do Brasil; Banco do Brasil; Banco do Nordeste do Brasil; Basa - Banco
da Amazônia; Caixa - Caixa Econômica Federal;
Cepel – Centro de
Pesquisa de Energia Elétrica; Ceplac –
Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira; CGTEE – Companhia
de Geração Térmica de Energia Elétrica; Chesf – Companhia Hidrelétrica do
São Francisco; CNPQ – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico; Codevasf – Companhia
de Desenvolvimento do Vale do São
Francisco; Companhia Vale do Rio
Doce; DNPE/MME – Departamento
Nacional de Política Energética/Ministério das Minas e Energia; Conab –
Companhia Nacional de Abastecimento; ECT – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos; Eletrobrás – Centrais
Elétricas Brasileiras; Eletronorte –
Centrais Elétricas do Norte do Brasil;
Eletronuclear
–
Eletrobrás
Termonuclear; Eletrosul– Empresa
Transmissora de Energia Elétrica do
Sul do Brasil; Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agrope-cuária;
Finep – Financiadora de Estudos e Projetos; Fiocruz – Fundação Oswaldo
Cruz; Funai – Fundação Nacional do Índio; Furnas – Furnas Centrais Elétricas; Incra – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária ; INT –
Instituto Nacional de Tecnologia; Ipea
– Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; Itaipu - Itaipu Binacional;
Lightpar – Light Participações e
Petrobras – Petróleo Brasileiro S. A.
Apresentando uma síntese contemplando as principais questões contidas
no documento, o Presidente do COEP,
André Spitz, registrou o engajamento
das associadas ao COEP, enfatizando
que a questão da juventude e a questão
do trabalho têm sido focos prioritários
da mobilização do COEP e de suas associadas desde 1993.
O Presidente do COEP destacou as
várias possibilidades de iniciativas que
articulem os dois programas, Primeiro
Emprego e Fome Zero, em
particular o apoio aos
jovens agentes comunitários para o desenvolvimento de
projetos de trabalho civil
voluntário
voltados
para comunidades de baixa renda.
André
20
Em destaque as várias
possibilidades de iniciativas
que articulam os dois
programas, Primeiro
Emprego e Fome Zero, em
particular o apoio aos jovens
agentes comunitários para o
desenvolvimento de projetos
de trabalho civil voluntário
voltados para comunidades
de baixa renda.
Spitz lembrou a Legislação da Aprendizagem - Lei Nº. 10.097, de 19/12/2000 que no seu artigo 429 determina que “os
estabelecimentos de qualquer natureza
são obrigados a empregar e matricular
nos cursos dos Serviços Nacionais de
Aprendizagem número de aprendizes
equivalente a 5%, no mínimo, e 15%,
no máximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional.”
Outro registro que mereceu destaque do Presidente do COEP diz repeito
ao necessário estudo de mecanismos
visando utilizar o poder de compra das
entidades associadas ao COEP para estimular as empresas fornecedoras de
bens e serviços a cumprirem a Lei da
Aprendizagem e implementarem a política do Emprego.
Além das associadas acima citadas
estavam presentes na reunião do Programa Primeiro Emprego, do Ministério do Trabalho e Emprego, as seguintes
entidades: BNDES – Banco Nacional
de Desenvolvimento Social; Embratel
- Empresa Brasileira de Telecomunicações; Fenabb – Federação Nacional das
Associações Atléticas Banco do Brasil;
FBB - Fundação Banco do Brasil; IBGE
– Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; Infraero – Empresa Brasileira de Infra Estrutura
Aeroportuária; INSS – Instituto Nacional de Seguro Social; Radiobrás – Empresa Brasileira de Comunicação;
Sebrae – Serviço de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas; Serpro – Serviço
Federal de Processamento de Dados.
Entrevista
Quais as principais diretrizes do Programa Primeiro Emprego?
Frente ao grande índice de desemprego entre os jovens de 16 a 24 anos, cerca de
47% do total de desempregados no país, o governo federal lançou no último dia
30 de junho o Programa Primeiro Emprego. É preciso dar alento e esperança
para a nossa juventude, a fim de que não seja presa fácil da violência e da
criminalidade. O Programa é dirigido aos jovens de baixa renda e baixa escolaridade. A melhor política de inclusão social é justamente o emprego.
Quais as linhas básicas do Programa?
Remígio Todeschini
Secretário de Políticas
Públicas de Emprego
“A melhor política
de inclusão social
é o emprego”.
A primeira é a inserção do jovem no mercado de trabalho. Pode ocorrer mediante incentivo às empresas: durante 6 meses de R$ 200,00 para as pequenas e
de R$ 100,00, durante o mesmo período para as demais. As empresas que aderirem ao programa deverão manter o jovem na escola, ou fazer com que retome
o ensino fundamental ou médio, e manter o quadro de pessoal existente, para
que não haja a substituição de trabalhadores mais velhos durante 12 meses.
Ocorre, ainda, mediante programas de responsabilidade social sem incentivos
e através do estímulo aos jovens para que tenham o seu primeiro negócio ou
cooperativa (empreendedorismo). A segunda é a da preparação para o primeiro
emprego, que teve diversas adesões das empresas estatais e tem quatro modalidades. A 1ª modalidade é da qualificação profissional, a segunda é de cumprimento da legislação sobre a aprendizagem, a terceira é o estágio e a quarta é o
trabalho comunitário, principalmente para aqueles jovens que tenham maior
dificuldade de inserção, como os saídos do sistema prisional ou de medidas
sócio-educativas ( FEBEM). A terceira linha do Programa é de incentivo à
participação social, através de Conferências Regionais, Comissões de Emprego Estaduais e Municipais e a formação de Consórcio Sociais para inserção dos
jovens no trabalho comunitário (também combinado com o Programa Fome
Zero).
Como tem sido a resposta das empresas a essa convocação do governo?
Na linha de responsabilidade social, o setor privado inicialmente se comprometeu com 6 mil novos empregos independente de incentivos. As empresas
vinculadas ao COEP, ofereceram vagas de aprendizagem e estágio a 10 mil
jovens e na modalidade de qualificação a previsão é de 100 mil jovens. O Ministro Jacques Wagner está fazendo uma peregrinação no país para sensibilizar
ainda mais as empresas. Entre as empresas estatais podemos, sem dúvida, ampliar os números acima registrados.
Quais as metas do Primeiro Emprego a médio e longo prazos?
Inicialmente, para o período de um ano, temos a meta de 250 mil novos empregos com incentivo. Até o final de 2004 pretendemos qualificar 500 mil jovens,
ampliar a aprendizagem para mais 200 mil, atingir 50 mil jovens para o trabalho comunitário, 30 mil para o estímulo ao empreendedorismo e sensibilizar as
empresas para mais 30 mil vagas de responsabilidade social (empregos diretos)
, independente dos incentivos.
21
Entidades da
rede COEP
investem no
Brasil rumo ao
desenvolvimento
social e
econômico
A ampla mobilização das associadas da rede COEP,
deflagrada na Reunião do Conselho Deliberativo Nacional, em março, em Furnas, foi a grande resposta ao
desafio lançado para a concretização do apoio ao Programa Fome Zero. Um conjunto de propostas de ações já
em desenvolvimento e outras que viriam a ser
implementadas foi elaborado visando o combate à fome,
reunindo a extensa bagagem acumulada pelo COEP na
luta contra a fome e o desemprego.
Comemorando em 2003 dez anos de experiências bem
sucedidas nas áreas social e econômica, que vêm definindo o rumo de mudanças no quadro de misérias que
marca o cenário brasileiro, o COEP, através de suas
associadas em todo o país, sistematizou as ações a
serem executadas, atuando em total sinergia com as
diretrizes governamentais no sentido de reduzir as desigualdades e garantir a melhoria da qualidade de vida
para a população carente.
Publicamos a seguir os depoimentos dos dirigentes de 37
entidades associadas ao COEP, com um relato destas
ações – implementadas e em desenvolvimento – em
apoio aos Programas Fome Zero e Primeiro Emprego.
ACERP
As diversas campanhas de combate à fome, que se desenvolvem no nosso país desde 1993, devem ter total apoio das empresas públicas
e privadas. Agora, com a implementação do Programa Fome Zero, esta questão ganha uma dimensão institucional. A ACERP, como
empresa participante do COEP, já vem desenvolvendo, este ano, várias iniciativas em apoio ao programa. Durante a “Semana de
Valorização da Vida”, em agosto, coletamos alimentos entre os funcionários e colaboradores, arrecadando mais de 3 toneladas, cedidos
à ONG Ação da Cidadania. Nossa grade de programação, tanto da TVE, quanto da Rádio MEC, que já vinha sistematicamente
abrindo espaços para abordagem dessa temática, dedicou vários de seus programas ao tema, na mesma semana (Sem Censura, Edição
Nacional, Olhar 2003, e Comentário Geral). Realizamos, ainda, um evento interno, voltado para a conscientização dos nossos funcionários, tendo sido organizado um grupo de voluntários que se dispõe a dar continuidade a outras iniciativas.
Elysabeth Carmona Leite - presidente
22
BANCO CENTRAL
Quando assumi a Presidência do Banco Central e fui informado de que integrávamos o Conselho Deliberativo do COEP,
perguntei-me no primeiro momento: o que poderá o Banco Central fazer para ajudar o Fome Zero? Dessa inquietação,
que compartilhei com alguns de meus assessores mais próximos, surgiram algumas idéias que hoje norteiam as nossas
ações, no sentido de não mais sermos meros espectadores, mas atores do processo de inclusão social que vem sendo
implementado pelo Governo Lula e a sociedade. Instituí Comissão Executiva para implementar e supervisionar os
projetos desenvolvidos pelo Banco Central no âmbito do Programa Fome Zero e determinei a elaboração de projetos
que pudessem, de forma auto-sustentável, contribuir para a aceleração do processo de inclusão social.
Henrique Meirelles - presidente
BANCO DO BRASIL
O papel das empresas é o de investir no Brasil e continuar trilhando o caminho do crescimento econômico, da geração de emprego e
do apoio ao desenvolvimento social. No âmbito do Programa Fome Zero, o Banco do Brasil já desenvolveu 20 ações, das quais se
destacam a formação de 1.127 comitês de voluntários, que atendem cerca de três mil entidades em todo o País; a capacitação de 610
educadores sociais para atuar nos municípios priorizados pelo Fome Zero; a criação do Gerenciador de Recursos Sociais, sistema que
permite mapear o total de alimentos arrecadados pela empresa (mais de mil toneladas, em apenas quatro meses) e a realização de
diagnósticos de desenvolvimento micro-regional de áreas agrícolas. É desta forma que o BB reafirma, a cada dia, seu compromisso com
o futuro do País.
Cássio Casseb - presidente
BASA
No combate à fome, o Banco da Amazônia desenvolve diversas ações e apoia entidades que atuam contra a miséria, como o Projeto
Quinta Cultural, que já distribuiu cerca de 90 toneladas de alimentos a 15 mil pessoas, e os Projetos Renascer e Riacho Doce, que
oferecem complementação alimentar, capacitação profissional e atendimento médico-odontológico a 1.260 crianças e jovens pobres.
Agora, o Banco se prepara para lançar o Projeto Adolescente Aprendiz, destinado a jovens estudantes carentes, que receberão
formação profissional, com Carteira Profissional assinada e todos os direitos sociais, inclusive tíquete-alimentação. A previsão é atender,
até 2004, 465 adolescentes. Além disso, o BASA reserva 10% do seu Programa de Estágio para estudantes de baixa renda e, nas suas
operações de crédito, vem apoiando intensamente a agricultura familiar, já tendo atendido mais de 116 mil famílias, proporcionando
geração de emprego e renda.
Mâncio Lima Cordeiro - presidente
CAIXA
A Caixa transformou sua rede em postos de arrecadação de alimentos para o Mutirão contra a Fome, uma das ações do Programa Fome
Zero, já tendo arrecadado mais de 500 toneladas de alimentos. Em 24 de fevereiro lançou em toda a sua rede de agências, o CAIXA
FIF Fome Zero, um fundo de investimento para aplicadores que desejam ajudar na campanha do Governo. Este fundo tem, hoje,
patrimônio de R$ 40 milhões e, anualmente, serão repassados 2,5% anualmente do valor do Patrimônio do Fundo para o MESA. Além
disso, a Caixa também recebe doações para o Fome Zero em dinheiro. Em maio criou a conta Caixa Aqui, que já alcança a marca de
mais de 460 mil pessoas bancarizadas através de um modelo de conta corrente simplificada que não exige depósito mínimo, comprovante de renda ou avaliação cadastral. Tendo como público alvo os mais de 25 milhões de brasileiros que estão à margem do sistema
bancário, a conta não apresenta custos para o correntista que efetuar até quatro saques, quatro depósitos e quatro extratos mensais.
Jorge Mattoso - presidente
23
CEPEL
Considero imprescindível a atuação do mundo empresarial e de organizações da sociedade civil em favor da inclusão social em nosso
país. Iniciativas de inclusão social, se articuladas por redes que tenham como referencial as estratégias e políticas públicas do Programa
Fome Zero, como é o caso do COEP e de suas associadas, têm seu alcance e eficácia potencializados. O CEPEL está integrado às
estratégias do Programa Fome Zero e do COEP. Durante esse ano, o CEPEL tem fomentado as ações de voluntariado no combate à
fome, preparado jovens para o primeiro emprego, articulado parcerias para intervenções no distrito de menor índice de qualidade de
vida do município de Nova Iguaçu, RJ, além de disponibilizar o seu conhecimento tecnológico para projetos de inclusão elétrica.
Leslie Afrânio Terry - diretor-geral
CEPLAC
As empresas, organizações e sociedade em geral devem realizar papéis preponderantes de envolvimento e comprometimento em
responsabilidade social para o exercício da cidadania. A CEPLAC, com 46 anos de trabalho, mantém um modelo integrado de
fortalecimento e de estímulo às organizações sociais e produtivas, com pesquisa, extensão rural, assistência técnica na produção de
alimentos e, ainda, educação e ensino, na BA, AM, ES, MT, RO e PA. Suas ações mais relevantes de combate à pobreza e apoio a Fome
Zero, dentre outras foram: apoio tecnológico à produção de cacau e suas diversificações e em especial à agricultura familiar, nos
assentamentos do INCRA (5.200 famílias só no sul da Bahia); mobilização, em seus estados de atuação, de outras instituições, visando
o combate à fome; parcerias no primeiro emprego e, também, ampliação de 1200 para 1500 vagas para alunos em suas 5 Escolas Médias
de Agropecuária (EMARC´s), localizadas na BA e RO, incentivando a educação e saúde. Pretende agora apoiar no programa de
erradicação do analfabetismo. Suas ações geraram renda e emprego, um dos objetivos da CEPLAC.
Gustavo Costa de Moura - diretor
CGTEE
Cabe às empresas e organizações desenvolver iniciativas de responsabilidade social que estimulem a criação de novas oportunidades
de trabalho e renda, utilizando para isso terras sub-utilizadas e os bens inservíveis que possam de alguma maneira reduzir o sofrimento
dos mais necessitados e proporcionar acesso aos direitos fundamentais, como alimentação, educação, trabalho, moradia, cultura, entre
outros. Entre as ações da CGTEE para combate à pobreza e de apoio ao Programa Fome Zero, destacam-se o estímulo à produção de
tijolos a partir da cinza oriunda da geração de energia nas usinas, o incentivo ao projeto Canoagem na Escola que inclui socialmente
os jovens de famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social em Santa Maria, o apoio à prática esportiva por portadores de
deficiência visual junto à Associação dos Cegos do Rio Grande do Sul e a participação na Campanha do Agasalho. Combater a fome
é gerar novas possibilidades às pessoas para que sejam cidadãos plenos.
Júlio Quadros - presidente
CHESF
Num governo do povo e para o povo, toda iniciativa que tem por objetivo o bem comum exige o engajamento dos diferentes atores
sociais do Brasil. A participação das empresas, das organizações e da sociedade em geral no combate à fome não deve ser encarada
como resultado de uma convocação ou adesão e sim como cumprimento de uma obrigação ética. O Presidente Lula foi muito feliz ao
definir para o Fome Zero duas linhas de ações: emergenciais e estruturadoras. A Chesf intensificou, neste ano, o desenvolvimento e
apoio a ações emergenciais e deu início às estruturadoras. O Projeto, já em andamento, de Segurança Alimentar para 300 famílias de
comunidades rurais do semi- árido, nas vizinhanças da hidrelétrica de Xingó, é um dado de realidade como Ação Estruturadora na
qual prevalece a visão de “ensinar a pescar”.
Dilton da Conti Oliveira - diretor-presidente
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CNPQ
O CNPq desenvolve diversas ações ligadas à aplicação da ciência e tecnologia à área social, contribuindo para o desenvolvimento de
comunidades carentes e do setor produtivo rural. Esses programas estão relacionados ao combate à fome, apesar de não estarem
diretamente vinculados ao Programa Fome Zero: o Programa Básico de Engenharia de Alimentos, o Programa de Tecnologias
Apropriadas (PTA), e o Programa de Apoio Científico-Tecnológico aos Assentamentos da Reforma Agrária (PACTO). Além disso, o
CNPq apóia projetos de agricultura familiar e de incubadoras de empresas. Em 2003 deverá ser implantado, no âmbito do Programa
Fome Zero e em parceria com o COEP, um programa de apoio ao desenvolvimento de projetos sociais em universidades federais de
diversos estados brasileiros. Tal programa visa promover, com o conhecimento presente nas instituições acadêmicas, a cidadania e a
melhoria da qualidade de vida de populações de baixa renda, por meio do desenvolvimento da responsabilidade social das instituições
e da capacitação das populações locais com enfoque na resolução de problemas sociais, econômicos e ambientais, entre outros.
Erney Felício Plassmann de Camargo - presidente
CODEVASF
O desafio de erradicar a fome e garantir o direito básico de cidadania, que é a alimentação de qualidade, não deve ser encarado
apenas como um programa de governo. Além do envolvimento de todos os órgãos governamentais, é essencial o engajamento de toda
a sociedade civil. A CODEVASF é uma Companhia que promove ações que visam o desenvolvimento integrado e sustentável nos
Vales do São Francisco e do Parnaíba. Entre as principais ações que estão sendo realizadas neste ano, destacam-se: implantação de um
projeto-piloto para aproveitamento da matéria-prima que está sendo descartada em unidade industrial de processamento de pescado,
em Paulo Afonso-BA, a ser destinada à merenda escolar de 20 municípios dos 2 vales; elaboração do Plano de Ação para o Desenvolvimento para o Vale do Parnaíba (PLANAP); ações para colocar em produção as áreas inexploradas dos perímetros de irrigação, cerca
de 30 mil hectares; e o programa Jovem Empreendedor, com capacitação de jovens rurais nos dois vales.
Francisco Guedes Alcoforado Filho - presidente
CONAB
Dentre as ações desenvolvidas pela CONAB, de apoio ao Programa Fome Zero, está a Compra Direta da Agricultura Familiar. Discutido,
elaborado e formalizado este ano, o programa foi iniciado com a aquisição de produtos básicos para alimentação em diversos Estados, em
65 pólos de compras. De grande alcance social, esse Programa tem principalmente dois propósitos: o de assegurar ao produtor preços justos,
evitando as perdas ou prejuízos que normalmente são causados pelos atravessadores, uma vez que o agricultor familiar, face à pequena
escala de sua produção, não tem acesso aos mercados atacadistas; e a formação de estoques estratégicos que servirão para auxiliar no
abastecimento local em períodos de entressafra, seja para utilização em programas sociais dos governos, tanto federal quanto estadual e
municipal. A CONAB tem atuado como braço operacional do Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome.
Luís Carlos Guedes Pinto - presidente
COPPE
O engajamento na luta pela melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro deveria fazer parte da missão de todas as instituições
sérias deste país. A COPPE, por exemplo, conseguiu, ao longo de seus quarenta anos, aliar sua reconhecida excelência no ensino e na
pesquisa à uma atuação efetiva na solução de alguns dos graves problemas que têm afligido a sociedade brasileira. Dentre as várias
intervenções de marcado cunho social realizadas pela COPPE, principalmente aquelas relacionadas à geração de emprego e renda em
alguns estados brasileiros, é motivo de especial orgulho nossa pioneira Incubadora de Cooperativas Populares que, direta e indiretamente, tem atuado no combate ao desemprego que atinge nosso país. A Fundação COPPETEC deverá em breve viabilizar convênio para
incubação de cooperativas agrícolas no Norte Fluminense, o que permitirá à COPPE atuar, de modo mais direto, no combate à fome
e à miséria na zona rural. Temos a certeza estar no caminho certo.
Angela Uller - diretora
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CORREIOS
Cabe às empresas, organizações e à sociedade em geral promover iniciativas estruturais que visem a geração de emprego e renda, bem
como desenvolver ações em caráter emergencial para pessoas em estado de insegurança alimentar. Nesse sentido, os Correios vêm
desenvolvendo diversas ações de apoio ao Programa Fome Zero, cabendo destacar: a criação da Assessoria de Ações Sociais, diretamente subordinada à Presidência dos Correios, órgão encarregado de articular as ações sociais voltadas para o público externo à
empresa; a arrecadação, entre 2 de abril e 31 de julho, de 139.273 quilos de gêneros alimentícios, doados pela população e distribuídos
a 1.022 entidades cadastradas em todo o país; a organização de circuitos de apoio à distribuição das doações arrecadadas pela Caixa
Econômica Federal nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro; a implantação de agências do Banco Postal nas áreas prioritárias do
Programa Fome Zero, em face da possibilidade de ativação de fluxos econômicos nessas localidades.
Airton Dipp - presidente
DATAPREV
É de fundamental importância o engajamento de toda a sociedade brasileira no combate às desigualdades sociais. Dentro desse espírito, a
Dataprev mantém o Programa de Informática Cidadã coordenando, com o trabalho voluntário de seus empregados, uma oficina de informática
voltada para crianças e adolescentes atendidos pelo hospital Pró-cardíaco. A Dataprev desenvolve um programa de Inclusão Social, empregando
196 portadores de deficiências. Doa a entidades assistenciais materiais inservíveis. Em 2002 foram doados 2.661 bens incluindo mobiliário,
refrigeradores e material de telecomunicação. Em 2003, foram doados 651 cartuchos usados. Os empregados da Dataprev mantêm um programa
de doações de latas de leite para crianças carentes. Executa ainda projeto de coleta seletiva de lixo não orgânico, repassado a Associação Pré-viver,
voltada ao atendimento aos empregados aposentados da Dataprev. Só neste ano foram doados 4.318 quilos de papel usado. Estas ações são
desenvolvidas no Rio de Janeiro. Nos escritórios regionais, em todas as capitais dos estados são desenvolvidas iniciativas locais.
Jairo Cabral - presidente
DNOCS
O papel das organizações e da sociedade no combate à fome é importante, porque se trata da ação concreta do segmento organizado da
sociedade, que está disposta a repartir uma parcela do que tem com os que não têm sequer seu alimento diário. O DNOCS tem desenvolvido
ações que garantem a produção sustentável de alimentos nos próximos anos. Uma delas é a construção da estação de piscicultura do açude
Castanhão, para produzir 35 milhões de alevinos por ano e povoar os 320 açudes que o DNOCS mantém no semi-árido. Atualmente, a
autarquia produz 22 milhões de alevinos/ano, nas suas sete estações de piscicultura. Está recuperando ainda os 38 perímetros irrigados no
Nordeste. Com isso, nos próximos três anos, serão incorporados mais 50 mil hectares de terras irrigáveis para produção de hortifrutigranjeiros.
Atualmente, mantém produção em 22 mil hectares de terras irrigáveis em seus perímetros, e trabalha para recuperação de 22 mil hectares.
Eudoro Santana - diretor-geral
ELETROBRÁS
A Eletrobrás, maior empresa de energia elétrica do Brasil, está trabalhando pelo Programa Fome Zero. Como controladora de um
grande grupo de empresas espalhadas por todo o País, a Eletrobrás incentiva e coordena as ações sociais do Grupo Eletrobrás. A
Coordenadoria para o Desenvolvimento Humano e Responsabilidade Social estabeleceu uma política integrada na área social. Entre
as principais medidas já adotadas, estão o apoio ao Programa Fome Zero e a adesão ao COEP. O Grupo Eletrobrás está destinando, em
2003, R$ 13 milhões para atividades voltadas à inclusão social como produção de alimentos, apoio à piscicultura em áreas vizinhas às
suas instalações e atendimento às comunidades atingidas por barragens e quilombolas. As empresas do Grupo estão investindo em
hortas comunitárias, produção de peixes em reservatórios, cooperativas de produção, estímulo à contratação de cooperativas de
prestadores de serviços e capacitação de jovens em eletricidade, construção civil, mecânica, jardinagem, solda e eletrônica.
Luiz Pinguelli Rosa - presidente
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ELETRONORTE
A Eletronorte exerce um importante papel de agente de desenvolvimento regional. Suas ações socioambientais e de responsabilidade social
têm alcançado resultados bastante significativos e estão inseridos no planejamento estratégico da Empresa. A Eletronorte está totalmente
engajada nas ações do Programa Fome Zero, com destaque para a universalização do acesso aos serviços de energia elétrica. Várias
comunidades isoladas, não supridas pela rede convencional, começam a ser beneficiadas a partir de fontes renováveis locais e da instalação
de placas solares, o que tem assegurado o desenvolvimento auto-sustentável, social e econômico dessas localidades. Em setembro, 600 escolas
do Maranhão estão ganhando sistemas fotovoltaicos de energia. A criação da Rede Floresta de Inclusão Digital – Topawa Ka’a, é mais um
compromisso com a cultura e o desenvolvimento da Amazônia. A Rede está sendo formada com a instalação inicial de telecentros em 20
cidades da região Norte. Outras iniciativas são: incremento da piscicultura e dos programas indígenas, gestão participativa com os movimentos
civis organizados e participação nos programas Primeiro Emprego e Brasil Alfabetizado do Governo Federal.
Silas Rondeau – diretor-presidente
ELETRONUCLEAR
Desempenhando seu papel de parceira do Governo Federal no Programa Fome Zero, a Eletronuclear desenvolveu uma política formal de
relacionamento com as comunidades menos favorecidas, onde se insere regionalmente, realizando suas ações sociais com doações e projetos
próprios, envolvendo funcionários e parcerias com as prefeituras, universidades e outros órgãos públicos. Entre os projetos desenvolvidos e/ou
reestruturados a partir do Fome Zero, destaca-se o Programa Odontológico “Fome Zero, Cárie Zero” da Fundação Eletronuclear de Assistência Médica, além dos Programas de Coleta Seletiva de Lixo, Horta Comunitária, Incentivo às Cooperativas de Trabalho, doação de medicamentos e desenvolvimento sustentável das Comunidades Guaranis. A empresa apoia também iniciativas de seus empregados e de entidades
filantrópicas, como a arrecadação no mês de junho de mais de uma tonelada de alimentos, distribuídos às comunidades da região da Costa
Verde - RJ e a instalação de uma cozinha industrial, na mesma região, que deverá atender a 2 mil crianças.
Zieli Dutra Thomé Filho – diretor-presidente
ELETROSUL
A Eletrosul, maior estatal federal do sul do Brasil, tem o compromisso com a redução das distorções sociais de nosso país. Nesse sentido,
a empresa assumiu como prioridade a adesão aos Programas Fome Zero e Primeiro Emprego. No contexto do Fome Zero, programa no
qual já somos certificados como empresa parceira, desenvolvemos ações como o Eletrosul Vamos Plantar e o Hortas Comunitárias,
permitindo que pequenos agricultores ocupem faixas de segurança das Linhas de Transmissão para a produção de alimentos, gerando
trabalho e renda. Criamos também o Eletrosul Primeiro Emprego, que beneficiará 200 jovens carentes e está em fase de implantação
o projeto Centro de Apoio à Educação, em Londrina (PR), o Eletrosul Pré-Vestibular, que atenderá jovens carentes em suas próprias
comunidades, e o Educação para Jovens e Adultos, em parceria com a ONG Transmissão da Cidadania e do Saber, criada e mantida
pelos empregados da empresa. Já estão em andamento há alguns anos na empresa projetos como de Estágios e de Assistência e
Formação Profissional de Adolescentes Assistidos, além da Formação e Capacitação Profissional, o Saber Informática e o Dançar.
Milton Mendes - presidente
EMBRAPA
A decisão de combater a fome no país aponta para a necessidade de controlar os recursos em função de um novo arranjo institucional.
O ponto de chegada é a redução da exclusão social e o sentido do trabalho institucional é o de buscar protagonismo no plano
essencialmente estruturante, contribuindo para uma proposta de desenvolvimento, que crie e/ou aumente as oportunidades de
trabalho e renda, a oferta de alimentos e a preservação ambiental. A Embrapa deu prioridade, no primeiro semestre de 2003, ao
trabalho com o Programa Fome Zero no nordeste semi-árido. Foram criados Comitês de Segurança Alimentar nas unidades da
Empresa, visando dar oportunidade à contribuição dos empregados como cidadãos na cruzada de combate à fome. No plano estrutural
foram organizadas 27 propostas de trabalho, específicas para o Fome Zero, apresentadas ao MESA. A Empresa reafirmou sua participação no COEP, através de uma rigorosa análise das propostas antes apresentadas e da adequação ao propósito do Fome Zero.
Clayton Campanhola – diretor-presidente
27
EMBRATEL
Uma empresa-cidadã tem direitos e deveres, assim como qualquer indivíduo. Trata-se de uma consciência crítica que nasce a partir
do respeito e da cidadania dentro da própria empresa e que se estende à sociedade. A Embratel, com apoios e patrocínios a projetos
educativos, culturais, esportivos, tecnológicos e de saúde, se compromete, efetivamente, com o Brasil. Para o Programa Fome Zero, que
é uma prioridade do governo Lula, a Embratel assumiu a responsabilidade de cerca de 90% de todas as ligações feitas através do serviço
0800, incluindo o gerenciamento 24 horas por dia, 7 dias por semana. É a estrutura da maior empresa de Telecomunicações do país a
serviço do Brasil e do combate à fome.
Jorge Rodriguez – presidente
FENABB
A Fenabb – Federação das AABB - representa hoje uma das maiores redes de clubes sociais do mundo. Com cerca de 1.250 unidades
no país, as Associações Atléticas Banco do Brasil se desenvolveram ao longo dos anos buscando concretizar princípios de mobilização
social em todas as comunidades onde estão inseridas. Da mesma forma que promove a inclusão social de crianças e adolescentes de
famílias de baixa renda em mais de 400 municípios, com o Programa Integração AABB Comunidade, as AABBs promovem diversas
ações que visam a mobilização da comunidade, entre elas o Fome Zero. Nas Jornadas Esportivas de AABBs, que reúnem atletas
funcionários do Banco do Brasil e associados, é feita a arrecadação de alimentos de todos os participantes. Este ano já foram realizadas
50 jornadas em todo o país. Em Itanhaém (SP), meia tonelada de alimentos foi entregue ao Comitê Fome Zero Banco do Brasil local.
Reinaldo Fujimoto – presidente
FINEP
O combate à fome no país é a prioridade máxima deste governo e, por isso, aqui na FINEP faremos todo o possível para selecionar e
apoiar financeiramente aqueles projetos que apresentem resultados que venham a melhorar efetivamente as condições de vida da
população brasileira. O Programa Fome Zero contempla políticas estruturais, locais e específicas. Na FINEP, nosso foco estará nas
políticas estruturais e locais, já que os resultados das ações de Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I) se fazem sentir a médio prazo.
A FINEP criou uma Superintendência para tratar da questão social, que antes tinha status de departamento. Já começamos a
reestruturar e elaborar programas de atuação em diversas áreas, como habitação e desenvolvimento urbano, recursos hídricos e
saneamento, segurança alimentar, segurança pública, saúde, educação, inclusão digital, economia solidária e universalização de
energia elétrica. Queremos contribuir para que o insumo C,T&I melhore a prestação de serviços para os que têm sido historicamente
negligenciados.
Sérgio Machado Rezende - presidente
FIOCRUZ
A Fiocruz tem 89 projetos na área social em andamento. Neste ano, em convênio com a ONG Alfalit e o MEC teve início o projeto de
erradicação do analfabetismo nas comunidades vizinhas, dirigido também aos funcionários da instituição com dificuldade de escrita
e leitura. Através do Programa Fome Zero -Fiocruz estamos coletando diferentes doações dos funcionários para distribuição aos
doentes e famílias pobres do entorno, que serão também beneficiadas com doações arrecadadas na Universidade Cândido Mendes, no
âmbito do convênio que está sendo selado com a Fiocruz. A Universidade realizará, ainda, um trabalho de assessoria jurídica para essa
população. Com relação ao Programa Primeiro Emprego estamos atuando nas áreas de formação e capacitação de jovens. A Fiocruz
RJ, junto com a Unidade Manaus, estão iniciando um trabalho de melhoria das condições de vida e saúde de 5 comunidades
remanescentes de quilombos no interior do Pará. Além dessas ações, a Fiocruz está dando continuidade ao convênio com a COOTRAM,
cooperativa que emprega 1.300 pessoas do entorno, com o projeto DLIS que congrega diversos projetos na área social.
Paulo Buss – presidente
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FUNDACÃO BB
A Fundação Banco do Brasil atua como agente das ações sociais do Banco do Brasil, empresa que está comprometida com o propósito de
contribuir para a inclusão de milhões de brasileiros.. Para isso, o investimento realizado pela Fundação está focado nas áreas de educação e
geração de trabalho e renda, utilizando tecnologias sociais – soluções simples que podem ser multiplicadas –, voltadas para o desenvolvimento
social. Assim, cinco iniciativas foram priorizadas para dar corpo às políticas estruturais do programa Fome Zero: dinamização da cadeia
produtiva da castanha do caju, nos estados da BA, CE, MA, PI e RN; desenvolvimento de comunidades do litoral norte da Bahia, Programa
Berimbau, próximo do Empreendimento Costa do Sauípe; implantação de cadeia produtiva para utilização do rejeito de dessanilizadores, na
Paraíba; aplicação de tecnologia alternativa para produção e beneficiamento de borracha – Projeto TECBOR, nos estados do AC, AM, RO
e PA; formação de cooperativas de catadores de rua e de população que vive nos e dos lixões, nos grandes centros urbanos. Todo esse trabalho
é uma articulação que envolve muitos parceiros e, principalmente, a comunidade participante, que estão construindo sua cidadania.
Jacques Pena - presidente
FURNAS
FURNAS tem como missão gerar energia para melhorar as condições humanas, e cada vez mais a empresa vem contribuindo para o
bem estar da sociedade, trabalhando com responsabilidade em relação a seus clientes, fornecedores, meio ambiente e comunidades
onde atua. Participando do COEP desde a criação, em 1993, a empresa vem investindo em projetos sociais voltados para o desenvolvimento sustentável das comunidades de baixa renda próximas as suas áreas de atuação. Dentre as iniciativas de apoio ao Programa
Fome Zero, estão a capacitação para o trabalho de mais de 5000 jovens; implantação da horta comunitária no município de São José
da Barra – MG, que atende as creches locais; curso de olericultura para 200 jovens nos assentamentos de Manso – MT; curso de
bombeiro hidráulico que atende 48 jovens em parceria com o SENAI em MG; capacitação de 720 jovens na área de construção civil
em Goiânia- GO; curso de marcenaria para 40 jovens em Mogi das Cruzes – SP; solda elétrica e oxiacetilênica para 87 jovens da
comunidade de Santa Cruz – RJ, que já funciona de forma ato-sustentável.
José Pedro Rodrigues de Oliveira – diretor presidente
IBGE
O IBGE está disponibilizando informações de natureza estatística relativas à situação demográfica, econômica, social, ambiental e
administrativa do País. Neste sentido, o Instituto faz parte do grupo interministerial de trabalho para definição da linha oficial de pobreza.
Este grupo foi instituído através do decreto Nº 4.564, de 1º janeiro de 2003, que define órgão gestor do Fundo de Combate e Erradicação
da Pobreza e o funcionamento do seu Conselho Consultivo e de Acompanhamento, dispõe sobre doações de pessoas físicas ou jurídicas,
nacionais ou estrangeiras, para o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, e dá outras providências. Para tanto, técnicos do IBGE
estão trabalhando as bases de dados do Censo Demográfico 2000 e das Pesquisas Nacional por Amostra de domicílios.
Eduardo Pereira Nunes - presidente
INCRA
O INCRA, como agente executor da Reforma Agrária no Brasil, está trabalhando para vencer os desafios para diminuir a pobreza que
atinge uma considerável fatia da população brasileira, principalmente nos territórios rurais. Em 2003, em apoio ao Programa Fome Zero, o
INCRA está realizando o Programa Estágio, com concessão de bolsas a 517 estudantes de 2o e 3o graus em todo o Brasil; o Programa
Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA), com projetos educacionais voltados para jovens e adultos moradores de
assentamentos de reforma agrária, tendo beneficiado cerca de 100 mil trabalhadores rurais; o Projeto Formar, realizado por professores
voluntários do INCRA em parceria com a Secretaria de Educação, para promover a melhoria do desempenho profissional de 60 servidores
do INCRA e de empresas terceirizadas que ainda não concluíram o ensino fundamental; e o Projeto Distribuição Emergencial de
Alimentos a Famílias Sem Terra Acampadas, que visa garantir segurança alimentar de famílias acampadas, já tendo beneficiado 110.019
famílias. O INCRA faz a identificação das famílias, o aporte logístico e a distribuição dos alimentos adquiridos pelo Programa Fome Zero.
Marcelo Resende - presidente
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INT
Como resultado da grande mobilização nacional desencadeada pelo Betinho na década de 90, observa-se uma crescente conjugação
de forças entre governo, organizações e sociedade em torno de projetos fundados no ativismo social. Círculos virtuosos de sustentabilidade
ética, social e política emergem desse manancial de ações sinérgicas entre os três setores (governo, empresas e sociedade civil),
incluindo o engajamento em campanhas visando à superação de problemas sociais prioritários como a fome. O INT ostenta diversos
atestados públicos de excelência no exercício da sua responsabilidade social corporativa, inclusive no âmbito dos Programas do
Governo Federal. Exemplos disso são os Programas Fome Zero e o Primeiro Emprego, dos quais participa desde o primeiro momento,
com especial destaque para as ações de capacitação profissional de jovens.
João Luiz Hanriot Selasco - diretor
IPEA
Com o Programa Fome Zero, o Governo Federal trouxe o combate à fome para a agenda das prioridades nacionais. Trata-se de uma
iniciativa que já ganhou notoriedade, inclusive no plano internacional, não somente pelo conjunto de ações que abrange como,
também, pelo intenso processo de mobilização da sociedade que desencadeia. Somente a união de todos – Estado e sociedade – será
capaz de reverter o quadro de profundas desigualdades que caracteriza o Brasil. O IPEA tem dado uma forte contribuição ao
Programa Fome Zero e apoiado o Ministério Extraordinário da Segurança Alimentar em diversas etapas. Seja, especificamente, no
desenho e na implementação de políticas específicas, como é o caso do Plano Safra para a Agricultura Familiar ou dos Consórcios de
Segurança Alimentar e de Desenvolvimento Local – CONSAD, seja, por sua vez, na construção de uma linha oficial de pobreza,
indispensável para auxiliar no direcionamento dos esforços do Governo e da sociedade no combate à fome e à miséria no país.
Glauco Arbix - presidente
ITAIPU
Além de produzir energia com qualidade, a responsabilidade social, que já era uma preocupação constante da empresa transforma-se
agora num instrumento norteador da Itaipu Binacional. Para estimular a geração de emprego e renda, na região das três fronteiras, a
empresa investe fortemente no turismo. Promove, também, capacitação de jovens e ações de combate à fome. Em abril, a empresa
entregou, totalmente equipado, o pronto-socorro do Hospital Costa Cavalcanti e deu início ao Programa Saúde na Fronteira. Está
também fabricando mil carrinhos com material reciclável a serem destinados a catadores dos 16 municípios lindeiros para coleta
seletiva de lixo. A empresa é, ainda, a principal parceira da OIT na campanha de mobilização contra a prostituição infanto-juvenil na
região. Outro foco de ação é a sustentabilidade das comunidades carentes. O programa Cultivando Água Boa, envolve a comunidade
lindeira para assegurar a qualidade da água que entra no reservatório. A empresa também difunde o uso de técnicas para o cultivo de
peixes em tanques-rede, além de fortalecer entidades de pescadores.
Jorge Samek - diretor-geral brasileiro
LIGHTPAR
Acredito que um dos papéis fundamentais a ser desempenhado pelos setores mais organizados e providos de recursos econômicos e
sociais na sociedade brasileira seja o de assumir a causa da cidadania para todos. Fome e cidadania são conceitos incompatíveis entre
si. Nestes poucos meses em que a LIGHTPAR passou a integrar o COEP, estamos trabalhando em conjunto com as empresas de
distribuição de energia elétrica federais de Alagoas (CEAL), do Amazonas (CEAM), do Piauí (CEPISA), de Rondônia (CERON) e
do Acre (ELETROACRE), no sentido de implantar programas de responsabilidade social nas regiões carentes onde estas empresas
atuam. A CEPISA lançou em agosto, no seu aniversário de fundação, o seu projeto para combate à fome no Piauí e, no mesmo mês,
a ELETROACRE lançou iniciativa semelhante.
José Eudes Freitas – diretor-presidente
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PETROBRAS
O papel das empresas, das ONGs e da sociedade em geral, mesmo sendo complementar à ação dos governos, tem importância
fundamental no combate à fome no Brasil. Esses atores devem trabalhar em redes solidárias e horizontais, através de ações concretas
e de conscientização pela eliminação da fome e pela segurança alimentar e nutricional, promovendo a inclusão social. Nesse sentido,
instituímos o Programa Petrobras Fome Zero promovendo projetos como o Voluntariado, o Jovem Aprendiz, o MOVA-Brasil, o Cidadão-Capaz, o Siga Bem Criança. Temos ainda projetos ligados ao FIA, projetos de agricultura familiar e urbana, de aqüicultura,
iniciativas para disponibilizar água em micro-cadeias produtivas no semi-árido e centenas de outras iniciativas de qualificação profissional, pedagógicas, de geração de emprego e renda. Nossa estimativa é de alcançar 4 milhões de pessoas, com investimentos de R$ 303
milhões, em quatro anos. Estas ações implicam mobilização, organização social e envolvimento de grande número de parceiros.
José Eduardo Dutra - presidente
SARC / MAPA
A Secretaria de Apoio Rural e Cooperativismo SARC/ MAPA mantém em sua área de atuação setores que tratam da gestão pública rural
no âmbito de infra-estrutura, fomento da produção animal e vegetal, proteção de cultivares, disseminação da informação agrícola e apoio ao
cooperativismo e associativismo. A CENAGRI/SARC através da Central de Atendimento ao Agricultor atuou na implantação do Programa
Fome Zero, nos meses de janeiro a março de 2003. O DFPA participou na implantação do projeto de desenvolvimento da bovinocultura no
semi-árido de Minas Gerais que culminou com o Termo de Cooperação assinado pelo Presidente Lula, durante a EXPOZEBU em UberabaMG, em maio de 2003. Além disso, o Programa Rádio Rural da CENAGRI/ SARC divulga diariamente as notícias do Programa Fome Zero
e o DENACOOP/SARC contribui na articulação com o Sistema Cooperativo Brasileiro nas doações oriundas do cooperativismo. A SARC
responde por ações permanentes que são geradoras de bem estar social e econômico e, com isso, o trabalho cotidiano é compatível ao propósito
do combate à pobreza e de apoio ao programa Fome Zero no âmbito da atividade de quem produz alimento.
Valdemiro Rocha – secretário de Apoio Rural e Cooperativismo
SEBRAE
O Sebrae, em parceria com o Fome Zero, nesta fase inicial do programa, está apoiando a implantação do Cartão Alimentação através da
capacitação dos agentes locais que organizam os comitês municipais de cadastramento e distribuição. Até o momento ajudamos a
capacitar 1.790 agentes distribuídos em 1.200 municípios. Nossa meta é atingir 2.400 agentes capacitados até o final do ano. Além disso,
o Sebrae assumiu o compromisso de atuar preferencialmente em ações de geração de ocupação e renda, porque acreditamos que a melhor
forma de promover a inclusão social é pela via do empreendedorismo. Assim, estamos dando prioridade aos empreendimentos locais que
melhor se adaptam às condições dos pequenos municípios do semi-árido, tais como apicultura, caprino-ovinocultura, piscicultura, fruticultura irrigada, mandiocultura, artesanato (fibras naturais, cerâmica, couro, tecelagem, renda, bordados, dentre outros).
Silvano Gianni - diretor-presidente
SERPRO
O papel das empresas, das organizações e da sociedade no combate à fome é, sem dúvida, o de protagonizar ações de apoio aos
programas sociais do governo a partir da otimização de seus recursos e do estímulo ao voluntariado de seus empregados, de modo a
promover a cidadania e o desenvolvimento das comunidades carentes. Dentro desse enfoque, o Serpro tem buscado atender as
expectativas do governo disponibilizando seus recursos tecnológicos e o conhecimento de suas equipes para essas ações. Destacamos,
entre outras, a hospedagem do aplicativo de apoio aos operadores de Call Center do Programa Fome Zero, que tem possibilitado aos 900
operadores/supervisores registrar ligações recebidas da sociedade (críticas, reclamações, dúvidas, sugestões) e facilitado a gestão do
Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome (MESA); a hospedagem do sítio Fome Zero, que dispõe o curso
de formação dos agentes de segurança alimentar à distância, totalmente desenvolvido pelo Serpro; e a ampliação de oportunidades de
acesso aos cursos de capacitação em microinformática básica para jovens carentes que a Empresa mantém em 10 capitais.
Henrique Costabile – presidente
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Portal Mobilização:
uma viagem pelo Brasil que dá certo
Para estimular o voluntariado e
incentivar um movimento crescente
de ações dirigidas ao combate à fome
e à exclusão social, missão do COEP
desde a sua criação em 1993, o COEP
Nacional criou em seu site o Portal
Mobilização (www.coepbrasil.org.br),
onde é possível acessar o Banco de
Projetos e navegar por um Brasil que
dá certo, através das ações de promoção da cidadania encaminhadas
por pessoas ou entidades da sociedade civil interessadas em compartilhar suas experiências.
O Portal Mobilização aponta alternativas viáveis para combater a
exclusão social e permite o encontro entre as necessidades de uma
ação e a disponibilidade de pessoas
ou entidades interessadas em apoiar essa iniciativa.
Atualmente estão cadastrados
mais de 700 projetos implementados
em diferentes regiões do país, em
áreas como agricultura familiar, convivência com a seca, cooperativismo
e geração de trabalho. Criado em
2000, com o objetivo de facilitar a
troca de experiências e agilizar o fluxo de informações, tornando-se fonte de consulta para todos aqueles
que buscam dados sobre boas práticas na área social, o Banco de Projetos, além da descrição das ações
em desenvolvimento ou em fase de
implantação, apresenta também informações sobre as demandas financeiras, materiais e de recursos humanos relativos a cada um deles, estimulando o intercâmbio e abrindo
as possibilidades para parcerias e
apoios.
Em 2003, como uma das iniciativas de apoio ao Programa Fome
Zero, o COEP ampliou o Portal
Mobilização, criando o Banco de
Propostas para divulgar as ações elaboradas pelas entidades associadas
ao COEP em apoio ao Programa. O
objetivo é somar esforços ao efetivo
combate à fome, ao desemprego e à
miséria.
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Acesse este país que cresce com
os olhos em um futuro digno e justo.
Venha integrar essa rede solidária de Mobilização Social.
www.coepbrasil.org.br

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