1. A "Mishnah" e os "tannaim"

Transcrição

1. A "Mishnah" e os "tannaim"
1. A "Mishnah" e os "tannaim"
l LEI (TORA) revelada a Moisés |
I. LEI ORAL
(Tradição)
II. LEI ESCRITA
(Escritura)
^ (SOLA SCRIPTURA)
Saduceus —\ —
/V. B. — A Mishnah é o resultado de um trabalho seletivo. As tradições omitidas em sua redação foram conservadas em outros livros;
eram chamadas baraytôt (plural de barayta, "exterior"). Elas se caracterizam por conterem longos trechos de haggadah isto é, de elementos
não jurídicos.
Mishnah
(Tannaim, s. II)
2. A "Gemara", os "amoraim" e o "Talmude"
Gemara
(Amoraim, s. III-V)
Babilónia
Palestina Is. IV)
Targuns
midráshicos
~
(Geonim, s. VII-XI)
Durante o século II da era cristã, os rabinos puseram em ordem
uma grande parte das tradições normativas então em circulação. Uma
compilação sistemática foi empreendida pelo famoso Rabi Aquiba
(martirizado pelos romanos, em meados de 135); a compilação foi
continuada por seus discípulos, principalmente por Rabi Meir, que fez
uma primeira revisão. Foi sobre essa base e utilizando outros elementos que, mais ou menos no ano 200, o patriarca Judas l publicou a coleção definitiva, denominada Mishnah. Era o código das leis fundamentais do judaísmo rabínico, que se dividia em seis seções (sedarim).
O termo Mishnah pode significar tanto "repetição", conforme já dissemos, apoiados na transcrição dos Padres da Igreja (deuterôsis, e então
o termo hebraico deve ser lido como Mishneh), como "ensino"; de fato, o ensino da tradição é necessariamente repetitivo! A geração dos
rabinos que foram os artesãos dessa obra é chamada dos tannaim
(plural de tanna, "aquele que ensina"). A Mishnah é a primeira das
grandes produções legislativas do judaísmo sem templo; seu estudo
era até considerado por alguns como o equivalente do oferecimento de
um sacrifício.
caraítas (s. VIII etc.)
Publicada a Mishnah, tornou-se ela o texto básico sobre o qual
se organizou o ensino oficial nas academias judaicas da Palestina e de
Babilónia. Foi assim que se compôs um comentário da Mishnah, a Gemara ("ensinamento","comentário"). Os rabinos que realizaram esse
trabalho são chamados amoraim (plural de amora, "intérprete"). A Gemara segue de perto o texto mishnaico, espécie de nova Escritura comentada; mas introduz muitos outros materiais esparsos, flutuantes
ou elaborados para a circunstância. Houve duas Gemaras, a da Palestina e a de Babilónia; ajuntadas ao texto da Mishnah, com partes de baraytôt, deram o Talmude ("ensinamento", "estudo"); Talmude de Jerusalém, de um lado, e Ta/mude de Babilónia, do outro:
— O Talmude de Jerusalém (é a denominação corrente) foi
chamado também, com mais exatidão, "Talmude dos habitantes de Israel" ou "Talmude dos ocidentais". Iniciado em Cesaréia, pelo ano
350, foi terminado em Tiberíades pelos fins do século IV.
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