efeito do aconselhamento nutricional associado à ingestão de farelo

Transcrição

efeito do aconselhamento nutricional associado à ingestão de farelo
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – UFRJ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CARDIOLOGIA
EFEITO DO ACONSELHAMENTO NUTRICIONAL ASSOCIADO À
INGESTÃO DE FARELO DE AVEIA EM INDIVÍDUOS
HIPERCOLESTEROLÊMICOS
SIMONE RAIMONDI DE SOUZA
Orientadores:
Profª Drª Glorimar Rosa
Profª Drª Gláucia Maria Moraes de Oliveira
Prof. Dr. Ronir Raggio Luiz
Rio de Janeiro – RJ
Agosto / 2014
SIMONE RAIMONDI DE SOUZA
EFEITO DO ACONSELHAMENTO NUTRICIONAL ASSOCIADO À
INGESTÃO DE FARELO DE AVEIA EM INDIVÍDUOS
HIPERCOLESTEROLÊMICOS
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa
de Pós-graduação em Medicina (Cardiologia) do
Departamento de Clínica Médica da Faculdade de
Medicina e do Instituto do Coração Edson Saad, da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, como
requisito final para obtenção do título de Mestre
em Ciências Cardiovasculares.
Rio de Janeiro – RJ
Agosto / 2014
SIMONE RAIMONDI DE SOUZA
EFEITO DO ACONSELHAMENTO NUTRICIONAL ASSOCIADO À
INGESTÃO DE FARELO DE AVEIA EM INDIVÍDUOS
HIPERCOLESTEROLÊMICOS
Orientadores:
Profª Drª Glorimar Rosa
Profª Drª Gláucia Maria Moraes de Oliveira
Prof. Dr. Ronir Raggio Luiz
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Medicina
(Cardiologia) do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina e do Instituto do
Coração Edson Saad, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como requisito final para
obtenção do título de Mestre em Ciências Cardiovasculares.
Aprovada por:
__________________________________________________
Profª Drª Annie Seixas Bello Moreira
Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ
__________________________________________________
Profª Drª Márcia Regina Simas Torres Klein
Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ
__________________________________________________
Prof. Dr. Washington Andrade Maciel
Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro – IECAC – SES / RJ
Rio de Janeiro - RJ
Agosto / 2014
Dedico este trabalho a minha mãe, Esmeralda,
por todo o cuidado, dedicação, carinho e apoio
ao longo desta etapa de minha jornada.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente aos meus orientadores, profª Glorimar Rosa, profª Gláucia
Maria Moraes de Oliveira e prof. Ronir Raggio Luiz, por terem acreditado e confiado em mim
e, finalmente, por terem chancelado meu projeto de pesquisa. Agradeço pela presença
constante, pela disponibilidade para clarear meu caminho a seguir. Agradeço pela grande
honra em tê-los ao meu lado em minha trajetória.
Agradeço ao Dr. Igor Borges Abrantes Júnior, por ter acompanhado com zelo e
carinho cada passo meu, desde o primeiro instante em que iniciei minhas atividades como
nutricionista do Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro. Sua generosidade me
permitiu sorver singela porção de sua grande sabedoria. Espero tê-lo ao meu lado ainda por
muitos e muitos anos.
Agradeço ao Dr. Antonio Ribeiro Pontes Neto que, como Diretor Geral do Instituto
Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro, sempre me apoiou em todas as questões
concernentes ao presente estudo. Meu eterno muito obrigada!
Agradeço ao Dr. Washington Andrade Maciel, pela confiança em meu trabalho, pelas
portas abertas, pelo apoio, pela amizade, pelas tantas palavras sábias, que tantas vezes me
fizeram parar, repensar, redesenhar o percurso, por vezes espinhoso pelos arredores. Agradeço
imensamente por todo seu zelo e carinho.
Agradeço aos membros da Banca Avaliadora, Drª Annie Seixas Bello Moreira, Drª
Márcia Regina Simas Torres Klein e, mais uma vez, Dr. Washington Andrade Maciel, pelas
tantas contribuições, que muito enriqueceram esta dissertação de mestrado.
Agradeço a todos os cardiologistas do ambulatório do Instituto Estadual de
Cardiologia Aloysio de Castro, pelo apoio incondicional, companheirismo e presença positiva
em minha caminhada.
Agradeço aos funcionários do Cientificalab por todo o carinho e respeito, amizades
que aqui nasceram e seguirão comigo para sempre. Agradeço imensamente aos técnicos de
laboratório do Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro, pelo cuidado e zelo nas
coletas.
Finalmente, agradeço a todas as nutricionistas do Centro de Pesquisa em Nutrição
Clínica – UFRJ, queridas parceiras nos desafios e vitórias.
“Que teu alimento seja teu
remédio e teu remédio seja teu
alimento”.
(Hipócrates – 460-377 a.C.)
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CBA
Compostos Bioativos Antioxidantes
CEP
Comitê de Ética em Pesquisa
cm
centímetro
CT
Colesterol Total
DAC
doença arterial coronariana
DCV
doenças cardiovasculares
DIC
Doenças Isquêmicas do Coração
DM
diabetes mellitus
EROs
espécies reativas de oxigênio
GFAV
grupo farelo de aveia
GLI
glicemia
Gord_AA
açúcar de adição
GPL
grupo placebo
HAS
hipertensão arterial sistêmica
HDL-c
colesterol ligado à lipoproteína de alta densidade
HMG-CoA
hidroxi-3-methyl-glutaril-Coenzima A
HOMA-IR
Homeostatic Model Assessment Insulin Resistence
HUCFF
Hospital Universitário Clementino Fraga Filho
IAM
Infarto Agudo do Miocardio
IECAC
Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro
IMC
índice de massa corporal
IQD-R
índice de qualidade da dieta revisado
INS
insulinemia
kcal
quilocaloria
kg
quilograma
LDL-c
colesterol ligado à lipoproteína de baixa densidade
m
metro
MC
massa corporal
mg/dL
miligramas por decilitro
MS
Ministério da Saúde
OMS
Organização Mundial da Saúde
PA
pressão arterial
PAD
pressão arterial diastólica
PAS
pressão arterial sistólica
PC
perímetro de cintura
PI3K/Akt
fosfatidil-inositol 3-quinase / proteína quinase B
PP
perímetro de pescoço
QFCA
questionário de frequência de consumo alimentarê
QUICKI
Quatitative Insulin Sensitive Check Index
R24H
Recordatório de 24 horas
RVM
revascularização do miocárdio
TCLE
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TG
triglicerídeos
VET c
valor energetico total consumido
VET t
valor energetico total teórico
VET
valor energetico total
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Representação esquemática do recrutamento, seleção e randomização dos
participantes do estudo. ........................................................................................................ 42
Figura 2 – Representação esquemática das atividades realizadas junto aos participantes, do
início ao final do estudo. ...................................................................................................... 43
Figura 3 – Concentrações séricas de colesterol total e LDL-colesterol dos participantes com e
sem uso de hipolipemiantes, ao longo do estudo ................................................................... 59
Figura 4 – Pontuação atribuída à dieta dos participantes, de acordo com o Índice da Qualidade
da Dieta Revisado, no início e final do estudo ...................................................................... 62
Figura 5 – Variação do IQD-R no inicio e no final do estudo, de acordo com os grupos farelo
de aveia e placebo ................................................................................................................ 63
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Composição centesimal de farelo de aveia e placebo .......................................... 45
Quadro 2 – Composição nutricional dos preparados matinais à base de farelo de aveia e
placebo ................................................................................................................................ 45
Quadro 3 – Classificação do IMC – adultos.......................................................................... 46
Quadro 4 – Classificação do IMC – idosos ........................................................................... 47
Quadro 5 – Classificação da pressão arterial de acordo com a medida casual ....................... 48
Quadro 6 – Recomendações para ingestão diária de energia. ................................................ 51
Quadro 7 – Recomendações de macronutrientes, ácidos graxos, colesterol e fibras
alimentares. .......................................................................................................................... 52
Quadro 8 – Descrição das pontuações dos componentes do IQD-R e respectivas porções. .... 53
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Dados basais da amostra estudada ....................................................................... 56
Tabela 2 – Dados antropométricos e de pressão arterial dos grupos farelo de aveia e placebo,
ao longo do estudo ............................................................................................................... 57
Tabela 3 – Dados bioquímicos dos grupos farelo de aveia e placebo, ao longo do estudo ..... 58
Tabela 4 – Consumo de macronutrientes, fibras alimentares, micronutrientes e cafeína ao
longo do estudo .................................................................................................................... 61
Tabela 5 – Consumo de lipídeos e colesterol ao longo do estudo .......................................... 62
Tabela 6 – Consumo de alimentos processados, no início e final do estudo .......................... 64
LISTA DE ANEXOS
ANEXO I – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Clementino
Fraga Filho .......................................................................................................................... 91
ANEXO II – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Estadual de Cardiologia
Aloysio de Castro................................................................................................................. 92
ANEXO III – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ................................................ 93
ANEXO IV – Ficha de Avaliação Clínica ............................................................................ 95
ANEXO V – Questionário de Frequência de Consumo Alimentar ........................................ 96
ANEXO VI – Recordatório de 24 horas ............................................................................... 99
ANEXO VII – Dez passos para uma alimentação saudável – Ministério da Saúde.............. 100
ANEXO VIII – Ficha de Avaliação Antropométrica e Bioquímica ..................................... 103
ANEXO IX – Orientação sobre o modo de preparo do alimento matinal fornecido............. 104
ANEXO X – Detalhamento dos fármacos utilizados pelos participantes do estudo, de acordo
com a classe terapêutica ..................................................................................................... 105
ANEXO XI – Análise de pressão arterial, dados antropométricos e bioquímicos, estratificada
por: ausência de uso de hipolipemiantes, ausência de hipoglicemiantes e hipolipemiantes,
participantes em uso de hipoglicemiantes, participantes em uso de hipolipemiantes. .......... 107
ANEXO XII – Participação em congressos ........................................................................ 114
ANEXO XIII – Artigo científico submetido ....................................................................... 115
SOUZA, Simone Raimondi de. Efeito do aconselhamento nutricional associado à ingestão de
farelo de aveia em indivíduos hipercolesterolêmicos, 117p. Dissertação (Mestre em Ciências
Cardiovasculares) / Simone Raimondi de Souza. Rio de Janeiro: UFRJ / Faculdade de
Medicina, 2014.
RESUMO
Introdução: Dentre os fatores de risco para doenças cardiovasculares (DCV) estão as
dislipidemias, decorrentes de distúrbios genéticos e/ou fatores ambientais, como o padrão
alimentar inadequado, sobre o qual estratégias de aconselhamento nutricional têm
demonstrado eficácia. O consumo das beta-glucanas e das avenantramidas presentes no farelo
de aveia pode ser estratégia eficiente para a prevenção da doença aterosclerótica quando
associada à mudança no padrão alimentar.
Objetivos: Analisar o efeito do aconselhamento nutricional associado à ingestão de farelo de
aveia na redução da colesterolemia, perfil glicídico e parâmetros antropométricos de
indivíduos hipercolesterolêmicos e avaliar a qualidade da dieta e o consumo de alimentos
processados e ingredientes de adição.
Métodos: Ensaio clínico, randomizado em bloco, duplo cego, controlado por placebo, com
duração de 90 dias, com indivíduos com idade igual ou maior que 20 anos, de ambos os
gêneros, com concentração sérica de LDL-colesterol (LDL-c) igual ou maior que 130mg/dL.
Foram randomizados em grupo farelo de aveia (preparado matinal composto por 40g de farelo
de aveia, 30g de leite em pó desnatado e 1g de edulcorante à base de sucralose) ou grupo
placebo (40g de farinha refinada de arroz, 30g de leite em pó desnatado e 1g de edulcorante à
base de sucralose). Analisou-se as seguintes variáveis: gênero; idade; escolaridade; fármacos
em uso; massa corporal (MC), estatura, índice de massa corporal (IMC), perímetro de cintura
(PC), perímetro de pescoço (PP); pressão arterial (PA); dados dietéticos, colesterol total (CT),
LDL-c, HDL-colesterol (HDL-c), triglicerídeos (TG), glicemia de jejum (GLI), insulina de
jejum (INS), HOMA-IR e QUICKI. A qualidade da dieta foi avaliada por meio do Índice de
Qualidade da Dieta revisado para a população brasileira (IQD-R). O consumo de alimentos
processados e ingredientes de adição foi avaliado por meio do Questionário de Frequência de
Consumo Alimentar (QFCA).
Resultados: Foram acompanhados 131 participantes, com média de idade de 55 anos, 67%
mulheres. As concentrações séricas de LDL-c reduziram significativamente em cada grupo,
porém, sem diferença entre os grupos, se comparado o início com o final do estudo, assim
como os demais dados analisados. Observou-se redução significativa em glicemia,
insulinemia, HOMA-IR e QUICKI somente no grupo farelo de aveia. Observou-se melhora
significativa da qualidade da dieta, assim como redução significativa no consumo de
alimentos processados e ingredientes de adição, em ambos os grupos.
Conclusão: O aconselhamento nutricional contribuiu para redução da colesterolemia, perfil
glicídico e parâmetros antropométricos de indivíduos hipercolesterolêmicos, bem como
promoveu melhora da qualidade da dieta e redução da ingestão de alimentos processados e
ingredientes de adição.
Palavras-chave: aconselhamento nutricional, farelo
hipercolesterolemia, dislipidemia, doenças cardiovasculares.
de
Aveia,
beta-glucana,
SOUZA, Simone Raimondi de. Effect of nutritional counseling associated with the ingestion of
oat bran in hypercholesterolemic subjects, 117p. Dissertation (Master in Cardiovascular
Sciences) / Simone Raimondi de Souza. Rio de Janeiro: UFRJ / Faculdade de Medicina, 2014.
ABSTRACT
Introduction: Dyslipidemia is among the risk factors for cardiovascular diseases (CVD). It’s
due to genetic and / or environmental factors such as inadequate dietary patterns, on which
nutritional counseling strategies have proven effective. The consumption of beta-glucans and
avenantramidas present in oat bran can be an efficient strategy for the prevention of
atherosclerotic disease when associated with change in dietary patterns.
Objetcives: To analyze the effect of nutritional counseling associated with the ingestion of
oat bran in reducing cholesterol, glucose profile and anthropometric parameters of
hypercholesterolemic individuals and assess the quality of the diet and the consumption of
processed foods and ingredients added.
Methods: A randomized block, double-blind, placebo-controlled trial lasting 90 days, with
individuals aged greater than 20 years, both genders, with serum LDL-cholesterol (LDL-c)
equal to or greater than 130mg/dL. Individuals were randomized into oat bran group (morning
prepared comprising 40g of oat bran, 30g skimmed milk powder and 1 g of sucralose-based
sweetener) or placebo (40g of refined rice flour, 30g of skimmed milk powder and 1g
sucralose-based sweetener). The following variables were analyzed: gender; age; school level;
drugs in use; body mass (BM), height, body mass index (BMI), waist circumference (WC),
neck circumference (NC); blood pressure (BP); dietary surveys, total cholesterol (TC), LDLc, HDL-cholesterol (HDL-c), triglycerides (TG), fasting glucose (GLI), fasting insulin (INS),
HOMA-IR and QUICKI. The diet quality was assessed using the Diet Quality Index revised
for the Brazilian population (IQD-R). The consumption of processed foods and ingredients
added was assessed by questionnaire food frequency (QFF).
Results: 131 participants were followed with a mean age of 55 years, 67% women. Serum
LDL-c levels decreased significantly in each group, however, no difference was observed
between groups when compared beginning and end of the study, as well as other data
analyzed. A significant reduction was observed in blood glucose, insulin, HOMA-IR and
QUICKI only in oat bran group. There was significant improvement in the diet quality, as
well as significant reduction in the consumption of processed foods and ingredients added in
both groups.
Conclusion: Nutritional counseling contributed to reducing cholesterol, glucose profile and
anthropometric parameters of hypercholesterolemic individuals, as well as improved the diet
quality and reduced intake of processed foods and ingredients added.
Key words: nutritional counseling,
dyslipidemia, cardiovascular disease.
oat
bran,
beta-glucan,
hypercholesterolemia,
SUMÁRIO
Conteúdo
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 17
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 20
2.1. Doenças Cardiovasculares ......................................................................................... 20
2.2. Aterosclerose............................................................................................................. 20
2.3. Dislipidemias ............................................................................................................ 22
2.4. Tratamento das dislipidemias .................................................................................... 23
2.4.1. Tratamento farmacológico das dislipidemias....................................................... 23
2.4.2. Tratamento nutricional das dislipidemias ............................................................ 23
2.5. Aconselhamento nutricional ...................................................................................... 25
2.6. Dez Passos para uma Alimentação Saudável ............................................................. 27
2.7. Fibras alimentares, a aveia, o farelo de aveia ............................................................. 30
2.8. Avaliação da qualidade da dieta ................................................................................. 34
2.9. Alimentos ultraprocessados ....................................................................................... 35
3. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 37
4. HIPÓTESE ...................................................................................................................... 38
5. OBJETIVOS .................................................................................................................... 39
5.1. OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 39
5.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS..................................................................................... 39
6. INDIVÍDUOS E MÉTODOS ........................................................................................... 40
6.1. Aspéctos éticos .......................................................................................................... 40
6.2. Casuística .................................................................................................................. 40
6.3. Grupo de Estudo ........................................................................................................ 41
6.4. Critérios de elegibilidade ........................................................................................... 42
6.4.1. Critérios de inclusão: .......................................................................................... 42
6.4.2. Critérios de exclusão: ......................................................................................... 42
6.5. Cálculo amostral........................................................................................................ 43
6.6. Aconselhamento nutricional ...................................................................................... 44
6.7. Complemento dietético .............................................................................................. 44
6.8. Avaliação antropométrica e abordagem sobre exercício físico ................................... 46
6.9. Avaliação da pressão arterial ..................................................................................... 48
6.10. Avaliação bioquímica .............................................................................................. 49
6.11. Avaliação da qualidade da dieta, da adesão ao aconselhamento nutricional e do
consumo de alimentos processados................................................................................... 50
6.12. Análise Estatística dos Dados .................................................................................. 53
7. RESULTADOS ............................................................................................................... 55
8. DISCUSSÃO ................................................................................................................... 65
9. LIMITAÇÕES DO ESTUDO........................................................................................... 74
10. CONCLUSÃO ............................................................................................................... 75
11. REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 76
17
1. INTRODUÇÃO
As doenças cardiovasculares (DCV) são as principais causas de morte prematura e
invalidez no mundo, contribuindo em larga escala para a elevação dos custos em saúde1-3.
Dentre os fatores de risco cardiovascular não modificaveis estão: história familiar, gênero e
idade. Dentre os fatores modificáveis estão: hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes
mellitus (DM), obesidade, tabagismo, sedentarismo e dislipidemias. À exceção do tabagismo,
cuja prevalência apresenta queda, os demais fatores tradicionais de risco cardiovascular se
encontram em ascensão 4. Com relação às dislipidemias no Brasil, estima-se que estejam
presentes em 38% dos homens e 42% das mulheres5.
As dislipidemias são caracterizadas por concentrações séricas elevadas de lipídeos ou
lipoproteínas, com destaque para o colesterol ligado à lipoproteína de baixa densidade (LDLc), decorrentes de distúrbios genéticos e/ou fatores ambientais. Dentre os segundos, se destaca
o padrão alimentar inadequado, composto pela excessiva ingestão de alimentos ricos em
gorduras saturadas e trans, açúcares livres, carboidratos refinados e insuficientes em
micronutrientes e fibras alimentares, com participação direta no aumento da prevalência das
dislipidemias. Portanto, ações que revertam esta tendência são desejáveis / necessárias2.
Atualmente, o emprego de estatinas é a terapia farmacológica com melhores resultados
nos estudos clínicos objetivando redução das dislipidemias e da incidência de eventos
cardiovasculares6. Contudo, os efeitos adversos relacionados a tecidos musculares, hepáticos,
à cognição e ao aumento do risco de diabetes, vêm impulsionando a adoção de critérios mais
rigorosos para a prescrição dessa classe terapêutica 7-10.
Os principais efeitos adversos provocados pelo uso de estatinas estão relacionados à
sua ação inibitória à síntese de coenzima Q10, componente chave da cadeia respiratória
mitocondrial para produção de adenosina trifosfato11.
18
A ocorrência de efeitos adversos com o uso de estatinas abre uma lacuna para a
importância de se buscar outras formas de tratamento das dislipidemias. Em recente revisão
de literatura, Wang et al. (2014)12 observaram que os benefícios hipolipemiantes promovidos
pela prática de um padrão alimentar saudável, baseado em alimentos in natura, composto por
frutas, legumes e verduras, grãos e carboidratos integrais, leguminosas, carnes magras e
laticínios desnatados, com baixa ingestão de gorduras saturadas e trans, possibilita a redução
da dose de estatina repercutindo na diminuição da ocorrência de efeitos adversos, melhor
adesão ao tratamento e, consequentemente, uma prevenção de eventos cardiovasculares mais
efetiva. Vale lembrar que a diminuição dos efeitos adversos das estatinas, sobretudo mialgia,
poderia proporcionar maior disposição para a prática de atividade física, outra forte
recomendação para a redução de risco cardiovascular 13.
Estudos recentes vêm demonstrando que o acompanhamento nutricional de indivíduos
dislipidêmicos melhora a qualidade dos alimentos ingeridos, bem como a quantidade e
frequência destes na alimentação diária, o que interfere na modulação de mecanismos
regulatórios do metabolismo lipídico e glicídico, impactando diretamente na diminuição da
prevalência da doença aterosclerótica14,15.
Nas últimas décadas, estudos que investigaram os efeitos das fibras solúveis
demonstraram os benefícios destas na prevenção da doença aterosclerótica. Tais evidências
respaldam as atuais recomendações para o tratamento nutricional das dislipidemias, que
incluem a ingestão de fibras solúveis16-19. Dentre os alimentos pesquisados nos últimos anos a
aveia (Avena sativa L.) tem se destacado, por conter as beta-glucanas, fibras solúveis com
possível ação tanto na inibição de parte da absorção de gorduras da dieta, como no
metabolismo lipídico20. As beta-glucanas da aveia estão presentes em maior quantidade no
farelo, dentre todas as porções desse cereal, apresentando teor de 9,68%, podendo variar com
a safra e fatores genéticos ligados ao grão. As beta-glucanas da aveia são polissacarídeos não
19
amiláceos com cadeia linear de unidades de β-D-glicopiranosil unidas por ligação β(1→4) e
β(1→3)21.
Embora tenha sido considerada como suficiente a ingestão diária de 3g de betaglucanas da aveia para auxiliar na redução da absorção de colesterol pelo Food and Drug
Administration (FDA)22 e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) 23,
ensaios clínicos apresentaram resultados controversos24-36, motivando a continuidade de
investigações que forneçam evidências mais robustas acerca de seus efeitos metabólicos, bem
como da relevância clínica dos efeitos de sua ingestão. São escassos os estudos avaliando os
efeitos hipolipemiantes da ingestão de beta-glucanas da aveia na população brasileira, tanto
em prevenção primária como secundária37,38.
As evidências científicas consolidam a importância do desenvolvimento de estratégias
de educação nutricional que promovam a adesão à mudança do padrão alimentar e que
incluam alimentos com comprovadas propriedades hipolipemiantes e antioxidantes para uma
prevenção mais efetiva de eventos cardiovasculares.
20
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Doenças Cardiovasculares
As DCV são a principal causa de morte e acometem indivíduos de todas as camadas
socioeconômicas. Estima-se que oitenta por cento de todas as mortes por DCV no mundo
ocorram em países em desenvolvimento, nos quais quase 30 por cento de todas as mortes são
atribuídas às DCV39,40. No ano de 2011, dentre as DCV, as doenças isquêmicas do coração
(DIC) foram responsáveis por um total de 103.333 óbitos no Brasil, sendo 11.646 no Estado
do Rio de Janeiro e 4.874 na capital deste estado. A taxa de mortalidade, no mesmo ano, foi
de 56,3 por 100 mil habitantes para o Brasil e 76,7 para a capital do Estado do Rio de
Janeiro41. No Estado do Rio de Janeiro, as DCV foram responsáveis por 29,4% das mortes em
1999. Em 2007, observou-se que este percentual reduziu para 28,8%, permanecendo,
portanto, praticamente inalterado nesse período 42.
Soares et al. (2013)4, por meio de estudo epidemiológico, observaram redução na
mortalidade por doenças vasculares (coronarianas ou cerebrais) em três estados brasileiros
(Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul). No entanto, as DCV ainda correspondem à
principal causa de mortalidade no mundo, no Brasil e no Rio de Janeiro, o que torna
fundamental a prevenção primária e secundária para o controle dos fatores de risco que as
desencadeiam43.
2.2. Aterosclerose
A aterosclerose é uma doença inflamatória crônica de origem multifatorial na qual há
envolvimento direto da hipercolesterolemia. Esta se traduz por concentrações séricas de LDL-
21
c iguais ou maiores que 100 mg/dL para prevenção primária. Entretanto, para prevenção
secundária as metas lipídicas não ultrapassam 70 mg/dL44,45.
O processo é desencadeado em resposta à agressão endotelial, ocasionada pelo
tabagismo, HAS, entre outros fatores, acometendo principalmente a camada íntima de artérias
de médio e grande calibre, levando à disfunção endotelial. Com isso, há o aumento da
permeabilidade da íntima às lipoproteínas séricas aterogênicas favorecendo a retenção das
mesmas no espaço subendotelial. O depósito de lipoproteínas na parede arterial, processochave no início da formação da placa aterosclerótica, ocorre de maneira diretamente
proporcional à concentração dessas lipoproteínas no sangue. Retidas, as partículas de LDL
sofrem oxidação, causando a exposição de diversos neo-epítopos, que as tornam
imunogênicas, levando ao recrutamento de moléculas de adesão leucocitária na superfície
endotelial. Neste processo, monócitos são atraídos para a parede arterial, migram para o
espaço subendotelial onde se diferenciam em macrófagos e captam as LDL oxidadas,
recebendo a denominação de células espumosas, principal componente das estrias gordurosas,
lesões macroscópicas iniciais da aterosclerose. Alguns mediadores da inflamação estimulam a
migração e proliferação das células musculares lisas da camada média arterial. Estas, ao
migrarem para a íntima, passam a produzir não só citocinas e fatores de crescimento, como
também matriz extracelular que formará parte da capa fibrosa da placa aterosclerótica 46,47. A
placa aterosclerótica desenvolvida é constituída por um núcleo lipídico, rico em colesterol e
capa fibrosa, rica em colágeno. As placas estáveis têm predomínio de colágeno, organizado
em capa fibrosa espessa, escassas células inflamatórias e núcleo lipídico de proporções
menores. As instáveis apresentam atividade inflamatória intensa, especialmente nas bordas
laterais, com grande atividade proteolítica, núcleo lipídico proeminente e capa fibrótica tênue.
Sua ruptura expõe material lipídico altamente trombogênico, levando à formação de um
trombo sobrejacente, conhecido por aterotrombose. As manifestações clínicas da aterosclerose
22
decorrem tanto por estreitamento luminal como pela presença de trombos que obstruem o
fluxo sanguíneo para o coração (doença arterial coronariana), o cérebro (acidente vascular
cerebral isquêmico) e os membros inferiores (doença vascular periférica), sendo a doença
arterial coronariana (DAC) a mais comum dessas manifestações, incluindo angina de peito
estável e síndromes coronarianas agudas48, que tornam prioritária toda e qualquer medida de
prevenção de eventos cardiovasculares.
2.3. Dislipidemias
As dislipidemias estão entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento da
doença aterosclerótica e são caracterizadas por concentrações séricas elevadas de lipídeos ou
lipoproteínas. A classificação bioquímica das dislipidemias primárias considera os valores de
colesterol total (CT), LDL-c, triglicerídeos (TG) e colesterol ligado à lipoproteína de alta
densidade (HDL-c), compreendendo quatro tipos principais: a) hipercolesterolemia isolada
(LDL-c igual ou maior a 160mg/dL); b) hipertrigliceridemia isolada (TG igual ou maior que
150mg/dL); c) hiperlipemia mista (LDL-c igual ou maior a 160mg/dL e TG igual ou maior
que 150mg/dL); d) HDL-c baixo (inferior a 40mg/dL para homens e inferior a 50mg/dL para
mulheres, em associação ou não a LDL-c e TG elevados)45. Estão bem estabelecidas as
correlações entre o risco para as doenças isquêmicas do coração (DIC) e concentrações séricas
elevadas de CT, particularmente de LDL-c, bem como às baixas concentrações séricas de
HDL-c43,49.
23
2.4. Tratamento das dislipidemias
O tratamento das dislipidemias, tanto em prevenção primária como secundária de
DCV, objetiva redução nas concentrações séricas de LDL-c e TG e contempla a associação
entre tratamento farmacológico e não farmacológico, sendo o segundo contemplado por
tratamento nutricional, prática de exercício físico e cessação do tabagismo50.
2.4.1. Tratamento farmacológico das dislipidemias
As classes farmacológicas para o tratamento das dislipidemias são: estatinas, resinas,
ezetimiba e fibratos. As doses, em monoterapia ou em associação, devem ser prescritas de
forma individualizada, visando menor ocorrência de efeitos colaterais para que haja adesão ao
tratamento50.
2.4.2. Tratamento nutricional das dislipidemias
Determinados componentes alimentares, bem como formas de preparo contribuem
diretamente para o aumento das dislipidemias, devendo, portanto, ser evitados por todos os
indivíduos, sobretudo por aqueles que já apresentam concentrações séricas elevadas de
lipídeos e lipoproteínas. Deve-se evitar o consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas e
trans, assim como as frituras, além do excesso de carboidratos e de refeições com excessivo
valor energético, visto que repercutem em elevação direta das concentrações séricas da LDLc51. Exemplos de alimentos ricos em gorduras saturadas e trans são: bolos e biscoitos
industrializados salgados e doces, hamburguer, batata frita, pele de frango, gordura aparente
das carnes vermelhas, leite integral e derivados51.
24
Desta forma, o indivíduo deve ser orientado sobre seleção dos alimentos e possíveis
substituições, quantidade a ser consumida e modo de preparo. Deve ser estimulado a trocar
carboidratos refinados por integrais, laticínios integrais por desnatados, evitar doces, bolos e
guloseimas, atingir 4 a 5 porções diárias de frutas, legumes e verduras para o provimento de
micronutrientes e substâncias antioxidantes, dar preferência carnes e aves livres de gorduras
aparentes e optar por preparações cozidas, assadas ou grelhadas. Recomenda-se a inclusão de
fibras solúveis e fitosteróis na alimentação diária. É necessário realizar educação nutricional,
adequando preferências alimentares às necessidades para o controle das dislipidemias,
contemplando questões culturais, regionais, sociais e econômicas45,52,53.
Em estudo conduzido pela OMS foi observado que dezoito por cento dos indivíduos
com DCV diagnosticada nas regiões sul e sudeste do Brasil não haviam recebido qualquer
aconselhamento nutricional para prevenção de DCV. Dentre os que receberam atendimento
nutricional, um terço referiu dificuldades para aderir às modificações nos hábitos
alimentares54.
Considerando que o consumo aumentado de colesterol, carboidratos, ácidos graxos
saturados, ácidos graxos trans, bem como de excessiva quantidade de energia tem
participação direta na elevação das concentrações plasmáticas da LDL-c, o tratamento
nutricional torna-se fundamental para indivíduos dislipidêmicos em prevenção primária e
secundária, objetivando a redução dos desfechos cardiovasculares como IAM e morte por
DAC, sendo necessário estabelecer estratégias para o alcance de uma alimentação saudável55.
Além das recomendações para melhora no padrão alimentar, o profissional
nutricionista dispõe de ampla gama de informações científicas que sugerem a inclusão
estratégica de alimentos funcionais56, na alimentação diária de indivíduos, objetivando
intensificar a terapêutica nutricional requerida. Nas últimas décadas, estudos sobre fibras
25
alimentares têm comprovado seus efeitos benéficos nas DCV, respaldando sua utilização no
tratamento não medicamentoso da hipercolesterolemia17,18,45.
O Guia Alimentar para a População Brasileira57 recomenda a ingestão de 25 g de
fibras alimentares ao dia para adultos, e acrescenta que, se a alimentação contiver quantidades
adequadas de cereais, tubérculos, raízes, frutas, hortaliças, leguminosas, essa quantidade de
fibras alimentares será atingida. Segundo a American Diabetes Association (2007)58, o
consumo de fibras alimentares totais deve ser de 14 g para cada 1000 kcal ingeridas. Pereira et
al. (2004)59 analisaram dez estudos prospectivos de coorte conduzidos com adultos de ambos
os gêneros nos Estados Unidos da América (EUA) e Europa e observaram que o consumo de
fibras alimentares provenientes de cereais e frutas foi inversamente associado com o risco de
desenvolvimento de DAC60-69.
2.5. Aconselhamento nutricional
O aconselhamento nutricional requer preparo do profissional nutricionista para
analisar as questões alimentares no contexto biológico, psicológico e sociocultural do ser
humano. É desenvolvido por meio do atendimento individualizado ou em grupo e baseia-se na
abordagem de educação nutricional para o enfrentamento dos problemas alimentares na vida
cotidiana, buscando, por meio do diálogo e da construção do conhecimento, integrar
mudanças no padrão alimentar que repercutam na manutenção ou no resgate do estado de
saúde70.
Weel (1997)71 identificou a necessidade do aconselhamento nutricional, uma vez que o
crescente número de indivíduos diabéticos, hipertensos, dislipidêmicos relaciona-se
diretamente com o aumento do consumo de alimentos com alto valor energético, compostos
por carboidratos refinados e gorduras saturadas e trans e sódio, e baixo valor nutricional.
26
Desta forma, o desafio nutricional consiste em diminuir a quantidade energética consumida
diariamente e/ou aumentar a ingestão de alimentos saudáveis, fontes de micronutrientes
(vitaminas hidro e lipossolúveis, minerais e elementos traço) e compostos bioativos
antioxidantes (CBA), como os polifenois. Este panorama coloca o aconselhamento nutricional
como componente fundamental nas estratégias para prevenção primária e secundária de
indivíduos com DCV12,14,15,32.
No Brasil a população é sistematicamente estimulada pela indústria alimentícia ao
consumo de alimentos industrializados. Consequentemente, tem havido redução no consumo
de alimentos regionais e in natura, como feijão, farinha de mandioca, arroz e farinha de
milho, que durante décadas foram considerados tradicionais e presentes na alimentação de
parte considerável da população 72.
Em 2005, Levy-Costa et al.73 fizeram uma análise comparativa do padrão alimentar a
partir de pesquisas de orçamento familiar realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) em 1974/75, 1986/87 e 1995/96 com a Pesquisa de Orçamentos Familiares
(POF) 2002/2003 e observaram como características positivas do padrão alimentar
encontradas em todas as regiões e em todas as classes de rendimento: adequação do teor
protéico das refeições e elevado aporte de proteínas de alto valor biológico. As características
negativas, também amplamente disseminadas no país, foram o excesso de açúcar refinado e
gorduras, além da presença insuficiente de frutas e hortaliças, resultando na inadequação do
consumo de vitaminas e minerais. Em 2012, Levy et al.74 avaliaram as informações
levantadas pela POF 2008/2009 e constataram a manutenção do excesso de ingestão de
açucares livres e ácidos graxos saturados, apontando para tendências desfavoráveis no padrão
alimentar, favorecendo o aumento dos fatores de risco para DCV.
Guias de alimentação e nutrição saudável75-78 consideram que o estado ótimo de saúde
depende da nutrição adequada, equilibrada, sendo fundamental na prevenção das DCV. A
27
orientação para alimentação saudável precisa propor o consumo de alimentos que estejam ao
alcance da população e que tenham impacto nos fatores de risco para DCV, isto é, no controle
da pressão arterial, nos marcadores do metabolismo glicídico e nas concentrações das
lipoproteínas. Neste contexto, é necessário o resgate dos hábitos alimentares saudáveis
próprios de cada região do Brasil. A identificação de alimentos, ou grupo de alimentos, cujo
consumo deva ser estimulado tem repercussão mais favorável do que a simples formulação de
proibições79. O estímulo ao consumo de frutas, verduras, arroz e feijão são exemplos que
preenchem estes requisitos na recuperação dos hábitos de alimentação saudável, perdidos ao
longo dos anos. O aconselhamento nutricional para a prática de alimentação saudável
previamente ao estabelecimento de porções pode ser uma estratégia eficiente para o resgate do
estado de saúde.
A adesão ao tratamento nutricional tem sido um desafio para os profissionais
nutricionistas, sendo alvo de investigação científica. Neste contexto, Jenkins et. al. (2011)80
testaram dois protocolos de atendimento nutricional, baseados na periodicidade de consultas
oferecidas. Foi denominando como “intensivo” o acompanhamento nutricional com
periodicidade mensal e como “rotina” o acompanhamento nutricional com periodicidade
trimestral. Neste estudo, não foram observadas diferenças significativas na adesão ao
tratamento nutricional entre os grupos submetidos às diferentes periodicidades das
consultas80.
2.6. Dez Passos para uma Alimentação Saudável
Reconhecendo a importância da qualidade da alimentação, a OMS divulgou, em maio
de 2004, o manual chamado Estratégia Mundial sobre Alimentação Saudável, Atividade
Física e Saúde (WHO Global Strategy on Diet, Physical Activity and Health)81. Em acordo
28
com a proposta da OMS, em 2005 o Ministério da Saúde (MS) elaborou o Guia Alimentar
para a População Brasileira57 e, em 2006, foi publicado o Guia de Bolso contendo os “Dez
Passos para uma Alimentação Saudável”, a fim de levar à população, de forma resumida,
algumas das informações contidas no Guia Alimentar para a População Brasileira 76. Este Guia
contempla as seguintes recomendações: 1) fazer pelo menos três refeições (café da manhã,
almoço e jantar) e dois lanches saudáveis por dia. Não pular as refeições; 2) incluir
diariamente seis porções do grupo de cereais (arroz, milho, trigo, pães e massas), tubérculos
como as batatas e raízes como a mandioca/macaxeira/aipim nas refeições. Dar preferência aos
grãos integrais e aos alimentos na sua forma mais natural; 3) Comer diariamente pelo menos
três porções de legumes e verduras como parte das refeições e três porções ou mais de frutas
nas sobremesas e lanches; 4) comer feijão com arroz todos os dias ou, pelo menos, cinco
vezes por semana, 5) consumir diariamente três porções de leite e derivados e uma porção de
carnes, aves, peixes ou ovos. Retirar a gordura aparente das carnes e a pele das aves antes da
preparação; 6) consumir, no máximo, uma porção por dia de óleos vegetais, azeite, manteiga
ou margarina. Ficar atento aos rótulos dos alimentos e escolher aqueles com menores
quantidades de gorduras trans; 7) evitar refrigerantes e sucos industrializados, bolos, biscoitos
doces e recheados, sobremesas doces e outras guloseimas como regra da alimentação; 8)
diminuir a quantidade de sal na comida. Evitar consumir alimentos industrializados com
muito sal (sódio) como hambúrguer, charque, salsicha, linguiça, presunto, salgadinhos,
conservas de vegetais, sopas, molhos e temperos prontos; 9) beber pelo menos dois litros (seis
a oito copos) de água por dia. Dar preferência ao consumo de água nos intervalos das
refeições; 10) praticar pelo menos 30 minutos de atividade física todos os dias, evitar as
bebidas alcoólicas e o fumo. Manter a massa corporal dentro de limites saudáveis.
Vinholes et al.82, por meio de estudo de base populacional, avaliaram a frequência da
adesão à estratégia dos Dez Passos para uma Alimentação Saudável pela população adulta da
29
cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul. Cada um dos passos foi avaliado por meio de aplicação
de questionário para 3136 indivíduos. Como resultado final, observou-se que apenas 1,1% da
população estudada seguiam todos os passos para alimentação saudável. Como não
considerou a presença de morbidades e/ou o uso de fármacos, tal estudo não forneceu dados
que associassem alimentação inadequada à ocorrência de DCV. Não foram encontrados
outros estudos, anteriores ou posteriores a este, avaliando os “Dez Passos para uma
Alimentação Saudável”.
Como apoio técnico às estratégias de educação nutricional, os guias de alimentação e
nutrição publicados na Europa, Brasil, EUA e Austrália75-78, dentre outros, constituem
ferramenta útil, pois, como o próprio nome sugere, guiam e respaldam o profissional
nutricionista no desencadeamento de argumentos e informações técnicas para o
convencimento do paciente quanto à importância e viabilidade em melhorar sua alimentação,
por meio do consumo de alimentos que estejam ao seu alcance e que tragam melhora em seu
estado de saúde83-85.
Objetivando atualizar o Guia Alimentar publicado em 2006, o Ministério da Saúde
elaborou o novo Guia Alimentar para a População Brasileira 86, o qual ficou aberto para
Consulta Pública até maio/2014 e encontra-se em fase de finalização para publicação. Tal
como o anterior, o novo Guia está pautado na prevenção de doenças e promoção de saúde,
com destaque para a importância do consumo de alimentos naturais e da diminuição do
consumo de alimentos processados. O atual documento mantém o formato de 10 Passos,
porém, modificando os conteúdos para: 1) Fazer de alimentos naturais a base da alimentação;
2) Usar óleos, gorduras, sal e açúcar com moderação; 3) Limitar o uso de produtos prontos
para consumo; 4) Comer com regularidade e com atenção e em ambientes apropriados; 5)
Evitar fazer refeições sozinho (serve para manter a regularidade e atenção nas refeições); 6)
Fazer compras de alimentos em locais que ofertem variedades de alimentos frescos e evitar
30
produtos prontos para consumo sempre que possível; 7) Desenvolver, exercitar e partilhar
habilidades culinárias; 8) Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela
merece; 9) Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora e
evitar redes de fast food; 10) Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre
alimentação veiculadas em propagandas comerciais.
2.7. Fibras alimentares, a aveia, o farelo de aveia
As fibras alimentares estão presentes principalmente em cereais, frutas e hortaliças.
Além de macronutrientes, vitaminas, minerais e compostos antioxitantes, apresentam
compostos orgânicos solúveis ou insolúveis em meio líquido, que incluem arabinoxilanas,
inulina, pectina, celulose, amido resistente, beta-glucanas entre outros. Possuem baixo valor
energético e alto valor nutricional, motivo pelo qual têm sido estudadas quanto aos seus
possíveis benefícios na saúde humana, dentre os quais seu suposto efeito na redução das
concentrações da LDL-c e do risco cardiovascular87.
A aveia (Avena sativa L.), cereal pertencente à família Poaceae, contém ácidos
graxos, aminoácidos, minerais e vitaminas indispensáveis ao adequado funcionamento do
organismo humano 88. Recebe a definição de grão integral por apresentar, após o seu
processamento, o mesmo balanço de nutrientes encontrado na matéria-prima original89. A
aveia tem sido pesquisada nos últimos anos por conter as beta-glucanas, fibras alimentares
com possível ação tanto na inibição de parte da absorção de gorduras da dieta, como sobre o
metabolismo lipídico90,91.
Fujita e Figueroa21 observaram que as beta-glucanas da aveia estão presentes em maior
quantidade no farelo, apresentando teor de 9,68%, podendo variar com a safra e fatores
genéticos ligados ao grão. As beta-glucanas constituem aproximadamente 85% da fração
31
solúvel da aveia, sendo polissacarídeos não amiláceos com cadeia linear de unidades de β-Dglicopiranosil unidas por ligação β(1→4) e β(1→3). As ligações β(1→4) respondem por
aproximadamente 70% das ligações glicosídicas, e ocorrem em sequência de duas ou três
unidades de glicose, interrompidas por ligação β(1→3) isolada20. Além da suposta
funcionalidade das beta-glucanas existentes no farelo de aveia, este cereal também tem sido
pesquisado por apresentar ampla variedade de compostos fenólicos com comprovada
atividade antioxidante in vitro19,92,93.
Para Kerckhoffs et al. (2002)26, os efeitos fisiológicos das beta-glucanas ocorrem por
meio de vários mecanismos. Uma hipótese seria o aumento da viscosidade do quilo, devido à
propriedade dessa fibra em formar gel, interrompendo a formação de micelas e, assim,
inibindo a absorção de colesterol exógeno25,31. Outra hipótese seria que o maior consumo de
beta-glucanas promoveria maior produção de ácidos graxos de cadeia curta e o aumento da
razão propionato-acetato. O propionato seria produzido pela fermentação dessas fibras pelas
bactérias colônicas, e este por sua vez seria convertido a succinil-CoA no fígado, inibindo a
síntese hepática de coleterol16,18,94-96.
O aumento da viscosidade gástrica e intestinal conferido pelas beta-glucanas da aveia
pode também retardar o esvaziamento gástrico, resultando em sensação de saciedade e,
portanto, auxiliando no controle da massa corporal. O retardo no esvaziamento gástrico pode
também reduzir a glicemia pós-prandial evitando picos de insulinemia25,31.
O transporte de glicose é inibido, em parte, pelo aumento da resistência à difusão
através da barreira da mucosa intestinal. A magnitude da redução na resposta glicêmica do
alimento é diretamente proporcional à viscosidade e/ou às quantidades de fibras solúveis
presentes no intestino25. Behall et al. (2006)97 observaram que tanto as beta-glucanas quanto o
amido resistente, ambos digeridos pelas bactérias colônicas, têm a capacidade de promover o
controle glicêmico e insulinêmico. A combinação entre ambos resultou em melhora ainda
32
mais significativa deste controle, comparada à ingestão de cada um separadamente. Os
autores afirmaram ainda que as quantidades necessárias de beta-glucanas e amido resistente
para a obtenção desses benefícios podem ser obtidos a partir de alimentos in natura. Chen e
Raymond (2008)98, em revisão de literatura, observaram que as beta-glucanas teriam a
capacidade de estimular a atividade de substratos ligados aos receptores de insulina, com
consequente estímulo da via fosfatidil-inositol 3-quinase / proteína quinase B (PI3K/Akt),
sem a necessidade de participação da insulina, configurando outro mecanismo de ação das
beta-glucanas no controle glicêmico.
Davy et al. (2002)99 compararam os efeitos da ingestão de cereais à base de aveia
(contendo 5,5g/dia de beta-glucana) aos de cereais à base de trigo quanto à redução na
concentração sérica de LDL-c. Para tanto, 36 homens com idade entre 50 e 75 anos, com
índice de massa corporal entre 25 e 35 km/m2 foram randomizados entre os dois grupos. O
grupo que ingeriu cereais de aveia mostrou menores concentrações séricas de LDL-c, sem
alterações em TG e HDL-c, o que não foi observado no grupo que ingeriu cereais de trigo.
Com a inclusão de fibras na dieta de ambos os grupos houve aumento no percentual de
carboidratos e diminuição no percentual de gordura total e saturada. O grupo que ingeriu
cereais de trigo (fibras insolúveis) apresentou aumento na concentração sérica de TG, CT e
LDL-c, resultado que se espera de dietas que suprimem parte da ingestão de gordura em
detrimento do aumento na ingestão de carboidratos. Entretanto, este evento não ocorreu com o
grupo que consumiu cereais à base de aveia (beta-glucana), destacando a importância do tipo
de fibra (se solúveis ou insolúveis) a ser recomendado para melhorar o perfil lipídico e de
lipoproteínas. Contudo, o número pequeno de participantes impossibilita inferências seguras
acerca dos resultados obtidos.
Polifenois identificados na aveia têm demonstrado várias atividades biológicas,
incluindo efeitos antiateroscleróticos, antiinflamatórios e antioxidantes, pela neutralização de
33
espécies reativas de oxigênio (EROs). Os ácidos fenólicos da aveia têm sido encontrados em
maior quantidade no farelo do grão (especificamente na camada externa da aleurona,
constituinte da estrutura do farelo), tornando-o fonte dietética desses componentes19,92,100.
Em 1989, Collins et al.101 isolaram e caracterizaram um grupo de polifenois alcalóides
cinamoil antranilato na aveia, denominados avenantramidas (compostos fenólicos solúveis de
baixo peso molecular), além de outros compostos fenólicos: p-cumarico, p-hydroxybenzóico,
p-hydroxyfenilacético, protocatecuico, vaníllico, ferúlico, sinápico, cafeico e siringico,
flavonóides (apigenina, tricina, luteolina, caenferol e quercetina), além das avenantramidas.
Neste estudo, as avenantramidas foram descritas como um grupo de compostos fenólicos
aniônicos com propriedades antialérgicas e antioxidantes, intimamente relacionados com as
avenaluminas, fitoalexinas produzidas pelas folhas da aveia como potente agente antifúngico
contra a ferrugem-da-folha, moléstia causada pelo fungo Puccinia coronata f. sp. avenae.
Handelman et al. (1999)102, em estudo in vitro, compararam a capacidade antioxidante
de compostos fenólicos presentes nas diversas frações da aveia, dentre os quais o ácido
cafeico, o ácido ferúlico e as avenantramidas, na inibição da oxidação sofrida pela LDL-c e
observaram que na aleurona estaria a maior capacidade antioxidante desse cereal. Neste
estudo observou-se que as avenantramidas da aveia apresentam estabilidade ao tratamento
térmico e, portanto, estão presentes no alimento mesmo após as etapas de processamento.
Ainda, a ligação amilácea das avenantramidas parece apresentar resistência à hidrólise
enzimática no trato gastrintestinal, garantindindo sua biodisponibilidade.
Embora biodisponibilidade e mecanismos de ação dos polifenóis e ácidos fenólicos
ainda estejam pouco elucidados, alguns trabalhos têm sinalizado que sua ingestão parece estar
inversamente associada à ocorrência de eventos cardiovasculares92,93,103,104.
O farelo de aveia parece, portanto, reunir características suficientes para incluí-lo na
alimentação diária de indivíduos para tratamento nutricional adjuvante da dislipidemia, tanto
34
pela possível redução da colesterolemia por meio da ação das beta-glucanas como pela
suposta proteção da LDL-c contra o dano oxidativo, reunidas neste alimento88.
2.8. Avaliação da qualidade da dieta
A dieta de seres humanos tem por característica a grande complexidade de itens, que
repercutem de forma positiva ou negativa no estado de saúde. Em função desta complexidade,
alguns métodos vêm sendo propostos nas últimas duas décadas para avaliar o consumo
alimentar, a fim de tornar possíveis análises de correlação entre a ingestão de alimentos e
nutrientes e a manutenção do estado de saúde ou a presença de doenças105.
Em 1995, Kennedy et al.106 elaboraram um índice para avaliar a qualidade global da
dieta
da população dos Estados Unidos da América (EUA), denominado Índice de
Alimentação Saudável (Healthy Eating Index).
Em 2004, Fisberg et al.107 adaptaram e validaram este índice para a população
brasileira, dando origem ao Índice de Qualidade da Dieta (IQD). Por meio deste índice,
avaliam-se diferentes tipos de alimentos, nutrientes e constituintes da dieta, combinados entre
si, em relação às recomendações dietéticas e a presença de saúde ou doença.
Em 2005 foi publicado o Guia Alimentar para a População Brasileira57, a partir do
qual foram originados os “Dez Passos para uma Alimentação Saudável”76. A elaboração deste
Guia Alimentar pelo MS gerou a necessidade de revisar o instrumento desenvolvido por
Fisberg et al. (2004)107.
Em 2011, Previdelli et al.108 atualizaram o IQD, propondo o Índice de Qualidade da
Dieta Revisado para a população brasileira (IQD-R), elaborado com base nas recomendações
anteriormente citadas57,81 e, para gordura saturada, o ponto máximo foi definido de acordo
com a Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose 109. O objetivo foi
35
desenvolver um instrumento para avaliação e monitoramento da adesão às recomendações
nutricionais propostas aos brasileiros. Segundo os autores, o IQD-R possibilita a avaliação de
vários componentes da dieta simultaneamente sendo, contudo, necessária a realização de mais
estudos para avaliar a aplicabilidade deste Índice. Em 2013, Andrade et al.110 avaliaram o
IQD-R e concluíram tratar-se de instrumento confiável e estruturalmente válido quando
utilizado para avaliar e monitorar a qualidade da dieta de brasileiros.
2.9. Alimentos ultraprocessados
Alimentos ultraprocessados foram definidos por Monteiro e Castro (2009) 111 como
aqueles que são altamente processados, disponibilizados prontos ou quase prontos para o
consumo. São produzidos a partir de substâncias processadas, extraídas ou refinadas de
alimentos integrais, como óleos, gorduras hidrogenadas, farinhas e amidos, variantes de
açúcar e partes baratas ou remanescentes de cortes animais. Apresentam alta densidade
energética, elevada carga glicêmica, são pobres em fibras alimentares, micronutrientes e
fitoquímicos; contêm altos teores de gorduras saturadas e trans, açúcares de adição, sódio e
aditivos químicos (conservantes, estabilizantes, aromatizantes, corantes). Neste grupo de
alimentos estão os produtos panificados, de confeitaria, biscoitos, bolos, sorvetes, gelatinas,
barras de cereais, doces em geral, embutidos, molhos, macarrão instantâneo, sopas
desidratadas, batata chips e similares, bebidas gaseificadas adoçadas ou não, outras bebidas
adoçadas em geral, hamburguers, massas e pizzas congeladas, nuggets, além dos diversos
salgadinhos em pacotes plásticos ou aluminizados. Estima-se que mais que 18 milhões de
mortes anuais sejam causadas por hipertensão arterial (9,4 milhões), sobrepeso e/ou obesidade
(3,4 milhões), hiperglicemia (3,4 milhões) e hipercolesterolemia (2 milhões), às quais pode-se
atribuir como uma das causas o consumo de alimentos ultraprocessados111,112.
36
Além da alta concentração de energia por volume, os alimentos ultraprocessados
reúnem os atributos que favorecem o consumo excessivo e aumentam o risco de obesidade. A
presença de açúcares, gorduras, sal e grande variedade de aditivos na formulação de produtos
prontos ultraprocessados os tornam extremamente palatáveis, levando ao hábito de consumo e
ao surgimento da dependência. A maioria dos produtos ultraprocessados é formulada para
consumo sem o uso de mesas, pratos e talheres, em qualquer lugar, em redes de fast food, em
casa enquanto se assiste a programas de televisão, na mesa de trabalho ou andando na rua. O
consumo alimentar nessas circunstâncias parece confundir o indivíduo quanto ao registro da
energia proveniente de referidos produtos, visto que não ocorre durante as refeições
tradicionais (desjejum, colação, almoço, lanche, jantar, ceia). O baixo custo dos ingredientes
utilizados para a fabricação dos produtos ultraprocessados permite que sejam comercializados
em porções ou embalagens gigantes a preço apenas ligeiramente superior ao de porções ou
embalagens regulares. Diante de porções ou embalagens gigantes, ocorre consumo aumentado
de energia86.
A maioria dos produtos ultraprocessados é fabricada, anunciada e vendida por grandes
empresas multinacionais. Suas características atraentes (prazo de validade longo,
palatabilidade, prontos para consumo) frente aos produtos perecíveis, somadas às agressivas
estratégias de marketing (baixo preço e grande volume da porção) induzem a compra e o
consumo, tornando-os padrão alimentar. Sua composição química parece alterar os
mecanismos
endógenos
de
saciedade,
promovendo
aumento
do
consequentemente, desencadeando obesidade, HAS, DM, dislipidemia 111,112.
consumo
e,
37
3. JUSTIFICATIVA
Espera-se que indivíduos dislipidêmicos estejam em tratamento otimizado, ou seja,
mantendo os respectivos biomarcadores dentro das metas terapêuticas estabelecidas em
consensos e diretrizes.
Observa-se que parte dos pacientes dislipidêmicos em tratamento ambulatorial de
unidades de saúde de alta complexidade não se encontra em tratamento otimizado, apesar de
receber acompanhamento médico e nutricional de rotina, contemplando prescrição dos
fármacos necessários e aconselhamento para a adoção de hábitos saudáveis de alimentação.
Tal insucesso provavelmente decorra da não adesão à terapêutica prescrita.
Desta forma, propõe-se o aconselhamento nutricional intensivo somado à inclusão de
um alimento funcional que apresente benefícios no controle da dislipidemia. Neste contexto,
destaca-se o farelo de aveia, por ser fonte de beta-glucanas, fibras alimentares com suposta
ação na redução da absorção e da síntese de colesterol, bem como por conter as
avenantramidas, compostos fitoquímicos com suposta ação antioxidante em membranas
lipídicas, portanto, com suposta proteção da LDL-c contra a oxidação e desencadeamento da
doença aterosclerótica.
38
4. HIPÓTESE
Nossa hipótese é que o aconselhamento nutricional intensivo, associado ao consumo
do farelo de aveia, auxilia no controle da colesterolemia para prevenção de eventos
cardiovasculares.
39
5. OBJETIVOS
5.1. OBJETIVO GERAL
Avaliar o efeito do aconselhamento nutricional associado à ingestão de farelo de aveia
na redução da colesterolemia.
5.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
5.2.1. Avaliar os efeitos do aconselhamento nutricional associado à ingestão de farelo de
aveia no perfil glicídico e parâmetros antropométricos de indivíduos
hipercolesterolêmicos.
5.2.2. Avaliar a qualidade da dieta e a ingestão de alimentos processados e ingredientes
de adição.
40
6. INDIVÍDUOS E MÉTODOS
6.1. Aspéctos éticos
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) envolvendo seres
humanos do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho em 08 de março de 2012 através
do número 173/11 (ANEXO 1) e pelo CEP do Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de
Castro – IECAC, Parecer nº 47305 de 29 de junho de 2012 (ANEXO II), em conformidade
com a Resolução nº 196 de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde (CNS).
Todos os participantes foram informados acerca dos procedimentos aos quais seriam
submetidos ao longo do estudo, sendo seu consentimento formalizado por meio de assinatura
em Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) concordando em participar da
pesquisa (ANEXO III).
6.2. Casuística
Trata-se de ensaio clínico, randomizado em bloco, duplo cego, controlado por placebo,
com indivíduos de ambos os gêneros, com idade a partir de 20 anos, provenientes do Serviço
de Nutrição do Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro – Rio de Janeiro – RJ para
prevenção secundária de eventos cardiovasculares ateroscleróticos.
Cada participante foi acompanhado ao longo de 90 dias, com frequência mensal de
consultas (t0, t30, t60 e t90), com dois contatos telefônicos entre as consultas: um feito 15
dias após cada consulta e um feito na véspera de cada consulta.
Na consulta inicial foram coletados, em protocolo padronizado: gênero, idade, grau de
escolaridade, consumo de bebidas alcoólicas, prática de tabagismo, história clínica, familiar e
41
pregressa de doenças, história fisiológica e nutricional, fármacos em uso (ANEXO IV); dados
antropométricos: massa corporal (MC), estatura, IMC, perímetro de cintura (PC), perímetro
de pescoço (PP), pressão arterial (PA) (ANEXO VII); inquéritos dietéticos: questionário de
frequência de consumo alimentar (QFCA) (ANEXO V) e recordatório de 24 horas (R24H)
(ANEXO VI), além dos exames laboratoriais CT, LDL-c, HDL-c, TG, glicemia de jejum
(GLI), insulina de jejum (INS), com o cálculo do modelo de avaliação da homeostase –
resistência à insulina (HOMA-IR) e índice de verificação quantitativa da sensibilidade à
insulina (QUICKI), colhidos na triagem (ANEXO VII).
Em cada consulta subsequente foram coletados: MC, IMC, PC, PP, PA, os exames
laboratoriais CT, LDL-c, HDL-c, VLDL-c, TG, GLI, INS, com o cálculo de HOMA-IR e
QUICKI, além do R24H. Na última consulta (t90), adicionalmente aos demais dados
coletados, foi aplicado QFCA.
6.3. Grupo de Estudo
O recrutamento ocorreu por meio de revisão em prontuários, colocação de cartazes na
unidade hospitalar e divulgação verbal da pesquisa. Pacientes com história de concentrações
elevadas de LDL-c foram convidados a comparecer à unidade de saúde para coleta de sangue.
Na triagem foram coletados os seguintes parâmetros laboratoriais: CT, LDL-c, HDL-c, TG,
GLI, INS, HOMA-IR e QUICKI. A fase de triagem e seleção dos participantes do estudo
ocorreu durante o período de outubro de 2012 a janeiro de 2014.
Foram pré-selecionados 227 indivíduos, dos quais 133 atenderam ao critério de
inclusão bioquímico (LDL-c igual ou maior que 130mg/dL). Os indivíduos selecionados
foram alocados em dois grupos: Grupo Farelo de Aveia (GFAV) e Grupo Placebo (GPL).
42
6.4. Critérios de elegibilidade
6.4.1. Critérios de inclusão:
Indivíduos com idade igual ou maior que 20 anos, de ambos os gêneros, com LDL-c
igual ou maior que 130mg/dL em lipemia de jejum por 12 horas. Também foram
considerados elegíveis os indivíduos em uso de hipolipemiantes orais, desde que a dose
farmacológica relatada no início da intervenção nutricional proposta fosse mantida até o final
da mesma.
6.4.2. Critérios de exclusão:
Indivíduos com quadro clínico que requeresse diminuição na ingestão diária de
líquidos, insuficientes renais agudos ou crônicos, além daqueles em uso de suplementos de
fibras alimentares e mulheres em período de gestação/lactação.
Figura 1 – Representação esquemática do recrutamento, seleção e randomização dos
participantes do estudo.
43
Figura 2 – Representação esquemática das atividades realizadas junto aos
participantes, do início ao final do estudo.
6.5. Cálculo amostral
Realizou-se estudo piloto com 44 indivíduos (14 homens e 30 mulheres), que foram
submetidos às mesmas etapas descritas na pesquisa, com o mesmo rigor científico. O cálculo
amostral foi realizado a partir desse estudo piloto, utilizando o programa Openepi versão 3.0
(Open
Source
Epidemiologic
Statistics
for
Public
Health,
disponível
em
<www.openepi.com>), considerando intervalo de confiança de 95% (), o poder de 80% (),
e razão entre tamanho amostral dos grupos 1 (1:1). Foram consideradas as diferenças entre as
médias (intervenção x placebo) de redução da LDL-c, de 30mg/dL x 15mg/dL (valores
absolutos), com uma variabilidade (DP) de 30. Resultou-se no número de 63 indivíduos para
cada grupo. Adotou-se o nível de significância estatística de 5% (p < 0,05).
44
6.6. Aconselhamento nutricional
Todos os participantes receberam aconselhamento nutricional, definido como
intensivo em função da periodicidade mensal de consultas e contatos telefônicos nos
intervalos das mesmas80, baseado nos “Dez Passos para uma Alimentação Saudável” do
Ministério da Saúde (ANEXO VIII). Além da orientação para ingestão do complemento
dietético, que consistia num preparado matinal na forma de mingau a ser consumido no
desjejum. Foi entregue orientação escrita para o preparo do mingau (ANEXO IX).
6.7. Complemento dietético
Os participantes do GFAV receberam em cada consulta caixa contendo 30 porções de
preparado matinal, envasado em frasco individual opaco e lacrado, com 30g de leite em pó
desnatado, 0,8g de edulcorante artificial à base de sucralose e acessulfame-K e 40g de farelo
de aveia.
Os participantes do GPL receberam em cada consulta caixa contendo 30 porções de
preparado matinal, envasado em frasco individual opaco e lacrado, com 30g de leite em pó
desnatado, 0,8g de edulcorante artificial à base de sucralose e acessulfame-K e 40g de pó para
mingau à base de amido de milho e farinha de arroz.
Todos os frascos foram envasados em laboratório de técnica dietética, em
conformidade com as boas práticas para manipulação de alimentos113.
A composição centesimal do farelo de aveia e do placebo e a composição nutricional
dos dois preparados matinais são apresentadas nos Quadros 1 e 2.
45
Quadro 1 – Composição centesimal de farelo de aveia e placebo
Energia (kcal)
Proteína (g)
Carboidrato (g)
Lipídeos totais (g)
Fibras totais (g)
Fibra solúvel (g)
Lipídeos
Saturado (g)
Monoinsaturado (g)
Poliinsaturado (g)
Trans (g)
Colesterol (mg)
Calcio (mg)
Ferro (mg)
Fósforo (mg)
Magnésio (mg)
Potássio (mg)
Sódio (mg)
Zinco (mg)
Ácido fólico (µg)
FARELO DE AVEIA*
(100g)
PLACEBO**
(100g)
397,33
17,3
66,23
7,03
15,43
≅ 7,5g***
363,8
5,23
85,73
0
0
0
1,33
2,38
2,78
0
0
58,5
5,43
734,05
235,1
565,95
4,25
3,1
52,13
0
0
0
0
0
242,88
0
0
0
0
166,68
0
166,68
*USDA – Agricultural Research Service; **Nestlé; ***Fibra solúvel não quantificada nos
lotes utilizados. Informação baseada na literatura citada nesta dissertação e em rotulagem
nutricional disponível no mercado.
Quadro 2 – Composição nutricional dos preparados matinais à base
de farelo de aveia e placebo
Energia (kcal)
Proteína (g)
Carboidrato (g)
Lipídeos totais (g)
Fibras totais (g)
Fibra solúvel (g)
Lipídeos
Saturado (g)
Monoinsaturado (g)
Poliinsaturado (g)
Trans (g)
Colesterol (mg)
Calcio (mg)
Ferro (mg)
Fósforo (mg)
Magnésio (mg)
Potássio (mg)
Sódio (mg)
Zinco (mg)
Ácido fólico (µg)
Preparado matinal
com farelo de aveia*
(70g)
Preparado matinal
com placebo**
(70g)
265,43
17,57
41,49
2,81
6,17
≅ 3g***
252,02
12,74
49,29
0
0
0
0,53
0,95
1,11
0
0
389,4
2,17
293,62
94,04
226,38
151,7
1,24
20,85
0
0
0
0
0
463,15
0
0
0
0
216,67
0
66,67
*USDA – Agricultural Research Service; **Nestlé; ***Fibra solúvel não quantificada nos lotes
utilizados. Informação baseada na literatura citada nesta dissertação e em rotulagem
nutricional disponível no mercado.
46
6.8. Avaliação antropométrica e abordagem sobre exercício físico
Os dados antropométricos foram coletados por um único avaliador treinado. Para a
mensuração de MC e estatura foi utilizada balança plataforma com estadiômetro marca
Welmy®, tarada e calibrada de acordo com as normas do INMETRO, com capacidade para
200 kg e precisão de 100g. A balança foi apoiada sobre superfície plana, lisa e firme, afastada
da parede. Cada indivíduo foi pesado em jejum, após urinar e utilizando roupas leves. Para
mensuração da estatura cada indivíduo estava descalço, distribuindo a massa corporal
igualmente entre os pés, com os braços estendidos ao longo do corpo e calcanhares juntos. A
cabeça ficou ereta, com os olhos fixos à frente ou no plano horizontal de Frankfurt. Foi
retirado qualquer adorno utilizado na cabeça. A medição ocorreu após inspiração profunda,
quando a haste horizontal do estadiômetro foi abaixada até o ponto mais alto da cabeça 114.
O IMC foi calculado por meio da equação: MC (kg) / estatura (m)2. A classificação do
estado nutricional antropométrico, apresentada nos Quadros 2 e 3, foi feita de acordo com a
idade115,116.
Quadro 3 – Classificação do IMC – adultos
Categorias
IMC (kg/m2)
Magreza
< 18,5
Eutrofia
18,5 – 24,99
Sobrepeso
25,0 – 29,99
Obesidade grau 1
30,0 – 34,99
Obesidade grau 2
35,0 – 39,99
Obesidade grau 3
> 40,0
IMC = índice de massa corporal
Fonte: WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2000.
47
Quadro 4 – Classificação do IMC – idosos
Categorias
IMC (kg/m2)
Magreza
< 22
Eutrofia
22 – 27
Sobrepeso
> 27
IMC = índice de massa corporal
Fonte: NUTRITION SCREENING INITIATIVE, 1992.
O PC foi medido na posição em pé, com a região despida, após expiração, na sua
curvatura natural, no ponto médio entre a décima costela e a crista ilíaca, com fita inelástica e
inextensível, da marca Sanny Medical® em posição horizontal117.
O PP medido na posição em pé, com a região despida, circundando o pescoço com fita
métrica inelástica e inextensível, da marca Sanny Medical®, em posição horizontal, no ponto
médio do pescoço, ao nível da cartilagem cricotireoidea, entre ponto médio da coluna cervical
até ao meio-anterior do pescoço. Em homens, a medida foi feita abaixo da proeminência
laríngea118.
Embora a prática de exercício físico seja largamente preconizada81,119-122, a mesma foi
abordada com cautela, visto que os participantes apresentavam diferentes graus de limitações,
por exemplo, devido a cirurgia de revascularização do miocárdio recente ou por apresentar
quadro variável de angina e referir desconforto e dor. Para não haver interferência nos
resultados do estudo, todos os participantes foram orientados a não modificar sua rotina, de
sedentarismo ou de exercício físic, durante os noventa dias de intervenção. Portanto, aos
participantes que praticavam qualquer exercício físico, foi recomendada a manutenção deste,
na mesma frequência e intensidade já praticadas.
48
6.9. Avaliação da pressão arterial
A medição da pressão arterial dos participantes foi realizada utilizando-se
esfigmomanômetro de coluna de mercúrio devidamente calibrado marca Unitec ®. Para a
medição da pressão arterial padronizou-se o braço esquerdo, os participantes não poderiam
estar com a bexiga cheia, ter praticado exercícios físicos há pelo menos 60 minutos, ter
fumado nos 30 minutos anteriores, ter ingerido bebidas alcoólicas ou café. O procedimento de
medição da pressão arterial seguiu o seguinte protocolo: após cinco minutos de repouso o
paciente foi colocado na posição sentada, com pernas descruzadas, pés apoiados no chão,
dorso recostado na cadeira e relaxado. Seu braço foi posicionado na altura do coração (nível
do ponto médio do esterno ou 4º espaço intercostal), livre de roupas, apoiado, com a palma da
mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido. Para a ausculta foi utilizado
estetoscópio marca Littmann Cardiology III®, cujo diafragma foi posicionado, sem
compressão excessiva, sobre a artéria braquial, na fossa cubital. Os dados de duas medições
foram anotados em formulário próprio e informados ao participante 123. O Quadro 4 apresenta
a classificação da pressão arterial de acordo com a medida casual.
Quadro 5 – Classificação da pressão arterial de acordo com a medida casual
Pressão sistólica
(mmHg)
Pressão diastólica
(mmHg)
Ótima
< 120
< 80
Normal
< 130
< 85
Limítrofe
130 – 139
85 – 89
Hipertensão estágio 1
140 – 159
90 – 99
Hipertensão estágio 2
160 – 179
100 – 109
Hipertensão estágio 3
≥ 180
≥ 110
Hipertensão sistólica isolada
≥ 140
< 90
Fonte: VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, 2010.
49
6.10. Avaliação bioquímica
A avaliação bioquímica foi feita em laboratório certificado que presta serviços
terceirizados à unidade de saúde onde o estudo foi conduzido. Os indivíduos foram orientados
a evitar a ingestão de álcool e a realização de exercício físic vigoroso nas 72 e 24 horas que
antecederam as coletas de sangue, respectivamente. Após jejum noturno de 12 horas, os
indivíduos foram submetidos à coleta de sangue, sendo que este procedimento foi realizado
em todas as consultas (t.0, t.30, t.60 e t.90). As alíquotas de soro e plasma foram obtidas após
centrifugação, por 15 minutos a 4.000 rpm.
Para a glicemia de jejum foi utilizado kit comercial marca ByoSistems® para a análise
e a leitura desta por meio do Analisador Automático A25, marca BioSystems®. Foi utilizado o
método glicose oxidase/peroxidase124, com resultado expresso em mg/dL. Foram
considerados como valores de referência: 70 a 99 mg/dL.
A concentração
de insulina de
jejum
foi determinada por
método de
eletroquimioluminescência125, utilizando kit insulina marca Roche® para análise e leitura
desta por meio do Analisador Elecsys 2010 Roche®, considerando como valor de referência:
inferior ou igual a 9µU/mL126.
A sensibilidade à ação da insulina foi estimada pelo índice QUICKI (quantitative
insulin sensitivity check index), descrito por Katz et al. (2000)127, dividindo-se 1 por log de
insulina + log de glicemia em mg/dL. A resistência à insulina (RI) foi estimada pelo método
HOMA-IR (Homeostasis Model Assessment Isulin Resistance), descrito por Mathews et al.
(1985)128, multiplicando-se a glicose em jejum (mmol/L) pela insulina de jejum (μIU/mL) e
dividindo-se por 22,5. Foi considerada RI, valores de HOMA maiores que 2,71 129.
50
As concentrações de colesterol total, triglicerídeos e o colesterol ligado à lipoproteína
de alta densidade (HDL-c) foram analisadas pelo método enzimático colorimétrico e
expressas em mg/dL. Foram utilizados kits comerciais marca ByoSistems® para as análises e a
leitura destas por meio de Analisador Automático A25, marca BioSystems®. A dosagem de
colesterol total foi determinada pelo método Colesterol Oxidase/Peroxidase 130, de HDL-c
direto pelo método Detergente Direto 131 e de triglicerídeos pelo método Glicerol Fosfato
Oxidase/Peroxidase132.
A concentração de colesterol ligado à lipoproteína de baixa densidade (LDL-c) foi
calculada pela fórmula de Friedwald: LDL-c = CT – (HDL-c + TG/5)133. Foram adotados os
valores de referência preconizados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (2007)92: CT
menor que 200 mg/dL, TG menor que 150 mg/dL, HDL-c maior que 40 mg/dL para homens e
maior que 50 mg/dL para mulheres, LDL-c menor que 130 mg/dL.
6.11. Avaliação da qualidade da dieta, da adesão ao aconselhamento nutricional e do
consumo de alimentos processados
Para a análise da composição da dieta, considerando energia, macronutrientes,
micronutrientes, eletrólitos, gordura saturada, gordura trans, colesterol e fibras alimentares,
foram analisados os Recordatórios de 24 horas (ANEXO VI) colhidos em t0, t30, t60 e t90.
Como ferramenta de apoio para o preenchimento do Recordatórios de 24 horas,
utilizou-se album fotográfico com os tamanhos de porções de alimentos in natura e
preparações. A fim de minimizar as limitações desse inquérito dietético, houve o cuidado por
parte do entrevistador para não influenciar os participantes do estudo. Houve o cuidado para
evitar Recordatórios de 24 horas referentes a dias atípicos.
51
Utilizou-se o programa computacional Food Processor® versão 7.2 (ESHA
RESEARCH, Salem, USA, 1998)134, a Tabela de Composição Nutricional dos Alimentos
Consumidos no Brasil135 e a Tabela para Avaliação de Consumo Alimentar em Medidas
Caseiras136.
Os valores de referência utilizados para a verificação de adequação de ingestão
energética, macronutrientres, distribuição dos lipídeos e fibras alimentares são apresentados
nos Quadros 6 e 7137. Para verificação de adequação de micronutrientes foram utilizados os
valores de referência segundo as Dietary References Intake: riboflavina – 1,1mg/dia e
1,3mg/dia, para mulheres e homens, respectivamente; niacina – 14mg/dia e 16mg/dia, para
mulheres e homens, respectivamente138; cálcio – 1000mg/dia para mulheres de 19 a 50 anos e
1200mg/dia acima de 50 anos, 1000mg/dia para homens de 19 a 70 anos e 1200mg/dia acima
de 70 anos139; magnésio – 310mg/dia para mulheres de 19 a 30 anos e 320mg/dia acima de 30
anos, 400mg/dia para homens de 19 a 30 anos e 420mg/dia acima de 30 anos140; potássio –
4,7g/dia para ambos os gêneros; sódio (para ambos os gêneros) – de 19 a 50 anos, 1,5g/dia, de
51 a 70 anos, 1,3g/dia, acima de 70 anos, 1,2g/dia141.
Quadro 6 – Recomendações para ingestão diária de energia.
Homens
Taxa metabólica basal = 864 – [9,72 x idade (anos)] + AF x [14,2 x peso (kg) + 503
x altura (m)]
Mulheres
Taxa metabólica basal = 387 – [7,31 x idade (anos)] + AF x [10,9 x peso (kg) +
660,7 x altura (m)]
Onde, AF representa o coeficiente de atividade física:
AF = 1,00 se o nível de AF for ≥ 1,0 < 1,4 (sedentário)
AF = 1,12 se o nível de AF for ≥ 1,4 < 1,6 (baixa atividade)
AF = 1,27 se o nível de AF for ≥ 1,6 < 1,9 (ativo)
AF = 1,54 se o nível de AF for ≥ 1,9 < 2,5 (muito ativo)
Fonte: Institute of Medicine – Dietary References Intake, 2005a.
52
Quadro 7 – Recomendações de macronutrientes, ácidos graxos,
colesterol e fibras alimentares.
Nutrientes
Recomendações diárias
Proteínas
10 – 30% do VET*
Carboidratos
45 – 65 % do VET*
Lipídeos
25 – 35% do VET*
Ácidos graxos saturados
≤ 7% do VET**
Ácidos graxos monoinsaturados
≤ 20% do VET**
Ácidos graxos poliinsaturados
≤ 10% do VET**
Lipídeos trans
< 1% do VET**
Colesterol
< 200mg**
Fibras totais
20 – 30g**
Fibras solúveis
5 – 10g**
VET = valor energético total
*Valores de acordo com as Dietary References Intake, 2005
**Valores de acordo com a IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias e Prevenção da
Aterosclerose, 2007.
A avaliação da qualidade da dieta pré e pós-intervenção (t0 e t90), bem como da
adesão ao tratamento nutricional após 90 dias, foi feita mediante a utilização do IQD-R,
instrumento composto por doze itens. Nove deles são grupos de alimentos expressos em
termos de densidade de energia/1000 kcal: "frutas totais", "frutas integrais", "vegetais totais",
"vegetais verdes escuros e alaranjados e leguminosas", "cereais totais", "cereais integrais",
"leite e derivados", "carne, ovos e leguminosas", "óleos". Dois são nutrientes (sódio e gordura
saturada). O décimo segundo item é composto por energia de gordura sólida, adição de
açúcares e álcool. As pontuações atribuídas aos doze itens avaliados pelo IQD-R e respectivas
porções são apresentadas no Quadro 8.
A presença ou ausência de cada item, bem como as quantidades das porções
atribuiram pontos ao Recordatório de 24 horas, que foram somados resultando em uma escala
de zero a 100. A partir da pontuação resultante em t0 e t90, avaliou-se a evolução na
qualidade da dieta, bem como a adesão ao aconselhamento nutricional. A avaliação do
consumo de alimentos processados foi feita por meio da aplicação do QFCA (ANEXO V) em
t0 e t90.
53
Quadro 8 – Descrição das pontuações dos componentes do IQD-R e respectivas
porções.
Componentes
Critério para
pontuação
mínima
Critério para
pontuação
intermediária
Frutas totais*
Pontos
0,5 porção/1000 kcal
Vegetais totais***
Vegetais verdes
escuros, alaranjados
e leguminosas
#
Ausência de
consumo
=
0 pontos
1,0 porção/1000 kcal
Cálculo
proporcional
Cereais totais
Cereais integrais
0,5 porção/1000 kcal
5
pontos
2,0 porções/1000 kcal
1,0 porção/1000 kcal
##
Leite e Derivados
Carnes, ovos e
leguminosas
Ausência de
consumo
=
0 pontos
≥ 15% do VET
Óleos###
1,5 porção/1000 kcal
Cálculo
proporcional
1,0 porção/1000 kcal
0,5 porção/1000 kcal
≤ 7% do VET
= 0 pontos
10% do VET
= 8 pontos
≥ 2,0g/1000 kcal
= 0 pontos
1g/1000 kcal
= 8 pontos
≤ 0,7g/ 1000 kcal
≥ 35% do VET
= 0 pontos
Cálculo
proporcional
≤ 10% do VET
Gordura Saturada
Gord_AA
Porções
1,0 porção/1000 kcal
Frutas integrais**
Sódio
Critério para pontuação máxima
10
pontos
20
pontos
* Inclui frutas e sucos naturais de frutas;
** Exclui sucos de frutas;
*** Inclui leguminosas apenas depois que a pontuação máxima de carnes, ovos e leguminosas for atingida;
#
Representa o grupo dos cereais, raízes e tubérculos;
##
Inclui leite e derivados e bebidas à base de soja;
###
Inclui gorduras mono e poliinsaturadas, óleos das oleaginosas e gorduras de peixes;
IQD-R = ìndice de qualidade da dieta revisado para a população brasileira;
VET = valor energético total;
Gord_AA = energia proveniente das gorduras sólidas, álcool e açúcar de adição.
6.12. Análise Estatística dos Dados
A análise exploratória dos dados foi feita pelo cálculo de medida de tendência
central (média) e medida de dispersão (desvio-padrão). No tempo basal foi avaliada a
normalidade das variáveis pelo método Komolgorov Smirnoff. Foi realizado o teste quiquadrado para comparar as variáveis categóricas entre os grupos no tempo basal. Para
54
comparação das médias das variáveis contínuas entre os grupos no tempo basal e ao longo dos
noventa dias de intervenção foi utilizado o teste t de Student. Para avaliar a evolução ao longo
da intervenção dentro de cada grupo foi utilizado o teste t de Student pareado. Utilizou-se o
teste de análise de variância para dados repetidos para avaliar a evolução dos parâmetros
avaliados.
As análises foram feitas no programa SPSS (Statistical Package for the Social
Sciences), versão 20.0. Considerou-se estatisticamente significativo o valor de p < 0,05.
55
7. RESULTADOS
Duzentos e vinte e sete pacientes com prontuários que apresentavam concentrações
séricas elevadas de LDL-c foram convidados a comparecer à unidade de saúde para avaliação
dos critérios de elegibilidade para inclusão na pesquisa. Destes, somente 133 apresentaram
concentrações séricas de LDL-c iguais ou maiores que 130mg/dL, os quais foram
randomizados resultando em 67 participantes no GFAV e 66 pacientes no GPL. Um
participante do GFAV desistiu nos primeiros quinze dias, alegando não conseguir aderir às
mudanças nos hábitos alimentares propostas. Uma participante do GPL desistiu nos primeiros
cinco dias, devido a intolerância ao volume de leite prescrito.
Cento e trinta e um participantes concluíram o estudo, sendo 66 no GFAV e 65 no
GPL, conforme demonstrado na Figura 1. Não houve relato de desconforto gastrintestinal (dor
de estômago, inchaço, flatulência, diarreia) com a ingestão do complemento dietético sob a
forma de preparado matinal.
Os participantes apresentavam as seguintes situações clínicas: pós-IAM (n = 52); pósangioplastia (n = 34), pós-revascularizados (n = 46), com angina estável (n = 25). A
distribuição entre os grupos é apresentada na Tabela 1. O ANEXO X apresenta o
detalhamento quanto às classes terapêuticas em uso, os fármacos dentro de cada classe
terapêutica e a distribuição destes entre os grupos.
Os dados basais referentes à média de idade da amostra, gênero, grau de escolaridade,
consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo, uso de fármacos, parâmetros bioquímicos
antropométricos e pressão arterial são apresentados na Tabela 1. Não foram observadas
diferenças entre os grupos nas variáveis medidas no tempo basal, exceto nas concentrações de
TG (p < 0,05).
56
Tabela 1 – Dados basais da amostra estudada
Característica
GFAV
Número de participantes (n)
66 (50%)
Idade (anos)
55,42 ± 10,15
Mulheres (n)
40 (30%)
Abaixo de 60 anos (n)
42 (32%)
Anos de estudo
Menor que oito (n)
22 (17%)
Entre oito e onze (n)
38 (29%)
Maior que onze (n)
06 (5%)
Consumo de bebida alcoólica
Não consome (n)
47 (36%)
Consumo diário (n)
03 (2%)
Consumo semanal (n)
09 (7%)
Consumo eventual (n)
07 (5%)
Tabagismo
Não fumante (n)
38 (29%)
Fumante (n)
05 (4%)
Ex-fumante (n)
23 (18%)
História clínica
Hipertensos (n)
53 (40%)
Diabéticos (n)
13 (10%)
Pós IAM (n)
23 (18%)
Pós-angioplastia (n)
14 (11%)
Pós-revascularizados (n)
25 (19%)
Angina estável (n)
11 (8%)
Farmacoterapia
Em uso de antihipertensivos (n)
53 (40%)
Em uso de hipoglicemiantes (n)
13 (10%)
Em uso de hipolipemiantes (n)
16 (12%)
Dados bioquímicos
CT (mg/dL)
248,9 ± 49,3
LDL-c (mg/dL)
163,3 ± 36,6
HDL- (mg/dL)
49,1 ± 13,9
TG (mg/dL)
190,9 ± 173,2
GLI (mg/dL)
114,8 ± 51,5
INS (µU/dL)
9,09 ± 6,03
HOMA-IR
2,66 ± 2,43
QUICKI
0,349 ± 0,04
Dados antropométricos
MC (kg)
79,6 ± 18,8
IMC (kg/m2)
29,9 ± 5,7
PC (cm)
98,2 ± 13,4
PP (cm)
38,2 ± 4,04
Pressão arterial
PAS (mmHg)
123,2 ± 16,2
PAD (mmHg)
81,7 ± 10,2
GPL
65 (50%)
55,86 ± 11,03
48 (36%)
41 (31%)
16 (12%)
32 (24%)
17 (13%)
46 (35%)
0 (0%)
09 (7%)
10 (8%)
45 (34%)
0 (0%)
20 (15%)
53 (40%)
09 (7%)
29 (22%)
20 (15%)
21 (16%)
13 (10%)
53 (40%)
09 (7%)
22 (17%)
235,4 ± 28,2
156,2 ± 22,3
50,9 ± 13,9
142,5 ± 58,9#
100,6 ± 30,7
8,46 ± 5,57
2,11 ± 1,53
0,355 ± 0,03
77,9 ± 16,4
30,1 ± 5,2
97,8 ± 13,8
37,6 ± 4,3
122,6 ± 13,5
82,2 ± 8,9
GFAV - grupo farelo de aveia; GPL - grupo placebo; IAM - infarto agudo do miocárdio; CT - colesterol total; LDL-c colesterol ligado à lipoproteína de baixa densidade; HDL-c - colesterol ligado à lipoproteína de alta densidade; Não
HDL - somatório de lipoproteínas exceto HDL-c; TG - triglicerídeo; GLI - glicemia de jejum; INS - insulina de jejum;
HOMA-IR - modelo de avaliação da homeostase – resistência à insulina; QUICKI - índice de verificação
quantitativa da sensibilidade à insulina; MC - massa corporal; IMC - índice de massa corporal; PC - perímetro de
cintura; PP - perímetro de pescoço; PAS - pressão arterial sistólica; PAD - pressão arterial diastólica.
Resultados expressos em frequência (n) e percentuais em relação ao número total de participantes do estudo,
Média ± Desvio Padrão;
# Diferença estatisticamente significativa (p < 0,05) na comparação entre os grupos pelo teste t de Student.
57
Destaca-se que a maioria dos participantes (71%) relatou não consumir bebida
alcoólica (36% no GFAV e 35% no GPL), somente 2% dos participantes relataram consumo
diário (todos no GFAV), 14% relataram consumo semanal (7% em cada grupo) e 13%
relataram consumo eventual (5% no GFAV e 8% no GPL). Quanto ao tabagismo, apenas 4%
eram tabagistas.
Os dados antropométricos e de pressão arterial, ao longo do estudo, referentes à
amostra avaliada, são apresentados na Tabela 2. Em todas as análises foram observadas
reduções significativas quando comparados os resultados no tempo basal com os demais
tempos de cada grupo separadamente. Comparando os resultados de GFAV com GPL, não foi
observada diferença significativa.
Tabela 2 – Dados antropométricos e de pressão arterial dos grupos farelo de aveia e
placebo, ao longo do estudo
t0
t30
t60
t90
Δt90-t0
Média
DP
Média
DP
Média
DP
Média
DP
MC (kg)
GFAV
79,6
(18,8)
77,9*
(18,3)
77,5*
(18,3)
77,1*
(18,3)
-2,5
GPL
77,9
(16,4)
76,3*
(15,3)
75,5*
(15,1)
75,1*
(15,02)
-2,8
2
IMC (kg/m )
GFAV
29,9
(5,7)
29,3*
(5,5)
29,1*
(5,4)
28,9*
(5,4)
-1
GPL
30,1
(5,2)
29,5*
(4,9)
29,2*
(4,8)
29,02*
(4,8)
-1,08
PC (cm)
GFAV
98,2
(13,4)
94,9*
(16,9)
94,9*
(13,1)
93,9*
(12,9)
-4,3
GPL
97,8
(13,8)
94,8*
(12,7)
93,5*
(12,5)
92,8*
(12,6)
-5
PP (cm)
GFAV
38,2
(4,04)
37,5*
(3,8)
37,4*
(3,9)
37,2*
(3,8)
-1
GPL
37,6
(4,3)
36,7*
(3,9)
36,5*
(3,9)
36,3*
(3,9)
-1,3
PAS (mmHg)
GFAV
123,2
(16,2)
115,9*
(12,8)
113,6*
(11,6)
112,1*
(12,1)
-11,1
GPL
122,6
(13,5)
115,4*
(11,5)
113,5*
(11,4)
110,8*
(11,2)
-11,8
PAD (mmHg)
GFAV
81,7
(10,2)
77,6*
(8,4)
75,5*
(7,3)
75,6*
(7,3)
-6,1
GPL
82,2
(8,9)
77,5*
(7,5)
76,2*
(7,2)
74,8*
(6,6)
-7,4
GFAV - grupo farelo de aveia, n=66; GPL - grupo placebo, n=65; t0 - início do estudo; t30 - primeira consulta; t60 - segunda consulta; t90 - terceira
consulta - fim do estudo; Δt90-t0 – diferença entre os resultados de t90 e t0; MC - massa corporal; IMC - índice de massa corporal; PC - perímetro de
cintura; PP - perímetro de pescoço; PAS - pressão arterial sistólica; PAD - pressão arterial diastólica;
Resultados expressos como Média e Desvio Padrão;
* Redução estatisticamente significativa dentro de cada grupo em relação a t0 (p < 0,05), pelo teste t pareado;
# Diferença estatisticamente significativa (p < 0,05) na comparação das reduções obtidas entre os grupos, pelo teste t de Student.
58
Os dados bioquímicos são apresentados na Tabela 3. Acerca das concentrações séricas
de CT e LDL-c, bem como de Não HDL, quando comparados os resultados do tempo basal
com os demais tempos foram observadas reduções significativas em cada grupo
separadamente, em todos os tempos, embora sem diferença entre os grupos. Não foram
observadas diferenças significativas em HDL-c e TG. Quanto à glicemia, insulinemia,
HOMA-IR e QUICKI, foram observadas reduções significativas somente no GFAV.
Tabela 3 – Dados bioquímicos dos grupos farelo de aveia e placebo, ao longo do
estudo
t0
t30
t60
t90
Δt90-t0
Média
DP
Média
DP
Média
DP
Média
DP
CT (mg/dL)
GFAV
248,9
(49,3)
219,6*
(78,2)
231,4*
(72,2)
231,8*
(58,9)
-17,1
GPL
235,4
(28,2)
206,4*
(37,2)
211,6*
(37,9)
216,6*
(37,6)
-18,8
LDL-c (mg/dL)
GFAV
163,3
(36,6)
136,1*
(39,7)
144,9*
(47)
150*
(51,2)
-13,3
GPL
156,2
(22,3)
132,1* (33,06)
136*
(34,6)
137,6*
(30,7)
-18,6
HDL-c (mg/dL)
GFAV
49,1
(13,9)
45,6*
(11,03)
47,6
(12,04)
47,8
(12,9)
-1,3
GPL
50,9
(13,9)
47,4*
(13,03)
48,7*
(12,5)
49,5
(12,3)
-1,4
Não HDL (mg/dL)
GFAV
199,8
(50,7) 174,02* (78,4)
183,9*
(73,9)
184,02* (59,5)
-15,78
GPL
184,5
(26)
159*
(38,2)
162,9*
(39,9)
167,1*
(38,5)
-17,4
TG (mg/dL)
GFAV
190,9
(173,2)
183,3
(375)
198,9
(318,04)
178,2 (163,6)
-12,7
GPL
142,5
(58,9)
135,4
(63,3)
137,8
(72)
147,7
(71,5)
5,2
GLI (mg/dL)
GFAV
114,8
(51,5)
110,2
(47)
107,6*#
(39,6)
108,9
(45,6)
-5,9
GPL
100,6
(30,7)
101,9
(41,1)
100,1
(36,3)
99
(30,15)
-1,6
INS (µU/dL)
GFAV
9,09
(6,03)
7,3*
(5,27)
8,73
(9,77)
7,3*
(5,18)
-1,79
GPL
8,46
(5,57)
7,82
(5,15)
7,75
(5,3)
7,63
(4,58)
-0,83
HOMA-IR
GFAV
2,66
(2,43)
2,09*
(2,38)
2,65
(4,77)
2,09*
(2,24)
-0,57
GPL
2,11
(1,53)
1,96
(1,44)
1,95
(1,63)
1,89
(1,32)
-0,22
QUICKI
GFAV
0,349
(0,04)
0,362*
(0,04)
0,358*
(0,04)
0,365*
(0,05)
0,016
GPL
0,355
(0,03)
0,359
(0,04)
0,362
(0,04)
0,361
(0,04)
0,006
GFAV - grupo farelo de aveia, n=66; GPL - grupo placebo, n=65; t0 - início do estudo; t30 - primeira consulta; t60 - segunda consulta; t90 - terceira
consulta - fim do estudo; Δt90-t0 – diferença entre os resultados de t90 e t0; CT - colesterol total; LDL-c - colesterol ligado à lipoproteína de baixa
densidade; HDL-c - colesterol ligado à lipoproteína de alta densidade; Não HDL - somatório de lipoproteínas exceto HDL-c; TG - triglicerídeo; GLI glicemia de jejum; INS - insulina de jejum; HOMA-IR - modelo de avaliação da homeostase – resistência à insulina; QUICKI - índice de verificação
quantitativa da sensibilidade à insulina;
Resultados expressos como Média e Desvio Padrão;
* Redução estatisticamente significativa dentro de cada grupo em relação a t0 (p < 0,05), pelo teste t pareado;
# Diferença estatisticamente significativa (p < 0,05) na comparação das reduções obtidas entre os grupos, pelo teste t de Student.
59
Os resultados de pressão arterial, dados antropométricos e bioquímicos também foram
analisados estratificando a amostra por: participantes sem uso de hipolipemiantes,
participantes sem uso de hipoglicemiantes e/ou hipolipemiantes, participantes em uso de
hipoglicemiantes e participantes em uso de hipolipemiantes (ANEXO XI). Não foram
encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os resultados observados nas
estratificações e no total de participantes avaliados.
GFAV – grupo farelo de aveia; GPL – grupo placebo; CT – colesterol total; LDL-c – colesterol ligado à lipoproteína de baixa densidade; t0 início do estudo; t30 - primeira consulta; t60 - segunda consulta; t90 - terceira consulta - fim do estudo; A – CT de todos os pacientes avaliados
ao longo do estudo, n GFAV=66, n GPL=65; B – CT dos participantes que não faziam uso de hipolipemiantes ao longo do estudo, n GFAV=50;
n GPL=43; C – LDL-c de todos os participantes ao longo do estudo, n GFAV=66, n GPL=65; D – LDL-c dos participantes que não faziam uso de
hipolipemiantes ao longo do estudo, n GFAV=50; n GPL=43; Resultados obtidos por meio de teste de análise de variância para dados
repetidos.
Figura 3 – Concentrações séricas de colesterol total e LDL-colesterol dos
participantes com e sem uso de hipolipemiantes, ao longo do estudo
A Figura 3 apresenta os resultados observados nos quatro tempos de avaliação das
concentrações séricas de colesterol total e LDL-colesterol de todos os participantes (n GFAV
60
= 66 e n GPL = 65), bem como dos participantes que não usavam hipolipemiantes (n GFAV =
50 e n GPL = 43). Em ambos os grupos observou-se efeito estatisticamente significativo de t0
para t30, sem significância para os demais tempos.
Os dados dietéticos são apresentados na Tabela 4. Observou-se que ambos os grupos
reduziram a ingestão energética e alcançaram distribuição normal dos macronutrientes.
Destaca-se que o valor energético consumido (VET c) médio em t0 por GFAV equivalia a
107% do valor energético teórico (VET t), calculado de acordo com as fórmulas apresentadas
no Quadro 6; em t90 reduziu para 97% de VET t. Em GPL o VET c em t0 equivalia a 112%
do VET t e, após os 90 dias de intervenção, reduziu para 91,35%. Em relação à riboflavina e
niacina, ambos os grupos apresentavam adequação de ingestão em t0, que foi mantida em t90.
Com relação aos valores iniciais e finais de riboflavina, niacina, potássio e sódio, estes
demonstram adesão, ao menos parcial, às modificações propostas nos hábitos alimentares.
Quanto ao consumo de fibras alimentares, o aumento de ingestão de fibras totais e solúveis no
grupo farelo de aveia já era esperado, em decorrência da composição deste alimento.
Destaca-se a diferença significativa entre os grupos quanto à ingestão de magnésio,
uma vez que somente GFAV alcançou adequação, possivelmente devido ao magnésio
presente no farelo de aveia (Quadro 1).
Quanto ao consumo de cafeína, foi observada redução significativa quando comparado
início e final do estudo de cada grupo separadamente. Porém, quando comparados os dois
grupos estudados não se observou diferença significativa, demonstrando que a adesão à
recomendação para redução do consumo de café foi semelhante em ambos os grupos.
A Tabela 5 apresenta a ingestão de lipídeos e colesterol. Observou-se que ambos os
grupos reduziram a ingestão de lipídeos saturados, trans e colesterol, demonstrando adesão às
recomendações nutricionais propostas.
61
Tabela 4 – Consumo de macronutrientes, fibras alimentares, micronutrientes e cafeína
ao longo do estudo
t0
t30
t60
t90
Δt90-t0
Média
DP
Média
DP
Média
DP
Média
DP
VET t (kcal)
GFAV
2065
(406)
2044*
(396)
2039*
(399)
2035*
(402)
-30
GPL
1988
(369)
1966*
(354)
1953*
(350)
1953*
(345)
-35
VET c (kcal)
GFAV
2207
(654)
1745*
(463)
1850*
(539)
1933*
(556)
-274
GPL
2231
(609)
1689*
(440)
1756*
(496)
1751*
(472)
-481
Ptn (kcal)
GFAV
483
(191)
420*
(143)
455
(187)
462
(165)
-21
GPL
461
(162)
413
(143)
439
(185)
406*
(162)
-55
Cho (kcal)
GFAV
1183
(356)
953*
(279)
1019*
(349)
1082*
(377)
-101
GPL
1215
(319)
917*
(235)
955*
(307)
974*
(250)
-241
Lip (kcal)
GFAV
541
(273)
373*
(239)
376*
(234)
389*
(231)
-152
GPL
555
(305)
359*
(221)
361*
(247)
371*
(230)
-184
Fibras Totais (g)
GFAV
24
(13)
31*#
(11)
35*#
(13)
36*#
(14)
12
GPL
22,5
(11,9)
22,7
(11,4)
23,9
(10,9)
25
(11,6)
2,5
Fibras solúveis (g)
GFAV
5,7
(4)
10,9*#
(3)
12,2*#
(4)
12,1*#
(4)
6,4
GPL
5,41
(3,7)
5,39
(2,9)
5,64
(3,1)
5,61
(2,9)
0,2
Fibras insolúveis (g)
GFAV
14,3
(10)
14,8
(7)
17*#
(8)
17,2*#
(9)
2,9
GPL
13,5
(9,2)
11,8
(6,5)
11,5
(6,2)
12,4
(6,2)
-1,1
Riboflavina (mg)
GFAV
2,07
(2,13)
1,63
(0,52)
1,99
(1,38)
1,81
(0,97)
-0,26
GPL
2,66
(3,05)
1,53*
(0,36)
1,56*#
(0,44)
1,69*
(0,98)
-0,97
Niacina (mg)
GFAV
29,92
(18)
22,28*# (12,5)
26,05
(16,6)
25,53
(15,4)
-4,39
GPL
26,9
(9,8)
28,58
(15,3)
30,97#
(19,2)
27,44
(16,7)
0,54
Calcio (mg)
GFAV
590,6
(306,1) 750,1* (238,2) 804,5* (249,4) 818,4* (298,1) 227,8
GPL
551,4
(316)
821,3* (213,3) 820,7* (262,5) 889,1* (296,7) 337,7
Magnesio (mg)
GFAV
316,8
(135)
361,5*# (98,4) 397,3*# (117,4) 395,9*# (127,1)
79,1
GPL
297,6
(117)
274,5
(93,1)
281,4
(96,9)
289,4
(118,2)
-8,2
Potássio (mg)
GFAV
2615
(1036)
3157*
(824)
3530*
(1045)
3545*
(1118)
930
GPL
2617
(921)
2996*
(898)
3257* (928,2) 3261*
(1072)
644
Sodio (mg)
GFAV
2092
(1220)
1223*
(649)
1327*
(847)
1377*
(963)
-715
GPL
1992
(1145)
1259
(540)
1199*
(627)
1265*
(566)
-727
Cafeína (mg)
GFAV
95,6
(63,9)
69,4
(198)
67,8
(202)
71,1
(203)
-24,5
GPL
111,4
(93,7)
44,3
(78,4)
39,5*
(77,6)
58,4*
(123)
-53
GFAV - grupo farelo de aveia, n=66; GPL - grupo placebo, n=65; t0 - primeira consulta - início do estudo; t30 - primeira consulta de retorno; t60 segunda consulta de retorno; t90 - terceira consulta de retorno - fim do estudo; Δt90-t0 – diferença entre os resultados de t90 e t0; VET t - valor
energético total teórico; VET c - valor energético total consumido; Ptn - proteínas; Cho - carboidratos; Lip - lipídeos; kcal - quilocalorias. Resultados
expressos como Média e Desvio Padrão;
* Redução estatisticamente significativa dentro de cada grupo em relação a t0 (p < 0,05), pelo teste t pareado;
# Diferença estatisticamente significativa (p < 0,05) na comparação das reduções obtidas entre os grupos, pelo teste t de Student.
62
Tabela 5 – Consumo de lipídeos e colesterol ao longo do estudo
t0
t30
t60
t90
Média
DP
Média
DP
Média
DP
Média
Lip sat (g)
GFAV
24,8
17,4
16,1*
14,9
15,3*
13,9
15,1*
GPL
25
15,8
14,6*
13
15,5*
17,6
17*
Lip Mono (g)
GFAV
21,8
13,7
13,3*
8,5
14,1*
9,2
14*
GPL
22,9
15,4
12,8*
8,9
13*
8,7
12,8*
Lip Poli (g)
GFAV
6,6
4,2
5,1*
3,6
5,2*
2,3
4,9*
GPL
6,1
3,5
4*
2,1
4,3*
2,9
3,9*
Lip trans (g)
GFAV
2,4
4,2
0,6*
1,1
0,5*
1,5
0,4*
GPL
3,2
4,9
0,7*
1,8
1,7*
6,5
0,6*
Colesterol (mg)
GFAV
332,6
224
222,8*
120,5
244,1*
164
244,7*
GPL
371
264,9
234,9*
119
231,5*
124
248,1*
DP
Δt90-t0
13,4
19,5
-11,4
-8
10,1
8,6
-7,8
-10,1
2,4
2,2
-1,7
-2,2
0,5
1,1
-2
-2,6
151,8
149,8
-87,9
-122,9
GFAV - grupo farelo de aveia, n=66; GPL - grupo placebo, n=65; t0 - primeira consulta - início do estudo; t30 - primeira consulta de retorno; t60 segunda consulta de retorno; t90 - terceira consulta de retorno - fim do estudo; Δt90-t0 – diferença entre os resultados de t90 e t0; Lip Sat - lipídeos
saturados; Lip Mono - lipídeos monoinsaturados; Lip Poli - lipídeos poliinsaturados; Lip trans - lipídeos trans..
Resultados expressos como Média e Desvio Padrão;
* Redução estatisticamente significativa dentro de cada grupo em relação a t0 (p < 0,05), pelo teste t pareado;
# Diferença estatisticamente significativa (p < 0,05) na comparação das reduções obtidas entre os grupos, pelo teste t de Student.
A – distribuição da pontuação atribuída aos participantes do grupo farelo de aveia no início do estudo; B – distribuição da pontuação atribuída aos
participantes do grupo farelo de aveia no final do estudo; C – distribuição da pontuação atribuída aos participantes do grupo placebo no início do estudo;
D – distribuição da pontuação atribuída aos participantes do placebo no final do estudo.
Figura 4 – Pontuação atribuída à dieta dos participantes, de acordo com o Índice da
Qualidade da Dieta Revisado, no início e final do estudo
63
Com relação à qualidade da dieta, a Figura 4 apresenta a distribuição da pontuação
atribuída aos recordatórios de 24 horas, de acordo com o Índice de Qualidade da Dieta
revisado (IQD-R), no tempo basal e ao final do estudo. Observou-se em t0, em todos os
grupos, maior frequência até 80 pontos. Em t90, observou-se maior frequência acima de 80
pontos. A Figura 5 apresenta as diferenças entre as pontuações atribuídas aos participantes
dos grupos avaliados no início e final do estudo. Aplicou-se o teste t pareado e observou-se
diferença estatisticamente significativa quando comparados os resultados em cada grupo
separadamente. Por meio da aplicação do teste t de Student, não foi observada diferença
significativa entre os grupos.
IQD-R – índice de qualidade da dieta revisado; t0 – início do estudo; t90 – final do estudo;
GFAV - grupo farelo de aveia; GPL - grupo placebo.
Figura 5 – Variação do IQD-R no inicio e no final do estudo, de acordo com os grupos
farelo de aveia e placebo
A Tabela 6 apresenta o consumo alimentos processados. Foram observadas baixas
quantidades iniciais consumidas. Ainda assim, observou-se redução significativa na maioria
dos itens, quando comparados os resultados dentro de cada grupo. Comparando os resultados
entre os grupos, observou-se diferença significativa somente no item “barra de chocolate”.
64
Tabela 6 – Consumo de alimentos processados, no início e final do estudo
t0
t90
Média
DP
Média
DP
Achocolatado (g)
GFAV
5,69
13,29
0,30*
2,46
GPL
3,74
8,58
1,24
9,92
Margarina (g)
GFAV
18,71
26,67
8,42*
14,81
GPL
13,92
19,07
10,09
17,10
Biscoito salgado (g)
GFAV
12,58
23,32
5,08*
13,19
GPL
11,00
20,41
5,77*
12,69
Biscoito doce (g)
GFAV
7,42
21,65
0,30*
2,46
GPL
11,29
26,32
1,54*
8,70
Biscoito recheado (g)
GFAV
0
0
4,85
27,41
GPL
7,51
34,87
1,24
9,92
Barra de cereal (g)
GFAV
0,76
6,15
1,14
9,23
GPL
1,54
8,70
1,15
6,89
Barra de chocolate (g)
GFAV
17,33
37,18
0,76*#
6,16
GPL
6,62
20,48
3,15
15,75
Sorvete industrializado (g)
GFAV
1,52
12,31
0
0
GPL
0
0
0
0
Linguiça (g)
GFAV
22,12
66,59
4,55
36,93
GPL
21,54
64,52
1,54*
12,40
Salsicha (g)
GFAV
4,91
22,79
0
0
GPL
0
0
0
0
Presunto (g)
GFAV
5,08
17,55
2,65
13,07
GPL
4,46
15,91
1,15*
7,64
Guaravita (mL)
GFAV
0
0
7,58
61,55
GPL
0
0
0
0
Refrigerante (mL)
GFAV
113,64
265,96
14,39*
105,16
GPL
75,38
174,58
0*
0
Sódio (mg)
GFAV
1689,38
1304,73
1091,83*
745,93
GPL
1544,68
1013,48
996,94*
377,44
Açúcar de adição (g)
GFAV
54,73
43,74
15,44*
23,39
GPL
63,08
30,00
12,09*
19,87
Óleos vegetais
GFAV
16,45
11,82
45,61*
65,08
GPL
18,59
12,30
40,84*
51,26
t0 - início do estudo; t90 - fim do estudo; GFAV - grupo farelo de aveia, n=66; GPL - grupo placebo, n=65;
Resultados expressos como Média e Desvio Padrão;
* Redução estatisticamente significativa dentro de cada grupo em relação a t0 (p < 0,05), pelo Teste t pareado;
# Diferença estatisticamente significativa (p < 0,05) na comparação das reduções obtidas entre os grupos, pelo Teste t de
Student.
65
8. DISCUSSÃO
No presente estudo, os resultados observados no perfil lipídico e parâmetros e
antropométricos sinalizaram efeito benéfico do aconselhamento nutricional, independente da
inclusão diária de farelo de aveia na alimentação, uma vez que ambos os grupos apresentaram
reduções significativas nos parâmetros avaliados. Entretanto, os resultados observados no
perfil glicídico somente do GFAV sinalizaram para o efeito benéfico aditivo do farelo de
aveia ao aconselhamento nutricional, possibilitando considerar este alimento como um
coadjuvante estratégico na redução da resistência à insulina.
Biörklund et al. (2005)142 avaliaram os efeitos do consumo diário de 5g ou 10g de
beta-glucanas da aveia, a mesma quantidade proveniente da cevada , em oitenta e nove
indivíduos hipercolesterolêmicos adultos, durante cinco semanas, sem qualquer estratégia de
educação nutricional ou prescrição de plano alimentar. Os pacientes foram orientados a
manter sua alimentação habitual durante o período de intervenção. O grupo que consumiu 5g
de beta-glucanas da aveia reduziu a concentração sérica de LDL-c em 7,4%. O grupo que
consumiu 10g de beta-glucanas obteve resultado inferior, de 3,7% de redução, sugerindo não
haver relação diretamente proporcional à quantidade ingerida, mas sim a existência de uma
dose resposta ótima. A respeito dos grupos em uso das beta-glucanas provenientes da cevada,
não houve significância estatística nos resultados apresentados, sugerindo superioridade da
ação das fibras alimentares provenientes da aveia para fins de controle colesterolêmico. Os
autores não observaram qualquer alteração na massa corporal. O número pequeno de
participantes e o curto período de intervenção podem ter sido fatores limitantes. Em 2008,
Biörklund et al.143 voltaram a avaliar os efeitos das beta-glucanas da aveia, desta vez na dose
de 4g diários em uma amostra composta por quarenta e três adultos hipercolesterolêmicos,
também pelo período de cinco semanas. Desta vez não obtiveram resultados significativos no
66
controle colesterolêmico, concluindo a ausência deste efeito pelas beta-glucanas da aveia. Os
achados de Biörklund et al.143, concernentes à ausência de efeito hipocolesterolêmico do
farelo de aveia, corroboram os resultados observados no presente estudo.
Karmally et al. (2005)144 compararam os efeitos da ingestão de farelo de aveia,
provendo 3g de beta-glucanas, com cereal à base de milho isento de fibra solúvel em 152
indivíduos hipercolesterolêmicos adultos pelo período de 11 semanas, sendo 5 semanas
somente com dieta orientada para manutenção da massa corporal, seguidas de 6 semanas de
intervenção. Os autores observaram reduções em CT e LDL-c de 4,5% e 5,3%, que foram
consideradas significafivas no grupo farelo de aveia, tanto ao longo do tratamento como em
relação ao grupo placebo. Não observaram mudança em dados antropométricos.
Por meio de estudo randomizado comparado com placebo, Chen et al. (2006)145
avaliaram os efeitos de 8g de beta-glucanas da aveia em 102 adultos hipercolesterolêmicos
por 90 dias. Nenhum resultado significativo foi observado em massa corporal e perímetro de
cintura neste estudo, que não propôs modificações na alimentação habitual dos participantes.
Também não foram observadas reduções em CT e LDL-c, resultados que corroboram os
achados Biörklund et al. (2005)142 acerca da ausência de efeito hipocolesterolemiante com
doses mais elevadas de beta-glucanas. Embora no presente estudo tenham sido observados
resultados significativos tanto no perfil lipídico como nos parâmetros antropométricos, estes
ocorreram em consequência do aconselhamento nutricional que os participantes receberam,
tanto no GFAV como no GPL.
Maki et al. (2010)146 avaliaram a inclusão de 3g por dia de beta-glucanas da aveia,
como parte de um programa para redução do colesterol, tendo como adjuvante um programa
para perda de massa corporal que previa a redução de 500kcal da alimentação diária, pelo
período de 12 semanas, prevendo consultas quinzenais, com 144 indivíduos adultos, com
sobrepeso ou obesidade e LDL-c igual ou maior que 130mg/dL. Os autores observaram
67
redução significativa nas concentrações séricas de CT, LDL-c e não HDL-c no grupo
intervenção, sobretudo após as primeiras 4 semanas de tratamento. Não foi observada redução
significativa em TG e foram pequenas as reduções em massa corporal. Foi observada maior
redução em perímetro de cintura no grupo intervenção (2,2±0,3 versus 1,7±0,3kg, p = 0.325).
É possível que a frequência quinzenal de consultas proposta pelos autores também tenha
exercido efeito nos resultados favoráveis, talvez por propiciar um maior vínculo pacienteprofissional de saúde e, por consequência, maior adesão à proposta de mudança de padrão de
vida. Resultados semelhantes foram observados no presente estudo na redução de LDL-c. A
perda de massa corporal observada no presente estudo (percentual médio de perda de massa
corporal de 3,5% em 90 dias) reforça a teoria de que a educação nutricional, baseada na
desconstrução de hábitos alimentares sedimentados desde a infância, seguida da construção
do conhecimento sobre os benefícios proporcionados pela substituição de alimentos
industrializados por versões saudáveis pode proporcionar diminuição significativa da massa
corporal. No presente estudo os benefícios da melhora no padrão alimentar foram
evidenciados em ambos os grupos avaliados, visto que reduções significativas em perfil
lipídico e parâmetros antropométricos foram observadas em toda a amostra.
Charlton et al. (2012)33 avaliaram os efeitos aditivos das beta-glucanas da aveia ao
aconselhamento nutricional em oitenta e sete australianos adultos hipercolesterolêmicos, que
foram randomizados em controle e duas quantidades diárias de beta-glucanas: 1,5g e 3g, pelo
durante seis semanas, simultaneamente à prescrição de plano alimentar normoenergético e
orientação para redução na ingestão de gorduras saturadas e trans. Foram observados
resultados significativos nas concentrações séricas de CT e LDL-c, bem como em massa
corporal em ambos os grupos, sem diferenças entre os mesmos. Tais resultados se
assemelham aos observados no presente estudo e corroboram o efeito de dietas
normoenergéticas (e não hipoenergéticas), porém com orientação para melhora da qualidade
68
dos alimentos ingeridos. Em adição, observaram reduções significativas na pressão arterial
sistólica e diastólica em cada grupo, sem diferenças entre os três grupos avaliados.
Maki et al. (2007)147 observaram efeitos do consumo de 7,7g beta-glucanas da aveia
na pressão arterial em 97 indivíduos hipertensos, adultos, com excesso de peso, por 12
semanas, sem prescrição de plano alimentar, porém, com aconselhamento nutricional para
modificação de hábitos alimentares. Foram observados resultados significativos na redução
tanto de pressão arterial sistólica como diastólica somente nos indivíduos obesos que
consumiram beta-glucanas da aveia, sem redução de massa corporal. No presente estudo
foram observados ambos, perda de massa corporal e redução da pressão arterial, em ambos os
grupos, não possibilitando sugerir efeito das beta-glucanas da aveia em quaisquer das duas
reduções.
Zhang et al. (2012)148 avaliaram 166 indivíduos hipercolesterolêmicos adultos por seis
semanas, em ensaio clínico randomizado não cego: o grupo aveia recebeu porções diárias de
100g de cereal de aveia provendo o equivalente a 3,6g de beta-glucanas; o grupo placebo
recebeu porções diárias de 100g de macarrão do tipo instantâneo. Realizaram aconselhamento
nutricional para melhorar hábitos alimentares, por meio da ingestão de frutas, verduras,
legumes, carnes magras, redução da ingestão de sódio e álcool. Ao final do estudo os autores
observaram reduções significativas nas concentrações séricas de colesterol total, LDLcolesterol e perímetro de cintura somente no grupo aveia. Foi observada diminuição
significativa nas concentrações séricas de HDL-colesterol no grupo controle. Não foram
observadas mudanças significativas nos demais parâmetros laboratoriais, pressão arterial ou
massa corporal. No presente estudo glicemia, insulinemia e HOMA-IR reduziram e houve
aumento significativo no QUICKI somente no GFAV quando comparado ao GPL. Entretanto,
estes resultados divergem dos achados referentes aos estudos apresentados acima, de Charlton
et al. (2012)33 e Zhang et al. (2012)148, embora a conduta nutricional adotada e as quantidades
69
de beta-glucanas fornecidas em ambos os grupos tenham sido semelhantes, evidenciando a
complexidade em comparar resultados de estudos com seres humanos. À exceção dos demais
parâmetros avaliados no presente estudo, é possível sugerir que o farelo de aveia, na
quantidade diária de 40g, reduza a glicemia de jejum, HOMA-IR e promova aumento de
QUICKI.
Faz-se necessário destacar que os estudos citados nesta discussão que investigaram os
efeitos hipocolesterolêmicos do farelo de aveia, ou das beta-glucanas isoladas, adotaram doses
distintas, mesmo havendo uma suposta dose de 3g de beta-glucanas com efeito no controle da
colesterolemia adotada pelo FDA e pela ANVISA. Os resultados desses estudos têm
produzido resultados controversos, não respaldando ainda o estabelecimento de uma dose
ideal de farelo de aveia (ou de beta-glucanas) para esse fim, e, talvez, esta pergunta
permaneça sem resposta se considerados todos os fatores presentes no organismo humano que
individualizam a resposta à intervenção nutricional.
Com relação à mudança no padrão alimentar, Cervato et al. (2005)149 avaliaram os
efeitos da educação nutricional em quarenta e quatro indivíduos adultos do município de São
Paulo. O consumo alimentar e noções conceituais sobre nutrição foram avaliados nos períodos
pré e pós-intervenção. Como resultados, observaram aumento dos conhecimentos sobre
nutrição, diminuição no consumo de lipídeos, proteínas e colesterol, decorrentes tanto da
mudança do tipo de alimentos consumidos como da forma de prepará-los, evidenciando o
papel fundamental das ações de educação nutricional na mudança de hábitos alimentares.
Uma limitação desse estudo foi não ter havido coleta de informações concernentes à história
clínica pregressa, antropometria e tampouco foram feitos exames laboratoriais antes e após a
intervenção, o que tornaria possível verificar o quanto tais mudanças no padrão alimentar
repercutiram em melhora clínica.
70
No presente estudo, a educação nutricional feita com os participantes repercutiu
igualmente na redução da ingestão de gorduras saturadas, trans e colesterol (Tabela 5), bem
como de alimentos processados (Tabela 6). A utilização dos “Dez Passos para uma
Alimentação Saudável” auxiliou na condução da educação nutricional. Visou-se, com o uso
do referido instrumento, transmitir informações e ensinamentos que levassem à melhora na
qualidade dos alimentos ingeridos, sem a necessidade de restringir diretamente o consumo de
energia. Em suma, buscou-se melhorar o conhecimento dos pacientes acerca do valor
nutricional dos alimentos, de forma a convencê-los dos benefícios em mudar as fontes de
energia para alimentos integrais, com pouca ou nenhuma gordura saturada e trans, ricos em
micronutrientes e compostos fitoquímicos antioxidantes.
Embora não tenha sido prescrito plano alimentar estabelecendo o consumo energético
diário a ser seguido pelos participantes, os dois grupos apresentaram redução no consumo
energético diário. O aconselhamento nutricional foi suficiente para promover a redução
espontânea no consumo de energia, que pode ter contribuído para perda de massa corporal e
melhora nos parâmetros laboratoriais. A redução observada no consumo de gorduras
saturadas, trans e colesterol pode ter contribuído para as reduções observadas no perfil
lipídico de ambos os grupos.
Cabe destacar que o aumento observado na ingestão de leite e derivados, refletindo no
aumento da ingestão de cálcio deveu-se, parcialmente, ao fornecimento do preparado matinal,
uma vez que continha 30g de leite em pó desnatado, tanto para GFAV como para GPL. Este
incremento diário em cálcio pode ter contribuído para a redução da pressão arterial e da massa
corporal. A respeito do consumo diário de leite e derivados, Peixoto et al. (2014)150 avaliaram
os efeitos de recomendações para alimentação e estilo de vida saudáveis em 110 indivíduos
adultos obesos e hipertensos e observaram que o consumo de 2 porções diárias de laticínios
desnatados associou-se a maior perda de peso, porém, sem redução significativa em pressão
71
arterial. Adamsson et al. (2014)91 avaliaram o consumo de mingau, contendo 40 gramas de
farelo de aveia e 400mL (no
máximo), de leite desnatado, por 79 adultos
hipercolesterolêmicos pelo período de 90 dias e não observaram qualquer redução em pressão
arterial e massa corporal.
Estudos têm avaliado se resultados de intervenções dietéticas dependem da frequência
de atendimentos, do tipo de atendimento - individual ou em grupo, ou de ambos80,151.
Alvarez e Zanella (2009)151 compararam os efeitos de dois protocolos de um programa
de intervenção nutricional sobre o risco cardiovascular em 63 pacientes adultos, hipertensos,
com excesso de peso, em uso de medicamentos, acompanhados no Ambulatório de
Hipertensão e Metabologia Cardiovascular da Universidade Federal de São Paulo. Os
participantes foram divididos em dois grupos, de acordo com a freqüência das visitas; a cada
cinco semanas ou a cada duas semanas, durante 20 semanas. Os dois grupos foram
submetidos a programa de intervenção nutricional que abordou conceitos de alimentação
saudável. Ao término do estudo os autores observaram redução no índice de massa corporal,
perímetro de cintura, pressão arterial sistólica e colesterol total nos dois grupos e concluíram
que a intervenção nutricional educativa de curto prazo se mostrou eficaz para redução dos
parâmetros avaliados mesmo com frequência mensal de atendimentos. Tais achados
corroboram os resultados do presente estudo, no qual foi observada redução significativa da
maioria dos parâmetros avaliados independente da inclusão do farelo de aveia, possibilitando
atribuir tais resultados ao aconselhamento nutricional, que foi praticado com frequência
mensal de atendimentos. Optou-se pela frequência mensal de consultas, supondo que esta
periodicidade proporcionasse maior proximidade com o paciente, gerando maior vínculo entre
este e o profissional de saúde assistente e, por consequência, maior adesão ao
acompanhamento e à intervenção proposta. Acerca da adesão ao período de tratamento
72
proposto, obteve-se sucesso na estratégia desenhada, uma vez que o percentual de desistência
foi praticamente zero, visto que apenas um indivíduo de cada grupo desistiu do tratamento.
Jenkins et al. (2011)80 avaliaram 267 indivíduos dislipidêmicos adultos, com
sobrepeso, randomizados em três diferentes tratamentos nutricionais por seis meses: “grupo
controle” – dieta baseada na restrição do consumo de gordura saturada, com duas consultas
nos seis meses; “aconselhamento nutricional de rotina” – dieta contemplando o consumo
diário de um grupo específico de alimentos, também com duas consultas nos seis meses;
“aconselhamento nutricional intensivo” – dieta contemplando o consumo diário de um grupo
específico de alimentos, porém com sete consultas nos seis meses. Alguns alimentos contidos
nos planos alimentares dos dois últimos grupos objetivavam atingir o consumo diário de:
0,94g de esterois vegetais/1000kcal por meio de margarina enriquecida, 9,8g de fibras
alimentares viscosas provenientes de aveia, cevada e psyllium, 22,5g de proteína de
soja/1000kcal, por meio de bebida à base de soja, tofu e proteína isolada de soja, 22,5g de
oleaginosas/1000kcal, além do incentivo para o consumo de ervilhas, lentilhas e feijão. Os
autores observaram reduções significativas nas concentrações séricas de LDL-c nos grupos
“aconselhamento nutricional intensivo” e “aconselhamento nutricional de rotina”, não
significativas entre ambos, porém significativas quando comparadas ao “grupo controle”,
sendo: -13,8% (-26mg/dL), -13,1% (-24mg/dL) e -3% (-8mg/dL), respectivamente. Não foi
observada redução significativa de pressão arterial e massa corporal nos três grupos. Os
achados sinalizam para a importância da inclusão de alimentos estratégicos no tratamento
nutricional para redução do colesterol. Contudo, quanto à frequência de consultas, não foram
observadas diferenças entre o acompanhamento mensal ou trimestral. Os achados de Jenkins
et al. (2011)80 enfatizam a importância em lançar mão de alimentos específicos com
propriedades hipocolesterolemiantes em ação sinérgica, ou seja, sinalizando para a
necessidade de consumo de vários alimentos saudáveis ao longo do dia, e não somente um
73
isoladamente. Embora no presente estudo tenham sido investigados os possíveis efeitos
hipocolesterolemiantes do farelo de aveia, os participantes dos dois grupos, tais como os de
Jenkins et al.80 , também foram incentivados a consumir alimentos saudáveis e, em ambos os
grupos, GFAV e GPL, foram observados resultados significativos nos parâmetros observados.
Considerando que a alimentação inadequada é um dos fatores de risco modificáveis
para DCV, a qualidade da dieta tem sido intensamente avaliada nos últimos anos. Godoy et al.
(2006)152 avaliaram, em estudo transversal, a qualidade da dieta de 437 adolescentes e
observaram apenas 4% em dieta saudável, 68% em dieta necessitando de melhora e 28% em
dieta inadequada. Morimoto et al. (2008)153 avaliaram, por meio de estudo transversal, a
qualidade da dieta de 1840 adultos e observaram que 40% apresentavam excesso de peso,
contrastando com apenas 4% com dieta saudável, 75% dieta necessitando de melhora e 21%
em dieta inadequada. Nicklas et al. (2014)154 avaliaram a presença e a qualidade dos lanches
entre as principais refeições e associações com fatores de risco cardiovascular de 18.988
adultos. Concluiram que indivíduos que consumiam lanches saudáveis apresentavam melhor
qualidade da dieta. Os autores consideraram também que a presença de lanches saudáveis na
alimentação diária pode estar inversamente associada com a obesidade, sobretudo a obesidade
abdominal. Destaca-se que tais estudos não propuseram intervenção nutricional a fim de
melhorar o padrão alimentar da amostra estudada. No presente estudo, em decorrência do
aconselhamento nutricional praticado, a maioria dos participantes que no início apresentaram
IQD-R inferior a 80 pontos, evoluíram para uma média superior a 88 pontos ao final dos 90
dias de intervenção. Estes resultados, somados à diminuição no consumo de alimentos
processados (Tabela 6), sugerem o aconselhamento nutricional como estratégia eficaz para a
melhora do padrão alimentar.
74
9. LIMITAÇÕES DO ESTUDO
O curto período de intervenção, de 90 dias, impossibilitou a observação sobre a
continuidade ou não dos resultados obtidos com o consumo de farelo de aveia.
O número pequeno de participantes impossibilitou inferências seguras sobre os
resultados observados.
O uso concomitante de medicamentos pode ter interferido nos resultados decorrentes
do consumo de farelo de aveia.
75
10. CONCLUSÃO
Os resultados observados no desfecho principal, redução da LDL-c, bem como nos
parâmetros antropométricos, decorrentes do aconselhamento nutricional associado à ingestão
de farelo de aveia, não evidenciaram efeito aditivo deste alimento para os indivíduos
hipercolesterolêmicos em prevenção secundária de eventos cardiovasculares do presente
estudo.
Os resultados observados em glicemia de jejum, HOMA-IR e QUICKI, decorrentes do
aconselhamento nutricional associado à ingestão de farelo de aveia, apresentaram resultados
significativos tanto dentro do grupo GFAV como na comparação entre os grupos, sugerindo
que o farelo de aveia tenha efeito positivo na redução da glicemia, insulinemia e HOMA-IR,
bem como no aumento de QUICKI.
Acerca da avaliação da qualidade da dieta, a maioria dos participantes apresentou
aumento na pontuação atribuída ao recordatório de 24 horas no início do estudo,
possibilitando supor que houve melhora no padrão alimentar. Quanto ao consumo de
alimentos processados, embora os participantes já apresentassem baixo consumo no início do
estudo, este reduziu significativamente ao final do estudo. Estes achados sugerem que o
aconselhamento nutricional melhorou o padrão alimentar dos indivíduos acompanhados.
76
11. REFERÊNCIAS
1.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Prevention of cardiovascular disease: guidelines
for assessment and management of total cardiovascular risk, 2007. Disponível em:
<http://whqlibdoc.who.int/publications/2007/9789241547178_eng.pdf?ua=1>.
Acesso
em: 14 abr. 2014.
2.
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enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis no Brasil e a definição das metas
globais para o enfrentamento dessas doenças até 2025: uma revisão. Epidemiologia e
Serviços de Saúde, Brasília, v. 22, n. 1, p. 151-164, 2013.
3.
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90
ANEXOS
91
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - FACULDADE DE MEDICINA
INSTITUTO ESTADUAL DE CARDIOLOGIA ALOYSIO DE CASTRO
EFEITO DO ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL ASSOCIADO À INGESTÃO
DE FARELO DE AVEIA EM INDIVÍDUOS DISLIPIDÊMICOS
ANEXO I – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário
Clementino Fraga Filho
92
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - FACULDADE DE MEDICINA
INSTITUTO ESTADUAL DE CARDIOLOGIA ALOYSIO DE CASTRO
EFEITO DO ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL ASSOCIADO À INGESTÃO
DE FARELO DE AVEIA EM INDIVÍDUOS DISLIPIDÊMICOS
ANEXO II – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Estadual de
Cardiologia Aloysio de Castro
93
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - FACULDADE DE MEDICINA
INSTITUTO ESTADUAL DE CARDIOLOGIA ALOYSIO DE CASTRO
EFEITO DO ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL ASSOCIADO À INGESTÃO
DE FARELO DE AVEIA EM INDIVÍDUOS DISLIPIDÊMICOS
ANEXO III – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Você está sendo convidado (a) a participar deste estudo que tem como objetivo avaliar o
efeito da ingestão de farelo de aveia, em indivíduos com gordura elevada no sangue. Serão
avaliados peso corporal, circunferência da cintura e de pescoço, consumo alimentar diário e as
quantidades de açúcar e gordura no sangue antes e depois do período do estudo. O estudo será
composto por dois grupos, sendo que um receberá farelo de aveia e o outro receberá placebo
(substância da qual não se espera nenhuma alteração no que será analisado em você). O
estudo será do tipo duplo-cego, ou seja, nem você saberá se está ingerindo farelo de aveia ou
placebo, nem a pesquisadora que estará em contato com você saberá o que lhe estará
entregando. Somente uma terceira pesquisadora saberá a qual grupo você pertencerá
A coleta destes dados não implicará em nenhum risco ou prejuízo à sua saúde e será
feita por profissionais treinados e qualificados. Para os exames laboratoriais serão feitas 04
(quatro) coletas de sangue (a mesma coleta que você já está habituado a fazer periodicamente
por solicitação de seu médico), sendo a primeira quando você entrar no estudo e as outras 03
(três), a cada quatro semanas.
Você será orientado a fazer 12 horas de jejum antes de cada coleta de sangue (não
ingerir alimentos ou bebidas, exceto água, por 12 horas), que poderá resultar em desconforto.
A coleta de sangue poderá provocar hematoma e dor, sendo esta reação individualizada, ou
seja, algumas pessoas apresentam hematoma na região em que o sangue é coletado e outras
não. Poderá ocorrer desrregulação da função intestinal (diarréia, formação de gases intestinais
ou obstipação). Porém, você será orientado a ingerir o suplemento alimentar no horário
adequado, com a ingestão de água e outros alimentos de forma balanceada, para que seu
intestino funcione de forma saudável. Por outro lado terá o benefício de receber tratamento
nutricional individualizado associado à suplementação com aveia (ou com o preparado
matinal placebo, caso você seja alocado neste grupo), considerado um alimento que apresenta,
além do seu valor nutricional, benefícios para saúde sem apresentar risco a saúde.
Será assegurado a você o direito de recusar-se a responder as perguntas que ocasionem
constrangimento de qualquer natureza. Será assegurada sua liberdade de desistência em
qualquer momento que você assim desejar, ficando garantida a continuidade de seu
atendimento, assim como a manutenção do sigilo das informações obtidas. Seus resultados
serão tratados de forma confidencial e seus dados não serão divulgados de forma isolada em
nenhuma publicação do estudo. Os resultados deste estudo serão publicados independente do
que seja observado no final do mesmo.
Os riscos desta pesquisa são praticamente inexistentes e os benefícios incluem o
conhecimento dos benefícios da aveia na saúde. Pela sua participação nesta pesquisa você
não receberá qualquer valor em dinheiro, sendo-lhe garantido acesso a tratamento hospitalar
quando necessário.
Quaisquer dúvidas sobre a pesquisa poderão ser sanadas com a pesquisadora
responsável, nutricionista Simone Raimondi de Souza, telefones: 2227-3483, 7923-5440 e
9421-2381, ou com a coordenadora da pesquisa, Profª. Drª. Glorimar Rosa – Instituto de
Nutrição Josué de Castro/Universidade Federal do Rio de Janeiro, R. Prof. Rodolpho P.
94
Rocco, s/nº, Centro de Ciências da Saúde – Bloco J – 2º andar, sala 26, Ilha do Fundão – Rio
de Janeiro – RJ – Brasil CEP: 21.941-590, telefone: (21) 2562-6596, e-mails:
[email protected] e [email protected], respectivamente.
Caso haja alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entrar em contato
com o Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro –
Rio de Janeiro – RJ, Rua Davi Campista, nº 326, 9º andar, Humaitá – Rio de Janeiro – RJ –
Brasil CEP: 22.261-010, telefone: (21)-2246-2718, e-mail: [email protected], horário
de funcionamento: de 2ª a 6ª feira, das 8:00 às 16:00h.
CONSENTIMENTO
Acredito ter sido suficientemente informado (a) a respeito das informações sobre o
estudo acima citado que li ou que foram lidas para mim.
Eu discuti com a nutricionista Simone Raimondi de Souza sobre a minha decisão em
participar nesse estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os
procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de
confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que minha
participação é isenta de despesas e que tenho garantia de acesso a tratamento hospitalar
quando necessário. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o
meu consentimento a qualquer momento, sem penalidades ou prejuízos e sem a perda de
atendimento nesta Instituição ou de qualquer benefício que eu possa ter adquirido. Eu
receberei uma cópia desse Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e a outra
ficará com a pesquisadora responsável por essa pesquisa. Além disso, estou ciente de que eu
(ou meu representante legal) e a pesquisadora responsável deveremos rubricar todas as folhas
desse TCLE.
_____________________________
Nome do Sujeito da Pesquisa
_____________________________
Assinatura do Sujeito da Pesquisa
Data: _____/_____/_____
__________________________________
Nome do Pesquisador Responsável
__________________________________
Assinatura do Pesquisador Responsável
Data: _____/_____/_____
95
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ANEXO IV – Ficha de Avaliação Clínica
96
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ANEXO V – Questionário de Frequência de Consumo Alimentar
Frequência
Produtos
Arroz
Feijão
Macarrão
Farinha de
mandioca
Pão
Pão doce
Biscoito
doce
Bolos
Biscoito
salgado
Polenta ou
angu
Batata
frita ou
chips
Batata
Mandioca,
aipim
Milho
verde
Pipoca
Inahme/ca
rá
Lentilha/
ervilha/grã
o de bico
Alface
Couve
Repolho
Laranja,
tangerina
Banana
Mamão ou
Papaia
Maçã
Melancia/
melão
Abacaxi
Abacate
Manga
Limão
Maracujá
Uva
Quantidade
Colheres de sopa
cheia ( )
Concha média ( )
Escum.cheia ou peg.
( )
Colher sopa ( )
Francês ( )
Unidades ( )
Unidades ( )
Fatias ( )
Pacote ( )
Pedaço ( )
Porção pequena ( )
Unidades ( )
Pedaço ( )
1 espiga = 4
colh.sopa ( )
Sacos ( )
Pedaço ( )
Colher sopa ( )
Folhas ( )
Colher sopa cheia ( )
Colher sopa cheia ( )
Unidades ( )
Unidades ( )
Fatia/meio papaia ( )
Unidade ( )
Fatia ( )
Fatia ( )
½ unidade ( )
Unidade ( )
(anote só a
freqüência)
Cacho médio ( )
Mais
de 3
vezes
por
dia
De 2 a
3
vezes
por
dia
1 vez
por
dia
De 5 a 6
vezes
por
semana
De 2 a 4
vezes
por
semana
1 vez
por
semana
1a3
vezes
por
mês
Nunca
Quase
Nunca
97
Frequência
Produtos
Goiaba
Pêra
Chicória
Tomate
Chuchu
Abóbora
Abobrinha
Pepino
Vagem
Quiabo
Cebola
Alho
Pimentão
Cenoura
Beterraba
Couve-flor
Ovos
Leite
integral
Leite
desnatado
Iogurte/co
alhada
Queijo
Requeijão
Manteiga
ou
margarina
Vísceras:
fígado,
coração,
bucho, etc.
Carne de
boi com
osso/moco
tó/rabo
etc.
Carne de
boi sem
osso
Carne
porco
Frango
Salsicha,
lingüiça
Peixe
fresco
Peixe
enlat.
(sardinha,
atum)
Hamburge
r
Pizza
Camarão
Bacon e
toucinho
Maionese
Mais
de 3
vezes
por
dia
Quantidade
Unidade ( )
Unidade ( )
Colher sopa cheia (
Unidade ( )
Colher sopa cheia (
Colher sopa cheia (
Colher sopa cheia (
Fatias ( )
Colher sopa cheia (
Colher sopa cheia (
(só a freqüência)
(só a freqüência)
Colher sopa cheia (
Colher sopa cheia (
Fatias ( )
Ramo ou flor ( )
Unidades ( )
)
)
)
)
)
)
)
)
Copo ( )
Copo ( )
Unidades ( )
Fatia média ( )
(só a freqüência)
Pedaços ( )
Pedaços ( )
1 bife médio ou 4
colh sopa de moída
ou 2 pedaços assados
( )
Pedaços ( )
Pedaços ( )
Unidade ou gomo ( )
Filé ou posta ( )
Latas ( )
Unidade ( )
Pedaço ( )
Unidades ( )
Fatias ( )
Colher de chá ( )
De 2 a
3
vezes
por
dia
1 vez
por
dia
De 5 a 6
vezes
por
semana
De 2 a 4
vezes
por
semana
1 vez
por
semana
1a3
vezes
por
mês
Nunca
Quase
Nunca
98
Frequência
Produtos
Salgados:
kibe,
pastel etc.
Sorvete
Açúcar
Caramelos
, balas
Chocolate
pó/Nescau
Chocolate
barra ou
bombom
Pudim/doc
e de leite
Refrigeran
tes
Café
Sucos
Mate
Vinho
Cerveja
Outras
bebidas
alcoólicas
Quantidade
Mais
de 3
vezes
por
dia
Unidades ( )
Unidade ( )
Colher sobremesa ( )
Anote só a freqüência
( )
Colher sobremesa ( )
1 pequeno (30g) ou 2
bombons ( )
Pedaço ( )
Copos ( )
Xícara ( )
Copo ( )
Copo ( )
Copo ( )
Copo ( )
Dose ( )
Fonte: SICHIERI e EVERHART, 1998.
De 2 a
3
vezes
por
dia
1 vez
por
dia
De 5 a 6
vezes
por
semana
De 2 a 4
vezes
por
semana
1 vez
por
semana
1a3
vezes
por
mês
Nunca
Quase
Nunca
99
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ANEXO VI – Recordatório de 24 horas
Nome:
Data:
Refeição
Hora
Local
Alimentos ingeridos
Quantidades
(em medidas Observações
caseiras)
100
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ANEXO VII – Dez passos para uma alimentação saudável – Ministério da Saúde
1. Faça pelo menos três refeições (café da manhã, almoço e jantar) e dois lanches
saudáveis por dia. Não pule as refeições.
Fazendo todas as refeições, você evita que o estômago fique vazio por muito tempo,
diminuindo o risco de ficar com muita fome e exagerar na quantidade quando for comer.
Evite “beliscar” entre as refeições, isso vai ajudar você a controlar o peso.
Aprecie a sua refeição, coma devagar, mastigando bem os alimentos.
Saboreie refeições variadas dando preferência a alimentos saudáveis típicos da sua região e
disponíveis na sua comunidade.
O consumo frequente e em grande quantidade de sal, gordura, açúcar, doce, refrigerante,
salgadinho e outros alimentos industrializados aumenta o risco de doenças como câncer,
obesidade, hipertensão arterial, diabetes e doenças do coração. Escolha os alimentos mais
saudáveis, lendo as informações e a composição nutricional nos rótulos dos alimentos.
Siga as normas básicas de higiene na hora da compra, do preparo, da conservação e do
consumo de alimentos. A higiene é essencial para redução dos riscos de doenças transmitidas
pelos alimentos e pela água.
2. Inclua diariamente seis porções do grupo de cereais (arroz, milho) e tubérculos
(batatas, cenoura, beterraba, mandioca/macaxeira/aipim) nas refeições. Dê preferência
aos grãos integrais e aos alimentos na sua forma mais natural.
Distribua esses alimentos nas principais refeições diárias (café da manhã, almoço e jantar) e
nos lanches entre elas. Estes alimentos são a principal fonte de energia da dieta.
Nas refeições principais, preencha metade do seu prato com esses alimentos. Se utilizar
biscoitos para os lanches, leia os rótulos: escolha os tipos e as marcas com menores
quantidades de gordura total, gordura saturada, gordura trans e sódio.
3. Coma diariamente pelo menos três porções de legumes e verduras como parte das
refeições e três a quatro porções de frutas, distribuídas ao longo do dia.
Frutas, legumes e verduras são ricos em vitaminas, minerais e fibras e devem estar presentes
diariamente nas refeições, pois contribuem para a proteção à saúde e diminuição do risco de
ocorrência de várias doenças.
Varie o tipo de frutas, legumes e verduras consumidos durante a semana. Compre os
alimentos da estação e esteja atento para a qualidade e o estado de conservação deles.
Para alcançar o número de porções recomendadas, é necessário que esses alimentos estejam
presentes em todas as refeições e lanches do dia. De preferência a frutas, legumes e verduras
crus.
Procure combinar verduras e legumes de maneira que o prato fique colorido, garantindo assim
diferentes nutrientes.
101
Evite sucos artificiais, em pó ou em caixinha e aqueles processados com muito açúcar, como
os néctares de fruta. Evite refrigerantes e bebidas alcoólicas.
4. Coma feijão com arroz todos os dias ou, pelo menos, cinco vezes por semana. Esse
prato brasileiro é uma combinação completa de proteínas, bom para a saúde.
Misture uma parte de feijão para duas partes de arroz cozido.
Varie os tipos de feijão usados (preto, da colônia, manteiguinha, carioquinha, verde, de corda,
branco e outros) e as formas de preparo.
Use também outros tipos de leguminosas. A soja, o grão-de-bico, a ervilha seca, a lentilha
podem ser cozidos e usados também em saladas frias. A fava também é uma leguminosa de
ótima qualidade nutricional.
As sementes (de girassol, gergelim, abóbora e outras) e as castanhas (do Brasil, de caju,
nozes, nozes-pecan, amendoim, amêndoas e outras) são fontes de proteínas e de gorduras de
boa qualidade.
5. Consuma diariamente três porções de leite e derivados (desnatados) e uma porção de
carnes, aves, peixes ou ovos. Retirar a gordura aparente das carnes e a pele das aves
antes da preparação torna esses alimentos mais saudáveis!
Leite e derivados são as principais fontes de cálcio na alimentação. Carnes, aves, peixes e
ovos fazem parte de uma alimentação nutritiva e contribuem para a saúde e para o
crescimento saudável. Todos são fontes de proteínas, vitaminas e minerais.
Os adultos devem preferir leite e derivados com menores quantidades de gorduras
(desnatados).
Consuma mais peixe e frango e sempre prefira as carnes magras. Procure comer peixe fresco
pelo menos duas vezes por semana, tanto os de água doce como salgada são saudáveis.
6. Consuma, no máximo, uma porção por dia de óleos vegetais, azeite, manteiga ou
margarina. Fique atento aos rótulos dos alimentos e escolha aqueles com menores
quantidades de gorduras trans.
Reduza o consumo de alimentos gordurosos, como carnes com gordura aparente, queijos
amarelos. Evite embutidos (salsicha, linguiça, salame, presunto, mortadela), frituras e
salgadinhos, para, no máximo, uma vez por semana.
Use pequenas quantidades de óleo vegetal quando cozinhar (canola e soja), sem exagerar nas
quantidades. Uma lata de óleo por mês é suficiente para uma família de quatro pessoas.
Use azeite de oliva para temperar saladas, sem exagerar na quantidade.
Prepare os alimentos de forma a usar pouca quantidade de óleo, como assados, cozidos,
ensopados e grelhados.
7. Evite refrigerantes e sucos industrializados, bolos, biscoitos doces e recheados,
sobremesas doces e outras guloseimas.
Evite o consumo de refrigerantes e de sucos industrializados; a maioria dessas bebidas contém
corantes, aromatizantes, açúcar ou edulcorantes (adoçantes artificiais), que não são bons para
a saúde.
102
Prefira bolos, pães e biscoitos doces preparados em casa, com pouca quantidade de gordura e
açúcar, sem cobertura ou recheio.
8. Diminua a quantidade de sal na comida e retire o saleiro da mesa. Evite consumir
alimentos industrializados com muito sal (sódio) como hambúrguer, charque, salsicha,
linguiça, presunto, salgadinhos, conservas de vegetais, sopas, molhos e temperos prontos.
A quantidade de sal por dia deve ser, no máximo, uma colher de chá rasa, por pessoa,
distribuída em todas as refeições. O consumo excessivo de sódio aumenta o risco de
hipertensão arterial e doenças do coração e rins.
Utilize somente sal iodado. Não use sal destinado ao consumo de animais, que é prejudicial à
saúde humana.
Utilize temperos como cheiro verde, alho, cebola e ervas frescas e secas ou suco de frutas,
como limão, para temperar e valorizar o sabor natural dos alimentos.
9. Beba pelo menos dois litros (seis a oito copos) de água por dia. Dê preferência ao
consumo de água nos intervalos das refeições.
A água é muito importante para o bom funcionamento do organismo das pessoas em todas as
idades. O intestino funciona melhor, a boca se mantém úmida e o corpo hidratado.
Use água tratada, fervida ou filtrada para beber e preparar refeições.
Bebidas açucaradas como refrigerantes e sucos industrializados e bebidas com cafeína como
café, chá preto e chá mate não devem substituir a água.
10. Torne sua vida mais saudável. Pratique pelo menos 30 minutos de atividade física
todos os dias e evite as bebidas alcoólicas e o fumo. Mantenha o peso dentro de limites
saudáveis.
Além da alimentação saudável, a atividade física regular é importante para manter o peso
saudável.
Movimente-se! Descubra um tipo de atividade física agradável, o prazer é também
fundamental para a saúde. Caminhe, dance, ande de bicicleta, jogue bola, brinque com
crianças. Aproveite o espaço doméstico e espaços públicos próximos à sua casa para
movimentar-se. Convide os vizinhos, amigos e familiares para acompanhá-lo.
Incentive as crianças a realizarem brincadeiras mais ativas como aquelas que você fazia na
sua infância e ao ar livre: pular corda, correr, pular amarelinha, esconde-esconde, pega-pega,
andar de bicicleta e outras.
Evitar o fumo e o consumo frequente de bebida alcoólica também ajuda a diminuir o risco de
doenças graves, como câncer e cirrose, e pode contribuir para melhorar a qualidade de vida.
Mantenha o seu peso dentro de limites saudáveis.
103
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ANEXO VIII – Ficha de Avaliação Antropométrica e Bioquímica
Nome:
Estatura:
Parâmetros Antropométricos
Valor 0, em:
Valor 1, em:
Valor 2, em:
Valor 3, em:
MC (kg)
IMC (kg/m2)
PP (cm)
PC (cm)
PAS mmHg
Parâmetros bioquímicos
Valor 0, em:
Valor 1, em:
Valor 2, em:
Valor 3, em:
GLI (mg/dL)
INS (µU/mL)
CT (mg/dL)
TG (mg/dL)
HDL-c (mg/dL)
LDL-c (mg/dL)
MC - massa corporal, IMC - índice de massa corporal, PP - perímetro de pescoço, PC - perímetro de cintura,
GLI - glicemia de jejum, INS - insulina de jejum, CT - colesterol total, TG - triglicerídeos; HDL-c: colesterol
ligado à lipoproteina de alta densidade, LDL-c – colesterol ligado à lipoproteina de baixa densidade.
104
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ANEXO IX – Orientação sobre o modo de preparo do alimento matinal fornecido
Preparo em microondas:
1. Romper o lacre da tampa;
2. Despejar completamente o conteúdo em uma tigelinha de vidro ou cerâmica;
3. Com o potinho vazio, enchê-lo completamente com água filtrada;
4. Despejar a água sobre o preparado matinal;
5. Mexer bem;
6. Levar ao microondas por um minuto, na temperatura máxima;
7. Retirar do microondas, mexer e ingerir ainda morno, como seu PRIMEIRO
ALIMENTO DO DIA.
Preparo em fogão convencional:
1. Romper o lacre da tampa;
2. Despejar completamente o conteúdo em uma panela pequena, de preferência, com
antiaderente;
3. Com o potinho vazio, enchê-lo completamente com água filtrada;
4. Despejar a água sobre o preparado matinal;
5. Mexer bem;
6. Levar ao fogo brando, mexendo, até levantar fervura;
7. Retirar do fogo, mexer e ingerir ainda morno, como seu PRIMEIRO ALIMENTO DO
DIA.
105
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ANEXO X – Detalhamento dos fármacos utilizados pelos participantes do estudo, de
acordo com a classe terapêutica
GFAV
GPL
Hipolipemiantes
Ácido nicotínico (n)
0
1
Ciprofibrato (n)
1
1
Atorvastatina 20mg (n)
1
0
Rosuvastatina 20mg (n)
2
0
Sinvastatina 20mg (n)
5
14
Sinvastatina 40mg (n)
4
5
Sinvastatina 20mg + ciprofibrato (n)
2
0
Sinvastatina 40mg + ciprofibrato (n)
1
0
Sinvastatina 80mg + ezetimiba (n)
0
1
Antihipertensivos
1 Hemifumarato de alisquireno (n)
1
0
2 Atenolol (n)
22
29
2 Cloridrado de propranolol (n)
2
4
3 Besilato de anlodipina (n)
14
11
4 Cloridrato de diltiazen (n)
1
1
5 Captopril (n)
5
3
5 Maleato de enalapril (n)
15
9
2 Carvedilol (n)
10
6
2 Succinato de metoprolol (n)
2
1
3 Nifedipino (n)
3
4
6 Cloridrato de clonidina (n)
4
3
7 Espironolactona (n)
5
5
8 Cloridrato de hidralazina (n)
5
6
9 Clortalidona (n)
2
1
10 Clortalidona + clor. amilorida (n)
1
0
11 Furosemida (n)
12
9
9 Hidroclorotiazida (n)
14
22
10 HCTZ + clor. amilorida (n)
0
2
12 Indapamida (n)
0
2
6 Alfa metildopa (n)
1
1
13 Valsartana (n)
0
1
13 Candesartana (n)
1
0
13 Losartana potássica (n)
22
25
106
Esquema terapêutico de antihipertensivos
Monoterapia (n)
Em uso de dois fármacos (n)
Em uso de três fármacos (n)
Em uso de quatro fármacos (n)
Em uso de cinco fármacos (n)
Em uso de seis fármacos (n)
Em uso de sete fármacos (n)
Em uso de nove fármacos (n)
Antiarrítmicos
Cloridrato de amiodarona (n)
Verapamil (n)
Digoxina (n)
Amiodarona + digoxina (n)
Antidiabéticos
16 Glibenclamida + metformina (n)
14 Gliclazida (n)
16 Gliclazida + metformina (n)
16 Glimepirida + metformina (n)
15 Metformina (n)
17 Vindagliptina + glibenclamida (n)
Glibenclamida + metformina + Insulina NPH +
Regular (n)
Vasodilatadores coronarianos e venosos / antiisquêmicos
Isossorbida (n)
Propatilnitrato (n)
Trimetazidina (n)
Isossorbida + trimetazidina (n)
Propatilnitrato + trimetazidina (n)
Antiagregante plaquetário (n)
Levotiroxina sódica (n)
Inibidores de bomba de H+
Omeprazol (n)
Ranitidina (n)
10
18
13
7
2
1
2
0
12
10
18
9
3
0
0
1
0
0
3
1
3
1
2
0
3
1
0
0
7
1
2
0
2
2
3
0
1
0
6
1
0
0
1
26
4
8
4
1
1
0
26
4
9
4
7
4
GFAV = grupo farelo de aveia; GPL = grupo placebo; 1 = inibidor de renina; 2 = betabloqueador; 3 = bloqueador do
canal de cálcio; 4 = antianginosos e vasodilatadores; 5 = inibidores de enzima de conversão de angiotensina; 6 = ação
central (SNC); 7 = diurético polpador de potássio; 8 = vasodilatador direto; 9 = diurético tiazídico; 10 = associação entre
diurético tiazídico e poupador de potássio; 11 = diurético de alça de Henle; 12 = diurético não tiazídico; 13 =
antagonista de angiotensina II; 14 = sulfoniluréias; 15 = biguanidas; 16 = associação de sulfoniluréias e biguanidas; 17
= associação de inibidor da dipeptidil peptidase 4 com sulfoniluréia.
107
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ANEXO XI – Análise de pressão arterial, dados antropométricos e bioquímicos,
estratificada por: ausência de uso de hipolipemiantes, ausência de hipoglicemiantes e
hipolipemiantes, participantes em uso de hipoglicemiantes, participantes em uso de
hipolipemiantes.
Dados antropométricos e de pressão arterial dos participantes que não faziam uso
hipolipemiantes, ao longo do estudo
t0
t30
t60
t90
Δt90-t0
Média
DP
Média
DP
Média
DP
Média
DP
MC (kg)
GFAV
80,6
20,4
79*
19,8
78,6*
19,8
78,2*
19,8
-2,4
GPL
77,8
15,9
76,2*
14,9
75,6*
14,9
75,1*
15,1
-2,7
2
IMC (kg/m )
GFAV
30,3
6,1
29,8*
5,9
29,6*
5,9
29,4*
5,8
-0,9
GPL
29,8
5,3
29,2*
5
28,9*
5
28,8*
5,1
-1
PC (cm)
GFAV
98,4
13,9
94,5*
18,4
95*
13,5
93,9*
13,3
-4,5
GPL
97,2
14,3
94,4*
13,2
93,3*
13,3
92,4*
13,4
-4,8
PP (cm)
GFAV
37,9
4,1
37,3*
3,9
37,2*
3,9
36,9*
3,8
-1
GPL
37,8
4,4
36,8*
4,2
36,7*
4,2
36,5*
4,1
-1,3
PAS (mmHg)
GFAV
122
13,5
115,2*
11,9
113,8*
12,4
112,6*
13,1
-9,4
GPL
121,9
13,3
114,6*
12,6
113,3*
12,9
109,8*
12,3
-12,1
PAD (mmHg)
GFAV
81,6
9,1
77,2*
8,3
75,8*
7,6
75,8*
7,6
-5,8
GPL
81,9
8,8
77,2*
7,7
76,3*
7,9
73,9*
6,9
-8
GFAV - grupo farelo de aveia, n=50; GPL - grupo placebo, n=43; t0 - início do estudo; t30 - primeira consulta; t60 - segunda consulta; t90 - terceira
consulta - fim do estudo; Δt90-t0 – diferença entre os resultados de t90 e t0; MC - massa corporal; IMC - índice de massa corporal; PC - perímetro
de cintura; PP - perímetro de pescoço; PAS - pressão arterial sistólica; PAD - pressão arterial diastólica;
Resultados expressos como Média e Desvio Padrão;
* Redução estatisticamente significativa dentro de cada grupo em relação a t0 (p < 0,05), pelo teste t pareado;
# Diferença estatisticamente significativa (p < 0,05) na comparação das reduções obtidas entre os grupos, pelo teste t de Student.
108
Dados antropométricos e de pressão arterial dos participantes que não faziam uso de
hipoglicemiantes e/ou hipolipemiantes, ao longo do estudo
t0
t30
t60
t90
Δt90-t0
Média
DP
Média
DP
Média
DP
Média
DP
MC (kg)
GFAV
79,36 20,21
77,9*
19,8
77,43* 19,74 77,05*
19,67
-2,31
GPL
76,97 15,94 75,53* 14,96 74,74* 14,73 74,37*
15,02
-2,6
2
IMC (kg/m )
GFAV
29,83
6,03
29,3*
5,96
29,13*
5,95
28,96*
5,85
-0,87
GPL
29,25
5,18
28,66*
4,88
28,4*
4,79
28,26*
4,91
-0,99
PC (cm)
GFAV
97,33 13,33 93,24* 18,73 94,14* 13,33 93,05*
12,98
-4,38
GPL
96,47 14,06 93,87* 13,01 92,66* 13,05 91,79*
13,31
-4,68
PP (cm)
GFAV
37,62
4,16
37*
3,89
36,93*
3,98
36,67*
3,8
-0,96
GPL
37,63
4,06
36,68*
3,91
36,58*
3,9
36,34*
3,86
-1,29
PAS (mmHg)
GFAV
120,2 11,58 113,8*
10,3
113,1* 11,79 111,4*
11,39
-8,80
GPL
122,1 13,98 113,7*
10,8
112,4* 11,01 108,4*
9,16
-13,70
PAD (mmHg)
GFAV
80,7
8,08
76,2*
7,95
75,5*
6,7
75,2*
7,07
-5,50
GPL
82,1
9,05
76,8*
7,02
75,5*
7,24
72,9*
5,15
-9,20
GFAV - grupo farelo de aveia, n=42; GPL - grupo placebo, n=38; t0 - início do estudo; t30 - primeira consulta; t60 - segunda consulta; t90 - terceira
consulta - fim do estudo; Δt90-t0 – diferença entre os resultados de t90 e t0; MC - massa corporal; IMC - índice de massa corporal; PC - perímetro
de cintura; PP - perímetro de pescoço; PAS - pressão arterial sistólica; PAD - pressão arterial diastólica;
Resultados expressos como Média e Desvio Padrão;
* Redução estatisticamente significativa dentro de cada grupo em relação a t0 (p < 0,05), pelo teste t pareado;
# Diferença estatisticamente significativa (p < 0,05) na comparação das reduções obtidas entre os grupos, pelo teste t de Student.
Dados antropométricos e de pressão arterial dos participantes em uso de
hipoglicemiantes, ao longo do estudo
t0
t30
t60
t90
Média
DP
Média
DP
Média
DP
Média
DP
MC (kg)
GFAV
85,69 17,19 83,62* 16,43 83,15* 16,43 82,85*
16,6
GPL
84,89
14
82,56* 13,27 82,22* 13,08 81,78*
12,33
IMC (kg/m2)
GFAV
32,50
4,87
31,73*
4,65
31,50*
4,46
31,37*
4,50
GPL
34,71
5,49
33,83*
5,07
33,65*
4,84
33,45*
4,54
PC (cm)
GFAV
104,8 13,31 102,3* 12,79 100,6* 11,88 99,92*
12,25
GPL
103,8 13,45 100,7*
12,6
99,33* 12,43 98,89*
12,21
PP (cm)
GFAV
40,3
3,57
39,2*
3,37
39,1*
3,4
38,8*
3,56
GPL
39,2
4,92
38,1*
4,57
37,8*
4,68
37,4*
4,67
PAS (mmHg)
GFAV
130,8 18,01 122,3* 11,66 117,7* 13,01
118,5
15,19
GPL
124,4 14,24
117,8 18,56
116,7 18,03
120
18,71
PAD (mmHg)
GFAV
86,2
11,93
82,3
8,32
77,7*
10,13
79,2
8,62
GPL
82,2
8,33
78,9
10,54
78,9
9,28
80
10
Δt90-t0
-2,84
-3,11
-1,13
-1,26
-4,88
-4,91
-1,50
-1,80
-12,3
-4,4
-7
-2,2
GFAV - grupo farelo de aveia, n=13; GPL - grupo placebo, n=09; t0 - início do estudo; t30 - primeira consulta; t60 - segunda consulta; t90 - terceira
consulta - fim do estudo; Δt90-t0 – diferença entre os resultados de t90 e t0; MC - massa corporal; IMC - índice de massa corporal; PC - perímetro
de cintura; PP - perímetro de pescoço; PAS - pressão arterial sistólica; PAD - pressão arterial diastólica;
Resultados expressos como Média e Desvio Padrão;
* Redução estatisticamente significativa dentro de cada grupo em relação a t0 (p < 0,05), pelo teste t pareado;
# Diferença estatisticamente significativa (p < 0,05) na comparação das reduções obtidas entre os grupos, pelo teste t de Student.
109
Dados antropométricos e de pressão arterial dos participantes em uso de
hipolipemiantes, ao longo do estudo
t0
t30
t60
t90
Média
DP
Média
DP
Média
DP
Média
DP
MC (kg)
GFAV
76,6
12,92
74,4*
11,97 74,06*
12,4
73,69*
12,59
GPL
78,4
17,58
76,5*
16,24
75,4*
15,87
75*
15,3
2
IMC (kg/m )
GFAV
28,43
4,27
27,67*
3,75
27,48*
3,61
27,35*
3,58
GPL
30,78
5,14
30,07*
4,68
29,65*
4,51
29,48*
4,38
PC (cm)
GFAV
97,88 12,21 95,94* 11,74 94,81* 12,35 93,94*
11,96
GPL
99,05 13,05 95,64* 11,88 93,82* 11,29 93,36*
11,18
PP (cm)
GFAV
38,88
3,91
38,13*
3,69
38,13*
4,03
37,88*
3,9
GPL
37,14
4,12
36,5*
3,46
36,2*
3,28
35,9*
3,26
PAS (mmHg)
GFAV
126,9 22,72 118,1* 15,15 113,1*
8,73
110,6*
8,54
GPL
124,1 14,03 116,8*
8,94
114,1*
7,96
112,7*
8,83
PAD (mmHg)
GFAV
81,9
13,28
78,8
8,85
74,4*
6,29
75
6,33
GPL
82,7
9,35
78,2*
7,33
75,9*
5,9
76,4*
5,81
Δt90-t0
-2,91
-3,4
-1,08
-1,3
-3,94
-5,69
-1
-1,24
-16,3
-11,4
-6,9
-6,3
GFAV - grupo farelo de aveia, n=16; GPL - grupo placebo, n=22; t0 - início do estudo; t30 - primeira consulta; t60 - segunda consulta; t90 - terceira
consulta - fim do estudo; Δt90-t0 – diferença entre os resultados de t90 e t0; MC - massa corporal; IMC - índice de massa corporal; PC - perímetro
de cintura; PP - perímetro de pescoço; PAS - pressão arterial sistólica; PAD - pressão arterial diastólica;
Resultados expressos como Média e Desvio Padrão;
* Redução estatisticamente significativa dentro de cada grupo em relação a t0 (p < 0,05), pelo teste t pareado;
# Diferença estatisticamente significativa (p < 0,05) na comparação das reduções obtidas entre os grupos, pelo teste t de Student.
110
Dados bioquímicos
longo do estudo
t0
Média
CT (mg/dL)
GFAV
240,6
GPL
233,1
LDL-c (mg/dL)
GFAV
159,9
GPL
154,9
HDL-c (mg/dL)
GFAV
49,7
GPL
49,1
Não HDL (mg/dL)
GFAV
190,9
GPL
183,9
TG (mg/dL)
GFAV
155,2
GPL
145,6
GLI (mg/dL)
GFAV
113,3
GPL
100,9
INS (µU/dL)
GFAV
9,62
GPL
8,23
HOMA-IR
GFAV
2,79
GPL
2,04
QUICKI
GFAV
0,349
GPL
0,356
dos participantes que não faziam uso de hipolipemiantes, ao
DP
Média
34,3
25,3
t30
DP
Média
207,6*#
212,9*
31,3
35,1
28,6
18,9
134,9*
138,7*
12,6
12,4
t60
t90
DP
Δt90-t0
DP
Média
222,8*
217,3*
39,8
32,9
223,8*
219,9*
35,7
35,6
-16,8
-13,2
25,6
29,6
145*
141,4*
34,7
28,9
146*
141*
30,4
26,3
-13,9
-13,9
46,2*
46,2*
10,9
12,3
48,2
47
11,4
10,8
49,2
47,9
12,7
10,7
-0,5
-1,2
36
24,7
161,4*#
166,8*
31,1
34
174,6*
170,2*
40,9
32,3
174,6*
171,9*
35,1
34,2
-16,3
-12
69,8
58,2
132,3*#
142,3
54,9
63,1
147,6
144,2
71,1
66,1
142,9#
154,6
54,3
76
-12,3
9
56
36,4
108,9
103,3
48
49,5
106,2*
101,3
38,3
43,7
108,3
100,3
47,2
36,2
-5
-0,6
6,48
5,45
7,54*#
8
5,44
4,62
9,42
7,7
11,05
4,3
7,38*#
7,81
5,71
3,9
-2,24
-0,42
2,66
1,45
2,18*#
1,96
2,59
1,13
2,9
1,91
5,43
3,32
2,11*#
1,93
2,49
1,15
-0,68
-0,11
0,04
0,03
0,361*#
0,356
0,04
0,03
0,358*
0,359
0,05
0,03
0,368*#
0,357
0,05
0,03
0,019
0,001
GFAV - grupo farelo de aveia, n=50; GPL - grupo placebo, n=43; t0 - início do estudo; t30 - primeira consulta; t60 - segunda consulta; t90 - terceira
consulta - fim do estudo; Δt90-t0 – diferença entre os resultados de t90 e t0; CT - colesterol total; LDL-c - colesterol ligado à lipoproteína de baixa
densidade; HDL-c - colesterol ligado à lipoproteína de alta densidade; Não HDL - somatório de lipoproteínas exceto HDL-c; TG - triglicerídeo; GLI glicemia de jejum; INS - insulina de jejum; HOMA-IR - modelo de avaliação da homeostase – resistência à insulina; QUICKI - índice de verificação
quantitativa da sensibilidade à insulina;
Resultados expressos como Média e Desvio Padrão;
* Redução estatisticamente significativa dentro de cada grupo em relação a t0 (p < 0,05), pelo teste t pareado;
# Diferença estatisticamente significativa (p < 0,05) na comparação das reduções obtidas entre os grupos, pelo teste t de Student.
111
Dados bioquímicos dos participantes que
hipolipemiantes, ao longo do estudo
t0
t30
Média
DP
Média
DP
CT (mg/dL)
GFAV
240,8
35
206*#
32,2
GPL
230,5
24,5
210,6*
36,47
LDL-c (mg/dL)
GFAV
160,3
28,2
133,3*
25,5
GPL
153,7
18,43
137,3*
30,37
HDL-c (mg/dL)
GFAV
50,3
13
46,8*#
11,5
GPL
48,9
13,01
46,1*
12,82
Não HDL (mg/dL)
GFAV
190,5
36,7
159,2*#
31,9
GPL
181,6
23,95
164,5*
35,41
TG (mg/dL)
GFAV
151,2
67,2
129,2*
54,6
GPL
140,2
55,95
138,1
62,09
GLI (mg/dL)
GFAV
98,6
19,1
97,7
26,3
GPL
93,7
14,45
93
13,12
INS (µU/dL)
GFAV
9,4
6,7
7,3*
5,5
GPL
8,2
5,46
7,8
4,24
HOMA-IR
GFAV
2,37
2.29
1.97*
2.64
GPL
1,93
1,41
1,82
1,02
QUICKI
GFAV
0,355
0,04
0,367*#
0,04
GPL
0,358
0,03
0,359
0,03
não faziam uso de hipoglicemiantes ou
Média
t60
t90
DP
Δt90-t0
DP
Média
221,6*
215,2*
42,4
33,34
223,9*
216,7*
36,3
36,46
-16,9
-13,8
144,2*
140,8*
36,8
27,94
146,5*
139,6*
30,5
27,24
-13,8
-14,1
49,2
47
11,9
11,06
49,6
47,4
13,1
10,95
-0,70
-1,50
172,4*
168,16*
43,6
32,98
174,3*
169,3*
35,6
35,46
-16,2
-12,3
140,3
136,8
58,4
59,38
138,8
148,5
53,4
72,61
-12,4
8,3
97,3
92,4
21,7
14,27
99,7
93,2
32
15,52
1,1
-0,5
8,8
7,3
10,6
3,68
6,9*
7,7
4,9
3,81
-2,5
-0,5
2.56
1,69
5.51
1,14
1.86*
1,83
2.42
1,13
-0,51
-0,10
0,365*
0,363
0,04
0,03
0,374*#
0,360
0,05
0,03
0,019
0,002
GFAV - grupo farelo de aveia, n=42; GPL - grupo placebo, n=38; t0 - início do estudo; t30 - primeira consulta; t60 - segunda consulta; t90 - terceira
consulta - fim do estudo; Δt90-t0 – diferença entre os resultados de t90 e t0; CT - colesterol total; LDL-c - colesterol ligado à lipoproteína de baixa
densidade; HDL-c - colesterol ligado à lipoproteína de alta densidade; Não HDL - somatório de lipoproteínas exceto HDL-c; TG - triglicerídeo; GLI glicemia de jejum; INS - insulina de jejum; HOMA-IR - modelo de avaliação da homeostase – resistência à insulina; QUICKI - índice de verificação
quantitativa da sensibilidade à insulina;
Resultados expressos como Média e Desvio Padrão;
* Redução estatisticamente significativa dentro de cada grupo em relação a t0 (p < 0,05), pelo teste t pareado;
# Diferença estatisticamente significativa (p < 0,05) na comparação das reduções obtidas entre os grupos, pelo teste t de Student.
112
Dados bioquímicos dos participantes em uso de hipoglicemiantes, ao longo do estudo
t0
t30
t60
t90
Δt90-t0
Média
DP
Média
DP
Média
DP
Média
DP
CT (mg/dL)
GFAV
246,2
34,96
223,2*
31,59
220,9
42,59
219,1
36,46
-27,1
GPL
245,4
22,68
220*
35,93
215,4*
45,76
229,8
29,56
-15,6
LDL-c (mg/dL)
GFAV
163,4
32,28
143,1*
36,08
142,5
35,89
139,3
36,68
-24,1
GPL
157,9
18,59
138*
31,32
134,4
44,93
142,3
26,37
-15,6
HDL-c (mg/dL)
GFAV
43,2
9,49
40,1*
7,44
41,1
6,73
42,4
11,34
-0,8
GPL
48,8
6,24
44,6*
7,18
47,1
7,99
49,7
8
0,9
Não HDL (mg/dL)
GFAV
203
36,9
183,2*
31,86
179,9
39,37
176,7
34,72
-26,3
GPL
196,7
23,69
175,4*
36,53
168,3*
48,11
180,1
28,77
-16,6
TG (mg/dL)
GFAV
211,9
126,5
166,5
69,06
186,3
98,37
207,6
134,8
-4,3
GPL
194,7
74,24
187,1
77,7
193,1
120,87
188,7
70,95
-6
GLI (mg/dL)
GFAV
169,1
89,29
151
69,8
139,4*#
74,74
139,2*# 66,19
-29,9
GPL
138,7
66,36
153,1
94,66
143,6
83,36
134,8
65,61
-3,9
INS (µU/dL)
GFAV
9,46
4,89
9,15
6,04
10,54
10,78
9,54
7,09
0,08
GPL
9,33
5,15
11
7,12
10,22
5,76
9,11
4,23
-0,22
HOMA-IR
GFAV
3,99
3,01
3,16
2,16
3,71
4,02
3,05
2,11
-0,94
GPL
2,96
1,67
3,46
1,92
3,15
1,37
2,74
1,02
-0,22
QUICKI
GFAV
0,325
0,03
0,335
0,03
0,333
0,03
0,336
0,03
0,01
GPL
0,335
0,03
0,325
0,02
0,329
0,03
0,333
0,02
-0,002
GFAV - grupo farelo de aveia, n=13; GPL - grupo placebo, n=09; t0 - início do estudo; t30 - primeira consulta; t60 - segunda consulta; t90 - terceira
consulta - fim do estudo; Δt90-t0 – diferença entre os resultados de t90 e t0; CT - colesterol total; LDL-c - colesterol ligado à lipoproteína de baixa
densidade; HDL-c - colesterol ligado à lipoproteína de alta densidade; Não HDL - somatório de lipoproteínas exceto HDL-c; TG - triglicerídeo; GLI glicemia de jejum; INS - insulina de jejum; HOMA-IR - modelo de avaliação da homeostase – resistência à insulina; QUICKI - índice de verificação
quantitativa da sensibilidade à insulina;
Resultados expressos como Média e Desvio Padrão;
* Redução estatisticamente significativa dentro de cada grupo em relação a t0 (p < 0,05), pelo teste t pareado;
# Diferença estatisticamente significativa (p < 0,05) na comparação das reduções obtidas entre os grupos, pelo teste t de Student.
113
Dados bioquímicos dos participantes em uso de hipolipemiantes, ao longo do estudo
t0
t30
t60
t90
Δt90-t0
Média
DP
Média
DP
Média
DP
Média
DP
CT (mg/dL)
GFAV
274,9
75,67
256,9
145,95
258,3
128,08
256,8
99,9
-18,1
GPL
239,9
33,31
193,6*
38,5
200,5*
45,06
210,2*
41,42
-29,7
LDL-c (mg/dL)
GFAV
174,1
54,6
139,4*
68,31
144,5*
75,11
162,4
90,12
-11,7
GPL
158,6
27,94
119,4*
36,32
125,4*
42,29
130,9*
37,6
-27,7
HDL-c (mg/dL)
GFAV
47,2
17,56
43,6
11,27
45,6
14,01
43,5
12,68
-3,7
GPL
54,2
16,46
49,8*
14,41
51,9
15
52,6
14,67
-1,6
Não HDL (mg/dL)
GFAV
227,8
76
213,4
145,8
212,8
130,4
213,3
100,4
-14,5
GPL
185,7
28,89
143,8*
42,04
148,5*
49,54
157,6*
45,29
-28,1
TG (mg/dL)
GFAV
312,7
310,5
342,5
750,87
342,6
625,35
288,5 298,79
-24,2
GPL
136,4
61,32
122
62,91
125,3
82,61
134,1
61,11
-2,3
GLI (mg/dL)
GFAV
119,4
34,6
114
44,85
111,7
44,6
110,9
41,6
-8,5
GPL
99,9
14,9
99
15,49
97,7
13,23
96,4
12,03
-3,5
INS (µU/dL)
GFAV
7,44
4,05
6,56
4,76
6,56
2,85
7,06
3,11
-4,33
GPL
8,91
5,9
7,45
6,15
7,86
6,97
7,27*
5,68
-1,64
HOMA-IR
GFAV
2,28
1,52
1,81
1,61
1,84
1,16
2,04
1,24
-0,24
GPL
2,27
1,69
1,97
1,93
2,03
2,16
1,81
1,62
-0,46
QUICKI
GFAV
0,351
0,04
0,366
0,04
0,361
0,04
0,355
0,03
0,004
GPL
0,352
0,04
0,369*
0,04
0,369*
0,05
0,370*
0,04
0,018
GFAV - grupo farelo de aveia, n=16; GPL - grupo placebo, n=22; t0 - início do estudo; t30 - primeira consulta; t60 - segunda consulta; t90 - terceira
consulta - fim do estudo; Δt90-t0 – diferença entre os resultados de t90 e t0; CT - colesterol total; LDL-c - colesterol ligado à lipoproteína de baixa
densidade; HDL-c - colesterol ligado à lipoproteína de alta densidade; Não HDL - somatório de lipoproteínas exceto HDL-c; TG - triglicerídeo; GLI glicemia de jejum; INS - insulina de jejum; HOMA-IR - modelo de avaliação da homeostase – resistência à insulina; QUICKI - índice de verificação
quantitativa da sensibilidade à insulina;
Resultados expressos como Média e Desvio Padrão;
* Redução estatisticamente significativa dentro de cada grupo em relação a t0 (p < 0,05), pelo teste t pareado;
# Diferença estatisticamente significativa (p < 0,05) na comparação das reduções obtidas entre os grupos, pelo teste t de Student.
114
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - FACULDADE DE MEDICINA
INSTITUTO ESTADUAL DE CARDIOLOGIA ALOYSIO DE CASTRO - IECAC
EFEITO DO ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL ASSOCIADO À INGESTÃO
DE FARELO DE AVEIA EM INDIVÍDUOS DISLIPIDÊMICOS
ANEXO XII – Participação em congressos
XXIII Congresso Brasileiro de Nutrição – CONBRAN – 2014
V Congresso Ibero-Americano de Nutrição
Efeito da ingestão de farelo de aveia associada ao aconselhamento nutricional intensivo
para indivíduos com colesterolemia elevada.
Simone Raimondi de Souza, Gláucia Maria Moraes de Oliveira, Glorimar Rosa
XIIII Jornada SOCERJ de Nutrição em Cardiologia – 2014
Efeito do aconselhamento nutricional intensivo em indivíduos com colesterolemia
elevada acompanhados em unidade pública de saúde especializada em cardiologia do
Estado do Rio de Janeiro.
Simone Raimondi de Souza, Gláucia Maria Moraes de Oliveira, Glorimar Rosa
XII Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição – SBAN – 2013
Efeito da intervenção nutricional em pacientes com hipercolesterolemia de uma unidade
pública de saúde especializada em cardiologia do Estado do Rio de Janeiro, Brasil.
Simone Raimondi de Souza, Gláucia Maria Moraes de Oliveira, Glorimar Rosa
115
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - FACULDADE DE MEDICINA
INSTITUTO ESTADUAL DE CARDIOLOGIA ALOYSIO DE CASTRO - IECAC
EFEITO DO ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL ASSOCIADO À INGESTÃO
DE FARELO DE AVEIA EM INDIVÍDUOS DISLIPIDÊMICOS
ANEXO XIII – Artigo científico submetido
Título: Efeito do aconselhamento nutricional associado à ingestão de farelo de aveia em
indivíduos hipercolesterolêmicos em prevenção secundária
Periódico: Arquivos Brasileiros de Cardiologia
Data de submissão: 25 de julho de 2014.
Número da submissão: 6484

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