Gabriel Barbosa dos Santos A história dos Beatles - ppgartes

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Gabriel Barbosa dos Santos A história dos Beatles - ppgartes
III semana de pesquisa em artes
10 a 13 de novembro de 2009
art uerj
arte e cultura urbana
A história dos Beatles na História
Gabriel Barbosa dos Santos
Graduação em História – UFF
Um exercício de extrema dificuldade é tentar encontrar características que resumam a
sonoridade, a aparência e os aspectos estéticos dos Beatles. Grandes mudanças em um
espaço de tempo curtíssimo é um fator relevante. Mudanças essas que deixam bastante
aparente a influência dos acontecimentos políticos, econômicos, sociais e culturais da época
de atividade. Propõe-se, desta forma, analisar a forte influência do contexto histórico em alguns
aspectos da carreira dos fab four.
Beatles; rock; História.
It’s very hard to find some characteristics that summarize the sound, the look and the esthetic
aspects of the Beatles. Great changes in a short time are a relevant factor. Those changes
leave very apparent the influence of the political, economic, social and cultural events of the
time of activity. It suggests, therefore, to analyze the strong influence of the historical context in
some aspects of the fab four career.
Beatles; rock; History.
Introdução
Lembro-me da primeira vez que ouvi os Beatles. Foi na minha infância, junto
a grandes amigos. Um deles tinha conhecido através de seu pai e quis mostrar para
os demais. Help! e Yellow Submarine foram suficientes para que eu percebesse a
unicidade da banda. Foi a única experiência de amor a primeira vista que tive em toda
minha vida.
O tempo e a maturidade me fez atentar para a grandeza e a importância
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dos Beatles na cultura ocidental do século XX. Como era considerável a sua
presença, mesmo depois de décadas do seu término, em nossa rotina. Mesmo
inconscientemente. Como a sua música influenciou grande parte – ou porque não
tudo? – que ouvimos hoje. Eu só não conseguia entender o porquê.
Partilho a idéia dos Beatles – isto vale para qualquer outra banda – como
resultado de duas forças notáveis: a conjuntura e o talento. Muitos falam de uma
terceira força. A propaganda, segundo alguns estudiosos, seria a causa de todo
fervor causado sobre e pela banda1. Porém, julgo insuficiente. Muitos artistas,
principalmente os mais atuais, têm um apelo comercial e mercadológico tão ou mais
intenso que os Beatles tiveram na década de 1960. Nenhum deles, no entanto,
chegou perto das cifras alcançadas por esta banda inglesa – pensando estritamente
no viés mercadológico e não considerando as questões mais voltadas para o social,
como quantidade de bandas cover, celebração de datas comemorativas, número de
fãs e de decibéis do grito coletivo delas2.
O talento da banda é inegável. Há um sem-número de literaturas retratando-o,
e como que a partir dele – habilmente utilizado para compor sucessos – os Fab Four
chegaram ao patamar de banda mais influente do século XX. A quantidade de hits
é tão grande – e em tão pouco tempo – que coube numa compilação de 27 faixas3.
Mais ainda, não era um talento coletivo – ou seja, fracos talentos individuais que,
juntos aos dos demais, formavam um todo forte. Eram quatro talentos particulares
e ímpares, que acharam caminhos para serem transpostos em notas musicais e
vocalizações impecáveis (em minha opinião, estes “caminhos” eram, na verdade, um:
George Martin4). Mas como o quesito “talento” já foi amplamente discutido em outros
trabalhos, ater-me-ei na outra força.
Inserir a obra no contexto do artista é, para nós, historiadores, essencial
para se ter uma análise, no mínimo, aceitável. Porém, nem todos os autores têm
esta preocupação. Como muito da literatura sobre a carreira dos Beatles é feita por
jornalistas ou produtores musicais, esta inserção não ganha a merecida atenção.
Estou longe de julgar se está errado ou certo. Se é ruim ou bom. Creio apenas que tal
exercício - ainda mais se tratando de um trabalho de cunho histórico - deixa o estudo
e suas análises mais fundamentadas e, conseqüentemente, completas.
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Roger Chartier fomenta a base teórica para a importância do contexto social
numa produção artística/intelectual. Para ele, não se pode atribuir a criação intelectual
unicamente à capacidade de invenção individual. Ignorar a influência da “estrutura
do pensamento” (Zeitgeist) que paira sobre a sociedade do criador é um erro que o
historiador não pode praticar5. É preciso levar em conta o que Febvre chamará de
“utensilagens mentais” do período estudado. Ou seja, não se deve isolar o fundador
de uma idéia das idiossincrasias de sua época6.
E é isto que pretendo nas páginas seguintes. Se os demais trabalhos, grosso
modo, focam seus esforços na influência da banda na sociedade, proponho aqui
o inverso. Perceber as influências históricas/conjunturais na carreira dos Beatles é
historicizar os campos que os projetaram como banda, e, mais ainda, como um dos
conjuntos mais importantes da cultura pop de todos os tempos. Se por um lado temos
os talentos individuais, de outro encontramos as forças sociais que os modelaram. Se
podemos atribuir a criação de Help! e Yellow Submarine (para usar como exemplo as
canções de minha infância) à genialidades particulares, não podemos nos esquecer
do contexto político, econômico, social e cultural do final da década de 50 e de toda a
década de 60 como influência.
Um recorte é necessário. Até mesmo porque nem todos os acontecimentos
históricos da época são aparentes o suficiente para se tecer uma análise. De
todo jeito, recortar é focar a atenção em temas que são mais relevantes e mais
interessantes para a nossa visão de século XXI – além de evitar um trabalho
demasiadamente extenso e superficial. Portanto, os temas históricos aqui sugeridos
são: a ascensão econômica dos Estados Unidos no pós-II Grande Guerra, a Pop Art e
a Guerra do Vietnã.
A riqueza de Tio Sam e os Fab Four
É sabido que os Estados Unidos saíram da II Grande Guerra (1939-1945)
como a primeira potência econômica mundial. E um dos fatores que provocaram
esta ascensão foram os empréstimos feitos à Inglaterra devastada por investidas
alemãs. Empréstimos foram feitos, porém com ressalvas impostas pelos credores:
“as autoridades americanas sacaram da Inglaterra as reservas de ouro e seus
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investimentos estrangeiros e restringiram exportações inglesas no mundo inteiro.
Negociantes americanos expandiram sua presença em mercados antigamente
controlados pelos ingleses”7.
Essas e outras medidas favoreceram o fortalecimento do empresariado
americano, que começou a controlar quase inteiramente a economia do país. Esse
controle proporcionou maiores salários aos trabalhadores. Receber mais no final do
mês era quase um sinônimo de “consumir mais”8.
Com a prosperidade econômica, maiores oportunidades de emprego e a
conseqüente melhora da situação financeira das famílias de classe média do país,
começou a se desenvolver - com muito apoio e propaganda do governo vigente
- o estilo de vida americano. Tinha-se a família como núcleo e calcava-se no
consumismo e na valorização da moral e bons costumes9. A melhora no nível de
renda do trabalhador mediano do país, deste modo, provocou o aumento considerável
do número de jovens nas escolas e universidades, espaço propício para a troca de
idéias e questionamentos. Esses espaços de aglomeração de jovens que dividem,
mais ou menos, a mesma idade, favoreceram o fortalecimento da identidade grupal e
consciência coletiva de si10. O rock surgiu neste e deste ambiente11.
Não importa aqui entender como que o rock’n’roll brotou deste meio, mas sim
estar ciente que daí ele saiu. Convém também saber que o otimismo do american
way of life influenciou os letristas da era clássica do estilo. Segundo Paul Friedlander,
“as letras contavam histórias adolescentes sobre amor, dança, escola, música e sexo
– somente histórias simples sobre o cotidiano”12. Isso porque, pela primeira vez, os
jovens não precisavam trabalhar. O crescimento econômico do país proporcionou a
seus pais o poder de bancá-los na escola, sem os obrigar a arranjar emprego. Além
disso, sobrava dinheiro para financiar a sua diversão13.
A explosão do rock, porém, deu-se também pela identidade que o seu público
tinha com a música. Identidade esta fortalecida principalmente por questões de
conflitos de gerações: os adolescentes não mais queriam ouvir as mesmas músicas
que seus pais. Não mais queriam se vestir como seus pais. Não mais queriam se
comportar como seus pais. Não mais queriam amar como seus pais!
Tanto o estilo de vida americano - tão defendido e exportado por Washington
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– quanto a identidade do jovem para com o rock ajudam-nos a entender a ligação do
crescimento econômico norte-americano com os adolescentes de uma “cidadezinha”
no norte da Inglaterra chamada Liverpool. Bob Spitz, em sua biografia sobre
os Beatles, afirma que foram as músicas e a mística sobre Elvis Presley14 que
catalisaram os anseios de John e Paul e os juntaram. E ainda acrescenta.
Todo sábado e domingo à noite o serviço de língua inglesa da [Rádio
Luxembourg] apresentava uma lista de músicas que trazia no bojo uma
mistura de sucessos de rockabilly e rythm and blues de Bill Halley, Fats
Domino, Lavern Baker, Carl Perkins, The Platters e dezenas de outros
astros americanos cujos petiscos picantes serviam para estimular
a insípida dieta da música européia ocidental. [...] cada um dos três
garotos que mais tarde se tornariam os Beatles sintonizavam o sinal
cheio de estática da emissora, enquanto os prodígios DJs apresentavam
[...] os discos de rock’n’roll que estavam subindo nas paradas
americanas.15
Fica clara, então, a influência deste fato histórico da sociedade norteamericana na história dos Beatles. Não é um fato direto, mas está relacionado. Em
suma, o fortalecimento econômico dos Estados Unidos deu meios para que surgisse
o rock e a mudança comportamental dos jovens. Somado ao exportado “modo de
vida americano”, estes dois fatores chegaram, via rádio, aos ouvidos de John, Paul,
George e Ringo. Daí, a gente já sabe...
Art, Pop e Sgt. Pepper’s
A antológica capa do álbum de 1º de junho de 1967 dos Beatles, Sgt. Pepper’s
Lonely Hearts Club Band, é uma das mais satirizadas e comentadas figuras da
cultura popular. E ela é só uma parte de um complexo e instigante quebra-cabeça que
é a história do álbum. Mas diz muita coisa.
Tudo que envolve o encarte de Sgt. Pepper’s não é isento de uma idéia básica
a priori. Muitos creditam todo o conceito e concepção do disco quase exclusivamente
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a Paul McCartney. Segundo Clinton Heylin em “Sgt. Pepper’s Lonely Heart Club
Band: um ano na vida dos Beatles e amigos”, Lennon passava por uma crise –
principalmente por conta do afundamento nas drogas – que o impossibilitava de
compor. Sendo assim, McCartney acabou pondo em prática suas idéias para o álbum
– que inicialmente, tratava-se de um conjunto de canções sobre a vida no norte da
Inglaterra – e foi autor da maioria das músicas.
Uma dessas idéias era que o encarte deveria representar o tema do álbum.
Foi escolhido, então, um artista plástico premeditadamente para que a ela fosse
realmente e integralmente concretizada. Através de colagens de fotos de pessoas
famosas16 sob uma foto da banda trajando roupas marciais numa espécie de velório,
Peter Blake constituiu a primeira visão de uma obra de arte17. Considerado um dos
pionerios da pop art inglesa, Blake trouxe os conceitos desta nova forma artística
– à época, claro – para compor e interligar a concepção do disco do Sargento
Pimenta
Para alguns, Sgt. Pepper’s não pode ser encarado apenas como um álbum
de música pop; ele em si é um manifesto artístico, uma arte, que se completa pelas
músicas e capas. E foi o primeiro álbum que trazia um conceito inerente (apesar das
músicas não estarem diretamente conectas uma com as outras)18.
Este conceito foi exteriorizado em forma de arte. Arte pop. Pop art.
A guerra do Vietnã
A investida norte-americana no Vietnã19 teve início a partir das diretrizes do
pós-II Grande Guerra, ou seja, com as premissas da Guerra Fria. Desta forma, o que
se priorizou inicialmente foi impor um regime clientelista no país - de maneira pacífica
– como forma de evitar a “contaminação” pelo “vírus” comunista20. O pacifismo, no
entanto, transformou-se em terror, e uma ditadura militar foi imposta, em 1963, (com
apoio dos Estados Unidos), em resposta a ineficiência do então presidente de conter
a ameaça vermelha21.
Quanto mais os comunistas do norte, em conjunto com os Viet Congs,
ganhavam território e apoio popular, mais soldados do exército norte-americano
eram mandados à guerra. Esta durou até 1972, quando os vietnamitas conseguiram
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paralisar militarmente seu inimigo. O saldo da guerra foi milhares de mortos e
feridos nos dois lados e a opinião pública – tanto de dentro quanto de fora dos
Estados Unidos – insatisfeita com o governo de Washington, produzindo sentimentos
antiimperialistas contra o país.
No final da década de 1960, uma série de movimentos pacifistas começou a
reivindicar a retirada das tropas norte-americanas do Vietnã. Juntando à cartilha a
defesa pelos direitos civis, negros, estudantes e os hippies representavam o começo
de uma nova esquerda nos país22. Pode-se dizer que este último grupo ganhou uma
atenção especial, principalmente, pela pregação do pacifismo. Com os slogans “Faça
amor, não faça guerra” e “Paz e amor”, os hippies, de forma bem peculiar e pacífica,
negavam toda e qualquer forma de violência e repressão. O seu ponto mais alto foi
no festival de Woodstock, em 1969, onde a pregação do amor, da paz e da liberdade
ganhou proporções imensuráveis.
Dessa nova esquerda americana, sobretudo o movimento hippie - que é onde
vamos nos ater –, podemos fazer algumas ligações com os Beatles. Apesar de não
serem ativistas declarados, a banda deixou bem clara a sua posição em relação à
guerra e ao movimento pacifista. A letra de All you need is Love23 é bastante elucidativa.
Além da clara evidência de uma valorização do amor como uma entidade máxima, a
letra ainda faz referências à liberdade e à não-repressão, como nas passagens
There’s nothing you can do that can’t be done /
Nothing you can sing that can’t be sung /
Nothing you can say but you learn how to play the game24.
A música foi composta para um programa revolucionário que a BBC1 tramava.
Esta emissora de televisão inglesa intentava fazer a primeira transmissão ao vivo
de todos os tempos para vários países. No programa, chamado Our World [Nosso
Mundo], cada país participante deveria transmitir algo relacionado com a sua cultura.
Como envolvia culturas distintas, a proposta era passar uma mensagem em comum
para todas elas. Nada mais emblemático e universal do que uma canção enaltecendo
o amor em tempos de guerra.25
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As comparações entre o contexto histórico e esta (linda) canção dos Beatles
são corroboradas por uma declaração de John Lennon. Ela foi dada ao jornalista da
revista Rolling Stone, Jann Wenner, em 1971, e já introduz, explica e conclui por si
mesma o tema em questão. Lennon diz:
Acho que no fundo, qualquer que seja o problema, ele geralmente tem a
ver com o amor. Então, penso em All You Need Is Love como uma real
entidade. Não estou dizendo “você tem que fazer isso”, porque All You
Need surgiu no tempo da geração Flower Power. Ela não significa que
tudo que você tem que fazer é pôr um sorriso falso na cara e usar roupas
floridas e tudo estará bem. Amor não é só alguma coisa que você cola
em cartazes ou cola na traseira do carro ou prende na sua jaqueta ou no
emblema. Estou falando do verdadeiro amor, então ainda acredito nisso.
Amor é apreciação do próximo e o permite ser o que é. Amor é permitir
as pessoas serem elas mesmas e isso é tudo que precisamos26.
Conclusão
Vimos, a partir destas três fatos históricos/sociais, que os Beatles não estavam
isentos das forças conjunturais. Seja na formação da banda, na estética de um disco
ou na letra de uma canção, percebemos influências da História na história dos Fab
Four. Pois ao mesmo tempo em que um episódio pode influenciar toda sua geração,
ele não é livre das influências que marcam a sua época. Ou seja, ele influencia e é
influenciado concomitantemente. É ativo e passivo simultaneamente.
Porém, deixo claro que estes acontecimentos históricos são insuficientes para
explicar o fenômeno Beatles. Primeiramente, porque eles não foram os únicos; alguns
outros poderiam ter sido salientados27. Depois, conforme dito outrora, ela – a banda
– é composta por duas forças. E esta outra força – o talento – é tão valiosa quanto o
zeigeist dos anos 60. Por mais que esteja também inserida nas barreiras sociais, sendo
limitada pelas mesmas28, não se pode negar a sua peculiaridade no caso dos Beatles.
Tanto o é que nenhuma outra banda conseguiu alcançar o seu patamar. Até agora.
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Capa do álbum Sgt.
Pepper’s Lonely Hearts
Club Band
Bibliografia
CHARTIER, Roger. A História Cultural: entre práticas e representações. Lisboa: Memória e Sociedade, 2002.
CHACON, Paulo. O que é Rock. São Paulo: Brasiliense. 1985.
CHOMSKY, Noam. Camelot: os anos Kennedy. São Paulo: Scritta Editorial, 1993.FRIEDLANDER, Paul.
Rock and Roll: uma história social. Rio de Janeiro: Editora Record, 2008.
GRAMSCI, Antonio. Literatura e vida nacional. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968, p.5.
HEYLIN, Clinton. Sgt. Pepper’s Lonely Heart Club Band: um ano na vida dos Beatles e amigos. São Paulo:
Editora Conrad, 2007.
KARNAL, Leandro; FERNANDES, Luiz Estavam; MORAIS, Marcus Vinícius; PURDY, Sean. História dos
Estados Unidos: das origens ao século XXI. São Paulo: Editora Contexto, 2007.
SPITZ, Bob. Beatles: a biografia. São Paulo: Larousse do Brasil, 2007.
PEREIRA, Carlos Alberto M. O que é contracultura. São Paulo: Editora Brasiliense, 1986.
Apêndice
Love, love, love, love, love, love, love, love, love.
There’s nothing you can do that can’t be done.
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Nothing you can sing that can’t be sung.
Nothing you can say but you can learn how to play the game
It’s easy.
There’s nothing you can make that can’t be made.
No one you can save that can’t be saved.
Nothing you can do but you can learn how to be you in time - It’s easy.
All you need is love, all you need is love,
All you need is love, love, love is all you need.
Love, love, love, love, love, love, love, love, love.
All you need is love, all you need is love,
All you need is love, love, love is all you need.
There’s nothing you can know that isn’t known.
Nothing you can see that isn’t shown.
Nowhere you can be that isn’t where you’re meant to be.
It’s easy.
All you need is love, all you need is love,
All you need is love, love, love is all you need.
All you need is love (all together now)
All you need is love (everybody)
All you need is love, love, love is all you need.
Notas
1
Cf. PESTANA, Marco M. Os Beatles revolucionam a música pop. Revista A Roda, n. 7. Universidade
Federal Fluminense, 2008, p. 20.
2
O Shea Stadium nunca mais foi o mesmo depois do dia 15 de agosto de 1965. Neste dia, os Beatles
realizaram o primeiro show num estádio aberto de os tempos. Além disso, bateram o recorde de público até
então: mais de 50 mil pessoas. Dizem os músicos – e quem mais estivesse lá – que o barulho oriundo da
platéia, sobretudo a feminina, era tão alto que eles não conseguiam se ouvir cantando nem tocando. Nem
os 50 amplificadores de 100 watts disponibilizados para o show deram vazão. SPITZ, Bob. The Beatles: a
biografia. São Paulo: Larousse, 2007, pp. 569-72.
3
Em 2000, foi lançado um álbum com todos os singles da banda que alcançaram o 1º lugar nas paradas
de sucesso. O nome é altamente sugestivo: “1”. São um total de 27 faixas, que abarcam toda a sua carreira.
4
Produtor dos Beatles desde o primeiro (Please Please Me, 1962) até o penúltimo álbum (Abbey Road,
1969). É considerado por muitos como o “quinto beatle” pela sua presença mais que notável nas músicas
da banda (além das normais de um produtor musical).
5
CHARTIER, Roger. A História Cultural: entre práticas e representações. Lisboa: Memória e Sociedade,
2002, p. 35.
6
Ibidem, pp. 36-38.
7
KARNAL, Leandro; FERNANDES, Luiz Estavam; MORAIS, Marcus Vinícius; PURDY, Sean. História
dos Estados Unidos: das origens ao século XXI. São Paulo: Editora Contexto, 2007, p. 219.
8
Ibidem, p. 218.
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9
Sobre a ascensão econômica dos Estados Unidos na segunda metade dos anos 40 e do american
way of life, cf. KARNAL, Leandro; FERNANDES, Luiz Estavam; MORAIS, Marcus Vinícius; PURDY, Sean.
História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI. São Paulo: Editora Contexto, 2007, pp. 230-34.
10
PEREIRA, Carlos Alberto M, op. cit., pp. 26-28.
11
CHACON, Paulo. O que é rock. São Paulo: Brasiliense, 1985, p. 22.
12
FRIDLANDER, Paul. Rock’n’roll: uma história social. Rio de Janeiro: Editora Record, 2008, p. 46.
13
Ibidem, p. 38.
14
Para Friedlander, Elvis faz parte da 2ª geração do rock: a geração do rock branco. A primeira, no
entanto, foi a do rock negro, com Chuck Berry, Fats Domino e Little Richard.
15
SPITZ, Bob. The Beatles: a biografia. São Paulo: Larousse, 2007, p. 34.
16
Entre os mais célebres estão: Karl Marx, Oscar Wilde, Bob Dylan, Sigmund Freud, os personagens
Gordo e Magro, Marlon Brandon, Aleister Crowley, Marilyn Monroe, Carl Gustav Jung, William Burroughs,
Edgar Allen Poe, Fred Astaire, Albert Einstein e o ex-Beatle Stuart Sutcliff.
17
Imagem da capa do álbum no apêndice I
18
HEYLIN, Clinton. Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band: um ano na vida dos Beatles e amigos. São
Paulo: Editora Conrad, 2007, pp. 167-172.
19
“O Vietnã era uma ex-colônia francesa que foi divida em duas pelo tratado que finalizou a Guerra da
Coréia. O exército guerrilheiro comunista de Ho Chi Minh, que tinha derrubado os franceses, contralava a
parte Norte do país e contava com numerosos seguidores na parte Sul, organizados pelo grupo guerrilheiro,
o Viet Cong. No Sul, o ditador Ngo Dinh Diem governava com ajuda militar e conômica dos Estados Unidos”.
KARNAL, Leandro; FERNANDES, Luiz Estavam; MORAIS, Marcus Vinícius; PURDY, Sean. op. cit., p. 240.
20
Ibidem, p. 240-42.
21
CHOMSKY, Noam. Camelot: os anos Kennedy. São Paulo: Scritta Editorial, 1993, pp. 47-50.
22
PEREIRA, Carlos Alberto M. O que é contracultura. São Paulo: Brasiliense, 1986, p. 76.
23
7ª faixa do álbum Magic Mystery Tour, em 27 de novembro de 1967 nos Estados Unidos (a versão
inglesa do álbum tem leves distinções). Letra no apêndice II.
24
Tradução: Não há nada que você possa fazer que não possa ser feito / Nada que você possa cantar
que não possa ser cantado / Nada que você passa dizer, mas você aprende a jogar o jogo.
25
SPITZ, Bob. op. cit., p. 695.
26
Texto original: I think if you get down to basics, whatever the problem is, it’s usually to do with love. So I
think ‘All You Need is Love’ is a true statement. I’m not saying, ‘All you have to do is...’ because ‘All You Need’
came out in the Flower Power Generation time. It doesn’t mean that all you have to do is put on a phoney smile
or wear a flower dress and it’s gonna be alright. Love is not just something that you stick on posters or stick on
the back of your car, or on the back of your jacket or on a badge. I’m talking about real love, so I still believe that.
Love is appreciation of other people and allowing them to be. Love is allowing somebody to be themselves and
that’s what we do need. Retirado do website http://www.beatleswiki.com/wiki/index.php/All_You_Need_Is_Love
27
...e não o foram por questões de afinidade e espaço neste trabalho.
28
Cf. GRAMSCI, Antonio. Literatura e vida nacional. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968, p.5.
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