ESTUDO DE FLORA E FAUNA
Transcrição
ESTUDO DE FLORA E FAUNA
GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS SECRETARIA DO PLANEJAMENTO E MEIO AMBIENTE DIRETORIA DE ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO PROJETO DE GESTÃO AMBIENTAL INTEGRADA - BICO DO PAPAGAIO - ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO ESTUDO DE FLORA E FAUNA SÉRIES ZEE - TOCANTINS / BICO DO PAPAGAIO / Estudo de Flora e Fauna - NORTE DO ESTADO DO TOCANTINS - Palmas 2004 GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Marcelo de Carvalho Miranda Governador Luiz Inácio Lula da Silva Presidente Raimundo Nonato Pires dos Santos Vice-Governador José Alencar Gomes da Silva Vice-Presidente SECRETARIA DO PLANEJAMENTO E MEIO AMBIENTE MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE Lívio William Reis de Carvalho Secretário Maria Osmarina Marina da Silva Vaz de Lima Ministra Nilton Claro Costa Subsecretário SECRETARIA DE COORDENAÇÃO DA AMAZÔNIA Jörg Zimmermann Secretário (substituto) Eduardo Quirino Pereira Diretor de Zoneamento Ecológico-Econômico SECRETARIA TÉCNICA DO SUBPROGRAMA DE POLÍTICAS DE RECURSOS NATURAIS Belizário Franco Neto Diretor de Meio Ambiente e Recursos Hídricos Francisco José de Barros Cavalcanti Secretário Técnico Glênio Benvindo de Oliveira Diretor de Orçamento PROGRAMA PILOTO PARA PROTEÇÃO DAS FLORESTAS TROPICAIS DO BRASIL – PPG-7 Félix Valóis Guará Diretor de Planejamento Alberto Lourenço Coordenação Geral Joaquín Eduardo Manchola Cifuentes Diretor de Pesquisa e Informações Cooperação Financeira para oTocantins: União Européia - CEC Rain Forest Fund - RFT Ana Maria Demétrio Diretora de Administração e Finanças Eder Soares Pinto Diretor de Ciência e Tecnologia Cooperação Técnica: Departament for International Development - DFID Parceria: Banco Mundial GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS SECRETARIA DO PLANEJAMENTO E MEIO AMBIENTE DIRETORIA DE ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO Projeto de Gestão Ambiental Integrada -Bico do Papagaio- Zoneamento Ecológico-Econômico Execução pela Secretaria do Planejamento e Meio Ambiente – Seplan, Diretoria de Zoneamento Ecológico- Econômico – DZE, em convênio com o Ministério do Meio Ambiente – MMA, através do Subprograma de Política de Recursos Naturais – SPRN / Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil – PPG-7 ESTUDO DE FLORA E FAUNA - Norte do Estado do Tocantins - TEXTO EXPLICATIVO ORGANIZADO POR Ricardo Ribeiro Dias CRÉDITOS DE AUTORIA TEXTO EXPLICATIVO Fábio Olmos Gezá Arbocz José Fernando Pacheco Ricardo Ribeiro Dias ACOMPANHAMENTO TÉCNICO E REVISÃO Vitor Bellia Marissônia Lopes de Almeida Nunes Eduardo Quirino Pereira Lindomar Ferreira dos Santos Rodrigo Sabino Teixeira Borges Coordenação editorial a cargo da Diretoria de Zoneamento Ecológico-Econômico - DZE Secretaria do Planejamento e Meio Ambiente - Seplan Revisão de Texto Waleska Zanina Amorim OLMOS, Fábio; ARBOCZ, Gezá; PACHECO, José Fernando; DIAS, Ricardo Ribeiro. Secretaria do Planejamento e Meio Ambiente (Seplan). Diretoria de Zoneamento Ecológico-Econômico (DZE). Projeto de Gestão Ambiental Integrada da Região do Bico do Papagaio. Zoneamento Ecológico-Econômico. Estudo de Flora e Fauna do Norte do Estado do Tocantins. Org. por Ricardo Ribeiro Dias. Palmas, Seplan/DZE, 2004. 154p., ilust. Séries ZEE – TOCANTINS / Bico do Papagaio / Estudo de Flora e Fauna. Executado por Oikos Pesquisa Aplicada Ltda. para a Secretaria do Planejamento e Meio Ambiente (Seplan), no âmbito de convênio firmado entre a Seplan e o Ministério do Meio Ambiente. 1. Ecologia – Gestão Ambiental. 2 – Fauna. 3 – Flora. 4 – Meio Ambiente. 5 – Norte do Tocantins. Mapas. I. Tocantins. Secretaria do Planejamento e Meio Ambiente. II. Diretoria de Zoneamento Ecológico-Econômico. III. Título. CDU 502 (811.7) _________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Palavra do Governador O meu governo, após ampla discussão com a sociedade, definiu como um dos seus macroobjetivos no PPA 2004-2007 o aumento da produção com desenvolvimento sustentável, tendo como orientações básicas a redução das desigualdades regionais, a promoção de oportunidades à população tocantinense e a complementaridade com as iniciativas em nível nacional para os setores produtivo e ambiental na Amazônia Legal e no Corredor Araguaia-Tocantins. Para o aumento da produção com desenvolvimento sustentável, entre outras ações, temos conduzido a elaboração dos zoneamentos ecológico-econômicos e dos planos de gestão territorial para as diversas regiões do Estado. Estas ações permitem a identificação, mapeamento e descrição das áreas com importância estratégica para a conservação ambiental e das áreas com melhor capacidade de suporte natural e socioeconômico para o desenvolvimento das atividades e empreendimentos públicos e privados. Fico feliz em entregar à sociedade mais um produto relacionado ao Zoneamento Ecológico-Econômico e ao Plano de Gestão Territorial da Região Norte do Tocantins, e ratifico o meu compromisso com a melhoria da qualidade de vida da população residente na referida área, pautado na viabilização de atividades e empreendimentos, na redução da pobreza e na conservação dos recursos hídricos e biodiversidade. Confio plenamente no uso das informações desta publicação e afirmo que o Estado do Tocantins caminha, a passos largos, rumo a um novo estágio de desenvolvimento econômico e social, modelado pela garantia de boa qualidade de vida às próximas gerações. Marcelo de Carvalho Miranda Governador ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ A Word from the Governor My government, after a broad discussion with society, has defined as one of its macro objectives in the 2004-2007 PPA (Pluriannual Plan) the increase of the State’s output with sustainable development, having as basic guidelines the reduction of regional inequalities, the promotion of opportunities to the Tocantins people and the complement of the national level initiatives for the Legal Amazon and the Araguaia-Tocantins corridor production and environmental sectors. To increase production with sustainable development, among other actions, we are setting up ecological-economic zoning and territorial management plans for the various State regions. These actions allow the categorizing, mapping and description of environmental conservation areas of strategic importance and of the areas with better natural and socioeconomic support capacity for carrying-out the public and private activities and enterprises. I’m glad to bring forth another product of the Ecological-Economic Zoning and of the Tocantins State North Region Territorial Management Plan, and confirm my commitment with the improvement of the region’s people quality of life, centered on the feasibility of the activities and enterprises, in poverty reduction and in the preservation of the water resources and biodiversity. I fully endorse the use of the information of this booklet and am truly confident that the Tocantins State is heading, with large steps, towards a new stage of economic and social development, designed to ensure the best quality of life to the next generations. Marcelo de Carvalho Miranda Governor ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Apresentação O Governo do Estado do Tocantins tem conseguido incorporar o segmento ambiental no planejamento e gestão das políticas públicas. Por meio do Zoneamento Ecológico-Econômico, considerado o ponto estratégico do Estado para possibilitar avanços no desenvolvimento econômico com conservação e proteção ambiental, a Seplan tem, eficientemente, gerado produtos que subsidiam a gestão do território tocantinense. Buscando aumentar a lista de produtos do Zoneamento Ecológico-Econômico disponíveis para a sociedade e os órgãos dos governos federal, estadual e municipal, apresento o “Estudo de Flora e Fauna do Norte do Estado do Tocantins”, o qual foi elaborado com recursos do Tesouro do Estado e do Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG-7), através do Ministério do Meio Ambiente e do Banco Mundial. Para a realização do Estudo de Flora e Fauna foram selecionadas áreas nas regiões fitoecológicas de floresta e de cerrado e que apresentavam características de interesse relevante para conservação. Para tanto, utilizou-se de imagens de satélite, da base de dados do ZEE do Norte do Tocantins, bem como de trabalhos anteriores. Nestas áreas selecionadas foi aplicada uma metodologia que estimou a biodiversidade local em curto espaço de tempo, visando sua conservação e a geração de informações que subsidiem o aproveitamento dos recursos naturais, e assegurando uma base fundamental para a elaboração do ZEE do Norte do Tocantins. Sumarizando, o estudo ora apresentado supre, momentaneamente, a carência de informações sobre o estado de conservação e a diversidade de flora e fauna em algumas áreas de remanescentes florestais e de cerrado, traduzindo-se numa contribuição desta Seplan para a ampliação do conhecimento dos recursos naturais do Tocantins e subsídio para o planejamento regional. Lívio William Reis de Carvalho Secretário do Planejamento e Meio Ambiente ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Presentation The government of the State of Tocantins has been able to account for environment in public policies planning and management. Through the Ecological and Economic Zoning Programme, considered the State´s strategic point in order to make it possible to go further into economic development with environmental protection and conservation, Seplan has efficiently generated products that support Tocantins in its land management. Seeking to increase the list of products made available to society and municipal, state and federal agencies through the Ecologic and Economic Zoning Programme (EEZ), I present now the work “Fauna and Flora Study for Tocantins State’s North Region (Bico do Papagaio)”, which was obtained after financial efforts from the State Treasure, the G7 Pilot Programme to conserve the Brazilian Rain Forest (PPG-7), through the Environment Ministry, and the World Bank. For the accomplishment of this Fauna and Flora Study were used satellite images of Seplan’s database to select the biggest continuous areas with primary’s vegetation remaining of forest and Cerrado. Each selected area was analyzed by the application of a methodology that esteemed the local biodiversity in a short time. The proceedings had objectified, mainly, the conservation of the selected areas and the generation of information for the handling of its natural resources and to the EEZ elaboration. Summarizing, the present study supplies, momentarily, the gap of information about the conservation status and diversity of fauna and flora in the State’s North Region (Bico do Papagaio), expressing itself a Seplan’s important contribution to the increasing of knowledge about Tocantins State’s natural resources and its regional planning. Lívio William Reis de Carvalho Planning and Environment Secretariat ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Resumo Foram selecionadas áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade no Norte do Estado do Tocantins (área do PGAI da Região do Bico do Papagaio) utilizando-se como critérios a singularidade da composição florística, extensão da área florestada, composição da avifauna e possibilidades de conexões com outros remanescentes de vegetação natural. A análise das imagens de satélite e informações do ZEE – Tocantins indicou quatro maciços florestais com credenciais para avaliação: Itaguatins (Floresta Semidecídua nas margens do rio Tocantins), Ananás (mosaico de Carrasco e florestas ombrófilas e semidecíduas), Wanderlândia (florestas ombrófilas) e Barreira Branca (Floresta Ombrófila Densa). A estas áreas foi acrescentada a região entre Aguiarnópolis e Babaçulândia, considerada como prioritária pelo Probio/MMA por apresentar extensa área de Cerrado bem conservado, com manchas de floresta de afinidades amazônicas. As imagens de satélite também mostraram a presença de uma faixa de Cerrado em bom estado de conservação acompanhando o divisor Araguaia-Tocantins, a partir da região supracitada, e formando uma ligação entre as áreas de Wanderlândia e Ananás. Os levantamentos de campo mostraram que o Norte do Tocantins constitui uma área de encontro das biotas do Cerrado e Amazônia. As florestas apresentam elementos, tanto da flora como da fauna, tipicamente amazônicos, com várias extensões de distribuição registradas. Estas florestas ocorrem lado a lado com Cerrados. Em Ananás, foi encontrada uma grande mancha de Carrasco ou Campina Amazônica (ocorrência única no Estado), com várias espécies de plantas e aves particulares desse ambiente. As áreas florestadas com biota mais interessantes foram Wanderlândia, com grande diversidade de espécies de aves claramente amazônicas, e Ananás, devido à presença de carrascos associados a florestas e cerrados. A área de Itaguatins constitui o último grande remanescente de Floresta Semidecídua no vale do Tocantins e, também, é de grande interesse. A área da Barreira Branca encontra-se gravemente afetada pelo fogo e desmatamento resultantes dos assentamentos realizados pelo Incra, que destruíram uma área única no Estado, constituída por Floresta Ombrófila Densa. Os assentamentos do Incra constituem a maior ameaça à manutenção de grandes remanescentes na região e já ameaçam as áreas de Wanderlândia, Ananás e Itaguatins. Todas as florestas estudadas apresentam-se impactadas pelos efeitos do fogo e da retirada seletiva de madeira para suprir as necessidades das propriedades onde se localizam (mourões, pontes, etc). Esta atividade e o fogo afetam a estrutura da vegetação de forma bastante negativa. A caça é uma atividade bastante comum e foi constatada em praticamente todas as áreas. Os grandes remanescentes florestais que ainda restam no Norte do Tocantins correspondem às reservas legais de grandes propriedades. Devem ser adotados mecanismos para a consolidação destas reservas como unidades de conservação de domínio privado (evitando-se custos com regularização fundiária) e para reduzir a pressão sobre recursos destas. Propõe-se que seja incentivada a criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural, investindo-se recursos na proteção das mesmas contra as invasões e o fogo, e realizando-se o manejo de forma a recompor sua vegetação. Uma alternativa é decretar as mesmas áreas como Refúgios da Vida Silvestre. As áreas de Itaguatins, Ananás, Wanderlândia e grandes remanescentes ainda existentes ao sul de Barreira Branca devem ser pontos focais dessa atividade. Também devem ser feitos ajustes quanto à forma para a definição das áreas de reserva legal e de preservação permanente na região. Recomenda-se a criação de uma unidade de conservação de proteção integral na região entre Aguiarnópolis e Babaçulândia. Esta pode ser ligada às áreas de Wanderlândia e Ananás, e eventualmente à Terra Indígena Apinayé, por um corredor ecológico ao longo do divisor Araguaia-Tocantins, em terras já definidas como de potencial de ocupação bastante limitado. O incentivo à implantação de pastagens arborizadas também é uma estratégia para uma paisagem biologicamente mais conectada e rica. _________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Abstract Priority areas for biodiversity conservation in northern Tocantins (Bico do Papagaio) were selected using singular floristic compositions, forest extent, bird communities and connectivity with other large patches of natural vegetation as criteria. Satellite imagery analysis and results from the state zoning indicated four large forest massifs as candidates for in situ evaluation: Itaguatins (semideciduous forest by the Tocantins river), Ananás (a mosaic of Cerrado, forest and Amazonian campinas), Wanderlândia (Ombrophilous Forest) and Barreira Branca (Dense Ombrophilous Forest). The area between Aguiarnópolis and Babaçulândia, considered as a priority by the Probio/MMA was added as it presents a large area of wellconserved Cerrado with Forest patches with Amazonian elements. Satellite images also showed a large belt of Cerrado in good shape running along the divide of the Araguaia and Tocantins valleys, and making a connection between the areas of Wanderlândia and Ananás. Fieldwork showed the Bico do Papagaio to be a contact area between the Cerrado and the Amazon. The forests show elements, both fauna and flora, typically of amazonian origin, with many range extensions made during this work. These forests occur side by side to the cerrados. At Ananás there is a large patch of Carrasco or amazonian Campina, with several of the plant and bird species typical of this uncommon habitat. This is a unique occurrence in the state, and the easternmost for this formation and its associated species. The forested areas with the most interesting biota are Wanderlândia, with a large diversity of amazonian forest birds, and Ananás, due to its Carrascos associated to forests and Cerrados (Savannah). A Itaguatins is also interesting as it is the last large remnant of semi-deciduous Forest in the whole Tocantins valley. The Barreira Branca area has been mostly destroyed by fire and deforestation resulting from land reform projects by Incra. These mostly destroyed a region formerly covered by Dense Ombrophylous Forest unique in the state. Land reform projects are one of the greatest threats to remaining large forest patches, and are already pressing the Wanderlândia, Ananás and Itaguatins areas. All the studied forests are impacted by fire and selective logging to supply the local ranches demand for fence poles, gates, etc. This activity, and the occasional fires, has affected the Forest structure in negative ways. Poaching is very common and detected in most areas. The larger forest remnants in the Bico do Papagaio are the legal reserves of the larger cattle ranches. To conserve them there should be adopted strategies to turn them into privately owned conservation unities (avoiding the costs of land buying) and to reduce the pressure on their natural resources. It is proposed to estimulate the creation of private reserves (RPPNs), with state investments in their protection against invaders and fire, and in management aiming the recovery of their forest cover. One alternative is to decree the priority areas as Wildlife Refuges. The areas of Itaguatins, Ananás, Wanderlândia e and the larger remnants still persisting south of Barreira Branca should be focal points of such a program. The current practice of defining legal reserves and permanent protected areas according to the Forest Code must be adjusted. It is recommended a strictly protected area to be created in the region between Aguiarnópolis e Babaçulândia. This can be linked to the areas of Wanderlândia and Ananás, and eventually the Apinayé Indian Land, through an ecological corridor along the Araguaia-Tocantins divide over lands already considered as fragile and with limited economic potential. The incentive to the planting of pastures with significant tree cover is also a strategy in building a more biologically connected and rich landscape. Sumário LISTA DE FIGURAS.................................................................................................................................................xiii LISTA DE FOTOS ................................................................................................................................................... xiv LISTA DE QUADROS ............................................................................................................................................. xvi LISTA DE TABELAS ...............................................................................................................................................xvii LISTA DE SIGLAS E ACRÔNIMOS.......................................................................................................................xviii 1 – INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................................1 1.1 – Apresentação ....................................................................................................................................................1 1.2 – Localização e acesso ........................................................................................................................................2 1.3 – Material e base de dados ..................................................................................................................................5 1.4 – Metodologia .......................................................................................................................................................5 1.4.1 – Métodos de amostragem ...............................................................................................................................6 1.4.1.1 – Avifauna ......................................................................................................................................................6 1.4.1.2 – Vegetação .................................................................................................................................................11 1.4.2 – Sítios de amostragem ..................................................................................................................................11 2 – RESULTADOS.............................................................................................................................................13 2.1 – Avifauna...........................................................................................................................................................13 2.1.1 – Aves endêmicas ...........................................................................................................................................13 2.1.2 – Aves ameaçadas de extinção ......................................................................................................................14 2.1.3 – Aves indicadoras da qualidade de habitats..................................................................................................15 2.1.4 – Extensões de distribuição ............................................................................................................................17 2.1.5 – Espécies migratórias ....................................................................................................................................18 2.2 – Flora do Norte do Estado do Tocantins...........................................................................................................19 2.2.1 – Espécies úteis ..............................................................................................................................................19 2.2.2 – Espécies endêmicas.....................................................................................................................................27 2.2.3 – Espécies ameaçadas de extinção................................................................................................................28 2.2.4 – Extensões de distribuição ............................................................................................................................28 2.3 – Caracterização geral das áreas ......................................................................................................................28 2.3.1 – Área 1 - Babaçulândia - Wanderlândia - Darcinópolis - Aguiarnópolis ........................................................28 2.3.2 – Área 2 - Itaguatins ........................................................................................................................................39 xi 2.3.3 – Área 3 - Ananás............................................................................................................................................41 2.3.4 – Área 4 - Wanderlândia .................................................................................................................................44 2.3.5 – Área 5 - Barreira Branca e Santa Fé do Araguaia .......................................................................................46 3 – DIAGNÓSTICO DAS ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE ............................................................................................................................................51 3.1 – Introdução........................................................................................................................................................51 3.2 – Área 1 - Babaçulândia - Wanderlândia - Darcinópolis - Aguiarnópolis ..........................................................52 3.3 – Área 2 - Itaguatins ...........................................................................................................................................52 3.4 – Área 3 - Ananás...............................................................................................................................................54 3.5 – Área 4 - Wanderlândia ....................................................................................................................................56 3.6 – Área 5 - Barreira Branca e Santa Fé do Araguaia .........................................................................................56 4 – MEDIDAS MITIGADORAS RECOMENDADAS................................................................................61 4.1 – Um corredor ecológico para o Norte do Estado do Tocantins ........................................................................61 4.2 – Pastagens sombreadas como instrumento de conexão ecológica e aumento de produtividade ..................64 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS .....................................................................................................................67 5.1 – Considerações finais .......................................................................................................................................67 5.2 – Recomendações..............................................................................................................................................68 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................69 ILUSTRAÇÕES FOTOGRÁFICAS ...............................................................................................................75 ANEXOS ...............................................................................................................................................................97 xii Lista de Figuras 1 – Localização da área mapeada .................................................................................................................................... 4 2 – Carta-imagem exibindo a localização das áreas de interesse para avaliação ecológica rápida ................................. 7 3 – Áreas pré-selecionadas para avaliação ecológica rápida, combinadas com mapa de cobertura e uso da terra ........ 8 4 – Carta-imagem exibindo a localização das áreas pré-selecionadas para avaliação ecológica rápida ......................... 9 5 – Área 1 - Babaçulândia - Wanderlândia - Darcinópolis - Aguiarnópolis. Ambiente de Cerrado ................................. 53 6 – Área 2 - Itaguatins. Ambiente de Floresta Estacional Semidecidual ......................................................................... 54 7 – Área 3 - Ananás. Contato Cerrado / Floresta Ombrófila ........................................................................................... 55 8 – Área 4 - Wanderlândia. Contato Cerrado / Floresta Ombrófila ................................................................................. 57 9 – Área 5 - Barreira Branca e Santa Fé do Araguaia. Floresta Ombrófila Densa .......................................................... 58 10 – Localização do Corredor Ecológico Araguaia-Tocantins e articulação com as áreas pré-selecionadas para avaliação ecológica rápida e Terra Indígena Apinayé ..................................................................................................... 63 xiii xiv Lista de Fotos 1 – Paroaria gularis - Galo-da-campina-da-Amazônia, em vegetação ripária do rio Muricizal, Araguanã. ..................... 76 2 – Cercomacra ferdinandi - Chororó-de-Goiás. (a) macho adulto e (b) fêmea. ............................................................. 77 3 – Charitospiza eucosma - Mineirinho. Espécie endêmica do Cerrado, considerada globalmente “quase ameaçada”. ...................................................................................................................................................................... 78 4 – Saltator atricollis - Batuqueiro (um dos endemismos do Cerrado). ........................................................................... 78 5 – Bucco tamatia. Espécie amazônica em Floresta Ombrófila. ..................................................................................... 79 6 – Harpia harpija - Harpia. Fêmea adulta fotografada na Fazenda Sucupira, Wanderlândia. ....................................... 79 7 – Ara chloroptera - Arara vermelha. ............................................................................................................................. 80 8 – Rhytipterna immunda - Vissiá-cantor. ....................................................................................................................... 81 9 – Crotophaga major - Anu-coroca. ............................................................................................................................... 81 10 – Vanellus cayanus - Mexirica. ................................................................................................................................... 82 11 – Pandion haliaetus - Águia pescadora. ..................................................................................................................... 82 12 – Pteroglossus inscriptus - Tucano. ........................................................................................................................... 83 13 – Projeto de Assentamento Angico, mostrando a substituição das Florestas Estacionais Semidecíduas por lavouras de subsistência de baixa tecnologia e rendimento. .......................................................................................... 83 14 – Floresta Estacional Semidecídua na estrada para o Projeto de Assentamento Angico. . ....................................... 84 15 – Aratinga jandaya - Jandaia. ..................................................................................................................................... 85 16 – Amazona amazônica - Papagaio-grego. ................................................................................................................. 85 17a – Vegetação tipo “Carrasco” - Fazenda Mogno. ...................................................................................................... 86 17b – Vegetação tipo “Carrasco” - Fazenda Mogno. ...................................................................................................... 87 18 – Floresta Ombrófila Aberta Aluvial ou Ripária. Córrego Manga, Fazenda 3R. ......................................................... 88 19 – Iodopleura isabellae - Anambé-coroa. ..................................................................................................................... 89 20 – Ramphotrygon ruficauda - Maria-de-cauda-ferrugem, insetívoro florestal amazônico. ........................................... 90 21 – Evidências de caça de subsistência por posseiros - estrada de acesso à Fazenda Mogno, Ananás. ................... 90 xv 22 – Nyctibius grandis - Urutau-grande. .......................................................................................................................... 91 23 – Pteroglossus aracari - Tucano. ................................................................................................................................ 92 24 – Campephilus rubricollis - Pica-pau-de-penacho. ..................................................................................................... 93 25 – Cathartes melambrotus - Urubu-da-mata. ............................................................................................................... 94 26 – Dendrobates galactonotus - Sapo-garimpeiro, anfíbio amazônico encontrado em florestas de Wanderlândia e Darcinópolis. .................................................................................................................................................................... 95 27 –Opistochomus hoatzin - Jacus-ciganas, no rio Muricizal. ......................................................................................... 95 28 – Saimiri sciureus - Mico-de-cheiro, em Mata Ripária do rio Muricizal. ...................................................................... 96 29 – Ocorrência de Cerrado em solos arenosos sobre o divisor Araguaia-Tocantins. .................................................... 96 xvi Lista de Quadros 1 – Relação dos sítios de amostragem de vegetação e avifauna na área do ZEE do Norte do Estado do Tocantins ... 98 2 – Espécies de mamíferos encontradas na região entre Darcinópolis e Babaçulândia durante os estudos ambientais da Ferrovia Norte-Sul em 2000 e 2001 ....................................................................................................... 108 3 – Espécies de anfíbios encontradas na região entre Babaçulândia e Darcinópolis durante os estudos ambientais da Ferrovia Norte-Sul .................................................................................................................................................... 110 4 – Espécies de répteis encontradas na região entre Babaçulândia e Darcinópolis durante os estudos ambientais da Ferrovia Norte-Sul ......................................................................................................................................................... 111 5 – Aves observadas em sete áreas do ZEE do Norte do Estado do Tocantins em uma das cinco fisionomias amostradas, segundo Habitat e Registro ...................................................................................................................... 121 xvii xviii Lista de Tabelas 1 – Aves detectadas na região de Wanderlândia-Babaçulândia, durante os estudos ambientais complementares da Ferrovia Norte-Sul, e seus respectivos índices de abundância relativa (indivíduos/100 horas de observação) estações seca e chuvosa .............................................................................................................................................. 100 2 – Aves observadas em sete áreas selecionadas na área do ZEE do Norte do Estado do Tocantins em uma das cinco fisionomias amostradas e seus respectivos índices de abundância (indivíduos registrados / 10 horas) ............ 113 xix xx Lista de Siglas e Acrônimos APA – Área de Proteção Ambiental ASEC-UFRJ – Arquivo Sonoro Elias P.Coelho da Universidade Federal do Rio de Janeiro CIM – Carta Internacional ao Milionésimo DSG – Diretoria de Serviço Geográfico DZE – Diretoria de Zoneamento Ecológico-Econômico EIA – Estudo de Impacto Ambiental Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária GPS – Global Position System Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Incra – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária IUCN – International Union for Conservation of Nature and Natural Resources MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra MMA – Ministério do Meio Ambiente MPEG – Museu Paraense Emílio Goeldi Naturatins – Instituto Natureza do Tocantins P.A. – Projeto de Assentamento PGAI – Projeto de Gestão Ambiental Integrada Probio/MMA – Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira xxi PPG-7 – Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil RESEX – Reserva Extrativista RIMA – Relatório de Impacto Ambiental RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural RVS – Refúgio da Vida Silvestre Seplan – Secretaria do Planejamento e Meio Ambiente SPRN – Subprograma de Políticas de Recursos Naturais UC – Unidade de Conservação UHE – Usina Hidrelétrica Unitins – Fundação Universidade do Tocantins ZAE – Zoneamento Agroecológico ZEE – Zoneamento Ecológico-Econômico xxii Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins 1 Introdução informações mais recentes fundamentadas em extensa 1.1 - Apresentação e relevante coleção de espécimes taxidermizados, O presente trabalho é resultado de uma das atividades obtidos no Estado do Tocantins e distribuídos para do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) dentro do várias instituições nacionais e estrangeiras, foi reunido Projeto de Gestão Ambiental Integrada (PGAI) da pelo naturalista húngaro José Hidasi, em atividade no Região do Bico do Papagaio, que pertence ao Brasil desde o início de 1950 (HIDASI, 1983, 1997). Subprograma de Políticas de Recursos Naturais Radicado na capital goiana desde 1960, organizou e (SPRN) - Programa Piloto para Proteção das Florestas fundou duas instituições regionais que abrigam parte Tropicais do Brasil (PPG-7). Este subprograma foi significativa de seu acervo: o Museu de Ornitologia de implementado através de convênio entre o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Secretaria Goiânia, em 1968, e o Museu de Zoologia da do Fundação Universidade do Tocantins (Unitins), em Planejamento e Meio Ambiente (Seplan). Porto Nacional, em 1994. Hidasi realizou extensivas O Bico do Papagaio, situado entre os baixo e médio coletas cursos dos rios Araguaia e Tocantins, está entre as especialmente Araguatins, mas este material nunca foi regiões da Amazônia Legal menos investigadas em estudado de forma conjunta, permanece em boa parte termos inédito e no Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG), ornitológicos (HAFFER, 1974; OREN & no norte do Estado do Tocantins, ALBUQUERQUE, 1992). em Belém (PA). Embora na época dos célebres Spix & Martius o Em março de 2000, um levantamento prévio da percurso entre Belém e Porto Real (hoje Porto avifauna existente entre Aguiarnópolis e Darcinópolis Nacional) pudesse ser feito entre 15 a 18 dias de foi realizado pela empresa Oikos Pesquisa Aplicada canoa, essa região foi relativamente pouco percorrida Ltda., quando na atualização dos estudos de impacto por naturalistas viajantes no ciclo maior de expedições, ambiental da Ferrovia Norte-Sul. Seqüencialmente, ao durante a primeira metade do século XIX (PINTO, longo de 2001, foram feitos estudos ambientais 1979; SILVA, 1997). Mesmo os poucos viajantes complementares para o licenciamento da Ferrovia clássicos que exploraram esta região central brasileira, Norte-Sul (OIKOS, 2002). Estes trabalhos resultaram como Pohl, Gardner, Burchell ou Castelnau, deixaram no mais extenso e moderno levantamento da biota senão vestígios de informação de interesse da regional (avifauna e outros grupos faunísticos = ornitologia. formigas, herpetofauna e mamíferos, além da vegetação), ao longo de toda a margem esquerda do Somente a partir do inicio do século XX são rio Tocantins, incluindo a região entre Wanderlândia e conhecidos os primeiros relatos sobre a avifauna do Babaçulândia, já nos limites da área do ZEE do Norte Estado do Tocantins, que se referem principalmente ao baixo Araguaia (SNETHLAGE, na 1914, região fronteiriça 1928). Um com conjunto do Estado do Tocantins. Pará De suma importância para a manutenção dos grupos de 1 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins faunísticos regionais, a flora do Estado do Tocantins, realização deste estudo visando obter informações especialmente quase inéditas e adicionais sobre a diversidade da flora e desconhecida pela comunidade científica. A única fauna para o planejamento e execução de ações de exceção deve-se aos trabalhos de Zoneamento proteção da biodiversidade no norte do Estado do Ecológico-Econômico do Norte do Estado do Tocantins Tocantins, área do Plano de Gestão Ambiental que contemplaram, no diagnóstico socioambiental, um Integrada da Região do Bico do Papagaio (PGAI-Bico inventário florestal e levantamento fitossociológico do Papagaio). coordenado na pela 2003a,b,c,d,e,f). situa-se sua no porção Seplan norte, (DAMBRÓS Biogeograficamente, encontro é do Cerrado et essa e al., O objetivo do trabalho1 foi realizar uma avaliação da região diversidade de flora e fauna (avifauna) em algumas das Amazônia. áreas de remanescentes de vegetação das florestas Comunidades bióticas afins de cada um destes biomas Ombrófila Densa e Aberta e de Cerrado, com a se alternam na paisagem local conforme as condições indicação de áreas prioritárias para a conservação da edáficas e fertilidade do solo. Desta forma é possível encontrar áreas de Cerrado Sentido biodiversidade na área do ZEE do Norte do Estado do Restrito Tocantins, assim como propor estratégias e ações ao entrecortadas por Florestas Ombrófilas com espécies tipicamente Florestas amazônicas. Semidecíduas Além afins disso, daquelas governo para a conservação das mesmas. ocorrem da pré- 1.2 - Localização e acesso Amazônia do oeste e sul do Maranhão e do norte de A área em estudo tem cerca de 34.218km² e recobre Mato Grosso, que também abrigam espécies próprias. parte das folhas Marabá (SB.22-X-D), Imperatriz A Amazônia está longe de ser uma região homogênea. (SB.23-V-C), Xambioá (SB.22-Z-B), Tocantinópolis Grosso modo, os cursos dos grandes rios definem (SB.23-Y-A), Araguaína (SB.22-Z-B), Carolina (SB.23- regiões biogeográficas ou zonas de endemismo distintas em seus interflúvios (HAFFER, Y-C) e Conceição do Araguaia (SB.22-X-B). Delimita- 1974; se a norte, no município de São Sebastião do CRACRAFT, 1985). A área do ZEE do Norte do Estado Tocantins, pela coordenada de 5º10'00" de latitude sul; do Tocantins, limitado pelos cursos de dois grandes a sul, no município de Bandeirantes do Tocantins, pela rios, apresenta afinidades ambíguas pelo fato de tanto coordenada de 8º25'00" de latitude sul; a oeste pelo rio o médio Tocantins como o médio e baixo Araguaia não constituírem barreiras para várias espécies. Araguaia, no município de Pau D’arco, tendo por limite O mais ocidental a coordenada de 49º20'20"; e a leste conhecimento atual, no entanto, sugere afinidades pelo rio Tocantins, no município de Tocantinópolis pela maiores com o chamado “Centro Belém (Maranhão)” coordenada de 47º 22' 40" (Figura 1). Em relação às de endemismo, embora ocorra um contingente de folhas geográficas na escala 1:100.000 da Carta formas endêmicas da calha do médio Araguaia e do Internacional ao Milionésimo (CIM), a área engloba Tocantins (veja adiante). integral ou parcialmente as folhas: O encontro de diferentes biomas faz da superfície São João do Araguaia .............SB-22-X-D-II........ DSG delimitada para o ZEE do Norte do Estado do São Sebastião do Tocantins ...SB-22-X-D-III....... DSG Tocantins uma área particularmente interessante em termos de biodiversidade face a potencial ocorrência Cidelândia ...............................SB-23-V-C-I......... IBGE de níveis especialmente altos de riqueza de espécies. No entanto, os altos índices de desmatamento Araguatins ...............................SB-22-X-D-VI ...... DSG resultantes da abertura da região para a pecuária após a construção da rodovia Belém-Brasília corroboram contra isso. 1 Em função dessa dinâmica regional, a Seplan buscou a 2 O presente trabalho foi executado por Oikos Pesquisa Aplicada Ltda. para a Secretaria do Planejamento e Meio Ambiente (Seplan) no âmbito de convênio firmado entre a Seplan e o Ministério do Meio Ambiente. Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Axixá do Tocantins .................. SB-23-V-C-IV .......IBGE Wanderlândia e Xambioá. Imperatriz ................................ SB-23-V-C-V ........IBGE O acesso terrestre, a partir de Palmas, se dá através de dois percursos. No primeiro, segue-se pela rodovia Xambioá................................... SB-22-Z-B-II..........IBGE TO-080 até a cidade de Paraíso do Tocantins e daí rumo norte pela BR-153 (Belém-Brasília), passando Ananás..................................... SB-22-Z-D-III........IBGE por Miranorte, Guaraí e Colinas do Tocantins, alcançando-se, então, Araguaína. Neste ponto, após Nazaré ..................................... SB-23-Y-A-I..........IBGE haver percorrido-se aproximadamente 410km, adentraTocantinópolis ......................... SB-23-Y-A-II.........IBGE se na área em estudo. Padre Cícero ........................... SB-22-Z-B-IV .......IBGE Na segunda opção, parte-se Palmas pela rodovia TO-010 em direção à cidade de Lajeado, num trecho Araguanã ................................ SB-22-Z-B-V ........IBGE de 50km, donde se segue, após travessia do rio Piraquê .................................... SB-22-Z-B-VI .......IBGE Tocantins em balsa, por mais 21km, até o município de Miracema do Tocantins. Desta localidade percorrem-se Wanderlândia .......................... SB-23-Y-A-IV .......IBGE mais 21km pela rodovia TO-342 até Miranorte e daí rumo norte pela BR-153 até Araguaína, seguindo a Paranaidji ................................ SB-23-Y-A-V ........IBGE mesma rota anterior. Rio Andorinhas ....................... SB-22-Z-D-I..........IBGE Na área do ZEE do Norte do Estado do Tocantins Muricilândia ............................. SB-22-Z-D-II.........IBGE destacam-se as rodovias: BR-153 (Nova Araguaína-Wanderlândia-Xambioá), Araguaína ............................... SB-22-Z-D-III........IBGE OlindaBR-226 (Wanderlândia-Darcinópolis-Palmeiras do Tocantins- Aguiarnópolis), BR-230 (São Paulo-Transaraguaia-Trevo Babaçulândia .......................... SB-23-Y-C-I .........IBGE TO-134-Luzinópolis-Aguiarnópolis), Arapoema ............................... SB-22-Z-D-IV .......IBGE Rio das Cunhãs ...................... SB-22-Z-D-V ........IBGE TO-010 (Wanderlândia-Ananás-Povoado Trecho Transaraguaia-Araguatins-Buriti do Sebastião do Tocantins), Seco-NatalTocantins-São TO-126 (Aguiarnópolis- Tocantinópolis-Maurilândia do Tocantins-Itaguatins-Sítio Nova Olinda ............................. SB-22-Z-D-VI .......IBGE Novo do Tocantins-São Miguel do Tocantins-Bela Vista), Rio Juari .................................. SC-22-X-B-II ........IBGE TO-134 (Darcinópolis, Angico, Luzinópolis, São Bento do Tocantins-Axixá Situada no norte do Estado do Tocantins a área Brasilene-Santa abrange os municípios de Aguiarnópolis, Ananás, Augustinópolis, Bandeirantes do Cachoeirinha, Darcinópolis, Maurilândia Axixá Tocantins, Buriti Carmolândia, Esperantina, do Tocantins, do Tocantins, do Tocantins, Carrasco Itaguatins, do Tocantins, São (Ananás-Angico), Luzinópolis, TO-222 de do Tocantins-Vila Amolar), TO-210 (Filadélfia-Araguaína-Novo Horizonte-Aragominas-Muricilânda-Santa Fé do Araguaia- Nazaré, Bento Araguaia-Muricilândia- Buriti Tocantins–Esperantina-Pedra Pontão), TO-230 (Bandeirantes do Tocantins-Povoado Brasilene-Arapoema-Pau Norte, Riachinho, Sampaio, Santa Fé do Araguaia, Terezinha (Povoado Horizonte-Carmolândia-Araguanã- Tocantins-Augustinópolis- Palmeiras do Tocantins, Pau D´arco, Piraquê, Praia Santa do TO-164 Xambioá), TO-201 (Sítio Novo do Tocantins-Axixá do Bonito, Muricilândia, Tocantins), Fé Aragominas-Novo Angico, Aragominas, Araguaína, Araguatins, Araguanã, Arapoema, do Sampaio), do TO-404 D´Arco), TO-403 (Itaúba- (Araguatins-Augustinópolis-Itaúba- Praia Norte), TO-415 (Palmeiras do Tocantins-Pedra Tocantins, São Miguel do Tocantins, São Sebastião do Vermelha-Santa Terezinha-Nazaré), TO-416 (trevo BR- Tocantins, Sítio Novo do Tocantins, Tocantinópolis, 153-Riachinho-Ananás) e TO-420 (Piraquê-trevo-153). 3 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Figura 1 – Localização da área mapeada 4 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Partindo-se das rodovias estaduais e federais existe version) 5000 equipado com microfone uma boa rede de estradas municipais e de fazendas. Sennheiser ME66, podão, prensa, para registro e coletas de dados e informações; O transporte fluvial restringe-se a pequenas - GPS de navegação para trabalho de campo; embarcações que trafegam pelos rios Araguaia e Tocantins, apresentando apenas expressividade local. - folhas topográficas na escala 1:250.000, Com exceção de Araguatins e Araguaína, as sedes referentes à Carta Internacional ao Milionésimo municipais aqui abrangidas possuem improvisados (CIM), campos de pouso para pequenos aviões. Araguatins Imperatriz, SB.22-Z-B – Xambioá, SB.23-Y-A – conta com pista pavimentada, mas com o transporte Tocantinópolis, SB.22-Z-B – Araguaína, SB.23-Y- aéreo limitado à operação de táxis aéreos, enquanto C – Carolina e SB.22-X-B Conceição do Araguaia Araguaína como base das informações cartográficas - rede recebe vôos regionais das principais SB.22-X-D – Marabá, SB.23-V-C – hidrográfica, rede viária, cidades, toponímia e empresas de aviação comercial do país. coordenadas geográficas e UTM, e; 1.3 - Material e base de dados Para a realização do estudo de flora e fauna da área folhas topográficas na escala 1:100.000, referentes à Carta Internacional ao Milionésimo do ZEE do Norte do Estado do Tocantins foram (CIM), SB-22-X-D-II - São João do Araguaia, SB- utilizados os seguintes dados e materiais: 22-X-D-III - São Sebastião do Tocantins, SB-23V-C-I - Cidelândia, SB-22-X-D-VI - Araguatins, - mapas de cobertura e uso da terra do ano de SB-23-V-C-IV - Axixá do Tocantins, SB-23-V-C-V 2000, na escala 1:250.000, referentes às folhas - Imperatriz, SB-22-Z-B-II - Xambioá, SB-22-Z-D- Marabá (SB.22-X-D), Imperatriz (SC.23-V-C), III - Ananás, SB-23-Y-A-I - Nazaré, SB-23-Y-A-II - Xambioá (SB.22-Z-B), Tocantinópolis (SC.23-Y- Tocantinópolis, SB-22-Z-B-IV - Padre Cícero, SB- A) e Araguaína (SB.22-Z-D); 22-Z-B-V - Araguanã, SB-22-Z-B-VI - Piraquê, - imagens do sensor ETM+ do satélite Landsat 7, SB-23-Y-A-IV - Wanderlândia, SB-23-Y-A-V - em composição colorida das bandas TM3(B), Paranaidji, SB-22-Z-D-I - Rio Andorinhas, SB-22- TM4(R) e TM5(G) em papel fotográfico, na escala Z-D-II - Muricilândia, SB-22-Z-D-III - Araguaína, 1:100.000 e em meio digital, referentes às cenas SB-23-Y-C-I - Babaçulândia, SB-22-Z-D-IV - 222/64 (22/08/2002), 222/65 (28/06/2002), 223/64 Arapoema, SB-22-Z-D-V - Rio das Cunhãs, SB- (22/08/2002) e 223/65 (28/02/2002); 22-Z-D-VI - Nova Olinda e SC-22-X-B-II - Rio Juari. - base de dados do ZEE do Norte do Estado do 1.4 - Metodologia Tocantins, elaborada pela Seplan/DZE, contendo os dados e informações sobre cobertura e uso da Os trabalhos foram executados contemplando uma terra, inventário florestal e levantamento florístico, limites político-administrativos, seqüência de etapas concatenadas, que podem ser sub-bacias resumidas em: levantamento e análise bibliográfica; hidrográficas e sistema viário; montagem de base de dados; identificação e seleção de áreas de interesse para conservação; planejamento - sistemas de processamento digital de imagens (SPRING) e de informações e trabalho de campo; elaboração de banco de dados geográficas de flora e fauna; e elaboração de relatório técnico. (ArcView); - fichas de campo, binóculos Nikon 8x25; máquina No levantamento e análise bibliográfica foi realizada a fotográfica Canon A2E com teleobjetiva Canon coleta de dados e informações a respeito da flora e 80-300 fauna da região, o que permitiu a caracterização e a mm, gravador Sony TCM-EV (bird 5 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins montagem de um acervo sobre biodiversidade da O banco de dados relacional de flora e fauna foi região. montado inicialmente em Excel, sendo posteriormente estruturado em Access, contemplando campos, tais A montagem de base de dados equivaleu à revisão e como: área, ponto, latitude, longitude, nomes científico seleção dos dados cartográficos e imagens de satélite Landsat ETM+, disponibilizados pela Seplan e comum (flora e fauna), ambiente fitoecológico, e indicador de vulnerabilidade. referentes à base do ZEE do Norte do Estado do Tocantins, já estruturada em PC ARC/Info e ARCView. A etapa final do trabalho consistiu na elaboração dos Foi incluído na base de dados o mosaico de imagens mapas e do relatório técnico contendo as informações Landsat ETM+ de 2002 e manipulados, sobretudo, os e dados obtidos no estudo, conforme as especificações temas vegetação (ambientes fitoecológicos), cobertura constantes no Termo de Referência dos serviços. Tal e uso da terra, solos e geomorfologia. relatório serviu de base para a confecção do presente texto explicativo. A identificação e seleção de áreas de interesse para conservação (figuras 2, 3 e 4) foram realizadas 1.4.1 - Métodos de amostragem conjugando-se os mapas de vegetação, cobertura e 1.4.1.1 - Avifauna uso da terra e o mosaico de imagens de satélite. Quatro áreas foram selecionadas, considerando-se As aves constituem um dos grupos ecológicos mais como principais critérios: a existência de indicação fáceis de estudar e eficientes para uso como dessas áreas em trabalhos anteriores; alto grau de indicadores ecológicos (FURNESS & GREENWOOD, preservação da vegetação; representatividade de diferentes ambientes fitoecológicos 1993). O fato de constituírem um conjunto de espécies (formações extremamente vegetais com características peculiares); elevada conservação da biota local e do impacto humano sobre através de faixas extensas de vegetação natural. OIKOS (2002) a mesma. O bom nível de conhecimento também faz com que a avifauna seja um dos grupos mais utilizados foram para definir áreas prioritárias para a conservação aproveitadas para descrever e avaliar uma quinta grande área, situada entre Aguiarnópolis (CAPOBIANCO et al., 2001). e Babaçulândia, indicada como parte de uma extensa A possibilidade de realizar levantamentos rápidos de faixa considerada prioritária para conservação pelo aves, de forma que seja viável comparar diferentes Probio/MMA (CAPOBIANCO et al., 2001) áreas, habitats e/ou períodos, torna o grupo um dos mais atraentes para a realização de diagnósticos e O planejamento e trabalho de campo foram realizados inventários em curto espaço de tempo. Além disso, a somente para as quatro áreas inseridas na região alvo disponibilidade da avaliação ecológica, sendo todos os pontos de ano pouco adequado informações papel de eficaz indicador ambiental. Por exemplo, realizado no período entre 22 de maio e 07 de junho de do de quando comparadas a outros grupos, confirma esse meio de GPS e fotografias. O trabalho de campo foi período relativa biológicas/ecológicas sobre aves (WILLIS, 1996), observação e descrição dos transectos registrados por 2003, detecção, obtidas informações para caracterização do estado de possibilidades de conexão com outros remanescentes pela fácil taxonomicamente, permite que em pouco tempo sejam remanescentes de vegetação de maior extensão e obtidas de requisitos ecológicos definidos e bem conhecidos significância ecológica regional; dimensão e forma dos Informações diversificado, sabe-se que a abundância de grandes pica-paus para florestais serve para demonstrar a riqueza ambiental observação de avifauna, pois muitas espécies estão de uma mata por serem dependentes de grandes com a atividade vocal reduzida. árvores para se alimentar ou aninhar. 6 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Figura 2 – Carta-imagem exibindo a localização das áreas de interesse para avaliação ecológica rápida 7 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Figura 3 – Áreas pré-selecionadas para avaliação ecológica rápida, combinadas com mapa de cobertura e uso da terra 8 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Figura 4 – Carta-imagem exibindo a localização das áreas pré-selecionadas para avaliação ecológica rápida 9 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins O fato de que a maioria das aves é diurna contribui por serem considerados interessantes no para a localização e identificação destas, ao contrário desenvolvimento do trabalho de campo. Em cada sítio dos mamíferos da América do Sul (predominância de foi realizado um esforço de amostragem, traduzido em roedores, marsupiais e quirópteros), que são, em sua horas de campo, compatível com a complexidade da maioria, noturnos. Além disso, as aves, mesmo as avifauna das unidades. Eventuais desproporções de noturnas, emitem com freqüência vozes e outros sons amostragem foram tratadas por índices de correção. que chamam a atenção e são característicos de cada Estradas vicinais ou de serviço foram percorridas com espécie. auxílio de veículo ou trilhas em meio a trechos de Na maior parte dos casos a identificação das aves é remanescentes de vegetação natural, visitadas a pé, possível até mesmo sem utilização da coleta, tão parando-se em intervalos regulares para o registro do necessária para outros grupos animais. Isto se deve à número de indivíduos e espécies de aves presentes. valorização da atividade de reconhecimento das aves Estes registros basearam-se em observações visuais por meio dos métodos visuais e auditivos, com critério feitas com auxílio de binóculos e documentadas, científico, e que acabou por produzir uma série de quando possível, fotograficamente, e na identificação guias de campo para essa finalidade. A conspicuidade de vocalizações, registradas com um gravador Sony e diversificação ecológica da avifauna amazônica TCM-EV (bird version) 5000 equipado com microfone (REMSEN & PARKER III, 1983) permitem que Sennheiser levantamentos de aves existentes em uma localidade ME66, previamente calibrado para trabalhos dessa natureza. resultem em uma avaliação rápida e acurada do estado de conservação e da diversidade de As transecções foram realizadas, sobretudo, durante a habitats madrugada-manhã e ao final da tarde, evitando-se os existentes. períodos de calor mais intenso, quando a atividade das O método visual/auditivo faz com que o observador aves diminui. As gravações resultantes deste trabalho fique muito mais atento às manifestações das aves, serão depositadas no Arquivo Sonoro Elias Coelho, conduz a um aprimoramento da técnica de observação Universidade Federal do Rio de Janeiro. e a um crescente acúmulo de experiências de campo específicas que podem ser intercambiadas. O método Para fins de análise, os registros individuais obtidos da observação direta, com auxílio da bioacústica, para mostra-se mais rápido e completo do que outros convertidos em um índice (nº de indivíduos/10 horas de métodos de levantamento de aves (PARKER III, 1991). observação, veja WILLIS, 1979; WILLIS & ONIKI, A coleta de exemplares pode ficar restrita a poucos 1981), permitindo comparações diretas da abundância casos, dentro de um critério seletivo e rigoroso relativa de espécies em diferentes localidades. cada espécie em cada localidade foram determinado pelo pesquisador. Durante a atividade de inventário qualitativo, foram Essa metodologia viabiliza, nos dias de hoje, a acumuladas pesquisa mesmo em áreas pequenas, remanescentes ocorrentes e de eventuais sinais de reprodução de ambientes ameaçados, e que seriam vulneráveis à detectados. Para designação dos habitats na tabela coleta do referencial optou-se por acolher a proposta de ornitólogo e o do conservacionista. Como o objetivo classificação sintética dos “ambientes importantes para desse trabalho foi o de caracterizar a avifauna o existente ao longo de um gradiente latitudinal bastante Cerrado”, presente em BAGNO & ABREU (2001), no extenso durante um período de tempo limitado, o uso qual apenas a correlação essencial ou estrita entre a dessa metodologia foi adotado por oferecer a melhor ave e o habitat é destacada. seletiva, compatibilizando o trabalho informações forrageamento e acerca reprodução da dos habitats avifauna do relação custo/benefício. Adicionalmente, foram também considerados os resultados do levantamento qualitativo feito pela Outros sítios, além dos selecionados, foram visitados 10 Zoneamento Ecológico-Econômico OIKOS (2002) no trecho Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins entre Darcinópolis e isto ocorreu em virtude do reduzido tamanho da Aguiarnópolis. Uma das localidades estudadas durante mancha). essa ocasião, “Mata Virgem” em Palmeiras do Em vários locais foram realizadas coletas dos materiais Tocantins, foi revisitada em outubro de 2001. botânicos mais significativos e/ou desconhecidos em Durante a atividade de inventário qualitativo foram nível acumuladas informações acerca dos habitats de reprodutiva. As amostras das plantas foram coletadas ocorrência e de eventuais sinais de reprodução com tesoura de poda alta (“podão”) e com tesoura detectados. Durante os períodos de deslocamento foi manual. Este material coletado foi prensado, seco e feito o registro das espécies encontradas, embora não depositado no herbário da Fundação Universidade do de forma quantificada. Também foram registradas, Tocantins (Unitins). Posteriormente, parte do material para cada sítio visitado, as atividades danosas à coletado será remetido para análise aos respectivos conservação especialistas da biodiversidade local, como a ocorrência de fogo, desmatamentos, extração seletiva específico, que de cada estivessem família em botânica fenofase à qual pertencem. de madeira e caça. Cabe aqui uma observação quanto à metodologia 1.4.1.2 - Vegetação adotada. O método de avaliação “espécie x tempo” funciona muito bem para formações savânicas e A vegetação local foi avaliada por meio da checagem florestais de baixo porte; contudo, em formações in loco dos remanescentes de vegetação natural florestais de grande porte (como é o caso da maioria durante campanha realizada no período de 07 a 18 de das áreas percorridas nesta avaliação) a coleta de junho de 2003, tendo como base imagens de satélite amostras torna-se muito difícil (na maioria das vezes do ano de 2002 plotadas na escala de 1:100.000. Cada ponto amostrado teve suas impossível sem o auxílio de um escalador) e, conseqüentemente, a identificação das árvores fica coordenadas prejudicada. geográficas determinadas por aparelho do tipo GPS, espécies seguindo-se uma descrição sucinta da formação A arbóreas particularmente vegetal encontrada e seu grau de conservação, dificuldade sem de coleta problemática nas identificação de das amostras formações é sob domínio ou influência amazônica onde coexiste um anotando-se as espécies mais comuns em cada grande número de espécies parecidas, como as estrato (arbóreo, arbustivo e herbáceo), bem como a pertencentes às famílias Burseraceae, Sapotaceae, presença ou não de espécies raras, endêmicas e/ou Myrtaceae, Lauraceae e Moraceae principalmente. Isto ameaçadas de extinção. faz com que a diversidade de espécies real seja O esforço de amostragem em cada ponto subestimada. No entanto, esta lacuna do método sobre correspondente a um determinado fragmento de os resultados obtidos será levada em consideração na vegetação nativa foi proporcional ao tamanho e avaliação dos mesmos. diversidade florística desta, tendo sido adotado o 1.4.2 - Sítios de amostragem método de levantamento “espécie x tempo”. Neste método, percorre-se aleatoriamente O Quadro 1 apresenta a relação dos pontos de cada interesse utilizados neste relatório. São computadas fragmento a intervalos de tempo regulares (neste caso apenas localidades visitadas especificamente para este usou-se intervalos de 15 minutos) anotando-se a ocorrência das espécies no local. trajeto. As localidades estudadas durante a atualização Considera-se e complementação dos estudos ambientais da Ferrovia amostrado o fragmento quando o ingresso de novas Norte-Sul encontram-se descritas em OIKOS (2002). espécies na lista, dentro do intervalo de tempo considerado, chegar no máximo a 2 ou quando o Os pontos numerados no Quadro 1 correspondem a fragmento tenha sido todo percorrido (em alguns casos locais onde efetivamente foi feita a caracterização da 11 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins flora local. Os pontos marcados por letra correspondem conforme a necessidade específica de cada grupo, a locais onde foram efetuadas coletas de algum buscando a complementação de informações. Como material botânico ou foi feita uma checagem de as equipes de avifauna e vegetação realizaram suas legenda visando fixar ou corrigir o padrão da imagem amostragens em períodos distintos, alguns sítios não com a realidade observada em campo. puderam Objetivou-se que os sítios de ser sobrepostos por motivos diversos, incluindo a franquia de acesso aos mesmos. Quando amostragem isso ocorreu, foram amostrados novos sítios que característicos de cada uma das principais formações apresentassem a mesma fitofisionomia. existentes coincidissem, tanto para a vegetação como para a avifauna. Alguns sítios extras foram amostrados 12 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins 2 Resultados 2.1 - Avifauna Tocantins (07º 52’06’’S, 47º 56’29’’W) e nas matas ciliares de afluentes do rio Tocantins, ao longo da 2.1.1 - Aves endêmicas estrada entre Palmeirante do Tocantins e Colinas do Tocantins. O norte do Tocantins não é considerado uma área de endemismo para aves, compartilhando suas espécies Durante o presente trabalho, a espécie foi encontrada com outras regiões. Ocorre, no Tocantins, uma nas Matas Ripárias do córrego Manga, afluente do rio espécie restrita aos ambientes ripários do médio Piranhas (Ananás) e, no mesmo ambiente, nas Araguaia, região da Ilha do Bananal e Cantão, a João- margens do-Araguaia Synallaxis Simoni. A espécie Cardeal-de- do Wanderlândia). Goiás Paroaria baeri, ocorre na mesma região, mas ribeirão Esta Lajes (Fazenda descoberta Sapucaia, representa uma considerável extensão na área de distribuição desta também se estende a Oeste, nas cabeceiras dos rios espécie, que é considerada vulnerável pela lista Xingu e Cristalino. Nenhuma delas foi encontrada no brasileira da fauna ameaçada de extinção devido à trecho estudado nos rios Araguaia e Muricizal, entre destruição de seu habitat, resultante da ocupação Araguanã e a ilha Barreira Branca. Ali, estas espécies humana e da continuada construção de hidrelétricas são substituídas por Paroaria gularis (Foto 1) e na bacia Araguaia-Tocantins. Synallaxis gujanensis, espécies de distribuição ampla na Amazônia, sugerindo que a João-do-Araguaia Outras espécies aqui consideradas endêmicas são Synallaxis Simoni tem uma distribuição genuinamente assim classificadas por estarem restritas ao bioma restrita. Cerrado. SILVA (1995; 1997) lista 29 espécies de aves endêmicas do bioma Cerrado, que considerou restritas Uma outra espécie que ocorre nos mesmos ambientes, ao Planalto Central brasileiro e ramificações que mas com distribuição mais ampla ao longo do rio chegam à Bolívia e Paraguai. Por outro lado, STOTZ Araguaia e médio Tocantins e seus afluentes, é a (1996) considerou 41 espécies como endêmicas do Chororó-de-Goiás, melhor denominada Chororó do Cerrado, chamando a atenção para o fato de que Tocantins, Cercomacra ferdinandi (Fotos 2a e b). Este essas formam antes uma avifauna endêmica a uma é um thamnofilídeo que habita a vegetação arbórea- região do que a um habitat. Dentre esses endemismos, arbustiva emaranhada das áreas inundáveis ripárias. foram encontradas durante este trabalho a Meia-lua- Esta espécie, antes considerada restrita à margem do-cerrado direita do rio Araguaia, entre o sul da Ilha do Bananal e Melanopareia torquata, o Mineirinho Charitospiza eucosma (Foto 3), o Tié-do-cerrado Conceição do Araguaia (SILVA, 1989; RIDGLEY & Neothraupis TUDOR, 1994), foi encontrada na margem esquerda fasciata, a Bandoleta Cypsnagra hirundinacea, o Batuqueiro Saltator atricollis (Foto 4), a do rio Tocantins, ao norte de Babaçulândia (rio Campainha-azul Porphyrospiza caerulescens e a Tabocas, 07º 05’16’’S, 47º 37’19’’W), em áreas Gralha-do-cerrado Cyanocorax cristatellus. Como foi inundáveis ao redor das lagoas de Palmeirante do dada uma maior atenção às áreas de vegetação 13 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins florestal do que aos Cerrados esta listagem deve ser aos grandes rios com extensas praias fluviais, com considerada bastante incompleta. Outras espécies do distribuição originalmente ampla, esta espécie está em Cerrado como o Papagaio-galego Salvatoria xanthops, processo de retração de sua área de distribuição o Chororozinho Herpsilochmus longirostris, o recém- devido à perseguição humana nos rios navegáveis e à descrito Suiriri islerorum (ZIMMER, WHITTAKER & construção de hidrelétricas que destroem seu habitat. OREN, 2001) e outros, já encontrados em outras Hoje, considera-se que as maiores populações estão partes do Tocantins, provavelmente ocorrem na região. centradas no norte da Bolívia (Beni) e na Ilha do Bananal (BIRDLIFE, 2000). Esta espécie, que foi Os endemismos do Cerrado ocorrem na longa faixa observada no rio Araguaia (um par em frente a que se estende ao longo das Chapadas do Meio Norte Araguanã e um trio na Ilha Barreira Branca), é entre Babaçulândia e Wanderlândia-Darcinópolis e dali considerada diagonalmente ao longo do divisor das bacias Araguaia globalmente Quase-ameaçada (BIRDLIFE, 2000). e Tocantins em direção a Araguatins. Esta faixa, muito bem conservada, tem continuidade ao sul com outra Jacu-de-barriga-vermelha (Penelope ochrogaster) – extensa área similar entre Palmeirante do Tocantins e Historicamente registrado para o oeste de Minas Colinas do Tocantins. Gerais (onde parece estar extinto); em partes do Tocantins, notadamente a região da Ilha do Bananal e 2.1.2 - Aves ameaçadas de extinção também Araguatins (espécie no MPEG), e no Pantanal de Mato Grosso (COLLAR et al., 1992). Não existiam Nesta categoria estão as espécies listadas pela registros recentes da espécie na margem leste do Instrução Normativa MMA, 03 de 27 de maio 2003 Araguaia até os trabalhos da avaliação ecológica (MMA, 2003), e aquelas que constam da listagem da rápida do Parque Estadual do Cantão, que a International Union for Conservation of Nature and localizaram naquela área protegida (SEPLAN, 2000). Natural Resources - IUCN (IUCN, 2003; BIRDLIFE Também foi recentemente encontrada na região de INTERNATIONAL, 2000). Lagoa da Confusão e Rio do Côco (OLMOS, 2003). A IUCN considera uma parte considerável das aves Jacus que provavelmente pertencem a esta espécie endêmicas do Cerrado como “quase ameaçadas”, foram detectados pelas vocalizações (gravadas) em categoria não considerada na lista brasileira. Entre Wanderlândia (Fazenda Sapucaia) e Santa Fé do estas, encontramos nos Cerrados de Aguiarnópolis- Araguaia (Fazenda Malasca), mas uma confirmação Babaçulândia, e na extensa faixa de Cerrados do visual se faz necessária. Penelope ochrogaster é divisor considerado Araguaia-Tocantins, a Campainha-azul Em Perigo pela IUCN e Birdlife Porphyrospiza caerulescens, o Mineirinho Charitospiza International, e Vulnerável pela lista brasileira de eucosma, e o Tié-do-cerrado Neothraupis fasciata. espécies ameaçadas. Deve ser enfatizado que os endemismos do Cerrado Maracanã-verdadeira estão em situação delicada devido ao rápido declínio e Embora tenha uma distribuição ampla, a espécie tem degradação de seu habitat pela expansão da fronteira sofrido declínio em várias partes de sua distribuição, agrícola, que já havia afetado 2/3 dos Cerrados com extinções locais sendo registradas em algumas brasileiros em 1993 (MMA, 2002). A situação hoje regiões. Foi observada em três oportunidades durante certamente é mais grave. o trabalho: (i) em 26/05, um par que habitava uma (Primolius maracanã) – pequena chapada em área de Cerrado na Fazenda 3R O Chororó-de-Goiás Cercomacra ferdinandi, espécie (Ananás); (ii) em 01/06, um trio em área de Cerrado ao Vulnerável, já foi discutido na seção anterior. Aqui são longo da TO-136 (Wanderlândia-Riachinho), e; (iii) em apresentadas informações sobre outras espécies 02/06, um par sobrevoou a Floresta Ombrófila Aberta detectadas durante os trabalhos: da Fazenda Sucupira (Wanderlândia), próximo ao Ponto 16. Esta espécie é considerada Vulnerável pela Pato-corredor (Neochen jubata) – Espécie associada 14 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins IUCN (BIRDLIFE, 2000). de subsistência ou esportiva e captura para o comércio, e as que sofrem redução de sua base Araponga-de-barbela (Procnias averano) – Espécie alimentar devido essas atividades. Entre estas se politípica com distribuição disjunta (SNOW, 1982), é encontram a ema, os grandes tinamídeos (a azulona e encontrada no Brasil nos remanescentes de Floresta os Atlântica e Matas Semidecíduas do nordeste ao norte inambus maiores), cracídeos (mutuns, jacus maiores como Penelope ochrogaster, já discutido, e do rio São Francisco, e no Maranhão e sul do Piauí cujubis; SILVA & STRAHL, 1991; del HOYO, 1994), (Chapada das Mangabeiras). Vários indivíduos foram psitacídeos detectados pela vocalização característica e gravados (araras, papagaios, etc), arapongas (Procnias averano) e grandes gaviões. em dois fragmentos de mata semidecídua, nas proximidades de Babaçulândia, em outubro de 2001 O outro grupo é indicador de perturbações na estrutura (07º 05’ 25’’S, do ambiente e da ruptura de processos ecológicos. 47º 43’ 20’’W). 47º 49’ 50’’W Uma e indivíduos Vários estudos recentes têm demonstrado que a vocalizando também foi encontrada no mesmo mês em exploração seletiva de madeira causa modificações na um fragmento de Floresta Semidecídua em Palmeiras comunidade faunística, o que pode resultar na do diminuição ou extinção local de espécies associadas a Tocantins 47º 31’10’’W), concentração 07º 16’ 56’’S, (“Mata tendo Virgem”, 06º 40’10’’S, vários florestas maduras (ou a recursos mais abundantes exemplares, inclusive em plumagem imatura ou nesses habitats), enquanto espécies de habitats feminina. secundários aumentam em abundância. Estudos feitos Estes são sido de os observados primeiros registros documentados para o Tocantins. sobre aves, em geral, documentam efeitos negativos (incluindo extinções locais) em áreas seletivamente É importante notar que a mata de Palmeiras do exploradas (JOHNS, 1991; THIOLLAY, 1992; MASON, Tocantins havia sido visitada em março de 2000 e os 1996; ALEIXO, 1999). No entanto, parece haver fragmentos de Babaçulândia em maio de 2001, sem florestas mais resilientes à perturbação (WHITMAN, que a espécie fosse detectada. Isso sugere que a HAGAN III & BROKAW, 1998). mesma realiza migrações, estando presente nas matas da margem oeste do rio Tocantins apenas durante Entre as espécies sensíveis estão as aves florestais parte do ano, talvez correspondente ao início da insetívoras de sub-bosque (notavelmente Furnaridae, estação chuvosa. Dendrocolaptidae, Thamnophilidae e Formicariidae), incluindo as seguidoras especialistas de formigas de Durante o presente trabalho, obteve-se, na Fazenda correição. Este grupo é notoriamente sensível à Sapucaia, informação de que a espécie surge em bom fragmentação de habitats e a atividades que alteram a número durante a frutificação das palmeiras bacaba, estrutura da floresta, como a retirada seletiva de depois de agosto. A área, pela sua extensão, pode madeira. facilmente ser uma das mais importantes para a conservação desta espécie. Procnias averano consta Um outro grupo de aves florestais sensíveis à na nova lista brasileira de espécies da fauna perturbação são as que se alimentam de grandes ameaçada de extinção. insetos e pequenos vertebrados como lagartos, anfíbios, 2.1.3 - Aves indicadoras da qualidade de habitats dentre outros. Espécies estritamente florestais com estes requisitos, como o buconídeo Bucco tamatia (Foto 5), declinam rapidamente em As espécies consideradas como indicadoras da áreas que tiveram sua estrutura danificada, como qualidade dos ambientes estudados pertencem a duas quando uma floresta é transformada em um denso grandes categorias. cipoal após a extração intensiva de madeira ou quando Num primeiro grupo, estão as espécies que ocorrem incêndios. Alguns frugívoros que habitam a experimentam a predação direta pelo homem, na caça copa das florestas (cotingas, tucanos e psitacídeos) 15 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins necessitam de grandes territórios, enquanto que todos boa parte de sua antiga área de distribuição no sul, dependem de recursos limitados como ocos e sudeste e centro-oeste. Este predador de topo disponibilidade de árvores de tamanho adequado, o depende que vai de encontro à exploração seletiva destas arborícolas para se manter. Uma fêmea adulta foi (jatobás, grápias, garapeiras, cajuís, etc). No entanto, observada e fotografada na floresta da Fazenda ao contrário do grupo anterior, muitas dessas espécies Sapucaia, em 30/05 (Foto 6). de boas populações de mamíferos são capazes de voar entre manchas de habitat Aracuã (Ortalis superciliaris) – Foi observada em adequado e se manter, mesmo em paisagens vida livre durante os levantamentos da Ferrovia Norte- fragmentadas, uma vez que haja disponibilidade, ainda Sul em Palmeiras do Tocantins (Mata Virgem, que escassa, de recursos. 06º 40’10’’S, 47º 31’10’’W). Um grupo foi visto nos dias Ema (Rhea americana) – É ausente em quase toda o 20 e 21/03/2000 na capoeira existente entre o traçado norte do Estado. Informantes locais, em Aguiarnópolis da ferrovia e o fragmento de floresta. Um grupo foi e Darcinópolis, afirmam que existiam no passado, mas ouvido na manhã do dia 01/05 na Fazenda Sapucaia, foram extintas pela caça. Também não encontramos a na mata ciliar do ribeirão Lajes. No Tocantins, a espécie durante os levantamentos da Ferrovia Norte- espécie era conhecida no seu norte extremo (Santo Sul na região entre Babaçulândia e Palmeirante do Antonio). É considerada “Quase Ameaçada” pela Tocantins, apesar dos trechos de Cerrado em bom IUCN. estado entre a última e Nova Olinda. Durante o Cujubim, Jacupara (Pipile cujubi) – Este cracídeo de presente trabalho, a ema foi encontrada apenas nos grande porte é bastante vulnerável à pressão de caça, pastos e Cerrado aberto da Fazenda 3R, em Ananás. extinguindo-se rapidamente em áreas onde esta é Esta pode ser uma das populações mais significativas intensa. Conhecida do alto rio Araguaia e cabeceiras na área em estudo. Vários exemplares, incluindo um do rio Tocantins (rio das Almas), a Jacupara foi grupo de jovens acompanhando um macho adulto, detectada em um trecho de Floresta Ombrófila melhor foram observados entre 26 e 29 de maio. A espécie é conservada na Fazenda Malasca (Santa Fé do considerada globalmente “Quase Ameaçada” pela Araguaia) em 06/06. Este parece ser um novo limite IUCN. em sua distribuição conhecida. Gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus) – Araras – Embora a Arara-canindé Ara ararauna Representado na região por Spizaetus tyrannus serus, pareça ter distribuição ampla ao longo do trecho subespécie distribuída desde o sul do México até a estudado no traçado da Ferrovia Norte-Sul, não Amazônia e notavelmente menor que a forma nominal encontramos da Mata Atlântica (BLAKE, 1977). Um macho adulto foi parece Barreira Branca (Araguanã) em 04/06, e um exemplar de floresta seletivamente explorada na Fazenda distribuição foi observado na Floresta Semidecídua seletivamente muito reduzida, ou mesmo original bastante ampla no Brasil, ocorrendo até Santa Catarina no sul e no litoral (06º 47’ 40’’S, nordestino a leste (SICK, 1997). Esta espécie foi 47º 35’10’’W). observada na região de Babaçulândia-Wanderlândia (Harpia originalmente encontrar-se com a maior parte de seu efetivo na Amazônia, tinha levantamentos para a Ferrovia Norte-Sul, um exemplar Harpia entre A Arara-vermelha Ara chloroptera (fotos 7a e b), hoje Malasca (Santa Fé do Araguaia), em 07/06. Durante Darcinópolis espécie extirpada, naquela região. jovem, com plumagem quase adulta, pousado em área em dessa Aguiarnópolis e Palmeirante do Tocantins. A espécie observado pousado na vegetação ripária da Ilha explorada evidência com harpija) ampla – Grande distribuição no apenas uma vez, quando três indivíduos foram gavião observados (e fotografados) em “vôo de cruzeiro” no Brasil, dia 2/06/2001 por sobre as imediações da encosta da encontra-se em franco declínio, tendo sido extinto em “Chapada 16 de Wanderlândia”. Moradores de Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Babaçulândia entrevistados disseram que araras- cinegética, não registrado por HIDASI (1998) para o vermelhas seriam “agora” muito raras na região e que Estado do Tocantins, foi encontrado na Fazenda 3R as últimas araras-azuis haviam sido vistas nos anos (Ananás) em mata ribeirinha, e nas fazendas Sapucaia 1980. Durante o presente trabalho A. chloroptera foi (Wanderlândia) e Malasca (Santa Fé do Araguaia) na observada na Fazenda Sapucaia (6 exemplares na Floresta Ombrófila. manhã do dia 31/05, 4 exemplares à tarde; os dois Falcão-mateiro registros próximos ao Ribeirão Laje) e Fazenda recentemente Malasca (um par ouvido no dia 05/05 e outro (Micrastur mintoni) reconhecida – (WHITTAKER, Espécie 2003), substitui M. gilvicollis, com o qual era confundido no fotografado no dia 06/05). sudeste da Amazônia. Penetra na bacia do Tocantins A Arara-canga Ara macao é uma espécie amazônica até o rio Santa Isabel, no norte de Goiás. Micrastur que ainda não havia sido registrada no Tocantins gilvicollis não foi registrado por HIDASI (1998) para o (HIDASI, 1998). Um par foi observado na Fazenda Estado do Tocantins e as gravações feitas em Sapucaia, nos Itaguatins e na Fazenda Malasca (07/06) parecem ser em os primeiros registros para o Estado. próximo remanescentes de ao ribeirão Floresta Lages, Ombrófila rica palmeiras em 31/05. Um outro par foi observado fora Tanatau (Micrastur mirandollei) – Falcão florestal do período de censo na Fazenda Malasca, na tarde de encontrado em parte da Mata Atlântica (Bahia e 05/05. Espírito Santo; SICK, 1997) e na Amazônia (a leste do 2.1.4 - Extensões de distribuição Tapajós em Santarém, Taperinha, Vila Braga, Piquiatuba, rio Guamá, Ourém e rio Acará; PINTO, Os trabalhos de campo possibilitaram o encontro de 1964). Os registros auditivos e gravações feitos nas várias espécies que constituem registros relevantes, fazendas seja por não terem sido antes encontrados no estado extensões significativas em (30/05) e Malasca (07/06) constituem um novo limite meridional para a espécie do Tocantins, seja pelo fato de as novas localidades constituírem Sapucaia na Amazônia brasileira. suas distribuições conhecidas. Algumas destas, como a Tiriba-pérola (Pyrrhura lépida) – Restrita à Amazônia Arara-canga Ara macao, já foram discutidas em oriental, a leste do rio Tapajós, esta espécie tem uma seções anteriores. distribuição aparentemente descontínua na região (SICK, 1997). Um par foi observado em 05/06 na Um total de 56 espécies encontradas neste trabalho estrada entre Cocalinho e o Assentamento Bavária, não é relacionado por HIDASI (1998) em sua lista de junto à divisa da Fazenda Malasca, em área de floresta aves do Tocantins (indicadas com NC no banco de que dados disponível no Quadro 5). está sendo destruída por assentamento (coordenadas UTM 7.422.005 / 9.237.032 latitude e longitude). A parte da reserva legal da Fazenda Várias destas espécies foram encontradas durante Malasca junto à estrada mostra óbvios sinais de trabalhos realizados no Estado por meio de avaliações retirada de madeira e trilhas de caça. A forma P. l. ecológicas rápidas (SEPLAN, 2000) e dos próprios anerythra da região entre os rios Tocantins e Tapajós é levantamentos da Ferrovia Norte-Sul. Outras são a com distribuição mais próxima da região. A aparente representadas por exemplares em coleções científicas falta coletados pelo próprio Hidasi (por exemplo, veja de vermelho nas asas dos exemplares observados parece confirmar a suposição de que se localidades de Gymnoderus foetidus em SNOW, 1982) trata deste táxon. e suas não inclusão na lista de HIDASI (1998) constitui um lapso. Registros que parecem ser realmente Curica-urubu (Pionopsitta vulturina) – Espécie significativos são detalhados a seguir. distribuída ao longo do rio Amazonas desde a confluência deste com o Madeira e sua foz, ocorre Inambu-relógio (Crypturellus strigulosus) – Espécie também na área amazônica do Pará e Maranhão, a 17 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins leste do rio Tocantins. Nesta região o registro mais gravados em 27-28/05) constitui uma grande extensão meridional é originário das cabeceiras do rio Capim no limite leste de sua distribuição e confirma a (GABAN-LIMA, RAPOSO & HÖFLING, 2002). Esta singularidade daquela vegetação. espécie foi encontrada na Floresta Ombrófila Aluvial do Vissiá-cantor Rhytipterna immunda – Outra espécie ribeirão Lajes (Fazenda Sapucaia), em 31/05, (3 associada às “Campinas” amazônicas, tem distribuição exemplares observados e gravados) e na Floresta ampla, mas pontual (Campinas da bacia do rio Negro, Ombrófila melhor conservada da Fazenda Malasca, Santarém, Serra do Cachimbo, alto Xingu, Serra do em 07/06 (4 exemplares observados em vôo). Estes Roncador; SICK, 1997). Um exemplar foi ouvido e são os primeiros registros para o Tocantins e os mais atraído por play-back em área de Carrasco na meridionais desta notável espécie. Fazenda Mogno em 28/05, podendo ser fotografado Bacurau-rupestre (Caprimulgus longirostris) – Sete (Foto 8). Este é um novo limite leste na distribuição formas desta espécie são reconhecidas. Três ocorrem desta espécie pouco conhecida. nos Andes, uma na Argentina e oeste do Uruguai, uma Anambé (Xipholena lamellipenis) – Endêmica da nos tepuis do sul da Venezuela e norte do Amazonas e região oriental da Amazônia, à leste da foz do rio Roraima, e uma no norte da Venezuela, Colômbia e Madeira, tem um padrão similar ao do Pionopsitta Equador. A sétima é a forma nominal que ocorre no vulturina. A localidade conhecida mais próxima situa- Paraguai, Uruguai e, no Brasil, no Rio Grande Sul, se nas proximidades de Marabá (SNOW, 1982). Um Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, macho foi observado em 30/05 na Fazenda Sucupira Minas Gerais e Bahia - Raso da Catarina (SICK, 1997; (Wanderlândia) em Floresta Ombrófila Submontana, e CLEERE, 1998). outro em 05/06 na estrada entre Cocalinho e o Quatro exemplares foram ouvidos e gravados em uma Assentamento Bavária, junto à divisa da Fazenda pequena chapada de arenito em meio ao Cerrado da Malasca, no mesmo ponto onde foi registrada Pyrrhura Fazenda 3R na madrugada do dia 26/05. Pelo menos lepida (acima). um exemplar respondeu ao play-back, permitindo a 2.1.5 - Espécies migratórias observação da larga banda terminal da cauda interrompida pelas retrizes centrais escuras. A Migrantes austrais são espécies que nidificam nas vocalização das aves do Tocantins parece algo distinto regiões temperadas da América do Sul e migram para das do sudeste do Brasil, havendo a possibilidade de o norte, durante o inverno austral, em deslocamentos se tratar de um táxon não descrito. similares, embora em menor escala, às migrações dos neárticos discutidos neste item (CHESSER, 1994). Os Tovacuçu (Grallaria varia) – Na Amazônia oriental padrões migratórios de várias espécies são difíceis de esta espécie é conhecida de localidades ao longo do verificar, pois populações migratórias freqüentemente rio Amazonas e dos baixos Tapajós e Tocantins chegam (RIDGELY & TUDOR, 1994). O encontro desta espécie amanhecer do dia 31/05) é primeiro para o interflúvio já ocupadas por populações Algumas estimativas sugerem que 60-70% das aves Araguaia-Tocantins. (Hemitriccus áreas residentes da mesma espécie. na Fazenda Sucupira (um exemplar ouvido no Maria-mirim a do Cerrado e do Pantanal realizam migrações minimus) – sazonais. Este vasto grupo abrange tanto espécies Espécie aquáticas que se deslocam segundo a disponibilidade enigmática conhecida de poucas localidades em de habitats (como praias fluviais) e concentrações de enclaves de “Campinas” sobre solos de areia branca alimento (como peixes e caramujos presos em lagoas no baixo Tapajós, Alta Floresta, rio Cágado, Parque rasas), como insetívoros de Cerrado, papa-capins, Nacional do Jaú e norte da Bolívia (RIDGELY & beija-flores, psitacídeos, bacuraus e pombas. TUDOR, 1994; SICK, 1997). A descoberta desta ave no Carrasco da Fazenda Mogno (vários exemplares 18 Zoneamento Ecológico-Econômico Além escala construção de hidrelétricas e crescente competição por continental, há muitos movimentos sazonais em menor habitat de nidificação com turistas e pescadores que escala que envolvem populações de aves neotropicais. freqüentam as praias. Estes de migrações Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins deslocamentos conspícuas são e em geralmente pouco Os migrantes neárticos incluem espécies que realizam documentados e mal compreendidos. A evidência deslocamentos desses movimentos, em geral, consiste de registros altitudinais de do migrantes setentrionais registrados durante o trabalho. reação à disponibilidade sazonal de alimento, como migrações provenientes maioria, migratórias e compõem a maior parte dos ano. Algumas destas migrações parecem ser uma as curso batuíras (Charadriidae e Scolopacidae) são, em sua determinada região ou localidade durante parte do com longo Hemisfério Norte. As várias espécies de maçaricos e indicando que determinada espécie desaparece de ocorre de Deve-se notar que estas aves dependem de habitats aves ribeirinhos como praias e remansos lodosos para sua nectarívoras e frugívoras nas montanhas do sudeste alimentação, e que estes se encontram ameaçados do Brasil (STOTZ et al., 1996), e as de aves aquáticas pela construção de hidrelétricas. No entanto, algumas que migram entre o baixo Paraná e planície costeira do espécies podem utilizar áreas abertas criadas pelo Rio Grande do Sul e Pantanal (ANTAS, 1994). Outros homem, como campos recém-arados e reservatórios deslocamentos têm razões pouco claras, como o artificiais. desaparecimento do Anu-coroca Crotophaga major (Foto 9) e da Saíra-andorinha Tersina viridis, em boa O Maçarico-pintado Actitis macularia é amplamente parte da Amazônia, durante a estação seca (STOTZ et distribuído na América do Norte, onde nidifica em al., 1996). áreas abertas próximas a cursos d’água e reservatórios. Inverna em uma ampla região que vai do O surgimento das praias fluviais nos rios Tocantins e sul dos Estados Unidos ao norte do Chile e Argentina. Araguaia resulta em concentrações de algumas aves Durante a migração de retorno parece usar uma rota dependentes deste ambiente (SICK, 1967): Maçarico- que passa mais pelo interior da América do Sul. Em de-esporão ou Mexirica Vanellus cayanus (Foto 10), geral, migra isoladamente (van GILS & WIERSMA, Batuíra-de-colar Charadrius collaris, o Trinta-réis- 1996). grande ou Gaivota Phaetusa simplex, o Trinta-réis- Vários observados anão Sterna superciliaris e, especialmente, o Talha- exemplares nas margens desta do rio espécie foram Tocantins em Itaguatins. mar Rynchops niger. Recapturas de aves anilhadas sugerem que as águias O Maçarico-de-esporão e a Batuíra-de-colar são pescadoras Pandion haliaetus (Foto 11) encontradas considerados essencialmente sedentários (WIERSMA no Brasil são provenientes do nordeste dos Estados 1996), mas é bastante óbvio que essas espécies Unidos. Alguns exemplares desta espécie foram sofrem alterações marcantes em sua abundância observados no rio Muricizal e no rio Araguaia, próximo conforme a disponibilidade das praias fluviais onde à Ilha Barreira Branca. nidificam e se alimentam, desaparecendo durante os períodos em que a cheia dos rios elimina seu habitat, 2.2 - Flora do Norte do Estado do Tocantins um padrão também seguido por Rynchops niger, Phaetusa simplex e Sterna superciliaris. 2.2.1 - Espécies úteis As populações da Batuíra-de-colar Charadrius collaris As espécies vegetais encontradas no levantamento dos rios do interior do Brasil parecem reproduzir-se em florístico nas áreas avaliadas no norte do Estado do período distinto (junho-agosto) daquelas do litoral Tocantins foram avaliadas em termos de ocorrência, (outubro-novembro). Assim como outras espécies que abundância, dependem de praias fluviais, encontra-se ameaçada indicados, de extinção local nos rios Tocantins e Araguaia pela conhecimento dos membros da equipe técnica. 19 estimada obtidos a empiricamente, partir da e literatura usos e do Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Os usos indicados foram simplificados em cinco tipos: ocorrendo também nos cerradões. Os frutos são madeira (obras internas e externas), lenha (incluindo deiscentes, expondo sementes semi-envoltas em arilo carvão), ornamental (pode ser tronco, folha, flor ou amarelo fruto) e medicinal e frutífera (para fauna e para o avifauna. O óleo extraído através de furos no tronco é homem). Entre as várias espécies identificadas na tido como medicinal. ou alaranjado bastante procurado pela região, apresentaremos uma pequena lista das mais Cumaru-da-mata (Dipteryx odorata) – Árvore de significantes em cada categoria. origem • Espécies madeireiras amazônica, encontrada em Itaguatins e Wanderlândia. Madeira de boa qualidade, já foi muito explorada na região, sendo raro encontrar grandes Camaçari (Qualea ingens e Q. wittrockii) – Árvores exemplares adultos. As sementes são comestíveis e de grande porte e de fuste retilíneo, típicas das bastante procuradas por roedores como cotias, pacas Florestas Paludosas, utilizadas para construção de e moradias e cercas. A primeira espécie destaca-se ratos-de-espinho, que são seus principais dispersores e predadores. ainda por sua floração de azul intenso, sendo recomendada para uso no paisagismo. Jacarandá (Machaerium acutifolium e M. opacum) – Árvores, de porte pequeno a médio, encontradas Carapanaúba (Aspidosperma carapanauba e A. preferencialmente em terras de Cerrado. Madeira dura discolor) – Espécies arbóreas muito parecidas, sendo e bastante resistente, sendo utilizada como esteio e a primeira tipicamente amazônica (comum na Floresta estacas para cerca. Ombrófila da região de Santa Fé do Araguaia), enquanto a segunda ocorre nos Cerradões e Florestas Jatobá (Hymenaea courbaril) – Espécie arbórea de Estacionais até a região sudeste do país (sendo mais grande porte (atingindo até 40m de altura) ainda comum na região de Itaguatins). Produzem troncos bastante abundante em toda a região amostrada, com bom fuste, caracteristicamente canelados, sendo madeira dura e pesada, adequada tanto para obras ocasionalmente utilizados no fabrico de móveis. internas como externas. Além de produzir frutos com Madeira adequada para obras internas. polpa farinhenta comestível, é tida como medicinal (casca e seiva – chamada de vinho). As sementes são Cedro-vermelho (Cedrela odorata) e cedro-rosa dispersas obrigatoriamente por grandes roedores. (Cedrela fissilis) – Árvores de madeira reputada e bastante valorizada estando, por este motivo, Ipês (Tabebuia spp.) – Árvores de grande porte (até praticamente extinta da região. A segunda espécie é 40m) e de excelente qualidade de madeira para obras de origem atlântica sendo mais rara no norte internas e externas e por esse motivo os grandes tocantinense do que a primeira, que tem origem exemplares foram praticamente extintos na região. Nas amazônica. áreas de Floresta Ombrófila e Estacional da região ocorrem principalmente 3 espécies sendo 2 de flores Chuveiro (Platypodium elegans) – Árvore amarelas (T. serratifolia e T. sp.) e uma de flor roxa (T. característica da Floresta Estacional Semidecídua e impetiginosa). Também apresentam características sua transição para o Cerradão. Madeira dura, porém ornamentais quando em flor. O néctar das flores de baixa resistência quando exposta ao clima, sendo constitui um recurso alimentar importante para várias indicada para obras interiores. Bastante comum aves durante a seca e as flores são consumidas por principalmente no entorno de Itaguatins. macacos-guariba e cracídeos (aracuãs, jacus, etc). Copaíba ou Pau-d’óleo (Copaifera langsdorffii e C. Itaúba (Mezilaurus spp.) – Envolve algumas espécies reticulata) – Árvores de grande porte sendo a arbóreas reputadas pela excelência de sua madeira segunda característica da Floresta Ombrófila e a primeira da Floresta Estacional utilizada tanto em obras internas quanto externas. Por Semidecídua, este motivo os grandes exemplares já são muito raros 20 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins em toda a área de estudo. Foram encontrados poucos grande porte e característica da Floresta Estacional indivíduos na Floresta Estacional Semidecídua e na Semidecídua. Possui geralmente tronco com boa sua transição para o Cerradão na região de Itaguatins. qualidade de fuste e madeira dura de boa resistência. Na Também fazenda funcionários Sapucaia, relatam que em Wanderlândia ainda existem os apresenta características ornamentais alguns quando o aparecimento da nova folhagem em tons exemplares na mata remanescente dentro dos limites rosa-avermelhados coincide com o florescimento em da propriedade. tons arroxeados. Produz castanha comestível, procurada por primatas e roedores, e o fruto seco Landim (Calophyllum brasiliense) – Árvore (pixídio) pode ser utilizado em artesanatos. característica da Floresta Paludosa ou da zona alagadiça das Matas Ciliares ou de Galeria. Madeira Sobrasil (Colubrina glandulosa) – Espécie arbórea própria para obras internas. Frutos procurados por típica da Floresta Atlântica, foi encontrada em Ananás morcegos. Teve baixa ocorrência na área de estudo. (ponto 06) na Floresta Estacional Semidecídua e Wanderlândia (ponto 11) na Floresta Ombrófila Aberta. Louros ou canelas (Nectandra spp. e Ocotea spp.) Fornece madeira dura e bastante resistente ao –Grupo de espécies arbóreas que normalmente apodrecimento. possuem madeira indicada para fabricação de móveis Esta espécie não havia sido identificada no prévio levantamento florístico do norte e obras internas. Geralmente crescem devagar e do Estado do Tocantins (área do PGAI-Bico do atingem porte médio a alto. Seus frutos têm síndrome Papagaio) de dispersão zoocórica, sendo procurados por várias coordenado pela Seplan em 2003 (DAMBRÓS et al., 2003f). aves. Sucupira-branca (Pterodon emarginatus) – Árvore Mata-mata (Eschweilera sp.) – Árvore formadora do de médio a grande porte ocorrendo em áreas de dossel da Floresta Estacional Semidecídua na região Cerradão e ocasionalmente no Carrasco Alto. Possui de Itaguatins. Tem origem amazônica e sua madeira é madeira dura e de longa durabilidade. Os frutos dura e de alta durabilidade natural. Suas sementes são encerram um óleo amargo tido como medicinal. ricas em óleo e bastante procuradas pela mastofauna. Sucupira-preta (Bowdichia virgilioides) – Árvore Muirajuba (Apuleia leiocarpa) – Espécie típica do produtora de madeira muito dura e de alta durabilidade dossel da Floresta Estacional Semidecídua onde se natural. Ocorre de forma esparsa em áreas de Cerrado destaca com seu tronco alaranjado. Atinge até 25-30m e Cerradão. É bastante ornamental quando em flor de altura e sua madeira, embora tenha boa resistência (roxas) e frutos novos (avermelhados). Também usada aos agentes degradadores, é pouco utilizada, pois costuma cegar rapidamente as lâminas na medicina popular. dos intrumentos de corte utilizados para derrubá-la (moto- Umiri (Humiria balsamifera) – Árvore de origem serra ou machado). Por este motivo é freqüente sua amazônica, embora apareça disjuntamente na Mata permanência como árvore isolada nas pastagens. Atlântica litorânea. Possui grande adaptabilidade, podendo ocorrer em várias formações vegetais como a Orelha-de-macaco ou Timbori (Enterolobium Floresta Ombrófila Aberta e a Densa e até mesmo na schomburgkii) – Árvore que pode atingir grande Restinga. É a principal formadora do dossel nas áreas porte, ocorrendo de forma disjunta na Floresta de Carrasco Alto avaliadas. A madeira é pesada, dura Ombrófila e na Mata Atlântica litorânea. Madeira muito e bastante durável, sendo usada na construção civil e usada para confecção de canoas. Seus frutos secos são procurados pela fauna, principalmente naval. por macacos e psitacídeos. • Sapucaia (Lecythis cf. paraensis) – Espécie de Cachamorra 21 Espécies para lenha e carvão ou Carvoeiro (Sclerolobium Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins • paniculatum) – Árvore rústica de ampla ocorrência no Espécies ornamentais bioma do Cerrado e favorecida pelo fogo. Assim com o Anani (Symphonia globulifera) – Árvore de fuste continuar das queimadas, ano a ano vem aumentando reto, copa bastante ornamental (principalmente quando sua presença nas áreas degradadas e aparecendo em flor). De origem amazônica, desenvolve-se sobre cada vez mais no interior dos fragmentos florestais solos úmidos a encharcados. O látex amarelo que remanescentes. Possui madeira com alto poder exsuda quando ferida é tido como medicinal. O néctar calórico, produzindo ótimo carvão. Ornamental quando das flores é procurado por aves e primatas. em flor. Cachimbeiro (Cariniana rubra) – Árvore do bioma do Chuva-de-ouro (Senna multijuga) – De ampla Cerrado, sempre associada à presença de água no distribuição no país, esta árvore pioneira ocorre em solo, sendo comum nas matas ciliares de toda a área abundância nas bordas dos fragmentos na região de de estudo. Floresce em várias épocas do ano, Wanderlândia e Santa Fé do Araguaia. Cresce rápido principalmente nos meses de outubro a dezembro e apresenta bonita floração amarela, já sendo utilizada quando se destaca na mata por suas flores vermelhas. na arborização urbana em várias regiões. Caraíba (Tabebuia aurea) – Árvore do Cerrado que se Mutamba (Guazuma ulmifolia) – Árvore pioneira de torna extremamente ornamental quando em flor. É rápido crescimento, ocorrendo preferencialmente na relativamente resistente a queimadas ocasionais e Floresta Estacional Semidecídua. O carvão obtido de utilizada seu lenho pode ser usado para a fabricação de na medicina popular. As flores são consumidas por vários animais, incluindo guaribas, pólvora. A casca é tida como medicinal e os frutos são psitacídeos e jacus. muito consumidos pela fauna e até mesmo pelo homem. Caroba (Jacaranda brasiliana) – Árvore dos Cerrados e campos cerrados. Floresce praticamente Periquiteira (Trema micrantha) – Espécie arbórea sem folhas, com a copa cobrindo-se de flores roxas pioneira, de rápido crescimento, característica da muito vistosas. A madeira serve para pequenas peças Floresta Estacional Semidecidual onde coloniza as além de lenha e carvão. Na região de estudo, ocorre bordas e o interior de grandes clareiras. Também de forma esparsa, irregular e descontínua. produz pequenos frutos avidamente consumidos pela avifauna. Cássia-grande (Cassia grandis) – Bela árvore que floresce em tons rosados. Ocorre tanto na Amazônia Sobro (Emmotum nitens) - Espécie típica dos como Cerrados e Cerradões do Brasil Central, possui grande no Pantanal Matogrossense, tendo sido observada apenas no ponto 07, na mata ciliar do plasticidade. Cresce como arbusto nas áreas de solo córrego Cachoeirinha. mais fraco e chega a formar grandes árvores em áreas de solos melhores. A madeira, além da lenha e carvão, Cega-machado (Physocalymma scaberrimum) – é utilizada também para caixotaria e obras internas. Os Árvore esguia, característica do Brasil Central e parte frutos são apreciados pela fauna, principalmente pelos do Nordeste nas matas estacionais semidecíduas e na psitacídeos. transição para o Cerradão. Torna-se extremamente ornamental quando flores lilases cobrem toda a copa. Tingui (Magonia pubescens) – Árvore típica dos Cerrados mesotróficos, ocorre raramente nas áreas de estudo. A casca da raiz é tóxica para peixes e a Madeira moderadamente esteios, postes, mourões durável e utilizada demais como obras que requeiram troncos retilíneos característicos da maioria madeira tem boa qualidade para uso na construção dos exemplares desta espécie. civil. Imbiruçus (Pseudobombax longiflorum e P. tomentosum) – Espécies arbóreas. A primeira ocorre 22 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins nos Cerrados e a segunda, preferencialmente, nos amarelo-ouro. Os frutos do tipo vagem achatada Cerradões e na sua transição para a Floresta surgem com cor avermelhada, quando maduros, com a Estacional (Semidecídua e Decídua). Árvores com planta totalmente despida da folhagem. Quando flores grandes e frutos deiscentes encerrando uma maduros, paina que é utilizada no enchimento de almofadas. pendentes nos galhos por um longo tempo conferindo os frutos secos ficam amarronzados, um aspecto de folhagem queimada à copa. Esta Envira (Xylopia frutescens) – Esta árvore, de origem espécie não aparece no levantamento florístico feito amazônica, cresce na Floresta Ombrófila e apresenta pela Seplan em 2003 (DAMBRÓS et al., 2003f). copa piramidal com folhagem perenifólia, bastante ornamental. Os frutos são consumidos por grande Jeniparana (Gustavia sp.) – Árvore de pequeno variedade de aves e alguns mamíferos arborícolas. porte, de origem amazônica, que se desenvolve no sub-bosque das Florestas Ombrófilas Aluvias e matas Epífitas – Englobam espécies pertencentes ciliares. principalmente às famílias Orchidaceae, Araceae, Bromeliaceae Piperaceae e, e ocasionalmente, Gesneriaceae. às Todas Produz grandes e belas flores, sendo recomendada para uso na arborização urbana. Os famílias frutos são muito procurados por roedores e trazem o apresentam inconveniente de serem mal cheirosos quando caem características de uso potencial para ornamentação. maduros no chão. Escorrega-macaco (Vochysia haenkeana) – Bela Marfim árvore que ocorre mais comumente na transição do (Agonandra brasiliensis) – Árvore de pequeno a médio porte, de casca suberosa de cor Cerrado e Cerradão para a mata ciliar. Seu caráter clara contrastando com a folhagem verde-escura e ornamental já aparece no tronco liso de cor amarela brilhante. Ocorre no Cerrado e Cerradão da região de contrastando com copa piramidal de cor verde-escura. Itaguatins. A madeira de cor clara é útil para pequenos O conjunto ganha mais destaque quando a árvore artefatos. floresce, exibindo uma roupagem também amarela na As folhas e raízes são tidas como medicinais. copa. Mari-mari (Cassia leiandra) – Árvore da Floresta Fava-de-bolota-da-mata (Parkia pendula) – Árvore de grande porte, que ocorre na Amazônia Ombrófila encontrada na região de Santa Fé do e Araguaia e também na Floresta Estacional em disjuntamente na Mata Atlântica nordestina. Suas Itaguatins. Torna-se muito ornamental quando floresce, inflorescências globulares pendendo da copa achatada exibindo longos cachos de flores amarelas. horizontalmente formam um conjunto de grande beleza. O exsudato adocicado dos frutos é procurado Moliana (Salvertia convallariaeodora) – Árvore típica por macacos e outros mamíferos arborícolas, além de do Cerrado, onde se destaca por suas grandes folhas. aves. São polinizadas por morcegos. Produz flores grandes, brancas e perfumadas que são recomendadas para uso ornamental em praças e Fava-de-bolota-do-cerrado (Parkia platycephala) – locais com amplo espaço. Árvore de copa larga, ocorrendo tanto no Cerrado como na Caatinga. Ornamental por suas flores e frutos Mulungu (Erythrina mulungu) – Árvore que ocorre pendentes, é recomendada para o paisagismo urbano geralmente na transição entre a Floresta Estacional e o desde que seja plantada em local adequado. Sua Cerradão. O caráter ornamental é dado pelo tronco madeira serve para obras internas, lenha e carvão. suberoso e alaranjado e, principalmente, pela florada vermelho-alaranjada que cobre toda a copa sem folhas Folha-seca ou Pau-de-arara (Martiodendron nos meses de junho a agosto. Apesar de pouco mediterraneum) – Árvore plástica, ocorre na Floresta frequente na área estudada, o néctar de suas flores é Ombrófila, na Floresta Estacional e em áreas de Cerrado. Apresenta abundante floração de muito procurado por aves (saíras, periquitos, beija- cor flores) e primatas. 23 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Parapará (Jacaranda copaia) – Árvore de origem qualquer ferimento é tido como medicinal quando amazônica, ocorre na Floresta Ombrófila Submontana utilizado em pequenas doses ou tóxico se ingerido em tanto Aberta como Densa. Fica bastante ornamental grande quantidade. Tem características ornamentais. durante a florada quando a copa se cobre de flores Barbatimão (Stryphnodendron coriaceum e S. arroxeadas. obovatum) – Espécies arbóreas do Cerrado e Campo Paus-terra (Qualea spp.) – O grupo aqui incluído Cerrado, sendo que a primeira ocorre também na refere-se às três espécies típicas dos Cerrados Caatinga e é a mais comum em todo a área em brasileiros que são Q. grandiflora, Q. multiflora e Q. estudo. A casca é adstringente sendo usada na parviflora. As três ocorrem em toda a área estudada, medicina popular e também nos curtumes. porém com distribuição muitas vezes diversa uma da Carobinha (Jacaranda caroba, J. decurrens e J. outra. Têm pequeno porte, o que aliada a um ulei) – Subarbusto encontrado em áreas de Cerrado e florescimento abundante, as torna recomendáveis para Campo Cerrado na região de Ananás. Folhas, ramos e o uso na arborização urbana. raízes têm uso na medicina popular. Sumaúma ou Barriguda (Ceiba pentandra e C. Chincho (Sorocea sp.) – Arvoreta que cresce no sub- sumauma) – Árvore de grande porte, de origem bosque, tanto da Floresta Estacional como da Floresta amazônica, geralmente associada à presença de Ombrófila. Seu látex é tido como medicinal e, por suas umidade no solo; sendo, por este motivo, mais comuns folhas com bordos espinhentos, muitas vezes é nas matas ciliares. O tronco alto, reto e geralmente confundida formando uma barriga é o elemento de maior destaque com a espinheira-santa (Maytenus ilicifolium e M. aquifolium). Esta espécie não havia nesta árvore. ainda sido relatada para a flora da região. Taipoca (Tabebuia roseo-alba) – Espécie de ipê de Faveira (Dimorphandra mollis e D. gardneriana) – porte relativamente pequeno (até 15m altura), ocorre preferencialmente sobre solo pedregoso e Espécies arbóreas de ocorrência ampla no bioma do bem Cerrado sendo que a segunda tem distribuição mais drenado em áreas de Cerradão. Produz uma florada restrita, mas com boa presenção na região de Ananás. espetacular de flores brancas que tem curtíssima A casca é tida como medicinal. As vagens são duração (cerca de 3 dias). A madeira é de boa consumidas pelo gado, porém encerram um princípio qualidade, adequada para uso interno, mas devido ao abortivo. porte reduzido, não permite o corte para taboaria, apenas peças menores. Japecanga (Smilax spp.) – Liana semilenhosa aculeada e bastante resistente. Ocorre em todas as Urucum (Bixa orelana) – Arvoreta ou arbusto típico faciações do Cerrado e na Floresta Estacional das matas ciliares dos rios amazônicos. Apresenta Semidecídua. flores e frutos ornamentais, sendo que, destes últimos, raízes são reputadas como medicinais. as sementes são extraídas para uso como corante alimentar (colorau). • As Mama-cadela (Brosimum gaudichaudii) – Arvoreta do Cerrado, bastante utilizada na medicina popular. Espécies medicinais Foram poucos os exemplares observados na região Angélica ou Tiborna (Himatanthus obovatus e H. cf. estudada. Seus frutos são comestíveis pelo homem e sucuuba) – Árvores lactescentes, sendo que a sua polpa fibrosa forma um tipo de chiclete natural ao primeira espécie é de pequeno porte, típica dos ser mascada. cerrados, e a segunda, com altura chegando a 20m, Mucuiba (Virola surinamensis) – Árvore típica das ocorre na Floresta Ombrófila (ocasional na Floresta matas ciliares dos grandes e pequenos rios cuja seiva Estacional). O látex abundante que exsuda de reputada como medicinal é utilizada em garrafadas. 24 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Negramina (Siparuna spp.) – Arbustos que ocorrem formar em áreas de Cerrado e no sub-bosque das áreas de desmatamento e o fogo ajudam sua propagação, floresta por toda a região. As folhas possuem forte sendo que é considerada como séria invasora de aroma característico e são comumente utilizadas na pastagens. Seus frutos encerram castanhas de onde medicina popular. A espécie mais comum na região é se extrai óleo de ótima qualidade para uso alimentício. S. guianensi, que se desenvolve em praticamente É importante fonte de renda para a população mais todas as formações, mas com maior intensidade no carente, sendo que muitas famílias se sustentam Cerrado e Cerradão. através da coleta extrativista dos frutos desta palmeira. Pé-de-perdiz Mata-menino puras em alguns locais. O (Simarouba Bacuri (Platonia insignis) e Bacuri-açu (Monorobea versicolor) – Árvore dos Cerrados do Brasil Central coccinea) – Árvores amazônicas que ocorrem nas que tanto pode ser tóxica como medicinal. A casca é matas ciliares dos grandes rios. A primeira é bastante tida como inseticida e anti-helmintica. plantada pela população pela qualidade do fruto, • ou populações comercializado nas feiras livres da região. Espécies frutíferas Buriti (Mauritia flexuosa) – Imponente palmeira típica Açaí (Euterpe oleracea) – Palmeira perfilante de do bioma do Cerrado, ocorrendo em toda a região origem amazônica, ocorre ao longo de vários rios na região, especialmente nas áreas de Centro-Oeste sempre associada à presença de água Ananás, no solo. Os frutos têm polpa alaranjada usada como Wanderlândia e Santa Fé do Araguaia; sendo mais ingrediente para sorvetes e doces. rara em Itaguatins. Fornece palmito de boa qualidade e polpa dos frutos tem seu consumo crescendo em todo Cacauí (Theobroma speciosum) – Espécie o país, sendo um importante recurso para várias aves amazônica ocorrendo no sub-bosque da Floresta e mamíferos. Ombrófila na região de Santa Fé do Araguaia. Árvore de tronco fino, as inflorescências vináceas são Amescla ou Breu (Protium spp.) – Gênero que caulifloras, o que torna a planta bastante ornamental. engloba várias espécies arbóreas com ocorrência em Os frutos parecem pequenos cacaus e compartilham várias formações vegetais. O ponto em comum entre com este as mesmas características como a polpa elas é o forte odor característico nos ramos e saborosa e as sementes que podem ser utilizadas na folhagem, lembrando manga verde, e os frutos elaboração do chocolate. deiscentes expondo um arilo branco esponjoso, comestível e atrativo principalmente para a Cajá (Spondias dulcis) – Espécie que ocorre ornitofauna. espontaneamente na Floresta Decídua, sendo comumente plantada na zona rural para utilização dos Araticum ou Marolo (Annona coriacea) – Pequena seus frutos em sucos e doces. árvore típica dos Cerrados e Campos Cerrados. Produz frutos grandes consumidos tanto pela fauna Caju (Anacardium occidentale) – Árvore típica dos como pelo homem, quando maduros. Cerrados da região e que ocorre esporadicamente no Carrasco Baixo. O fruto é objeto de coleta extrativista Bacaba (Oenocarpus distichus e O. bacaba) – por parte da população para consumo in natura ou Palmeiras de grande beleza, sendo que a segunda para a fabricação de doces, sorvetes, sucos, etc. espécie tem menor ocorrência na área de estudo. Os frutos são utilizados para a elaboração de uma bebida Caju-da-mata (Anacardium giganteum) – Árvore (“vinho”) muito apreciada na região Norte do país. É imponente encontrada na Floresta Ombrófila Aberta e um importante recurso para aves frugívoras. também na Floresta Ombrófila Densa. Apresenta tronco de fuste reto, porém a madeira é de baixa Babaçu (Attalea speciosa) – Ocorre com grande qualidade. Seus frutos, mais ácidos do que os do caju freqüência em toda a região avaliada, chegando a 25 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins do Cerrado, são consumidos mais como sucos e freqüentemente plantadas nas propriedades rurais e sorvetes. mesmo na arborização urbana. Chichá-do-cerrado (Sterculia striata) – Árvore típica Inajá (Attalea maripa) – Palmeira de grande porte dos Cerradões e menos frequente na Floresta ocorrendo em toda a área em estudo e muito Estacional Semidecídua. Suas folhas grandes, os abundante na região de Itaguatins. É considerada frutos chamativos quando abertos e porte imponente a como indicadora de terras fracas. Os frutos têm polpa recomendam como ornamental. As castanhas são comestível e a castanha produz óleo semelhante ao comestíveis. babaçu. Coco-bacuri (Attalea phalerata) – Palmeira Jatobá-do-cerrado (Hymenaea stigonocarpa) – ornamental que ocorre esporadicamente. Sempre Árvore dos Cerrados com ocorrência ampla, porém associada a solos de melhor qualidade e, por este não abundante na área de estudo. O fruto possui motivo, é considerada como planta indicadora. Seus casca grossa que protege uma polpa farinhenta e frutos são alimentos para a fauna e para o homem. adocicada que pode ser consumida ao natural ou utilizada na confecção de bolos e pães. Curriola (Pouteria ramiflora) – Árvore de porte variável, ocorre em diversas formações, indo desde os Jenipapo (Genipa americana) – Ocorrendo sempre Campos Estacional próxima a água, esta árvore é característica das matas Semidecídua. Os frutos são consumidos pela fauna e Cerrados até a Floresta ciliares. Seus frutos são comestíveis, também usados ocasionalmente pelo homem. em doces e licores e, quando verdes, fornecem tintura de cor negra. Sua ocorrência na região é esporádica, Figueira (Ficus spp.) – As figueiras normalmente são sendo mais comum ser plantada em áreas já árvores de grande porte, que aparecem como antropizadas. emergentes ou formadoras do dossel em formações florestais, sendo muito raras nas formações savânicas. Macaúba (Acrocomia aculeata) – Palmeira que Exercem papel fundamental para o equilíbrio e a ocorre sustentação dos ecossistemas onde vegetam, sendo Semidecídua e na sua transição para o Cerradão, importantes fontes de abrigo e alimento para uma sempre sobre solos secos. Comum na região de fauna numerosa. Algumas espécies (os chamados Itaguatins, “mata-pau”) seu consumidos ao natural ou para extração de gordura. crescimento sobre outras árvores, vindo a matar seu As folhas fornecem fibras e do miolo do tronco pode hospedeiro ao longo de seu desenvolvimento. ser obtida uma fécula comestível. Goiaba-de-anta (Bellucia grossularioides) – Árvore Mangaba (Hancornia speciosa) – Árvore típica do de origem amazônica encontrada na região de Santa Cerrado, rara em todas as regiões percorridas desta Fé do Araguaia e Wanderlândia, preferencialmente formação. O fruto é bastante consumido pelo homem, associada à proximidade de água. Produz frutos sendo a polpa utilizada em doces, sucos e sorvetes. têm a capacidade de iniciar preferencialmente ela produz na Floresta frutos de Estacional polpa oleosa, comestíveis muito apreciados pela fauna em geral. Mapati (Pourouma sp.) – Árvore da Floresta Ingá (Inga spp.) – Árvore geralmente associada à Ombrófila, de madeira fraca. As folhas servem de presença de água e, por isso, comum nas matas alimento para o bicho-preguiça e os frutos suculentos ciliares e de galeria em toda a região de estudo. Muitas são bastante procurados pela fauna. Durante o espécies têm o fruto flutuante, sendo esta uma presente levantamento foi encontrada apenas em um adaptação para a dispersão hidrocórica, e também dos fragmentos situados dentro da Fazenda Malasca servem como alimento para os peixes. Algumas em Santa Fé do Araguaia (ponto 20). espécies, como I. edulis e I. laurina, são Maracujás (Passiflora spp.) – Gênero que engloba 26 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins várias espécies de lianas herbáceas, de flores vistosas qualidade podendo ser usadas como plantas ornamentais. Os procurados pela avifauna. e os frutos, comestíveis, são muito frutos variam no tamanho e sabor, mas são sempre 2.2.2 - Espécies endêmicas comestíveis. A planta é tida ainda como medicinal, sendo reputada como um poderoso calmante natural. Até o momento não existe nenhuma relação de Entre as várias espécies, destacamos: P. coccinea, espécie amazônica de belas flores espécies endêmicas para o Estado do Tocantins e a vermelhas, área do PGAI-Bico do Papagaio não é exceção. No encontrada em Wanderlândia, e P. alata, chamado de entanto, o presente levantamento permite apontar maracujá-doce, que produz grandes frutos de polpa formações vegetais passíveis de abrigar alguma abundante e saborosa. espécie endêmica principalmente devido à ocorrência restrita destas formações à região estudada. Marmelada (Alibertia spp.) – Gênero que abrange árvores e arbustos do bioma Cerrado. As espécies A encontradas com maior freqüência na área de estudo primeira formação é chamada “Carrasco”, encontrada na região de Ananás. Esta vegetação, foram A. edulis (geralmente na transição do Cerrado como já foi salientado anteriormente, apresenta grande para as matas ciliares) e A. sessilis (preferindo o sub- semelhança fisionômica e florística com as Campinas bosque dos cerradões). Produzem frutos de polpa e doce amarronzada. Campinaranas amazônicas. De acordo com RODRIGUES (1961), o termo Campina seria aplicado a uma vegetação de porte baixo com altura variando Mirindiba (Buchenavia tomentosa) – Árvore de copa entre 2-3m e Campinarana corresponderia a uma larga que ocorre nos Cerrados e Cerradões. Produz vegetação mais densa com árvores atingindo os 15m frutos do tipo baga que são muito apreciados pela de altura. No caso do Carrasco encontrado em fauna em geral, especialmente pelos cervídeos a ponto Ananás, os termos Campina e Campinarana poderiam de servir de isca para uso em caçadas. ser equivalentes ao que chamamos de Carrasco Baixo Muricis (Byrsonima spp.) – Gênero com grande e Alto neste relatório, respectivamente. A ocorrência número de (de deste tipo de vegetação estaria relacionada a fatores diversas edáficos e hidrológicos (VIEIRA & O. FILHO, 1962, formações savânicas e florestais. Todas produzem apud LISBOA, 1975), sendo resultado da combinação frutos comestíveis de forte sabor. A diferença reside no de solos arenosos com baixíssima fertilidade natural, tamanho ácidos e porosos aliados a uma relativa disponibilidade subarbustos do espécies a de árvores) fruto e diferentes ocorrendo na hábitos em quantidade de polpa aproveitável. Uma das espécies mais apreciadas para de água. consumo humano é a B. verbascifolia, que ocorre A determinação da existência de espécies endêmicas raramente nas áreas amostradas de Campos Cerrados requer um trabalho de coletas mais aprofundado e Cerrados. nestas áreas. Porém, desde já, algumas espécies se Pequi (Caryocar brasiliense, C. glabrum e C. destacam com ocorrência restrita, até o momento, a coriaceum) – Espécies arbóreas típicas dos Cerrados esta vegetação em particular como Pagamea cf. brasileiros, produtoras de frutos bastante utilizados na guianensis, Rauwolfia sp. e Mouriri sp., sendo que as culinária da região Centro-Oeste do país. Na região duas primeiras pertencem a gêneros não citados amostrada, C. glabrum é a mais comum. As flores, previamente para a região. quando caem, são bastante procuradas pelos A outra formação que pode abrigar algum tipo de cervídeos. endemismo botânico é a associação entre a Floresta Tarumã (Vitex polygama) – Árvore que pode atingir Estacional Decidual e a vegetação que se desenvolve grande porte em áreas de Cerradão e na Floresta sobre os afloramentos rochosos, encontrada na região Estacional Semidecídua. Produz madeira de boa de Aragominas. Embora a área de ocorrência esteja 27 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins fora do perímetro de estudo pré-definido, esta formação já foi destacada anteriormente (Schizolobium parahyba var. amazonicum). no Por outro lado, a região representa o limite noroeste de levantamento florístico coordenado pela Seplan em ocorrência de algumas espécies de origem atlântica. 2003 (DAMBRÓS et al., 2003f) como sendo de Nesta situação, estão espécies como o sobrasil extensão restrita e possível refúgio de espécies (Colubrina glandulosa), que não havia ainda sido endêmicas. citado para a área em estudo. A vegetação nestas áreas de solo raso e pedregoso 2.3 - Caracterização geral das áreas guarda semelhanças com a Caatinga nordestina pela presença de bromeliáceas várias espécies recobrindo o de solo cactáceas e partes 2.3.1 - Área 1 - Babaçulândia e - Wanderlândia - Darcinópolis - Aguiarnópolis dos afloramentos rochosos, junto com árvores como a • Vegetação cajazeira e a amburana-de-cambão (Commiphora Este setor foi amostrado durante os levantamentos de leptophleos). atualização e complementação dos estudos ambientais 2.2.3 - Espécies ameaçadas de extinção da Ferrovia Norte-Sul, realizados em 2001. Desta forma, as informações serão apresentadas de forma A única espécie que figura na lista oficial das espécies distinta daquelas de outros sítios. vegetais ameaçadas de extinção no Brasil (Portaria Ibama 06-N de 15/01/92 – IBAMA, 1992) encontrada Esta região foi incluída neste trabalho por estar no na região avaliada foi a aroeira-preta (Myracroduon conjunto considerado pelo Probio/MMA como uma urundeuva Fr. All.). Esta espécie foi identificada no área de alta importância para conservação da entorno do município de Itaguatins nas áreas de biodiversidade (CAPOBIANCO et al., 2001), o que transição entre a Floresta Estacional Semidecídua e resultou na recomendação de que fosse criada uma Cerradão e, também, é ainda comumente encontrada unidade de conservação na região unindo as Terras na Floresta Estacional Decidual no alto dos morros na Indígenas região de Aragominas. Apinayé e Kraholândia. A mesma recomendação foi feita, de forma independente, nos estudos 2.2.4 - Extensões de distribuição ambientais complementares da Ferrovia Norte-Sul (OIKOS, 2002). Vários registros feitos no presente trabalho e nos A região está inserida em terras do ‘Planalto de levantamentos efetuados para a avaliação do percurso Darcinópolis’ e na ‘Depressão do Médio Tocantins’ da Ferrovia Norte-Sul (OIKOS, 2002) podem ser segundo considerados como aumento na área de ocorrência de científicas em muitas das de compartimentação geoambiental do Zoneamento Agroecológico (ZAE) do várias espécies, na medida em que não existem coletas proposição Tocantins (SEPLAN, 2001). Este planalto é coberto por localidades diferentes fisionomias de vegetação de Cerrado, em amostradas e as revisões taxonômicas feitas nos diferentes níveis de alteração antrópica que vem últimos anos praticamente ignoraram a região norte do gradativamente cedendo terreno a pastagens. A Tocantins, que se acha muito pouco representada nos rodovia TO-010, que corta a região entre Wanderlândia herbários brasileiros e mais ainda nos herbários e Babaçulândia num eixo NW-SE, atravessa algumas internacionais. matas de galeria existentes nas cabeceiras de alguns De modo geral, a área do PGAI-Bico do Papagaio rios e drenagens diversas. A mais extensa e bem representa o limite extremo de distribuição leste e preservada destas matas, com fácil acesso pela sudeste de várias espécies amazônicas. Neste caso mencionada podemos citar o açaí (Euterpe oleracea), bacuri Babaçulândia. rodovia, está situada a 18km de (Platonia insignis e Monorobea coccinea) e paricá Entre o referido planalto e a depressão adjacente 28 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins associada ao rio Tocantins há uma bem preservada De modo geral, podemos afirmar que toda a flora da encosta coberta por mata estacional relativamente região já sofreu e vem sofrendo, alterações de origem aberta, com vários trechos nos quais o solo apresenta- antrópica, se pedregoso e exposto. Entre o sopé dessa encosta queimadas. Não se observou formação intacta. como derrubadas, cortes seletivos e (a 12km de Babaçulândia) e a cidade, estende-se um babaçual que recobre apreciável parte O desmatamento para a abertura de novas áreas dessa agrícolas ou pastagens prossegue sem qualquer depressão - sendo que este não cedeu ainda espaço para pastos e roças - com um controle com o uso indiscriminado de moto-serras, sub-bosque tratores e correntão. Até mesmo algumas matas de emaranhado. Aliás, os babaçus existem em grande vereda, área considerada como de preservação quantidade, mesmo nas áreas já abertas. permanente pela Legislação Ambiental Federal (Lei Ao sul de Babaçulândia, na depressão propriamente 4.771/65, já alterada pela Lei 7.803/89), vêm sendo dita, existem florestas com dossel de 15-20m de altura exploradas para a retirada de madeira com o corte em solo arenoso. Uma delas, situada a 13km da raso das árvores. Do mesmo modo, várias áreas cidade, em terras da Fazenda Duas Cabeceiras, localizadas bem próximas às margens dos rios e destaca-se por sua integridade aparente e acesso córregos tiveram sua cobertura original (mata ciliar) facilitado por aceiros. suprimida e vêm sendo cultivadas com culturas anuais como milho e arroz. As margens do rio Tocantins e seus afluentes (Corrente, cobertas Grandes áreas de formações florestais que aparecem geralmente por matas ciliares com dossel de 8-15m de Arraia e Tabocas) estão na imagem de satélite de 1996, que serviu de base altura, nos quais diversos trechos encontram-se em para guiar os levantamentos de campo, atualmente regeneração após desbaste. Na época da estiagem, não existem mais ou foram bastante reduzidas. diversas praias arenosas surgem no meio e nas A maior parte do solo da região, de origem arenítica, é barrancas marginais do rio Tocantins. Também, esses de baixa fertilidade natural, apresentando grande teor afluentes próximos de Babaçulândia ficam mais rasos de areia em sua composição e estrutura fraca, sendo e com águas mais rápidas, o que dificulta ou impede o bastante susceptível à erosão. O clima é quente e, acesso. embora as médias pluviométricas não sejam baixas, as As amostragens de vegetação foram feitas em duas chuvas se concentram em poucos meses do ano. áreas nucleares distintas: Darcinópolis e Babaçulândia. A grande permeabilidade e a baixa capacidade de Estas serão tratadas separadamente aqui. retenção de água do solo fez com que a vegetação • A Vegetação de Aguiarnópolis - nativa se adaptasse para suportar o anual ciclo de Darcinópolis déficit hídrico e, por estes motivos, é que o Cerrado se estabeleceu de forma predominante na região. No trecho de interesse foram detectadas 4 grandes formações vegetais naturais (as formações antrópicas como pastagens e áreas agrícolas não Floresta Estacional Semidecidual serão A Floresta Estacional ocorre em áreas de terrenos abordadas): Floresta Estacional Semidecídua, que planos de solos preferencialmente argilosos, profundos ocorre em pequenas manchas; mata ciliar (ou de e com fertilidade acima da média. Ela permite o galeria), situada ao longo dos cursos d’água; vereda, crescimento de grandes espécies de árvores que nos pontos de afloramento do lençol freático, e possuem madeira de interesse comercial. Por estes Cerrado (com suas diversas fasciações, desde Campo motivos (relevo favorável, solos férteis e com oferta de Cerrado até Cerradão), que ocorre na maior parte da madeira de boa qualidade), este tipo de mata sofreu as área de interesse. maiores derrubadas para dar lugar a culturas agrícolas 29 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins e pastagens. espécies típicas da transição para o Cerradão como a aroeira-preta (Myracroduon urundeuva), o gonçaleiro Em todo o trecho levantado foram detectados apenas (Astronium dois fragmentos significativos deste tipo de formação fraxinifolium), angicos (Anadenanthera macrocarpa e A. peregrina), mutambo (Guazuma florestal, sendo que eles se apresentam bastante ulmifolia), pente-de-macaco (Apeiba tibourbou), açoita- perturbados. Ambos já foram alvos de intensa retirada cavalo seletiva de madeira e de passagens freqüentes de (Luehea cf. paniculata), mamica-de-porca (Zanthoxylum sp.), além de Rhaminidium elaeocarpum, queimadas, o que acabou por alterar a estrutura da Casearia cf. arborea), Cupania sp., Matayba sp., floresta, abrindo várias clareiras em seu dossel e Sapium sp., Cordia sp., Vismia spp., Bauhinia spp. e incrementando bastante a ocorrência de lianas e de várias Myrtaceae entre outras. espécies arbóreas menos exigentes em sombra, fertilidade e umidade do solo, características dos Este grupo de espécies vem aumentando sua estágios iniciais da sucessão ecológica (pioneiras e presença no interior dos fragmentos observado na secundárias iniciais). medida em que avança o processo de desmatamento seletivo das espécies comerciais. A Floresta Estacional Semidecídua local se apresenta como uma formação fechada nos seus trechos mais Poucas foram as palmeiras observadas, pertencentes preservados, dominada por grandes árvores formando principalmente aos gêneros Oenocarpus (O. distichus - o dossel a cerca de 20-25m do solo, com indivíduos bacaba-de-leque) emergentes ultrapassando os 30m. As espécies mais speciosa - babaçu). No interior da mata, ocorrem freqüentes também são a amescla-aroeira (Tetragastris alguns e Attalea exemplares (provavelmente esparsos de A. tucum (Bactris sp.) altissima e T. balsamifera), a garapeira (Apuleia molaris) e o carvoeiro ou cachamorra (Sclerolobium O estrato arbustivo se apresenta bastante ralo, paniculatum). O dossel ainda é formado por várias espécies arbóreas pertencentes Spondias, Protium, Brosimum, aos composto no interior da mata principalmente por gêneros Licania, jovens espécies e alguns exemplares de Abuta Hirtella, grandifolia, Psychotria spp. e Siparuna sp. entre Machaerium, Vitex, Duguetia, Swartzia, Schefflera, outras. Nas bordas e clareiras crescem também Virola, Cecropia, Byrsonima, Vochysia, Chrysophyllum, Pouteria e exemplares das Sapotaceae, Lauraceae e famílias algumas espécies dos gêneros Jatropha, Manihot, Fabaceae, Euphorbiaceae, Guettarda, Bauhinia, Alibertia, Solanum e Piper, entre entre outras. outras. Sobre as árvores, cresce uma grande população de Esta formação era o local de ocorrência da maioria das lianas espécies madeireiras da região, das quais restam lenhosas Bignoniaceae, poucos exemplares adultos, principalmente de jatobás (pertencentes às Combretaceae, famílias Mimosaceae, Dilleniaceae, Polygonaceae e Malpighiaceae, entre (Hymenaea courbaril), ipês (Tabebuia spp.) e paus- outras), que podem chegar a atingir o dossel, e d’óleo (Copaifera spp.). herbáceas (famílias Sapindaceae, Curcubitaceae, Entre os emergentes destacam-se alguns poucos Vitaceae e Convolvulaceae, entre outras), formando exemplares de sumaúma (Ceiba cf. sumauma) e de verdadeiras colunas algumas clareiras bordas Lecythidaceae (espécies dos gêneros e verdes, dos principalmente fragmentos. No nas interior sombreado crescem algumas lianas finas e frágeis, Eschweilera e Lecythis). principalmente das famílias Fabaceae, Dioscoreaceae No sub-bosque há o predomínio de amescla-aroeira e Passifloraceae, entre outras. em meio a exemplares dos gêneros Inga, Citronella, Tapura, Allophyllus, Rollinia e Simira, entre outros; As ervas se concentram nas áreas mais iluminadas da enquanto, nas bordas, observou-se a presença de mata (clareiras e bordas) onde é grande a quantidade 30 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins e a variedade de espécies ruderais. Sob as copas das das outras Matas Ciliares o que será detalhado mais árvores ombrófilas, abaixo. Observa-se porém que nesta faixa vem principalmente das famílias Marantaceae, Cyperaceae, crescem poucas ervas ocorrendo um grande aumento na quantidade de Poaceae (gênero Olyra) e algumas Bromeliaceae, palmeiras de babaçu e uma redução das outras entre outras. árvores dicotiledôneas. Epífitas são raras, tendo sido observadas apenas Devido à grande altura da água do rio, não foi possível algumas Piperaceae (Peperomia sp.), Clusiaceae uma observação direta do estrato arbustivo e herbáceo (Clusia sp.), Araceae (Philodendron spp.), Orchidaceae que se encontravam submersos. Porém, de acordo e Bromeliaceae. com observações anteriores, feitas na margem do rio na região de Palmas (TO), verificou-se que, durante o Matas Ciliares período de seca, praticamente não existem espécies arbustivas e herbáceas perenes sob as árvores. As matas ciliares ocorrem ao longo da maioria dos Apenas espécies de ciclo curto, cujas sementes se cursos d’água da região, sendo que a Mata Ciliar do rio depositam após a retirada das águas, se desenvolvem, Tocantins apresenta características e uma composição mas apenas nos locais com boa incidência solar ligeiramente diferente do restante dos rios e córregos (clareiras e bordas), ficando o interior da mata coberto que nele deságuam e por este motivo será tratada de apenas forma separada. por uma grossa camada de lama e serapilheira. Mata Ciliar do Rio Tocantins As perturbações de origem antrópica (desmatamentos A Mata Ciliar do rio Tocantins se diferencia florística e e incêndios), têm favorecido a incidência de lianas estruturalmente das Matas Ciliares dos seus afluentes sobre as árvores. Algumas espécies das famílias (excetuando-se a foz dos mesmos), por apresentar Asclepiadaceae uma menor diversidade de espécies, originada a partir (Coccoloba sp.) e Sapindaceae (Paullinia sp.) são do ambiente mais restritivo no qual ela se desenvolve muito características da faixa inundável da mata ciliar, estando sujeita a grandes inundações (tanto em altura liberando seus frutos justamente nesta época de da lâmina d’água como em duração). cheias. Três espécies arbóreas destacam-se nesta formação: (Funastrum sp.), Polygonaceae Mata Ciliar dos Afluentes do Tocantins o pajeú (Triplaris gardneriana), a sarã (Alchornea cf. As matas ciliares dos afluentes do rio Tocantins têm castaneifolia) e o juá-mirim (Celtis sp.), cuja grande ocorrência confere um aspecto característico sua origem e são diretamente ligadas à existência da à água corrente. Quanto mais encaixado for o curso formação. d’água, apresentando margens mais abruptas e, Em menor quantidade, porém ainda sujeitos às portanto, menos sujeito à inundações, mais estreita inundações cíclicas, ocorrem indivíduos de sombreiro será a largura da faixa de mata ciliar e mais freqüente (Clitoria sp.), será a ocorrência de espécies de Cerrado na sua sp.), composição. jenipapo fairchildiana), (Genipa embaúba americana), (Cecropia ingá (Inga gameleira (Ficus sp.), Crataevia tapia, Cordia sp., Este tipo de formação também recebe o termo mata de Mimosa sp., Zygia sp., algumas goiabinhas (Psidium galeria, que é utilizado quando o entorno da mata ciliar spp. e Eugenia spp.) e, ocasionalmente, o urucum é formado por associações vegetais não florestais (Bixa orellana) e o arbusto escandente Entada (savânicas) como Cerrados e Campos, o que é polystachya. bastante comum na região. Fora da faixa de inundação a variabilidade de espécies As matas ciliares, portanto, se apresentam de forma aumenta e a floresta assume a mesma composição 31 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins geral como uma formação florestal bem mais densa do e Guettarda sp.), Monimiaceae (Siparuna spp.), que o Cerrado que se desenvolve ao seu redor. O Piperaceae (Piper spp.) e Moraceae (Sorocea sp.), dossel é bastante irregular e se situa a cerca de 15- entre outras. 20m de altura (emergentes chegando a 25m). As Nas espécies arbóreas mais características deste estrato são a amescla (Protium spp.), o jenipapo (Genipa americana), o cachimbeiro (Cariniana rubra), sp.), o sombreiro (Clitoria fairchildiana), Tapirira Humiria o aparecimento das spp. As palmeiras mais freqüentes, além do já citado buriti, guianensis, Inga spp., Vochysia divergens, Diospyros polyphylla, comum famílias representadas por Solanum spp. e Helicteres landi (Calophyllum brasiliense), a embaúva (Cecropia Acacia é gêneros Senna e Bauhinia, e também de outras a gameleira (Ficus sp.), o cinzeiro (Terminalia sp.), o sericea, bordas, leguminosas em geral, especialmente espécies dos são: o babaçu, a buritirana (Mauritiella aculeata), os balsamifera, tucuns Licania cf. parvifolia, Byrsonima sp., Virola spp. e (Bactris spp.) e, ocasionalmente, alguns Desmoncus sp. alguns buritis (Mauritia flexuosa), entre outras. As lianas não ocorrem em profusão, limitando-se mais Também é comum a ocorrência de grandes indivíduos à borda das faixas de mata. As lenhosas pertencem de jatobá (Hymenaea stilbocarpa) e de óleo-de- principalmente copaíba (Copaifera langsdorffii), assim como de uma grande Sapotaceae chamada de Malpighiaceae, ata-brava foram (Coccoloba spp.), Sapindaceae, das famílias Smilacaceae, entre outras. observadas destacam-se o limãozinho (Rheedia sp.), o urucum (Bixa orelana), Hirtella glandulosa, Ilex sp., O estrato herbáceo é esparso e representado por Miconia spp., Vismia spp., Sapium sp. Cupania sp., espécies Ixora sp., Tapura sp., Himatanthus sp., Coccoloba das Cyperaceae, spp., Matayba sp., diversas Myrtaceae e algumas famílias Asteraceae, Marantaceae, Poaceae, Heliconiaceae e Pteridófitas. Como epífitas foram observados apenas Lauraceae e Olacaceae, entre outras. alguns exemplares de Philodendron sp. Várias espécies do Cerrado também conseguem mais espécies Rubiaceae (Chioccoca sp.) e Asteraceae (Mikania sp.), pelas árvores mais altas. Entre as diversas espécies solo identificadas Dioscoreaceae, crescem em meio ao ralo sombreamento promovido no Polygonaceae Bignoniaceae, Fabaceae (Machaerium sp.). Como lianas herbáceas Algumas espécies não chegam a atingir o dossel e bem famílias Dilleniaceae (Davilla spp.), Mimosaceae (Acacia sp.) e (provavelmente Pouteria sp.). crescer às úmido, tendo Veredas sido Vochysia As veredas se constituem em um tipo bastante peculiar haenkeana, Roupala montana, Virola sebifera, Xylopia de formação florestal. Sempre estão associadas à aromatica, Acrocomia aculeata, Pterodon emarginatus, existência de água abundante, porém com baixa Simarouba versicolor e Casearia arborea, entre outras. velocidade de escoamento, características vinculadas Próximo a casas e outras áreas ocupadas e/ou ao fato de ocorrerem nas cabeceiras dos córregos e freqüentadas pelo homem é comum a ocorrência do depressões bacuri (Platonia insignis). impermeáveis, onde o lençol freático aflora ou se acha identificados Sclerolobium paniculatum, do terreno de solos argilosos ou bem próximo à superfície do solo. Nas sombras mais densas do sub-bosque e, aproveitando a maior umidade reinante no local, Nestas áreas, os solos permanecem a maior parte do crescem como ano encharcados, sendo do tipo hidromórficos, às Melastomataceae (Miconia spp., Leandra spp. e vezes bastante rasos, com grande quantidade de Ossaea spp.), Myrtaceae (Eugenia spp. e Myrcia spp.), matéria orgânica nos horizontes superficiais. várias espécies arbustivas Rubiaceae (Alibertia spp., Psychotria spp., Randia sp. 32 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins A distribuição das espécies nestas áreas úmidas varia Cerradão. Assim, na região, ele sempre ocorre de acordo com a quantidade e a renovação da água do associado a outras formações florestais, como as local, caso da palmeira buriti. matas ciliares e a Floresta Estacional, nunca formando extensas manchas, geralmente correspondendo a uma Nas outras áreas ainda úmidas cresce uma mata faixa de transição entre o Cerrado Sentido Restrito e fechada, alta, com dossel denso, com árvores estas outras formações. chegando a 30m de altura. A variedade de espécies é baixa. Em geral a maior parte dos indivíduos Os Campos Cerrados por sua vez ocorrem em áreas pertencem a duas espécies de Qualea: Q.ingens e de solos piores, mais arenosos, de baixa fertilidade e Q.wittrockii (Vochysiaceae). também nas áreas de solo raso como nos afloramentos rochosos, nas encostas e no alto dos São bastante comuns, ainda no dossel, as espécies morros de arenito e calcário existentes em alguns Vochysia pyramidalis, Calophyllum brasiliense (landi), trechos localizados dentro da área levantada. Cariniana rubra (cachimbeiro), Virola sp. (mucuíba) e Byrsonima sp. (murici). O Cerrado Sentido Restrito ocorre nas situações intermediárias Abaixo das árvores maiores crescem outras com altura entre estes dois extremos que correspondem a maior área no trecho avaliado. média de 10m e que são representadas por Protium spp., Ferdinandusa speciosa e Tapirira guianensis, Em áreas menos perturbadas a vegetação consegue entre outras. atingir o porte florestal, formando o Cerradão, enquanto em áreas mais perturbadas, como, por Arbustos são raros, formados por algumas espécies de exemplo, em áreas de Cerrado manejado como Melastomataceae, principalmente Leandra spp. e pastagem, sendo anualmente queimado, o Cerrado Ossaea spp. regride até assumir a aparência de um Campo-Cerrado ou até mesmo um campo sujo de origem antrópica. O estrato herbáceo é formado por espécies da família Marantaceae, que recobre grande parte do solo onde Em todas as fasciações do Cerrado, na região, a se nota também a ocorrência de algumas moitas de espécie mais comum com certeza é o carvoeiro, Cyperaceae. também chamado localmente de cachamorra, Sclerolobium paniculatum, sendo comum também a Cerrado Sentido Amplo ocorrência de uma outra subespécie S. paniculatum cf. Englobamos aqui todas as faciações apresentadas por var. velutinum, com suas folhas com pilosidade esta formação vegetal, que na região examinada varia prateada ou dourada na face inferior. desde formações campestres (Campo Sujo, Campo As outras espécies arbóreas comumente observadas Cerrado e Cerrado Sentido Restrito) a formações são: Xylopia aromatica, Simarouba versicolor, Parkia florestais como o Cerradão. platycephala, Dimorphandra mollis, Curatella O Cerrado cobre a maior parte da área a ser americana, Annona coriacea, Plathymenia reticulata, atravessada pela ferrovia. Esta grande área por sua Anacardium occidentale, Virola sebifera, Caryocar vez é dominada pelo Cerrado Sentido Restrito e pelo brasiliense, Roupala montana, Acrocomia aculeata, Campo-Cerrado. Myracroduon urundeuva, Connarus suberosus, Hirtella ciliata, Vochysia spp., Byrsonima spp., Diospyros spp., A ocorrência de uma categoria ou outra de Cerrado Anadenanthera macrocarpa, Qualea parviflora, Qualea varia em função das características edáficas e também grandiflora, Hymenaea stigonocarpa, Bauhinia spp., de acordo com o histórico de perturbação do local. Solos mais argilosos e profundos permitem Astronium o fraxinifolium, Casearia arborea, Stryphnodendron spp., Magonia pubescens e Salvertia desenvolvimento de uma vegetação mais alta como o convallariaeodora, entre outras. 33 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Outras espécies ocorrem em menor quantidade como: Toda a área estudada, a ser atravessada por parte do Jacaranda brasiliana, Lafoensia paccari, Enterolobium trajeto da Ferrovia Norte-Sul, já não apresenta gummiferum, Pterodon formações vegetais primárias intactas. A degradação emarginatus, Aspidosperma spp., Tabebuia spp., da flora por fatores de origem antrópica vem se Himatanthus sp., Buchenavia tomentosa, Cybistax desenvolvendo há muitos anos na região e, ao que antisiphilitica, Maprounea parece, de acordo com as observações feitas em Ferdinandusa campo e por depoimentos dos moradores locais, ela guianensis, elliptica, Dalbergia Andira miscolobium, cf. Brosimum Agonandra cuiabensis, gaudichaudii, brasiliensis, Pouteria spp., vem se acelerando nos últimos anos. Kielmeyera spp. e Cordia sp., entre outras. A simples observação de uma imagem de satélite mais Durante o período seco, destacam-se na paisagem ás recente da região, comparada com a imagem de árvores quatro anos atrás seria suficiente para se demonstrar floridas de amarelo-ouro, que ocorrem principalmente na transição para o Cerradão, da este fato. espécie Martiodendron cf. mediterraneum. Esta degradação ambiental geral da flora assume Nas áreas de solo arenítico pouco intemperizado e em caráter ainda mais grave ao ser avaliada em conjunto alguns com as características edafoclimáticas da região. trechos de solo arenoso, observa-se a ocorrência de Emmotum nitens. Os arbustos formam • verdadeiros emaranhados de galhos, dificultando bastante o caminhar por entre os trechos mais fechados da formação estudada. A Fauna Um total de 337 espécies de aves foi assinalado diversidade durante específica é relativamente alta, encontrando-se neste os levantamentos quantitativos para o presente setor (Tabela 1) em 120:05h de observações estrato espécies como Bauhinia spp., Helicteres spp., acumuladas Davilla spp., Alibertia spp., Combretum sp., Attalea sp., a partir de trabalhos de campo desenvolvidos entre 29 de maio e 6 de junho (seca) e Calliandra breviflora, Zeyheria montana, Erythroxylum entre 25 de outubro e 3 de novembro de 2001 sp., Miconia cf. albicans, Heteropteris spp., Krameria (chuvas). sp., Senna spp., Jatropha spp., e Copaifera sp., entre Um total de 39 espécies (11,6% do total) foi detectado outras. apenas durante a primeira visita (63:05h) de maioAs lianas não chegam a formar grandes junho de 2001; isto é, durante a estiagem da região. caramanchões, chegando muitas vezes a se espalhar Um subconjunto de 88 espécies (26,1% do total) foi sobre a vegetação rasteira em busca de apoio para subir. Neste grupo de plantas, detectado apenas durante a segunda visita (57:00h) de encontramos outubro-novembro de 2001, isto é, durante o início das normalmente espécies semilenhosas a herbáceas chuvas na região. Todavia, a maioria das espécies como Smilax spp., Serjania spp., Aristolochia spp., Passiflora spp., Malpighiaceae, inventariadas do setor - 210 espécies (62,3%) - foi Bignoniaceae, encontrada em ambas as fases de coleta de dados, Fabaceae, Apocynaceae e Mimosaceae, entre outras. portanto na seca e durante as chuvas. A maior parte das ervas é formada por espécies de Outras gramíneas (Poaceae) e ciperáceas (Cyperaceae). Entremeadas nos capins, crescem ainda várias outras outras leguminosas, foram encontradas durante Darcinópolis, especialmente em um remanescente spp., Desmodium spp., Chamaecrista spp., Euphorbia várias espécies maioria na região situada entre Aguiarnópolis e espécies como Evolvulus spp., Polygala spp., Mimosa spp., 16 levantamentos qualitativos na área em estudo, a florestal mais extensivamente amostrado em Palmeiras rubiáceas, do acantáceas, lamiáceas, verbenáceas e asteráceas, Tocantins. Estas espécies são: Crypturellus strigulosus, Spizaetus tyrannus, Ortalis superciliaris, entre outras. Colibri 34 serrirostris, Trogon violaceus, Notharchus Zoneamento Ecológico-Econômico macrorhynchus, Piculus Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins flavigula, Thamnophilus Ferrovia. amazonicus, Myrmotherula menetriesi, Formicarius Estes achados mostram a ocorrência de uma avifauna colma, Terenotriccus erythrurus, Conopias trivigarta, bastante particular nos remanescentes florestais da Xenopipo atronitens, Progne subis, Tachyphonus região, apesar dos flagrantes impactos causados pelas luctuosus e Habia rubica. atividades humanas. Algumas dessas espécies (Colibri serrirostris, Durante a estiagem, com o surgimento das praias Thamnophilus amazonicus e Tachyphonus luctuosus) fluviais no rio Tocantins, foi possível encontrar as foram encontradas por BAGNO & ABREU (2001) na maiores densidades de algumas aves dependentes região da Usina Hidrelétrica Luiz Eduardo Magalhães, deste ambiente (SICK, 1967): Vanellus cayanus, centro do Tocantins, mostrando que devem ter Charadrius distribuição mais ampla ao longo do vale do Tocantins. collaris, especialmente, Sterna Rynchops superciliaris niger. e, Hoploxypterus Um grupo de 25 espécies registradas durante os cayanus e Charadrius collaris são considerados censos foi, por todo o levantamento e por toda a essencialmente sedentários (WIERSMA, 1996), mas é extensão do traçado da Ferrovia Norte-Sul no Estado bastante óbvio que essas espécies sofrem alterações do Tocantins, encontrado exclusivamente no presente marcantes setor: Laterallus viridis, Tringa melanoleuca, Calidris disponibilidade das praias fluviais onde nidificam e se minutilla, Leptotila rufaxilla, Geotrygon montana, Ara alimentam, desaparecendo durante os períodos em chloroptera, Pionus maximiliani, Amazona farinosa, que a cheia dos rios elimina seu habitat (um padrão Campylopterus largipennis, Bucco tamatia, Veniliornis também seguido por Rynchops niger, Phaetusa affinis, Thamnophilus cf. stictocephalus, Myrmotherula simplex e Sterna superciliaris). As populações de multostriata, Dendrocincla Charadrius collaris dos rios do interior do Brasil fuliginosa, Dendrocolaptes certhia, Attila spadiceus, parecem reproduzir-se em período distinto (junho- Xenopsaris albinucha, Machaeropterus pyrocephalus, agosto) daquelas do litoral (outubro-novembro). Assim Schiffornis como outras espécies que dependem de praias fluviais Hylophylax turdinus, poecilonota, Cotinga cayana, Iodopleura em sua abundância conforme isabellae, Procnias averano, Atticora melanoleuca e encontra-se Paroaria gularis. A estas se somam as 16 espécies construção de hidrelétricas no rio Tocantins. ameaçada de extinção local a pela registradas nas matas semidecíduas de DarcinópolisPopulações de dois psitacídeos notados no setor Palmeiras do Tocantins-Aguiarnópolis. devem estar na periferia de suas distribuições: a Tiriba A maioria destas espécies (Ortalis superciliaris, Trogon amazônica Pyrrhura amazonum e a Maitaca Pionus violaceus, Notharchus macrorhynchus, Bucco tamatia, maximiliani. Tentativamente, Veniliornis subespecífica - affinis, Thamnophilus stictocephalus, confirmadas a identidades pelos detalhes de Thamnophilus amazonicus, Myrmotherula menetriesi, plumagem observados - do último táxon recaiu sobre Myrmotherula multostriata, Hylophylax poecilonota, P. m. siy. No Estado do Tocantins a tiriba ocorre em Dendrocincla direção ao sul até as proximidades de Guaraí. fuliginosa, Terenotriccus Dendrocolaptes erythrurus, Attila certhia, spadiceus, O Machaeropterus pyrocephalus, Xenopipo atronitens, Schiffornis turdinus, Cotinga isabellae, Atticora melanoleuca, luctuosus e principalmente Paroaria gularis) amazônica, cayana, é major é geralmente boa parte do Brasil, sobretudo na Amazônia e Brasil Central. Realiza interessantes migrações ao longo das distribuição especialmente Crotophaga abundante, e conspícuo, nas formações ribeirinhas de Iodopleura Tachyphonus de Anu-coroca grandes bacias hidrográficas, dirigindo no sentido da na jusante Amazônia Oriental, mostrando o caráter particular da durante a estiagem e reaparecendo a montante apenas com o início das chuvas (por isso o avifauna desse setor em comparação àquelas que nome ‘anu-das-enchentes’). No médio vale do rio foram amostradas mais ao sul, ao longo do trajeto da Tocantins, o fenômeno confirmou-se. 35 Zoneamento Ecológico-Econômico Em evidente conexão com Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins as florestas leste- Tocantins e seus afluentes. amazônicas, quatro ranfastídeos (tucanos e araçaris) A população tocantinense do Pula-pula Basileuterus foram, repetidas vezes, notados nas florestas da região: Pteroglossus aracari (substituído por culicivorus (em maior densidade no Estado) não é, P. definitivamente, aquela mesma encontrada na Mata castanotis ao sul, já no planalto goiano), Pteroglossus Atlântica ou no planalto meridional brasileiro (B. c. inscriptus (que ocorre para o sul até a região de Gurupi auricapillus, B. c. azarae). Esta população está em - Foto 12), Ramphastos vitellinus (substituído pelo sintonia (plumagem, voz) com aquela existente no morfótipo Ramphastos “culminatus pintoi” no planalto Nordeste - que certamente precisa ser nomeada - e goiano; HAFFER, 1974) e Ramphastos tucanus que ZIMMER (1949) aludira como “Basileuterus (encontrado ao sul até Guaraí). culicivorus ssp. ?”. Há também, envolvendo B. Uma população de Synallaxis gujanensis, de culicivorus um caso de substituição latitudinal entre esperados hábitos ribeirinhos, foi detectada e gravada pares de aloespécies. No norte de Goiás (Jaraguá) há no vale do Tocantins e seus afluentes, entre a região uma de Wanderlândia-Babaçulândia e Gurupi. A atribuição representado por Basileuterus hypoleucus (B. c. desta população ao táxon S. gujanensis se faz por hypoleucus em SICK 1997:722). substituição e o complexo de táxons é similaridade das vozes documentadas no Tocantins Levantamentos de mamíferos foram feitos nessa com aquelas disponíveis da baixa Amazônia. As região na área da Fazenda Morro Grande (07°03’ S, informações recém-divulgadas por Buzzetti (2001) 47°36’W) e Igarapé Taboca (07°05’S, 47°38’W), acerca das vocalizações de S. simoni, antes S. próxima gujanensis simoni, (conhecida apenas do médio vale a Babaçulândia. Foi encontrada uma diversidade total de 54 espécies contidas em 46 do Araguaia) são discordantes daquelas obtidas no gêneros (Quadro 2). Abrange uma das localidades vale do Tocantins e reforçam a suposição de uma onde foi registrada maior diversidade (Babaçulândia) associação entre estas e a baixa Amazônia. em toda a área de influência da Ferrovia Norte-Sul no Dois passeriformes (amazônicos), associados Tocantins. diretamente à presença de palmeirais, notadamente Entre os táxons registrados no norte do Tocantins buritizais e babaçuais, Berlepschia rikeri (Furnariidae) e Tyrannopsis sulphurea (Tyrannidae) encontram-se duas espécies ameaçadas de extinção, foram os felinos Leopardus pardalis e a Panthera onca, encontrados neste setor e para o sul até Gurupi. As presentes também em outros setores da área de densidades de Berlepschia por toda a Área foram influência. Os táxons comuns englobam espécies de sempre maiores que o seu convizinho. roedores e marsupiais mais associados ao Cerrado A população de Tolmomyias sulphurescens do setor (Thylamys pusilla e Cavia aperea), assim como uma (encontrada também mais ao sul, na região de Gurupi) espécie de Xenarthra (Dasypus novemcinctus) de é ampla distribuição; 4 espécies de morcegos, sendo nitidamente (vocalização, plumagem) aquela representada na baixa Amazônia, possivelmente T. s. que duas formas de frugívoros, amplamente mixtus (ZIMMER, 1939). distribuídos na Amazônia brasileira, mais raras (Myotis, Chiroderma e Rhynophylla); e uma espécie de Nas copas das florestas deste setor foi detectado (sobretudo pela voz) o Anambé-una insetívoro de distribuição transamazônica (Natalus cf. Querula stramineus). purpurata, elemento amazônico de bom porte (27cm, 106g), que, aos casais e em pequenos grupos, Os 15 representantes de ampla distribuição que procuram fruteiras. Sua presença foi detectada nas ajudam a compor a fauna local são animais de hábitos proximidades bastante generalizados, utilizando-se do corredor (previamente) florestado famílias de constituído pelas Florestas Ripárias do vale do Glossophaga de Palmas e Gurupi, obviamente 36 Morcegos soricina, pertencentes a diversas Carollia perspicillata, Artibeus jamaicensis, Zoneamento Ecológico-Econômico Desmodus rotundus, Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Uroderma bilobatum, incremento no sucesso de captura e na riqueza de Phyllostomus discolor, Vampyressa cf. pusilla; Veados espécies, Mazama diversidade maior na estação chuvosa. americana; canídeos Cerdocyon thous; resultando em um índice geral de Macacos Alouata caraya; Tamanduás Tamandua Natalus cf. stramineus (Chiroptera: Desmodontinae) foi tetradactyla e procionídeos Procyon cancrivorous e uma Nasua nasua, intimamente associados a ambientes das espécies capturadas na região de Babaçulândia. Natalus é um gênero de morcego de florestais e que ajudam a compor a diversidade de distribuição peri-amazônica, ocorrendo na América do vários setores na área de influência. Sul e Central e ao longo do norte e da costa leste As espécies da mastofauna de ampla distribuição e brasileira até o sudeste do Brasil. Em ambientes mais intimamente associadas a formações abertas, naturais, também representam uma fração significativa das formações abertas. Muito provavelmente esse seja o comunidades na região. Destaque nesse setor é dado primeiro registro, não só para o Tocantins, mas para a para a presença do Tatu-peba E. sexcinctus e do Amazônia Veado-catingueiro Mazama gouazoubira, do Gambá D. aumentando albiventris e de diversas espécies de roedores (T. ocorrência da espécie. tem preferência brasileira ao por sul consideravelmente cavernas do rio a e por Amazonas, extensão de apereoides, B. lasiurus, C. callosus, O. subflavus), que ocorrem amplamente pelas formações O encontro de pêlos e espinhos do Ouriço Coendou abertas, koopmani (diagnósticos pelo padrão de colorido e conectando porções distintas da área de influência e bandas) nas fezes de uma Onça-vermelha Puma aumentando a diversidade local. concolor é significante. Essa espécie, descrita apenas As comunidades de primatas são representadas no em 1992 (HANDLEY & PINE, 1992), parecia ser norte do Tocantins por pelo menos cinco espécies, restrita ao sul do Rio Amazonas apenas entre o baixo sendo duas pertencentes ao gênero Cebus (C. apella e rio Tocantins e o rio Madeira. O registro feito em C. libidinosus) e duas pertencentes ao gênero Alouatta Palmeiras do Tocantins (“Mata Virgem”, mesmo sítio (A. caraya e A. belzebul). A porção norte do Estado do onde foram encontradas Arapongas Procnias averano Tocantins representa uma área de transição entre a e várias aves amazônicas não detectadas em outros distribuição geográfica das espécies, sendo C. apella e locais, além de Alouatta belzebul e Callicebus cf. A. moloch) estabelece o novo limite sul da distribuição belzebul gradualmente substituídos por C. desta espécie endêmica da Amazônia brasileira. libidinosus e A. caraya mais ao sul (por exemplo, já em Guaraí). Na região de Babaçulândia, já ocorrem as Os levantamentos de anfíbios detectaram 41 espécies formas amazônicas A. belzebul e C. apella. na região entre Babaçulândia e Aguiarnópolis (Quadro É interessante notar que em fragmento próximo a 3). Este número deve ser encarado como um resultado Palmeiras do Tocantins foram ouvidas vocalizações de preliminar, uma vez que as amostragens foram muito um Zog-zog Callicebus, provavelmente C. moloch. mais intensivas em Babaçulândia do que nas áreas Este seria o único registro para o Estado do Tocantins, mais ao norte (Darcinópolis-Wanderlândia). A fauna que não é incluído na distribuição deste gênero presente é um misto de elementos do Cerrado, a (ROOSMALEN, MITTERMEIER, maioria com distribuição ampla no Estado, e de formas 2002). A exata identificação desta espécie é desejável, amazônicas com distribuição mais restrita. As matas considerando a notável diferenciação do gênero ciliares e pântanos do rio Tocantins e seus afluentes Callicebus na Amazônia brasileira (ROOSMALEN, permitem a penetração desses elementos amazônicos ROOSMALEN & MITTERMEIER, 2002). até bastante ao sul do Estado, fato similar ao ROOSMALEN & observado com algumas aves ripárias de afinidades Foram registradas 22 espécies de morcegos no setor. amazônicas. Alguns registros são relevantes. Houve uma grande variação na taxa de capturas na Bufo guttatus é um sapo florestal com distribuição comunidade de morcegos entre as estações, com um 37 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins amazônica ampla, mas parece ter ocorrência muito Babaçulândia. restrita no Tocantins. Sua presença foi documentada O registro de uma espécie do gênero Gonatodes, na apenas através da coleta de uma espécie jovem nas região de Babaçulândia, consiste em mais um margens do rio Mosquito, em Darcinópolis. Barycholos elemento amazônico na região norte do Estado do ternetzii é uma espécie que normalmente habita o Tocantins. folhedo de florestas na região do Cerrado. Supõe-se Ao longo dos levantamentos da herpetofauna a que este relatório se refere, foram que essa espécie deposita ovos de desenvolvimento feitos vários registros de espécies características deste terrestre e direto (sem fase larval ou girino), motivo bioma pelo qual não dependeria de corpos d’água para a presentes no Estado. A determinação conclusiva desta espécie será feita em breve. O reprodução. A espécie ocorre ao longo de todo a exemplar registrado aqui foi coletado manualmente na região, mas não foi muito abundante em nenhum mata da linha 4 em Babaçulândia. Dois ovos pequenos ponto. de casca calcária foram coletados no mesmo tronco Dermatonotus mulleri é uma espécie que ocorre nas em que o espécime foi encontrado, podendo pertencer áreas abertas na Caatinga, no Cerrado e no Chaco. a ele. Sua reprodução é explosiva e ocorre em poças e lagoas. A espécie somente foi observada Colobosaura modesta é um lagarto de pequeno em tamanho (comprimento rostro-anal ca. 6cm). O colorido Babaçulândia. Muitos girinos em metamorfose foram encontrados numa lagoa rasa formada dorsal é marrom escuro brilhante sendo que o ventre é pelo avermelhado nos exemplares vivos. Nas armadilhas de represamento da água da chuva causado pelo aterro queda a espécie foi capturada no Cerrado e na mata da estrada. A espécie foi registrada anteriormente em ciliar em proporções semelhantes. Esta espécie Palmas. encontra-se amplamente distribuída no Cerrado. No Pseudis tocantinensis era uma espécie conhecida Tocantins, este lagarto foi registrado em Babaçulândia apenas na localidade de Palmas. A espécie foi e dali para sul até Guaraí e Aliança do Norte. encontrada bem mais ao norte em Babaçulândia, onde Um registro interessante na região de Babaçulândia foi um indivíduo da espécie foi encontrado num açude, representando uma considerável extensão o de um indivíduo do gênero Leposoma. Este exemplar de não foi determinado de forma conclusiva, mas distribuição e sugerindo uma distribuição associada ao provavelmente se trata de uma espécie Amazônica, vale do Tocantins. Leposoma cf. percarinatum. Este registro deu-se na Os levantamentos de répteis encontraram 33 espécies mesma mata em que foi coletado o espécime de na mesma região (Quadro 4). As dificuldades inerentes Gonatodes, em Babaçulândia. em amostrar serpentes fazem com que este número As formigas constituem o grupo de invertebrados seja uma real subestimativa. Dentre os registros melhor estudado na região entre Darcinópolis e relevantes, Phyllopezus pollicaris é uma das maiores Babaçulândia, espécies de geckos na região neotropical. Apresenta hábitos saxícola e noturno, sendo com amostragens realizadas em Babaçulândia, na mesma área geral que as de altamente mamíferos e herpetofauna. Nas amostragens em áreas territorialista. Alimenta-se de pequenos artrópodes, de floresta com iscas em solo e vegetação foram sendo um predador de espreita e aproximação coletadas 38 espécies em Babaçulândia e 33 espécies sorrateira. A grande maioria dos exemplares desta em Palmeirante, pouco mais ao sul mas ainda dentro espécie foi coletada manualmente. A espécie foi de uma área com características similares. Foram registrada recentemente para o Estado do Tocantins, identificadas 54 espécies de formigas que habitam a na região de Palmas (Dante PAVAN, com. pessoal). serrapilheira em Babaçulândia e 37 espécies em Ao longo do trajeto da Ferrovia Norte-Sul esta espécie Palmeirante. foi registrada apenas nos lajedos da região de 38 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Um total de 32 espécies de formigas foi encontrado no assentamento do Instituto Nacional de Colonização e Cerrado Sentido Restrito de Babaçulândia e 30 Reforma Agrária (Incra), denominado Projeto de espécies em Palmeirante, já mais ao sul da área do Assentamento (P.A.) Angico, onde os assentados PGAI-Bico do Papagaio, mas na mesma região continuam a derrubar e queimar áreas de floresta para fitoecológica implantação de culturas de subsistência (Foto 13). que Babaçulândia. Análises da composição da comunidade mostram que o norte do O relevo local varia de plano a ondulado com uma rede Tocantins separa-se do sul como resultado da presença de elementos exemplo, Pyramica amazônicos, inusitata, como por Acantognathus sp., hidrográfica pouco expressiva, porém bem distribuída por toda a área. Os solos são predominantemente arenosos, sendo que as poucas manchas de solos Ectatomma planidens e Platythyrea sp. mais férteis (do tipo latossolos ou podzólicos) já Esses resultados indicam que há uma divisão de tiveram sua cobertura vegetal original substituída composição de fauna significante entre os setores do essencialmente por pastagens. Tocantins, destacando a importância de medidas que As formações vegetais naturais se diferenciam em possibilitem a conservação da fauna em cada um dos função das condições edáficas. Nas áreas planas setores, isso é, qualquer medida para preservação da ocorre a Floresta Estacional Semidecídua que é a fauna somente será eficiente considerando ambos os formação florestal dominante na região (Foto 14). Nos setores. morros, observa-se nas cotas mais altas o Dentre as espécies coletadas merecem destaque o desenvolvimento de Campos Cerrados e Cerrados encontro de espécies novas de Rophalothrix e Sentido Restrito que gradam para Cerradões à medida Octostruma e que se caminha em direção às áreas mais baixas do Probolomyrmex (Ponerinae), registradas em apenas relevo, passando depois para as áreas de Floresta uma localidade, conhecidas apenas de Tocantins. A Estacional e eventualmente Florestas Ombrófilas coleta de uma operária de Probolomyrmex em Aluviais ou Matas de Galeria nas margens dos cursos Palmeirante representa o primeiro registro deste d’água. (Myrmicinae: Basicerotini) gênero para o Brasil, uma informação nova sobre a Em algumas áreas desmatadas e posteriormente distribuição deste raro gênero. abandonadas ou mal-cuidadas, observa-se intensa 2.3.2 - Área 2 - Itaguatins • rebrota da palmeira inajá (Attalea maripa), que é tida como indicadora de terras fracas pelos moradores Vegetação locais, e em algumas poucas áreas da palmeira babaçu (Attalea speciosa), chegando a dificultar o uso Situada no noroeste do município de Itaguatins, a área da área para pastagens. estudada possui cerca de 11.442,72ha. Não foi visitado nenhum fragmento de floresta primária, Entre as principais árvores do dossel da Floresta embora alguns moradores afirmem que ainda existam Estacional Semidecídua, ainda podem ser encontradas trechos de “mata virgem” em algumas fazendas. em grande quantidade espécies como jatobá (Hymenaea courbaril), muirajuba (Apuleia leiocarpa), Os maiores remanescentes florestais correspondem às copaíbas (Copaifera spp.), sapucaia (Lecythis cf. áreas de reserva legal de algumas das grandes paraensis), chuveiro (Platypodium elegans), amesclas propriedades rurais como as fazendas Cajueiro e Peri- (Protium spp.), pau-d’arco (principalmente Tabebuia Peri. Todas as áreas percorridas apresentam sinais de serratifolia interferência antrópica, tais como: a retirada seletiva de e T. impetiginosa), cachamorra (Sclerolobium paniculatum), angico-de-espinho (Acacia toras, incêndios ou queimadas ocasionais, pastejo e polyphylla), marupá (Simarouba amara), pente-de- pisoteio do sub-bosque pelo gado. macaco (Apeiba tibourbou), chichá (Sterculia striata), Na parte nordeste da área, existe um antigo tucum (Astrocaryum cf. vulgare) e jacarandá (Swartzia 39 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins sp.), entre outras. maioria sendo espécies comuns como: Choquinha-deflanco-branco Em menores quantidades, ainda restam exemplares de cumaru-da-mata (Dipteryx odorata), cedro (Cedrela odorata), mata-matá (Helicostylis spp.) e (Eschweilera sp.) açoita-cavalo Xiphorhynchus guttatus, Arapaçu-de-bico-reto X. picus (este mais uma espécie de capoeiras densas e áreas tabocas que chegam a formar verdadeiras barreiras próximas dentro dos fragmentos. Hemitriccus informações obtidas, a cidade que a florestas não constitui surpresa. será No entanto, Itaguatins foi uma das poucas localidades construída, à jusante da referida cidade. • (tolerante de Xiphorhynchus guttatus e X. picus) e sua ocorrência pelas águas do rio Tocantins, a ser represado pela Quebrada zosterops Maria-de-olho-branco do Tocantins (e mesmo bem mais para o sul no caso área de estudo já que a sede municipal será inundada Serra albolineatus, Todas são espécies com distribuição ampla no norte de Itaguatins seria transferida justamente para dentro da UHE Arapaçu-de-listras-brancas Attila spadiceus e a Maria-ciza Rhytipterna simplex. sobre a área avaliada uma ameaça mais grave. De da água), perturbadas, como outros do gênero), Tinguaçu-cantor agropecuárias e a retirada seletiva de madeira, paira barragem à Lepidocolaptes Além do desmatamento associado às atividades com Choca miúdo Xenops minutus, Arapaçu-de-garganta-camurça cf. paniculata). Ocasionalmente, ocorrem reboleiras de acordo axillaris, mais secas na peri-amazônia meridional), Bico-virado- inharés (Luehea Myrmotherula Thamnophilus stictocephalus (especialidade de matas onde ocorreram o Rendadinho Hylophylax poecilinota (em geral considerado um seguidor profissional de Aves formigas de correição, sendo assim um indicador de Um total de 168 espécies de aves foi encontrado nas matas formações florestais de Itaguatins, sendo 135 durante Thamnomanes os censos e 33 fora dos mesmos (Tabelas 5 e 6). As Dendrocolaptes certhia (outro seguidor de correições), amostragens foram realizadas na Floresta Estacional Barranqueiro-pardo Automolus paraensis e a Maria- Semidecídua e áreas de borda adjacentes. Não foi caçula Myiornis ecaudatus. pouco perturbadas), o Uirapuru-de-bando caesius, o Arapaçu-barrado possível penetrar no interior dos remanescentes com Não foram encontradas araras nesta área. Como aparência melhor conservadas devido à ausência de esperado, acessos franqueados. os psitacídeos mais abundantes são espécies associadas a formações mais decíduas e Dentre as espécies vulneráveis ao impacto da caça abertas foram encontrados a Azulona Tinamus tao (escassa), o chiriri, a Jandaia Aratinga jandaya (Foto 15) e a Inambu Sururina Crypturellus soui (razoavelmente Maracanã-pequena Diopsittaca nobilis] e a bordas de comum) e o Jacu-pemba Penelope superciliaris mata ou áreas perturbadas dentro de florestas (a tiriba (incomum). Crypturellus soui parece menos vulnerável Pyrrhura amazonum). O Papagaio-grego Amazona à ação humana em comparação a outros inambus amazonica (Foto 16) também foi relativamente comum. florestais devido à capacidade de utilizar capoeiras e Esta é uma espécie de ampla distribuição encontrada outros ambientes perturbados. em uma grande variedade de habitats. Um caçador levando um jacu abatido foi encontrado no Dentre os grandes frugívoros presentes encontramos Ponto 3, próximo ao assentamento P.A. Angico. Na dois mesma área, também foram encontradas várias insetos): o Surucuá-de-cauda-preta Trogon melanurus, pessoas levando espingardas, o que sugere que a espécie caracteristicamente amazônica, e o Surucuá- caça é uma atividade corriqueira. de-barriga-dourada T. viridis, também encontrado na [o Periquito-de-asas-amarelas surucuás (que também capturam Brotogeris grandes Mata Atlântica. Não foram observados grandes gaviões na área. Quatro espécies de tucanos estão presentes na área. Vários insetívoros de sub-bosque foram encontrados, a 40 Zoneamento Ecológico-Econômico O Tucano-assobiador Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Ramphastos tucanus, 2.3.3 - Área 3 - Ananás tipicamente amazônico, parece ser comum, assim como o Araçari-letrado Pteroglossus • inscriptus. Ocorrem ainda o Tucano-de-bico-preto Ramphastos A área localiza-se nas proximidades da sede municipal vitellinus e o Saripoca-de-gouldi Selenidera gouldi. de Ananás, em trecho cortado pela estrada para Riachinho, e tem um perímetro aproximado 20.638,47 Um grande frugívoro, o Anambé-pombo Gymnoderus ha. Abrange várias propriedades, entre elas as foetidus, teve seu maior índice de abundância nesta fazendas 3R, Mogno e Piranhas. área. Esta espécie em geral está associada às matas ripárias de grandes rios. Outras cotingas, como o Seu relevo varia entre plano a suavemente ondulado, Cricrió-seringueira ou Seringueiro Lipaugus vociferans havendo baixa abundância hídrica (poucos, mas (a “voz da Amazônia”, embora também ocorra em caudalosos, cursos d’água). Os solos existentes sob parte da Mata Atlântica) e o Anambé-una Querula as áreas recobertas por vegetação natural são purpurata também foram relativamente comuns. É interessante notar que o Anambé-uma, predominantemente arenosos. Em pontos específicos forma ocorrem solos mais argilosos ou orgânicos, geralmente tipicamente amazônica, segue o vale do Tocantins até associados à presença de água seja próximo a cursos pelo menos a região Palmas (OIKOS, 2002). d’água (hidromórficos sob matas aluviais) ou ao afloramento do lençol freático (no caso de cabeceiras Itaguatins foi a única localidade onde foi observado o Pinto-da-mata-de-cara-preta Formicarius de córregos, com nascentes difusas cobertas por analis, Florestas Paludosas ou buritizais). insetívoro de sub-bosque com distribuição amazônica, que tem na área do PGAI-Bico do Papagaio seu limite Nesta área, foram encontrados diversos tipos de sudeste de distribuição. Outra espécie importante vegetação que vão desde formações savânicas como encontrada apenas ali foi o Rabo-branco Phaethornis Campo-Cerrado, passando pelo Cerrado e chegando a maranhaoensis, beija-flor florestal descrito a partir de formações florestais de grande porte como a Floresta exemplares coletados na região de Imperatriz, no Maranhão, e status taxonômico Vegetação Estacional Semidecídua, Floresta Ombrófila Aberta controverso (Aluvial e Submontana) e a Floresta Paludosa. (GRANTSAU, 1988, HINKELMAN, 1988). Exemplares atribuíveis a este espécie foram observados em outras O destaque fica por conta da existência de uma partes de vegetação denominada localmente de “Carrasco” (Alto Babaçulândia. O Macuru-de-testa-branca Notharchus e Baixo), que possui composição florística e estruturas macrorhynchus, um grande insetívoro amazônico, foi próprias com grandes chances de ocorrência de outra área, espécies endêmicas ou raras (Fotos 17a e b). aparentemente constituindo o primeiro registro para o Visualmente, a faciação do Carrasco Baixo guarda Tocantins. Uma espécie próxima, o Macuru-pintado semelhanças com as Campinaranas do rio Negro, no Notharchus tectus, foi encontrada ali e na Fazenda Estado do Amazonas, e com outras regiões do Sucupira (Wanderlândia). Tocantins, como um fragmento no município de do Tocantins, espécie incluindo encontrada apenas a região nesta Presidente Kennedy e outro situado na APA do Lago Poucos registros notáveis de mamíferos foram feitos de Palmas (município de Porto Nacional), com a nesta área, incluindo a observação de uma Preguiça presença de grossa serrapilheira sobre solo arenoso, Bradypus variegatus, pegadas de Quatis Nasua nasua, esporadicamente colonizada por tufos de liquens e o registro das vocalizações de Guaribas Alouatta brancos (cf. Cladonia sp.). (provavelmente belzebul) e de Queixadas Tayassu O Carrasco Alto é uma formação florestal perenifólia pecari (Ponto 2). com dossel fechando a cerca de 15-18m de altura. As espécies arbóreas dominantes na área amostrada são: 41 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Humiria balsamifera, Callisthene cf. major, Protium Os Cerrados e Campos Cerrados também apresentam spp., Copaifera cf. martii e principalmente uma uma grande riqueza de espécies de ampla distribuição Lauraceae ainda não identificada. Outras espécies neste bioma. No entanto, devido às características do aparecem em menor quantidade como: Terminalia solo local a presença de espécies típicas de Cerrados glabrescens, mesotróficos como Calisthene fasciculata, Magonia haenkeana, Xylopia Parkia cf. frutescens, platycephala, Vochysia Eriotheca pubescens e Virola sebifera, é rara. sp., Sclerolobium paniculatum, Unonopsis sp., Diospyros Nesta área, também não se observou nenhuma sericea, Hymenaea sp., Emmotum nitens, Himatanthus formação primária. Todas as áreas vêm sofrendo com cf. sucuuba e Pouteria sp., entre outras. a retirada de madeira e com queimadas ocasionais No Carrasco Baixo a composição florística pouco (mais freqüentes nos Cerrados e Campos Cerrados). muda, havendo principalmente uma redução de porte e Logo nas proximidades da divisa nordeste da área vem de cobertura do solo que recebe uma iluminação mais sendo implantado um assentamento de posseiros. Foi intensa. Algumas espécies, no entanto, demonstram verificado que os moradores vem retirando madeira preferência por este habitat, ocorrendo em maior diretamente das matas do entorno com o uso de moto- número. Entre estas merece destaque Mouriri sp. serras e machados para as diversas necessidades do (puçá-do-carrasco), assentamento. Pagamea cf. guianensis e Rauwolfia sp. Ainda neste ambiente aparentemente • mais restritivo, ocasionalmente, aparecem algumas espécies do Cerrado como Anacardium occidentale O estudo encontrou 229 espécies de aves nos habitats (caju), Pterodon emarginatus (sucupira-amarela) e localizados nesta área (Tabelas 5 e 6). Uma breve Vatairea macrocarpa. amostragem nas áreas de Cerrado localizou 109 espécies A Floresta Ombrófila Aberta Aluvial ou Ripária (Foto No Carrasco Alto, freqüentemente já com uma (Oenocarpus distichus), bacuri-da-mata (Monorobea fisionomia de floresta desenvolvida e de difícil distinção coccinea), bacuri-grande (Platonia insignis), anani em relação à Floresta Ombrófila, foram encontradas (Symphonia globulifera), açaí (Euterpe oleracea), 139 espécies, enquanto que apenas 21 foram sumaúma (Ceiba samauma), muitas espécies de ingás detectadas no Carrasco Baixo. Os corredores de (Inga spp.), saboeiro (Abarema jupumba). Nas áreas grande quantidade extras), papa. da-mata (Anacardium giganteum), bacaba-de-leque aparece 33 globalmente ameaçada) e o Urubu-rei Sarcoramphus dessa formação encontramos no dossel espécies como caju- abertas, censos, Maracanã-verdadeira Primolius maracana (espécie (atingindo 30m de altura) e uma grande variedade de característicos os interessantes detectadas neste ambiente está a nos trechos mais preservados árvores bem grandes elementos durante pouco tempo a esta formação. Entre as espécies área (como o rio Piranhas, por exemplo), apresenta Como (76 claramente uma subestimativa, já que foi destinado 18), que se desenvolve ao longo dos maiores rios da espécies. Aves Floresta Aluvial e Floresta Ombrófila Aberta que de cruzam a grande mancha de Carrasco e as zonas de Phenakospermum guianensis (sororoca) e, crescendo transição entre estas faciações fazem com que os dentro da água, se desenvolvem várias plantas limites entre a avifauna do Carrasco Alto e a da aquáticas, entre as quais espécies dos gêneros Floresta Ombrófila sejam imprecisos, já que espécies Montrichardia (Araceae) e Eleocharis (Cyperaceae). tipicamente florestais e amazônicas utilizam o Carrasco Alto. A Floresta Estacional Semidecidual ocupa uma zona restrita situada mais ao norte da área de estudo, com Entre estas, é notável a diversidade de cotingídeos composição florística e fisionomia semelhantes à (grandes floresta amostrada no município de Itaguatins. frugívoros) Seringueiro 42 Lipaugus como Cricrió-seringueira vociferans/, o ou Anambé-una Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Os Querula purpurata, especialmente, o Anambé-coroa grandes insetívoros são representados pelo Iodopleura isabellae (Foto 19) e a espetacular Cotinga- amazônico Rapazinho-carijó pintada Cotinga cayana. Outros grandes frugívoros (encontrado tanto presentes Campinaranas, incluindo as mais abertas) e pelo na Ramphastos área são tucanus, Tucano-de-bico-preto o Tucano-assobiador tipicamente Ramphastos amazônico, vitellinus e o em Bucco florestas tamatia como em ubíquo Bico-de-brasa Monasa nigrifrons. o Não foram observados grandes gaviões florestais, Saripoca-de-gouldi Selenidera gouldi. embora o aberrante Cancão-grande Ibycter Um dos resultados mais interessantes do trabalho foi o americanus (um falcão social que vive em grupos e se encontro de duas espécies tipicamente de Campinas alimenta de frutos, larvas de vespas e pequenos amazônicas animais) fosse relativamente comum nas matas ciliares (Maria-mirim Hemitriccus minimus e Vissiá-cantor Rhytipterna immunda), o que corrobora de tributários do rio Piranhas. os resultados referentes à vegetação e enfatiza a Não foram observadas araras neste setor, exceto grande singularidade desta área. Maracanãs-verdadeiras Primolius maracana. Os A interpenetração entre diferentes formações permite a psitacídeos mais notáveis eram Jandaias-verdadeiras coexistência Aratinga jandaya (comumente associadas a formações de espécies improváveis, como a observação de um bando misto onde um Cricrió- semidecíduas) seringueira amazonica, associados às Matas Ripárias. forrageava ao lado de um Curió e Papagaios-gregos Amazona Oryzoborus angolensis, espécie de capinzais alagados As Florestas Ripárias ou Aluviais de tributários do rio e brejos abertos. Piranhas apresentaram 105 espécies. Várias destas Dentre os insetívoros de sub-bosque, além das são especialistas de habitat, tanto aves aquáticas espécies já citadas restritas às Campinas, foram como insetívoros, que vivem nas densas brenhas comuns a Choca Thamnophilus stictocephalus; o freqüentemente alagadas. Estes constituem um grupo Formigueiro-pardo Formicivora grisea, que deve ser de afinidades francamente amazônicas: o Formigueiro- considerada mais uma espécie das bordas das matas do-igarapé úmidas (onde não penetra) e de formações mais secas Cercomacra ferdinandi (espécie endêmica ameaçada e decíduas (como os carrascos, onde é abundante) e a já Choquinho-de-flanco-branco maculicauda, a Choca-d’água Sakesphorus luctuosus Myrmotherula axillaris. Sclateria discutida), o Solta-asa-do-sul Chororó-de-Goiás Hypocnemoides Outros insetívoros de sub-bosque ali encontrados, mas e com presença esperada, foram o Arapaçu-de-cabeça- rufipileatus. Ao contrário do que ocorre em áreas mais cinza Sittasomus griseicapillus, o Bico-virado-miúdo ao sul, o Bico-de-brasa Monasa nigrifrons é aqui muito Xenops minutus, o Bico-virado-carijó Xenops rutilans e mais comum nas áreas próximas à água, fato o registrado em toda a Amazônia, mas não no Cerrado. Arapaçu-de-garganta-camurça Xiphorhynchus o o naevia, Barranqueiro-de-coroa-castanha Automolus guttatus. Dentre os mamíferos detectados, além de macacosÉ interessante a ocorrência, no Carrasco Alto, de prego, foram observados cutias muito similares a vários insetívoros florestais como o Pinto-do-mato- Dasyprocta prymnolopha, coroado brasiliensis e Formicarius colma, o Arapaçu-pardo um um Tapiti Veado-catingueiro Sylvilagus Mazama Dendrocincla turdina (ambos encontrado apenas aqui guazoupira em área de Carrasco. Também observadas e na Fazenda Malasca, região da Barreira Branca), o pegadas de Antas Tapirus terrestris no Cerrado e nas Estalador Corythopis torquata, Maria-caçula Myiornis Matas Ripárias da Fazenda 3R, e de Mão-pelada ecaudatus, Leptopogon Procyon cancrivorus na estrada para Riachinho. Nos Maria-de-cauda-ferrugem cerrados, também foram observados pegadas de o amaurocephalus Abre-asa-cabeçudo e a Ramphotrygon ruficauda (Foto 20). Os dois últimos Onça-vermelha foram encontrados apenas nesta área. Maracajá-pequeno Leopardus tigrinus, Cachorro-do43 ou Suçuarana Puma concolor, Zoneamento Ecológico-Econômico mato Cerdocyon thous, Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Tatu-galinha Dasypus uma novencinctu e veados. fisionomia mais conservada, o dossel se apresenta com altura média de 20-25m e as espécies mais comuns são: Callisthene cf. major, Schefflera Em termos de caça predatória, foi visto na estrada de morototonii, Anacardium giganteum, Jacaranda copaia, acesso à Fazenda Mogno uma mulher levando uma Martiodendron cf. mediterraneum, Dipteryx odorata, espingarda e um mamífero (cotia ?) já limpo em uma Enterolobium sacola (Foto 21). Trilhas obviamente usadas por caçadores cruzam toda a área. A reação de pânico de Parkia platycephala, reticulata, Oenocarpus distichus, Attalea speciosa e um grupo de Macacos-prego Cebus apella encontrado Simarouba amara, entre outras. As espécies de na Fazenda Mogno mostra que os animais são madeira mais valiosas ou adequadas ao uso externo caçados. com porte adulto tornaram-se raras em virtude da forte 2.3.4 - Área 4 - Wanderlândia • schomburgkii, Terminalia glabrescens, Licania sp., Copaifera cf. pressão de extração exercida por agropecuaristas. Entre as espécies que ocorrem nesta formação Vegetação aparecem o Hymenaea courbaril (jatobá), Cedrela odorata Esta área, situada a noroeste da sede municipal de Wanderlândia, possui cerca de 30.600ha Tapirira vizinhas, entre elas a Fazenda Ouro Verde. dominada e guianensis, Macrolobium acaciaefolium, Genipa americana, Sapium cf. glandulosum e Virola cf. surinamensis. As palmeiras também estão presentes A área, com relevo suave ondulado e os solos é (paus-d’arco) característicos Bellucia grossularioides, Inga spp., maior parte da área, e também de outras propriedades quartzosas), spp. As formações florestais aluviais têm como elementos principalmente da Fazenda Sapucaia, que ocupa a (areias Tabebuia Brosimum rubescens (pau-brasil). e corresponde à reserva legal de várias fazendas, arenosos (cedro), em quantidade expressiva, sendo identificadas: o buriti pela Mauritia flexuosa; grandes moitas de tucum Bactris cf. Floresta Ombrófila Aberta na faciação submontana na glaucescens; açaí Euterpe oleracea; ocasionalmente maior parte do relevo e na faciação aluvial nas fora da faixa de inundação o bacuri Attalea phalerata e margens dos rios (sendo os principais, o rio Corda e o nas partes mais secas o babaçu Attalea speciosa. A ribeirão Lajes). A área tem como peculiaridade a sororoca Phenakospermum guianense aparece em confluência do rio Corda e ribeirão Lajes. grande quantidade entre as árvores junto com muitas helicônias Heliconia spp. e marantáceas. A floresta local, entretanto, já se encontra bastante alterada pela retirada seletiva de madeira, utilizada nas No cercas e demais construções para o gado criado nas entorno desta área, também existem assentamentos e um acampamento do Movimento dos propriedades rurais, e também pelo fogo que deixou Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nas margens suas marcas a grandes alturas nos troncos de muitas da rodovia entre Wanderlândia e Xambioá, o que vem árvores mortas e que permanecem em pé como preocupando os proprietários rurais da região, uma vez testemunho da pujança passada da vegetação. Em que as áreas de reserva legal são vistas como locais grandes trechos, a floresta foi substituída por um passíveis de ocupação por não serem consideradas colchão de lianas que cobre a regeneração ainda em como produtivas. fase inicial após a derrubada ou queimada. Estas áreas, em fase inicial de regeneração, não permitem o Parte da região nordeste da área de interesse é caminhar em seu interior tal o emaranhado de arbustos cortada e lianas. pela estrada que liga Wanderlândia a Riachinho, sendo que esta estrada já se encontra em obras, tendo seu asfaltamento previsto para um breve Desta forma, a caracterização da mata local em sua futuro. A melhoria das condições de tráfego na região composição e estrutura originais, ficou bastante deverá prejudicada. Nos trechos onde a floresta apresenta 44 incrementar a ocupação e acelerar a Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins degradação da vegetação nativa remanescente. • destacando-se a presença da Arara-canga Ara macao (nova espécie para o Estado), Arara-vermelha Ara Aves chloroptera palmeiras, provavelmente devido à disponibilidade de Florestas Ombrófilas Abertas da Fazenda Sapucaia 168 espécies, enquanto Primolius Floresta Ombrófila Aluvial e Ombrófila Aberta com florestas e Cerrados desta área (Tabela 2). Nas registradas Maracanã-verdadeira maracana. As araras parecem preferir as áreas de No total, foram encontradas 262 espécies de aves nas foram e alimento. Foram observados Papagaios-verdadeiros 183 Amazona estavam presentes nas interessantes florestas aluviais aestiva, Papagaios-gregos Amazona amazonica, Maitacas-de-asa-azul Pionus menstruus, e brejos das margens do ribeirão Lajes e rio Corda Maracanãs-pequenas Diopsittaca nobilis, Jandaias- (Quadro 5). verdadeiras Aratinga jandaya, Aratingas-de-bando Sem dúvida, esta é uma das áreas mais interessantes Aratinga leucophthalmus e a amazônica Tiriba-pintada descobertas Pyrrhura amazonum, que tem no Tocantins seu limite por este trabalho. Um número considerável de espécies raras ou representando sudeste de distribuição. extensões de distribuição foram encontradas apenas Dentre as espécies sensíveis à pressão de caça no grande bloco de floresta da Fazenda Sapucaia e encontramos propriedades adjacentes e não há exagero em dizer a Azulona Tinamus tao, que foi comparativamente comum, a Sururina C. soui, o que este remanescente é de extrema importância para Inambu-pixuna Crypturellus cinereus e o Inambu- a conservação da biodiversidade da área do ZEE do relógio C. strigulosus, os dois últimos compartilhados Norte do Estado do Tocantins. apenas com a área da Barreira Branca. O AracuãA área, como já ressaltado, sofreu a ação da retirada pequeno seletiva de madeira e de incêndios. Os resultados ameaçada, foi detectada na mata ribeirinha do ribeirão destes são bastante visíveis ao longo da larga estrada Lajes e o Jacu Penelope cf. ochrogaster e o Uru- Ortalis superciliaris, espécie quase- que cruza a mata em direção ao Retiro Santo Antônio. corcovado Odontophorus gujanensis (só registrado na Neste, muito da antiga Floresta Ombrófila com Fazenda Sapucaia) vistos na Floresta Ombrófila palmeiras e aluvial deu lugar a pastagens. Submontana. A presença de mutuns Crax fasciolata foi reportada nas Matas Ripárias do ribeirão Lajes por um Encontramos vários caminhos e clareiras recentes no funcionário da fazenda Sapucaia. interior da mata que foram abertas por invasores “semterra” que acabaram deixando a área. No entanto, há Dentre as espécies que se alimentam de grandes um assentamento na margem esquerda do ribeirão artrópodes e pequenos vertebrados, foi notável o Lajes confrontante com o bloco florestado e, segundo encontro da Corujinha Otus usta (espécie amazônica), informações obtidas, assentados atravessam o rio para do Urutau-grande Nyctibius grandis (Foto 22), de bom caçar e retirar madeira. A propriedade imediatamente número do Macuru-pintado Notharchus tectus e do adjacente ao assentamento é a Fazenda Ouro Verde. Rapazinho-pintado Bucco tamatia. O Bico-de-brasa Monasa nigrifrons ocorreu de forma mais restrita às A área de Wanderlândia teve uma das melhores matas aluviais. concentrações de aves de rapina, incluindo um registro documentado da impressionante Harpia Harpia harpija. Os Também foram encontrados o Gavião-de-cabeça-cinza diversificados Leptodon amazônicos Anambé-de-capuz Iodopleura isabellae, cayanensis, o Gavião-bombachinha grandes frugívoros nesta de área, copa sendo foram muito detectados os Harpagus diodon, o incomum Tanatau Micrastur Cotinga-roxo Cotinga cotinga e Anambé-preto Querula mirandollei, o amazônico Cancão-da-mata Daptrius purpurata, o Cricrió-seringueira Lipaugus vociferans ater e o Cancão-grande Ibycter americanus. (bastante comum), os surucuás Trogon viridis e T. melanurus, e cinco espécies de tucanos (Ramphastos A diversidade de psitacídeos foi bastante notável, 45 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins tucanus, R. vitellinus, Pteroglossus aracari - Foto 23, Mazama P. inscriptus, Selenidera gouldii). Bastante notável foi o Queixadas Tayassu pecari, Caititus Dicotyles tajacu, encontro Onça-vermelha Puma concolor e Cachorro-do-mato do Anambé-de-cauda-branca Xipholena americana, Cerdocyon lamellipenis. thous. Antas Também Tapirus foi terrestris, encontrado um Tamanduá-mirim Tamandua tetradactyla morto por O grande Pica-pau-de-penacho Campephilus uma onça-vermelha e cuja carcaça estava sendo rubricollis (Foto 24), outra espécie amazônica, foi consumida pelos Urubus Cathartes melambrotus (Foto bastante freqüente. Dependente de árvores de porte onde possa fazer seus ninhos, esta 25) e Sarcoramphus papa. espécie Nas margens do rio Lago Grande, que também parece desaparece de matas muito exploradas. ter uma extensão significativa de Matas Ripárias, foi Os insetívoros de sub-bosque foram especialmente diversos nesta área, Thamnophilus Dysithamnus sendo detectados: stictocephalus, mentalis, visto Choca um grupo de capivaras Hydrochaerus hydrochaeris recebendo os cuidados de um Gavião- Choquinha-lisa carrapateiro Milvago chimachima. Choquinha-de-flanco-branco Myrmotherula axillaris, Chororozinho Herpsilochmus Digno de nota também foi o encontro de vários sapos- atricapillus, grisea, garimpeiros Dendrobates galactonotus (Foto 26), Rendadinho Hylophylax poecilinota, Pinto-do-mato- anfíbio florestal caracteristicamente amazônico, na coroado Formicarius Floresta Ombrófila Submontana. Esta mesma espécie Grallaria varia Formigueiro-pardo Formicivora colma, (encontrado Tovacuçu-malhado apenas nesta já havia sido encontrada nas proximidades de área), Darcinópolis. Arapaçu-de-cabeça-cinza Sittasomus griseicapillus, o Bico-virado-miúdo Xenops minutus, o Bico-virado- 2.3.5 - Área 5 - Barreira Branca e Santa Fé do carijó Xenops rutilans, Arapaçu-de-garganta-camurça Araguaia Xiphorhynchus guttatus, Arapaçu-de-bico-reto X. picus, Arapaçu-de-listras-brancas Lepidocolaptes • Vegetação albolineatus, Estalador Corythopis torquata, MariaPlatyrinchus Esta área avaliada localiza-se nos municípios de Santa mystaceus, Tinguaçu-cantor Attila spadiceus e Maria- Fé do Araguaia e Muricilândia, abrangendo uma área cinza Rhytipterna simplex. de 61.200ha. As Florestas Ripárias ou Aluviais do ribeirão Lajes e rio O relevo varia entre plano e suave-ondulado sempre Corda apresentaram a maior parte dos insetívoros sobre solos arenosos (as manchas de latossolos já especialistas brenhas foram completamente desmatadas e substituídas por freqüentemente alagadas, como o Formigueiro-do- pastagens). A disponibilidade hídrica foi considerada igarapé como satisfatória, embora não seja abundante. caçula Myiornis ecaudatus, que Sclateria vivem Patinho nas naevia, o densas Chororó-de-Goiás Cercomacra ferdinandi (espécie endêmica ameaçada A já discutida) e Choca-d’água Sakesphorus luctuosus. no estudo, como a pré-definida pela Seplan, através do Zoneamento Agroecológico do Tocantins, praticamente Nestas mesmas matas ocorrem espécies que foram incomuns área já foi explorada ou degradada pela ocupação de Agulha-parda assentamentos promovidos pelo Incra. Estradas novas Brachygalba lugubris e o Tinguaçu-ferrugem Attila foram abertas em áreas até então florestadas e cinnamomeus, assim como elementos amazônicos, grandes extensões de mata foram queimadas e notavelmente o Japu-verde Psarocolius viridis, o Japu fragmentos inteiros suprimidos. Como alternativa, Psarocolius bifasciatus (estes encontrados apenas ali) buscou-se trabalhar em remanescentes florestais em e Curica-urubu Pionopsitta vulturina. áreas particulares fora do perímetro pré-definido. A Dentre os registros de mamíferos, encontramos área eleita correspondeu ao bloco formado pelas pegadas de Cutias Dasyprocta sp., Veado-mateiro reservas legais de várias propriedades, notavelmente à 46 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Fazenda Malasca. Branca) e Muricizal. Devido à inexistência de áreas de Floresta Ombrófila em estado minimamente adequado A floresta nestes fragmentos (com destaque para os para estudo, que fossem acessíveis de Araguanã, pertencentes à Fazenda Malasca) ainda guarda uma procurou-se um acesso a partir de Santa Fé do fisionomia alta, com dossel em torno de 25m e com ocorrência de espécies vegetais Araguaia. A partir de Santa Fé do Araguaia foi possível tipicamente acessar amazônicas. região da Barreira Branca, mais Malasca. O mapeamento da área, realizado previamente pela Seplan, aponta a região como sendo área de Na região, (Barreira Branca - Santa Fé do Araguaia) ocorrência da Floresta Ombrófila Densa Submontana foram encontradas 244 espécies de aves. Ao longo do que se caracterizaria por apresentar um dossel rio Muricizal foram observadas 116 espécies (93 compacto, perenifólio e praticamente sem palmeiras. durante os censos, mais 23 extras), enquanto que 114 Em campo, como todos os fragmentos visitados apresentaram a especificamente o fragmento de floresta da Fazenda alterações de origem espécies foram encontradas nas ilhas do rio Araguaia antrópica (81 nos censos mais 33 extras). (principalmente corte seletivo de madeira e abertura de carreadores no interior da floresta para retirada das O rio Muricizal permitiu alguns registros interessantes, toras), verificou-se que houve o favorecimento para o como a esquiva Garça-beija-flor Agamia agami, uma desenvolvimento nas clareiras e áreas perturbadas de dentre um total de nove espécies de garças. Foram espécies mais rústicas e mais adaptadas à maior notáveis disponibilidade de luminosidade. Assim, foi percebido Dendrocygna viduata e os ainda maiores de Aratinga- que ocorreu uma descaracterização da Floresta de-bando Ombrófila Densa que atualmente se parece bastante população de Jacus-ciganas Opistochomus hoatzin com a Floresta Ombrófila Aberta vistoriada em outras (Foto 27) do rio Muricizal certamente é digna de nota. localidades. Grupos de mais de 30 indivíduos foram observados. os grandes Aratinga bandos de leucophthalmus. Marrecas-irerê A enorme Dentre os mamíferos, foram observados vários grupos Entre as espécies mais típicas da Floresta Ombrófila que foram intensidade observadas (ou nesta com região em exclusividade), do mico-de-cheiro Saimiri sciureus (Foto 28) e um de maior macacos-prego Cebus apella. estão Aspidosperma discolor, Apeiba echinata, Pourouma Foi comprovado que o Cardeal-de-Goiás Paroaria guianensis, Parkia cf. pendula, Schizolobium parahyba baeri não chega a este trecho do Araguaia, parecendo var. estar restrito à região do Bananal. No Muricizal, ele é amazonicum e uma espécie da família Quiinaceae. substituído por Paroaria gularis, de larga distribuição em rios amazônicos. A faciação diferenciada da Floresta Ombrófila Densa Aluvial existente próxima ao rio Araguaia, no município As ilhas do rio Araguaia constituem um ambiente de Aragominas, apontada no inventário florestal da próprio, com várias espécies que dependem desse área do ZEE do Norte do Tocantins, não foi encontrada habitat. Anteriormente, já foram mencionadas várias e espécies que dependem das praias fluviais (Maçarico- se teme que já tenha sido suprimida ou descaracterizada pela ocupação humana local. • de-esporão ou Mexirica Vanellus cayanus, Batuíra-decolar Charadrius collaris, o Trinta-réis-grande ou Aves Gaivota Phaetusa simplex, o Trinta-réis-anão Sterna superciliaris e o Talha-mar Rynchops niger). Todas As aves desta área foram estudadas em duas fases foram encontradas em bom número nas ilhas do grupo distintas. Na primeira, a partir de Araguanã, estudou-se da Barreira Branca. os ambientes ripários das margens dos rios Araguaia (incluindo as ilhas do complexo insular da Barreira O Pato-corredor Neochen jubata é uma espécie 47 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins bastante singular, que se encontra em declínio, de compartilhados apenas com a área de Wanderlândia. ganso tropical. Esta foi uma das espécies mais O Cujubim Pipile cujubi, espécie bastante sensível à interessantes observadas nas ilhas. Outro especialista caça, foi encontrado apenas nesta área. Também em ambientes ribeirinhos encontrado ali foi a Maria- foram preta-do-igapó Knipolegus poecilocercus. De grande Penelope ochrogaster) e observados os pequenos relevância, Jacus-pembas foi o encontro do Chororó-de-Goiás detectados jacus Penelope maiores (provavelmente superciliaris ochromitra, Cercomacra ferdinandi na Ilha Barreira Branca. Esta forma distinta daquela encontrada mais ao sul do espécie é substituída na margem esquerda do Estado. Através de informação verbal, notificou-se um Araguaia abate recente de um Mutum Crax fasciolata. (a algumas dezenas de metros) por Cercomacra (nigrescens) ochrogyna, que ocupa o A diversidade de psitacídeos foi bastante notável, mesmo habitat. destacando-se a presença da Arara-canga Ara macao A Floresta Ombrófila da Fazenda Malasca produziu e Arara-vermelha Ara chloroptera. Foram também 175 espécies (136 durante os censos, mais 39 extras) observados Papagaios-moleiros Amazona farinosa durante o limitado período de estudos. Boa parte dos (única localidade para esta espécie), Papagaios-de- registros mais interessantes foi compartilhada com a fronte-azul área de Wanderlândia. Infelizmente, um dos blocos de Amazona amazonica, Maritacas-de-asa-azul Pionus reserva legal da Fazenda Malasca é limítrofe com a menstruus, estrada de acesso ao Assentamento Bavária e com chrysopterus, e as amazônicas Tiriba-pintada Pyrrhura vários lotes rurais. É patente o grande número de amazonum, Titiba-pérola P. lepida e Curicas-urubu Amazona aestiva, Papagaios-gregos Periquito-de-asa-amarela Brotogeris trilhas adentrando a floresta a partir desta estrada, com Pionopsitta vulturina, todas com seu limite sudeste de sinais óbvios de caça e retirada de madeira. Foi distribuição no Tocantins. exatamente nesta floresta (Ponto 18) que foram feitos registros importantes, Pyrrhura lepida e tais o como a Dentre as espécies que se alimentam de grandes Tiriba-pérola artóprodos e pequenos vertebrados foi notável o Anambé-de-cauda-branca encontro de bom número de Udus-de-coroa-azul Xipholena lamellipenis (já discutidos anteriormente). Momotus momota, mas o único buconídeo detectado foi o Bico-de-brasa Monasa nigrifrons. Um exemplar de Gavião-pega-macaco Spizaetus tyrannus foi observado na Fazenda Malasca, Os grandes frugívoros de copa não foram tão constituindo o único grande gavião florestal ali registrado. Mas também foram encontrados diversificados nesta área, sendo detectados o Cricrió- os seringueira Lipaugus vociferans (bastante comum), o incomuns falcões florestais Micrastur mintoni e M. Surucuá-de-barriga-dourada Trogon viridis e cinco mirandollei. espécies de tucanos (Ramphastos tucanus, R. A área também é utilizada por um bom número de vitellinus, Urubus-da-mata Cathartes melambrotus e alguns Selenidera gouldii). Bastante notável foi a observação Urubus-rei Sarcoramphus papa. O Urubu-da-mata já do Anambé-de-cauda-branca Xipholena lamellipenis. Pteroglossus aracari, P. inscriptus, foi considerado sensível à fragmentação de seu habitat Os insetívoros de sub-bosque foram especialmente florestal, mas no Tocantins tem se adaptado a uma diversos nesta área, com várias espécies particulares. paisagem alterada pela pecuária e a uma dieta Foram baseada em animais domésticos e road-kills. detectados: Choca Thamnophilus stictocephalus, Choquinha-lisa Dysithamnus mentalis, Dentre as espécies sensíveis à pressão de caça Uirapuru-de-bando (pontos 19 e 20 - reserva legal Fazenda Malasca) Choquinha-de-flanco-branco foram encontrados a Azulona Tinamus tao (freqüente), Choquinha-de-garganta-clara M. hauxwelli, Choquinha- a Sururina C. soui e o Inambu-pixuna Crypturellus de-garganta-cinza M. menetriesii, Choca-cantadora cinereus Pygiptila stellaris (as três últimas formas amazônicas e o Inambu-relógio C. strigulosus, 48 Thamnomanes Myrmotherula caesius, axillaris, Zoneamento Ecológico-Econômico aparentemente novas para não de tangarás (Pipridae), um grupo de pequenos encontradas em outras áreas), Rendadinho Hylophylax frugívoros que vive no sub-bosque, com sete espécies poecilinota, presentes. Esta riqueza só foi igualada pela área de Formigueiro-pardo o Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Tocantins Formicivora e grisea, Rendadinho Hylophylax poecilinota, Pinto-do-mato- Itaguatins. coroado Formicarius colma, Bico-virado-miúdo Xenops Os mamíferos encontrados na Fazenda Malasca foram minutus, Arapaçu-liso Dendrocincla turdina, Arapaçu- o Guariba Alouatta cf. belzebul, detectado a partir de barrado Dendrocolaptes certhia, Arapaçu-de-garganta- vocalizações; camurça Xiphorhynchus guttatus, Estalador Corythopis Macaco-prego Cebus apella (observados); Anta Tapirus terrestris (muitas pegadas); torquata Maria-sebinha Hemitriccus minor, Tinguaçu- Cotia Dasyprocta cf. prymnolopha (observada); irara cantor Attila spadiceus e Maria-cinza Rhytipterna Eira simplex. barbara Cerdocyon Um ponto interessante nesta floresta foi a diversidade 49 (observada) thous e Cachorro-do-mato (observado). Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins 50 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins 3 Diagnóstico das Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade 3.1 - Introdução agrícola. Desta forma, a continuada exploração de recursos florestais, mesmo nas áreas de reserva legal, A área do ZEE do Norte do Tocantins encontra-se sob é um dos fatores importantes de degradação da intenso grau de antropismo, resultante especialmente do desmatamento para o desenvolvimento biodiversidade regional. de total Uma das constatações deste trabalho é que as alteração da cobertura florestal da região, enquanto grandes manchas de floresta remanescentes (incluído que as áreas de Cerrado, em terrenos de relevo aí o Carrasco) encontram-se no interior das áreas de inadequado para a mecanização e solo muito arenoso, reserva legal de grandes propriedades rurais. No constituem os maiores remanescentes de vegetação entanto, há uma grande pressão para que estas áreas natural. O processo de supressão e alteração da sejam ocupadas por projetos de assentamento rural, cobertura florestal esteve intimamente associado à em absoluto desrespeito à legislação. A primitiva abertura de estradas, como a Belém-Brasília, padrão técnica agrícola dos assentados e a má qualidade dos comum solos da região fazem com que as atividades atividades agropecuárias. na Amazônia Isto resultou brasileira na (MMA, 2001; LAURANCE et al., 2001). agropecuárias sejam praticadas usando a derrubada e queimada A retirada seletiva de madeira das manchas de floresta das florestas. Exemplo maior das conseqüências devastadoras deste processo pode ser remanescente continua a alterar a totalidade das áreas observado na área da Barreira Branca. visitadas. Manchas de floresta, que hoje já perderam suas madeiras de lei, são exploradas para fornecer Dessa forma, os assentamentos do Incra constituem mourões de cerca e outros itens de uso cotidiano nas uma das maiores ameaças à biodiversidade que resta propriedades na região norte do Tocantins. Isto é bastante evidente rurais locais, o que impede a regeneração daqueles remanescentes e prejudica em nas áreas de Wanderlândia e Santa Fé do Araguaia. muito a fauna florestal que ainda sobrevive. A Outro problema bastante sério é que a região como um substituição de florestas estruturadas com vários níveis todo tem sido considerada de forma acrítica como de e sub-bosque razoavelmente aberto por brenhas “Cerrado” no interior da Amazônia, de forma que vários dominadas por cipós têm impactos drásticos sobre a proprietários estão solicitando a redução de suas áreas fauna local. de reserva legal de 50% para 35%, mesmo em áreas Estas atividades foram (e são) conduzidas com base recobertas na legislação e seria importante que o poder público Carrasco Alto). Este processo tem um enorme tivesse potencial de dano para a biodiversidade regional. maior controle sobre as mesmas, especialmente nas áreas de expansão da fronteira 51 por formações florestais (incluindo o Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins 3.2 - Área 1 - Babaçulândia - Wanderlândia - amazônicos, e deve ser considerada dentro de uma Darcinópolis - Aguiarnópolis estratégia global de conservação da biodiversidade estadual. Os estudos ambientais de atualização e fauna dos Cerrados da região protegida de porte considerável, uma necessidade para mostraram que duas regiões no norte do Estado do apresentam extensão certamente fornece a oportunidade de criar uma área complementação do EIA-RIMA da Ferrovia Norte-Sul Tocantins A a conservação desse bioma no Estado. particularmente interessante e que deve ser considerada buscando a 3.3 - Área 2 - Itaguatins adoção de medidas conservacionistas, por meio da A região abriga (Figura 6) o que parece ser o único criação de unidades de conservação de proteção remanescente de Floresta Semidecídua com maior integral. extensão, situado nas proximidades do rio Tocantins. A região entre Babaçulândia e Darcinópolis é de Este está localizado, em sua maior parte, no interior de extremo interesse por apresentar tanto elementos algumas poucas grandes propriedades dedicadas à amazônicos como de Cerrado e babaçuais. Foi a área pecuária, constituindo suas reservas legais. Outra com maior riqueza de espécies de aves interessantes parte do bloco florestado é adjacente a um projeto de (um achado apoiado por estudos com outros grupos assentamento cujos limites não puderam ser definidos faunísticos). A região ainda apresenta manchas no campo, mas aparentemente abrange uma parcela significativas de florestas em meio a uma matriz de considerável de florestas. Cerrados ainda bem conservados. Ocorrem espécies Por se tratar de um dos poucos remanescentes de raras e ameaçadas, como a araponga Procnias Florestas Semidecíduas no norte do Estado, com uma averano. extensão superior a poucas centenas de hectares e A grande extensão da área (Figura 5), que abrange um com a presença de espécies da fauna consideradas de território mais ao sul do que aquele definido como parte interesse, é importante que sejam tomadas medidas da área do ZEE do Norte do Estado do Tocantins, faz visando sua conservação. com que esta deva ser objeto de um estudo O fato de boa parte já constituir área de reserva legal complementar mais aprofundado com o objetivo de implica que a melhor estratégia para este bloco detalhar os espaços que apresentem características florestado seja obter, além da averbação definitiva de adequadas para a definição do perímetro de uma sua totalidade, um status maior de proteção que possa unidade de conservação de proteção integral. Os ser assegurado por uma categoria de unidade de principais critérios a serem considerados, além de uma proteção que não implique em desapropriações, como área contínua tão grande quanto possível, são a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) ou integridade da cobertura de Cerrado, presença de Refúgio de Vida Silvestre (RVS). manchas mais extensas de florestas (deve-se ter atenção para as florestas nas imediações de A categoria de RPPN é mais desejável por permitir Darcinópolis e para aquelas nas nascentes e ao longo atividades de manejo sustentável em seu interior, mas do alto curso de rios como o Corda). demanda o processo de convencimento e negociação com os proprietários locais. Os trabalhos de campo mostraram a existência de amplas áreas de Cerrado e florestas associados, ainda É com baixa densidade humana e fauna bastante semidecíduas, com a inclui matas presença de ciliares complementar que A. Angico com a área florestada e identificar as incluindo Presidente Kennedy e Guaraí. Além de região avaliação malha fundiária, a fim de verificar qual a relação do P. sul de Filadélfia e a leste de Colinas do Tocantins, esta uma sobreponha os remanescentes florestais da região à interessante mais ao sul de Babaçulândia, na região ao cerrados, necessária propriedades que podem ser alvo de um trabalho e direcionado para uma maior conservação das áreas elementos 52 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins hoje em suas reservas legais. Deve-se também assentamento verificar a situação das reservas legais dos projetos de estabelecer para reservas verificar em a bloco possibilidade ou condomínio. Figura 5 – Área 1 - Babaçulândia - Wanderlândia - Darcinópolis - Aguiarnópolis. Ambiente de Cerrado 53 de Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Figura 6 – Área 2 - Itaguatins. Ambiente de Floresta Estacional Semi-decidual 3.4 - Área 3 - Ananás grande altura e desenvolvimento, que não foram observadas em outras áreas. Os corredores formados Esta área é foco de grande interesse por abrigar o que por estas matas em meio a uma área dominada por um talvez seja o melhor enclave de Campinas amazônicas Carrasco Alto que quase pode ser considerado uma no Estado (Figura 7). É relevante ressaltar que esta Floresta Ombrófila explica a presença de várias aves descoberta representa um novo limite leste para a florestais tipicamente amazônicas no mesmo, incluindo ocorrência desta formação e de várias espécies várias cotingas e tucanos. associadas. A alta singularidade ecológica deste remanescente, aliado à péssima qualidade dos solos A área encontra-se plenamente inserida na larga faixa para a agricultura, são razões para que o mesmo seja de Cerrado e formações associadas que acompanha o destinado a fins de conservação. Além disso, dois divisor das bacias dos rios Araguaia e Tocantins de afluentes do rio Piranhas, Água Branca e Brejão, Araguatins (ao norte) até Wanderlândia (ao sul). Ali encontram-se no este corredor se une à grande mancha de Cerrado e a manchas florestais de Darcinópolis-Babaçulândia. Esta remanescente, integralmente conferindo-lhe inseridos importância para conservação dos recursos hídricos. localização faz com que este bloco seja estratégico para o estabelecimento de um corredor ecológico ao Nota-se que a Mata Ripária destes cursos d’água longo do divisor Araguaia-Tocantins (veja adiante). apresenta características estruturais, especialmente a 54 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Figura 7 – Área 3 - Ananás. Contato Cerrado / Floresta Ombrófila Não foi possível verificar em que medida Silvestre (RVS), além obviamente de uma maior os freqüência de fiscalização na área. remanescentes estão incluídos em áreas de reserva legal, de forma que é necessária uma avaliação Se não for possível um acordo para o estabelecimento complementar que sobreponha os remanescentes de uma área com estas categorias, seja devido à florestais da região à sua malha fundiária. Se houver discordância de proprietários ou pela inadequada grande sobreposição entre as reservas legais e os sobreposição dos remanescentes e das reservas legais remanescentes sua designadas, a área pode ser transformada em uma conservação pode ser a criação de uma ou mais unidade de conservação de proteção integral de unidades de a melhor proteção desapropriações, como que estratégia para não impliquem em domínio público. As características da área, que não Reserva Particular do dispõe de atrações para um público de massa faz com Patrimônio Natural (RPPN) ou Refúgio de Vida que se recomende a categoria de Estação Ecológica. 55 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins A presença de posseiros, que estão desmatando áreas 3.6 - Área 5 - Barreira Branca e Santa Fé do bastante extensas, deve ser enfrentada, pois esta Araguaia atividade já afeta parte considerável do maior bloco A região pode ser mais bem definida como uma área contínuo de vegetação florestal. Devem ser adotadas de catástrofe ambiental (Figura 9). A criminosa e medidas de relocação destas pessoas em paralelo com irresponsável implantação de assentamentos em área as atividades de estabelecimento da(s) unidade(s) de de Floresta Ombrófila Densa sobre solos frágeis e de conservação, seja de domínio público ou privado. fertilidade limitada é um exemplo didático de forma 3.5 - Área 4 - Wanderlândia inadequada e não sustentável de ocupação. Esta área (Figura 8) apresenta uma das faunas mais O erário financiou uma grave destruição ambiental em interessantes dentre todas as que foram estudadas no troca do estabelecimento de lotes agrícolas de âmbito deste projeto, com a presença de grande viabilidade econômica bastante discutível, dadas as número de espécies incomuns e que estão em área limitações do solo da região. limítrofe de suas distribuições geográficas. Este maciço Apenas uma pequena área, próxima às margens do rio florestal certamente merece uma atenção especial para assegurar sua conservação futura e deve Araguaia e fronteiriça com a extremidade meridional da ser Ilha Barreira Branca, apresenta cobertura relativamente considerada uma prioridade. melhor conservada. Contudo, a área ainda foi objeto de As florestas que compõem a área estão integralmente intensa retirada seletiva de madeira. De qualquer inseridas em áreas de reserva legal de grandes maneira, por representar parte do pouco que restou, propriedades, de forma que há a perspectiva de que esta área remanescente deveria ser protegida. Deve- possam ser transformadas em RPPNs ou em um RVS se também verificar a situação das reservas legais dos que abranja todo seu conjunto. Sem a necessidade de projetos de assentamento para verificar a possibilidade desapropriações, os recursos podem ser destinados de estabelecer reservas em bloco ou condomínio que para o efetivo manejo do maciço, que necessita de protejam o que resta. trabalhos de recomposição e enriquecimento florestal Entre nas áreas desmatadas ou queimadas irregularmente. a sede do município de Aragominas e Muricilândia, fora da área de interesse, observou-se a Com a atual pressão do movimento dos sem-terra na existência de franjas de Floresta Estacional Decidual e região, de declarar aquelas reservas legais como Refúgios Vegetacionais associados aos unidades de conservação (mesmo que de domínio afloramentos rochosos existentes no alto dos morros privado) as tornariam indisponíveis para fins de da Serra do Estrondo que marcam a paisagem local. reforma agrária. Esta vegetação tem uma distribuição bastante reduzida e descontínua em todo o Estado do Tocantins. Sua Localizada no encontro do ribeirão Lajes e do rio flora é altamente adaptada às condições extremas de Corda, a área abriga algumas das melhores florestas falta de água, já estando com as folhas secas nesta aluviais desta sub-bacia do rio Corda, que constituem época do ano (junho). um importante corredor utilizado especialmente pela biota de afinidades amazônicas. A conservação da Nesta formação, crescem várias espécies de interesse área deve ser vista como parte integrante da gestão da madeireiro bacia hidrográfica do rio Corda. principalmente como os a ipês (Tabebuia aroeira-preta spp.) e (Myracroduon urundeuva), espécie ameaçada de extinção no país. Esta área se situa de forma estratégica em relação ao Vários fragmentos desta formação foram cortados e corredor de Cerrado do divisor Araguaia-Tocantins e substituídos por pastagens, o que ainda vem ocorrendo juntamente com a área de Ananás pode ser vista como na região. Por sua flora diferenciada e devido à uma das áreas-núcleo de um futuro corredor ecológico. pressão de corte de algumas de suas espécies aliada a 56 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Figura 8 – Área 4 - Wanderlândia. Contato Cerrado / Floresta Ombrófila proprietários e recomenda-se aqui a mesma estratégia uma ocorrência natural de pequena amplitude e sugerida para as áreas acima: o estabelecimento de descontinuada, esta formação ser alvo de ações um programa estadual de criação de RPPNs e de concretas visando sua preservação. apoio ao seu manejo e conservação. Os recursos que Os remanescentes florestais mais extensos e em seriam destinados à aquisição de terras que em melhor estado de conservação são, como ocorre em princípio já são destinadas para fins de conservação outras áreas estudadas, as reservas legais de grandes seriam 57 mais bem aproveitados se Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Figura 9 – Área 5 - Barreira Branca e Santa Fé do Araguaia. Floresta Ombrófila Densa 58 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins destinados a atividades efetivas de proteção e manejo reserva legal podem ser reduzidas para 35% (embora (incluindo aí a recuperação de áreas degradadas e o seja de floresta de afinidades claramente amazônica), enriquecimento florestal), bem como a busca de o que parece ser equivocado e merecedor de alternativas para a exploração dos já parcos recursos esclarecimentos junto ao Brasileiro do Meio Ambiente e madeireiros destas áreas. dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins). Digno de nota é o fato de que os proprietários da região têm o entendimento de que suas áreas de 59 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins 60 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins 4 Medidas Mitigadoras Recomendadas 4.1 - Um corredor ecológico para o Norte do Estado conexões naturais entre espaços protegidos (como do Tocantins unidades de conservação) sobre os quais se enfocam os esforços de conservação2. Os Corredores Ecológicos, também conhecidos como Corredores de Biodiversidade, representam uma das Um corredor pode ser formado por um mosaico de mais promissoras estratégias para um planejamento terras com usos que vão desde parques e reservas até regional áreas com uso mais intensivo, gerenciadas de maneira eficaz voltado para a conservação e integrada para garantir a sobrevivência do maior preservação ambiental. número possível de espécies através da manutenção A estratégia visa unir áreas de ecossistemas naturais da conectividade daquela região. Sua aplicação é que estejam fragmentadas, já que a fragmentação, estrategicamente apropriada para áreas que estão além de diminuir populações de espécies de plantas e muito devastadas ou sobre grande ameaça, mas, que animais mais vulneráveis, também isola aquelas que mantêm fragmentos da sua vegetação original. permanecem nas “ilhas” remanescentes de habitat eliminação, Do ponto de vista das ações para sua implementação, fragmentação e isolamento pode resultar na extinção esta vai de pequenas atividades, como a colocação de de redes e passagens em uma estrada, para que animais adequado. O espécies, processo contínuo principalmente de daquelas que são possam atravessar as rodovias sem risco, a outras endêmicas de uma região. mais O objetivo do corredor é facilitar o fluxo genético entre populações, visando aumentar a chance sofisticadas como estimular práticas agroflorestais, a condução de educação ambiental e de outras. sobrevivência, em longo prazo, das comunidades biológicas e dos processos ecológicos. Como o O planejamento de corredores é feito em escala isolamento dos ecossistemas naturais está avançando regional. Um corredor pode se estender por até 500km rapidamente, apenas as unidades de conservação não e inclusive atravessar fronteiras nacionais. Sob a podem evitar a perda da biodiversidade. perspectiva biológica, seu principal objetivo é manter ou O conceito de corredor ecológico é, originalmente, uma restaurar a conectividade entre áreas de importância ambiental por meio da criação de áreas proposta gerada por estudos da área de biologia da protegidas adicionais, introdução de estratégias mais conservação. Pode-se definir o termo como um espaço adequadas de uso da terra e restauração de trechos linear, inserido entre duas áreas protegidas, que degradados. cumpre a função de interligá-las para promover o intercâmbio genético entre populações de organismos. Assim, o traçado do corredor procura aproveitar 2 61 Uma boa sinopse deste assunto está disponível em TIERRAMÉRICA (2001). Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Uma das estratégias possíveis para criação dos OIKOS (2002) chamam a atenção para a bem corredores ecológicos é a de criar compensações ou conservada extensão de Cerrado existente entre incentivos financeiros para proprietários de terras que Palmeirante e Colinas do Tocantins, de forma que se invistam da recomenda estudo complementar futuro sobre a vegetação. Desta forma, os corredores representam viabilidade de unir esta área com o proposto corredor novos instrumentos econômicos, que podem ser mais do norte do Estado do Tocantins. na conservação ou recuperação viáveis para a conservação dos ecossistemas, custar menos para a sociedade e fazer mais A existência desta faixa de Cerrado que corta boa pela parte do norte do Tocantins foi o que motivou a conservação. recomendação do Probio/MMA no sentido de que fosse Em regiões tropicais, onde o plantio pode ser feito em criada sistemas de agrosilvicultura, que auxiliam na proteção sustentável unindo as terras indígenas Apinayé e da biodiversidade conservação de uso Kraholândia, esta última já fora da área em estudo. Com o aporte de conhecimento recente sobre a biota desistir regional e das informações oriundas do ZEE-Tocantins, suas hidrográficas, de os cultivar bacias unidade proprietários rurais não precisam necessariamente de de uma terras para receber compensação por serviços ambientais. esta proposta pode ser refinada de forma que aquela faixa de Cerrados possa constituir um corredor Considerado um biodiversidade, o dos ecossistemas Cerrado é a com maior segunda maior ecológico. Deve-se enfatizar que esta parte do corredor ecológico proposto abriga as nascentes e áreas de ecorregião do Brasil, cobrindo 20% de seu território (cerca de 2 milhões de km2). O recarga de uma série de tributários do Araguaia e do intenso Tocantins, incluindo vários de importância como os rios desenvolvimento da agricultura na região a partir da Piranhas e Corda. década de 1970 fez com que 67% das áreas de Cerrado fossem consideradas “altamente modificadas”. A faixa entre Araguatins e Wanderlândia-Darcinópolis é Apenas 20% encontra-se em seu estado original. considerada como frágil pelo ZEE, o uso recomendado da maior parte de sua área sendo a pecuária extensiva Com uma flora considerada entre as mais ricas das em pastagem nativa. Esta atividade, se não estiver savanas tropicais, o Cerrado possui alto grau de associada a uma maior freqüência de incêndios nem à endemismo. De suas 10.000 espécies de plantas degradação das importantes matas ciliares e enclaves catalogadas até o presente, 44% são endêmicas, de Floresta Ombrófila e Semidecídua, é perfeitamente incluindo quase todas as gramíneas. A diversidade de compatível com a manutenção da biodiversidade local. espécies de vertebrados também é consideravelmente alta, estando o Cerrado em quarto lugar no mundo em Isto implica que a normatização do uso da terra, variedade de aves. incluindo aí o bloqueio de financiamentos para projetos que Uma das características que mais chama atenção na região é a presença do grande enclave de Cerrado 50%. que em conexão física com o mesmo, está o divisor de que é um Este percentual, somado às áreas de preservação permanente, deve ser suficiente para que águas Araguaia-Tocantins. Representado por um quase inadequados, porcentagem da área de reserva legal até pelo menos Indígena Apinayé. A oeste deste remanescente, quase movimentado considerados faixa. Outro instrumento possível é o aumento da com manchas de floresta representada pela Terra relevo sejam instrumento importante para a manutenção daquela se obtenha um percentual total de 60% de áreas de completamente habitat natural, o que permite a conectividade e a recoberto por Cerrados que crescem sobre solos função de corredor daquele território (veja METZGER, arenosos muito frágeis e de baixa qualidade (Foto 29), 1997, 2002). o divisor forma uma faixa contínua entre Araguatins e Wanderlândia, prosseguindo para o sul até pelo menos No caso do proposto corredor Araguaia-Tocantins a região de Presidente Kennedy. Os estudos de (Figura 10), a idéia principal é interligar a Terra 62 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Figura 10 – Localização do Corredor Ecológico Araguaia-Tocantins e articulação com as áreas pré-selecionadas para avaliação ecológica rápida e Terra Indígena Apinayé 63 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Indígena Apinayé ao norte com a unidade de tropicais é incontestável. Apesar de sua resistência, conservação de proteção integral proposta, situada alguns fatores climáticos podem levar os animais a entre Wanderlândia-Darcinópolis e Babaçulândia. As desconforto e desgaste sucessivos, comprometendo áreas estudadas em Ananás (Fazenda Mogno e crescimento, fertilidade e saúde. vizinhas) e vizinhas), Wanderlândia totalmente (Fazenda inseridas Sapucaia ou e Nos dias de intenso calor, os animais procuram reduzir intimamente os efeitos da radiação solar abrigando-se na sombra associadas ao divisor Araguaia-Tocantins seriam as outras áreas-núcleo concentrariam as do primeiras corredor, ações onde se visando sua das árvores. Aproveitam tais períodos para descansar, ruminar ou pastejar, desde que nesses locais haja disponibilidade de forragem. Ao contrário do que conservação. muitos pecuaristas pensam, arborizar um pasto traz 4.2 - Pastagens sombreadas como instrumento de grandes benefícios, como a melhora da fertilidade do conexão ecológica e aumento de produtividade solo e conseqüentemente da qualidade do capim. Ajuda também a conter a erosão e oferece conforto e A importância e viabilidade de sistemas silvipastoris proteção ao gado. Em criações de gado de leite, a têm crescido com a demonstração de que estes podem sombra é muito importante para a produtividade das ser uma opção para que produtores rurais mantenham vacas em lactação, além de favorecer a reprodução. níveis adequados de produtividade, ao mesmo tempo Pesquisas realizadas pela Embrapa, no Paraná, em que conservam a qualidade ambiental de suas mostram que vacas leiteiras com acesso à sombra pastagens. produziram 20% a mais de leite, e este teve maior teor de sólidos, implicando em melhor qualidade do produto Segundo informações do Centro Nacional de Pesquisa (CARVALHO, 1994). SIMON et al. (1989, apud de Gado de Corte da Embrapa (EMBRAPA, 2003), SALERNO, estima-se que cerca de metade das pastagens invasoras e novilhas em sem sombra. e na qualidade da forragem e continua com o plantas que a reprodução cinco meses antes que aquelas mantidas um processo que começa com a redução na produção de verificaram crescimento atingiram desenvolvimento adequado para brasileiras estejam se degradando ou degradadas. É aparecimento 2002) áreas As descobertas. As causas são principalmente o número gramíneas tropicais Brachiaria decumbens, Brachiaria brizantha e cultivares de Panicum maximum excessivo de animais e a baixa fertilidade natural do estão entre as que se desenvolvem bem em pastos solo (característica notável na área do ZEE do Norte do sombreados. É claro que o sombreamento deve ser Estado do Tocantins). moderado, de modo que garanta certo grau de luminosidade para o capim, mas este seja suficiente O plantio de árvores em meio às pastagens é uma para manter um nível de umidade que torna a solução. Elas são capazes de aproveitar nutrientes que pastagem mais resiliente ao período seco. Este tipo de estão em camadas do solo, fora do alcance das raízes sombreamento é similar ao observado em formações das forrageiras, e colocá-los à disposição quando as típicas de Cerrado (como o Campo Cerrado), de forma folhas, galhos secos, flores e frutos caem no chão, que as pastagens podem constituir, para uma parcela constituindo um adubo natural. Quando as árvores da fauna, um habitat análogo àquelas. usadas no sombreamento são leguminosas, fixadoras de nitrogênio da atmosfera, o processo é melhorado. A existência de árvores nas pastagens traz grandes Nota-se que muitas leguminosas fornecem importantes benefícios não só para o gado, mas também para a recursos para a fauna nativa, especialmente alimento fauna silvestre. As espécies de aves características do sob a forma de frutos, sementes e néctar. Cerrado podem, em boa parte, manter-se mesmo após certo grau de fragmentação de seu habitat. Mesmo as A boa adaptação do gado zebuíno, dominante na área espécies de aves florestais encontradas nas matas do ZEE do Norte do Estado do Tocantins, às regiões 64 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins ciliares que acompanham os cursos d`água em meio operações ao Cerrado e nas ilhas de floresta têm capacidade de pastagens; tratores de esteira e grades pesadas movimentar-se entre parcelas de mata, desde que não acabam raspando as árvores, ou cortando suas raízes estejam muito distantes entre si (ANDRADE & MARINI, superficiais, danificando-as. durante a formação e reforma das 2001). Uma pastagem arborizada não apenas é um Grupos de árvores, distribuídos em faixas, apresentam ambiente permeável para que estas espécies se uma movimentem, mas também pode servir de habitat série persistência permanente para algumas espécies. de das vantagens próprias adicionais, árvores tanto quanto na nos benefícios gerais para o gado e fauna silvestre. As A manutenção de matas ou bosques, associados às faixas arborizadas devem, preferencialmente, ser pastagens, ajuda a manter inimigos naturais e utilizadas em curvas de nível, reduzindo com isso a diferentes pragas das pastagens, resultando no erosão do solo e protegendo nascentes e cursos aumento da população de insetos daninhos. O d'água. Existem referências de que a manutenção de problema causado pelas cigarrinhas é um exemplo bosques oferece ambiente favorável à sobrevivência típico da quebra do equilíbrio biológico causado pela de moscas (hematófagas, transmissoras de berne ou remoção excessiva da vegetação. de outras miíases) e aumentaria a presença de plantas tóxicas ao gado. Entretanto, esses problemas podem A Embrapa recomenda que a área sombreada total ser controlados por meios específicos convencionais. não deve ultrapassar metade da área do pasto, e que de 3 a 8% da área arborizada nativa deve ser mantida No Brasil Central, entre outras essências florestais, são nas demais indicadas pela Embrapa: jatobá Hymenaea spp., reservas florestais mantidas em outras partes da mangueira Mangifera indica, figueira Ficus spp., propriedade (notadamente aquelas que protegem os ingazeiro Ingá spp., mangabeira, aroeira Myracroduon mananciais, topos dos morros e encostas íngremes). urundeuva, faveira-de-bolota Parkia platycephala, pau- Um aspecto importante é a proteção às mudas novas ferro, copaíba Copaifera spp., jacarandá-do-campo com cercados ou estacas, mantendo-as fora do Swartzia sp., barbatimão Stryphnodendum adstringens, alcance do gado até que se estabeleçam. angico Anadenanthera macrocarpa, pequi Caryocar pastagens, independentemente das brasiliense e seringueira. Praticamente todas estas Árvores devem ser mantidas em grupos. Árvores muito espécies oferecem algum tipo de recurso para a fauna. isoladas entre si não oferecem abrigo e alimento Além de poder constituir um habitat utilizável em suficiente para atrair aves e insetos de espécies e número desejáveis. Aliás, elas mesmas caráter permanente por muitas das espécies de ficam Cerrado, uma pastagem arborizada com suas áreas de desabrigadas, expostas ao sol e ventos, o que leva um preservação permanente adequadamente demarcadas grande número à morte, particularmente quando o e mantidas constitui um corredor ecológico permeável pecuarista adota o uso do fogo na limpeza dos pastos. para muitas espécies florestais, que podem assim Outro fator de risco para árvores espalhadas são as transitar entre as manchas de habitat remanescente. 65 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins 66 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins 5 Considerações Finais 5.1 - Considerações finais preservação permanente irregularmente desmatadas, e de enriquecimento florestal das Em função dos dados, informações e resultados reservas legais existentes. Este enriquecimento obtidos neste trabalho sobre a avalição ecológica da deve ser focado em essências florestais que área do ZEE do Norte do Estado do Tocantins nos estão se tornando escassas e em espécies de sítios de interesse, pôde considerar-se que: interesse para a fauna (como palmeiras = açaí e bacaba-de-leque); - O norte do Tocantins (área do PGAI-Bico do Papagaio) deve ser considerado, efetivamente, - Adotem-se mecanismos por meio dos quais um como parte da Amazônia, e as áreas de reserva proprietário que tenha desmatado mais do que o legal das propriedades da região em área permitido possa adquirir a concessão, servidão florestada devem obedecer aos percentuais ou franquia ambiental de um proprietário que estipulados para aquela região (mínimo de 50%, tenha conforme antes definido no Código Florestal, hoje 80%). De fato, florestas com áreas com vegetação natural em porcentagem superior ao mínimo estipulado pela elementos lei. amazônicos ocorrem ao longo de todo o vale do Este mecanismo visa evitar novos desmatamentos; Tocantins e seus afluentes, e sobre áreas de - Sejam estudados mecanismos de permuta de planalto, pelo menos até Guaraí e Presidente Kennedy; áreas com vegetação natural por outras já desmatadas - Devem ser adotadas medidas para que os órgãos de licenciamento ambiental como alternativa para a ação anterior e interpretem corretamente o disposto no Código Florestal e - Não sejam permitidos assentamentos agrários em seja efetivamente utilizado o nível mais alto dos áreas de floresta, Cerradão ou Carrasco, e que cursos d’água na delimitação de suas áreas de se retire os assentamentos recém-instalados preservação permanente associadas. Isto implica nessas áreas em revelia às próprias instruções que a integridade de todas as florestas ciliares e normativas do Incra, especialmente os instalados várzeas sazonalmente alagadas estão incluídas no interior da área denominada Barreira Branca. na faixa protegida. Hoje, se utiliza a distância a Deve haver uma ação intensa nesta área para partir da barranca dos cursos d’água, o que é impedir incorreto e causa a destruição de habitats incêndios, além da entrada de assentados nas especialmente importantes; reservas das propriedades vizinhas para caçar e os furtar madeira. - Seja estabelecido um programa de recomposição vegetal das áreas de reserva legal e de 67 continuados desmatamentos e Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins 5.2 - Recomendações florestas remanescentes para a produção de mourões de cerca, pontes, etc. Estas incluem o São recomendadas as seguintes ações: incentivo para o uso de mourões de concreto, que podem receber isenção de impostos ou serem - Que o Incra, Ibama, o Ministério Público e uma exigência de agências financiadoras, e uso agências financiadoras recebam cópia deste de cercas e mourões vivos, bem como a material para informação e discussão de ações implantação de reflorestamentos e formas de conjuntas, especialmente com referência aos produção agroflorestais nas propriedades para assentamentos localizados junto ou no interior de áreas consideradas importantes para que estas possam suprir suas necessidades de a madeira; conservação; - - Estabelecer um programa estadual de apoio à Incentivar à implantação de pastagens sombreadas na região. Estas, além de serem criação de RPPNs, visando a maior proteção das mais resilientes às estiagens, funcionam como áreas de reserva legal consideradas importantes corredores para uma parcela considerável da para a conservação da biodiversidade. Este fauna do Cerrado, e mesmo algumas espécies programa deve não apenas visar o estímulo aos florestais; proprietários para que implantem RPPNs em suas terras e facilitar os trâmites legais para tal, - Estabelecer programas para a prevenção de mas também incluir o apoio governamental para incêndios maior fiscalização contra invasores, combate a nas áreas identificadas como importantes para a conservação e incêndios e recomposição de áreas degradadas, - Estimular pesquisas complementares visando o bem como a construção de cercas. Um incentivo à criação de RPPNs é o fato destas áreas estabelecimento tornarem-se indisponíveis para fins de reforma adaptadas às peculiaridades regionais, para o agrária; enriquecimento das melhores florestal, metodologias, implantação de pastagens arborizadas, projetos agroflorestais e - Procurar alternativas para a exploração das implantação 68 de culturas arbóreas perenes. Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Referências Bibliográficas ALEIXO, A. Effects of selective logging on a bird CAPOBIANCO, J. P. R.; MOREIRA, A.; SAWYER, D.; community in the Brazilian Atlantic Forest. SANTOS, I; PINTO, L.P. Biodiversidade na Condor. [s.l.], 1999. p.537-548. 101(3), aug. Amazônia Brasileira. São Paulo, Estação Liberdade/Instituto Socioambiental, 2001. ANDRADE, R. D.; M. A. MARINI. Bird movements between natural forest patches in southeast CARVALHO, M. M. O papel das árvores em sistemas Brazil. In: ALBUQUERQUE, J.; CÂNDIDO, J. F. F.; de produção animal a pasto. O Produtor de Leite. STRAUBE, C.; ROOS, A. (orgs.). Ornitologia e Juiz de Fora, 1994. p.56-59. v.24. (147). Conservação: da Ciência às Estratégias. Tubarão, CHESSER, R. T. Migration in South America: an SOB - UNISUL/CNPq, 2001. p.125-136. overview of austral system. Bird Conservation ANTAS, P. de T. Z. Migration and other movements International. Cambridge, Cambridge University among the lower Paraná River valley wetlands, Argentina, and the wetlands. Bird south Press, 1994. p.91-107. (4). Brazil/Pantanal Conservation CLEERE, N. Nightjars: a guide to the nightjars, International. nighthawks and their relatives. Yale, Yale University Cambridge, Cambridge University Press, 1994. Press, 1998. p.181-190. (4). COLLAR, N. J.; GONZAGA, L. A. P.; KRABBE, N.; BAGNO, M. A.; ABREU, T. L. S. Avifauna da região MADROÑO NIETO, A.; NARANJO, L. G.; PARKER da Serra do Lajeado, Tocantins. Humanitas. III, T. A.; WEGE, D. C. Threatened birds of the Palmas, 2001. p.51-70. (3). Americas. The ICBP/IUCN Red Data Book, 3rd.. Cambridge, BIRDLIFE INTERNATIONAL. Threatened birds of the International Council for Bird biogeography and Preservation, 1992. world. Barcelona, Lynx Ediciones, 2000. CRACRAFT, BLAKE, E. R. Manual of Neotropical Birds. Chicago J. Historical patterns of differentiation within the South and London, University of Chicago Press, 1977. v.1. American avifauna: areas of endemism. In: BUZZETTI, D. R. C. Novas informações sobre a BUCKLEY, P. A.; FOSTER, M. S.; MORTON, E. S.; ecologia de Synallaxis simoni, táxon endêmico RIDGELY, da bacia do Rio Araguaia. In: STRAUBE, F. C. (ed.). Ornitologia sem fronteiras, incluindo os Resumos do IX Congresso Brasileiro R. Ornithological S.; BUCKLEY, F. Monographs. G. (eds.). Neotropical Ornithology. [s.l.], 1985. p.49-84. (36). de DAMBRÓS, L. A.; OLIVEIRA FILHO, L. C. de; FREIRE, Ornitologia. Curitiba, Fundação O Boticário de E. da C.; LIMA, J. P. de S.; PEREIRA, J. D. A.; Proteção à Natureza, 2001. p.156-157. SILVA, S. S.; FORZANI, J. R. R. Secretaria do 69 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Planejamento e Meio Ambiente (Seplan). Diretoria Papagaio. de Araguaína. Inventário Florestal e Levantamento Zoneamento Ecológico-Econômico (DZE). Zoneamento Ecológico-Econômico. Projeto de Gestão Ambiental Integrada da Região Florístico do Bico do Papagaio. Zoneamento Ecológico- Tocantins. Escala 1:250.000. Org. por FORZANI, J. Econômico. Marabá. Inventário Florestal da Folha R. SB.22-X-D. Estado do Tocantins. Escala 1:250.000. Tocantins, Bico do Papagaio, Vegetação, 5/6). R. da Palmas, Folha SB.22-Z-D. Seplan/DZE, Estado 2003. il. do (ZEE Org. por FORZANI, J. R. R. Palmas, Seplan/DZE, ________. 2003. il. (ZEE Tocantins, Bico do Papagaio, Secretaria Ambiente Vegetação, 1/6). de (Seplan). Planejamento Diretoria de e Meio Zoneamento Ecológico-Econômico (DZE). Projeto de Gestão ________. Secretaria Ambiente do (Seplan). Planejamento Diretoria de e Meio Ambiental Zoneamento Papagaio. Integrada da Região Zoneamento do Bico do Ecológico-Econômico. Ecológico-Econômico (DZE). Projeto de Gestão Inventário Florestal e Levantamento Florístico Ambiental Integrada do do Norte do Estado do Tocantins. Escala Papagaio. Imperatriz. Ecológico- 1:250.000. Org. por FORZANI, J. R. R. Palmas, Econômico. Inventário Florestal e Levantamento Seplan/DZE, 2003. il. (ZEE Tocantins, Bico do Florístico Papagaio, Vegetação, 6/6). da da Região do Zoneamento Folha SB.23-V-C. Bico Estado do Tocantins. Escala 1:250.000. Org. por FORZANI, J. R. R. Palmas, Seplan/DZE, 2003. il. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Gado de (ZEE Corte. A questão animal. Campo Grande, 2003. Tocantins, Bico do Papagaio, Vegetação, 2/6). Disponível ________. Secretaria Ambiente (Seplan). do Planejamento Diretoria de e Meio em http://www.cnpgc.embrapa.br/~koller/7.htm. Zoneamento Acessado em: 18 nov. 2003. Ecológico-Econômico (DZE). Projeto de Gestão Ambiental Papagaio. Integrada da Zoneamento Região do Bico FURNESS, R. W.; GREENWOOD, J. J. D. Birds as do monitors of environmental change. London, Ecológico-Econômico. Chapman & Hall, 1993. Xambioá. Inventário Florestal e Levantamento Florístico da Folha SB.22-Z-B. Estado do GABAN-LIMA, R.; RAPOSO, M. A.; HÖFLING, E. Tocantins. Escala 1:250.000. Org. por FORZANI, J. Description of a new species of Pionopsitta R. R. Palmas, Seplan/DZE, 2003. (ZEE Tocantins, (Aves: Psittacidae) endemic to Brazil. The Auk. Bico do Papagaio, Vegetação, 3/6). ________. Secretaria Ambiente (Seplan). do [s.l.], 2002. p.815-819. (119)3. Planejamento Diretoria de e Meio van GILS, J. D.; WIERSMA, P. Family Scolopacidae. Zoneamento In: del HOYO, J., ELLIOTT, A.; SARGATAL, J. Ecológico-Econômico (DZE). Projeto de Gestão Ambiental Integrada da Região do Bico (eds.). Handbook of the birds of the world. do Barcelona, Lynnx Edicions, 1996. p.444-533. v.3. Papagaio. Tocantinópolis. Zoneamento EcológicoGRANTSAU, R. Os beija-flores do Brasil: uma chave Econômico. Inventário Florestal e Levantamento Florístico do de identificação para todas as formas de beija- Tocantins. Escala 1:250.000. Org. por FORZANI, J. flores do Brasil. Rio de Janeiro, Expressão e R. Cultura, 1988. R. da Palmas, Folha SB.23-Y-A. Seplan/DZE, Estado 2003. il. (ZEE Tocantins, Bico do Papagaio, Vegetação, 4/6). HAFFER, J. Avian speciation in tropical South ________. Secretaria Ambiente (Seplan). do Planejamento Diretoria de e Meio America, with a systematic survey of the Zoneamento Toucans (Ramphastidae) Ecológico-Econômico (DZE). Projeto de Gestão (Galbulidae). Ambiental Cambridge, Mass, 1974. (14). Integrada da Região do Bico do 70 Nuttall and Jacamars Ornithological Club. Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins HANDLEY, C.O.; PINE, R. A new species of prehensile-tailed porcupine genus revisão bibliográfica sobre as campinas amazônicas Coendou de areia branca. Acta Amazônica. Manaus, 1975. Lacépède from Brazil. Mammalia. [s.l.], 1992. p.211-223. 5(3). p.238-244. 56(2). MASON, D. Responses of Venezuelan understory HIDASI, J. Lista preliminar das aves do Estado de birds to selective logging, enrichment strips and Goiás. Goiânia, Fundação Museu Ornitológico de vine cutting. Biotropica. [s.l.], 1996. p.296-309. Goiânia, 1983. 28(3). ________. Aves de Goiânia. Goiânia, Fundação Jaime METZGER, Câmara, 1997. J. P. The structural connectivity threshold: an hypothesis in conservation biology at the landscape scale. Acta Oecologica. Amsterdan, ________. Lista preliminar das aves do Tocantins. 1997. p.1-12. (18). Palmas, UNITINS, 1998. ________. Bases biológicas para a reserva legal. HINKELMANN, C. On the identity of Phaethornis Ciência Hoje. São Paulo, 2002. p.48-49. (183). maranhaoensis Grantsau, 1968 (Trochilidae). Bulletin of the British Ornithological Club. [s.l.], Ministério do Meio Ambiente (MMA). Causas e 1988. p.14-18. 108(1). dinâmicas do desmatamento na Amazônia. Brasília, MMA, 2001. del HOYO, J. 1994. Family Cracidae. In: del HOYO, J.; ELLIOTT, A.; SARGATAL, J. (eds.). Handbook ________. Biodiversidade brasileira: avaliação e of the Birds of the World. Barcelona, Lynx Edicions, identificação de áreas e ações prioritárias para 1994. p.310-363. v.2. conservação, utilização sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade brasileira. Brasília, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos MMA, 2002. Naturais Renováveis (IBAMA). Portaria Ibama nº. 06-N, de 15 de Janeiro de 1992. Lista Oficial de ________. Instrução Normativa MMA nº3, de 27 de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de maio de 2003. Lista nacional das espécies Extinção. Diário Oficial da República Federativa do brasileiras ameaçadas de extinção. Brasília. Brasil. Brasília. 15 jan. 1992. p.870-872. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/sbf/fauna/index.cfm>. IUCN. Red Cambridge, List of Threatened 2003. Disponivel Especies. em Acesso em: 18 nov. 2003. < http://www.redlist.org >. Acessado em: 24 nov. OIKOS 2003. PESQUISA APLICADA LTDA. Estudos Ambientais Complementares da Ferrovia NorteSul. Rio de Janeiro, 2002. CD-ROM. JOHNS, A. D. Responses of Amazonian rain forest birds to habitat modification. Journal of Tropical OLMOS, F. The Chestnut-bellied Guan Penelope Ecology. [s.l.], 1991. p.417-437. (7). ochrogaster in the Araguaia valley, Tocantins. Cotinga. Bedfordshire, 2003. (19). LAURANCE, W. F.; COCHRANE, M. A.; BERGEN, S.; FEARNSIDE, P. M.; DELAMÔNICA, P.; BARBER, OREN, D. C.; ALBUQUERQUE, H. G. Priority areas C.; D'ANGELO, S.; FERNANDES, T. The future of or new avian collections in Brazilian Amazonia. the Brazilian Amazon. Science. [s.l.], 2001. p.438- Revista Goeldiana Zoologia. Belém, 1992. p.1-11. 439. (291). (6). LISBOA, P. L. Estudos sobre a vegetação das PARKER III, T. A. On the use of tape recordings in campinas amazônicas II. Observações gerais e avifaunal surveys. The Auk. [s.l.], 1991. p.44371 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins 444. (108). 2001. 2 CD-ROM, il., mapas. PINTO, O. M. O. Ornitologia brasiliense. São Paulo, ________. SICK, H. Rios e enchentes na Amazônia Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1964. como obstáculo para a avifauna. In: LENT, H. (ed.). Atas do Simpósio sôbre a Biota Amazônica. ________. A Ornitologia do Brasil Através das Rio de Janeiro, Conselho Nacional de Pesquisas, Idades (Século XVI a Século XIX). São Paulo, 1967. p.495-520. v.5. (Zoologia). Empresa Gráfica da Revista dos Tribunais, 1979. (Brasiliensia Documenta, 13). ________. Ornitologia Brasileira. Ed. rev. e amp. por PACHECO, J. F. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, REMSEN Jr., J. V.; PARKER III, T. A. Contribution of 1997. river-created habitats to species richness in Amazonia. Association for Tropical Biology and SILVA, J. M. C. Análise biogeográfica da avifauna Conservation. Biotropica. [s.l.], 1983. p.223-231. de florestas do interflúvio Araguaia - São (15). Francisco. Brasília, Universidade de Brasília/Intituto de Biologia, 1989. (Dissertação de RIDGELY, R. S.; TUDOR, G. The birds of South Mestrado). America. Austin, University of Texas Press, 1994. v. II. ________. Biogeographic analysis of the South American RODRIGUES, W. A. Aspectos fitossociológicos das Cerrado avifauna. Steenstrupia. Copenhagen, University of Copenhagen, 1995. caatingas do Rio Negro. Boletim do Museu p.49-67. (21). Paraense Emílio Goeldi. Belém, 1961. p.1-41. (15). ________. Birds of Cerrado Region, South America. van ROOSMALEN, M.G.M.; van ROOSMALEN T.; Steenstrupia. MITTERMEIER, R. A taxonomic review of the titi Copenhagen, University of Copenhagen, 1995. p.69-92. (21). monkeys, genus Callicebus Thomas, 1903, with the description of two new species, Callicebus ________. Seasonal distribution of the Lined bernhardi and Callicebus stephennashi, from Seedeater Sporophila lineola. Bulletin of the Brazilian Amazônia. Neotropical Primates. Belo British Ornithological Club. London, 1995. p.14-21. Horizonte, 2002. p.1-52. 10 (suppl.). 115(1). In: ________. Endemic bird species and conservation SCÄFFER, W. B.; PROCHNOW, M. (orgs.). A Mata in the Cerrado region region, South America. Atlântica e você: como preservar, recuperar e se Biodiversity and Conservation. [s.l.], 1997. p.435- beneficiar da mais ameaçada floresta brasileira. 450. (6). SALERNO, A. R. Sistemas silvipastoris. Brasília, APREMAVI, 2002. p.79-83. SILVA, J. L.; STRAHL, S. D. Human impact on Secretaria do Planejamento e Meio populations Ambiente of chachalacas, guans and (SEPLAN). Diretoria de Meio Ambiente e Recursos curassows (Galliformes: Cracidae) in Venezuela. Hídricos (DMA). Avaliação Ecológica Rápida do In: ROBINSON, J. G.; REDFORD, K. H. (eds.). Parque Neotropical wildlife use and conservation. Chicago, Estadual do Cantão. Coord. por The University of Chicago Press, 1991. p.37-52. CAMPELLO, S.; GEORGIADIS, G. Palmas, Seplan, 2000. Paginação irregular. SNETHLAGE, E. Catálogo das aves amazônicas. ________. Diretoria de Zoneamento Ecológico- Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Belém, 1914. p.1-530. (8). Econômico (DZE). Atlas Digital do Tocantins: Base de Dados Geográficos. Palmas, Seplan/DZE, ________. Descrição de Cercomacra ferdinandi. 72 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Boletim do Museu Nacional IV. Rio de Janeiro, SARGATAL, J. (eds.). Handbook of the Birds of the 1928. 6p. (2). World. Barcelona, Lynx Edicions, 1996. p. 411-442. v.3. SNOW, D. The cotingas. Comstock Publishing Associates. Cornell, Cornell University Press, 1982. WILLIS, E. O. communities STOTZ, D. F.; FITZPATRICK, J. W.; PARKER III, T. A.; The in composition remanescent of avian woodlots in southern Brazil. Papéis Avulsos de Zoologia. São MOSKOVITS, D. K. Neotropical birds: ecology Paulo, 1979. p.1-25. 33(1). and conservation. Chicago, The University of Chicago Press, 1996. ________. Estimating diversity in Brazilian birds: in the Mantiqueira range. In: BICUDO, C. E. M.; STRAUBE, F. C. Johann Natterer (1787-1843): MENEZES, N. A. (eds.). Biodiversity in Brazil: a first naturalista-maior do Brasil. Nattereria. São Paulo, approach. São Paulo, CNPq, 1996. p.297-312. 2000. p.4-13. (1). WILLIS, E. O.; Y. ONIKI. Levantamento preliminar de THIOLLAY, J. M. Influence of selective logging on bird diversity in a Guiana rain aves em treze áreas do Estado de São Paulo. forest. Revista Brasileira de Biologia. Rio de Janeiro, 1981. Conservation Biology. [s.l.], 1992. p.47-63. (6). TIERRAMÉRICA. Montevideo, Corredores IPS, 2001. p.121-135. (41). Biológicos. Disponível em: ZIMMER, J. T. Studies of Peruvian Birds, XXX. The < genera Contopus, Empidonax, Terenotriccus, and http://www.tierramerica.net/2002/0804/pconectate.s Myiobius. Amer. Mus. Novit. [s.l.], 1939. p.1-13. html >. Acessado em: 18 nov. 2003. (1042): WHITMAN, A. A.; HAGAN III, J. M. ;BROKAW, N. V. L. ________. Studies of Peruvian birds, XXXIII. The Effects of selection logging on birds in northern genera Tolmomyias and Rhynchocyclus with further Belize. Biotropica. [s.l.], 1998. p.449-457. 30(3). notes on Ramphotrigon. Amer. Mus. Novit. [s.l.], 1949. p.1-23. (1428). WHITTAKER, A. A New Species of Forest-Falcon (Falconidae: Micrastur) from Southeastern ZIMMER, K. J.; WHITTAKER, A.; OREN, D. C. A Amazonia and the Atlantic Rainforests of Brazil. cryptic new species of flycatcher (Tyrannidae: The Wilson Bulletin. London, 2003. p.421-561. Suiriri) from the Cerrado region of central south 114(4). WIERSMA, accounts. America. The Auk. [s.l.], 2001. p.56-78. 118(1). P. In: Family Charadriidae: del J.; HOYO, species ELLIOTT, A.; 73 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins 74 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Ilustrações Fotográficas 75 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Foto 1 – Paroaria gularis - Galo-da-campina-da-Amazônia, em vegetação ripária do rio Muricizal, Araguanã. 76 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins (a) (b) Foto 2 – Cercomacra ferdinandi - Chororó-de-Goiás. (a) macho adulto e (b) fêmea. 77 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Foto 3 – Charitospiza eucosma – Mineirinho. Espécie endêmica do Cerrado, considerada globalmente “quase ameaçada”. Foto 4 – Saltator atricollis - Batuqueiro (um dos endemismos do Cerrado). 78 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Foto 5 – Bucco tamatia. Espécie amazônica em Floresta Ombrófila. Foto 6 – Harpia harpija - Harpia. Fêmea adulta fotografada na Fazenda Sucupira, Wanderlândia. 79 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins (a) Fazenda Malasca. Município de Santa Fé do Araguaia. (b) Município de Wanderlândia. Foto 7 – Ara chloroptera - Arara vermelha. 80 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Foto 8 – Rhytipterna immunda - Vissiá-cantor. Foto 9 – Crotophaga major - Anu-coroca. 81 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Foto 10 – Vanellus cayanus - Mexirica. Foto 11 – Pandion haliaetus - Águia pescadora. 82 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Foto 12 – Pteroglossus inscriptus - Tucano. Foto 13 – Projeto de Assentamento Angico, mostrando a substituição das Florestas Estacionais Semidecíduas por lavouras de subsistência de baixa tecnologia e rendimento. 83 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Foto 14 – Floresta Estacional Semidecídua na estrada para o Projeto de Assentamento Angico. 84 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Foto 15 – Aratinga jandaya - Jandaia. Foto 16 – Amazona amazônica - Papagaio-grego. 85 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Foto 17a – Vegetação tipo “Carrasco” - Fazenda Mogno. 86 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Foto 17b – Vegetação tipo “Carrasco” - Fazenda Mogno. 87 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Foto 18 – Floresta Ombrófila Aberta Aluvial ou Ripária. Córrego Manga, Fazenda 3R. 88 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Foto 19 – Iodopleura isabellae - Anambé-coroa. 89 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Foto 20 – Ramphotrygon ruficauda - Maria-de-cauda-ferrugem, insetívoro florestal amazônico. Foto 21 – Evidências de caça de subsistência por posseiros - estrada de acesso à Fazenda Mogno, Ananás. 90 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Foto 22 – Nyctibius grandis - Urutau-grande. 91 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Foto 23 – Pteroglossus aracari - Tucano. 92 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Foto 24 – Campephilus rubricollis - Pica-pau-de-penacho. 93 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Foto 25 – Cathartes melambrotus - Urubu-da-mata. 94 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Foto 26 – Dendrobates galactonotus - Sapo-garimpeiro, anfíbio amazônico encontrado em florestas de Wanderlândia e Darcinópolis. Foto 27 – Opistochomus hoatzin - Jacus-ciganas, no rio Muricizal. 95 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Foto 28 – Saimiri sciureus - Mico-de-cheiro, em Mata Ripária do rio Muricizal. Foto 29 – Ocorrência de Cerrado em solos arenosos sobre o divisor Araguaia-Tocantins. 96 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Anexos 97 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Quadro 1 – Relação dos sítios de amostragem de vegetação e avifauna na área do ZEE do Norte do Estado do Tocantins Ponto Área Município Local Fuso Longitude Latitude Discriminação Floresta Estacional Semidecídua com transição para Cerradão Floresta Estacional Semidecídua Floresta Estacional Semidecídua Floresta Estacional Semidecídua com babaçus 01 1 Itaguatins Margem da estrada para Sítio Novo 23 219.329 9.367.948 02* 1 Itaguatins Fazenda Cajueiro 23 217.671 9.370.144 03* 1 Itaguatins Assentamento Angico 23 222.108 9.373.760 04* 1 Itaguatins 23 220.729 9.368.666 a 1 Itaguatins 23 219.549 9.367.324 b 1 Itaguatins Fazenda Peri-Peri 23 216.748 9.371.350 05 1 Itaguatins Fazenda Peri-Peri 23 218.178 9.372.312 06* 2 23 172.824 9.318.674 07 2 23 170.638 9.318.974 Floresta de Galeria alterada 08 * 2 23 23 171.077 171497 9.318.302 9.308.404 Campo Cerrado 09 2 23 169.535 9.316.066 Floresta Aluvial Ombrófila Aberta 10* 10a* 2 22 23 828.521 172.738 9.320.392 9.310.430 Floresta Ombrófila Aluvial Alterada Aberta 11* 2 22 830.752 9.317.588 12 2 22 831.906 9.313.208 c 2 22 831.187 9.317.138 13* 2 23 168.030 9.315.924 Carrasco Alto e Baixo Cerrado Denso com transição para Carrasco Floresta Ombrófila Aberta Submontana alterada Floresta Ombrófila Aberta Aluvial e Floresta Paludosa 14 2 22 829.635 9.307.136 Campo Cerrado d 2 22 824.117 9.303.748 Campo Cerrado, Campo Úmido e Mata Galeria e 3 22 830.116 9.259.516 Cerrado f 3 22 831.178 9.257.208 Campo Cerrado g 3 23 168.802 9.255.390 Campo Cerrado 15* 3 22 817.684 9.266.110 Floresta Aluvial Estrada para assentamento Angico Balneário na margem do rio São Domingos Estrada para Cachoeirinha Margem do córrego Ananás Cachoeirinha Estrada para Ananás assentamento Fazenda 3 R Margem do rio Ananás Piranhas Fazenda Piranhas – margem de córrego Ananás Fazenda 3 R – margem do Córrego Manga Ananás Fazenda Mogno Estrada para Ananás Cachoeirinha Estrada para Fazenda Ananás Mogno Estrada para Fazenda Ananás Mogno Estrada para Cachoeirinha próximo Ananás à entrada da Fazenda 3R Estrada para Ananás Cachoeirinha Estrada para Riachinho Wanderlândia estrada para Riachinho Wanderlândia Estrada para Riachinho Wanderlândia Fazenda Sapucaia – retiro Sto.Antonio – Wanderlândia margem dos rios Corda e Lajes Ananás h 3 Fazenda Sapucaia – Wanderlândia retiro Sto.Antonio i 3 Wanderlândia j 3 Fazenda Sapucaia – retiro Sto.Antonio Fazenda Sapucaia – Wanderlândia retiro Sto.Antonio 22 818.697 9.260.442 22 818.160 9.259.422 22 815.319 9.253.592 98 Mata ciliar alterada borda de fragmento de Floresta Estacional Semidecídua Floresta Estacional Semidecídua Floresta Estacional Semidecídua Ombrófila Aberta Floresta Ombrófila Aberta Submontana bastante alterada sem dossel e coberta de lianas Floresta Ombrófila Aberta Submontana alterada Floresta Ombrófila Aberta Aluvial com babaçus Zoneamento Ecológico-Econômico ...continuação – Quadro 1 Ponto Área Município Local Fazenda Sapucaia – Wanderlândia retiro Sto.Antonio Estrada para Aragominas Muricilândia 16* 3 17 4 * 4 Araguanã * 4 Araguanã 18* Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Fuso Longitude Latitude 22 816.931 9.257.070 22 773.702 9.211.236 Rio Muricizal 22 758.322 9.262.436 Ilha Barreira Branca e ilhas associadas 22 745710 9.757.426 4 Sta. Fé do Estrada de Cocalinho Araguaia para assentamento 22 741.522 9.236.736 k 4 Sta. Fé do Assentamento Incra Araguaia 22 739.143 9.243.224 l 4 Sta. Fé do Assentamento Incra Araguaia 22 741.001 9.244.890 m 4 Sta. Fé do Assentamento Incra Araguaia 22 744.644 9.236.020 n 4 22 750.208 9.229.070 19* 4 22 740.859 9.214.822 20* 4 22 739.158 9.227.820 o 4 22 742.722 9.232.232 Estrada para Sta. Fé do assentamento Incra – Araguaia margem açude Sta. Fé do Fazenda Malasca Araguaia Sta. Fé do Fazenda Malasca Araguaia Sta. Fé do Fazenda Malasca – Araguaia margem de açude Discriminação Floresta Ombrófila Aberta Submontana perturbada Floresta Estacional Decidual alterada e vegetação litófila Vegetação sucessional, Ripária, Floresta Ombrófila Aberta Aluvial Vegetação sucessional, ripária, Floresta Ombrófila Aberta Aluvial, praias Floresta Ombrófila Aberta Submontana Floresta queimada, regeneração em estágio inicial Floresta recentemente derrubada e queimada Estrada nova em área de mata recentemente cortada e queimada Vegetação aquática Floresta alterada Floresta alterada Ombrófila Densa Ombrófila Densa Vegetação aquática Notas: 1) Os pontos indicados com números correspondem a amostragens quantificadas da flora. 2) Um * indica amostragem da avifauna. 99 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Tabela 1 – Aves detectadas na região de Wanderlândia-Babaçulândia, durante os estudos ambientais complementares da Ferrovia Norte-Sul, e seus respectivos índices de abundância relativa (indivíduos/100 horas de observação) - estações seca e chuvosa Nome Científico Nome Popular HAB Estação seca Estação chuva 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 Horas/ campo Índice de Correção Rhea americana Crypturellus cinereus Crypturellus soui Crypturellus undulatus Crypturellus parvirostris Rhynchotus rufescens Tachybaptus dominicus Anhinga anhinga Ardea cocoi Ardea alba Egretta thula Bubulcus ibis Butorides striatus Pilherodius pileatus Nycticorax nycticorax Tigrisoma lineatum Theristicus caudatus Mycteria americana Sarcoramphus papa Coragyps atratus Cathartes aura Cathartes burrovianus Cathartes melambrotus Dendrocygna viduata Dendrocygna autumnalis Amazonetta brasiliensis Anhima cornuta Gampsonyx swainsonii Elanoides forficatus Leptodon cayanensis Harpagus diodon Ema Inhambu-preto Tururim Jaó Inhambu-chororó Perdiz Mergulhão-pequeno Biguatinga Socó-grande Garça-branca-grande Garça-branca-pequena Garça-vaqueira Socozinho Garça-real Savacu Socó-boi Curicaca Cabeça-seca Urubu-rei Urubu-comum Urubu-de-cabeça-vermelha Urubu-de-cabeça-amarela Urubu-da-mata Irerê Asa-branca Pé-vermelho Anhuma Gaviãozinho Gavião-tesoura Gavião-da-cabeça-cinza Gavião-bombachinha 32 Ictinia plumbea 33 34 C1 F1 F1 F1 C2 C1 A A A A A C2 A A A A C2 A F2 C2 C2 C2 F2 A A A A F2 F2 F2 F2 63:05:00 1,586 1 22 22 17 36 0 0 0 7 3 19 317 12 9 3 3 4 6 45 650 74 1 6 66 0 0 1 4 0 1 0 57:00:00 1,755 0 30 14 32 49 30 9 11 4 16 14 40 32 0 0 0 4 0 7 755 28 0 7 53 4 7 2 4 12 0 2 Sovi F2 0 5 Buteo albicaudatus Gavião-de-rabo-branco C2 4 2 Buteo nitidus Gavião-pedrês F2 12 5 35 Buteo magnirostris Gavião-carijó C2 93 60 36 Heterospizias meridionalis Gavião-caboclo C2 12 7 37 Geranospiza caerulescens Gavião-pernilongo F2 0 5 38 Pandion haliaetus Águia-pescadora A 0 4 39 Herpetotheres cachinnans Acauã F2 36 23 40 Micrastur ruficollis Gavião-caburé F1 4 7 41 Milvago chimachima Carrapateiro C2 125 70 42 Caracara plancus Caracará C2 91 23 43 Falco rufigularis Cauré F2 11 2 44 Falco femoralis Falcão-de-coleira C1 7 0 45 Falco sparverius Quiriquiri C1 142 16 46 Penelope superciliaris Jacupemba F2 3 19 100 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins ...continuação – Tabela 1 Nome Científico Nome Popular HAB Estação seca Estação chuva A 1 2 Três-potes F2 0 25 Sanã-carijó C2 0 2 Pinto-d’água A 0 2 Laterallus viridis Siricora-mirim C2 1 4 Porphyrula martinica Frango-d’água-azul A 0 4 53 Heliornis fulica Picaparra A 0 2 54 Eurypyga helias Pavãozinho-do-Pará F2 0 2 55 Cariama cristata Seriema C1 26 58 56 Jacana jacana Jaçanã A 15 21 57 47 Aramus guarauna Carão 48 Aramides cajanea 49 Porzana albicollis 50 Laterallus exilis 51 52 Vanellus chilensis Quero-quero A 215 130 58 Hoploxypterus cayanus Batuíra-de-esporão A 76 49 59 Pluvialis dominica Batuiruçu A 0 18 60 Charadrius collaris Batuíra-de-coleira A 34 32 61 Tringa solitaria Maçarico-solitário A 0 7 62 63 Tringa melanoleuca Actitis macularia Maçarico-grande-de-perna-amarela Maçarico-pintado A A 0 0 2 12 64 Calidris minutilla Maçariquinho A 0 2 65 Calidris fuscicollis Maçarico-de-sobre-branco A 0 53 66 Gallinago paraguaiae Narceja A 0 2 67 Phaetusa simplex Trinta-réis-grande A 19 14 68 Sterna superciliaris Trinta-réis-anão A 12 4 69 Rynchops niger Corta-água A 50 26 70 Columba livia Pombo-doméstico C1 u u 71 Columba speciosa Pomba-trocal F2 0 9 72 Columba picazuro Asa-branca C2 115 56 73 Columba cayennensis Pomba-galega F2 1 11 74 Zenaida auriculata Avoante C1 3 0 75 Columbina minuta Rolinha-de-asa-canela C1 19 0 76 Columbina talpacoti Rolinha C2 358 112 77 Scardafella squammata Fogo-apagou C2 888 123 78 Claravis pretiosa Pomba-de-espelho F2 3 0 79 Leptotila verreauxi Juriti F2 77 32 80 Leptotila rufaxilla Gemedeira F2 3 0 81 Geotrygon montana Pariri F1 3 0 82 Ara chloroptera Arara-vermelha-grande F2 4 0 83 Orthopsittaca manilata Maracanã-de-cara-amarela F2 3 56 84 Diopsittaca nobilis Maracanã-nobre C2 101 26 85 Aratinga leucophthalmus Periquitão-maracanã C2 84 109 86 Aratinga aurea Periquito-rei C2 355 223 87 Aratinga jandaya Jandaia-verdadeira F2 17 67 88 Pyrrhura picta Tiriba-de-testa-azul F1 12 75 89 Forpus xanthopterygius Tuim F2 95 42 90 Brotogeris chiriri Periquito-de-encontro-amarelo F2 228 340 91 Pionus menstruus Maitaca-de-cabeça-azul F1 9 0 92 Pionus maximiliani Maitaca-de-maximiliano F2 0 11 101 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins ...continuação – Tabela 1 Nome Científico HAB Estação seca Estação chuva Papagaio-galego C2 6 0 Amazona aestiva Papagaio-verdadeiro C2 88 61 Amazona amazonica Curica F2 88 86 96 Amazona farinosa Papagaio-moleiro F2 6 7 97 Coccyzus euleri Papa-lagarta-de-Euler F1 0 16 98 Piaya cayana Alma-de-gato F2 15 12 93 Amazona xanthops 94 95 Nome Popular 99 Piaya minuta Chincoã-pequeno F2 4 2 100 Crotophaga ani Anu-preto C2 548 523 101 Crotophaga major Anu-coroca F2 0 126 102 Guira guira Anu-branco C2 104 167 103 Tapera naevia Saci F2 7 14 104 Dromococcyx pavoninus Peixe-frito-pavonino F1 3 9 105 Dromococcyx phasianellus Peixe-frito-verdadeiro F1 0 2 106 Tyto alba Suindara C2 0 5 107 Otus choliba Corujinha-do-mato F2 12 25 108 Pulsatrix perspicillata Murucututu F1 0 4 109 Glaucidium brasilianum Caburé F2 0 11 110 Athene cunicularia Buraqueira C2 0 2 111 Nyctibius griseus Urutau F2 0 4 112 Lurocalis semitorquatus Tuju F2 0 11 113 Chordeiles pusillus Bacurauzinho C1 22 2 114 Chordeiles acutipennis Bacurau-de-asa-fina C1 0 7 115 Nyctidromus albicollis Curiango F2 69 184 116 Caprimulgus rufus João-corta-pau F1 0 40 117 Caprimulgus maculicaudus Bacurau-rabo-maculado C2 0 2 118 Caprimulgus parvulus Bacurau-pequeno C2 0 56 119 Hydropsalis torquata Bacurau-tesoura C2 6 2 120 Streptoprocne zonaris Andorinhão-de-coleira C2 0 19 121 Chaetura meridionalis Andorinhão-do-temporal C2 0 54 122 Chaetura brachyura Andorinhão-de-rabo-curto F2 20 11 123 Reinarda squamata Tesourinha C2 448 307 124 125 126 Phaethornis pretrei Phaethornis cf maranhaoensis Phaethornis ruber Rabo-branco-de-sobre-amarelo Rabo-branco-do-Maranhão Besourinho-da-mata F2 F1 F2 0 0 0 5 2 25 127 Campylopterus largipennis Asa-de-sabre F2 1 0 128 Eupetomena macroura Tesourão F2 11 9 129 Anthracothorax nigricollis Beija-flor-preto F2 7 5 130 Chrysolampis mosquitus Beija-flor-vermelho C2 7 2 131 Lophornis magnificus Topetinho-vermelho F2 0 2 132 Chlorestes notatus Beija-flor-de-garganta-azul C2 1 0 133 Thalurania furcata Beija-flor-tesoura-verde F2 9 12 134 Hylocharis sapphirina Beija-flor-safira F1 0 2 135 Amazilia versicolor Beija-flor-de-banda-branca F2 0 9 136 Amazilia fimbriata Beija-flor-de-garganta-verde C2 36 28 137 Heliactin bilopha Chifre-de-ouro C2 9 14 138 Calliphlox amethystina Estrelinha F2 0 2 102 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins ...continuação – Tabela 1 Nome Científico HAB Estação seca Estação chuva Surucuá-de-cauda-preta F1 1 7 Trogon curucui Surucuá-de-barriga-vermelha F1 14 67 Ceryle torquata Martim-pescador-grande A 49 9 142 Chloroceryle amazona Martim-pescador-verde A 7 5 143 Chloroceryle americana Martim-pescador-pequeno A 3 5 144 Momotus momota Udu-de-coroa-azul F1 23 82 145 Brachygalba lugubris Ariramba-preta F1 1 0 146 Galbula ruficauda Bico-de-agulha-de-rabo-vermelho F2 39 53 147 Notharchus tectus Capitão-do-mato-pequeno F1 4 0 148 Bucco tamatia Rapazinho-carijó F1 1 0 149 Nystalus chacuru João-bobo C1 93 14 150 Nystalus maculatus Rapazinho-dos-velhos C2 3 12 151 Monasa nigrifrons Bico-de-brasa F2 183 312 152 Chelidoptera tenebrosa Urubuzinho F2 49 44 153 Pteroglossus aracari Araçari-de-bico-branco F2 17 7 154 Pteroglossus inscriptus Araçari-miudinho-de-bico-riscado F1 0 21 155 Ramphastos vitellinus Tucano-de-bico-preto F1 30 32 156 157 158 Ramphastos tucanus Ramphastos toco Picumnus albosquamatus Tucano-grande-de-papo-branco Tucanuçu Pica-pau-anão-escamado F1 C2 F2 7 3 0 2 2 5 159 Colaptes campestris Pica-pau-do-campo C2 3 7 160 Colaptes melanochloros Pica-pau-verde-barrado C2 9 12 161 Celeus flavescens Pica-pau-de-cabeça-amarela F2 9 21 162 Celeus flavus Pica-pau-amarelo F1 1 0 163 Dryocopus lineatus Pica-pau-de-banda-branca C2 28 9 164 Melanerpes cruentatus Benedito-de-testa-vermelha F2 6 4 165 Melanerpes candidus Birro C2 69 19 166 Picoides mixtus Pica-pau-chorão C1 1 0 167 Veniliornis passerinus Pica-pauzinho-anão F2 11 5 168 Veniliornis affinis Pica-pauzinho-avermelhado F1 2 0 169 Campephilus melanoleucos Pica-pau-de-topete-vermelho F2 7 18 170 171 Campephilus rubricollis Melanopareia torquata Pica-pau-de-barriga-vermelha Tapaculo-de-colarinho F1 C1 4 11 0 4 172 Taraba major Choró-boi F2 6 5 173 Sakesphorus luctuosus Choca-d’água F1 12 21 174 Thamnophilus doliatus Choca-barrada F2 26 88 175 Thamnophilus cf stictocephalus Choca-de-natterer F1 0 4 176 Thamnophilus torquatus Choca-de-asa-vermelha C2 4 14 177 Dysithamnus mentalis Choquinha-lisa F1 14 14 178 Myrmotherula multostriata Choquinha-estriada F1 3 7 179 180 Herpsilochmus atricapillus Formicivora rufa Chororozinho-de-chapéu-preto Papa-formigas-vermelho F1 C2 12 22 179 4 181 Formicivora grisea Papa-formigas-pardo F2 49 112 182 Cercomacra ferdinandi Chororó-de-Goiás F1 3 12 183 Hypocnemoides maculicauda Solta-asa F1 3 0 184 Hylophylax poecilinota Rendadinho F1 3 0 139 Trogon melanurus 140 141 Nome Popular 103 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins ...continuação – Tabela 1 HAB Estação seca Estação chuva 185 Synallaxis frontalis Nome Científico Petrim Nome Popular F2 0 5 186 Synallaxis albescens Uipí C1 0 2 187 Synallaxis gujanensis João-teneném-becuá F2 3 2 188 Certhiaxis cinnamomea Curutié A 1 0 189 Phacellodomus rufifrons João-de-pau C2 60 16 190 Berlepschia rikeri Limpa-folha-do-buriti F2 23 18 191 Xenops rutilans Bico-virado-carijó F1 7 4 192 Dendrocincla fuliginosa Arapaçu-pardo F1 0 9 193 Sittasomus griseicapillus Arapaçu-verde F1 3 7 194 Dendrocolaptes platyrostris Arapaçu-grande F1 3 2 195 Dendrocolaptes certhia Arapaçu-barrado F1 1 0 196 Xiphorhynchus picus Arapaçu-de-bico-branco F2 22 40 197 Xiphorhynchus guttatus Arapaçu-de-garganta-amarela F1 25 47 198 Lepidocolaptes angustirostris Arapaçu-do-cerrado C2 44 51 199 Phyllomyias fasciatus Piolhinho F2 20 33 200 Ornithion inerme Poiaeiro-de-sobrancelha F1 3 5 201 Camptostoma obsoletum Risadinha F2 55 18 202 Phaeomyias murina Bagageiro F2 1 19 203 Sublegatus modestus Sertanejo C2 42 33 204 Suiriri affinis Suiriri-do-cerrado C2 0 11 205 Myiopagis viridicata Guaracava-de-olheiras F1 3 0 206 Myiopagis gaimardii Maria-pechim F1 17 35 207 Myiopagis caniceps Maria-da-copa F1 6 11 208 Elaenia flavogaster Guaracava-de-barriga-amarela C2 52 60 209 Elaenia cristata Guaracava-de-topete-uniforme C1 44 12 210 Elaenia chiriquensis Chibum C1 0 4 211 Inezia subflava Amarelinho F1 3 0 212 Euscarthmus meloryphus Barulhento C2 1 0 213 Leptopogon amaurocephalus Cabeçudo F1 7 19 214 Capsiemps flaveola Marianinha-amarela F1 0 14 215 Myiornis ecaudatus Caçula F1 0 4 216 Hemitriccus striaticollis Sebinho-rajado-amarelo F1 6 28 217 218 Hemitriccus margaritaceiventer Todirostrum cinereum Sebinho-de-olho-de-ouro Relógio C2 F2 7 34 18 25 219 Todirostrum maculatum Ferreirinho-estriado F1 47 12 220 Todirostrum fumifrons Ferreirinho-de-testa-parda F1 6 7 221 Tolmomyias sulphurescens Bico-chato-de-orelha-preta F1 0 16 222 Tolmomyias poliocephalus Bico-chato-de-cabeça-cinza F1 3 18 223 Tolmomyias flaviventris Bico-chato-amarelo F1 45 97 224 Platyrinchus mystaceus Patinho F1 3 14 225 Contopus cinereus Papa-moscas-cinzento F1 0 2 226 Lathrotriccus euleri Enferrujado F1 1 11 227 Cnemotriccus fuscatus Guaracavuçu F1 6 0 228 Pyrocephalus rubinus Verão C1 3 0 229 Xolmis cinerea Maria-branca C1 7 4 230 Fluvicola albiventer Lavadeira-de-cara-branca A 65 23 104 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins ...continuação – Tabela 1 Nome Científico Nome Popular HAB Estação seca Estação chuva A 0 5 Gibão-de-couro F2 38 4 Capitão-de-saíra-amarelo F1 7 11 Attila cinnamomeus Tinguaçu-ferrugem F1 3 0 235 Sirystes sibilator Gritador F1 4 18 236 Myiarchus ferox Maria-cavaleira F2 33 21 237 238 Myiarchus tyrannulus Myiarchus swainsoni Maria-cavaleira-de-rabo-enferrujado Irerê F2 F2 95 49 11 102 239 Philohydor lictor Bentevizinho-do-brejo A 0 4 240 Pitangus sulphuratus Bentevi C2 217 144 241 Megarynchus pitangua Neinei F2 69 42 242 Myiozetetes cayanensis Bentevizinho-de-asa-ferrugínea F2 101 58 243 Myiozetetes similis Bentevizinho-de-penacho-vermelho F2 17 5 244 Myiodynastes maculatus Bentevi-rajado F2 0 79 245 Legatus leucophaius Bentevi-pirata F2 0 51 246 247 Griseot aurantioatrocristatus Empidonomus varius Peitica-de-chapéu-preto Peitica C2 F2 0 0 23 44 248 Tyrannopsis sulphurea Suiriri-de-garganta-rajada F2 0 4 249 Tyrannus savana Tesoura C1 0 2 250 Tyrannus melancholicus Suiriri C2 196 188 251 Tyrannus albogularis Suriri-de-garganta-branca C1 0 14 252 Xenopsaris albinucha Tijerila C2 0 2 253 Pachyramphus rufus Caneleiro-cinzento C2 0 2 254 Pachyramphus viridis Caneleiro-verde F2 9 11 255 Pachyramphus polychopterus Caneleiro-preto F2 1 21 256 Pachyramphus validus Caneleiro-de-chapéu-negro F1 1 0 257 258 Tityra cayana Tityra semifasciata Anambé-branco-de-rabo-preto Anambé-branco-de-máscara-negra F1 F1 7 0 18 26 259 Tityra inquisitor Anambé-branco-de-bochecha-parda F1 1 2 260 Pipra fasciicauda Uirapuru-laranja F1 0 23 261 Chiroxiphia pareola Tangará-falso F1 4 9 262 Manacus manacus Rendeira F1 3 42 263 Machaeropterus pyrocephalus Uirapuru-cigarra F1 0 2 264 Neopelma pallescens Fruxu-do-cerradão F1 0 26 265 Tyranneutes stolzmanni Uirapuruzinho F1 0 18 266 Schiffornis turdinus Flautim-marrom F1 4 4 267 Cotinga cotinga Anambé-de-peito-roxo F1 1 0 268 Iodopleura isabellae Anambé-de-coroa F1 0 2 269 Querula purpurata Anambé-una F1 14 11 270 Procnias averano Araponga-do-nordeste F1 0 18 271 Tachycineta albiventer Andorinha-do-rio A 317 25 272 Progne tapera Andorinha-do-campo C2 3 2 273 Progne chalybea Andorinha-doméstica-grande C2 17 14 274 Atticora melanoleuca Andorinha-de-coleira A 0 5 275 Stelgidopteryx ruficollis Andorinha-serrador C2 532 211 276 Hirundo rustica Andorinha-de-bando C1 0 19 231 Fluvicola nengeta Lavadeira-mascarada 232 Hirundinea ferruginea 233 Attila spadiceus 234 105 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins ...continuação – Tabela 1 Nome Científico HAB Estação seca Estação chuva Cancã F2 57 35 Cyanocorax cristatellus Gralha-do-campo C2 95 19 Donacobius atricapillus Japacanim A 4 7 280 Thryothorus genibarbis Garrinchão-pai-avô F1 74 125 281 282 Thryothorus leucotis Troglodytes musculus Garrinchão-de-barriga-vermelha Cambaxirra F1 C2 95 80 40 84 283 Polioptila dumicola Balança-rabo-de-máscara F2 53 63 284 Turdus leucomelas Sabiá-barranco F2 66 214 285 Turdus amaurochalinus Sabiá-poca C2 0 2 286 Mimus saturninus Sabiá-do-campo C1 412 65 287 Cyclarhis gujanensis Pitiguari F2 125 104 288 Vireo olivaceus Juruviara F2 33 207 289 Hylophilus pectoralis Vite-vite-de-cabeça-cinza F1 4 7 290 Parula pitiayumi Mariquita F1 0 4 291 Basileuterus flaveolus Canário-do-mato F1 17 51 292 277 Cyanocorax cyanopogon 278 279 Nome Popular Basileuterus culicivorus Pula-pula F1 19 54 293 Coereba flaveola Cambacica F2 158 49 294 Schistochlamys melanopis Sanhaço-de-coleira C2 1 5 295 Neothraupis fasciata Cigarra-do-campo C1 0 4 296 Cypsnagra hirundinacea Bandoleta C1 26 14 297 Cissopis leveriana Tietinga F1 0 2 298 Hemithraupis guira Saíra-de-papo-preto F2 53 112 299 Nemosia pileata Saíra-de-chapéu-preto F2 19 32 300 Eucometis penicillata Pipira-da-taoca F1 0 5 301 Tachyphonus cristatus Tiê-galo F1 3 4 302 Tachyphonus rufus Pipira-preta F2 7 28 303 Piranga flava Sanhaço-de-fogo C2 11 7 304 Ramphocelus carbo Pipira-vermelha F2 269 163 305 Thraupis sayaca Sanhaço-cinzento C2 142 72 306 Thraupis palmarum Sanhaço-do-coqueiro F2 415 384 307 Euphonia chlorotica Fi-fi-verdadeiro C2 36 14 308 Euphonia violacea Gaturamo-verdadeiro F2 0 40 309 Tangara cayana Saíra-amarelo C2 69 49 310 Dacnis cayana Saí-azul F2 52 63 311 Cyanerpes cyaneus Saíra-beija-flor F1 0 16 312 Tersina viridis Saí-andorinha F2 25 40 313 Zonotrichia capensis Tico-tico C2 7 86 314 315 Ammodramus humeralis Ammodramus aurifrons Tico-tico-do-campo-verdadeiro Cigarrinha-do-campo C1 A 152 3 90 9 316 Sicalis citrina Canarinho-rasteiro C1 14 0 317 Emberizoides herbicola Canário-do-campo C1 7 19 318 Volatinia jacarina Tiziu C1 526 49 319 Sporophila plumbea Patativa-verdadeira C1 4 21 320 Sporophila nigricollis Baiano C2 7 2 321 Sporophila leucoptera Chorão C2 1 0 322 Oryzoborus angolensis Curió C2 0 4 106 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins ...continuação – Tabela 1 HAB Estação seca Estação chuva 323 Arremon taciturnus Nome Científico Tico-tico-do-mato-de-bico-preto Nome Popular F1 4 130 324 Charitospiza eucosma Mineirinho C1 12 4 325 Coryphospingus pileatus Galinho-da-serra C2 7 9 326 327 Paroaria gularis Saltator maximus Galo-de-campina-da-Amazônia Tempera-viola F2 F2 3 34 7 68 328 Saltator coerulescens Sabiá-gongá F2 12 12 329 Saltator atricollis Bico-de-pimenta C1 218 70 330 Psarocolius decumanus Japu F2 61 184 331 Cacicus cela Xexéu F2 25 44 332 Icterus cayanensis Encontro F2 26 11 333 Gnorimopsar chopi Melro C2 504 158 334 Molothrus bonariensis Chopim C2 1 28 335 Molothrus rufoaxillaris Chopim-azeviche C1 0 18 336 Molothrus oryzivorus Iraúna-grande C2 42 40 337 Passer domesticus Pardal C1 u u Legenda: Habitat (HAB): A – espécies estritamente aquáticas; C1 – espécies estritamente campestres; C2 – espécies estritamente campestres que utilizam também florestas; F1 – espécies estritamente florestais; F2 – espécies florestais que utilizam também ambientes abertos próximos. Nota: Os trabalhos de campo foram desenvolvidos entre 29 de maio e 6 de junho ( estação seca), e entre 25 de outubro e 3 de novembro de 2001 (estação chuvosa). Fonte: OIKOS (2002). 107 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Quadro 2 – Espécies de mamíferos encontradas na região entre Darcinópolis e Babaçulândia durante os estudos ambientais da Ferrovia Norte-Sul em 2000 e 2001 Táxon Nome Popular 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 Didelphidae Monodelphis domestica Philander opossum Gracilinanus cf. agilis Thylamys pusilla Dasyproctidae Dasyprocta agouti Agouti paca Muridae Calomys cf. callosus Oryzomys cf. subflavus Oryzomys sp. Nectomys squamipes Bolomys lasiurus Caviidae Cavia aperea Echymyidae Trichomys apereiodes Erethizontidae Coendou prehensilis Coendou koopmani Hydrochaeridae Hydrochaeris hydrochaeris Dasypus novemcinctus Phyllostomidae Desmodus rotundus Carollia cf. perspicillata Carollia sp. 1 Phyllostomus discolor Phyllostomus sp. Vampyressa cf. pusilla Artibeus jamaicensis Artibeus obscurus Glossophaga cf. soricina Anoura cf. caudífera Uroderma bilobatum Uroderma sp. Trachops cirrhosus Tonatia sp. Rhinophylla sp. Chiroderma sp. Pteronotus cf. parnelli. Natalidae Natalus cf. stramineus Vespertilionidae Myotis sp. Saccopteryx bilineata Rhynconycteris naso 108 Catita Cuíca Mucura Catita Cotia Paca Rato Rato Rato Rato-d’água Rato Preá Rato-rabudo, Punaré Ouriço Ouriço Capivara Tatu-galinha Morcego-vampiro Morcego Morcego Morcego Morcego Morcego Morcego Morcego Morcego Morcego Morcego Morcego Morcego Morcego Morcego Morcego Morcego Morcego Morcego Morcego Morcego Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins ...continuação – Quadro 2 Táxon 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 Nome Popular Molossidae Molossus sp. Molossops sp. Cebidae Callicebus moloch Aotus infulatus Cebus apella Alouatta belzebul Felidae Panthera onca Leopardus pardalis Leopardus wiedii Herpailurus yagouarundi Puma concolor Canidae Cerdocyon thous Speothos venaticus Procyonidae Procyon cancrivorous Nasua nasua Cervidae Mazama americana Mazama gouazoubira Tayassuidae Tayassu tajacu Tapiridae Tapirus terrestris Fonte: OIKOS (2002). 109 Morcego Morcego Zog-zog Macaco-da-noite Macaco-prego Bugio, Capelão Onça-pintada Jaguatirica Maracajá-açu Jaguarundi Suçuarana Raposa Cachorro-vinagre Mão-pelada Quati Veado-mateiro Veado-catingueiro Caititu Anta Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Quadro 3 – Espécies de anfíbios encontradas na região entre Babaçulândia e Darcinópolis durante os estudos ambientais da Ferrovia Norte-Sul Classe LISSAMPHIBIA Ordem Anura Família Bufonidae Bufo gr. granulosus Bufo guttatus Bufo paracnemis Bufo gr. margaritifer Família Dendrobatidae Dendrobates galactonotus Colostethus brunneus Família Hylidae Hyla boans Hyla geografica Hyla melanargyrea Hyla microcephala Hyla minuta Hyla multifasciata Hyla nana Hyla punctata Hyla raniceps Osteocephalus taurinus Phrynohyas venulosa Phyllomedusa hypocondialis Scinax fuscomarginatus Scinax fuscovarius Scinax gr. rostratus Scinax gr. ruber Família Leptodactylidae Adenomera hylaedactyla Adenomera andrei Barycholos ternetzi Eleutherodactylus sp. Leptodactylus fuscus Leptodactylus labyrinthicus Leptodactylus mystaceus Leptodactylus ocellatus Leptodactylus petersii Leptodactylus pustulatus Leptodactylus troglodytes Physalaemus centralis Physalaemus cuvieri Proceratophrys concavitympanum Pseudopaludicola ternetzi Família Microhylidae Chiasmocleis albopunctata Dermatonotus mulleri Elachistocleis sp. Família Pseudidae Pseudis tocantinensis Fonte: OIKOS (2002). 110 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Quadro 4 – Espécies de répteis encontradas na região entre Babaçulândia e Darcinópolis durante os estudos ambientais da Ferrovia Norte-Sul SQUAMATA Amphisbaenia Família Amphisbaenidae Amphisbaena sp. “Lacertilia” Família Gekkonidae Gonatodes sp. Gymnodactylus geckoides Hemidactylus mabouia Phyllopezus pollicaris Família Gymnophythalmidae Colobosaura modesta Micrablepharus maximiliani Leposoma sp. Familia Iguanidae Iguana iguana Família Polychrotidae Anolis chrysolepis Polychrus marmoratus Família Scincidae Mabuya bistriata Mabuya frenata Família Teiidae Ameiva ameiva Cnemidophorus ocellifer Kentropyx calcarata Tupinambis merianae Familia Tropiduridae Tropidurus oreadicus Tropidurus torquatus Serpentes Família Boidae Boa constrictor Corallus hortulanus Epicrates cenchria Eunectes murinus Família Colubridae Chironius exoletus Chironius scurrulus Leptophis ahaetulla Oxyrhopus trigeminus Philodryas nattereri Psomophis joberti Família Elapidae Micrurus lemniscatus Família Leptotyphlopidae Leptotyphlops koppesi 111 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins ...continuação – Quadro 4 Família Viperidae Crotalus durissus CHELONIA Família Pelomedusidae Podocnemis unifilis CROCODYLIA Familia Alligatoridae Caiman crocodylus Paleosuchus palpebrosus Fonte: OIKOS (2002). 112 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Tabela 2 – Aves observadas em sete áreas selecionadas na área do ZEE do Norte do Estado do Tocantins em uma das cinco fisionomias amostradas e seus respectivos índices de abundância (indivíduos registrados / 10horas) Nome Científico 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 Horas/ campo Indice de Correção Rhea americana Tinamus tao Crypturellus cinereus Crypturellus soui Crypturellus strigulosus Crypturellus parvirostris Phalacrocorax brasilianus Anhinga anhinga Ardea cocoi Ardea alba Egretta thula Bubulcus ibis Butorides striatus Agamia agami Pilherodius pileatus Tigrisoma lineatum Mesembrinibis cayennensis Phimosus infuscatus Mycteria americana Sarcoramphus papa Coragyps atratus Cathartes aura Cathartes burrovianus Cathartes melambrotus Dendrocygna viduata Dendrocygna autumnalis Neochen jubatus Cairina moschata Anhima cornuta Elanus leucurus Elanoides forficatus Leptodon cayanensis Harpagus diodon Rosthramus sociabilis Buteo albicaudatus Buteo nitidus Rupornis magnirostris Busarellus nigricollis Heterospizias meridionalis Buteogallus urubitinga Harpia harpyja Spizaetus tyrannus Geranospiza caerulescens Pandion haliaetus Herpetotheres cachinnans Micrastur semitorquatus Micrastur ruficollis ITAG FS 14:27 0,69 MOG CAA 07:56 1,32 MOG CAB 01:30 7,69 3R CER 04:30 2,32 a 3R FA 06:42 1,55 SAP FO 15:37 0,65 SAP FA 04:39 2,27 8 5 3 1 14 3 1 13 1 7 11 5 4 7 a a a a a a a a a a a a a 5 1 3 a 2 2 a 7 a a 2 3 a 7 a a 5 5 a 3 a 1 BB ILHA 09:17 1,09 3 a 17 17 9 14 6 17 3 3 9 a a 32 9 9 106 6 a 7 10 27 3 20 a 23 a 3 7 10 a 120 17 3 2 2 1 1 8 40 10 73 a 6 3 11 1 1 1 MAL FO 4 1 12 6 3 a a 1 1 1 MUR FA 03:00 3,33 03:48 2,87 a 2 9 a 1 2 2 2 a 1 a 8 a 8 2 11 a a 3 6 16 a a 3 a 1 1 a 2 3 a 2 a 3 3 2 5 3 2 113 a 4 1 3 2 3 3 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins ... continuação – Tabela 2 Nome Científico 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 Micrastur gilvicollis Micrastur mirandollei Daptrius ater Ibycter americanus Milvago chimachima Caracara plancus Falco rufigularis Falco femoralis Falco sparverius Ortalis superciliaris Penelope superciliaris Penelope cf. ochrogaster Pipile cujubi Odontophorus gujanensis Aramus guarauna Aramides cajanea Laterallus viridis Porphyrula martinica Porphyrula flavirostris Eurypyga helias Cariama cristata Jacana jacana Vanellus chilensis Vanellus cayanus Charadrius collaris Actitis macularia Phaetusa simplex Sterna superciliaris Rynchops niger Columba speciosa Columba picazuro Columba cayennensis Columba subvinacea Columbina minuta Columbina talpacoti Scardafella squamata Claravis pretiosa Leptotila verreauxi Leptotila rufaxilla Ara macao Ara chloropterus Ara severa Primolius maracana Diopsittaca nobilis Aratinga leucophthalmus Aratinga jandaya Aratinga aurea Pyrrhura lepida Pyrrhura amazonum Forpus xanthopterygius ITAG FS 1 MOG CAA 1 1 1 a a 1 MOG CAB 3R CER 3R FA SAP FO SAP FA MUR FA BB ILHA 1 a a 12 a 2 a 9 9 2 a a a a a 9 a a 1 7 3 a a a a MAL FO 1 1 a a a a 3 9 1 8 1 a a 5 7 a 1 a a a a a a a a 5 a a a a a a 7 9 a a a 2 a a 9 8 a 2 a 1 2 6 3 2 13 a 1 9 a 2 1 1 2 a 2 20 5 16 a 3 a 3 9 5 a a a 14 2 2 a 9 8 7 47 110 7 40 13 67 23 a 40 10 a a 14 3 5 18 3 8 3 19 10 1 6 a 1 8 18 a 18 20 16 a 48 114 6 a 3 17 6 14 3 13 15 a a a 4 2 a 402 a a a 2 a Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins ... continuação – Tabela 2 Nome Científico 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 Brotogeris chiriri Brotogeris chrysopterus Pionopsitta vulturina Pionus menstruus Amazona aestiva Amazona amazonica Amazona farinosa Coccyzus melacoryphus Piaya cayana Piaya minuta Crotophaga ani Crotophaga major Guira guira Tapera naevia Dromococcyx phasianellus Opisthocomus hoazin Tyto alba Otus choliba Otus usta Pulsatrix perspicillata Glaucidium brasilianum Athene cunicularia Nyctibius grandis Nyctibius griseus Lurocalis semitorquatus Chordeiles rupestris Chordeiles pusillus Nyctiprogne leucopyga Nyctidromus albicollis Caprimulgus longirostris Hydropsalis torquata Chaetura spinicauda Chaetura brachyura Tachornis squamata Glaucis hirsuta Phaethornis pretrei Phaethornis maranhaoensis Phaethornis ruber Eupetomena macroura Florisuga mellivora Anthracothorax nigricollis Chrysolampis mosquitus Lophornis gouldii Chlorestes notatus Thalurania furcata Hylocharis cyanus Amazilia versicolor Amazilia fimbriata Heliothryx aurita Heliactin bilopha ITAG FS 14 1 MOG CAA 3 3 MOG CAB a 14 3 5 3 a a 4 a a a 3R FA 6 SAP FO 1 1 12 3R CER a a a 2 a 8 6 3 5 2 a a 3 7 2 a a a 1 a 1 1 SAP FA 5 a 7 20 5 32 MUR FA 9 6 6 6 a 5 2 a 17 a a 5 a a a 5 BB ILHA 7 3 3 a 89 a 7 a 27 57 296 a a 1 3 1 1 1 a 2 4 17 2 2 4 a 6 a a a 2 1 1 1 1 9 MAL FO a a 1 a 1 a 10 3 a 1 5 a 9 a 4 4 3 5 3 2 3 18 6 43 4 a 7 5 15 a 9 a a 90 27 10 10 3 1 a 2 1 6 76 a 6 5 2 1 1 7 a a 7 6 1 a 4 3 2 23 1 1 1 1 6 1 3 3 2 9 2 5 a 2 115 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins ... continuação – Tabela 2 Nome Científico 148 149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 181 182 183 184 185 186 187 188 189 190 191 192 193 194 195 196 197 Heliomaster longirostris Trogon melanurus Trogon viridis Trogon curucui Ceryle torquata Chloroceryle amazona Chloroceryle americana Chloroceryle inda Chloroceryle aenea Momotus momota Brachygalba lugubris Galbula ruficauda Notharchus macrorhynchos Notharchus tectus Bucco tamatia Nystalus chacuru Nystalus maculatus Monasa nigrifrons Chelidoptera tenebrosa Pteroglossus aracari Pteroglossus inscriptus Selenidera gouldii Ramphastos vitellinus Ramphastos tucanus Picumnus albosquamatus Colaptes campestris Colaptes melanochloros Piculus flavigula Celeus flavescens Dryocopus lineatus Melanerpes cruentatus Melanerpes candidus Veniliornis passerinus Veniliornis affinis Campephilus melanoleucos Campephilus rubricollis Melanopareia torquata Taraba major Sakesphorus luctuosus Thamnophilus doliatus Thamnophilus stictocephalus Thamnophilus torquatus Pygiptila stellaris Dysithamnus mentalis Thamnomanes caesius Myrmotherula multostriata Myrmotherula axillaris Myrmotherula hauxwelli Myrmotherula menetriesii Herpsilochmus atricapillus ITAG FS 1 6 7 MOG CAA 1 MOG CAB 3R CER 3R FA 11 SAP FO 1 1 33 SAP FA MUR FA BB ILHA MAL FO 5 9 3 a 12 37 10 3 a 14 a a 7 a a 2 2 3 1 1 1 a 6 7 6 3 a 2 7 11 2 1 5 2 a 19 2 3 5 7 28 1 18 7 2 3 9 37 30 2 10 1 4 10 5 5 3 a 37 a 2 4 8 11 2 5 7 11 5 a a 1 1 3 2 4 6 1 2 1 1 3 1 6 7 3 6 3 1 3 8 a 1 5 19 5 5 12 3 3 3 21 5 16 a 2 69 17 20 3 10 13 17 3 10 a 3 1 8 15 5 8 8 24 2 3 7 8 57 49 a 3 6 3 5 2 a 5 27 a 8 53 5 8 15 5 3 a a 46 20 14 8 8 12 1 3 18 3 9 20 4 23 17 116 12 4 6 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins ... continuação – Tabela 2 Nome Científico 198 199 200 201 202 203 204 205 206 207 208 209 210 211 212 213 214 215 216 217 218 219 220 221 222 223 224 225 226 227 228 229 230 231 232 233 234 235 236 237 238 239 240 241 242 243 244 245 246 247 Formicivora rufa Formicivora grisea Cercomacra ferdinandi Hypocnemoides maculicauda Sclateria naevia Hylophylax poecilinota Formicarius colma Formicarius analis Grallaria varia Furnarius leucopus Synallaxis albescens Synallaxis gujanensis Poecilurus scutatus Certhiaxis cinnamomea Cranioleuca vulpina Phacellodomus rufifrons Berlepschia rikeri Automolus paraensis Automolus rufipileatus Xenops minutus Xenops rutilans Dendrocincla fuliginosa Sittasomus griseicapillus Dendrocolaptes certhia Dendrocolaptes platyrostris Xiphorhynchus picus Xiphorhynchus guttatus Lepidocolaptes angustrirostris Lepidocolaptes albolineatus Phyllomyias fasciatus Zimmerius gracilipes Ornithion inerme Camptostoma obsoletum Sublegatus modestus Tyrannulus elatus Myiopagis gaimardii Elaenia flavogaster Elaenia cf. parvirostris Elaenia mesoleuca Elaenia cristata Elaenia chiriquensis Inezia subflava Mionectes oleagineus Leptopogon amaurocephalus Capsiemps flaveola Corythopis torquata Myiornis ecaudatus Hemitriccus striaticolle H. margaritaceiventer Hemitriccus minimus ITAG FS MOG CAA MOG CAB 19 42 92 7 6 1 3R CER 37 23 3R FA SAP FO 25 43 3 6 29 SAP FA a 14 9 MUR FA 9 29 3 7 5 BB ILHA MAL FO 38 7 a 11 4 5 1 a 5 6 a 11 7 15 a 14 a 18 1 17 1 5 4 a 33 1 5 4 4 2 3 a 8 2 8 6 5 a 1 6 2 4 3 1 2 10 6 a 2 19 4 1 5 2 3 3 3 8 5 19 3 13 3 5 5 a 2 2 1 10 11 a 5 10 8 11 5 a 7 a 7 5 14 17 9 9 10 12 6 17 a 1 6 1 1 19 2 a 13 2 3 1 1 3 1 4 9 5 5 7 8 117 3 3 1 3 2 2 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins ... continuação – Tabela 2 Nome Científico 248 249 250 251 252 253 254 255 256 257 258 259 260 261 262 263 264 265 266 267 268 269 270 271 272 273 274 275 276 277 278 279 280 281 282 283 284 285 286 287 288 289 290 291 292 293 294 295 296 297 Hemitriccus zosterops Hemitriccus minor Todirostrum cinereum Todirostrum maculatum Todirostrum sylvia Todirostrum fumifrons Ramphotrigon ruficauda Tolmomyias sulphurescens Tolmomyias flaviventris Tolmomyias poliocephalus Platyrinchus mystaceus Lathrotriccus euleri Xolmis cinerea Knipolegus poecilocercus Fluvicola albiventer Fluvicola nengeta Arundinicola leucocephala Hirundinea ferruginea Attila spadiceus Attila cinnamomeus Rhytipterna simplex Rhytipterna immunda Sirystes sibilator Myiarchus ferox Myiarchus tyrannulus Myiarchus swainsoni Myiarchus tuberculifer Philohydor lictor Pitangus sulphuratus Megarynchus pitangua Myiozetetes cayanensis Myiozetetes similis Myiodynastes maculatus Legatus leucophaius Empidonomus varius G. aurantioatrocristatus Tyrannopsis sulphurea Tyrannus melancholicus Pachyramphus viridis Pachyramphus polychopterus Pachyramphus rufus Tityra cayana Tityra semifasciata Tityra inquisitor Pipra rubrocapilla Pipra fasciicauda Chiroxiphia pareola Manacus manacus Machaeropterus pyrocephalus Neopelma pallescens ITAG FS 1 MOG CAA a a a 1 6 9 MOG CAB 1 a 3 4 5 1 3R CER 3R FA 2 32 a SAP FO 5 3 1 5 10 4 14 5 6 8 5 19 4 2 a a SAP FA 5 a a 14 14 9 2 5 2 a MUR FA BB ILHA 6 a 178 11 160 3 MAL FO 6 30 a a 60 6 18 22 9 3 a 3 a a a a 3 2 5 10 28 6 8 4 1 5 2 4 8 12 9 4 15 31 9 2 10 16 a a 7 a 5 13 20 4 3 3 4 a 1 a 5 8 3 a 5 9 a 3 8 1 3 3 a 2 5 a a 1 a 7 a a 3 13 23 3 8 a 2 1 14 5 5 4 3 9 5 18 7 4 7 a 9 2 34 37 2 a 3 20 a 3 1 1 9 6 1 9 2 3 4 1 a 6 4 5 9 8 12 31 11 118 1 4 6 2 2 29 23 10 2 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins ... continuação – Tabela 2 Nome Científico 298 299 300 301 302 303 304 305 306 307 308 309 310 311 312 313 314 315 316 317 318 319 320 321 322 323 324 325 326 327 328 329 330 331 332 333 334 335 336 337 338 339 340 341 342 343 344 345 346 347 Tyranneutes stolzmanni Schiffornis tudinus Cotinga cayana Cotinga cotinga Xipholena lamellipennis Iodopleura isabellae Lipaugus vociferans Querula purpurata Gymnoderus foetidus Tachycineta albiventer Progne tapera Progne chalybea Atticora melanoleuca Neochelidon tibialis Stelgidopteryx ruficollis Cyanocorax cristatellus Cyanocorax cyanopogon Donacobius atricapilla Thryothorus genibarbis Thryothorus leucotis Troglodytes musculus Polioptila dumicola Turdus leucomelas Turdus amaurochalinus Mimus saturninus Cyclarhis gujanensis Vireo olivaceus Hylophilus pectoralis Parula pitiayumi Basileuterus flaveolus Basileuterus culicivorus Coereba flaveola Schistochlamys melanopis Neothraupis fasciata Cypsnagra hirundinacea Cissopis leveriana Hemithraupis guira Nemosia pileata Eucometis penicillata Tachyphonus cristatus Tachyphonus luctuosus Tachyphonus rufus Piranga flava Ramphocelus carbo Thraupis episcopus Thraupis palmarum Euphonia chlorotica Euphonia violacea Euphonia minuta Tangara mexicana ITAG FS 7 1 20 17 10 3 1 MOG CAA 11 1 3 MOG CAB 3R CER 5 33 19 11 a 15 a 5 SAP FO 7 5 1 1 a 29 3 1 a 8 16 3 8 a 1 9 a 11 1 3 3 69 a 15 2 a 11 7 11 a 40 19 19 23 2 5 16 5 3 a 23 3 31 14 8 6 a 3 6 1 a a 1 1 62 a 8 1 14 a 16 1 10 3 1 11 1 3 6 3 30 30 164 a 9 a 1 26 2 a a 40 6 a 13 3 8 3 a 16 119 2 23 10 7 4 34 67 13 9 a 16 23 1 10 14 1 9 a 5 3 14 14 a 5 9 2 20 77 a 25 a 6 4 6 27 7 7 16 2 6 49 a 23 2 1 3 9 1 14 1 5 5 a 36 a 9 a a 9 MAL FO 24 1 517 43 32 a BB ILHA a a a a 5 23 5 a MUR FA 1 a 23 14 14 3 14 3 3 SAP FA 12 a 55 6 1 14 6 6 a 19 9 25 a 6 3R FA a 29 17 17 6 2 2 8 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins ... continuação – Tabela 2 Nome Científico 348 349 350 351 352 353 354 355 356 357 358 359 360 361 362 363 364 365 366 367 368 369 370 371 372 373 374 375 376 377 378 379 380 381 Tangara cayana Tangara cyanicollis Dacnis lineata Dacnis cayana Cyanerpes caeruleus Cyanerpes cyaneus Conirostrum speciosum Tersina viridis Zonotrichia capensis Ammodramus humeralis Ammodramus aurifrons Emberizoides herbicola Volatinia jacarina Sporophila nigricollis Sporophila leucoptera Sporophila castaneiventris Oryzoborus angolensis Arremon taciturnus Charitospiza eucosma Coryphospingus pileatus Paroria gularis Pitylus grossus Saltator maximus Saltator coerulescens Saltator atricollis Porphyrospiza caerulescens Psarocolius decumanus Psarocolius viridis Psarocolius bifasciatus Cacicus cela Cacicus haemorrhous Gnorimopsar chopi Molothrus bonariensis Passer domesticus ITAG FS 1 MOG CAA a MOG CAB 15 3R CER 28 7 3R FA SAP FO SAP FA a MUR FA 3 3 8 a 13 2 9 3 a 3 a 6 a a a 9 a a 6 10 6 a 15 a 39 a a a a a a a a 1 a MAL FO 3 3 2 BB ILHA a a a a a a 13 1 a 5 a 2 4 a a 14 a 4 21 a 3 2 5 1 a a 8 32 2 33 a a 7 9 18 7 60 7 10 28 5 14 11 77 3 a a a a Legenda: Áreas = 5 a a 95 a Ambientes = 3R – Fazenda 3R – município de Ananás ITAG – município de Itaguatins MAL – Fazenda Malasca – município de Sta. Fé do Araguaia MOG – Fazenda Mogno – município de Ananás MUR – rio Muricizal – Araguanã SAP – Fazenda Sapucaia – município de Wanderlândia CAA - Carrasco alto CAB – Carrasco baixo FA – floresta aluvial (mata ciliar) FO – floresta ombrófila FS – floresta semidecídua Ilha – ilhas do rio Araguaia e ambiente ripários associados Nota: 1) As espécies indicadas por letras foram detectadas fora dos períodos de censo. 120 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins Quadro 5 – Aves observadas em sete áreas do ZEE do Norte do Estado do Tocantins em uma das cinco fisionomias amostradas, segundo Habitat e Registro HIDASI Nome Científico Nome comum HAB EVID 1998 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Rhea americana Tinamus tao Crypturellus cinereus Crypturellus soui Crypturellus strigulosus Crypturellus parvirostris Phalacrocorax brasilianus Anhinga anhinga Ardea cocoi Ardea alba Egretta thula Bubulcus ibis Butorides striatus Agamia agami Ema Azulona Inhambu-pixuna Sururina Inhambu-relógio Inhambu-chororó Bigua-una Biguatinga Garça-moura Garça-branca-grande Garça-branca-pequena Garça-vaqueira Socozinho Garça-beija-flor C1 F1 F1 F1 F1 C2 A A A A A C2 A A O G V G G G O O O O O O O O 001 002 004 005 NC 008 013 014 016 017 018 019 020 021 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 Pilherodius pileatus Tigrisoma lineatum Mesembrinibis cayennensis Phimosus infuscatus Mycteria americana Sarcoramphus papa Coragyps atratus Cathartes aura Cathartes burrovianus Cathartes melambrotus Dendrocygna viduata Dendrocygna autumnalis Neochen jubatus Cairina moschata Anhima cornuta Elanus leucurus Elanoides forficatus Leptodon cayanensis Harpagus diodon Garça-real Socó-boi-ferrugem Corocoró Tapicuru Cabeça-seca Urubu-rei Urubu-preto Urubu-de-cabeça-vermelha Urubu-tinga Urubu-da-mata Irerê Marreca-cabocla Pato-corredor Pato-do-mato Anhuma Gavião-peneira Gavião-tesoura Gavião-de-cabeça-cinza Gavião-bombachinha A A A A A F2 C2 C2 C2 F2 A A A A A C1 F2 F2 F2 O O O O O O O O F F O O G O G O O O F 015 024 029 030 026 043 042 040 041 NC 034 035 036 037 032 048 046 044 051 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 Rosthramus sociabilis Buteo albicaudatus Buteo nitidus Rupornis magnirostris Busarellus nigricollis Heterospizias meridionalis Buteogallus urubitinga Harpia harpyja Spizaetus tyrannus Geranospiza caerulescens Pandion haliaetus Herpetotheres cachinnans Micrastur semitorquatus Gavião-caramujeiro Gavião-de-cauda-branca Gavião-pedrês Gavião-carijó Gavião-belo Gavião-caboclo Gavião-preto Uiraçu Gavião-pega-macaco Gavião-pernilongo Águia-pesqueira Acauã Falcão-relógio A C2 F2 C2 A C2 F2 F1 F1 F2 A F2 F2 O F G G O O O F O O O F V 049 067 059 065 062 061 060 069 071 057 NC 077 079 121 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins ...continuação – Quadro 5 Nome Científico Nome comum 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 Micrastur ruficollis Micrastur gilvicollis Micrastur mirandollei Daptrius ater Ibycter americanus Milvago chimachima Caracara plancus Falco rufigularis Falco femoralis Falco sparverius Ortalis superciliaris Penelope superciliaris Penelope sp. Pipile cujubi Falcão-caburé Falcão-mateiro Tanatau Cancão-da-mata Cancão-grande Carrapateiro Caracará Cauré Falcão-de-coleira Quiriquiri Aracuã-pequena Jacupeba Jacu-grande Jacupara 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 Odontophorus gujanensis Aramus guarauna Aramides cajanea Laterallus viridis Porphyrula martinica Porphyrula flavirostris Eurypyga helias Cariama cristata Jacana jacana Vanellus chilensis Vanellus cayanus Charadrius collaris Actitis macularia Phaetusa simplex Sterna superciliaris Rynchops niger Columba speciosa Columba picazuro Columba cayennensis Uru-corcovado Carão Saracura-três-potes Sanã-castanha Frango-d’água-azul Frango-d’água-pequeno Pavãozinho-do-pará Seriema-pé-vermelho Jaçanã-preta Quero-quero Maçarico-de-esporão Batuíra-de-coleira Maçarico-pintado Trinta-réis-grande Trinta-reís-anão Talha-mar-preto Pomba-pedrês Pomba-asa-branca Pomba-galega 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 Columba subvinacea Columbina minuta Columbina talpacoti Scardafella squamata Claravis pretiosa Leptotila verreauxi Leptotila rufaxilla Ara macao Ara chloropterus Ara severa Primolius maracana Diopsittaca nobilis Aratinga leucophthalmus Pomba-botafogo Rolinha-caxexa Rolinha-roxa Fogo-apagou Pararu-azul Juriti-pupu Juriti-gemedeira Arara-canga Arara-vermelha Maracanã-guaçu Maracanã-verdadeira Maracanã-pequena Aratinga-de-bando 122 HAB EVID HIDASI 1998 F1 F1 F1 F2 F2 C2 C2 F2 C1 C1 F1 F2 F1 F1 G G G G G O O O O O G O G G 078 NC NC 073 074 076 075 081 082 080 084 085 086 087 F1 A F2 C2 A A F2 C1 A A, C1 A A A A A A F2 C2 F2 V O V V O O O O G O F O O F O F G O O 090 091 093 096 103 102 105 106 107 108 109 111 114 118 119 120 121 122 123 F1 C1 C2 C2 F2 F2 F2 F2 F2 F2 F2 C2 C2 V O G G G G G O F G O O G NC 127 128 131 130 133 134 NC 138 NC 141 142 143 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins ...continuação – Quadro 5 Nome Científico Nome comum HAB EVID HIDASI 1998 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 Aratinga jandaya Aratinga aurea Pyrrhura lepida Pyrrhura amazonum Forpus xanthopterygius Brotogeris chiriri Brotogeris chrysopterus Pionopsitta vulturina Pionus menstruus Amazona aestiva Amazona amazonica Amazona farinosa Coccyzus melacoryphus Piaya cayana Piaya minuta Jandaia-verdadeira Aratinga-estrela Tiriba Tiriba-pintada Tuim-de-asa-azul Periquito-de-asa-amarela Periquito-de-asa-dourada Curica-urubu Maitaca-de-asa-azul Papagaio-curau Papagaio-grego Papagaio-moleiro Papa-largarta-acanelado Alma-de-gato Chincoã-pequeno F2 C2 F1 F1 F2 F2 F1 F1 F1 C2 F2 F2 F2 F2 F2 G G G F O O O G F, G O G O O O V 144 145 NC 146 148 149 NC NC 150 152 154 NC 158 161 162 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 Crotophaga ani Crotophaga major Guira guira Tapera naevia Dromococcyx phasianellus Opisthocomus hoazin Tyto alba Otus choliba Otus usta Pulsatrix perspicillata Glaucidium brasilianum Athene cunicularia Nyctibius grandis Nyctibius griseus Lurocalis semitorquatus Chordeiles rupestris Chordeiles pusillus Nyctiprogne leucopyga Nyctidromus albicollis Anu-preto Anu-coroca Anu-branco Saci-do-campo Saci-faisão Cigana Suindara Corujinha-de-orelha Corujinha Murucututu Caburé-ferrugem Coruja-buraqueira Urutau-grande Mãe-da-lua Tuju Bacurau-da-praia Bacurau-pequeno Bacurau-d’água Curiango-comum C2 F2 C2 F2 F1 F1 C2 F2 F1 F1 F2 C2 F1 F2 F2 A C1 A F2 O G O V V G O V G V V O F, G V O O O O G 164 163 165 166 167 156 169 170 NC 171 175 176 179 180 NC 182 181 184 186 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 Caprimulgus longirostris Hydropsalis torquata Chaetura spinicauda Chaetura brachyura Tachornis squamata Glaucis hirsuta Phaethornis pretrei Phaethornis maranhaoensis Phaethornis ruber Eupetomena macroura Florisuga mellivora Anthracothorax nigricollis Chrysolampis mosquitus Lophornis gouldii Bacurau-rupestre Curiango-tesoura Taperá-de-sobre-branco Taperá-de-cauda-curta Taperá-do-buriti Beija-flor-besourão Rabo-branco-acanelado Rabo-branco Rabo-branco-rubro Beija-flor-tesoura Beija-flor-branco Beija-flor-de-veste-preta Beija-flor-vermelho Topetinho-de-leque-pontilhado C2 C2 F2 F2 C2 F1 F2 F1 F2 F2 F1 F2 C2 F1 G O O O O O O O G O O O O O NC 190 NC NC 195 197 198 199 200 201 202 203 204 NC 123 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins ...continuação – Quadro 5 Nome Científico Nome comum HAB EVID HIDASI 1998 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150 151 152 153 154 155 Chlorestes notatus Thalurania furcata Hylocharis cyanus Amazilia versicolor Amazilia fimbriata Heliothryx aurita Heliactin bilopha Heliomaster longirostris Trogon melanurus Trogon viridis Trogon curucui Ceryle torquata Chloroceryle amazona Chloroceryle americana Chloroceryle inda Safira-de-garganta-azul Beija-flor-de-barriga-violeta Beija-flor-roxo Beija-flor-de-banda-branca Beija-flor-de-garganta-verde Beija-flor-fada Chifre-de-ouro Bico-reto-cinzento Surucuá-de-cauda-preta Surucuá-de-barriga-dourada Surucuá-de-coroa-azul Martim-pescador-grande Martim-pescador-verde Martim-pescador-pequeno Martim-pescador-da-mata C2 F2 F2 F2 C2 F1 C2 F2 F1 F1 F1 A A A F2 O O G O O O O O G G G O G O O NC 207 NC 209 210 212 211 213 215 NC 217 218 219 220 221 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172 173 174 Chloroceryle aenea Momotus momota Brachygalba lugubris Galbula ruficauda Notharchus macrorhynchos Notharchus tectus Bucco tamatia Nystalus chacuru Nystalus maculatus Monasa nigrifrons Chelidoptera tenebrosa Pteroglossus aracari Pteroglossus inscriptus Selenidera gouldii Ramphastos vitellinus Ramphastos tucanus Picumnus albosquamatus Colaptes campestris Colaptes melanochloros Martim-pescador-anão Udu-coroado Agulha-parda Ariramba-de-cauda-ruiva Macuru-de-testa-branca Macuru-pintado Rapazinho-carijó Fevereiro Chilu-chilu Chora-chuva-preto Urubuzinho Araçari-minhoca Araçari-letrado Saripoca-de-gould Tucano-de-bico-preto Tucano-assobiador Picapau-anão-escamado Picapau-do-campo Picapau-carijó F2 F1 F1 F2 F1 F1 F1 C1 C2 F2 F2 F2 F1 F1 F1 F1 F2 C2 C2 O G O O O O G V G G G O O G G G V O V 222 224 225 226 NC 229 NC 230 231 233 234 236 235 238 239 NC 241 247 246 175 176 177 178 179 180 181 182 183 184 185 186 187 188 Piculus flavigula Celeus flavescens Dryocopus lineatus Melanerpes cruentatus Melanerpes candidus Veniliornis passerinus Veniliornis affinis Campephilus melanoleucos Campephilus rubricollis Melanopareia torquata Taraba major Sakesphorus luctuosus Thamnophilus doliatus Thamnophilus stictocephalus Picapau-bufador Picapau-velho Picapau-de-banda-branca Picapau-de-barriga-vermelha Picapau-branco Picapau-pequeno Picapau-de-asa-vermelha Picapau-de-garganta-preta Picapau-de-penacho Meia-lua-do-cerrado Choró-boi Choca-d’água Choca-barrada Choca F1 F2 C2 F2 C2 F2 F1 F2 F1 C1 F2 F1 F2 F1 G V O G O O G V F, G V G G V G 245 248 250 243 242 244 NC 252 251 313 285 286 287 289 124 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins ...continuação – Quadro 5 Nome Científico Nome comum HAB EVID HIDASI 1998 189 190 191 192 193 194 195 196 197 198 199 200 201 202 203 Thamnophilus torquatus Pygiptila stellaris Dysithamnus mentalis Thamnomanes caesius Myrmotherula multostriata Myrmotherula axillaris Myrmotherula hauxwelli Myrmotherula menetriesii Herpsilochmus atricapillus Formicivora rufa Formicivora grisea Cercomacra ferdinandi Hypocnemoides maculicauda Sclateria naevia Hylophylax poecilinota Choca-de-asa-ruiva Choca-cantadora Choquinha-lisa Uirapuru-de-bando Choquinha Choquinha-de-flanco-branco Choquinha-de-garganta-clara Choquinha-de-garganta-cinza Chorozinho Formigueiro-ruivo Formigueiro-pardo Chororó-de-goiás Solta-asa-do-sul Formigueiro-do-igarapé Rendadinho C2 F1 F1 F1 F1 F1 F1 F1 F1 C2 F2 F1 F1 F1 F1 V G G G G G V G G G G G V G G 291 NC 292 293 294 295 NC NC 296 298 297 301 305 NC 307 204 205 206 207 208 209 210 211 212 213 214 215 216 217 218 219 220 221 222 Formicarius colma Formicarius analis Grallaria varia Furnarius leucopus Synallaxis albescens Synallaxis gujanensis Poecilurus scutatus Certhiaxis cinnamomea Cranioleuca vulpina Phacellodomus rufifrons Berlepschia rikeri Automolus paraensis Automolus rufipileatus Xenops minutus Xenops rutilans Dendrocincla fuliginosa Sittasomus griseicapillus Dendrocolaptes certhia Dendrocolaptes platyrostris Pinto-da-mata-coroado Pinto-da-mata-de-cara-preta Tovacuçu-malhado Amassa-barro Uipi Becuá Viu-vi João-do-brejo João-do-rio João-graveto Limpa-folha-do-buriti Barranqueiro-pardo Barranqueiro-de-coroa-castanha Bico-virado-miúdo Bico-virado-carijó Arapaçu-pardo Arapaçu-de-cabeça-cinza Arapaçu-barrado Arapaçu-de-bico-preto F1 F1 F1 F2 C1 F2 F1 A F1 C2 F2 F1 F1 F1 F1 F1 F1 F1 F1 G G G V V G G O G O G G G G O O G G O 309 310 NC 266 269 271 273 275 274 NC 278 280 NC 282 283 253 254 NC 257 223 224 225 226 227 228 229 230 231 232 233 234 235 236 Xiphorhynchus picus Xiphorhynchus guttatus Lepidocolaptes angustirostris Lepidocolaptes albolineatus Phyllomyias fasciatus Zimmerius gracilipes Ornithion inerme Camptostoma obsoletum Sublegatus modestus Tyrannulus elatus Myiopagis gaimardii Elaenia flavogaster Elaenia cf. parvirostris Elaenia mesoleuca Arapaçu-de-bico-reto Arapaçu-de-garganta-camurça Arapaçu-do-cerrado Arapaçu-de-listras-brancas Poiaieiro-triste Poiaieiro-de-pata-fina Poiaieiro-de-sobrancelha Risadinha Sertanejo Maria-te-viu Maria-pechim Maria-é-dia Guaracava-verde Tuque F2 F1 C2 F1 F2 F1 F1 F2 C2 F1 F1 C2 C2 F2 G G O O G V G O O V G V O O 258 259 260 NC 314 NC NC 316 315 NC 319 322 324 325 125 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins ...continuação – Quadro 5 Nome Científico Nome comum HAB EVID HIDASI 1998 237 238 239 240 241 242 243 244 245 246 247 248 249 250 251 Elaenia cristata Elaenia chiriquensis Inezia subflava Mionectes oleagineus Leptopogon amaurocephalus Capsiemps flaveola Corythopis torquata Myiornis ecaudatus Hemitriccus striaticolle Hemitriccus margaritaceiventer Hemitriccus minimus Hemitriccus zosterops Hemitriccus minor Todirostrum cinereum Todirostrum maculatum Guaracava-de-topete Chibum Alegrinho-amarelo Abre-asa-da-capoeira Abre-asa-cabeçudo Maria-amarelinha Estalador-do-norte Maria-caçula Maria-de-papo-riscado Maria-olho-de-ouro Maria-mirim Maria-de-olho-branco Maria-sebinha Ferreirinho-relógio Ferreirinho-estriado C1 C1 F1 F1 F1 F1 F1 F1 F1 C2 F1 F1 F1 F2 F1 G V G O V V G V G V G V G O G 326 327 329 NC NC NC NC NC 334 335 NC 333 NC 341 340 252 253 254 255 256 257 258 259 260 261 262 263 264 265 266 267 268 269 270 Todirostrum sylvia Todirostrum fumifrons Ramphotrigon ruficauda Tolmomyias sulphurescens Tolmomyias flaviventris Tolmomyias poliocephalus Platyrinchus mystaceus Lathrotriccus euleri Xolmis cinerea Knipolegus poecilocercus Fluvicola albiventer Fluvicola nengeta Arundinicola leucocephala Hirundinea ferruginea Attila spadiceus Attila cinnamomeus Rhytipterna simplex Rhytipterna immunda Sirystes sibilator Ferreirinho-da-capoeira Ferreirinho-de-testa-parda Maria-de-cauda-ferrugem Bico-chato-de-orelha-preta Bico-chato-amarelo Bico-chato-de-cabeça-cinza Patinho-de-garganta-branca Enferrujado Primavera Maria-preta-do-igapó Lavadeira-de-cara-branca Lavadeira-mascarada Maria-velhinha Gibão-de-couro Tinguaçu-cantor Tinguaçu-ferrugem Maria-cinza Maria-cantora Maria-assobiadeira F1 F2 F1 F1 F1 F1 F1 F1 C1 F1 A A A F2 F1 F1 F1 F1 F1 G G G G G V V G O O O O O G G G G F G 339 337 NC 342 343 NC 344 350 353 357 358 NC 359 361 NC NC 366 NC 367 271 272 273 274 275 276 277 278 279 280 281 282 283 284 Myiarchus ferox Myiarchus tyrannulus Myiarchus swainsoni Myiarchus tuberculifer Philohydor lictor Pitangus sulphuratus Megarynchus pitangua Myiozetetes cayanensis Myiozetetes similis Myiodynastes maculatus Legatus leucophaius Empidonomus varius Griseotyrannus aurantioatrocristatus Tyrannopsis sulphurea Maria-cavaleira Maria-de-asa-ferrugem Maria-irré Maria-triste Bentevi-do-brejo Bentevi-verdadeiro Neinei Bentevi-assobiador Bentevi-de-coroa-vermelha Bentevi-rajado Bentevi-pirata Bentevi-peitica Bentevi-cinza Suiriri-de-garganta-rajada F2 F2 F2 F1 A C2 F2 F2 F2 F2 F2 F2 C2 F2 G V V O V G G G V G V O O V 370 371 369 368 373 372 374 375 376 377 379 380 381 382 126 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins ...continuação – Quadro 5 Nome Científico Nome comum HAB EVID HIDASI 1998 285 286 287 288 289 290 291 292 293 294 295 296 297 298 299 Tyrannus melancholicus Pachyramphus viridis Pachyramphus polychopterus Pachyramphus rufus Tityra cayana Tityra semifasciata Tityra inquisitor Pipra rubrocapilla Pipra fasciicauda Chiroxiphia pareola Manacus manacus Machaeropterus pyrocephalus Neopelma pallescens Tyranneutes stolzmanni Schiffornis tudinus Suiriri-tropical Caneleiro-verde Caneleiro-preto Caneleiro-cinzento Araponguinha-de-rabo-preto Araponguinha-de-rabo-cintado Araponguinha-decara-preta Dançador-de-cabeça-encarnada Dançador-laranja Tangará-de-costa-azul Rendeira-branca Dançarino-perereca Fruchu-do-cerrado Supi Flautim-marrom C2 F2 F2 C2 F1 F1 F1 F1 F1 F1 F1 F1 F1 F1 F1 O G V O O O O G V G G G G G G 384 388 390 NC 392 393 394 403 402 401 400 399 398 NC 395 300 301 302 303 304 305 306 307 308 309 310 311 312 313 314 315 316 317 318 Cotinga cayana Cotinga cotinga Xipholena lamellipennis Iodopleura isabellae Lipaugus vociferans Querula purpurata Gymnoderus foetidus Tachycineta albiventer Progne tapera Progne chalybea Atticora melanoleuca Neochelidon tibialis Stelgidopteryx ruficollis Cyanocorax cristatellus Cyanocorax cyanopogon Donacobius atricapilla Thryothorus genibarbis Thryothorus leucotis Troglodytes musculus Cotinga-pintado Cotinga-roxo Anambé-de-cauda-branca Anambé-de-coroa Cricrió-seringueira Anambé-una Anambé-pombo Andorinha-do-rio Andorinha-do-campo Andorinha-grande Andorinha-de-coleira Andorinha-de-coxa-branca Andorinha-serradora-do-sul Gralha-do-cerrado Gralha-cancã Japacamim Garrincha-de-bigode Garrincha-trovão Corruíra-de-casa F1 F1 F1 F1 F1 F1 F1 A C2 C2 A F1 C2 F2 C2 A F1 F1 C2 O O O O G G O O G O O G O G O O G G G 407 406 NC 404 405 408 NC 411 413 414 416 417 419 523 524 421 423 424 425 319 320 321 322 323 324 325 326 327 328 329 330 331 332 Polioptila dumicola Turdus leucomelas Turdus amaurochalinus Mimus saturninus Cyclarhis gujanensis Vireo olivaceus Hylophilus pectoralis Parula pitiayumi Basileuterus flaveolus Basileuterus culicivorus Coereba flaveola Schistochlamys melanopis Neothraupis fasciata Cypsnagra hirundinacea Rabo-branco-de-máscara Sabiá-de-cabeça-cinza Sabiá-poca Tejo-do-campo Pitiguari Juruviara-oliva Vite-vite-de-cabeça-cinza Mariquita-do-sul Pula-pula-amarelo Pula-pula-coroado Cambacica Tiê-cinza Tiê-do-cerrado Bandoleta F2 F2 C2 C1 F2 F2 F1 F1 F1 F1 F2 C2 C1 C1 O G V O O O G G G G G O O O 432 428 429 426 502 503 504 495 497 498 494 461 462 463 127 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins ...continuação – Quadro 5 Nome Científico Nome comum HAB EVID HIDASI 1998 333 334 335 336 337 338 339 340 341 342 343 344 345 346 347 Cissopis leveriana Hemithraupis guira Nemosia pileata Eucometis penicillata Tachyphonus cristatus Tachyphonus luctuosus Tachyphonus rufus Piranga flava Ramphocelus carbo Thraupis episcopus Thraupis palmarum Euphonia chlorotica Euphonia violacea Euphonia minuta Tangara mexicana Tiê-tinga Saíra-de-papo-preto Saíra-de-chapéu-preto Pipira-da-taoca Tiê-galo Pipira-de-encontro-branco Pipira-preta Sanhaço-de-fogo Pipira-vermelha Sanhaço-azul Sanhaço-de-coqueiro Gaturamo-fifi Gaturamo-verdadeiro Gaturamo-azul Saíra-de-bando F1 F2 F2 F1 F1 F1 F2 C2 F2 F2 F2 C2 F2 F1 F1 O G O O O G O O O O O G G O O 464 467 469 470 471 472 473 476 477 478 480 481 482 483 484 348 349 350 351 352 353 354 355 356 357 358 359 360 361 362 363 364 365 366 Tangara cayana Tangara cyanicollis Dacnis lineata Dacnis cayana Cyanerpes caeruleus Cyanerpes cyaneus Conirostrum speciosum Tersina viridis Zonotrichia capensis Ammodramus humeralis Ammodramus aurifrons Emberizoides herbicola Volatinia jacarina Sporophila nigricollis Sporophila leucoptera Sporophila castaneiventris Oryzoborus angolensis Arremon taciturnus Charitospiza eucosma Saíra-cabocla Saíra-de-cabeça-azul Saí-de-cara-preta Saí-azul Saí-roxo Saí-beija-flor Figuinha-bicuda Saí-andorinha Tico-tico-verdadeiro Tico-tico-do-campo Tico-tico-cigarra Tibirro-do-campo Tiziu Papa-capim-capuchinho Patativa-chorona Caboclinho-de-peito-castanho Curió Tico-tico-da-mata Mineirinho C2 F1 F1 F2 F1 F1 F2 F2 C2 C1 A C1 C1 C2 C2 C2 C2 F1 C1 O O O O O O O O O O V O O O F O O V O 485 486 487 489 491 492 501 493 433 435 434 437 438 442 446 NC 447 448 449 367 368 369 370 371 372 373 374 375 376 377 378 379 380 Coryphospingus pileatus Paroria gularis Pitylus grossus Saltator maximus Saltator coerulescens Saltator atricollis Porphyrospiza caerulescens Psarocolius decumanus Psarocolius viridis Psarocolius bifasciatus Cacicus cela Cacicus haemorrhous Gnorimopsar chopi Molothrus bonariensis Tico-tico-rei-cinza Cardeal-da-amazônia Bico-encarnado Tempera-viola Gonga Batuqueiro Campainha-azul Japu-preto Japu-verde Japu Japiim-xexéu Japiim-guaxe Pássaro-preto Chopim-gaudério C2 F2 F1 F2 F2 C1 C1 F2 F1 F1 F2 F2 C2 C2 O F G G V O O G G O O G O O 450 NC 453 454 456 457 459 506 507 508 509 510 518 519 128 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins ...continuação – Quadro 5 Nome Científico 381 Passer domesticus Nome comum Pardal-doméstico Legenda: Habitat (HAB) = HAB EVID HIDASI 1998 C1 O 522 Registro (EVID) = A – espécies estritamente aquáticas C1 – espécies estritamente campestres C2 – espécies campestres que utilizam também florestas F1 – espécies estritamente florestais F2 – espécies florestais que também utilizam ambientes abertos próximos F – fotografia G – gravação de áudio O – observação apenas V – registro visual Notas: 1) HIDASI (1998) – lista de aves do Tocantins feita por José Hidasi; 2) NC - não consta; 3) Trechos de gravação de áudio selecionados serão depositados no Arquivo Sonoro Elias P. Coelho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ASEC-UFRJ). 129 Zoneamento Ecológico-Econômico Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins 130 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Projeto de Gestão Ambiental Integrada ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO DIRETORIA DE ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO Eduardo Quirino Pereira - DIRETOR Engenheiro Ambiental - MSc. Sensoriamento Remoto Lindomar Ferreira dos Santos - Coordenador Socioambiental Engenheiro Ambiental - MSc. Geotecnia Rodrigo Sabino Teixeira Borges - Coordenador de Geoprocessamento e Geociências Geógrafo - MSc. Geografia Equipe Técnica Cleusa Aparecida Gonçalves - Economista Ivânia Barbosa Araújo - Engenheira Agrônoma – MSc. Solos e Nutrição de Plantas Liliam Aparecida de Souza Pereira - Engenheira Ambiental Waleska Zanina Amorim - Bacharel em Letras em Língua Portuguesa – Especialista em Gramática Textual Equipe de Apoio Edvaldo Roseno Lima Maria Aparecida Alencar Siqueira Paulo Augusto Barros de Sousa Ruth Maria de Jesus BANCO MUNDIAL SEPLAN SECRETARIA DO PLANEJAMENTO E MEIO AMBIENTE DIRETORIA DE ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO AANO - Esplanada das Secretarias Fones: (63) 218.1151 - 218.1195 Fax: (63) 218.1158 - 218.1098 CEP: 77.010-040 PALMAS - TOCANTINS http://www.seplan.to.gov.br e-mail:[email protected] MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE SECRETARIA DE COORDENAÇÃO DA AMAZÔNIA - SCA Esplanada dos Ministérios Bloco "b" 9º Andar Fones: (61) 317.1430 - 317.1404 - 317.1406 Fax: (61) 322.3727 CEP: 70068-900 BRASÍLIA - DF http://www.mma.gov.br e-mail:[email protected] PROGRAMA PILOTO PARA A PROTEÇÃO DAS FLORESTAS TROPICAIS DO BRASIL SUBPROGRAMA DE POLÍTICAS DE RECURSOS NATURAIS - SPRN SCS Q. 06 ED. SOFIA Nº 50 SALA 202 Fone: (61) 325.6716 Fax: (61) 223.0765 CEP: 70300-968 BRASÍLIA - DF