ESTUDO DE FLORA E FAUNA

Transcrição

ESTUDO DE FLORA E FAUNA
GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS
SECRETARIA DO PLANEJAMENTO E MEIO AMBIENTE
DIRETORIA DE ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO
PROJETO DE GESTÃO AMBIENTAL INTEGRADA
- BICO DO PAPAGAIO -
ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO
ESTUDO DE FLORA E FAUNA
SÉRIES ZEE - TOCANTINS / BICO DO PAPAGAIO / Estudo de Flora e Fauna
- NORTE DO ESTADO DO TOCANTINS -
Palmas
2004
GOVERNO DO ESTADO
DO TOCANTINS
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL
Marcelo de Carvalho Miranda
Governador
Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente
Raimundo Nonato Pires dos Santos
Vice-Governador
José Alencar Gomes da Silva
Vice-Presidente
SECRETARIA DO PLANEJAMENTO
E MEIO AMBIENTE
MINISTÉRIO DO
MEIO AMBIENTE
Lívio William Reis de Carvalho
Secretário
Maria Osmarina Marina da Silva Vaz de Lima
Ministra
Nilton Claro Costa
Subsecretário
SECRETARIA DE COORDENAÇÃO
DA AMAZÔNIA
Jörg Zimmermann
Secretário (substituto)
Eduardo Quirino Pereira
Diretor de Zoneamento
Ecológico-Econômico
SECRETARIA TÉCNICA DO
SUBPROGRAMA DE POLÍTICAS
DE RECURSOS NATURAIS
Belizário Franco Neto
Diretor de Meio Ambiente
e Recursos Hídricos
Francisco José de Barros Cavalcanti
Secretário Técnico
Glênio Benvindo de Oliveira
Diretor de Orçamento
PROGRAMA PILOTO PARA
PROTEÇÃO DAS FLORESTAS
TROPICAIS DO BRASIL – PPG-7
Félix Valóis Guará
Diretor de Planejamento
Alberto Lourenço
Coordenação Geral
Joaquín Eduardo Manchola Cifuentes
Diretor de Pesquisa
e Informações
Cooperação Financeira para oTocantins:
União Européia - CEC
Rain Forest Fund - RFT
Ana Maria Demétrio
Diretora de Administração
e Finanças
Eder Soares Pinto
Diretor de Ciência
e Tecnologia
Cooperação Técnica: Departament
for International Development - DFID
Parceria: Banco Mundial
GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS
SECRETARIA DO PLANEJAMENTO E MEIO AMBIENTE
DIRETORIA DE ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO
Projeto de Gestão Ambiental Integrada
-Bico do Papagaio-
Zoneamento Ecológico-Econômico
Execução pela Secretaria do Planejamento e Meio Ambiente – Seplan, Diretoria de Zoneamento Ecológico- Econômico – DZE, em
convênio com o Ministério do Meio Ambiente – MMA, através do Subprograma de Política de Recursos Naturais – SPRN /
Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil – PPG-7
ESTUDO DE FLORA E FAUNA
- Norte do Estado do Tocantins -
TEXTO EXPLICATIVO
ORGANIZADO POR
Ricardo Ribeiro Dias
CRÉDITOS DE AUTORIA
TEXTO EXPLICATIVO
Fábio Olmos
Gezá Arbocz
José Fernando Pacheco
Ricardo Ribeiro Dias
ACOMPANHAMENTO TÉCNICO E REVISÃO
Vitor Bellia
Marissônia Lopes de Almeida Nunes
Eduardo Quirino Pereira
Lindomar Ferreira dos Santos
Rodrigo Sabino Teixeira Borges
Coordenação editorial a cargo da
Diretoria de Zoneamento Ecológico-Econômico - DZE
Secretaria do Planejamento e Meio Ambiente - Seplan
Revisão de Texto
Waleska Zanina Amorim
OLMOS, Fábio; ARBOCZ, Gezá; PACHECO, José Fernando; DIAS, Ricardo
Ribeiro.
Secretaria do Planejamento e Meio Ambiente (Seplan). Diretoria de
Zoneamento Ecológico-Econômico (DZE). Projeto de Gestão Ambiental Integrada da
Região do Bico do Papagaio. Zoneamento Ecológico-Econômico. Estudo de Flora e Fauna
do Norte do Estado do Tocantins. Org. por Ricardo Ribeiro Dias. Palmas, Seplan/DZE,
2004.
154p., ilust.
Séries ZEE – TOCANTINS / Bico do Papagaio / Estudo de Flora e Fauna.
Executado por Oikos Pesquisa Aplicada Ltda. para a Secretaria do
Planejamento e Meio Ambiente (Seplan), no âmbito de convênio firmado entre a Seplan e o
Ministério do Meio Ambiente.
1. Ecologia – Gestão Ambiental. 2 – Fauna. 3 – Flora. 4 – Meio Ambiente.
5 – Norte do Tocantins. Mapas. I. Tocantins. Secretaria do Planejamento e Meio Ambiente.
II. Diretoria de Zoneamento Ecológico-Econômico. III. Título.
CDU 502 (811.7)
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Palavra do Governador
O meu governo, após ampla discussão com a sociedade, definiu como um dos
seus macroobjetivos no PPA 2004-2007 o aumento da produção com desenvolvimento
sustentável, tendo como orientações básicas a redução das desigualdades regionais, a
promoção de oportunidades à população tocantinense e a complementaridade com as
iniciativas em nível nacional para os setores produtivo e ambiental na Amazônia Legal e no
Corredor Araguaia-Tocantins.
Para o aumento da produção com desenvolvimento sustentável, entre outras
ações, temos conduzido a elaboração dos zoneamentos ecológico-econômicos e dos planos
de gestão territorial para as diversas regiões do Estado. Estas ações permitem a identificação,
mapeamento e descrição das áreas com importância estratégica para a conservação ambiental
e das áreas com melhor capacidade de suporte natural e socioeconômico para o
desenvolvimento das atividades e empreendimentos públicos e privados.
Fico feliz em entregar à sociedade mais um produto relacionado ao
Zoneamento Ecológico-Econômico e ao Plano de Gestão Territorial da Região Norte do
Tocantins, e ratifico o meu compromisso com a melhoria da qualidade de vida da população
residente na referida área, pautado na viabilização de atividades e empreendimentos, na
redução da pobreza e na conservação dos recursos hídricos e biodiversidade.
Confio plenamente no uso das informações desta publicação e afirmo que o
Estado do Tocantins caminha, a passos largos, rumo a um novo estágio de desenvolvimento
econômico e social, modelado pela garantia de boa qualidade de vida às próximas gerações.
Marcelo de Carvalho Miranda
Governador
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A Word from the Governor
My government, after a broad discussion with society, has defined as one of its
macro objectives in the 2004-2007 PPA (Pluriannual Plan) the increase of the State’s output
with sustainable development, having as basic guidelines the reduction of regional inequalities,
the promotion of opportunities to the Tocantins people and the complement of the national level
initiatives for the Legal Amazon and the Araguaia-Tocantins corridor production and
environmental sectors.
To increase production with sustainable development, among other actions, we
are setting up ecological-economic zoning and territorial management plans for the various
State regions. These actions allow the categorizing, mapping and description of environmental
conservation areas of strategic importance and of the areas with better natural and socioeconomic support capacity for carrying-out the public and private activities and enterprises.
I’m glad to bring forth another product of the Ecological-Economic Zoning and
of the Tocantins State North Region Territorial Management Plan, and confirm my commitment
with the improvement of the region’s people quality of life, centered on the feasibility of the
activities and enterprises, in poverty reduction and in the preservation of the water resources
and biodiversity.
I fully endorse the use of the information of this booklet and am truly confident
that the Tocantins State is heading, with large steps, towards a new stage of economic and
social development, designed to ensure the best quality of life to the next generations.
Marcelo de Carvalho Miranda
Governor
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Apresentação
O Governo do Estado do Tocantins tem conseguido incorporar o segmento
ambiental no planejamento e gestão das políticas públicas. Por meio do Zoneamento
Ecológico-Econômico, considerado o ponto estratégico do Estado para possibilitar avanços no
desenvolvimento econômico com conservação e proteção ambiental, a Seplan tem,
eficientemente, gerado produtos que subsidiam a gestão do território tocantinense.
Buscando aumentar a lista de produtos do Zoneamento Ecológico-Econômico
disponíveis para a sociedade e os órgãos dos governos federal, estadual e municipal,
apresento o “Estudo de Flora e Fauna do Norte do Estado do Tocantins”, o qual foi elaborado
com recursos do Tesouro do Estado e do Programa Piloto para Proteção das Florestas
Tropicais do Brasil (PPG-7), através do Ministério do Meio Ambiente e do Banco Mundial.
Para a realização do Estudo de Flora e Fauna foram selecionadas áreas nas
regiões fitoecológicas de floresta e de cerrado e que apresentavam características de interesse
relevante para conservação. Para tanto, utilizou-se de imagens de satélite, da base de dados
do ZEE do Norte do Tocantins, bem como de trabalhos anteriores. Nestas áreas selecionadas
foi aplicada uma metodologia que estimou a biodiversidade local em curto espaço de tempo,
visando sua conservação e a geração de informações que subsidiem o aproveitamento dos
recursos naturais, e assegurando uma base fundamental para a elaboração do ZEE do Norte
do Tocantins.
Sumarizando, o estudo ora apresentado supre, momentaneamente, a carência de
informações sobre o estado de conservação e a diversidade de flora e fauna em algumas
áreas de remanescentes florestais e de cerrado, traduzindo-se numa contribuição desta Seplan
para a ampliação do conhecimento dos recursos naturais do Tocantins e subsídio para o
planejamento regional.
Lívio William Reis de Carvalho
Secretário do Planejamento e Meio Ambiente
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Presentation
The government of the State of Tocantins has been able to account for
environment in public policies planning and management. Through the Ecological and
Economic Zoning Programme, considered the State´s strategic point in order to make it
possible to go further into economic development with environmental protection and
conservation, Seplan has efficiently generated products that support Tocantins in its land
management.
Seeking to increase the list of products made available to society and municipal,
state and federal agencies through the Ecologic and Economic Zoning Programme (EEZ), I
present now the work “Fauna and Flora Study for Tocantins State’s North Region (Bico do
Papagaio)”, which was obtained after financial efforts from the State Treasure, the G7 Pilot
Programme to conserve the Brazilian Rain Forest (PPG-7), through the Environment Ministry,
and the World Bank.
For the accomplishment of this Fauna and Flora Study were used satellite images
of Seplan’s database to select the biggest continuous areas with primary’s vegetation remaining
of forest and Cerrado. Each selected area was analyzed by the application of a methodology
that esteemed the local biodiversity in a short time. The proceedings had objectified, mainly, the
conservation of the selected areas and the generation of information for the handling of its
natural resources and to the EEZ elaboration.
Summarizing, the present study supplies, momentarily, the gap of information
about the conservation status and diversity of fauna and flora in the State’s North Region (Bico
do Papagaio), expressing itself a Seplan’s important contribution to the increasing of knowledge
about Tocantins State’s natural resources and its regional planning.
Lívio William Reis de Carvalho
Planning and Environment Secretariat
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Resumo
Foram selecionadas áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade no
Norte do Estado do Tocantins (área do PGAI da Região do Bico do Papagaio) utilizando-se
como critérios a singularidade da composição florística, extensão da área florestada,
composição da avifauna e possibilidades de conexões com outros remanescentes de
vegetação natural. A análise das imagens de satélite e informações do ZEE – Tocantins
indicou quatro maciços florestais com credenciais para avaliação: Itaguatins (Floresta
Semidecídua nas margens do rio Tocantins), Ananás (mosaico de Carrasco e florestas
ombrófilas e semidecíduas), Wanderlândia (florestas ombrófilas) e Barreira Branca (Floresta
Ombrófila Densa). A estas áreas foi acrescentada a região entre Aguiarnópolis e Babaçulândia,
considerada como prioritária pelo Probio/MMA por apresentar extensa área de Cerrado bem
conservado, com manchas de floresta de afinidades amazônicas. As imagens de satélite
também mostraram a presença de uma faixa de Cerrado em bom estado de conservação
acompanhando o divisor Araguaia-Tocantins, a partir da região supracitada, e formando uma
ligação entre as áreas de Wanderlândia e Ananás. Os levantamentos de campo mostraram
que o Norte do Tocantins constitui uma área de encontro das biotas do Cerrado e Amazônia.
As florestas apresentam elementos, tanto da flora como da fauna, tipicamente amazônicos,
com várias extensões de distribuição registradas. Estas florestas ocorrem lado a lado com
Cerrados. Em Ananás, foi encontrada uma grande mancha de Carrasco ou Campina
Amazônica (ocorrência única no Estado), com várias espécies de plantas e aves particulares
desse ambiente. As áreas florestadas com biota mais interessantes foram Wanderlândia, com
grande diversidade de espécies de aves claramente amazônicas, e Ananás, devido à presença
de carrascos associados a florestas e cerrados. A área de Itaguatins constitui o último grande
remanescente de Floresta Semidecídua no vale do Tocantins e, também, é de grande
interesse. A área da Barreira Branca encontra-se gravemente afetada pelo fogo e
desmatamento resultantes dos assentamentos realizados pelo Incra, que destruíram uma área
única no Estado, constituída por Floresta Ombrófila Densa. Os assentamentos do Incra
constituem a maior ameaça à manutenção de grandes remanescentes na região e já ameaçam
as áreas de Wanderlândia, Ananás e Itaguatins. Todas as florestas estudadas apresentam-se
impactadas pelos efeitos do fogo e da retirada seletiva de madeira para suprir as necessidades
das propriedades onde se localizam (mourões, pontes, etc). Esta atividade e o fogo afetam a
estrutura da vegetação de forma bastante negativa. A caça é uma atividade bastante comum e
foi constatada em praticamente todas as áreas. Os grandes remanescentes florestais que
ainda restam no Norte do Tocantins correspondem às reservas legais de grandes
propriedades. Devem ser adotados mecanismos para a consolidação destas reservas como
unidades de conservação de domínio privado (evitando-se custos com regularização fundiária)
e para reduzir a pressão sobre recursos destas. Propõe-se que seja incentivada a criação de
Reservas Particulares do Patrimônio Natural, investindo-se recursos na proteção das mesmas
contra as invasões e o fogo, e realizando-se o manejo de forma a recompor sua vegetação.
Uma alternativa é decretar as mesmas áreas como Refúgios da Vida Silvestre. As áreas de
Itaguatins, Ananás, Wanderlândia e grandes remanescentes ainda existentes ao sul de
Barreira Branca devem ser pontos focais dessa atividade. Também devem ser feitos ajustes
quanto à forma para a definição das áreas de reserva legal e de preservação permanente na
região. Recomenda-se a criação de uma unidade de conservação de proteção integral na
região entre Aguiarnópolis e Babaçulândia. Esta pode ser ligada às áreas de Wanderlândia e
Ananás, e eventualmente à Terra Indígena Apinayé, por um corredor ecológico ao longo do
divisor Araguaia-Tocantins, em terras já definidas como de potencial de ocupação bastante
limitado. O incentivo à implantação de pastagens arborizadas também é uma estratégia para
uma paisagem biologicamente mais conectada e rica.
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Abstract
Priority areas for biodiversity conservation in northern Tocantins (Bico do
Papagaio) were selected using singular floristic compositions, forest extent, bird communities
and connectivity with other large patches of natural vegetation as criteria. Satellite imagery
analysis and results from the state zoning indicated four large forest massifs as candidates for
in situ evaluation: Itaguatins (semideciduous forest by the Tocantins river), Ananás (a mosaic of
Cerrado, forest and Amazonian campinas), Wanderlândia (Ombrophilous Forest) and Barreira
Branca (Dense Ombrophilous Forest). The area between Aguiarnópolis and Babaçulândia,
considered as a priority by the Probio/MMA was added as it presents a large area of wellconserved Cerrado with Forest patches with Amazonian elements. Satellite images also
showed a large belt of Cerrado in good shape running along the divide of the Araguaia and
Tocantins valleys, and making a connection between the areas of Wanderlândia and Ananás.
Fieldwork showed the Bico do Papagaio to be a contact area between the Cerrado and the
Amazon. The forests show elements, both fauna and flora, typically of amazonian origin, with
many range extensions made during this work. These forests occur side by side to the
cerrados. At Ananás there is a large patch of Carrasco or amazonian Campina, with several of
the plant and bird species typical of this uncommon habitat. This is a unique occurrence in the
state, and the easternmost for this formation and its associated species. The forested areas
with the most interesting biota are Wanderlândia, with a large diversity of amazonian forest
birds, and Ananás, due to its Carrascos associated to forests and Cerrados (Savannah). A
Itaguatins is also interesting as it is the last large remnant of semi-deciduous Forest in the
whole Tocantins valley. The Barreira Branca area has been mostly destroyed by fire and
deforestation resulting from land reform projects by Incra. These mostly destroyed a region
formerly covered by Dense Ombrophylous Forest unique in the state. Land reform projects are
one of the greatest threats to remaining large forest patches, and are already pressing the
Wanderlândia, Ananás and Itaguatins areas. All the studied forests are impacted by fire and
selective logging to supply the local ranches demand for fence poles, gates, etc. This activity,
and the occasional fires, has affected the Forest structure in negative ways. Poaching is very
common and detected in most areas. The larger forest remnants in the Bico do Papagaio are
the legal reserves of the larger cattle ranches. To conserve them there should be adopted
strategies to turn them into privately owned conservation unities (avoiding the costs of land
buying) and to reduce the pressure on their natural resources. It is proposed to estimulate the
creation of private reserves (RPPNs), with state investments in their protection against invaders
and fire, and in management aiming the recovery of their forest cover. One alternative is to
decree the priority areas as Wildlife Refuges. The areas of Itaguatins, Ananás, Wanderlândia e
and the larger remnants still persisting south of Barreira Branca should be focal points of such a
program. The current practice of defining legal reserves and permanent protected areas
according to the Forest Code must be adjusted. It is recommended a strictly protected area to
be created in the region between Aguiarnópolis e Babaçulândia. This can be linked to the areas
of Wanderlândia and Ananás, and eventually the Apinayé Indian Land, through an ecological
corridor along the Araguaia-Tocantins divide over lands already considered as fragile and with
limited economic potential. The incentive to the planting of pastures with significant tree cover is
also a strategy in building a more biologically connected and rich landscape.
Sumário
LISTA DE FIGURAS.................................................................................................................................................xiii
LISTA DE FOTOS ................................................................................................................................................... xiv
LISTA DE QUADROS ............................................................................................................................................. xvi
LISTA DE TABELAS ...............................................................................................................................................xvii
LISTA DE SIGLAS E ACRÔNIMOS.......................................................................................................................xviii
1 – INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................................1
1.1 – Apresentação ....................................................................................................................................................1
1.2 – Localização e acesso ........................................................................................................................................2
1.3 – Material e base de dados ..................................................................................................................................5
1.4 – Metodologia .......................................................................................................................................................5
1.4.1 – Métodos de amostragem ...............................................................................................................................6
1.4.1.1 – Avifauna ......................................................................................................................................................6
1.4.1.2 – Vegetação .................................................................................................................................................11
1.4.2 – Sítios de amostragem ..................................................................................................................................11
2 – RESULTADOS.............................................................................................................................................13
2.1 – Avifauna...........................................................................................................................................................13
2.1.1 – Aves endêmicas ...........................................................................................................................................13
2.1.2 – Aves ameaçadas de extinção ......................................................................................................................14
2.1.3 – Aves indicadoras da qualidade de habitats..................................................................................................15
2.1.4 – Extensões de distribuição ............................................................................................................................17
2.1.5 – Espécies migratórias ....................................................................................................................................18
2.2 – Flora do Norte do Estado do Tocantins...........................................................................................................19
2.2.1 – Espécies úteis ..............................................................................................................................................19
2.2.2 – Espécies endêmicas.....................................................................................................................................27
2.2.3 – Espécies ameaçadas de extinção................................................................................................................28
2.2.4 – Extensões de distribuição ............................................................................................................................28
2.3 – Caracterização geral das áreas ......................................................................................................................28
2.3.1 – Área 1 - Babaçulândia - Wanderlândia - Darcinópolis - Aguiarnópolis ........................................................28
2.3.2 – Área 2 - Itaguatins ........................................................................................................................................39
xi
2.3.3 – Área 3 - Ananás............................................................................................................................................41
2.3.4 – Área 4 - Wanderlândia .................................................................................................................................44
2.3.5 – Área 5 - Barreira Branca e Santa Fé do Araguaia .......................................................................................46
3 – DIAGNÓSTICO DAS ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA
BIODIVERSIDADE ............................................................................................................................................51
3.1 – Introdução........................................................................................................................................................51
3.2 – Área 1 - Babaçulândia - Wanderlândia - Darcinópolis - Aguiarnópolis ..........................................................52
3.3 – Área 2 - Itaguatins ...........................................................................................................................................52
3.4 – Área 3 - Ananás...............................................................................................................................................54
3.5 – Área 4 - Wanderlândia ....................................................................................................................................56
3.6 – Área 5 - Barreira Branca e Santa Fé do Araguaia .........................................................................................56
4 – MEDIDAS MITIGADORAS RECOMENDADAS................................................................................61
4.1 – Um corredor ecológico para o Norte do Estado do Tocantins ........................................................................61
4.2 – Pastagens sombreadas como instrumento de conexão ecológica e aumento de produtividade ..................64
5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS .....................................................................................................................67
5.1 – Considerações finais .......................................................................................................................................67
5.2 – Recomendações..............................................................................................................................................68
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................69
ILUSTRAÇÕES FOTOGRÁFICAS ...............................................................................................................75
ANEXOS ...............................................................................................................................................................97
xii
Lista de Figuras
1 – Localização da área mapeada .................................................................................................................................... 4
2 – Carta-imagem exibindo a localização das áreas de interesse para avaliação ecológica rápida ................................. 7
3 – Áreas pré-selecionadas para avaliação ecológica rápida, combinadas com mapa de cobertura e uso da terra ........ 8
4 – Carta-imagem exibindo a localização das áreas pré-selecionadas para avaliação ecológica rápida ......................... 9
5 – Área 1 - Babaçulândia - Wanderlândia - Darcinópolis - Aguiarnópolis. Ambiente de Cerrado ................................. 53
6 – Área 2 - Itaguatins. Ambiente de Floresta Estacional Semidecidual ......................................................................... 54
7 – Área 3 - Ananás. Contato Cerrado / Floresta Ombrófila ........................................................................................... 55
8 – Área 4 - Wanderlândia. Contato Cerrado / Floresta Ombrófila ................................................................................. 57
9 – Área 5 - Barreira Branca e Santa Fé do Araguaia. Floresta Ombrófila Densa .......................................................... 58
10 – Localização do Corredor Ecológico Araguaia-Tocantins e articulação com as áreas pré-selecionadas para
avaliação ecológica rápida e Terra Indígena Apinayé ..................................................................................................... 63
xiii
xiv
Lista de Fotos
1 – Paroaria gularis - Galo-da-campina-da-Amazônia, em vegetação ripária do rio Muricizal, Araguanã. ..................... 76
2 – Cercomacra ferdinandi - Chororó-de-Goiás. (a) macho adulto e (b) fêmea. ............................................................. 77
3 – Charitospiza eucosma - Mineirinho. Espécie endêmica do Cerrado, considerada globalmente “quase
ameaçada”. ...................................................................................................................................................................... 78
4 – Saltator atricollis - Batuqueiro (um dos endemismos do Cerrado). ........................................................................... 78
5 – Bucco tamatia. Espécie amazônica em Floresta Ombrófila. ..................................................................................... 79
6 – Harpia harpija - Harpia. Fêmea adulta fotografada na Fazenda Sucupira, Wanderlândia. ....................................... 79
7 – Ara chloroptera - Arara vermelha. ............................................................................................................................. 80
8 – Rhytipterna immunda - Vissiá-cantor. ....................................................................................................................... 81
9 – Crotophaga major - Anu-coroca. ............................................................................................................................... 81
10 – Vanellus cayanus - Mexirica. ................................................................................................................................... 82
11 – Pandion haliaetus - Águia pescadora. ..................................................................................................................... 82
12 – Pteroglossus inscriptus - Tucano. ........................................................................................................................... 83
13 – Projeto de Assentamento Angico, mostrando a substituição das Florestas Estacionais Semidecíduas por
lavouras de subsistência de baixa tecnologia e rendimento. .......................................................................................... 83
14 – Floresta Estacional Semidecídua na estrada para o Projeto de Assentamento Angico. . ....................................... 84
15 – Aratinga jandaya - Jandaia. ..................................................................................................................................... 85
16 – Amazona amazônica - Papagaio-grego. ................................................................................................................. 85
17a – Vegetação tipo “Carrasco” - Fazenda Mogno. ...................................................................................................... 86
17b – Vegetação tipo “Carrasco” - Fazenda Mogno. ...................................................................................................... 87
18 – Floresta Ombrófila Aberta Aluvial ou Ripária. Córrego Manga, Fazenda 3R. ......................................................... 88
19 – Iodopleura isabellae - Anambé-coroa. ..................................................................................................................... 89
20 – Ramphotrygon ruficauda - Maria-de-cauda-ferrugem, insetívoro florestal amazônico. ........................................... 90
21 – Evidências de caça de subsistência por posseiros - estrada de acesso à Fazenda Mogno, Ananás. ................... 90
xv
22 – Nyctibius grandis - Urutau-grande. .......................................................................................................................... 91
23 – Pteroglossus aracari - Tucano. ................................................................................................................................ 92
24 – Campephilus rubricollis - Pica-pau-de-penacho. ..................................................................................................... 93
25 – Cathartes melambrotus - Urubu-da-mata. ............................................................................................................... 94
26 – Dendrobates galactonotus - Sapo-garimpeiro, anfíbio amazônico encontrado em florestas de Wanderlândia e
Darcinópolis. .................................................................................................................................................................... 95
27 –Opistochomus hoatzin - Jacus-ciganas, no rio Muricizal. ......................................................................................... 95
28 – Saimiri sciureus - Mico-de-cheiro, em Mata Ripária do rio Muricizal. ...................................................................... 96
29 – Ocorrência de Cerrado em solos arenosos sobre o divisor Araguaia-Tocantins. .................................................... 96
xvi
Lista de Quadros
1 – Relação dos sítios de amostragem de vegetação e avifauna na área do ZEE do Norte do Estado do Tocantins ... 98
2 – Espécies de mamíferos encontradas na região entre Darcinópolis e Babaçulândia durante os estudos
ambientais da Ferrovia Norte-Sul em 2000 e 2001 ....................................................................................................... 108
3 – Espécies de anfíbios encontradas na região entre Babaçulândia e Darcinópolis durante os estudos ambientais
da Ferrovia Norte-Sul .................................................................................................................................................... 110
4 – Espécies de répteis encontradas na região entre Babaçulândia e Darcinópolis durante os estudos ambientais da
Ferrovia Norte-Sul ......................................................................................................................................................... 111
5 – Aves observadas em sete áreas do ZEE do Norte do Estado do Tocantins em uma das cinco fisionomias
amostradas, segundo Habitat e Registro ...................................................................................................................... 121
xvii
xviii
Lista de Tabelas
1 – Aves detectadas na região de Wanderlândia-Babaçulândia, durante os estudos ambientais complementares da
Ferrovia Norte-Sul, e seus respectivos índices de abundância relativa (indivíduos/100 horas de observação) estações seca e chuvosa .............................................................................................................................................. 100
2 – Aves observadas em sete áreas selecionadas na área do ZEE do Norte do Estado do Tocantins em uma das
cinco fisionomias amostradas e seus respectivos índices de abundância (indivíduos registrados / 10 horas) ............ 113
xix
xx
Lista de Siglas e Acrônimos
APA
– Área de Proteção Ambiental
ASEC-UFRJ
– Arquivo Sonoro Elias P.Coelho da Universidade Federal do Rio de Janeiro
CIM
– Carta Internacional ao Milionésimo
DSG
– Diretoria de Serviço Geográfico
DZE
– Diretoria de Zoneamento Ecológico-Econômico
EIA
– Estudo de Impacto Ambiental
Embrapa
– Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
GPS
– Global Position System
Ibama
– Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE
– Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Incra
– Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
IUCN
– International Union for Conservation of Nature and Natural Resources
MST
– Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
MMA
– Ministério do Meio Ambiente
MPEG
– Museu Paraense Emílio Goeldi
Naturatins
– Instituto Natureza do Tocantins
P.A.
– Projeto de Assentamento
PGAI
– Projeto de Gestão Ambiental Integrada
Probio/MMA
– Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira
xxi
PPG-7
– Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil
RESEX
– Reserva Extrativista
RIMA
– Relatório de Impacto Ambiental
RPPN
– Reserva Particular do Patrimônio Natural
RVS
– Refúgio da Vida Silvestre
Seplan
– Secretaria do Planejamento e Meio Ambiente
SPRN
– Subprograma de Políticas de Recursos Naturais
UC
– Unidade de Conservação
UHE
– Usina Hidrelétrica
Unitins
– Fundação Universidade do Tocantins
ZAE
– Zoneamento Agroecológico
ZEE
– Zoneamento Ecológico-Econômico
xxii
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
1
Introdução
informações mais recentes fundamentadas em extensa
1.1 - Apresentação
e relevante coleção de espécimes taxidermizados,
O presente trabalho é resultado de uma das atividades
obtidos no Estado do Tocantins e distribuídos para
do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) dentro do
várias instituições nacionais e estrangeiras, foi reunido
Projeto de Gestão Ambiental Integrada (PGAI) da
pelo naturalista húngaro José Hidasi, em atividade no
Região do Bico do Papagaio, que pertence ao
Brasil desde o início de 1950 (HIDASI, 1983, 1997).
Subprograma de Políticas de Recursos Naturais
Radicado na capital goiana desde 1960, organizou e
(SPRN) - Programa Piloto para Proteção das Florestas
fundou duas instituições regionais que abrigam parte
Tropicais do Brasil (PPG-7). Este subprograma foi
significativa de seu acervo: o Museu de Ornitologia de
implementado através de convênio entre o Ministério
do
Meio
Ambiente
(MMA)
e
a
Secretaria
Goiânia, em 1968, e o Museu de Zoologia da
do
Fundação Universidade do Tocantins (Unitins), em
Planejamento e Meio Ambiente (Seplan).
Porto Nacional, em 1994. Hidasi realizou extensivas
O Bico do Papagaio, situado entre os baixo e médio
coletas
cursos dos rios Araguaia e Tocantins, está entre as
especialmente Araguatins, mas este material nunca foi
regiões da Amazônia Legal menos investigadas em
estudado de forma conjunta, permanece em boa parte
termos
inédito e no Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG),
ornitológicos
(HAFFER,
1974;
OREN
&
no
norte
do
Estado
do
Tocantins,
ALBUQUERQUE, 1992).
em Belém (PA).
Embora na época dos célebres Spix & Martius o
Em março de 2000, um levantamento prévio da
percurso entre Belém e Porto Real (hoje Porto
avifauna existente entre Aguiarnópolis e Darcinópolis
Nacional) pudesse ser feito entre 15 a 18 dias de
foi realizado pela empresa Oikos Pesquisa Aplicada
canoa, essa região foi relativamente pouco percorrida
Ltda., quando na atualização dos estudos de impacto
por naturalistas viajantes no ciclo maior de expedições,
ambiental da Ferrovia Norte-Sul. Seqüencialmente, ao
durante a primeira metade do século XIX (PINTO,
longo de 2001, foram feitos estudos ambientais
1979; SILVA, 1997). Mesmo os poucos viajantes
complementares para o licenciamento da Ferrovia
clássicos que exploraram esta região central brasileira,
Norte-Sul (OIKOS, 2002). Estes trabalhos resultaram
como Pohl, Gardner, Burchell ou Castelnau, deixaram
no mais extenso e moderno levantamento da biota
senão vestígios de informação de interesse da
regional (avifauna e outros grupos faunísticos =
ornitologia.
formigas,
herpetofauna
e
mamíferos,
além
da
vegetação), ao longo de toda a margem esquerda do
Somente a partir do inicio do século XX são
rio Tocantins, incluindo a região entre Wanderlândia e
conhecidos os primeiros relatos sobre a avifauna do
Babaçulândia, já nos limites da área do ZEE do Norte
Estado do Tocantins, que se referem principalmente ao
baixo
Araguaia
(SNETHLAGE,
na
1914,
região
fronteiriça
1928).
Um
com
conjunto
do Estado do Tocantins.
Pará
De suma importância para a manutenção dos grupos
de
1
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
faunísticos regionais, a flora do Estado do Tocantins,
realização deste estudo visando obter informações
especialmente
quase
inéditas e adicionais sobre a diversidade da flora e
desconhecida pela comunidade científica. A única
fauna para o planejamento e execução de ações de
exceção deve-se aos trabalhos de Zoneamento
proteção da biodiversidade no norte do Estado do
Ecológico-Econômico do Norte do Estado do Tocantins
Tocantins, área do Plano de Gestão Ambiental
que contemplaram, no diagnóstico socioambiental, um
Integrada da Região do Bico do Papagaio (PGAI-Bico
inventário florestal e levantamento fitossociológico
do Papagaio).
coordenado
na
pela
2003a,b,c,d,e,f).
situa-se
sua
no
porção
Seplan
norte,
(DAMBRÓS
Biogeograficamente,
encontro
é
do
Cerrado
et
essa
e
al.,
O objetivo do trabalho1 foi realizar uma avaliação da
região
diversidade de flora e fauna (avifauna) em algumas das
Amazônia.
áreas de remanescentes de vegetação das florestas
Comunidades bióticas afins de cada um destes biomas
Ombrófila Densa e Aberta e de Cerrado, com a
se alternam na paisagem local conforme as condições
indicação de áreas prioritárias para a conservação da
edáficas e fertilidade do solo. Desta forma é possível
encontrar
áreas
de
Cerrado
Sentido
biodiversidade na área do ZEE do Norte do Estado do
Restrito
Tocantins, assim como propor estratégias e ações ao
entrecortadas por Florestas Ombrófilas com espécies
tipicamente
Florestas
amazônicas.
Semidecíduas
Além
afins
disso,
daquelas
governo para a conservação das mesmas.
ocorrem
da
pré-
1.2 - Localização e acesso
Amazônia do oeste e sul do Maranhão e do norte de
A área em estudo tem cerca de 34.218km² e recobre
Mato Grosso, que também abrigam espécies próprias.
parte das folhas Marabá (SB.22-X-D), Imperatriz
A Amazônia está longe de ser uma região homogênea.
(SB.23-V-C), Xambioá (SB.22-Z-B), Tocantinópolis
Grosso modo, os cursos dos grandes rios definem
(SB.23-Y-A), Araguaína (SB.22-Z-B), Carolina (SB.23-
regiões biogeográficas ou zonas de endemismo
distintas
em
seus
interflúvios
(HAFFER,
Y-C) e Conceição do Araguaia (SB.22-X-B). Delimita-
1974;
se a norte, no município de São Sebastião do
CRACRAFT, 1985). A área do ZEE do Norte do Estado
Tocantins, pela coordenada de 5º10'00" de latitude sul;
do Tocantins, limitado pelos cursos de dois grandes
a sul, no município de Bandeirantes do Tocantins, pela
rios, apresenta afinidades ambíguas pelo fato de tanto
coordenada de 8º25'00" de latitude sul; a oeste pelo rio
o médio Tocantins como o médio e baixo Araguaia não
constituírem
barreiras
para
várias
espécies.
Araguaia, no município de Pau D’arco, tendo por limite
O
mais ocidental a coordenada de 49º20'20"; e a leste
conhecimento atual, no entanto, sugere afinidades
pelo rio Tocantins, no município de Tocantinópolis pela
maiores com o chamado “Centro Belém (Maranhão)”
coordenada de 47º 22' 40" (Figura 1). Em relação às
de endemismo, embora ocorra um contingente de
folhas geográficas na escala 1:100.000 da Carta
formas endêmicas da calha do médio Araguaia e do
Internacional ao Milionésimo (CIM), a área engloba
Tocantins (veja adiante).
integral ou parcialmente as folhas:
O encontro de diferentes biomas faz da superfície
São João do Araguaia .............SB-22-X-D-II........ DSG
delimitada para o ZEE do Norte do Estado do
São Sebastião do Tocantins ...SB-22-X-D-III....... DSG
Tocantins uma área particularmente interessante em
termos de biodiversidade face a potencial ocorrência
Cidelândia ...............................SB-23-V-C-I......... IBGE
de níveis especialmente altos de riqueza de espécies.
No entanto, os altos índices de desmatamento
Araguatins ...............................SB-22-X-D-VI ...... DSG
resultantes da abertura da região para a pecuária após
a construção da rodovia Belém-Brasília corroboram
contra isso.
1
Em função dessa dinâmica regional, a Seplan buscou a
2
O presente trabalho foi executado por Oikos Pesquisa Aplicada
Ltda. para a Secretaria do Planejamento e Meio Ambiente
(Seplan) no âmbito de convênio firmado entre a Seplan e o
Ministério do Meio Ambiente.
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Axixá do Tocantins .................. SB-23-V-C-IV .......IBGE
Wanderlândia e Xambioá.
Imperatriz ................................ SB-23-V-C-V ........IBGE
O acesso terrestre, a partir de Palmas, se dá através
de dois percursos. No primeiro, segue-se pela rodovia
Xambioá................................... SB-22-Z-B-II..........IBGE
TO-080 até a cidade de Paraíso do Tocantins e daí
rumo norte pela BR-153 (Belém-Brasília), passando
Ananás..................................... SB-22-Z-D-III........IBGE
por
Miranorte,
Guaraí
e
Colinas
do
Tocantins,
alcançando-se, então, Araguaína. Neste ponto, após
Nazaré ..................................... SB-23-Y-A-I..........IBGE
haver percorrido-se aproximadamente 410km, adentraTocantinópolis ......................... SB-23-Y-A-II.........IBGE
se na área em estudo.
Padre Cícero ........................... SB-22-Z-B-IV .......IBGE
Na segunda opção, parte-se Palmas pela rodovia
TO-010 em direção à cidade de Lajeado, num trecho
Araguanã ................................ SB-22-Z-B-V ........IBGE
de 50km, donde se segue, após travessia do rio
Piraquê .................................... SB-22-Z-B-VI .......IBGE
Tocantins em balsa, por mais 21km, até o município de
Miracema do Tocantins. Desta localidade percorrem-se
Wanderlândia .......................... SB-23-Y-A-IV .......IBGE
mais 21km pela rodovia TO-342 até Miranorte e daí
rumo norte pela BR-153 até Araguaína, seguindo a
Paranaidji ................................ SB-23-Y-A-V ........IBGE
mesma rota anterior.
Rio Andorinhas ....................... SB-22-Z-D-I..........IBGE
Na área do ZEE do Norte do Estado do Tocantins
Muricilândia ............................. SB-22-Z-D-II.........IBGE
destacam-se
as
rodovias:
BR-153
(Nova
Araguaína-Wanderlândia-Xambioá),
Araguaína ............................... SB-22-Z-D-III........IBGE
OlindaBR-226
(Wanderlândia-Darcinópolis-Palmeiras
do
Tocantins-
Aguiarnópolis), BR-230 (São Paulo-Transaraguaia-Trevo
Babaçulândia .......................... SB-23-Y-C-I .........IBGE
TO-134-Luzinópolis-Aguiarnópolis),
Arapoema ............................... SB-22-Z-D-IV .......IBGE
Rio das Cunhãs ...................... SB-22-Z-D-V ........IBGE
TO-010
(Wanderlândia-Ananás-Povoado
Trecho
Transaraguaia-Araguatins-Buriti
do
Sebastião
do
Tocantins),
Seco-NatalTocantins-São
TO-126
(Aguiarnópolis-
Tocantinópolis-Maurilândia do Tocantins-Itaguatins-Sítio
Nova Olinda ............................. SB-22-Z-D-VI .......IBGE
Novo do Tocantins-São Miguel do Tocantins-Bela Vista),
Rio Juari .................................. SC-22-X-B-II ........IBGE
TO-134 (Darcinópolis, Angico, Luzinópolis, São Bento do
Tocantins-Axixá
Situada no norte do Estado do Tocantins a área
Brasilene-Santa
abrange os municípios de Aguiarnópolis, Ananás,
Augustinópolis,
Bandeirantes
do
Cachoeirinha,
Darcinópolis,
Maurilândia
Axixá
Tocantins,
Buriti
Carmolândia,
Esperantina,
do
Tocantins,
do
Tocantins,
do
Tocantins,
Carrasco
Itaguatins,
do
Tocantins,
São
(Ananás-Angico),
Luzinópolis,
TO-222
de
do
Tocantins-Vila
Amolar),
TO-210
(Filadélfia-Araguaína-Novo
Horizonte-Aragominas-Muricilânda-Santa Fé do Araguaia-
Nazaré,
Bento
Araguaia-Muricilândia-
Buriti
Tocantins–Esperantina-Pedra
Pontão), TO-230 (Bandeirantes do Tocantins-Povoado
Brasilene-Arapoema-Pau
Norte, Riachinho, Sampaio, Santa Fé do Araguaia,
Terezinha
(Povoado
Horizonte-Carmolândia-Araguanã-
Tocantins-Augustinópolis-
Palmeiras do Tocantins, Pau D´arco, Piraquê, Praia
Santa
do
TO-164
Xambioá), TO-201 (Sítio Novo do Tocantins-Axixá do
Bonito,
Muricilândia,
Tocantins),
Fé
Aragominas-Novo
Angico, Aragominas, Araguaína, Araguatins, Araguanã,
Arapoema,
do
Sampaio),
do
TO-404
D´Arco),
TO-403
(Itaúba-
(Araguatins-Augustinópolis-Itaúba-
Praia Norte), TO-415 (Palmeiras do Tocantins-Pedra
Tocantins, São Miguel do Tocantins, São Sebastião do
Vermelha-Santa Terezinha-Nazaré), TO-416 (trevo BR-
Tocantins, Sítio Novo do Tocantins, Tocantinópolis,
153-Riachinho-Ananás) e TO-420 (Piraquê-trevo-153).
3
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Figura 1 – Localização da área mapeada
4
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Partindo-se das rodovias estaduais e federais existe
version)
5000
equipado
com
microfone
uma boa rede de estradas municipais e de fazendas.
Sennheiser ME66, podão, prensa, para registro e
coletas de dados e informações;
O
transporte
fluvial
restringe-se
a
pequenas
- GPS de navegação para trabalho de campo;
embarcações que trafegam pelos rios Araguaia e
Tocantins, apresentando apenas expressividade local.
-
folhas
topográficas
na
escala
1:250.000,
Com exceção de Araguatins e Araguaína, as sedes
referentes à Carta Internacional ao Milionésimo
municipais aqui abrangidas possuem improvisados
(CIM),
campos de pouso para pequenos aviões. Araguatins
Imperatriz, SB.22-Z-B – Xambioá, SB.23-Y-A –
conta com pista pavimentada, mas com o transporte
Tocantinópolis, SB.22-Z-B – Araguaína, SB.23-Y-
aéreo limitado à operação de táxis aéreos, enquanto
C – Carolina e SB.22-X-B Conceição do Araguaia
Araguaína
como base das informações cartográficas - rede
recebe
vôos
regionais
das
principais
SB.22-X-D
–
Marabá,
SB.23-V-C
–
hidrográfica, rede viária, cidades, toponímia e
empresas de aviação comercial do país.
coordenadas geográficas e UTM, e;
1.3 - Material e base de dados
Para a realização do estudo de flora e fauna da área
folhas
topográficas
na
escala
1:100.000,
referentes à Carta Internacional ao Milionésimo
do ZEE do Norte do Estado do Tocantins foram
(CIM), SB-22-X-D-II - São João do Araguaia, SB-
utilizados os seguintes dados e materiais:
22-X-D-III - São Sebastião do Tocantins, SB-23V-C-I - Cidelândia, SB-22-X-D-VI - Araguatins,
- mapas de cobertura e uso da terra do ano de
SB-23-V-C-IV - Axixá do Tocantins, SB-23-V-C-V
2000, na escala 1:250.000, referentes às folhas
- Imperatriz, SB-22-Z-B-II - Xambioá, SB-22-Z-D-
Marabá (SB.22-X-D), Imperatriz (SC.23-V-C),
III - Ananás, SB-23-Y-A-I - Nazaré, SB-23-Y-A-II -
Xambioá (SB.22-Z-B), Tocantinópolis (SC.23-Y-
Tocantinópolis, SB-22-Z-B-IV - Padre Cícero, SB-
A) e Araguaína (SB.22-Z-D);
22-Z-B-V - Araguanã, SB-22-Z-B-VI - Piraquê,
- imagens do sensor ETM+ do satélite Landsat 7,
SB-23-Y-A-IV - Wanderlândia, SB-23-Y-A-V -
em composição colorida das bandas TM3(B),
Paranaidji, SB-22-Z-D-I - Rio Andorinhas, SB-22-
TM4(R) e TM5(G) em papel fotográfico, na escala
Z-D-II - Muricilândia, SB-22-Z-D-III - Araguaína,
1:100.000 e em meio digital, referentes às cenas
SB-23-Y-C-I - Babaçulândia, SB-22-Z-D-IV -
222/64 (22/08/2002), 222/65 (28/06/2002), 223/64
Arapoema, SB-22-Z-D-V - Rio das Cunhãs, SB-
(22/08/2002) e 223/65 (28/02/2002);
22-Z-D-VI - Nova Olinda e SC-22-X-B-II - Rio
Juari.
- base de dados do ZEE do Norte do Estado do
1.4 - Metodologia
Tocantins, elaborada pela Seplan/DZE, contendo
os dados e informações sobre cobertura e uso da
Os trabalhos foram executados contemplando uma
terra, inventário florestal e levantamento florístico,
limites
político-administrativos,
seqüência de etapas concatenadas, que podem ser
sub-bacias
resumidas em: levantamento e análise bibliográfica;
hidrográficas e sistema viário;
montagem de base de dados; identificação e seleção
de áreas de interesse para conservação; planejamento
- sistemas de processamento digital de imagens
(SPRING)
e
de
informações
e trabalho de campo; elaboração de banco de dados
geográficas
de flora e fauna; e elaboração de relatório técnico.
(ArcView);
- fichas de campo, binóculos Nikon 8x25; máquina
No levantamento e análise bibliográfica foi realizada a
fotográfica Canon A2E com teleobjetiva Canon
coleta de dados e informações a respeito da flora e
80-300
fauna da região, o que permitiu a caracterização e a
mm,
gravador
Sony
TCM-EV
(bird
5
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
montagem de um acervo sobre biodiversidade da
O banco de dados relacional de flora e fauna foi
região.
montado inicialmente em Excel, sendo posteriormente
estruturado em Access, contemplando campos, tais
A montagem de base de dados equivaleu à revisão e
como: área, ponto, latitude, longitude, nomes científico
seleção dos dados cartográficos e imagens de satélite
Landsat
ETM+,
disponibilizados
pela
Seplan
e comum (flora e fauna), ambiente fitoecológico,
e
indicador de vulnerabilidade.
referentes à base do ZEE do Norte do Estado do
Tocantins, já estruturada em PC ARC/Info e ARCView.
A etapa final do trabalho consistiu na elaboração dos
Foi incluído na base de dados o mosaico de imagens
mapas e do relatório técnico contendo as informações
Landsat ETM+ de 2002 e manipulados, sobretudo, os
e dados obtidos no estudo, conforme as especificações
temas vegetação (ambientes fitoecológicos), cobertura
constantes no Termo de Referência dos serviços. Tal
e uso da terra, solos e geomorfologia.
relatório serviu de base para a confecção do presente
texto explicativo.
A identificação e seleção de áreas de interesse para
conservação (figuras 2, 3 e 4) foram realizadas
1.4.1 - Métodos de amostragem
conjugando-se os mapas de vegetação, cobertura e
1.4.1.1 - Avifauna
uso da terra e o mosaico de imagens de satélite.
Quatro áreas foram selecionadas, considerando-se
As aves constituem um dos grupos ecológicos mais
como principais critérios: a existência de indicação
fáceis de estudar e eficientes para uso como
dessas áreas em trabalhos anteriores; alto grau de
indicadores ecológicos (FURNESS & GREENWOOD,
preservação da vegetação; representatividade de
diferentes
ambientes
fitoecológicos
1993). O fato de constituírem um conjunto de espécies
(formações
extremamente
vegetais com características peculiares); elevada
conservação da biota local e do impacto humano sobre
através de faixas extensas de vegetação natural.
OIKOS
(2002)
a mesma. O bom nível de conhecimento também faz
com que a avifauna seja um dos grupos mais utilizados
foram
para definir áreas prioritárias para a conservação
aproveitadas para descrever e avaliar uma quinta
grande
área,
situada
entre
Aguiarnópolis
(CAPOBIANCO et al., 2001).
e
Babaçulândia, indicada como parte de uma extensa
A possibilidade de realizar levantamentos rápidos de
faixa considerada prioritária para conservação pelo
aves, de forma que seja viável comparar diferentes
Probio/MMA (CAPOBIANCO et al., 2001)
áreas, habitats e/ou períodos, torna o grupo um dos
mais atraentes para a realização de diagnósticos e
O planejamento e trabalho de campo foram realizados
inventários em curto espaço de tempo. Além disso, a
somente para as quatro áreas inseridas na região alvo
disponibilidade
da avaliação ecológica, sendo todos os pontos de
ano
pouco
adequado
informações
papel de eficaz indicador ambiental. Por exemplo,
realizado no período entre 22 de maio e 07 de junho de
do
de
quando comparadas a outros grupos, confirma esse
meio de GPS e fotografias. O trabalho de campo foi
período
relativa
biológicas/ecológicas sobre aves (WILLIS, 1996),
observação e descrição dos transectos registrados por
2003,
detecção,
obtidas informações para caracterização do estado de
possibilidades de conexão com outros remanescentes
pela
fácil
taxonomicamente, permite que em pouco tempo sejam
remanescentes de vegetação de maior extensão e
obtidas
de
requisitos ecológicos definidos e bem conhecidos
significância ecológica regional; dimensão e forma dos
Informações
diversificado,
sabe-se que a abundância de grandes pica-paus
para
florestais serve para demonstrar a riqueza ambiental
observação de avifauna, pois muitas espécies estão
de uma mata por serem dependentes de grandes
com a atividade vocal reduzida.
árvores para se alimentar ou aninhar.
6
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Figura 2 – Carta-imagem exibindo a localização das áreas de interesse para avaliação
ecológica rápida
7
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Figura 3 – Áreas pré-selecionadas para avaliação ecológica rápida, combinadas com mapa de
cobertura e uso da terra
8
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Figura 4 – Carta-imagem exibindo a localização das áreas pré-selecionadas para avaliação
ecológica rápida
9
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
O fato de que a maioria das aves é diurna contribui
por
serem
considerados
interessantes
no
para a localização e identificação destas, ao contrário
desenvolvimento do trabalho de campo. Em cada sítio
dos mamíferos da América do Sul (predominância de
foi realizado um esforço de amostragem, traduzido em
roedores, marsupiais e quirópteros), que são, em sua
horas de campo, compatível com a complexidade da
maioria, noturnos. Além disso, as aves, mesmo as
avifauna das unidades. Eventuais desproporções de
noturnas, emitem com freqüência vozes e outros sons
amostragem foram tratadas por índices de correção.
que chamam a atenção e são característicos de cada
Estradas vicinais ou de serviço foram percorridas com
espécie.
auxílio de veículo ou trilhas em meio a trechos de
Na maior parte dos casos a identificação das aves é
remanescentes de vegetação natural, visitadas a pé,
possível até mesmo sem utilização da coleta, tão
parando-se em intervalos regulares para o registro do
necessária para outros grupos animais. Isto se deve à
número de indivíduos e espécies de aves presentes.
valorização da atividade de reconhecimento das aves
Estes registros basearam-se em observações visuais
por meio dos métodos visuais e auditivos, com critério
feitas com auxílio de binóculos e documentadas,
científico, e que acabou por produzir uma série de
quando possível, fotograficamente, e na identificação
guias de campo para essa finalidade. A conspicuidade
de vocalizações, registradas com um gravador Sony
e diversificação ecológica da avifauna amazônica
TCM-EV (bird version) 5000 equipado com microfone
(REMSEN & PARKER III, 1983) permitem que
Sennheiser
levantamentos de aves existentes em uma localidade
ME66,
previamente
calibrado
para
trabalhos dessa natureza.
resultem em uma avaliação rápida e acurada do estado
de
conservação
e
da
diversidade
de
As transecções foram realizadas, sobretudo, durante a
habitats
madrugada-manhã e ao final da tarde, evitando-se os
existentes.
períodos de calor mais intenso, quando a atividade das
O método visual/auditivo faz com que o observador
aves diminui. As gravações resultantes deste trabalho
fique muito mais atento às manifestações das aves,
serão depositadas no Arquivo Sonoro Elias Coelho,
conduz a um aprimoramento da técnica de observação
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
e a um crescente acúmulo de experiências de campo
específicas que podem ser intercambiadas. O método
Para fins de análise, os registros individuais obtidos
da observação direta, com auxílio da bioacústica,
para
mostra-se mais rápido e completo do que outros
convertidos em um índice (nº de indivíduos/10 horas de
métodos de levantamento de aves (PARKER III, 1991).
observação, veja WILLIS, 1979; WILLIS & ONIKI,
A coleta de exemplares pode ficar restrita a poucos
1981), permitindo comparações diretas da abundância
casos, dentro de um critério seletivo e rigoroso
relativa de espécies em diferentes localidades.
cada
espécie
em
cada
localidade
foram
determinado pelo pesquisador.
Durante a atividade de inventário qualitativo, foram
Essa metodologia viabiliza, nos dias de hoje, a
acumuladas
pesquisa mesmo em áreas pequenas, remanescentes
ocorrentes e de eventuais sinais de reprodução
de ambientes ameaçados, e que seriam vulneráveis à
detectados. Para designação dos habitats na tabela
coleta
do
referencial optou-se por acolher a proposta de
ornitólogo e o do conservacionista. Como o objetivo
classificação sintética dos “ambientes importantes para
desse trabalho foi o de caracterizar a avifauna
o
existente ao longo de um gradiente latitudinal bastante
Cerrado”, presente em BAGNO & ABREU (2001), no
extenso durante um período de tempo limitado, o uso
qual apenas a correlação essencial ou estrita entre a
dessa metodologia foi adotado por oferecer a melhor
ave e o habitat é destacada.
seletiva,
compatibilizando
o
trabalho
informações
forrageamento
e
acerca
reprodução
da
dos
habitats
avifauna
do
relação custo/benefício.
Adicionalmente,
foram
também
considerados
os
resultados do levantamento qualitativo feito pela
Outros sítios, além dos selecionados, foram visitados
10
Zoneamento Ecológico-Econômico
OIKOS
(2002)
no
trecho
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
entre
Darcinópolis
e
isto ocorreu em virtude do reduzido tamanho da
Aguiarnópolis. Uma das localidades estudadas durante
mancha).
essa ocasião, “Mata Virgem” em Palmeiras do
Em vários locais foram realizadas coletas dos materiais
Tocantins, foi revisitada em outubro de 2001.
botânicos mais significativos e/ou desconhecidos em
Durante a atividade de inventário qualitativo foram
nível
acumuladas informações acerca dos habitats de
reprodutiva. As amostras das plantas foram coletadas
ocorrência e de eventuais sinais de reprodução
com tesoura de poda alta (“podão”) e com tesoura
detectados. Durante os períodos de deslocamento foi
manual. Este material coletado foi prensado, seco e
feito o registro das espécies encontradas, embora não
depositado no herbário da Fundação Universidade do
de forma quantificada. Também foram registradas,
Tocantins (Unitins). Posteriormente, parte do material
para cada sítio visitado, as atividades danosas à
coletado será remetido para análise aos respectivos
conservação
especialistas
da
biodiversidade
local,
como
a
ocorrência de fogo, desmatamentos, extração seletiva
específico,
que
de
cada
estivessem
família
em
botânica
fenofase
à
qual
pertencem.
de madeira e caça.
Cabe aqui uma observação quanto à metodologia
1.4.1.2 - Vegetação
adotada. O método de avaliação “espécie x tempo”
funciona muito bem para formações savânicas e
A vegetação local foi avaliada por meio da checagem
florestais de baixo porte; contudo, em formações
in loco dos remanescentes de vegetação natural
florestais de grande porte (como é o caso da maioria
durante campanha realizada no período de 07 a 18 de
das áreas percorridas nesta avaliação) a coleta de
junho de 2003, tendo como base imagens de satélite
amostras torna-se muito difícil (na maioria das vezes
do ano de 2002 plotadas na escala de 1:100.000.
Cada
ponto
amostrado
teve
suas
impossível sem o auxílio de um escalador) e,
conseqüentemente, a identificação das árvores fica
coordenadas
prejudicada.
geográficas determinadas por aparelho do tipo GPS,
espécies
seguindo-se uma descrição sucinta da formação
A
arbóreas
particularmente
vegetal encontrada e seu grau de conservação,
dificuldade
sem
de
coleta
problemática
nas
identificação
de
das
amostras
formações
é
sob
domínio ou influência amazônica onde coexiste um
anotando-se as espécies mais comuns em cada
grande número de espécies parecidas, como as
estrato (arbóreo, arbustivo e herbáceo), bem como a
pertencentes às famílias Burseraceae, Sapotaceae,
presença ou não de espécies raras, endêmicas e/ou
Myrtaceae, Lauraceae e Moraceae principalmente. Isto
ameaçadas de extinção.
faz com que a diversidade de espécies real seja
O
esforço
de
amostragem
em
cada
ponto
subestimada. No entanto, esta lacuna do método sobre
correspondente a um determinado fragmento de
os resultados obtidos será levada em consideração na
vegetação nativa foi proporcional ao tamanho e
avaliação dos mesmos.
diversidade florística desta, tendo sido adotado o
1.4.2 - Sítios de amostragem
método de levantamento “espécie x tempo”.
Neste
método,
percorre-se
aleatoriamente
O Quadro 1 apresenta a relação dos pontos de
cada
interesse utilizados neste relatório. São computadas
fragmento a intervalos de tempo regulares (neste caso
apenas localidades visitadas especificamente para este
usou-se intervalos de 15 minutos) anotando-se a
ocorrência
das
espécies
no
local.
trajeto. As localidades estudadas durante a atualização
Considera-se
e complementação dos estudos ambientais da Ferrovia
amostrado o fragmento quando o ingresso de novas
Norte-Sul encontram-se descritas em OIKOS (2002).
espécies na lista, dentro do intervalo de tempo
considerado, chegar no máximo a 2 ou quando o
Os pontos numerados no Quadro 1 correspondem a
fragmento tenha sido todo percorrido (em alguns casos
locais onde efetivamente foi feita a caracterização da
11
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
flora local. Os pontos marcados por letra correspondem
conforme a necessidade específica de cada grupo,
a locais onde foram efetuadas coletas de algum
buscando a complementação de informações. Como
material botânico ou foi feita uma checagem de
as equipes de avifauna e vegetação realizaram suas
legenda visando fixar ou corrigir o padrão da imagem
amostragens em períodos distintos, alguns sítios não
com a realidade observada em campo.
puderam
Objetivou-se
que
os
sítios
de
ser
sobrepostos
por
motivos
diversos,
incluindo a franquia de acesso aos mesmos. Quando
amostragem
isso ocorreu, foram amostrados novos sítios que
característicos de cada uma das principais formações
apresentassem a mesma fitofisionomia.
existentes coincidissem, tanto para a vegetação como
para a avifauna. Alguns sítios extras foram amostrados
12
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
2
Resultados
2.1 - Avifauna
Tocantins (07º 52’06’’S, 47º 56’29’’W) e nas matas
ciliares de afluentes do rio Tocantins, ao longo da
2.1.1 - Aves endêmicas
estrada entre Palmeirante do Tocantins e Colinas do
Tocantins.
O norte do Tocantins não é considerado uma área de
endemismo para aves, compartilhando suas espécies
Durante o presente trabalho, a espécie foi encontrada
com outras regiões. Ocorre, no Tocantins, uma
nas Matas Ripárias do córrego Manga, afluente do rio
espécie restrita aos ambientes ripários do médio
Piranhas (Ananás) e, no mesmo ambiente, nas
Araguaia, região da Ilha do Bananal e Cantão, a João-
margens
do-Araguaia Synallaxis Simoni. A espécie Cardeal-de-
do
Wanderlândia).
Goiás Paroaria baeri, ocorre na mesma região, mas
ribeirão
Esta
Lajes
(Fazenda
descoberta
Sapucaia,
representa
uma
considerável extensão na área de distribuição desta
também se estende a Oeste, nas cabeceiras dos rios
espécie, que é considerada vulnerável pela lista
Xingu e Cristalino. Nenhuma delas foi encontrada no
brasileira da fauna ameaçada de extinção devido à
trecho estudado nos rios Araguaia e Muricizal, entre
destruição de seu habitat, resultante da ocupação
Araguanã e a ilha Barreira Branca. Ali, estas espécies
humana e da continuada construção de hidrelétricas
são substituídas por Paroaria gularis (Foto 1) e
na bacia Araguaia-Tocantins.
Synallaxis gujanensis, espécies de distribuição ampla
na Amazônia, sugerindo que a João-do-Araguaia
Outras espécies aqui consideradas endêmicas são
Synallaxis Simoni tem uma distribuição genuinamente
assim classificadas por estarem restritas ao bioma
restrita.
Cerrado. SILVA (1995; 1997) lista 29 espécies de aves
endêmicas do bioma Cerrado, que considerou restritas
Uma outra espécie que ocorre nos mesmos ambientes,
ao Planalto Central brasileiro e ramificações que
mas com distribuição mais ampla ao longo do rio
chegam à Bolívia e Paraguai. Por outro lado, STOTZ
Araguaia e médio Tocantins e seus afluentes, é a
(1996) considerou 41 espécies como endêmicas do
Chororó-de-Goiás, melhor denominada Chororó do
Cerrado, chamando a atenção para o fato de que
Tocantins, Cercomacra ferdinandi (Fotos 2a e b). Este
essas formam antes uma avifauna endêmica a uma
é um thamnofilídeo que habita a vegetação arbórea-
região do que a um habitat. Dentre esses endemismos,
arbustiva emaranhada das áreas inundáveis ripárias.
foram encontradas durante este trabalho a Meia-lua-
Esta espécie, antes considerada restrita à margem
do-cerrado
direita do rio Araguaia, entre o sul da Ilha do Bananal e
Melanopareia
torquata,
o
Mineirinho
Charitospiza eucosma (Foto 3), o Tié-do-cerrado
Conceição do Araguaia (SILVA, 1989; RIDGLEY &
Neothraupis
TUDOR, 1994), foi encontrada na margem esquerda
fasciata,
a
Bandoleta
Cypsnagra
hirundinacea, o Batuqueiro Saltator atricollis (Foto 4), a
do rio Tocantins, ao norte de Babaçulândia (rio
Campainha-azul Porphyrospiza caerulescens e a
Tabocas, 07º 05’16’’S, 47º 37’19’’W), em áreas
Gralha-do-cerrado Cyanocorax cristatellus. Como foi
inundáveis ao redor das lagoas de Palmeirante do
dada uma maior atenção às áreas de vegetação
13
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
florestal do que aos Cerrados esta listagem deve ser
aos grandes rios com extensas praias fluviais, com
considerada bastante incompleta. Outras espécies do
distribuição originalmente ampla, esta espécie está em
Cerrado como o Papagaio-galego Salvatoria xanthops,
processo de retração de sua área de distribuição
o Chororozinho Herpsilochmus longirostris, o recém-
devido à perseguição humana nos rios navegáveis e à
descrito Suiriri islerorum (ZIMMER, WHITTAKER &
construção de hidrelétricas que destroem seu habitat.
OREN, 2001) e outros, já encontrados em outras
Hoje, considera-se que as maiores populações estão
partes do Tocantins, provavelmente ocorrem na região.
centradas no norte da Bolívia (Beni) e na Ilha do
Bananal (BIRDLIFE, 2000). Esta espécie, que foi
Os endemismos do Cerrado ocorrem na longa faixa
observada no rio Araguaia (um par em frente a
que se estende ao longo das Chapadas do Meio Norte
Araguanã e um trio na Ilha Barreira Branca), é
entre Babaçulândia e Wanderlândia-Darcinópolis e dali
considerada
diagonalmente ao longo do divisor das bacias Araguaia
globalmente
Quase-ameaçada
(BIRDLIFE, 2000).
e Tocantins em direção a Araguatins. Esta faixa, muito
bem conservada, tem continuidade ao sul com outra
Jacu-de-barriga-vermelha (Penelope ochrogaster) –
extensa área similar entre Palmeirante do Tocantins e
Historicamente registrado para o oeste de Minas
Colinas do Tocantins.
Gerais (onde parece estar extinto); em partes do
Tocantins, notadamente a região da Ilha do Bananal e
2.1.2 - Aves ameaçadas de extinção
também Araguatins (espécie no MPEG), e no Pantanal
de Mato Grosso (COLLAR et al., 1992). Não existiam
Nesta categoria estão as espécies listadas pela
registros recentes da espécie na margem leste do
Instrução Normativa MMA, 03 de 27 de maio 2003
Araguaia até os trabalhos da avaliação ecológica
(MMA, 2003), e aquelas que constam da listagem da
rápida do Parque Estadual do Cantão, que a
International Union for Conservation of Nature and
localizaram naquela área protegida (SEPLAN, 2000).
Natural Resources - IUCN (IUCN, 2003; BIRDLIFE
Também foi recentemente encontrada na região de
INTERNATIONAL, 2000).
Lagoa da Confusão e Rio do Côco (OLMOS, 2003).
A IUCN considera uma parte considerável das aves
Jacus que provavelmente pertencem a esta espécie
endêmicas do Cerrado como “quase ameaçadas”,
foram detectados pelas vocalizações (gravadas) em
categoria não considerada na lista brasileira. Entre
Wanderlândia (Fazenda Sapucaia) e Santa Fé do
estas, encontramos nos Cerrados de Aguiarnópolis-
Araguaia (Fazenda Malasca), mas uma confirmação
Babaçulândia, e na extensa faixa de Cerrados do
visual se faz necessária. Penelope ochrogaster é
divisor
considerado
Araguaia-Tocantins,
a
Campainha-azul
Em
Perigo
pela
IUCN
e
Birdlife
Porphyrospiza caerulescens, o Mineirinho Charitospiza
International, e Vulnerável pela lista brasileira de
eucosma, e o Tié-do-cerrado Neothraupis fasciata.
espécies ameaçadas.
Deve ser enfatizado que os endemismos do Cerrado
Maracanã-verdadeira
estão em situação delicada devido ao rápido declínio e
Embora tenha uma distribuição ampla, a espécie tem
degradação de seu habitat pela expansão da fronteira
sofrido declínio em várias partes de sua distribuição,
agrícola, que já havia afetado 2/3 dos Cerrados
com extinções locais sendo registradas em algumas
brasileiros em 1993 (MMA, 2002). A situação hoje
regiões. Foi observada em três oportunidades durante
certamente é mais grave.
o trabalho: (i) em 26/05, um par que habitava uma
(Primolius
maracanã)
–
pequena chapada em área de Cerrado na Fazenda 3R
O Chororó-de-Goiás Cercomacra ferdinandi, espécie
(Ananás); (ii) em 01/06, um trio em área de Cerrado ao
Vulnerável, já foi discutido na seção anterior. Aqui são
longo da TO-136 (Wanderlândia-Riachinho), e; (iii) em
apresentadas informações sobre outras espécies
02/06, um par sobrevoou a Floresta Ombrófila Aberta
detectadas durante os trabalhos:
da Fazenda Sucupira (Wanderlândia), próximo ao
Ponto 16. Esta espécie é considerada Vulnerável pela
Pato-corredor (Neochen jubata) – Espécie associada
14
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
IUCN (BIRDLIFE, 2000).
de subsistência ou esportiva e captura para o
comércio, e as que sofrem redução de sua base
Araponga-de-barbela (Procnias averano) – Espécie
alimentar devido essas atividades. Entre estas se
politípica com distribuição disjunta (SNOW, 1982), é
encontram a ema, os grandes tinamídeos (a azulona e
encontrada no Brasil nos remanescentes de Floresta
os
Atlântica e Matas Semidecíduas do nordeste ao norte
inambus
maiores),
cracídeos
(mutuns,
jacus
maiores como Penelope ochrogaster, já discutido, e
do rio São Francisco, e no Maranhão e sul do Piauí
cujubis; SILVA & STRAHL, 1991; del HOYO, 1994),
(Chapada das Mangabeiras). Vários indivíduos foram
psitacídeos
detectados pela vocalização característica e gravados
(araras,
papagaios,
etc),
arapongas
(Procnias averano) e grandes gaviões.
em dois fragmentos de mata semidecídua, nas
proximidades de Babaçulândia, em outubro de 2001
O outro grupo é indicador de perturbações na estrutura
(07º 05’ 25’’S,
do ambiente e da ruptura de processos ecológicos.
47º 43’ 20’’W).
47º 49’ 50’’W
Uma
e
indivíduos
Vários estudos recentes têm demonstrado que a
vocalizando também foi encontrada no mesmo mês em
exploração seletiva de madeira causa modificações na
um fragmento de Floresta Semidecídua em Palmeiras
comunidade faunística, o que pode resultar na
do
diminuição ou extinção local de espécies associadas a
Tocantins
47º 31’10’’W),
concentração
07º 16’ 56’’S,
(“Mata
tendo
Virgem”,
06º 40’10’’S,
vários
florestas maduras (ou a recursos mais abundantes
exemplares, inclusive em plumagem imatura ou
nesses habitats), enquanto espécies de habitats
feminina.
secundários aumentam em abundância. Estudos feitos
Estes
são
sido
de
os
observados
primeiros
registros
documentados para o Tocantins.
sobre aves, em geral, documentam efeitos negativos
(incluindo extinções locais) em áreas seletivamente
É importante notar que a mata de Palmeiras do
exploradas (JOHNS, 1991; THIOLLAY, 1992; MASON,
Tocantins havia sido visitada em março de 2000 e os
1996; ALEIXO, 1999). No entanto, parece haver
fragmentos de Babaçulândia em maio de 2001, sem
florestas mais resilientes à perturbação (WHITMAN,
que a espécie fosse detectada. Isso sugere que a
HAGAN III & BROKAW, 1998).
mesma realiza migrações, estando presente nas matas
da margem oeste do rio Tocantins apenas durante
Entre as espécies sensíveis estão as aves florestais
parte do ano, talvez correspondente ao início da
insetívoras de sub-bosque (notavelmente Furnaridae,
estação chuvosa.
Dendrocolaptidae, Thamnophilidae e Formicariidae),
incluindo as seguidoras especialistas de formigas de
Durante o presente trabalho, obteve-se, na Fazenda
correição. Este grupo é notoriamente sensível à
Sapucaia, informação de que a espécie surge em bom
fragmentação de habitats e a atividades que alteram a
número durante a frutificação das palmeiras bacaba,
estrutura da floresta, como a retirada seletiva de
depois de agosto. A área, pela sua extensão, pode
madeira.
facilmente ser uma das mais importantes para a
conservação desta espécie. Procnias averano consta
Um outro grupo de aves florestais sensíveis à
na nova lista brasileira de espécies da fauna
perturbação são as que se alimentam de grandes
ameaçada de extinção.
insetos e pequenos vertebrados como lagartos,
anfíbios,
2.1.3 - Aves indicadoras da qualidade de habitats
dentre
outros.
Espécies
estritamente
florestais com estes requisitos, como o buconídeo
Bucco tamatia (Foto 5), declinam rapidamente em
As espécies consideradas como indicadoras da
áreas que tiveram sua estrutura danificada, como
qualidade dos ambientes estudados pertencem a duas
quando uma floresta é transformada em um denso
grandes categorias.
cipoal após a extração intensiva de madeira ou quando
Num
primeiro
grupo,
estão
as
espécies
que
ocorrem incêndios. Alguns frugívoros que habitam a
experimentam a predação direta pelo homem, na caça
copa das florestas (cotingas, tucanos e psitacídeos)
15
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
necessitam de grandes territórios, enquanto que todos
boa parte de sua antiga área de distribuição no sul,
dependem de recursos limitados como ocos e
sudeste e centro-oeste. Este predador de topo
disponibilidade de árvores de tamanho adequado, o
depende
que vai de encontro à exploração seletiva destas
arborícolas para se manter. Uma fêmea adulta foi
(jatobás, grápias, garapeiras, cajuís, etc). No entanto,
observada e fotografada na floresta da Fazenda
ao contrário do grupo anterior, muitas dessas espécies
Sapucaia, em 30/05 (Foto 6).
de
boas
populações
de
mamíferos
são capazes de voar entre manchas de habitat
Aracuã (Ortalis superciliaris) – Foi observada em
adequado e se manter, mesmo em paisagens
vida livre durante os levantamentos da Ferrovia Norte-
fragmentadas, uma vez que haja disponibilidade, ainda
Sul em Palmeiras do Tocantins (Mata Virgem,
que escassa, de recursos.
06º 40’10’’S, 47º 31’10’’W). Um grupo foi visto nos dias
Ema (Rhea americana) – É ausente em quase toda o
20 e 21/03/2000 na capoeira existente entre o traçado
norte do Estado. Informantes locais, em Aguiarnópolis
da ferrovia e o fragmento de floresta. Um grupo foi
e Darcinópolis, afirmam que existiam no passado, mas
ouvido na manhã do dia 01/05 na Fazenda Sapucaia,
foram extintas pela caça. Também não encontramos a
na mata ciliar do ribeirão Lajes. No Tocantins, a
espécie durante os levantamentos da Ferrovia Norte-
espécie era conhecida no seu norte extremo (Santo
Sul na região entre Babaçulândia e Palmeirante do
Antonio). É considerada “Quase Ameaçada” pela
Tocantins, apesar dos trechos de Cerrado em bom
IUCN.
estado entre a última e Nova Olinda. Durante o
Cujubim, Jacupara (Pipile cujubi) – Este cracídeo de
presente trabalho, a ema foi encontrada apenas nos
grande porte é bastante vulnerável à pressão de caça,
pastos e Cerrado aberto da Fazenda 3R, em Ananás.
extinguindo-se rapidamente em áreas onde esta é
Esta pode ser uma das populações mais significativas
intensa. Conhecida do alto rio Araguaia e cabeceiras
na área em estudo. Vários exemplares, incluindo um
do rio Tocantins (rio das Almas), a Jacupara foi
grupo de jovens acompanhando um macho adulto,
detectada em um trecho de Floresta Ombrófila melhor
foram observados entre 26 e 29 de maio. A espécie é
conservada na Fazenda Malasca (Santa Fé do
considerada globalmente “Quase Ameaçada” pela
Araguaia) em 06/06. Este parece ser um novo limite
IUCN.
em sua distribuição conhecida.
Gavião-pega-macaco
(Spizaetus
tyrannus)
–
Araras – Embora a Arara-canindé Ara ararauna
Representado na região por Spizaetus tyrannus serus,
pareça ter distribuição ampla ao longo do trecho
subespécie distribuída desde o sul do México até a
estudado no traçado da Ferrovia Norte-Sul, não
Amazônia e notavelmente menor que a forma nominal
encontramos
da Mata Atlântica (BLAKE, 1977). Um macho adulto foi
parece
Barreira Branca (Araguanã) em 04/06, e um exemplar
de floresta seletivamente explorada na Fazenda
distribuição
foi observado na Floresta Semidecídua seletivamente
muito
reduzida,
ou
mesmo
original
bastante
ampla
no
Brasil,
ocorrendo até Santa Catarina no sul e no litoral
(06º 47’ 40’’S,
nordestino a leste (SICK, 1997). Esta espécie foi
47º 35’10’’W).
observada na região de Babaçulândia-Wanderlândia
(Harpia
originalmente
encontrar-se
com a maior parte de seu efetivo na Amazônia, tinha
levantamentos para a Ferrovia Norte-Sul, um exemplar
Harpia
entre
A Arara-vermelha Ara chloroptera (fotos 7a e b), hoje
Malasca (Santa Fé do Araguaia), em 07/06. Durante
Darcinópolis
espécie
extirpada, naquela região.
jovem, com plumagem quase adulta, pousado em área
em
dessa
Aguiarnópolis e Palmeirante do Tocantins. A espécie
observado pousado na vegetação ripária da Ilha
explorada
evidência
com
harpija)
ampla
–
Grande
distribuição
no
apenas uma vez, quando três indivíduos foram
gavião
observados (e fotografados) em “vôo de cruzeiro” no
Brasil,
dia 2/06/2001 por sobre as imediações da encosta da
encontra-se em franco declínio, tendo sido extinto em
“Chapada
16
de
Wanderlândia”.
Moradores
de
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Babaçulândia entrevistados disseram que araras-
cinegética, não registrado por HIDASI (1998) para o
vermelhas seriam “agora” muito raras na região e que
Estado do Tocantins, foi encontrado na Fazenda 3R
as últimas araras-azuis haviam sido vistas nos anos
(Ananás) em mata ribeirinha, e nas fazendas Sapucaia
1980. Durante o presente trabalho A. chloroptera foi
(Wanderlândia) e Malasca (Santa Fé do Araguaia) na
observada na Fazenda Sapucaia (6 exemplares na
Floresta Ombrófila.
manhã do dia 31/05, 4 exemplares à tarde; os dois
Falcão-mateiro
registros próximos ao Ribeirão Laje) e Fazenda
recentemente
Malasca (um par ouvido no dia 05/05 e outro
(Micrastur
mintoni)
reconhecida
–
(WHITTAKER,
Espécie
2003),
substitui M. gilvicollis, com o qual era confundido no
fotografado no dia 06/05).
sudeste da Amazônia. Penetra na bacia do Tocantins
A Arara-canga Ara macao é uma espécie amazônica
até o rio Santa Isabel, no norte de Goiás. Micrastur
que ainda não havia sido registrada no Tocantins
gilvicollis não foi registrado por HIDASI (1998) para o
(HIDASI, 1998). Um par foi observado na Fazenda
Estado do Tocantins e as gravações feitas em
Sapucaia,
nos
Itaguatins e na Fazenda Malasca (07/06) parecem ser
em
os primeiros registros para o Estado.
próximo
remanescentes
de
ao
ribeirão
Floresta
Lages,
Ombrófila
rica
palmeiras em 31/05. Um outro par foi observado fora
Tanatau (Micrastur mirandollei) – Falcão florestal
do período de censo na Fazenda Malasca, na tarde de
encontrado em parte da Mata Atlântica (Bahia e
05/05.
Espírito Santo; SICK, 1997) e na Amazônia (a leste do
2.1.4 - Extensões de distribuição
Tapajós
em
Santarém,
Taperinha,
Vila
Braga,
Piquiatuba, rio Guamá, Ourém e rio Acará; PINTO,
Os trabalhos de campo possibilitaram o encontro de
1964). Os registros auditivos e gravações feitos nas
várias espécies que constituem registros relevantes,
fazendas
seja por não terem sido antes encontrados no estado
extensões
significativas
em
(30/05)
e
Malasca
(07/06)
constituem um novo limite meridional para a espécie
do Tocantins, seja pelo fato de as novas localidades
constituírem
Sapucaia
na Amazônia brasileira.
suas
distribuições conhecidas. Algumas destas, como a
Tiriba-pérola (Pyrrhura lépida) – Restrita à Amazônia
Arara-canga Ara macao, já foram discutidas em
oriental, a leste do rio Tapajós, esta espécie tem uma
seções anteriores.
distribuição aparentemente descontínua na região
(SICK, 1997). Um par foi observado em 05/06 na
Um total de 56 espécies encontradas neste trabalho
estrada entre Cocalinho e o Assentamento Bavária,
não é relacionado por HIDASI (1998) em sua lista de
junto à divisa da Fazenda Malasca, em área de floresta
aves do Tocantins (indicadas com NC no banco de
que
dados disponível no Quadro 5).
está
sendo
destruída
por
assentamento
(coordenadas UTM 7.422.005 / 9.237.032 latitude e
longitude). A parte da reserva legal da Fazenda
Várias destas espécies foram encontradas durante
Malasca junto à estrada mostra óbvios sinais de
trabalhos realizados no Estado por meio de avaliações
retirada de madeira e trilhas de caça. A forma P. l.
ecológicas rápidas (SEPLAN, 2000) e dos próprios
anerythra da região entre os rios Tocantins e Tapajós é
levantamentos da Ferrovia Norte-Sul. Outras são
a com distribuição mais próxima da região. A aparente
representadas por exemplares em coleções científicas
falta
coletados pelo próprio Hidasi (por exemplo, veja
de
vermelho
nas
asas
dos
exemplares
observados parece confirmar a suposição de que se
localidades de Gymnoderus foetidus em SNOW, 1982)
trata deste táxon.
e suas não inclusão na lista de HIDASI (1998) constitui
um lapso. Registros que parecem ser realmente
Curica-urubu (Pionopsitta vulturina) – Espécie
significativos são detalhados a seguir.
distribuída ao longo do rio Amazonas desde a
confluência deste com o Madeira e sua foz, ocorre
Inambu-relógio (Crypturellus strigulosus) – Espécie
também na área amazônica do Pará e Maranhão, a
17
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
leste do rio Tocantins. Nesta região o registro mais
gravados em 27-28/05) constitui uma grande extensão
meridional é originário das cabeceiras do rio Capim
no limite leste de sua distribuição e confirma a
(GABAN-LIMA, RAPOSO & HÖFLING, 2002). Esta
singularidade daquela vegetação.
espécie foi encontrada na Floresta Ombrófila Aluvial do
Vissiá-cantor Rhytipterna immunda – Outra espécie
ribeirão Lajes (Fazenda Sapucaia), em 31/05, (3
associada às “Campinas” amazônicas, tem distribuição
exemplares observados e gravados) e na Floresta
ampla, mas pontual (Campinas da bacia do rio Negro,
Ombrófila melhor conservada da Fazenda Malasca,
Santarém, Serra do Cachimbo, alto Xingu, Serra do
em 07/06 (4 exemplares observados em vôo). Estes
Roncador; SICK, 1997). Um exemplar foi ouvido e
são os primeiros registros para o Tocantins e os mais
atraído por play-back em área de Carrasco na
meridionais desta notável espécie.
Fazenda Mogno em 28/05, podendo ser fotografado
Bacurau-rupestre (Caprimulgus longirostris) – Sete
(Foto 8). Este é um novo limite leste na distribuição
formas desta espécie são reconhecidas. Três ocorrem
desta espécie pouco conhecida.
nos Andes, uma na Argentina e oeste do Uruguai, uma
Anambé (Xipholena lamellipenis) – Endêmica da
nos tepuis do sul da Venezuela e norte do Amazonas e
região oriental da Amazônia, à leste da foz do rio
Roraima, e uma no norte da Venezuela, Colômbia e
Madeira, tem um padrão similar ao do Pionopsitta
Equador. A sétima é a forma nominal que ocorre no
vulturina. A localidade conhecida mais próxima situa-
Paraguai, Uruguai e, no Brasil, no Rio Grande Sul,
se nas proximidades de Marabá (SNOW, 1982). Um
Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro,
macho foi observado em 30/05 na Fazenda Sucupira
Minas Gerais e Bahia - Raso da Catarina (SICK, 1997;
(Wanderlândia) em Floresta Ombrófila Submontana, e
CLEERE, 1998).
outro em 05/06 na estrada entre Cocalinho e o
Quatro exemplares foram ouvidos e gravados em uma
Assentamento Bavária, junto à divisa da Fazenda
pequena chapada de arenito em meio ao Cerrado da
Malasca, no mesmo ponto onde foi registrada Pyrrhura
Fazenda 3R na madrugada do dia 26/05. Pelo menos
lepida (acima).
um exemplar respondeu ao play-back, permitindo a
2.1.5 - Espécies migratórias
observação da larga banda terminal da cauda
interrompida
pelas
retrizes
centrais
escuras.
A
Migrantes austrais são espécies que nidificam nas
vocalização das aves do Tocantins parece algo distinto
regiões temperadas da América do Sul e migram para
das do sudeste do Brasil, havendo a possibilidade de
o norte, durante o inverno austral, em deslocamentos
se tratar de um táxon não descrito.
similares, embora em menor escala, às migrações dos
neárticos discutidos neste item (CHESSER, 1994). Os
Tovacuçu (Grallaria varia) – Na Amazônia oriental
padrões migratórios de várias espécies são difíceis de
esta espécie é conhecida de localidades ao longo do
verificar, pois populações migratórias freqüentemente
rio Amazonas e dos baixos Tapajós e Tocantins
chegam
(RIDGELY & TUDOR, 1994). O encontro desta espécie
amanhecer do dia 31/05) é primeiro para o interflúvio
já
ocupadas
por
populações
Algumas estimativas sugerem que 60-70% das aves
Araguaia-Tocantins.
(Hemitriccus
áreas
residentes da mesma espécie.
na Fazenda Sucupira (um exemplar ouvido no
Maria-mirim
a
do Cerrado e do Pantanal realizam migrações
minimus)
–
sazonais. Este vasto grupo abrange tanto espécies
Espécie
aquáticas que se deslocam segundo a disponibilidade
enigmática conhecida de poucas localidades em
de habitats (como praias fluviais) e concentrações de
enclaves de “Campinas” sobre solos de areia branca
alimento (como peixes e caramujos presos em lagoas
no baixo Tapajós, Alta Floresta, rio Cágado, Parque
rasas), como insetívoros de Cerrado, papa-capins,
Nacional do Jaú e norte da Bolívia (RIDGELY &
beija-flores, psitacídeos, bacuraus e pombas.
TUDOR, 1994; SICK, 1997). A descoberta desta ave
no Carrasco da Fazenda Mogno (vários exemplares
18
Zoneamento Ecológico-Econômico
Além
escala
construção de hidrelétricas e crescente competição por
continental, há muitos movimentos sazonais em menor
habitat de nidificação com turistas e pescadores que
escala que envolvem populações de aves neotropicais.
freqüentam as praias.
Estes
de
migrações
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
deslocamentos
conspícuas
são
e
em
geralmente
pouco
Os migrantes neárticos incluem espécies que realizam
documentados e mal compreendidos. A evidência
deslocamentos
desses movimentos, em geral, consiste de registros
altitudinais
de
do
migrantes setentrionais registrados durante o trabalho.
reação à disponibilidade sazonal de alimento, como
migrações
provenientes
maioria, migratórias e compõem a maior parte dos
ano. Algumas destas migrações parecem ser uma
as
curso
batuíras (Charadriidae e Scolopacidae) são, em sua
determinada região ou localidade durante parte do
com
longo
Hemisfério Norte. As várias espécies de maçaricos e
indicando que determinada espécie desaparece de
ocorre
de
Deve-se notar que estas aves dependem de habitats
aves
ribeirinhos como praias e remansos lodosos para sua
nectarívoras e frugívoras nas montanhas do sudeste
alimentação, e que estes se encontram ameaçados
do Brasil (STOTZ et al., 1996), e as de aves aquáticas
pela construção de hidrelétricas. No entanto, algumas
que migram entre o baixo Paraná e planície costeira do
espécies podem utilizar áreas abertas criadas pelo
Rio Grande do Sul e Pantanal (ANTAS, 1994). Outros
homem, como campos recém-arados e reservatórios
deslocamentos têm razões pouco claras, como o
artificiais.
desaparecimento do Anu-coroca Crotophaga major
(Foto 9) e da Saíra-andorinha Tersina viridis, em boa
O Maçarico-pintado Actitis macularia é amplamente
parte da Amazônia, durante a estação seca (STOTZ et
distribuído na América do Norte, onde nidifica em
al., 1996).
áreas
abertas
próximas
a
cursos
d’água
e
reservatórios. Inverna em uma ampla região que vai do
O surgimento das praias fluviais nos rios Tocantins e
sul dos Estados Unidos ao norte do Chile e Argentina.
Araguaia resulta em concentrações de algumas aves
Durante a migração de retorno parece usar uma rota
dependentes deste ambiente (SICK, 1967): Maçarico-
que passa mais pelo interior da América do Sul. Em
de-esporão ou Mexirica Vanellus cayanus (Foto 10),
geral, migra isoladamente (van GILS & WIERSMA,
Batuíra-de-colar Charadrius collaris, o Trinta-réis-
1996).
grande ou Gaivota Phaetusa simplex, o Trinta-réis-
Vários
observados
anão Sterna superciliaris e, especialmente, o Talha-
exemplares
nas
margens
desta
do
rio
espécie
foram
Tocantins
em
Itaguatins.
mar Rynchops niger.
Recapturas de aves anilhadas sugerem que as águias
O Maçarico-de-esporão e a Batuíra-de-colar são
pescadoras Pandion haliaetus (Foto 11) encontradas
considerados essencialmente sedentários (WIERSMA
no Brasil são provenientes do nordeste dos Estados
1996), mas é bastante óbvio que essas espécies
Unidos. Alguns exemplares desta espécie foram
sofrem alterações marcantes em sua abundância
observados no rio Muricizal e no rio Araguaia, próximo
conforme a disponibilidade das praias fluviais onde
à Ilha Barreira Branca.
nidificam e se alimentam, desaparecendo durante os
períodos em que a cheia dos rios elimina seu habitat,
2.2 - Flora do Norte do Estado do Tocantins
um padrão também seguido por Rynchops niger,
Phaetusa simplex e Sterna superciliaris.
2.2.1 - Espécies úteis
As populações da Batuíra-de-colar Charadrius collaris
As espécies vegetais encontradas no levantamento
dos rios do interior do Brasil parecem reproduzir-se em
florístico nas áreas avaliadas no norte do Estado do
período distinto (junho-agosto) daquelas do litoral
Tocantins foram avaliadas em termos de ocorrência,
(outubro-novembro). Assim como outras espécies que
abundância,
dependem de praias fluviais, encontra-se ameaçada
indicados,
de extinção local nos rios Tocantins e Araguaia pela
conhecimento dos membros da equipe técnica.
19
estimada
obtidos
a
empiricamente,
partir
da
e
literatura
usos
e
do
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Os usos indicados foram simplificados em cinco tipos:
ocorrendo também nos cerradões. Os frutos são
madeira (obras internas e externas), lenha (incluindo
deiscentes, expondo sementes semi-envoltas em arilo
carvão), ornamental (pode ser tronco, folha, flor ou
amarelo
fruto) e medicinal e frutífera (para fauna e para o
avifauna. O óleo extraído através de furos no tronco é
homem). Entre as várias espécies identificadas na
tido como medicinal.
ou
alaranjado
bastante
procurado
pela
região, apresentaremos uma pequena lista das mais
Cumaru-da-mata (Dipteryx odorata) – Árvore de
significantes em cada categoria.
origem
•
Espécies madeireiras
amazônica,
encontrada
em
Itaguatins
e
Wanderlândia. Madeira de boa qualidade, já foi muito
explorada na região, sendo raro encontrar grandes
Camaçari (Qualea ingens e Q. wittrockii) – Árvores
exemplares adultos. As sementes são comestíveis e
de grande porte e de fuste retilíneo, típicas das
bastante procuradas por roedores como cotias, pacas
Florestas Paludosas, utilizadas para construção de
e
moradias e cercas. A primeira espécie destaca-se
ratos-de-espinho,
que
são
seus
principais
dispersores e predadores.
ainda por sua floração de azul intenso, sendo
recomendada para uso no paisagismo.
Jacarandá (Machaerium acutifolium e M. opacum) –
Árvores, de porte pequeno a médio, encontradas
Carapanaúba (Aspidosperma carapanauba e A.
preferencialmente em terras de Cerrado. Madeira dura
discolor) – Espécies arbóreas muito parecidas, sendo
e bastante resistente, sendo utilizada como esteio e
a primeira tipicamente amazônica (comum na Floresta
estacas para cerca.
Ombrófila da região de Santa Fé do Araguaia),
enquanto a segunda ocorre nos Cerradões e Florestas
Jatobá (Hymenaea courbaril) – Espécie arbórea de
Estacionais até a região sudeste do país (sendo mais
grande porte (atingindo até 40m de altura) ainda
comum na região de Itaguatins). Produzem troncos
bastante abundante em toda a região amostrada,
com bom fuste, caracteristicamente canelados, sendo
madeira dura e pesada, adequada tanto para obras
ocasionalmente utilizados no fabrico de móveis.
internas como externas. Além de produzir frutos com
Madeira adequada para obras internas.
polpa farinhenta comestível, é tida como medicinal
(casca e seiva – chamada de vinho). As sementes são
Cedro-vermelho (Cedrela odorata) e cedro-rosa
dispersas obrigatoriamente por grandes roedores.
(Cedrela fissilis) – Árvores de madeira reputada e
bastante
valorizada
estando,
por
este
motivo,
Ipês (Tabebuia spp.) – Árvores de grande porte (até
praticamente extinta da região. A segunda espécie é
40m) e de excelente qualidade de madeira para obras
de origem atlântica sendo mais rara no norte
internas e externas e por esse motivo os grandes
tocantinense do que a primeira, que tem origem
exemplares foram praticamente extintos na região. Nas
amazônica.
áreas de Floresta Ombrófila e Estacional da região
ocorrem principalmente 3 espécies sendo 2 de flores
Chuveiro
(Platypodium
elegans)
–
Árvore
amarelas (T. serratifolia e T. sp.) e uma de flor roxa (T.
característica da Floresta Estacional Semidecídua e
impetiginosa). Também apresentam características
sua transição para o Cerradão. Madeira dura, porém
ornamentais quando em flor. O néctar das flores
de baixa resistência quando exposta ao clima, sendo
constitui um recurso alimentar importante para várias
indicada para obras interiores. Bastante comum
aves durante a seca e as flores são consumidas por
principalmente no entorno de Itaguatins.
macacos-guariba e cracídeos (aracuãs, jacus, etc).
Copaíba ou Pau-d’óleo (Copaifera langsdorffii e C.
Itaúba (Mezilaurus spp.) – Envolve algumas espécies
reticulata) – Árvores de grande porte sendo a
arbóreas reputadas pela excelência de sua madeira
segunda característica da Floresta Ombrófila e a
primeira
da
Floresta
Estacional
utilizada tanto em obras internas quanto externas. Por
Semidecídua,
este motivo os grandes exemplares já são muito raros
20
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
em toda a área de estudo. Foram encontrados poucos
grande porte e característica da Floresta Estacional
indivíduos na Floresta Estacional Semidecídua e na
Semidecídua. Possui geralmente tronco com boa
sua transição para o Cerradão na região de Itaguatins.
qualidade de fuste e madeira dura de boa resistência.
Na
Também
fazenda
funcionários
Sapucaia,
relatam
que
em
Wanderlândia
ainda
existem
os
apresenta
características
ornamentais
alguns
quando o aparecimento da nova folhagem em tons
exemplares na mata remanescente dentro dos limites
rosa-avermelhados coincide com o florescimento em
da propriedade.
tons
arroxeados.
Produz
castanha
comestível,
procurada por primatas e roedores, e o fruto seco
Landim
(Calophyllum
brasiliense)
–
Árvore
(pixídio) pode ser utilizado em artesanatos.
característica da Floresta Paludosa ou da zona
alagadiça das Matas Ciliares ou de Galeria. Madeira
Sobrasil (Colubrina glandulosa) – Espécie arbórea
própria para obras internas. Frutos procurados por
típica da Floresta Atlântica, foi encontrada em Ananás
morcegos. Teve baixa ocorrência na área de estudo.
(ponto 06) na Floresta Estacional Semidecídua e
Wanderlândia (ponto 11) na Floresta Ombrófila Aberta.
Louros ou canelas (Nectandra spp. e Ocotea spp.)
Fornece madeira dura e bastante resistente ao
–Grupo de espécies arbóreas que normalmente
apodrecimento.
possuem madeira indicada para fabricação de móveis
Esta
espécie
não
havia
sido
identificada no prévio levantamento florístico do norte
e obras internas. Geralmente crescem devagar e
do Estado do Tocantins (área do PGAI-Bico do
atingem porte médio a alto. Seus frutos têm síndrome
Papagaio)
de dispersão zoocórica, sendo procurados por várias
coordenado
pela
Seplan
em
2003
(DAMBRÓS et al., 2003f).
aves.
Sucupira-branca (Pterodon emarginatus) – Árvore
Mata-mata (Eschweilera sp.) – Árvore formadora do
de médio a grande porte ocorrendo em áreas de
dossel da Floresta Estacional Semidecídua na região
Cerradão e ocasionalmente no Carrasco Alto. Possui
de Itaguatins. Tem origem amazônica e sua madeira é
madeira dura e de longa durabilidade. Os frutos
dura e de alta durabilidade natural. Suas sementes são
encerram um óleo amargo tido como medicinal.
ricas em óleo e bastante procuradas pela mastofauna.
Sucupira-preta (Bowdichia virgilioides) – Árvore
Muirajuba (Apuleia leiocarpa) – Espécie típica do
produtora de madeira muito dura e de alta durabilidade
dossel da Floresta Estacional Semidecídua onde se
natural. Ocorre de forma esparsa em áreas de Cerrado
destaca com seu tronco alaranjado. Atinge até 25-30m
e Cerradão. É bastante ornamental quando em flor
de altura e sua madeira, embora tenha boa resistência
(roxas) e frutos novos (avermelhados). Também usada
aos agentes degradadores, é pouco utilizada, pois
costuma
cegar
rapidamente
as
lâminas
na medicina popular.
dos
intrumentos de corte utilizados para derrubá-la (moto-
Umiri (Humiria balsamifera) – Árvore de origem
serra ou machado). Por este motivo é freqüente sua
amazônica, embora apareça disjuntamente na Mata
permanência como árvore isolada nas pastagens.
Atlântica litorânea. Possui grande adaptabilidade,
podendo ocorrer em várias formações vegetais como a
Orelha-de-macaco
ou
Timbori
(Enterolobium
Floresta Ombrófila Aberta e a Densa e até mesmo na
schomburgkii) – Árvore que pode atingir grande
Restinga. É a principal formadora do dossel nas áreas
porte, ocorrendo de forma disjunta na Floresta
de Carrasco Alto avaliadas. A madeira é pesada, dura
Ombrófila e na Mata Atlântica litorânea. Madeira muito
e bastante durável, sendo usada na construção civil e
usada para confecção de canoas. Seus frutos secos
são
procurados
pela
fauna,
principalmente
naval.
por
macacos e psitacídeos.
•
Sapucaia (Lecythis cf. paraensis) – Espécie de
Cachamorra
21
Espécies para lenha e carvão
ou
Carvoeiro
(Sclerolobium
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
•
paniculatum) – Árvore rústica de ampla ocorrência no
Espécies ornamentais
bioma do Cerrado e favorecida pelo fogo. Assim com o
Anani (Symphonia globulifera) – Árvore de fuste
continuar das queimadas, ano a ano vem aumentando
reto, copa bastante ornamental (principalmente quando
sua presença nas áreas degradadas e aparecendo
em flor). De origem amazônica, desenvolve-se sobre
cada vez mais no interior dos fragmentos florestais
solos úmidos a encharcados. O látex amarelo que
remanescentes. Possui madeira com alto poder
exsuda quando ferida é tido como medicinal. O néctar
calórico, produzindo ótimo carvão. Ornamental quando
das flores é procurado por aves e primatas.
em flor.
Cachimbeiro (Cariniana rubra) – Árvore do bioma do
Chuva-de-ouro (Senna multijuga) – De ampla
Cerrado, sempre associada à presença de água no
distribuição no país, esta árvore pioneira ocorre em
solo, sendo comum nas matas ciliares de toda a área
abundância nas bordas dos fragmentos na região de
de estudo. Floresce em várias épocas do ano,
Wanderlândia e Santa Fé do Araguaia. Cresce rápido
principalmente nos meses de outubro a dezembro
e apresenta bonita floração amarela, já sendo utilizada
quando se destaca na mata por suas flores vermelhas.
na arborização urbana em várias regiões.
Caraíba (Tabebuia aurea) – Árvore do Cerrado que se
Mutamba (Guazuma ulmifolia) – Árvore pioneira de
torna extremamente ornamental quando em flor. É
rápido crescimento, ocorrendo preferencialmente na
relativamente resistente a queimadas ocasionais e
Floresta Estacional Semidecídua. O carvão obtido de
utilizada
seu lenho pode ser usado para a fabricação de
na
medicina
popular.
As
flores
são
consumidas por vários animais, incluindo guaribas,
pólvora. A casca é tida como medicinal e os frutos são
psitacídeos e jacus.
muito consumidos pela fauna e até mesmo pelo
homem.
Caroba
(Jacaranda
brasiliana)
–
Árvore
dos
Cerrados e campos cerrados. Floresce praticamente
Periquiteira (Trema micrantha) – Espécie arbórea
sem folhas, com a copa cobrindo-se de flores roxas
pioneira, de rápido crescimento, característica da
muito vistosas. A madeira serve para pequenas peças
Floresta Estacional Semidecidual onde coloniza as
além de lenha e carvão. Na região de estudo, ocorre
bordas e o interior de grandes clareiras. Também
de forma esparsa, irregular e descontínua.
produz pequenos frutos avidamente consumidos pela
avifauna.
Cássia-grande (Cassia grandis) – Bela árvore que
floresce em tons rosados. Ocorre tanto na Amazônia
Sobro (Emmotum nitens) - Espécie típica dos
como
Cerrados e Cerradões do Brasil Central, possui grande
no
Pantanal
Matogrossense,
tendo
sido
observada apenas no ponto 07, na mata ciliar do
plasticidade. Cresce como arbusto nas áreas de solo
córrego Cachoeirinha.
mais fraco e chega a formar grandes árvores em áreas
de solos melhores. A madeira, além da lenha e carvão,
Cega-machado (Physocalymma scaberrimum) –
é utilizada também para caixotaria e obras internas. Os
Árvore esguia, característica do Brasil Central e parte
frutos são apreciados pela fauna, principalmente pelos
do Nordeste nas matas estacionais semidecíduas e na
psitacídeos.
transição para o Cerradão. Torna-se extremamente
ornamental quando flores lilases cobrem toda a copa.
Tingui (Magonia pubescens) – Árvore típica dos
Cerrados mesotróficos, ocorre raramente nas áreas de
estudo. A casca da raiz é tóxica para peixes e a
Madeira
moderadamente
esteios,
postes,
mourões
durável
e
utilizada
demais
como
obras
que
requeiram troncos retilíneos característicos da maioria
madeira tem boa qualidade para uso na construção
dos exemplares desta espécie.
civil.
Imbiruçus
(Pseudobombax
longiflorum
e
P.
tomentosum) – Espécies arbóreas. A primeira ocorre
22
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
nos Cerrados e a segunda, preferencialmente, nos
amarelo-ouro. Os frutos do tipo vagem achatada
Cerradões e na sua transição para a Floresta
surgem com cor avermelhada, quando maduros, com a
Estacional (Semidecídua e Decídua). Árvores com
planta totalmente despida da folhagem. Quando
flores grandes e frutos deiscentes encerrando uma
maduros,
paina que é utilizada no enchimento de almofadas.
pendentes nos galhos por um longo tempo conferindo
os
frutos
secos
ficam
amarronzados,
um aspecto de folhagem queimada à copa. Esta
Envira (Xylopia frutescens) – Esta árvore, de origem
espécie não aparece no levantamento florístico feito
amazônica, cresce na Floresta Ombrófila e apresenta
pela Seplan em 2003 (DAMBRÓS et al., 2003f).
copa piramidal com folhagem perenifólia, bastante
ornamental. Os frutos são consumidos por grande
Jeniparana (Gustavia sp.) – Árvore de pequeno
variedade de aves e alguns mamíferos arborícolas.
porte, de origem amazônica, que se desenvolve no
sub-bosque das Florestas Ombrófilas Aluvias e matas
Epífitas
–
Englobam
espécies
pertencentes
ciliares.
principalmente às famílias Orchidaceae, Araceae,
Bromeliaceae
Piperaceae
e,
e
ocasionalmente,
Gesneriaceae.
às
Todas
Produz
grandes
e
belas
flores,
sendo
recomendada para uso na arborização urbana. Os
famílias
frutos são muito procurados por roedores e trazem o
apresentam
inconveniente de serem mal cheirosos quando caem
características de uso potencial para ornamentação.
maduros no chão.
Escorrega-macaco (Vochysia haenkeana) – Bela
Marfim
árvore que ocorre mais comumente na transição do
(Agonandra
brasiliensis)
–
Árvore
de
pequeno a médio porte, de casca suberosa de cor
Cerrado e Cerradão para a mata ciliar. Seu caráter
clara contrastando com a folhagem verde-escura e
ornamental já aparece no tronco liso de cor amarela
brilhante. Ocorre no Cerrado e Cerradão da região de
contrastando com copa piramidal de cor verde-escura.
Itaguatins. A madeira de cor clara é útil para pequenos
O conjunto ganha mais destaque quando a árvore
artefatos.
floresce, exibindo uma roupagem também amarela na
As
folhas
e
raízes
são
tidas
como
medicinais.
copa.
Mari-mari (Cassia leiandra) – Árvore da Floresta
Fava-de-bolota-da-mata (Parkia pendula) – Árvore
de
grande
porte,
que
ocorre
na
Amazônia
Ombrófila encontrada na região de Santa Fé do
e
Araguaia e também na Floresta Estacional em
disjuntamente na Mata Atlântica nordestina. Suas
Itaguatins. Torna-se muito ornamental quando floresce,
inflorescências globulares pendendo da copa achatada
exibindo longos cachos de flores amarelas.
horizontalmente formam um conjunto de grande
beleza. O exsudato adocicado dos frutos é procurado
Moliana (Salvertia convallariaeodora) – Árvore típica
por macacos e outros mamíferos arborícolas, além de
do Cerrado, onde se destaca por suas grandes folhas.
aves. São polinizadas por morcegos.
Produz flores grandes, brancas e perfumadas que são
recomendadas para uso ornamental em praças e
Fava-de-bolota-do-cerrado (Parkia platycephala) –
locais com amplo espaço.
Árvore de copa larga, ocorrendo tanto no Cerrado
como na Caatinga. Ornamental por suas flores e frutos
Mulungu (Erythrina mulungu) – Árvore que ocorre
pendentes, é recomendada para o paisagismo urbano
geralmente na transição entre a Floresta Estacional e o
desde que seja plantada em local adequado. Sua
Cerradão. O caráter ornamental é dado pelo tronco
madeira serve para obras internas, lenha e carvão.
suberoso e alaranjado e, principalmente, pela florada
vermelho-alaranjada que cobre toda a copa sem folhas
Folha-seca
ou
Pau-de-arara
(Martiodendron
nos meses de junho a agosto. Apesar de pouco
mediterraneum) – Árvore plástica, ocorre na Floresta
frequente na área estudada, o néctar de suas flores é
Ombrófila, na Floresta Estacional e em áreas de
Cerrado.
Apresenta
abundante
floração
de
muito procurado por aves (saíras, periquitos, beija-
cor
flores) e primatas.
23
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Parapará (Jacaranda copaia) – Árvore de origem
qualquer ferimento é tido como medicinal quando
amazônica, ocorre na Floresta Ombrófila Submontana
utilizado em pequenas doses ou tóxico se ingerido em
tanto Aberta como Densa. Fica bastante ornamental
grande quantidade. Tem características ornamentais.
durante a florada quando a copa se cobre de flores
Barbatimão (Stryphnodendron coriaceum e S.
arroxeadas.
obovatum) – Espécies arbóreas do Cerrado e Campo
Paus-terra (Qualea spp.) – O grupo aqui incluído
Cerrado, sendo que a primeira ocorre também na
refere-se às três espécies típicas dos Cerrados
Caatinga e é a mais comum em todo a área em
brasileiros que são Q. grandiflora, Q. multiflora e Q.
estudo. A casca é adstringente sendo usada na
parviflora. As três ocorrem em toda a área estudada,
medicina popular e também nos curtumes.
porém com distribuição muitas vezes diversa uma da
Carobinha (Jacaranda caroba, J. decurrens e J.
outra. Têm pequeno porte, o que aliada a um
ulei) – Subarbusto encontrado em áreas de Cerrado e
florescimento abundante, as torna recomendáveis para
Campo Cerrado na região de Ananás. Folhas, ramos e
o uso na arborização urbana.
raízes têm uso na medicina popular.
Sumaúma ou Barriguda (Ceiba pentandra e C.
Chincho (Sorocea sp.) – Arvoreta que cresce no sub-
sumauma) – Árvore de grande porte, de origem
bosque, tanto da Floresta Estacional como da Floresta
amazônica, geralmente associada à presença de
Ombrófila. Seu látex é tido como medicinal e, por suas
umidade no solo; sendo, por este motivo, mais comuns
folhas com bordos espinhentos, muitas vezes é
nas matas ciliares. O tronco alto, reto e geralmente
confundida
formando uma barriga é o elemento de maior destaque
com
a
espinheira-santa
(Maytenus
ilicifolium e M. aquifolium). Esta espécie não havia
nesta árvore.
ainda sido relatada para a flora da região.
Taipoca (Tabebuia roseo-alba) – Espécie de ipê de
Faveira (Dimorphandra mollis e D. gardneriana) –
porte relativamente pequeno (até 15m altura), ocorre
preferencialmente
sobre
solo
pedregoso
e
Espécies arbóreas de ocorrência ampla no bioma do
bem
Cerrado sendo que a segunda tem distribuição mais
drenado em áreas de Cerradão. Produz uma florada
restrita, mas com boa presenção na região de Ananás.
espetacular de flores brancas que tem curtíssima
A casca é tida como medicinal. As vagens são
duração (cerca de 3 dias). A madeira é de boa
consumidas pelo gado, porém encerram um princípio
qualidade, adequada para uso interno, mas devido ao
abortivo.
porte reduzido, não permite o corte para taboaria,
apenas peças menores.
Japecanga (Smilax spp.) – Liana semilenhosa
aculeada e bastante resistente. Ocorre em todas as
Urucum (Bixa orelana) – Arvoreta ou arbusto típico
faciações do Cerrado e na Floresta Estacional
das matas ciliares dos rios amazônicos. Apresenta
Semidecídua.
flores e frutos ornamentais, sendo que, destes últimos,
raízes
são
reputadas
como
medicinais.
as sementes são extraídas para uso como corante
alimentar (colorau).
•
As
Mama-cadela (Brosimum gaudichaudii) – Arvoreta
do Cerrado, bastante utilizada na medicina popular.
Espécies medicinais
Foram poucos os exemplares observados na região
Angélica ou Tiborna (Himatanthus obovatus e H. cf.
estudada. Seus frutos são comestíveis pelo homem e
sucuuba) – Árvores lactescentes, sendo que a
sua polpa fibrosa forma um tipo de chiclete natural ao
primeira espécie é de pequeno porte, típica dos
ser mascada.
cerrados, e a segunda, com altura chegando a 20m,
Mucuiba (Virola surinamensis) – Árvore típica das
ocorre na Floresta Ombrófila (ocasional na Floresta
matas ciliares dos grandes e pequenos rios cuja seiva
Estacional). O látex abundante que exsuda de
reputada como medicinal é utilizada em garrafadas.
24
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Negramina (Siparuna spp.) – Arbustos que ocorrem
formar
em áreas de Cerrado e no sub-bosque das áreas de
desmatamento e o fogo ajudam sua propagação,
floresta por toda a região. As folhas possuem forte
sendo que é considerada como séria invasora de
aroma característico e são comumente utilizadas na
pastagens. Seus frutos encerram castanhas de onde
medicina popular. A espécie mais comum na região é
se extrai óleo de ótima qualidade para uso alimentício.
S. guianensi, que se desenvolve em praticamente
É importante fonte de renda para a população mais
todas as formações, mas com maior intensidade no
carente, sendo que muitas famílias se sustentam
Cerrado e Cerradão.
através da coleta extrativista dos frutos desta palmeira.
Pé-de-perdiz
Mata-menino
puras
em
alguns
locais.
O
(Simarouba
Bacuri (Platonia insignis) e Bacuri-açu (Monorobea
versicolor) – Árvore dos Cerrados do Brasil Central
coccinea) – Árvores amazônicas que ocorrem nas
que tanto pode ser tóxica como medicinal. A casca é
matas ciliares dos grandes rios. A primeira é bastante
tida como inseticida e anti-helmintica.
plantada pela população pela qualidade do fruto,
•
ou
populações
comercializado nas feiras livres da região.
Espécies frutíferas
Buriti (Mauritia flexuosa) – Imponente palmeira típica
Açaí (Euterpe oleracea) – Palmeira perfilante de
do bioma do Cerrado, ocorrendo em toda a região
origem amazônica, ocorre ao longo de vários rios na
região,
especialmente
nas
áreas
de
Centro-Oeste sempre associada à presença de água
Ananás,
no solo. Os frutos têm polpa alaranjada usada como
Wanderlândia e Santa Fé do Araguaia; sendo mais
ingrediente para sorvetes e doces.
rara em Itaguatins. Fornece palmito de boa qualidade e
polpa dos frutos tem seu consumo crescendo em todo
Cacauí
(Theobroma
speciosum)
–
Espécie
o país, sendo um importante recurso para várias aves
amazônica ocorrendo no sub-bosque da Floresta
e mamíferos.
Ombrófila na região de Santa Fé do Araguaia. Árvore
de tronco fino, as inflorescências vináceas são
Amescla ou Breu (Protium spp.) – Gênero que
caulifloras, o que torna a planta bastante ornamental.
engloba várias espécies arbóreas com ocorrência em
Os frutos parecem pequenos cacaus e compartilham
várias formações vegetais. O ponto em comum entre
com este as mesmas características como a polpa
elas é o forte odor característico nos ramos e
saborosa e as sementes que podem ser utilizadas na
folhagem, lembrando manga verde, e os frutos
elaboração do chocolate.
deiscentes expondo um arilo branco esponjoso,
comestível
e
atrativo
principalmente
para
a
Cajá (Spondias dulcis) – Espécie que ocorre
ornitofauna.
espontaneamente
na
Floresta
Decídua,
sendo
comumente plantada na zona rural para utilização dos
Araticum ou Marolo (Annona coriacea) – Pequena
seus frutos em sucos e doces.
árvore típica dos Cerrados e Campos Cerrados.
Produz frutos grandes consumidos tanto pela fauna
Caju (Anacardium occidentale) – Árvore típica dos
como pelo homem, quando maduros.
Cerrados da região e que ocorre esporadicamente no
Carrasco Baixo. O fruto é objeto de coleta extrativista
Bacaba (Oenocarpus distichus e O. bacaba) –
por parte da população para consumo in natura ou
Palmeiras de grande beleza, sendo que a segunda
para a fabricação de doces, sorvetes, sucos, etc.
espécie tem menor ocorrência na área de estudo. Os
frutos são utilizados para a elaboração de uma bebida
Caju-da-mata (Anacardium giganteum) – Árvore
(“vinho”) muito apreciada na região Norte do país. É
imponente encontrada na Floresta Ombrófila Aberta e
um importante recurso para aves frugívoras.
também na Floresta Ombrófila Densa. Apresenta
tronco de fuste reto, porém a madeira é de baixa
Babaçu (Attalea speciosa) – Ocorre com grande
qualidade. Seus frutos, mais ácidos do que os do caju
freqüência em toda a região avaliada, chegando a
25
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
do Cerrado, são consumidos mais como sucos e
freqüentemente plantadas nas propriedades rurais e
sorvetes.
mesmo na arborização urbana.
Chichá-do-cerrado (Sterculia striata) – Árvore típica
Inajá (Attalea maripa) – Palmeira de grande porte
dos Cerradões e menos frequente na Floresta
ocorrendo em toda a área em estudo e muito
Estacional Semidecídua. Suas folhas grandes, os
abundante na região de Itaguatins. É considerada
frutos chamativos quando abertos e porte imponente a
como indicadora de terras fracas. Os frutos têm polpa
recomendam como ornamental. As castanhas são
comestível e a castanha produz óleo semelhante ao
comestíveis.
babaçu.
Coco-bacuri
(Attalea
phalerata)
–
Palmeira
Jatobá-do-cerrado
(Hymenaea
stigonocarpa)
–
ornamental que ocorre esporadicamente. Sempre
Árvore dos Cerrados com ocorrência ampla, porém
associada a solos de melhor qualidade e, por este
não abundante na área de estudo. O fruto possui
motivo, é considerada como planta indicadora. Seus
casca grossa que protege uma polpa farinhenta e
frutos são alimentos para a fauna e para o homem.
adocicada que pode ser consumida ao natural ou
utilizada na confecção de bolos e pães.
Curriola (Pouteria ramiflora) – Árvore de porte
variável, ocorre em diversas formações, indo desde os
Jenipapo (Genipa americana) – Ocorrendo sempre
Campos
Estacional
próxima a água, esta árvore é característica das matas
Semidecídua. Os frutos são consumidos pela fauna e
Cerrados
até
a
Floresta
ciliares. Seus frutos são comestíveis, também usados
ocasionalmente pelo homem.
em doces e licores e, quando verdes, fornecem tintura
de cor negra. Sua ocorrência na região é esporádica,
Figueira (Ficus spp.) – As figueiras normalmente são
sendo mais comum ser plantada em áreas já
árvores de grande porte, que aparecem como
antropizadas.
emergentes ou formadoras do dossel em formações
florestais, sendo muito raras nas formações savânicas.
Macaúba (Acrocomia aculeata) – Palmeira que
Exercem papel fundamental para o equilíbrio e a
ocorre
sustentação dos ecossistemas onde vegetam, sendo
Semidecídua e na sua transição para o Cerradão,
importantes fontes de abrigo e alimento para uma
sempre sobre solos secos. Comum na região de
fauna numerosa. Algumas espécies (os chamados
Itaguatins,
“mata-pau”)
seu
consumidos ao natural ou para extração de gordura.
crescimento sobre outras árvores, vindo a matar seu
As folhas fornecem fibras e do miolo do tronco pode
hospedeiro ao longo de seu desenvolvimento.
ser obtida uma fécula comestível.
Goiaba-de-anta (Bellucia grossularioides) – Árvore
Mangaba (Hancornia speciosa) – Árvore típica do
de origem amazônica encontrada na região de Santa
Cerrado, rara em todas as regiões percorridas desta
Fé do Araguaia e Wanderlândia, preferencialmente
formação. O fruto é bastante consumido pelo homem,
associada à proximidade de água. Produz frutos
sendo a polpa utilizada em doces, sucos e sorvetes.
têm
a
capacidade
de
iniciar
preferencialmente
ela
produz
na
Floresta
frutos
de
Estacional
polpa
oleosa,
comestíveis muito apreciados pela fauna em geral.
Mapati
(Pourouma
sp.)
–
Árvore
da
Floresta
Ingá (Inga spp.) – Árvore geralmente associada à
Ombrófila, de madeira fraca. As folhas servem de
presença de água e, por isso, comum nas matas
alimento para o bicho-preguiça e os frutos suculentos
ciliares e de galeria em toda a região de estudo. Muitas
são bastante procurados pela fauna. Durante o
espécies têm o fruto flutuante, sendo esta uma
presente levantamento foi encontrada apenas em um
adaptação para a dispersão hidrocórica, e também
dos fragmentos situados dentro da Fazenda Malasca
servem como alimento para os peixes. Algumas
em Santa Fé do Araguaia (ponto 20).
espécies,
como
I.
edulis
e
I.
laurina,
são
Maracujás (Passiflora spp.) – Gênero que engloba
26
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
várias espécies de lianas herbáceas, de flores vistosas
qualidade
podendo ser usadas como plantas ornamentais. Os
procurados pela avifauna.
e
os
frutos,
comestíveis,
são
muito
frutos variam no tamanho e sabor, mas são sempre
2.2.2 - Espécies endêmicas
comestíveis. A planta é tida ainda como medicinal,
sendo reputada como um poderoso calmante natural.
Até o momento não existe nenhuma relação de
Entre as várias espécies, destacamos: P. coccinea,
espécie
amazônica
de
belas
flores
espécies endêmicas para o Estado do Tocantins e a
vermelhas,
área do PGAI-Bico do Papagaio não é exceção. No
encontrada em Wanderlândia, e P. alata, chamado de
entanto, o presente levantamento permite apontar
maracujá-doce, que produz grandes frutos de polpa
formações vegetais passíveis de abrigar alguma
abundante e saborosa.
espécie endêmica principalmente devido à ocorrência
restrita destas formações à região estudada.
Marmelada (Alibertia spp.) – Gênero que abrange
árvores e arbustos do bioma Cerrado. As espécies
A
encontradas com maior freqüência na área de estudo
primeira
formação
é
chamada
“Carrasco”,
encontrada na região de Ananás. Esta vegetação,
foram A. edulis (geralmente na transição do Cerrado
como já foi salientado anteriormente, apresenta grande
para as matas ciliares) e A. sessilis (preferindo o sub-
semelhança fisionômica e florística com as Campinas
bosque dos cerradões). Produzem frutos de polpa
e
doce amarronzada.
Campinaranas
amazônicas.
De
acordo
com
RODRIGUES (1961), o termo Campina seria aplicado
a uma vegetação de porte baixo com altura variando
Mirindiba (Buchenavia tomentosa) – Árvore de copa
entre 2-3m e Campinarana corresponderia a uma
larga que ocorre nos Cerrados e Cerradões. Produz
vegetação mais densa com árvores atingindo os 15m
frutos do tipo baga que são muito apreciados pela
de altura. No caso do Carrasco encontrado em
fauna em geral, especialmente pelos cervídeos a ponto
Ananás, os termos Campina e Campinarana poderiam
de servir de isca para uso em caçadas.
ser equivalentes ao que chamamos de Carrasco Baixo
Muricis (Byrsonima spp.) – Gênero com grande
e Alto neste relatório, respectivamente. A ocorrência
número
de
(de
deste tipo de vegetação estaria relacionada a fatores
diversas
edáficos e hidrológicos (VIEIRA & O. FILHO, 1962,
formações savânicas e florestais. Todas produzem
apud LISBOA, 1975), sendo resultado da combinação
frutos comestíveis de forte sabor. A diferença reside no
de solos arenosos com baixíssima fertilidade natural,
tamanho
ácidos e porosos aliados a uma relativa disponibilidade
subarbustos
do
espécies
a
de
árvores)
fruto
e
diferentes
ocorrendo
na
hábitos
em
quantidade
de
polpa
aproveitável. Uma das espécies mais apreciadas para
de água.
consumo humano é a B. verbascifolia, que ocorre
A determinação da existência de espécies endêmicas
raramente nas áreas amostradas de Campos Cerrados
requer um trabalho de coletas mais aprofundado
e Cerrados.
nestas áreas. Porém, desde já, algumas espécies se
Pequi (Caryocar brasiliense, C. glabrum e C.
destacam com ocorrência restrita, até o momento, a
coriaceum) – Espécies arbóreas típicas dos Cerrados
esta vegetação em particular como Pagamea cf.
brasileiros, produtoras de frutos bastante utilizados na
guianensis, Rauwolfia sp. e Mouriri sp., sendo que as
culinária da região Centro-Oeste do país. Na região
duas primeiras pertencem a gêneros não citados
amostrada, C. glabrum é a mais comum. As flores,
previamente para a região.
quando
caem,
são
bastante
procuradas
pelos
A outra formação que pode abrigar algum tipo de
cervídeos.
endemismo botânico é a associação entre a Floresta
Tarumã (Vitex polygama) – Árvore que pode atingir
Estacional Decidual e a vegetação que se desenvolve
grande porte em áreas de Cerradão e na Floresta
sobre os afloramentos rochosos, encontrada na região
Estacional Semidecídua. Produz madeira de boa
de Aragominas. Embora a área de ocorrência esteja
27
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
fora do perímetro de estudo pré-definido, esta
formação
já
foi
destacada
anteriormente
(Schizolobium parahyba var. amazonicum).
no
Por outro lado, a região representa o limite noroeste de
levantamento florístico coordenado pela Seplan em
ocorrência de algumas espécies de origem atlântica.
2003 (DAMBRÓS et al., 2003f) como sendo de
Nesta situação, estão espécies como o sobrasil
extensão restrita e possível refúgio de espécies
(Colubrina glandulosa), que não havia ainda sido
endêmicas.
citado para a área em estudo.
A vegetação nestas áreas de solo raso e pedregoso
2.3 - Caracterização geral das áreas
guarda semelhanças com a Caatinga nordestina pela
presença
de
bromeliáceas
várias
espécies
recobrindo
o
de
solo
cactáceas
e
partes
2.3.1 - Área 1 - Babaçulândia
e
-
Wanderlândia -
Darcinópolis - Aguiarnópolis
dos
afloramentos rochosos, junto com árvores como a
•
Vegetação
cajazeira e a amburana-de-cambão (Commiphora
Este setor foi amostrado durante os levantamentos de
leptophleos).
atualização e complementação dos estudos ambientais
2.2.3 - Espécies ameaçadas de extinção
da Ferrovia Norte-Sul, realizados em 2001. Desta
forma, as informações serão apresentadas de forma
A única espécie que figura na lista oficial das espécies
distinta daquelas de outros sítios.
vegetais ameaçadas de extinção no Brasil (Portaria
Ibama 06-N de 15/01/92 – IBAMA, 1992) encontrada
Esta região foi incluída neste trabalho por estar no
na região avaliada foi a aroeira-preta (Myracroduon
conjunto considerado pelo Probio/MMA como uma
urundeuva Fr. All.). Esta espécie foi identificada no
área de alta importância para conservação da
entorno do município de Itaguatins nas áreas de
biodiversidade (CAPOBIANCO et al., 2001), o que
transição entre a Floresta Estacional Semidecídua e
resultou na recomendação de que fosse criada uma
Cerradão e, também, é ainda comumente encontrada
unidade de conservação na região unindo as Terras
na Floresta Estacional Decidual no alto dos morros na
Indígenas
região de Aragominas.
Apinayé
e
Kraholândia.
A
mesma
recomendação foi feita, de forma independente, nos
estudos
2.2.4 - Extensões de distribuição
ambientais
complementares
da
Ferrovia
Norte-Sul (OIKOS, 2002).
Vários registros feitos no presente trabalho e nos
A região está inserida em terras do ‘Planalto de
levantamentos efetuados para a avaliação do percurso
Darcinópolis’ e na ‘Depressão do Médio Tocantins’
da Ferrovia Norte-Sul (OIKOS, 2002) podem ser
segundo
considerados como aumento na área de ocorrência de
científicas
em
muitas
das
de
compartimentação
geoambiental do Zoneamento Agroecológico (ZAE) do
várias espécies, na medida em que não existem
coletas
proposição
Tocantins (SEPLAN, 2001). Este planalto é coberto por
localidades
diferentes fisionomias de vegetação de Cerrado, em
amostradas e as revisões taxonômicas feitas nos
diferentes níveis de alteração antrópica que vem
últimos anos praticamente ignoraram a região norte do
gradativamente cedendo terreno a pastagens. A
Tocantins, que se acha muito pouco representada nos
rodovia TO-010, que corta a região entre Wanderlândia
herbários brasileiros e mais ainda nos herbários
e Babaçulândia num eixo NW-SE, atravessa algumas
internacionais.
matas de galeria existentes nas cabeceiras de alguns
De modo geral, a área do PGAI-Bico do Papagaio
rios e drenagens diversas. A mais extensa e bem
representa o limite extremo de distribuição leste e
preservada destas matas, com fácil acesso pela
sudeste de várias espécies amazônicas. Neste caso
mencionada
podemos citar o açaí (Euterpe oleracea), bacuri
Babaçulândia.
rodovia,
está
situada
a
18km
de
(Platonia insignis e Monorobea coccinea) e paricá
Entre o referido planalto e a depressão adjacente
28
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
associada ao rio Tocantins há uma bem preservada
De modo geral, podemos afirmar que toda a flora da
encosta coberta por mata estacional relativamente
região já sofreu e vem sofrendo, alterações de origem
aberta, com vários trechos nos quais o solo apresenta-
antrópica,
se pedregoso e exposto. Entre o sopé dessa encosta
queimadas. Não se observou formação intacta.
como
derrubadas,
cortes
seletivos
e
(a 12km de Babaçulândia) e a cidade, estende-se um
babaçual
que
recobre
apreciável
parte
O desmatamento para a abertura de novas áreas
dessa
agrícolas ou pastagens prossegue sem qualquer
depressão - sendo que este não cedeu ainda espaço
para
pastos
e
roças
-
com
um
controle com o uso indiscriminado de moto-serras,
sub-bosque
tratores e correntão. Até mesmo algumas matas de
emaranhado. Aliás, os babaçus existem em grande
vereda, área considerada como de preservação
quantidade, mesmo nas áreas já abertas.
permanente pela Legislação Ambiental Federal (Lei
Ao sul de Babaçulândia, na depressão propriamente
4.771/65, já alterada pela Lei 7.803/89), vêm sendo
dita, existem florestas com dossel de 15-20m de altura
exploradas para a retirada de madeira com o corte
em solo arenoso. Uma delas, situada a 13km da
raso das árvores. Do mesmo modo, várias áreas
cidade, em terras da Fazenda Duas Cabeceiras,
localizadas bem próximas às margens dos rios e
destaca-se por sua integridade aparente e acesso
córregos tiveram sua cobertura original (mata ciliar)
facilitado por aceiros.
suprimida e vêm sendo cultivadas com culturas anuais
como milho e arroz.
As margens do rio Tocantins e seus afluentes
(Corrente,
cobertas
Grandes áreas de formações florestais que aparecem
geralmente por matas ciliares com dossel de 8-15m de
Arraia
e
Tabocas)
estão
na imagem de satélite de 1996, que serviu de base
altura, nos quais diversos trechos encontram-se em
para guiar os levantamentos de campo, atualmente
regeneração após desbaste. Na época da estiagem,
não existem mais ou foram bastante reduzidas.
diversas praias arenosas surgem no meio e nas
A maior parte do solo da região, de origem arenítica, é
barrancas marginais do rio Tocantins. Também, esses
de baixa fertilidade natural, apresentando grande teor
afluentes próximos de Babaçulândia ficam mais rasos
de areia em sua composição e estrutura fraca, sendo
e com águas mais rápidas, o que dificulta ou impede o
bastante susceptível à erosão. O clima é quente e,
acesso.
embora as médias pluviométricas não sejam baixas, as
As amostragens de vegetação foram feitas em duas
chuvas se concentram em poucos meses do ano.
áreas nucleares distintas: Darcinópolis e Babaçulândia.
A grande permeabilidade e a baixa capacidade de
Estas serão tratadas separadamente aqui.
retenção de água do solo fez com que a vegetação
•
A
Vegetação
de
Aguiarnópolis
-
nativa se adaptasse para suportar o anual ciclo de
Darcinópolis
déficit hídrico e, por estes motivos, é que o Cerrado se
estabeleceu de forma predominante na região.
No trecho de interesse foram detectadas 4 grandes
formações vegetais naturais (as formações antrópicas
como
pastagens
e
áreas
agrícolas
não
Floresta Estacional Semidecidual
serão
A Floresta Estacional ocorre em áreas de terrenos
abordadas): Floresta Estacional Semidecídua, que
planos de solos preferencialmente argilosos, profundos
ocorre em pequenas manchas; mata ciliar (ou de
e com fertilidade acima da média. Ela permite o
galeria), situada ao longo dos cursos d’água; vereda,
crescimento de grandes espécies de árvores que
nos pontos de afloramento do lençol freático, e
possuem madeira de interesse comercial. Por estes
Cerrado (com suas diversas fasciações, desde Campo
motivos (relevo favorável, solos férteis e com oferta de
Cerrado até Cerradão), que ocorre na maior parte da
madeira de boa qualidade), este tipo de mata sofreu as
área de interesse.
maiores derrubadas para dar lugar a culturas agrícolas
29
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
e pastagens.
espécies típicas da transição para o Cerradão como a
aroeira-preta (Myracroduon urundeuva), o gonçaleiro
Em todo o trecho levantado foram detectados apenas
(Astronium
dois fragmentos significativos deste tipo de formação
fraxinifolium),
angicos
(Anadenanthera
macrocarpa e A. peregrina), mutambo (Guazuma
florestal, sendo que eles se apresentam bastante
ulmifolia), pente-de-macaco (Apeiba tibourbou), açoita-
perturbados. Ambos já foram alvos de intensa retirada
cavalo
seletiva de madeira e de passagens freqüentes de
(Luehea
cf.
paniculata),
mamica-de-porca
(Zanthoxylum sp.), além de Rhaminidium elaeocarpum,
queimadas, o que acabou por alterar a estrutura da
Casearia cf. arborea), Cupania sp., Matayba sp.,
floresta, abrindo várias clareiras em seu dossel e
Sapium sp., Cordia sp., Vismia spp., Bauhinia spp. e
incrementando bastante a ocorrência de lianas e
de várias Myrtaceae entre outras.
espécies arbóreas menos exigentes em sombra,
fertilidade e umidade do solo, características dos
Este grupo
de espécies vem aumentando sua
estágios iniciais da sucessão ecológica (pioneiras e
presença no interior dos fragmentos observado na
secundárias iniciais).
medida em que avança o processo de desmatamento
seletivo das espécies comerciais.
A Floresta Estacional Semidecídua local se apresenta
como uma formação fechada nos seus trechos mais
Poucas foram as palmeiras observadas, pertencentes
preservados, dominada por grandes árvores formando
principalmente aos gêneros Oenocarpus (O. distichus -
o dossel a cerca de 20-25m do solo, com indivíduos
bacaba-de-leque)
emergentes ultrapassando os 30m. As espécies mais
speciosa - babaçu). No interior da mata, ocorrem
freqüentes
também
são
a
amescla-aroeira
(Tetragastris
alguns
e
Attalea
exemplares
(provavelmente
esparsos
de
A.
tucum
(Bactris sp.)
altissima e T. balsamifera), a garapeira (Apuleia
molaris) e o carvoeiro ou cachamorra (Sclerolobium
O estrato arbustivo se apresenta bastante ralo,
paniculatum). O dossel ainda é formado por várias
espécies
arbóreas
pertencentes
Spondias,
Protium,
Brosimum,
aos
composto no interior da mata principalmente por
gêneros
Licania,
jovens espécies e alguns exemplares de Abuta
Hirtella,
grandifolia, Psychotria spp. e Siparuna sp. entre
Machaerium, Vitex, Duguetia, Swartzia, Schefflera,
outras. Nas bordas e clareiras crescem também
Virola, Cecropia, Byrsonima, Vochysia, Chrysophyllum,
Pouteria
e
exemplares
das
Sapotaceae,
Lauraceae
e
famílias
algumas espécies dos gêneros Jatropha, Manihot,
Fabaceae,
Euphorbiaceae,
Guettarda, Bauhinia, Alibertia, Solanum e Piper, entre
entre
outras.
outras.
Sobre as árvores, cresce uma grande população de
Esta formação era o local de ocorrência da maioria das
lianas
espécies madeireiras da região, das quais restam
lenhosas
Bignoniaceae,
poucos exemplares adultos, principalmente de jatobás
(pertencentes
às
Combretaceae,
famílias
Mimosaceae,
Dilleniaceae, Polygonaceae e Malpighiaceae, entre
(Hymenaea courbaril), ipês (Tabebuia spp.) e paus-
outras), que podem chegar a atingir o dossel, e
d’óleo (Copaifera spp.).
herbáceas
(famílias
Sapindaceae,
Curcubitaceae,
Entre os emergentes destacam-se alguns poucos
Vitaceae e Convolvulaceae, entre outras), formando
exemplares de sumaúma (Ceiba cf. sumauma) e de
verdadeiras
colunas
algumas
clareiras
bordas
Lecythidaceae
(espécies
dos
gêneros
e
verdes,
dos
principalmente
fragmentos.
No
nas
interior
sombreado crescem algumas lianas finas e frágeis,
Eschweilera e Lecythis).
principalmente das famílias Fabaceae, Dioscoreaceae
No sub-bosque há o predomínio de amescla-aroeira
e Passifloraceae, entre outras.
em meio a exemplares dos gêneros Inga, Citronella,
Tapura, Allophyllus, Rollinia e Simira, entre outros;
As ervas se concentram nas áreas mais iluminadas da
enquanto, nas bordas, observou-se a presença de
mata (clareiras e bordas) onde é grande a quantidade
30
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
e a variedade de espécies ruderais. Sob as copas das
das outras Matas Ciliares o que será detalhado mais
árvores
ombrófilas,
abaixo. Observa-se porém que nesta faixa vem
principalmente das famílias Marantaceae, Cyperaceae,
crescem
poucas
ervas
ocorrendo um grande aumento na quantidade de
Poaceae (gênero Olyra) e algumas Bromeliaceae,
palmeiras de babaçu e uma redução das outras
entre outras.
árvores dicotiledôneas.
Epífitas são raras, tendo sido observadas apenas
Devido à grande altura da água do rio, não foi possível
algumas Piperaceae (Peperomia sp.), Clusiaceae
uma observação direta do estrato arbustivo e herbáceo
(Clusia sp.), Araceae (Philodendron spp.), Orchidaceae
que se encontravam submersos. Porém, de acordo
e Bromeliaceae.
com observações anteriores, feitas na margem do rio
na região de Palmas (TO), verificou-se que, durante o
Matas Ciliares
período de seca, praticamente não existem espécies
arbustivas e herbáceas perenes sob as árvores.
As matas ciliares ocorrem ao longo da maioria dos
Apenas espécies de ciclo curto, cujas sementes se
cursos d’água da região, sendo que a Mata Ciliar do rio
depositam após a retirada das águas, se desenvolvem,
Tocantins apresenta características e uma composição
mas apenas nos locais com boa incidência solar
ligeiramente diferente do restante dos rios e córregos
(clareiras e bordas), ficando o interior da mata coberto
que nele deságuam e por este motivo será tratada de
apenas
forma separada.
por
uma
grossa
camada
de
lama
e
serapilheira.
Mata Ciliar do Rio Tocantins
As perturbações de origem antrópica (desmatamentos
A Mata Ciliar do rio Tocantins se diferencia florística e
e incêndios), têm favorecido a incidência de lianas
estruturalmente das Matas Ciliares dos seus afluentes
sobre as árvores. Algumas espécies das famílias
(excetuando-se a foz dos mesmos), por apresentar
Asclepiadaceae
uma menor diversidade de espécies, originada a partir
(Coccoloba sp.) e Sapindaceae (Paullinia sp.) são
do ambiente mais restritivo no qual ela se desenvolve
muito características da faixa inundável da mata ciliar,
estando sujeita a grandes inundações (tanto em altura
liberando seus frutos justamente nesta época de
da lâmina d’água como em duração).
cheias.
Três espécies arbóreas destacam-se nesta formação:
(Funastrum
sp.),
Polygonaceae
Mata Ciliar dos Afluentes do Tocantins
o pajeú (Triplaris gardneriana), a sarã (Alchornea cf.
As matas ciliares dos afluentes do rio Tocantins têm
castaneifolia) e o juá-mirim (Celtis sp.), cuja grande
ocorrência
confere
um
aspecto
característico
sua origem e são diretamente ligadas à existência da
à
água corrente. Quanto mais encaixado for o curso
formação.
d’água, apresentando margens mais abruptas e,
Em menor quantidade, porém ainda sujeitos às
portanto, menos sujeito à inundações, mais estreita
inundações cíclicas, ocorrem indivíduos de sombreiro
será a largura da faixa de mata ciliar e mais freqüente
(Clitoria
sp.),
será a ocorrência de espécies de Cerrado na sua
sp.),
composição.
jenipapo
fairchildiana),
(Genipa
embaúba
americana),
(Cecropia
ingá
(Inga
gameleira (Ficus sp.), Crataevia tapia, Cordia sp.,
Este tipo de formação também recebe o termo mata de
Mimosa sp., Zygia sp., algumas goiabinhas (Psidium
galeria, que é utilizado quando o entorno da mata ciliar
spp. e Eugenia spp.) e, ocasionalmente, o urucum
é formado por associações vegetais não florestais
(Bixa orellana) e o arbusto escandente Entada
(savânicas) como Cerrados e Campos, o que é
polystachya.
bastante comum na região.
Fora da faixa de inundação a variabilidade de espécies
As matas ciliares, portanto, se apresentam de forma
aumenta e a floresta assume a mesma composição
31
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
geral como uma formação florestal bem mais densa do
e Guettarda sp.), Monimiaceae (Siparuna spp.),
que o Cerrado que se desenvolve ao seu redor. O
Piperaceae (Piper spp.) e Moraceae (Sorocea sp.),
dossel é bastante irregular e se situa a cerca de 15-
entre outras.
20m de altura (emergentes chegando a 25m). As
Nas
espécies arbóreas mais características deste estrato
são a amescla (Protium spp.), o jenipapo (Genipa
americana),
o
cachimbeiro
(Cariniana
rubra),
sp.), o sombreiro (Clitoria fairchildiana), Tapirira
Humiria
o
aparecimento
das
spp.
As palmeiras mais freqüentes, além do já citado buriti,
guianensis, Inga spp., Vochysia divergens, Diospyros
polyphylla,
comum
famílias representadas por Solanum spp. e Helicteres
landi (Calophyllum brasiliense), a embaúva (Cecropia
Acacia
é
gêneros Senna e Bauhinia, e também de outras
a
gameleira (Ficus sp.), o cinzeiro (Terminalia sp.), o
sericea,
bordas,
leguminosas em geral, especialmente espécies dos
são: o babaçu, a buritirana (Mauritiella aculeata), os
balsamifera,
tucuns
Licania cf. parvifolia, Byrsonima sp., Virola spp. e
(Bactris
spp.)
e,
ocasionalmente,
alguns
Desmoncus sp.
alguns buritis (Mauritia flexuosa), entre outras.
As lianas não ocorrem em profusão, limitando-se mais
Também é comum a ocorrência de grandes indivíduos
à borda das faixas de mata. As lenhosas pertencem
de jatobá (Hymenaea stilbocarpa) e de óleo-de-
principalmente
copaíba (Copaifera langsdorffii), assim como de uma
grande
Sapotaceae
chamada
de
Malpighiaceae,
ata-brava
foram
(Coccoloba
spp.),
Sapindaceae,
das
famílias
Smilacaceae,
entre outras.
observadas destacam-se o limãozinho (Rheedia sp.), o
urucum (Bixa orelana), Hirtella glandulosa, Ilex sp.,
O estrato herbáceo é esparso e representado por
Miconia spp., Vismia spp., Sapium sp. Cupania sp.,
espécies
Ixora sp., Tapura sp., Himatanthus sp., Coccoloba
das
Cyperaceae,
spp., Matayba sp., diversas Myrtaceae e algumas
famílias
Asteraceae,
Marantaceae,
Poaceae,
Heliconiaceae
e
Pteridófitas. Como epífitas foram observados apenas
Lauraceae e Olacaceae, entre outras.
alguns exemplares de Philodendron sp.
Várias espécies do Cerrado também conseguem
mais
espécies
Rubiaceae (Chioccoca sp.) e Asteraceae (Mikania sp.),
pelas árvores mais altas. Entre as diversas espécies
solo
identificadas
Dioscoreaceae,
crescem em meio ao ralo sombreamento promovido
no
Polygonaceae
Bignoniaceae,
Fabaceae (Machaerium sp.). Como lianas herbáceas
Algumas espécies não chegam a atingir o dossel e
bem
famílias
Dilleniaceae (Davilla spp.), Mimosaceae (Acacia sp.) e
(provavelmente Pouteria sp.).
crescer
às
úmido,
tendo
Veredas
sido
Vochysia
As veredas se constituem em um tipo bastante peculiar
haenkeana, Roupala montana, Virola sebifera, Xylopia
de formação florestal. Sempre estão associadas à
aromatica, Acrocomia aculeata, Pterodon emarginatus,
existência de água abundante, porém com baixa
Simarouba versicolor e Casearia arborea, entre outras.
velocidade de escoamento, características vinculadas
Próximo a casas e outras áreas ocupadas e/ou
ao fato de ocorrerem nas cabeceiras dos córregos e
freqüentadas pelo homem é comum a ocorrência do
depressões
bacuri (Platonia insignis).
impermeáveis, onde o lençol freático aflora ou se acha
identificados
Sclerolobium
paniculatum,
do
terreno
de
solos
argilosos
ou
bem próximo à superfície do solo.
Nas
sombras
mais
densas
do
sub-bosque
e,
aproveitando a maior umidade reinante no local,
Nestas áreas, os solos permanecem a maior parte do
crescem
como
ano encharcados, sendo do tipo hidromórficos, às
Melastomataceae (Miconia spp., Leandra spp. e
vezes bastante rasos, com grande quantidade de
Ossaea spp.), Myrtaceae (Eugenia spp. e Myrcia spp.),
matéria orgânica nos horizontes superficiais.
várias
espécies
arbustivas
Rubiaceae (Alibertia spp., Psychotria spp., Randia sp.
32
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
A distribuição das espécies nestas áreas úmidas varia
Cerradão. Assim, na região, ele sempre ocorre
de acordo com a quantidade e a renovação da água do
associado a outras formações florestais, como as
local, caso da palmeira buriti.
matas ciliares e a Floresta Estacional, nunca formando
extensas manchas, geralmente correspondendo a uma
Nas outras áreas ainda úmidas cresce uma mata
faixa de transição entre o Cerrado Sentido Restrito e
fechada, alta, com dossel denso, com árvores
estas outras formações.
chegando a 30m de altura. A variedade de espécies é
baixa. Em geral a maior parte dos indivíduos
Os Campos Cerrados por sua vez ocorrem em áreas
pertencem a duas espécies de Qualea: Q.ingens e
de solos piores, mais arenosos, de baixa fertilidade e
Q.wittrockii (Vochysiaceae).
também
nas
áreas
de
solo
raso
como
nos
afloramentos rochosos, nas encostas e no alto dos
São bastante comuns, ainda no dossel, as espécies
morros de arenito e calcário existentes em alguns
Vochysia pyramidalis, Calophyllum brasiliense (landi),
trechos localizados dentro da área levantada.
Cariniana rubra (cachimbeiro), Virola sp. (mucuíba) e
Byrsonima sp. (murici).
O Cerrado Sentido Restrito ocorre nas situações
intermediárias
Abaixo das árvores maiores crescem outras com altura
entre
estes
dois
extremos
que
correspondem a maior área no trecho avaliado.
média de 10m e que são representadas por Protium
spp., Ferdinandusa speciosa e Tapirira guianensis,
Em áreas menos perturbadas a vegetação consegue
entre outras.
atingir
o
porte
florestal,
formando
o
Cerradão,
enquanto em áreas mais perturbadas, como, por
Arbustos são raros, formados por algumas espécies de
exemplo, em áreas de Cerrado manejado como
Melastomataceae, principalmente Leandra spp. e
pastagem, sendo anualmente queimado, o Cerrado
Ossaea spp.
regride até assumir a aparência de um Campo-Cerrado
ou até mesmo um campo sujo de origem antrópica.
O estrato herbáceo é formado por espécies da família
Marantaceae, que recobre grande parte do solo onde
Em todas as fasciações do Cerrado, na região, a
se nota também a ocorrência de algumas moitas de
espécie mais comum com certeza é o carvoeiro,
Cyperaceae.
também
chamado
localmente
de
cachamorra,
Sclerolobium paniculatum, sendo comum também a
Cerrado Sentido Amplo
ocorrência de uma outra subespécie S. paniculatum cf.
Englobamos aqui todas as faciações apresentadas por
var. velutinum, com suas folhas com pilosidade
esta formação vegetal, que na região examinada varia
prateada ou dourada na face inferior.
desde formações campestres (Campo Sujo, Campo
As outras espécies arbóreas comumente observadas
Cerrado e Cerrado Sentido Restrito) a formações
são: Xylopia aromatica, Simarouba versicolor, Parkia
florestais como o Cerradão.
platycephala,
Dimorphandra
mollis,
Curatella
O Cerrado cobre a maior parte da área a ser
americana, Annona coriacea, Plathymenia reticulata,
atravessada pela ferrovia. Esta grande área por sua
Anacardium occidentale, Virola sebifera, Caryocar
vez é dominada pelo Cerrado Sentido Restrito e pelo
brasiliense, Roupala montana, Acrocomia aculeata,
Campo-Cerrado.
Myracroduon urundeuva, Connarus suberosus, Hirtella
ciliata, Vochysia spp., Byrsonima spp., Diospyros spp.,
A ocorrência de uma categoria ou outra de Cerrado
Anadenanthera macrocarpa, Qualea parviflora, Qualea
varia em função das características edáficas e também
grandiflora, Hymenaea stigonocarpa, Bauhinia spp.,
de acordo com o histórico de perturbação do local.
Solos
mais
argilosos
e
profundos
permitem
Astronium
o
fraxinifolium,
Casearia
arborea,
Stryphnodendron spp., Magonia pubescens e Salvertia
desenvolvimento de uma vegetação mais alta como o
convallariaeodora, entre outras.
33
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Outras espécies ocorrem em menor quantidade como:
Toda a área estudada, a ser atravessada por parte do
Jacaranda brasiliana, Lafoensia paccari, Enterolobium
trajeto da Ferrovia Norte-Sul, já não apresenta
gummiferum,
Pterodon
formações vegetais primárias intactas. A degradação
emarginatus, Aspidosperma spp., Tabebuia spp.,
da flora por fatores de origem antrópica vem se
Himatanthus sp., Buchenavia tomentosa, Cybistax
desenvolvendo há muitos anos na região e, ao que
antisiphilitica,
Maprounea
parece, de acordo com as observações feitas em
Ferdinandusa
campo e por depoimentos dos moradores locais, ela
guianensis,
elliptica,
Dalbergia
Andira
miscolobium,
cf.
Brosimum
Agonandra
cuiabensis,
gaudichaudii,
brasiliensis,
Pouteria
spp.,
vem se acelerando nos últimos anos.
Kielmeyera spp. e Cordia sp., entre outras.
A simples observação de uma imagem de satélite mais
Durante o período seco, destacam-se na paisagem ás
recente da região, comparada com a imagem de
árvores
quatro anos atrás seria suficiente para se demonstrar
floridas
de
amarelo-ouro,
que
ocorrem
principalmente na transição para o Cerradão, da
este fato.
espécie Martiodendron cf. mediterraneum.
Esta degradação ambiental geral da flora assume
Nas áreas de solo arenítico pouco intemperizado e em
caráter ainda mais grave ao ser avaliada em conjunto
alguns
com as características edafoclimáticas da região.
trechos
de
solo
arenoso,
observa-se
a
ocorrência de Emmotum nitens. Os arbustos formam
•
verdadeiros emaranhados de galhos, dificultando
bastante o caminhar por entre os trechos mais
fechados
da
formação
estudada.
A
Fauna
Um total de 337 espécies de aves foi assinalado
diversidade
durante
específica é relativamente alta, encontrando-se neste
os
levantamentos
quantitativos
para
o
presente setor (Tabela 1) em 120:05h de observações
estrato espécies como Bauhinia spp., Helicteres spp.,
acumuladas
Davilla spp., Alibertia spp., Combretum sp., Attalea sp.,
a
partir
de
trabalhos
de
campo
desenvolvidos entre 29 de maio e 6 de junho (seca) e
Calliandra breviflora, Zeyheria montana, Erythroxylum
entre 25 de outubro e 3 de novembro de 2001
sp., Miconia cf. albicans, Heteropteris spp., Krameria
(chuvas).
sp., Senna spp., Jatropha spp., e Copaifera sp., entre
Um total de 39 espécies (11,6% do total) foi detectado
outras.
apenas durante a primeira visita (63:05h) de maioAs
lianas
não
chegam
a
formar
grandes
junho de 2001; isto é, durante a estiagem da região.
caramanchões, chegando muitas vezes a se espalhar
Um subconjunto de 88 espécies (26,1% do total) foi
sobre a vegetação rasteira em busca de apoio para
subir.
Neste
grupo
de
plantas,
detectado apenas durante a segunda visita (57:00h) de
encontramos
outubro-novembro de 2001, isto é, durante o início das
normalmente espécies semilenhosas a herbáceas
chuvas na região. Todavia, a maioria das espécies
como Smilax spp., Serjania spp., Aristolochia spp.,
Passiflora
spp.,
Malpighiaceae,
inventariadas do setor - 210 espécies (62,3%) - foi
Bignoniaceae,
encontrada em ambas as fases de coleta de dados,
Fabaceae, Apocynaceae e Mimosaceae, entre outras.
portanto na seca e durante as chuvas.
A maior parte das ervas é formada por espécies de
Outras
gramíneas (Poaceae) e ciperáceas (Cyperaceae).
Entremeadas nos capins, crescem ainda várias outras
outras
leguminosas,
foram
encontradas
durante
Darcinópolis, especialmente em um remanescente
spp., Desmodium spp., Chamaecrista spp., Euphorbia
várias
espécies
maioria na região situada entre Aguiarnópolis e
espécies como Evolvulus spp., Polygala spp., Mimosa
spp.,
16
levantamentos qualitativos na área em estudo, a
florestal mais extensivamente amostrado em Palmeiras
rubiáceas,
do
acantáceas, lamiáceas, verbenáceas e asteráceas,
Tocantins.
Estas
espécies
são:
Crypturellus
strigulosus, Spizaetus tyrannus, Ortalis superciliaris,
entre outras.
Colibri
34
serrirostris,
Trogon
violaceus,
Notharchus
Zoneamento Ecológico-Econômico
macrorhynchus,
Piculus
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
flavigula,
Thamnophilus
Ferrovia.
amazonicus, Myrmotherula menetriesi, Formicarius
Estes achados mostram a ocorrência de uma avifauna
colma, Terenotriccus erythrurus, Conopias trivigarta,
bastante particular nos remanescentes florestais da
Xenopipo atronitens, Progne subis, Tachyphonus
região, apesar dos flagrantes impactos causados pelas
luctuosus e Habia rubica.
atividades humanas.
Algumas
dessas
espécies
(Colibri
serrirostris,
Durante a estiagem, com o surgimento das praias
Thamnophilus amazonicus e Tachyphonus luctuosus)
fluviais no rio Tocantins, foi possível encontrar as
foram encontradas por BAGNO & ABREU (2001) na
maiores densidades de algumas aves dependentes
região da Usina Hidrelétrica Luiz Eduardo Magalhães,
deste ambiente (SICK, 1967): Vanellus cayanus,
centro do Tocantins, mostrando que devem ter
Charadrius
distribuição mais ampla ao longo do vale do Tocantins.
collaris,
especialmente,
Sterna
Rynchops
superciliaris
niger.
e,
Hoploxypterus
Um grupo de 25 espécies registradas durante os
cayanus e Charadrius collaris são considerados
censos foi, por todo o levantamento e por toda a
essencialmente sedentários (WIERSMA, 1996), mas é
extensão do traçado da Ferrovia Norte-Sul no Estado
bastante óbvio que essas espécies sofrem alterações
do Tocantins, encontrado exclusivamente no presente
marcantes
setor: Laterallus viridis, Tringa melanoleuca, Calidris
disponibilidade das praias fluviais onde nidificam e se
minutilla, Leptotila rufaxilla, Geotrygon montana, Ara
alimentam, desaparecendo durante os períodos em
chloroptera, Pionus maximiliani, Amazona farinosa,
que a cheia dos rios elimina seu habitat (um padrão
Campylopterus largipennis, Bucco tamatia, Veniliornis
também seguido por Rynchops niger, Phaetusa
affinis, Thamnophilus cf. stictocephalus, Myrmotherula
simplex e Sterna superciliaris). As populações de
multostriata,
Dendrocincla
Charadrius collaris dos rios do interior do Brasil
fuliginosa, Dendrocolaptes certhia, Attila spadiceus,
parecem reproduzir-se em período distinto (junho-
Xenopsaris albinucha, Machaeropterus pyrocephalus,
agosto) daquelas do litoral (outubro-novembro). Assim
Schiffornis
como outras espécies que dependem de praias fluviais
Hylophylax
turdinus,
poecilonota,
Cotinga
cayana,
Iodopleura
em
sua
abundância
conforme
isabellae, Procnias averano, Atticora melanoleuca e
encontra-se
Paroaria gularis. A estas se somam as 16 espécies
construção de hidrelétricas no rio Tocantins.
ameaçada
de
extinção
local
a
pela
registradas nas matas semidecíduas de DarcinópolisPopulações de dois psitacídeos notados no setor
Palmeiras do Tocantins-Aguiarnópolis.
devem estar na periferia de suas distribuições: a Tiriba
A maioria destas espécies (Ortalis superciliaris, Trogon
amazônica Pyrrhura amazonum e a Maitaca Pionus
violaceus, Notharchus macrorhynchus, Bucco tamatia,
maximiliani.
Tentativamente,
Veniliornis
subespecífica
-
affinis,
Thamnophilus
stictocephalus,
confirmadas
a
identidades
pelos
detalhes
de
Thamnophilus amazonicus, Myrmotherula menetriesi,
plumagem observados - do último táxon recaiu sobre
Myrmotherula multostriata, Hylophylax poecilonota,
P. m. siy. No Estado do Tocantins a tiriba ocorre em
Dendrocincla
direção ao sul até as proximidades de Guaraí.
fuliginosa,
Terenotriccus
Dendrocolaptes
erythrurus,
Attila
certhia,
spadiceus,
O
Machaeropterus pyrocephalus, Xenopipo atronitens,
Schiffornis
turdinus,
Cotinga
isabellae,
Atticora
melanoleuca,
luctuosus
e
principalmente
Paroaria
gularis)
amazônica,
cayana,
é
major
é
geralmente
boa parte do Brasil, sobretudo na Amazônia e Brasil
Central. Realiza interessantes migrações ao longo das
distribuição
especialmente
Crotophaga
abundante, e conspícuo, nas formações ribeirinhas de
Iodopleura
Tachyphonus
de
Anu-coroca
grandes bacias hidrográficas, dirigindo no sentido da
na
jusante
Amazônia Oriental, mostrando o caráter particular da
durante
a
estiagem
e
reaparecendo
a
montante apenas com o início das chuvas (por isso o
avifauna desse setor em comparação àquelas que
nome ‘anu-das-enchentes’). No médio vale do rio
foram amostradas mais ao sul, ao longo do trajeto da
Tocantins, o fenômeno confirmou-se.
35
Zoneamento Ecológico-Econômico
Em
evidente
conexão
com
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
as
florestas
leste-
Tocantins e seus afluentes.
amazônicas, quatro ranfastídeos (tucanos e araçaris)
A população tocantinense do Pula-pula Basileuterus
foram, repetidas vezes, notados nas florestas da
região:
Pteroglossus
aracari
(substituído
por
culicivorus (em maior densidade no Estado) não é,
P.
definitivamente, aquela mesma encontrada na Mata
castanotis ao sul, já no planalto goiano), Pteroglossus
Atlântica ou no planalto meridional brasileiro (B. c.
inscriptus (que ocorre para o sul até a região de Gurupi
auricapillus, B. c. azarae). Esta população está em
- Foto 12), Ramphastos vitellinus (substituído pelo
sintonia (plumagem, voz) com aquela existente no
morfótipo Ramphastos “culminatus pintoi” no planalto
Nordeste - que certamente precisa ser nomeada - e
goiano; HAFFER, 1974) e Ramphastos tucanus
que ZIMMER (1949) aludira como “Basileuterus
(encontrado ao sul até Guaraí).
culicivorus ssp. ?”. Há também, envolvendo B.
Uma
população
de
Synallaxis
gujanensis,
de
culicivorus um caso de substituição latitudinal entre
esperados hábitos ribeirinhos, foi detectada e gravada
pares de aloespécies. No norte de Goiás (Jaraguá) há
no vale do Tocantins e seus afluentes, entre a região
uma
de Wanderlândia-Babaçulândia e Gurupi. A atribuição
representado por Basileuterus hypoleucus (B. c.
desta população ao táxon S. gujanensis se faz por
hypoleucus em SICK 1997:722).
substituição
e
o
complexo
de
táxons
é
similaridade das vozes documentadas no Tocantins
Levantamentos de mamíferos foram feitos nessa
com aquelas disponíveis da baixa Amazônia. As
região na área da Fazenda Morro Grande (07°03’ S,
informações recém-divulgadas por Buzzetti (2001)
47°36’W) e Igarapé Taboca (07°05’S, 47°38’W),
acerca das vocalizações de S. simoni, antes S.
próxima
gujanensis simoni, (conhecida apenas do médio vale
a
Babaçulândia.
Foi
encontrada
uma
diversidade total de 54 espécies contidas em 46
do Araguaia) são discordantes daquelas obtidas no
gêneros (Quadro 2). Abrange uma das localidades
vale do Tocantins e reforçam a suposição de uma
onde foi registrada maior diversidade (Babaçulândia)
associação entre estas e a baixa Amazônia.
em toda a área de influência da Ferrovia Norte-Sul no
Dois
passeriformes
(amazônicos),
associados
Tocantins.
diretamente à presença de palmeirais, notadamente
Entre os táxons registrados no norte do Tocantins
buritizais e babaçuais, Berlepschia rikeri (Furnariidae)
e
Tyrannopsis
sulphurea
(Tyrannidae)
encontram-se duas espécies ameaçadas de extinção,
foram
os felinos Leopardus pardalis e a Panthera onca,
encontrados neste setor e para o sul até Gurupi. As
presentes também em outros setores da área de
densidades de Berlepschia por toda a Área foram
influência. Os táxons comuns englobam espécies de
sempre maiores que o seu convizinho.
roedores e marsupiais mais associados ao Cerrado
A população de Tolmomyias sulphurescens do setor
(Thylamys pusilla e Cavia aperea), assim como uma
(encontrada também mais ao sul, na região de Gurupi)
espécie de Xenarthra (Dasypus novemcinctus) de
é
ampla distribuição; 4 espécies de morcegos, sendo
nitidamente
(vocalização,
plumagem)
aquela
representada na baixa Amazônia, possivelmente T. s.
que
duas
formas
de
frugívoros,
amplamente
mixtus (ZIMMER, 1939).
distribuídos na Amazônia brasileira, mais raras (Myotis,
Chiroderma e Rhynophylla); e uma espécie de
Nas copas das florestas deste setor foi detectado
(sobretudo
pela
voz)
o
Anambé-una
insetívoro de distribuição transamazônica (Natalus cf.
Querula
stramineus).
purpurata, elemento amazônico de bom porte (27cm,
106g), que, aos casais e em pequenos grupos,
Os 15 representantes de ampla distribuição que
procuram fruteiras. Sua presença foi detectada nas
ajudam a compor a fauna local são animais de hábitos
proximidades
bastante
generalizados,
utilizando-se do corredor (previamente) florestado
famílias
de
constituído pelas Florestas Ripárias do vale do
Glossophaga
de
Palmas
e
Gurupi,
obviamente
36
Morcegos
soricina,
pertencentes
a
diversas
Carollia
perspicillata,
Artibeus
jamaicensis,
Zoneamento Ecológico-Econômico
Desmodus
rotundus,
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Uroderma
bilobatum,
incremento no sucesso de captura e na riqueza de
Phyllostomus discolor, Vampyressa cf. pusilla; Veados
espécies,
Mazama
diversidade maior na estação chuvosa.
americana;
canídeos
Cerdocyon
thous;
resultando
em
um
índice
geral
de
Macacos Alouata caraya; Tamanduás Tamandua
Natalus cf. stramineus (Chiroptera: Desmodontinae) foi
tetradactyla e procionídeos Procyon cancrivorous e
uma
Nasua nasua, intimamente associados a ambientes
das
espécies
capturadas
na
região
de
Babaçulândia. Natalus é um gênero de morcego de
florestais e que ajudam a compor a diversidade de
distribuição peri-amazônica, ocorrendo na América do
vários setores na área de influência.
Sul e Central e ao longo do norte e da costa leste
As espécies da mastofauna de ampla distribuição e
brasileira até o sudeste do Brasil. Em ambientes
mais intimamente associadas a formações abertas,
naturais,
também representam uma fração significativa das
formações abertas. Muito provavelmente esse seja o
comunidades na região. Destaque nesse setor é dado
primeiro registro, não só para o Tocantins, mas para a
para a presença do Tatu-peba E. sexcinctus e do
Amazônia
Veado-catingueiro Mazama gouazoubira, do Gambá D.
aumentando
albiventris e de diversas espécies de roedores (T.
ocorrência da espécie.
tem
preferência
brasileira
ao
por
sul
consideravelmente
cavernas
do
rio
a
e
por
Amazonas,
extensão
de
apereoides, B. lasiurus, C. callosus, O. subflavus), que
ocorrem
amplamente
pelas
formações
O encontro de pêlos e espinhos do Ouriço Coendou
abertas,
koopmani (diagnósticos pelo padrão de colorido e
conectando porções distintas da área de influência e
bandas) nas fezes de uma Onça-vermelha Puma
aumentando a diversidade local.
concolor é significante. Essa espécie, descrita apenas
As comunidades de primatas são representadas no
em 1992 (HANDLEY & PINE, 1992), parecia ser
norte do Tocantins por pelo menos cinco espécies,
restrita ao sul do Rio Amazonas apenas entre o baixo
sendo duas pertencentes ao gênero Cebus (C. apella e
rio Tocantins e o rio Madeira. O registro feito em
C. libidinosus) e duas pertencentes ao gênero Alouatta
Palmeiras do Tocantins (“Mata Virgem”, mesmo sítio
(A. caraya e A. belzebul). A porção norte do Estado do
onde foram encontradas Arapongas Procnias averano
Tocantins representa uma área de transição entre a
e várias aves amazônicas não detectadas em outros
distribuição geográfica das espécies, sendo C. apella e
locais, além de Alouatta belzebul e Callicebus cf.
A.
moloch) estabelece o novo limite sul da distribuição
belzebul
gradualmente
substituídos
por
C.
desta espécie endêmica da Amazônia brasileira.
libidinosus e A. caraya mais ao sul (por exemplo, já em
Guaraí). Na região de Babaçulândia, já ocorrem as
Os levantamentos de anfíbios detectaram 41 espécies
formas amazônicas A. belzebul e C. apella.
na região entre Babaçulândia e Aguiarnópolis (Quadro
É interessante notar que em fragmento próximo a
3). Este número deve ser encarado como um resultado
Palmeiras do Tocantins foram ouvidas vocalizações de
preliminar, uma vez que as amostragens foram muito
um Zog-zog Callicebus, provavelmente C. moloch.
mais intensivas em Babaçulândia do que nas áreas
Este seria o único registro para o Estado do Tocantins,
mais ao norte (Darcinópolis-Wanderlândia). A fauna
que não é incluído na distribuição deste gênero
presente é um misto de elementos do Cerrado, a
(ROOSMALEN,
MITTERMEIER,
maioria com distribuição ampla no Estado, e de formas
2002). A exata identificação desta espécie é desejável,
amazônicas com distribuição mais restrita. As matas
considerando a notável diferenciação do gênero
ciliares e pântanos do rio Tocantins e seus afluentes
Callicebus na Amazônia brasileira (ROOSMALEN,
permitem a penetração desses elementos amazônicos
ROOSMALEN & MITTERMEIER, 2002).
até bastante ao sul do Estado, fato similar ao
ROOSMALEN
&
observado com algumas aves ripárias de afinidades
Foram registradas 22 espécies de morcegos no setor.
amazônicas. Alguns registros são relevantes.
Houve uma grande variação na taxa de capturas na
Bufo guttatus é um sapo florestal com distribuição
comunidade de morcegos entre as estações, com um
37
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
amazônica ampla, mas parece ter ocorrência muito
Babaçulândia.
restrita no Tocantins. Sua presença foi documentada
O registro de uma espécie do gênero Gonatodes, na
apenas através da coleta de uma espécie jovem nas
região de Babaçulândia, consiste em mais um
margens do rio Mosquito, em Darcinópolis. Barycholos
elemento amazônico na região norte do Estado do
ternetzii é uma espécie que normalmente habita o
Tocantins.
folhedo de florestas na região do Cerrado. Supõe-se
Ao
longo
dos
levantamentos
da
herpetofauna a que este relatório se refere, foram
que essa espécie deposita ovos de desenvolvimento
feitos vários registros de espécies características deste
terrestre e direto (sem fase larval ou girino), motivo
bioma
pelo qual não dependeria de corpos d’água para a
presentes
no
Estado.
A
determinação
conclusiva desta espécie será feita em breve. O
reprodução. A espécie ocorre ao longo de todo a
exemplar registrado aqui foi coletado manualmente na
região, mas não foi muito abundante em nenhum
mata da linha 4 em Babaçulândia. Dois ovos pequenos
ponto.
de casca calcária foram coletados no mesmo tronco
Dermatonotus mulleri é uma espécie que ocorre nas
em que o espécime foi encontrado, podendo pertencer
áreas abertas na Caatinga, no Cerrado e no Chaco.
a ele.
Sua reprodução é explosiva e ocorre em poças e
lagoas.
A
espécie
somente
foi
observada
Colobosaura modesta é um lagarto de pequeno
em
tamanho (comprimento rostro-anal ca. 6cm). O colorido
Babaçulândia. Muitos girinos em metamorfose foram
encontrados
numa
lagoa
rasa
formada
dorsal é marrom escuro brilhante sendo que o ventre é
pelo
avermelhado nos exemplares vivos. Nas armadilhas de
represamento da água da chuva causado pelo aterro
queda a espécie foi capturada no Cerrado e na mata
da estrada. A espécie foi registrada anteriormente em
ciliar em proporções semelhantes. Esta espécie
Palmas.
encontra-se amplamente distribuída no Cerrado. No
Pseudis tocantinensis era uma espécie conhecida
Tocantins, este lagarto foi registrado em Babaçulândia
apenas na localidade de Palmas. A espécie foi
e dali para sul até Guaraí e Aliança do Norte.
encontrada bem mais ao norte em Babaçulândia, onde
Um registro interessante na região de Babaçulândia foi
um indivíduo da espécie foi encontrado num açude,
representando
uma
considerável
extensão
o de um indivíduo do gênero Leposoma. Este exemplar
de
não foi determinado de forma conclusiva, mas
distribuição e sugerindo uma distribuição associada ao
provavelmente se trata de uma espécie Amazônica,
vale do Tocantins.
Leposoma cf. percarinatum. Este registro deu-se na
Os levantamentos de répteis encontraram 33 espécies
mesma mata em que foi coletado o espécime de
na mesma região (Quadro 4). As dificuldades inerentes
Gonatodes, em Babaçulândia.
em amostrar serpentes fazem com que este número
As formigas constituem o grupo de invertebrados
seja uma real subestimativa. Dentre os registros
melhor estudado na região entre Darcinópolis e
relevantes, Phyllopezus pollicaris é uma das maiores
Babaçulândia,
espécies de geckos na região neotropical. Apresenta
hábitos
saxícola
e
noturno,
sendo
com
amostragens
realizadas
em
Babaçulândia, na mesma área geral que as de
altamente
mamíferos e herpetofauna. Nas amostragens em áreas
territorialista. Alimenta-se de pequenos artrópodes,
de floresta com iscas em solo e vegetação foram
sendo um predador de espreita e aproximação
coletadas 38 espécies em Babaçulândia e 33 espécies
sorrateira. A grande maioria dos exemplares desta
em Palmeirante, pouco mais ao sul mas ainda dentro
espécie foi coletada manualmente. A espécie foi
de uma área com características similares. Foram
registrada recentemente para o Estado do Tocantins,
identificadas 54 espécies de formigas que habitam a
na região de Palmas (Dante PAVAN, com. pessoal).
serrapilheira em Babaçulândia e 37 espécies em
Ao longo do trajeto da Ferrovia Norte-Sul esta espécie
Palmeirante.
foi registrada apenas nos lajedos da região de
38
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Um total de 32 espécies de formigas foi encontrado no
assentamento do Instituto Nacional de Colonização e
Cerrado Sentido Restrito de Babaçulândia e 30
Reforma Agrária (Incra), denominado Projeto de
espécies em Palmeirante, já mais ao sul da área do
Assentamento (P.A.) Angico, onde os assentados
PGAI-Bico do Papagaio, mas na mesma região
continuam a derrubar e queimar áreas de floresta para
fitoecológica
implantação de culturas de subsistência (Foto 13).
que
Babaçulândia.
Análises
da
composição da comunidade mostram que o norte do
O relevo local varia de plano a ondulado com uma rede
Tocantins separa-se do sul como resultado da
presença
de
elementos
exemplo,
Pyramica
amazônicos,
inusitata,
como
por
Acantognathus
sp.,
hidrográfica pouco expressiva, porém bem distribuída
por toda a área. Os solos são predominantemente
arenosos, sendo que as poucas manchas de solos
Ectatomma planidens e Platythyrea sp.
mais férteis (do tipo latossolos ou podzólicos) já
Esses resultados indicam que há uma divisão de
tiveram sua cobertura vegetal original substituída
composição de fauna significante entre os setores do
essencialmente por pastagens.
Tocantins, destacando a importância de medidas que
As formações vegetais naturais se diferenciam em
possibilitem a conservação da fauna em cada um dos
função das condições edáficas. Nas áreas planas
setores, isso é, qualquer medida para preservação da
ocorre a Floresta Estacional Semidecídua que é a
fauna somente será eficiente considerando ambos os
formação florestal dominante na região (Foto 14). Nos
setores.
morros,
observa-se
nas
cotas
mais
altas
o
Dentre as espécies coletadas merecem destaque o
desenvolvimento de Campos Cerrados e Cerrados
encontro de espécies novas de Rophalothrix e
Sentido Restrito que gradam para Cerradões à medida
Octostruma
e
que se caminha em direção às áreas mais baixas do
Probolomyrmex (Ponerinae), registradas em apenas
relevo, passando depois para as áreas de Floresta
uma localidade, conhecidas apenas de Tocantins. A
Estacional e eventualmente Florestas Ombrófilas
coleta de uma operária de Probolomyrmex em
Aluviais ou Matas de Galeria nas margens dos cursos
Palmeirante representa o primeiro registro deste
d’água.
(Myrmicinae:
Basicerotini)
gênero para o Brasil, uma informação nova sobre a
Em algumas áreas desmatadas e posteriormente
distribuição deste raro gênero.
abandonadas ou mal-cuidadas, observa-se intensa
2.3.2 - Área 2 - Itaguatins
•
rebrota da palmeira inajá (Attalea maripa), que é tida
como indicadora de terras fracas pelos moradores
Vegetação
locais, e em algumas poucas áreas da palmeira
babaçu (Attalea speciosa), chegando a dificultar o uso
Situada no noroeste do município de Itaguatins, a área
da área para pastagens.
estudada possui cerca de 11.442,72ha. Não foi
visitado nenhum fragmento de floresta primária,
Entre as principais árvores do dossel da Floresta
embora alguns moradores afirmem que ainda existam
Estacional Semidecídua, ainda podem ser encontradas
trechos de “mata virgem” em algumas fazendas.
em
grande
quantidade
espécies
como
jatobá
(Hymenaea courbaril), muirajuba (Apuleia leiocarpa),
Os maiores remanescentes florestais correspondem às
copaíbas (Copaifera spp.), sapucaia (Lecythis cf.
áreas de reserva legal de algumas das grandes
paraensis), chuveiro (Platypodium elegans), amesclas
propriedades rurais como as fazendas Cajueiro e Peri-
(Protium spp.), pau-d’arco (principalmente Tabebuia
Peri. Todas as áreas percorridas apresentam sinais de
serratifolia
interferência antrópica, tais como: a retirada seletiva de
e
T.
impetiginosa),
cachamorra
(Sclerolobium paniculatum), angico-de-espinho (Acacia
toras, incêndios ou queimadas ocasionais, pastejo e
polyphylla), marupá (Simarouba amara), pente-de-
pisoteio do sub-bosque pelo gado.
macaco (Apeiba tibourbou), chichá (Sterculia striata),
Na
parte
nordeste
da
área,
existe
um
antigo
tucum (Astrocaryum cf. vulgare) e jacarandá (Swartzia
39
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
sp.), entre outras.
maioria sendo espécies comuns como: Choquinha-deflanco-branco
Em menores quantidades, ainda restam exemplares de
cumaru-da-mata (Dipteryx odorata), cedro (Cedrela
odorata),
mata-matá
(Helicostylis
spp.)
e
(Eschweilera
sp.)
açoita-cavalo
Xiphorhynchus guttatus, Arapaçu-de-bico-reto X. picus
(este mais uma espécie de capoeiras densas e áreas
tabocas que chegam a formar verdadeiras barreiras
próximas
dentro dos fragmentos.
Hemitriccus
informações
obtidas,
a
cidade
que
a
florestas
não constitui surpresa.
será
No entanto, Itaguatins foi uma das poucas localidades
construída, à jusante da referida cidade.
•
(tolerante
de Xiphorhynchus guttatus e X. picus) e sua ocorrência
pelas águas do rio Tocantins, a ser represado pela
Quebrada
zosterops
Maria-de-olho-branco
do Tocantins (e mesmo bem mais para o sul no caso
área de estudo já que a sede municipal será inundada
Serra
albolineatus,
Todas são espécies com distribuição ampla no norte
de
Itaguatins seria transferida justamente para dentro da
UHE
Arapaçu-de-listras-brancas
Attila spadiceus e a Maria-ciza Rhytipterna simplex.
sobre a área avaliada uma ameaça mais grave. De
da
água),
perturbadas, como outros do gênero), Tinguaçu-cantor
agropecuárias e a retirada seletiva de madeira, paira
barragem
à
Lepidocolaptes
Além do desmatamento associado às atividades
com
Choca
miúdo Xenops minutus, Arapaçu-de-garganta-camurça
cf.
paniculata). Ocasionalmente, ocorrem reboleiras de
acordo
axillaris,
mais secas na peri-amazônia meridional), Bico-virado-
inharés
(Luehea
Myrmotherula
Thamnophilus stictocephalus (especialidade de matas
onde ocorreram o Rendadinho Hylophylax poecilinota
(em geral considerado um seguidor profissional de
Aves
formigas de correição, sendo assim um indicador de
Um total de 168 espécies de aves foi encontrado nas
matas
formações florestais de Itaguatins, sendo 135 durante
Thamnomanes
os censos e 33 fora dos mesmos (Tabelas 5 e 6). As
Dendrocolaptes certhia (outro seguidor de correições),
amostragens foram realizadas na Floresta Estacional
Barranqueiro-pardo Automolus paraensis e a Maria-
Semidecídua e áreas de borda adjacentes. Não foi
caçula Myiornis ecaudatus.
pouco
perturbadas),
o
Uirapuru-de-bando
caesius,
o
Arapaçu-barrado
possível penetrar no interior dos remanescentes com
Não foram encontradas araras nesta área. Como
aparência melhor conservadas devido à ausência de
esperado,
acessos franqueados.
os
psitacídeos
mais
abundantes
são
espécies associadas a formações mais decíduas e
Dentre as espécies vulneráveis ao impacto da caça
abertas
foram encontrados a Azulona Tinamus tao (escassa), o
chiriri, a Jandaia Aratinga jandaya (Foto 15) e a
Inambu Sururina Crypturellus soui (razoavelmente
Maracanã-pequena Diopsittaca nobilis] e a bordas de
comum) e o Jacu-pemba Penelope superciliaris
mata ou áreas perturbadas dentro de florestas (a tiriba
(incomum). Crypturellus soui parece menos vulnerável
Pyrrhura amazonum). O Papagaio-grego Amazona
à ação humana em comparação a outros inambus
amazonica (Foto 16) também foi relativamente comum.
florestais devido à capacidade de utilizar capoeiras e
Esta é uma espécie de ampla distribuição encontrada
outros ambientes perturbados.
em uma grande variedade de habitats.
Um caçador levando um jacu abatido foi encontrado no
Dentre os grandes frugívoros presentes encontramos
Ponto 3, próximo ao assentamento P.A. Angico. Na
dois
mesma área, também foram encontradas várias
insetos): o Surucuá-de-cauda-preta Trogon melanurus,
pessoas levando espingardas, o que sugere que a
espécie caracteristicamente amazônica, e o Surucuá-
caça é uma atividade corriqueira.
de-barriga-dourada T. viridis, também encontrado na
[o
Periquito-de-asas-amarelas
surucuás
(que
também
capturam
Brotogeris
grandes
Mata Atlântica.
Não foram observados grandes gaviões na área.
Quatro espécies de tucanos estão presentes na área.
Vários insetívoros de sub-bosque foram encontrados, a
40
Zoneamento Ecológico-Econômico
O
Tucano-assobiador
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Ramphastos
tucanus,
2.3.3 - Área 3 - Ananás
tipicamente amazônico, parece ser comum, assim
como
o
Araçari-letrado
Pteroglossus
•
inscriptus.
Ocorrem ainda o Tucano-de-bico-preto Ramphastos
A área localiza-se nas proximidades da sede municipal
vitellinus e o Saripoca-de-gouldi Selenidera gouldi.
de Ananás, em trecho cortado pela estrada para
Riachinho, e tem um perímetro aproximado 20.638,47
Um grande frugívoro, o Anambé-pombo Gymnoderus
ha. Abrange várias propriedades, entre elas as
foetidus, teve seu maior índice de abundância nesta
fazendas 3R, Mogno e Piranhas.
área. Esta espécie em geral está associada às matas
ripárias de grandes rios. Outras cotingas, como o
Seu relevo varia entre plano a suavemente ondulado,
Cricrió-seringueira ou Seringueiro Lipaugus vociferans
havendo baixa abundância hídrica (poucos, mas
(a “voz da Amazônia”, embora também ocorra em
caudalosos, cursos d’água). Os solos existentes sob
parte da Mata Atlântica) e o Anambé-una Querula
as áreas recobertas por vegetação natural são
purpurata também foram relativamente comuns. É
interessante
notar
que
o
Anambé-uma,
predominantemente arenosos. Em pontos específicos
forma
ocorrem solos mais argilosos ou orgânicos, geralmente
tipicamente amazônica, segue o vale do Tocantins até
associados à presença de água seja próximo a cursos
pelo menos a região Palmas (OIKOS, 2002).
d’água (hidromórficos sob matas aluviais) ou ao
afloramento do lençol freático (no caso de cabeceiras
Itaguatins foi a única localidade onde foi observado o
Pinto-da-mata-de-cara-preta
Formicarius
de córregos, com nascentes difusas cobertas por
analis,
Florestas Paludosas ou buritizais).
insetívoro de sub-bosque com distribuição amazônica,
que tem na área do PGAI-Bico do Papagaio seu limite
Nesta área, foram encontrados diversos tipos de
sudeste de distribuição. Outra espécie importante
vegetação que vão desde formações savânicas como
encontrada apenas ali foi o Rabo-branco Phaethornis
Campo-Cerrado, passando pelo Cerrado e chegando a
maranhaoensis, beija-flor florestal descrito a partir de
formações florestais de grande porte como a Floresta
exemplares coletados na região de Imperatriz, no
Maranhão,
e
status
taxonômico
Vegetação
Estacional Semidecídua, Floresta Ombrófila Aberta
controverso
(Aluvial e Submontana) e a Floresta Paludosa.
(GRANTSAU, 1988, HINKELMAN, 1988). Exemplares
atribuíveis a este espécie foram observados em outras
O destaque fica por conta da existência de uma
partes
de
vegetação denominada localmente de “Carrasco” (Alto
Babaçulândia. O Macuru-de-testa-branca Notharchus
e Baixo), que possui composição florística e estruturas
macrorhynchus, um grande insetívoro amazônico, foi
próprias com grandes chances de ocorrência de
outra
área,
espécies endêmicas ou raras (Fotos 17a e b).
aparentemente constituindo o primeiro registro para o
Visualmente, a faciação do Carrasco Baixo guarda
Tocantins. Uma espécie próxima, o Macuru-pintado
semelhanças com as Campinaranas do rio Negro, no
Notharchus tectus, foi encontrada ali e na Fazenda
Estado do Amazonas, e com outras regiões do
Sucupira (Wanderlândia).
Tocantins, como um fragmento no município de
do
Tocantins,
espécie
incluindo
encontrada
apenas
a
região
nesta
Presidente Kennedy e outro situado na APA do Lago
Poucos registros notáveis de mamíferos foram feitos
de Palmas (município de Porto Nacional), com a
nesta área, incluindo a observação de uma Preguiça
presença de grossa serrapilheira sobre solo arenoso,
Bradypus variegatus, pegadas de Quatis Nasua nasua,
esporadicamente colonizada por tufos de liquens
e o registro das vocalizações de Guaribas Alouatta
brancos (cf. Cladonia sp.).
(provavelmente belzebul) e de Queixadas Tayassu
O Carrasco Alto é uma formação florestal perenifólia
pecari (Ponto 2).
com dossel fechando a cerca de 15-18m de altura. As
espécies arbóreas dominantes na área amostrada são:
41
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Humiria balsamifera, Callisthene cf. major, Protium
Os Cerrados e Campos Cerrados também apresentam
spp., Copaifera cf. martii e principalmente uma
uma grande riqueza de espécies de ampla distribuição
Lauraceae ainda não identificada. Outras espécies
neste bioma. No entanto, devido às características do
aparecem em menor quantidade como: Terminalia
solo local a presença de espécies típicas de Cerrados
glabrescens,
mesotróficos como Calisthene fasciculata, Magonia
haenkeana,
Xylopia
Parkia
cf.
frutescens,
platycephala,
Vochysia
Eriotheca
pubescens e Virola sebifera, é rara.
sp.,
Sclerolobium paniculatum, Unonopsis sp., Diospyros
Nesta área, também não se observou nenhuma
sericea, Hymenaea sp., Emmotum nitens, Himatanthus
formação primária. Todas as áreas vêm sofrendo com
cf. sucuuba e Pouteria sp., entre outras.
a retirada de madeira e com queimadas ocasionais
No Carrasco Baixo a composição florística pouco
(mais freqüentes nos Cerrados e Campos Cerrados).
muda, havendo principalmente uma redução de porte e
Logo nas proximidades da divisa nordeste da área vem
de cobertura do solo que recebe uma iluminação mais
sendo implantado um assentamento de posseiros. Foi
intensa. Algumas espécies, no entanto, demonstram
verificado que os moradores vem retirando madeira
preferência por este habitat, ocorrendo em maior
diretamente das matas do entorno com o uso de moto-
número. Entre estas merece destaque Mouriri sp.
serras e machados para as diversas necessidades do
(puçá-do-carrasco),
assentamento.
Pagamea
cf.
guianensis
e
Rauwolfia sp. Ainda neste ambiente aparentemente
•
mais restritivo, ocasionalmente, aparecem algumas
espécies do Cerrado como Anacardium occidentale
O estudo encontrou 229 espécies de aves nos habitats
(caju), Pterodon emarginatus (sucupira-amarela) e
localizados nesta área (Tabelas 5 e 6). Uma breve
Vatairea macrocarpa.
amostragem nas áreas de Cerrado localizou 109
espécies
A Floresta Ombrófila Aberta Aluvial ou Ripária (Foto
No Carrasco Alto, freqüentemente já com uma
(Oenocarpus distichus), bacuri-da-mata (Monorobea
fisionomia de floresta desenvolvida e de difícil distinção
coccinea), bacuri-grande (Platonia insignis), anani
em relação à Floresta Ombrófila, foram encontradas
(Symphonia globulifera), açaí (Euterpe oleracea),
139 espécies, enquanto que apenas 21 foram
sumaúma (Ceiba samauma), muitas espécies de ingás
detectadas no Carrasco Baixo. Os corredores de
(Inga spp.), saboeiro (Abarema jupumba). Nas áreas
grande
quantidade
extras),
papa.
da-mata (Anacardium giganteum), bacaba-de-leque
aparece
33
globalmente ameaçada) e o Urubu-rei Sarcoramphus
dessa
formação encontramos no dossel espécies como caju-
abertas,
censos,
Maracanã-verdadeira Primolius maracana (espécie
(atingindo 30m de altura) e uma grande variedade de
característicos
os
interessantes detectadas neste ambiente está a
nos trechos mais preservados árvores bem grandes
elementos
durante
pouco tempo a esta formação. Entre as espécies
área (como o rio Piranhas, por exemplo), apresenta
Como
(76
claramente uma subestimativa, já que foi destinado
18), que se desenvolve ao longo dos maiores rios da
espécies.
Aves
Floresta Aluvial e Floresta Ombrófila Aberta que
de
cruzam a grande mancha de Carrasco e as zonas de
Phenakospermum guianensis (sororoca) e, crescendo
transição entre estas faciações fazem com que os
dentro da água, se desenvolvem várias plantas
limites entre a avifauna do Carrasco Alto e a da
aquáticas, entre as quais espécies dos gêneros
Floresta Ombrófila sejam imprecisos, já que espécies
Montrichardia (Araceae) e Eleocharis (Cyperaceae).
tipicamente
florestais
e
amazônicas
utilizam
o
Carrasco Alto.
A Floresta Estacional Semidecidual ocupa uma zona
restrita situada mais ao norte da área de estudo, com
Entre estas, é notável a diversidade de cotingídeos
composição florística e fisionomia semelhantes à
(grandes
floresta amostrada no município de Itaguatins.
frugívoros)
Seringueiro
42
Lipaugus
como
Cricrió-seringueira
vociferans/,
o
ou
Anambé-una
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Os
Querula purpurata, especialmente, o Anambé-coroa
grandes
insetívoros
são
representados
pelo
Iodopleura isabellae (Foto 19) e a espetacular Cotinga-
amazônico
Rapazinho-carijó
pintada Cotinga cayana. Outros grandes frugívoros
(encontrado
tanto
presentes
Campinaranas, incluindo as mais abertas) e pelo
na
Ramphastos
área
são
tucanus,
Tucano-de-bico-preto
o
Tucano-assobiador
tipicamente
Ramphastos
amazônico,
vitellinus
e
o
em
Bucco
florestas
tamatia
como
em
ubíquo Bico-de-brasa Monasa nigrifrons.
o
Não foram observados grandes gaviões florestais,
Saripoca-de-gouldi Selenidera gouldi.
embora
o
aberrante
Cancão-grande
Ibycter
Um dos resultados mais interessantes do trabalho foi o
americanus (um falcão social que vive em grupos e se
encontro de duas espécies tipicamente de Campinas
alimenta de frutos, larvas de vespas e pequenos
amazônicas
animais) fosse relativamente comum nas matas ciliares
(Maria-mirim
Hemitriccus
minimus
e
Vissiá-cantor Rhytipterna immunda), o que corrobora
de tributários do rio Piranhas.
os resultados referentes à vegetação e enfatiza a
Não foram observadas araras neste setor, exceto
grande singularidade desta área.
Maracanãs-verdadeiras
Primolius
maracana.
Os
A interpenetração entre diferentes formações permite a
psitacídeos mais notáveis eram Jandaias-verdadeiras
coexistência
Aratinga jandaya (comumente associadas a formações
de
espécies
improváveis,
como
a
observação de um bando misto onde um Cricrió-
semidecíduas)
seringueira
amazonica, associados às Matas Ripárias.
forrageava
ao
lado
de
um
Curió
e
Papagaios-gregos
Amazona
Oryzoborus angolensis, espécie de capinzais alagados
As Florestas Ripárias ou Aluviais de tributários do rio
e brejos abertos.
Piranhas apresentaram 105 espécies. Várias destas
Dentre os insetívoros de sub-bosque, além das
são especialistas de habitat, tanto aves aquáticas
espécies já citadas restritas às Campinas, foram
como insetívoros, que vivem nas densas brenhas
comuns a Choca Thamnophilus stictocephalus; o
freqüentemente alagadas. Estes constituem um grupo
Formigueiro-pardo Formicivora grisea, que deve ser
de afinidades francamente amazônicas: o Formigueiro-
considerada mais uma espécie das bordas das matas
do-igarapé
úmidas (onde não penetra) e de formações mais secas
Cercomacra ferdinandi (espécie endêmica ameaçada
e decíduas (como os carrascos, onde é abundante) e a
já
Choquinho-de-flanco-branco
maculicauda, a Choca-d’água Sakesphorus luctuosus
Myrmotherula
axillaris.
Sclateria
discutida),
o
Solta-asa-do-sul
Chororó-de-Goiás
Hypocnemoides
Outros insetívoros de sub-bosque ali encontrados, mas
e
com presença esperada, foram o Arapaçu-de-cabeça-
rufipileatus. Ao contrário do que ocorre em áreas mais
cinza Sittasomus griseicapillus, o Bico-virado-miúdo
ao sul, o Bico-de-brasa Monasa nigrifrons é aqui muito
Xenops minutus, o Bico-virado-carijó Xenops rutilans e
mais comum nas áreas próximas à água, fato
o
registrado em toda a Amazônia, mas não no Cerrado.
Arapaçu-de-garganta-camurça
Xiphorhynchus
o
o
naevia,
Barranqueiro-de-coroa-castanha
Automolus
guttatus.
Dentre os mamíferos detectados, além de macacosÉ interessante a ocorrência, no Carrasco Alto, de
prego, foram observados cutias muito similares a
vários insetívoros florestais como o Pinto-do-mato-
Dasyprocta
prymnolopha,
coroado
brasiliensis
e
Formicarius
colma,
o
Arapaçu-pardo
um
um
Tapiti
Veado-catingueiro
Sylvilagus
Mazama
Dendrocincla turdina (ambos encontrado apenas aqui
guazoupira em área de Carrasco. Também observadas
e na Fazenda Malasca, região da Barreira Branca), o
pegadas de Antas Tapirus terrestris no Cerrado e nas
Estalador Corythopis torquata, Maria-caçula Myiornis
Matas Ripárias da Fazenda 3R, e de Mão-pelada
ecaudatus,
Leptopogon
Procyon cancrivorus na estrada para Riachinho. Nos
Maria-de-cauda-ferrugem
cerrados, também foram observados pegadas de
o
amaurocephalus
Abre-asa-cabeçudo
e
a
Ramphotrygon ruficauda (Foto 20). Os dois últimos
Onça-vermelha
foram encontrados apenas nesta área.
Maracajá-pequeno Leopardus tigrinus, Cachorro-do43
ou
Suçuarana
Puma
concolor,
Zoneamento Ecológico-Econômico
mato
Cerdocyon
thous,
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Tatu-galinha
Dasypus
uma
novencinctu e veados.
fisionomia
mais
conservada,
o
dossel
se
apresenta com altura média de 20-25m e as espécies
mais comuns são: Callisthene cf. major, Schefflera
Em termos de caça predatória, foi visto na estrada de
morototonii, Anacardium giganteum, Jacaranda copaia,
acesso à Fazenda Mogno uma mulher levando uma
Martiodendron cf. mediterraneum, Dipteryx odorata,
espingarda e um mamífero (cotia ?) já limpo em uma
Enterolobium
sacola (Foto 21). Trilhas obviamente usadas por
caçadores cruzam toda a área. A reação de pânico de
Parkia
platycephala,
reticulata, Oenocarpus distichus, Attalea speciosa e
um grupo de Macacos-prego Cebus apella encontrado
Simarouba amara, entre outras. As espécies de
na Fazenda Mogno mostra que os animais são
madeira mais valiosas ou adequadas ao uso externo
caçados.
com porte adulto tornaram-se raras em virtude da forte
2.3.4 - Área 4 - Wanderlândia
•
schomburgkii,
Terminalia glabrescens, Licania sp., Copaifera cf.
pressão de extração exercida por agropecuaristas.
Entre as espécies que ocorrem nesta formação
Vegetação
aparecem o Hymenaea courbaril (jatobá), Cedrela
odorata
Esta área, situada a noroeste da sede municipal de
Wanderlândia,
possui
cerca
de
30.600ha
Tapirira
vizinhas, entre elas a Fazenda Ouro Verde.
dominada
e
guianensis,
Macrolobium
acaciaefolium,
Genipa americana, Sapium cf. glandulosum e Virola cf.
surinamensis. As palmeiras também estão presentes
A área, com relevo suave ondulado e os solos
é
(paus-d’arco)
característicos Bellucia grossularioides, Inga spp.,
maior parte da área, e também de outras propriedades
quartzosas),
spp.
As formações florestais aluviais têm como elementos
principalmente da Fazenda Sapucaia, que ocupa a
(areias
Tabebuia
Brosimum rubescens (pau-brasil).
e
corresponde à reserva legal de várias fazendas,
arenosos
(cedro),
em quantidade expressiva, sendo identificadas: o buriti
pela
Mauritia flexuosa; grandes moitas de tucum Bactris cf.
Floresta Ombrófila Aberta na faciação submontana na
glaucescens; açaí Euterpe oleracea; ocasionalmente
maior parte do relevo e na faciação aluvial nas
fora da faixa de inundação o bacuri Attalea phalerata e
margens dos rios (sendo os principais, o rio Corda e o
nas partes mais secas o babaçu Attalea speciosa. A
ribeirão Lajes). A área tem como peculiaridade a
sororoca Phenakospermum guianense aparece em
confluência do rio Corda e ribeirão Lajes.
grande quantidade entre as árvores junto com muitas
helicônias Heliconia spp. e marantáceas.
A floresta local, entretanto, já se encontra bastante
alterada pela retirada seletiva de madeira, utilizada nas
No
cercas e demais construções para o gado criado nas
entorno
desta
área,
também
existem
assentamentos e um acampamento do Movimento dos
propriedades rurais, e também pelo fogo que deixou
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nas margens
suas marcas a grandes alturas nos troncos de muitas
da rodovia entre Wanderlândia e Xambioá, o que vem
árvores mortas e que permanecem em pé como
preocupando os proprietários rurais da região, uma vez
testemunho da pujança passada da vegetação. Em
que as áreas de reserva legal são vistas como locais
grandes trechos, a floresta foi substituída por um
passíveis de ocupação por não serem consideradas
colchão de lianas que cobre a regeneração ainda em
como produtivas.
fase inicial após a derrubada ou queimada. Estas
áreas, em fase inicial de regeneração, não permitem o
Parte da região nordeste da área de interesse é
caminhar em seu interior tal o emaranhado de arbustos
cortada
e lianas.
pela
estrada
que
liga
Wanderlândia
a
Riachinho, sendo que esta estrada já se encontra em
obras, tendo seu asfaltamento previsto para um breve
Desta forma, a caracterização da mata local em sua
futuro. A melhoria das condições de tráfego na região
composição e estrutura originais, ficou bastante
deverá
prejudicada. Nos trechos onde a floresta apresenta
44
incrementar
a
ocupação
e
acelerar
a
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
degradação da vegetação nativa remanescente.
•
destacando-se a presença da Arara-canga Ara macao
(nova espécie para o Estado), Arara-vermelha Ara
Aves
chloroptera
palmeiras, provavelmente devido à disponibilidade de
Florestas Ombrófilas Abertas da Fazenda Sapucaia
168
espécies,
enquanto
Primolius
Floresta Ombrófila Aluvial e Ombrófila Aberta com
florestas e Cerrados desta área (Tabela 2). Nas
registradas
Maracanã-verdadeira
maracana. As araras parecem preferir as áreas de
No total, foram encontradas 262 espécies de aves nas
foram
e
alimento. Foram observados Papagaios-verdadeiros
183
Amazona
estavam presentes nas interessantes florestas aluviais
aestiva,
Papagaios-gregos
Amazona
amazonica, Maitacas-de-asa-azul Pionus menstruus,
e brejos das margens do ribeirão Lajes e rio Corda
Maracanãs-pequenas Diopsittaca nobilis, Jandaias-
(Quadro 5).
verdadeiras
Aratinga
jandaya,
Aratingas-de-bando
Sem dúvida, esta é uma das áreas mais interessantes
Aratinga leucophthalmus e a amazônica Tiriba-pintada
descobertas
Pyrrhura amazonum, que tem no Tocantins seu limite
por
este
trabalho.
Um
número
considerável de espécies raras ou representando
sudeste de distribuição.
extensões de distribuição foram encontradas apenas
Dentre as espécies sensíveis à pressão de caça
no grande bloco de floresta da Fazenda Sapucaia e
encontramos
propriedades adjacentes e não há exagero em dizer
a
Azulona
Tinamus
tao,
que
foi
comparativamente comum, a Sururina C. soui, o
que este remanescente é de extrema importância para
Inambu-pixuna Crypturellus cinereus e o Inambu-
a conservação da biodiversidade da área do ZEE do
relógio C. strigulosus, os dois últimos compartilhados
Norte do Estado do Tocantins.
apenas com a área da Barreira Branca. O AracuãA área, como já ressaltado, sofreu a ação da retirada
pequeno
seletiva de madeira e de incêndios. Os resultados
ameaçada, foi detectada na mata ribeirinha do ribeirão
destes são bastante visíveis ao longo da larga estrada
Lajes e o Jacu Penelope cf. ochrogaster e o Uru-
Ortalis
superciliaris,
espécie
quase-
que cruza a mata em direção ao Retiro Santo Antônio.
corcovado Odontophorus gujanensis (só registrado na
Neste, muito da antiga Floresta Ombrófila com
Fazenda Sapucaia) vistos na Floresta Ombrófila
palmeiras e aluvial deu lugar a pastagens.
Submontana. A presença de mutuns Crax fasciolata foi
reportada nas Matas Ripárias do ribeirão Lajes por um
Encontramos vários caminhos e clareiras recentes no
funcionário da fazenda Sapucaia.
interior da mata que foram abertas por invasores “semterra” que acabaram deixando a área. No entanto, há
Dentre as espécies que se alimentam de grandes
um assentamento na margem esquerda do ribeirão
artrópodes e pequenos vertebrados, foi notável o
Lajes confrontante com o bloco florestado e, segundo
encontro da Corujinha Otus usta (espécie amazônica),
informações obtidas, assentados atravessam o rio para
do Urutau-grande Nyctibius grandis (Foto 22), de bom
caçar e retirar madeira. A propriedade imediatamente
número do Macuru-pintado Notharchus tectus e do
adjacente ao assentamento é a Fazenda Ouro Verde.
Rapazinho-pintado Bucco tamatia. O Bico-de-brasa
Monasa nigrifrons ocorreu de forma mais restrita às
A área de Wanderlândia teve uma das melhores
matas aluviais.
concentrações de aves de rapina, incluindo um registro
documentado da impressionante Harpia Harpia harpija.
Os
Também foram encontrados o Gavião-de-cabeça-cinza
diversificados
Leptodon
amazônicos Anambé-de-capuz Iodopleura isabellae,
cayanensis,
o
Gavião-bombachinha
grandes
frugívoros
nesta
de
área,
copa
sendo
foram
muito
detectados
os
Harpagus diodon, o incomum Tanatau Micrastur
Cotinga-roxo Cotinga cotinga e Anambé-preto Querula
mirandollei, o amazônico Cancão-da-mata Daptrius
purpurata, o Cricrió-seringueira Lipaugus vociferans
ater e o Cancão-grande Ibycter americanus.
(bastante comum), os surucuás Trogon viridis e T.
melanurus, e cinco espécies de tucanos (Ramphastos
A diversidade de psitacídeos foi bastante notável,
45
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
tucanus, R. vitellinus, Pteroglossus aracari - Foto 23,
Mazama
P. inscriptus, Selenidera gouldii). Bastante notável foi o
Queixadas Tayassu pecari, Caititus Dicotyles tajacu,
encontro
Onça-vermelha Puma concolor e Cachorro-do-mato
do
Anambé-de-cauda-branca
Xipholena
americana,
Cerdocyon
lamellipenis.
thous.
Antas
Também
Tapirus
foi
terrestris,
encontrado
um
Tamanduá-mirim Tamandua tetradactyla morto por
O
grande
Pica-pau-de-penacho
Campephilus
uma onça-vermelha e cuja carcaça estava sendo
rubricollis (Foto 24), outra espécie amazônica, foi
consumida pelos Urubus Cathartes melambrotus (Foto
bastante freqüente. Dependente de árvores de porte
onde
possa
fazer
seus
ninhos,
esta
25) e Sarcoramphus papa.
espécie
Nas margens do rio Lago Grande, que também parece
desaparece de matas muito exploradas.
ter uma extensão significativa de Matas Ripárias, foi
Os insetívoros de sub-bosque foram especialmente
diversos
nesta
área,
Thamnophilus
Dysithamnus
sendo
detectados:
stictocephalus,
mentalis,
visto
Choca
um
grupo
de
capivaras
Hydrochaerus
hydrochaeris recebendo os cuidados de um Gavião-
Choquinha-lisa
carrapateiro Milvago chimachima.
Choquinha-de-flanco-branco
Myrmotherula axillaris, Chororozinho Herpsilochmus
Digno de nota também foi o encontro de vários sapos-
atricapillus,
grisea,
garimpeiros Dendrobates galactonotus (Foto 26),
Rendadinho Hylophylax poecilinota, Pinto-do-mato-
anfíbio florestal caracteristicamente amazônico, na
coroado
Formicarius
Floresta Ombrófila Submontana. Esta mesma espécie
Grallaria
varia
Formigueiro-pardo
Formicivora
colma,
(encontrado
Tovacuçu-malhado
apenas
nesta
já havia sido encontrada nas proximidades de
área),
Darcinópolis.
Arapaçu-de-cabeça-cinza Sittasomus griseicapillus, o
Bico-virado-miúdo Xenops minutus, o Bico-virado-
2.3.5 - Área 5 - Barreira Branca e Santa Fé do
carijó Xenops rutilans, Arapaçu-de-garganta-camurça
Araguaia
Xiphorhynchus guttatus, Arapaçu-de-bico-reto X. picus,
Arapaçu-de-listras-brancas
Lepidocolaptes
•
Vegetação
albolineatus, Estalador Corythopis torquata, MariaPlatyrinchus
Esta área avaliada localiza-se nos municípios de Santa
mystaceus, Tinguaçu-cantor Attila spadiceus e Maria-
Fé do Araguaia e Muricilândia, abrangendo uma área
cinza Rhytipterna simplex.
de 61.200ha.
As Florestas Ripárias ou Aluviais do ribeirão Lajes e rio
O relevo varia entre plano e suave-ondulado sempre
Corda apresentaram a maior parte dos insetívoros
sobre solos arenosos (as manchas de latossolos já
especialistas
brenhas
foram completamente desmatadas e substituídas por
freqüentemente alagadas, como o Formigueiro-do-
pastagens). A disponibilidade hídrica foi considerada
igarapé
como satisfatória, embora não seja abundante.
caçula
Myiornis
ecaudatus,
que
Sclateria
vivem
Patinho
nas
naevia,
o
densas
Chororó-de-Goiás
Cercomacra ferdinandi (espécie endêmica ameaçada
A
já discutida) e Choca-d’água Sakesphorus luctuosus.
no
estudo,
como
a
pré-definida
pela
Seplan,
através
do
Zoneamento Agroecológico do Tocantins, praticamente
Nestas mesmas matas ocorrem espécies que foram
incomuns
área
já foi explorada ou degradada pela ocupação de
Agulha-parda
assentamentos promovidos pelo Incra. Estradas novas
Brachygalba lugubris e o Tinguaçu-ferrugem Attila
foram abertas em áreas até então florestadas e
cinnamomeus, assim como elementos amazônicos,
grandes extensões de mata foram queimadas e
notavelmente o Japu-verde Psarocolius viridis, o Japu
fragmentos inteiros suprimidos. Como alternativa,
Psarocolius bifasciatus (estes encontrados apenas ali)
buscou-se trabalhar em remanescentes florestais em
e Curica-urubu Pionopsitta vulturina.
áreas particulares fora do perímetro pré-definido. A
Dentre os registros de mamíferos, encontramos
área eleita correspondeu ao bloco formado pelas
pegadas de Cutias Dasyprocta sp., Veado-mateiro
reservas legais de várias propriedades, notavelmente à
46
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Fazenda Malasca.
Branca) e Muricizal. Devido à inexistência de áreas de
Floresta Ombrófila em estado minimamente adequado
A floresta nestes fragmentos (com destaque para os
para estudo, que fossem acessíveis de Araguanã,
pertencentes à Fazenda Malasca) ainda guarda uma
procurou-se um acesso a partir de Santa Fé do
fisionomia alta, com dossel em torno de 25m e com
ocorrência
de
espécies
vegetais
Araguaia. A partir de Santa Fé do Araguaia foi possível
tipicamente
acessar
amazônicas.
região
da
Barreira
Branca,
mais
Malasca.
O mapeamento da área, realizado previamente pela
Seplan, aponta a região como sendo área de
Na região, (Barreira Branca - Santa Fé do Araguaia)
ocorrência da Floresta Ombrófila Densa Submontana
foram encontradas 244 espécies de aves. Ao longo do
que se caracterizaria por apresentar um dossel
rio Muricizal foram observadas 116 espécies (93
compacto, perenifólio e praticamente sem palmeiras.
durante os censos, mais 23 extras), enquanto que 114
Em campo, como todos os fragmentos visitados
apresentaram
a
especificamente o fragmento de floresta da Fazenda
alterações
de
origem
espécies foram encontradas nas ilhas do rio Araguaia
antrópica
(81 nos censos mais 33 extras).
(principalmente corte seletivo de madeira e abertura de
carreadores no interior da floresta para retirada das
O rio Muricizal permitiu alguns registros interessantes,
toras), verificou-se que houve o favorecimento para o
como a esquiva Garça-beija-flor Agamia agami, uma
desenvolvimento nas clareiras e áreas perturbadas de
dentre um total de nove espécies de garças. Foram
espécies mais rústicas e mais adaptadas à maior
notáveis
disponibilidade de luminosidade. Assim, foi percebido
Dendrocygna viduata e os ainda maiores de Aratinga-
que ocorreu uma descaracterização da Floresta
de-bando
Ombrófila Densa que atualmente se parece bastante
população de Jacus-ciganas Opistochomus hoatzin
com a Floresta Ombrófila Aberta vistoriada em outras
(Foto 27) do rio Muricizal certamente é digna de nota.
localidades.
Grupos de mais de 30 indivíduos foram observados.
os
grandes
Aratinga
bandos
de
leucophthalmus.
Marrecas-irerê
A
enorme
Dentre os mamíferos, foram observados vários grupos
Entre as espécies mais típicas da Floresta Ombrófila
que
foram
intensidade
observadas
(ou
nesta
com
região
em
exclusividade),
do mico-de-cheiro Saimiri sciureus (Foto 28) e um de
maior
macacos-prego Cebus apella.
estão
Aspidosperma discolor, Apeiba echinata, Pourouma
Foi comprovado que o Cardeal-de-Goiás Paroaria
guianensis, Parkia cf. pendula, Schizolobium parahyba
baeri não chega a este trecho do Araguaia, parecendo
var.
estar restrito à região do Bananal. No Muricizal, ele é
amazonicum
e
uma
espécie
da
família
Quiinaceae.
substituído por Paroaria gularis, de larga distribuição
em rios amazônicos.
A faciação diferenciada da Floresta Ombrófila Densa
Aluvial existente próxima ao rio Araguaia, no município
As ilhas do rio Araguaia constituem um ambiente
de Aragominas, apontada no inventário florestal da
próprio, com várias espécies que dependem desse
área do ZEE do Norte do Tocantins, não foi encontrada
habitat. Anteriormente, já foram mencionadas várias
e
espécies que dependem das praias fluviais (Maçarico-
se
teme
que
já
tenha
sido
suprimida
ou
descaracterizada pela ocupação humana local.
•
de-esporão ou Mexirica Vanellus cayanus, Batuíra-decolar Charadrius collaris, o Trinta-réis-grande ou
Aves
Gaivota Phaetusa simplex, o Trinta-réis-anão Sterna
superciliaris e o Talha-mar Rynchops niger). Todas
As aves desta área foram estudadas em duas fases
foram encontradas em bom número nas ilhas do grupo
distintas. Na primeira, a partir de Araguanã, estudou-se
da Barreira Branca.
os ambientes ripários das margens dos rios Araguaia
(incluindo as ilhas do complexo insular da Barreira
O Pato-corredor Neochen jubata é uma espécie
47
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
bastante singular, que se encontra em declínio, de
compartilhados apenas com a área de Wanderlândia.
ganso tropical. Esta foi uma das espécies mais
O Cujubim Pipile cujubi, espécie bastante sensível à
interessantes observadas nas ilhas. Outro especialista
caça, foi encontrado apenas nesta área. Também
em ambientes ribeirinhos encontrado ali foi a Maria-
foram
preta-do-igapó Knipolegus poecilocercus. De grande
Penelope ochrogaster) e observados os pequenos
relevância,
Jacus-pembas
foi
o
encontro
do
Chororó-de-Goiás
detectados
jacus
Penelope
maiores
(provavelmente
superciliaris
ochromitra,
Cercomacra ferdinandi na Ilha Barreira Branca. Esta
forma distinta daquela encontrada mais ao sul do
espécie é substituída na margem esquerda do
Estado. Através de informação verbal, notificou-se um
Araguaia
abate recente de um Mutum Crax fasciolata.
(a
algumas
dezenas
de
metros)
por
Cercomacra (nigrescens) ochrogyna, que ocupa o
A diversidade de psitacídeos foi bastante notável,
mesmo habitat.
destacando-se a presença da Arara-canga Ara macao
A Floresta Ombrófila da Fazenda Malasca produziu
e Arara-vermelha Ara chloroptera. Foram também
175 espécies (136 durante os censos, mais 39 extras)
observados Papagaios-moleiros Amazona farinosa
durante o limitado período de estudos. Boa parte dos
(única localidade para esta espécie), Papagaios-de-
registros mais interessantes foi compartilhada com a
fronte-azul
área de Wanderlândia. Infelizmente, um dos blocos de
Amazona amazonica, Maritacas-de-asa-azul Pionus
reserva legal da Fazenda Malasca é limítrofe com a
menstruus,
estrada de acesso ao Assentamento Bavária e com
chrysopterus, e as amazônicas Tiriba-pintada Pyrrhura
vários lotes rurais. É patente o grande número de
amazonum, Titiba-pérola P. lepida e Curicas-urubu
Amazona
aestiva,
Papagaios-gregos
Periquito-de-asa-amarela
Brotogeris
trilhas adentrando a floresta a partir desta estrada, com
Pionopsitta vulturina, todas com seu limite sudeste de
sinais óbvios de caça e retirada de madeira. Foi
distribuição no Tocantins.
exatamente nesta floresta (Ponto 18) que foram feitos
registros
importantes,
Pyrrhura
lepida
e
tais
o
como
a
Dentre as espécies que se alimentam de grandes
Tiriba-pérola
artóprodos e pequenos vertebrados foi notável o
Anambé-de-cauda-branca
encontro de bom número de Udus-de-coroa-azul
Xipholena lamellipenis (já discutidos anteriormente).
Momotus momota, mas o único buconídeo detectado
foi o Bico-de-brasa Monasa nigrifrons.
Um exemplar de Gavião-pega-macaco Spizaetus
tyrannus
foi
observado
na
Fazenda
Malasca,
Os grandes frugívoros de copa não foram tão
constituindo o único grande gavião florestal ali
registrado.
Mas
também
foram
encontrados
diversificados nesta área, sendo detectados o Cricrió-
os
seringueira Lipaugus vociferans (bastante comum), o
incomuns falcões florestais Micrastur mintoni e M.
Surucuá-de-barriga-dourada Trogon viridis e cinco
mirandollei.
espécies
de
tucanos
(Ramphastos
tucanus,
R.
A área também é utilizada por um bom número de
vitellinus,
Urubus-da-mata Cathartes melambrotus e alguns
Selenidera gouldii). Bastante notável foi a observação
Urubus-rei Sarcoramphus papa. O Urubu-da-mata já
do Anambé-de-cauda-branca Xipholena lamellipenis.
Pteroglossus
aracari,
P.
inscriptus,
foi considerado sensível à fragmentação de seu habitat
Os insetívoros de sub-bosque foram especialmente
florestal, mas no Tocantins tem se adaptado a uma
diversos nesta área, com várias espécies particulares.
paisagem alterada pela pecuária e a uma dieta
Foram
baseada em animais domésticos e road-kills.
detectados:
Choca
Thamnophilus
stictocephalus, Choquinha-lisa Dysithamnus mentalis,
Dentre as espécies sensíveis à pressão de caça
Uirapuru-de-bando
(pontos 19 e 20 - reserva legal Fazenda Malasca)
Choquinha-de-flanco-branco
foram encontrados a Azulona Tinamus tao (freqüente),
Choquinha-de-garganta-clara M. hauxwelli, Choquinha-
a Sururina C. soui e o Inambu-pixuna Crypturellus
de-garganta-cinza M. menetriesii, Choca-cantadora
cinereus
Pygiptila stellaris (as três últimas formas amazônicas
e
o
Inambu-relógio
C.
strigulosus,
48
Thamnomanes
Myrmotherula
caesius,
axillaris,
Zoneamento Ecológico-Econômico
aparentemente
novas
para
não
de tangarás (Pipridae), um grupo de pequenos
encontradas em outras áreas), Rendadinho Hylophylax
frugívoros que vive no sub-bosque, com sete espécies
poecilinota,
presentes. Esta riqueza só foi igualada pela área de
Formigueiro-pardo
o
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Tocantins
Formicivora
e
grisea,
Rendadinho Hylophylax poecilinota, Pinto-do-mato-
Itaguatins.
coroado Formicarius colma, Bico-virado-miúdo Xenops
Os mamíferos encontrados na Fazenda Malasca foram
minutus, Arapaçu-liso Dendrocincla turdina, Arapaçu-
o Guariba Alouatta cf. belzebul, detectado a partir de
barrado Dendrocolaptes certhia, Arapaçu-de-garganta-
vocalizações;
camurça Xiphorhynchus guttatus, Estalador Corythopis
Macaco-prego
Cebus
apella
(observados); Anta Tapirus terrestris (muitas pegadas);
torquata Maria-sebinha Hemitriccus minor, Tinguaçu-
Cotia Dasyprocta cf. prymnolopha (observada); irara
cantor Attila spadiceus e Maria-cinza Rhytipterna
Eira
simplex.
barbara
Cerdocyon
Um ponto interessante nesta floresta foi a diversidade
49
(observada)
thous
e
Cachorro-do-mato
(observado).
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
50
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
3
Diagnóstico das Áreas Prioritárias para
Conservação da Biodiversidade
3.1 - Introdução
agrícola. Desta forma, a continuada exploração de
recursos florestais, mesmo nas áreas de reserva legal,
A área do ZEE do Norte do Tocantins encontra-se sob
é um dos fatores importantes de degradação da
intenso grau de antropismo, resultante especialmente
do
desmatamento
para
o
desenvolvimento
biodiversidade regional.
de
total
Uma das constatações deste trabalho é que as
alteração da cobertura florestal da região, enquanto
grandes manchas de floresta remanescentes (incluído
que as áreas de Cerrado, em terrenos de relevo
aí o Carrasco) encontram-se no interior das áreas de
inadequado para a mecanização e solo muito arenoso,
reserva legal de grandes propriedades rurais. No
constituem os maiores remanescentes de vegetação
entanto, há uma grande pressão para que estas áreas
natural. O processo de supressão e alteração da
sejam ocupadas por projetos de assentamento rural,
cobertura florestal esteve intimamente associado à
em absoluto desrespeito à legislação. A primitiva
abertura de estradas, como a Belém-Brasília, padrão
técnica agrícola dos assentados e a má qualidade dos
comum
solos da região fazem com que as atividades
atividades
agropecuárias.
na
Amazônia
Isto
resultou
brasileira
na
(MMA,
2001;
LAURANCE et al., 2001).
agropecuárias sejam praticadas usando a derrubada e
queimada
A retirada seletiva de madeira das manchas de floresta
das
florestas.
Exemplo
maior
das
conseqüências devastadoras deste processo pode ser
remanescente continua a alterar a totalidade das áreas
observado na área da Barreira Branca.
visitadas. Manchas de floresta, que hoje já perderam
suas madeiras de lei, são exploradas para fornecer
Dessa forma, os assentamentos do Incra constituem
mourões de cerca e outros itens de uso cotidiano nas
uma das maiores ameaças à biodiversidade que resta
propriedades
na região norte do Tocantins. Isto é bastante evidente
rurais
locais,
o
que
impede
a
regeneração daqueles remanescentes e prejudica em
nas áreas de Wanderlândia e Santa Fé do Araguaia.
muito a fauna florestal que ainda sobrevive. A
Outro problema bastante sério é que a região como um
substituição de florestas estruturadas com vários níveis
todo tem sido considerada de forma acrítica como de
e sub-bosque razoavelmente aberto por brenhas
“Cerrado” no interior da Amazônia, de forma que vários
dominadas por cipós têm impactos drásticos sobre a
proprietários estão solicitando a redução de suas áreas
fauna local.
de reserva legal de 50% para 35%, mesmo em áreas
Estas atividades foram (e são) conduzidas com base
recobertas
na legislação e seria importante que o poder público
Carrasco Alto). Este processo tem um enorme
tivesse
potencial de dano para a biodiversidade regional.
maior
controle
sobre
as
mesmas,
especialmente nas áreas de expansão da fronteira
51
por
formações
florestais
(incluindo
o
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
3.2 - Área 1 - Babaçulândia - Wanderlândia -
amazônicos, e deve ser considerada dentro de uma
Darcinópolis - Aguiarnópolis
estratégia global de conservação da biodiversidade
estadual.
Os
estudos
ambientais
de
atualização
e
fauna
dos
Cerrados
da
região
protegida de porte considerável, uma necessidade para
mostraram que duas regiões no norte do Estado do
apresentam
extensão
certamente fornece a oportunidade de criar uma área
complementação do EIA-RIMA da Ferrovia Norte-Sul
Tocantins
A
a conservação desse bioma no Estado.
particularmente
interessante e que deve ser considerada buscando a
3.3 - Área 2 - Itaguatins
adoção de medidas conservacionistas, por meio da
A região abriga (Figura 6) o que parece ser o único
criação de unidades de conservação de proteção
remanescente de Floresta Semidecídua com maior
integral.
extensão, situado nas proximidades do rio Tocantins.
A região entre Babaçulândia e Darcinópolis é de
Este está localizado, em sua maior parte, no interior de
extremo interesse por apresentar tanto elementos
algumas poucas grandes propriedades dedicadas à
amazônicos como de Cerrado e babaçuais. Foi a área
pecuária, constituindo suas reservas legais. Outra
com maior riqueza de espécies de aves interessantes
parte do bloco florestado é adjacente a um projeto de
(um achado apoiado por estudos com outros grupos
assentamento cujos limites não puderam ser definidos
faunísticos). A região ainda apresenta manchas
no campo, mas aparentemente abrange uma parcela
significativas de florestas em meio a uma matriz de
considerável de florestas.
Cerrados ainda bem conservados. Ocorrem espécies
Por se tratar de um dos poucos remanescentes de
raras e ameaçadas, como a araponga Procnias
Florestas Semidecíduas no norte do Estado, com uma
averano.
extensão superior a poucas centenas de hectares e
A grande extensão da área (Figura 5), que abrange um
com a presença de espécies da fauna consideradas de
território mais ao sul do que aquele definido como parte
interesse, é importante que sejam tomadas medidas
da área do ZEE do Norte do Estado do Tocantins, faz
visando sua conservação.
com que esta deva ser objeto de um estudo
O fato de boa parte já constituir área de reserva legal
complementar mais aprofundado com o objetivo de
implica que a melhor estratégia para este bloco
detalhar os espaços que apresentem características
florestado seja obter, além da averbação definitiva de
adequadas para a definição do perímetro de uma
sua totalidade, um status maior de proteção que possa
unidade de conservação de proteção integral. Os
ser assegurado por uma categoria de unidade de
principais critérios a serem considerados, além de uma
proteção que não implique em desapropriações, como
área contínua tão grande quanto possível, são a
Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) ou
integridade da cobertura de Cerrado, presença de
Refúgio de Vida Silvestre (RVS).
manchas mais extensas de florestas (deve-se ter
atenção
para
as
florestas
nas
imediações
de
A categoria de RPPN é mais desejável por permitir
Darcinópolis e para aquelas nas nascentes e ao longo
atividades de manejo sustentável em seu interior, mas
do alto curso de rios como o Corda).
demanda o processo de convencimento e negociação
com os proprietários locais.
Os trabalhos de campo mostraram a existência de
amplas áreas de Cerrado e florestas associados, ainda
É
com baixa densidade humana e fauna bastante
semidecíduas,
com
a
inclui
matas
presença
de
ciliares
complementar
que
A. Angico com a área florestada e identificar as
incluindo Presidente Kennedy e Guaraí. Além de
região
avaliação
malha fundiária, a fim de verificar qual a relação do P.
sul de Filadélfia e a leste de Colinas do Tocantins,
esta
uma
sobreponha os remanescentes florestais da região à
interessante mais ao sul de Babaçulândia, na região ao
cerrados,
necessária
propriedades que podem ser alvo de um trabalho
e
direcionado para uma maior conservação das áreas
elementos
52
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
hoje em suas reservas legais. Deve-se também
assentamento
verificar a situação das reservas legais dos projetos de
estabelecer
para
reservas
verificar
em
a
bloco
possibilidade
ou
condomínio.
Figura 5 – Área 1 - Babaçulândia - Wanderlândia - Darcinópolis - Aguiarnópolis. Ambiente de Cerrado
53
de
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Figura 6 – Área 2 - Itaguatins. Ambiente de Floresta Estacional Semi-decidual
3.4 - Área 3 - Ananás
grande altura e desenvolvimento, que não foram
observadas em outras áreas. Os corredores formados
Esta área é foco de grande interesse por abrigar o que
por estas matas em meio a uma área dominada por um
talvez seja o melhor enclave de Campinas amazônicas
Carrasco Alto que quase pode ser considerado uma
no Estado (Figura 7). É relevante ressaltar que esta
Floresta Ombrófila explica a presença de várias aves
descoberta representa um novo limite leste para a
florestais tipicamente amazônicas no mesmo, incluindo
ocorrência desta formação e de várias espécies
várias cotingas e tucanos.
associadas. A alta singularidade ecológica deste
remanescente, aliado à péssima qualidade dos solos
A área encontra-se plenamente inserida na larga faixa
para a agricultura, são razões para que o mesmo seja
de Cerrado e formações associadas que acompanha o
destinado a fins de conservação. Além disso, dois
divisor das bacias dos rios Araguaia e Tocantins de
afluentes do rio Piranhas, Água Branca e Brejão,
Araguatins (ao norte) até Wanderlândia (ao sul). Ali
encontram-se
no
este corredor se une à grande mancha de Cerrado e
a
manchas florestais de Darcinópolis-Babaçulândia. Esta
remanescente,
integralmente
conferindo-lhe
inseridos
importância
para
conservação dos recursos hídricos.
localização faz com que este bloco seja estratégico
para o estabelecimento de um corredor ecológico ao
Nota-se que a Mata Ripária destes cursos d’água
longo do divisor Araguaia-Tocantins (veja adiante).
apresenta características estruturais, especialmente a
54
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Figura 7 – Área 3 - Ananás. Contato Cerrado / Floresta Ombrófila
Não
foi
possível
verificar
em
que
medida
Silvestre (RVS), além obviamente de uma maior
os
freqüência de fiscalização na área.
remanescentes estão incluídos em áreas de reserva
legal, de forma que é necessária uma avaliação
Se não for possível um acordo para o estabelecimento
complementar que sobreponha os remanescentes
de uma área com estas categorias, seja devido à
florestais da região à sua malha fundiária. Se houver
discordância de proprietários ou pela inadequada
grande sobreposição entre as reservas legais e os
sobreposição dos remanescentes e das reservas legais
remanescentes
sua
designadas, a área pode ser transformada em uma
conservação pode ser a criação de uma ou mais
unidade de conservação de proteção integral de
unidades
de
a
melhor
proteção
desapropriações,
como
que
estratégia
para
não
impliquem
em
domínio público. As características da área, que não
Reserva
Particular
do
dispõe de atrações para um público de massa faz com
Patrimônio Natural (RPPN) ou Refúgio de Vida
que se recomende a categoria de Estação Ecológica.
55
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
A presença de posseiros, que estão desmatando áreas
3.6 - Área 5 - Barreira Branca e Santa Fé do
bastante extensas, deve ser enfrentada, pois esta
Araguaia
atividade já afeta parte considerável do maior bloco
A região pode ser mais bem definida como uma área
contínuo de vegetação florestal. Devem ser adotadas
de catástrofe ambiental (Figura 9). A criminosa e
medidas de relocação destas pessoas em paralelo com
irresponsável implantação de assentamentos em área
as atividades de estabelecimento da(s) unidade(s) de
de Floresta Ombrófila Densa sobre solos frágeis e de
conservação, seja de domínio público ou privado.
fertilidade limitada é um exemplo didático de forma
3.5 - Área 4 - Wanderlândia
inadequada e não sustentável de ocupação.
Esta área (Figura 8) apresenta uma das faunas mais
O erário financiou uma grave destruição ambiental em
interessantes dentre todas as que foram estudadas no
troca do estabelecimento de lotes agrícolas de
âmbito deste projeto, com a presença de grande
viabilidade econômica bastante discutível, dadas as
número de espécies incomuns e que estão em área
limitações do solo da região.
limítrofe de suas distribuições geográficas. Este maciço
Apenas uma pequena área, próxima às margens do rio
florestal certamente merece uma atenção especial para
assegurar
sua
conservação
futura
e
deve
Araguaia e fronteiriça com a extremidade meridional da
ser
Ilha Barreira Branca, apresenta cobertura relativamente
considerada uma prioridade.
melhor conservada. Contudo, a área ainda foi objeto de
As florestas que compõem a área estão integralmente
intensa retirada seletiva de madeira. De qualquer
inseridas em áreas de reserva legal de grandes
maneira, por representar parte do pouco que restou,
propriedades, de forma que há a perspectiva de que
esta área remanescente deveria ser protegida. Deve-
possam ser transformadas em RPPNs ou em um RVS
se também verificar a situação das reservas legais dos
que abranja todo seu conjunto. Sem a necessidade de
projetos de assentamento para verificar a possibilidade
desapropriações, os recursos podem ser destinados
de estabelecer reservas em bloco ou condomínio que
para o efetivo manejo do maciço, que necessita de
protejam o que resta.
trabalhos de recomposição e enriquecimento florestal
Entre
nas áreas desmatadas ou queimadas irregularmente.
a
sede
do
município
de
Aragominas
e
Muricilândia, fora da área de interesse, observou-se a
Com a atual pressão do movimento dos sem-terra na
existência de franjas de Floresta Estacional Decidual e
região,
de
declarar
aquelas
reservas
legais
como
Refúgios
Vegetacionais
associados
aos
unidades de conservação (mesmo que de domínio
afloramentos rochosos existentes no alto dos morros
privado) as tornariam indisponíveis para fins de
da Serra do Estrondo que marcam a paisagem local.
reforma agrária.
Esta vegetação tem uma distribuição bastante reduzida
e descontínua em todo o Estado do Tocantins. Sua
Localizada no encontro do ribeirão Lajes e do rio
flora é altamente adaptada às condições extremas de
Corda, a área abriga algumas das melhores florestas
falta de água, já estando com as folhas secas nesta
aluviais desta sub-bacia do rio Corda, que constituem
época do ano (junho).
um importante corredor utilizado especialmente pela
biota de afinidades amazônicas. A conservação da
Nesta formação, crescem várias espécies de interesse
área deve ser vista como parte integrante da gestão da
madeireiro
bacia hidrográfica do rio Corda.
principalmente
como
os
a
ipês
(Tabebuia
aroeira-preta
spp.)
e
(Myracroduon
urundeuva), espécie ameaçada de extinção no país.
Esta área se situa de forma estratégica em relação ao
Vários fragmentos desta formação foram cortados e
corredor de Cerrado do divisor Araguaia-Tocantins e
substituídos por pastagens, o que ainda vem ocorrendo
juntamente com a área de Ananás pode ser vista como
na região. Por sua flora diferenciada e devido à
uma das áreas-núcleo de um futuro corredor ecológico.
pressão de corte de algumas de suas espécies aliada a
56
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Figura 8 – Área 4 - Wanderlândia. Contato Cerrado / Floresta Ombrófila
proprietários e recomenda-se aqui a mesma estratégia
uma ocorrência natural de pequena amplitude e
sugerida para as áreas acima: o estabelecimento de
descontinuada, esta formação ser alvo de ações
um programa estadual de criação de RPPNs e de
concretas visando sua preservação.
apoio ao seu manejo e conservação. Os recursos que
Os remanescentes florestais mais extensos e em
seriam destinados à aquisição de terras que em
melhor estado de conservação são, como ocorre em
princípio já são destinadas para fins de conservação
outras áreas estudadas, as reservas legais de grandes
seriam
57
mais
bem
aproveitados
se
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Figura 9 – Área 5 - Barreira Branca e Santa Fé do Araguaia. Floresta Ombrófila Densa
58
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
destinados a atividades efetivas de proteção e manejo
reserva legal podem ser reduzidas para 35% (embora
(incluindo aí a recuperação de áreas degradadas e o
seja de floresta de afinidades claramente amazônica),
enriquecimento florestal), bem como a busca de
o que parece ser equivocado e merecedor de
alternativas para a exploração dos já parcos recursos
esclarecimentos junto ao Brasileiro do Meio Ambiente e
madeireiros destas áreas.
dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto
Natureza do Tocantins (Naturatins).
Digno de nota é o fato de que os proprietários da
região têm o entendimento de que suas áreas de
59
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
60
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
4
Medidas Mitigadoras Recomendadas
4.1 - Um corredor ecológico para o Norte do Estado
conexões naturais entre espaços protegidos (como
do Tocantins
unidades de conservação) sobre os quais se enfocam
os esforços de conservação2.
Os Corredores Ecológicos, também conhecidos como
Corredores de Biodiversidade, representam uma das
Um corredor pode ser formado por um mosaico de
mais promissoras estratégias para um planejamento
terras com usos que vão desde parques e reservas até
regional
áreas com uso mais intensivo, gerenciadas de maneira
eficaz
voltado
para
a
conservação
e
integrada para garantir a sobrevivência do maior
preservação ambiental.
número possível de espécies através da manutenção
A estratégia visa unir áreas de ecossistemas naturais
da conectividade daquela região. Sua aplicação é
que estejam fragmentadas, já que a fragmentação,
estrategicamente apropriada para áreas que estão
além de diminuir populações de espécies de plantas e
muito devastadas ou sobre grande ameaça, mas, que
animais mais vulneráveis, também isola aquelas que
mantêm fragmentos da sua vegetação original.
permanecem nas “ilhas” remanescentes de habitat
eliminação,
Do ponto de vista das ações para sua implementação,
fragmentação e isolamento pode resultar na extinção
esta vai de pequenas atividades, como a colocação de
de
redes e passagens em uma estrada, para que animais
adequado.
O
espécies,
processo
contínuo
principalmente
de
daquelas
que
são
possam atravessar as rodovias sem risco, a outras
endêmicas de uma região.
mais
O objetivo do corredor é facilitar o fluxo genético entre
populações,
visando
aumentar
a
chance
sofisticadas
como
estimular
práticas
agroflorestais, a condução de educação ambiental e
de
outras.
sobrevivência, em longo prazo, das comunidades
biológicas e dos processos ecológicos. Como o
O planejamento de corredores é feito em escala
isolamento dos ecossistemas naturais está avançando
regional. Um corredor pode se estender por até 500km
rapidamente, apenas as unidades de conservação não
e inclusive atravessar fronteiras nacionais. Sob a
podem evitar a perda da biodiversidade.
perspectiva biológica, seu principal objetivo é manter
ou
O conceito de corredor ecológico é, originalmente, uma
restaurar
a
conectividade
entre
áreas
de
importância ambiental por meio da criação de áreas
proposta gerada por estudos da área de biologia da
protegidas adicionais, introdução de estratégias mais
conservação. Pode-se definir o termo como um espaço
adequadas de uso da terra e restauração de trechos
linear, inserido entre duas áreas protegidas, que
degradados.
cumpre a função de interligá-las para promover o
intercâmbio genético entre populações de organismos.
Assim, o traçado do corredor procura aproveitar
2
61
Uma boa sinopse deste assunto está disponível em
TIERRAMÉRICA (2001).
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Uma das estratégias possíveis para criação dos
OIKOS (2002) chamam a atenção para a bem
corredores ecológicos é a de criar compensações ou
conservada extensão de Cerrado existente entre
incentivos financeiros para proprietários de terras que
Palmeirante e Colinas do Tocantins, de forma que se
invistam
da
recomenda estudo complementar futuro sobre a
vegetação. Desta forma, os corredores representam
viabilidade de unir esta área com o proposto corredor
novos instrumentos econômicos, que podem ser mais
do norte do Estado do Tocantins.
na
conservação
ou
recuperação
viáveis para a conservação dos ecossistemas, custar
menos
para
a
sociedade
e
fazer
mais
A existência desta faixa de Cerrado que corta boa
pela
parte do norte do Tocantins foi o que motivou a
conservação.
recomendação do Probio/MMA no sentido de que fosse
Em regiões tropicais, onde o plantio pode ser feito em
criada
sistemas de agrosilvicultura, que auxiliam na proteção
sustentável unindo as terras indígenas Apinayé e
da
biodiversidade
conservação
de
uso
Kraholândia, esta última já fora da área em estudo.
Com o aporte de conhecimento recente sobre a biota
desistir
regional e das informações oriundas do ZEE-Tocantins,
suas
hidrográficas,
de
os
cultivar
bacias
unidade
proprietários rurais não precisam necessariamente
de
de
uma
terras
para
receber
compensação por serviços ambientais.
esta proposta pode ser refinada de forma que aquela
faixa de Cerrados possa constituir um corredor
Considerado
um
biodiversidade,
o
dos
ecossistemas
Cerrado
é
a
com
maior
segunda
maior
ecológico. Deve-se enfatizar que esta parte do corredor
ecológico proposto abriga as nascentes e áreas de
ecorregião do Brasil, cobrindo 20% de seu território
(cerca
de
2
milhões
de
km2).
O
recarga de uma série de tributários do Araguaia e do
intenso
Tocantins, incluindo vários de importância como os rios
desenvolvimento da agricultura na região a partir da
Piranhas e Corda.
década de 1970 fez com que 67% das áreas de
Cerrado fossem consideradas “altamente modificadas”.
A faixa entre Araguatins e Wanderlândia-Darcinópolis é
Apenas 20% encontra-se em seu estado original.
considerada como frágil pelo ZEE, o uso recomendado
da maior parte de sua área sendo a pecuária extensiva
Com uma flora considerada entre as mais ricas das
em pastagem nativa. Esta atividade, se não estiver
savanas tropicais, o Cerrado possui alto grau de
associada a uma maior freqüência de incêndios nem à
endemismo. De suas 10.000 espécies de plantas
degradação das importantes matas ciliares e enclaves
catalogadas até o presente, 44% são endêmicas,
de Floresta Ombrófila e Semidecídua, é perfeitamente
incluindo quase todas as gramíneas. A diversidade de
compatível com a manutenção da biodiversidade local.
espécies de vertebrados também é consideravelmente
alta, estando o Cerrado em quarto lugar no mundo em
Isto implica que a normatização do uso da terra,
variedade de aves.
incluindo aí o bloqueio de financiamentos para projetos
que
Uma das características que mais chama atenção na
região é a presença do grande enclave de Cerrado
50%.
que em conexão física com o mesmo, está o divisor de
que
é
um
Este
percentual,
somado
às
áreas
de
preservação permanente, deve ser suficiente para que
águas Araguaia-Tocantins. Representado por um
quase
inadequados,
porcentagem da área de reserva legal até pelo menos
Indígena Apinayé. A oeste deste remanescente, quase
movimentado
considerados
faixa. Outro instrumento possível é o aumento da
com manchas de floresta representada pela Terra
relevo
sejam
instrumento importante para a manutenção daquela
se obtenha um percentual total de 60% de áreas de
completamente
habitat natural, o que permite a conectividade e a
recoberto por Cerrados que crescem sobre solos
função de corredor daquele território (veja METZGER,
arenosos muito frágeis e de baixa qualidade (Foto 29),
1997, 2002).
o divisor forma uma faixa contínua entre Araguatins e
Wanderlândia, prosseguindo para o sul até pelo menos
No caso do proposto corredor Araguaia-Tocantins
a região de Presidente Kennedy. Os estudos de
(Figura 10), a idéia principal é interligar a Terra
62
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Figura 10 – Localização do Corredor Ecológico Araguaia-Tocantins e articulação com as
áreas pré-selecionadas para avaliação ecológica rápida e Terra Indígena Apinayé
63
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Indígena Apinayé ao norte com a unidade de
tropicais é incontestável. Apesar de sua resistência,
conservação de proteção integral proposta, situada
alguns fatores climáticos podem levar os animais a
entre Wanderlândia-Darcinópolis e Babaçulândia. As
desconforto e desgaste sucessivos, comprometendo
áreas estudadas em Ananás (Fazenda Mogno e
crescimento, fertilidade e saúde.
vizinhas)
e
vizinhas),
Wanderlândia
totalmente
(Fazenda
inseridas
Sapucaia
ou
e
Nos dias de intenso calor, os animais procuram reduzir
intimamente
os efeitos da radiação solar abrigando-se na sombra
associadas ao divisor Araguaia-Tocantins seriam as
outras
áreas-núcleo
concentrariam
as
do
primeiras
corredor,
ações
onde
se
visando
sua
das árvores. Aproveitam tais períodos para descansar,
ruminar ou pastejar, desde que nesses locais haja
disponibilidade de forragem. Ao contrário do que
conservação.
muitos pecuaristas pensam, arborizar um pasto traz
4.2 - Pastagens sombreadas como instrumento de
grandes benefícios, como a melhora da fertilidade do
conexão ecológica e aumento de produtividade
solo e conseqüentemente da qualidade do capim.
Ajuda também a conter a erosão e oferece conforto e
A importância e viabilidade de sistemas silvipastoris
proteção ao gado. Em criações de gado de leite, a
têm crescido com a demonstração de que estes podem
sombra é muito importante para a produtividade das
ser uma opção para que produtores rurais mantenham
vacas em lactação, além de favorecer a reprodução.
níveis adequados de produtividade, ao mesmo tempo
Pesquisas realizadas pela Embrapa, no Paraná,
em que conservam a qualidade ambiental de suas
mostram que vacas leiteiras com acesso à sombra
pastagens.
produziram 20% a mais de leite, e este teve maior teor
de sólidos, implicando em melhor qualidade do produto
Segundo informações do Centro Nacional de Pesquisa
(CARVALHO, 1994). SIMON et al. (1989, apud
de Gado de Corte da Embrapa (EMBRAPA, 2003),
SALERNO,
estima-se que cerca de metade das pastagens
invasoras
e
novilhas
em
sem sombra.
e na qualidade da forragem e continua com o
plantas
que
a reprodução cinco meses antes que aquelas mantidas
um processo que começa com a redução na produção
de
verificaram
crescimento atingiram desenvolvimento adequado para
brasileiras estejam se degradando ou degradadas. É
aparecimento
2002)
áreas
As
descobertas. As causas são principalmente o número
gramíneas
tropicais
Brachiaria
decumbens,
Brachiaria brizantha e cultivares de Panicum maximum
excessivo de animais e a baixa fertilidade natural do
estão entre as que se desenvolvem bem em pastos
solo (característica notável na área do ZEE do Norte do
sombreados. É claro que o sombreamento deve ser
Estado do Tocantins).
moderado, de modo que garanta certo grau de
luminosidade para o capim, mas este seja suficiente
O plantio de árvores em meio às pastagens é uma
para manter um nível de umidade que torna a
solução. Elas são capazes de aproveitar nutrientes que
pastagem mais resiliente ao período seco. Este tipo de
estão em camadas do solo, fora do alcance das raízes
sombreamento é similar ao observado em formações
das forrageiras, e colocá-los à disposição quando as
típicas de Cerrado (como o Campo Cerrado), de forma
folhas, galhos secos, flores e frutos caem no chão,
que as pastagens podem constituir, para uma parcela
constituindo um adubo natural. Quando as árvores
da fauna, um habitat análogo àquelas.
usadas no sombreamento são leguminosas, fixadoras
de nitrogênio da atmosfera, o processo é melhorado.
A existência de árvores nas pastagens traz grandes
Nota-se que muitas leguminosas fornecem importantes
benefícios não só para o gado, mas também para a
recursos para a fauna nativa, especialmente alimento
fauna silvestre. As espécies de aves características do
sob a forma de frutos, sementes e néctar.
Cerrado podem, em boa parte, manter-se mesmo após
certo grau de fragmentação de seu habitat. Mesmo as
A boa adaptação do gado zebuíno, dominante na área
espécies de aves florestais encontradas nas matas
do ZEE do Norte do Estado do Tocantins, às regiões
64
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
ciliares que acompanham os cursos d`água em meio
operações
ao Cerrado e nas ilhas de floresta têm capacidade de
pastagens; tratores de esteira e grades pesadas
movimentar-se entre parcelas de mata, desde que não
acabam raspando as árvores, ou cortando suas raízes
estejam muito distantes entre si (ANDRADE & MARINI,
superficiais, danificando-as.
durante
a
formação
e
reforma
das
2001). Uma pastagem arborizada não apenas é um
Grupos de árvores, distribuídos em faixas, apresentam
ambiente permeável para que estas espécies se
uma
movimentem, mas também pode servir de habitat
série
persistência
permanente para algumas espécies.
de
das
vantagens
próprias
adicionais,
árvores
tanto
quanto
na
nos
benefícios gerais para o gado e fauna silvestre. As
A manutenção de matas ou bosques, associados às
faixas arborizadas devem, preferencialmente, ser
pastagens, ajuda a manter inimigos naturais e
utilizadas em curvas de nível, reduzindo com isso a
diferentes pragas das pastagens, resultando no
erosão do solo e protegendo nascentes e cursos
aumento da população de insetos daninhos. O
d'água. Existem referências de que a manutenção de
problema causado pelas cigarrinhas é um exemplo
bosques oferece ambiente favorável à sobrevivência
típico da quebra do equilíbrio biológico causado pela
de moscas (hematófagas, transmissoras de berne ou
remoção excessiva da vegetação.
de outras miíases) e aumentaria a presença de plantas
tóxicas ao gado. Entretanto, esses problemas podem
A Embrapa recomenda que a área sombreada total
ser controlados por meios específicos convencionais.
não deve ultrapassar metade da área do pasto, e que
de 3 a 8% da área arborizada nativa deve ser mantida
No Brasil Central, entre outras essências florestais, são
nas
demais
indicadas pela Embrapa: jatobá Hymenaea spp.,
reservas florestais mantidas em outras partes da
mangueira Mangifera indica, figueira Ficus spp.,
propriedade (notadamente aquelas que protegem os
ingazeiro Ingá spp., mangabeira, aroeira Myracroduon
mananciais, topos dos morros e encostas íngremes).
urundeuva, faveira-de-bolota Parkia platycephala, pau-
Um aspecto importante é a proteção às mudas novas
ferro, copaíba Copaifera spp., jacarandá-do-campo
com cercados ou estacas, mantendo-as fora do
Swartzia sp., barbatimão Stryphnodendum adstringens,
alcance do gado até que se estabeleçam.
angico Anadenanthera macrocarpa, pequi Caryocar
pastagens,
independentemente
das
brasiliense e seringueira. Praticamente todas estas
Árvores devem ser mantidas em grupos. Árvores muito
espécies oferecem algum tipo de recurso para a fauna.
isoladas entre si não oferecem abrigo e alimento
Além de poder constituir um habitat utilizável em
suficiente para atrair aves e insetos de espécies e
número
desejáveis.
Aliás,
elas
mesmas
caráter permanente por muitas das espécies de
ficam
Cerrado, uma pastagem arborizada com suas áreas de
desabrigadas, expostas ao sol e ventos, o que leva um
preservação permanente adequadamente demarcadas
grande número à morte, particularmente quando o
e mantidas constitui um corredor ecológico permeável
pecuarista adota o uso do fogo na limpeza dos pastos.
para muitas espécies florestais, que podem assim
Outro fator de risco para árvores espalhadas são as
transitar entre as manchas de habitat remanescente.
65
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
66
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
5
Considerações Finais
5.1 - Considerações finais
preservação
permanente
irregularmente
desmatadas, e de enriquecimento florestal das
Em função dos dados, informações e resultados
reservas legais existentes. Este enriquecimento
obtidos neste trabalho sobre a avalição ecológica da
deve ser focado em essências florestais que
área do ZEE do Norte do Estado do Tocantins nos
estão se tornando escassas e em espécies de
sítios de interesse, pôde considerar-se que:
interesse para a fauna (como palmeiras = açaí e
bacaba-de-leque);
- O norte do Tocantins (área do PGAI-Bico do
Papagaio) deve ser considerado, efetivamente,
- Adotem-se mecanismos por meio dos quais um
como parte da Amazônia, e as áreas de reserva
proprietário que tenha desmatado mais do que o
legal das propriedades da região em área
permitido possa adquirir a concessão, servidão
florestada devem obedecer aos percentuais
ou franquia ambiental de um proprietário que
estipulados para aquela região (mínimo de 50%,
tenha
conforme antes definido no Código Florestal, hoje
80%).
De
fato,
florestas
com
áreas
com
vegetação
natural
em
porcentagem superior ao mínimo estipulado pela
elementos
lei.
amazônicos ocorrem ao longo de todo o vale do
Este
mecanismo
visa
evitar
novos
desmatamentos;
Tocantins e seus afluentes, e sobre áreas de
- Sejam estudados mecanismos de permuta de
planalto, pelo menos até Guaraí e Presidente
Kennedy;
áreas com vegetação natural por outras já
desmatadas
- Devem ser adotadas medidas para que os órgãos
de
licenciamento
ambiental
como
alternativa
para
a
ação
anterior e
interpretem
corretamente o disposto no Código Florestal e
- Não sejam permitidos assentamentos agrários em
seja efetivamente utilizado o nível mais alto dos
áreas de floresta, Cerradão ou Carrasco, e que
cursos d’água na delimitação de suas áreas de
se retire os assentamentos recém-instalados
preservação permanente associadas. Isto implica
nessas áreas em revelia às próprias instruções
que a integridade de todas as florestas ciliares e
normativas do Incra, especialmente os instalados
várzeas sazonalmente alagadas estão incluídas
no interior da área denominada Barreira Branca.
na faixa protegida. Hoje, se utiliza a distância a
Deve haver uma ação intensa nesta área para
partir da barranca dos cursos d’água, o que é
impedir
incorreto e causa a destruição de habitats
incêndios, além da entrada de assentados nas
especialmente importantes;
reservas das propriedades vizinhas para caçar e
os
furtar madeira.
- Seja estabelecido um programa de recomposição
vegetal das áreas de reserva legal e de
67
continuados
desmatamentos
e
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
5.2 - Recomendações
florestas remanescentes para a produção de
mourões de cerca, pontes, etc. Estas incluem o
São recomendadas as seguintes ações:
incentivo para o uso de mourões de concreto, que
podem receber isenção de impostos ou serem
- Que o Incra, Ibama, o Ministério Público e
uma exigência de agências financiadoras, e uso
agências financiadoras recebam cópia deste
de cercas e mourões vivos, bem como a
material para informação e discussão de ações
implantação de reflorestamentos e formas de
conjuntas, especialmente com referência aos
produção agroflorestais nas propriedades para
assentamentos localizados junto ou no interior de
áreas
consideradas
importantes
para
que estas possam suprir suas necessidades de
a
madeira;
conservação;
-
- Estabelecer um programa estadual de apoio à
Incentivar
à
implantação
de
pastagens
sombreadas na região. Estas, além de serem
criação de RPPNs, visando a maior proteção das
mais resilientes às estiagens, funcionam como
áreas de reserva legal consideradas importantes
corredores para uma parcela considerável da
para a conservação da biodiversidade. Este
fauna do Cerrado, e mesmo algumas espécies
programa deve não apenas visar o estímulo aos
florestais;
proprietários para que implantem RPPNs em
suas terras e facilitar os trâmites legais para tal,
- Estabelecer programas para a prevenção de
mas também incluir o apoio governamental para
incêndios
maior fiscalização contra invasores, combate a
nas
áreas
identificadas
como
importantes para a conservação e
incêndios e recomposição de áreas degradadas,
- Estimular pesquisas complementares visando o
bem como a construção de cercas. Um incentivo
à criação de RPPNs é o fato destas áreas
estabelecimento
tornarem-se indisponíveis para fins de reforma
adaptadas às peculiaridades regionais, para o
agrária;
enriquecimento
das
melhores
florestal,
metodologias,
implantação
de
pastagens arborizadas, projetos agroflorestais e
- Procurar alternativas para a exploração das
implantação
68
de
culturas
arbóreas
perenes.
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
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Ilustrações Fotográficas
75
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Foto 1 – Paroaria gularis - Galo-da-campina-da-Amazônia, em vegetação ripária do rio Muricizal,
Araguanã.
76
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
(a)
(b)
Foto 2 – Cercomacra ferdinandi - Chororó-de-Goiás. (a) macho adulto e (b) fêmea.
77
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Foto 3 – Charitospiza eucosma – Mineirinho. Espécie endêmica do Cerrado, considerada
globalmente “quase ameaçada”.
Foto 4 – Saltator atricollis - Batuqueiro (um dos endemismos do Cerrado).
78
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Foto 5 – Bucco tamatia. Espécie amazônica em Floresta Ombrófila.
Foto 6 – Harpia harpija - Harpia. Fêmea adulta fotografada na Fazenda Sucupira,
Wanderlândia.
79
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
(a) Fazenda Malasca. Município de Santa Fé do Araguaia.
(b) Município de Wanderlândia.
Foto 7 – Ara chloroptera - Arara vermelha.
80
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Foto 8 – Rhytipterna immunda - Vissiá-cantor.
Foto 9 – Crotophaga major - Anu-coroca.
81
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Foto 10 – Vanellus cayanus - Mexirica.
Foto 11 – Pandion haliaetus - Águia pescadora.
82
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Foto 12 – Pteroglossus inscriptus - Tucano.
Foto 13 – Projeto de Assentamento Angico, mostrando a substituição das Florestas Estacionais
Semidecíduas por lavouras de subsistência de baixa tecnologia e rendimento.
83
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Foto 14 – Floresta Estacional Semidecídua na estrada para o Projeto
de Assentamento Angico.
84
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Foto 15 – Aratinga jandaya - Jandaia.
Foto 16 – Amazona amazônica - Papagaio-grego.
85
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Foto 17a – Vegetação tipo “Carrasco” - Fazenda Mogno.
86
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Foto 17b – Vegetação tipo “Carrasco” - Fazenda Mogno.
87
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Foto 18 – Floresta Ombrófila Aberta Aluvial ou Ripária. Córrego Manga,
Fazenda 3R.
88
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Foto 19 – Iodopleura isabellae - Anambé-coroa.
89
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Foto 20 – Ramphotrygon ruficauda - Maria-de-cauda-ferrugem, insetívoro florestal amazônico.
Foto 21 – Evidências de caça de subsistência por posseiros - estrada de acesso à Fazenda Mogno,
Ananás.
90
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Foto 22 – Nyctibius grandis - Urutau-grande.
91
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Foto 23 – Pteroglossus aracari - Tucano.
92
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Foto 24 – Campephilus rubricollis - Pica-pau-de-penacho.
93
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Foto 25 – Cathartes melambrotus - Urubu-da-mata.
94
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Foto 26 – Dendrobates galactonotus - Sapo-garimpeiro, anfíbio amazônico encontrado em
florestas de Wanderlândia e Darcinópolis.
Foto 27 – Opistochomus hoatzin - Jacus-ciganas, no rio Muricizal.
95
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Foto 28 – Saimiri sciureus - Mico-de-cheiro, em Mata Ripária do rio Muricizal.
Foto 29 – Ocorrência de Cerrado em solos arenosos sobre o divisor Araguaia-Tocantins.
96
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Anexos
97
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Quadro 1 – Relação dos sítios de amostragem de vegetação e avifauna na área do ZEE do Norte do Estado do
Tocantins
Ponto
Área
Município
Local
Fuso
Longitude
Latitude
Discriminação
Floresta
Estacional
Semidecídua com transição
para Cerradão
Floresta
Estacional
Semidecídua
Floresta
Estacional
Semidecídua
Floresta
Estacional
Semidecídua com babaçus
01
1
Itaguatins
Margem da estrada
para Sítio Novo
23
219.329
9.367.948
02*
1
Itaguatins
Fazenda Cajueiro
23
217.671
9.370.144
03*
1
Itaguatins
Assentamento Angico
23
222.108
9.373.760
04*
1
Itaguatins
23
220.729
9.368.666
a
1
Itaguatins
23
219.549
9.367.324
b
1
Itaguatins
Fazenda Peri-Peri
23
216.748
9.371.350
05
1
Itaguatins
Fazenda Peri-Peri
23
218.178
9.372.312
06*
2
23
172.824
9.318.674
07
2
23
170.638
9.318.974
Floresta de Galeria alterada
08
*
2
23
23
171.077
171497
9.318.302
9.308.404
Campo Cerrado
09
2
23
169.535
9.316.066
Floresta
Aluvial
Ombrófila
Aberta
10*
10a*
2
22
23
828.521
172.738
9.320.392
9.310.430
Floresta Ombrófila
Aluvial Alterada
Aberta
11*
2
22
830.752
9.317.588
12
2
22
831.906
9.313.208
c
2
22
831.187
9.317.138
13*
2
23
168.030
9.315.924
Carrasco Alto e Baixo
Cerrado
Denso
com
transição para Carrasco
Floresta Ombrófila Aberta
Submontana alterada
Floresta Ombrófila Aberta
Aluvial e Floresta Paludosa
14
2
22
829.635
9.307.136
Campo Cerrado
d
2
22
824.117
9.303.748
Campo Cerrado, Campo
Úmido e Mata Galeria
e
3
22
830.116
9.259.516
Cerrado
f
3
22
831.178
9.257.208
Campo Cerrado
g
3
23
168.802
9.255.390
Campo Cerrado
15*
3
22
817.684
9.266.110
Floresta
Aluvial
Estrada
para
assentamento Angico
Balneário na margem
do rio São Domingos
Estrada
para
Cachoeirinha
Margem do córrego
Ananás
Cachoeirinha
Estrada
para
Ananás
assentamento
Fazenda 3 R
Margem
do
rio
Ananás
Piranhas
Fazenda Piranhas –
margem de córrego
Ananás
Fazenda 3 R – margem
do Córrego Manga
Ananás
Fazenda Mogno
Estrada
para
Ananás
Cachoeirinha
Estrada para Fazenda
Ananás
Mogno
Estrada para Fazenda
Ananás
Mogno
Estrada
para
Cachoeirinha próximo
Ananás
à entrada da Fazenda
3R
Estrada
para
Ananás
Cachoeirinha
Estrada
para
Riachinho
Wanderlândia
estrada
para
Riachinho
Wanderlândia
Estrada
para
Riachinho
Wanderlândia
Fazenda Sapucaia –
retiro Sto.Antonio –
Wanderlândia
margem dos rios Corda
e Lajes
Ananás
h
3
Fazenda Sapucaia –
Wanderlândia
retiro Sto.Antonio
i
3
Wanderlândia
j
3
Fazenda Sapucaia –
retiro Sto.Antonio
Fazenda Sapucaia –
Wanderlândia
retiro Sto.Antonio
22
818.697
9.260.442
22
818.160
9.259.422
22
815.319
9.253.592
98
Mata ciliar alterada
borda de fragmento de
Floresta
Estacional
Semidecídua
Floresta
Estacional
Semidecídua
Floresta
Estacional
Semidecídua
Ombrófila
Aberta
Floresta Ombrófila Aberta
Submontana
bastante
alterada sem dossel e
coberta de lianas
Floresta Ombrófila Aberta
Submontana alterada
Floresta Ombrófila Aberta
Aluvial com babaçus
Zoneamento Ecológico-Econômico
...continuação – Quadro 1
Ponto Área
Município
Local
Fazenda Sapucaia –
Wanderlândia
retiro Sto.Antonio
Estrada
para
Aragominas
Muricilândia
16*
3
17
4
*
4
Araguanã
*
4
Araguanã
18*
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Fuso
Longitude
Latitude
22
816.931
9.257.070
22
773.702
9.211.236
Rio Muricizal
22
758.322
9.262.436
Ilha Barreira Branca e
ilhas associadas
22
745710
9.757.426
4
Sta. Fé do Estrada de Cocalinho
Araguaia
para assentamento
22
741.522
9.236.736
k
4
Sta. Fé do
Assentamento Incra
Araguaia
22
739.143
9.243.224
l
4
Sta. Fé do
Assentamento Incra
Araguaia
22
741.001
9.244.890
m
4
Sta. Fé do
Assentamento Incra
Araguaia
22
744.644
9.236.020
n
4
22
750.208
9.229.070
19*
4
22
740.859
9.214.822
20*
4
22
739.158
9.227.820
o
4
22
742.722
9.232.232
Estrada
para
Sta. Fé do
assentamento Incra –
Araguaia
margem açude
Sta. Fé do
Fazenda Malasca
Araguaia
Sta. Fé do
Fazenda Malasca
Araguaia
Sta. Fé do Fazenda Malasca –
Araguaia
margem de açude
Discriminação
Floresta Ombrófila Aberta
Submontana perturbada
Floresta Estacional Decidual
alterada e vegetação litófila
Vegetação
sucessional,
Ripária, Floresta Ombrófila
Aberta Aluvial
Vegetação
sucessional,
ripária, Floresta Ombrófila
Aberta Aluvial, praias
Floresta Ombrófila Aberta
Submontana
Floresta
queimada,
regeneração em estágio
inicial
Floresta
recentemente
derrubada e queimada
Estrada nova em área de
mata recentemente cortada e
queimada
Vegetação aquática
Floresta
alterada
Floresta
alterada
Ombrófila
Densa
Ombrófila
Densa
Vegetação aquática
Notas: 1) Os pontos indicados com números correspondem a amostragens quantificadas da flora.
2) Um * indica amostragem da avifauna.
99
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Tabela 1 – Aves detectadas na região de Wanderlândia-Babaçulândia, durante os estudos ambientais
complementares da Ferrovia Norte-Sul, e seus respectivos índices de abundância relativa (indivíduos/100 horas
de observação) - estações seca e chuvosa
Nome Científico
Nome Popular
HAB Estação seca Estação chuva
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
Horas/ campo
Índice de Correção
Rhea americana
Crypturellus cinereus
Crypturellus soui
Crypturellus undulatus
Crypturellus parvirostris
Rhynchotus rufescens
Tachybaptus dominicus
Anhinga anhinga
Ardea cocoi
Ardea alba
Egretta thula
Bubulcus ibis
Butorides striatus
Pilherodius pileatus
Nycticorax nycticorax
Tigrisoma lineatum
Theristicus caudatus
Mycteria americana
Sarcoramphus papa
Coragyps atratus
Cathartes aura
Cathartes burrovianus
Cathartes melambrotus
Dendrocygna viduata
Dendrocygna autumnalis
Amazonetta brasiliensis
Anhima cornuta
Gampsonyx swainsonii
Elanoides forficatus
Leptodon cayanensis
Harpagus diodon
Ema
Inhambu-preto
Tururim
Jaó
Inhambu-chororó
Perdiz
Mergulhão-pequeno
Biguatinga
Socó-grande
Garça-branca-grande
Garça-branca-pequena
Garça-vaqueira
Socozinho
Garça-real
Savacu
Socó-boi
Curicaca
Cabeça-seca
Urubu-rei
Urubu-comum
Urubu-de-cabeça-vermelha
Urubu-de-cabeça-amarela
Urubu-da-mata
Irerê
Asa-branca
Pé-vermelho
Anhuma
Gaviãozinho
Gavião-tesoura
Gavião-da-cabeça-cinza
Gavião-bombachinha
32
Ictinia plumbea
33
34
C1
F1
F1
F1
C2
C1
A
A
A
A
A
C2
A
A
A
A
C2
A
F2
C2
C2
C2
F2
A
A
A
A
F2
F2
F2
F2
63:05:00
1,586
1
22
22
17
36
0
0
0
7
3
19
317
12
9
3
3
4
6
45
650
74
1
6
66
0
0
1
4
0
1
0
57:00:00
1,755
0
30
14
32
49
30
9
11
4
16
14
40
32
0
0
0
4
0
7
755
28
0
7
53
4
7
2
4
12
0
2
Sovi
F2
0
5
Buteo albicaudatus
Gavião-de-rabo-branco
C2
4
2
Buteo nitidus
Gavião-pedrês
F2
12
5
35
Buteo magnirostris
Gavião-carijó
C2
93
60
36
Heterospizias meridionalis
Gavião-caboclo
C2
12
7
37
Geranospiza caerulescens
Gavião-pernilongo
F2
0
5
38
Pandion haliaetus
Águia-pescadora
A
0
4
39
Herpetotheres cachinnans
Acauã
F2
36
23
40
Micrastur ruficollis
Gavião-caburé
F1
4
7
41
Milvago chimachima
Carrapateiro
C2
125
70
42
Caracara plancus
Caracará
C2
91
23
43
Falco rufigularis
Cauré
F2
11
2
44
Falco femoralis
Falcão-de-coleira
C1
7
0
45
Falco sparverius
Quiriquiri
C1
142
16
46
Penelope superciliaris
Jacupemba
F2
3
19
100
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
...continuação – Tabela 1
Nome Científico
Nome Popular
HAB
Estação seca
Estação chuva
A
1
2
Três-potes
F2
0
25
Sanã-carijó
C2
0
2
Pinto-d’água
A
0
2
Laterallus viridis
Siricora-mirim
C2
1
4
Porphyrula martinica
Frango-d’água-azul
A
0
4
53
Heliornis fulica
Picaparra
A
0
2
54
Eurypyga helias
Pavãozinho-do-Pará
F2
0
2
55
Cariama cristata
Seriema
C1
26
58
56
Jacana jacana
Jaçanã
A
15
21
57
47
Aramus guarauna
Carão
48
Aramides cajanea
49
Porzana albicollis
50
Laterallus exilis
51
52
Vanellus chilensis
Quero-quero
A
215
130
58
Hoploxypterus cayanus
Batuíra-de-esporão
A
76
49
59
Pluvialis dominica
Batuiruçu
A
0
18
60
Charadrius collaris
Batuíra-de-coleira
A
34
32
61
Tringa solitaria
Maçarico-solitário
A
0
7
62
63
Tringa melanoleuca
Actitis macularia
Maçarico-grande-de-perna-amarela
Maçarico-pintado
A
A
0
0
2
12
64
Calidris minutilla
Maçariquinho
A
0
2
65
Calidris fuscicollis
Maçarico-de-sobre-branco
A
0
53
66
Gallinago paraguaiae
Narceja
A
0
2
67
Phaetusa simplex
Trinta-réis-grande
A
19
14
68
Sterna superciliaris
Trinta-réis-anão
A
12
4
69
Rynchops niger
Corta-água
A
50
26
70
Columba livia
Pombo-doméstico
C1
u
u
71
Columba speciosa
Pomba-trocal
F2
0
9
72
Columba picazuro
Asa-branca
C2
115
56
73
Columba cayennensis
Pomba-galega
F2
1
11
74
Zenaida auriculata
Avoante
C1
3
0
75
Columbina minuta
Rolinha-de-asa-canela
C1
19
0
76
Columbina talpacoti
Rolinha
C2
358
112
77
Scardafella squammata
Fogo-apagou
C2
888
123
78
Claravis pretiosa
Pomba-de-espelho
F2
3
0
79
Leptotila verreauxi
Juriti
F2
77
32
80
Leptotila rufaxilla
Gemedeira
F2
3
0
81
Geotrygon montana
Pariri
F1
3
0
82
Ara chloroptera
Arara-vermelha-grande
F2
4
0
83
Orthopsittaca manilata
Maracanã-de-cara-amarela
F2
3
56
84
Diopsittaca nobilis
Maracanã-nobre
C2
101
26
85
Aratinga leucophthalmus
Periquitão-maracanã
C2
84
109
86
Aratinga aurea
Periquito-rei
C2
355
223
87
Aratinga jandaya
Jandaia-verdadeira
F2
17
67
88
Pyrrhura picta
Tiriba-de-testa-azul
F1
12
75
89
Forpus xanthopterygius
Tuim
F2
95
42
90
Brotogeris chiriri
Periquito-de-encontro-amarelo
F2
228
340
91
Pionus menstruus
Maitaca-de-cabeça-azul
F1
9
0
92
Pionus maximiliani
Maitaca-de-maximiliano
F2
0
11
101
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
...continuação – Tabela 1
Nome Científico
HAB
Estação seca
Estação chuva
Papagaio-galego
C2
6
0
Amazona aestiva
Papagaio-verdadeiro
C2
88
61
Amazona amazonica
Curica
F2
88
86
96
Amazona farinosa
Papagaio-moleiro
F2
6
7
97
Coccyzus euleri
Papa-lagarta-de-Euler
F1
0
16
98
Piaya cayana
Alma-de-gato
F2
15
12
93
Amazona xanthops
94
95
Nome Popular
99
Piaya minuta
Chincoã-pequeno
F2
4
2
100
Crotophaga ani
Anu-preto
C2
548
523
101
Crotophaga major
Anu-coroca
F2
0
126
102
Guira guira
Anu-branco
C2
104
167
103
Tapera naevia
Saci
F2
7
14
104
Dromococcyx pavoninus
Peixe-frito-pavonino
F1
3
9
105
Dromococcyx phasianellus
Peixe-frito-verdadeiro
F1
0
2
106
Tyto alba
Suindara
C2
0
5
107
Otus choliba
Corujinha-do-mato
F2
12
25
108
Pulsatrix perspicillata
Murucututu
F1
0
4
109
Glaucidium brasilianum
Caburé
F2
0
11
110
Athene cunicularia
Buraqueira
C2
0
2
111
Nyctibius griseus
Urutau
F2
0
4
112
Lurocalis semitorquatus
Tuju
F2
0
11
113
Chordeiles pusillus
Bacurauzinho
C1
22
2
114
Chordeiles acutipennis
Bacurau-de-asa-fina
C1
0
7
115
Nyctidromus albicollis
Curiango
F2
69
184
116
Caprimulgus rufus
João-corta-pau
F1
0
40
117
Caprimulgus maculicaudus
Bacurau-rabo-maculado
C2
0
2
118
Caprimulgus parvulus
Bacurau-pequeno
C2
0
56
119
Hydropsalis torquata
Bacurau-tesoura
C2
6
2
120
Streptoprocne zonaris
Andorinhão-de-coleira
C2
0
19
121
Chaetura meridionalis
Andorinhão-do-temporal
C2
0
54
122
Chaetura brachyura
Andorinhão-de-rabo-curto
F2
20
11
123
Reinarda squamata
Tesourinha
C2
448
307
124
125
126
Phaethornis pretrei
Phaethornis cf maranhaoensis
Phaethornis ruber
Rabo-branco-de-sobre-amarelo
Rabo-branco-do-Maranhão
Besourinho-da-mata
F2
F1
F2
0
0
0
5
2
25
127
Campylopterus largipennis
Asa-de-sabre
F2
1
0
128
Eupetomena macroura
Tesourão
F2
11
9
129
Anthracothorax nigricollis
Beija-flor-preto
F2
7
5
130
Chrysolampis mosquitus
Beija-flor-vermelho
C2
7
2
131
Lophornis magnificus
Topetinho-vermelho
F2
0
2
132
Chlorestes notatus
Beija-flor-de-garganta-azul
C2
1
0
133
Thalurania furcata
Beija-flor-tesoura-verde
F2
9
12
134
Hylocharis sapphirina
Beija-flor-safira
F1
0
2
135
Amazilia versicolor
Beija-flor-de-banda-branca
F2
0
9
136
Amazilia fimbriata
Beija-flor-de-garganta-verde
C2
36
28
137
Heliactin bilopha
Chifre-de-ouro
C2
9
14
138
Calliphlox amethystina
Estrelinha
F2
0
2
102
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
...continuação – Tabela 1
Nome Científico
HAB
Estação seca
Estação chuva
Surucuá-de-cauda-preta
F1
1
7
Trogon curucui
Surucuá-de-barriga-vermelha
F1
14
67
Ceryle torquata
Martim-pescador-grande
A
49
9
142
Chloroceryle amazona
Martim-pescador-verde
A
7
5
143
Chloroceryle americana
Martim-pescador-pequeno
A
3
5
144
Momotus momota
Udu-de-coroa-azul
F1
23
82
145
Brachygalba lugubris
Ariramba-preta
F1
1
0
146
Galbula ruficauda
Bico-de-agulha-de-rabo-vermelho
F2
39
53
147
Notharchus tectus
Capitão-do-mato-pequeno
F1
4
0
148
Bucco tamatia
Rapazinho-carijó
F1
1
0
149
Nystalus chacuru
João-bobo
C1
93
14
150
Nystalus maculatus
Rapazinho-dos-velhos
C2
3
12
151
Monasa nigrifrons
Bico-de-brasa
F2
183
312
152
Chelidoptera tenebrosa
Urubuzinho
F2
49
44
153
Pteroglossus aracari
Araçari-de-bico-branco
F2
17
7
154
Pteroglossus inscriptus
Araçari-miudinho-de-bico-riscado
F1
0
21
155
Ramphastos vitellinus
Tucano-de-bico-preto
F1
30
32
156
157
158
Ramphastos tucanus
Ramphastos toco
Picumnus albosquamatus
Tucano-grande-de-papo-branco
Tucanuçu
Pica-pau-anão-escamado
F1
C2
F2
7
3
0
2
2
5
159
Colaptes campestris
Pica-pau-do-campo
C2
3
7
160
Colaptes melanochloros
Pica-pau-verde-barrado
C2
9
12
161
Celeus flavescens
Pica-pau-de-cabeça-amarela
F2
9
21
162
Celeus flavus
Pica-pau-amarelo
F1
1
0
163
Dryocopus lineatus
Pica-pau-de-banda-branca
C2
28
9
164
Melanerpes cruentatus
Benedito-de-testa-vermelha
F2
6
4
165
Melanerpes candidus
Birro
C2
69
19
166
Picoides mixtus
Pica-pau-chorão
C1
1
0
167
Veniliornis passerinus
Pica-pauzinho-anão
F2
11
5
168
Veniliornis affinis
Pica-pauzinho-avermelhado
F1
2
0
169
Campephilus melanoleucos
Pica-pau-de-topete-vermelho
F2
7
18
170
171
Campephilus rubricollis
Melanopareia torquata
Pica-pau-de-barriga-vermelha
Tapaculo-de-colarinho
F1
C1
4
11
0
4
172
Taraba major
Choró-boi
F2
6
5
173
Sakesphorus luctuosus
Choca-d’água
F1
12
21
174
Thamnophilus doliatus
Choca-barrada
F2
26
88
175
Thamnophilus cf stictocephalus
Choca-de-natterer
F1
0
4
176
Thamnophilus torquatus
Choca-de-asa-vermelha
C2
4
14
177
Dysithamnus mentalis
Choquinha-lisa
F1
14
14
178
Myrmotherula multostriata
Choquinha-estriada
F1
3
7
179
180
Herpsilochmus atricapillus
Formicivora rufa
Chororozinho-de-chapéu-preto
Papa-formigas-vermelho
F1
C2
12
22
179
4
181
Formicivora grisea
Papa-formigas-pardo
F2
49
112
182
Cercomacra ferdinandi
Chororó-de-Goiás
F1
3
12
183
Hypocnemoides maculicauda
Solta-asa
F1
3
0
184
Hylophylax poecilinota
Rendadinho
F1
3
0
139
Trogon melanurus
140
141
Nome Popular
103
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
...continuação – Tabela 1
HAB
Estação seca
Estação chuva
185
Synallaxis frontalis
Nome Científico
Petrim
Nome Popular
F2
0
5
186
Synallaxis albescens
Uipí
C1
0
2
187
Synallaxis gujanensis
João-teneném-becuá
F2
3
2
188
Certhiaxis cinnamomea
Curutié
A
1
0
189
Phacellodomus rufifrons
João-de-pau
C2
60
16
190
Berlepschia rikeri
Limpa-folha-do-buriti
F2
23
18
191
Xenops rutilans
Bico-virado-carijó
F1
7
4
192
Dendrocincla fuliginosa
Arapaçu-pardo
F1
0
9
193
Sittasomus griseicapillus
Arapaçu-verde
F1
3
7
194
Dendrocolaptes platyrostris
Arapaçu-grande
F1
3
2
195
Dendrocolaptes certhia
Arapaçu-barrado
F1
1
0
196
Xiphorhynchus picus
Arapaçu-de-bico-branco
F2
22
40
197
Xiphorhynchus guttatus
Arapaçu-de-garganta-amarela
F1
25
47
198
Lepidocolaptes angustirostris
Arapaçu-do-cerrado
C2
44
51
199
Phyllomyias fasciatus
Piolhinho
F2
20
33
200
Ornithion inerme
Poiaeiro-de-sobrancelha
F1
3
5
201
Camptostoma obsoletum
Risadinha
F2
55
18
202
Phaeomyias murina
Bagageiro
F2
1
19
203
Sublegatus modestus
Sertanejo
C2
42
33
204
Suiriri affinis
Suiriri-do-cerrado
C2
0
11
205
Myiopagis viridicata
Guaracava-de-olheiras
F1
3
0
206
Myiopagis gaimardii
Maria-pechim
F1
17
35
207
Myiopagis caniceps
Maria-da-copa
F1
6
11
208
Elaenia flavogaster
Guaracava-de-barriga-amarela
C2
52
60
209
Elaenia cristata
Guaracava-de-topete-uniforme
C1
44
12
210
Elaenia chiriquensis
Chibum
C1
0
4
211
Inezia subflava
Amarelinho
F1
3
0
212
Euscarthmus meloryphus
Barulhento
C2
1
0
213
Leptopogon amaurocephalus
Cabeçudo
F1
7
19
214
Capsiemps flaveola
Marianinha-amarela
F1
0
14
215
Myiornis ecaudatus
Caçula
F1
0
4
216
Hemitriccus striaticollis
Sebinho-rajado-amarelo
F1
6
28
217
218
Hemitriccus margaritaceiventer
Todirostrum cinereum
Sebinho-de-olho-de-ouro
Relógio
C2
F2
7
34
18
25
219
Todirostrum maculatum
Ferreirinho-estriado
F1
47
12
220
Todirostrum fumifrons
Ferreirinho-de-testa-parda
F1
6
7
221
Tolmomyias sulphurescens
Bico-chato-de-orelha-preta
F1
0
16
222
Tolmomyias poliocephalus
Bico-chato-de-cabeça-cinza
F1
3
18
223
Tolmomyias flaviventris
Bico-chato-amarelo
F1
45
97
224
Platyrinchus mystaceus
Patinho
F1
3
14
225
Contopus cinereus
Papa-moscas-cinzento
F1
0
2
226
Lathrotriccus euleri
Enferrujado
F1
1
11
227
Cnemotriccus fuscatus
Guaracavuçu
F1
6
0
228
Pyrocephalus rubinus
Verão
C1
3
0
229
Xolmis cinerea
Maria-branca
C1
7
4
230
Fluvicola albiventer
Lavadeira-de-cara-branca
A
65
23
104
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
...continuação – Tabela 1
Nome Científico
Nome Popular
HAB
Estação seca
Estação chuva
A
0
5
Gibão-de-couro
F2
38
4
Capitão-de-saíra-amarelo
F1
7
11
Attila cinnamomeus
Tinguaçu-ferrugem
F1
3
0
235
Sirystes sibilator
Gritador
F1
4
18
236
Myiarchus ferox
Maria-cavaleira
F2
33
21
237
238
Myiarchus tyrannulus
Myiarchus swainsoni
Maria-cavaleira-de-rabo-enferrujado
Irerê
F2
F2
95
49
11
102
239
Philohydor lictor
Bentevizinho-do-brejo
A
0
4
240
Pitangus sulphuratus
Bentevi
C2
217
144
241
Megarynchus pitangua
Neinei
F2
69
42
242
Myiozetetes cayanensis
Bentevizinho-de-asa-ferrugínea
F2
101
58
243
Myiozetetes similis
Bentevizinho-de-penacho-vermelho
F2
17
5
244
Myiodynastes maculatus
Bentevi-rajado
F2
0
79
245
Legatus leucophaius
Bentevi-pirata
F2
0
51
246
247
Griseot aurantioatrocristatus
Empidonomus varius
Peitica-de-chapéu-preto
Peitica
C2
F2
0
0
23
44
248
Tyrannopsis sulphurea
Suiriri-de-garganta-rajada
F2
0
4
249
Tyrannus savana
Tesoura
C1
0
2
250
Tyrannus melancholicus
Suiriri
C2
196
188
251
Tyrannus albogularis
Suriri-de-garganta-branca
C1
0
14
252
Xenopsaris albinucha
Tijerila
C2
0
2
253
Pachyramphus rufus
Caneleiro-cinzento
C2
0
2
254
Pachyramphus viridis
Caneleiro-verde
F2
9
11
255
Pachyramphus polychopterus
Caneleiro-preto
F2
1
21
256
Pachyramphus validus
Caneleiro-de-chapéu-negro
F1
1
0
257
258
Tityra cayana
Tityra semifasciata
Anambé-branco-de-rabo-preto
Anambé-branco-de-máscara-negra
F1
F1
7
0
18
26
259
Tityra inquisitor
Anambé-branco-de-bochecha-parda
F1
1
2
260
Pipra fasciicauda
Uirapuru-laranja
F1
0
23
261
Chiroxiphia pareola
Tangará-falso
F1
4
9
262
Manacus manacus
Rendeira
F1
3
42
263
Machaeropterus pyrocephalus
Uirapuru-cigarra
F1
0
2
264
Neopelma pallescens
Fruxu-do-cerradão
F1
0
26
265
Tyranneutes stolzmanni
Uirapuruzinho
F1
0
18
266
Schiffornis turdinus
Flautim-marrom
F1
4
4
267
Cotinga cotinga
Anambé-de-peito-roxo
F1
1
0
268
Iodopleura isabellae
Anambé-de-coroa
F1
0
2
269
Querula purpurata
Anambé-una
F1
14
11
270
Procnias averano
Araponga-do-nordeste
F1
0
18
271
Tachycineta albiventer
Andorinha-do-rio
A
317
25
272
Progne tapera
Andorinha-do-campo
C2
3
2
273
Progne chalybea
Andorinha-doméstica-grande
C2
17
14
274
Atticora melanoleuca
Andorinha-de-coleira
A
0
5
275
Stelgidopteryx ruficollis
Andorinha-serrador
C2
532
211
276
Hirundo rustica
Andorinha-de-bando
C1
0
19
231
Fluvicola nengeta
Lavadeira-mascarada
232
Hirundinea ferruginea
233
Attila spadiceus
234
105
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
...continuação – Tabela 1
Nome Científico
HAB
Estação seca
Estação chuva
Cancã
F2
57
35
Cyanocorax cristatellus
Gralha-do-campo
C2
95
19
Donacobius atricapillus
Japacanim
A
4
7
280
Thryothorus genibarbis
Garrinchão-pai-avô
F1
74
125
281
282
Thryothorus leucotis
Troglodytes musculus
Garrinchão-de-barriga-vermelha
Cambaxirra
F1
C2
95
80
40
84
283
Polioptila dumicola
Balança-rabo-de-máscara
F2
53
63
284
Turdus leucomelas
Sabiá-barranco
F2
66
214
285
Turdus amaurochalinus
Sabiá-poca
C2
0
2
286
Mimus saturninus
Sabiá-do-campo
C1
412
65
287
Cyclarhis gujanensis
Pitiguari
F2
125
104
288
Vireo olivaceus
Juruviara
F2
33
207
289
Hylophilus pectoralis
Vite-vite-de-cabeça-cinza
F1
4
7
290
Parula pitiayumi
Mariquita
F1
0
4
291
Basileuterus flaveolus
Canário-do-mato
F1
17
51
292
277
Cyanocorax cyanopogon
278
279
Nome Popular
Basileuterus culicivorus
Pula-pula
F1
19
54
293
Coereba flaveola
Cambacica
F2
158
49
294
Schistochlamys melanopis
Sanhaço-de-coleira
C2
1
5
295
Neothraupis fasciata
Cigarra-do-campo
C1
0
4
296
Cypsnagra hirundinacea
Bandoleta
C1
26
14
297
Cissopis leveriana
Tietinga
F1
0
2
298
Hemithraupis guira
Saíra-de-papo-preto
F2
53
112
299
Nemosia pileata
Saíra-de-chapéu-preto
F2
19
32
300
Eucometis penicillata
Pipira-da-taoca
F1
0
5
301
Tachyphonus cristatus
Tiê-galo
F1
3
4
302
Tachyphonus rufus
Pipira-preta
F2
7
28
303
Piranga flava
Sanhaço-de-fogo
C2
11
7
304
Ramphocelus carbo
Pipira-vermelha
F2
269
163
305
Thraupis sayaca
Sanhaço-cinzento
C2
142
72
306
Thraupis palmarum
Sanhaço-do-coqueiro
F2
415
384
307
Euphonia chlorotica
Fi-fi-verdadeiro
C2
36
14
308
Euphonia violacea
Gaturamo-verdadeiro
F2
0
40
309
Tangara cayana
Saíra-amarelo
C2
69
49
310
Dacnis cayana
Saí-azul
F2
52
63
311
Cyanerpes cyaneus
Saíra-beija-flor
F1
0
16
312
Tersina viridis
Saí-andorinha
F2
25
40
313
Zonotrichia capensis
Tico-tico
C2
7
86
314
315
Ammodramus humeralis
Ammodramus aurifrons
Tico-tico-do-campo-verdadeiro
Cigarrinha-do-campo
C1
A
152
3
90
9
316
Sicalis citrina
Canarinho-rasteiro
C1
14
0
317
Emberizoides herbicola
Canário-do-campo
C1
7
19
318
Volatinia jacarina
Tiziu
C1
526
49
319
Sporophila plumbea
Patativa-verdadeira
C1
4
21
320
Sporophila nigricollis
Baiano
C2
7
2
321
Sporophila leucoptera
Chorão
C2
1
0
322
Oryzoborus angolensis
Curió
C2
0
4
106
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
...continuação – Tabela 1
HAB
Estação seca
Estação chuva
323
Arremon taciturnus
Nome Científico
Tico-tico-do-mato-de-bico-preto
Nome Popular
F1
4
130
324
Charitospiza eucosma
Mineirinho
C1
12
4
325
Coryphospingus pileatus
Galinho-da-serra
C2
7
9
326
327
Paroaria gularis
Saltator maximus
Galo-de-campina-da-Amazônia
Tempera-viola
F2
F2
3
34
7
68
328
Saltator coerulescens
Sabiá-gongá
F2
12
12
329
Saltator atricollis
Bico-de-pimenta
C1
218
70
330
Psarocolius decumanus
Japu
F2
61
184
331
Cacicus cela
Xexéu
F2
25
44
332
Icterus cayanensis
Encontro
F2
26
11
333
Gnorimopsar chopi
Melro
C2
504
158
334
Molothrus bonariensis
Chopim
C2
1
28
335
Molothrus rufoaxillaris
Chopim-azeviche
C1
0
18
336
Molothrus oryzivorus
Iraúna-grande
C2
42
40
337
Passer domesticus
Pardal
C1
u
u
Legenda: Habitat (HAB): A – espécies estritamente aquáticas;
C1 – espécies estritamente campestres;
C2 – espécies estritamente campestres que utilizam também florestas;
F1 – espécies estritamente florestais;
F2 – espécies florestais que utilizam também ambientes abertos próximos.
Nota: Os trabalhos de campo foram desenvolvidos entre 29 de maio e 6 de junho ( estação seca), e entre 25 de
outubro e 3 de novembro de 2001 (estação chuvosa).
Fonte: OIKOS (2002).
107
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Quadro 2 – Espécies de mamíferos encontradas na região entre
Darcinópolis e Babaçulândia durante os estudos ambientais da
Ferrovia Norte-Sul em 2000 e 2001
Táxon
Nome Popular
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
Didelphidae
Monodelphis domestica
Philander opossum
Gracilinanus cf. agilis
Thylamys pusilla
Dasyproctidae
Dasyprocta agouti
Agouti paca
Muridae
Calomys cf. callosus
Oryzomys cf. subflavus
Oryzomys sp.
Nectomys squamipes
Bolomys lasiurus
Caviidae
Cavia aperea
Echymyidae
Trichomys apereiodes
Erethizontidae
Coendou prehensilis
Coendou koopmani
Hydrochaeridae
Hydrochaeris
hydrochaeris
Dasypus novemcinctus
Phyllostomidae
Desmodus rotundus
Carollia cf. perspicillata
Carollia sp. 1
Phyllostomus discolor
Phyllostomus sp.
Vampyressa cf. pusilla
Artibeus jamaicensis
Artibeus obscurus
Glossophaga cf. soricina
Anoura cf. caudífera
Uroderma bilobatum
Uroderma sp.
Trachops cirrhosus
Tonatia sp.
Rhinophylla sp.
Chiroderma sp.
Pteronotus cf. parnelli.
Natalidae
Natalus cf. stramineus
Vespertilionidae
Myotis sp.
Saccopteryx bilineata
Rhynconycteris naso
108
Catita
Cuíca
Mucura
Catita
Cotia
Paca
Rato
Rato
Rato
Rato-d’água
Rato
Preá
Rato-rabudo, Punaré
Ouriço
Ouriço
Capivara
Tatu-galinha
Morcego-vampiro
Morcego
Morcego
Morcego
Morcego
Morcego
Morcego
Morcego
Morcego
Morcego
Morcego
Morcego
Morcego
Morcego
Morcego
Morcego
Morcego
Morcego
Morcego
Morcego
Morcego
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
...continuação – Quadro 2
Táxon
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
Nome Popular
Molossidae
Molossus sp.
Molossops sp.
Cebidae
Callicebus moloch
Aotus infulatus
Cebus apella
Alouatta belzebul
Felidae
Panthera onca
Leopardus pardalis
Leopardus wiedii
Herpailurus yagouarundi
Puma concolor
Canidae
Cerdocyon thous
Speothos venaticus
Procyonidae
Procyon cancrivorous
Nasua nasua
Cervidae
Mazama americana
Mazama gouazoubira
Tayassuidae
Tayassu tajacu
Tapiridae
Tapirus terrestris
Fonte: OIKOS (2002).
109
Morcego
Morcego
Zog-zog
Macaco-da-noite
Macaco-prego
Bugio, Capelão
Onça-pintada
Jaguatirica
Maracajá-açu
Jaguarundi
Suçuarana
Raposa
Cachorro-vinagre
Mão-pelada
Quati
Veado-mateiro
Veado-catingueiro
Caititu
Anta
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Quadro 3 – Espécies de anfíbios encontradas na
região entre Babaçulândia e Darcinópolis durante
os estudos ambientais da Ferrovia Norte-Sul
Classe LISSAMPHIBIA
Ordem Anura
Família Bufonidae
Bufo gr. granulosus
Bufo guttatus
Bufo paracnemis
Bufo gr. margaritifer
Família Dendrobatidae
Dendrobates galactonotus
Colostethus brunneus
Família Hylidae
Hyla boans
Hyla geografica
Hyla melanargyrea
Hyla microcephala
Hyla minuta
Hyla multifasciata
Hyla nana
Hyla punctata
Hyla raniceps
Osteocephalus taurinus
Phrynohyas venulosa
Phyllomedusa hypocondialis
Scinax fuscomarginatus
Scinax fuscovarius
Scinax gr. rostratus
Scinax gr. ruber
Família Leptodactylidae
Adenomera hylaedactyla
Adenomera andrei
Barycholos ternetzi
Eleutherodactylus sp.
Leptodactylus fuscus
Leptodactylus labyrinthicus
Leptodactylus mystaceus
Leptodactylus ocellatus
Leptodactylus petersii
Leptodactylus pustulatus
Leptodactylus troglodytes
Physalaemus centralis
Physalaemus cuvieri
Proceratophrys concavitympanum
Pseudopaludicola ternetzi
Família Microhylidae
Chiasmocleis albopunctata
Dermatonotus mulleri
Elachistocleis sp.
Família Pseudidae
Pseudis tocantinensis
Fonte: OIKOS (2002).
110
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Quadro 4 – Espécies de répteis
encontradas na região entre Babaçulândia
e Darcinópolis durante os estudos
ambientais da Ferrovia Norte-Sul
SQUAMATA
Amphisbaenia
Família Amphisbaenidae
Amphisbaena sp.
“Lacertilia”
Família Gekkonidae
Gonatodes sp.
Gymnodactylus geckoides
Hemidactylus mabouia
Phyllopezus pollicaris
Família Gymnophythalmidae
Colobosaura modesta
Micrablepharus maximiliani
Leposoma sp.
Familia Iguanidae
Iguana iguana
Família Polychrotidae
Anolis chrysolepis
Polychrus marmoratus
Família Scincidae
Mabuya bistriata
Mabuya frenata
Família Teiidae
Ameiva ameiva
Cnemidophorus ocellifer
Kentropyx calcarata
Tupinambis merianae
Familia Tropiduridae
Tropidurus oreadicus
Tropidurus torquatus
Serpentes
Família Boidae
Boa constrictor
Corallus hortulanus
Epicrates cenchria
Eunectes murinus
Família Colubridae
Chironius exoletus
Chironius scurrulus
Leptophis ahaetulla
Oxyrhopus trigeminus
Philodryas nattereri
Psomophis joberti
Família Elapidae
Micrurus lemniscatus
Família Leptotyphlopidae
Leptotyphlops koppesi
111
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
...continuação – Quadro 4
Família Viperidae
Crotalus durissus
CHELONIA
Família Pelomedusidae
Podocnemis unifilis
CROCODYLIA
Familia Alligatoridae
Caiman crocodylus
Paleosuchus palpebrosus
Fonte: OIKOS (2002).
112
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Tabela 2 – Aves observadas em sete áreas selecionadas na área do ZEE do Norte do Estado do Tocantins em uma
das cinco fisionomias amostradas e seus respectivos índices de abundância (indivíduos registrados / 10horas)
Nome Científico
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
Horas/ campo
Indice de Correção
Rhea americana
Tinamus tao
Crypturellus cinereus
Crypturellus soui
Crypturellus strigulosus
Crypturellus parvirostris
Phalacrocorax brasilianus
Anhinga anhinga
Ardea cocoi
Ardea alba
Egretta thula
Bubulcus ibis
Butorides striatus
Agamia agami
Pilherodius pileatus
Tigrisoma lineatum
Mesembrinibis cayennensis
Phimosus infuscatus
Mycteria americana
Sarcoramphus papa
Coragyps atratus
Cathartes aura
Cathartes burrovianus
Cathartes melambrotus
Dendrocygna viduata
Dendrocygna autumnalis
Neochen jubatus
Cairina moschata
Anhima cornuta
Elanus leucurus
Elanoides forficatus
Leptodon cayanensis
Harpagus diodon
Rosthramus sociabilis
Buteo albicaudatus
Buteo nitidus
Rupornis magnirostris
Busarellus nigricollis
Heterospizias meridionalis
Buteogallus urubitinga
Harpia harpyja
Spizaetus tyrannus
Geranospiza caerulescens
Pandion haliaetus
Herpetotheres cachinnans
Micrastur semitorquatus
Micrastur ruficollis
ITAG
FS
14:27
0,69
MOG
CAA
07:56
1,32
MOG
CAB
01:30
7,69
3R
CER
04:30
2,32
a
3R
FA
06:42
1,55
SAP
FO
15:37
0,65
SAP
FA
04:39
2,27
8
5
3
1
14
3
1
13
1
7
11
5
4
7
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
5
1
3
a
2
2
a
7
a
a
2
3
a
7
a
a
5
5
a
3
a
1
BB
ILHA
09:17
1,09
3
a
17
17
9
14
6
17
3
3
9
a
a
32
9
9
106
6
a
7
10
27
3
20
a
23
a
3
7
10
a
120
17
3
2
2
1
1
8
40
10
73
a
6
3
11
1
1
1
MAL
FO
4
1
12
6
3
a
a
1
1
1
MUR
FA
03:00
3,33
03:48
2,87
a
2
9
a
1
2
2
2
a
1
a
8
a
8
2
11
a
a
3
6
16
a
a
3
a
1
1
a
2
3
a
2
a
3
3
2
5
3
2
113
a
4
1
3
2
3
3
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
... continuação – Tabela 2
Nome Científico
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
Micrastur gilvicollis
Micrastur mirandollei
Daptrius ater
Ibycter americanus
Milvago chimachima
Caracara plancus
Falco rufigularis
Falco femoralis
Falco sparverius
Ortalis superciliaris
Penelope superciliaris
Penelope cf. ochrogaster
Pipile cujubi
Odontophorus gujanensis
Aramus guarauna
Aramides cajanea
Laterallus viridis
Porphyrula martinica
Porphyrula flavirostris
Eurypyga helias
Cariama cristata
Jacana jacana
Vanellus chilensis
Vanellus cayanus
Charadrius collaris
Actitis macularia
Phaetusa simplex
Sterna superciliaris
Rynchops niger
Columba speciosa
Columba picazuro
Columba cayennensis
Columba subvinacea
Columbina minuta
Columbina talpacoti
Scardafella squamata
Claravis pretiosa
Leptotila verreauxi
Leptotila rufaxilla
Ara macao
Ara chloropterus
Ara severa
Primolius maracana
Diopsittaca nobilis
Aratinga leucophthalmus
Aratinga jandaya
Aratinga aurea
Pyrrhura lepida
Pyrrhura amazonum
Forpus xanthopterygius
ITAG
FS
1
MOG
CAA
1
1
1
a
a
1
MOG
CAB
3R
CER
3R
FA
SAP
FO
SAP
FA
MUR
FA
BB
ILHA
1
a
a
12
a
2
a
9
9
2
a
a
a
a
a
9
a
a
1
7
3
a
a
a
a
MAL
FO
1
1
a
a
a
a
3
9
1
8
1
a
a
5
7
a
1
a
a
a
a
a
a
a
a
5
a
a
a
a
a
a
7
9
a
a
a
2
a
a
9
8
a
2
a
1
2
6
3
2
13
a
1
9
a
2
1
1
2
a
2
20
5
16
a
3
a
3
9
5
a
a
a
14
2
2
a
9
8
7
47
110
7
40
13
67
23
a
40
10
a
a
14
3
5
18
3
8
3
19
10
1
6
a
1
8
18
a
18
20
16
a
48
114
6
a
3
17
6
14
3
13
15
a
a
a
4
2
a
402
a
a
a
2
a
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
... continuação – Tabela 2
Nome Científico
98
99
100
101
102
103
104
105
106
107
108
109
110
111
112
113
114
115
116
117
118
119
120
121
122
123
124
125
126
127
128
129
130
131
132
133
134
135
136
137
138
139
140
141
142
143
144
145
146
147
Brotogeris chiriri
Brotogeris chrysopterus
Pionopsitta vulturina
Pionus menstruus
Amazona aestiva
Amazona amazonica
Amazona farinosa
Coccyzus melacoryphus
Piaya cayana
Piaya minuta
Crotophaga ani
Crotophaga major
Guira guira
Tapera naevia
Dromococcyx phasianellus
Opisthocomus hoazin
Tyto alba
Otus choliba
Otus usta
Pulsatrix perspicillata
Glaucidium brasilianum
Athene cunicularia
Nyctibius grandis
Nyctibius griseus
Lurocalis semitorquatus
Chordeiles rupestris
Chordeiles pusillus
Nyctiprogne leucopyga
Nyctidromus albicollis
Caprimulgus longirostris
Hydropsalis torquata
Chaetura spinicauda
Chaetura brachyura
Tachornis squamata
Glaucis hirsuta
Phaethornis pretrei
Phaethornis maranhaoensis
Phaethornis ruber
Eupetomena macroura
Florisuga mellivora
Anthracothorax nigricollis
Chrysolampis mosquitus
Lophornis gouldii
Chlorestes notatus
Thalurania furcata
Hylocharis cyanus
Amazilia versicolor
Amazilia fimbriata
Heliothryx aurita
Heliactin bilopha
ITAG
FS
14
1
MOG
CAA
3
3
MOG
CAB
a
14
3
5
3
a
a
4
a
a
a
3R
FA
6
SAP
FO
1
1
12
3R
CER
a
a
a
2
a
8
6
3
5
2
a
a
3
7
2
a
a
a
1
a
1
1
SAP
FA
5
a
7
20
5
32
MUR
FA
9
6
6
6
a
5
2
a
17
a
a
5
a
a
a
5
BB
ILHA
7
3
3
a
89
a
7
a
27
57
296
a
a
1
3
1
1
1
a
2
4
17
2
2
4
a
6
a
a
a
2
1
1
1
1
9
MAL
FO
a
a
1
a
1
a
10
3
a
1
5
a
9
a
4
4
3
5
3
2
3
18
6
43
4
a
7
5
15
a
9
a
a
90
27
10
10
3
1
a
2
1
6
76
a
6
5
2
1
1
7
a
a
7
6
1
a
4
3
2
23
1
1
1
1
6
1
3
3
2
9
2
5
a
2
115
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
... continuação – Tabela 2
Nome Científico
148
149
150
151
152
153
154
155
156
157
158
159
160
161
162
163
164
165
166
167
168
169
170
171
172
173
174
175
176
177
178
179
180
181
182
183
184
185
186
187
188
189
190
191
192
193
194
195
196
197
Heliomaster longirostris
Trogon melanurus
Trogon viridis
Trogon curucui
Ceryle torquata
Chloroceryle amazona
Chloroceryle americana
Chloroceryle inda
Chloroceryle aenea
Momotus momota
Brachygalba lugubris
Galbula ruficauda
Notharchus macrorhynchos
Notharchus tectus
Bucco tamatia
Nystalus chacuru
Nystalus maculatus
Monasa nigrifrons
Chelidoptera tenebrosa
Pteroglossus aracari
Pteroglossus inscriptus
Selenidera gouldii
Ramphastos vitellinus
Ramphastos tucanus
Picumnus albosquamatus
Colaptes campestris
Colaptes melanochloros
Piculus flavigula
Celeus flavescens
Dryocopus lineatus
Melanerpes cruentatus
Melanerpes candidus
Veniliornis passerinus
Veniliornis affinis
Campephilus melanoleucos
Campephilus rubricollis
Melanopareia torquata
Taraba major
Sakesphorus luctuosus
Thamnophilus doliatus
Thamnophilus stictocephalus
Thamnophilus torquatus
Pygiptila stellaris
Dysithamnus mentalis
Thamnomanes caesius
Myrmotherula multostriata
Myrmotherula axillaris
Myrmotherula hauxwelli
Myrmotherula menetriesii
Herpsilochmus atricapillus
ITAG
FS
1
6
7
MOG
CAA
1
MOG
CAB
3R
CER
3R
FA
11
SAP
FO
1
1
33
SAP
FA
MUR
FA
BB
ILHA
MAL
FO
5
9
3
a
12
37
10
3
a
14
a
a
7
a
a
2
2
3
1
1
1
a
6
7
6
3
a
2
7
11
2
1
5
2
a
19
2
3
5
7
28
1
18
7
2
3
9
37
30
2
10
1
4
10
5
5
3
a
37
a
2
4
8
11
2
5
7
11
5
a
a
1
1
3
2
4
6
1
2
1
1
3
1
6
7
3
6
3
1
3
8
a
1
5
19
5
5
12
3
3
3
21
5
16
a
2
69
17
20
3
10
13
17
3
10
a
3
1
8
15
5
8
8
24
2
3
7
8
57
49
a
3
6
3
5
2
a
5
27
a
8
53
5
8
15
5
3
a
a
46
20
14
8
8
12
1
3
18
3
9
20
4
23
17
116
12
4
6
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
... continuação – Tabela 2
Nome Científico
198
199
200
201
202
203
204
205
206
207
208
209
210
211
212
213
214
215
216
217
218
219
220
221
222
223
224
225
226
227
228
229
230
231
232
233
234
235
236
237
238
239
240
241
242
243
244
245
246
247
Formicivora rufa
Formicivora grisea
Cercomacra ferdinandi
Hypocnemoides maculicauda
Sclateria naevia
Hylophylax poecilinota
Formicarius colma
Formicarius analis
Grallaria varia
Furnarius leucopus
Synallaxis albescens
Synallaxis gujanensis
Poecilurus scutatus
Certhiaxis cinnamomea
Cranioleuca vulpina
Phacellodomus rufifrons
Berlepschia rikeri
Automolus paraensis
Automolus rufipileatus
Xenops minutus
Xenops rutilans
Dendrocincla fuliginosa
Sittasomus griseicapillus
Dendrocolaptes certhia
Dendrocolaptes platyrostris
Xiphorhynchus picus
Xiphorhynchus guttatus
Lepidocolaptes angustrirostris
Lepidocolaptes albolineatus
Phyllomyias fasciatus
Zimmerius gracilipes
Ornithion inerme
Camptostoma obsoletum
Sublegatus modestus
Tyrannulus elatus
Myiopagis gaimardii
Elaenia flavogaster
Elaenia cf. parvirostris
Elaenia mesoleuca
Elaenia cristata
Elaenia chiriquensis
Inezia subflava
Mionectes oleagineus
Leptopogon amaurocephalus
Capsiemps flaveola
Corythopis torquata
Myiornis ecaudatus
Hemitriccus striaticolle
H. margaritaceiventer
Hemitriccus minimus
ITAG
FS
MOG
CAA
MOG
CAB
19
42
92
7
6
1
3R
CER
37
23
3R
FA
SAP
FO
25
43
3
6
29
SAP
FA
a
14
9
MUR
FA
9
29
3
7
5
BB
ILHA
MAL
FO
38
7
a
11
4
5
1
a
5
6
a
11
7
15
a
14
a
18
1
17
1
5
4
a
33
1
5
4
4
2
3
a
8
2
8
6
5
a
1
6
2
4
3
1
2
10
6
a
2
19
4
1
5
2
3
3
3
8
5
19
3
13
3
5
5
a
2
2
1
10
11
a
5
10
8
11
5
a
7
a
7
5
14
17
9
9
10
12
6
17
a
1
6
1
1
19
2
a
13
2
3
1
1
3
1
4
9
5
5
7
8
117
3
3
1
3
2
2
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
... continuação – Tabela 2
Nome Científico
248
249
250
251
252
253
254
255
256
257
258
259
260
261
262
263
264
265
266
267
268
269
270
271
272
273
274
275
276
277
278
279
280
281
282
283
284
285
286
287
288
289
290
291
292
293
294
295
296
297
Hemitriccus zosterops
Hemitriccus minor
Todirostrum cinereum
Todirostrum maculatum
Todirostrum sylvia
Todirostrum fumifrons
Ramphotrigon ruficauda
Tolmomyias sulphurescens
Tolmomyias flaviventris
Tolmomyias poliocephalus
Platyrinchus mystaceus
Lathrotriccus euleri
Xolmis cinerea
Knipolegus poecilocercus
Fluvicola albiventer
Fluvicola nengeta
Arundinicola leucocephala
Hirundinea ferruginea
Attila spadiceus
Attila cinnamomeus
Rhytipterna simplex
Rhytipterna immunda
Sirystes sibilator
Myiarchus ferox
Myiarchus tyrannulus
Myiarchus swainsoni
Myiarchus tuberculifer
Philohydor lictor
Pitangus sulphuratus
Megarynchus pitangua
Myiozetetes cayanensis
Myiozetetes similis
Myiodynastes maculatus
Legatus leucophaius
Empidonomus varius
G. aurantioatrocristatus
Tyrannopsis sulphurea
Tyrannus melancholicus
Pachyramphus viridis
Pachyramphus polychopterus
Pachyramphus rufus
Tityra cayana
Tityra semifasciata
Tityra inquisitor
Pipra rubrocapilla
Pipra fasciicauda
Chiroxiphia pareola
Manacus manacus
Machaeropterus pyrocephalus
Neopelma pallescens
ITAG
FS
1
MOG
CAA
a
a
a
1
6
9
MOG
CAB
1
a
3
4
5
1
3R
CER
3R
FA
2
32
a
SAP
FO
5
3
1
5
10
4
14
5
6
8
5
19
4
2
a
a
SAP
FA
5
a
a
14
14
9
2
5
2
a
MUR
FA
BB
ILHA
6
a
178
11
160
3
MAL
FO
6
30
a
a
60
6
18
22
9
3
a
3
a
a
a
a
3
2
5
10
28
6
8
4
1
5
2
4
8
12
9
4
15
31
9
2
10
16
a
a
7
a
5
13
20
4
3
3
4
a
1
a
5
8
3
a
5
9
a
3
8
1
3
3
a
2
5
a
a
1
a
7
a
a
3
13
23
3
8
a
2
1
14
5
5
4
3
9
5
18
7
4
7
a
9
2
34
37
2
a
3
20
a
3
1
1
9
6
1
9
2
3
4
1
a
6
4
5
9
8
12
31
11
118
1
4
6
2
2
29
23
10
2
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
... continuação – Tabela 2
Nome Científico
298
299
300
301
302
303
304
305
306
307
308
309
310
311
312
313
314
315
316
317
318
319
320
321
322
323
324
325
326
327
328
329
330
331
332
333
334
335
336
337
338
339
340
341
342
343
344
345
346
347
Tyranneutes stolzmanni
Schiffornis tudinus
Cotinga cayana
Cotinga cotinga
Xipholena lamellipennis
Iodopleura isabellae
Lipaugus vociferans
Querula purpurata
Gymnoderus foetidus
Tachycineta albiventer
Progne tapera
Progne chalybea
Atticora melanoleuca
Neochelidon tibialis
Stelgidopteryx ruficollis
Cyanocorax cristatellus
Cyanocorax cyanopogon
Donacobius atricapilla
Thryothorus genibarbis
Thryothorus leucotis
Troglodytes musculus
Polioptila dumicola
Turdus leucomelas
Turdus amaurochalinus
Mimus saturninus
Cyclarhis gujanensis
Vireo olivaceus
Hylophilus pectoralis
Parula pitiayumi
Basileuterus flaveolus
Basileuterus culicivorus
Coereba flaveola
Schistochlamys melanopis
Neothraupis fasciata
Cypsnagra hirundinacea
Cissopis leveriana
Hemithraupis guira
Nemosia pileata
Eucometis penicillata
Tachyphonus cristatus
Tachyphonus luctuosus
Tachyphonus rufus
Piranga flava
Ramphocelus carbo
Thraupis episcopus
Thraupis palmarum
Euphonia chlorotica
Euphonia violacea
Euphonia minuta
Tangara mexicana
ITAG
FS
7
1
20
17
10
3
1
MOG
CAA
11
1
3
MOG
CAB
3R
CER
5
33
19
11
a
15
a
5
SAP
FO
7
5
1
1
a
29
3
1
a
8
16
3
8
a
1
9
a
11
1
3
3
69
a
15
2
a
11
7
11
a
40
19
19
23
2
5
16
5
3
a
23
3
31
14
8
6
a
3
6
1
a
a
1
1
62
a
8
1
14
a
16
1
10
3
1
11
1
3
6
3
30
30
164
a
9
a
1
26
2
a
a
40
6
a
13
3
8
3
a
16
119
2
23
10
7
4
34
67
13
9
a
16
23
1
10
14
1
9
a
5
3
14
14
a
5
9
2
20
77
a
25
a
6
4
6
27
7
7
16
2
6
49
a
23
2
1
3
9
1
14
1
5
5
a
36
a
9
a
a
9
MAL
FO
24
1
517
43
32
a
BB
ILHA
a
a
a
a
5
23
5
a
MUR
FA
1
a
23
14
14
3
14
3
3
SAP
FA
12
a
55
6
1
14
6
6
a
19
9
25
a
6
3R
FA
a
29
17
17
6
2
2
8
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
... continuação – Tabela 2
Nome Científico
348
349
350
351
352
353
354
355
356
357
358
359
360
361
362
363
364
365
366
367
368
369
370
371
372
373
374
375
376
377
378
379
380
381
Tangara cayana
Tangara cyanicollis
Dacnis lineata
Dacnis cayana
Cyanerpes caeruleus
Cyanerpes cyaneus
Conirostrum speciosum
Tersina viridis
Zonotrichia capensis
Ammodramus humeralis
Ammodramus aurifrons
Emberizoides herbicola
Volatinia jacarina
Sporophila nigricollis
Sporophila leucoptera
Sporophila castaneiventris
Oryzoborus angolensis
Arremon taciturnus
Charitospiza eucosma
Coryphospingus pileatus
Paroria gularis
Pitylus grossus
Saltator maximus
Saltator coerulescens
Saltator atricollis
Porphyrospiza caerulescens
Psarocolius decumanus
Psarocolius viridis
Psarocolius bifasciatus
Cacicus cela
Cacicus haemorrhous
Gnorimopsar chopi
Molothrus bonariensis
Passer domesticus
ITAG
FS
1
MOG
CAA
a
MOG
CAB
15
3R
CER
28
7
3R
FA
SAP
FO
SAP
FA
a
MUR
FA
3
3
8
a
13
2
9
3
a
3
a
6
a
a
a
9
a
a
6
10
6
a
15
a
39
a
a
a
a
a
a
a
a
1
a
MAL
FO
3
3
2
BB
ILHA
a
a
a
a
a
a
13
1
a
5
a
2
4
a
a
14
a
4
21
a
3
2
5
1
a
a
8
32
2
33
a
a
7
9
18
7
60
7
10
28
5
14
11
77
3
a
a
a
a
Legenda:
Áreas =
5
a
a
95
a
Ambientes =
3R – Fazenda 3R – município de Ananás
ITAG – município de Itaguatins
MAL – Fazenda Malasca – município de Sta. Fé do Araguaia
MOG – Fazenda Mogno – município de Ananás
MUR – rio Muricizal – Araguanã
SAP – Fazenda Sapucaia – município de Wanderlândia
CAA - Carrasco alto
CAB – Carrasco baixo
FA – floresta aluvial (mata ciliar)
FO – floresta ombrófila FS – floresta semidecídua
Ilha – ilhas do rio Araguaia e ambiente ripários associados
Nota:
1) As espécies indicadas por letras foram detectadas fora dos períodos de censo.
120
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
Quadro 5 – Aves observadas em sete áreas do ZEE do Norte do Estado do Tocantins em uma das cinco
fisionomias amostradas, segundo Habitat e Registro
HIDASI
Nome Científico
Nome comum
HAB
EVID
1998
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
Rhea americana
Tinamus tao
Crypturellus cinereus
Crypturellus soui
Crypturellus strigulosus
Crypturellus parvirostris
Phalacrocorax brasilianus
Anhinga anhinga
Ardea cocoi
Ardea alba
Egretta thula
Bubulcus ibis
Butorides striatus
Agamia agami
Ema
Azulona
Inhambu-pixuna
Sururina
Inhambu-relógio
Inhambu-chororó
Bigua-una
Biguatinga
Garça-moura
Garça-branca-grande
Garça-branca-pequena
Garça-vaqueira
Socozinho
Garça-beija-flor
C1
F1
F1
F1
F1
C2
A
A
A
A
A
C2
A
A
O
G
V
G
G
G
O
O
O
O
O
O
O
O
001
002
004
005
NC
008
013
014
016
017
018
019
020
021
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
Pilherodius pileatus
Tigrisoma lineatum
Mesembrinibis cayennensis
Phimosus infuscatus
Mycteria americana
Sarcoramphus papa
Coragyps atratus
Cathartes aura
Cathartes burrovianus
Cathartes melambrotus
Dendrocygna viduata
Dendrocygna autumnalis
Neochen jubatus
Cairina moschata
Anhima cornuta
Elanus leucurus
Elanoides forficatus
Leptodon cayanensis
Harpagus diodon
Garça-real
Socó-boi-ferrugem
Corocoró
Tapicuru
Cabeça-seca
Urubu-rei
Urubu-preto
Urubu-de-cabeça-vermelha
Urubu-tinga
Urubu-da-mata
Irerê
Marreca-cabocla
Pato-corredor
Pato-do-mato
Anhuma
Gavião-peneira
Gavião-tesoura
Gavião-de-cabeça-cinza
Gavião-bombachinha
A
A
A
A
A
F2
C2
C2
C2
F2
A
A
A
A
A
C1
F2
F2
F2
O
O
O
O
O
O
O
O
F
F
O
O
G
O
G
O
O
O
F
015
024
029
030
026
043
042
040
041
NC
034
035
036
037
032
048
046
044
051
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
Rosthramus sociabilis
Buteo albicaudatus
Buteo nitidus
Rupornis magnirostris
Busarellus nigricollis
Heterospizias meridionalis
Buteogallus urubitinga
Harpia harpyja
Spizaetus tyrannus
Geranospiza caerulescens
Pandion haliaetus
Herpetotheres cachinnans
Micrastur semitorquatus
Gavião-caramujeiro
Gavião-de-cauda-branca
Gavião-pedrês
Gavião-carijó
Gavião-belo
Gavião-caboclo
Gavião-preto
Uiraçu
Gavião-pega-macaco
Gavião-pernilongo
Águia-pesqueira
Acauã
Falcão-relógio
A
C2
F2
C2
A
C2
F2
F1
F1
F2
A
F2
F2
O
F
G
G
O
O
O
F
O
O
O
F
V
049
067
059
065
062
061
060
069
071
057
NC
077
079
121
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
...continuação – Quadro 5
Nome Científico
Nome comum
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
Micrastur ruficollis
Micrastur gilvicollis
Micrastur mirandollei
Daptrius ater
Ibycter americanus
Milvago chimachima
Caracara plancus
Falco rufigularis
Falco femoralis
Falco sparverius
Ortalis superciliaris
Penelope superciliaris
Penelope sp.
Pipile cujubi
Falcão-caburé
Falcão-mateiro
Tanatau
Cancão-da-mata
Cancão-grande
Carrapateiro
Caracará
Cauré
Falcão-de-coleira
Quiriquiri
Aracuã-pequena
Jacupeba
Jacu-grande
Jacupara
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
Odontophorus gujanensis
Aramus guarauna
Aramides cajanea
Laterallus viridis
Porphyrula martinica
Porphyrula flavirostris
Eurypyga helias
Cariama cristata
Jacana jacana
Vanellus chilensis
Vanellus cayanus
Charadrius collaris
Actitis macularia
Phaetusa simplex
Sterna superciliaris
Rynchops niger
Columba speciosa
Columba picazuro
Columba cayennensis
Uru-corcovado
Carão
Saracura-três-potes
Sanã-castanha
Frango-d’água-azul
Frango-d’água-pequeno
Pavãozinho-do-pará
Seriema-pé-vermelho
Jaçanã-preta
Quero-quero
Maçarico-de-esporão
Batuíra-de-coleira
Maçarico-pintado
Trinta-réis-grande
Trinta-reís-anão
Talha-mar-preto
Pomba-pedrês
Pomba-asa-branca
Pomba-galega
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
Columba subvinacea
Columbina minuta
Columbina talpacoti
Scardafella squamata
Claravis pretiosa
Leptotila verreauxi
Leptotila rufaxilla
Ara macao
Ara chloropterus
Ara severa
Primolius maracana
Diopsittaca nobilis
Aratinga leucophthalmus
Pomba-botafogo
Rolinha-caxexa
Rolinha-roxa
Fogo-apagou
Pararu-azul
Juriti-pupu
Juriti-gemedeira
Arara-canga
Arara-vermelha
Maracanã-guaçu
Maracanã-verdadeira
Maracanã-pequena
Aratinga-de-bando
122
HAB
EVID
HIDASI
1998
F1
F1
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F2
F2
C2
C2
F2
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G
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078
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NC
073
074
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085
086
087
F1
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A
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A
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091
093
096
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102
105
106
107
108
109
111
114
118
119
120
121
122
123
F1
C1
C2
C2
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F2
F2
F2
F2
F2
F2
C2
C2
V
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NC
127
128
131
130
133
134
NC
138
NC
141
142
143
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
...continuação – Quadro 5
Nome Científico
Nome comum
HAB
EVID
HIDASI
1998
93
94
95
96
97
98
99
100
101
102
103
104
105
106
107
Aratinga jandaya
Aratinga aurea
Pyrrhura lepida
Pyrrhura amazonum
Forpus xanthopterygius
Brotogeris chiriri
Brotogeris chrysopterus
Pionopsitta vulturina
Pionus menstruus
Amazona aestiva
Amazona amazonica
Amazona farinosa
Coccyzus melacoryphus
Piaya cayana
Piaya minuta
Jandaia-verdadeira
Aratinga-estrela
Tiriba
Tiriba-pintada
Tuim-de-asa-azul
Periquito-de-asa-amarela
Periquito-de-asa-dourada
Curica-urubu
Maitaca-de-asa-azul
Papagaio-curau
Papagaio-grego
Papagaio-moleiro
Papa-largarta-acanelado
Alma-de-gato
Chincoã-pequeno
F2
C2
F1
F1
F2
F2
F1
F1
F1
C2
F2
F2
F2
F2
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144
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NC
146
148
149
NC
NC
150
152
154
NC
158
161
162
108
109
110
111
112
113
114
115
116
117
118
119
120
121
122
123
124
125
126
Crotophaga ani
Crotophaga major
Guira guira
Tapera naevia
Dromococcyx phasianellus
Opisthocomus hoazin
Tyto alba
Otus choliba
Otus usta
Pulsatrix perspicillata
Glaucidium brasilianum
Athene cunicularia
Nyctibius grandis
Nyctibius griseus
Lurocalis semitorquatus
Chordeiles rupestris
Chordeiles pusillus
Nyctiprogne leucopyga
Nyctidromus albicollis
Anu-preto
Anu-coroca
Anu-branco
Saci-do-campo
Saci-faisão
Cigana
Suindara
Corujinha-de-orelha
Corujinha
Murucututu
Caburé-ferrugem
Coruja-buraqueira
Urutau-grande
Mãe-da-lua
Tuju
Bacurau-da-praia
Bacurau-pequeno
Bacurau-d’água
Curiango-comum
C2
F2
C2
F2
F1
F1
C2
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F1
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164
163
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NC
171
175
176
179
180
NC
182
181
184
186
127
128
129
130
131
132
133
134
135
136
137
138
139
140
Caprimulgus longirostris
Hydropsalis torquata
Chaetura spinicauda
Chaetura brachyura
Tachornis squamata
Glaucis hirsuta
Phaethornis pretrei
Phaethornis maranhaoensis
Phaethornis ruber
Eupetomena macroura
Florisuga mellivora
Anthracothorax nigricollis
Chrysolampis mosquitus
Lophornis gouldii
Bacurau-rupestre
Curiango-tesoura
Taperá-de-sobre-branco
Taperá-de-cauda-curta
Taperá-do-buriti
Beija-flor-besourão
Rabo-branco-acanelado
Rabo-branco
Rabo-branco-rubro
Beija-flor-tesoura
Beija-flor-branco
Beija-flor-de-veste-preta
Beija-flor-vermelho
Topetinho-de-leque-pontilhado
C2
C2
F2
F2
C2
F1
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F1
F2
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190
NC
NC
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200
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202
203
204
NC
123
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
...continuação – Quadro 5
Nome Científico
Nome comum
HAB
EVID
HIDASI
1998
141
142
143
144
145
146
147
148
149
150
151
152
153
154
155
Chlorestes notatus
Thalurania furcata
Hylocharis cyanus
Amazilia versicolor
Amazilia fimbriata
Heliothryx aurita
Heliactin bilopha
Heliomaster longirostris
Trogon melanurus
Trogon viridis
Trogon curucui
Ceryle torquata
Chloroceryle amazona
Chloroceryle americana
Chloroceryle inda
Safira-de-garganta-azul
Beija-flor-de-barriga-violeta
Beija-flor-roxo
Beija-flor-de-banda-branca
Beija-flor-de-garganta-verde
Beija-flor-fada
Chifre-de-ouro
Bico-reto-cinzento
Surucuá-de-cauda-preta
Surucuá-de-barriga-dourada
Surucuá-de-coroa-azul
Martim-pescador-grande
Martim-pescador-verde
Martim-pescador-pequeno
Martim-pescador-da-mata
C2
F2
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158
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165
166
167
168
169
170
171
172
173
174
Chloroceryle aenea
Momotus momota
Brachygalba lugubris
Galbula ruficauda
Notharchus macrorhynchos
Notharchus tectus
Bucco tamatia
Nystalus chacuru
Nystalus maculatus
Monasa nigrifrons
Chelidoptera tenebrosa
Pteroglossus aracari
Pteroglossus inscriptus
Selenidera gouldii
Ramphastos vitellinus
Ramphastos tucanus
Picumnus albosquamatus
Colaptes campestris
Colaptes melanochloros
Martim-pescador-anão
Udu-coroado
Agulha-parda
Ariramba-de-cauda-ruiva
Macuru-de-testa-branca
Macuru-pintado
Rapazinho-carijó
Fevereiro
Chilu-chilu
Chora-chuva-preto
Urubuzinho
Araçari-minhoca
Araçari-letrado
Saripoca-de-gould
Tucano-de-bico-preto
Tucano-assobiador
Picapau-anão-escamado
Picapau-do-campo
Picapau-carijó
F2
F1
F1
F2
F1
F1
F1
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C2
F2
F2
F2
F1
F1
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NC
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180
181
182
183
184
185
186
187
188
Piculus flavigula
Celeus flavescens
Dryocopus lineatus
Melanerpes cruentatus
Melanerpes candidus
Veniliornis passerinus
Veniliornis affinis
Campephilus melanoleucos
Campephilus rubricollis
Melanopareia torquata
Taraba major
Sakesphorus luctuosus
Thamnophilus doliatus
Thamnophilus stictocephalus
Picapau-bufador
Picapau-velho
Picapau-de-banda-branca
Picapau-de-barriga-vermelha
Picapau-branco
Picapau-pequeno
Picapau-de-asa-vermelha
Picapau-de-garganta-preta
Picapau-de-penacho
Meia-lua-do-cerrado
Choró-boi
Choca-d’água
Choca-barrada
Choca
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NC
252
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313
285
286
287
289
124
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
...continuação – Quadro 5
Nome Científico
Nome comum
HAB
EVID
HIDASI
1998
189
190
191
192
193
194
195
196
197
198
199
200
201
202
203
Thamnophilus torquatus
Pygiptila stellaris
Dysithamnus mentalis
Thamnomanes caesius
Myrmotherula multostriata
Myrmotherula axillaris
Myrmotherula hauxwelli
Myrmotherula menetriesii
Herpsilochmus atricapillus
Formicivora rufa
Formicivora grisea
Cercomacra ferdinandi
Hypocnemoides maculicauda
Sclateria naevia
Hylophylax poecilinota
Choca-de-asa-ruiva
Choca-cantadora
Choquinha-lisa
Uirapuru-de-bando
Choquinha
Choquinha-de-flanco-branco
Choquinha-de-garganta-clara
Choquinha-de-garganta-cinza
Chorozinho
Formigueiro-ruivo
Formigueiro-pardo
Chororó-de-goiás
Solta-asa-do-sul
Formigueiro-do-igarapé
Rendadinho
C2
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NC
NC
296
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NC
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204
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207
208
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213
214
215
216
217
218
219
220
221
222
Formicarius colma
Formicarius analis
Grallaria varia
Furnarius leucopus
Synallaxis albescens
Synallaxis gujanensis
Poecilurus scutatus
Certhiaxis cinnamomea
Cranioleuca vulpina
Phacellodomus rufifrons
Berlepschia rikeri
Automolus paraensis
Automolus rufipileatus
Xenops minutus
Xenops rutilans
Dendrocincla fuliginosa
Sittasomus griseicapillus
Dendrocolaptes certhia
Dendrocolaptes platyrostris
Pinto-da-mata-coroado
Pinto-da-mata-de-cara-preta
Tovacuçu-malhado
Amassa-barro
Uipi
Becuá
Viu-vi
João-do-brejo
João-do-rio
João-graveto
Limpa-folha-do-buriti
Barranqueiro-pardo
Barranqueiro-de-coroa-castanha
Bico-virado-miúdo
Bico-virado-carijó
Arapaçu-pardo
Arapaçu-de-cabeça-cinza
Arapaçu-barrado
Arapaçu-de-bico-preto
F1
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NC
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NC
278
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NC
282
283
253
254
NC
257
223
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226
227
228
229
230
231
232
233
234
235
236
Xiphorhynchus picus
Xiphorhynchus guttatus
Lepidocolaptes angustirostris
Lepidocolaptes albolineatus
Phyllomyias fasciatus
Zimmerius gracilipes
Ornithion inerme
Camptostoma obsoletum
Sublegatus modestus
Tyrannulus elatus
Myiopagis gaimardii
Elaenia flavogaster
Elaenia cf. parvirostris
Elaenia mesoleuca
Arapaçu-de-bico-reto
Arapaçu-de-garganta-camurça
Arapaçu-do-cerrado
Arapaçu-de-listras-brancas
Poiaieiro-triste
Poiaieiro-de-pata-fina
Poiaieiro-de-sobrancelha
Risadinha
Sertanejo
Maria-te-viu
Maria-pechim
Maria-é-dia
Guaracava-verde
Tuque
F2
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NC
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NC
NC
316
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NC
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322
324
325
125
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
...continuação – Quadro 5
Nome Científico
Nome comum
HAB
EVID
HIDASI
1998
237
238
239
240
241
242
243
244
245
246
247
248
249
250
251
Elaenia cristata
Elaenia chiriquensis
Inezia subflava
Mionectes oleagineus
Leptopogon amaurocephalus
Capsiemps flaveola
Corythopis torquata
Myiornis ecaudatus
Hemitriccus striaticolle
Hemitriccus margaritaceiventer
Hemitriccus minimus
Hemitriccus zosterops
Hemitriccus minor
Todirostrum cinereum
Todirostrum maculatum
Guaracava-de-topete
Chibum
Alegrinho-amarelo
Abre-asa-da-capoeira
Abre-asa-cabeçudo
Maria-amarelinha
Estalador-do-norte
Maria-caçula
Maria-de-papo-riscado
Maria-olho-de-ouro
Maria-mirim
Maria-de-olho-branco
Maria-sebinha
Ferreirinho-relógio
Ferreirinho-estriado
C1
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NC
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261
262
263
264
265
266
267
268
269
270
Todirostrum sylvia
Todirostrum fumifrons
Ramphotrigon ruficauda
Tolmomyias sulphurescens
Tolmomyias flaviventris
Tolmomyias poliocephalus
Platyrinchus mystaceus
Lathrotriccus euleri
Xolmis cinerea
Knipolegus poecilocercus
Fluvicola albiventer
Fluvicola nengeta
Arundinicola leucocephala
Hirundinea ferruginea
Attila spadiceus
Attila cinnamomeus
Rhytipterna simplex
Rhytipterna immunda
Sirystes sibilator
Ferreirinho-da-capoeira
Ferreirinho-de-testa-parda
Maria-de-cauda-ferrugem
Bico-chato-de-orelha-preta
Bico-chato-amarelo
Bico-chato-de-cabeça-cinza
Patinho-de-garganta-branca
Enferrujado
Primavera
Maria-preta-do-igapó
Lavadeira-de-cara-branca
Lavadeira-mascarada
Maria-velhinha
Gibão-de-couro
Tinguaçu-cantor
Tinguaçu-ferrugem
Maria-cinza
Maria-cantora
Maria-assobiadeira
F1
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NC
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NC
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353
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NC
359
361
NC
NC
366
NC
367
271
272
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276
277
278
279
280
281
282
283
284
Myiarchus ferox
Myiarchus tyrannulus
Myiarchus swainsoni
Myiarchus tuberculifer
Philohydor lictor
Pitangus sulphuratus
Megarynchus pitangua
Myiozetetes cayanensis
Myiozetetes similis
Myiodynastes maculatus
Legatus leucophaius
Empidonomus varius
Griseotyrannus aurantioatrocristatus
Tyrannopsis sulphurea
Maria-cavaleira
Maria-de-asa-ferrugem
Maria-irré
Maria-triste
Bentevi-do-brejo
Bentevi-verdadeiro
Neinei
Bentevi-assobiador
Bentevi-de-coroa-vermelha
Bentevi-rajado
Bentevi-pirata
Bentevi-peitica
Bentevi-cinza
Suiriri-de-garganta-rajada
F2
F2
F2
F1
A
C2
F2
F2
F2
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370
371
369
368
373
372
374
375
376
377
379
380
381
382
126
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
...continuação – Quadro 5
Nome Científico
Nome comum
HAB
EVID
HIDASI
1998
285
286
287
288
289
290
291
292
293
294
295
296
297
298
299
Tyrannus melancholicus
Pachyramphus viridis
Pachyramphus polychopterus
Pachyramphus rufus
Tityra cayana
Tityra semifasciata
Tityra inquisitor
Pipra rubrocapilla
Pipra fasciicauda
Chiroxiphia pareola
Manacus manacus
Machaeropterus pyrocephalus
Neopelma pallescens
Tyranneutes stolzmanni
Schiffornis tudinus
Suiriri-tropical
Caneleiro-verde
Caneleiro-preto
Caneleiro-cinzento
Araponguinha-de-rabo-preto
Araponguinha-de-rabo-cintado
Araponguinha-decara-preta
Dançador-de-cabeça-encarnada
Dançador-laranja
Tangará-de-costa-azul
Rendeira-branca
Dançarino-perereca
Fruchu-do-cerrado
Supi
Flautim-marrom
C2
F2
F2
C2
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F1
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F1
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F1
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V
O
O
O
O
G
V
G
G
G
G
G
G
384
388
390
NC
392
393
394
403
402
401
400
399
398
NC
395
300
301
302
303
304
305
306
307
308
309
310
311
312
313
314
315
316
317
318
Cotinga cayana
Cotinga cotinga
Xipholena lamellipennis
Iodopleura isabellae
Lipaugus vociferans
Querula purpurata
Gymnoderus foetidus
Tachycineta albiventer
Progne tapera
Progne chalybea
Atticora melanoleuca
Neochelidon tibialis
Stelgidopteryx ruficollis
Cyanocorax cristatellus
Cyanocorax cyanopogon
Donacobius atricapilla
Thryothorus genibarbis
Thryothorus leucotis
Troglodytes musculus
Cotinga-pintado
Cotinga-roxo
Anambé-de-cauda-branca
Anambé-de-coroa
Cricrió-seringueira
Anambé-una
Anambé-pombo
Andorinha-do-rio
Andorinha-do-campo
Andorinha-grande
Andorinha-de-coleira
Andorinha-de-coxa-branca
Andorinha-serradora-do-sul
Gralha-do-cerrado
Gralha-cancã
Japacamim
Garrincha-de-bigode
Garrincha-trovão
Corruíra-de-casa
F1
F1
F1
F1
F1
F1
F1
A
C2
C2
A
F1
C2
F2
C2
A
F1
F1
C2
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O
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G
G
G
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NC
404
405
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NC
411
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523
524
421
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319
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323
324
325
326
327
328
329
330
331
332
Polioptila dumicola
Turdus leucomelas
Turdus amaurochalinus
Mimus saturninus
Cyclarhis gujanensis
Vireo olivaceus
Hylophilus pectoralis
Parula pitiayumi
Basileuterus flaveolus
Basileuterus culicivorus
Coereba flaveola
Schistochlamys melanopis
Neothraupis fasciata
Cypsnagra hirundinacea
Rabo-branco-de-máscara
Sabiá-de-cabeça-cinza
Sabiá-poca
Tejo-do-campo
Pitiguari
Juruviara-oliva
Vite-vite-de-cabeça-cinza
Mariquita-do-sul
Pula-pula-amarelo
Pula-pula-coroado
Cambacica
Tiê-cinza
Tiê-do-cerrado
Bandoleta
F2
F2
C2
C1
F2
F2
F1
F1
F1
F1
F2
C2
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C1
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G
V
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G
G
G
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495
497
498
494
461
462
463
127
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
...continuação – Quadro 5
Nome Científico
Nome comum
HAB
EVID
HIDASI
1998
333
334
335
336
337
338
339
340
341
342
343
344
345
346
347
Cissopis leveriana
Hemithraupis guira
Nemosia pileata
Eucometis penicillata
Tachyphonus cristatus
Tachyphonus luctuosus
Tachyphonus rufus
Piranga flava
Ramphocelus carbo
Thraupis episcopus
Thraupis palmarum
Euphonia chlorotica
Euphonia violacea
Euphonia minuta
Tangara mexicana
Tiê-tinga
Saíra-de-papo-preto
Saíra-de-chapéu-preto
Pipira-da-taoca
Tiê-galo
Pipira-de-encontro-branco
Pipira-preta
Sanhaço-de-fogo
Pipira-vermelha
Sanhaço-azul
Sanhaço-de-coqueiro
Gaturamo-fifi
Gaturamo-verdadeiro
Gaturamo-azul
Saíra-de-bando
F1
F2
F2
F1
F1
F1
F2
C2
F2
F2
F2
C2
F2
F1
F1
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O
G
G
O
O
464
467
469
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477
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480
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482
483
484
348
349
350
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352
353
354
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356
357
358
359
360
361
362
363
364
365
366
Tangara cayana
Tangara cyanicollis
Dacnis lineata
Dacnis cayana
Cyanerpes caeruleus
Cyanerpes cyaneus
Conirostrum speciosum
Tersina viridis
Zonotrichia capensis
Ammodramus humeralis
Ammodramus aurifrons
Emberizoides herbicola
Volatinia jacarina
Sporophila nigricollis
Sporophila leucoptera
Sporophila castaneiventris
Oryzoborus angolensis
Arremon taciturnus
Charitospiza eucosma
Saíra-cabocla
Saíra-de-cabeça-azul
Saí-de-cara-preta
Saí-azul
Saí-roxo
Saí-beija-flor
Figuinha-bicuda
Saí-andorinha
Tico-tico-verdadeiro
Tico-tico-do-campo
Tico-tico-cigarra
Tibirro-do-campo
Tiziu
Papa-capim-capuchinho
Patativa-chorona
Caboclinho-de-peito-castanho
Curió
Tico-tico-da-mata
Mineirinho
C2
F1
F1
F2
F1
F1
F2
F2
C2
C1
A
C1
C1
C2
C2
C2
C2
F1
C1
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
V
O
O
O
F
O
O
V
O
485
486
487
489
491
492
501
493
433
435
434
437
438
442
446
NC
447
448
449
367
368
369
370
371
372
373
374
375
376
377
378
379
380
Coryphospingus pileatus
Paroria gularis
Pitylus grossus
Saltator maximus
Saltator coerulescens
Saltator atricollis
Porphyrospiza caerulescens
Psarocolius decumanus
Psarocolius viridis
Psarocolius bifasciatus
Cacicus cela
Cacicus haemorrhous
Gnorimopsar chopi
Molothrus bonariensis
Tico-tico-rei-cinza
Cardeal-da-amazônia
Bico-encarnado
Tempera-viola
Gonga
Batuqueiro
Campainha-azul
Japu-preto
Japu-verde
Japu
Japiim-xexéu
Japiim-guaxe
Pássaro-preto
Chopim-gaudério
C2
F2
F1
F2
F2
C1
C1
F2
F1
F1
F2
F2
C2
C2
O
F
G
G
V
O
O
G
G
O
O
G
O
O
450
NC
453
454
456
457
459
506
507
508
509
510
518
519
128
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
...continuação – Quadro 5
Nome Científico
381
Passer domesticus
Nome comum
Pardal-doméstico
Legenda:
Habitat (HAB) =
HAB
EVID
HIDASI
1998
C1
O
522
Registro (EVID) =
A – espécies estritamente aquáticas
C1 – espécies estritamente campestres
C2 – espécies campestres que utilizam também florestas
F1 – espécies estritamente florestais
F2 – espécies florestais que também utilizam ambientes abertos próximos
F – fotografia
G – gravação de áudio
O – observação apenas
V – registro visual
Notas:
1) HIDASI (1998) – lista de aves do Tocantins feita por José Hidasi;
2) NC - não consta;
3) Trechos de gravação de áudio selecionados serão depositados no Arquivo Sonoro Elias P. Coelho da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (ASEC-UFRJ).
129
Zoneamento Ecológico-Econômico
Estudo de Flora e Fauna – Norte do Tocantins
130
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Projeto de Gestão Ambiental Integrada
ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO
DIRETORIA DE ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO
Eduardo Quirino Pereira - DIRETOR
Engenheiro Ambiental - MSc. Sensoriamento Remoto
Lindomar Ferreira dos Santos - Coordenador Socioambiental
Engenheiro Ambiental - MSc. Geotecnia
Rodrigo Sabino Teixeira Borges - Coordenador de Geoprocessamento e Geociências
Geógrafo - MSc. Geografia
Equipe Técnica
Cleusa Aparecida Gonçalves - Economista
Ivânia Barbosa Araújo - Engenheira Agrônoma – MSc. Solos e Nutrição de Plantas
Liliam Aparecida de Souza Pereira - Engenheira Ambiental
Waleska Zanina Amorim - Bacharel em Letras em Língua Portuguesa – Especialista em Gramática Textual
Equipe de Apoio
Edvaldo Roseno Lima
Maria Aparecida Alencar Siqueira
Paulo Augusto Barros de Sousa
Ruth Maria de Jesus
BANCO MUNDIAL
SEPLAN
SECRETARIA DO PLANEJAMENTO E MEIO AMBIENTE
DIRETORIA DE ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO
AANO - Esplanada das Secretarias
Fones: (63) 218.1151 - 218.1195
Fax: (63) 218.1158 - 218.1098
CEP: 77.010-040
PALMAS - TOCANTINS
http://www.seplan.to.gov.br
e-mail:[email protected]
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
SECRETARIA DE COORDENAÇÃO DA AMAZÔNIA - SCA
Esplanada dos Ministérios Bloco "b" 9º Andar
Fones: (61) 317.1430 - 317.1404 - 317.1406
Fax: (61) 322.3727
CEP: 70068-900
BRASÍLIA - DF
http://www.mma.gov.br
e-mail:[email protected]
PROGRAMA PILOTO PARA A PROTEÇÃO DAS FLORESTAS TROPICAIS DO BRASIL
SUBPROGRAMA DE POLÍTICAS DE RECURSOS NATURAIS - SPRN
SCS Q. 06 ED. SOFIA Nº 50 SALA 202
Fone: (61) 325.6716
Fax: (61) 223.0765
CEP: 70300-968
BRASÍLIA - DF

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