jornal São Paulo

Transcrição

jornal São Paulo
JORNAL SÃO PAULO
Comunidade | Cultura | Arte | Uma cidade com um novo olhar
Edição I Ano 1
Distribuição gratuita
Casa de Pedra é atração em
comunidade
Morador de Paraisopólis recebe turistas em sua casa
Voz da Periferia
C omunida de
c ons e gue c onc e s s ã o
de rá dio a pós de z
a nos de luta
Foto: Ariana Souza
Estevão da Silva Conceição, 54, é
um artista plástico que mora na comunidade de Paraisópolis, na rua Hebert
Spencer, 35 localizada na Zona Sul de
São Paulo. Possui uma casa conhecida
como “Casa de Pedra”, que vem atraindo turistas de todo o mundo. O artista
mora na casa a mais de 30 anos com
sua esposa e dois filhos e afirma que
não deixaria a comunidade para morar
em outro lugar, a não ser para na sua
terra natal em Santo Estevão, na Bahia.
As obras de Estevão são comparadas
com as de Antoni Gaudi, um famoso arquiteto Espanhol que produziu diversas
obras no século IXX e XX. Estevão foi
inclusive convidado a participar de um
documentário na Espanha sobre a vida
de Gaudi.
Apesar de todas as dificuldades encontradas em uma comunidade carente,
sendo a segunda maior de São Paulo,
ficando atrás apenas de Heliopolis, o
artista consegue fazer de tudo uma arte.
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Entrada da “Casa de Pedra”
Foto: Francisca Rodrigues
JSP São Paulo, quarta-feira, 10 de Novembro de 2010
Rádio Comunitária Nova Paraisópolis, foi Inaugurada em Agosto deste ano, loca-lizada na Sede da
União de Moradores, a favela fica
dentro do Morumbi, bairro nobre
de São Paulo é a segunda maior
favela da capital.
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Abertas as incrições Moradores reinvidicam construção Paraíso das ONGs
Paraisópolis é a comunipara o Festival de da linha 17(ouro)
dade que mais possui orgaObras
do
metrô
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Morumbi
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nizações não governamenvista para sair do papel
tais em São Paulo
Paraisópolis
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A exibição começa no dia
12 de Dezembro e será
aberta para moradores de
outras regiões, os melhores vídeos serão premiados
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Depois que a CBF (Confederação
brasileira de futebol) excluiu o estádio do Morumbi da Copa do Mundo
de 2014, as obras do metro na região
foram para o final da fila.
Moradores temem que a obra nunca
saia do papel, já que os jogos não serão
mais realizados no estádio, sendo esse
o principal motivo da obra.
A linha 17(ouro) ligaria o aeroporto
de Congonhas ao estádio e também
passaria por dois pontos de Paraisopólis, favorecendo o transporte na região
que é escasso.
Governo do Estado decidiu priorizar a linha 6 (Laranja), que liga
Brasilândia, na zona norte, à estação
São Joaquim, no centro.
Moradores relatam grandes dificuldades para chegar ao centro e a ênfase
no número de horas perdidas no trajeto
também foram recorrentes.
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Leilão arrecada 4
milhões para
educação
Evento conta com a presença de celebridades
Pág.4.
Editorial
Chácara Santo Antônio
Jornalistas
Ariana Souza
Camila Bechior
Francisca Rodrigues
Isabela Calado
Juliana Diniz
A2227A-4
597601-4
A045EG-6
A14276-2
A091AF-0
Orientadora
Virginia Salomão
Coordenador
Elwis Wanderley
Jornal produzido por alunas do 4ª
semestre, campus chácara Santo Antônio, Novembro de 2010
Voz da Periferia
Rádio comunitária se torna grande conquista de moradores
em Paraisópolis
Por Ariana Souza
A luta de moradores já se estendia durante 10 anos, até a concessão da rádio
que aconteceu em Agosto deste ano pelo
prefeito de São Paulo, Giberto Kassab.
Já no ar a rádio funciona na freqüência
87,5 FM se encontra localizada dentro
da União de moradores de Paraisópolis. Jefferson Santos (23) morador da
comunidade e um dos colaboradores
da rádio, explica que além dele trabalham mais dois funcionários que fazem
de tudo, desde apresentar os programas
que vão para o ar até as edições.
camente tudo lá dentro. Cada vez mais
estão crescendo os comércios e isso facilita muito para os moradores já que
na própria comunidade já começa a ter
uma disputa por melhores ofertas entre
um comércio e outro, com o objetivo de
atrair mais consumidores fazendo com
que o dinheiro gire e os preços tendem
a cair, sendo que fora da comunidade
nas imediações o custo de vida é muito
mais alto, devido a região pertencer ao
Morumbi, bairro nobre de São Paulo.
O principal objetivo da rádio é levar aos
ouvintes as informações sobre todos os
projetos sociais e culturais que estão
acontecendo em Paraisópolis, relata
Jefferson. Apesar de várias ONGs que
existem dentro da comunidade muitas
pessoas não sabem á respeito dos projetos que são realizados nesses lugares.
Aproveitando que naquele dia a rádio
estava fora do ar, devido a um problema com a Anatel, Jefferson fala sobre
o trabalho que faz na rádio e relata que
nunca havia feito nenhum curso que
o ajudasse nessa nova profissão, mas
que estava aproveitando a oportunidade para aprender, e isso ele agradece
muito a comunidade em que nasceu.
Quando questionado sobre o que faltava para melhorar na comunidade, ele
afirma que paraisópolis já se tornou um
bairro, já que consegue encontrar prati-
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Foto Francisca Rodrieues
Quando um grupo de pessoas resolvem
se unir para que os objetivos de uma
comunidade sejam alcançados e através
da União de Moradores conseguem
mudar o destino da antiga “favela”
para se tornar um bairro, passam a oferecer oportunidades para jovens, adultos e crianças levando para essas pessoas novos projetos permitindo-lhes
sonhar sem limites.
O jornal São Paulo tras nesta edição os
desafios de uma comunidade que sonha
alto e busca sempre o melhor. O desejo
de querer sempre mais fez com que o
presidente da União de moradores e do
comercio de Paraisópolis, Gilson Rodrigues, desenvolvesse os meios de comunicação ( site, jornal,revista e radio),
dentro da comunidade para oferecer
informações a pessoas interessadas em
ajudar, formando parcerias e desnvolvendo projetos sociais. A rádio conseguiu a concessão em agosto deste ano
e conta com a ajuda dos próprios moradores para o funcionamento e você
conhecerá a historia do artista plástico Estevão da conceição, morador de
paraisolis, que é conhecido internacionalmente por ter a casa parecida com
a do arquiteto espanhol Antoni Galdin.
Fonte. blogueirodobem.zip.net
Por Francisca Rodrigues
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Gaudí de Paraisópolis
Artista morador da comunidade faz sucesso internacional com a própria casa
Por Ariana Souza
ao ser questionado em uma visita tionado sobre a época em que tinha
logo quando colocou a casa para terminado sua obra, o artista esboça
exposição. Em conseqüência a to- um sorriso e explica que ainda falta
das as semelhanças Estevão foi para muito e sempre está colocando mais
Espanha à convite da instituição de objetos pela casa. Edilene ainda conestudos de Gaudí para fazer parte de clui relatando que o marido vai todo
um documentário, em comemora- final de semana em uma feirinha na
ção ao centenário, sobre a vida do Vila Mariana a procura de mais
arquiteto que viveu entre o século enfeites para a casa. Além da visiXXI e XX. “Quando eu vi a obra ta o casal mostra com entusiasmo
de Gaudí reparei que é realmente
um livro criado sobre a vida de
muito parecida com que eu faço”,
disse enquanto arrumava um objeto
solto.
Apesar do reconhecimento que
Estevão tem fora do país, muitas
pessoas da própria comunidade não
se interessam pelo trabalho do artista e chegam a desmerecer dizendo
que ele é maluco. A casa é chamada
por muitos moradores como “casa
estranha”. Estevão trabalha de jardineiro em um prédio em Pinheiros
na Zona Oeste de São Paulo, segundo ele, não dá para viver de arte no
Brasil. A primeira visita que recebeu
em sua casa foi há 16 anos da jornalista Carla Café (revista Veja) que
passou dois dias desenhando a casa
para expor na sua matéia. “Apesar
de colocar-mos a casa para visitas e
cobrar R$ 10 reais não dá para sobreviver desse jeito”, comenta Edilene.
Enquanto Estevão contava a historia
de alguns objetos e não parava de
limpar e admirar cada um em meio
a outros milhões deles, quando ques- Frente Casa de Pedra
Estevão, ao folhear fixa o olhar
em uma página para detalhar a
historia de um de seus trabalhos,
fala sobre um boi que construiu
com esses objetos, que foi para
leilão a fim de arrecadar fundos para
uma das ONGs que existe dentro de
Paraisopólis. O lance final foi de R$
30 mil explica Edilene, enquanto
aponta para o lado que fica a Ong
que recebeu a doação.
Foto Franscica Rodrigues
L
ocalizada no coração de
Paraisópolis, a conhecida
“Casa de Pedra” do artista
plástico, Estevão Silva da Conceição(54) recebe admiradores de
todo o mundo. O artista baiano de
Santo Estevão veio para São Paulo
em busca de uma condição de vida
melhor. Se instalou em Paraisópolis e no alto da juventude trabalhou
como ajudante de pedreiro. Estevão
conta que a inspiração
começou
em 1985 com uma roseira que existia em frente à casa, devido ao tamanho decidiu construir uma armação para sustenta - lá. Após cair um
prato no chão e quebrar parte dele,
teve a idéia de colocá-lo nessa amarração. Começou por esse prato e
apesar de já existirem milhares de
outros objetos espalhados pela casa
sabe identificar e contar a história
de grande parte deles. Segundo a
esposa do artista, Edilene da
Conceição(36) e os filhos Steffanie(15) e Enrique(8) explicam que
gostam gostam muito do lugar onde
moram e principalmente da casa a
familia afirma que não tem intenção
alguma de deixar a comunidade,
mesmo que um dia chegassem a
enriquecer com o trabalho de Estevão.
Mesmo comparada com a obra
de Antoni gaudi, Estevão afirma
que só teve conhecimento das obras desse famoso arquiteto espanhol
Cinema na comunidade
Estão abertas as inscrições para o Festival de Cinema em Paraisópolis
Por Camila Belchior
Será realizado o primeiro festival
de cinema de Paraisópolis na cidade
de São Paulo com o objetivo de motivar a produção de vídeos e curta-metragens independentes; é realizado de
forma coletiva e sem nenhum fim comercial ou publicitário. O evento será
realizado pela associação cultural TA
NA TEIA e complementa a iniciativa
do coletivo de vídeo popular em São
Paulo e agrega todas as ramificações
de iniciativas de vídeos libertários.
A grande novidade do festival é que
não é restrito apenas à comunidade de
Paraisópolis, ou seja, qualquer pessoa
interessada em mostrar seu curta-metragem estará apta a participar.
Será realizado no CEU Paraisópo-
lis, com estréia no dia 12 de dezembro,
dia em que será feita a mostra competitiva. O vídeo coletivo que tiver mais
repercussão será premiado com um
laptop com data prevista para témino
do evento em 17/12.
A mostra será separada por sessões como: Mandando a real, Nossa
arte, Ficção, Experimental e Infantil,
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começará as 10 horas e com previsão para acabar ás 21 hrs.
As inscrições são totalmente gratuitas e podem ser feitas até o dia 10
de novembro através do site:
www.tanatela.org.br Fonte: http://g1.globo.
com/Noticias
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Paraíso das ONGs
Comunidade têm o maior número de projetos socias de São
Paulo
Por Francisca Rodrigues e Isabela Calado
Paraisópolis é a segunda maior comunidade de São Paulo, com quase cem
mil moradores. Localizada no bairro
do Morumbi, zona Sul, a comunidade
conta com o apoio de 64 ONGS. A
maioria não possui sede no local, mas
trabalha em parceria com outras instituições utilizando o mesmo espaço.
Grande parte das organizações são
privadas , mantidas através de convênio
com o governo ou utilizam beneficios
fiscais. A ONG Florescer já está na comunidade desde 2005 e atende mais de
800 alunos. Fundada pela mãe da atriz
Karina Bachi, Nádia Bachi, a ONG
oferece cursos como: inglês, música,
reciclagem de jeans e reforço escolar.
Mas segundo o presidente da União de
Moradores e do Comercio de Paraisopoles, Gilson Rodrigues, ele não conhece o trabalho da ONG porque ela
não participa do fórum multientidades.
Em resposta, a ONG diz que não participa por que não tem representante
para participar das reuniões e que o
presidente da União não conhece o trabalho exercido por ela porque ele não
visita o lugar desde quando foi eleito.
Segundo a moradora Flora Silva, 51,
existe muita Ong que usa da miséria
do povo pra crescer. Dona Flora mora
na comunidade há mais de trinta anos
e já trabalhou como assistente social. Entre as 64 ONGs existem algumas que são bem conhecidas como a
Creche do Mosteiro da Santa Escolacha, o Barracão, a Casa da Amizade,
a Nossa Casa, a ONG Florescer e a
Crescer Sempre que atende 600 alunos e é mantida há doze anos pela
seguradora Porto Seguro. Além disso
existe o programa da União dos Moradores que oferece cursos e trabalha
em conjunto com a AMP ( Associação
de Mulheres de Paraisópolis), Banca
do Futuro (biblioteca popular), com
parcerias com grandes empresas como
a Marisa e o posto de Albert Einstein
que atende crianças de 0 a 10 anos
dentro da comunidade.
A comunidade de Heliópolis é a maior
de São Paulo, com duzentos e vinte
mil moradores, porém em se tratando de projetos sociais ela perde para
Paraisópolis com quarenta a mais.
População
ONGs
Linha 17 (Ouro)
será última a ser
construída
Moradores temem que
obras do metrô possa
não sair do papel
Por Ariana Souza
Apesar de anúncios feitos pelo governo do Estado sobre a construção do
metrô da linha 17 (Ouro), moradores
temem que obras não saiam do papel
e começam a fazer reividincações,
já que o estádio do Morubi não sediará mais os jogos da Copa de 2010,
conforme decisão da CBF(conferação
brasileira de Futebol).
O governo decidiu priorizar a construção da linha 6 (Laranja). que liga
Brasilândia até a zona norte.
Os moradores reclamam pois a região
é muito carente quanto ao tranporte
público, passam apenas três linhas
(Santo Amaro, Pinheiros e Campo
belo) e as poucos lotações que tem
estão sempre lotadas.A União dos
Moradores está fazendo uma mobilização e colhendo o máximo de assinaturas da população de Paraisópolis
para que as obras da Linha Ouro não
sejam mais adiadas. Fonte: Site Uol Notícias
Gráfico comparativo entre as comunidades Paraisópolis e heliópolis
Celebridades marcam presença em evento
beneficente
Leilão na Daslu arrecada 4 milhões para alfabetização em Paraisópolis
F
ormado por 300 pessoas que desembolsaram R$ 500 reais pelo
convite, o público da festa beneficente era composto pela primeira
dama Marisa, empresários e figuras
conhecidas das colunas sociais que se
reuniram no Buddah Bar, dentro da
Daslu, para beneficiar a comunidade de
Paraisópolis. O evento foi organizado
pelo cabeleireiro Wanderley Nunes e
comandado por Otávio Mesquita e Tom
Cavalcante. Foram leiloados diversos
itens de famosos como a guitarra autografada por Mick Jagger, o boné de
Bono Vox, quadro de Sami Akl, jaqueta
de Jesus Luz, Rolex de ouro de Fausto
Silva, capacete de Emerson Fitipaldi,
terno do presidente Lula, camisetas
autografadas por jogadores de futebol
como Ronaldinho, Pato e Kaká, entre
outros itens.
O evento teve grande repercussão,
mas quem surpreendeu a noite foi o
empresário Eike Batista que arrematou
o terno do Presidente Lula por R$ 500
mil, entre outros itens que pediu para
serem leiloados novamente.
Em um rápido discurso, Eike foi
além. Anunciou que dobraria em doações todo o valor arrecadado no leilão,
cujo objetivo é ajudar um projeto de alfabetização de jovens e adultos da comunidade de Paraisópolis, a segunda
maior de São Paulo. “Minha obrigação
é provocar os outros empresários.
www.jsp.com.br
Fonte. http://bloglog.globo.com/wanderleynunes/
Por Juliana Diniz
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