Executivo de bicicleta
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Executivo de bicicleta
© Pressmaster / shutterstock.com eu pedalo Executivo de bicicleta Steven Beggs, CEO da Seven Idiomas, adere ao movimento crescente de executivos que optam pela bicicleta como uma forma de fugir dos congestionamentos, otimizar o tempo e manter o bem-estar físico e mental. Anderson Ricardo Schörner Steven Beggs / arquivo pessoal 092 A bicicleta tem sido cada vez mais adotada como meio de transporte nas grandes cidades. Fugir do trânsito intenso, da poluição e principalmente aproveitar melhor o tempo são motivos pelos quais vemos a bike ressurgir como uma opção inteligente de mobilidade. O que muitos não sabem é que esta prática é cada vez mais comum entre executivos de grandes empresas, como é o caso de Steven Beggs, CEO da Seven Idiomas. Seu envolvimento com a bicicleta é antigo. Aos 17 anos, Steven já percorreu boa parte dos 2,8 mil quilômetros de distância entre Florianópolis – SC e Santiago do Chile de bicicleta. Hoje, pedala alguns dias por semana para ir ao trabalho. “De bike, os 6 km da Lapa, onde moro, até a Paulista, onde trabalho, são percorridos em 25 minutos; de transporte público ou carro, seriam aproximadamente 45 minutos. Então, além do tempo, economizo R$ 400 com gasolina e estacionamento”, diz o executivo. Revista Bicicleta Primeiras pedaladas Em 1950, a mãe de Steven veio para o Brasil através de intercâmbio financiado pelo governo americano para dar aula de inglês em Salvador – BA. “Depois do término do contrato de dois anos ela foi dar aula em Teerã, no Irã”, diz Steven, “ e migrou de vez para o Brasil quando foi contratada pela Escola Americana de São Paulo. Foi no navio que a trouxe para Santos que conheceu um marinheiro, meu pai, com quem se casou”. O primeiro contato com os pedais se deu com os brinquedos da época em que Steven era criança. Ele relembra: “primeiro eu tive um jipinho de lata. Nos anos 1960 não havia brinquedos de plástico. Eu entrava dentro dele e tinha os pedais que o faziam andar. Aprendi a andar de bicicleta na casa de amigos, em uma barra forte, de pé mesmo, pois não alcançava o banco. Nós vivíamos nas ruas”. O sonho dele e de muitas crianças da época era ter uma Caloi. “Parece até propaganda”, diz Steven, “mas na época a Caloi e a Monark dominavam o mercado da bicicleta no Brasil. Quando eu ganhei minha primeira bicicleta, chorei muito: não era a Caloi dobrável que eu queria. Minha mãe não tinha dinheiro para comprar uma melhor. A bicicleta não tinha nem catraca na roda traseira. Ainda bem que não durou muito e finalmente ganhei minha primeira Caloi, no natal seguinte”. Ele com sua Caloi, e a irmã com uma Monark, iam para a escola, que ficava a cerca de 3 km, pedalando. “Morávamos na esquina da Paulista com a Consolação. Depois de alguns anos, a escola mudou de prédio e ficou mais longe, no Morumbi, a 10 km de casa e com um morro grande no caminho. Mas não tivemos dúvida: continuamos a ir de bicicleta, exceto nos dias com muita chuva ou quando estávamos realmente cansados”, afirma Steven. Um dia, a Caloi dobrável e sem marcha pifou e, então, ele comprou uma Caloi 10 de um amigo da família. “Era coisa rara ainda e no primeiro dia que cheguei à escola com ela todo mundo admirava”, afirma. Quando adolescente, também realizou algumas cicloviagens com quilometragem mais alta. “Com 16 anos, um amigo e eu fomos para o Rio de bicicleta, pela costa. Foram cinco dias e 550 km. Com 17 anos, saímos de Florianópolis e fomos até o Pacífico, no Chile. Foram 2,8 mil quilômetros, uma experiência incrível de vida. Pude conhecer outras culturas, fiz vários amigos na turma da bicicletada e que hoje são da CicloCidade. O irmão da minha atual sócia conheci por causa dessa viagem ao Chile”, diz. » revistabicicleta.com.br 093 Executivo, sem deixar de pedalar Steven se formou em física pela Universidade de São Paulo – USP, mas já aos 19 anos dava aulas de inglês, e a bicicleta era o meio de transporte. Ele conta: “eu fui contratado pela escola de inglês Associação Alumni, perto da Paulista. Era comum ir pedalando de manhã para o Instituto de Física, voltar para a Paulista para dar aula, retornar à USP e, de noite, ir novamente para a Paulista para dar aula. Cada percurso tinha cerca de 10 km”. Sete anos e dois filhos depois, junto com seis sócios, Steven deu início à Seven Idiomas, da qual hoje é o mais em trechos ou lugares onde não há ciclovias ou faixas adaptadas”. Apesar de as cidades ainda não estarem preparadas para receber bem aos ciclistas, Steven continuou usando a bicicleta e serve de exemplo para familiares e amigos. Dois de seus filhos utilizam bastante a bicicleta: um para a USP e outra para Santo Amaro. “Minha filha de três anos também adora ir para a escola na minha bicicleta. Isso acontece uma vez por semana”, revela o pai. A filosofia pró-bicicleta também se traduz em ações nas “Minha filha de três anos também adora ir para escola na minha bicicleta. Isso acontece uma vez por semana” CEO. E continuou a pedalar. Além de realizar outras cicloviagens, como o Circuito Catarinense Vale Europeu e a Volta à Chapada Diamantina, vai para o trabalho de duas a três vezes por semana de bike. Entre as principais dificuldades, ele cita a falta de respeito aos ciclistas: “não ando muito perto da guia, por exemplo. Procuro me manter na metade direita da faixa, pois a maioria dos veículos não respeita a distância mínima de 1,5 metro que é exigido pelo código de trânsito brasileiro. Além disso, nós, ciclistas, devemos ter cuidado com distrações, como a paisagem ou fones de ouvido, ainda escolas, com o objetivo de alcançar professores e alunos. Segundo Steven, “fizemos um adesivo para colocar nas escolas com a mensagem ‘Sua Bicicleta é Bem-vinda’ e todas as escolas determinaram um local para que os alunos pudessem guardar suas bicicletas. No Dia Mundial Sem Carro, também oferecemos barras de cereais para quem viesse sem carro”. Com uma vida de envolvimento com a bicicleta, o CEO da Seven Idiomas considera a bike “um meio de transporte onde eu posso viver a cidade diretamente”.