caracterização da cobertura vegetal de quintais urbanos do

Transcrição

caracterização da cobertura vegetal de quintais urbanos do
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA
FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÔMICA
CARACTERIZAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL DE
QUINTAIS URBANOS DO MUNICÍPIO DE ALTAMIRA-PA
Mário José Costa Carneiro
Altamira - Pará
2011
ii
Mário José Costa Carneiro
CARACTERIZAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL DE
QUINTAIS URBANOS DO MUNICÍPIO DE ALTAMIRA-PA
Trabalho de Conclusão de Curso - TCC
apresentado à Faculdade de Engenharia
Agronômica da Universidade Federal do
Pará, Campus Universitário de Altamira,
como requisito obrigatório para obtenção
do grau de Bacharel em Engenharia
Agronômica.
Orientador: Prof. Dr. Francisco Plácido Magalhães Oliveira
Co-Orientadora: Profª. M.Sc. Maristela Marques da Silva
Altamira - Pará
2011
iii
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
UFPA – Campus de Altamira - Biblioteca
Carneiro, Mario Jose Costa
Caracterização da cobertura vegetal de quintais urbanos do
município de Altamira – Pará,/ Mario Jose Costa Carneiro; orientador,
Profº Dr. Francisco Plácido Magalhães Oliveira.— Altamira: [s.n.], 2011.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade
Federal do Pará, Campus Universitário de Altamira, 2011
1. Plantas. 2. Plantas Medicinais. 3. Plantas Ornamentais. I.Oliveira,
Francisco Plácido Magalhães.II.Título.
CDD: 581.6
iv
Mário José Costa Carneiro
CARACTERIZAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL DE
QUINTAIS URBANOS DO MUNICÍPIO DE ALTAMIRA-PA
Trabalho de Conclusão de Curso - TCC
submetido à aprovação como requisito
obrigatório para a obtenção do grau de
Bacharel em Engenharia Agronômica,
pela banca examinadora formada pelos
professores:
Orientador:
Prof. Dr. Francisco Plácido Magalhães Oliveira
Faculdade de Ciências Biológicas, UFPA
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Maurício Möller Parry
Faculdade de Ciências Biológicas, UFPA
Prof. Dr. Miguel Alves Júnior
Faculdade de Engenharia Agronômica, UFPA
Altamira - Pará, 18 de Março de 2011
v
“[...] Desistir dos sonhos é abrir mão da felicidade porque quem não persegue
seus objetivos esta condenado a fracassar 100% das vezes [...]”
Augusto Cury
vi
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter me concedido saúde e perseverança para chegar ao final deste
trabalho.
Agradeço em especial aos meus Pais José Gonçalves Carneiro e Maria Lucia de
Fátima Costa, aos meus irmãos Cristiane Costa Carneiro, Ângela Cristina Costa Carneiro e
Mauro Roberto Costa Carneiro, as minhas sobrinhas Maria Eduarda, Sthefanny e Amanda,
pessoas as quais devo minha vida e são as grandes responsáveis pela realização deste trabalho.
Ao meu Orientador Prof. Dr. Francisco Plácido Magalhães Oliveira, pela orientação e
dedicação ao presente trabalho.
Aos professores da Faculdade de Engenharia Agronômica e aos demais professores de
outras faculdades que contribuíram no decorrer do curso, em especial a professora M.Sc.
Maristela Marques da Silva por toda sua dedicação e paciência na orientação em trabalhos
acadêmicos e na contribuição neste trabalho.
Agradeço ao Prof. Dr. Miguel Alves Júnior e Prof. Dr. Maurício Möller Parry, por
aceitarem participar da banca do meu Trabalho de Conclusão de Curso.
Aos Moradores dos bairros Centro, Mutirão, Uirapuru e Brasília por disponibilizarem
parte do seu tempo para realização deste trabalho.
Ao Sr. Francisco Bolsanelo, Zelinda Bolsanelo, Francisco Nascimento e Amabilez
Oleose por permitirem a realização dos meus estágios em suas propriedades e pela ajuda e
dedicação na condução das atividades.
Aos moradores da Comunidade Princesa do Xingu: Miguel, Julita, Ireni, Neto, Thiago,
Zé e Patrícia que contribuíram com a realização de algumas atividades durante o estágio e em
nossas longas caminhadas ao longo dos travessões.
Aos amigos da turma de agronomia 2006 e mais novos Engenheiros Agrônomos da
região, em especial a Carla, Helem, Edna, Andréia Portugal. Pessoas que ao longo do curso
foram de fundamental importância, além de me incentivaram a não desistir de meus objetivos.
A todos aqueles que acreditam em mim e que deforma direta ou indireta me apoiaram.
Muito obrigado a todos vocês!
vii
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO ...................................................................................................
1
2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...........................................................................
2
3
CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO .............................................
6
4
MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................
8
4.1
COLETA DE DADOS ..........................................................................................
8
4.2
ANÁLISE DE DADOS .........................................................................................
8
5
RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................
9
5.1
PERFIL SOCIAL DOS ENTREVISTADOS ......................................................
9
5.2
DIVERSIDADE VEGETAL DOS QUINTAIS ....................................................
12
5.2.1 5.2.1 Espécies vegetais dos quintais urbanos ....................................................
15
5.3
IMPORTÂNCIA DAS ESPÉCIES CULTIVADAS .............................................
26
5.4
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL DOS QUINTAIS NA
PERCEPÇÃO DOS MORADORES .....................................................................
28
6
CONCLUSÃO .....................................................................................................
31
7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................
32
ANEXO I .........................................................................................................................
35
ANEXO II ........................................................................................................................
37
ANEXO III ......................................................................................................................
38
viii
LISTA DE FIGURAS E TABELAS
Figura 01. Localização da área do estudo ........................................................................
6
Figura 02. Estados Brasileiros representados pelas familias entrevistadas .....................
10
Figura 03. Grau de Instrução dos entrevistados ...............................................................
11
Figura 04. Ocupação dos entrevistados ...........................................................................
11
Figura 05. Quintal de uma residência do bairro Uirapuru, Altamira-Pa .........................
13
Figura 06. Área de serviço do quintal da residencia do bairro centro, Altamira-PA ......
14
Figura 07. Estágio dos quintais ao longo do tempo de moradia ......................................
14
Figura 08. Diversidade de plantas encontradas no quintal de uma residência do bairro
uirapuru, Altamira, PA ......................................................................................................
15
Figura 09: Espécies encontradas em um quintal do bairro de brasília, Altamira, PA .....
24
Figura 10. Responsáveis pelos cuidados com os quintais ...............................................
25
Figura 11. Variação da Importância alimentar e medicinal das espécies cultivadas .......
28
Figura 12. Importância dos quintais na qualidade ambiental segundo os moradores .....
29
Figura A1. A) Rosedá (Lagerstroemia indica L.). B) Jasmim manga (Plumeria rubra
L.). C) Pingo de ouro (Duranta erecta L.). D) Cacto estrela (Stapelia hirsuta L.). E)
Cacto bola (Echinocactus grusonii). F) Coroa de Frade (Melocactus zehntneri (Britton
& Rose) Luetzelb.) ............................................................................................................
Figura A2. A) Alfavaca grossa (Ocimum gratissimum L.). B) Boldo pequeno
(Plectranthus neochilus Schlechter). C) Noni (Morinda citrifolia L.). D) Babosa (Aloe
vera (L.) Burm. f.). E) Cebolinha (Allium fistolosum L.). F) Acerola (Malpighia glabra
L.) .........................................................................................................................
Figura A3. A) Comigo ninguém pode (Dieffenbachia amoena hort. ex L. Gentil). B)
Trevo roxo (Oxalis regnellii atropurpurea). C) Hibiscus (Hibiscus rosa-sinensis L.) D)
Tinhorão (Caladium bicolor Schott.) ................................................................................
38
39
40
Tabela 01. Tamanho dos terrenos e casa (área construída) dos bairros ...........................
13
Tabela 02. Especies vegetais encontradas nos quintais ...................................................
17
ix
RESUMO
Os quintais domiciliares apresentam importância significativa no conforto
ambiental, na complementação da dieta alimentar pelo cultivo de frutas, hortaliças e
medicinais, além de ser uma das formas de manejo do solo e embelezamento por meio das
plantas ornamentais. Para conhecer a cobertura vegetal dos quintais urbanos, no município de
Altamira, Estado do Pará, foi realizado um levantamento das espécies vegetais, visando
analisar a relação da área do terreno disponível e as espécies vegetais existentes, assim como,
compreender a importância sócio-ambiental dos quintais. Para tanto, foram amostrados 40
domicílios, distribuídos nos seguintes bairros: Centro, Jardim Uirapuru, Brasília e Mutirão. O
levantamento botânico identificou 156 espécies vegetais distribuídas em três categorias:
medicinais (55), alimentícias (52) e ornamentais (58), sendo, que, nove espécies foram
mencionadas em duas categorias distintas. Dentre o conjunto das espécies identificadas nos
quintais, destacou-se: côco (Cocos nucifera L.), mamão (Carica papaya L.), goiaba (Psidium
guajava L.), erva cidreira (Lippia alba (Mill.) NE. Brown), espada de São Jorge (Sansevieria
trifasciata Prain.), roseira (Rosa x grandiflora Hort.), acerola (Malpighia glabra L.) e comigo
ninguem pode (Dieffenbachia amoena hort. ex L. Gentil). Entre as alimentícias e medicinais,
houve uma variação em relação ao grau de importância das diferentes categorias, onde, uma
pode se destacar mais que a outra, podendo determinar entre elas, quais têm a maior
importância dentre a variedade do cultivo. Entre as funcionalidades dos quintais definidas
entre os entrevistados, a importancia ambiental é considerada de grande relevância entre
alguns moradores, dessa forma, identifica-se que, de acordo com a variação do porte das
plantas, essa finalidade garante uma maior contribuição em relação as melhorias na qualidade
do ambiente, influenciando diretamente no sombreamento, disponibilidade de oxigênio,
ventilação, conservação do solo e amenização da temperatura gerando consequentemente um
ambiente mais agradável.
Palavras-chave: Meio ambiente, Espécies vegetais, Conforto ambiental.
x
ABSTRACT
The home gardens have significant importance in the environmental comfort, complementing
the diet for growing fruits and vegetables, medicinal plants, besides being one of the forms of
soil management and beautification through ornamental plants. To know the vegetation of
urban gardens in the town of Altamira in Pará State, was a survey of plant species in order to
analyze the relationship of the land area available and the plant species, as well as understand
the importance of socio-environmental backyards . For this purpose we sampled 40
households distributed in neighborhoods Center, Garden Uirapuru, Brasilia and Mutirão. The
botanical survey identified 156 plant species distributed in three categories: medical (55),
food (52) and ornamental (58), and nine species were listed in two categories. Among all the
species identified in, stood out: coconut (Cocos nucifera L.), papaya (Carica papaya L.),
guava (Psidium guajava L.), grass (Lippia alba (Mill.) NE. Brown) sword of Saint George
(Sansevieria trifasciata Prain.), rose (Rosa x grandiflora Hort.) acerola (Malpighia glabra L.)
and me nobody can (Dieffenbachia amoena hort. ex L. Gentil). Among the food and
medicinal was a variation in terms of degree of importance of different categories, where one
can stand out more than the other may determine between them which have the greatest
importance among the variety of cultivation. Among the features of the gardens set among the
interviewees, the importance of the environment is considered of great relevance among some
residents, thus it is identified that, according to the variation of plant height for this purpose
ensures a greater contribution for the improvements inquality of the environment, directly
influencing the shade, availability of oxygen, ventilation, conservation of soil and
consequently softening temperature generating a more pleasant environment.
Key-words: Environment, Plant species, Environmental comfort.
1
1
INTRODUÇÃO
Os quintais podem ser definidos como áreas ao redor dos domicílios, onde, são
cultivadas plantas para vários fins, tais como, alimentares, medicinais, ornamentais, entre
varias outras finalidades. Podem ainda, serem caracterizados como locais de acesso imediato,
onde, primeiro se introduzem propágulos de plantas oriundas de outras áreas, para se observar
seu desempenho e aclimatação, e para onde se transplantam elementos úteis da vegetação
nativa. Assim, conhecer a relação que cada comunidade tem com seus quintais, pode auxiliar
no desenvolvimento de estratégias de conservação (AMAROSO, 2007 apud SOBRINHO e
GUIDO, 2008).
A diversidade vegetal encontrada nos quintais apresenta uma importância
significante na sustentação dos povos e no conhecimento dos ambientes naturais e suas
formas de manejo, pois, contribuem para a subsistência a determinadas populações. Diante da
marcha acelerada da urbanização, exploração dos ambientes naturais e das possíveis
influências de aculturação, é preciso resgatar o conhecimento que a população urbana detém
sobre o uso dos recursos naturais, em diferentes culturas (MOURA e ANDRADE, 2007).
O cultivo de espécies em quintais é uma das formas mais antigas de manejo da
terra, fato esse, que, por si só, indica sua sustentabilidade. Embora esse sistema de produção
de múltiplas espécies tenha provido e sustentado milhões de pessoas economicamente, pouca
atenção científica tem sido destinada ao assunto (AMARAL e NETO, 2008). Assim, o
desaparecimento destes, não implicaria somente na perda de um sistema ecologicamente
estável e geneticamente rico, como também, na perda da valiosa herança cultural associada a
ele (NAIR e KRISHNANKUTTY, 1984 apud LACERDA, 2008). Dessa forma, cada sistema
de quintais apresentam particularidades que lhes são próprias, definidas pelas condições
agroecológicas e pelas características socioculturais.
Desta forma, este trabalho justifica-se pela importância de caracterizar a
diversidade vegetal encontrada em quintais do município de Altamira, assim como, suas
múltiplas utilidades. Tendo como objetivo geral, realizar o levantamento das espécies vegetais
encontradas em quintais urbanos, analisando a relação entre a área do terreno disponível e a
riqueza das espécies vegetais, assim como, compreender a importância sócio-ambiental das
espécies cultivadas na perspectiva dos residentes. E como objetivos específicos: caracterizar a
cobertura vegetal de diferentes quintais; identificar e quantificar a freqüência e uso das
espécies; diagnosticar a importância das espécies existentes nas residências; e verificar a
qualidade ambiental dos quintais na percepção das famílias visitadas.
2
2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O estreitamento de relações entre comunidades florestais e áreas urbanas é um
fenômeno observável especialmente na região amazônica, onde, atividades de produção, entre
as quais, a agricultura, originalmente praticadas em contextos florestais, está sendo modelada
por novos condicionantes oriundos da esfera urbana, em particular, novos modelos culturais e
novas condições fundiárias (EMPERAIRE e LUDIVINE, 2008 apud AMARAL e NETO,
2008).
O planejamento urbano, para a prática de agricultura, tem de ser adequadamente
elaborado, planejado e integrado, não se resumindo apenas ao plantio de espécies destinadas à
alimentação, mas, para todos os aspectos ligados ao manejo da biodiversidade e ao meio
ambiente. Arborização, jardins, aves, animais e plantas ornamentais, fazem parte do desenho
urbano e se ligam a prática da agricultura urbana. Dessa forma, os quintais, assim como todos
os espaços da cidade, podem constituir um contorno verde entre prédios, casas, vias públicas,
praças, parques e encostas e, dessa forma, alterar as condições climáticas locais, contribuindo
para incrementar a umidade, reduzir a temperatura, melhorar o odor, capturar gases do ar
poluído, proteger do vento e interceptar a radiação solar, criando lugares sombreados e
protegidos (MACHADO e MACHADO, 2002).
É necessário destacar, que toda cobertura vegetal dentro dos centros urbanos são
de grande relevância quando se enfoca a análise da qualidade de vida da população em
detrimento das funções ecológicas que estas desempenham e seus benefícios para a saúde.
Logo, a vegetação de porte arbóreo, em relação às herbáceas, apresenta maior importância
para a manutenção de funções ecológicas, principalmente em termos de diminuição da
poluição do ar e manutenção da climatização natural, uma vez que, o principal problema
gerado pelo crescimento conpulsivo das áreas urbanas é em relação ao crescimento da
poluição e conseqüente, aumento da temperatura, gerando a chamada ilha de calor que define
um clima essencialmente urbano, que se difere das áreas rurais. Este fenômeno tem como
principal característica, a ocupação desordenada e conseqüente degradação ambiental pelo
aumento em grande escala, de áreas pavimentadas, fontes geradoras de calor e a ausência de
cobertura vegetal (COSTA e FERREIRA, 2008).
Quintais associados a habitações humanas podem ser classificados como sistemas
agroflorestais, funcionando como reservatórios de diversidade de espécies de árvores,
arbustos e ervas situados dentro de um limite residencial, e sob o manejo e o trabalho familiar
(FERNANDES e NAIR, 1986; MCCONNELL, 1992; NAIR, 1993 apud SEMEDO e
3
BARBOSA, 2007). Podendo ainda ser considerados sistemas domésticos importantes para
cultivo, seleção e conservação de espécies de plantas reconhecidas como úteis, além de
fornecerem recursos para consumo familiar e preservarem parte da cultura e história local
(KUMAR e NAIR, 2004 apud MORAIS et al., 2007).
As nossas cidades foram assentadas à custa de grandes devastações vegetais,
sendo hoje um desafio influenciar as pessoas, de que, nós seres humanos, somos apenas uma
parcela minúscula do meio ambiente, e, que por isso, devemos manter e multiplicar a
vegetação, no meio urbano. Daí surge então, à necessidade de instituir um índice ou um
percentual, que reflita uma qualidade de vida aceitável a população (CAVALHEIRO e DEL
PICHIA, 1992 apud ROCHA e WERLANG, 2005).
Oke (1973) citado por Nucci (2008) estimou, que um índice de cobertura vegetal
na faixa de 30% da área considerada, seria o mínimo recomendável, para proporcionar um
adequado balanço térmico em áreas urbanas e que este índice, quando se apresenta inferior a
5%, determina a esta vegetação, características semelhantes às de um deserto, designando
estas áreas, como desertos florísticos. Além disso, considerando os vários benefícios que a
vegetação pode trazer para melhorar a qualidade ambiental e de vida da população, pode-se
concluir, que, em lugares sem ou com baixa quantidade de vegetação (abaixo de 5%) esta
qualidade seja bem inferior ao desejável.
Por sua vez, para Sukopp e Werner (1991) citado por Nucci et al. (2005) e Buitron
& Favero (2009) a cidade que apresenta as condições ideais para a conservação da natureza e
da paisagem, deveria ocupar 33% do seu solo, principalmente, na região central, permeáveis e
não edificados, e, ainda, deveriam apresentar ampla conexão entre a vegetação da zona rural e
a das áreas urbanas centrais, diminuindo o grau de variação, entre os usos dos solos destes
meios.
A aparência estrutural dos quintais é determinada em grande parte, pelo ambiente
natural e pela tentativa da família em utilizar tantas espécies localmente adaptadas quanto
possível, em uma extensão de terra relativamente pequena, para múltiplos propósitos. Os tipos
de cultivo encontrados nos quintais são ditados pelo potencial ecológico da região, e,
preferência alimentar cultural (NIÑEZ, 1984; FOX, 1999 apud LACERDA, 2008). Essa
atividade vem sendo praticada há vários milênios, com isso, a humanidade vem cultivando, e,
conseqüentemente, selecionando as espécies vegetais que melhor servem às suas
necessidades. No decorrer desse tempo, acumulamos conhecimento dos ambientes naturais e
sua forma de manejo, necessários para obter melhores resultados no cultivo de diferentes
espécies, para fins alimentares, medicinais, ornamentais, religiosos, entre outros
4
(AMOROZO, 2008 apud RIBEIRO, 2009). Sua finalidade primária é a produção de alimento
para complementação da dieta familiar. Porém, uma alta diversidade de espécies, com
múltiplas finalidades, é cultivada nos quintais, tais como plantas usadas para: construção,
combustível, artesanato, ornamental, sombra, fibra, religião e medicina (FERNANDES e
NAIR, 1986; apud RIBEIRO, 2009).
Dos grupos de espécies botânicas utilizadas por populações na forma de quintais
caseiros na Amazônia, o de maior expressão, ou pelo menos o de maior visibilidade, é o da
categoria “perene”. Neste grupo, se encaixam as árvores frutíferas comestíveis, que
incorporam à alimentação diferentes fontes de vitaminas, de suma importância ao
metabolismo fisiológico humano, podendo, também, oferecer sombra e lazer, além de se
enquadrarem no grupo das medicinais alternativas (MADALENO, 2000 apud SEMEDO e
BARBOSA, 2007). Diversas espécies de plantas, utilizadas na medicina popular, nativas e
exóticas, são cultivadas e protegidas nos quintais, representando alternativas, de baixo custo,
aos medicamentos industrializados (AMOROZO, 2002 apud MORAIS et al., 2007).
Um dos elementos diferenciadores das áreas residenciais é a porção de espaço
destinado à cobertura vegetal. Essas vegetações podem estar situadas em áreas públicas ou
privadas e constitui um indicador da qualidade ambiental desses espaços (LUCHIARI, 2001).
Nucci e Cavalheiro (1999) define cobertura vegetal como qualquer área provida
de vegetação dentro do espaço urbano, compreendendo a vegetação herbácea, arbustiva e
arbórea. Os jardins, os quintais, as praças, os parques, os canteiros em vias de circulação, as
áreas preservadas, dentre outras formas de cobertura vegetal, estão compreendidas dentro
desta categoria.
Akbari et al. (2003) citado por Moura e Nucci (2005) também enfatizam a
classificação a cobertura vegetal com base na propriedade, se pública ou privada, bem como,
uma análise para se saber o quanto existe de vegetação arbórea, arbustiva ou herbácea, pois,
essa distribuição está relacionada com conforto térmico e qualidade do ar.
Existem muitas espécies que são plantadas com o único objetivo de gerar sombra
para os proprietários, estas, são consideradas plantas de uso para o sombreamento. Este
espaço, normalmente é o local onde as crianças brincam e os adultos conversam e descansam.
Também serve de abrigo para aves, que vivem em áreas urbanas, ou, que estejam de
passagem pelo local, algumas dessas árvores, que na visão dos moradores só são úteis para
minimizar os efeitos dos raios de sol, na verdade, podem produzir frutos que eventualmente
são consumidos pela família e por alguns animais frugívoros que predominam no local
(BRIZIDIO e NUNES, 2010).
5
As áreas verdes urbanas devem ser manejadas como um recurso de uso múltiplo
para o benefício das comunidades, pois, elas vão minimizar alguns efeitos adversos do
ambiente urbano, tornando o ambiente mais agradável através do sombreamento, amenização
da temperatura, redução de ruídos e embelezamento, contribuindo assim para a qualidade
ambiental e de vida (ROSSET, 2005 apud SERAFIM, 2007).
De acordo com Oliveira (1996) citado por vários autores, destacam-se os
benefícios proporcionados pela vegetação:
“[. . .] os benefícios proporcionados pela vegetação, em especial arbórea, destacamse entre outros, a manutenção do equilíbrio dos ciclos biogeoquímicos; manutenção
das taxas de evapotranspiração; manutenção do micro clima; manutenção da fauna;
melhoria da qualidade do ar através da eliminação de materiais tóxicos particulados
e gasosos e sua incorporação nos ciclos biogeoquímicos; redução do escoamento
superficial; fluxo de organismos entre fragmentos e atenuação sonora. Além de
proporcionar uma valorização visual e ornamental; prevenção de deslizamentos,
prevenção de inundações; redução da pressão sanguínea e aumento da produtividade
no trabalho; valorização local; redução da fadiga mental e aumento da qualidade de
vida (OLIVEIRA, 1996; NUCCI, 2001; MOURA e NUCCI, 2005 e REZENDE,
2005 apud COSTA e FERREIRA, 2008). ”
Para a compreensão do espaço urbano como um todo, é necessário estudar o uso
do solo, como uma expressão sócio-econômica de apropriação do homem no meio natural e
da cobertura vegetal, que, são aspectos que contribuem para a qualidade ambiental. “O
conceito de qualidade ambiental, em sentindo amplo, está relacionado com o nível de
satisfação que a pessoa obtém ao comparar as percepções do entorno, com suas expectativas,
seus ideais e necessidades” (MORENO, 2001, p.7 apud SERAFIM, 2007).
6
3 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
O município de Altamira, no Estado do Pará, está situado na margem esquerda do
rio Xingu, ficando a uma latitude 03º12'12" Sul e a uma longitude 52º12'23" Oeste, estando a
uma altitude de 109 metros. Sua população estimada, segundo o censo do IBGE (IBGE,
2010),
totaliza 105.030 habitantes, distribuidos entre a zona rural e
zona urbana do
município, abrangendo uma área territórial de 159.533 km2. Os residentes da zona urbana
estão distribuidos entre 19 bairros, sendo estes, delimitados conforme Lei Municípal n° 2.046,
de 28 de agosto de 2009. A área correspondente ao espaço amostral da pesquisa, corresponde
aos bairro Mutirão, Brasília, Centro, Jardim Uirapurú (Figura 01).
Fonte: Adaptado de Google 2010.
Figura 01. Localização da área do estudo.
O Bairro Mutirão compreende a área envolvida pela poligonal que tem início na
interseção da Rodovia Magalhães Barata com Linhão Tramoeste, deste ponto, segue por uma
linha imaginária, com ângulo de 87º à direita, em direção ao Igarapé Ambé, segue por este no
sentido de sua foz até a Rodovia Transamazônica, segue por esta até a Rodovia Magalhães
Barata, e segue por esta até o início da poligonal.
O Bairro de Brasília compreende a área envolvida pela poligonal que tem início
na interseção da Rodovia Transamazônica com a Travessa Pedro Miranda, segue por esta até
7
a Rua João Pinho, vira à esquerda e segue por esta até Travessa Presidente Médice, vira à
direita e segue por esta até a Joaquim Acácio, vira à direita e segue por esta até a Avenida
Antônio Vieira, vira à direita e segue por esta até a Avenida João Coelho, vira à esquerda e
segue por esta o Igarapé Altamira, segue por este, no sentido de sua nascente, até a Rua dos
Operários, vira á direita e segue por esta até a Travessa Pedro Acácio, vira à direita e segui
por esta até a Rodovia Transamazônica, vira à direita e segue por esta até o inicio da
poligonal.
O bairro Centro compreende a área envolvida pela poligonal que tem início na
intersecção da Rua Anchieta com o Igarapé Altamira, segue por este, no sentido de sua foz, na
margem esquerda do Rio Xingu, dobra à direita e segue por este até a Travessa Pedro Gomes,
vira à direita e segue por esta até a Rua Anchieta, segue por esta até o início da poligonal.
O Jardim Uirapuru tem início na intersecção da Avenida Perimetral com a
Avenida João Rodrigues e segue por esta até a Avenida Alacid Nunes, dobra à direita e segui
por esta até a Avenida Perimetral, vira à direita e segue por esta até o início da poligonal.
8
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 COLETA DE DADOS
Nos meses de junho a julho de 2010, foram aplicados questionários semiestruturados por meio de visitas, aos residentes dos bairros Centro, Jardim Uirapuru, Brasília
e Mutirão. De acordo com Albuquerque et al. (2008) citado por Lacerda (2008), as entrevistas
semi-estruturadas são aquelas em que as perguntas são parcialmente formuladas, antes de ir
ao campo, porém, apresentam flexibilidade, permitindo um aprofundamento em questões em
que se façam necessárias.
As entrevistas transcorreram em 10 domicílios por bairro, onde, utilizou-se o
método de sorteio para a escolha das ruas e residências, com isto, garantiu uma melhor análise
da variação da cobertura verde de diferentes quintais, totalizando uma amostra de 40
residências.
Para análise da cobertura vegetal, adotou-se o quintal como a área que abrange
todo espaço do terreno disponível para o cultivo das espécies (frente e fundo da residência),
ou seja, toda cobertura vegetal encontrada na área, compreendendo a vegetação herbácea,
arbustiva e arbórea.
O roteiro da entrevista foi direcionado para obtenção de informações sociais de
cada entrevistado, a relação destes com as espécies vegetais encontradas em seus quintais,
assim como suas características. Sendo ainda, apresentado dados relacionados às formas de
uso e obtenção, origem, manejo, altura e circunferência à altura do peito (CAP), sendo este
realizado apenas em espécies com porte acima de 1,30 metros.
O inventário das plantas presentes nos quintais foi conduzido na forma de passeio
com os entrevistados, afim da melhor caracterização do quintal, sendo as informações das
espécies e seus respectivos nomes populares coletados de acordo com o conhecimento de cada
morador. Sempre que possível, foram tiradas fotografias dos quintais e de suas respectivas
espécies, para fins de comparação e por favorecer a identificação. Para a identificação das
plantas, o referencial teórico utilizado foi: Lorenzi e Matos (2002); Souza e Lorenzi (2008),
além de sites específicos.
4.2 ANÁLISE DE DADOS
Após a coleta das informações, os dados foram tabulados e analisados com base
na frequência de vezes que uma resposta foi mencionada. Para isto, utilizaram-se os métodos
da estatística descritiva, que segundo Reis e Reis (2001) utilizam técnicas e ferramentas, entre
9
elas, gráficos e tabelas que servem para descrever e sumarizar um conjunto de características
observadas ou comparar tais características.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 PERFIL SOCIAL DOS ENTREVISTADOS
A pesquisa foi realizada com 40 moradores, distribuidos entre os quatro bairros
pesquisados, dos quais, 36 eram mulheres e quatro homens, sendo entrevistado um morador
por residência, conforme a disponibilidade de cada um, representada pelas seguintes faixas
etárias: 32,5% dos entrevistados pertenciam a faixa etária de 16 a 35 anos, , 30% de 36 a 55
anos e 37,5% de 56 a 76 anos de idade, o estado civil dos mesmos representam o percentual
de 42,5% de solteiros e 57,5% casados.
Os moradores são oriundos de quatro regiões Brasileiras, sendo o Nordeste
representados por 21 (52,5%), Norte 16 (40%), Sudeste 2 (5%) e Centro-oeste 1 (2,5%). Essa
representação, mostra o fluxo de migrantes, provenientes da colonização da região
transamazônica da decada de 70, que permanecem até os dias atuais, mostrando a diversidade
cultural que contribui com o enriquecimento e disseminação do conhecimento popular (Figura
02). Brizidio e Nunes (2010) em seu estudo sobre a composição florística dos quintais nos
bairros Floresta e Texeirão na cidade de Cacoal, Rondônia, confirmam esta hipótese,
afirmando que a diversidade de pessoas oriundas de vários estados, contribui com a
diversificação do conhecimento, uma vez que, os hábitos de vida pessoal de cada grupo
acabam sendo difundido com a população local.
10
40%
40%
35%
Percentual
30%
25%
20%
15%
12,5%
15%
7,5%
10%
7,5%
5%
2,5% 2,5%
5%
2,5% 2,5% 2,5%
0%
PA
GO
PB
PI
CE
BA
MA
RN
PE
ES
MG
Estados
Figura 02. Estados Brasileiros representados pelas familias entrevistadas.
As regiões citadas se sub-dividem em 11 diferentes Estados, dos quais os mais
representativos são: Pará, Maranhão e Bahia, com 40%, 15% e 12,5%, respectivamente,
sendo, o Estado do Pará o mais citado em três dos quatro bairros estudados, perdendo apenas
para o Estado do Maranhão no Bairro Mutirão.
A pesquisa, identificou que dos residentes, 35 possuem casa própria, três moram
em casas alugadas e dois em residências cedida por familiares. Destes, 27,5% residem em
suas propriedades num periodo de um a cinco anos, percentual que também representa os que
moram de seis a dez anos, 20% residem na localidade de 11 a 19 anos e 25% moram em suas
residencias em um periodo acima de 21 anos, variando de 21 a 70 anos.
Entre os entrevistados, pode-se observar que há moradores com grau de instrução,
que variam desde o analfabetismo, até aqueles que possuem o nível superior, identificando
que 40% dos moradores não possuem o ensino fundamental completo (Figura 03).
11
2,5%
15%
15%
ANALFABETO
FUNDAMENTAL INCOMPLETO
10%
FUNDAMENTAL COMPLETO
MÉDIO INCOMPLETO
MÉDIO COMPLETO
17,5%
40%
SUPERIOR
Figura 03. Grau de Instrução dos entrevistados.
A Figura 03, mostra os diferentes níveis de escolaridade entre os residentes
pesquisados, sendo, que entre estes 15% nunca frequentaram a escola, porém, sabem apenas
assinar seus nomes, sendo eles denominados como analfabetos funcionais, 17,5% e 40%
determinam aqueles que concluiram e não concluiram o nivel fundamental respectivamente,
25% totalizam aqueles que possuem o ensino médio completo e imcompleto (15% e 10%,
respectivamentre) e apenas 2,5% concluiram o ensino superior.
Em relação a profissão dos moradores, observou-se que, 20 deles (50%)
representam a classe das dona-de-casa, sendo elas, as principais responsáveis pelos cuidados
diários com os quintais (Figura 04). Dessa forma, constata-se, que além do gerenciamento
familiar, estas mulheres contribuem com a manutenção das espécies lá cultivadas, sendo as
principais responsaveis pela conservação da diversidade vegetal.
2,5%
2,5%
2,5%
DONA DE CASA
DOMÉSTICA
12,5%
LAVRADOR
SERVENTE
5%
50%
PROFESSSORA
2,5%
ESTUDANTE
5%
AGRICULTOR
17,5%
CABELEIREIRA
VIGILANTE
Figura 04. Ocupação dos entrevistados.
12
Entre as outras, descam-se a profissão de doméstica com 17,5% e estudante com
12,5%, as demais, sua representação corresponde a indices que ocilam entre 2,5 e 5%. Da
ocupação dos homens entrevistados, a de lavrador atingiu o indice de 5%, seguido pela
profissão de vigilante e agricultor com o percentual de 2,5% cada. Entre eles, a ocorrência de
um que não contribui com a manutenção do quintal, sendo a atividade desenvolvida apenas
pela esposa, os demais contribuem significativamente para essa atividade, porém reconhecem
que a esposa é a principal responsável pelo cultivo das plantas, onde eles, contribuem
principalmente com limpeza dos quintais.
5.2 DIVERSIDADE VEGETAL DOS QUINTAIS
A cobertura vegetal presente nos quintais depende significativamente da área
disponível para cultivá-las, dessa forma, identificou-se que estes espaços variam conforme o
tamanho dos terrenos e das casas, porém, sua presença não depende exclusivamente desta
disponibilidade de espaço, pois, observou-se, que, aqueles que moram em casas alugadas não
costumam cultivar nestes quintais, devido a morada ser por tempo indeterminado, inpedindoos de dar continuidade ao plantio, e ainda, por que alguns donos dos imovéis não permitem
que seus inquilinos plantem nada nestes quintais, toda via, este inpecílio abrange
principalmente o cultivo de plantas com porte médio e grande, pois, algumas ornamentais, são
cultivadas dentro de vasos e quando o morador vai embora ela é transportada junto do mesmo.
Para Brizidio e Nunes (2010) a quantidade de plantas no quintal, esta diretamente relacionada
com o espaço disponível, sendo, que nos terrenos onde há mais de uma casa a quantidade de
plantas é menor, podendo ser justificado também, pelo fato de que existem quintais onde há
uma menor quantidade de plantas devido a falta de tempo para cuidar do mesmo; pouco
tempo de residência no local e ainda por tratar-se de casa alugada (Figura 05).
13
Figura 05. Jardim de uma residência no bairro Uirapuru, Altamira-Pa.
Entre a diversidade de espaços cultivaveis nos quintais, destacam diferentes
tamanhos, pois, algumas residencias ocupam praticamente todo o terreno, outros,
correspondem a aproxidamente 50%, e ainda existe aqueles que tem disponibilidade de
espaço, porém, o solo é calçado com concreto evitando o plantío (Tabela 01).
Tabela 01. Tamanho dos terrenos e casa (área construída) dos bairros.
Nº
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
Bairro Uirapuru
Terreno
Casa
228 m2
54 m2
125 m2
64 m2
2
125 m
40 m2
2
175 m
60 m2
2
250 m
80 m2
2
325 m
144 m2
2
375 m
200 m2
2
160 m2
250 m
2
375 m
180 m2
2
375 m
150 m2
Bairro Brasília
Terreno
Casa
375 m2
75 m2
300 m2
176 m2
2
150 m
77 m2
2
450 m
150 m2
2
450 m
200 m2
2
240 m
90 m2
2
300 m
150 m2
2
140 m
91 m2
2
240 m
168 m2
2
250 m
110 m2
Bairro Mutirão
Terreno
Casa
360 m2
180 m2
200 m2
60 m2
2
200 m
42 m2
2
125 m
115 m2
2
120 m
140 m2
2
250 m
54 m2
2
200 m
180 m2
2
120 m
50 m2
2
160 m
90 m2
2
200 m
70 m2
Bairro Centro
Terreno
Casa
140 m2
112 m2
120 m2
60 m2
2
750 m
500 m2
2
250 m
150 m2
2
450 m
260 m2
2
250 m
200 m2
2
90 m
60 m2
2
150 m
90 m2
2
250 m
120 m2
2
240 m
120 m2
A tabela, demonstra a relação entre o terreno e as casas de cada residência nos
quatro bairros investigados, assim, percebe-se, que entre os diversos tamanhos, uns
predominam sobre os demais, porém, destaca-se, que quanto maior é o quintal, maior é o
interesse dos moradores em aumentar a casa, onde, indentifica-se que aqueles que ainda têm
disponibilidade de terreno, tem a pretensão de aumentar os cômodos da casa, como: dispensa,
área de serviço e garagens (Figura 06).
14
Figura 06. Área de serviço do quintal da residencia do bairro Centro, Altamira-PA.
Uma parcela dos quintais, durante o tempo de morada do entrevistado, sofreu
algumas alterações, assim sendo, houve a ocorrência de quintais que permaneceram iguais
durante todo o tempo, outros, sofreram algumas alterações com justificativa de aumento da
residência (Figura 07).
Anos
8
8
7
6
5
4
3
2
1
0
8
7
6
4
3
SEMPRE O MESMO TAMANHO
2
UIRAPURU
2
BRASÍLIA
MUTIRÃO
MAIOR QUE ATUALMENTE
CENTRO
Bairro
Figura 07. Estágio dos quintais ao longo do tempo de moradia.
Identifica-se, na Figura 07, que grande parte dos quintais permanecem iguais em
relação ao tamanho durante o tempo que a família reside no local, representando 72,5%, em
15
contraposição a 27,5% daqueles que alteraram o espaço disponivel para o cultivo, desse
modo, o bairro Uirapuru e Centro apresentam os quintais que sofreram menos alteração ao
longo do tempo (Figura 08).
Figura 08. Diversidade de plantas encontradas no quintal de uma residência do bairro
Uirapuru, Altamira, PA.
5.2.1 Espécies vegetais dos quintais urbanos
Com base na disponibilidade de espaço e o interesse do morador em cultivar
espécies vegetais, foram encontradas 155 espécies vegetais agrupadas em 138 gêneros e 65
famílias botânicas, sendo as mais representativas: a lamiaceae, com 11 espécies, Asteraceae e
Araceae, ambas com 8 espécies, Myrtaceae, com 6 espécies, Solanaceae, Arecaceae e
Zingiberaceae, com 5 espécies cada uma. As espécies se sub-dividem conforme sua
utilização, abrangendo as medicinais, alimentícias e ornamentais (Tabela 02). As medicinais,
abrangem 55 espécies, cultivadas visando utilizá-las como tratamento de algumas doenças,
sendo assim, utilizadas na medicina caseira, em substituição aos medicamentos
industrializados. As alimentícias, caracterizam-se por serem utilizadas na alimentação diária,
destacando 52 espécies, entre frutíferas e olerícolas. Já as ornamentais, encontradas em maior
número, apresentaram 58 espécies, caracterizando-se com plantas de pequeno porte e algumas
com hábito arbóreo, porém, ainda em estágio inicial. No trabalho de Brizidio e Nunes (2010),
16
com 30 moradores, identificou-se a categoria das alimentícias com 47 citações, ornamentais
49 e medicinais 31.
A maioria das plantas presentes nos quintais pertenceu apenas a uma das
categorias de uso, podendo destacar poucas espécies de uso múltiplo, ou seja, que se insere
em mais de uma categoria, entre elas, está a mangueira (Mangifera indica L.), o caju
(Anacardium occidentale L.), o alho (Allium sativum L.), o maracujá (Passiflora edulis Sims.
f. flavicarpa Deg.), a goiaba (Psidium guajava L.), a laranja (Citrus ssp), o abacate (Persea
americana Mill), destacadas entre as de uso na medicina caseira e na alimentação. Já nas que
abrangem tanto a categoria das medicinais como das ornamentais, estão: a vinca
(Catharanthus roseus (L.) G. Don) e a coroa de frade (Melocactus zehntneri (Britton & Rose)
Luetzelb.).
17
Tabela 02. Especies vegetais encontradas nos quintais. (Alim.: Alimentícias; Med.: Medicinais; Orn.: Ornamentais; Bras.: Brasília; Cent.:
Centro; Mut.: Mutirão; Uirap.: Uirapuru).
Nome popular
Nome científico
Família
Citações
Categoria
Alim.
Med.
X
Bairros
Orn.
Bras.
Cent.
Mut.
2
2
1
Abacate
Persea americana Mill.
Lauraceae
5
X
Abacaxi
Ananas comosus (L.) Merr.
Bromeliaceae
3
X
Abacaxizinho
Ananas lucidus Miller
Bromeliaceae
2
Abóbora
Cucurbita moschata Duch. ex Poir.
Cucurbitaceae
1
Açafrão
Curcuma longa L.
Zingiberaceae
4
Açaí
Euterpe oleracea Mart.
Arecaceae
5
X
1
Acerola
Malpighia glabra L.
Malpighiaceae
10
X
Alfavaca grossa
Ocimum gratissimum L.
Lamiaceae
9
X
Alfazema
Lavandula angustifolia Mill.
Lamiaceae
1
X
Algodão
Gossypium hirsutum L.
Malvaceae
4
X
1
Alho
Allium sativum L.
Liliaceae
1
X
1
Alpinia
Alpinia purpurata (Vieill.) K. Schum.
Zingiberaceae
2
Amor crescido
Portulaca pillosa L.
Portulacaceae
8
X
Amora
Morus nigra L.
Moraceae
3
X
Antúlia
Anthurium andraeanum Linden ex André
Araceae
2
Araçá
Eugenia stipitata Mc. Vaugh
Myrtaceae
2
Arruda
Ruta graveolens L.
Rutaceae
4
X
Aveloz
Euphorbia tirucalli L.
Euphorbiaceae
1
X
Avenca
Adiantum raddianum C. Presl.
Pteridaceae
3
Azeitona
Syzygium cumini (L.) Skeels.
Myrtaceae
1
Babosa
Aloe vera (L.) Burm. F.
Liliaceae
9
X
2
Balsamo
Sedum dendroideum Moc & Sessé
Crassulaceae
1
X
1
1
2
X
X
2
1
X
X
Uirap.
1
1
2
1
2
1
4
2
2
2
3
1
2
3
1
1
2
X
2
3
1
2
2
2
1
X
2
X
1
1
1
1
2
1
X
1
2
X
1
4
3
18
Continuação...
Nome popular
Nome científico
Família
Citações
Categoria
Alim.
Med.
Bairros
Orn.
Bras.
Bambuzinho
Phyllostachys aurea Carrière ex Rivière
Poaceae
1
Banana
Musa sp
Musaceae
6
X
Batata da terra
Ipomoea batatas (L.) Lam.
Convolvulaceae
1
X
Beijo de frade
Impatiens balsamina L.
Balsaminaceae
1
Biriba
Rollinia mucosa (Jacq.) Baill.
Annonaceae
1
Boca de leão
Antirrhinum majus L.
Plantaginaceae
1
X
Bola do mundo
Scadoxus multiflorus (Martyn) Raf.
Amaryllidaceae
2
X
Boldo baiano
Vernonia condensata Baker
Asteraceae
3
X
Boldo da folha grossa
Plectranthus barbatus (Andrews) Benth
Lamiaceae
2
X
Boldo pequeno
Plectranthus neochilus Schlechter
Lamiaceae
2
X
Buque de noiva
Spiraea cantoniensis L.
Rosaceae
2
Cacau
Theobroma cacao L.
Sterculeaceae
4
Cacto bola
Echinocactus grusonii
Cactáceae
1
Caju
Anacardium occidentale L.
Anacardiaceae
3
X
Cana
Saccharum officinarum L.
Poaceae
4
X
Canarana
Costus spicatus (Jacq.) Sw.
Zingiberaceae
6
X
1
Canela
Cinnamomum zeylanicum Breyn.
Lauraceae
1
X
1
Capim santo
Cymbopogon citratus (AC) Stapf.
Poaceae
9
X
2
Carambola
Averrhoa carambola L.
Oxalidaceae
3
Cariru
Talinum paniculatum (Jacq.) Gaertn.
Portulacaceae
1
X
Catinga de mulato
Tanacetum vulgare L.
Asteraceae
1
X
Cebolinha
Allium fistolosum L.
Alliaceae
5
Chapéu de Napoleão
Thevetia peruviana (Pers.) Schum.
Apocynaceae
1
Cent.
X
Mut.
Uirap.
1
2
2
2
1
X
1
X
1
1
1
1
2
1
1
1
X
X
2
1
1
1
1
1
X
1
X
2
X
1
1
2
1
1
1
2
3
2
2
4
1
1
1
X
3
X
1
1
1
19
Continuação...
Nome popular
Nome científico
Família
Citações
Categoria
Alim.
Med.
Bairros
Orn.
Bras.
Cheiro verde
Petroselinum crispum (Mill.) Nym.
Umbeliferaeae
2
X
Chicória
Cichorium intybus L.
Asteraceae
3
X
Cica
Cycas circinalis L.
Cycadaceae
2
Côco
Cocos nucifera L.
Arecaceae
18
X
Coentro
Coriandrum sativum L.
Apiaceae
2
X
Com. ninguém pode
Dieffenbachia amoena hort. ex L. Gentil
Araceae
10
X
Compacta
Ixora coccinea L.
Rubiaceae
2
X
Copo de leite
Zantedeschia aethiopica Spren.
Araceae
5
X
2
Coroa de Frade
Melocactus zehntneri (Britton & Rose) Luet.
Cactaceae
1
X
1
Couve
Brassica oleracea L.
Brassicaceae
2
Cravo amarelo
Tagetes pusilla Kunth
Asteraceae
1
X
Cravo do norte
Varronia leucocephala (Moric.) J. S. Mill.
Boraginaceae
1
X
Crista de galo
Celosia cristata L.
Amaranthaceae
1
X
1
Crote
Alocasia cucullata (Lour.) G. Don
Araceae
2
X
1
Cumaru
Amburana cearensis (Allemão) A. C. Sm.
Fabaceae
4
Cupuaçu
Theobroma grandiflorum K. Schum.
Sterculeaceae
8
Dracena
Dracaena fragrans (L.) Ker Gawl.
Liliaceae
2
Elixe paregórico
Piper callosum Ruiz & Pav.
Piperaceae
1
Emília
Plumbago auriculata Lam.
Plumbaginaceae
1
Erva cidreira
Lippia alba (Mill.) NE. Brown
Verbenaceae
11
X
Erva de jabuti
Peperomia pellucida (L.) Kunth.
Piperaceae
1
X
Espada de São Jorge
Sansevieria trifasciata Prain.
Ruscaceae
10
Feijão de corda
Vigna unguiculata L.
Fabaceae
1
Mut.
1
1
6
Uirap.
1
1
X
2
1
4
5
3
2
X
X
4
3
1
2
2
1
1
1
2
X
X
X
X
1
1
1
1
1
2
3
1
3
1
1
1
1
X
1
2
4
1
4
1
X
X
Cent.
2
1
3
1
4
20
Continuação...
Nome popular
Nome científico
Família
Citações
Categoria
Alim.
Med.
Bairros
Orn.
X
Bras.
Cent.
Feijão guandu
Cajanus cajan (L.) Millsp.
Fabaceae
1
Ficus
Ficus benjamina L.
Moraceae
1
X
Flor-estrela
Stapelia hirsuta L.
Apocynaceae
1
X
Folha da fortuna
Bryophyllum daigremontianum
Crassulaceae
1
X
Folha gorda
Kalanchoe brasiliensis Camb.
Crassulaceae
3
Fruta pão
Artocarpus incisa L.
Moraceae
1
Gengibre
Zingiber officinale Roscoe
Zingiberaceae
3
X
Genipapo
Genipa americana L.
Rubiaceae
1
X
Gérbera
Gerbera jamesonii Adlam
Asteraceae
1
Gervrão
Stachytarpheta cayennensis (Rich.) Vahl.
Zingiberaceae
1
Goiaba
Psidium guajava L.
Myrtaceae
11
Grama mato grosso
Zoysia japonica Steud.
Poaceae
1
X
Gravatinha
Chlorophytum comosum (Thunb.) Jacques
Agavaceae
5
X
Graviola
Annona muricata L.
Annonaceae
1
Guine
Trixis divaricata (Kunth.) Spreng
Asteraceae
2
Heliconia-papagaio
Heliconia psittacorum L. f.
Heliconiaceae
1
X
Hibisco colibri
Malvaviscus arboreus Cav.
Malvaceae
1
X
Hibiscu
Hibiscus rosa-sinensis L.
Malvaceae
5
X
Hortelã da folha grossa
Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng.
Llamiaceae
8
X
1
1
Hortelãnzinho
Mentha piperita L.
Lamiaceae
3
X
1
2
Ingá
Ínga edulis Mart .
Leguminosae
2
X
Inhame
Colocasia esculenta (L.) Schott.
Araceae
2
X
Ipê amarelo
Tabebuia chrysotricha Standl.
Bignoniáceae
1
Uirap.
1
X
1
1
1
1
X
1
1
1
1
1
1
1
X
X
Mut.
1
X
1
X
5
X
1
3
3
1
2
3
1
X
1
1
1
3
2
1
1
X
1
3
1
1
1
21
Continuação...
Nome popular
Nome científico
Família
Citações
Categoria
Alim.
Med.
Bairros
Orn.
Bras.
Jabuticaba
Myrciaria cauliflora Berg.
Myrtaceae
1
X
Jaca
Artocarpus integrifolia L. f
Moraceae
1
X
Jambo
Eugenia malaccensis L.
Myrtaceae
6
X
Jambú
Acmella oleracea (L.) R. K. Jansen
Asteraceae
1
X
Jasmim manga
Plumeria rubra L.
Apocynaceae
1
Jiló
Solanum gilo Raddi
Solanaceae
1
Juca
Caesalpinia ferrea Mart.
Leguminosae
1
Laranja
Citrus aurantium L
Rutaceae
9
Leia rubra
Leea rubra Blume ex Spreng
Vitaceae
2
Limão galego
Citrus aurantifolia Swingle
Rutáceae
3
Lírio da paz
Spathiphyllum cannifolium (Dryand) Schott.
Araceae
4
Macaxeira
Manihot esculenta Crantz.
Euphorbiaceae
4
Mamão
Carica papaya L.
Caricaceae
16
Mandacarú
Cereus jamacaru DC.
Cactaceae
5
Manga
Mangifera indica L.
Anacardiaceae
8
Mangericão
Ocimum basilicum L.
Lamiaceae
3
Maracujá
Passiflora edulis Sims. f. flavicarpa Deg.
Passifloraceae
5
Maravilha
Calendula officinalis L.
Asteraceae
1
Mastruz
Chenopodium ambrosioides L.
Chenopodiaceae
5
X
1
Meracilina
Graptophyllum pictum (L.) Griff.
Acanthaceae
1
X
1
Murici
Byrsonima intermedia A. Juss.
Malpighiaceae
1
Muringa
Moringa oleifera Lam.
Moringaceae
1
Cent.
Uirap.
1
1
3
1
2
1
X
X
1
1
X
X
Mut.
1
X
5
X
X
2
1
2
1
X
1
2
1
1
2
X
2
1
1
X
5
4
4
2
3
3
1
2
1
2
3
X
X
X
2
X
X
X
3
X
2
1
1
X
1
1
X
1
2
22
Continuação...
Nome popular
Nome científico
Família
Citações
Categoria
Alim.
Med.
Bairros
Orn.
X
Bras.
Cent.
1
Mut.
Uirap.
1
3
Noni
Morinda citrifolia L.
Rubiaceae
5
Odontonêma
Odontonema tubaeforme (Bertol.) Kuntze
Acanthaceae
1
X
1
Onze horas
Portulaca oleraceae L.
Portulacaceae
1
X
1
Ora-pro-nobis
Pereskia aculeata Mill.
Portulacaceae
1
Orquídea violeta
Spathoglottis plicata Blume
Orchidaceae
2
X
Palmeira leque
Lactania livistona chinensis
Arecaceae
1
X
Palmeirinha
Dypsis lutescens Beentje & J. Dransf.
Arecaceae
7
X
Panaceia
Nicotiana tabacum L.
Solanaceae
1
X
Pariri
Arrabidaea chica (Humb. & Bonpl.) B. V.
Bignoniaceae
4
X
2
Patchouly
Pogostemon patchouly Pellet.
Lamiaceae
1
X
1
Pau Brasil
Caesalpinia echinata Lam.
Leguminosae
1
X
Pé de coelho
Davallia fejeensis Hook.
Davalliaceae
1
X
Pimenta de cheiro
Capsicum chinense L.
Solanaceae
5
Pimenta de macaco
Piper aduncum L.
Piperaceae
2
Pimenta malagueta
Capsicum frutescens L.
Solanaceae
4
Pingo de ouro
Duranta erecta L.
Verbenaceae
2
Pinha
Annona squamosa L.
Annonaceae
2
Pinhão roxo
Jatropa gossypiifolia L.
Euphorbiaceae
5
Pitanga
Eugenia uniflora L.
Myrtaceae
2
Primavera
Bougainvillea glabra
Nyctaginaceae
1
Pupunha
Bactris gasipaes Kunth
Arecaceae
1
Quebra pedra
Phyllanthus niruri L.
Euphorbiaceae
8
Quiabo
Abelmoschus esculentus ( L.) Moench
Malvaceae
2
X
1
X
X
X
2
1
4
1
1
1
2
1
1
1
1
1
2
2
1
X
2
X
1
X
1
1
1
X
2
1
1
X
1
X
X
2
1
1
X
2
1
2
1
6
23
Continuação...
Nome popular
Nome científico
Família
Citações
Categoria
Alim.
Med.
Bairros
Orn.
Bras.
Cent.
X
Mut.
Uirap.
1
1
Romã
Puniza granatum L.
Punicaceae
2
Rosedá
Lagerstroemia indica L.
Litraceae
1
X
Roseira
Rosa x grandiflora Hort.
Rosaceae
10
X
2
1
1
Roseirinha
Rosa chinensis Jacq.
Rosaceae
5
X
3
1
1
Sabugueira
Sambucus australis Cham. & Schitdl.
Caprifoliaceae
1
Samanbaia
Nephrolepis cordifolia (L.) C. Presl.
Davalliaceae
8
Taioba
Xanthosoma sagittifolium (L.)
Araceae
1
X
1
Tamarindo
Tamarindus indica L.
Caesalpiniaceae
1
X
1
Tangerina
Citrus reticulata L.
Rutaceae
1
X
Teca
Tectona grandis L. f.
Lamiaceae
1
X
Tinhorão
Caladium bicolor Schott.
Araceae
2
X
Típe
Petiveria allicea L.
Phytolaccaceae
1
Tomate
Lycopersicon esculentum Mill.
Solanaceae
5
Trevo
Marsilea quadrifolia L.
Marsileáceae
1
X
Trevo roxo
Oxalis regnellii atropurpurea
Oxalidaceae
2
X
Uva
Vitis vinifera L.
Vitaceae
1
Vassourinha
Scoparia dulcis L.
Scrophulariaceae
1
Vinca
Catharanthus roseus (L.) G. Don
Apocynaceae
4
X
Vique
Mentha arvensis L.
Lamiaceae
1
X
1
X
6
1
X
3
2
1
2
1
1
X
1
1
2
2
1
X
1
X
1
1
1
1
X
X
1
2
1
2
24
Dentre o conjunto das espécies identificadas nos bairros, destacam-se: côco
(Cocos nucifera L.) com 18 citações, mamão (Carica papaya L.) com 16 citações, goiaba e
erva cidreira (Lippia alba (Mill.) NE. Brownit) ambas com 11 citações, espada de São Jorge
(Sansevieria trifasciata Prain.), roseira (Rosa x grandiflora Hort.), acerola (Malpighia glabra
L.) e comigo ninguem pode (Dieffenbachia amoena hort. ex L. Gentil) cada uma com 10
citações.
A caracterização da vegetação dos quintais, distinguem-se entre nativas e exóticas
e também, em relação ao seu hábito, destacando as herbáceas, com 45%, os arbustos, com
30% e árvores, com 25%, sendo cultivadas em proporções que revelam, em alguns quintais, a
preferência pelas ornamentais, que, em sua grande maioria, corresponde às herbáceas, assim,
essa diversidade de espécies são classificadas como exóticas (69,2%) e nativas do Brasil
(30,8%) (Figura 09). As exóticas destacaram-se também no estudo de Sá e Moraes (2008) que
mesmo com uma diversidade de especies menos expressiva classificaram entre as 54 espécies
identificadas em seu estudo com 26 pesquisados no bairro de Vitória em Ivinhema – MS, que
57,4% das plantas são exóticas, enquanto 42,6% são nativas.
Figura 09: Espécies encontradas em um quintal do bairro de Brasília, Altamira - PA.
Quando questionados sobre a decisão de plantar alguma espécie, ocorreu a
frequencia de duas alternativas dos que plantam, onde, 67,6% cultivam para consumo
familiar, servindo na alimentação e no tratamento de doenças, 18,9% plantam somente porque
25
acham as plantas bonitas devido suas ênflorescências, como relatado pela moradora: “Elas
saõ tão bonitas que parecem que têm vida (M.F.)”, 13,5% afirmaram as duas opções, com as
mesmas justificativas dos demais.
A partir da análise dos entrevistados, constantou-se, que diferentes pessoas
cuidam diretamente e indiretamento do cultivo e manejo das plantas presentes nos quintais,
onde, alguns apenas fazem a limpeza do quintal, enquanto outros, irrigam diariamente e
desenvolvem práticas que surge durante o dia-a-dia (Figura 10).
3
7
19
SOMENTE A ENTREVISTADA
TODA A FAMÍLIA
O CASAL CUIDA DO QUINTAL
8
OUTROS
Figura 10. Responsáveis pelos cuidados com os quintais.
Com exce ção de três residências que não cultivam nenhuma espécie, estas
práticas são conduzidas principalmente pelas mulheres entrevistadas, indice correspondente a
19 citações, ou seja, 51,35% destes, seguido pelo processo realizado por toda família, com
oito citações (21,62%), marido e mulher com sete relatos (18,91%) e três citações
correspondente aos outros, sendo a tia ou a sogra com 8,10%.
Corroborando com os
resultados obtidos por Brizidio e Nunes (2010) nos quintais de Floresta e Teixerão, na cidade
de Cocoal, Rondônia, dos 30 entrevistados 46,66% disseram ser as mulheres quem cuidam do
quintal. Segundo o estudo, a acentuada diferença na divisão dos cuidados com o quintal,
provém do fato, de que, as mulheres passam muito mais tempo em casa do que os homens, o
próprio número de entrevistados, mostra uma maior representatividade de mulheres nas casas
durante o período da pesquisa, isto porque, a coleta de dados foi realizada no período diurno,
horário em que os homens geralmente, estão no trabalho.
Entre as espécies preferidas pelos moradores, estão plantas ligadas tanto na
ornamentação da casa, como as alimentícias e medicinais, entre elas, destacam-se 20 espécies
escolhidas por diferentes justificativas, entre as quais, o fato das plantas produzirem frutos o
26
ano inteiro, da mesma ser de facil cultivo e também por produzirem lindas flores. Podemos
citar: capim santo (Cymbopogon citratus (AC) Stapf.), côco, Acerola, banana (Musa sp) e
roseira. Já quando o questionamento era a respeito de plantas que foram removidas por
estarem causando algum problema, foram citadas 10 espécies, entre elas, o jambo (Eugenia
malaccensis L.), côco, tamarindo (Tamarindus indica L.), laranja, noni (Morinda citrifolia
L.), araçá (Eugenia stipitata Mc. Vaugh), abacate, goiaba, e graviola (Annona muricata L.).
Entre os motivos da remoção das plantas, destacam-se a necessidade de aumentar a casa,
quebra da calçada, grande acumulo de plantas próximas uma da outra e atração de insetos.
O meio de obtenção destas plantas, em sua grande maioria são doação de vizinhos
e parentes, destacando também, aqueles moradores que trazem as mudas da roça e ainda
espécies que se propagam sem necessitar o plantio da mesma, sendo caracterizadas como
espécies de crescimento espontâneo.
Quando questionados se eles buscam conhecer as planta antes de implantá-la em
seus quintais, dos 37 que plantam 25 moradores disseram que sim, principalmente pelo fato
de não gostarem de cultivar espécies, sem saber a sua utilidade, em contrapossição, estão 12
que plantam aleatoriamente, alegando que “todas as plantas são iguais, todas têm algumas
finalidades, é só saber como utilizá-las (M.G.)”. Já quanto ao auxílio de algum profissional na
orientação do cultivo, apenas um indicou a utilização, sendo este, através de um curso
realizado a alguns anos atrás.
5.3 IMPORTÂNCIA DAS ESPÉCIES CULTIVADAS
Entre a diversidade de espécies cultivadas nos quintais constatou-se que existem
duas categorias que determinam a importância de cada quintal, dentre elas está a categoria das
medicinais e alimentícias, sendo que, a presença de determinada categoria predomina em
relação as demais em diferentes quintais, dessa forma, a variabilidade das espécies pode
determinar e caracterizar a riqueza vegetal encontrada em diferentes quintais.
Das alimentícias, se destacam duas sub-categorias de uso, as frutíferas que
abrangem 32 espécies e as olerícolas que correspondem a 20 do total de 52 cultivadas,
destacando quatro espécies do total, sendo elas: coco, mamão, goiaba e acerola.
Do conjunto de 40 residências investigadas, revelaram que das espécies cultivadas
no quintal, a importância alimentar contribui em diferentes graus de importância , variando de
nenhuma, pequena, média ou grande importância no consumo diário para os familiares, sendo
que, 12 pessoas, ou seja, 30% do total, revelaram que as mesmas não contribuem em nenhum
momento. Poucos entrevistados (7 pessoas), consideram as plantas como de grande
27
importância no seu consumo diário, para estes, destacam-se o fácil acesso e por elas serem
úteis frequentemente, contribuindo diariamente como condimentos, sucos e principalmente no
consumo das frutas. Dentre os demais relatos, revelou-se, que a pequena e média importância
representam 10 e 11 citações respectivamente, devido às plantas geralmente crescerem muito
e a falta de disponibilidade de espaço para o cultivo, fato que impede os moradores de
continuarem manejando as espécies já existentes e implantando novas culturas em seus
quintais.
Entre as medicinais, houve uma grande diversidade de espécies, entre as mais
citadas está: erva cidreira, babosa (Aloe vera (L.) Burm. f.), alfavaca grosa (Ocimum
gratissimum L.) e capim santo, porém quando questionado sobre a importância destas plantas,
15 moradores argumentaram que por mais que cultivem algumas espécies, elas não
contribuem em nada para seu consumo, relatando que há espécies que nascem sem ao menos
eles plantarem, como é o caso do quebra-pedra (Phyllanthus niruri L.) e a erva de jabuti
(Peperomia pellucida (L.) Kunth.), permanecendo no quintal até ser efetuado a limpeza do
mesmo. Seis consideraram que as plantas têm uma pequena importância, dizendo que, por
mais que não há uma grande contribuição rotineira, existem momentos, que chegam a recorrer
ao uso de algumas ervas, principalmente, em emergências e quando não tem dinheiro para
comprar o medicamento industrializado. Para nove dos entrevistados, as plantas medicinais
cultivadas em suas casas são de média importância, e 10 consideram de grande importância,
pois, elas são a primeira alternativa de uso, devido serem de acesso fácil e não custarem nada,
além de corresponderem com as expectativas de cura. Relatando que o fato de a maioria dos
entrevistados terem preferência em utilizar plantas medicinais para a manutenção ou
recuperação da saúde é de certa forma, um aspecto bastante positivo, pois, além de fortalecer
práticas tradicionais quanto ao uso e conhecimento de plantas medicinais.
Entre as alimentícias e medicinais verifica-se que houve uma variação em relação
ao grau de importância das diferentes categorias, onde, uma pode se destacar mais que a outra
podendo determinar entre elas, quais têm a maior importância dentre a variedade do cultivo
(Figura 11).
28
37,5%
40%
35%
30%
Percentual
30%
27,5%
25%
22,5%
25%
20%
25%
17,5%
15%
ALIMENTÍCIAS
15%
MEDICINAIS
10%
5%
0%
NENHUMA PEQUENA
MÉDIA
GRANDE
Importância
Figura 11. Variação do grau importância alimentar e medicinal das espécies cultivadas.
Na figura acima identificou-se, que para alguns moradores uma categoria tem
maior importância em relação à outra, neste caso, enquanto uma é determinante no quintal as
outras têm pequena ou nenhuma importância, verificando que as alimentícias entre os
diferentes graus, se destacam mais que as medicinais, representando 70% da preferência,
oscilando entre pequena, média e grande importância.
Entre as justificativas, de ambas as categorias de uso declaradas pelos residentes,
a que mais se destacou foi à facilidade na obtenção destas plantas, pois, segundo os
entrevistados, elas se propagam com facilidade, com isso, o fácil acesso e a grande
disponibilidade das espécies facilitam sua utilização e disseminação.
No conjunto das espécies, a categoria das ornamentais obtiveram um maior
número de exemplares, porém segundo relato dos moradores essas plantas somente
contribuem com o embelezamento de suas residências, não tendo importância significativa
para família.
5.4 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL DOS QUINTAIS NA PERCEPÇÃO
DOS MORADORES
Entre as diversas funcionalidades dos quintais definidas entre os entrevistados, a
importancia ambiental é bastante debatida entre eles, onde, percebe-se a grande relevância
que cada espécie tem sobre cada quintal, dessa forma, identifica-se que, de acordo com a
variação do porte das plantas, essa utilidade garante uma maior contribuição em relação as
melhorias na qualidade do ambiente, influenciando diretamente no sombreamento,
29
disponibilidade de oxigênio, ventilação, conservação do solo e amenização da temperatura
gerando consequentemente um ambiente mais agradável (Figura 12).
Citações
17
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
8
6
7
7
1
1
Importância
Figura 12. Importância ambiental dos quintais segundo os moradores.
Observa-se na figura, os diferentes enfoques dos residentes sobre a análise da
importância da cobertura vegetal em seus quintais, revelando que 17 moradores, ou seja,
42,5% do total, destacaram somente a importância na amenização da temperatura, um
morador destacou o ambiente mais agradável e outro na consevação do solo, os demais, o
percentual de citação variou de 15% a 25%, incluindo aqueles, que salientaram não haver
nenhuma importância neste cultivo. No trabalho de Sá e Moraes (2008) as respostas mais
mencionadas foram: dar sombra e produzem frutas comestíveis com 37,74% cada um, gosta
da natureza (7,55%), ar fresco (5,65%), purifica o ar (1,89%) e outros com 9,43%,
demonstrando, pouco conhecimento em relação à importância ambiental, que foi abordada
com frequencia bem reduzida.
A avaliação de cada morador, pode determinar a importância de cada espécie
cultivada no quintal, dessa forma, existe aqueles que já plantam planejando o bem estar
fornecido pelas plantas, enquanto outros, buscam apenas a beleza que estas irão fornecer a
suas resiedências, porém, relatam que estas plantas são atrativas de pequenos animais como:
borboletas e beija-flor, contribuindo significativamente para a manutenção do ambiente, pois,
30
estes animais, contribuem como agentes de polinizações e disseminadores, consequentemente
inplantando novas espécies em seus quintais. Como exemplo citado está o mamão e a goiaba,
que se propagam de residencias vizinhas em seus quintais sem o auxilio do morador para
implantá-las.
Dessa forma, a diversidade de espécies, determinam sobre cada quintal a
contribuição que o mesmo esta gerando para o meio ambiente e consequentemente para os
moradores, onde, nota-se, que na percepção dos moradores, este fato está diretamente ligado
não somente a melhoria que o quintal está oferecendo para sua família, mas sim, para toda a
população. Uma moradora destaca que: “Se todos nós plantasse, mesmo que fosse uma unica
árvore, teriamos um ambiente mais equilibrado (M.M)”, justificando-se, pelo fato que, no
período do verão a temperatura é muito elevada, inpedindo-os de ficarem até mesmo dentro
de casa, pois, além da quentura, o ambiente fica sufocante.
Assim, entre os entrevistados, verificou-se que houve uma conscientização de
grande parcela em relação a importância do cultivo de plantas em seus quintais, porém,
ocorreu relatos de moradores que expuseram opiniões contrárias, argumentando que as poucas
plantas que tem em seu terreno, não influenciariam de nenhuma forma nessa melhoria, pois,
além destas plantas serem em pequeno número, o fato de um morador cultivar e outro não
ocassiona um desequilibrio ambiental, interferindo nos demais.
31
6
CONCLUSÃO
Entre as espécies cultivadas nos quintais, existem duas categorias que determinam a
importância de cada quintal, dentre elas, está a categoria das medicinais e alimenticias, sendo
as alimenticias as que mais se destacam, representando 70% da preferência dos moradores.
Entre os fatores determinantes no cultivo esta a facilidade na obtenção das plantas e
disponibilidade de espaço no terreno para cultivá-las.
Quanto a importância ambiental, a maioria dos entrevistados alegaram benefícios
fornecidos pelas espécies cultivadas, identifica-se que, de acordo com a variação do porte das
plantas, essa finalidade garante uma maior contribuição em relação as melhorias na qualidade
do ambiente, influenciando diretamente no sombreamento, disponibilidade de oxigênio,
ventilação e amenização da temperatura gerando, consequentemente, um ambiente mais
agradável.
32
7
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34
ANEXOS
35
ANEXO I – Questionário aplicado aos moradores dos bairros Brasília, Centro, Mutirão,
Uirapuru, Altamira-PA.
Nº. do Formulário: _______
Bairro: __________________________
Data da Entrevista: ____/____/____
Rua: ___________________________ Nº______
Nome do Entrevistado: _______________________________________________________
Idade: ________
Estado Civil: _______________ Sexo: Masculino
Feminino
Escolaridade: _______________ Profissão: _________________
Origem:__________________
1- Residência: própria ( ) alugada ( ) outros:___________________
2- Há quanto tempo mora neste local?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
3- Qual o tamanho total (aprox.) do quintal? E o da casa?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
4- O quintal já foi:
( ) maior que é atualmente? Qual motivo?
( ) menor que é atualmente? Qual motivo?
( ) Sempre o mesmo tamanho.
5- Por que planta? (o que motiva a plantar no quintal)?
( ) consumo familiar ( ) lazer
( ) comércio ( ) outro: ________________
6- Quantas pessoas cuidam do quintal? Quem são elas?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
7- Entre as espécies cultivadas quais tem maior importância para família? Por quê?
( ) grande ( ) média ( ) pequena ( )nenhum
36
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
8- Entre estas plantas qual a preferida? Qual a razão?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
10- Existe alguma espécie que o senhor (a) deixou de plantar por algum motivo? Qual?
Por quê?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
11- Já recebeu orientação de algum profissional no cultivo das plantas?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
12- Em sua opinião qual importância destas plantas para melhoria do ambiente?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
13- Qual o meio de obtenção destas plantas?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
14- Manejo do quintal?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
15- O senhor (a) busca conhecer a planta antes de implantá-la em seu quintal?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
37
ANEXO II – Inventário Florístico utilizado na caracterização da cobertura vegetal dos bairros, Altamira-PA.
Nº. FORMULÁRIO: ______
INVENTÁRIO FLORÍSTICO
IDENT.
NOME COMUM
USO
ORIGEM
ALTURA
CAP
OBS
38
ANEXO III – Registro fotográfico de algumas espécies encontradas nos quintais, AltamiraPA.
A
B
C
D
E
F
Figura A1. A) Rosedá (Lagerstroemia indica L.). B) Jasmim manga (Plumeria
rubra L.). C) Pingo de ouro (Duranta erecta L.). D) Cacto estrela (Stapelia
hirsuta L.). E) Cacto bola (Echinocactus grusonii). F) Coroa de Frade
(Melocactus zehntneri (Britton & Rose) Luetzelb.)
39
A
C
B
D
C
D
E
F
Figura A2. A) Alfavaca grossa (Ocimum gratissimum L.). B) Boldo pequeno
(Plectranthus neochilus Schlechter). C) Noni (Morinda citrifolia L.). D) Babosa
(Aloe vera (L.) Burm. F.) E) Cebolinha (Allium fistolosum L.). F) Acerola
(Malpighia Glabra L.).
40
A
B
C
D
Figura A3. A) Comigo ninguém pode (Dieffenbachia amoena hort. ex L.
Gentil). B) Trevo roxo (Oxalis regnellii atropurpurea). C) Hibiscus (Hibiscus
rosa-sinensis L.) D) Tinhorão (Caladium bicolor Schott.).