Eles jogaram cartas com os outros garotos por um tempo, distraídos
Transcrição
Eles jogaram cartas com os outros garotos por um tempo, distraídos
Eles jogaram cartas com os outros garotos por um tempo, distraídos demais para organizar alguma atividade mais produtiva. Durante uma partida, Kory viu o fuinha se aproximar e fareijar Samaki, mas se ele fareijou a evidência da atividade deles, ele disse nada sobre ela. Margo tinha se acalmado um tanto até a hora que eles foram embora. Ela prometeu manter eles informados sobre Malaya e Jeremy, que estava ainda dormindo no quarto dele, e eles prometeram voltar no fim de semana seguinte. “Essa vai ser difícil,” disse Kory, andando para o ponto de ônibus. “Nós dois temos grandes provas na semana depois da próxima.” Samaki afirmou com a cabeça. “Eu quero voltar, contudo. Quero dizer, se nós desaparecermos quando ela precisa da gente...certo?” “É.” Afirmou Kory. “Sem dúvida.” Ele abraçou Samaki, se aproximando para roçar os focinhos enquanto eles viram o ônibus chegando pela esquina. Mesmo que ele estava deixando o raposo negro por outra grande semana, a memória de Sextafeira de noite ao rio e aquela manhã no quarto aquático manteve Kory sorrindo todo o caminho pra casa. Quando ele entrou pela porta, porém, o humor dele dissipou, conforme o aroma da mãe dele e da casa deles traziam de volta os medos dele. Ele teria escapado para dentro do quarto dele sem dizer olá se ela não tivesse na sala de estar. “Você parece feliz,” ela comentou. “Você teve um bom dia?” “Claro.” Ele andou rapidamente em direção à pequena ponte sobre a piscina da casa. “Kory.” Ela se virou na cadeira dela para olhar pra ele. A cauda dela bateu ao acertar o outro lado da cadeira. “O que vocês dois fizeram?” “Oh, uh, nós só jantamos, e então ele dirigiu lá pra...por alí por um tempo. E então nós ajudamos no Centro ontem.” “Samaki pode dirigir?” Ele afirmou com a cabeça. Ela suspirou. “Eu sei que você quer. Me desculpe por não ter tido tempo pra te ajudar à praticar.” “Tá tudo bem, Mãe.” Ele de fato queria aprender a dirigir, mas aquilo não estava incomodando muito ele. Ele sabia que quando o aniversário dele rolasse por volta da primavera, ele iria pegar a licença dele. Ele tinha muitas outras coisas para se preocupar. “Por onde ele dirigiu? Só uma volta pelo quarteirão?” “Oh, pela cidade um pouco.” Ele acenou com a pata dele, a memória do espaço escuro no rio vívida enquanto ele acenava. Os olhos dela se estreitaram. “Vocês dois, sozinhos? Eu não gosto disso. Algumas daquelas partes são perigosas.” “Samaki conhece as áreas. Ele não iria me levar pra algum lugar perigoso.” “Eu quero que o pai dele vá junto se você for sair dirigindo pela cidade novamente.” Os ombros de Kory cederam, mas ele se sentiu mais forte, aliviado que ela estava pressionando num tópico sobre o qual ele não se importava muito, não no por que ele queria ver Samaki todo fim de semana. “É perfeitamente seguro,” disse ele. “Eu leio as notícias, e eu sei que não é verdade. Me prometa, Kory.” Ele suspirou. “Eu prometo, Mãe.” “Tudo bem. Eu acredito em você para manter suas promessas.” “Eu irei. Posso ir fazer minha lição de casa agora?” “Só um momento.” Ela olhou para ele ainda mais rigorosamente. “Kory, na sua idade, eu sei que vários garotos entram em apuros. Eles têm amigos que não fazem sempre as escolhas certas.” Ele rolou os olhos dele teatralmente para cobrir o martelar do coração dele. “Mããããe.” “Eu sei que nós já conversamos, e eu sou confidante que o Senhor te pôs numa trilha com moral, mas todos os mesmos...” Ela raspou o braço da cadeira com uma garra. “Eu me preocupo com você quando eu não sei o que você está fazendo.” “Nós dirigimos por aí, e então nós fomos para o Centro esta manhã. Isso é tudo, Mãe. Eu prometo.” Por favor, por favor pare de perguntar. “Eu li nos jornais,” disse ela como se ele não tivesse falado, “sobre esses garotos que estavam tomando...meth, é assim? Eles usavam no quarto de um dos garotos, no andar de cima, enquanto os pais estavam vendo televisão.” Ele percebeu que a TV deles estava desligada. Meth, pensou ele, e quase riu. “Não estou tomando meth, Mãe.” “Ou qualquer outra droga?”? “Sem drogas.” O alívio estava levando muito tempo pra chegar ao coração dele. “Eu deveria começar minha lição de casa.” Ela afirmou com a cabeça, acenando ele para o quarto dele e se virando para o livro que ela estava lendo. A Bíblia, percebeu ele. Não é um bom sinal. Ela apenas fazia aquilo quando ela estava preocupada sobre alguma coisa. Mesmo quando ele ficou no quarto dele com a porta fechada, o alívio que ela havia ido pela trilha errada não veio. Ela sabia que alguma coisa estava errada, e ele teria que ser mais cuidadoso sobre esconder isso. Depois da aula de inglês na Segunda-feira seguinte, Perry alcançou Kory. “Ei,” disse ele, sorrindo, orelhas apontando pra cima. “Ei. E aí?” “Bem, eu espero que você não se importe, mas eu procurei sobre abrigos para crianças sem teto na Internet.” Ele estava lutando para esconder o tom envergonhado, mas claramente ele estava orgulhoso de ter conseguido. O pêlo de Kory arrepiou. “Oh?” “É.” A cauda de Perry abanava. “Se você estava preocupado sobre o que eu iria pensar, você sabe, você não tinha que se preocupar.” O coração dele bateu um pouco mais rápido. Independente do que Perry disse, aquele sentimento intrusivo de alguém sabendo do segredo dele estava começando como desconfortável e ficando pior. Todo mundo que ele conhecia estava determinado à descobrir o que ele estava escondendo? “Você sabe,” disse ele, “Eu não trabalho lá de fato. Eu só, eu disse aquilo para que você pensasse que eu estivesse bem enturmado.” Perry tombou a cabeça dele. “Mesmo? Quero dizer, eu perguntei sobre você e eles não conheciam alguém com seu nome, então eu meio que me perguntei. Você não tinha que ter feito aquilo.” Kory sentiu um delirante senso de alívio. Margo tinha mentido por ele, então. Ele não tinha pensado que ela seria esperta o bastante pra inventar aquilo. “Bem, você sabe,” disse ele, e ergueu os ombros. “Então você está okay sobre ajudar as crianças?” “Claro, quero dizer, eles são gente também, certo?” Quando Kory afirmou com a cabeça, Perry continuou. “E eu sei o que algumas pessoas dizem sobre eles, mas eu não ligo. É simplesmente ridículo sobre eles arruinando a sociedade. É aqueles conservadores, eles sempre vão atrás de qualquer um que não é como eles. Mas essas crianças, é terrivel, você sabe, eles só querem ter uma vida normal e elas foram levadas das suas casas e a maioria perdeu os pais deles...” “Alguns deles ficariam melhor se tivessem perdido,” disse Kory. Perry acenou com a cabeça. “É. Eu não queria dizer aquilo, mas eles contaram que tem algumas crianças aonde os familiares eram alcóolatras e é uma situação bem ruim. Você sabe, você pensa que todos eles vêm para esse país para ter uma vida melhor, e então como você vai dalí para ser um bêbado e abusar de seus filhos?” As orelhas dele estavam para trás agora, um rosnado bem definitivo por baixo das palavras dele. As orelhas de Kory se ergueram. “Vieram pra este país?” “É. A maioria deles vem lá do Sul, ou do Leste, certo?” O batimento do coração dele desacelerou. “Que abrigo é esse, mesmo?” “Casa de Férias. É aquele que você quis dizer, não é?” Kory negou com a cabeça. “Não, eu nunca ouvi falar. Como que é?” “É um abrigo para as crianças de imigrantes ilegais. Eu pensei que era isso por que você não queria falar comigo sobre eles. Mas eu liguei pra eles e eles disseram que sempre precisam de mais ajuda. Então eu vou lá nesse fim de semana. Isso vai ficar ótimo nas minhas aplicações.” A cauda dele abanou, e então acalmou. “Quero dizer, uh...” Ele baixou a cabeça dele. A cauda dele enrolada atrás dele, e foi só então que Kory percebeu que era assim como ele estava acostumado à ver o lobo. “Eu aposto que vai,” disse Kory. “Eles realmente precisam de ajuda, também. Quero dizer, essa casa foi apedrejada algumas vezes durante o verão. Pessoas não gostam das crianças estando lá. É bem na borda de um novo desenvolvimento rico, isso é o que Jolena me disse, mas eles estavam lá antes do desenvolvimento e agora as pessoas estão tentando forçar eles à saírem, então uma das coisas que eu vou estar fazendo não é só trabalhar com as crianças, mas também fazendo um pouco de campanha, como escrever para dizer às pessoas quão valiosa a casa é. Isso é bem legal, e trabalha com minha especialização em Inglês, também. Então sobre qual abrigo você estava falando, ou você só inventou um?” “Você vai se especializar em Inglês?” disse Kory. Perry sacudiu a cabeça, orelhas sacudindo pros lados e pra trás. “Não para escrever como você, mas literatura. Eu amo ler, e Sr. Deffenbauer diz que eu tenho um talento real para análises. Ele está me treinando para o teste de AP English este ano.” “Ei, legal.” Kory deu um passo para dentro do ônibus e acenou. “Me conte como foi com as crianças.” “É,” disse Perry, acenando vividamente. “Te vejo amanhã.” No ônibus, Kory se perguntou por que ele estava tão relutante para contar pra Perry sobre o Centry Arco-Íris. Afinal de contas, o lobo não era um imigrante ilegal, mas ele estava ajudando crianças que eram. Só voluntariar numa casa para adolescentes gay não faz Kory em si gay. Perry iria só assumir que ele estava fazendo aquilo para preencher as aplicações de faculdade dele. Mas era o tipo de coisa que ele iria ter feito ano passado? Provavelmente não. Bem, pra ser honesto, definitivamente não. Tinha alguma coisa estranhamente…contagiosa sobre ser gay. Tudo o que fazia era alguma associação para você cair sob suspeitas. Ele se precipitou contra a janela e encarou pra fora dela. Linhas de um poema voaram pela cabeça dele. Você pode ter os sintomas mas não a enfermidade. Ela se espalha pelo toque, pela boca, pela visão. Os sinais exteriores significam nada. A doença está em quem aponta. Ele rolou as linhas ao redor, rearranjando elas. Pode ter algo pra ele trabalhar alí. Ele na verdade não tinha escrito poemas especificamente sobre ser gay, coisa que, agora que ele pensou sobre isso, era estranho. Ele teria que trabalhar naquilo, como Samaki tinha encorajado ele à fazer. As linhas de doença talvez fossem um pouco forte, contudo. Samaki definitivamente não iria gostar daquilo. Talvez ele apenas fosse escrever aquele poema pra ele mesmo, e outro para o raposo. Alguma coisa sobre ser avaliado para a faculdade, sua vida reduzida à um pedaço de papel com sinais nele. Esse era um bom pensamento. Ele escreveu uma anotação daquele, também. A mentira dele para Perry continuava à importunar ele, crescendo na preocupação sobre a mãe dele e a questão de dividir o quarto com Samaki na faculdade. O mundo estava pressionando para saber o segredo dele, e quanto mais ele se sentisse escorregando pra fora, mais apertado ele era apertado contra ele mesmo. O problema era que mais e mais do segredo dele parecia como uma massa de água atrás de uma represa insuficiente. Pressão e contenção seria a segunda natureza para um castor, mas Kory era uma lontra, e ele apenas queria deixar as coisas tomar o rumo natural delas. Só mais alguns meses, depois das férias, então vai tudo por morro abaixo. Faculdade, e a questão de dividir o quarto com Samaki, estava a meses de distância, um problema escondido pelo ainda maior problema de ser aceito em primeiro lugar. Ele passou a noite de Quarta-feira falando com a mãe dele sobre faculdades, outro exercício em frustração visto que ela estava majoritariamente preocupada com ele entrando em Whitford. Ele tinha que fingir que ele estava realmente planejando tentar entrar lá, durante todo o tempo apresentando as outras escolhas dele como “seguro”. A tarde toda havia deixado ele drenado e frustrado, e quando ele contou pra Samaki sobre ela, o raposo disse. “Então apenas diga pra ela que você não quer ir pra Whitford.” O que era impossível, conhecendo a mãe de Kory, então ele mudou o assunto para falar sobre as faculdades que ele estava planejando se matricular e os truques que eles estavam aprendendo no curso de preparação. “Uma das partes mais importantes das matriculas é uma que vocês possam deixar passar de primeira,” disse Sr. Pena na Quinta-feira de noite. “Eu estou falando sobre a página de „espécies e origens étnicas.‟ Eu sei que muitos de vocês estão acostumados à apenas checar “raposa,” ou “lontra,” e não pensar sobre isso mais do que até este ponto, mas é de valer a pena gastar um tempo extra nesta seção agora. Essas são leis que vocês devem ter estudado nas aulas de Educação Cívica. Eu aposto que vocês nunca pensaram que suas lições de casa de Cívicas fosse ser útil, pensaram?” Ele deu um riso, olhou para a sala de aula silenciosa, e retomou o discurso dele. “Então se você for um lontra-do-rio, por exemplo, mas um dos seus avós foi uma Lontra-anã-oriental, você talvez possa colocar “Lontra-anã-oriental” naquele espaço da matrícula. Você irá ser qualificado como uma minoria, e terá uma chance melhor para entrar na faculdade.” Uma esquila-cinzenta, Jelena, Kory achou que fosse o nome dela, ergueu a pata. “Minha avó era uma albina,” disse ela. “Isso conta?” “Com raras exceções, fases de cor não se qualificam para admissão por minoridade,” disse Sr. Pena. “Há exceções—tigres brancos e leões brancos são comunidades culturalmente protegidas assim como são de fases de cor diferentes, e iriam se qualificar.” Kory ergueu a pata dele. “E sobre raposas pretas?” Sr. Pena negou com a cabeça de pelagem ruiva dele. “Talvez, mas nós não temos nenhuma dessas aqui em Carter. Não, eu não acho que alguém aqui se qualifica sobre cor de pêlo apenas, mas vocês precisam conversar com seus pais sobre suas heranças. Se tem qualquer coisa única no seu passado, não tenha medo de usar.” Um dos outros estudantes ergueu a pata. “Isso não é um tanto quanto desonesto? Por que nós não somos julgados apenas por nossas habilidades?” O raposo afirmou com a cabeça. “Eu iria amar poder viver num mundo aonde indivíduos são julgados no mérito. Acredite em mim, seria um vasto aperfeiçoamento nos sistemas que temos agora, e iria remover a necessidade de vocês assistirem esta aula. Mas como é, todos os outros estudantes irão estar fazendo as mesmas coisas que você, e há tantas outras crianças lá fora com tanto talento quanto vocês que a menor margem pode significar a diferença entre Whitford e,” os olhos dele cairam sobre Kory, “Estadual.” Kory achatou as orelhas dele para silenciar as risadinhas. “Ah, estou só brincando,” disse Sr. Pena, sem muita sinceridade, pensou Kory. “Mas realmente, crianças, se vocês pensam que alguém irá julgar vocês no quê vocês são, vocês estão se iludindo. Faculdades têm que peneirar entre milhares de aplicantes e as pessoas fazendo isso ficam sobrecarregados de trabalho e mal pagos. Vocês precisam se fazer destacar de forma fácil, quantificável.” A cauda dele moveu rápido enquanto ele olhava ao redor. “Vocês sabem o que quantificável significa?” “Fácil de avaliar,” alguém disse, atrás de Kory. “Certo. Vocês têm que ter características que se destaquem numa lista que alguém possa pôr junto. Se suas notas são meio ponto maior do que de outra pessoa qualquer e você é a criança mais esperta da sua sala, você ainda vai perder aquela vaga se a outra criança é bem mais enturmada que você, no sentido de ter o número certo de atividades em suas aplicações, or ser um membro de um grupo minoritário.” Ele continuou naquela veia por um tempo, e Kory notou que entre todas as características que ele mencionou, ele nem uma vez falou sobre estudantes gay. Aquilo não era distinto, ele pensou? Aquilo não iria se destacar numa lista? A diferença, disse ele à si mesmo, é que tem que ser um traço que faculdades querem. Como se eles já não tivessem lição de casa o bastante. Sr. Pena deu pra eles uma tarefa enquanto eles estavam se arrumando pra sair. Para o próximo encontro, eles teriam que olhar para as dissertações das aplicações deles e voltarem com três assuntos em potencial. Ele iria avaliar eles e devolver para eles na semana seguinte com sugestões de qual era o melhor, e como começar. Kory deixou a sala de aula se perguntando aonde ele iria achar o tempo para fazer tudo em adição aos outros trabalhos dele. Quando ele ligou para Samaki aquela noite, eles concordaram em não dormir na casa do outro pelo primeiro fim de semana desde Maio. Samaki só tinha tanto trabalho quanto Kory, contando até mesmo as aplicações de faculdade. Kory fez ele concordar em olhar as aplicações para a Estadual para que ele pudesse passar qualquer pergunta para Sr. Pena disfarçado como se fosse de interesse próprio. O pensamento da classe rindo em silêncio pra ele não era o bastante para desencorajar ele de ajudar Samaki. Eles se encontraram no Centro Arco-Íris na manhã de Sábado, mas não tiveram tempo para outro encontro escondido; Margo tinha recuperado a firmeza dela e pôs todos eles para trabalhar pintando. Jeremy parecia recuperado da semana passada, contudo relutante para falar sobre os pais dele. A atmosfera era animada, mas Kory se sentia paradoxalmente deprimido por aquilo, por que destacava a ausência de Malaya. Margo tinha achado um endereço e dado para eles com o aviso que eles podiam apenas mandar cartas, não tentar visitar ela. Pelo dia todo, o peso do papel dobrado dentro do bolso de Kory distraia ele, virando a mente dele para o que ele iria escrever na carta dele. Entre a falta de tempo de qualidade vulpina e a ausência de Malaya, Kory se sentiu menos realizado no caminho de casa do que ele geralmente se sentia no entardecer de Sábado. Ele passou o dia seguinte se debruçando sobre as aplicações dele, preso dentro do quarto dele depois da igreja. Eles iriam levar um tempo para solucionar elas. A Whitford e Gulliston apenas diziam, “escreva uma dissertação,” e nem davam muito além disso pra ele. Ele se debruçou sobre exemplos de dissertações online até que os olhos e cabeça dele doessem, e então teve que desligar o computador e sentar com um lápis e folha de papel. A questão que ele realmente queria responder era, “O que significava pra mim ser gay?” Ele não achou que ele conseguiria escrever aquilo e mandar para uma faculdade, contudo. Talvez alguma coisa sobre poesia. Ele podia escrever alguma coisa como, “Daonde vem meus poemas?” Não, aqulo era terrível, Talvez, “O que eu estou tentando realizar com meus poemas?” Não, aquilo soava horrivelmente arrogante. “Aonde eu devo ir pra faculdade?” Uma questão válida, mas não muito original. “Eu deveria escutar minha mãe?” Ele olhou para o papel aonde ele tinha escrito a pergunta. Agora, daonde aquilo veio? Ele puxou ela para fora lentamente e escreveu do lado, “Deus me ama?” Aquela questão ele olhou por um longo tempo. Tinha potencial: ele podia falar sobre as dificuldades que ele tinha suportado e as bênçãos que ele tinha recebido, e discutir alguma teologia que ele tinha aprendido através dos anos nas aulas de Domingo. Ele podia até mesmo falar sobre Malaya e a família dela, a devota crença da mãe dele em face dos infortúnios dela, e os sermões alegres do Padre Joe, se não a conversa que ele tinha tido com Kory primavera passada, antes quando Kory estava agonizante pelos sentimentos dele por Samaki. Em retrospecto, era difícil de acreditar que ele tinha resistido a atração pelo raposo. Samaki havia sido um inabalável amigo assim como um namorado, mais próximo de qualquer outro tirando Sal e Nick na vida de Kory, e as relações íntimas deles pareciam tão naturais agora que Kory não conseguia se lembrar por que ele tinha passado a noite toda no porão de Samaki dormindo à dois pés do raposo, aterrorizado de tocar nele. A voz tranquilizadora de Padre Joe tinha sido uma grande ajuda em sobrepujar aquela parede de medo. Ele não poderia usar aquilo na dissertação, não sem revelar a vida particular dele para os oficiais de admissão e qualquer outro que lesse a dissertação—ele imaginou ela na Internet no ano seguinte nesta hora, disponível para todos os amigos dele. O que ele podia usar era a calma certeza de Padre Joe no amor de Deus. Ele anotou algumas anotações sobre aquela dissertação, e então se focou em criar mais outros dois assuntos. Nenhum dos outros dois parecia tão rico para ele quanto a primeira questão, e quando ele ligou Samaki aquela noite para conversar e contar pra ele sobre as questões, o raposo negro concordou. “É realmente bom colocar um lado positivo na religião hoje em dia,” disse ele. “Apenas não apareça como algum tipo de maluco conservador que vive só de escola-casa.” “Como eu normalmente faço?” Samaki riu. “Eu sei. De qualquer jeito, você sempre pode simplesmente falar que você é gay. Gay e religião, isso iria te colocar em qualquer faculdade. Falar sobre diferenças.” Kory riu também, mas rapidamente, sentindo a pressão nas paredes da represa interna dele novamente. Depois de desligar, ele trabalhou em outras lições de casa, e não olhou para as dissertações dele novamente até ele entregar elas na Quinta-feira. Quinta-feira de noite, Samaki ligou para ele assim que eles estavam se sentando para jantar, muito antes da hora marcada. Kory sentiu um formigamento ao sair da sala para atender a chamada. “Kory, jantar está pronto,” disse a mãe dele rispidamente. “Você pode falar no telefone mais tarde.” “Só um minuto,” disse ele vagamente, encarando o telefone. Samaki não iria ligar naquela hora a não ser que fosse importante. Ele se preparou, e apertou Atender. “Malaya está no hospital,” disse Samaki. “Margo acabou de me ligar pra me avisar.” “Que hospital?” disse ele entorpecidamente. A mãe dele entrou no quarto e estendeu a pata dela, encarando para ele com uma expressão brava. “Westfield General,” disse Samaki dentro da orelha dele. Ao invés de colocar o telefone na pata da mçae dele, Kory olhou para ela e repetiu, “Westfield General, Westfield é logo passando o rio, certo?” “Isso. Você pode ir lá hoje a noite? Eu estou indo num minuto. Minha mãe só esta vestindo as crianças para sair.” A expressão da mãe dele tinha suaviado ao ouvir o nome do hospital. “Eu vou tentar,” disse Kory. “Ele provavelmente quer mais ver é você.” “Eu vou tentar,” repetiu ele. “Nós acabamos de começar a jantar.” Assim que ele disse aquilo, ele ficou ciente de quão fútil aquilo soava. “Qual o problema?” a mãe dele perguntou. “É o Samaki?” Ele afirmou, enquanto Samaki falava, “Tudo bem. Te vejo lá.” Ele desligou com uma onda morna no corpo pelo fato do raposo entender ele mesmo quando ele disse algo bobo. “Ele está bem?” a mãe dele estava dizendo. “Por que ele está no hospital?” “Ele não está. Oh, não, quero dizer, era ele ligando. Uma das crianças do abrigo está num hospital. Ela era uma amiga minha. Podemos ir, Mãe?” “Amanha você tem escola, e além do mais, não tem nada que você possa fazer por ela, tem?” Ele pôs o telefone dentro do bolso dele ,e negou com a cabeça. “Mas eu quero ver ela. Eu quero que ela saiba que eu estou lá para ela. Ela provavelmente foi mandada para o hospital pelo pai dela.” “O pai dela!” O olhos da mãe dele olhavam afiadamente através dele. “Você não quer se meter nos problemas das famílias dos outros.” “Eu só quero que ela saiba que ela não está sozinha.” Ela hesitou, olhou de volta para a cozinha, e então pôs uma pata sobre o ombro dele. “Vamos comer rápido, e então nós vamos.” Nick veio com eles, seguindo silenciosamente até o carro e atrás no banco traseiro quando a mãe dele deu a partida. De primeira, Kory pensou que Nick estava apenas se aproveitando de uma desculpa para evitar a lição de casa, mas enquanto eles davam a ré para a rua, ele passou o braço pela janela e deu um tapa amigável no ombro de Kory. Kory virou e sorriu, então se sentou pra frente e assistiu as luzes passando rápido pelo pára-brisa. Ele não deveria deixar a imaginação dele vagar, mas ele não conseguia se ajudar vendo a mão esquelética de Malaya se erguendo da varanda, lembrando do corpo frágil que ela tentava ocultar com o comportamento durona dela. Ele desejou que ele tivesse pego aquela mão e segurado firme. E se ela tivesse despedaçada agora, e se fosse tarde demais? Ele imaginou ela sangrando pela cabeça, paralizada, costas quebradas, e expulsou as imagens da mente dele. “Como que ela acabou voltando pro pai dela?” perguntou a mãe dele. Eles tinham acabado de entrar na via expressa. “Eu pensei que suas crianças tivessem sido levadas de famílias inadequadas.” “Ela voltou para ele,” disse Kory. “Ela não tinha nada a não ser a família dela, e ela pensou que todo o resto fosse uma mentira.” “Uma mentira? O que isso significa?” “Nós ficamos falando para ela que ela iria ficar bem, que ela merecia ter uma vida normal, mas ela não acreditou.” Ele estava chateado demais para dar muito tempo para pensar nas palavras que ele usou. “Oh. Ela é...especial?” Ele virou rápido a cabeça dele para o lado pra olhar pra mãe dele. “Não!” “Bem, o que você quer dizer, ter uma vida normal?” Agora ele estava totalmente ciente de quão perto ele estava do terreno perigoso. O encarar dela sondava por rachaduras na armadura dele. Ele olhou diretamente à frente novamente. “Você sabe, por que abusaram dela.” Outra mentira, mas apenas uma parcial, pelo menos. A mãe dele se manteve silenciosa depois daquilo, mas ele podia sentir a desaprovação dela por qualquer um que não tomasse atitudes para resolver os próprios problemas. O senhor ajuda aqueles que ajudam a si mesmos, ele sabia que ela estava pensando, mesmo que ela não falasse isso. O senso dela que alguma coisa sobre ele estava errado pode ter sido desviados, mas certamente era apenas uma prorrogração. A única experiência de Kory com hospitais tinha sido em St. Micheal quando Nick quebrou o braço dele brincando no parquinho na segunda série. Westfield General parecia nada como a memória dele do branco reluzente de St. Mike. O carpete na portaria, cinza fosco, tinha um toque viscoso sob as patas dele, e o cheiro antiséptico fez o pêlo dele ariçar, mas ele ignorou aquilo quando ele andava pelas paredes cinza- couraçado para a mesa de recepção fracamente iluminada e para a cerva aparentemente cansada atrás dela. “Estou aqui para ver Malaya Bahar,” disse Kory, ciente da estridência dos nervos dele. Os dedos dele baturacam a mesa; a cauda dele se movia incansavelmente. A enfermeira consultou a tela do computador dela. “Ela está no 405, mas a hora de visita terminam em quinze minutos.” “Tudo bem, iremos logo.” Ele virou para a mãe dele e disse, “Eu vou descer de volta em breve.” “Não seja bobo,” disse ela. “Vamos, Nick.” Levando Nick pela pata, ela caminhou em direção ao elevador. Kory espremeu as patas dele juntas, então acelerou atrás dela. “Mas Mãe, você não conhece ela.” “Eu gostaria de conhecer ela. Você é claramente importante pra ela, não é?” O elevador estava levando uma eternidade para aparecer. Ele se ajeitava de um pé para o outro, e não respondeu. “Bem?” disse a mãe dele. “Ela é só uma amiga?” “Sim!” Kory quase gargalhou com o pensamento dele namorando a sombria e sinistra Malaya. “Bem, eu só me perguntei. Você passou tanto tempo ajudando naquela casa, e foi logo depois de você e Jenny se separarem.” Nick tinha se livrado da mão da mãe dele e agora se mantia de pé silenciosamente atrás dele. Ele encontrou os olhos de Nick e virou os próprios. Kory afirmou para ele, e disse, “Ela não é minha namorada,” asim que o elevador chegou. As portas do elevador se abriram sobre uma confusão de tons claros de vermelhos, amarelos, e azuis. Personagens de desenhos animados brincaravam desvairadamente sobre as paredes, e num canto da grande sala de espera, brinquedos de plástico amarelo espalhados sobre do carpete alegremente padronizado e cadeiras de plástico arredondadas. Levou um momento para ver os trechos gastos no carpete, as cicatrizes brancas nos personagens de desenhos animados, as rachuras nas cadeiras. Num canto da recepção, Sra. Roden e Mariatu estavam jogando alguns jogos com um pequeno brinquedo, enquanto Ajani e Kasim se sentaram por perto, balançando as pernas deles. Os dois garotos pularam quando eles viram Kory e corram até ele. “E aí,” disse ele, abraçando de volta, olhando através do pátio de entrada. “Kory!” disse Ajani. “Estou tão entediado.” “Eu não,” dsse Kasim, a mentira tão evidente quanto o orgulho dele em contá-la. “Ajani,” disse Sra. Roden com uma censura gentil. As orelhas dele se dobraram para trás, a cauda vermelha e peluda dele se encurvando embaixo dele mesmo. Ela cumprimento a mãe de Kory e Nick, e disse, “Estou tão feliz que vocês conseguiram vir. Irá significar muito para ela, coitada.” “Mãe, você quer esperar aqui com a Sra. Roden?” disse Kory. “Não, não, eu quero ir junto.” “Mas talvez eles não queiram visitantes demais lá de uma vez.” Sra. Roden gesticulou com a pata. “Ela está estável e acordado, mas um pouco aturdida. Eles deram Temerol pra ela. Nós acabamos de sair de lá por que Mari e os meninos estavam entediados. “Eu ainda estou entediado,” resmungou Ajani. “Eu queria estar com minhas revistas em quadrinhos.” “Apenas recite elas para você mesmo, querido.” “Mãe!” protestou Kasim. Ela sorriu, uma pata ajeitando o pêlo entre as orelhas de Mariatu. “Nós temos mesmo que ir embora logo, contudo. Vocês poderiam falar isso pro Sammy quando vocês descerem pra lá, Kory?” Kory afirmou com a cabeça. “Claro.” Ele se apressou pelo corredor do hall abaixo, esperando que se ele se movesse rápido o bastante, ele poderia despistar a mãe dele. E se Malaya chamasse Samaki de namorado dele na frente dela? O estalo das garras dela no azulejo do chão seguiam ele. Por um momento, ele considerou em dar à Nick um olhar que fosse conseguir a ajuda dele, mas então ele afastou as preocupações da cabeça dele. Eles apenas tinham alguns minutos, e Malaya era mais importante do que as preocupações dele sobre o que a mãe dele iria pensar. Apesar que era um bom sinal que Sra. Roden estivesse de bom humor. Apesar que as paredes do hall eram brancas, cada porta com uma cor diferente. Eles passaram por um quadro de avisos com um certo número de desenhos de giz-de-cera tachados sobre ele: “Um germe de leucemia,” “Fique melhor Marky,” e ilustrações sem títulos de casas, camas de hospitais, e crianças engessadas. Kory escaneou os números e então ouviu a voz de Samaki, e andou rapidamente até ela. “Eu apenas tive uma outra pessoa comigo no meu quarto lá no St. Mike,” disse Nick atrás dele quando eles entraram no quarto. Samaki olhou para deles da cama mais longe das três à esquerda quando Kory entrou. O raposo negro deu a ele um aceno e um breve sorriso. Kory caminhou rapidamente pelo lado dele, olhando pra cama à frente. Os olhos de Malaya, meio abertos, seguiram ele parte do caminho e então desistiram,vagando de volta para aonde a mãe dele e Nick estavam se aproximando. O braço direito dela deitado sobreo estômago dela, envolto em gesso, e uma das orelhas dela caída com o peso das ataduras enroladas. A outra ainda tinha um brinco de prata, mas aquilo era apenas um traço da velha e rebelde Malaya. No roupão do hospital, ela parecia doente, não gótica. “Ei,” sussurou Kory, e então perguntou à Samaki, “ela está acordada?” “Está,” disse o raposo negro, e olhou para cima, reconhecendo a mãe de Kory e Nick com um breve aceno. Malaya se mexeu, agora virando a cabeça dela em direção de Kory, piscando lentamente. “Kory?” “Ei.” Sorriu ele. “Te avisei,” disse ela, “não avisei?” “Me avisou do que?” Os olhos dela tinham vagado pro outro lado da cama. “Quem está lá?” “Malaya, esta é minha mãe e meu irmão Nick.” Ambos sussuraram olás. A morcega virou de volta para Kory e Samaki. “Kory sabe,” disse ela. “Ele não estava tentando... me vender num arco-íris.” Kory trocou um olhar desnorteado com Samaki, e então decidiu ignorar o comentário. “Então, como está se sentindo?” “Sentindo...” Ela ergueu o braço dela uns centímetros, deixou cair, e deu uma fisgada de dor. “Como uma merda. Como estou?” “Como isso aconteceu?” Kory viu a mãe dele se contrair pela linguagem. Talez outro palavrão ou dois fosse levá-la pra fora. “Ele fez isso. Claro.” Samaki sussurrou, “Margo disse que o hospital baniu o pai dela de ver ela. Tem trabalhadores de serviços sociais vindo para entrevistar ela.” Kory sentiu um nó de raiva se formar no peito dele, claro e quente. Ele cerrou um punho do lado dele. “Serviços sociais,” Malaya negou com a cabeça dele num cento e oitenta completo. “Bando de imbecis do caralho.” “Você realmente não precisa usar esse tipo de linguagem,” disse a mãe de Kory num tom de reprovação. Malaya olhou para ela novamente e disse, “Não preciso. Mas eu gosto.” “Ela não te serve em nenhúm propósito.” A morcega se virou de volta pra Kory. “Eu não tive uma mãe em doze anos, não preciso de uma agora.” “Mãe,” disse Kory, mais alto do que ele tinha esperado, mas a mãe dele tinha se alterado, bigodes sacudindo e boca fechada e franzida, as orelhas delas deitadas para trás. A enfermeira quebrou o silêncio desconfortável, anunciando que eles tinham apenas cinco minutos sobrando. A mãe de Kory agarrou a pata de Nick e virou a cabeça dela para a porta, então virou. “Kory, vamos. Hora de ir.” Kory não se moveu. A pata dele doía de tão apertado ele a estava apertando. “O que aconteceu?” O riso ruidoso de Malaya fez o pêlo de Kory ficar de pé. “Teen Vogue. Me pegou lendo Teen Vogue. Me disse que eu tinha que expulsar Satanás. Eu disse à ele...Satanás tinha vestidos bonitos.” Ela indicou as ataduras na orelha ela com a mão boa. “Me acertou na cabeça. Me derrubou.” Ela levantou o gesso dela. “Quebrou meu braço me puxando pra cima.” Kory ergueu o olhar para a enfermeira, uma loba de idade acenando para eles com uma pata usando uma luva. A mãe dele tinha escutado o discurso de Malaya e agora estava arrastando Nick passando pela enfermeira e pra fora. Ele queria falar pra Malaya que isso não era certo, que ele iria ajudar ela e proteger ela, mas ela sabia que não era certo, assim como ela sabia que não havia nada que ele pudesse fazer. Serviços sociais ou não, assim que ela estivesse fora do hospital ela iria ter que voltar pro pai dela eventualmente e isso poderia acontecer novamente até talvez não fosse prum hospital que ela fosse acabar indo, mas aonde quer que a mãe dela tivesse ido. Ele queria falar pra ela pra não voltar, mas as palavras ficaram misturadas juntas na garganta dele e nada que ele fosse dizer seria mais do que um desenho “fique bem logo” de giz de cera que ela podia pregar no hall da mente dela e olhar pra ele enquanto o pai dela estivesse batendo nela. “Nós temos que ir,” disse Kory. “Nós iremos voltar e te visitar quando pudermos.” Samaki se inclinou e apertou firme a pata dela. Malaya afirmou. Os olhos dela se fechando lentamente enquanto eles seguiam a mãe de Kory pra fora. “Bem, se alguem precisa de ajuda, é ela,” a mãe de Kory disse suavemente quando eles andaram pelo hall. “Você está de parabéns por sua caridade, Kory.” A cauda de Samaki roçou contra a dele, seguramente fora de vista. Kory se forçou para afrouxar o aperto a pata dele e relaxer. “Eu queria poder fazer mais.” “O pai dela soa como um daqueles batistas.” “Eu não sei, exatamente.” “Ele deve ser, para pensar que Vogue é pecaminosa. Falando sobre expulsar Satanás.” Ela fez um „tsc‟ com a língua dela. Kory estava se perguntando daquilo sobre ele mesmo, mas o roçar da cauda contra a dele, lembrando ele do segredo dividido deles, deu à ele a resposta. “Ele pensou que ela estava olhando para a mulher.” Ele apenas percebeu depois que ele disse que ele tinha dito alto o bastante para todo mundo ouvir. Eles tinham acabado de chegar na sala de espera alegremente colorida. Com um pega-cauda final, Samaki deixou Kory e caminhou até a família dele, “Podemos ir agora?” A mãe de Kory tinha meio-virado para olhar pra ele, a sombrancelha dela enrugou. “A mulher?” Sra. Roden, segurando Mariatu em um braço, distraiu ela antes que Kory pudesse responder. “Vocês estão indo embora agora, também?” “Nós temos que ir,” disse Kory. “O horário de visita acabou.” O elevador apitou. Portas se abriram. “Vamos,” disse Sra. Roden. “Nós vamos descer todos juntos.” As duas mães conversavam sobre receitas e claramente conrtornaram o assunto de Malaya, enquanto Ajani e Kasim tentavam falar com Kory ao mesmo tempo, Ajani contando pra ele sobre a última revista em quadrinhos e Kasim tentando falar sobre um dos programas de desenhos dele. Ele escutou a tagarelice deles com uma orelha, pegando o olhar de Samaki e percebendo que o raposo não estava sorrindo, tampouco. Os olhos violetas refletiram a dor de Kory, se não também a raiva. Kory tentou suprimir a própria raiva, sabendo que não era o jeito de Samaki, sabendo que não iria ajudar, que o que ele necessário dele era ser o amigo de Malaya e apoiar ela. Era difícil deixar ir, e estava agravada pela presença do raposo negro à três pés de distância, por que tudo que Kory queria agora mesmo era abraçar ele e dizer pra ele o quão injusto aquilo foi com uma garota divertida e brilhante estar deitada, atordoada e quebrada numa cama de hospital, mas com a mãe dele no elevador, ele não ousou. Eles dividiram o pensamento com os olhos deles, mas olhos não podiam rodear ele calorosamente, enrolar a cauda ao redor dele e espremer ele, roçar o focinho contra o dele e beijar a bochecha dele gentilmente. O pêlo e a pele dele doíam por aquele toque, e por ver Samaki tão perto apenas alimentava a pequena e queimante raiva que ele sentia pelo pai de Malaya. Ele encontrou os olhos de Samaki novamente, e instantaneamente se sentiu mal. Se ele não tivesse se encontrado com Samaki, então ele não teria conhecido Samaki. Ele não iria querer aquilo. Era todos os outros que estavam causando os problemas. Culpa percorreu as orelhas dele, ainda quentes quando as portas do elevador se abriram.