Editorial

Transcrição

Editorial
Editorial
I N I C I A T I V A:
”NESTA FACULDADE O NATAL ESTÁ NEGRO!”
O “Info” está de volta! A AEFCUP volta a
reeditar um jornal que, no seu estilo muito
característico, teve um papel marcante
no panorama político da faculdade, da
academia e até do ensino superior nacional.
Mais que um jornal de carácter informativo e
cultural, o “Info” pautou-se, essencialmente,
por uma postura eminentemente reivindicativa na defesa dos interesses estudantis e, caros colegas acreditem, hoje, mais
que nunca, essa postura transposta para
uma edição estudantil justifica-se. Assim,
voltamos a reeditar esta publicação com o
sentido de missão similar ao passado. As
edições de 2011 encerraram em si uma
justa homenagem aos que outrora lutaram
por um ensino superior justo e equitativo.
Importa, ainda, destacar que este espaço é aberto à participação de todos
os que se queiram expressar livremente
e será, efectivamente, um meio para a
construção de “novas pontes” entre nós.
Espero, sinceramente, que aproveitemos
a efeméride do centenário da FCUP, para
elevarmos o nível de defesa e promoção
da causa pública e associativa, reforçarmos os laços estudantis e afirmarmos o
património histórico-cultural de Ciências.
Um abraço,
Cláudio Carvalho
(Presidente da AEFCUP)
Novo logo da AEFCUP
2 AEFCUP na “linha da frente” na defesa estudantil
A direcção da AEFCUP lançou no dia 13 de Dezembro de 2010 uma iniciativa do foro reivindicativo,
denominada “Nesta Faculdade, o Natal está negro”. Esta iniciativa teve como objectivo vincar os
posicionamentos da AEFCUP quanto aos direitos
estudantis que não têm tido a devida auscultação,
definindo assim que:
1. A AEFCUP está eminentemente contra os cortes
na Acção Social directa, ao abrigo do Decreto
70/2010, do novo regulamento de atribuição de
bolsas e respectivas normas técnicas.
2. A AEFCUP mantém a oposição crítica à Lei n.º
62/2007 de 10 de Setembro, que estabelece o Regime jurídico das instituições de ensino superior,
nomeadamente nas implicâncias que tem ao nível
da iniquidade representativa nos órgãos das instituições do ensino superior.
3. A AEFCUP continua a registar com pesar a existência de barreiras arquitectónicas na sua faculdade, que ainda não foram colmatadas e que per
si são um factor discriminatório para com os estudantes com condicionalismos de mobilidade.
4. Denuncia, também, que não antevê, uma
resolução da problemática do transporte directo
para o Pólo de Vairão, matéria que, actualmente,
deveria estar sobre égide da Universidade do Porto.
5. A AEFCUP considera inadmissível a inexistência de prosseguimento do curso de Engenharia Alimentar no 2º ciclo.
Durante esta iniciativa foram colocadas fitas pretas
pela faculdade, distribuídos laços pretos a comunidade estudantil e, ainda foi colocada uma árvore
de Natal no bar do departamento de Biologia com
as reivindicações penduradas. A iniciativa teve eco
transversalmente em diversos órgãos de comunicação e informação, dos quais se destacam: Jornal
de Notícias, Jornal Destak, Porto Canal, Canal UP,
Viva - O Porto em Revista Online, Mundo Universitário e Federação Nacional de Educação. LA
Fevereiro 2011 | Jornal Info
Novos órgãos da AEFCUP tomaram posse
Os novos órgãos sociais da AEFCUP tomaram posse no
passado dia 30 de Novembro, numa emotiva sessão que
contou com a presença do Director da FCUP Dr. António
Fernando da Silva, Director do Departamento de Ciências de Computadores Dr. António Porto, representantes
da Federação Académica do Porto Tânia Martins e Luís
Rebelo, representantes da AEFLUP e da AEFDUCP e,
ainda, uma representante da Multirest - César Fernandes
- Gestão Hoteleira Lda, entre outras pessoas, estudantes
da FCUP e não estudantes. Dos discursos de tomada de
posse destaca-se o do ex.-Presidente da Mesa da Assembleia Geral, José Gaspar Pinto, que destacou o trabalho
desenvolvido pela direcção cessante, desejou boa sorte
para os que continuam em funções e para os que chegam
pela primeira vez à Associação de Estudantes da FCUP e,
ainda, o discurso do Presidente da Direcção da AEFCUP
empossado, Cláudio Carvalho, que aproveitou o momento para lembrar a efeméride do centenário da FCUP e
dos 25 anos de existência legal da AEFCUP e, também,
para criticar duramente o conservadorismo e falta de bom
senso instalados em certas estruturas com poder decisório
destacando, especialmente, pela negativa, o Governo pelos cortes nos apoios sociais aos estudantes, apesar deste
vir apregoando a defesa do “Estado Social”. Referiu, entre
os vários pontos que “as despesas de segurança social
em formação profissional davam para isentar os estudantes do ensino superior público de propinas durante 6
anos; os dois submarinos de Guterres e de Paulo Portas
davam para pagar os transportes públicos de todos os estudantes do ensino superior durante 7 anos; os excessos
orçamentais dos representantes da República nas regiões
autónomas davam para pagar 4 anos de estudantes a alunos da FCUP, nomeadamente propinas, bibliografia recomendada, impressões, almoços e transportes” e revelou,
em tom de crítica ao establishment, que o custo de um
pequeno-almoço nos bares da FCUP pode chegar a custar
o dobro do mesmo pequeno-almoço no bar da Assembleia
da República. Ainda, foram abordadas as problemáticas
das barreiras arquitectónicas, o transporte para a Vairão, a
inexistência de um prosseguimento no segundo ciclo para
determinadas licenciaturas, sendo as instituições de ensino privadas a única alternativa na região.
Importa, também, realçar o clima de entusiasmo apresentado pelo novo grupo de trabalho que será responsável
pelo dirigismo estudantil em ano de centenário da instituição de ensino superior. O ambiente deixa a antever um
mandato memorável a todos os níveis. SR
Fevereiro 2011 | Jornal Info
3
Sarau e Festa Natalícia de arromba
Foi com muito orgulho que a AEFCUP realizou mais um Sarau cultural de Ciencias no mítico Teatro Sá da Bandeira. O evento realizou-se
dentro das expectativas com muita música e diversão! O evento contou, como é hábito, com a participação dos vários grupos académicos
da Faculdade de Ciências e de João Dinis e Double on Fire. Foram, também, entregues os prémios aos vencedores da FCUP Liga 2010,
recebidos em clima de autêntica apóteose.
A AEFCUP marcou, ainda, presença na maior festa de Natal e tu não faltaste tal foi o sucesso verificado no passado dia 16 de Dezembro
na Alfândega do Porto. Luz, som e cor num ambiente a cheirar a espírito natalício encerrou um ano de grandes feitos associativos.
Não vais querer faltar à Semana Cultural de Ciências
A AEFCUP promete não ficar por aqui no que toca à realização de festas para os estudantes, comprometendo-se, desde já, a realizar a
Semana Cultural de Ciências na primeira semana pós-exames de recurso, com uma das noites a ter lugar no majestoso Sá da Bandeira. JM
Resultados dos Campeonatos
Académicos do Porto
Andebol masculino
AEFCUP 0 - 15 AEFEUP
AEFEP 15 - 0 AEFCUP
DESPORTO
Nesta primeira edição do Jornal Info fomos procurar ouvir Miguel Oliveira, aluno de astronomia desde 2007, e a partir do início deste ano lectivo o responsável máximo do NDC
(Núcleo Desportivo de Ciências), um grupo que surgiu em 2007 com o intuito de cooperar
Basquetebol masculino
AEFCUP 0 - 10 AEFADEUP com a AEFCUP na organização de actividades desportivas em prol dos alunos de Ciências. Ficamos a conhecer melhor as motivações do Miguel e quais as expectativas para
AEUPT 0 - 10 AEFCUP
AEFCUP 48 - 38 AE ISCN-N quem quer praticar desporto na FCUP durante o próximo semestre.
Jornal Info (JI): Miguel, o que te levou a juntar ao NDC e posteriormente a assumir o cargo
Futebol 11 masculino
de maior responsabilidade que ocupas neste momento enquanto responsável do mesmo?
AEFCUP 1 - 6 AEULP
IPP 16 - 0 AEFCUP
Miguel Oliveira (MO): Sempre gostei de desporto e já pratiquei vários, portanto ao entrar
AEFCUP 3 - AEFFUP
na FCUP pus-me logo a perguntar aos meus “doutores” como podia fazer para tentar enAEFEUP 3 - 0 AEFCUP
trar nas equipas. Isto levou-me a um primeiro contacto com o NDC, que depois fui ajudando como colaborador. Para mim praticar desporto é das coisas mais importantes que há,
Futsal feminino
não só porque nos ajuda a manter em forma física, mas também, e isso tem sido o lema
AEFCUP 3 - 1 AEISEP
do NDC desde o início “Mens sana in corpore sano.”, ajuda a manter a forma “mental”, se
AEISMAI 1 - 2 AEFCUP
quisermos, é uma forma de libertar todo o stress associado a testes, exames, e não só,
Futsal masculino
a qualquer coisa do nosso quotidiano. Independentemente de sermos uma Faculdade de
AEICBAS 0 - 6 AEFCUP
Educação Física ou de áreas científicas.
AEFCUP 1 - 3 AEFEUP
AEISCAP 4 - 0 AEFCUP
AEFCUP 0 - 3 AEFEP
Voleibol feminino
AEFCNAUP 2 - 0 AEFCUP
AEFADEUP 2 - 0 AEFCUP
AEFCUP 0 - 2 AEISEP
AEFCUP 0 - 2 AESTSP
JI: Qual é para ti a importância da colaboração do NDC com a AEFCUP para os alunos
da FCUP dentro e fora da mesma?
MO: É obviamente da maior importância pois a AEFCUP, além de nos fornecer todos os
meios que nós precisamos para fazer o nosso trabalho, ajuda-nos a alcançar o maior
número possível de alunos e a ter a credibilidade de estar associado a ela.
JI: Quais as expectativas para as equipas da AEFCUP em termos de organização e resultados?
MO: Como já disse, o principal objectivo do NDC é colocar os atletas
a praticar desporto. Claro que se surgirem oportunidades de participar
em eventos, jogos, torneios tentaremos sempre pôr lá equipas, tão competitivas quanto pudermos, mas o nosso objectivo nunca passará pelos
resultados em si, mas por proporcionar a todos a sua oportunidade de
representarem a AEFCUP, oportunidade essa que terá obviamente que
ser merecida através da participação e dedicação por exemplo nos treinos. Já neste 2º semestre vamos arrancar em força com treinos de todas
as modalidade em que haja interessados para preparar as bases para
os próximos anos. PP
4 Fevereiro 2011 | Jornal Info
Contamos com o teu espírito solidário
A AEFCUP é uma força associativa promotora de
mudança perante uma notória descaracterização
social. Guiada por vectores ideológicos humanistas e progressistas e pelos ideais da solidariedade
e fraternidade, estamos a desenvolver três campanhas de solidariedade:
A. Dar um brinquedo, Por um Sorriso (destinatário:
Associação “O Amanhã da Criança”);
B. II Campanha de Recolha de Tampas de Plástico
(destinatário: jovem do Colégio Madre de Deus);
C. III Recolha de Roupas e Mantimentos (destinatário: ANAP - Associação Nacional de Ajuda aos
Pobres).
Neste sentido, pedimos-te que deixes nos nossos
pontos de recolha em cada departamento ou na
secretaria da AEFCUP, os respectivos bens.
Mais informações via email para:
[email protected]
Entrevista a Ricardo André
Ricardo André é estudante de Engenharia Física actualmente a
frequentar o 4ºano com apenas 21 anos recebeu o Prémio “Estímulo à Investigação” atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian na edição 2010. A Jornal info fez algumas
perguntas ao Ricardo que estão apresentadas de
seguida.
Jornal Info (JI): Gostas de estudar na Faculdade
de Ciências?
Ricardo André (RA): Claro que gosto. A Faculdade de Ciências é a minha segunda casa. E na
verdade sinto-me em casa. Para isso muito contibuem as pessoas ligadas ao departamento de
física, tanto o corpo docente e discente como o
estudantil.
JI: O que pensas sobre a evolução da nossa faculdade a nível académico?
RA: Eu acho que a nossa faculdade está no caminho certo, mas necessita de corrigir um pouco
o rumo. Na minha opinião, embora a nossa faculdade seja a de ciências não nos podemos cingir a investigar,
publicar e passar para o assunto seguinte. Precisamos de dar o
último passo e funcionalizar e aplicar aquilo que investigamos. É
esse o passo que a nossa faculdade tem de dar agora.
JI: O que mudarias na nossa Faculdade?
RA: Não mudaria muita coisa. Mas uma coisa que acho que
é um problema transversal a todo o sistema universitário é a
não uniformidade do rácio horas de trabalho/ECTS de cadeira
para cadeira. E mesmo dentro de cada cadeira, a dificuldade,
trabalho e matérias versadas variam de ano para ano conforme
o professor que a lecciona. Embora pareça uma coisa de menor
importância, isto cria diferenças que em nada contribuem para o
bom funcionamento do sistema académico.
JI: Tu recebeste o prémio “Estimulo a investigação”, explica por palavras tuas muito sintético,
qual a receita do “segredo”?
RA: Não existe grande segredo. Apenas é
necessário empenharmo-nos naquilo que fazemos e gostarmos de o fazer. A partir daí é
necessário procurar as oportunidades e agarrálas com força.
JI: Qual a principal motivação para concorreres
ao concurso da Fundação Calouste Gulbenkian?
RA: Eu já tinha investigado na área de sensores
em fibra óptica com o INESC Porto através de
uma BII (Bolsa de Integração na Investigação)
da FCT. Queria continuar o meu trabalho e pensei que o concurso da Gulbenkian seria uma excelente oportunidade. Juntamente com o Dr. Orlando Frazão
elaborámos um plano de trabalho e concorremos.
JI: Quais são as tuas perspectivas futuras na Física?
RA: Não sei bem o que esperar depois de acabar o curso. Estou
optimista que o nosso país vai despertar para o facto de que
os físicos são essenciais em qualquer equipa de investigação e
se adaptam a qualquer situação. Mas se tal não acontecer em
tempo útil, não me preocupa ter que ir para o estrangeiro. AS
Oportunidade de ouro
para dois estudantes de Astronomia
A AEFCUP tem, indubitavelmente, um enorme
orgulho em saber que dois alunos da FCUP terão a
oportunidade de efectuar um estágio extra-curricular no Caltech (http://www.caltech.edu/), uma prestigiada Universidade na Califórnia, EUA. Ana Catarina Leite, aluna do segundo ano de Astronomia e
Miguel Oliveira, do quarto, concorreram e estão no
bom caminho para a realização de um sonho de
qualquer estudante do curso de Astronomia. JM
Fevereiro 2011 | Jornal Info
Porque a tua opinião conta:
Avaliação de Biologia
O Info foi à procura de alunos de Biologia em
fins de licenciatura e colocou-lhes algumas
questões.
Segundo a maioria dos inquiridos, a Licenciatura em Biologia pode ser avaliada de 3 a 4
numa escala de 0 a 5. Sendo que os aspectos
mais positivos de estudar Biologia na UP são
para Sofia Moreira e Marlon Ribeiro: o carácter
transdisciplinar da formação oferecida e as
oportunidades de estágio e de cursos extracurriculares à disposição, respectivamente.
Já Bruno Peixoto refere: “o contacto com investigadores/instituições do mais alto nível,
assim como o reconhecimento que a Faculdade de Ciências tem tanto a nível nacional
como internacional, a juntar à elevada qualidade das instalações e laboratórios (que ainda
são novos)”. Raquel Costa completa que a
proximidade com o IBMC é, sem dúvida, uma
mais-valia!
Quando questionados sobre possíveis alterações a ser feitas afim de melhorar a qualidade
do ensino de Biologia, quase todos referem
o excesso de ênfase na Teoria, e a falta dela
na parte Prática. Silvia Pereira advoga ainda
que o curso não deveria ser tão direccionado
para a área da Botânica; e Anita Lopes acredita que uma mudança na ordem de algumas
disciplinas seria positivo, dando o exemplo de
Histofisiologia Animal, cadeira do 2º ano da Licenciatura, que, segundo ela, deveria ser frequentada antes de Biologia dos Invertebrados
e Biologia dos Vertebrados, ambas cadeiras do
1º ano. Marlon Ribeiro termina falando da sobreposição de certas cadeiras em determinados horários, e desabafa: “Deveríamos poder
escolher as cadeiras em todos os anos, e não
somente no terceiro. Vivemos numa Democracia, deveríamos ter um ensino decididamente
Democrático!” IR, RB e SO
5
Conhecendo Arquitectura Paisagista
«No final de 2001, estava ainda no 9º ano, uma pergunta passeava a toda a hora pela minha cabeça. Que profissão melhor
articula as minhas duas paixões, arte e ciência?! A resposta
veio no Jornal e foi a minha mãe, atenta, que ma mostrou. O
anúncio do novo curso de Arquitectura Paisagista, na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, levou-me a investigar e depressa me apercebi que era o que procurava.»
Foi assim que Bernardo de Magalhães e Menezes descobriu
o curso em que posteriormente se licenciou e tirou mestrado.
Entrevistamos uma aluna do 1º ano da licenciatura (Diana
Amaral), um aluno de mestrado (Cláudio Folha) e um recémmestre em AP (Bernardo Magalhães e Menezes), e fomos
saber quais as suas experiências na FCUP e perspectivas
de futuro.
Os motivos que os levaram a ingressar neste curso e nesta faculdade foram semelhantes. «Tem uma vertente mais
científica e outra mais artística» disse Diana Amaral, Cláudio
Folha acrescentou «Escolhi a FCUP devido à sua relevância
no mercado profissional como instituição de ensino superior e
qualidade da formação».
No ínicio do percurso académico Diana espera atingir realização pessoal, por outro lado, depois de concluído o mestrado
(em 2009/2010), Bernardo afirma «Ganhei aquilo que precisava: uma formação muito completa que apostou no método
e rigor científico, na consciencialização de uma herança, no
geral desconhecida e tantas vezes ignorada, e no estimulo da
criatividade e da sensibilidade artística e social!».
Pergutamos aos entrevistados quais os pontos fortes e aquilo
que mudariam, não só no curso bem como na própria Faculdade, e obtivemos respostas previsíveis:
C.F.- «Claramente o maior lapso que a faculdade apresenta
e que chega a arranhar as bordas do ridículo é o horário dos
gabinetes de atendimento ao aluno tanto da licenciatura como
pós-graduação.»
B.M.M.- «O ponto mais forte, sem hesitação: o corpo docente!
Indubitavelmente excelentes investigadores que se entregam
quase sem limites. (…) um receio! Que o processo de Bolonha, que compreendo necessário, impeça os alunos de bem
viver algo tão precioso e tão único como os anos de Academia
com todas as suas experiências. A vida não é só livros e há
tanto para aprender fora da sala de aula…»
Para quem ingressou este ano na faculdade, os entrevistados
mais experientes têm alguns conselhos para dar. C.F considera que tanto a licenciatura como os outros ciclos devem ser
encarados como um bom investimento que deve ser levado
a sério «Os anos que passamos na faculdade não custam só
dinheiro mas também anos que poderíamos dedicar no mercado de trabalho por isso devem servir sempre para melhorar
as nossas capacidades e aprender o máximo de experiência.
» e B.M.M. acrescenta «1-Questionem tudo! 2-Respirem humildade! 3-Cresçam com tudo, não desperdicem nada!! E que
terrível desperdício ser dos poucos que têm acesso ao ensino
superior, em Portugal, no Porto, e não o gozar». CD e IA
6 Geologia
Fevereiro 2011 | Jornal Info
Sendo um dos cursos mais antigos da história da nossa casa, derivando das Ciências Geológicas, a Geologia é
uma Licenciatura com 103 alunos inscritos nos seus 3 anos de formação.
Cada ano são colocados novos 30 alunos, que vêm com objectivos comuns e que entram, em grande parte, por
amor ao curso, tal como nos disse Ricardo Gomes, 18 anos, aluno do 1º ano, realçando ainda que” considera a
geologia uma ciência extremamente importante para a sociedade pois está intimamente relacionada com todas as
outras áreas do saber. Compreender geologia é meio caminho andado para compreender o mundo”
Confrontado com o porquê da FCUP a resposta surgiu com naturalidade “ o porquê do ingresso na Faculdade de
Ciências é simples, pela sua grande reputação, pelas instalações, pelo corpo docente e por toda a sua tradição
académica”
Em tempos de mudança e de novas metas era de crucial importância perceber quais ao rumos a tomar e os objectivos a cumprir, perante isto o Ricardo augura um futuro na medida do possivel sorridente “a trabalhar como geologo
e a ganhar bem de preferencia”.
Em suma sente-se satisfeito pela Licenciatura estando “o curso nivelado com as suas espectativas , aumentando
o seu conhecimento e a sua motivação para a realização do mesmo, ”
Da mesma opinião não partilha Daniel Teixeira, aluno finalista da Licenciatura, que tem como principal objectivo
próximo “ingressar no mestrado, pois para o meu futuro profissional sou obrigado a tira-lo, e para alem disso é
importante consonlidar-mos a nossa formação inicial, e nos dar mais estabilidade profissional”
Quanto a licenciatura que agora termina, Daniel apresenta diversas criticas à estruturação da mesma, dizendo
mesmo que esta não correspondeu as suas expectativas pois “as licenciaturas são um formação mito frágil. Na
minha opinião devia ser pensado dar uma formação mais sólida já na licenciatura e o mestrado ser uma continuação” questionando mesmo não ser esse o principal objectivo do processo de bolonha.
Mantendo a opinião critica, diz-nos também que “a faculdade não oferece condições de estudo aos estudantes. Se
uns gostam de estudar com barulho, outros peferem estudar em locais mais sossegados ao qual estão limitados
por um horário, na minha opinião, muito condensado. Em critica aponto tambem a falta de acessibilidade aos laboratórios de biologia fora tempo de aulas”
Para os mais novos Daniel diz que “nunca deixem nada por fazer, desde sair com os amigos a estudar. Tudo é
relevante para o sucesso”
Quanto ao futuro deixa no ar a expressão “ o tempo o dirá”!!!
Já no termino da sua vida académica está Pedro Morais, Aluno do último ano do Mestrado de Ensino da Biologia e
da Geologia, e que está agora a um pequeno passo do mundo do trabalho.
Perante esta situação o Pedro apresenta-se “melancólico e triste por deixar todos estes anos para trás”
Depois de 6 anos volvidos, muita coisa mudou mas nem tudo é mau pois “ é sempre melhor a mudança do que ficar
estático”, sendo que é de realçar que a maior transformação foi a introdução do processo de Bolonha. Quanto a
isto, Pedro Morais, diz nos que “ muito se tem dito, sobretudo negativo, porém vejo muitos pontos positivos, neste
processo que visa uniformizar o ensino em toda a União Europeia, permitindo uma maior mobilidade. Porém o que
tem acontecido é que este processo não tem sido bem intepretado, nem aplicado nas nossas faculdades, levando
isto a uma pioria do ensino onde os estudantes têm menos apoio mas muito mais trabalho autónomo, sem orientação dos professores”.
Em relação ao curso tirado (licenciatura+mestrado), e fazendo uma apreciação global Pedro diz-nos que “ a licenciatura deveria ser mais flexivel, para melhor adaptação às expectativas profissionais. O conhecimento tem de ser
adquiridos com algum objectivo, e formando assim cidadões competentes e não simples bibliotecas ambulantes.
Quanto ao mestrado, este excedeu as minhas expectativas, apesar das cadeiras menos agradáveis.”
Para o futuro deixa adivinhar mais uma caminhada pela FCUP, tirando o Doutoramento lado a lado com o “maravilhoso mundo do ensino”.
Para quem começa agora a faculdade , o conselho é simples “que vivam a faculdade o mais que possam, não
tendo medo de participar nas actividades propostas, que estudem sem se descuidarem, mas que participem, pois
eu participei em muita coisa, e hoje estou aqui a um passo do fim.” Para os que teminam agora a Licenciatura “ que
prossigam os estudos, tirem o mestrado, pois cada vez é mais importante na nossa Sociedade.
Por fim, uma pergunta que puxa ao leque de recordações e que faz Pedro Morais recuar no tempo e recordar momentos únicos.
JI: Destes anos todos levas só um curso ou muito mais?
PM: O que se ganha na faculdade, sobretudo se estivermos dispostos a trabalhar e a ser participativos é algo muito
maior e melhor do que um simples curso. Ganham-se experiências, amigos, conhecimentos, etc. Em todos estes
anos, no meio de aulas, actividades académicas , Praxe, actividades voluntariado, enriqueci o meu curriculo como
nunca noutra altura da vida o poderei fazer.
Recordar é viver, Geologia é Recordar o passado logo a Geologia é VIVER!!!
Como aqui já se disse “compreender geologia é meio caminho andado para compreender o mundo”. TC
Fevereiro 2011 | Jornal Info
7
Alimentos do Futuro?
Com uma população humana que ultrapassará ainda este ano os 7 mil milhões, a
FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) está a preparar um programa para promover o consumo alimentar de Insectos. Aparentemente,
os grilos, besouros e companhia são nutritivos: uma porção de gafanhotos, por exemplo, tem quase o mesmo valor proteico de uma porção de carne picada, sendo criados
com custos muito mais baixos, e utilizando muito menos espaço que, por exemplo,
uma vaca. Já hoje, pelo menos 1.000 espécies desta Classe de Artrópodes fazem
parte da dieta humana: os mexicanos usam besouros nos molhos, os tailandeses
fritam insectos de água e os aborígenes australianos
comem formigas.
Apesar da ideia generalizada que se tem dos insectos
em alguns países desenvolvidos, onde estão associados à sujidade, nos Estados Unidos há empresas
dedicadas exclusivamente à sua comercialização. Em
Montreal, no Canadá, todos os anos se realizam festivais de degustação e em certos
países europeus, como na Espanha, restaurantes abriram portas tendo como únicos
protagonistas dos seus pratos: os Insectos.
Embora a sua comercialização em massa pareça ainda estar distante, a FAO acredita
que a criação e o consumo
de insectos poderá ajudar a
vencer a fome no mundo, e
tem programada uma Conferência sobre a Entomofagia,
o uso de insectos na alimentação humana.
O verdadeiro desafio, de
acordo com o entomólogo Gene DeFoliart será levar os ocidentais a digerirem a ideia. “Está na hora de levar a sério
esta questão”, diz ele, e quando o fizermos, a mosca na sopa
virá com os cumprimentos do Chef. IR
Fonte: National Geographic Itália, Setembro 2010
ERASMUS: vais ler ou vens viver?
Certamente que sabes do que estámos a falar. Este programa de mobilidade de
estudantes do Ensino Superior, entre países membros da União Europeia e Estados associados, está a ser procurado cada vez mais e cabe-te a ti aproveitar.
Esquece algum medo que tenhas, os senãos e os porquês e sê mais um a viver
esta experiência memorável.
Longe da rotina do nosso país, família e amigos, entras em contacto com um
Mundo em que a palavra “novo” é uma constante. Universidade, amigos, lugares, cultura, sociedade, costumes e língua são só alguns factores que te vão
permitir transformar numa nova pessoa.
A nível académico, dá-te a oportunidade de abordar temas novos por uma outra
perspectiva e assim enriquecer o teu conhecimento. No entanto, é a nível pessoal que mais tens a ganhar.
Na chegada ao país de acolhimento haverá uma imensidão de pessoas, de todos os cantos do Mundo, que estarão na mesma situação e todos eles com o mesmo objectivo - aprenderem,
transformarem-se, divertirem-se, viverem outras culturas e testarem as suas
capacidades.
Existem sempre determinadas dificuldades, principalmente a nível da comunicação, serviços académicos, elaboração de planos de estudos e, nalguns casos, adaptação. As coisas boas são, de longe, superiores, e as más simplesmente te forçam a desenvolver capacidades sociais e imaginação para resolver
problemas. Afinal, se tudo fosse fácil, não tinha tanta piada.
É uma experiência impossível de transmitir por algumas linhas e que só é compreendida por quem já passou pelo mesmo. Recomendamos! IL e SC
Passatempos
Diferenças
Sopa de Letras
Barómetro Info
Carga Positiva- Teresa Silva é a nova associada
honorária da AEFCUP, após aprovação em Assembleia Geral de Alunos.
Carga Negativa- Ministério da Ciência, Tecnologia
e do Ensino Superior, ao efectuar cortes na acção
social para cumprir fins economicistas.
T
Sabias que...
T
T
T
T
T
Física-Centenário-CTA-CE-Ciências-A.Paisagista-BiologiaSarau-Cientuna-Caloiros-Estudar-Química-JavardémicaAstronomia-FCUP-Matemática-CC-Redes
A AEFCUP vai “apadrinhar” a criação de um Núcleo de Fotografia da Faculdade de Ciências da
Universidade do Porto?
A AEFCUP está a preparar um Lip Dub com o intuito de promover a Faculdade de Ciências que celebrará, em 2011, o seu centenário?
A AEFCUP celebrou 25 anos de existência legal no
passado dia 27 de Janeiro, apesar da sua existência remontar aos anos 30?
A AEFCUP já definiu o calendário do segundo ciclo
de cinema anual em http://pulpingfictions.blogspot.
com/
Ficha Técnica
Presidente AEFCUP: Cláudio Carvalho.
Coordenador Info: Filipe Fonseca.
Redacção Info: André Santos, Carlos Dias, Inês
Luís, Iolanda Araújo, Ivo Reis, João Maurício, Liliana Almeida, Patrick Pais, Rui Borges, Sandra
Oliveira, Sílvia Rocha, Susana Carvalho e Tiago
Costa.
Apoios