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Programa Catarinense de Desenvolvimento Regional e Setorial • PCDRS Desenvolvimento Tecnológico Regional • DTR Revisão 04 – Abril/2005 Região da Associação dos Municípios da Região Carbonífera • AMREC Florianópolis, 2005 DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO REGIONAL DIRETORIA Presidente José Fernando Xavier Faraco Diretoria Executiva Diretor Superintendente Jaime Oltramari Diretor Técnico Jaime Oltramari Diretor Administrativo e Financeiro Carlos Henrique Ramos Fonseca DIRETORIA Presidente do Conselho Deliberativo Armando César Hess de Souza Diretoria Executiva Diretor Superintendente Carlos Guilherme Zigelli Diretor Técnico Anacleto Angelo Ortigara Diretor Administrativo Financeiro José Alaor Bernardes EQUIPE TÉCNICA Gerência de Projetos Regionais e Setoriais do SEBRAE/SC Marcondes da Silva Cândido Coordenador da Unidade de Desenvolvimento Regional e Setorial do IEL/SC Osny Taborda Ribas Junior Gestor da ADR/DTR – SEBRAE/SC Wilson Sanches Rodrigues Agente de Articulação do SEBRAE/SC Murilo Emanuel Gelosa – Criciúma Colaboradores do IEL/SC Adriano de Medeiros Caldas Ana Rúbia Dela Justina Becker André Arthur Dutra Daniel Bloemer Everaldo Irineu Levartoski de Araújo Fabio Miguel de Souza Fátima Maria Franz Hermes Fausto Ricardo Keske Cassemiro Jorge Alberto Saldanha Nasser Younes Rafael Ernesto Kieckbusch Ronaldo Cimetta Sandra Grellmann Sandro Wojcikiewicz da Silveira Estagiários do IEL/SC Carolina Pereira Laurindo Fernando Machado Pereira Rodrigo Nicola Sehbe ÍÍnnddiiccee APRESENTAÇÃO .......................................................................................................XV CAPÍTULO 1 – CARACTERIZAÇÃO REGIONAL ..................................................... 01 1.1 Introdução ............................................................................................................ 03 1.2 Raízes históricas .................................................................................................. 05 1.3 População Residente ........................................................................................... 13 1.4 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal ................................................ 19 1.5 Instituições de Cultura ......................................................................................... 25 1.6 Infra-Estrutura....................................................................................................... 27 1.6.1 Transporte Rodoviário ......................................................................................... 30 1.6.2 Transporte Ferroviário ......................................................................................... 33 1.6.3 Transporte Hidroviário ......................................................................................... 36 1.6.4 Transporte Aeroviário .......................................................................................... 40 1.6.5 Energia Elétrica ................................................................................................... 42 1.6.6 Gás Natural.......................................................................................................... 46 1.6.7 Telecomunicações............................................................................................... 47 1.6.8 Água e Saneamento ............................................................................................ 48 1.7 Atividade Econômica ........................................................................................... 51 1.7.1 Produto Interno Bruto – PIB ................................................................................ 53 1.7.2 Valor Adicionado.................................................................................................. 55 1.7.3 Recolhimento do ICMS........................................................................................ 59 1.7.4 Recolhimento de Impostos Municipais ................................................................ 60 1.7.5 Empregados e Estabelecimentos ........................................................................ 61 1.8 Segmentos Econômicos Estratégicos ............................................................... 69 1.8.1 Metodologia de Identificação de Segmentos Econômicos Estratégicos ............. 70 1.8.2 Metalurgia Básica, Fabricação de Produtos de Metal, Máquinas e Equip. ......... 74 1.8.3 Extração e Fabricação de Produtos de Minerais não-Metálicos ......................... 86 1.8.4 Fabricação de Produtos Têxteis e Confecção de Artigos do Vestuário .............. 94 1.8.5 Extração de Carvão Mineral, Fabricação de Produtos Químicos, Material Plástico e Coquerias ................................................................................................................... 102 1.8.6 Fabricação de Produtos Alimentícios e Bebidas................................................113 1.8 Mapa de Oferta Tecnológica .............................................................................119 1.8.1 Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC – Campus Criciúma .......120 1.8.2 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI de Criciúma.................122 1.8.3 Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio – SENAC de Criciúma .........123 1.8.4 Cursos Técnicos na Região de Criciúma e Cocal do Sul...................................124 CAPÍTULO 2 – CAPACITAÇÕES E PAINEL TEMÁTICO ........................................125 2.1 Introdução ...........................................................................................................127 2.2 Capacitações .......................................................................................................128 2.2.1 Liderança & Motivação para o Desenvolvimento Regional................................128 2.2.2 Técnicas e Instrumentos de Planejamento, Monitoria e Avaliação de Projetos.129 2.3 Painel Temático.....................................................................................................131 2.3.1 Painel Temático da Indústria Química ...............................................................131 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA ..................135 3.1 Seção 1 - Introdução ..........................................................................................137 3.2 Seção 2 – Metodologia Utilizada........................................................................138 3.2.1 Fatores Críticos de Sucesso ..............................................................................139 3.2.2 Diamante de Competitividade de Porter ............................................................141 3.3 Seção 3 – Resultados Obtidos...........................................................................144 3.3.1 Fatores Críticos de Sucesso ..............................................................................144 3.3.2 Diamante de Competitividade de Porter ............................................................157 3.4 Seção 4 – Conclusões e Recomendações........................................................167 3.5 Seção 5 – Encaminhamentos das Ações Sugeridas .......................................168 3.5.1 IEL Pesquisa – Pesquisa de Mercado ...............................................................169 3.5.2 Produção + Limpa ..............................................................................................172 3.5.3 Compre Fácil ......................................................................................................176 3.5.4 Projeto Design Catarina .....................................................................................177 3.6 Bibliografia...........................................................................................................180 3.7 Anexos .................................................................................................................181 Apresentação Nos últimos anos ocorreram importantes mudanças no cenário mundial, principalmente em países em desenvolvimento como o Brasil. Isto requer novas diretrizes metodológicas e técnicas que sejam capazes de responder efetivamente às questões relacionadas ao desenvolvimento em âmbito regional. O processo de crescimento econômico deve ser promovido além do contexto puramente econômico, atentando para os inevitáveis reflexos sociais, ambientais e políticos, para que se obtenha, efetivamente, um desenvolvimento integrado na região. Para alcançá-lo, sustentavelmente, faz-se necessário à existência de empresas bem sucedidas e comprometidas com a qualidade de vida da população local. Entretanto, essas organizações devem buscar constantemente a inovação e as maneiras de aumentar sua competitividade. Dessa forma, é necessária uma nova forma de entender o desenvolvimento regional. Através da aplicação da metodologia do Desenvolvimento Tecnológico Regional – DTR criou-se a Agência de Desenvolvimento Regional da AMREC com abrangência em onze municípios. Os trabalhos tiveram início em dezembro de 2003 sob a coordenação do Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina – IEL/SC. A figura 1 apresenta um mapa temático com o território de abrangência da agência. Com o intuito de intervir no foco do desenvolvimento regional, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina – SEBRAE/SC, em conjunto com o Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina – IEL/SC, desenvolvem o Programa Catarinense de Desenvolvimento Regional e Setorial – PCDRS. Deste programa, fazem parte algumas metodologias, entre as quais, o Desenvolvimento Tecnológico Regional – DTR e a Estruturação de Agência de Desenvolvimento Regional – ADR. IX APRESENTAÇÃO • ADRC Orleans Lauro Muller Treviso Urussanga Siderópolis Cocal do Sul Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Forquilhinha Figura 1 Içara Mapa indicando a região da ADRC no território catarinense Fonte: Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina, 2004. X APRESENTAÇÃO • ADRC CAPÍTULO 1 • CARACTERIZAÇÃO REGIONAL 1.1 Introdução A AMREC é originária da AMSESC, que compreendia Lauro Muller, Urussanga, Morro da Fumaça, Içara, até Praia Grande, Passo de Torres e São João do Sul. Em 1983 foi desmembrada em duas Associações AMREC e AMESC. A AMREC foi fundada em 25 de abril de 1983 com 07 municípios, integrada por Criciúma (sede), Içara, Lauro Muller, Morro da Fumaça, Nova Veneza, Siderópolis e Urussanga. Posteriormente veio Forquilhinha, Cocal do Sul e Treviso. O território que compõe a Associação dos Municípios da Região Carbonífera - AMREC compreende uma área total de 2.686 km², correspondente a 2,23% do total do Estado, espalhados por 11 municípios, totalizando 344.778 habitantes e está situada entre os paralelos 29° 05’, (latitude sul) e 29° 40’ (latitude norte) e meridianos 49° 45’ (longitude oeste) e 49° 05’ (longitude leste). Limita-se ao norte com a Associação dos Municípios da Região de Laguna - AMUREL, ao leste com AMUREL e o Oceano Atlântico, ao Sul com a Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense - AMESC e a oeste com a Associação dos Municípios da Região Serrana - AMURES. Convém observar que, devido ao grande crescimento no número de municípios e à expansão dos perímetros urbanos, estima-se que existam habitantes classificados como urbanos que vivem da exploração agropecuária, isto porque suas propriedades estão localizadas dentro dos perímetros urbanos. A tabela 1 apresenta os dados gerais da região. Os municípios que são filiados a AMREC são: Cocal do Sul Nova Veneza Criciúma Orleans Forquilhinha Siderópolis Içara Treviso Lauro Müller Urussanga Morro da Fumaça CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO 2005 • ADRC 3 Postos de empregos (2003) Número de Empresas (2003) 0,823 7.506 132.592.739,00 3.066 588 Criciúma 210 182.785 89,81% 10,19% 7,11 0,822 6.877 795.277.120,00 41.097 10.484 Forquilhinha 184 20.549 79,33% 20,67% 13,92 0,797 6.342 121.705.446,00 3.905 784 Içara 316 54.041 81,36% 18,64% 15,53 0,780 2.663 156.677.449,00 7.872 1.752 Lauro Müller 267 13.434 72,94% 27,06% 1,86 0,800 4.587 49.958.196,00 1.418 409 Morro da Fumaça 83 15.668 76,65% 23,35% 8,68 0,804 6.539 77.315.092,00 3.974 780 Nova Veneza 290 12.339 62,54% 37,46% 15,48 0,813 5.487 86.689.818,00 4.935 609 Orleans 600 20.026 63,97% 36,03% -5,94 0,814 5.879 60.883.268,00 4.460 1.132 Siderópolis 262 12.776 75,34% 24,66% 10,93 0,817 5.625 84.282.555,00 2.418 409 Treviso 157 3.393 49,65% 50,35% 16,53 0,806 9.674 57.789.175,00 901 66 Urussanga 237 19.110 56,87% 43,13% 3,44 0,845 5.456 108.660.243,00 4.039 822 Valor adicionado R$ (2002) 9,93 PIB per capita (2000) 83,11% 16,89% IDH-M 14.662 Crescimento % populacional 1996/2000 78,5 % População Rural (2000) Cocal do Sul Municípios % População urbano (2000) População Estimada (2004) Dados gerais sobre os municípios da região da ADRC Área (km2) Tabela 1 - Fonte: Censo IBGE 2000, RAIS 2002 e DIEF 2002. 4 CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO 2005 • ADRC 1.2 Raízes Históricas Bem antes de sua efetiva ocupação, o território que hoje compõe a microrregião da AMREC fora visitado por exploradores diversos, inclusive bandeirantes notadamente na primeira metade do Século XIX. Figura 2 - Desmembramentos municipais da AMREC Fonte: AMREC. Internet: http://www.amrec.com.br/ Acesso em: 06/07/2004. A fundação efetiva desses núcleos, contudo, somente se concretizou nas três últimas décadas do referido século, em três pontos distintos: (a) fundação de Urussanga em 1878, por 76 famílias de imigrantes italianos, oriundos do norte da Itália (províncias de Beluno, Treviso, Vicenza, Udine, Pádua, Mântua e Verona) e que faziam parte de uma companhia colonizadora. Esse núcleo inicial, logo transformado em vila, emancipou-se de Tubarão, em 1900 e, do seu território, originaram-se três vilas, futuros municípios: Siderópolis (nascida como Nova Bellumo), colonizada em 1891, Morro da Fumaça, ocupada em 1910 e Cocal do Sul, fundada em 1895, os três colonizados, também, por descendentes de imigrantes do norte da península italiana; (b) fundação e efetiva ocupação de Criciúma (batizada como São José de Cresciuma), em 06.01.1880, por 22 5 CAPÍTULO 1 – RAÍZES HISTÓRICAS 2005 • ADRC famílias italianas, das regiões de Veneza, Beluno e Treviso. Essa leva de colonizadores seria seguida, pouco depois, por poloneses (189I), fixados em Linha Batista e Linha Anta. Em 1908, diversas famílias oriundas do Vale do Braço do Norte fundaram a colônia São Bento Baixo, mais tarde, em 1912, Forquilhinha foi colonizada por famílias alemãs vindas de Vargem Grande e Braço do Norte. Três Vilas de Criciúma tiveram rápido progresso, foram elevadas à condição de distrito e bem mais tarde municípios: Nova Veneza (emancipada em 1958), Içara (1961) o Forquilhinha (1989); (c) o município de Lauro Müller teve sua origem ligada ao carvão. Antes de sua fundação, a região era trilhada por tropeiros do planalto serrano, em direção ao litoral. Um desses tropeiros teria descoberto, por acaso, em 1827, as pedras que ardiam ao fogo, mas tarde confirmadas como carvão mineral. A vila foi efetivamente fundada em 1885, data em que teve início a exploração do carvão, naquele município. A antiga Estação das Minas cresceu com a atividade carbonífera, foi elevada a categoria de distrito, em 1921 e emancipada de Orleans, em 1956. Seu nome deve-se ao Governador Lauro Severiano Muller que, quando Ministro da Aviação e Obras Públicas, do governo Federal, muito fez em prol das atividades carboníferas da região Sul. À exceção de Lauro Müller, oriunda do carvão, todos os outros municípios da microrregião foram fundados e colonizados por agricultores procedentes da Europa ou descendentes de europeus, sobretudo italianos. Por diversos anos, a atividade predominante foi a agricultura e pequena pecuária de subsistência. Como a região era isolada de centros maiores, a agropecuária praticada não obteve muito progresso, os poucos excedentes econômicos eram comercializados na própria vizinhança. Com a descoberta do carvão em Criciúma, em 1913, a região passa a dedicar-se à exploração desse minério, principalmente a partir de 1919, com a chegada do ramal da estrada de ferro. A atividade carbonífera, então iniciada, haveria de marcar profundamente não só a região carbonífera, como grande parte do Sul do Estado, até os dias de hoje, pela exploração de atividades paralelas e complementares, que deram suporte à economia do carvão. Assim, as atividades de extração do minério concentraram-se nos municípios de Lauro Müller, Urussanga, Siderópolis e Criciúma. A estrada de ferro, com sede em Tubarão, conduzia o produto das minas até o porto de Imbituba, com escala em Capivari (Tubarão), onde o carvão era lavado, com separação das frações metalúrgica e vapor. Nessa localidade é construída, na década de 60, a Usina Termelétrica Jorge Lacerda, da SOTELCA (Sociedade termelétrica de Capivari), mais tarde passando a integrar o 6 CAPÍTULO 1 – RAÍZES HISTÓRICAS 2005 • ADRC complexo da ELETROSUL. Com o interesse do governo Federal pelo minério da região Sul, a atividade carbonífera começa a alternar ciclos de progresso e recessão, situação que persiste até os dias de hoje, como será abordado mais adiante, no capítulo sobre indústria carbonífera. Figura 3 - Colonização da região carbonífera da AMREC Fonte: AMREC. Internet: http://www.amrec.com.br/ Acesso em: 06/07/2004. Com as constantes crises geradas pela instabilidade da economia carbonífera, a região compreendida por Criciúma e municípios vizinhos iniciou um processo de diversificação industrial, nas décadas de 60/70. Alguns ramos tiveram muita prosperidade, como a indústria cerâmica e a do vestuário. Isto, contudo, não foi suficiente para deflagrar na região um processo de desenvolvimento seguro e auto-sustentável, tanto assim que, até hoje, o Sul carrega o incômodo epíteto de região menos desenvolvida do Estado. As raízes históricas dos onze municípios da região de abrangência da Agência de Desenvolvimento da Região Carbonífera - ADRC são descritos nos tópicos a seguir. 7 CAPÍTULO 1 – RAÍZES HISTÓRICAS 2005 • ADRC A colonização do município de Cocal do Sul começou em 1880, com a instalação das primeiras famílias de imigrantes italianos – Cechinel, Possani e Smânia – vindas da região do Vêneto. O inspetor de terras do Governo Federal em 1884, Accioly de Vasconcellos, é considerado o principal responsável pela criação de Cocal do Sul. A partir de 1890, junto com novas famílias de italianos, chegaram grupos de poloneses que fugiam da Polônia ocupada. No início, os colonos praticavam a agricultura de subsistência, com destaque para o fumo, café, feijão, cevada, milho, arroz e cana-de-açúcar, mas a maioria dessas culturas foi abandonada, restando hoje apenas o cultivo do fumo como fonte econômica de expressão. A primeira Cocal do Sul indústria de Cocal do Sul foi um moinho construído por Pauli Cechinel. Mais tarde surgiram os alambiques de cachaça, as serrarias e os engenhos de açúcar. O nome vem dos coqueirais às margens do rio por onde chegaram os primeiros colonizadores. A fundação do município ocorreu em 20 de setembro de 1991. Em setembro comemora-se o aniversário da cidade, a Festa da Padroeira Nossa Senhora da Natividade e as Olimpíadas Interbairros, em outubro ocorre a Festa das Flores. A fundação de Criciúma deu-se no ciclo da imigração européia do século XIX, com a chegada das primeiras famílias de imigrantes - 139 pessoas, procedentes das regiões de Veneza e Treviso, na Itália. Esses imigrantes desbravaram a região. Construíram casas, estradas, escolas e tiveram a agricultura como principal atividade Criciúma econômica. A partir de 1890 chegaram as primeiras famílias de poloneses, seguidas de imigrantes alemães e dos descendentes de portugueses vindos da região de Laguna. A fundação do município se deu em 06 de janeiro de 1880. A chegada dos colonizadores ao município de Forquilhinha data de 1911. Eram descendentes de imigrantes alemães. O nome Forquilhinha surgiu devido à junção dos 8 CAPÍTULO 1 – RAÍZES HISTÓRICAS 2005 • ADRC rios Mãe Luzia e São Bento. A primeira tentativa de emancipação aconteceu em 1975, mas a maioria da população preferiu que a localidade continuasse como distrito. Somente em 1987, com um plebiscito, ficou decidida a emancipação, que foi concretizada em 26 de abril de 1989. Em 26 de abril comemora-se o Forquilhinha aniversário da cidade, em julho ocorre a Festa Municipal do Colono e em dezembro a Semana de Eventos Culturais. Assim como grande parte das cidades da região, Içara tem sua História ligada à construção da estrada-de-ferro Dona Thereza Christina. Com o início das obras, muitas famílias de origem italiana deslocaram-se da sede do município para instalar-se ao longo da ferrovia, fundando povoados e distritos. Içara desmembrou-se de Criciúma em 1961. O município de Içara dedica-se especialmente à Içara apicultura – é a maior produtora de mel do Brasil – e ao cultivo do fumo, principal produto do município. Também são importantes a indústria e o comércio, além do turismo. É o maior produtor de descartáveis plásticos da América Latina. Colonizada por imigrantes italianos, Lauro Müller é também conhecida como o Berço Histórico do Carvão Nacional. Surgiu aproximadamente em 1827, em função da exploração do carvão mineral, quando os tropeiros que passavam pela Serra do Rio do Rastro, em intercâmbio comercial entre os campos de Lages e Laguna, descobriram Lauro Müller que as pedras pretas com que acendiam as fogueiras eram incandescentes. A exploração efetiva do carvão só começou em 1874, com a construção da estrada-de-ferro Dona Thereza Christina, que ligava o porto de Imbituba à cidade. Em 1922, com a 9 CAPÍTULO 1 – RAÍZES HISTÓRICAS 2005 • ADRC emancipação política de Orleans, Lauro Müller tornou-se vila, passando a município em 20 de janeiro de 1957. Sua fundação se deu em 06 de dezembro de 1956. No dia 04 de dezembro comemora-se o Dia de Santa Bárbara. Antes da chegada dos colonizadores europeus, em 1900, a região de Morro da Fumaça era habitada pelos índios carijós. Os primeiros colonos foram imigrantes adventistas da Bielo-Rússia. Em 1910 chegaram os italianos. Eles eram originários de Urussanga e das cidades de Treviso, Belluno e Padova, na Itália. O primeiro casal italiano a se instalar no município foi José e Hermínia Sóligo Cechinel, considerados os fundadores de Morro da Fumaça. Há duas versões para explicar a origem do nome da cidade. Uma delas diz que, quando o Rio Urussanga subia, interrompendo o transporte de mercadorias da região, uma neblina se formava em torno do morro onde hoje se localiza o Hospital de Caridade São Roque. A outra versão é uma extensão da primeira e garante que, devido à neblina, quem se instalava Morro da Fumaça por ali era obrigado a acender uma fogueira no acampamento, o que provocava fumaça. No dia 06 de setembro de 1931 foi instalado o distrito de Morro da Fumaça, pertencente a Urussanga. A emancipação aconteceu em 20 de maio de 1962 Os primeiros imigrantes italianos chegaram às terras de Nova Veneza em junho de 1891, trazidos pela empresa norte-americana Angelo Fiorita & Cia. Miguel Napoli, italiano original da Sicília, veio antes, em janeiro, e comandou a abertura de estradas, a demarcação das terras e a construção de uma serraria para receber os colonizadores, num total de 400 famílias. Em outubro, chegaram mais 500 famílias de italianos, oriundas das regiões de Veneza e de Bergamo, e fundaram a Colônia Nova Veneza. Os colonos construíram casas com pedras encontradas na região e as edificações eram tão sólidas que muitas estão de pé até hoje. Em 1991, durante Nova Veneza as comemorações do centenário de colonização, os historiadores Zulmar e Newton 10 CAPÍTULO 1 – RAÍZES HISTÓRICAS 2005 • ADRC Bortolotto, descendentes dos imigrantes, lançaram um livro com a História da cidade. A fundação do município se deu em 21 de junho de 1958. A base da economia é a agricultura, com destaque para a produção de milho, soja, arroz, trigo, feijão e fumo. São igualmente importantes a extração da madeira e a criação de suínos, aves e bovinos. O turismo cultural e histórico também tem grande participação na renda do município. O casamento da princesa Isabel com o Conde D’Eu deu início ao que, bem mais tarde, seria o município de Orleans. O casal recebeu de presente do imperador Dom Pedro II e da imperatriz Teresa Cristina um lote de terra de 98 léguas, que poderiam ser escolhidas em Santa Catarina e no Recife (PE). Os noivos decidiram-se por uma área no vale do Rio Tubarão, por causa da descoberta de carvão mineral no lugar. A demarcação abrangia os Orleans municípios de Orleans, parte de São Ludgero, Grão-Pará, Rio Fortuna, Santa Rosa de Lima, parte de Anitápolis, Armazém, São Martinho e São Bonifácio. Foi decidida a implantação de uma estrada-de-ferro para atender à região carbonífera e em sua construção trabalharam imigrantes de diversas procedências: italianos, alemães, letões e poloneses. O nome Orleans e o local exato onde está a cidade foram escolhidos pelo próprio Conde D’Eu, em 26 de dezembro de 1884, quando viajava pela estrada-de-ferro. Trata-se de uma homenagem à família do Conde, de nobres franceses. Os italianos que colonizaram Siderópolis chegaram em 1891, oriundos de Veneza, Treviso, Ferrara e Bergamo, na Itália. No início, Siderópolis quando a localidade se chamava Nova Belluno, os colonos cultivavam a terra apenas para consumo próprio. Mais tarde, descobriram que a região era rica em carvão mineral e surgiram as primeiras mineradoras. A partir da instalação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), de propriedade do Governo Federal, o povoado passou a se chamar Siderópolis. As mineradoras trouxeram 11 CAPÍTULO 1 – RAÍZES HISTÓRICAS 2005 • ADRC prosperidade e expandiram o povoado, mas a crise do carvão, especialmente na década de 1980, provocou a retomada da agricultura como base econômica do município. O Seminário Dom Orioni faz parte da história do lugar. Fundado pelo padre Pattarello, no início da década de 1960, foi considerado um dos melhores colégios do Estado até 1985, quando sofreu uma grave crise financeira. Em 1913, Siderópolis foi elevado a distrito de Urussanga, em 19 de dezembro de 1958 conquistou a emancipação políticoadministrativa. A colonização da região onde hoje se encontra o município de Treviso começou em 1891, com a chegada de imigrantes italianos. Eram famílias vindas das cidades de Veneza, Ferrara, Bergamo e de Treviso, que inspirou o nome do município. Nos primeiros anos, as terras eram cultivadas apenas para subsistência, mas a riqueza mineral foi descoberta e durante décadas a extração do carvão foi a principal fonte de renda na região. A fundação do município Treviso se deu no dia 08 de julho de 1995 Fundada em 1878, Urussanga foi o principal núcleo de imigração italiana da antiga Colônia Azambuja, hoje Pedras Grandes, fundada em 1877. Recebeu imigrantes de Longarone, Urussanga Lombardia, Friuli e Trentino Alto Adige. Era habitada por índios botocudos até a sua colonização. A fundação do município se deu em 26 de maio de 1878. no dia 08 de dezembro comemora-se o Dia de Nossa Senhora da Conceição. 12 CAPÍTULO 1 – RAÍZES HISTÓRICAS 2005 • ADRC 1.3 População Residente A região da AMREC apresentou um crescimento populacional de (7,91%) de 1996 a 2000, atingindo um total de 344.778 habitantes. Desta população, 280.985 (81,50%) encontram-se na área urbana e 63.793 (18,50%) no meio rural em 2000. Destaca-se a população de Criciúma com 170.420 habitantes, o que representa (49,43%) da população da AMREC. Figura 4 - Gráfico da população total da AMREC em 1996 e 2000. 180.000 160.000 140.000 120.000 100.000 1996 80.000 2000 60.000 40.000 20.000 a sa ng o U ru s Tr ev is er óp ol is s an Si d O rl e Ve n ez a aç a N ov a r le Fu m M ül da ur o M or ro in il h Iç ar a La ha a m qu C ric iú Fo r C oc al do Su l 0 Fonte: Adaptado de IBGE – Contagem Populacional de 1996, IBGE - Censo Demográfico de 2000. A figura 4 apresenta um gráfico comparativo da população total de 1996 e 2000 da região da AMREC. 13 CAPÍTULO 1 – POPULAÇÃO RESIDENTE 2005 • ADRC Tabela 2 - Populações Residentes Total, Urbanas, Rurais e Participação Relativa em 1996 e 2000. População 1996 Municípios Urbana Total População 2000 Rural Hab % s/ total Hab Urbana % s/ total Total Rural Hab % s/ total Hab % s/ total Cocal do Sul 12.486 9.816 78,62 2.670 21,38 13.726 11.407 83,11% 2.319 16,89% Criciúma 159.101 143.229 90,02 15.872 9,98 170.420 153.049 89,81% 17.371 10,19% Forquilhinha 16.106 5.421 33,66 10.685 66,34 18.348 14.556 79,33% 3.792 20,67% Içara 42.096 30.569 72,62 11.527 27,38 48.634 39.570 81,36% 9.064 18,64% Lauro Müller 13.355 9.586 71,78 3.769 28,22 13.604 9.923 72,94% 3.681 27,06% Morro da Fumaça 13.389 9.079 67,81 4.310 32,19 14.551 11.154 76,65% 3.397 23,35% Nova Veneza 9.968 5.110 51,26 4.858 48,74 11.511 7.199 62,54% 4.312 37,46% Orleans 21.296 9.983 46,88 11.313 53,12 20.031 12.813 63,97% 7.218 36,03% Siderópolis 10.892 8.291 76,12 2.601 23,88 12.082 9.103 75,34% 2.979 24,66% Treviso 2.698 1.058 39,21 1.640 60,79 3.144 1.561 49,65% 1.583 50,35% Urussanga 18.104 10.389 57,39 7.715 42,61 18.727 10.650 56,87% 8.077 43,13% Total AMREC 319.491 242.531 75,91% 76.960 24,09% 344.778 280.985 81,50% 63.793 18,50% 73,13 1.310.267 26,87 5.356.360 Total SC % AMREC sobre SC 4.875.244 3.565.130 6,55% 6,80% 5,87% 6,44% 4.217.931 78,75% 1.138.429 21,25% 6,66% 5,60% Fonte: Adaptado de IBGE – Contagem Populacional de 1996 e IBGE - Censo Demográfico de 2000. A tabela 2 apresenta a população residente total e a participação relativa da população rural e urbana sobre a total da região da AMREC de 1996 e 2000. Os municípios mais populosos em 2000 são Criciúma (170.420) e Içara (48.634), os menos populosos são Treviso (3.144) e Nova Veneza (11.511). Os municípios que apresentaram maior concentração urbana em 2000 foram Criciúma (89,81%), e Cocal do Sul (83.11%), em contrapartida, os municípios que apresentam as maiores porcentagens no meio rural são Treviso (50.35%) e Urussanga (43.13%). 14 CAPÍTULO 1– POPULAÇÃO RESIDENTE 2005 • ADRC Dinâmica populacional da AMREC de 1996 e 2000. Tabela 3 - Dinâmica Populacional Município Total Urbano Rural Cocal do Sul 9,93 83,11% 16,89% Criciúma 7,11 89,81% 10,19% Forquilhinha 13,92 79,33% 20,67% Içara 15,53 81,36% 18,64% Lauro Müller 1,86 72,94% 27,06% Morro da Fumaça 8,68 76,65% 23,35% Nova Veneza 15,48 62,54% 37,46% Orleans -5,94 63,97% 36,03% Siderópolis 10,93 75,34% 24,66% Treviso 16,53 49,65% 50,35% Urussanga 3,44 56,87% 43,13% Total AMREC 8,86 71,96% 28,04% Total SC 9,86% 18,31% -13.11% Fonte: Adaptado de IBGE – Contagem Populacional de 1996 e IBGE - Censo Demográfico de 2000. A tabela 3 apresenta a dinâmica populacional da região da AMREC, ou seja, apresenta a evolução da população residente total, urbana e rural de 2000 em relação a 1996. Os municípios que apresentaram os maiores crescimentos da população residente total são Içara (15,53%), seguido de Nova Veneza (15,48%). O maior crescimento urbano se verificou em Criciúma. 15 CAPÍTULO 1 – POPULAÇÃO RESIDENTE 2005 • ADRC A figura 5 apresenta a participação relativa da população residente total dos municípios da região da AMREC em 2000. Destacam-se os municípios de Criciúma e Içara, que representam, aproximadamente, (50%) e (13%), respectivamente, da população de total da região. 5,8% 3,3% 4,2% 0,9% 5,4% 3,5% 4,0% 3,9% 49,4% 14,1% 5,3% Cocal do Sul Criciúma Forquilhinha Içara Lauro Müller Morro da Fumaça Nova Veneza Orleans Siderópolis Treviso Urussanga Figura 5 - Gráfico da participação relativa da população residente total dos municípios da região da AMREC em 2000. Fonte: IBGE – Contagem Populacional de 1996, IBGE - Censo Demográfico de 2000 e dados primários. A tabela 4 apresenta a população residente total e por sexo para os municípios da região da AMREC em 2000. Comparando-se a porcentagem da participação masculina e feminina da região com o Estado de Santa Catarina, percebe-se que há um relativo equilíbrio entre o número de homens e de mulheres na região. 16 CAPÍTULO 1– POPULAÇÃO RESIDENTE 2005 • ADRC População Residente Total e por Sexo para os municípios da região AMREC em 2000. Tabela 4 - Municípios Total Homens % Homens Mulheres % Mulheres Cocal do Sul 13.726 6.853 49,93% 6.873 50,07% Criciúma 170.420 83.971 49,27% 86.449 50,73% Forquilhinha 18.348 9.290 50,63% 9.058 49,37% Içara 48.634 24.487 50,35% 24.147 49,65% Lauro Müller 13.604 6.862 50,44% 6.742 49,56% Morro da Fumaça 14.551 7.340 50,44% 7.211 49,56% Nova Veneza 11.511 5.823 50,59% 5.688 49,41% Orleans 20.031 10.088 50,36% 9.943 49,64% Siderópolis 12.082 6.033 49,93% 6.049 50,07% Treviso 3.144 1.589 50,54% 1.555 49,46% Urussanga 18.727 9.214 49,20% 9.513 50,80% 344.778 171.550 49,76% 173.228 50,24 49,83% 2. 687. 049 50,17% Total AMREC Total SC 5.356.360 2. 669. 311 % AMREC sobre SC 6,44% 6,43% 6,45% Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2000. A tabela 5 apresenta a população residente por grupos de idade dos municípios da região da AMREC em 2000. O maior número de habitantes da região tem entre 10 e 19 anos, constituindo na maior participação relativa (38,42%), por intervalo de idade, em relação à região. A faixa de 50 a 59 anos possui a menor participação, apresentando (15,04%) da população da região. 17 CAPÍTULO 1 – POPULAÇÃO RESIDENTE 2005 • ADRC Tabela 5 - População Residente, por grupos de idade, segundo os municípios da região da AMREC em 2000. População residente Grupos de Idade Municípios Total 0a4 anos 5a9 anos 10 a 19 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a 59 anos 60 anos ou mais Cocal do Sul 13.726 1.115 1.336 2.938 2.316 2.480 1.867 882 792 Criciúma 170.420 14.618 15.965 35.835 27.567 29.731 23.100 12.253 11.351 Forquilhinha 18.348 1.831 1.923 3.890 3.272 3.224 2.090 1.106 1.012 Içara 48.634 4.522 4.924 10.394 7.805 8.371 6.039 3.328 3.251 Lauro Müller 13.604 1.090 1.280 2.833 2.097 2.261 1.635 1.144 1.264 Morro da Fumaça 14.551 1.335 1.494 3.128 2.565 2.462 1.753 949 865 Nova Veneza 11.511 989 1.159 2.265 1.865 1.982 1.345 881 1.025 Orleans 20.031 1.729 1.869 3.954 3.475 3.351 2.385 1.526 1.742 Siderópolis 12.082 1.006 1.087 2.452 1.903 1.998 1.665 915 1.056 Treviso 3.144 227 254 631 509 541 396 256 330 Urussanga 18.727 1.329 1.501 3.696 2.861 3.164 2.651 1.551 1.974 344.778 Total AMREC Total SC % Grupos / ADR 53. 390 57. 707 132. 448 118. 435 113. 001 89. 451 51. 847 52. 466 5.356.360 475. 622 507. 600 1 .062. 038 919. 881 883. 511 667. 822 409. 453 430. 433 15,49% 16,74% 38,42% 34,35% 32,78% 25,94% 15,04% 15,22% Fonte: IBGE – Censo Demográfico, 2000. 18 CAPÍTULO 1– POPULAÇÃO RESIDENTE 2005 • ADRC 1.4 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal A educação e a qualificação não são apenas necessidades econômicas, constituem-se em direitos fundamentais e inalienáveis do ser humano. Este direito pode ser garantido pela educação formal e informal, em todos os níveis de ensino, com base nos princípios éticos de liberdade, igualdade, diversidade, participação, tolerância e solidariedade. Para isso é necessário formar e capacitar professores, ter escolas em boas condições ambientais para todos, criar uma didática de alta qualidade, ter materiais adequados para os alunos, construir uma abordagem contemporânea para a educação na visão de sustentabilidade, ter um currículo conectado aos desafios dos novos tempos, estabelecer uma conexão adequada entre escola e vida e garantir um processo que assegure o acesso das pessoas5. São apresentados a seguir os Índices de Desenvolvimento Humano Municipal – IDH-M6, Índice de Longevidade – IDHM-L7, Índice de Educação – IDHM-E8 e Índice de Renda – IDHM-R, além da Esperança de Vida ao Nascer9, Taxa de Alfabetização de Adultos10, Taxa Bruta de Freqüência Escolar11 e a Renda per capita12 para os anos de 1991 e 2000. Esses índices foram preparados pelo Programa das Nações Unidas para 13 Desenvolvimento – PNUD , e retratam, em parte, a realidade da educação para a região dos municípios da AMREC. O Brasil melhorou sua posição no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) nos últimos nove anos, passando de 0,709, em 1991, para 0,764, em 2000. A mudança demonstra avanços brasileiros nas três variáveis que compõe o IDH-M: renda, 5 Agenda 21 Catarinense, Documento Preliminar, Outubro de 2002. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M): É obtido pela média aritmética simples de três índices, referentes às dimensões Longevidade (IDHM-Longevidade), Educação (IDHM-Educação) e Renda (IDHM-Renda). 7 Índice do IDHM relativo à dimensão Longevidade: É obtida a partir do indicador esperança de vida ao nascer, através da fórmula: (valor observado do indicador - limite inferior) / (limite superior - limite inferior), onde os limites inferiores e superior são. 8 Índice do IDHM relativo à Educação: Obtido a partir da taxa de alfabetização e da taxa bruta de freqüência à escola, convertidas em índices por: (valor observado - limite inferior) / (limite superior - limite inferior), com limites inferior e superior. 9 Esperança de vida ao nascer (em anos): Número médio de anos que as pessoas viveriam a partir do nascimento. 10 Taxa de alfabetização de adultos (%): Percentual de pessoas acima de 15 anos de idade que sabem ler e escrever. 11 Taxa bruta de freqüência escolar (%): Proporção entre o número total de pessoas em todas as faixas etárias que freqüentam os cursos fundamentais, segundo grau ou superior em relação ao total de pessoas na faixa etária de 7 a 22 anos. 12 Renda per capitã (em R$ de 2000): Razão entre o somatório da renda de todos os indivíduos (incluindo aqueles com renda nula) e a população total. 13 Para maiores informações, acesse http://www.pnud.org.br/ e/ou http://www.undp.org 6 19 CAPÍTULO 1 – IDH-M 2005 • ADRC longevidade e educação. Em comparação com 1991, o índice aumentou em todos os estados e em quase todos os municípios brasileiros. No ano 2000, do total de 5.507 municípios, 23 foram classificados de baixo desenvolvimento, 4.910, de médio e 574, de alto desenvolvimento humano. Na classificação internacional, o Brasil continua sendo um país de médio desenvolvimento humano14. O Índice de Desenvolvimento Humano foi criado originalmente para medir o nível de desenvolvimento humano dos países a partir de indicadores de educação (alfabetização e taxa de matrícula), longevidade (esperança de vida ao nascer) e renda (PIB per capita). O índice varia de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Países com IDH até 0,499 têm desenvolvimento humano considerado baixo; os países com índices entre 0,500 e 0,799 são considerados de médio desenvolvimento humano; países com IDH maior que 0,800 têm desenvolvimento humano considerado alto. Para aferir o nível de desenvolvimento humano de municípios as dimensões são as mesmas – educação, longevidade e renda -, mas alguns dos indicadores usados são diferentes. Embora meçam os mesmos fenômenos, os indicadores levados em conta no IDH municipal (IDHM) são mais adequados para avaliar as condições de núcleos sociais menores15. A tabela 6 apresenta o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) em 1991 e 2000 para a região da AMREC. Em 1991 todos os municípios são considerados, de acordo com o PNUD, como sendo de médio desenvolvimento humano. A região num todo obteve melhorias comparando o ano de 1991 a 2000. Os municípios de Urussanga (0,845) e Cocal do Sul (0,823) apresentam os maiores índices da região. Um aspecto importante é que nenhum município apresentou queda em seus índices de IDH. 14 Novo Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, disponível em http://www.undp.org.br, acesso em 27/06/2003. Novo Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, Entenda o cálculo do IDH Municipal, disponível em http://www.undp.org.br, acesso em 27/06/2003. 15 20 CAPÍTULO 1 – IDH-M 2005 • ADRC Tabela 6 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) em 1991 e 2000 dos municípios da região da AMREC. IDH-M Classificação UF Classificação AMREC Variações Classificação AMREC 2000 Classificação UF 1991 IDH-M Cocal do Sul 12 1 0,772 48 2 0,823 6,61% -1 Criciúma 18 2 0,765 49 3 0,822 7,45% -1 Forquilhinha 83 8 0,729 136 10 0,797 9,33% -2 Içara 126 9 0,716 191 11 0,780 8,94% -2 Lauro Müller 168 10 0,704 121 9 0,800 13,64% 1 Morro da Fumaça 67 7 0,735 108 8 0,804 9,39% -1 Nova Veneza 47 5 0,743 73 6 0,813 9,42% -1 Orleans 63 6 0,736 71 5 0,814 10,60% 1 Siderópolis 43 4 0,746 63 4 0,817 9,52% 0 Treviso 170 11 0,703 102 7 0,806 14,65% 4 Urussanga 22 3 0,762 16 1 0,845 10,89% 2 Municípios % 91/00 IDH-M Posições Total AMREC 0,737 0,811 10,00% SC 0,748 0,822 9,89% Região Sul 0.737 0.808 9,63% Brasil 0,696 0,766 10,05% Fonte: Novo Atlas de Desenvolvimento Humano Municipal, disponível em http://www.undp.org.br. Os municípios de Treviso e Urussanga foram os que mais ganharam posições, quatro e duas respectivamente e o município de Içara perdeu duas posições de 2000 em relação a 1991. 21 CAPÍTULO 1 – IDH-M 2005 • ADRC A figura 6 apresenta o crescimento percentual dos municípios da região da AMREC no IDH-M de 2000 em relação a 1991. Destaque para Treviso e Lauro Müller que obtiveram crescimento de 14,65% e 13,64% respectivamente. 16,00% 14,00% 12,00% 10,00% 8,00% 6,00% 4,00% 2,00% ró p ol is Tr ev is U o ru ss an ga s an de Si O rl e ez a Ve n aç a N ov a r Fu m da M ül le a ur o M or ro in ilh Iç ar La ha a m ric iú C Fo rq u C oc al do Su l 0,00% Figura 6 - Gráfico do crescimento percentual do IDH-M de 2000 em relação a 1991 dos municípios da região da AMREC. Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano Municipal, disponível em http://www.undp.org.br. A tabela 7 apresenta o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – Longevidade (IDHM-L) em 1991 e 2000 para os municípios da região da AMREC. O município de Urussanga (0,866) apresentou o maior índice em 2000. Todos os municípios da região melhoraram o IDHM-L, sendo Lauro Müller o que teve o maior crescimento percentual com (10,63%), ganhando quatro posições. O município de Treviso subiu cinco posições de 2000 em relação a 1991 22 CAPÍTULO 1 – IDH-M 2005 • ADRC Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – Longevidade (IDHM-L) em 1991 e 2000 dos municípios da região da AMREC. Tabela 7 - Esperança de vida ao nascer (em anos) Classificação AMREC Índice de longevidade (IDHM-L) Esperança de vida ao nascer (em anos) % 91/00 Posições Variações Índice de longevidade (IDHM-L) 2000 Classificação AMREC 1991 Cocal do Sul 1 0,801 73,06 2 0,839 75,32 4,74 -1 Criciúma 10 0,738 69,26 11 0,769 71,17 4,20 -1 Forquilhinha 8 0,745 69,68 9 0,782 71,93 4,97 -1 Içara 7 0,747 69,80 10 0,772 71,30 3,35 -3 Lauro Müller 9 0,743 69,60 5 0,822 74,31 10,63 4 Morro da Fumaça 6 0,756 70,34 4 0,832 74,94 10,05 2 Nova Veneza 5 0,761 70,69 6 0,812 73,73 6,70 -1 Orleans 3 0,795 72,68 3 0,836 75,17 5,16 0 Siderópolis 4 0,763 70,81 6 0,812 73,73 6,42 -2 Treviso 11 0,739 69,31 6 0,812 73,73 9,88 5 Urussanga 2 0,800 73,00 1 0,866 76,93 8,25 1 AMREC 0,762 70,74 0,814 73,84 6,75 SC 0,753 70,15 0,811 73,68 7,70% Região SUL 0,72 68,2 0,781 71,88 8,47% BRASIL 0,662 64,73 0,727 68,61 9,81% Municípios Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano Municipal, disponível em http://www.undp.org.br. 23 CAPÍTULO 1 – IDH-M 2005 • ADRC A tabela 8 apresenta o Índice de Desenvolvimento Humano – Educação (IDHM-E) em 1991 e 2000 para os municípios da região da AMREC. Comparando-se o IDHM-E de 1991 da região com o Estado de Santa Catarina, os municípios de Orleans, Içara e Morro da Fumaça obtiveram maiores aumentos em seus índices. Tabela 8 - Índice de Desenvolvimento Humano – Educação (IDHM-E) em 1991 e 2000 dos municípios da região da AMREC. Taxa de alfabetização de adultos (%) Classificação AMREC Índice de educação (IDHM-E) % 91/00 Posições Cocal do Sul 1 0,846 67,24 93,22 3 0,911 82,19 95,5 7,68% -2 Criciúma 2 0,844 67,21 92,98 1 0,921 85,61 95,31 9,12% 1 Forquilhinha 7 0,789 56,17 90,27 10 0,882 78,04 93,33 11,79% -3 Içara 10 0,773 54,30 88,79 9 0,887 78,95 93,51 14,75% 1 Lauro Müller 7 0,789 59,89 88,35 6 0,897 84,20 92,45 13,69% 1 Morro da Fumaça 11 0,753 49,77 88,11 11 0,865 74,42 92,59 14,87% 0 Nova Veneza 5 0,798 56,05 91,67 7 0,891 77,35 94,98 11,65% -2 Orleans 9 0,774 55,05 88,51 8 0,888 79,27 93,63 14,73% 1 Siderópolis 3 0,843 67,22 92,91 4 0,902 81,53 94,48 7,00% -1 Treviso 6 0,790 55,00 91,06 5 0,900 80,32 94,86 13,92% 1 Urussanga 4 0,830 64,65 92,13 1 0,921 86,68 94,88 10,96% 3 AMREC 0,802 59,32 90,72 0,896 80,77 94,13 SC 0,722 62.16 90.09 0,906 84.36 93.67 12.12% Região SUL 0.804 64.49 83.94 0,896 88.37 92.49 11.43% BRASIL 0,745 63,62 79,93 0,849 81,89 86,37 13,95% Municípios Taxa bruta de freqüência escolar (%) Taxa de alfabetização de adultos (%) Taxa bruta de freqüência escolar (%) Variações Índice de educação (IDHM-E) 2000 Classificação AMREC 1991 11,73 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano Municipal, disponível em http://www.undp.org.br. A tabela 9 apresenta o Índice de Desenvolvimento Humano – Renda (IDHM-R) em 1991 e 2000 dos municípios da região da AMREC. Os municípios de Criciúma (0,776) e Urussanga (0,747) possuem os melhores índices em 2000. O município de Treviso teve o maior crescimento percentual (21,55%). 24 CAPÍTULO 1 – IDH-M 2005 • ADRC Índice de Desenvolvimento Humano – Renda (IDHM-R) em 1991 e 2000 dos municípios da região da AMREC. Tabela 9 - Renda per capita (em R$ de 1991) Classificação AMREC Índice de renda (IDHM-R) Renda per capita (em R$ de 2000) % 91/00 Posições Variações Índice de renda (IDHM-R) 2000 Classificação AMREC 1991 Cocal do Sul 4 0,670 216,39 6 0,718 288,55 7,16% -2 Criciúma 1 0,712 277,57 1 0,776 407,95 8,99% 0 Forquilhinha 6 0,654 196,16 5 0,727 304,43 11,16% 1 Içara 9 0,627 167,14 10 0,680 228,93 8,45% -1 Lauro Müller 10 0,580 126,03 9 0,681 230,67 17,41% 1 Morro da Fumaça 2 0,696 251,61 8 0,716 284,98 2,87% -6 Nova Veneza 3 0,671 217,43 3 0,736 320,52 9,69% 0 Orleans 7 0,638 178,46 7 0,717 286,13 12,38% 0 Siderópolis 8 0,632 172,33 3 0,736 320,98 16,46% 5 Treviso 10 0,580 126,23 11 0,705 266,25 21,55% -1 Urussanga 5 0,657 199,59 2 0,747 342,75 13,70% 3 AMREC 0,647 193,54 0,721 298,37 11,44% SC 0,682 232,26 0,750 348,72 9,97% Região SUL 0,687 239,95 0,746 342,61 8,58% BRASIL 0,681 230,30 0,723 297,23 6,16% Municípios Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano Municipal, disponível em http://www.undp.org.br. 1.5 Instituições de Cultura Para a cultura, a premissa básica é a de inserir - através do diálogo entre os saberes populares, os saberes tradicionais e os saberes científicos - os movimentos, atividades e ações da cultura popular, num contexto mais amplo, onde possa obter apoio da sociedade organizada para a sua valorização como postura identificatória de grupos tradicionais. O maior obstáculo é a falta de investimento e de reconhecimento do valor de suas manifestações para ajudar na solução de problemas sociais16. A tabela 10 apresenta as instituições ligadas à cultura segundo os municípios da região da AMREC 16 Agenda 21 Catarinense, Documento Preliminar, Outubro de 2002. 25 CAPÍTULO 1 – IDH-M 2005 • ADRC em 1999. Os municípios de Criciúma e Orleans são os que apresentam maior número de instituições ligadas à cultura com uma grande vantagem por parte do município de Criciúma que possui quatro cinemas, duas bibliotecas públicas, dois museus e uma casa de espetáculo. Instituições ligadas à cultura, por tipo de instituições, segundo os municípios da região da AMREC em 1999. Tabela 10 - Municípios Total Bibliotecas Museus Teatros Cinemas Criciúma 9 2 2 1 4 Forquilhinha 2 1 1 - - Içara 2 1 1 - - Lauro Müller 1 - 1 - - Morro da Fumaça 1 1 - - - Nova Veneza 2 1 1 - - Orleans 3 1 2 - - Siderópolis 1 1 - - - 2 1 1 - - Total AMREC 23 9 9 1 4 Total SC 540 345 109 37 49 %ADR sobre SC 4,26% 2,61% 8,26% 2,70% 8,16% Cocal do Sul Treviso Urussanga Fonte: Anuário Estatístico de Santa Catarina, 2000. 26 CAPÍTULO 1 – IDH-M 2005 • ADRC 1.6 Infra-Estrutura Um dos fatores externos que influenciam a competitividade das empresas é a infraestrutura pública. A deterioração da base física e da qualidade dessa infra-estrutura no Brasil, após mais de uma década de instabilidade macroeconômica, colapso do financiamento e do investimento públicos, constitui um grande entrave ao esforço de reestruturação competitiva da indústria3. Figura 7 - Mapa de Santa Catarina com as principais rodovias, aeroportos e portos. Fonte: Ministério dos Transportes. Acesso em 18 de junho de 2003. http://www.transportes.gov.br São apresentadas a seguir informações sobre o sistema rodoviário, ferroviário, hidroviário e aeroviário da região dos municípios da AMREC. A Figura 13 mostra o Estado de Santa Catarina e as principais rodovias federais e estaduais, aeroportos e portos. O território da AMREC fica também localizado entre o mar e a Serra do Rio do Rastro, com acesso a esta pela SC-438, na direção noroeste de Lauro Müller. Criciúma é a cidade-sede e pólo da microrregião, o principal centro comercial e industrial de todo o Sul de Santa Catarina 27 CAPÍTULO 1 – INFRA-ESTRUTURA 2005 • ADRC e, também, o maior centro urbano, no litoral, entre as cidades de Porto Alegre e Florianópolis. O Balneário de Praia do Rincão, no município de Içara, é o único da região, com grande afluxo de veranistas, na alta temporada, sobretudo de moradores da bacia carbonífera, quando chega a abrigar, em fins de semana, população superior a 60 mil habitantes. Figura 8 - Mapa das Oportunidades de Negócios para o Desenvolvimento Econômico e Estratégico de Santa Catarina. Fonte: ONDEE-SC. Oportunidades de Negócios para o Desenvolvimento Econômico e Estratégico de Santa Catarina. Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina, Setembro de 2002. A figura 8 apresenta o mapa com as Oportunidades de Negócios para o Desenvolvimento Econômico e Estratégico de Santa Catarina – ONDEE-SC, elaborado com suporte técnico e a co-supervisão foram da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), por meio do Instituto Euvaldo Lodi (IEL). O ONDEE-SC foi preparado pela ADTP – Agência de Desenvolvimento Tietê Paraná. Vale ressaltar que o conteúdo do ONDEE-SC não representa, necessariamente, a visão do governo do Estado de Santa 3 COUTINHO, Luciano; FERRAZ, João Carlos. Estudo da Competitividade da Indústria Brasileira. Campinas, SP: Papirus, 1994. P. 145. 28 CAPÍTULO 1 – INFRA-ESTRUTURA 2005 • ADRC Catarina, da FIESC, do IEL ou dos patrocinadores. É uma visão integrada e orientada, representando o contexto atual e os projetos de infra-estrutura para o mercado de uma determinada região. Trata-se de um processo de identificação de oportunidades para investimento em projetos estruturantes de infra-estrutura, aqueles empreendimentos-chave que permitam promover ou estimular o desenvolvimento, particularmente nos setores em que Santa Catarina goza de vantagens naturais. Busca oferecer visão prospectiva e dentro dela levantar os projetos essenciais para sua efetiva realização. Entre os projetos âncoras são: Gasoduto TransCatarinense: construção de um gasoduto com aproximadamente 650 quilômetros, 32 polegadas, capacidade para transportar 30 milhões de m3/dia, que, entrando pela região Oeste do Estado conecta-se com a região de Joinville. Com intuito de formar um importante elo estratégico na emergente rede brasileira de gasodutos. Entre os benefícios para o Estado está um forte estímulo ao desenvolvimento econômico e social no interior do Estado; aumento de competitividade para segmentos industriais importantes; aumento da segurança energética no Estado inteiro. O valor aproximado é de R$ 1,25 bilhão. Ferrovia TransCatarinense: ligação ferroviária do interior até o litoral de Santa Catarina. A Ferrovia TransCatarinense será, potencialmente, trecho integrante da Ferrovia Bioceânica. Complexo Portuário de Babitonga: ampliação do complexo do porto de São Francisco do Sul. Reflorestamento em Escala Comercial: proposta ousada, que visa transformar o Estado de Santa Catarina em um dos principais pólos nacionais que fornecem matéria-prima florestal, com possibilidade para atender todos os integrantes da cadeia produtiva do setor madeireiro. Estima-se reflorestar um milhão de hectares com espécies do gênero pinus em regiões apropriadas do território catarinense. Eliminando o déficit de madeira para uso industrial, além de contribuir para elevação da renda rural e para preservação do meio ambiente no Estado. Ampliação da renda, dos empregos e da arrecadação de impostos para o governo estadual e municipal; fixação do proprietário rural e sua família no campo; uso de terras inaptas à agricultura; segurança no fornecimento de matéria-prima, garantindo a ampliação da cadeia produtiva do setor madeireiro. Valor aproximado de R$ 1,5 bilhão ao longo de 20 anos. 29 CAPÍTULO 1 – INFRA-ESTRUTURA 2005 • ADRC 1.6.1 Transporte Rodoviário A região da AMREC é servida pela rodovia federal BR-101, que a percorre no sentido norte-sul, numa extensão de 36 Km, cortando os municípios de Içara e Criciúma. Servem-na, também, importantes rodovias estaduais, como a SC-438, 444, 445, 446 e 447. Na direção ao Norte, a região é cortada pelas rodovias SC-446, que facilita o acesso para a BR-101, entrando, assim, na Rota do Mercosul, facilitando a logística de acesso aos portos. Tabela 11 - Principais distâncias (em km) Município Florianópolis Curitiba Porto Alegre Criciúma 200 496 284 Fonte: www.amrec.org.br. De acordo com a FIESC4 e, com intuito de atender a demanda do importante pólo cerâmico, carvoeira e desenvolver a sustentabilidade o setor turístico rico em praias, os seguintes projetos rodoviários estão em desenvolvimento: Anel de contorno viário de Criciúma e Região; Ampliação do Aeroporto Diomício Freitas – Forquilhinha – SC; BR 475 – Grão Pará / Urubici – SC. Além disso, está em andamento a duplicação o trecho sul da BR-101, de Palhoça (SC) a Osório (RS) representando 288,9 quilômetros. Com o objetivo de solucionar o gargalo rodoviário do sul do país. O trecho foi projetado para um fluxo de 4,6 mil veículos/dia quando atualmente, o fluxo é de 18.000 veículos/dia. Este trecho representa um importante eixo de ligação do sul do Brasil e dos países do MERCOSUL com o restante do país e vice e versa, além de ser a ligação da região sul com os principais portos e aeroportos do país. O seu custo é estimado em US$ 800 milhões. A figura 9 apresenta o mapa com os pontos mais perigosos do trecho sul da BR-101, de Palhoça/SC até Osório/RS. 4 Projetos de Infra-Estrutura Estratégicos para a Indústria de Santa Catarina. Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina – FIESC, maio de 2004. 30 CAPÍTULO 1 – INFRA-ESTRUTURA 2005 • ADRC Figura 9 - Pontos mais perigosos da BR-101 Sul – Palhoça/SC a Osório/RS. Fonte: ClicRBS. Especial 101. Internet: http://www.clicrbs.com.br/br101 A figura 10 a seguir apresenta o mapa rodoviário completo da região da AMREC. 31 CAPÍTULO 1 – INFRA-ESTRUTURA 2005 • ADRC 32 Figura 10 - Mapa rodoviário da região da AMREC CAPÍTULO 1 – INFRA-ESTRUTURA 2005 • ADRC Fonte: Departamento Estadual de Infra-Estrutura do Governo do Estado de Santa Catarina. Internet: http://www.deinfra.sc.gov.br Acesso em: 15/out/2003 1.6.2 Transporte Ferroviário O transporte ferroviário do Estado de Santa Catarina é operado através da empresa concessionária América Latina Logística – ALL. A ALL foi fundada em março de 1997, quando a Ferrovia Sul Atlântico venceu o processo de privatização da malha sul da Rede Ferroviária Federal, passando a operar a malha nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A figura 11 apresenta o mapa das linhas férreas que a empresa América Latina Logística tem concessão, o qual duas de suas linhas cortam o Estado de Santa Catarina não passam pela região da AMREC. São as ferrovias Mafra-Lages a leste, e Porto União-União da Vitória-Uruguai a oeste. Figura 11 - Mapa Geral das linhas férreas da América Latina Logística – ALL Fonte: Ministério dos Transportes – Internet: http://www.transportes.gov.br/bit/ferro/all/mapa-all.jpg acesso em 30/06/03 O mapa da Ferrovia TransCatarinense, figura 12, apresenta a construção e operação de uma ferrovia destinada ao transporte de carga, principalmente entre o centro e oeste do Estado e os portos. Uma nova ferrovia que, certamente, vai oferecer condições interessantes de operação. Pode ser construída como projeto privado, público ou misto, dependendo do resultado de um estudo de viabilidade econômica. Grande potencial para promover o crescimento econômico e a melhoria das condições sociais no interior do 33 CAPÍTULO 1 – INFRA-ESTRUTURA 2005 • ADRC Estado, com impacto significativo nos setores de aves, suínos, madeira reflorestada e seus derivados. O valor aproximado é de R$ 1 bilhão. Figura 12 - Mapa da Ferrovia TransCatarinense. Fonte: ONDEE-SC. Oportunidades de Negócios para o Desenvolvimento Econômico e Estratégico de Santa Catarina. Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina, Setembro de 2002. A figura 13 apresenta o mapa com o projeto da ferrovia litorânea, com o objetivo da construção e/ou operação de uma ferrovia de carga, com 235,6km, percorrendo o litoral catarinense e interligando os principais portos às grandes cidades da faixa litorânea. Inclui conexões com a rede ferroviária existente. Com grande potencial para promover o desenvolvimento, não somente na faixa litorânea, mas também em regiões produtoras do interior. Potencial para aumentar as cargas de outros Estados, exportadas ou importadas por meio dos portos catarinenses, aumentando, desta forma, a receita fiscal do Estado. Com valor aproximado de R$ 415 milhões. A figura 14 apresenta o mapa com o projeto em estado embrionário visando a construção e a operação de uma ferrovia que cruza o continente sul-americano, ligando os oceanos Atlântico e Pacífico. Poderá aproveitar os trechos ferroviários existentes, conforme for apropriado. Deve ser analisado conjuntamente com o projeto Ferrovia TransCatarinense. Pode ser construída como projeto privado, público ou misto, dependendo do resultado de estudo de viabilidade econômica. 34 CAPÍTULO 1 – INFRA-ESTRUTURA 2005 • ADRC Figura 13 - Mapa da Ferrovia Litorânea. Fonte: ONDEE-SC. Oportunidades de Negócios para o Desenvolvimento Econômico e Estratégico de Santa Catarina. Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina, Setembro de 2002. Embora não se trate de um projeto catarinense, em termos geográficos, a Ferrovia Bioceânica teria, potencialmente, enorme impacto para a economia do Estado e para as regiões Sul e Sudeste do Brasil. Estimularia o crescimento econômico e melhoraria as condições sociais no interior de Santa Catarina, com impacto, principalmente, nos setores de aves, suínos, madeira reflorestada e seus derivados. Poderia melhorar também a competitividade dos setores de manufaturados do leste catarinense, principalmente cerâmica e metal-mecânico, nos mercados asiáticos. Figura 14 - Mapa da Ferrovia Bioceânica. Fonte: ONDEE-SC. Oportunidades de Negócios para o Desenvolvimento Econômico e Estratégico de Santa Catarina. Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina, Setembro de 2002. 35 CAPÍTULO 1 – INFRA-ESTRUTURA 2005 • ADRC 1.6.3 Transporte Hidroviário Figura 15 - Portos Catarinenses Fonte: SANTUR. Internet: http://www.santur.sc.gov.br Acesso em: 04/set/2003. A região dos municípios da AMREC tem a sua disposição três portos no Estado de Santa Catarina: Porto de Imbituba As principais atividades desempenhadas pelo porto são: Desembarque de fertilizante e soda cáustica e embarque de açúcar. As instalações de acostagem estão distribuídas em quatro trechos distintos de cais, totalizando 582m de extensão: Cais velho ou cais de carvão, com 160m de comprimento e 9,5m de profundidade, compreendendo um berço, servido por um pátio descoberto, para coque, com 1.600m2 e capacidade de 5.000t, e dois berços para carga geral. Cais novo, com 250m de comprimento, contendo três berços e 10m de profundidade. É atendido por um pátio descoberto, para contêineres e carvão, com área de 25.000m2, permitindo a estocagem de 90.000t. Cais roro, de 24m, com profundidade de 7,5m, servido por um pátio descoberto, de retaguarda, de 5.000m2. O porto possui, ainda, dois tanques para soda cáustica, com capacidade de 8.760t. Os armazéns junto à Indústria Carboquímica Catarinense S.A. (ICC), com 19 módulos, estão arrendados a Biogran Produtos Agrícolas e Naturais Ltda. e são utilizados para salitre. 36 CAPÍTULO 1 – INFRA-ESTRUTURA 2005 • ADRC Figura 16 - Porto de Imbituba Fonte: www.santur.sc.gov.br Porto de São Francisco do Sul Essencialmente exportador tem como principais produtos movimentados em seu cais a soja (grãos, farelo e óleo), azulejos, madeira serrada, milho, frangos congelados, papel Kraft, motores elétricos, móveis de madeira, motocompressores, auto-peças e têxteis, entre outros. O porto está situado a 40 Km de Joinville, a maior cidade do Estado. A malha ferroviária conecta o porto com várias regiões economicamente importantes através da estrada de ferro 485, na cidade de Mafra. Podendo deste ponto ser acessada com São Paulo, Porto Alegre e o oeste do Paraná, bem como todo o Mercosul, interligando os oceanos Pacíficos e Atlântico. Sua infra-estrutura de armazenagem conta com três armazéns internos com capacidade de 76.500 m3, numa área total de 13.500m2. Existem na retaguarda os armazéns de granel sólido da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola (CIDASC), que tem capacidade estática total de 120 mil toneladas, e tanque para óleo vegetal com capacidade nominal para 9 mil m³. 5 5 SANTA CATARINA. Administração do Porto de São Francisco do Sul. Acesso em 20 de junho de 2003. http://www.apsfs.sc.gov.br/ 37 CAPÍTULO 1 – INFRA-ESTRUTURA 2005 • ADRC Figura 17 - Foto do Porto São Francisco do Sul Fonte: http://www1.apsfs.sc.gov.br Porto de Itajaí Os principais produtos movimentados são têxteis, motores elétricos, madeiras, móveis, frangos congelados, azulejos e pisos, açúcar e derivados de petróleo, papel, entre outros. Suas instalações têm mais de 15.000 m² de área coberta para estocagem de produtos e 38.000 m² de área descoberta para armazenagem de contêineres. Os usuários do Porto de Itajaí têm a sua disposição mais de 70 equipamentos, com capacidade de 1 a 37 toneladas para auxílio na carga e descarga de suas mercadorias. As unidades operacionais do Porto de Itajaí são totalmente informatizadas. O Porto de Itajaí conta ainda com uma Estação Aduaneira de Interior (porto seco), totalmente alfandegada e sincronizada com o Porto, com 31.500 m² para armazenagem coberta e pátios de armazenagem de contêineres com mais de 120.000 m² de área. Esse porto chega a movimentar uma média de 10 contêineres por hora, igualando-se aos principais portos do mundo.6 6 PORTO DE ITAJAÍ. Instalações e Maquinários. Capturado em 13 de outubro. 2000. On-line. Disponível na Internet http://www.portoitajai.com.br/instal.htm PORTO DE ITAJAÍ. Sobre o Porto. Capturado em 20 de junho. 2003. On-line. Disponível na Internet http://www.portoitajai.com.br/institucional/sobre.php 38 CAPÍTULO 1 – INFRA-ESTRUTURA 2005 • ADRC Figura 18 - Foto do Porto de Itajaí Fonte: http://www.transportes.gov.br/bit/portos/itajai/poitajai.htm Tabela 12 - Distância Rodoviária em Km, dos municípios da região da AMREC, aos municípios onde estão localizados os portos de Imbituba, Itajaí e São Francisco do Sul. Município Imbituba Itajaí São Francisco do Sul Criciúma 114 290 389 Fonte: SANTA CATARINA. Departamento de Infra-Estrutura. Distâncias entre as cidades. 39 CAPÍTULO 1 – INFRA-ESTRUTURA 2005 • ADRC 1.6.4 Transporte Aeroviário O estado de Santa Catarina dispõe de 32 aeroportos. Dentre os públicos, 16 têm pistas pavimentadas, sendo que seis estão capacitados para operações de pousos e decolagens por instrumento e noturna. Figura 19 - Aeroportos Catarinenses Fonte: SANTUR. Internet: http://www.santur.sc.gov.br Acesso em: 04/set/2003. A região da AMREC tem a sua disposição os aeroportos polarizadores de Joinville, Navegantes e Florianópolis, principalmente o de Chapecó. Aeroporto Serafin Ernesto Bertaso – localizado no município de Chapecó, distante 10 km do centro da cidade, o Aeroporto possui pista asfaltada com 2.060 metros de comprimento, oferecendo vôos diários para diversas partes do país. Dispõe de sala vip, lanchonete, box para check-in, 02 guichês (Rio Sul e Transbrasil), estacionamento, equipamentos de segurança VOR, DME e balizamento noturno. Aeroporto Afonso Pena – localizado no município de Joinville, este aeroporto possui pistas asfaltadas, dimensões de 1.640m x 45m e uma altitude de 4 metros. Atende a grandes pólos regionais, como a região de Joinville, Blumenau e à própria região de Jaraguá do Sul. Aeroporto de Navegantes – Localiza-se no município de Navegantes. O aeroporto possui pistas asfaltadas, dimensões de 1.700m x 45m e altitude de 5 metros. O aeroporto de Navegantes foi inaugurado em 19/10/1978. Atende principalmente, as cidades 40 CAPÍTULO 1 – INFRA-ESTRUTURA 2005 • ADRC situadas no vale do Itajaí, como Blumenau, Brusque, Gaspar, Porto Belo, Tijucas, Pomerode, Penha e Piçarras e as cidades turísticas litorâneas, como Balneário Camboriu, Itajaí e o parque do Beto Carrero World em Penha. O acesso ao aeroporto pela cidade de Blumenau é por meio da BR 101 e BR 470; por Itajaí o acesso deverá ser feito pelo ferry boat, na travessia do rio Itajaí-Açú, que separa as duas cidades. Aeroporto Internacional Hercílio Luz – Localiza-se no município de Florianópolis. É um aeroporto internacional compartilhado, com dimensões de 2.300m x 45m e 1.500m x 45m e altitude de 6 metros. Atende principalmente à demanda do turismo, em especial no verão, de pessoas vindas da Argentina. Além disso, tem a disposição o seguinte aeroporto: Forquilhinha: dimensões (metros): 1.491 x 30, natureza da pista: asfalto e altitude (metros): 28. Segundo a FIESC7, a construção de um aeroporto na cidade de Jaguaruna visa atender a região sul do Estado e os municípios de Tubarão, Criciúma, Imbituba, Araranguá entre outros. Com objetivo disponibilizar uma melhor infra-estrutura aeroviária para o importante pólo mineral (extração e de produtos minerais não metálicos) com investimento previsto de R$ 20,5 milhões. Tabela 13 - Distância Rodoviária em Km, dos municípios da região da AMREC, aos municípios onde estão localizados os aeroportos. Município Joinville Navegantes Florianópolis Criciúma 345 281,8 200 Fonte: SANTA CATARINA. Departamento de Estradas e Rodagens. Distâncias entre as cidades. 7 Projetos de Infra-Estrutura Estratégicos para a Indústria de Santa Catarina. Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina – FIESC, maio de 2004. 41 CAPÍTULO 1 – INFRA-ESTRUTURA 2005 • ADRC 1.6.5 Energia Elétrica Conforme indica a figura 20 os maiores consumos de energia elétrica encontram-se no setor industrial com (45%) e o rural com (35%). 12,88% 35,24% 44,55% 7,33% Residencial Figura 20 - Industrial Comercial Rural Consumo Anual de Energia Elétrica (mercado CELESC), por classe de consumidores, da região da AMREC em 2001. Fonte: CELESC, 2001 apud Anuário Estatístico de Santa Catarina, 2001. A tabela 14 apresenta o consumo de energia elétrica por classes de consumidores e municípios da região da AMREC em 2001. Os municípios de Criciúma e Içara são os maiores consumidores de energia elétrica da região da AMREC. 42 CAPÍTULO 1 – INFRA-ESTRUTURA 2005 • ADRC Tabela 14 - Consumo de Energia Elétrica por municípios da região e classe de consumidores da AMREC em 2001 Municípios Total Classes de consumidores (kwh) Residencial Industrial Comercial Rural Cocal do Sul 42.772.392 - 31.227.992 - 11.544.400 Criciúma 378.893.169 94.207.390 203.602.604 56.704.325 64.275 Forquilhinha 106.472.500 72.821 47.994.172 29.577 58.206.380 Içara 108.999.032 909.830 11.802.379 87.371 95.819.229 Lauro Müller 23.419.365 5.740.649 7.978.323 1.349.118 6.972.264 Morro da Fumaça 71.793.830 - 9.970.127 - 61.823.703 Nova Veneza 38.512.972 1.758.007 11.441.181 1.096.281 23.795.864 Orleans 61.355.612 7.566.320 39.370.020 3.672.426 9.016.484 Siderópolis 41.110.394 971.256 8.960.590 318.468 10.302.063 Treviso 14.998.812 - 10.401.772 - 4.597.040 Urussanga 72.434.975 - 1.974.716 - 22.212.400 960.763.053 111.226.273 384.723.876 63.257.566 304.354.102 Total AMREC Total Sc % AMREC sobre SC 12.633.300.853 2.976.195.291 5.652.084.908 1.652.457.119 1.288.636.687 7,61% 3,74% 6,81% 3,83% 23,62% Fonte: CELESC – Centrais Elétricas de Santa Catarina. A tabela 15 apresenta o consumo de energia elétrica por municípios da classe industrial da AMREC de 1999 a 2001. Os municípios de Criciúma e Içara são os principais consumidores da região. O crescimento ficou abaixo do esperado em relação aos anos 2000 e 2001, obtendo o índice negativo de – (3,42%).O município de Urussanga teve enorme queda de (49,04%), em contrapartida Lauro Muller cresceu positivamente em 36,66% no consumo. 43 CAPÍTULO 1 – INFRA-ESTRUTURA 2005 • ADRC Tabela 15 - Consumo de Energia Elétrica por municípios da região da classe industrial da AMREC em 1999 a 2001 Industrial (Kwh) Municípios 1999 2000 Variação 99/00 2001 Variação 00/01 Cocal do Sul 40.961.487 36.376.257 -11,19% 31.227.992 -14,15% Criciúma 211.227.737 210.463.744 -0,36% 203.602.604 -3,26% Forquilhinha 44.261.046 50.272.141 13,58% 47.994.172 -4,53% Içara 13.332.265 14.149.395 6,13% 11.802.379 -16,59% Lauro Müller 2.580.941 5.838.262 126,21% 7.978.323 36,66% Morro da Fumaça 9.177.204 9.939.089 8,30% 9.970.127 0,31% Nova Veneza 7.805.206 10.381.926 33,01% 11.441.181 10,20% Orleans 32.142.531 36.802.802 14,50% 39.370.020 6,98% Siderópolis 12.145.810 10.608.779 -12,65% 8.960.590 -15,54% Treviso 7.902.124 9.642.139 22,02% 10.401.772 7,88% Urussanga 2.840.542 3.874.933 36,42% 1.974.716 -49,04% Total AMREC 384.376.893 398.349.467 3,64% 384.723.876 -3,42% Total Sc 4.974.569.138 5.405.468.541 8,66% 5.652.084.908 4,56% % AMREC sobre SC 7,73% 7,37% 6,81% Fonte: CELESC – Centrais Elétricas de Santa Catarina. A tabela 16 apresenta o consumo de energia elétrica por municípios da região da classe rural da AMREC de 1999 a 2001. A média ficou positiva de 2001 em relação a 2000 com resultado de 6,35%. Os municípios de Içara e Morro da Fumaça são os maiores consumidores da região. 44 CAPÍTULO 1 – INFRA-ESTRUTURA 2005 • ADRC Tabela 16 - Consumo de Energia Elétrica por municípios da região da classe rural da AMREC em 1999 a 2001 Rural (Kwh) Municípios 1999 2000 Variação 99/00 2001 Variação 00/01 24.928.400 26.658.800 6,94% 11.544.400 -56,70% 49.149 53.509 8,87% 64.275 20,12% Forquilhinha 65.963.762 71.330.051 8,14% 58.206.380 -18,40% Içara 88.137.000 90.840.148 3,07% 95.819.229 5,48% Lauro Müller 3.141.624 5.417.603 72,45% 6.972.264 28,70% Morro da Fumaça 52.180.800 59.640.000 14,29% 61.823.703 3,66% 231.571 3.943.052 1602,74% 23.795.864 503,49% Orleans 7.851.607 8.529.336 8,63% 9.016.484 5,71% Siderópolis 7.822.840 8.943.679 14,33% 10.302.063 15,19% Treviso 3.235.120 4.199.440 29,81% 4.597.040 9,47% Urussanga 6.969.200 6.619.200 -5,02% 22.212.400 235,58% Total AMREC 260.511.073 286.174.818 9,85% 304.354.102 6,35% Total SC 1.152.294.307 1.241.001.426 7,69% 1.288.636.687 % AMREC sobre SC 22,61% 23,06% Cocal do Sul Criciúma Nova Veneza 23,62% Fonte: CELESC – Centrais Elétricas de Santa Catarina. 45 CAPÍTULO 1 – INFRA-ESTRUTURA 2005 • ADRC 1.6.6 Gás Natural O Gasoduto Bolívia-Brasil transporta para o Brasil o gás natural proveniente da Bolívia. Em Santa Catarina o gasoduto cruza o Estado a partir de Guaruva, divisa com o Paraná, até a cidade de Timbó do Sul, na divisa com o Rio Grande do Sul, passando a leste de Blumenau. Figura 21 - Mapa da rede de distribuição da SCGás. Fonte: SCGás. Internet: http://www.scgas.com.br Acesso em: 11/jul/2003. O gás natural deve contribuir para o aumento da produtividade, competitividade e modernização da indústria local, substituindo o carvão, a lenha e o óleo combustível. Entre as principais vantagens do gás natural estão: Menor custo de manutenção; Maior vida útil dos equipamentos; Inexistência de custo de estocagem; Melhoria dos padrões ambientais, pois a combustão completa evita impurezas e resíduos poluentes, além disso, não necessita de frete rodoviário. A figura 22 apresenta o mapa do Gasoduto da Integração – GASIN com aproximadamente 5.250 quilômetros em seu traçado total — ver detalhamento abaixo — e capacidade para transportar cerca de 60 milhões de m3/dia de gás natural, ligando os 46 CAPÍTULO 1 – INFRA-ESTRUTURA 2005 • ADRC campos produtores da Argentina e Bolívia com os mercados consumidores das Regiões Sul, Sudoeste e Centro-Oeste do Brasil, constituindo-se em mais um elo da emergente rede brasileira gasodutos — conhecer também o projeto Gasoduto TransCatarinense no ONDEE-SC. Viabilizando o desenvolvimento de usinas termelétricas próximas a centros consumidores e em locais estratégicos do sistema de transmissão; diversificar as potencialidades da matriz energética do Estado; promover o desenvolvimento econômico e social nos municípios da área de influência do traçado do gasoduto; incrementar a receita fiscal. Com valor aproximado de US$ 5 bilhões. Figura 22 - Mapa do Gasoduto da Integração – GASIN Fonte: ONDEE-SC. Oportunidades de Negócios para o Desenvolvimento Econômico e Estratégico de Santa Catarina. Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina, Setembro de 2002. 1.6.7 Telecomunicações O Estado de Santa Catarina dispõe de um sistema de comunicações relativamente eficiente, que permite contatos com qualquer localidade do país e do exterior por meio de som e imagem, texto, dados e voz. Além disso, o estado está interligado ao serviço móvel marítimo, permitindo contato por telefone ou envio de mensagem para qualquer ponto do planeta. 47 CAPÍTULO 1 – INFRA-ESTRUTURA 2005 • ADRC Tabela 17 - Linhas telefônicas instaladas na região da AMREC em 2000. Municípios Domicílios Linhas telefônicas Part.% no total de Total instaladas domicílios Cocal do Sul 3.752 1.494 39,80 Criciúma 48.034 24.027 50,00 Forquilhinha 4.935 1.343 27,20 Içara 13.337 5.190 38,90 Lauro Müller 2.817 1.082 28,30 Morro da Fumaça 3.927 1.384 35,20 Nova Veneza 3.011 920 30,80 3.286 1.754 53,40 832 29 3,50 5.194 2.260 43,50 Total AMREC 89.125 39.483 31,87 Total SC 1.498.742 656.351 43,80% AMREC sobre SC % 5,95% 6,02% Orleans Siderópolis Treviso Urussanga Fonte: SDE – Anuários Estatística de Santa Catarina – 2001. A principal concessionária dos serviços de telecomunicações de SC, TELESC Brasil Telecom S.A., atende aos 293 municípios do estado. No âmbito nacional, o atendimento é feito através da Embratel – Empresa Brasileira de Telecomunicações S.A., da Intelig Telecomunicações Ltda. e da GVT – Global Village Telecom. A tabela 17 apresenta o número de linhas telefônicas instaladas em 2000. A média da participação percentual de residências com linhas telefônicas é de (31,87 %) em 2000. 1.6.8 Água e Saneamento Em Santa Catarina os Sistemas de Abastecimento de Água, operados pela Casan, beneficiam 322 localidades e um Município do Estado do Paraná. Além do abastecimento de água, os 27 sistemas de Esgotos Sanitários operados pela Casan, atendem a 16 Municípios e 2 Distritos.8 8 SANTA CATARINA. Companhia Catarinense de Águas e Saneamento. Capturado em 18 de junho de 2003. On-line. Disponível na Internet http://www.casan.com.br 48 CAPÍTULO 1 – INFRA-ESTRUTURA 2005 • ADRC De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social, Urbano e Meio Ambiente de Santa Catarina, “com relação ao abastecimento de água o Estado possui uma cobertura de aproximadamente 90% da população urbana em água tratada, não se podendo garantir, no entanto, que a quantidade de água oferecida à população possua um controle da qualidade adequado”. Em termos de esgotamento sanitário no estado, apenas 6,85% da população urbana possui coleta de esgoto e apenas parte desse volume coletado consegue ter tratamento satisfatório. De acordo com estudos realizados, Santa Catarina, a fim de resgatar o déficit sanitário em coleta e tratamento de esgoto sanitário, necessitaria investir em média 0,37% de seu PIB por ano para atingir uma meta de atendimento de 41% da população urbana do estado em 10 anos.9 De acordo com dados da Secretaria do Desenvolvimento Municipal – SDM, referente ao lançamento de esgotos industriais, tem-se que: 27,47% lançam na rede pública com tratamento e 72,53% sem tratamento; e. 26,08% lançam diretamente em cursos d’água com tratamento e 73,92% sem tratamento. Em nível estadual, são disponibilizadas pela SDM as seguintes informações: aproximadamente 50% dos municípios utilizam o sistema individual de tratamento; 28,11% dos municípios utilizam o sistema de coleta de águas pluviais com um sistema unitário de coleta; 25,91% utilizam vala negra10 para dispor os dejetos; e. 22,72% lança diretamente nos cursos d’água a carga orgânica proveniente do esgotamento sanitário doméstico. A população atendida na região da AMREC por serviços de coleta de resíduos sólidos é de 224.843 habitantes, correspondendo a (68,87%) da população da região, conforme indica a tabela 18, ficando sem atendimento um grande percentual de (31,13%). 9 SANTA CATARINA. Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social, Urbano e Meio Ambiente. Capturado em 18 de junho de 2003. On-line. Disponível na Internet: http://www.sds.sc.gov.br/ 10 A vala negra é uma solução sanitária condenável para a disposição de dejetos. 49 CAPÍTULO 1 – INFRA-ESTRUTURA 2005 • ADRC Tabela 18 - Resíduos sólidos por municípios da AMREC em 1999 Qtidade Percapita (Kg/habxdia) Gerado Pop Total Ton/dia Gerado Pop Urbana Ton/dia 70,17 0,44 6,03 5,01 170.420 153.049 17.371 13.7660 90,00 0,66 112,4 100,95 Ad.Indireta Não Possui Forquilhinha 18.348 14.556 3.792 11.820 81,20 0,57 10,45 8,29 Ad.Direta Não Possui Içara 48.634 39.570 9.064 33.602 85,00 Lauro Müller 13.604 3.681 7.071 71,27 0,8 10,86 7,92 Ad.Direta Não Possui Morro da Fumaça 14.551 11.154 3.397 8.261 74,07 0,5 7,28 5,58 Ad.Direta Não Possui Nova Veneza 11.511 3.690 51,26 1,18 Ad.Direta Não Possui Orleans 20.031 12.813 7.218 Siderópolis 12.082 9.103 2.979 6.785 74,64 0,99 Ad.Direta Não Possui Treviso 3.144 1.561 1.583 1.560 100,00 Urussanga 18.727 10.650 8.077 6.392 60,00 Total Urbano Rural Cocal do Sul 13.726 11.407 2.319 Criciúma Total 9.923 7.199 4.312 344.778 280.985 63.793 224.843 68,87 1,42 26,61 15,14 Coletas Seletivas % Atendimento 8.003 Municípios Tipo Adm População com coleta População Censo 2000 Ad.Direta Não Possui Ad.Direta Não Possui 173,6 Fonte: Diagnóstico do levantamento de dados dos resíduos sólidos nos municípios do Estado, com revisão das diretrizes para a formulação da política estadual dos resíduos sólidos. Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente – SDM, Florianópolis, Outubro de 2001. 50 CAPÍTULO 1 – INFRA-ESTRUTURA 2005 • ADRC 1.7 Atividade Econômica O perfil da estrutura industrial de Santa Catarina é marcado pela forte presença de setores tradicionais têxtil-vestuário e alimentos, mas com um setor eletro-metalmecânico ganhando importância e, em grande parte, sustentando o crescimento do produto industrial do Estado nos anos recentes. Os principais setores industriais do estado encontram-se concentrados em regiões específicas, registrando-se evidentes especializações regionais, resultado de um processo histórico e descentralizado de formação industrial. Essa diversidade regional alia-se, em cada indústria, a uma estrutura constituída por algumas grandes empresas, muitas delas líderes nacionais, e por uma infinidade de empresas de pequeno e médio porte, de origem tipicamente familiar1. É apresentado a seguir, informações sobre o PIB dos municípios da região da AMREC, bem como dados sobre o valor adicionado na região, características dos vínculos empregatícios e dos estabelecimentos, bem como as contribuições do ICMS. Este capítulo apresenta ainda os Segmentos Econômicos Estratégicos da região da AMREC. A identificação e análise dos segmentos serão realizadas através de uma metodologia específica, identificando as principais vocações econômicas existentes na região. A execução desta metodologia ocorre em várias etapas, observando-se a relevância de duas variáveis (número de empregados e o número de estabelecimentos) em comparação à média encontrada no Estado de Santa Catarina. Em seguida, verificarse-á a abrangência desses segmentos na região, levando-se em consideração os segmentos integrantes e correlatos. Isto é, agrupam-se os segmentos econômicos de maneira a formarem possíveis cadeias produtivas ou aglomerações econômicas, baseadas nos elos principais das mesmas. A próxima etapa, diz respeito, aos possíveis elos das cadeias produtivas, com enfoque em outras variáveis (número de 1 CAMPOS, Renato Ramos; NICOLAU, José Antônio; CÁRIO, Silvio Antônio Ferraz. Sistemas Locais de Inovação: um estudo preliminar de casos selecionados no Estado de Santa Catarina. Rio de Janeiro: Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro: [s.n.], 1998. 39 p. Faz parte do “Projeto de Pesquisa Globalização e Inovação Localizada: Experiências de Sistemas Locais no Âmbito do Mercosul e Proposições Políticas de C&T”. Coordenação Geral do Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil, patrocínio da Organização dos Estados Americanos. 51 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC empregados, número de estabelecimentos, média salarial, valor adicionado e tamanho dos estabelecimentos). Através da aplicação da metodologia verificou-se uma predominância econômica na região da AMREC para as atividades ligadas à extração e fabricação de produtos de minerais não-metálicos, considerando o valor adicionado gerado por essa atividade, outro setor de importância para a região é o de extração de carvão mineral, fabricação de produtos químicos, material plástico e coquerias. Essas e outras atividades serão detalhadas no decorrer deste capitulo. 52 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC 1.7.1 Produto Interno Bruto – PIB O PIB per capita municipal é o valor aproximado do produto interno bruto, originado do valor adicionado. Compreende o valor global que as unidades econômicas de produção da agropecuária, da indústria, do comércio e dos serviços agregam aos seus produtos, a medidas que esses passam adiante, desde o setor primário até os consumidores finais. 18.000 16.000 14.000 12.000 10.000 1996 8.000 2000 6.000 4.000 2.000 Figura 23 - ró p ol is Tr ev is o U ru ss an ga s an de Si O rl e Ve n ez a aç a N ov a r Fu m da M ül le a M or ro in Iç ar ur o La ha a il h Fo rq u ric iú C do C oc al m Su l 0 Gráfico comparativo do PIB per capita de 1996 em relação a 2000. Fonte: DURB/SDM – SC A tabela 19 apresenta o PIB per capita para a região da AMREC, ela se encontra classificada em ordem crescente do PIB per capita para o ano 2000. A região apresenta um PIB per capita de R$ 6.057,00 capita, inferior à média do Estado de Santa Catarina, que possui R$ 7.406,60 (no período compreendido entre os anos de 1996 a 2000). O Estado de Santa Catarina apresentou uma queda de (2,10%) neste indicador no período analisado contra um decréscimo de (–20,22%) da região. Dos onze municípios, segundo a figura 23, apenas quatro apresentaram crescimento do PIB per capita no período analisado. O município de Lauro Müller (127,81%) apresentou o maior crescimento e Cocal do Sul (-48,51%) foi o destaque negativo. 53 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Tabela 19 - Estimativa do PIB per Capita, Segundo Valor Adicionado Fiscal a Preços de 1999 (IGP/DI FGV) - 1996-2000. PIB PER CAPITA (R$ 1,00/hab) 1996 1997 1998 1999 2000 Crescimento do PIB Cocal do Sul 14.577 13.561 12.169 13.467 7.506 -48,51% Criciúma 5.931 6.272 6.558 6.179 6.877 15,95% Forquilhinha 8.583 12.020 11.313 10.245 6.342 -26,11% Içara 4.970 4.688 4.262 4.448 2.663 -46,43% Lauro Müller 2.013 3.107 3.798 3.156 4.587 127,81% Morro da Fumaça 5.743 7.663 7.398 6.959 6.539 13,86% Nova Veneza 5.384 9.166 10.369 8.443 5.487 1,92% Orleans 6.103 4.730 4.143 4.994 5.879 -3,67% Siderópolis 5.800 6.476 6.657 6.415 5.625 -3,02% Treviso 16.864 23.244 25.192 22.130 9.674 -42,64% Urussanga 7.552 8.634 7.328 7.980 5.456 -27,76% Média AMREC 7.592 9.501 9.017 8.583 6.057 -20,22% Média SC 7.540 7.378 7.364 7.370 7.381 -2,10% Município Fonte: Elaboração: DURB/SDM – SC OBS: O PIB de 1996 a 1998 foi calculado a partir do valor adicionado; O PIB de 1999 foi calculado levando-se em consideração a média aritmética do Valor Adicionado dos anos de 1996 a 1998. (PIP PER CAPITA = VALOR ADICIONADO MUNICIPAL X PIB SC / VALOR ADICIONADO SC / POPULAÇÃO DO MUNICÍPIO). 54 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC 1.7.2 Valor Adicionado A tabela 20 apresenta o valor adicionado2 por municípios da região da AMREC de 2000 a 2002. Os municípios de Criciúma (45,92%), Içara (9,05%) e Cocal do Sul (7,66%) são os principais arrecadadores do valor adicionado da região em 2002. A região obteve um crescimento de (14,08%) de 2001 para 2000, e de (20,33%) de 2001 a 2002, inferior à média de crescimento estadual, que foi de (46,82%) no mesmo período. Tabela 20 - Municípios Valor Adicionado por municípios da região da AMREC de 2000 a 2002. 2000 2001 2002 Total R$ % Total R$ % %01/00 Total R$ % %02/01 Cocal do Sul 83.664.234,00 6,63 96.182.449,00 6,68 14,96 132.592.739,00 7,66 37,86 Criciúma 541.632.545,00 42,93 602.834.788,00 41,88 11,3 795.277.120,00 45,92 31,92 Forquilhinha 126.660.625,00 10,04 186.957.245,00 12,99 47,6 121.705.446,00 7,03 -34,9 Içara 119.809.613,00 9,5 112.434.412,00 7,81 -6,16 156.677.449,00 9,05 39,35 Lauro Müller 31.298.178,00 2,48 40.059.516,00 2,78 27,99 49.958.196,00 2,88 24,71 Morro da Fumaça 58.861.743,00 4,67 68.128.384,00 4,73 15,74 77.315.092,00 4,46 13,48 Nova Veneza 64.008.699,00 5,07 90.023.018,00 6,25 40,64 86.689.818,00 5,01 -3,7 Orleans 31.264.201,00 2,48 42.245.269,00 2,94 35,12 60.883.268,00 3,52 44,12 Siderópolis 83.876.081,00 6,65 72.949.783,00 5,07 -13,03 84.282.555,00 4,87 15,54 Treviso 41.749.998,00 3,31 43.771.236,00 3,04 4,84 57.789.175,00 3,34 32,03 Urussanga 78.783.773,00 6,24 83.685.477,00 5,81 6,22 108.660.243,00 6,27 29,84 Total AMREC 1.261.609.690 1.439.271.577 14,08 1.731.831.101 20,33 Total SC 18.287.574.230 21.644.699.496 18,36 31.778.541.671 46,82 % AMREC sobre SC 6,90% 6,65% 5,45% Fonte: Valor Adicionado (DIEF) 1999 a 2001. 2 Valor Adicionado corresponde, para cada Município, ao valor das mercadorias saídas acrescido do valor das prestações de serviços (da incidência do ICMS), no seu território, deduzido o valor das mercadorias entradas, em cada ano civil, computando-se, inclusive: a) as operações e prestações que constituam fato gerador do imposto, mesmo quando o pagamento for antecipado ou diferido, ou quando o crédito tributário for diferido, reduzido ou excluído em virtude de isenção ou outros benefícios, incentivos ou favores fiscais; b) as operações imunes do imposto. 55 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Figura 24 - Gráfico da participação relativa do Valor Adicionado dos municípios da região da AMREC em 2002. 4% 5% 5% 6% 3% 8% 4% 3% 46% 9% 7% Cocal do Sul Criciúma Forquilinha Içara Lauro Müller Morro da Fumaça Nova Veneza Orleans Siderópolis Treviso Urussanga Fonte: RAIS 2002. A figura 24 apresenta o gráfico da participação referente à contribuição de valor adicionado dos municípios pertencentes à AMREC. Observa-se a importante posição do município de Criciúma para a região, em relação aos outros municípios. A tabela 21 a seguir apresenta o montante de valor adicionado gerado por cada atividades específica dos diversos setores econômicos presentes na região, onde notamos a relevância das atividades ligadas à Indústrias de Transformação, que geraram (R$ 1.017.172.711,00) na ano de 2002. Tabela 21 - Valor Adicionado da região da AMREC por setores econômicos em 2002. Agricultura, pecuária, silvicultura e Exploração Florestal Agricultura, pecuária e serviços relacionados 5.118.594,00 Silvicultura, exploração florestal e serviços relacionados 460.826,00 Total 5.579.420,00 Alojamento e alimentação Alojamento e alimentação 6.520.601,00 Atividades Imobiliárias, Aluguéis e Serviços Prestados às Empresas Atividades de informática e serviços relacionados 27.670,00 Atividades imobiliárias 341.711,00 Pesquisa e desenvolvimento 17.686,00 Serviços prestados principalmente às empresas 5.918.262,00 56 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Total 6.305.330,00 Comércio; Reparação de Veículos Automotores, Objetos Pessoais e Domésticos Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas; e comércio a varejo de combustíveis 75.438.402,00 Comércio por atacado e representantes comerciais e agentes do comércio 89.318.251,00 Comércio varejista e reparação de objetos pessoais e domésticos 125.120.264,00 Total 289.876.917,00 Construção Construção 1.597.484,00 Indústrias de Transformação Confecção de artigos do vestuário e acessórios 76.376.258,00 Edição, impressão e reprodução de gravações 2.991.397,00 Fabricação de artigos de borracha e de material plástico 129.268.465,00 Fabricação de celulose, papel e produtos de papel 6.632.928,00 Fabricação de coque, refino de petróleo, elaboração de combustíveis nucleares e produção de álcool 41.971.243,00 Fabricação de equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, instrumentos de precisão e ópticos, equipamentos para automação industrial, cronômetros e relógios Fabricação de máquinas e equipamentos 618.677,00 28.260.539,00 Fabricação de máquinas para escritório e equipamentos de informática Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos Fabricação de material eletrônico e de aparelhos e equipamentos de comunicações 731.674,00 2.522.712,00 68.954,00 Fabricação de móveis e indústrias diversas 18.532.849,00 Fabricação de produtos alimentícios e bebidas 126.252.184,00 Fabricação de produtos de madeira 13.608.470,00 Fabricação de produtos de metal - exclusive máquinas e equipamentos 23.325.979,00 Fabricação de produtos de minerais não-metálicos 411.083.852,00 Fabricação de produtos do fumo 1.391.019,00 Fabricação de produtos químicos 99.943.066,00 Fabricação de produtos têxteis 9.228.763,00 Fabricação e montagem de veículos automotores, reboques e carrocerias 7.216.786,00 Metalurgia básica 14.069.644,00 Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos de viagem e calçados Reciclagem 719.466,00 2.357.786,00 Total 1.017.172.711,00 Indústrias extrativas Extração de carvão mineral Extração de minerais metálicos Extração de minerais não-metálicos 188.508.060,00 547.113,00 10.179.536,00 57 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Total 199.234.709,00 Intermediação financeira Intermediação financeira 622 Outros serviços coletivos Atividades associativas 4.704.623,00 Atividades recreativas, culturais e desportivas 7.514.613,00 Serviços pessoais 2.754.672,00 Total 14.973.908,00 Produção e Distribuição de eletricidade, Gás e Água Eletricidade, gás e água quente 35.026.472,00 Saúde e Serviços Sociais Saúde e serviços sociais 27.915,00 Sem Classificação Sem classificação 5.145.920,00 Transporte, Armazenagem e Comunicações Atividades anexas e auxiliares dos transportes e agências de viagem 408.041,00 Correio e telecomunicações 40.089,00 Transporte aéreo 146.351,00 Transporte terrestre 88.891.343,00 Total 89.485.824,00 Fonte: Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina, Valor Adicionado, 2002. 58 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC 1.7.3 Recolhimento do ICMS A arrecadação de ICMS está relacionada ao nível de desenvolvimento alcançado pelos setores produtivos da economia, à medida que incide sobre a produção de bens e serviços, constituindo o principal item orçamentário da receita estadual. Tabela 22 Município Contribuição do ICMS - 1998 a 2002 1998 1999 2000 2001 2002 Cocal do Sul 3.405.884 1.870.365 3.098.585 4.823.722 4.073.480 Criciúma 47.421.592 54.316.023 63.353.707 70.347.649 73.271.703 981.765 1.379.411 1.978.635 1.944.371 2.222.750 11.778.839 12.554.366 18.592.446 18.622.355 25.139.177 215.627 232.090 391.238 517.239 567.446 Morro da Fumaça 6.378.589 7.372.902 9.319.935 8.863.332 8.953.366 Nova Veneza 2.020.746 1.749.409 2.257.533 2.972.817 6.093.831 Orleans 2.363.791 2.947.990 4.548.086 4.744.679 3.503.971 Siderópolis 1.156.719 1.705.381 2.041.049 2.738.077 3.300.626 85.881 141.705 181.993 207.465 444.796 6.070.638 4.770.644 6.544.038 5.817.328 6.395.905 81.880.071 89.040.286 112.307.245 121.599.034 133.967.051 Forquilhinha Içara Lauro Müller Treviso Urussanga Total AMREC Total SC % AMREC sobre Sc 1.607.844.324 1.850.502.989 2.213.992.978 2.616.521.022 3.217.492.130 5,09% 4,81% 5,07% 4,65% 4,16% Fonte: Secretaria do Estado da Fazenda de SC. Internet: (http://www.sef.sc.gov.br. Acesso em 16/04/2004) Embora o imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) seja considerado na determinação do valor adicionado, demonstrado anteriormente, ele constitui-se num importante instrumento para a observação do volume da atividade econômica desenvolvida. Na tabela 22 consta o valor da contribuição sobre as mercadorias e serviços dos municípios da região da AMREC. A participação da AMREC na arrecadação de ICMS catarinense foi de 4,16%, somando um total de R$ 133.967.051. Os municípios que mais se destacaram no ano de 2002 foram Criciúma e Içara, como se observa na presente tabela. 59 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC 1.7.4 Recolhimento de Impostos Municipais A tabela 23 apresenta o somatório dos impostos municipais "Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU", "Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza- ISS" e “Outros Tributos”. Os valores são de 1997 a 2001 com valores deflacionados para o ano 2001. Tabela 23 Municípios Recolhimento de Impostos Municipais da região da AMREC 1997 Cocal do Sul 1998 1999 2000 171.758,93 Criciúma 2001 % 97/01 349.850,39 103,69% 5.563.868,66 6.145.065,49 4.127.068,81 4.668.284,96 5.204.935,53 258.013,78 385.629,89 436.557,17 433.312,05 -6,45% Forquilhinha 178.435,55 Içara 861.881,35 Lauro Müller 119.167,83 110.413,05 102.720,78 146.666,95 Morro da Fumaça 124.860,57 145.577,91 174.235,14 321.581,33 240.900,04 92,9% Nova Veneza 109.274,90 254.817,37 220.819,82 354.444,46 279.382,67 155,66% Orleans 456.823,36 501.635,80 482.108,06 Siderópolis 80.468,86 110.715,57 111.541,31 140.194,06 527.009,13 554,92% Treviso 35.154,21 47.504,73 46.679,16 45.448,44 72.887,48 107,33% Urussanga 602.458,14 511.402,91 581.827,95 -3,42 1.135.792,69 1.357.328,01 1.427.646,28 1.613.379,09 1,65% 1,79% 1,89% 87,19% 23,08% 5,53% Total SC (R$ 1.000,00) 227.023,59 247.257,00 268.378,91 307.330,85 334.937,39 % AMREC sobre SC 142,84% 2,04% 47,53% 1,93% Fonte: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional – STN. 60 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC 1.7.5 Empregados e Estabelecimentos Esse tópico apresenta informações sobre número de empregados, número de estabelecimento, grau de instrução e o tamanho dos estabelecimentos dos municípios que compõem a região da AMREC. Essas informações foram extraídas da RAIS3 e são baseadas apenas em dados formais. Isto é, não estão computados profissionais que trabalham em setores informais. Conforme indica a tabela 24 a seguir, o número de empregados registrados na região aumentou em (1,55%) no período de 2001 a 2002, apresentando em 2003 um crescimento de (3,09%), abaixo, entretanto, do índice registrado no Estado como um todo, que foi de (4,60%). Tabela 24 - Número de Empregados por municípios da região da AMREC - 2000-2002 Municípios 2001 2002 %01/02 2003 %02/03 Cocal do Sul 2.314 2.413 4,28 3.066 27,06 Criciúma 41.815 41.798 -0,04 41.097 -1,68 Forquilhinha 3.136 3.278 4,53 3.905 19,13 Içara 6.788 7.653 12,74 7.872 2,86 Lauro Muller 1.292 1.408 8,98 1.418 0,71 Morro da Fumaça 3.728 3.826 2,63 3.974 3,87 Nova Veneza 3.970 4.560 14,86 4.935 8,22 Orleans 4.043 4.253 5,19 4.460 4,87 Siderópolis 2.473 2.488 0,61 2.418 -2,81 305 325 6,56 901 177,23 3.432 3.744 9,09 4.039 7,88 73.296 75.746 3,34 78.085 3,09 3,34 1.292.407 4,60 Treviso Urussanga Total AMREC Total SC AMREC sobre SC 1.155.712 1.235.612 9,38% 8,91% 6,04 Fonte: RAIS 2000, 2001 e 2002. 3 RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) - tem por objetivo o suprimento às necessidades de controle da atividade trabalhista no País, e ainda, o provimento de dados para a elaboração de estatísticas do trabalho e a disponibilização de informações do mercado de trabalho às entidades governamentais. As informações são repassadas pelas empresas para o Ministério do Trabalho e Emprego. Internet: http://www.mte.gov.br Acesso em: 01/07/03. 61 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC A figura 25 expressa o gráfico da participação de trabalhadores de cada município na região. O município de Criciúma apresenta a maior participação no número de empregos formais da região da AMREC (53%). Figura 25 - Gráfico da participação relativa do número de empregados dos municípios da região da AMREC em 2003.. 6% 5% 3% 1% 4% 6% 5% 2% 53% 10% 5% Cocal do Sul Criciúma Forquilhinha Içara Lauro Muller Morro da Fumaça Nova Veneza Orleans Siderópolis Treviso Urussanga Fonte: RAIS 2003. A tabela 25 a seguir apresenta o número de empregados por setores de atividade econômica presentes na região da AMREC no ano de 2003. O município de Criciúma possui o maior número de empregados registrados em todos os setores da economia. A maioria dos trabalhadores da região encontram-se no setor de comércio que apresenta quase o dobro do número de trabalhadores industriais. No Estado como um todo a situação é inversa, o número de trabalhadores industriais é praticamente o dobro do número de trabalhadores empregados no comércio. 62 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Construção Civil Comércio Servicos Agropecuaria Total Número de Empregados por setores econômicos e municípios da região da AMREC em 2003. Indústria Tabela 25 - 142 8 234 197 7 588 1.850 286 4.598 3710 40 10484 Forquilhinha 122 16 382 252 12 784 Icara 390 53 809 488 12 1752 Lauro Muller 62 7 188 150 2 409 Morro da Fumaca 297 15 293 171 4 780 Nova Veneza 197 28 199 172 13 609 Orleans 184 42 458 425 23 1132 Sideropolis 120 11 163 112 3 409 9 2 25 29 1 66 198 25 279 301 19 822 3.571 493 7.628 6.007 136 17.835 Municípios Cocal do Sul Criciuma Treviso Urussanga Total Total SC AMREC sobre SC 435.385 42.779 214.045 507.298 36.105 1.235.612 0,82 1,15 3,56 1,18 0,38 1,44 Fonte: RAIS 2003. É apresentado a seguir, na tabela 26, o número de estabelecimentos por setores da atividade econômica na região da AMREC, onde observamos que a exemplo do que ocorre com o número de trabalhadores, o município de Criciúma também apresenta o maior número de estabelecimentos em todos os setores analisados. Na região, assim como no Estado de Santa Catarina como um todo, o número de estabelecimentos ligados ao comércio excedem aos referentes ao setor industrial. 63 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Constr civil Comercio Servicos Agropecuaria Total Número de Estabelecimentos por setores econômicos e municípios da região da AMREC em 2003. Industria Tabela 26 - 142 8 234 197 7 588 1.850 286 4.598 3.710 40 10.484 Forquilhinha 122 16 382 252 12 784 Içara 390 53 809 488 12 1.752 Lauro Muller 62 7 188 150 2 409 Morro da Fumaça 297 15 293 171 4 780 Nova Veneza 197 28 199 172 13 609 Orleans 184 42 458 425 23 1.132 Siderópolis 120 11 163 112 3 409 9 2 25 29 1 66 198 25 279 301 19 822 3.571 493 7.628 6.007 136 17.835 Município Cocal do Sul Criciúma Treviso Urussanga Total AMREC Total SC Total AMREC sobre SC 23.200 5.104 49.348 45.115 6.336 129.103 15,29 10,65 15,11 12,78 2,05 13,51 Fonte: RAIS 2003 A tabela 27 apresenta o número de estabelecimentos por municípios da região da AMREC de 2001 a 2003. Os municípios de Criciúma, Içara e Orleans possuem o maior número de estabelecimentos registrados na região. Podemos observar um aumento bem mais expressivo do número de estabelecimentos no ano de 2001 para 2002 (6,63%), do que em 2003, ano em que esse crescimento foi de (2,23%). 64 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Tabela 27 - Número de Estabelecimentos por municípios da região da AMREC 2001/2003. Municípios 2001 2002 %01/02 2003 %02/03 613 607 -0,98% 588 -3,13 9.474 10.133 6,96% 10.484 3,46 706 785 11,19% 784 -0,13 1.702 1.808 6,23% 1.752 -3,10 Lauro Muller 408 424 3,92% 409 -3,54 Morro da Fumaça 716 766 6,98% 780 1,83 Nova Veneza 561 581 3,57% 609 4,82 1.029 1.095 6,41% 1.132 3,38 Siderópolis 368 390 5,98% 409 4,87 Treviso 53 71 33,96% 66 -7,04 Urussanga 732 786 7,38% 822 4,58 16.362 17.446 6,63% 17.835 2,23 284.228 299.295 5,30% 310.980 3,90 Cocal do Sul Criciúma Forquilhinha Içara Orleans Total AMREC Total SC Total AMREC sobre SC 5,75 5,82 5,74 Fonte: RAIS 2001, 2002 e 2003. O gráfico expresso na figura 26 abaixo apresenta a participação relativa do número de estabelecimentos dos municípios da região da AMREC. O município de Criciúma apresenta aproximadamente 60% dos estabelecimentos da região. Içara e Orleans apresentam, respectivamente (11%) e (6%). 65 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Figura 26 - Gráfico da participação relativa do número de estabelecimentos dos municípios da região da AMREC em 2002. 4% 2% 3% 6% 2%0% 5% 3% 11% 60% 4% Cocal do Sul Criciúma Forquilhinha Içara Lauro Muller Morro da Fumaça Nova Veneza Orleans Siderópolis Treviso Urussanga Fonte: RAIS 2003 A tabela 28 apresenta a média salarial (em R$) de 2001 a 2003 por municípios da região da AMREC. Os municípios de Cocal do Sul (R$ 940,06) e Treviso (R$ 892,68) possuem as melhores médias salariais em 2003. A região obteve de 2002 para 2003 um crescimento de (12,68%), inferior ao verificado no ano anterior (43,16%). A figura 27 apresenta um gráfico comparativo da média salarial do período de 2001 a 2003. Em todos os municípios da região observa-se um crescimento nas médias salariais, entretanto, no município de Treviso observou-se um crescimento mais acentuado em relação aos demais municípios. 66 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Tabela 28 - Média Salarial de 2001 a 2003 por municípios da região da AMREC em R$. Município 2001 2002 %01/02 2003 %03/02 Cocal do Sul 550,31 843,84 53,34 940,06 11,40 Criciúma 462,16 677,96 46,69 756,39 11,57 Forquilhinha 582,59 632,01 8,48 687,22 8,74 Içara 379,67 587,93 54,85 674,82 14,78 Lauro Muller 390,36 524,21 34,29 659,62 25,83 Morro da Fumaça 370,67 537,43 44,99 617,28 14,86 Nova Veneza 332,92 487,72 46,50 569,93 16,86 Orleans 350,14 493,88 41,05 576,45 16,72 Siderópolis 481,73 640,05 32,86 664,64 3,84 Treviso 448,75 571,98 27,46 892,68 56,07 Urussanga 488,67 647,63 32,53 722,34 11,54 Média AMREC 445,11 637,22 43,16 717,99 12,68 Média SC 661,57 725,77 9,70 799,96 10,22 ‘ Fonte: RAIS 2001, 2002 e 2003.. Figura 27 - Gráfico comparativo da média salarial de 2001 e 2002 da região da AMREC 1000 900 800 700 600 500 400 300 an ga o Ur us s Tr ev is a O rle an s Si de ró po l is Ve ne z aç a No va Fu m ul le r M or ro da M Iç ar a La ur o lh in ha a iú m Fo rq ui Cr ic Co ca ld o Su l 200 100 0 2001 2002 2003 F Fonte: RAIS 2001 e 2002. 67 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC A tabela 29 apresenta o grau de instrução por municípios da região da AMREC em 2003. Os municípios de Cocal do Sul (11,8%) e Criciúma (11,1%) possuem a maior participação relativa de empregados com nível superior completo ou em andamento. O maior índice de analfabetismo verificou-se também em Criciúma e a maior parte da população da região como um todo apresenta o segundo grau completo (25,7%). % 4.serie incompleta % 4.serie completo % 8.serie incompleto % 8.serie completo % 2.grau incompleto % 2.grau completo % superior incompleto % superior completo Total Grau de instrução por municípios da região da AMREC em 2003. % Analfabeto Tabela 29 - Cocal do Sul 0,1 1,44 6,72 8,74 17,3 19,3 28,1 6,52 11,8 3.066 Criciúma 0,5 2,64 8,21 15,3 19,7 10,8 27,7 4,16 11,1 41.097 Forquilhinha 0,3 3,05 15 20,6 18,3 11,5 23,6 2,69 4,97 3.905 Içara 0,7 2,29 9,29 24,5 24,8 9,21 21,2 2,5 5,5 7.872 Lauro Muller 0,3 4,8 20,4 14,5 17,8 7,48 27,4 2,19 5,22 1.418 Morro da Fumaça 0,4 9,41 22,5 21,9 14,3 7,85 14,6 3,32 5,64 3.974 Nova Veneza 0,3 1,56 13,2 21 23,9 16,8 17,6 2,13 3,4 4.935 Orleans 0,4 4,87 14,7 14,2 13,3 8,03 33,7 3,74 7,04 4.460 Siderópolis 0,2 2,73 8,89 17 22,1 17 21,4 2,44 8,23 2.418 Treviso 0,1 3,77 16,8 18,2 25,6 7,99 21,3 2,11 4,11 901 Urussanga 0,1 3,86 11,1 15,9 16,9 11,7 29,1 4,38 6,91 4.039 Total 0,4 3,1 10,5 17 19,7 11,2 25,7 3,72 8,76 78.085 Município Fonte: RAIS 2003. 68 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC 1.8 Segmentos Econômicos Estratégicos Identificados A partir da metodologia utilizada, identificaram-se os segmentos econômicos estratégicos para a região da AMREC. Os segmentos econômicos de maior relevância foram agrupados em cinco setores. Isto não significa que a totalidade dos segmentos econômicos da região da AMREC foi identificada e analisada. Cabe ressaltar que este capítulo faz parte da metodologia de Desenvolvimento Tecnológico Regional – DTR, com objetivo de contribuir como fonte de informações para a realização de painéis temáticos e na análise tecnológica da cadeia produtiva estratégica. Os segmentos econômicos estratégicos identificados são apresentados a seguir: Tabela 30 - Valor Adicionado, Empregados e Estabelecimentos dos Segmentos Econômicos da AMREC em 2001. Atividades Econômicas Valor Adicionado (R$) Empregados Estabelecimentos Metalurgia Básica, Fabricação de Produtos de Metal, Máquinas e Equipamentos. 13.576.988,00 3.862 576 Extração e Fabricação de Produtos de Minerais não-Metálicos 401.664.382,00 6.310 418 Fabricação de Produtos Têxteis e Confecção de Artigos do Vestuário. 82.428.108,00 7.523 1046 Extração de Carvão Mineral, Fabricação de Produtos Químicos, Material Plástico e Coquerias. 380.679.366,00 8.303 283 Fabricação de Produtos Alimentícios e Bebidas 79.711.278,00 2.209 269 Fonte: elaborado a partir do próprio documento. Com base nos dados formais de emprego, estabelecimentos e valor adicionado, podese considerar o setor de Extração e Fabricação de Produtos de Minerais não-Metálicos o mais significativo na região, pelo montante de valor adicionado gerado, embora não seja o que apresenta maior número de empregados da região. As atividades relacionadas à Extração de Carvão Mineral, Fabricação de Produtos Químicos, Material Plástico e Coquerias também destacam-se em relação aos outros setores. Informações mais detalhadas sobre cada um deste setores serão expostas no decorrer deste trabalho. 69 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC 1.8.1 Metodologia de Identificação de Segmentos Econômicos Estratégicos A metodologia de Identificação de Segmentos Econômicos Estratégicos4 utiliza-se do Quociente Locacional para identificar os segmentos econômicos mais relevantes na região em comparação ao Estado de Santa Catarina e, do Gini Locacional para apresentar a distribuição espacial das mesmas na região de aplicação da metodologia. Primeiramente será apresentada uma breve classificação dos cinco segmentos analisados, considerando, com base em dados secundários, os setores que mais contribuem com o Valor Adicionado para a região, bem como o número de empregados e de estabelecimentos, caracterizando, dessa forma a relevância de cada um deles na região da AMREC. Na etapa seguinte, calcula-se o Quociente Locacional – QL para as variáveis número de empregados e número de estabelecimentos para três séries históricas da região de aplicação em comparação ao Estado de Santa Catarina. Neste caso, utilizou-se a base de informações da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) fornecida pelo Ministério de Trabalho e Emprego para os anos de 1999 a 2001 no terceiro nível do CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas). Como resultado têm-se os segmentos econômicos que apresentam maior relevância em comparação ao Estado de Santa Catarina. O Quociente Locacional compara a participação percentual de uma região em um setor particular com a participação percentual da mesma região no total da variávelbase da economia nacional (HADDAD, 1989, p. 232). 4 A metodologia utilizada é uma variação da proposta na dissertação de mestrado “Metodologia de Identificação de Atividades Econômicas Potenciais” Florianópolis: PPGEP/UFSC, 2004, de Rafael Ernesto Kieckbusch. Maiores informações sobre o Quociente Locacional e Gini Locacional ver a referida dissertação. 70 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Quociente locacional do setor i na região j é dada pela seguinte fórmula: Eij Ei. E. j QLij = E.. Onde: Eij Variável-base do setor i da região j. Ei. Somatório da variável-base dos setores da região j. E. j Somatório da variável-base dos setores i da economia nacional. E.. Somatório da variável-base dos setores da economia nacional. Se o valor do quociente locacional for maior do que 1 isto significa que a região é relativamente mais importante, no contexto nacional, em termos de setor, do que em termos gerais de todos os setores. Em seguida, será apresentado o cálculo do Gini Locacional – GL para a variável número de empregados na região de aplicação em uma série de três anos. Neste caso, utilizou-se a base da RAIS como mencionado no QL. Além do método gráfico, outra alternativa de se calcular o Gini Locacional é através de uma fórmula, conforme (Traistaru & Iara, 2002, p. 7-8), é dada por:: ⎤ 2 ⎡m GINI = 2 ⎢∑ D j C j − C ⎥ m C ⎣ j =1 ⎦ C i 71 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Onde: sijC Cj = sj 1 m C = ∑C j m j =1 Além disso, entende-se: j Região de aplicação da fórmula. m Número de sub-regiões da região de aplicação da fórmula. Indica a posição da região em ordem decrescente de Dj Cj , Calculado a partir da participação relativa de Cj no total de Cj . S ijC = Sj = Eij = Ei Ej E = Eij ∑ j Eij ∑ Eij ∑ ∑ Eij i i j Como a distribuição da variável-base do setor i na região j no total da variável-base do setor i. Como a distribuição do total da variável-base da região j no total da variável base. A partir da equação do coeficiente de concentração industrial a partir do Gini é possível calcular o Gini Locacional sem a necessidade do uso do gráfico. Isto é, esta equação calcula o α. Desta forma, a aplicação da fórmula torna-se mais prática e rápida, ou seja, basta multiplicar por dois o valor do α que se tem o Gini Locacional. Os valores variam entre zero e um. Estando mais próximo de zero, menos concentrado é aquele setor no território e, mais próximo de um, mais concentrado esta atividade será. Após o calculo do Gini Locacional, fez-se o agrupamento dos segmentos econômicos em setores, de forma a se ter uma análise por possível aglomeração ou cadeia produtiva, utilizando-se um conjunto de variáveis (número de empregados, número de estabelecimentos, valor adicionado e tamanho dos estabelecimentos) em tabelas para os segmentos econômicos. 72 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Na última etapa, fez-se uma análise das informações obtidas de dados secundários e, em alguns casos, utilizaram-se outras bases de dados para complementar as informações identificadas. Na tabela de tamanho dos estabelecimentos, adotou-se a seguinte divisão: Micro: até quatro empregados; Pequeno: de cinco a quarenta e nove empregados; Médio: de cinqüenta e quatrocentos e noventa e nove empregados; Grande: mais de quinhentos empregados. 73 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC 1.8.2 Metalurgia Básica, Fabricação de Produtos de Metal, Máquinas e Equipamentos. Dos cinco setores selecionados este é o que apresenta o menor valor adicionado no ano de 2001, o que não ofusca sua significância para a região. A tabela 31 a seguir apresenta os índices de Quociente Locacional de empregados, por atividades econômicas da região da AMREC. As atividades relacionadas à Siderurgia, à Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada e à Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e construção se apresentam duas vezes mais concentradas na região do que no restante do Estado de Santa Catarina no decorrer dos anos analisados. Tabela 31 - Quociente Locacional de Empregados, por atividades econômicas, na região da AMREC. Atividades Econômicas Quociente Locacional de Empregados 1998 1999 2000 2001 2002 Siderurgia 1,9108 2,1144 2,3119 2,4321 2,0096 Metalurgia de metais não-ferrosos 0,8599 0,7334 0,4538 0,7334 0,7931 Fundição 2,0168 0,5353 0,9261 0,9886 1,0324 Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada 1,7210 1,9608 1,9668 1,7817 2,3248 Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais 2,1192 1,7136 1,2970 1,2307 1,3732 Fabricação de artigos de cutelaria, de serralheria e ferramentas manuais 1,9549 1,2859 2,0909 1,3653 1,4921 Fabricação de produtos diversos de metal 0,6760 0,5944 0,4628 0,7514 0,8470 Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão 0,1013 0,1873 0,1911 0,4689 0,4997 Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral 0,8708 0,9231 1,0355 0,9792 0,8610 Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura, avicultura e obtenção de produtos animais 1,4206 1,3549 1,6666 1,1432 1,0790 Fabricação de máquinas-ferramentas 1,3854 2,0138 1,1328 0,8836 0,8989 Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e construção 2,1466 4,8137 12,5406 2,5518 2,7867 Fabricação de outras máquinas e equipamentos de uso específico 1,2145 1,3745 0,9876 1,0371 1,0477 Fabricação de eletrodomésticos 0,2596 0,3945 0,4942 0,5019 0,5969 Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 1998 a 2002. 74 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Tabela 32 - Quociente Locacional de Estabelecimentos, por atividades econômicas, na região da AMREC. Quociente Locacional de Estabelecimentos Atividades Econômicas 1998 1999 2000 2001 2002 Siderurgia 2,5155 2,3090 0,9715 2,0437 1,8058 Metalurgia de metais não-ferrosos 1,6770 1,5775 1,3751 1,1817 1,4577 Fundição 2,3216 2,0964 2,5774 2,7971 2,9900 Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada 0,8975 0,8503 0,9547 0,9845 1,1126 Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais 1,1772 1,3466 1,4128 1,6159 1,7785 Fabricação de artigos de cutelaria, de serralheria e ferramentas manuais 1,2900 1,2291 1,3898 1,4085 1,6324 Fabricação de produtos diversos de metal 1,6162 1,7238 1,7612 1,8035 1,7345 Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão 1,7701 1,8770 1,4367 1,4650 2,1444 Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral 1,2656 1,6464 1,8166 1,9603 1,8483 Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura, avicultura e obtenção de produtos animais 1,2530 1,1989 1,3533 1,1280 0,8962 Fabricação de máquinas-ferramentas 0,6927 1,8472 0,6939 0,5604 0,6216 Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e construção 4,2484 4,1562 8,5005 6,7974 6,1270 Fabricação de outras máquinas e equipamentos de uso específico 0,8961 1,4192 1,3567 1,1980 1,3145 Fabricação de eletrodomésticos 0,6373 0,4055 0,3778 0,7721 0,4085 Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 1998 a 2002. Na tabela 32 estão expostos os índices de Quociente Locacinal de estabelecimentos por setores econômicos da região, onde destaca-se a fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e construção, que se encontram seis vezes mais concentradas que o índice do Estado como um todo. 75 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC A tabela 33 apresenta os índices de Gini Locacional por atividades econômicas na região da AMREC. Como foi definido na metodologia, quanto mais próximo de zero for o índice, menos concentrado na território em questão é o setor. Nota-se, observando a tabela, que apenas as atividades ligadas à fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e construção se apresenta concentrado no território. A maioria das atividades apresentaram baixa concentração do índice de Gini Locacional. Tabela 33 - Gini Locacional, por atividades econômicas, na região da AMREC. Gini Locacional Atividades Econômicas 1998 1999 2000 2001 2002 Distribuição Espacial Siderurgia 0,9944 0,9941 - - - - Metalurgia de metais não-ferrosos 0,1963 0,2145 0,5546 0,3687 0,1337 Baixa Concentração Fundição 0,1568 0,0952 0,1504 0,1470 0,1887 Baixa Concentração Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada 0,0569 0,0671 0,0471 0,0347 0,0418 Regular Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais 0,1991 0,1044 0,0887 0,1690 0,1808 Baixa Concentração Fabricação de artigos de cutelaria, de serralheria e ferramentas manuais 0,2528 0,2423 0,2991 0,2480 0,0865 Baixa Concentração Fabricação de produtos diversos de metal 0,0583 0,1033 0,0964 0,0575 0,0832 Baixa Concentração Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão 0,8215 0,7361 0,9066 0,6558 0,6169 Baixa Concentração Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral 0,1232 0,1266 0,0659 0,0462 0,0576 Baixa Concentração Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura, avicultura e obtenção de produtos animais 0,6128 0,4834 0,5218 0,2302 0,1821 Baixa Concentração Fabricação de máquinas-ferramentas 0,5490 0,3509 0,7428 0,5501 0,5035 Super Concentrado Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e construção 0,7665 0,8981 0,8750 0,4203 0,3803 Concentrado Fabricação de outras máquinas e equipamentos de uso específico 0,2571 0,2145 0,3568 0,1697 0,1636 Baixa Concentração - - - - - - Fabricação de eletrodomésticos Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 1998 a 2002. 76 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC A figura 28 apresenta o Mapa temático, por atividades econômicas, das atividade pertencentes à Cadeia Produtiva de Metalurgia Básica, Fabricação de Produtos de Metal, Máquinas e Equipamentos. Observando a figura percebemos que as maiores participações de empregados na região foi observado nas atividades ligadas à fundição, que apresenta alto índice de participação de trabalhadores, ou seja, 5% a 10% dos trabalhadores de Nova Veneza estão ocupados nessa atividade. O município de Forquilhinha apresenta índice médio de participação de trabalhadores (2,5% à 5%) nas atividades de forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais. As demais atividades analisadas pertencentes à essa Cadeia Produtiva apresentam participação baixa e muito baixa nos municípios da AMREC. A faixas seguem o seguinte princípio: Zero: nenhum emprego registro; Super baixo: até 1% de empregados do município; Baixo: de 1% a 2,5% de empregados do município; Médio: de 2,5% a 5% de empregados do município; Alto: de 5% a 10% de empregados do município Super alto: acima de 10% de empregados do município. 77 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Orleans (4) (0) (0) (0) (0) Super Baixo Baixo Médio Alto Super Alto 78 Forquilhinha Içara Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Urussanga Siderópolis Cocal do Sul (7) Nulo Participação Empregados Metalurgia de metais não-ferrosos Forquilhinha (0) (1) Super Alto (0) Médio Alto CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Içara (5) Super Baixo (4) Baixo (1) Nulo Participação Empregados Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Urussanga Siderópolis Cocal do Sul Lauro Muller Orleans Fundição Mapa temático, por atividades econômicas, de Metalurgia Básica, Fabricação de Produtos de Metal, Máquinas e Equipamentos. Lauro Muller Figura 28 - Içara CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Forquilhinha (3) (7) (1) (0) Alto (0) Super Alto (0) Nulo Super Baixo Baixo Médio Participação Empregados Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Urussanga Siderópolis Cocal do Sul Lauro Muller Orleans Forquilhinha Içara (4) (6) (0) (1) Alto (0) Super Alto (0) Nulo Super Baixo Baixo Médio 79 Participação Empregados Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Urussanga Siderópolis Cocal do Sul Lauro Muller Orleans Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais Mapa temático, por atividades econômicas, de Metalurgia Básica, Fabricação de Produtos de Metal, Máquinas e Equipamentos. Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada Figura 28 - 80 Forquilhinha Içara (4) (7) (0) (0) Alto (0) Super Alto (0) Nulo Super Baixo Baixo Médio Participação Empregados Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Urussanga Siderópolis Cocal do Sul Lauro Muller Orleans Forquilhinha CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Içara (4) (5) (1) (1) Alto (0) Super Alto (0) Nulo Super Baixo Baixo Médio Participação Empregados Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Urussanga Siderópolis Cocal do Sul Lauro Muller Orleans Fabricação de produtos diversos de metal Mapa temático, por atividades econômicas, de Metalurgia Básica, Fabricação de Produtos de Metal, Máquinas e Equipamentos. Fabricação de artigos de cutelaria, de serralheria e ferramentas manuais Figura 28 - Içara CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Forquilhinha (3) (5) (3) (0) Alto (0) Super Alto (0) Nulo Super Baixo Baixo Médio Participação Empregados Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Urussanga Siderópolis Cocal do Sul Lauro Muller Orleans Forquilhinha Içara (7) (2) (2) (0) Alto (0) Super Alto (0) Nulo Super Baixo Baixo Médio 81 Participação Empregados Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Urussanga Siderópolis Cocal do Sul Lauro Muller Orleans Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura, avicultura e obtenção de produtos animais Mapa temático, por atividades econômicas, de Metalurgia Básica, Fabricação de Produtos de Metal, Máquinas e Equipamentos. Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral Figura 28 - 82 Forquilhinha Içara (6) (4) (1) (0) Alto (0) Super Alto (0) Nulo Super Baixo Baixo Médio Participação Empregados Forquilhinha CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Içara (7) (2) (2) (0) Alto (0) Super Alto (0) Nulo Super Baixo Baixo Médio Participação Empregados Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Urussanga Siderópolis Cocal do Sul Lauro Muller Orleans Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 2002. Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Urussanga Siderópolis Cocal do Sul Lauro Muller Orleans Fabricação de outras máquinas e equipamentos de uso específico Mapa temático, por atividades econômicas, de Metalurgia Básica, Fabricação de Produtos de Metal, Máquinas e Equipamentos. Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e construção Figura 28 - Valor Adicionado, Empregados e Estabelecimentos, por atividades econômicas, na região da AMREC. % da Região % 99/02 2002 % da região % 00/02 Empregados 2002 (R$ 1,00) Valor Adicionado Estabelecimentos Tabela 34 - Siderurgia 250.039,00 0,02% -17,63% 145 0,19% 68,60% 2 Metalurgia de metais não-ferrosos 440.640,00 0,03% -96,09% 44 0,06% 51,72% 13 7.615.597,00 0,54% 85,50% 698 0,92% 67,39% 61 - - - 595 0,79% 85,36% 74 358.708,00 0,03% -84,27% 364 0,48% 21,74% 48 2.465.683,00 0,17% 67,75% 133 0,18% 54,65% 55 93.814,00 0,01% 440,12% 370 0,49% 50,41% 110 Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão - - - 236 0,31% 218,92% 12 Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral - - - 294 0,39% 36,11% 71 Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura, avicultura e obtenção de produtos animais - - - 136 0,18% 7,09% 14 Fabricação de máquinas-ferramentas - - - 54 0,07% -20,59% 5 Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e construção - - - 294 0,39% 36,11% 71 Fabricação de outras máquinas e equipamentos de uso específico - - - 326 0,43% 3,82% 39 2.352.507,00 0,17% 39,47% 173 0,23% 67,96% 1 Atividades Econômicas Fundição Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais Fabricação de artigos de cutelaria, de serralheria e ferramentas manuais Fabricação de produtos diversos de metal Fabricação de eletrodomésticos Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 1999 a 2001 e Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina de 1999 a 2001. Como evidencia a tabela 34, as atividades ligadas à fundição apresentam o maior valor adicionado frente às demais atividades selecionadas, apresentando também o maior número de trabalhadores em 2001. As atividades relacionadas à fabricação de produtos diversos de metal apresentaram um crescimento na geração de valor adicionado de (440%) de 1999 à 2002. Essa atividade apresenta também o maior número de estabelecimentos em 2001 na área da AMREC. 83 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Tabela 35 - Valor Adicionado per capita e média salarial, por atividades econômicas, na região da AMREC em 2002. Valor Adicionado per capita (R$ 1,00) Média Salarial - R$ 444,18 160.397,93 R$ 286,81 9.946,92 R$ 437,54 Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada 313,18 R$ 493,05 Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais 14.433,64 R$ 512,13 Fabricação de artigos de cutelaria, de serralheria e ferramentas manuais 10.352,67 R$ 463,00 80,39 R$ 453,67 Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral - R$ 537,32 Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura, avicultura e obtenção de produtos animais - R$ 657,89 Fabricação de máquinas-ferramentas - R$ 629,06 Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e construção - R$ 598,52 Fabricação de outras máquinas e equipamentos de uso específico - R$ 768,02 10.427,27 R$ 350,12 Atividades Econômicas Siderurgia Metalurgia de metais não-ferrosos Fundição Fabricação de produtos diversos de metal Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão Fabricação de eletrodomésticos Fonte: elaborado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 1998 a 2002 e Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina de 1998 a 2002. A tabela 35 apresenta a valor adicionado per capita e a média salarial das atividades analisadas da Cadeia Produtiva em questão. Observando os dados, podemos notar o expressivo valor adicionado per capita das atividades ligadas à metalurgia de metais não-ferrosos (R$ 160.397,93). O menor valor foi observado nas atividades de fabricação de produtos diversos do metal (R$ 80,39). A maior média salarial das atividades que compõem essa cadeia verificam-se na fabricação de outras máquinas e equipamentos de uso específico (R$ 768,02). A tabela 36 apresenta o tamanho dos estabelecimentos por empregados e por municípios, ou seja, mostra a porcentagem dos empregados presentes nos grupos de empresas (micro, pequena, média, grande). Mostra também a participação dos diferentes tamanhos de estabelecimentos sobre o total dos números de estabelecimentos na região. Nota-se a partir dos dados a inexistência de grandes estabelecimentos em todos os setores. As atividades de siderurgia concentram-se em 84 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC médias empresas. As demais atividades variam entre micro, pequeno e médio estabelecimentos. Tabela 36 - Tamanho dos Estabelecimentos por Empregados e Estabelecimentos, por atividades econômicas, na região da AMREC em 2002. Pequeno Médio Grande Micro Pequeno Médio Grande Estabelecimentos (%) Micro Empregados (%) Siderurgia 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 Metalurgia de metais não-ferrosos 19,23 80,77 0,00 0,00 84,62 15,38 0,00 0,00 Fundição 6,75 57,67 35,58 0,00 57,38 37,70 4,92 0,00 Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada 11,38 26,11 62,51 0,00 72,97 24,32 2,70 0,00 Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais 11,55 45,77 42,68 0,00 72,92 22,92 4,17 0,00 Fabricação de artigos de cutelaria, de serralheria e ferramentas manuais 32,04 67,96 0,00 0,00 89,09 10,91 0,00 0,00 Fabricação de produtos diversos de metal 16,28 83,72 0,00 0,00 73,64 26,36 0,00 0,00 Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão 2,13 42,55 55,32 0,00 66,67 16,67 16,67 0,00 Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral 18,50 57,14 24,36 0,00 78,87 19,72 1,41 0,00 Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura, avicultura e obtenção de produtos animais 5,03 38,19 56,78 0,00 71,43 21,43 7,14 0,00 Fabricação de máquinas-ferramentas 19,72 80,28 0,00 0,00 60,00 40,00 0,00 0,00 Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e construção 23,68 76,32 0,00 0,00 60,00 40,00 0,00 0,00 Fabricação de outras máquinas e equipamentos de uso específico 6,34 60,00 33,66 0,00 66,67 30,77 2,56 0,00 Fabricação de eletrodomésticos 0,00 0,00 100,00 0,00% 0,00 0,00 100,00 0,00 Atividades Econômicas Fonte: elaborado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS em 2002. 85 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC 1.8.3 Extração e Fabricação de Produtos de Minerais não-Metálicos O conjunto das atividades que formam essa Cadeia Produtiva geram o maior valor adicionado das cadeias selecionadas (R$ 401.664.382,00), o que retrata a importância dessa Cadeia Produtiva para a região da AMREC. A tabela 37 a seguir apresenta o Quociente Locacional de empregados por atividades econômicas da região. Nota-se que em todas as atividades há uma concentração maior que a observada no restante do Estado como um todo, em especial a extração de outros minerais não-metálicos e a fabricação de produtos cerâmicos, que apresentam essa concentração quatro vezes maior que em Santa Catarina. Tabela 37 - Quociente Locacional de Empregados, por atividades econômicas, na região da AMREC. Atividades Econômicas Quociente Locacional de Empregados 1998 1999 2000 2001 2002 Extração de pedra, areia e argila 1,4261 1,6263 2,6098 2,2942 2,3642 Extração de outros minerais não-metálicos 5,1458 5,5722 5,1062 4,3875 4,8507 Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e estuque 3,3281 2,7756 2,9369 2,7395 3,0476 Fabricação de produtos cerâmicos 4,9900 4,9402 5,0842 4,6452 4,8083 Aparelhamento de pedras e fabricação de cal e de outros produtos de minerais não-metálicos 2,5631 2,9386 3,7273 3,0878 2,9820 Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 1998 a 2002. O Quociente Locacional de estabelecimentos por atividade econômica está expresso na tabela 38 onde destaca-se a concentração das atividades ligadas à fabricação de produtos cerâmicos, que se mostra três vezes mais concentrados que no restante do Estado de Santa Catarina. 86 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Tabela 38 - Quociente Locacional de Estabelecimentos, por atividades econômicas, na região da AMREC. Quociente Locacional de Estabelecimentos Atividades Econômicas 1998 1999 2000 2001 2002 - - - - - Extração de outros minerais não-metálicos 3,7485 3,2936 3,7283 3,5891 2,8330 Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e estuque 1,2255 1,3778 1,4390 1,2674 1,3364 Fabricação de produtos cerâmicos 3,7601 3,4936 3,3371 3,4712 3,5120 Aparelhamento de pedras e fabricação de cal e de outros produtos de minerais não-metálicos 1,5931 1,5166 1,6777 1,5328 1,5639 Extração de pedra, areia e argila Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 1998 a 2002. A tabela 39 apresenta os índices de Gini Locacional por atividades econômicas na região da ADR–AMREC. Nota-se, através da observação dos dados que as atividades ligadas à fabricação de produtos cerâmicos, ao aparelhamento de pedras e fabricação de cal e de outros produtos de minerais não-metálicos encontram-se super concentradas, segundo a metodologia utilizada, indicando que essas atividades estão super concentradas no território em questão. Tabela 39 - Gini Locacional, por atividades econômicas, na região da AMREC. Gini Locacional Atividades Econômicas 1998 1999 2000 2001 2002 Distribuição Espacial Extração de pedra, areia e argila 0,0458 0,1325 0,2235 0,2251 0,2073 Baixa Concentração Extração de outros minerais nãometálicos 0,5263 0,4319 0,4692 0,6934 0,8360 Baixa Concentração - - - - - - Fabricação de produtos cerâmicos 3,7601 3,4936 3,3371 3,4712 3,5120 Super Concentrado Aparelhamento de pedras e fabricação de cal e de outros produtos de minerais não-metálicos 1,5931 1,5166 1,6777 1,5328 1,5639 Super Concentrado Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e estuque Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 1998 a 2002. 87 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC A figura 29 apresenta o mapa temático das atividades pertencentes à Cadéia Produtiva de Extração e Fabricação de Produtos de Minerais não-Metálicos, por municípios da região, onde nota-se a presença mais atuantes de tais atividades. A extração de pedra, areia e argila apresenta índice médio de participação de trabalhadores em Içara, indicando que de 2,5% a 5% dos trabalhadores desse município dedicam-se a essa atividade. No município de Morro da Fumaça observouse o mesmo índice para as atividades ligadas à extração de outros minerais nãometálico. A fabricação de produtos cerâmicos está presente na maioria dos municípios da região, apresentando índice de participação de trabalhadores super alto (mais de 10%) em Cocal do Sul e Morro da Fumaça, Alto em Urussanga e Içara e médio em Criciúma e Lauro Muller. O aparelhamento de pedras e fabricação de cal e de outros produtos de minerais nãometálicos apresentam índice médio de participação de trabalhadores em Nova Veneza, os demais municípios apresentam índice de participação de trabalhadores baixo e muito baixo para várias das atividades mencionadas (vide figura 29 para mais detalhes). A faixas seguem o seguinte princípio: Zero: nenhum emprego registro; Super baixo: até 1% de empregados do município; Baixo: de 1% a 2,5% de empregados do município; Médio: de 2,5% a 5% de empregados do município; Alto: de 5% a 10% de empregados do município Super alto: acima de 10% de empregados do município. 88 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Orleans Urussanga Içara CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Forquilhinha Siderópolis Cocal do Sul Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Nulo (6) Super Baixo (3) Baixo (1) Médio (1) Alto (0) Super Alto (0) Participação Empregados Extração de pedra, areia e argila Urussanga Nulo (8) Super Baixo (2) Baixo (0) Médio (1) Alto (0) Super Alto (0) Participação Empregados Forquilhinha Içara Siderópolis Cocal do Sul Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Lauro Muller Orleans Extração de outros minerais não-metálicos Mapa temático, por atividades econômicas, de Extração e Fabricação de Produtos de Minerais não-Metálicos Lauro Muller Figura 29 - 89 Urussanga Nulo (4) Super Baixo (3) Baixo (4) Médio (0) Alto (0) Super Alto (0) Participação Empregados 90 Forquilhinha Içara Siderópolis Cocal do Sul Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Lauro Muller Orleans Urussanga Nulo (2) Super Baixo (3) Baixo (0) Médio (2) Alto (2) Super Alto (2) Participação Empregados Forquilhinha CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Içara Siderópolis Cocal do Sul Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Lauro Muller Orleans Fabricação de produtos cerâmicos Mapa temático, por atividades econômicas, de Extração e Fabricação de Produtos de Minerais não-Metálicos Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e estuque Figura 29 - Urussanga Nulo (5) Super Baixo (4) Baixo (1) Médio (1) Alto (0) Super Alto (0) Participação Empregados Içara Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 2002. Forquilhinha Siderópolis Cocal do Sul Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Lauro Muller Orleans Aparelhamento de pedras e fabricação de cal e de outros produtos de minerais não-metálicos Mapa temático, por atividades econômicas, de Extração e Fabricação de Produtos de Minerais não-Metálicos CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Figura 29 - 91 Valor Adicionado, Empregados e Estabelecimentos, por atividades econômicas, na região da AMREC. % da Região % 99/02 2002 % da região % 00/02 Empregados 2002 (R$ 1,00) Valor Adicionado Estabelecimentos Tabela 40 - Extração de pedra, areia e argila 3.569.745,00 0,25% -67,04% 319 0,42% 99,38% 38 Extração de outros minerais não-metálicos 3.601.047,00 0,25% 2006,61% 135 0,18% -8,78% 18 Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e estuque 43.654.776,00 3,08% 184,83% 834 1,10% 29,70% 86 Fabricação de produtos cerâmicos 350.741.125,00 24,74% 40,37% 4735 6,25% 0,98% 243 97.689,00 0,01% -77,29% 287 0,38% 36,67% 33 Atividades Econômicas Aparelhamento de pedras e fabricação de cal e de outros produtos de minerais nãometálicos Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 1999 a 2001 e Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina de 1999 a 2001. A tabela 40 apresenta o valor adicionado de 2002 bem como informações sobre empregados e estabelecimentos das atividades que compõem essa Cadeia Produtiva em 2001. A fabricação de produtos cerâmicos gera (R$ 350.741.125,00) de valor adicionado. Estas atividades também apresentam o maior número de estabelecimentos em relação às demais relacionadas. A tabela 41 a seguir apresenta o valor adicionado per capita e a média salarial, por atividades econômicas da região da AMREC em 2002. As atividades ligadas ao aparelhamento de pedras e fabricação de cal e de outros produtos de minerais nãometálicos apresentam o maior valor adicionado per capita (R$ 387,30). A maior média salarial verifica-se nas atividades de extração de outros minerais não-metálicos. 92 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Tabela 41 - Valor Adicionado per capita e média salarial, por atividades econômicas, na região da AMREC em 2002. Valor Adicionado per capita (R$ 1,00) Média Salarial Extração de pedra, areia e argila R$ 24.730,63 R$ 848,92 Extração de outros minerais não-metálicos R$ 20.097,36 R$ 1.124,50 Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e estuque R$ 33.307,38 R$ 632,71 Fabricação de produtos cerâmicos R$ 59.711,06 R$ 653,29 R$ 387,30 R$ 479,09 Atividades Econômicas Aparelhamento de pedras e fabricação de cal e de outros produtos de minerais não-metálicos Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 1998 a 2002 e Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina de 1998 a 2002. Com a exceção da fabricação de produtos cerâmicos que apresenta aproximadamente (17%) dos empregados trabalhando em grandes estabelecimentos, que representam (0,41%) do total dos estabelecimentos da região, as demais atividades distribuem-se entre os estabelecimentos micro, pequeno e médios, como demonstra a tabela 42. Tabela 42 - Tamanho dos Estabelecimentos por Empregados e Estabelecimentos, por atividades econômicas, na região da AMREC em 2002. Pequeno Médio Grande Micro Pequeno Médio Grande Estabelecimentos (%) Micro Empregados (%) Extração de pedra, areia e argila 4,92 12,30 82,77 0,00 86,84 10,53 2,63 0,00 Extração de outros minerais não-metálicos 3,45 53,79 42,76 0,00 72,22 22,22 5,56 0,00 Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e estuque 5,06 37,20 57,73 0,00 67,44 29,07 3,49 0,00 Fabricação de produtos cerâmicos 4,73 35,15 42,98 17,14 52,67 41,15 5,76 0,41 Aparelhamento de pedras e fabricação de cal e de outros produtos de minerais nãometálicos 7,36 32,18 60,46 0,00 72,73 21,21 6,06 0,00 Atividades Econômicas Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS em 2002. 93 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC 1.8.4 Fabricação de Produtos Têxteis e Confecção de Artigos do Vestuário. A Cadeia Produtiva das atividades de Fabricação de Produtos Têxteis e Confecção de Artigos do Vestuário apresenta o maior número de empregados e estabelecimentos dentre as selecionadas neste documento, caracterizando a predominância de pequenas propriedades. A tabela 43 a seguir apresenta os índices de Quociente Locacional de empregados, por atividades econômicas de região de AMREC, onde observamos que as atividades de acabamento em fios, tecidos e artigos têxteis, por terceiros e a confecção de artigos do vestuário apresentam concentração superior à observada no Estado de Santa Catarina como um todo. Tabela 43 - Quociente Locacional de Empregados, por atividades econômicas, na região da AMREC. Quociente Locacional de Empregados Atividades Econômicas 1998 1999 2000 2001 2002 Acabamento em fios, tecidos e artigos têxteis, por terceiros 1,3083 1,2853 0,8490 1,3437 1,3772 Fabricação de artefatos têxteis a partir de tecidos - exceto vestuário - e de outros artigos têxteis 1,1266 0,9033 0,6254 0,3906 0,4709 Fabricação de tecidos e artigos de malha 0,3313 0,3261 0,4284 0,2871 0,3650 Confecção de artigos do vestuário 1,7042 1,7461 1,7610 1,6154 1,7311 Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 1998 a 2002. A tabela 44 expressa o índice de Quociente Locacional dos estabelecimentos, por setores de atividades e assim como o índice de empregados, as atividades de acabamento em fios, tecidos e artigos têxteis, por terceiros e a confecção de artigos do vestuário apresentam concentração superior à média estadual. 94 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Tabela 44 - Quociente Locacional de Estabelecimentos, por atividades econômicas, na região da AMREC. Quociente Locacional de Estabelecimentos Atividades Econômicas 1998 1999 2000 2001 2002 Acabamento em fios, tecidos e artigos têxteis, por terceiros 1,4382 0,9003 1,1148 1,3193 1,5460 Fabricação de artefatos têxteis a partir de tecidos exceto vestuário - e de outros artigos têxteis 0,5494 0,3918 0,3291 0,3504 0,2012 Fabricação de tecidos e artigos de malha 0,7022 0,8299 0,8680 0,7410 0,7849 Confecção de artigos do vestuário 1,6174 1,7304 1,7215 1,7077 1,7113 Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 1998 a 2002. A tabela 45 apresenta os índice de Gini Locacional das atividades pertencentes à essa cadeia, onde observa-se uma distribuição super concentrada para atividades de Fabricação de tecidos e artigos de malha e concentrada na confecção de artigos do vestuário. Tabela 45 - Gini Locacional, por atividades econômicas, na região da AMREC. Gini Locacional Atividades Econômicas 1998 1999 2000 2001 2002 Distribuição Espacial Acabamento em fios, tecidos e artigos têxteis, por terceiros 0,7353 0,7454 0,5524 0,2495 0,2443 Baixa Concentração Fabricação de tecidos e artigos de malha 0,0914 0,0778 0,2506 0,3574 0,5474 Super Concentrado Confecção de artigos do vestuário 0,0614 0,0697 0,0402 0,0397 0,0346 Concentrado Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 1998 a 2002. A figura 30 a seguir apresenta um esboço das atividades pertencentes à Cadeia Produtiva genérica do Têxtil e Vestuário, identificando as atividades e componentes dos insumos, a infra-estrutura e outros serviços relacionados, o setor de transformação e os aspectos mercadológicos, interno e externo dos produtos. 95 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC 96 Cadeia Produtiva Genérica do Têxtil e Vestuário. CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Fonte: Fonte: adaptado do SEBRAE pelo Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina. Figura 30 - A faixas seguem o seguinte princípio: Zero: nenhum emprego registro; Super baixo: até 1% de empregados do município; Baixo: de 1% a 2,5% de empregados do município; Médio: de 2,5% a 5% de empregados do município; Alto: de 5% a 10% de empregados do município Super alto: acima de 10% de empregados do município. 97 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC 98 Urussanga Nulo (8) Super Baixo (1) Baixo (0) Médio (2) Alto (0) Super Alto (0) Participação Empregados Forquilhinha Içara Siderópolis Cocal do Sul Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Lauro Muller Orleans Urussanga Nulo (10) Super Baixo (1) Baixo (0) Médio (0) Alto (0) Super Alto (0) Participação Empregados Forquilhinha CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Içara Siderópolis Cocal do Sul Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Lauro Muller Orleans Fabricação de artefatos têxteis a partir de tecidos - exceto vestuário - e de outros artigos têxteis Mapa temático, por atividades econômicas, de Fabricação de Produtos Têxteis e Confecções. Acabamento em fios, tecidos e artigos têxteis, por terceiros Figura 31 - Urussanga Nulo (9) Super Baixo (2) Baixo (0) Médio (0) Alto (0) Super Alto (0) Participação Empregados Içara Urussanga Nulo (1) Super Baixo (0) Baixo (2) Médio (3) Alto (2) Super Alto (3) Participação Empregados Forquilhinha Içara Siderópolis Cocal do Sul Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Lauro Muller Orleans Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 2002. CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Forquilhinha Siderópolis Cocal do Sul Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Lauro Muller Orleans Confecção de artigos do vestuário Mapa temático, por atividades econômicas, de Fabricação de Produtos Têxteis e Confecções. Fabricação de tecidos e artigos de malha Figura 31 - 99 Valor Adicionado, Empregados e Estabelecimentos, por atividades econômicas, na região da AMREC. % da Região % 99/02 2002 % da região % 99/02 Empregados 2002 (R$ 1,00) Valor Adicionado Estabelecimentos Tabela 46 - 464.085,00 0,03% -81,00% 361 0,48% 46,15% 31 Fabricação de artefatos têxteis a partir de tecidos - exceto vestuário - e de outros artigos têxteis 3.785.623,00 0,27% 316,16% 292 0,39% -1,68% 53 Fabricação de tecidos e artigos de malha 1.932.699,00 0,14% -67,43% 235 0,31% 8,29% 28 Confecção de artigos do vestuário 76.245.701,00 5,38% 72,72% 6635 8,76% 29,89% 934 Atividades Econômicas Acabamento em fios, tecidos e artigos têxteis, por terceiros Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 1999 a 2001 e Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina de 1999 a 2001. Dentre as atividades pertencentes à essa Cadeia Produtiva, as de confecção de artigos do vestuário são as que apresentam maior valor adicionado, valor este que corresponde a (5,38%) do valor adicionado da AMREC, são também as que apresentam maior valor adicionado, bem como o maior número de estabelecimentos. O valor adicionado das atividades de fabricação de artefatos têxteis a partir de tecidos - exceto vestuário - e de outros artigos têxteis cresceu (316,16%) no período que compreende os anos de 1999 à 2002. Tabela 47 - Valor Adicionado per capita e média salarial, por atividades econômicas, na região da AMREC em 2002. Valor Adicionado per capita (R$ 1,00) Média Salarial Acabamento em fios, tecidos e artigos têxteis, por terceiros R$ 10.692,78 R$ 263,29 Fabricação de artefatos têxteis a partir de tecidos - exceto vestuário - e de outros artigos têxteis R$ 6.083,26 R$ 311,55 Fabricação de tecidos e artigos de malha R$ 10.591,96 R$ 324,00 Atividades Econômicas Confecção de artigos do vestuário R$ 246,57 Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 1998 a 2002 e Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina de 1998 a 2002. A tabela 47 apresenta o valor adicionado per capita e a média salarial das atividades dessa cadeia, entretanto não foi possível identificar o valor adicionado per capita das 100 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC atividades relacionadas à confecção de artigos do vestuário, o que deixa prejudicada a análise comparativa das atividades. A maior média salarial verificou-se nas atividades de fabricação de tecidos e artigos de malha. Tabela 48 - Tamanho dos Estabelecimentos por Empregados e Estabelecimentos, por atividades econômicas, na região da AMREC em 2002. Pequeno Médio Grande Micro Pequeno Médio Grande Estabelecimentos (%) Micro Empregados (%) Acabamento em fios, tecidos e artigos têxteis, por terceiros 13,09 56,31 30,60 0,00 61,29 35,48 3,23 0,00 Fabricação de artefatos têxteis a partir de tecidos - exceto vestuário - e de outros artigos têxteis 0,00 100,00 0,00 0,00 50,00 50,00 0,00 0,00 Fabricação de tecidos e artigos de malha 2,65 15,88 81,47 0,00 67,86 21,43 10,71 0,00 Confecção de artigos do vestuário 6,63 42,67 39,03 11,68 79,23 17,67 3,00 0,11 Atividades Econômicas Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS em 2002. Como mostra a tabela 48, apenas as atividades de confecção de artigos do vestuário apresentam grandes estabelecimentos, embora seja apenas (0,11%) dos mesmos. A maioria dos empregados envolvidos na fabricação de tecidos e artigos de malha e na confecção de artigos do vestuário trabalham em estabelecimentos de porte médio. 101 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC 1.8.5 Extração de Carvão Mineral, Fabricação de Produtos Químicos, Material Plástico e Coquerias. As atividades dessa Cadeia Produtiva somam juntas o segundo maior valor adicionado da região da AMREC e possuem também o maior número de trabalhadores envolvidos. O Quociente Locacional de empregados, por setor econômico da região estão expostos na tabela 49 a seguir, onde destaca-se as atividades relacionadas à extração de carvão mineral e as de coquerias, que apresentam concentração superior à 15 e 16 vezes, rerspectivamente, à observada no Estado de Santa Catarina como um todo. A fabricação de resinas e elastômeros e de tintas, vernizes, esmaltes, lacas e produtos afins também apresentam destaque, a medida que apresentam o índice superior a seis. A fabricação de produtos e preparados químicos diversos também apresentam concentração superior a quatro vezes à obsrevada em Santa Catarina. Tabela 49 - Quociente Locacional de Empregados, por atividades econômicas, na região da AMREC. Atividades Econômicas Quociente Locacional de Empregados 1998 1999 2000 2001 2002 Extração de carvão mineral 16,6185 16,6605 16,9812 15,4798 16,0543 Fabricação de produtos químicos inorgânicos 1,5407 1,1117 1,4484 0,1261 0,4049 Fabricação de produtos químicos orgânicos 2,2710 4,2716 Fabricação de resinas e elastômeros 6,0561 4,5796 16,2155 6,4926 6,5250 Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes, lacas e produtos afins 9,4918 8,9038 5,8838 6,6012 6,7018 Fabricação de produtos e preparados químicos diversos 4,9900 4,8521 5,7687 5,0245 4,2611 Fabricação de artigos de borracha 0,6023 0,7256 0,3556 0,6157 0,7289 Fabricação de produtos de material plástico 3,4789 3,4954 3,2530 3,2454 3,2436 Coquerias 16,6543 16,7919 16,0937 15,7677 15,6999 0,2399 Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 1998 a 2002. 102 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Tabela 50 - Quociente Locacional de Estabelecimentos, por atividades econômicas, na região da AMREC. Atividades Econômicas Quociente Locacional de Estabelecimentos 1998 1999 2000 2001 2002 15,1143 14,6689 13,7455 13,5775 13,5736 Fabricação de produtos químicos inorgânicos - - - - - Fabricação de produtos químicos orgânicos - - - - - Fabricação de resinas e elastômeros 3,9828 2,7708 4,6366 3,1584 2,8593 Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes, lacas e produtos afins 3,7050 3,2812 2,9249 3,6480 3,6290 Fabricação de produtos e preparados químicos diversos 3,5217 3,4557 3,5930 3,4913 3,4311 Fabricação de artigos de borracha 1,2041 1,4041 1,0948 1,2408 1,2072 Fabricação de produtos de material plástico 1,9189 1,9514 1,8056 1,9155 1,9084 Coquerias 15,9313 15,7498 15,3009 15,5427 14,8161 Extração de carvão mineral Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 1998 a 2002. Os índices de Quociente Locacional de estabelecimentos expressos na tabela 50 também evidenciam a alta concentração das atividades de extração de carvão mineral e coquerias em relação ao Estado catarinense. O índice de Gini Locacional expresso na tabela 51 mostra a distribuição das atividades dentro da região, onde o índice próximo a 1 (um) reflete uma alta concentração em algum, ou alguns municípios da região. Dentre as atividade selecionadas para essa Cadeia Produtiva, a que apresenta maior concentração são as relacionadas à fabricação de tintas, vernizes, esmaltes, lacas e produtos afins que apresentam a distribuição espacial super concentrada. A fabricação de produtos químicos inorgânicos e as atividades ligadas à coquerias apresentam-se concentradas na região. As demais atividades apresentam baixa concentração. 103 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Tabela 51 - Gini Locacional, por atividades econômicas, na região da AMREC. Gini Locacional Atividades Econômicas 1998 1999 2000 2001 2002 Distribuição Espacial Extração de carvão mineral 0,1929 0,1073 0,0569 0,0701 0,0633 Baixa Concentração Fabricação de produtos químicos inorgânicos 0,9312 0,9638 1,0000 - 0,2622 Concentrado Fabricação de produtos químicos orgânicos - - - - - - Fabricação de resinas e elastômeros - - 0,9887 - - - Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes, lacas e produtos afins 0,3310 0,2966 0,5811 0,5977 0,6714 Super Concentrado Fabricação de produtos e preparados químicos diversos 0,1324 0,3152 0,1959 0,1520 0,1482 Baixa Concentração Fabricação de artigos de borracha 0,2393 0,2494 0,1891 0,0739 0,2295 Baixa Concentração Fabricação de produtos de material plástico 0,0787 0,0855 0,0860 0,0835 0,0847 Baixa Concentração Coquerias 0,4393 0,8471 0,2232 0,3061 0,2503 Concentrado Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 1998 a 2002. A figura 32 apresenta o mapa temático, por setores, das atividades que pertencem a Cadeia Produtiva em questão, onde observa-se que a extração de carvão mineral apresenta índice de participação de empregados super alto em Lauro Muller Siderópolis e Forquilhinha, o que significa que mais de (10%) dos trabalhadores desses municípios dedicam-se a essas atividades. Em Treviso o índice de participação é alto (5% a 10% dos trabalhadores do município). Em Siderópolis o índice de participação de trabalhadores envolvidos na fabricação de tintas, vernizes, esmaltes, lacas e produtos afins é alto. As fabricação de produtos e preparados químicos diversos apresenta, no município de Morro da Fumaça índice médio de participação de empregados, (2,5% a 5% dos mesmos). A fabricação de produtos de material plástico apresenta índice super alto de participação de trabalhadores em Orleans, Urussanga e Içara, ou seja, mais de (10%) dos trabalhadores destes municípios dedicam à fabricação de material plástico. 104 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC A faixas seguem o seguinte princípio: Zero: nenhum emprego registro; Super baixo: até 1% de empregados do município; Baixo: de 1% a 2,5% de empregados do município; Médio: de 2,5% a 5% de empregados do município; Alto: de 5% a 10% de empregados do município Super alto: acima de 10% de empregados do município. 105 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Orleans Urussanga 106 Forquilhinha Içara (1) (3) (0) Médio Alto Super Alto (2) Baixo Siderópolis Cocal do Sul Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso (3) Super Baixo (2) Nulo Participação Empregados Extração de carvão mineral Urussanga Forquilhinha (1) (0) (0) (0) Baixo Médio Alto Super Alto CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Içara (7) Super Baixo (3) Nulo Participação Empregados Siderópolis Cocal do Sul Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Lauro Muller Orleans Coquerias Mapa temático, por atividades econômicas, de Fabricação de Produtos Químicos e de Material Plástico, e Coquerias. Lauro Muller Figura 32 - Orleans Urussanga Alto Super Alto Içara CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Forquilhinha Siderópolis Cocal do Sul Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Nulo Super Baixo Baixo Médio (0) (0) (8) (3) (0) (0) Participação Empregados Fabricação de produtos químicos inorgânicos Urussanga Alto Super Alto Forquilhinha Içara (0) (0) Nulo (10) Super Baixo (1) Baixo (0) Médio (0) 107 Participação Empregados Siderópolis Cocal do Sul Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Lauro Muller Orleans Fabricação de resinas e elastômeros Mapa temático, por atividades econômicas, de Fabricação de Produtos Químicos e de Material Plástico, e Coquerias. Lauro Muller Figura 32 - Urussanga Alto Super Alto Nulo Super Baixo Baixo Médio 108 Forquilhinha Içara (1) (0) (8) (2) (0) (0) Participação Empregados Siderópolis Cocal do Sul Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Lauro Muller Orleans Urussanga Alto Super Alto Nulo Super Baixo Baixo Médio Forquilhinha CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Içara (0) (0) (5) (4) (1) (1) Participação Empregados Siderópolis Cocal do Sul Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Lauro Muller Orleans Fabricação de produtos e preparados químicos diversos Mapa temático, por atividades econômicas, de Fabricação de Produtos Químicos e de Material Plástico, e Coquerias. Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes, lacas e produtos afins Figura 32 - Orleans Urussanga Alto Super Alto Içara (0) (0) (7) (4) (0) (0) Urussanga Alto Super Alto Nulo Super Baixo Baixo Médio Forquilhinha Içara (0) (3) (4) (1) (1) (2) 109 Participação Empregados Siderópolis Cocal do Sul Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Lauro Muller Orleans Fabricação de produtos de material plástico Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 2002. CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Forquilhinha Siderópolis Cocal do Sul Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Nulo Super Baixo Baixo Médio Participação Empregados Fabricação de artigos de borracha Mapa temático, por atividades econômicas, de Fabricação de Produtos Químicos e de Material Plástico, e Coquerias. Lauro Muller Figura 32 - Valor Adicionado, Empregados e Estabelecimentos, por atividades econômicas, na região da AMREC. % da Região % 99/02 2002 % da região % 99/02 Empregados 2002 (R$ 1,00) Valor Adicionado Estabelecimentos Tabela 52 - 188.357.258,00 13,29% 36,75% 2362 3,12% -19,03% 72 Fabricação de produtos químicos inorgânicos 1.314.015,00 0,09% 90,36% 7 0,01% -63,16% 7 Fabricação de produtos químicos orgânicos - - - 1 0,00% -96,55% 2 Fabricação de resinas e elastômeros - - - 10 0,01% 233,33% 2 Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes, lacas e produtos afins 31.862.630,00 2,25% 22,78% 470 0,62% -16,22% 22 Fabricação de produtos e preparados químicos diversos - - - 553 0,73% 44,76% 43 Fabricação de artigos de borracha - - - 129 0,17% 53,57% 19 159.145.463,00 11,23% 50,82% 4566 6,03% 29,09% 97 - - - 205 0,27% 7,33% 19 Atividades Econômicas Extração de carvão mineral Fabricação de produtos de material plástico Coquerias Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 1999 a 2001 e Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina de 1999 a 2001. A tabela 52 apresenta o valor adicionado das atividades pertencentes à essa Cadeia Produtiva no ano de 2001, bem como o número de empregados e de estabelecimentos. A coleta de alguns dados do valor adicionado estavam indisponíveis, o que prejudicou a análise, entretanto, observando os dados disponíveis notamos que o maior valor adicionado verificou-se na extração de carvão mineral, seguido das atividades de fabricação de produtos de material plástico, atividade esta que comporta também o maior número de estabelecimentos desta cadeia. O valor adicionado per capita das atividades de fabricação de produtos químicos e inorgânicos é o maior, sendo registrado (R$ 3.221.926,00) A maior média salarial verificou-se também nas atividade relacionadas à extração de carvão, mineral (R$ 797,84), conforme indica a tabela 53. 110 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Tabela 53 - Valor Adicionado per capita e média salarial, por atividades econômicas, na região da AMREC em 2002. Atividades Econômicas Extração de carvão mineral Fabricação de produtos químicos inorgânicos Fabricação de produtos químicos orgânicos Fabricação de resinas e elastômeros Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes, lacas e produtos afins Fabricação de produtos e preparados químicos diversos Fabricação de artigos de borracha Fabricação de produtos de material plástico Coquerias Valor Adicionado per capita (R$ 1,00) Média Salarial R$ 84.354,97 R$ 797,84 R$ 3.221.926,00 R$ 180,05 R$ 144.822,00 R$ 400,00 - R$ 162,79 R$ 101.622,63 R$ 842,18 R$ 6.589,14 R$ 134,71 R$ 386,30 R$ 498,62 R$ 29.906,27 R$ 572,76 - R$ 626,57 Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 1998 a 2002 e Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina de 1998 a 2002. As atividades ligadas à fabricação de produtos químicos inorgânicos e à fabricação de produtos químicos orgânicos apresentam (100%) dos trabalhadores em micro empresas. A extração de carvão mineral apresenta(1,39%) de estabelecimentos de grande porte e (11,11%) dos estabelecimentos classificados como de médio porte, que incorporam a maior participação de trabalhadores (53,13%) dos mesmos. A fabricação de produtos de material plástico também apresenta um pequeno número de grandes estabelecimentos (1,03%). As demais atividades distribuem-se em estabelecimentos de micro, pequeno e médio porte, como pode-se observar na tabela 54. 111 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Tabela 54 - Tamanho dos Estabelecimentos por Empregados e Estabelecimentos, por atividades econômicas, na região da AMREC em 2002. Pequeno Médio Grande Micro Pequeno Médio Grande Estabelecimentos (%) Micro Empregados (%) 0,75 18,53 53,13 27,59 59,72 27,78 11,11 1,39 Fabricação de produtos químicos inorgânicos 100,00 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 0,00 Fabricação de produtos químicos orgânicos 100,00 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 0,00 Fabricação de resinas e elastômeros 0,00 100,00 0,00 0,00 50,00 50,00 0,00 0,00 Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes, lacas e produtos afins 1,84 18,86 79,30 0,00 63,64 22,73 13,64 0,00 Fabricação de produtos e preparados químicos diversos 5,14 23,19 71,67 0,00 69,77 18,60 11,63 0,00 Fabricação de artigos de borracha 13,14 86,86 0,00 0,00 63,16 36,84 0,00 0,00 Fabricação de produtos de material plástico 0,66 12,63 73,82 12,88 50,52 27,84 20,62 1,03 Coquerias 8,47 52,42 39,11 0,00 73,68 21,05 5,26 0,00 Atividades Econômicas Extração de carvão mineral Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS em 2002. 112 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC 1.8.6 Fabricação de Produtos Alimentícios e Bebidas. A tabela 55 a seguir apresenta os índices de Quociente Locacional de empregados, por atividades econômicas da região da AMREC no período que compreende os anos de 1998 à 2002. Foram selecionadas três atividades relacionadas à essa cadeia, sendo que a moagem, fabricação de produtos amiláceos e de rações balanceadas para animais são as que apresentam índice mais elevado. Tabela 55 - Quociente Locacional de Empregados, por atividades econômicas, na região da AMREC. Atividades Econômicas Quociente Locacional de Empregados 1998 1999 2000 2001 2002 Abate e preparação de produtos de carne e de pescado 0,8156 0,0425 0,0599 0,0427 0,4544 Moagem, fabricação de produtos amiláceos e de rações balanceadas para animais 1,2857 1,2331 1,4001 1,3296 1,3345 Fabricação de outros produtos alimentícios 1,0232 1,0563 0,9409 0,8388 0,8513 Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 1998 a 2002. O Quociente Locacional de estabelecimentos expresso na tabela 56 evidencia que as atividades de moagem, fabricação de produtos amiláceos e de rações balanceadas para animais e a fabricação de outros produtos alimentícios apresentam concentração pouco superior à observada no Estado de Santa Catarina como um todo. Tabela 56 - Quociente Locacional de Estabelecimentos, por atividades econômicas, na região da AMREC. Quociente Locacional de Estabelecimentos Atividades Econômicas 1998 1999 2000 2001 2002 Abate e preparação de produtos de carne e de pescado 0,6779 0,6016 0,6348 0,5094 0,5694 Moagem, fabricação de produtos amiláceos e de rações balanceadas para animais 1,1701 1,0534 1,0409 1,0798 1,1753 Fabricação de outros produtos alimentícios 1,1008 1,1459 1,0759 1,0511 1,1869 Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 1998 a 2002. O índice de Gini Locacional mostra a distribuição das atividades dentro da região da AMREC. A tabela 57 mostra uma distribuição espacial concentrada para as atividades relacionadas ao abate e preparação de produtos de carne e de pescado, baixa para a moagem, fabricação de produtos amiláceos e de rações balanceadas para animais e regular para a fabricação de outros produtos alimentícios. 113 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Tabela 57 - Gini Locacional, por atividades econômicas, na região da AMREC. Gini Locacional Atividades Econômicas 1998 1999 2000 2001 2002 Distribuição Espacial Abate e preparação de produtos de carne e de pescado 0,5889 0,0567 0,1323 0,0508 0,4152 Concentrado Moagem, fabricação de produtos amiláceos e de rações balanceadas para animais 0,1631 0,1398 0,1451 0,1471 0,1344 Baixa Concentração Fabricação de outros produtos alimentícios 0,0409 0,0466 0,0417 0,0472 0,0342 Regular Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 1998 a 2002. A figura 33 a seguir apresenta o mapa temático das atividades pertencentes à Cadeia Produtiva de Fabricação de Produtos Alimentícios e Bebidas. O abate e preparação de produtos de carne e de pescado apresenta índice de participação de empregados super alto em Forquilhinha, ou seja, mais de (10%) dos trabalhadores do município dedicam-se a essas atividades. A moagem, fabricação de produtos amiláceos e de rações balanceadas para animais apresenta-se, em Morro da Fumaça com índice alto (5% a 10%) de participação e médio em Forquilhinha (2,5% a 5%). A fabricação de outros produtos alimentícios está presente na maioria dos municípios da região, entretanto, apresentando índices de participação baixo e super baixo. A faixas seguem o seguinte princípio: Zero: nenhum emprego registro; Super baixo: até 1% de empregados do município; Baixo: de 1% a 2,5% de empregados do município; Médio: de 2,5% a 5% de empregados do município; Alto: de 5% a 10% de empregados do município Super alto: acima de 10% de empregados do município. 114 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Urussanga Nulo Super Baixo Baixo Médio Alto Super Alto Içara CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Forquilhinha (4) (5) (1) (0) (0) (1) Participação Empregados Siderópolis Cocal do Sul Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Lauro Muller Orleans Urussanga Nulo Super Baixo Baixo Médio Alto Super Alto Forquilhinha Içara (4) (3) (2) (1) (1) (0) 115 Participação Empregados Siderópolis Cocal do Sul Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Lauro Muller Orleans Moagem, fabricação de produtos amiláceos e de rações balanceadas para animais Mapa temático, por atividades econômicas, de Fabricação de Produtos Alimentícios e Bebidas. Abate e preparação de produtos de carne e de pescado Figura 33 - 116 Figura 33 - Urussanga Nulo Super Baixo Baixo Médio Alto Super Alto Içara Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 2002. Forquilhinha (2) (8) (1) (0) (0) (0) CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC Participação Empregados Siderópolis Cocal do Sul Morro da Fumaça Nova Veneza Criciúma Treviso Lauro Muller Orleans Fabricação de outros produtos alimentícios Mapa temático, por atividades econômicas, de Fabricação de Produtos Alimentícios e Bebidas. Valor Adicionado, Empregados e Estabelecimentos, por atividades econômicas, na região da AMREC. % da região % 99/02 Fabricação de outros produtos alimentícios 2002 Moagem, fabricação de produtos amiláceos e de rações balanceadas para animais % 99/02 Abate e preparação de produtos de carne e de pescado % da Região Atividades Econômicas Empregados 2002 (R$ 1,00) Valor Adicionado Estabelecimentos Tabela 58 - 74.853.225,00 5,28% 61,60% 1114 1,47% 1258,54% 23 609.646,00 0,04% 15,92% 523 0,69% 17,79% 52 4.248.407,00 0,30% 48,58% 572 0,76% -5,45% 194 Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 1999 a 2001 e Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina de 1999 a 2001. A tabela 58 apresenta os valores adicionados gerado pelas três atividades selecionadas para essa cadeia, onde evidencia-se a predominância das atividades relacionadas ao abate e preparação de produtos de carne e de pescado, que gerou (R$ 74.853.225,00) em 2002. Estas atividades são também as que possuem o maior número de trabalhadores. As atividades ligadas à fabricação de outros produtos alimentícios possuem o maior número de estabelecimentos dentre as atividades listadas. Tabela 59 - Valor Adicionado per capita e média salarial, por atividades econômicas, na região da AMREC em 2002. Valor Adicionado per capita (R$ 1,00) Média Salarial Abate e preparação de produtos de carne e de pescado R$ 146.577,05 R$ 554,77 Moagem, fabricação de produtos amiláceos e de rações balanceadas para animais R$ 82.530,28 R$ 527,90 Fabricação de outros produtos alimentícios R$ 5.567,85 R$ 217,21 Atividades Econômicas Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS de 1998 a 2002 e Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina de 1998 a 2002. O abate e preparação de produtos de carne e de pescado são as atividades que apresentam o maior valor adicionado per capita e também a maior média salarial, 117 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC conforme indica a tabela 59, dentre as atividades componentes da Cadeia Produtiva de Produtos Alimentícios e Bebidas. Com base na tabela 60, pode-se notar a predominância dos trabalhadores em micro e pequenos estabelecimentos nas atividades de moagem, fabricação de produtos amiláceos e de rações balanceadas para animais e fabricação de outros produtos alimentícios. A maioria dos funcionários empregados no abate e preparação de produtos de carne e de pescado encontram-se em grandes estabelecimentos. Contudo, nas três atividades há um predomínio de micro estabelecimentos. Tabela 60 - Tamanho dos Estabelecimentos por Empregados e Estabelecimentos, por atividades econômicas, na região da AMREC em 2002. Pequeno Médio Grande Micro Pequeno Médio Grande Estabelecimentos (%) Micro Empregados (%) Abate e preparação de produtos de carne e de pescado 0,78% 12,54% 0,00% 86,68% 65,22% 30,43% 0,00% 4,35% Moagem, fabricação de produtos amiláceos e de rações balanceadas para animais 6,91% 59,81% 33,28% 0,00% 61,54% 34,62% 3,85% 0,00% Fabricação de outros produtos alimentícios 23,07% 66,60% 10,33% 0,00% 85,05% 14,43% 0,52% 0,00% Atividades Econômicas Fonte: calculado pelo IEL/SC a partir das informações da MTB/RAIS em 2002. 118 CAPÍTULO 1 – ATIVIDADE ECONÔMICA 2005 • ADRC 1.8 Mapa de Oferta Tecnológica A eficiência da aprendizagem tecnológica depende do nível de inteligência social resultante do esforço educacional e da formação profissional dos trabalhadores. Assim sendo, o sistema precisa formar profissionais polivalentes, com capacidade de aprender continuamente. Não basta apenas o mero domínio da leitura e da escrita, “a capacidade de entendimento de informações mais complexas e de comunicação é essencial. No processo de apropriação de tecnologia, são necessários profissionais, em todos os níveis, com capacidade de aprender e de tomar decisões”. 1 A análise da quantidade de estabelecimentos de ensino, de cursos técnicos, profissionalizantes e de universidades em cada região, revela o cenário de possíveis potencialidades e deficiências em relação ao desenvolvimento tecnológico, quando analisado juntamente com outros dados, como índice de desenvolvimento humano, número de empresas que essa mão-de-obra qualificada tem que atender, etc. Outro ponto fundamental para avaliação deste item é a percepção que as lideranças empresariais locais têm sobre a qualidade desta mão-de-obra. 1 SEBRAE; CNPq; IEL; EMBRAPA. Agropolo: uma proposta metodológica. Brasília: ABIPTI, 1999. 364 p. P. 36. 119 CAPÍTULO 1 – MAPA DO CONHECIMENTO 2005 • ADRC 1.8.1 Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC – Campus Criciúma Inicialmente denominada FUCRI foi criada pela lei n. 697, de 22 de junho de 1968, com cursos voltados para o Magistério e, com o crescimento do Sul do Estado, foram criados outros, visando satisfazer a demanda empresarial. A FUCRI sofreu alteração estatutária em 1973 e em 1988, e foi reconhecida de utilidade pública pelo Decreto Federal n. 72454/73, pelo Decreto Estadual n. 4336/69 e pelo Decreto Municipal n. 723/69. A FUCRI iniciou suas atividades nas dependências do Colégio Madre Tereza Michel, com o curso pré-vestibular. Em 1971 passou a funcionar na Escola Técnica General Oswaldo Pinto da Veiga - SATC - e em junho de 1974 mudou para o atual Campus Universitário, localizado no Bairro Universitário em Criciúma. A FUCRI é a mantenedora da primeira escola de nível superior criada no Sul de Santa Catarina. A entidade emergiu de um movimento comunitário regional que culminou com a realização de um seminário de estudos pró-implantação do ensino superior no Sul Catarinense. O evento contou com a participação de educadores, intelectuais, políticos, magistrados, lideranças comunitárias da sociedade civil organizada e imprensa. Até setembro/91 a FUCRI, mantinha quatro Unidades de Ensino: A FACIECRI, a ESEDE, a ESTEC e a ESCCA. Com o desencadeamento do Processo de Universidade, algumas ações foram executadas. Entre elas, a unificação regimental e a criação da UNIFACRI, União das Faculdades de Criciúma, resultante da integração das quatro escolas. Em novembro de 1991, foi protocolado na SENESU/MEC a Carta-Consulta com vistas à transformação da FUCRI em Universidade: UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense. Também a aprovação pelo Conselho Estadual de Educação para extensão, em Araranguá, dos cursos de Ciências Contábeis e Pedagogia a partir de 1992. Em 19 de fevereiro de 1993, o Conselho Estadual da Educação constituía a Comissão de Acompanhamento, para efetivamente acompanhar o processo de transformação em UNIVERSIDADE. Em 03 de Junho de 1997 o Conselho Estadual da Educação aprova por UNANIMIDADE o parecer do Conselheiro Relator e em sessão plenária dia 17 de 120 CAPÍTULO 1 – MAPA DO CONHECIMENTO 2005 • ADRC Junho de 1997, também por UNANIMIDADE aprova definitivamente a transformação da FUCRI em UNESC, que definiu como missão "promover o desenvolvimento regional para melhorar a qualidade do ambiente de vida". Já no dia 11 de agosto daquele ano a Universidade recebeu sua homologação, que equivale à "certidão de nascimento", assinada pelo secretário de Educação, João Mattos, com a presença do vice-governador José Augusto Hülse. E no dia 18 de novembro ocorreu a instalação oficial da Unesc, no Teatro Elias Angeloni, com a participação de autoridades, empresários, professores, alunos e funcionários da instituição. Cursos de Graduação: Administração Comércio Exterior Fisioterapia Administração de Empresas Geografia Arquitetura e Urbanismo História Artes Cênicas Letras - Português e Espanhol Ciências da Computação Letras - Português e Inglês Ciências Biológicas Matemática Ciências Contábeis Medicina Direito Pedagogia Economia Psicologia Educação Física Secretariado Executivo Enfermagem Tecnologia em Cerâmica Engenharia Ambiental Tecnologia em Moda Engenharia Civil Tecnólogo em Automação Engenharia de Materiais Tecnólogo em Eletrônica Engenharia de Agrimensura Tecnólogo em Polímeros Farmácia Tecnólogo em Telecomunicações 121 CAPÍTULO 1 – MAPA DO CONHECIMENTO 2005 • ADRC 1.8.2 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI de Criciúma O Centro de Educação e Tecnologia de Criciúma iniciou suas atividades em 10 de abril de 1963. Suas atividades eram voltadas inteiramente ao ensino profissionalizante. Mais tarde, em virtude do desenvolvimento industrial, foi implantado o ensino técnico de segundo grau. Atualmente vem atuando em convênio com a Sociedade de Assistência aos Trabalhadores do Carvão (SATC) promovendo e ampliando sua assistência educacional e profissional, no sentido de melhorar os padrões sócioeconômicos das famílias dos empregados das empresas carboníferas e comunidade catarinense. Atende também o segmento industrial realizando atividades de assistência técnica e tecnológica . Há outra atividade do Senai em Criciúma denominada Centro de Tecnologia em Materiais, Instalado em Criciúma – SC, o maior pólo cerâmico do sul do país, o CTCmat é um centro de pesquisa e de formação de recursos humanos. Iniciou suas atividades em junho de 1995 com a missão de contribuir para a otimização e modernização dos processos industriais e organizacionais. Sua instalação foi viabilizada por uma parceria inovadora envolvendo a FIESC (Federação das Indústrias de Santa Catarina), através do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial); A UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), representada pelo LABMAT (Laboratório de Materiais); o Governo do Estado de Santa Catarina e as indústrias cerâmicas, lideradas pelo SINDICERAM (Sindicato das Indústrias Cerâmicas e Olarias de Criciúma). O investimento já realizado em infra-estrutura física e de equipamentos é da ordem de R$ 6 milhões. Uma planta piloto de fabricação de revestimentos cerâmicos faz parte de suas dependências, e foi viabilizada a partir da aprovação de um projeto PADCTCEMAT. Também conta com a estrutura de uma incubadora de empresas de base tecnológica, viabilizada através do Projeto Pégaso, que envolveu o SENAI/SC, SEBRAE e o BID. O CTCmat, a princípio chamado CTC, devido sua atuação somente no setor cerâmico, teve sua origem no LABMAT do Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC, 122 CAPÍTULO 1 – MAPA DO CONHECIMENTO 2005 • ADRC com a implantação em 1993 do LPCA (Laboratório de Produtos Cerâmicos Acabados). O LPCA foi criado com a missão de viabilizar um sistema de certificação de qualidade de produtos cerâmicos, iniciado em março de 1994, a nível nacional, com o Programa de Certificação de Qualidade de Produtos, sob a coordenação do CCB (Centro Cerâmico do Brasil), o qual fornece o Certificado de Qualidade NBR 13818 e ISO 13006. Em 2000, com a reestruturação dos núcleos de negócio todos os laboratórios foram incorporados em um único, o LDCM (Laboratório de Desenvolvimento e Caracterização de Materiais). Em abril de 1997, o LDCM – CPCA recebeu o credenciamento do INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade Industrial) como laboratório pertencente a RBLE (Rede Brasileira de Laboratórios de Ensaio) para a prestação de serviços laboratoriais. Em 2002, devido as exigências do mercado nas áreas de polímeros e metais, o então Centro de Tecnologia em Cerâmica teve sua atuação ampliada para as demais áreas de materiais, por solicitação da comunidade empresarial da região, sendo renomeado como Centro de Tecnologia em Materiais. Neste ano, formalmente transformado em Centro de Tecnologia em Materiais, iniciou o processo de transformação e adequação da estrutura, objetivando atender as demais áreas de materiais, com a mesma qualidade e competência que vem atuando na área cerâmica. 1.8.3 Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio – SENAC de Criciúma. São oferecidos atualmente no SENAC de Criciúma os seguintes cursos: • Momento de Decisão - Ser ou não ser Empresário • Montando seu Próprio Negócio • Como ter Uma Empresa Legal • Crédito e Fontes De Recursos Financeiros Gestão e Estratégias Financeiras - Ind. Com. • Negociações Eficazes 123 CAPÍTULO 1 – MAPA DO CONHECIMENTO 2005 • ADRC • Preparando A Empresa Para Vender Mais E Melhor - Ind. E Serviços No setor de comércio é oferecido o curso de : • Vendas 1.8.4 Cursos Técnicos na Região de Criciúma e Cocal do Sul O Colégio Maximiliano Gaidzinski faz parte do Projeto de Educação da Eliane, que tem uma vocação natural para o ensino e o domínio tecnológico, cuja razão de ser é voltada para a elevação do nível técnico das unidades cerâmicas através da qualificação e especialização de mão-de-obra. Numa visão geral, o CMG tem conquistado resultados extremamente satisfatórios. Já são mais de 250 técnicos formados com a principal função de desempenhar técnicas relacionadas com transformações físicas e químicas das matérias-primas e acompanhar o processo de fabricação dos produtos cerâmicos. Estes técnicos atuam em indústrias de revestimentos cerâmicos, indústrias de transformação de matériasprimas cerâmicas, representações comerciais de matérias-primas, instituições de pesquisa, indústrias de cerâmica vermelha, indústrias de produtos refratários e outros, onde já conquistaram os mais diversos cargos como: superintendentes, gerentes, chefes de fábricas, técnicos especialistas, laboratoristas, programadores de produção, assistentes comerciais, vendedores técnicos, assistentes de exportação, assistentes de logística, assistentes de marketing, etc. 124 CAPÍTULO 1 – MAPA DO CONHECIMENTO 2005 • ADRC CAPÍTULO 2 • CAPACITAÇÕES E PAINEL TEMÁTICO 125 CAPÍTULO 2 – CAPACITAÇÕES E PAINEL TEMÁTICO 2005 • ADRC 2.1 Introdução Este capítulo aborda as capacitações e o painel temático realizado pela equipe técnica do IEL/SC na região da ADRC. Verifica-se que essas ações fazem parte das metodologias de Estruturação de Agências de Desenvolvimento Regional (ADR) e Desenvolvimento Tecnológico Regional (DTR). São oferecidas, de acordo com a metodologia da ADR, as capacitações em Liderança & Motivação para o Desenvolvimento Regional, Técnicas e Instrumentos de Planejamento, Monitoria e Avaliação de Projetos (que aborda a elaboração e gestão). O painel temático tem como objetivo subsidiar o processo como um todo através da análise parcial de determinados segmentos da economia que não foram contemplados no estudo principal da cadeia produtiva estratégica, mas que são de interesse da região. A seqüência metodológica consiste na identificação, análise da situação atual e propostas de projetos para determinados segmentos da economia regional, onde as escolhas dos segmentos se dão através da indicação dos próprios atores regionais, baseado na análise dos segmentos econômicos estratégicos. 127 CAPÍTULO 2 – CAPACITAÇÕES E PAINEL TEMÁTICO 2005 • ADRC 2.2 Capacitações O objetivo das capacitações é instrumentalizar o grupo técnico da ADRC na liderança e motivação regionais, na elaboração e na gestão de projetos. A metodologia é composta por três capacitações vinculadas à estruturação da Agência, são elas: Liderança & Motivação, Técnicas e Instrumentos de Planejamento e Monitoria e Avaliação de Projetos. Essas capacitações visam preparar seus participantes para identificar necessidades, estruturar, executar e acompanhar projetos em seus ambientes de trabalho. Entre os objetivos específicos estão: Dominar técnicas de moderação de processos participativos no contexto de programas e projetos; Desenvolver habilidades para a análise de situações e o desenho de alternativas de intervenção junto a pontos carentes de ação; Dominar processos de estruturação de projetos – estratégico, operacional e orçamentário; Deter conhecimentos sobre os métodos e instrumentos adaptados para a monitoria e avaliação dos impactos de programas e projetos. 2.2.1 Liderança & Motivação para o Desenvolvimento Regional A oficina de Liderança e Motivação para o Desenvolvimento Regional apresentou ao corpo técnico da ADRC os principais conceitos, instrumentos e informações sobre liderança e a motivação, com foco no desenvolvimento do relacionamento interpessoal para aprimorar as competências adquiridas. Estiveram presente vinte e duas pessoas, que representaram as instituições parceiras da ADRC. A capacitação ocorreu nos dias 19 e 20 de abril de 2004 com uma carga horária de 16 horas no auditório da CIDASC em Criciúma. Ainda, no mesmo período, foram apresentados os conceitos e resultados alcançados por algumas ADRs no Estado de Santa Catarina. 128 CAPÍTULO 2 – CAPACITAÇÕES E PAINEL TEMÁTICO 2005 • ADRC Foram abordados os seguintes temas: Conceitos de liderança e características de um líder; Liderança no contexto do desenvolvimento regional; Administrando pessoas, abordando instituições, organizações e grupos; Desafios dos líderes nas localidades; Instrumentos para viabilizar a cooperação regional. 2.2.2 Técnicas e Instrumentos de Planejamento, Monitoria e Avaliação de Projetos A capacitação em Técnicas e Instrumentos de Planejamento, Monitoria e Avaliação de Projetos foi oferecida em duas etapas. A primeira compreendeu o período de 26 a 30 de julho de 2004 e a segunda foi entre os dias 23 a 27 de agosto de 2004 com uma carga de 80 horas. Teve a participação de vinte integrantes da ADRC. O curso foi ministrado pelo consultor Sr. Sérgio Cordioli, no município de Criciúma. Esta oficina foi concebida visando instrumentalizar consultores que atuam no contexto das Agências de Desenvolvimento Regional de Santa Catarina, buscando capacitá-los no domínio de metodologias e instrumentos de planejamento, elaboração e gestão de projetos. Assim, ao longo da oficina, procurou-se abordar princípios e instrumentos que poderão ser utilizados na análise de situação – problemas e objetivos, desenho de alternativas, elaboração do plano de ações, estruturação e gerenciamento de projetos. Esta abordou os seguintes temas: • Enfoque participativo; • Visualização móvel; • Problematização; • Coleta e estruturação de idéias; • Visão sistêmica da gestão de um projeto; 129 CAPÍTULO 2 – CAPACITAÇÕES E PAINEL TEMÁTICO 2005 • ADRC • Planejamento participativo – princípios e elementos (Ciclo de Planejamento e de Execução de um Projeto); • Técnicas e instrumentos de planejamento participativo; • Análise de situação (Problemas, Potenciais, Ameaças e Oportunidades); • Definição de objetivos; • Desenho e análise de estratégias; • Elaboração de um planejamento operacional; • Estruturação e Avaliação de projetos de planejamento; • Análise de viabilidade de projetos; • Métodos e Instrumentos de Monitoria e Avaliação voltados aos impactos; • Elementos da gestão de um projeto. Durante a capacitação os participantes se dividiram em três grupos e elaboraram os seguintes projetos: 1. Desenvolvimento Turístico no Entorno da Barragem do Rio São Bento; 2. Aprenda a Planejar; 3. Observatório Econômico da Região Carbonífera Catarinense – OERC. 130 CAPÍTULO 2 – CAPACITAÇÕES E PAINEL TEMÁTICO 2005 • ADRC 2.3 Painel Temático Na região da ADRC foi realizado um painel temático com o tema da Indústria Química. O Painel Temático é uma oportunidade para discutir pontos importantes sobre cada segmento. A partir daí as partes interessadas passam a visualizar sua situação atual e o que é possível fazer para o melhorar o desempenho do segmento. As ações de continuidade identificadas e levantadas no painel temático ficam a cargo da ADRC. 2.3.1 Painel Temático da Indústria Química O painel temático da indústria química ocorreu em 10 de novembro de 2004 dás 9 às 12 horas, com a participação de 13 integrantes (IEL/SC, ADRC, SEBRAE/SC e empresários) e do moderador Ronaldo Cimetta do IEL/SC. Considerações preliminares Antes de levar adiante novos projetos de desenvolvimento é importante considerar o cenário em que está inserido o ramo químico catarinense. Os esforços das organizações envolvidas no desenvolvimento regional da AMREC precisam ser analisados e alinhados, dentro das possibilidades existentes. A partir da necessidade de complementaridade das ações de identificação da cadeia produtiva prioritária e do elo principal, a atividade do Painel Temático da Indústria Química é uma oportunidade para os interessados discutirem as questões importantes do seu segmento. A partir dessas discussões, os interessados têm uma visão sobre sua situação atual e do que é possível realizar para um melhor desempenho. Os fatores críticos que foram identificados, muitas vezes podem expressar apenas sensações individuais, que não necessariamente serão questionadas quanto à sua validade. Na verdade, podem demonstrar os ânimos e as tendências comportamentais do grupo. Essas manifestações devem ser consideradas e analisadas futuramente. Portanto, o resultado é fruto de conhecimento e experiências individuais dos participantes deste painel e refletem uma versão da realidade expressa por eles. Durante a identificação desses fatores críticos, foram agregados, na medida do 131 CAPÍTULO 2 – CAPACITAÇÕES E PAINEL TEMÁTICO 2005 • ADRC possível, conhecimentos técnicos e acadêmicos sobre o segmento para contribuir com o processo de análise e elaboração positiva de objetivos e ações futuras. Espera-se que as informações colhidas sejam úteis aos envolvidos e que possam contribuir com a adequação e o desenvolvimento de novos projetos. Fatores críticos do desenvolvimento da indústria química Quais são os principais fatores que impulsionam e que restringem o desenvolvimento da indústria química na região da AMREC? Fatores restritivos: Ausência de recurso financeiro a custos acessíveis; Ausência de um destino aos resíduos industriais; Parque fabril da indústria cerâmica desatualizado; Carga tributária excessiva; Alto custo de frete; Inadimplência da indústria cerâmica; Obrigatoriedade do pagamento antecipado de impostos; Dificuldade de aquisição de matéria-prima importada; Distância geográfica do mercado consumidor e fornecedor; Ausência de fornecedor local de embalagens; Fabricação de produtos de baixo valor agregado; Dificuldade de mão-de-obra qualificada de tinteiros; Oscilação de cotas de produtos controlados; O segmento de coloríficos é dependente da indústria cerâmica; Ausência de cursos técnicos e de gestão voltados ao segmento; 132 CAPÍTULO 2 – CAPACITAÇÕES E PAINEL TEMÁTICO 2005 • ADRC Ausência de vôos para São Paulo saindo da região; Informalidade dos compradores; Ausência de empresas qualificadas no tratamento de resíduos; A não duplicação da BR 101. Fatores Impulsionadores: A indústria química possui fornecedores nacionais de matérias-primas; A região de AMREC dispõe de transportadoras rodoviárias; A região da AMREC é considerada Pólo Químico; A região de AMREC é considerada empreendedora; A mão-de-obra é comprometida; Baixa rotatividade do setor O inter-relacionamento das empresas; Custo baixo da mão-de-obra operacional; Imagem positiva das empresas do Sul; Boa qualidade de vida da região. 133 CAPÍTULO 2 – CAPACITAÇÕES E PAINEL TEMÁTICO 2005 • ADRC Tabela 61 - Quadro com os objetivos e primeiras ações para os próximos 5 anos Objetivos Primeiras Ações Obter Recursos Financeiros Viabilizar uma instituição que favoreça os recursos financeiros Baixar Impostos Criação de cesta básica da construção civil com a redução de alíquota Aumentar Prazo para Pagamento de Impostos Cobrança de impostos em prazo diferenciado e de acordo com o pagamento Qualificação de Mão-de-Obra Buscar entidades e fornecedores para viabilizar treinamentos Preservação Meio Ambiente e Reutilização de Resíduos Industriais Desenvolver as empresas que possam viabilizar este objetivo Baixar Custo do Frete Negociação conjunta com transportadora Importar matérias-primas com custos competitivos Negociação conjunta das matérias-primas Reduzir Custos com Embalagens Viabilizar montadora de embalagens na região Facilitar o Acesso à Região Mobilização política Melhorar Performance Tecnológica e Liquidez do Setor Cerâmico Realizar fórum para discussão desse tema 134 CAPÍTULO 2 – CAPACITAÇÕES E PAINEL TEMÁTICO 2005 • ADRC CAPÍTULO 3 • ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 135 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC 3.1 Seção 1 - Introdução O sucesso da implantação do processo de desenvolvimento regional exige mudanças de comportamentos e atitudes das comunidades locais, que devem cooperar na busca de objetivos comuns visando o desenvolvimento do território em função das suas competências, habilidades e culturas existentes, objetivando o desenvolvimento através da potencialização das vantagens competitivas e comparativas, bem como do ato de eliminar ou, ao menos, amenizar as desvantagens existentes. O intuito deste Diagnóstico Tecnológico Regional - DTR, fruto da união de esforços entre o IEL/SC, SEBRAE/SC e demais parceiros locais, é identificar as vantagens e desvantagens competitivas das empresas ligadas à de transformadoras de Plástico localizadas na região da AMREC – Associação dos Municípios da Região Carbonífera. Em função do resultado alcançado com este diagnóstico, pretende-se priorizar projetos para o desenvolvimento de ações que visem o aumento da competitividade das empresas do referido segmento. Ao final do processo de diagnosticar e priorizar os projetos de desenvolvimento por parte dos empresários, fazendo-os em conjunto com as lideranças da região, ficará a cargo da Agência de Desenvolvimento – em parceria com outros atores locais, como por exemplo, a Agência Regional de Articulação do Sebrae/SC, a Secretaria de Desenvolvimento Regional - SDR, as prefeituras municipais que formam a AMREC, as Associações Comerciais e Industriais da região, a SATC, o SENAI dentre outros – a concepção, o planejamento e a elaboração dos projetos priorizados, bem como a possível gestão dos mesmos. A definição do segmento das Transformadoras do Plástico como sendo o segmento a ser estudado mais profundamente, foi feita com base na metodologia do Desenvolvimento Tecnológico Regional – DTR, exposta anteriormente e validada por parte de lideranças da região. Na seção 2, é descrita a metodologia utilizada para a realização das entrevistas e avaliação do nível de competitividade das empresas entrevistadas. A seção 3 apresenta os resultados obtidos com as entrevistas, bem como a estruturação dos resultados de forma gráfica. 137 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC E finalmente, na seção 4, se apresentam as considerações finais e os indicativos de projetos com potencial de serem desenvolvidos pela região, visando o aumento da competitividade das empresas do segmento eleito. 3.2 Seção 2 - Metodologia Utilizada Após a determinação do segmento considerado estratégico – Empresas Transformadoras de Plástico, delimitou-se uma amostra significativa de empresas fabricantes, nas quais foram realizadas entrevistas técnicas com os empreendedores com o intuito de diagnosticar tecnologicamente o segmento. Nestes encontros, com duração média de uma hora, foi aplicado um questionário que avalia a situação da empresa e, conseqüentemente, a do segmento em quatro Fatores Críticos de Sucesso e nas quatro faces do Diamante de Competitividade de Porter. O questionário, ferramenta utilizada para coletar a informação na empresa, possui dois tipos de indicadores, o quantitativo e o qualitativo. O indicador quantitativo foi mensurado através do questionário cujo modelo é explicado abaixo e foi formatado segundo um sistema de pontuação que varia de 1 a 5, conforme mostra a Figura 34. A escala descreve três situações correspondentes às práticas implantadas ou ao desempenho obtido pelas empresas. A nota 1 irá equivaler a 20% do nível de prática implantada ou desempenho alcançado, a nota 3 irá equivaler a 60% do nível de prática implantada ou desempenho alcançado e a nota 5 equivalerá a 100% do nível de prática implantada ou desempenho alcançado. As notas 2 e 4 correspondem a situações intermediárias entre as descritas e deverão ser escolhidas quando a empresa apresentar características em ambas as colunas. Para facilitar a análise dos resultados e torná-la didática são utilizados dois gráficos do tipo Radar, sobre os quais estão expostos os resultados relativos aos Fatores Críticos de Sucesso - FCS, bem como, os resultados da análise do Diamante de Competitividade de Porter. Assim, ambos os gráficos apresentam uma visão dos indicadores pontuados no questionário, dispostos numa escala que varia de 0 a 100%. Esta variação é relativa à pontuação destes indicadores no questionário, cuja escala está baseada em intervalos que estão dispostos entre os números inteiros de 1 a 5, sendo, posteriormente, transformada em porcentagem mediante a multiplicação por um fator igual a vinte. Desta forma, a pontuação obtida pela empresa no questionário é multiplicada por vinte e estes 138 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC valores geram os percentuais possíveis nos gráficos, ilustrando os resultados da empresa analisada. 1 Código Nome do indicador 2 Descrição 1 3 4 Descrição 2 5 Descrição 3 Pontos 3 Descrição 2 é a mais apropriada para a empresa. Logo, a pontuação é 3. Figura 34 - Sistema de pontuação do questionário 3.2.1 Fatores Críticos de Sucesso Matéria-prima A matéria-prima, principalmente para o setor de plásticos, apresenta-se como fator fundamental para atingir uma condição desejada que possibilite contribuir consideravelmente para a competitividade das empresas do segmento. Para ponderar sobre este fator, foram consideradas as questões apresentadas abaixo: Quais as principais matérias-primas que a empresa utiliza? Qual a principal procedência destas matérias-primas? Para a finalidade de uso na empresa, como é considerada a matéria-prima adquirida? Quais os principais defeitos das matérias-primas? Como é considerada a qualidade das matérias-primas disponíveis? 139 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Tecnologia – Máquinas Como em todos os setores da atividade produtiva, a tecnologia disponível em termos de equipamentos a preços razoáveis para a produção dos bens de consumo, representa um Fator Crítico de Sucesso. Logo, nas entrevistas realizadas foram tratados os seguintes aspectos: Como está a Organização no “Chão de Fábrica”? Qual o Grau de Mecanização do processo produtivo? Sobre os equipamentos, qual a idade média deles na empresa? Há necessidade de investimento em equipamentos? Estimativa de valor, quando for o caso. Sobre o Sistema de Informação, quais os que são utilizados. Como e quando são efetuados os Serviços de Manutenção dos equipamentos e máquinas, bem como nas instalações elétricas e hidráulicas? Capacitação da Mão-de-obra Este fator apresenta-se como decisivo para a competitividade do segmento, pois a qualidade do produto depende, basicamente, do treinamento e qualidade da mão-de-obra existente e por ser este o fator de uso mais intensivo na produção. Portanto, por ocasião das entrevistas, foram abordadas as seguintes questões: Informações sobre os aspectos de Treinamento e Educação? Qual é o nível médio de Escolaridade dos empregados? Qual o tipo específico de profissional que as empresas mais precisam? Qual o treinamento adequado para os empresários, neste momento? 140 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Design – Desenvolvimento de Produtos – Inovação Este fator é um dos que mais influencia o consumidor na hora de decidir pela compra de um produto, decorrendo daí, uma parcela importante na formação do preço de mercado auferido pelo produto. Logo, o ato de trabalhar a melhoria do design se mostra indispensável para a evolução da competitividade e lucratividade do segmento: Quais as características relevantes do Investimento em P&D? Quais as características relevantes aplicadas no Desenvolvimento de Novos Produtos? Quais são as fontes usuais de informação da empresa? Quais as Estratégias Tecnológicas que a empresa utiliza? 3.2.2 Diamante de Competitividade de Porter Segundo Michael Porter (1993), o desenvolvimento sócio-econômico está diretamente relacionado à competitividade territorial, a qual o autor denominou de Diamante de Competitividade. Ainda segundo ele, a resposta reside em quatro atributos que, individualmente ou como um sistema, definem o campo de ação que cada nação estabelece e opera para suas indústrias: Estratégia, Estrutura e Rivalidade entre as Empresas É o contexto no qual as empresas são criadas, organizadas e dirigidas, e também como a natureza da rivalidade interna da indústria se processa no ambiente competitivo. Qual o Conhecimento sobre a Concorrência? Como se efetiva a Estruturação dos Canais de Venda? Quais as principais ações em Planejamento de Marketing? O ambiente empresarial no qual a empresa opera tem mudado significativamente ao longo dos últimos anos? Qual o Grau de Cooperação Atual entre as empresas do mesmo setor, com atuação em âmbito local ou regional? Qual a principal dificuldade para melhorar a cooperação entre a sua empresa e as demais do mesmo setor da região? Condições dos Fatores 141 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC São os elementos necessários para se alcançar competitividade em qualquer ramo industrial: terra cultivável, mão-de-obra, trabalhos, recurso naturais, capitais e infraestrutura. Como considera o relacionamento com as instituições existentes no território? Condições de Demanda Ela determina o rumo e o caráter da melhoria e inovação pelas empresas do território. Três atributos gerais da demanda interna são significativos: a composição (natureza das necessidades do comprador), o tamanho e padrão de crescimento e os mecanismos pelos quais a preferência interna é transmitida aos mercados estrangeiros. Para quais regiões a empresa vende seus produtos diretamente? Especifique, em Reais, o quanto é vendido para cada região? Para quais clientes você vende a maior parte de sua produção? Quanto representa percentualmente sobre o total das vendas? A empresa elabora Estimativa de Demanda para o próximo ano? Como a empresa efetua a Pesquisa das Necessidades dos Clientes? Em relação ao volume das vendas mensais, qual é o seu comportamento durante o decorrer do ano? 142 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Indústrias Correlatas e de Apoio É a presença, no país, de empresas especializadas e indústrias que possam abastecer com insumos e serviços a produção industrial e, dar suporte administrativo aos serviços, dentro de uma cadeia de valor. Em relação aos Fornecedores de Materiais e Serviços, bem como sobre as empresas Subcontratadas, como se comporta o mercado regional? Quais as informações relevantes sobre o Planejamento Logístico de recebimento de insumos e a entrega de produtos acabados, na local da montagem? Quantos são seus principais fornecedores? (os que representam 80% dos custos / volume de compra) Geograficamente, onde se localizam os principais fornecedores? Quanto representa em cada região? 143 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC 3.3 Seção 3 - Resultados Obtidos É apresentado a seguir o resultado alcançado com a aplicação da metodologia nas empresas da indústria plástica. 3.3.1 Fatores Críticos de Sucesso Matéria-prima O fato da região da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (AMREC) apresentar uma diversidade de atividades econômicas, não diminui a importância do segmento de transformadoras de plástico no contexto da economia global do território. Este segmento serve, em algumas ocasiões, de suporte horizontal aos outros segmentos, como por exemplo, o segmento das agroindústrias de derivados de leite, doces e mel. Além do farmacêutico, cosméticos, perfumes, produtos de limpeza, dentre muitos outros. A metodologia do DTR - Desenvolvimento Tecnológico Regional constatou a relevância regional deste segmento e as lideranças regionais decidiram por estudá-lo. O estudo iniciou-se pela avaliação do rol das principais matérias-primas oriundas dos pólos petroquímicos, que, por conseguinte, abastecem as empresas que realizam o beneficiamento, agregando-lhe valor e facilitando as etapas posteriores, operadas pelo segmento de transformadores de plástico. As principais matérias primas utilizadas pelas empresas do segmento transformador de plástico são conhecidas como PEBD – polietileno de baixa densidade; PS – poliestireno; PP – polipropileno; PVC – policloreto de vinila e o PELBD – polietileno linear de baixa densidade, cuja procedência está dividida entre os pólos petroquímicos de Camaçari/BA, Triunfo/RS e São José dos Campos/SP. A matéria-prima de origem nacional compete com a de origem estrangeira em igualdade de condições – preço e qualidade – dependendo da maior ou menor cotação do dólar americano e quando ocorre a importação deste importante insumo, a maior quantidade é originária da Argentina. Em relação aos aspectos da qualidade dos insumos recebidos, as avaliações das entrevistas apresentaram o conceito ótimo. Principalmente, em função da característica e do grande porte de alguns dos beneficiadores da matéria-prima produzida nos pólos petroquímicos, que, por questão de competitividade nos mercados interno e externo, não comercializam produtos com defeito. 144 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Infelizmente, os entrevistados foram unânimes em afirmar que não entendem o porquê da atual política de exploração do petróleo implementada pelo Governo Federal, pois em decorrência de decisão estratégica, o preço dos seus derivados cresceu até 80% (oitenta por cento) no ano de 2004, devido à possibilidade de carência desta matéria-prima no mercado mundial. Informaram ainda, que parte deste acréscimo se deve à expansão econômica dos países asiáticos, inclusive a China, que, em última análise, vem competindo cada vez mais com a nossa indústria de manufaturados. Como sugestão de iniciativa a ser desenvolvida pelo segmento é a organização de uma ação para a compra conjunta. Para tanto, será necessária uma articulação entre as diversas entidades públicas e privadas (SEBRAE, SATC, SENAI, Bancos de Desenvolvimento) que possuam interesse no segmento transformador de plástico, objetivando identificar e provar que, aproveitando os avanços tecnológicos alcançados na execução de propostas cooperativas, as pequenas empresas podem se beneficiar dos recursos existentes (consultorias, financeiros, organizacionais, dentre outros). Dentro da necessidade de conhecer a problemática do setor, foi obtida a informação de que o conceito sobre a qualidade da matéria-prima recebida pelas empresas do segmento é ótimo, com nota média de 4,10 pontos. Conceito Qualidade das matériasprimas 1 As matériasprimas chegam as suas empresa em más condições. Índice de aceitação menor que 70%. 3 As matérias-primas chegam na empresa em condições regulares. Índice de aceitação em torno de 90%. 5 Índice de aceitação maior que 95%. Os critérios de aceitação previamente definidos são sempre cumpridos. O índice é medido e avaliado. Nota Média obtida pelas empresas = 4,10 145 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC 90.00% 80.00% 70.00% 60.00% 50.00% 40.00% 30.00% 20.00% 10.00% 0.00% de boa qualidade Figura 35 - de qualidade aceitável de qualidade ruim Qualidade da Matéria-Prima Tecnologia - Máquinas O segmento transformador do plástico da região da AMREC aproxima-se, no aspecto tecnológico de máquinas e equipamentos, dos conceitos que regem o desenvolvimento da mecanização do trabalho, do que aqueles que se relacionam com outros elos desta mesma cadeia produtiva. Portanto, estas organizações se diferenciam dos grandes fornecedores, caracterizados pelo uso intenso de tecnologia avançada, equipamentos e máquinas de última geração, com o intuito de obterem ganhos de escala. Isto é, a importância da consideração tecnológica no processo de fabricação está ligada aos processos de novos produtos, criativos em reduzir custos de fabricação, utilizando diferentes formas de produzir, consignando à aparência estética um valor relevante de dessemelhança e competitividade. Estas ações inovadoras são idealizadas pelos próprios empresários ou por profissionais especializados em fabricação de copos, pratos, embalagens rígidas e flexíveis, como por exemplo, os ex-funcionários das grandes indústrias ou representantes comerciais que trabalham diariamente junto aos consumidores. 146 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC As máquinas, equipamentos e procedimentos industriais utilizados por este segmento, variam bastante em relação ao porte das empresas. As maiores adquirem, inclusive no exterior, boa parte das máquinas e equipamentos contendo alta tecnologia de fabricação, exigindo mão-de-obra e organização do “chão de fábrica” especializado para operá-las. Portanto, para se manterem competitivos, estão sempre investindo em novas máquinas e equipamentos, reduzindo significativamente a idade média do parque fabril. Entretanto, na medida em que o porte das organizações deste segmento diminui, os problemas vão se alterando e intensificando, principalmente, na maior importância da qualificação operadora do colaborador. Pois os instrumentos de trabalho que utiliza não são constituídos de expressivos conceitos tecnológicos. A maioria das fábricas é constituída de máquinas simples, resistentes, de pequeno porte, cujo avanço tecnológico tem ocorrido na linha da redução da espessura do produto. Possibilitando que o estado de Santa Catarina tenha muitas indústrias semelhantes, comercializando os produtos a preços tão baixos que a produção regional atende a 80% do mercado brasileiro. É compreensível que o padrão tecnológico das empresas do setor transformador de plástico também seja muito diverso, influenciando a organização do denominado “chão de fábrica” – expressão que envolve a racionalidade do espaço e do arranjo físico das máquinas, a quantidade de tempo improdutivo no processo, a posição do almoxarifado na fábrica, considerando-se, inclusive, a limpeza e a guarda das ferramentas e utensílios manuais. Verifica-se que uma das características relevantes encontradas na maioria expressiva das empresas está na satisfatória Organização do “Chão de Fábrica” (avaliação média obteve pontuação de 3,40), considerando-se a disposição física dos equipamentos. Pois a movimentação não racional da matéria-prima e insumos acarreta aumento de custos – mão-de-obra, tempo, risco de defeito, circulação de pessoas, higiene, limpeza, etc. Os itens como arranjo físico, ergonomia, arrumação do instrumental nos locais de trabalho e guarda das máquinas foram aqui consideradas para avaliação, conforme quadro abaixo: 147 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Conceito Organização do “Chão de Fábrica” 1 3 Materiais e equipamentos organizados de maneira descontínua; excesso de movimentação entre os postos de trabalho; materiais obsoletos na fábrica. Materiais organizados e identificados; uma pessoa é responsável pela limpeza; Equipamentos dispostos de forma lógica, de acordo com fluxo dos produtos. 5 Empresa limpa e conservada, sempre “pronta para inspeção”; a disposição das máquinas e equipamentos permite a flexibilidade na produção. Nota Média obtida pelas empresas = 3,40 Mecanização Em seqüência, serão avaliados os aspectos referentes à mecanização das fábricas, através da introdução de processos mecânicos de produção, guiados por sistemas eletrônicos e nos quais a participação do homem é reduzida. O objetivo é a substituição da mão-de-obra por equipamentos e máquinas com propósito de aumentar a produtividade da empresa e melhorar a performance da qualidade no processo. Respondida a questão sobre a conveniência tecnológica de trabalhar os aspectos práticos da automação, registra-se que a idade média dos equipamentos que compõem a linha de fabricação das empresas deste segmento é de pouco mais de nove anos. Isto é, são máquinas relativamente novas que ainda possibilitam trabalhos com a qualidade desejada pelo mercado, desde que os colaboradores possuam a capacitação adequada para operá-las com perícia e destreza. Assim mesmo, a grande maioria dos entrevistados afirmou que necessita realizar investimentos em máquinas ou equipamentos para aumentar a produção, ou fabricar novos produtos, ou melhorar a qualidade dos produtos existentes, cujo montante ascende a R$ 20 milhões de reais. Portanto, avaliando o setor, principalmente sob ponto de vista econômico, deduz-se, seguindo diretriz traçada na caracterização da operação manual do processo de fabricação, que a automação do controle dos processos produtivos é compatível em estágios mais simples com esta atividade no que concerne às empresas de pequeno e médio porte, apesar da importância que ela possui para o monitoramento mais eficaz das etapas de produção. 148 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC A avaliação constou dos aspectos citados no quadro abaixo: Conceito Mecanização 1 3 Alguma mecanização; intenso trabalho manual. 5 Automação em algumas etapas do processo; computadores são utilizados para o controle e planejamento da produção. Automação integrando etapas do processo produtivo; computadores conectados às máquinas gerenciam a qualidade dos produtos; computadores utilizados para facilitar o desenvolvimento de produtos e prever falhas. Nota Média obtida pelas empresas = 3,40 Sistemas de Informação Outro ponto muito importante na definição do estágio de utilização da tecnologia disponível no mercado por parte das empresas do segmento transformador de plástico, está na informatização dos processos produtivos e gerenciais, sistematizando a coleta de dados e a geração de informações sobre a gestão da empresa. Estes sistemas podem ser operados automaticamente por softwares adequados ou através do preenchimento de fichas de acompanhamento dos processos. A gestão deste sistema de informações disponível e confiável deve proporcionar as informações de como as tarefas estão sendo trabalhadas, auxiliando no gerenciamento dos principais processos e no alcance das metas estabelecidas. Neste aspecto, como característica principal, as empresas de maior porte tratam a informação sistematicamente, elevando a média, como se pode ver no quadro abaixo, onde a avaliação média recebeu nota 3,90. Entretanto, na razão em que a empresa reduz o porte, a informação migra para a forma manual, iniciando pela fábrica e mantendo a informatização na área administrativa; seguindo esta tendência natural, quanto menor a empresa, a execução manual dos processos aumenta, até atingir, inclusive o setor administrativo. 149 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Conceito Sistemas de Informação 1 3 O tratamento da informação é manual e não sistematizado. O tratamento da informação é sistematizado e eletrônico; existem algumas funções integradas, porém restringindo-se aos controles operacionais. 5 O sistema de informação é eletrônico e amplamente utilizado; a comunicação é integrada em toda empresa, com os clientes e fornecedores; o sistema de produção permite otimizar a utilização de recursos, sistematizando e rastreando a produção Nota Média obtida pelas empresas = 3,90 Manutenção de Máquinas e Equipamentos Por último, foi avaliado se a empresa cria medidas práticas para permitir aos colaboradores realizarem tarefas de manutenção de rotina, sem necessitar recorrer ao pessoal especializado, terceirizado, através de manutenção planejada para evitar paradas inesperadas. Na organização das tarefas de manutenção preventiva, as causas de paradas dos equipamentos devem ser registradas, bem como os mecanismos de execução da manutenção corretiva, dando-se ênfase para a situação real e não para intenções ou procedimentos escritos. Conceito Manutenção de equipamento 1 3 Manutenção corretiva (equipamentos são concertados quando apresentam problemas) As paradas para manutenção são realizadas em períodos planejados 5 Há um programa de manutenção preventiva que é cumprido e cada operário participa nas operações básicas de manutenção Nota Média obtida pelas empresas = 3,60 Capacitação da Mão-de-Obra ou Treinamento e Educação É fato que a mão-de-obra é de crucial importância para o aumento da competitividade de todo o segmento transformador de plástico, partindo da micro até a grande empresa e, assim podemos entendê-la e considerá-la como um importante e insubstituível componente no processo de inovação tecnológica. No entanto, é verdade que somente após a abertura do mercado nacional para o acesso das empresas de classe mundial, no início da década de 90, a continuidade do processo 150 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC de capacitação e treinamento de colaboradores assumiu importância decisiva para a execução da inovação tecnológica e, desde então, a sua importância vem sendo difundida com maior ênfase no meio empresarial. Ainda mais quando a informação obtida das entrevistas com os empresários do setor assinala que a maioria – setenta por cento (70%) – dos operadores dos processos industriais possui nível escolar de 2° grau. Entretanto, a existência de capacitação regular e permanente dos operadores resulta, principalmente, no hábito de atender somente o mercado interno, tradicional comprador de produto previamente definido e com a aplicação da política do preço mínimo conhecida por ele. Mas para crescer, o empreendedor deste segmento precisa implementar a cultura de estar sempre desenvolvendo produtos novos, criativos, procurando seguir a tendência mundial do setor que é de oferecer ao mercado produtos com valor agregado cada vez maior. Logo, é possível concluir que a estratégia da capacitação apresenta-se como uma excelente oportunidade de melhoria tecnológica, resultando em aumento de competitividade da indústria local. Complementando o entendimento sobre o item capacitação e treinamento, o questionário aborda a questão da falta de algum tipo de profissional específico para as empresas, resultando na conclusão de que também existe ausência de profissionais tecnólogos e de nível superior, como engenheiros em polímeros e de produção na formação de 3° grau. Na formação intermediária (2° grau) – nível técnico – as necessidades apontam para capacitações profissionalizantes em polímeros, impressão e extrusão nas diversas modalidades, mecânica e eletrônica prática, bem como operadores e auxiliares em para ocuparem cargos próximos ao engenheiro e/ou gerente de produção. Portanto, treinamento e educação são as tarefas de capacitar e desenvolver as habilidades dos colaboradores. A capacitação da mão-de-obra é algo importante e necessário na era da gestão do conhecimento, onde a atuação do colaborador deve ocorrer de forma participativa e pró-ativa. Então as perguntas “Existe algum planejamento de capacitação e treinamento para os funcionários?” e “Na decisão tomada para programar as capacitações e treinamentos anualmente, em que medida a empresa compara os atuais conhecimentos e habilidades de seus empregados com aqueles que precisariam possuir para desempenhar bem suas tarefas?” A pontuação dependerá do tipo, importância e abrangência dos programas de treinamento e educação realizados através da própria empresa. A avaliação média de 2,40 obtida para o indicador treinamento e educação foi considerada média/baixa e 151 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC traduz a realidade do comportamento em relação a esta política pela maioria das organizações do segmento, representado pela média e pequena empresa. Apesar de todos os empreendedores considerarem a falta de qualificação da mão-deobra um dos grandes entraves para o crescimento da sua empresa, poucos tem se preocupado em planejar ou promover os treinamentos necessários para o aperfeiçoamento da mão-de-obra. Geralmente eles acontecem quando há oferta de cursos na cidade ou região, seja por parte de alguma entidade profissionalizante, a exemplo do SATC - SENAI/SC, ou quando é oferecido por alguma grande empresa fornecedora de matéria-prima ou insumo, o que nem sempre atende às necessidades mais relevantes da empresa demandante. Em contrapartida, na razão em que aumenta o porte da empresa, cresce significativamente o investimento em capacitação e treinamento no colaborador realizado internamente ou com auxílio de outras entidades especializadas. No nível gerencial, os principais problemas apontados foram: na área comportamental, no conhecimento da computação, na falta de treinamento em ferramentas financeiras, no desconhecimento de técnicas de vendas, no insipiente planejamento estratégico das empresas e conseqüente ausência de transparência nas metas, no desconhecimento e controle inadequado dos custos de produção, bem como no treinamento para os sucessores dos atuais proprietários das grandes empresas. Conceito Treinamento e educação 1 3 Não há planejamento. É realizado somente quando há oferta de cursos. Algum treinamento e qualificação para todos, realizados de acordo com planejamento, subsidiados parcialmente pela empresa. 5 Mais de 60 horas de treinamento por funcionário por ano, com forte ênfase em qualidade. O número de horas vem crescendo nos últimos anos. É feito um acompanhamento dos resultados após os treinamentos. Nota Média obtida pelas empresas = 2,40 152 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Desenvolvimento de Produtos – Inovação Para que a empresa obtenha uma melhor pontuação neste indicador é imprescindível ter um plano formal de investimento em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, buscando atualização tecnológica em termos de máquinas, processo, embalagem e capacitação dos colaboradores. Somente as grandes e médias empresas do setor costumam investir em desenvolvimento de novos produtos por conhecerem os reais benefícios, sobretudo, por entenderem que é um investimento adicional e necessário para o crescimento da empresa e que o retorno financeiro pode ser mais demorado em alguns casos, mas é certo e acumulativo. O desenvolvimento de novos produtos é um fator de extrema relevância para a competitividade de uma empresa, não só pelo fato da novidade representar um diferencial, mas também pela possibilidade permitir a valorização das funções do produto, potencializando a otimização dos processos produtivos, aprimorando desempenhos, adequando a aparência às expectativas dos consumidores, aumentando o nível de segurança e higiene, economizando insumos, reduzindo matéria-prima e racionalizando mão-de-obra. A empresa que valoriza e investe em pesquisa e desenvolvimento e utiliza a inovação como vantagem competitiva, pode alcançar vários benefícios, como por exemplo, a imagem da empresa, pois esta passa a ser vista como uma organização inovadora e atualizada com as tendências mundiais. As pequenas empresas do segmento têm que passar por mudanças profundas para crescerem e consolidarem-se, seguindo na direção da inovação e do desenvolvimento tecnológico, sobretudo em função do novo perfil do consumidor e da concorrência mundial num mercado globalizado. Ora, em função do número de organizações menores ser maior, a nota que avaliou o conjunto de empresas neste quesito foi de apenas 1,60, considerada baixa para um tema tão relevante. Para obter as mudanças necessárias, as atitudes pró-ativas estão relacionadas à capacitação e treinamento dos gestores e colaboradores, devendo ser implementadas, se possível, dentro do menor tempo. O Governo Federal está, em parte, procurando fazer o seu papel, criando instrumentos legais e financeiros de incentivo às pesquisas aplicadas nas empresas em parceria com as universidades. Cabe aos gestores interessados em se desenvolver, tomarem a atitude de elaborar projetos para captar estes recursos financeiros disponíveis no mercado e começar uma nova fase na sua existência. 153 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Conceito Investimento em pesquisa & desenvolvimento 1 3 Não há um orçamento planejado para P&D. Planejamento limitado e eventual dos recursos, que são reservados para atividades críticas. 5 Há planejamento dos investimentos em P&D, com percentuais prédefinidos dos recursos. Nota Média obtida pelas empresas = 1,60 Desenvolvimento de Produtos O conjunto das empresas pesquisadas pontuou a nota média de 2,30 neste indicador, retratando o grau de importância razoável que os empresários das médias e grandes empresas do segmento dão a questão da Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação e, conseqüentemente, refletindo o montante dos recursos financeiros do investimento que lhe é destinado. Entretanto, muitas vezes o objetivo principal do estudo foi reduzir a espessura da lâmina que formata o copo, o prato e os outros utensílios, buscando diminuir custos para competir. Infelizmente esta estratégia resultou em competição desenfreada entre as empresas, que hoje elas fabricam um produto de baixa qualidade. A sociedade teve que intervir no processo através de ação do Ministério Público, exigindo a adoção de padrão mínimo de espessura. Portanto, o desenvolvimento de produto compreende a etapa da concepção da idéia, transformando-a em amostra de produto real. Para tanto, é necessária interação entre as pessoas, formando grupos de trabalho que utilizam os conhecimentos e as experiências individuais, formais e informais, em conhecimento organizacional. Igualmente, é preciso responder as perguntas “Quem participa no desenvolvimento de novos produtos?”; “Como áreas diferentes da empresa participam dos processos?”; “Até que ponto existe trabalho em equipe, em vez de somente consultas entre os colaboradores?”. A nota obtida pelo segmento neste indicador faz acreditar que insistir numa iniciativa nesta direção é uma excelente oportunidade de melhoria para todas as organizações, pois o desenvolvimento de produto, com padrão de qualidade, é tido, por parte dos entrevistados, como fator de diferenciação regional. Para tanto, as empresas procuram responder à demanda dos clientes e dos representantes de venda, desenvolvendo produtos baseados em outros produtos 154 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC lançados pelas grandes empresas nacionais e internacionais vistos em feiras ou revistas especializadas. Portanto, as diversas fontes de informação das empresas podem ser descritas da seguinte forma: • SATC, SENAI/SC, SEBRAE, Centros Tecnológicos Públicos ou Privados e Universidades, dentre outras; • Feiras e Eventos; • Mercados líderes; • Representantes Comerciais, clientes, vendedores independentes; • Vivência adquirida nos anos de atuação no mercado nacional. Conceito 1 3 5 Desenvolvimento de produtos Responsabilidade exclusiva de um grupo ou de uma única pessoa; falta de integração entre as etapas de desenvolvimento de produtos e produção. Baseado em grupos de trabalho, com participação da área de produção. Novos produtos lançados freqüentemente, orientados pela política de marketing e/ou necessidades dos clientes; o desenvolvimento de novos produtos é feito com a participação de clientes e fornecedores. Nota Média obtida pelas empresas = 2,30 Introdução de Novos Produtos Este índice avalia o grau de inventividade da empresa, medindo o número de novos produtos lançados, suas características diferenciais e o valor agregado. A pontuação média do indicador foi de 1,90 caracterizando que o segmento apresenta grau de inovação médio-baixo e que necessita de uma estratégia para potencializar mais a competitividade no que se refere à introdução de novos produtos. Apesar de desenvolver produtos com alguma diferença, atendem, exclusivamente, as aspirações dos consumidores, pois o novo se limita a seguir uma tendência bastante comum e semelhante a atual, o que não caracteriza inovação. Por senso comum, existe a pretensão de que a inovação irá se caracterizar pela utilização de diferentes processos produtivos, resultando em formas e aspectos diferenciados e arrojados. 155 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Conceito 1 Introdução de novos produtos (últimos 2 anos) Nos últimos 2 anos a empresa tem conservado os mesmos produtos; segue tendência da concorrência. 3 5 Colocou no mercado dois ou mais produtos, alguns com características diferenciais em relação aos produtos concorrentes. A empresa tem estabelecido tendências no setor? tem introduzido mudanças radicais na(s) linha(s) de produto(s), nos processos industriais e serviços aos clientes. Nota Média obtida pelas empresas = 1,90 Estratégia de Tecnologia Este indicador avalia a estratégia da empresa em relação à tecnologia dos seus produtos. De que forma a empresa investe em tecnologia? É uma estratégia pró-ativa, com políticas bem definidas de pesquisa e investimentos, ou a empresa assume uma posição de reação, procurando resolver problemas ou limitações tecnológicas atuais? As empresas do segmento pontuaram 1,70 neste indicador refletindo a estratégia atual das empresas, onde o investimento em tecnologia é feito parcialmente (somente nas grandes e médias empresas), pois a preocupação da maioria dos empreendedores das pequenas empresas está centrada em atender a demanda atual, mantendo uma posição de imobilidade em relação às tendências nacionais e internacionais, no que se refere à tecnologia de novos produtos. É comum praticar a cópia de projetos de novos produtos que estejam expostos em catálogos ou os que são vistos em feiras especializadas. Conceito Estratégia de tecnologia 1 3 As necessidades de novas tecnologias são orientadas por necessidades funcionais atuais; há limitações e problemas devido às limitações tecnológicas. Análise das necessidades de novas tecnologias a cada novo projeto, com processos sistemáticos para sua obtenção. 5 Possui uma política explícita de investimento em novas tecnologias, com monitoramento do nível tecnológico da concorrência. Nota Média obtida pelas empresas = 1,70 Na figura a seguir, está apresentado um gráfico radar dos fatores críticos de sucesso para o segmento dos Transformadores de Plástico da AMREC. Em cada eixo do gráfico consta a média dos indicadores de cada fator, bem como um comparativo com os cenários de estado satisfatório, soluções equacionadas e cuidado necessário. 156 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Fatores Críticos de Sucesso (%) Matéria-prima 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 (%) Inovação 0 (%)Tecnologia - Máquinas (%) Capacitação da Mão-de-obra Média Empresas Transformadoras de Plástico AMREC Cuidado Necessário Soluções equacionadas Estado Satisfatório Figura 36 - Gráfico Radar dos Fatores Críticos de Sucesso 3.3.2 Diamante de Competitividade de Porter Estratégia, Estrutura e Rivalidade das Empresas. Com a função de compor o Diamante de Competitividade de Porter, alguns indicadores são apresentados a seguir. Conhecimento da Concorrência Avalia de que forma a empresa observa seus concorrentes. Uma análise sistemática da concorrência mostra-se importante para todas as empresas, uma vez que a comparação do preço, da forma de pagamento, do design, da qualidade, da garantia, da durabilidade, do atendimento pós-venda e da estratégia de promoção entre as empresas concorrentes é realizada a todo o momento pelos clientes. A empresa deve conhecer a concorrência tal qual conhece os seus clientes, pois dessa forma pode enfatizar seus pontos fortes e atacar os pontos fracos dos concorrentes nas negociações. As empresas entrevistadas da AMREC obtiveram uma avaliação média de 3,30 estando no terceiro cenário evolutivo, como pode ser observado na tabela abaixo, pois mantém registro atualizado com os dados principais da atuação dos concorrentes (preço, 157 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC garantias, qualidade) que são analisados e utilizados para as melhorias internas; possuem vendedores treinados para enfatizar os pontos fracos dos concorrentes diretamente. Outro ponto que é explorado pelas empresas é o fato dos concorrentes serem importantes fontes de informações e podem dar início ao processo de desenvolvimento de novos produtos, ou mesmo, a adoção de estratégias de marketing. É o contexto no qual as empresas são criadas, organizadas e dirigidas, e também de como a natureza da rivalidade interna da indústria se processa no ambiente competitivo. A região sul de Santa Catarina é considerada o maior pólo estadual de fabricação de produtos de plástico, pela presença de empresas de classe nacional (Plazom e Cangurú), fato que eleva o nível de competitividade de todo o segmento da região da AMREC, dentro da qual se encontram todas as empresas visitadas. As grandes e médias empresas adotam, basicamente, a estratégia de diferenciação, industrializando produtos de alto valor agregado e os comercializando em todo Brasil. Deste fato surge uma lacuna para as pequenas organizações atuarem - a comercialização de produtos de menor valor agregado no mercado regional e estadual - adotando a estratégia de competir pela liderança de custo. Conceito 1 3 5 Conhecimento da concorrência Os concorrentes não são conhecidos nem pesquisados. A empresa estuda e pesquisa apenas o preço e as campanhas publicitárias dos concorrentes. A empresa conhece seus concorrentes; há um registro atualizado dos seus dados (preço, garantias, qualidade) que são analisados e utilizados para melhorias; vendedores treinados a enfatizar os pontos fracos da concorrência. Nota Média obtida pelas empresas = 3.30 Estruturação dos Canais de Venda Canais de venda são o conjunto de organizações interdependentes envolvidas no processo de tornar o bem ou serviço disponível para consumo. Diversas configurações de canais de venda podem ser estruturadas conforme a necessidade dos clientes quanto ao tamanho do lote, tempo de espera, conveniência espacial, variedade de produtos desejada e retaguarda de serviços. Quanto melhor o planejamento do canal, maior será a eficiência dos recursos investidos em marketing para todos os envolvidos. 158 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC A nota média alcançada 3,30 pelo segmento transformador de plástico da região AMREC oferece a certeza de que as administrações das empresas atribuem caráter estratégico à estruturação do canal de vendas, proporcionando agregação de valor aos produtos e serviços, bem como esta integração promove a sinergia com os esforços despendidos em marketing. Portanto, as empresas estão num bom nível no quesito estruturação dos canais de venda, adotando critérios de atuação próprios e focados no bom atendimento dos clientes. Estas organizações trabalham com um rol de vendedores nas áreas de comercialização dos produtos e estes são considerados estratégicos para os negócios. Conceito Estruturação dos canais de venda 1 Formado em decorrência do processo de vendas da empresa; enfoque somente na diminuição dos custos de distribuição, não é considerado estratégico. 3 5 Focado no atendimento, a quantidade, variedade, suporte, deslocamento e tempo de espera desejado pelos consumidores; canais adotam critérios de atuação próprios. A administração do canal possui caráter estratégico; a estruturação do canal agrega valor adicional aos produtos e serviços, e sua integração promove sinergia nos esforços de marketing Nota Média obtida pelas empresas = 3,30 Planejamento de Marketing O planejamento de marketing é o processo de transformar as estratégias de marketing em programas, através da tomada de decisões básicas quanto aos investimentos e nas quatro áreas: produto, preço, praça e promoção. Um bom planejamento maximiza as chances de sucesso da campanha de marketing da organização. Durante as entrevistas, foi observado que as empresas não se preocupam com o planejamento de marketing, tomando decisões baseadas na experiência dos gestores ou dos vendedores. Esta prática pode elevar a susceptibilidade das empresas aos altos e baixos do mercado onde atuam, fato ressaltado pelos empresários que relataram o acirramento da concorrência e o dinamismo do mercado no qual estão inseridos. 159 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Conceito 1 3 5 Planejamento de Marketing Não existe um planejamento de marketing formal; decisões são tomadas com base na percepção e experiência do gestor. Existe um planejamento formal que se restringe aos programas de promoção. Existe um programa formal, que orientado pelas metas da empresa, define uma estratégia com orçamento de gastos, composto de marketing (produto, praça, preço e promoção), programa de ação e resultados esperados. Nota Média obtida pelas empresas = 1,60 Condições dos Fatores São os insumos necessários para competir em qualquer indústria como: 1) Recursos Humanos - implica na capacidade, quantidade e custo da mão-de-obra presentes no território; 2) Recursos Físicos - o posicionamento geográfico do território em questão é extremamente importante para esta análise, pois se considera a qualidade, acesso, abundância e custo dos recursos físicos; 3) Recursos de Conhecimento - relaciona-se diretamente à capacidade intelectual disponível no território, ou seja, as capacitações da mão-de-obra presente na região; 4) Recursos de Capital - resume-se na capacidade econômica e na definição das garantias que o território dispõe para o financiamento de investimentos tecnológicos; 5) Infra-Estrutura - tipo, qualidade e valor de uso da infra-estrutura disponível que afeta a competição, inclusive os sistemas de transportes, os sistemas de telecomunicações, pagamentos ou transferências de fundos. As condições dos fatores foram mensuradas através da análise do relacionamento entre as empresas com as instituições de suporte da região, pois são mecanismos importantes que podem aumentar a competitividade do segmento através do fornecimento de serviços dentro das suas respectivas competências. Foi possível observar que apesar da inexistência de cooperação entre as empresas, há um relacionamento de regular a bom com instituições de suporte como o SATC, SENAI, SEBRAE, EPAGRI, FIESC (SESI e IEL), ACI, AMPE, Bancos de Desenvolvimento, 160 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Universidade, Governo Municipal e Estadual, podendo ser intensificado caso a demanda pelos serviços prestados por estas instituições seja melhor estruturada. Outro ponto avaliado, durante as entrevistas, foi o crédito e onde ele é captado. A maior parte das empresas analisadas encontram-se em dificuldades financeiras, usam cheque especial e possuem dívidas vencidas. No entanto, foi possível verificar que os Bancos de Desenvolvimento (BADESC e BRDE) chegaram até estas empresas em outras oportunidades, mas atualmente estão concedendo crédito com muita parcimônia, restando aos empresários captarem recursos para investimento nos bancos comerciais. Condições de Demanda Determina o rumo e o caráter da melhoria e inovação pelas empresas do território. Três atributos gerais da demanda interna são significativos: a composição (natureza da necessidade do comprador), o tamanho e padrão de crescimento e o mecanismo pelo qual a preferência interna é transmitida aos demais mercados. Como dito anteriormente, a maioria das empresas do segmento vende os seus produtos no mercado nacional como pode ser comprovado no gráfico apresentado a seguir. Este mercado apresenta como principal característica a demanda por produtos de menor preço, relegando a qualidade, pelo fato do consumidor estar acostumado com produtos de qualidade sofrível. Regiões onde a empresa vende seus produtos diretamente (%) 100.00 90.00 80.00 70.00 60.00 50.00 40.00 30.00 20.00 10.00 0.00 No Município Figura 37 - Na Região No Estado No País No Exterior Regiões onde vende diretamente seus produtos (%) 161 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Estimativa de Demanda A Estimativa de Demanda desempenha um papel essencial, uma vez que é utilizada pelo empreendedor para prever o volume dos recursos financeiros necessários para a operação como um todo: a manufatura propriamente dita, o estabelecimento da capacidade de produção, o volume de compras para suprir-se dos materiais e a atitude de contratar as pessoas necessárias para atingir as metas de produção. Se a previsão for distante da realidade, a empresa poderá ter problemas de liquidez financeira devido ao estoque excessivo; ou se o estoque for insuficiente, terá que repô-lo a custo elevado, diminuindo a lucratividade de qualquer forma. A nota da avaliação de 3,60 é boa, demonstrando que as empresas planejam os próximos meses. Conceito Estimativa de demanda 1 A demanda não é estimada formalmente. 3 5 Demanda estimada com base no histórico de vendas. Além do histórico de vendas, a demanda é estimada com base em fontes de informação como contato com canais de vendas e distribuidores, informações sócioeconômicas, entre outras. Nota Média obtida pelas empresas = 3,60 Pesquisa das Necessidades dos Clientes A pesquisa das necessidades dos clientes consiste numa das práticas mais importantes para a orientação das empresas. O levantamento destas informações é fundamental para diversas áreas da empresa, como desenvolvimento de produtos, distribuição, transporte e marketing, fazendo com que todas atendam às expectativas dos consumidores. A empresa não deve somente reagir às reclamações, mas identificar antes do consumidor, os possíveis pontos que não atendem as necessidades e expectativas dos mesmos. O canal de venda utilizado é o vendedor que tem papel fundamental, pois traz as informações referentes às necessidades dos clientes. Entretanto, estas organizações não formalizam estas informações nem as disseminam para todos os colaboradores. Os clientes devem ser as principais fontes de informações da empresa, tanto para o 162 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC aprimoramento dos produtos existentes, bem como para a identificação de oportunidades para o desenvolvimento de novos produtos. Conceito Pesquisa das necessidades dos clientes 1 Não são feitas pesquisas sobre as necessidades dos clientes; a empresa baseia-se em informações isoladas de relacionamento com poucos consumidores. 3 Pesquisas esporádicas para conhecer as necessidades e expectativas dos clientes; existe um canal disponível para reclamações ou críticas. 5 Possui uma verba destinada à pesquisa de mercado e as realiza constantemente. Nota Média obtida pelas empresas = 2,80 Variação nas Vendas O conceito para a Variação nas Vendas é utilizado como medida ativa do desempenho da empresa e é avaliado mediante a razão calculada entre as vendas do período atual e do período anterior. Este indicador é medido com base na variação do volume e valores das vendas dos últimos anos. Como pode ser observado pelo indicador, as empresas entrevistadas apresentam crescimento nas vendas e bons resultados, em decorrência do sucesso da sua estratégia básica (liderança de custo) e da entrada em novos mercados. Conceito Variação nas vendas 1 Em declínio 3 Estável 5 Em crescimento Nota Média obtida pelas empresas = 4,10 Indústrias Correlatas e de Apoio É a presença no território de organizações que possam abastecer a produção industrial e dar suporte aos serviços necessários para realizar as operações normais. Como já comentado no presente trabalho, a região Sul de Santa Catarina é o maior pólo estadual na industrialização de produtos de plástico, portanto, tanto os fornecedores quanto os prestadores de serviços suprem as necessidades das empresas. Fornecedores e Subcontratados A maioria das empresas compra alguns itens importantes baseados somente no preço, mas reconhecem outros fatores que afetam o sucesso comercial, como, por exemplo, o 163 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC prazo de entrega e a flexibilidade de adaptação na fase da montagem e acabamento final. Um processo com método formal e sistêmico é importante para garantir e avaliar a confiabilidade do fornecedor. Manter parcerias abertas com os fornecedores, baseadas em confiança mútua e no interesse maior de todas as partes envolvidas é importante para conquistar uma posição competitiva, visto que, fornecedores devem estar ativamente encorajados a contribuir para o desenvolvimento e melhoria do processo e do produto. A empresa participa de programas de qualidade em parceria com os fornecedores? A empresa utiliza política de incentivos com os fornecedores sub contratados, motivando-os a melhorar a qualidade dos serviços? Quais outros fatores são levados em consideração no momento da compra? A maioria das empresas realiza a compra baseando-se em dois critérios principais – preço e qualidade - possuindo alguns fornecedores preferenciais e têm buscado desenvolver parcerias. Como industrializam produtos de plástico, a formação de parcerias com os produtores de matéria-prima é fundamental para garantir a qualidade dos produtos. Conceito Fornecedores e subcontratados 1 3 Muitos fornecedores; compra baseada somente no preço. Alguns fornecedores preferenciais; além do fator preço alguns outros fatores são levados em consideração; a empresa tem buscado desenvolver parcerias. 5 Fornecedores cadastrados e avaliados periodicamente; parcerias com fornecedores no desenvolvimento de novos produtos e na programação da produção. Nota Média obtida pelas empresas = 2,60 Planejamento Logístico Neste segmento, cujos materiais se caracterizam por ter baixo peso específico, a logística adquire importância significativa, seja na aquisição dos insumos ou na distribuição dos produtos acabados. As questões como quantidade, qualidade, prazo e local, tornam-se essenciais no planejamento logístico a médio e longo prazo. Muitas vezes a definição incorreta de fornecedor e cliente alvo acaba prejudicando o desempenho da empresa, incorrendo em problemas com a compra e distribuição de materiais/produtos. 164 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC O bom planejamento define prioridades e necessidades que devem nortear a logística da empresa. Apesar do planejamento logístico estar a cargo de algumas pessoas e não haver planejamento sistemático de médio ou longo prazo, os gestores relataram que não têm enfrentado dificuldades neste tópico, pois a maioria possui frota própria de caminhões, dimensionada para cumprir a função, independente de empresas especializadas. Conceito 1 3 5 Planejamento logístico Não há planejamento com relação à logística; imprevistos freqüentes nas compras ou distribuição. Algumas pessoas (chefia) responsáveis pelas decisões referentes à aquisição e distribuição; elas definem fornecedores e clientes baseados na experiência, contatos, localização. Há um planejamento de médio ou longo prazo onde são definidas as necessidades relacionadas ao material, quantidade e transporte; são definidas as prioridades (qualidade, prazo e preço) e segmentação do mercado. Nota Média obtida pelas empresas = 3,30 Enfim, como pode ser observado na figura a seguir, o segmento do plástico encontra-se muito próximo do cenário Soluções Equacionadas, nas quatro áreas do Diamante de Competitividade de Porter. Especificamente, na área Estratégia, Estrutura e Rivalidade das Empresas, a média das pontuações obtida pelas empresas foi próxima a 68, em uma escala de 0 a 100, como maior deficiência no indicador de Planejamento de Marketing. A situação diagnosticada na área Condições dos Fatores demonstra uma evolução – média dos indicadores próxima a 60 – mister a indesejável condição financeira de algumas das organizações e uma aproximação entre a referida classe empresarial e as instituições que podem dar suporte para um futuro aumento de competitividade. A média obtida dos indicadores: Estimativa de Demanda, Pesquisa das Necessidades dos Clientes e Variação nas Vendas, que compõem a área Condições de Demanda foi 75, expressando uma situação intermediária. A última área do diamante – Indústrias Correlatas e de Apoio – com uma média de 60% nos indicadores: Fornecedores e Subcontratados e Planejamento Logístico, segue a tendência dos demais, estando numa situação intermediária. Portanto, é relevante a 165 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC adoção das ações propostas no presente relatório, para que haja aumento de competitividade das empresas do segmento. Diamante de Competitividade de Porter Rivalidade das empresas 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 Indústrias Correlatas e de Apoio 0 Condições dos Fatores Condições de Demanda Média Empresas Transformadoras de Plástico da AMREC Cuidado Necessário Soluções equacionadas Estado Satisfatório Figura 38 - Gráfico Radar do Diamante de Competitividade de Porter 166 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC 3.4 Seção 4 - Conclusões e Recomendações Entre as recomendações e conclusões a respeito do trabalho, listam-se: Melhorar o design dos produtos plásticos, por meio de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação; Estabelecer padrão mínimo de resistência funcional para os produtos fabricados pelo setor; Diversificar as vendas no mercado interno, aproveitando novos nichos de clientes; Curso e palestras sobre metodologias de processos associativos; Desenvolver Central de Compra Conjunta para as pequenas e médias empresas do setor; Desenvolver mecanismos cooperativos (empresas e instituições de suporte) para capacitação da mão-de-obra; Cursos e palestras orientando sobre as diversas linhas de crédito, principalmente as que possibilitam a captação de recursos não reembolsáveis para serem aplicados em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica; Aumentar a produtividade e a qualidade em geral das empresas, para reduzir desperdícios; Desenvolver parcerias com as empresas do segundo elo da cadeia produtiva para o desenvolvimento de novas composições químicas das resinas. 167 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC 3.5 Seção 5 – Encaminhamento das Ações Sugeridas A última fase da metodologia é a realização de um Seminário Tecnológico Regional, ocorrido no mês de dezembro de 2004, durante o qual foram apresentados os principais pontos identificados pelo diagnóstico, bem como as sugestões e recomendações. Neste evento, os empresários e representantes de instituições de suporte presentes validaram o quê foi apresentado pela equipe do IEL/SC, solicitando um encaminhamento das ações sugeridas. Para tal, os técnicos da Unidade de Desenvolvimento Regional e Setorial buscaram parceiros que pudessem suprir as deficiências identificadas nas empresas do Segmento Plástico. A tabela exposta a seguir apresenta o projeto sugerido, as ações que serão desenvolvidas e os respectivos responsáveis. Tabela 40 - Projeto, ações e contatos para as recomendações e sugestões Projeto Ações Contato Melhorar o design dos produtos plásticos, por meio de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação; Articular com as entidades participantes do Projeto Design Catarina, a inserção do segmento do Plástico da região da AMREC no referido projeto. Paulo de Tarso Mendes Luna – Coordenador do Centro de Inovação e Design – Projeto Design Catarina www.designcatarina.com.br Estabelecer padrão mínimo de resistência funcional para os produtos fabricados pelo setor; Realizar testes de resistência nos principais produtos do segmento. Antônio Pedro Novaes de Oliveira – CTCMAT / Senai de Criciúma www.ctc.org.br Diversificar as vendas no mercado interno, aproveitando novos nichos de clientes; Elaborar projeto para a realização de pesquisas de mercado para os produtos das empresas, com a aplicação da ferramenta IEL / Pesquisa. Nilson Neves Motta – Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina – IEL / Pesquisa. www.iel-sc.com.br Curso e palestras sobre metodologias de processos associativos; Encaminhar projeto para o Edital conjunto Finep e Sebrae (e outros parceiros) para projetos cooperativos ICT’s (Instituições de Ciência e Tecnologia) e empresas inseridas em APLs. Newton Barata – ADRC (Agência de Desenvolvimento da Região Carbonífera). Desenvolver Central de Compra Conjunta para as pequenas e médias empresas do setor; Elaborar plano de ação para a realização de compra conjunta, utilizando a ferramenta Compre Fácil. José Maurício Coelho – Superintendente do CIESC www.comprefacil.ind.br Desenvolver mecanismos Articular a realização de Newton Barata – ADRC (Agência de 168 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Projeto cooperativos (empresas e instituições de suporte) para capacitação da mãode-obra; Ações capacitações para os colaboradores das empresas com o SENAI, a UNESC e demais parceiros. Contato Desenvolvimento da Região Carbonífera). Aumentar a produtividade e a qualidade em geral das empresas, para reduzir desperdícios. Elaborar plano de ação para a aplicação das metodologias – Produção Mais Limpa e Benchmarking – nas empresas do segmento. Janete Moro – Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina – IEL / Produção Mais Limpa. www.iel-sc.com.br Após a identificação dos projetos citados acima, foi organizada uma reunião na cidade de Criciúma, no dia 17 de março de 2005, para a exposição dos projetos pelos provedores de solução, com o intuito de firmar parcerias entre a Agência de Desenvolvimento da Região Carbonífera (ADRC), empresários do segmento e instituições de suporte. No final da reunião, o Superintendente da ADRC relatou que articulará empresas e provedores de solução, visando o desenvolvimento do Segmento do Plástico. Para ilustrar os projetos apresentados estes serão descritos sucintamente na forma de resumo executivo. 3.5.1 IEL Pesquisa – Pesquisa de Mercado Introdução Elabora e executa projetos de Pesquisa de Mercado e Opinião. Tipos de Pesquisa: Produto: Satisfação e expectativas, Teste de conceito e de produto, Hábitos e atitudes, Imagem de produto e de marca; Preço: Avaliação de preço para produtos/ serviços, Teste de sensibilidade a preços, Avaliação de custo x benefícios; Comunicação: Pré-teste de propaganda, Pós-teste de propaganda, Avaliação de conceitos para campanhas; Distribuição: Satisfação e expectativas dos canais, Avaliação/ aceitação para novos canais; Mercado Alvo: Segmentação psicográfica, Potencial para produtos/ serviços. 169 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Tabela 41 - Tipos de Segmentação de Mercado Tipos Características Gerais Demográfica Idade, sexo, educação, renda, raça, família, altura Geográfica Localização regional, densidade demográfica, cidade e número de habitantes, clima Psicográfica Estilo de vida, personalidade, interesses, valores e atitudes Benefício Benefícios proporcionados pelo produto ou serviço Volume Montante de uso O papel da Pesquisa de Mercado durante o desenvolvimento de produtos Auxiliar a tarefa de desenvolver produtos, servindo como mecanismo de captação das necessidades dos clientes, monitoramento de seus hábitos e atitudes e de avaliação de conceitos, protótipos e produtos. Tabela 42 - Pesquisa de Mercado no gerenciamento do portfólio de produtos Fases Dados Necessários Resultados Obtidos Buscar informações de mercado Histórico de demanda do produto Resultados de demanda futura Taxa de crescimento do mercado Buscar informações sobre concorrentes Número de concorrentes Produtos Faturamento Consumo de cada marca existente Síntese e visualização das informações Tabela 43 - A pesquisa de mercado para identificação de oportunidades Fases Geração e Seleção de Idéias Dados necessários Resultados obtidos Pesquisa qualitativa com consumidores (entrevistas individuais ou grupos focais) Necessidades, hábitos, atitudes, valores e percepções dos consumidores Pesquisa quantitativa com consumidores para avaliação dos atributos dos produtos, preferência ou similaridade entre produtos Mapa de percepção dos produtos Segmentação do mercado Dados dos concorrentes Visualização de estratégias dos concorrentes 170 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Tabela 44 - A pesquisa de mercado para definição e teste de conceito Fases Dados Necessários Resultados obtidos Definição de conceitos Pesquisa da preferência ou intenção de compra com relação a vários conceitos Identificação de atributos que mais afetam a preferência Seleção do melhor conceito Teste de Conceitos Avaliação da percepção dos conceitos Mapa de percepção Pontos fortes e fracos dos conceitos Atividades da Pesquisa de Mercado Definir o problema de pesquisa; Especificar as informações necessárias; Determinar o método para coletar os dados necessários; Tomar decisões sobre população e amostra; Elaborar o instrumento de coleta de dados; Planejar e implementar a coleta de dados; Tabular, analisar e interpretar os resultados; Comunicar as descobertas e suas implicações. Possibilidades de Contratação: 1. Pesquisa Completa 2. Projeto de Pesquisa 3. Análise de Dados 171 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC 3.5.2 PRODUÇÃO + LIMPA Introdução Este documento foi elaborado para fornecer informações adicionais sobre a Produção + Limpa, incluindo seus benefícios, processo de implementação e resultados obtidos, além de depoimentos de executivos de empresas que já passaram pelo processo. O que é a Produção + Limpa? O desenvolvimento da Produção + Limpa significa a aplicação contínua de uma estratégia econômica, ambiental e tecnológica integrada aos processos e produtos, a fim de aumentar a eficiência no uso de matérias primas, água e energia, através da nãogeração, minimização ou reciclagem de resíduos gerados em todos os setores produtivos. O método utilizado é originário da UNIDO (Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Social) e da UNEP (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), e vem sendo aplicado pelo IEL/SC desde 1998, com significativos benefícios ambientais e econômicos para as empresas. Por que adotar a Produção + Limpa? Partindo da premissa que todos os resíduos que a empresa gera custam-lhe dinheiro, já que foram comprados a preço de matéria-prima e consumiram insumos como água e energia, o princípio básico da Produção + Limpas é a redução do desperdício e a diminuição da geração de resíduos durante o processo de produção. Além do que, estes resíduos consomem mais recursos, seja sob a forma de tratamento e armazenamento ou sob a forma de multas pela falta desses cuidados, causando ainda, danos à imagem e à reputação da empresa. Desta forma, a Produção + Limpa ajuda e empresa a repensar a geração de resíduos e a ganhar dinheiro com isso, contribuindo para a economia dos recursos naturais, a melhoria da imagem e o aumento da competitividade. O que a Produção + Limpa pode fazer por uma empresa? As empresas que adotam a Produção + Limpa reduzem significativamente a utilização de matéria-prima, insumos, água e energia, reduzindo assim seus custos de produção e aumentando sua produtividade. A intensa avaliação no processo de produção resultantes do método de Produção + Limpa induz um processo de inovação dentro da empresa. 172 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Os números são o maior indicativo de eficácia da Produção + Limpa nas empresas. Nas 26 empresas que já adotaram o método com a ajuda do IEL/SC, os resultados econômicos anuais superaram em cinco vezes o investimento inicial. Foram identificadas ao todo 225 oportunidades de melhoria, com o objetivo de racionalizar a produção e o uso de matéria-prima e insumos no processo. Para pôr as ações em prática, as empresas investiram R$ 2,2 milhões e obtiveram resultados anuais da ordem de R$11 milhões. Ainda como resultados, o grupo obteve uma economia de 1 milhão de quilowatts anuais em energia elétrica e o consumo de água diminuiu em 230 milhões de litros por ano. A geração de efluentes foi reduzida em 100 milhões de litros por ano e a produção de resíduos perigosos teve uma queda de 50 mil quilos anuais. Os resultados das empresas mostram que a Produção + Limpa, além de gerar lucros para as empresas pela melhor utilização da matéria-prima, água e energia e pela redução ou reciclagem de resíduos gerados no processo produtivo, também facilita a implementação da ISO14001 e alavanca a competitividade da empresa, na medida que reduz os custos de produção. Como funciona a implementação da Produção + Limpa na empresa? O processo de implementação da Produção + Limpa na empresa segue as seguintes etapas: Etapa 1 – Comprometimento da direção da empresa; Etapa 2 – Sensibilização dos funcionários e formação e treinamento do Etapa 3 – Pré-avaliação, elaboração dos fluxogramas e tabelas quantitativas; Etapa 4 – Definição dos indicadores e avaliação dos dados coletados; Etapa 5 – Balanço de Massa e de Energia; Etapa 6 – Análise das informações obtidas e identificação das oportunidades Ecotime; de Produção + Limpa; Etapa 7 – Avaliação técnica ambiental e econômica; Etapa 8 – Implementação e plano de monitoramento e continuidade. 173 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Benefícios Obter ganhos financeiros pela otimização dos processos produtivos através da melhor utilização da matéria-prima, água, energia e da não-geração de resíduos; Aumentar a competitividade através da redução de custos de produção; Utilizar o marketing ambiental para consolidar uma imagem positiva no mercado; Adequar-se à legislação ambiental e colaborar para o bem-estar das comunidades local e global; Reduzir o impacto ambiental pela reciclagem dos efluentes e resíduos; Fornecer subsídios para a formulação de políticas de desenvolvimento industrial, apoiadas na inovação científica e tecnológica. Empresas catarinenses que já adotaram a Produção + Limpa Afonso da Silva – Ind. Com. De Arroz Ltda Alimentos Nardelli Ltd Brametal – Brandão Metalúrgica Ltda Cooperativa Agrícola Mista Juriti Ltda Cooperativa Central Oeste Catarinense – Aurora Cooperativa Regional Agropecuária Vale do Itajaí - Cravil Dalfovo Irmãos e Cia Ltda – Beneficiamento de arroz Metalúrgica Mecril Rudolph Usinados de Precisão Electro Aço Altona Caracol Geologia e Mineração Ltda. - Cerâmica Bosse Papenborg Comércio de Laticínios Ltda.- Laticínios Holandês Marisol S.A Ind do Vestuário Marmoraria Florianópolis Ltda. Megaturbo Retífica de Turbos Ltda. - Turbosul Pesqueira Oceânica Ltda. 174 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Stylo – Indústria, Comércio e Prestação de Serviços em Alumínio Ltda. Fares Engenharia DVA Automóveis Cooperativa Agrícola de Jacinto Machado – COOPERJA Cooperativa Agrícola de Turvo – COOPERSULCA Cerâmica CEUSA Metalúrgica Riosulense H.Effting – Grupo Moldurarte Eliane Revestimentos Cerâmicos Cerâmica Portinari Depoimentos de algumas empresas “Os benefícios ambientais e econômicos alcançados pela implantação desta metodologia superaram nossas expectativas. Vale ressaltar também que o trabalho de Produção + Limpa foi de suma importância, pois permitirá que a Eliane consolide a imagem na sociedade de empresa preocupada com a melhoria ambiental”. Leandro Medeiros – Diretor Industrial – Eliane Revestimentos Cerâmicos “A Metalúrgica Riosulense decidiu implantar, em 2002, a metodologia de Produção + Limpa do Instituto Euvaldo Lodi, procurando melhorar a qualidade ambiental da empresa, através da redução do desperdício de matérias-primas, água e energia. O ponto mais importante a ser destacado no trabalho foi que, produzir de forma mais limpa, ajudou a Riosulense a contribuir para a melhora do meio ambiente e, conseqüentemente, da relação da empresa com a sociedade.” João Stramosk – Diretor Presidente – Metalúrgica Riosulense “As empresas Moldurarte, preocupadas com a melhoria ambiental em seus processos produtivos e também com a qualidade de vida da comunidade, identificaram a metodologia de Produção + Limpa, do Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina, como uma oportunidade para atender a estes anseios em uma de suas unidades, a indústria de molduras H.Effting. Os resultados foram custos menores para a empresa e benefícios ambientais para a comunidade. No âmbito interno da empresa, além do retorno econômico, os maiores benefícios observados referem-se à mudança na cultura 175 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC organizacional e ao desenvolvimento de uma consciência ambiental entre os funcionários.” Gilberto Zanetti – Diretor Presidente – H.Effting 3.5.3 Compre Fácil Comprefacil.ind.br é uma ferramenta digital disponível na Internet, baseada na integração comercial entre empresas compradoras e empresas fornecedoras na aquisição de insumos e serviços, diminuindo a distância entre as empresas surgem vantagens para todos os lados. É através dessa ferramenta que empresários poderão otimizar negócios, ganhar maior agilidade em processos internos e proporcionar maior organização das informações. O Comprefacil.ind.br foi criado com o intuito de fomentar negócios promovendo redução de custos. Tem como objetivo potencializar o setor de compras das empresas e promover junto aos fornecedores uma significativa ampliação em sua atuação no mercado reduzindo também o custo operacional de vendas. A iniciativa do Portal é do CIESC (Centro das Indústrias do Estado de Santa Catarina) em parceria com a Outplan.com. Modalidades de Participação Compra Essa solução é ideal para comprar qualquer produto. Escolha o item desejado, defina a forma de pagamento, prazo de entrega, quantidade e outras características de sua preferência. Após a análise das ofertas comerciais enviadas, o Portal indica o melhor negócio e basta você autorizar a ordem de compra, tudo em tempo real. Compra Conjunta A solução de Compra Conjunta é voltada para o comprador que não tem urgência em adquirir um produto. Funciona como uma compra programada, ou seja, é estabelecida uma data para a aquisição dos itens e os interessados inserem os pedidos. Com o grande volume de pedidos, o Portal ganhará poder para negociar, conseguindo assim preços mais competitivos. 176 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Leilão Reverso O Leilão Reverso facilita seu poder de negociação. Sua empresa informa o produto que deseja adquirir e o valor máximo a pagar. No decorrer do processo, os fornecedores apresentam os lances sempre abaixo da proposta inicial. Vence quem oferecer a melhor proposta, incluindo preços, condições de pagamento e prazos de entrega. Oferta Se sua empresa tem uma oferta especial, esse é o melhor espaço para divulgá-la. Através de um contrato de divulgação de oferta, todos os fornecedores podem publicar os melhores preços dos seus produtos e serviços em geral. 3.5.4 Projeto Design Catarina Objetivos Disseminar a cultura do design, divulgar a competência estadual na área, estimular o desenvolvimento de um sistema de pesquisas relacionadas ao design, análise e difusão de tendências, promover a capacitação e o aperfeiçoamento de recursos humanos, integrar diversas entidades que promovem o design, estimular programas regionais e setoriais, bem como a oferta e demanda de serviço no Estado. Missão Disseminar a cultura do design, valorizar o "Design Catarina", estimular e articular o estabelecimento de uma rede de relações, parcerias e informações, criar uma sinergia entre seus participantes, contribuir para a "excelência em design" e aumentar a competitividade e capacidade de inovação em diversos setores e ramos de atividade da economia catarinense, de forma a contribuir para o desenvolvimento econômico e social sustentável. Visão Até 2007 consolidar a Rede Catarinense de Design como uma referência nacional, fundamentada nos princípios da cooperação e participação, reconhecida pelo seu contínuo e sólido crescimento e capacidade de responder com efetividade aos desafios propostos pela sociedade catarinense, em especial pelo setor produtivo. Área de Atuação Articulação institucional, informação, capacitação e serviços relacionados à área de design para diversos setores e ramos de atividade da economia catarinense. 177 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Participantes Serviço de Apoio as Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina - SEBRAE/SC Função na Rede: Entidade de Fomento Programa SEBRAE Design: Luciana Sayuri Oda - Consultora Home Page: www.sebrae-sc.com.br Email: [email protected] Fone: (48) 221 0876 Endereço: Av. Rio Branco, 611, Centro 88015-203, Florianópolis – SC Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina - IEL/SC Função na Rede: Coordenação do Centro de Inovação e Design Coordenador do Centro: Paulo de Tarso Mendes Luna Home Page: www.designcatarina.com.br Email: [email protected] Fone: (48) 334 9857 Endereço: Rodovia Sc 401, Km 01, Parque Tec Alfa, Bairro João Paulo 88030-000, Florianópolis – SC Fundação Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI Função na Rede: Gerir o Núcleo de Inovação e Design - Cadeia Têxtil Coordenadora do Núcleo: Bianka Cappucci Frisoni Home Page: www.univali.br Email: [email protected] Fone: (47) 261-1235 Endereço: Rua Uruguai, 458, Centro 88302-202, Balneário Camboriú – SC Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC Função na Rede: Gerir o Núcleo de Inovação e Design - Embalagem Coordenador do Núcleo: Luiz Cláudio Mazolla Vieira 178 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Home Page: http://www.unoesc.com.br Email: [email protected] Fone: (49) 441-7000 Endereço: Rua Dirceu Giordani, 696, Bairro Jardim Tarumã, 89820-000, Xanxerê - SC Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC Fundação de Arte e Tecnologia - FUNDARTEC Função na Rede: Gerir o Núcleo de Inovação e Design - Artesanato Coordenadora do Núcleo: Silvana Bernardes Rosa Home Page: www.udesc.br Email: [email protected] Fone: (48) 231-1637 Endereço: Av. Madre Benvenuta, 1907, Bairro Itacorubi 88035-001, Florianópolis - SC Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC Fundação de Ensino e Engenharia de Santa Catarina - FEESC Função na Rede: Gerir o Núcleo de Inovação e Design - Cerâmica Coordenadora do Núcleo: Orestes Alarcon Home Page: www.ufsc.br Email: [email protected] Fone: (48) 331-7605 Endereço: Campus Universitário, CP 5040, Trindade 88040-900, Florianópolis – SC Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI-DR/SC Função na Rede: Gerir o Núcleo de Inovação e Design - Moveleiro Coordenadora do Núcleo: José Luiz de Oliveira Email: [email protected] Fone: (47) 631-1600 Endereço: Centro de Tecnologia do Mobiliário de São Bento do Sul. Rua Hans Dieter Schmidt, 879, Bairro Centenário, 89290-000, São Bento do Sul - SC 179 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC 3.6 Bibliografia CASAROTTO FLHO, N. PIRES, L. H. Redes de pequenas e médias empresas e Desenvolvimento Local – Estratégia para conquista da competitividade Global com base na experiência Italiana. São Paulo: Atlas, 1999. FERRAZ, João Carlos. Made in Brazil: desafios competitivos para indústria. Tradução, João Carlos Ferraz, David Kupfer, Lia Haguenauer. Rio de Janeiro: Campus, 1997. Fundação Economia de Campinas – Fecamp. Estudo da Competitividade da Indústria Brasileira: Plásticos. Coordenador do Estudo: Coutinho, Luciano G. Campinas, 2002. MAZO, Evandro Minuce. Benchstar – Metodologia de Benchmarking para Análise da Gestão da Produção nas Micro e Pequenas Empresas, 2003. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, UFSC, Florianópolis. __________, Metodologia Radargest, Manual Operacional, Florianópolis, IEL/FIESC, 2001. __________, Metodologia MADE IN BRAZIL, Manual Operacional, Florianópolis, IEL/FIESC, 2001. PORTER, M.E. Competitive Strategy. New York: The Free Press, 1980. PORTER, M.E. The competitive advantage of nations. New York: The Free Press, 1990. 180 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC 3.7 Anexos Questionário Utilizado Perfil Empresarial Nome da Empresa _______________________________________________________ Marca da Empresa _______________________________________________________ Endereço ______________________________________________________________ Nome dos Sócios ________________________________________________________ Data de Fundação _______________________________________________________ Telefone _______________________________ e-mail _________________________________ Número de Funcionários __________________________________________________ Número de Familiares que trabalham na empresa ______________________________ Data da Entrevista _______________________________________________________ Matéria-Prima Quais as principais matérias-primas que a empresa utiliza? ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________ Procedência da matéria-prima: ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________ Para a finalidade de uso na empresa, a matéria-prima adquirida é considerada: de boa qualidade de qualidade aceitável de qualidade ruim Quais os principais defeitos das matérias-primas? ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________ Qualidade das matérias-primas Qualidade dos insumos é aplicada como atributo de produtos que satisfazem a quem se destinam (cliente). O termo qualidade se refere aos produtos que estejam em condições perfeitas de uso e no momento necessário. Por isso, o termo qualidade, além de características do próprio produto, também avalia a questão de confiabilidade, ou seja, a quantidade e o prazo de entrega devem estar em conformidade com condições pré-definidas. 181 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Qualidade das matériasprimas As matérias-primas chegam a sua empresa em más condições. As matérias-primas chegam a sua empresa em condições regulares. Índice de aceitação menor que 70%. Índice de aceitação em torno de 90%. Índice de aceitação maior que 95%. Os critérios de aceitação previamente definidos são sempre cumpridos. O índice é medido e avaliado. Tecnologia – Máquinas Organização no chão de fábrica Qual é a disposição física do equipamento? A empresa deve necessariamente avaliar a movimentação de materiais com objetivo de definir um fluxo mais racional e econômico da produção e de circulação de objetos e pessoas, minimizando o transporte entre os postos de trabalho. Neste indicador são avaliados os itens: lay-out, 5´s, ergonomia. Organização no chão de fábrica Materiais e equipamentos organizados de maneira descontínua; excesso de movimentação depara postos de trabalho; materiais obsoletos na fábrica Materiais organizados e identificados. Uma pessoa é responsável pela limpeza. Equipamentos dispostos de forma lógica de acordo com fluxo dos produtos. Empresa limpa; automantida; sempre “pronta para inspeção”. A disposição das máquinas e equipamentos permite flexibilidade na produção Por quê?___________________________________________________________ __________________________________________________________________ Mecanização Introdução de processo mecânicos de produção guiados por sistemas eletrônicos e nos quais a participação do homem é mínima. O objetivo é a substituição da mão-de-obra por equipamentos/máquinas com propósito de aumentar a produtividade da empresa e melhorar a performance da qualidade no processo. A automação ou automatização do controle dos processos produtivos é importante para um monitoramento mais eficaz das etapas de produção. Automação Alguma mecanização, intenso trabalho manual Automação em algumas etapas do processo; computadores são utilizados para o controle e planejamento da produção Automação integrando etapas do processo produtivo. Computadores conectados às máquinas gerenciam a qualidade dos produtos. Computadores utilizados para facilitar o desenvolvimento de produtos e prever falhas Idade média dos equipamentos = Em média, quantos anos têm os equipamentos da empresa? ______________________________________ 182 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Há necessidade de investimento em equipamentos? Estimativa de valor. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________ Sistema de informação É uma forma sistemática de coleta, avaliação de dados e de geração de informações sobre a gestão da empresa. Os sistemas de informação, preferencialmente, podem ser geridos automaticamente por software adequados, ou através de fichas de acompanhamento. A gestão de um sistema de informação deve proporcionar informações que serão utilizadas no gerenciamento dos principais processos e metas da empresa. A informação deve estar sempre disponível e ser confiável. Sistemas Informação de O tratamento da informação é manual e não sistematizado. O tratamento da informação é sistematizado e eletrônico. Existem algumas funções integradas, porem se restringindo a controles operacionais. O sistema de informação é eletrônico e amplamente utilizado. A comunicação é integrada em toda empresa, com os clientes e fornecedores. O sistema de produção permite otimizar a utilização de recursos, seqüenciar e rastrear a produção. Como?_____________________________________________________________ _______________________________________________________________ Manutenção A empresa deve criar medidas práticas para permitir aos funcionários realizarem tarefas de manutenção de rotina, sem recorrer a pessoal especializado. A manutenção deve ser planejada para evitar paradas inesperadas. Na manutenção preventiva as causas de parada dos equipamentos devem ser registradas e mecanismos devem ser criados para reduzir o tempo perdido no trabalho de manutenção. A ênfase deve ser para a situação real, não para intenções ou procedimentos escritos. Manutenção de equipamentos Manutenção corretiva (equipamentos são concertados quando apresentam problemas) As paradas para manutenção são realizadas em períodos planejados Há um programa de manutenção preventiva que é cumprido e cada operário participa nas operações básicas de manutenção Como?_____________________________________________________________ __________________________________________________________________ Capacitação da mão-de-obra Treinamento e Educação É a capacitação e o desenvolvimento das habilidades dos empregados. A capacitação da mão-deobra é algo importante e necessário, na era da gestão do conhecimento, onde a participação do funcionário deve ocorrer de forma participativa e pró-ativa, o maior diferencial competitivo de qualquer empresa é a capacitação de seus recursos humanos. Existe algum planejamento de treinamento para os empregados? A pontuação dependerá do tipo, importância e abrangência dos 183 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC programas de treinamento e educação através de toda a organização. Nas decisões de treinamento, em que medida a empresa compara os conhecimentos e habilidades de seus empregados com aqueles que precisariam possuir para desempenhar bem suas tarefas. Treinamento educação e Não há planejamento. É realizado somente quando há oferta de cursos. Algum treinamento e qualificação para todos, realizados de acordo com planejamento, subsidiados parcialmente pela empresa. Mais de 60 horas de treinamento por funcionário por ano, com forte ênfase em qualidade. O número de horas vem crescendo nos últimos anos. É feito um acompanhamento dos resultados após os treinamentos. Qual é o nível médio de escolaridade dos empregados? __________________________________________________________________________ Há falta de algum tipo de profissional específico para as empresas? ______________________________________________________________________________ ________________________________________________ Há falta de algum tipo de treinamento para os empresários? ______________________________________________________________________________ ________________________________________________ Design – Desenvolvimento de produtos – Inovação Investimento em P&D Refere-se aos recursos destinados às atividades de Pesquisa & Desenvolvimento. De que forma a empresa investe em pesquisa (tendências do setor, tecnologia de produto e processo) e em desenvolvimento (novos produtos ou aperfeiçoamento dos atuais)? Este processo é formalizado e previsto no orçamento ou somente atividades críticas são atacadas? Investimentos em pesquisa & desenvolvimen to Não há um orçamento planejado para P&D. Planejamento limitado e eventual dos recursos, que são reservados para atividades críticas. Há planejamento dos investimentos em P&D, com percentuais prédefinidos dos recursos. Indique o percentual do faturamento líquido: ______________________________ Desenvolvimento de produtos São as etapas do desenvolvimento de uma idéia ou amostra em produto. Interação entre pessoas, formação de grupos de trabalho é uma forma de transformar conhecimento individual, informal, experiência individuais em conhecimento organizacional. Quem participa no desenvolvimento de novos produtos? Como diferentes áreas da empresa participam dos processos? Até que ponto existe trabalho em equipe, em vez de somente consultas? 184 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Responsabilidade exclusiva de um grupo ou de uma única pessoa. Falta de integração entre as etapas de desenvolvimento de produtos e produção. Desenv. de de produtos Baseado em grupos de trabalho, com participação da área de produção. Novos produtos lançados freqüentemente, orientados pela política de marketing e/ou necessidades dos clientes. O desenvolvimento de novos produto é feito com a participação de clientes e fornecedores. Como?_____________________________________________________________ __________________________________________________________________ Quais são as fontes de informação da empresa? ______________________________________________________________________________ ________________________________________________ Introdução de novos produtos Este índice avalia o grau de inovatividade da empresa. Mede o número de novos produtos lançados, as características diferenciais e o valor agregado adicionado. Introdução de novos produtos (últimos 2 anos) Nos últimos 2 anos sua empresa tem conservado os mesmos produtos; segue tendência da concorrência. Colocou no mercado dois ou mais produtos, alguns com características diferenciais em relação aos produtos concorrentes. A empresa tem estabelecido tendências no setor; tem introduzido mudanças radicais na(s) linha(s) de produto(s), nos processos industriais e serviços aos clientes. Por quê?___________________________________________________________ __________________________________________________________________ Estratégia de Tecnologia Este indicador avalia a estratégia da empresa com relação à tecnologia dos seus produtos. De que forma a empresa investe em tecnologia? É uma estratégia pró-ativa, com políticas bem definidas de pesquisa e investimentos, ou a empresa assume uma posição de reação, procurando resolver problemas ou limitações tecnológicas atuais? Estratégia tecnologia de As necessidades de novas tecnologias são orientadas por necessidades funcionais atuais. Há limitações e problemas devido à limitações tecnológicas. Análise das necessidades de novas tecnologias a cada novo projeto, com processos sistemáticos para sua obtenção. Possui uma política explícita de investimento em novas tecnologias, com monitoramento do nível tecnológico da concorrência. Por quê?__________________________________________________________ __________________________________________________________________ 185 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Estratégia, Estrutura e Rivalidade das Empresas É o contexto no qual as empresas são criadas, organizadas e dirigidas, bem como a natureza da rivalidade interna. Conhecimento da Concorrência Avalia de que forma a empresa observa seus concorrentes. Uma análise sistemática da concorrência mostra-se importante para toda empresa, uma vez que comparações de preço, qualidade, garantias, estratégias de promoção, desempenho de produtos entre empresas concorrentes são realizadas a todo momento pelos clientes. A empresa deve conhecer a concorrência melhor do que seus clientes, pois dessa forma pode enfatizar seus próprios pontos fortes e os pontos fracos dos concorrentes nas negociações. Conhecimento da concorrência Os concorrentes não são conhecidos nem pesquisados. A empresa estuda e pesquisa apenas o preço e as campanhas publicitárias dos concorrentes. A empresa conhece seus concorrentes. Há um registro atualizado dos seus dados (preço, garantias, qualidade) que são analisados e utilizados para melhorias. Vendedores treinados a enfatizar os pontos fracos da concorrência. Como?_____________________________________________________________ __________________________________________________________________ Estruturação dos Canais de venda Canais de venda são o conjunto de organizações interdependentes envolvidas no processo de tornar o produto ou serviço disponível para consumo. Diversas configurações de canais de venda podem ser estruturadas conforme a necessidade dos clientes quanto ao tamanho do lote, tempo de espera, conveniência espacial, variedade de produtos desejada e retaguarda de serviços. Quanto melhor o planejamento do canal, maior será a eficiência dos recursos investidos em marketing para todos os envolvidos. Estruturação dos canais de venda Formado em decorrência do processo de vendas da empresa. Enfoque somente na diminuição dos custos de distribuição. Não é considerado estratégico. Focado no atendimento a quantidade, variedade, suporte, deslocamento e tempo de espera desejados pelos consumidores. Canais adotam critérios de atuação próprios. A administração do canal possui caráter estratégico. A estruturação do canal agrega valor adicional aos produtos e serviços, e sua integração promove sinergia nos esforços de marketing Por quê?___________________________________________________________ __________________________________________________________________ Planejamento de Marketing O planejamento de marketing é o processo de transformar as estratégias de marketing em programas através da tomada de decisões básicas quanto aos investimentos e mix de marketing 186 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC nas quatro áreas: produto, preço, praça e promoção. Um bom planejamento de marketing maximiza as chances de sucesso da campanha de marketing da organização. Planejamento de Marketing Não existe um planejamento de marketing formal. Decisões são tomadas com base na percepção e experiência do gestor. Existe um planejamento formal que se restringe aos programas de promoção. Existe um programa formal, que orientado pelas metas da empresa, define uma estratégia com orçamento de gastos, composto de marketing(produto, praça, preço e promoção), programa de ação e resultados esperados. O ambiente empresarial no qual a empresa opera tem mudado significativamente ao longo dos últimos anos? ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________ Grau de Cooperação Atual: 1 – Péssimo 2 – Ruim 3 – Regular 4 – Bom 5 – Ótimo Aquisição de MP Treinamento Desenvolvimento Tecnológico Vendas em conjunto Exportação em conjunto Publicidade Participação em feiras e missões empresariais 187 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Qual a principal dificuldade para melhorar a cooperação entre a sua empresa e as demais do mesmo setor da região? Falta de articulador que fomente a cooperação Desconfiança entre empresas Disputa pelos mesmos mercados Não reconhecer c/ forma aumento da competitividade do Outra: Condições dos Fatores São os insumos necessários para competir em qualquer indústria como terra cultivável, trabalho, recursos naturais, capital e infra-estrutura. Os fatores são dotados de: 1) Recursos Humanos - implica na capacidade, quantidade e custo da mão-de-obra, considerando-se a carga horária semanal e a ética de trabalho. 2) Recursos Físicos - o posicionamento geográfico é extremamente importante para esta análise, considera-se a qualidade, acesso, abundância e custo de itens como terra, água, minérios, fontes de energia etc. 3) Recursos de Conhecimento - relaciona-se diretamente à capacidade intelectual disponível no país. 4) Recursos de Capital - resume-se na capacidade econômica e garantias que o país dispõe para o financiamento de investimentos tecnológicos. 5) Infra-Estrutura - tipo, qualidade e valor de uso da infra-estrutura disponível que afeta a competição, inclusive os sistemas de transportes, os sistemas de telecomunicações, pagamentos ou transferências de fundos, assistência médica etc. Como considera o relacionamento com as seguintes instituições: 1 – Péssimo 2 – Ruim 3 – Regular 4 – Bom 5 – Ótimo Sebrae SENAI/SENAC Epagri Inst. de tecn./design Sindicato/Fiesc Inst. de Capacitação ACI Governo municipal AMPE Governo estadual Bancos de Desenvolvimento Universidade 188 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Condições de Demanda Ela determina o rumo e o caráter da melhoria e inovação pelas empresas do país. Três atributos gerais da demanda interna são significativos: a composição (natureza das necessidades do comprador), o tamanho e padrão de crescimento e os mecanismos pelos quais a preferência interna é transmitida aos mercados estrangeiros. Para quais regiões a empresa vende seus produtos diretamente? Especifique, em Reais, o quanto é vendido para cada região? No Município Na Região No Estado No País No Exterior Para quais clientes você vende a maior parte de sua produção? Quanto representa sobre o total das vendas? Para o comércio (%) Direto p/ o cliente final (%) Para distribuidores (%) Indústria (%) Outros (%) Estimativa de Demanda A previsão de demanda desempenha um papel essencial uma vez que é utilizada pelos departamentos financeiros para levantar dinheiro para as operações, manufatura, para estabelecer a capacidade e níveis de produção, de compras adquirir materiais e RH contratar pessoas. Se as previsões forem distantes a empresa terá problemas de liquidez, perderá dinheiro com estoques e níveis baixos de produção. Estimativa demanda de A demanda estimada. não é Demanda estimada com base no histórico de vendas. Além do histórico de vendas, a demanda é estimada com base em fontes de informação como contato com canais de vendas e distribuidores, informações sócioeconômicas, entre outras. Como?_____________________________________________________________ __________________________________________________________________ 189 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Pesquisa das Necessidades dos Clientes A pesquisa das necessidades dos clientes consiste numa das práticas mais importantes para a orientação das empresas. O levantamento destas informações é fundamental para diversas áreas da empresa, como desenvolvimento de produtos, distribuição e marketing, todas atendendo às expectativas dos consumidores. A empresa não deve somente reagir às reclamações, mas sim, identificar antes do consumidor os possíveis pontos que não atendem as necessidades e expectativas dos mesmos. Pesquisa das necessidades dos clientes Não são feitas pesquisas sobre as necessidades dos clientes. A empresa baseia-se em informações isoladas de relacionamento com poucos consumidores. Pesquisas esporádicas para conhecer as necessidades e expectativas dos clientes. Existe um canal disponível para reclamação/críticas. Possui uma verba destinada à pesquisa de mercado e as realiza constantemente. Como?_____________________________________________________________ __________________________________________________________________ Variação nas vendas A variação nas vendas é usada como medida ativa do desempenho da empresa, é avaliada mediante razão entre as vendas do período atual e do período anterior. Este indicador é medido com base na variação do volume e valores das vendas dos últimos anos. Variação vendas nas Em declínio Estável Em crescimento Por quê?___________________________________________________________ __________________________________________________________________ Indústrias Correlatas e de Apoio É a presença no país de indústrias que possam abastecer a produção industrial e dar suporte administrativo aos serviços, dentro de uma cadeia de valor. Fornecedores e Subcontratados A maioria das empresas compra alguns itens baseados somente no preço, mas são reconhecidos outros fatores que afetam o sucesso comercial, como por exemplo, o prazo e a flexibilidade na entrega. Um processo de avaliação formal e sistêmico dos fornecedores é importante para garantir e avaliar a confiabilidade do fornecedor. Manter parcerias abertas com fornecedores, baseadas em confiança mútua e trabalhando no melhor interesse de todas as partes é importante para conquistar uma posição competitiva, visto que, fornecedores devem estar ativamente encorajados a contribuir para o desenvolvimento e melhoria do processo e do produto. A empresa participa de programas de qualidade em parceria com os fornecedores? A empresa utiliza política de incentivos com os fornecedores/subcontratados, motivando-os a melhorar a qualidade dos serviços? Quais outros fatores são levados em consideração no momento da compra? 190 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Fornecedores e subcontratados Muitos fornecedores; compra baseada somente no preço. Alguns fornecedores preferenciais. Além do fator preço alguns outros fatores são levados em consideração. Fornecedores cadastrados e avaliados periodicamente. Parcerias com fornecedores no desenvolvimento de novos produtos e na programação da produção. A empresa tem buscado desenvolver parcerias. Como?_____________________________________________________________ __________________________________________________________________ Planejamento Logístico Dada a importância, seja na logística de aquisição ou de distribuição, de questões como quantidade, qualidade, prazo e local, torna-se essencial um planejamento logístico a médio e longo prazo. Muitas vezes a definição incorreta de fornecedores e clientes alvo acaba prejudicando o desempenho da empresa, incorrendo em problemas com a compra e distribuição de materiais/produtos. Um bom planejamento define prioridades e necessidades que devem nortear a logística da empresa. Planejamento logístico Não há planejamento com relação à logística. Imprevistos freqüentes nas compras ou distribuição. Algumas pessoas (chefia) responsáveis pelas decisões referentes à aquisição e distribuição. Elas definem fornecedores e clientes baseados na experiência, contatos, localização. Há um planejamento a médio ou longo prazo onde são definidas as necessidades relacionadas ao material, quantidade e transporte. São definidas as prioridades (qualidade, prazo e preço) e segmentação do mercado. Como?_____________________________________________________________ __________________________________________________________________ Quantos são seus principais fornecedores? (os que representam 80% dos custos / volume de compra)______________________________________ 191 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC Geograficamente, onde se localizam os principais fornecedores? Quanto representa em cada região? M. P. (%) Equipamentos (%) Embalagens (%) Outros Especificar No Munic. Na Região No Estado No País No Exterior 192 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 2005 • ADRC