XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA ZOOTEC 2015
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XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA ZOOTEC 2015
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA ZOOTEC 2015 Dimensões Tecnológicas e Sociais da Zootecnia Fortaleza – CE, 27 a 29 de maio de 2015 Raspa de mandioca residual desidrata na alimentação de frangos de corte sobre a avaliação de carcaça Dehydrated residual cassava the feeding of broiler chickens on carcass evaluation Jayne Rezende Costa1, Fabiana Gomes da Costa2, Sheslei Ribeiro Pereira2, Kleber Pelicia3, Karla Juliane Silva Moraes2, Wemili Graziele Souza Santana2, Ana Paula da Silva2, Ilda de Souza Santos2, Luiz Juliano Valério Geron3 1 Estudantes de Zootecnia/UNEMAT, Pontes e Lacerda-MT. e-mail: [email protected] Bolsistas de iniciação científica/UNEMAT, Pontes e Lacerda – MT. e-mail: [email protected] 3 Professores do Departamento de Zootecnia - DZO/UNEMAT, MT, Brasil. e-mail: [email protected] 2 Resumo: Avaliou-se a utilização da raspa de mandioca residual desidratada (RMRD) nos níveis de 0%; 10%; 20% e 30% na alimentação de frangos de corte na fase de 1 a 42 dias de idade sobre a avaliação de carcaça (peso ao abate, peso da carcaça quente, rendimento de peito, rendimento da coxa e sobrecoxa, rendimento da asa e sobre asa e rendimento do dorso). Foram utilizados 200 frangos de corte da raça Cobb com 1 dias de idade, distribuídos em um delineamento inteiramente casualisado (DIC), com 10 aves por boxe e cinco boxe (repetição) por tratamento. Utilizou-se o programa de luz (natural e artificial) por 24 horas, as rações foram divididas em duas fases de 1 a 21 dias de idade e de 22 a 42 dias de idade. O abate ocorreu no quadragésimo segundo dia de idade das aves. Os dados das variáveis de avaliação de carcaça foram submetidos a análise de variância no programa SAEG, e as diferenças obtidas foram avaliadas por equação de regresso considerando 5% de significância. A inclusão de 0%; 10%; 20% e 30% do RMRD na alimentação de frangos de corte influenciou (P<0,05) de maneira linear decrescente os valores do peso corporal vivo ao abate, carcaça quente, peito e o dorso das aves. Desta forma, conclui-se que a utilização da raspa de mandioca residual desidratada até o nível de inclusão de 30% reduz o rendimento da carcaça dos frangos de corte com 1 a 42 dias de idade, assim, os produtores deverão utilizar o nível de 10% deste resíduo como fontes alimentar alternativa. Palavras–chave: asa, coxa, peso corporal, rendimento de peito Abstract: We evaluated the use of dehydrated residual cassava (DRCA) at levels of 0%; 10%; 20% and 30% in the feed of broilers in phase 1 to 42 days old on carcass evaluation (slaughter weight, hot carcass weight, breast yield, yield thigh and drumstick, wing income and wing and yield back). We used 200 Cobb breed broiler chickens with one day of age, distributed in a completely randomized design with 10 birds per boxing and five boxing (repetitions) for treatment. We used the program of light (natural and artificial) for 24 hours, the feed was divided into two stages from 1 to 21 days of age and 22 to 42 days. The slaughter occurred in the forty-second day of age of the birds. Data from the carcass evaluation variables were subjected to analysis of variance in SAEG program, and the obtained differences were evaluated by regression equation considering a 5% significance. The addition of 0%; 10%; 20% and 30% of DRCA in feeding broilers influenced (P<0.05) decreasing linearly the values of the living body slaughter weight, hot carcass, chest and the back of the birds. Thus, it is concluded that the use of dehydrated residual cassava to the 30% level of inclusion reduces the carcass yield of broilers from 1 to 42 days, thus producers can use the level 10 % of the residue as an alternative food sources. Keywords: wings, legs, body weight, breast yield Introdução A mandioca e seus subprodutos vêm sendo utilizada como uma das fontes alternativa de energia na alimentação de aves, ela representa uma alternativa viável para a alimentação animal, devido a sua versatilidade em ser cultivada em vários níveis de tecnologia (Geron et al., 2014). Esse trabalho teve como objetivo avaliar a inclusão de 0%; 10%; 20% e 30% da raspa de mandioca residual desidratada (RMRD) na alimentação de frangos de corte na fase de 1 a 42 dias de idade, sobre avaliação de carcaça (peso vivo ao abate, peso da carcaça quente, rendimento de peito, rendimento da coxa e sobrecoxa, rendimento da asa e sobre asa e rendimento do dorso). Página - 1 - de 3 XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA ZOOTEC 2015 Dimensões Tecnológicas e Sociais da Zootecnia Fortaleza – CE, 27 a 29 de maio de 2015 Material e Métodos O experimento foi realizado na Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, no Campus Universitário de Pontes e Lacerda no setor de Avicultura e no Laboratório de Análise de Alimentos e Nutrição Animal (LAANA). O delineamento utilizado foi o inteiramente casualisado (DIC) onde foram distribuídos 200 frangos da raça Cobb em 20 baias (boxes) com 10 frangos cada. Os frangos de corte foram alimentados com rações contendo os níveis de 0%; 10% 20% e 30% de inclusão de raspa de mandioca residual desidratada (RMRD). Os alimentos utilizados para balancear as rações experimentais foram a raspa de mandioca residual desidratada, o milho grão moído, o farelo de soja, o óleo de soja e o núcleo vitamínico e o núcleo mineral. Foram confeccionadas quatro rações experimentais contendo níveis de inclusão de 0%; 10%: 20% e 30% de RMRD, para a fase de 1 a 21 dias de idade e de 22 a 42 dias. As rações experimentais para a fase inicial dos frangos de corte (1 a 21 dias de idade) foram balanceadas e apresentam 21,5% de proteína bruta - PB (isoprotéica) e 3,0 Mcal de energia metabolizável – EM e para a fase de final dos frangos de corte de 22 a 42 dias de idade foram confeccionadas para atender 19,0% de proteína bruta e 3,2 Mcal de EM/kg (Rostagno et al., 2006). As aves foram alojadas em boxes de 1,20 x 1,40 m providos de comedouros tubulares e bebedouros pendulares, em galpão de alvenaria com piso de concreto, cama de palha de arroz e telhas de barro. Após os períodos experimentais (fase inicial e final) as amostras de alimentos, sobras foram processadas em moinho de faca utilizando-se peneira de crivos de 1 mm, em seguida foram misturadas em quantidades iguais, com base no peso seco, para formar amostras compostas de sobras por baia tratamento. O teor de matéria seca definitiva das amostras de alimentos e sobras foi determinado com a utilização de estufa a 105 oC, até as amostras atingirem peso constante. O teor de nitrogênio dos alimentos estudados, das sobras e fezes foi obtido pelo método semi-micro-Kjeldahl, usando 6,25 como fator de conversão para PB, a matéria mineral (MM) e matéria orgânica (MO) foi realizada pelo método por incineração em mufla a 600 oC, segundo citações de Silva & Queiroz (2002). A determinação da fibra em detergente neutro (FDN) dos alimentos e sobras foi realizada de acordo com Van Soest et al. (1991). As características estudadas na avaliação de carcaça dos frangos foram o peso absoluto (peso vivo ao abate) e rendimento de carcaça e cortes comercial (peito, coxa e sobrecoxa e sobre asa e dorso). As aves foram abatidas com 42 dias de idade, onde foram avaliadas aleatoriamente três aves por boxe, que apresentaram o peso médio da unidade experimental. As aves selecionadas foram submetidas a jejum de ração de seis horas e identificadas com anilhas numeradas, de forma a identificar a unidade experimental à qual pertenciam. As variáveis estudadas (rendimento de carcaça e cortes nobres de frango de corte) foram submetidas à análise de variância por intermédio do software “Sistema para Análises Estatísticas e Genéticas - SAEG” – (UFV, 2007), o qual foi considerado valor de “P” de 0,05. Quando verificada significância de efeitos da inclusão dos níveis da raspa de mandioca residual desidrata (RMRD) foi procedida análise de regressão, considerando os efeitos linear e quadrático, sendo a escolha do modelo realizada a partir dos valores de “p” e “r2”. Resultados e Discussão A inclusão de 0%; 10%; 20% e 30% de RMRD na alimentação de frangos de corte alterou (P<0,05) de maneira linear decrescente os valores do peso corporal vivo ao abate, carcaça quente, peito e o dorso (Tabela 1). Este efeito linear decrescente observado com a inclusão da RMRD sobre o rendimento de carcaça e os corte de frangos provavelmente ocorreu devido ao menor (P<0,05) ganho médio diário (GMD) das aves alimentadas com os maiores níveis de RMRD nas rações. Porém, a inclusão de 0%; 10%; 20% e 30% de RMRD na alimentação dos frangos de corte alterou de maneira quadrática (P<0,05) o peso da carcaça em relação ao peso vivo ao abate (Tabela 1). O ponto de máximo o para o peso da carcaça em relação ao peso vivo ao abate foi de 0,53 estimado pela equação quadrática para o nível de 15% de RMRD na ração. Os diferentes níveis de inclusão da RMRD influenciaram de maneira quadrática (P<0,05) o peso do peito e da coxa em relação ao peso da carcaça (Tabela 1), com ponto de mínimo de 0,36 e 0,26 unidades obtidos pelas equações para os níveis de inclusão de 16% e 15% da RMRD nas rações de frango de corte, respectivamente. Página - 2 - de 3 XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA ZOOTEC 2015 Dimensões Tecnológicas e Sociais da Zootecnia Fortaleza – CE, 27 a 29 de maio de 2015 Tabela 1. Valores do peso corporal vivo ao abate, peso da carcaça quente, peso do peito, peso da coxa e sobre coxa, peso da asa e sobre asa, peso do dorso expresso em kg e as relações entre o peso da carcaça em relação ao peso corporal e dos cortes em relação ao peso da carcaça quente de frangos abatidos com 42 dias alimentados com diferentes níveis de raspa de mandioca residual desidratada. Variáveis Níveis de inclusão da raspa de mandioca Equação %CV residual desidratada – RMRD 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 1 Peso corporal vivo ao abate kg 2,22 2,09 2,05 1,92 8,18 2 Peso da carcaça quente kg 1,08 1,07 1,06 0,93 11,50 3 Peso do peito kg 0,42 0,40 0,40 0,36 12,48 Peso da coxa e sobre coxa kg 0,30 0,29 0,28 0,28 Y = 0,29 10,70 4 Peso da asa e sobre asa kg 0,09 0,09 0,09 0,08 11,68 5 Peso do dorso kg 0,25 0,25 0,24 0,21 12,06 6 Peso carcaça/PCV 0,49 0,51 0,52 0,49 6,67 7 Peso do peito/peso da carcaça 0,39 0,37 0,38 0,38 2,67 8 Peso da coxa/peso da carcaça 0,28 0,27 0,27 0,30 7,69 Peso da asa/peso da carcaça 0,08 0,08 0,09 0,09 Y=0,09 6,47 9 Peso do dorso/peso da carcaça 0,23 0,23 0,23 0,22 3,14 1 Y = 2,2093- 0,0094044X (r2 = 28,97%); 2 Y = 1,10587-0,00463312X (r2 = 15,84%); 3 Y = 0,4204830,0017415X (r2 = 14,08%); 4 Y = 9,31355- 0,002962X (r2 = 85,69%); 5 Y = 0,255393- 0,00126237X (19,67%); 6 Y = 0,486535+ 0,00424502X- 0,000142X2 (r2 = 16,25%) 7 Y = 0,384545- 0,00312481X + 0,000094869X2 (r2 = 17,06%); 8 Y = 0,283791- 0,00312481X + 0,000119208X2 (r2 = 27,90%); Fonte: elaboração do autor. Conclusões A inclusão de até 30% de raspa de mandioca residual desidratada na ração de frangos de corte na fase de 1 a 42 dias de idade reduz o rendimento da carcaça (peso vivo ao abate, peso do peito, peso da asa, peso da coxa e peso do dorso). Recomenda-se que os produtores avaliem o custo da aquisição da raspa de mandioca residual desidratada e o valor do peso total de carcaça no momento do abate, para se calcular se economicamente a redução do ganho de peso irá compensar o menor custo de aquisição deste resíduo. Agradecimentos A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT) por ter concedido bolsas de iniciação cientifica aos acadêmicos do Curso de Zootecnia para auxiliarem o desenvolvimento do estudo. Literatura citada GERON, L. J. V. Raspa de mandioca integral desidratada na alimentação de codornas japonesas sobre a produção de ovos e qualidade dos ovos durante a conservação in natura. Archives of Veterinary Science v.19, n.3, p.36-46, 2014. ROSTAGNO, H. S.; ALBINO, L. F. T.; DONZELE, J. L.; GOMES, P. C.; OLIVEIRA, R. F.; LOPES, D. C.; FERREIRA, A. S.; BARRETO, S. L. T. Tabelas brasileiras para aves e suínos: Composição de alimentos e exigências nutricionais. 2ª ed. 186p, 2005. SILVA, D. J.; QUEIROZ. A. C. Análise de alimentos (Métodos químicos e biológicos). 2ªed., Viçosa, 178p 2002. UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA – UFV. Sistema de analises estatísticas – SAEG Versão 9.1. Viçosa. p.150, 2007. VAN SOEST, P. J.; ROBERTSON, J. B.; LEWIS, B. A. Methods for dietary fiber neutral 24 detergent fiber, and no starch polysaccharides in relation to animal nutrition. Journal of Dairy Science, v.74, n.12, p.3583-3597, 1991. Página - 3 - de 3