Underxmag - Revista Mergulho

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Underxmag - Revista Mergulho
UNDERXMAG
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Underwater Expedition Magazine
Janeiro / Fevereiro 2010
02
RAJA AMPAT
Indonésia
Campeonato Brasileiro de Foto Sub
Dema Show 2009
Rebreathers
e muito mais !!!
Portfolio
Eric Cheng
Meio Ambiente: Recifes de coral
Fotografia: Macro
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Dicas de posicionamento de flash
Brothers Islands
Mar vermelho
Brasil: Bonito
Abismo Anhumas, Rio da Prata, Formoso e Sucuri
Kadu Pinheiro
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Numidia - Brothers Islands
UNDERWATER EXPEDITION
Top 10 Novembro / Dezembro de 2009
Flamboyant Cuttlefish
Steve De Neef
Yawn
Soren Egeberg
Spanish Shawl
Vance Taitano
Hypselodoris bullockii
Ross Gudgeon
Female Ribbon Eel.
Daniel Norwood
Top 10 Novembro / Dezembro de 2009
Tiger shark
Albert Kok
Family
Enje Im
Manta Parade at Sangalaki
Kaufik Anril
The Gentle Giant
Soren Egeberg
A Melhor de Novembro / Dezembro de 2009
Great White Shark HDR
Julian Cohen
Editor: Kadu Pinheiro
[email protected]
UNDERXMAG
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Underwater Expedition Magazine
Revisão:
Carolina Fukuda Pinheiro
Sugestões:
[email protected]
55 11 8383-2501
08.
Raja Ampat - Indonésia
22.
Brothers Islands - Mar Vermelho
40.
Meio Ambiente - Recife de Corais
42.
Bonito - Mato Grosso
52.
Greenpeace - Meio Ambiente
web magazine 2010
54.
Eric Cheng - Portfolio
Distribuição Gratuita
Publicação Bimestral
62.
Segurança e primeiros Socorros
64.
Dema Show 2009
66.
Campeonato Brasileiro de foto Sub 2009
73.
Foto Sub - Equipamentos - dicas e técnicas
80.
Mergulho Técnico - Rebreathers
83.
Sea Shepherd - Canal Aberto
85.
Aquaworld - Notícias e Novidades
87.
Chico Scuba - Humor
Publicidade: Alcides Falanghe
[email protected]
Foto de capa:
Marcio Lisa
Colaboradores:
Marcio Lisa - Ivan Cavas - Marcelo Mariozi - Dr. Marcio Monteiro
José Mario Ventura - Eric Cheng - Alcides Falanghe
Luiz Fernando Cassino - Armando de Luca Junior
Marcelo Cardoso Ribeiro
Edição número - 02
Janeiro / Fevereiro 2010
Kadu Pinheiro e Eric Cheng nosso
convidado especial dessa edição
Ano novo, novos desafios, e uma edição recheada de novidades.
Nosso primeiro convidado internacional, Eric Cheng, nos presenteando com seu magnífico portfolio, Marcio Lisa nos brinda com fotos fantásticas de Raja Ampat na Indonésia, Ivan Cavas com uma
matéria sobre o Pantanal nos mostrando como nosso país abriga
cenários inimagináveis, minha contribuição com uma matéria sobre Brothers Islands no Mar Vermelho, um lugar remoto e especial,
cheio de aventura e mistério. São mais de 80 páginas de puro deleite e que ainda trazem a cobertura completa do CB 2009, novas
colunas sobre mergulho técnico com Zé Mario e Primeiros Socorros,
com o Dr. Márcio Monteiro, Alcides Falanghe assumindo o comercial e fazendo a revista entrar de vez no mercado, enfim um time
de feras para trazer a você leitor o que temos de melhor em informação aqui no Brasil e no mundo.
A primeira edição foi um sucesso, com quase 1500 downloads entre
o site e as visualizações no Issuu (banca de revistas virtual), mais de
5000 visitantes no site, quase 100 membros inscritos no nosso grupo
no Flickr com mais de 850 fotos publicadas. As fotos top 10 publicadas no início da revista mostram a qualidade do material submetido por fotógrafos do mundo todo. Nosso grupo no facebook já
conta com mais de 200 integrantes e não para de crescer. Foram
centenas de e-mails de elogios e incentivos à revista, parcerias se
consolidando e despertando o interesse do mercado, enfim uma
prova de que estamos andando na direção certa, e só estamos na
primeira edição...
Agradeço à todos os leitores que mandaram elogios, críticas e sugestões, e que estão acreditando na revista, agradeço também
aos nossos colaboradores que dedicaram tempo e suor para nos
deliciar com essas matérias de tirar o sono !!!
No fechamento da edição tomamos conhecimento da tragédia
acontecida em Ilha Grande, e deixo aqui nossos sentimentos por
aqueles que partiram e nossa solidariedade para aqueles que ficaram.
Kadu Pinheiro
Editor
02
RAJA AMPAT Indonésia
por Marcio Lisa
Raja Ampat for free!
Em 2008, participei de um concurso para a
escolha da foto que iria estampar o tag do
parque marinho de Raja Ampat para o ano
de 2009. Preso ao colete, o tag funciona
como uma “autorização de mergulho” para
os 4.000 mergulhadores que costumam frequentar a região todo ano. A votação do
concurso foi aberta ao público e contando
com a ajuda de amigos do Brasil e do exterior, acabei conquistando o direito de passar
uma semana “for free” nesse paraíso sub. O
concurso foi promovido pela Wetpixel, contou com o apoio da Conservation International e da Coral Reef Aliance. A foto escolhida
foi a silhueta de uma raia-manta, fotografada durante a viagem de 2008 para esse mesmo destino.
Raja Ampat é um arquipélago que compreende mais de 600 ilhas, faz parte da província Indonésia de West Papua e está localizado no extremo leste da Indonésia, a oeste
da ilha de Nova Guiné. O nome Raja Ampat,
ou “Quatro Reis” faz referência às 4 grandes
ilhas do arquipélago: Misool, Salawati, Batanta e Waigeo. No século 15, os “Quatros Reis”
foram 4 rajás que receberam um presente do
então sultão das ilhas Molucas.
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Raja Ampat
Indonesia por Marcio Lisa
Raja Ampat é considerado o local com a maior biodiversidade
marinha do Triângulo de Corais,
região compreendida por Indonésia, Filipinas e Papua Nova
Guiné. Lá são encontradas mais
de 1.200 espécies de peixes, 700
de moluscos e 600 espécies de
corais.
Apenas como referência, todo
o Caribe abriga menos de 70
espécies de corais. Um recorde surpreendente foi registrado
em 2001 pelo ictiólogo e escritor
Gerald Allen: Ele identificou num
único mergulho de uma hora, a
impressionante marca de 283 diferentes espécies de peixe.
Umas das maiores dificuldades
para chegar até esse paraíso é a
distância. Em 2008, pegamos um
vôo até Dubai, de lá partimos
para Singapura e depois para
Manado, na Indonésia.
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Após mais um vôo até Sorong, na Ilha de Papua, foram mais
duas horas de barco até a remota ilha Kri. Ao todo, foram
cerca de 30 horas de vôo, sem considerar as escalas. Outra
opção, que fizemos na viagem de 2009, foi voar até Dubai,
de lá pegar um vôo até Jakarta e depois de uma escala em
Makasar, seguir até Sorong. A duração dos vôos, independente do trajeto, é praticamente a mesma.
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Raja Ampat
Indonésia por Marcio Lisa
O mergulho em Raja Ampat foi em grande parte movido pela paixão do holandês Max Ammer, que se instalou na região
em 1990, e desde então, vem mapeando
e investindo nesse local. Ele construiu e
administra atualmente 2 resorts na região,
o Kri Eco Resort e o Sorido Bay Resort, que
estão estrategicamente localizados na
pequena e paradisíaca ilha Kri. Max irá
inaugurar em 2010, o Antares, um liveaboard de luxo que apesar dos 46 metros
de comprimento, irá acomodar no máximo 18 pessoas em suas 9 confortáveis suítes. O barco contará até com uma câmara hiperbárica para 4 pessoas.
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Raja Ampat
Indonésia por Marcio Lisa
Optamos por ficar instalados no Sorido Bay Resort, que possui uma infra-estrutura superior à do Kri Eco Resort. Apesar de estar numa ilha que não conta com energia
elétrica e água doce, e de estar a 75 km da cidade mais próxima, o resort é bem confortável. São 9 chalés com água quente, tv a cabo, ar condicionado, e até uma
bancada com pia e esguicho de água doce especialmente desenhada para cuidar do seu equipamento de foto ou vídeo. O resort conta com dessalinizadores,
os geradores trabalham 24 horas por dia e são 3 refeições diárias, com opções de entrada, prato principal e sobremesa. Os dois resorts oferecem uma promoção
interessante: Se durante sua estadia, você não conseguir mergulhar com uma raia manta, não é preciso pagar a conta do bar!
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Raja Ampat
Indonésia por Marcio Lisa
A temperatura média da água é de
29 graus e a visibilidade fica na casa
dos 20 metros. São 4 mergulhos por dia
e a maioria dos pontos está localizada
a poucos minutos do resort. As saídas
são de no máximo 6 mergulhadores,
com um guia para cada dupla, o que
garante uma operação de mergulho
bastante tranquila e personalizada.
Nossas saídas foram guiadas por Otto
Awon, gerente de mergulho do Sorido
e um dos guias mais experientes da
região. Otto já acompanhou algumas
das principais estrelas da fotografia e
filmagem submarina na região.
Ao chegar, fomos recebidos por Max
sua equipe no píer do Sorido Bay Resort. Fomos para o quarto descansar
e aproveitamos para arrumar os equipamentos para a “dura” rotina de
mergulhos que nos esperava. Acordamos às 6h00 e após um excelente
café da manhã, partimos com destino
a Cape Mansuar. Caramba, já tinha
esquecido como esse lugar é incrível.
A quantidade de peixes e o colorido
do fundo são impressionantes, algo
impossível de descrever somente com
palavras e fotografias.
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Raja Ampat
Indonésia por Marcio Lisa
O mergulho seguinte foi em Mike’s Point.
Confesso que quando estive lá em 2008,
acabei não curtindo muito o mergulho,
em função de uma forte corrente que
insistia em nos puxar para o fundo. Dessa vez foi diferente: Uma leve correnteza... e que mergulho!!! A corrente suave era suficiente para alinhar um belo
cardume de Ribbon Sweetlips, foto da
capa desta edição. O cardume desses
peixes alinhados é uma das marcas registradas de Raja Ampat.
Após o almoço, partimos para outro
ponto próximo ao resort, Sardines Reef.
Apesar de não ter nenhuma sardinha
perdida por lá, a quantidade de peixes
é tão impressionante, que sem exagero,
fica fácil você perder o contato visual
com seu dupla. São cardumes gigantescos de Unicorns, Surgeons e Fusiliers
Fishes.
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Raja Ampat
Indonésia por Marcio Lisa
Caímos para fazer um mergulho num paredão em frente ao resort que leva
o sugestivo nome de Sorido Wall. Um grande cardume de Bumphead Parrotfishes, dividia a atenção com um Black Tip Shark que patrulhava o recife.
Nos dias subsequentes, caímos em Koh Reef, Chicken Bay, Cape Kri, Sleeping
Barracuda, Lalosi Reef, Mangkur Kodon e no Sorido Jetty, um mergulho despretencioso no pier do resort.
Este último, merece um destaque especial, pois no lusco-fusco, é possivel encontrar o Mandarim fish, um dos peixes mais exóticos e coloridos do recife. Tanto o macho quanto a fêmea, ficam escondidos entre os corais quebrados no
fundo, e no pôr do sol, saem para paquerar. É um momento mágico: o casal
sobe cerca de 20 centímetros dos corais, dá uma rápida namorada e volta
para a segurança dos corais no fundo. Fotografar o romance é uma tarefa
árdua, pois são extremamente tímidos e não gostam de luz. O negócio é deitar no fundo e ficar aguardando o encontro, que apesar de estonteante, dura
apenas alguns segundos. Infelizmente, nesse dia não demos muita sorte...
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Raja Ampat
Indonésia por Marcio Lisa
No dia seguinte partimos para Manta Point, uma estação de limpeza onde é comum o
encontro com essas gigantes que dão nome ao ponto. Ficamos ajoelhados na areia,
esperando a chegada desses viajantes do oceano. Assim que nos posicionamos, chegaram 3 grandes mantas: Duas de ventre negro e uma com o ventre quase que totalmente branco. Elas pareciam não estar muito preocupadas com nossa presença: Chegaram, ficaram por alguns minutos na estação de limpeza e depois desapareceram no
azul. Passado algum tempo, lá estava um novo bicho parado na estação. Era só uma
manta sair que logo chegava outra. E eu que novamente estava com a esperança de
não ter que pagar pela minha conta do bar...
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Raja Ampat
Indonésia por Marcio Lisa
Além da visita das mantas, Raja Ampat é também habitat dos Dugongs, um mamífero herbívoro marinho da
ordem Sirenia, que inclui também o peixe-boi.
O resort conta com um ultraleve anfíbio, feito para facilitar a localização desses animais, e principalmente,
para os hóspedes poderem contemplar toda a beleza
da região. Talvez por estar literalmente do outro lado
do mundo, confesso que não tive coragem de encarar
o vôo, mas para quem tem um mínimo de coragem,
deve ser alucinante!
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Raja Ampat
Indonésia por Marcio Lisa
The Passage
Em nosso penúltimo dia, finalmente partimos rumo
a The Passage, um local que não consegui apagar da memória do ano anterior. Durante o percurso, paramos para conhecer a “Bat-Caverna”,
um local onde dezenas, ou melhor, centenas de
morcegos se acomodam no teto de uma caverna banhada pelas águas do mar.
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Raja Ampat
Indonésia por Marcio Lisa
Explicar o mergulho em The Passage é
muito difícil. É como se fosse um estreito
rio de água salgada cruzando o meio de
uma floresta.
O “rio” possui pouco mais de 1 km de extensão e separa as ilhas de Gam e Waigeo. Aqui, os corais suaves chegam a
aflorar na maré baixa e a proximidade
com a floresta nas margens, cria uma situação bastante inusitada: O verde das
árvores contrasta com o magnífico colorido dos peixes e corais.
Dependendo do ângulo que se fotografa, tem-se a impressão que os
peixes estão literalmente flutuando na floresta. Após uma hora e meia de
mergulho, saí da água com uma sensação indescritível.
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Lembro de ter olhado para meu amigo e companheiro de viagem Álvaro Velloso e dito: “Agora posso ir embora feliz. Devo ter feito as melhores
fotos de toda a minha vida...”.
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Raja Ampat
Indonésia por Marcio Lisa
Apesar de ser um paraíso para quem gosta de mergulhos coloridos com muitos peixes, Raja Ampat é ótimo também
para quem gosta de criaturas, digamos, mais minimalistas. Todos os mergulhos possuem excelentes oportunidades
para o encontro com a micro vida. São quatro diferentes espécies de Pigmy Seahorse, uma infinidade dos mais
curiosos tipos de nudibrânquios, Flat Worms e uma grande diversidade de pequenos peixes e crustáceos.
Nosso mergulho de despedida foi em Mios Kon. A quantidade de diferentes cardumes indo para lá e para cá era
incrível. No meio do mergulho acabei deixando a câmera de lado apenas para contemplar esse verdadeiro espetáculo da natureza. Com o passar do tempo, os peixes acostumados com minha presença, começaram a se
aproximar mais e mais, e de repente, surgiu uma sensação estranha. Por alguns instantes me senti como se fosse
parte desse incrível ecossitema. Nesse momento deu para entender o porquê da assinatura do resort: ”Where all
the fishes live”.
Assista ao vídeo no You tube
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Vai lá:
O pacote de uma semana
com mergulhos ilimitados,
Nitrox, pensão completa e
transfers no Sorido Bay Resort
sai por € 2.170,00. O mesmo
pacote no Kri Eco Resort fica
por € 1.340,00.
www.papua-diving.com
Kri Island
Marcio Lisa
Mais fotos em:
www.marciolisa.com
Torne-se um Instrutor NAUI
www.naui.com.br
Segurança no mergulho através
da educação
NAUI Mercosul
AV. PEDRO BLANCO DA SILVA 681 SALA 03
JARDIM SANTA ADELAIDE
JUNDIAÍ - SP
55 (11) 44930031 / 44971962
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Brothers Islands
Egito por Kadu Pinheiro
Brothers Islands - Red Sea
Uma viagem com cara de expedição...
Hum, jeito de expedição, sabor de expedição, um mergulho como nos velhos tempos, onde alguns destinos hoje atulhados de turistas ainda eram selvagens e pouco acessíveis, aonde a viagem
para se chegar ao point já é uma aventura por si só, hoje vivemos num mundo globalizado onde as distâncias e os limites já são vistos com certo desdém e naturalidade, na verdade o mergulho
sempre foi uma atividade cheia de mistérios e aventuras, descobrir lugares novos ver criaturas que poucas pessoas conhecem, encarar “feras” temíveis como tubarões e grandes animais, hoje
no dia a dia do turismo e das “globalizações” pouco a pouco a aventura pessoal toma um caráter secundário, mas eis que, uma viagem com todos os ingredientes de expedição se materializa
em nossos sonhos, Brothers Islands:
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Brothers Islands
Egito por Kadu Pinheiro
As Brothers estão localizadas à 65 milhas ao sudeste de
Safaga e 32 milhas ao nordeste de El Quesir no meio do
Mar Vermelho. As duas pequenas ilhotas são nomeadas “El
Akhawein’ no Egito, o que significa os Irmãos”.
Estas “ilhas” são dois rochedos expostos como dois pilares
submersos onde apenas o seu topo aflora a superfície, são
os únicos recifes significativos na área, e como tal, funcionam como um ímã para peixes pelágicos e de arrecifes.
Fortes ventos e correntes marítimas dão suporte a uma incrível e diversificada formação coralínea.
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Big Brother, a maior das duas ilhas, está localizada a cerca
de 1 km ao norte de seu irmão menor: Small Brother. Big
Brother é facilmente identificada pelo seu grande farol em
estilo vitoriano, um legado deixado pelos Ingleses.
Imensas paredes forradas de corais e gorgônias se perdem
em um imenso paredão que rodeia toda ilha e despenca
a profundidades muito além das permitidas no mergulho
recreativo. É absolutamente fantástico o crescimento dos
corais que iniciam na superfície e prosseguem em direção
as profundezas.
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Brothers Islands
Egito por Kadu Pinheiro
A vida marinha aqui é mais do que impressionante, e
varia desde os mais ínfimos organismos até os grandes
tubarões como: tresher sharks, grey reef sharks, whitetip reef sharks, hammerhead sharks, oceanic whittip
sharks e silky sharks.
Resumindo um par de rochedos perdidos no meio da
região sul do mar vermelho, local ainda semi-selvagem
e pouco visitado pelas hordas de mergulhadores que
invadem o norte do mar vermelho nos dias de hoje,
um lugar ainda mágico onde a possibilidade de grandes encontros é enorme, onde não existe a prática de
alimentar ou sevar para atrair os animais, tudo é feito
da maneira mais natural possível.
O acesso é limitado, são mais de 7 horas de navegação partindo do porto de Marsa Alam, onde se inicia
nossa viagem, os barcos que operam na região são
grandes iates preparados para o mergulho, que dispõe da mais moderna tecnologia para garantir a segurança e o conforto dos mergulhadores, nosso barco
em especial possuía: 10 cabines com ar condicionado
e controle individual, sendo duas das cabines de casal, com banheiros privativos, um moderno compressor
para recarga de ar comprimido e Nitrox, sistema de localização via satélite GPS, rádio e telefone via satélite,
toda a sorte de radares e sonares, alem de um amplo
deck preparado para equipagem e suporte aos mergulhos, a área social também contava com aparelho
de TV e DVD, mini system e confortáveis mesas e sofás
para as refeições e confraternizações pós-mergulho,
uma verdadeira base de operações cinco estrelas.
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A equipe era muito bem treinada composta de marinheiros, cozinheiros
e dive masters locais, toda a logística da operação é bem estruturada e
planejada, pois os mergulhos nas Brothers não são para iniciantes, cada
mergulho é uma surpresa, grandes profundidades e fortes correntes são
uma constante e todo o cuidado é pouco.
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Brothers Islands
Egito por Kadu Pinheiro
Fizemos um primeiro stop em um ponto chamado Sha´ab Marsa Alam onde pudemos testar e configurar melhor nossos equipamentos
ajustando o lastreamento, praticando a inflagem do deco maker ou sinalizador de superfície, item primordial para nossa segurança visto que todos os mergulhos são feitos em mar
aberto e sujeitos a fortes correntes.
Todos os mergulhos nas Brothers são em drift com apoio de dois zodiacs que se
encarregam de levar os mergulhadores até os pontos de mergulho, enfrentando
fortes ondulações enquanto nosso barco fica ancorado em local mais distante, na
volta dos mergulhos são estes mesmos zodiacs que fazem os resgates das duplas ou
grupos que aparecem dispersos na superfície após as paradas de segurança ao
sabor das correntes, nossos verdadeiros anjos da guarda nas Brothers.
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Brothers Islands
Egito por Kadu Pinheiro
Após esse primeiro mergulho fomos para Elphinstone, nossa primeira parada, um recife localizado a algumas milhas da costa
onde também é possível avistar grandes animais, os mergulhos
também são profundos e sujeitos a fortes correntes, mas o visual é
incrivelmente compensador, confesso que nosso primeiro mergulho em Elphinstone não me animou muito apesar da visibilidade
superar os 50 metros e a abundante vida marinha serem indescritíveis, grandes cardumes e uma infinidade de peixes coloridos
são corriqueiros nos mergulhos nessa região, mas estávamos em
busca de “peixes grandes” e para este primeiro dia de mergulho
eu havia optado por usar um S80 com ar comprimido, e após
atingir quase 50 metros de profundidade e pagar uma deco de
mais de 10 minutos resolvi mudar minha configuração para os
próximos dias.
O barco também dispõe de cilindros de 15 litros e optei por usálos com uma mistura de EAN 28, que julguei mais adequada frente às opções disponíveis no barco, estendendo meus tempos de
fundo e permitindo maior segurança e conforto durante os mergulhos.
Rumamos para um ponto mais abrigado e próximo da costa
onde realizamos nosso mergulho noturno em meio a formações
e pilares repletos de corais e gorgônias em um fundo de areia
branca com profundidade média de 18 a 25 metros, Peixes leão,
bailarinas espanholas, arraias, moréias gigantes e uma infinidade
de outros seres noturnos em plena atividade, 1 hora e 10 minutos
de fundo e a volta para o jantar, naquela mesma noite navegamos em direção as Brothers economizando assim tempo precioso, uma vez que chegaríamos pela manhã em tempo de nosso
primeiro mergulho em Big Brother, onde a grande atração são os
dois naufrágios, o Numidia e o Aida.
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Big Brother é um rochedo que possui 400 metros de comprimento por 90 metros de largura e está rodeado
por um magnífico recife que vai de 5 metros em sua parte mais rasa despencando a estonteantes profundidades. As Correntes podem ser fortes em torno das Brothers, o que dificulta os mergulhos e exige um bom
preparo dos mergulhadores que se aventuram em suas águas, mas isto também apresenta uma grande
vantagem: a certeza de atrair muita vida e seus predadores naturais.
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O mergulho é feito por zodiacs ou diretamente pelo deck do barco dependendo do ponto e das condições de mar, mas via de regra o uso do zodiac na operação é indispensável. Existem apenas alguns lugares para ancorar os barcos o que torna a logística do mergulho mais complexa.
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AIDA
No lado noroeste de Big Brother encontra-se o naufrágio
do AIDA, com 75 metros de comprimento, era um navio
de passageiros que foi usado pelo Exército como navio de
transporte de suprimentos. Durante uma tempestade em
1957 o barco afundou, felizmente todos os 157 passageiros
foram resgatados com vida.
O navio está em pé ao lado de uma íngreme parede repleta de corais moles. O naufrágio começa a 26 metros e
termina a 60 metros de profundidade, existem alguns pontos de penetração e as restrições são de nível médio, uma
abundante vida marinha cerca o lado externo do naufrágio com peixes palhaço em anêmonas, pequenos cardumes passando de fronte ao naufrágio no azul.
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NUMIDIA
À menos de 100 metros ao norte do Aida, existe um
segundo navio naufragado, muito mais antigo e misterioso, chamado Numidia, um navio Inglês de transporte
de carga que levava material para ferrovias e tinha
145 metros de comprimento.
O navio afundou em torno de 1901 e é totalmente coberto por corais moles com uma infinidade de cores, o
primeiro segmento do naufrágio se estende desde os 9
metros até os 50 metros de profundidade, onde o casco foi partido ao meio. A popa do barco e o propulsor
podem ser encontrados a 80 metros de profundidade.
É considerado um dos melhores naufrágios no Mar
Vermelho, a penetração em seu interior é um capitulo
a parte, com equipamento recreativo chegamos na
abertura do 2º porão localizado próximo dos 50 metros
de profundidade junto ao mastro principal que se projeta no azul, ali foi possível adentrar no naufrágio e navegar em direção a superfície explorando seu interior,
são vários decks, com passagens largas e iluminação
natural, para explorações mais profundas e demoradas recomenda-se o uso de equipamentos e configurações técnicas, que podem ser solicitadas com antecedência, o barco possui sistema para montagem de
duplas e o divemaster local está habilitado a conduzir
mergulhos técnicos mais elaborados.
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Numidia 50 metros de profundidade...
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Paredões:
Os mergulhos no outro lado da Big são igualmente maravilhosos, grande parte dos mergulhos se inicia num
perfil multi-nível a quase 45 metros de profundidade na parte externa do recife onde se encontra um platô, e
é na beirada deste platô de fronte ao abismo oceânico que as melhores oportunidades de avistamento de
tubarões e grandes peixes ocorre, o tempo de fundo é limitado devido a enorme profundidade, o resto do
mergulho é feito ao sabor da correnteza do dia, seguindo o paredão e dançando em meio a formações de
gorgônias e corais, um verdadeiro aquário, e de quebra, se preferir e a correnteza permitir, arriscar uma navegação no azul, mantendo a parede no visual e cruzando com enormes napoleões e tubarões galha branca
oceânicos devidamente acompanhados do seu séqüito de peixes pilotos.
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Little Brother:
Little Brother é ao contrário de Big Brother, totalmente
desabitada, possuindo apenas um terço do seu irmão
maior. Não existe nenhuma vegetação e os únicos habitantes são as aves. Little Brother é cercada por paredões íngremes, conduzindo o mergulhador a grandes
profundidades, corais negros, grandes gorgônias e corais moles podem ser vistos por aqui em abundância,
existe um platô em um dos cantos da formação onde
tubarões de diversas espécies podem ser avistados em
rituais de limpeza. O local é denominado cleaning station, e foi palco de alguns dos melhores encontros que
tivemos em Little Brother.
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Marsa Alam:
Na volta, pernoitamos em
Sha´ab Marsa Alam para mais
um mergulho noturno, no dia
seguinte fizemos mais um mergulho em Ephinstone e depois
fizemos nossa última imersão
em Abu Dabbab II e nos despedimos desse incrível mundo
azul, ao todo foram 17 mergulhos em 6 dias de viagem.
Quando o tempo está ruim
com ventos fortes e ondas muito grandes o mergulho nas Brothers pode se limitar a um só dia,
porque as condições de ancoragem tornam-se impossíveis, o
mergulho noturno nas Brothers
é proibido devido a grande atividade de predadores e a forte
correnteza, a noite chegamos
a contar mais de 10 tubarões
ao redor do barco, dificilmente
o numero de mergulhos diários
ultrapassa três, devido aos longos intervalos de superfície necessários em função do perfil
de mergulho.
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Em terra:
Luxor um passeio pelas alturas
Que tal sobrevoar o Vale dos Reis com o
sol nascendo de cima de um balão? Indiana Jones? Loucura, pois foi o que fizemos em nosso intervalo de superfície, a
aventura começou as 05h00 hs da manhã; 2 vans fizeram nosso transporte até
as margens do Nilo, de lá embarcamos
em uma faluja (embarcação típica da
região) e atravessamos o Nilo em direção
ao Vale dos Reis, tendo na outra margem
o prenúncio do alvorecer banhando o
templo de Karnac, uma bela visão para
entrar no clima do que estava por vir, na
outra margem do Nilo outras 2 vans nos
levaram para uma plantação próxima
ao Colosso de Menon, onde o balão e
a equipe de apoio de terra estavam nos
esperando para o embarque.
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Aquele maravilhoso alvorecer com o céu rajado de variados tons de vermelho e laranja contrastando com o verde da plantação que nos enchia os olhos,
após uma rápida explicação dos procedimentos de vôo e aterrissagem nos dirigimos ao cesto de um imenso balão seguro pela equipe de terra, embarque e decolagem, assim tão suave que nem percebemos, a altitude chega rápido e o vislumbrar da paisagem nos deixa atônitos e boquiabertos, de um
lado o deserto com a visão de templos areia e mistério, do outro lado o Nilo banhando plantações com suas tradicionais falujas já em plena atividade,
singrando suas águas turvas, realmente uma paisagem fantástica e quase que impossível de ser descrita em palavras, o vôo durou 1 hora e nos conduziu
a outra margem do Nilo onde pousamos em meio a uma plantação local já bem afastados das margens do Nilo, para onde a equipe de apoio já estava
se dirigindo, ah o pouso..., bom... o pouso, só estando lá para saber o barato do pouso, não deixe de fazer, só o balão já vale a viagem.
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Brothers Islands
Egito por Kadu Pinheiro
Templos de Luxor e Karnac
A visita aos templos de Luxor e Karnac são imperdíveis
também, para completar a jornada uma visita ao Vale
dos Reis, Templo da Rainha Hatshepsut e o Colosso de
Mennon.
Cairo
Já no Cairo não deixe de visitar as Pirâmides e o Museu do Cairo, e quem sabe uma parada para tomar
um tradicional café egípcio no mercado Khan el Khalili,
fumando um narguile. Um programa mais romântico e
não menos divertido é um jantar flutuante singrando as
águas do Nilo ao som de tradicionais shows com dançarinas do ventre e comida típica, são várias as opções,
consulte seu guia local ou a recepção dos hotéis. Outro
programa imperdível no Cairo é o jantar no restaurante
giratório da cobertura do hotel Hayat com vista para
a cidade, e depois você ainda pode badalar no Hard
Rock Café no subsolo do mesmo.
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Documentação:
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Brothers Islands
Egito por Kadu Pinheiro
Passaporte com validade mínima de 06 meses da data de embarque;
Certificado de mergulho avançado e “log book” com no mínimo 50 mergulhos logados;
Certificado internacional de vacina contra Febre Amarela;
Visto: é necessário visto para o Egito, que pode ser emitido no aeroporto do Cairo ao chegar.
Melhor época:
São os meses de verão entre Maio e início de
Novembro, por que a água é mais quente e
as condições climáticas são mais favoráveis
aos mergulhos e a navegação.
Como chegar:
ida: São Paulo / Milão / Cairo / Hugarda
volta: Luxor / Cairo / Milão / São Paulo
voando Alitalia e Egypt Airlines
Assita ao Vídeo no YouTube:
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Brothers Islands
Egito por Kadu Pinheiro
Onde ficar:
Cairo: LE MERIDIEN PYRAMIDS Categoria Superior maravilhosa vista
para as Pirâmides
Luxor: LE MERIDIEN LUXOR Categoria Superior fica localizado nas
margens do Nilo
Milão: LE MERIDIEN GALLIA Categoria 5 estrelas ótima localização
junto a uma estação de metro e trem. Dica: deixe os equipamentos de mergulho em um locker no aeroporto de Malpensa e siga
para Milão apenas com a bagagem de mão de ônibus ou trem.
Quem Leva:
A SQUALLO - Viagem e Turismo oferece diversas opções de expedições para destinos diferenciados e com acompanhamento de um
instrutor brasileiro, possui pacotes especiais para grupos e escolas.
Tel:(55) (11) 5182-3819, email: [email protected]
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skype: squalloviagens
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LIVE ABOARD:
Miss Veena
Construído no ano 2000 em Suez, M/Y Veena foi
renovado completamente em Fevereiro de 2004.
Uma das características principais do Miss Veena é
o poder dos motores que permite uma velocidade
de navegação superior às outras embarcações
do Mar Vermelho.
Acomodação: 20 hóspedes em 10 cabines duplas,
das quais duas com cama de casal, seis com camas separadas, duas com camas tipo beliche, todas com banheiro privativo, ar condicionado com
controles separados e frigobar.
Parte externa: Sun-deck com bar.
Ar condicionado: Todo ambiente é climatizado
Parte interna: Sala de jantar, bar, TV, vídeo, CD,
DVD e carregador de bateria para foto e vídeo.
Numidia
Foto: Massimo Bicciato
Cilindros de 12 litros de alumínio Int/din + cilindros
de 15 litros para uso com nitrox
Compressor: 2 Bauer 200 lt/min - 1 K14 Bauer
Recarga de Nitrox a bordo: um cilindro 7 euros,
pacote com 12 cilindros 80 euros
Barco inflável: 2 zodiac com motor 40 hp
Equiamento de segurança: Kit de oxigênio, kit de
primeiros-socorros, 2 botes salva-vidas
(life-rafts), alarme e extintores de incêndio.
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St. John’s Reef
Daedalus Reef
Brother’s Islands
O melhor barco para os melhores pontos do Egito
Clique nas imagens abaixo para ver mais fotos
Fotos: Massimo Bicciato
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Meio Ambiente
Texto e fotos por Armando de Luca Junior
A IMPORTÂNCIA DA MANUTENÇÃO DOS RECIFES DE CORAL
Um dos mais fascinantes grupos de seres marinhos é o dos Cnidários, cujos representantes
mais conhecidos são as anêmonas-do-mar, corais e águas vivas. Eles são caracterizados
pela presença de tentáculos que contêm células urticantes (provocam queimaduras) utilizadas como meio de defesa e captura de alimentos. As formas mais freqüentes são de
pólipos (geralmente fixos a algum substrato) e de medusas (vivem na coluna d’água).
Grande parte das espécies pertencentes ao grupo forma colônias.
Os corais geralmente chamam mais a atenção dos mergulhadores devido a seus formatos, cores e beleza no cenário submarino e muitas vezes sua importância maior, biologicamente, não é levada tão a sério quanto deveria. Por essa razão, falaremos especificamente deles.
Dentro dos Cnidários, eles fazem parte do grupo dos Antozoários e podem ser encontrados nas águas costeiras de todo o mundo, preferencialmente nos mares tropicais. Várias
espécies têm a capacidade de retirar carbonato de cálcio da água do mar e utilizar
como matéria prima para construir seus esqueletos calcários. Dessa maneira, sob condições ideais, podem ainda ser os responsáveis pela construção dos recifes de coral, verdadeiros aglomerados de vida com grande importância ambiental. Os corais com essa
capacidade recebem o nome de hermatípicos.
Os recifes são classificados conforme sua formação nos seguintes tipos:
1. Franja: crescem junto da costa e paralelos a ela, separando-se ou não por um raso canal. Crescem em direção ao mar e podem até aflorar na superfície. Os mais conhecidos
são encontrados no Mar do Caribe e no Nordeste do Brasil.
Os recifes têm milhares de anos de existência, pois a taxa de crescimento dos corais é extremamente baixa e depende das condições ambientais. Para se ter uma idéia, um coral
incrustante, como o coral cérebro, agrega aproximadamente 1 a 2 cm de carbonato de
cálcio ao ano, enquanto que uma forma ramificada (chifre de veado, por exemplo) chega
a 10 cm por ano nas extremidades.
Agora é só imaginar o tempo gasto pela natureza na formação de um recife que começa
aos 80m de profundidade e praticamente aflora na superfície marinha. Ou até mesmo de
uma pequena colônia de coral cérebro com meio metro de diâmetro, é só fazer as contas.
Fica fácil imaginar o quanto é prejudicial retirar um pedacinho de coral da natureza para
colocar em um aquário ou para ser usado, com muito mau gosto, como enfeite. Obedecendo às necessidades dos organismos para a construção dos recifes, os limites geográficos para sua ocorrência estão aproximadamente entre as latitudes de 32º ao norte e ao sul
da Linha do Equador, onde a média de temperatura da água oscila entre 20º e 30ºC. Além
disso, é importante haver correntes que transportem ativamente nutrientes, salinidade de
cerca de 35%o, águas com boa transparência e um substrato para fixação. O limite de profundidade gira em torno dos 90m, dentro de uma região onde ainda pode haver alguma
penetração de luz.
A luz é necessária, pois os corais possuem uma simbiose com algas conhecidas por zooxantelas, que vivem entre seus tecidos. De uma forma bastante simplificada, podemos afirmar
que as algas produzem matéria orgânica através da fotossíntese que pode ser utilizada
pelo coral e, em contrapartida, recebem abrigo. Uma das grandes preocupações do momento é devida a alterações da temperatura do oceano, fenômeno que pode provocar
a expulsão das algas com conseqüente branqueamento e até a morte dos corais. Isso tem
ocorrido em várias partes do mundo e constitui motivo para acalorar as discussões sobre
aquecimento global e atividades humanas que aceleram esse processo.
2. Barreira: estão associados a placas do fundo oceânico com movimentos de afundamento. Assim, ficam paralelos à costa, porém mais distantes e formam canais mais profundos do que os recifes em franja. A Grande Barreira de Corais australiana é o exemplo
típico.
3. Atóis (ou circulares): ocorrem em mar aberto, especialmente no Oceano Pacífico. Começam como recifes em franja ao redor de ilhas vulcânicas e crescem verticalmente
passando para o tipo em barreira. Por causa de atividades vulcânicas e/ou tectônicas,
a ilha pode submergir formando uma lagoa interna cercada pelo recife. Posteriormente,
ocorrem formações arenosas e chegada de vegetação.
4. Chapeirões: formações típicas do sul da Bahia, na região de Abrolhos. Começam a se
desenvolver a uma profundidade aproximada de 30m e crescem em direção à superfície,
como gigantescos cogumelos.
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Meio Ambiente
Texto e fotos por Armando de Luca Junior
Além do problema do branqueamento, os corais sofrem devastação com atividades humanas. Recifes já foram dinamitados (até
bem recentemente no sul da Bahia) para que a rocha calcária fosse utilizada industrialmente na fabricação de cal e cimento. Blocos
de corais são extraídos para venda para o comércio aquarista.
Redes de arrasto destroem as formações. Lançamentos indevidos
de equipamentos para ancoragem de barcos arrebentam áreas
extensas de corais. Pisoteamento de áreas afloradas por turistas em
áreas onde os recifes ficam mais ao alcance do grande público
trazem sérios prejuízos. E até o mergulhador autônomo, geralmente
um indivíduo mais consciente sobre a importância dos corais e de
sua preservação, pode agir negativamente, seja por um preparo
inadequado na sua instrução e conseqüente falta de habilidade
no controle de flutuabilidade, seja para obter uma imagem interessante e no momento não pensa que está raspando e destruindo
os delicados tecidos do coral, que ficam em sua camada mais
superficial.
Em alguns países os danos causados trouxeram tantos prejuízos
que a atividade humana foi diretamente afetada, pois os peixes,
crustáceos e moluscos utilizados na alimentação rarearam simplesmente pela destruição de seus habitats. Em alguns lugares, para
tentar reverter esse processo, além da conscientização da população, foram implantadas verdadeiras “fazendas” de corais, ou
seja, áreas onde existiam recifes anteriormente, sendo repovoadas
através da recolocação de “mudas” de corais.
A estrutura dos recifes também tem grande importância ambiental por abrigar uma enorme variedade de habitats, comportando
centenas de espécies à procura de abrigo, alimentação e área
adequada para reprodução. A complexidade desse ambiente é
tamanha, que os cientistas chegam a considerar um recife de coral como um todo, como um sistema autotrófico (capaz de produzir seu próprio alimento) que é mantido pela energia radiante (luz
solar) transformada por seus membros fotossintetizantes (as zooxantelas). Ou seja, algo como um grande organismo que funciona
dentro de um equilíbrio delicado, vivendo praticamente por si só,
como se fosse independente do meio externo. Só que para isso
continuar existindo, o homem precisa cada vez mais olhar para
essas estruturas com a atenção que lhes é devida, com respeito e
procurando criar meios para que o convívio não traga conseqüências negativas para esses fantásticos seres marinhos.
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Mato Grosso - Bonito
Brasil por Ivan Cavas Filho
Bonito
A cidade de Bonito hoje desponta como
um dos principais destinos para ecoturismo
no Brasil. Aliando paisagens espetaculares
com fauna e flora exuberantes, atende à
expectativa dos mais diversos perfis de
aventureiros. Localizada no Mato Grosso
do Sul sobre o planalto da Bodoquena é
uma região privilegiada, já que possui inúmeras nascentes de rios, que favorecidos
pela predominância da formação calcária dos seus solos, possuem águas cristalinas e peixes das mais variadas espécies,
jacarés e sucuris. São cenários perfeitos
para a fotografia submarina, bem como
suas cavernas. A maioria dessas cavernas
hoje se encontram fechadas aguardando implementação de plano de manejo
adequado que permita a exploração das
atividades de mergulho. Distante 265 km
da capital, Campo Grande, tem acesso
facilitado por estradas em bom estado.
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Bonito consegue reunir atrações para os mais diferentes
gostos e idades, podendo atender a demanda desde o
turista que busca apenas relaxamento quanto àquele com
sede intensa de aventura. Para quem, como nós, está a um
passo de desenvolver guelras, o local é uma oportunidade
de encontrar um ambiente aquático indescritível. Apesar
dos poucos pontos de mergulho autônomo, as flutuações
são tão interessantes quantos às imersões mais memoráveis de nossas vidas, e com o atrativo de não apresentar
dificuldades mesmo para quem está em contato pela primeira vez com o ambiente aquático, ou seja, se você planeja levar as crianças, esse é o momento para apresentálas à atividade de uma forma segura. A cristalinidade da
água é tão grande que chega a 60 metros de visibilidade
(“medidos na trena” – como gosta de comentar um dos
guias locais).
Além das atividades aquáticas, Bonito possui uma excelente infra-estrutura e enorme gama de atrações turísticas.
Birdwatching, rafting, rapel, arborismo, cavernas (secas),
passeios a cavalo, fazendas normalmente com regime de
day use com diversas atividades; porém o foco dessa matéria será a descrição dos principais pontos de mergulho e
flutuação.
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Mato Grosso - Bonito
Brasil por Ivan Cavas Filho
O Abismo
O Abismo Anhumas, caverna
localizada a 23 km de Bonito,
foi aberto à visitação em 1999,
após realização de pesquisas,
capacitação de pessoal e preparação de infra-estrutura que
oferece total segurança aos
visitantes. No interior de uma
pequena abertura no meio da
mata, está uma aventura inusitada. Um vasto salão completamente ornamentado por formações calcárias que desce 72
metros para o interior da terra.
O acesso é realizado através de
rapel vertical. Como se isso não
bastasse, no seu final nos deparamos com um lago de águas
cristalinas contendo cones com
cerca de 18 metros de altura
em um cenário surreal e único.
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Mato Grosso - Bonito
Brasil por Ivan Cavas Filho
Uma boa dica é fechar o pacote para o
Abismo com antecedência, de preferência bem antes da viagem, já que existe
um limite diário de visitantes e não é comum as vagas estarem esgotadas semanas antes.
A preparação para o passeio se inicia no
dia anterior onde é necessária a realização de treinamento de rapel, única forma
de se ter acesso ao local. No treinamento
já é avaliada a performance do candidato a aventureiro, já que apesar da descida ser bastante tranqüila, a subida pode
ser por muitas vezes extenuante, por isso
os instrutores avaliam o quanto foi assimilado da técnica no dia anterior, podendo
até em alguns casos desaconselhar que
se faça o passeio. Também é dada uma
série de orientações sobre o que vestir e
o que levar, já que o passeio dura várias
horas.
O acesso ao local é feito por uma estrada
de terra batida em boas condições. Normalmente ao se contratar o passeio já é
feito também o acerto para o transporte,
assim como acontece com a maioria das
atividades em Bonito. O caminho de ida,
ao raiar do dia, já oferece um espetáculo.
Muitas aves, com destaque para as emas
que correm em paralelo aos carros e com
sorte (muita) podem ser avistadas até onças.
Na chegada à boca do abismo somos
recepcionados pelos instrutores que conduzirão a operação: o rapel de descida, mergulho e a subida. Pode-se optar
apenas pela flutuação ou pelo mergulho
autônomo. Nesse caso, será necessário
acompanhamento também de instrutor
de mergulho que conduzirá essa parte específica do passeio.
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Mato Grosso - Bonito
Estive pela primeira vez no Abismo
em 2006, tentando uma sessão
frustrada de fotografia, já que o
horário definido para a entrada
não propiciava incidência solar
adequada para o registro fotográfico. Retornei em dezembro
de 2008, em uma expedição mais
elaborada, buscando o momento mágico em que os raios solares
atingem as imponentes formações
calcárias.
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A hora em que o feixe de luz invade a gruta é emocionante. De
cara já se pode observar nitidamente a decoração que a natureza, primorosamente, ornamentou o ambiente. Esse é o horário
ideal para fazer o passeio, converse com a operadora do Abismo
sobre a disponibilidade.
O mergulho é bastante tranquilo,
apesar da temperatura da água
– normalmente próxima aos 18oC
– não agradar alguns. A profundidade máxima em que é feita a
operação é cerca de 18 metros.
O percurso é feito ao redor de
formações únicas em um circuito
demarcado. É possível também
observar-se o esqueleto bastante
preservado de uma preguiça gigante pré-histórica. O percurso da
flutuação é bastante semelhante,
porém realizado pela superfície.
Ao final do mergulho iniciam-se os
procedimentos de subida e a fica
aquela certeza de voltar um dia.
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Mato Grosso - Bonito
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Rio da Prata
O Recanto Ecológico do Rio da Prata fica localizado na cidade de Jardim, a
cerca de 170 km de Bonito, porém faz parte dos pacotes regulares que partem
da cidade. A estância funciona com pacotes de day use, onde pode-se optar
pela flutuação na nascente do rio Olho D’Água, mergulho autônomo no Rio da
Prata, passeios a cavalo e birdwatching. A fazenda tem ampla oferece todos os
recursos necessários para se passar um dia muito agradável.
A flutuação no Olho D’Água é o que há de melhor nesse passeio. A recepção
acontece na sede da fazenda, onde são assinados os termos de responsabilidade e dadas as orientações sobre a flutuação. Todos os equipamentos estão
incluídos na tarifa cobrada, incluindo roupa e bota de neoprene, máscara e
snorkel.
Diferente das demais flutuações, não é exigido o uso de colete flutuador nesse
passeio, dando mais mobilidade para quem já mergulhou antes. Após estarem
equipados os grupos são transportados para a nascente para que o passeio seja
iniciado. Primeiro os grupos circulam a região da nascente propriamente dita,
onde se tem a impressão de estar dentro de um aquário. Piraputangas, dourados
e curimbatás, além dos pequeninos matogrossos, espécie símbolo da região.
Após o contorno da nascente inicia-se a descida em um percurso de cerca de
2 km até o encontro com o Rio da Prata. Com uma boa pitada de sorte, como
tive, é possível o encontro com jacarés. As margens também revelam surpresas:
inúmeras espécies de aves, cotias e macacos podem ser avistadas. Ao final da
flutuação o grupo é recolhido e pode-se optar por continuar a flutuação ou se
fazer o restante do trajeto em um barco com motor elétrico. No final do passeio
é servido um almoço típico na sede e existem várias redes disponíveis para um
merecido descanso.
O mergulho autônomo é feito diretamente no Rio da Prata, no mesmo trecho
que finaliza a flutuação. As paisagens submarinas são bastante inusitadas e é
possível se avistar grandes dourados, os senhores do rio, porém se tiver que optar
entre fazer a flutuação ou o mergulho autônomo, não pense duas vezes: opte
pela flutuação, mas o ideal é conseguir permanecer tempo suficiente na fazenda para se fazer os dois passeios.
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Mato Grosso - Bonito
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Aquário Natural
Localizado a apenas 7 km do centro de
Bonito, o Aquário Natural na verdade é a
nascente do Rio Baía Bonita. O local oferece tanto flutuação quanto o passeio
pela “Trilha dos Animais”, onde é possível
se observar fauna típica da região, incluindo um lago com jacarés. A estrutura do
passeio é muito semelhante ao do Rio da
Prata, onde todo equipamento é fornecido, porém tanto aqui quanto no Rio Sucuri
existe a exigência no uso de colete flutuador. Inicialmente os que não têm experiência em snorkeling podem fazer um rápido
treinamento em piscina. Aqui o acesso ao
ponto de flutuação é feito através de uma
trilha pela mata ciliar, onde é possível se
conhecer a flora nativa.
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O ponto inicial é uma espécie de lagoa, onde se fica por alguns minutos antes da descida
do rio (assim como no Olho D’Água), porém o ambiente é bem distinto do outro passeio
comentado. A predominância de muitas plantas aquáticas e a elevada concentração de
piraputangas faz desse local único. A flutuação segue um percurso de 900 m ao longo do
rio, sempre em companhia de barco de apoio, o que é um aspecto importante para quem
pretende fazer o passeio com crianças.
Brasil por Ivan Cavas Filho
Após a flutuação retorna-se a uma trilha e é feita uma parada em um ponto onde existe
uma tirolesa que é diversão garantida e posteriormente encerra-se com passando-se por
um lago com jacarés e por outros animais mantidos sobre cercado.
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Rio Sucuri
O Rio Sucuri tem um roteiro muito semelhante do
fornecido pelo Aquário Natural. A nascente do rio
localiza-se na fazenda São Geraldo, localizada a
17 km do centro de Bonito. Todos os procedimentos
são iguais para a flutuação, porém a fazenda ainda oferece opções de passeio a cavalo, bicicleta
e quadriciclo.
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Rio Formoso
Localizado bem próximo ao centro, é uma das poucas opções
para mergulho autônomo. Um percurso de curta duração (aproximadamente 300 m), com profundidades entre 6 e 10 m. O visual é
completamente diferente, com troncos de árvores retorcidas caídos dentro do rio e um cardume de piraputangas que acompanha
durante todo o mergulho. Chama a atenção também o contraste
dos peixes feito com a vegetação externa. No final do percurso
existe uma cachoeira que transforma por completo o ambiente e
faz com que a água seja invadida por milhões de pequenas bolhas. Indescritível! O ponto é explorado pela operadora Bonito Scuba, do incansável Alex Porto e é ideal para aquele acompanhante
que quer ter o primeiro contato com o mergulho SCUBA.
Ivan Cavas Filho
Mais fotos em:
http://www.pbase.com/cavas
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Greenpeace
Meio Ambiente
Um mar de encrencas
Desde o grande escape de gás metano
no fundo do mar, há 55 milhões de anos,
os oceanos não experimentavam um processo de acidificação tão veloz como o
que anda acontecendo atualmente.
A conclusão faz parte de um estudo assinado por mais de 100 cientistas europeus,
ligados a 27 instituições de pesquisa marinha do continente, que foi distribuído
nesta quinta-feira em Copenhague pela
União Internacional para a Conservação
da Natureza (IUCN), ligada à ONU.
A aceleração da acidificação é consequência direta da absorção, pelos mares, de
níveis cada vez mais altos de CO2, o que torna os oceanos vítimas do aquecimento
global. Os oceanos absorvem naturalmente o carbono que está na atmosfera. Mas o
aumento do nível de emissões faz com que eles capturem CO2 em quantidades excessivas, contribuindo para a decadência da sua biodiversidade e comprometendo
sua função como sumidouros naturais de carbono. Várias espécies já estão sofrendo os
efeitos do processo. Baleias e golfinhos estão perdendo sua capacidade de navegação. Plânctons, que estão na base da cadeia alimentar marinha, estão sumindo.
O estudo, ‘Ocean acidification – the facts’ (‘Acidificação dos Oceanos, os fatos’) foi
distribuído para todos os participantes das negociações sobre o clima. Ele expõe uma
realidade alarmante. A acidificação dos mares cresceu em 30% desde o início da Revolução Industrial. Mantidos os índices atuais nas emissões de CO2, a acidez dos oceanos pode aumentar em 120% até 2060, colocando em risco uma importante fonte de
alimentos para a humanidade. Para Dan Laffoley, editor-chefe do relatório e um dos
diretores da IUCN, “o processo de acidificação dos oceanos pode ser melhor descrito
como o irmão gêmeo maligno do aquecimento global”.
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Greenpeace
Meio Ambiente
Segundo o jornal britânico “The Guardian”, o relatório aponta que diversas
espécies já estão criticamente em perigo devido a essas alterações. Cita entre outros animais pequenas algas como a Calcidiscus leptoporus, que é um
importante elemento da base na cadeia alimentar marinha. As estruturas de
corais, berços importantes da biodiversidade nos mares, estão morrendo graças ao volume de acidez nos oceanos. Ela também aumenta a propagação
de sons debaixo d’água, atrapalhando a comunicação entre cetáceos e
prejudicando sua capacidade de orientação.
Nadadeira Slingshot
Desenhada para atingir máxima propulsão e
velocidade com o mínimo de esforço.
A única no mundo com 3 ajustes na regulagem
de propulsão.
Os cientistas divulgaram que os mares do Atlântico e do Pacífico Norte – fundamentais na alimentação durante o verão para diversas espécies de baleias
– sofrerão os maiores índices de acidificação. Eles chamam atenção para os
níveis de aragonita, um tipo de carbonato de cálcio essencial para a formação de esqueletos e conchas de diversos organismos e que será reduzido em
todo o mundo. Como águas frias absorvem CO2 com maior velocidade, o
estudo prevê que os níveis de aragonita cairão entre 60% a 80% até 2095 no
Hemisfério Norte.
Regulador Mikron
(Lady)
Alta performance.
Mangueira exível e peso reduzido.
Ideal para viagens.
A única maneira de reverter este processo é pelo caminho já conhecido. “Temos de investir na redução das emissões de gases devem ser agressivas e
imediatas”, diz John Baxter, um dos autores do relatório. O documento esta
sendo distribuindo em todo o mundo para tomadores de decisão e líderes políticos. Sendo a acidificação um evento de fácil identificação e imediatamente mensurável, a idéia é conseguir desarmar os céticos sobre o aquecimento
global e reposicionar o papel dos oceanos no processo de negociação sobre
o clima dando ao tema a devida importância.
O Greenpeace defende 40% de áreas marinhas protegidas em águas internacionais para garantir a biodiversidade e a saúde dos oceanos.
Colete Pro QD i3
SP, MT, MS e Região Sul
www.pgmergulho.com.br
[email protected]
MG, RJ, ES, DF e Nordeste
www.aqualungbrasil.com
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ALCANTARADESIGN.COM
Altíssima qualidade com tecnologia de ponta.
Sistema “i3” de innagem automática:
não possui traquéia.
Fonte: greenpeace.org
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Portfolio
Eric Cheng
Eric Cheng
Americano-taiwanês, Eric Cheng tem 33 anos, é mergulhador desde 1995, e virou fotógrafo submarino em 2001. Além do mergulho, se dedica a música
e pode se considerar um especialista em TI. Já viajou pelos 4 cantos do planeta registrando a vida submarina de forma magistral, é consultor técnico,
fotógrafo e membro ativo da Sea Shepherd, tendo participado da Operação Musashi como tripulante do Steve Irwin durante 2 meses.
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Portfolio
Eric Cheng
Hoje, ele edita o site Wetpixel.com, referência mundial que reúne trabalhos de fotógrafos submarinos
de todo o mundo, Eric também mantém uma publicação quadrimestral chamada Wetpixel Quarterly
e podemos dizer que é um dos melhores fotógrafos sub da atualidade.
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Portfolio
Eric Cheng
Conheci o Eric em uma viagem que fizemos juntos para
ilha Coiba no Panamá no início de 2009, onde tive a
oportunidade de apreciar seu trabalho com calma e
ouvindo seus comentários durante algumas noites, o
cara é fera, domina plenamente várias técnicas e não
tem medo de compartilhar dicas e macetes. Acabei
aprendendo bastante durante a semana em que estivemos juntos.
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Portfolio
Eric Cheng
“A fotografia submarina se resume a conseguir chegar
o mais perto possível do objeto.” (Eric Cheng)
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Portfolio
Eric Cheng
“Eu adoraria tirar fotos no Pantanal algum dia. Vi imagens lindas tiradas lá.”
(Eric Cheng)
“Já fiz viagens com fotógrafos brasileiros e tive experiências maravilhosas com cada um deles.”
(Eric Cheng)
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Portfolio
Underxmag: Quando e como você começou a fazer fotografias submarinas?
Eric Cheng
Eric Cheng: Eu comecei a fazer fotos submarinas em abril de 2001, em minha primeira viagem num live-aboard, o Big Blue Explorer em Palau, eu tinha apenas 20
mergulhos de experiência, e acabei convencendo um amigo meu que havia acabado de fazer o curso básico a me acompanhar nessa viagem, ele tinha apenas 5
mergulhos e encarou mergulhos de correnteza como o Blue Corner, foi realmente emocionante.
Nessa época eu não sabia nada a respeito da indústria e do mercado de fotografia submarina, eu apenas tirei um monte de fotos terríveis e as coloquei no meu web
site, sempre foi da minha natureza compartilhar informações e experiências de forma gratuita, mas eu acabei me viciando, e comecei a fotografar mais e mais, até
que a fotografia subaquática tomou conta da minha vida!
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Portfolio
Eric Cheng
Underxmag: Lugares que visitou ?
Eric Cheng: Nossa! São tantos os lugares na minha lista, bom eu gosto de passar meu tempo no In-
do-pacífico (Indonesia, Papua New Guinea, Solomon Islands), Bahamas (para mergulhos com tubarões) além de ilhas isoladas no Pacífico como Revillagigedos, Galapagos e Cocos, adoro mergulhos
em aguas geladas, mas sou obrigado a confessar que só vesti roupas secas em uns 40 mergulhos.
Underxmag: O que você espera obter com seu trabalho ?
Eric Cheng: Eu acho que já tenho muita sorte em fazer o que gosto, e espero com meu trabalho
tentar criar uma consciência sobre os oceanos e sua importância para o planeta. A maioria das
pessoas que não mergulham pensam nos oceanos como lugares misteriosos, fascinantes e assustadores, e acima de tudo, distantes de sua realidade. Eu tenho o privilégio de ver as coisas que os
oceanos tem a oferecer em primeira mão e poder compartilhar isso com essas pessoas.
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Segurança e Primeiros Socorros
por: Dr. Marcio Paschoal Conzo Monteiro
AÇÕES FRENTE A UM ACIDENTE DE MERGULHO
1.
PARTE I
A detecção do problema é fácil quando ele está bem definido, como o(a) acidentado(a) pedindo por ajuda na superfície. Porém nem sempre é assim que ocorre. Por vezes devemos
suspeitar que o(a) mergulhador(a) já esteja com problemas
antes de culminar num acidente, aliás, o bom resgatador é
aquele que se adianta ao acidente tendo uma visão adequada da situação e agir preventivamente:
Seguindo as regras de segurança dentro do mergulho, a possibilidade da ocorrência de acidentes não é grande, porém eles podem acontecer. E acontecendo
o que fazer? Quais os passos a seguir? Quem devo chamar? Para onde levo o(a)
acidentado(a)?
Já imaginou numa situação real quanto tempo perdido ficando desnorteado, tempo este que pode ser vital para o(a) acidentado(a). Temos observado que mesmo
equipes conceituadas, com pessoal treinado, têm encontrado dificuldades em colocar em prática seu plano de emergência numa situação real de acidente. Para
que isso não ocorra, devemos sempre que possível rever nosso plano de emergência
treinando a equipe ou o(s) companheiro(s) de mergulho em cada procedimento do
mesmo.
Ao escrever para a revista eletrônica underxmag, pensei em escolher um tema específico dentro da medicina subaquática, mas acabei decidindo em iniciar por um
ítem muito importante, que é COMO AGIR FRENTE A ACIDENTES DE MERGULHO, minimizando a ocorrência de lesões sérias aos acidentados assim como promover uma
rápida recuperação com poucas ou nenhuma seqüelas. Nas atualizações periódicas planejo abordar temas específicos da medicina subaquática.
Neste artigo não temos a intenção de esgotar o assunto, posto que faz parte nos cursos de resgate, primeiros socorros em acidentes subaquáticos, divemaster, instrutor,
etc.... A finalidade é tão e somente destacar alguns pontos importantes que devem
ser lembrados quando um mergulhador recreacional encontrar-se envolvido direta
ou indiretamente num acidente de mergulho.
DETECÇÃO DO PROBLEMA
A. Sinais de resgate durante o mergulho autônomo
Respiração rápida (observe as bolhas),
Olhar arregalado, de medo,
Movimentação rápida,
Disparar para a superfície,
Não responder aos sinais convencionais,
Inconsciência
B. Sinais de resgate de mergulhadores na superfície
Esforço extremo para manter-se na superfície, e colete vazio,
Arrancar máscara e/ou equipamento,
Ausência de respostas aos sinais convencionais,
Encher demais o colete,
Mergulhador com a face na água sem respiração
Hot Line: +1-919-684-9111
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Segurança e Primeiros Socorros
por: Dr. Marcio Paschoal Conzo Monteiro
2.
APROXIMAÇÃO DO(A) ACIDENTADO(A)
Durante o mergulho
Mergulhador consciente
Contato físico, pedindo que o(a) mergulhador(a) se acalme, e sinalize que vocês irão iniciar a subida. Inicie a subida, de maneira controlada e segura. Muitas vezes você terá que controlar o colete do(a)
acidentado(a).
Chegando à superfície insufle o colete do(a) acidentado(a) e o(a)
tranquilize.
Se necessário, peça apoio ao suporte de superfície.
Participe: www.lajeviva.org.br
Você pode participar dos projetos do
Instituto Laje Viva de várias formas:
- Através de denúncias;
- Agindo de forma ecologicamente correta;
- Tornando-se um voluntário dos projetos;
- Associando-se ao Laje Viva;
- Cadastrando-se no Grupo Laje Viva;
- Patrocinando projetos do Laje Viva.
Mergulhador inconsciente, no fundo
Aproxime-se do(a) acidentado(a) e confirme se ele(a) está mesmo inconsciente,
Caso positivo, vire-o(a) colocando-o(a) em decúbito dorsal (face voltada para a superfície).
Se o regulador estiver na boca do(a) acidentado(a), não o purgue e o
mantenha no lugar com uma de suas mãos. Se o regulador estiver fora
da boca, não o recoloque.
Retire o cinto de lastro da vítima. CUIDADO PARA NÃO DEIXAR O CINTO
CAIR EM SUAS PERNAS
EQUIPAMENTOS
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Esvazie o colete do(a) acidentado(a) e inicie a subida, deixando suas
vias aéreas abertas. Durante a subida MANTENHA-SE RESPIRANDO, DANDO ÊNFASE NA EXPIRAÇÃO, para não ser um segundo acidentado. (Por
vezes o resgatador está tão ansioso com a situação que poderá não
manter uma respiração adequada ficando exposto à hiperdistensão
pulmonar).
Chegando na superfície, restabeleça as flutuabilidades, insuflando o
colete do(a) acidentado(a) assim como o seu colete, enquanto retira
o seu cinto de lastro.
A seguir retire a máscara do(a) acidentado(a) e a sua. Verifique a respiração da vítima, vendo, ouvindo e sentindo. Se estiver em parada respiratória, utilize uma barreira e proceda a 02 insuflações e peça socorro
para o pessoal de apoio na superfície.
Inicie o deslocamento para a embarcação ou praia, retirando o equipando SCUBA do(a) acidentado(a) e o seu, realizando 02 insuflações
boca a boca a cada 10 segundos, ou 01 insuflação a cada 05 segundos. Não se esqueça da barreira.
Mergulhador(a) na superfície:
Aproxime-se do(a) mergulhador(a) e se estiver inconsciente,
proceda como descrito acima a partir da chegada na superfície, lembrando sempre de restabelecer a flutuabilidade do(a)
mergulhador(a) acidentado(a), retirando seu cinto de lastro e
insuflando seu colete equilibrador.
Caso esteja consciente, tente falar para soltar o cinto de lastro
e insuflar o colete, automaticamente ou oralmente.
Muitas vezes de nada adianta conversar com o(a) acidentado(a),
pois estando em pânico, ele(a) nada vê ou escuta. Leve consigo algum apoio flutuante (bóia, prancha de isopor, colete insuflado, etc...) com um cabo e jogue para o(a) acidentado(a)
com o objetivo de o agarrar e ter onde se apoiar e tranqüilizar.
Caso não tenha o apoio disponível use uma das 02 técnicas
como alternativa:
A – Deixe o(a) acidentado(a) chegar à exaustão e um pouco
antes ou quando perder a consciência, faça a aproximação,
ou;
B – Mergulhe e aproxime por trás do(a) acidentado(a), imobilizando-o(a) e insuflando seu colete, ou mergulhe e tente retirar
o cinto de lastro dele(a). SÓ FAÇA ESTAS MANOBRAS SE ESTIVER
BEM TREINADO COM AS MESMAS, pois a qualquer descuido, o
acidentado poderá segurar o resgatador, colocando mais uma
pessoa em risco de afogamento.
Fim da 1ª. Parte – continua na 2ª. Parte na próxima edição
*Dr Marcio P C Monteiro CRMSP 39333 – Médico urologista, hiperbárico, Course Director NAUI, Instructor Trainer DAN.
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Foto: Cristian Dimitrius
DEMA SHOW 2009
Por Alcides Falanghe
DEMA
SHOW 2009
Texto e Fotos: Alcides
Falanghe
O maior evento mundial do mergulho que ocorre anualmente nos Estados Unidos, que é uma referência para o
mercado mundial de mergulho, neste ano de crise teve seu
espaço reduzido. Entre os empresários e pessoal do mercado que está acostumado com a grandiosidade do evento,
a impressão foi unânime, o Dema encolheu e já não é mais
o mesmo, será a crise batendo forte também no mercado
de mergulho americano ? O número de expositores não foi
muito afetado, mas o espaço ocupado diminuiu drasticamente. Algumas empresas, principalmente fabricantes de
equipamentos, cujos estandes ocupavam ilhas inteiras, se
apresentaram de maneira bastante tímida em relação aos
anos anteriores. É nítido que o pessoal sentiu os efeitos das
reviravoltas do mercado financeiro, e ainda estão meio
sem rumo, diante das diversidades e obstáculos criados
pela contração do mercado, crise para uns oportunidades
para outros.
Foto: Cristian Dimitrius
De qualquer forma, não faltaram novidades que estarão
nas lojas neste ano. Algumas são realmente revolucionárias, como o GPS submarino, os computadores com mapas
dos pontos de mergulho em 3D e o rastreador de dupla. Os
rebreathers estão cada vez mais confiáveis e já dominam
o cenário do mergulho técnico. Já o setor de imagens subaquáticas parece que não sentiu tanto os efeitos da recessão.
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DEMA SHOW 2009
Por Alcides Falanghe
Os principais fabricantes estavam lá firmes e fortes mostrando que o mercado de caixas estanques, iluminação e acessórios para câmeras de foto e
vídeo sub digitais, vem acompanhando o crescimento deste segmento.
O turismo sub continua a dominar o DEMA Show com mais de 60% dos estandes. Órgãos de turismo, dive resorts, live aboards e operadores de mergulho
do mundo todo, vieram em peso vender seus destinos. Haviam corredores
inteiros dedicados as Bahamas, Ilhas Cayman, México, Bonaire, Curaçao,
Austrália e Pacífico Sul. A grande diferença nestes setores é que nunca os
brasileiros foram tão bem recebidos. Há poucos anos, apesar da simpatia
e dos tapinhas nas costas, éramos tratados como “café com leite” e invariavelmente vinha a pergunta: “How many divers are there in Brazil?” ou até
mesmo “Are there divers in Brazil ?” Parece que somos a bola da vez, afinal
nunca os brasileiros viajaram tanto para mergulhar e os americanos tão pouco. Aliás, este ano o número de brasileiros no DEMA com certeza foi recorde.
O ponto de encontro foi o estante da Adventure Travel que ostentava uma
grande bandeira do Brasil.
 A mensagem do presidente do DEMA, Al Hornsby, diz que o mercado de
mergulho mundial está passando por um momento sem paralelo e que os
desafios econômicos como os dos tempos atuais nunca antes foram enfrentados. Acho que está na hora desta turma vir fazer um estágio no Brasil. Sobreviver a crises é com a gente mesmo.
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Campeonato Brasileiro de Foto Sub 2009
Arraial do Cabo por Luiz Fernando Cassino
Categoria Grande Angular
CB 2009
No início do ano 54 pessoas participaram da seletiva digital
para o Campeonato Nacional de 2009.
Essa foi a sétima edição do Grande Prêmio Brasil Proacqua
de Fotosub, criado para ser uma seletiva digital, permitindo
a participação de qualquer brasileiro, de qualquer região do
país. Os melhores colocados nessa seletiva ganham o direito
à federação para participarem do Campeonato Nacional,
tradicionalmente realizado no mês de novembro.
Esse ano, participaram do Júri o atual campeão mundial da
modalidade (Espen Reckdal, Noruega), o tri-campeão mundial Carlos Minguell (Espanha), Rui Guerra (Português, vicecampeão do mundo); Vasco Pinhol (também Português e
jurado da CMAS). Além de grandes nomes da fotografia brasileira, com destaque para Alcides Falangue (medalha de
Bronze para o Brasil no Mundial da Coréia em 1994); Fernando Kuramoto (representante brasileiro em diversos mundiais e
jurado CMAS); Denise Greco (representou o Brasil no Mundial
da Noruega em 1998); Marcelo Mariózi (capitão da equipe
brasileira no Mundial da França em 2002) e Laércio Horta (um
dos mais experientes fotógrafos brasileiros e atual coordenador da Comissão Internacional de Jurados).
Augusto Valente
Luiz Fernando S. P. Cassino
Álvaro Velloso
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Campeonato Brasileiro de Foto Sub 2009
Arraial do Cabo por Luiz Fernando Cassino
Já o Campeonato Brasileiro foi realizado de 17 a 22 de novembro, na cidade de Arraial do Cabo, RJ.
Desde 2003 o Campeonato Nacional
vem sendo realizado anualmente nos
mesmos moldes do Mundial, ou seja,
com todos os competidores reunidos
numa mesma cidade e mergulhando
nos mesmos pontos.
No Grande Prêmio Brasil só valem fotos obtidas em território nacional, para dar condições mais igualitárias a todos na seletiva e
também para incentivar o turismo submarino pelo Brasil. As fotos são enviadas por internet para as seis categorias que compõe
o concurso e os jurados atribuem notas que
variam de 01 a 100, considerando aspectos
técnicos (70%) e subjetivos (30%).
Participaram 20 fotógrafos pré-selecionados (os 15 melhores do Ranking Nacional ao final do ano anterior e mais
05 classificados através da seletiva digital, o Grande Prêmio Brasil Proacqua
de Fotosub 2009).
O Campeão da seletiva desse ano foi Álvaro
Velloso, um baiano que está há vários anos
residindo no Estado do RJ.
As fotos de todos os competidores inscritos
na seletiva 2009 podem ser vistas em:
Categoria Grande Angular com Modelo
Luiz Fernando S. P. Cassino
Augusto Valente
Áthila Bertoncini
(http://www.imagemsub.com.br/resultado.
asp?idcamp=46)
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Campeonato Brasileiro de Foto Sub 2009
Arraial do Cabo por Luiz Fernando Cassino
O evento nacional contou com o apoio da Prefeitura
de Arraial do Cabo, através de suas Secretarias de Esporte e Lazer e do Turismo. Contou ainda com o apoio
da AREMAC (Associação da Reserva Extrativista de Arraial do Cabo) e do Instituto Chico Mendes. A FIPAC
(Fundação Instituto de Pesca em Arraial) e a Capitania dos Portos de Cabo Frio também colaboraram na
realização do evento, cuidando da segurança dos
atletas e do isolamento das áreas de competição.
Categoria Macro Livre
Álvaro Velloso
Luiz Fernando S. P. Cassino
Rodrigo Melo
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Campeonato Brasileiro de Foto Sub 2009
Categoria Macro Temática
Arraial do Cabo por Luiz Fernando Cassino
Os mergulhos foram realizados na
Ilha dos Porcos, Enseada do Cardeiro, Saco do Anequim e do Abóbora.
Os competidores tiveram quatro
tempos de 90 minutos de acesso à
água, para obter uma imagem para
cada uma das seis categorias: Grande Angular Ambiente; Grande Angular com modelo; Macro Livre; Macro
Temática; Peixe Inteiro e Peixe em
Detalhe.
Luiz Fernando S. P. Cassino
Álvaro Velloso
Rodrigo Melo
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05
Campeonato Brasileiro de Foto Sub 2009
Arraial do Cabo por Luiz Fernando Cassino
Categoria Peixe Detalhe
Uma semana antes do evento principal a fotografia já movimentava a cidade. De alguns anos para cá o Campeonato
Brasileiro está inserido num evento maior, denominado “Festival de Imagens Subaquáticas”.
Como novidade em 2009 foram oferecidos mini-cursos de
fotografia digital gratuitos para a comunidade local. Foram
oferecidas duas turmas, divididas entre crianças e adultos.
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Augusto Valente
Waldemar Oliveira
Carlos Montechi
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Campeonato Brasileiro de Foto Sub 2009
Arraial do Cabo por Luiz Fernando Cassino
Categoria Peixe Inteiro
Além dos cursos e palestras, o evento levou para
Arraial do Cabo uma grande exposição coletiva
de fotografias subaquáticas, da qual participaram
23 fotógrafos da CNFVS. A exposição, que tem o
apoio de Itaipu Binacional, foi montada em dois
centros culturais em Arraial: na Sala José de Dome
e no Centro Cultural Manoel Camargo.
Luiz Fernando S. P. Cassino
Ivan Cavas
João Paulo Cauduro Filho
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Campeonato Brasileiro de Foto Sub 2009
Arraial do Cabo por Luiz Fernando Cassino
Inscrições abertas GP 2010
Seletiva digital para o Campeonato Brasileiro de 2010.
O vencedor do Campeonato Nacional foi mais uma
vez Luiz Fernando Cassino, tornando-se o primeiro
hexa-campeão brasileiro da modalidade. Cassino já
garantiu assim a primeira vaga da Seleção Brasileira
para o próximo Mundial, que será realizado em 2011
na TURQUIA.
Em primeiro de janeiro de 2010 abrem-se as inscrições
para o oitavo Grande Prêmio Brasil Proacqua de Fotosub.
Os participantes terão até o dia 31 de janeiro para se
inscrever e enviar suas imagens pela internet (www.
imagemsub.com.br).
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O resultado dessa próxima seletiva deverá estar divulgado até o dia 15 de fevereiro, pois o
Campeonato Brasileiro passará, à partir de sua
próxima edição, a ser disputado no final do
mês de março.
A mudança de data do evento máximo da Fotosub Brasileira foi solicitada pelos atletas competidores à Confederação Brasileira (CBPDS),
em busca de águas mais adequadas à fotografia. O mês de novembro vinha castigando
nossos atletas ano após ano com condições
muito adversas para essa atividade.
Todo brasileiro que seja certificado em mergulho autônomo pode participar (observação: para disputar o Campeonato Nacional é exigida
certificação avançada).
As fotos devem ser enviadas entre os dias 01 e 31 de janeiro; sendo uma
para cada categoria: Grande Angular Ambiente (GA); Grande Angular com Modelo (GM); Macro Livre (ML); Macro Temática (MT); Peixe
Inteiro (PI); e Peixe em Detalhe (PD).
Avaliação das imagens inscritas por Júri Técnico (expoentes da fotosub
brasileira e internacional).
Regulamento: http://www.imagemsub.com.br/regulamento_gp.asp
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Foto sub
Por Marcelo Mariozi
Lançamentos Sea&Sea
O segundo e mais expressivo anúncio foi o das imagens da aguardada
MDX-D300s (anunciada na DEMA) para a Nikon D300s reflex-digital.
Más notícias primeiro, a caixa é maior e a sua tampa traseira quase certamente incompatível com a existente MDX-D300 (não-”S”). Tendo dito
isso, todas as mudanças são realmente bem colocadas e fazem dela uma
caixa claramente superior a sua espetacular predecessora. Parece que
a Sea&Sea adotou uma maior atenção aos pedidos dos seus usuários, a
nova caixa conta com conector ótico como a MDX-D700, e controles ainda mais ergonomicos (com atenção para a nova roda do sub-controle
frontal, e os novos controles ergonomicamente inclinados da roda do
controle-principal traseiro e dos botões de playback e apagar) e o novo
controle para o botão de OK da D300s acessado ligeiramente a direita e
acima do multi-seletor.
O fabricante japonês acaba de publicar imagens dos
seus mais novos lançamentos para janeiro de 2010.
Os primeiros foram a sua nova linha de flash sub YS-01 e
YS-02, agora com nomenclatura aparentemente mais
organizada. Para os que não sabem o fabricante tem
uma grande tradição em flash submarinos pois “nasceu” em 1972 fazendo flash-submarinos, o então YS-32
então chamado “Yellow Sub” numa referência a à famosa canção dos The Beatles a a coloração dos seus
flashes. Ambos flashes aparentam ser exatamente do
mesmo tamanho, com o YS-02 tendo algumas funções
a menos por causa de uma janela frontal a menos (talvez a luz de modelagem), mas eu não me supreenderia em achar algo como uma “luz para vídeo” em pelo
menos um deles. Eles são extremamente compactos
e parecem não possuir as três lâmpadas dos modelos
YS-110, também não foi possível distinguir a conexão a
cabo se é que existe. Talvez essa seja a razão de serem
esperados e anuciados como uma opção mais barata
que os concorrentes atuais.
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YS-01 e YS-02
Ainda esperamos as imagens da MDX-7D, a ser disponibilizada em fevereiro/março, que significa para os usuários de Canon uma dupla bem potente para foto-sub. Vamos aguardar essas novas imagens e a confirmação
das especificações.
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Foto sub
Por Kadu Pinheiro
Nova caixa estanque da Aquatica para a Canon 7D
Saindo do forno: logo após anunciar o lançamento da caixa estanque para a Nikon D300s, a Aquatica
anuncia o lançamento da sua caixa mais inovadora: A7D.
Possui acesso a todos os comandos da câmera, e ainda uma inovadora opção de uso de cabos de
fibra ótica para disparo dos flashs além do seu usual sistema de conectores padrão 5 ou 6 pinos, o que
torna essa caixa uma das mais versáteis produzidas até hoje em termos de compatibilidade com flashs
de quase todas as marcas e modelos disponíveis no mercado.
Feita em alumínio anodizado em
um único bloco, vai a 90 metros de
profundidade com possiblilidade de
upgrade para até 130 metros.
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Foto sub
Por Kadu Pinheiro
Posicionamento de Flash para Macro fotografia
Algumas pessoas mudam constantemente a posição dos flashs, para testar novos
tipos de iluminação e de preenchimento, assim como para evitar suspensão e áreas
mal iluminadas, ou até ganhar mais textura e tridimensionalidade. Eu me enquadro
nesta categoria, outras colegas gostam de manter seus flashs numa única posição
para todas as situações, na verdade não há uma posição correta, tudo depende
do que você está tentando fazer.
Um braço composto por diversos segmentos curtos e longos possibilita maior flexibilidade para posicionar os flashs, tanto em grande angular quanto em macro.
É possível usar 1 ou 2 flashs para macro, abaixo alguns exemplos de posicionamento com 2 flashs.
O ideal é manter os flashs posicionados não diretamente sobre o assunto e em diferentes ângulos combinando iluminação frontal e lateral entre eles para adicionar
perspectiva e dimensão à imagem.
Para fotos onde o objeto se encontra entre uma fenda ou em um lugar que gere
muitas sombras, posicione os flashs mais próximos da lente.
2 x YS-110 + Lente 100mm
1/200s F16
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Mergulhe em
Foto sub
Ubatuba
Por Kadu Pinheiro
Usando um flash só
Procure posicionar o flash sobre o assunto mantendo ele na
diagonal, não iluminando o objeto diretamente.
Dicas:
Chegue perto;
Biodiversidade
Use aberturas pequenas como f22 ou f8 (para compactas)
para aumentar a área de foco da imagem;
Foco nos olhos do alvo;
Tente achar ângulos que criem contraste entre o alvo e o
fundo para destacar o que você está fotografando.
2 x YS 110 + Lente 100mm 1/200s F16
Cursos, saídas, loja, aluguel e pousada
Aproveite suas férias
s
Cuidado com a Refração da
luz e não aponte o flash para
a imagem virtual do objeto,
lembre-se que em baixo da
água os objetos aparentam
estar mais próximos do que
realmente estão.
Fotografando apenas com
água de fundo, com aberturas fechadas como f22 e velocidades rápidas do obturador
como 1/250s, pode-se criar os almejados fundos pretos que valorizam o objeto fotografado.
Cu
s
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Curs
çad
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Essa imagem ao lado é uma das minhas preferidas, já foi usada em livros e artigos e foi tirada com uma simples Compacta
Canon A95 usando 1 flash YS-300
1/500s - f8
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Rebreathers
por: José Mario Ventura
Foto: Anderson Lemos: mergulho de
rebreather O2ptima Fx em naufrágio,
Recife, PE
De volta ao passado: rebreathers
Desde a antiguidade o ser humano tem tentado, das mais diversas maneiras,
aumentar o tempo em que fica submerso. É difícil dizer em que época o Homem
deu início à exploração subaquática, provavelmente os nossos antepassados
mais primitivos já se aventuravam na apnéia tentando desvendar o mundo submerso. Encontramos referências históricas de mergulhadores em Creta (3000 AC)
e na China (2200 AC), mergulhadores que buscavam esponjas e pérolas respectivamente, e em diversos relatos de operações militares em anos posteriores, em
diversas regiões do Mundo. Com o passar dos séculos esses alguns minutos sob
a água já não eram suficientes e novos mecanismos foram inventados. Dentre
esses mecanismos podemos citar o sino de mergulho criado por Edmund Halley
em 1691. Entretanto, apenas em meados de 1770 é que a real possibilidade de
se estender o tempo de mergulho pareceu ser possível, quando o engenheiro
britânico John Smeaton desenvolveu o compressor de ar manual. O século que
se seguiu viu uma série de invenções que, cada vez mais, não só aumentavam
a capacidade de tempo submerso, mas também se tornavam cada vez mais
práticos e confortáveis. Entretanto, existia um problema ainda por resolver. Como
tornar o mergulhador independente do apoio de superfície?
Durante o Séc. XVIII começaram a pesquisar formas de ajudar mineradores que
se encontravam em perigo dentro de uma mina. Como entrar em uma mina que
contém gases tóxicos e letais sem se colocar em perigo? Essa questão foi resolvida com recicladores de gás, os rebreathers. Esses aparelhos faziam com que o
gás exalado pelo resgatador se reciclasse, sendo depurado durante o processo.
Dessa forma eles podiam entrar em uma mina sem precisar entrar em contato
com os gases potencialmente mortais que estivessem por ali. Antes mesmo dessas tentativas relacionadas à mineração, alguns inventores já haviam tentado
algo semelhante para o mergulho, mas sem sucesso absoluto, nomeadamente
Giovanni Borelli e Stephen Hales. Foi apenas em 1878 que o Inglês Henry Fleuss desenvolveu um rebreather funcional. Com esse rebreather surge o mergulho SCUBA
em circuito fechado, tornando, finalmente, o mergulhador independente para ir
e vir, sem o apoio direto da superfície. Vale lembrar que apenas em 1942 surge o
que chamamos hoje de mergulho SCUBA em circuito aberto.
Foto: José Mario Ventura: preparando um rebreather Cis-Lunar
MK5p, Live Oak, FL, USA
Mas, como funciona esse tal de rebreather? A diferença básica do rebreather
para o sistema considerado mais comum de mergulho, o circuito aberto, é que
esse sistema prevê a reciclagem do gás exalado pelo mergulhador. Em circuito
aberto, ao final do ciclo respiratório descartamos o gás para o meio ambiente através da exalação, gerando bolhas e, consequentemente, desperdiçamos
gás. Nos rebreathers o gás exalado, ao invés de ser descartado para o meio ambiente, é levado a um scrubber, ou depurador, para que o excesso de Dióxido
de Carbono (CO2) possa ser retirado através de um processo químico. Antes ou
depois de “purificado” o gás fica temporariamente armazenado em um reservatório (contra-pulmão) para poder ser reutilizado pelo mergulhador.
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Rebreathers
por: José Mario Ventura
Para reutilizarmos esse gás exalado, além de remover o CO2,
devemos também repor o Oxigênio (O2) metabolizado pelo
corpo. Ao recircular o gás exalado reaproveitamos o resto de
O2 que não foi utilizado pelo corpo e também os gases inertes em quase sua totalidade, apenas um pouco é absorvido
pelos tecidos do corpo. Isso gera uma enorme economia de
gases já que só precisamos repor o pouco O2 metabolizado
pelo corpo.
Fernando Clark / Dolphin Eye: vídeo sub
com rebreather O2ptima Fx, Recife, PE
Agradecimentos:
IANTD Brasil
Dolphin Eye
Anderson Lemos
Existem muitos tipos de rebreathers: circuito fechado de oxigênio puro, circuito semi-fechado de adição ativa e passiva, circuito fechado eletrônico e outros. Vamos focar nos de circuito
fechado eletrônicos (eCCR), os mais modernos e que têm tido
a maior expansão no mercado. Os eCCR têm sensores que reagem à presença de oxigênio na mistura gasosa a que estão
expostos. Dessa forma, e utilizando um computador, podemos
controlar a concentração de O2 da nossa mistura, e assim repor o oxigênio que foi metabolizado.
É como se conseguíssemos ver quanto oxigênio consumimos e
quanto precisamos repor. Esse controle é feito através da Pressão Parcial do Oxigênio (PPO2), e esses eCCR também são
conhecidos como rebreathers de PPO2 constante. Isso porque o mergulhador indica a qual PPO2 pretende mergulhar e
o computador tem a tarefa de manter o nível indicado pelo
mergulhador. Isso possibilita utilizar o conceito de “melhor mistura” em todas as fases do mergulho.
José Mario Ventura é arquiteto com especialização em Planejamento Urbano. Mergulha
desde 1992 e se formou instrutor em 2001. É
IDC Staff Instructor e Instrutor de diversas especialidades pela PADI; instrutor de primeiros socorros EFR; instrutor de mergulho técnico pela
DSAT; instrutor de mergulho técnico, caverna,
naufrágio e rebreather CCR e SCR pela IANTD.
É Instructor Trainer dos programas de segurança do mergulhador da DAN.
A “melhor mistura” é aquela que é mais adequada à profundidade em que
vamos mergulhar, de acordo com a absorção de gases inertes, da narcose
e da exposição ao O2. Em circuito aberto normalmente escolhemos uma
melhor mistura para a parte funda do mergulho. Enquanto estamos na parte
funda do mergulho estamos respirando um gás ideal, mas assim que mudamos de nível, seja para fazer descompressão ou para um mergulho em
multinível, a nossa mistura deixa de ser ideal. Os eCCR conseguem manter
uma mistura ideal em todas as fases do mergulho, já que eles podem mudar
a mistura durante o mergulho, isto é, temos uma Fração de Oxigênio (FO2)
variável.
Com isso eles se tornam muito eficientes sob o ponto de vista da absorção
dos gases inertes e da narcose mas, cuidado, as exposições ao oxigênio são
muito maiores e requerem controle e planejamento mais detalhados. Por ser
um sistema eficiente usa cilindros muito menores para mergulhos muito mais
longos. Um mergulhador recreativo costuma mergulhar com cilindros de 11 a
15 litros, ficando submerso de 30 minutos a 1 hora (dependendo da profundidade, consumo, etc.). Um mergulhador de eCCR carrega um par de cilindros
de 2, 3 ou 4 litros, para ficar até 6 horas. Na verdade o que acaba limitando
é a capacidade de absorção de CO2. Além disso, o mergulho com rebreathers gera um maior conforto térmico ao mergulhador (perdemos menos
calor) e ajuda a hidratação, essencial para mergulhos longos.
Os eCCR já são máquinas comuns entre os mergulhadores técnicos de todo
o mundo. No Brasil essa tendência está apenas no início. Também são máquinas populares entre os fotógrafos e videógrafos subaquáticos. A ausência
de bolhas ajuda na aproximação à vida marinha e o tempo estendido permitem otimizar o trabalho. As máquinas vão se tornar mais acessíveis baratas
em um futuro próximo.
É claro que um equipamento complexo requer instrução especializada, que
cada vez mais vai estar acessível a todos. Nos próximos 5 anos vamos testemunhar uma grande evolução dos rebreathers e, provavelmente, quase todos os mergulhadores vão poder escolher entre o sistema de circuito aberto
padrão ou um rebreather para ir mergulhar.
www.rebreather.com.br
www.underxmag.com
Foto: José Mario Ventura: treinamento
de rebreather O2ptima Fx em piscina,
Brasília, DF
81
Baleeiro Japonês parte ao meio o navio Ady Gil da Sea Shepherd
Sea Shepherd
Canal Aberto
6 janeiro 2010 - O famoso catamarã está afundando no oceano antártico.
Seis tripulantes foram resgatados pela outra embarcação da
Sea Shepherd, o Bob Barker.
Em um ataque sem precedentes e sem provocação capturado em filme, a embarcação de segurança japonesa, Shonan Maru No.2 deliberadamente abalroou causando danos
catastróficos ao catamarã da Sea Shepherd, o Ady Gil.
Seis tripulantes, quatro neozelandezes, uma australiano e um
holandês foram prontamente resgatados pela tripulação do
Bob Barker. Nenhum dos tripulantes do Ady Gil se feriram.
Acreditamos que o Ady Gil irá afundar pois as chances de salválo são muito pequenas.
De acordo com o testemundo do Capitão Chuck Swift do Bob
Barker, o ataque ocorreu enquanto as duas embarcações da
Sea Shepherd estavam paradas. O Shonan Maru No.2 repentinamente acelerou e deliberadamente abalroou o Ady Gil
cortando cerca de 2,5 metros de sua proa fora. De acordo com o Capitão Swift, a embarcação (Ady Gil) não aparenta
que possa ser salva.
“Os baleeiros japoneses em uma escalada de violência aumentaram as proporções do conflito” é o que afirmou o Capitão Paul Watson. “Se eles pensam que nossas outras duas embarcações vão se retirar do Santuário das Baleias da Antártida em face deste extremismo, estão totalmente enganados. Agora temos uma Guerra das Baleias Real em nossas mãos
e não temos a intenção de retroceder.”
Os navios japoneses inicialmente recusaram-se a reconhecer a chamada de socorro (MAY DAY) do Ady Gil, reconhecendo-a posteriormente. Apesar de terem reconhecido à chamada, não ofereceram assistência ao Ady Gil ou ao Bob Barker de qualquer modo. O incidente ocorreu na localização 64 graus e 3 minutos sul e 143 graus e 9 minutos leste.
Os japoneses estavam em completo desconhecimento da existência do Bob Barker. Esta nova aquisição à frota da Sea Shepherd partiu de Mauritius na costa Africana em 18 de dezembro e pode
avançar ao longo da borda de gelo oeste enquanto os japoneses estavam ocupados preocupando-se com o avanço do Steve Irwin ao Norte.
“Esta é uma perda substancial de nossa organização”, afirmou o Capitão Paul Watson. “O Ady Gil, ex Earthrace, representa uma perda de quase dois milhões de dólares. Entretanto a perda de uma
única baleia é mais importante para nós, e a perda do Ady Gil não será em vão. Este golpe simplesmente reforça nossas resoluções, não enfraquece nosso espírito.”
A Sea Shepherd está requisitando ao governo australiano que envie uma embarcação militar para que a paz seja restaurada nas águas do Território Australiano Antártico. Temos 77 tripulantes de
16 nações em 3 embarcações, seis deles a bordo do Ady Gil. Destes, 21 cidadãos australianos: 16 a bordo do Steve Irwin e 5 no Bob Barker. A Sea Shepherd crê que o governo australiano tem a
responsabilidade em proteger as vidas de cidadãos australianos que trabalham para defender as baleias das atividades ilegais dos baleeiros japoneses.
“A Austrália precisa enviar uma embarcação militar para cá assim que possível para proteger tanto as baleias quanto os cidadãos australianos que trabalham em defesa dos cetáceos”, afirmou
Laura Dakin a cozinheira chefe do Steve Irwin de Camberra, Austrália. “Estas são águas Territoriais Antárticas Australianas e vejo os baleeiros japoneses fazendo o que querem impunemente aqui
sem que uma embarcação do governo australiano possa ser encontrada. Peter Garret (ministro do meio ambiente australiano e ex vocalista da banda de rock Midnight Oil), tenho uma pergunta
a você: ONDE DIABOS VOCÊ ESTÁ?”
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83
Aquaworld
Eventos e Notícias
Infinity Sports promove evento
Almoço de lançamento das marcas representadas pela Infinity Sports, contou com a presença de lojistas, donos de escolas e instrutores, onde foram expostos equipamentos da
Hollys, Oceanic e XS Scuba. O pessoal pôde manipular os equipamentos, tirar dúvidas e
rever os amigos. Após o evento foi servido um delicioso almoço aos convidados.
Infinity Sports
Rua Guaipá, 360 - Alto da Lapa
55 (11) 5083-3915
e-mail: [email protected]
Parada para Descomprechopp Paulista
Aconteceu na quinta-feira dia 10 de dezembro no
bar Senhor Mostarda mais um encontro de mergulhadores em Sampa, com palestra de Cristian
Dimitrius sobre a Fun Trip realizada para Bahamas,
que ainda explicou aos presentes sobre o ScubAAClub da American Airlines, que visa a disponibilizar
tarifas aéreas mais baratas para mergulhadores.
O evento estava bem animado contando com a
presença dos amigos da Dive-Net, Arribatur, time
de fotgráfos da CNFVS em peso, Brasil Mergulho
e Underxmag fazendo a cobertura on-line da festança !! a noite ainda contou com a exibição de
videos e fotos da viagem, vejam mais fotos no site
da underxmag
85
Humor - Chico Scuba
CHICO SCUBA em:
Por Marcelo C. Ribeiro
Onde é o freio?
Logo depois de completar o curso básico de mergulho, Chico Scuba foi passar férias em Maceió, acompanhado de seu amigo Jaime Irgullo. Mergulhador há quase um ano e um grande entusiasta do mergulho, o
Jaime foi um dos grandes incentivadores do Chico. Foi ele quem indicou a Scuba Holics e acabou adotando o Chico como seu dupla nos primeiros mergulhos do amigo.
Maceió não era um destino típico de mergulhadores, mas o Chico havia lido numa revista que, nos recifes
próximos, existiam ótimos pontos de mergulho. Excitados com a oportunidade de mergulhar em águas
quentes e com visibilidade que, segundo a revista, “ultrapassava os 30 metros”, Chico e Jaime deram um
jeito de enfiar seus equipamentos na bagagem, ainda que só tivessem o domingo livre para mergulhar.
Chico havia aprendido no curso básico que voar depois de mergulhar era perigoso, por causa do risco de
doença descompressiva. Na viagem a Maceió, Chico descobriu que voar antes de mergulhar também
podia causar males, entre os quais o mais comum era a dor na coluna. O motivo, todos os mergulhadores
experientes já sabiam: o peso dos equipamentos de mergulho é absolutamente incompatível com o limite
de 20 kg de bagagem adotado pelas companhias aéreas e o excedente acaba indo parar na bagagem
de mão.
O Jaime, mais experiente, eliminou da bagagem todos os itens supérfluos e levou o mínimo de roupa possível. Mas o Chico só fez enfiar o equipamento todo na mala, incluindo a roupa de neoprene de 5 mm, que se
mostraria totalmente desnecessária. Resultado: quando chegaram ao Aeroporto de Congonhas a mala do
Chico pesava nada menos do que 30 kg. A solução foi tirar o máximo de coisas pesadas da mala e enfiar
na mochila que nosso herói carregava como bagagem de mão. Por sorte, a mochila era bastante grande
e resistente.
A estratégia deu certo. A mala do Chico pesou exatos 20 quilos e os dois amigos passaram pela barreira do
check in. Agora, faltava convencer a tripulação que a mochila, que a esta altura pesava uns 15 quilos, era
bagagem de mão. O plano traçado para iludir a comissária de bordo foi fazer parecer que a mochila, apesar de grande, era leve. Foi assim que, até entrar
no avião, Chico Scuba ficou o tempo todo com a
mochila nas costas e manteve um sorriso no rosto
como quem diz “Força, eu? Imagine!”. O plano
deu certo, mas a dor nas costas se prolongou até
o meio da semana.
Foi com grande entusiasmo que, num sábado ensolarado, Chico e Jaime desembarcaram no Aeroporto de Maceió. A visão dos recifes de coral
a partir das janelas do avião, logo antes do pouso, só fez aumentar a euforia dos dois amigos. No
domingo pela manhã os dois se apresentaram no
quiosque da Pajussara Divers, a operadora local,
para o primeiro mergulho em águas alagoanas.
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O mergulho seria realizado na barreira de corais em frente à praia. Os mergulhadores seguiram até o ponto de mergulho num bote inflável. Eram 6 ao todo. Além do Chico e do
Jaime, faziam parte do grupo o dive master local, 2 mergulhadores do Rio de Janeiro e um
argentino. Babalu, o dive master, passou o briefing no próprio bote inflável, no percurso entre a praia e a barreira de corais.
Quando chegaram ao ponto, Chico mal podia conter a ansiedade. Nervoso, como era de
se esperar no primeiro mergulho após o check-out, e quase derretendo dentro da roupa
de neoprene, Chico aguardava ansiosamente a hora de cair na água. A entrada na água
seria de costas, a mais recomendável para um mergulho a partir de bote inflável, o que só
fez aumentar a ansiedade do Chico, pois ele só havia praticado esta entrada na piscina.
- “Não se avexe” disse Babalu, tentando acalmar o novato. “É só grudar o queixo no peito,
segurar a máscara e deixar escorregar”.
Chico contou mentalmente até 3 e “deixou escorregar” ....
Splash !! ... Splish!!
Splish?!?!?
Na hora de fazer a entrada, nosso herói abriu um pouco as pernas e acabou chutando a
máscara do Jaime, que estava do outro lado do bote. A máscara subiu, deu duas voltas no
ar, descreveu uma parábola e ... splish!, foi para o fundo.
Quando Chico se virou para o bote para dar o sinal de “OK” ele deu de cara com 5 rostos enfezados. Por sorte, o ponto não tinha corrente e o Babalu recuperou rapidamente a
máscara. Sorte do Jaime, que se livrou de ter que usar a máscara reserva do argentino, um
modelo feito de borracha, do tempo do mergulho com escafandro.
Durante o mergulho, o Babalu serviu como guia, procurando mostrar ao grupo as coisas
mais interessantes. Ainda brigando com a sua flutuabilidade, Chico Scuba freqüentemente
se afastava do grupo e tinha que correr para se juntar aos demais. Num destes momentos,
Chico percebeu que o grupo se reuniu em torno do que parecia ser uma fenda na parede
de corais. Nosso herói acelerou para se juntar ao grupo e foi chegando ... chegando ...
chegando ...
“Ei, como se pára esta coisa?”, pensou. No afã de se aproximar rapidamente, o Chico exagerou a força nas nadadeiras e estava prestes a se chocar com o grupo, a parede de corais e o que quer que estivesse naquela fenda. Preocupado em evitar o choque, o novato
começou a agitar as mãos para frente, a fim de desacelerar. E conseguiu. Desacelerou e
instantaneamente transformou a visibilidade de 30 metros para 30 centímetros, tamanha a
quantidade de areia que foi levantada. O grupo imediatamente se dispersou, mas Chico
não entendeu o que podia estar naquela fenda que, àquela altura, estava vazia.
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Humor - Chico Scuba
Por Marcelo C. Ribeiro
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gerenciamento de contéudo
Chico virou-se para o Jaime a abriu os braços, como quem faz uma pergunta. O Jaime limitou-se a balançar a cabeça, mas, ao longe, Chico ouviu um som que se assemelhava a uma voz humana, com a devida interferência do som das bolhas que se
desprendiam dos equipamentos. Ele não conseguiu identificar precisamente o som,
mas escutou alguma coisa parecida com “brilho da fruta”.
Quando chegou a hora de voltar para o barco, o Chico foi o último a subir. Quando
chegou a sua vez, passou o equipamento e as nadadeiras para o Babalu e ... afundou!
Nervoso com a estréia meio desastrada, nosso herói havia esquecido de tirar o cinto
de lastro e foi para o fundo. Embora a roupa de neoprene fosse bastante positiva, nosso herói estava com muito lastro, como era comum aos mergulhadores iniciantes.
Com o auxílio dos braços, Chico Scuba voltou á superfície e ficou batendo os pés
enquanto tentava desesperadamente tirar o cinto e passar para o Babalu, que não
sabia se ajudava o calouro ou se dava risada. Sem ninguém para ajudá-lo na água,
o Chico teve que “se virar”. Cada vez que o nosso herói descia as mãos para tirar o
cinto, ele começava a afundar e tinha que bater as pernas com mais intensidade.
Subindo e descendo, Chico Scuba parecia uma mistura de ioiô com foca de circo
pois, cada vez que conseguia tirar a cabeça para fora da água, o coitado tinha que
soprar a água que quase tinha engolido e puxar o fôlego. Com freqüência, ele acabava soprando com a cabeça meio submersa e fazia um som esquisito: Brrlll! Brlll!
Após 5 longuíssimos minutos de sofrimento, Chico Scuba conseguiu subir no barco e
encontrou os companheiros às gargalhadas. Quando finalmente conseguiu se recompor, todos cumprimentaram o novato pelo primeiro mergulho depois do curso. Era a
redenção. O grupo havia entendido que o nosso herói era um mergulhador iniciante
e tinha direito a algumas barbeiragens. O Chico estava perdoado!
Mas teve que pagar cerveja para todo mundo na hora do almoço.
A cada edição uma nova aventura:
Marcelo C. Ribeiro
Mergulhador consultor e escritor nas horas vagas
[email protected]
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Criação de Logotipos | Anúncios e material gráfico |
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