Estado dificulta a reindustrialização

Transcrição

Estado dificulta a reindustrialização
JOSÉ CARLOS RESENDE, PRESIDENTE DA CÂMARA DOS SOLICITADORES, EM ENTREVISTA
Leilões eletrónicos e PEPEX
estarão a funcionar até final de outubro
Pagina II, suplemento Vida Judiciária
DIRETOR
João Peixoto de Sousa
Nº 1561/ 24 de outubro 2014 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J
www.vidaeconomica.pt
TRABALHO
Redução da TSU no salário mínimo
custa ao Estado 20 milhões
TURISMO
Lisboa prevê aumento das receitas
de hotelaria em 5%
Pág. 7
FISCALIDADE
Consolidação vai ficar abaixo
do previsto no Tratado Orçamental
Pág. 38
Pág. 23
MERCADOS
China é um parceiro
indispensável
para Portugal
Mira Amaral, no Congresso da Ordem dos Engenheiros
Págs. 18 e 19
A nossa análise
Governo quer
poupanças acima
dos cinco anos mas
bancos não têm oferta
Pág. 34
EMPRESAS
Farmacêutica UCB
estabelece acordo
inovador com o Infarmed
Estado dificulta
a reindustrialização
Pág. 13
Moda “pulveriza”
vários edifícios
históricos do Porto
Pág.17
Sage Portugal pretende
aumentar vendas
em Angola
É urgente um novo programa de apoio
à produção de bens e serviços
e mudança na política energética
Págs. 4 e 5
Pág. 37
SEGUROS
PUB
AGENDA 2020 DEFENDE ESTRATÉGIA PARA A REGIÃO
LOGO quer ser
a segunda maior
seguradora direta
Pág. 29
TECNOLOGIAS
Politécnico de Bragança
tem 1200 alunos estrangeiros
Conectividade
é o “combustível”
do progresso
Pág. 6
Págs. 26 e 27
UNIÃO EUROPEIA
Comissão defende
gestão sustentável
das florestas até 2020
Pág. 3 , suplemento
Info.Bruxelas
GOVERNO VAI REPOR INCENTIVO AO ABATE
Fiscalidade verde
aumenta combustíveis e ISV
Pág. 5, suplemento ARAN
PUB
01561
www.sage.pt
9 720972 000037
2
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
ABERTURA
Top da semana
ANTÓNIO VILAR ADVOGADO
Causas do dia a dia
[email protected]
Tirar Portugal da betesga sem o meter no Rossio
Temos de pôr toda a nossa circunstância em causa e ousar fazer perguntas aos que detêm os poderes e exigir-lhes respostas sérias,
convincentes.
É de algum modo injusto assacar aos
valores, que nunca se enganam e raramente têm
só nosso, porém, antes, é de todo o Ocidente,
políticos – aos que nos governam e aos
dúvidas. O “cavaquismo” – um dia a História o
sobretudo dos países europeus. Em recente livro
outros – todas as desgraças por que passamos
provará — constituiu-se na cereja em cima do
no qual foram compiladas reflexões de grandes
no país. Lá que alguns deles se servem dos
bolo desta recorrente tragédia portuguesa.
pensadores franceses (Olivier Le Naire, “Nos
seus palanques para muita trafulhice e para
É por ousar lutar contra este estado de sítio
voies d’espérance. Entretiens avec 10 grands
viver à custa do Orçamento do Estado,
que terá de se iniciar o caminho da reconstrução témoins pour retrouver confiance”, Actes Sud/
num egoísmo atroz, isso é inegável. Mas
de Portugal, sendo certo que combater os
Les Liens qui Libèrent, 2014, p. 10), diz Olivier
não estão sozinhos. De facto, a realidade
inimigos da sociedade aberta (Karl Popper) é
Le Naire que os cidadãos “estão paralisados
quotidiana evidencia claramente que os seus
tarefa inadiável.
por um mundo em plena transmutação que já
interesses se confundem, num emaranhado de
Cumpre, no transe, refletir, porém, sobre
não entendem, preferem refugiar-se no passado
complexas dinâmicas, com os de “gente fina”
a razão por que não há elites nos partidos
ou em velhas querelas ideológicas mais do que
que borboloteia à sua volta, ora dando, ora
políticos, e tal há-de levar-nos a pôr em equação
decidir o seu próprio destino”.
recebendo o que não lhes pertence de direito
a “escola” de oportunismo e do amiguismo em
Temos de pôr toda a nossa circunstância
porque é de todos nós, do Estado.
que eles geralmente se têm transformado. Sem
em causa e ousar fazer perguntas aos que
Os dramáticos casos recentes do BES e da
ignorar, nessa avaliação, que as elites são como a
detêm os poderes e exigir-lhes respostas sérias,
PT, entre outros ainda dentro do armário, de
nata que, em pequenas quantidades, só se pode
convincentes. E, ainda, querer não só mudar o
muitos mais que já se foram convenientemente
retirar de uma grande quantidade de leite. Ora,
mundo, mas, também, aprender, cada um de
da nossa limitada memória, apenas provam a
sem leite (sociedade civil) não pode fazer-se nata
nós, a mudar-se a si próprio.
cumplicidade fraudulenta entre os detentores
(elites)…
Vamos caminhando sem destino certo. “Em
do poder político e os do poder económico
Entre nós, como em muitos outros países,
busca de valores, em busca de sentido, em busca
e financeiro. Eles precisam no presente,
apresenta-se como realidade indisfarçável
de identidade. Em grande sofrimento também.
precisaram no passado e dependem no futuro
que, apesar de o mundo estar aberto aos
Todos, enfim, deploram que as nossas elites,
uns dos outros e por isso andam pela política
portugueses que, reconhecidamente, têm no
erguidas sobre os seus egos, hipnotizadas pelos
dos negócios em dependências várias, bilaterais,
seu ser capacidades extraordinárias de sucesso,
interesses a curto prazo, prefiram invocar o
como crianças carentes agarradas às suas mãos.
pessoalmente e como povo, não se vê saída para
regresso do crescimento como o do Messias,
As pretensas elites do país, as que nos
os tempos dolorosos em que nos é dado viver.
em vez de admitir finalmente que mudámos de
pretendem determinar o caminho, são
Se o mundo está aberto aos portugueses, o
época”. (idem, p. 13)
desditosamente constituídas, ordinariamente,
contrário não parece, porém, estar a acontecer,
Será a partir daqui que, entre nós, poderemos,
por grupos de incompetentes, de falhados,
ou seja, temos, como cidadãos, também, de
com esperança mas sem dor, tirar Portugal da
de videirinhos sem cultura democrática, sem
nos abrir mais ao mundo. O problema não é
betesga sem o meter no Rossio.
Nesta edição
Imprensa
EM REVISTA
07
11
29
Atualidade ................. Pág. 10
A mudança climática e o
tempo de mudança
Negócios e Empresas Pág, 13
Farmacêutica UCB estabelece
acordo inovador com o Infarmed
Angola ...................... Pág. 37
Sage Portugal quer aumentar
vendas no mercado angolano
Internacional ............ Pág. 11
O ano das fusões que não se
realizaram
Fiscalidade................ Pág. 23
UTAO aponta diversas
inconsistências no Orçamento
do Estado
Turismo ...................... Pág. 38
Lisboa deve aumentar para
800 milhões as receitas de
hotelaria até 2010
Tecnologias ............... Pág. 26
Conectividade é o combustível
do progresso
Turismo ...................... Pág. 39
Regime fiscal de residentes não
habituais mobiliza operadores
Atualidade
Internacional
Redução da TSU por causa
Barroso tece duras críticas
do salário mínimo custa ao Estado à política de imigração do Reino
20 milhões
Unido
Negócios e EmpresasPág. 12
Grossistas de produtos
químicos e farmacêuticos não
“escapam” à crise
Mercados
LOGO quer atingir
segundo lugar do “ranking” das
seguradoras diretas
Humor económico
EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo
REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilherme Osswald,
Patrícia Flores, Rute Barreira, Susana Marvão e Teresa Silveira; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão e Mário
Almeida; PUBLICIDADE PORTO2UA'ONÎALO#RISTØVÍOŽ0ORTO4ELs&AXs%MAILCOMERCIAL
vidaeconomica.pt; PUBLICIDADE LISBOA #AMPO0EQUENOŽ%SQ,ISBOAs4ELs%MAILPUBLICIDADE VIDAECOnomica.pt; ASSINATURAS4ELs%MAILASSINATURAS VIDAECONOMICAPTIMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO VASP,
3!#ACÏM%MAILGERAL VASPPTs4EL&AX
LES ECHOS
Pequim e Moscovo
constroem linha de
TGV
A China e a Rússia
assinaram um
protocolo de acordo
relativo a um projeto
de comboio de alta
velocidade (TGV) a
unir as respetivas
capitais. Uma obra
de 230 mil milhões
de dólares que vai
encurtar o tempo
de viagem dos sete
mil quilómetros de
seis para dois dias.
Trata-se de substituir
o transiberiano.
A China orgulha-se
da sua tecnologia
para a grande
velocidade ferroviária
e tenta exportar
para o mundo essa
mesma tecnologia.
A Rússia está
também impaciente
para construir a
primeira linha de alta
velocidade.
está a levantar
dúvidas entre os
analistas de mercado.
Aliás, à semelhança
do que se tem
passado nos últimos
anos. As propostas
de estímulo são
necessárias,
mas colocam-se
interrogações quanto
à prática.
Desde logo, o
programa surge com
algumas falhas. São
300 mil milhões de
euros, de facto, mas
ao longo de três anos.
Em segundo lugar,
trata-se de dinheiro
público e privado e
não é sabido com
quanto vai contribuir o
setor público.
EXPANSIÓN
Grécia não
poderá prescindir
das ajudas
internacionais
O Governo grego
anunciou que, no final
do ano, prescindirá do
programa de ajudas
do Fundo Monetário
Internacional (FMI).
Mas os seus planos
THE WALL STREET
parecem impossíveis
JOURNAL
de levar à prática.
Plano de 300 mil
A realidade é que
milhões de Juncker os investidores
levanta dúvidas
não acreditam
O novo plano de 300 que o Executivo
mil milhões de euros grego continue
proposto por Bruxelas com o programa de
reformas.
para investimento
MEMBRO DA EUROPEAN
BUSINESS PRESS
TIRAGEM CONTROLADA
0%,!
TIRAGEM DESTA EDIÇÃO
14.400
4000 Município (Porto)
TAXA PAGA
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NŽ
PAULO NÚNCIO
Independentemente de
se concordar ou não com
as anunciadas políticas
fiscais, a verdade é
que o secretário de Estado dos
Assuntos Fiscais está a assumir um
protagonismo crescente no seio do
Governo. E até tem uma imagem
simpática junto da opinião pública.
Grande parte das boas notícias
foi transmitida por este político e
é um facto que se tem esforçado
por introduzir alterações de fundo
no sistema fiscal. Como é sabido,
é um dos maiores defensores das
reformas do IRS e do IRC, tendo
acompanhado sempre de muito
perto os dois processos. Também
se lhe reconhece que gosta de
consensos, o que é sempre positivo.
MARIA LUÍS ALBUQUERQUE
A ministra das Finanças
nada trouxe de novo com
o Orçamento do Estado.
Quando se esperava um alívio
na carga fiscal, tendo em conta
o desempenho da economia e
uma maior folga orçamental, tudo
fica na mesma. É verdade que os
impostos não sobem e que para
as famílias as condições melhoram
ligeiramente, mas há taxas que
sofrem agravamentos e que se
vão fazer sentir necessariamente
na economia, como é o caso da
tributação sobre os combustíveis.
Torna-se a recorrer à fórmula mais
simples de aumentar a receita,
em vez de se analisar outras
soluções menos prejudiciais para os
contribuintes. Em poucas palavras,
é mais do mesmo.
PAULA TEIXEIRA DA CRUZ
O caos na justiça continua
e a ministra assobia
para o ar, como se não
fosse problema seu. A situação é
particularmente grave: a Justiça,
literalmente, não funciona. Nós, que
tanto gostamos de nos comparar
aos outros, devemos interrogar-nos
se num outro país europeu uma
ministra que colocou o país nesta
situação continuaria a governar. Por
muitíssimo menos, muitos políticos
perderam os seus cargos. Não é
aceitável, nem compreensível, que
o primeiro-ministro queira manter a
todo o custo os ministros Teixeira da
Cunha e Crato. A estratégia política
está acima dos interesses dos
cidadãos.
4
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
Portugal tem de se virar para o exterior
ATUALIDADE
Miguel Frasquilho, presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), defende que o país tem de “se virar para fora” e aproveitar as atuais oportunidades de evolução e desenvolvimento. “Uma pequena economia, como é a portuguesa, se não
se virar para fora e aproveitar as oportunidades, não conseguirá evoluir e desenvolver”, referiu
durante uma visita a Macau. A região é encarada como um boa oportunidade de negócios
para as empresas nacionais, tendo em conta os laços históricos que prevalecem.
MIRA AMARAL NO CONGRESSO DA ORDEM DOS ENGENHEIROS
Estado dificulta a reindustriali
A reindustialização no nosso
país só será possível com
uma mudança de orientação
das políticas públicas –
afirmou Luís Mira Amaral.
Durante a sua intervenção
no Congresso da Ordem dos
Engenheiros, que decorreu
na semana passada, no Porto,
o presidente do Banco BIC
e ex-ministro da Indústria
foi crítico quanto às políticas
do atual Governo para
a atividade produtiva. A
energia, os transportes, o
mercado laboral são exemplos
de áreas que prejudicam de
forma direta a produção
industrial e põem em causa a
sustentabilidade da atividade
económica.
Um dos principais entraves
à reindustrialização está nos
elevados custos da energia
para as empresas. Mira
Amaral afirmou que em
algumas atividades os custos
com a energia já ultrapassam
os custos laborais.
O presidente do Banco BIC
recordou que, após o segundo
choque petrolífero no início
dos anos 80, o mundo
ocidental deixou de queimar
petróleo nas centrais elétricas,
tendo passado a utilizar
carvão e gás natural.
JOÃO LUIS DE SOUSA
[email protected]
“Já não se utiliza petróleo nas centrais
elétricas em Portugal e por isso é falso
o que o lóbi eólico costuma dizer, pois
a utilização das renováveis não poupa a
importação de petróleo em Portugal. A
crise económica é que fez reduzir essas
importações”.
De acordo com Mira Amaral, quando o lóbi eólico diz que as renováveis
poupam 800 milhões de euros na importação de combustíveis, 600 milhões
são poupados pela velha renovável, a
hídrica.
“As novas renováveis só poupam 200
milhões de euros e mesmo aqui o valor
“As novas renováveis só poupam 200 milhões de euros e mesmo aqui o valor líquido das poupanças é menor, pois troca-se a importação do carvão e
gás natural pelos equipamentos dessas centrais” – afirma Mira Amaral.
Empresas devem integrar
o Sistema Científico e
Tecnológico Nacional
(SCTN) em igualdade
com as universidades
Investigadores
dos laboratórios do Estado
devem ser classificados em
função das patentes criadas
e do trabalho feito em ligação
com as empresas
líquido das poupanças é menor, pois
troca-se a importação do carvão e gás
natural pelos equipamentos dessas centrais” – salientou.
Para Mira Amaral, a grande questão é
nesta transição energética a substituição
do petróleo no sistema de transportes,
deixando-o para aplicações mais nobres
na indústria.
O carro elétrico puro só será massificado com uma nova tecnologia para as
baterias, pois com as atuais não é competitivo para a generalidade dos utilizadores. A este propósito referiu que a
primeira corrida de automóveis foi feita
nos EUA com veículos elétricos. Mas
depois, por alguma razão, Henry Ford
ganhou a Thomaz Edison…
“O sonho utópico do Governo anterior com o impagável Manuel Pinho
levou a que se instalassem por todo o
país postos de carga que estão completa-
mente vazios” – lamentou Mira Amaral.
“Vamos, para deleite de Moreira da
Silva, ter muitos carros elétricos novinhos em folha (1250!), inteiramente
importados, mais caros (antes de taxas
e impostos) cerca de 30 a 40% do que
os térmicos equivalentes a equiparem as
fotas dos ministérios” – disse.
Em relação ao Mobi E, Mira Amaral
considera que o carregamento dos carros
elétricos é um negócio de tostões, pois
cada carga envolve transações de energia
muito baixas, o que mesmo com margens altas tornarão sempre muito difícil
a amortização de infraestruturas.
Em alternativa, a mobilidade elétrica
devia começar à escala urbana, incentivando a crescente utilização de bicicletas
e motos elétricas até no modelo pool-sharing que poderia depois ser continuado com pequenos carros elétricos (o
chamado “car-sharing”).
5
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
ATUALIDADE
Governo estabelece limite para prestações sociais
Vinhos portugueses promovidos na Bélgica
O teto máximo na atribuição das prestações sociais não deverá ultrapassar o equivalente ao
salário médio de um trabalhador não qualificado. “Ninguém que tenha idade e capacidade
para trabalhar deve receber mais de prestações sociais do que se estivesse a trabalhar. A soma
da totalidade das prestações sociais – quando ultrapassa aquele que é um salário médio de um
trabalhador não qualificado deve servir de limite para as prestações sociais que substituem
rendimentos, como o RSI e os subsídios sociais de desemprego e de doença.”
Portugal é o país convidado da principal feira de vinhos da Bélgica – Megavino, que
decorre de 24 a 27 de outubro. Para divulgar a autenticidade e diversidade dos vinhos
portugueses estarão presentes 30 produtores de vinhos de várias regiões. Megavino
constitui uma excelente plataforma de promoção para os vinhos de Portugal, na medida em que atrai cerca de 28 mil visitantes (23 mil consumidores finais + cinco mil
profissionais).
ORÇAMENTO DA UE PARA 2015
zação
Ferrovia é prioritária
Para Mira Amaral, o atual
Governo nada fez nos
transportes, continuando
concentrado nas eólicas e no
CO2.
“Os jovens querem
oportunidades
e não a proteção “falsa”
da legislação laboral
Parlamento Europeu
pede mais investimento
no crescimento e emprego
No transporte de mercadorias, o atual
modo rodoviário de longo curso na Europa vai ser posto em causa por razões ambientais e energéticas e por saturação das
auto estradas.
Por isso, Mira Amaral defende que o
nosso país passe para os modos marítimo
(para o que é precisa a gestão dos contentores em portos eficientes) e para linhas
ferroviárias de bitola europeia, começando
pelas duas linhas, uma ao sul que ligue Sines, Setúbal e Barreiro ao Caia e outra ao
norte, Aveiro – Vilar Formoso.
“Em suma, nos transportes o Governo
nada fez… Moreira da Silva continua concentrado nas ventoinhas e no CO2…” —
disse Mira Amaral.
Flexibilizar o mercado de trabalho
Devia igualmente ser estimulada a
passagem para frotas coletivas de transporte de qualidade, em detrimento do
automóvel individual. “Para isso até já
tínhamos produção nacional na Salvador Caetano que exporta autocarros
elétricos” – acrescentou Mira Amaral.
Para Mira Amaral, os híbridos são a
solução natural e inteligente para a transição dos automóveis de motor térmico
para o veículo eléctrico do futuro. “Tal
como os checos fizeram com a Skoda,
se o nosso Governo estivesse interessado
no modelo eléctrico, devia era ter negociado com a VW a produção de híbridos
na Auto Europa…” – afirmou.
“Os jovens não querem a proteção ‘falsa’
da legislação, querem oportunidades para
mostrarem o que valem” – afirmou Mira
Amaral. Segundo referiu, é necessário lançar, em conjunto com as Universidades e
Institutos de Formação para Executivos,
um programa de ação-formação para introduzir jovens quadros nas empresas,
com um apoio público transitório e sem
as exigências “aparentemente” protetoras
da atual legislação laboral. Mira Amaral
admitiu a necessidade de um compromisso
nesta área para melhorar a competitividade e flexibilidade das empresas. Ã solução
poderia estar em manter a atual legislação
para os que estão e criar uma nova legislação extremamente flexível para os jovens.
Lançar um novo programa de apoio à indústria
e aos bens transacionáveis
“É essencial e impõe-se no pós-crise
um novo programa de apoio focado nos
bens e serviços transacionáveis, com um
âmbito de intervenção setorial com a
lógica do PEDIP” – afirmou Mira Amaral
no Congresso da Ordem dos Engenheiros.
A estratégia defendida por Mira Amaral
envolve o agrupamento dos setores
industriais em “clusters”, levando
ao adensamento das relações intraindustriais com mecanismos de acesso
ao crédito através dos sistemas de
garantia mútua.
Nesta perspetiva, devem ser
dinamizados os “clusters” e pólos de
competitividade, ligando universidades,
institutos politécnicos e centros de
investigação com empresas e associações
nos vários sectores da indústria
portuguesa.
Mira Amaral propõe também a
revitalização das infra-estruturas
tecnológicas criadas pelo PEDIP,
designadamente dos centros
tecnológicos, com o apoio a novos
institutos de novas tecnologias
nos domínios da biotecnologia,
nanotecnologia e tecnologias energéticas.
Ainda ao nível das políticas públicas,
Mira Amaral sugere, entre outras
medidas, a revitalização dos laboratórios
do Estado das áreas industriais e
agro-industriais, passando os seus
investigadores a serem classificados
em função das patentes criadas e
do trabalho feito em ligação com as
empresas.
Na perspetiva do presidente do banco
BIC, devem existir apoios à criação de
Núcleos de Inovação nas PME e de
Centros do I&DT nos grupos económicos
e empresas. As empresas que tenham
estes núcleos e estes centros deverão
fazer parte do Sistema Científico e
Tecnológico Nacional (SCTN) em perfeita
igualdade com as universidades e os
centros de investigação no que toca aos
apoios públicos.
Relatora do Parlamento Europeu, Eider Gardiazábal.
O Parlamento Europeu aprovou, esta
semana, a sua posição sobre o orçamento
da UE para o próximo ano. Os eurodeputados rejeitam os cortes feitos pelo Conselho ao projeto de orçamento e propõem o
aumento das dotações em áreas que consideram prioritárias, como o crescimento,
o emprego, a investigação, a educação e
a ajuda humanitária. Os eurodeputados
adicionam também quatro mil milhões de
euros para evitar falhas graves nos pagamentos a autoridades locais, PME e outros
beneficiários dos fundos europeus.
O Parlamento Europeu opõe-se aos cortes de 522 milhões de euros nas dotações
de autorização e de 2,1 mil milhões de euros nas dotações de pagamento feitos pelo
Conselho ao projeto de orçamento comunitário apresentado pela Comissão Europeia em junho.
“O orçamento da União Europeia, que
representa 1% do Rendimento Nacional
Bruto (RNB) da UE, pode ajudar os orçamentos nacionais e encorajar o crescimento e
o emprego. As nossas prioridades são as mesmas que as do Conselho, mas este não quer
financiá-las”, disse a relatora do Parlamento
Europeu, Eider Gardiazábal (S&D, ES).
Parlamento adiciona montantes
O Parlamento Europeu não só se opõe
aos cortes feitos pelo Conselho como adiciona 190,5 milhões de euros aos montantes consagrados às pequenas e médias
empresas, à investigação e à educação,
incluindo o programa Erasmus+; 400
milhões de euros ao valor previsto pela
Comissão para a ajuda humanitária; 6,1
milhões de euros às verbas propostas para
as agências responsáveis pela supervisão
financeira na EU; 30 milhões de euros e
de cinco milhões de euros para os agricultores e pescadores europeus afetados pelo
embargo russo aos produtos da UE respetivamente; 16,7 milhões de euros para o
Fundo de Auxílio Europeu às Pessoas Mais
Carenciadas.
Os eurodeputados adicionam quatro mil
milhões de euros ao projeto de orçamento
para 2015 para evitar falhas graves nos pagamentos. Estima-se que no final deste ano
a falta de verbas para pagamentos ascenda
a 25 mil milhões de euros.
Os parlamentares sublinham que a escassez de dotações de pagamento em 2014
deve ser resolvida antes de ser acordado o
orçamento para o próximo ano, de modo
a evitar que o problema dos pagamentos
em falta este ano se arraste para o seguinte.
Próximos passos
Os negociadores do Parlamento Europeu e do Conselho têm 21 dias de “conciliação” para chegar a um acordo. As negociações deverão ter início a 28 de outubro.
O objetivo é que o orçamento da UE para
2015 seja votado pelo Parlamento Europeu a 26 de novembro, em Estrasburgo.
6
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
ATUALIDADE/
AGENDA 2020 DEBATE ESTRATÉGIA DE CRESCIMENTO PARA A REGIÃO
Politécnico de Bragança
tem 1200 alunos estrangeiros
Fomentar as relações
transfronteiriças e apoiar
a internacionalização
é uma das prioridades
da estratégia de
crescimento do
concelho de Bragança
– afirmou Hernâni
Dias. Na abertura do
workshop Agenda
2020, organizado por
iniciativa da SPI e da
Vida Económica, o
presidente da Câmara
de Bragança destacou
o debate da “Agenda
para a Inovação 2020”
como contributo
para a sensibilização
dos agentes ligados
ao desenvolvimento
económico e social
envolvendo empresas,
instituições de ensino e
de ciência e tecnologia,
organismos públicos e
organizações ligadas à
economia social.
Nesta iniciativa intervieram
também Miguel Taborda, consultor da SPI, Eduardo Malhão, presidente do Núcleo Empresarial
da Região de Bragança, os empresários Luís Afonso, da Novavet, Vítor Pereira, da Conteúdos
Chave e Paulo Piloto, diretor do
Brigantia EcoPark. O debate foi
moderado por João Luís de Sousa.
“Bragança, como centro polarizador de uma região alargada,
assume responsabilidades acrescidas neste campo. A sua dimensão
e o posicionamento estratégico
João Luis de Sousa, Hernâni Dias e Miguel Taborda durante o debate sobre a estratégia de crescimento para a região.
num vasto território transfronteiriço, assim como a presença de
equipamentos, empresas e instituições de relevo (destacando-se
desde logo o Instituto Politécnico) são fatores que importa aproveitar para o desenvolvimento”
– afirmou Hernani Dias.
O Instituto Politécnico de Bragança conta com 1200 alunos
estrangeiros, num total de 6000
alunos, revelando uma grande
capacidade para atrair alunos de
outros países para a região.
Hernani Dias salierntou também a importância do Brigantia
Ecopark, o novo parque de ciência e tecnologia, que dispõe de
boas condições para assumir um
papel de relevo, em particular nas
áreas da internacionalização e da
inovação, seja na componente
empresarial, seja na componente
científica e tecnológica.
Incentivos à
inovação criam novas
oportunidades de
investimento
Faurecia quer duplicar
volume de emprego em
Bragança
Na perspetiva do presidente da
Câmara de Bragança, para contrariar a crise económica nacional
Cerca de 20% dos alunos do Politécnico de Bragança são estrangeiros, favorecendo a internacionalização da atividade
económica.
Estruturar o crescimento
do Nordeste Transmontano
“O concelho de Bragança deve assumir o papel de polo estruturante
do desenvolvimento de todo o Nordeste Transmontano” – referiu
Miguel Taborda, consultor da SPI.
Durante o workshop, foi debatida a importância da fixação de
empresas e RH qualificados, contrariando a problemática de ser uma
região de baixa densidade.
Nesta perspetiva, o concelho dispõe de boas condições para reforçar à
I&I utilizando o Brigantia EcoPark para ligar empresas e C&T.
O desenvolvimento económico da região passa também valorização
dos produtos endógenos de qualidade e pelo turismo.
Bragança pretende promover a sustentabilidade, posicionando-se
como ecocidade.
A conclusão do túnel do Marão, prevista para 2015, permite a
Bragança promover e aproveitar a “nova” proximidade ao litoral.
e europeia, devem ser promovidos sistemas de incentivos (nacionais e europeus) que se assumam
como instrumentos fundamen-
tais de apoio ao investimento e à
dinamização económica, nomeadamente em matéria de inovação
e desenvolvimento regional.
O Instituto Politécnico de Bragança vai cooperar com o Brigantia Ecopark.
7
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
ATUALIDADE
Candidaturas ao Prémio Kaizen Lean em aberto
Conferência Anual do BCSD Portugal na Culturgest
As empresas nacionais podem concorrer ao Prémio Kaizen Lean até ao próximo dia 31 de outubro. Os galardões entregues pelo Kaizen Institute Portugal distinguem organizações exemplo de
boas práticas, de qualquer setor de atividade, quer sejam pequenas, médias ou grandes empresas. Salsa, Volkswagen Autoeuropa, Sonae, Amorim & Irmãos, Bosch, Oliveira & Irmão, Lipor,
USF Valongo e Farfetch Portugal são algumas das entidades que já foram distinguidas.
A Conferência Anual do BCSD Portugal é um evento incontornável na agenda do desenvolvimento sustentável nacional. A participação no evento é livre e as inscrições podem ser feitas
através do site do BCSD Portugal. O evento abre um conjunto de ações nos temas da sustentabilidade, que decorre na Culturgest nos dias 29 e 30 de outubro e que a Caixa Geral de Depósitos, em conjunto com o BCSD Portugal, está a dinamizar.
Redução da TSU por causa
do salário mínimo custa
ao Estado 20 milhões de euros
Já foi publicado o diploma
(DL nº 154/2014) que garante
a redução da TSU a empresas
que tenham de suportar o custo
do aumento do salário mínimo.
As empresas abrangidas pelo
subida do salário mínimo em
20 euros (de 485 euros para 505
euros brutos) em outubro poderão ter um desconto de 0,75
pontos na taxa social única a
partir de novembro, que baixa
de 23,7% para 23%.
Na prática, o Estado assegura
15% do aumento dos custos das
remunerações a pagar durante
15 meses (entre novembro de
2014 e janeiro de 2016, incluindo subsídios de férias e de Natal). A medida custa aos cofres
do Estado cerca de 20 milhões
de euros, através da transferência para o Orçamento da Segurança Social.
Os contratos salariais acima
do mínimo nacional, mas inferior ao novo valor (entre de
485, 01 euros a 504,99 euros)
não são também abrangidas pela
medida, apesar de estas empre-
O Estado assegura 15% do aumento dos custos das remunerações a pagar
durante 15 meses.
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Já pensou onde quer estar
daqui para a frente?
Empresas abrangidas
Beneficiam do desconto na
TSU apenas as entidades empregadoras de direito privado
que observem dois requisitos:
contribuam para o regime geral
dos trabalhadores por conta de
outrem e tenham a sua situação
contributiva regularizada ou
que entretanto a regularizem.
Podem também beneficiar do
apoio pessoas coletivas sem fins
lucrativos, com direito ao desconto, ou que pertençam a setores economicamente débeis.
Segundo o diploma, a medida
abrange apenas as contribuições
relativas a trabalhadores vinculados à empresa por contrato de
trabalho (a termo ou sem termo) desde maio de 2014 e que
tenham, pelo menos num dos
meses entre janeiro e agosto, o
salário mínimo nacional.
No caso de trabalhadores com
contrato a termo parcial, é necessário requerimento, que deve
ser apresentado até 30 de novembro, sob pena de as empresas perderem o direito a alguns
meses de redução.
Se o seu próximo passo é avançar na sua carreira, comece por estar bem preparado.
Os cursos de formação avançada da Universidade Portucalense vão ajudá-lo
a passar mais uma etapa para, daqui para a frente, estar onde sempre quis.
CURSO DE PREPARAÇÃO
MBA
Admissão ao Centro de Estudos
Judiciários (26ª edição)
MBA para Gestores de PME
(7ª edição)
MESTRADO
FORMAÇÃO APLICADA
Direito
Especializações em:
Ciências Jurídico-Empresariais
Ciências Jurídico-Políticas
Ciências Jurídico-Processuais
Finanças
Gestão
Informática
Curso Breve de Direito Fiscal
Direito da Concorrência
Direito da Propriedade Industrial
Direito do Trabalho
Direito Fiscal
Empreendedorismo Cultural e Criativo
Insolvência e Recuperação de Empresas
Processo Administrativo
Project Finance
PÓS-GRADUAÇÃO
Direito e Gestão
Engenharia de Software
Negócios e Internacionalização
de PME
Sistemas de Informação
Quem fica de fora
Ficam fora da medida as contribuições relativas a trabalhadores que tenham sido contratados desde junho pelo salário
mínimo nacional (de 485 euros)
ou que sejam contratados a partir de outubro pelo novo salário
(de 505 euros).
sas serem obrigadas a atualizarem o salário mínimo para 505
euros.
A redução é concedida oficiosamente pelos serviços de segurança social.
Para mais informações contacte:
Gabinete de Ingresso
Tel. 225 572 222/3
Número verde 800 27 02 01
Email: [email protected]
www.upt.pt
SHORT MASTER
Business Intelligence (7ª edição)
Cultura do Vinho e Enoturismo
Gestão de Sistemas de Informação (2ª edição)
Marketing Turístico
8
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
ATUALIDADE
Câmara de Lisboa arrecada seis milhões em imóveis
A Câmara Municipal de Lisboa arrecadou seis milhões de euros na hasta pública que promoveu para alienar 24 imóveis integrados no programa “Reabilita primeiro, paga depois”.
Tratou-se de uma das vendas mais concorridas de sempre, já que foi atingido mais do dobro
previsto. Apresentaram-se 229 candidatos e foram realizados 1500 lances. Um aspeto interessante foi a presença de interessados estrangeiros.
Leixões movimenta 13 milhões de toneladas
de mercadorias
O Porto de Leixões movimentou mais de 13 milhões de toneladas de mercadorias, até ao mês
de setembro. Foram exportados 4,3 milhões de toneladas, no período em análise, mais 7% do
que em igual período do ano passado. Todas as classes apresentaram crescimentos, com exceção dos granéis líquidos, os quais sofreram uma quebra de 10%.
RECAPITALIZAÇÃO ENVOLVE O LANÇAMENTO DE OPA
Porto SAD vai continuar
cotada em Bolsa
A OPA lançada pelo FC Porto
sobre a Porto SAD não tem por
objetivo retirar a empresa da Bolsa
– disse Fernando Gomes à “Vida
Económica”. O administrador da
Porto SAD apresentou esta semana as contas do último ano fiscal
que revelam um resultado negativo de 40,7 milhões de euros.
Segundo referiu, o resultado
apresentado é “conjuntural e atípico”, não refletindo o desempenho económico da Porto SAD. O
Campeonato do Mundo atrasou
as transferências pelo que os proveitos de 30,5 milhões de euros
com a transferência de Mangala
para o Manchester City apenas
foram registados no exercício em
curso. A qualificação tardia para
a Liga dos Campeões também
fez com que o prémio de 10 milhões não entrasse no ano fiscal
2013/2014.
Face ao exercício anterior, os
resultados das transações com
passes dos jogadores diminuem
A cotação das ações da Porto SAD dirigida por Pinto da Costa situa-se próximo
dos 65 cêntimos.
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de 76,4 milhões para 23,9 milhões de euros.
Apesar da queda dos resultados
de 20,3 milhões positivos para
40,7 milhões de euros negativos,
o Ebitda foi positivo, atingindo
1,8 milhões de euros.
A cotação das ações da Porto
SAD tem evoluído de forma positiva. Depois de atingir um mínimo histórico de 17 cêntimos
em Dezembro de 2012, as ações
têm vindo a recuperar, cotando
atualmente próximo de 65 cêntimos.
Esta foi a primeira apresentação de contas da Porto SAD com
Fernando Gomes, que substitui
no cargo o anterior administrador Angelino Ferreira.
O antigo presidente da Câmara
do Porto destacou como aspeto
positivo o facto de o rácio de salários sobre proveitos operacionais
estar em 67%, dentro dos limites
de 70% recomendado pela UEFA.
Como aspeto desfavorável, Fernando Gomes referiu o facto de
a maior parte do passivo de 223
milhões de euros da Porto SAD
ter vencimento no curto prazo.
O objetivo é reestruturar o passivo. O empréstimo obrigacionista que se vence no próximo ano
deverá ser reembolsado de forma
faseada nos anos seguintes.
Pagamento de dívida fiscal
antecipado
Apesar da queda dos resultados,
o encargo com o IRC aumenta de
549 mil euros para 3,2 milhões
de euros, comparativamente com
o exercício anterior.
Fernando Gomes explicou que a
Porto SAD impugnou judicialmente uma dívida fiscal, mas optou por
efetuar o pagamento, beneficiando
da redução de juros prevista pelo
último regime temporário de regularização de dívidas ao Fisco.
O administrador da Porto SAD
considera que o desfecho da impugnação vai ser favorável, possibilitando a devolução dos valores
pagos. “Por prudência, foi feito o
pagamento, evitando os encargos
com juros durante a pendência
do processo” – referiu Fernando
Gomes.
9
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
ATUALIDADE
PROJETO “DEVELOPING SKILLS FOR FUTURE JOBS” APRESENTADO NO ISMAI
Aversão ao risco condiciona
desenvolvimento do empreendedorismo
MARC BARROS
[email protected]
A mudança da perceção vigente quanto ao medo de falhar e a aversão ao risco são
aspetos considerados fundamentais para implementar um
modelo de empreendedorismo
mais assertivo à escala europeia.
Esta foi uma das conclusões
centrais da conferência de imprensa de apresentação do projeto internacional “Developing
Skills for Future Jobs”, que decorreu no Instituto Universitário da Maia – ISMAI.
Este projeto visa, desde logo,
criar uma Rede Internacional
de Universidades Empreendedoras. Trata-se de uma parceria que envolve universidades
de quatro países: a University
College of Economics, Entrepreneurship and Management Nikola Subic Zrinski
(Croácia), Novia University of
Applied Sciences (Finlândia,
Faculty for Commercial and
Business Sciences (Eslovénia)
e do Instituto Universitário da
Maia.
O projeto, de cariz multinacional, permite a criação
de uma plataforma capaz de
fomentar “a troca de experiências e conhecimentos”, referiu
o croata Anton Florijan Barisic.
Para João Carvalho, um dos
mentores do projeto e professor do ISMAI, “todos os países reunidos neste projeto são
pequenos em termos de população”, pelo que é necessário
“mostrar aos alunos que estes
devem construir empresas que
olhem para a Europa como um
mercado apenas”. Com este
projeto, “os alunos conseguem
criar redes com outros países e
mercados”, considerou.
Dia Nacional do Falhanço
Na Finlândia, existe uma
abordagem curiosa quanto à
prática do fomento do empreendedorismo, que passa pela
“celebração” do dia nacional
do falhanço (a 13 de Outubro).
De acordo com Åsa Hagberg-Andersson, a Europa “precisa
cada vez mais de jovens empreendedores no futuro”. Nesse
dia, o país discute “a visão da
sociedade sobre o falhanço, individual e empreendedor”, disse. “Porque são as pessoas tão
duras para com quem falha?
Será uma questão cultural ou
de atitude?” A experiência com
os seus alunos “parece demonstrar que o falhanço não é visto
como tal mas apenas um período temporário em que não se é
tão bem sucedido como se poderá vir a ser”. Ou seja, resumiu, “aprendemos e voltamos
a levantar-nos”.
Na sua perspetiva, o receio
de errar e a aversão ao risco
“são questões chave; nos EUA,
a visão sobre empreender e
falhar é totalmente diferente.
Julgo que esta é uma das razões
que explica por que razão não
há um maior crescimento de
novas empresas” na Europa.
Para a eslovena Marjana Slock, “uma das diferenças entre
o verdadeiro empreendedor e
aquele que só o é por necessidade de autoemprego surge
quando o primeiro procura
implementar novas ideias e o
segundo pensa “Isto não é para
mim, prefiro um emprego seguro”.
Anton Florijan Barisic vai
mais longe, frisando que “a
nossa sociedade praticamente
impede os jovens de arriscarem, pois sabem que, se falharem, estarão durante alguns
anos impedidos de criarem novas empresas ou continuarem
as suas atividades empreendedoras”.
Mas o tema é incontornável,
até porque, segundo João Carvalho, “não existem empregos
suficientes para todos e teremos uma taxa de desemprego
estrutural, pelo que temos que
pensar no autoemprego. É isso
que procuro mostrar aos meus
alunos”.
Rede Internacional de Universidades Empreendedoras permitirá a troca de
experiências e de conhecimentos.
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Contabilidade Geral
3oUtoQovePbUo
/isboDQovePbUo
09h30 às 13h /14h30 às 18h
Objetivos:
1o¿QDOGDDomoGeIoUPDomoosIoUPDQGos
estDUmoKDbiOitDGosD:
‡'oPiQDUoesseQFiDOsobUeosFoQFeitos
bDseGeFoQtDbiOiGDGeeDOiQJXDJeP
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eODboUDGDsGeDFoUGoFoPo61&
)oUPDGoU: Dr. Agostinho Costa
3Ueoos:
Assinantes VE: €90+IVA
Público em Geral: €120+IVA
PROGRAMA:
A&oQtDbiOiGDGeFoPosistePDGeiQIoUPDomo
GeDSoiojJestmo
O sistema de normalização contabilística
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GeFoQtDbiOiGDGeeP61&
Conceitos base de contabilidade em SNC
OesseQFiDOsobUeDsFODsseseGo61&
Estudo do conteúdo e movimentação de contas
OesseQFiDOsobUeDsFODsseseGo61&
Estudo do conteúdo e movimentação de contas
OesseQFiDOsobUeostUDbDOKosGe¿P
Gee[eUFtFio
Anilise dos SrinciSais asSetos do trabalho de ¿m de e[ercício
Inventário anual
Regularização das contas
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Lançamentos de apuramento de resultados
%alancete ¿nal ou de encerramento
Demonstraç}es ¿nanceiras
E[ercícios práticos
AsGePoQstUDo}es¿QDQFeiUDseo61&
O balanço
A demonstração de resultados
A demonstração dos Àu[os de cai[a
Ana Rita %essa Dep. )ormação Vida Econymica Editorial SA. _ 7lI: 223 399 42/00 _ )a[: 222 08 098 _ Email: anabessa#vidaeconomica.pt
10
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBR0 2014
ATUALIDADE
Certif representa Portugal no IECRE
Tomaz do Douro recebe “Gaia é Fado”
A Certif é o organismo nacional que representa Portugal no IECRE (IEC System for Certification to Sandards Relating to Equipment for Use in Renewable Energy Application). Este
organismo foi criado com o objetivo de facilitar o comércio internacional de equipamentos
e serviços para utilização no setor das energias renováveis, mantendo o adequado nível de
segurança.
O “Gaia é Fado” realiza-se amanhã, sábado, entre as 19h00 e a
01h00. A iniciativa é promovida pela primeira vez pelo jornal “O
Gaiense” e reúne os representantes das freguesias do concelho de
Vila Nova de Gaia. Os 10 finalistas do concurso terão como palco
o rio Douro e estarão a bordo da embarcação “Esplendor do Douro”, da Tomaz do Douro.
AMALIO DE MARICHALAR
FRANCISCO JAIME QUESADO
Conde de Ripalda
Presidente Foro Soria 21 para o Desenvolvimento Sustentável.
Membro do Conselho da European Environment Foundation.
Freiburg, Alemanha
Presidente da ESPAP – Entidade de Serviços
Partilhados da Administração Pública
PORTUGAL TEM QUE SABER AGARRAR ESTA NOVA
OPORTUNIDADE ASSOCIADA ÀS OPÇÕES EUROPEIAS
As novas redes de conhecimento
Mudança climática, tempo de mudança
Temos ao longo do próximo
ano um grande desafio global.
Tomar todas as medidas
necessárias para atenuar
as alterações climáticas e
provavelmente adaptarmonos a novos cenários que em
última instância não podem ser
controlados, de forma a atenuar
as consequências negativas.
O objetivo é trabalhar para
que a Cimeira do Clima em
Paris, em 2015, possa finalmente
ser um sucesso. Assim se
decidiu na última reunião anual
da European Environment
Foundation, em Freiburg, com a
presença de 160 personalidades
reconhecidas e especializadas no
meio ambiente, vindas de todo
o mundo.
Que o mundo está a mudar
de forma muito rápida não
é algo novo, se bem que em
muito aspetos não estamos
a ser capazes de assimilar as
mudanças. Existem várias teorias
sobre as mudanças climáticas,
mas há factos objetivos a
que devemos estar atentos e
analisar com urgência as suas
implicações. O aquecimento
global, a evolução das calotes
polares, as emissões de carbono
e as várias descobertas científicas
sobre a camada de ozono,
glaciares, rios e desertificação
são factos mensuráveis e têm
enormes consequências.
Mas, para mim, é ainda
mais preocupante que a
mão do homem esteja a
exercer influência negativa,
independentemente do que
pode ser a evolução da natureza,
avaliada ao longo de milhões
de anos. E, acima de tudo, que
perante as evidências não sejam
tomadas medidas a nível global
porque não há fronteiras em
questão de fenómenos naturais,
tal como não existem fronteiras
quando se contaminam os
rios, o ar, o mar, cidades
ou se degradam as florestas,
montanhas e oceanos.
Existe uma falta de liderança
global verdadeiramente
preocupante e egoísmos míopes
que, pensando assim defender
os seus interesses, não percebem
a realidade da sua sobrevivência
imediata e menos a dos seus
filhos.
É pouco aceitável que
os governos, conhecendo
esta realidade, não adotem
soluções pragmáticas, em
vez de testar emsempre a sua
responsabilidade pelo que
ela impõe, e que o resto da
sociedade assuma igualmente
uma responsabilidade
partilhada, ainda que
diferenciada.
Está em jogo o nosso presente
e o nosso futuro imediato, e só
podemos superar este grande
desafio fazendo apelo ao melhor
das pessoas, para que elas
assumam o seu papel em cada
posição de responsabilidade que
ocupem, acima de interesses
que se convertam em absurdos,
podendo o seu egoísmo
inviabilizar o futuro sem que se
apercebam.
Presumimos estar num século
XXI, que é de inteligência,
da razão, da informação, da
tecnologia, do conhecimento e
da globalização, mas esquecemos
o principal. Esquecemos o valor
supremo da pessoa e nossa
melhor herança moral, que é a
nossa cultura secular, que deve
ser a base indispensável para
aplicar a nossa inteligência e
os nossos conhecimentos, ao
serviço de um mundo global
que saiba desenvolver-se com
este quadro indispensável, sendo
dono do melhor de si mesmo e
não esquecendo esses princípios
essenciais do desenvolvimento
humano. Nada profundo,
autêntico, de valor democrático,
gerador de confiança e seguro
pode ser construído sem isso,
sendo muito urgente fazê-lo.
Não esqueçamos que, para
garantir um desenvolvimento
sustentável inteligente, temos
de basear-nos na cultura como
a pedra angular de um novo
paradigma de desenvolvimento,
que coloca a pessoa em primeiro
lugar e o melhor de si mesma
face ao egoísmo e ameaças,
muitos delas quase ao ponto de
não se poderem controlar.
Sejamos verdadeiramente
inteligentes num mundo
que caminha tão rápido,
mas que é tão pouco
reflexivo e responsável face
ao transcendente, para o bem
da presente e das futuras
gerações e, porque não dizê-lo, para o bem de nossas
consciências, sabedoras, pelo
acumular de conhecimentos,
do que é a verdadeira atuação
e responsabilidade na busca do
bem de toda a humanidade.
Este é o principal desafio da
nossa sociedade global, para
não perder de vista o objetivo
principal. Não há um minuto
a perder. É hora de mudança,
mudança para o racional
e inteligente, para o que é
verdadeiramente importante.
Não podemos colocar em
risco o valor da vida humana e
da vida do planeta, e, portanto,
a responsabilidade é inadiável,
tal como o clima influencia
diretamente e de forma
inadiável a vida no planeta.
A mensagem que vem de
Bruxelas é muito clara – só com
uma aposta séria em novas redes
de conhecimento será possível
desenvolver uma economia
inteligente, com efeitos no
mercado. Portugal está nesta rota e
importa mostrar que há um novo
capital de competência estratégica
de base nacional. Numa época
de crise complexa, o objetivo
das novas redes de inovação e
competitividade implica uma
mobilização das competências
nacionais para uma nova agenda.
O futuro de Portugal faz-se com os
portugueses e é essa a mensagem
central que importa deixar nestes
tempos de crise.
A economia portuguesa está
claramente confrontada com um
desafio de crescimento efetivo
e sustentado no futuro. Os
números dos últimos vinte anos
não poderiam ser mais evidentes.
A incapacidade de modernização
do setor industrial e de nova
abordagem, baseada na inovação
e criatividade, de mercados
globais, associada à manutenção
do paradigma de uma “economia
interna” de serviços com um caráter
reprodutivo limitado, criou a
ilusão, no final da década de 90, de
um “crescimento artificial” baseado
num consumo conjuntural,
manifestamente incapaz de se
projetar no futuro.
Portugal precisa efetivamente de
potenciar a sua presença ativa nas
redes internacionais de inovação
e competitividade, com todas
as consequências do ponto de
vista de impacto na sua matriz
económica e social. A política
pública tem que ser clara – há
que definir prioridades do ponto
de investimento estrutural nos
setores e nos territórios, sob pena
de não se conseguirem resultados
objetivos. Estamos no tempo dessa
oportunidade. definição clara dos
“pólos de competitividade” em
que atuar (terão que ser poucos e
com impacto claro na economia);
seleção, segundo critérios de
racionalidade estratégica, das
zonas territoriais onde se vai
atuar e efetiva mobilização de
“redes ativas” de comercialização
das competências existentes para
captação de “IDE de Inovação”.
O investimento direto
estrangeiro desempenha neste
contexto um papel de alavancagem
da mudança único. Portugal
precisa de forma clara de conseguir
entrar com sucesso no roteiro do
“IDE de Inovação”, associado à
captação de empresas e centros de
I&D identificados com os setores
mais dinâmicos da economia
– tecnologias de informação e
comunicação, biotecnologia,
automóvel e aeronáutica, entre
outros. Trata-se de uma abordagem
distinta, protagonizada por “redes
ativas” de atuação nos mercados
globais envolvendo os principais
protagonistas setoriais (empresas
líderes, universidades, centros
I&D), cabendo às agências
públicas um papel importante de
contextualização das condições de
sucesso de abordagem dos clientes.
Uma nova economia, capaz
de garantir uma economia nova
sustentável, terá que se basear numa
lógica de focalização em prioridades
claras. Assegurar que o “IDE de
Inovação” é vital na atracção de
competências que induzam uma
renovação ativa estrutural do tecido
económico nacional; mobilizar
de forma efetiva os “centros de
competência” para esta abordagem
ativa no mercado global – mas fazêlo tendo em atenção critérios de
racionalidade estratégica definidos
à partida, segundo opções globais
de política pública, que tenham
em devida atenção a necessidade de
manter níveis coerentes de coesão
social e territorial.
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11
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
ATUALIDADE/Internacional
DB vê boas opções de compra na banca espanhola
Irlanda muda regime de benefícios fiscais
Os analistas do Deutsche Bank desmarcam-se dos habituais receios das empresas internacionais relativamente à banca espanhola. Encaram com potencial de valorização de
dois dígitos os bancos do Ibex. A empresa de investimento alemã atualiza as suas perspetivas bolsistas sobre quatro dos principais bancos espanhóis, designadamente Santander,
BBVA, CaixaBank e Bankinter. O maior otimismo do Deutsche centra-se no BBVA e no
Bankinter.
A Irlanda anunciou que vai alterar o regime fiscal para acabar com os controversos esquemas
que permitem às multinacionais estabelecidas no país pagarem menos impostos. Uma má
notícia para gigantes como Apple, Google ou Facebook. Os grupos norte-americanos, em
particular, aproveitaram ao máximo este regime fiscal. No entanto, a Irlanda passou a ser fortemente pressionada para mudar, sobretudo por parte de Bruxelas. A medida deverá entrar em
vigor logo no primeiro dia do próximo ano.
O ano das fusões que não se realizaram
Muitos eram aqueles que acreditavam
que 2014 seria o ano do renascimento do
mercado das fusões e aquisições, depois de
um longo período de inatividade, em resultado da crise financeira. Nada mais errado: este ano será recordado como aquele
das operações frustradas. Os maiores negócios acabaram por não se realizar.
Os números dos nove primeiros meses
do ano refletem um contexto complicado
para as grandes ofertas públicas de aquisição. A título de exemplo, ficaram por se
concretizar operações como a oferta da
Pfizer sobre a AstraZeneca, a intenção de
fusão da Glencore com a Rio Tinto ou o
interesse da SAB Miller relativamente à
Heineken, entre muitas outras possíveis
integrações. Foram anunciadas operações
por um valor de 584 mil milhões de dólares, mas acabaram por se realizar transações que se ficaram por uns meros 10 mil
milhões, um montante até inferior ao ano
precedente.
O grande problema que se coloca neste
momento é o amplo diferencial que se verifica entre o valor que pedem os potenciais vendedores e o que oferecem os seus
pretendentes. Por outro lado, os eventuais compradores defrontam-se com problemas de financiamento. Os bancos estão a fazer tudo para evitar a tomada de
riscos e não estão nada interessados em
financiarem negócios cujo valor é entendido como excessivo. Sobretudo na Europa, há ainda muitas incertezas quanto
à evolução da maioria das economias.
De uma maneira geral, as empresas possuem liquidez para avançarem com grandes ofertas públicas de aquisição.
Quando se avança com a possibilidade
de pagar as ofertas com ações, em vez
de dinheiro, o que tem acontecido com
bastante frequência, esvai-se grande parte do atrativo de um qualquer negócio.
Ainda assim, os analistas acreditam
que poderá estar para breve o regresso
às grandes ofertas públicas de aquisição,
até porque existe liquidez disponível por
parte de bastantes empresas. Tudo dependerá de quando desaparecerem algumas incertezas e os preços estiverem mais
de acordo com a realidade do mercado
global.
Barroso tece críticas à política
de imigração do Reino Unido
Numa das suas últimas intervenções enquanto presidente da Comissão Europeia,
Durão Barroso não poupou nas críticas ao
debate no Reino Unido sobre a permanência
deste país permanecer na União Europeia.
Na sua perspetiva, o Reino Unido ficará
pior do ponto de vista económico, diplomático e social no caso de abandonar o espaço comunitário. Por outro lado, Durão
Barroso avisa que existem linhas vermelhas
que os governos europeus não podem ultrapassar no momento de fazer concessões ao
Reino Unido para que este país aceite ficar
na União. Por exemplo, não se pode colocar em causa a livre circulação de pessoas
na UE, em resposta às propostas da Grã-Bretanha no sentido de definir quotas aos
imigrantes de outros países da União Europeia. Uma das medidas previstas é limitar
o número de afiliações na segurança social
britânica de cidadãos de outros países europeus que chegam para trabalhar ou estudar
no Reno Unido.
Para Durão Barroso, seria injusto aceitar
esses limites quando os britânicos se podem
mover com toda a liberdade no resto da Europa. São mais de 1,4 milhões de britânicos
Durão Barroso não aceita que existam cidadãos de primeira e segunda no que toca aos direitos em
termos de imigração e emigração.
que trabalham noutros países comunitários
e a tendência é para este número aumentar
ainda mais. Todos eles beneficiam da liberdade que é concedida pela União Europeia.
Ou seja, se um país beneficia da liberdade
de movimentos dos seus cidadãos noutro
país, deveria outorgar esses mesmo direitos
àqueles que chegam.
Analistas falam
de terceira recessão
na Europa
São cada vez mais os especialistas que antecipam uma terceira recessão na Europa.
Sustentam os seus argumentos na debilidade crescente dos dados macroeconómicos
ou na perda de confiança. O principal sinal
de uma possível entrada em recessão prende-se com a travagem da economia alemã.
O motor europeu está a perder muita
da sua força, esperando-se nova quebra
para o terceiro trimestre. Berlim já reviu
em baixa as suas previsões para este ano. A
Itália e a França também levantam preocupações, para mais tratando-se de duas das
principais economias da União Europeia.
Os dados mais recentes apontam para uma
estagnação no setor industrial da Zona
Euro, com os serviços a apresentarem mesmo uma quebra. O que faz com que exista
falta de confiança, penalizando fortemente as intenções de investimento. O preço
do “brent” é outro indicador que levanta
sérias preocupações. No curto prazo, até
pode ter vantagens, mas é um facto que
a descida acentuada dos preços se prende
com a falta de dinamismo da economia
mundial. E a deflação continua a ser um
problema, ainda que as medidas do BCE
tenham revelado um efeito positivo. Resta
saber se são suficientes.
Mercado
do petróleo
“mergulhado”
em incógnitas
O mercado petrolífero atravessa toda
uma série de incertezas. Um dos maiores
problemas dos exportadores de petróleo é
que eles próprios dependem de uma parte
importante do crescimento da procura. A
Agência Internacional de Energia acredita
que o Médio Oriente e a Rússia necessitarão de 270 mil barris adicionais por dia, o
que significa 25% das previsões de crescimento da procura a nível global.
África representará outros 15%, mas
a descida dos preços das matérias-primas
faz com que essas previsões de crescimento
não se concretizem, facto que também está
a afetar os preços. Importa ter em conta
que cerca de metade da procura corresponde à China e é sabido que Pequim quer
equilibrar os seus objetivos de crescimento, no intuito de estabilizar a economia.
Os países exportadores de petróleo deverão observar com certa precaução a saúde
daquele que foi o seu cliente principal na
última década.
Uma outra face da moeda é que a descida nos preços da energia poderia dar um
impulso à procura nos países consumidores. No entanto, as medidas de eficiência
energética e a frágil situação económica limitam essa possibilidade em grande parte
do mundo desenvolvido. A principal esperança ainda reside na região Ásia-Pacífico,
mas não restam dúvidas que se está perante
um mercado de fortes incertezas.
12
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
Ramos Catarino entrega templo hindu em Lisboa
NEGÓCIOS
E EMPRESAS
A construtora Ramos Catarino entregou o novo tempo hindu de Lisboa, num projeto da autoria do arquiteto Nuno Malheiro, da FocusGroup. O templo está implantado num terreno
de mil m2 e é constituído por dois edifícios, o tempo e uma moradia reabilitada para albergar
os diversos serviços de apoio. “Em termos arquitetónicos, sobressaem as linhas contemporâneas, o uso de materiais nobres e soluções funcionais”, refere a empresa em comunicado. O
acesso a pessoas com mobilidade reduzida foi assegurado em ambos os edifícios.
MERCADO VALE MAIS DE OITO MIL MILHÕES DE EUROS
Grossistas de produtos químicos
e farmacêuticos não “escapam” à crise
O mercado dos grossistas
de produtos químicos e
farmacêuticos representa uma
faturação anual de oito mil
milhões de euros e cerca de
16 mil postos de trabalho.
Mas o setor defronta-se com
problemas, como é o caso da
sua contração, de acordo com
Vérter Gomes, presidente
da Groquifar – Associação
de Grossistas de Produtos
Químicos e Farmacêuticos.
GUILHERME OSSWALD
[email protected]
Vida Económica – Qual a atual situação
do vosso setor de atividade, num contexto
de dificuldades?
Vérter Gomes – Os vários setores em que
operamos (desde a farmácia até à veterinária,
passando pela agroquímica) têm sido afetados
pela situação económica que o país atravessa,
o que tem levado a uma contração generalizada do volume de negócios das empresas. No
caso da distribuição farmacêutica, a redução
dos preços dos medicamentos, motivada pelas
medidas governamentais, não é alheia a um
decréscimo de 8,7% do volume de negócios
dos 40 principais grossistas desta área. Na distribuição de produtos agroquímicos, a situação é semelhante, tendo o setor registado uma
PUB
Vérter Gomes, presidente da Groquifar, lamenta que o acesso ao crédito continue limitado apenas
às grandes empresas.
quebra de 4,5%. Em consonância com a legislação e as recomendações europeias, com vista
à redução dos produtos fitofarmacêuticos, vai-se continuar a assistir a uma redução do volume de negócios. A distribuição dos produtos
químicos para a indústria tem sofrido as consequências da atividade industrial na generalidade dos setores da indústria transformadora.
VE – Que outras dificuldades vos colocam problemas?
VG – Existe um problema que é transversal a todos os setores, a dificuldade no acesso
ao crédito, sobretudo no que toca às PME. A
quebra de 18 mil milhões de euros no crédito às sociedades, em 2012, atingiu sobretudo
as PME, com a agravante, do ponto de vista
da competitividade externa, de que o setor
empresarial já paga taxa de juro que são, em
média, o dobro das praticadas no conjunto da
Zona Euro. Um problema comum aos setores
da distribuição farmacêutica e agroquímica é
a contrafação. A Groquifar associou-se com
outros intervenientes nas fileiras dos medicamentos e dos fitofarmacêuticos na criação de
duas entidades gestoras dos respetivos resíduos
de embalagens, a Valormed e a Valorfito.
VE – A legislação em vigor é a adequada?
VG – Na generalidade, a legislação que regula os vários setores de atividade da Groquifar
deriva da legislação europeia, em especial das
diretivas aplicáveis. A nossa associação tem
colaborado com as entidades nacionais na elaboração de diplomas que originaram a rede
de distribuição mais moderna da Europa. No
entanto, o excesso de regulamentação em vários segmentos (que, em muitos casos, requer
das empresas colaboradores especializados)
contrasta com a falta de regulamentação noutros, como é o caso da atividade de controlo
de pragas, objetivo que a Groquifar persegue
há vários anos.
VE – Como está a concorrência? Existe
domínio de mercado?
VG – Existem cerca de três mil empresas nos
setores representados na nossa associação. Nestas condições – embora haja em todas as áreas
empresas com quotas de mercado mais elevadas – não se pode afirmar haver domínio de
mercado, até porque a própria legislação não o
permitiria. E a associação tem tido o cuidado
de promover sessões de esclarecimento sobre
o enquadramento legislativo da concorrência,
bem como sobre outros aspetos das relações
interempresariais.
VE – Como podem as empresas fazer
face aos problemas que se colocam?
VG – As entidades dos setores que representamos devem estar conscientes dos problemas que têm de enfrentar e a melhor forma
de estarem informados é serem membros da
Groquifar. Somos parceiros consultados e
participantes junto dos ministérios da tutela e
colaboramos direta e especificamente na criação de muita da legislação que regula aquelas
atividades.
Para além de uma informação contínua aos
associados, promovemos sessões de esclarecimento sobre os temas que mais preocupam
as empresas, promovemos formação técnica,
damos apoio e consultoria nas áreas laboral e
fiscal e representamos as empresas nas relações
com as estruturas sindicais.
VE – A vossa associação está a organizar
um congresso. Quais os principais objetivos do mesmo?
VG – Reunir empresas e entidades na análise
e discussão de vários temas da distribuição química e farmacêutica. Trata-se da caraterização
dos vários setores de atividade representados
na Groquifar e a sua evolukção nos últimos
anos, de refletir em conjunto sobre as oportunidades que o novo ciclo de aplicação dos
fundos europeus estruturais e de investimento
abre às empresas, os meios de financiamento
e a análise sobre as várias formas de reforçar a
competitividade e acrescentar valor na distribuição.
13
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
NEGÓCIOS E EMPRESAS
Lucios ganha obra de luxo em Lisboa
Câmara de Lisboa arrecada seis milhões em imóveis
A Lucios foi a empresa escolhida pela AM48 para a construção do Edifício Focus Lx, em Lisboa, um projeto que representa um investimento de 11,5 milhões de euros. A sua conclusão
está prevista para o primeiro trimestre de 2016 e consiste em 26 apartamentos de luxo, distribuídos por 14 pisos. “A empreitada reforça a nossa aposta no segmento residencial, um nicho de mercado em que a empresa tem ganho obras de relevo”, refere a construtora em comunicado.
A Câmara Municipal de Lisboa arrecadou seis milhões de euros na hasta pública que promoveu para alienar 24 imóveis integrados no programa “Reabilita primeiro, paga depois”. Tratou-se de uma das vendas mais concorridas de sempre, já que foi atingido mais do dobro previsto. Apresentaram-se 229 candidatos e foram realizados 1500 lances. Um aspeto interessante
foi a presença de interessados estrangeiros. Aliás, este programa apresenta toda uma série de
vantagens em termos de investimento.
MERCADO DO MEDICAMENTO FICA MAIS TRANSPARENTE
Farmacêutica UCB estabelece
acordo inovador com o Infarmed
A biofarmacêutica belga
UCB estabeleceu um
acordo inovador com o
Infarmed. Quando um
dos seus medicamentos
não apresenta resultados satisfatórios para os
doentes, os hospitais são
ressarcidos. Para além
das questões económicas
envolvidas, trata-se de
um processo que permite
introduzir uma maior
transparência no mercado. Em declarações à
“Vida Económica”, Jesus
Sobrino, administrador
da UCB, admite que o
mercado farmacêutico
nacional está numa fase
de profunda mudança.
O acordo estabelecido com o
Infarmed permite que os hospitais
sejam ressarcidos sempre que um
medicamento não se revela eficaz
no tratamento. Isto num determinado período de tempo pré-definido e de acordo com critérios
Jesus Sobrino, administrador da UCB.
médicos baseados em diretrizes
nacionais e internacionais no tratamento da artrite reumatóide. “O
hospital apenas paga se obtiver resultados satisfatórios, permitindo
ainda que o doente tente – mais
cedo – outras alternativas terapêuticas, evitando que o hospital
esteja indefinidamente a pagar por
uma terapêutica que não funciona.
Este programa constitui uma clara
vontade de tornar transparente o
mercado, já que não há qualquer
tipo de acordo baseado em volume, visando única e exclusivamente contribuir para a sustentabilidade do Sistema Nacional de Saúde”,
explica o responsável daquela farmacêutica.
A empresa está a apostar no
mercado português e pretende
ter mesmo um papel mais ativo,
como adiantou Jesus Sobrino:
“Centramos a nossa atividade em
duas áreas de referência, o sistema
nervoso central e a imunologia. Na
prática, em Portugal, para além da
promoção de dois medicamentos
inovadores, recentemente comparticipados pelas autoridades nacionais (um para o tratamento da
epilepsia e outro da artrite reumatóide), procuramos igualmente incluir doentes e investigadores portugueses em ensaios clínicos. Estes
traduzem-se não só numa melhoria futura da qualidade de vida dos
doentes com doenças crónicas,
como também numa redução efetiva de custos com medicamentos
para os cofres do Estado.”
Jesus Sobrino faz questão de
afirmar que vários outros produtos
serão lançados ainda este ano no
mercado. E afirma que é intenção
da UCB colocar Portugal no mapa
da investigação internacional, já
que os centros e os investigadores
nacionais ombreiam com o que
de melhor existe no estrangeiro.
Entretanto, está de acordo com a
vontade de uniformizar a legislação do setor farmacêutico a nível
europeu, sobretudo para o bem
dos doentes, os principais atores
de todo este sistema.
José Sobrino admite que o
mercado farmacêutico nacional
atravessa uma fase de profunda
alteração. “A somar a um conjunto de incertezas quanto ao futuro
em matéria legislativa e tributária,
a crise económica estabeleceu um
novo paradigma para a indústria
farmacêutica, já que esta é chamada a contribuir de forma efetiva
na despesa com medicamentos.
O mais difícil é conseguir planear
adequadamente nestas circunstâncias de constante instabilidade.”
A realidade é que, em consequência de uma política condicionada a limites impostos pelas
instâncias externas, o mercado nacional contraiu-se. “Um conjunto de ajustamentos foi necessário
para a adaptação a esta nova situação. Contudo, os despedimentos
tornaram-se inevitáveis, de forma
a manter uma presença no mercado que pudesse continuar a trazer
valor a todos os stakeholders.”
CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS
INCENTIVOS À QUALIFICAÇÃO E INOVAÇÃO NOS AÇORES
Tenho uma ideia para um produto
inovador, em que a localização ideal
para o seu fabrico seria a ilha Terceira.
Existem apoios à inovação nos Açores?
Resposta
O Programa Competir+, na prossecução
da política de crescimento de emprego e
de competitividade adotada pelo Governo
Regional dos Açores, encontra-se estruturado
em sete subsistemas de incentivos que
traduzem linhas de apoio específicas e
adequadas à estratégia de desenvolvimento
económico que se pretende implementar nos
Açores.
O Subsistema de Incentivos para a
Qualificação e Inovação é um desses
subsistemas. Visa promover a qualidade e
inovação junto das empresas regionais, pela
via da produção de novos ou melhorados bens
e serviços, de novos processos de produção,
de novos modelos organizacionais ou de
estratégias de marketing que suportem a
sua progressão na cadeia de valor e o reforço
da orientação para os mercados externos à
Região.
Os projetos de investimento no âmbito do
SI Q&I podem ter as seguintes tipologias de
investimento:
a) Investimentos de inovação produtiva:
i) Produção de novos bens e serviços ou
melhorias significativas da produção atual;
ii) Adoção de novos processos de fabrico,
de logística e distribuição, organizacionais
ou de marketing;
iii) Expansão de capacidades de produção
em atividades com procuras internacionais
dinâmicas;
iv) Criação de empresas intensivas em
tecnologia e conhecimento ou em setores
com fortes dinâmicas de crescimento, e
que se proponham criar postos de trabalho
qualificados;
v) Criação de unidades produção ou
introdução de melhorias tecnológicas
com impacte relevante ao nível da
produtividade, do produto, das exportações,
do emprego, da segurança alimentar ou
industrial ou da eficiência energética e
ambiental;
b) Investimento em sistemas de qualidade
(entre outros):
i) Implementação e certificação de
sistemas de gestão da qualidade, de
gestão ambiental, de sistemas de gestão
da investigação, desenvolvimento e
inovação, entre outros sistemas de gestão,
certificação de produtos e serviços com
obtenção de marcas, obtenção do rótulo
ecológico;
ii) Melhoria das capacidades de conceção
e desenvolvimento de produtos, processos
e serviços;
iii) Aumento da eficiência energética e
diversificação das fontes de energia com
base na utilização de recursos renováveis;
iv) Estudos de homogeneidade e
estabilidade de equipamentos de
monitorização, projetos de benchmarking,
medição sistemática de satisfação de
clientes e colaboradores e avaliação de
fornecedores.
São suscetíveis de apoio projetos com
investimentos superiores a J 15 000,00 e
inferiores a J 500 000,00 em todos os setores
de atividade, incluindo os projetos no âmbito
da transformação e comercialização dos
produtos.
O incentivo a conceder reveste a forma de
incentivo não reembolsável, com uma taxa
de 50% sobre as despesas elegíveis. Pode
ser concedido um prémio de realização após
a conclusão do projeto, correspondente à
aplicação de uma percentagem de 3% sobre
as despesas elegíveis, por cada posto de
trabalho qualificado criado, até ao limite de
15%.
Considera-se posto de trabalho qualificado o
posto de trabalho ocupado por um trabalhador
titular de um curso ministrado pelo ensino
superior universitário ou politécnico.
WWW.SIBEC.PT
[email protected]
228 348 500
14
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
NEGÓCIOS E EMPRESAS
ACORDO ENVOLVE MUDANÇA DE 1400 PESSOAS
LINHA DIRETA – PME
Lufthansa transfere sistemas
de informação para a IBM
A Deutsche Lufthansa
AG anunciou esta semana que, no âmbito do
realinhamento das atividades do Grupo, vai iniciar uma parceria a longo
prazo na área das tecnologias. De acordo com
os termos a acordar, a
Lufthansa vai entregar à
IBM todos os serviços de
infraestrutura do Grupo.
AIBM irá assumir
toda a divisão de infraestruturas da Lufthansa
Systems AG. O acordo
de “outsourcing” é por
um prazo de sete anos e
irá permitir à Lufthansa
beneficiar de uma redução permanente dos
custos da infraestrutura
IT em aproximadamente 70 milhões de euros
por ano.
No âmbito deste acordo, cerca de 1400 empregados da área de IT
da Lufthansa são transferidas para a IBM.
Neste momento estão
a decorrer as negociações
finais entre a Lufthansa e
a IBM.
Através deste acordo com a IBM, a Lufthansa prevê uma redução global de custos de 490 milhões de euros nos próximos sete anos.
“Os 12 casos aqui apresentados de empresas
portuguesas que concebem, produzem e
comercializam produtos de alto valor acrescentado com a participação de engenheiros
portugueses são a prova de que, seguindo
este rumo, o sucesso é possível.”
António Saraiva (Presidente da CIP)
“O livro pretende dar a conhecer alguns casos
desse prestigiante papel dos engenheiros e da
engenharia portuguesa.”
“Empresas com as características das apresentadas neste livro constituem ainda uma
minoria. Daí a importância de se divulgar o seu
exemplo, objetivo que cremos ter sido conseguido com a edição deste livro.”
José Manuel Lopes Cordeiro (Prof. U. Minho)
3(POÎBMP$SJTUØWÍPSDt10350
http://livraria.vidaeconomica.pt
[email protected]
Páginas 416
PVP €16,90
Também disponível em formato digital
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Nº Contribuinte
exemplar(es) do livro Engenharia pt - Uma via verde para o
desenvolvimento tecnológico e económico de Portugal, com o PVP unitário de €16,90.
U Para o efeito envio cheque/vale nº
, no valor de €
U Solicito o envio à cobrança (Acresce 4€ para despesas de envio e cobrança).
ASSINATURA
em pontos com vida nas compras online
Jack Soifer*
[email protected]
O conflito no médio-oriente
vai agravar-se. Isto restringirá o acesso ao crude e aumento do seu preço. A UE
tende a valorizar energias alternativas. Portugal tem bom
acesso a gás natural, e terá
que adotar medidas para
usá-lo mais. Faltam oficinas
para transformar o motor e
adicionar um depósito apropriado, na bagageira.
Argentina, Brasil e China são
os países que mais o utilizam
mas o flexfuel está a alargar
o mercado em carros na UE.
Suécia e Alemanha o usam
em autocarros urbanos e regionais; também o biogás,
vindo das ETAR.
Há dois sistemas, um em
que a oficina apenas altera
o motor e adquire o depósito, consoante as características da bagageira ou do autocarro. Outro, que, a partir
de moldes, faz o depósito,
usando compósito ou fibra,
otimizando espaços. Há
também cilindros para alta
pressão do gás, em geral
em aço inox, já prontos.
Ter no tablet um Excel
para mostrar ao cliente
quanto ele economiza por
ano
Fernando Manuel de Almeida Santos (Presidente do
Conselho Diretivo da Região Norte da Ordem dos Engenheiros)
Autor Gilberto Santos
GÁS NATURAL
Créditos: OJE-Victor Machado
Novidade
Título Engenharia pt - Uma via
verde para o desenvolvimento tecnológico
e económico de Portugal
LUCRAR COM…
,
Transformar autocarros exige uma oficina maior, ter
bons vendedores na Suíça,
Holanda, Alemanha e Suécia, pois Portugal despreza
esta energia barata e limpa.
Deverá ter dois reformados
dispostos a juntos, trazer e
levar os veículos.
Para automóveis deve ter
um ótimo vendedor para as
cooperativas de táxi e frotas
de médias empresas que
prestam serviços à residências. Pois o custo da transformação só compensa se a
viatura roda muito. Ele deve
ter no tablet um Excel para
mostrar ao cliente quanto
este economiza por ano,
consoante a sua viatura e a
rodagem semanal.
Precisa obter a certificação
para este serviço, o que acaba por trazer mais clientes
em geral, pois ela é rigorosa
e oferece prestígio.
Questões: [email protected]
terá resposta individualizada ou nesta coluna
J.Soifer é sueco. Engenheiro, trabalhou para, entre
outros, KFC nos EUA, Conselho Económico e Social do Presidente Lula, Banco Interamericano de
Desenvolvimento. É especialista em PME. Entre os
seus manuais: COMO SAIR DA CRISE, EMPREENDER TURISMO, ONTEM E HOJE NA ECONOMIA e
PORTUGAL PÓS-TROIKA.
15
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
NEGÓCIOS E EMPRESAS
CONGRESSO DA APLOG A 29 E 30 DE OUTUBRO
Aumento das exportações nacionais
foi positiva para o setor da logística
É já nos próximos dias 29 e
30 de outubro que se realiza,
em Lisboa, o 17º Congresso
de Logística da Associação
Portuguesa de Logística
(APLOG), evento que reúne
os principais atores nacionais
do setor e que se realizará em
simultâneo com o Eurolog
2014 – Congresso Europeu
de Logística. Em entrevista
exclusiva à ‘Vida Económica’,
Alcibíades Paulo Guedes,
presidente da APLOG, faz
um balaço do impacto da
crise no setor e aponta os
novos desafios que o mercado
coloca ao nível da logística.
FERNANDA SILVA TEIXEIRA
[email protected]
Vida Económica - Qual foi o verdadeiro impacto da crise económica
que o país atravessou, nos últimos
anos, nas empresas de logística?
Alcibíades Paulo Guedes - No que
diz respeito ao papel da logística nas
organizações, enquanto função de gestão, o contexto macroeconómico que
se viveu nos últimos anos conduziu a
um reforço desse papel. Níveis de exigência acrescida, margens reduzidas,
níveis crescentes de eficiência, exportação para mercados mais distantes, níveis
crescentes de concorrência, gestão mais
restritiva da tesouraria, níveis inferiores
de capital circulante, entre outros, são
tudo ambientes favoráveis ao desenvolvimento da logística nas organizações.
Quanto aos prestadores de serviços de
logística e transporte, a crise que enfrentámos nos últimos anos resultou em níveis inferiores de fluxos de mercadorias,
em particular em termos da importação
e do consumo interno. Esta situação teve
naturalmente reflexos negativos para as
empresas mais dependentes do mercado
interno. No entanto, e felizmente, em termos de exportações e internacionalização,
o percurso dos últimos anos foi positivo.
VE - A aposta das empresas nacionais na exportação foi positiva para
o setor?
APG – Sem dúvida. A maior internacionalização da economia, o aumento
da exportação de produtos transacionáveis, a necessidade para continuar a
procurar ganhos de eficiência e de qualidade de serviço aos clientes, a crescente
exigência em termos de competitividade, foram fatores muito positivos para
o desenvolvimento da logística e para o
reforço do papel dos prestadores de serviços de logística e transporte.
VE - Acredita, portanto, que a atividade no setor está já em recuperação?
APG - Sim, e podemos afirmá-lo com
base num indicador, o I.Log – Indicador da Atividade Logística, que foi desenvolvido em conjunto pela APLOG
A aposta das empresas nacionais na exportação foi positiva para o setor logístico, assegura Alcibíades Paulo Guedes.
e pela Accenture e que permite não só
medir a situação atual, mas, muito em
particular, perceber as expectativas futuras para os próximos 12 meses.
Tendo por base as respostas de um
painel de empresas, todas elas associadas da APLOG a um questionário, os
últimos resultados do I.Log mostram a
existência de uma perceção positiva dos
diferentes agentes logísticos em todos
os indicadores, situação, expectativas e
clima. Tendo como referência base de
100 pontos, o indicador de clima está
agora nos 131, o valor mais alto desde
a sua implementação, influenciado pelo
aumento quer do indicador de situação
atual, que passou dos 111 para os 126
pontos, quer do indicador de expectativas, que subiu dos 131 para os 137
pontos.
Já relativamente às expectativas futuras, os agentes do setor reportaram
melhoria na tendência de negócio e
na situação global das vendas, aumento do quadro de pessoal, invertendo a
tendência de diminuição que se estava
a verificar até à data e a manutenção do
aumento nos investimentos.
VE - Ultrapassadas as dificuldades
que condicionaram a vossa atividade, quais são os novos desafios que o
mercado coloca ao nível da logística?
APG - No que diz respeito aos prestadores de serviços de logística e transporte, um desafio sempre presente é
o de continuar a procurar melhorias
contínuas e ganhos de produtividade
(tempo e custo) nas operações logísticas, que permitam libertar margem nos
negócios que suportam. Nesse sentido,
o ecommerce, a presença omnichannel
e os novos canais comerciais são nichos
em crescimento e que colocam desafios
muito exigentes a todos os atores da cadeia de abastecimento.
Por outro lado, o desafio de acompa-
A crise que enfrentámos nos
últimos anos resultou em
níveis inferiores de fluxos de
mercadorias, em particular
em termos da importação e
do consumo interno.
nhar a internacionalização das empresas
portuguesas suas clientes, estabelecendo
operações locais nos mercados onde estas empresas se estabelecem, será certamente um outro vetor muito relevante.
Para tal, os prestadores de serviços de logística e transporte terão certamente de
procurar parcerias locais (ou multinacionais) que permitam criar redes (multimeios e multigeografias) que suportem
o maior número de origens/destinos,
garantindo frequências, tempos de trânsito, custos e visibilidade adequados às
necessidades de quem tem de competir
com concorrentes locais. Terão também
de reforçar soluções que permitam suportar os clientes no cumprimento de
todos os requisitos legais nos mercados
destino.
“Algumas das 14 plataformas
logísticas propostas dificilmente
serão competitivas”
VE - Qual o real impacto da logística na economia portuguesa e na sua
competitividade?
APG - O impacto é certamente significativo, mas não temos esta informação. A APLOG é transversal a toda
a logística e cadeia de abastecimento e
não representa os operadores logísticos,
nem os transportadores, nem a oferta de
infraestruturas de logística.
VE - Qual a importância da criação
de um verdadeiro sistema logístico
nacional?
APG - Sempre entendemos que é necessário desenvolver um sistema logístico nacional, não numa vertente que
seja apenas centrada no transporte ferroviário, rodoviário, marítimo ou aéreo,
mas sim que integre todos os modos de
transporte, numa visão sistémica de rede
logística integrada e com uma oferta
adequada de serviços logísticos.
VE - E como vê a aparente indefinição em que caíram, à exceção de
alguns casos, os projetos das plataformas logísticas nacionais?
APG - Neste sentido, nunca nos pronunciámos se deveriam ser 12, 10 ou 8.
Mas temos a noção de que da rede das 14
plataformas propostas inicialmente, algumas dificilmente serão competitivas e,
por isso, dificilmente atrairão investidores
para as desenvolver. Portanto, o que nos
preocupa não é tanto o número de plataformas que vamos ter, mas sim se teremos
investidores privados prontos para as desenvolver e se elas cumpram a sua função.
VE - O que pensa que este, ou o
próximo Governo, devam fazer para
ultrapassar o impasse em que permanecem estes projetos?
APG - Em termos das políticas nacionais, é necessário eliminar os custos de
contexto no setor portuário, nos transportes (ferrovia, rodovia), clarificar o papel das plataformas logísticas, para além
da burocracia existentes, que persistem
na atividade logística e que têm funcionado como obstáculo a uma maior competitividade do setor. É ainda necessário eliminar alguns gargalos e “missing
links” associados às redes de transportes.
16
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME
DOMINGUES AZEVEDO, BASTONÁRIO DA OTOC, AFIRMA
“Governo devia ter
coragem de acabar com
a tributação autónoma”
TERESA SILVEIRA
[email protected]
“O Governo não teve a coragem de acabar com a tributação
autónoma” sobre as empresas,
ainda que tenham obtido prejuízo fiscal, lamenta Domingues
Azevedo, acrescentando que a
OTOC propôs essa medida junto da Comissão para o Desenvolvimento da Reforma Fiscal
que, contudo, “não mexeu nas
questões de fundo”.
A redução das taxas de IRC
para as empresas de 23% para
21% prevista na proposta de Orçamento do Estado para 2015
é para o bastonário da OTOC
“uma imoralidade”, se comparada com as taxas praticadas
em sede de IRS, que vão até aos
45%.
Em declarações à “Vida Económica”, Domingues Azevedo
afirma esta proposta do OE2015
tem subjacente uma “falta de
equidade fiscal”, tanto mais que
haverá uma “deslocação da fiscalidade” sobre os particulares pela
“aplicação da fiscalidade verde”.
Questionado sobre o relevo
desta redução do IRC, nomeadamente se vai permitir atrair
investimento, o bastonário da
OTOC acha que não. “Isto é
para enganar os incautos”, diz,
lembrando que a primeira questão que os investidores estudam
quando pensam investir num
país estrangeiro é o funcionamento da Justiça, “cujos problemas se conhecem”, e os níveis
de burocracia “que são cada vez
maiores”.
Domingues Azevedo considera que a redução do IRC é “uma imoralidade”.
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Decisões
e Soluções
atinge
o melhor ano
de sempre
Cobrança de dívidas a clientes
Porto 17 novembro | Lisboa 18 novembro
09h30 às 13h /14h30 às 18h (7 horas)
DESTINATÁRIOS:
Quadros e pessoal administrativo
das áreas: Comercial, Financeira e
Administrativa
OBJETIVOS:
‡ Propor mptodos de organização de um
sistema de Controlo do Crpdito a Clientes
‡ Proporcionar mptodos práticos de cobrança
‡ Aumentar a Iormação das pessoas do
departamentos de cobranças assim
como de todos os Tue integram as áreas
comerciais ¿nanceiras e administrativa e
Tue de uma Iorma direta ou indireta trm
uma ligação com o crpdito a clientes e com
as cobranças
‡ 0ostrar a importkncia na tesouraria dos
crpditos e dos encargos ¿nanceiros
relativos às vendas de crpdito.
Preços:
Público Geral: G100 (+ IVA)
Assinantes VE: G80 (+ IVA)
PROGRAMA:
1. Como diminuir o crédito
vencido
‡ A análise A%C dos crpditos
vencidos
‡ A revisão periydica dos montantes
de crpdito atribuídos
‡ Como estabelecer plaIonds de
crpdito
‡ O custo do crpdito
2. Como organizar um serviço de
cobranças
‡ ObMetivos de um serviço de
cobranças
‡ De¿nição de um sistema de
cobranças
‡ A necessidade de inIormaç}es
atualizadas e ¿dedignas
‡ Organização de um ¿cheiro
histyrico de clientes
‡ A coordenação entre os diversos
serviços da empresa
3. Ações a desenvolver no
processo de cobranças
‡ Controlo de cobranças
‡ Classi¿cação dos devedores
‡ Os aspetos psicolygicos de uma
boa cobrança
‡ A cobrança teleIynica
4. Os aspetos jurídicos e a
cobrança das dívidas dos
clientes
‡ O procedimento Mudicial
‡ -urisprudrncia sobre títulos
e[ecutivos
5. Os aspetos ¿scais
‡ 4uest}es de crpdito e aspetos
¿scais em termos de IRC
‡ 4uest}es de crpdito e aspetos
¿scais em termos de IVA
6. Cuidados a ter com os meios
de pagamento utilizados pelos
clientes
‡ CheTues
‡ Letras
‡ Sistema de dpbitos diretos
7. O atraso nos pagamentos e a
aplicação de juros comerciais
‡ Legislação
‡ Cálculos de Muros
8. Como diminuir o risco de
crédito
‡ O Iactoring sem recurso
‡ Os Seguros de crpdito
‡ As garantias
9. Cartas-tipo e formulários
para o controlo de crédito e
cobranças
Ana Rita %essa (Dep. )ormação) Vida Econymica Editorial SA. _ 7lI: 223 399 427/00 _ )a[: 222 08 098 _ Email: anabessa#vidaeconomica.pt
A consultora Decisões e Soluções celebrou, no dia 15 de
outubro, o seu 11º aniversário,
no Salão Atlântico do Casino
de Espinho. O evento juntou
cerca de 400 convidados vindos de todo o país. O “Prémio
Carreira DS 2014” foi entregue
ao diretor da agência DS de Albergaria-a-Velha, José Pereira.
A Decisões e Soluções registou na área imobiliária, nos
primeiros nove meses de 2014,
um aumento de faturação de
240%, face a período homólogo de 2013, estando a ser o
melhor ano de sempre da sua
história.
“Este 11º aniversário teve um
sabor muito especial, tendo em
conta que 2014 está a ser o melhor ano de sempre desta marca
nacional que foi constituída em
2003 e que se adaptou às grandes mudanças que aconteceram
no nosso país, tendo lançado,
com sucesso, várias áreas de negócio e tendo-se transformado
na maior rede de consultoria
imobiliária e financeira a atuar em Portugal. O objetivo em
relação ao futuro continua a
ser o de prestar um serviço de
qualidade e com Soluções 360º
a todos os seus clientes e continuar a crescer, em agências,
colaboradores e clientes, em todas as suas áreas de atividade”,
afirmou durante o evento Paulo Abrantes, fundador e diretor
geral da Decisões e Soluções.
A Decisões e Soluções é a
maior rede de consultoria imobiliária e financeira a atuar em
Portugal. A empresa conta com
cerca de 100 agências, 800 colaboradores e mais de 140 mil
clientes distribuídos por todo
o país.
17
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
NEGÓCIOS E EMPRESAS/ANJE
Fátima Lopes apresenta a sua 1ª linha de calçado
O 35º PORTUGAL FASHION SPRINKLE PRIMAVERA/
VERÃO 2015 encerra com a apresentação da nova coleção de
Fátima Lopes. A criadora inspirou-se “nas artes gráficas, tanto na
escolha dos padrões como nas formas e nos volumes”. Inserida
nesta coleção “ready to wear”, “do palco diretamente para a rua”,
Fátima Lopes apresenta também a sua primeira linha de calçado,
“com modelos de pele suave, femininos, gráficos e easy chic”.
Sete jovens criadores estreiam-se no Portugal Fashion
A 35ª edição do Portugal Fashion contempla um conjunto de 12
desfiles no âmbito do Bloom, passerelle dedicada a jovens criadores e escolas de moda. Após os desfiles duplos Hibu/João Melo
Costa e Carla Pontes/Mafalda Fonseca, estão previstas sete estreias,
esta sexta-feira, na passerelle do Bloom. Pilar Pastor, Rita Gilman,
Filipe Martinho, Catarina Santos, Eduardo Amorim, João Rôla e
Pedro Neto vão apresentar pela primeira vez as suas coleções no Portugal Fashion.
DE 23 A 25 DE OUTUBRO, COM COLEÇÕES PRIMAVERA/VERÃO 2015
35º Portugal Fashion Sprinkle:
Moda “pulveriza” vários edifícios
históricos do Porto
Conservatório de Música do
Porto, Mosteiro de S. Bento da
Vitória e o edifício histórico da
Alfândega do Porto acolhem 25
desfiles, depois da estreia em
Lisboa
Depois do arranque em Lisboa, esta quarta-feira, dia 22 de outubro, o 35.º PORTUGAL FASHION SPRINKLE PRIMAVERA/VERÃO 2015 prosseguiu ontem no
Porto, com a realização de quatro desfiles no
Palácio dos Correios. Para os dias de hoje,
sexta-feira, 23, e de amanhã, sábado, 24, estão previstos mais de vinte desfiles em três
edifícios emblemáticos da cidade: a Alfândega do Porto (hoje e amanhã), o Conservatório de Música do Porto e o Mosteiro de S.
Bento da Vitória (ambos no sábado, último
dia do certame).
Aos quatro desfiles realizados em Lisboa e
aos quatro já decorridos no Porto, sucedem-se
mais 25 desfiles na Cidade Invicta, reunindo
17 criadores, nove marcas de vestuário, seis
marcas de calçado e quatro escolas de moda.
O line-up dos desfiles no Porto inclui ainda
nomes tão consagrados como os de Fátima
Lopes, Luís Buchinho, Luís Onofre, Miguel
Vieira, Nuno Baltazar, Katty Xiomara, Ricardo Preto ou Diogo Miranda, a que se juntam criadores emergentes e marcas nacionais
de prestígio, como a Dielmar, a Fly London,
a Lion of Porches ou a Vicri. A todos estes
nomes devem ainda somar-se oito jovens designers, uma marca e quatro escolas de moda
inseridas no projeto Bloom.
O Palácio dos Correios acolheu, ontem, o
arranque do programa para a cidade do Porto, com o desfile duplo Carla Pontes e Mafalda Fonseca (jovens criadoras do Bloom).
Seguiu-se a apresentação de coleções em mais
dois desfiles duplos de criadores que contam
com passagens em certames internacionais
- Estelita Mendonça e Susana Bettencourt;
Daniela Barros e Hugo Costa. Anabela Bal-
Nuno Baltazar regressa
ao Portugal Fashion
oito anos depois
Nuno Baltazar regressa ao Portugal
Fashion, após a sua última participação
em 2006. Formado em Design de
Moda no CITEX, Nuno Baltazar (Lisboa,
1976) destacou-se pelos prémios da
especialidade que foi acumulando. O
criador participou, através da etiqueta
Cravo/Baltazar, em quatro edições da
Paris Fashion Week (2001 a 2003), com
o apoio do Portugal Fashion. Amanhã,
pelas 19h30, Nuno Baltazar concretiza o
seu regresso no Mosteiro de S. Bento da
Vitória, com a coleção “Le Mepris”.
Ilustração de Nuno Baltazar que este sábado, no Porto, regressa ao Portugal Fashion.
daque encerrou o segundo dia do certame
com a apresentação da coleção “Anywhere”.
Esta sexta-feira, a Alfândega do Porto acolhe 13 desfiles. As atenções estão naturalmente centradas nos desfiles de Júlio Torcato
(17h00), Meam by Ricardo Preto (18h00),
Vicri (19h00), Katty Xiomara (20h00),
Diogo Miranda (21h30), Lion of Porches
(22h30) e Luís Onofre (23h30). A completar
o programa estão ainda as estreias de sete jovens criadores no Portugal Fashion (Pilar Pastor, Rita Gilman, Filipe Martinho, Catarina
Santos, Eduardo Amorim, João Rôla e Pedro
Neto) e as coleções primavera/verão 2015 de
Teresa Abrunhosa e da marca Klar (ambos
Bloom).
Luís Buchinho é o nome que inicia o programa do último dia desta edição, realizando
o único desfile que terá lugar no Conservatório de Música do Porto (14h30). O evento
prossegue na Alfândega do Porto durante a
tarde. A partir das 15h30 realizam-se os desfiles Bloom com alunos de escolas de moda
(Árvore, MODATEX, ESAD e EMP), o desfile coletivo da indústria de vestuário (Ballentina, Concreto by Hélder Batista, Cheyenne e
Mad Dragon Seeker by Alexandrine Cadilhe
e Daniel Simões) e o desfile coletivo do setor
do calçado (Dkode, Fly London, Goldmud
+ Alexandra Moura, J. Reinaldo, Nobrand e
Sílvia Rebatto). Pelo meio, Carlos Gil apresenta a coleção ”Match point”.
No final da tarde de amanhã (19h30), o
evento volta a mudar de cenário para se instalar no Mosteiro de S. Bento da Vitória. É neste monumento nacional que Nuno Baltazar
concretiza o seu regresso ao Portugal Fashion,
com a coleção “Le Mepris”, e Miguel Vieira
apresenta a coleção “Elegância descontraída”.
Dielmar e Fátima Lopes encerram o 35.º
PORTUGAL FASHION SPRINKLE no
edifício da Alfândega do Porto.
Coleções do Portugal Fashion
expostas e à venda
no Showroom Brand Up
O 35.º PORTUGAL FASHION
SPRINKLE PRIMAVERA/VERÃO 2015
inclui pela terceira vez consecutiva o showroom Brand Up. Trata-se de uma mostra
de coleções de criadores e marcas de vestuário, aberta ao público em geral mas também dirigida a agentes de compras especializados. Importa sublinhar que o Brand Up
decorre em simultâneo com os desfiles na
Alfândega do Porto, esta sexta-feira e sábado, entre as 17h00 e as 22h00, na Sala Auditório do histórico edifício portuense, com
entrada livre.
O Brand Up assume um papel eminentemente comercial, funcionando como complemento da apresentação das coleções em
passerelle. De resto, algumas das peças de
vestuário que integram os desfiles do Portugal Fashion podem ser vistas de perto no
showroom. Na verdade, estão expostas no
Brand Up propostas para a primavera/verão
2015 a revelar na passerelle do 35.º Portugal
Fashion.
As coleções em causa têm a assinatura
das marcas e criadores Anabela Baldaque,
Ballentina, Carla Pontes, Cheyenne, Concreto, Daniela Barros, João Melo Costa,
Luís Buchinho, Mad Dragon Seeker, Susana Bettencourt, Teresa Abrunhosa e Vicri.
Consequentemente, um público alargado
tem a oportunidade de conhecer melhor a
moda portuguesa. No showroom, a convite
da ANJE, são esperados cerca de 20 agentes
de compras internacionais, provenientes de
países como a Alemanha, França, Inglaterra
e Estados Unidos.
“Os showrooms são uma componente
fundamental dos grandes eventos de moda,
na medida em que acrescentam ao lado espetacular e artístico da passerelle a vertente
comercial tout court. Com a organização
deste showroom, vai ser possível oferecer a
criadores e marcas a oportunidade de explorarem a vertente puramente promocional e
comercial das suas atividades – algo que nem
sempre é alcançável na passerelle”, explica o
presidente da ANJE (entidade organizadora
do evento), João Rafael Koehler. O mesmo
responsável sublinha que “foi feito um grande esforço para garantir a presença de agentes
de compras estrangeiros, de forma a promover a internacionalização da moda portuguesa fomentando as relações comerciais além-fronteiras de criadores e marcas”.
Importa dizer que o Brand Up é uma
iniciativa incluída no projeto de internacionalização Estratégia para o Mercado Global
da responsabilidade da ANJE – Associação
Nacional de Jovens Empresários, entidade
que organiza o Portugal Fashion em parceria
com a ATP – Associação Têxtil e Vestuário
de Portugal e com financiamento do QREN,
no âmbito do Programa Compete – Programa Operacional Fatores de Competitividade.
Apostando na projeção comercial da
moda portuguesa, o Estratégia para o Mercado Global apoia criadores que contam já
com uma estrutura profissional definida e
uma empresa formalmente constituída. Trata-se, pois, da consolidação de um conjunto
de propósitos associados à aproximação entre criadores e indústria têxtil e ao fomento
do empreendedorismo no setor da moda.
18
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME
China: um parcei
SARA MEDINA E MARIANA FERNANDES
Sociedade Portuguesa de Inovação
JOAQUIM BORGES GOUVEIA E CELESTE AMORIM VARUM
Departamento de Economia, Gestão e Engª Industrial, Universidade de Aveiro
A importância da China no mundo atual e a necessidade de se desenvolverem relações
comerciais com a China são, hoje, factos indiscutíveis. A centralidade na China na atual fase
da globalização é evidente quando se verificam as estatísticas de investimento estrangeiro e
comércio.
Uma das faces mais visíveis da globalização, o investimento direto estrangeiro (IDE), cresceu nas últimas décadas a uma média anual de 12,4%. As maiores subidas registaram-se na
segunda metade da década de 1990, tendo o crescimento desacelerado nos últimos anos,
reflexo, também, da incerteza macroeconómica instalada. Os movimentos do IDE mostram
também, claramente, que o centro nevrálgico da economia se alterou em pouco mais de duas
décadas:
s Em 1990 os países Europeus atraíam 50,3% do IDE mundial, e a UE cerca de 47%.
Em 2013, esses valores caiem para 17,3% e 17% respetivamente;
s O Reino Unido, desce de 14,7% para pouco mais de 2,5%;
s EUA, de 23,3% em 1990 perdeu para 12.9%.
A China tornou-se um dos principais recetores de IDE.
s 4AXACRESCIMENTOM£DIAANUALDO)$%NA#HINA: 21,5%;
s Em 2013, A#HINARECEBEUDO)$%MUNDIAL, ao qual devemos acrescer os
EM(ONG+ONG;
s Em ESSESVALORESERAMCERCADEERESPETIVAMENTE.
Tabela 1. Taxa de crescimento média anual de IDE na China
1990-1995
1995-2000
2000-2005
2005-2010
2010-2013
1990-2013
Mundo
13,1%
33,5%
-4,1%
11,6%
2,3%
12,41%
União
Europeia
9,1%
44,7%
9,2%
-0,2%
-4,7%
12,24%
China
72,2%
2,0%
20,6%
10,7%
2,7%
21,49%
Hong
Kong
56,5%
71,9%
48,5%
17,8%
-1,2%
37,97%
&ONTE%LABORA½áOPR˜PRIADADOSDA5.#4!$
Na perspetiva dos “clusters” portugueses, a participação em feiras internacionais e em missões internacionais, assim como projetos de I&D internacionais são as formas indicadas como
potenciadores da colaboração.
Relativamente às motivações de entrada na China, evidencia-se o acesso ao mercado chinês,
e também a outros mercados asiáticos. A procura de mão de obra barata não surge como uma
grande motivação na maioria dos “clusters”, com exceção do setor das TICE.
Pela análise do mercado efetuada, os clusters demonstram diferentes níveis de interesse na
cooperação com a China.
Tabela 2. Interesse e motivações na cooperação com a China
Setor
Nível de
interesse
Porquê?
Pedral natural
Muito elevado
Mercado atrativo para a exportação de calcário e mármore
Agroindustrial
Muito elevado
Apetência do consumidor chinês por novos produtos
alimentares
Moda
Elevado
Expandir negócio e estabelecimento de parcerias.
Energia
Elevado
Mercado em crescimento, com capital disponível.
Apetência para tecnologias e serviços de energia (clean
coal, renováveis)
Indústria florestal
Moderado
Mercado emergente com grande potencial
Petroquímica e refinação
Moderado
Grandes grupos empresarias poderão envolver-se em
investimentos na região.
Poderá haver interesse em motivar empresas do setor na
China em investir em Portugal.
TICE
Reduzido
Mercado pouco atrativo para as empresas nacionais.
Barreiras e limitações
Apesar do interesse, e do potencial, as relações Portugal-China não são fáceis, e várias são as
barreiras que se levantam aos empresários portugueses.
Na sequência dos estudos levados a cabo pela SPI junto de empresários, é possível concluir
que as principais barreiras às relações com a China são a burocracia, assim como a língua e
aspetos culturais. O Estado português e os municípios poderão colaborar neste aspeto, desenvolvendo o conhecimento sobre a cultura chinesa e sobre como fazer negócios na China (e
com a China), através de formação, programas de mobilidade (algumas iniciativas lançadas
pela UE poderão repetir-se e ser lançadas a nível nacional) e apoiando visitas de PMEs.
Para além da expressão da China enquanto país recetor (e emissor) de IDE, destaca-se também o seu papel na esfera comercial, enquanto exportador e importador de produtos e serviços.
É neste contexto que devemos entender a necessidade de se encetarem esforços claros de
promoção da cooperação Portugal-China, não só a nível politico como também empresarial.
Melhores práticas na cooperação com a China
As relações entre o mundo ocidental e a China, embora promissoras, devem ser geridas com
cautela, dado que a probabilidade de insucesso é relativamente elevada.
De facto, uma análise histórica permite verificar que, por exemplo, as relações com os Estados Unidos, em particular, têm-se desenvolvido num ambiente relativamente agressivo, com
alguma tensão, num contexto de prospeção de novos mercados e numa linha ténue entre
cooperação-concorrência agressiva. Como resultado, assistimos à emergência de barreiras comerciais e acusações mútuas de dumping e de outras práticas concorrenciais desleais em setores. Algumas relações de cooperação resultaram também na fusão e aquisição de empresas, a
favor das empresas chinesas, o que tem causado descontentamento no seio político nos EUA.
Relações Portugal-China
É certo que a cooperação entre Portugal e a China denota um claro crescimento. No entanto, verifica-se que o papel da China enquanto parceira para as empresas portuguesas é, ainda,
residual. De facto, os investimentos portugueses têm-se dirigido maioritariamente para os
Países Baixos, Suíça, Luxemburgo, Espanha e Brasil (TOP 5). Ao nível de comércio externo,
a China apresenta-se também como um mercado ainda muito pouco explorado por Portugal.
Foi neste enquadramento que surgiu o projeto CPC Alliance, promovido pela Sociedade
Portuguesa de Inovação (SPI) e que conta com a colaboração do Departamento de Economia,
Gestão e Engenharia Industrial (DEGEI) da Universidade de Aveiro, tendo como objetivo o
desenvolvimento de estudos e ações que suportem o esforço de cooperação com a China. Este
projeto é financiado no âmbito do Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento
Tecnológico do QREN.
Uma componente importante deste trabalho consiste na identificação de áreas com maior
potencial de cooperação, o que foi apresentado no artigo. Um segundo contributo consiste na
identificação do tipo de relações que existem, assim como de barreiras e limitações à cooperação com a China, do ponto de vista dos empresários portugueses. Um terceiro contributo
reside na criação de ferramentas que suportem a cooperação internacional, nomeadamente
através da oferta de serviços a clusters e empresas.
Tipologia de relações com a China
Uma grande parte dos “clusters” portugueses apresenta experiência prévia na China, essencialmente no âmbito da exploração de novos mercados. Embora as oportunidades despoletem
em diversos pontos geográficos do país, as regiões da China alvo de colaboração restringem-se
a Xangai e Pequim, e, em poucos casos, a Guandong e Jiangsu.
&IGURA0RINCIPAISBARREIRASLIMITA½µESASSOCIADASÍCOLABORA½áOCOMA#HINA
As oportunidades são muitas e os empresários portugueses reconhecem um conjunto
de fatores indispensáveis para o sucesso nas relações Portugal-China, nomeadamente ao
nível da proteção dos Direitos de Propriedade Intelectual (DPI), confiança e apoio financeiro.
Proteção de DPI
Quando se fala em cooperação com a China e com empresas chinesas, a defesa dos DPI é
um tema quente e que suscita preocupação. Denota-se, no entanto, que, por parte das empresas do Ocidente, existe algum desconhecimento relativamente aos avanços neste campo
nos últimos anos. Assim, um mapeamento das melhores práticas, em Portugal e na China,
poderá ajudar nesta esfera. A UE- China IPR Helpdesk é uma fonte de informação e apoio
a ter em conta.
Parceiros confiáveis
A identificação de parceiros fiáveis é determinante. Trabalhar com um parceiro local tem
claramente vantagens, sendo necessária a identificação de um parceiro de confiança. Dado
o conhecimento limitado por parte de grande parte das PME, sugere-se o uso de empresas
reconhecidas de consultoria que possam reduzir as assimetrias de informação e favorecer um
matchmaking de sucesso.
O Governo português poderá criar financiamento específico para este serviço, eventualmente, identificando, também, agentes reconhecidos e fiáveis.
19
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME
ro indispensável
Deverá ser desenvolvido um manual prático de como ‘fazer negócios na China”, assim
como um para apoiar os chineses a operarem em Portugal e com empresas portuguesas.
Financiamento externo
A internacionalização é reconhecidamente um processo que exige elevados recursos
financeiros e persistência, assim como representa elevados riscos. As PME alocam fundos
próprios para financiar este esforço, mas estes são limitados, especialmente quando se
trata de desenvolver relações com um mercado geograficamente distante e cujas relações
demoram tempo a desenvolver-se. Por outro lado, é reconhecido que o mercado não
funciona quando se trata de financiamento de ações de internacionalização por parte
de PME. Políticas ativas de promoção da internacionalização devem ser consideradas,
criando-se linhas de financiamento específicas para estes casos.
PUB
Figura 2. Principais fatores de sucesso associados à colaboração com a China
Analisando a cooperação entre a China, Dinamarca, Alemanha, Espanha, França, Itália,
Finlândia e Reino Unido, avançamos com um conjunto de melhores práticas em termos de
formas de colaboração com a China:
s Financiamento bilateral a programas de I&D conjuntos;
s Institutos de investigação e de transferência de tecnologia conjuntos;
s Grupos de trabalho conjuntos em setores específicos;
s Organização conjunta de conferências e eventos;
s Visitas mútuas;
s Criação de escritórios de representantes locais.
A análise efetuada permite antever que a cooperação com a China, especificamente
entre empresas portuguesas e chinesas, só adquirirá alguma expressividade se forem encetadas ações coordenadas de promoção por parte de outros agentes. Neste sentido, e como
exemplo, a SPI avançou com a criação de uma plataforma on-line (www.clusteralliance.
net), uma ferramenta de matchmaking para as empresas portuguesas e chinesas. De facto,
a informação aí disponibilizada permite a pesquisa de potenciais parceiros para o desenvolvimento de projectos, informação sobre concursos abertos à apresentação de candidaturas, ofertas/pedidos de especialistas, de colaboração ou de apoio, acesso a biblioteca
com estudos setoriais /documentos/informação, entre outros.
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visão mais empreendedora, repense novos mercados.
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Figura 3. Principais funcionalidades da plataforma on-line.
Tendo por base o exposto, conclui-se que as relações com a China apresentam um enorme
potencial. No entanto, as barreiras existentes poderão restringir e pôr em causa a expressividade das mesmas. Neste contexto, a coordenação de politicas e ações, assim como o suporte por
parte de vários agentes públicos e privados tornam-se indispensáveis.
1 - http://www.euchinastf.eu/
2 - http://www.demosgroup.com/EN-UK/pdf/EU-China-Managers-Exchange.pdf
3 - http://www.china-iprhelpdesk.eu
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20
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
Setor metalúrgico e metalomecânico aumenta exportações
O setor metalúrgico e metalomecânico exportou, no passado mês de julho, um total de
1306 milhões de euros, o que constituiu o mais elevado valor mensal de exportações desta
indústria desde que há registos detalhados sobre o tema. Comparativamente a julho de
2013 verificou-se um aumento claro de 10,5% - o que supera o crescimento das exportações
globais do país e da indústria transformadora nacional no mesmo período, respetivamente
1,4% e 4,5%.
ASSOCIATIVISMO
PRESIDENTE DA APECE ALERTA
Aumento da tributação
nos cigarros eletrónicos
levará à rutura do setor
DORA TRONCÃO
[email protected]
O presidente da Associação
Portuguesa de Cigarros Eletrónicos (APECE), Tiago Machado,
considera que “a tributação de
60 cêntimos por ml dos líquidos
com nicotina para os cigarros eletrónicos levará à rutura do setor”.
“Os cigarros eletrónicos não
eram taxados de forma específica e agora o Governo prevê uma
tributação de um valor fixo de
seis euros por produto dado que
cada recipiente possui 10 ml.
Atualmente, o preço final varia
entre 2,5 euros e seis euros, ou
seja, o preço passa para o dobro
ou três vezes mais. Em Espanha
debate-se uma tributação de
0,05 euros por ml (cinco cêntimos), um valor muito inferior
ao que está a ser imposto pelo
Orçamento de Estado para 2015
em Portugal, que é de 60 cêntimos por ml”.
A APECE tem vindo a lutar
pela regulação do cigarro eletrónico em Portugal e não entende
“como se pode tributar algo que
não está regulado”.
“Em Portugal, a grande questão é que queremos ser regulados”. O presidente da APECE
refere que não percebe “a animosidade em relação ao cigarro eletrónico” e “que interesses se estão
a proteger”.
A APECE tem 30 marcas associadas que representam 85% do
mercado.
Regulamentar o comércio do cigarro eletrónico permitirá zelar pelo cumprimento das regras das marcas associadas, afirma com Tiago Machado.
21
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
ASSOCIATIVISMO
Portugal acolhe assembleia geral da FEI
Caminha constrói nova Biblioteca
A Federação Equestre Portuguesa (FEP) acolheu, nos dias 20 e 21 de outubro, a Assembleia
Geral da European Equestrian Federation (EEF), que contou com a presença de cerca de 40
federações europeias. Nesta 5ª edição da Assembleia, estiveram ainda presentes os seis candidatos à Presidência da Federation Equestre Internationale (FEI), que terá eleições na cidade
de Baku, no Azerbaijão, já no próximo no mês de dezembro.
A empreitada da nova Biblioteca Municipal de Caminha já arrancou. Esta obra estruturante é comparticipada em 85% pelo
Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER). O
investimento ascende a 917 mil euros. O município comparticipa em 15%. A obra deverá ficar concluída em junho do próximo ano.
CONTRATAÇÃO
PÚBLICA
ZEFERINO FERREIRA
Advogado
António Vilar, Luis Cameirão & Associados
[email protected]
Câmara Municipal de Famalicão inaugura
Gabinete de Apoio ao Empreendedor
Documento Único Europeu
de Contratação Pública
No passado dia 28.03.2014 foi
publicado no Jornal Oficial da União
Europeia (JOUE) a Diretiva 2014/24/
UE, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 26.02.2014, relativa aos
contratos públicos, a qual procedeu à
revogação da Diretiva 2004/18/CE.
A referida Diretiva entrou em vigor
em 17.02.2014 e deverá encontrarse transposta para os ordenamentos
jurídicos dos Estados-membros até
18.04.2016.
Com a nova Diretiva foi introduzido
o Documento Único Europeu de
Contratação Pública, que pretende
simplificar um dos principais
obstáculos que se colocam às pequenas
e médias empresas (PME) no âmbito
da sua participação nos concursos
públicos. Ora, tais constrangimentos
e dificuldades resultavam da elevada
carga administrativa, decorrente da
necessidade de apresentar um conjunto
elevado de certificados e outros
documentos relacionados com critérios
de exclusão e seleção, o que levava
muitas das vezes à exclusão das PME
por falta dos documentos exigidos nos
procedimentos concursais.
O “novo” Documento Único Europeu
de Contratação Pública é constituído
por uma autodeclaração atualizada, que
permitirá a simplificação em benefício
das entidades adjudicantes, mas também
dos operadores económicos, em especial
das PME. Neste sentido, o Documento
Único Europeu de Contratação Pública
deverá fornecer informações acerca
das entidades a cujas capacidades um
operador económico recorre, para que
a verificação das informações sobre
essas entidades possa ser efetuada
concomitantemente e nas mesmas
condições que a verificação respeitante
ao operador económico principal.
Em consequência, a Diretiva 2014/24/
UE, do Parlamento Europeu e do
Conselho, dispõe no art.º 59.º sobre o
referido Documento Único Europeu
de Contratação Pública. Nos termos
do n.º 1, da identificada disposição
legal, com a apresentação das proposta
as entidades adjudicantes devem
aceitar o Documento Único Europeu
de Contratação Pública, o qual é
constituído por uma declaração de
honra atualizada, que constitui uma
prova preliminar, em substituição dos
certificados emitidos por autoridades
públicas ou terceiros, a qual deverá
confirmar que o operador económico
(concorrente), não se encontra numa
das situações de exclusão mencionadas
no art.º 57.º da Diretiva, que cumpre
com os critérios de seleção relevantes
estabelecidos no art.º 58.º da Diretiva
e, se for o caso, que cumpre as regras e
critérios objetivos estabelecidos no art.º
65.º da Diretiva.
Em conformidade com a Diretiva,
o Documento Único Europeu de
Contratação Pública deverá ser
fornecido exclusivamente em formato
eletrónico, o qual será elaborado de
acordo com um formulário-base, a ser
estabelecido pela Comissão por meio
de actos de execução. O Documento
Único Europeu de Contratação Pública
deverá identificar a autoridade pública
ou o terceiro responsável pela emissão
dos documentos comprovativos
e incluir uma declaração formal
segundo a qual o operador económico
apresentará, a pedido, esses documentos
comprovativos. Neste âmbito, a
entidade adjudicante pode solicitar
aos concorrentes a apresentação da
totalidade ou parte dos documentos
comprovativos, caso tal se mostre
necessário para assegurar a correta
tramitação do procedimento, sendo que
antes da adjudicação do contrato deve
exigir que o proponente apresente os
documentos comprovativos atualizados,
de acordo com o previsto no art.º 60.º e
62.º da Diretiva.
Contudo, a Diretiva refere
expressamente que os operadores
económicos não são obrigados a entregar
os referidos documentos quando a
entidade adjudicante tiver possibilidade
de obter diretamente os certificados ou
as informações pertinentes numa base
de dados nacional de acesso gratuito que
qualquer Estado-membro, tais como um
registo de contratos públicos nacionais,
um ficheiro virtual da empresa, um
sistema de armazenamento eletrónico
de documentos ou um sistema de préqualificação.
Saliente-se ainda que os operadores
económicos podem voltar a utilizar
o referido documento, desde que
confirmem que as informações nele
contido se mantêm corretas, bem
como as entidades adjudicantes não
podem voltar a exigir a apresentação da
documentação comprovativa quando
a referida entidade já tem na sua posse
esses documentos.
Em resumo, o “novo” Documento
Único Europeu de Contratação
Pública vem facilitar a participação
das PME nos procedimentos de
contratação pública, permitindo que
a elevada taxa de exclusões por falta
de documentos deixe de ocorrer, com
evidente acréscimo da concorrência
nos procedimentos de contratação
público.
A inauguração do espaço “Famalicão Made In” contou com a presença de Pedro Passos Coelho.
O primeiro -ministro Pedro Passos Coelho
esteve presente na inauguração do espaço “
Famalicão Made In”, uma iniciativa do município de Vila Nova de Famalicão traduzida na criação de um Gabinete de Apoio ao
Empreendedor, a qual vem na sequencia de
outras ações desenvolvidas pela autarquia
visando a valorização e a promoção da genética empreendedora do concelho, a atração
de novos investimentos e o apoio aos jovens
empreendedores.
O espaço “Famalicão Made In” assume
concretamente a missão de apoiar, informar e
encaminhar quem deseja iniciar o seu próprio
negócio proporcionando um atendimento
personalizado quer em termos de aconselhamento acerca dos diversos apoios técnicos e
financeiros disponíveis, quer no que se refere
à divulgação das etapas necessárias para se iniciar o negócio. Pedro Passos Coelho apontou
Famalicão como um exemplo para o país.
A.M.
Ordem dos Economistas
Delegação Regional Norte
SEMINÁRIO
Negócio Internacional
Riscos, meios de pagamento e financiamento
A contracção da economia e a desaceleração da procura no mercado interno português
têm levado as empresas a fazer uma aposta forte na internacionalização; para além da
vertente exportadora para os mercados tradicionais, há cada vez mais empresas a explorar novos mercados.
Mas negociar num mercado alargado, com entidades desconhecidas, envolve riscos que
as empresas deverão acautelar.
2%-(&7,926
- Identificar os vários riscos inerentes ao comércio internacional, com especial incidência
no risco comercial.
- Seleccionar o meio de pagamento internacional adequado a minimizar o risco do negócio.
- Analisar diferentes formas de financiamento do negócio internacional.
25$'25$
Rosário Guimarães – licenciada em Direito pela Universidade de Coimbra e pós-graduada
em Estudos Europeus pela Universidade Católica. Percurso profissional de 25 anos na
banca de empresas tendo sido, nos últimos anos, coordenadora de equipas de gestores
dedicadas ao aconselhamento a empresas exportadoras, importadoras ou em processo
de internacionalização.
Oradora em seminários e conferências promovidos pela Eurofinance, AICEP e associações empresariais.
/2&$/'(5($/,=$d®2'$7$('85$d®2
Sede da DRN, Rua Dr. Ricardo Jorge 55, 3.º Dto., 4050-514 Porto.
Data: 29 de Outubro de 2014, das 18h00 às 20h30.
,16&5,d®2
A inscrição é obrigatória e deverá ser efectuada por telefone 222055670, ou pelo e-mail:
[email protected]
A inscrição só será válida após pagamento.
35(d2
Membros da OE: J 15
Não Membros: J 30
A serem pagos até ao dia 27 de Outubro por cheque dirigido à Ordem dos Economistas
(envio ou entrega na DRN) ou por transferência bancária para:
NIB 0036 0030 9910 1745 5340 7 (Ordem dos Economistas) com a indicação do número
da cédula profissional ou nome próprio e apelido nas observações.
&$1&(/$0(172
A realização do Seminário está condicionada a um número mínimo e máximo de participantes, podendo a Ordem dos Economistas decidir o seu cancelamento até ao dia 28 de
Outubro.
Media partner:
'(67,1$7É5,26
Membros da Ordem dos Economistas e não membros com interesse em conhecer
soluções financeiras para a internacionalização das empresas.
POUPE 20%*
OM
PACK C OS
VR
OS 4 LI
Obras destinadas a todos os
profissionais de contabilidade
52
*Campanha válida até 31 de outubro de 2014
Novidade
Autores Eduardo Sá Silva e Carlos Quelhas Martins
CLASSE 1
MEIOS FINANCEIROS LÍQUIDOS
CLASSE 2
CONTAS A RECEBER E A PAGAR
O livro inclui um conjunto
de aplicações práticas que
ilustram uma aplicação diária da
Contabilidade no quotidiano das
empresas e empresários.
Este livro representa um contributo
do maior relevo para percepção e
aplicação das regras referentes a
esta específica parte do Sistema
Contabilístico.
O âmbito deste livro consiste em
estudar as Normas Contabilísticas
de Relato Financeiro com
maior influência, relevantes na
movimentação das contas nesta
classe.
O rigoroso tratamento
contabilístico destas contas é de
vital importância para uma gestão
empresarial prudente, responsável
e, especialmente na actual
situação indistinta, deve merecer
atenções redobradas.
CLASSE 3
INVENTÁRIOS E ACTIVOS
BIOLÓGICOS
CLASSE 4
INVESTIMENTOS
Uma obra de leitura obrigatória
para a compreensão da
importância dos meios financeiros
líquidos e um importante auxiliar
para a aplicação prática das
questões doutrinalmente previstas.
O livro inclui um conjunto
de aplicações práticas que
ilustram uma aplicação diária da
Contabilidade no quotidiano das
empresas e empresários.
Os autores apresentam neste
livro uma matéria de elevada
complexidade que muito irá ajudar
os profissionais da contabilidade.
A obra apresenta de forma
simples temas exigentes, quer na
formulação quer no esclarecimento.
Matérias de difícil compreensão
e resolução são convertidas em
soluções entendíveis, de fácil
percepção.
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CLASSE 1
Meios Financeiros Líquidos
Páginas 144
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C. Postal
CLASSE 2
Contas a receber e a pagar
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Inventários e Activos Biológicos
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exemplar(es) do(s) livro(s):
U Pack com os 4 livros (por apenas €52)
U Classe 1 - Meios Financeiros Líquidos
U Classe 2 - Contas a receber e a pagar
U Classe 3 - Inventários e Activos Biológicos
U Classe 4 - Investimentos
CLASSE 4
U Para o efeito envio cheque/vale nº
, s/ o
, no valor de €
U Solicito o envio à cobrança (Acresce 4€ para despesas de envio e cobrança).
CLASSE 3
Investimentos
Páginas 224
PVP €14,40 (em vez de €16)
ASSINATURA
,
23
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
Orçamento do Estado esvaziado de notícias relevantes
FISCALIDADE
A principal notícia da Proposta de Lei do Orçamento do Estado é a ausência de notícias relevantes,
lamenta o gabinete de advogados PLMJ. No entanto, faz notar o aumento significativo da carga
fiscal em sede dos impostos especiais de consumo e outros impostos indiretos, com efeitos negativos
previsíveis na economia. Os fiscalistas da PLMJ esperam, entretanto, que os partidos do arco da
governação se entendam e assegurem a estabilidade do ordenamento fiscal, ao contrário do que tem
sucedido no passado.
DE ACORDO COM O ESTUDO DA UNIDADE INDEPENDENTE
UTAO aponta diversas
inconsistências
no Orçamento do Estado
A Unidade Técnica de Apoio
Orçamental (UTAO) aponta
uma série de incongruências
no Orçamento do Estado. Há
verbas adicionais que estão
por explicar, o ajustamento
continua a ser feito pelo
lado da receita e não há
perspetivas para uma efetiva
redução da despesa, como
estava definido, referem
os técnicos independentes
de acompanhamento do
orçamento no Parlamento.
A UTAO começa por alertar que estão
por explicar cerca de 66 milhões de medidas adicionais, tendo em conta o Documento de Estratégia Orçamental. É um
facto que o recurso a medidas pontuais foi
reforçado, através do lançamento de novas
concessões, no valor de 216 milhões de
euros. “Na proposta orçamental para este
ano, o Governo adicionou as concessões
portuárias de Lisboa e a concessão da Silopor, as quais estavam previstas para este
ano, mas transitam para o próximo.” Por
explicar ficam os referidos 66 milhões de
euros.
A entidade lança um outro alerta, designadamente a elevada incerteza que se verifica ao nível do panorama macroeconómico.
Não é de colocar de parte a “intensificação
das fragilidades nas condições de financiamento.” E adianta: “O abrandamento do
ritmo da economia mundial poderá ser um
fator de risco, bem como as novas formas
de contabilização.” Entretanto, a dívida
pública representa outra preocupação não
menos importante. Isto porque o limite previsto para o endividamento direto
do Estado é de 8,6 mil milhões de euros.
Acontece que se trata de um valor inferior
às necessidades de financiamento previstas
para o próximo exercício, na ordem dos 11
mil milhões de euros.”A utilização de depósitos desempenhará um papel importante no sentido de garantir um acréscimo de
endividamento inferior ao limite imposto
de 8,6 mil milhões de euros.”
Impossibilidade de aferir
do grau de razoabilidade
Os avisos da UTAO não se ficam por
aqui. Considera a unidade de apoio que
não é possível aferir do grau de razoabili-
AGENDA FISCAL
OUTUBRO
Até ao dia 25
s)6!)MPOSTOSOBREOVALORACRESCENTADO
- Comunicação por transmissão eletrónica
de dados dos elementos das faturas emitidas no mês anterior pelas pessoas singulares ou coletivas que tenham sede, estabelecimento, estável ou domicílio fiscal em
território português e que aqui pratiquem
operações sujeitas a IVA.
Até ao dia 31
s)6!)MPOSTOSOBREOVALORACRESCENTADO
- Entrega do pedido de restituição IVA pelos sujeitos passivos cujo imposto suportado, no próprio ano, noutro Estado Membro
ou país terceiro (neste caso em suporte de
papel), quando o montante a reembolsar
for superior a J 400 e respeitante a um
período de três meses consecutivos.
- Entrega da opção pelo regime de contabilidade de caixa em sede de IVA, caso
pretenda a aplicação do regime a partir de
01 de janeiro do ano seguinte.
s )2# )MPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DAS
PESSOASCOLECTIVAS
- Pagamento especial por conta – 2ª prestação do pagamento especial por conta de
Imposto sobre o Rendimento das Pessoas
Colectivas (IRC).
s)5#)MPOSTOÁNICODE#IRCULAÎÍO
Liquidação, por transmissão electrónica
de dados, e pagamento do Imposto Único
de Circulação - IUC, relativo aos veículos
cujo aniversário da matricula ocorra no
presente mês.
NOVEMBRO
Até ao dia 10
Estão por explicar cerca
de 66 milhões em medidas
adicionais, tendo em conta
o Documento de Estratégia
Orçamental
dade das poupanças inscritas em estudos,
pareceres e outros trabalhos especializados
e com tecnologias de informação, “tendo
em conta as dotações de despesa orçamentadas nessas rubricas no orçamento do próximo ano”. Ora, como adianta no seu comunicado, “uma das medidas de redução
de despesa apresentadas para 2015 e com
maior relevância para efeitos de consolidação orçamental encontra-se ao nível destas
rubricas, estando previstas poupanças de
317 milhões de euros.”
O problema é que a despesa prevista em
estudos, pareceres e outros trabalhos especializados e com tecnologias de informação, como referido anteriormente, acaba
por ser superior ao orçamentado para este
ano, pelo que os técnicos consideram “não
ser possível a partir das dotações de despesa
orçamentadas aferir do grau de razoabilidade dessas poupanças”.
Também ao contrário do que estava
previsto, a consolidação orçamental deixa
de assentar no aumento da receita e na redução da despesa primária estrutural e assentará no aumento da receita, cancelado
pelo aumento de igual dimensão da despesa primária estrutural. “A consolidação
vai ficar abaixo do estabelecido no Tratado
Orçamental e o saldo estrutural primário
deverá permanecer inalterado no próximo
ano.” Conclui a UTAO: “Baixando apenas
uma décima e não cinco, de acordo com
as regras europeias, o saldo primário estrutural, que exclui os encargos com a dívida
pública e a variação do ciclo económico,
vai deslizar”.
s )23 )MPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DAS
PESSOASSINGULARES
- Entrega da Declaração Mensal de Remunerações pelas entidades devedoras de
rendimentos do trabalho dependente sujeitos a IRS, bem como os que se encontrem
excluídos de tributação, para comunicação
daqueles rendimentos e respetivas retenções de imposto, das deduções efetuadas
relativamente a contribuições obrigatórias
para regimes de proteção social e subsistemas legais de saúde e a quotizações sindicais, relativas ao mês anterior.
s)6!)MPOSTOSOBREOVALORACRESCENTADO
- Periodicidade Mensal – Envio obrigatório
via Internet da declaração periódica relativa às operações realizadas no mês de Setembro. Conjuntamente com a declaração
periódica deve ser enviado o Anexo Recapitulativo, referente às transmissões intracomunitárias isentas, efectuadas nesse mês.
TRIBUNAIS TRIBUTÁRIOS
Proposta OE 2015 eleva alçada
Na proposta de Orçamento de Estado para
2015 está previsto que, a partir de Janeiro
do próximo ano, a alçado dos tribunais tributários passe dos 1250 euros para 5000
euros.
Esta alteração, que visa limitar o acesso
ao tribunal e as pendências, a acontecer,
significará que, a partir de 2015, os contribuintes que avancem com processos
fiscais em tribunal de valor até cinco mil
euros deixarão de poder recorrer das decisões dos tribunais tributários de primeira
instância.
Presentemente, o limite para recurso é de
1250 euros, mas a intenção do Governo é
uniformizar a alçada dos tribunais tributários com a dos administrativos, que já se
encontra fixada nos 5000 euros.
24
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
FISCALIDADE
Bastonário da OTOC acusa Governo de “despudor”
A Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC) tem estado na linha da frente nas críticas ao Orçamento do Estado. Aliás, muitos parceiros sociais, ordens e associações não têm
poupado o Governo relativamente àquele documento. Domingues de Azevedo, bastonário
da OTOC, acusa o Executivo de despudor por beneficiar as empresas, ao mesmo tempo que
continua a penalizar o rendimento do trabalho. Em causa está a anunciada redução do IRC
de 23% para 21%, quando o IRS e o IVA não sofrem quaisquer alterações.
JOÃO ANTUNES
CONSULTOR DA ORDEM DOS TÉCNICOS
OFICIAIS DE CONTAS
Estabelecimentos estáveis no estrangeiro
O crescimento e a recuperação económica
passam não só pelas exportações mas
também pela internacionalização das
empresas e de uma maior exposição ao
exterior. O mercado interno é exíguo e
atravessa um longo ajustamento, o que tem
obrigado as empresas portuguesas a virarem-se para outros mercados, exportando
mais, efetuando investimento direto e
constituindo estabelecimentos estáveis no
exterior.
A fiscalidade, nesta matéria, deve ser
facilitadora e não um entrave aos negócios,
ou seja, temos de ter, de uma vez por todas,
normas fiscais competitivas e “investment
friendly” não só para quem cá investe, mas
também para os empresários nacionais que
investem lá fora.
Com a Lei da Reforma Fiscal do IRC houve
uma alteração em relação à tributação dos
estabelecimentos estáveis no exterior que
vamos abordar neste artigo de opinião.
Com a entrada em vigor da reforma
do IRC, as empresas que tenham
estabelecimentos estáveis no estrangeiro
podem, por opção, não ser tributadas pelo
lucro neles obtidos.
Para que a empresa possa efetuar esta opção
têm de se verificar, cumulativamente,
determinados requisitos:
s Os lucros imputáveis ao
estabelecimento estável no estrangeiro
estejam sujeitos e não isentos de
um imposto referido no artigo 2.º
da Diretiva n.º 2011/96/UE, do
Conselho, ou de um imposto de
natureza idêntica ou similar ao IRC
cuja taxa legal aplicável a esses lucros
não seja inferior a 60% da taxa do IRC;
s O estabelecimento estável não esteja
localizado em país, território ou região
sujeito a um regime fiscal claramente
mais favorável constante de lista
aprovada por portaria;
Se esta opção for exercida, o lucro tributável
da empresa deve refletir as operações com
os respetivos estabelecimentos estáveis
situados no estrangeiro e ser corrigido dos
gastos correspondentes aos rendimentos
imputáveis a esses estabelecimentos estáveis
ou aos ativos a estes afetos, por forma a
corresponder ao que seria obtido caso estes
fossem empresas separadas e independentes.
Significa isto que, se a empresa exercer esta
opção; tem de expurgar, em termos fiscais,
todas as operações (gastos e ativos) efetuadas
nos estabelecimentos estáveis no estrangeiro.
Exercida a opção, deixa, naturalmente, de
se aplicar aos lucros e prejuízos imputáveis
ao estabelecimento estável do estrangeiro
o crédito por dupla tributação jurídica
internacional.
Medidas antiabuso
Esta medida não é aplicável aos lucros
imputáveis ao estabelecimento estável, até
ao montante dos prejuízos imputáveis ao
estabelecimento estável que concorreram
para a determinação do lucro tributável do
sujeito passivo nos 12 períodos de tributação
anteriores.
O que se pretende aqui é facilitar os
negócios rentáveis no estrangeiro e não
permitir um planeamento fiscal abusivo.
Se o estabelecimento estável se transformar
em empresa de direito no país em que se
encontra situado, a eliminação da dupla
tributação não é aplicável aos lucros e
reservas distribuídos por esta sociedade, nem
às mais-valias decorrentes da transmissão
onerosa das partes de capital ou da
liquidação dessa sociedade, a eliminação
da dupla tributação económica até ao
montante dos prejuízos imputáveis ao
estabelecimento estável que concorreram
para a determinação do lucro tributável nos
12 períodos de tributação anteriores.
A opção
A opção deve abranger, pelo menos, todos
os estabelecimentos estáveis situados na
mesma jurisdição e ser mantida por um
período mínimo de três anos, a contar da
data em que se inicia a sua aplicação.
A opção e a renúncia à sua aplicação devem
ser comunicadas à Autoridade Tributária
através do envio, por transmissão eletrónica
de dados, de uma declaração de alterações
até ao fim do 3.º mês do período de
tributação em que se pretende iniciar ou
cessar a respetiva aplicação.
A renúncia
Deixando de se aplicar este regime, foram
igualmente estabelecidas medidas antiabuso:
s Não concorrem para a determinação
do lucro tributável da empresa
os prejuízos imputáveis ao
estabelecimento estável, até ao
montante dos lucros imputáveis a esse
estabelecimento que não concorreram
para a determinação do lucro tributável
da empresa nos 12 períodos de
tributação anteriores;
s Em caso de transformação do
estabelecimento estável em sociedade,
não é aplicável aos lucros e reservas
distribuídos por esta sociedade,
nem às mais-valias decorrentes
da transmissão onerosa das partes
de capital ou da liquidação dessa
sociedade, a eliminação da dupla
tributação económica até ao
montante dos prejuízos imputáveis
ao estabelecimento estável que
concorreram para a determinação do
lucro tributável nos 12 períodos de
tributação anteriores.
Esta medida é, certamente, bem-vinda pelos
empresários, “pecando” pelo atraso, quando
cada vez mais empresas enfrentam o dilema
de “morrer ou internacionalizar-se”. É uma
medida que irá beneficiar as empresas que
possuam estabelecimentos estáveis lucrativos
situados em países com elevada tributação
sobre os lucros, a qual não seria eliminada a
100% aplicando-se o método do crédito de
imposto.
AT determina nova aplicação da declaração mensal
de remunerações
Na sequência da entrada em vigor da Declaração Mensal de Remunerações, foram reportadas pelas
entidades pagadoras de rendimentos do trabalho dependente algumas dificuldades no seu preenchimento. A mais frequente prende-se com a impossibilidade de inserção de valores negativos. A
Autoridade Tributária e Aduaneira determinou a disponibilização de um novo formato de ficheiro,
bem como uma nova versão da aplicação da DMR que permita a inserção de valores negativos.
CONSULTÓRIO TÉCNICO
Rendimentos obtidos por entidade sem sede
ou direção efetiva em Portugal estão sujeitos
a tributação em território nacional
Os rendimentos provenientes de prestação de serviços, quando
obtidos por entidades não residentes, e pagos por sujeito passivo
português são considerados rendimentos obtidos em território
nacional e, como tal, estão aqui sujeitos a tributação, exceção
para prestações de serviços relativas a transportes, comunicações
e atividades financeiras.
Determinada empresa pretende adquirir
serviços de consultoria em marketing a uma
empresa sediada em Cabo Verde. Existe
obrigatoriedade de efetuar retenção na fonte
aos pagamentos a fazer ao fornecedor? Em caso
afirmativo, qual a percentagem? Caso contrário,
quais os procedimentos que o cliente deverá
adotar para não ser obrigado a efetuar retenção
na fonte?
Os nossos códigos fiscais (IRS e IRC), através
da regra da territorialidade, patente no nº 2 do
artigo 15º do Código do IRS e nº 2 do artigo
4º do Código do IRC, determinam que estão
sujeitos a tributação em território nacional os
rendimentos aqui obtidos por entidade (pessoa
singular ou pessoa coletiva) que não tenha sede
nem direção efetiva em território português.
A expressão «(…) rendimentos obtidos em
território português (…)» é esclarecida pelo nº 1
do artigo 18º do Código do IRS e nº 3 do artigo
4º do Código do IRC, normas que enumeram
as diversas situações que se consideram
rendimentos obtidos em território nacional.
Numa leitura da alínea f) do nº 1 do artigo
18º do Código do IRS e da subalínea 7) da
alínea c) do nº 3 do artigo 4º do Código do IRC,
verificamos que os rendimentos provenientes
de prestação de serviços, quando obtidos por
entidades não residentes, e pagos por sujeito
passivo português se consideram rendimentos
obtidos em território nacional e, como tal,
estão aqui sujeitos a tributação, exceção para
prestações de serviços relativas a transportes,
comunicações e atividades financeiras.
Contudo, no nº 4 do artigo 4º do Código do IRC
(aplicável também em sede de IRS por força
da remissão prevista no nº 3 do artigo 18º do
Código do IRS), temos uma não sujeição. Isto
é, afasta-se da sujeição anteriormente referida
determinado tipo de prestação de serviços.
Esta norma possui grande subjetividade pelo
que terá que ser analisada com a devida
cautela pontualmente, isto é, face à situação
concreta que se nos depara. A respeito da
aplicação do nº 4 do art. 4º do Código do
IRC sugerimos leitura do parecer vinculativo
despacho de 26 de julho de 2002 - Proc. 1
112/1998, que nos permite ter conhecimento
do raciocínio adotado pela Administração
Tributária acerca desta problemática.
O rendimento proveniente de prestações de
serviços, quando pago por sujeito passivo
português a entidade não residente, é tributado
mediante retenção na fonte a título definitivo,
conforme resulta da conjugação da alínea g) do
nº 1 e do nº 3, ambos do artigo 94º do Código
do IRC. A taxa a aplicar é de 25 por cento,
conforme disposto na alínea a) do nº 4 do artigo
71º do Código do IRS e no corpo do nº 4 do
artigo 87º do Código do IRC.
Não obstante a legislação nacional impor a
tributação do rendimento em causa, importa
sempre, quando estamos perante transações
internacionais, aferir a existência, ou não,
de acordo internacional. O artigo 18º do
Decreto-Lei nº 42/91, de 22 de janeiro, e
o artigo 98º do Código do IRC referem-se,
quanto à dispensa de efetuar retenção na
fonte (ou efetuá-la a taxa reduzida), aquando
do pagamento de determinado rendimento a
entidade não residente quando tal resulte de
acordo internacional.
Pela Resolução da Assembleia da República
nº 63/2000, de 12 de julho, foi aprovada a
Convenção entre a República de Cabo Verde
e a República Portuguesa para evitar a dupla
tributação em matéria de impostos sobre o
rendimento e prevenir a evasão fiscal. O artigo
7º deste acordo internacional, que se refere
quanto ao rendimento proveniente da prestação
de serviços, confere legitimidade exclusiva
ao Estado de residência do beneficiário do
rendimento para tributar. Neste caso, Portugal,
enquanto Estado da fonte do rendimento, não
poderá, face ao disposto no acordo internacional,
proceder à tributação desse rendimento.
Raciocínio idêntico se encontra no artigo
14º do acordo internacional quando estamos
perante profissionais independentes.
Naturalmente que o acordo bilateral necessita de
ser ativado, o que, no caso português, ocorre com
a entrega do formulário 21-RFI. Assim, sempre
que o sujeito passivo português, enquanto
entidade pagadora de rendimentos a entidades
não residentes (pessoas singulares ou pessoas
coletivas) que queiram acionar a convenção,
esteja na posse do formulário 21-RFI, deverá
agir conforme o disposto na convenção em causa
para os rendimentos obtidos.
Referimos o disposto no Decreto-Lei nº
81/2003, de 23 de abril, pois este diploma
veio estabelecer a obrigatoriedade de as
entidades residentes em território português
que se encontrem obrigadas a proceder à
retenção na fonte a título definitivo, aquando
do pagamento a entidades não residentes,
procederem à inscrição dessas entidades
para efeitos de atribuição de número de
identificação fiscal.
Posteriormente, assiste à entidade residente
em território nacional a obrigatoriedade de
entrega da declaração modelo 30 (aprovada
pela Portaria nº 438/2004, de 30 de abril),
até ao fim do segundo mês seguinte ao do
pagamento ou colocação à disposição dos
respetivos beneficiários, em conformidade com
o disposto na alínea a) do nº 7 do artigo 119º
do Código do IRS, por remissão do artigo 128º
do Código do IRC.
Por último, a referência ao disposto no artigo
129º do Código do IRS: «(…) não se podem
realizar transferências para o estrangeiro de
rendimentos sujeitos a IRS obtidos em território
português por sujeitos passivos não residentes
sem que se mostre pago ou assegurado
o imposto que for devido (…).» Norma
equivalente, em sede de IRC, no nº 1 do artigo
132º do Código do IRC.
INFORMAÇÃO ELABORADA PELA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
TEXTOS REDIGIDOS AO ABRIGO DO NOVO ACORDO
25
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
Carnegie Mellon investe 5,2 milhões de euros
em iniciativas de investigação
TECNOLOGIAS
Com as primeiras seis Iniciativas Empreendedoras de Investigação (ERI) em curso, o Programa Carnegie Mellon Portugal (CMU Portugal) abriu um novo concurso para financiamento
de projetos. Estão disponíveis cerca de 5,2 milhões de euros, para financiar pela via competitiva um conjunto de quatro a sete ERI.
EMPRESA QUE PRESTA SERVIÇOS NAS ÁREAS DE DESENVOLVIMENTO APLICACIONAL, BASES DE DADOS E INTEGRAÇÃO DE TECNOLOGIAS
Dimensão do mercado brasileiro
atrai portuguesa IT People
A IT People, empresa
portuguesa que presta serviços
nas áreas de desenvolvimento
aplicacional, bases de dados
e integração de tecnologias,
está a avançar fortemente para
o mercado brasileiro. Para já
no Rio Grande do Sul, mas
também em São Paulo e Rio de
Janeiro.
Espanha, Dinamarca e Suíça
já também mercados
VE – Na Europa, neste momento, apenas estão presentes em Portugal?
EV – Na Europa, possuímos negócios já
com Espanha, e estamos a acompanhar negócios na Dinamarca e na Suíça. São estes
os três mercados que temos como enfoque
no momento. Mas temos também contactos com outros mercados.
VE – Esta é vossa primeira real experiência de internacionalização?
EV – Sim, Brasil é a experiência de internacionalização mais forte que temos de
momento. No entanto, como apontámos
acima, também estamos com os olhos postos noutros mercados europeus. Também
temos negócios com Angola, para onde já
desenvolvemos soluções.
SUSANA MARVÃO
[email protected]
Vida Económica – Estão muito focados
na internacionalização, nomeadamente
no Brasil. Neste momento, que tipo de
presença têm naquele país? Ainda estão na fase de participação em feiras e
prospeção de mercado para encontrar os
paceiros ideias ou já há algum tipo de
negócio mais específico?
Eduardo Vieitas – A IT People continua
a participar em vários eventos no Brasil. Já
identificamos um parceiro para Rio Grande do Sul, que preenche todos os requisitos que achamos serem os necessários para
trabalharem connosco. Temos também em
vista outros parceiros, nomeadamente para
São Paulo e Rio de Janeiro, mas estamos
ainda à procura de mais parceiros nestas
áreas específicas. Temos também em perspetiva vários negócios, mas por motivos
contratuais, não podemos revelar. Resumindo, tem sido uma excelente aventura,
na qual temos investido bastante, e para a
qual esperamos colher agora os frutos
VE – Mas estamos a falar de que tipo
de negócio?
EV – Como referimos acima, não podemos revelar por motivos contratuais. Podemos dizer, no entanto, que estão relacionados com a nossa área de atuação mobile, de
realidade aumentada e de inovação.
VE – O que mais privilegiam num parceiro?
EV – Procuramos empresas que atuem
na área digital. Alguém que consiga olhar
para as nossas soluções e utilizá-las para se
valorizar no mercado brasileiro. Não estamos à procura de um simples integrador.
Queremos sim alguém que sinta que a IT
People vai trazer mais-valias às soluções
que já têm, pois apenas assim esta parceria
tem sentido.
Encontrar parceiro certo
é complicado
VE – O que tem sido mais difícil nesta
aventura em terreno brasileiro?
EV – A identificação do parceiro certo é
VE – O que acreditam trazer de novo
ao mercado? Quais as vossas mais-valias? O que vos distingue da restante
concorrência?
Eduardo Vieitas, CEO da IT People.
Temos sentido uma retoma
no negócio e no investimento
em Portugal. Perspetivamos
que o ultimo trimestre do
ano seja muito bom a nível
de resultados, pois temos
vários projetos fechados,
os quais vamos ter de
desenvolver até o fim do ano
o fator que está a ser mais difícil. Queremos
trabalhar com empresas que olhem para nós
como um valor acrescentado, como referimos acima, e que tenham vontade de fazer
algo de inovador. Temos registado uma
grande boa vontade por parte dos parceiros, mas rapidamente essa vontade parece
desaparecer por falta de dedicação e investimento. É uma luta que tem sido dura, mas
que aparentemente está a dar os seus frutos.
Preferimos levar o nosso tempo a escolher o
parceiro, mas escolhê-lo bem.
VE – Quais os objetivos em concreto
para o mercado sul-americano e mais
especificamente para o Brasil?
EV – O mercado brasileiro, devido sobretudo à sua dimensão, é muito interessante para nós. É um mercado muito criativo e recetivo à inovação e ao nosso tipo
de soluções. O nosso objetivo numa fase
inicial é fazer joint-ventures com empresas
brasileiras, e fazer depois uma análise num
período máximo de três anos para verificar
a importância do negócio e do mercado.
Se tudo correr de acordo com o planeado,
pensamos ter, dentro de três anos, uma
presença física da IT People no mercado
brasileiro.
EV – Claramente o fator inovação. Toda
a vertente de inovação que temos trazido
através das nossas soluções para o negócio
do cliente tem feito com que o mercado
olhe para as suas marcas de uma forma diferente e mais interativa. Outros dos pontos
que nos diferenciam da nossa concorrência
é o facto de os nossos clientes conseguirem
analisar analiticamente os resultados da
sua campanha, sabendo dados importantes como o número de vezes que foi vista
cada imagem ou mensagem, quando, onde
e a que horas foi vista, e através de cada
dispositivo, entre outros indicadores. Estes
são fatores cruciais na hora de avaliar uma
campanha e de planear outras ações.
VE – Até agora, em 2014, que área
mais tem contribuído para o vosso volume de negócios?
EV – Foi claramente a área mobile. Tem
sido a que tem crescido mais este ano, sendo também aquela que nos oferece uma
maior visibilidade.
VE – Quais as vossas expectativas até
ao final do ano e como acreditam ir ser
2015? As empresas já voltaram a investir em TI ou ainda assistimos a um sistemático adiar desse investimento?
EV – Temos sentido uma retoma no
negócio e no investimento em Portugal.
Perspetivamos que o ultimo trimestre do
ano seja muito bom a nível de resultados,
pois temos vários projetos fechados, os
quais vamos ter de desenvolver até o fim
do ano. Temos também outros pedidos de
mercados externos, do mercado europeu,
o que vai tornar o nosso último trimestre
do ano e o arranque de 2015 muito interessante.
26
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
TECNOLIGIAS
“FUTURECOM 2014”, EM SÃO PAULO, BRASIL
Conectividade é o com
Estamos a viver uma nova
revolução tecnológica,
defendeu Hans Vestberg,
presidente e CEO da
Ericsson, na “Futurecom
2014”, um dos maiores
eventos da indústria das
TIC da América Latina que
decorreu na passada semana
em São Paulo, no Brasil. Uma
revolução que vai catapultar
os atuais 7,1 mil milhões
de pessoas com subscrições
móveis para os 9,1 mil
milhões em 2019. Mais do
que o número de pessoas que
existe em todo o mundo…
SUSANA MARVÃO, EM SÃO PAULO
[email protected]
“Só vos posso dizer que a velocidade
que atingimos hoje é muito lenta. Vai
aumentar muito nos próximos anos!”,
disse Hans Vestberg à plateia que enchia
uma das salas de conferência do Transamerica Expo Center, em São Paulo, onde
decorreu a edição deste ano da “Futurecom”, um dos maiores eventos das TIC
da América Latina. “Vamos mais do que
dobrar o número de pessoas com acesso
à internet nos próximos cinco anos e isto
vai criar todo um mundo diferente. Vai
impactar as pessoas, as indústrias e vai
transformar a própria sociedade”. Ou
seja, estaremos perante a verdadeira sociedade conectada, diz o executivo. Uma
sociedade e um mundo onde a Ericsson
insiste em estar presente.
Hoje, a empresa sueca é responsável
pelo registo de mais de 35 mil patentes e
mais de 25 mil trabalhadores dedicados
apenas à investigação e desenvolvimento (num universo de 114 mil funcionários). Aliás, em I&D, a Ericsson faz um
investimento anual de cinco mil milhões
de dólares norte-americanos, sendo que
em 2013 faturou qualquer coisa como
35 mil milhões de dólares.
”Se uma empresa quer sobreviver 138
anos, tem de ter diferentes produtos,
diferentes mercados e diferentes estratégias. A base de receitas mudou. Os telemóveis já nem sequer existem mais”.
O negócio tem vindo efetivamente a
mudar para empresas como a Ericsson.
Basta vermos que, em 1999, 73% do
negócio da empresa sueca advinha do
hardware e 27% dos serviços e software.
Hoje, apenas 34% desse mesmo negócio
é hardware, sendo os restantes 66% serviços e software. “No último ano comprámos várias empresas pata nos ajustarmos e esta transformação vai continuar
a ocorrer nos próximos anos”.
O executivo, que falou em português,
assume que a própria indústria se está a
reinventar e que a imaginação é o limite
da sociedade conectada. Uma sociedade
onde a Internet das Coisas vai, com toda
a certeza, desempenhar papel de destaque. “A sociedade conectada está aqui!
Vai transformar a vida dos usuários e a
forma como diversas indústrias vão usar
a tecnologia”.
Ninguém sabe o potencial da
Internet das Coisas
O tempo em que eram apenas as pessoas a estarem conectadas à internet
chegou ao fim. Hoje, as coisas, todas as
coisas, têm potencial para estarem interligadas. Muitas já estão, outras vão estar.
Conectadas num mundo que comunica
entre si. Um mundo obrigatoriamente
mais eficiente. Um mundo definitivamente com menos privacidade. Na Futurecom, Ministério das Comunicações,
Qualcomm, TIM Brasil, Telefônica
Vivo, Huawei, Ericsson, Alcatel-Lucent
e HITSS debateram todas estas questões. E chegaram à conclusão que ninguém sabe o potencial da Internet das
Coisas.
Facto: a Internet das Coisas vai, uma
vez mais, mudar a sociedade. E as indústrias. Em 2020, prevê-se que cerca de
26 mil milhões de dispositivos estejam
conectados à internet e ganhem capacidades de comunicação. E, como salientou Antonio Augusto Firmato Glória,
da Alcatel-Lucent, ninguém realmente
“A escova de dentes vai-nos dizer que problemas
temos na boca e se se passa
alguma coisa com a nossa
alimentação. A roupa vai-se adaptar à temperatura
do ambiente. Vamos poder
ouvir e ver a quilómetros de
distância. E os carros vão
andar sozinhos para que o
condutor possa descansar.”
sabe quais as novas aplicações que estão
a ser criadas. “O potencial é imenso”, referiu o responsável num painel dedicado
a esta temática. “Não fazemos realmente
ideia do que está a ser criado nas universidades, nas garagens, simplesmente não
temos ideia. O melhor definitivamente
ainda está por vir”, garantiu.
E apesar de já haver diversas iniciativas a potenciarem e materializarem este
conceito, Roberto Piazza, da Telefônica
Vivo, admite que só agora estamos a
entrar numa fase de crescimento. Um
dos setores que mais têm contribuído
para este crescimento tem sido, no entender deste responsável, os operadores
de cartões de crédito, que têm desenvolvido interessantes iniciativas de M2M
(machine-to-machine, ou máquina para
máquina). Ou a indústria automóvel e o
setor de gestão de frotas e até a cadeia de
distribuição.
João Yazlle, da Ericsson, esclareceu
no debate que já desde 2010 que a empresa sueca fala no conceito de Internet
das Coisas. E deu como exemplo mais
recente o de São José dos Campos, no
Brasil, e o seu projeto de segurança que
culminou na redução da criminalidade
de 12 para 9 crimes por cada 100 mil
27
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
TECNOLOGIAS
bustível do progresso
habitantes. “Há muita coisa feita lá fora.
Mas o Brasil já tem excelentes exemplos”, reiterou.
Mas o que realmente falta para que o
conceito de Internet das Coisas se desenvolva? No entender de Leonardo Capdeville, da TIM Brasil, um dos fatores
que poderá impulsionar esta questão é
a infraestrutura partilhada. “Já está a
acontecer, mas tem de ser muito mais.
Para isso é necessária regulamentação e
não uma lei para cada cidade, que é o
que atualmente está a acontecer no Brasil. Uma legislação flexível”.
Rodrigo Zerbone Loureiro, da Anatel,
a entidade que regula o setor das comunicações do Brasil, acrescenta que este
mercado tem um potencial enorme, que
não pode ser visto apenas como oportunidade de negócio nas também como
um potenciador de produtividade em
meios, por exemplo, como o agrícola.
“Quando a Anatel faz a expansão através
dos leilões não está pensando nas chamadas que o fazendeiro vai fazer para
falar com os seus clientes.
Obviamente que a montante de tudo
isto temos as questões relacionadas com
a privacidade. Questões fundamentais
para o crescimento do próprio mercado.
“Se hoje já debatemos isto, imaginemos
agora quando tivermos todos conectados a tudo. Quando estivermos ligados
a equipamentos com dados que podem
sem acedidos, violados e comercializados”, alerta Rodrigo Zerbone Loureiro.
Mas estaremos perante um verdadeiro
e sem precedentes Big Brother? Mário
Rachid, da HITSS, compara esta nova
fase com a introdução, em 1995, da
própria internet. “O principal impacto
é mesmo o social, o impacto que tem na
privacidade ou, neste caso, na falta dela”.
Até porque, digamos, o cenário impõe respeito. Até 2020 estima-se que
cada pessoa esteja ligada a sete interfaces. “Imaginem esses sete equipamentos a estarem ligados e terem acesso e
registarem o que comemos, como está
a nossa saúde… isto precisa ser aceite
pelas pessoas e pelas empresas que vão
ter acesso a esses dados de uma forma
muito clara. Reparem que ainda estamos
no início…”
John Xiong Yihui, da Huawei, não
podia ter sido mais claro na sua apresentação: a Internet das Coisas é mais uma
revolução, não só tecnológica como na
sociedade. “A escova de dentes vai-nos
dizer que problemas temos na boca. E
se se passa alguma coisa com a nossa
alimentação. A roupa vai-se adaptar à
temperatura do ambiente e fornecer-nos a quantidade exata de calor que
precisamos. Vamos poder ouvir e ver a
quilómetros de distância. E os carros
vão andar sozinhos para que o condutor
possa descansar. No futuro, vamos ser
X-MEN!”, ilustrou John Xiong Yihui.
“É esta a beleza da tecnologia. A sociedade quer eficiência e com as máquinas
a comunicarem entre si vai haver, com
toda a certeza, mais eficiência”.
Obviamente que, aqui, em todos estes cenários, o Big Data toma um papel
principal. Aliás, para John Xiong Yihui,
o Big Data vai acumular o poder da Internet das Coisas. “Não vamos ter privacidade”, elucidou o executivo. “Há que
saber usar a informação, há que haver
uma regulamentação muito forte para
garantir que essa informação, que agora
é muito mais facilmente acedida, não é
usada de forma errada”.
Obviamente que, em todo este mundo
no qual tudo está ligado a tudo e a todos, a infraestrutura que está a sustentar
estas comunicações têm de ser imensas.
Sobretudo a área de mobile, pelo que o
5G está a ser altamente debatido.
Aliás, Rafael Steinhauser, da Qualcomm, que trouxe para o palco um robô
inteligente e com capacidade para aprender, disse mesmo que, se o 4G seria a
quantidade, o 5G será a qualidade e fiabilidade para que as indústrias comecem
a abraçar e a desenvolver este conceito.
Telecomunicações: um mundo
de receitas em transição
A indústria das telecomunicações é,
muito provavelmente, uma das mais
dinâmicas em termos de alteração de
fonte de receitas que parecem estar em
constante mutação. Basta vermos, hoje,
o peso que os dados móveis começam a
ter cada vez mais nas receitas das empresas telco. Rodrigo Abreu, presidente da
O tempo em que eram
apenas as pessoas a estarem
conectadas à internet chegou
ao fim. Hoje, as coisas, todas
as coisas, têm potencial para
estarem interligadas. Muitas
já estão, outras vão estar.
TIM, explicou na Futurecom 2014 que
muitas vezes as mudanças de tecnologia
advêm também das mudanças de comportamento dos próprios consumidores.
O exemplo não podia ter vindo mais
“de dentro”. Rodrigo Abreu, que desde março de 2013 assume a cadeira da
presidência da TIM Brasil, resolveu ver
como é que a filha, que estuda em Nova
Iorque, faz a gestão do seu plafond móvel. E a 18 dias do final do mês, ela já
tinha consumido 1,47 dos 2 GB que
o seu tarifário lhe permite. Estava em
“apuros”, portanto. Contudo, apenas tinha enviado 32 das suas ilimitadas sms.
E feito… zero minutos de conversação!
“Na prática, ela não me liga. Sou eu que
tenho de ligar”, gracejou o presidente.
Mas isto só revela o comportamento da
nova geração de consumidores e que nos
dará uma visão do que será o futuro. “Estes são os novos usuários. Que estarão à
frente das empresas”, explanou Rodrigo
Abreu. “Atualmente, a voz já não é mais
do que uma oferta dentro de um pacote
de serviços”, garantiu. Os números são,
de resto, impressionantes. Em janeiro de
2014, o consumo de dados por usuário
estava nos 350 MB. Em agosto, estava
em 900. Quase triplicou em meio ano…
Mas então qual o obrigatoriamente
novo papel das operadoras de Telecom?
Imaginemos uma pirâmide. Uma pirâmide na qual a base é, obviamente,
composta pela infraestrutura, depois um
novo layer de serviços de conetividade,
outro de serviços de comunicação, um
novo patamar com serviços adjacentes,
mais um ainda com plataformas e no
topo da pirâmide as apps e os conteúdos. Um espaço onde obviamente as
OTT (over-the-top) estão fortemente
posicionadas.
Rodrigo Abreu defende que “as operadoras não têm de ser as donas do topo
da pirâmide”. Até porque, e isto parece
ser consensual à indústria, a infraestrutura não pode ser descuidada. “E isto
tem acontecido nos últimos anos. Temos descuidado essa infraestrutura. E é
aqui onde está a principal questão: sem
infraestrutura nada acontece”.
O executivo diz ser importante que
as telco estejam presentes em todas as
camadas da pirâmide mas volta a enfatizar a necessidade de garantir que a base
dessa mesma pirâmide esteja a ter investimento.
Na sua palestra, Rodrigo Abreu “atacou” ainda o tema da regulação, fundamentando que os frameworks regulatórios são críticos. “Cuidado com os
serviços que você não paga porque aí
você não é o cliente. É o produto”.
Mobilidade ganha relevo
no mundo das TIC
A contribuição do setor das Tecnologias da Informação e Comunicação para
a transformação da sociedade é tão grande que acaba por ser complicado medir
e ter noção do seu impacto. E, dentro
das TIC, a mobilidade ganha, cada vez
mais, um papel de destaque. Um papel
debatido pela Ericsson, Unify, Telefônica Vivo, Nokia, Anatel, Qualcomm e
pela Huawei no último dia da “Futurecom 2014” que decorreu em São Paulo.
É que, se o papel das TIC dentro da
sociedade é imenso, o papel da mobilidade dentro dessas mesmas TIC não é
menor. Um desafio a que as operadoras
têm vindo a responder com a criação de
redes “superpotentes de 3G”, como disse
na palestra Paulo Cesar Teixeira, da Telefônica Vivo. “A cobertura para a rede de
dados tem vindo a ser aumentada. Outro meio que temos encontrado para nos
ajustarmos a esta demanda por dados é
a criação de pacotes pré-pagos que têm
vindo a crescer dentro do negócio”.
No entanto, a grande questão associada a todas estas questões é o modelo de
sustentabilidade, diz Divino Sebastião,
da Algar Technologies. “Temos de ter
uma solução para o crescimento exponencial de dados. Os dados sobem, mas
as receitas não. Há que encontrar modelos sustentáveis”.
Reinaldo Opice, da Unify, ressalvou
na palestra o facto de a mobilidade estar
entrosada quer no universo pessoal quer
empresarial, pelo que as organizações
devem estar preparadas para que os seus
funcionários usem as redes sociais para
comunicar com os parceiros de negócios
e com os colegas.
A realidade é que, hoje, o telemóvel
é já o primeiro ecrã para muitos dos
usuários. “É uma indústria muito poderosa. Temos 7 mil milhões de conexões
móveis, o que quer dizer mais ou menos
3,5 mil milhões de pessoas ligadas. Ou
seja, metade do número de pessoas do
mundo. Isto só quer dizer que há ainda
um potencial de crescimento imenso. E
destes, só 40% usam banda larga, outra
oportunidade. Se juntarmos a tudo isto
conceitos como Internet das Coisas…”.
John Xiong Yihui, da Huawei, voltou
a ressalvar o poder que as TIC têm e vão
continuar a ter na sociedade, acrescentando que as pessoas se libertaram dos
fios, pelo que a mobilidade tem de ser
outra forte aposta de todos os players. “A
mobilidade e a internet vieram mudar a
sociedade”, disse na palestra. “Hoje as
pessoas conhecem-se pela internet. Aliás, prevê-se que daqui a 10 anos 34%
das pessoas se casem com pessoas que
conheceram no mundo virtual”. Uma
coisa é certa para John Xiong: que tudo
isto tem grande potencial, tem. “Mas
não sei qual. É imprevisível”.
28
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
TECNOLOGIAS
SIBS apresenta
serviço português
de pagamentos
mobile
TIAGO CALDAS
Sales Manager
OKI Europe Limited, Sucursal em Portugal
Outsourcing de impressão assume papel cada vez mais relevante
Cada vez mais as empresas
procuram serviços que
simplifiquem os seus processos
e procedimentos internos.
Necessitam de aceder a
documentos a partir de qualquer
local, de poupar tempo, recursos
e, acima de tudo, eliminar
preocupações com custos extra
como os que estão associados à
logística, consumíveis, serviços
técnicos, entre outros.
Os atuais programas de
gestão de impressão permitem
identificar os custos com a
impressão e o impacto dos
mesmos dentro das empresas. Os
softwares de controlo e gestão do
parque de impressão facilitam
a otimização de recursos, o
aumento da produtividade e a
redução de custos, bem como a
aplicação de medidas pró-ativas
que fomentam a gestão eficaz
dos equipamentos em toda a
organização.
Este é um mercado que
atravessa atualmente grandes
desafios. É necessário investir
em projetos como a impressão
segura, em melhores estratégias
para gestão de impressão e
no lançamento tecnológico
de produtos pioneiros e
inovadores, pensados de forma a
contribuírem para o crescimento
tecnológico do mercado.
Essencialmente, as organizações
procuram soluções completas que
lhes permitam otimizar e gerir
processos de forma flexível, com
tecnologias avançada e níveis
de serviço personalizados, uma
vez que os recursos são cada vez
mais limitados e a resposta tem
forçosamente que ser cada vez
mais eficaz.
Dentro do sector de
gestão de impressão, existem
programas capazes de avaliar
individualmente as necessidades
atuais e futuras de cada
organização, o que resulta na
oferta de melhores soluções e da
recomendação de equipamentos e
planos adequados às necessidades
de impressão de cada empresa.
Os dados atuais permitemnos observar que Portugal e
Espanha estão entre os países com
maior número de equipamentos
instalados em custo por página.
Não só em Portugal, mas também
a nível Ibérico, a procura por
produtos de valor acrescido, com
novas tecnologias integradas
e adaptadas às necessidades
específicas de cada organização,
assim como a tendência para a
adoção de serviços de outsourcing
de impressão, tem crescido cerca
de 20% ao ano.
Contudo, e devido à atual
conjetura de crise económica, este
aumento não surpreende, uma
vez que estes programas estão
destinados a uma eficaz gestão da
impressão, um fator crucial para
as empresas e que lhes permite
encontrar produtos de valor
acrescido com novas tecnologias
integradas e adaptadas às suas
necessidades, assegurando-lhes
maior rentabilidade.
PUB
independente
A newsletter do profissional liberal
Informação essencial e prática
todos os meses no seu email
Através de uma linguagem simples e acessível, o objetivo desta
newsletter é proporcionar aos profissionais liberais informação
diversificada sobre temáticas com interesse para a sua atividade.
A independente dirige-se não só aos profissionais que já se
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%$2"%( )*5,1%
(/
http://livraria.vidaeconomica.pt
[email protected]
A empresa SIBS apresentou
no e-Show, fórum de Economia
Digital, o seu mais recente serviço MB Way, através do qual os
portugueses poderão efetuar pagamentos e transferências instantâneas via smartphone ou tablet.
O MB Way é o reflexo do boom
da mobilidade e pretende adaptar os processos de pagamento à
consequente hibridização da experiência de compra – on store, off
store, on the move, online.
Nos dias correntes, o consumidor pode efetuar compras mesmo
quando se encontra dentro da
própria loja, procedendo ao respetivo pagamento através de um
tablet ou smartphone.
Teresa Mesquita, diretora de
gestão de produto da SIBS Fordward Payment Solutions – subsidiária da SIBS direcionada para
a área dos pagamentos eletrónicos – admite que os pagamentos
online são um derivado direto da
crescente e cada vez mais sólida
economia digital, acrescentando
que os portugueses, de acordo
com um estudo ao consumidor
realizado em parceira com a Datamonitor, quando se encontram
perante a escolha do pagamento,
dão primazia, decrescentemente,
ao conforto, à segurança e à conveniência.
Estas tendências, apesar de se
assemelharem às registadas na
Europa, não deixam de apresentar discrepâncias. Ao passo que os
portugueses dão prioridade à segurança do pagamento em detrimento da conveniência, a população europeia em geral considera
que primeiro vem a conveniência,
seguida, então, pela segurança.
O MB Way possibilita que o
utilizador efetue uma compra ou
uma transferência instantânea
mediante a mera introdução do
número de telemóvel ou do endereço de correio eletrónico num
smartphone ou num tablet. A segurança deste serviço é salvaguardada, visto que o consumidor
não tem que partilhar os seus dados bancários com o comerciante
nem com o destinatário da transferência. Para que qualquer uma
das operações possa ser concretizada, o utilizador tem que as autenticar com a introdução de um
código PIN, e limitar o montante
máximo diário.
O destinatário da transferência
instantânea só poderá ter acesso
ao dinheiro se estiver na posse de
uma conta bancária associada ao
MB Way.
De acordo com a SIBS, o novo
serviço é facilmente integrado
nos sistemas que os comerciantes
hoje utilizam. O projeto-piloto
começará ainda em outubro, e
será estendido, progressivamente,
aos clientes das entidades bancárias aderentes através de convite.
Este serviço deverá ser introduzido no mercado de massas em
abril do próximo ano, e – pelo
menos numa fase inicial – estará
disponível para os sistemas operativos Android e iOS.
29
SEXTA-FEIRA, 24 D EOUTUBRO 2014
PSI-20 (22.10)
5185,50
2,09% Var. Semana
5300
5200
5100
5000
4900
4800
4700
MERCADOS
Dow Jones 22/Oct ......16614,55
DAX 22/Oct ...................8940,14
Var Sem ................................2,96%
Var 2014 ................................0,26%
Var Sem ................................4,30%
Var 2014 ...............................-6,41%
Nasdaq 22/Oct ............4422,473
CAC40 22/Oct................ 4105,09
Var Sem ................................4,94%
Var 2014 ................................5,92%
Var Sem ................................4,20%
Var 2014 ...............................-4,44%
IBEX 35 22/Oct ............ 10249,90
26 Jun
27 Jun
-20,94% Var. 2014
30 Jun
01 Jul
02 Jul
Var Sem ................................4,18%
Var 2014 ................................3,36%
COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR
JOSÉ PEDRO INÁCIO, DIRETOR-GERAL DA EMPRESA
LOGO quer atingir segundo lugar
do “ranking” das seguradoras diretas
A LOGO tem como meta para
2015 chegar ao segundo lugar
do “ranking” das seguradoras
diretas. A companhia da
Tranquilidade (grupo Novo
Banco) tem cerca de 20%
daquele mercado, ocupando o
terceiro lugar, muito perto da
empresa no segundo posto, a
Direct. A líder de mercado é
a OK Teleseguro. “Alcançado
o break-even da operação em
2014, o objetivo para 2015 será
continuar a crescer de forma
rentável e alcançar a segunda
posição no mercado total das
diretas”, explica, em entrevista à
“Vida Económica”, José Pedro
Inácio, diretor-geral da LOGO.
VE - Como compara com 2013?
JPI – 2013 já tinha sido um ano com
elevada penetração da oferta triple-play e
que consolidamos este ano. Em 2014 continuamos com um crescimento de mais de
dois dígitos nos produtos Casa e Saúde. Ao
nível da taxa de sinistralidade continuamos
a apresentar um decréscimo da mesma,
mas é sobretudo ao nível da eficiência que
o ano de 2014 apresenta um excelente resultado com um significativo ganho.
VE - Qual será o ranking entre as seguradoras diretas?
AQUILES PINTO
[email protected]
Vida Económica – A LOGO criou uma
app para a relação com os clientes. O
que esteve na base da aposta?
José Pedro Inácio – A inovação faz parte
do ADN da LOGO desde a sua fundação.
A criação da aplicação foi mais um importante passo na nossa afirmação enquanto
seguradora líder a nível tecnológico e de
inovação. Através da aplicação myLOGO,
os clientes LOGO podem agora com toda
a comodidade e rapidez aceder, no seu dispositivo móvel, ao seu perfil de segurado e
acompanhar todos os processos inerentes a
cada seguro abrangido pela sua apólice, seja
o seguro automóvel, saúde e/ou casa. De
um simples pedido de informação, até ao
pagamento de um recibo ou à participação
de um sinistro e todo o processo posterior,
incluindo a marcação de peritagem, a app
ajuda a tornar todas as operações muito
mais simples, rápidas e intuitivas, a partir
da palma da mão.
VE - Qual foi o investimento?
JPI – A linha de orientação relativa a estes temas não nos permite divulgar valores.
VE - Desde quando está operacional?
JPI – A aplicação myLOGO foi lançada
no início do ano e integrou as ações relativas ao sexto aniversário da LOGO.
VE - Quantos downloads já tiveram?
JPI – Já ultrapassámos os 1500 downloads, um número que vem materializar a
adesão dos clientes a estas novas soluções
e que evidencia um novo paradigma de
“Estamos a investir para tornar a LOGO cada vez mais uma empresa multi-oferta, e não apenas
auto”, refere o diretor-geral da seguradora.
relacionamento entre seguradora e cliente. Hoje vivemos uma relação muito mais
tecnológica, imediata e simplificada. De salientar ainda que, menos de um dia após o
seu lançamento, a app já fazia parte do Top
das três aplicações financeiras mais descarregadas da app store iTunes. Posteriormente, a aplicação chegou ao segundo lugar nas
aplicações gratuitas para iPhone.
VE - Qual a meta de downloads?
JPI – Queremos ter pelo menos 10% da
base de clientes com a app instalada.
te alvo valoriza a facilidade de contacto e
processos, e toda a conveniência associada
aos mesmos.
VE - Como está a ser 2014 para a empresa?
JPI – 2014 tem corrido da melhor forma, tendo em conta que o “break even” da
operação foi alcançado no final do primeiro semestre. O “break even” médio de uma
seguradora direta situa-se entre oito e 10
anos, ao conseguirmos alcançá-lo em seis
anos e meio, posicionámo-nos com uma
performance acima da média.
VE - Esta facilidade de contacto e
processo é valorizada pelos clientes da
empresa?
VE - Quais os objetivos até ao fim do
ano?
JPI – Os canais digitais têm assumido,
cada vez mais, um papel preponderante na
resposta às necessidades da nova geração
de consumidores. Prova dessa realidade
são os mais de 20% no volume de vendas
representados por este canal. Este foi um
resultado que nos surpreendeu inclusivamente a nós, pois tínhamos estimado que
representasse um máximo de 20% num
cenário muito otimista. Pilar estratégico
na conquista de novos clientes, a facilidade
ao nível de contactos e de processos, quer
através de plataformas como o Skype quer
através da appmyLOGO, até à possibilidade de pagamento por Paypal, tem-se
revelado uma aposta valiosa que tem ainda muito potencial de crescimento. Não
temos qualquer dúvida que o nosso clien-
JPI – O principal objetivo para 2014
continua a ser a rentabilização da operação,
isto é, a consolidação do que alcançámos
nos primeiros seis meses do ano. Para além
deste objetivo, e em termos comerciais, o
desafio passa pelo reforço e consolidação
do reconhecimento da oferta diversificada
da LOGO, com a manutenção dos elevados níveis de penetração do nosso pacote
“triple-play” (auto, casa e saúde). Outro
objetivo incontornável é manter a liderança em termos de inovação e simplicidade, o
que será potenciado com o lançamento do
novo site. Tudo isto continuando a garantir a prestação de um serviço de excelência
aos nossos clientes, oferecendo-lhes uma
proposta de valor baseada na simplicidade,
facilidade e, claro, poupança.
JPI – A quota total da LOGO, no mercado direto, é superior a 20%, o que a coloca
na terceira posição, muito perto do segundo lugar (e “versus” seguradoras presentes
há mais 10 anos que a LOGO). Embora a
atividade “core” da LOGO continue a ser
o ramo automóvel, onde detém uma quota
também superior a 20% no segmento, ao
oferecermos aos clientes a primeira oferta
“triple play” entre as seguradoras, conseguimos obter resultados muito positivos.
De facto, na vertente “Saúde” temos uma
quota superior a 50% e somos claramente
o número um, na vertente “Casa”, temos
mais de 30% (somos número dois). Importa ainda referir que a LOGO ocupa o
segundo lugar enquanto seguradora direta
em termos de “top of mind” e de “notoriedade espontânea” (dados do BASEF de
seguros), é líder enquanto marca “mais
inovadora” e também a marca com que os
clientes “mais se identificam” (dados do
BASEF de Seguros, no segmento seguros
diretos, por ponto de quota).
VE - Já têm objetivos definidos para
2015?
JPI – Alcançado o break-even da operação em 2014, o objetivo para 2015 será
continuar a crescer de forma rentável e alcançar a segunda posição no mercado total
das diretas. Nesse sentido, estamos a investir para tornar a LOGO cada vez mais uma
empresa multioferta, e não apenas Auto,
com o aprofundamento do triple-play e
outros produtos. Além de trabalharmos a
angariação de clientes (também com novos
canais), a fidelização dos mesmos é neste
momento um eixo prioritário (com a industrialização do programa de retenção, a
construção e reforço do programa de parcerias). Por outro lado, esperamos em 2015
completar o nosso programa de eficiência e
alcançar novos níveis de otimização. Finalmente, no próximo ano, a LOGO continuará a afirmar a sua liderança tecnológica
e de inovação, com projetos de fundo na
área cloud e big data e ainda com outras
novidades. Tudo isto para continuarmos a
satisfazer as reais necessidade dos clientes,
com uma oferta simples e fácil, que oferece
uma poupança real.
30
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
MERCADOS
EURODÓLAR (22.10) 1,2659 Euro/Libra 22/Oct ...........0,7877 EURIBOR 6M (22.10) 0,1870 Euribor 3M 22/Oct ....0,0840
Var Sem ...............................-0,56%
Var Abs Sem ................... 0,003
0,005% Var. Semana
Var 2014 ................................2,97%
Var 2014 ..........................-0,917
-1,02% Var. Semana
1,29
1,28
1,27
1,26
1,25
Euro/Iene 22/Oct ........135,8720
Var Sem ...............................-0,66%
Var 2014 ..............................15,64%
26 Jun
27 Jun
30 Jun
01 Jul
02 Jul
87
0,188
0,186
0,184
0,182
0,18
0,178
Euribor 1Y 22/Oct .....0,3410
Var Abs Sem ................... 0,002
Var 2014 ..........................-1,163
26 Jun
-8,18% Var. 2014
PETRÓLEO BRENT (22.10) 86,78 Ouro 22/Oct .......... 1243,77
Var Sem ........................0,13%
Var 2014 ........................3,15%
3,58% Var. Semana
27 Jun
30 Jun
01 Jul
86
Prata 22/Oct.................... 17,20
Var Sem .......................-1,55%
Var 2014 ..................... -11,63%
85
84
83
26 Jun
02 Jul
-1,037% Var. 2014
27 Jun
30 Jun
01 Jul
-21,68% Var. 2014
COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR
Montepio promove
corrida solidária
Banco Popular faz parceria
com a Médis
O Banco Popular e a Médis
assinaram um acordo de parceria para a comercialização de
seguro de saúde. A oferta Médis está disponível nos balcões
do Banco Popular desde dia 13
de outubro, com a designação
Popular Saúde by Médis.
Os planos de saúde em comercialização
correspondem
às soluções Médis para os segmentos de particulares e empresas. “Esta parceria permitirá
ao Banco Popular reforçar a sua
oferta e a sua proposta de valor
para com os seus clientes, através de um produto âncora que
fideliza e reforça a proximidade
aos clientes", refere Rui
Semedo, presidente do Banco
Popular.
“A Médis tem sido desde
sempre sinónimo de inovação
e de ambição e esta parceria
representa uma oportunidade
para reforçar estes valores, chegando a um número cada vez
maior de clientes, e um compromisso para a criação e partilha de valor, em benefício dos
clientes”, refere Jan de Pooter,
CEO da Médis.
O banco comercializa os seguros de saúde com a designação Popular Saúde by Médis.
Nova agência
nas Amoreiras
O Banco Popular abriu um
balcão nas Amoreiras, em Lisboa (rua Carlos Alberto da
Mota Pinto, 7). Trata-se da
180ª do banco espanhol em
Portugal.
“Em contra ciclo com a realidade atual do mercado, o
Banco Popular está a investir
na abertura de novas agências
o que reflete assim a sua aposta
02 Jul
em Portugal, onde continua a
ter objetivos claros de crescimento sustentado”, afirma Rui
Semedo. Para além da abertura da agência das Amoreiras, o
Banco Popular prepara a abertura de outras agências.
Desporto e solidariedade voltam a juntar-se em mais uma
“Corrida Montepio – Corremos
uns pelos outros”. A segunda edição desta iniciativa solidária, cujas
receitas de inscrição revertem integralmente para a Cáritas Portuguesa, tem partida marcada para
a Praça do Rossio, em Lisboa, às
10h00 do próximo domingo, dia
26 de outubro. Depois do êxito
da primeira edição, que nasceu
com o objetivo de reunir cinco
mil participantes e acabou por
contabilizar 7 200 inscrições, a
fasquia para este ano foi elevada:
pretende-se ultrapassar os 10 000
inscritos e, como tal, o montante
angariado e entregue à Cruz Vermelha em 2013.
O objetivo é simples. Pretende-se reunir, num só local, associados e não associados do Montepio, desportistas experientes e
amadores, clientes e colaboradores da Instituição que estarão
unidos no apoio a uma causa – o
projeto “Prioridade às Crianças”, da Cáritas Portuguesa. Rosa
Mota, campeã olímpica, e Eugénio da Fonseca, presidente da
Cáritas Portuguesa, juntar-se-ão
ao conselho de administração do
Montepio na segunda edição desta iniciativa solidária, que terminará com o concerto de José Cid,
às 11h30, no Terreiro do Paço.
PEDRO ARROJA
Especulação
Pedro Arroja Gestão de Patrimónios, SA
Decisões de governação
O Sínodo da Família cuja primeira fase
terminou no passado Domingo no Vaticano
ilustra na perfeição o modelo de governação
da cultura católica - que é a cultura
portuguesa -, e a maneira como são tomadas
decisões de governação nesta cultura.
A Igreja pretende actualizar a sua doutrina
no que respeita à Família e, para o efeito,
reuniu cerca de 200 bispos durante uma
semana no Vaticano. A agenda de trabalhos
incluía cerca de 60 pontos de discussão
relativos à Família (casamento, divórcio,
uniões de facto, sexualidade, métodos
anti-concepcionais, etc.). Os dois pontos
mais polémicos foram, naturalmente, os
mais mediatizados. A saber, (i) podem
os divorciados e os recasados aceder ao
sacramento da comunhão?; e (ii) deve a Igreja
reconhecer os casais homossexuais?
Ao final de uma semana os bispos chegaram
a acordo sobre todos os pontos em discussão,
que foram aprovados (a aprovação exige uma
maioria de 2/3 dos votos). A excepção foram
precisamente os dois pontos mais polémicos
que não reuniram a necessária maioria
qualificada dos votos (embora, em ambos os
casos, tenham reunido uma maioria simples).
Para discutir os temas da Família vieram
bispos de todas as partes do mundo, trazendo
consigo as sensibilidades da população
católica de cada um das suas dioceses. O
debate sobre os pontos em discussão durou
uma semana e cada um deles foi votado
democraticamente. O documento saído
do Sínodo será agora objecto de vários
refinamentos e finalmente será entregue ao
Papa. Será o Papa a decidir quais as alterações
– se algumas – a introduzir na doutrina
católica sobre a Família.
O Papa não está vinculado a seguir as
conclusões dos bispos. O Papa possui um
poder que é pleno, supremo e absoluto, e que
ele pode sempre livremente exercer, pelo que
pode seguir as recomendações dos bispos,
pode decidir contra elas, ou pode, pura e
simplesmente, não decidir nada, e deixar tudo
na mesma. O ponto importante é que é o
Papa quem decide.
E como é que o Papa decide, qual é o
seu critério? Não é certamente o critério
democrático que emana do povo e se
concretiza no documento dos bispos, porque
a Igreja não é do povo nem dos bispos, e não
podem ser eles a determinar o que se faz na
Igreja. Não é sequer o livre arbítrio do Papa,
embora ele tenha toda a liberdade para o
exercer (exemplo: embora o Papa possa gostar,
mesmo depois do chumbo dos bispos, que os
casais homossexuais sejam reconhecidos pela
Igreja, e possa portanto tomar essa decisão, não
pode ser esse o seu critério). E a razão é mais
uma vez simples. É que a Igreja não é do Papa.
Mas, então, a Igreja é de quem?
É de Cristo (v.g., “Tu és Pedro e sobre esta
pedra edificarei a minha Igreja”).
Portanto, o critério que o Papa utiliza é o
da conformidade das suas decisões com a
vontade de Cristo.
A decisão final é portanto a decisão de um
homem só - o Papa – perante Deus, que
é a Verdade e o Bem. O seu critério é o da
Verdade e do Bem para toda a comunidade
católica (Bem Comum). No caso de tomar
uma decisão errada, o Papa responde perante
Deus (a Verdade e o Bem).
Os bispos levaram para o Vaticano as
sensibilidades sobre as questões da Família
das suas respectivas populações católicas
(dioceses) espalhadas pelo mundo. Esta
é a componente popular do processo de
decisão. Em seguida, reunidos no Vaticano,
pronunciaram-se democraticamente, sobre
cada um dos pontos em debate. Esta é a
componente democrática. Finalmente, é o
Papa que decide. Esta é a componente da
autoridade – e o Papa decide pelo critério de
Deus. Quando o Papa finalmente decide, é
Deus que ele tem no espírito.
Considere-se agora o processo de decisão
democrático herdado dos países do norte da
Europa e da cultura protestante e que agora
se pratica em Portugal. Quando o primeiroministro Passos Coelho toma uma decisão,
quem é que ele tem no espírito? Tem o Dr.
Paulo Portas, seu parceiro de coligação (será
que ele vai alinhar?), tem as suas clientelas
partidárias (será que eles vão gostar?), tem os
deputados (será que eles vão aprovar?), tem
a oposição (será que eles se vão opor?), tem
o Presidente da República (será que ele vai
promulgar), tem o Tribunal Constitucional
(será que eles vão deixar passar?) – ele tem
no espírito, enfim, uma série de politiqueiros
partidários como ele.
Acha que a qualidade das decisões se pode
comparar num caso e noutro? Então por
que não voltarmos nós à nossa verdadeira
tradição que é a de ser um homem a decidir
– um só -, depois de ouvir o povo e os seus
representantes?
POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO
SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO
31
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
MERCADOS
Amplitude Seguros lança novo website com visual renovado Morgan Stanley quase duplica lucros
A Amplitude Seguros, uma empresa do grupo Nors, dedicada à corretagem de seguros e gestão
de risco, de serviço total, lançou um novo site. Com esta nova ferramenta, os clientes passam a
ter acesso às várias soluções de seguros disponíveis no mercado segurador, bem como às garantias, coberturas, vantagens e cuidados a ter na subscrição. Numa próxima fase, haverá ainda a
possibilidade de contratação de seguros massificados e uma área de acesso reservado a clientes.
O Morgan Stanley obteve, no terceiro trimestre do ano, 1,71 milhões de dólares (1,33
milhões de euros) de lucros, face aos 906 registados em igual período de 2013. Esta quase
duplicação dos lucros, para 84 cêntimos por ação (0,65 euros) do banco norte-americano
supera as estimativas dos analistas, que apontavam para um lucro de 54 cêntimos por ação
(0,42 euros).
GALARDÃO É APOIADO PELO SANTANDER TOTTA
Adriano Moreira recebe Prémio Universidade de Lisboa
O professor, político e sociólogo
Adriano Moreira recebeu o Prémio
Universidade de Lisboa 2014, apoiado
pelo banco Santander Totta. A cerimónia teve lugar na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa (no
dia 16), e contou com a presença do
reitor da Universidade de Lisboa, António Cruz Serra, e do administrador
do Banco Santander Totta, Luís Bento
dos Santos.
Com 92 anos de idade, Adriano
Moreira tem um percurso académico e
profissional notável. Formado em Direito, destacou-se na vida académica,
ao impulsionar o estudo de ciências
como a Sociologia, a Ciência Política
e as Relações Internacionais. No plano
político, integrou importantes cargos
antes e pós 25 de abril, tendo sido deputado ao longo de 14 anos.
O Prémio Universidade de Lisboa
tem um valor pecuniário de 25 mil euros e é atribuído ao abrigo do acordo
de colaboração entre a Universidade
e o Santander Totta, para distinguir e
premiar uma individualidade de nacionalidade portuguesa ou estrangeira,
que tenha contribuído de forma notável para o progresso e o engrandecimento da Ciência e/ou da Cultura e
para a projeção internacional do país.
“A relação com o ensino superior
continua a ser a grande prioridade
da política de responsabilidade social
corporativa do Santander Totta que,
através do Santander Universidades,
colabora atualmente com 46 universidades portuguesas. O Santander
Universidades mantém mais de 1100
convénios de colaboração com universidades e centros de investigação de
todo o mundo”, refere o comunicado
do banco.
O prémio da Universidade Lisboa tem o apoio do Santander Totta.
CARLA SANTOS
Gestora da XTB Portugal
Quer ser sócia de uma empresa de sapatos de luxo?
Os sapatos de Sarah Jessica Parker, a
Carrie Bradshaw da famosa série televisiva
Sexo e a Cidade, entraram em bolsa
no passado dia 17 de Outubro, ou
melhor a empresa entrou em bolsa. E
se a luxuosa Jimmy Choo prometesse
pagar os dividendo em sapatos, será que
teria aumentado o número de accionistas
femininas a comprarem estas acções e
faria aumentar o preço médio de cada
acção?
A empresa de sapatos de luxo Jimmy
Choo entrou na bolsa de Londres nos
140p por acção, mas o range estimado era
entre os 140p e os 180p. O IPO – Initial
Public Offer – ficou assim no limite
inferior, criando maior potencial para
assistirmos agora a uma valorização da
acção. Os investidores estão cautelosos
depois de diversas IPOs terem corrido
menos bem com a desvalorização
verificada nos mercados. No primeiro dia
de bolsa este título valorizou 2.13%, na
segunda-feira atingiu os 2.60% e na terça-
feira atingiu quase os 155p. Está criada a
possibilidade e a tendência para se atingir
os 180p.
Apesar das fracas vendas generalizadas
das empresas de luxo, a Choo atingiu
aproximadamente os GBP 282 milhões
de vendas no ano passado e quer agora
expandir-se para a Ásia, principalmente
para a China, onde já tem 11 outlets e
para os mercados emergentes. Na China
as vendas estão a crescer a uma velocidade
de dois dígitos e no Japão atinge mesmo
os 20% de crescimento. A Jimmy Choo
tem mais de 120 lojas por todo o mundo
e para além de ter uma linha de sapatos
de senhora, apresenta na sua colecção
sapatos de homem, malas de mão, lenços
e perfumes.
Jimmy Choo Yeang Keat nasceu em
Penang, na Malásia em 1961 e pegou
no negócio de família de sapateiro. Em
1980, foi para Inglaterra e estudou no
Cordwainers Technical College, um
colégio especializado na técnica de criar
sapatos de luxo. Abriu a sua primeira
loja em 1986 e foi descoberto pouco
depois pela British Vogue. A marca
ficou popular depois de os sapatos serem
utilizados pela Princesa Diana e por
Carrie Bradshaw.
JAB Holding, empresa da família
milionária Reiman, adquiriu a empresa
em 2011 por mais de 500 milhões de
libras e já não pertence a Choo, no
entanto a sobrinha de Choo, Sandra Choi
mantém-se na empresa como Directora
Criativa.
Com este IPO foram dispersados 25,9%
do capital da empresa em bolsa, tendo a
empresa arrecadado cerca de 141 milhões
de libras.
Com um potencial de crescimento das
vendas na Ásia esta marca de luxo vê
assim potencial para continuar a valorizar
na bolsa de Londres.
POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO
SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO
Consumidores
portugueses usam
novas tecnologias
para poupar
Os consumidores portugueses não hesitam
em usar as novas tecnologias para poupar, de
acordo com um estudo do Observador Cetelem, no âmbito do Dia Mundial da Poupança, que se assinala no dia 31 de outubro.
A análise indica que 53% dos portugueses
pesquisa sobre os produtos na Internet antes de os ir comprar à loja (média europeia:
43%). Além de procurar os produtos online,
muitos consumidores (70%) dizem procurar
promoções e reduções na Internet antes de ir
a um estabelecimento comercial. 22% dos inquiridos ainda não o fazem, mas consideram
esta opção muito vantajosa.
Grande parte dos inquiridos (41%) chega
a utilizar o seu smartphone para comparar os
preços dos produtos e a percentagem considerável que ainda não o faz (32%), acredita
que é um método muito útil.
Aplicações que sirvam para comparar os
preços dos produtos com os de outras lojas
ocupam o primeiro lugar do top de apps esperadas nas lojas pelos consumidores. 73%
consideram esta ferramenta de grande utilidade.
PUB
32
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
MERCADOS
Acionistas do BPI aprovam adesão ao regime
de impostos diferidos
Os acionistas do BPI aprovaram, em assembleia-geral realizada na última sexta-feira (dia 17),
a adesão do banco ao regime especial dos ativos por impostos diferidos aprovado pela Lei nº
61/2014, de 26 de agosto. “A proposta do Conselho de Administração foi aprovada por unanimidade”, refere o comunicado enviado pelo BPI à CMVM.
JOÃO CARLOS PINTO
Trader da Golden Broker
http://bgoldenbroker.blogspot.com/
www.goldenbroker.com
Está com medo do Ébola?
De quem é a culpa?
Em África há pessoas a morrer com febres
hemorrágicas, mas os países do Ocidente,
que durante meses ignoraram este vírus,
vivem agora uma onda de medo. Os
Estados Unidos já pedem um fecho das
fronteiras, em Itália já foi ativado um
alerta sanitário e Espanha já conta com
quatro casos de pessoas com sintomas
de Ébola. O vírus do Ébola saltou
continentes, espalhando-se da África
Ocidental para o Ocidente desenvolvido.
As enfermeiras que trataram pacientes em
Espanha e nos Estados Unidos estão entre
as vítimas.
Os especialistas que afirmam que a
medicina moderna pode parar esta praga
parecem menos convincentes a cada dia
que passa. Penso que a ameaça não é
apenas biológica. As forças económicas
tornaram-na inevitável. Se não fosse o
Ébola, outra praga qualquer estaria a
ameaçar a população dos países ocidentais.
Todos sabemos há muito tempo que as
florestas tropicais contêm criaturas hostis
e microrganismos. Isto não é novo. O
que é novo é a sua transferência para os
humanos. Como é que isso aconteceu?
Os seres humanos mantiveram-se
afastados das florestas durante muito
tempo. As tribos primitivas que lá viviam
encontraram formas de coexistir com a
fauna e a flora nativa ou caso contrário
teriam esperanças de vida muito curtas.
Essas tribos deixaram a floresta e
juntaram-se ao mundo moderno? Algumas
sim, mas o mais frequente foi o mundo
moderno ter-se juntado a ela. A ânsia
da economia globalizada por recursos
naturais levou agricultores, mineiros e
exploradores cada vez mais longe e mais
fundo por locais que não eram percorridos
há muitos anos. Lá encontraram recursos
que todos nós queríamos e precisávamos.
No processo, também encontraram pragas
que não queríamos.
Devemos apontar o dedo a quem queimou
e destruiu as florestas e desenterrou locais
outrora selvagens? Podemos, mas para
isso também temos de apontar o dedo a
nós próprios. Nós – você e eu – criamos
incentivos económicos que levaram à
globalização.
Somos nós que compramos produtos
importados de plástico barato nas grandes
superfícies. Somos nós que conduzimos
automóveis que precisam de combustível
para andar e vamos a um posto de
abastecimento todas as semanas. Somos
nós que adoramos o nosso telemóvel
com muitas funções e aplicações, que
detém componentes minúsculos de
metais estratégicos que são minerados em
localizações remotas.
A rede de transporte aéreo que nos leva de
férias, transporta mercadorias e permite
ás empresas multinacionais trabalhar de
forma tão eficiente é um tipo de sistema
de circulação global. Quanto maior é este
sistema, com maior frequência vai tocar
em coisas que não queremos que circule.
O Ébola é apenas um exemplo.
A economia global que suporta o nosso
moderno estilo de vida apenas existe
porque houve pessoas que se aventuraram
a entrar em locais remotos e outrora
proibidos - locais onde o Ébola vive.
Havendo criado essa economia, não
podemos ficar surpreendidos que exista
também um lado negro.
Tudo tem um custo. Fechar as fronteiras
poderá ajudar, mas não sem um custo
associado. Está preparado para pagar todas
as suas compras mensais ao triplo do preço
que paga atualmente? Está preparado para
pagar o combustível do seu automóvel a
um preço quatro vezes superior ao atual?
Podemos parar o Ébola amanhã se
desglobalizarmos a economia. Os custos
económicos seriam enormes. Uma vez que
ninguém está disposto a pagar este preço,
a nossa única hipótese é aceitar o preço da
globalização.
Entramos na floresta, agora é a floresta que
entra em nós!
Cepsa com campanha em que oferece carros
“Semanas Sobre Rodas” é o nome da mais recente campanha da petrolífera Cepsa Portuguesa,
que decorre desde o dia 15 na sua rede de postos. Para participar, contam todos os abastecimentos
mínimos de 30 euros realizados em nos postos aderentes que tenham utilizado o cartão de adesão
imediata “Porque EU Volto”. Com o registo em www.semanasobrerodas.com ficam habilitados
semanalmente a um dos oito carros oferecidos nesta parceria da CEPSA com a Rádio Comercial.
HÁ 7,5 MIL MILHÕES DE POTENCIAIS PERDAS POR PARTE DO ESTADO NÃO CONTA
Garantias do Estado
orçamentos retificati
A ministra das Finanças,
Maria Luís Albuquerque, disse
esta semana na Comissão
de Orçamento e Finanças
do Parlamento, onde esteve
para apresentar a proposta de
Orçamento do Estado para
2015, que “não vê” de que
forma o colapso do BES possa
ter impacto na economia.
Certo é que os 3,5 mil milhões
de euros que o Banco de
Portugal (BdP) cedeu ao
Banco Espírito Santo (BES)
a título de emergência de
liquidez, a somar aos cerca de
3,5 mil milhões injetados por
via da resolução bancária, são
“potenciais perdas por parte
do Estado”. E podem fazer a
ministra vir a mudar de opinião
e levá-la a apresentar mais dois
orçamentos retificativos até às
eleições.
TERESA SILVEIRA
[email protected]
“Os 3,5 mil milhões que o Banco de Portugal cedeu ao BES a título de emergência
de liquidez foram pagos com o dinheiro
injetado pelo Estado através do fundo de
resolução”, lembra Marco Silva, analista
de mercados e CEO da MTT Investment
Consultants, à “Vida Económica”. E explica ainda que, “desde então, o Novo Banco
continuou a perder depósitos - nos últimos
meses é conhecido que o BES/Novo Banco
perdeu aproximadamente 10 mil milhões
Maria Luís Albuquerque, Ministra das Finanças, disse
o colapso do BES possa ter impacto na economia.
de euros -, o que obrigou o Banco de Portugal a ceder de novo liquidez a título de
emergência”, estimando-se que, neste momento, “o montante já ultrapasse os quatro mil milhões de euros”.
Não fora isto, o CEO da MTT Investment Consultants avisa que “esta última
cedência de liquidez está oculta e é um risco para o Estado”. Para além de que, em
dezembro próximo e em janeiro e fevereiro
de 2015 “vencem empréstimos do Novo
Bruxelas adota regras sobre contribuições
dos bancos para os fundos de resolução
Fonte: Reuters
A Comissão Europeia (CE) adotou esta semana
um projeto de proposta com vista à adoção de
um ato de execução do Conselho relativo ao
cálculo das contribuições dos bancos para os
fundos nacionais de resolução e para o Fundo
Único de Resolução.
Para assegurar a disponibilidade de apoio
financeiro a médio prazo de modo a que um
banco possa continuar a funcionar enquanto
está a ser reestruturado, as autoridades
de resolução precisarão de dispor de
liquidez. Para tal, a Diretiva Recuperação
e Resolução Bancárias (DRRB) estabelece
a figura dos fundos nacionais de resolução,
para os quais todos os bancos deverão
contribuir.
O nível-alvo desses fundos é de pelo menos
1% do montante dos depósitos cobertos
de todas as instituições autorizadas no seu
território até 31 de dezembro de 2014.
Na União Bancária, o Fundo Único de
Resolução terá igualmente um nível-alvo de
pelo menos 1% do montante dos depósitos
cobertos de todas as instituições autorizadas
na área do euro.
Para o Vice-Presidente Michel Barnier,
responsável pelo Mercado Interno e
Serviços da CE, “as regras agora adotadas
constituem um passo importante” e a
abordagem escolhida é “justa, uma vez que
cada banco contribuirá proporcionalmente à
sua dimensão e perfil de risco”.
33
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
MERCADOS
Lusitania Seguros patrocina programa de rádio
“Encontros com o Património”
Newshold reduz participação na Cofina
para menos de 2%
A Lusitania, seguradora do grupo Montepio, é o patrocinador oficial do programa de rádio
“Encontros com o Património” emitido pela TSF, que vai na oitava série. Serão 34 programas
semanais com emissão aos sábados, entre as 12.00h e as 13.00h, tendo início já este mês e término no final de junho de 2015.
A Newshold, proprietária do semanário “Sol” e do diário “i”, informou a CMVM que já tem
menos de 2% do capital da Cofina (dona de títulos como o “Correio da Manhã” e o “Jornal
de Negócios”). O grupo de capital angolano reduziu, entre outubro de 2013 e o mês passado, a
participação na Cofina de 10,224% para aos atuais 1,981%, através da venda em bolsa.
BILIZADAS NO OE2015
ao BES implicam
vos até às eleições
Sucesso nos
mercados depende
da estratégia
esta semana no Parlamento que “não vê” de que forma
Banco no valor de 3,5 mil milhões de euros, garantidos pelo Estado e para os quais
o banco não tem meios de pagar”.
Em suma, “são aproximadamente 7,5
mil milhões de euros em perdas potenciais
para o Estado, que têm sido ocultadas”, e
que, na opinião de Marco Silva, “por enquanto são perdas potenciais”, mas que
podem derivar em perdas reais.
“Antevejo algumas perdas para o Estado
no valor total (incluindo fundo de resolução) que não deverão exceder os mil milhões”, refere o analista de mercados, temendo que “o pior será mesmo a liquidez
que terá de ser injetada no curto prazo, em
especial quando se vencerem os empréstimos”. Quer isto dizer que estamos, “acima
de tudo”, perante uma “crise de liquidez”.
Questionado pela “Vida Económica”
sobre que impacto é que isto tem no Orçamento do Estado para 2015 e se acredita que, mais cedo do que tarde, haverá
necessidade de um orçamento retificativo, Marco Silva não hesita: “tenho a forte
convicção de que o Orçamento de Estado
apresentado há poucos dias é um rascunho
e que mais dois retificativos deverão existir
daqui até às eleições”.
E porquê? “Porque o BES/Novo Banco
vai ter custos para o contribuinte e porque as previsões de receitas e crescimento
“O risco é essencial ao negócio”,
disse um dia o investidor e filantropo
americano Warren Buffett, mas o
mercado do ‘trade’ é ‘“sui generis”’
e é preciso sempre ter presente que,
diferentemente de outros negócios, “no
‘trade’ é muito fácil perder o dinheiro
todo”.
O aviso partiu de Marco Silva, analista
de mercados e CEO da MTT Investment
Consultants, e foi proferido no seminário
“Investimento Financeiro, Forex e
CFDS”, recentemente organizado no
Porto pela ActivTrades.
Para ter sucesso e ganhar efetivamente
dinheiro de forma consistente e
duradoura na negociação de títulos
(ações, obrigações, títulos de tesouro,
‘commodities’, etc) os investidores/
operadores do mercado, conhecidos
como ‘traders’, devem ter em primeiro
lugar “uma estratégia” que regule a sua
atividade e o seu negócio. E devem ter,
acima de tudo, uma cautela: “nunca
negociar com o dinheiro que não tenham
ou com dinheiro que vão precisar para
investir”, disse Marco Silva aos cerca de
quatro dezenas de ‘traders’ presentes no
evento.
Salientando a diferença entre a “análise
fundamental” e a “análise técnica”
- sendo esta “um complemento” da
primeira -, o CEO da MTT Investment
Consultants preveniu quem o ouvia para
os riscos da “ganância” e do “medo”,
advertindo que “é preciso saber onde
entrar [na negociação] e quando sair”.
E, ao sair, “saber quando sair por ganho
e quando sair por perda”. Tanto mais
porque, “o mercado não está contra
os ‘traders’”. O que sucede, por vezes,
é que “o erro vem do próprio erro de
querer entrar no negócio”.
Em suma: fundamental para ter sucesso
e conseguir um negócio lucrativo é
“encontrar a forma com que se sente
mais confortável a negociar”, trabalhar
para “um constante aperfeiçoamento”,
dentro das “melhores condições
psicológicas” e conseguindo, de
preferência, uma “especialização”. Como
avisa Marco Silva, “um especialista
tem muito mais probabilidades de ter
sucesso”.
económico estão sobreavaliadas tendo em
conta todas as condicionantes da macro
economia mundial que já hoje são conhecidas”, diz Marco Silva. Exemplo disso é o
facto de a Alemanha estar “muito perto da
recessão” e estarmos a assistir a um “arrefecimento da economia chinesa, o que pode
levar ao rebentar da bolha de crédito existente no pais”.
Investor
Relations
CATARINA CASTELA
JORGE C. CASTELA
[email protected]
ADVOGADO
[email protected]
Uma fresca reflexão sobre o OE
Nesta crónica, o seu habitual autor dá lugar a
alguém a quem, num futuro muito próximo,
vai começar a sofrer os efeitos de uma
“política fiscal (e orçamental)” em que não só
impera o embuste, como consequências que
são e serão, cada vez mais, se vai locupletando
tempo, paciência e dinheiro.
A autora, destas seguintes incisivas linhas e
genuína reflexão, é, com meu indisfarçável
e natural orgulho, a minha Filha, Catarina
Castela, estudante de Direito, num escrito
que elaborou, com a inteligência e sagacidade
da perceção de uma jovem com 22 anos,
sobre o “Orçamento de Estado” (e sem
qualquer influência paterna, porquanto não
é, feliz ou infelizmente, leitora das crónicas
do seu progenitor):
“A primeira e mais urgente alteração que
faria ao Orçamento de Estado português diz
respeito ao sistema fiscal. Em primeiro lugar,
a meu ver, este deveria assentar num modelo
de taxas proporcionais e não progressivas;
em segundo, os impostos sobre o consumo
deveriam ser reduzidos. Por fim, sugeriria
uma limitação à despesa em percentagem
do PIB e uma limitação igualmente à dívida
pública.
Os impostos progressivos assentam numa
ideia de justiça social à qual, na realidade,
não correspondem. Isto porque, ao invés
de retirar uma fatia proporcionalmente
maior a um cidadão que tenha um salário
considerado mais elevado do que aquela
que retira a um cidadão com um salário
considerado mais baixo, retira àquele uma
fatia não só proporcionalmente maior como
muito mais significativa relativamente ao seu
salário bruto. Ou, por outras palavras, exige
àquele que aufere um salário mais elevado
que abdique de uma percentagem maior
dele a favor de uma pretensa “justiça social”
da qual não vê quaisquer provas: aquele
mais desfavorecido continua desfavorecido;
a riqueza do outro não foi, afinal, repartida,
como pretendia o art. 103º, nº 1, da
Constituição da República Portuguesa,
funcionando este imposto como uma
discriminação ou mesmo penalização da
riqueza ou do mérito que em nada contribui
para o crescimento económico, na medida
em que limita não só o consumo como a
poupança e o investimento. A este propósito
pode ser invocada a curva de Laffer, na
medida em que é necessário procurar um
ponto de equilíbrio: um limite a partir do
qual se torna improdutivo taxar.
O mesmo pode ser dito em relação às
contribuições para a Segurança Social
cuja viabilidade e sustentabilidade é posta,
nos dias de hoje, em causa, em função
do emagrecimento da faixa de cidadãos
contribuintes derivado da alta taxa de
desemprego e da baixa taxa de natalidade,
além de que, numa lógica paternalista, retira
ao cidadão a possibilidade e a liberdade de
elaborar os seus próprios planos de poupança
e investimento.
Outro imposto que não encontra razão de
ser quando se procura o desenvolvimento
da economia é o imposto sobre o consumo,
nomeadamente o Imposto sobre o Valor
Acrescentado (IVA). Este imposto revela-se
incongruente e contraditório na promoção
da economia, tanto do lado da produção
como do consumo, pelo que não se lhe
encontra uma justificação senão na urgência
em arrecadar receita para evitar reduções
controversas na despesa.
Posto isto, e de forma a não desequilibrar
as contas do Estado ao reduzir os impostos
sobre o rendimento e sobre o consumo,
introduziria no Orçamento português
um teto à despesa pública, reduzindo a
intervenção do Estado na economia aos
“serviços mínimos” da saúde, educação,
defesa e justiça, libertando os contribuintes
da forte carga fiscal que faz estagnar não só o
crescimento económico como até o progresso
científico e tecnológico, em segundo plano.
Por fim, submeteria a dívida pública
a um “plafond” predeterminado
e até, eventualmente, definido
constitucionalmente, de maneira a
desincentivar o recurso ao crédito que
coloca o Estado num círculo vicioso: o
aumento da dívida leva ao aumento dos
impostos, o aumento dos impostos conduz
ao empobrecimento da população, que
por sua vez retira dinâmica à economia
e obriga o Estado a contrair mais dívida.
Introduzindo este limite, em concomitância
com uma redução na despesa e mesmo na
receita tributária levaria, idealmente, a uma
maior propensão para o consumo e para
o investimento, vitais para o que é uma
economia saudável.”
Estando de acordo, no essencial, com as suas
reflexões, não posso deixar de manifestar que as
mesmas traduzem, nas singelas palavras de uma
jovem, as preocupações de todos nós, “velhos”
Contribuintes, que continuamos a sofrer,
quotidianamente, esta verdadeira Ditadura
Fiscal e os seus embustes propagantistas de
inspiração soviética, como a que nos pretendem
fazer crer que, neste OE, “não há um aumento
da carga fiscal”, quando basta constatar que
se projeta um aumento das receitas fiscais em
4,5%, 3 vezes superior ao optimista projetado
crescimento do PIB! Um anacronismo que só
tem par na falácia da redução da malfadada
sobretaxa de 3,5%, sobre a sobretaxa de 2,5%,
sobre as luxuriantes taxas progressivas de
impostos vigentes!
Recuando ao tempo do imperador Tibério,
que, indignado com as constantes queixas das
“extorsões fiscais” do governador do Egito,
lhe dirigiu um recado tão atual, então, como
hoje: “o bom pastor é aquele que tosquia as
ovelhas, não o que lhes arranca a pele”!
Só falta, mesmo, que estes nossos soviéticos
governantes se dediquem, como escrevia
Valério Bexiga, “à inventividade de Caio
Calígula”: tal como D. Miguel, que, em
1832, também decidiu tributar as portas e
janelas, como aquele havia feito na antiga
Roma, para quem a origem e destino do
rendimento não interessa, desde pague
imposto, tudo é lícito, mesmo o “suborno”,
desde que incluído nas “despesas não
documentadas”.
Resta-nos, então, acompanhar Estobeu,
para quem “o uso do dinheiro, feito
com inteligência, pode contribuir para
a generosidade e para o bem do povo;
sem inteligência, é um imposto pago
continuamente”.
34
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
MERCADOS
Allianz traz promessas do surf mundial a Portugal
A Allianz Portugal, no seguimento do seu investimento no desporto e, em particular, no surf, dá
o nome e é main naming sponsor da etapa portuguesa do circuito mundial de surf de juniores
(atletas sub-20). A 25.ª etapa da Junior Tour 2014 - Allianz ASP World Júnior - vai ter lugar
entre 25 de outubro e 2 de novembro, na praia de Ribeira d’Ilhas, em plena Reserva Mundial
de Surf da Ericeira.
“Frotas irão beneficiar de fundos comunitários
para conversão para gás natural”
Artur Trindade, secretário de Estado da Energia, anunciou, na Conferência “O Gás Natural nos
Transportes”, organizada pela Associação Portuguesa do Veículo a Gás Natural, que as frotas
vão ter apoio comunitário reembolsável para a conversão ao gás natural. O secretário de Estado
considerou ainda que “o gás natural veicular já é uma realidade económica e tecnológica”.
A NOSSA ANÁLISE
Governo quer poupanças acima dos cinco anos
mas bancos não têm oferta
O Governo dá o dito por não
dito nos depósitos a prazo
(DP). Em 2012 acabou com
o benefício fiscal no longo
prazo e subiu o imposto. Para
2015 quer descer a tributação
autónoma dos 28% sobre os
rendimentos dos DP acima
dos 5 anos. Os bancos não têm
oferta.
VÍTOR NORINHA
[email protected]
O BPI ainda recentemente eliminou os
depósitos a cinco e a oito anos da sua oferta. Poucos bancos têm essas maturidades
para os clientes, mas o Governo criou um
modelo para 2015, a partir do Orçamento
de Estado, e em que equipara as condições
dos seguros de capitalização aos depósitos
a prazo convencionais. A generalidade da
banca tem propostas até três anos e mesmos essas ofertas têm o senão de estarem
indexadas à evolução da Euribor, acrescida
de um prémio.
Do nosso survey retirámos duas ofertas
para maturidades longas, as da Caixa e
as do Crédito Agrícola. No entanto, por
aquilo que percebemos, nenhuma destas
propostas cumpre os requisitos para o benefício fiscal que rá vigorar a partir de 1
de janeiro próximo. Acreditamos também
que a banca rapidamente poderá fazer a
adaptação.
Vamos primeiro à proposta do IRS onde
se afirma que os rendimentos derivados da
remuneração de depósitos ou de quaisquer
aplicações em instituições financeiras (…)
desde que o capital fique imobilizado por
um período mínimo de cinco anos e o vencimento da remuneração ocorra no final
do período”.
Refere ainda a proposta que com as novas regras a taxa liberatória dos 28% cairá
para os 22,4% nas aplicações de cinco anos
e 1 dia e para os 11,2% nos depósitos com
prazo acima dos oito anos.
Mas é neste aspeto que os produtos nacionais terão pouco mais de dois meses para
se adaptarem. Refere a proposta da Caixa,
através do “Caixa Aforro Poupe Mais”, que
o prazo é de cinco anos, quando é preciso
que seja cinco anos e um dia. E, por outro lado, o pagamento de juros pode ser semestral, o que não respeita a regra para o
benefício fiscal, ou poderá o cliente optar
pela capitalização dos mesmos. A remuneração deste produto é variável, igual à taxa
Euribor de 6 meses, acrescida de um spread
semestral crescente ao longo de todo o prazo, contemplando um prémio semestral de
permanência. No último semestre chega a
1,7% mais Euribor a 6 meses.
A solução do Crédito Agrícola passa
por um depósito de médio e longo prazo
de taxa fixa, com a designação comercial
de “Depósito Emigrante M/L prazo Taxa
Fixa”. Este é um depósito a três anos, cinco
e oito anos. Nos cinco anos, a taxa bruta
anualizada é de 1,45% e nos oito anos está
nos 1,775% anualizada. Tem como desvantagem o facto de não ser mobilizável
antecipadamente, havendo que jogar com
a evolução das taxas de juro. Sendo este
produto de taxa fixa por um período bastante longo, existe o risco de o cliente não
apanhar o movimento de subida de taxas.
Perante o momento de taxas de juro baixas, a banca tem pouco interesse em fazer
propostas longas. Existem produtos de dívida publicados, caso dos Certificados de
Aforro que são concorrentes sérios aos DP,
assim como seguros de capitalização. Os
analistas não acreditam que a banca consiga ter espaço para prosperar nesta vertente.
PROJETO “WECARE” DISTINGUIDO INTERNACIONALMENTE
DUARTE MALLAGUERRA NUNES
Direção de Investimentos, Banco Best
Rendimentos periódicos
O atual ambiente de baixas taxas de juro
na Europa torna cada vez mais difícil aos
investidores encontrarem investimentos de
baixo risco que proporcionem um nível de
rendimento atrativo, que lhes permita, por
um lado, receber juros e, por outro, aumentar
o seu património.
O investidor nacional é tradicionalmente
conservador e vai privilegiando investimentos
em Depósitos a Prazo e alguns instrumentos
de dívida do Governo ou de algumas
empresas consideradas “sem risco”. A
questão fulcral é que, hoje, a taxa de juro
proporcionada por estes instrumentos
é relativamente baixa, proporcionando
rendimentos inferiores aos que todos estavam
habituados e que dificilmente permitem
alocar uma parte a consumo e o restante ao
crescimento do património financeiro.
Eventualmente ligado a este facto, o Banco
Best tem verificado uma procura crescente
por Fundos de Investimento que distribuem
rendimentos periódicos, mensal ou
trimestralmente. Se, há um ou dois anos atrás
os investidores em fundos preferiam, quase na
totalidade, classes de fundos que capitalizam
todos os rendimentos e mais-valias obtidas,
atualmente temos já um peso na casa dos
20% em classes de fundos que distribuem
rendimentos. Para além de fundos mais
conservadores, que investem essencialmente
em obrigações, com uma gestão diversificada
e flexível, com o objetivo de gerar e distribuir
um retorno estável, os investidores podem
encontrar também fundos de médio risco,
que investem parte dos ativos em ações,
ou mesmo fundos de ações que procuram
investir em empresas com um dividendo
estável.
Na verdade, nos dias de hoje, é muito
interessante e importante esta oportunidade
de diversificação, quando os nossos salários/
pensões e património imobiliário estão de
alguma forma indexados ao desempenho
da economia portuguesa, sendo essencial
que os nossos investimentos financeiros
possam participar noutros mercados e ciclos
económicos a nível global. Em alguns fundos
é possível estar investido em obrigações de
vários tipos e em ações de muitos setores
e geografias… e ainda receber mensal ou
trimestralmente os rendimentos que vão
sendo gerados.
Este tema, dos fundos de investimento com
“Income”, é, já há muitos anos, privilegiado
pelos investidores anglo-saxónicos (Reino
Unido e Estados Unidos) e parece estar agora
a chegar aos investidores portugueses.
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Fidelidade galardoada na categoria
de “Sustainable Business” pela Efma
Accenture Innovation Awards
O projeto da Fidelidade “WeCare”, que
tem como objetivo apoiar a correta reinserção
de pessoas que foram vítimas de acidentes graves que puseram em causa a sua reintegração
física, económica e social, foi distinguindo
pela Efma Accenture Innovation Awards, na
categoria de “sustainable business”. Os Efma
Accenture Innovation Awards, que são promovidos pela European Financial Management and Marketing Association em parceria
com a Accenture, têm por missão identificar
e promover, em diferentes categorias, os projetos e serviços financeiros mais inovadores
desenvolvidos no contexto internacional.
“O projeto vencedor denominado Compromisso “We Care” reflete o posicionamento da Fidelidade na área de “conscious
business”, onde o que realmente importa é a
obtenção de uma vida com qualidade, mesmo que para isso a empresa tenha de atuar
para além das suas obrigações”, refere o comunicado da seguradora.
Este compromisso da Fidelidade tem como
objetivo apoiar projetos de vida e responder
a situações de emergência social decorrentes
dos casos de sinistralidade grave geridos pela
companhia. Analisando as necessidades do
agregado familiar, de modo a melhorar as
condições de vida do sinistrado e seus depen-
dentes, o compromisso “We Care” procura
responder e obter soluções a quatro níveis:
reintegração social, assistência, reintegração
laboral e aconselhamento financeiro.
Vários colaboradores de três departamentos distintos da seguradora são responsáveis
pela implementação deste projeto que, desde 2012, levou a cabo mais de 1000 intervenções sociais decorrentes de 400 acidentes
graves. Este modelo de gestão personalizada
permitiu, ainda, reduzir a duração dos processos em curso.
“Esta distinção é o justo reconhecimento
do trabalho que temos desenvolvido na Fidelidade, na área de “conscious business”, com
resultados que superaram todas as expectativas. “We Care” é, acima de tudo, um compromisso da Fidelidade com os seus clientes,
com as suas famílias e com a sociedade”, considera a diretora de marketing da Fidelidade,
Rita Sambado.
A Fidelidade foi a única empresa portuguesa a integrar a lista de nomeados, bem como
a única seguradora que foi nomeada nesta
categoria, onde também constaram entidades
financeiras internacionais: Societé Generale
(França), La Caixa (Espanha), Bank Audi
(Líbano), Fith Thrid Bank (Estados Unidos
da América) e DBS Bank (Singapura).
35
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 2014
MERCADOS
DAX 30 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO
PSI-20 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO
'DLO\436,
-XQ -XO
4
$JR 6HW
4
2XW
1RY 'H]
4
-DQ
)HY 0DU
4
$EU 0DL -XQ
4
-XO
$JR 6HW
4
2XW 1RY
4
O PSI 20 encontrou suporte em torno dos 4850 pontos, tendo
ressaltado imediatamente em alta. A correção terá como primeira
resistência os 5320 pontos, cuja quebra abriria espaço até aos
6050 pontos. Este é um nível importante, que já atuou como
suporte e resistência por diversas ocasiões, sendo que apenas
acima dele haverá sinais de uma inversão no cenário de médio
prazo que continua a ser de baixa. Aos 4850 seguem-se apenas
os 4370 pontos como nível de suporte.
'DLO\4*'$;,
4
4
4
4
4
Os últimos dias foram voláteis no DAX, que quebrou diversos limites
técnicos, inicialmente em baixa e depois em alta, fruto de uma correção. Os níveis atuais são importantes, já que se o índice alemão confirmar a quebra em alta dos 8910 pontos, voltará a transacionar na banda
de variação [8910 – 10050 pontos] em que evoluiu no último ano,
podendo retomar a tendência de lateralização. Pelo contrário, manter-se abaixo desse nível poderá significar que os máximos de junho deram
início a um movimento de baixa no médio prazo.
NUNO ROLLA [email protected]
Correção em alta
no Eur/Usd sofre revés
FILIPE GARCIA
MERCADO MONETÁRIO
INTERBANCÁRIO
fi[email protected]
Incerteza em torno da evolução
dos “spreads” de crédito
As taxas de curto prazo estão
perfeitamente ancoradas, numa altura
em que há uma série de processos em
curso na Europa que podem ajudar
a definir ou a complicar a evolução
dos “spreads” de crédito num futuro
próximo. A primeira está ligada à
divulgação dos resultados dos testes
de stress feitos aos bancos europeus
pelo BCE que irão ser divulgados no
domingo, 26 de outubro. Começam
a circular rumores de que alguns
bancos não terão passado no teste,
e que os membros do BCE que nos
últimos sete meses estiveram com
este trabalho sofreram múltiplas
pressões de bancos e supervisores
nacionais para receberem tratamento
especial nalgumas matérias. Sendo
este o quarto exercício desde 2008,
os analistas apenas esperam que
desta vez os resultados reportem um
veredito convincente sobre a saúde dos
bancos europeus, para não ter que se
repetir um processo idêntico num curto
espaço de tempo. No que respeita às
economias europeias e a orçamentos
de Estado, mantém-se a divergência
de opiniões. A França, que sempre
pressionou para a harmonização das
políticas do bloco, reclama agora
quando vê as medidas aprovadas
a serem aplicadas à sua própria
indisciplina orçamental. O argumento
usado pelo seu primeiro-ministro de
que a França deve ser respeitada
devido à sua dimensão, esclarece
bem em que ponto as coisas estão.
Os alemães estão conscientes que a
sua economia pode estar a deslizar
para uma recessão, mas continuam
firmes na convicção de em nada
alterarem o seu objetivo de equilíbrio
fiscal para 2015. Merkel insistiu que
a crise europeia não está ultrapassada
porque as suas causas não foram
eliminadas, insistindo que os Estadosmembros devem guiar-se pelas
regras estabelecidas. O presidente da
Comissão Europeia afirmou que tais
regras não serão enfraquecidas mas
que poderão ser aplicadas com um
maior grau de flexibilidade, algo que na
prática deverá resultar num aumento
dos défices nos anos mais próximos.
No meio de tanta confusão, surgiu
esta semana o rumor, que o BCE,
para além da dívida hipotecária e
EUR/USD
da securitização de empréstimos
bancários que já havia anunciado,
está a considerar comprar dívida
obrigacionista emitida por empresas
europeias no mercado secundário. Já
vieram alguns membros desmentir
que tal esteja nos planos do Banco
Central, mas tais rumores, que foram
postos a circular por fonte identificada
como próxima do processo de decisão,
parecem tão inocentes como a recente
entrevista de um membro da Fed a
referir a possibilidade de esta entidade
poder voltar a aumentar o volume de
compras de obrigações, invertendo o
processo que em princípio terminaria
de vez com estas compras no
final deste mês. Como resultado,
os “spreads” de crédito de dívida
periférica que tinham começado a
alargar de forma preocupante, pararam
a expansão e contraíram um pouco. Já
as taxas fixas base mantêm-se muito
perto de mínimos históricos e não será
de esperar que venham a subir de
forma considerável no que ainda falta
de 2014.
ANÁLISE PRODUZIDA A 22 DE OUTUBRO
DE 2014
EVOLUÇÃO EURIBOR (EM BASIS POINTS)
21.outubro 2014
28.março 2014
22.abril 2014
1M
0,008%
0,233%
-0,225
0,248%
-0,240
3M
0,082%
0,310%
-0,228
0,329%
-0,247
6M
0,186%
0,414%
-0,228
0,429%
-0,243
1Y
0,339%
0,585%
-0,246
0,603%
-0,264
FUTUROS EURIBOR
TAXAS EURIBOR E REFI BCE
Data
December 14
January 15
February 15
June 15
September 16
March 18
3 Meses Implícita
0,115%
0,095%
0,095%
0,105%
0,205%
0,480%
CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS
Euro Refinancing Rate
0,05%
BCE Euro Marginal Lending Facility 0,30%
Euro Deposit Facility
-0,20%
*desde 4 de setembro 2014
EUA FED Funds
R.Unido Repo BoE
Brasil Taxa Selic
Japão Repo BoJ
YIELD 10 ANOS PORTUGAL
0,25%
0,50%
11,00%
0,10%
EURO FRA’S
Forward Rate Agreements
Tipo*
Bid
Ask
0,100
0,120
1X4
0,100
0,120
3X6
0,200
0,220
1X7
0,201
0,221
3X9
0,203
0,223
6X12
0,382
0,432
12X24
*1x4 – Período termina a 4 meses, com início a 1M
EURO IRS
InterestSwapsvs Euribor 6M
Prazo
Bid
Ask
0,229
0,239
2Y
0,277
0,307
3Y
0,471
0,476
5Y
0,855
0,875
8Y
1,106
1,126
10Y
Obrigações
$XW R
4
4
4
4
4
Fontes: Reuters e IMF
5Y
1,96
1,04
0,38
0,15
1,23
1,50
1,46
0,14
10Y
3,33
2,22
1,29
0,87
2,52
2,21
2,24
0,49
'DLO\4(85
0DL
-XQ
-XO
$JR
6HW
2XW
Eur/Usd
A correção em alta no Eur/
Usd no curto prazo sofreu esta
semana um importante revés. O
par foi incapaz de ultrapassar a
zona de resistência em torno dos
$1,2850, apesar dos sucessivos
testes efetuados, e negoceia agora
novamente abaixo dos $1,2700.
Ainda é cedo para se assumir a
retoma da tendência principal
de baixa, mas esse é um cenário
agora mais plausível, que seria
confirmado com uma eventual
quebra em baixa do suporte dos
$1,2500.
Eur/Jpy
Os sinais de correção em alta
continuam a ser muito frágeis no
Eur/Jpy. Desta vez, o movimento
foi travado nos 137,00 ienes, um
novo máximo relativo mais baixo
e que forma agora a resistência
mais próxima, antes dos 138,00
ienes. No médio prazo o viés de
baixa prevalece, com os 134,00
ienes como suporte a ter em
conta. Para que as perspetivas se
comecem a alterar será necessário
que o Eur/Jpy transacione acima
dos 138,00 ienes, nível que tem
atuado como “ponto pivot” nos
últimos meses.
Eur/Gbp
A recuperação do Eur/Gbp nas
últimas semanas foi insuficiente
para que o par testasse a trendline iniciada no máximo de agosto
de 2013. Esta continua a limitar
o Eur/Gbp em alta, assim como
as £0.8035/75, cuja quebra foi
rejeitada na última semana, tendo o par reagido em baixa. O
panorama de médio prazo não
sofreu assim alterações, estando
já a ser testada a zona de suporte das £0,7865/90, que em caso
de quebra abrem espaço até às
£0,7750 (mínimo desde julho de
2012).
Var, Sema-
Var, a 30
Var, desde
nal (%)
dias (%)
1 jan (%)
22/out/14
EUR/USD
1,2693
0,38%
-1,69%
-7,96%
EUR/JPY
135,79
-0,86%
-1,94%
-6,17%
EUR/GBP
0,7909
0,50%
-0,51%
-5,13%
EUR/CHF
1,2062
-0,58%
-0,31%
-1,74%
EUR/NOK
8,3815
2,28%
1,29%
0,22%
EUR/SEK
9,2118
0,87%
-0,23%
3,98%
EUR/DKK
7,4468
0,03%
0,03%
-0,17%
EUR/PLN
4,2246
0,78%
0,63%
1,69%
EUR/AUD
1,4430
0,10%
0,83%
-6,44%
EUR/NZD
1,5916
-1,81%
0,66%
-5,05%
EUR/CAD
1,4242
0,79%
-0,50%
-2,92%
EUR/ZAR
14,0090
-0,18%
-1,58%
-3,82%
EUR/BRL
3,1532
4,25%
4,46%
-3,20%
36
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
MERCADOS
IG traz analista a Portugal
CMVM profere decisão em quatro processos de contraordenação
A IG, broker especializado em CFD, trouxe a Portugal, no sábado (18 de outubro), a analista
Brenda Kelly para um seminário falar sobre estratégias de investimento. Brenda Kelly tem mais
de dez anos de experiência em Corporate Treasury na Irlanda e na Europa continental, analisando os mercados financeiros através da análise técnica e fundamental, sendo especializada no
mercado forex e em títulos de rendimento fixo.
A CMVM proferiu decisão em quatro processos de contraordenação, no terceiro trimestre. Foram
aplicadas coimas no valor de 25 mil euros. No final de setembro, estavam em curso na CMVM
111 processos de contra ordenação, 34 de violações de deveres de intermediação financeira, 29
de violações de deveres de informação, 28 de deveres sobre a atividade dos organismos de investimento coletivo, 19 por violação de deveres de negociação e um referente à atuação dos auditores.
TÍTULOS EURONEXT LISBOA
Última
Cotação
Título
Variação
Semanal
Máximo 52 Mínimo 52 EPS Est
Sem
Sem
Act
JOÃO QUEIROZ
PAINEL BANCO POPULAR
EPS Est
Fut
PER Est Act PER Est Fut Div. Yield Ind Div. Yield Est
Data Atl
Diretor de negociação da GoBulling
Hora Atl
ALTRI SGPS
2,158
6,83%
2,987
1,869
0,130
0,172
16,600
12,547
1,95%
1,48%
22-10-2014
16:35:00
B. COM. PORT.
0,093
11,78%
0,141
0,059
0,000
0,007
--
13,286
--
0,00%
22-10-2014
16:36:08
BANIF-SGPS
0,007
3,03%
0,014
0,006
--
--
--
--
--
--
22-10-2014
16:35:47
BANCO BPI
1,530
9,13%
2,060
1,015
0,008
0,127
191,250
12,047
--
0,00%
22-10-2014
16:35:00
COFINA,SGPS
0,515
7,52%
0,770
0,440
0,060
0,060
8,583
8,583
1,94%
1,94%
22-10-2014
16:36:02
CORT. AMORIM
2,950
3,51%
3,650
1,947
0,310
0,330
9,516
8,939
4,07%
5,42%
22-10-2014
16:35:00
CIMPOR,SGPS
1,600
0,63%
3,400
1,511
0,280
0,340
5,714
4,706
0,18%
8,13%
22-10-2014
16:29:48
EDP
3,320
3,04%
3,749
2,606
0,253
0,260
13,123
12,769
5,57%
5,72%
22-10-2014
16:35:15
Linhas trocadas
O desempenho da cotação da Portugal Telecom não se tem
apresentado muito auspicioso no conjunto dos últimos 4 anos (desde
2010 e recorde-se que a alienação da Vivo ocorreu em julho desse
ano), com significativas desvalorizações anuais de que resultou um
desempenho de -87% (considerando o final desse ano a Eur 7,558 /
ação).
Cotação
%Ytd14
2013
2012
2011
2010
2009
2008
2007
%Var. Anual
-68,42%
-15.71%
-15.75%
-43.35%
+9.58%
+40.36%
-32.03%
+8.60%
EDPR
5,106
-0,10%
5,771
3,701
0,135
0,170
37,822
30,035
0,78%
0,80%
22-10-2014
16:35:00
MOTA ENGIL
4,050
6,16%
6,399
3,336
0,380
--
10,658
--
3,05%
4,69%
22-10-2014
16:35:00
GALP ENERGIA
11,350
2,16%
13,750
10,200
0,335
0,443
33,881
25,621
2,79%
2,99%
22-10-2014
16:35:00
IMPRESA,SGPS
0,998
10,89%
2,000
0,780
0,070
0,095
14,257
10,505
--
--
22-10-2014
16:35:00
J. MARTINS
8,418
4,96%
15,480
7,800
0,561
0,619
15,005
13,599
3,62%
3,50%
22-10-2014
16:35:00
MARTIFER
0,316
-1,86%
1,200
0,300
-0,280
-0,160
--
--
--
--
22-10-2014
16:35:00
NOVABASE
2,400
-1,19%
4,150
2,250
0,160
0,203
15,000
11,823
8,33%
5,42%
22-10-2014
16:35:00
GLINTT
0,245
2,08%
0,500
0,163
--
--
--
--
--
--
22-10-2014
16:23:58
Rúbrica / [Euro mil milhões]
2013
2012
2011
2010
2009
2008
2007
P. TELECOM
0,985
-28,83%
3,709
0,865
0,127
0,167
7,756
5,898
10,15%
9,24%
22-10-2014
16:37:10
Dívida bruta
7.40
7.40
12.30
7.20
7.00
6.70
6.20
PORTUCEL
2,995
6,02%
3,739
2,554
0,238
0,234
12,584
12,799
7,41%
8,58%
22-10-2014
16:39:57
Receitas
2.90
3.00
6.00
3.70
3.70
6.60
6.10
REDES E. NAC.
2,385
-4,56%
2,910
2,160
0,218
0,211
10,940
11,303
7,17%
7,13%
22-10-2014
16:35:00
Ebitda
1.10
1.20
2.10
1.30
1.50
2.30
2.40
SEMAPA
9,504
8,58%
11,660
7,097
0,572
0,754
16,615
12,605
3,49%
3,14%
22-10-2014
16:35:00
SONAECOM
1,395
-1,41%
2,659
1,370
0,098
0,129
14,235
10,814
--
6,45%
22-10-2014
16:35:00
SONAE,SGPS
1,014
1,71%
1,420
0,922
0,071
0,085
14,282
11,929
3,43%
3,65%
22-10-2014
16:35:24
SONAE IND.
0,377
11,21%
0,889
0,288
-0,330
--
--
--
--
--
22-10-2014
16:35:00
SAG GEST
0,300
1,70%
0,540
0,210
-0,030
-1,010
--
--
--
--
22-10-2014
16:28:12
TEIX. DUARTE
0,809
9,32%
1,440
0,600
0,140
0,120
5,779
6,742
1,85%
2,47%
22-10-2014
16:35:00
NOS
4,490
2,28%
5,830
3,903
0,169
0,222
26,568
20,225
2,67%
3,23%
22-10-2014
16:35:00
PAINEL BANCO POPULAR
TÍTULOS MERCADOS EUROPEUS
Última
cotação
Título
Variação
semanal
Máximo
52 sem
Mínimo
52 sem
EPS Est
Act
EPS Est
Fut
PER Est
Act
PER Est
Fut
Div. Yield
Ind
Div. Yield
Est
Data Atl
Hora Atl
B.POPULAR
4,902
7,43%
5,948
3,750
0,146
0,304
33,575
16,125
0,24%
1,02%
22-10-2014
16:38:00
INDITEX
21,125
5,28%
24,298
19,290
0,813
0,925
25,984
22,838
1,82%
2,42%
22-10-2014
16:38:01
REPSOL YPF
17,415
4,85%
20,019
15,815
1,351
1,455
12,890
11,969
5,74%
11,46%
22-10-2014
16:38:00
TELEFONICA
11,37
0,40%
13,135
10,760
0,868
0,922
13,099
12,332
6,60%
6,60%
22-10-2014
16:38:00
FRA. TELECOM
10,915
1,77%
12,850
8,388
0,913
0,949
11,955
11,502
5,50%
5,50%
22-10-2014
16:35:49
LVMH
127,05
1,72%
147,200
121,000
6,883
7,730
18,459
16,436
2,48%
2,55%
22-10-2014
16:35:00
BAYER AG O.N.
105,25
6,44%
114,200
88,800
6,025
6,900
17,449
15,236
2,00%
2,12%
22-10-2014
16:35:12
DEUTSCHE BK
24,865
3,28%
38,151
22,660
2,114
3,136
11,775
7,938
2,88%
2,88%
22-10-2014
16:35:04
DT. TELEKOM
10,865
3,58%
13,150
10,065
0,629
0,664
17,253
16,343
4,60%
4,61%
22-10-2014
16:35:16
VOLKSWAGEN
161,9
7,36%
197,950
147,350
21,391
23,664
7,558
6,832
2,48%
3,04%
22-10-2014
16:35:01
ING GROEP
11,1
7,92%
11,950
8,931
0,976
1,178
11,373
9,423
--
0,11%
22-10-2014
16:35:00
Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua
exatidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta
de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.
A troca de operações no Brasil com venda da Vivo por Eur 7.50
mil milhões e a aquisição da Oi por Eur 3.75 mil milhões gerou um
excedente que foi largamente distribuído aos seus accionistas como
dividendos especiais.
Para ter uma perspetiva mais fundamental valerá a pena enquadrar
a distribuição de rendimentos com as evoluções: da dívida bruta (ou
total), receita e do resultado operacional (Ebitda):
Numa leitura demasiado ligeira e exceptuando o pontual acréscimo
em 2011, a dívida manteve-se estacionária enquanto as receitas e o
respetivo resultado operacional ajustaram a alteração da estratégica de
participações no Brasil.
No verão deste ano e numa perspetiva racional, os accionistas
aprovaram a fusão de duas entidades com relativo grau de alavancagem,
em que uma oferece mercado e outra know-howe competências
técnicas, marketing e boas referências nas áreas core do setor. Daqui
estimava-se uma integração das duas unidades de que poderiam resultar
ganhos de eficiência, racionalização e escala. O ambiente seria propício
a uma relação de que poderiam resultar vantagens para ambas e com
reconhecidos méritos que individualmente teriam dificuldade em
atingirnumajanela de tempo razoável.
Decorrente, sobretudo, de resultados de opções de tesouraria, parece
ter existido uma diferente perceção da evolução simbiótica de ambas
companhias com um acrescido ruído de potencial reversão da operação
(!?) e/ou junção de uma terceira entidade que opera no Brasil (TIM
Brasil), com alterações significativas na gestão de topo da Oi.
Se por um lado a evolução económica (relacionado com o equilíbrio
entre recursos e aplicações da operadora), ditou acrescida e continuada
pressão na cotação, as mais recentes notícias não facilitaram a perceção
de risco.
Independentemente da evolução do formato da empresa, neste
momento a cotada na Bolsa Euronext, fundamentalmente, representa
uma participação de quase 25% na Oi e decorrente da entrega dos ativos
e passivos à entidade que resulta da fusão, deveria existir uma correlação
entre o valor das duas, o que por vezes parece não acontecer.
Colocando a questão de outra forma: fará sentido o valor da PT ser
inferior à sua directa participação na Oi? Pergunta muitas vezes colocada
por vários investidores e que poderevelar a existência de assimetria de
informação ou que estaremos a laborar com diferentes elementos.
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a consolidação e a competitividade da sua empresa.
37
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
Winsig lança solução de construção na “Projekta” Angola
A portuguesa Winsig está presente com um stand na “Projekta”, a maior feira dedicada ao setor da Construção Civil, Obras Públicas, Urbanismo e Arquitetura realizada em Angola, onde
apresenta o SIG.Construção, uma solução de gestão desenvolvida internamente a partir do
software PHC, que responde às necessidades específicas do mercado da construção e obras. O
evento decorre de 23 a 26 de outubro, na FIL, Luanda.
ANGOLA
Sage Portugal quer aumentar
vendas em Angola
Dois anos depois de entrar
em Angola, a Sage Portugal
fechou este trimestre com 15%
de receita, cinco parceiros
ativos e 25 clientes na área do
“mid-market”. Rui Nogueira,
Business Unit Manager
Mid-Market da Sage, espera
consolidar a posição em Angola
no próximo ano fiscal e chegar
aos 20% de receita.
DORA TRONCÃO
[email protected]
“A Sage Portugal entrou em Angola por
causa dos clientes internacionais que estavam a investir naquele país e a partir daí
começou a criar a rede de parceiros locais.
Hoje temos cerca de cinco parceiros ativos
em Angola, alguns são empresas portuguesas, que abriram filiais em Angola, outras são empresas angolanas de tecnologia
e que exploram o mercado com todas as
oportunidades tal qual como em Portugal”, afirma Rui Nogueira.
“Em Angola comercializamos apenas o
Mid-market - Sage ERPX3, Recursos Humanos e XFT (cash management) e temos cerca
O crescimento em Angola depende da capacidade de atrair novos parceiros”, afirma Rui Nogueira.
Possibilidade
de chegar a outros
mercados
Um estudo encomendado pela Sage à IDC
(market intelligence) aponta para mais de
25% de crescimento do investimento em
software de gestão em Angola.
Por enquanto, o mercado angolano não é
representativo em termos globais no seio
da Sage - o revenue de Angola são 15%
de uma parte do revenue de Portugal e
referente “apenas” ao Mid-market, mas
Rui Nogueira fala da importância deste
mercado para a Sage “pela abrangência
e pela possibilidade de chegar a outros
mercados africanos. Conseguimos alguma
expansão a partir de Angola através de
alguns parceiros angolanos e de empresas
que se internacionalizaram.” A Sage
também concretizou negócios na Guiné e
em Moçambique, neste último país devido
à relação com a Sage de África do Sul.
Tem havido também alguma expansão
para a África francesa dado que a Sage
Mid-market tem origem francesa. “Uma
série de empresas portuguesas, muitas
de construção, começam a olhar para
mercados como a Argélia e a Tunísia e não
apenas para os mercados de expressão
portuguesa. A Sage tem uma excelente
posição para conquistar estes mercados
porque conhece a legislação e a língua.”
de 25 clientes a utilizar o software, o ERP. Em
termos de faturação, houve um período, durante o ano 2013, em que Angola chegou a representar cerca de 25% das vendas de software
da Sage Portugal – foi um pico do mercado
–, hoje anda à volta dos 15% daquilo que faturamos em termos de software em Portugal,
resultados consolidados”, acrescenta
Atrair novos parceiros
“É nessa esfera que vamos trabalhando,
até porque o negócio tem corrido felizmente bem em Portugal e o crescimento
do Mid-market em Portugal tem sido superior ao da Europa. O crescimento em
Angola depende da capacidade de atrair
novos parceiros”, afirma Rui Nogueira.
“O problema em Angola não será encontrar oportunidades, mas será de execução e delivramento. Uma rede de cinco
parceiros parece pequena, mas não é. Em
Portugal temos 15 parceiros ativos e em
Angola não serão necessários muitos mais.
Numa primeira fase, houve muitas vendas
e os projetos em Angola hoje demoram
mais tempo a implementar do que na Europa. Há um problema de afunilamento,
porque os parceiros não se sentem confortáveis em entregar mais software enquanto
não acabarem estas implementações. Conseguimos o target de cinco parceiros ativos
– com implementações, recursos e certifi-
cados – e era o número que tínhamos estabelecido para três anos. Fizemo-lo em dois
anos e o próximo ano fiscal é uma fase de
consolidação. Estamos no caminho certo.
Com um pouco mais de ambição para o
próximo ano, cerca de 20%.”
Indústria e serviços
“Nos produtos que estão baseados na
plataforma X3, a Sage Portugal é uma das
unidades mais maduras, com know-how
importante, centro de competências de X3
em Portugal, para os países de expressão
portuguesa, de toda a Europa e Ásia.”
Como casos de sucesso de ganhos evidentes após a implementação do software Sage,
Rui Nogueira aponta os clientes mais antigos, Angoflex e Technip, empresas de referência em Angola que já têm software desde
o período aquando do primeiro piloto da
Sage.
A Sage também atua cada vez mais na
área industrial, “que começa a ser importante em Angola, mas também nos serviços”, conclui”.
Encontrar recursos formados é principal
dificuldade
O estudo pedido pela Sage IDC refere que 60% das empresas têm dificuldade na contratação
e formação de RH.
“Encontrar recursos formados é o principal desafio apontado pelas empresas e sentimos
muito isso quando estamos a implementar o software, não apenas no que se refere aos
conhecimentos na área dos TI, mas também nos próprios processos de gestão e, por outro
lado, no suporte. As empresas que compram software de gestão, e principalmente no Big
Market, onde os investimentos já são bastante maiores do que nas outras áreas, querem
assegurar que há suporte local e é demonstrativo de que há falta de recursos pois alguns
processos correram mal porque as coisas não funcionam quando se utilizam recursos de fora.
Os custos são altos e é essencial que haja presença local”, frisa Rui Nogueira.
Recentemente, a Sage finalizou um acordo em Angola para criar uma academia e formar mais
parceiros, além de, em conjunto com a universidade angolana Agostinho Neto, ter organizado
algumas ações de formação in sito.
38
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
Salão das Viagens de Negócios decorre hoje
TURISMO
Bairrada afirma
diversidade
MARC BARROS
[email protected]
O vinho e a gastronomia constituem a base sobre a qual a região da
Bairrada pretende dinamizar a sua
oferta turística. Não obstante, outros segmentos, como as termas, o
património e cultura ou a natureza,
assumem um papel determinante
na definição de um produto turístico integrado e diversificado.
A loja da Rota da Bairrada, cuja
sede está instalada na antiga estação de caminho-de-ferro da Curia,
recebe anualmente cerca de 8000
visitantes anuais, uma pequena
amostra do número global de visitas à região.
Esta entidade, formada através de
uma associação entre 15 produtores
de vinhos da Bairrada, cinco restaurantes, bem como 12 unidades hoteleiras regionais, tem como missão
promover e cativar a atratividade
turística.
A Vida Económica teve oportunidade de fazer um pequeno périplo
por alguns dos pontos mais interessantes deste território, no âmbito da
realização do evento Encontro com
o Vinho e Sabores - Bairrada 2014,
que se realizou no Centro de Alto
Rendimento - Velódromo de Sangalhos, em Anadia, organizado pela
Comissão Vitivinícola da Bairrada,
Turismo do Centro de Portugal e
do município de Anadia.
Variedade Bairrada
No âmbito da visita, foi possível
conhecer o trabalho que a região
está a desenvolver no sentido de
criar pontos de interesse para uma
região de reconhecida heterogeneidade.
Desde logo, o Museu da Bairrada, que reúne um impressionante
espólio referente ao mundo vitivinícola regional, para além de abrigar diversas exposições temporárias.
Este local, que recebe cerca de 2000
visitantes/mês, é ainda um espaço
de eventos empresariais, incentivos
e congressos.
Já o Museu Aliança Underground
reúne, em cerca de 1,5 quilómetros
de túneis que constituíam as antigas
caves daquela empresa vinícola, um
impressionante espólio museológico, propriedade de Joe Berardo. O
museu recebe cerca de 30 mil visitantes por ano e a entrada custa três
euros, um valor bastante módico
para a qualidade da visita.
No Palace Hotel do Buçaco
depara-se-nos a grandiosidade de
um edifício construído pelo rei D.
Carlos como estância de caça (da
qual, curiosamente, nunca viria a
usufruir), no coração de uma mata
esplendorosa, hoje gerida pela Fundação da Mata do Buçaco.
O Pavilhão de Portugal – Parque das Nações, em Lisboa, será hoje o palco do Salão das
Viagens de Negócio, entre as 10 h e as 18 h. O certame conta com a
presença de cerca de expositores com oferta específica para os viajantes
de negócios. No evento será apresentado o resultado do Barómetro
das Viagens de Negócio 2014, realizado entre empresas portuguesas
acerca das viagens de negócio.
PEDRO GALHARDAS, PARTNER DA ROLAND BERGER, ESTIMA
Lisboa deve aumentar para 800
as receitas de hotelaria até 2019
O Plano Regional
de Turismo Lisboa
2015/2019 prevê
o crescimento das
receitas de hotelaria em
5%. Segundo Pedro
Galhardas, partner da
Roland Berger, que
elaborou o documento,
o plano introduz o
conceito de região
alargada, que prevê,
entre outros, “estender
o turismo religioso
associado a Fátima para
os mercados emissores da
América Latina”.
MARC BARROS
[email protected]
Vida Económica – De que forma o Plano Regional de Turismo
Lisboa 2015/2019 se propõe
aumentar as receitas em 800
milhões de euros na hotelaria?
Pedro Galhardas - O Plano Regional de Turismo Lisboa
2015/2019 assenta no desenvolvimento do conceito de região. Este
plano estratégico é efetivamente
o primeiro a trabalhar a região
de Lisboa como um todo, tendo
como enfoque o aumento do contributo do turismo para a economia da região, a três níveis:
s Alargamento da abrangência da
oferta, com o desenvolvimento
de novos nichos de mercado;
s Aumento da estadia média dos
turistas através de um maior número de atrações e de atividades;
s Acréscimo do número de ‘repeat visitors’ com o elevado número de combinações de produto
possíveis. Assim, o principal
objetivo do plano (o reconhecimento da região como o melhor destino europeu em termos
de diversidade) deverá permitir
atingir:
s 10 milhões de dormidas de estrangeiros, que corresponde a
um aumento de 5% / ano;
s 800 milhões J de proveitos globais com dormidas, que corresponde a um crescimento de 5%
/ ano
s Resulta de uma combinação de
crescimento do número de dormidas totais (nacionais e estrangeiras) de aproximadamente
Plano Regional de Turismo para Lisboa antecipa crescimento do número de dormidas totais em 4% e recuperação nos
proveitos médios por dormida de 1%/ano, disse Pedro Galhardas, ‘partner’ da Roland Berger.
Reforço do segmento congressos e incentivos
VE - Quais os segmentos que
serão alvo de maior atenção no
âmbito deste plano?
PG - Em termos de segmentos, o
Plano Estratégico reforça a aposta
no Meetings Industry, através do
desenvolvimento do novo Centro
de Grandes Congressos em Lisboa,
que permite reforçar a oferta da
região nos grandes congressos.
Mantém-se também o enfoque
nos segmentos de casais entre os
35 e os 54 anos como principal
segmento-alvo para city/short-
4%, e de uma recuperação nos
proveitos médios por dormida
de 1% / ano no período.
e cama) têm vindo consistentemente a recuperar (63% de taxa
de ocupação quarto em 2013).
Assim, considerando o enfoque
dado no Plano Estratégico ao crescimento das dormidas, prevê-se
que esta tendência se mantenha
nos próximos anos.
A pressão provocada pelo aumento de procura, numa região
que mantém ainda hoje das tarifas
médias mais baixas da Europa, deverá permitir que os proveitos médios por dormida possam recuperar no período entre 2015 e 2019.
VE - Como se consegue que
os hóspedes gastem mais por
quarto nos hotéis da região, por
forma a aumentar o preço médio?
PG - Os proveitos médios por
dormida na região de Lisboa atingiram os 58 milhões em 2013, o
que representou uma recuperação
face a 2012, mas que ainda se encontram abaixo dos níveis registados em 2009. Em paralelo, desde
2009 as taxas de ocupação (quarto
VE - Está quantificado o efeito
breaks, bem como um reforço dos
jovens, especialmente europeus. O
novo terminal de cruzeiros deverá
permitir também desenvolver
o segmento de cruzeiristas na
região, e em particular o segmento
de ‘fly and cruise’.
de ‘spill-over’ que esse acréscimo trará para a economia da
região?
PG - A região, exceto a cidade
de Lisboa, conta com aproximadamente 30% das dormidas e 35%
da oferta de camas. Assim, espera-se que o peso da região em número de hóspedes se aproxime da sua
relevância em termos de número
de camas, ou seja, 35% do total.
VE - A integração da oferta
beneficia os operadores turísticos?
PG - A estratégia assenta nos
produtos core da região (p.e. City/
39
SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014
TURISMO
Zmar apresenta “réveillon”
Turismo rural em debate no Alentejo
O Zmar apresentou o seu programa de “réveillon”. O Eco Resort decidiu fechar o ano de
2014 e entrar em 2015 em grande com a produção de uma Festa
«White Nonsense Party».
O programa inclui cocktail, jantar, ceia, animação, música ao vivo
e brunch no dia 1, e lançou uma promoção para os primeiros alojamentos reservados, com tarifas deste 376 euros para duas pessoas.
A atualidade e os desafios do turismo rural são o centro do debate
num congresso internacional a realizar em Reguengos de Monsaraz,
nos dias 30 e 31 de outubro. Este contará com oradores oriundos
da Lituânia, Espanha, Alemanha, Holanda, França, Portugal, Reino
Unido ou Brasil, e terá lugar no Pavilhão Multiusos de Reguengos
de Monsaraz.
milhões
Regime fiscal de residentes
não habituais mobiliza operadores
MARC BARROS
[email protected]
Short Break, MI, Cruzeiros), mas
inclui também produtos com alguma escala que beneficiam do
conceito de região (p.e., Turismo
Residencial, Surf) e produtos de
nicho (p.e., Náutica, Turismo de
Natureza) como alavancas de crescimento futuro.
Adicionalmente, e no caso específico dos operadores turísticos,
este plano propõe um reforço da
promoção junto de operadores turísticos em mercados emissores específicos em que estes mantêm um
peso significativo, por exemplo na
Alemanha.
VE - Ao nível das ligações aéreas, que papel está reservado
para a TAP nesta estratégia?
PG - A classificação dos diferentes mercados emissores e a definição da abordagem aos mesmos,
prevista no plano, teve como um
dos fatores determinantes a qualidade das acessibilidades existentes.
A abordagem proposta aos
mercados emissores assenta nos
mercados tradicionais, como os
principais países europeus, ou o
Brasil, que são os mercados por excelência para o turismo da região
e com acessibilidades já bastante
desenvolvidas.
De entre estes, dada a sua relevância, potencial de crescimento
e qualidade das acessibilidades,
selecionaram-se os mercados espanhol, alemão e brasileiro para desenvolver uma abordagem regional
assente numa análise aprofundada
dos seus comportamentos enquanto turistas. Assim, a TAP tem
uma grande relevância na concretização da estratégia para os mercados emissores prioritários, dado
o seu posicionamento no Brasil e a
integração na Star Alliance.
VE - O acréscimo do número
de turistas pode ainda beneficiar outras regiões do turismo
do país?
PG – O plano introduz o conceito de região alargada, incluindo
por exemplo Fátima, permitindo
que o crescimento previsto para
a região de Lisboa beneficie também outras regiões do país. O
conceito foi introduzido de forma
a permitir o enriquecimento da
oferta com produtos de elevada
relevância para o desenvolvimento
de mercados emissores de grande
potencial (p.e., o turismo religioso
associado a Fátima para os mercados emissores da América Latina).
O regime fiscal dos residentes
não habituais (RNH) tem colocado Portugal na rota do investimento por parte de cidadãos
estrangeiros e, ao mesmo tempo,
mobilizado os operadores, especialmente do setor do turismo
residencial, na promoção externa
da sua oferta.
Nesse sentido, o cidadão estrangeiro que pretenda viver em Portugal ao abrigo do regime deve permanecer em Portugal, em cada ano,
mais de 183 dias; caso permaneça
menos tempo, deve possuir em
Portugal a sua residência fiscal habi-
tual e manter no país o seu “centro
de interesses vitais”.
Para obter o estatuto de RNH,
o cidadão estrangeiro deve obter
o NIF português, apresentar o pedido de concessão do estatuto de
RNH até 31 de Março do ano seguinte ao primeiro ano de residência fiscal em Portugal, sendo que
o tempo médio de atribuição do
RNH é de seis meses, sendo que os
efeitos retroagem até ao ano fiscal
da chegada.
O principal fator atrativo deste
regime reside no facto de o proponente estar isento de quaisquer
taxas sobre rendimentos obtidos no
exterior, incluindo pensões.
Segundo o autor,
nenhuma empresa pode
atravessar uma vida activa sem
enfrentar algumas crises.
A escolha está em ultrapassá-las.
“Gerir é, todos os dias, perceber as
questões fundamentais.
E, neste período tão difícil da economia
portuguesa, ao qual o nosso sector não
poderá ficar imune, detectar as questões
fundamentais, torna-se certamente ainda
mais importante; na maior parte dos
casos, terá mesmo carácter decisivo.”
João Passos , Presidente APAVT
3(POÎBMP$SJTUØWÍPSDt10350
http://livraria.vidaeconomica.pt
[email protected]
Título Engenharia pt - Uma via verde
para o desenvolvimento
tecnológico e económico de
Portugal
Autor Jorge Vasconsellos e Sá
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exemplar(es) do livro Drucker no turismo: criando “battle-ready
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Nº 1561 / 24 de outubro 2014 Semanal J 2,20 Portugal Continental
IRS com “cláusula de salvaguarda”
para casais sem filhos
O primeiro-ministro deixou a garantia
que, no âmbito da reforma do IRS, será
criada “uma espécie de cláusula de salvaguarda que impedirá que as famílias
sem filhos sejam prejudicadas”. De facto,
aquela reforma visa sobretudo beneficiar
os casais com filhos, mas aqueles que os
não têm não podem sair prejudicados.
Em princípio, quando os contribuintes entregarem as respetivas declarações
de IRS (com ou sem filhos) poderá colocar em prática a referida cláusula de salvaguarda. Existirá então uma opção que
implica a não validação da declaração eletrónica, que faz com que a AT proceda
à comparação entre a liquidação de imposto de acordo com as regras de 2014 e
2015. Feita a comparação, caberá ao contribuinte escolher qual aquela que pretende validar.
Construção dá sinais de melhorias
A indústria da construção ainda não
saiu da crise. No entanto, os empresários do setor acreditam na recuperação,
refere o estudo da Federação Portuguesa
da Indústria da Construção (Fepicop),
relativa aos sete primeiros meses do ano.
O otimismo dos empresários assenta
sobretudo na carteira de encomendas
e na opinião favorável em termos de
emprego. “Mais significativa ainda é a
avaliação do nível de atividade atual das
empresas, que aponta para um crescente dinamismo do setor, tendência que
já não era observada há alguns anos”,
congratula-se aquela federação.
Ainda assi, a construção continua a
debater-se com problemas graves, sendo
que muitas empresas apenas sobrevivem
porque optaram pela internacionalização.
O emprego ainda está em contração.
O setor perdeu mais de 24 mil postos de
trabalho, entre abril e junho, em termos
homólogos, e quase 14 mil, face aos três
primeiros meses do ano. Entretanto, os
licenciamentos de edifícios para habitação estão em retração, mas, em contrapartida, a construção de edifícios novos
está a melhorar.
O acesso ao crédito mantém-se complicado, fazem notar os empresários do
setor. Também preocupante é o facto
do malparado assumir um peso de um
quinto do setor.
)inanças para Não )inanceiros
novembro | PORTO 20 e 21 | LISBOA 27 e 28
+orário: 09h30 às 13h /14h30 às 18h (14 horas)
OBJETIVOS:
‡ )amiliarizar os Iormandos
com os principais conceitos
contabilísticos e ¿nanceiros
básicos
‡ Permitir uma sensibilização aos
problemas concretos do diaa
dia
‡ Apreciar o impacto das decis}es
Tuotidianas sobre os resultados
globais da empresa
‡ Proporcionar aos participantes,
a aTuisição duma cultura
¿nanceira indispensável a
todos os elementos com
responsabilidades numa
empresa.
FORMADOR: Dr. Agostinho Costa
PREÇOS:
Público em Geral: €120 + IVA
Assinantes VE: €90 + IVA
PROGRAMA:
‡ Compreender um balanço
‡ Analisar a Iormação dos resultados
‡ Calcular e interpretar os indicadores
de gestão mais signi¿cativos
‡ As noç}es base para analisar o
eTuilíbrio ¿nanceiro de uma empresa
‡ As noç}es base para a análise
económica e ¿nanceira
‡ O Ponto Crítico da Empresa (%reaN
Even Point)
‡ Aspetos Tue contribuem para a
classi¿cação de risco das empresas
‡ Os emprpstimos bancários no
conte[to atual
‡ As causas das necessidades de
¿nanciamento
‡ Os principais Iatores condicionantes
da rentabilidade
‡ Construir um 7ableau de %ord
para acompanhamento da gestão
operacional de cada área da
empresa
‡ E[emplos práticos
Ana Rita %essa (Dep. )ormação) Vida Económica Editorial SA.
7lI: 223 399 427/00 / )a[: 222 08 098 _ Email: anabessa#vidaeconomica.pt
NOTA DE FECHO
JORGE A. VASCONCELLOS E SÁ
Mestre Drucker School PhD Columbia University
Professor Catedrático
E-mail: [email protected]
Linked In: http://www.linkedin.com/in/vasconcellosesa
Twitter: https://twitter.com/VasconcelloseSa
Reindustrialização?
Fala-se muito hoje na necessidade de reindustrializar a Europa. E Portugal, é claro.
O que é obviamente um disparate. Defender a indústria contra os serviços faz
tanto sentido como há algumas décadas
defender a agricultura contra a indústria.
Após a IIª Guerra Mundial a generalidade
dos países europeus tinha mais de 20% da
população empregue na agricultura. Hoje
oscila entre 2/3%. E no entanto a produção agrícola aumentou exponencialmente.
O que importa numa economia não é o
tipo de trabalho: agricultura, indústria,
serviços. É a natureza do trabalho: se cria
ou não alto valor acrescentado.
Em todos os sectores há pechisbeque. Que
não enriquece ninguém (a não ser com
enormes investimentos em fábricas colossais para se ter custos muito baixos, fruto
de economias de escala). Como diz o provérbio: um cêntimo (de preço) nunca deu
um euro (de lucro).
Veja-se o caso dos semicondutores (vulgo
chips). As drams (memórias), enquanto
produto estandardizado, levaram a Qimonda à falência. A Intel deixou de os
produzir, especializou-se nos chips lógicos
(microprocessadores), onde o factor de
sucesso é a qualidade – potência e pequeno tamanho – não o preço e tornou-se na
grande empresa de sucesso de hoje.
Vem isto a propósito de um estudo muito
interessante feito pela BCG (e para o qual
José António de Sousa, CEO da Liberty
Seguros me alertou) que compara, na actualidade e temporalmente, os custos de
produção na indústria de transformação
entre 25 países e usando quatro variáveis:
salário, produtividade, custos de energia
e taxas de câmbio (infelizmente Portugal
não faz parte da amostra).
E começando pela evolução temporal há
quatro grupos de países:
Os sob pressão, tradicionalmente os barateiros do mundo que desde 2004 encareceram: a China p.e., que hoje é só 4% (!)
em média mais barata que os EUA. Ou o
Brasil, que hoje é mais caro que muitos países europeus (Espanha, Holanda, Áustria,
Alemanha, Itália, etc.).
Há depois entre os países desenvolvidos
aqueles que perdem terreno face aos EUA
devido à diferença na evolução de custos
de energia e produtividade: Bélgica, França, Suécia, Suíça.
Mantendo a sua posição há a Indonésia
e a Índia. Os salários sobem exponencial-
mente. Mas a produtividade também. E a
depreciação das moedas ajuda.
Finalmente, há as estrelas em ascensão: o
México, o qual (devido a ganhos de produtividade, contenção salarial, os custos de
energia e a taxa cambial) tem hoje custos
unitários mais baixos que a China (!).
E sobretudo os EUA, cujos ganhos constantes de produtividade fazem com que
seja mais barato que todos os dez maiores
exportadores do mundo (com excepção da
China e Coreia do Sul).
O que nos leva, finalmente à comparação
entre países. Para um custo unitário de
100 nos EUA, os mais baratos de todos no
mundo são a Indonésia (83), a Índia (87),
o México e a Tailândia (91) e a China (96).
E acima (mais caros que os EUA) estão a Polónia, Coreia do Sul, República Checa, Japão
e a Itália e Brasil (ambos com 123), etc.
No fundo este interessante estudo ilustra
o que já sabemos: salários baixos não são
sinónimo de produtos baratos. E os custos
de contexto (perda de tempo com burocracia)? E os custos energéticos? E (sobretudo) a baixa produtividade?
Que no caso português (por pessoa empregue a PPC) é 70% da média europeia
(a produtividade da Espanha está acima da
média com 102%). E a pouco mais de metade da da Irlanda.
Com a suprema ironia, de se por um lado,
Portugal tem a produtividade mais baixa
dos 15, por outro lado o país com maior
produtividade na Europa (Luxemburgo) é
precisamente aquele com maior percentagem de portugueses na sua população empregue (22%).
Produzindo cada português no Luxemburgo numa hora mais do que cada português
cá (2,1 x), se viessem a Portugal fariam
o nosso trabalho e entrariam de fim-de-semana às 12h00 de 4ª feira ou de férias
anuais em 23 de Junho.
Sendo certo que o Luxemburgo é um
país de serviços (financeiro, comércio,
informação, hotelaria, transportes, etc.)
e onde consequentemente a indústria só
pesa 11% contra 29% em Portugal. O salário mínimo?: é “apenas” 1921 euros.
Donde a questão fulcral não é como industrializar o país. Mas duas outras. Primeira, onde estão as actividades de alto
valor acrescentado? E, segunda, onde
Portugal tem vantagem competitiva? Seja
qual for o sector. A indústria. Ou o segmento.
Vide artigos e gráficos
blog: http://economiadasemana.blogspot.pt
twitter: https://twitter.com/VasconcelloseSa
Banco de Fomento fica dotado de 100 milhões de euros
O Governo decidiu dotar o Banco de Fomento com um capital de 100 milhões de
euros e será tutelado pelo Ministério da Economia. A instituição terá a sua sede no Porto,
“com o objetivo de colmatar as falhas de mercado no financiamento das PME de cariz não
financeiro e que sejam viáveis”.
O Estado é o acionista único das ações
com um valor nominal de um euro. De notar
que o banco não poderá investir em dívida
pública nacional, cabendo-lhe antes garantir
a gestão de instrumentos financeiros com
recurso a financiamento de fundos europeus
estruturais e de investimento. O presidente da
instituição é também designado pelo Estado.
O Banco de Fomento terá ainda funções de
apoio técnico sobre modelos de financiamento público.

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