Boletim Informativo Partilha, edição n.º 3, março de 2016

Transcrição

Boletim Informativo Partilha, edição n.º 3, março de 2016
PARTILHA
Boletim informativo da
Unidade de Recursos
Assistenciais Partilhados
Pinhal Litoral
Edição n.º 3
março de 2016
Nota editorial
Até sempre…
O tempo passa num ápice!… 3 anos …
Em três anos nutricionistas conheceram
fisioterapeutas, higienistas orais trocaram
ideias com técnicos de radiologia e ortoptistas, psicólogos partilharam opiniões com
assistentes sociais, e no meio disto tudo
criou-se uma equipa com uma identidade:
somos URAP Pinhal Litoral.
Partilhamos recursos, damos horas da nossa
atividade a esta e a aquela Unidade Funcional. Damos mais às UCCs do que às outras,
mas somos poucos, cerca de 18, e não chegamos para todas as “encomendas”. Mas
ainda conseguimos o milagre de publicar o
“PARTILHA”!
Nesta edição:
Nota Editorial
1
A Multiculturalidade
2
Atividades Relevantes
15
Notícias
Crónica
22
29
A Equipa
30
Ficha Técnica
31
Compreendemos agora os desafios e as
dificuldades das diferentes profissões, e
aproximámo-nos. Sim, acredito que agora,
passados três anos a proximidade e o conhecimento que temos uns dos outros permite-nos apoiarmo-nos e claro, também,
tecer críticas. Com lealdade, com respeito,
porque, acima de tudo, queremo-nos bem.
E não falta nem a maçã, nem o café. O chá e
um biscoito ou uma torradinha estão ali
quando nos juntamos. Já sabemos onde nos
sentar se queremos que a reunião avance
com mais celeridade, e sim, tomamos decisões participadas. E mais, confiamos que o
coordenador irá defendê-las onde e junto de
quem de direito.
É olhando um pouco para isto que se criou
que me sinto tranquilo e satisfeito.
Cada um teve o seu espaço, e foi dada a
oportunidade aos colegas para me acompanharem nas reuniões com as lideranças da
instituição. Foi preciso experienciar a coordenação de uma Unidade Funcional e vários
colegas acompanharam-me neste processo.
Sei que a minha substituição causará mudança, é por essa razão que deixo o cargo, mas
também sei que a minha saída não irá causar
muito sobressalto. A URAP Pinhal Litoral
está mais madura, e acredito que esta evolução será benéfica e trará mais oportunidades
de desenvolvimento.
Senti-me, nestes três anos, rodeado por
colegas que confiavam em mim. Procurei
sempre, dentro das minhas capacidades,
devolver essa confiança com trabalho e dedicação.
Quero deixar apenas mais duas palavras:
Muito Obrigado!
Emanuel Vital
Coordenador da URAPPL
A multiculturalidade é um tema com contornos… múltiplos.
IMAGEM
As características étnicas, sociais, económicas, religiosas e mesmo as características
ambientais de um determinado grupo populacional conjugam-se de variadas formas para
a criação de um conjunto de valores, crenças e comportamentos que condicionarão o
modus vivendi de uma sociedade e, em última
instância, a saúde das pessoas.
Esta riqueza de manifestação das organizações sociais humanas é reconhecida desde
sempre. A época dos descobrimentos deu a
conhecer ao mundo europeu a realidade de
África, da Ásia e das Américas. As trocas
comerciais, acima de tudo, constituíram o
principal meio pelo qual se conheceram
realidades sociais bem diferentes que habitam este planeta.
No mesmo sentido, o movimento expansionista de vários países do mundo, a maior
parte das vezes através da sua componente
bélica, ultrapassou fronteiras e cruzou civilizações.
Os processos migratórios que se lhe foram
seguindo contribuíram com especial relevância para o contato direto e para o entendimento das várias formas de viver e de ver a
vida.
Viram-se pés enfaixados que retratavam a
beleza e estatuto social da menina chinesa
mas que condicionava também a sua mobilidade e a sua saúde.
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brasilnamao.co.uk
Viram-se ritos de iniciação na entrada da
puberdade que apresentam várias manifestações consoante as culturas, observando-se
práticas de mutilação e outras que podem
ser consideradas como ofensas corporais
segundo o padrão ocidental.
Cicatrizes hipertróficas da pele são provocadas com o objetivo de alcançar a beleza em
algumas tribos de África; na Ásia adornam-se
com anéis as raparigas provocando o alongamento do pescoço com o mesmo propósito
de beleza.
O estudo de cariz antropológico de Roseiro
(2013), enriquece o conhecimento que já
tínhamos da prática da mutilação dentária
praticada em Moçambique pelos Makonde,
que, com certeza, causa alterações da estrutura orofacial e das funções da fala e da mastigação.
Até para comportamentos universais como
sentar e andar, o que é normal ou típico
numa cultura pode não o ser noutra. Papalia
e Olds (1992) trazem vários exemplos de
como o contexto cultural pode ter alguma
influência no desenvolvimento motor. Por
exemplo, os bebés negros africanos são mais
precoces na motricidade global que os bebés
europeus e estes mais precoces que os asiáticos. Estas diferenças podem estar relacionadas com cuidados distintos. Os bebés
Arapesh na Nova Guiné conseguem ficar de
pé, segurando-se em algo, antes mesmo de
conseguirem sentar-se sozinhos. Aos três
meses, os bebés da península do Yucatan no
México estão mais avançados que os bebés
americanos no domínio da manipulação; no
entanto, aos 11 meses estes encontram-se
mais atrasados na área da locomoção, tão
atrasados que segundo o padrão de desen-
volvimento, este atraso poderia ser considerado como patológico. Esta situação provavelmente está relacionada com o facto destes bebés serem enfaixados nos seus berços,
e mais tarde serem restringidos de várias
maneiras.
A globalização acelerou todo este processo.
Assiste-se hoje a uma marcada multiculturalidade em cada país, em cada cidade, em
cada freguesia. No mesmo bairro e no mesmo edifício pessoas com heranças culturais
distintas constroem novas realidades.
Esta diversidade cultural reflecte-se de modo mais visível nos hábitos e comportamentos alimentares, que se assume como característica identitária das diversas comunidades
e países. Aqui também, as modas e a força
do mercado, vão criando pressões de consumo com repercussões na saúde, sendo um
exemplo estudado, o padrão alimentar baseado no “fast food” (Martins, 2009), ou a
facilidade de acesso a alimentos de alta densidade calórica (Barreto, 2005).
É um pouco das implicações que este fenómeno pode ter no comportamento e na
saúde das pessoas que este número do
“PARTILHA” trata. A questão da comunicação entre grupos sociais com culturas diferentes, e o acolhimento de pessoas refugiadas também irá merecer a necessária atenção.
A cultura tem, definitivamente, uma importância decisiva na formação de crenças e
valores que influenciam o comportamento
humano e isto constitui uma determinante
da saúde, quer seja pela adopção de comportamentos de risco sobre as mais diversas
manifestações – actividades radicais, consumos, violência -, quer seja, até mesmo, pelo
evitamento dos serviços de saúde ou recusa
a determinados procedimentos técnicos, que
em algumas circunstâncias poderiam salvar
vidas.
Neste sentido, a multiculturalidade apresenta-se como um tema que não deve ser negligenciado, e cada vez mais tem um papel de
destaque na área da saúde.
Votos de uma boa leitura. E.V.
REFERENCIAS:
- Papalia, D. E. e Olds S. W. (1992). Human
Development. 5th edition. McGraw-Hill.
New York.
- ROSEIRO, A. H. R. (2013). Símbolos e
práticas culturais dos Makonde. Coimbra :
[s.n.]. Tese de doutoramento.
- Martins, M. J. R. L. (2009). Hábitos alimentares de estudantes universitários: Trabalho
de Investigação. Edição de autor. Porto.
- Barreto S. M. e colaboradores (2005).
Análise da Estratégia Global para Alimentação, Atividade Física e Saúde, da Organização Mundial da Saúde. Epidemiologia e Serviços de Saúde. Vol. 14 (1): 41-68.
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Multiculturalidade e psicologia
MARCHAS DOS HORRORES
No inicio do século XXI, ainda se assiste
de forma vergonhosa para a humanidade
a “fileiras” de pessoas que fogem à violência das guerras e em vez de acolhimento, encontram desconfiança e o rechaçar deste tipo de vizinhança, de gentes diferentes, por essa Europa fora, e às
nossas portas, e de forma diferente, acolhemos refugiados na Marinha Grande,
embora com acolhimento à nossa maneira, em Português suave. Atente-se.
Tendo em conta que esta edição do boletim
da URAP PL, “Partilha” é dedicado à multiculturalidade, parece-nos pertinente que a
área funcional da Psicologia não deixe de
fazer uma referência a um dos maiores e
atuais flagelos que a Europa tem a braços, as
migrações de refugiados e as implicações nas
multiculturalidades. Isto inclusive, numa
altura em que, na redistribuição destes migrantes pelo continente europeu, tenha
levado a que alguns tenham mesmo chegado
à área de abrangência do ACES PL, mais
especificamente à Marinha Grande. Isto, não
invalidando que outros mais migrantes possam chegar a Portugal, não sabendo da possibilidade de que mais alguns possam ter que
vir a ser abrangidos pelos nossos serviços de
saúde no Pinhal Litoral.
A propósito deste tema, na revista E do
jornal Expresso de 13 de Fevereiro de 2016,
o jornalista Daniel Ribeiro através de uma
excelente reportagem, descrevendo um
exemplo deste terrível flagelo num dos campos de refugiados a partir de Calais em França, às portas da ilha da Grã-Bretanha, faz um
sucinto relato que não deveria escapar àqueles que pelos valores humanos se interessam
e preocupam e que poderão vir ter às nossas portas.
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Na “Selva de Calais” como lhe chama Daniel
Ribeiro, pode ler-se «(…) os rapazes passam
o dia em pequenos grupos ao longo das
“avenidas” e no labirinto de ruelas e de caminhos sinuosos que compõem o bairro de
lata.”. Apenas homens, não se vêem mulheres, não há misturas. Cada tasquita tem a sua
marca étnica, não se misturando os que têm
religiões distintas. E, referindo-se ao drama
das crianças, refere existirem crianças sozinhas, que perderam o contacto com os seus
progenitores ou familiares e que durante a
travessia pelo mar, tiveram de beber água
salgada, enquanto outros refugiados se degladiavam pela água potável. Crianças perdidas, carentes de afecto e que apesar do
drama ainda conseguem sorrir, como refere
na sua descrição. Os jovens adolescentes,
também muitos deles sem família, terão sido
identificados como cerca de 300 menores
sozinhos na “Selva” de Calais.
Sem nos esquecermos da violência original,
gerada pela forçada partida dos seus lares,
das suas terras, dos seus países de origem,
fugindo á violência das balas e às atrocidades
das guerras, estas pessoas desalojadas e
deslocalizadas, em condições sub-humanas,
com formas de fuga onde arriscam a vida e
confrontando-se com a perda da mesma,
por alguém mesmo ao seu lado.
Perante o horror desta descrição, podemos
tomar contacto, ainda que de forma distante, com a violência a que qualquer ser humano nestas condições está sujeito e é confrontado com tais terríveis experiências. Do
enorme esforço que leva a que alguém se
mova para a frente, nestas circunstâncias,
tentando preservar a vida, valor primordial,
enfrentando forte angústia de morte, procurando locais ainda que desconhecidos, expectantemente mais seguros e supostamente
com o imaginário de melhores condições de
preservação da vida.
Sujeitos a tais traumatizantes experiências,
não deixam os indivíduos, tal como nos
relata Daniel Ribeiro, mesmo em situações
dramaticamente degradantes, de se reagruparem segundo os valores identificatórios,
oriundo de costumes de uma culturalidade
básica original. Esses valores e tradições que
por si vão reagrupando os indivíduos, que se
vão reorganizando e distinguindo uns dos
outros pelos seus hábitos, costumes e ritos,
fazem com que este reagrupamento lhes
permita identificações entre pares, gerando
sentimentos de maior protecção e mais
securizantes. Percebe-se que devolvendo
este sentimento de pertença e de unidade
entre indivíduos, leve a uma delimitação
psicológica de território que levará à separação e distinção entre grupos dentro da própria “Selva”, o campo de refugiados.
As famílias que conseguem manter-se juntas,
constituem-se como pequenos núcleos, mais
protectores e mais organizados e muitas
vezes com a possibilidade de manter esses
valores de raízes genéticas, que permitem
uma maior força mental ao risco da desestruturação psicológica interna do ser humano. Ainda que assim reagrupados e pertencentes a esta reorganização, onde se inserem todo o tipo de indivíduos, com todo o
tipo de educação, valores, atitudes, comportamentos, mas ainda assim com a identificação dos seus costumes culturais comuns,
que os mantém reagrupados. Assim e como
em qualquer grupo com referências culturais
comuns, estes indivíduos estarão à mercê
das rixas e conflitos inter-indivíduos e intergrupos dentro da sua comunidade e intragrupos com diferentes hábitos, referências
culturais e etnias no perímetro do campo.
Por força destas identidades reagrupam-se,
tendo em conta hábitos e costumes, ritos e
mitos, valores religiosos, hábitos quotidianos, das leis, das regras instauradas nos seus
Multiculturalidade e psicologia (cont.)
locais originários, homens na rua, mulheres
em casa com as restrições impostas, as vestes, a forma da gastronomia possível segundo os alimentos que se conseguem obter, a
imagem visual e os próprios rituais inerentes
á sua própria identidade cultural.
E como se não bastasse, em torno destes
campos, existe uma população local que,
perante tais ambientes delicados e potencialmente explosivos, são confrontadas com
maior ou menor disponibilidade para este
tipo de hospitalidade emergente. Das forças
de autoridade, que bem ou mal, possam usar
a força para manter a ordem, grupos mais
radicais, ligados ao racismo ou a ideologias
politicas de extrema-direita, mais ou menos
organizados levam a um aumento do espaço
de conflito e clima tenso extra vedação,
onde derivado a estas rixas, inúmeras vezes
acabam este indivíduos nas instituições hospitalares a receber tratamento por agressões.
http://conceitos.com
exactamente a criação destes caóticos fluxos
migratórios.
Assim, não só estes seres humanos têm de
conviver em condições de grande precariedade em termos de cuidados básicos, ao
nível da higiene individual e pública, da alimentação, da segurança e protecção da própria vida, vivem em permanente tensão entre as possibilidades dos estados emocionais
dos indivíduos com quem coabitam dentro
dos seus grupos identitários, à mercê dos
conflitos entre grupos diferentes, bem como
em permanente tensão com a população
local, que facilmente periga a boa vizinhança.
À parte deste mal-estar social à escala mundial e à parte do vergonhoso que se torna
para a civilização humana, continuarem a
existir, no século XXI, este tipo de marchas
dos horrores, naquilo que mais directamente nos diz respeito e numa menor escala, é a
possibilidade de em Portugal e na zona geográfica de Leiria ou seja, de actuação do
ACES Pinhal Litoral, termos de acolher
estes cidadãos migrantes e poder cuidar de
pessoas oriundas destas autênticas películas
reais que mais parecem saídas de uma tela
branca cinematográfica, o que já é uma realidade na Marinha Grande.
São ambientes de permanente tensão e se
naturalmente nestas populações migrantes,
existe quem fuja das guerras procurando
segurança, aqueles haverão que se aproveitam destes fluxos migratórios para procurar
formas de melhores situações de vida económica e á mistura, também indivíduos infiltrados provenientes dos movimentos q eu
são exactamente os responsáveis por causar
o terror, cujo uma das consequências, será
Cabe-nos enquanto profissionais de saúde,
perceber nestes indivíduos, que dos nossos
cuidados possam vir a necessitar, ter em
conta naturalmente o seu estado de saúde
físico, emocional e situação social. É importante perceber que cada um trará consigo as
suas feridas, os seus dissabores e os seus
traumas de violência, mas também os seus
hábitos e os seus costumes enraizados de
terras tão longínquas.
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Multiculturalidade e psicologia (cont.)
Após tais vivências passadas, que não retractam tudo o que poderão ter vivido mas, uma
ínfima parte, basta ler a citada reportagem e
perceber que existe muito mais por detrás
dessa e desta pequena reflexão sobre tal
flagelo, mas que de pessoas se trata.
Acolher não será dizimar ou segregar, mas
sim integrar, num respeito mútuo, prestando
os necessários cuidados de saúde, respeitando e fazendo respeitar as culturas e os hábitos culturais de cada um, entre os que acolhem e os que são acolhidos. Naturalmente
dentro das regras de inserção básica de uma
qualquer comunidade.
A população portuguesa, conhecida como
hospitaleira e acolhedora, de hábitos facilmente integradores, no seu já habitual português suave, mais ainda mais, no que aos
técnicos de saúde diz respeito, seria importante realçar os cuidados a ter em relação
aos ambientes de onde poderão ser provenientes tais migrantes, para uma cuidada resposta às suas necessidades emergentes, não
deixando de ter em conta os valores culturais enraizados em cada individuo.
Quando se refere valores enraizados numa
cultura, ter-se-á em conta a visão que têm
do mundo, tendo em conta as relações desse homem com o mundo e vice versa, os
mitos fundadores relacionados com a sua
história real ou imaginária, a sua língua, os
seus costumes, no que respeita essencialmente a uma concepção espiritual e prática
do dia a dia, como os seus ritos, hábitos
alimentares e de vestuário, a religião dominante e suas práticas, a arte, o sentimento
de pertença e identificações á cultura própria, as representações do mundo visível e
do mundo invisível, a maneira própria de
viver e de morrerem.
Naturalmente que alguém deslocado das
suas origens e mais nas circunstâncias descritas, poderá desencadear ou exacerbar
determinados traços paranóides, não ligados
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a uma concepção patológica ocidental, mas
sobretudo um desencadeamento oriundo de
um mecanismo de defesa ou resistência ao
perigo de absorção ou desintegração, ou
mesmo de segregação desses valores enraizados e orientadores de condutas e modus
vivendis.
É que, nestes valores citados, integra-se um
bem comum social e comunitário, trazido e
intrincado, ou seja, a forma como os indivíduos de uma determinada comunidade ou
sociedade, interiorizam juntos, combinações
de estímulos enraizados desde a infância e
vão expressando ao longo da vida, valores
como a dignidade, a distinção entre o bem e
o mal, a defesa da sua nação e do seu capital
intelectual, a aceitação de valores comuns,
os discursos ideológicos e religiosos, como a
escolha de um Deus e dos seus cultos religiosos, os rituais das relações e de união entre elementos da comunidade, a socialização
interpares, as comemorações e os rituais
fúnebres isto é, a forma como enterram e
onde enterram os mortos.
Qualquer individuo desenraizado do seu
meio cultural e social, das suas referências e
valores, poderá sofrer dificuldades em
aprender, integrar, organizar e adaptar-se
dentro das raízes e condutas locais, diferentes das suas de origem, desencadeando fenómenos que poderão ser reconhecidos como
desadaptação psicológica relacionada com
patologia mental quando não mais não será,
uma dificuldade de adaptação e de integração a uma nova e diferente realidade.
Tiago Caldeira
Psicólogo Clínico da URAPPL
Bibliografia recomendada:
Israel, L. (1995), Cérebro Direito Cérebro Esquerdo, Epigénese e Desenvolvimento, Instituto Piaget, p 213- 220
Laplantine, F. (1978), Etnopsiquiatria,
Vega Universidade p. 67- 99
Citação de artigos de imprensa:
Ribeiro, D. (2016) A Selva de Calais, in
E, A Revista do Expresso, Edição 2259,
p. 44-47
Serviço Social e multiculturalidade na saúde
Enquadrando a abordagem do Serviço Social
nesta temática “Multiculturalidade na Saúde”
salienta-se o papel do Assistente Social, que
focado nos factores sociais da saúde será um
dos profissionais, por excelência, para acolher e integrar o cidadão estrangeiro nos
serviços de saúde.
Assim sendo, nunca é demais referir, que
existe o Manual de Acolhimento no Acesso ao Sistema de Saúde de Cidadãos Estrangeiros que preconiza como objetivo
geral disponibilizar um conjunto de orientações que assegurem a identificação e os
procedimentos necessários à inscrição e
acesso de cidadãos estrangeiros ao sistema
de saúde português.
Tendo em consideração a conjuntura atual,
nomeadamente a chegada de cidadãos estrangeiros, com estatuto de refugiado ao
nosso país destaca-se o ponto 3.4 das pág.40
a 42 do referido Manual:
Acesso ao sistema de saúde por cidadãos estrangeiros com estatuto de
refugiado ou direito de asilo em Portugal .
Nos termos da legislação em vigor, é reconhecido aos requerentes de asilo ou de proteção subsidiária e respetivos membros da
família o acesso ao Serviço Nacional de Saúde.
O reconhecimento do acesso ao sistema de
saúde de todos os requerentes de asilo insere-se dentro das medidas previstas no novo
regime jurídico-legal em matéria de asilo e
refugiados, no sentido de dotar o sistema
nacional de apoio aos requerentes de asilo e
refugiados de mecanismos que permitam ao
Estado Português assegurar aos requerentes
de asilo, até decisão final do pedido, condições de dignidade humana, de forma mais
consentânea com normas internacionais a
que Portugal aderiu.
O artigo 52.º da Lei n.º 27/2008, de 30 de
junho, alterada pela Lei nº 26/2014 de 5 de
Maio, que estabelece as condições e procedimentos de concessão de asilo ou protecção subsidiária e os estatutos de requerentes de asilo, de refugiados e de protecção
subsidiária, reconhece desde o momento da
emissão de declaração comprovativa da
apresentação do pedido de asilo, o acesso
ao sistema de saúde, nos termos fixados pela
Portaria nº 30/2001, 17 de Janeiro e Portaria
nº 1042/2008, de 15 de setembro.
Os requerentes de asilo ou de protecção
subsidiária e respectivos membros da família
têm acesso gratuito ao sistema de saúde
para efeitos de cuidados de urgência, incluindo diagnóstico e terapêutica, e de cuidados
de saúde primários, bem como assistência
medicamentosa, a prestar pelos serviços de
saúde da sua área de residência.
Os cuidados de saúde primários referidos
anteriormente, cujos encargos são suportados pelo Serviço Nacional de Saúde, incluem:
a) A prevenção da doença e promoção da
saúde e os cuidados de tipo ambulatório,
abrangendo os de clínica geral, maternoinfantis e de planeamento familiar, escolares
e geriátricos;
b) Cuidados de especialidades, abrangendo
nomeadamente as áreas da oftalmologia, da
estomatologia, da otorrinolaringologia e da
saúde mental;
c) Internamentos que não impliquem cuidados diferenciados;
d) Elementos complementares de diagnóstico e terapêutica, incluindo a reabilitação;
e) Cuidados de enfermagem, incluindo os de
visitação domiciliária.
www.indice.eu
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Serviço Social e multiculturalidade na saúde (cont.)
Para efeitos de acesso ao sistema de saúde,
os requerentes de asilo ou de protecção
subsidiária e respectivos membros da família
deverão ser titulares e portadores de declaração comprovativa de apresentação de um
pedido de asilo ou de protecção subsidiária
ou de autorização de residência provisória
válidos.
O reconhecimento aos requerentes de asilo
do direito de acesso ao sistema de saúde
cessa com a decisão final que recair sobre o
seu pedido de asilo, salvo quando, avaliada a
situação médica do requerente, esta não
permita a sua cessação.
Tenha em atenção os seguintes procedimentos no momento de acesso destes cidadãos
estrangeiros ao sistema de saúde:
a) Pedir um documento de identificação do
cidadão estrangeiro (passaporte, cartão de
identidade em vigor no seu país de origem).
b) Solicitar declaração comprovativa do
pedido de asilo ou protecção subsidiária.
c) Abrir uma ficha de identificação para o
cidadão certificando-se da correta introdução da nacionalidade, da morada e dos meios de contacto
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d) Se este cidadão já possuir uma ficha, confirmar sempre possíveis alterações nos dados, com especial atenção para a morada e
meios de contacto.
e) Deverá ser utilizado o código referente
ao Fluxo 11, para a identificação da Entidade
Financeira Responsável (EFR).
No âmbito desta matéria e uma vez que
estão acolhidos alguns refugiados na freguesia de Leiria, tem sido estabelecida uma articulação entre os serviços da Segurança Social e o Serviço Social do C. S. Dr. Gorjão
Henriques, no sentido de melhor acolher e
integrar esta população.
Mara Cardoso
Rita Ferreira
Assistentes Sociais da URAPPL
Saúde Oral e multiculturalidade
A globalização e urbanização do mundo
actual têm intensificado as alterações nos
níveis de desenvolvimento das sociedades,
emergindo novos desafios na área da saúde,
em particular na saúde oral (Peterson e
Kwan, 2010).
Uma parte significativa da população mundial
sofre de doenças na cavidade oral, sendo
que populações mais desfavorecidas vêm
essa situação agravada e frequentemente
não recebem tratamentos orais adequados.
A promoção da saúde oral e a prevenção
das doenças orais é uma área de elevada
importância, mas muitas vezes negligenciada,
particularmente nos países de média e baixa
renda (Peterson e Kwan, 2010).
Os tratamentos orais estão no quarto lugar
na lista de tratamentos mais dispendiosos
em todo o mundo.
Alguns estudos têm demonstrado que crianças inseridas em comunidades com fracos
recursos ou de minorias étnicas apresentam
níveis de cárie mais elevados (Pine et
al,2004).
Num estudo observacional, descritivo e
retrospectivo, foram recolhidos dados acerca de oito sistemas de saúde oral europeus,
com vista à compreensão das estratégias
definidas e adotadas pelos diferentes países e
à análise do tipo de intervenções a ser elaboradas para o alcance das metas de saúde
oral definidas pela OMS para o ano 2020.
Foram selecionados oito países membros da
União Europeia e da mesma área geográfica:
Portugal, Espanha, França, Grécia, Holanda,
Bélgica, Reino Unido e Suécia.
Do levantamento de dados efetuado foi
possível constatar que a presença de cárie
dentária no ano 2010, em crianças com 12
anos de idade, apresentava uma percentagem mais elevada nas crianças da Grécia
(63%), seguidas por Portugal (56%), Holanda
(47%), Espanha (45%), Bélgica e França
(ambas com 44%). Com menor proporção
de crianças afetadas (37% e 31%, respectivamente) surgiram a Suécia e o Reino Unido.
Considerando como principal fonte de consulta o European Observatory on Health Systems and Policies, a situação de cada país em
estudo, designadamente ao nível das intervenções de saúde oral implementadas, são as
seguintes:
O Programa de Saúde Global da Organização Mundial de Saúde enfatiza que a saúde
oral é uma condição determinante para a
qualidade de vida, destacando que a promoção de saúde oral é uma estratégia, que sob
o ponto de vista do custo/efectividade, reduz a carga das doenças orais nos sistemas e
mantém a saúde oral (WHO, 2008).
A cárie dentária continua a ser um problema
relevante nos países industrializados, afectando a maioria dos adultos e entre 60 a
90% das crianças em idade escolar (Petersen
et al, 2005). É uma doença multifactorial,
crónica, prevenível e uma das mais comuns
na infância, mantendo-se a susceptibilidade
ao longo da vida (Selwitz, Ismail e Pitts,
2007).
Vários são os factores que influenciam a
prevalência e severidade da doença, nomeadamente os comportamentos (hábitos de
higiene oral e alimentação), condições sociais e económicas e predisposição genética,
entre outros (Fejerskov, 2004).
www.distritonline.pt
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Saúde Oral e multiculturalidade (cont.)
Portugal (Barros; Machado; Simões, 2010;
Kravitz; Treasure, 2009; DGS, 2005; OMD,
2010)
As intervenções de saúde oral estão direcionadas à prestação de cuidados a crianças e a
outros grupos prioritários sob negociação
entre a Ordem dos Médicos Dentistas e o
Estado (DGS). Nos últimos anos vários progressos têm sido alcançados, através do
Programa Nacional de Promoção de Saúde
Oral (PNPSO), com resultados favoráveis
em crianças e adolescentes e posteriormente outros grupos. Beneficiam deste Programa as crianças dos 3 aos 16 anos, as grávidas
seguidas no Serviço Nacional de Saúde, os
beneficiários do complemento solidário para
idosos e os utentes infetados com o vírus do
VIH/SIDA.
Espanha (García-Armesto; et al., 2010;
Kravitz; Treasure, 2009)
Desde 1989 existem alguns programas destinados a crianças dos 6 aos 15 anos de idade
nas regiões do Pais Basco e Navarra. Posteriormente (2003), surgiu um novo programa
desenvolvido nas regiões da Andaluzia e
Múrcia que, em 2008 já se encontrava a ser
implementado por todo país, este é destinado a crianças a partir dos 6/7 anos de idade.
França (Chevreul; et al., 2010; Kravitz;
Treasure, 2009)
O programa foi inicialmente direcionado a
adolescentes com idade entre 15 e 18 anos,
e em 2003, foi estendido para adolescentes
entre 13 e 15 anos. Assim, o programa que
contou com cartas-convite enviadas diretamente para a habitação dos adolescentes,
parece ter melhorado condição de saúde
oral dos mesmos.
A partir de 2007, deveriam começar a ser
agendadas, para todas as crianças na escola
primária, sessões de prevenção de saúde
oral e um exame anual de higiene oral começou a ser oferecido a todas as crianças de
6, 9, 12, 15 e 18 anos (com obrigatoriedade
para os 6 e 12 anos de idade).
Página 10
http://www.euro.who.int
Grécia (Economou, 2010; Kravitz; Treasure,
2009)
Desde 2008, está a ser implementado, pelo
Ministério da Saúde, um novo Plano de Ação
para a Saúde Oral cujo objectivo é desenvolver programas e políticas de promoção de
saúde oral, para crianças, adultos empregados, idosos, sem abrigo, refugiados e pessoas portadoras de deficiência.
Suécia (Anell; Glenngård; Merkur, 2012;
Kravitz; Treasure, 2009)
Na Suécia todas as crianças e adolescentes
são convocados para um check-up regular,
todos os anos ou a cada dois anos (e se
necessário receberão tratamento) e todos
os pais são aconselhados a ‘inscrever’ os
filhos num dentista a partir dos 3 anos de
idade.
Holanda (Schäfer, 2010; Kravitz; Treasure,
2009)
O NMT introduziu o chamado "monitor de
saúde dentária" cujo objetivo passa pelo
alcance de uma elevada qualidade na prestação de serviços de saúde oral.
Após sumarização das variadas linhas de
atuação seguidas pelos diferentes países, é
possível concluir que de um modo geral, é
dado maior relevo a grupos prioritários,
principalmente crianças e adolescentes até
aos 18 anos de idade.
Bélgica (Gerkens; Merkur, 2010; Kravitz;
Treasure, 2009)
Nos últimos anos tem sido dada maior atenção aos cuidados preventivos, acessibilidade
a cuidados de saúde oral e acompanhamento
de jovens.
Importa evidenciar que de entre os países
analisados nenhum apresentou práticas idênticas às desenvolvidas em Portugal, como o
cheque-dentista, a referenciação higienista
oral e o diagnóstico do cancro oral.
Reino Unido (Boyle, 2011; Kravitz; Treasure, 2009)
Foram sugeridos programas locais mais para
promoção de melhores condições e estados
de saúde oral entre as populações locais,
incentivo à cessação tabágica, dietas melhoradas e monitorização de comportamentos
(escovagem regular com dentífrico fluoretado).
Importa lembrar também que as diversas
políticas adotadas pelos vários países tentam
seguir a evidência gerada. Apesar de existir
maior foco em alguns grupos de risco, uma
perspetiva que inclua todo o ciclo de vida é
fundamental. E todos os países estão, de
certa maneira, a desenvolver estratégias
nesse sentido.
Olga Alves
Magda Antunes
Higienistas Orais da URAPPL
Nutrição e cultura
A alimentação é sem dúvida uma das maiores formas de expressão cultural do ser
humano. A economia, a política, a geografia,
o clima, a etnia e a religião, entre tantos
outros factores que condicionam a alimentação, traduzem a sociedade a que cada povo
pertence e são bem visíveis à sua mesa. É a
cultura que define os alimentos a ingerir e os
alimentos a evitar.
No projecto “Hungry Planet: what the
world eats”, apresentado em livro em 2007,
dois fotógrafos (Faith D’Aluisio e Peter Menzel) retratam trinta famílias de todo o mundo junto dos alimentos e bebidas que consomem ao longo de uma semana. Com o objectivo de mostrar a diversidade alimentar,
estas imagens reforçam a importância da
base cultural na alimentação das diferentes
famílias.
refeições, por exemplo. Por outro lado, em
Cuba alguns dos alimentos ainda são racionados. Países como a China, que atravessam
uma situação de desenvolvimento e consequente enriquecimento da população, tendem a adoptar uma dieta mais ocidental. Em
contrapartida, em países como os EUA, a
elevada disponibilidade e o preço reduzido
de alimentos hipercalóricos torna o seu
consumo mais frequente, o que não se pode
dissociar do aumento da prevalência de
obesidade e de outras doenças crónicas não
transmissíveis.
Contudo, estas diferenças entre os países
com maior e menor desenvolvimento tendem a reduzir com a crescente globalização.
Este processo, que afecta todos os domínios
da vida (as dimensões culturais, económicas,
políticas e ambientais), atinge também os
padrões de produção e consumo alimentar.
O processo de globalização, que teve início
há mais de 2000 anos com a expansão da
civilização europeia, que teve continuidade
mais tarde durante a época dos Descobrimentos e que se acentua a cada dia que
passa com o aumento dos movimentos migratórios, permite que nos chegue à mesa
um pouco da experiência alimentar proveniente de todos os cantos do Mundo.
Mas se, por um lado, esta partilha de culturas enriquece a nossa gastronomia, apresentando-nos diversos e novos paladares, também nos traz, por outro lado, novos hábitos
de consumo que põem muitas vezes em
risco a saúde dos indivíduos (como o fast
food, por exemplo, cujo consumo excessivo
Os alimentos apresentados surgem agrupados em diferentes categorias: os alimentos
propriamente ditos (carne, lacticínios, leguminosas, etc.) e miscelâneas (incluindo tabaco, suplementos alimentares e ração para
animais, entre outros).
É possível perceber de imediato que nalgumas famílias muitos dos alimentos são processados – que se torna perceptível pelas
embalagens –, enquanto noutras são essencialmente frescos, por vezes resultantes de
produção própria ou da caça ou pesca. Da
mesma forma, facilmente se percebe que
nalgumas famílias os alimentos são abundantes, escasseando noutras.
A pobreza, os conflitos e até as alterações
climáticas afectam a disponibilidade e o preço de alguns alimentos, condicionando assim
o seu consumo. A escassez de recursos
essenciais como a água, a energia ou até o
solo fértil, constitui uma realidade com a
qual, sobretudo os países de baixos rendimentos, têm de lidar diariamente. Em países
como o Chade ou o Sudão, a ausência de
electricidade condiciona a confecção das
LEGENDA: fotos do livro “Hungry Planet: what the world eats”, retratando famílias do Sudão, do
Equador, dos EUA e da China.
Mais fotos em: http://menzelphoto.photoshelter.com/gallery/Hungry-Planet-Family-Food-
Portraits/G0000zmgWvU6SiKM/C0000k7JgEHhEq0w
Página 11
Página 11
Nutrição e cultura (cont.)
aumenta o risco de obesidade e doença
cardiovascular) ou mesmo o equilíbrio dos
ecossistemas (o aumento exponencial do
consumo de sushi, por exemplo, coloca em
risco algumas das espécies de peixe utilizado
na sua confecção).
Num mundo cada vez mais globalizado, em
que as necessidades de uma população cada
vez maior têm que ser satisfeitas com recursos essenciais cada vez mais escassos, importa pensar em sustentabilidade. É essencial
que as populações preservem a sua herança
cultural, aceitando e respeitando as novas
culturas que vão surgindo, mas considerando
as necessidades de redução do desperdício
alimentar e da pegada ecológica associada à
produção e transformação dos alimentos. É
igualmente essencial repensar comportamentos e escolhas alimentares, no sentido
de promover a saúde e o bem-estar das
populações.
Preocupado com o mais recente fluxo migratório que traz até à Europa (e até Portugal) cidadãos que fogem dos conflitos armados no Médio Oriente e em África, o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direcção-Geral da Saúde
elaborou em 2015 o manual “Acolhimento
de refugiados: Alimentação e Necessidades
Nutricionais em Situações de Emergência”.
Este manual visa garantir o apoio nutricional
adequado às populações em trânsito, que
podem ver comprometido o seu acesso a
uma alimentação adequada e a cuidados
básicos de saúde, num esforço de integração
das diferentes culturas nas comunidades
locais.
O nosso país possui uma cultura alimentar
semelhante à dos outros povos da bacia
mediterrânica. A Dieta Mediterrânica, classificada como Património Cultural Imaterial da
Humanidade pela Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultu-
Página 12
ra (UNESCO), envolve um conjunto de
saberes, rituais, símbolos e tradições relacionados com a produção, partilha e consumo
de alimentos, e preconiza o consumo abundante de hortícolas, frutícolas e cereais, o
consumo moderado de lacticínios e carne e
o consumo regular de azeite e vinho. Este
padrão alimentar, ao qual foi atribuído o
estatuto de “bem frágil, valioso e com necessidade de ser preservado para as gerações
futuras”, constitui um dos nossos maiores
legados culturais. E como tal, não pode, de
forma alguma, perder-se.
Carla Louro | 0274N
Sónia Rodrigues | 0356N
Nutricionistas da URAPPL
Referências bibliográficas:
Cunha, A. et al – O Futuro da Alimentação:
Ambiente, Saúde e Economia. Ed.Fundação
Calouste Gulbenkian, 2013.
D’Aluisio, F e Menzel, P – Hungry Planet:
what the world eats. Ten Speed Press,
2007.
Direcção-Geral da Saúde. Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável – Acolhimento de refugiados: Alimentação e Necessidades Nutricionais em Situações de Emergência. DGS-PNPAS, 2015.
Direcção-Geral da Saúde. Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável – Padrão Alimentar Mediterrânico: Promotor de Saúde. DGS-PNPAS, 2016.
Partidário, A. et al – A Dieta Mediterrânica
em Portugal: Cultura, Alimentação e Saúde.
Faro: Universidade do Algarve, 2014.
Prevalência da retinopatia diabética
Anualmente em Portugal, mais de 3 mil pessoas atingem o grau de cegueira devido à
Retinopatia Diabética, segundo dados da
Sociedade Portuguesa de Oftalmologia.
Alguns destes casos poderiam ser evitados
com bom controle metabólico e tratamento
atempado da doença, através da realização
de rastreios.
Um bom controle da diabetes reduz a incidência anual de desenvolvimento de Retinopatia Diabética e prolonga a vida.
Detectar a Retinopatia Diabética em estádios de desenvolvimento precoces é extremamente importante quer para o indivíduo,
quer para a sociedade. Esta é uma patologia
que acomete sobretudo cidadãos na idade
adulta e mais produtiva do ponto de vista de
laboral, tendo assim repercussões graves
para o doente, sua família e também para a
economia do país.
No nosso país existe um programa de rastreio de Retinopatia Diabética, integrado no
Programa Regional de Prevenção e Controlo
da Diabetes.
Na região Centro (Coimbra, Viseu, Aveiro,
Leiria, Covilhã Castelo Branco), através do
Programa de Rastreio, foram obtidos os
seguintes resultados durante o ano de 2015:
A prevalência geral da Retinopatia Diabética
é influenciada por diversos factores.
Em países ricos em recursos, com um bom
sistema de saúde, o diagnóstico da Diabetes
é feito precocemente, influenciando assim a
diminuição da prevalência da Retinopatia
Diabética.
Quando os recursos são escassos e o sistema de saúde é inexistente ou deficitário,
como acontece em muitos países pobres, o
número de casos de Retinopatia Diabética
aumenta devido a um diagnóstico tardio da
patologia que está na origem desta causa tão
grave de cegueira.
A realização de rastreios à Retinopatia Diabética permite uma boa relação custobenefício, com poupanças significativas para
os sistemas de saúde.
Os custos envolvidos na prevenção da doença ocular diabética são muito menores em
relação aos custos do tratamento em fases
avançadas da doença e implicações da cegueira provocada pela diabetes.
Os custos de um tratamento precoce podem ser somente 10% dos custos de um
doente com Retinopatia Diabética avançada.
Referências:
Segundo o Conselho Internacional de Oftalmologia, estima-se que nos Estados Unidos,
40% das pessoas com diabetes tipo 2 e 86%
das pessoas com diabetes tipo 1 apresentem
Retinopatia Diabética.
- Conselho Internacional de Oftalmologia |
Diretrizes para o Tratamento do Olho Diabético
Em países Asiáticos os dados epidemiológicos da Retinopatia Diabética são muito limitados.
- Henriques, J., Nascimento, J. & Silva, F.
(2012). 25 perguntas & respostas: Retinopatia Diabética - Novo paradigma e cuidados.
Lisboa: Grupo de Estudos da Retina.
Na América Latina, 40% dos diabéticos apresentavam alguma Retinopatia Diabética e
17% solicitaram tratamento.
No continente Africano foram realizados
poucos estudos sobre a Retinopatia Diabética.
- GER – Grupo de Estudos de Retina e Grupo Português de Retina e Vítreo da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia.
Dina Mendes
Ortoptista da URAPPL
Nº
Utentes
Sexo
NA
NC
19792 10550 9242
163
954
46,7
%
0,8%
4,8%
19792
M
53,3%
F
Olho Direito
RepeR0
RL
tir
1639 190
6
1
5
82,8
0,0%
9,6%
%
M
RP
NA
NC
356
23
181
1046
1,8
%
0,1
%
0,9% 5,3%
Olho Esquerdo
ReR0
RL
petir
1648
5
1740
2
83,3
0,0%
8,8%
%
M
RP
310
33
1,6%
0,2%
Tabela 1 - resultados obtidos durante o rastreio de retinopatia diabética na região Centro, em 2015.
LEGENDA:
NA – Não Aplicável NC – Não Classificável R0 – Sem Maculopatia
RL – Retinopatia não proliferativa ligeira (não referenciável) M – Maculopatia RP - Retinopatia proliferativa
Página 13
Multiculturalidade e fisioterapia
O CUIDAR MULTICULTURAL NA
SAÚDE
Os fisioterapeutas, enquanto profissionais de
saúde, cuidam de pessoas de diferentes culturas, como tal, para que obtenham sucesso
nas suas intervenções devem ser consideradas, entre outras, a sua cultura.
Tendo em conta os dados do “Internacional
Migration Report 2002”do Departamento
das Nações Unidas, o número de migrações
duplicou desde os anos de 1970.
Cerca de 175 milhões de pessoas residem
fora do seu país de origem (Unesco,2006).
Numa mesma sociedade podemos encontrar
uma grande diversidade cultural associado
ao aumento das migrações, aumenta o desafio da prestação de cuidados.
Mas afinal o que se entende por cultura?
Leininger citado por Bolander,1998 definiu
cultura comparando-a a um “guarda-chuva”,
termo que indica a acumulação de experiências humanas na sua transformação para uma
determinada forma de vida em relação a um
grupo de pessoas.
confiança e de compreensão entre o utente
e os profissionais, o qual passa pelo diálogo,
por gestos, atitudes e palavras acessíveis e
simples.
A falta de conhecimento dos profissionais de
saúde sobre as representações e as crenças
de saúde e doença do utente/doente e sobre
as relações deste com o mundo social, espiritual, cultural pode constituir um entrave
ou um recurso.
No contato com utentes de contextos culturais distintos, é necessária uma formação
psicocultural e comunicacional dos profissionais de saúde. Ramos (2012) propõe a integração de conhecimentos psicossociais, antropológicos e comunicacionais na formação
dos profissionais de saúde. A dificuldade ou
ineficácia em estabelecer uma relação compreensiva, empática e afetiva pode conduzir
a uma atitude de distanciamento do profissional de saúde e este poderá refugiar-se
numa relação meramente tecnicista e impessoal com o utente.
Em contexto de prestação de cuidados de
saúde, torna-se imprescindível o desenvolvimento de competências individuais, comunicacionais, interculturais e de cidadania.
A relação com o corpo é outro elemento
que causa, por vezes algum desconforto,
conflito e dificuldade de comunicação entre
utente/fisioterapeuta, uma vez que o gesto, a
mímica, o toque, o olhar, o vestuário, a postura, o pudor, variam segundo as pessoas
inseridas em cada cultura específica. Como
exemplo, na cultura ocidental, o corpo da
pessoa e a nudez, em contexto clinico, não
tem carácter de tabu e pudor tão acentuado
comparativamente à cultura muçulmana.
Neste caso, particularmente para as mulheres, estas podem recusar cuidados de saúde
efetuados por membros de outro sexo.
Ramos (2012) chama a atenção para que a
comunicação em contexto de saúde esteja
adaptada às capacidades cognitivas, ao nível
cultural/educacional; às necessidades individuais, emocionais, sociais, culturais e linguísticas do doente. Nesse sentido a efectividade da comunicação irá suportar-se na escuta
ativa, na empatia, para se criar um clima de
Pela diversidade de culturas, que caracteriza
o perfil de pessoas que atualmente recorrem
aos cuidados de saúde, reforça-se a pertinência do profissional de saúde estar dotado
de conhecimentos que lhe permitam atuar
de acordo com as “normas “culturais e o
respeito pela individualidade, quaisquer que
sejam as suas crenças ou valores.
A multiculturalidade pode referir-se à diferença visível entre pessoas de diferentes
grupos de população no que se relaciona
com os seus valores, crenças, linguagem,
características físicas e padrões gerais de
comportamento (Black citado por Contente
et al.,2001).
Página 14
guiadoestudante.abril.com.br
Referências bibliográficas:
Ramos,M. Comunicação em saúde e interculturalidade – Perspectivas Teóricas, Metodológicas e Práticas. RECIIS – R.Eletr. de Com.
Inf.Inov. Saúde, v.6, nº4, 2012 (recuperado de
www.reciis.icict.fiocruz.br);
Barradas,A.,Rodrigues,J.&Pereira,M. O cuidar
multicultural como estratégia no futuro –
Nursing, nº 252 (recuperado de
www.forumenfermagem.org/dossier-tecnico/
revistas/item/3548);
Ramos, N. Cuidados de saúde e comunicação na sociedade multicultural: discutindo
interculturalidade (s),práticas e políticas em
saúde. Health Care and Communication in
Multicultural Societies: Discussion Interculturalities, Practices and politics of health
(recuperado de W:\artigo 2.htm);
Braga,G. (1997). Enfermagem transcultural e
as crenças, valores e práticas do povo cigano. Revista escola Enfermagem USP,3
(31),pp.1.
Fisioterapeutas da URAPPL
Atividades Relevantes
A URAP Pinhal Litoral inclui na sua missão a promoção da saúde e a prevenção da doença na
população da sua área geográfica, para obtenção de ganhos em saúde sustentáveis ao longo do ciclo de
vida, pelo que o trabalho em equipa e na comunidade, em geometrias variáveis, se torna essencial. Procura
ainda o desenvolvimento profissional e humano da sua equipa de profissionais.
Nesse contexto foram desenvolvidas múltiplas actividades, como as que descrevemos em seguida.
24.09.2015_Dia da URAPPL
O SEGUNDO ANIVERSÁRIO DA URAPPL
Teve lugar no dia 24 de
Nesse sentido, foi ainda programada uma actividade
setembro de 2016 o
cultural, neste ano, no concelho de Pombal, permi-
segundo aniversário da
tindo a descentralização e a partilha de um maior
nossa unidade.
conhecimento das áreas de abrangência e dos con-
Neste contexto, integra-
textos profissionais dos diferentes elementos da
do num dos pontos da
Unidade. S.M.
reunião interna, foi desenvolvida
a análise crítica
dos dois primeiros anos de constituição e desenvolvimento da Unidade, bem como atividades de team
building, pontuadas pela reflexão pessoal de cada um
dos profissionais e pelo fortalecimento dos laços
profissionais.
10 e 11.09.2015_Ciclo Informativo Prevenção do Suicídio nos Jovens
A Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados
Pinhal Litoral do ACeS Pinhal Litoral, com o apoio
do Município de Pombal, e com a colaboração do
neuropsicólogo Daniel Martins, organizou o Ciclo
Informativo "Prevenção do Suicídio nos Jovens", nos
dias 10 e 11 de setembro, pelas 18h00, no Mini Auditório do Teatro-Cine de Pombal.
Enquadrado no Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, o ciclo teve como finalidade consciencializar e
debater sobre a problemática, tendo sido abordados
sinais de alerta e sintomas, estratégias de intervenção, prevenção em meio escolar e promoção da
saúde mental nos jovens, através de comunicações
de profissionais de saúde das áreas de medicina,
psicologia e enfermagem de saúde mental.
Destinado à população em geral – pais e cuidadores
– e a profissionais com intervenção em matérias da
juventude, contou com 60 participantes, com idades
compreendidas entre os 21 e os 56 anos, do concelho de Pombal e outros concelhos adjacentes, das
áreas de educação, saúde, sociais e a título pessoal,
com uma avaliação bastante positiva por parte dos
mesmos, a par da presença nos media. Porque juntos
somos mais fortes (IASP). S.M.
Página 15
Atividades Relevantes
2015-2016_Saúde Oral
O Programa Nacional de promoção da Saúde
No novo Centro Escolar da Barreira, foi imple-
Oral (PNPSO) continua em curso em todas as esco-
mentada a escovagem diária (realizada na escola)
las da área de abrangência do Centro de Saúde.
pela higienista oral Olga Alves com a preciosa cola-
No corrente ano lectivo (2015-2016), são abrangidas as crianças/jovens nascidas em 2008, 2005 e
2002.
As triagens/rastreios orais, sessões de educação
para a saúde e promoção da realização dos bochechos de flúor são atividades desenvolvidas pela Higienista Oral em contexto escolar.
Página 16
boração da Prof.ª Isabel Silva (coordenadora daquele
estabelecimento de ensino). De salientar a execução
dos suportes para as escovas de dentes pelos alunos
e professores (as).
Um bem-haja a estas iniciativas e colaboração dos
professores, auxiliares de educação e encarregados
de educação envolvidos em prol da Saúde Oral das
“nossas crianças”. O.A.
Atividades Relevantes
09 a 12.2015_Parentalidade Positiva
Ao logo de todo o ano decorre o curso "Somos Pais
e Agora?”, integrado no programa no âmbito da
Parentalidade Positiva da Unidade de Cuidados da
Comunidade do Centro de Saúde Dr. Arnaldo Sampaio (UCCAS).
O programa contem 12 sessões duas das quais são
da dinamizadas pela psicóloga Lina Duarte e abordam os temas da Vinculação, dos modelos parentais
e da assertividade.
Neste âmbito estiveram presentes novos grupos de
pais, nos dias 15 e 22 de Setembro, 27 de outubro,
3 de novembro e 22 de dezembro de 2015, na junta
de freguesia de Marrazes, onde decorrem as sessões, uma vez que a UCCAS tem pareceria com a
mesma, para o efeito. L.D.
10.11.2015_Dia Mundial da Saúde Mental
DIGNIDADE NA SAÚDE MENTAL (WFMH)
Dada a manifestação de interesse do Agrupamento
de Escolas de Pombal e dos professores na continuidade das atividades desenvolvidas no ano anterior, foram criadas novas apresentações, mantendo
a metodologia de apoio aos professores para desenvolvimento de atividade no âmbito curricular.
Destinado ao 1º ciclo do ensino básico, foram abordados temas para a promoção de consciência emocional, gestão das emoções, prestar apoio e pedido
de ajuda.
Relativamente ao 2º ciclo, tendo por base a plataforma online “Feliz Mente” em saúde mental para jovens, foram abordados pelos professores os temas
de saúde mental, problemas ligados ao álcool e perturbações do comportamento alimentar. Ambas as
metodologias contaram com a participação ativa de
alunos e professores.
Foi ainda divulgado documento com o tema deste
ano alusivo ao Dia Mundial da Saúde Mental - Dignidade na Saúde Mental (WFMH).
S.M.
Página 17
Atividades Relevantes
16.10.2015_Dia Mundial da Alimentação
Comemorou-se no dia 16 de Outubro o Dia Mundial da Alimentação.
O tema “Protecção social e agricultura: quebrar o
ciclo da pobreza rural”, definido pela Food and Agricultural Organization (FAO) para 2015, teve como
objectivo a sensibilização para o apoio em situações
de pobreza, observadas sobretudo em contexto
rural, um pouco por todo o Mundo.
Foi difundida pelos profissionais de saúde do
ACESPL informação alusiva ao tema pelas nutricionistas Carla Louro e Sónia Rodrigues. S.R.
12-16.10.2015_Semana da Alimentação na EB 2,3 Marrazes
No âmbito do Dia Mundial da Alimentação, comemorado no dia 16 de Outubro, celebrou-se na EB
2,3 Marrazes a semana da alimentação, em parceria
com a UCC Dr. Arnaldo Sampaio.
Ao longo da semana foram desenvolvidas várias
actividades envolvendo toda a comunidade escolar,
onde se incluiu o workshop “Confecção de lanches
saudáveis”, que contou com a colaboração da nutricionista Sónia Rodrigues. S.R.
Página 18
Atividades Relevantes
14.11.2015_Dia Mundial da Diabetes
No dia 14 de Novembro comemorou-se o Dia
Mundial da Diabetes.
Neste âmbito, foi difundida junto dos profissionais
de saúde do ACESPL informação relativa a esta
comemoração, pelas nutricionistas Sónia Rodrigues
e Carla Louro, reforçando a importância de todos
os profissionais dos Cuidados de Saúde Primários na
prevenção e controlo desta doença, que afecta mais
de 13% da população portuguesa. S.R.
14 e 16.11.2015_A implementação do teste rápido do VIH nos CS
Teve lugar nos dias 14 de Setembro e 16 de novembro de 2015, no âmbito do Programa VIH/SIDA a
ação " A implementação do teste rápido do VIH nos
Centros de Saúde", no Departamento de Formação
da ARSCentro.
De entre os formadores desta acção, esteve a psicóloga Lina Duarte, desenvolvendo as questões do
aconselhamento pré e pós-teste, pela sua larga experiência nesta área, tendo em conta que coordena
o Centro de Aconselhamento e Detecção precoce do
HIV/SIDA de Leiria, desde a sua abertura em 2001.
A formação foi dirigida a Profissionais de Saúde de
diversos Centros de Saúde da ARS Centro, pois
perspectiva-se a implementação dos teste rápidos
em todos os Centros de Saúde do país, como meio
da Direcção Geral da Saúde atingir um dos seus
objectivos neste âmbito, mais concretamente, alcançar até 2020 os denominados “90-90-90”: 90%
das pessoas a viver com VIH que sabem do seu estadio; 90% das pessoas que sabem do seu estadio
positivo a realizar tratamento; e 90% das pessoas
em tratamento com cargas virais suprimidas. L.D.
Página 19
Atividades Relevantes
12.2015_Poster “Alongamentos no trabalho”
No âmbito de orientação de estágios de Fisioterapia nos cuidados de saúde primários, os alunos estagiários do 3º Ano da
Escola Superior de Tecnologias da Saúde de Coimbra Carina Martins e João Rolim elaboraram em dezembro sob a orientação da fisioterapeuta Carla Lemos, poster alusivo a alongamentos no local de trabalho, sem prejuízo do tempo de trabalho e com benefícios em saúde e no desempenho, a divulgar pelos profissionais do ACES PL. C.L.
Página 20
Atividades Relevantes
18.01.2016_Projeto “Gerações”_ARS Centro
A ARS Centro no âmbito da Saúde Escolar (SE) e a
Divisão de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (DICAD), em parceria com
a Direcção –Geral dos Estabelecimentos Escolares
(DGESTE) do Centro, pretendem implementar um
projecto na área da Saúde Mental, intitulado
“Gerações”.
O Centro de Saúde da Marinha Grande, ao nível do
programa de Saúde Escolar da Unidade de Saúde
Pública e da Unidade de Cuidados na Comunidade
foi um dos escolhidos para projecto piloto, a implementar no ano lectivo em curso, e por isso a psicóloga Lina Duarte, esteve presente no dia 18.01.2016
na primeira reunião decorrida na ARS Centro para
este propósito, bem como na formação realizada na
Escola Calazans Duarte da Marinha Grande nos dias
29 de fevereiro e 2 de março, como elemento da
referida equipa. L.D.
O objetivo deste projecto consiste em promover
competências nas crianças do pré-escolar e 1º ciclo,
através da identificação e gestão das emoções básicas, desenvolvendo atividades que envolvem as crianças, pais e educadores e em que a metodologia
utilizada é através da exploração de histórias.
2015-2016_Projetos em Saúde Escolar_ARS Centro
A URAP PL em colaboração com as respetivas
UCC´s encontra-se a desenvolver no âmbito da
Saúde Escolar, no presente ano letivo, os seguintes
projetos integrados na ARS Centro, em parceria
com respetivas Instituições:

Conta,
Peso e Medida (ARSC) destinado a
alunos do 5º ano e comunidade educativa, na
área da alimentação saudável e combate à
obesidade, com a colaboração dos profissionais de nutrição e psicologia (Pombal);

+Contigo—Promoção de saúde mental e prevenção de comportamentos suicidários em meio
educativo (ESEC) destinado a alunos do 2º
ensino básico e comunidade educativa, na área de
saúde mental, com a colaboração dos profissionais
de psicologia (Leiria, Marinha Grande e Pombal);

Like Saúde—Programa de Prevenção em Comportamentos Aditivos e Dependências (DICAD/
CRI de Leiria), destinado a alunos do 2º ciclo
do ensino básico, na área da prevenção de
consumo de substâncias, com a colaboração
do profissional de Psicologia (Pombal).
Estes projetos ilustram uma vez mais a sinergia
entre os cuidados na comunidade e os recursos
partilhados, nas áreas de promoção da saúde e prevenção nos jovens em meio escolar. S.M.
Página 21
Notícias
Cessação de funções do coordenador da URAP Pinhal Litoral
Nomeado a 27 de março de 2013 como coordenador da URAP Pinhal Litoral, Emanuel Vital conclui
este ano o seu mandato de três anos. A Exma. Sra.
Diretora Executiva do ACESPL aceitou a intenção
manifestada de não continuidade naquele cargo,
devendo nomear, nos termos da legislação aplicável,
novo coordenador.
O nosso agradecimento a Emanuel Vital, pela exímia
coordenação da Unidade, na fase da sua constituição
e desenvolvimento; pelas suas qualidades humanas e
profissionais; pelo respeito pela autonomia das diferentes áreas profissionais mas sempre com a sua
reflexão crítica e apoio; pelo incentivo das melhores
qualidades de cada um dos elementos da equipa,
criando mais valor; pelos haiku e fotografia, a arte
com que inspirou cada reunião... Bem haja. S.M.
Chidhood Obesity Surveillance Initiative (COSI)
O WHO European Chidhood Obesity Surveillance
Initiative (COSI) é um projeto da Organização Mundial de Saúde – Europa, que envolve 30 países (onde
Portugal se inclui) e cujo objetivo é a monitorização
da evolução da obesidade infantil.
Em Portugal já ocorreram três avaliações (em 2008,
2010 e 2013), estando a iniciar-se actualmente uma
nova avaliação.
No ACES Pinhal Litoral o trabalho de campo estará,
à semelhança do ocorrido nos anos anteriores, a
cargo das nutricionistas Sónia Rodrigues e Carla
Louro e das enfermeiras Fátima Soares e Dina Pascoal.
Página 22
Estão disponíveis informações referentes às últimas
avaliações no site do Repositório Científico do Instituto Nacional de Saúde, em:
http://repositorio.insa.pt/simple-search?
query=COSI&sort_by=score&order=desc&rpp=10&etal
=0&filtername=subject&filterquery=COSI+Portugal
&filtertype=equals
S.R.
Notícias
“História de uma princesa obesa e de
um dragão que cuspia bolas de sabão”
Em Portugal, uma em cada três crianças em idade
escolar tem excesso de peso ou obesidade.
Um número preocupante, sobretudo se considerarmos todas as co-morbilidades associadas que afectam a qualidade de vida destes indivíduos, não só
enquanto crianças, mas também mais tarde, na vida
adulta.
A etiologia da obesidade é complexa e multifactorial,
desempenhando os estilos de vida adoptados pelas
famílias um papel fulcral.
O sedentarismo e o consumo frequente de alimentos hipercalóricos, ricos em sal, gordura e açúcar,
são factores determinantes para o surgimento desta
doença.
Importa em primeiro lugar definir a obesidade enquanto doença! Uma criança obesa não é “cheiinha”,
“fortezinha” nem “gordinha”. É sim portadora de
uma doença, que a afecta física e psicologicamente,
mas que tem tratamento.
Em seguida há que sensibilizar para a colaboração de
familiares e amigos no tratamento desta doença.
Finalmente há que munir todos os intervenientes
das ferramentas adequadas. E aqui o papel do nutricionista é fundamental, para a elaboração de um
plano alimentar adequado a cada criança (e à sua
família).
Todos estes passos são abordados no livro
“História de uma princesa obesa e de um dragão
que cuspia bolas de sabão”, de forma lúdica, para
que pais e filhos reconheçam esta doença e actuem
na sua prevenção e tratamento precoce.
Porque a obesidade é um legado que nenhum rei ou
rainha que deixar aos seus pequenos príncipes ou
princesas...
Mais informações em:
www.historiadeumaprincesaobesa.com
S.R.
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Notícias
Programa Nacional para a Saúde, Literacia e Autocuidados
A literacia em saúde é entendida como a
e) qualificação e promoção da literacia em
capacidade para tomar decisões informadas
saúde nos espaços de atendimento do
sobre a saúde, no quotidiano. Inclui temáti-
SNS;
cas tão distintas quanto a utilização racional
e segura do medicamento, o envelhecimento
activo, a prática de uma alimentação saudável ou a prevenção da doença.
f) navegabilidade no SNS e no sistema de
saúde português.
A coordenação deste programa está a cargo
da Direcção-Geral da Saúde (a nível nacio-
Portugal, à semelhança de outros países
nal), dos departamentos regionais de Saúde
europeus, apresenta uma baixa literacia em
Pública (a nível regional) e das Unidades de
saúde, o que pode comprometer a promo-
Saúde Pública (a nível local).
ção e protecção da saúde dos cidadãos e a
eficiência dos cuidados de saúde prestados,
pondo assim em causa a sustentabilidade do
Serviço Nacional de Saúde.
Com vista à minimização desta problemática,
o governo deliberou a criação do Programa
A URAPPL, enquanto unidade multidisciplinar do ACESPL, espera poder contribuir
para a implementação com sucesso deste
programa junto da população portuguesa.
Mais informações sobre o programa em:
Nacional para a Saúde, Literacia e Autocui-
https://www.sns.gov.pt/programa-nacional-
dados.
educacao-literacia-e-autocuidados/
Este programa visa contribuir para a melho-
S.R.
ria da educação para a saúde, literacia e
autocuidados da população, promover o
acesso a informação de qualidade, desenvolver novos projectos e instrumentos e divulgar boas práticas.
No âmbito deste programa, serão desenvolvidos no período 2016-2017 diversos projectos:
a) rede inteligente para a promoção da literacia em saúde;
b) vida activa;
c) jovem móvel;
d) envelhecimento, autocuidados e cuidadores informais;
Página 24
LEGENDA - microsite do PNSLA, no site do Serviço Nacional de Saúde.
Notícias
V Jornadas URAP
PLANEAR PARA AGIR: BOAS PRÁTICAS E QUALIDADE
No dia 30 de Setembro de 2015, decorreram as V Jornadas URAP, sob a organização
da ARS Norte, no Centro de Reabilitação
do Norte, em Valadares.
Decorridos os primeiros 5 anos de reflexão
em jornadas de âmbito nacional, foram neste
ano discutidos temas como os desafios para
as URAP no futuro, os contributos das
URAP para sustentabilidade e qualidade no
serviço nacional de saúde e, a um nível mais
prático, o processo de contratualização,
projetos do SPMS e SClÍnico. O grande desafio decorre da heterogeneidade das equipas
a nível nacional, sendo que de URAPs distintas, pode-se partir da capacidade e potencial
que cada Unidade apresenta.
No que concerne os demais desafios, emerge o papel que as URAP podem desempenhar nas ligações funcionais hospitalares, na articulação e continuidade dos
cuidados e na prevenção das doenças
crónicas, nomeadamente nos eixos e programas prioritário do Plano Nacional
de Saúde, extensão 2020.
A URAPPL esteve representada no painel
dedicado à apresentação de comunicações
orais, com a comunicação Experiência da
ligação funcional hospitalar Pediatria –
Psicologia, do Centro Hospitalar de Leiria, EPE, Hospital Distrital de Pombal e
ACeS Pinhal Litoral, URAP Pinhal Litoral,
de co-autoria da psicóloga Sónia Mira
(URAP PL) e da pediatra Dr.ª Helena Porfírio (CHL), à qual foi atribuído o 1º Prémio
de Comunicação Oral, ao constituir um
exemplo de boas práticas ao nível de ligação
funcional hospitalar e metodologia.
Ambos o processo de contratualização
e o desenvolvimento de sistemas de
informação encontram-se em fase de desenvolvimento, com potencialidades enquanto instrumentos de gestão, registo clínico e visão clínica integrada, avaliação e melhoria contínuas.
Foi ainda salientada a potencialidade das
URAP na contribuição para os eixos estratégicos de Governação Clínica e Qualidade em Saúde. Do ponto de vista das
ARS, foi salientada a importância do reforço
dos cuidados primários de saúde e dos cuidados continuados, do aumento da qualidade
e eficiência dos serviços e da aposta na prevenção e promoção da saúde, onde o retorno em termos de custo-eficácia é significativo.
As URAP podem contribuir para uma utilização mais eficiente de recursos através da
partilha e sinergias de trabalho com demais
equipas de saúde e recursos intersectoriais
na comunidade. Sobretudo, podem contribuir com o seu potencial ao nível da promoção da saúde e prevenção da doença, acessibilidade, articulação entre os níveis de cuidados de saúde e qualidade. S.M.
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Notícias
Conferência 2015 VIH
BOAS NOVAS SOBRE A INFECÇÃO VIH/SIDA: “2030 PORTUGAL UM PAÍS SEM SIDA”
Erradicar o VIH/SIDA até 2020,
com uma meta alargada para 2030,
são os grandes objectivos da
UNAIDS no mundo, ECDC na europa e claro, também na linha da frente, do PNIVIH/SIDA da DGS em
Portugal.
O CAD de Leiria esteve presente na
Conferência 2015 “VIH: Prevenir Sempre, Diagnosticar Cedo, Tratar Todos”,
organizado pelo Programa Nacional para
a Infecção VIH/SIDA (PNIVIH/Sida) da
Direcção Geral de Saúde (DGS), nos dias
20 e 21 de Novembro, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Politicas em
Lisboa, onde foi apresentado o Relatório
“Portugal, Infecção pelo VIH-SIDA e Tuberculose em números - 2015”,disponível
no sítio da internet da DGS.
Organizado em seis mesas repartidas por
dois dias, onde se trataram dos números
da infecção VIH-SIDA e Tuberculose em
2015, em Portugal, na Europa e no Mundo, da prevenção primária e diagnóstico
precoce, do Tratamento e da Profilaxia
Pré exposição (PrEP).
Os grandes objectivos para 2030 passam
por zero mortes, zero transmissões e
zero discriminações, a fim de se conseguir um “mundo”, onde se inclui naturalmente Portugal na linha da frente, sem
SIDA e sem tuberculose, deixando estas
infecções de serem uma ameaça para a
saúde Pública.
Para isso, traça-se um objectivo para
2020 de 90% de diagnósticos efectuados,
90% de portadores de VIH em tratamento e 90 % de infectados em supressão
viral. Em primeiro lugar, tratar todos os
doentes diagnosticados, independentemente da contagem de linfócitos T CD4
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e tratar continuadamente outras IST´s
interligadas, bem como infecções associadas. Para tal, é necessário melhores formas de actuação como, disponibilizar
tratamento aos utentes para 90 dias, que
diminuiria consultas e deslocações aos
hospitais, com tempo máximo de espera
para consulta não superior a sete dias.
Para além disso, segundo o Coordenador
do PNIVIH/SIDA Dr. António Diniz é
necessário um aconselhamento útil, preciso e eficaz, para uma boa prevenção da
doença, promoção da saúde e para se
conseguir um travão da epidemiologia e
ampliar no PNIVIH/SIDA a possibilidade
de rastreio a outras IST´s.
No mundo existem 36,9 milhões de infectados, 25,8 milhões no continente
africano, sendo o número de infectados
em Portugal de 59 365 indivíduos, notificados até 2015, segundo Teymour Noori
do European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC).
Como política de combate a esta infecção
pelo VIH/SIDA, será importante o acesso
a tratamento de todos os infectados,
após diagnóstico, sem descurar a grande
preocupação do subdiagnóstico calculado
em cerca de 30% e a ainda existência
por isso, de elevado número de diagnósticos tardios.
A implementação e generalização do
teste rápido é outra medida importante,
para que exista um maior, melhor e mais
fácil acesso da população, de forma desburocratizada, à possibilidade de fazer o
teste, para que no caso de detecção, seja
possível uma intervenção imediata, no
intuito de ser possível iniciar medicação,
independente da contagem dos Linfócitos
T CD4. Por outro lado, a continuação da
política de distribuição de preservativos e
locais com bons aconselhamentos e trabalho de detecção precoce, nomeadamente através da sensibilização.
Iniciou-se um importante avanço para o
estudo do uso da Profilaxia Pré exposição considerada altamente eficaz, uma
vez que segundo dados do ECDC, reduz
a possibilidade de infecção em 86%. Dado
que, o objectivo é tratar toda a gente,
conseguir uma supressão viral através da
introdução da terapia anti retrovírica
(TARv), o mais precocemente possível
em indivíduos diagnosticados, com o
intuito de se conseguir uma carga viral
indetectável, sendo o risco de transmissão muito menor, contribuiria fortemente para o objectivo de minimizar a transmissão e suprimir as mortes provocadas
por esta infecção.
Foram levantadas também várias dificuldades como, ao nível dos cuidados de
saúde primários, o facto desta infecção
pelo VIH/SIDA ainda não ser contemplada nos indicadores de contratualização
das USF´s e UCSP´s com as administrações Regionais de Saúde, a um nível global a existência de uma cascata de dados
ainda com dificuldades na sua constante
actualização, pela dispersão desses dados
e da dificuldade de relacionar os sistemas
informáticos, acrescentando a complexidade e morosidade na avaliação de medicamentos e sua implementação nos hospitais, em media em Portugal de 2,5 anos,
não esquecendo claro está, as dificuldades económicas que se vive no país para
suportar estas implementações. T.C.
Notícias
II Workshop “Voluntariado para a Pessoa Idosa”
Pelo segundo ano consecutivo, e prosseguindo o
trabalho desenvolvido pela Equipa para a Pessoa
Idosa em Isolamento (EPII) do Conselho Local de
Ação Social da Rede Social de Leiria realizou-se no
dia 4 de dezembro de 2015, o II Workshop
“Voluntariado para a Pessoa Idosa” no Estádio Dr.
Magalhães Pessoa (Porta 7), destinado aos Grupos
de Voluntariado do Concelho que colaboram com a
EPII e voluntários do Banco Local de Voluntariado
de Leiria.
A Equipa é constituída pelas seguintes identidades:
ACES PL/URAP PL/Centro de Saúde Dr. Arnaldo
Sampaio – Dra. Mara Cardoso; Instituto de Segurança Social, IP - Centro Distrital de Leiria – Dra. Delfina Chita; Município de Leiria – Dra. Carla Feliciano;
Representante no CLASL dos Centros de Dia Centro de Assistência Paroquial de Carvide – Dra.
Carla Crespo; Representante no CLASL dos Serviços de Apoio Domiciliário – ADESBA (Associação
de Desenvolvimento de Barreira) – Dra. Diana Leitão; Representante no CLASL dos Lares de Idosos Academia Cultural e Social da Maceira Dra. Liliana
Santos; Polícia de Segurança Pública – Agente Principal Teresa Franco; Guarda Nacional Republica –
Guarda Principal Sandra Fonseca.
Pretendeu-se com este encontro, não só dar conhecimento do trabalho desta parceria, como também
alertar os voluntários para a importância do trabalho de proximidade, abordando questões que são
cada vez mais atuais, donde se podem adquirir
aprendizagens, facilitadoras com a população idosa.
Aproveito para agradecer, em nome de toda a Equipa, todo o incentivo recebido por parte das entidades envolvidas, e em particular à entidade que represento, o Agrupamento de Centros de Saúde
Pinhal Litoral que além de nos presentear com a sua
presença, a Diretora Executiva Dra. Isabel Poças e o
Coordenador da Unidade de Recursos Assistenciais
Partilhados Pinhal Litoral Dr. Emanuel Vital, nos
dirigiram palavras de reconhecimento pelo trabalho
desenvolvido. M.C.
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Notícias
Parabéns UCC’s! — Encontros
15.10.2015_1º Aniversário da UCC de Pombal
No dia 15 de outubro de 2016 ocorreu o 1º Aniversário da Unidade de Cuidados na Comunidade de Pombal,
“Quem somos e o que fazemos pela Saúde da nossa Comunidade”, no Teatro-Cine de Pombal.
Foram apresentados a UCC de Pombal, a articulação com a URAP PL e os programas e projectos desenvolvidos
por esta Unidade ao longo do ciclo de vida. Integrou comunicações orais do Coordenador da URAP PL, da fisioterapeuta Carla Lemos sobre o projecto de Ajudas Técnicas e da assistente social Ana Sofia Jesus, em co-autoria
com a Presidente da CPCJ de Pombal, sobre a articulação entre a saúde e a Comissão de Protecção. Contou
com a presença da Direcção do ACES PL, da ERA da ARSC e de um número significativo de participantes e parceiros da comunidade.
O ambiente foi de partilha, onde não faltaram afectos. S.M.
15.01.2016_2º Encontro da UCC Dr. Arnaldo Sampaio
Teve lugar no dia 15 de janeiro de 2016 o 2º encontro da Unidade de Cuidados na Comunidade Dr. Arnaldo
Sampaio, intitulado “Construindo pontes pela comunidade”.
A multidisciplinaridade da equipa, as pontes com a comunidade escolar e a parentalidade positiva foram alguns
dos temas abordados ao longo do encontro.
Alguns elementos da URAPPL, que colaboram regularmente com a UCCAS, fizeram parte da comissão organizadora deste evento, que recebeu cerca de 100 participantes no auditório do Instituto Português do Desporto e
da Juventude, em Leiria.
Todos estiveram de parabéns. S.R.
23.02.2016_2º Aniversário da UCC da Marinha Grande
Decorreu no dia 23 de fevereiro de 2016 o 2º Aniversário da Unidade de Cuidados na Comunidade da Marinha
Grande.
As comemorações foram assinaladas com a realização de palestras e atividades várias, sobre diversos temas no
âmbito da promoção dos cuidados de saúde e da prevenção da doença, realizadas em diversos locais da comunidade local.
Neste âmbito, a psicóloga Lina Duarte dinamizou com a enfermeira Coordenadora Ana Laura Baridó, na Biblioteca Municipal, uma palestra sobre os Direitos das Crianças e a Prevenção dos Maus Tratos, aberta à população
em geral e esteve também como co-adjuvante na dinamização de uma sessão de "Yoga do Riso" para população
em geral e para os funcionários da Camara municipal da Marinha Grande, no Auditório da Resinagem.
Ambas as acções tiveram grande aderência e foram bem sucedidas. L.D.
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Crónica
Será pedir muito que falem comigo?
Olá bom dia!... e… do outro lado…, nada.
Bom dia! Repito.
No outro dia, vi numa dessas páginas das
redes sociais um preçário que dizia, um café
1 €; bom dia, quero um café 0,80 €; bom dia
quero um café, se faz favor, 0,60€.
Não obstante, lembrei-me e disse, desculpe,
quero um café por favor, se possível? É claro. Podia ser que resultasse e o café me
saísse mais barato. Mas do outro lado, ausência de resposta por surdez ou mudez,
não sei bem. Era ainda muito cedo para pensamentos profundos e raciocínios complexos para elaborar tais diagnósticos.
Olho para ela e ela, impávida e serena, não
sei bem, nem sei se olha para mim. Mas eu,
olho para ela.
Que raio! Não me responde…, nada. Nem
bom dia nem boa tarde, continua inexpressiva, mas insisto. (…) Por favor, é possível
servir-me um café?
Nada.
Olho para a sua colega do lado, que tem
uma expressão não menos idêntica e menciono, desculpe! Quero um pão com manteiga
para tomar com o meu café, se faz favor!
Claro está, também se usa. Faço uma pausa
e penso (…), devem estar contra mim, (…)
activando o meu lado mais paranóide. Será
que fiz alguma coisa? Que as tratei mal? (…)
Se calhar estou com mau aspecto? Ou será
que noutro dia me esqueci de pagar e fuime? (…)
Olho para ela ali especada e, vendo bem,
reparo que realmente não tem pão com
manteiga. Que burro que eu sou, deve ser
por isso(???), se calhar não lhe apetece trabalhar e fazer um.
Pronto está bem! Exclamo com o meu olhar
mais convictamente inteligente e com compreensão e benemérito samaritano! Dê-me
o croissant misto que está ali atrás…, se faz
favor. Em vez do pão, claro! Sempre com
delicadeza, cortesia e boa educação. Ah
Ah…, com esta é que eu vos apanhei. Espero (…), olho e (…), nada.
Temo que o mal não seja meu mas, incomodo-me porque, (…) posso não estar a aceitar as diferenças entre desiguais, mas…, nem
café, nem pão com manteiga, nem mesmo o
croissant misto.
Saca-o e diz, é simples meu caro, não penses
tanto e segue só as instruções.
Enfim, não percebo nada disto. Arrisco?
Esqueço o croissant, encho-me de coragem
e de forma muito contrariada, enfio-lhe 50
cêntimos goela abaixo, carrego nos botões e
(…), barulho idêntico. Nem mais um som.
Filha da mãe, ficou-me com o troco.
Tiago Caldeira
Psicólogo da URAPPL
E agora? Que faço eu? Vou-me embora? e
não tomo o meu pequeno-almoço? Além de
mal-educadas e rudes, porque não falam
com as pessoas, também não fazem nada,
nem se mexem (…) vem-me á cabeça! (…)
Não percebo quem as contratou, ou (…),
será que estão aqui por tendências sádicas e
exibicionistas a apurar o masoquismo voyeurista dos esfomeados “desertos” por um
pequeno-almoço.
Bênção de deus, e “Vital” que passa, qual
alma vinda dos céus, (…), saca de 30 cêntimos, enfia na ranhura, carrega em dois botões e eis um barulho muito esquisito e
pestilento de uma ordenha nunca vista, a
desenhar tão almejado por mim (…)café.
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A equipa
Emanuel Vital
Coordenador da URAPPL
Ana Sofia Jesus
Mara Cardoso
Rita Ferreira
Susana Lopes
Assistente Social
Assistente Social
Assistente Social
Assistente Social
Carla Lemos
Conceição Frazão
Diana Carvalho
Emanuel Vital
Fisioterapeuta
Fisioterapeuta
Fisioterapeuta
Fisioterapeuta
Magda Antunes
Olga Alves
Higienista Oral
Higienista Oral
Carla Louro
Sónia Rodrigues
Dina Mendes
Nutricionista
Nutricionista
Ortoptista
Lina Duarte
Sónia Mira
Tiago Caldeira
Psicóloga
Psicóloga
Psicólogo
Isabel Batista
Mário Repolho
Radiologista
Radiologista
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FICHA TÉCNICA
Propriedade: Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados Pinhal Litoral do Agrupamento de Centros de Saúde Pinhal Litoral
Edição: Sónia Mira e Sónia Rodrigues  Grupo de Informação e Imagem da Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados
Pinhal Litoral
Distribuição gratuita.
UNIDADE DE RECURSOS ASSISTENCIAIS PARTILHADOS PINHAL LITORAL
Sede: Centro de Saúde Marinha Grande  Rua Engº Arala Pinto  2430-069 Marinha Grande  244 572 920
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