Grande Oriente Maçónico de Portugal

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Grande Oriente Maçónico de Portugal
Grande Oriente Maçónico de
Portugal
- Ideias para a Maçonaria do século XXI -
COLOQUIO INTERNACIONAL
Francmasoneria del Siglo XXI:
El Desafío de Construir Ideas
Montevideu, 24 de Junho de 2008 e∴v∴
10º Aniversário do G∴O∴F∴M∴U∴
IDEIAS PARA A MAÇONARIA DO SÉCULO XXI
A Maçonaria do século XXI tem que ser a herdeira e o porta-estandarte
da Maçonaria dos séculos passados. Do século XX e das Nações Unidas
que produziram a Declaração Universal dos Direitos do Homem; do
século XIX e das lutas pelo liberalismo, pela democracia e pelo progresso
cultural científico e tecnológico; do séc. XVIII que espalhou as Luzes da
Razão, para o que muito contribuiu a Maçonaria especulativa; dos
séculos anteriores em que os pedreiros-livres trabalharam nas lojas da
Maçonaria operativa e transmitiram de geração em geração os princípios,
os ritos, os sinais, os segredos e as lendas da Maçonaria eterna.
Para ser tudo isso, a Maçonaria do séc. XXI tem que ser mais do que
isso. Sem descurar o ritual e a sua herança plurissecular, tem de
integrar nas suas reflexões uma dimensão activa ou, como se diz agora,
pró-activa, para intervir no mundo profano. Essa intervenção deverá ser
feita com base nas causas mobilizadoras do progresso da Humanidade,
dando resposta às grandes questões do nosso tempo.
A Maçonaria do século XXI continuará a defender a Liberdade e os
direitos humanos. No mundo profano quer isto dizer que os maçons
honrarão a tradição de se baterem para que as sociedades em que vivem
sejam Estados de direito sujeitos ao império da Lei, com separação de
poderes e um sistema de controlos e equilíbrios eficazes para limitar o
poder político, de modo a que os governos assentem no consenso dos
governados. Fiéis à máxima do irmão Voltaire, os maçons continuarão
dispostos a dar a vida para que os adversários possam discordar deles:
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estarão, pois, contra toda a espécie de tirania e defenderão o pluralismo
contra o pensamento único.
A Maçonaria do século XXI continuará a defender a Igualdade entre
todos os seres humanos para que cada um possa aperfeiçoar-se na sua
diversidade e realizar-se em liberdade. Será, necessariamente, uma
Maçonaria de Pessoas, em que as mulheres estão em plena igualdade de
direitos e deveres, a par dos homens. O conceito “livre e de bons
costumes”, condição para a aceitação de um profano entre os maçons
continuará válido: os princípios não estão sujeitos a relativismos de
moda.
Para cumprir a sua missão de trabalhar para o aperfeiçoamento da
sociedade, a Maçonaria empenhar-se-á na promoção da Cidadania
activa, informada e consciente. Para isso concentrará os seus esforços no
melhoramento
da
Educação,
para
que
todos
os
cidadãos,
designadamente os jovens, tenham acesso à cultura, à ciência e à
tecnologia, combatendo o analfabetismo, a iliteracia e a infoexclusão. O
maçom não pactua com o facilitismo, o laxismo e a indisciplina escolar
que traem a missão do educador.
A Maçonaria e os seus obreiros farão da luta pela preservação do
Ambiente uma causa sua. Empenhar-se-ão no estudo e na divulgação do
estado actual dos conhecimentos sobre o tema, incentivando a luta
contra a poluição, a emissão de gases com efeito de estufa, as alterações
do clima e defendendo a conservação, a biodiversidade e uma atitude
conscientemente ecológica.
O cosmopolitismo sempre foi uma característica dos maçons: os seus
detractores lançaram-lho muitas vezes à cara como um anátema. Essa
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dimensão cosmopolita pode e deve ser adoptada e adaptada para
aproveitar o que de bom a Globalização tem para oferecer à humanidade
no seu conjunto, e prevenir ou reduzir os seus efeitos adversos.
Este mesmo Cosmopolitismo está também na base da Universalidade
maçónica que nos permite aceitar a diferença na Unidade de todos os
franco-maçons e de todos os seres humanos.
A Maçonaria do séc. XXI continuará, enfim, a espalhar a Fraternidade e
a estender uma mão solidária a todos quantos não podem sobreviver,
defender-se ou aperfeiçoar-se sozinhos – isto é, de todos para todos. É
essa também a nossa obrigação ao intervirmos na sociedade de aqui e de
agora, uma responsabilidade acrescida pelos tempos de crise global que
vivemos e que nos confronta todos os dias com os pobres, os novos
pobres, os doentes, os velhos, os imigrantes, os excluídos – todos nossos
irmãos.
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