Revista Paraná - Cosems-PR

Transcrição

Revista Paraná - Cosems-PR
Experiências Exitosas do Paraná
1
2
Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011
Expediente
Conselho ESTADUAL de Secretários
Municipais de Saúde do Paraná
COSEMS/PR
Edição nº 02, ano I - novembro/2011
Diretoria 2011-2013
Presidente:
Marina S. Ricardo Martins – Terra Boa
Vice-Presidente:
Cristiane Pantaleão - Ubiratã
2ª Vice-Presidente:
Eliane Chomatas - Curitiba
Secretária:
Denise Liell - Toledo
2º Secretário:
Felipe José Frade - Rolândia
Tesoureiro:
Antônio Carlos Figueiredo Nardi - Maringá
2ª Tesoureira:
Maria Heloisa Cella Conter - Mandaguaçu
CONTATO
Rua Piquiri, 170 - Bairro Rebouças
CEP 80230-140 - Curitiba – PR
Fone (41)3330-4417 / Fax (41)3330-4406
e-mail: [email protected]
CNPJ 03.138.064/0001-41
Tiragem: 3 mil exemplares
Distribuição: COSEMS-PR
Organização e Revisão:
Luzia Tiemi Oikawa
Assessora técnica
Zuleide Bezerra Dalla Costa, Davi Lopes Boeno,
Késia Carolina Braga Boeno, Marília Wonsik,
Paula Heloise Boson, Laís Cristine Pilger
Equipe Cisamusep
Rb Sul Propaganda – Maringá/PR
Projeto gráfico e diagramação
Gráfica Regente - Maringá/PR
Impressão
De olho na saúde do Paraná
Esta é a segunda edição da Revista EXPERIÊNCIAS MUNICIPAIS, editada
pelo Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Paraná – COSEMS/
PR.
A publicação reúne experiências desenvolvidas em diversos municípios
paranaenses na área da saúde, selecionadas para a "MOSTRA PARANÁ:
Aqui Tem SUS", realizada durante o XXVII Congresso Estadual de Secretarias Municipais de Saúde, no período de 14 à 16 de setembro, no município de Cascavel.
Foram inscritas 60 experiências, de 22 municípios e selecionadas 42 para
a Mostra.
A novidade para este ano, foi a premiação de três experiências, escolhidas por meio do julgamento de uma comissão de avaliação composta
por representantes do Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde
e Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde. Esta premiação
serviu de incentivo aos municípios para que suas respectivas equipes incorporem cada vez mais a rotina de registrar e divulgar suas experiências
inovadoras nas mais diferentes áreas de abrangência da saúde (Vigilância, Promoção, Criança, Adolescente, Adulto, Idoso, Gestão, Assistência
Farmacêutica, Meio Ambiente, entre outros).
Tão importante quanto o hábito de sistematizar e divulgar as experiências
vividas em cada um dos locais de trabalhos, em cada um dos municípios
paranaenses é compartilhar com os demais municípios paranaenses e
de outros estados, estas experiências vividas cotidianamente em cada
um desses locais.
O COSEMS-PR, por meio deste veículo de informação, cumpre o seu
papel de aglutinador dos municípios, no segmento saúde, e incentivador dos atores envolvidos e co-responsáveis pela construção do SUS no
Paraná. E, conclama a todos os profissionais, gestores, usuários que estejam sempre de OLHO na saúde do Paraná.
Marina Sidnéia Ricardo Martins
Presidente do Cosems Paraná
Experiências Exitosas do Paraná
3
Sumário
BOA VISTA DA
APARECIDA
Pág. 17 a 20
COSEMS-PR
Pág. 3
Editorial:
De olho na saúde do Paraná
Experiências
Exitosas Vencedoras
Pág. 6 a 11
1. Desenhos assistenciais que utilizam o apoio matricial como
princípio de organização do Sistema Municipal de Saúde
2. Territorialização: Base para a Organização e
Planejamento em Saúde
CHOPINZINHO
Pág. 21 a 24
1. Prevenção de Incapacidades Físicas e Reabilitação em
Hanseníase
2. Homem que se cuida não perde o melhor da vida. Reuniões
mensais com homens do meio rural
APUCARANA
Pág. 12 a 14
A estratégia saúde da família e a gestão do trabalho em
municípios de pequeno porte do norte do estado do paraná
ARAUCÁRIA
Pág. 15 a 16
A sustentabilidade como ferramenta para integração do
hospital e a comunidade, demonstrando a transparência na
aplicação de recursos públicos
4
Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011
COLOMBO
Pág. 25 a 26
Implementação do protocolo de saúde mental no município de
colombo: uma experiência em construção
CURITIBA
Pág. 27 a 30
1. Programas Mama Nenê - Ação Integranda Entre a Saúde e
a Educação
2. Programa Mulher Curitibana
FRANCISCO BELTRÃO
RIBEIRÃO CLARO
Pág. 31 a 32
Saúde da Mulher em Foco
Pág. 43
Programa "Caminhando na Praça"
IRETAMA
SALGADO FILHO
Pág. 33 a 35
Projeto "Aluno Saudável, Escola Feliz"
Pág. 44 a 45
Saúde Mental na Comunidade
SANTA TEREZINHA
MARINGÁ
DO ITAIPU
Pág. 36 a 39
1. Saúde Mental e Qualidade de Vida: Objetivos a Serem
Alcançados
2. Implantação de Redes Locais de Prevenção da Violência no
Município de Maringá
Pág. 46 a 47
Um sorriso Especial
UBIRATÃ
Pág. 48
PALOTINA
Pág. 40
Lar Saúde: Programa de Assistência Farmacêutica
Domiciliar
Prevenção da Gravidez na Adolescência no
Município de Ubiratã
COSEMS-PR
Pág. 50 a 51
PINHAIS
Pág. 41 a 42
Amamentar é um Ato de Amor
Carta de Cascavel
Experiências Exitosas do Paraná
5
Experiência existosa vencedora 1º lugar da mostra - Maringá
Projeto “Pescando Mentes”
Aparecida Moreno Panhossi da Silva, João Scramin
Resumo
Trata-se de atividade ocupacional diária, que contempla
portadores de transtornos mentais e familiares, a partir da
confecção de bóias e cevadeiras para pesca esportiva. O projeto é desenvolvido na sede da Associação Maringaense de
Saúde Mental (AMSM), em parceria com o Centro Integrado
de Saúde Mental (CISAM), o Centro de Atenção Psicossocial
II (CAPS II CANÇÃO) e o Centro de Atenção Psicossocial para
Álcool e outras Drogas (CAPSad). O resultado das vendas
dos produtos confeccionados, conforme estabelecido pelo
grupo, é destinado à reposição de materiais e geração de
renda entre os participantes.
Seguindo os princípios da Reforma Psiquiátrica e as Políticas do Ministério da Saúde, Maringá, tem investido na construção de uma rede que inclui atenção básica, especializada
e intervenção reguladora das internações psiquiátricas assim como parcerias com setores não governamentais. Resultado de parceria entre os serviços de média complexidade e
a Associação Maringaense de Saúde Mental (AMSM) nasceu
o projeto “Pescando Mentes”, em 2009. As atividades constituem-se na confecção de artefatos para pesca esportiva.
Participam portadores de transtornos mentais, assistidos
pelos serviços de saúde mental do Município, coordenados
por membro da AMSM.Os objetivos do projeto são: oportunizar a portadores de transtornos mentais (que não tenham
emprego formal ou informal, que não recebam o Benefício
de Prestação Continuada ou do Programa de Volta para
Casa) e familiares geração de renda; proporcionar o resgate
da auto estima de usuários que ficam a maioria do tempo
em situação de ociosidade; auxiliar no processo de inclusão
social e de redução do estigma imposto ao longo das décadas aos portadores de transtornos mentais. Inicialmente o
projeto “Pescando Mentes” contava com um grupo de 10
pessoas, constituído de portadores de transtornos mentais,
que foram capacitados para a fabricação de bóias e cevadeiras de pesca esportiva nas dependências do CISAM; após 3
meses o grupo passou a desenvolver o projeto na sede da
AMSM.
As ações são desenvolvidas todos os dias em uma das salas
da AMSM, sendo utilizados para confecção dos produtos,
materiais como bóias, linha de pesca, chumbo, cola, isopor,
cola quente, girador, pincéis e outros; tem na coordenação
um membro da AMSM, que organiza o processo de trabalho, a contabilidade, as compras e vendas dos produtos
6
Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011
necessários, com assessoria da direção do CISAM. Os usuários
chegam até a sede da AMSM por meio de transporte coletivo
com vale transporte oferecido pelos serviços públicos e alguns são transportados por carro do serviço.
O acompanhamento de eventuais intercorrências com o portador de transtorno mental é de responsabilidade dos profissionais e direção dos serviços de saúde mental. O projeto
recebeu inicialmente recurso financeiro referente a I Chamada
para Seleção de Projetos de Arte, Cultura e Renda na Rede de
Saúde Mental, conforme portaria GM 1169, de 07/07/05. Este
financiamento faz parte da política de ampliação do acesso à
arte, cultura e renda, constituindo-se em ação prioritária do
Governo Federal, especialmente direcionado às populações
que se encontram em situação de vulnerabilidade. Os Ministérios da Saúde, Trabalho e Emprego, Cultura, Educação, Ciência
e Tecnologia, Desenvolvimento Social, Esporte, entre outros
tem criado uma série de estratégias e ações com o objetivo de
promover a inclusão social e a melhora das condições de vida
das pessoas. O acompanhamento do projeto in loco e diário
é realizado por membro voluntário da AMSM; a parte burocrática de assessoria, disponibilização de material necessário a
frequência, comprovante de repasse aos usuários, ata de reuniões, relatórios ao Ministério da Saúde e outros é realizado
pela direção do CISAM. Mensalmente é feita a contabilidade
onde se deduz dos lucros o valor gasto em novas compras e se
procede ao repasse aos usuários calculando-se a participação
em termos de quantidade de dias no mês.
O melhor resultado obtido com as ações, não se refere a
questão financeira e sim ao ganho na parte emocional, onde
constata-se usuários mais envolvidos com o fazer, acreditan-
do que podem produzir, famílias mais receptivas e com afeto
melhorado, índice zero de reinternações psiquiátricas, desenvolvimento melhorado de relacionamento social dos usuários,
entendimento e aceitação da patologia. O projeto utiliza-se
de materiais simples e de fácil acesso, sendo que as técnicas
são de fácil aprendizado, podendo ser replicado em outras
localidades. Considerando-se que a pesca esportiva vem se
destacando como uma atividade bastante praticada e que o
campo para venda destes produtos não está saturado, tornase viável a continuidade do projeto por tempo indeterminado.
Referência
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/1169, de 07 de julho
de 2005.
Experiências Exitosas do Paraná
7
Experiência existosa vencedora 2º lugar da mostra - Curitiba
Consultório de Rua de Curitiba
Autores: Adriane Wollmann1, Cristiane Honório Venetikides2,
Gustavo Pradi Adam3,
Luciana Elisabete Savaris4, Raquel Ferraro Cubas5, Renato
Soleiman Franco 6 e Vanderlei
Antonio Alves7.
Resumo
Como alternativa no enfrentamento da dependência química
na cidade, Curitiba lançou o Projeto Consultório de Rua em
2010, que tem como objetivo a promoção de saúde e a mudança de perspectiva de vida da população em situação de
rua, de forma a minimizar sua vulnerabilidade e aumentar a
pertinência social, através de ações de prevenção, promoção,
educação em saúde, intervenções terapêuticas e encaminhamentos implicados para diversas áreas. O projeto tem um
ponto de encontro fixo, em uma praça da região central da cidade, que conta com uma quadra poliesportiva, onde são realizadas ações psicossociais, educativas, de redução de danos,
atividades lúdicas, práticas de esportes, atendimentos e
pequenos curativos, distribuição de insumos e encaminhamentos implicados para diversas áreas.
Palavras-chave: Consultório de Rua de Curitiba – crack – dependência química – drogadição – população de rua.
Das questões que emergem da dependência química, o crack
ocupa lugar de destaque quando se trata de substâncias psicoativas. As estatísticas demonstram uma lúgubre realidade:
estima-se que aproximadamente dois milhões de pessoas fazem uso de crack no Brasil (DIRETRIZES).
A droga é produzida a partir da pasta base da cocaína, bicarbonato de sódio ou amoníaco e gera um composto que é fumado ou inalado. Recebe o nome de crack devido aos barulhos dos resíduos de bicarbonato de sódio quando aquecidos.
O usuário queima a pedra em cachimbos improvisados, como
latinhas de alumínio, copos plásticos ou tubos de PVC e aspira
a fumaça. A epidemia do crack é um fenômeno recorrente em
todas as classes sociais e fonte atual de preocupações políticas
e sociais (LEXICON). Como forma de enfrentamento a tal problemática, o Ministério da Saúde lançou um edital de seleção
para apoiar os Projetos de Consultório de Rua, em dezembro
de 2009. Curitiba concorreu e teve seu projeto selecionado.
O Projeto Consultório de Rua de Curitiba (PCRC) consiste em
uma proposta de atendimento na rua a crianças, adolescentes
e adultos jovens usuários de substâncias psicoativas, que vivem
em situações de risco e condições de vulnerabilidade social e
pessoal. As atividades de campo iniciaram em 02/06/2010 e
envolvem saídas semanais, com ponto de encontro numa praça na região central de Curitiba, compreendidas no período
entre 19 horas e 23 horas. Durante o percurso até a praça a
8
Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011
equipe passa por alguns pontos onde a população alvo permanece e trabalha para incluí-los nas atividades.
O PCRC caracteriza-se por oferecer ações de promoção da
saúde, cuidados básicos e redução de danos a pessoas que
moram ou estão em situação de rua e são usuárias ou dependentes de álcool e outras drogas. Durante a abordagem
na praça são realizadas orientações de saúde, desde higiene,
ações preventivas, abordagem da dependência química, discussão sobre suas vulnerabilidades e potencialidades, prática
de esportes, pequenos atendimentos como curativos, exames
clínicos e quando necessário encaminhamento aos centros de
urgências médicas.
Também são realizados encaminhamentos para os dois CAPS
AD que fazem parte da rede integrada de atenção, um destinado a crianças e adolescentes e outro a adultos.
Entender saúde para além da moral é um dos objetivos do
projeto, ou seja, o trabalho em saúde não pode envolver
preconceitos pessoais ou juízos de valor. Deve centrar-se no
desejo, na demanda e na necessidade das pessoas atendidas
pelo projeto, de modo a respeitá-las de maneira integral, independentemente de seu local de moradia, condição física,
social, jurídica, e padrão de uso de drogas.
O PCRC funciona com uma equipe multiprofissional, composta por integrantes da Saúde Mental e Atenção Básica, formada por um médico psiquiatra, dois psicólogos, um terapeuta
ocupacional, um educador físico, um redutor de danos e um
técnico em higiene dentária. A equipe realiza uma rotina de
atividades que contempla intervenções psicossociais e educativas na rua, junto aos usuários de múltiplas drogas e também
conta com insumos para tratamento de situações clínicas comuns, além de preservativos, kits dentários, cartilhas e material instrucional, material para curativos e medicamentos de
uso mais frequente.
Curitiba é uma cidade que construiu em sua trajetória redes
de apoio tanto na área social como de saúde, no qual o morador de rua é uma das prioridades das políticas públicas executadas pelo município. A experiência do trabalho em rede
intersetorial já existente em várias outras áreas e programas
tais como Rede de Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Risco para Violência, Programa Cara Limpa, Projeto
Família Curitibana, Rede de Proteção para o Morador de Rua,
entre outros, são facilitadores para o Projeto de Consultório
de Rua. Diversos equipamentos de saúde são acionados como
os CAPS, Unidades de Saúde, Centros de Urgência, Hospital
Geral. São realizados contatos prévios com os equipamentos
clarificando sobre a natureza e importância da cooperação no
cuidado e informando sobre os encaminhamentos que foram
realizados a cada saída a campo, bem como o monitoramento
da continuidade do atendimento.
O PCRC tem como missão a promoção de saúde e a mudança de perspectiva de vida da população atendida, de forma
a minimizar a vulnerabilidade e aumentar a pertinência social, através de ações de prevenção, promoção, educação em
saúde, intervenções terapêuticas e encaminhamentos implicados para diversas áreas. As ações do Projeto Consultório
de Rua de Curitiba são norteadas por esses objetivos. Com o
vínculo estabelecido entre equipe e população atendida, o
trabalho se efetiva tendo a relação de confiança como mola
mestra do processo.
As experiências realizadas atualmente com a abordagem do
Consultório de Rua têm alcançado bons resultados no sentido
de evitar o agravamento da dependência de crack e ainda aumentar o acesso e a sensibilização a adesão ao tratamento da
dependência.
Referências:
DIRETRIZES gerais médicas para assistência integral ao dependente do uso do crack. CFM, 2011.
LEXICON of alcohol and drug terms. Genebra: WHO, 1994.
1 Psicóloga, integrante da equipe técnica da Coordenação de
Saúde Mental da Secretaria Municipal da Saúde,
2 Psicóloga, Coordenadora do Programa de Saúde Mental da
Secretaria Municipal da Saúde,
3 Psiquiatra, integrante da equipe técnica da Coordenação de
Saúde Mental da Secretaria Municipal da Saúde,
4 Psicóloga, Coordenadora do Programa Adolescente Saudável da
Secretaria Municipal da Saúde,
5 Odontóloga, Diretora do Centro de Informação em Saúde da
Secretaria Municipal da Saúde,
6 Psiquiatra, integrante da equipe técnica da Coordenação de
Saúde Mental da Secretaria Municipal da Saúde,
7 Psicólogo, Autoridade Sanitária Local do CAPS AD Centro Vida.
Rua das Flores - Curitiba
Experiências Exitosas do Paraná
9
Experiência existosa vencedora 3º lugar da mostra - Francisco
Beltrão
Ambulatório de Combate ao Fumo
1 Maria Jussara Pedroso
2 Cláudia Maio Antonelli
3 Cintia Jaqueline Ramos
Resumo
Diante da necessidade de interferir no hábito de fumar e melhorar a qualidade de vida, a Secretaria Municipal de Francisco
Beltrão criou Ambulatório de Combate ao Fumo no ano de
2008, na Unidade de Saúde do Bairro Industrial, com o objetivo de oportunizar o tratamento para a população que deseja
abandonar o ato de fumar. Neste projeto são realizados grupos de apoio, que são coordenados por uma equipe multidisciplinar, onde recebem suporte psicológico e medicamentoso
quando necessário. Os resultados deste trabalho já podem
ser observados, pela alta taxa de procura de novos usuários,
por indicação de ex-participantes. Em pouco mais de dois
anos cerca de 600 usuários foram atendidos, destes, aproximadamente 60% obtiveram sucesso a curto /médio prazo e
deixaram de fumar.
Palavra chave: fumar, grupos, usuários.
Introdução
Em conformidade com as políticas nacionais de Combate ao
Tabagismo do Ministério da Saúde, o município de Francisco
Beltrão há vários anos vem desenvolvendo ações educativas de mobilização da sociedade para redução do consumo
de tabaco e derivados. Tradicionalmente, nas datas de 31 de
maio e de 29 de agosto, são os dias de maior envolvimento
dos meios de comunicação e das unidades de saúde. Tendo
em vista o número de pessoas que aderem ao programa temse observado a necessidade de um local para tratamento garantindo acesso do fumante aos métodos eficazes para cessar
de fumar.
A administração municipal sensibilizada inaugurou o Ambulatório de Combate ao Fumo em 2008. Atualmente o ambulatório conta com equipe multidisciplinar composta por
médico pneumologista, psicólogo, enfermeira e técnicas de
enfermagem. O programa se propõe a abordar os três aspectos envolvidos na dependência do tabaco: o aspecto físicoquímico, através do fornecimento de medicamentos gratuitos
preconizados pelo Ministério da saúde; o aspecto psicológico
e aspecto dos condicionamentos/hábito, através da abordagem cognitivo comportamental em grupo e atendimento psicológico individual.
Objetivos e metas da experiência desenvolvida
• Acolher e oportunizar tratamento para população que de-
10
Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011
seja abandonar o ato de fumar;
• Realizar ações educativas de sensibilização da comunidade
para a promoção de ambientes livres de tabaco;
• Aumentar o acesso do fumante aos métodos eficazes para
cessação de fumar;
• Reduzir os estímulos para que jovens comecem a fumar;
Contribuir para a melhora da qualidade de vida dos participantes do ambulatório, de suas famílias e conseqüentemente
da comunidade.
Indicadores disponíveis para caracterizar a situação inicial
O ponto de partida para realização do projeto foi a evidenciação da necessidade de um local especifico para acolher e
tratar as pessoas que, já mobilizadas em relação aos malefícios do tabagismo, demonstravam interesse em abandonar o
hábito do fumo, porém tinham dificuldades na cessação ou na
manutenção da cessação de fumar.
Dinâmica do funcionamento/estratégias
grama/projeto e recursos empregados
do pro-
O ambulatório do fumo acolhe diariamente pessoas que desejam abandonar o ato de fumar e organiza grupos de vinte
usuários. Cada grupo participa de quatro encontros de uma
hora, uma vez na semana (quartas feiras), totalizando um mês.
Os encontros são coordenados pela equipe multidisciplinar,
com metodologia cognitivo comportamental, incluindo depoimentos dos participantes e informações relevantes sobre
conseqüências do fumo na saúde, dicas para os primeiros
dias sem o fumo, sintomas comuns na abstinência, estratégias
para lidar com ansiedade/estresse, orientações nutricionais
e prevenção da recaída. Todos os participantes passam pela
avaliação médica e podem realizar sessões de psicoterapia
se desejar. Os pacientes com indicação para terapia medicamentosa fazem a retirada na farmácia municipal. Após essa
etapa, os usuários podem procurar o ambulatório no período
de um ano, sempre que necessário, para consultas médicas,
psicológicas e renovação de receitas. Os atendimentos em
grupos mensais acontecem ininterruptamente durante o ano
exceto no mês de janeiro.
Além disso, acontecem encontros de integração de ex-fumantes do ambulatório nas duas datas anuais de combate ao tabagismo, e, periodicamente são realizadas palestra de prevenção em eventos municipais, empresas e escolas.
Formas de Acompanhamento, Avaliação e Monitoramento desenvolvidas e/ou previstas
O acompanhamento, avaliação e monitoramento são realizados, direta e indiretamente, pela coordenação do ambulatório, em conjunto com as equipes das unidades de saúde,
através das informações colhidas nos relatos de usuários que
retornam a unidade ou em visitas domiciliares pelas agentes,
por meio dos encontros de integração e com base nas taxas
de abandono do ato fumar.
Resultados
dicadores
e impacto obtido, com respectivos in-
Os resultados deste trabalho já podem ser observados, pela
alta taxa de procura de novos usuários, por indicação de
ex-participantes. Em pouco mais de dois anos cerca de 600
usuários foram atendidos, destes, aproximadamente 60% ob-
tiveram sucesso a curto /médio prazo e deixaram de fumar.
Replicabilidade
O programa, no momento, está atendendo a demanda atual
do município, sendo possível para a equipe, ampliar o número
de atendimento a grupos semanais, quando houver necessidade. A experiência foi divulgada para outros municípios
através de reunião promovida pela 8ª Regional, onde organizou-se visitas dos técnicos dos municípios de Salto do Lontra
e Enéas Marques que vieram com objetivo de conhecer a experiência para implantação do ambulatório em suas comunidades.
Continuidade
O programa pretende se fortalecer ainda mais por meio da
intensificação de palestras preventivas, realização de grupos
fechados em horários alternativos para atender colaboradores
de empresas e indústrias. Bem como utilizar a ferramenta da
internet para manter vínculo e monitoramento com os usuários.
Instituição: Secretaria Municipal de Saúde de Francisco Beltrão
Endereço eletrônico: [email protected]
Fone/Fax: (46) 3520-2139/(46) 3520-2185
1 Secretaria Municipal de Saúde, Enfermeira, Enfermeira.
2 Secretaria Municipal de Saúde, Psicóloga, Psicóloga.
3 Secretaria Municipal de Saúde, Secretária Municipal de Saúde,
Economista.
Experiências Exitosas do Paraná
11
Apucarana - 16ª Regional de Saúde
A estratégia saúde da família e a gestão do trabalho em
municípios de pequeno porte do norte do estado do paraná
1 Stela Maris Lopes Santini
2 Elisabete de Fátima Pólo de Almeida Nunes
Resumo
Com o processo de descentralização do Sistema Único de
Saúde, os municípios tornaram-se os principais gestores
da força de trabalho na Atenção Básica. O objetivo deste
trabalho foi estudar a gestão do trabalho no âmbito da Estratégia Saúde da Família dos 15 municípios de pequeno porte
da 16ª Regional de Saúde da Secretaria Estadual de Saúde –
PR. Consistiu em um estudo descritivo de natureza quantitativa, tendo como população de estudo 332 profissionais das
41 equipes. Os principais resultados foram: a seleção para o
cargo se deu mediante concurso público ou teste seletivo
para 76,2% dos profissionais; 19,0% foram admitidos por Estatuto do Servidor Público, 53,0% através da Consolidação
das Leis Trabalhistas, 20,8% terceirizados e 2,7% através de
cargos comissionados ou outros; 89,2% dos profissionais não
estavam inseridos em um Plano de Carreira, Cargos e Salários.
Há necessidade de fortalecer a Gestão do Trabalho no SUS,
considerando as condições de desigualdade e especificidades
regionais, pois os recursos humanos são fundamentais para a
consolidação do SUS.
saúde, o MS definiu o termo Gestão do Trabalho no SUS como
‘uma política que trata das relações de trabalho a partir de
uma concepção na qual a participação do trabalhador é fundamental para a efetividade e eficiência do SUS’.(BRASIL,2009)
Procedimentos metodológicos
Esta pesquisa consistiu em um estudo descritivo de natureza quantitativa, efetuado através de um questionário autoaplicável e estruturado, aplicado nos meses de setembro a
novembro/09 nos 15 municípios de pequeno porte da 16ª Regional de Saúde da Secretaria Estadual de Saúde (SESA) – PR.
No Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES)/
MS foram identificadas 41 equipes de Saúde da Família e seus
respectivos profissionais (N=400), assim distribuídos: 276
Número de equipes de saúde da família implantadas na área da
16ª Regional de Saúde – PR, 2010
Introdução
Com a descentralização da gestão dos serviços de saúde para
os municípios, foi desencadeada a transferência de decisões e
ações, antes centralizadas em instâncias estaduais ou federal,
para os municípios. Para tanto, estes estruturaram uma ampla
rede de serviços de saúde no nível da Atenção Básica (AB), tornando-se os principais gestores da força de trabalho, devido a
adesão a diversos programas que exigiram a contratação de
muitos profissionais, em especial o Programa Saúde da Família (PSF).
O PSF foi criado em 1994 pelo Ministério da Saúde (MS) para
a re-organização do modelo da atenção. O PSF tornou-se estratégia saúde da família com abrangência nacional através da
Portaria nº 648 de 28 de março de 2006.
Se em qualquer dos níveis de atenção à saúde, o papel dos
trabalhadores é essencial, é na AB, na qual a prática se constrói pela interação entre os usuários e trabalhadores, que o
papel destes torna-se mais central. Uma das condições mais
importantes para que esses trabalhadores possam atuar com
qualidade são as de gestão do trabalho, como salários dignos;
vínculos estáveis, Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS)
e de qualificação (LACAZ,2008).
Devido a dinâmica presente nas relações do trabalho em
12
Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011
Notas: População estimada e recenseada pelo IBGE.
A proporção de cobertura populacional estimada é obtida pelo cálculo: nº de ESFx3.450/População IBGE, com limitador de cobertura
de 100%.
Agentes Comunitários de Saúde (ACS), 41 médicos, 42 enfermeiros, 41 auxiliares de enfermagem. Destes, 332 (92,0%) responderam o questionário. Para análise dos dados utilizou-se o
Programa EPI INFO versão 3.5.1.
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Estadual de Londrina (UEL) através de Parecer nº
112/09.
Resultados
Quanto ao perfil dos profissionais, observou-se predominância de profissionais do sexo feminino em todas as categorias(85,5%) e faixa etária de <30 até 39 anos (75,9%). A estratégia saúde da família constitui-se como porta de entrada ao
mercado de trabalho para 23,8% dos profissionais pesquisados.
Quanto às questões de gestão do trabalho, constatou-se que
55,4% dos profissionais foram selecionados por concurso público e 20,8% por teste seletivo, o que representa 76,2% por seleção
pública. No entanto, 23,8% foram selecionados informalmente, como indicação, entrevista, análise de curriculum, etc.
Na questão salarial, 99,1% dos ACS e 36,4% dos auxiliares de
enfermagem relataram receber um salário mínimo. Na faixa salarial de um até dois salários mínimos encontravam-se 63,6%
dos auxiliares de enfermagem. Nas faixas salariais de dois até
quatro salários mínimos estavam 78,9% dos enfermeiros. Os
profissionais médicos estavam mais distribuídos nas faixas
salariais entre cinco a mais de dez salários mínimos (72,4%).
Gratificações ou adicionais para atuarem na estratégia saúde
da família não foram observados por 85,2% dos profissionais.
Houve predominância de pagamento de adicional de insalubridade para 68,4% dos enfermeiros e 75,8 dos auxiliares de
enfermagem; enquanto que 65,5% dos médicos e 66,4% dos
ACS referiam não recebê-lo.
Dos profissionais pesquisados, 89,2% relataram não serem incluídos em um Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS).
Considerações Finais
A Atenção Básica configura-se como a porta de entrada
preferencial, ou seja, o primeiro contato dos usuários com o
sistema de saúde, nível este em que as ações concretizam-se
predominantemente na dimensão das relações interpessoais,
sendo ainda mais central o papel dos trabalhadores.
A implantação da estratégia saúde da família provocou um
aumento da cobertura da assistência à população, gerando
muitas transformações em curto espaço de tempo sem o devido planejamento, acompanhamento e monitoramento.
Para consolidação da Atenção Básica há necessidade de se
proporcionar maior apoio logístico e financeiro aos municípios
de pequeno porte, com uma maior parceria e co-responsabilização mais efetiva das outras esferas de governo, pois ainda
persistem “nós críticos” em vários níveis relativos à gestão do
trabalho, em destaque a não implantação do PCCS no SUS e as
situações de precariedade nos vínculos trabalhistas.
Portanto, é necessário concretizar tanto as propostas da reforma sanitária como os princípios constitucionais no que diz
respeito a contratação mediante concurso público, com vín-
Gráfico da remuneração mensal bruta (em salários mínimos) dos
profissionais das equipes de saúde da família dos municípios de
pequeno porte da 16ª Regional de Saúde – PR, 2009
Experiências Exitosas do Paraná
13
culos formais, e a criação e implantação de PCCS no SUS.
Vale ressaltar que ainda são desafios a serem perseguidos
e vencidos, a fim de que se possa contribuir com melhores
condições de trabalho e de qualidade no SUS.
Referências Bibliográficas
ARAÚJO, L. M.; MACHADO, M. H.; VITALINO, H. A.; PAIVA, J.;
TOLOZA, D. C. de. Para subsidiar a discussão sobre a desprecarização do trabalho no SUS. Caderno RH Saúde. Ministério
da Saúde, 2008.
BRASIL. Ministério da Saúde. Disponível em: <http://www.
saude.gov.br/dab/atencaobasica.php#saudedafamilia>.
Acesso em: 22 abr. 2009.
IBGE. 2007. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso
em: 22 jan. 2009.
LACAZ, F. A. C. Relatório técnico final do projeto de Pesquisa:
avaliação da gestão do trabalho como tecnologia em saúde
na atenção básica do Sistema Único de Saúde no Estado de
São Paulo. Instituição Executora: Universidade Federal de São
Paulo: Unifesp, jul. 2008.
MERHY, Emerson Elias. O ato de governar as tensões constitutivas do agir em saúde como desafio permanente de algumas
estratégias gerenciais. Ciênc. Saúde coletiva. 1999. v. 4. n. 22.
p. 305-314.
. Ministério da Saúde. Portaria nº 648/GM, de 28/03/2006.;
Portaria nº 204/GM, de 29/10/2007.; Portaria nº 2.527, de
19/10/06.; Portaria nº 626/GM, de 08/04/04.; Portaria nº 2.007,
de 01/09/09.; Portaria nº 2.008 de 01/09/09. Disponível em:
<http://www.saude.gov.br>. Acesso em: 22 abr. 2009.
14
Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011
. Ministério da Saúde. Glossário temático: gestão do trabalho e
da educação na saúde/Ministério da Saúde, Secretaria Executiva, Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde
– Brasília; Editora do Ministério da Saúde, 2009, 56 p. – (Série A.
Normas e Manuais Técnicos).
.MS/SAS/departamento de Atenção Básica - Dab. Dddd. Teto,
credenciamento e implantação das estratégias de Agentes
Comunitários de Saúde, Saúde da Família e Saúde Bucal: Competência: Agosto de 2010. ddd. Disponível em: <www.saude.
gov.br/dab>. Acesso em: 20 out. 2010.
TOMASI, E.; SANT’ANNA, G. C.; OPPELT, A. M.; PETRINI, R. M.;
PEREIRA, I. V.; SASSI, B. T. Condições de trabalho e automedicação em profissionais da rede básica de saúde da zona urbana
de Pelotas, RS. Rev. Bras. Epidemiologia. 2008. 662007; 10(1):
66-74.
1 - Secretaria de Estado da Saúde do PR – SESA, Administradora da
16ª RS Apucarana, Mestre em Gestão de Serviços de Saúde
2 - Universidade Estadual de Londrina-UEL-PR, Docente do Departamento de Saúde Coletiva, Doutora em Saúde Coletiva
Araucária
A sustentabilidade como ferramenta para integração do
hospital e a comunidade, demonstrando a transparência na
aplicação de recursos públicos
1 Danilo Oliveira da Silva
2 Fagner Antonio Lopes
Resumo
Os impactos econômicos, sociais e ambientais são preocupações comuns a toda instituição nos dias de hoje, em que a
escassez de recursos naturais é enorme e a lucratividade e/ou
cumprimento da previsão orçamentária são essenciais para a
sobrevivência do negócio. Para esta preocupação, somada às
ações em respeito ao meio ambiente, promoção social e responsabilidade financeira, dá-se o nome de sustentabilidade.
O projeto de sustentabilidade hospitalar tem como objetivo
central colocar em prática estas ações, visando ofertar ao
usuário final um atendimento de qualidade, sem comprometer o meio ambiente e favorecendo a sociedade. Através da
adoção de ações visando o desenvolvimento sócio-ambiental
e a divulgação das mesmas através de relatórios com informações transparentes, é possível obter a credibilidade dos
usuários no serviço de saúde e qualificar a equipe para oferecer um atendimento de qualidade aos usuários.
Introdução
Ao longo de quase 2 anos de trabalho voltados à sustentabilidade, o Hospital Municipal de Araucária (que é gerenciado
por uma Organização Social de Saúde-OSS em parceria com a
Secretaria Municipal de Saúde) pode observar ganhos significativos nos três pilares da sustentabilidade: financeiro, social
e ambiental.
Com este projeto, houve maior participação da comunidade
no Hospital, proporcionando ainda uma integração do mesmo com outros setores públicos do município, como a Secretaria do Meio Ambiente e Secretaria de Assistência Social.
Objetivos e Metas
Implantar um programa de desenvolvimento sustentável que
trouxesse benefícios aos usuários e à instituição, com foco nos
três pilares da sustentabilidade, demonstrando a transparência na aplicação do recurso público. Para atingirmos este objetivo, foram adotados os indicadores da ONG Holandesa GRI
(Global Reporting Initiative), para monitorar as ações, e a
publicação do relatório de sustentabilidade, com todas as
ações desenvolvidas pelo Hospital e os seus resultados.
Foram estabelecidas metas para a redução de custos relacionadas ao consumo de insumos na instituição (materiais de
expediente, impressos, medicamentos, materiais assistenciais, entre outros), proporcionando melhor aplicação da verba
recebida para manutenção do Hospital. Também foram estabelecidas metas para redução do consumo de energia elétrica, resíduos e consumo de água.
Indicadores
No início de 2010, foi iniciado o monitoramento dos indicadores no Hospital Municipal de Araucária, preconizados pela GRI,
que englobam dados envolvendo:
» Recursos Humanos
» Treinamentos para comunidade e colaboradores
» Ações sociais (participação e resultados)
» Consumo de energia e água.
» Produção de resíduos
» Satisfação dos usuários
» Receita e despesas.
Dinâmica
de Funcionamento do
tentabilidade
Projeto
de
Sus-
O projeto consistiu na realização de ações de sustentabilidade
na instituição, ao longo do ano de 2010 e de 2011, tendo zero
impacto financeiro, pois toda ação realizada foi através da
mão de obra já existente (realizadas pelos próprios funcionários e na própria instituição, com recursos próprios). Todas as
campanhas de conscientização, programas de comunicação,
realização de treinamentos, palestras e ações de promoção à
saúde, foram realizadas com recursos próprios ou patrocínios
de fornecedores.
Dentre as ações realizadas destacam-se ações como: Curso de
Gestantes; Projeto Orientação é Prevenção para adolescentes do município; Campanhas de conscientização realizadas
para os colaboradores e usuários para promoção da responsabilidade sócio-ambiental; Fórum de Sustentabilidade Hospitalar, no qual foram disseminados os conceitos e ações de
sustentabilidade para mais de 150 pessoas; Adesão do Pacto
Mundial de Hospital Livre de Mercúrio (o Hospital não possui
equipamentos à base de mercúrio) e ao Pacto Global da ONU
e a divulgação do Relatório de Sustentabilidade contendo as
ações de sustentabilidade desenvolvidas no HMA e os principais indicadores monitorados na instituição. O relatório está
disponível para consulta no site do hospital e também foi enviado aos principais stakeholders da instituição.
Experiências Exitosas do Paraná
15
Formas de Acompanhamento, Avaliação e Monitoramento
A sustentabilidade está no planejamento estratégico da instituição, por isso, todas as ações, indicadores e resultados são
acompanhados por diretores e gerentes, em conjunto com
representantes das comissões que dão suporte ao projeto,
para analisar a efetividade do trabalho desempenhado e a
possível necessidade de aplicação de ações corretivas ou de
melhoria.
Como ainda estamos trabalhando em prol do desenvolvimento sustentável, através destes encontros, é possível surgir novas ideias, que são implantadas em benefício da instituição.
Resultados e Impacto Obtido
Dentre os dados observados, foi possível identificar aumento
no número de participantes nos projetos sociais ao longo do
período e também redução de custos, água e energia elétrica
e a redução de 32% no consumo de copos descartáveis, após
o início da utilização de canecas para o café e suco durante o
almoço.
Dos pontos observados que ainda podem ser melhorados,
está a produção de resíduos, que ainda encontra-se elevada.
Para este problema será realizada conscientização mais forte
para redução na produção e reutilização dos resíduos, como
por exemplo, de papel, utilizando o verso.
Replicabilidade do Projeto
Todas as ações implantadas no HMA são de fácil replicabilidade, visto que a maioria delas não necessita de grandes recursos financeiros e são realizadas pelo próprio corpo de trabalho do hospital. Os exemplos de ações podem ser vistos no
relatório de sustentabilidade, onde estas são apresentadas de
forma transparente, facilitando que outras instituições também possam adotá-las.
Continuidade
Através da conscientização dos envolvidos é possível não apenas manter, mas também melhorar as ações realizadas. Para
dar continuidade às ações, o compromisso sócio-ambiental
está inserido nos valores e no planejamento estratégico da
instituição.
1- SILVA, Danilo Oliveira da. Diretor Geral do Hospital Municipal de
Araucária. Bacharel em Administração Hospitalar; Especialista em
Auditoria em Serviços de Saúde e em Gestão de Pessoas; Mestrando
em Administração.
2- LOPES, Fagner Antonio. Assessor de Comunicação do Hospital
Municipal de Araucária. Bacharel em Comunicação Social com
habilitação em Relações Públicas e Especialista em Comunicação
Social, Assessoria de Comunicação e Novas Tecnologias.
16
Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011
Boa Vista da Aparecida
Desenhos assistenciais que utilizam o apoio matricial
como princípio de organização do Sistema Municipal de Saúde
1 Cleide Teresinha dos Santos
2 Renata Coginotti
3 Sirlei dos Santos
4 Alvaro Antonio Markoski da Silva
a) Resumo
Relato da experiência de uma Equipe Matricial coordenada pelo profissional enfermeiro na Assessoria Técnica para
Gestão da Atenção Primária em Saúde na Secretaria de Saúde
do Município. Foi adotado, o apoio matricial como princípio
de organização do sistema municipal de saúde, promovendo
a mudança do modelo de Gestão da saúde no município. Esta
Equipe Matricial é formada por diversos profissionais coordenada por um profissional de enfermagem. A Enfermagem desempenha papel fundamental para efetivação do processo de
qualidade no serviço de saúde, uma vez que ela é necessária
na prática assistencial e na produção de serviços relativos ao
cuidado nos aspectos tecnológicos, científicos, éticos e educativos configurando assim uma estrutura dinâmica e complexa.
b) Objetivos e metas da experiência desenvolvida:
A concepção geral da implantação desse projeto é de aprimorar a gestão municipal de saúde do Município de Boa Vista
da Aparecida procurando atingir os seguintes objetivos:
• Implantar gestão de qualidade do SUS no Município.
• Constituir Equipe Matricial, composta por representantes da
Equipe Multiprofissional
• Definir a rede básica como centro do sistema municipal de
saúde, organizado pela Estratégia Saúde da Família.
c) Indicadores disponíveis para caracterizar a situação inicial (ponto de partida):
As constatações que caracterizavam a situação inicial indicavam que o processo de trabalho estava centrado nos profissionais, no modelo assistencial curativo e no atendimento
médico. Além do agravante da política pública ser usada
“politiqueiramente”, por autoridades municipais. O município
tinha apenas uma unidade de atendimento em saúde em
funcionamento, o Centro de Saúde Municipal, que tinha cadastrado junto ao Ministério da Saúde três Equipes de Saúde
da Família com Saúde Bucal, mas os servidores estavam todos
alocados neste serviço, dificultando completamente o acesso
aos usuários.
As ações desenvolvidas, até então, que pretendiam melho-
rar o problema da exclusão do atendimento, se mostravam
ineficazes para este objetivo. Eram entregues “fichas” para
consultas, as quais demandavam para o serviço um número
elevado de usuários que não conseguiam ser atendidos, em
um fluxo desordenado.
d) Dinâmica do funcionamento/estratégias do programa/projeto e recursos empregados (materiais,
financeiros, técnicos, tecnológicos):
Segundo a Política Nacional de Humanização do SUS as equipes de referência e o apoio matricial são dois arranjos organizacionais que apresentam características de transversalidade . A equipe de referência contribui para tentar resolver
ou minimizar a falta de definição de responsabilidades, de
vínculo terapêutico e de integralidade na atenção à saúde,
oferecendo um tratamento digno, respeitoso, com qualidade,
acolhimento e vínculo (HumanizaSUS, 2004).
Nesta perspectiva, para a implantação da proposta foram realizadas reuniões para sensibilização de todos os servidores
sobre o diagnóstico situacional, e a compreensão de como
estava estruturada a assistência aos usuários do SUS, a organização do processo de trabalho, bem como a necessidade da
mudança. Primeiramente, as reuniões foram realizadas com os
profissionais das Equipes de Saúde da Família, na seqüência,
com todos os demais servidores da SMS e com o Conselho
Municipal de Saúde. Na sequencia, foi iniciado o recadastramento de toda a população que possibilitou concluir o processo de territorialização e em seguida realizou-se exercício
de construção dos mapas de cada ESF e posteriormente o
evento da I Mostra da Experiência da Saúde da Família do Município de Boa Vista da Aparecida.
e) Destacar ações que contemplem a Intersetorialidade, Interdisciplinaridade e matriciamento:
O exercício de construção dos mapas (territorialização) possibilitou a aproximação entre as equipes, e entre os integrantes de uma mesma equipe e teve parceria com a secretaria
de Ação Social e Educação. Também com as famílias que participam do Programa Bolsa da Família e do Leite das Crianças.
Barcelos e Quitério (apud Duarte et al 2008) refletem que a
lógica dos serviços de saúde e da Estratégia Saúde da Família (ESF), devem observar a importância da intersetorialidade
e comunicação entre os serviços de saúde e de assistência à
população, para melhor atender as necessidades individuais
e da coletividade.
Experiências Exitosas do Paraná
17
f) Formas de Acompanhamento, Avaliação e Monitoramento desenvolvidas e/ou previstas:
Por meio dos relatos feitos ao Conselho Municipal de Saúde,
nas audiências públicas trimestrais, e por meio dos retornos
dados pela equipe matricial as três ESF e nos momentos reflexivos de como o trabalho está organizado e vem sendo desenvolvido.
g) Resultados e impacto obtido, com respectivos indicadores (comparados com a situação inicial):
A definição do modelo de gestão tendo como ordenadora a
Atenção Básica, organizada pela Estratégia Saúde da Família
(ESF) bem como a mudança do processo de trabalho das ESF
está proporcionando melhor acesso dos usuários ao serviço
de saúde, assim como os próprios funcionários, que anteriormente resistiram à mudança, estão observando melhora da
qualidade da atenção visto que aproximou a população e os
profissionais.
As diversas ações/atividades desenvolvidas pelas equipes estão sendo realizadas oportunamente. Além das atividades de
promoção e prevenção de agravos à saúde que são realizadas
individualmente e com os grupos específicos, as consultas
médicas e de enfermagem são agendadas, ou seja, demanda
programada, pois o município tem cobertura de 100% pela
ESF.
h) Replicabilidade
Este processo se encontra em pleno desenvolvimento com
ações de educação em saúde para seu desenvolvimento e fortalecimento. Desde que haja interesse e compromisso é plenamente aplicável em outras localidades.
ambiental: o trabalho do enfermeiro. Cascavel – PR: Coluna do
Saber, 2008.
SILVA, M. R. F.; JORGE, M. S. B. Prática dos profissionais no programa de saúde da família: representações e subjetividade.
Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília: v. 55, n. 5, p. 549
- 555, set. / out. 2002.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Cartilha de
vigilância sanitária. . Brasília.2002. Disponível em: <http://
www.anvisa.gov.br/institucional/snvs/coprh/cartilha.pdf> .
Acesso em 10 ago 2011.
BRASIL. Lei n° 8.080, de 19 de setembro de1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação
da saúde, a organização e funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Disponível em: <http://
portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/lei8080.pdf> Acesso
em 10 ago 2011
MATTOS, Rubem Araújo De. Os sentidos da integralidade: algumas reflexões acerca de valores que merecem ser defendidos. Disponível em: <http://www.uefs.br/pepscentroleste/
arquivos/artigos/os_sentidos_integralidade.pdf> Acesso em
13 ago 2011.
1 Enfermeira Coordenadora da Atenção Básica, SMS Boa
Vista da Aparecida PR
2 Psicóloga, SMS Boa Vista da Aparecida PR
3 Acadêmica de Serviço Social estagiária, SMS Boa Vista da
Aparecida PR
4 Farmacêutico Bioquímico, Cascavel PR
i) Continuidade
O gestor municipal continua fomentando todos os processos
que se encontram em pleno desenvolvimento, com ações de
educação em saúde para seu desenvolvimento e fortalecimento.
Referências bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. HumanizaSUS: equipe de referência e apoio matricial. Brasília: Ministério da Saúde, 2004
BRASIL. Lei nº 8.080 de 1990. Dispõe sobre as condições para
a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização
e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras
providências. Brasília: MS, 1990.
Ministério da Saúde. Secretaria de assistência à saúde. Coordenação de Saúde da Comunidade.
Saúde da família: uma estratégia para a reorientação do modelo assistencial. Brasília. Ministério da Saúde, 1997.
Ministério da Saúde. Atuação do enfermeiro na atenção básica. Informe da atenção básica. n. 16, ano III, abril, 2002. 3p.
DUARTE, P. S. Programa Saúde da Família: a atenção à saúde
realizada pelo enfermeiro enquanto prática educativa/comunitária. Trabalho de Conclusão do Curso de Enfermagem. Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Cascavel: Unioeste,
2005.
DUARTE, P. S.; LAZZAROTTO, E. M.; BIEDERMAN, F. A. Vigilância
18
Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011
Ministério
da Saúde
Boa Vista da Aparecida Territorialização: Base para a
Organização e Planejamento em Saúde
1 Cleide Teresinha dos Santos, 2 Renata Coginotti,
3 Sirlei dos Santos, Alvaro Markoski
a) Resumo do projeto
Reestruturação da Atenção Básica de Saúde do Município de
Boa Vista da Aparecida/PR a partir da Territorialização da Estratégia Saúde da Família (ESF). Foi utilizada a metodologia da
problematizarão para sensibilização dos servidores e membros do Conselho Municipal de Saúde. Nas atividades de sensibilização foi possível promover um entendimento melhor,
por todos, sobre alguns conceitos, como os de Atenção Básica, Estratégia Saúde da Família e Controle Social. A definição
e análise do território, entendendo que este se constitui na
base para o desenvolvimento do trabalho das equipes de
saúde da família que deveriam: cadastrar 100% das pessoas
dentro das famílias e mapear riscos, indicadores de saúde,
morbidade e mortalidade e potencialidades. Apreender as
potencialidades presentes e o perfil das necessidades a serem
trabalhadas para a transformação da realidade de saúde local.
Equipe ESF 01 na apresentação do Mapa de seu território
b) Objetivos e metas da experiência desenvolvida:
O objetivo visava à construção dos mapas de territorialização,
considerando esta uma atividade essencial para a compreensão e o desenvolvimento dos trabalhos da Estratégia Saúde da
Família no Município.
indicando a necessidade de repensar e rever o modelo de
gestão. Primeiramente as reuniões ocorreram com as 3 enfermeiras das ESF e 1 enfermeira da epidemiologia do município
e na seqüência com todos os demais servidores da SMS e com
o Conselho Municipal de Saúde. Foi iniciado com o recadastramento de toda a população. Subdivididos os cadastros por ESF/
ACS (área e micro área) em parceria com a Secretaria de Ação
Social e Educação, na seqüência realizou-se exercício de construção dos mapas de territorialização5 de cada ESF e posteriormente o evento da I Mostra da Estratégia Saúde da Família.
c) Indicadores disponíveis para caracterizar a situação inicial (ponto de partida):
e) Destacar ações que contemplem a Intersetorialidade, Interdisciplinaridade e matriciamento:
No inicio da gestão, em 2009, foi feito um diagnóstico situacional da saúde no município que seria o ponto de partida para o
Planejamento Local. Para realizar o diagnóstico foi constituída
uma equipe multiprofissional de seis pessoas. Em relação à
Atenção Básica o diagnóstico mostrou que o atendimento de
saúde estava centrado em um único serviço na cidade dificultando o acesso dos usuários. A procura era por demanda livre,
por exemplo, quando um usuário necessitava de consulta
médica teria que chegar ao serviço às 5 horas da manhã para
“disputar uma ficha”, sem garantia de atendimento. As atividades e ações em saúde estavam todas organizadas de forma
centrada nos servidores numa única unidade de saúde, como
por exemplo, coleta de preventivo, puericultura, consultas de
pré-natal, vacinações etc.
d) Dinâmica do funcionamento/estratégias do programa/projeto e recursos empregados (materiais,
financeiros, técnicos, tecnológicos):
Foram realizadas reuniões para sensibilização de todos os servidores para apresentação do diagnóstico situacional, possibilitando a compreensão de como estava estruturada a assistência aos usuários do SUS, a organização do processo de trabalho,
Destaca-se o atendimento às famílias que participam do Programa Bolsa da Família e do Leite das Crianças, com atendimento em ações de controle e acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das crianças.
Constatou-se o elevado índice de pacientes psiquiátricos nas
ESF, o que evidencia a necessidade do trabalho que está sendo desenvolvido, em conjunto com a psicologia, em um Programa de Saúde Mental, onde os usuários são atendidos e inseridos nos grupos terapêuticos de acordo com sua patologia.
Foi realizada a I Mostra das ESF com participação de um júri
formado por profissionais da 10ª Regional de Saúde, Secretaria Municipal de Saúde de Cascavel/PR, e da Secretaria Municipal de Educação de Boa Vista da Aparecida/PR. A tarefa do
júri foi por meio de análise técnica eleger o mapa que trazia
o maior nº de informações relevantes para estruturação da
proposta. No mapeamento do perfil epidemiológico da população do município apresentado pelas três ESF apontou que
100% da população havia sido cadastrada e deverá ser acompanhada dentro dos critérios de Fortalecimento da Atenção
Básica como ordenadora da rede de atenção, organizada pela
Estratégia Saúde da Família, conforme os princípios e diretrizes propostos pelo Sistema Único da Saúde.
Experiências Exitosas do Paraná
19
I Mostra das ESF para a Comunidade e Conselho de Saúde
Equipe ESF 01 na apresentação do Mapa de seu território
5 Territorialização é um conceito técnico que tem sido usado
na gestão da saúde, consistindo na definição de territórios vivos com suas margens de responsabilização sanitária. (ABC do
SUS, 2005 p.237)
os Municipais de Saúde. O SUS de A a Z: Garantindo Saúde nos
Municípios. Brasília: Ministério da Saúde, 2005.
. Lei nº 8.080 de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o
funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras
providências. Brasília: MS, 1990
. Ministério da Saúde. Secretaria de assistência à saúde. Coordenação de Saúde da Comunidade. Saúde da família: uma
estratégia para a reorientação do modelo assistencial. Brasília.
Ministério da Saúde, 1997.
. Ministério da Saúde. Atuação do enfermeiro na atenção básica. Informe da atenção básica. n. 16, ano III, abril, 2002. 3p.
DUARTE, P. S. Programa saúde da família: a atenção à saúde
realizada pelo enfermeiro enquanto prática educativa/comunitária. Trabalho de Conclusão do Curso de Enfermagem. Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Cascavel, Unioeste,
2005.
DUARTE, P. S.; LAZZAROTTO, E. M.; BIEDERMAN, F. A. Vigilância
ambiental: o trabalho do enfermeiro. Cascavel – PR: Coluna do
Saber, 2008.
LAZZAROTTO, E. M. e col. Meio ambiente, saúde e cidadania.
Cascavel: Coluna do Saber, 2004, p. 39 - 50.
SILVA, M. R. F.; JORGE, M. S. B. Prática dos profissionais no programa de saúde da família: representações e subjetividade.
Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília: v. 55, n. 5, p. 549
- 555, set. / out. 2002.
ANEXOS
Equipe ESF 01 na apresentação do Mapa de seu território
Equipe ESF 02 no trabalho de construção de Mapa do seu território
Construção Mapas das Equipes 01, 02 e 03
I Mostra das ESF para a Comunidade e Conselho de Saúde
f) Formas de Acompanhamento, Avaliação e Monitoramento desenvolvidas e/ou previstas:
Através do Conselho Municipal de Saúde, nas audiências publicas, e na equipe matricial a qual realiza feedbacks com as três ESF e momentos reflexivos de como
o trabalho está organizado e vem sendo desenvolvido.
g) Resultados e impacto obtido, com respectivos indicadores (comparados com a situação inicial):
O exercício de construção dos mapas (territorialização) possibilitou a aproximação entre as equipes, bem como entre os
integrantes de uma mesma equipe, pois não muito raro ocorria que os integrantes não sabiam se identificar como da mesma equipe. Permitiu também que as ESF pudessem conhecer
melhor suas áreas e micro áreas, bem como os problemas/
agravos relacionados a elas, para adequar o planejamento local das ações de saúde.
Além disso, possibilitou o entendimento sobre o papel de
cada membro da ESF para o envolvimento no processo de
mudança, melhorando significativamente o acolhimento aos
usuários. Permitiu também o nivelamento de alguns conceitos
importantes: Sistema Único de Saúde, Saúde Doença, Atenção Básica, Estratégia Saúde da Família, Modelos de Gestão,
Controle Social, Processos de Trabalho.
h) Replicabilidade
Este processo se encontra em pleno desenvolvimento com
ações de educação em saúde para seu fortalecimento e pelas
suas características é possível sua replicação em outras localidades.
i) Continuidade
O gestor municipal continua fomentando todos os processos
que encontram-se em pleno desenvolvimento, com ações de
educação em saúde para seu fortalecimento.
Referências bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Secretári-
20
Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011
1 Enfermeira Coordenadora da Atenção Básica, SMS Boa Vista da
Aparecida PR, 2 Psicóloga, SMS Boa Vista da Aparecida PR
3 Estagiaria de Serviço Social, da SMS Boa Vista da Aparecida PR
4 Farmacêutico-Bioquímico
Chopinzinho
Prevenção de Incapacidades Físicas e Reabilitação em Hanseníase
Autora: Francieli Fontana
Co-autores: Alexandre Henrique Naressi Munhoz, Celito José
Ceni e Marcelli Cristina Cervo
Resumo do Projeto
No ano de 2005, através de capacitações realizadas para as equipes de Saúde da Família, os profissionais foram sensibilizados
para o diagnóstico precoce, prevenção de incapacidades físicas, avaliação dermatoneurológica dos comunicantes, eliminação da hanseníase e busca ativa de faltosos ao tratamento.
Foi utilizada a Avaliação Simplificada das Funções Neurais e
Complicações do Guia para o Controle da Hanseníase, a ficha
dos comunicantes da Coordenação Estadual do Programa de
Controle da hanseníase, canetas Bic, tubos de ensaio e algodão.
Com isto, houve diagnóstico de novos casos que estavam sem
tratamento, prevenção de incapacidades físicas e reabilitação
dos pacientes. Observa-se que o município encontra-se na curva descendente de casos novos de hanseníase. Desde 2005, a
sensibilização dos profissionais é feita periodicamente. A lista
dos comunicantes são passadas anualmente para as equipes.
Descrição da Experiência
O município de Chopinzinho encontra-se hoje, ainda, em
busca da eliminação da hanseníase. No ano de 2005, quando
iniciei as minhas atividades na área da enfermagem na Se­
cretaria Municipal de Saúde 1, atuavam 4 equipes de Saúde
da Família, as quais foram implantadas no mesmo ano, e os
casos de hanseníase totalizavam 11. O município contava com
um médico (não dermatologista) e uma auxiliar de enfermagem que compunham o programa de hanseníase. Num primeiro momento e mostrando interesse em trabalhar com o
programa, passei a participar das consultas do médico, a fim
de aprender mais sobre a doença e observar a realidade local.
Neste período, o município apresentava um número de casos
da doença superior aos demais municípios da 7ª Regional de
Saúde, a qual é composta por 15 municípios. (Tabela 1)
Observando a necessidade de um envolvimento maior dos
profissionais desta Secretaria, para que todos auxiliassem,
através do conhecimento em relação à doença, o diagnóstico
precoce dos casos e a prevenção de incapacidades físicas, foi
realizada uma Capacitação das Estratégias Saúde da Família
(ESFs). Nesta, foi dado ênfase para o diagnóstico precoce, prevenção de incapacidades físicas e avaliação dos comunicantes.
A capacitação foi feita através da Avaliação Simplificada das
funções neurais e complicações do Guia para o Controle da
Hanseníase e da ficha dos comunicantes elaborada pela Coordenação Estadual do Programa de Controle da Hanseníase.
Participaram médicos e enfermeiros das ESFs, totalizando oito
profissionais. A capacitação deu suporte para o processo de
iniciação da descentralização do atendimento aos comunicantes e um olhar mais direcionado para pessoas com sintomatologia. Os comunicantes passaram a serem acompanhados
pelas ESFs e em casos suspeitos, encaminhados ao médico de
referência. Os comunicantes de hanseníase, tanto
paucibacilares quanto multibacilares, devem ser acompanhados uma vez por ano durante cinco anos, lembrando que comunicantes de hanseníase são aquelas pessoas que tem um
convívio prolongado com o doente, ou seja, as pessoas que
dividem a mesma residência com o doente.
A partir disso, foram diagnosticados por ano, os casos de hanseníase e também avaliados por ano de diagnóstico, os comunicantes dos doentes. (Tabela 2)
As avaliações foram ensinadas através do uso de tubos de ensaio para verificar sensibilidade térmica, algodão para sensibilidade tátil e caneta Bic para sensibilidade dolorosa, já que
os estesiômetros preconizados pelo Ministério da Saúde ficavam na unidade central para uma avaliação mais detalhada
dos suspeitos. Segundo o Guia para o Controle da Hanseníase,
o peso da caneta Bic, corresponde a 2 gramas, referente ao
monofilamento de cor lilás, possibilitando classificar o paciente quanto ao grau de incapacidade. Sensibilidade presente, grau 0; sensibilidade ausente, grau 1. Seguem as tabelas
de avaliação do grau de incapacidade física, no diagnóstico
(tabela 3) e na cura (tabela 4), respectivamente. Com o grau
de incapacidade física classificado, eram prescritos exercícios
para redução ou estabilização do grau de incapacidade física
e feitos os encaminhamentos, se necessários (oftalmologia,
fisioterapia), já que o Mycobacterium leprae, atinge principalmente os nervos dos olhos, membros superiores e membros
inferiores. Para avaliação dos resultados e elaboração de novas estratégias, eram realizadas reuniões mensais com a equipe de saúde.
b) Objetivos e metas da experiência desenvolvida: 1) Diagnosticar precocemente os casos de hanseníase 2) Classificar o
paciente quanto ao grau de incapacidade física, 3) Prevenir incapacidades físicas e reabilitar, quando necessário 5) Capacitar as equipes de ESFs para o diagnóstico e avaliação dermatoneurológica, 6) Realizar avaliações dermatoneurológicas nos
comunicantes, 7) Eliminar a hanseníase para 1 caso em 10000
habitantes, 8) Realizar busca ativa de faltosos ao tratamento.
c) Destacar ações que contemplem a Intersetorialidade, Interdisciplinaridade e matriciamento: O envolvimento de todos
os profissionais das ESFs (médicos, enfermeiros, auxiliares de
enfermagem, agentes comunitários de saúde).
d) Formas de Acompanhamento, Avaliação e Monitoramento desenvolvidas e/ou previstas: Os pacientes são avaliados
quanto ao grau de incapacidade física no início e no final do
Experiências Exitosas do Paraná
21
tratamento, se estes forem paucibacilares; e os multibacilares
são avaliados no início, com 6 meses de tratamento e na alta.
Em casos de complicação neurológica, são realizados os testes de sensibilidade com uma freqüência maior. A partir das
avaliações dermatoneurológicas, são prescritos os cuidados e
exercícios necessários a fim de reduzir ou manter o grau de incapacidade que o paciente apresentou durante as avaliações.
Os pacientes são acompanhados mensalmente pelo médico
e é feito a dose supervisionada do medicamento. Os comunicantes de hanseníase são avaliados uma vez por ano durante
cinco anos. Nos casos suspeitos, são solicitados os exames
diagnósticos. Os dados dos pacientes e comunicantes são
registrados em prontuários ambulatoriais e nas fichas preconizadas pelo Ministério da Saúde e Coordenação Estadual do
Programa de Hanseníase, tendo um ganho na padronização
da informação.
e) Resultados e impacto obtido, com respectivos indicadores:
Podemos concluir que houve diagnóstico de novos casos que
estavam sem tratamento e, portanto transmitindo e perpetuando a doença. Levando em consideração que o período de
incubação é de 2 a 7 anos, podemos observar que estamos entrando na curva descendente de casos novos de hanseníase.
Houve também melhora no diagnóstico precoce e redução ou
estabilização do grau de incapacidade física.
f ) Replicabilidade: Levando em consideração que o recurso
humano, a capacidade física e os materiais utilizados são par-
22
Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011
te integrante das Unidades de Saúde da Família e que não há
um aumento nos custos do município para execução desse
trabalho, torna-se fácil e totalmente viável a execução deste
projeto em outros locais.
g) Continuidade: A sensibilização dos profissionais é feita periodicamente, já que todos os anos entram novos profissionais
na Secretaria e são diagnosticados novos casos da doença. A
lista dos comunicantes são passadas anualmente para as equipes de Saúde da Família, a fim de acompanhamento destes,
pelas equipes.
Referências Bibliográficas
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde.
Departamento de Atenção Básica. Guia para o controle da
Hanseníase/ 1ª edição – Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
- Secretaria Municipal de Saúde Chopinzinho (PR). Enfermeira
Epidemiologia.
1
- Secretaria Municipal de Saúde Chopinzinho (PR). Enfermeira
Epidemiologia.
2
- Secretaria Municipal de Saúde Chopinzinho (PR). Enfermeira
Epidemiologia.
3
Tabela 1
Tabela 2
Tabela 3
Tabela 4
Chopinzinho
Experiências Exitosas do Paraná
23
Chopinzinho
Homem que se cuida não perde o melhor da vida.
Reuniões mensais com homens do meio rural
Nome do autor: Danieli Fontana Sutile Tardetti Machado
Nome dos Co-autores: Francieli Fontana e Vivian Gomes
Resumo do Projeto
A cada três mortes de pessoas adultas, duas são de homens.
Eles vivem em média sete anos a menos que as mulheres e
têm mais doenças do coração, câncer, diabetes, colesterol e
pressão arterial mais elevados. Com isso foram criados grupos de saúde do homem, com reuniões mensais, onde são
discutidos assuntos relacionados à saúde destes, avaliações
médica e odontológica, atividade física, exames de rotina,
dentre outras atividades. As reuniões foram de fundamental
importância para facilitar e ampliar o acesso da população
masculina as informações e aos serviços de saúde. Houve
também o diagnóstico precoce de doenças e respectivo
tratamento e aumentou a procura dos homens pelo serviço
de saúde. A participação destes, nas reuniões foi bastante expressiva.
Descrição da Experiência
A cada três mortes de pessoas adultas, duas são de homens.
Eles vivem em média sete anos a menos que as mulheres e
têm mais doenças do coração, câncer, diabetes, colesterol
e pressão arterial mais elevados. Pensando-se na relevância
desses dados e percebendo que o homem do meio rural é o
provedor de sustento da família e que procura a unidade de
saúde da família quando a doença já está avançada foi montado grupos de saúde do homem, com reuniões mensais. A
cada reunião são discutidos vários assuntos (como hipertensão arterial, diabetes, cânceres, DSTs, problemas de próstata,
depressão, cuidados com agrotóxicos, uso de medicação sem
prescrição médica entre outros), realizado avaliação médica
e odontológica, atividade física, avaliação nutricional, aferição da pressão arterial, glicemia capilar, eletrocardiograma,
avaliação de exames de rotina como (hemograma, colesterol
total e frações, triglicerídeos, glicemia plasmática e PSA).O
convite das reuniões é feito através dos agentes de saúde e
meios de comunicação como rádios locais.
b) Objetivos e metas da experiência desenvolvida: 1) Facilitar
e ampliar o acesso da população masculina as informações
e aos serviços de saúde, pois se observa que os agravos do
sexo masculino são um problema de saúde pública, 2)Fazer
com que os homens na faixa etária de 25 a 59 anos procurem
o serviço de saúde pelo menos uma vez por ano, 3) Traçar e
conhecer o perfil de saúde da população masculina 4) Fazer
com que haja uma maior integração equipe e população
masculina, 5) Identificar doenças precocemente.
c) Indicadores disponíveis para caracterizar a situação inicial
(ponto de partida): A cada três mortes de pessoas adultas
duas são de homens. Eles vivem em média sete anos a menos
que as mulheres (indicadores do Ministério da Saúde). Baixa
24
Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011
procura dos homens pelo serviço de saúde.
d) Dinâmica do funcionamento/estratégias do programa/projeto e recursos empregados (materiais, financeiros, técnicos,
tecnológicos): As reuniões são mensais, no período da tarde,
em um centro comunitário da comunidade. Os materiais utilizados são: computador, kit multimídia, esfigmomanômetro,
estetoscópio, fita métrica, aparelho de eletrocardiograma, ficha de avaliação (escore para o desenvolvimento de diabetes
tipo 2), material odontológico, aparelho para medir o diabetes, folderes explicativos.
e) Destacar ações que contemplem a Intersetorialidade, Interdisciplinaridade e matriciamento: O envolvimento de todos
os profissionais da ESF (médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, dentista, auxiliar de dentista e agentes comunitários
de saúde). Outros profissionais como agrônomo, nutricionista,
fisioterapeuta, educador físico e médico urologista.
f) Formas de Acompanhamento, Avaliação e Monitoramento
desenvolvidas e/ou previstas: Os pacientes são avaliados em
todas as reuniões em relação à pressão arterial, glicemia capilar, exames de rotina e dúvidas freqüentes. Em casos de complicações ou alterações os pacientes são encaminhados para
a unidade básica ou para nível secundário. Os pacientes são
acompanhados mensalmente pelos profissionais da equipe.
g) Resultados e impacto obtido, com respectivos indicadores
(comparados com a situação inicial): Podemos concluir que
houve boa participação dos homens no grupo. Houve diagnóstico precoce de doenças e respectivo tratamento. Aumentou a procura dos homens pelo serviço de saúde.
h) Replicabilidade (Busca verificar a aplicabilidade da experiência, ainda que de forma adaptada, em outras localidades); Levando em consideração que o recurso humano, a
capacidade física e os materiais utilizados são parte integrante
das Unidades de Saúde da Família e que não há um aumento
nos custos do município para execução desse trabalho, tornase fácil e totalmente viável a execução deste projeto em outros locais.
i) Continuidade (Busca verificar as características de sustentabilidade e permanência da prática ao longo do tempo); A sensibilização dos profissionais e dos homens é feita periodicamente.
É muito importante a continuação do projeto, pois o resultado
é positivo, já que se diagnosticaram doenças precocemente e
houve melhoras em relação à saúde desses homens. O grupo
continua sendo realizado só que agora a cada dois meses.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Folder Saúde do Homem, Ministério da Saúde. Homem que se
cuida não perde o melhor da vida. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. 2009
Colombo
Implementação do protocolo de saúde mental no município de
colombo: uma experiência em construção
Andréa de Fátima Rosa Loroza ; Tatiana Brusamarello ; Bruna
Basile Macahdo Val ; Helvo Slomp Junior
Resumo
Considerando a atenção básica como principal porta de entrada para a atenção à saúde mental, além de espaço privilegiado
para a promoção da saúde e a prevenção de transtornos mentais, a implementação do protocolo de saúde mental objetiva
a interlocução da saúde mental com as unidades básicas de
saúde (UBS) e a Estratégia da Saúde da Família, a fim de que
tais serviços possam acolher os pacientes que necessitam de
suporte emocional na própria UBS e possibilitar, por meio da
responsabilização compartilhada, uma maior resolutividade
de problemas de saúde mental pela equipe local.
Introdução
A integração de ações de saúde mental com a atenção básica
é fruto de dois importantes movimentos, primeiramente o da
reforma sanitária, que garantiu o direito à saúde e o acesso
universal e integral aos serviços e ações de saúde, e posteriormente o da reforma psiquiátrica brasileira, que busca, dentre
outras coisas, promover a reinserção social e familiar das pessoas com transtorno mental (BARONI; FONTANA, 2009).
Neste sentido, o principal objetivo desta integração é contribuir para melhor cobertura assistencial dos agravos mentais,
ampliando-se também a reabilitação psicossocial para os
usuários do Sistema Único de Saúde no município.
Objetivos e metas da experiência desenvolvida
Potencializar os recursos existentes na rede municipal de
saúde, em parceria e co-responsabilidade com a Atenção Básica, Estratégia Saúde da Família e ações intersetoriais; Articular
os serviços de saúde mental com o seu território; Promover
a qualidade de vida das pessoas que apresentam transtorno
mental, bem como dos seus familiares, em uma atenção comunitária voltada para o cuidado e para a reabilitação psicossocial.
Indicadores disponíveis para caracterizar a situação inicial
Colombo pertence a 2ª Regional de Saúde do Paraná, contando com uma extensão territorial de 197,805 km² e com uma
população de 212.967 habitantes (IBGE, 2010). Embora sede
de microrregião, Colombo não possui um Hospital Geral Regional. Há 30 estabelecimentos de saúde no município, 22
públicos municipais e 8 privados, sendo que 5 destes atendem SUS (IBGE, 2010). No que concerne à saúde mental o mu-
nicípio conta 01 CAPS II, 01 CAPS AD, 01 CAPSi (em fase de
implantação) e 01 ambulatório de saúde mental para atender
à sua população.
Dinâmica do funcionamento
Tal processo tem como público alvo os trabalhadores de saúde
da atenção básica e a rede municipal de saúde, extra-municipal (mediante pactuações regionais). As primeiras ações e estratégias atualmente em implementação são: o enfrentamento do estigma do transtorno mental presente no imaginário
dos trabalhadores da saúde; a qualificação assistencial permanente para essa demanda, mediante apoio matricial, a partir
de uma lógica da atenção não restrita ao modelo biomédico;
além da repactuação do direcionamento dos fluxos assistenciais para as pessoas que sofrem de algum transtorno mental,
na perspectiva da integralidade e da humanização.
Primeiramente foi elaborado coletivamente o documento técnico Protocolo de Saúde Mental de Colombo – Versão preliminar, que vem sendo apresentado às equipes da rede básica de
saúde (a etapa inicial previu 08 encontros, que estão em andamento, e nos quais várias discussões têm sido suscitadas).
Destacar ações que contemplem a intersetorialidade, interdisciplinaridade e matriciamento
Este projeto nasceu da percepção de que, apesar dos CAPS
se encontrarem em pleno funcionamento no município, seu
papel e responsabilidade na rede municipal de saúde ainda
não são bem compreendidos. Isto se deve à falta de articulação entre os serviços, e ao desconhecimento de muitos profissionais da área da saúde no que se refere às especificidades do
sofrimento mental.
Tendo o encontro das equipes (saúde mental / atenção básica)
como grande eixo de intervenção, mais do que a normalização dos fluxos, a natureza deste projeto depende de intersetorialidade, interdisciplinaridade e matriciamento.
Avaliação e monitoramento desenvolvidas
e/ou previstas
São avaliados, periodicamente, tanto os encaminhamentos
referenciados à área da saúde mental, a partir da atenção
básica (monitoramento qualitativo), como o número de casos
“concluídos” (monitoramento quantitativo).
Resultados
dicadores
e impacto obtido, com respectivos in-
Já identificou-se uma melhora na comunicação entre profissionais das unidades de saúde da família e de saúde mental,
Experiências Exitosas do Paraná
25
com troca de experiências e de informações, quanto aos encaminhamentos e à abordagem a pessoas com transtornos
mentais e dependentes químicos. As ações iniciais já possibilitaram mudanças no planejamento das ações educativas em
saúde mental, junto aos profissionais de saúde.
Espera-se que oportunamente, após o esclarecimento dos
serviços alternativos existentes no município, haja a redução
dos internamentos em hospitais integrais. Acredita-se ainda,
que a continuidade do projeto possibilitará o aprimoramento
do protocolo, visto como produto coletivo em permanente
construção. Além disso, com a capilarização da saúde mental
nas 22 unidades de saúde, desenvolver-se-ão mais ações intersetoriais educativas em escolas, Centros de Referência de
Assistência Social (CRAS) e empresas privadas.
Replicabilidade e continuidade
Este protocolo, bem como as estratégias para sua implementação, poderão ser utilizados como referência por municípios
de porte semelhante que igualmente carecem de uma boa
articulação dos serviços de atenção primária com os dispositivos de saúde mental
O cuidado, e não a clínica é a alma dos serviços de saúde, a
estratégia radical para defesa da vida (MERHY; FEUERWERKER,
2009). A força deste projeto é não se restringir à normatização protocolar, mas sim adotar o protocolo de saúde mental
como dispositivo para os encontros. Por isso o mesmo está em
constante reelaboração e em um contexto interdisciplinar e
intersetorial, a fim de aperfeiçoar e aprimorar o cuidado dispensado aos usuários.
Desta forma, embora já com alguns resultados preliminares,
este processo está apenas em suas fases iniciais, pois ainda
há muito que se desenvolver para atingirmos uma boa interlocução da Saúde mental com as unidades básicas de saúde e
a Estratégia da Saúde da Família, por meio da responsabilização compartilhada e da busca de uma dimensão cuidadora, e
dependerá de sua incorporação na cultura da rede municipal,
tanto nas esferas de gestão como de atenção à saúde.
Referências
BARONI, D. P. M.; FONTANA, L. M. Ações em saúde mental
na atenção primária no município de Florianópolis, Santa
Catarina. Mental [online]. 2009, vol.7, n.12, p. 15-37. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S167944272009000100002&script=sci_arttext.
DATASUS. Departamento de Informática do SUS. Disponível
em: www.datasus.gov.br.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível
em: www.ibge.gov.br
MERHY, E. E.; FEUERWERKER, L. C. M. Novo olhar sobre as tecnologias de saúde: uma necessidade contemporânea. In:
MANDARINO A. C. S. & GOMBERG E. (org.). Leituras de Novas
Tecnologias e Saúde. São Cristóvão: Editora UFS, 2009, p. 2956.
SESA. Secretaria de Estado da Saúde do Paraná. Disponível
em: www.saude.pr.gov.br.
26
Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011
Curitiba
Programas Mama Nenê - Ação Integrada
Entre a Saúde e a Educação
Autores: 1 Claudete Teixeira Krause Closs, 2 Eliane Regina
da Veiga Chomatas, 3 Cristiane Vardana Marangon, 4 Raquel
Ferraro Cubas, 5 Anna Paula Penteado
Resumo:
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) reconhece a importância do aleitamento materno, suas repercussões no crescimento e desenvolvimento saudável das crianças e da sociedade
em geral.
Trabalhando de forma integrada, em 2007 ampliou a parceria com o Departamento de Educação Infantil da Secretaria
Municipal da Educação (SME), intensificando o incentivo à
amamentação nos Centros Municipais de Educação Infantil e
Centros de Educação Infantil (CMEI) conveniados com a Prefeitura Municipal de Curitiba. Nasceu assim o Programa Mama
Nenê, com o intuito não somente de intensificar o incentivo à
amamentação, sensibilizando e capacitando os profissionais
da educação infantil e lactaristas, mas também estabelecer alguns critérios para que a amamentação, a partir da ordenha e
do armazenamento feitos pelas mães, ocorra com segurança
para todos: mãe, criança e instituição de educação infantil.
Palavras-chave: aleitamento materno – saúde da criança –
educação infantil .
A partir da observação da incidência de desmame nos lactentes que ingressavam na creche, as dificuldades encontradas pelas mães para esgotamento e armazenamento do seu
leite, a impossibilidade de amamentar seu bebê na creche,
o desco-nhecimento dos profissionais da educação infantil
quanto às questões do aleitamento materno, levaram à necessidade de delinear objetivos factíveis de serem aplicados à realidade encontrada. A meta do programa é alcançar 100% de
aleitamento materno nas crianças que freqüentam os CMEIs
e CEIs.
Entre os principais objetivos do programa destacam-se a estimulação e promoção do aleitamento materno dos lactentes
que ingressam nos CMEIs da Prefeitura Municipal de Curitiba
antes de completarem seis meses de idade; a sensibilização
das lactaristas, educadores infantis, pedagogos e diretores
dos CMEIs para a importância do aleitamento materno na
promoção da saúde; a capacitação das lactaristas para o adequado armazenamento e disponibilização do leite materno
recolhido pelo CMEI; a criação de um espaço diferenciado
para a amamentação dos lactentes nos CMEIs; a sensibilização
e capacitação dos profissionais das Unidades de Saúde para
a importância do apoio às nutrizes que tem seus filhos nos
CMEIs e atendimento necessário para a manutenção do aleitamento materno.
Foi levantado o índice de aleitamento materno nos CMEIs
antes da implantação do programa. Além disso, pode-se comparar o fortalecimento da parceria e integração entre a Saúde
e a Educação, a mudança positiva no comportamento da comunidade adjacente, que chega ao CMEI solicitando informações a respeito do programa e o número de CMEIs e CEIs com
o selo do programa após a sua implantação.
A primeira necessidade a ser atendida foi a viabilização de um
espaço no CMEI para a mãe amamentar seu filho na pausa
concedida por lei, além da elaboração de material educativo
voltado à população e aos profissionais da educação e saúde.
A cada ano é realizada a sensibilização dos diretores e pedagogos dos CMEIs, a sensibilização e capacitação dos novos
profissionais lactaristas, das Unidades de Saúde (US) e dos
CMEIs e CEIs conveniados e atualização dos profissionais capacitados anteriormente. Para motivar as equipes foi criado
um selo renovado anualmente para manutenção e ampliação
dos esforços pelo aleitamento materno, com a certificação das
unidades de educação que aderiram ao programa, através do
Monitoramento dos Dez Passos para uma Instituição de Educação Infantil Amiga do Peito.
A organização e coordenação do programa é feita por profissionais médicos da SMS e pedagogos e nutricionistas da SME.
Profissionais da SMS realizam anualmente as oficinas de sensibilização e capacitação das lactaristas, educadores infantis,
pedagogos e diretores CMEIs da SME. Os profissionais das USs
próximas aos CMEIs acolhem e orientam sobre o aleitamento
materno os casos encaminhados pelas creches.
Com o registro das crianças inseridas no programa é possível
levantar o índice de aleitamento materno nos CMEIs. Também
é realizado o Monitoramento dos Dez Passos para uma Instituição de Educação Infantil Amiga do Peito, que são critérios
previamente acordados com as equipes dos CMEIs para alcançar o selo e certificação do ano vigente.
Foi observada ampliação do número de crianças dos CMEIs e
CEIs que permanecem em aleitamento materno. Há maior satisfação das mães, que apesar de retornarem ao trabalho, tem
a garantia da oferta de seu leite para seu filho com fortalecimento do vínculo mãe-filho. Além disso, há o fortalecimento
do vínculo da mãe com a equipe do CMEI e da Unidade de
Saúde. O programa suscitou a divulgação dos benefícios do
aleitamento materno na comunidade adjacente aos CMEIS e
CEIS. Uma das vantagens do programa é a sua replicabilidade,
podendo ser implantado em outros municípios, adaptandose à realidade de cada local. Para o sucesso das ações é fundamental a parceria entre as secretarias da saúde e educação.
Devido à permanente motivação das equipes da educação infantil para a certificação como Instituição de Educação Infantil
Amiga do Peito e a conquista do selo do ano é garantida a
continuidade do programa.
Referência bibliográfica:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica.
Saúde da criança: nutrição infantil: aleitamento materno e aliExperiências Exitosas do Paraná
27
mentação complementar / Ministério
da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de
Atenção Básica. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2009.
112 p. : il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de
Atenção Básica, n. 23)
ISBN 978-85-334-1561-4
Capacitação de educadores infantis dos CMEIs.
1 Medica Pediatra, Coordenadora do Proama da SMS
Curitiba.
Vista aérea de Curitiba
28
Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011
2 Secretária Municipal da Saúde de Curitiba
3 Médica pediatra, Coordenadora da Saúde da Criança da
SMS Curitiba
4 Diretora do Centro de Informação em Saúde CIS da SMS
Curitiba
5 Superintendente de gestão da SMS Curitiba
Curitiba
Programa Mulher Curitibana
Autor: 1 Rosilei Maria Antonievicz
Co autores: 2 Eliane Regina da Veiga Chomatas , 3 Raquel
Ferraro Cubas , 4 Ana Paula Penteado, 5 Nilza Teresinha
Faoro.
Resumo
O câncer de mama é a primeira causa de morte por neoplasias
nas mulheres curitibanas. Estudos científicos e protocolos internacionais apontam programas de rastreamento de câncer
em mulheres acima de 50 anos, como efetivos na redução da
mortalidade por este agravo.
Estas constatações fizeram com que a Secretaria Municipal
da Saúde de Curitiba (SMS) estruturasse um programa organizado de rastreamento mamográfico voltado ao diagnóstico
precoce do câncer de mama. Para oportunizar a presença das
usuárias nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), foram incluídos
nos objetivos do programa, a investigação de doenças crônicas, assim como orientações de
promoção da saúde e prevenção de doenças. E assim, em
19/11/2009 foi lançado o PROGRAMA MULHER CURITIBANA
- Programa de Prevenção e Diagnóstico Precoce de Doenças
Crônicas nas Mulheres Curitibanas com Especial Enfoque ao
Câncer de Mama.
Descrição da experiência
O câncer de mama é o mais frequente na população feminina
mundial e brasileira. Nos países em desenvolvimento as taxas
de incidência e mortalidade continuam em crescimento.
O rastreamento organizado, quando ofertado para as mulheres entre 50 e 69 anos, com realização de mamografia a cada
dois anos pode reduzir em até 35% a mortalidade, desde que
seja alcançada uma cobertura populacional igual ou superior
a 70% da população alvo.
A partir destas constatações, a SMS de Curitiba implantou
em novembro de 2009 o Programa Mulher Curitibana que
consiste num programa de ações para diagnóstico precoce e
controle de doenças crônicas nas mulheres curitibanas com
especial enfoque no câncer de mama.
O Programa é voltado às mulheres na faixa etária de 50 anos
e mais, usuárias do SUS (estimativa de 125.000 mulheres), e
foi estruturado para busca ativa desta população. Através de
um programa de informática desenvolvido pelo Centro de Assistência à Saúde, são listadas em cada uma das 109 UBS de
Curitiba, as mulheres na faixa etária entre 50 e 74 anos da área
de abrangência que farão aniversário no mês subsequente e
que não tem registrado no prontuário eletrônico a realização
de mamografia e ou exame preventivo de câncer do colo do
útero nos últimos 2 anos. Estas mulhe-res receberão visita
domiciliar de uma agente comunitária de saúde que ofer-
ecerá agendamento para uma avaliação na UBS. Esta primeira
avaliação será feita por um profissional de enfermagem que
fará: solicitação de mamografia de rastreamento; avaliação
de peso, estatura, IMC, circunferência abdominal, PA; avaliação de hábitos de vida (atividade física, tabagismo, alimentação); realização de citopatológico do colo uterino, solicitação
de glicemia e colesterol; oferta de testagem HIV, vacinação;
encaminhamento para odontologia. Ao final do atendimento, será feito agendamento de consulta com enfermeiro em
aproximadamente 30 dias para acompanhamento e encaminhamento da mulher .
No retorno acontecerá a avaliação dos resultados pelo enfermeiro que reforçará a orientação para: alimentação saudável,
abandono de tabagismo, atividade física, prevenção de osteoporose e quedas, DST e encaminhamento para o médico
quando necessário.
Para a estruturação do Programa, houve necessidade de ampliação/ readequação da rede, com duplicação da oferta de
mamografias, aumento da oferta de consultas em mastologia, ampliação da rede de atendimento terciário ao câncer de
mama.
Em parceria com a Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Paraná, a SMS promoveu a capacitação/sensibilização
dos profissionais envolvidos no acolhimento e atendimento
às mulheres.
Desde o início, o Programa contou com o apoio técnico e
científico da Sociedade Brasileira de Mastologia - Regional
Paraná, da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Paraná,
da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, do Colégio
Brasileiro de Radiologia, do Conselho Regional de
Enfermagem, da Associação Brasileira de Enfermagem, do
Conselho Municipal de Saúde através da Comissão de Saúde
da Mulher, e de ONGs relacionadas ao tema.
Em junho de 2011, o Ministério da Saúde, por intermédio da
Secretaria de Atenção à Saúde/Instituto Nacional de Câncer
(INCA) assinou Termo de Cooperação Técnica com a SMS para
o aprimoramento do Programa Mulher Curitibana. A participação do MS/SAS/INCA permitirá o acompanhamento de todas
as fases de implementação de um rastreamento organizado
(convocação, realização de exames mamográficos, confirmação diagnóstica e encaminhamento para tratamento), além
da análise de fatores facilitadores.
A preocupação com a qualidade dos exames mamográficos,
fez com que a SMS de Curitiba implantasse o Programa Municipal de Qualidade em Mamografia. Em parceria a Universidade
Tecnológica do Paraná e INCA a Vigilância Sanitária do município implantou ações de aprimoramento junto aos prestadores de mamografias para garantir a qualidade das imagens
radiográficas dos equipamentos e de todos os procedimentos
relacionados a esse processo com intuito de evitar diagnósticos equivocados e ou inconclusivos.
Experiências Exitosas do Paraná
29
Outra estratégia adotada foi o monitoramento dos exames
alterados. Com o apoio do SISMAMA (sistema de informação
do câncer de mama do Ministério da Saúde), são identificadas as mulheres com exames suspeitos ou que necessitam de
investigação complementar e é realizada a vigilância dessas
mulheres com busca ativa se for necessário.
Resultados
No ano de 2010 observou-se um aumento de 43% do número
de mamografias realizadas pelo SUS comparado com o mesmo período em 2008. (de 53.397 para 76.405 exames realizados). Ficou evidente a adequação da faixa etária que realizou
a mamografia de rastreamento passando de 54% no ano de
2008 para 65% em 2010 em mulheres na faixa etária entre 50
e 70 anos.
Não há fila de espera para realização de mamografia, nem para
consultas especializadas com mastologista ou oncologista.
A experiência pode ser replicada em outros municípios, adaptando-se à realidade de cada local. O Programa Mulher Curitibana, propicia a oportunidade de estudos epidemiológicos
que podem analisar a eficiência e efetividade das mamografias e do rastreamento organizado.
A estruturação do Programa Mulher Curitibana foi cuidadosamente estudada, abrangendo todas as esferas envolvidas no
processo, desde o relatório mensal informatizado para busca
ativa da usuária no mês de seu aniversário para exames de
rastreamento, até o atendimento terciário completo com agilidade e qualidade. Isto nos dá a estrutura necessária para um
Programa que terá sustentabilidade alcançará os objetivos
propostos.
30
Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011
Referências:
CANADIAN CANCER SOCIETY. Canadian Câncer Society’s
Streering Committee 2009.Toronto.
CURITIBA. Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba. Programa Viva Mulher em Curitiba:
controle do câncer de mama e colo do útero, Curitiba: SMS
2008
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (Brasil). Câncer no Brasil:
Controle do câncer de mama:
documento de consenso. Rio de Janeiro: INCA 2004
.Estimativa 2010: Incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro:
INCA,2009
.Recomendações do INCA para reduzira mortalidade por
câncer de mama no Brasil. Rio de Janeiro: INCA 2010.
1 Médica Ginecologista, Coordenadora do Programa Mulher
Curitibana – SMS Curitiba
2 Médica Pediatra, Secretária Municipal da Saúde de
Curitiba,
3 Odontóloga, Diretora do Centro de Informação em Saúde
da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba
4 Odontóloga, Superintendente de Gestão em Saúde da
Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba
5 Enfermeira, Coordenadora de Informação em Saúde – SMS
Curitiba
Francisco Beltrão
Saúde da Mulher em Foco
1 Cristina Da Cas
2 Fernando Braz Pauli
3 Cintia Jaqueline Ramos
Resumo
O câncer de colo de útero e de mama são os tipos de câncer
que mais atingem as mulheres. Nesta perspectiva a Secretaria Municipal de Saúde de Francisco Beltrão inseriu o projeto “Saúde da Mulher em Foco”, com o objetivo de facilitar o
acesso a todas as mulheres principalmente na faixa etária de
25 a 59 anos aos exames citopatológico de câncer de colo de
útero, exame clínico das mamas, mamografia e ultrassonografia, contribuindo no diagnóstico precoce do câncer de colo
uterino e de mama, oportunizando três turnos de atendimento, em todas as Unidades de Saúde de município. Este projeto
ganhou visibilidade e reconhecimento das empresas as quais
passaram a agendar as avaliações para suas colaboradoras
junto às unidades de saúde.
Introdução
O câncer de colo de útero e de mama são os tipos de câncer
que mais atingem as mulheres. Nesta perspectiva a Secretaria
Municipal de Saúde de Francisco Beltrão inseriu em sua Agenda de Saúde, no mês de março de 2011 o projeto “Saúde da
Mulher em Foco”, o qual visa valorizar o cuidado geral com a
sua saúde, e, especialmente, detectar lesões precursoras suspeitas e tratá-las, no mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher.
Esta estratégia visa facilitar o acesso a todas as mulheres
aos exames preventivos de câncer ginecológico, garantindo
horários alternativos de atendimento em todas as unidades
de saúde.
Esta estratégia também tem caráter informativo e de mobilização da sociedade, estimulando as mulheres ao autocuidado
e a desenvolverem o hábito de fazer o exame clínico de mama
e do colo de útero anualmente.
Os agentes comunitários de saúde contribuem nas ações de
educação durante as visitas domiciliares e distribuem panfletos educativos sensibilizando as mulheres a procurarem as
unidades de saúde e agendarem as consultas e exames.
Objetivos e metas da experiência desenvolvida
• Facilitar o acesso à todas as mulheres principalmente na faixa
etária de 25 a 59 anos aos exames citopatológico de câncer
de colo de útero,exame clinico das mamas, mamografia e ultrassonografia;
• Contribuir no diagnóstico precoce do câncer de colo uterino
e de mama;
• Sensibilizar as mulheres em relação às consultas de rotina
para detecção precoce do câncer de colo de útero e de mama.
Indicadores disponíveis para caracterizar a situação inicial
A necessidade de ampliar o acesso das mulheres aos exames
preventivos de câncer ginecológico, bem como as consideráveis possibilidades de cura com diagnóstico precoce.
Dinâmica do funcionamento
O atendimento é realizado através de agendamento prévio
por telefone ou pessoalmente, priorizando a faixa etária de
25 a 59 anos. São disponibilizados horários nos três turnos,
manhã, tarde e noite em todas as unidades de saúde da área
urbana e rural.
È realizada divulgação na imprensa falada, escrita e televisionada, bem como em empresas que possuem maior número
de mulheres em seu quadro de funcionários.
Os profissionais Enfermeiros realizam consultas de enfermagem, coleta do exame citopatológico, exame de inspeção
das mamas e solicitam mamografias ou ultrassonografia de
mama. Os resultados dos exames são entregues em consultas
subseqüentes com encaminhamentos e seguimentos dos casos alterados na própria Unidade ou Unidade de Referência
do município.
Formas de Acompanhamento:
O acompanhamento, avaliação e monitoramento são realizados, direta e indiretamente, pela coordenação do projeto em
conjunto com as equipes das unidades de saúde, através da
análise do andamento das etapas da campanha, bem como,
das informações colhidas nos relatos dos usuários e resultados obtidos.
Resultados e impactos obtidos
Os resultados obtidos foram satisfatórios considerando que
observou-se:
• Aumento pela procura da consulta de enfermagem;
Experiências Exitosas do Paraná
31
• Realizados 881 coletas de exames preventivos de colo uterino em uma semana, sendo que a media mensal é de 400;
• Realizadas 532 mamografias, sendo que a media mensal é
de 120;
Mobilização da sociedade com apoio das empresas.
Replicabilidade
O projeto Saúde da Mulher em Foco despertou grande interesse e procura principalmente das mulheres que estão no
trabalho no horário em que as unidades de saúde oferecem
os exames, ganhando visibilidade e reconhecimento das empresas as quais passaram a agendar as avaliações para suas
colaboradoras junto às unidades de saúde.
Continuidade
A administração municipal incluiu no seu calendário de eventos 2012 a realização de uma nova etapa da Saúde da Mulher
em Foco, tendo em vista a grande visibilidade no meio empresarial e nos meios de comunicação.
Instituição: Secretaria Municipal de Saúde de Francisco Beltrão
Endereço eletrônico: [email protected]
Fone/Fax: (46) 3520-2139/(46) 3520-2185
1 Secretaria Municipal de Saúde, Chefia de Enfermagem,
Enfermeira.
2 Secretaria Municipal de Saúde, Diretor do Departamento
de Assistência a Saúde, Enfermeiro.
3 Secretaria Municipal de Saúde, Secretária Municipal de
Saúde, Economista.
32
Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011
Iretama
Projeto "Aluno Saudável, Escola Feliz"
1 Eurivleton Wagner Siqueira, 2 Luana Tironi Giacometti,
3 Juliana Paula Mamus
Resumo
O Projeto Aluno Saudável, Escola Feliz, realizado através do
Programa Saúde na Escola (PSE), tem como propósito a realização de ações de promoção e prevenção visando à redução
das vulnerabilidades da população atendida, tanto de ordem
individual, social e institucional, como Promoção da Alimentação Saudável, Incentivo da Prática de Atividade Física, Educação para a Saúde Sexual e Reprodutiva, Prevenção de Doenças
Epidemiológicas, Promoção da Cultura de Paz e Prevenção das
Violências e Acidentes, Educação Permanente e Capacitação
de Profissionais da Educação e Saúde e de Jovens. Dentre os
métodos empregados, foram realizadas três atividades conjuntas: Avaliação Clínica e Psicossocial, Avaliação Nutricional
e Avaliação da Saúde Bucal, sendo realizados por profissionais
vinculados às unidades básicas municipais de saúde e/ou PSF.
Foram atendidos 287 alunos, sendo alguns deles encaminhados para atendimento individual.
Informações gerais sobre a experiência
Título da Experiência: Projeto Aluno Saudável, Escola Feliz
Tema: Ações inovadoras voltadas ao fortalecimento da Atenção Básica como ordenadora do cuidado e coordenadora da
rede.
Descrição da experiência
O presente projeto, instituído pelo decreto nº6. 286, de 5 de
dezembro de 2007, prevê a participação de profissionais e
gestores da saúde pública e da educação pública, tendo como
política intersetorial os Ministérios da Saúde e da Educação
na perspectiva da educação e atenção integral (prevenção,
promoção e atenção) à saúde das crianças e adolescentes, no
âmbito das escolas (educação infantil, ensino fundamental e
médio) e/ou das unidades básicas de saúde, realizada pelas
Equipes de Educação e de Saúde da Família.
Considerando o elevado consumo de álcool e drogas cada
mais frequente entre os adolescentes, aumento do número
de casos de gravidez na adolescência, presença de transtornos psicológicos (perturbações comportamentais), discriminações no âmbito escolar, número de doenças crônicas
não-transmissíveis entre crianças e adolescentes, dentre elas,
obesidade,
hipercolesterolemia, diabetes, hipertensão arterial, presença
de carências específicas de nutrientes que possam comprometer o crescimento desenvolvimento, presença de doenças
epidemiológicas, como tuberculose, hanseníase e dengue,
problemas relacionados a saúde bucal, desatualização do
calendário vacinal, eventos de repetência escolar, problemas
visuais, violência, falta de atividade física e insuficiência de orientação dos profissionais envolvidos no crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes, bem como familiares,
contribuíram para a implantação do Programa Saúde na Escola no município de Iretama-PR, pois acredita-se que a escola
é um equipamento social importante na construção de uma
sociedade democrática, sendo também um espaço primordial
de transformações sociais e de construção de conhecimentos
e valores.
Objetivos e metas da experiência desenvolvida:
São objetivos do Programa Saúde na Escola (PSE):
1- Promover a saúde e a cultura de paz, reforçando a prevenção de agravos à saúde, bem como fortalecer a relação entre
as redes públicas de saúde e educação;
2- Articular ações do Sistema Único de Saúde – SUS às ações
das redes de educação básica pública, de forma a ampliar o
alcance e o impacto de suas ações relativas aos estudantes e
suas famílias, otimizando a utilização dos espaços, equipamentos e recursos disponíveis;
3- Contribuir para a constituição de condições para a formação integral de educandos;
4- Contribuir para a construção de sistema de atenção social,
Experiências Exitosas do Paraná
33
Saúde Sexual e Reprodutiva, Prevenção de Doenças Epidemiológicas, Promoção da Cultura de Paz e Prevenção das Violências e Acidentes e Educação Permanente e Capacitação de
Profissionais da Educação e da Saúde e de jovens, compreendendo ações entre os diferentes profissionais envolvidos.
Formas
de acompanhamento, avaliação e monitoramento desenvolvidas e/ou previstas
As formas de acompanhamento, avaliação e monitoramento
se dão por meio de realização de Avaliação Clínica, com o objetivo de detectar e investigar problemas de saúde das crianças e adolescentes, exames físicos, com devido preenchimento em prontuário próprio, atualização do calendário vacinal,
com foco na promoção da cidadania e nos direitos humanos;
5- Fortalecer o enfrentamento das vulnerabilidades, no campo da saúde, que possam comprometer o pleno desenvolvimento escolar.
As metas para o PSE compreendem o atendimento aos 100%
dos alunos matriculados na rede municipal de ensino (educação infantil e 5º ano do ensino fundamental) e rede estadual
de ensino (8ª série do ensino fundamental e 3º ano do ensino
médio, ambos matutinos), totalizando 637 alunos, dados que
podem ser visualizados na seguinte tabela:
Dinâmica do funcionamento/estratégias
grama/projeto e recursos empregados
do pro-
Para subsidiar a implementação do PSE foram verificadas as
condições de saúde das crianças e adolescentes inseridos no
mesmo, de acordo com a rotina escolar. Inicialmente foram
realizadas três atividades conjuntas: avaliação clínica e psicossocial, avaliação nutricional e avaliação da saúde bucal,
para verificação do crescimento e o desenvolvimento dos estudantes, considerando também os aspectos relativos à sua
saúde mental.
Todas as ações desenvolvidas no PSE são realizadas por
profissionais vinculados às unidades básicas municipais
de saúde e/ou ESF, e por novos profissionais contratados
mais recentemente, como nutricionista e assistente social, também o fornecimento de equipamentos e materiais utilizados durante as avaliações e atividades educacionais, transporte durante a realização do PSE, e incentivo
de qualificação dos profissionais envolvidos no programa.
Destacar ações que contemplem a intersetorialidade, interdisciplinaridade e matriciamento
As ações de promoção da saúde visam a redução das chamadas vulnerabilidades de ordem individual, social e institucional, como por exemplo, redução do sedentarismo, prevenção
de doenças sexualmente transmissíveis (DST) e intervenção
sobre situações de violências e outras, que possam comprometer o crescimento e desenvolvimento pleno das crianças e
adolescentes, sendo elas: Promoção da alimentação Saudável e Incentivo a prática de Atividade Física, Educação para a
34
Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011
avaliação nutricional, avaliação oftalmológica (Olhar Brasil),
avaliação da saúde bucal; Avaliação Psicossocial, com o objetivo de promover a Saúde Mental na escola através da avaliação psicológica e social, desenvolvendo competências sociais
nos alunos, contribuindo para um clima de escola amigável,
baseado no desenvolvimento de competências sociais e pessoais,
aumentando a resiliência, promoção da auto-estima e da
autonomia que visa prevenir comportamentos de risco e
distúrbios comportamentais, combatendo o abandono escolar, promovendo a equidade entre os alunos (sexo, etnia,
religião, classe socioeconômica, etc.) e orientações técnicas
para as equipes de saúde escolar; Educação Permanente e
Capacitação de profissionais de educação para o PSE, com o
objetivo de integralizar professores para o desenvolvimento
de atividades no cotidiano escolar. O monitoramento e avaliação da saúde dos estudantes serão realizados periodicamente através da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (Pense);
INEP/MEC; Pesquisa Nacional do Perfil Nutricional e Consumo
Alimentar dos Escolares (FNDE) e através do Sistema SIMEC/
PSE. A elaboração do Relatório Final permitirá a avaliação em
termos quantitativos anuais, contendo número de alunos atendidos, número de alunos encaminhados para tratamento e
demais ações realizadas durante o PSE, sendo realizado pelo
grupo de trabalho intersetorial.
Resultados
dicadores
e impacto obtido, com respectivos in-
Os resultados obtidos, até o momento, no PSE podem ser visu-
Continuidade
O Programa Saúde na Escola, de iniciativa conjunta dos
Ministérios da Educação e Saúde, sendo, portanto um programa nacional, em que o Governo Federal fornece incentivos financeiros a todos os municípios que aderem
ao programa, possibilitando que este seja mantido de
forma contínua, ou seja, uma vez aderido ele se torna constante e os resultados podem ser verificados a cada ano.
Referências
DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO. Portaria Interministerial Nº 1910,
de 8 de agosto de 2011.
ISSN 1677-7042
DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO. Portaria Interministerial Nº 1911,
de 8 de agosto de 2011.
ISSN 1677-7042
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Cadernos de Atenção Básica, n. 24.
Saúde na Escola. Brasília, 2009.
alizados na seguinte tabela:
1 Autor. Secretaria Municipal de Saúde de Iretama. Secretário
Municipal de Saúde.
2 Co-autora. Secretaria Municipal de Saúde de Iretama.
Enfermeira.
3 Co-autora. Secretaria Municipal de Saúde de Iretama.
Nutricionista.
Replicabilidade
Devido aos resultados alcançados a partir da implantação do
Programa Saúde na Escola, para a toda a população inserida,
principalmente quando falamos em promoção e prevenção
da saúde, o mesmo torna-se essencial e favorável para a implementação a todas as Equipes de Saúde da Família, aumentando a área de abrangência e número de pessoas envolvidas,
direta e indiretamente, permitindo em longo prazo a redução
dos problemas evidenciados no contexto apresentado.
Experiências Exitosas do Paraná
35
Maringá
Saúde Mental e Qualidade de Vida: Objetivos
a Serem Alcançados
1 Waldemar Puzzi Júnior, 2 Ana Lúcia de Sá Yamazaki, 3
Elizabete Laet Santana, 4 Elisangela Gomes, 5 Gisele Garcia
Costa, 6 Marcela Eugenio da Silva, 7 Marcela Pires Chinaglia
Santos, 8 Renata Caroline Gomes Pedreiro, 9 Roberta Covino,
10 Vanderlice Violim.
Resumo
Em concordância com o Ministério da Saúde que preconiza
a criação de serviços de promoção em saúde mental, foi desenvolvido no NIS II Mandacaru – Maringá/PR, uma ação com
o intuito de favorecer o desenvolvimento de potencialidades
do usuário, de proporcionar o empoderamento para a promoção de saúde mental e consequentemente uma possível
diminuição no uso de medicamentos, assim como na busca
freqüente por consultas. O método de abordagem pela ESF e
NASF foi de Grupo Operativo Terapêutico, com a realização de
oficinas de trabalhos artesanais em pacientes com transtorno mental leve. Os resultados foram identificados mediante
comparação aos indicadores inicias por meio de relatos que
refletiam a melhora da auto-estima, autonomia e socialização;
assim como por meio da assiduidade dos participantes nos
encontros do grupo e pela diminuição no uso de medicamentos conforme avaliação do médico da ESF.
Palavras-chave
Saúde mental; ESF; NASF; grupo operativo terapêutico.
Introdução
Em concordância com o Ministério da Saúde que preconiza
a criação de serviços de promoção em saúde mental, como
as várias experiências apresentadas no Relatório de Gestão
2003 – 2006 da Coordenação Geral de Saúde Mental (2007),
incentivando a prevenção de agravos e internação/reinternação hospitalar, identificou-se na área de abrangência do NIS
II Mandacaru, no município de Maringá/PR a necessidade da
implantação de uma ação diante do elevado número de pacientes usuários de psicotrópicos e da grande procura destes
por consultas especializadas.
A forma de trabalho em grupo proporciona um ambiente de
motivação para o tratamento pelo compartilhar de dificuldades e pela busca de alternativas para superá-las, de construção de vínculos, de acolhida, de respeito à diferença e de
reforço da auto-estima, em que se busca estimular a pessoa a
encontrar recursos para lidar com as questões do adoecer, da
doença e dos seus efeitos sobre sua vida (SILVEIRA e RIBEIRO,
2005).
Baseando-se neste tipo de abordagem optou-se pela implantação do Grupo Operativo Terapêutico com o intuito de favorecer
o desenvolvimento de potencialidades do usuário, de proporcionar o empoderamento para a promoção de saúde mental
36
Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011
e consequentemente uma possível diminuição no uso de
medicamentos, assim como na busca freqüente por consultas.
Objetivos
Prevenir agravos e promover a saúde mental de pacientes com
transtornos leves através de um espaço terapêutico que valorize
a troca de experiências e o desenvolvimento de potencialidades
usando como mediação o trabalho artesanal; diminuir o uso
de medicação e a procura por consultas na Unidade de Saúde;
capacitar os pacientes para confecção de produtos artesanais.
Método
O método de abordagem utilizado pela equipe de Estratégia Saúde da Família (ESF) e pelo Núcleo de Apoio a Saúde
da Família (NASF) foi de Grupo Operativo Terapêutico, com
a realização de oficinas de trabalhos artesanais. Segundo Zimermam (apud Cordioli, 1998), esta forma de intervenção objetiva trabalhar em uma determinada tarefa, que não possui
fim psicoterápico, mas visam fundamentalmente a melhora
de alguma situação de patologia dos indivíduos, quer seja no
plano da saúde orgânica, quer na do psiquismo ou em ambos
ao mesmo tempo. Foram incluídos neste processo de trabalho usuários com história de transtorno mental leve da área
de abrangência do NIS II Mandacaru. A busca de parcerias foi
baseada no voluntariado de pessoas pertencentes à própria
comunidade e Igreja Católica do bairro, assim como o apoio
da Secretaria Municipal de Saúde.
O primeiro encontro abordou: o contrato de trabalho do grupo
(freqüência, horários, duração e propostas das oficinas); uma
dinâmica motivacional, mostrando a importância e a necessidade da reunião de grupos, e o estar aprendendo. A dinâmica
de funcionamento do grupo consistiu em: oficinas de artesanato, com reunião semanal de duas horas de duração, sendo o
local cedido pela paróquia local. Cada oficina ofertada durou
aproximadamente 2 meses.. Ficou estabelecido que a equipe
interdisciplinar (ESF/NASF) realizaria o acolhimento dos pacientes no início de cada encontro e na sequência seriam realizadas atividades de alongamento muscular precedendo uma
palestra de orientação envolvendo diversos temas de promoção de saúde. O tipo de artesanato a ser trabalhado ficou a
critério dos participantes e baseado nesta escolha buscou-se
na comunidade ou nos próprios componentes da equipe, um
instrutor para ensinar a técnica aos demais. Os recursos utilizados foram obtidos de acordo com o tipo de atividade a ser
desenvolvida; alguns materiais foram cedidos pela Secretaria
Municipal de Saúde e/ou adquiridos pelos próprios usuários.
A equipe do ESF/NASF fez o controle da assiduidade dos participantes.
Resultados
Os resultados foram identificados mediante comparação
aos indicadores inicias por meio de relatos que refletiram
a melhora da auto-estima, autonomia e socialização; assim como por meio da assiduidade dos participantes nos
encontros do grupo e pela diminuição no uso de medicamentos conforme avaliação do médico da ESF. Além destes
relatos houve uma avaliação subjetiva por parte da equipe
interdisciplinar do comportamento dos usuários durante
as oficinas que se mostraram mais ativos e participativos.
Considerações finais
As evidências demonstradas durante o percurso desta forma
de intervenção contribuíram para reafirmar que, ações promotoras de saúde se constituem poderosas ferramentas para
desenvolver o empoderamento dos sujeitos na melhoria da
qualidade de vida.
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde/
DAPE. Saúde Mental no SUS: acesso ao tratamento e mudança
do modelo de atenção. Relatório de Gestão 2003-2006. Ministério da Saúde: Brasília, janeiro de 2007, 85p.
CORDIOLLI, A. V. Psicoterapias abordagens atuais. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1998. 493p.
SILVEIRA, L. M. C.; RIBEIRO, V. M. B. Grupo de adesão ao tratamento: espaço de “ensinagem” para profissionais de saúde e
pacientes, Interface - Comunic., Saúde, Educ., v.9, n.16, p.91104, set.2004/fev.2005.
1 Médico da Estratégia Saúde da Família – Secretaria
Municipal de Saúde de Maringá/PR
2 Fisioterapeuta do Núcleo de Apoio a Saúde da Família –
Secretaria Municipal de Saúde de Maringá/PR
3 Enfermeira da Estratégia Saúde da Família – Secretaria
Municipal de Saúde de Maringá/PR
4 Agente Comunitária de Saúde da Estratégia Saúde da
Família – Secretaria Municipal de Saúde de Maringá/PR
5 Assistente Social do Núcleo de Apoio a Saúde da Família –
Secretaria Municipal de Saúde de Maringá/PR
6 Agente Comunitária de Saúde da Estratégia Saúde da
Família – Secretaria Municipal de Saúde de Maringá/PR
7 Educadora Física do Núcleo de Apoio a Saúde da Família –
Secretaria Municipal de Saúde de Maringá/PR
8 Psicóloga do Núcleo de Apoio a Saúde da Família –
Secretaria Municipal de Saúde de Maringá/PR
9 Nutricionista do Núcleo de Apoio a Saúde da Família –
Secretaria Municipal de Saúde de Maringá/PR
10 Agente Comunitária de Saúde da Estratégia Saúde da
Família – Secretaria Municipal de Saúde de Maringá/PR
Pista de caminhada do Parque do Ingá, em Maringá
Experiências Exitosas do Paraná
37
Maringá
Implantação de Redes Locais de Prevenção da
Violência no Município de Maringá
1 Ana Rosa Oliveira Poletto Palácios, 2 Antonio Carlos
Figueiredo Nardi
Resumo
O município de Maringá, assim como todo o país, apresenta
índices de violência, com repercussão direta na qualidade de
vida da população. As causas externas em 2008 representaram a 1ª causa de óbitos e a 2ª causa de internações entre os
adolescentes, com 16 e 260 casos respectivamente. Em 2007
foi criado o Núcleo de Promoção da Saúde, Prevenção das
Violências e Acidentes e Cultura da Paz, o qual iniciou as suas
atividades, com a integração da rede formada por secretarias
municipais, instituições de ensino, delegacias, polícia militar,
ministério público. Em 2011 foram formados 13 grupos locais,
descentralizados, reunindo representantes das secretarias municipais de saúde, educação, mulher, assistência social, ONGs e
conselho tutelar para poderem melhor se integrar, discutir as
estratégias para o enfrentamento dos casos de violência que
são comuns a todos os serviços de cada região.
Introdução
Dando continuidade às ações de prevenção da violência, iniciadas em com a formação do Núcleo de Promoção da Saúde,
Prevenção das Violências e Acidentes e Cultura da Paz; em
2011, a partir de oficina que reuniu representantes de serviços
municipais, foram formados 13 grupos locais, descentralizados, reunindo representantes das secretarias municipais de
saúde, educação, mulher, assistência social, ONGs e conselho
tutelar para poderem melhor se integrar, discutir as estratégias para o enfrentamento dos casos de violência que são comuns a todos os serviços de cada região.
Objetivos
O objetivo da implantação dos grupos locais foi promover
o conhecimento recíproco e a articulação dos serviços e
setores/profissionais que trabalham nas escolas municipais,
centros de educação infantil, unidades básicas de saúde, centros de referência em assistência social, centro de referência
especializada em assistência social; propiciar condições para a
realização de ações integradas de prevenção da violência nos
territórios onde ela acontece e viabilizar o encaminhamento
adequado dos casos de violência pelos profissionais que se
deparam com ela.
Indicadores
O município de Maringá não foge à realidade dos centros urbanos, e apresenta indicadores que revelam que as mortes
violentas ocupam lugar de proeminência entre as causas de
óbito. As causas externas perdem apenas para as doenças do
38
Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011
aparelho circulatório, neoplasias e doenças do aparelho respiratório. Em 2007, as causas externas representaram 10,2%
do total de mortes e nesse percentual, destacam-se os acidentes de trânsito, com 35,7%, vindo na seqüência os homicídios
(28,6%), quedas acidentais (15,2%), suicídios (8,8%) e outras
causas (11,7%). Observou-se um incremento importante das
agressões a partir de 2004. Segundo as instituições de referência, a violência sexual e doméstica contra a mulher, criança
e adolescente vem aumentando ano a ano.
Dinâmica de funcionamento
A estratégia da ação teve início em 2007, quando foi criada
a rede de prevenção de violência, integrando os diversos
setores da sociedade que trabalham com o tema. Esse grupo
elaborou um plano de ação para o enfrentamento da violência no município. Em 2008 houve elaboração de protocolo de
atendimento à vítimas de violência sexual e doméstica e capacitação sobre ele cerca de 700 profissionais que compõem
a rede de saúde. Em 2009 foi realizada uma nova capacitação
para os hospitais e ambulatório da AIDS, com objetivo de discutir e atualizar o Protocolo. Foi implantada a ficha epidemiológica de notificação das violências em 2008, as quais estão
sendo preenchidas pelas unidades e hospitais, embora ainda
seja observada subnotificação de casos. Em 2011 houve capacitação para cerca de 2000 profissionais da rede de educação. A partir de oficina, em 2011, com representantes das
UBS, escolas, CMEIS, equipamentos da secretaria da mulher e
assistência social, conselhos tutelares, foram criados 13 grupos descentralizados, como objetivo de integrar suas ações
de prevenção e atenção à violência nos territórios específicos
de cada um. Os grupos se reúnem mensalmente em suas localidades e uma vez ao mês existe reunião com os seus representantes, para dirimir dúvidas e traçar diretrizes e encaminhamentos que são comuns a todos. O acompanhamento é
realizado a partir de reuniões mensais, com apresentação de
relatórios e discussão de casos. O monitoramento é realizado
partir dos sistemas de informação em saúde, que revela necessidade de aprimoramento das equipes de saúde da família
para informarem com mais veracidade os casos acompanhados.
Resultados
Como resultado houve a criação de grupos descentralizados
de prevenção e atenção à violência, que contam com participação efetiva de representantes de todas as escolas municipais, unidades básicas de saúde, centros de referência
em assistência social e conselhos tutelares. A ação é de fácil
replicabilidade, já que consiste na reunião dos profissionais
dos serviços que atendem a população nas áreas da saúde,
educação e assistência social, para que integrados possam
refletir sobre os problemas enfrentados e criar soluções efeti-
vas, diminuindo tanto os índices, quanto as consequências da
violência. A continuidade é possível na medida em que a rede
se compõe de servidores públicos de carreira, e tem a participação de representantes de diversos setores da sociedade.
1 Psicóloga; Especialista em Psicologia Clínica e Psicanálise e
Materialismo Histórico; gerente de Promoção e Prevenção em
Saúde da Secretaria de Saúde de Maringá.
2 Odontólogo; Especialista em Gestão em Saúde; Presidente
do CONASEMS, Secretário Municipal de Saúde de Maringá.
Espaço Saúde, em Maringá
Experiências Exitosas do Paraná
39
Palotina
Lar Saúde:
Programa de Assistência Farmacêutica Domiciliar
Resumo:
A organização da Assistência Farmacêutica no município de
Palotina está se aprimorando e com isso verificou-se a necessidade da implantação de um Programa de Assistência
Farmacêutica Domiciliar que tem como objetivo atender pacientes acamados, sozinhos e sem condições de se deslocarem até as Unidades Básicas de saúde para retirar seus medicamentos de uso contínuo. O Programa atende uma média
de 50 pacientes, visitados por uma profissional farmacêutica,
os quais recebem os medicamentos para 60 dias. Assim são
melhor orientados e acompanhados, não ocorrendo a falta de
medicamentos bem como de problemas relacionados a medicamentos. O Lar Saúde proporciona aos usuários assistência
qualificada e humanizada, refletindo na qualidade de vida dos
mesmos.
Janaína Daniel; Ana Paula Ionta da Silva Canossa; Eunice da
Silva Freitas; Fernanda Pasquali Sordi; Luciane Massochin
Bradacz, Nissandra Karsten
Secretaria Municipal de saúde de Palotina-PR
Praça em Palotina
40
Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011
Pinhais
Amamentar é um Ato de Amor
AUTOR: Pamela Cristina Campos
CO-AUTORES: Sonia Monteiro Martins1 Nelsi Rosa Alves1
Maristela da Silva1, Sueli do Socorro1 Tatiane Lílian Soares1;
Daniel Olimpio Gonçalves1
Resumo
Este trabalho trata-se do relato de experiência realizada na
Unidade de Saúde Maria Antonieta no Município de Pinhais
e tem como objetivo mostrar a importância do apoio familiar
no aleitamento materno. A equipe verificou durante as visitas domiciliares que muitas mães enfrentavam dificuldades
no momento da amamentação, principalmente pela falta
de apoio familiar. Então, em 2010 produziram um vídeo que
mostra as dificuldades vivenciadas pelas famílias, os mitos e
tabus, a importância do profissional no acolhimento e a orientação oferecida a puérpera e aos seus familiares. O vídeo
foi apresentado em 2010 para um grupo com 50 gestantes e
em 2011 nos grupos realizados em parceria com o Centro de
Referência à Assistência Social (CRAS) e na Semana Mundial
de Aleitamento Materno. Verificou-se através dos relatórios do
SIAB e das visitas domiciliares que o índice de aleitamento materno exclusivo melhorou após realização do projeto.
1. Introdução
A Organização Mundial de Saúde recomenda, para a população em geral, que os bebês recebam exclusivamente leite
materno durante os primeiros seis meses de vida. Depois
dos seis meses, com o objetivo de suprir suas necessidades
nutricionais, a criança deve começar a receber alimentação
complementar segura e nutricionalmente adequada, juntamente com a amamentação, até os dois anos de idade - ou
mais (OPAS, 2001).
A Organização Mundial da Saúde - OMS, o UNICEF e o Ministério da Saúde enfatizam a importância da promoção do aleitamento materno como fator redutor de morbimortalidade
infantil. Estima-se que mais de um milhão de crianças poderiam deixar de morrer no mundo a cada ano, se o aleitamento
materno fosse plenamente utilizado como recomenda a OMS
(VIEIRA, G. O. et al, 1998).
Apesar de beneficiar mães e filhos e, consequentemente, a sociedade em geral, a prevalência de aleitamento materno em
nosso país está muito aquém do que é preconizado pela OMS.
Dentre os inúmeros fatores que contribuem para o desmame
cada vez mais precoce, estão a complexidade dos estilos de
vida modernos e suas implicações, como a divisão do trabalho pelo casal, o retorno ao emprego por parte da mãe; a
pandemia da Aids; as afecções da mama (mastite, fissura, ingurgitamento mamário, abscessos e outras); problemas com
o neonato (fenilcetonúria, galactosemia); os mitos arraigados
culturalmente por gerações (pouco leite, leite fraco e as implicações estéticas – flacidez e queda das mamas) e as influências externas de familiares, de amigos e de vizinhos (MACHADO, 1999).
Os agentes comunitários de saúde tiveram a oportunidade de
constatar em visitas domiciliares, a dificuldade das mães em
amamentar, assim como a falta de apoio dos familiares. A frase
que mais escutam no dia a dia é que amamentação parece
uma tarefa fácil “pois é algo que ocorre naturalmente”, mas frente aos primeiros desafios as mães são incentivadas por seus
familiares a desistir, passando a complementar o aleitamento
materno com leite artificial e logo após tornando exclusivo o
uso da mamadeira.
A mãe ao chegar da maternidade passa por um processo de
adaptação, pois entra em sua vida uma nova pessoa, que apesar do contato durante a gestação, é totalmente desconhecida, sendo necessária uma adaptação a nova rotina por parte
dela e seus familiares. Nesta hora, o apoio familiar é indispensável, pois a amamentação exige dedicação e muito amor
porque amamentar é mais que nutrir a criança é a forma de
consolidar o vínculo entre mãe e filho. Frente a essa realidade
vivenciada os agentes comunitários viram à necessidade de
elaborar o projeto “amamentar é um ato de amor”.
2. Objetivo
Conscientizar as gestantes e seus familiares da importância do
aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida, mesmo com todas as dificuldades que a mãe encontra no início
da amamentação, devendo os familiares sempre incentivá-la
a não desistir.
3. Metodologia
O projeto foi iniciado na semana mundial do aleitamento materno em 2010. A primeira atividade do projeto foi realizada
com grupo de gestantes por meio de palestras e de dinâmicas,
com apresentação do filme “Amamentar é um ato de amor”
para finalizar o encontro. Esse filme foi produzido pelos Agentes Comunitários de Saúde e seu foco principal é a importância da família na amamentação. O filme mostra a realidade da
inserção da criança na família, o despreparo da mãe e seus
familiares, além do contexto social de crenças, mitos e tabus,
evidenciando a necessidade de um profissional de saúde capacitado para acolher esta mãe e familiares desde o inicio da
gestação.
O projeto teve continuidade até o final do ano de 2010 e duExperiências Exitosas do Paraná
41
rante o ano de 2011, com ações realizadas com as gestantes
da área abrangente do bairro Maria Antonieta (onde teve início), e outras áreas do Município, em conjunto com a Unidade
de Saúde da Mulher de Pinhais, o Centro de Referência à Assistência Social (CRAS) e o Banco de Leite Humano do Hospital
Universitário Evangélico de Curitiba.
Na Semana Mundial do Aleitamento Materno em 2011 o
vídeo foi apresentado no Evento que teve como objetivo
principal homenagear as mães doadoras de leite para o Entreposto de Coleta de Leite Humano do Município de Pinhais e também, incentivar e orientar gestantes sobre a
importância do aleitamento materno e da doação de leite.
1 Prefeitura Municipal de Pinhais, Secretaria de Saúde.
Agente Comunitário de Saúde.
O acompanhamento do projeto foi realizado pelos Agentes
Comunitários de Saúde (ACS) através das visitas domiciliares
as puérperas e aos recém nascidos. A avaliação aconteceu por
entrevista semi-estruturada e o monitoramento da dinâmica
da família com o ato de amamentar.
Para um melhor acolhimento, acompanhamento e orientação
foi implementado na Unidade de Saúde um espaço para acolher as mulheres com dificuldade na amamentação.
A avaliação dos resultados foi realizada através da análise do indicador no Relatório do SIAB SSA2 de crianças menores de dois
anos com aleitamento materno exclusivo ou misto na área de
abrangência da Unidade de Saúde da Família Maria Antonieta. Houve também um impacto positivo do projeto nas falas
das mães e dos familiares que participaram das atividades.
Informe-se
e apoie a mulher
que amamenta.
Seja um amigo
do peito.
Até os 6 meses, o leite materno deve ser o único
alimento do bebê. Depois, ele deve receber
alimentos saudáveis e continuar sendo amamentado
até os 2 anos ou mais. E, para isso, as mães precisam
5. Conclusão
O vídeo “Amamentar é um ato de Amor” está sendo utilizado
no Banco de Leite Humano do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, nas palestras dos grupos de gestantes da
Unidade de Saúde da Família Maria Antonieta, nos CRAS e na
Unidade de Saúde da Mulher.
O tema aleitamento materno deve ser abordado pelas Equipes de Saúde da Família em atividades educativas desde o
período do Pré-Natal buscando inserir os familiares nessas
atividades.
No Município de Pinhais estão sendo implantados grupos
de apoio ao Aleitamento Materno em todas as Unidades de
Saúde da Família.
Referências bibliográficas
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Desnutrição
maternal e amamentação. Brasília, 2001. Disponível em:
<http://www.opas.org.br/mostrant.cfm?codigodest=30>.
Acesso em: 19 de ago. 2011
VIEIRA, G.O. et al. Indicadores do aleitamento materno na cidade
de Feira de Santana, Bahia. Jornal de Pediatria, Porto Alegre, 1998.
Disponível
em:
<http://www.jped.com.br/conteúdo/98-74-0111/port_print.htm>. Acesso em: 20 de agos. 2011
MACHADO, M. M. T. A conquista da amamentação: o olhar da
mulher, 1999. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 1999. Disponível em: <
http://www.bvsam.icict.fiocruz.br/teses/78_Machado.pdf>.
Acesso em: 09 de set. 2011.
42
Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011 - Pinhais
de apoio. Ajude, incentive a amamentação e seja um
amigo do peito.
Juliana Paes e Pedro
participaram gratuitamente
desta campanha.
A amamentação é incentivada e apoiada pelo SUS.
Rede
Cegonha
Agosto/2011
4. Acompanhamento e avaliação
Ribeirão Claro
Programa “Caminhada na Praça”
1 Autor: Josiane Keila Vilella,
2 Co-autores: Ana Maria Baggio Molini,
3 Aparecida de Mello Rodrigues,
4 Eliana Carvalho de Oliveira,
5 Eliane da Silva Molini,
6 Eloiza Laura Ribeiro Mesquita Lemgruber,
7 Karine Conti Interliche,
8 Solange Cristina da Silva,
9 Thaise Cristiana Baggio Paschoal
Resumo
O Programa “CAMINHADA NA PRAÇA” é realizado três vezes
por semana na Praça da Igreja Matriz (2ª, 4ª e 6ª feira às 15
horas), ao ar livre. O Programa tem por objetivo: promover a
melhoria da qualidade de vida das pessoas com idade acima
de 45 anos, por meio da mudança de hábitos alimentares e
atividades físicas, diminuir a necessidade de uso de medicamentos e como meta reduzir em 60% o sedentarismo entre os
idosos na faixa etária acima dos 65 anos.
As atividades físicas realizadas são ministradas e acompanhadas por profissionais especializados: é realizada a verificação
da pressão arterial e batimentos cardíacos no inicio e no fim
da atividade física, após essa verificação é realizado o aquecimento de 15 minutos, caminhada de aproximadamente 40
minutos monitorada por Agentes de Saúde, Enfermeiros e Estudantes de Educação Física. O Programa tem como objetivo
proporcionar melhor qualidade de vida à população acima de
45 anos, investindo em ações de bem estar e atividade física
incentivando o Programa Caminhada na Praça e buscando
efetividade nas ações de promoção da saúde.
Órgão responsável pela execução:
Secretaria Municipal de Saúde e Equipes de Saúde da Família
Telefone: (43) - 35361826
E-mail: [email protected]
1 Pedagoga, Auxiliar de Enfermagem e Chefe Administrativo
Secretaria Municipal de Saúde, 2 Secretária Municipal
de Saúde, 3 Agente Comunitária de Saúde , 4 Agente
Comunitária de Saúde, 5 Agente Comunitária de Saúde, 6
Enfermeira da Equipe de Saúde da Família, 7 Enfermeira da
Equipe de Saúde da Família,
8 Estudante de Educação Física, 9 Enfermeira da Equipe de
Saúde da Família
Experiências Exitosas do Paraná
43
Salgado Filho
Saúde Mental na Comunidade
1 Autor: Tatiane Pecoraro, 2 Co-autores: Helton
Pfeifer, 3 Clayton Moura Belo, 4 Célio Tobaru,
5 Silvana Tereza Welter, 6 Silvio Benedete, 7 Catiane
Felipe, 8 Caciara Possato, 9 Ketlen Dalalba.
Resumo
O projeto visa contribuir desenvolvendo possibilidades de
atuação do psicólogo junto à Atenção Básica de Saúde, priorizando a prevenção e promoção de Saúde Mental na comunidade. E através da capacitação e orientação adequada dos
agentes comunitários de saúde busca integrar as ações de
saúde como um ato coletivo, de participação popular, e com
parcerias ao Serviço de Psicologia como vigilância sanitária,
assistência social, cultura, entre outros, na divulgação de fatores de riscos e protetores da saúde mental em seu mais
amplo sentido. Para tanto propõe reuniões periódicas com
os ACS para orientações sobre como trabalhar saúde mental
na comunidade e quais conhecimentos a população precisa
receber sobre o assunto. Tem como resultados mais significativos à diminuição da medicação nos transtornos mentais leves,
acolhimento de demanda da saúde mental na Atenção Básica,
e diagnóstico precoce de situações de riscos e agravos.
1 Introdução
Tomando como referência o atual modelo de reorganização
da saúde pública brasileiro, este projeto visa contribuir desenvolvendo possibilidades de atuação do profissional psicólogo
junto à atenção básica de saúde. Assume deste modo especial
destaque as ações que focalizam a prevenção e promoção de
saúde mental na comunidade. Para tanto parte de um contexto em que a demanda de saúde mental é apenas encaminhada ao serviço de psicologia ou psiquiatria, com um número
cada vez mais crescente e inviável para atendimento psicoterápico, e suscita questões como a medicalização em grande
escala da população.
Deste modo através da capacitação e orientação adequada
dos agentes de saúde é possível investigar aspetos protetores
e também de adoecimento dentro da própria comunidade,
buscando integrar esta nas ações de saúde mental como um
ato coletivo, alem de integrar diversos setores da saúde compreendendo a saúde mental como resultante de vários aspectos do contexto em que a pessoa esta inserida, e não apenas
fatores psicológicos. Podemos ainda envolver nas parcerias e
preocupações com a saúde mental inicialmente pessoas e instituições dos três níveis de complexidade na atenção a saúde
44
Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011
ACS integrantes do grupo de Saúde Mental na Comunidade
mental. Também outras que envolvam aspectos de saúde
mental como vigilância sanitária, assistência social, entre outros.
Salgado Filho é um município com população aproximada
de 4403 habitantes, que tem como principais atividades
econômicas agroindústrias e malharias, as taxas de desemprego estão diminuindo bem como a migração em busca de
trabalho. Os critérios para estabelecer parcerias partes das necessidades identificadas junto à população através dos agentes de saúde e psicóloga. Que é realizado em reuniões mensais, em que são repassados informações sobre saúde mental
e análise da demanda, orientações sobre encaminhamentos
e questionários e materiais de divulgação que levem informações sobre saúde mental, bem como avaliem fatores relacionados na comunidade.
2 Objetivos
- Participar na orientação, treinamento e desenvolvimento
técnico-profissional dos agentes de saúde, desenvolvendo
capacidade para identificar demandas em saúde mental, e
áreas relacionadas através da equipe multidisciplinar.
- Monitorar na comunidade os cuidados com o doente mental, e os fatores de risco ou protetores da saúde mental.
- Diagnosticar precocemente situações de riscos e agravos;
- Acolher demanda de saúde mental na Atenção Básica.
3 Justificativa
Este projeto surge da necessidade de acolher a demanda de
abrindo espaço não apenas para a intersetorialidade e interdisciplinariedade como também transversalidade de ações
integrando setores como da Assistência Social, Cultura, Esporte e Profissionais da Saúde como um todo. Isso acontece
através da equipe de referencia em saúde mental composta
por Psicólogo, Médico, Enfermeiro e Técnicos de Enfermagem.
A avaliação acontece pelo número de casos acompanhados,
e de forma subjetiva o conhecimento que esses profissionais
adquirem e utilizam na hora de discutir e encaminhar os casos. Também são entregues formulários sobre qualidade de
vida, acompanhamento medicamentoso, aspectos culturais,
hábitos, entre outros que são respondidos pelas famílias durante as visitas mensais realizadas pelos agentes comunitários
de saúde, e monitorados pelo serviço de psicologia ou outro
que achar necessário utilizar este meio.
Apresentação do Programa pelo Secretário Municipal de Saúde
saúde mental na atenção básica, e acompanhar os pacientes de saúde mental para além do consultório de psicologia, pois cerca de 60% dos pacientes mais severos abandonam o tratamento, retornando ao serviço de saúde para
internação psiquiátrica. Outros pontos que levamos em
consideração é que não havia formas de registro na saúde
mental alem dos prontuários psicológicos dos que já são
pacientes, e os registros farmacêuticos, registros que não
eram integrados.
Outro indicador é um número cada vez maior de pessoas
procurava o atendimento de psicologia na Unidade Básica
de Saúde com Transtornos Mentais de leves a severos, representando três vezes mais do que podia ser contemplado
no então serviço ambulatorial de psicologia e psiquiatria,
inviabilizando o tratamento apenas psicoterápico, e também permanecendo muito tempo na fila, agravando o
problema.
4 Método
O projeto é viabilizado através de reuniões mensais com
os agentes de saúde, em que a pauta é determinada pela
necessidade de informações que eles trazem sobre saúde
mental, envolvendo não apenas aspectos psicológicos, mas
também da assistência social, vigilância sanitária, farmacêutica, médica, pedagógica, do esporte e lazer, da cultura, e
de instituições que trabalham questões especificas como
APAE, entre outros.
Após essas reuniões os agentes de saúde são orientados
a criar espaços para discussão sobre os temas trabalhados nos grupos naturais que visitam. Também são instrumentalizados para direcionar a demanda. Os profissionais
convidados a participar como palestrantes são voluntários
e constroem apostilas financiadas para que os agentes de
saúde possam consultar como material de apoio, além de
folder e informativos que são distribuídos para as famílias.
Esses materiais não ultrapassam um limite mensal de R$
300,00.
O programa visa contemplar a comunidade como um todo,
5 Resultados obtidos
O programa é recente na Saúde deste Município, mas comparado a situação anterior ao programa, ainda que não registrado em números absolutos, temos uma grande quantidade
da população monitorada pela saúde mental, incluindo casos
mais complexos. E detectamos situações de risco para atuar
na prevenção e diminuição das filas de espera para o serviço
de psicologia, pois o agente de saúde é capacitado a prestar
orientações assertivas com relação a situações problemas de
menor comprometimento, e mesmo dar a orientação ao encaminhamento mais adequado. Os conhecimentos adquiridos pelos agentes de saúde e o incentivo a participação coletiva nos aspectos relacionados à saúde mental são de longa
duração.
6 Referências
BLEGER, J. Psico-higiene e psicologia institucional. Porto
Alegre: Artes Médicas; 1996. 138 p.
BRASIL. Sistema Único de Saúde: Constituição Federal – Seção
II. CONASENS – Publicações Técnicas, n. 02, dezembro 1990.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. A prática da Psicologia
e o Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Brasília: CFP, 2009.
172 p.
FERNANDES,WJ; SVARTMAN,B.; FERNANDES,B. S. Grupos e
Configurações Vinculares. Porto Alegre: Artmed, 2003, p.6574.
FRANÇA, A.C.P; VIANA, B.A. Interface Psicologia e Programa
Saúde da Família – PSF: reflexões teóricas. Psicologia Ciência
e Profissão. v.6. n.2. Brasília: jun 2006.
PICHON-RIVIÈRE, E. O processo grupal. 8a ed. São Paulo: WMF
Martins Fontes, 2009. 286 p.
1 Psicóloga – Chefe Saúde Mental – Secretaria Municipal de
Saúde
2 Secretário Municipal de Saúde, 3 Médico PSF urbano, 4
Médico PSF rural, 5 Assistente Social CRAS, 6 Farmacêutico
Secretaria Municipal de Saúde,7 Enfermeira Secretaria
Municipal de Saúde, 8 Enfermeira PSF urbano, 9 Enfermeira
PSF rural
Experiências Exitosas do Paraná
45
Santa Terezinha do Itaipu
Um Sorriso Especial
1 Adriana Demathé, Liamara Casanova Baldissera, Jorge
Soares Ferreira, Carlos Alberto Martins Araújo, Heraldo Neris
Pedro, Edna Adamante, Inês Pereira dos Santos
Resumo:
De acordo com o IBGE em 2010, 13,57% da população paranaense apresentavam algum tipo de incapacidade ou deficiência; no município de Santa Terezinha de Itaipu são cerca
de 3.700 habitantes. A necessidade de atendimento destes
pacientes especiais norteou este programa cujos objetivos
são realizar atendimento odontológico sob sedação EV, em
ambulatório, a pacientes cujo tratamento odontológico não
seja possível sob condicionamento; realizar atendimento
odontológico, sob condicionamento, aos demais pacientes especiais do Município. Anteriormente eram atendidas somente
as urgências deste grupo. Com o programa já foram realizados
105 atendimentos e 173 procedimentos. A sustentabilidade e
permanência deste programa ao longo do tempo é possível
pois os recursos necessários não alteraram o orçamento.
A Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência (Brasil,
Ministério da Saúde, 2010) considera “deficiência – toda perda
ou anormalidade de uma estrutura e/ou função psicológica,
fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal. A necessidade de atendimento de pacientes especiais de
difícil manejo sob condicionamento e dificuldade de atendimento odontológico destes sob anestesia geral norteou este
programa.
Contexto social, sanitário e político:
cerca de 24,6 milhões de pessoas (14,5% pop.) apresentam algum tipo de incapacidade ou deficiência; no Paraná 13,57%
e em Santa Terezinha do Itaipu este percentual é de 17,77%
da população (cerca de 3.700 numa população de 20.834 –
IBGE/2010) (Neri et al., 2003). Pacientes portadores de deficiência física e mental podem apresentar, para os dentistas,
algumas dificuldades no seu manejo e no próprio tratamento
odontológico. A grande maioria destes pacientes podem ser
tratados somente com condicionamento, porém alguns indivíduos com distúrbios graves, além de certas deficiências
profundas necessitam de um tratamento sob anestesia geral,
procedimentos estes de elevado custo. Além disso a maioria
dos hospitais não está equipada para se realizar tratamentos
restauradores. No contexto sanitário: o processo de educação
em saúde bucal abrangendo a orientação aos educadores, familiares e cuidadores dos pacientes especiais pretende capac-
46
Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011
Participação da mãe
itar os usuários para participar das decisões relativas à saúde
bucal de seu ente querido. Politicamente, para que se consiga
a inclusão social desta parcela da população há a necessidade
de se adequar, romper barreiras e operar transformações, assumindo uma postura diferente da tradicional.
Estratégias de enfrentamento:
Para todos os objetivos estratégicos descritos a seguir foram
definidos como meta – 95% e período de execução – 2011:
implantar uma política de inclusão a saúde da pessoa com
deficiência (política implantada); promover parceria com associação local que acompanha as pessoas com deficiência
(parceria promovida/Associação Pestalozzi); promover acessibilidade aos serviços de saúde da pessoa com deficiência
(acessibilidade promovida).
Critérios para busca de parcerias:
sensibilização política e de diversos profissionais do quadro
funcional; contato pessoal com os educadores da Associação
Pestalozzi para conhecer mais sobre seus alunos e os familiares destes; formação de equipe multiprofissional. Os profissionais envolvidos neste Programa tiveram que demonstrar
o compromisso e a responsabilidade coletiva para com os
usuários. Esta aproximação trouxe a chance de se construir
com estes usuários as ações necessárias para o enfrentamento
dos seus problemas.
Objetivos:
Realizar atendimento odontológico sob sedação EV a pacientes portadores de necessidades especiais (PNE) cujo trata-
mento odontológico não seja possível sob condicionamento;
realizar atendimento odontológico, sob condicionamento,
aos demais PNE do Município.
Metas:
Atender 08 PNE da Associação Pestalozzi, de difícil manejo
sob sedação EV; realizar mensalmente atendimento a 15 PNE
cujo tratamento possa ser realizado sob condicionamento.
Situação inicial:
foi realizada uma triagem para conhecer a situação de saúde
bucal dos PNEs (106 alunos) que freqüentam a Associação
Pestalozzi de Santa Terezinha de Itaipu. Foi constatado que 08
pacientes não eram passíveis de condicionamento. Diante da
dificuldade de atendimento sob anestesia geral foi elaborado
este projeto com a finalidade inicial de atendimento destes
pacientes sob sedação EV em ambiente ambulatorial, no Centro de Especialidades - CEO.
Dinâmica do funcionamento/estratégias
grama/projeto e recursos empregados:
do pro-
Os atendimentos são realizados todas as terças-feiras das
13:00 hs às 17:00. Os recursos empregados (materiais, financeiros, técnicos) provêm da Secretaria Municipal de Saúde,
recursos estes já previstos para atendimento odontológico
rotineiro (do CEO) ou atendimentos de emergência (do Pronto
Atendimento Médico). A equipe que realiza os procedimentos
técnicos do programa é composta por um médico (clínico geral e anestesista), uma técnica de enfermagem, um cirurgiãodentista e uma auxiliar de saúde bucal. A parte burocrática é
articulada entre o Coordenador de Saúde Bucal, o Diretor de
Saúde e a Secretária Municipal de Saúde do Município. O atendimento odontológico sob sedação EV inclui: ações preventivas como profilaxia, aplicação tópica de flúor e selantes, ações
curativas como restaurações, tratamentos periodontais, tratamentos endodônticos e também procedimentos cirúrgicos
(Goulart et al., 2007; Silva & Cruz, 2009). Atualmente, devido
a visibilidade e eficácia do programa outros pacientes especiais que não são integrantes da Sociedade Pestalozzi já procuraram o programa e estão agendados para atendimento.
Ações Intersetoriais, Interdisciplinares e matriciamento:
foi necessário realizar contato com as educadoras da Sociedade Pestalozzi para conhecer a personalidade da criança
no dia-a-dia; foi necessária a formação de uma equipe multiprofissional; o encaminhamento se estabeleceu a partir da
referência e contra-referencia das 04 Equipes de Saúde Bucal
(ESBs) para o CEO.
Acompanhamento, Avaliação e Monitoramento desenvolvidas e/ou previstas: Além dos sistemas de informação de
preenchimento obrigatório (SIA/SUS e SIAB), implementouse o preenchimento diário de planilha detalhando as informações sobre os PNE além de mapa mensal onde conste o
número de pacientes especiais atendidos e número de procedimentos realizados.
Anestesista CD e técnica em enfermagem realizando sedação
Resultados:
Anteriormente eram atendidas as urgências conforme demanda, em maio/2011 teve início o projeto regular de atendimento a pacientes especiais. No período de 18/05/11 a
16/08/11 foram realizados 105 atendimentos e realizados 173
procedimentos.
Impacto obtido:
a falta de absenteísmo e o empenho dos pais e responsáveis
em não perder o atendimento nos mostra que o programa
possui um alto impacto entre os usuários.
Replicabilidade: as unidades de Saúde que desejarem replicar
a experiência devem estar preparadas para receberem estes
usuários no aspecto físico (conforme NBR 9050/1994) e técnico (disponibilidade, capacitação e comprometimento de
todos os profissionais da equipe: anestesista, técnico enfermagem, dentista e auxiliar de saúde bucal.
Continuidade: é possível a sustentabilidade e permanência
da prática deste projeto ao longo do tempo pois os recursos
materiais e humanos necessários não oneraram o orçamento.
Referências:
1) Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política
Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência. Brasília: Editora
do Ministério da Saúde, 2010. 24 p.
2) Goulart, M. G. V.; Gomes, M. F.; Haddad, A. S. Sedação consciente no tratamento odontológico em Pacientes com Necessidades Especiais. In: . Odontologia para Pacientes com necessidades especiais. São Paulo, Santos, 2007. cap. V. p.476-483.
3) Neri, M.; Pinto, A.; Soares, W.; Costilla, H. Retratos da Deficiência no Brasil. Rio de Janeiro: FGV/IBRE/ CPS, 2003. 250 p.
4) Silva, L. C. P.; Cruz, R. A. Odontologia para pacientes com necessidades especiais. Protocolos para o atendimento clínico.
São Paulo: Santos, 2009.
1 Instituição: Prefeitura Municipal de Santa Terezinha de
Itaipu/Secretaria Municipal de Saúde/Programa de Saúde
Bucal/ Centro de Especialidades Odontológicas - CEO
Experiências Exitosas do Paraná
47
Ubiratã
Prevenção da Gravidez na Adolescência no Municipio de
Ubiratã
1 Autor: Enfermeiro: Marcos Cardoso dos Santos
Co-Autores: ACSs; Claunice Dias Damasceno, Elaine Ferreira
Gomes, Josiane Cristina Rodrigues, Solange Moreira Mello,
Marli Tomimitsu, Thais Cristina Pelegati, Viviana Szlioswski
Rodrigues
A adolescência é considerada o momento crucial do desenvolvimento do individuo, aquele que marca não só a aquisição
da imagem corporal definitiva, como também, a estruturação
final da personalidade, deste modo, uma gravidez indesejada
nesta fase ocasiona problemas como abandono da escola, trazendo sérias conseqüências para o futuro destas adolescentes.
Buscamos, com este projeto, conscientizar os adolescentes da
área de abrangência da estratégia SAÚDE DA FAMÍLIA SÃO
JOAQUIM, sobre as dificuldades encontradas a partir de uma
gravidez não programada, bem como das conseqüências de
uma relação sexual sem prevenção. Facilitando a contaminação de DST/HIV, orientando também sobre as intercorrencias
associadas à gravidez na adolescência como morte materna,
prematuridade, recém-nascido com baixo peso, entre outras.
Essas orientações são repassadas considerando o meio sócio
econômico e cultural do grupo alvo gerando um elo entre
família, escola e saúde.
A gravidez na adolescência se mostra hoje em todo o país
como um problema relevante de saúde publica. Este evento
no município de Ubiratã não se manifestação se diferente e
tem-se apontado crescente, na faixa etária de 11 a 19 anos. Entre os anos de 2003 a 2006 foram registradas 15 gestantes, em
2007, 27 gestantes e em 2010, 66 gestantes, gerando grande
preocupação por parte do poder publico.
Considerado o exposto a cima e com o intuito de mudança
deste quadro alarmante, iniciou-se o projeto na área de atuação da ESF São Joaquim da cidade de Ubiratã. No qual consiste em:
Palestras informativas aos adolescentes, com participação dos alunos por meio de questionários e dinâmicas;
Reuniões em pequenos grupos em cada área de abrangência
da estratégia Saúde da Família;
Entrevista individual ou em grupo com adolescentes, criando
um vinculo a fim de aproximá-los à equipe para que se sintam
a vontade para expor suas duvidas;Abordar a família discutindo as dificuldades, promovendo aproximação dos pais com os
adolescentes com o objetivo de tratarem com clareza o tema
sexualidade dentro de casa.
Para aplicação do projeto foi utilizado recursos humanos, pro-
48
Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011
fessores, alunos e ACS e materiais, tais como folders, panfletos,
retroprojetor, papel e data-show
Na execução do projeto foram de total e essencial importância a participação e colaboração de professores, secretarias e
ACSs (Agentes Comunitários de Saúde) no desenvolvimento
do projeto, bem como a supervisão do autor, do qual tem feito
significativa diferença na execução do mesmo. Desde o seu
ponto de partida na unidade básica de saúde com reuniões,
palestras e debates no decorrer das ações, onde todos compartilham das informações, etapas e resultados obtidos.
O acompanhamento e avaliação e monitoramento de resultados do projeto se deu por contato direto por meio de visitas domiciliares, pequenos grupos de educação em saúde e
avaliação dos indicadores gravidez na adolescência e DST/HIV
nesta faixa etária.
Até o momento não notamos redução considerável de gravidez nesta faixa etária, visto que o projeto teve inicio há alguns
meses. No entanto, há uma perspectiva de diminuição deste
indicador, logo que foi observado o crescimento do elo entre
família, adolescente e ESF e também maior percepção dos riscos de uma gravidez precoce.
Constatamos a necessidade de orientar e esclarecer os adolescentes para que eles tenham poder de decisão consciente
sobre o próprio corpo e suas atitudes bem como quanto aos
métodos contraceptivos. E, sem dúvida, este projeto poderá
ser expandido para as demais equipes da saúde da família.
Assim o projeto foi adaptado às características socioculturais
da comunidade e do grupo alvo, para produzir um intercambio melhor entre escola, família e equipe de saúde, para uma
redução da gravidez indesejada na adolescência, do qual não
é necessário desprender de um elevado recurso financeiro,
apenas utilizando os já existentes e da equipe disponível na
unidade básica de saúde, tendo em vista que os resultados
positivos serão colhidos no médio e longo prazo.
1 S ESF: São Joaquim. secretaria municipal de saúde –
Ubiratã, PR.
Experiências Exitosas do Paraná
49
XXVII CONGRESSO ESTADUAL DE SECRETARIAS
MUNICIPAIS DE SAÚDE DO PARANÁ
14 a 16 de setembro de 2011
CARTA DE CASCAVEL
Os secretários municipais de saúde do estado do Paraná, reunidos em
assembléia, durante o XXVII Congresso Estadual de Secretarias Municipais
de Saúde, no período de 14 a 16 de setembro de 2011, no município de
Cascavel, estado do Paraná, renovam seu compromisso com a saúde de
todos os cidadãos paranaenses e com a consolidação e defesa irrestrita do
Sistema Único de Saúde – SUS como política de Estado.
Em consonância com a atual política de saúde proposta pelo Ministério da
Saúde, no âmbito federal, pela Secretaria de Estado da Saúde, no âmbito
estadual, momento de sólida aliança entre União, Estado e Municípios, o
COSEMS-PR propõe uma agenda para a consolidação do processo de
descentralização em curso no Sistema Único de Saúde, por meio da construção
de redes de atenção à saúde como estratégia de garantia da integralidade do
cuidado, que contemple os seguintes pontos:
- Ratificar o compromisso já expresso nacionalmente no sentido de investir na
consolidação do SUS, por meio da implantação dos dispositivos do decreto
7508, que possibilita o aperfeiçoamento do Pacto Pela Saúde e fortalece as
relações federativas, o financiamento tripartite e solidário na execução das
políticas de saúde;
- Fortalecer a luta pela aprovação imediata da regulamentação da EC29, além
de buscar garantir um financiamento contínuo e sustentável para a saúde;
- Fortalecer o processo de descentralização e regionalização solidária por
meio da valorização da atuação político institucional, administrativa e técnica
das Comissões Intergestores Regionais;
- Investir na cultura do planejamento integrado regional, por meio da construção
do mapa da saúde, propiciando a definição das responsabilidades sanitárias e
financiamento tripartite expressas no Contrato Organizativo de Ação Pública;
- Buscar implementar outras modalidades de gestão que possibilitem
alternativas para contratação dos profissionais de saúde;
- Assegurar financiamento tripartite para melhor estruturação e apoio ao
funcionamento dos conselhos de saúde;
- Instituir ações que visem à qualificação da atenção básica como ordenadora
da rede e coordenadora do cuidado em saúde com financiamento das três
instâncias federadas;
- Apoiar a implementação das Redes Temáticas prioritárias como: Rede
Cegonha/ Mãe Paranaense, Rede de Urgência e Emergência, Rede de Saúde
50
Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011
Mental, entre outras;
- Fortalecer o modelo de atenção à saúde que invista no acesso e na
qualidade do cuidado com foco na promoção da saúde e nas ações de
vigilância em saúde;
- Reiterar a necessidade de ampliação da integração dos agentes de
endemnias às equipes de saúde da família, como estratégia de fortalecimento
da atenção básica, da promoção da saúde e das ações de vigilância em
saúde;
- Reforçar a valorização do trabalho multidisciplinar, criando condições para a
ampliação e qualificação dos Núcleos de Apoio a Saúde da Família – NASF;
- Definir estratégia estadual e regional para a Gestão do Trabalho que
possibilite a valorização do trabalho e do trabalhador de saúde;
- Reforçar os processos de educação permanente dos profissionais de
saúde, especialmente aqueles que atuam na Atenção Básica, valorizando o
espaço do serviço e do território como locais de aprendizado;
- Ampliar o esforço conjunto dos três entes federados, quanto à organização
da assistência farmacêutica, no sentido de melhorar a qualificação do
acesso, no contexto do uso racional e seguro de medicamentos;
- Propor estratégias que reduzam a judicialização da saúde, por meio de
ações de apoio técnico e jurídico, monitorando as demandas bem como a
definição mais clara de responsabilidades de financiamento entre os entes
federados;
- Buscar apoio nas esferas federal, estadual para a construção de rede de
atenção psicossocial para o enfrentamento do problema do alcoolismo,
da drogadição como o crack, oxi e outras drogas, com ênfase nas ações
intersetoriais;
- Buscar apoio financeiro da SES e MS para fortalecer o papel do COSEMS na
governança regional, qualificando o protagonismo dos gestores municipais e,
conseqüentemente o fortalecimento das Comissões Intergestores Regionais,
sobretudo, na construção dos contratos organizativos de ação pública.
E, finalmente, reiterar a Carta de Compromisso entre Gestores e Usuários
em defesa do SUS para a garantia do Direito à Saúde com acesso digno,
reafirmando o compromisso por meio de medidas efetivas que explicitem a
defesa da saúde pública, universal, integral e equânime.
Cascavel, 16 de setembro de 2011.
Experiências Exitosas do Paraná
51
Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Paraná
Presidente: Marina Sidinéia Ricardo Martins
Secretária Executiva: Luzia Tiemi Oikawa
Escritório do Cosems
Endereço: Rua Piquiri, 170 - Rebouças
CEP: 80230-140 - Curitiba - PR
Contato: (41)3330.4417 - (41)3330-4406
E-mail: [email protected]
52
Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011