sobrenome crivellaro o que oferecemos
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sobrenome crivellaro o que oferecemos
WWW.TUTTIBUONAGENTE.COM SOBRENOME CRIVELLARO O QUE OFERECEMOS Nosso site oferece o estudo de cada sobrenome italiano, estudo composto dos itens seguintes: 1. Análise de sua difusão no território italiano; 2. Estudo de suas origens linguísticas, salientando sempre se suas raízes reconduzem a uma origem latina, grega, germânica ou outra; 3. Estudo de suas origens históricas, indicando as razões de seu surgimento e de sua fixação como designativo de um grupo familiar; 4. Classificação do sobrenome como indicativo original de patronímico (derivado de nome próprio), toponímico (derivado de nome de lugar) ou indicativo de profissão, de cargo ou função, ou ainda de apelativo de extração popular; 5. Descrição dos passos evolutivos do sobrenome, partindo de sua forma latina ou latinizada medieval para chegar à forma italiana atual; 6. Descrição do significado final do sobrenome, extraído de suas raízes linguísticas e históricas; 7. Eventuais informações suplementares, como famílias portadoras desse sobrenome que migraram para o exterior em séculos passados, bem como personalidades históricas com esse nome de família; 8. Não fazemos estudos de sobrenomes por grupos, pois cada um merece uma análise particularizada; em outras palavras e exemplificando: Martin, De Martin, Matinello, Martinelli, Martinetti, Martinotti, De Martinis são sobrenomes diferentes e de origens históricas e significado diversos, indicando cada um deles um tronco familiar específico, que não se relaciona aos outros, embora as raízes linguísticas sejam, em parte, as mesmas. 9. O resultado final do trabalho, como aparece no exemplo a seguir, é enviado via e-mail ou, se o requerente assim o preferir, impresso via correio (sedex). 1 WWW.TUTTIBUONAGENTE.COM ANÁLISE HISTÓRICO-LINGUÍSTICA DO SOBRENOME CRIVELLARO Sua distribuição geográfica atual na Itália Crivellaro é um sobrenome muito frequente e típico do norte da Itália. Sua incidência mais expressiva se registra nas regiões do Vêneto, Lombardia e Piemonte. Com índices bem inferiores, ocorre também na região da Emília-Romanha. O sobrenome se faz presente ainda em algumas outras regiões, mas de forma ocasional e esparsa. Retomando as primeiras regiões, a do Vêneto é a que apresenta a maior incidência deste sobrenome. Com índices inferiores, embora elevados, aparecem as regiões da Lombardia e do Piemonte. Segue na ordem a região da Emília-Romanha, na qual o sobrenome tem presença bem menor, ainda que seus índices de frequência sejam razoáveis em algumas áreas. Analisando sua distribuição areal ou geográfica por província, nas quatro regiões de mais incisiva presença deste sobrenome, pode-se elaborar o quadro seguinte: 1) nas sete províncias que compõem a região do Vêneto, os índices de frequência mais elevados ocorrem na província de Pàdova e na de Vicenza; com índices levemente inferiores, aparecem as províncias de Verona e de Veneza; as de Treviso e de Rovigo apresentam índices bem mais modestos, enquanto na província de Belluno o sobrenome é praticamente inexistente; 2) nas doze províncias da região da Lombardia, destaca-se somente a de Milano, onde o sobrenome tem elevados índices de frequência; nas demais províncias lombardas, sua presença é escassa ou inexistente; 3) nas oito províncias da região do Piemonte, a presença deste sobrenome é significativa somente na de Torino; nas demais, seus índices de frequência são modestos; 4) nas nove províncias da região da EmíliaRomanha, sua presença é pouco expressiva, apresentando índices de frequência razoáveis somente nas províncias de Ferrara e de Bologna. As afirmações do parágrafo anterior são decorrentes de um levantamento efetuado nas listas telefônicas da década de 1990 (constituindo o banco de dados CDTel) e de outro levantamento realizado pelo centro italiano de pesquisas Gens. Alguns números colhidos nessas pesquisas merecem ser citados com relação à região do Vêneto, onde o 2 WWW.TUTTIBUONAGENTE.COM sobrenome apresenta seus maiores índices de frequência. Já foi assinalada anteriormente sua marcante presença nas províncias de Pàdova e de Vicenza. A título de exemplo, toma-se a primeira dessas duas províncias para ressaltar que o sobrenome Crivellaro ocorre em 52 dos 103 municípios paduanos. Como informação complementar, transcreve-se a lista dos municípios da província de Pàdova em que o sobrenome Crivellaro se faz presente. Entre colchetes figura o número de ocorrências levantadas, ou seja, o número de famílias portadoras deste sobrenome. Segundo os dados colhidos, foi registrado nos seguintes municípios: Abano Terme [7], Albignasego [9], Arzergrande [8], Baone [1], Battaglia Terme [1], Bovolenta [6], Brugine [3], Cadoneghe [1], Camposampiero [1], Candiana [5], Carmignano di Brenta [1], Carrara San Giorgio [8], Casale di Scodosia [1], Casalserugo [1], Cervarese Santa Croce [3], Cittadella [4], Codevigo [1], Conselve [3], Correzzola [1], Este [12], Fontaniva [4], Galliera Veneta [3], Legnano [1], Maserà di Padova [5], Megliadino San Fidenzio [11], Megliadino San Vitale [3], Mestrino [10], Monselice [5], Montagnana [14], Montegrotto Terme [2], Noventa Padovana [1], Ospedaletto Euganeo [6], Padova [53], Piacenza d'Adige [3], Piove di Sacco [33], Rubano [5], Saccolongo [4], Saletto [4], San Martino di Lupari [2], San Pietro Viminario [1], Sant'Angelo di Piove di Sacco [8], Sant'Elena [8], Sant'Urbano [1], Selvazzano Dentro [8], Solesino [1], Terrassa Padovana [2], Tombolo [14], Trebaseleghe [1], Veggiano [5], Vigonza [4], Villafranca Padovana [2], Vo [1]. Suas origens linguísticas e históricas Sob o ponto de vista linguístico, o nome de família Crivellaro remonta a raízes tipicamente latinas. De fato, em suas origens se constitui num vocábulo composto por dois elementos latinos distintos: o primeiro é representado pelo vocábulo cribellum, crivo, peneira; o segundo é o sufixo indicativo de profissão -àrius. Desde já pode-se notar que o derivado cribellarius confere uma forma latina final do sobrenome Crivellaro, como se poderá verificar no decorrer desta análise. Retomando o sufixo -àrius, este pode ser facilmente reconhecido em termos latinos como argentarius (profissional que trabalha com argentum, prata), ferrarius (ferreiro), carrarius (carroceiro, fabricante de carroças), asinarius (criador e mercador de asnos), bovarius (criador e mercador de 3 WWW.TUTTIBUONAGENTE.COM bois). A função do sufixo, que persiste na formação deste sobrenome, é, portanto, a de arte e oficio, profissão, atividade exercida. O primeiro componente do sobrenome deriva diretamente do termo latino cribellum, crivo, peneira. Na verdade, o vocábulo original latino era cribrum que, por sua vez, se origina do indo-europeu qreidhrom ou qridhrom, que quer dizer separar, selecionar. O cribrum, para os romanos, era o objeto formado por uma tela de fios entrelaçados que servia para separar grãos das impurezas, elementos triturados ou moídos em diversos graus, como a farinha fina da grossa e dos grãos quebrados e não triturados na moagem. O uso do cribrum entre os romanos é comprovado por vários autores da época, como Marcus Porcius Cato (III-II séc. a.C.) em sua obra De Agricultura [25,6; 76,3] e Marcus Tullius Cicero (106-43 a.C.) no livro De Divinatione [2,59]. Por outro lado, o verbo que exprimia esse ato era cribrare, isto é, peneirar, joeirar, passar pelo crivo, como se pode ler no livro De Re Rustica [12,51] do agrônomo Lucius Junius Moderatus Columella (séc. I d.C.) e na obra Naturalis Historia [20,264] do historiador Caius Plinius Secundus (23-79 d.C.). O fabricante de peneiras ou crivos era designado cribrarius, segundo consta na obra Naturalis Historia [18,115] de Caius Plinius Secundus e também no Corpus Glossariorum Latinorum [2,353], coletânea lexical reunida com base nas inscrições lapidares da época do Império romano. Esse artesão chamado cribrarius confeccionava peneiras rudimentares com aro de madeira, ao qual afixava fios de material diversificado, em forma de tela; esses filamentos eram geralmente tiras de couro, vimes afilados, fios de juncos, de juta e outros vegetais que permitissem ser reduzidos a filamentos resistentes. Nos séculos posteriores, do termo cribrum, de largo uso, forma-se o derivado cribellum, mediante o acréscimo do sufixo diminutivo -ellum; o novo termo passa a indicar pequeno crivo, pequena peneira, designando exatamente as peneiras de uso doméstico, geralmente de tamanho diminuto, pequenos filtros diversificados, usados para coar, peneirar pequenas porções dos mais variados produtos. O termo diminutivo, porém, acabou se impondo como novo vocábulo para designar qualquer tipo de peneira, substituindo o original cribrum; isso ocorreu no final do Império romano ou no latim tardio (como se costuma dizer) dos séculos III a V depois de Cristo. Estas informações sobre o objeto são repassadas por dois escritores da época: Marcellus Empiricus (séc. IV d.C.) em sua obra De Medicamentis [20] e pelo agrônomo Rutilius Taurus Aemilianus Palladius (séc. IV d.C.) em seus escritos intitulados Opera [3,24]. O vocábulo original cribrum caiu, pois, em desuso, prevalecendo cribellum, que passou a indicar todo tipo de peneira, de crivo, para os mais variados usos. 4 WWW.TUTTIBUONAGENTE.COM De igual modo, o verbo cribrare caiu no esquecimento, substituído por cribellare, derivado do novo termo cribellum. Isso pode ser notado nas obras dos dois últimos escritores citados que usam somente este verbo para indicar a ação de peneirar, bem como na obra intitulada De Physicis [1, 17] de outro escritor e médico, Theodorus Priscianus (séc. IV d.C.). No século V, com a queda do Império romano (no ano 476), a língua latina passa a conviver com os idiomas de inúmeros povos invasores do território da península itálica. A maioria desses povos era de origem germânica, como os hérulos, os burgúndios, os godos, os visigodos, os alamanos, os longobardos e os francos. Esses povos foram cristianizados e adotaram a língua latina como novo sistema linguístico de comunicação entre si e com os autóctones. Nos dois primeiros séculos depois da queda do Império romano, a língua latina sofreu sensíveis modificações, dando origem ao que se passou a chamar de latim medieval. Não é difícil imaginar a transformação do idioma latino, vendo-o mesclado com o grande número de falares estrangeiros introduzidos pelos povos invasores. Malgrado essa tangível modificação do latim, os termos cribellare e cribellum se conservaram intactos. Aliás, foi nesse período medieval que se formou outro derivado de cribellum, a saber, cribellarius, indicando o fabricante e mercador de peneiras, de joeiras, de crivos, para os mais variados usos. O cribellum era utilizado na seleção dos cereais e outros grãos, na separação dos mesmos de impurezas, na peneiração de farinha de trigo, de sorgo, de painço, de centeio, no peneiramento de areia para as mais diversas finalidades, na classificação de frutas, na separação de areia do areião e deste dos seixos, e assim por diante. Esses diversos usos levam a imaginar os diversos tipos de peneiras ou de crivos que eram fabricados pelo cribellarius. Cumpre salientar que a indústria medieval dependia essencialmente de artesãos; quase nada era feito com máquinas, porquanto eram muito rudimentares ou praticamente inexistentes. O cribellarius se dispunha, portanto, a confeccionar peneiras para uso doméstico, para uso agrícola e peneiras maiores e mais resistentes para outras eventuais finalidades. Com relação ao material utilizado na confecção dessas peneiras, sabe-se que utilizavam, até o final da Idade Média, o mesmo tipo de matéria-prima utilizada na época dos romanos, ou seja, tiras de couro, juncos resistentes, vimes afilados e filamentos de outros vegetais para as pequenas peneiras de uso doméstico, além de fios de cobre e ferro que, aos poucos, passaram a substituir os outros materiais. O termo latino cribellum passa para o italiano (que surgiu nos séculos X-XI) sob a forma de crivello; e cribellarius se fixa no italiano antigo como crivellaro (no italiano moderno se diz crivellaio, embora seja 5 WWW.TUTTIBUONAGENTE.COM mais corrente o termo stacciaio, oriundo de outro étimo). Nos falares regionais setentrionais persistiu a forma crivellaro, que se conserva até hoje. Este termo indica, portanto, o peneireiro, o joeireiro ou o fabricante e mercador ou comerciante de peneiras, de joeiras, de crivos. Surgimento do sobrenome Na época do Império romano, distinguiam-se e individuavam-se as pessoas por meio do praenomen, do nomen e do cognomen. O primeiro representava o nome próprio de cada indivíduo; o segundo repetia a designação do clã ou da gens a que pertencia esse indivíduo; o último se referia à família ou grupo familiar inserido na gens. Exemplificando, no nome completo do cidadão Marcus Tullius Cicero, o praenomen Marcus designa o famoso orador e escritor; Tullius é o nomen derivado da gens Tullia (clã, tronco familiar dos Tullius); Cicero reflete o cognomen da família em âmbito menor, inserida no grande clã, na gens Tullia. Com a queda do Império romano, no ano 476, esta sistemática de individuação dos cidadãos, das famílias e dos clãs caiu em total desuso. Na Idade Média passou a vigorar tão somente o nome de batismo para designar e distinguir as pessoas. Torna-se fácil imaginar a confusão gerada por essa nova sistemática simplificada ao extremo. Com a larga influência do cristianismo, os antropônimos se tornaram de tal forma repetitivos que, a partir do século VIII, surgiu a primeira fórmula moderna para distinguir um indivíduo de outro, ou seja, citando o nome do pai. Exemplificando, para distinguir dois cidadãos chamados Paulus (Paulo), um sendo filho de Philippus (Filipe) e outro, filho de Petrus (Pedro), foi introduzida a expressão filius quondam (filho do falecido ou filho do senhor). No caso, Paulus filius quondam Philippi (Paulo filho do senhor Philippus) se distinguia de Paulus filius quondam Petri (Paulo filho do senhor Petrus). Esta fórmula deu origem a muitos sobrenomes derivados de nomes próprios. A segunda fórmula criada nesse período acrescentava ao nome próprio da pessoa um cognome representativo da profissão, da cidade de origem ou de proveniência, de qualificação moral, de aparência física, de ato de bravura ou de aventura perpetrado, de título nobiliárquico, de posição e prestígio social, etc. Esta segunda fórmula está, com toda a certeza, na base da origem, formação e fixação do nome de família Crivellaro. Existiu, pois, nesse período medieval, um patriarca ou paterfamílias que foi cognominado Cribellarius em função de sua atividade, de sua profissão de fabricante e 6 WWW.TUTTIBUONAGENTE.COM comerciante de peneiras, joeiras e crivos. Esse patriarca tornou-se o capostípite (fundador, iniciador) de novo tronco familiar, ao repassar seu próprio cognome a seus filhos e, através destes, aos demais descendentes. Pelo fato de o cognome Crivellaro ser usado como distintivo dos descendentes do patriarca fundador, formou-se a Casata del Crivellaro. O termo Casata designava, de início, o casarão ou casario em que habitava a geralmente numerosa descendência do capostípite ou patriarca, a cuja autoridade e tutela todos se submetiam. Posteriormente, o termo passou a indicar a própria família, a estirpe, o clã, o núcleo familiar que gravitava em torno do paterfamílias Crivellaro. A expressão Casata del Crivellaro assumiu a forma plural ao se referir a todos os componentes do núcleo familiar, passando a ser designada como Casata dei Crivellaro. Note-se que o termo principal não passou para o plural masculino, mas permaneceu invariável em sua forma singular (caso contrário, o sobrenome atual seria Crivellari; cabe relembrar que, no italiano, o plural masculino se forma com a vogal “-i”). A expressão se simplificou depois, na fala popular, e se reduziu a Casata Crivellaro. Por fim, permanece somente o cognome designativo de todos os membros da mesma, Crivellaro. Esta resultante definitiva se fixa como sobrenome de toda a posteridade do fundador deste tronco familiar, o capostípite Cribellarius, Crivellaro. O sobrenome Crivellaro deve ter surgido entre os séculos VIII-X, embora em sua forma latina Cribellarius, uma vez que a profissão já era exercida desde épocas remotas. Na forma atual Crivellaro, deve remontar aos séculos XI-XII, período em que os falares vênetos já eram de uso corrente e difundidos. Infelizmente, não há como fornecer uma data mais precisa por falta de documentação histórica a respeito. De qualquer forma, trata-se de um nome de família quase ou mais que milenar. Transformações fonéticas Quase todos os vocábulos em todos os idiomas passam, através dos séculos, por uma série de alterações na pronúncia e na escrita. Essas modificações são mais profundas e marcantes quando ocorrem na passagem de uma língua para outra. Em linguística histórica, elas são chamadas de evoluções ou transformações fonéticas. Usa-se o signo linguístico ">" que significa "deu origem a" ou "evoluiu para", a fim de indicar a passagem de uma forma fonética anterior para outra imediatamente posterior. 7 WWW.TUTTIBUONAGENTE.COM O vocábulo latino cribellarius apresenta uma evolução muito simples para chegar ao termo italiano antigo e setentrional que se identifica com o sobrenome. Os passos evolutivos foram os seguintes: - apócope ou queda da consoante final: Cribellarius passa a ser dito e grafado Cribellariu (ou, Cribellarius > Cribellariu); - modificação ou abrandamento da vogal átona final: de Cribellariu se passa a Cribellario (ou, Cribellariu > Cribellario); - queda da semivogal ou supressão do ditongo na sílaba final: Cribellario passa a ser pronunciado e escrito Cribellaro (ou, Cribellario > Cribellaro); - modificação da consoante da segunda sílaba ou, em termos linguísticos, substituição da consoante bilabial sonora pela fricativa sonora: Cribellaro se transforma em Crivellaro (Cribellaro > Crivellaro). Cumpre salientar que essas modificações podem ou não ter ocorrido uma após outra, como indicado. Algumas podem ter ocorrido dentro do mesmo espaço de tempo, porquanto a coletividade falante não estabelece antecipadamente padrões de qualquer transformação fonética. As mutações ocorrem paulatina e espontaneamente no processo evolutivo do sistema de comunicação. De qualquer forma, pode-se estabelecer, em princípio, um quadro esquemático das origens e das transformações fonéticas ocorridas com este sobrenome e poderia ser representado da seguinte forma: CRIBRUM [latim clássico] > + -ELLUM > CRIBELLUM [latim medieval]. CRIBELLUM + -ARIUS > CRIBELLARIUS > CRIBELLARIU > CRIBELLARIO > CRIBELLARO > CRIVELLARO. CASATA DEL CRIVELLARO > CASATA DEI CRIVELLARO > CASATA CRIVELLARO > CRIVELLARO. Cabe aqui uma ressalva de ordem etimológica. Dizia-se de início que o sobrenome Crivellaro representa um vocábulo composto por dois elementos distintos. Na verdade, seguindo rigorosamente a etimologia latina, são três os componentes deste vocábulo, como se pode verificar no quadro acima. Seriam somente dois, a partir do latim medieval. Explicando melhor, o vocábulo original era cribrum; com o acréscimo do sufixo diminutivo -ellum, formou-se cribellum, termo que, na origem, designava pequena peneira, peneirinha. A partir do momento em que o termo clássico latino cribrum caiu em desuso, cribellum passou a indicar qualquer tipo de peneira, de joeira e de crivo, perdendo sua noção de diminutivo. A este novo termo se acrescenta o segundo sufixo, indicativo de arte e ofício ou profissão, -àrius, resultando cribellarius. Por essa razão, apresenta-se no quadro a composição evolutiva desde suas origens em: Cribrum + -ellum > 8 WWW.TUTTIBUONAGENTE.COM Cribellum + -àrius > Cribellarius. E é por semelhante razão que no início se afirma que o vocábulo é um composto por dois elementos, porquanto se desconsidera sua passagem do latim clássico para o latim medieval. Esta nota etimológica e fonética não altera, porém, o significado final do sobrenome. Seu significado O significado do nome de família Crivellaro, após a explanação e a fundamentação de cunho histórico-linguístico apresentadas, parece de todo claro e transparente. Seu significado final, repetindo, é um indicativo claro de profissão, de atividade econômica artesanal exercida, de arte e ofício. Trata-se, na realidade, de um sobrenome oriundo da profissão de peneireiro, de joeireiro, de fabricante de peneiras, joeiras e crivos e, de acordo com a tradição artesanal milenar, também comerciante dos mesmos produtos confeccionados ou fabricados. Que o cidadão medieval cognominado Crivellaro, iniciador desse tronco familiar, fabricasse somente certo tipo de peneiras ou todos os tipos utilizados na época para qualquer função, não nos é dado saber. Com maior probabilidade, porém, esse artesão medieval se dedicava à sua profissão, atendendo a todo e qualquer pedido de sua clientela em sua arte de confeccionar peneiras, joeiras e similares. Concluindo, um patriarca dos séculos X-XII, ou pouco antes, assim cognominado por exercer essa arte e ofício, ao legar este seu cognome como apelativo específico e comum a todos os seus filhos, deu origem à Casata del Crivellaro, dita também Casata dei Crivellaro. A expressão se perpetua no sobrenome atual que recorda o ancestral fundador desta Casata, o capostípite Cribellarius, Crivellaro. (Fonte: Mioranza, Ciro – Filius Quondam – A origem e o significado dos sobrenomes italianos – Ed. Larousse, São Paulo, 2010, 2ª. edição). 9 WWW.TUTTIBUONAGENTE.COM FAMÍLIAS CRIVELLARO – DA ITÁLIA PARA O BRASIL Família estabelecida no estado de Minas Gerais. Chegou ao Brasil a bordo do vapor Arno, aportando no estado do Rio de Janeiro em dezembro de 1895. Em seguida passou para Minas Gerais, dando entrada na Hospedaria de Imigrantes de Juiz de Fora, MG, em 18.12.1895. Família estabelecida no estado do Espírito Santo, aonde chegou a bordo do vapor Rio de Janeiro, em 20.03.1893, Angelo Crivellaro, 26 anos de idade. Trouxe em sua companhia o parente Agostino Crivellaro, 17 anos de idade. Família estabelecida no estado do Espírito Santo, aonde chegou a bordo do vapor Rio de Janeiro, em 20.03.1893, Matteo Crivellaro, 16 anos de idade. Família estabelecida no estado do Paraná, à qual pertence Virginio Crivellaro, naturalizado brasileiro, segundo Carta de Naturalização, processo n.º 21348, Livro 5, fl. 76v, Decreto-lei 1202-39. Outras informações: Decreto de 03.09.1940 [Arquivo do Ministério da Justiça]. Família estabelecida no estado do Paraná, à qual pertence Luiz Crivellaro, naturalizado brasileiro, segundo Título Declaratório, processo n.º 3599646, Livro 16, fl. 51v, Portaria de 07.03.1947 [Arquivo do Ministério da Justiça]. Família estabelecida no estado do Rio Grande do Sul, à qual pertence Adelelmo José Antonio Crivellaro, naturalizado brasileiro, segundo Carta de Naturalização, processo n.º 19795-51, Decreto-lei 818, Livro 6, fl. 17v [Arquivo do Ministério da Justiça]. 10 WWW.TUTTIBUONAGENTE.COM 11