André Breder entrevista gamer_boy

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André Breder entrevista gamer_boy
PO.B.R.E. - Somos PO.B.R.E.s, mas somos honrados. =]
André Breder entrevista gamer_boy
Categorias : Entrevistas
Publicado por Devilfox em 06/8/2010
Entrevista com Gamer_Boy, membro do grupo de tradução PO.B.R.E., feita por André Breder, do
site Gagá Games, em 03/06/2010:
Já jogou um game traduzido para o português? Então você deve agradecer aos malucos envolvidos
na cena de romhacking. Aqui no Brasil o grupo PO.B.R.E. é o principal destaque na cena, e
portanto, para expor aqui no Gagá Games este trabalho digno de todos os elogios, fiz uma
entrevista com o amigo Gamer_boy, membro do Portal Brasileiro de Romhacking e Emulação
(PO.B.R.E.), e a mesma você confere a seguir:
André Breder: Como surgiu o Portal Brasileiro de Romhacking e Emulação (PO.B.R.E.)?
Gamer_boy: O início de tudo envolve alguns acontecimentos desagradáveis. O primeiro de todos foi
uma desavença ocorrida entre o “cacique” do grupo BR Games e os seus membros. Devido a
algumas atitudes tomadas por esse, vários membros decepcionados pediram desligamento do
grupo. Com certeza, isso foi um episódio triste e completamente inesperado na cena romhack
brasileira. Porém, foi algo inevitável. Enquanto isso, outro grupo passava por problemas. Estamos
falando da Central Made in Brasil, grupo esse que nasceu da fusão entre IPS Center e Made in
Brasil. A Central MiB, como era mais conhecida, vinha passando por diversos problemas
relacionados ao site, dentre outros. E, infelizmente, tais problemas enfraqueceram o grupo, o que
deixou o mesmo em uma situação crítica. O membro Tiozinho da Telesena lutou bravamente para
levantar o site e tentou a todo custo trazer de volta o ânimo aos demais membros. No entanto,
parecia que uma nuvem negra havia se formado sobre a Central MiB. Alguns já falavam até no fim
do grupo. Por outro lado, os ex-membros da BR Games já estavam se articulando para formar um
novo grupo de tradução. Eles começaram a discutir idéias sobre a proposta do site, o nome que
seria dado a este, dentre outras coisas. Foi aí que surgiu a grande idéia: “que tal nos unirmos ao
pessoal da Central MiB? Além de formarmos o novo grupo, isso poderia dar um novo ânimo aos
nossos amigos.” A idéia foi muito bem recebida por todos, e a proposta foi logo enviada aos
membros da Central MiB. Estes também gostaram da idéia, e a união foi firmada. Nascia, assim, o
Portal Brasileiro de Romhacking e Emulação.
Apesar do início dramático, parece que o saldo de tudo isso está sendo bastante positivo. O novo
grupo está se dando superbem e está cheio de gás. Agora só nos resta saber o que o futuro nos
reserva.
André Breder: Quantas pessoas integram a PO.B.R.E.?
Gamer_boy: 26 membros ativos, 10 membros inativos e 5 membros honorários.
André Breder: O que fez com que você viesse a se envolver com o movimento romhacking?
Gamer_boy: Comecei acompanhando as novidades da cena de emulação desde 1996 e por
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conseguinte, a cena do romHacking. São tantos os sites que me guiaram que essa entrevista ficará
muito extensa, segue uma parte publicada em um tópico do Fórum Unificado de Romhacking e
Tradução.
Eu acompanhava bastante desde 1996, na clássica EMU News Service, a Brazuca EmuCity (um
dos primeiros sites de news de emu em português), JC EmuNews, Emulatronia, EmuNews, ZD,
Nirba, Dave’s Classics (a primeira versão), [END] ([E]mulation [N]ever [D]ies), EmuCamp, Emula
Brasil, EmuRoms AGE (Ancient Gaming Era), ClassicGaming, BurnSpeed, Kinox, CBT,
Snk-Neofighters, JL-Picard, EGL (EvilGambit’s Lair), a clássica RPGD e a Whirlpool, EmuSphere
, E-Zine Attack do Combacker, BR Games, Hexagon, Emulação Online, Emulandia, Legendj,
Nes Archive, Emuway, EmuKaos, MasterLand (do Fabrício Breve), VideoGames Classic
(nacional), RetroGames, Retrojogos, Emum@nia, RPG LEGENDS, Universo PC Engine, World
of Game Boy (WGB) BR, RPGA, Emulando, EmuHolic, El Portal, DragonPort, Lhotian, MSX
Emulator Page, ZoneSega, Marcel de Kogel, MSX Land, Generation MSX, DJ Pretzel’s
OVERCLOCKED REMIX (e o EMUFAQ), Eidolon’s INN, KLOV, DadGum Giant List of Classic
Game Programmers, SGC, Prez, SK50translate, MoonieRoms, emulacao.net e RomsPlace
(junto com Matheus Villela), e por último, a saudosa EMUDEK (Cena Underground Espanhola),
fora outros zilhões de sites que não tenho anotado os nomes, este é só um resumo de alguns que
marcaram...
O interesse em contribuir com a cena romhacking nacional surgiu naturalmente, comecei jogando as
traduções em português, na época, dos grupos CBT (Central Brasileira de Traduções), EmuRoms
Translations, Tradu-Roms e BR Games, participando de revisão in-game (depois de emitirem a
tradução pública, jogando e enviando imagens de screenshots com sugestões de correção de
erros), e fui aprimorando, pegando o gosto e também divulgando notícias da cena brazuca e
internacional quando estive nos sites BR Games e emulacao.net. É um hobby que me fascina.
André Breder: Você tem uma ideia de quantos jogos já foram traduzidos para o português pelos
integrantes da PO.B.R.E.?
Gamer_boy: Até o momento dessa entrevista, foram lançadas 35 traduções pelo grupo do
PO.B.R.E. no site, num universo de 600 traduções cadastrados no site...
Lembrando que as informações das fichas de traduções estão sendo recadastradas com todas as
informações necessárias, portanto leva um tempo considerável para que seja feito esse trabalho,
por sistema / console.
André Breder: Qual tradução foi a que mais deu trabalho de ser concluída?
Gamer_boy: Cada jogo tem a sua peculiaridade, seja em compressão de dados em várias formas,
ou remanejo de espaço por limitação da memória, a qualidade / esmero do tradutor e do
administrador / romhacker do projeto, etc.
Eu particularmente destacaria o Kenseiden versão 1.3 BR do Master System, traduzido por
devilfox e com a colaboração do Rodolfo e tvtoon, pelo seguinte:
- Textos aperfeiçoados;
- Editado o mapa de tiles da tela de título e do painel superior. Com isso, os textos puderam ser
traduzidos na íntegra e sem o uso de gambiarras;
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- Com a edição dos ponteiros, foi possível traduzir os textos sem nenhuma restrição agora;
- Editada a largura e a centralização das caixas de diálogo;
- Foi corrigido um bug original do jogo que fazia com que a caixa de diálogo da tela de continue
aparecesse com defeito;
- Editados os kanjis dos nomes das províncias japonesas, que agora estão romanizados;
- Adicionada uma “splash screen”.
E Castlevania – Order of Ecclesia [T-BR] do Nintendo DS, cuja tradução ficou aos cargos da
Laura Lanford que traduziu melhor do que os americanos, buscando a fonte da versão japonesa,
romhacker o mago-mestre Hyllian e com a colaboração de Solid_One e Neodan dos Grupos
Trans-Center e PO.B.R.E. respectivamente. Esta ótima tradução é o fruto do trabalho conjunto de
Lanford (PO.B.R.E.), Hyllian, Solid One (Trans-Center) e NEODAN (PO.B.R.E.). Todos os textos
do jogo estão devidamente traduzidos e acentuados, e praticamente todos os gráficos foram
editados.
André Breder: Quais traduções estão em andamento pelas mãos da PO.B.R.E.?
Gamer_boy: [GBA] Crazy Chase, [GBA] Final Fantasy VI, [NDS] Mega Man ZX, [PS1] Final Fantasy
VII, [PS1] Galerians, [PS1] Grandia, [PS1] Parasite Eve, [SMD] Phantasy Star II (Retradução),
[SNES] Secret of Mana e [SNES] Super Mario RPG – Legend of the Seven Stars.
André Breder: Existe algum game específico que você gostaria muito de ver traduzido para a nossa
língua um dia?
Gamer_boy: Basicamente 5 jogos do Super Nintendo em português: Secret of Mana (acredite, é
possível), Shadowrun e a trilogia do Super Nintendo Soul Blazer, Illusion of Gaia e Terranigma. E o
único em japonês que aguardo uma tradução em inglês até hoje é o clássico nipônico Tengai
Makyou Zero (Far East of Eden Zero), também para o sistema Super Famicom.
André Breder: Qual o primeiro console que você teve contato?
Gamer_boy: Atari e Odyssey da Philips (aka Magnavox Odyssey²).
André Breder: Quais consoles você ainda tem hoje?
Gamer_boy: Nintendo DS Lite, Playstation Portable (PSP) 3001 modelo Rock Band Unplugged,
Nintendo WII, Sega Genesis e o adaptador de jogos do Master System para serem rodados no
Mega Drive.
André Breder: O que você prefere: jogar via console ou por meio de emuladores?
Gamer_boy: Ambos, pois conseguem reproduzir fielmente a qualidade do jogo.
André Breder: Qual o gênero que você mais gosta em relação aos games eletrônicos?
Gamer_boy: Ação / Aventura, Estratégia e RPG.
André Breder: E qual o gênero que você detesta?
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Gamer_boy: Jogos exóticos tipicamente japoneses (e é incrível acreditar que tem gente que joga
estes tipos de jogos).
André Breder: Quais são os seus 10 games preferidos de todos os tempos?
Gamer_boy: Não há uma ordem definida, mas prefiro fazer por sistema do que por ordem:
- Dragon Quest / Dragon Warrior I @ III (Famicom/Nintendinho e Super Nintendo)
- Final Fantasy I @ VI (Famicom/Nintendinho e Super Nintendo)
- Medieval Madness Pinball 1997 (Williams)
- Phantasy Star I @ IV (Master e Genesis/Mega Drive)
- Rock N’ Roll Racing (Super Nintendo)
- Secret of Mana (Super Nintendo)
- Sonic 1 (Genesis/Mega Drive)
- Star Wars Pinball 1992 (Data East)
- Super Mario RPG (Super Nintendo)
- Turtles (Odyssey)
Para a turma do Gagá, minha lista antes dos games 8 bits:
- Atari = Decathlon, Pitfall, River Raid e H.E.R.O.
- Odyssey = Turtles e Acrobats.
André Breder: Fica aqui um espaço para suas considerações finais!
Gamer_boy: Agradeço pela entrevista e gostaria de sugerir ao leitor do Blog Gagá Games, que
caso tenha algum interesse em saber como funciona o processo de tradução de jogos e quem sabe,
montar um grupo ou participar como freelancer e começar a traduzir os seus jogos preferidos e
compartilhar a tradução com todos os gamemaníacos que curtem jogos traduzidos.
Se você quer aprender a traduzir jogos, nós aconselhamos e recomendamos que você comece
lendo o excelente tutorial “O Fascinante Mundo do RomHacking”, criado pelo espanhol Pablito’s e
traduzido por RiFF e Fallen_Soul do grupo Trans-Center. O tutorial tem um ótimo conteúdo e
abrange assuntos de todos os níveis: básico, intermediário e avançado. Você poderá estudar
ponteiros e edição gráfica (o que abrange o assunto acentuação), já compressão de dados exige
conhecimentos sobre programação, pois será preciso entender os diversos algoritmos de
compressão e produzir ferramentas para efetuar a descompressão e recompressão desses dados...
Lendo esse tutorial, você aprenderá os conceitos básicos necessários para se traduzir uma ROM.
Você também pode tirar suas dúvidas no Fórum Unificado de Romhacking e Tradução, mas nós lhe
aconselhamos fortemente que leia primeiro o tutorial indicado por nós antes de postar qualquer
dúvida no fórum, pois o pessoal costuma ser bem rigoroso com os novatos que não deixam claro
que já leram tutoriais sobre o assunto e que supostamente querem tudo de mão beijada. O tutorial
pode ser encontrado clicando aqui.
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Na foto, da esquerda para direita: Orakio Rob Gagá, Piga e Gamer_boy.
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