Março de 2012: Os 10 anos da Portal Mix!

Publicada em Jornais do Interior
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Março de 2012:
Os 10 anos da Portal Mix!
Quando iniciei a Portal Mix,
há exatos 10 anos, confesso que
bem no fundo não imaginava o
quanto poderia dela esperar,
como instrumento de prestação
de serviço e repercussão de
matérias de interesse, para o 2º
maior mercado jornalístico do
interior brasileiro.
Há 14 anos, o exercício da
atividade de Juiz Classista da
Justiça do Trabalho, representando as agências de propaganda, foi
o ponto de partida, pode acreditar,
para que a Portal Mix ganhasse vida.
A ideia foi alimentada pela conversa
diária com os demandantes do serviço
da Justiça, dos quais pude conhecer as
queixas que relatavam sobre patrões,
empregados, justiça, governo, enfim,
sobre tudo aquilo que fazia sua vida
girar e dificultava, segundo eles, uma
realização mais duradoura e exata dos
sonhos de cada um.
Essas conversas diárias, efetuadas
dos primeiros minutos da abertura de
cada dia de trabalho às últimas frases do
turno da manhã, asfaltaram meu caminho como um bom e interessado Juiz,
cuja maior vitória era sempre o do
Acordo entre as partes, o que me permitiu, ao final de dois anos e meio de
atividade, cumprir o rodízio que a lei
previa, certo de ter realizado minha
missão na 29ª Junta da Justiça do
Trabalho da IV Região.
Ao rememorar minha experiência
como juiz classista, vieram à tona as
conversas sobre as dificuldades das
partes (patrão/empregado), os desafios
do dia-a-dia deles (saúde, educação,
distância entre sonhos e realidade,
família, dívidas, sugestões que gostariam de formular) e convenci-me de que
poderia fazer muito mais por todos, se
conseguisse fazer chegar a cada vez
mais pessoas, um número sempre maior
de assuntos variados e um pouquinho
acima do patamar no qual elas se
colocavam. Uma espécie de puxar um
pouco mais para cima as esperanças, os
desejos, o possível, o já existente e o
irreal, e, acima de tudo, as histórias e
estórias que poderiam alimentar seus
Maio / 10
O bêbado chegava todo dia no boteco,
pedia uma pinga, tapava o nariz e bebia
tudo num só gole.
Um dia, o dono do bar não se conteve e
perguntou:
- Escuta, meu amigo: por quê você tapa o
nariz enquanto bebe?
- É que o cheiro da pinga me dá água na
boca e eu gosto dela pura!
esforços e conhecimentos, para cada
uma delas poder ser um pouco melhor;
especialmente para si mesmas.
Daí, nasceu a Portal Mix, hoje
presente semanalmente em 149 municípios gaúchos, em metade das regiões do
estado e nas páginas de quase duas
dezenas de jornais, há exatamente 10
anos.
Com a Portal Mix, pude multiplicar o
que pensava sobre Regionalização da
Saúde, implantação e uso da ferrovia,
dos metrôs, do aeromóvel; com ela pude
lutar contra a violência e a forma de
combatê-la, sem ser violento ou agressivo, valorizar os bons políticos, as
práticas da melhor administração
pública e a forma de poder dela participar, a definir um verdadeiro conceito
sobre Reforma Agrária e suas multiplicações, especialmente políticas.
Com a Portal Mix pude, finalmente,
revigorar a Tradição e a História do
Gaúcho, desfilando suas principais
figuras e ações, os feitos de cada gigante
do tradicionalismo e as conquistas e
lutas de cada heróico guerrilheiro
farrapo.
Com ela, Portal Mix, relatei a Era da
Soja no RS e no Brasil, a escassez do
Trigo, a saga das Missões Indígenas e os
avanços na caminhada da Medicina,
pelo mundo e, em especial, pelo Brasil e
seus estados.
Há muito mais a fazer com a Portal
Mix, de cujos 10 anos falei muito pouco,
porque já estamos vivendo os primeiros
dias da Segunda Década de sua Vida.
Espero que os resultados sejam ainda
melhores, para todos nós, nesta segunda
etapa.
1º de Março de 1870
Há 142 anos, a Guerra do Paraguai
dava a entender que não chegaria à metade
do ano. Não havia mais uma guerra como
estava acontecendo até ali, mas sim uma
caçada como a do gato ao rato, uma
perseguição que prometia o final de tudo,
quando houvesse o encontro desejado
pelos aliados.
E ele aconteceu a 1º de março de 1870,
em Cerro Corá, região à qual decidiu
recolher-se Francisco Solano Lopes,
ditador paraguaio.
Lá, o encontraram os aliados, no
momento em que Lopes tentava
atravessar o arroio Aquidabanaguy. O
gaúcho José Antônio Corrêa da Câmara,
2º Visconde de Pelotas, proprietário do
Solar dos Câmara e comandante dos dois
destacamentos aliados que “caçavam”
Lopes, procurou “negociar” sua rendição;
recebeu, como resposta, a tentativa de um
golpe de espada, no ar, sem qualquer
perigo.
As últimas palavras do paraguaio que
hoje ocupa o nosso Para ler e meditar,
mal foram pronunciadas e a lança do cabo
Chico Diabo transpassou-o, tirando-lhe a
vida.
Estava terminado o maior conflito
bélico já ocorrido na América do Sul
“Não me entrego, morro com a minha
Pátria.”
Frase de Solano Lopes, ditador
paraguaio, ao General Câmara,
segundo antes de sua morte
Érico Veríssimo,
o Tempo e o Vento.
Érico Veríssimo, incomparável romancista brasileiro, nasceu
em 1905 em Cruz Alta / RS.
Começou a trabalhar como
auxiliar de farmácia em sua
cidade natal. Impossibilitado de
estudar no exterior, como
sonhava, foi tentar a vida em
Porto Alegre, por um tempo,
interno no Colégio Cruzeiro do
Sul.
Desde cedo respirava
literatura. Convidado para
secretariar a Revista do Globo,
editada em Porto Alegre, passou a
exercer forte influência no meio
cultural brasileiro. Em 1932,
lançou sua primeira grande obra,
Clarissa.
Tinha uma cultura vastíssima:
lia fluentemente inglês, francês,
italiano e espanhol. Na década de
40, foi convidado pelo Governo
Americano para visitar o país.
Daí, surgiu a obra-prima “Gato
Preto em Campo de Neve”, o
melhor relato de viagem publicado no Brasil.
Entre 1949 e 1962 lançou a
trilogia O Tempo e o Vento - O
Continente, O Retrato e o
Arquipélago, obras que contam,
de forma emocionante, as
batalhas - em várias gerações pela posse da terra na província de
São Pedro, atual Rio Grande do
Sul.
Publicou ainda, entre outras
obras, o Senhor Embaixador,
Incidente em Antares e Solo de
Clarineta. Pai de Luis Fernando
Veríssimo, recebeu inúmeros
prêmios literários, em sua maioria
pela trilogia mencionada. Morreu
em 1975.