História da Filosofia - GAUSS Pré

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História da Filosofia - GAUSS Pré
História da Filosofia
A história da filosofia é para muitos a coluna vertebral da
epopéia histórica ocidental. É fato que em dois mil e
quinhentos anos de existência muitos movimentos
revolucionários ocidentais ganham mais sentido e coerência
quando analisados em paralelo com a evolução do
pensamento filosófico. O estudo da história da filosofia é
igualm ente indispens ável para a com preensão do
pensamento de alguns de seus principais personagens.
Interpretação
• Eu valho muito pouco, sou sincero, dizia o Um
ao Zero, no entanto, quanto vales tu? Na prática
és tão vazio e inconcludente quanto na
matemática. Ao passo que eu, se me coloco à
frente de cinco zeros bem iguais a ti, sabess
acaso quanto fico? Cem mil, meu caro, nem um
tico a menos nem um tico a mais. Questão de
números. Aliás é aquilo que sucede com todo
ditador que cresce em importância e em valor
quanto mais são os zeros a seguílo. (Trilussa)
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…
• Exausta, a pobre lesma da vanglória, ao
atingir o cume do obelisco, disse, olhando
da própria baba o risco:
Meu rastro ficará na também na História!
Filosofia antiga
• Compreende os quatro grandes períodos da
filosofia greco-romana, indo dos pré-scocráticos
ao período helenístico.
O Período helenístico (Séc. III a. C até o séc VI d.
C. Nesse longo período, que já alcança Roma e
o pensamento dos primeiros padres da Igreja, a
filosofia sobretudo se ocupa com questões da
ética, do conhecimento humano e das relações
entre o homem a Natureza e de ambos com
Deus.
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Filosofia Patrística
• Resultou do esforço feito pelos dois apóstolos
intelectuais (Paulo e João) e pelos primeiros padres da
Igreja para conciliar a nova religião (cristianismo) com o
pensamento filosófico dos gregos e romanos. A filosofia
patrística liga-se, portanto, à tarefa religiosa da
evangelização e à defesa da religião cristã contra os
ataques teóricos e morais que recebia dos antigos.
Filosofia Medieval
• Séc. VIII ao XIV. Abrange os pensadores europeus,
árabes e judeus. É o período em que a Igreja Romana
dominava a Europa, ungia e coroava reus, organizava
Cruzadas à Terra Santa e criava, à volta das catedrais,
as primeiras universidades ou escolas. E, a partir do
séc XII, por ter sido ensinada nas escolas, a filosofia
também é conhecida como Escolástica.
• Principais filosofos que influenciaram a filosofia
medieval: Platão e Aristóteles.
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Expoentes da Filosofia Medieval
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Aberlado
Duns Scoto
Escoto Erígena
Santo Anselmo
Tomás de Aquino
Alberto Magno
Roger Bacon
Filosofia da Renascença
• Séc. XIV ao XVI
• Marcada pela descoberta de obras de
Platão desconhecidas na Idade Média, de
novas obras de Aristóteles, bemo como
pela recuperação das obras dos grandes
autores e artistas gregos e romanos.
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São 3 as grandes linhas de pensamento na renascença
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1. Neoplantonismo e a descoberta dos livros do Hermetismo, nessa
obra destaca-se a idéia da Natureza como um grande ser vivo. O
homem faz parte da Natureza como um microcosmo.
2. A linha dos pensadores florentinos, que valorizava a vida ativa,
isto é, a política e defandia os ideais republicanos das cidades
italianoas contra o Império Romano-Germânico. Ou seja, contra o
poderio dos papas e dos imperadores.
3. A linha que propunha o ideal do homem como artífice de seu
próprio destino, tanto através dos conhecimentos (astrologia, magia,
alquimia) quanto através da política ( o ideal republicano) das
técnicas (medicina, arquitetura, engenharia, navegação) e das artes
( pintura, escultura, literatura).
Os nomes mais imprtantes desse período
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Dante
Marcílio Ficino
Giordano Bruno,
Campanella
Maquiavel
Montaigne
Erasmo
Thomas Morus,
Jean Bodin
Kepler
Nicolau de Cusa
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Filosofia Moderna
• Séc. XVII ao XVIII
• Esse período, é conhecido como o grande
Racionalismo Clássico, é marcado por
três grandes mudanças intelectuais.
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1. O surgimento do sujeito do conhecimento. Indagar a capacidade
do intelecto humano para conhecer e demonstrar a verdade dos
conhecimentos. Em outras palavras é o início do uso da capacidade
de reflexão. O ponto de partida é o sujeito do conhecimento como
consciência reflexiva.
2. As respostas às perguntas feitas, constituiem a segunda grande
mudança intelctual dos modernos, e essa mudança dis respeito ao
objeto do conhecimento. Isso equivale a dizer que tudo que pode
ser conhecido pode ser transformado num conceito ou numa idéia
clara e distinta demosntrável e necessária, formulada pelo intelecto.
3. Essa concepção da realidade como intrinsecamente racional e
que pode ser plenamente captada pelas idéias e conceitos
preparou a terceira grande mudança intelectual moderna.
Assim predomina nesse período a idéia de conquista científica e
técnica de toda a realidade, a partir da explicação mecânica e
matemática do Universo e da invenção das máquinas, graças às
experiências físicas e químicas.
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Principais nomes da Filosofia Moderna
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Francis Bacon
Descartes
Galileu
Pascal
Hobbes
Espinosa
Leibniz
Locke
Newton
Gassendi
Berkeley
Filosofia da Ilustração ou IIuminsmo
• Esse período crê nos poderes da razão, chamada de As
Luzes (por isso iluminismo) O qual afirma que:
• O homem pode conquistar tudo pela razão
• A razão é capaz de evolução e progresso
• O aprefeiçoamento da razão se realiza pelo progresso
das civilizações.
• Há diferença entre natureza e civilização. Natureza é o
reino das relações necessárias de causa e efeito ou das
leis naturais universais e imutáveis, enquanto que a
civilização é o reino da lberdade e da finalidade
proposta pela vontade livre dos próprios homens, em
seu aperfeiçoamento moral, técnico e político.
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…
• Nesse período também há grande
interesse pelas ciências que se
relacionam com a idéia de evolução.
• Interesse pela compreensão bas bases
econômicas da vida social e política,
surgindo reflexões sobre a origem das
riquezas das nações.
Principais nomens
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David Hume
Voltaire
D’Alembert
Diderot
Rousseau
Kant
Fichte
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Filosofia contemporânea
• Abrange o pensamento filosófico que vai de meados do
séc. XIX e chega aos nossos dias. Esse período por ser
o mais próximo de nós, parece ser o mais complexo e o
mais difícil de se definir, pois as diferenças entre as
várias filosofias ou posições filosóficas nos parecem
muito grandes porque as estamos vendo surgir diante
de nós.
Alguns nomes
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Martin Heidegger
Augusto Comte
K. Marx
Popper
Sartre
Merleau Ponty
Ernest Nagel
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Virtude
• Para Aristóteles consistia em uma disposição
adquirida voluntariamente, consistindo, em
relação a nós, em uma medida, definida pela
razão conforme a condura de um homem que
age refletidamente.
• Na filosofia moderna, passou a designar a força
da alma ou do cárater. Nesse sentido moral,
designa uma disposição moral para o bem.
• Para Kant: As virtudes designam formas
particulares dessa disposição para o bem: a
coragem, a justição, a lealdade.
Felicidade
• Para Aristóteles consistia na atividade da alma dirigida
pela virtude, isto é, pelo exercício da virtude, e não da
simples posse.
• Para Kant: A felicidade é sempre uma coisa agradável
para aquele que a possui, mas ela supõe, como
condição, a conduta moral conforme a lei.
• Para Sartre: A felicidade não é mais um fim a ser
atingido, mas uma função cíclica e intermitente, só
surgindo na medida em que a afirmamos.
• Para Freud: A felicidade não é um valor cultural: está
subordinada às exigências do trabalho e da produção.
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Ética em Kant
• A ética kantiana é fundamentada pela
razão prática e pela liberdade.
• A ética e a liberdade em Kant são
interdependentes.
• O ponto de partida de toda reflexão ética é
o conceito de boa vontade.
• A ação moral (ética) deve ser realizada
por dever.
O imperativo categórico em Kant
• Age somente, segundo uma máxima tal, que possas
querer ao mesmo tempo que se torne lei universal.
• Imperativo Universal:
• age como se a máxima de tua ação devesse tornar-se,
por tua vontade, lei universal da natureza.
• Imperativo Prático:
• age de tal modo que possas usar a humanidade, tanto
em tua pessoa como na pessoa de qualquer outro,
sempre como um fim ao mesmo tempo e nunca apenas
como um meio.
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Concepção de homem
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Filosofia Antiga: Ele é, pois, um ser ordenado finalisticamente em si
mesmo e para o qual se ordena, de alguma maneira, a própria
ordem do kósmos.
Filosofia Medieval: O homem medieval é o motor do conhecimento,
isto é, ele é aquele que conhece, busca informação procurando
saber e sendo influenciado. Ele é o centro e todo o seu caminho é
determinante porque é necessário “algo mais”. Ele é o que olha
para o alto.
Filosofia Renacentista: No renascimento há uma ruptura, pois o
homem não viabiliza a elevação individual, ou seja, a concepção de
homem mudou-se completamente. Aqui ele é mau por natureza e
sua moral é relativa e pragmática, sua ação visa o fim sem pensar
nos meios, ou seja, é uma questão prática de resultado.
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Filosofia Moderna: Exalta a liberdade e autonomia do homem. Dá o
poder de decidir autonomamente acerca do que é e do que deve
ser, do verdadeiro e do falso, do bom e do mau. Essa atitude cria
um espaço ilimitado à decisão individual e, abre, por isso, caminhos
de acesso a uma multiplicidade de doutrinas que entre si se
digladiam.
Iluminismo: Exalta o homem racional, capaz de que conhecer,
questionar, é o homem racional por excelência, senhor da razão.
Filosofia Contemporânea: O homem é escravo da razão-ciênciaprogresso e vive fragmentado numa pluralidade de discursos
filosóficos, correntes e escolas que tratam, por um lado, de
recompor os termos da velha equação inventando, de novo, os
fundamentos do pensar, e outros que tratam de o enterrar
definitivamente como se fosse um delírio de que o ser humano
devesse libertar-se de si mesmo para o seu próprio bem.
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Razão e Fé
• Pensamento Medieval: capacidade da razão
humana, os princípios que a razão humana têm
postos em si pela natureza não podem ser
contrários à fé.
• Pensamento moderno: Os racionalistas insistem
em dizer que a fé não é suficientemente racional
para ser relevante. Desta forma, fé (um “salto no
escuro”) e razão (faculdade própria do ser
humano de conhecer) seriam opostos que
jamais formariam uma unidade.
Leis
• Natural: No que diz respeito à lei natural, ela não é
senão a participação da lei eterna na criatura racional,
ou seja, a lei eterna que é a ordem divina, promulgada
no homem por meio da razão natural. Deus ao criar o
homem e todo o universo colocou uma ordem em cada
natureza, através do que cada ser age de acordo com o
fim da sua natureza e, portanto qualquer homem ao
nascer está sujeito à lei e deve agir conforme ela.
• Divina: Dispensada ao homem a partir da sua
capacidade de conhecer (dada por Deus) e portanto, o
homem é criatura submissa. A lei natural está submissa
à Divina.
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Humanismo Renascentista
• Movimento intelectual, lutando contra a esclerose da
filosofia escolástica e aproveitando-se de um melhor
conhecimento da civilização greco-latina, os humanistas
( Erasmos, Tomás Morus etc…) se esforçaram por
mostrar a dignidade do espírito humano e inauguraram
um movimento de confiança na razão e no espírito
crítico.
• Humanismo contemporâneo: sobretudo dos
existencialistas e de certas correntes marxistas, define o
homem como o ser que é o criador de seu próprio ser,
pois o humano, através da história, gera sua própria
natureza.
Maquiavel
• Concepção de poder: O conceito de poder está
intimamente ligado à questão da dominação. Quando
se trata de poder, fala-se obrigatoriamente de
Dominantes e Dominados. Daqueles que exercem o
poder e daqueles sobre quem o poder é exercido. Logo
a problemática de Maquiável era: como chegar ao
poder? Como exercê-lo? Como conservá-lo?
• Maquiavelismo: é um termo utilizado para designar a
doutrina política realista de Maquiavel, procurando, a
partir da experiência e da história, instaurar as leis e as
técnicas eficazes do poder pessoal.
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Jusnaturalismo: "Jusnaturalismo é a teoria do direito natural configurada nos séculos XVII e XVIII
a partir de Hugo Grócio (1583 - 1645), também representada por Hobbes (1588 - 1679) e por
Pufendorf (1632 - 1694). Essa doutrina, cujos defensores formam um grande contingente de
autores dedicados às ciências políticas, serviu de fundamento à reivindicação das duas
conquistas fundamentais do mundo moderno no campo político: o princípio da tolerância religiosa
e o da limitação dos poderes do Estado. Desses princípios nasceu de fato o Estado liberal
moderno. O Jusnaturalismo distingue-se da teoria tradicional do direito natural por não considerar
que o direito natural represente a participação humana numa ordem universal perfeita, que seria
Deus (como os estóicos julgavam) ou viria de Deus (como julgaram os escritores medievais),
mas que ele é a regulamentação necessária das relações humanas, a que se chega através da
razão, sendo, pois, independente da vontade de Deus. Assim, o Jusnaturalismo representa, no
campo moral e político, reivindicação da autonomia da razão que o cartesianismo afirmava no
campo filosófico e científico."
Contrato-Social: Contrato Social ou contratualismo é uma doutrina que reconhece como origem
ou fundamento do Estado (ou, em geral, da comunidade civil) uma convenção ou estipulação
(contrato) entre seus membros. O contratualismo, na modernidade, juntamente com o
jusnaturalismo (doutrina do direito natural) transforma-se em poderoso instrumento de luta pela
reivindicação dos direitos humanos. Hobbes e Spinoza puseram a doutrina do contrato a serviço
da defesa do poder absoluto. Assim Hobbes enunciava a fórmula básica do contrato: 'Transmito
meu direito de governar-me a este homem ou a esta assembléia, contanto que tu cedas o teu
direito da mesma maneira' (Leviatã). Essa, diz Hobbes, é a origem do grande Leviatã ou, com
mais respeito, do Deus mortal a quem, depois de Deus imortal, devemos nossa paz e defesa,
pois por essa autoridade conferida pelos indivíduos que o compõem, o Estado tem tanta força e
poder que pode disciplinar à vontade todos para a conquista da paz interna e para a ajuda mútua
contra os inimigos externos' (Leviatã).
…
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Soberania: O poder soberano existe para impedir o estado de
natureza e permitir a coexistência entre os homens, já que nesse
estado os indivíduos acabariam por se exterminar uns aos outros. A
constituição e o funcionamento da sociedade pressupõem que os
indivíduos cedam uma parte de seus direitos e os transfiram a um
soberano. Essa cessão e transferência de direitos e poderes
consiste em um contrato social, por meio do qual se institui a
sociedade civil organizada e se evita 'a guerra de todos contra
todos'. Por que isso ocorre? Porque, em última análise, o homem
deseja sobreviver e a sobrevivência é também uma lei natural,
sendo em nome dela que o homem estabelece este contrato. O
poder passa a ser exercido, portanto, por um soberano, que pode
ser tanto uma assembléia ou parlamento ou um rei.
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Conhecimento
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O que foi a revolução científica do séc. XVII para a filosofia?
A revolução científica moderna tem seu ponto de partida na obra de
Nicolau Copérnico, Sobre a revolução dos orbes celestes (1543),
em que este defende matematicamente (através de cálculos dos
movimentos dos corpos celestes) um modelo de cosmo em que o
Sol é o centro (sistema heliocêntrico), e a Terra apenas mais um
astro girando em torno do Sol, rompendo deste modo com o
sistema geocêntrico formulado no século II por Cláudio Ptolomeu
em que a Terra se encontra imóvel no lugar central do universo
(cuja origem era o Tratado do céu de Aristóteles, embora com
importantes diferenças). Representa assim um dos fatores de
ruptura mais marcantes no início da modernidade, uma vez que ia
contra uma teoria estabelecida há praticamente vinte séculos,
constitutiva da própria maneira pela qual o homem antigo e
medieval via a si mesmo e ao mundo a que pertencia.
…
•
Pode-se considerar que são fundamentalmente duas as grandes transformações que
levarão à revolução científica:
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1) Do ponto de vista da cosmologia, a demonstração da validade do modelo
heliocêntrico, empreendida por Galileu; a formulação da noção de um universo
infinito, que se inicia com Nicolau de Cusa e Giordano Bruno; e a concepção do
movimento dos corpos celestes, principalmente da Terra, em decorrência do modelo
heliocêntrico;
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2) Do ponto de vista da idéia de ciência, a valorização da observação e do método
experimental, isto é, uma ciência ativa, que se opõe à ciência contemplativa dos
antigos; e a utilização da matemática como linguagem da física, proposta por Galileu
sob inspiração platônica e pitagórica e contrária à concepção aristotélica. A ciência
ativa moderna rompe com a separação antiga entre a ciência (episteme), o saber
teórico, e a técnica (techne), o saber aplicado, integrando ciência e técnica e fazendo
com que problemas práticos no campo da técnica levem a desenvolvimentos
científicos, bem como com que hipóteses teóricas sejam testadas na prática, a partir
de sua aplicação na técnica.
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Conhecimento
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Racionalismo:Concepção filosófica que afirma a razão como única
faculdade de propiciar o conhecimento adequado da realidade. A
razão, por iluminar o real e perceber as conexões e relações que o
constituem, é a capacidade de apreender ou de ver as coisas em
suas articulações ou interdependência em que se encontram umas
com as outras.
Empirismo: Sob uma perspectiva contrária, os empiristas britânicos
refutaram a existência das idéias inatas e postularam que a mente é
uma tabula rasa ou página em branco, cujo material provém da
experiência. A oposição tradicional entre racionalismo e empirismo,
no entanto, está longe de ser absoluta, pois filósofos empiristas
como John Locke e, com maior dose de ceticismo, David Hume,
embora insistissem em que todo conhecimento deve provir de uma
"sensação", não negaram o papel da razão como organizadora dos
dados dos sentidos.
Características do empirismo
•
1 - não há idéias inatas, nem conceitos abstratos;
2 - o conhecimento se reduz a impressões sensíveis e a idéias
definidas como cópias enfraquecidas das impressões sensoriais;
3 - as qualidades sensíveis são subjetivas;
4 - as relações entre as idéias reduzem-se a associações;
5 - os primeiros princípios, e em particular o da causalidade,
reduzem-se a associações de idéias convertidas e generalizadas
sob forma de associações habituais;
6 - o conhecimento é limitado aos fenômenos e toda a metafísica,
conceituada em seus termos convencionais, é impossível.
Principais filósofos empiristas: Francis Bacon, John Locke, Thomas
Hobbes, George Berkeley e David Hume
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Conhecimento
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Sensível: É o conhecimento obtido através dos sentidos - visão, audição, olfato, tato e paladar.
Este conhecimento pode ocorrer numa experiência (emperia = experiência) particular de um
indivíduo com um objeto, por exemplo, ao comer uma maçã um indivíduo conhece a maçã.
Através de seus sentidos ele pode dizer: 'Esta maçã é doce.', 'Esta maçã é macia.', etc.
Num diálogo entre dois indivíduos, pode ocorrer o conhecimento entre ambos. Daí podem
surgir proposições do tipo: 'Fulano é uma pessoa educada.', 'Beltrano é muito ansioso.', etc.
É importante observar que nos dois casos supracitados, as proposições são fruto de
experiências subjetivas; por isso estas proposições são chamadas de 'opiniões' (doxa)
Vários problemas existem em relação a estas opiniões:
. Para qualquer indivíduo a maçã é doce e macia?
. Para qualquer indivíduo Fulano é uma pessoa educada e Beltrano é ansioso?
Inteligível: É o conhecimento obtido através do intelecto (pensamento, intuição
intelectual).
Uma pessoa leiga (não cientista) sabe da existência das células-tronco através de uma
reportagem científica mostrada numa revista ou pela TV, onde a comunidade científica
descreve as propriedades das células e os efeitos que elas causam em um organismo.
Mesmo sem ter visto uma célula-tronco e nem o modo como ela funciona, damos crédito
ao conhecimento a nós passado pela comunidade científica.
Este tipo de conhecimento é objetivo (não subjetivo), ele comum a qualquer pessoa. Os
filósofos gregos o denominaram de episteme (opinião verdadeira)
…
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Ceticismo:A palavra ceticismo vem do grego "skêpsis", que significa
indagação, exame. O desejo de aprender está relacionado com o
ato de fazer indagações, com a curiosidade. Informar-se, examinar,
analisar, ponderar sobre alguma coisa é uma forma de saciar essa
curiosidade. Então o ceticismo, na raiz de sua palavra, implica no
procurar saber, no não se contentar com a ignorância sobre os
fatos. Buscar explicações faz parte da natureza humana. A
curiosidade impulsiona a humanidade. A ciência e toda a tecnologia
existe porque pessoas movidas pelo não conformismo de não saber
indagam, examinam – enfim, praticam o ceticismo.
Pirro fundou, no século IV a.C., a primeira escola cética. Não deixou
nada escrito, mas o pirronismo é citado por Diógenes Laércio da
seguinte forma: "Chamam-se céticos, porque sempre examinam e
nunca encontram". Os seguidores dessa escola de pensamento não
visam descobrir, entender, examinar, mas apenas e tão somente
fixar-se na indagação. A indagação é um fim por si só.
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• Dogmatismo:O dogmatismo é uma doutrina
intelectual e um sistema religioso utilizado pela
filosofia e religião. Na filosofia, contesta o
ceticismo, pois crê na capacidade humana em
perceber a verdade absoluta e indiscutível. De
acordo com a proposta do dogmatismo
filosófico, a dúvida não é questionada, o que
aos olhos de alguns o torna uma doutrina
autoritária e ao mesmo tempo submissa já que
aceita as idéias estabelecidas sem exceção
Conhecimento para os pré-socráticos
•
1. Os pré-socráticos exprimiram-se com o princípio de que 'o semelhante conhece
o semelhante'.
Disse Empédocles: 'Conhecemos a terra com a terra, a água com a água.'
Disse Heráclito: 'O que se move conhece o que se move.' Para Heráclito a
realidade era a harmonia dos contrários, que não cessam de se transformar uns nos
outros. Como então percebemos as coisas como duráveis? Respondendo a esta
pergunta, Heráclito conclui que os sentidos nos mostram as coisas enquanto
duráveis, mas o nosso pensamento conhece como as coisas são de fato, estão em
mudança permanente.
Parmênides pensava o oposto de Heráclito, para ele só é possível pensar o
imutável, o idêntico. Perguntava ele, como pensar aquilo que muda? Como pensar
aquilo que passa a ser o contrário do que era?
É importante observar que tanto para Heráclito quanto para Parmênides perceber e
pensar são coisas diferentes. Para Heráclito os sentidos oferecem a imagem da
estabilidade e o pensamento alcança a verdade como mudança contínua. Para
Parmênides, percebemos mudanças impensáveis e devemos pensar identidades
imutáveis.
Para Demócrito, a realidade é constituída por átomos (partículas indivisíveis) e
somente o pensamento pode conhecer os átomos, que são invisíveis para nossa
percepção sensorial. Ele dizia que podemos conhecer pelos sentidos mas este
conhecimento não é tão profundo quanto o conhecimento pelo puro pensamento.
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…
•
2. Sócrates e os sofistas:
Para os sofistas (Protágoras, Gorgias, Hípias - sofistas mais
destacados) não podemos conhecer a realidade, só podemos ter
opiniões subjetivas sobre ela. Isto porque há pluralidade e
antagonismos quanto a realidade. Já que podemos só ter opiniões,
a linguagem passa a ser a melhor ferramenta para tratar da
realidade e persuadir os outras de suas próprias opiniões e idéias.
Assim a verdade é uma questão de opinião e de persuasão, e a
linguagem é mais importante do que a percepção e o pensamento.
Para Sócrates a verdade pode ser conhecida afastando as ilusões
dos sentidos e as ilusões das palavras ou das opiniões e alcançar a
verdade apenas pelo pensamento. Conhecer é passar da aparência
à essência, da opinião ao conceito, do ponto de vista individual à
idéia universal.
…
•
3. Platão
Conhecer significa tornar o pensante semelhante ao pensado. Deste modo ele estabelece uma
correspondência entre ser e ciência, que é o conhecimento verdadeiro. Conhecer é estabelecer
uma relação de identidade como o objeto em cada caso, ou uma relação que se aproxime o
máximo possível da identidade. Platão distinguiu os seguintes graus do conhecimento:
1º suposição ou conjectura, que tem por objeto sombras e imagens das coisas sensíveis.
2º a opinião acreditada, mas não verificada, que tem por objeto as coisas naturais, os seres vivos
e o mundo sensível.
3º razão científica, que procede por via de hipóteses e tem por objeto os entes matemáticos.
4º inteligência filosófica, que procede dialeticamente e tem por objeto o mundo do ser.
Para Platão os dois primeiros modos devem ser afastados da Filosofia pois são conhecimentos
ilusórios, aparentes. Os dois últimos são válidos para o conhecimento verdadeiro. O
conhecimento matemático é puramente intelectual e não devem nada aos sentidos e não se
reduzem a meras opiniões subjetivas. O conhecimento matemático é a preparação para a
intuição intelectual das idéias verdadeiras, que constitem a verdadeira realidade. Platão
diferencia e separa radicalmente duas formas de conhecimento o conhecimento sensível (crença
e opinião) e o conhecimento intelectual (raciocínio e intuição), somente o segundo alcança o Ser
a verdade. o conhecimento sensível alcança a mera aparência das coisas, o conhecimento
intelectual alcança a essência das coisas, as idéias.
Na Alegoria da Caverna, Platão descreve a educação do filósofo, que passa do conhecimento
sensível para o conhecimento inteligível. Ele procura mostrar a superioridade do conhecimento
inteligível em relação ao sensível. O primeiro é o conhecimento daquilo que é real e o segundo é
o conhecimento das aparências.
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…
•
4. Aristóteles
No conhecimento sensível, o conhecimento em ato é idêntico ao
objeto. No conhecimento inteligível, o conhecimento é a forma inteligível
do objeto. Por exemplo, ouvir um som (sensação em ato) identifica-se com
o próprio som. Esta doutrina de Aristóteles irá dominar o curso ulterior da
filosofia grega. Aristóteles disse que há seis formas de conhecimento:
sensação, percepção, imaginação, memória, raciocínio e intuição. As cinco
primeiras formas oferecem um conhecimento diferente da última, a intuição
intelectual, esta é a única que possibilita o conhecimento do 'Ser enquanto
Ser'.
Goethe em versos expressou o modo como os filósofos antigos concebiam
o conhecimento:
•
Se os olhos não fossem solares
Jamais o Sol nós veríamos;
Se em nós não estivessem a própria força divina,
Como o divino sentiríamos? De acordo com estes versos, há algo por trás
das coisas, há um substrato, uma essência das coisas, e em nós que
possibilita o conhecimento das coisas que conhecemos.
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