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Tobacco Courier Tobacco Courier PUBLICAÇÃO INFORMATIVA TRIMESTRAL - INTERNACIONAL TOBACCO GROWERS’ ASSOCIATION PUBLICAÇÃO INFORMATIVA TRIMESTRAL - INTERNATIONAL TOBACCO GROWERS ASSOCIATION Março 1999 Nº1 ÍNDICE Carta do Presidente Págs. 2 e 3 Carta do Director Págs. 3 e 4 Relatórios dos países Burundi África do Sul Brasil Argentina Canadá Malawi Zâmbia Tanzânia Zimbabwe Pág. 4 Págs. 5 e 6 Pág. 7 Pág. 8 Pág. 8 Págs. 9 e 10 Pág. 10 Pág. 11 Pág. 12 Projecto para uma convenção sobre o controlo do tabaco Pág. 13 Iniciativa de Erradicação do Tabaco Págs. 14 e 15 Encontro Anual 1999 Pág. 15 Nota Pág. 15 Últimas Notícias Pág. 16 1 Tobacco Courier PUBLICAÇÃO INFORMATIVA TRIMESTRAL - INTERNACIONAL TOBACCO GROWERS’ ASSOCIATION COMENTÁRIOS DO PRESIDENTE TOBACCO COURIER, ITGA ABRIL DE 1999 Há só três meses escrevi a minha primeira carta dirigida aos membros do ITGA e durante esse curto período de tem- integrem no mercado. As negociações que deram início a estas fusões já vêm tendo importantes efeitos secundários como o reforço da aliança estratégica da Seita com a Tabacalera e a concentração da Gallaher no mercado britânico. O consumo de cigarros regista tendências divergentes, com uma redução nos Estados Unidos e alguns países da União Europeia e um aumento na Grã-Bretanha., Europa Oriental, Médio Oriente e, em geral, entre os jovens. Os impostos sobre os cigarros e os preços demonstraram uma tendência para um aumento em quase todo o mundo, com as consequências habituais de contrabando crescente e, frequentemente, redução de rendimentos fiscais, como recentemente descobriram a Ínpo, registaram-se mudanças dia e a Suécia. Os efeitos desimportantes que afectam ou tes aumentos de preço sobre o afectaram os produtores de consumo levarão um pouco todo o mundo. mais de tempo a manifestar-se Todos sabemos que a indús- e a poderem ser avaliados. tria sofreu uma das suas maioApós o acordo negociado enres mudanças com a fusão tre os fabricantes de cigarros BAT/ Rothmans, e a venda da e o governo dos Estados UniRJ Reynolds Internacional à dos, a Indústria de transformaJapan Tobacco assim como ção está convertendo-se em uma secção britânica da RJR á mais uma repartição da admiGallaher. O impacto destas nistração fiscal, como mostra mudanças far-se-á sentir em a guerra pelo controlo do ditodo o mundo e constituem nheiro do acordo entre vários uma primeira resposta às cres- Estados dos EUA e o Governo centes ameaças globais ao sec- Federal. Assim, enquanto este tor. tenta apropriar-se de uma fatia Tais mudanças trouxeram do bolo e controlar a forma de consequência para a o gastar (saúde pública, camcomercialização do tabaco em panhas anti-tabaco), os goverfolha e proporcionarão uma nos estatais rejeitando tal iniperspectiva útil para quando os ciativa, consideram os fundos últimos grandes monopólios como outra forma de ingresso estatais (por exemplo, Itália, de impostos com a única difeEspanha, Bulgária e Turquia) se rença da sua origem específi- 2 ca; os fumadores e o sector do tabaco norte-americano. As acções judiciais nos Estados Unidos também tiveram resultados diversos: por um lado com o já famoso caso de um jurado californiano que adjudicou US$51,5 milhões a uma queixosa que tinha pedido US$16 milhões e, por outro lado, a desistência da firma de advogados ingleses Leigh & Day, em representação de 46 queixosos, contra a Gallaher e Imperial. Um apelo da Philip Morris conseguiu uma redução de US$50 a US$25 milhões em danos e prejuízos. Mas, noutro caso, a Philip Morris sofreu um ataque adicional com a adjudicação de US$81 milhões (a maior fiança a pagar por danos e prejuízos) por parte de um jurado à família da vítima de cancro pulmonar. Também existem lados positivos na recusa repetida dos tribunais norte-americanos em admitir pedidos de indeminização a fundos de saúde de sindicatos contra a indústria. No que respeita à liberdade de fumar, enquanto se multiplicam as proibições de fumar em lugares públicos, também aumenta nos Estados Unidos a criação de lugares especificamente designados para fumadores. Na União Europeia adoptaram-se passos decisivos para a criação de uma instituição, já há bastante tempo discutida, que representa todas as instâncias da indústria do tabaco, chamada a Caso do Tabaco. A organização, com sede em Bruxelas, reúne associações de produtores, processadores de folha, transformadores e co Tobacco Courier PUBLICAÇÃO INFORMATIVA TRIMESTRAL - INTERNACIONAL TOBACCO GROWERS’ ASSOCIATION merciantes de varejo, tentando assim concentrar esforços no sentido de reivindicar os direitos do sector. Como lhes antecipei na minha carta anterior, durante a minha viagem à Europa, tive reuniões com o Presidente da UNITAB para estabelecer uma posição conjunta a respeito à Iniciativa de Erradicação do Tabaco (IET) proposta pela OMS. Chegámos a um acordo sobre o tema e estipulámos estratégias para acções conjuntas futuras. A reunião com o Director da IET, Dr. Derek Yach, e sua equipa de trabalho, permitiume expor os perigos que tal iniciativa encerra, tal como se apresenta actualmente, dado afectar os direitos e interesses de milhões de produtores. O perigo reside na intenção da OMS de organizar uma Convenção Internacional cuja implementação e cumprimento seria de sua exclusiva competência, sem consideração para com o trabalho paralelo desenvolvido por outras agências das Nações Unidas. Este assunto exige a maior atenção e espero que se resolva favoravelmente antes da minha próxima carta. O mercado passa por momentos difíceis, descritos nos respectivos relatórios por país, e esperemos que termine depressa. Os mercados no Zimbabwe abriram suas portas com os mesmos preços baixos do ano passado, embora estimamos que pela qualidade do tabaco produzido, se registe um aumento à medida que se avance na temporada. Os produtores no Zimbabwe enfrentam graves problemas de viabilidade devido a taxas de juros elevadas e a condições climatéricas adversas. Por outro lado, notícias dos produtores brasileiros também acarretaram tensões, que os levaram a derrubar a porta da entrada do centro de compra com bulldozers e protagonizar incidentes violentos durante as reuniões de negociação dos preços. Apesar da desvalorização do Real, consta que os produtores brasileiros não obtiveram os benefícios da calmaria cambial, e estão a ser afectados por uma qualidade inferior à esperada. Recebam todos os meus melhores desejos para os meses a vir. Richard Tate Boletim do Director Executivo Substituir uma pessoa que durante nove anos desempenhou uma função difícil de maneira excelente e eficaz, não é tarefa fácil. Se para além disso, a substituição significa a transposição de um escritório para mais de 2000 kilómetros de distância, o problema torna-se ainda mais complicado: Os primeiros meses desempenhando a função que me foi assignada, ensinaram-me que o sucesso da ITGA depende do cumprimento das seguintes metas, dentro dos limites do nosso orçamento: 1. Executar correctamente as funções administrativas de uma associaçãomulticontinental e multilingue. 2. Assegurar o fluxo regular de informação sobre o sector do tabaco aos membros da organização e especialmente, da informação das suas próprias actividades. 3. Coordenar os Encontros Regionais, que reúnem membros com problemas e pontos de vista similares e participar neles. 4. Implementar o Plano Corporativo da Associação e seus quatro objectivos: -Integração de novos membros -Problemática do meio ambiente -Argumentos socioeconómicos -Combater campanhas antitabagistas Com o objectivo de atingir estas metas, assisti a dezanove reuniões nos primeiros três meses do ano. Do trabalho realizado aquando destas reuniões, ficam os aspectos mais relevantes: a) Em Dezembro e Fevereiro tive reuniões com o Secretariado Executivo que se reformou, David Walder, para preparar uma transferência, sem sobressaltos, de funcionamento e responsabilidades. A sua colaboração e disponibilidade, que aqui quero agradecer, permitiu abrir o novo escritório da ITGA na data acordada com o Presidente: 18 de Janeiro de 1999. O trabalho de Isabel foi essencial para o bom funcionamento deste escritório e esperamos que as fotografias do mesmo sejam do agrado de todos. b)Depois de estabelecer juntamente com David Walder contacto com o Sr. Jia Tinglin da Sociedade do Tabaco da China (CTS), reunimo-nos em Londres, onde nos informaram de suas intenções de aderir ao ITGA. A CTS é uma organização de carácter académico que mantem fortes laços com os produtores chineses; a sua afiliação ao ITGA irá requerer ser estudada em detalhe, pelo que já solicitámos a apresentação 3 Tobacco Courier PUBLICAÇÃO INFORMATIVA TRIMESTRAL - INTERNACIONAL TOBACCO GROWERS’ ASSOCIATION dos seus estatutos. Mesmo assim, as condições de sua afiliação deverão ser analisadas exaustivamente por parte dos actuais membros da ITGA, dada a importância e influência dos produtores chineses que, em caso de serem aceites na organização, aumentarão substancialmente a representatividade da ITGA como Associação Internacional de Produtores. Esta possível afiliação constitui um grande passo estratégico para a ITGA, devendo ser conduzida com a maior atenção. c)Nos meses de Dezembro e Fevereiro reuni com Tom Watson, iniciando assim um processo de encontros regulares que nos permitirá coordenar esforços e distribuir o trabalho para aumentar a eficiência. d)Aproveitando a estadia do nosso Presidente na Europa, atendemos várias reuniões. Uma delas foi a primeira reunião de sempre entre uma organização relacionada com o sector do tabaco e a Organização Mundial da Saúde (OMS). Realizou-se na sede da OMS em Genebra, com a assistência do Presidente sr.Tate e eu representando a ITGA, e o Sr. Dr. Derek Yach, Sr. Gian Luca Burci (Conselheiro Legal Senior), Sra. Subramaniam-Duella (Coordenadora das Relações Externas de IET) e o Sr. Richard Peto (Professor de Estatísticas Médicas e Epidemiologia). O Dr. Yach é o cérebro por detrás da Iniciativa de Erradicação do Tabaco. (IET), considerada pela Directora da OMS, a Sra. Gro Brundtland, como uma das suas máximas prioridades (ver texto respeitante). Entre Relatórios dos Países seus grandes objectivos, está a realização de uma Convenção Mundial, sob os auspícios da OMS, para estabelecer restrições de âmbito legal ao consumo e à produção de tabaco. O nosso Presidente referiu energicamente que não existe relação alguma entre a redução da produção do tabaco e a redução do consumo. Referiu a nossa profunda preocupação a respeito de uma iniciativa que tenta estabelecer uma regulamentação internacional sobre a produção de tabaco sem avaliar o seu tremendo impacto negativo sobre um número significativo de regiões e países produtores assim como as vidas de milhões de produtores e pessoas envolvidas no negócio. O Sr. Tate informou o Dr. Yach acerca das diferentes iniciativas de saúde que actualmente foram implementadas pelas organizações africanas de produtores para o controlo da Malária (outra das máximas prioridades da OMS) e prevenção da Sida. Surpreendentemente, a Sida não se encontra dentro das prioridades da OMS, apesar de ter mais de 30 milhões de pessoas infectadas só em território africano. Finalmente, o Presidente do ITGA explicou que não existe alternativas viáveis ao tabaco, nem a nível agrícola nem a nível económico. e)Com vista à reunião de Genebra, o nosso Presidente encontrouse em Roma com o Presidente da UNITAB, o Sr. Di Bucchianico, que em nome da sua organização, concordou com as posições que Richard Tate se propunha ter em Genebra (ver Declaração Conjunta). Os presidentes da ITGA e UNITAB concordaram com a necessidade de manter contactos regulares, para além das Assembleias Anuais e decidiram elaborar um plano de acções conjuntas. f)Por outro lado, aproveitando a minha estadia em Roma, organizei com a ajuda de David Walder, uma reunião com a Directora da Divisão do Comércio Agrícola, Sra. Paola Fortucci, a quem informei do interesse por parte do ITGA de actualizar o estudo sobre o tabaco realizado pela Divisão e publicado em 1989. g)Em Março, assisti ao Encontro Regional Norte Americano, durante o qual os nossos colegas abordaram temas de que dão conta nos seus respectivos relatórios. Deu-se especial atenção aos preparativos da Assembleia Anual prevista para os dias de 30 de Outubro a 4 de Novembro. h)Nestes últimos dias obtive informação sobre a perigosa rapidez e maneira de actuar que a Sra. Brundtland está empregando na Iniciativa de Erradicação do Tabaco e sua tão desejada Convenção sobre o Controlo do Tabaco. Esta informação motivou a carta enviada a todos os membros, solicitando a devida atenção. A este respeito, também serão tomadas providencias por parte deste Secretariado para conjuntamente como os países membros da UNITAB, evitar que se tomem decisões prejudiciais durante a próxima Assembleia Geral da OMS, que se realizará em Maio. António Abrunhosa BURUNDI Relatório da colheita 1999 Os efeitos da Niña desde Outubro 1998, começo da plantação até á presente data, têm sido nefastos para a presente campanha. Na sequência desta situação, a área plantada foi reduzida para 438 Ha de flue-cured e 113 Ha de Burley contra 850 Ha e 250 Ha inicialmente apontados respectivamente. A plantação foi drasticamente restringida. Um tempo seco e quente também tem impedido práticas correntes como colher, curar e escolher. Os mercados darão início em meados do mês de Março 1999. 4 Tobacco Courier PUBLICAÇÃO INFORMATIVA TRIMESTRAL - INTERNACIONAL TOBACCO GROWERS’ ASSOCIATION ÁFRICA DO SUL A) Relatório da Colheita I - Colheita 1998 II - Previsão de Colheita ( NOV. 1998) III - Previsão de Colheita ( MARÇO 1998) 5 Tobacco Courier PUBLICAÇÃO INFORMATIVA TRIMESTRAL - INTERNACIONAL TOBACCO GROWERS’ ASSOCIATION B) Relatório sobre actividades anti – tabagistas I. Últimas novidades sobre a Reforma ao Projecto de Lei relativamente ao Controlo dos Produtos de tabaco na África do Sul As reformas ao Projecto de Lei relativamente ao Controlo de Produtos de Tabaco aprovadas em Assembleia Nacional no dia 3 de Março de 1999, aumentaram sem, no entanto, resolverem a inconstitucionalidade da Lei. A lei conforme se apresenta, viola numerosos direitos constitucionais incluindo o direito à liberdade de expressão, liberdade de associativismo e de comércio. Também põe em perigo outros direitos fundamentais como o direito á opinião e liberdade de opção política. Aquando da exposição pelo Presidente Mandela, da revisão do Projecto de Lei sobre o Controlo de Produtos de Tabaco na Assembleia Nacional, a 21 de Janeiro de 1999, ele referiu as seguintes preocupações: - Que o leque de suposições que pode abranger o termo “actividade organizada”, poderia vir a limitar direitos protegidos pela Lei dos Direitos Fundamentais, especialmente o que diz respeito á liberdade de associativismo; - Que o poder legislativo do Ministro da Saúde para limitar a incidência da Lei afim de evitar “consequências não intencionais” não protegeria a Lei de ser contestada na sua constitucionalidade; - Que a definição de “locais públicos” poderia vir a ser exagerada no caso de se estender a locais privados O Presidente também referiu que a Secção 79 do Projecto de Lei prevê uma oportunidade especial para qualquer proposta de Lei ser indeferida “com o 6 propósito de a colocar em terreno constitucionalmente firme”. A Assembleia Nacional adoptou por uma aproximação selectiva ás preocupações do Presidente e decidiu somente tratar de definir as expressões “actividade organizada” e “local de trabalho”. A nova definição dada a “actividade organizada” é o que resta de uma legislação de segurança nacional passada, apontando para que a liberdade de associação seja ainda mais restringida. A nova definição de “local de trabalho” é criadora de uma situação completamente absurda porque nos termos em que é encarada, prevê a demarcação de áreas para fumar nos locais de trabalho até em creches mas não em bares, restaurantes ou hoteis. A Assembleia Nacional rejeitou especificamente propostas susceptíveis de virem ao encontro das preocupações do Presidente acerca do poder de regulamentação do Ministro para limitar o âmbito de aplicação de uma proposta de Lei afim de evitar “consequências não intencionais” . A decisão do Comité terá entre outras, as seguintes consequências: 1. Aos possuidores de interesses relacionados com o tabaco poderá ser revogado o direito de apresentarem os seus casos a instâncias políticas e públicas 2. Muitas formas de reportagem em jornais ou revistas anunciando produtos ligados ao tabaco serão interditados, assim como o serão os eventos desportivos estrangeiros que apresentem simbolos ligados ao tabaco. Os jornalistas serão impedidos de escrever artigos sobre p.ex. charutos ou sobre li- vros ou guias relacionados com produtos de tabaco. 3.Todas as reportagens de acontecimentos onde a imagem do tabaco for visível, como p.ex. Formula 1, serão proibidas. 4.Não haverá excepções permitidas para acontecimentos como o Grande Prémio de Fórmula 1 embora tragam benefícios elevados para a economia de um país. 5.Revistas ou jornais impressos fora da África do Sul, contendo propaganda sobre tabaco, serão interditados. 6.Apesar de o Ministério ter afirmado o contrário e não haja referência específica sobre esse ponto no Memorandum da Lei em questão, a propaganda em locais de venda será proibida. 7.Os comerciantes de varejo serão proibidos de publicarem ou distribuirem publicações indicando produtos de tabaco e seus preços. Atendendo a que as preocupações do Presidente foram ignoradas, especialmente o aviso da Secção 79 apresentando uma oportunidade no que diz respeito à reconsideração de um Projecto de Lei por não se enquadrar nos fundamentos constitucionais, a Assembleia Nacional falhou uma oportunidade única. Em vez disso, num processo extremamente precipitado que excluiu a participação do público, falhou em resolver muitos dos problemas constitucionais da Lei. Para além de ter aprovado uma Lei ainda mais inconstitucional, tornou-a mais absurda, insensata e impraticável. Quando o Departamento da Saúde tentar implementar esta legislação mal redigida e confusa, poderá ter que concluir que esta se afunda sob o seu próprio peso. Tobacco Courier PUBLICAÇÃO INFORMATIVA TRIMESTRAL - INTERNACIONAL TOBACCO GROWERS’ ASSOCIATION BRASIL SAFRA 1998/99 As lavouras de fumo estão em processo final de colheita. Já a estimativa total de produção (todas as variedades) poderá superar a mencionada no relatório anterior. PREÇO A tabela de preços foi majorada em 5% e nada mais. A reunião de negociação, ocorrida em dezembro do ano passado, novamente findou sem que houvesse um acordo entre as partes. Os representantes dos produtores – Afubra e as Federações dos Sindicatos e dos Trabalhadores Rurais – solicitaram um reajuste de 23,7%, que correspondia a variação cambial ocorrida desde novembro de 1996, ano em que foi concedido o último aumento ao produto. A indústria não aceitou o índice e nem quis negociar, mantendo apenas o percental de 5% que já tinha prometido anteriormente. Como principal alegação para a negativa, os industriais citaram uma forte pressão dos compradores internacionais para baixar ainda mais o preço de exportação, já muito comprometido pela baixa cotação do dólar em relação à moeda brasileira, imposto pelo Governo. COMERCIALIZAÇÃO Como consequência do insucesso das negociações do preço do fumo, o protocolo que regulamenta a comercialização da safra não foi assinado. Mesmo assim, a indústria garantiu a compra de toda a produção contratada, além de mais alguns itens que já vinham sendo praticados em safras anteriores. O início da comercialização, porém, trouxe uma realidade ainda pior para os fumicultores. Além do preço insatisfatório, veio um grande rigor na aplicação dos critérios de classificação. Com isso, o preço médio auferido pelo produtor ficará reduzido em aproximadamente 5%. MOBILIZAÇÃO Diante do agravamento da situação, as entidades dos produtores começaram a se mobilizar para tentar reverter o quadro. Como primeiro ato, foi montado um acampamento próximo ao parque fabril, com o intuito de acompanhar a comercialização através de equipes que visitam diariamente os locais de compra. Além disso, já foram acionadas várias autoridades ligadas ao sector agrícola – entre elas, o Ministro da Agricultura-, com o intuito de buscar soluções que amenizem os problemas que estamos enfrentando. DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL No início de Janeiro, uma forte crise financeira e a livre flutuação do dólar no País. Independentemente das causas que provocaram uma grande fuga de capital estrangeiro investido no Brasil, a nova situação trouxe uma repentina e acentuada desvalorização da moeda nacional em relação ao dólar. A nova realidade cambial já proporcionou a reabertura do diálogo quanto ao preço do fumo. E uma reunião, envolvendo os produtores e a indústria, deverá ocorrer nos próximos dias. Mesmo não confirmado, a expectativa dos produtores é favorável quanto a um reajuste no preço. ANTITABAGISTAS E a promessa foi cumprida. O advogado e juiz aposentado, António Carlos Estrella, fundou a primeira associação de proteção ao fumante no Brasil. Denominada Profumo, a entidade surgiu durante assembleia ocorrida no dia 8 de Dezembro de 1998, em Porto Alegre. Segundo o seu idealizador, também eleito como primeiro presidente da nova entidade, a Profumo visa a proteção do fumante como cidadão, sem qualquer vínculo com ninguém e sem concitar as pessoas ao fumo. Os fumantes brasileiros, portanto, têm agora como representante uma pessoa jurídica de direito privado. Uma equipe da Afubra participou da assembleia de fundação, sendo, portanto, sócia fundadora. 7 Tobacco Courier PUBLICAÇÃO INFORMATIVA TRIMESTRAL - INTERNACIONAL TOBACCO GROWERS’ ASSOCIATION ARGENTINA Preços Colheita 98 Catamarca Ctes Chaco Jujuy Misiones Salta Tucumán TOTAL 1.287 2.825 1.010 42.731 21.769 37.807 9.078 Jujuy (com mais de 50% da colheita) $1.34 Salta (com 35% da colheita) $1.37 Tucumán/Catamarca $1.10/1.15 Misiones (com 15% da colheita) $1.38 Corrientes (não começou) 116.509 Ton. Chaco (sem dados) Comentários Calcula-se que cerca de 15 mil toneladas terão dificuldade de venda por terem ultrapassado as vendas contratadas. Os preços estão a ser fortemente pressionados pela concorrência do tabaco brasileiro após a desvalorização do real. CANADA O ministro da Saúde canadiano, Allen Rock anda em busca de apoio público em relação a algumas iniciativas sobre o controlo do tabaco. A Saúde no Canada propõe: - Que informações sobre a toxicidade das emanações derivadas do tabaco sejam especificadas nos pacotes, numa cobertura que poderia vir a ser de 60% do pacote - Avisos sobre os efeitos nefastos para a saúde sejam colocados lateralmente em cada pacote e que sejam inseridas novas mensagens ( propostas por jovens) - No intuito de aumentar a informação disponível ao fumador, incluir slides informativos dentro dos pacotes - A inserção no pacote de um aviso de proibição de venda do produto a jovens 8 A Saúde canadiana também propõe restrições relativamente a produtos derivados do tabaco e acessórios (isqueiros, fósforos) nos pontos de venda. As medidas de controlo consideradas, neste caso, apontam para a localização, área, e publicidade. Também e seguindo a política de reforma do Tobacco Act, a todos os transformadores seria requerido o seguinte: - Completar a lista de ingredientes tóxicos contidos no tabaco de que a Health Canada deve ter conhecimento e passarem dos 3 correntes para 50+ - Emitir uma listagem de todos os componentes do produto, incluindo filtros, papel e ingredientes usados no processo de transformação - Relatar todas as promoções provenientes de produtos de ta- baco, variedade por variedade assim como actividades apoiadas por estes produtos Segundo Rob Parker, Presidente do Conselho dos Transformadores de Tabaco Canadiano, estamos perante um possível confisco de uma marca registada para o caso do aviso de 60% que está a ser proposto. Parker também referiu que o pedido de listar todas as emanações tóxicas seria impossível de realizar devido á falta de testes standard para muitos componentes do fumo do tabaco. SITUAÇÃO DO MERCADO – até 5 de Março, 59,166,035 kgs de tabaco tinham sido vendidos a um preço médio de C$ 3.576/kg. Espera-se concluir as vendas até 26 de Março, 1999. Tobacco Courier PUBLICAÇÃO INFORMATIVA TRIMESTRAL - INTERNACIONAL TOBACCO GROWERS’ ASSOCIATION MALAWI ESTADO DO TEMPO Em termos climatéricos, esta época teve um começo difícil. Embora a precipitação tivesse ocorrido quase em simultâneo em todas as regiões da época passada (por volta de meados de Novembro), esta precipitação foi muito inconstante, desaparecendo mesmo por períodos irregulares afectando a transplantação quase por completo. PREVISÃO DA COLHEITA De acordo com as previsões da Comissão para o Controle de Tabaco, podemos estimar que serão produzidos 90 milhões de kg de Burley e 14 milhões de kg de Virginia para a campanha 1998/99: 1996 Burley Flue-Cured NDDF ML NDDF LL SDF AS 117,957,550 15,410,241 5,557,539 986,042 1,198,145 572,628 1997 133,888,256 14,850,035 6,008,423 1,497,944 926,154 762,669 1998 113,786,699 13,854,301 5,051,896 689,564 613,613 393,073 1999* 90,000,000 14,000,000 5,700,000 650,000 450,000 IMF ORDENA AO MALAWI O INCENTIVO DOS PRODUTORES O deputado director do Monetary International Fund (IMF), o Sr. Shigemitsu Sugisaki alegou a necessidade de dar incentivos aos produtores oferecendo preços para o tabaco mais aliciantes no intuito de aumentar a producão agrícola. Este comentário foi feito durante uma conferência de imprensa durante a sua visita de 4 dias ao Malawi. Sugisaki referiu que a agricultura , sector de rendimento mais elevado com o estrangeiro do Malawi, está fraco e não é competitivo devido ao mecanismo de preços. Também salientou que melhoramentos tecnológicos simples como p. ex. a passagem do sacho e utilizão de animais na preparação das terras para o uso de pequenos tractores, mudaria a situação do Malawi. A REFORMA DO DR. MZUMACHARO COMO CONSELHEIRO DE TABACO O Dr. Andrew Mzumacharo que tem vindo a desempenhar a sua função como Conselheiro de Tabaco por mais de quinze anos reformou-se e para o seu posto foi eleito o Sr. P. Mtema (Distrito do lado este do Malawi) A sua reforma foi anunciada aquando de um encontro regional recente tido no Mchinji. No seu discurso tido nessa altura, o Dr. Mzumacharo, que também é Presidente da Associação de Tabaco do Malawi (TAMA), lamentou a dívida de 200,000,000 MK que não conseguiu ser honrada por vários produtores. Salientou ainda que estas dívidas não podem ser anuladas se por sua vez, os produtores canalizam o seu tabaco para outros compradores que não os que o contrataram. Aquando das vendas, o Presidente referiu o seu descontentamento com a oferta de preços baixos do tabaco em detrimento dos custos elevados e dos investimentos efectuados. A associação organiza Encontros Regionais todos os anos afim de rever as actividades tidas nos anos anteriores assim como avaliar a situação do mercado. 9 Tobacco Courier PUBLICAÇÃO INFORMATIVA TRIMESTRAL - INTERNACIONAL TOBACCO GROWERS’ ASSOCIATION TAMA BUSCA REGULAMENTAÇÃO SEVERA PARA COMPRADORES INTERMEDIÁRIOS A associação de tabaco do Malawi (TAMA) requereu ao governo o cumprimento de uma regulamentação mais rigorosa e a implementação de um mecanismo de controle, afim de assegurar que a produção de tabaco seja benéfica a todas as partes. Aquando de uma conferência de imprensa, houve comentários por parte do Secretário Executivo da TAMA o Sr. Garbett Thyangathyanga, acerca da introdução de compradores intermediários e dos consequentes distúrbios para a Indústria do tabaco. O Governo introduziu os compradores intermediários para incentivar a competição nas compras de tabaco no caso dos produtores de pequeno porte, anteriormente pertencentes ao monopólio do Desenvolvimento da Agricultura e Sociedade de Comercialização.(ADMARC) Durante o último ano, a Comissão para o Controle do Tabaco (TCC) inflacionou os preços das licença mínimas aos compradores intermediários de 57 US$ para 228US$, representando um aumento de 300%. ZÂMBIA tardaram as taxas de plantação e crescimento de um modo significativo no que diz respeito ao peso, mas a qualidade manteve-se excelente. O pequeno produtor não teve tanta sorte. Só uma pequena percentagem destes produtores, possuem meios financeiros disponíA produção de tabaco para esta veis para a lavoura prematura das campanha na Zâmbia foi terras Fevereiro/Março, entreganfavorecida no sector comercial do-se á ceifa, cura, e à plantação pelo bom estado do tempo e há regada em Outubro, antes da cheesperança de uma colheita de gada das chuvas em Novembro. Se qualidade superior. não existem chuvas propícias, em As chuvas próprias da esta- Dezembro, isto resultará invariação com início em meados de velmente numa produção com Novembro banhando quase to- peso reduzido. dos os distritos de produção, O tempo a que se assistiu por deram um início favorável ás toda a Zâmbia nesta época, tem jovens plantas que se encontra- sido muito interessante na mevam nos campos em semelhan- dida em que a precipitação tem ça à plantação de irrigação do sido a mais contínua das últimas início do mês de Setembro. duas décadas. Os níveis da chuva Mesmo quando se esgotavam durante esta época até aos fins as fontes de irrigação, regis- do mês de Março passou de 700 tou-se boa e oportuna preci- mls para 1500 mls, mas até se pitação, permitindo assim ao considerarmos os valores mais produtores preparar uma co- baixos, têm sido raros os casos lheita promissora de boa qua- em que os produtores não tiveslidade . sem direito a pelo menos 10 dias As plantações mais tardias de chuvadas por mais de uma ou em Novembro e Dezembro, duas ocasiões. Nos outros casos, não decorreram de modo tão em quase todo a região, registafavoravelmente linear. Preci- ram-se fortes e prolongadas prepitações contínuas durante o cipitações diariamente. mês de Janeiro e Fevereiro reA plantação para esta campa- 10 nha, estima-se a: Virgínia Burley Tabaco escuro Total 6,500Ha 2,900 Ha 900 Ha 10,300 Ha Só 20% desta área pertence a produtores membros da Associação e é vendida centralmente. O resto pertence a outros produtores que recebem os seus insumos através de um esquema comercial de intermediários e que são obrigados a vender a totalidade da sua produção ao nível do mercado primário. Como existem vários empresários implementando este sistema no país, isto acarretou o aparecimento de mercados múltiplos na época passada onde a defesa dos interesses de cada um deu numa colheita com variações de preços em todo o país. Esta situação não só causou danos consideráveis á concessão de créditos aos pequenos agricultores, como também marginalizou as oportunidades destes a aceder a outros créditos financeiros para produtores independentes. A”Tobacco Control Board” já ameaçou com medidas drásticas contra acções de quaisquer compradores defraudando o sistema de compra. As vendas de Lusaka estão previstas abrirem a 18 Maio,1999. Tobacco Courier PUBLICAÇÃO INFORMATIVA TRIMESTRAL - INTERNACIONAL TOBACCO GROWERS’ ASSOCIATION TANZÂNIA 1.0 - PRODUÇÃO – COLHEITA 1998/99 1.1 - PANORÂMICA DO ESTADO DO TEMPO A época das chuvas durante a campanha 1998/99 tem-se caracterizado por uma prolongada seca. Nas áreas de produção de flue-cured onde se inicia normalmente a transplantação em fins de Novembro até ao final do mês de Dezembro, não tinha ainda havido precipitação suficiente para se proceder a tal acção, pelo que houve necessidade de se fazer o transplante de plantas de estufa para os campos lentamente, tendo-se esta prolongado até ao final de mês de Janeiro. De igual modo e devido às mesmas circunstâncias, a maioria dos produtores não puderam proceder à aplicação de fertilizantes na altura recomendada para o desenvolvimento da planta. 1.2 - DISPONIBILIDADE DE INSUMOS A proibição imposta pelos principais compradores de tabaco, a saber, a Tanzania Leaf Tobacco Company, Stancom (T) Ltd e a Dimon (T) Ltd., respeitante à distribuição de insumos a crédito foi levantada desde o final do mês de Janeiro 1999. Ao que tudo indica, a decisão tomada não resultou em melhoria significativa devido ao facto de o tabaco plantado nos campos já estar bastante crescido e a seca prevalecente não se adequar à aplicação de fertilizantes das plantas remanescentes. 1.3 - QUANTIDADE ESTIMADA PARA A COLHEITA Foi feita uma previsão preliminar para a campanha de 1998/99 estimando uma quantia de 80.0 milhões de kgs de tabaco FCV assim como 6 milhões de DFC. Na sequência dos efeitos provocados pela seca assim como pela suspensão da distribuição ao investimento; a previsão foi corrigida da seguinte forma: TIPO Ha* PESO* FCV DFC 25.000 12.000 16.000 6.000 Total: 37.000 22.000 (ML KGS) * Valores estimados A colheita de 16 milhões kgs (FCV) e 6 milhões kgs (DFC) são estimativas preliminares, o volume certo só será conhecido após inspecção da colheita prevista para Março 1999. 2.0 - DÉCIMA SEGUNDA REUNIÃO DO CONSELHO DE TABACO DA TANZÂNIA O conselho de Administração para o Tabaco da Tanzânia tem previsto reunir-se a 8 de Abril de 1999 na sua 12ª Sessão. Entre outros assuntos, os participantes irão negociar os preços de venda para 1999/2000 dos produtores Aos produtores da variedade FCV já foi garantido um aumento de 3 % em comparação aos preços acordados da época passada, este aumento já tinha sido negociado e garantido aquando da 11ª. Sessão em Novembro 1998. Existem preocupações por parte dos produtores de que a desvalorização da moeda brasileira traga efeitos negativos na Tanzânia e conduza a uma oferta de preços de produção baixos por parte dos compradores. 3.0 - VISITA DE JORNALISTAS A TANZÃNIA A ITGA, através do seu agente de Relações Públicas, a Hallmark Public Relations Ltd, do Reino Unido, organizou com êxito, uma visita sobre a indústria do tabaco na Tanzânia. Os jornalistas que participaram des- te encontro foram: do Zimbabwe 1, Alemanha 1, Kenya 1 mais 2 jornalistas locais. A Hallmark foi representada pelo Dr. Tom Watson. Esta visita foi organizada como uma contra medida perante as campanhas anti-tabaco. A indústria do tabaco na Tanzânia deve o seu sucesso ao impacto benéfico desenvolvido ao nível socio económico assim como ao apoio tido pelo Governo. A Indústria desenvolveu-se rapidamente entre 1994/95 – 1996/ 97 com um aumento de produção de 22 milhões de kgs (folha verde) para 51.0 milhões kgs. Durante os 5 dias de permanência na Tanzânia, os jornalistas convidados tiveram a oportunidade de encontrarem produtores de tabaco de Tabora e Iringa respectivamente. Também visitaram as fabricas de transformação de Morogoro que pertencem á Universal Leaf Incorporation e DIMON International. 4.0 - OUTROS ASSUNTOS 4.1 - ACTIVIDADE ANTITOBACO Houve um aumento no número de artigos publicados contra o tabaco em jornais locais, apesar de não se registarem alterações nas atitudes de apoio por parte do Governo. 4.2 - DESFLORESTAÇÃO No intuito de proteger o ambiente e de se conseguir lenha para a cura do tabaco, estão previstas nos regulamentos medidas de colaboração entre produtores e compradores de folhas verdes para a organização de loteamentos de lenha Dimon (T) Ltd, distribuiu nas duas últimas épocas, 500.000 sementes de árvores ao produtores da região de Iringa que ocuparam cerca de 285,70 HA Estas sementes pertencem á família dos Eucalyptos. 11 Tobacco Courier PUBLICAÇÃO INFORMATIVA TRIMESTRAL - INTERNACIONAL TOBACCO GROWERS’ ASSOCIATION ZIMBABWE As estimativas de vendas da colheita de 1998/99 são: Flue-cured Burley Oriental 184 milhões kg 6,5 milhões kg 25 toneladas Os preços médios esperados são semelhantes aos do ano passado ou ligeiramente inferiores devido á importância da colheita do Brasil e á desvalorização da moeda brasileira. Flue-cured Burley Oriental 160 – 165 Usc/kg 130 Usc/kg 1,10 Usc/kg Fumicultores fazem campanha na OMS Por Paul Solman através do desencorajamento do consumo do tabaco e os seus Representantes de produtores planos incluem uma proibição de tabaco da ITGA vão encon- global da sua publicidade e patrar-se, na próxima semana, com trocínio. responsáveis da Organização A OMS pretende também disMundial de Saúde num esforço suadir os agricultores de produpara convencer a agência da zirem tabaco e encorajá-los a diONU de que sua campanha con- rigirem-se para outras culturas. tra o tabaco pode destruír as conContudo, o Dr. Abrunhosa disdições de vida de agricultores se: “os produtores de tabaco não nas nações em desenvolvimento. podem simplesmente desligarA ITGA tentará convencer se do tabaco e produzir cacau ou Derek Yach, que dirige a Inicia- açúcar. O tabaco é frequentetiva para a Erradicação do Taba- mente produzido em áreas onde co (IET) da OMS, que acabar outras culturas não vingarão”. com a produção de tabaco seria Disse ainda que as economias desastroso para muitas econo- locais em países como a mias emergentes. Tanzânia ou o Malawi dependem “Acreditamos que a OMS não da cultura. compreende bem o efeito que a “O tabaco dá estabilidade. É IET teria nos produtores de taba- uma boa cultura de rendimento, co das regiões pobres”, disse com uma procura estável e renAntónio Abrunhosa, director exe- de aos produtores muito mais cutivo da ITGA, cujos países mem- do que outras culturas”, disse o bros produzem 80 por cento do Dr. Abrunhosa. tabaco transacionado no mundo. No Brasil, o maior exportador A campanha contra o fumo é mundial de tabaco, este rende uma das políticas centrais da di- cerca de US$8.000 para cada rectora da OMS, Gro Harlen família que o produz, de acordo Brundtland. A agência tem-se com a ITGA, enquanto outras empenhado em reduzir as doen- culturas apenas dão US$2.000. ças relacionadas com o tabaco, “Um agricultor tem de cultivar 12 nove hectares de milho para igualar o rendimento de um hectare de tabaco, afirmou recentemente a Associação. “No Zimbabwe, que exporta 98 por cento do seu tabaco, a cultura tem um efeito multiplicador na economia local. Um quilo de tabaco cuja produção custa Z$7.88, gera Z$33.84 na economia local”. O Dr. Abrunhosa disse que a ITGA procura convencer os responsáveis da OMS de que não há qualquer ligação entre a produção e o consumo de tabaco. “Levar os produtores à falência não impedirá ninguém de fumar”, disse ele. A ITGA acrescenta que o lucro dos produtores de tabaco é muito modesto, quando comparado com o rendimento que os governos dos países desenvolvidos obtêm das vendas do tabaco. “Um quilo de folhas de tabaco vendido num país em desenvolvimento por US$2 pode render mais de US$291 em impostos para os governos de países desenvolvidos”, disse a Associação. Financial Times, 23 de Fevereiro de 1999 Tobacco Courier PUBLICAÇÃO INFORMATIVA TRIMESTRAL - INTERNACIONAL TOBACCO GROWERS’ ASSOCIATION PROJECTO PARA UMA CONVENÇÃO SOBRE O CONTROLO DO TABACO 1.Antecedentes A 49ª Assembleia Mundial sobre a Saúde adoptou em Maio de 1996 a resolução WHA49.17, solicitando ao Director Geral da OMS “iniciar o desenvolvimento de uma convenção tipo (sobre o controlo do tabaco) em virtude do Artigo 19 dos Estatutos da OMS”. O trabalho de preparação, incluindo os exames da estrutura proposta para a convenção e a estratégia para o seu desenvolvimento, iniciado em 1996, ficou finalizado. (os documentos estão disponíveis se solicitados). 2. Projecto de Desenvolvimento do Projecto de Convenção Internacional (PCI) Agora que se deu a prioridade ao controlo global do tabaco como projecto piloto por parte da Dra. Gro Brundtland e seu Gabinete, a OMS apressou o seu trabalho sobre a Convenção piloto. A iniciativa de Erradicação do Tabaco (IET) criará consenso, mobilizará apoio e fomentará a adopção da convenção e protocolos relacionados. A IET actuará como Secretaria durante a fase de negociação e assegurará que o Gabinete de Acessoria Legal se mantenha envolvido e informado. As componentes para uma análise ao trabalho de Convenção centrar-se-ão nas legislações nacionais/globais, assuntos comerciais, planeamento político e análise/ monitora da indústria. Aquando da finalização do seu trabalho por parte do Gabinete, poder-se-iam integrar-se áreas principais do projecto relacionadas com a PCI dentro de “Departamento para a Convenção”, sob os auspícios da Direcção Geral. Serão identificadas importantes oportunidades internacionais para a promoção da PCI, entre as quais poderíamos incluir as seguintes: Conferência Internaci- onal Legislativa sobre o Controlo do Tabaco (E.U. março 1999), Presidência da Finlândia na União Europeia (a partir de Julho de 1999), a XI Conferência Mundial sobre o Tabaco e a Saúde (Chicago, Agosto de 1999) e a Conferência Ministerial da União Europeia (Polónia, 2001); como também receber apoio da Organização Americana da Saúde/AMRO na criação da convenção proposta diante da OEA, sobre o controlo do tabaco. Os esforços da promoção centram-se nos média internacional, mobilização global de organizações não governamentais e apoio das comissões nacionais da PCI. 3.O que é um Projecto de Convenção? Um projecto de Convenção é uma espécie de tratado ou instrumento de acordo internacional entre Estados ou entre Estados e organizações internacionais, gerido pelo direito internacional. O protocolo preparatório proposto para o desenvolvimento da convenção consiste em duas partes: ·A convenção estabelece a necessidade de cooperação para atingir metas globais ·Os protocolos, que dividem os temas distintos em acordos separados, aqueles que podem ser negociados individualmente Embora a elaboração e a negociação de convenções sejam prerrogativas dos Estados, a experiência indica que as organizações não governamentais (por exemplo, o Tratado de Ottawa que proibiu o uso de minas anti-pessoais) e as organizações internacionais (por exemplo, a Convenção de Viena para a Protecção da Camada de Ozono, e o Protocolo de Montréal) podem ajudar a fomentar o processo de trata- mento dos tratados. Da mesma forma, a OMS pode desempenhar um papel fundamental para facilitar o desenvolvimento e negociação da Convenção, que terá uma função para complementar iniciativas nacionais a respeito do controlo do tabaco. 4.Eventos principais Durante o mês de Dezembro de 1998 realizou-se uma reunião técnica de especialistas no campo da saúde pública, em Vancouver, British Columbia, Canadá ( os fundos estão disponíveis). Para Abril de 1999, está planeada uma reunião de delegações de ministros da saúde, comércio, relações internacionais e de justiça , a realizar-se em Nova Delhi sob o patrocínio do Instituto dos Direitos da Índia. Posteriormente, realizar-se-ão 10 reuniões nacionais com o propósito de estabelecer comités nacionais “tipo” para debater a PCI (fundos antecipados). Para o mês de Fevereiro de 1999, terá que se ter um plano político por país mencionando o apoio/oposição esperado para a Convenção. Dar-se-á então início a um ciclo de dois anos de duração de apoio legal internacional permanente, incluindo a participação de especialistas dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, como também advogados com vasta experiência em tratados internacionais (fundos disponíveis). No boletim informativo do Director Executivo (DE) sobre os projectos de Gabinete, a ser publicado em Janeiro, incluirse-á um plano de trabalho acelerado da PCI. Neste boletim recomendar-se-á estabelecer um Grupo de Trabalho Consultivo para a PCI, integrado por dois Estados membros (um, membro 13 Tobacco Courier PUBLICAÇÃO INFORMATIVA TRIMESTRAL - INTERNACIONAL TOBACCO GROWERS’ ASSOCIATION da DE e o segundo, não membro da DE) por cada região. O Grupo de Trabalho Consultivo para a PCI desempenhará um papel consultivo/preparatório diante da Assembleia Mundial da Saúde e proposto Comité Intergovernamental dos Negócios (ver mais á frente) Durante a sessão da Assembleia Mundial da Saúde (AMS) que se realizará em Maio de 1999, procurar-se-á apoio para o plano acelerado da PCI. Nesta Assembleia Mundial programada para Maio do ano 2000 tentar-se-ia entrar em acordo em relação à resolução formal para estabelecer um Comité Intergovernamental dos Negócios. Este programação permitirá contar com o tempo necessário para estabelecer comissões nacionais para a PCI em vários países, com o objectivo de apoiar o processo de negociação. A fase de negociação poder-se-ia finalizar com uma Conferência Intergovernamental, e com a adopção final da Convenção Piloto durante a Assembleia Mundial de Maio do ano 2003 (o mais tarde). A Conferência Intergovernamental poder-se-ia realizar paralelamente com a Assembleia Mundial do ano 2003. 5.Orçamento Outubro 1998 – Dezembro 1999: US$1,6 milhões (fundos disponíveis ou em vias de estarem disponíveis). Fase da negociação proposta (Janeiro 2000 – Dezembro 2002); até US$3,0 milhões anuais (já se identificou uma fonte de financiamento que disponibilizaria um terço destes fundos) 6.Consultas Este documento foi revisto e modificado após consultas do Departamento do Director Geral, Departamento Legal, Presidente do Comité Consultivo da Política/Estratégia sobre o Tabaco e os Núcleos de Doenças não Contagiosas, Doenças Contagiosas, Relações Externas e Tecnologia Sanitária e Drogas. 7.Recomendações Eventos acordados pelo Gabinete para a preparação da Convenção. O pessoal designado para a Iniciativa de Erradicação do Tabaco coordenaria as fases iniciais de mobilização do apoio e consequentemente adoptaria uma decisão a respeito das disposições a tomar por parte da Secretaria para a implementação da fase de negociações. Fonte:OMS INICIATIVA DE ERRADICAÇÃO DO TABACO Segundo estimativas da OMS, o tabaco produz actualmente 3,5 milhões de mortes, número que se espera aumentar em cerca de 10 milhões para o ano de 2030. Mantendo-se as actuais tendên- cias de consumo do tabaco, prevê-se que para o ano 2030 o tabaco será a principal causa de morte no mundo, 14 correspondendo a uma em cada oito mortes. 70% destas mortes produzir-se-ão nos países em desenvolvimento. Ainda que não tenha sido totalmente dimensionada a magnitude do impacto do tabaco sobre as causas globais de doenças e, especialmente, o que se pode esperar com a inexistência de uma intervenção adequada nos países em desenvolvimento. O impacto negativo extremo, actual e futuro do tabaco sobre a saúde, é a principal razão para apoiar explícita- e energicamente o seu controlo a nível mundial. Como resposta a estas preocupações, a Directora-Geral da OMS, Dra. Gro Harlem Brundtland, apresentou em Julho de 1998 um projecto de Gabinete, a “Iniciativa de Erradicação do Tabaco (TFI), para coordenar uma resposta estratégica global contra o tabaco, como prioridade para a saúde pública. A missão a longo termo para o controlo glo- bal do tabaco é a de reduzir a prevalência do fumo e o consumo do tabaco em todos os países e grupos etários, afim de assim se reduzir o impacto das doenças relacionadas com o tabaco. Para apoiar esta missão, a Iniciativa de Erradicação do Tabaco estabeleceu os seguintes objectivos: ·Galvanizar o apoio global para políticas e acções para o controlo do tabaco baseadas em evidências. ·Criar novas associações de acções e reforçar as existentes. ·Criar maior consciência sobre os danos sociais, humanos e económicos que produz o tabaco em todos os âmbitos da sociedade e sobre a necessidade de adopção a todos os níveis de acções integradas. ·Acelerar a planificação estratégica de implementação e evaluação nacional, regional e global. ·Investigar políticas adequadas para apoiar a implementação de Tobacco Courier PUBLICAÇÃO INFORMATIVA TRIMESTRAL - INTERNACIONAL TOBACCO GROWERS’ ASSOCIATION acções imediatas, apoiadas e inovadoras. ·Incorporar o tema do tabaco na ordem de trabalhos geral da Saúde e Desenvolvimento. ·Facilitar o desenvolvimento de uma Convenção sobre o Controlo de Tabaco eficaz e protocolos relacionados. Para alcançar estes objectivos, a Iniciativa de Erradicação do Tabaco irá criar associações fortes, tanto internas como externas, com cada Núcleo e Centro Regional e Nacional da OMS, assim como também com uma série de organizações e instituições no mundo. O propósito destas associações reflectirá os papéis específicos e complementares dos sócios da OMS e da própria Organização em todos os seus níveis.O êxito avaliar-se-á na concretização das acções locais, nacionais e globais que conduzam a um maior controlo do tabaco. A Iniciativa de Erradicação do Tabaco irá adoptar um papel de liderança global no que respeita a promoção de políticas e intervenções eficazes que incidam no predomínio do uso do tabaco e aspectos de saúde associados a este tema. Apesar da gravidade do problema, existem evidências de que os países que adoptem acções concertadas e integradas para o controlo do uso do tabaco podem gerar uma redução significativa nos danos associados a este produto. Estas histórias de êxito ilustram a importância de se considerar a melhor combinação de intervenções específicas requeridas na obtenção do mesmo objectivo: maior abandono do hábito e menor índice na adopção do mesmo. A combinação específica de intervenções, dentro de um âmbito alar- gado de políticas, variará de acordo com as realidades sociais, culturais e económicas de cada país. Um aspecto vital para o êxito das acções globais para o controlo do tabaco, será a capacidade de mobilizar recursos humanos, institucionais e financeiros no apoio das mesmas. A atribuição dos referidos recursos a nível regional e global são totalmente inadequados, especialmente comparados com uma indústria de 400 billiões de USD que promove o consumo destes produtos de tabaco inofensivos. Um aumento de recursos permtirá melhores iniciativas de investigação, desenvolvimento de políticas e acções internacionais para abordar o impacto massivo do tabaco sobre a saúde pública. Fonte:OMS Encontro Anual 1999 É neste local que os representantes dos produtores de tabaco vão encontrar-se, em Novembro próximo, no Opryland Hotel, em Nashville Tennesse, terra da música country. Para evitar azares meteorológicos, os nossos colegas americanos encontraram uma cidade debaixo de tecto para realizar o Encontro Anual, que terá lugar entre 6 e11 de Novembro. Para aqueles que não têm medo da chuva mas temem os preços haverá outros hoteis por perto. A organização precisa saber, tão depressa quanto possível, quantos delegados, observadores e acompanhantes estarão presentes. Assim, solicitamos a todos os nossos associados, que enviem esses números e nomes para Charlie Finch, na Burley Tobacco Stabilization Corporation, PO Box 6447, Knoxville, Tennessee, 37914 USA, ou através do fax 001 423 525 8383. NOTA: Este Tobacco Courier sai com atraso devido às complicações resultantes da mudança de sede, ao trabalho de renovação gráfica e às permanentes deslocações ao estrangeiro e reuniões do director executivo durante os meses de Março e Abril, para acompanhamento da iniciativa para a erradicação do tabaco da Organização Mundial de Saúde. Pelo facto pedimos desculpa a todos os nossos leitores e tudo faremos para que a situação não se repita. 15 Tobacco Courier PUBLICAÇÃO INFORMATIVA TRIMESTRAL - INTERNACIONAL TOBACCO GROWERS’ ASSOCIATION ÚLTIMAS NOTÍCIAS: 1. Tivemos conhecimento recentemente, de que a Sra. Brundtland retirou a estrutura criada pelas Nações Unidas para a coordenação dos estudos sobre os efeitos da limitação do consumo e da produção de tabaco, o Ponto Focal, da CNUCED para o seio da Organização Mundial da Saùde. Isto significa que é agora menos provável que as consequências negativas da acção da OMS para a vida dos produtores de tabaco, sejam transmitidas à OMS através dos sistema das Nações Unidas. Assim, torna-se cada vez mais importante que as organizações de produtores de tabaco alertem os seus Governos de que muitas decisões que afectarão as economias nacionais e vários ministérios, serão tomadas na Assembleia Geral da OMS, de 17-25 de Maio, em Genebra, unicamente por representantes do sector da Saúde. 2. O ITGA informou a UNITAB das últimas decisões da OMS e assegurou que a UNITAB peça à suas organizações que informem os Governos dos países produtores de tabaco da União Europeia destas questões. 3. O ITGA pediu ao Director da “Tobacco Free Initiative” da OMS que admita o ITGA como observador na Assembleia da OMS, em Maio. 16 A nova sede da ITGA O edifício da sede O centro das operações A sala de reuniões Aqui se recebem as visitas Publicado pela Associação Internacional de Produtores de Tabaco. Isabel: o vosso contacto permanente Para mais informações contactar: António Abrunhosa Director Executivo, ITGA Av. Humberto Delgado - 30 A, 1ºDtº Apartado 5 6000 Castelo Branco - Portugal Tel.:00 351 72 - 32 59 01/2 Fax:00 351 72 - 32 59 03 email: [email protected] website www.tobaccoleaf.org 16