arquitetura gótico e românico

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arquitetura gótico e românico
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"Quando, extasiado pela beleza da casa de Deus, o encanto das pedras
multicoloridas afastou-me dos cuidados externos, e a meditação valiosa
induziu-me a refletir, transferindo aquilo que é material para o que é imaterial,
pela diversidade das virtudes sagradas: então, parece que eu me vejo
habitando, por assim dizer, uma estranha região do universo, que nem existe
totalmente na lama da terra nem na pureza do céu, e que, pela graça de Deus,
posso ser transportado desse mundo inferior para o superior de um modo
anagógico."
Abade Suge – considerado fundador do estilo Gótico
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1. INTRODUÇÃO
2. ARQUITETURA DOS CASTELOS
2.1. CASTELO BODIAM
2.2. CASTELO DE GUIMARÃES
3. ARQUITETURA DOS MONASTÉRIOS
3.1. MOSTEIRO DE ALCOBAÇA
4. ARQUITETURA DO ROMÂNICO
4.1. SANTIAGO DE COMPOSTELA
4.2. BATTISTERO DI SAN GIOVANNI
5. ARQUITETURA DO GÓTICO
5.1. GÓTICO INGLÊS
5.2. GÓTICO ALEMÃO
6. SIMBOLOS DO TEMPLO CRISTÃO
7. CONCLUSÃO
8. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
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1. INTRODUÇÃO
A arquitetura da IdadeMédia possui vários castelos,
monastérios, Igrejas, mostrando
a grande influência deste
período pela igreja, tendo em
vista
que
neste
presente
momento a igreja católica está
em seu ápice.
É comum conhecermos
histórias deste época, assim
como os cavalheiros da távola
redonda com o rei Arthur,
história das cruzadas, do santo
Graal,
entre
outras.
Na
Castelo de Windsor
atualidade a idade média para
Foto de: Commons Google (gailf)
leigos
possui
um
carater
misterioso, sempre ligado a
igreja, seja por alguma simbologia, ou explicitamente, podemos encontrar jogos
de tabuleiro (RPG), jogos de Vídeo-Game, histórias em quadrinho, e uma
infinidade de livros e filmes, como coração de cavalheiro, coração valente,
entre outros. Na maioria destes artifícios modernos, duas coisas são
predominantes, exatamente porque são as coisas mais fabulosas e intrigantes
que ficaram deste conturbado tempo, os cavalheiros, e as construções
(principalmente castelos).
Neste período de tempo da história conhecido como idade-média, o
conhecimento tectônico, ficou sobre posse de corporações de ofícios, tendo
inicio desta tecnologia na construção de catedrais.
Durante grande período idade média o arquiteto simplesmente não
existe, tendo em vista que o esforço para se construir as catedrais era de toda
população local, já que havia o cunho religioso, e o conhecimento sobre como
se construir ficava preso a estas corporações que reuniam dezenas de mestres
de obras, que ao mesmo tempo que conduziam a execução da obra também
as elaboravam (sendo estes os verdadeiros arquitetos).
O cristianismo faz com que essas construções sejam repletas de
simbolismos, não só se esperava que a vontade humana fosse submissa aos
desígnios divinos, como também se esperava que os homens buscassem o
divino, tendo as construções inicialmente voltadas ao centro nas catedrais, e
com a vinda do estilo gótico uma perspectiva que tenta alcançar os céus.
A Idade Média (ou medieval), é separado para melhor facilitar o estudo,
ela começa com a queda do Império Romano do ocidente, no século V (476
d.C), e terminado com a queda de Constantinopla (império Romano do
Ocidente) no século XV (1453 d.C).
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2. ARQUITETURA DOS CASTELOS
Os castelos da idade média nada mais eram do que residências
fortificadas, existem vários exemplos que sobreviveram até hoje, que
normalmente se tornaram hotéis ou museus.
Durante o decorrer da idade média, muitas guerras aconteceram, a
idade média é marcada por diversas guerras, como por exemplo, a guerra dos
cem anos, como era de se esperar, os reis, nobres e senhores feudais se
preocupavam com a proteção de sua residência, e bens familiares.
Nos primeiros séculos da idade média, aproximadamente até o século
IX, os castelos eram produzidos com madeira retirada de florestas próximas,
tendo um interior rústico, não possuindo luxo ou conforto. Posteriormente
mudou-se essa arquitetura, sendo construídos de blocos de pedra, tornando-os
mais resistentes, aos ataques, assim como também era sempre escolhida uma
posição mais alta, para que fosse mais fácil visualizar a chegada de inimigos
ao longe.
Assim como vemos inclusive em desenhos animados e filmes, os
castelos possuíam um fosso em volta da construção, para dificultar a entrada
dos inimigos, durante a batalha, tendo algumas outras formas de proteção
como dezenas de muralhas ao seu redor, com torres onde soldados ficavam de
guarda, tendo também nestes
castelos calabouços, onde os
bandidos e inimigos eram
confinados quando capturados.
Pensando neste âmbito
de que os castelos eram feitos
para repelir ataques, durante
guerras, a maioria dos castelos
possuem alguns artifícios, como
passagens subterrâneas, para
que, num momento em que
fossem invadidos, os familiares
do dono do castelo pudessem
fugir.
Castelo Bodiam, construído em Sussex
Quando se notava uma
foto de: BBC news
invasão inimiga, todas as
pessoas do Feudo entravam nos castelos, através de uma ponte elevadiça,
feita em madeira e ferro, que era erguida após a entrada de todos, esta era a
única entrada para o castelo, feita assim para impedir a invasão inimiga.
Como se pode notar vários destes elementos são usados em filmes que
possuem castelos, por isso de certa forma já nos familiarizamos com eles, mas
não pode-se esquecer que ao contrário do que os filmes dizem, o interior dos
castelos, era um ambiente frio e rústico, possuindo vários cômodos enormes,
porém sem luxo, o esgoto produzido nos castelos normalmente era jogado no
próprio fosso.
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2.1 CASTELO BODIAM
Castelo de Bodiam Visto por satélite
Google maps
O castelo Bodiam foi construído em território Inglês em uma cidade
chamada Sussex, durante o século XIV, sendo um dos primeiros a aliar
conforto dos moradores do castelo com a natural natureza defensiva dos
castelos, possui um grande fosso e altas muralhas, assim como também
planejados alojamentos cuidadosamente planejados, possuindo também um
átrio e uma capela.
Este fabuloso castelo foi destruído no século XVII, durante a guerra civil
inglesa, sendo posteriormente restaurado no século XX, e doado a nação
inglesa por um estadista inglês chamado Lord Curzon.
Foi construído em 1385 por Sir Edward Dallyngrigge, um antigo cavaleiro
de Edward III, supostamente a pedido de Richard II, a fim de defender a área
envolvente das invasões francesas. No entanto, investigações recentes
sugerem que o castelo foi construído para mostrar mais do que como uma
defesa eficaz. Não há elementos comprovativos de que a investigação, como
as paredes do Castelo de Bodiam são apenas um par de metros de espessura.
Como se pode ver nas fotos o Castelo de Bodiam é rodeado por um
fosso, que é alimentado por um manancial, seu acesso dá-se pelo norte e pelo
sul. Este castelo possui uma forma retangular, em cada um dos quatro cantos
há torres redondas, possuindo uma torre quadrada defendendo o centro. Há
também um poço em uma das torres redondas e uma capela na outra.
Sua entrada norte é a principal, porém existe uma entrada sul, porém as
duas possuem grandes pontes elevadiça para que a passagem sobre o fosso
fosse possível, a entrada principal possuía um sistema que qualquer atacante
que se aproximasse ficava exposto as setas dos defensores nas torres norte.
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Havia também no interior deste castelo, edifici9os domésticos, que eram
provavelmente muito grandes, havia também um grande hall do palácio.
A maior parte do interior deste castelo foi destruída pelas forças
parlamentares, durante a guerra civil inglesa, devido à política de anulação das
fortalezas potencialmente ameaçadoras.
O Castelo de Bodiam é um típico castelo do final da era medieval, onde
era dada muita atenção ao conforto das áreas habitáveis, por isso é posto em
questão a forças deste castelo como proteção militar, apesar de seu fosso ser
uma barreira quase perfeita, as paredes do castelo não são tão grossas, e tem
apenas uma linha de defesa.
Obviamente a capela mostra o pensamento cristão da época medieval,
sendo que os senhores do castelo, assistiam missas matutinas diárias.
Vista frontal da entrada norte do castelo
Foto de http://gizmopolis.net
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2.2 CASTELO DE GUIMARÃES
O
castelo
de
Guimarães é um castelo
português, que teve vários
processos construtivos até
chegar ao grande castelo
que é hoje.
Os
domínios
da
localidade
onde
este
castelo se encontra foram
outorgados
para
um
cavalheiro
de
origem
supostamente castelhana,
de nome Diogo Fernandes.
Uma de suas filhas casouse
com
Hermenegildo
Gonçalves que governou
desde o século X até um
pouco mais do meio do
século
XI,
quando
Hermenegildo morreu por
volta de 928 ela tomou
posse de vastas terras que
posteriormente
foram
divididas entre seus seis
filhos, sendo que por algum
motivo religioso fundou um
Castelo de Guimarães visto por satélite
mosteiro, para o qual mais
Google maps
tarde fez várias doações.
Este mosteiro foi construído na parte baixa de uma povoação chamada
Vimaranes, que na época era dividida em dois núcleos, sendo um chamado de
monte largo, que se encontrava em uma parte mais alta, e outro na parte baixa
onde foi fundado o mosteiro. Nesta época a região era vulnerável a vários
inimigos como as forças mulçumanas que atacavam pela fronteira sul de
Coimbra, os normandos que atacavam pelo mar norte.
Pensando na defesa desta região e do núcleo monacal, a rainha
benfeitora do mosteiro iniciou no topo do Monte Largo, um castelo para
recolher os súditos, caso fosse necessário. Estudos apontam que essa primeira
estrutura era bastante simples, constituída de uma torre envolta por uma cerca.
Um pouco mais de um século depois, esse povoado, foi doado pelo rei
Afonso VI de Leão e Castela para o D. Henrique de Borgonha, que pro sua vez
escolheram essa povoação e seu castelo como residência. Devido a isto a
construção anterior foi destruída e no lugar dela construída a Torre de
Menagem, que teve seu perímetro defensivo ampliado e reforçado.
Dentro destes novos muros resistiram D. Afonso Henriques, que foi
atacado pelas forcas do Rei Afonso VII de Leão e Castela, sendo também um
castelo de grande importância para Portugal, pois em um campo visinho
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testemunhou a batalha entre as
forças de D Afonso Henriques e
as de dona Teresa no dia 24 de
junho de 1128, batalha essa
que deu origem a nação
portuguesa.
No final do século XII, D
Sancho primeiro iniciou o
amuralhamento que uniu a
parte alta e a parte baixa da
cidade, sendo que no reinado
de D. Afonso III, começou-se a
construir o traçado definitivo da
cerca da vila, unificando de
Escada de madeira dentro da torre de
forma efetiva a Vila do castelo
Menagem
com a Vila de Santa Maria
Foto de: Ricardo de Almeida
(parte alta, e parte baixa
respectivamente. Sendo concluídas por volta de 1325.
Este castelo resistiu o ataque de D. Afonso, já no reinado de D Fernando
que durou de 1367 a 1383, obras de reforço que seria assediada pelas forças
de Henrique II de Castela.
A planta do castelo tem o formato de um escudo facetado, sendo que
suas muralhas são reforçadas por quatro torres, tendo em cada uma delas uma
porta. Seu adarve (caminho por cima das muralhas) possui escadas nas torres,
as muralhas são coradas por ameias (abertura feita, de intervalo a intervalo, no
cimo dos muros, torre ou fortificação), que são pentagonais possuindo recortes
pontiagudos.
Uma ponte de madeira a
Oeste estabelece uma ligação
entre o adarve das muralhas e
a porta da torre de Menagem.
Há de se destacar as ruínas da
antiga alcova, que seu divide
em dois pavimentos tendo
janelas exteriores e duas
chaminés em destaque.
Como se pode ver na
imagem do satélite há um
telhado vermelho, que é a torre
de Menagem que funcionava
Adarve do castelo de Guimarães
como
praça
de
armas,
Foto de: Ricardo de Almeida
possuindo
uma
planta
quadrangular,
com
poucas
aberturas, ligada internamente por escadas e caminhos de madeira e pedra.
Frisando que neste castelo nasceu D Afonso Henriques que viveu de
1112 a 1185, que veio a ser o primeiro rei de Portugal. Sua pia batismal se
encontra em uma capela de estilo românico na igreja de São Miguel da oliveira,
que fica no setor Oeste do castelo.
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3 ARQUITETURA DOS MONÁSTÉRIOS
3.1 MOSTEIRO DE ALCOBAÇA
Mosteiro de Santa Maria de alcobaça, conhecido também como real
abadia de Santa Maria, é a primeira obra plenamente gótica em solo português,
sua construção foi iniciada em 1178.
1.
2.
3.
4.
5.
Plano do Mosteiro de Alcobaça
Igreja;
Sacristia medieval;
Sala do Capítulo;
Parlatório;
Escada de acesso ao
dormitório;
6. Sala dos Monges;
7. Igreja nova;
8. Refeitório;
9. Lavabo;
10. Clausto de D. Dinis;
11. Claustro de D. Afonso
VI;
12. Sala das Conclusões;
13. Sala dos Reis;
14. Ala sul;
15. Panteão Real;
Senhor
16. Capela
Passos;
17. Sacristia;
18. Capela Senhora do
Desterro;
19. Claustro da Levada;
do
20. Claustro
Rachadoiro;
21. Biblioteca
Este monastério é constituído de uma igreja ao lado da sacristia, três
claustros seguidos circundados por dois andares e uma ala sul.
A igreja possui uma nave central, duas naves laterais e um transepto,
criando uma imagem de cruz.
As naves têm 20m de altura, e a sala do altar é limitada por um caminho com
nove capelas radiais. Outras 4 capelas vão dar pelos dois lados, ao transepto.
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A estrutura do Mosteiro é uma cruz
latina
e
assim como
designava os
idealizadores do monastério, não há muita
decoração, trazendo mesmo assim uma beleza
indiscutível.
Naves
centrais
e
laterais
são
inteiramente abobadadas, e praticamente da
mesma altura, o que d[á a sensação de espaço
amplo, sendo que a falta de luz (do período
românico), acentua esta sensação
As
naves
laterais
prolongam-se
pelo
deambulatório, e da charola irradiam nove
capelas que acompanham a ábside circular,
iluminada por frestas altas, o que realça o
altar-mor.A segurar a parte alta da ábside
existem arcos-botantes, pouco vulgares nas
abadias de Cister, talvez por ser um
monumento de transição entre o românico e o
gótico. As inovações típicas da arte gótica
Monastério de Alcobaça
aparecem ainda com o aspecto de um ensaio,
Foto de: Rose Garcia
como por exemplo a subida das naves laterais
até à altura da central. O transepto apresentase com duas naves, mas quando olhamos a planta da igreja, reconhecem-se
três, nos alicerces e no corpo central.
O interior do edifício demonstra a existência de um gótico avançado, o
exterior do edifício exprime a austeridade cisterciense, neste caso orientado
para objetivos mais pragmáticos. De fato, como aconselhava a regra, não
existem torres, e as fachadas, nomeadamente o frontispício possuía apenas
uma parede lisa com empena triangular. As paredes são contrafortadas,
excetuando a cabeceira, na qual surgem pela primeira vez arcobotantes na
arquitetura portuguesa. A coroação do templo, pelo exterior, é composta por
merlões com topo biselado dos dois lados, sobre um parapeito que descansa
numa fiada de modilhões. Esta característica confere ao conjunto uma solidez
militar um ar de fortaleza.
Estes e outros aspectos poderão desmentir a escassa influência do
mosteiro de Alcobaça na história da arquitetura portuguesa. De fato, o
monumento tem sido sempre encarado como uma exceção no quadro do modo
gótico produzido em Portugal como uma peça única e experimental sem
antecedentes nem descendentes.
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4 ARQUITETURA DO ROMÂNICO
A austeridade
e o estilo robusto
predominam
no
estilo
Românico,
possuindo paredes
grossas contrapondo
com
minúsculas
janelas. Assim como
nos
castelos
a
principal
função
destas estruturas era
de resistir a ataques
inimigos, devido à
época de conflitos
que
a
Europa
passava, sendo um
estilo predominante
na idade Média.
Igreja de Santiago de Compostela
Foto de: Meire Gomide
É conhecido como o mais acabado monumento peninsular da arquitetura
românica a Catedral construída em Santiago da Compostela (local muito
conhecido pelo seu peregrino caminho de Santiago, catedral esta que obedece
aos padrões dos templos de peregrinação, como São Saturnino de Toulosse.
Santiago é um belo exemplo da arquitetura Românica, possuindo em
sua alta nave um alçado que inscreve arcos redondos, o andor trifório e
colunas juntas das paredes das quais saem arcos torais de sua abobada de
berço.
As igrejas Românicas possuem uma estrutura complexa, possuindo
naves de abobada de pedra, em vez de travejamentos de madeira que eram
predominantes na arquitetura paleocristã. Existe na igreja românica um átrio de
pórticos que liga à igreja através de uma espécie de alpendre, reservado para
os catecúmenos, energúmenos e penitentes, conhecido como Nartéx.
Colunas, feixe de Pilares, abóbadas de canhão, tribuna são elementos
comuns nas igrejas românicas, sendo como já citado Santiago de Compostela
e Cluny os melhores exemplos de igrejas de peregrinação.
Suas plantas são em cruz latina com três a cinco naves abobadadas em
pedra, um abside, ou absidíolas e deambulatório constitui a cabeceira ou
charola. Estas igrejas foram construídas para receber multidões e até mesmo
procissões, o que trouxe a necessidade do deambulatório que possibilitava o
decorrer das cerimônias normalmente mesmo em momentos de procissões que
passavam por trás doa altar. O Trifório nada mais é que uma galeria aberta
para a nave central semi-abobadada, colocada sobre naves centrais muito
baixas, sendo iluminadas pelo clerestório (galeria superior ao trifório, nas
igrejas ogivais).
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Já o nartéx, precedia a entrada sendo reservada aos catecúmenos (que
nada mais são do que aqueles que se preparam para receber o batismo). Na
entrada, na região do alçado são colocadas duas torres.
Estas igrejas possuíam um sistema estrutural que é conseguido através
de contrafortes para suportar o peso, as paredes eram compactas e com
poucas aberturas, sua cobertura era feita de abobada de canhão, tendo uma
abobada de aresta na nave central. Eram feitas uma divisão vertical em dois
planos, com uma galeria espaçosa sobre os arcos principais, havia apoios
independentes para os arcos laterais e transversais.
Abobada de canhão e abobada de aresta
Imagem de Yosemite (Wikipédia commons)
Esta arquitetura tão rica sofre influência direta da arquitetura mulçumana e
bizantina, assim como se espera na arte existe alguns padrões, porém existem
algumas variações de acordo com o local, por exemplo, na igreja de São
Marcos de Veneza, há uma planta de cruz grega onde a cúpula central se
ergue muito mais que as cúpulas usuais.
Existe um ordenamento do extremo oriental evoluído em uma planta
radiante ou escalonada (como, por exemplo, em Issoire). A separação entre o
Clero e os fieis era feita com a distinção entre altares dos santos e altar-mor.
Em Provença encontramos igrejas altas, pouco largas com coberturas de
ogivas e arco quebrado.
Já na região de Poitou as naves laterais que são estreitas elevando-se a
altura da nave central. Já um segundo grupo de igrejas, as igrejas de cúpulas
foram diretamente influenciadas pela arquitetura mulçumana e bizantina, com
naves muito altas e capelas radiantes.
A Itália foi o país que se mostrou mais conservador não acompanhando
a escala de atividade e diferenças apresentada nestas regiões francesas, sua
herança estilística era explorada ao máximo na arquitetura clássica, bizantina e
mulçumana, continuando a usar a cúpula alterada, campanilles e batistérios
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separados, assim como revestimentos exteriores em mármores e uma
decoração pequena e minuciosa. Assim como podemos ver em San Miniato Al
Monte, a igreja e a torre são separadas sendo a fachada ordenada com
colunatas e arcarias cegas.
Na região toscana a influência mulçumana e Bizantina é predominante
sendo este românico possuidor de uma cobertura de madeira, as colunas
clássicas e plantas comuns às basílicas da época da Igreja libertada do Paleocristianismo. E assim como na tradição de Roma na idade antiga, e suas
fachadas são vivas voltada para a praça. Muitas igrejas Brasileiras copiaram
posteriormente essa tradição, como podemos ver na maioria das cidades,
assim como na catedral da Sé, ou na Luz, em São Paulo
4.1 SANTIAGO DE COMPOSTELA
Entre 820 e 835 o bispo Teodomiro de Iria Flavia, descobriu o que se
considerava os restos mortais de São Tiago Apóstolo Maior, o que resultou na
ordem do rei Afonso II das Astúrias de construir uma igreja dedicada ao culto
do apóstolo. Já no ano de 872, começou-se a construir uma nova basílica de
pedra substituindo a pequena igreja antiga, basílica esta que foi consagrada
em 899 com a presença de dezessete bispos.
No ano de 1112 esta antiga basílica foi derrubada, para dar lugar a já em
construção (desde 1075), a grande catedral românica conhecida como catedral
de Santiago Compostela.
A Praça Obradoiro, Acibecharia, das Pratarias e da Quintana rodeiam a
Catedral de Santiago Compostela. Hoje muito modificada existem provas que
sua planta era de uma cruz latina perfeita de três naves, também no transepto
(parte transversal das igrejas que se estende para fora da nave e forma os
braços do cruzeiro), no trifório, que está conectado diretamente com o paço do
Arcebispo. Na cabeceira está localizada a capela mor, que está envolta por
uma charola que se acede sob cinco capelas radiais menores.
Vale frisar a parte exterior do templo possui, pórticos com iconografias e
grande acervo de detalhes arquitetônicos belíssimos.
Santiago de Compostela visto do Satélite
Google Maps
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4.2 BATTISTERO DI SAN GIOVANNI
Battistero di San Giovanni (satellite)
Note a cruz latina da planta.
Google Maps
O prédio religioso conhecido como Battistero di San Giovanni (batistério
de São João), fica em Florença, região Toscana na Itália. Suas portas de
bronze o tornam famoso, sendo que muitos acreditam que é o prédio mais
antigo da cidade, localizado na Piazza Del Duomo.
O Battistero é uma construção octogonal que simboliza o oitavo dia,
tempo da ascensão de Cristo, esta igreja foi a influência para construção de
outras diversas igrejas românicas em Toscana.
Vale frisar as portas do battistero, que é o ponto alto desta construção.
Foi no ano de 1329 que foi encomendada a Andrea Pisano as primeiras portas
decoradas, que hoje são as portas sul, demorou-se seis anos para que o
projeto fosse finalizado, cenas da vida de São João Batista e as virtudes são
representadas em 28 painéis quadrangulares, tendo posteriormente sido
acrescentados relevos e estátuas acima das portas (no ano de 1571).
Sete escultores em 1401 competiram para projetar as portas Norte do
templo, sendo Ghiberti o vencedor que em 21 anos construiu 28 painéis com
cenas do novo testamento sendo considerado por Antonio Paolucci o mais
importante evento da história da arte de Florença no primeiro quarto do século
XV. Tendo acima das portas estátuas feitas em conjunto por Francesco Rustici
e o grande Leonardo da Vinci.
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Ghiberti se tornou o artista máximo em seu campo. Sendo que em 1425
recebeu a encomenda das portas leste, que ele exe3cutou com ajuda dos
escultores Michelozzo e Benozzo Gozzoli. Desta vez o velho testamento
chegou representado em 10 painéis, utilizando uma nova técnica de
perspectiva, dando aos painéis uma sensação maior de profundidade, sendo
estas portas apelidadas por Michelangelo como as portas do Paraíso.
Infelizmente devido a deterioração estas portas originais foram retiradas
sendo peças de inestimável valor se encontram no Museo dell´ opera Del
Duomo, preservadas em containeres, mergulhadas em nitrogênio. Em seus
lugares foram colocadas cópias idênticas as originais.
O Interior parece o Panteão de Roma, e é pouco iluminado, entrando luz
por pequenas janelas características do estilo Românico, e pela lanterna do
topo. O um magnífico teto em mosaico é visto de interior, executado por
artistas vienenses, representando o julgamento final com cenas de castigos
horríveis.
Portas do paraíso
Foto de: Juan Tort
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5. ARQUITETURA DO GÓTICO
O gótico é um estilo arquitetônico que
se desenvolveu entre os séculos XII e XV, na
Idade Média, e colocava especial ênfase na
leveza estrutural na iluminação das naves do
interior do edifício, e que surgiu em
contraposição à massividade e à deficiente
iluminação interior das igrejas românicas.
Desenvolveu-se
fundamentalmente
na
arquitetura
eclesiástica:
catedrais,
monastérios e igrejas.
Duomo de Milano
Jornal o Globo
A palavra gótico vem de "Godo", no
sentido pejorativo. Assim o batizaram os
renascentistas, que somente consideravam
arte à antiguidade clássica.
A arquitetura gótica teve sua origem em França e se difundiu através de
suas catedrais, principalmente ao Sacro Império Romano Germânico e à Coroa
de Castela. Na Inglaterra também penetrou o estilo francês, porém logo
adquiriu um forte carácter nacional. Na Itália não teve muita aceitação, e seu
impacto foi muito desigual nas distintas regiões; chegou tarde e muito
rapidamente foi substituído pelo Renascimento.
Existem indícios de que o verdadeiro nome dessa expressão artística
era, em latim, Opus Francigenum, "Obra Francesa". Inseriu-se no movimento
cultural abrangente a várias expressões artísticas, que, por sua vez, surgiram
no contexto mais amplo do chamado Renascimento do Século XII. Este estilo
arquitetônico estendeu-se por um longo período de tempo da Idade Média e
varia de local para local, sendo no entanto possível delimitá-lo desde meados
do século XII a inícios do século XVI, quando do advento de um novo
Renascimento que marcou o fim do período medieval. O primeiro gesto
impulsionador da nova filosofia construtiva é dado em França, acabando por se
estender a toda a Europa, no que ficou conhecido como o tempo das grandes
catedrais.
O gótico surge na Île de France, numa região que não era antes
especialmente empreendedora arquitetonicamente. A lealdade de Cluny e
Cister ao trono de S. Pedro era uma ameaça às intenções nacionalistas da
casa real francesa. Pretendia-se um estilo arquitetônico próprio.
O Abade Suger, responsável pelo projeto de Saint Denis, faz a
mediação entre a realeza e a igreja. Suger servia em primeiro lugar os reis na
luta contra a nobreza feudal e ambições internacionais do império.
Saint Denis fica localizada no centro de domínio real. Foi com o projecto
do Abade de Suger para a igreja abacial de Saint Denis que se iniciou o estilo
gótico. A difusão do estilo tem relação direta com a ampliação da jurisdição do
rei. As primeiras criações foram nas cidades de domínio real: Chartres, Amiens,
Reims e Bourges.
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Suger afirmava a novidade da sua obra arquitetônica em termos
teológicos: novo coro e nova fachada para um novo edifício cristão. Saint Denis
era também o apóstolo de França, o santo nacional. A sua igreja despertava
sentimentos tão nacionalistas como religiosos. Tratava-se de uma arquitetura
rica em significados: filosofia neoplatónica e teologia cristã. Simbologia da luz,
pensamento racional e matemático. Usa-se a cruz latina em analogia ao corpo
humano.
O gótico não é em si mesmo um
estilo, é um sistema: usa a arquitetura
como na catedral românica e nenhum dos
seus elementos estruturais é invenção dos
construtores góticos. A ogiva é uma
invenção da Mesopotâmia trazida pelos
cruzados para a Sicília e pelos Vikings para
a Normandia. Era usada em caves e sítios
escondidos. Há um salto conceptual difícil
de explicar: num prazo de 40 anos torna-se
num estilo maduro.
Era chamada obra franca, um estilo
étnico relacionado com o território em que
o mais importante era a luz associada aos
nórdicos.
Abadia de Santi Denis, considerada
a 1ª construção gótica
Acervo de fotos da USP
Um século depois de iniciado na França, o estilo gótico já domina toda a
Europa.
A arquitetura de estilo gótico surge de uma modificação estrutural
importante da arquitetura românica. As construções típicas são os castelos
fortificados, os torreões de defesa e as catedrais. Essas inovações se
apresentam da seguinte maneira: as abóbadas são construídas com nervura
de pedra e enchimento de tijolo (abóbada de aresta), o que as torna muito mais
leves que as abóbadas românicas; o arco preferencial deixa de ser o arco
pleno e passa a ser o arco quebrado (arco ogival); os contrafortes, devido aos
empuxos menores, transformam-se em arcos botantes – braços externos
perpendiculares à superfície do edifício, que sustentam, nas igrejas, a
arquitetura central. Os arcobotantes são uma espécie de meios arcos
construídos por cima da cobertura das naves laterais entre os extradorsos da
abóbada central e os botaréus. Assim escorados, eles transferiam para o
exterior: para os botaréus e deles para os alicerces, as pressões das abóbadas
mais altas, tornando possível o seu equilíbrio. Com abóbadas mais altas
adoptaram-se arcobotantes duplos ou de dupla arcada que neutralizavam as
pressões do peso da abóbada.
As estruturas vazadas permitem a utilização de rosáceas e vitrais com
cenas religiosas. Predomina a verticalidade. As plantas seguem a forma da
cruz latina e as fachadas abrigam esculturas e relevos.
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Na França e na Inglaterra prevalecem as
igrejas góticas com torres truncadas, sem pontas;
na Alemanha, altas torres pontiagudas. Entre as
catedrais góticas francesas, destaca-se Notre
Dame, em Paris, França; e entre as alemãs, a de
Colônia, cuja construção começa em 1270 e se
prolonga por 52 anos.
O verticalismo das edificações góticas
enfatiza as transformações dos ideais estéticos,
do gosto e do pensamento filosófico da época
traduzidos no plano arquitetônico. Os mestres
góticos
desenvolveram técnicas, com o
conhecimento das leis mecânicas e da resistência
dos materiais, que permitiam cada vez mais a
Catedral de Estrasburgo
verticalização das construções (as flechas da
Catedral de Estrasburgo chegam a 142 metros). Autor(a) Ricardo Resende
Tais construções foram possíveis devido à
utilização de abóbadas sustentadas por cruzarias ogivais e do arco quebrado
em vez do arco de volta perfeita, além do emprego do arcobotante e dos
contrafortes.
Também conhecido como “arco quebrado”, é formado por dois arcos de
círculo que se cortam em ângulo agudo. É o principal elemento da arquitetura
gótica.
A abóbada de arcos cruzados é constituída pelo cruzamento de duas
abóbadas de berço. As estruturas que suportam o peso da abóbada e que se
intersectam em forma de X, tomam o nome de arestas e convergem no ponto
mais alto da abóbada, chamado chave da abóbada. É um sistema racional e
dinâmico de distribuição e equilíbrio de forças.
Os arcobotantes (arcos com a abertura de um quarto de círculo) têm
uma função estática definida: eles recebem pressões laterais das abóbadas de
cruzaria ogival, descarregam-na sobre os contrafortes (estruturas de
sustentação dispostas na parte de fora das paredes exteriores da catedral), e
daí, para o chão. São destacados do corpo do edifício e vão até os pilares de
sustentação externa, ou seja, aos contrafortes que têm finalidade de reforçar as
paredes e de contrariar a pressão descarregada sobre eles.
A arquitetura gótica é uma arquitetura de paredes transparentes,
luminosas e coloridas. O vitral é um importante elemento, pois cria uma
atmosfera mística que deveria sugerir, na visão do povo medieval, as visões do
Paraíso, a sensação de purificação. A luz externa é filtrada pelos vitrais, dessa
forma é criada uma atmosfera luminosa que não parece provir de uma fonte
natural, transmitindo ao fiel uma sensação de êxtase.
Os vitrais figurativos, além da função da luz, também serviam para
mostrar às pessoas que não sabiam ler (e não conheciam as Escrituras) aquilo
em que deveriam crer, ou seja, os vitrais também tinham função educativa. A
transparência do vidro colorido sugeria que a luz provinha diretamente de
Deus. A rosácea (localizada na zona superior nas fachadas das catedrais) é
um elemento muito importante na arquitetura gótica, pois sua forma circular
remete a dois símbolos: o sol, símbolo de Cristo e a rosa, símbolo de Maria. A
rosácea também tem a função de constituir fonte de luz.
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5.1 GÓTICO INGLÊS
Já desde o século XI,
concretamente no ano 1066, os
normandos tinham-se estabelecido
como dinastia dominante no trono
inglês.
Isto
trouxe
consigo
a
implantação dos modelos estéticos de
sua terra natal, o norte francês, pelo
qual o resultado final do gótico britânico
tem
muito
que
ver
com
o
desenvolvimento do gótico em França.
Ao mesmo tempo, temos de somar a
grande tradição pictórica de qualidade
que se tinha desenvolvido nas ilhas
durante o período anglo-saxão e celta,
já que o românico inglês era muito
escasso.
A
dinastia
normanda
financiou
a
implantação
das
Universidades,
como
centros
educacionais afastados da órbita
católica, mais afim às ordens do
Vaticano, para poder criar um
Catedral de Westminster
conhecimento unido à monarquia. A
mais importante neste momento foi
Wikipédia commons
Oxford. O grande centro artístico, no
entanto, foi à corte de Londres. A pintura inglesa do gótico é quase em sua
totalidade composta por quadros.
O estilo gótico inglês tem como característica o fato de apresentar
imagens muito decorativas, realizadas com elegância.Outra característica da
pintura inglesa é a presença de fundo, que apóia o aspecto de tapeçaria.
5.2 GÓTICO ALEMÃO
O gótico alemão se põe em paralelo com outros estilos continentais,
como o do gótico francês, e alguns rasgos do gótico inglês, especialmente nos
vitrais, como nas da catedral de Estrasburgo. Uma das obras mais conhecidas
do gótico alemão é a Códice Manesse, realizado para 1300 por Rudiger
Manesse, dedicado ao rei de Boêmia.
Uma das principais características do gótico alemão é o fato de
demonstrar uma complexa simbologia religiosa ao mesmo tempo que exaltam
o rei.
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6. SIMBOLOS DO TEMPLO CRISTÃO
O templo cristão está recheado de simbolismos em sua própria
arquitetura, e vamos ver isto nas principais partes do mesmo, tendo em vista
que pisamos em território vasto que aborda diferentes partes, em que tomamos
como ponto de partida o percurso do fiel que tenta sair do mundo profano e
alcançar a casa de Deus.
O campanário tem como objetivo chamar ao culto, tendo após ele a
porta, a pia com água benta e a nave que dirige os passos e os olhares do
visitante para o altar.
O campanário não é um elemento da arquitetura paleocristã, sendo que
nas igrejas mais antigas não havia campanário, tendo até algumas delas torres
porém sem possuir sinos dentro das mesmas. Há dois sentidos desenvolvidos
pelos autores e mestres medievais, para os campanários, sendo um
relacionado ao antigo tema, vendo-se em uma das torres a Imagem de Maria e
da igreja, chamadas de torre de David pela liturgia. Já a segunda corrente do
símbolo é relacionado a natureza moral que o sino pode trazer, ou como
“instrumento moralizador”.
O fato das torres originalmente não servir para conter os sinos tem de
ser levado em relevância, pois fica se a duvida do modo que estas torres
seriam utilitárias ou meramente ilustrativas, o que trava uma discussão, já que
tendo um conhecimento mesmo que pequeno da arte religiosa em todos os
períodos, não há de se acreditar que estas torres não possuíssem finalidade
seja simbólica, ou utilitária, tomando como exemplo alguns monumentos
egípcios, que são como setas apontando aos céus procurando alcançar os
Deuses, que a primeira vista não possuem uma função utilitária, parecendo
esculturas decorativas, porém mostra-se que estão abarrotadas de
simbolismos.
Segundo o especialista em simbologia do templo cristão Jean Hani “A
tentativa mais interessante, quanto a nós, para explicar a significação do
campanário é a que a relaciona com o simbolismo cósmico do tempo em geral.
Já a forma do campanário reitera o esquema do próprio templo: uma cúpula
encimando um cubo, podendo aquela assumir a forma de uma pirâmide de
seis ou oito faces, que é uma das fases da passagem da esfera, ao cubo.
Assim, tudo o que dissermos acerca do simbolismo do templo aplica-se
igualmente ao campanário.”
Existe também alguns labirintos que são desenhados no solo de
algumas igrejas, que parece ser uma questão secundária, porém como já
citado a simbologia do templo cristão é um campo vastíssimo, o que nos faz
entender que o caráter destes labirintos, não só tem relevância como também
seria injusto não falar de um elemento que tenta trazer mais luz ao
entendimentos destes símbolos.
Milhares de lugares possuíam esta característica, porém com o passar
do tempo muitas sumiram e este elemento ficou esquecido. A origem de3ste
elemento é sem dúvida de muito longe sendo que já foi encontrado em
basílicas paleocristãs (Orleanville), tendo relação com o famoso labirinto de
Creta, comprovado por inscrições e figurações, porém indo mais ainda ao
passado sendo que este fato “cretense” é apenas uma hipótese que talvez o
estilo basílico dos edifícios tenha nascido em Creta.
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Autran, fez a observação que estes labirintos pode ter uma relação muito
mais antiga tendo em vista que os desenhos coincidem (segundo ele), com o
desenho dos megálitos pré históricos (como Stonehenge), há no museu de
Dublim, Pedras megalíticas com Labirintos similares gravados, o que nos faz
não rejeitar a hipótese de uma transmissão pela civilização construtora dos
megalíticos.
Os labirintos nos templos se encontram na nave, no cruzeiro do
transepto, e são visíveis pelo fiel assim que este cruza a porta, já que
eles estão desenhados no começo da nave.
Motivos Geométricos ou cenas figuram o centro do labirinto que se
estendem por uma série de círculos concêntricos ou octogonais. O centro
apresenta uma intersecção de dois eixos que formam uma cruz visível,
através de curvas das linhas dos círculos.
Obviamente assim como os campanários não se pode crer que nos
labirintos exista um motivo somente ornamental, o que sabemos com
certeza é que os labirintos serviam para exercícios de devoção, ligados a
indulgências. Existe uma tese de que estes labirintos eram assinaturas
das corporações de artesões que construíam as igrejas, que é de certa
forma rejeitada por se conhecer alguns símbolos dos artesãos que se
faziam representar.
Ao entrar nos templos há certa magia que provem da existência de um
centro do qual irradiam linhas que originam, em função da proporção divina,
formas, superfícies, volumes em expansão até um limite sabiamente
calculado, que as detém, reflete e reenvia ao ponto de origem. E esta dupla
corrente constitui, de certo modo, a «respiração» subtil desse organismo de
pedra, que se dilata para o exterior para preencher o espaço, após o que se
concentra na sua origem, no seu coração, que é pura interioridade.
Este centro para onde tudo converge é o altar, que é o local mais
sagrado do templo, sendo a razão da existência do próprio templo assim
como também, a essência do templo. Por exemplo, existe a possibilidade de
se realizar uma celebração, ou culto fora de um templo, porém mesmo assim
é necessário um altar. O altar é a mesa, a pedra de sacrifício, o único meio de
estabelecer um contato direto com Deus. No altar Deus vem até nós e nos
vamos até Deus, é o centro de reunião, de assembléia cristã, de junção das
almas de todos presentes, cujo o símbolo (da alma), é a própria pedra da qual
é feito altar. Até mesmo no velho testamento, Moises ao fazer o pacto de
Deus com seu povo, fez um sacrifício, derramando sangue no altar para Deus
e uma outra parte para o Povo o qual aspergiu o sangue.
Vemos em diversos outros contextos altares como nas religiões
Judaicas, em Jerusalém, e altares de sacrifício do cordeiro, sendo o altar
cristão uma união de todos estes altares.
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7. CONCLUSÃO
Estilo Românico este estilo prevaleceu na Europa no período da Alta
Idade Média (entre os séculos XI e XIII). Na arquitetura, principalmente de
mosteiros e basílicas, prevaleceu o uso dos arcos de volta-perfeita e abóbadas
(influências da arte romana). Os castelos seguiram um estilo voltado para o
aspecto de defesa. As paredes eram grossas e existiam poucas e pequenas
janelas. Tanto as igrejas como os castelos passavam uma idéia de construções
“pesadas”, voltadas para a defesa. As igrejas deveriam ser fortes e resistentes
para barrarem a entrada das “forças do mal”, enquanto os castelos deveriam
proteger as pessoas dos ataques inimigos durante as guerras.
Com relação às esculturas e pinturas podemos destacar o caráter
didático-religioso. Numa época em que poucos sabiam ler, a Igreja utilizou as
esculturas, vitrais e pinturas, principalmente dentro das igrejas e catedrais, para
ensinar os princípios da religião católica. Os temas mais abordados foram: vida
de Jesus e dos santos, passagens da Bíblia e outros temas cristãos.
O estilo gótico predominou na Europa no período da Baixa Idade Média
(final do século XIII ao XV). As construções (igrejas, mosteiros, castelos e
catedrais) seguiram, no geral, algumas características em comum. O formato
horizontal foi substituído pelo vertical, opção que fazia com que a construção
estivesse mais próxima do céu. Os detalhes e elementos decorativos também
foram muitos usados. As paredes passaram a ser mais finas e de aspecto leve.
As janelas apareciam em grande quantidade. As torres eram em formato de
pirâmides. Os arcos de volta-quebrada e ogivas foram também recursos
arquitetônicos utilizados.
Com relação às esculturas góticas, o realismo prevaleceu. Os escultores
buscavam dar um aspecto real e humano às figuras retratadas (anjos, santos e
personagens bíblicos).
No tocante à pintura, podemos destacar as iluminuras, os vitrais, painéis
e afrescos. Embora a temática religiosa ainda prevalecesse, observam-se, no
século XV, algumas características do Renascimento: busca do realismo,
expressões emotivas e diversidade de cores.
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8 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
AUTOR IGNORADO. Arte Gótica. Disponível em:
http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cartas&subsecao=arte&artigo=200
50511092006&lang=bra . Acesso em 10/11/2006.
AUTOR IGNORADO. Wikipédia. Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal. Acesso em 01/11/2006.
GOZZOLI, M.C. Como Reconhecer a Arte Gótica. São Paulo: Martins Fontes,
1986. 69p
.
HINDLEY, Geoffrey, O Grande Livro da Arte - Tesouros Artísticos do
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Verbo: Lisboa/São Paulo, 1982.
JANSON, H. W. História da Arte. [Tradução de J. A. Ferreira de Almeida com
colaboração de Maria Manuela Rocheta Santos]. – 2ª ed. – Lisboa: Fundação
Calouste Gulbenkian, 1977. 777 p.
RAMALHO, G. Saber Ver a Arte Românica. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
RIBEIRO, F. História crítica da Arte – 5 volumes. Rio de Janeiro: Fundo
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STRICKLAND, Carol e BOSWELL John. Arte Comentada. Da Pré-História ao
Pós- Moderno. 14ª edição. Tradução de Ângela Lobo de Andrade. Rio de
Janeiro.
Ediouro, 2004. 198 páginas
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Rodrigo José Guergolet
Ribeirão Pires, 27 de novembro de 2008
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