i encontro brasileiro de estudos organizacionais
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i encontro brasileiro de estudos organizacionais
1 II CONGRESSO BRASILEIRO DE ESTUDOS ORGANIZACIONAIS Segunda Convocatória A Sociedade Brasileira de Estudos Organizacionais (SBEO), junto com o Programa de Mestrado em Administração da Faculdade de Gestão e Negócios da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), convocam os associados da SBEO e os pesquisadores interessados pelos estudos organizacionais a participarem do II Congresso Brasileiro de Estudos Organizacionais (CBEO), que será realizado nas dependências da UFU, na cidade de Uberlândia, Minas Gerais, Brasil, de 19 a 21 de novembro de 2014. Tendo em vista a resposta dos pesquisadores à primeira convocatória do II Congresso Brasileiro de Estudos Organizacionais, convidamos os associados da SBEO, bem como pesquisadores interessados em participar do evento, a apresentar artigos e resumos expandidos aos seguintes grupos de trabalho: 1 – GRUPOS DE TRABALHOS TEMÁTICOS Grupo de Trabalho 1 Análise da prática nas organizações: Teoria da Atividade e outras possibilidades Coordenadores: Marcio Pascoal Cassandre, Doutor em Administração, UEM, [email protected], (43) 8416-0391. Liliane Canopf, Doutora em Administração, UTFPR, [email protected], (46) 9975-9213. Raquel Dorigan de Matos, Doutora em Administração, UFPR ; UNICENTRO-PR, [email protected], (41) 9996-0539. Yára Lúcia Mazziotti Bulgacov, Doutora em Educação, Universidade Positivo, [email protected], (41) 9994-2046. Descritor Analisar as organizações como um fenômeno social, concreto, histórico e dialético; um elemento da sociedade que está sempre em estado de tornar-se, produto do processo de construção social; sistemas de causalidade intersubjetiva, com densos processos cotidianos que se interconectam em vozes, lugares e momentos diferentes, em que as partes contêm o todo e são lugares de residência de atividade, ação, produção de subjetividade e produção de processos organizacionais (SPINK, 2001). O conceito de prática social, adotado como unidade de análise cultural da organização, é compreendido por meio da Psicologia Sócio-Histórica e Cultural russa iniciada nas décadas de 1920 e 1930, por Vygotsky, Lúria e Leontiev (CASSANDRE; BULGACOV; CAMARGO, 2011; PAES DE PAULA; PALASSI, 2007; NICOLINI, 2013) e pela Teoria da Atividade TA. No campo organizacional a TA encontra aderência a temas como metodologias de pesquisa, como as propostas de Yves Clot, Michael Cole e Yrjö Engeström. Também as investigações da aprendizagem social ou aprendizagem situada decorrentes da TA estão no âmbito dos estudos baseados em prática como 1 2 prática como conhecimento (NICOLINI; GHERARDI; YANOW, 2003), prática como contexto social (LAVE, WENGER, 1991) ou ainda, prática como ação (BOURDIEU, 2004). A ênfase da análise está ao mesmo tempo no processo pelo qual uma forma organizacional específica é criada, nos mecanismos pelos quais ela se mantém e na sua contínua reconstrução (BENSON,1983). A concepção de homem é complexa, cultural, social e histórica, pois sua própria organização corporal contém a necessidade de entrar em uma relação ativa com o mundo exterior, atua para existir, influi no mundo exterior, o modifica e se modifica, sendo modificado pela sua atividade, que é condicionada pelo nível já alcançado no desenvolvimento de seus meios e formas de organização (LEONTIEV, 1971). Nesta relação, a consciência é desenvolvida a partir de condições concretas, produto de um processo de apropriação e objetivação. Grupo de Trabalho 2 Práticas e simbolismos na (re)organização das manifestações culturais tradicionais das sociedades Coordenadores: Alexandre de Pádua Carrieri, Doutor em Administração/UFMG, Universidade Federal de Minas Gerais/FACE/CAD/CEPEAD, [email protected], Tel.: (31) 34097238 Alfredo Rodrigues Leite da Silva, Doutor em Administração/UFMG, Universidade Federal do Espírito Santo/PPGADM, [email protected], Tel.: (27) 988129098 Elisa Yoshie Ichikawa, Doutora em Engenharia de Produção/UFSC, Universidade Estadual de Maringá/PPA, [email protected], Tel.: (44) 3011-4976 Thiago Duarte Pimentel, Doutor em Ciências Sociais/UFJF, Universidade Federal de Juiz de Fora/PPGCSO, [email protected], Tel.: (32) 8838-3750 Descritor O objetivo deste grupo é abrigar Estudos Baseados em Práticas - EBP e Simbolismos no campo organizacional, com foco na (re)organização de manifestações culturais tradicionais locais e regionais. Em termos de escopo, este grupo pretende receber trabalhos com posicionamentos críticos em relação aos discursos hegemônicos alinhados com as seguintes concepções: discussões sobre os efeitos das práticas no processo organizativo, com base em autores como Elder-Vass, Fleetwood, Schatzki, Certeau, Foucault, entre outros, pois a diversidade de abordagens é desejável para o aprofundamento dos debates; discussões sobre as manifestações das práticas cotidianas nos processos de organizar da sociedade, que transformam manifestações culturais tradicionais em manifestações organizadas com fins diversos, tais como: mercados públicos que se baseiam na tradição do comércio popular; feiras festivas que se baseiam em tradições religiosas; feiras como mediadoras de processos de socialização nas cidades; espetáculos teatrais ou circenses baseados na reorganização de tradições culturais da sociedade; reinvenção das cidades a partir de sua mercantilização; manifestações culturais transformadas em elo de atratividade turística; produção simbólica e reapropriação dos espaços; construção do imaginário e consumação turística; entre outros. Como resultado das discussões, espera-se a aproximação entre os pesquisadores interessados na temática em questão, com vistas a produzir a coordenação de esforços rumo à composição e consolidação de redes e de uma agenda de pesquisas. 2 3 Grupo de trabalho 3 O Dark Side Das Organizações: Crimes, Violência e Má Conduta No Ambiente Corporativo Coordenadores: Prof. Alexandre Reis Rosa, doutor, Universidade Federal do Espírito Santo, [email protected], (27) 4009-7725 Profa. Cintia Rodrigues Oliveira Medeiros, doutora, Universidade Federal de Uberlândia, [email protected], (34) 3239-4132/4370. Prof. Eduardo Loebel, doutor, Universidade Federal de Uberlândia, [email protected], (34) 3239-4132/4371. Prof. Rafael Alcadipani, doutor, Fundação Getúlio Vargas, EAESP [email protected] , (11) 3799-7777 Prof. Rodrigo Miranda, doutor, Universidade Federal de Uberlândia, [email protected], (34) 3239-4132/4370. Prof. Valdir Machado Valadão Júnior, doutor, Universidade Federal de Uberlândia, [email protected], (34) 3239-4371. Descritor Os estudos sobre organizações, predominantemente, tendem a enfatizá-las como espaços dotados de racionalidade, sucesso e certezas, focalizando o seu lado positivo e tratando as manifestações negativas como excepcionais, e não como parte das práticas organizacionais cotidianas (Morgan, 1996). Linstead, Maréchal e Griffin (2010, 2014), na chamada de trabalhos para uma edição especial do periódico Organization, chamam a atenção para a necessidade de estender nosso olhar para o lado sombrio das organizações, pois, como nós teorizamos o dark side é extremamente importante para o que podemos fazer sobre ele. No decurso de suas funções, executivos e gestores agem e tomam decisões segundo o conjunto de normas, procedimentos, políticas e regulamentos da corporação, configurando-se em uma faceta organizacional carregada de sombras por ser ainda pouco estudada. Essa sombra, ou o lado sombrio das organizações como Morgan (1996) se refere, constitui-se em um desafio para aqueles que estudam as organizações, pois abriga o que escapa das prescrições sobre o modo como gerenciar os recursos para alcançar os resultados organizacionais. Nesse sentido, ao propor este GT, temos como objetivo explorar o lado sombrio das organizações, assumindo que a dinâmica não organizada e oculta influencia a organização. Propomos, então, que o lado sombrio das organizações seja um foco alternativo para a compreensão da vida organizacional. Para tanto, convidamos trabalhos que busquem investigar, no ambiente organizacional, os seguintes temas em particular: a) Crimes corporativos (corrupção, crimes contra o consumidor, suborno, fraudes, crimes ambientais e crimes contra o trabalhador); b) Conspiração e manipulação política (articulações entre governos e corporações); c) Abuso de poder, agressão, extorsão, violência, suicídio, assassinato, perigo e risco nas organizações d) Assédio moral e sexual, discriminação, vitimização, depressão, gestão pelo medo, trabalho escravo; e) Tragédias, guerra, genocídio, exploração, erros e desastres; f) Ambição, obsessão, vingança, ganância; g) Fetichismo da mercadoria, o vício, o uso e abuso de drogas; 3 4 h) Depravação, perversão e transgressão; i) Misbehavior organizacional; e j) Outros temas que explorem o lado sombrio das organizações. Propomos incorporar trabalhos que abordem essas questões nas organizações empresariais em suas diversas tipologias (comerciais, da saúde, educacionais, industriais, de serviços), nas organizações do Estado e da Sociedade Civil. Quanto aos métodos adotados, esperamos contribuições que considerem uma gama mais ampla de abordagens críticas ao dark side, incluindo perspectivas marxista, pós-marxista, pós-modernistas, pós-estruturalistas e pós-colonialistas. Referências Ln . A.; réch l . & r ff n . W. 20 0 . p c l I u on “ h D rk Organization.Organization Studies, Call for Papers, v. 31, p. 997-999. of Linstead, S. A.; Maréchal, G. & Griffin, R. W. (2014).Theorizing and Researching the Dark Side of Organization. Organization Studies, v. 35. Morgan, G. (1996). Images of organization.London:Sage Publications. Grupo de Trabalho 4 Organização e Práxis Libertadora: por uma crítica da economia política da organização Coordenadores Maria Ceci Misoczky (UFRGS) Rafael Kruter Flores (UFRGS) Steffen Böhm (University of Essex) Sueli Goulart (UFRGS) Descritor O “Org n z ção Práx L b r or ” o obj ivos de refletir sobre as lutas sociais e problematizar a concepção hegemônica de organização. Não estamos interessados em contribuir para a gestão (management). Consideramos que os Estudos Organizacionais têm sido dominados pelo management e, em consequência, têm se subordinado às obsessões tipicamente gerencialistas com a prática e a novidade e definindo como irrelevante o estudo das lutas sociais. Consideramos que a consolidação de espaços nos Estudos Organizacionais libertados do management é indispensável pelo menos para aqueles que adotam uma posição crítica ao sistema de exploração e dominação. Nesse sentido, para ampliar o modo como estudamos organização (verbo e nome), precisamos abandonar sua compreensão restritiva como uma unidade de análise reificada. Misoczky (2011), por exemplo, inspirada em Freire (1987) e Dussel (2004), define organização como o ato coletivo 4 5 intersubjetivo que é meio para a práxis da libertação e aprendizagem para a experimentação de práticas organizacionais libertadoras. Para articular a compreensão da organização da resistência e das lutas libertadoras com o sistema do capital, se faz necessário ampliar o campo dos Estudos Organizacionais. Nesse sentido, propomos avançar com relação à proposta de Jones e Böhm (2002) de uma “ cono g r l org n z ção” p r ncorpor n o or o lor p r r rx 6 con ru r u bor g crí c “ cono polí c org n z ção”. Esta crítica à economia política da organização precisa avançar na construção de uma definição de organização que se articule com a crítica ontológica das relações sociais capitalistas; que conceba a vida como parte da organização de um metabolismo social historicamente determinado que é condicionado pela produção de valor e pela dinâmica da luta de classes. Portanto, a produção de valor constitui a organização específica de diferentes momentos da vida social. Nos termos de Harvey (2010), esses diferentes momentos incluem: relações com a natureza; modos de produção e reprodução da vida cotidiana; concepções mentais do mundo; relações sociais e tecnologias. Essas seis dimensões, assim como sua interconexão, no capitalismo, são organizadas para a extração de mais-valia em uma dinâmica de luta de classes. Ainda assim, elas podem ser e são coletivamente imaginadas e organizadas de modo contra-hegemônico por diferentes grupos sociais, comunidades e movimentos sociais ao redor do mundo. Essa é uma visão da organização profundamente política. Apresentamos a seguir linhas temáticas indicativas, não exclusivas, para a acolhida de trabalhos: Críticas a formas contemporâneas de produção de valor que incluem a produção da natureza, a privatização dos bens comuns e a resistência organizada dos povos. Estudos críticos do desenvolvimento e lutas sociais contra o extrativismo e megaprojetos. Organização de lutas sociais e práticas organizacionais de movimentos sociais populares. Organização de movimentos insurgentes massivos: memórias e aprendizagens das Jornadas de Junho. Contribuições da tradição do pensamento social latino-americano (incluindo o brasileiro) para compreender as lutas sociais contemporâneas. Cidades rebeldes: múltiplas faces da rebeldia no espaço urbano Educação e lutas sociais: demandas populares para o ensino superior público; articulações entre universidades e movimentos sociais; experiências educativas de movimentos sociais. Ética da libertação e produção do consenso dos subalternos. Referências DUSSEL, E. Hacia una Arquitectónica de la Ética de la Liberación. In: APEL, K.-O.; DUSSEL, E. Ética del discurso y ética de la liberación, Madrid, Trotta, 2004. p. 339-366. FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. HARVEY, D. A companion to Marx’s capital. New York: Verso, 2010. JONES, C. and BÖHM, S. Hors ’o u r . ephemera, v.2, n.4, p. 277-280, 2002. MARX, K. Capital: A Critique of Political Economy, Vol. 1, trans. Ben Fowkes. London: Penguin, 1976. MISOCZKY, M. C. Das práticas não-gerenciais de organizar à organização para a práxis da libertação. In: MISOCZKY, M. C.; FLORES, R. K.; MORAES. J. (Orgs.). Organização e Práxis Libertadora. Porto Alegre: Dacasa. 2010. p. 13-56. 5 6 Grupo de Trabalho 5 Práticas Organizativas Coordenadores: César Tureta, Doutor em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (EAESP-FGV), Universidade Federal do Espírito Santo, [email protected], (27) 98882-3015 Leonardo Lemos da Silveira Santos, Doutor em Administração de Empresas Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (EAESP-FGV), Universidade Federal de Juiz de Fora (Campus Governador Valadares), [email protected], (33) 9191-2173 Marcelo de Souza Bispo, Doutor em Administração de Empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Universidade Federal da Paraíba, [email protected], (83) 9914-5656 Descritor Este grupo de trabalho tem como objetivo discutir pesquisas que tenham como fonte de inspiração teorias da prática. A virada para a prática nos Estudos Organizacionais (EO) pode ser identificada, principalmente, na manifestação do maior interesse pela vida cotidiana dos atores, como uma forma de analisar os fenômenos nas organizações. O estudo das práticas, na teoria social, está presente no trabalho de autores como, por exemplo, Bourdieu, Giddens, Foucault, Latour, Schatzki, Garfinkel, Pickering, dentre outros. A despeito da diversidade de filiações epistemológicas, um ponto convergente entre os teóricos da prática é a ideia de que os fenômenos são manifestações do campo da prática, portanto, só podem ser compreendidos e analisados a partir dele. Cada uma a sua maneira, as teorias da prática têm em comum a tentativa de superar dicotomias como, sujeito/objeto, mente/corpo e agência/estrutura, deslocando a ênfase do agente ou da estrutura para as práticas. As teorias da prática se apresentam como úteis para os EO por destacarem a ideia de que a organização é um acontecimento, uma realização instável em constante estado de (re)constituição. Tal perspectiva analítica explora o dia a dia nas organizações, buscando investigar os fenômenos que ali acontecem não como uma propriedade da organização, mas como práticas específicas. Adotar abordagens da prática propicia ao pesquisador organizacional compreender as práticas organizativas na medida em que elas se desdobram, ou seja, no momento em que estão sendo desempenhadas e o fenômeno analisado acontecendo. Assim, são bem-vindos trabalhos que busquem discutir a prática do ponto de vista teórico e empírico, especialmente no que diz respeito a suas estratégias metodológicas de investigação e na reflexão de como esta abordagem contribui para os diversos temas nos EO. Entre as abordagens possíveis, destacam-se as comunidades de prática, aprendizagem como prática, sociomaterialidade, estética, organizing, teoria ator-rede, etc. 6 7 Grupo de Trabalho 6 Mobilidade e Interculturalidade nas Organizações Coordenadoras: Janaína Maria Bueno – Doutora em Administração de Empresas (FGV-EAESP) – Professora Adjunta da Universidade Federal de Uberlândia - MG. Email: [email protected]. Telefone: (34) 8405-8821 Andrea Cristina Martins – Mestre em Ciências Sociais Aplicadas (UEPG) e doutoranda em Ciências Sociais Aplicadas (UEPG). Professora da Universidade Positivo – PR. Email: [email protected]. Telefone: (41) 9992-1633. Descritor O objetivo do grupo de trabalho é debater e promover avanços teóricos e empíricos sobre as questões interculturais no ambiente de trabalho e nas relações profissionais. Serão bemvindos, mas não esgotam a temática, ensaios teóricos e artigos teórico-empíricos sobre as consequências da mobilidade profissional, encontros culturais no ambiente organizacional, as representações sociais e culturas, a cultura do outro, o estrangeiro e o grupo, dilemas e ambiguidades no cotidiano intercultural, e os desafios das equipes de trabalho multiculturais. Grupo De Trabalho 7 Economia Solidária: Um Caminho Alternativo Para a Transformação Social Coordenadores: Prof. Eduardo Vivian, doutor, Universidade Federal do Cariri, Prof. Genauto C. França Filho , doutor, Universidade Federal da Bahia, Prof. Peterson Elizandro Gandolfi, doutor, Universidade Federal de Uberlândia, Descritor A estruturação do mundo do trabalho oriunda do pós-segunda guerra mundial encontra-se sob uma crise permanente desde o final da década de 70. Ao lado de políticas recessivas visando neutralizar os efeitos de sucessivas crises tanto no mercado de bens como no financeiro, ao lado da emergência de um novo sistema de produção baseado na flexibilidade e de novas formas organizacionais e gerenciais em seu interior colocaram em cheque a regulação keynesiana da demanda agregada e do mercado de trabalho, a partir de meados dos anos 80. Isso tem possibilitado a instauração de um tipo de debate a respeito da crise do trabalho, normalmente balizado por assertivas que fazem alusão irrestrita às transformações no mundo do trabalho na sociedade capitalista contemporânea. Deste modo, defende-se a adequação da força de trabalho aos novos modelos organizacionais de gestão e de organização do trabalho, em decorrência de formas mais flexíveis de acumulação de capital que teria alterado o perfil da qualificação da força de trabalho por um modelo pautado no conhecimento e na multifuncionalidade do trabalhador. 7 8 A concepção de modernização conservadora, vinculada às transformações do padrão de acumulação da sociedade capitalista, lança os indivíduos em um apartheid social crônico, suprimindo os direitos fundamentais de cidadania. A ênfase no assalariamento tem se transformado em mera expressão do individualismo ou da disputa no mercado excludente, desestruturando as relações sociais solidárias e coletivas, assim como inviabilizando modelos de sustentabilidade econômica e social. Dessa forma, mesmo a implementação de políticas públicas de geração de emprego e renda no Brasil, não tem garantido a reversão do quadro de exclusão social, porque muitas delas ainda estão impregnadas pela concepção de emprego ao invés de estimular a ocupação ou formas autônomas com caráter de autogestão. Neste sentido, a Economia Solidária afirma seu caráter propositivo principalmente quando se preocupa com as proporções alarmantes assumidas pela desigualdade social no Brasil e se apresenta como alternativa viável ao padrão excludente. Neste contexto, as universidades surgem como protagonistas indicando um processo de transformação, especialmente à medida que o Plano Nacional de Extensão Universitária FO P O X 20 2 r cup r o conc o x n ão co o n o “ c ê c capaz de imprimir um novo rumo à universidade brasileira e de contribuir significativamente p r u nç oc ”. Co o un r po r n n co o p ço privilegiado para a produção, acumulação do conhecimento e formação de profissionais cidadãos. As ações devem se pautar por uma construção da intervenção via políticas públicas. Dessa forma, percebeu-se que a relação com a comunidade era indispensável para a “ox g n ção n c ár à c ê c ” gr g n o o b r popul r c ê co nu lógica de pertencimento. Nesse sentido, ao propor este GT, temos como objetivo explorar os estudos e ações transformadoras de pesquisadores, estudantes e outros atores sociais que definitivamente querem e busquem um mundo melhor. Para isso, convidamos trabalhos que busquem investigar a economia solidária com os seguintes enfoques particulares: Extensão Universitária e Incubadoras Cooperativismo Popular Movimentos Sociais Redes e cadeias produtivas solidárias Finanças solidárias Desenvolvimento Territorial e Rural Educação Popular, Trabalho e Capitalismo Políticas Públicas e Desenvolvimento Tecnologia e Inovação social Gênero Por fim, propõe-se neste grupo abordar trabalhos que apresentem experiências transformadoras e emancipatórias. Grupo de Trabalho 8 Políticas públicas e organização do campo da cultura Coordenadores Rosimeri Carvalho da Silva (UFRGS) Eloise H. Livramento Dellagnelo (UFSC) 8 9 José Márcio Barros (PUC MG) Descritor Há 10 anos podemos observar no país o desenvolvimento de políticas culturais que são ditas como fundamentadas em um amplo conceito de cultura, as quais propõem uma nova atuação para o Estado na área. No bojo destas políticas foram desenvolvidos diversos programas, como Cultura Viva, Identidade e Diversidade Cultural, Cultura Afro-brasileira, Sistema Nacional de Cultura, entre outros. Estas políticas e seus desdobramentos têm produzido reflexos no campo da cultura que impactam a sua organização em diversos sentidos. Por um lado, alguns dos programas desenvolvidos parecem dar espaço e voz a grupos que anteriormente não eram considerados pelo Ministério da Cultura em suas políticas de apoio e financiamento, por outro, o MinC iniciou uma série de ações que visam especificamente a uma nova organização da administração pública e de suas relações com a sociedade civil no âmbito da cultura, notadamente a implantação do Sistema Nacional de Cultura e seus desdobramentos, sistemas estaduais e municipais; e componentes como planos de cultura, conselhos de políticas culturais, fundos de cultura, sistemas de informações e indicadores culturais. Os pesquisadores de diversas áreas vêm analisando e avaliando estas políticas e programas à medida que elas vêm se realizando. Parece-nos que passados 10 anos, este é um bom momento para uma reflexão sobre o impacto destas políticas na organização do campo da cultura. Interessa-nos, sobretudo discutir a dinâmica entre a organização do campo, e a implementação das políticas. Pensamos em questões como: Como estas políticas impactaram o campo, suas relações, seus agentes? Como se delinearam as políticas ao longo das mudanças políticas ocorridas no Ministério durante esse período? Boa parte dos programas propõe novas relações entre os entes federados, como se vem traçando estas relações? De que forma os agentes do campo se organizam para apresentar suas posições, defender seus interesses? O grupo é aberto a outras questões relacionadas ao tema central. Grupo de Trabalho 9 Poder, trabalho e subjetividade Coordenadores José Henrique de Faria, doutor, (UFPR) Deise Luiza da Silva Ferraz, doutora, (UFMG) DESCRITOR Este grupo tem por objetivo realizar uma reflexão crítica acerca das formas e relações de trabalho na sociedade contemporânea, com ênfase no controle social e no controle da subjetividade, partindo do desenvolvimento das forças produtivas desde a Organização Científica do Trabalho até a chamada produção flexível ou enxuta (toyotismo) e analisando suas repercussões no processo de trabalho, mediado por mecanismos explícitos e sutis, manifestos e ocultos de poder e controle. O objetivo do grupo é discutir as formas de controle sobre o processo de trabalho, ou seja, debater tanto os procedimentos explícitos de controle como os sistemas culturais, simbólicos e imaginários presentes no ambiente e discurso organizacional, os quais se manifestam como dominantes, hegemônicos e ideológicos, reproduzindo a lógica de dominação do capital sobre o trabalho. A proposta é a de promover uma discussão aberta e uma análise crítica das relações de trabalho na sociedade contemporânea, entendendo como a necessidade do controle do processo de trabalho sob o modo de produção capitalista engendra discursos e práticas organizacionais que condicionam 9 10 os sujeitos trabalhadores a submeterem-se às formas de precarização oriundas da própria dinâmica do sistema de capital. Palavras-chave: Processo de trabalho; relações de trabalho; reorganização produtiva; controle social; mecanismos de controle da gestão; relações de poder; subjetividade; precarização do trabalho. 2 - Orientações para a submissão de trabalhos na forma de artigos e resumos expandidos aos grupos de trabalho Os trabalhos deverão ser encaminhados somente pelo e-mail da Sociedade Brasileira de Estudos Organizacionais ([email protected]), com o título “ ub ão de artigo – GT [número do grupo de r b lho]”. Os trabalhos, propostos por professores, pesquisadores, profissionais e estudantes da área de estudos organizacionais, serão analisados por uma comissão específica, composta por especialistas no tema do grupo de trabalho. A apresentação de trabalhos nos grupos de trabalho e sua inclusão nos anais do II CBEO estão condicionadas à inscrição e ao pagamento das taxas do evento por pelo menos um dos autores. Cada autor pode submeter, no máximo, dois trabalhos aos grupos de trabalho, sem diferenças entre autoria e coautoria. Cada trabalho deve ser submetido a apenas um grupo de trabalho. Os trabalhos serão avaliados pela comissão científica considerando seu teor, relevância, contribuição para os estudos organizacionais e aderência ao descritor do grupo de trabalho. Os trabalhos devem ser inéditos, e assim permanecerem até o término do II CBEO. Os textos devem ser redigidos em português, com redação e ortografia adequadas, pois a versão enviada será definitiva. Os trabalhos devem ter a autoria definitiva no momento da submissão, pois não será permitida a inclusão de autores posteriormente. A submissão dos trabalhos deve obedecer ao prazo definido no cronograma. Os arquivos dos trabalhos enviados devem estar livre de vírus. Trabalhos eventualmente infectados serão excluídos do processo de avaliação. Os artigos devem ser redigidos em times new roman (tamanho 12) e apresentar no máximo 8.000 palavras, incluindo as referências. Os resumos expandidos devem ser redigidos em times new roman (tamanho 12) e apresentar, no máximo, 2.500 palavras, sem contar as referências. A primeira página deve conter título, autoria (nome completo), instituição (por extenso), e-mail (de cada autor), resumo (com cerca de 15 linhas), palavras-chave (de três a cinco) e corpo do texto, seguido de referências. Notas de rodapé são aceitas, desde que sejam de teor explicativo, e usadas com parcimônia. As referências devem ser feitas no corpo do texto, obedecer à ABNT, limitando-se ao material citado no artigo. A submissão de trabalhos ao grupo de trabalho não implica aceitação, tendo os grupos de trabalho autonomia no processo de seleção do material a ser publicado. Para apresentação oral do trabalho será necessária a presença de, pelo menos, um de seus autores. 10 11 Terão direito a certificado de participação apenas os autores e coautores presentes, que tenham assinado a lista de presença na sessão de apresentação. 3 – PUBLICAÇÃO NOS ANAIS Para serem publicados nos anais do II Congresso Brasileiro de Estudos Organizacionais, os textos devem ser enviados em sua versão final, revisados pelos próprios autores, até a data limite prevista no cronograma. Os anais do II CBEO serão divulgados publicamente. A partir da submissão de proposta de mini-curso, mesas redondas, grupos de trabalho, artigos, resumos expandidos, exposições, performances, filmes e documentários, entende-se como automática a cessão dos direitos de divulgação científica, para a SBEO, uma vez tendo sido aprovado e aceito para publicação. 11 12 4 - INSCRIÇÕES E TARIFAS As inscrições para o II CBEO terão os seguintes valores (os valores incluem a inscrição para o evento e a associação automática pelo período de um ano): Datas De 02 de setembro até 20 de outubro (2014) Após 20 de outubro (2014) Professores, Pesquisadores e Profissionais R$ 350,00 Estudantes (Graduação, Mestrado, Doutorado) R$ 450,00 R$ 200,00 R$ 150,00 Observações As inscrições se referem a inscrição do evento e a associação. Despesas com deslocamento, hospedagem e alimentação são por conta dos participantes. Em momento oportuno, serão disponibilizados no site do evento sugestões de deslocamento, alimentação e locais de hospedagem. A inscrição para o evento efetivará a filiação na SBEO e terá a validade de um ano. Após a confirmação da inscrição o nome do pesquisador constará no site http://sobresorg.blogspot.com.br/. A inscrição no congresso só será confirmada após o pagamento da taxa de inscrição, conforme instruções que acompanharão a carta de aceite do trabalho. 5 Cronograma do II CBEO Atividade Publicação da primeira convocatória Envio de proposta – Mini-cursos Envio de proposta – Mesa redonda Envio de proposta – Grupo de trabalho Resultados – Mini-cursos Resultados – Mesa redonda Resultados – Grupo de trabalho Publicação da segunda convocatória* Envio de trabalhos completos – Grupos de trabalho Resultado – Trabalhos completos para Grupos de trabalho Início das inscrições – com desconto Solicitação – Lançamento de livros e revistas Solicitação – Exposições, performances, apresentação de filmes e documentários Término das inscrições – com desconto Resultados – Lançamento de livros e revistas Resultados – Exposições, performances, apresentação de filmes e documentários Abertura do II Congresso Brasileiro de Estudos Organizacionais Encerramento do II Congresso Brasileiro de Estudos Organizacionais * A segunda convocatória será exclusiva para os trabalhos completos a aos grupos de trabalho. 12 Data final 18/março/2014 18/abril/2014 18/abril/2014 18/abril/2014 01/maio/2014 01/maio/2014 01/maio/2014 17/maio/2014 21/julho/2014 01/setembro/2014 01/setembro/2014 15/ outubro/2014 15/ outubro/2014 20/outubro/2014 22/outubro/2014 22/outubro/2014 19/novembro/2014 21/novembro/2014 serem encaminhados 13 6 Casos omissos Casos não previstos nessa convocatória serão tratados diretamente com a comissão organizadora por e-mail [email protected]. Comissão Organizadora do II Congresso Brasileiro de Estudos Organizacionais Sociedade Brasileira de Estudos Organizacionais 13