Pio do Mocho Dezembro 2006

Nº 1 – Dezembro 2006
http://pio.mocho.pt
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O “Mocho”, que já voa há alguns anos, agora pia... O “Pio do Mocho”, de que este é o número um, é um boletim
informativo (newsletter) do portal “Mocho” (www.mocho.pt). Pretende destacar alguns dos conteúdos do que é o
maior portal português de ensino das ciências e cultura científica. Para o receber automática e gratuitamente
bastará aceder a http://pio.mocho.pt.
NOVIDADE
Milipeia
Com a presença de José Mariano Gago, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o Centro de Física
Computacional da Universidade de Coimbra inaugura no dia 5 de Dezembro pelas 11h 30 a "Milipeia", o maior
supercomputador do país. A inauguração ocorrerá no Departamento de Física da Universidade de Coimbra (pólo
I), no Anfiteatro do Rés-do-chão.
DESTAQUE
Milipeia desafia escolas
O “Mocho” abre um concurso de ideias dirigido a alunos individuais ou em grupo das escolas com o objectivo de
resolver, com a "Milipeia", problemas que envolvam muitos cálculos (por exemplo, o famoso problema dos bois
de Arquimedes) ou mesmo efectuar cálculos concretos (por exemplo, o primeiro milhão de casas decimais de pi
ou do número de ouro fi).
Mais destaques:
“Molecularium”: Simulações em Física e Química
Webquests: estratégia interessante para o uso da Internet na
Educação
Semana da Ciência e da Tecnologia em Coimbra
Abre Museu da Ciência da Universidade de Coimbra
Ciência Viva procura as maiores descobertas
LIVRO: “A fórmula de Deus”
ENTREVISTA
Nuno Crato
“A verdade é mais fascinante do que a ficção”
Em “A Espiral Dourada: Coelhos de Fibonacci, Pentagramas, Cifras e Outros Mistérios Matemáticos d’ O Código
Da Vinci”, Nuno Crato, Carlos Pereira dos Santos e Luís Tirapicos partem do best-seller de Dan Brown para levar
o leitor ao mundo da Astronomia e da Matemática.
SÍTIO
Conta Natura
http://www.contanatura.net/
O Conta Natura é um blogue de ciência feito por cientistas portugueses e em português. Um blogue com vários
autores, o Conta Natura começou a partir de uma ideia de Vasco Barreto e surgiu na blogosfera em Outubro de
2004. A ideia é proporcionar um espaço de divulgação e discussão de temas relacionados com as Ciências da
Vida.
I/IV
Dezembro 2006
NOVIDADE
“Milipeia”: Centro de Física Computacional da Universidade de Coimbra inaugura
supercomputador
Com a presença de José Mariano Gago, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o Centro de Física
Computacional da Universidade de Coimbra inaugura no dia 5 de Dezembro pelas 11h 30m a "Milipeia", o maior
supercomputador do país. A inauguração ocorrerá no Departamento de Física da Universidade de Coimbra (pólo
I), no Anfiteatro do Rés-do-chão.
A Milipeia é um sistema de 520 processadores com um desempenho de mais
de 1,5 TFlops. É o maior sistema computacional destinado a cálculo científico
instalado em Portugal. Através do cluster “Centopeia” - actualmente com 108
processadores, a Universidade de Coimbra esteve, nos últimos anos, na
vanguarda das instituições nacionais mais bem apetrechadas para cálculo
científico de alto desempenho e através da "Milipeia" reforçou essa posição.
Na mesma ocasião, é lançado o número um do boletim electrónico “Pio do
Mocho”, associado ao portal “Mocho”. Trata-se de uma newsletter digital de
divulgação de actualidade científica de interesse para a educação e para a difusão da cultura científica e que será
distribuído mensalmente a quem o solicitar. O Centro de Física Computacional tem prosseguido não só objectivos
na área da investigação, mas também na divulgação científica.
Artigo completo em: http://pio.mocho.pt/edicoes/1/milipeia_piomocho.php
DESTAQUE
Milipeia desafia escolas
O “Mocho” abre um concurso de ideias dirigido a alunos individuais ou em grupo das escolas com o objectivo de
resolver, com a "Milipeia", problemas que envolvam muitos cálculos (por exemplo, o famoso problema dos bois
de Arquimedes) ou mesmo efectuar cálculos concretos (por exemplo, o primeiro milhão de casas decimais de pi ou
do número de ouro fi).
Serão seleccionados os mais originais, que terão direito a prémios além de serem publicados no “Mocho” e no
“Pio do Mocho”. Para apresentar propostas de problema que o milipeia possa resolver enviar e-mail para
[email protected] (incluir o nome, idade e escola).
Além disso, e para mostrar como funciona o cálculo paralelo, nos 520 processadores da “Milipeia”, o Mocho vai
convidar 520 escolas para que estas, ao mesmo tempo, mandem realizar 520 partes de um programa.
Mais Destaques
“Molecularium”: Simulações em Física e Química
O “Mocho” oferece a quem o visita um espaço de simulação molecular para aprender
Física e Química, em vários níveis (www.molecularium.net). Os exemplos apresentados
relacionam-se com temperatura, pressão, trocas de energia, entropia e desordem,
equilíbrio, solubilidade de sais, etc. Há também uma galeria de modelos moleculares
estereoscópicos, que são visíveis com óculos de celofane azul-vermelho (na figura).
Webquests: estratégia para o uso da Internet na educação
Uma WebQuest, um termo criado por Bernie Dodge e Tom March, refere-se a um sítio na Internet com actividades
de pesquisa para serem realizadas em grupo. Proporciona actividades de pesquisa.
Uma WebQuest é constituída pelas seguintes componentes: Introdução, Tarefa, Processo, Avaliação,
Conclusão e a Página do Professor.
A duração (curta ou longa) de cada projecto depende do nível de complexidade.
O autor das Webquests esteve recentemente em Portugal
(http://www.iep.uminho.pt/encontro.webquest/localizacao.htm) e mostrou muitas das coisas interessantes que se
foram associando a esta ideia (http://webquest.sdsu.edu/).
2/4
Dezembro 2006
Semana da Ciência e da Tecnologia em Coimbra
De 20 a 24 de Novembro decorreu por todo o país a Semana da Ciência e da Tecnologia.
Durante estes dias o público pôde conhecer um pouco mais sobre o trabalho dos cientistas
portugueses, os seus laboratórios e os seus trabalhos.
Em Coimbra escolas, associações e museus abriram as portas dando a conhecer as actividades
que desenvolve. Um ponto alto foi a sessão de homenagem a Rómulo de Carvalho, feita em
colaboração entre o Centro de Neurociências e o Centro de Física Computacional, no dia 24 de
Novembro na Livraria Almedina Estádio, quando passaram cem anos sobre o nascimento do
patrono da cultura científica nacional.
Artigo completo em: http://pio.mocho.pt/edicoes/1/semanaciencia.php
Abre Museu de Ciência da Universidade de Coimbra
Abre no dia 5 de Dezembro, com a presença dos Ministros da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e da Cultura,
o Museu de Ciência da Universidade de Coimbra. A exposição de abertura – “Segredos da Luz e da Matéria” –
situa-se no “Laboratório Chimico”, no Largo Marquês de Pombal, um edifício pombalino magnificamente
restaurado pelo arquitecto João Mendes Ribeiro e colaboradores.
Ciência Viva procura as maiores descobertas
http://www.cienciaviva.pt/diga/
O sítio da Ciência Viva divulga “os livros que queremos ler” e procura as maiores descobertas feitas e por fazer.
Para Manuel Fiolhais a maior descoberta poderá ser feita no CERN. As experiências de colisão têm-se repetido
em aceleradores um pouco por todo o mundo. Para o ano entrará em operação o novo acelerador de partículas do
CERN, abrindo-se assim caminho a novas "Experiências de Rutherford".
Artigo completo em: http://pio.mocho.pt/edicoes/1/cv_novasdescobertas.php
LIVRO: “A Fórmula de Deus”
O novo livro de José Rodrigues dos Santos tem uma "fórmula". Tem o historiador/criptoanalista português,
“homem de cabelo castanho e olhos verdes cristalinos”. Tem a cientista iraniana, “mulher alta e de
longos cabelos negros” e “olhos de um intrigante castanho-amarelado”. Tem um mistério por
revelar. Também por lá andam os bons e os maus, a religião e o terror. Descreve
pormenorizadamente uma cena de sexo, à beira de um lago, entre o historiador/criptoanalista dos
olhos verdes e a estonteante cientista iraniana dos olhos dourados e “lábios grossos e sensuais”.
E há prisões e raptos, um tiroteio, mensagens em código, algumas mortes e monjes budistas.
Tudo contido em 570 páginas que parecem curtas. É um livro de leitura fácil e de ritmo agradável.
Uma fórmula magistral, para quem goste do estilo, e que valerá, provavelmente, a entrada directa
na lista de bestsellers para o Natal de 2006.
Sofia Araújo - (retirado do blog Conta Natura)
Artigo completo em: http://pio.mocho.pt/edicoes/1/formulasdedeus.php
ENTREVISTA
Entrevista a Nuno Crato
“A verdade é mais fascinante do que a ficção”
Em “A Espiral Dourada: Coelhos de Fibonacci, Pentagramas, Cifras e Outros Mistérios Matemáticos d’ O Código
Da Vinci”, Nuno Crato, Carlos Pereira dos Santos e Luís Tirapicos partem do best-seller de Dan Brown para levar
o leitor a entrar no mundo da Astronomia e da Matemática. Publicado pela Gradiva, o livro desmonta as
referências científicas contidas no romance, separando a verdade da ficção e mostrando como a ciência pode ser
mais surpreendente do que o registo fantasioso da arte.
Muitos têm contestado a veracidade histórica da narrativa de O Código Da Vinci. Ao desmontar as
referências científicas contidas no romance, o seu livro quer “arrasar” a obra de Dan Brown?
Não, de forma alguma. O livro inclui uma série de referências científicas bastante precisas. Também contém
algumas imprecisões e erros, na maioria menores. Acredito que alguns dos erros não sejam exactamente erros,
mas sim liberdades literárias, utilizadas para tornar a história mais interessante.
De uma forma ou de outra, as referências de Dan Brown são interessantes e um ponto de partida para falar um
pouco sobre história, ciência, matemática e outros temas. O que nos aconteceu e que acreditamos acontecer
também a muitos leitores foi a vontade de separar a verdade da ficção.
3/4
Dezembro 2006
No prefácio defende-se que a ausência de explicações científicas sobre numerosos aspectos empobrece o
romance, já que a verdade histórica é mais fascinante do que a ficção. Teria um cientista escrito uma
história mais apelativa?
Creio que seria difícil escrever uma história mais vertiginosa do que a que Dan Brown escreveu. Mas há um ou
outro aspecto em que a verdade é mais fascinante do que a ficção. Por exemplo, quando o autor descreve a linha
de latão na Igreja de St. Sulpice, diz que é uma mística linha da rosa. Ele não sabia, porque pouca gente o sabe,
que essa linha no chão foi usada para reunir provas científicas contra a doutrina oficial da Igreja sobre o modelo
cosmológico. Um padre e um matemático entenderam-se meio em segredo para usar essa linha para medir a
mudança da distância relativa da Terra ao Sol e, com isso, mostrar que o modelo de Kepler, no qual a Terra orbita
o Sol seguindo uma órbita elíptica, estaria mais de acordo com a realidade do que o modelo de Ptolomeu, em que
a Terra estava no centro e o Sol descrevia uma órbita oval. Ora isto consegue ser muito mais interessante do que
a explicação do romance.
Que tópicos deficientemente abordados na obra, do ponto de vista científico, são discutidos em “A Espiral
Dourada”?
Muitos... Falamos de meridianos, de observatórios solares nas igrejas, de relógios de Sol, do tempo solar e do
tempo oficial, da origem do meridiano de Greenwich, do número de ouro, dos números de Fibonacci e seu uso na
arte, de códigos matemáticos...
Espera que a leitura da sua obra possa aproximar os jovens das ciências duras?
Não sei, mas se os leitores gostarem e aprenderem alguma coisa já ficaremos satisfeitos.
Escritos para denunciar as falsidades do Código, muitos livros têm contribuído para fazer circular o
romance, hoje, com milhões de cópias vendidas. Gostaria que a sua obra tivesse o mesmo efeito?
Esse não é um problema que me preocupe!
Haverá outros sucessos de vendas capazes de inspirar um livro como o seu?
Espero que sim. É sempre positivo que uma obra de ficção leve a discutir temas históricos, religiosos, científicos e
culturais. É o caso recente de “A Fórmula de Deus”, por exemplo. Esperemos que surjam outras. Felizmente, o
teatro e os romances têm muitos e bons exemplos de referências científicas e culturais. É bom que a ciência
apareça na ficção, pois ela é tanto parte da vida como outros temas mais habituais na literatura.
Nuno Crato em Coimbra
Nuno Crato, professor no Instituto Superior de Economia e Gestão e presidente da Sociedade
Portuguesa de Matemática dará uma palestra no dia 6 de Dezembro, no Departamento de
Matemática da Universidade de Coimbra, na Sala “17 de Abril”, pelas 15 horas. O título é "Medir o
Mundo: Descoberta Construtivista ou Redescoberta Activa?", sendo abordada a necessidade de
orientar os alunos numa “redescoberta activa, mas realista, que lhes permita desenvolver uma
compreensão dos métodos e princípios e, ao mesmo tempo, uma apreciação pela grandeza do
passado”.
SÍTIO
http://www.contanatura.net/
Conta Natura
O Conta Natura é um blogue de ciência feito por cientistas portugueses e em português. Um blogue com vários
autores, o Conta Natura começou a partir de uma ideia de Vasco Barreto e surgiu na blogosfera em Outubro de
2004. A ideia é proporcionar um espaço de divulgação e discussão de temas relacionados com as Ciências da
Vida. Artigos sobre vários temas, notícias de ciência, alguns anúncios científicos, discussões da política científica
em Portugal, passando por mostras de “arte científica” e críticas de livros, fazem o dia-a-dia deste blogue. Já
blogamos há cerca de dois anos com uma equipa que inclui biólogos, bioquímicos e um médico. Aceitamos
contribuições de membros exteriores à redacção e de pessoas de outras áreas científicas. O Conta Natura é um
ponto de encontro não só de todos os interessados por Biologia, mas também por todos os que se interessam por
ciência.
Sofia Araújo
Artigo completo em: http://pio.mocho.pt/edicoes/1/contanatura.php
Direcção: Carlos Fiolhais / Jaime Silva / João Paiva – Centro de Física Computacional da Universidade de Coimbra.
Contacto: [email protected]
Apoios: Ciência Viva - Agência Nacional para a Cultura Científica e tecnológica / CRIE - Equipa de Missão Computadores, Redes e Internet
na Escola / FEDER - Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional / POS-CONHECIMENTO- Programa Operacional Sociedade do
Conhecimento / Cnotinfor, Lda / Faculdade de Ciências da Universidade do Porto / Exploratório - Centro Ciência Viva / Faculdade de Ciências e
Tecnologia da Universidade de Coimbra.
4/4