Cavaleiros Templários

Transcrição

Cavaleiros Templários
As Cruzadas
No ano 1071 os turcos mulçumanos tomaram Jerusalém. A partir desse
momento, na Europa, a Igreja Católica começou a organizar expedições militares
em direção à Terra Santa, com o objetivo oficial de reconquistar os territórios
sagrados de sua religião. Essas expedições foram denominadas Cruzadas, pelo fato
de que seus peregrinos usavam uma cruz nas vestimentas e bandeiras.
Com a decadência do sistema feudal europeu, tornar-se um cruzado e partir
para o Oriente em busca de terras e riquezas era uma alternativa considerável.
Assim, a maior parte dos soldados cruzados era composta por camponeses e
mendigos, o que sugere que havia motivos comerciais e políticos camuflados sob o
objetivo religioso. Além disso, os mulçumanos não se opunham a peregrinação
cristã até Jerusalém, o que havia eram apenas pequenos conflitos entre estes
grupos distintos. Os cristãos solicitaram ao Papa Urbano II que os ajudasse nessas
batalhas. Este percebeu neste pedido um pretexto para ampliar os domínios e a
riqueza da Igreja e assim, organizou e enviou o primeiro contingente cruzado.
A primeira Cruzada partiu em novembro de 1097 e contou com um apoio intenso
da população. Em 1212 promoveu-se até mesmo a Cruzada das Crianças. Num
momento de declínio do exército cristão em terras orientais, milhares de meninos
foram levados na convicção de que a providência Divina daria a eles o que grandes
e poderosos esquadrões não foram capazes de obter. A maioria dos garotos morreu
doente ou em naufrágios durante a viagem. Os poucos que chegaram ao destino
foram mortos ou escravizados pelos mulçumanos. Ao todo, foram organizadas oito
Cruzadas até 1270, quando os cristãos viram-se obrigados a deixarem a Palestina e
outros territórios conquistados.
Os combates entre cristãos e mulçumanos são considerados por alguns
pesquisadores como a primeira Guerra Mundial, pois atingiu a Europa, Ásia e África.
Nesse período, várias Ordens foram fundadas para garantir a peregrinação cristã e
a posse das terras: Joaninos, Pobres Cavaleiros de Cristo, Teutônica, Porta-Espada
entre outras.
A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo
No ano 1118, Jerusalém já era um território cristão, devido ao sucesso da
primeira cruzada realizada em 1096. Assim, nove monges veteranos da primeira
Cruzada, entre eles Hugo de Payens e Gogofredo de Saint Omer, dirigiram-se ao rei
de Jerusalém Balduíno I e anunciaram a intenção de fundar uma ordem de monges
guerreiros. Dentro de suas possibilidades, se encarregariam da segurança dos
peregrinos que transitavam entre a Europa e os territórios cristãos do Oriente. Os
membros fizeram votos de pobreza pessoal, obediência e castidade.
Os denominados Pobres Cavaleiros de Cristo se instalaram numa parte do
palácio que foi cedida por Balduíno, um local que outrora foi o Templo de Salomão.
Por isso ficaram conhecidos como Cavaleiros do Templo, ou Cavaleiros Templários.
Apenas em 1127 no Concílio de Troyes, o Papa Honório II outorgou a condição de
Ordem, concedendo um hábito branco com uma cruz vermelha no peito. O símbolo
era um cavalo montado por dois soldados, numa alusão a pobreza.
A Ordem desenvolveu uma estrutura básica e se organizou numa hierarquia
composta de sacerdotes até soldados. A esta altura, constituída não apenas por
religiosos mas principalmente por burgueses, os Templários se sustentavam
através de uma imensa fortuna que provinha de doações dos reinados.
Durante um período de quase dois séculos, a Ordem foi a maior organização
Militar-Religiosa do mundo. Suas atividades já não estavam restritas aos objetivos
iniciais. Os soldados templários recebiam treinamento bélico; combatiam ao lado
dos cruzados na Terra Santa; conquistavam terras; administravam povoados;
extraíam minérios; construíam castelos, catedrais, moinhos, alojamentos e
oficinas; fiscalizavam o cumprimento das leis e intervinham na política européia.
Além de aprimorarem o conhecimento em medicina, astronomia e matemática.
Houve até mesmo a criação de um sistema semelhante ao dos bancos monetários
atuais. Ao iniciar a viagem para a Terra Santa, o peregrino trocava seu dinheiro por
uma carta de crédito nominal que lhe era restituída em qualquer posto templário.
Assim, seus bens estavam seguros da ação de saqueadores. O poder dos
Templários tornou-se maior que a Monarquia e a Igreja.
As seguidas derrotas das Cruzadas no século XIII, comprometeram a atividade
principal dos Templários, e a existência de uma Ordem Militar com tais objetivos já
não era necessária. Neste mesmo período, o Rei Felipe IV - O Belo - comandava a
França. Diferente da maioria dos monarcas que eram subalternos à Igreja, Felipe se
engajava em campanhas aliadas ao Clérigo, em troca de benefícios políticos.
Felipe IV devia terras e imensas somas em dinheiro aos Templários. Assim,
propôs ao arcebispo Beltrão de Got uma troca de favores. O monarca usaria sua
influência para que o religioso se tornasse Papa. Por sua vez, Beltrão de Got se
comprometeria a exterminar a Ordem dos Templários assim que alcançasse o
papado. Apenas um Papa possuía poder político para fazê-lo. No ano de 1305,
Beltrão de Got sobe ao Trono de São Pedro como o Papa Clemente V.
Neste momento tinha início as acusações contra os cavaleiros e a implacável
perseguição em toda a Europa. O processo inquisitório contra os Templários se
estendeu por vários anos sob torturas e acusações diversas, como heresia,
idolatria, homossexualismo e conspiração com infiéis. Os condenados eram levados
à fogueira da Inquisição. Na França, o último Grão-Mestre da Ordem, Jacques de
Molay, e outros 5 mil cavaleiros foram encarcerados pelos soldados do Rei Felipe.
Na Grã-bretanha, a Ordem foi dissolvida pelo Rei Eduardo II. Na Alemanha e Suíça,
os Cavaleiros foram declarados inocentes mas a Ordem também foi suprimida.
Finalmente, em 18 de março de 1314, Jacques de Molay foi levado à fogueira da
Santa Inquisição às margens do Rio Sena, em Paris. Há uma lenda, que agonizante
em meio às chamas, o líder dos Templários amaldiçoou o Papa Clemente V e o Rei
Felipe, dizendo que se os Templários tivessem sido injustamente condenados, o
Papa morreria em no máximo 40 dias e o Rei dentro de um ano. O Papa morreu 33
dias após a execução de Molay e o Rei em pouco mais de 6 meses.
Em toda a Europa, a Ordem dos Templários foi oficialmente extinta. Seus bens,
o imenso contingente do exército e sua estrutura foram diluídos em outras Ordens
menos expressivas. Atualmente, a Ordem Rosa Cruz e a Maçonaria se consideram
ascendentes diretas dos Cavaleiros Templários.
Influências
Quando os Templários passaram a ser perseguidos na França, Portugal recusouse a obedecer à ordem de prisão de seus membros. Na verdade os portugueses
tinham os Templários em alta conta, já que ajudaram nas guerras de Reconquista
que expulsaram os mouros da península Ibérica, e possuiam grande tecnologia de
locomoção terrestre e marítima, útil a D. Dinis (1279-1325).
Assim, após a aniquilação dos Templários na maior parte da Europa, a Ordem
continuou em Portugal, como Ordem de Cristo (da qual o Infante D. Henrique foi
grão-mestre). Toda a hirerarquia foi mantida e na cruz vermelha sobre o pano
branco, símbolo templário, foi acrescida uma nova cruz branca em seu centro,
simbolizando a pureza da ordem.
A Ordem de Cristo herdou todos os bens dos Templários portugueses e
desempenhou um papel fulcral nos descobrimentos portugueses. Por um lado,
emprestaram recursos para a coroa portuguesa financiar o avanço marítimo, por
outro, transmitiu à chamada Escola de Sagres todo o vasto conhecimento que já
dispunham sobre navegação após anos singrando o mar Mediterrâneo. Essa ligação
íntima explica porque as caravelas portuguesas tinham suas velas pintadas com a
cruz templária.
Na Grã-bretanha, Robert Bruce buscava a independência da Escócia e articulava
uma batalha contra o exército do Rei Eduardo II. As tropas de Eduardo possuíam
armas e um contingente muito superior ao inimigo. Mesmo assim os rebeldes
escoceses combateram o exército real. Acredita-se que um grupo de cavaleiros
Templários, altamente treinado, teria se refugiado na Escócia e lutado ao lado de
Bruce.
Segundo alguns, na Escócia ela gozou de liberdade suficiente para continuar
suas atividades sem ser incomodada pela inquisição da Igreja Católica, tendo se
misturado a fraternidades maçônicas, donde se originou, segunda a lenda, a
Franco-Maçonaria, rito escocês.
Motivos que levaram a ascensão dos cavaleiros Templários.
Os Cavaleiros Templários e os dias de hoje.
Bibliografia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ordem_dos_Templ%C3%A1rios
http://www.spectrumgothic.com.br/ocultismo/misterios/templarios.htm
http://www.spectrumgothic.com.br/ocultismo/crencas_doutrinas/maconaria.htm
http://www.ostemplarios.org.br/index.htm

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