Edição 312 - Folha do Fazendeiro
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Edição 312 - Folha do Fazendeiro
FOLHA DO FAZENDEIRO OUTUBRO DE 2009 • ANO XXIII – Nº 312 [email protected] www.acrissul. com.br Fisco cede e amplia o prazo de validade da nota fiscal rural Agora vale por 5 dias, com mais 2 de carência Anseio antigo da classe produtora, desde que o Estado acabou com o talão de nota fiscal, o prazo de validade agora para o documento foi ampliado para 5 dias com mais 2 de carência. A mudança na norma aconteceu depois de pressão exercida pela Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul). A ação sen- sibilizou o Estado e o próprio governador André Puccinelli determinou a mudança na norma à Secretaria de Fazenda, com validade a partir de 9 de novembro. A Acrissul continua mobilizada, desta vez para conseguir que o Estado devolva para o setor o talão de nota fiscal do produtor rural. PÁGINA 3 Painel aborda uso do eucalipto em projetos de reflorestamento O anúncio de investimentos na ordem de R$ 10 bilhões e o lançamento oficial do Plano Estadual de Desenvolvimento Florestal Sustentável consolidam um cenário absolutamente favorável para investimentos no setor em MS. Para esclarecer dúvidas como estas e debater outros assuntos referentes à potencialidade florestal de Mato Grosso do Sul, a Painel Florestal promove no dia 28 de novembro de 2009 o “Seminário sobre Viabilidade Econômica do reflorestamento com eucalipto em MS”. PÁGINA 20 ENTREVISTA Grupos desenvolvem Nelore do Pantanal Pelo menos duas frentes de trabalho em Mato Grosso do Sul atuam no melhoramento genético para desenvolver um Nelore para o Pantanal. São animais adaptados, criados para transmitir características e produzir descendentes de alta linhagem, capazes de suportar as duras condições da região pantaneira. • PÁGINAS 7 e 12 Expoinel MS segue até dia 15 na Capital Para mostrar o potencial da raça Nelore de Mato Grosso do Sul, a Associação dos Criadores de Nelore de MS (Nelore MS), promove de 5 a 15 de novembro a Expoinel MS 2009 – maior feira indoor da raça Nelore do mundo, no Centro de Convenções e Exposições Albano Franco, em Campo Grande-MS. • PÁGINA 9 Clostridiose: Coopers lança vacina que evita o estresse PÁGINA 11 SEN. VALTER PEREIRA “Vamos investigar as ações do MST. Não há mais como esconder os fatos” | PÁGINA 16 | 2 OUTUBRO 2009 ACRISSUL | Palavra do Presidente | Por Jonatan Barbosa | Presidente Interino Presente de Grego Como se não bastassem todos os problemas acumulados para o setor rural brasileiro, vem ai mais um castigo: Novos Índices de Produtividade. O Governo Federal tem a cada ano anunciado saltos destacados na produção das safras de grãos, do suco de laranja, frutas... como também nos crescentes aumentos da produção do leite e derivados, das carnes bovinas, suínas, frango e de tantos outros alimentos, que no conjunto, tem proporcionado ao Brasil, um resultado nitidamente vantajoso, a cada fechamento da balança comercial. Ao invés de recorrer a esta situa- EXPEDIENTE FOLHA DO FAZENDEIRO Ums publicação da Via Livre Comunicação e Agromarketing. A Folha do Fazendeiro é informativo oficial da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso Sul). [email protected] EDIÇÃO E EDITORAÇÃO GRÁFICA: José Roberto dos Santos [email protected] Textos: Jefferson da Luz VIA LIVRE Comunicação e Agromarketing CNPJ. 05.212.423/0001-99 Av. Américo C. Costa, 320 Jd. América – CEP 79.080.170 Campo Grande – MS Fone: (67) 3042-7587 [email protected] DEPARTAMENTO COMERCIAL ANA RITA BORTOLIN (67) 3026-5014 9604-6364 [email protected] ção real como medida de inteira justiça, criando e destinando linhas de créditos especiais, incentivos fiscais dentre outras medidas de apoio ao campo, o Governo se mostra incoerente, insensível e injusto. Enquanto socorre as indústrias automobilísticas e de eletrodomésticos (linha branca), reduzindo a carga tributária (IPI) dos seus produtos, castiga cada vez mais a sua galinha de ovos de ouro, taxando e sugando o setor produtivo rural. Nem vou perguntar o porquê? - Sabemos o porquê. Sempre aceitamos tudo... e o governo se aproveita disso. Em toda a Europa, nos Estados Unidos e demais países desenvolvidos, o meio rural recebe, dentre outros tratamentos especiais, subsídios para trabalhar. Seus produtos são garantidos pelo Governo, enquanto que aqui nem preço mínimo é garantido. Para o “aventureiro” produtor de alimentos no Brasil, o agronegócio tem sido uma atitude de risco. O Governo tem permitido que o Banco do Brasil (por exemplo) deixe de atuar como um banco de fomento para impor, à classe produtora, operações draconianas que inviabilizam o setor. Colecionam recordes a cada balanço anual, comemoram grandes lucros, ao custo do padecimento de milhares de proprietários ou arrendatários rurais, que são eliminados, aniquilados e quebrados a cada dia. E é assim que se promove tamanha inversão de valores. Quem tem sido sacrificado, está novamente sob alça de mira, outra vez, ou mais uma vez, como queiram. Querem arrochar ainda mais o nosso negócio. Aumentar os “Índices de Produtividade” e/ou sobretaxar o ITR. O que ficaria melhor como prêmio? Pergunta-se: O Governo exige ou exigirá “índices de produtividade” dos assentados (MST), por todo o território nacional? Ao que sabemos, não. Enquanto isso, expropriam terras altamente produtivas para povos indígenas que quase nada produzem e querem novas demarcações. Tudo vem acontecendo dentro do mesmo meio e setor, com regras bem diferentes. E por quê? Afinal, estamos num País onde se pune quem trabalha e produz. Que Brasil é este? Precisamos ou não de um novo modelo de Políticas agrária e agrícola? CRÔNICA DO MÊS | Por Osvaldo Piccinin Lamparina a querosene Se recordar é viver novamente, então devo ter o dobro da minha idade, pois vivo recordando! Além de exercitar minha mente, as recordações nutrem minha alma com coisas simples vividas em tempos idos. Dias atrás, conversando com um amigo, ouvi: - Não sei como conseguíamos viver sem celular, internet, ar condicionado, carros, aviões, trens velozes etc. Nossa prosa foi tomando outro rumo e falamos sobre as coisas que fizeram parte de nossas vidas por muitas décadas, assim como as lamparinas. E assim fomos esticando a conversa para dar tempo de tomar mais uma cerveja. Sem pestanejar, eu lhe respondi: - só vivíamos sem estas coisas modernas porque não tínhamos referencias. Se nos privarem do acesso a tudo isso, o mundo entrará em colapso, porque agora conhecemos o valor dessas tecnologias e o quanto elas facilitam nossas vidas. Com elas o mundo ficou pequeno. Em nosso sítio, apesar de já termos luz elétrica, vivíamos tendo problemas de queda de energia na rede, principalmente nos dias e noites de temporal. Nessas horas entravam em cena nossas três lamparinas que ficavam guardadas numa prateleira em nossa dispensa – lo- cal destinado a guardar mantimentos. Ao lado delas meu pai sempre deixava uma caixa de fósforos para acendê-las durante os apagões freqüentes. Nesses momentos, depois de fortes trovões, relâmpagos e até raios nas proximidades de nossa casa, sentíamos um medo aterrorizante, e o “paieeê tô com meeeedo”, vinha de todos os cantos de nossa pequena casa. Tanto eu como meus irmãos menores, tínhamos pavor do escuro e de chuvas fortes, afinal havíamos perdido um tio, morto por um raio, na colônia onde morávamos. Diante da escuridão, a santa lamparina nos acudia e iluminava nosso lar nos passando autoconfiança, principalmente depois de nos aninharmos entre nossos pais, em um macio e barulhento colchão de palha. Aí, até os salpicos da chuva fria caindo do telhado, se tornavam agradáveis, pois nossa casa não era forrada e havia apenas paredes dividindo os cômodos. Alguns de meus primos nasceram pelas mãos de uma parteira - chamada Maria Alemoa e sob a luz de uma lamparina. Depois de nosso rádio Semp de oito faixas, do fogão de lenha e do pinico de ágata de minha avó, era a lamparina o utensílio mais útil de nosso pequeno, mas aconchegante lar. Apeguei-me tanto a elas que aprendi a gostar do cheiro de querosene queimado e da fuligem que formava em nossas paredes brancas cobertas com apenas uma demão de cal. Naquele tempo os remédios eram raros, e era comum nossa mãe levantar o pavio, embebido no querosene, para nos passar na nunca e às vezes no peito, para curar gripe, nariz entupido e até bronquite. Não sei se curava, mas nossa fé era tão grande que um alívio imediato nos trazia. Lamparina a querosene que iluminou silenciosamente por muitos séculos as lições das cartilhas escolares de gênios, intelectuais, pobres e ricos de todo mundo. Lamparina - você que iluminou angústias, alegrias e tristezas de várias gerações. Lamparina que iluminou nascimentos e mortes receba minha homenagem porque além de ter sido minha companheira nas infindáveis noites de insônia e das delirantes dores de dentes sofridas na roça, você iluminou as letras do alfabeto nos primórdios de meu aprendizado escolar! Você sim venceu o tempo, bem como toda tecnologia criada nas últimas décadas! Que sua chama abençoada não se apague nunca! E VIVA A LAMPARINA A QUEROSENE! [email protected] 3 OUTUBRO 2009 Reconhecimento Acrissul pressiona e Estado cede e amplia validade da nota fiscal “A luta agora é pela volta do talão de notas fiscais do produtor”, diz Jonathan O governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, determinou que a Secretaria de Fazenda amplie, a partir de segunda-feira, 9, o prazo de validade da nota fiscal do produtor, de três para cinco dias, com mais dois dias de prazo de carência. A medida foi tomada em atendimento à reivindicação encaminhada pelo presidente em exercício da Acrissul, Jonathan Pereira Barbosa. “O novo prazo permitirá ao pro- dutor trabalhar sem correr riscos imprevisíveis”, analisa Jonathan. Desde a semana passada a Acrissul vem mobilizando entidades e lideranças rurais e políticas para cobrar do governo e dos parlamentares uma mudança de postura em relação ao prazo de validade da nota fiscal do produtor. Com prazo de apenas três dias, com carência de mais dois, as negociações entre pecuaristas e indústria do por medida administrativa, acarretando mais um transtorno para o pecuarista. Segundo Jonathan, essas medidas saneadoras são positivas para o setor produtivo, que é o maior gerador de divisas para os cofres públicos. “Ao ouvir a classe rural e atender as reivindicações, o Estado sinaliza que problemas podem ser democraticamente debatidos e soluções viáveis podem ser adotadas, reduzindo o impacto dos excessos cometidos pelo Estado, que no exercício do seu poder de polícia acaba cometendo”, analisa o presidente em exercício da Acrissul. Segundo ele, as entidades ainda continuam mobilizadas para cobrar a devolução do talão de notas fiscais para o produtor rural, que é a única atividade que para vender seu proNo Mato Grosso produtor tem até talão duto precisa ir ao balcão da agência personalizado, como qualquer empresa fazendária para tirar o documento, a cada negociação feita. “É preciso que estavam sendo prejudicadas, uma vez que poderiam ocorrer fatos imprevisíveis e o a relação de confiança entre o fisco e esse embarque do gado para o frigorífico acaba- segmento de contribuinte evolua”, frisa. A va atrasando e a nota fiscal perdia o efeito. Acrissul cita como exemplo o vizinho esPerdendo o efeito o ICMS e o Fundersul tado de Mato Grosso, onde os produtores recolhidos no ato da extração da nota na rurais têm talonários de notas fiscais, como agência fazendária só poderia ser restituí- qualquer empresa. AGENDA • LEILÃO CRIADORES DO CORIXÃO, DIA 05 DE DEZEMBRO, ÀS 12:00 HORAS 4 OUTUBRO 2009 Eventos Expo MS veio para ficar, garante Francisco Maia Feira foi realizada pela Acrissul em Campo Grande A 1ª Expo MS – O Encontro do Agronegócio – feira idealizado e promovida pela Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) veio para ficar. A garantia é do presidente da entidade, Francisco Maia, que fez um balanço positivo dos 12 dias da feira, que trouxe para o calendário da agropecuária sul-mato-grossense um evento total diversificado, com praticamente todos os segmentos representados, além de inovações em termos de tecnologias e qualificações para o produtor rural. “Plantamos a semente da sustentabilidade dentro desta feira, e vamos colher frutos no futuro que farão a diferença da atividade no Estado”, explica Maia. Durante 12 dias a 1ª Expo MS bateu pelo menos três recordes: o maior número de leilões para a época (33), o maior número de palestras, seminários, simpósios e cursos técnicos (66) e maior número de shows com artistas prata da casa num único evento (16). A importância e o prestígio do evento pode ser mensurado, por exemplo, pela presença do membro do conselho de administração do novo grupo JBS, José Batista Sobrinho Júnior, que escolheu a Expo MS para comparecer em público, pela primeira vez, e explicar os efeitos no mercado da fusão dos frigoríficos JBS-Friboi e Ber- Cantor Almir Sater visita estande “Pantanal Sustentável” da ABPO, na 1ª Expo MS tin. A presença dele no Parque de Exposições Laucídio Coelho, garantiu um debate democrático entre os dois elos da cadeia produtiva mais interessados nesta operação financeira – o produtor rural e a indústria. Outro exemplo do prestígio da 1ª Expo MS foi a presença do estande da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), que trouxe 10 cidades do interior para a feira, apesar da crise e da instabilidade financeira vivida pelas cidades em geral. O município de Três Lagoas, considerado o maior pólo industrial do Estado, montou um estande exclusivo, onde pode mostrar a potencialidade e a diversidade econômicas do município. E falando em diversidade, a ABPO (Associação Brasileira da Pecuária Orgânica), em nome da sustentabilidade (econômica, social e ambiental), montou o maior e mais intenso O novo design das embalagens de nutrição é mais uma inovação da Tortuga. Além pavilhão da de mais modernas e bonitas, foram padronizadas e projetadas a fim de facilitar Expo MS – o o manejo e o estoque. A mesma qualidade e tecnologia de sempre, agora de cara nova. “Pavilhão Pan0800 011 6262 | www.tortuga.com.br tanal Sustentável), que reu- Novas embalagens de nutrição Tortuga. Todo mundo quer ver de perto! niu 30 associações, ONGs e empresas, todas ligadas ao agronegócio pantaneiro. Atividades diárias como degustação de carne orgânica e reuniões técnicas marcam a agenda do pavilhão. Entre as novidades trazidas pela feira estiveram expositores de canários, cães, peixes, produtos da agricultura familiar, as 14 cadeias produtivas do agronegócio e ligadas à Secretaria de Produção, Desenvolvimento Agário e Turismo (Seprotur), além do setor de automóveis, equipamentos, tratores e implementos agrícolas, alimentação, lazer, bancos e agroindústria. Entre as novidades a feira contou com a presença da Mahindra, concessionária indiana de automóveis, que expôs a robustez e a alta durabilidade de seus veículos utilitários, recém trazidos para o Brasil. A loja está instalada em Campo Grande. Abertura solene A Acrissul transformou a noite de abertura oficial da 1ª Expo MS – O Encontro do Agronegócio – num espetáculo histórico de criatividade, inovação e homenagens. Tudo temperado na medida certa com boas expectativas, otimismo e prestígio. O presidente da entidade, Francisco Maia, abriu a cerimônia, não sem antes convocar à mesa das autoridades o secretário Cezar Machado e o primeiro vice-presidente, Jonathan Barbosa, pessoas a quem ele se dirigiu como os responsáveis pela realização do sonho que foi promover a 1ª Expo MS. A Acrissul, na pistal central de julgamentos, montou uma grande tenda para 600 lugares, todos ocupados. Maia não falou dos problemas corriqueiros do setor. Preferiu conduzir seu discurso para a algo que ele considerou mais elevado na abordagem do evento: valores mais importantes como sonhos e trabalho. “Aqui estão 80 anos de história da Acrissul. E estamos aqui hoje, principalmente para homenagear aqueles que fizeram essa his- 5 OUTUBRO 2009 tória e para que as famílias, os herdeiros e us sucessores olhem para essa história como um exemplo de vida”, enalteceu. Homenagens Representando todos os ex-presidentes da Acrissul homengeados na noite, que receberam seus nomes em espaços e ruas do Parque de Exposições, o senador Lúdio Martins Coelho, que ganhou seu nome na pista central de julgamentos, relembrou a história dos antepassados da família Coelho e de sua história sempre ligada ao campo e à produção rural. “Fui iniciado na agricultura de enxada e machado”, resumiu Lúdio. A Acrissul, afirmou, sempre manteve em sua liderança homens dignos, nos seus momentos difíceis e em seus momentos de glória. “E esses valores foram transmitidos de geração em geração, e aqui hoje vemos as familias também sendo homenageadas nas pessoas de seus sucessores, e temos certeza de que eles também seguem os passos de seus antepassados, na luta para manter a agropecuária sul-mato-grossense sempre pujante e representativa na economia brasileira”. Receberam a placa “Amigo da Acrissul” as seguintes personalidades: o senador Valter Pereira (PMDB); o deputado federal Waldemir Moka (PMDB); os secretários Edison Giroto (Obras) e Tereza Cristina (Produção e Turismo); os engenheiros da empresa Equipe, João Carlos de Almeida e Almir Antônio Deniz de Figueiredo; o diretor da Viação Cida- de Morena, Paulo Constantino; o radialista Juca Ganso e o diretor-presidente da Rotele Distribuidora, Norberto Soares Leite, além do general Américo Lutz. Recebeu a placa de honra ao mérito a funcionária da Acrissul, Marley Costa. Senador Lúdio Coelho foi homenageado e representou todos os ex-presidentes Expo MS apostou na diversidade e conhecimento A ideia desta primeira edição da Expo MS foi concebida sobre os pilares da diversidade econômica e na difusão de tecnologias e do conhecimento através de um ciclo de palestras jamais programado em uma feira agropecuária de Mato Grosso do Sul. Foram 66 palestras. A diversidade econômica do evento foi disposta nos inú- meros estandes espalhados pelo Parque de Exposições Laucídio Coelho, com todos os segmentos do agronegócio representados. A Expo MS tornouse, finalmente, um ícone da sustentabilidade (econômica, social e ambiental), tão bem representada pelo estande da ABPO (Associação Brasileira da Pecuária Orgânica). (67) 3345-4200 [email protected] 6 OUTUBRO 2009 Expo MS Restaurante Linguiça de Maracaju levou o sabor regional para a 1ª Expo MS Expositores fazem balanço positivo desta 1ª Exp MS Diversidade econômica foi um diferencial da feira Muitos negócios fechados, outros fechados no decorrer do mês e projeção nacional, são alguns dos resultados positivos da 1ª Expo MS, na avaliação dos expositores. A feira durou onze dias e teve a participação de diversas entidades ligadas não só a pecuárias, mas também a todos os setores da produção rural, desde a criação de peixes e produção familiar até cursos para maximizar a produtividade da terra. Aliás, cursos e palestras não faltaram durante a Expo MS. Quem foi ao Parque de Exposições Laucídio Coelho teve a oportunidade de conhecer as tendências do mercado, técnicas e estratégias que podem agregar valor ao produto final e torná-lo mais competitivo no mercado. O presidente da ABPO (Associação Brasileira de Pecuária Orgânica), Leonardo Leite de Barros, disse que durante o evento houve uma repercussão nacional com relação às questões do Pantanal. “A visibilidade dos problemas da região pantaneira foi tão grande que virou tema de discussão no Congresso Nacional”, comenta. Para Barros, a Expo MS foi um sucesso e deve permanecer no calendário de eventos de Campo Grande. A ABPO homenageou personalidades e organizações que durante o ano realizaram ações que contribuíram para a preservação do bioma pantanal. Entre elas estão o presidente do grupo JBS, José Batista Sobrinho Júnior, que criou a marca Organic Beef; o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Mahinda participou pela primeira vez de exposição em C. Grande. Empresa revende veículos indianos Grosso do Sul) Francisco Maia, por apresentar um estudo no qual mostra que 85% do bioma continua intacto; e a organização não-governamental WWF Brasil, por desenvolver o programa Pantanal para Sempre. “A Expo MS lançou um novo modelo de evento e alcançou êxito mostrando que deve se repetir nos próximos anos, pois é mais uma oportunidade de negócios para Mato Grosso do Sul”, resumiu a secretária Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias (Produção e Turismo). A Secretária esteve presente no evento com um pavilhão mostrando como funcionam 14 cadeias produtivas em Mato Grosso do Sul. Também deu orientação aos produtores e àqueles que estavam interessados em iniciar uma nova atividade. “O Chico [Maia] está de parabéns, organizou uma festa muito bonita. Para onde quer que a gente olhasse percebia o capricho com que tudo foi feito. Acredito, se continuar assim, no ano que vem vai ser ainda melhor”, avaliou Antônio Horácio Azambuja, que levou o Restaurante Linguiça de Maracaju para a Expo MS. Sérgio Dias Campos, diretor da Perkal Automóveis, disse que a movimentação no stand foi ótima e avalia que a realização de uma segundo edição da Expo MS vai fazer com que o evento se sedimente na cidade. “O público vai ser maior, pois já estarão voltados para a feira”. “Foi um sucesso só em estar resga- tando a credibilidade do criador. Quero parabenizar a direção da Acrissul, pois conseguiu gerar nos empresários o dese- jo de participar, isso devido sua atuação dinâmica. Eu, particularmente, gostei muito”, disse. Real H festeja sucesso na Expo MS Palestras, leilões, shows musicais, exposições de diversas raças de animais e ótimas oportunidades de negócios, assim foi a Expo MS realizada no mês de outubro, no Parque Laucídio Coelho, em Campo Grande (MS). A Real H, uma das maiores empresas de Nutrição e Saúde Animal do País, esteve presente no evento apresentando aos pecuaristas os melhores produtos do mercado.Durante a feira, o departamento comercial e de marketing desenvolveu um conjunto de ações com a finalidade de divulgar o nome da empresa no local. A participação da Real H ganhou ainda maior destaque através da palestra “A Homeopatia Populacional como ferramenta na produção orgânica”, ministrada pela médica veterinária Denise Telles. A explanação aconteceu no Pavilhão Pantanal Sustentável, localizado próximo ao estande da Real H e reuniu inúmeros pecuaristas, curiosos em conhecer a tecnologia da empresa, além de atrair também aqueles que já utilizam a Homeopatia Populacional no tratamento do rebanho. De acordo com o supervisor de vendas da Linha Saúde, Luciano Silvestre, a feira contou com bons leilões, estandes muito bem organizados e uma equipe bastante empenhada em atingir os objetivos propostos. “Esta primeira edição da Expo MS foi excelente e nós acreditamos que Campo Grande suporta tranquilamente a realização de duas feiras por ano, como acontecia antigamente”. Segundo o diretor comercial da Real H, Dr. Marcelo Renck Real, a Expo MS é uma feira que veio para ficar. “Apesar de ter sido projetada de forma muito rápida, logo após a posse da nova diretoria da Acrissul, esta edição simbolizou o inicio de um trabalho duradouro. Nós que sempre confiamos no trabalho da Acrissul, vamos continuar apoiando e participando dos eventos realizados por esta equipe, buscando cada vez mais a concretização de bons negócios”. 7 OUTUBRO 2009 Produtores desenvolvem o Nelore do Pantanal Trabalho de seleção busca melhorar a raça para enfrentar as duras condições da região Selecionar um animal com aptidões maternas e boa capacidade reprodutiva não é novidade na pecuária e, com algum investimento, pode-se compra embriões de exemplares que já carregam estas características em seu DNA. Mas, conseguir touros ou matrizes que demonstrem essas qualidades mesmo quando criados no Pantanal não é tão fácil assim. Na verdade ainda não há. Para poder oferecer este novo tipo de animal, o “Nelore do Pantanal”, o médico veterinário Armando Pereira da Silva trabalha há mais de oito anos para selecionar os indivíduos que mantêm características economicamente interessantes sob as duras condições ambientais da região pantaneira. “Nunca houve um trabalho voltado para selecionar nelore para o Pantanal. O que nós procuramos nos indivíduos do rebanho são duas características fundamentais para o pecuarista: fertilidade e capacidade da vaca em criar um bezer- ros no projeto têm a intenção de lançar no mercado uma grife de carne com garantia de origem, a marca, patenteada, já existe, NP (Nelore Pantanal), que será empregada os animais dos produtores que quiserem e se enquadrarem nos padrões de qualidade e manejo exigidos pelo grupo. “Temos preocupação quanto à preservação ambiental e a qualidade sanitária do que produzimos. O gado e a carne só vão receber a marca se cumprir com certos critérios”, ressalta. Seleção permite o desenvolvimento de animais com alta adaptabilidade no Pantanal ro que esteja pesado na hora do desmame. Tudo isso no ambiente pantaneiro, que é bem diferente do que o encontrado na serra. Se a mãe entrega a cria com um bom escore corporal, este animal tem alta adaptabilidade e é selecionado”, detalha. Além disso, Armando e seus parcei- Mais novidades Outro trabalho que o médico veterinário vem desenvolvendo na Fazenda Santa Terezinha, onde tudo teve início, é a sincronização de matrizes com monta natural. A sincronização é uma técnica de indução do período reprodutivo das vacas, a qual usa um dispositivo que é colocado na vagina do animal que induz ao cio. A vantagem é facilitar o manejo do gado e ter uma bezerrada com idade 8 OUTUBRO 2009 uniforme. A técnica é usualmente empregada com inseminação artificial. Com mais vacas no cio ao mesmo tempo os touros têm de trabalhar mais, o que poderia causar um desgaste excessivo dos reprodutores. “Isso não acontece por dois motivos. Primeiro porque eles são colocados com 15 vacas para cada, o recomendado são 30. Além disso, nós conduzimos as vacas até o touro, então ele não perde peso caminhando. O resultado é que ele termina o serviço mais rapidamente, então entra em descanso por alguns dias. Com isso conseguimos, ao fim da temporada de monta, utilizar menos touros do que no sistema convencional”, explica. Esta técnica, inédita no país, permite que o fazendeiro necessite de menos touros. Segundo Armando, uma propriedade que tenha de manter 250 reprodutores pode ter o mesmo resultado com apenas cem. Com isso, o produtor pode in- Armando Pereira: Pecuária toda ganha vestir em touros com qualidade genética melhor, que são mais caros. “Dessa forma a pecuária de Mato Grosso do Sul é quem sai ganhando”, finaliza. Na Universidade Federal de MS, outro grupo também realiza trabalho semelhante. LEIA NA PÁGINA 12 Empresa de MS desenvolve curral antiestresse pensando no Nelore Durante a Expoinel MS, a Concrelaje, empresa do ramo de pré-moldados, mostra um de seus mais novos produtos, o curral antiestresse, que garante facilidade no manejo do gado e ainda o bem-estar dos animais, quesito que tem sido exigido por mercados consumidores em todo o mundo. De acordo com Celso Augusto Caffi de Souza, diretor da empresa, o curral antiestresse fabricado pela empresa se diferencia porque é construído de forma a bloquear totalmente a visão que os animais têm do ambiente externo, o que proporciona mais tranquilidade no manejo. “Além disso, nosso modelo é feito cem por cento em concreto, sem a ne- cessidade de madeira, o que também atende a outro apelo mundial, a diminuição do desmatamento no Brasil. Outro diferencial é que em nosso curral fizemos adaptações para se ajustar às características de comportamento do gado nelore, que é mais arisco do que o criado nos Estados Unidos, onde o conceito da estrutura foi desenvolvido”, observa. Mas não são só currais que a Concrelaje produz. Segundo Souza, a empresa tem uma linha completa para atender os produtores rurais. “Nascemos voltados para atender as necessidades do agronegócio, então temos bebedouros, reservatórios, galpões, mata-burros e até casas pré-fabricadas”, pontua. A prova da satisfação dos clientes da Concrelaje pode ser medida através do índice de retorno após a primeira venda; 40% deles retornam para novas compra ainda no primeiro ano e após três anos 70% dos clientes já fizeram novas aquisições. “Acreditamos que teremos uma boa participação durante a Expoinel, pois estaremos apresentando nossos produtos a grandes e conceituados produtores. E, como temos uma linha diferenciada, a expectativa de fecharmos negócios é grande”, comenta Souza. Como foi feito O curral anti-estresse foi idealizado pela pesquisadora americana Temple Grandi a partir de observações do comportamento animal, e foi construído de tal forma que o gado fosse manejado de forma a diminuir a tensão e o Celso Augusto, dir. da Concrelage: Linha completa para o campo estresse durante seu manejo. Um exemplo disso são os corredores em curva, que tiram vantagem de uma atitude instintiva dos animais, que -na natureza quando perseguidos-, têm a tendência de correm em círculos, uma forma de se assegurar que vão retornar ao rebanho onde estavam anteriormente. Mais recentemente, ainda seguindo a tradição de acompanhar as tendências do agronegócio, a empresa começou a construir estruturas pré-moldadas para frigoríficos e usinas de produção de álcool e açúcar. “Nossa empresa sempre foi voltada para a agricultura e pecuária, com o tempo foram surgindo as oportunidades com os frigoríficos e usinas. Nós fizemos as instalações do frigorifico Bertin em Campo Grande e do Marfrig em Porto Murtinho. Também é nosso o trabalho realizado nas usinas Vista Alegre e São Fernando”, lembra. “Mas nunca deixamos de atender o produtor. Aqui, temos produtos para grandes e pequenos”, frisa. 9 OUTUBRO 2009 Raça Expoinel MS mostra a evolução do Nelore “Albano Franco” foi adaptado para sediar a maior feira indoor da raça Nelore do mundo Para mostrar o potencial da raça Nelore de Mato Grosso do Sul, a Associação dos Criadores de Nelore de MS (Nelore MS), promove de 5 a 15 de novembro a Expoinel MS 2009 – maior feira indoor da raça Nelore do mundo, no Centro de Convenções e Exposições Albano Franco, em Campo Grande-MS. O evento tem a expectativa de receber nos 11 dias de exposição 150 expositores de diversas partes do País, 1.200 animais no recinto, e uma média de 20.000 visitantes. Além disso, um ciclo de palestras movimenta a exposição nos dias 09,10, 12 e 13. O Albano Franco recebeu adaptações para abrigar o evento. São mais de 16 mil metros quadrados, distribuídos para estandes, praça de alimentação, corredores com os cochos onde ficam os animais, pista de julgamentos, entre outros. Para Pedro Gomes, diretor da Boibank, empresa responsável por toda a estrutura da feira, o evento não perde em nada para outras grandes exposições do Brasil. “Além de ser a maior feira indoor da raça Nelore do mundo, é uma das maiores exposições da América Latina que eu já vi. Tive a oportunidade de organizar o espaço físico de grandes acontecimentos como a Feicorte, em São Paulo, e aqui é Nelore MS premia os melhores da PGP durante leilão Expoinel MS 2009 passa a figurar como a maior feira indoor de Nelore do mundo algo que impressiona também”, ressalta Gomes. São 150 expositores, entre pecuaristas e empresas de diversos setores, como nutrição, troncos e balanças, e genética animal. O Centro de Convenções Albano Franco, local do evento, teve de sofrer adaptações para melhorar o conforto de visitantes e argolas no recinto, entre elas, a construção de lavatórios na área externa para o gado, a instalação de cochos dentro e fora do prédio, e climatizadores no pavilhão. Animais de grandes criatórios do País estão no local. São nomes como a Sabiá, Santa Bárbara, AJJ, Jonas Barcellos, RM Nelore Agropecuária, Mata Velha, entre outros. Mais informações: www.nelorems.org Durante o Leilão Reprodutores Nelore MS no Tatersal de Elite da Acrissul, a Nelore MS – Associação Sul-MatoGrossense dos Criadores de Nelore – premiou os criadores proprietários dos três melhores animais da Prova de Ganho de Peso (PGP) da Nelore MS e da Embrapa. O primeiro lugar ficou com Rubens Catenacci, com o bezerro Dzero FIV da 3R, seguido por Geraldo Carvalho Junior, dono de Mando FIV GC da SL. O terceiro foi César Machado Filho, com Renno TE Kubera. A prova é um dos projetos da Associação Sul-Mato-Grossense dos Criadores de Nelore - Nelore MS. Em 2009 participam 94 bezerros, número recorde desde a primeira edição. As características avaliadas são aptidão para o ganho de peso, área de olho de lombo (AOL), acabamento de carcaça, ganho de peso, índice de marmoreio e maciez da carne; esta última analisada desde 2007. 10 OUTUBRO 2009 Raça Empresa leva novidades para manejo de animais P.O Agro Ipê é responsável pelas pesagens da Expoinel Ilgo Luiz Raizer, proprietário da Agro Ipê, espera fazer grandes negócios nessa quarta edição da Expoinel MS, que acontece entre os dias 5 e 15 de novembro em Campo Grande. “Estivemos presentes no ano passado, e foi uma participação muito boa. Fizemos excelentes vendas e, para este ano, a expectativa é de que os negócios sejam ainda melhores”, disse. Esta previsão de Raizer se justifica pela quantidade de animais que vão estar expostos na feira, o que deve atrair um número maior de público e resultar em negócios fechados. Um dos diferenciais que a empresa vai levar para o evento é um tronco especial para o manejo de gado PO (Puro de Origem). “Atualmente, os animais estão adquirindo um tamanho maior, e para atender suas necessidades nós temos um tronco redimensionado, mais longo e mais alto”, detalha. Raizer lembra que a Expoinel é uma feira diferente das demais, isso porque é a maior exposição indoor de exemplares da raça Nelore no mundo, o quê, por si só, já atrai a atenção de muitos criadores e do público em geral. mete que os preços dos produtos vão estar “muito bons”, isso é um motivo a mais para o otimismo que ele tem na participação de sua empresa na feira. A Agro Ipê é a empresa responsável por armar a estrutura para a pesagem dos animais que participam dos julgamentos da Expoinel MS 2009 indoor. Há 30 anos no mercado, a empresa vem para a maior Ilgo Raizer, diretor da Agro Ipê: Boas expectativas com Expoinel feira em ambiente feEle credita o sucesso das edições pas- chado da raça Nelore do mundo com a sadas ao empenho dos organizadores. “O tecnologia do tronco Multiflex, que dá presidente da Associação dos Criadores de mais liberdade ao animal evitando que Nelore de Mato Grosso do Sul, Lineu Pas- ele se machuque, sem comprometer a quoallato, veste a camisa e vai em frente. A segurança do trabalho. Serão 5 técnicos organização é excelente valorizando desde responsáveis pela pesagem oficial do os peões até os pecuaristas”, destaca. gado presente no Centro de Convenções Para a edição deste ano, Raizer pro- e Exposições Albano Franco 11 OUTUBRO 2009 Lançamento Nova vacina contra a clostridiose garante não causar estresse no gado Além dos resultados extremamente eficazes, a Vision 7 dá menos trabalho na hora de vacinar Vacinar o gado é a hora do corre-corre na fazenda, juntar os animais, colocá-los no curral, se apressar para a vacina não ficar fora da temperatura, um estresse. Mais estressante ainda é para os animais que vão ser vacinados, a reação da vacina frequentemente deixa o rebanho amuado, que para de caminhar, come menos e até para de ganhar peso por um tempo. Pensando no estresse que o gado sofre depois foi que a Coopers desenvolveu nos Estados Unidos uma vacina que não causa reação, a Vision 7, que foi apresentada aos pecuaristas do Estado em um evento de lançamento no Sindicato Rural de Campo Grande o dia 4 de novembro. “Esse produto é o líder do mercado americano no segmento e foi incorporado a linha que a Coopers oferece aqui no Brasil”, explica Lineu Padovese, gerente de mercado do empresa. “A vacina tem dois diferencias, além de evitar o estresse, ela é uma dose de apenas 2 ml, e tem o adjuvante spur, que ajuda na absorção do medicamento e em sua conservação”, detalha. O que é As doenças mais comuns causadas pelos clostrídios são: manqueira, morte súbita, carbúnculo e gangrena gasosa. Padovese explica que as bactérias que causadoras destas doenças são encontradas no solo em todo o planeta, é impossível que os animais sejam isolados do contato com elas. Po- alimentação que está oferecendo. A bactéria está nos intestinos dos animais, quando por algum motivo, ela encontra condições favoráveis para se reproduzir -o que pode acontecer com uma mudança na dieta-, a doença se manifesta e o animal morre”, explica. “Muita das vezes o peão vê um animal que estava bem em um dia e no outro amanheceu morto e pensa: ‘foi picado por cobra’. O clostrídio mata e a cobra leva a fama”, cometa. O gerente de mercado da Coopers, Lineu Padovese, explica a eficácia da vacina, em evento no Sindicato Rural rém, só se manifestam quando encontram condições ideais para a reprodução. “No meio ambiente ela é um esporo, como se fosse uma pedra microscópica. Mas, quando a bactéria encontra um ambiente com pouco oxigênio, ela desperta e começa a se reproduzir, neste processo libera uma toxina, que é justamente a causadora das doenças”. Os diferentes tipos de clostrídios causam sintomas diversos nos animais, e o produtor tem de estar atento a eles. A manqueira é um, ataca geralmente os mais jovens. A gangrena gasosa se manifesta como um edema (acumulo anormal do algum fluido) que ao toque parece que está cheio de gás. Há ainda a morte súbita, que é difícil de se prever ou se diagnosticar. “A respeito da morte súbita, o pecuarista tem de estar atento quanto à Manejo Além dos resultados eficazes, a Vision 7, segundo Padovese, tem outra vantagem, menos trabalho na hora de se vacinar. Por ser uma dose de apenas 2 ml ela demanda menos recargas na pistola de vacinação – que geralmente carrega 50 ml. “Usando a Visi- on 7, o funcionário da fazenda vai imunizar 25 animais com uma pistola cheia, enquanto, se usar outro produto, vai vacinar apena dez”, faz as contas. Quanto ao custo, conforme o gerente, não deve ser diferente das vacinas existentes hoje no mercado, cerca de R$ 0,70 a dose. Para os animais que recebem a primeira imunização, é necessário que se faça um repasse entre três e quatro semanas depois, após isso a Vision 7 requer apenas uma aplicação anual. INFORMAÇÕES E VENDAS: A prevenção é o melhor caminho A clostridiose abrange processos infecciosos e de intoxicações geralmente fatais. Sua ocorrência é mundial e acomete, principalmente, bovinos, ovinos e caprinos. No Brasil, o prejuízo causado por ela é estimado em mais de cem milhões de reais por ano. As bactérias do gênero clostridium sobrevivem no meio ambiente na forma de esporos. Quando encontram condições favoráveis no animal multiplicam-se, pro- duzindo e liberando toxinas. Na prática, o uso de antibióticos não é eficaz devido à rapidez da evolução do quadro clínico e à ação das toxinas sobre as quais os antibióticos não atuam. A prevenção é o melhor caminho. O uso de Vision 7, aliado à adoção de medidas de higiene sanitária, é a melhor conduta para preservar a saúde animal e o investimento do produtor. 12 OUTUBRO 2009 Raça Grupo cria reprodutores especiais para enfrentar os desafios do Pantanal Grupo Melhoradores existe desde 1996 em MS O Pantanal é uma das maravilhas naturais do planeta mais impressionantes, com paisagens únicas, é um dos melhores lugares para se criar gado em harmonia com a natureza. Contudo, também é um dos mais inóspitos ambientes e os animais sentem esta hostilidade. Para os produtores da região, um dos grandes desafios é levar o melhoramento genético para a pecuária pantaneira, pois, muitas vezes, os reprodutores, que no dia da compra são formosos e robustos, com o passar do tempo, tem seu desempenho comprometido por causa daquele ambiente. Para solucionar este problema o Grupo Melhoradores Pantanal selecionou touros POs (Puros de Origem), da raça Nelore, com capacidade para suportar essa realidade hostil. “Nós usamos um sistema que não é artificializado, os animais são criados a pasto, em circunstâncias parecidas com as que vão encontrar no Pantanal. E isso diminui a possibili- dade desse touro vir a sofrer sob essas novas condições”, explica o professor dos cursos de medicina veterinária e zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Valdemir Alves de Oliveira, membro do Grupo. “Oferecemos uma avaliação genética com base científica de animais que foram cria dos em ambientes muito próximos dos que eles vão enfrentar no Pantanal. É um trabalho técnico sem achismo. Além disso, nossos animais não são de cocheira, os quais comem ração, eles se alimentam de pasto e têm grande capacidade de transformar esse alimento pobre em carne”, completa Jânio Coelho da Silveira, agrônomo, mestre em melhoramento genético e membro do Grupo. No último dia 17, foi realizado o Leilão Melhoradores Pantanal, quando foram vendidos 60 touros PO especialmente selecionados para a dura realidade das planícies alagadas. Segundo Oliveira, todos os animais são criados na serra, Professores Jânio e Arley Coelho da Silveira e Valdemir Alves de Oliveira (UFMS) mas em condições semelhantes que vão encontrar no Pantanal. Os reprodutores são avaliados com exames andrológicos, que medem a fertilidade. Também têm estimativas de Diferença Esperada na Progênie (DEP), as quais são feitas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e ela Universidade de São Paulo (USP). “O animal é avaliado na em sua capacidade reprodutiva e produtiva, pois as DEPs mostram o que o produtor pode esperar do reprodutor que está comprando em termos de precocidade sexual e ganho de peso de seus filhos”, diz Oliveira. O início Conforme Arley Coelho da Silveira, professor de Medicina Veterinária da UFMS, o trabalho para se chegar aos animais oferecidos hoje em dia começou há 1º Leilão Melhoradores Pantanal teve liquidez total Liquidez total e uma média de R$ 4.600 por animal vendido estes foram os resultados do 1º Leilão Melhoradores Pantanal, que foi realizado no último dia 17, no tatersal do Corixão, em Rio Verde, na região do Pantanal da Nhecolândia. Vários animais atingiram valores acima de R$ 6.000, sendo muito disputados entre os compradores. Os 60 animais ofertados foram comercializados em pouco mais de uma hora. A organização do leilão ficou a cargo da Pantanal Leilões, de Campo Grande. “Tivemos uma média muito boa” disse Valdemir Alves de Oliveira, membro do Grupo Melhoradores Pan- tanal, um dos organizadores do leilão. “Isso reflete a credibilidade do grupo bem como a qualidade dos animais comercializados. É difícil se encontrar touros, PO, com aquele padrão sendo ofertados naquela região, esse foi um dos motivos do sucesso do evento”, avaliou. Segundo Oliveira, todos os 60 touros nelore PO vendidos têm sua qualidade genética avaliada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e pela Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP/USP), e exames andrológicos que garantem a fertilidade dos reprodutores. Além de Oliveira, que ofertou animais de sua propriedade, a Fazenda Bela Vis- ta V2, também participaram Arley Coelho da Silveira, da Nelore Cabeceira; Jânio Coelho da Silveira, da Nova Califórnia; e Antônio Luiz, da São Manoel. O Grupo Melhoradores, desde sua criação há 14 anos, tem comercializado parte de seus produtos ofertados, no Leilão Melhoradores da Expogrande, a criadores da região da Nhecolândia o que os credencia a realizar esta edição pantaneira do leilão. A próxima edição acontecerá na primeira quinzena de outubro de 2010, onde o grupo ofertará animais com a qualidade e a garantia de sempre. w w w. a c r i s s u l . c o m . b r cerca de 40 anos, com seu pai Rui Martins da Silveira. “Ele começou com um plantel próprio, comprando touros em Uberaba, e foram agregadas mais de cem matrizes durante este trabalho. É uma genética muito antiga”, conta. O Grupo Melhoradores existe desde 1996 e foram os pioneiros no Estado a oferecerem touros com exame andrológico. “Na UFMS havia este trabalho e nós levamos para os leilões. Na época houve resistência, se perguntavam por quê se precisava disso. ‘É uma bobagem’, diziam. Hoje é uma regra”, lembra Oliveira. “E, naquele tempo, quem oferecia exame andrológico não era reconhecido, pois não recebiam nada a mais por estes animais”, emenda Arley. Jânio lembra que, se hoje o Grupo é reconhecido pelos pecuaristas do Pantanal, é porque também houve uma mudança de postura na maneira de se conduzir seus negócios. “Atualmente, o pecuarista pantaneiro é preocupado com a nutrição dos animais, então ele tem um pasto melhor, cuida da sanidade do rebanho e busca uma boa genética. E nós temos orgulho de sermos os escolhidos para sermos parceiros deles em levarmos a parte genética. Os criadores do Pantanal têm uma grande empatia por nós”, frisa Jânio. Oliveira ressaltou que, apesar do Leilão Melhoradores Pantanal ter sido o primeiro, o que gerava certa insegurança, o Grupo contava com a credibilidade de estar no ramo há um bom tempo e que há criadores que compram com eles há mais de 13 anos. “Isso comprova que os nossos touros dão resultados para eles”. “Se não houvesse credibilidade de quem está oferecendo o touro, não teríamos este sucesso. Temos um trabalho de responsabilidade e garantimos isso. Se o animal não ter o resultado esperado, nós entregamos outro no lugar”, finalizou Arley. 13 OUTUBRO 2009 Sanidade Animal Vacinação geral contra febre aftosa vai até dia 30 de novembro em MS Na ZAV vacinação começou em outubro e vai até 15-11 O rebanho de bovídeos do Mato Grosso do Sul deve ser todo vacinado contra a febre aftosa até o dia 30 de novembro. No Estado, são 22 milhões de cabeças, produzidas em 54.351 propriedades. As cidades que fazem fronteira, tanto com o Paraguai quanto com a Bolívia, são incluídas na Zona de Alta Vigilância (ZAV), por recomendação da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). “Na ZAV, a segunda etapa da campanha começou em 1º de outubro e se estende até 15 de novembro, porque é feita diretamente pelo serviço oficial do gover- no”, destaca o chefe do Serviço de Defesa Agropecuária no estado (Sedesa), Elvio Cazola. Nos outros municípios, a vacinação deve ser feita entre 1º e 30 de novembro. Mato Grosso do Sul é reconhecido pela (OIE) como zona livre de febre aftosa com vacinação. No estado, quase 300 fiscais atuam para manter a sanidade dos animais. A ZAV é uma faixa de aproximadamente 1.500 quilômetros, que se estende pelos municípios de Corumbá, Ladário, Porto Murtinho, Caracol, Bela Vista, Antônio João, Ponta Porã, Aral Moreira, Coronel Sapucaia, Paranhos, Sete Quedas, Japorã e Mundo Novo, onde as ações de vigilância veterinária são reforçadas. Nessa região, são criados 800 mil bovinos e bubalinos em 5,9 mil propriedades. As vacinas serão aplicadas pela equipe da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), com supervisão da Superintendência Federal de Agricultura no Mato Grosso do Sul (SFA/MS). Também será realizada atualização cadastral das propriedades na ZAV. Mais de 160 milhões de bovinos e bu- balinos devem ser vacinados contra a febre aftosa em novembro, em todo o País. Essa é a estimativa do Ministério da Agricultura (Mapa) para a segunda etapa da campanha nacional de 2009, que será realizada este mês em 18 estados e no Distrito Federal. Os pecuaristas terão 30 dias para aplicar as vacinas nos seguintes estados: Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Sergipe e Tocantins, assim como no Distrito Federal. No Amapá, a vacinação deve ocorrer até o dia 15 de novembro. Apesar da doença não afetar seres humanos, a febre aftosa é um dos principais fatores levados em conta no fechamento de acordos comerciais de exportação e importação de carne. Além de Santa Catarina, que desde maio de 2007 é reconhecida como área livre de aftosa sem vacinação, os demais estados do Sul e todos do Centro-Oeste e do Sudeste, mais Rondônia, Acre, Tocantins, Bahia, Sergipe, Rio Grande do Sul, Paraná e a maior parte do Pará receberam o status de área livre com vacinação da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). 14 OUTUBRO 2009 Mercado Condomínio produz touros com ciência e muita tecnologia Leilão BR Texas ofertou Brahman e Brangus produzidos em Mato Grosso do Sul Usar a tecnologia para produzir e avaliar a qualidade genética dos animais, esta é a filosofia dos produtores que realizaram o 2º Leilão BR Texas e Convidados, quando foram comercializados cem touros da raça Brahman e quarenta da Brangus. O Brahman está presente no Brasil há 15 anos e, de lá para cá, tem passado por significativas melhorias. Hoje, os animais respondem muito melhor as condições climáticas de Mato Grosso do Sul, isso é fruto do trabalho de seleção realizado pelos criadores, que buscam, através de pesquisa, oferecer uma genética que venha a satisfazer as expectativas dos produtores. “Os criadores do Estado usam bastante a raça Brahman para conseguir a heterose, que é o choque de sangue que acontece quando se cruza com o nelore, por exemplo. Como resultado obtêm-se uma animal mais pesado no desmame e que chega a fase de abate com até seis meses de antecedência, ou seja, é um animal de ciclo curto”, ressalta Antônio João de Almeida, criador da raça e participante do leilão. Ele lembra ainda que, do tempo que o Brahman chegou ao Brasil até hoje, os criadores fizeram um grande trabalho de seleção, escolhendo os melhores adaptados ao clima do Centro Oeste. Segundo Almeida, atualmente, há países interes- Criadores oferecem a genética que satisfaz a expectativa dos produtores rurais sados em comprar animas da raça produzidos aqui no Brasil para melhorem seus planteis. “Dentro do trabalho genético feito com o Brahman o fundamental é a coleta de dados para identificarmos o melhor reprodutor, fazemos isso para termos animais com um melhor ganho de peso e carcaças de qualidade superior, uma veze que a nossa meta é a produção de carne”. Almeida explica ainda que, para se ter uma estimativa do resultado dos touros, é feita ultrassonografia com o objetivo de se avaliar a disposição da gordura na área de lombo, onde estão os cortes mais nobres. Trabalho de seleção reconhecido em todo o País O condomínio BR Texas, localizado em Ponta Porã, trabalha com Brahman, Brangus e Nelore desde 1997 com cria, recria e engorda. No início, eram usadas matrizes Nelore e sêmen de Angus e Simental. Passado algum tempo observou-se que as vacas meio sangue Angus/Nelore era as melhores mães, e que os melhores cruzamentos obtidos com elas eram os feitos com touros Brangus e Brahman, já que seus filhos eram abatidos aos 2 anos com uma média de 18 arrobas. Diante disso, em 2006 o BR Texas importou dos Estados Unidos algumas matrizes Brahman de origem Hudgins, dando início a seleção utilizando tecnologia de ponta em reprodução como FIV e TE. Com o Brangus, foram utilizadas vacas originadas dos melhores criatórios brasileiros, com pelo menos três gerações de seleção. “Utilizamos sêmen de touros americanos com no mínimo cinco gerações de se- leção, pois entendemos que os animais com mais gerações têm uma maior consistência genética aumentando o grau de homozigose nos filhos e, por sua vez, produzem animais mais homogêneos quando cruzados com vacas Nelore”, explica Orlando Carlos Martins, do BR Texas. Com a raça Brangus, segundo Martins, as vacas foram selecionadas e acasaladas com touros que apresentavam as características desejadas: fertilidade, precocidade e alta adaptabilidade ao meio. “Mas, apesar de já estarmos selecionando duas raças, chegamos a conclusão de que não poderíamos deixar de fora aquela que é a maior de todas as raça no Brasil, o Nelore. E em 2007 compramos as primeiras matrizes e juntamente com parcerias produzimos cerca de 300 prenhezes”, lembra Martins A fazenda utiliza um sistema próprio de seleção que é alavancado pelo Programa de Avaliação da Associação Brasileira de Criadores de Zebu, além de avalia- ção de carcaça com ultrassonografia. “Com essas ferramentas submetemos nossos animais a um rigoroso processo de seleção, no qual, além da fertilidade, precocidade e adaptabilidade, nos certificamos de que os animais têm bom temperamento e resultados em regime de pasto”. Segundo Martins, a expectativa para 2010 é de que sejam produzidos 1200 bezerros POs das três raças. Por todos estes motivos o Condomínio BR Texas tem sido reconhecido na pecuária brasileira com animais de resultado. Em 2008 nas exposições oficiais da Associação Brasileira de Criadores de Brangus ficou em 7º lugar, e em 2009 foi a coroação com o 1º lugar no ranking nacional de criadores e 2º lugar como expositores, mostrando excelentes resultados em um curtíssimo espaço de tempo, evidenciando que o processo adotado está no caminho certo. “Procuramos saber com quantos milímetros de gordura o animal está e se é encontrada gordura entremeada a carne”, explica. Ele ressalta que o trabalho de seleção começa logo que o bezerro nasce, os que não apresentam as características desejáveis são descartados. Negócio O 2º Leilão BR Texas e Convidados, realizado no dia 20 de setembro, ofereceu 140 exemplares e obteve uma boa média, R$ 5.097,72 para os da raça Brahman; os Brangus foram arrematados com uma média de R$ 4.993,10. O animal mais caro de todo o evento foi vendido por R$ 15.000,00. Origem Almeida foi um dos pioneiros a criar o gado Brahman, que foi desenvolvido ao longo de cem anos de cruzamentos entre raças zebuínas e européias. “Eu fui um dos que estava na comitiva para buscar os primeiros touros no estado americano do Texas”, relembra. De acordo com ele, as principais características da raça são a alta adaptabilidade ao clima brasileiro e resistência aos parasitas, além da precocidade. Já o Brangus é uma raça sintética composta pelas raças Brahman ou Nelore (raças Zebuínas) e Aberdeen Angus (raça Taurina), podendo ser preto ou vermelho. A raça foi criada inicialmente no Brasil pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) na Estação Experimental de Gado de Corte de Bagé (Rio Grande de Sul), na década de 1970, porém já existia muito antes em outros países como Argentina, EUA, Austrália. 16 OUTUBRO 2009 Entrevista VALTER PEREIRA, Senador/Mato Grosso do Sul “Vamos investigar as ações do MST. Não há mais como esconder os fatos” Acho que a reforma agrária para cumprir realmente sua finalidade ela tem que fazer a inclusão social. Fabiano Reis – Especial para a Folha A criação da CPI mista para investigar repasses da União para entidades ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) significou uma dura derrota para o Governo Federal e uma vitória, não só para a oposição e a bancada ruralista, mas para toda sociedade brasileira. A CPI conta com o apoio de 210 deputados e 36 senadores —sendo que o número mínimo exigido era de 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado. Governo e oposição travaram uma disputa até a meia-noite do dia 21 de outubro, em torno dos parlamentares que deram aval à comissão de inquérito. A comissão vai ser composta com 12 senadores e 12 deputados e o governo deve ter maioria, podendo controlar os principais cargos da comissão, ocupando a presidência e relatoria. A oposição suspeita que ao menos R$ 115 milhões tenham sido desviados pelo movimento de convênios com o governo. Uma das linhas de investigação será em cima do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de São Paulo. Para falar sobre este assunto, o presidente da Comissão de Agricultura do Senado Federal, senador Valter Pereira, PMDB-MS, concedeu entrevista à Folha do Fazendeiro. FOLHA DO FAZENDEIRO – Quais são as expectativas sobre a criação da CPMI do MST? SENADOR VALTER PEREIRA – Em primeiro lugar é necessário saber quem financia o MST, depois se de fato há uma manobra para que o movimento receba recursos através de outras entidades que estão à luz do dia, como ONGs, registradas. Porque, na verdade, o MST é uma ficção, não tem personalidade jurídica e por isso e como se fora uma mala sem alça. Ninguém consegue sentir, pegar, sabe que existe faz uma grande mobilização, mas não tem, por exemplo, a possibilidade de se responsabilizar oMST por nada, então é preciso que a CPI desvende este mistério. Até que ponto são outras ONGs internacionais que estão financiando, ou se são recursos do Governo que estão alimentando essas invasões, depredações, esses crimes que estão sendo cometidos pelo MST. P – Neste caso, o que for apurado cai exclusivamente sobre o MST? R – Eu não tenho nada contra ONGs, acho que as ONGs no mundo, na maioria dos casos atuam de modo inteligente, construtivo, mas não podemos admitir que uma entidade que não tem personalidade jurídica própria, ou seja, não pode ser responsabiliza“Um movimento do pelos seus atos, de reivindicatório não repente passa a receber recursos públicos para faz o que foi feito fazer vandalismo. É prepelo MST. Não é só ciso, realmente, colocar lá que fizeram o um freio. Na ocasião da vandalismo, em invasão e destruição da outros lugares há Fazenda da Cutrale no interior de São Paulo, o diversos outros movimento demonstrou exemplos ” claramente que não se tratava de uma ação reivindicatória. Um movimento reivindicatório não faz o que foi feito pelo MST. Não é só lá que fizeram o vandalismo, em outros lugares há diversos outros exemplos, como centros de pesquisas onde destruíram produção e material genético. Isso tem que acabar no Brasil não pode haver essas anarquias. É necessário trabalhar e trabalhar em paz, aquele que investe precisa de segurança jurídica, quer a certeza que pode investir, pois o Estado existe para lhe proteger. P – Nos casos citados de destruição, como você classifica a participação do Governo na investigação, o governo foi brando? R – O Governo tem que deixar de ser leniente, precisa ser rígido com toda transgressão, não só o MST, mas com toda pessoa física ou jurídica que descumprir a lei precisa ser punida e responder pelos seus atos. O Governo não pode afrouxar. Então vemos às vezes, até na declaração de um representante governamental “Olha, houve excessos”. Ora, ali não houve excesso não, lá houve crime, uma invasão do patrimônio, não importa se a origem do título é discutível ou não e sim, que hoje é preciso respeitar a legislação, o patrimônio, o investimento. Então o Governo tem que ser rigoroso e neste sentido o Congresso tem toda razão. Até o ex-deputado Plínio Arruda Sampaio, que esteve na Comissão de Agricultura recentemente (preside uma entidade pela defesa da reforma agrária), em um depoimento que ele prestou disse algo assim: “É para apurar qualquer transgressão, a lei é para ser cumprida”. Então meu posicionamento é o mesmo, tem que se apurar e responsabilizar os infratores e no caso de houver algum órgão do Governo, autoridade que esteja a facilitando a liberação de recursos de forma irregular precisa também ser investigado. P – Com isso tem que se dar? R – Em minha avaliação pessoal, o lavrador tem que passar desta condição e passar a ser produtor, mas na maioria dos assentamentos, infelizmente, eles vêem se configurando como favelas rurais. Em primeiro lugar não há uma boa seleção da qualidade da terra, é preciso que tenha logística, porque o agricultor familiar, lida como pequena produção, e esta se não tiver logística, ou seja, se a produção não chegar ao consumidor, ele vai sofrer uma frustração. Eu já vi casos, por exemplo, que o assentamento produziu um grande estoque de melancias e as frutas apodreceram por não ter chegado ao mercado consumidor. P – Como está o perfil do assentado? São realmente trabalhadores sem-terra? R – Tenho visto exatamente essa situação neste perfil. Hoje com a integração do Incra com os movimentos sociais, a seleção é feita especialmente pelos movimentos e normalmente neste tipo de organização, prevalece o interesse pessoal e até mesmo político. E quando se mistura esses interesses, nem sempre se considera aquele perfil ideal, a seleção não é boa. A prioridade que se dá é preocupante, para alguns casos é encher os assentamentos, fazer números, aumentar as estatísticas, no parcelamento das áreas se confere um número menor para que se consiga um maior número de assentados. Com isso, quando é adotado esse critério o agricultor não tem como produzir, pois sua área é pequena demais. Outro grande problema que existe na reforma agrária é, talvez o mais grave, a falta de assistência técnica, a oferecida pelo Incra é deficiente, a seleção da empresas que vão participar da extensão rural é precária, muitas vezes os próprios movimentos constituem empresas e vão prestar essas assistência. Há pouco tempo, quando o ministro Cassel esteve na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal, eu o questionei muito sobre isso e ele mostrou um dado que é importante, que a Assistência Técnica está ganhando um foco interessante a se contratar as Emater, um sistema que existe de assistência que tem uma larga experiência, mas que foi abandonada nos últimos tempos. P – Seguindo a tradição do Governo, por ter maioria no congres- 17 OUTUBRO 2009 so, ele deve ocupar cargos importantes na CPI, como o de presidente e relator. Isso causa temor não só ao produtor, mas a toda sociedade brasileira desta investigação não ir para frente. O que esperar? R – Acho que há outro fator que conspira contra a CPMI. O momento que estamos vivendo. Estamos às vésperas de uma eleição, então já notamos no Congresso Nacional que há uma perda de qualidade e quantidade da produção legislativa, por conta deste clima que já toma conta. Outra questão decorrente do momento, é que quando estamos nas vésperas de uma eleição é fazer da CPMI um palanque eleitoral, também é muito ruim para a apuração dos fatos. Tudo isso, nos ver que há fatores que vão contra o bom andamento da CPMI, a indisposição do Governo de ver os fatos apurados e também a proximidade das eleições. P – Há situações positivas para o andamento da CPMI? R – Mas acredito que não elimina as virtudes da criação da investigação, pois havendo ou não, as interferências que me refiro, não há como esconder os fatos. Haverá convocações, a imprensa está vigilante, o que instiga os parlamentares a revelar os fatos. Notícias da carne Abate cresce 16,6% no Estado em setembro em relação a 2008 A quantidade de bovinos abatidos em setembro nos frigoríficos certificados pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) em Mato Grosso do Sul cresceu 21,24% em relação ao mesmo mês do ano passado. De acordo com dados do Serviço de Inspeção de Produtos Agropecuários –Sipag/ SFA/MS, foram 257,4 mil abates em setembro de 2009. Em comparação com agosto deste ano, o crescimento foi de 16,62%. Apesar do aumento registrado em setembro, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), projeta que em 2009 os abates ficarão 5% menores do que o registrado no ano anterior. O presidente da Associação dos Matadouros, Frigoríficos e Distribuidores de Carne de Mato Grosso do Sul (Assocar- ne), João Alberto Dias, acredita em queda maior na quantidade de abates. “Algumas unidades nem estão conseguindo manter a escala diária de abates”, afirma Dias. A falta de crédito e a retenção do gado no pasto pelos pecuaristas, que esperam uma alta no preço da arroba são, segundo o presidente, alguns motivos do cenário desanimador para as empresas frigoríficas. No levantamento do segundo trimestre de 2009 divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mato Grosso do Sul aparece como terceiro Estado em número de abates, com 12,2% da produção nacional, atrás de Mato Grosso (13,6%) e São Paulo (13,3%). Aves A quantidade de aves abatidas em setembro deste ano teve leve redução, passando de pouco mais de 11 mil animais, em agosto, para 10.589, segundo a Sipag/-SFA/MS. Com informações do jornal O Estado MS. 18 OUTUBRO 2009 Ovinocultura Asmaco reunirá entidades de apoio para organizar a ovinocultura em MS sanitário de seu rebanho”, ilustra. Objetivo é desenvolver ações que garantam uma escala de abate e a padronização de carcaças Em janeiro de 2010, a Associação SulMato-Grossense de Criadores de Ovinos (Asmaco) realizará uma reunião com entidades de apoio à produção com o objetivo de alavancar a atividade no Estado. O encontro faz parte do planejamento estratégico da Associação para 2010. Entidades como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Secretaria de Produção (Seprotur), universidades e até mesmo fabricantes de ração e sal mineral serão convidados para comparecer. “Nossa intenção é organizar os produtores para termos escala de entrega e padronização de carcaça, conforme os frigoríficos exigem”, explica Vladimir Pereira Farias, diretor da Asmaco. “Em Janeiro de 2010, vamos reunir a classe produtora e as entidades para decidirmos como cada um poderá contribuir para o desenvolvimento da ovinocultura em Mato Grosso do Sul”. Segundo Farias, a maioria das instituições convidadas tem alguma ação voltada à produção de ovinos, contudo, cada uma delas tem trabalhado isoladamente. A intenção deste primeiro encontro é justamente congregar essas ações e colocá-las à disposição dos produtores. “Queremos unir forças”, frisa. Hoje, no Estado, há três municípios onde a ovinocultura é bem desenvolvida, conforme Farias, Corumbá, São Gabriel do Oeste e Dourados. Mesmo assim as ações dos produtores acontecem de forma desarticulada, o que acaba prejudicando a inserção da carne no mercado. “Muitas vezes um ovinocultor deixa de fazer uma venda para o frigorífico porque não fechou a carga, e ele não sabe que existem dois ou três vizinhos seus que se uniram para evitar que isso não Vladimir Farias é diretor da Asmaco aconteça e poderia estar participando dessa parceria. Queremos acabar com isso”, diz. Farias acredita que uma das vantagens dessa união será a transferência de tecnologias e qualidade genética entre os produtores. “O manejo consorciado com o gado bovino é um exemplo. Os animais grandes comem a pastagem mais alta, -onde os vermes que infestam os ovinos costumam ficar-, depois vêm as ovelhas comendo o pasto baixo, preferido por elas e com menos vermes. Dessa forma o produtor consegue um melhor manejo Desafios O Brasil tem condições ideais para ter uma das ovinoculturas mais fortes do mundo, porém, atualmente, importamos do Uruguai 80% da carne consumida no país. Para inverter esta situação é necessário se profissionalizar a produção. Em Mato Grosso do Sul o desafio é ainda maior, pois os produtores daqui têm que disputar mercado com os de São Paulo, do Paraná e de Mato Grosso, onde há incentivos fiscais. Para garantir um lucro, muitos optam por não vender os animais aos frigoríficos do Estado, onde têm de pagar Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Mesmo com as despesas de frete, o ovinocultor prefere fazer negócio em São Paulo do que aqui. As diferenças tributárias geram uma situação curiosa: 37% dos abates em São Paulo são de animais provenientes de Mato Grosso do Sul, 34% saem de fazendas paulistas, e o restante provem de outros estados. Neste ano a Asmaco ainda realizará dois eventos: um dia de Campo em São Gabriel do Oeste (14/11) e uma palestra de capacitação durante a 35ª Expoverde, em Rio Verde MS (03/12 a 06/12). Mais informações: (67) 3025-3990 Participação em feiras tem sido opção para divulgar a atividade 19 OUTUBRO 2009 Talentos & Profissões Disco de vinil vira tela para arte visual pantaneira A coleção pode ser conferida na sede do Pantanartes, em Campo Grande O velho e bom disco de vinil, que reinou nos aparelhos de som em todo o mundo por pelo menos três décadas, começa a ganhar novo sentido artístico a partir da criatividade de talentos da cultura sul-mato-grossense. Em Campo Grande, o tradicional Long Play (LP) está deixando de ser uma obra sonora para transformar-se em arte visual ou mesmo acumular as duas atribuições simultaneamente. A iniciativa é do Pantanartes – Espaço Cultural, que encomendou pelo menos 50 pinturas em vinil para artistas plásticos regionais. A coleção pode ser conferida na sede do Pantanartes, que fica na Rua Eduardo Santos Pereira, 1231 – entre as ruas Brasil e 25 de Dezembro, no Bairro Monte Castelo. A entrada é gratuita. As pinturas foram realizadas sobre LP´s que, em sua maioria, já não apresentavam condições mínimas de repro- dução sonora em toca discos (pick-ups). “Dessa forma, o objeto ganha uma nova e durável utilização e serve como um canal de exteriorização da cultura pantaneira, através da retratação de imagens do homem e da fauna e flora regionais”, explica o diretor do Pantanartes, Haroldo Maiolino. No entanto, alguns long plays ainda apresentam condições de reprodução em um dos lados, mesmo com a pintura aplicada do lado oposto. “Dessa forma temos duas vertentes artísticas sobre um mesmo canal de expressão criativa”, explica. Na época em que reinou absoluto no mundo musical, o vinil tinha uma relação com a arte visual pelas possibilidades do exercício de criatividade em capas, encartes e, em menor grau, no seu miolo. “Agora esta relação se amplia e pode-se até cogitar da possibilidade de lançamentos de novas obras neste novo formato”, comenta Maiolino. A aplicabilidade da arte visual sobre um objeto originalmente ligado à arte musical tenta revelar o quanto é possível transcender a natureza de sua criação e estabelecer uma nova opção artística sobre um mesmo corpo físico. “Estamos abrindo espaço para expor a criatividade do nosso artista plástico e permitir que ele experimente novas possibilidades”, comenta o diretor do Pantanartes. A visitação gratuita de todo o acervo do Pantanartes pode ser feita de segunda à sexta das 9 às 18 horas e aos sábados das 9 às 12 horas. O local também recebe a visitação de grupos corporativos, de escolas e faculdades, além de receptivo a turistas. Agendamento e mais informações podem ser obtidos com a direção do espaço cultural pelo fone (67) 33062764 ou pelo e-mail (msn): [email protected] . 20 OUTUBRO 2009 Eventos Painel Florestal promove seminário sobre uso do eucalipto no Estado Chico Maia vai falar sobre sistema silvipastorial Mato Grosso do Sul, de fato, é a bola da vez no setor florestal brasileiro. O anúncio de possíveis investimentos na ordem de R$ 10 bilhões e o lançamento oficial do Plano Estadual de Desenvolvimento Florestal Sustentável consolidam um cenário absolutamente favorável para investimentos no setor. Para esclarecer dúvidas como estas e debater outros assuntos referentes à potencialidade florestal de Mato Grosso do Sul, a Painel Florestal, empresa de comunicação especializada, promove no dia 28 de novembro de 2009, às 8h30 até as 12h30 no auditório do Sindicato Rural em Campo Grande, um “Seminário sobre Viabilidade Econômica do reflorestamento com eucalipto em MS”. No entanto, ainda existem dúvidas. Os pequenos e médios produtores rurais, alvo dos programas de parceria, fomento e arrendamentos, ainda hesitam na hora de diversificar suas atividades. Os pecuaristas fazem contas e se preocupam com o retorno a longo prazo. Já os produtores de florestas, que já possuem suas áreas de eucalipto ou pinus, se perguntam: haverá demanda para tanta madeira plantada? O presidente da Acrissul (Associação de Criadores de MS) Chico Maia participará do seminário expondo sua experiência e suas ações de sucesso entre a atividade pecuária e o plantio de florestas, sendo um dos grandes defensores da atividade Agrosilvipastoril em Mato Grosso do Sul. Em seguida o palestrante João Câncio, presidente da SIF (Sociedade de investigações Florestais) falará sobre a viabilidade do cultivo de florestas plantadas de eucalipto, considerando que João Uso do eucalipto no sistema silvipastoril tem se mostrado uma boa opção no Estado Câncio é um profundo conhecedor da realidade econômica florestal em Mato Grosso do Sul, pois atua a mais de uma década no Estado. Já o diretor da Painel Florestal, Robson Trevisan juntamente com o assessor da Reflore (Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas) Dito Mário, mostrarão por- que o setor de florestas plantadas é considerado um agronegócio. O evento é uma realização da empresa Painel Florestal, que conta com o apoio do Sebrae /MS, Reflore, Famasul, Acrissul, Acea (Associação Campograndense dos Engenheiros Agrônomos) e Embrapa Florestas. Confira a programação 07h30 - Credenciamento e recepção 08h00 – Abertura 08h15 – Caso de Sucesso Francisco Maia – Presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de MS) produtor de eucalipto e de gado de elite. 08h45 - Viabilidade Econômica do Reflorestamento com Eucalipto em MS João Câncio – Presidente a SIF (Sociedade de Investigações Florestais) da Universidade Federal de Viçosa e Superintendente Florestal da Asiflor (Associação das Siderúrgicas para Fomento Florestal). 09h30 - Otimizando o Plantio com Fertilizante de Liberação Lenta 10h00 - Coffee Break 10h45 - Floresta plantada como agronegócio Painel Florestal e Reflore/MS 11h45 - Mesa Redonda 12h30 - Encerramento/Almoço Realização: Painel Florestal Parceiros: Reflore/MS, Famasul, Acrissul, Acea (Associação Campograndense dos Engenheiros Agrônomos) e Embrapa Florestas Informações: www.painelflorestal.com.br ou [email protected] e (67) 30262680. 21 OUTUBRO 2009 Fim da crise? Criadores e frigorífico Independência selam acordo Pagamento será feito com parte à vista e restante será dividido em até 36 meses, dependendo do caso Terminou às 21h48 da noite (horário de Campo Grande) de quinta-feira, dia 5 de novembro, a reunião entre os pecuaristas credores e os representantes das empresas Independência e Nova Carne Indústria, no Hotel Transamérica, em São Paulo. Na avaliação dos membros da Comissão de Credores de Mato Grosso do Sul, o resultado foi positivo para os produtores rurais. Os pecuaristas concordaram com o pagamento à vista de R$ 100 mil e os com crédito superior, receberiam uma parcela de R$ 100 mil e o saldo dividido em 36 meses, sendo que na 24ª parcela a divida seria quitada, corrigida pela taxa Selic. A data do pagamento dos R$ 100 mil será até 31 de janeiro 2010, podendo ser retardada até 31 de março do mesmo ano. Desde o início das discussões, a Federação da Agricultura e Pecuária de MS – Famasul, tomou frente e montou um grupo para que pudesse representar os credores de MS, e formou uma comissão com produtores rurais do Estado com a missão de analisar o Plano de Recuperação do Frigorífico Independência. Os pecuaristas Leôncio Brito, Paulo Martins, Geraldo Moraes e José Lemos Monteiro participaram das Resultado é extremamente positivo, diz o presidente do SR da Capital Zeito integrou a comissão de MS discussões e chegaram de São Paulo em Campo Grande, na sexta-feira, às 10h30. Foram mais de 12 horas de reunião entre produtores e os representantes do Independência, que teve início às 10 horas (DF). Os credores do frigorífico Independência estão em cinco estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Minas Gerais e Goiás. Ao todo são 1.524 pecuaristas e uma conta a receber na ordem de R$ 194 milhões. Em Mato Grosso do Sul, o débito estimado é de R$ 45 milhões. O presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, José Lemos Monteiro (Zeito), junto à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), comemora o resultado das negociações entre os pecuaristas credores de Mato Grosso do Sul e o Frigorífico Independência e credencia as conquistas à união e organização da categoria. Pela primeira vez na história da pecuária sul-mato-grossense, segundo José Lemos Monteiro, a categoria teve uma mobilização organizada pelo sistema sindical, o que garantiu o sucesso destas negociações. Desde o começo das discussões, conforme o sindicalista, houve a participação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) e dos sindicatos rurais da Capital e do interior do Estado. MS e TO mais próximos de exportar para o Chile O Chile julgou satisfatória a situação sanitária de Mato Grosso do Sul e Tocantins para o reconhecimento do status sanitário de livre de febre aftosa com vacinação. Essa decisão passará a valer, após publicação do relatório no Diário Oficial da União chileno. Assim, MS e TO estarão aptos a exportar carne bovina in natura para àquele país. A informação é do chefe da delegação chilena, do Serviço Agrícola e Pecuário (SAG, sigla em espanhol), José Herrera. (Beefpoint) 22 OUTUBRO 2009 Liquidez total Leiloboi realiza leilão virtual do Pantanal e marca presença em duas feiras A Leiloboi realizou no dia 2 de novembro, o 1ª Leilão Virtual do Pantanal. “A ideia surgiu depois de uma exposição que participamos em Corumbá, quando os produtores nos pediram para fazer essa experiência”, disse o diretor da Leiloboi, Carlos Guaritá. O diferencial deste certame foi a participação de animais criados exclusivamente no Pantanal sul-mato-grossense das regiões do Paiaguas, Rio Negro, Nhecolândia e Corumbá. Foram comercializados cerca de três mil animais entre bois, garrotes, turunos, vacas e novilhas. O leilão foi transmitido pelo Canal do Boi. A média por animal ficou em R$ 400; para as bezerras Nelore entre 10 e 12 meses; os machos na mesma idade foram arrematados por R$ 560; os turunos chegaram a R$ 1.083, em média. A Leiloboi tem experiência na realização de leilões virtuais, todos os domingos à noite são transmitidos pelo Canal do Boi eventos organizados pela empresa. Nos leilões virtuais os animais são filmados nas propriedades. Posteriormente, na dada marcada, as imagens são transmitidas e começam os lances, que são dados por telefone. Desta forma não há um local físico onde os negócios acontecem, os compradores participam sem saírem de suas casas. No mês de outubro, a Leiloboi realizou leilões em duas feiras de Mato Grosso do Sul, quatro na 1ª Expo MS, e mais quatro na 25ª Exponan (Exposição Agropecuária, Industrial e Comercial de Nova Andradina). Em Campo Grande foram realizados os leilões Produção Terras do Nelore, com gado de corte, e o Reprodutor Terras do Nelore, onde foram ofertados 60 animais nelore mocho e nelore de Antônio Sacci e convidados. O leilão Girolando Três Fronteiras ofereceu 60 vacas e teve liquidez total. “Eram animais de boa qualidade e o gado Jersey mereceu destaque”, disse Guaritá. No leilão Nelore Dibo, promovido por Adriana Dibo, a média chegou a R$ 3.800. “Sendo que uma prenhez foi arrematada por R$ 40 mil”. Em Nova Andradina, foi realizado um leilão de cavalo quarto de milha, um de gado de corte, um de animais para trabalho e o mais tradicional o Nelore Raízes. Nesse último as médias foram altas, a dos reprodutores ficou em R$ 3.800, e a dos bezerros para corte em R$ 700. “O valor dos bezerros foi uma surpresa agradável”, comentou Guaritá. Tortuga promove simpósio de pastagens Com o objetivo de difundir a tecnologia de produção de animais de corte em regime de pasto, no dia 29 de setembro, a Tortuga realizou o 1º Simpósio de Pastagem do Mato Grosso do Sul, em Campo Grande. No evento, pecuaristas, técnicos, especialistas em pastagem e clientes puderam conhecer os benefícios dos produtos Tortuga para bovinos em regime de pasto, bem como as novidades e trabalhos científicos que destacaram a importância da nutrição na produção de carne. Os temas abordados foram: “Integração Lavoura-Pecuária”, “Do nascimento ao Acabamento de bois – mitos e verdades sobre a produção animal”, “Importância do fósforo como limitante na produção de bovinos de corte”, “Produção de Forragens para gado de corte – Sistema de produção em regi- me de pasto” e “Manejos de solos em pastagens de cerrado”. Entre os produtos apresentados, também estava toda linha do programa Boi Verde da Tortuga para bovinos em regime de pasto: Fosbovi Reprodução, Fosbovinho, Foscromo e Fosbovi Engorda, e mais o Fosbovi 20 e 15. Após a conferência, o público pôde esclarecer dúvidas sobre o manejo de pastagem, integração lavoura-pecuária, sanidade e suplementação mineral de bovinos em regime de pasto. No total, cerca de 200 pessoas estiveram presentes no 1º Simpósio Tortuga de Pastagem do Mato Grosso do Sul. Essa iniciativa da Tortuga foi um sucesso, e hoje, esse tipo de evento que a empresa promove, discutindo ferramentas de incremento à produção pecuária, já faz parte da agenda dos pecuaristas do MS. Expoinel gera expectativa de grandes negócios, avalia Leilogrande A maior feira de gado de elite da raça nelore do país, a Expoinel, movimenta milhões de reais, e é justamente a oportunidade de se fazer grandes negócios que anima quem é do ramo. Murilo Borges, proprietário da Leilogrande não esconde seu otimismo quanto à feira. “Temos ótimas perspectivas quanto ao evento. Primeiro, porque ele já faz parte do calendário de Campo Grande. E segundo, porque, em Mato Grosso do Sul, todos os pecuaristas estão focados na Expoinel”, disse. Ele ressalta ainda que a feira é muito visitada, muitas das vezes por pessoas anônimas, “mas que podem acabar comprando”. Murilo participa da Expoinel desde 2007 organizando leilões, na edição deste ano ele vai realizar dois, um no dia 29 de outubro, em parceria com a Leiloboi, quando serão ofertados animais para corte; e o outro será no dia 7 de novembro, serão disponibilizados touros produzidos no Estado e com avaliação de ganho de peso realizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Segundo Borges, nas outras participações de sua empresa na Expoinel as vendas foram muito boas com a oferta de reprodutores de excelente qualidade. “Hoje em dia, o pecuarista não precisa comprar um touro ruim, há animais com uma carga genética incrível por um preço muito acessível”, pondera. Fomento Fazendo uma avaliação dos recentes eventos da pecuária que foram realizados em Mato Grosso do Sul, Borges ressalta que a Expo MS foi um grande sucesso. “O Chico Maia [presidente da Associação de Criadores de Mato Grosso do Sul] está de parabéns porque ele acreditou, levantou a bandeira e foi em frente”. Para ele, devido à importância da pecuária para o Estado, já era hora de haver mais uma feira ligada ao setor, e cita como exemplo a cidade de Uberaba, em Minas Gerais, onde há quatro exposições ao longo do ano. “Nós temos o terceiro maior rebanho do País, temos de ter pelo menos três grandes feiras ligadas ao setor todos os anos. Isso é muito importante, pois todas as vezes que há um evento se fomenta os negócios e a economia gira”, finaliza. 23 OUTUBRO 2009 Agricultura Prazo para a semeadura da soja vai até 31 de dezembro MAPA recomenda que seja seguido o zoneamento agrícola O período de semeadura de soja em Mato Grosso do Sul começou dia 21 de outubro, de acordo com o zoneamento agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para a safra 2009/10. O prazo de semeadura segue até o dia 31 de dezembro, podendo terminar antes disso, dependendo do município. O pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS), Claudio Lazzarotto, explica que o dia 21 de outubro representa o início do período em que as condições de luminosidade, insolação e temperatura permitem o pleno desenvolvimento das plantas de soja. “Por consequência é a chance de obtenção de máxima produtividade”, destaca. Ele lembra que este período é recomendado pela Embrapa Agropecuária Oeste desde a década de 80, quando as perdas de produtividade, por causa de estiagens ou excesso de chuvas, eram pouco frequentes. Desde a safra 2001/02, quando, contrariando as recomendações da pesquisa, começou-se a antecipar a semeadura, a sucessão e intensidade das perdas aumentaram. “Tais perdas, embora atribuídas exclusivamente a diversidades climáticas, são agravadas pelo não escalonamento de plantio e cultivares, e pelo monocultivo de soja e milho safrinha”, informa Lazzarotto. Ele acrescenta que a consequência disso é que há uma redução na retenção de água disponível para as plantas e uma diminuição na capacidade das plantas em aproveitarem a água disponível. Zoneamento O Mapa orienta que o produtor siga o zoneamento porque ele indica que, em dez safras, há a possibilidade de se obter sucesso em pelo menos oito. Para ter direito ao Proagro, Proagro Máquinas semeam soja na região da Grande Dourados Mais e seguro rural, o produtor deve seguir as recomendações de alguns agentes financeiros também é da norma. A concessão de crédito rural condicionada ao uso do zoneamento. 72ª Expogrande, de 19 a 28 de março de 2010 A Acrissul já deu início aos preparativos para a Expogrande 2010. A maior e mais tradicional feira agropecuária da região está em sua 72ª edição e promete ser ainda maior. Agora a Expogrande é internacional. O evento acontece de 19 a 28 de março de 2010, no Parque de Exposições Laucídio Coelho. 24 OUTUBRO 2009 Equinos Capital sedia 1º Congresso do Cavalo Pantaneiro O Congresso será realizado no Centro de Treinamento Vazante do Castelo, no Indubrasil Reprodução BOLETIM INFORMATIVO – OUTUBRO 2009 Mão-de-obra e serviços SALÁRIO MÍNIMO RURAL: R$ 510,00 MÉDIA/R$: Técnico Agrícola 993,97 Inseminador 575,45 Encarregado de Máquinas 653,93 Operador de Máquinas de Esteira 984,69 Tratorista - pneus 559,22 Motorista 635,62 Capataz de Campo 1.034,84 Retireiro 517,50 Peão Campeiro (tralha própria) 584,61 Praieiro/Caseiro (serviços manuais) 490,13 Cozinheira 489,49 Diária Bruta (empreiteiro) 24,25 Doma de Cavalo (gratificação) 261,64 Aceiro Leve/KM (pé da cerca) Aceiro Pesado/KM (1,5 mts cada lado) Roçada de Pasto Pesado/Há (manual) Roçada de Pasto Leve/Há (manual) Tirar e Lampinar Poste 3,48 Tirar e Lampinar Firme 5,48 Tirar e Lampinar Palanque (3,20mts) Fincar Poste 4 fios c/ balancins 3,48 Fincar Poste 4 fios s/ balancins 3,48 Trator de Esteira D-4 / hora 147,63 Trator de Esteira D-6 / hora 211,0003 Trator de Pneu Traçado 140 CV acima/hora 117,2501 Pá carregadeira W-20 / hora 104,85 Motoniveladora / hora 158,17 Caminhão Caçamba Trucado / hora 68,54 Caminhão Caçamba Toco / hora 52,72 Colheita de Grãos (mecanizada) 5 a 8% do Valor do N° INFORMAÇÕES 02 02 01 04 04 02 06 05 07 04 04 02 03 03 05 03 03 01 01 01 02 02 Produto FONTE: - ASSOCIAÇÃO RURAL DO VALE DO RIO MIRANDA,CONVENÇÃO COLETIVA JULHO 2009 OBSERVAÇÕES:- TODOS O VALORES CONSTANTES NESTE BOLETIM, SÃO VALORES BRUTOS SEM QUAISQUER DESCONTOS, JÁ ACRESCIDOS DE TODOS OS BENEFÍCIOS. Entre os dias 12 e 19 de novembro, a Associação dos Criadores do Cavalo Pantaneiro de Mato Grosso do Sul (ACCP-MS) realiza os 1º Congresso dos Criadores do Cavalo Pantaneiro. Na ocasião, serão oferecidos cursos de capacitação para funcionários além de quatro workshops onde os participantes poderão conhecer o que há de mais moderno na criação de equinos. “Os produtores chegaram no momento em que há a necessidade de modernização e de qualificação técnica na criação dos Animais foram adptados ao meio ambiente local animais”, disse Luiz Marcos de tir o conforto dos animais”, detalha Penna. Oliveira Penna, diretor da ACCP. Na ocasião, será lançado um selo de Para ministrar palestras no Congresso foram convidados profissionais de origem do cavalo pantaneiro, o qual será renome nacional em suas especialidades. uma forma de garantir ao comprados que Jango Salgado será o palestrante no cur- o exemplar que está adquirindo foi realso sobre adestramento de rédeas, e José mente produzido no Pantanal. Para o Congresso também são esperaEduardo Borba no de doma racional. “Termos ainda cursos de entalhe em dos muitos produtores do estado vizicouro e casqueamento com professores nho, Mato Grosso, onde a raça também é que são conhecidos em todo Brasil. E criada com grande zelo pelos fazendeiainda palestras sobre reprodução e nu- ros das planícies alagadas. “Sobretudo, será um encontro das tradições pantaneitrição”, complementa. O Congresso será realizado no Cen- ras”, frisa Penna. “Esperamos receber tro de Treinamento Vazante do Caste- uma média de cem pessoas por dia”, relo, propriedade situada em Indubra- vela. sil, distrito de Campo Grande. SegunNegócios do Penna, os criadores poderão levar Outra atividade que a ACCP prograseus cavalos e apresentá-los aos especialistas em equinos que farão uma ava- mou para o mês de novembro é um leiliação do animal e ainda darão algu- lão virtual de animais, que será realizamas dicas quanto ao trato. “Quem qui- do pela Leiloboi no dia 20. Quem quiser participar do Congresser levar seu cavalo pode ficar tranquilo, lá nós teremos cocheiras e to- so deve fazer sua inscrição. Mais infordas as demais instalações para garan- mações pelo telefone 3341-6900. 25 OUTUBRO 2009 Criadores mostram competitividade da raça árabe Animais da raça participaram de provas que aconteceram durante a 1ª Expo MS, em Campo Grande O cavalo árabe, como não podia deixar de ser, esteve presente na 1ª Expo MS é segundo o presidente da Associação dos Criadores de Cavalo Árabe, Walter Dias Ribeiro (Wlatinho) a participação da raça no evento foi muito boa é contou com a presença de todos os criadores do Estado. “Por ser a primeira, acredito que fizemos um bom trabalho”, disse. Durante o evento, dos nove animais apresentados para comercialização, cinco foram vendidos. Outro aspecto que merece destaque foi a excelente qualidade exemplares da raça que são criados em Mato Grosso do Sul. Segundo César Schimidt, juiz oficial da ABCCA (Associação dos Criadores do Cavalo Árabe) –que esteve presente durante os julgamentos-, os criadores do Estado têm evoluindo muito nos últimos anos. “Já julguei aqui em outras ocasiões e isso é bem nítido”, afirma. Schimidt acredita que no campeonato nacional da raça árabe, que será realizado em novembro em Ribeirão Preto (SP), os animais sul-mato-grossenses serão forte concorrentes. “Todos os anos Mato Grosso do Sul tem se apresentado lá com animais muito competitivos”. Ele lembra que o campeão da prova Western Pleasure, que avalia a docilidade dos cavalos quanto seu treinamento para monta, durante a Expo MS foi o mesmo que, em 2003, ganhou a competição nacional, Ballut, do haras El Zahran. Durante a feira, foram realizadas competições como: halter e performance, nas quais os animais são julgados. E também a prova cross country, que avalia o cavaleiro em um circuito fechado. Segundo Moacir de Almeida Filho, criador de árabe e diretor de cross country, a competição é uma das mais difíceis de ser executada por um cavalo, isso porque alia quatro estilos de prova em uma única. “Aqui nos temos o salto, o tambor, a baliza e o recuo. Em cada uma dessas modalidades uma raça de cavalo se sai Ribeirão sedia mostra nacional em novembro melhor, mas o árabe é o único que faz todas ao mesmo tempo e tem um bom desempenho, com uma meda de 67 segundo para percorrer a pista”, explica. Os vencedores da prova foram: em primeiro lugar, Luiz Rogério de Oliveira, montando Albarock; em segundo, Alaf Augusto (Guto), montando Nescar; e em terceiro ficou Mário de Souza Inácio, cavalgando Jaib. Os melhores da raça – No julgamento de halter, onde são avaliadas as características físicas que diferenciam o árabe das demais raças, os campeões foram: Junior Macho Campeão: Mawerik Mirage OD, de Osmar Ferreira Dutra (haras Recanto dos Passaros). Reservado: Henoc El Dinar, de Laucídio Coelho Neto (haras Engenho). Júnior Fêmea Campeã: Bellanisa GM, de Luiz Gonzaga Malpici Filho (haras Estância Agro Dog). Reservada: Nadinne Mirafe OD, de Osmar Ferreira Dutra (haras Recanto dos Passaros). Potranca Campeã: Nabiha AAC, de Raquel Braga Robaldo (haras Estância Mita Porã). Reservada: Monna El Hylan, de Laucídioo coelho Neto (haras Engenho). Égua Campeã: EZ Sophia Don Elchal, de Ueze Ellias Zeahran (haras El Zahran). Reservada: La Callona HS, de José Geraldo Couro. Cavalo Campeão: EZ IBN Ryad Jamaal, de Ueze Ellias Zahran (haras El Zahran). Reservado: El Phar HCF, de Paracatu Agropecuária, (haras El Zahran). Com expectativa de movimentar em torno de R$ 5 milhões, a Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Árabe (ABCCA) promove sua 28ª Exposição Nacional entre 18 e 22 de novembro no Parque Permanente de Exposições de Ribeirão Preto. Maior evento da raça no Hemisfério Sul e um dos mais importantes eventos do cavalo árabe do cenário mundial, a mostra reúne cerca de 800 animais de criadores de todo o País, além de estrangeiros de diferentes nacionalidades que participam também com animais em pista. Uruguaios, argentinos, italianos e norte-americanos já inscreveram seus animais. Responsável pela formação da maioria das raças equinas contemporâneas, o Árabe é criado em praticamente todos os países do mundo. Versátil, belo e dono de uma movimentação exuberante, o Árabe é o mais antigo cavalo de sela do mundo. Os cavalos produzidos no Brasil conquistaram status de excelência por suas qualidades genética e funcional e é um dos mais cobiçados do mercado internacional. A exposição Nacional é a vitrine deste trabalho que vem sendo desenvolvido desde os anos 30 do século passado. Com programação intensa e diversificada, o evento é aberto ao público, sendo uma opção de lazer para toda a família. Informações: (11) 5666-8524 26 OUTUBRO 2009 Cooperativismo Líderes de MS visitam cooperativas no Paraná Para concluir os módulos do Programa de Desenvolvimento de Líderes, os alunos embarcaram numa missão de estudos que visita as cooperativas vencedoras do “Prêmio Cooperativa do Ano”, realizado pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) e revista Globo Rural, da editora Globo, com patrocínio do Banco do Brasil. A missão começou dia 19 de outubro, com destino ao Paraná. O grupo é formado por 29 líderes de diversas cooperativas de MS que conhecerão novos modelos de gestão, além de conhecer os projetos vencedores do prêmio. O grupo passou por Campo Morão na cooperativa Coamo, vencedora na categoria Gestão Profissional, com o projeto “Suas contas na ponta do lápis”, um programa que tornou a gestão no meio rural mais viável e propiciou seu desenvolvimento. “Na ponta do lápis” foi pensado para ser um contraponto do cenário de instabilidade e de crise no setor (67) 3345-4200 agropecuário. Esta crise passou a ser ainda maior para os produtores que dependem diretamente da atividade agrícola e não computavam, não sabiam ou não tinham o exato controle das despesas que eram quitadas com o lucro da agricultura. Nesse caso, a renda da agricultura seria responsável pelo pagamento total, ou seja, além dos investimentos na área agrícola, também para quitar outras despesas, oriundas de atividades fora da agricultura. A Coamo verificou que mesmo com o trabalho realizado ao longo das últimas décadas na educação e formação dos cooperados com o desenvolvimento de cursos, treinamentos e projetos de gestão rural, grande parte dos produtores não praticava o gerenciamento rural corretamente. A solução encontrada pela cooperativa foi a elaboração do programa alicerçado em quatro pontos: despertar o espírito de mudança e a forma com que o cooperado observa sua realidade; demonstrar a necessidade de conhecer suas despesas visíveis e invisíveis; melhorar o gerenciamento rural; e reduzir os custos e as despesas visíveis e invisíveis da propriedade rural, propiciando o equilíbrio econômico, financeiro e social. A Coamo foi fundada em 28 de novembro de 1970 e está sediada em Campo Mourão- PR. Está presente em 60 municípios nos estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, nas cidades de Amambaí, Aral Moreira, Caarapó e Laguna Carapã. O grupo também conheceu o projeto “Núcleos Femininos da C.Vale” que foi o vencedor na categoria Educação Cooperativista pela C-VALE, que decidiu apostar em programas de capacitação de associadas e esposas de cooperados e estimular a participação feminina nas instâncias decisórias da cooperativa. Para isso, criou o projeto Núcleos Femininos que conta com 22 núcleos que congrega 610 integrantes, que servem também, como canal de diálogo com a diretoria. Ao iniciar investimentos na diversificação de atividades como leite, suínos, mandioca e frangos, a C.Vale pensou em criar fontes alternativas de renda, garan- Pela 8ª vez a Agro Amazônia é classificada como uma das melhores empresas do Brasil para se trabalhar Não foi o acaso nem a sorte que fez com que a Agro Amazônia fosse classificada pela oitava vez como UMA DAS MELHORES EMPRESAS DO BRASIL PARA SE TRABALHAR pela Revista Exame. Esse reconhecimento é fruto do trabalho árduo que a Empresa desenvolve ao longo de seus 26 anos de história para manter em seu quadro os melhores profissionais do mercado. “Queremos em nossa Empresa pessoas que se dediquem, que sempre dêem o melhor de si e que, principalmente, amem o seu trabalho. São pessoas apaixonadas que movem o mundo, e serão elas que nos levarão à NOSSA VISÃO de SERMOS UMA EMPRESA REFERENCIAL DE EXCELÊNCIA NO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO”. Afirmou Luiz Piccinin, Diretor Administrativo. Para fazer com que seus colaboradores sejam apaixonados por seu trabalho a gestão de pessoas da Agro Amazônia está sempre implementando as melhores práticas de mercado, investindo em treinamentos que qualificam e tindo mais estabilidade econômica aos produtores e envolvendo a família para mantê-la na propriedade. Para a cooperativa, a mulher do campo leva mais em conta os efeitos dos negócios sobre o futuro dos filhos, influenciando o marido a manter um relacionamento mais estreito com a unidade. “As mulheres tem essa sensibilidade, tem essa visão maior e tem uma facilidade para convencer o marido, os filhos, a proporcionam crescimento pessoal e profissional para a equipe, e principalmente a prática diária de um dos principais VALORES da Agro Amazônia, o de RESPEITO E VALORIZAÇÃO DAS PESSOAS. O orgulho de trabalhar na Agro Amazônia é facilmente percebido pelo brilho no olhar dos colaboradores em qualquer uma das unidades distribuídas nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. “Comecei minha vida profissional na Agro Amazônia há 23 anos como office-boy e desde o inicio sempre recebi apoio e incentivo por parte dos Diretores para aprender novas atividades, o que me motivou a correr atrás do meu sonho de ser um Gerente Comercial, sonho esse realizado no final de 2008”. Disse Carlos Bezerra, Gerente Comercial da Filial de Cuiabá. A priorização pela promoção interna, como foi o caso do Carlos Bezerra e de muitos outros, é um dos aspectos mais positivos da Agro Amazônia aos olhos dos seus colaboradores. buscarem um sistema cooperativista, que é a extensão da propriedade dele, que isso vem contribuir imensamente para o futuro deles”, analisa Alfredo Lang, presidente da C.Vale. A C-Vale tem sede em Palotina-PR e está presente em municípios de Mato Grosso do Sul, como Rio Brilhante, Amambaí, Caarapó, Dourados, Fátima do Sul, Itaporã, Naviraí e Tacuru. OUTUBRO 2009 Histórias de Sucesso Com uma gestão familiar profissionalizada, Sertão completa 30 anos em MS Empresa se expande estrategicamente para o interior, tem atualmente nove lojas em MS, um centro de distribuição e 400 empregados Uma empresa familiar, mas com gestão profissionalizada. Esses são os ingredientes para a receita que fazem da Sertão uma empresa de sucesso há 30 anos em Mato Grosso do Sul. Em entrevista exclusiva para a Folha do Fazendeiro Marcos Antônio Saling, um dos diretores, falou como tudo começou e sobre as lições que tirou em durante todos estes anos nos quais o Brasil passou por diversas transformações. Segundo Saling, a Sertão começou em Campo Grande quase que por acaso. “Meu pai [Nyron Saling] tinha duas lojas, uma em Curitiba e outra em Cuiabá, quando saia da capital paranaense passava em Umuarama, pegava o sócio, vinham para Campo Grande, onde pernoitavam e depois seguiam para Cuiabá. zendas próximas para instalá-los. “Tem gente que vem aqui e fala: ‘você já instalou uma bomba na minha casa’, comenta. Mas, para que a empresa viesse a dar o retorno esperado, não bastava ficar atrás do balcão da loja esperando os clientes, Saling tinha de ir à procura deles. “E para isso eu tinha um Fusca. Saia por todas estas fazendas com os catálogos na mão oferecendo bombas, máquinas, ordenhadeiras e até equipamentos para serrarias. Às vezes, saída de casa pensando em voltar no mesmo dia, mas a viagem durava mais do que o esperado e eu tinha de usar a mesma roupa até a volta”. Dessa época, Saling mantém uma carteira de clientes fiéis. Ele conta que, certa vez, uma senhora entrou na loja acompanhada de seus dois filhos, ela procurava equipamentos para montar uma serraria. Depois de quase uma tarde de explicações técnicas, ela decidiu fechar o negócio. “Daí disse que iria demorar 15 dias para chegar. Ela respondeu que confiava em mim e me fez o pagamento na hora. Após ela deixar a loja, fui descontar o cheque e paguei todas as minhas contas”, relembra emociOs irmãos Miguel Ângelo e Marcos Antônio Saling onado. “E, até hoje, Então ele pensou que precisava abrir uma aqueles dois garotos, filhos dela, são loja aqui, perguntou para todo mundo meus clientes”, lembra. se alguém queria vir, e eu fui o único Lições que aceitei. Então, aos 22 anos de idade, Em uma ocasião, a loja teve todo o vim para cá abrir a Sertão”. Saling recorda que naquela época ele estoque roubado. Vendo-se em dificulfazia de tudo, durante o dia vendia os dades e precisando de ajuda, o irmão produtos e à noite ia para as casas e fa- mais novo, Miguel Ângelo Saling, veio 27 mos o plano de ocupação do interior do Estado”. Entre todos estes acontecimentos, a Sertão também foi mudando seu perfil, deixando de focar somente em ferramentas e máquinas para também atender a construção civil. “Teve uma época que, tanto a pecuária quanto a agricultura em Mato Grosso do Sul passaram por dificuldades e, para não dependermos exclusivamente do setor rural, incorporamos a linha de matérias para a construção, que hoje representa 70% de todo o nosso negócio”, detalha. Apesar de todo esforço e empenho de Marcos para que a Sertão fosse o que é hoje, qua30 anos de uma fórmula que deu certo – investindo nos lidades que ele crefuncionários e reinvestindo os lucros no próprio negócio dita ao irmão e companheiro Miem socorro. Era a primeira crise pela qual guel, a empresa não foi construída só por a empresa passara, outras piores a aguar- eles. “Crescemos, primeiramente, porque davam no futuro. “Creio que a pior de- contamos com a colaboração de funciolas foi o Plano Cruzado, quando houve nários dedicados. E, em segundo lugar, o congelamento, e a Sunab [Superintên- porque sempre reinvestimos os lucros na cia Nacional de Abastecimento, que con- própria empresa. Hoje, tanto eu quanto trolava os preços, hoje extinta] fazia a fis- o Miguel usamos carros da empresa”, calização, mas não de todos, o que nos exemplifica. “Não tem luxo e nem ostenprejudicava. Em 1986, não havia nada tação”. No dia-a-dia Marcos pode ser visto em estoque e tínhamos um caminhão de dinheiro que não valia nada. Para fazer a andando pela loja da 13 de Maio e conreposição tivemos de pagar até 500% a versando com os funcionário. “As pesmais nas mercadorias. Era o início da soas sabem que podem contar comigo, hiperinflação”. Contudo, mesmo em meio chegar e conversar. Aqui não sou paa um ambiente economicamente hostil, trão, sou um colega de trabalho deles. entre 1987 e 1988, a empresa cresceu cin- Temos manuais que foram feitos pelo co vezes. “O segredo é entender a situa- meu irmão com a ajuda de todos os funcionários”. ção, traçar um plano e agir”, revela. Hoje, a Sertão é a maior rede de venda de máquinas e ferramentas de Mato Ampliação Saling diz que a expansão da empre- Grosso do Sul, emprega 400 pessoas, sa para o interior se deu de forma estra- possui nove lojas, e um centro de distritégica, para ocupar o espaço que estava buição. “No ano que vem vamos inauguna iminência de ser preenchido por ou- rar mais uma loja em Campo Grande e tras. “Desde 1994, a política econômica um novo centro de distribuição que ficado País mudou e empresas de fora come- rá no Núcleo Industrial [em Indubtrasil]”, çaram a entrar aqui. Foi quando inicia- finaliza.