Edição 312 - Folha do Fazendeiro

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Edição 312 - Folha do Fazendeiro
FOLHA DO
FAZENDEIRO
OUTUBRO DE 2009 • ANO XXIII – Nº 312
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www.acrissul. com.br
Fisco cede e amplia
o prazo de validade
da nota fiscal rural
Agora vale por 5 dias, com mais 2 de carência
Anseio antigo da classe produtora, desde que o Estado acabou com o
talão de nota fiscal, o prazo de validade agora para o documento foi ampliado para 5 dias com mais 2 de carência. A mudança na norma aconteceu depois de pressão exercida pela
Acrissul (Associação dos Criadores
de Mato Grosso do Sul). A ação sen-
sibilizou o Estado e o próprio governador André Puccinelli determinou
a mudança na norma à Secretaria de
Fazenda, com validade a partir de 9
de novembro. A Acrissul continua
mobilizada, desta vez para conseguir
que o Estado devolva para o setor o
talão de nota fiscal do produtor rural. PÁGINA 3
Painel aborda uso do eucalipto
em projetos de reflorestamento
O anúncio de investimentos na ordem de R$ 10 bilhões e o lançamento oficial do
Plano Estadual de Desenvolvimento Florestal Sustentável consolidam um cenário absolutamente favorável para investimentos no setor em MS. Para esclarecer dúvidas como
estas e debater outros assuntos referentes à potencialidade florestal de Mato Grosso do
Sul, a Painel Florestal promove no dia 28 de novembro de 2009 o “Seminário sobre
Viabilidade Econômica do reflorestamento com eucalipto em MS”. PÁGINA 20
ENTREVISTA
Grupos desenvolvem
Nelore do Pantanal
Pelo menos duas frentes de trabalho
em Mato Grosso do Sul atuam no melhoramento genético para desenvolver um
Nelore para o Pantanal. São animais adaptados, criados para transmitir características e produzir descendentes de alta linhagem, capazes de suportar as duras
condições da região pantaneira.
• PÁGINAS 7 e 12
Expoinel MS segue
até dia 15 na Capital
Para mostrar o potencial da raça
Nelore de Mato Grosso do Sul, a Associação dos Criadores de Nelore de
MS (Nelore MS), promove de 5 a 15
de novembro a Expoinel MS 2009 –
maior feira indoor da raça Nelore do
mundo, no Centro de Convenções e
Exposições Albano Franco, em Campo Grande-MS.
• PÁGINA 9
Clostridiose: Coopers lança
vacina que evita o estresse
PÁGINA 11
SEN. VALTER PEREIRA
“Vamos investigar
as ações do MST.
Não há mais como
esconder os fatos”
| PÁGINA 16 |
2
OUTUBRO 2009
ACRISSUL |
Palavra do Presidente
| Por Jonatan Barbosa
| Presidente Interino
Presente de Grego
Como se não bastassem todos os
problemas acumulados para o setor
rural brasileiro,
vem ai mais um castigo: Novos Índices
de Produtividade.
O Governo Federal
tem a cada ano anunciado saltos destacados na produção das safras de grãos,
do suco de laranja, frutas... como também nos crescentes aumentos da produção do leite e derivados, das carnes
bovinas, suínas, frango e de tantos outros alimentos, que no conjunto, tem
proporcionado ao Brasil, um resultado
nitidamente vantajoso, a cada fechamento da balança comercial.
Ao invés de recorrer a esta situa-
EXPEDIENTE
FOLHA DO
FAZENDEIRO
Ums publicação da Via Livre Comunicação e
Agromarketing. A Folha do Fazendeiro é
informativo oficial da Acrissul (Associação
dos Criadores de Mato Grosso Sul).
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EDIÇÃO E EDITORAÇÃO GRÁFICA:
José Roberto dos Santos
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Textos:
Jefferson da Luz
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ção real como medida de inteira justiça, criando e destinando linhas de créditos especiais, incentivos fiscais dentre outras medidas de apoio ao campo, o Governo se mostra incoerente,
insensível e injusto.
Enquanto socorre as indústrias automobilísticas e de eletrodomésticos (linha branca), reduzindo a carga tributária (IPI) dos seus produtos, castiga
cada vez mais a sua galinha de ovos
de ouro, taxando e sugando o setor
produtivo rural. Nem vou perguntar o
porquê? - Sabemos o porquê. Sempre
aceitamos tudo... e o governo se aproveita disso.
Em toda a Europa, nos Estados
Unidos e demais países desenvolvidos, o meio rural recebe, dentre outros tratamentos especiais, subsídios
para trabalhar. Seus produtos são garantidos pelo Governo, enquanto que
aqui nem preço mínimo é garantido.
Para o “aventureiro” produtor de alimentos no Brasil, o agronegócio tem
sido uma atitude de risco. O Governo
tem permitido que o Banco do Brasil
(por exemplo) deixe de atuar como um
banco de fomento para impor, à classe
produtora, operações draconianas que
inviabilizam o setor. Colecionam recordes a cada balanço anual, comemoram
grandes lucros, ao custo do padecimento de milhares de proprietários ou
arrendatários rurais, que são eliminados, aniquilados e quebrados a cada
dia. E é assim que se promove tamanha inversão de valores.
Quem tem sido sacrificado, está novamente sob alça de mira, outra vez,
ou mais uma vez, como queiram. Querem arrochar ainda mais o nosso negócio. Aumentar os “Índices de Produtividade” e/ou sobretaxar o ITR. O
que ficaria melhor como prêmio?
Pergunta-se: O Governo exige ou exigirá “índices de produtividade” dos assentados (MST), por todo o território
nacional? Ao que sabemos, não. Enquanto isso, expropriam terras altamente produtivas para povos indígenas que
quase nada produzem e querem novas
demarcações. Tudo vem acontecendo
dentro do mesmo meio e setor, com regras bem diferentes. E por quê?
Afinal, estamos num País onde se
pune quem trabalha e produz. Que Brasil é este?
Precisamos ou não de um novo modelo de Políticas agrária e agrícola?
CRÔNICA DO MÊS | Por Osvaldo Piccinin
Lamparina a querosene
Se recordar é viver novamente, então devo ter o dobro da minha idade,
pois vivo recordando! Além de exercitar
minha mente, as recordações nutrem
minha alma com coisas simples vividas
em tempos idos.
Dias atrás, conversando com um
amigo, ouvi: - Não sei como conseguíamos viver sem celular, internet, ar condicionado, carros, aviões, trens velozes etc.
Nossa prosa foi tomando outro rumo
e falamos sobre as coisas que fizeram
parte de nossas vidas por muitas décadas, assim como as lamparinas. E assim
fomos esticando a conversa para dar tempo de tomar mais uma cerveja. Sem pestanejar, eu lhe respondi: - só vivíamos
sem estas coisas modernas porque não
tínhamos referencias. Se nos privarem
do acesso a tudo isso, o mundo entrará
em colapso, porque agora conhecemos
o valor dessas tecnologias e o quanto elas
facilitam nossas vidas. Com elas o mundo ficou pequeno.
Em nosso sítio, apesar de já termos
luz elétrica, vivíamos tendo problemas
de queda de energia na rede, principalmente nos dias e noites de temporal.
Nessas horas entravam em cena nossas
três lamparinas que ficavam guardadas
numa prateleira em nossa dispensa – lo-
cal destinado a guardar mantimentos.
Ao lado delas meu pai sempre deixava
uma caixa de fósforos para acendê-las durante os apagões freqüentes. Nesses momentos, depois de fortes trovões, relâmpagos e até raios nas proximidades de nossa
casa, sentíamos um medo aterrorizante, e
o “paieeê tô com meeeedo”, vinha de todos os cantos de nossa pequena casa. Tanto eu como meus irmãos menores, tínhamos pavor do escuro e de chuvas fortes,
afinal havíamos perdido um tio, morto por
um raio, na colônia onde morávamos.
Diante da escuridão, a santa lamparina
nos acudia e iluminava nosso lar nos passando autoconfiança, principalmente depois de
nos aninharmos entre nossos pais, em um
macio e barulhento colchão de palha. Aí,
até os salpicos da chuva fria caindo do telhado, se tornavam agradáveis, pois nossa
casa não era forrada e havia apenas paredes
dividindo os cômodos.
Alguns de meus primos nasceram pelas
mãos de uma parteira - chamada Maria Alemoa e sob a luz de uma lamparina. Depois
de nosso rádio Semp de oito faixas, do fogão de lenha e do pinico de ágata de minha
avó, era a lamparina o utensílio mais útil de
nosso pequeno, mas aconchegante lar.
Apeguei-me tanto a elas que aprendi a
gostar do cheiro de querosene queimado e
da fuligem que formava em nossas paredes brancas cobertas com apenas uma
demão de cal. Naquele tempo os remédios eram raros, e era comum nossa mãe
levantar o pavio, embebido no querosene, para nos passar na nunca e às vezes
no peito, para curar gripe, nariz entupido e até bronquite. Não sei se curava,
mas nossa fé era tão grande que um alívio imediato nos trazia.
Lamparina a querosene que iluminou
silenciosamente por muitos séculos as
lições das cartilhas escolares de gênios, intelectuais, pobres e ricos de todo
mundo. Lamparina - você que iluminou
angústias, alegrias e tristezas de várias
gerações. Lamparina que iluminou nascimentos e mortes receba minha homenagem porque além de ter sido minha
companheira nas infindáveis noites de
insônia e das delirantes dores de dentes
sofridas na roça, você iluminou as letras
do alfabeto nos primórdios de meu
aprendizado escolar! Você sim venceu o
tempo, bem como toda tecnologia criada nas últimas décadas! Que sua chama
abençoada não se apague nunca!
E VIVA A LAMPARINA A QUEROSENE!
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OUTUBRO 2009
Reconhecimento
Acrissul pressiona e
Estado cede e amplia
validade da nota fiscal
“A luta agora é pela volta do talão de
notas fiscais do produtor”, diz Jonathan
O governador de Mato Grosso do Sul,
André Puccinelli, determinou que a Secretaria de Fazenda amplie, a partir de segunda-feira, 9, o prazo de validade da nota fiscal do produtor, de três para cinco dias,
com mais dois dias de prazo de carência.
A medida foi tomada em atendimento à
reivindicação encaminhada pelo presidente
em exercício da Acrissul, Jonathan Pereira
Barbosa. “O novo prazo permitirá ao pro-
dutor trabalhar sem correr riscos imprevisíveis”, analisa Jonathan.
Desde a semana passada a Acrissul vem
mobilizando entidades e lideranças rurais
e políticas para cobrar do governo e dos
parlamentares uma mudança de postura
em relação ao prazo de validade da nota
fiscal do produtor. Com prazo de apenas
três dias, com carência de mais dois, as
negociações entre pecuaristas e indústria
do por medida administrativa, acarretando mais um transtorno para o
pecuarista.
Segundo Jonathan, essas medidas saneadoras são positivas para o
setor produtivo, que é o maior gerador de divisas para os cofres públicos. “Ao ouvir a classe rural e atender as reivindicações, o Estado sinaliza que problemas podem ser democraticamente debatidos e soluções
viáveis podem ser adotadas, reduzindo o impacto dos excessos cometidos pelo Estado, que no exercício
do seu poder de polícia acaba cometendo”, analisa o presidente em exercício da Acrissul.
Segundo ele, as entidades ainda
continuam mobilizadas para cobrar
a devolução do talão de notas fiscais
para o produtor rural, que é a única
atividade que para vender seu proNo Mato Grosso produtor tem até talão
duto precisa ir ao balcão da agência
personalizado, como qualquer empresa
fazendária para tirar o documento, a
cada negociação feita. “É preciso que
estavam sendo prejudicadas, uma vez que
poderiam ocorrer fatos imprevisíveis e o a relação de confiança entre o fisco e esse
embarque do gado para o frigorífico acaba- segmento de contribuinte evolua”, frisa. A
va atrasando e a nota fiscal perdia o efeito. Acrissul cita como exemplo o vizinho esPerdendo o efeito o ICMS e o Fundersul tado de Mato Grosso, onde os produtores
recolhidos no ato da extração da nota na rurais têm talonários de notas fiscais, como
agência fazendária só poderia ser restituí- qualquer empresa.
AGENDA
• LEILÃO CRIADORES DO CORIXÃO, DIA 05
DE DEZEMBRO, ÀS 12:00 HORAS
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OUTUBRO 2009
Eventos
Expo MS veio para ficar,
garante Francisco Maia
Feira foi realizada pela Acrissul em Campo Grande
A 1ª Expo MS – O Encontro do Agronegócio – feira idealizado e promovida
pela Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) veio para
ficar. A garantia é do presidente da entidade, Francisco Maia, que fez um balanço positivo dos 12 dias da feira, que
trouxe para o calendário da agropecuária sul-mato-grossense um evento total
diversificado, com praticamente todos
os segmentos representados, além de
inovações em termos de tecnologias e
qualificações para o produtor rural.
“Plantamos a semente da sustentabilidade dentro desta feira, e vamos colher
frutos no futuro que farão a diferença
da atividade no Estado”, explica Maia.
Durante 12 dias a 1ª Expo MS bateu
pelo menos três recordes: o maior número de leilões para a época (33), o maior número de palestras, seminários, simpósios e cursos técnicos (66) e maior
número de shows com artistas prata da
casa num único evento (16). A importância e o prestígio do evento pode ser
mensurado, por exemplo, pela presença
do membro do conselho de administração do novo grupo JBS, José Batista Sobrinho Júnior, que escolheu a Expo MS
para comparecer em público, pela primeira vez, e explicar os efeitos no mercado
da fusão dos frigoríficos JBS-Friboi e Ber-
Cantor Almir Sater visita estande “Pantanal Sustentável” da ABPO, na 1ª Expo MS
tin. A presença dele no Parque de Exposições Laucídio Coelho, garantiu um debate democrático entre os dois elos da
cadeia produtiva mais interessados nesta operação financeira – o produtor rural
e a indústria.
Outro exemplo do prestígio da 1ª
Expo MS foi a presença do estande da
Assomasul (Associação dos Municípios
de Mato Grosso do Sul), que trouxe 10
cidades do interior para a feira, apesar
da crise e da
instabilidade financeira vivida
pelas cidades
em geral. O
município de
Três Lagoas,
considerado o
maior pólo industrial do Estado, montou
um estande exclusivo, onde
pode mostrar a
potencialidade
e a diversidade
econômicas do
município.
E falando
em diversidade, a ABPO
(Associação
Brasileira da
Pecuária Orgânica), em nome
da sustentabilidade (econômica, social e ambiental), montou o maior e
mais intenso
O novo design das embalagens de nutrição é mais uma inovação da Tortuga. Além
pavilhão da
de mais modernas e bonitas, foram padronizadas e projetadas a fim de facilitar
Expo MS – o
o manejo e o estoque. A mesma qualidade e tecnologia de sempre, agora de cara nova.
“Pavilhão Pan0800 011 6262 | www.tortuga.com.br
tanal Sustentável), que reu-
Novas embalagens
de nutrição Tortuga.
Todo mundo quer
ver de perto!
niu 30 associações, ONGs e empresas,
todas ligadas ao agronegócio pantaneiro.
Atividades diárias como degustação de
carne orgânica e reuniões técnicas marcam a agenda do pavilhão.
Entre as novidades trazidas pela feira
estiveram expositores de canários, cães,
peixes, produtos da agricultura familiar, as
14 cadeias produtivas do agronegócio e ligadas à Secretaria de Produção, Desenvolvimento Agário e Turismo (Seprotur), além
do setor de automóveis, equipamentos, tratores e implementos agrícolas, alimentação,
lazer, bancos e agroindústria. Entre as novidades a feira contou com a presença da
Mahindra, concessionária indiana de automóveis, que expôs a robustez e a alta durabilidade de seus veículos utilitários, recém trazidos para o Brasil. A loja está instalada em Campo Grande.
Abertura solene
A Acrissul transformou a noite de
abertura oficial da 1ª Expo MS – O Encontro do Agronegócio – num espetáculo histórico de criatividade, inovação e
homenagens. Tudo temperado na medida certa com boas expectativas, otimismo e prestígio. O presidente da entidade, Francisco Maia, abriu a cerimônia,
não sem antes convocar à mesa das autoridades o secretário Cezar Machado e o
primeiro vice-presidente, Jonathan Barbosa, pessoas a quem ele se dirigiu como
os responsáveis pela realização do sonho
que foi promover a 1ª Expo MS. A Acrissul, na pistal central de julgamentos,
montou uma grande tenda para 600 lugares, todos ocupados.
Maia não falou dos problemas corriqueiros do setor. Preferiu conduzir seu discurso para a algo que ele considerou mais elevado na abordagem do evento: valores mais
importantes como sonhos e trabalho. “Aqui
estão 80 anos de história da Acrissul. E
estamos aqui hoje, principalmente para
homenagear aqueles que fizeram essa his-
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OUTUBRO 2009
tória e para que as famílias, os herdeiros e
us sucessores olhem para essa história
como um exemplo de vida”, enalteceu.
Homenagens
Representando todos os ex-presidentes da Acrissul homengeados na noite,
que receberam seus nomes em espaços e
ruas do Parque de Exposições, o senador Lúdio Martins Coelho, que ganhou
seu nome na pista central de julgamentos, relembrou a história dos antepassados da família Coelho e de sua história
sempre ligada ao campo e à produção
rural. “Fui iniciado na agricultura de
enxada e machado”, resumiu Lúdio. A
Acrissul, afirmou, sempre manteve em
sua liderança homens dignos, nos seus
momentos difíceis e em seus momentos
de glória. “E esses valores foram transmitidos de geração em geração, e aqui
hoje vemos as familias também sendo
homenageadas nas pessoas de seus sucessores, e temos certeza de que eles também seguem os passos de seus antepassados, na luta para manter a agropecuária sul-mato-grossense sempre pujante e
representativa na economia brasileira”.
Receberam a placa “Amigo da Acrissul” as seguintes personalidades: o senador Valter Pereira (PMDB); o deputado federal Waldemir Moka (PMDB); os
secretários Edison Giroto (Obras) e Tereza Cristina (Produção e Turismo); os engenheiros da empresa Equipe, João Carlos de Almeida e Almir Antônio Deniz
de Figueiredo; o diretor da Viação Cida-
de Morena, Paulo Constantino; o radialista Juca Ganso e o diretor-presidente da
Rotele Distribuidora, Norberto Soares Leite, além do general Américo Lutz. Recebeu a placa de honra ao mérito a funcionária da Acrissul, Marley Costa.
Senador Lúdio Coelho foi homenageado e representou todos os ex-presidentes
Expo MS apostou na diversidade e conhecimento
A ideia desta primeira edição da
Expo MS foi concebida sobre os pilares da diversidade econômica e na
difusão de tecnologias e do conhecimento através de um ciclo de palestras jamais programado em uma feira
agropecuária de Mato Grosso do Sul.
Foram 66 palestras. A diversidade econômica do evento foi disposta nos inú-
meros estandes espalhados pelo Parque de Exposições Laucídio Coelho,
com todos os segmentos do agronegócio representados. A Expo MS tornouse, finalmente, um ícone da sustentabilidade (econômica, social e ambiental), tão bem representada pelo estande da ABPO (Associação Brasileira da
Pecuária Orgânica).
(67) 3345-4200
[email protected]
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Expo MS
Restaurante
Linguiça de
Maracaju
levou o sabor
regional
para a 1ª
Expo MS
Expositores fazem balanço
positivo desta 1ª Exp MS
Diversidade econômica foi um diferencial da feira
Muitos negócios fechados, outros fechados no decorrer do mês e projeção
nacional, são alguns dos resultados positivos da 1ª Expo MS, na avaliação dos
expositores. A feira durou onze dias e
teve a participação de diversas entidades ligadas não só a pecuárias, mas também a todos os setores da produção rural, desde a criação de peixes e produção familiar até cursos para maximizar a
produtividade da terra.
Aliás, cursos e palestras não faltaram
durante a Expo MS. Quem foi ao Parque
de Exposições Laucídio Coelho teve a
oportunidade de conhecer as tendências do mercado, técnicas e estratégias que
podem agregar valor ao produto final e
torná-lo mais competitivo no mercado.
O presidente da ABPO (Associação
Brasileira de Pecuária Orgânica), Leonardo Leite de Barros, disse que durante o
evento houve uma repercussão nacional
com relação às questões do Pantanal. “A
visibilidade dos problemas da região
pantaneira foi tão grande que virou tema
de discussão no Congresso Nacional”,
comenta. Para Barros, a Expo MS foi um
sucesso e deve permanecer no calendário de eventos de Campo Grande.
A ABPO homenageou personalidades
e organizações que durante o ano realizaram ações que contribuíram para a preservação do bioma pantanal. Entre elas
estão o presidente do grupo JBS, José
Batista Sobrinho Júnior, que criou a marca Organic Beef; o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato
Mahinda
participou pela
primeira vez de
exposição em
C. Grande.
Empresa
revende
veículos
indianos
Grosso do Sul) Francisco Maia, por apresentar um estudo no qual mostra que
85% do bioma continua intacto; e a organização não-governamental WWF Brasil,
por desenvolver o programa Pantanal
para Sempre.
“A Expo MS lançou um novo modelo
de evento e alcançou êxito mostrando que
deve se repetir nos próximos anos, pois
é mais uma oportunidade de negócios
para Mato Grosso do Sul”, resumiu a
secretária Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias (Produção e Turismo).
A Secretária esteve presente no evento com um pavilhão mostrando como
funcionam 14 cadeias produtivas em
Mato Grosso do Sul. Também deu orientação aos produtores e àqueles que estavam interessados em iniciar uma nova
atividade.
“O Chico [Maia] está de parabéns, organizou uma festa muito bonita. Para
onde quer que a gente olhasse percebia o
capricho com que tudo foi feito. Acredito, se continuar assim, no ano que vem
vai ser ainda melhor”, avaliou Antônio
Horácio Azambuja, que levou o Restaurante Linguiça de Maracaju para a Expo
MS.
Sérgio Dias Campos, diretor da Perkal
Automóveis, disse que a movimentação
no stand foi ótima e avalia que a realização de uma segundo edição da Expo MS
vai fazer com que o evento se sedimente
na cidade. “O público vai ser maior, pois
já estarão voltados para a feira”.
“Foi um sucesso só em estar resga-
tando a credibilidade do criador. Quero
parabenizar a direção da Acrissul, pois
conseguiu gerar nos empresários o dese-
jo de participar, isso devido sua atuação
dinâmica. Eu, particularmente, gostei
muito”, disse.
Real H festeja sucesso na Expo MS
Palestras, leilões, shows musicais,
exposições de diversas raças de animais
e ótimas oportunidades de negócios, assim foi a Expo MS realizada no mês de
outubro, no Parque Laucídio Coelho, em
Campo Grande (MS).
A Real H, uma das maiores empresas de Nutrição e Saúde Animal do País,
esteve presente no evento apresentando aos pecuaristas os melhores produtos do mercado.Durante a feira, o departamento comercial e de marketing
desenvolveu um conjunto de ações com
a finalidade de divulgar o nome da empresa no local. A participação da Real H
ganhou ainda maior destaque através da
palestra “A Homeopatia Populacional
como ferramenta na produção orgânica”, ministrada pela médica veterinária
Denise Telles.
A explanação aconteceu no Pavilhão
Pantanal Sustentável, localizado próximo
ao estande da Real H e reuniu inúmeros pecuaristas, curiosos em conhecer a
tecnologia da empresa, além de atrair
também aqueles que já utilizam a Homeopatia Populacional no tratamento do
rebanho.
De acordo com o supervisor de vendas da Linha Saúde, Luciano Silvestre, a
feira contou com bons leilões, estandes
muito bem organizados e uma equipe
bastante empenhada em atingir os objetivos propostos. “Esta primeira edição da
Expo MS foi excelente e nós acreditamos que Campo Grande suporta tranquilamente a realização de duas feiras
por ano, como acontecia antigamente”.
Segundo o diretor comercial da Real
H, Dr. Marcelo Renck Real, a Expo MS é
uma feira que veio para ficar. “Apesar de
ter sido projetada de forma muito rápida, logo após a posse da nova diretoria
da Acrissul, esta edição simbolizou o inicio de um trabalho duradouro. Nós que
sempre confiamos no trabalho da Acrissul, vamos continuar apoiando e participando dos eventos realizados por esta
equipe, buscando cada vez mais a concretização de bons negócios”.
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Produtores desenvolvem o Nelore do Pantanal
Trabalho de seleção busca melhorar a raça para enfrentar as duras condições da região
Selecionar um animal com aptidões
maternas e boa capacidade reprodutiva
não é novidade na pecuária e, com algum investimento, pode-se compra embriões de exemplares que já carregam
estas características em seu DNA. Mas,
conseguir touros ou matrizes que demonstrem essas qualidades mesmo quando criados no Pantanal não é tão fácil
assim. Na verdade ainda não há.
Para poder oferecer este novo tipo de
animal, o “Nelore do Pantanal”, o médico veterinário Armando Pereira da Silva
trabalha há mais de oito anos para selecionar os indivíduos que mantêm características economicamente interessantes
sob as duras condições ambientais da
região pantaneira.
“Nunca houve um trabalho voltado
para selecionar nelore para o Pantanal.
O que nós procuramos nos indivíduos
do rebanho são duas características fundamentais para o pecuarista: fertilidade
e capacidade da vaca em criar um bezer-
ros no projeto têm a intenção de lançar
no mercado uma grife de carne com garantia de origem, a marca, patenteada, já
existe, NP (Nelore Pantanal), que será
empregada os animais dos produtores
que quiserem e se enquadrarem nos padrões de qualidade e manejo exigidos
pelo grupo. “Temos preocupação quanto
à preservação ambiental e a qualidade
sanitária do que produzimos. O gado e a
carne só vão receber a marca se cumprir
com certos critérios”, ressalta.
Seleção permite o desenvolvimento de animais com alta adaptabilidade no Pantanal
ro que esteja pesado na hora do desmame. Tudo isso no ambiente pantaneiro,
que é bem diferente do que o encontrado na serra. Se a mãe entrega a cria com
um bom escore corporal, este animal tem
alta adaptabilidade e é selecionado”, detalha.
Além disso, Armando e seus parcei-
Mais novidades
Outro trabalho que o médico veterinário vem desenvolvendo na Fazenda
Santa Terezinha, onde tudo teve início,
é a sincronização de matrizes com monta
natural. A sincronização é uma técnica
de indução do período reprodutivo das
vacas, a qual usa um dispositivo que é
colocado na vagina do animal que induz
ao cio. A vantagem é facilitar o manejo
do gado e ter uma bezerrada com idade
8
OUTUBRO 2009
uniforme. A técnica é usualmente empregada com inseminação artificial.
Com mais vacas no cio ao mesmo tempo os touros têm de trabalhar mais, o que
poderia causar um desgaste excessivo
dos reprodutores. “Isso não acontece por
dois motivos. Primeiro porque eles são
colocados com 15 vacas para cada, o recomendado são 30. Além disso, nós conduzimos as vacas até o touro, então ele
não perde peso caminhando. O resultado é que ele termina o serviço mais rapidamente, então entra em descanso por
alguns dias. Com isso conseguimos, ao
fim da temporada de monta, utilizar menos touros do que no sistema convencional”, explica.
Esta técnica, inédita no país, permite
que o fazendeiro necessite de menos touros. Segundo Armando, uma propriedade que tenha de manter 250 reprodutores pode ter o mesmo resultado com apenas cem. Com isso, o produtor pode in-
Armando Pereira: Pecuária toda ganha
vestir em touros com qualidade genética
melhor, que são mais caros. “Dessa forma a pecuária de Mato Grosso do Sul é
quem sai ganhando”, finaliza.
Na Universidade Federal de MS, outro grupo também realiza trabalho semelhante. LEIA NA PÁGINA 12
Empresa de MS desenvolve curral
antiestresse pensando no Nelore
Durante a Expoinel MS, a Concrelaje, empresa do ramo de pré-moldados,
mostra um de seus mais novos produtos, o curral antiestresse, que garante
facilidade no manejo do gado e ainda o
bem-estar dos animais, quesito que tem
sido exigido por mercados consumidores em todo o mundo.
De acordo com Celso Augusto Caffi
de Souza, diretor da empresa, o curral antiestresse fabricado pela empresa se diferencia porque é construído de forma a bloquear totalmente a visão que os animais
têm do ambiente externo, o que proporciona mais tranquilidade no manejo.
“Além disso, nosso modelo é feito
cem por cento em concreto, sem a ne-
cessidade de madeira, o que também atende a outro apelo mundial, a diminuição do
desmatamento no Brasil. Outro diferencial é
que em nosso curral fizemos adaptações para
se ajustar às características de comportamento do gado nelore, que é mais arisco do que
o criado nos Estados Unidos, onde o conceito da estrutura foi desenvolvido”, observa.
Mas não são só currais que a Concrelaje
produz. Segundo Souza, a empresa tem uma
linha completa para atender os produtores rurais. “Nascemos voltados para atender as necessidades do agronegócio, então temos bebedouros, reservatórios, galpões, mata-burros
e até casas pré-fabricadas”, pontua.
A prova da satisfação dos clientes da Concrelaje pode ser medida através do índice
de retorno após a primeira venda; 40% deles retornam para novas compra ainda no
primeiro ano e após três anos 70% dos clientes já fizeram novas aquisições.
“Acreditamos que teremos uma boa participação durante a Expoinel, pois estaremos
apresentando nossos produtos a grandes e
conceituados produtores. E, como temos uma
linha diferenciada, a expectativa de fecharmos
negócios é grande”, comenta Souza.
Como foi feito
O curral anti-estresse foi idealizado pela
pesquisadora americana Temple Grandi a partir de observações do comportamento animal,
e foi construído de tal forma que o gado fosse
manejado de forma a diminuir a tensão e o
Celso Augusto, dir. da Concrelage:
Linha completa para o campo
estresse durante seu manejo. Um exemplo disso são os corredores em curva,
que tiram vantagem de uma atitude instintiva dos animais, que -na natureza
quando perseguidos-, têm a tendência
de correm em círculos, uma forma de
se assegurar que vão retornar ao rebanho onde estavam anteriormente.
Mais recentemente, ainda seguindo
a tradição de acompanhar as tendências do agronegócio, a empresa começou
a construir estruturas pré-moldadas para
frigoríficos e usinas de produção de álcool e açúcar.
“Nossa empresa sempre foi voltada
para a agricultura e pecuária, com o tempo foram surgindo as oportunidades com
os frigoríficos e usinas. Nós fizemos as
instalações do frigorifico Bertin em Campo Grande e do Marfrig em Porto Murtinho. Também é nosso o trabalho realizado nas usinas Vista Alegre e São Fernando”, lembra. “Mas nunca deixamos de
atender o produtor. Aqui, temos produtos para grandes e pequenos”, frisa.
9
OUTUBRO 2009
Raça
Expoinel MS mostra a evolução do Nelore
“Albano Franco” foi adaptado para sediar a maior feira indoor da raça Nelore do mundo
Para mostrar o potencial da raça
Nelore de Mato Grosso do Sul, a Associação dos Criadores de Nelore de
MS (Nelore MS), promove de 5 a 15
de novembro a Expoinel MS 2009 –
maior feira indoor da raça Nelore do
mundo, no Centro de Convenções e
Exposições Albano Franco, em Campo Grande-MS.
O evento tem a expectativa de receber
nos 11 dias de exposição 150 expositores de diversas partes do País, 1.200 animais no recinto, e uma média de 20.000
visitantes. Além disso, um ciclo de palestras movimenta a exposição nos dias
09,10, 12 e 13.
O Albano Franco recebeu adaptações
para abrigar o evento. São mais de 16 mil
metros quadrados, distribuídos para estandes, praça de alimentação, corredores
com os cochos onde ficam os animais,
pista de julgamentos, entre outros.
Para Pedro Gomes, diretor da Boibank,
empresa responsável por toda a estrutura da feira, o evento não perde em nada
para outras grandes exposições do Brasil. “Além de ser a maior feira indoor da
raça Nelore do mundo, é uma das maiores exposições da América Latina que eu
já vi. Tive a oportunidade de organizar o
espaço físico de grandes acontecimentos
como a Feicorte, em São Paulo, e aqui é
Nelore MS premia
os melhores da PGP
durante leilão
Expoinel MS 2009 passa a figurar como a maior feira indoor de Nelore do mundo
algo que impressiona também”, ressalta
Gomes.
São 150 expositores, entre pecuaristas e empresas de diversos setores, como
nutrição, troncos e balanças, e genética
animal. O Centro de Convenções Albano Franco, local do evento, teve de sofrer adaptações para melhorar o conforto
de visitantes e argolas no recinto, entre
elas, a construção de lavatórios na área
externa para o gado, a instalação de cochos dentro e fora do prédio, e climatizadores no pavilhão. Animais de grandes criatórios do País estão no local. São
nomes como a Sabiá, Santa Bárbara, AJJ,
Jonas Barcellos, RM Nelore Agropecuária, Mata Velha, entre outros.
Mais informações:
www.nelorems.org
Durante o Leilão Reprodutores Nelore MS no Tatersal de Elite da Acrissul, a Nelore MS – Associação Sul-MatoGrossense dos Criadores de Nelore –
premiou os criadores proprietários dos
três melhores animais da Prova de Ganho de Peso (PGP) da Nelore MS e da
Embrapa.
O primeiro lugar ficou com Rubens
Catenacci, com o bezerro Dzero FIV
da 3R, seguido por Geraldo Carvalho
Junior, dono de Mando FIV GC da SL.
O terceiro foi César Machado Filho,
com Renno TE Kubera.
A prova é um dos projetos da Associação Sul-Mato-Grossense dos Criadores
de Nelore - Nelore MS. Em 2009 participam 94 bezerros, número recorde desde a primeira edição. As características
avaliadas são aptidão para o ganho de
peso, área de olho de lombo (AOL), acabamento de carcaça, ganho de peso, índice de marmoreio e maciez da carne;
esta última analisada desde 2007.
10
OUTUBRO 2009
Raça
Empresa leva novidades
para manejo de animais P.O
Agro Ipê é responsável pelas pesagens da Expoinel
Ilgo Luiz Raizer, proprietário da Agro
Ipê, espera fazer grandes negócios nessa
quarta edição da Expoinel MS, que acontece entre os dias 5 e 15 de novembro em
Campo Grande. “Estivemos presentes no
ano passado, e foi uma participação muito boa. Fizemos excelentes vendas e, para
este ano, a expectativa é de que os negócios sejam ainda melhores”, disse.
Esta previsão de Raizer se justifica
pela quantidade de animais que vão estar expostos na feira, o que deve atrair
um número maior de público e resultar
em negócios fechados.
Um dos diferenciais que a empresa
vai levar para o evento é um tronco especial para o manejo de gado PO (Puro de
Origem). “Atualmente, os animais estão
adquirindo um tamanho maior, e para
atender suas necessidades nós temos um
tronco redimensionado, mais longo e
mais alto”, detalha.
Raizer lembra que a Expoinel é uma
feira diferente das demais, isso porque é
a maior exposição indoor de exemplares
da raça Nelore no mundo, o quê, por si
só, já atrai a atenção de muitos criadores
e do público em geral.
mete que os preços
dos produtos vão estar “muito bons”,
isso é um motivo a
mais para o otimismo
que ele tem na participação de sua empresa na feira.
A Agro Ipê é a
empresa responsável
por armar a estrutura
para a pesagem dos
animais que participam dos julgamentos
da Expoinel MS 2009
indoor. Há 30 anos
no mercado, a empresa vem para a maior
Ilgo Raizer, diretor da Agro Ipê: Boas expectativas com Expoinel
feira em ambiente feEle credita o sucesso das edições pas- chado da raça Nelore do mundo com a
sadas ao empenho dos organizadores. “O tecnologia do tronco Multiflex, que dá
presidente da Associação dos Criadores de mais liberdade ao animal evitando que
Nelore de Mato Grosso do Sul, Lineu Pas- ele se machuque, sem comprometer a
quoallato, veste a camisa e vai em frente. A segurança do trabalho. Serão 5 técnicos
organização é excelente valorizando desde responsáveis pela pesagem oficial do
os peões até os pecuaristas”, destaca.
gado presente no Centro de Convenções
Para a edição deste ano, Raizer pro- e Exposições Albano Franco
11
OUTUBRO 2009
Lançamento
Nova vacina contra a clostridiose
garante não causar estresse no gado
Além dos resultados extremamente eficazes, a Vision 7 dá menos trabalho na hora de vacinar
Vacinar o gado é a hora do corre-corre na fazenda, juntar os animais, colocá-los no curral, se apressar para a vacina não ficar fora da
temperatura, um estresse. Mais estressante ainda é para os animais
que vão ser vacinados, a reação da
vacina frequentemente deixa o rebanho amuado, que para de caminhar, come menos e até para de
ganhar peso por um tempo.
Pensando no estresse que o gado
sofre depois foi que a Coopers desenvolveu nos Estados Unidos uma
vacina que não causa reação, a Vision 7, que foi apresentada aos pecuaristas do Estado em um evento
de lançamento no Sindicato Rural
de Campo Grande o dia 4 de novembro.
“Esse produto é o líder do mercado americano no segmento e foi
incorporado a linha que a Coopers
oferece aqui no Brasil”, explica Lineu Padovese, gerente de mercado
do empresa. “A vacina tem dois diferencias, além de evitar o estresse,
ela é uma dose de apenas 2 ml, e
tem o adjuvante spur, que ajuda na
absorção do medicamento e em sua
conservação”, detalha.
O que é
As doenças mais comuns causadas pelos clostrídios são: manqueira, morte súbita, carbúnculo
e gangrena gasosa. Padovese explica que as bactérias que causadoras destas doenças são encontradas no solo em todo o planeta, é
impossível que os animais sejam
isolados do contato com elas. Po-
alimentação que está oferecendo. A
bactéria está nos intestinos dos animais, quando por algum motivo, ela
encontra condições favoráveis para se
reproduzir -o que pode acontecer com
uma mudança na dieta-, a doença se
manifesta e o animal morre”, explica.
“Muita das vezes o peão vê um animal que estava bem em um dia e no
outro amanheceu morto e pensa: ‘foi
picado por cobra’. O clostrídio mata e
a cobra leva a fama”, cometa.
O gerente de mercado da Coopers,
Lineu Padovese, explica a eficácia da
vacina, em evento no Sindicato Rural
rém, só se manifestam quando encontram condições ideais para a reprodução.
“No meio ambiente ela é um esporo, como se fosse uma pedra microscópica. Mas, quando a bactéria encontra um ambiente com pouco oxigênio,
ela desperta e começa a se reproduzir,
neste processo libera uma toxina, que
é justamente a causadora das doenças”.
Os diferentes tipos de clostrídios
causam sintomas diversos nos animais, e o produtor tem de estar atento a eles. A manqueira é um, ataca
geralmente os mais jovens. A gangrena gasosa se manifesta como um edema (acumulo anormal do algum fluido) que ao toque parece que está
cheio de gás. Há ainda a morte súbita, que é difícil de se prever ou se diagnosticar.
“A respeito da morte súbita, o pecuarista tem de estar atento quanto à
Manejo
Além dos resultados eficazes, a Vision 7, segundo Padovese, tem outra
vantagem, menos trabalho na hora de
se vacinar. Por ser uma dose de apenas 2 ml ela demanda menos recargas
na pistola de vacinação – que geralmente carrega 50 ml. “Usando a Visi-
on 7, o funcionário da fazenda vai
imunizar 25 animais com uma pistola cheia, enquanto, se usar outro produto, vai vacinar apena
dez”, faz as contas.
Quanto ao custo, conforme o
gerente, não deve ser diferente das
vacinas existentes hoje no mercado, cerca de R$ 0,70 a dose.
Para os animais que recebem a
primeira imunização, é necessário
que se faça um repasse entre três e
quatro semanas depois, após isso
a Vision 7 requer apenas uma aplicação anual.
INFORMAÇÕES E VENDAS:
A prevenção é o melhor caminho
A clostridiose
abrange processos
infecciosos e de intoxicações geralmente
fatais. Sua ocorrência é mundial e acomete, principalmente, bovinos, ovinos e
caprinos.
No Brasil, o prejuízo causado por
ela é estimado em
mais de cem milhões
de reais por ano.
As bactérias do
gênero clostridium
sobrevivem no meio
ambiente na forma
de esporos. Quando encontram condições
favoráveis no animal multiplicam-se, pro-
duzindo e liberando toxinas.
Na prática, o
uso de antibióticos
não é eficaz devido à rapidez da
evolução do quadro clínico e à ação
das toxinas sobre
as quais os antibióticos não atuam.
A prevenção é
o melhor caminho. O uso de Vision 7, aliado à
adoção de medidas de higiene sanitária, é a melhor conduta para preservar a saúde
animal e o investimento do produtor.
12
OUTUBRO 2009
Raça
Grupo cria reprodutores
especiais para enfrentar
os desafios do Pantanal
Grupo Melhoradores existe desde 1996 em MS
O Pantanal é uma das maravilhas naturais do planeta mais impressionantes,
com paisagens únicas, é um dos melhores lugares para se criar gado em harmonia com a natureza. Contudo, também é
um dos mais inóspitos ambientes e os
animais sentem esta hostilidade. Para os
produtores da região, um dos grandes
desafios é levar o melhoramento genético para a pecuária pantaneira, pois, muitas vezes, os reprodutores, que no dia
da compra são formosos e robustos, com
o passar do tempo, tem seu desempenho
comprometido por causa daquele ambiente.
Para solucionar este problema o Grupo Melhoradores Pantanal selecionou
touros POs (Puros de Origem), da raça
Nelore, com capacidade para suportar
essa realidade hostil. “Nós usamos um
sistema que não é artificializado, os animais são criados a pasto, em circunstâncias parecidas com as que vão encontrar
no Pantanal. E isso diminui a possibili-
dade desse touro vir a sofrer sob essas
novas condições”, explica o professor
dos cursos de medicina veterinária e zootecnia da Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul (UFMS), Valdemir Alves
de Oliveira, membro do Grupo.
“Oferecemos uma avaliação genética
com base científica de animais que foram cria dos em ambientes muito próximos dos que eles vão enfrentar no Pantanal. É um trabalho técnico sem achismo.
Além disso, nossos animais não são de
cocheira, os quais comem ração, eles se
alimentam de pasto e têm grande capacidade de transformar esse alimento pobre
em carne”, completa Jânio Coelho da Silveira, agrônomo, mestre em melhoramento genético e membro do Grupo.
No último dia 17, foi realizado o Leilão Melhoradores Pantanal, quando foram vendidos 60 touros PO especialmente selecionados para a dura realidade das
planícies alagadas. Segundo Oliveira,
todos os animais são criados na serra,
Professores Jânio e Arley Coelho da Silveira e Valdemir Alves de Oliveira (UFMS)
mas em condições semelhantes que vão
encontrar no Pantanal.
Os reprodutores são avaliados com
exames andrológicos, que medem a fertilidade. Também têm estimativas de Diferença Esperada na Progênie (DEP), as
quais são feitas pela Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e ela
Universidade de São Paulo (USP). “O
animal é avaliado na em sua capacidade
reprodutiva e produtiva, pois as DEPs
mostram o que o produtor pode esperar
do reprodutor que está comprando em
termos de precocidade sexual e ganho de
peso de seus filhos”, diz Oliveira.
O início
Conforme Arley Coelho da Silveira,
professor de Medicina Veterinária da
UFMS, o trabalho para se chegar aos animais oferecidos hoje em dia começou há
1º Leilão Melhoradores Pantanal teve liquidez total
Liquidez total e uma média de R$
4.600 por animal vendido estes foram os resultados do 1º Leilão Melhoradores Pantanal, que foi realizado no último dia 17, no tatersal do
Corixão, em Rio Verde, na região do
Pantanal da Nhecolândia. Vários animais atingiram valores acima de R$
6.000, sendo muito disputados entre
os compradores. Os 60 animais ofertados foram comercializados em pouco mais de uma hora. A organização
do leilão ficou a cargo da Pantanal
Leilões, de Campo Grande.
“Tivemos uma média muito boa”
disse Valdemir Alves de Oliveira,
membro do Grupo Melhoradores Pan-
tanal, um dos organizadores do leilão.
“Isso reflete a credibilidade do grupo bem
como a qualidade dos animais comercializados. É difícil se encontrar touros,
PO, com aquele padrão sendo ofertados
naquela região, esse foi um dos motivos
do sucesso do evento”, avaliou.
Segundo Oliveira, todos os 60 touros
nelore PO vendidos têm sua qualidade
genética avaliada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
e pela Associação Nacional de Criadores
e Pesquisadores (ANCP/USP), e exames
andrológicos que garantem a fertilidade
dos reprodutores.
Além de Oliveira, que ofertou animais
de sua propriedade, a Fazenda Bela Vis-
ta V2, também participaram Arley Coelho da Silveira, da Nelore Cabeceira; Jânio Coelho da Silveira, da Nova
Califórnia; e Antônio Luiz, da São
Manoel.
O Grupo Melhoradores, desde
sua criação há 14 anos, tem comercializado parte de seus produtos
ofertados, no Leilão Melhoradores
da Expogrande, a criadores da região da Nhecolândia o que os credencia a realizar esta edição pantaneira do leilão. A próxima edição
acontecerá na primeira quinzena de
outubro de 2010, onde o grupo ofertará animais com a qualidade e a
garantia de sempre.
w w w. a c r i s s u l . c o m . b r
cerca de 40 anos, com seu pai Rui Martins da Silveira. “Ele começou com um
plantel próprio, comprando touros em
Uberaba, e foram agregadas mais de cem
matrizes durante este trabalho. É uma
genética muito antiga”, conta.
O Grupo Melhoradores existe desde
1996 e foram os pioneiros no Estado a
oferecerem touros com exame andrológico. “Na UFMS havia este trabalho e nós
levamos para os leilões. Na época houve
resistência, se perguntavam por quê se
precisava disso. ‘É uma bobagem’, diziam. Hoje é uma regra”, lembra Oliveira.
“E, naquele tempo, quem oferecia exame
andrológico não era reconhecido, pois
não recebiam nada a mais por estes animais”, emenda Arley.
Jânio lembra que, se hoje o Grupo é
reconhecido pelos pecuaristas do Pantanal, é porque também houve uma mudança de postura na maneira de se conduzir seus negócios. “Atualmente, o pecuarista pantaneiro é preocupado com a
nutrição dos animais, então ele tem um
pasto melhor, cuida da sanidade do rebanho e busca uma boa genética. E nós
temos orgulho de sermos os escolhidos
para sermos parceiros deles em levarmos
a parte genética. Os criadores do Pantanal têm uma grande empatia por nós”,
frisa Jânio.
Oliveira ressaltou que, apesar do Leilão Melhoradores Pantanal ter sido o primeiro, o que gerava certa insegurança, o
Grupo contava com a credibilidade de
estar no ramo há um bom tempo e que
há criadores que compram com eles há
mais de 13 anos. “Isso comprova que os
nossos touros dão resultados para eles”.
“Se não houvesse credibilidade de
quem está oferecendo o touro, não teríamos este sucesso. Temos um trabalho
de responsabilidade e garantimos isso.
Se o animal não ter o resultado esperado, nós entregamos outro no lugar”, finalizou Arley.
13
OUTUBRO 2009
Sanidade Animal
Vacinação geral contra
febre aftosa vai até dia
30 de novembro em MS
Na ZAV vacinação começou em outubro e vai até 15-11
O rebanho de bovídeos do Mato Grosso do Sul deve ser todo vacinado contra
a febre aftosa até o dia 30 de novembro.
No Estado, são 22 milhões de cabeças,
produzidas em 54.351 propriedades. As
cidades que fazem fronteira, tanto com o
Paraguai quanto com a Bolívia, são incluídas na Zona de Alta Vigilância (ZAV),
por recomendação da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
“Na ZAV, a segunda etapa da campanha começou em 1º de outubro e se estende até 15 de novembro, porque é feita
diretamente pelo serviço oficial do gover-
no”, destaca o chefe do Serviço de Defesa Agropecuária no estado (Sedesa), Elvio Cazola. Nos outros municípios, a
vacinação deve ser feita entre 1º e 30 de
novembro.
Mato Grosso do Sul é reconhecido
pela (OIE) como zona livre de febre aftosa com vacinação. No estado, quase 300
fiscais atuam para manter a sanidade dos
animais.
A ZAV é uma faixa de aproximadamente 1.500 quilômetros, que se estende pelos municípios de Corumbá, Ladário, Porto Murtinho, Caracol, Bela Vista,
Antônio João, Ponta Porã, Aral Moreira,
Coronel Sapucaia, Paranhos, Sete Quedas, Japorã e Mundo Novo, onde as ações
de vigilância veterinária são reforçadas.
Nessa região, são criados 800 mil bovinos e bubalinos em 5,9 mil propriedades.
As vacinas serão aplicadas pela
equipe da Agência Estadual de Defesa
Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), com
supervisão da Superintendência Federal de Agricultura no Mato Grosso do
Sul (SFA/MS). Também será realizada
atualização cadastral das propriedades
na ZAV.
Mais de 160 milhões de bovinos e bu-
balinos devem ser vacinados contra a febre aftosa em novembro, em todo o País.
Essa é a estimativa do Ministério da Agricultura (Mapa) para a segunda etapa da
campanha nacional de 2009, que será
realizada este mês em 18 estados e no
Distrito Federal.
Os pecuaristas terão 30 dias para aplicar as vacinas nos seguintes estados:
Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo,
Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do
Sul, São Paulo, Sergipe e Tocantins, assim como no Distrito Federal. No Amapá, a vacinação deve ocorrer até o dia 15
de novembro.
Apesar da doença não afetar seres
humanos, a febre aftosa é um dos principais fatores levados em conta no fechamento de acordos comerciais de exportação e importação de carne. Além
de Santa Catarina, que desde maio de
2007 é reconhecida como área livre de
aftosa sem vacinação, os demais estados do Sul e todos do Centro-Oeste e
do Sudeste, mais Rondônia, Acre, Tocantins, Bahia, Sergipe, Rio Grande do
Sul, Paraná e a maior parte do Pará receberam o status de área livre com vacinação da Organização Mundial de
Saúde Animal (OIE).
14
OUTUBRO 2009
Mercado
Condomínio produz
touros com ciência
e muita tecnologia
Leilão BR Texas ofertou Brahman e Brangus
produzidos em Mato Grosso do Sul
Usar a tecnologia para produzir e
avaliar a qualidade genética dos animais, esta é a filosofia dos produtores que realizaram o 2º Leilão BR Texas e Convidados, quando foram comercializados cem touros da raça
Brahman e quarenta da Brangus. O
Brahman está presente no Brasil há
15 anos e, de lá para cá, tem passado
por significativas melhorias. Hoje, os
animais respondem muito melhor as
condições climáticas de Mato Grosso
do Sul, isso é fruto do trabalho de
seleção realizado pelos criadores, que
buscam, através de pesquisa, oferecer uma genética que venha a satisfazer as expectativas dos produtores.
“Os criadores do Estado usam bastante a raça Brahman para conseguir a
heterose, que é o choque de sangue que
acontece quando se cruza com o nelore,
por exemplo. Como resultado obtêm-se
uma animal mais pesado no desmame e
que chega a fase de abate com até seis
meses de antecedência, ou seja, é um
animal de ciclo curto”, ressalta Antônio
João de Almeida, criador da raça e participante do leilão.
Ele lembra ainda que, do tempo que
o Brahman chegou ao Brasil até hoje, os
criadores fizeram um grande trabalho de
seleção, escolhendo os melhores adaptados ao clima do Centro Oeste. Segundo
Almeida, atualmente, há países interes-
Criadores oferecem a genética que satisfaz a expectativa dos produtores rurais
sados em comprar animas da raça produzidos aqui no Brasil para melhorem
seus planteis.
“Dentro do trabalho genético feito com
o Brahman o fundamental é a coleta de
dados para identificarmos o melhor reprodutor, fazemos isso para termos animais
com um melhor ganho de peso e carcaças
de qualidade superior, uma veze que a
nossa meta é a produção de carne”.
Almeida explica ainda que, para se ter
uma estimativa do resultado dos touros, é
feita ultrassonografia com o objetivo de se
avaliar a disposição da gordura na área de
lombo, onde estão os cortes mais nobres.
Trabalho de seleção reconhecido em todo o País
O condomínio BR Texas, localizado em Ponta Porã, trabalha com Brahman, Brangus e Nelore desde 1997
com cria, recria e engorda. No início,
eram usadas matrizes Nelore e sêmen
de Angus e Simental. Passado algum
tempo observou-se que as vacas meio
sangue Angus/Nelore era as melhores
mães, e que os melhores cruzamentos obtidos com elas eram os feitos com
touros Brangus e Brahman, já que
seus filhos eram abatidos aos 2 anos
com uma média de 18 arrobas.
Diante disso, em 2006 o BR Texas
importou dos Estados Unidos algumas
matrizes Brahman de origem Hudgins,
dando início a seleção utilizando tecnologia de ponta em reprodução como
FIV e TE. Com o Brangus, foram utilizadas vacas originadas dos melhores criatórios brasileiros, com pelo
menos três gerações de seleção. “Utilizamos sêmen de touros americanos
com no mínimo cinco gerações de se-
leção, pois entendemos que os animais
com mais gerações têm uma maior consistência genética aumentando o grau de
homozigose nos filhos e, por sua vez, produzem animais mais homogêneos quando cruzados com vacas Nelore”, explica
Orlando Carlos Martins, do BR Texas.
Com a raça Brangus, segundo Martins, as vacas foram selecionadas e acasaladas com touros que apresentavam as
características desejadas: fertilidade, precocidade e alta adaptabilidade ao meio.
“Mas, apesar de já estarmos selecionando duas raças, chegamos a conclusão de
que não poderíamos deixar de fora aquela que é a maior de todas as raça no Brasil, o Nelore. E em 2007 compramos as
primeiras matrizes e juntamente com
parcerias produzimos cerca de 300 prenhezes”, lembra Martins
A fazenda utiliza um sistema próprio
de seleção que é alavancado pelo Programa de Avaliação da Associação Brasileira de Criadores de Zebu, além de avalia-
ção de carcaça com ultrassonografia.
“Com essas ferramentas submetemos
nossos animais a um rigoroso processo de seleção, no qual, além da fertilidade, precocidade e adaptabilidade,
nos certificamos de que os animais têm
bom temperamento e resultados em
regime de pasto”.
Segundo Martins, a expectativa
para 2010 é de que sejam produzidos
1200 bezerros POs das três raças.
Por todos estes motivos o Condomínio BR Texas tem sido reconhecido
na pecuária brasileira com animais
de resultado. Em 2008 nas exposições
oficiais da Associação Brasileira de
Criadores de Brangus ficou em 7º lugar, e em 2009 foi a coroação com o
1º lugar no ranking nacional de criadores e 2º lugar como expositores, mostrando excelentes resultados em um
curtíssimo espaço de tempo, evidenciando que o processo adotado está no
caminho certo.
“Procuramos saber com quantos
milímetros de gordura o animal está
e se é encontrada gordura entremeada a carne”, explica. Ele ressalta que
o trabalho de seleção começa logo que
o bezerro nasce, os que não apresentam as características desejáveis são
descartados.
Negócio
O 2º Leilão BR Texas e Convidados, realizado no dia 20 de setembro,
ofereceu 140 exemplares e obteve uma
boa média, R$ 5.097,72 para os da
raça Brahman; os Brangus foram arrematados com uma média de R$
4.993,10. O animal mais caro de todo
o evento foi vendido por R$
15.000,00.
Origem
Almeida foi um dos pioneiros a
criar o gado Brahman, que foi desenvolvido ao longo de cem anos de cruzamentos entre raças zebuínas e européias. “Eu fui um dos que estava
na comitiva para buscar os primeiros
touros no estado americano do Texas”, relembra. De acordo com ele, as
principais características da raça são
a alta adaptabilidade ao clima brasileiro e resistência aos parasitas, além
da precocidade.
Já o Brangus é uma raça sintética
composta pelas raças Brahman ou
Nelore (raças Zebuínas) e Aberdeen
Angus (raça Taurina), podendo ser
preto ou vermelho. A raça foi criada
inicialmente no Brasil pela Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa) na Estação Experimental de
Gado de Corte de Bagé (Rio Grande
de Sul), na década de 1970, porém já
existia muito antes em outros países
como Argentina, EUA, Austrália.
16
OUTUBRO 2009
Entrevista
VALTER PEREIRA, Senador/Mato Grosso do Sul
“Vamos investigar
as ações do MST.
Não há mais como
esconder os fatos”
Acho que a reforma agrária para cumprir realmente sua finalidade ela tem que
fazer a inclusão social.
Fabiano Reis – Especial para a Folha
A criação da CPI mista para investigar repasses da União para entidades ligadas
ao MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) significou uma dura derrota
para o Governo Federal e uma vitória, não só para a oposição e a bancada ruralista,
mas para toda sociedade brasileira.
A CPI conta com o apoio de 210 deputados e 36 senadores —sendo que o número mínimo exigido era de 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado. Governo e
oposição travaram uma disputa até a meia-noite do dia 21 de outubro, em torno dos
parlamentares que deram aval à comissão de inquérito.
A comissão vai ser composta com 12 senadores e 12 deputados e o governo deve
ter maioria, podendo controlar os principais cargos da comissão, ocupando a presidência e relatoria.
A oposição suspeita que ao menos R$ 115 milhões tenham sido desviados pelo
movimento de convênios com o governo. Uma das linhas de investigação será em
cima do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de São Paulo.
Para falar sobre este assunto, o presidente da Comissão de Agricultura do Senado
Federal, senador Valter Pereira, PMDB-MS, concedeu entrevista à Folha do Fazendeiro.
FOLHA DO FAZENDEIRO –
Quais são as expectativas sobre a
criação da CPMI do MST?
SENADOR VALTER PEREIRA – Em
primeiro lugar é necessário saber quem financia o MST, depois se de fato há uma
manobra para que o movimento receba recursos através de outras entidades que
estão à luz do dia, como ONGs, registradas. Porque, na verdade, o MST é uma
ficção, não tem personalidade jurídica e por
isso e como se fora uma mala sem alça.
Ninguém consegue sentir, pegar, sabe que
existe faz uma grande mobilização, mas
não tem, por exemplo, a possibilidade de
se responsabilizar oMST por nada, então é
preciso que a CPI desvende este mistério.
Até que ponto são outras ONGs internacionais que estão financiando, ou se são recursos do Governo que estão alimentando
essas invasões, depredações, esses crimes
que estão sendo cometidos pelo MST.
P – Neste caso, o que for apurado cai exclusivamente sobre o MST?
R – Eu não tenho nada contra ONGs,
acho que as ONGs no mundo, na maioria
dos casos atuam de modo inteligente, construtivo, mas não podemos admitir que uma
entidade que não tem personalidade jurídica própria, ou seja, não
pode ser responsabiliza“Um movimento
do pelos seus atos, de
reivindicatório não
repente passa a receber
recursos públicos para
faz o que foi feito
fazer vandalismo. É prepelo MST. Não é só
ciso, realmente, colocar
lá que fizeram o
um freio. Na ocasião da
vandalismo, em
invasão e destruição da
outros lugares há
Fazenda da Cutrale no
interior de São Paulo, o
diversos outros
movimento demonstrou
exemplos ”
claramente que não se
tratava de uma ação reivindicatória. Um
movimento reivindicatório não faz o que
foi feito pelo MST. Não é só lá que fizeram
o vandalismo, em outros lugares há diversos outros exemplos, como centros de pesquisas onde destruíram produção e material genético. Isso tem que acabar no Brasil não pode haver essas anarquias.
É necessário trabalhar e trabalhar em
paz, aquele que investe precisa de segurança jurídica, quer a certeza que pode investir,
pois o Estado existe para lhe proteger.
P – Nos casos citados de destruição, como você classifica a participação do Governo na investigação, o governo foi brando?
R – O Governo tem que deixar de ser
leniente, precisa ser rígido com toda transgressão, não só o MST, mas com toda pessoa física ou jurídica que descumprir a lei
precisa ser punida e responder pelos seus
atos. O Governo não pode afrouxar. Então
vemos às vezes, até na declaração de um
representante governamental “Olha, houve excessos”. Ora, ali não houve excesso
não, lá houve crime, uma invasão do patrimônio, não importa se a origem do título é
discutível ou não e sim, que hoje é preciso
respeitar a legislação, o patrimônio, o investimento. Então o Governo tem que ser
rigoroso e neste sentido o Congresso tem
toda razão. Até o ex-deputado Plínio Arruda Sampaio, que esteve na Comissão de
Agricultura recentemente (preside uma
entidade pela defesa da reforma agrária),
em um depoimento que ele prestou disse
algo assim: “É para apurar qualquer transgressão, a lei é para ser cumprida”. Então
meu posicionamento é o mesmo, tem que
se apurar e responsabilizar os infratores e
no caso de houver algum órgão do Governo, autoridade que esteja a facilitando a liberação de recursos de forma irregular
precisa também ser investigado.
P – Com isso tem que se dar?
R – Em minha avaliação pessoal, o lavrador tem que passar desta condição e
passar a ser produtor, mas na maioria dos
assentamentos, infelizmente, eles vêem se
configurando como favelas rurais. Em primeiro lugar não há uma boa seleção da
qualidade da terra, é preciso que tenha logística, porque o agricultor familiar, lida
como pequena produção, e esta se não tiver logística, ou seja, se a produção não
chegar ao consumidor, ele vai sofrer uma
frustração. Eu já vi casos, por exemplo,
que o assentamento produziu um grande
estoque de melancias e as frutas apodreceram por não ter chegado ao mercado consumidor.
P – Como está o perfil do assentado? São realmente trabalhadores
sem-terra?
R – Tenho visto exatamente essa situação neste perfil. Hoje com a integração do
Incra com os movimentos sociais, a seleção é feita especialmente pelos movimentos e normalmente neste tipo de organização, prevalece o interesse pessoal e até
mesmo político. E quando se mistura esses
interesses, nem sempre se considera aquele perfil ideal, a seleção não é boa. A prioridade que se dá é preocupante, para alguns
casos é encher os assentamentos, fazer números, aumentar as estatísticas, no parcelamento das áreas se confere um número
menor para que se consiga um maior número de assentados. Com isso, quando é
adotado esse critério o agricultor não tem
como produzir, pois sua área é pequena
demais. Outro grande problema que existe
na reforma agrária é, talvez o mais grave, a
falta de assistência técnica, a oferecida pelo
Incra é deficiente, a seleção da empresas
que vão participar da extensão rural é precária, muitas vezes os próprios movimentos constituem empresas e vão prestar essas assistência. Há pouco tempo, quando o
ministro Cassel esteve na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal, eu o questionei muito sobre isso e ele
mostrou um dado que é importante, que a
Assistência Técnica está ganhando um foco
interessante a se contratar as Emater, um
sistema que existe de assistência que tem
uma larga experiência, mas que foi abandonada nos últimos tempos.
P – Seguindo a tradição do Governo, por ter maioria no congres-
17
OUTUBRO 2009
so, ele deve ocupar cargos importantes na CPI, como o de presidente
e relator. Isso causa temor não só
ao produtor, mas a toda sociedade
brasileira desta investigação não ir
para frente. O que esperar?
R – Acho que há outro fator que conspira contra a CPMI. O momento que estamos vivendo. Estamos às vésperas de uma
eleição, então já notamos no Congresso
Nacional que há uma perda de qualidade e
quantidade da produção legislativa, por
conta deste clima que já toma conta. Outra questão decorrente do momento, é que
quando estamos nas vésperas de uma eleição é fazer da CPMI um palanque eleitoral, também é muito ruim para a apuração
dos fatos. Tudo isso, nos ver que há fatores que vão contra o bom andamento da
CPMI, a indisposição do Governo de ver
os fatos apurados e também a proximidade das eleições.
P – Há situações positivas para o
andamento da CPMI?
R – Mas acredito que não elimina as virtudes da criação da investigação, pois havendo
ou não, as interferências que me refiro, não
há como esconder os fatos. Haverá convocações, a imprensa está vigilante, o que instiga os parlamentares a revelar os fatos.
Notícias da carne
Abate cresce 16,6% no Estado
em setembro em relação a 2008
A quantidade de bovinos abatidos em
setembro nos frigoríficos certificados pelo
Serviço de Inspeção Federal (SIF) em
Mato Grosso do Sul cresceu 21,24% em
relação ao mesmo mês do ano passado.
De acordo com dados do Serviço de Inspeção de Produtos Agropecuários –Sipag/
SFA/MS, foram 257,4 mil abates em setembro de 2009.
Em comparação com agosto deste ano,
o crescimento foi de 16,62%. Apesar do
aumento registrado em setembro, a Federação da Agricultura e Pecuária de
Mato Grosso do Sul (Famasul), projeta
que em 2009 os abates ficarão 5% menores do que o registrado no ano anterior.
O presidente da Associação dos Matadouros, Frigoríficos e Distribuidores de
Carne de Mato Grosso do Sul (Assocar-
ne), João Alberto Dias, acredita em queda maior na quantidade de abates. “Algumas unidades nem estão conseguindo
manter a escala diária de abates”, afirma
Dias.
A falta de crédito e a retenção do gado
no pasto pelos pecuaristas, que esperam
uma alta no preço da arroba são, segundo o presidente, alguns motivos do cenário desanimador para as empresas frigoríficas.
No levantamento do segundo trimestre de 2009 divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
Mato Grosso do Sul aparece como terceiro Estado em número de abates, com
12,2% da produção nacional, atrás de
Mato Grosso (13,6%) e São Paulo
(13,3%).
Aves
A quantidade de aves abatidas em
setembro deste ano teve leve redução,
passando de pouco mais de 11 mil animais, em agosto, para 10.589, segundo a
Sipag/-SFA/MS. Com informações do jornal O Estado MS.
18
OUTUBRO 2009
Ovinocultura
Asmaco reunirá entidades de apoio para organizar
a ovinocultura em MS
sanitário de seu rebanho”, ilustra.
Objetivo é desenvolver ações que garantam uma
escala de abate e a padronização de carcaças
Em janeiro de 2010, a Associação SulMato-Grossense de Criadores de Ovinos
(Asmaco) realizará uma reunião com entidades de apoio à produção com o objetivo de alavancar a atividade no Estado.
O encontro faz parte do planejamento estratégico da Associação para 2010.
Entidades como a Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Secretaria de Produção (Seprotur), universidades e até mesmo fabricantes de ração
e sal mineral serão convidados para comparecer.
“Nossa intenção é organizar os produtores para termos escala de entrega e
padronização de carcaça, conforme os
frigoríficos exigem”, explica Vladimir
Pereira Farias, diretor da Asmaco. “Em
Janeiro de 2010, vamos reunir a classe
produtora e as entidades para decidirmos como cada um poderá contribuir para
o desenvolvimento da ovinocultura em
Mato Grosso do Sul”.
Segundo Farias, a maioria das instituições convidadas tem alguma ação voltada à produção de ovinos, contudo, cada
uma delas tem trabalhado isoladamente.
A intenção deste primeiro encontro é
justamente congregar essas ações e colocá-las à disposição dos produtores. “Queremos unir forças”, frisa.
Hoje, no Estado, há três municípios
onde a ovinocultura é bem desenvolvida, conforme Farias, Corumbá, São Gabriel do Oeste e Dourados. Mesmo assim as ações dos produtores acontecem
de forma desarticulada, o que acaba prejudicando a inserção da carne no mercado.
“Muitas vezes um ovinocultor deixa
de fazer uma venda para o frigorífico
porque não fechou a carga, e ele não sabe
que existem dois ou três vizinhos seus
que se uniram para evitar que isso não
Vladimir Farias é diretor da Asmaco
aconteça e poderia estar participando
dessa parceria. Queremos acabar com
isso”, diz.
Farias acredita que uma das vantagens
dessa união será a transferência de tecnologias e qualidade genética entre os
produtores. “O manejo consorciado com
o gado bovino é um exemplo. Os animais grandes comem a pastagem mais
alta, -onde os vermes que infestam os
ovinos costumam ficar-, depois vêm as
ovelhas comendo o
pasto baixo, preferido
por elas e com menos
vermes. Dessa forma
o produtor consegue
um melhor manejo
Desafios
O Brasil tem condições ideais para ter
uma das ovinoculturas mais fortes do
mundo, porém, atualmente, importamos
do Uruguai 80% da carne consumida no
país. Para inverter esta situação é necessário se profissionalizar a produção.
Em Mato Grosso do Sul o desafio é
ainda maior, pois os produtores daqui
têm que disputar mercado com os de São
Paulo, do Paraná e de Mato Grosso, onde
há incentivos fiscais. Para garantir um
lucro, muitos optam por não vender os
animais aos frigoríficos do Estado, onde
têm de pagar Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços (ICMS). Mesmo com as despesas de frete, o ovinocultor prefere fazer negócio em São Paulo do que aqui.
As diferenças tributárias geram uma
situação curiosa: 37% dos abates em São
Paulo são de animais provenientes de
Mato Grosso do Sul, 34% saem de fazendas paulistas, e o restante provem de
outros estados.
Neste ano a Asmaco ainda realizará
dois eventos: um dia de Campo em São
Gabriel do Oeste (14/11) e uma palestra
de capacitação durante a 35ª Expoverde,
em Rio Verde MS (03/12 a 06/12).
Mais informações:
(67) 3025-3990
Participação em feiras tem sido opção para divulgar a atividade
19
OUTUBRO 2009
Talentos & Profissões
Disco de vinil vira tela para arte visual pantaneira
A coleção pode ser conferida na sede do Pantanartes, em Campo Grande
O velho e bom disco de vinil, que
reinou nos aparelhos de som em todo o
mundo por pelo menos três décadas,
começa a ganhar novo sentido artístico a
partir da criatividade de talentos da cultura sul-mato-grossense. Em Campo
Grande, o tradicional Long Play (LP) está
deixando de ser uma obra sonora para
transformar-se em arte visual ou mesmo
acumular as duas atribuições simultaneamente.
A iniciativa é do Pantanartes – Espaço
Cultural, que encomendou pelo menos 50
pinturas em vinil para artistas plásticos
regionais. A coleção pode ser conferida
na sede do Pantanartes, que fica na Rua
Eduardo Santos Pereira, 1231 – entre as
ruas Brasil e 25 de Dezembro, no Bairro
Monte Castelo. A entrada é gratuita.
As pinturas foram realizadas sobre
LP´s que, em sua maioria, já não apresentavam condições mínimas de repro-
dução sonora em toca discos (pick-ups).
“Dessa forma, o objeto ganha uma nova
e durável utilização e serve como um canal de exteriorização da cultura pantaneira, através da retratação de imagens
do homem e da fauna e flora regionais”,
explica o diretor do Pantanartes, Haroldo Maiolino.
No entanto, alguns long plays ainda
apresentam condições de reprodução em
um dos lados, mesmo com a pintura aplicada do lado oposto. “Dessa forma temos
duas vertentes artísticas sobre um mesmo canal de expressão criativa”, explica.
Na época em que reinou absoluto no
mundo musical, o vinil tinha uma relação com a arte visual pelas possibilidades do exercício de criatividade em capas, encartes e, em menor grau, no seu
miolo. “Agora esta relação se amplia e
pode-se até cogitar da possibilidade de
lançamentos de novas obras neste novo
formato”, comenta Maiolino.
A aplicabilidade da arte visual sobre
um objeto originalmente ligado à arte
musical tenta revelar o quanto é possível
transcender a natureza de sua criação e
estabelecer uma nova opção artística sobre um mesmo corpo físico. “Estamos
abrindo espaço para expor a criatividade
do nosso artista plástico e permitir que
ele experimente novas possibilidades”,
comenta o diretor do Pantanartes.
A visitação gratuita de todo o acervo
do Pantanartes pode ser feita de segunda
à sexta das 9 às 18 horas e aos sábados
das 9 às 12 horas. O local também recebe
a visitação de grupos corporativos, de
escolas e faculdades, além de receptivo a
turistas. Agendamento e mais informações podem ser obtidos com a direção
do espaço cultural pelo fone (67) 33062764 ou pelo e-mail (msn):
[email protected] .
20
OUTUBRO 2009
Eventos
Painel Florestal promove
seminário sobre uso do
eucalipto no Estado
Chico Maia vai falar sobre sistema silvipastorial
Mato Grosso do Sul, de fato, é a bola
da vez no setor florestal brasileiro. O anúncio de possíveis investimentos na ordem
de R$ 10 bilhões e o lançamento oficial do
Plano Estadual de Desenvolvimento Florestal Sustentável consolidam um cenário
absolutamente favorável para investimentos no setor. Para esclarecer dúvidas como
estas e debater outros assuntos referentes
à potencialidade florestal de Mato Grosso
do Sul, a Painel Florestal, empresa de comunicação especializada, promove no dia
28 de novembro de 2009, às 8h30 até as
12h30 no auditório do Sindicato Rural
em Campo Grande, um “Seminário sobre
Viabilidade Econômica do reflorestamento com eucalipto em MS”.
No entanto, ainda existem dúvidas. Os
pequenos e médios produtores rurais, alvo
dos programas de parceria, fomento e arrendamentos, ainda hesitam na hora de
diversificar suas atividades. Os pecuaristas fazem contas e se preocupam com o
retorno a longo prazo. Já os produtores
de florestas, que já possuem suas áreas
de eucalipto ou pinus, se perguntam: haverá demanda para tanta madeira plantada?
O presidente da Acrissul
(Associação de Criadores de
MS) Chico Maia participará
do seminário expondo sua
experiência e suas ações de
sucesso entre a atividade pecuária e o plantio de florestas, sendo um dos grandes
defensores da atividade Agrosilvipastoril em Mato Grosso
do Sul.
Em seguida o palestrante
João Câncio, presidente da
SIF (Sociedade de investigações Florestais) falará sobre a
viabilidade do cultivo de florestas plantadas de eucalipto, considerando que João
Uso do eucalipto no sistema silvipastoril tem se mostrado uma boa opção no Estado
Câncio é um profundo conhecedor da realidade econômica florestal em Mato Grosso
do Sul, pois atua a mais de uma década no
Estado. Já o diretor da Painel Florestal, Robson Trevisan juntamente com o assessor
da Reflore (Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas) Dito Mário, mostrarão por-
que o setor de florestas plantadas é considerado um agronegócio.
O evento é uma realização da empresa
Painel Florestal, que conta com o apoio do
Sebrae /MS, Reflore, Famasul, Acrissul,
Acea (Associação Campograndense dos
Engenheiros Agrônomos) e Embrapa Florestas.
Confira a programação
07h30 - Credenciamento e recepção
08h00 – Abertura
08h15 – Caso de Sucesso
Francisco Maia – Presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de MS) produtor de eucalipto e de gado de elite.
08h45 - Viabilidade Econômica do Reflorestamento com Eucalipto em MS
João Câncio – Presidente a SIF (Sociedade de Investigações Florestais) da Universidade Federal de Viçosa e Superintendente Florestal da Asiflor (Associação das Siderúrgicas para Fomento Florestal).
09h30 - Otimizando o Plantio com Fertilizante de Liberação Lenta
10h00 - Coffee Break
10h45 - Floresta plantada como agronegócio
Painel Florestal e Reflore/MS
11h45 - Mesa Redonda
12h30 - Encerramento/Almoço
Realização: Painel Florestal
Parceiros: Reflore/MS, Famasul, Acrissul, Acea (Associação Campograndense dos Engenheiros Agrônomos) e Embrapa Florestas
Informações: www.painelflorestal.com.br ou [email protected] e (67) 30262680.
21
OUTUBRO 2009
Fim da crise?
Criadores e frigorífico Independência selam acordo
Pagamento será feito com parte à vista e restante será dividido em até 36 meses, dependendo do caso
Terminou às 21h48 da noite (horário
de Campo Grande) de quinta-feira, dia 5
de novembro, a reunião entre os pecuaristas credores e os representantes das
empresas Independência e Nova Carne
Indústria, no Hotel Transamérica, em São
Paulo. Na avaliação dos membros da
Comissão de Credores de Mato Grosso
do Sul, o resultado foi positivo para os
produtores rurais.
Os pecuaristas concordaram com o
pagamento à vista de R$ 100 mil e os com
crédito superior, receberiam uma parcela
de R$ 100 mil e o saldo dividido em 36
meses, sendo que na 24ª parcela a divida
seria quitada, corrigida pela taxa Selic. A
data do pagamento dos R$ 100 mil será
até 31 de janeiro 2010, podendo ser retardada até 31 de março do mesmo ano.
Desde o início das discussões, a Federação da Agricultura e Pecuária de MS
– Famasul, tomou frente e montou um
grupo para que pudesse representar os
credores de MS, e formou uma comissão
com produtores rurais do Estado com a
missão de analisar o Plano de Recuperação do Frigorífico Independência.
Os pecuaristas Leôncio Brito, Paulo
Martins, Geraldo Moraes e José Lemos Monteiro participaram das
Resultado é extremamente positivo,
diz o presidente do SR da Capital
Zeito integrou a comissão de MS
discussões e chegaram de São Paulo em
Campo Grande, na sexta-feira, às 10h30.
Foram mais de 12 horas de reunião entre
produtores e os representantes do Independência, que teve início às 10 horas (DF).
Os credores do frigorífico Independência estão em cinco estados: Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia,
Minas Gerais e Goiás. Ao todo são
1.524 pecuaristas e uma conta a receber na ordem de R$ 194 milhões. Em Mato Grosso do Sul,
o débito estimado é de R$ 45
milhões.
O presidente do Sindicato Rural
de Campo Grande, José Lemos Monteiro (Zeito), junto à Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil
(CNA) e a Federação de Agricultura e
Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), comemora o resultado das
negociações entre os pecuaristas credores de Mato Grosso do Sul e o Frigorífico Independência e credencia as
conquistas à união e organização da
categoria.
Pela primeira vez na história da
pecuária sul-mato-grossense, segundo José Lemos Monteiro, a categoria
teve uma mobilização organizada pelo
sistema sindical, o que garantiu o sucesso destas negociações. Desde o
começo das discussões, conforme o
sindicalista, houve a participação da
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), da Federação de
Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) e dos sindicatos
rurais da Capital e do interior do Estado.
MS e TO mais próximos de exportar para o Chile
O Chile julgou satisfatória a situação sanitária de Mato Grosso do Sul e Tocantins para o reconhecimento do status sanitário de livre de febre aftosa com
vacinação. Essa decisão passará a valer, após publicação do relatório no Diário
Oficial da União chileno. Assim, MS e TO estarão aptos a exportar carne bovina
in natura para àquele país. A informação é do chefe da delegação chilena, do
Serviço Agrícola e Pecuário (SAG, sigla em espanhol), José Herrera. (Beefpoint)
22
OUTUBRO 2009
Liquidez total
Leiloboi realiza leilão
virtual do Pantanal e marca
presença em duas feiras
A Leiloboi realizou no dia 2 de novembro, o 1ª Leilão Virtual do Pantanal.
“A ideia surgiu depois de uma exposição que participamos em Corumbá, quando os produtores nos pediram para fazer
essa experiência”, disse o diretor da Leiloboi, Carlos Guaritá.
O diferencial deste certame foi a participação de animais criados exclusivamente no Pantanal sul-mato-grossense
das regiões do Paiaguas, Rio Negro, Nhecolândia e Corumbá. Foram comercializados cerca de três mil animais entre bois,
garrotes, turunos, vacas e novilhas. O
leilão foi transmitido pelo Canal do Boi.
A média por animal ficou em R$ 400;
para as bezerras Nelore entre 10 e 12
meses; os machos na mesma idade foram arrematados por R$ 560; os turunos
chegaram a R$ 1.083, em média.
A Leiloboi tem experiência na realização de leilões virtuais, todos os domingos à noite são transmitidos pelo Canal
do Boi eventos organizados pela empresa. Nos leilões virtuais os animais são
filmados nas propriedades. Posteriormente, na dada marcada, as imagens são
transmitidas e começam os lances, que
são dados por telefone. Desta forma não
há um local físico onde os negócios acontecem, os compradores participam sem
saírem de suas casas.
No mês de outubro, a Leiloboi realizou leilões em duas feiras de Mato Grosso do Sul, quatro na 1ª Expo MS, e mais
quatro na 25ª Exponan (Exposição Agropecuária, Industrial e Comercial de Nova
Andradina).
Em Campo Grande foram realizados
os leilões Produção Terras do Nelore,
com gado de corte, e o Reprodutor Terras do Nelore, onde foram ofertados 60
animais nelore mocho e nelore de Antônio Sacci e convidados. O leilão Girolando Três Fronteiras ofereceu 60 vacas
e teve liquidez total. “Eram animais de
boa qualidade e o gado Jersey mereceu
destaque”, disse Guaritá. No leilão Nelore Dibo, promovido por Adriana Dibo, a
média chegou a R$ 3.800. “Sendo que
uma prenhez foi arrematada por R$ 40
mil”.
Em Nova Andradina, foi realizado
um leilão de cavalo quarto de milha,
um de gado de corte, um de animais
para trabalho e o mais tradicional o
Nelore Raízes. Nesse último as médias foram altas, a dos reprodutores ficou em R$ 3.800, e a dos bezerros para
corte em R$ 700. “O valor dos bezerros foi uma surpresa agradável”, comentou Guaritá.
Tortuga promove simpósio de pastagens
Com o objetivo de difundir a tecnologia de produção de animais de corte
em regime de pasto, no dia 29 de setembro, a Tortuga realizou o 1º Simpósio de Pastagem do Mato Grosso do Sul,
em Campo Grande.
No evento, pecuaristas, técnicos, especialistas em pastagem e clientes puderam conhecer os benefícios dos produtos Tortuga para bovinos em regime
de pasto, bem como as novidades e
trabalhos científicos que destacaram a
importância da nutrição na produção de
carne.
Os temas abordados foram: “Integração Lavoura-Pecuária”, “Do nascimento ao Acabamento de bois – mitos
e verdades sobre a produção animal”,
“Importância do fósforo como limitante na produção de bovinos de corte”,
“Produção de Forragens para gado de
corte – Sistema de produção em regi-
me de pasto” e “Manejos de solos em
pastagens de cerrado”.
Entre os produtos apresentados, também estava toda linha do programa Boi
Verde da Tortuga para bovinos em regime de pasto: Fosbovi Reprodução, Fosbovinho, Foscromo e Fosbovi Engorda,
e mais o Fosbovi 20 e 15.
Após a conferência, o público pôde
esclarecer dúvidas sobre o manejo de
pastagem, integração lavoura-pecuária,
sanidade e suplementação mineral de
bovinos em regime de pasto. No total,
cerca de 200 pessoas estiveram presentes no 1º Simpósio Tortuga de Pastagem
do Mato Grosso do Sul.
Essa iniciativa da Tortuga foi um sucesso, e hoje, esse tipo de evento que
a empresa promove, discutindo ferramentas de incremento à produção pecuária, já faz parte da agenda dos pecuaristas do MS.
Expoinel gera expectativa de grandes negócios, avalia Leilogrande
A maior feira de gado de elite da
raça nelore do país, a Expoinel, movimenta milhões de reais, e é justamente a oportunidade de se fazer
grandes negócios que anima quem é
do ramo. Murilo Borges, proprietário
da Leilogrande não esconde seu otimismo quanto à feira. “Temos ótimas
perspectivas quanto ao evento. Primeiro, porque ele já faz parte do calendário de Campo Grande. E segundo, porque, em Mato Grosso do Sul,
todos os pecuaristas estão focados na
Expoinel”, disse.
Ele ressalta ainda que a feira é
muito visitada, muitas das vezes por pessoas anônimas, “mas que podem acabar
comprando”.
Murilo participa da Expoinel desde
2007 organizando leilões, na edição deste ano ele vai realizar dois, um no dia 29
de outubro, em parceria com a Leiloboi,
quando serão ofertados animais para corte; e o outro será no dia 7 de novembro,
serão disponibilizados touros produzidos no Estado e com avaliação de ganho
de peso realizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Segundo Borges, nas outras participações de sua empresa na Expoinel as
vendas foram muito boas com a oferta de
reprodutores de excelente qualidade.
“Hoje em dia, o pecuarista não precisa
comprar um touro ruim, há animais com
uma carga genética incrível por um preço muito acessível”, pondera.
Fomento
Fazendo uma avaliação dos recentes
eventos da pecuária que foram realizados em Mato Grosso do Sul, Borges ressalta que a Expo MS foi um grande sucesso. “O Chico Maia [presidente da
Associação de Criadores de Mato Grosso do Sul] está de parabéns porque ele
acreditou, levantou a bandeira e foi
em frente”.
Para ele, devido à importância da
pecuária para o Estado, já era hora
de haver mais uma feira ligada ao setor, e cita como exemplo a cidade de
Uberaba, em Minas Gerais, onde há
quatro exposições ao longo do ano.
“Nós temos o terceiro maior rebanho do País, temos de ter pelo menos três grandes feiras ligadas ao setor todos os anos. Isso é muito importante, pois todas as vezes que há
um evento se fomenta os negócios e a
economia gira”, finaliza.
23
OUTUBRO 2009
Agricultura
Prazo para a semeadura da
soja vai até 31 de dezembro
MAPA recomenda que seja seguido o zoneamento agrícola
O período de semeadura de soja em
Mato Grosso do Sul começou dia 21 de
outubro, de acordo com o zoneamento
agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para a
safra 2009/10. O prazo de semeadura segue até o dia 31 de dezembro, podendo
terminar antes disso, dependendo do
município.
O pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS), Claudio Lazzarotto, explica que o dia 21 de outubro
representa o início do período em que as
condições de luminosidade, insolação e
temperatura permitem o pleno desenvolvimento das plantas de soja. “Por consequência é a chance de obtenção de máxima produtividade”, destaca.
Ele lembra que este período é recomendado pela Embrapa Agropecuária
Oeste desde a década de 80, quando as
perdas de produtividade, por causa de
estiagens ou excesso de chuvas, eram
pouco frequentes.
Desde a safra 2001/02, quando, contrariando as recomendações da pesquisa, começou-se a antecipar a semeadura,
a sucessão e intensidade das perdas aumentaram. “Tais perdas, embora atribuídas exclusivamente a diversidades climáticas, são agravadas pelo não escalonamento de plantio e cultivares, e pelo
monocultivo de soja e milho safrinha”,
informa Lazzarotto. Ele acrescenta que a
consequência disso é que há uma redução na retenção de água disponível para
as plantas e uma
diminuição na capacidade das plantas
em aproveitarem a
água disponível.
Zoneamento
O Mapa orienta
que o produtor siga
o zoneamento porque ele indica que,
em dez safras, há a
possibilidade de se
obter sucesso em
pelo menos oito.
Para ter direito ao
Proagro, Proagro Máquinas semeam soja na região da Grande Dourados
Mais e seguro rural,
o produtor deve seguir as recomendações de alguns agentes financeiros também é
da norma. A concessão de crédito rural condicionada ao uso do zoneamento.
72ª Expogrande, de 19 a 28 de março de 2010
A Acrissul já deu início aos preparativos para a Expogrande
2010. A maior e mais tradicional feira agropecuária da região
está em sua 72ª edição e promete ser ainda maior. Agora a
Expogrande é internacional. O evento acontece de 19 a 28 de
março de 2010, no Parque de Exposições Laucídio Coelho.
24
OUTUBRO 2009
Equinos
Capital sedia 1º Congresso do Cavalo Pantaneiro
O Congresso será realizado no Centro de Treinamento Vazante do Castelo, no Indubrasil
Reprodução
BOLETIM INFORMATIVO – OUTUBRO 2009
Mão-de-obra e serviços
SALÁRIO MÍNIMO RURAL: R$ 510,00
MÉDIA/R$:
Técnico Agrícola
993,97
Inseminador
575,45
Encarregado de Máquinas
653,93
Operador de Máquinas de Esteira
984,69
Tratorista - pneus
559,22
Motorista
635,62
Capataz de Campo
1.034,84
Retireiro
517,50
Peão Campeiro (tralha própria)
584,61
Praieiro/Caseiro (serviços manuais)
490,13
Cozinheira
489,49
Diária Bruta (empreiteiro)
24,25
Doma de Cavalo (gratificação)
261,64
Aceiro Leve/KM (pé da cerca)
Aceiro Pesado/KM (1,5 mts cada lado)
Roçada de Pasto Pesado/Há (manual)
Roçada de Pasto Leve/Há (manual)
Tirar e Lampinar Poste
3,48
Tirar e Lampinar Firme
5,48
Tirar e Lampinar Palanque (3,20mts)
Fincar Poste 4 fios c/ balancins
3,48
Fincar Poste 4 fios s/ balancins
3,48
Trator de Esteira D-4 / hora
147,63
Trator de Esteira D-6 / hora
211,0003
Trator de Pneu Traçado 140 CV acima/hora 117,2501
Pá carregadeira W-20 / hora
104,85
Motoniveladora / hora
158,17
Caminhão Caçamba Trucado / hora
68,54
Caminhão Caçamba Toco / hora
52,72
Colheita de Grãos (mecanizada)
5 a 8% do Valor do
N° INFORMAÇÕES
02
02
01
04
04
02
06
05
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03
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03
01
01
01
02
02
Produto
FONTE: - ASSOCIAÇÃO RURAL DO VALE DO RIO MIRANDA,CONVENÇÃO COLETIVA JULHO 2009
OBSERVAÇÕES:- TODOS O VALORES CONSTANTES NESTE BOLETIM, SÃO VALORES BRUTOS SEM QUAISQUER DESCONTOS, JÁ ACRESCIDOS DE TODOS
OS BENEFÍCIOS.
Entre os dias 12 e 19 de novembro, a Associação dos Criadores do Cavalo Pantaneiro de
Mato Grosso do Sul (ACCP-MS)
realiza os 1º Congresso dos Criadores do Cavalo Pantaneiro. Na
ocasião, serão oferecidos cursos
de capacitação para funcionários além de quatro workshops
onde os participantes poderão
conhecer o que há de mais moderno na criação de equinos.
“Os produtores chegaram no
momento em que há a necessidade de modernização e de qualificação técnica na criação dos Animais foram adptados ao meio ambiente local
animais”, disse Luiz Marcos de
tir o conforto dos animais”, detalha Penna.
Oliveira Penna, diretor da ACCP.
Na ocasião, será lançado um selo de
Para ministrar palestras no Congresso foram convidados profissionais de origem do cavalo pantaneiro, o qual será
renome nacional em suas especialidades. uma forma de garantir ao comprados que
Jango Salgado será o palestrante no cur- o exemplar que está adquirindo foi realso sobre adestramento de rédeas, e José mente produzido no Pantanal.
Para o Congresso também são esperaEduardo Borba no de doma racional.
“Termos ainda cursos de entalhe em dos muitos produtores do estado vizicouro e casqueamento com professores nho, Mato Grosso, onde a raça também é
que são conhecidos em todo Brasil. E criada com grande zelo pelos fazendeiainda palestras sobre reprodução e nu- ros das planícies alagadas. “Sobretudo,
será um encontro das tradições pantaneitrição”, complementa.
O Congresso será realizado no Cen- ras”, frisa Penna. “Esperamos receber
tro de Treinamento Vazante do Caste- uma média de cem pessoas por dia”, relo, propriedade situada em Indubra- vela.
sil, distrito de Campo Grande. SegunNegócios
do Penna, os criadores poderão levar
Outra atividade que a ACCP prograseus cavalos e apresentá-los aos especialistas em equinos que farão uma ava- mou para o mês de novembro é um leiliação do animal e ainda darão algu- lão virtual de animais, que será realizamas dicas quanto ao trato. “Quem qui- do pela Leiloboi no dia 20.
Quem quiser participar do Congresser levar seu cavalo pode ficar tranquilo, lá nós teremos cocheiras e to- so deve fazer sua inscrição. Mais infordas as demais instalações para garan- mações pelo telefone 3341-6900.
25
OUTUBRO 2009
Criadores mostram competitividade da raça árabe
Animais da raça participaram de provas que aconteceram durante a 1ª Expo MS, em Campo Grande
O cavalo árabe, como não podia deixar de ser, esteve presente na 1ª Expo MS
é segundo o presidente da Associação dos
Criadores de Cavalo Árabe, Walter Dias
Ribeiro (Wlatinho) a participação da raça
no evento foi muito boa é contou com a
presença de todos os criadores do Estado. “Por ser a primeira, acredito que fizemos um bom trabalho”, disse.
Durante o evento, dos nove animais
apresentados para comercialização, cinco foram vendidos. Outro aspecto que
merece destaque foi a excelente qualidade exemplares da raça que são criados
em Mato Grosso do Sul.
Segundo César Schimidt, juiz oficial
da ABCCA (Associação dos Criadores do
Cavalo Árabe) –que esteve presente durante os julgamentos-, os criadores do
Estado têm evoluindo muito nos últimos
anos. “Já julguei aqui em outras ocasiões
e isso é bem nítido”, afirma.
Schimidt acredita que no campeonato nacional da raça árabe, que será realizado em novembro em Ribeirão Preto
(SP), os animais sul-mato-grossenses serão forte concorrentes. “Todos os anos
Mato Grosso do Sul tem se apresentado
lá com animais muito competitivos”.
Ele lembra que o campeão da prova
Western Pleasure, que avalia a docilidade dos cavalos quanto seu treinamento
para monta, durante a Expo MS foi o
mesmo que, em 2003, ganhou a competição nacional, Ballut, do haras El Zahran.
Durante a feira, foram realizadas competições como: halter e performance, nas
quais os animais são julgados. E também
a prova cross country, que avalia o cavaleiro em um circuito fechado. Segundo
Moacir de Almeida Filho, criador de árabe e diretor de cross country, a competição é uma das mais difíceis de ser executada por um cavalo, isso porque alia quatro estilos de prova em uma única.
“Aqui nos temos o salto, o tambor, a
baliza e o recuo. Em cada uma dessas
modalidades uma raça de cavalo se sai
Ribeirão sedia
mostra nacional
em novembro
melhor, mas o árabe é o único que faz
todas ao mesmo tempo e tem um bom
desempenho, com uma meda de 67 segundo para percorrer a pista”, explica.
Os vencedores da prova foram: em
primeiro lugar, Luiz Rogério de Oliveira,
montando Albarock; em segundo, Alaf
Augusto (Guto), montando Nescar; e em
terceiro ficou Mário de Souza Inácio, cavalgando Jaib.
Os melhores da raça – No julgamento de halter, onde são avaliadas as características físicas que diferenciam o árabe
das demais raças, os campeões foram:
Junior Macho
Campeão: Mawerik Mirage OD, de
Osmar Ferreira Dutra (haras Recanto dos
Passaros).
Reservado: Henoc El Dinar, de Laucídio Coelho Neto (haras Engenho).
Júnior Fêmea
Campeã: Bellanisa GM, de Luiz Gonzaga Malpici Filho (haras Estância Agro
Dog).
Reservada: Nadinne Mirafe OD, de
Osmar Ferreira Dutra (haras Recanto dos
Passaros).
Potranca
Campeã: Nabiha AAC, de Raquel
Braga Robaldo (haras Estância Mita Porã).
Reservada: Monna El Hylan, de Laucídioo coelho Neto (haras Engenho).
Égua
Campeã: EZ Sophia Don Elchal, de
Ueze Ellias Zeahran (haras El Zahran).
Reservada: La Callona HS, de José
Geraldo Couro.
Cavalo
Campeão: EZ IBN Ryad Jamaal, de
Ueze Ellias Zahran (haras El Zahran).
Reservado: El Phar HCF, de Paracatu
Agropecuária, (haras El Zahran).
Com expectativa de movimentar
em torno de R$ 5 milhões, a Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Árabe (ABCCA) promove sua
28ª Exposição Nacional entre 18 e 22
de novembro no Parque Permanente
de Exposições de Ribeirão Preto.
Maior evento da raça no Hemisfério Sul e um dos mais importantes
eventos do cavalo árabe do cenário
mundial, a mostra reúne cerca de 800
animais de criadores de todo o País,
além de estrangeiros de diferentes
nacionalidades que participam também com animais em pista. Uruguaios, argentinos, italianos e norte-americanos já inscreveram seus animais.
Responsável pela formação da
maioria das raças equinas contemporâneas, o Árabe é criado em praticamente todos os países do mundo. Versátil, belo e dono de uma
movimentação exuberante, o Árabe
é o mais antigo cavalo de sela do
mundo.
Os cavalos produzidos no Brasil
conquistaram status de excelência
por suas qualidades genética e funcional e é um dos mais cobiçados do
mercado internacional. A exposição
Nacional é a vitrine deste trabalho
que vem sendo desenvolvido desde
os anos 30 do século passado.
Com programação intensa e diversificada, o evento é aberto ao público, sendo uma opção de lazer para
toda a família.
Informações: (11) 5666-8524
26
OUTUBRO 2009
Cooperativismo
Líderes de MS visitam
cooperativas no Paraná
Para concluir os módulos do Programa de Desenvolvimento de Líderes, os
alunos embarcaram numa missão de estudos que visita as cooperativas vencedoras do “Prêmio Cooperativa do Ano”,
realizado pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Serviço Nacional
de Aprendizagem do Cooperativismo
(Sescoop) e revista Globo Rural, da editora Globo, com patrocínio do Banco do
Brasil.
A missão começou dia 19 de outubro, com destino ao Paraná. O grupo é
formado por 29 líderes de diversas cooperativas de MS que conhecerão novos
modelos de gestão, além de conhecer os
projetos vencedores do prêmio.
O grupo passou por Campo Morão
na cooperativa Coamo, vencedora na categoria Gestão Profissional, com o projeto “Suas contas na ponta do lápis”, um
programa que tornou a gestão no meio
rural mais viável e propiciou seu desenvolvimento. “Na ponta do lápis” foi pensado para ser um contraponto do cenário de instabilidade e de crise no setor
(67) 3345-4200
agropecuário. Esta crise passou a ser ainda maior para os produtores que dependem diretamente da atividade agrícola e
não computavam, não sabiam ou não tinham o exato controle das despesas que
eram quitadas com o lucro da agricultura. Nesse caso, a renda da agricultura seria
responsável pelo pagamento total, ou
seja, além dos investimentos na área agrícola, também para quitar outras despesas, oriundas de atividades fora da agricultura.
A Coamo verificou que mesmo com o
trabalho realizado ao longo das últimas
décadas na educação e formação dos cooperados com o desenvolvimento de cursos, treinamentos e projetos de gestão
rural, grande parte dos produtores não
praticava o gerenciamento rural corretamente. A solução encontrada pela cooperativa foi a elaboração do programa alicerçado em quatro pontos: despertar o
espírito de mudança e a forma com que
o cooperado observa sua realidade; demonstrar a necessidade de conhecer suas
despesas visíveis e invisíveis; melhorar
o gerenciamento rural; e reduzir os custos e as despesas visíveis e invisíveis da
propriedade rural, propiciando o equilíbrio econômico, financeiro e social.
A Coamo foi fundada em 28 de novembro de 1970 e está sediada em Campo Mourão- PR. Está presente em 60
municípios nos estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, nas
cidades de Amambaí, Aral Moreira, Caarapó e Laguna Carapã.
O grupo também conheceu o projeto
“Núcleos Femininos da C.Vale” que foi
o vencedor na categoria Educação Cooperativista pela C-VALE, que decidiu
apostar em programas de capacitação de
associadas e esposas de cooperados e
estimular a participação feminina nas
instâncias decisórias da cooperativa. Para
isso, criou o projeto Núcleos Femininos
que conta com 22 núcleos que congrega
610 integrantes, que servem também,
como canal de diálogo com a diretoria.
Ao iniciar investimentos na diversificação de atividades como leite, suínos,
mandioca e frangos, a C.Vale pensou em
criar fontes alternativas de renda, garan-
Pela 8ª vez a Agro Amazônia é
classificada como uma das melhores
empresas do Brasil para se trabalhar
Não foi o acaso nem a sorte que
fez com que a Agro Amazônia fosse
classificada pela oitava vez como
UMA DAS MELHORES EMPRESAS
DO BRASIL PARA SE TRABALHAR
pela Revista Exame. Esse reconhecimento é fruto do trabalho árduo que
a Empresa desenvolve ao longo de
seus 26 anos de história para manter
em seu quadro os melhores profissionais do mercado.
“Queremos em nossa Empresa
pessoas que se dediquem, que sempre dêem o melhor de si e que, principalmente, amem o seu trabalho. São
pessoas apaixonadas que movem o
mundo, e serão elas que nos levarão
à NOSSA VISÃO de SERMOS UMA
EMPRESA REFERENCIAL DE EXCELÊNCIA NO AGRONEGÓCIO
BRASILEIRO”. Afirmou Luiz Piccinin, Diretor Administrativo.
Para fazer com que seus colaboradores sejam apaixonados por seu trabalho a gestão de pessoas da Agro
Amazônia
está
sempre implementando as melhores práticas de mercado, investindo
em treinamentos que qualificam e
tindo mais estabilidade econômica aos
produtores e envolvendo a família para
mantê-la na propriedade. Para a cooperativa, a mulher do campo leva mais em
conta os efeitos dos negócios sobre o futuro dos filhos, influenciando o marido
a manter um relacionamento mais estreito com a unidade.
“As mulheres tem essa sensibilidade,
tem essa visão maior e tem uma facilidade para convencer o marido, os filhos, a
proporcionam crescimento pessoal e
profissional para a equipe, e principalmente a prática diária de um dos
principais VALORES da Agro Amazônia, o de RESPEITO E VALORIZAÇÃO DAS PESSOAS.
O orgulho de trabalhar na Agro
Amazônia é facilmente percebido pelo
brilho no olhar dos colaboradores em
qualquer uma das unidades distribuídas nos estados de Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul e Goiás.
“Comecei minha vida profissional
na Agro Amazônia há 23 anos como
office-boy e desde o inicio sempre recebi apoio e incentivo por parte dos
Diretores para aprender novas atividades, o que me motivou a correr
atrás do meu sonho de ser um Gerente Comercial, sonho esse realizado no final de 2008”. Disse Carlos
Bezerra, Gerente Comercial da Filial
de Cuiabá.
A priorização pela promoção interna, como foi o caso do Carlos Bezerra e de muitos outros, é um dos
aspectos mais positivos da Agro Amazônia aos olhos dos seus colaboradores.
buscarem um sistema cooperativista, que
é a extensão da propriedade dele, que
isso vem contribuir imensamente para o
futuro deles”, analisa Alfredo Lang, presidente da C.Vale.
A C-Vale tem sede em Palotina-PR
e está presente em municípios de
Mato Grosso do Sul, como Rio Brilhante, Amambaí, Caarapó, Dourados,
Fátima do Sul, Itaporã, Naviraí e Tacuru.
OUTUBRO 2009
Histórias de Sucesso
Com uma gestão familiar
profissionalizada, Sertão
completa 30 anos em MS
Empresa se expande estrategicamente para o
interior, tem atualmente nove lojas em MS,
um centro de distribuição e 400 empregados
Uma empresa familiar, mas com gestão profissionalizada. Esses são os ingredientes para a receita que fazem da Sertão uma empresa de sucesso há 30 anos
em Mato Grosso do Sul. Em entrevista
exclusiva para a Folha do Fazendeiro
Marcos Antônio Saling, um dos diretores, falou como tudo começou e sobre as
lições que tirou em durante todos estes
anos nos quais o Brasil passou por diversas transformações.
Segundo Saling, a Sertão começou em
Campo Grande quase que por acaso.
“Meu pai [Nyron Saling] tinha duas lojas, uma em Curitiba e outra em Cuiabá,
quando saia da capital paranaense passava em Umuarama, pegava o sócio, vinham para Campo Grande, onde pernoitavam e depois seguiam para Cuiabá.
zendas próximas para instalá-los. “Tem
gente que vem aqui e fala: ‘você já instalou uma bomba na minha casa’, comenta. Mas, para que a empresa viesse a dar
o retorno esperado, não bastava ficar atrás
do balcão da loja esperando os clientes,
Saling tinha de ir à procura deles. “E para
isso eu tinha um Fusca. Saia por todas
estas fazendas com os catálogos na mão
oferecendo bombas, máquinas, ordenhadeiras e até equipamentos para serrarias.
Às vezes, saída de casa pensando em
voltar no mesmo dia, mas a viagem durava mais do que o esperado e eu tinha
de usar a mesma roupa até a volta”.
Dessa época, Saling mantém uma carteira de clientes fiéis. Ele conta que, certa vez, uma senhora entrou na loja acompanhada de seus dois filhos, ela procurava equipamentos
para montar uma serraria. Depois de quase uma tarde de explicações técnicas,
ela decidiu fechar o
negócio. “Daí disse
que iria demorar 15
dias para chegar. Ela
respondeu que confiava em mim e me
fez o pagamento na
hora. Após ela deixar
a loja, fui descontar
o cheque e paguei
todas as minhas contas”, relembra emociOs irmãos Miguel Ângelo e Marcos Antônio Saling
onado. “E, até hoje,
Então ele pensou que precisava abrir uma aqueles dois garotos, filhos dela, são
loja aqui, perguntou para todo mundo meus clientes”, lembra.
se alguém queria vir, e eu fui o único
Lições
que aceitei. Então, aos 22 anos de idade,
Em uma ocasião, a loja teve todo o
vim para cá abrir a Sertão”.
Saling recorda que naquela época ele estoque roubado. Vendo-se em dificulfazia de tudo, durante o dia vendia os dades e precisando de ajuda, o irmão
produtos e à noite ia para as casas e fa- mais novo, Miguel Ângelo Saling, veio
27
mos o plano de
ocupação do interior do Estado”.
Entre todos estes acontecimentos, a Sertão também foi mudando
seu perfil, deixando de focar somente em ferramentas e máquinas
para também atender a construção
civil.
“Teve uma época que, tanto a pecuária quanto a
agricultura em
Mato Grosso do
Sul passaram por
dificuldades e,
para não dependermos exclusivamente do setor rural, incorporamos
a linha de matérias para a construção, que hoje representa 70% de
todo o nosso negócio”, detalha.
Apesar de todo
esforço e empenho
de Marcos para
que a Sertão fosse
o que é hoje, qua30 anos de uma fórmula que deu certo – investindo nos
lidades que ele crefuncionários e reinvestindo os lucros no próprio negócio
dita ao irmão e
companheiro Miem socorro. Era a primeira crise pela qual guel, a empresa não foi construída só por
a empresa passara, outras piores a aguar- eles. “Crescemos, primeiramente, porque
davam no futuro. “Creio que a pior de- contamos com a colaboração de funciolas foi o Plano Cruzado, quando houve nários dedicados. E, em segundo lugar,
o congelamento, e a Sunab [Superintên- porque sempre reinvestimos os lucros na
cia Nacional de Abastecimento, que con- própria empresa. Hoje, tanto eu quanto
trolava os preços, hoje extinta] fazia a fis- o Miguel usamos carros da empresa”,
calização, mas não de todos, o que nos exemplifica. “Não tem luxo e nem ostenprejudicava. Em 1986, não havia nada tação”.
No dia-a-dia Marcos pode ser visto
em estoque e tínhamos um caminhão de
dinheiro que não valia nada. Para fazer a andando pela loja da 13 de Maio e conreposição tivemos de pagar até 500% a versando com os funcionário. “As pesmais nas mercadorias. Era o início da soas sabem que podem contar comigo,
hiperinflação”. Contudo, mesmo em meio chegar e conversar. Aqui não sou paa um ambiente economicamente hostil, trão, sou um colega de trabalho deles.
entre 1987 e 1988, a empresa cresceu cin- Temos manuais que foram feitos pelo
co vezes. “O segredo é entender a situa- meu irmão com a ajuda de todos os funcionários”.
ção, traçar um plano e agir”, revela.
Hoje, a Sertão é a maior rede de venda de máquinas e ferramentas de Mato
Ampliação
Saling diz que a expansão da empre- Grosso do Sul, emprega 400 pessoas,
sa para o interior se deu de forma estra- possui nove lojas, e um centro de distritégica, para ocupar o espaço que estava buição. “No ano que vem vamos inauguna iminência de ser preenchido por ou- rar mais uma loja em Campo Grande e
tras. “Desde 1994, a política econômica um novo centro de distribuição que ficado País mudou e empresas de fora come- rá no Núcleo Industrial [em Indubtrasil]”,
çaram a entrar aqui. Foi quando inicia- finaliza.