Revista nº2 - Sindicato Nacional da Polícia
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Revista nº2 - Sindicato Nacional da Polícia
“ O Quadrilheiro “ SINAPOL a força do argumento Ano 2 - N.º 2 Bimestral Janeiro/Fevereiro 2013 Preço: 0,10 € DESTAQUES: SINDICATO NACIONAL DA POLÍCIA “Reivindicações dos polícias são justas e é importante a intervenção sindical” O poder político já escuta o SINAPOL Pág. 06 Novo estatuto mantém vazio legal acerca dos horários de trabalho Pág. 11 A liberdade sindical e os direitos humanos: A opinião de Diogo Pipa Pág. 32 Helena Tomaz Advogada do Sinapol racionais a trabalhar mais 15 minutos por turno, acrescido do facto de tudo isto ter acontecido, mais uma vez, sem a legal negociação colectiva entre os sindicatos e a tutela, ou seja o MAI e nunca a PSP. Horários sim, mas legais Desde o fim do Século XIX, várias foram as evoluções na área dos direitos laborais e dos trabalhadores em Portugal. Efectivamente com a implantação do denominado Estado Novo (regime ditatorial), muitos dos direitos laborais e dos trabalhadores foram pura e simplesmente ilegalizados ou restringidos, mas ainda assim haviam direitos que continuaram a ser reconhecidos. Tudo isto mudou com a Revolução de Abril, pelo que desde então, muito se tem evoluído em termos de legislação laboral, entre muitas das mudanças fixadas, quero destacar a limitação de um número máximo de horas de trabalho semanal, assim como a do reconhecimento à folga e descanso do trabalhador, aliás em consequência da Carta Europeia dos Direitos do Homem. A principal razão que me leva a trazer estes direitos à coacção, prende-se e tão só, com o facto de no passado mês de Dezembro de 2012, os polícias portugueses terem observado, que em termos de horários de trabalho, continua a existir uma persistente teimosia da PSP e do MAI, em não reconhecer os direitos dos profissionais da PSP e a quererem impor horários que apenas servem os interesses de alguns em detrimento da maioria. Em concreto tratou-se da vontade expressa da PSP em colocar todos os polícias com funções ope- 2 Neste caso concreto quase que se aplica o velho ditado “grão a grão enche a galinha o papo”, ou seja 15 a 15 minutos, vai a PSP enchendo o papo, até porque, contas feitas, diga-se muito por alto, se 15 minutos por dia à primeira vista não são nada, ao fim de uma semana traduzem-se em mais 1h30 de trabalho e mais de 5 horas de trabalho mensal, ou seja em um ano o total de horas trabalhadas e não remuneradas podem ultrapassar facilmente as 60 horas. Tudo isto violando o preceituado no Artigo 33º no Estatuto da PSP, que regula que os polícias devem trabalhar 36 horas semanais e não 37h30m, como a PSP tentar impor, salientando-se sempre que este mesmo artigo em parte alguma fala de bolsa de horas, horas mensais, semestrais ou anuais, ao contrário do que se tenta passar aos polícias. Perante isto julgo ser relevante expor a importância de horários legais na PSP, devidamente negociados ao longo de várias reuniões, porque ao contrário do que se pensa, um regime de horários, tem de passar primeiro pela negociação de um regulamento e só depois dos horários em si, pois vários são os factores que têm de sem ponderados, a exemplo: Mensagem do Presidente sionais para gratificados no seu dia de folga, anulando-lhe o direito ao descanso, em suma para que os polícias portugueses possam também eles ver reconhecido o direito a um horário justo, até porque o tempo do Estado Novo já lá vai. Por fim permitam-me o desabafo, porque tenho de o fazer, sinceramente não entendo e nem quero acreditar no que a PSP disse, relativamente a estes horários de trabalho terem merecido ao acordo das restantes estruturas sindicais da PSP, até porque isso a ser verdade é muito grave, quer pelo facto de mais uma vez existirem estruturas sindicais completamente subservientes à PSP, quer pelo facto de terem aceitado colocar os polícias a trabalhar mais sem qualquer tipo de compensação remuneratória por isso. Por fim, da minha parte do SINAPOL quero que fique bem claro que, mais uma vez o SINAPOL se recusou a negociar com a PSP, por falta de legitimidade desta em liderar as negociações e que o SINAPOL está disposto a levar este caso até às derradeiras instâncias judiciais em nome dos direitos dos Polícias e de um país mais seguro. Armando Ferreira Presidente do Sindicato Nacional de Polícia Quantos turnos nocturnos o profissional vai fazer por mês; Quantos dias de fim-de-semana vai trabalhar por mês; Quantos dias de folga tem por mês; Para então depois, se estudar forma de todos os profissionais terem direito a um fim-de-semana de folga por mês, para que de uma vez por todas o direito de folga seja inviolável (salvo situações de emergência), para impedir os actuais abusos de se escalar profis- 3 Índice: Ficha tecnica: director: José Gaspar Editor: Amadeu Araújo Fotografia: Rui Tomás Colaboradores: Isabel Lobo Marcelo Pinto Pedro França Pedro Tenreiro Fotos operacionais da PSP cedidas pela Direção Nacional Opinião: Barra da Costa Diogo Pipa Publicidade: Carlos Figueiredo Design e Impressão: 3- Mensagem do Presidente 5- Editorial: SINDICALIZA-TE 6- Sinapol Madeira 8- Opinião de Isabel Lobo 10 11 13 - Sá Pinto - Encadernadores - Viseu O Poder Político já escuta o SINAPOL A Importância do Saber Sinapol Açores Para quando o tão prometido subsídio de Insularidade Secretariado Lisboa Novo estatuto mantém vazio legal à cerca dos horários de trabalho Secretariado Porto A segurança não se contrapõe à liberdade Publicação isenta de registo ao abrigo do n.º 1 da alinea A, do Artigo 12º do decreto regulamentar n.º 8/99 de 9 de Junho 15 - Depósito Legal: 348166/12 19 - Actualidade 22 - Entrevista:Helena Tomaz Propriedade: Sinapol Rua Varela Silva, Lote 17, Loja B, 1750-403 Lisboa Telefone: 217 551 770 Fax: 217 551 771 E-mail: [email protected] Tiragem: 5000 Exemplares Os artigos de opinião refletem as ideias dos seus autores e não vinculam o SINAPOL 26 - 32 34 - Sindicaliza-te Tenho verificado, que apesar de na PSP existirem várias estruturas sindicais, que representam todas categorias policiais, ainda existem muitos colegas que não se revêem em nenhum sindicato. É importante que se sindicalizem, que dêem o vosso apoio, e não se refugiem em desculpas de que os “SINDICATOS NADA FAZEM”. É certo que os mais oportunistas/ egoístas se acomodam às circunstâncias, não contribuindo com uma quota sindical, sabendo que havendo benefícios do trabalho sindical, também lhe será atribuído, salvo excepções. Para esses mais relutantes em se associarem, fica aqui uma nota; “ As quotizações sindicais, na parte em que não constituam contrapartida de benefícios de saúde, educação, apoio à terceira idade, habitação, seguros ou segurança social e desde que não excedam, em relação a cada sujeito passivo, 1% do rendimento bruto desta categoria, são acrescidas de 50% “ em sede de IRS. No vosso próprio interesse é importante que se apercebam da importância dos sindicatos na defesa dos interesses que nos são comuns, e não só mas também, na defesa de interesses de carácter privado dentro da profissão, funcionando como se de um seguro se tratasse…… O SINAPOL, está a revolucionar o sindicalismo na PSP, estão agora a ser ganhas acções contra o Estado, que na história do sindicalismo ninguém ousou interpor, como por exemplo, os juros de mora do ex fundo de fardamento, Editorial entre outras, que aguardamos pela sua conclusão. Muitos gostariam de ter uma palavra mais activa no sindicalismo, e como não fazem parte dos corpos dirigentes, eximem-se à responsabilidade ou encargo de serem sócios de um sindicato, abstraindo-se de todo o trabalho sindical, no entanto quando precisam é a eles que recorrem. As estruturas sindicais estão em constante mutação, pelo que muitos serão chamados a dar o seu contributo, para uma causa que é de todos e para todos, para isso sindicalizem-se. José Gaspar Vice Presidente da Área das Relações Públicas e Exteriores Área juridica O curso de formação de agentes e a sua adquação à realidade social actual Revindicações dos polícias são justas e é importante a intervenção sindical Opinião: Barra da Costa Policia: da politica à polis Opinião: Diogo Pipa A liberdade sindical e os direitos humanos Desporto Cross Training - um voltar ao passado Carnaxide - Lisboa - Loures www.carlar.pt Sinapol Madeira Vigília e manifestação: o poder político já escuta o SINAPOL A voz dos polícias, representados através do Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL), fez-se ouvir no passado dia 26 de Novembro, data de uma vigília realizada em frente à Assembleia da República, em Lisboa. Dezenas de polícias, mas também meros populares que não quiseram deixara passar a oportunidade para manifestarem solidariedade, provaram que é possível reivindicar sem agredir nem insultar. Foi assim, num ambiente firme mas ordeiro, que algumas das principais preocupações da PSP chegaram aos deputados e aos portugueses em geral, uma vez que a acção de protesto mereceu adequada cobertura por parte dos órgãos de comunicação social. Vindos de todo o país, os delegados do SINAPOL exibiram diversas faixas onde deram conta das principais reivindicações, a saber: horários de trabalho, reposicionamento nos novos níveis remuneratórios, acesso aos serviços de saúde, condições de trabalho (a degradação de muitas instalações policiais acentua-se e, com ela, crescem as críticas que levam à desacreditação da actividade policial e dos seus elementos), horários de trabalho. No mesmo dia da vigília a direcção do SINAPOL acabaria por ser recebida pela presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves. O encontro com a segunda figura hierárquica do Estado foi altamente proveitoso. A governante não só ficou sensibilizada com os argumentos que lhe foram apresentados como até fez sugestões tendentes a facilitar o contacto dos representantes dos polícias com os diversos grupos parlamentares. Do referido encontro (distinção que muito orgulha o SINAPOL) ficou ainda a saber-se que Assunção Esteves é uma defensora do sindicalismo policial, revelação esta que, no mínimo, constitui uma garantia que as causas dos polícias têm eco no meio político. A acção de protesto do dia 26 surgiu na sequência de uma outra realizada igualmente em Lisboa, no dia 6, entre o Largo de Camões e a Assembleia da República. Integraram esta manifestação promovida pela ASPP algumas centenas de associados do SINAPOL que, des- se modo, e sem olhar ao promotor do evento mas apenas focados nos interesses dos polícias, quiseram deixar vincado o seu descontentamento pelas políticas de austeridade que a cada dia empobrecem a população e, em consequência, as forças de segurança. Pena foi que nesta acção de protesto, a exemplo do que acontece naquelas que o SINAPOL promove, o presidente da entidade organizadora não tenha proferido uma só palavra de agradecimento para este sindicato. Os agradecimentos, até ver, não custam dinheiro. Luís Costa Vasco Marcial Secretariado Regional Madeira Já aproveitou? No BBVA o seu ordenado pode valer muito mais. Soluções Ordenado BBVA Abra uma Conta Ordenado BBVA e se domiciliar o seu Ordenado/Pensão durante 24 meses, a partir de 600€, recebe uma TV LED 22” Full HD. Saiba mais através da Linha de Protocolos 808 020 006, [email protected] ou em www.protocolos.bbva.pt. Aproveite o seu banco. O não cumprimento de permanência de domiciliação, implica o pagamento de compensação ao Banco, no valor de 250€. T.A.N. de 15%, que corresponde a uma T.A.E.G. de 17.32%, para limite de descoberto autorizado no máximo de 15.000€, com pagamento mensal de juros no primeiro dia útil do mês seguinte. 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Um bom líder é aquele que sabe que a autoridade é a base de qualquer tipo de hierarquia 8 A Importância do Saber? numa organização reconhecendo os limites dos seus subordinados, respeitando-os da mesma forma que gosta que o respeitem. A lealdade e o respeito têm de ser recíprocos. “Autoridade” é a demonstração de capacidade de liderança e “Autoritarismo” o uso abusivo da condição de comando. O autoritário pode ser “Comandante” por inerência da função, mas nunca será um Líder, porque abusa da sua posição na hierarquia para fazer valer a sua vontade a qualquer preço e sem explicações. É ele o potencial agressor do assédio moral. Julga-se superior em todos os sentidos; é dotado do sentimento de grandeza e tem necessidade de ser admirado e aprovado. Não admite ter defeitos; critica as falhas dos demais e não aceita ser contestado, tentando assim encobrir a sua própria incompetência. Assedia com pequenos ataques, repetidos de forma sistemática, cujos actos são significativos e deixam no subordinado o sentimento de ter sido maltratado, desprezado, humilhado e rejeitado. Instaura-se assim, um ambiente de incerteza e temor com vista a facilitar a manipulação de uma pessoa ou de um grupo e da forma que lhe for mais conveniente. Estabelece-se por conseguinte um paradigma de “intencionalidade”, cujo procedimento visa somente desgastar o percurso profissional e o próprio ambiente de trabalho onde o(s) alvo(s) se inserem, culminando no afastamento das suas funções. O “psicoterror” é geralmente feito de uma forma acentuadamente subtil. Mauro de Moura, especialista em medicina do trabalho, dá uma descrição detalhada acerca de alguns dos aspectos psicóticos do Autoritário/Assediador: “ (...) é alguém que precisa atender aos seus instintos narcisistas, pois quer ser o centro do mundo – além de sentir uma necessidade absurda de aumentar a sua auto-estima. E, sendo uma pessoa psicologicamente doente, faz tudo isso por medo. Medo de que o subordinado ocupe (ofusque) o seu lugar e logo, o medo constante da competência e dos níveis de eficácia que pela experiência e sensatez, esse subordinado venha a ser reconhecido por hierarquia superior à do psicótico. Especialmente neste contexto, a forma encontrada pelo perseguidor/ psicótico, para não gorar os seus intentos, é usar o respaldo de um cargo superior, atingindo-o moralmente (...)”. O verdadeiro líder é o que mantem a equipa em perfeito estado de harmonia e satisfação no ambiente de trabalho. Já o autoritário é o que desenvolve uma gestão com recurso à opressão e ao medo. Como a autoridade é uma qualidade que está intrinsecamente ligada à liderança, será através dela que se mantêm os subordinados envolvidos nas acções e decisões da Instituição, vendo estes a equipa como um todo, ao qual pertencem e exercem um papel primordial, sem ser necessário estabelecer preconceitos e sem ser forçoso invocar a condição de Comando. Neste modelo e em relação ao seu grupo de trabalho, os seus elementos expressamse naturalmente no sentido de contribuírem e maximizarem os resultados pessoais e colectivos na sua actividade funcional. A autoridade não está ao alcance de todos. O ser perdulário, condescendente e pouco exigente, afasta ainda mais o Chefe da autoridade com que se deve revestir. Existem os momentos em que as tomadas de decisão tem que ser firmes, para se poder cobrar os resultados esperados, contudo, de maneira positiva e com o envolvimento de todos. Liderança proactiva significa na sua essência, ensinamento, apoio, orientação, acompanhamento e valorização. Aplicado este procedimento, a autoridade é uma consequência natural. É de fulcral importância alertar para o facto de poder ocorrer má interpretação da autoridade aplicada, pois poder-se-á confundir com o autoritarismo ou tirania. Para que tal não ocorra, é fundamental saber identificar as características que nos indicam a presença do perfil Autoritário. Há que ter em conta alguns detalhes como, o tom de voz e o temperamento, entre outros pontos que podem ser susceptíveis de confundir ou distorcer perfis. Quando ouvimos expressões do tipo: “Eu fazia outra ideia dessa pessoa!” ou “Ele parece ser severo”, não podemos confundir nem rotular, sem antes conhecer e relacionar profissionalmente essa pessoa. Comportamento assertivo, ética e honestidade, são elementos fundamentais na conduta de todos os profissionais de polícia. Este tema é estruturante e merece que voltemos a ele em breve. Isabel Lobo Secretária da Região Sul 9 Sinapol Açores Para quando o tão prometido subsídio de insularidade Já foi no “longínquo” ano de 2010 que em sessão da Assembleia Legislativa dos Açores foi aprovada por unanimidade uma anteproposta de lei apresentada pelo PSD para que os agentes das forças de segurança colocados no arquipélago recebam o subsídio de insularidade. A decisão foi submetida a apreciação da Assembleia da República, no sentido de “corrigir uma injustiça”, defendendo que os agentes da PSP, GNR, Polícia Marítima e Polícia Judiciária em serviço nos Açores passem a receber uma ajuda financeira para fazer face aos custos decorrentes da insularidade. O deputado Clélio Meneses, do PSD, criticou “a injustiça de haver pessoas com funções idênticas e remunerações diferentes e a injustiça de haver pessoas que vivem nestas ilhas e não têm a justa retribuição”. Clélio Meneses recordou que os elementos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, assim como já alguns agentes da Polícia Judiciária, “recebem” o subsídio de insularidade nos Açores, considerando “da mais elementar justiça” que as restantes forças de segurança também usufruam desse complemento. Até porque, os custos da insularidade estão previstos na Constituição”, frisou, defendendo que “é uma obrigação do Estado a promo- 10 ção de medidas que os atenuem”, para além do facto que por uma questão de equidade é inconstitucional que existam profissionais das forças policiais que recebem o dito subsídio e outros não. Quase três anos depois a realidade mantêm-se, a injustiça mantêm-se, o desrespeito pela equidade mantêm-se, em suma continuam a existir polícias a receber o subsídio (e muito bem), e outros à espera que um dia o Estado e a Assembleia da República decidam corrigir esta injustiça. Com vista a, mais uma vez, trazer este problema de volta ao debate político, o Secretariado Regional dos Açores do SINAPOL (SINAPOL-AÇORES), decidiu que 2013 deverá ter como principal reivindicação de âmbito regional a luta incessante pelo tão prometido Subsidio de Insularidade. Para isso, o SINAPOL-AÇORES, irá desenvolver contactos com todos os partidos políticos com assento parlamentar na Assembleia Regional dos Açores, com o Governo Regio- nal, bem como através da Direcção Nacional do SINAPOL em Lisboa, com o Governo da República e com os Grupos Parlamentares junto da Assembleia da República. No entanto fica já a promessa, caso esta injustiça não tenha num curto trecho uma resolução politica, com vista ao cumprimento do princípio constitucional de equidade, o SINAPOL-AÇORES irá junto das entidades judiciais competentes, apresentar uma reclamação. Por isso relembramos que SINAPOL-AÇORES, como Sindicato mais representativo na Região Autónoma, já deu provas que quando assume uma posição a defende até ao fim, ao contrário de outros que se chamam sindicatos ou associações sindicais e que julgam que terem notícias publicadas nos jornais é o suficiente para resolverem os problemas dos polícias dos Açores. Armando Ferreira Presidente do Sinapol Novo Estatuto mantém Secretariado Lisboa vazio legal acerca dos horários de trabalho Prevê-se que 2013 vá ser um dos anos mais duros de que há memória. Pelos motivos sobejamente conhecidos do Orçamento de Estado e outras medidas já divulgadas sob a máscara da austeridade, muito embora para os funcionários públicos (policias inclusive) pouca diferença haverá relativamente a 2012, pelo menos em termos financeiros. Isto a acreditar no que foi dito por alguns responsáveis governamentais. Deixando de parte todas as considerações económico-financeiras sobre o futuro próximo, nesta edição de “O Quadrilheiro”, vamos debruçarnos sobre um tema que talvez tenha ainda mais importância para (alguns) profissionais de polícia: Horários de Trabalho! E neste campo, o futuro espera-se ainda mais negro. O actual Estatuto, bem como o que irá entrar em vigor no próximo ano, mantém a mesma situação ilegal que se arrasta há vários anos: O vazio legal sobre os horários de trabalho! Pela nossa experiência, este vazio legal é uma carta em branco para que a Direcção Nacional (DN) faça o que quer em relação aos horários de trabalho dos polícias. Situação que por si só, é uma outra ilegalidade e que é talvez uma das batalhas mais antigas do SINAPOL: A obrigação de os horários de trabalho dos polícias serem negociados com o MAI! O actual ministro, já fez saber que deu orientações à DN para que resolvesse a problemática dos horários, mas no entanto continua a não querer assumir esse papel. E o SINAPOL continua e vai continuar a recursar-se a participar nessa farsa, porque além de ilegal, todos nós sabemos que na DN não há pura e simplesmente qualquer sensibilidade e bom senso no que toca a horários (entre outras coisas). Basta analisar todas as alterações já efectuadas nos últimos anos (isto para não dizer desde sempre), se não vejamos: Todos nos lembramos das famigeradas 936 horas semestrais que, alguém na DN se lembrou que os polícias teriam que cumprir, e que já foi alvo de um comunicado da SINAPOL a denunciar que era um roubo ao direito às férias do polícias: 936 horas por semestre x 2 semestres = 1872 horas de trabalho anual. Considerando isto e o facto de estatutariamente os polícias terem como referência as 36 horas de trabalho semanal, tal significa que a PSP ao aplicar as 1872 horas de trabalho ano, está a obrigar os polícias a trabalhar todas as 52 semanas do ano, isto é os 12 meses, ou seja todo o ano: 36h/semana x 52 semanas/ano= 1872 horas anuais! A isto podemos juntar a opinião de diversos estudos feitos por especialistas em horários de trabalho, as considerações que diversos legisladores fizeram ao regulamentarem a actividade profissional em regime de turnos, e que a DN continua a desprezar em todos os aspectos, nomeadamente: Dias seguidos de trabalho, período de descanso entre mudanças de turno, o número de folgas mensais, a salvaguarda do direito à vida pessoal e familiar, bem como ao descanso e recuperação, o período de descanso (ou refeição) durante o horário de serviço, entre tantos outros. E o mais “engraçado”, é que só a PSP não reconhece o desgaste acrescido que o trabalho por turno provoca: Basta pensar em qualquer outra profissão que seja desempenha por turno, que em todas elas vamos ter melhores condições de trabalho do que na PSP! Desconheço qualquer outra profissão em que o trabalhador só tenha direito a 6 folgas por mês. E sabemos, que na DN continuam a achar que os polícias trabalham horas a menos (já que aparentemente não temos direito a essa coisa chamada férias), e que, pelo menos no Comando Metropolitano de Lisboa (COMETLIS), se preparam para em breve impor mais uma vez horários que ELES acham adequados para NÓS cumprirmos…Com uma diferença: Estilhaçar ainda mais a classe policial, descriminando os policias pelas funções que exercem! 11 Haverá, como sempre, os chamados “impedidos”, equivalente ao funcionário público normal, que trabalha de segunda a sexta-feira, dorme todos os dias em casa com a família, e desfruta de todos os fins-de-semana com os mesmos, goza de pelo menos oito folgas por mês (mais algum eventual feriado) e haverá dentro de os ditos operacionais, que se irão subdividir em pelo menos duas outras classes: Os patrulheiros “apeados” e todos os outros! E ao que sabemos, todos os outros poderão, pelo menos ter a hipótese de vir a ter um horário minimamente digno (exemplo: mais dias de folga em relação a quem não faz turnos, menos dias de trabalho seguidos, entre outras coisas), enquanto os “apeados” não terão essa hipótese, apesar de começarem a trabalhar praticamente o mesmo número de horas por dia, mas vamos continuar com as mesmas condições (apenas 6 folgas por mês, um fim-de-semana de folga de três em três meses, etc, etc). Ou seja, voltando à matemática muito básica: Os policias de secretaria gozam de oito folgas por mês (mais algum feriado), os “operacionais auto” de 12 folgas mensais (justo devido ao maior desgaste) e o operacional apeado de apenas seis folgas mensais! Isto num ano é nada mais nada menos do que 22 dias de folga a menos que um policia de secretaria. Com os feriados é um mês de trabalho a mais (num ano) que os impedidos! Como é possível alguém ainda pensar que fazemos horas a menos?! Até quando continuará esta falta de respeito pela condição de profissional de polícia? Será preciso relembrar que todo o conceito de proximidade está relacionado precisamente com este patrulhamento “apeado”, e que no fundo é o rosto e a ligação entre PSP-Cidadão? Como é que ainda é possível continuar a haver esta descriminação negativa e menosprezo pelo nosso trabalho e condição humana? Ser polícia está (ou devia estar) bastante longe de ser escravo. Nuno Brito Está mais do que na altura de haver uma verdadeira união e exigir o que temos direito: Uma verdadeira negociação com o MAI (a quem compete) de horários de trabalho dignos e compatíveis, e que permitam desenvolver a actividade policial em pleno das nossas capacidades físicas e mentais, salvaguardando sempre o direito à vida familiar e pessoal. Não dói a ninguém, não traz mais despesa, e prevendo-se um 2013 particularmente difícil, onde os profissionais da PSP, além de também serem vitimas da austeridade, terão o ainda mais difícil papel de defensores dos que ordenam essa austeridade e da ordem pública, o que por si só vai exigir de nós um esforço redobrado e para o qual é essencial que haja um perfeito equilíbrio entre a condição de polícia e de ser humano. (+351) 96 290 28 14 [email protected] Pedro França Secretariado Metropolitano de Lisboa Av. Tomas Ribeiro, 52A - 2795-222 Linda-a-Velha 12 Av. Tomas Ribeiro, 52A - 2795-222 Linda-a-Velha (+351) 96 290 28 14 E-mail: [email protected] A Segurança não se Contrapõe à Liberdade Numa sociedade democrática compete às Forças de Segurança e em particular à Polícia de Segurança Pública (PSP) garantir e proteger os direitos individuais, assegurando o pleno exercício da cidadania. Neste sentido, a segurança não se contrapõe à liberdade sendo condição para o seu exercício, proporcionando uma melhor qualidade de vida aos cidadãos. As Forças de Segurança buscam diariamente aperfeiçoar-se e atingir níveis que satisfaçam a expectativa da sociedade como um todo, imbuídos pelo respeito e pela defesa dos direitos fundamentais dos cidadãos. É missão primordial da PSP, enquanto elemento regulador do Estado, garantir a segurança de pessoas e bens, a defesa dos interesses nacionais, o respeito pelas leis e a manutenção da paz e ordem pública na totalidade do território nacional à sua responsabilidade. Para sucesso da sua missão, a PSP adoptou diferentes modelos de actuação, apostando fortemente na prevenção, através de estratégias de combate à criminalidade, e mantendo a sua capacidade interventiva em situações de alteração da ordem, adequando a sua acção aos diversos cenários apresentados. Assumindo que é objectivo da instituição a luta incessante para aumentar o sentimento de segurança dos demais cidadãos, junto da comunidade, protegendo-os dos riscos a que estão expostos, a PSP, nos diferentes locais onde se encontra em funções, vê-se representada por cada elemento que a compõe, disponibilizando os seus serviços ao cidadão, tendo-se revelado uma instituição de valor, prestigio, credibilidade e confiança. Enquanto instituição, a mesma encontra-se dispersa por áreas de grande concentração populacional (grandes urbes) e em grandes centros onde se verifica esse tipo de concentração populacional, ainda que volante, como é o caso dos aeroportos. Nestes últimos, para além da garantia da segurança e ordem pública desses locais, permitindo o normal funcionamento daquela estrutura e dos diferentes serviços ali representados, compete ainda respeitar e fazer respeitar as normas europeias da Aviação Civil. A experiência consolidada nesta vertente de actuação e o conhecimento adquirido ao longo de décadas, os significativos recursos aí empenhados, a formação e treino de procedimentos, leva a que continue a merecer a confiança e o reconhecimento de competências por parte das autoridades aeronáuticas, conferindo à PSP uma posição privilegiada neste domínio. Contudo, não chega apenas o empenho, dedicação, sacrifício, disponibilidade e profissionalismo de todos aqueles que representam a PSP nos aeroportos, em geral, e no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, em particular. Como é do conhecimento geral, a imagem institucional para milhares de cidadãos, que entram e saem do país, encontra-se presente na imagem do elemento policial no aeroporto. Ver um elemento policial, bem uniformizado, comunicativo, compreensivo e profissional é o suficiente para transparecer uma imagem institucional de responsabilidade, conhecimento, prestígio e, acima de tudo, competência profissional. Porém, passar essa imagem nem sempre é fácil devido à escassez de matéria-prima: o elemento policial. A falta de efetivos, essa carência de matéria humana, torna-se, diariamente, de difícil resolução. Hoje, mais do que nunca, é importante munir de meios humanos a Divisão de Segurança Aeroportuária (DSA) do Comando Metropolitano do Porto. No aeroporto passam mais de 6.000.000 (seis milhões) de pessoas por ano (números apresentados no ano de 2011 no Aeroporto Francisco Sá Carneiro – Maia) onde, muitas vezes, a primeira e última imagem do nosso país é o resultado da impressão que o elemento policial desperta no cidadão. A este facto adiciona-se falta de condições de trabalho. Es- Secretariado Porto tas limitações reduzem a capacidade de cumprimento da sua missão. Justifica-se esta afirmação com o facto de ser, praticamente, a única Divisão no país que ainda trabalha com a plataforma informática da Rede Nacional da PSP (RNPSP), quando já todas as Unidades e Subunidades, desta tão prestigiada Instituição, trabalham com uma já avançada plataforma informática, a Rede Nacional de Segurança Interna (RNSI). Trata-se de uma plataforma mais rápida, eficiente e com resultados mais vantajosos para a instituição, mas que ainda não foi aplicada nesta solitária DSA. Como se sentirá um elemento policial quando, na presença do cidadão, tenta cumprir a sua missão e o sistema informático não permite. Qual será a opinião com que o cidadão fica quando o elemento policial após 10/15 minutos lhe comunica que vai ter de começar de novo porque o sistema falhou. Será falta de profissionalismo? Não saberá trabalhar com o computador? Não saberá o que fazer? Essas serão as dúvidas que poderão, com certeza, assaltar a mente do cidadão e à qual aquele elemento policial não estará alheio. Para ele maior será a frustração por lhe ser vedada a hipótese de mostrar o seu profissionalismo, o seu conhecimento, capacidade de execução da sua missão e, acima de tudo, a satisfação do cidadão perante a prestação de um serviço. Esta é a realidade enfrentada por muitos dos elementos que representam a PSP no Aeroporto Francisco Sá Carneiro e que, de acordo com informações fidedignas, a hierarquia de comando daquela DSA já deu conhecimento superior, embora sem resultados práticos. Fica o desejo para que esta situação seja alvo de intervenção a curto prazo e que todos os elementos policiais em funções no já referido Aeroporto sejam devidamente compensados por todo este tempo de atraso. L.A. Secretariado Metropolitano de Porto 13 Área O Curso de Formação de Agentes Juridica e a sua adequação à realidade social actual No passado dia 14 de Outubro celebrou-se um ano após a conclusão do 8º Curso de Formação de Agentes (C.F.A) da PSP e, eu como antigo aluno, quero relembrar a data, enaltecendo a formação como uma das fases mais importantes da carreira de qualquer agente, que para além de assinalar o inicio de uma nova etapa da sua vida pessoal e profissional, define, em parte, o tipo de agente policial que servirá o país. O C.F.A. da PSP é, no final de contas, a base crucial no processo de “transformação” de homens comuns em agentes policiais, que após a finalização do curso têm que estar convenientemente preparados para encarar e resolver as mais diversificadas situações, desde ocorrências criminais, a contra-ordenações e o restabelecimento da ordem pública. Contudo, várias questões se levantam sobre a formação policial prestada no nosso país, questões centradas não só na adequada formação dos agentes, mas também no tempo conveniente à preparação dos mesmos. Na verdade, estas questões fazem todo o sentido quando constato que existe uma discrepância abismal entre os conteúdos pedagógicos leccionados no C.F.A. e a realidade encontrada nas diversas esquadras onde são colocados os novos elementos policiais. Esse fosso, entre teoria e prática reflecte-se no trabalho diário dos novos agentes que revelam dificuldades em resolver os incontáveis e diversos problemas que lhes chegam às mãos. A situação torna-se mais evidente e gravosa quando, por inúmeras vezes, acorrem às solicitações, equipas formadas apenas por agentes recém-formados, vulgarmente conhecidos como “maçaricos”. Torna-se, por isso, urgente que a própria Instituição realize uma introspecção séria, de forma a retirar as devidas ilações sobre o 14 corrente modelo de curso de formação de agentes policiais ministrado em Portugal e comprovar se é o mais adequado às exigências teórico/práticas da sociedade actual. Muitos, claro, já se aperceberam dessa discrepância existente entre os conteúdos pedagógicos leccionados no C.F.A. e a realidade operacional actual, apontando inclusive várias razões, tais como: - O elevado número de formandos existente no C.F.A. que dificulta, por um lado, uma adequada instrução das diferentes competências policiais e, por outro, uma distribuição equilibrada de recursos materiais e humanos, tão necessários para o bom funcionamento do curso e desempenho dos formandos. Por esta razão, muitas das competências não são desenvolvidas devidamente por falta de condições e dificuldades de colocar em prática o “grosso” dos ensinamentos. Contudo, a solução a este problema passaria pela redução do número de instruendos e, no lugar de mil agentes que habitualmente ingressam de quatro em quatro anos ou de três em três anos, fossem antes colocados anualmente um número mais reduzido de jovens aspirantes a agentes de polícia, adequando-se assim o número às instalações e aos meios técnicos e humanos disponibilizados pela PSP para o funcionamento do C.F.A.. - A idade mínima exigida para ingresso no C.F.A., idade mínima que passou dos vinte e um anos para os dezanove anos, sendo para muitos um dos motivos que justifica as atitudes muitas vezes infantis de alguns formandos, que dificultam, por vezes, o normal funcionamento das aulas do C.F.A.. A redução da idade mínima foi uma medida adoptada sem qualquer sentido lógico, colocando em causa a capacidade vocacional dos formandos, os quais quanto a mim com dezanove anos não têm na sua maioria maturidade suficiente para vir a desempenhar funções com o grau de complexidade que esta profissão exige habitualmente. - Outra problemática diz respeito ao elevado número de disciplinas e competências a leccionar num período de tempo demasiado curto (nove meses), impossibilitando assim uma preparação adequada das mesmas, bem como uma compreensão conforme das matérias doutrinadas. Seria importante fazer do C.F.A. um curso de maior especialidade no âmbito da carreira policial de agente, adaptando correctamente o período de tempo da formação, de maneira os conteúdos programáticos teórico-práticos serem devidamente desenvolvidos, permitindo desta forma aos instruendos uma maior aprendizagem e especialização das matérias. Só assim os futuros agentes poderão corresponder melhor às expectativas e exigências da sociedade. - Outra discutível contingência prende-se com a especialização e apetência dos formadores que leccionam no C.F.A.. Em relação a este ponto, nota-se que alguns formadores revelam alguma ou total falta de preparação não só teórica mas, principalmente prática ou operacional, uma vez que a maior parte advém directamente do Insti- 15 tuto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna (I.S.C.P.S.I.), e como tal é muito diferente saber e ser de ser e saber, por isso os oficiais “obrigados” a leccionar no C.F.A. com pouca ou mesmo nenhuma experiência profissional comprovada, encontram algumas dificuldades em cativar a atenção dos formandos para a aprendizagem. Estes professores/formadores são na verdade oficiais de polícia, a quem num pequeno período de tempo lhes é confiada essa função. Face ao exposto, seria pertinente repensar o modelo de escolha dos formadores do C.F.A. adoptando um modelo equivalente ao instituído no I.S.C.P.S.I. onde os formadores/professores são pessoas cuja única função que de- sempenham é leccionar, tendo total apetência para o efeito. Com este modelo, a classe de agentes seria instruída de acordo com os ensinamentos dados aos seus superiores (oficiais), possibilitando deste modo, uma maior homogeneização da “Doutrina Policial”. Seria importante ter formadores capazes e devidamente instruídos para leccionar as diferentes matérias, ficando estes apenas encarregues do ensino nos C.F.A., bem como, da competência de instruir através de acções de formação, os policiais de todas as carreiras já no activo por esse país fora, os quais necessitam regularmente de uma actualização teórico/ prática das heterogéneas competências policiais. Desta for- ma, os formadores em causa poderiam ser policiais, bem como civis tal como se passa actualmente no I.S.C.P.S.I., tendo apenas a PSP como principal objectivo dotar-se de formadores altamente competentes e especializados, isto porque os formandos são o espelho da qualidade dos seus formadores e, dos ensinamentos de bons formadores advêm normalmente bons formandos e consequentemente salutares agentes. A esta análise cuidada e de espírito crítico construtivo, não me parece que vá ter grande alcance ou amplitude no seio da comunidade policial, na medida em que são questões que serão “guerras de outros generais”, não sendo da competência de um simples agente “maçarico” alvitrar, criticar ou divagar sobre contendas que apesar de ser parte interessada, nunca terão a sua opinião em consideração, uma vez que segundo muitos existirá em causa uma usurpação de competências e funções, situação que só temos a lamentar na medida em que, quem melhor poderá opinar, que não a própria classe de agentes, que frequentou o tão badalado e importante C.F.A. da PSP. Quero ainda deixar os mais sinceros cumprimentos, a todos os formadores, pessoal auxiliar e acima de tudo a todos os meus amigos/ colegas/formandos do 8.º C.F.A. da PSP aos quais deixo um especial voto de uma vida feliz e tal como diria um dos meus mais marcantes formadores “Sejam felizes e façam pelo menos alguém feliz”. Celso Costa Secretariado Diretivo 16 Feliz Ano Novo Actualidade SINAPOL contesta mudança de competências O Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol) não aceita qualquer transferência de poderes da PSP para a GNR. O Sinapol entende que existem riscos de extinção de “algumas das principais referências da PSP” e de “desmembramento total ou quase” de subunidades da polícia. As criticas do Sinapol surgem depois de conhecida a proposta da comissão de revisão do novo Conceito Estratégico de Segurança e Defesa Nacional. A proposta, entretanto recusada pelo MAI, defende que a GNR passe a ter responsabilidade no “combate à criminalidade mais violenta e ao terrorismo, na protecção dos pontos sensíveis, na vigilância e no controlo das infraestruturas críticas e das principais vias de comunicação e fronteiras”. Já a PSP passa a ser orientada para “a protecção e segurança de pessoas e bens, enquanto força mais vocacionada para o policiamento das grandes urbes, devendo privilegiar o policiamento de proximidade e os programas especiais de policiamento comunitário”, revela o documento, que em breve será discutido em Conselho de Ministros. 18 Num comunicado tornado público o Sinapol critica a “prenda de Natal antecipada”. O sindicato sublinha que atribuir à GNR parte das atribuições da PSP é “algo que vai contra os princípios básicos da União Europeia para forças de segurança”, uma vez que a Guarda é “uma força militarizada”. A estrutura sindical questiona se, com a atribuição à GNR “da vigilância e do controlo de infraestruturas críticas”, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras deixa de existir e se o mesmo se virá a passar com a Polícia Judiciária, a “quem competem as investigações relativas ao terrorismo”. O Sinapol receia que, com a proposta, o Governo desmantele “algumas das principais referências da PSP”, dando como exemplo a Unidade Especial de Polícia. A confirmar-se a sua extinção, serão “deitados ao lixo milhões de euros dos contribuintes”, considera o sindicato. Também sob o risco de “desmembramento total ou quase” ficam o Corpo de Intervenção, Grupo de Operações Especiais, Centro de Inactivação de Explosivos e Segurança em Subsolo, Grupo Operacional Cinotécnico e o Corpo de Segurança Pessoal, enumera o sindicato. “Na prática, pretende-se extinguir um conjunto de unidades policiais pioneiras em Portugal, pois ainda a GNR não sonhava em ter unidades especiais, já a PSP as tinha”, defende o Sinapol. O Sinapol questiona ainda o motivo desta “tentativa de mudança”. “Talvez porque na força militarizada GNR ainda vingue a ideia, partilhada por mais de uma dezena de generais oriundos do Exército, os quais, quase todos à beira da reforma, continuam agarrados a ideias arcaicas e a um modelo de segurança que só já será possível encontrar em algumas ditaduras africanas”, acusa a direção do Sindicato que mostrou “apoio total” à Direcção Nacional da PSP “em todas as formas de luta e protesto que esta decida adoptar para preservar a identidade legal e a autonomia da PSP”. Bispo das Forças Armadas recebeu delegação SINAPOL e manifestou apoio aos polícias Uma delegação do Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL) foi recebida, no dia 7 de Novembro, em Lisboa, pelo Bispo das Forças Armadas e das forças de Segurança, D. Januário Torgal Ferreira. Mais do que o simbolismo da visita, há a registar o facto de o representante da Igreja, se ter disponibilizado para apoiar as causas dos polícias. D. Januário Torgal Ferreira, que tantas vezes se tem feito ouvir na defesa dos sectores da sociedade mais carenciados e esquecidos, reconheceu que os problemas da PSP são, infelizmente, bem mais graves do que aquilo que tem sido divulgado. Questões como o acesso aos serviços de saúde, os horários de trabalho, o pagamento de algumas verbas (nomeadamente os atrasos na satisfação dos serviços remunerados), a progressão na carreira e recolocação do pessoal nos novos níveis remuneratórios, bem como a aplicação de um regulamento disciplinar desactualizado e que, aparentemente, apenas visa punir quase sem dar possibilidade de defesa, foram dadas a conhecer ao Bispo das Forças Armadas. Tal como muitos cidadãos anónimos, também D. Januário Torgal Ferreira desconhecia a triste realidade que afecta grande parte do efectivo (e respectivos familiares) do da PSP. Embora sem poder para intervir directamente na resolução dos problemas que lhe foram apresentados, o representante da Igreja reconheceu a legitimidade dos protestos dos polícias, valorizando a dignidade individual como um dos mais importantes factores que conduzem a um eficaz e justo desempenho das tarefas atribuídas. Após mais de uma hora de uma reunião, a delegação do SINAPOL, liderada pelo seu presidente, Armando Ferreira, congratulou-se com os resultados da mesma, sabendo que não foram em vão os esforços desenvolvidos para, mais uma vez, pugnar na defesa dos direitos dos polícias. 19 A versão Skoda Superb Break está disponivel com motores 1.4 TSi de injecção directa de gasolina, com 125 CV de potência. Nos diesel as versões começam no 1.9 TDI com 105 CV e vão até ao motor 2.0 TDi com esta tecnologia, a debitar 140 CV. Há ainda o mais recente e silencioso 2.0 TDi common rail com 170 CV. Consumos entre 4,8 litros aos 100 km, extra-urbano e 7,8 l em ambiente urbano, para a versão assinalada: 2.0 TDI com 170 Cv. 20 21 Entrevista “Reivindicações dos polícias são justas e é importante a intervenção sindical” Helena Tomaz, advogada do SINAPOL que ganhou a acção judicial por causa do fundo de fardamento, nasceu em Lisboa a 16 de Abril de 1964, tendo obtido a licenciatura e o mestrado na Faculdade de Direito de Lisboa. É docente universitária desde 1985 e, aproveita os cada vez mais reduzidos tempos livres para fazer caminhadas, ir ao cinema e ler processo) e esperamos que seja igualmente cumprida a decisão de condenação no pagamento dos juros de mora devidos. Ainda que tenhamos de recorrer por considerarmos que a sentença não abrange todo o período de contagem de juros que consideramos ser devido. Estava à espera de encontrar esta conflitualidade e o permanente recurso aos tribunais quando aceitou defender e representar o SINAPOL? Não me surpreendeu a conflitualidade existente e a consequente necessidade de recurso aos tribunais. Na verdade, o atropelo às normas por parte de quem as cria é cada vez mais recorrente, não deixando grande alternativa ao recurso aos tribunais. Mas concorda que esta foi uma sentença histórica na PSP, uma vez que, pela primeira vez, os seus profissionais viram reconhecidos os direitos ao pagamento de juros de mora? Sim, concordo. Trata-se, de facto, de uma decisão a registar. O nosso escritório sente-se honrado por ter contribuído para a sua prolação. As decisões judiciais favoráveis às pretensões do SINAPOL na questão do fundo de fardamento mostram que as reivindicações dos polícias são justas? Mostram não só que as reivindicações dos polícias são justas, como também a importância da intervenção sindical na salvaguarda dessas pretensões. Foi uma batalha difícil? Mostrou que vale a pena lutar na justiça pelos direitos dos polícias? Sim, foi uma batalha difícil. Mas esta, à semelhança das demais cujo patrocínio o SINAPOL nos tem confiado, era uma pretensão justa. Vale sempre a pena lutar por aquilo em que acreditamos, mesmo que o reconhecimento da nossa razão demore mais a ser alcançado do que o desejável. Afinal, a persistência, a resiliência são expressão de duas das poucas coisas que ninguém jamais nos tirará: o que formos capazes de ser e de saber. A sentença do Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa, que condenou a PSP a pagar aos polícias os juros de mora do extinto fundo de fardamento, mostram que apesar de tudo a PSP é uma instituição que faz cumprir a lei e que a cumpre? A evolução deste processo e também a sua decisão mostram que a PSP acabou por reconhecer o incumprimento (o pagamento de parte significativa do capital devido foi efectuado na pendência do 22 Também foi preciso recorrer aos tribunais para exigir o pagamento dos juros de mora aos polícias que ainda não foram colocados nas novas tabelas salariais e que entraram em vigor em Janeiro de 2010. O caminho ficou mais fácil? Antes de tudo os agentes policiais são, naturalmente, cidadãos com os mesmos direitos e obrigações que os demais. É claro que, por força do interesse público inerente ao exercício das suas funções, teremos de reconhecer como admissíveis algumas situações excepcionais na oportunidade e na configuração concreta dos direitos. Mas isso não pode significar desrespeito pela função, compressão autoritária de cidadania nem violações de exigências legais de contratação colectiva, por exemplo. Devem os polícias ostentar “as lágrimas de não ter vencido” ao invés da “vergonha de não ter lutado”? A justiça será sempre o último reduto contra a falta de senso? A resposta que dei a uma das questões anteriores já antecipa a minha posição: os polícias, como os demais cidadãos ostentarão sempre com maior orgulho “as lágrimas de não ter vencido” do que a consciência de não terem lutado. Pelo menos já temos uma decisão anterior. O que sem significar necessariamente uma facilidade ou agilização processual, sempre pode ser vista como uma porta aberta. Muitas destas questões não se resolveriam mais depressa com bom senso? Da minha perspectiva, resolverse-iam com capacidade de diálogo, sem pré-juízos e com real vontade de encontrar soluções, ao invés de posturas de autoridade pela autoridade. Temos constatado, nos últimos tempos, que a profissão de polícia tem servido de justificação para retirar direitos de cidadania aos polícias. Deve um profissional de polícia possuir os mesmos direitos que todos os demais cidadãos portugueses ou são admissíveis excepções? Como é que vê a questão dos horários, que são matéria de negociação colectiva entre os sindicatos e o Governo, que têm suscitado sérias dúvidas e reservas? Essa é uma questão pendente, pelo que não anteciparei aqui argumentos processualmente usados. Remeto, porém, para o que respondi na questão relativa ao exercício da cidadania. Sendo advogada e portanto com preocupações humanistas como é que vê a utilização do Regulamento Disciplinar da PSP? Estará, porventura, a ser abusivamente usado contra os polícias ou apenas serão alguns comandantes a ter necessidade de ver refreada a acção punitiva? É minha convicção que na PSP como em vários outros organismos as normas regulamentares são, servem, por vezes, de patamar para actuações que mais do que de autoridade, expressam escusado autoritarismo. Mesmo quando se justifica a aplicação de sanção é, infelizmente, mais comum do que deveria ser a desconsideração das circunstâncias de determinação da sanção que depõem a favor dos agentes e o esquecimento do fim preventivo (quer de prevenção geral, quer de prevenção especial) das sanções. por exemplo o dos Advogados, a conduta pessoal, social e cívica pode ser avaliada no âmbito disciplinar, designadamente no patamar da aferição da já referida idoneidade para o exercício da profissão. Concorda que acidentes com viaturas policiais e situações da vida pessoal sejam tuteladas pelo Regulamento Disciplinar através dos núcleos de deontologia e disciplina? Percebo que no contexto de acidentes com viaturas policiais em exercício de funções seja necessário e mesmo importante aferir, no âmbito disciplinar, a responsabilidade dos intervenientes; no que se refere a situações da vida pessoal entendo, igualmente, que algumas condutas podem por em causa a idoneidade para o exercício da profissão (estou a pensar, por exemplo, em casos de violência doméstica). Aliás, também noutros âmbitos profissionais, A questão do novo regime de horários vai acabar na justiça? Parece-lhe bem que todos os profissionais de Polícia tenham que cumprir 936 horas por semestre, que em dois semestres totaliza 1872 horas de trabalho por ano quando a referência são as 36 horas de trabalho semanal? Naturalmente não me parece bem que os profissionais de Polícia estejam sujeitos a tais cargas horárias. Com as informações de que disponho, também neste caso será praticamente inevitável o recurso aos tribunais para repor a legalidade. 24 O Governo decidiu aumentar a idade da pré-reforma na PSP para os 59 anos e seis meses. Novo foco de contestação judicial à vista? Ainda não disponho de elementos para uma resposta cabal à questão. Devem os cidadãos exigir que quem faz cumprir a lei a cumpra sem qualquer dúvida? Claro que sim. Como é que olha hoje para estes homens que carregam uma enorme responsabilidade e que continuam quase a ser encarados como um custo e não como um benefício? Olho-os, antes de tudo, com o respeito que merecem; reconhecendo a importância das funções que lhe são confiadas como uma base essencial da manutenção do Estado de Direito. E o mínimo que posso esperar é que o Estado que representam os trate de igual forma. 25 Do ponto de vista do Direito POLÍCIA: DA POLÍTICA À POLIS “PSP, SIS, GNR, PJ, não são mais nem menos do que uma parte, e apenas uma parte, de todos os instituintes de controlo social, o primeiro e o mais importante dos quais (porque o mais repressivo) é a Inspecção-Geral de Finanças” Se eu quisesse fazer uma entrada radical, citaria Engels, que dizia que “o Estado é, na sua finalidade última, um grupo de homens armados”. Mas não quero. Quero até sair um pouco desta leitura mais radical e reentrar nesta nossa realidade, apesar de tudo mais complexa, sem que isso signifique que Engels não tinha razão. Pelo contrário: a primeira finalidade do Estado é, de facto, o controle das pessoas, essencialmente, para saber quantos somos e como somos. No fundo, trata-se apenas, e não mais do que isso, de uma questão qualitativa e quantitativa, para que, através dos mecanismos de controlo fiscal, o Estado, através de instrumentos de domínio, possa padronizar, estruturar os comportamentos em função das leis. Então, como é que chegámos até aqui? Polis é a designação que ficou desde a época da cidade grega, enquanto cidade-Estado, núcleo organizado e condutor de sociabilidades. A Polis deu origem, entre outras, a duas palavras compostas: Politike e Politeia. Da primeira nasceu a palavra Política e da segunda a palavra Polícia. Politike é a arte de administrar a Polis; hoje a arte de administrar o Estado. Polícia, latu sensu, são os instru- 26 mentos auxiliares da administração da Polis. E porque alguém tem de administrar o poder da Polis, têm de ser criados instrumentos que auxiliem essa administração, através da modulação dos nossos hábitos, pela normatização dos nossos actos, à custa da Polícia. Mas, afinal de contas o que é isso, na prática, da Polícia da Polis? Que tipo de instrumentos é que a Politike tem de tocar para controlar as comunidades; para que as pessoas que habitam esse espaço geográfico se identifiquem com a Nação; e para que o Estado, apoiado nos instrumentos de Polícia, funcione como o produtor de sociabilidade. A Polícia são todos os órgãos de controlo que agem com o objectivo de padronizar os nossos comportamentos e adequá-los aos interesses do Estado. PSP, SIS, GNR, PJ, não são mais nem menos do que uma parte, e apenas uma parte, de todos os instituintes de controlo social, o primeiro e o mais importante dos quais (porque o mais repressivo) é a Inspecção-Geral de Finanças. Depois, as Actividades Económicas, visando permitir ou proibir determinados comportamentos de acordo com a saúde das pessoas. Paralelamente, os serviços de Identificação Civil e o seu braço armado «Bilhete de Identidade», que nos controla do ponto de vista daquilo que é um cidadão num Estado vigiado. É evidente que esta questão da Polícia é um assunto que se coloca entre nós há cerca de 150 anos, como deixou perceber o decreto de criação da Polícia de Pina Manique, preocupado, no essencial, com a vadiagem, a mendicidade e a prostituição, autênticos sinais caracterizadores do «antigo regime», assente no desenvolvimento de uma cultura burguesa, urbana, associada ao crescimento das cidades. Mas, não podemos deixar de entrar aqui em linha de conta com um outro factor: os objectivos orientadores emanados do Concílio de Trento, que, do ponto de vista da construção das mentalidades, foi decisivo para a formatação dos nossos comportamentos à luz de uma moral marcada pelos ritos da catolicização. É neste tronco comum que têm de ser entendidas as polícias enquanto instituintes de controlo social, que, ainda assim, servem a formulação do paradoxo mais profundo: por um lado, o Estado, que (para legitimar e ser legitimado) transforma os cidadãos em números; e, por outro lado, o mesmo Estado, que, ao mesmo tempo, elege como objectivo final a liberdade do indivíduo. O cidadão/número De forma caricatural somos o número do bilhete de identidade, o número do contribuinte, o número do eleitor, o número da conta bancária, o número da apólice de seguro, o número do processo judicial, pelo menos. Ao Estado interessa o número, porque o Estado legitima-se através da quantidade. Para gerir o poder, o Estado utiliza o número e reduz-nos ao papel de número, o que significa que nos reduz a uma abstracção do ponto de vista individual, enquanto nos desnuda das nossas preocupações existenciais, ontológicas, metafísicas. Numa palavra o Estado remete-nos para a quantidade como forma de poder fazer a administração da polis. Veja-se o caso do «legislador». Ele nunca aparece assinalado pelo nome. Não tem rosto. Também ninguém conhece o Estado. O Estado é a ausência presente em cada um de nós. (Por exemplo, nós não «apalparemos» nunca o Estado. O Estado nunca será objecto de assédio sexual!). Para o «legislador» não é importante tipificar de forma diferente o homicídio do homem que deu um tiro noutro que vendia droga ao filho, do homicídio do transmontano que deu um tiro num vizinho por causa de uma questão de águas. Para o Estado é homicídio em ambos os casos, sem se levar em conta as especificidades, as memórias culturais, as coordenadas do pensamento, do espaço e do tempo, que são diferentes. O legislador é o nosso direito e é o nosso tirano. A doutrina liberal em que assenta a estrutura dos Estados modernos inscreveu-se em dois elementos: ordem e progresso. Que ordem é esta? É ordem moral, é a ordem política, é a ordem social, é todo o tipo de ordem, incluindo o conceito de «ordem pública», que o Estado quer e reclama à luz do entendimento sobre o ordenamento de que ele precisa para poder exercer o seu poder. Não é por acaso que as ideias de «ordem pública» e de «progresso» se desenvolveram a partir de mea- dos do século XIX, na emergência dos movimentos operários, das manifestações de rua e das greves, e dos movimentos de maior turbulência social assentes no sentimento de democratização das ideias. E não é por acaso que todos os instituintes referidos tiveram sempre como ideia identificar, através da ordem infringida, os sinais de desvio e as marcas socialmente tidas como perversas. Qual o instrumento principal dessa «perseguição»? - A Polícia. De facto, de há muito que a Polícia e o crime funcionam como meros acessórios de uma visão estereotipada da sociedade, que é levada a efeito por parte dos responsáveis políticos. O debate sobre a criminalidade, em especial aquele que é elaborado por parte dos governantes, vemo-lo sempre ser esquematizado a partir do senso comum, de uma visão excessivamente estrita, onde funciona primeiro o olhar partidário e só depois a abordagem do fenómeno. Ora, como sabemos, nem a Polícia nem o crime são fenómenos ideologicamente neutros, quer nas suas interacções com os poderes da política, quer com os poderes sociais e económicos, no âmbito dos quais se desenvolve a sua actuação. Curiosamente é a partir do interior da própria Polícia que desde meados do século XX irrompe um movimento que deixa no ar a mensagem: «não pactuamos com o preconceito!». O que significa, por parte da Polícia, a recusa em aceitar que a instituição, bem como a criminalidade, continuem a ser tratadas como uma abstracção política. A criminalidade ganha a sua carta de alforria a partir de me- Opinião ados da década de 60, com os estudos realizados em alguns bairros de Paris e na cintura industrial das principais cidades dos Estados Unidos da América, e os conceitos de «marginalidade» e de «marginal» passaram a beneficiar de um outro estatuto. Estes e outros movimentos similares tiveram por base as posições tomadas pelos sectores mais avançados das próprias Polícias, que se viram na contingência de solicitar às universidades novas avaliações e estudos sobre aquilo que era o seu metier e o seu território. Em Portugal, em termos de Comunicação Social, de entre as coisas que normalmente escapam às notícias e às reportagens sobre a Polícia, devem sublinhar-se os apontamentos sobre a qualidade dos polícias que espancam e dos polícias que são espancados; dos polícias que matam e dos polícias que são mortos. De facto, a actuação das nossas Polícias incorpora diversas funções e divide-se em vários territórios de trabalho, sendo um deles o território estrutural da violência. De certa forma, o polícia também é um profissional da violência, não tanto porque ele seja por natureza, violento, mas por que a violência é o caldo onde ele tem de mergulhar para trabalhar. É por isso que se pode afirmar que os polícias, pela natureza profissional, sociológica e antropológica do seu desempenho, são profissionais da vida, do acontecimento na sua forma mais bruta e mais complexa. Nos terrenos que percorre, o polícia não encontra um comporta- “De forma caricatural somos o número do bilhete de identidade, o número do contribuinte, o número do eleitor, o número da conta bancária, o número da apólice de seguro, o número do processo judicial, pelo menos” 27 mento “normativizado” em termos do Código Penal ou do Código da Estrada ou de qualquer outro Código, mas um campo onde proliferam as tristezas, a auto-estima desequilibrada, os estados emocionais mais disformes e desconexos. O polícia vive em entropia com o social. Enquanto o advogado, o perito, e mais tarde o magistrado, recuperam os dados servidos pelos polícias mais especializados, estes colocam-se nos limites do bem e do mal. Neste tipo de trabalho o polícia percorre campos afectos à psicologia social, à etnologia, à antropologia, à psicanálise, que lhe permitem a triagem dos comportamentos e a sua selecção, privilegiando e cimentando o caminho em que desembocam os mais diversos problemas. O polícia é o perito do facto social; é ele quem analisa os comportamentos, muitas vezes baseado apenas na lei que a todos orienta - a Constituição da República. No limite, e é ele que determina a decisão final de ajuizar correctamente o acontecimento. Dito de outra maneira, só ele vê os sinais do cadáver. E, no entanto, a lei actual até permite que se aplique uma pena por «convicção», como se a sala de audiência fosse a Basílica de Fátima (vide Juíza Orlanda Marques). Um procurador do MP pode acusar heroicamente no gabinete, mas depois também se pode acobardar e enviar para a tribuna do julgamento uma sua estagiária, em seu lugar (vide procurador Rui Cardoso), contrariando, aliás, uma directiva do ilustre PGR, que deseja ver os seus procuradores a defender os seus argumentos na sala de audiência (“que é um espelho do país”, para usar as suas palavras). “Há polícias mortos e feridos e ninguém toma medidas. E se o polícia vai com medo para uma operação e já sabe que ninguém faz nada por ele, então não há reforço de autoridade” Neste quadro, não se estranha que quando os polícias são agredidos a sociedade «receie» e exija que os tribunais punam de forma exemplar. O que já se estranha é que a lei seja complacente (por facilitismo) com as reacções violentas às abordagens policiais. Há polícias mortos e feridos e ninguém toma medidas. E se o polícia vai com medo para uma operação e já sabe que ninguém faz nada por ele, então não há reforço de autoridade. Há, ao invés, um claro enfraquecimento da autoridade do Estado e da sua capacidade de resposta punitiva contra os criminosos. E isso provoca sentimento de insegurança. Sentimento de impunidade O actual quadro jurídico está desfasado da realidade, pouco célere e ineficaz. Há um sentimento generalizado de impunidade. O «políciaviolento» passou a «polícia-vítima». Os criminosos disparam logo a matar e os polícias são avisados que devem primeiro disparar para o ar e entregar a cápsula depois. Ninguém parece perceber que a violência contra polícias é uma falha de avaliação oficial dos criminosos. Para usar uma linguagem do pontapé na bola, há juízes que fazem vista grossa às «entradas» dos assassinos, à dureza e à forma violenta como estes derrubam os po- “Nos últimos seis anos, foram registados 4.200 crimes de agressão a agentes, provocando dez mortos e 110 feridos graves, mais 320 tentativas de atropelamento” 28 lícias. Não pode continuar a acontecer que haja polícias que quando saem em serviço já sabem que nos tribunais vão ser maltratados por magistrados e advogados. Não há por onde fugir: o sistema de justiça não decide, não julga, não tem «mão pesada» e deixou consolidar a ideia de que a agressão ao polícia não é mais do que o «direito de resposta» de quem é vítima do uso da força policial. E, no entanto, no âmbito dos Crimes Contra o Estado verificou-se no último ano uma subida de 17%. Como sabemos, a «Desobediência» e a «Resistência e Coacção sobre funcionário» são os principais delitos que fazem parte deste grande tipo de crimes. O crime de «Desobediência» representa 52% (= 3.170) e o crime de «Resistência e Coacção sobre Funcionário» 30% (1.837) dos Crimes Contra o Estado. Dito de outra maneira, os crimes de «Desobediência» e «Resistência e Coacção sobre Funcionário» representam 90% dos Crimes Contra o Estado. Este grande grupo de Crimes obteve no ano de 2010 o valor máximo desde 1993: 6.135 Crimes Contra o Estado. Isto é, entre o ano de 1993 e 2010 há uma diferença de 3.573 crimes, o que se traduz por uma subida média de 200 destes crimes em cada ano, durante 18 anos. Em 2010 cinco agentes e militares da PSP E GNR, em média, sofreram agressões diariamente. Nos últimos 6 anos, foram registados 4.200 crimes de agressão a agentes, provocando 10 mortos e 110 feridos graves, mais 320 tentativas de atropelamento E em termos de polícias agredidos foi possível apurar números que obrigam a pensar: 90% estavam fardados; 92% esta- vam em serviço; 90% foram agredidos na rua; e 30% dos polícias que foram agredidos já tinham sido vítimas uma vez Quanto aos agressores: 55% tinham antecedentes criminais; 70% ficaram com TIR; só 3% ficam em prisão preventiva; apenas 20% chegam a julgamento, que demora entre dois e quatro anos, o que desmobiliza a vítima e motiva o agressor; e dos 20% que são julgados, sensivelmente metade fica com pena suspensa. Facilitismo e morosidade Facilitismo, impunidade, morosidade. Está aqui o centro da questão. Qual a melhor forma de evitar estas situações? Agravar as penas (moldura penal mais dura) e legislar no sentido de permitir a prisão preventiva nestes casos; e agentes policiais andando pelas ruas, acção que transmite à população uma grande sensação de segurança, acreditando elas que, assim, não só, dificilmente, acontecerão actos criminosos, como se passam a controlar melhor os espaços, em especial os bairros degradados e os guetos geradores de delinquência. Por norma, somos convidados a discutir estas questões através de uma visão distorcida por uma ou outra condicionante. Uma delas, é a «condicionante ideológica», segundo a qual a «direita» quer, através de uma filosofia pura e dura, Lei e Ordem a todo o preço, «mão dura» com os delinquentes, controlos policiais preventivos, razias de ilegais (e deportação de prevaricadores) e aumento de penas de prisão. Enquanto isso, a «esquerda» cuja «cultura», em resultado de alguns resquícios do tipo Revolução Francesa e Revolução de Outubro tem uma dificuldade manifesta em gerir uma política de segurança continua inclinada, por um lado, a considerar que «mais segurança» significa «menos liberdade» e, por outro lado, a acreditar na bondade do adolescente, do extracomunitário e do minoritário. “Em Portugal, porém, muito por força de velhas distorções estruturais, a Polícia terminou sendo mais um instrumento de defesa do Estado contra o cidadão cumpridor das leis” Finalmente, qual é o objectivo da Polícia e a quem deve ela servir? Para os que vivem directamente do actual sistema político, a prioridade é a segurança do Estado. O resto (a sociedade!) que se dane. A proibição de sindicalização e greve para os polícias constituem um conjunto de medidas que não deixarão de intervir numa discussão desta magnitude! Mas é preciso, também, que se criem condições para melhorar o nível de vida dos seus agentes e militares. O conceito fundamental da actividade policial num regime democrático é que ela existe para proteger os cidadãos pacíficos dos outros, que resolveram afrontar a lei. Por isso, esses cidadãos pacíficos transferem o monopólio da repressão para o Estado, que organiza e arma as forças policiais para cumprir tal objectivo. Em Portugal, porém, muito por força de velhas distorções estruturais, a Polícia terminou sendo mais um instrumento de defesa do Estado contra o cidadão cumpridor das leis Por outro lado, a esmagadora maioria da população portuguesa não tem a possibilidade de viver em áreas urbanas consolidadas, com segurança pessoal, polícia à porta, três ou quatro carros com motorista ao serviço da mulher ou para levar os filhos à C+S local. Seguramente, é também por isso que não temos uma legislação penal mais realista. Logo, sempre que se tem apostado na chamada ressocialização ou reintegração do criminoso, com a redução de pena ou as saídas de fim-de-semana, são os polícias e somos nós, as nossas famílias e os nossos bens que ficam em risco. Eleitoralismo e segurança Quando já se sente no ar o cheiro a eleições, o «optimismo eleitoralista» começa a sair à rua de braço dado com o conceito de «segurança». É uma boa altura para se exigir: a completa alteração da estrutura do Processo Penal, que é o mesmo que dizer «da lógica de funcionamento da Justiça» - há gente atirada automaticamente para o banco dos réus a 300 quilómetros de distância, notificada para o efeito no dia anterior, desconhecendo que corre um processo contra si há quatro anos; a retirada imediata dos enormes poderes que o Ministério Público tem neste momento e que o transformam, como afirmam os representantes dos que não têm voz, “numa instituição inteiramente antidemocrática”; sindicância urgente dos serviços do MP; encerramento das faculdades de Direito, pelo menos durante seis meses, para uma completa reformulação do ensino; e pôr fim a uma completa pirotecnia legislativa, às vezes escrita em mau português, que impossibilita os próprios operadores do direito e, depois, os cidadãos em geral, destinatários dessas normas, de saberem exactamente o que é que está em vigor em cada momento. Numa situação de caos deste género, como compreendemos, quem se safa são os ricos e quem é apanhado nestas malhas é o cidadão mais desfavorecido economicamente. Termino, deixando uma pergunta que pode servir de ponto de partida para uma eventual futura reflexão: Porque hei-de ser refém no meu próprio país? Barra da Costa Criminologista Atualidade Promoções e Conceito Estratégico Agitam PSP O final de 2012 e o início do próximo ano prometem ser revigorantes para a PSP. O Ministério das Finanças autorizou o pagamento de 60 milhões de euros, para colocar nos novos postos 25 mil agentes de autoridade, e o Ministério da Administração Interna colocou um travão no polémico Conceito Estratégico de Defesa que deixava a PSP com um papel subalterno na segurança. Mais de 25 mil agentes da autoridade vão, passados quase dez anos, receber os salários a que legalmente têm direito. A medida, que não prevê o pagamento de retroativos, foi comunicada aos comandos das forças de segurança e prevê ainda a abertura de cursos que, sobretudo na PSP, vão permitir preencher um milhar de postos. Cursos que tornam possível a admissão de 500 agentes ao posto de agente principal. Haverá também a possibilidade de 106 comissários passarem a desempenhar as funções de subintendentes e de 366 chefes ascenderem ao posto de chefe principal. Está ainda decidido que se irá promover a comissário os subcomissários que estão no posto há 20 ou mais anos. Em causa estão quase 300 oficiais, da carreira base, que começam agora a ser ultrapassados. Subcomissários, comissários e subintendentes “concorreram ao curso de oficiais e estão há vários anos, nalguns casos quase 18, a marcar passo à espera das promoções”, comenta um destes oficiais. Em setembro Miguel Macedo esteve na conferência de imprensa que seguiu à reunião do Conselho de Ministros e foi questionado pelos jornalistas sobre a questão das promoções nas forças de segurança, que tinham ficado previstas no orçamento retificativo para este ano. “Nos termos daquilo que está no orçamento e já comunicado às es- truturas sindicais, contamos prosseguir no trabalho que resulte nessas promoções que são necessárias nas duas forças de segurança”, disse na altura o ministro, que recusou revelar quantas promoções haverá mas assegurou que até princípios de 2013 “terão início os processos e procedimentos elencados como prioritários” na questão das promoções na GNR e na PSP. Miguel Macedo lembrou que “o artigo do orçamento relativo a esta matéria não era irrestrito”, apontando como limite a essas promoções o “enquadramento orçamental” do ministério. A 23 de Outubro, na sequência da autorização do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, foi publicada, numa ordem de serviço da Direcção-Nacional da PSP, a abertura de concursos internos para a promoção de 367 chefes a chefes principais e de 500 agentes a agentes principais, assim como de 200 vagas para chefes. O presidente do SINAPOL considera que as promoções “são muitos importantes para a PSP, tendo em conta que é uma situação que se arrasta há muito tempo”. Numa nota, a direção nacional da Polícia considera que estes con- cursos vêm dar cumprimento ao previsto no estatuto de pessoal da PSP quanto às progressões na carreira de agente e de chefe, “correspondendo às expectativas de desenvolvimento pessoal, e colmatando algumas das necessidades prementes de enquadramento hierárquico” da Polícia. Segundo a PSP, o preenchimento de 500 vagas para o posto de agente principal e de 367 para chefe principal estão disponíveis para agentes e chefes que possuam, respetivamente, cinco ou mais anos de serviço e 20 ou mais anos de permanência na carreira. Para as vagas de 200 chefes, foi aberto um concurso interno para o curso de formação de chefes de polícia da PSP, podendo candidatar-se agentes e agentes principais que detenham um mínimo de cinco anos de serviço efetivo. Em 2013 será ainda aberto um curso, com 200 vagas, que visa a passagem de agentes para o posto de subchefes. Só na PSP a abertura de todos estes cursos importa em cerca de seis milhões de euros, dinheiro que vai permitir suprir dezenas de carências a nível de chefias. Travão a fundo no Conceito Estratégico de Defesa Nacional Mas as promoções não foram a única prenda no sapatinho dos operacionais da PSP. Depois de muita celeuma e da ameaça de demissão da direção nacional o MAI travaou a discussão do novo Conceito Estratégico de Defesa Nacional que sugeria um papel mais robusto para a GNR e um perfil mais urbano para a PSP. O documento sugere que a PSP fique com o policiamento de proximidade, enquanto a GNR ficaria com a criminalidade violenta mas a ameaça de demissão da cúpula da PSP e as pressões do SINAPOL e de outros sindicatos travaram a apresentação do docu- 30 mento em Conselho de Ministros. Em causa uma deriva militarista do policiamento que os homens da PSP recusaram. O Conceito Estratégico de Segurança aponta para a PSP o papel de “força vocacionada para o policiamento de proximidade nas grandes cidades, privilegiando os programas especiais de policiamento comunitário”. Já à GNR caberia a responsabilidade no combate à criminalidade mais violenta e ao terrorismo, na protecção de pontos sensíveis, na vigilância e controlo de infraestruturas críticas e responsabilidade nas principais vias de comunicação e fronteiras”. Um conceito que obrigaria a equipar a GNR com “armamento e equipamento mais robusto” enquanto a PSP, segundo o documento, passaria a usar “equipamento individual, ligeiro e usado exclusivamente em missões policiais em meio urbano”. Na prática seria o esvaziamento da Unidade Especial de Policia o que levou a DN a ponderar a demissão e a reunir, de urgência, com o ministro da Administração Interna. Armando Ferreira, presidente do SINAPOL, explica que o novo conceito “tornava difícil a seguran- ça em espaços em aeroportos ou nos jogos de futebol porque passaria a ser necessária a intervenção da GNR”. Mas a PSP, que nunca participou na discussão do documento, não foi apanhada de surpresa. Em julho já o primeiro-ministro tinha avisado, na Unidade Especial de Policia, para a sobreposição de funções. A proposta que prevê estas alterações é da autoria de um grupo de antigos governantes da área da Defesa e da Administração Interna, liderados por Luís Fontoura, vice-presidente do PSD aquando da liderança de Luís Filipe Menezes e Figueiredo Lopes, antigo ministro da Administração Interna nos governos de Cavaco Silva. A comissão, composta por 25 personalidades como Adriano Moreira, Severiano Teixeira, Jaime Gama e Ângelo Correia, não contou com a participação de membros das forças de segurança e foram os militares os principais impulsionadores de uma doutrina mas militarizada da segurança pública. Amadeu Araújo Jornalista - Editor da Revista do Sinapol Opinião A liberdade Sindical e os direitos humanos “Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras pessoas sindicatos e de se filiar em sindicatos na defesa dos seus interesses.” (cf. art. 24º), ou seja, É no instrumento maior da organização societária mundial, de princípios humanistas e universalistas, que se encontra o direito de cada um de nós, por sua livre vontade, com inteira liberdade de opinião e expressão, fundar e participar em sindicatos na defesa legítima dos seus direitos e interesses. É com muito gosto que, respondendo a amável convite do Exmo. Senhor Presidente do Sinapol, trago a estas páginas uma coluna que pretende cuidar de alguns aspectos jurídico-sociais que são parte do dia-a-dia da vivência do pessoal da PSP. Como início desta, espera-se, profícua colaboração, chamo à colação neste primeiro texto a Declaração Universal dos Direitos Do Homem (DUDH), assinada a 10 de Dezembro de 1948, na Assembleia-Geral das Nações Unidas. Com efeito, nesse longínquo dia 10 do ano de 1948, já lá vão 64 anos anos, proclamaram os Estados Parte desta Declaração, um ideal comum a atingir por todos os povos e todas as nações, com o fim de desenvolver o respeito dos direitos e liberdades ali explanados e por promover progressivamente nas suas ordens jurídicas nacionais e internacionais, o reconhecimento desses direitos de aplicação universal. Partindo da dignidade da pessoa humana (art. 1º), a Declaração consagra explicitamente o direito à liberdade de pensamento (art. 18º), a liberdade de opinião e expressão, “..o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão.” (art. 19º), O direito à liberdade de reunião e de associação pacíficas (nº1 do art. 20º) e bem assim, ao nível do trabalho. 32 Tal manifestação de vontades, transcrita na citada Declaração Universal, data de há mais de 60 anos, sendo que na Lei Fundamental que rege a nossa vivência em comum, a Constituição da República Portuguesa, datada de 1976, a Liberdade Sindical é reconhecida no âmbito do capitulo III da Parte I – Direitos e Deveres Fundamentais (art. 55º). Tal princípio, da Liberdade Sindical, no que à Administração Pública diz respeito encontra acolhimento no Decretolei nº84/99, de 19 de Março. E no próprio preambulo dessa lei, se refere que “passados mais de 20 anos e não obstante a CRP reconhecer a todos os trabalhadores, incluindo os da Administração Pública, o direito de liberdade sindical “condição e garantia da construção da sua unidade para defesa dos seus direitos e interesses”, a lei especial (sobre o exercício da liberdade sindical dos trabalhadores da Administração Pública) ainda não foi publicada.” Se em 1999 foi possível legislar sobre liberdade sindical na Administração Pública, só em 2002, ou seja passados mais de 50 anos sobre a DUDH a liberdade sindical foi estabelecida na PSP, através da lei 14/2002, de 19 de fevereiro que “regula o exercício da liberdade sindical e os direitos de ne- gociação colectiva e de participação do pessoal da Policia de Segurança Pública” e ainda assim com algumas restrições e limitações que o DL nº84/99 confere aos restantes trabalhadores da função pública. Isto para dizer, em jeito de conclusão, que foi longo o caminho percorrido pelos trabalhadores da PSP para exercerem um direito fundamental que a AG das Nações Unidas sufragou em 1948 e que consta do mais importante e abrangente instrumento legal que os Estados democráticos conhecem. E, se assim é, também é verdade que é ainda muito recente a lei, de 2002, que permite a liberdade sindical na PSP. Tem apenas 10 anos. Ainda não sequer entrou na adolescência. Daí que haja, a nosso ver, ainda muita resistência quanto ao livre exercício do pensamento, de opinião, de expressão, de associação, no âmbito da estrutura policial. A contrário do que se passa na Europa mais desenvolvida (do Norte) onde é pacífica a existência e coexistência da liberdade sindical. Julgo que, a breve tempo, o que hoje se discute e se pune por causa do livre exercício, pelos trabalhadores, do seu direito fundamental sindical, amanhã será visto como um ganho nas relações laborais entre o comando e seus comandados. A bem da instituição policial e, por consequência, a bem da segurança e do Estado de direito democrático que é Portugal. Até breve, Diogo Pipa Advogado Breves mesma situação de acumulação de funções, quer o Comandante da FD, quer os elementos que compõem a SOCSP. Estas queixas já chegaram à Assembleia Regional, basta recordarmo-nos que recentemente saiu na imprensa Regional que a segurança do Presidente estava comprometida. Este assunto correu corredores, gabinetes mas a verdade é que tudo continua na mesma. Noticias Regionais do Secretariado Vigília na Assembleia da República No passado dia 26 de Novembros de 2012, o presidente e o vice-presidente do Secretariado Regional do SINAPOL Madeira, deslocaram-se ao Continente, para participar em mais uma actividade do SINAPOL nacional, uma vigília junto à Assembleia da República. Foi com muita convicção e optimismo que saímos da reunião que tivemos com a Exma. Sra. Presidente da Assembleia da República, a qual demonstrou bastante interesse pela causa policial, pelas suas reivindicações, pelas condições de trabalho de algumas Esquadras e Comandos, bem como pela situação gravíssima em que se encontram alguns polícias na sua situação sócio económica. Dia 27, acto cheio de simbolismo para a estrutura sindical da policia, mas com o desagrado de que só o SINAPOL esteve presente na terça-feira, como representante da classe policial, a par com vários ra- 34 mos das Forças Armadas Portuguesas, que ali se deslocaram para assistir nas galerias da Assembleia da República, para assistir à aprovação do Orçamento do Estado para 2013. Força Destacada da UEP no Comando Regional da Madeira Eu chamar-lhe-ia “uma pedra no sapato da UEP, pior é, quando dói e não se sabe onde está a pedra, ou não se quer saber e vai-se andando assim”, esta é a forma mais sensata para tentar entender aquela confusão que rola no seio da subunidade operacional do Corpo de Segurança Pessoal daquele Comando. O desagrado, o descontentamento, a desunião, o desconforto, a falta de confiança e a falta de pagamento dos subsídios, estão na origem deste grave problema. Chamo grave porque já houve um elemento que pediu a sua desvinculação daquele serviço, porque nunca lhe deram o mínimo de atenção aos seus problemas. Mas a porta continua aberta e já há mais elementos a ponderarem em fazer o mesmo. Consideram-se que nem são “carne nem peixe”, a sua situação não está definida, acumulam funções contra a sua vontade, fazem horas a mais e outras fora da sua escala de serviço e não são remunerados com os respectivos subsídios, ou seja, lembram-se que eles têm que trabalhar, fazer refeições fora, e por vezes em locais em que os custos são mais altos e não são ressarcidos por isso, o que com toda a verdade se pode dizer que “Pagam para trabalhar”. Mais grave ainda, e facto que causa alguma indignação perante os elementos daquela força, é que o Comandante da Força Destacada, tem todos esses subsídios, inclusive o subsídio de Comandante da Força. Atenção que isto não está mal, o que está mal, é que os seus subordinados, que têm o mesmo direito, estão excluídos, todos estão na É com agrado que informamos de no dia 17 de Dezembro de 2012, o SINAPOL Madeira, participou no Conselho Geral da UGT Madeira, onde vai foi formalizada a adesão deste Secretariado ao mesmo. O Secretariado Regional do SINAPOL Madeira, está a desenvolver contactos com as entidades regionais, no sentido de criar protocolos na área da saúde, desporto, apoio jurídico e actividades para os mais novos, familiares dos nossos associados. Estamos em negociações com a sede do secretariado, estamos com três locais possíveis, mas tudo carece de negociações e das condições de arrendamento. Por último e não pudemos deixar passar em claro esta época Natalícia, em que o envolvimento é mais caloroso, por isso em nome do Secretariado Regional do SINAPOL Madeira, quero desejar as Boas Festas a todos os órgãos directivos do SINAPOL Nacional e Regional, delegados, associados, funcionários do SIANPOL, simpatizantes, futuros associados e respectivas famílias. Um Feliz Natal (magrinho de presentes), mas com muita paz, amor e saúde. Um Próspero Ano Novo, que apesar dos cortes orçamentais, nos consiga dar força para levarmos as nossas reivindicações e a nossa vontade bem alto para que nunca se esqueçam que o SINAPOL é “A FORÇA DO ARGUMENTO” 35 Desporto SINDICATO NACIONAL DA POLÍCIA “Cross training - um voltar ao passado “ PROPOSTA DE INSCRIÇÃO PARA SÓCIO (PREENCHER EM MAIÚSCULAS) Este termo, é hoje aplicado a um e dia a meu ver , aquilo a que eu gosto tipo de treino muito especifico. de chamar um atleta “ completo “, simCom a evolução dos conhecimenplesmente porque vão a todas as áreas tos a nível de medicina desportiva e buscar aquilo que lhes dá vantagens em metodologia de treino, verificou-se que cima de um ringue ou numa arena de um atleta, para ser considerado “ comcombate, senão vejamos. pleto “ terá de abranger mais do que Um lutador tem de trabalhar muito uma área a nível de treino e neste caso a sério a sua técnica de combate, isto estou-me a referir à parte física, mas nada mais é do que ir “ beber “ estilos também mental, que é onde a maioria e formas ás artes marciais. Um lutador “ o poder de ter saúde “ dos atletas falham e é por isso que hoje tem de trabalhar a sua resistência carPersonal fitness trainer em dia começam a aparecer os psicódíaca, para aguentar , em muitos casos, “ the power to be healthy “ Personallogos trainer Krav Maga com ade especialidade desportiva. longas sessões de combate onde a adreSe formos ás Artes Marciais, Yoga, nalina leva o nosso corpo a um nível Culturismo, Pilates, Atletismo, etc … muito elevado e isso exige do nosso co“Cross training - um voltar ao passado “ [email protected] etc … facilmente nos apercebemos que ração uma preparação acima da média, Este termo, é hoje aplicado a um tipo de treino muito especifico. cada modalidade tem requisitos muito para isso recorre a longas corridas com onde um atleta vais buscar a qualquer Com a evolução dos conhecimentos a nível de medicina desportiva e metodologia de treino, verificou-se que um atleta, para ser considerado “ completo “ terá de abranger mais do que uma área a nível de específicos. No entanto, hoje em dia frequência cardíaca controlada. Um modalidade aquilo que ele acha que o reino e neste caso estou-me a referir à parte física, mas também mental, que é onde a maioria dos atletas falham e é por isso que hoje em dia começam a aparecer os psicólogos com a especialidade desportiva. um atleta para ser realmente bom e efilutador tem forçosamente de trabalhar pode favorecer na sua área de trabalho. Se formos ás Artes Marciais, Yoga, Culturismo, Pilates, Atletismo, etc … etc … facilmente nos apercebemos que cada modalidade tem requisitos muito específicos. No entanto, hoje em dia um atleta para ser caz na sua modalidade terá de abrana sua flexibilidade, pois isso permitePara o cidadão comum, aquele que ealmente bom e eficaz na sua modalidade terá de abranger outras áreas que supostamente não seriam suas. Passo a explicar, recentemente surgiu em grande escala e com uma divulgação explosiva o K-1, ger outras áreas que supostamente não lhe uma maior amplitude de movimennão é um profissional do desporto, stamos a falar de atletas com uma carga física extremamente grande e que levam o seu corpo aos limites do que é humanamente possível. Estes lutadores, juntamente com os lutadores de MMA ( Mixed seriam suas. Passo a explicar, recentetos e é uma óptima forma de prevenir pode e deve recorrer ao cross training, Martial Arts ) são, hoje e dia a meu ver , aquilo a que eu gosto de chamar um atleta “ completo “, simplesmente porque vão a todas as áreas buscar aquilo que lhes dá vantagens em cima de um ringue ou numa mente surgiu em grande escala e com e mesmo tratar lesões. Um lutador pois esta metodologia só vai favorecer rena de combate, senão vejamos. uma divulgação explosiva o K-1, estem de trabalhar a sua força, para isso a sua saúde em todos os aspectos possíUm lutador tem de trabalhar muito a sério a sua técnica de combate, isto nada mais é do que ir “ beber “ estilos e formas ás artes marciais. Um lutador tem de trabalhar a sua resistência cardíaca, para aguentar tamos a falar de atletas com uma carhoje em dia recorre a treino especifico veis. Tenha atenção no entanto, pois no em muitos casos, longas sessões de combate onde a adrenalina leva o nosso corpo a um nível muito elevado e isso exige do nosso coração uma preparação acima da média, para isso recorre a longas corridas ga física extremamente grande e que de musculação. Como vêem, hoje em nosso país são poucos os profissionais. om frequência cardíaca controlada. Um lutador tem forçosamente de trabalhar a sua flexibilidade, pois isso permite-lhe uma maior amplitude de movimentos e é uma óptima forma de prevenir e mesmo levam o seu corpo aos limites do que dia os mitos que existiam e tabus em ratar lesões. Um lutador tem de trabalhar a sua força, para isso hoje em dia recorre a treino especifico de musculação. Como vêem, hoje em dia os mitos que existiam e tabus em relação a certos parâmetros de é humanamente possível. Estes lutarelação a certos parâmetros de treino reino desapareceram e segue-se hoje em dia uma filosofia completamente diferente, onde um atleta vais buscar a qualquer modalidade aquilo que ele acha que o pode favorecer sua área de trabalho. João na Carvalho dores, juntamente com os lutadores de desapareceram e segue-se hoje em dia fitness trainer Tenha atenção Para o cidadão comum, aquele que não é um profissional do desporto, pode e deve recorrer ao cross training, pois esta metodologia só vai favorecer a sua saúde em todosPersonal os aspectos possíveis. MMA ( Mixed Martial Arts ) são, hoje uma filosofia completamente diferente, “ o poder de ter saúde “ João Carvalho “ the power to be healthy “ [email protected] er considerado “ completo “ terá de abranger mais do que uma área a nível de que hoje em dia começam a aparecer os psicólogos com a especialidade desportiva. dade tem requisitos muito específicos. No entanto, hoje em dia um atleta para ser no entanto, pois no nosso país são poucos os profissionais preparados para abranger todas as áreas de treino. Deverá pois recorrer de preferência a um Personal Trainer, o qual lhe poderá estabelecer um rograma de treino adaptado à sua medida. ecentemente surgiu em grande escala e com uma divulgação explosiva o K-1, ente possível. Estes lutadores, juntamente com os lutadores de MMA ( Mixed todas as áreas buscar aquilo que lhes dá vantagens em cima de um ringue ou numa Nome: Sócio nº: Data da Promoção: Posto: Morada: Código Postal: Localidade: Nº B.I./Cartão Cidadão: Nº Contribuinte: Data Nascimento: d d / m m / a a a a Naturalidade: Data Alistamento: d d / m m / Nº B.I. Profissional: a a a a Comando: Esquadra/Serviço: Divisão: Morada do Local de Serviço: Código Postal: Localidade: Email: Telemóvel: O Sócio Proponente: Sócio nº: Exmo. Senhor Director Nacional da Policia de Segurança Pública Para devidos efeitos e de acordo com o nº1 e nº2 do Artº 9º da Lei 1472002, de 19 de Fevereiro, autorizo que me seja descontada mensal, do meu vencimento da P.S.P., a importância de 4,60 Euros ( quatro euros e sessenta cêntimos), que deverá ser creditada na conta bancária do Sindicato Nacional da Polícia - SINAPOL. Informo que a respectiva importância é referente à quotização mensal que irei pagar como sócio do Sindicato Nacional da Polícia - SINAPOL, podendo esse valor ser alterado para 5,,60 Euros (cinco euros e sessenta cêntimos) mediante a minha abaixo aceitação. Caso exista alguma deliberação da Assembleia - geral do Sindicato Nacional da Polícia - SINAPOL, referente ao aumento da respectiva quotização mensal, remeto para o referido sindicato essa informação. Aceito ser sócio do Sinapol/CTP - Centro de Técnicas Policiais, mediante o pagamento mensal de 5,60 €, pelo que autorizo que esse valor seja debitado no meu vencimento, para desta forma ter acesso a todas as ações de formação ministradas pelo Sinapol/CTP, sejam elas gratuitas ou pagas. Não Aceito ser sócio do Sinapol/CTP - Centro de Técnicas Policiais, pelo que só autorizo o débito no meu vencimento de 4,60€. tes marciais. Um lutador tem de trabalhar a sua resistência cardíaca, para aguentar Obs.: A omissão de preenchimento claro e inequívoco das opções anteriores implica a decisão tácita: “Não Aceito ser sócio do Sinapol/CTP – Centro de Técnicas Policiais.” osso coração uma preparação acima da média, para isso recorre a longas corridas de maior amplitude de movimentos e é uma óptima forma de prevenir e mesmo Nome conforme B.I. ou cartão profissional vêem, hoje em dia os mitos que existiam e tabus em relação a certos parâmetros de odalidade aquilo que ele acha que o pode favorecer na sua área de trabalho. ologia só vai favorecer a sua saúde em todos os aspectos possíveis. Tenha atenção de 20 Número de Identificação Policial Sede Nacional Rua Varela Silva, Lote 17, Loja B, 1750-403 Lisboa Telefone: 217 551 000 Fax: 217 530 277 E-mail: [email protected] Secretariado Metropolitano do Porto Praceta Ferreira Castro n.º 253 4450-000 MATOSINHOS Telefone: 229 382 539 Fax: 229 38 2448 E-Mail: [email protected] Secretariado Regional dos Açores Rua Dr. Filipe da Cunha Álvares Cabral Lote 7, Loja Esq. 9500-182 PONTA DELGADA Telefone / Fax: 296 629 596 E-Mail: [email protected] Novos protocolos para Sócios: Bbva Consultar condições especias em qualquer balcao. Santander Totta Consultar condições especias em qualquer balcao. Equinócio Act. De Tempos Livres 15% de desconto em todas as actividades de “Dia Único”. Pena Aventura 15% de desconto em todas as actividades. Soluções Ordenado Santander Totta Damos mais valor ao seu ordenado Nsz Aventura 10% de desconto em todas as actividades. 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Caso cessem as domiciliações de ordenado ou reforma, antes de decorridos 25 meses, por causa não imputável ao Banco, o Cliente deverá devolver o valor de 600€ no caso do iPad3, 300€ no caso da TV LED, do Netbook Toshiba, do Samsung Galaxy Ace e da Playstation3 e de 150€ para os restantes equipamentos, na proporção do prazo não decorrido. Para efeitos de validação do cumprimento do requisito relativo ao saldo de recursos (que compreendem os Saldos de Depósitos à Ordem, Depósitos a Prazo, Contas de Rendimento e Poupança, Produtos Estruturados, Fundos de Investimento, Seguros Financeiros e Planos de Poupança Reforma/Educação e excluem Carteiras de Títulos), não serão consideradas as oscilações negativas do preço de mercado, ou seja, eventuais desvalorizações dos produtos detidos pelo Cliente nem as variações negativas do Saldo de Depósitos à Ordem. Oferta limitada ao stock existente. As imagens da Máquina de Café Dolce Gusto e do iPad 3 podem não corresponder à cor atribuída ao Cliente. A qualidade do equipamento e a sua garantia são da responsabilidade exclusiva dos fornecedores. 39 SINAPOL - Sindicato Nacional da Policia SINAPOL - Sede Nacional Secretariado Metropolitano do Porto Secretariado Regional dos Açores Rua Varela Silva, Lote 17, Loja B, 1750-403 Lisboa Telefone: 217 551 000 Fax: 217 530 277 40 E-mail: [email protected] Praceta Ferreira Castro n.º 253 4450-000 MATOSINHOS Telefone: 229 382 539 Fax: 229 38 2448 E-Mail: [email protected] Rua Dr. Filipe da Cunha Álvares Cabral Lote 7, Loja Esq. 9500-182 PONTA DELGADA Telefone / Fax: 296 629 596 E-Mail: [email protected]