Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015.

Transcrição

Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015.
BOLETIM
AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO
PARÁ 2015
Fapespa
Fundação Amazônia de Amparo
a Estudos e Pesquisas do Pará
SEDAP
Secretaria de
Desenvolvimento
Agropecuário e da Pesca
GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ
Simão Robison Oliveira Jatene
Governador do Estado do Pará
José da Cruz Marinho
Vice-Governador do Estado do Pará
SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA, EDUCAÇÃO TÉCNICA E TECNOLÓGICA - SECTEC
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Fapespa
Fundação Amazônia de Amparo
a Estudos e Pesquisas do Pará
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1ª edição - 2015
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Diretor-Presidente
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Bolsista
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Diagramação
Cantarely Costa
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação
F981b
Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará
Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015. Belém, nº 1, julho
2015.
38 f.: il.
1. Agricultura - Pará 2. Pecuária - Pará. 3. Importações - Pará.
I. FAPESPA. II. Título
CDD. 338.1098115
BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
APRESENTAÇÃO:
A Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará (Fapespa) e a Secretaria de
Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), por meio de cooperação técnica, elaboram o inédito
Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015, que ora tornamos público, com os principais resultados do
setor.
A principal diretriz norteadora deste esforço institucional conjunto foi a de instrumentalizar o debate,
o processo de formulação, monitoramento e avaliação de políticas públicas, e o exercício de um efetivo
controle social, no âmbito das políticas afetas ao desenvolvimento do setor agropecuário do estado do
Pará.
Convém destacar que este Boletim, que se propõe a ser produzido anualmente, foi realizado
com base nos resultados das pesquisas Produção Agrícola Municipal (PAM) e Produção da Pecuária
Municipal (PPM), conduzidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente ao
ano de 2013. Com o objetivo de melhor ratificar a análise desses indicadores, são observadas outras
informações relacionadas ao Setor Agropecuário, tais como: vacinação, exportação, desempenho no
mercado de trabalho, produção de origem animal, crédito rural, PIB etc.
Eduardo José Monteiro da Costa
Diretor-Presidente da FAPESPA
Hildegardo de Figueiredo Nunes
Secretário da SEDAP
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BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Efetivo bovino (em cabeças) do Brasil e das dez unidades federativas de maior rebanho em 2013
...................................................................................................................................................................10
Tabela 2 - Municípios com maiores rebanhos bovinos (em cabeças) no Pará, 2013.................................13
Tabela 3 - Municípios com maiores rebanhos bubalinos (em cabeças) no Pará, 2013..............................14
Tabela 4 - Rebanhos de Galináceos no Brasil, Norte e Pará, 2004/2013..................................................16
Tabela 5 - Municípios Paraenses com os Maiores Rebanhos de Galináceos, 2013..................................16
Tabela 6 - Rebanhos de Ovinos, Equinos, Codornas, Caprino e Suínos no estado do Pará, 2004-2013.....16
Tabela 7 - Lavoura Permanente no estado do Pará: quantidade produzida, área colhida, valor da produção e
rendimento médio, 2012-2013*...................................................................................................................24
Tabela 8 - Participação dos municípios no total produzido na lavoura permanente do estado do Pará, 2013......
...................................................................................................................................................................24
Tabela 9 - Lavoura temporária no estado do Pará: quantidade produzida, área colhida e rendimento médio,
2012-2013*................................................................................................................................................30
Tabela 10 - Participação dos municípios na lavoura temporária do estado do Pará, 2013.........................30
Tabela 11 - Pessoas ocupadas na agropecuária por atividade principal no Pará em 2013.....................32
Tabela 12 - Empregos formais com carteira assinada na agropecuária no Pará, 2013.............................33
Tabela 13 - Principais municípios paraenses beneficiados com o Crédito Rural, 2013.............................34
Tabela 14 - Principais municípios paraenses beneficiados com o Crédito Rural via PRONAF, 2013.............36
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BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Participação das maiores lavouras em valor (%), 2013..........................................................18
Gráfico 2 - Participação das maiores lavouras em produção (%), 2013...................................................19
Gráfico 3 - Participação das maiores lavouras em área colhida (%), 2013..............................................19
Gráfico 4 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Banana do Pará, 2013................20
Gráfico 5 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Cacau do Pará, 2013........................21
Gráfico 6 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Dendê do Pará, 2013...................22
Gráfico 7 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Pimenta-do-reino do Pará, 2013.....
...................................................................................................................................................................23
Gráfico 8 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Coco-da-Baía do Pará, 2013........
..................................................................................................................................................................23
Gráfico 9 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Mandioca do Pará, 2013............
..................................................................................................................................................................26
Gráfico 10 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Cana-de-açúcar do Pará, 2013.....
...................................................................................................................................................................26
Gráfico 11 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Milho do Pará, 2013...............27
Gráfico 12 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Soja do Pará, 2013....................28
Gráfico 13 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Abacaxi do Pará, 2013..............28
Gráfico 14 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Arroz do Pará, 2013...................29
Gráfico 15 - Distribuição dos Recursos do PRONAF porAtividade no Pará, 2004-2013....................................35
LISTA DE MAPAS
Mapa 1 - Comparação da produção bovina por RI entre os anos de 2003 e 2013.....................................12
Mapa 2 - Rebanho Bovino por Município, 2003/2013................................................................................13
Mapa 3 - Quantidade Produzida (t) na Lavoura Permanente no estado do Pará, 2013.............................25
Mapa 4 - Lavoura Temporária no estado do Pará......................................................................................31
8
BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
SUMÁRIO
1 PRODUÇÃO PECUÁRIA NO ESTADO DO PARÁ..................................................................................10
2. PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO ESTADO DO PARÁ...............................................................................18
2.1 LAVOURAPERMANENTE....................................................................................................................19
2.2 LAVOURATEMPORÁRIA.....................................................................................................................25
3 MERCADO DE TRABALHO AGROPECUÁRIO DO PARÁ...................................................................32
4 CRÉDITO RURAL....................................................................................................................................34
REFERÊNCIA...........................................................................................................................................37
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BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
1 PRODUÇÃO PECUÁRIA NO ESTADO DO PARÁ
O estado do Pará possui o principal rebanho da Região Norte do Brasil, com destaque para
a bovideocultura1, contando também com a criação de aves, suínos, equinos, ovinos e caprinos. A
relevância da pecuária na matriz econômica paraense está expressa na sua participação de 54% do
PIB2 do setor primário. Entre os ramos produtivos do setor agropecuário, a bovinocultura paraense
é destaque por registrar o 5º maior efetivo do país, superior a 19 milhões de cabeças, segundo o
IBGE, ou de mais de 22 milhões, consoante dados da Agência de Defesa Agropecuária do Estado
do Pará (ADEPARÁ), o que o tornaria o 3º maior rebanho do Brasil. Este cenário ainda favorece o
desenvolvimento de dois grandes segmentos: o da carne e o do leite.
A pujança da pecuária paraense pode ser demonstrada pelo seu desempenho nos últimos dez
anos (2004 a 2013), período em que o efetivo bovino paraense cresceu acima da média nacional.
Nesse intervalo, enquanto o rebanho brasileiro obteve variação de 8,29%, o Pará apresentou
crescimento de 43,27%, resultado superior até mesmo ao verificado nos estados com maior efetivo
bovino: Mato Grosso (15,36%), Minas Gerais (16,06%), Goiás (6,95%) e Mato Grosso do Sul
(-15,76%). Quando focalizado o biênio 2012/2013, o rebanho paraense registrou um incremento de
cerca de 3%, em oposição às variações negativas de Mato Grosso (-1,20%), Goiás (-2,11%) e Mato
Grosso do Sul (-2,10%), e à baixa expansão de Minas Gerais (0,98%) (Tabela 1).
O efetivo bovino paraense, em 2013, representava 9,05% do nacional, mas evidenciando
tendência ascendente desta participação, tendo em vista que os principais estados produtores vêm
registrando taxas negativas ou reduzidas de crescimento. De fato, no biênio 2012/2013, entre os dez
maiores estados produtores, apenas a Bahia registrou taxa de incremento superior à do Pará, sendo,
entretanto, seu rebanho quase 50% inferior. A perspectiva de o Pará vir a superar Mato Grosso
BOLETIM AGROPECUÁRIO DO
do Sul é bastante plausível, uma vez que, nos
últimosDO
trêsPARÁ
anos, 2015
este estado tem apresentado
ESTADO
taxas negativas de crescimento, registrando, inclusive, em 2013, redução de seu estoque bovino em
2,10%, enquanto o Pará teve o seu expandido em 3,01%, conforme já mencionado.
Tabela 1 - Efetivo bovino (em cabeças) do Brasil e das dez unidades federativas de
Tabela 1 - Efetivo bovino (em cabeças) do Brasil e das dez unidades
maior rebanho em 2013
federativas de maior rebanho em 2013
Ano
Brasil e
Unidade da Federação
Brasil
2013
Part.(%)
2013/2012
2013
211.279.082
211.764.292
0,23
100,00
1º
Mato Grosso
28.740.802
28.395.205
-1,20
13,41
2°
Minas Gerais
23.965.914
24.201.256
0,98
11,43
3º
Goiás
22.045.776
21.580.398
-2,11
10,19
4º
Mato Grosso do Sul
21.498.382
21.047.274
-2,10
9,94
5º
Pará
18.605.051
19.165.028
3,01
9,05
6º
Rio Grande do Sul
14.140.654
14.037.367
-0,73
6,63
7º
Rondônia
12.218.437
12.329.971
0,91
5,82
8º
São Paulo
10.757.383
10.486.750
-2,52
4,95
9º
Bahia
10.250.975
10.828.409
5,63
5,11
9.413.937
9.395.313
-0,20
4,44
10º Paraná
Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015.
Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.
2
2012
Var.(%)
Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015
1
Trata-se do rebanho bovino e bubalino.
Participação do setor primário no PIB paraense: 54% pecuária, 29% agricultura e 17% outros (silvicultura, exploração florestal e pesca).
Este desempenho positivo é decorrente, sobretudo, do processo de modernização
tecnológica que vem sendo impresso, nos últimos anos, à pecuária paraense, consubstanciado
10
BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
Este desempenho positivo é decorrente, sobretudo, do processo de modernização tecnoló-
gica que vem sendo impresso, nos últimos anos, à pecuária paraense, consubstanciado na introdução de novos sistemas de produção (pastejo rotacionado, integração lavoura/pecuária/floresta), no
melhoramento de pastagens, na melhoria genética e sanitária do rebanho, e na preocupação com o
bem-estar animal, resultando na geração de produtos de alta performance e no aumento de produtividade, o que tem contribuído para conter o avanço sobre áreas de florestas primárias e promover
a liberação de áreas para a agricultura.
A evolução da pecuária bovina do estado está relacionada a alguns fatores de competitivi-
dade, dentre os quais destacam-se: a disponibilidade de terras a preços mais baixos do que em
outras regiões do país; o clima favorável às pastagens, ideal para o desenvolvimento de capim e de
forrageiras; o melhoramento genético e sanitário dos animais; a qualidade da carne produzida, fruto
da alimentação exclusivamente a pasto dos animais (boi verde), o que lhe confere características
organolépticas peculiares. Além disso, a conquista do status de Certificação Internacional de Área
Livre de Aftosa com vacinação vem propiciando ao estado o acesso a novos mercados, tanto nacional como internacional.
Vale ressaltar, por outro lado, que o crescimento da pecuária vem sendo efetivado mediante
o adensamento tecnológico do sistema de produção, permitindo o aumento da capacidade de suporte (quantidade de unidade animal/ha) e a consequente redução da área destinada a pastagens.
Com efeito, em 2008, as pastagens ocupavam uma área de 14.636.724 ha, equivalente a 11,73%
do território estadual, e, quatro anos depois, em 2012, essa área era de 13.691.658 ha, ou 10,97%
da área total do Pará (TERRACLASS, 2012).
O Mapa 1 retrata a distribuição e a concentração espacial do rebanho paraense nos anos
11
BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
de 2003 e 2013. Além das Regiões de Integração BOLETIM
do Araguaia, Carajás,
Xingu e Rio Capim, que se
AGROPECUÁRIO
destacavam pela elevada produção em 2003, passaram
também a ter DO
proeminência,
2013, as RI
PARÁ em
2015
DO ESTADO
do Tapajós, Baixo Amazonas e Tucuruí.
Mapa 1 – Comparação da produção bovina por RI entre os anos de 2003 e
Mapa 1 – Comparação da produção bovina por RI entre os anos de
2013
2003 e 2013
Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015.
Fonte: IBGE/SIDRA/PPM,
2015. Elaboração:
Elaboração:
FAPESPA/SEDAP,
2015. FAPESPA/SEDAP, 2015.
A pecuária está presente em todos os municípios paraenses, constituindo, em 53 deles, a ativi-
dade econômica
dominante.
Tabela 2
apresenta
dez municípios
de maior
destaque
A pecuária
está Apresente
em
todos os os
municípios
paraenses,
constituindo,
emna53produção
deles, pecuária,a que,
juntos,
respondem
por 81% A
daTabela
produção
total do estado.
O municípiodede
São destaque
Félix do Xingu
atividade
econômica
dominante.
2 apresenta
os dez municípios
maior
desponta como o de maior rebanho bovino do Pará (2.282.445 cabeças, correspondendo a 11,91% do
na produção pecuária, que, juntos, respondem por 81% da produção total do estado. O
rebanho estadual) (IBGE, 2013) e também entre os municípios brasileiros. Chama-se atenção para o fato
município de São Félix do Xingu desponta como o de maior rebanho bovino do Pará
de que Novo Repartimento, 2º colocado no ranking estadual, possui um rebanho equivalente a 37% ao
(2.282.445 cabeças, correspondendo a 11,91% do rebanho estadual) (IBGE, 2013) e também
daquele município (855 mil cabeças), representando 4,46% do efetivo estadual.
entre
os municípios
brasileiros.
Chama-se
atenção paraense,
para o fatoa de
que Novo apresentada
Repartimento,
2º muEm dez
anos de avanço
da pecuária
no território
centralidade
pelos
colocado
ranking
estadual,
rebanho
equivalente
a 37%
ao daquele
município
nicípios
de São no
Félix
do Xingu,
Água possui
Azul doum
Norte
e Xinguara,
em 2003,
estende-se
para
os municípios
de Altamira
e Novo
Progresso,
em 2013,
no oeste
paraense.
(855 mil
cabeças),
representando
4,46%
do efetivo
estadual.
Em dez anos de avanço da pecuária no território paraense, a centralidade
apresentada pelos municípios de São Félix do Xingu, Água Azul do Norte e Xinguara, em
2003, estende-se para os municípios de Altamira e Novo Progresso, em 2013, no oeste
paraense.
12
11
BOLETIM AGROPECUÁRIO
DOAGROPECUÁRIO
PARÁ 2015
DO ESTADO
BOLETIM
BOLETIM
DOAGROPECUÁRIO
ESTADO DO PARÁ 2015
Tabela 2 - Municípios com maiores rebanhos
bovinos (em
cabeças)
Pará, 2013
DO
PARÁno
2015
DO ESTADO
Cabeçasbovinos
Tabela 2 - Municípios com
maiores
rebanhos bovinos
cabeças)
Tabela
2 - Municípios
com (em
maiores
rebanhos
Municípios
no Pará, 2013
Var. no
(%)
(em cabeças)
Pará, Part.
2013 (% )
13/12
2013
2012
2013
Cabeças
Var. (%) Part. (% )
18.605.051
19.165.02813/12 3,01 2013 100
2012
2013
2.143.760
2.282.445 3,01 6,47 100 11,91
18.605.051
19.165.028
2.143.760
2.282.445
791.795
855.319 6,47 8,02 11,91 4,46
791.795
855.319
749.278
821.185 8,02 9,60 4,46 4,28
749.278
821.185
9,60
4,28
668.541
711.028 6,36 6,36 3,71 3,71
668.541
711.028
660.000
705.000 6,82 6,82 3,68 3,68
660.000
705.000
Municípios
Pará
1º São
Félix do Xingu
Pará
1º
São Félix do Xingu
2º Novo Repartimento
2º
Novo
3º Cumaru
do Repartimento
Norte
3º Cumaru do Norte
4º Altamira
4º Altamira
5º Marabá
5º Marabá
Santana
Santana
do do
6º
6º
Araguaia
Araguaia
7º Novo Progresso
7º Novo
Progresso
Água Azul do
8º
Água Azul
Norte do
8º
Norte
Santa Maria das
9º
Barreiras
Santa Maria
das
9º
10º
Pacajá
Barreiras
Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015.
10º Pacajá
613.152
613.152
663.655
663.655 8,24
8,24 3,46
3,46
687.142
687.142
632.521
632.521-7,95-7,95 3,30
3,30
564.582
2,95
556.735
564.582
1,41
478.639
498.664
4,18
556.735
478.639
432.578
1,41
498.66413,84 4,18
492.442
2,95
2,60
2,57
2,60
432.578 Fonte: IBGE/SIDRA/PPM,
492.442
13,84
2,57
2015. - Elaboração:
FAPESPA/SEDAP, 2015
Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.
Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015.
Mapa
2 - Rebanho Bovino
por Município, 2003/2013
Elaboração:
FAPESPA/SEDAP,
2015.
Mapa 2 - Rebanho
Bovino2por
Município, 2003/2013
Mapa
- Rebanho
Bovino
por Município, 2003/2013
Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015.
Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.
12
Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015.
Fonte: IBGE/SIDRA/PPM,
2015. Elaboração:
FAPESPA/SEDAP, 2015.
Elaboração:
FAPESPA/SEDAP,
2015.
Com relação ao rebanho bubalino, o Pará lidera o ranking nacional com um efetivo de 507.882
cabeças, em 2013, equivalente a 38,12% da produção brasileira, quantidade 11,85% maior em12
relação
ao ano de 2012 (Tabela 3). Os principais municípios produtores são Chaves (28,41%), Soure (23,64%),
Cachoeira do Arari (7,38%) e Almeirim (6,53%), que, juntos, concentram 66% desse rebanho no estado.
13
brasileira, quantidade 11,85% maior em relação ao ano de 2012 (Tabela 3). Os
principais municípios produtores são Chaves BOLETIM
(28,41%), Soure
(23,64%),
AGROPECUÁRIO
Cachoeira do Arari (7,38%) e Almeirim (6,53%), que,
concentram
DOjuntos,
ESTADO
DO66%
PARÁ
2015
desse rebanho no estado.
Tabela 3 - Municípios
com3maiores
rebanhoscom
bubalinos
(em cabeças)
Tabela
- Municípios
maiores
rebanhos
no Pará, 2013
Municípios
Pará
Cabeças
2012
2013
Var. (%) Part.(%)
13/12
2013
454.079 507.882
11,85
100
Chaves
88.360 144.288
63,3
28,41
Soure
71.993 120.039
66,74
23,64
Cachoeira do Arari
36.456
37.507
2,88
7,38
Almeirim
46.537
33.185
-28,69
6,53
Prainha
32.834
28.426
-13,43
5,6
Ponta de Pedras
21.334
27.393
28,4
5,39
Santa Cruz do Arari
13.794
13.800
0,04
2,72
Muaná
13.579
12.649
-6,85
2,49
Porto de Moz
42.907
10.190
-76,25
2,01
Santarém
10.739
9.971
-7,15
1,96
Demais municípios
74.854
69.754
-6,81
13,73
Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015.
bubalinos (em cabeças) no Pará, 2013
Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015
Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.
Nos últimos dez anos, a produção bubalina paraense apresentou dois momentos distintos. No
primeiro, entre 2003 e 2006, o baixo interesse comercial pela carne de búfalo marcou uma trajetória
Nos últimos dez anos, a produção bubalina paraense apresentou dois momentos
decrescente do rebanho. No segundo, o avanço de estudos mostrando os benefícios nutricionais da
distintos.
No primeiro,
2003 euma
2006,retomada
o baixo interesse
comercial pela
de búfalo
carne bubalina
iniciou,
a partir entre
de 2007,
do crescimento
da carne
produção,
em virtude do
marcou
trajetóriade
decrescente
rebanho. “Baby
No segundo,
o avanço
de estudos
mostrando
maior interesse
nouma
consumo
carne dodochamado
Búfalo”,
categoria
de carne
proveniente do
os benefícios
da carne
de 2007,
uma retomada
do
abate de animais
entre nutricionais
18 e 24 meses
de bubalina
vida. O iniciou,
Pará éa opartir
estado
que apresenta
o melhor
desemcrescimento
da produção, em virtude do maior interesse no consumo de carne do chamado
penho nesse
tipo de abate.
Búfalo”, categoria
de carnee proveniente
do abate dede
animais
entre
18 e 24 meses
de
Com“Baby
o crescimento
da produção
da comercialização
búfalos,
expandiu-se,
também,
a fisca-
vida. O Pará
é o estado
apresenta
o melhor
tipo de abate.
lização e o controle
sanitário
da que
espécie.
Com
efeito,desempenho
o índice denesse
vacinação
do rebanho, em 2013, atingiu
97,21% somente na
ilha do Marajó, maior reduto de criação de bubalinos com 62% do total do estado
Com o crescimento da produção e da comercialização de búfalos, expandiu-se,
(IDESP, 2012; ADEPARÁ, 2012; ADEPARÁ, 2013).
também, a fiscalização e o controle sanitário da espécie. Com efeito, o índice de vacinação do
O potencial produtivo da pecuária paraense tem atraído a implantação de plantas frigoríficas
para
13
o estado, hoje em número de 35 (20 com Serviço de Inspeção Federal - SIF e 15 com Serviço de Inspeção Estadual - SIE), que processam cerca de 4,2 milhões de animais/ano, considerando-se um índice de
desfrute anual em torno de 20%. Do total de carne produzida, 25% destina-se ao consumo interno, sendo
o restante comercializado para outras Unidades da Federação, principalmente da Região Nordeste, e
mercado internacional.
No segmento da pecuária de leite, onde predominam pequenos criadores, mostram-se tam-
bém crescentes as unidades de processamento, hoje em número de 40 laticínios produzindo queijos, iogurtes etc.
Segundo dados da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará – FAEPA, os investimentos re-
alizados na produção primária da pecuária ascendem a R$ 150 bilhões, gerando um faturamento médio
anual de R$ 12,5 bilhões e ocupação direta de cerca de 353 mil pessoas, contingente correspondente a
44% da população economicamente ativa do meio rural, estimativas que se elevam para aproximadamente 753 mil de pessoas quando considerados empregos diretos e indiretos na pecuária.
14
BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
EXPORTAÇÃO DE GADO, CARNE E DERIVADOS
A economia paraense vem mostrando bom desempenho na exportação de gado,
carne e derivados. Um nicho de mercado que vem sendo liderado pelo Pará é o da
exportação do boi vivo, atividade iniciada, timidamente, em 2006, quando efetuou a
exportação de 95.385 cabeças para o Líbano, ascendendo, em 2013, para 616 mil
cabeças, constituindo-se o mais importante produto na pauta estadual de exportação,
após o minério.
A Tabela A apresenta a exportação de boi vivo, carne e derivados por valor e peso.
No ano de 2003, a quantidade exportada de boi vivo e de carnes e derivados foram,
respectivamente, de 945.700 quilos e 1,2 milhão de quilo, enquanto em 2013 o volume
elevou-se para mais de 83 milhões de quilos de carnes e derivados e quase 319 milhões
de kg de boi vivo.
Tabela A - Exportação Paraense de Boi Vivo, Carne e Derivados, 2003/2013
Fonte: MDIC/Aliceweb, 2015
Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015
Os avanços nesse segmento revelam um dado interessante na configuração da
indústria de carne no Estado. Em 2002, existiam basicamente dois frigoríficos que
exportavam carne bovina, ao passo que, em 2013, esse número subiu para 12. O efeito
valorativo proporcionado pela indústria de carne ajuda a fortalecer a cadeia produtiva da
pecuária bovina no Pará, concentrada, predominantemente, na região sul e sudeste
paraense.
15
BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
BOLETIM AGROPECUÁRIO
Em que pese a importância dos rebanhos bovinos e bubalinos na produção pecuária, a população
DO ESTADO DO PARÁ 2015
de aves no Pará, em especial de galináceos, alcançou números consideráveis em 2013, com um rebanho
Gallus
conhecidosOs
como
galos, galinhas,
frangas, frangos,
pintos,Gallus
pintainhas
(IBGE,
estimado em mais
degallus,
13 milhões.
galináceos
referem-se
à espécie
gallus,
conhecidos como
BOLETIM
AGROPECUÁRIO
2015).
A
Tabela
4
apresenta
esse
rebanho
para
o
Brasil,
Região
Norte
e
estado
do
Pará,
nos
galos, galinhas, frangas, frangos, pintos, pintainhas (IBGE, 2015). A Tabela 4 apresenta esse rebanho
DO ESTADO DO PARÁ 2015
anos de Norte
2004 e 2013.
para o Brasil, Região
e estado do Pará, nos anos de 2004 e 2013.
Gallus gallus,
conhecidos
comodegalos,
galinhas,
frangas,
frangos,
pintainhas (IBGE,
Tabela
4 - Rebanhos
Galináceos
no Brasil,
Norte
e Pará,pintos,
2004/2013
Tabela 4 - Rebanhos de Galináceos no Brasil, Norte e Pará, 2004/2013
2015). A Tabela 4 apresenta esse rebanho para o Brasil, Região Norte e estado do Pará, nos
Item
anos de 2004 e 2013.
2004
Geográfico
2013
Variação (%)
Brasil
32,24
Tabela
4 - Rebanhos 944.298.348
de Galináceos no1.248.785.538
Brasil, Norte e Pará,
2004/2013
Norte
Item
Pará
27.972.184
29.664.246
12.875.016
13.081.808
2004
Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015.
Geográfico
2013
6,05
1,61
Variação (%)
Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015
Elaboração: FAPESPA/SEDAP,
2015.
Brasil
944.298.348
1.248.785.538
32,246% na Região Norte e 1,6%
A evolução da criação de galináceos em 10 anos
foi de 32% no Brasil,
Norte paraense o maior
27.972.184
6,05
no Pará, sendo o rebanho
do Norte do 29.664.246
país. A Tabela 5 apresenta
os 10 municípios com
A evolução da criação de galináceos em 10 anos foi de 32% no Brasil, 6% na Região
Pará
12.875.016
13.081.808
1,61
maiores rebanhos, que, juntos, acumulam mais de 60% do rebanho galináceo paraense, com a maior parNorte e 1,6% no Pará, sendo o rebanho paraense o maior do Norte do país. A Tabela 5
Fonte:
IBGE/SIDRA/PPM,
2015.
cela concentrada em
Santa
Isabel, que registrou
mais de 3 milhões de animais, 23,72% do total, seguido
apresenta os 10 municípios com maiores rebanhos, que, juntos, acumulam mais de 60% do
Elaboração:
FAPESPA/SEDAP,
2015.
por Santarém, com mais de 1 milhão (7,92%) e Benevides, com mais de 980 mil (7,5%).
rebanho galináceo paraense, com a maior parcela concentrada em Santa Isabel, que registrou
mais de 3 milhões de animais, 23,72% do total, seguido por Santarém, com mais de 1 milhão
Tabela 5 - MunicípiosTabela
Paraenses
os MaioresParaenses
Rebanhos de
Gali5 - com
Municípios
com
os Maiores
náceos, 2013
(7,92%) e Benevides, com mais de 980 mil (7,5%).
Rebanhos de Galináceos, 2013
Municípios
Quantidade
Proporção (%)
Tabela 5 - Municípios Paraenses com os Maiores Rebanhos de Galináceos, 2013
Santa Isabel do Pará
3.103.500
23,72
Municípios
Santarém
Quantidade
(%)
1.035.989 Proporção
7,92
Santa Isabel do Pará
3.103.500
23,72
1.035.989
7,92
Benevides
980.630
7,50
Igarapé-Açu
898.400
6,87
Marituba
395.000
3,02
347.800
350.000
2,66
2,68
Benevides
980.630
Santarém
Igarapé-Açu
898.400
Marituba
395.000
Curuçá
380.000
São
Francisco do Pará
Curuçá
Santa
Bárbara do
São Francisco
do Pará
Pará
350.000
380.000
6,87
3,02
2,90
2,68
2,90
Castanhal
Santa Bárbara do Pará
301.400
347.800
2,30
2,66
Castanhal
Vigia
301.400
298.000
2,30
2,28
Vigia IBGE/SIDRA/PPM, 2015.298.000
BOLETIM
Fonte:
7,50
2,28
AGROPECUÁRIO
Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015
Fonte: IBGE/SIDRA/PPM,
2015. DO
Elaboração:
FAPESPA/SEDAP,
2015.ESTADO DO PARÁ 2015
Além dos rebanhos deElaboração:
maior representatividade,
FAPESPA/SEDAP, 2015. já mencionados, a agropecuária paraense conta
Alémrebanhos
dos rebanhos
maiorrepresentatividade,
representatividade, já já
mencionados,
a agropecuária
Além dos
de de
maior
mencionados,
a agropecuária
também com outros efetivos, a exemplo do rebanho suíno, que, em 2013, registrou mais de 542 mil cabeconta também com outros efetivos, a exemplo do rebanho suíno, que, em 2013,
paraenseparaense
conta também
com outros efetivos, a exemplo do rebanho suíno, que, em 2013,
ças; equino (284 mil);
e ovino
(193
mil)cabeças;
(Tabela
6).(284 mil); e ovino (193 mil) (Tabela 6).
registrou
mais de
542 mil
equino
registrou mais de 542 mil cabeças; equino (284 mil); e ovino (193 mil) (Tabela 6).
16
Tabela 6 - Rebanhos de Ovinos, Equinos, Codornas, Caprino e Suínos no estado do
Tabela 6 - Rebanhos de Ovinos, Equinos, Codornas, Caprino e Suínos
Pará, de
2004-2013
Tabela
6 - Rebanhos
Ovinos, Equinos,
no estado do Pará,
2004-2013
Pará, 2004-2013
Rebanho
Ovino
Rebanho
Equino
Ovino
Codornas
Caprino
Suíno
2004
178.400
2004
282.835
178.400
43.758
Codornas, Caprino e Suínos no estado do
2013
193.427
2013
284.437
193.427
Variação (%)
8,42
Variação
(%)
0,57
8,42
36.170
-17,34
78.714
55.664
-29,28
1.043.464
542.746
-47,99
16
Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015.
Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015
Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.
PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL (BOX - Fundo com foto de leite e mel)
16
BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL
Os produtos de origem animal referem-se ao conjunto de alimentos originados
direta ou indiretamente de animais. Nesse grupo estão o mel, leite e ovos entre outros. No
ano de 2013, em todo o Brasil, esse tipo de produção alcançou o valor de R$ 41.387.797
(IBGE, 2015). Na Região Norte, destacam-se o mel, leite e ovos de galinha e de codorna,
os quais registraram, em 2013, um valor total de R$ 1.867.042,00 (IBGE, 2015).
A Região Norte produziu, em 2013, 933.706 kg de mel de abelha, 1.846.419 litros de
leite, enquanto a produção de ovos de galinha e de codorna foi, respectivamente, de
123.687 e 1.564 dúzias. A análise entre os estados do Norte revela que o Pará é o maior
produtor de leite (539.490 litros), de mel (5.445 kg), e de ovos de codorna (555 mil dúzias);
além de ser o segundo maior produtor de ovos de galinha (28.425 mil dúzias), precedido
pelo Amazonas (IBGE, 2015). A representatividade da economia leiteira do Pará é
demonstrada pelo valor da produção, que alcançou cifras superiores a 450 milhões de
reais. Contudo, após 2006, o comportamento da produção leiteira passou a apresentar
tendência de declínio (-7,8%). Entre os municípios com maiores produções de lácteos no
Estado, em 2013, destacaram-se: Água Azul do Norte (28.125 milhões de litros), Piçarra
(24.195) e São Félix do Xingu (22.138) (IBGE, 2015).
A produção de alguns produtos de origem animal envolve diferentes portes de
produtores ou cooperativas, sendo fundamental o apoio governamental para o progresso
do setor e consolidação da estrutura produtiva.
17
BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
2. PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO ESTADO DO PARÁ
A área cultivada no estado do Pará, em 2013, atingiu 1.149.309 ha, gerando uma produção
de mais de 9,1 milhões de toneladas, com valor estimado em torno de R$ 5,4 bilhões, representando
cerca de 27% do PIB agropecuário do estado.
Em relação a 2012, esses números configuram um desempenho bastante positivo, uma vez
que a área cultivada teve um incremento de 6,3% (aproximadamente, 68 mil hectares), a quantidade
produzida, de 4,4%; e o valor da produção, de 39,6%. Todavia, esse resultado não significou melhoria
na produção agrícola como um todo, mas, sim, de um número reduzido de culturas.
De fato, ao se decompor o valor da produção agrícola estadual, verifica-se que 8 (oito)
produtos respondem por 89% daquele resultado, cada um com características de produção e
dinâmicas bastante diferenciadas, a saber (Gráfico 1): mandioca (40,6%), soja (9,2%), banana
(7,6%), pimenta-do-reino (6,7%), milho (6,6%), cacau (6,2%), dendê (4,9%), abacaxi (4,9%), Arroz
(2,4%). Com relação a essas culturas, o Pará desponta como maior produtor nacional de mandioca,
pimenta-do-reino, abacaxi e dendê; o 2º de cacau e o 5º de banana.
Gráfico 1 - Participação das maiores lavouras em valor (%), 2013
Mandioca
40,62
Soja
9,20
Banana
7,58
Pimenta-do-reino
6,72
Milho
6,56
Cacau
6,20
Abacaxi
4,85
Dendê
4,84
Arroz
Total em 2013:
R$ 5,4 Bilhões
2,39
Outros
11,03
0,00
5,00
10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00
Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015
Corroborando com o destaque dado a algumas culturas no que tange ao valor, o mesmo
ocorre quando se observa a quantidade produzida e área colhida com pequenas alternâncias.
Dessa forma, o Gráfico 2 mostra como as mais de 9,1 milhões de toneladas de produtos agrícolas
paraenses foram particionadas em 2013, sendo a mandioca a principal cultura, com mais de 48%
do total, seguida pelo dendê (10,81%) e pela cana-de-açúcar (9,72%). No que diz respeito ao total
da área colhida (ha), o Gráfico 3 ilustra que foram destinados mais de um milhão de hectares para
produção agrícola, dos quais a mandioca, milho e soja obtiveram maior participação percentual com
26,32%, 19,24% e 16,52%, respectivamente.
18
BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
Gráfico 2 - Participação das maiores lavouras em produção (%), 2013
Mandioca
50,83
Dendê
11,44
Cana-de-açúcar
10,28
Milho
6,75
Banana
6,44
Soja
5,57
Arroz
2,26
Laranja
2,17
Melancia
1,29
Outras
2,96
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015
Gráfico 3 - Participação das maiores lavouras em área colhida (%),
2013
Mandioca
Milho
Soja
Cacau
Arroz
Dendê
Feijão
Banana
Coco-da-baía
Pimenta-do-reino
Cana-de-açúcar
Outros
0,00
1,83
1,21
1,19
4,72
3,80
3,77
5,00
16,43
8,41
7,93
26,17
19,13
Total em 2013:
1,1 Milhão (ha)
5,42
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015
2.1 LAVOURA PERMANENTE
As culturas ou lavouras permanentes compreendem plantios agrícolas de longa duração,
de modo que, após a colheita, não necessitam de um novo plantio, produzindo por vários períodos
consecutivos (IBGE, 2015). Nesse segmento, o estado do Pará registrou, em 2013, uma produção de
2.028.221 t, equivalente a 22,3% do volume total estadual, com crescimento de 2,46% em comparação
ao ano de 2012 (1.985.291 t). O aumento da quantidade produzida decorreu, preponderantemente,
de ganhos de produtividade, posto que, em 2013, a área colhida (250.356 ha) apresentou redução
de 1% em relação ao ano de 2012 (262.855 ha). Entretanto, o desempenho das culturas que
integram esse segmento foi bastante diferenciado, com apenas três dentre as de maiores produções
apresentando variação positiva em termos de área e quantidade produzida - limão, cacau e banana
- possuindo a primeira, contudo, pouca representatividade na produção agrícola estadual.
Nesse contexto, assume destaque o cacau e a banana, que apresentaram variação de 18,47% e
7,10%, respectivamente, na quantidade produzida, e de 10,09% e 5,14% na área colhida (Tabela 7).
A banana desponta como o produto de maior valor de produção no grupo das lavouras
permanentes, embora possua a 3ª maior área cultivada (18,1%). A expansão dessa cultura, em
grande parte, está associada à da cacauicultura, pois seus plantios, no estado, são efetuados
19
BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
predominantemente de forma consorciada, visto ser a bananeira utilizada para sombreamento da
cultura do cacau. Com uma área colhida de 43.510 ha e uma produção de 585.943 t, o Pará é o 5º
maior produtor de banana do país, participando com 8,5% do total nacional.
Apesar da característica de expansão já mencionada, a produção de banana ainda é
significativamente dispersa no Pará, conforme pode ser visualizado no Gráfico 4, de modo que os
dez municípios de maiores lavouras somam 57,18% da produção dessa cultura no estado. Novo
Repartimento é o maior produtor (12,20%), seguido por Medicilândia (7,65%) e Altamira (7,54%), os
dois últimos citados localizados no Xingu, região
de predominância
do cultivoDO
de cacau.
BOLETIM
AGROPECUÁRIO
ESTADO DO PARÁ 2015
Gráfico 4 - Participação dos municípios com as 10 Maiores Produções de Banana do Pará,
Gráfico 4 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de
2013
Banana do Pará, 2013
Novo Repartimento
12,20
Medicilândia
7,65
Altamira
7,54
Trairão
5,73
Uruará
5,43
Placas
4,52
Rurópolis
4,04
São Geraldo do Araguaia
3,89
Anapu
3,11
Tucuruí
3,07
0,00
Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015.
57,18%
2,00
4,00
Total em 2013: 585.943 mil frutos
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
Elaboração: FAPESPA/SEDAP,
2015.
Fonte: IBGE/SIDRA/PPM,
2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015
No que tange ao cacau, o Pará, com uma área colhida de 97.176 ha, a maior do grupo das
No que tange ao cacau, o Pará, com uma área colhida de 97.176 ha, a maior do grupo das
lavouras permanentes, e uma produção de 79.727 t de amêndoas, é a 2ª maior lavoura em
lavouras permanentes, e uma produção de 79.727 t de amêndoas, é a 2ª maior lavoura em produção,
produção, contribuindo com 31% da safra nacional. O cultivo é efetuado basicamente por
contribuindo com
31%produtores,
da safraestabelecidos
nacional.predominantemente
O cultivo é efetuado
por pequenos produtores,
pequenos
em solosbasicamente
de média a alta fertilidade,
estabelecidossendo
predominantemente
em das
solos
de média
a altaprincipalmente
fertilidade,
sendo
a cacauicultura paraense uma
mais competitivas
do mundo,
quando
se a cacauicultura
a produtividade
média do
(870mundo,
kg/ha) e oprincipalmente
baixo custo de produção
(US$ se
1.000.00/t)
da
paraense umaconsidera
das mais
competitivas
quando
considera
a produtividade
3
, zona que concentra
67% da produção
lavoura,e observados
no Território
da Transamazônica
média (870 kg/ha)
o baixo custo
de produção
(US$ 1.000.00/t)
da lavoura,
observados no Território
estadual.
da Transamazônica3, zona que concentra 67% da produção estadual.
O Gráfico 5 os
apresenta
os 10 municípios
as maioresproduções
produções de de
cacau
no estado,
O Gráfico 5 apresenta
10 municípios
comcom
as maiores
cacau
no estado, verificandoverificando-se que a produção é relativamente concentrada na Região de Integração do Xingu,
se que a produção é relativamente concentrada na Região de Integração do Xingu, com destaque para
com destaque para Medicilândia, que, em 2013, deteve quase 40% do total estadual, seguida por
Medicilândia, que, em 2013, deteve quase 40% do total estadual, seguida por Uruará (10,89%) e Placas
Uruará (10,89%) e Placas (8,35%). Só esses três municípios registraram 58,64% da produção
(8,35%). Só esses
três
municípios registraram 58,64% da produção cacaueira paraense.
cacaueira
paraense.
3
Altamira, Anapu, Brasil Novo, Medicilândia, Uruará, Placas, Rurópolis, Vitória do Xingu, Senador José Porfírio e
Pacajá, perfazendo um total de 240.297 km2.
21
Altamira, Anapu, Brasil Novo, Medicilândia, Uruará, Placas, Rurópolis, Vitória do Xingu,
Senador José Porfírio e Pacajá, perfazendo um total de 240.297 km2.
3
20
BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
Gráfico 5 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de
Cacau do Pará, 2013
Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015
A excelente performance da cacauicultura, que vem se expandindo em todas as regiões
do estado, tem sua explicação no fato de que, em 2011, o Governo do Estado do Pará, através
da extinta Secretaria de Agricultura, definiu esse segmento como um dos prioritários da política
agrícola estadual e elaborou, em parceria com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira
(CEPLAC), o Programa Estadual de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Cacau. A execução do
referido programa é apoiada pelo Fundo de Apoio à Cacauicultura do Estado do Pará (FUNCACAU),
constituído por recursos oriundos da comercialização do cacau.
O FUNCACAU tem possibilitado o desenvolvimento de ações fundamentais para a expansão,
modernização e consolidação da cacauicultura no estado do Pará. Investimentos na produção e
distribuição de sementes híbridas de cacau têm-se constituído no principal item de fomento, de modo
a propiciar a expansão da área cultivada. De igual modo, investimentos em capacitação de técnicos
e produtores em tecnologias sustentáveis de produção têm sido priorizados, visto ser requisito
fundamental para a elevação do nível tecnológico e da produtividade das lavouras. Outros focos
do programa podem ser destacados: apoio ao cooperativismo, contemplando ações direcionadas
à organização de produtores, da produção, da comercialização e agregação de valor ao produto,
mediante incentivo a pequenas e médias unidades industriais. Complementarmente, a realização e
participação de produtores em feiras locais, nacionais e internacionais constituem estratégia para
estimular a capacitação, o desenvolvimento tecnológico e a realização de negócios no segmento
da cacauicultura, buscando dar visibilidade à produção paraense. Mais recentemente, ênfase
especial vem sendo dada à melhoria da qualidade das amêndoas e à verticalização da produção,
especialmente de chocolates premium.
O dendê manteve-se, em 2013, com a maior produção entre as culturas permanentes, com
1.040.538 t, correspondente a 51% do total, tendo variado a produção em 0,6%, a despeito de a área
colhida ter sofrido retração de 7,35% em relação ao ano anterior (Tabela 7). Esse desempenho pouco
favorável está relacionado à queda do preço do petróleo no mercado internacional, ocasionando, também,
a redução do preço do óleo de palma, haja vista a correlação de preços existente entre ambos os produtos.
A criação do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), através da lei nº
11.097, de 13/01/2005, que estabelece a obrigatoriedade da adição de progressivo percentual de
21
BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
biodiesel ao óleo diesel oriundo do petróleo, abriu novas perspectivas para a cultura da palma de
óleo no Pará. Tanto assim é que, entre 2005/2013, a produção de dendê teve um incremento de
39%, figurando o Pará como o grande produtor nacional, gerando 83% da produção brasileira.
São vários os fatores que favorecem esse quadro, destacando-se o fato de o Pará possuir
cerca de 10,5% de seu território, ou seja, cerca de 13,1 milhões de hectares, propícios para o cultivo
de dendê, de acordo com o Zoneamento Agroecológico e de Risco Climático realizado pela EMBRAPA
/ Centro Nacional de Pesquisas e Solos, que estão situados em área já alterada, dispensando, por
conseguinte, o desmatamento de novas áreas. Além disso, a infraestrutura disponível e em fase de
implantação; a larga experiência dos produtores com a cultura da palma, acumulada em mais quatro
décadas; conjugada à capacidade total de aproveitamento de todos os seus produtos e subprodutos
e às perspectivas favoráveis de mercado tornam essa cultura uma importante alternativa de
investimento.
A produção de palma de dendê no Pará conta com condições edafoclimáticas, legislação que
incentiva e o apoio de entidades públicas e privadas com apoio técnico e financeiro. Nesse sentido,
destaca-se o município de Tailândia como o maior produtor no estado (38,93%), seguido pelo Acará
(16,82%) e Moju (13,57%), que, juntos, perfizeram 62,39% do total da produção dessa lavoura no Pará.
Gráfico 6 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de
Dendê do Pará, 2013
Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015
A produção paraense de dendê é efetuada com a integração de contingente significativo de
pequenos agricultores familiares, que passaram a se inserir em uma cultura de mercado e, dessa
forma, puderam elevar o seu nível de renda. A área plantada de dendê compreende três polos de
produção (Tocantins, Rio Caeté e Guamá), envolvendo 9 (nove) municípios: Moju, Tailândia, ToméAçu, Bonito, Acará, Igarapé-Açu, Santo Antônio do Tauá, Santa Isabel do Pará e Castanhal.
A pimenta-do-reino é outra importante cultura da lavoura permanente, representando o 2º maior
valor e o 4º da produção agrícola estadual, além de se destacar com a maior produção no âmbito nacional.
No período 2012-2013, a área colhida teve uma variação negativa de 7,15%, repercutindo na queda
da quantidade produzida em 4,28% (Tabela 7). Ainda assim, a pimenta-do-reino foi o segundo produto
agrícola de maior valor exportado pelo Estado em 2013, superado apenas pela soja.
O fato é que esse produto, por ser uma commodity, tem seu preço estabelecido no mercado
internacional, e a expansão/retração da produção guarda relação direta com as oscilações de
preços. Por outro lado, a cultura da pimenta-do-reino, no Pará, teve uma grande retração com o
22
BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
aparecimento da fusariose, doença que causou a morte de pimenteiras e reduziu o ciclo produtivo
da cultura de 20 anos para 6 a 8 anos. Mais recentemente, a dificuldade de obtenção de madeira
certificada, exigência da legislação ambiental, para ser utilizada como tutor, tem se constituído,
também, em óbice ao crescimento da cultura.
A produção paraense de pimenta-do-reino em 2013 foi de 30.885 toneladas. O Gráfico 5
apresenta os dez maiores municípios produtores dessa cultura (55,47%), observando-se um plantio
mais disperso no território paraense, sendo Igarapé-Açu e Tomé-Açu os que registraram as maiores
produções (12,36% e 10,36%, respectivamente).
Gráfico 7 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de
Pimenta-do-reino do Pará, 2013
Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015
O coco-da-baía, no conjunto das lavouras permanentes, é a 5ª maior em valor da produção (8,
67%), registrando, em 2013, uma área cultivada de 21.092 ha, com produção de 214.859 mil frutos,
números esses declinantes em relação a 2012. O Pará participa com 11% da produção nacional,
posicionando-se em 3º lugar no ranking dos estados produtores. O município de Moju é o principal
produtor paraense (34,91%) e, também, o 3º município maior produtor do Brasil, apresentando a
particularidade de sediar a maior plantação contínua de coqueiros do País, com 19 mil hectares e
800 mil pés. Entretanto, a cultura do coco está presente em mais de 100 municípios do Pará e o
Gráfico 8 traz os dez municípios maiores produtores do estado.
Gráfico 8 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de
Coco-da-Baía do Pará, 2013
Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015
23
BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
A Tabela 7 contempla as principais
culturas
da lavoura permanente
no estado do
Pará,
apresentando:
BOLETIM
AGROPECUÁRIO
DO ESTADO
DO
PARÁ
2015
quantidade produzida (t), área colhida (ha), valor da produção (R$) e rendimento (R$/ha).
Tabela 7 - Lavoura Permanente no estado do Pará: quantidade produzida, área colhida, valor da produção e rendimento médio, 2012-
Tabela 7 - Lavoura Permanente no estado do Pará: quantidade produ2013* valor da produção e rendimento médio, 2012-2013*
zida, área colhida,
Valor da produção (mil reais)
Rendimento médio qtd/ha
2012
2013
2012
0
1.497.527
1.580.198
5,52
8,26
8,46
2,45
54.475
-7,35
294.813
263.285
-10,69
17,59
19,10
8,57
41.384
43.510
5,14
297.469
411.926
38,48
13,22
13,47
1,87
-7,15
23.584
21.092
-10,57
97.802
106.284
8,67
9,81
10,19
3,82
197.766
-0,03
11.943
11.851
-0,77
81.191
95.607
17,76
16,56
16,69
0,74
67.299
79.727
18,47
88.267
97.176
10,09
331.857
336.848
1,5
0,76
0,82
7,61
Limão (t)
23.112
32.131
39,02
1.353
1.854
37,03
12.914
28.326
119,35
17,08
17,33
1,46
Pimenta-do-reino (t)
32.267
30.885
-4,28
15.022
13.948
-7,15
374.167
365.334
-2,36
2,15
2,21
3,09
Maracujá (t)
26.837
20.786
-22,55
2.581
1.933
-25,11
32.932
26.348
-19,99
10,40
10,75
3,42
Mamão (t)
19.692
19.266
-2,16
1.243
1.151
-7,4
20.143
18.878
-6,28
15,84
16,74
5,66
Café (em grão) Total (t)
10.011
5.930
-40,77
10.249
6.377
-37,78
33.479
19.827
-40,78
0,98
0,93
-4,8
Goiaba (t)
6.462
2.944
-54,44
365
173
-52,6
4740,56
2591
-45,34
17,70
17,02
-3,88
Borracha (látex coagulado) (t)
2.613
2.052
-21,47
2.333
1.878
-19,5
5.567
3.276
-41,15
1,12
1,09
-2,44
Castanha de caju (t)
2.890
1.668
-42,28
3.285
3.064
-6,73
2.935
1.732
-40,98
0,88
0,54
-38,12
Urucum (semente) (t)
2.254
1.536
-31,85
2.156
0,96
-7,94
Tangerina (t)
1.466
1.524
3,96
101
14,94
2,94
Lavoura Permanente
Quantidade produzida
2012
2013
Total **
1.974.194
2.022.696
Dendê (cacho de coco) (t)
1.034.361
Banana (cacho) (t)
Área colhida (Hectares)
Var. (%)
2012
2013
2,46
239.077
239.088
1.040.538
0,6
58.795
547.098
585.943
7,1
Coco-da-baía (mil frutos)
231.400
214.859
Laranja (t)
197.832
Cacau (em amêndoa) (t)
Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015.
Elaboração: FAPESPA/SEDAP,
Quando2015.
observado
Var. (%)
BOLETIM
DO
1.596
-25,97 AGROPECUÁRIO
4.396
4.562
3,78
1,05
102
0,99
923,49
79,54
14,51
DO
PARÁ1658
2015
ESTADO
2013
Var. (%)
Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.
o plantio de todas
as lavouras
permanentes,
o município
paraense
*Para
este boletim
foram consideradas
as produções
acimadede mil toneladas.
**Não inclui coco-da-baía (mil frutos)
*Para este boletim foram consideradas as produções acima de mil toneladas.
Var. (%)
maior produção agrícola em 2013 foi Tailândia, que respondeu por 20% do total produzido no
**Não inclui
coco-da-baía
(mil frutos)
Quando
observado
o plantio de todas as lavouras permanentes, o município paraense de
estado, com destaque para o dendê como principal cultivo do município com 99% de
maior produção agrícola em 2013 foi Tailândia, que respondeu por 20% do total produzido no estado,
participação na lavoura permanente municipal, produção que equivale a 40% do dendê cultivado
com destaque para o dendê como principal cultivo do município com 99% de participação na lavoura
no Pará. A Tabela 8 apresenta os dez municípios com as maiores produções no estado e a
permanente municipal, produção que equivale a 40% do dendê cultivado no Pará. A Tabela 8 apresenta27
participação que cada um dispõe.
os dez municípios com as maiores produções no estado e a participação que cada um dispõe.
Tabelados
8 - municípios
Participação
dosproduzido
municípios
no total
Tabela 8 - Participação
no total
na lavoura
permanente do estado do Pará,
2013 do Pará, 2013
estado
Estado/Municípios
Produção (t)
Part. (%)
Pará
2.029.757
100
1º
Tailândia
405.954
20,00
2º
Acará
178.534
8,80
3º
Moju
153.285
7,55
4º
Capitão Poço
149.886
7,38
5º
Bonito
84.235
4,15
6º
Medicilândia
82.615
4,07
7º
Novo Repartimento
75.696
3,75
8º
Tomé-Açu
57.486
2,83
9º
Igarapé-Açu
53.042
2,61
50.602
2,49
10º Altamira
Fonte: PAM/IBGE, 2015.
produzido na lavoura permanente do
Elaboração: FAPESPA, 2015.
Fonte: IBGE/PAM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.
A distribuição do total da produção da lavoura permanente para todos os municípios paraenses
pode ser observada
Mapa 3,do
evidenciando
as participações
dos municípios
daos
RImunicípios
Tocantins (Tailândia,
A no
distribuição
total da produção
da lavoura permanente
para todos
Acará e Moju),
tendopode
o dendê
e o coconocomo
RI do Xingu
(Medicilândia,
paraenses
ser observada
Mapaas
3, principais
evidenciandoculturas;
as participações
dos municípios
da RI Altamira e
Tocantins (Tailândia, Acará e Moju), tendo o dendê e o coco como as principais culturas; RI do
Xingu (Medicilândia, Altamira e Uruará) e do Tapajós (Novo Repartimento), sendo o cacau o
24
BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
Uruará) e do Tapajós (Novo Repartimento), sendo o cacau o maior cultivo; além do nordeste do estado
BOLETIM AGROPECUÁRIO DO
ESTADO DO PARÁ 2015
(Capitão Poço, Bonito, Tomé-Açu e Igarapé-Açu), destacando-se o plantio de laranja e pimenta-do-reino.
Mapa 3 – Quantidade Produzida (t) na Lavoura Permanente no estado
do Pará, 2013 Mapa 3 – Quantidade Produzida (t) na Lavoura
Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015.
Permanente no estado do Pará, 2013
Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.
Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.
2.2 LAVOURA TEMPORÁRIA
2.2 LAVOURA TEMPORÁRIA
As culturas ou lavouras temporárias abrangem as áreas para o plantio de culturas de curta
duração (via de regra, menor que um ano) e que normalmente necessitam de novo plantio após cada
As culturas ou lavouras temporárias abrangem as áreas para o plantio de culturas de curta
colheita (IBGE, 2015). Essas culturas são as mais representativas no conjunto da produção agrícola
duração (via de regra, menor que um ano) e que normalmente necessitam de novo plantio após
paraense, respondendo, em 2013, por 77% da área cultivada (888.463 ha), 78% da quantidade
cada colheita (IBGE, 2015). Essas culturas são as mais representativas no conjunto da produção
produzida (7.064.691 ha) e 69% do valor da produção (R$ 3,7 bilhões). Esses resultados superaram
agrícola paraense, respondendo, em 2013, por 77% da área cultivada (888.463 ha), 78% da
os verificados em 2012, apresentando variação positiva de 8,50%, 5,09% e 55,32%, respectivamente.
quantidade produzida (7.064.691 ha) e 69% do valor da produção (R$ 3,7 bilhões). Esses
Vale ressaltar, contudo, que a evolução registrada decorreu mais da expansão da área cultivada do
resultados superaram os verificados em 2012, apresentando variação positiva de 8,50%, 5,09% e
que do aumento
de produtividade, visto que o rendimento médio foi negativo (-2,68%).
55,32%,
respectivamente.
Vale ressaltar,
contudo,
evolução
registradade
decorreu
da
Nesse
contexto,
a mandioca
sobressai
nãoque
só acomo
a cultura
maior mais
destaque
neste
expansão da área 65,4%
cultivadada
do quantidade
que do aumento
de produtividade,
visto
o rendimento
médiona lavoura
grupo, compreendendo
produzida
e 59,2%
do que
valor
da produção
foi mas
negativo
(-2,68%).
temporária,
também
se destaca na produção agrícola estadual, credenciando o Pará como maior
produtor nacional.
A proeminência
da cultura
da não
mandioca
relacionada
hábitoneste
alimentar da
Nesse
contexto, a mandioca
sobressai
só comoestá
a cultura
de maior ao
destaque
população,
fazendo-se
presente
emdatodas
as regiões
doeEstado,
grande parte,
grupo,
compreendendo
65,4%
quantidade
produzida
59,2% dosendo
valor daexplorada,
produção naem
lavoura
por agricultores familiares.
29
A quantidade produzida de mandioca no Pará, nos últimos anos, tem se mantido praticamente
estável, com crescimento médio de 0,4% ao ano, entre 2009 e 2013, o que pode ser explicado por
fatores como o baixo nível tecnológico do sistema de produção, a redução da mão de obra familiar
25
BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
face à opção dos jovens por atividades não agrícolas, e o deslocamento de produtores para outras
culturas de maior rentabilidade.
A cultura da mandioca é pulverizada em todo o território estadual. Em 2013, os quatro
principais municípios produtores foram o Acará (6,58%), Santarém (6,30%), Oriximiná (5,19%) e
Alenquer (4,22%); e considerando-se os dez maiores, esses corresponderam a 40,52% dos mais de
quatro milhões de toneladas produzidas no Pará (Gráfico 9).
Gráfico 9 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de
Mandioca do Pará, 2013
Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015
A cana-de-açúcar figura como a 2ª maior produção entre as lavouras temporárias (935.020
t), proveniente de uma área colhida de 13.801 ha, contribuindo, entretanto, com apenas 2,7%
do valor total de produção. Ressalta-se que no período 2012-2013, a área colhida manteve-se
praticamente estável, com uma variação de apenas 3,26%, enquanto a quantidade produzida sofreu
um incremento de 24,61%, significando uma variação positiva de 20,67% no rendimento médio.
Vale frisar, que a expansão dessa cultura no estado sofre restrições, por força do Decreto
Federal nº 6.961, de 17/07/2009, que proibiu o plantio da cana-de-açúcar nos biomas Amazônia
e Pantanal. Desse modo, a produção dessa cultura no estado está concentrada no município de
Ulianópolis (95,19%).
Gráfico 10 - Participação dos municípios com as Maiores Produções
de Cana-de-açúcar do Pará, 2013
Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015
As culturas de milho (613.546 t) e soja (506.347 t) ocupam, respectivamente, o 3º e 4º lugar
em termos de volume de produção das culturas temporárias, e vêm ganhando destaque no Estado,
a ponto de a soja já constituir o 2º maior valor da produção agrícola paraense e o milho, o 5º. Entre
26
BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
2012 e 2013, a soja expandiu a área plantada em 58,54% e a quantidade produzida em 35,61%,
mostrando tendência de crescimento.
O avanço da produção de grãos no Pará envolve, especialmente, áreas antropizadas de
pastagens, sendo sua expansão favorecida por dois fatores principais. O primeiro diz respeito às
condições edafoclimáticas e à posição geográfica do Estado, que conformam vantagens competitivas
excepcionais. Com efeito, são citados como pontos fortes do Estado para a produção de grãos os
seguintes: a) chuvas regulares e grande incidência de luz; b) solos de qualidade com alta fertilidade;
c) condições de produzir com segurança duas safras anuais; d) existência de áreas antropizadas de
pastagens, que são pouco exigentes no uso de calcário e adubo; d) a maior proximidade do mercado
internacional, que confere uma valorização de 10% no preço da soja paraense em relação à de
outras regiões do País, devido à redução do custo de transporte.
O segundo fator refere-se a vantagens infraestruturais e a externalidades geradas pelos
investimentos na logística do Estado que, quando estiver totalmente consolidada, permitirá uma
significativa redução do custo de transportes e, consequentemente, o aumento da competitividade
desses produtos no mercado internacional.
Nesse contexto, o asfaltamento da BR-163 (Cuiabá-Santarém) e da BR-230 (Transamazônica);
a viabilização da hidrovia Araguaia-Tocantins; a ampliação do Porto de Santarém; a implantação do
Terminal Portuário de Outeiro (que deverá ser o maior porto graneleiro do Brasil) e de novos terminais
no porto de Vila do Conde, em Barcarena, deverão inverter o curso da logística de escoamento da
produção agrícola nacional, deslocando-a para a Região Norte, mais particularmente para o Estado
do Pará.
A área de produção de soja e milho abrange três polos: nordeste, sul/sudeste e oeste paraense.
Esse cultivo ocorre duas vezes ao ano e, entre as safras dessa commodity, é feito o plantio do milho,
de maneira que a produção das duas lavouras pode ser realizada alternadamente. No Pará verificase que a cultura do milho é mais presente nos municípios do que a da soja, pois enquanto o primeiro
está presente em mais de 100 municípios, a soja consta em apenas 22.
O Gráfico 11 apresenta a produção de milho no Pará, com Dom Eliseu sendo o principal
produtor (10,68%), seguido de Paragominas (7,17%) e São Félix do Xingu (6,16%). A concentração
da soja é maior, de modo que três municípios abrangem mais de 60% da produção estadual (Gráfico
12), sendo que Paragominas, com pouco mais de 24%, foi o que mais produziu em 2013, seguido
por Santana do Araguaia (20,92%) e Ulianópolis (15,95%).
Gráfico 11 - Participação dos municípios com as Maiores Produções
de Milho do Pará, 2013
Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015
27
BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
Gráfico 12 - Participação dos municípios com as Maiores Produções
de Soja do Pará, 2013
Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015
O Estado do Pará é o principal produtor nacional de abacaxi, com uma produção de 320
milhões de frutos e uma área plantada de 10.777 hectares. Isso se deve, basicamente, a alguns
fatores; entre os quais, destacam-se: (i) condições edafoclimáticas favoráveis ao desenvolvimento
da cultura; (ii) grande disponibilidade de áreas apropriadas ao cultivo do abacaxizeiro; e (iii)
produtividade média superior à nacional. Outro ponto relevante para a abacaxicultura paraense diz
respeito ao período anual da safra que se concentra entre os meses de agosto a novembro e que
coincide com a entressafra de outras regiões produtoras do país.
A cultura é cultivada em quase todo o estado, com destaque para a mesorregião Sudeste,
responsável por 85% da produção estadual. No ranking estadual, destacam-se como maiores
produtores (Gráfico 13) os municípios de Floresta do Araguaia (76,45%), Conceição do Araguaia
(8,42%) e Salvaterra (3,12%). Floresta do Araguaia é o maior produtor nacional e apresenta a maior
indústria de suco concentrado da fruta do Brasil com capacidade de 4 mil toneladas/mês, exportando
para os países da União Europeia, Estados Unidos e MERCOSUL.
Gráfico 13 - Participação dos municípios com as Maiores Produções
de Abacaxi do Pará, 2013
Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015
Na distribuição da produção, Salvaterra destina cerca de 90% do seu cultivo pra o abastecimento
de Belém e Região Metropolitana, enquanto que a produção dos municípios de Floresta do Araguaia
e Conceição do Araguaia é quase que totalmente exportada para outras regiões do país.
Não obstante esta grande produção, ainda existe necessidade de fomentar boas práticas
de cultivo, visando o incremento da tecnologia, controle de pragas e doenças e racionalidade na
28
BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
utilização de agrotóxicos com respeito ao meio ambiente. Neste viés, grandes avanços foram
alcançados com a difusão da Produção Integrada no estado.
A Produção Integrada de Abacaxi4 no estado do Pará foi iniciada no ano de 2006 com a
realização de um diagnóstico sobre a cultura por especialistas da Embrapa Fruticultura e Mandioca.
Neste ano e no seguinte foram realizadas capacitações em alguns municípios líderes na produção
da cultura. Com base no diagnóstico, foi desenvolvido no período de 2008 a 2011 o projeto de
“Transferência e Difusão da Produção Integrada de Abacaxi no Estado do Pará”, uma parceria da
Secretaria de Estado de Agricultura do Pará (atual SEDAP), Superintendência Federal de Agricultura
no Pará (SEPDAGPA/SFA/MAPA), Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ),
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (EMATER-PA) e prefeituras
municipais. Em 2015 estará sendo celebrado um novo convênio entre a SEDAP e MAPA para a
continuidade do projeto de transferência e difusão da PI de abacaxi no Pará.
O arroz, em 2013, teve uma produção de 205.358 t para uma área plantada de 91.549
ha, apresentando, contudo, variação negativa em relação a 2012, da ordem de 2,83% e 6,81%,
respectivamente. Do ponto de vista econômico, participa com 3,8% no valor da produção das culturas
temporárias e 2,4% no que se refere ao valor da produção agrícola estadual.
No Pará, predomina a produção de arroz de sequeiro, cultivado em áreas de terra firme,
registrando-se, também, pequenas dimensões de plantio em várzea, efetuado por pequenos
produtores ribeirinhos. Entretanto, desde 2011, foi iniciado o plantio, em larga escala, de arroz
irrigado no município de Cachoeira do Arari, no Arquipélago do Marajó, compreendendo uma área
de 12 mil hectares, dos quais já se encontram implantados 3,5 mil hectares, gerando duas safras
anuais, cuja produção está sendo comercializada no mercado local.
A produção de arroz no Pará em 2013 foi a sexta maior do país, com destaque para a produção
do município de Ulianópolis (17,88%), seguido por Cachoeira do Arari (8,33%) e Paragominas
(8,03%), que juntos acumulam 34,24% do cultivo estadual.
Gráfico 14 - Participação dos municípios com as Maiores Produções
de Arroz do Pará, 2013
Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015
4
A Produção Integrada de Frutas é um sistema que emprega tecnologias que permitem a aplicação de boas práticas agrícolas e a obtenção de alimentos seguros, isentos de resíduos de agrotóxicos. É realizado o controle de todo o processo produtivo com o monitoramento e
rastreabilidade de todas as etapas, desde a produção até o consumidor final. Essas práticas culturais, por limitarem o uso de energia e de
insumos, permitem diminuir o custo de produção.
29
BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
A Tabela 9 contempla as principais culturas da lavoura temporária no estado do Pará, apresentando:
BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015
quantidade produzida (t), área colhida (ha), valor da produção (R$) e rendimento (R$/ha).
Tabela 9 - Lavoura temporária no estado do Pará: quantidade produziTabela 9 - Lavoura temporária no estado do Pará: quantidade produzida, área colhida e rendimento médio, 2012-2013*
da, área colhida e rendimento médio, 2012-2013*
Quantidade produzida
Área colhida (Hectares)
Lavoura temporária
2012
2013
Var (%)
2012
Var (%)
Rendimento médio qtd/ha
(Mil Reais - nominal)
2012
2013
Var
(%)
2012
2013
Var (%)
Total (em toneladas) *
6.722.287 7.040.324
4,73
807.864 869.401
7,62
2.158.064 3.457.817
60,23
8,32
8,1
-2,68
Mandioca (t)
4.617.543 4.621.692
0,09
301.364
302.300
0,31
1.187.507 2.208.029
85,94
15,32
15,29
-0,22
Cana-de-açúcar (t)
750.378
935.020
24,61
13.365
13.801
3,26
53.004
94.267
77,85
56,15
67,75
20,67
Milho (em grão) (t)
604.799
613.546
1,45
215.935
220.962
2,33
309.222
356.781
15,38
2,8
2,78
-0,86
Soja (em grão) (t)
373.398
506.347
35,61
119.686
189.746
58,54
353.454
499.807
41,41
3,12
2,67
-14,46
Abacaxi (mil frutos)
317.127
320.478
1,06
10.605
10.777
1,62
241.898
263.636
8,99
29,9
29,74
-0,56
Arroz (em casca) (t)
211.335
205.358
-2,83
98.242
91.549
-6,81
108.920
130.111
19,46
2,15
2,24
4,28
Melancia (t)
117.707
117.410
-0,25
5.177
5.223
0,89
56.134
81.232
44,71
22,74
22,48
-1,13
Feijão (em grão) (t)
35.512
30.737
-13,45
51.555
43.941
-14,77
66.845
65.493
-2,02
0,69
0,7
1,55
Tomate (t)
10.007
9.055
-9,51
412
370
-10,19
20362
20164
-0,97
24,29
24,47
0,76
Malva (fibra) (t)
1.608
1.159
-27,92
2.128
1.509
-29,09
2.616
1.933
-26,11
0,76
0,77
1,64
Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015.
Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.
*Para
este boletim foram
consideradas as produções
BOLETIM
AGROPECUÁRIO
DO acima de mil toneladas.
Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.
2013
Valor da produção
*Para este boletim foram consideradas as produções acima de mil toneladas.
ESTADO
DO
PARÁ
Considerando-se todas as Lavouras Temporárias de
todos
os 2015
municípios no estado do Pará
Considerando-se
todas7.064.691
as Lavouras Temporárias
de todos osobteve
municípiosmaior
no estado
do
no ano de 2013, a produção
foi de
t. Ulianópolis
participação
entre os
Pará no(14,81%),
ano de 2013, a produção
7.064.691 t.no
Ulianópolis
participação entre (890.000 t), com
municípios paraenses
sendo foi
o deprimeiro
cultivoobteve
de maior
cana-de-açúcar
os municípios paraenses (14,81%), sendo o primeiro no cultivo de cana-de-açúcar (890.000 t),
95% da produção estadual, destacando-se ainda na produção de soja (16%). Santarém é o segundo
com 95% da produção estadual, destacando-se ainda na produção de soja (16%). Santarém é o
colocado, detendosegundo
5,27%colocado,
do total
cultivado nesse segmento, sobressaindo na produção de mandioca
detendo 5,27% do total cultivado nesse segmento, sobressaindo na produção
37
com a segunda maior
lavoura
(6,29%)
na de
soja
quarta
participação (7,53%). A
de mandioca
com a segunda
maiorelavoura
(6,29%)
e nacom
de sojaacom
a quarta maior
maior participação
(7,53%).
A Tabela
10 apresenta osde
dezmaiores
municípios de
maiores produções
lavoura temporária.
Tabela 10 apresenta
os dez
municípios
produções
na na
lavoura
temporária.
Tabela 10 - Participação dos municípios na lavoura temporária do esTabela 10 - Participação dos municípios na lavoura temporária do estado do Pará, 2013
tado do Pará, 2013
Estado/Municípios
Pará
Produção (t)
Part. (%)
7.064.691
100
1.046.367
14,81
1º
Ulianópolis
2º
Santarém
372.094
5,27
3º
Acará
304.763
4,31
4º
Oriximiná
243.021
3,44
5º
Paragominas
236.300
3,34
6º
Alenquer
210.760
2,98
7º
Belterra
202.464
2,87
8º
Bragança
180.878
2,56
9º
Mojuí dos Campos
169.303
2,4
154.737
2,19
10º Ipixuna do Pará
Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015.
Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.
Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.
O município de Acará se apresenta em terceiro lugar na produção em lavoura temporária no
município de Acará sepor
apresenta
terceiro lugar
na produção
em lavoura temporária
Pará com 4,31% do total,O destacando-se
ser em
o maior
produtor
de mandioca
no estado com 6,57% do
com 4,31% do total, destacando-se por ser o maior produtor de mandioca no estado com
montante cultivado.noOPará
município
de Oriximiná detém 3,44% da quantidade produzida desse segmento,
6,57% do montante cultivado. O município de Oriximiná detém 3,44% da quantidade produzida
sendo o terceiro produtor de mandioca (5,19%). O município de Paragominas sinalizou a quinta colocação
desse segmento, sendo o terceiro produtor de mandioca (5,19%). O município de Paragominas
sinalizou a quinta colocação acumulando 3,4% do total do estado, sendo a soja o cultivo de
maior representatividade, respondendo por 24,05% dessa lavoura no estado, sobressaindo
30
BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
acumulando 3,4% do total do estado, sendo a soja o cultivo de maior representatividade, respondendo por
24,05% dessa lavoura no estado, sobressaindo também na produção de milho, aparecendo em segundo
lugar com 7,17% do total do estado. A distribuição do total da produção da lavoura temporária para todos
os municípios paraenses pode ser observada no Mapa 4.
Mapa 4 – Lavoura Temporária no estado de Pará
Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.
Dado o avanço obtido na agricultura paraense nos últimos anos, destaca-se também a importância
do setor como impulsionadora de emprego e renda, gerando 426.881 ocupações, respondendo por 54%
da população economicamente ativa do meio rural, estimativas que se elevam para aproximadamente
912 mil de pessoas quando considerados empregos diretos e indiretos na agricultura.
31
BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
3 MERCADO DE TRABALHO AGROPECUÁRIO DO PARÁ
O crescimento agrícola pode se constituir em importante vetor para a redução da pobreza no
Pará, já que o crescimento proveniente da agricultura é pelo menos duas vezes mais eficaz na redução
da pobreza do que o crescimento do PIB gerado fora da agricultura, segundo estimativas realizadas em
vários países, além de seu inquestionável papel para a segurança alimentar da população.
A dinâmica produtiva do setor agropecuário promove a criação de empregos/ocupação em
suas várias atividades, tanto nos segmentos ligados à agricultura quanto nos inerentes à pecuária
e à pesca. Em 2013, foram registrados no Pará 796.079 trabalhadores em ocupações ligadas ao
setor agropecuário, desempenhando atividades eminentemente primárias (IBGE, 2015). A Tabela 11
apresenta a quantidade de pessoas ocupadas por atividade produtiva no estado do Pará, em 2013,
na qual o cultivo de mandioca destaca-se com 25,35% do total de mão de obra ocupada, seguida
pela criação de bovinos (16,60%) e pesca (14,30%).
Tabela 11 - Pessoas ocupadas na agropecuária por atividade principal
no Pará em 2013
Atividades
Quantidade
Part.(%)
Total ocupação na agropecuária
796.079
100
Cultivo de mandioca
201.831
25,35
Criação de bovinos
132.186
16,60
Pesca e serviços relacionados
113.817
14,30
Criação de aves
94.561
11,88
Cultivo de outros produtos de lavoura permanente
58.403
7,34
Cultivo de hortaliças, legumes e outros produtos de horticultura
39.097
4,91
Cultivo de cacau
30.245
3,80
Cultivo de arroz
21.536
2,71
Atividades de serviços relacionados à agricultura
21.301
2,68
Produção mista (lavoura e pecuária)
21.032
2,64
Cultivo de milho
17.179
2,16
Silvicultura e exploração florestal
16.497
2,07
Cultivo de outros produtos de lavoura temporária
10.995
1,38
Criação de suínos
6.182
0,78
Criação de outros animais de grande porte
5.955
0,75
Cultivo de banana
5.262
0,66
Fonte: IBGE/BME, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.
A geração de empregos formais no setor Agropecuário, tendo como base os dados de vínculos
trabalhistas divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE (forma de contratação que
garante direitos como a seguridade social, licença maternidade, entre outros auxílios disponíveis
para essa modalidade de vínculo) está retratada na Tabela 12, que aponta a existência de 102.858
trabalhadores com vínculos formais no setor Agropecuário paraense em 2013. Entre as ocupações
registradas pelo MTE, o segmento da pecuária obteve os maiores quantitativos de vínculos: 20.067
empregados, que equivale a 19,51% do total geral da Agropecuária no estado. Os trabalhadores
agrícolas aparecem como o 2º maior quantitativo, compreendendo 16.689 trabalhadores com carteira
assinada, 16,23% do total do setor.
32
BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
Tabela 12 - Empregos formais com carteira assinada na agropecuária
no Pará, 2013
Atividades
Quantidade Part. (%)
Total de empregos na agropecuária pela RAIS
102.858
100
Trabalhadores na pecuária
20.067
19,51
Trabalhadores agrícolas
16.689
16,23
Trabalhadores na exploração agropecuária em geral
15.948
15,50
Produtores agrícolas
5.413
5,26
Extrativistas florestais
4.904
4,77
Trabalhadores da mecanização agropecuária
4.587
4,46
movimentação de cargas
2.846
2,77
Escriturários em geral, agentes, assistentes e auxiliares administrativos
2.682
2,61
de edifícios
2.435
2,37
Trabalhadores da construção civil e obras públicas
2.418
2,35
Embaladores e alimentadores de produção
2.339
2,27
Trabalhadores dos serviços de hotelaria e alimentação
2.006
1,95
fumo
1.706
1,66
Supervisores na exploração agropecuária
1.347
1,31
Secretários de expediente e operadores de máquinas de escritórios
1.305
1,27
Trabalhadores nos serviços de proteção e segurança
1.045
1,02
15.121
14,7
Condutores de veículos e operadores de equipamentos de elevação e de
Trabalhadores nos serviços de administração, conservação e manutenção
Trabalhadores artesanais na agroindústria, na indústria de alimentos e do
Outros*
Fonte: MTE/RAIS, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.
*Outros incluem, além de demais atividades, atividades não classificadas.
33
BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
4 CRÉDITO RURAL
As informações, ora apresentadas de
forma analítica, referem-se à disponibilidade de
Tabela 13 - Principais municípios paraenses beneficiados com o Crédito Rural, 2013
Município
recursos na carteira de crédito rural do Brasil, em
nível nacional, regional, estadual e municipal,
NOVO REPARTIMENTO
nos mais diversos tipos de programas e fundos
para o ano de 2013, e foram extraídas da Matriz
PARAGOMINAS
de Dados do Crédito Rural do Banco Central do
Brasil (BACEN).
MARABÁ
A economia brasileira registrou, em 2013,
uma carteira de crédito rural total de R$ 141,083
bilhões,
apresentando
um
incremento
PACAJÁ
de
16,54% quando comparado ao valor5 de 2012.
Na Região Norte, verificou-se, em 2013, um
CURIONÓPOLIS
montante disponível de R$ 6,001 bilhões, que
SANTA MARIA DAS
BARREIRAS
corresponde a 4,25% do valor total disponível
para crédito rural no País.
O estado do Pará registrou R$ 1,562
RONDON DO PARÁ
bilhões de crédito rural, representando 26,02%
do total da carteira de crédito rural da região
RIO MARIA
Norte, e 1,11% de toda carteira de crédito rural
disponível no país. Na comparação com o valor
para 2012, observou-se um aumento de 29,13%
CUMARU DO NORTE
no montante disponível para o estado. Os
ITUPIRANGA
municípios paraenses que mais se destacaram na
captação desses recursos (Tabela 13), em 2013,
Quant. de
Contratos
Atividade
Valor Contratado (R$)
Agrícola
102
768.932,50
Pecuária
2.198
83.932.845,50
Total
2.300
84.701.778,00
Agrícola
229
51.189.708,48
Pecuária
317
18.469.010,21
Total
546
69.658.718,69
Agrícola
249
1.407.404,92
Pecuária
2.108
58.782.222,99
60.189.627,91
Total
2.357
Agrícola
25
406.009,31
Pecuária
944
56.531.459,95
Total
969
56.937.469,26
Agrícola
20
6.621.902,80
Pecuária
93
50.307.101,98
Total
113
56.929.004,78
Agrícola
78
31.399.632,73
Pecuária
432
20.524.592,29
Total
510
51.924.225,02
Agrícola
46
10.230.572,16
Pecuária
1.039
38.995.887,46
Total
1.085
49.226.459,62
Agrícola
45
287.992,55
Pecuária
408
48.023.234,18
Total
453
48.311.226,73
Agrícola
31
2.288.749,69
Pecuária
191
45.626.349,95
47.915.099,64
Total
222
Agrícola
262
529.063,34
Pecuária
1.920
46.472.460,76
Total
2.182
47.001.524,10
foram: Novo Repartimento (R$ 84,701 milhões),
Fonte: MDR/BACEN, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.
Paragominas (R$ 69,658 milhões) e Marabá (R$
apenas um município. Os valores contratados
60,189 milhões), sendo que Novo Repartimento
para a pecuária, quase sempre, são bem
e Marabá foram fortemente impulsionados pela
superiores aos da atividade agrícola.
pecuária, enquanto que Paragominas, pela
atividade agrícola, corroborando o desempenho
de
observado destes em relação à produção
disponibilizado, em 2013, para fins de crédito
agropecuária apresentada nos itens anteriores.
rural,
Observa-se que dentre os dez municípios
significando uma variação de 7,19% em relação
listados na Tabela 13, três situam-se na Região
ao valor corrigido de 2012. O estado do Pará foi
de Integração do Araguaia, distribuindo-se os
o principal beneficiário deste Fundo, em 2013,
demais nas Regiões do Lago de Tucuruí, Carajás
contratando 32,62% do montante disponível.
e Rio Capim, todas destacando dois municípios,
No âmbito municipal paraense, Curionópolis
e na Região do Xingu, que é representada por
se destacou como primeiro no ranking de
5
Com relação ao Fundo Constitucional
Financiamento
um
montante
do
de
Norte
R$
(FNO)6,
1,809
foi
bilhão,
Valor corrigido pelo IGP-DI de 2013, que foi de 5,5278%. Adotou-se o IGP-DI como indexador pelo fato de o BACEN ter se utilizado do mesmo para descrever a evolução dos recursos de crédito rural no país em uma série histórica de 1969 a 2012.
34
BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
beneficiários do FNO no estado, financiando R$ 44,031 milhões, sendo que 94,95% desse valor
foi investido na atividade pecuária. O município de Santa Maria das Barreiras vem em segundo
lugar, contabilizando R$ 38,244 milhões, sendo que 68,23% desse montante foram direcionados à
atividade agrícola (BCB, 2015).
No tocante à agricultura familiar, o Programa Nacional de Incentivo à Agricultura Familiar
(PRONAF) 7 disponibilizou, nacionalmente, a título de crédito rural, através da composição de diversos
fundos e linhas de financiamento, um montante de R$ 20,075 bilhões8, que correspondeu a 14,22%
da carteira de crédito rural nacional. Na comparação com o valor corrigido de 2012, apresentou um
aumento de 113,33% em 2013. No âmbito do estado do Pará, o PRONAF disponibilizou R$ 394,028
milhões a título de crédito rural, o que representa 27,09% do montante de crédito disponibilizado
para região Norte e 1,96% do montante de crédito
disponibilizado
nacionalmente DO
pelo programa.
BOLETIM
AGROPECUÁRIO
A pecuária foi a principal atividade contemplada
no montante
crédito2015
do PRONAF destinado ao
DOdePARÁ
ESTADO
Pará, absorvendo 66,33% do montante disponível (Gráfico 15).
Gráfico 15 -Gráfico
Distribuição
Recursos do PRONAF
por Atividade
no
15 dos
- Distribuição
dos Recursos
do PRONAF
Pará, 2004-2013
por Atividade no Pará, 2004-2013
300,00
250,00
200,00
150,00
100,00
Agrícola
Pecuária
50,00
-
Fonte: MDRC/BACEN, 2015.
Fonte: MDRC/BACEN, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.
Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.
No que tange aos municípios paraenses, em se tratando de Crédito Rural, os maiores beneficiá-
rios do PRONAF foram Novo Repartimento (R$ 18,496 milhões), São Geraldo do Araguaia (R$ 15,712
No que tange aos municípios paraenses, em se tratando de Crédito Rural, os maiores
milhões) e Moju (R$ 14,411 milhões); sendo que, em relação a Novo Repartimento e São Geraldo do
beneficiários do PRONAF foram Novo Repartimento (R$ 18,496 milhões), São Geraldo do
Araguaia, a atividade pecuária se destacou no uso desses investimentos (98,83% e 99,72%, sequencialAraguaia (R$ 15,712 milhões) e Moju (R$ 14,411 milhões); sendo que, em relação a Novo
mente). No caso de Moju, a atividade agrícola foi a principal beneficiada, registrando 95,54% do montante
Repartimento e São Geraldo do Araguaia, a atividade pecuária se destacou no uso desses
disponível para esse município.
investimentos (98,83% e 99,72%, sequencialmente). No caso de Moju, a atividade agrícola foi a
Com relação aos dados do PRONAF, apresentados na Tabela 14, destaca-se a Região de Integraprincipal beneficiada, registrando 95,54% do montante disponível para esse município.
ção do Lago de Tucuruí com maior número de municípios beneficiários (quatro), seguida pelas Regiões
Com relação aos dados do PONAF, apresentados na Tabela 14, destaca-se a Região de
Integração
do do
Lago
defoiTucuruí
com
maior número
de1988,
municípios
beneficiários
(quatro),
6
O Fundo
Constitucional
Norte
criado pela
Constituição
Federal de
que o estabeleceu
em seu
artigo 159,seguida
inciso I, alínea “c”, e foi
regulamentado pela lei federal 7.827/89, que instituiu a obrigação da União em destinar 0,6% da arrecadação do IR (Imposto sobre a Renda)
pelas Regiões de Integração do Carajás e Xingu (ambas com dois municípios) e as regiões do
e IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) a serem aplicados em programas de financiamento aos setores produtivos da Região Norte
através do Banco da Amazônia.
Rio Capim e Tocantins (um município cada). Com exceção de Moju e Santarém,
os demais
7
Criado em 1996, através do decreto 1.946/1996, com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar através de
financiamentos
de projetos
ou maior
coletivos
gerem renda aos agricultores familiares e assentados da reforma agrária.
municípios
contrataram
umindividuais
montante
naque
pecuária.
8
3,31% desse montante, disponível em 2013, corresponde ao FNO.
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BOLETIM AGROPECUÁRIO
DO ESTADO DO PARÁ 2015
de Integração do Carajás e Xingu (ambas com dois municípios) e as regiões do Rio Capim e Tocantins
(um município cada). Com exceção de Moju e Santarém, os demais municípios contrataram um montante
maior na pecuária.
Tabela14 - Principais municípios paraenses beneficiados com o Crédito Rural via PRONAF, 2013
Municípios
NOVO REPARTIMENTO
SÃO GERALDO DO ARAGUAIA
MOJU
MARABÁ
ITUPIRANGA
URUARÁ
PACAJÁ
BREU BRANCO
SANTARÉM
RONDON DO PARÁ
Atividades
Quant. de
Valor
Contratos
Contratado(R$)
Agrícola
96
215.424,50
Pecuária
1.510
18.281.083,57
Total
1.606
18.496.508,07
Agrícola
3
42.873,83
Pecuária
693
15.669.464,43
Total
696
15.712.338,26
Agrícola
771
13.770.267,01
Pecuária
86
641.550,47
Total
857
14.411.817,48
Agrícola
226
588.335,25
Pecuária
1.712
12.949.171,48
Total
1.938
13.537.506,73
Agrícola
261
511.243,31
Pecuária
1.637
12.477.397,20
Total
1.898
12.988.640,51
Agrícola
117
2.277.251,33
Pecuária
481
10.059.329,68
Total
598
12.336.581,01
Agrícola
22
82.259,31
Pecuária
563
12.131.638,19
Total
585
12.213.897,50
Agrícola
12
84.557,09
Pecuária
551
11.696.319,79
Total
563
11.780.876,88
Agrícola
963
7.161.037,12
Pecuária
489
3.949.652,81
Total
1.452
11.110.689,93
Agrícola
1
79.615,08
Pecuária
834
10.945.060,09
Total
835
11.024.675,17
Fonte: MDRC/BACEN, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.
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DO ESTADO DO PARÁ 2015
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